aula i - responsabilidade civil stolze

Upload: carlos-rubens-ferreira

Post on 08-Apr-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    1/29

    RESPONSABILIDADE CIVIL

    A responsabilidade civil pode ser contratual

    (viola o diretamente o contrato e indiretamente alei quando a norma atingida tiver naturezanegocial art. 389, 395, CC) ou extracontratualouaquiliana (a norma jurdica diretamenteviolada for a lei a norma agredida tivernatureza legal art. 186, 187, 927 CC).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    2/29

    DIFERENA ENTRE ILCITO CIVIL E PENAL,RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL:

    Obs:Durante anos a doutra se digladioutentando cunhar a diferena entre ilcito civil eilcito penal. Na linha de pensamento de autores

    como Miguel Fenech e Aguiar Dias, podemosconcluir que a diferena est basicamente nacarga sancionatria estatal e na tipicidadeexigida para a responsabilidade penal.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    3/29

    SISTEMA POSITIVODERESPONSABILIDAD CIVIL:

    A despeito de o Cdigo Civil no conter tiposespeciais como no direito penal consagrou,todavia, um sistema normativo de

    responsabilidade calcado em trs artigosfundamentais: arts. 186 (regra geral daresponsabilidade civil ato ilcito), 187 e 927 doCC.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    4/29

    SISTEMA POSITIVODERESPONSABILIDAD CIVIL

    O art. 186 do Cdigo Civil, ao definir o ato ilcito,consagra uma regra geral de responsabilidadecivil, complementada pelos artigos 187 (que

    define o abuso de direito) e 927 do CC. Emverdade, tal sistema visa a coibircomportamentos danosos em ateno ao princpiodo neminem laedere (segundo o qual a ningum dado causar prejuzo a outrem).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    5/29

    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso

    voluntria, negligncia ou imprudncia, violardireito e causar dano a outrem, ainda queexclusivamente moral, comete ato ilcito.

    (faltou impercia alguns dizem que a impercia uma forma de imprudncia tcnica). Aresponsabilidade subjetiva. O art. 186 consagrauma ilicitude subjetiva, baseada na culpa ou nodolo. Todavia, ao lado desta ilicitude, h tambmo reconhecimento da ilicitude objetiva (art. 187 e927, CC), razo pela qual em nosso direitoconvivem dois tipos de responsabilidade:subjetiva e objetiva.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    6/29

    Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de

    um direito que, ao exerc-lo, excedemanifestamente os limites impostos pelo seu fimeconmico ou social, pela boa-f ou pelos bonscostumes.

    ESSA ILICITUDEDO ART. 187 OBJETIVA,pois no menciona culpa ou dolo (o critrioutilizado foi finalstico ou teleolgico).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    7/29

    Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado arepar-lo.

    Pargrafo nico. Haver obrigao de reparar o

    dano, independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos

    de outrem.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    8/29

    QUAISSOOSREQUISITOSQUE COMPE ARESPONSABILIDADE?

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    9/29

    ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE

    CIVIL:(Segundo Pablo Stolze)

    1) Conduta humana; 2) Nexo de causalidade; 3) Dano ou prejuzo.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    10/29

    OBS: A culpa, base da responsabilidade doCdigo Civil da Frana (arts. 1382 e 1383) etambm do Cdigo Civil de 1916, no umelemento obrigatrio da responsabilidade civil,uma vez que, como sabemos, existeresponsabilidade civil sem anlise da culpa.

    Existem situaes de responsabilidade civil semculpa.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    11/29

    1 ELEMENTO:CONDUTA HUMANA:

    A conduta humana, primeiro elemento da

    responsabilidade civil, traduz o comportamentohumano positivo ou negativo, voluntrio econsciente, causador do resultado danoso.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    12/29

    2 ELEMENTONEXO DE CAUSALIDADE

    H trs teorias explicativas do nexo de causalidade:

    1) Teoria da equivalncia de condies ou conditiosine qua non (Von buri);

    2) Teoria da causalidade adequada; 3) Teoria da Causalidade Direta e Imediata

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    13/29

    Teoria daequivalncia decondies ouconditiosine

    qua non (Von buri) :

    para esta teoria, no haveria diferena entre osantecedentes de um resultado danoso: tudo aquilo queconcorresse para o resultado seria considerado causa(todos os antecedente que concorram para o resultadoso considerados causa (nesse sentido haveria umaespiral infinita, onde o marceneiro que fez a camaseria culpado pelo adultrio).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    14/29

    Teoria dacausalidadeadequada:

    Para esta segunda teoria, causa apenas oantecedente que , segundo um juzo abstrato deprobabilidade, seja apto ou idneo a determinar oresultado danoso (para esta teoria causa no qualquer condio anterior, somente aquelaadequada a produo de um resultado apenasaquela que for mais apropriada a determinar o

    resultado o interprete teria que abstratamenteanalisar qual seria aquela mais adequada adeterminar o evento danoso).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    15/29

    Teoria dacausalidadeadequada:

    Ex: um cidado est no aeroporto e utiliza o

    banheiro do aeroporto, e v o cidado sentado novazo. Tira do bolso uma cola e cola a porta. Ocidado, ento, perde o vo e pega outro avio quecai, matando todos os passageiros. (para aprimeira teoria prender algum no banheiro seria

    causa da morte do passageiro, mas para a estateoria prender algum no banheiro no seria umacausa adequada da morte do passageiro do avioque caiu).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    16/29

    3 Teoria:

    Teoria da Causalidade Diretae Imediata:

    desenvolvida no Brasil pelo Prof. Augustinho Alvim. Paraesta terceira teoria, mais objetiva do que as anteriores,causa o antecedente que determina o resultado danoso,

    como conseqncia sua, direta e imediata.

    Gustavo Tepedino ardoroso defensor desta terceira teoria(RTDC ano 2, volume 6, de 2001), bem como Carlos RobertoGonalves, razo pela qual defendem ter sido esta a teoria

    adotada pelo Cdigo Civil em seu art. 403. Art. 403. Ainda que a inexecuo resulte de dolo do devedor,

    as perdas e danos s incluem os prejuzos efetivos e os lucroscessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuzo dodisposto na lei processual.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    17/29

    Para Stolze a teoria adotada foi a da causalidade

    direta e imediata.

    Ex: (STJ) sem nexo causal no pode haverindenizao por erro mdico, o art. 403, s

    considera como causa o evento que produz diretae concretamente o dano teoria da causalidadedireta e imediata.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    18/29

    3 ELEMENTOSDA RESPONSABILIDADE

    CIVIL:O DANO:

    Nem todo dano indenizvel, ou seja, nem todo

    dano gera responsabilidade civil.

    CONCEITO: Dano traduz a leso a um interesse jurdico

    tutelado, patrimonial ou moral.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    19/29

    Requisitos do dano indenizvel:

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    20/29

    1)Violao de um interesse jurdico para quehaja dano necessrio que haja um interessejurdico tutelado.

    Ex: o fim do relacionamento no traduz violao aum interesse jurdico, mas o abandonado sente ador.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    21/29

    2) Para que o dano seja indenizvel em juzo

    dever haver a subsistncia do prejuzo. Se odano j foi reparado no h o que indenizar.

    Ex: uma pessoa que estava passando tropea e

    estraga o bolo de casamento. Mas quem tropeoufoi um confeiteiro, que refez o bolocompletamente.

    Portanto, s se pode exigir indenizao em juzopara o dano que subsista.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    22/29

    3) Para que o dano gere responsabilidade civildever haver a certeza do dano. S se podeindenizar danos certos, no se pode indenizardanos hipotticos, meros aborrecimentos, danosabstratos, mero dissabor. Nesse caso no existe a

    certeza do dano.

    Mas, h mitigao em face da teoria da perda deuma chance

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    23/29

    TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE

    Ocorre nos casos em que se retira da vtima aprovvel oportunidade de melhorar a suasituao atual.

    Ex: um candidato que preste a fazer uma provaoral trancado no banheiro, perdendo a chancede fazer a prova, quando a matria argida seriaa tese de sua monografia. Logo, tinha certeza queia passar.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    24/29

    Ex: o advogado que no prepara o recursodeserto ou que perde prazo de contestao emmatria favorvel a seu cliente.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    25/29

    Ex: medico que deixa de adotar um procedimentoque deveria ter adotado, matando o paciente.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    26/29

    Ex: o corredor que estava em primeiro lugar nacorrida e foi segurado. (perda de uma chance e aatividade do advogado, ver a obra de MarceloNovais, Editora RTL).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    27/29

    Na jurisprudncia do STJ merece especialreferncia o REsp 788.459/BA em que sereconheceu a perda de uma chance porimpropriedade da pergunta formulada emprograma de televiso (a vtima perdeu a chance

    de melhorar sua situao econmica).

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    28/29

    O queentende por danoreflexoouem

    ricochete?

    Dano reflexo aquele que atinge a vtimaindireta, ligada vtima direta da atuao ilcita(como se fosse um dano que ricocheteia paravtima indireta). a indenizao aos familiaresda vtima de acidente de trnsito.

    Ex: um criminoso deu um tiro, que matou Joo.

    S que Joo tem um filho chamado Pedro.Ningum discute que Pedro sofreu um danoreflexo, pois est ligado a Joo. um danoreflexo.

  • 8/6/2019 Aula i - Responsabilidade Civil Stolze

    29/29

    O que seentende por danoin re ipsa?

    Esta expresso remete-nos idia do dano que pelasua gravidade ou reiterao, dispensa prova em juzo(ver REsp 775.766/PR e REsp 357.404/RJ). Essereconhecimento tem sido feito pelo STJ. o caso dainscrio devida em cadastro de inadimplentes, nodepende de prova, ningum precisa provar nada emjuzo, no precisa provar que existe uma dor.

    Smula 359 do STJ Cabe ao rgo mantenedor docadastro de proteo ao crdito a notificao dodevedor antes de proceder inscrio.