novo curso de direito civil, volume 1 - forumdeconcursos.com · isbn 978-85-472-1645-0 gagliano,...

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ISBN978-85-472-1645-0

Gagliano,PabloStolzeNovocursodedireitocivil,volume1:partegeral/PabloStolzeGagliano,Rodolfo

PamplonaFilho.19.ed.SoPaulo:Saraiva,2017.1.Direitocivil-Legislao-BrasilI.PamplonaFilho,Rodolfo.II.Ttulo.16-1509CDU347(81)(094.4)

ndicesparacatlogosistemtico:

1.Cdigocivil:1916:Brasil347(81)(094.4)

2.Cdigocivil:2002:Brasil347(81)(094.4)

PresidenteEduardoMufarej

Vice-presidenteClaudioLensing

DiretoraeditorialFlviaAlvesBravin

Conselhoeditorial

PresidenteCarlosRagazzo

GerentedeaquisioRobertaDensa

ConsultoracadmicoMuriloAngeli

GerentedeconcursosRobertoNavarro

GerenteeditorialThasdeCamargoRodrigues

EdioDeborahCaetanodeFreitasViadana

ProduoeditorialAnaCristinaGarcia(coord.)|LucianaCordeiroShirakawaClarissaBoraschiMaria(coord.)|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro|MnicaLandi|

TatianadosSantosRomo|TiagoDelaRosa

Diagramao(LivroFsico)FabricandoIdeiasDesignGrfico

RevisoFabricandoIdeiasDesignGrfico

ComunicaoeMKTElaineCristinadaSilva

CapaRoneyCamelo

Livrodigital(E-pub)

Produodoe-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvador

ServioseditoriaisSuraneVellenich

Datadefechamentodaedio:20-12-2016

Dvidas?

Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito

NenhumapartedestapublicaopoderserreproduzidaporqualquermeioouformasemaprviaautorizaodaEditoraSaraiva.

AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.

http://www.editorasaraiva.com.br/direito

NovoCursodeDireitoCivilV.1

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

1.ediomar.2002

2.edioout.2002

3.edioabr.2003

4.ediojul.2003

5.ediomar.2004

5.edio,2.tiragemfev.2005

5.edio,3.tiragemmar.2005

6.ediomaio2005

6.edio,2.tiragemjan.2006

7.ediofev.2006

8.ediojun.2006

8.edio,2.tiragemnov.2006

9.edio2007

10.edio2008

11.ediodez.2008

11.edio,2.tiragemjul.2009

12.ediojan.2010

13.ediojan.2011

13.edio,2.tiragemjun.2011

14.ediojan.2012

14.edio,2.tiragemago.2012

15.ediojan.2013

15.edio,2.tiragemjun.2013

15.edio,3.tiragemset.2013

16.ediojan.2014

16.edio,2.tiragemmaio2014

16.edio,3.tiragemout.2014

17.ediojan.2015

18.ediofev.2016

19.ediojan.2017

PABLOSTOLZEGAGLIANO

JuizdeDireitonaBahia.ProfessordeDireitoCivildaUFBAUniversidade

Federal da Bahia, da Escola daMagistratura do Estado da Bahia e do Curso

LFG.MestreemDireitoCivilpelaPUCSPPontifciaUniversidadeCatlicade

SoPaulo.EspecialistaemDireitoCivilpelaFundaoFaculdadedeDireitoda

Bahia.MembrodaAcademiaBrasileiradeDireitoCivilABDCedaAcademia

deLetrasJurdicasdaBahia.

RODOLFOPAMPLONAFILHO

Juiz Titular da 32 Vara do Trabalho de Salvador/BA. Professor Titular de

Direito Civil e Direito Processual do Trabalho da UNIFACS Universidade

Salvador. Coordenador dos Cursos de Especializao em Direito Civil e em

DireitoeProcessodoTrabalhodaFaculdadeBaianadeDireitoedoCursode

Especializaoon-lineemDireitoeProcessodoTrabalhodoCERSCursoson-

line (em convnio como grupoEstcio). ProfessorAssociado da graduao e

ps-graduao (Mestrado e Doutorado) em Direito da UFBA Universidade

Federal da Bahia. Mestre e Doutor em Direito das Relaes Sociais pela

PontifciaUniversidadeCatlicadeSoPauloPUCSP.MsteremEstudiosen

Derechos Sociales para Magistrados de Trabajo de Brasil pela UCLM

UniversidaddeCastilla-LaMancha/Espanha.EspecialistaemDireitoCivilpela

Fundao Faculdade deDireito daBahia.Membro daAcademiaBrasileira de

Direito doTrabalho (antigaAcademiaNacional deDireito doTrabalho, tendo

exercido sua Presidncia, Vice-Presidncia, Secretaria-Geral e Coordenao

Regional Bahia), daAcademia deLetras Jurdicas daBahia (tendo exercido

sua Secretaria-Geral), da Academia Brasileira de Direito Civil ABDC, do

Instituto Brasileiro de Direito Civil IBDCivil e do Instituto Brasileiro de

DireitodeFamliaIBDFAM.

DedicamosestaobraanossoSenhorJesusCristo,comosempre,a

quemcabetodahonraeglria,eaosentimentodaamizade,quenos

fazconstruir castelos e sonhos, comos tijolosda f,o concretoda

humildadeeosuordaperseverana.

Sumrio

Agradecimentos

UmaReflexoSobreoNovoCdigoCivil

PrefcioPrimeiraEdio

ApresentaodaPrimeiraEdio

NotadosAutoresDcimaNonaEdio

NotadosAutoresDcimaOitavaEdio

NotadosAutoresDcimaQuartaEdio

NotadosAutoresDcimaSegundaEdio

NotadosAutoresDcimaPrimeiraEdio

NotadosAutoresNonaEdio

NotadosAutoresStimaEdio

NotadosAutoresSextaEdio

NotadosAutoresQuintaEdio

NotadosAutoresTerceiraEdio

NotadosAutoresSegundaEdio

NotadosAutoresPrimeiraEdio

CaptuloI-NoesElementaresdeDireito

1.Objetivodocaptulo

2.Noespropeduticasdedireito

2.1.Etimologia

2.2.Conceito

2.3.Outrasacepesqualificadasdaexpressodireito

2.4.Direitoemoral

2.5.Direitoepoder

3.Fontesdodireito

3.1.Classificaodasfontes

3.2.Fontesdodireitoemespcie

3.2.1.Legislao

3.2.2.Costume

3.2.3.Jurisprudncia

3.2.4.Doutrina

3.2.5.Analogia

3.2.6.Princpiosgeraisdodireito

3.2.7.Equidade

4.Algumaspalavrassobreossistemasjurdicos(civillawecommonlaw)

5.Adicotomiaentredireitopblicoedireitoprivadoeataxionomiadodireitocivil

6.Conceitodoutrinrioehistricododireitocivil

7.ContedodoCDIGOCivil

CaptuloII-ACodificaodoDireitoCivil

1.Osentidodacodificao

2.Argumentosfavorveisedesfavorveiscodificao

3.Antecedenteshistricos

4.ACodificaodoDireitoCivilbrasileiro:aspectoshistricoselegislativos

5.DescentralizaoeconstitucionalizaodoDireitoCivil

6.ONovoCdigoCivilbrasileiro

7.PrincpiosnorteadoresdoCdigoCivilde2002

CaptuloIII-LeideIntroduosNormasdoDireitoBrasileiro

1.OobjetivodaLeideIntroduoaoCdigoCivil:serumaleideintroduosnormasdodireitobrasileiro

2.Vigncia,validade,eficciaevigordasnormas

3.Aplicaodenormasjurdicas

3.1.Interpretaodenormas

3.2.Algumasnoessobreaintegraonormativa

3.3.Aplicaotemporaldenormas

3.4.Conflitodenormasnotempo(DireitoIntertemporal)

3.5.Aplicaoespacialdenormas

3.6.Conflitodenormasnoespao

CaptuloIV-PessoaNatural

1.APersonalidadeJurdica

1.1.Conceito

1.2.Aquisiodapersonalidadejurdica

1.3.Onascituro

2.Capacidadededireitoedefatoelegitimidade

2.1.Incapacidadeabsoluta

2.2.Incapacidaderelativa

2.2.1.Osmaioresdedezesseisemenoresdedezoitoanos

2.2.2.Osbrioshabituaiseosviciadosemtxicos

2.2.3.Aquelesque,porcausatransitriaoupermanente,nopuderemexprimirsuavontade

2.2.4.Osprdigos

2.2.5.Algumaspalavrassobreacapacidadejurdicadossilvcolas

2.3.Suprimentodaincapacidade(representaoeassistncia)

2.4.Restituioeanulaoporconflitodeinteressescomorepresentado

3.Emancipao

4.Nomecivil

4.1.Esclarecimentosterminolgicos

4.2.Possibilidadedealteraodonome

4.3.Tutelajurdicadonome

5.Estadodapessoanatural

6.Registrocivil

7.Extinodapessoanatural

7.1.Mortecivil

7.2.Mortepresumida

7.2.1.Ausncia

7.2.2.Justificaodebito

7.3.Mortesimultnea(comorincia)

CaptuloV-DireitosdaPersonalidade

1.ImportnciadaMatria

2.ConceitoeDenominao

3.Naturezadosdireitosdapersonalidade

4.AConstruodateoriadosdireitosdapersonalidadeedasliberdadespblicas

5.Titularidade

6.Caractersticasdosdireitosdapersonalidade

6.1.Carterabsoluto

6.2.Generalidade

6.3.Extrapatrimonialidade

6.4.Indisponibilidade

6.5.Imprescritibilidade

6.6.Impenhorabilidade

6.7.Vitaliciedade

7.ClassificaodosDireitosdaPersonalidade

7.1.Direitovida

7.2.Direitointegridadefsica

7.2.1.Direitoaocorpohumano

7.2.2.Direitovoz

7.3.Direitointegridadepsquica

7.3.1.Direitoliberdade

7.3.2.Direitoliberdadedepensamento

7.3.3.Direitoscriaesintelectuais(autoriacientfica,artsticaeliterria)

7.3.4.Direitoprivacidade

7.3.5.Direitoaosegredopessoal,profissionaledomstico

7.4.Direitointegridademoral

7.4.1.Direitohonra315

7.4.2.Direitoimagem

7.4.3.Direitoidentidade

8.Aproteodosdireitosdapersonalidade

CaptuloVI-PessoaJurdica

1.IntroduoeConceito

2.Denominaes

3.Naturezajurdicadapessoajurdica(teoriasexplicativas)

3.1.Teoriasnegativistas

3.2.Teoriasafirmativistas

4.PressupostosExistenciaisdaPessoaJurdica

5.SurgimentodaPessoaJurdica

5.1.Sociedadesirregularesoudefato

5.2.Gruposdespersonalizados

6.CapacidadeeRepresentaodaPessoaJurdica

7.Classificaodaspessoasjurdicas

7.1.Pessoasjurdicasdedireitopblico

7.2.Pessoasjurdicasdedireitoprivado

7.2.1.Asassociaes

7.2.2.Associedades

7.2.3.Asfundaes

7.2.4.Asorganizaesreligiosas

7.2.5.Ospartidospolticos

7.2.6.Asempresasindividuaisderesponsabilidadelimitada

8.ResponsabilidadeCivilePenaldasPessoasJurdicas

9.DesconsideraodaPersonalidadeJurdica(disregardDoctrine)

9.1.Esclarecimentosterminolgicos

9.2.Hiptesesdeaplicao

9.3.Disciplinaprocessualdadesconsideraodapersonalidade

9.3.1.Reflexessobreiniciativaslegislativas

9.3.2.Incidentededesconsideraodapersonalidadejurdica

10.ExtinodaPessoaJurdica

CaptuloVII-DomiclioCivil

1.Importnciadamatria

2.Conceito

3.Morada,residnciaedomiclio:distinesnecessrias

4.Tratamentolegalemudanadedomiclio

5.Domiclioaparenteouocasional

6.Domicliodapessoajurdica

7.Espciesdedomiclio

CaptuloVIII-BensJurdicos

1.Osbenscomoobjetoderelaesjurdicas

2.Bemcoisa

3.Patrimniojurdico

4.Classificaodosbensjurdicos

4.1.Dosbensconsideradosemsimesmos(arts.79a91doCC/2002)

4.1.1.Benscorpreoseincorpreos

4.1.2.Bensimveisemveis

4.1.3.Bensfungveiseinfungveis

4.1.4.Bensconsumveiseinconsumveis

4.1.5.Bensdivisveiseindivisveis

4.1.6.Benssingularesecoletivos

4.2.Dosbensreciprocamenteconsiderados(arts.92a97doCC/2002)

4.2.1.Classificaodosbensacessrios

4.3.Dosbenspblicoseparticulares

5.Bemdefamlia

6.Coisasforadocomrcio

CaptuloIX-FatoJurdicoemSentidoAmplo

1.Noesintrodutriassobreaimportnciadoestudodofatojurdico

2.Conceitodefatojurdicoemsentidoamplo

3.Classificaodosfatosjurdicosemsentidoamplo

4.Efeitosaquisitivos,modificativos,conservativoseextintivosdofatojurdico

4.1.Aquisiodedireitos

4.2.Modificaodedireitos

4.3.Conservaodedireitos

4.4.Extinodedireitos

5.Fatojurdicoemsentidoestrito

6.Ato-fatojurdico

7.Atojurdicoemsentidoestrito

CaptuloX-NegcioJurdico(NoesGerais)

1.Introduo

2.Atransformaodateoriadonegciojurdico

3.Conceitoeteoriasexplicativasdonegciojurdico

4.Concepodonegciojurdiconodireitopositivoepelosplanosdeexistncia,validadeeeficcia

5.Classificaodosnegciosjurdicos

6.Interpretaodonegciojurdico

CaptuloXI-PlanodeExistnciadoNegcioJurdico

1.Aconcepodoplanodeexistncia

2.Elementosconstitutivosdonegciojurdico

2.1.Manifestaodevontade

2.2.Agenteemissordavontade

2.3.Objeto

2.4.Forma

2.5.Algumaspalavrassobreacausanosnegciosjurdicos

CaptuloXII-PlanodeValidadedoNegcioJurdico

1.Aconcepodoplanodevalidade

2.Pressupostosdevalidadedonegciojurdico

2.1.Manifestaodevontadelivreedeboa-f

2.2.Agenteemissordavontadecapazelegitimadoparaonegcio618

2.2.1.Darepresentao

2.3.Objetolcito,possveledeterminado(oudeterminvel)

2.4.Formaadequada(livreoulegalmenteprescrita)

CaptuloXIII-DefeitosdoNegcioJurdico

1.Introduo

2.Vciosdonegciojurdico

2.1.Erroouignorncia

2.2.Dolo

2.3.Coao

2.4.Leso

2.5.Estadodeperigo

2.6.Simulao

2.7.Fraudecontracredores

CaptuloXIV-InvalidadedoNegcioJurdico

1.INTRODUO

2.CONSIDERAESPRVIASSOBREAINEXISTNCIADOATOOUNEGCIOJURDICO

3.NULIDADEABSOLUTA

4.NULIDADERELATIVA(ANULABILIDADE)

5.QUADROGERALCOMPARATIVO:NULIDADEABSOLUTANULIDADERELATIVA

6.CONVERSODONEGCIOJURDICO

CaptuloXV-PlanodeEficciadoNegcioJurdico

1.ACONCEPODOPLANODEEFICCIA

2.ELEMENTOSACIDENTAISLIMITADORESDAEFICCIADONEGCIOJURDICO

2.1.Condio

2.2.Termo

2.3.Modoouencargo

CaptuloXVI-ProvadoNegcioJurdico

1.CONSIDERAESGERAIS

2.PROVAS,EMESPCIE,DONEGCIOJURDICO

2.1.Confisso

2.2.Documento

2.3.Testemunha

2.4.Presunes

2.5.Percia

3.CONSIDERAESFINAIS

CaptuloXVII-AtoIlcito

1.NOESINTRODUTRIASECONCEITUAIS

2.DAINEXISTNCIADEDIFERENAONTOLGICAENTREILCITOCIVILEPENAL

3.TRATAMENTONOCDIGOCIVILDE1916ENONOVOCDIGOCIVIL

4.OABUSODEDIREITO

5.CAUSASEXCLUDENTESDEILICITUDE

CaptuloXVIII-PrescrioeDecadncia

1.OTEMPOCOMOFATOJURDICO

2.FUNDAMENTOSSOCIAISDALIMITAOTEMPORALDEDIREITOSEPRETENSES

3.NOESCONCEITUAIS

4.DISTINOENTREPRESCRIOEDECADNCIA

4.1.Critriostradicionais

4.2.Fundamentodoutrinrioparadistinoapriorideprescrioedecadncia

4.2.1.Classificaodosdireitossubjetivosquantofinalidade

4.2.2.Classificaomodernadasaes

4.2.3.Correspondnciaentreosinstitutosdaprescrioedecadnciacomatutelajurisdicionalpretendida

5.APrescrioeadecadncianoNovoCdigoCivil

6.CAUSASIMPEDITIVASESUSPENSIVASDAPRESCRIO

7.CAUSASINTERRUPTIVASDAPRESCRIO

8.PRAZOSDEPRESCRIONONOVOCDIGOCIVIL

9.PRAZOSDEDECADNCIANONOVOCDIGOCIVIL

10.PRAZOSPRESCRICIONAISEMMATRIADEDIREITOINTERTEMPORAL

Referncias

Agradecimentos

Poucossentimentossotobelosquantoajustiadagratidomanifestada.

Por isso, registramos nossa sincera homenagem a todos aqueles que nos

incentivaramparaaediodestevolume.

Sempretendoemmentesermelhorcorreroriscodaomissoparcialdoque

cairnovaziodosilncioabsoluto,destacamosoapoioconstantedenossospaise

irmos,EmiliaeKalline(esposas),NanaeBibi,MarinaeRodolfinhoPamplona

(filhos), pela compreensodiantedenossa ausnciapor longashoras, almde

MariaJosAnselmoFigueiredodosSantos;FredieDidierJr.;OliveirosGuanais;

Francisco Fontenelle e Guilherme Cortizo Bellintani (lembrando a poca do

CursoJusPodivm);Davi,Eli,Edivaldo,AraceleeopessoaldeUtinga/BA(pelo

carinhoehospitalidade);AlexandreNunesdeArajo,Neide,Claudinha,Mirella

eXandinho(etodaaturmadeRecife/PE,pelacompreensoedisponibilidade);

Roberto,EliedeeNathlia(pelapresenadesempre);Carolzinha;MariaCristina

IrigoyenPeduzzi;OtvioBritoLopes;NilzaReis;JlioGusmo;JooMonteiro;

PauloFurtado;CarlosAlbertoDultraCintra; Jos JustinoPontesTelles;Slvia

Zarif; Ivone Bessa Ramos; Tiago Alves Pacheco; a todos da Associao de

MagistradosdoEstadodaBahiaedaEscoladeMagistradosdoEstadodaBahia;

Roberto Pessoa; Beneval Santos Mutim; Geraldo Vilaa; Josaphat Marinho

Mendona, Mara Braga (baiana de Braslia), Mayla Mey Friedriszik

Octaviano,Isa(UFBA),DafnedaSilvaDuarte,FernandaBarretto,LuizFelipe

CandidodeOliveira (Uni-ANHANGUERA),RenataCastilla,AntnioManuel

daSilvaFilho,CaioCesarTourinhoMarques,MarceloSales,LeonardoMoraes,

IsabelaGalvo,DanielAndradeRangel, Tcio SpinolaGomes, LucianoLima

Figueiredo, Carolina Meneses Pontes, Leonardo Feriato, Germana Queiroz,

FernandaGonalves;CristianoChavesdeFarias;RitaBonelli;UlricoZurcher;

Ana Paula Viana; Adriana (ex-namorada, hoje esposa de Bomfim); Mrio

Delgado; Marcela Tapajs; Gustavo Heinz SchmidtWiggers; Arthur Amorim

(TRT/AL); Adriana Bina da Silveira e Srgio Luiz Gonalves (UNIFEBE,

Brusque/SC);GuilhermeLudwig,LucimarPimenteldeCastro;FbioPeriandro

de A. Hirsch; Vicente Passos Jnior; Maristela Abreu; Antnio Lago Jnior;

Felipe Rondinele; Carlos A. Zardo; Fabiana Trento; Camilo Colani; Carol

Prazeres(SoLus/MA);AdrianaRomero(DF);RodrigoCsar;GustavoPereira

daSilvaCouto;CleideCarvalho;SrgioT.Matos(SE);EmersonChavesMotta;

Noemy (Monitoria Intensivo IELF/SP); Ricardo Carvalho; Vgmo Pereira

Batista (maior colaboradorda sexta edio!);ChristianeNri;FbioSrgiodo

Amaral (IELF/SP); Gustavo Filipe B. Garcia (grande colaborador da stima

edio), Rodrigo Molaro, Fernando Ribeiro Ramos, Cludio Rolim, os

servidores das comarcas deAmlia Rodrigues, Teixeira de Freitas, Eunpolis,

Ilhus e Salvador, Lislaine Irineu (Uberaba/MG), Leandro Rangel, Marco

Aurlio Castro Jnior, Antonio Adonias Aguiar Bastos, Bruno Csar Maciel

Braga (Recife/PE), Ludmila Correia, Leonardo Grizagoridis da Silva, Gabriel

CarballoMartinez,SalominhoResed,BrunoHenriqueTenrioTaveira (Paulo

Afonso/BA),Marcelo C. F. de Negreiros, Gabriel da Silva Drumond, Audrey

JaquelinedoVale,LarcioSouza,GlauberLima,RonaldoSilva,MariaBerenice

Dias, Leonardo Vieira, Mariana Faleiro (Santo Amaro/SP), Manuella Santos,

GibranFonsecaBastos,JulianaZerbini,JohnnyWellingtonChavesdeAndrade

e Silva, Leonardo Celestino, Rodrigo Leite (Natal/RN), Altino Conceio da

Silva, Caroline Pereira (Porto Alegre), Adriano Silva de Oliveira (Natal/RN),

Danilo Raposo Lrio (Vila Velha/ES), Marlia Sacramento, Alexandre Lopes,

Lcio Flvio Holanda (Fortaleza/CE), Alysson (Braslia/DF), Srgio Matos,

Rmulo Moreira, Sebastian Mello, Maiana Pessoa; Flvio Tartuce (amigo

queridoecivilistadeinegvelbrilho),atodososespeciaisamigosdoKit-Gigi,

Marco Antonio Rodrigues, Erwin Klabunde, Ana PaulaMansur de Carvalho,

Mauro Arajo, Frederico Garcia Pinheiro, Marina Ximenes, Lueli Santos,

Juliana Corbal, RaquelMoura da Cruz Soares, Flvio Setton (Floriano/Piau),

Cludio Barbosa Bezerra (Manaus/AM), Isabela Lopes, Vanda Maranho,

Melquades Peixoto Soares Neto, Alice Kramer Iorra (Porto Alegre/RS),

Fernando Brasil (Fortaleza/CE), Ricardo Fernandes, Edson Pessanha Jnior,

Miriam Leite (Pelotas/RS), Rodrigo Leite, Miro, Juliano Quelho W. Ribeiro

(Aquidauana/MS),MarcosAvallone(MT),MiguelCalmonTeixeiradeCarvalho

Dantas(queridocomoumfilhoeomaiorcolaboradorda13 aedio),Christiano

Mota, Moacir Nascimento Junior (Natal/RN), Ana Carolina Cintra Franco,

GuilhermeFagundesNunes(Bag/RS),NyerePereira,FelipeCaleroMedeiros,

Simone Cox, Fabola Barros de Queiroz, Daniel Carnaba, Mateus Tevez

Conceio, Antonio Carlos de Miranda (aluno de Direito da Universidade

Estcio de S/MG),DanielLemos deOliveiraMattosinho,MariaLidiaBorri,

GabrielOliveira,FranciscoHupsel(astimegoesby...)etantosoutrosamigos,

colegas e alunos que estiveram presentes, em gestos, palavras e pensamentos,

nestaempreitada.

UmaReflexoSobreoNovoCdigoCivil

Todasasleisnovasexigemcomentrio,namedidadesuaimportncia.Noh

texto lmpido, a ponto de dispensar exegese. Os cdigos, sobretudo, por sua

amplitude, exigem estudo de seu sistema, mais do que anlise de suas

disposies isoladas.A viso do conjunto faculta o conhecimento da obra, na

unidade de seu esprito, evitando, ou, pelo menos, reduzindo desvios e

deturpaesnacompreensodocontexto.AsingularidadedaobradeEduardo

Espnola,OSistemanoDireitoCivilBrasileiro, teveavirtudedainterpretao

global,reduzindo,talvez,suainfluncia,aoquesedepreendedasobservaesde

OrlandoGomes, pelos vnculos ao rigor do pensamento alemo, notadamente

quantoprimeiraparte.

Emverdade,umCdigoCivil,especialmente,requerexamedesuaestrutura,

emcorrelaocomafilosofiaqueotenhainspirado,porabrangerproblemasdo

ser humano desde antes de nascer at depois da morte. Todo o complexo de

relaes jurdicas sobre a pessoa fsica nele se situa, dos direitos da

personalidade aos de ordem patrimonial. Quanto ao novo Cdigo Civil

Brasileiro, almde sua extenso, que alcana obrigaes comerciais, ainda h

que notar o nexo com a Constituio, particularmente no que concerne ao

DireitodeFamlia.extensaainter-relaocomquestesdedireitopblico.

QuandoumCdigoCivilpassaavigoraremsubstituioaoutro,decontedo

edetendnciasdiferentes,comonocasobrasileiro,maiorhdeserocuidadona

sua aplicao, consequentemente na sua exegese, para que no se confundam

instituiesdecaracteresdiversos,nemsedistingamasdamesmandolespor

localizadas em textos distintos e de pocas distanciadas.A tarefa de comparar

institutos, do texto velho e do novo, empolgante e tormentosa, porque

pressupe a cincia perfeita dos dois documentos legislativos e capacidade de

sntesenarevelaodesuasubstncia.

Na apreciao comparativa do Cdigo Civil Brasileiro de 2002 com o de

1916,otrabalhodointrpreteavultaporquehquesedistinguirentreumtexto

de sentido social e outro de tendncia individualista o Cdigo novo v o

homem, integrado na sociedade; o antigo divisou o indivduo, com seus

privilgios.

Os jovens professores baianos Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona

Filho,comacondiotambmdemagistrados,assumemaresponsabilidadede

visoampladosdoisCdigos,emestudocomparativo.

JprepararamoprimeirovolumedoNovoCursodeDireitoCivil,abrangendo

oCdigoatualeonovo,avigerdentrodeumano.Pelondicedasmatriasdo

primeirovolume,que tivemosoportunidadedeexaminar, eque seestendedas

noeselementaresdeDireito aoproblemada prescrio e decadncia, a

tarefa longaedesafiante.Revelamnimodecumpri-la,quepressupostode

aptido.Edeverdamocidadeousar.

Salvador,janeirode2002.

JosaphatMarinho

SenadordaRepblica,RelatordoProjetodoCdigoCivilnoSenadoFederal,

ProfessordaFaculdadedeDireitodaUniversidadeFederaldaBahia.

PrefcioPrimeiraEdio

Durante muitas dcadas, nada de novo foi criado em matria de obra

sistemticanocampodoDireitoCivilemnossopas.Pormuitasdcadasepor

muitas geraes, ns, os estudantes e operadores do Direito, valemo-nos dos

mesmos autores nessa matria. Autores do mais elevado nvel e obras

importantssimas,verdade,mascujosmestresnodeixaramseguidoresecujas

obras foramsendosuperadaspelaptinado tempoepelos fenmenosdanova

sociedadedofinaldosculopassadoedessealvorecerdosculoXXI.

Uma nova perspectiva se descortina doravante com a presena de umnovo

Cdigo Civil. H necessidade de um arejamento dos velhos temas e de um

renascimento dos estudos doDireito Privado, o que certamente trar interesse

aos cursos de ps-graduao, tal como ocorreu no passado, com a edio do

CdigodeProcessoCivilatual.

com o maior jbilo para as letras jurdicas nacionais que recebemos os

jovensautoresdestaobraqueencetamacaminhadapeloDireitoCivil.Dignos

representantes da nova gerao demestres de Direito Civil, ambos da Bahia,

berode tantose tantos juristas,propem-seaelaboraro trabalhoqueenglobe

todo o horizonte do novoDireitoCivil brasileiro.A obra inicial j demonstra

umamaturidadempareumalinguagemclara,quecertamentecairnogostodos

nossos estudantes e estudiosos.A limpidez e didtica do texto demonstra que,

semdvida,aparceriaestampadanacoautoriadeambososautores representa

uma perfeita identidade de ideias, aspecto nem sempre fcil de ser obtido em

obrasdessegnero.

PabloStolzeGaglianoeRodolfoPamplonaFilho,noalvordesuamaturidade

enosarroubosdesuajuventudeintelectual,lanam-sedefinitivamente,comesta

obrainaugural,nopanteodosgrandescivilistasdopas.Magistrados,sabero

sempreouviros reclamoseasnecessidadesdasociedade.Professores,sabero

sempre sentiros anseiosda juventudeemnossas escolasdeDireito.Estaobra

inicialjtraduzclaramenteessasqualidades.

Sempreenfatizamosqueoexerccioconjuntodamagistraturaedomagistrio

o melhor caminho para a obra jurdica, pois une a prtica ordenada e

necessariamenteregradadojuizcomadidticaimpostaaoprofessor.Osautores

destaobra sedestacam liminarmenteporessasvirtudes.Ademais, sohomens

deseu tempo,que julgam,ensinameescrevemparaasociedadeeomomento

histrico que os cercam. No existe nada mais injusto do que uma sentena

anacrnica, nem nada mais piegas do que um estudo abstrato, sem aplicao

prtica.Soexatamenteessesaspectosvistosdoladopositivoquedistingueme

doproeminnciaaomagistradoeaojurista.Sobesseprisma,PabloeRodolfo

j esto a divisar seus pares de um pedestal, tendo sua frente um vasto

horizonteaserdesbravado,edadeveroproferirseusensinamentosparamuitas

geraeseparagudiodosleitoresdestaobra.

SlviodeSalvoVenosa

ApresentaodaPrimeiraEdio

ODireitoCivilsemprefoiomaisimportanteramodoDireito.Constituiu--se

nocaldodeculturaonde,apartirdosculoXVIII,principalmenteporforado

Code de Napolon, na Frana, da Pandectstica, na Alemanha, que culminou

comoBurgelichesgesetzbuch,edoCodiceCivile,naItlia,oDireitoviunascer,

desenvolver-seeconsolidar-seaCinciaJurdicaatravsdeobrasnotveiscon-

substanciadas nos famosos tratados, comentrios, cursos e manuais, que se

tornaramclssicosedominaramaculturajurdicadesdeento.

At 1916, a civilstica nacional de significado, porm, resumia-se,

praticamente, aos nomes do magistral Augusto Teixeira de Freitas, do

inesquecvel Lafayette Pereira e de alguns outros poucos, como Carlos de

Carvalho(NovaConsolidaodasLeisCivis),que,noentanto,noproduziram

obrasdoutrinriasdeimportncia 1,excetoLafayette,queescreveuospreciosos

DireitodeFamliaeDireitodasCousas.

Como ocorrera na Europa, o advento do Cdigo Civil gerou efervescente

movimento cultural, que se traduziu em tratados e comentrios de valor

inestimvel,comooManualdoCdigoCivil,dePaulodeLacerda,obracoletiva

de que participaram os mais ilustres civilistas ptrios, osComentrios de A.

Ferreira Coelho, infelizmente inacabados, de Carvalho Santos e de Clvis

Bevilqua,oTratadoeoSistemadeEduardoEspnola,aobradeM.I.Carvalho

deMendona,dentremuitosoutros 2.

Apartirdemeadosdosculopassado,noentanto,aforaomagnficoTratado

deDireitoPrivadodePontesdeMiranda,cujaobra,emseuconjunto,constitui

ummarco insupervel na cincia jurdicamundial, e os trabalhos, semdvida

notveis, de Orlando Gomes, Caio Mrio da Silva Pereira, Miguel Maria de

SerpaLopes,WashingtondeBarrosMonteiro,SilvioRodrigues,MariaHelena

Diniz,lvaroVillaa,LimongiFrana,ArnoldoWald,AntonioChavese,mais

recentemente, de Slvio de SalvoVenosa3, dentre alguns outros poucos, estes

consubstanciadosemcursos,portanto,decunhopreponderantementedidtico(o

que no lhes empana o valor cultural), quase nada se h publicado que tenha

cuidadodoDireitoCivilemsuaplenitude.Apesardovalorinegveldealgumas

obrasedaimportnciadealgunsjuristas,oquefoiproduzidonessesanos,que

no tem sidomuito4, se tem limitado ou a estudosmonogrficos sobre certos

temas ou voltados a reas especficas do Direito Civil, mais notadamente o

DireitodeFamlia,comonaturalconsequnciadarevoluohavidanessecampo

emrazo,principalmente,masnosomente,daConstituiode1988.

Essarealidadeserveparadarprocednciaafirmativa,atribudaaoMinistro

JosCarlosMoreiraAlves, emrito cultordoDireitoCivil, dequecivilista

uma espcie em extino e confirmar a grande verdade de que a Cincia do

DireitoCivilestestagnada.

Esse fenmeno, aoquenosparece, temsuas razes,principalmente, em trs

fatores,asaber:

a) em primeiro lugar, o ser um civilista, em face da amplitude do

conhecimento abrangido pelo Direito Civil, que regula a vida humana desde

antes de sua concepo e at alm de sua morte, nos mnimos atos de sua

existncia, impequeo jurista domineo contedode todas asmatrias queo

enchem, em razo do inter-relacionamento essencial que existe entre elas. O

civilistajumespecialista,noumgeneralista,demodoqueaespecializao

emalgumareaespecficadoDireitoCivilexigeodomniodotodo.Emais:ser

verdadeiro civilista implica, hoje, a necessidade de ser processualista e

constitucionalista. Pode-se ser constitucionalista sem ser um civilista; pode-se,

at,serumprocessualistacivil(masoser,certamente,incompleto)semserum

civilista, mas o inverso , em rigor, inadmissvel. Por isso, pelo tamanho da

tarefa,oDireitoCivilafugentaosespritosinquietos,imediatistas,porqueexige

persistncia,pertinazelongadedicaoaoseuestudo;

b) depois, consolidando uma tendncia que se iniciara no ltimo quartel do

sculoXIX,odesenvolvimentoderamosvriosdaCinciadoDireito,atento

incipientes,comooDireitoConstitucional,oDireitoAdministrativoeoDireito

Processual Civil, que atraiu para seu culto espritos notveis, que antes,

certamente,estariammourejandomessedoDireitoCivil;

c) finalmente,comoaexperinciahistrica temdemonstrado,as renovaes

sofridaspelodireitopositivoestimulameimpulsionamotrabalhocientficodos

juristas, consoante anotamos antes. No Brasil, inegvel que vivemos um

perododemarasmolegislativonareadoDireitoCivil,seconsiderarmoscomo

nelaincludosapenasosinstitutostratadosnoCdigoCivil.Praticamente,nada

derelevanteocorreu,senonoDireitodeFamliaemdecorrnciadasinovaes

levadasaefeitopeloConstituintede1988,oqueparececomprovaraobservao

acima.Pordecisodolegislador(talvezpelaerrneavisodequeoDireitoCivil

estaria ultrapassado e esclerosado, constituindo uma estrutura fechada nos

institutos reguladosnoCdigoCivil, por isso infensomodernizao), alguns

temas prprios dele tiveram tratamento legislativo autnomo, com duas

consequncias relevantes: (a) estimularam o estudo desses temas como se

fossem novos ramos do Direito e (b) criaram regulamentos diferentes para

situaessemelhantes.Exemplo:CdigodeDefesadoConsumidoreEstatutoda

CrianaedoAdolescente.

Nessepanorama,semdvidasombrio,surgeumdadoque talvezvenhaase

tornar em fator de sua transformao: a promulgao de outro Cdigo Civil.

DizemostalvezporqueesseCdigoCivilmaispareceserumclonedoCdigo

de 1916: j nasce envelhecido. No encarna um esprito novo; no reflete as

realidadesdavidasocialhodierna;desatentoaosavanosdacincia;notraz

novidades; as poucas inovaes que incorporou, quase todas, so velhas em

outrossistemas jurdicos;deixasemsoluocrnicosproblemasqueaCincia

doDireitoCivilvemapontandodesdelongotempo.

Noentanto,devemosesperarquesirvadeestmuloretomadadacivilstica,

criando um clima propcio ao surgimento de uma nova literatura jurdica

centrada,nonabuscaservildeapenasexplicitaramenslegis,opensamentodo

legislador,mas voltada construo de uma doutrina crtica capaz de edificar

uma estrutura jurdica que atenda as necessidades da comunidade: um novo

DireitoCivil.

Eessaesperanadespontacomorealidadenestaobraqueessesdoisjovense

brilhantes professores baianos, Pablo Stolze Gagliano eRodolfo Pamplona

Filho, trazemalume,analisandooDireitoCiviljsobaticadonovoCdigo

Civil,antecipando-seatodaadoutrinaque,certamente,deletratar.

Osautores,nalinhadamelhortradiodosexponenciaiscivilistasdaBahia,

comoAugustoTeixeiradeFreitaseOrlandoGomes,tratamdamatriademodo

inteligente e inovador. Desenvolvem mtodo expositivo moderno, atual, que

combinaavetustatradioquevemdoenormeresduodoCdigoCivilde1916

presentenanovaLegislaoCivilcomassuasnovidadesnelaadotadas,istocom

aquela viso crtica que caracteriza os bons espritos. A linguagem clara,

pertinente, simples, sem, contudo, ser banal ou vulgar, e direta, sem

complicaes desnecessrias e vs, que apenas dificultam o entendimento dos

temas. Essas clareza e simplicidade em nada deslustram o valor cientfico da

obra,comopoderiapareceraosmenosdesavisadosouaosftuosqueconfundem

cinciacomempolao;aocontrrio,demonstramaerudiodosautoreseseu

domniosobreaquilodequecuidam.

Omaisimportante:nosetratadeumaobraqueapenasfazressoaropinies

doutrinriaspostasecristalizadas,masserevelaemumtrabalhodecriaoque,

noentanto,nosefurtaadmissodoquehdebomnadoutrinasedimentada.

AoquenospareceesteNovoCursodeDireitoCivilirconstituir-seemuma

contribuio significativa e pioneira ao renascimento da civilstica brasileira,

repetindo o caminho de Teixeira de Freitas, que, sem dvida, foi seu grande

fundador.

PontaVerde,emMacei,janeirode2002.

MarcosBernardesdeMello

ProfessordeDireitoCivildaUniversidadeFederaldeAlagoasMembrodo

InstitutoBrasileirodosAdvogados

NotadosAutoresDcimaNonaEdio

Oanode2017prometeserummarcoemnossasvidas!

Nessa data, completaremos 15 (quinze) anos da estreia deste volume, o

primognitodeumaprofcuaparceria.

Comefeito,maisdoquecolegas,tornamo-nosamigos.

Maisdoqueamigos,tornamo-nosirmos.

E,nessafraternidade,vriosfrutosforamgerados.

Atomomento,lanamos,juntos,8(oito)obras,asaber,7volumes/tomosdo

nossoNovoCursodeDireitoCivil(ParteGeral,Obrigaes,Responsabilidade

civil, Teoria geral dos contratos, Contratos em espcie, Direito de famlia e

Sucesses), e uma obra apartada, O Novo Divrcio, publicada quando da

promulgaodaEmendaConstitucionaln.66.

Masessafraternidadecontinuaaproduzirnovosresultados!

Justamente nesse ano em que debutamos, ao completar 3 lustros de

publicaes,voc,amigoleitor,queganharopresente.

Almdahabitualededicadarevisoeatualizaodotextodestanovaedio,

com imensa honra anunciamos que, nesse ano, temos tambm a previso de

lanardoisnovosfilhos.

O primeiro o volume 5 da coleo, inteiramente dedicado ao estudo dos

DireitosReais, que j est sendo ultimado nomomento em que se redigem

estaslinhas.

Osegundoaproladanossaproduo:umManualdeDireitoCivil,como

cursocompletodadisciplina,quefacilitaraconsultarpidadenossosamigos

leitoresemumnicovolume,abrangendotodososramosdoDireitoCivil,com

precisotcnica.

Eumfilhonoconcorrercomooutro.

OManual ter a caracterstica da consulta rpida, condensada, enquanto os

tomos do Novo Curso de Direito Civil tero cortes epistemolgicos bem

direcionadossdisciplinasespecficas,comoaprofundamentodequestesque

nosopossveisemumaobradaenvergaduradovolumenico.

Um complementando o outro, sem tomar o seu espao, como devem se

comportarmembrosdeumamesmafamlia.

Nessanovafasedenossasvidas,rendemoshomenagensavoc,queridoleitor,

portodooapoioecarinhodemonstrados.

Reiteramos nosso pedido para que nos ajude a cumprir nosso permanente

compromissodehonraramissodeensinaronovoDireitoCivilbrasileirocom

profundidade, objetividade e leveza. Por isso, continuamos sempre abertos a

toda e qualquer sugesto de aperfeioamento, que pode nos ser enviada pelos

nossose-mailspessoais,aquidivulgados.

Essasaudvelinteraovirtualtemnosfeitomuitobem(eaumentado,acada

edio,alistadeagradecimentos...).

Muitoobrigadoportudo!

ComDeus,sempre!

Salvador,novembrode2016.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

Visitenossossites:www.pablostolze.com.bre

www.rodolfopamplonafilho.com.br

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NotadosAutoresDcimaOitavaEdio

Anualmente, a cada nova edio da obra, temos feito cuidadosa reviso e

atualizaodotexto.

Muitasvezes,realizamostambmampliaes,incorporandonovasreflexese

dissecandoinstitutosantesnoabordados.

Todavia, oque fizemos,destavez, comestaobra, que agora entregamosao

nossoqueridopblicoleitor,foimuitomaisdoqueisso...

De fato, o ano de 2015 mostrou-se profcuo em matria de produo

legislativa.

O advento de um novo Cdigo de Processo Civil, no dilogo das fontes,

afetouprofundamenteaspectosdaleimaterialcodificada.

Ademais,novosdiplomascomo,a ttulomeramenteexemplificativo,anova

disciplinanormativadotrabalhodomstico(LeiComplementarn.150,de1.-6-

2015) e o Estatuto da Pessoa com Deficincia (Lei n. 13.146, de 6-7-2015),

revogaramexpressamentepreceitoslegislativosdoCdigoCivilbrasileiroeda

legislao complementar, exigindo novo esforo intelectual para

(res)sistematizaracompreensoeoensinodetradicionaisinstitutoscivis.

Assim,pode-sedizer, semexagero, que estevolumenopassou apenaspor

uma abrangente reviso, ampliao e atualizao, mas, sim, foi praticamente

reescrito.

Nestenovonascimento,renovamostambmonossocompromissodemanter

esta misso de ensinar o novo Direito Civil brasileiro com profundidade,

objetividade e leveza, sempre abertos a toda e qualquer sugesto de

aperfeioamento, pelo que informamos nossos atuais e-mails e sites para a

saudvelinteraovirtual.

Muitoobrigadoportodooapoioquevoc,queridoleitor,nosproporciona!

ComDeus,sempre!

Salvador,dezembrode2015.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

Visiteossites:www.pablostolze.com.bre

www.rodolfopamplonafilho.blogspot.com

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NotadosAutoresDcimaQuartaEdio

Aprimeiraediodesteprimeirovolumefoipublicadaemmarode2002.

Parecequefoiontem...

Fizemos o lanamento oficial em um grande congresso realizado em

Salvador/BA,nodia3deabrilde2002,e,naquelemomento,percebemosque

estvamos diante de algo maravilhoso, que uniria indelevelmente as nossas

vidas,comoumsmbolodeumafraternidadeinabalvel.

Olivrosaiudocontrole...eraumafrasequerepetamosumparaooutro,de

formareiterada,aoconstataroxitodanossamodestaempreitada.

Em agosto de 2011, menos de 10 anos da estreia deste que costumamos

chamar de nosso primognito, estamos redigindo estas linhas com uma

emoorenovada.

Vemosqueessaprofcuaparceriagerousetelivrosevriosartigosdegrande

repercusso.

Alcanamosmentes e almas em todo o pas, seja pessoalmente, seja por e-

mailsounocontatopormeiodenossossiteeblog.

Crescemoscomosereshumanos,experimentandonovassensaesemnosso

convviofamiliar,acadmicoeprofissional.

Mantivemoso nosso coraode estudante aberto para tudo o que nos foi

ofertado, nunca fechando nossos horizontes para a pesquisa e o renovar do

debateedoaprendizado,emcursosnoBrasilenoexterior.

Nesta nova edio, revista, ampliada e atualizada, revisamos tpicos,

esclarecendo e sanando as inevitveis imperfeies decorrentes da falibilidade

humanaoudamodificaonormativa.

Registramos, mais uma vez, o nosso agradecimento sincero pela interao

comosleitores,dasmaisdiversasformaspossveis(salasdeaula,congressos,e-

mails, redes sociais etc.). Tal contato permite uma atualizao e um

aperfeioamentoconstantedaobra,motivospelosquaissempreinserimosnovos

nomesnosagradecimentosdolivro.

Destaforma,renovamosebuscamoscumprironossocompromissopblicode

respeitoaosestudiososdoDireitoCivilbrasileiro.

Muitoobrigadoportudo,aDeuseavoc,amigo(a)leitor(a)!

Salvador,agostode2011.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

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NotadosAutoresDcimaSegundaEdio

Oltimoanoquevivemosfoirepletodegrandesemoes.

Com efeito, se iniciamos a redao do volume VII (Direito de Famlia),

destacoleo,comonimodecompletar,omaisrpidopossvel,anossaobra,

tambmtivemosimensosoutrosdesafiosquenostomaram,sobremaneira,todoo

tempolivre.

Do ponto de vista profissional, reorganizamos nossas agendas, permitindo

estabelecer novos contatos com queridos novos amigos em todos os rinces

desteBrasilcontinental.

Realizamos cursos fora doEstado e doPas, buscando abrir, aindamais, os

horizontes, o que tem sido uma experincia enriquecedora, inclusive para este

livro.

Se problemas pessoais, notadamente de sade na famlia, tambm nos

atacaram, sentimos, por outro lado, um forte intercmbio de energias, com as

maravilhosascorrentesdeorao,pensamentopositivoesolidariedade,quenos

fizeram,quaseliteralmente,renascerdascinzas.

Ecomesteespritorenovadoquetemosahonraeoprazerdeapresentarao

nossofielpblicoleitorasnovasediesdonossoNovoCursodeDireitoCivil,

a saber, a dcima segunda edio do vol. I (Parte Geral), dcima primeira

edio do vol. II (Obrigaes), oitava edio do vol. I (Responsabilidade

Civil),sextaediodovol.IV,tomo1(TeoriaGeraldosContratos)eterceira

ediodovol.IV,tomo2(ContratosemEspcie).

Esperamos,emCristo,terminaronovorebentodestaprofcuaparceriaainda

noanoemcurso.

E,maisumavez,aproveitamosaoportunidadeparaagradecer.

Agradecero carinhocomque somos recebidos em todosos lugares emque

palestramosouministramosaulas.

Agradeceroapoioemtodososmomentos,alegresoudifceis,quepassamos

recentemente.

Agradecer, sempre, a interao mantida com os leitores, seja no contato

pessoalnassalasdeaula,corredoresoucongressos;sejapelaimensaquantidade

demensagenseletrnicasrecebidasdiariamente.

Comoafirmamosanteriormente,deformapblica,estecompartilhardeideias

acaba transformando nossos leitores em coautores virtuais da obra, motivo

pelo qual sempre temos ampliado o rol de agradecimentos de cada edio de

todos os volumes, inserindo os nomes daqueles que trouxeram contribuies

paraolapidardaobra.

Receba,voc,amigoleitor,onossosinceroecarinhosoabrao!

Salvador,julhode2009.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

Visiteossites:www.pablostolze.com.br

www.unifacs.br/revistajuridica

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NotadosAutoresDcimaPrimeiraEdio

CostumamoschamarestevolumeI,dedicadoParteGeraldoDireitoCivil,

denossoprimognito.

De fato, trata-se do primeiro fruto de uma profcua parceria, que j rendeu

cinco livros publicados, estando no prelo a sexta produo, a saber, o volume

VII,quetratadoDireitodeFamlia.

Nestespoucomaisdecincoanos,constatamos,felizes,aamplaaceitaoque

a obra alcanou perante a comunidade jurdica, sendo esta dcima primeira

edio (sem contar com algumas reimpresses), para ns, uma verdadeira

bnoquejamaiscogitvamosoriginalmente.

Por isso, sejam as nossas primeiras palavras sempre de humilde

agradecimentoaestefielpblicoleitor,peloprestgioquetemdedicadonossa

obra.

Nesta nova edio, inteiramente revista, ampliada e atualizada, revisamos

vrios tpicos, buscando esclarecer posicionamentos e sanar inevitveis

imperfeiesdecorrentesdafalibilidadehumanaoudamodificaolegislativa.

O agradecimento sincero pela interao com os leitores, das mais diversas

formaspossveis(salasdeaula,congressos,e-mailsetc.)nopodedeixardeser

registrado,pois, cadavezmais,vislumbramos tal contatocomoumverdadeiro

compartilhardecoautoria,oqueregistrado,sempre,nosagradecimentos(cada

vezmaiores!)constantesnaobra.

Assim,esperamosrenovarecumprironossopblicocompromissoderespeito

aosestudiososdoDireitoCivilbrasileiro,desdeaquelesqueseiniciamnaseara

jurdica at os mais aprofundados pensadores da nova viso da civilstica

brasileira.

Umabrao!

FiquemcomDeus!

Salvador,agostode2008.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

Visiteossites:www.pablostolze.com.brewww.unifacs.br/revistajuridica

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NotadosAutoresNonaEdio

Agradecemos,maisumavez,aonosso fielpblico leitor,peloprestgioque

temdedicadonossaobra.

De fato, chegar nona edio, comvrias reimpresses, empoucomais de

quatroanosdolanamentooriginaldaobra,umsonhoquenoousvamoster.

Nesta nova fornada, acrescentamos novos exemplos e aperfeioamos

comentriosanteriormentedesenvolvidos,semprecomofitoderetribuir,coma

obraomaisatualizadapossvel,oimensocarinhocomquetemossidobrindados

emtodooterritrionacional.

Assim,esperamoscumprironossocompromissoderespeitoaosestudiososdo

Direito Civil brasileiro, desde aqueles que se iniciam na seara jurdica at os

maisaprofundadospensadoresdanovavisodacivilsticabrasileira.

Aproveitamos a oportunidade para confirmar que estamos, finalmente,

ultimandoo tomo2donossovolumeIV,dedicadoaoestudodoscontratosem

espcie,rogandoaDeusqueeletenhaamesmaaceitaocomqueseusirmos

maisvelhostmsidoacolhidos,notadamenteesteprimognito.

Salvador,novembrode2006.

PabloStolzeGagliano

mailto:[email protected]

RodolfoPamplonaFilho

mailto:[email protected]

NotadosAutoresStimaEdio

Oritmoalucinantequetemosimprimidoemnossasvidastemsidoumdesafio

paraamanutenodaatualizaodestaobra.

Graas ao bom Deus, porm, temos sobrepujado tais obstculos e, mesmo

com a presso para entregar os originais o mais rpido possvel, procuramos

manteracoernciade somenteencaminh-loscomacertezadequenosso fiel

pblico leitor ter, em suas mos, um volume realmente revisto, ampliado e

atualizado.

Para esta stima edio, encomendada j h algum tempo (dado o rpido

esgotamentodasextafornada),fizemosgrandesmudanas,mesmocomparando

comasoportunidadesanteriores.

Comefeito,abrimosumnovotpico,acolhendosugestodenossosleitores,

sobre os princpios norteadores do novo Cdigo Civil, matria de que j

falvamos, com frequncia, em aulas e conferncias,mas que ainda no tinha

sidopornstratadanestaobra.

Procedemos atualizao e ampliao da jurisprudncia, inclusive com

meno a novas decises e smulas do Supremo Tribunal Federal e Superior

TribunaldeJustia.

A legislao foi tambm atualizada, principalmente no que diz respeito aos

efeitos,paraostemasaquitratados,daEmendaConstitucionaln.46,bemcomo

dasLeisordinriasn.11.101/2005,11.106/2005,11.107/2005e11.127/2005.

Alm de incorporar novas reflexes sobre pontos desenvolvidos, fizemos

profunda reviso de toda a redao, acolhendo as correes apontadas pelos

prpriosleitores,sejaemsaladeaula,sejapore-mail.

Por isso,mais uma vez, somente nos cabe encerrar estas palavras ao nosso

leitor como sentimento de gratido pela preferncia, na certeza de que novas

amizadesseformarocomtodoocarinhorecebidoeretribudo.

Salvador,novembrode2005.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

mailto:[email protected]:[email protected]

NotadosAutoresSextaEdio

Maisumavez,apresentamosaonossofielpblicoleitorumanovaediodo

nossoprimognito,ovolumeI(ParteGeral)daobraconjuntaNovoCursode

DireitoCivil,daSaraiva.

Chegar6.edioempoucomenosdetrsanosnospermitereconheceruma

mdiaglobaldeumanovaedioacadaseismeses,oquesemostraumabno

inacreditvelparaapropostaoriginaldolivro.

Assim sendo, para honrar esta fidelidade dos amigos que conquistamos em

todooPas, fizemosquestodeproceder comumanovaprofunda reviso em

todo o texto da obra, aperfeioando os inevitveis equvocos de reviso, de

formaatentarlev-laomaisprximopossveldainatingvelperfeio.

Nesse aspecto, tambm tivemos a maravilhosa ajuda dos prprios leitores,

que, pessoalmente ou por e-mail (aqui novamente disponibilizados a todos os

interessados), mandaram-nos observaes que, aps verificadas e analisadas,

foram incorporadas ao texto do livro. Registrar seus nomes na parte de

agradecimentos do livro , mais do que um reconhecimento, um preito de

profundajustia.

Damesma forma, atualizamosamplamenteo livro, em funodeprofundas

alteraesnodireitopositivobrasileiro.Defato,vriasemendasconstitucionais,

includa a recentssima reforma do Judicirio, impuseram modificaes em

exemploserefernciasnotextodaobra.Almdisso,normasinfraconstitucionais

trouxeram mudanas significativas em alguns trechos, o que fez com que a

atualizao no fosse suficiente, sendo necessria a adaptao da obra, para

ampliaodetemasoutroraabordadosdeformamaissimplificada.

E,nessalinhadeampliao,constatamosqueaobratambmfoiincrementada

comEnunciadosdasJornadasdeDireitoCivildaJustiaFederal,referentesaos

temasaquiabordados,bemcomocomsensveldesdobramentodoscaptulosde

pessoa natural (vide tpicos sobre capacidade, nascituro e nome); direitos da

personalidade;pessoajurdica(confiram-senovosargumentosnostpicossobre

organizaes religiosas, partidos polticos, representao da pessoa jurdica e,

emespecial,sobreadesconsideraodapersonalidadejurdica,aquienfrentada,

ainda,delegeferenda,emcomentriosaoprojetodeleiquevisaadisciplinara

suaaplicaojudicial);ebensjurdicos(napartedebemdefamlia).

Como se no bastasse, acrescentamos farta e ilustrativa jurisprudncia, j

produzida sob a gide da nova codificao civil, de forma a disponibilizar ao

consulenteamaisatualizadaeabalizadarefernciajurisprudencialquesepode

encontrar em ummanual de Direito Civil, incluindo-se, ademais, decises do

STF, at mesmo na polmica questo da autorizao do aborto nos casos de

anencefalia.

Alm disso tudo, fizemos questo de citar ou referenciar importantssimas

novasobrasdoutrinrias, lanadasapsa1.ediodestevolume,prestigiando

todosaquelesquesetmdebruadosobreanovacodificaocivil,encaradasob

omanto domacroprincpio constitucional de proteo da dignidade da pessoa

humana.

Enessalinhaquepretendemoscontinuarlutando.

QueoSenhor Jesus seja semprea luzeonorteparaaconcretizaodesses

ideaisdePazeJustiaSocial.

Salvador,fevereirode2005.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

mailto:[email protected]:[email protected]

NotadosAutoresQuintaEdio

Estar redigindo esta nota , para ns, a concretizao de um sonho quase

impossvel.

De fato, ter encomendada uma quinta edio, commenos de dois anos de

lanadoolivro,umaproezaquejamaisimaginvamosquando,humildemente,

concebemosaideiadesteNovoCursodeDireitoCivil.

Areceptividadedaobrafoitamanhaqueestamosaprepararestesoriginais,ao

mesmo tempo em que o eficiente Luiz Roberto Curia, Gerente de Produo

Editorial Jurdico, pressiona-nos para informar que os segundos e terceiros

volumestambmestoademandarnovastiragensouedies.

Nonosdemoraremos,porm,nestanota.

Sua funo to s registrar publicamente, mais uma vez, o nosso

agradecimento a tantos quantos se identificaram com a proposta acadmica

lanada,apresentandosugestesdeaperfeioamentoousimplesmente trocando

uma palavra amiga, pessoal ou virtualmente, com o uso das maravilhas da

informtica.

Porisso,emrespeitoaessepblicotogenerosoefiel,preferimosolaborioso

caminhodanovaeditoraodoqueocmodorecursodareimpresso,revisando

totalmente a obra, buscando corrigir as imperfeies materiais apontadas e

renovandoajurisprudnciaselecionada,paraquefossemantidovivoointeresse

pelaconsultadanovaedio.

Reiteramosa afirmao, dita e redita emnotas anteriores, deque estamos

disposio para debater absolutamente todas as ideias aqui sustentadas, sem

qualquervaidade intelectualnocivaquenos impeadeeventualmente rev-las,

poisoestudodoDireitoumprocessodecrescimentointelectualquesomente

fazsentidonumarelaodialticaentretodososinteressados.

Emboracadadiamaisatarefadoscomnossasatividadesnamagistraturaeno

magistrio,ambasvocaesesacerdciosaquenosdedicamosdecorpoealma,

temosbuscadomanteremdiaonossocontatocom todososquesedispema

acreditar em um novo Direito Civil brasileiro, motivo pelo qual nossos

endereos eletrnicos esto, aqui, mais uma vez, disponibilizados ao nosso

pblico.

Equeessabnodefazeroqueseamaeamaroquesefazcontinuesendo

derramadaemnossasvidas,pelaGraaincomensurveldeNossoSenhor.

Salvador,novembrode2003.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

Visiteosite:www.pablostolze.com.br

mailto:[email protected]:[email protected]://www.pablostolze.com.br

NotadosAutoresTerceiraEdio

Escrever esta nota motivo de grande emoo pessoal e maior satisfao

intelectual.

QuandoLuizRobertoCuria,GerentedeProduoEditorialJurdico,nosligou

para informar que a segunda edio deste primeiro volume j estava se

esgotandoequehavia anecessidadede fazer, pelomenos, umanova tiragem,

demoramos alguns momentos para compreender o significado daquilo. Na

linguagemdocotidiano,afichademorouparacair...

Defato, terdeprovidenciaruma terceiraedioemcercadenovemesesde

lanado o livro era algo absolutamente inesperado para quem, inicialmente,

apenas pretendia expor seus posicionamentos pessoais sobre o Direito Civil

brasileiro.

Asatisfaointelectual,porm,eraaindamaiordoqueaemoo,poisvimos

que a receptividade da obra era fruto, em verdade, de uma crescente

identificaocomapropostaacadmica lanada:escreverumcursodeDireito

Civil para a modernidade, com apuro tcnico, mas, simultaneamente, em

linguagemacessvel e atual, abusando, senecessrio, de exemplos concretos e

palatveis para a compreenso do pblico leitor, sem a repetio dosmesmos

casosvistosnastradicionaisfonteseuropeias.

Como j costumamos dizer um para o outro em certo momento e

confessamosnanotadasegundaedioolivroperdeuocontrole,tornando-

seumarefernciaemrincesquenoimaginvamosalcanar.

Porisso,mesmoestandoaindatopertodaedioinicial,preferimosorduo

caminhodanovaeditoraodoqueofcilrecursodareimpresso,poisnonos

soaria respeitoso com todos aqueles que entraram em contato conosco,

pessoalmenteoupelainternet,paraelogiar,darsugesteseapontartpicospara

oaperfeioamento.

Esta nova edio vem, portanto, totalmente revisada, buscando corrigir

imperfeiesmateriais encontradas s no erra quem absolutamente no faz

nada(ea,errapelaomisso...)eaperfeioandoalgumasoutraspartescomo

intuitodesatisfazertodosaquelesquenosprestigiaram.

Continuamos inteiramente disposio para debater as ideias aqui

sustentadas,inclusiveparaeventualmenterevis-las,numprocessodialticoque,

honestamente, jamais esperamos que tenha fim. Por isso, nossos endereos

eletrnicos so, aqui,maisumavezdivulgados, paraquepossamos alcanar a

finalidadeaquenospropomos.

E que a bno da amizade, derramada pela Graa de Nosso Senhor Jesus

Cristo,continuenosimpulsionandonalutapelaconstruodeummundoque,se

nuncaserperfeito,sempreestarnabuscadaperfeio...

Salvador,janeirode2003.

PabloStolzeGagliano

mailto:[email protected]

RodolfoPamplonaFilho

mailto:[email protected]

NotadosAutoresSegundaEdio

Foi com grande prazer e honra que recebemos a comunicao da Editora

Saraiva,atravsdeseudiligentediretorDr.AntonioLuizdeToledoPinto, que

eranecessriaapreparaodosoriginaisdasegundaediodoprimeirovolume

donossoNovoCursodeDireitoCivil.

Oprazerdecorredeumasatisfaopaternal,perfeitamentecompreensvel,em

funodosucessodaprimeiraedio.Lanadaemabril/2002,todaatiragemfoi

esgotada em poucos meses, o que, mesmo conscientes do esforo hercleo

desempenhado,foialgoinesperadoparadoisjovensprofessoresdeDireitoCivil.

Como falvamos um para o outro em certo momento, o nosso livro teria

perdido o controle, tornando-se uma referncia em rinces que no

imaginvamosalcanar.

A honra, porm, fruto da imensa aceitao que a obra alcanou nomeio

acadmico (graduao e ps) e, em especial, entre os concursandos de todo o

Pas,paraosquaisacoleotambmfoipropositalmentepensada.Denorteasul

do Brasil, juntos ou individualmente, expusemos nossos posicionamentos

doutrinrios, sempre com muita simplicidade, ganhando novos amigos e

companheirosdeideais.

Quase diariamente temos recebido mensagens de congratulaes e tambm

algumassugestesparaoaperfeioamentodaobra.

Nossosendereoseletrnicos,aquinovamentedivulgados,estodisposio

de todos os que quiserem compartilhar conosco o sonho de um estudo mais

humanoedignodoDireitoCivilbrasileiro.

Paraestasegundaedio,almderevisartodootexto,aperfeioando-o(uma

redao nunca ser perfeita para seu autor), aproveitamos para inserir

comentriosaoProjetodeLein.6.960/2002,deiniciativadoDeputadoRicardo

Fiuza,quejpretendeamodificaodonovoCdigoCivil,antesmesmodesua

entradaemvigor.

Mantivemos,porm,ostextosdospadrinhosdaobra,JosaphatMarinho,cuja

mensagempessoaldeencmiostornou-seanotadeaberturadaobra(comoum

talism a iluminar o caminho a ser percorrido),Milton Tavares, nosso mestre

baiano de Direito Civil, com seu carinhoso texto na orelha do livro, e os

ilustres amigos e professores Slvio de Salvo Venosa eMarcos Bernardes de

Mello, quenoshomenagearam,de formabastante significativa, coma redao

doprefcioeapresentao,respectivamente.

EqueJesuscontinueabenoandotodosaquelesqueacreditamquepossvel

construirumnovoperfildoprofissionaldoDireito,maisprximodocidadoe

darealizaodeummundomelhorparaservivido...

Salvador,julhode2002.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

mailto:[email protected]:[email protected]

NotadosAutoresPrimeiraEdio

Apresenteobra,simultaneamente,arealizaodeumsonhoconjuntoeum

atoextremodeousadia.

Paraentenderessaafirmao,precisoconhecerumpoucoanossahistriade

vida.

Contemporneos do curso de graduao (apenas trs anos nos separavam),

tornamo-noscolegasdesaladeaulanocursodeespecializaoemDireitoCivil

da Fundao Faculdade de Direito da UFBA, coordenado pelo reputadssimo

Prof.Milton Tavares, mestre de geraes (que redigiu, para nosso gudio, a

orelhadestelivro).

Naquelapoca,jnutramosumarecprocaadmiraopessoal,comevidente

identificao ideolgica e de convico crist. Ademais, vamos, de forma

bastanteclara,comonossashistriasseassemelhavam,aexemplododespertar

precocedavocaoparaomagistriosuperioreoexercciodamagistraturano

verdordepoucomaisdequatrolustrosdevida.

Um projeto conjunto no campo do Direito Civil como um smbolo perene

dessacrescenteamizadeeraaideiamaispresenteemtodososnossoscontatos.

Contudo,sempreachvamosqueeranecessrioaguardaromomentoadequado

para seu desenvolvimento, com a maturao das reflexes dogmticas e a

prpria evoluo e consolidao da nossa postura como atores de uma nova

formadetransmitirtoimportanteramodoDireito.

A oportunidade chegou com a acelerao do trmite do projeto do novo

CdigoCivilbrasileiro,relatado,noSenado,porumdosbaluartesdomagistrio

jurdicobaiano,oSenadoreProfessorJosaphatMarinho,que,aposteriori,nos

honroucomumamensagempessoaldeencmios(quedecidimoscolocarcomo

aaberturadaobra,comoumtalismailuminarocaminhoaserpercorrido).

Trata-se,comcerteza,deumalongatrajetria.

Aousadiadotrabalhoressaltadanoinciodestanotaestjustamenteem

fazer uma obra indita, j com a perspectiva do novel Cdigo Civil sem

descurar da legislao anterior, cujos institutos ainda sero aplicados por um

bomtempo,abrangendotodososnovos(evelhos)camposrelacionadoscoma

suaedio.

Para isso, a proposta dividi-la em oito tomos, a saber, Parte Geral (I),

Obrigaes (II), Responsabilidade Civil (III), Contratos (IV), Direito de

Empresa (V),Direito das Coisas (VI),Direito de Famlia (VII) e Sucesses

(VIII).

No pretendemos, todavia, simplesmente compilar o pensamento alheio e

adapt-lonovalegislao.Aproposta,emverdade,trazeranossavisosobre

amatria,semreceiodetomarposicionamentospessoaisporvezespolmicosno

corpodaobra,apontandosempre,porm,osentendimentosdivergentesdeforma

a instigar a dialtica. Sabemos que nem sempre o posicionamento adotado

jurisprudencialmente coincide com o nosso, mas apontar, em tese, qual , na

nossacompreenso,onorteaserseguidoumdeverdecoernciaehonestidade

intelectual.

Observamosqueumadas finalidadesmaisdesafiantesdestaobraabranger

tantooCdigoCivilde1916quantoanovalegislao,servindotantoparaseu

perodo de vacatio legis quanto para o vigor pleno. Para isso, sempre que

necessrio, fizemos remisses entre parnteses aos artigos equivalentes um ao

outro, no significando, obviamente, que tenhamomesmo contedo,mas sim

apenasumacorrespondncia.

Como o objetivo tambm uma celebrao de amizade, cuja felicidade e

entusiasmocontagianteparaaquelesquenoscercam,noestranheoleitorse,

emalgumdosvolumesvindouros,novosnomesvieremaseagregaraoncleo-

baseoriginal,umavezquenopretendeseraobramanifestaodevaidade,mas

sim uma contribuio efetiva ainda que modesta, pelas nossas prprias

limitaesaoestudodoDireitoCivilbrasileiro.

Para edit-la, tivemos o apoio de diversos amigos. Nome-los, um a um,

poderia gerar injustias pela eventual omisso, dado o nmero to grande de

manifestaesdecarinhoeincentivoquetivemosnosltimostempos.Porisso,

para simboliz-los, como um preito de profunda gratido, registramos nossos

agradecimentosaosProfs.SlviodeSalvoVenosaeMarcosBernardesdeMello,

padrinhosdesteprimeirovolume,quenoshomenagearam,deformabastante

significativa,comaredaodoprefcioeapresentao,respectivamente.

Nonos alongaremosmais.horadeo leitor verificar senosso intento foi

alcanado.Colocamo-nos,porisso,disposiodetodososinteressadosparaa

discusso,aprofundamentoemesmorevisodepontosaquidefendidos.Afinal

decontas,quemnuncamudadeopinioporquesimplesmentenotemopinio

adar...

Salvador,janeirode2002.

PabloStolzeGagliano

RodolfoPamplonaFilho

mailto:[email protected]:[email protected]

CaptuloI

NoesElementaresdeDireito

Sumrio:1.Objetivodocaptulo.2.Noespropeduticasdedireito.2.1.Etimologia.2.2.Conceito.

2.3.Outrasacepesqualificadasdaexpressodireito.2.4.Direitoemoral.2.5.Direitoepoder.3.

Fontesdodireito.3.1.Classificaodasfontes.3.2.Fontesdodireitoemespcie.3.2.1.Legislao:a)

Caractersticas gerais da lei; b) Classificao das leis. 3.2.2. Costume. 3.2.3. Jurisprudncia. 3.2.4.

Doutrina. 3.2.5. Analogia. 3.2.6. Princpios gerais do direito. 3.2.7. Equidade. 4. Algumas palavras

sobre os sistemas jurdicos (civil law e common law). 5. A dicotomia entre direito pblico e direito

privado e a taxionomia do Direito Civil. 6. Conceito doutrinrio e histrico do Direito Civil. 7.

ContedodoCdigoCivil.

1.OBJETIVODOCAPTULO

Apropostadapresenteobratraarumpanoramaabrangentedetodaaparte

geraldoDireitoCivil,introduzindooleitornessemagnficoramodoDireito.

Todavia, como todo conhecimento cientfico, o estudo doDireito Civil im-

prescinde de premissas gerais, ainda que bsicas, da sua prpria Cincia

fundante.

Para atender a esse objetivo foi concebido este captulo, que traz algumas

consideraes propeduticas importantssimas para a compreenso damatria,

como,porexemplo, asdiversasacepesdaexpressodireito, suas fontese

classificaes, bem como o contedo e taxionomia do Direito Civil neste

contexto.

Semqualquerpretenso,portanto,deaprofundaressa temticaque,por si

s, foi,esempreser temapara longos tratadospassemosemrevistaessas

noeselementares.

2.NOESPROPEDUTICASDEDIREITO

Neste tpico, trataremos das noes mais comezinhas sobre o direito,

envolvendo a sua etimologia e seu conceito genrico para o seu estudo

cientfico,semdescurar,porm,dealgumasacepesqualificativasquelheso

emprestadas.

2.1.Etimologia

No Direito Romano, a palavra utilizada para expressar o que entendemos,

hodiernamente,comoDireitoerajusoujuris,daraizsnscritaju.

Talexpressosimbolizavaa ideiade jugo,naqual sepodecompreender,de

fato,ovnculojurdicocriadoentreaspessoas.

A origem, porm, da palavra direito se encontra no latim directum,

literalmentedireto,trazendomenteaconcepodequeodireitodeveseruma

linhadireta,isto,conformeexatamenteumaregra.

2.2.Conceito

Conceituardireito,porincrvelqueparea,notarefadasmaisfceis,dadaa

enormequantidadedevisesideolgicasqueenvolveadoutrinajusfilosficana

espcie, coexistindo uma infinidade de escolas de pensamento, cada qual com

suaprpriateoriasobreagnesedodireitoeseupapelsocial.

NotestemunhodeWashingtondeBarrosMonteiro:

Podemos repetir, na atualidade, o que foi dito anteriormente porKant, de que ainda continuam os

juristas procura do seu conceito de direito, e tambm por lvares Taladriz, de que to

deficientementecomoageometriadefineoquesejaespao,assimaconteceigualmentecomodireito.

Pertenceaquestoaombitodafilosofiajurdica,destaconstituindoumdosproblemasfundamentais.

Porisso,nesteensejo,fugindointencionalmentessuascomplexidades,limitar-nos-emosaumanica

definio, talvez amais singela,mas que, desde logo, por si s, fala ao nosso entendimento. a de

Radbruch:oconjuntodasnormasgeraisepositivas,queregulamavidasocial 5.

Oprimeiropasso,portanto,paraconseguirconceituarodireitoreconhecera

sua caracterstica essencialmente humana, instrumento necessrio para o

convviosocial.

EnquantoRobinsonCrusoviviasozinhonailha,noimportavaosurgimento

dofenmenojurdico(odireito).Queimportnciateriareconheceroseudireito

depropriedadesobreasuacabana,seeraonicomoradordailha?Entretanto,

com o aparecimento do ndio Sexta-Feira, houve a necessidade social de se

implantaremregrasdeconduta, queviabilizariama convivncia pacfica entre

ambos. O direito, enquanto norma, portanto, no pode prescindir da

interfernciaintersubjetivadeindivduos 6.

Issosignificaquenohfalaremdireitosemalteridade,isto,arelaocom

o outro, valendo ser invocado o brocardo latino ubi homo, ibi jus (onde h

homemhdireito),significativodetalcondio.

E, por mais que se fale em leis fsicas ou naturais, estas diferem

substancialmentedodireitoemfacedaperspectivadeontolgica(dedeverser)

queenvolveesteltimo,emdetrimentodasrelaesdecausalidade(deser)das

leisdanatureza.

Como um dado cultural, produzido pelo homem, o direito visa a garantir a

harmonia social, preservando a paz e a boa-f,mediante o estabelecimentode

regrasdeconduta,comsanoinstitucionalizada.

Se certo que Carlos Cossio, famoso jusfilsofo argentino, definia direito

comoacondutahumanaeminterfernciaintersubjetiva 7,apresenadasano,

ainda que difusa ou implcita pela anlise hermenutica do sistema, um

elementoimportanteparaacompreensoeefetividadedanormajurdica.

Nessesentido,confira-seaseguinteobservaodeLimongiFrana:

Discute-seentreosautoresseexisteounodireitosemsano,isto,semaforadopoderpblicoou

dosgrupossociaisqueotornaobrigatrio.

Parecequeasanonodaessnciadodireito,porquenoelaqueotornajustoouinjusto.Mas,a

nossover,dasuanaturezatersano,semoqueodireitoseriainatuante 8.

Assim,semcairnatentaoenoriscointelectualqueultrapassaoslimites

dapropostadestelivrodequererinovar,trazendoumnovoconceitodedireito,

fiquemos com a viso do supramencionado jurista, que o encara como o

conjuntodasregrassociaisquedisciplinamasobrigaesepoderesreferentes

questo do meu e do seu, sancionadas pela fora do Estado e dos grupos

intermedirios.

Nesseconceitoencontram-seosquatroaspectosfundamentaisdoDireito:

a)anormaagendi:conjuntoderegrassociais;

b)afacultasagendi:quedisciplinamasobrigaesepoderes;

c)odireitocomoojusto:referentesquestodomeuedoseu;

d) a sano de direito: sancionadas pela fora do Estado e dos grupos

intermedirios 9.

2.3.Outrasacepesqualificadasdaexpressodireito

Aexpressodireito 10plurissignificativa.

Defato,nodecorrerdosacerdciodaatividadejurdica,utilizamoseneste

livrononosportaremosdeformadiferentediversasqualificaesadjetivasda

referidaexpresso.

Atmesmoattulodeesclarecimentosterminolgicos,valeregistraralgumas

dessas utilizaes, matria que vista, muitas vezes, sob o ttulo de

classificaesdodireito,oquenonosparecedamelhortcnica,umavezque

nosetratadeformasdiferentesdedireito,massimdediversasdenotaesda

mesmapalavra 11.

Assim, quando falamos em direito objetivo, estamos nos referindo regra

imposta ao proceder humano (jus est norma agendi). Trata-se, portanto, da

normade comportamento a que a pessoa deve se submeter, preceito esse que,

caso descumprido, deve impor, pelo sistema, a aplicao de uma sano

institucionalizada. Por exemplo, respeitar as normas de trnsito um direito

objetivoimpostoaoindivduo.

J a expresso direito subjetivo designa a possibilidade ou faculdade indi-

vidual de agir de acordo com o direito (jus est facultas agendi). Nela esto

envolvidasasprerrogativasdequeumindivduotitular,obtendocertosefeitos

jurdicos,emvirtudedanormaestabelecida.Porexemplo,odireitosubjetivode

propriedade gera as prerrogativas de usar, gozar e dispor do bem, o que se

enquadranoconceitomencionado.

Emoutraperspectivametodolgica,odireitopositivocaracterizaoconjunto

deregrasjurdicasemvigoremumEstadoemdeterminadapoca(jusincivitate

positum), opondo-se concepo de um direito natural, correspondente a um

ordenamento ideal, na ideia abstrata do direito, simbolizando o sentimento de

justiadacomunidade.

Da mesma forma, quanto ao raio de atuao do ordenamento jurdico,

podemosconsideraraexistnciadeumdireitonacional,queaqueleexistente

dentro das fronteiras de determinado Estado, e, bem assim, de um direito

internacional, supraestatal, que se divide em direito internacional pblico

(conjunto de normas que regulam as relaes entre Estados, entre si e com

Organismos Internacionais, bem como com seus indivduos) e direito

internacional privado (conjunto de normas internas de um pas, institudas

especialmenteparadefinirseadeterminadocasoseaplicar lei localou leide

umEstadoestrangeiro 12).

Por fim, no que diz respeito maior ou menor interveno estatal, com a

caracterstica de imperatividade ou dispositividade, temos a mais clssica das

classificaesemdireitopblicoedireitoprivado.

Tendoemvistaaimportnciadestaltimadicotomia,voltaremosaelaainda

nestecaptulo.

2.4.Direitoemoral

Umadasquestesmais tormentosasda reflexo sobreodireito e tambm

dasmais imprescindveis enecessrias justamentedesvelar a relaoentre

direitoemoral.

Embora a moralidade deva ser sempre um norte na aplicao da norma

jurdica,estando, inclusive,noplanodaanlisedavalidadedeatosenegcios

jurdicos,nohcomo,tecnicamente,confundi-los 13.Maisdoqueisso,amoral,

apartirdops-guerra,passoua integrar aprpria estruturadaordem jurdica;

isso, todavia, no exclui a autonomia do direito como instncia especfica de

direocomunitriapormeiodanormatizaodecondutas.

Ainda que seus contedos se encontremna propenso humana para realizar

valores,distinguem-sedireitoemoralpeloaspectoformaldegarantiaexternado

mnimotico.

NasemprelembradaopiniodeCarnelutti:

Diz-se frequentemente que o direito representa um minimum tico. verdade. Se o quisermos

compreender facilmente, podemos servir-nos desta frmula insupervel da tica crist: fazer ou no

fazeraosoutrosaquiloquesequereriafeitoounofeitoasimesmo.Ocontedodestafrmula,que

exprimeinteiramenteasimplicidadeeaimensidadedatica,semparte(podemosdizerquesmetade

dele)penetranodireito.Entrenoseapoderardacoisadeoutremedaroqueseu,humaascenso,

pormeio da qual, amais das vezes, o direito se detm.A verdade que existem regras ticas cuja

observncia mais ou menos necessria manuteno da paz, e que nem todas se prestam a ser

impostas pela fora. A partir daqui, pode formular-se uma distino entre tica e direito natural

maneiradaqueseestabeleceuentredireitonaturaledireitopositivo,vistoqueaquelepodeentender-se

naacepodequenocompreendertodaatica,masapenasaquelapartedelaquesepodetransfundir

nodireitopositivo.Averdade,porm,queoprogressododireitoseentende tambmnosentidode

progressivamentesediminuiradiferenaquantitativaentreticaedireito,ouseja,deseaumentaroque

chamareiareceptividadeticadodireitopositivo 14.

Amoral, portanto, temumcampode aomuitomais amploqueo direito,

embora,dopontodevista ideal,onorte ideolgicoqueelesseaproximemo

mximopossvel.

NaliotcnicadeA.L.MACHADONETO,

poderamos estabelecer ainda uma relao gentica entre moral e direito, considerando que uma

sociedade passa a conferir a nota de exigibilidade e a consequente imposio inexorvel atravs da

sanoorganizadaatodaexignciamoralquesetenhatornadoessencialvidaeaoequilbriodogrupo.

Sobessenguloosociolgicoquenoseelevaaoplanodauniversalidadecategorial,podeserdito

que o direito, ou melhor: que o proibido pela ordem jurdica a atribuio de exigibilidade que a

sociedadeconferequelemnimodemoralqueelaconsideraimprescindvelsuasobrevivncia.isso

oquesepassanatransposiodoscostumesticosparaarbitadojurdico.Aprincpio,umcostume

seria apenas uma exignciamoral,mas o seu no cumprimento era juridicamente facultado.Quando

essecostumepassouarepresentaralgoessencialparaavidadogrupo,decujaobservnciaestejulgou

nomaispoderabrirmo,entoaesferadoproibidojurdicoestendeu-seataobservnciadessapraxe,

agoraexigvelporquemestejanacondiodesujeitotitulardaprestaoqueeleenvolve,egarantido

pelaimposioinexorvelatravsdasanoincondicionadadosrgosdopodersocial,especialmente

oEstado 15.

Todavia, no h como negar que amoral tem uma preocupao expressiva

comoforo ntimo,enquantoodireitoserelaciona,evidentemente,comaao

exterior do homem. Por isso mesmo, cabe ao ltimo o estabelecimento de

sanes concretas, enquantodaquela somentepodemse exigir sancionamentos

difusos, no institucionalizados. A legalidade no , portanto, sinnimo de

moralidade,tantoqueacoercitividadeselimitaaodireito,jamaismoral.

Eminteressanteprisma,anotaJooMaurcioAdeodato:

Enquantoajustiamoraluneabstratamenteosindivduosemsuasrelaes,ajustiasocialconferea

determinadasituaorealocarterdebem jurdico.Odireitopositivorealizaa justianamedidaem

quecorrespondeintuiodosvaloreslevadaaefeitopelacomunidadecomoumtodo,configurandoo

queHartmanndenominoudireito(esprito)objetivo.Tal correspondncia feita atravsda institucio-

nalizao de bens jurdicos, isto , de situaes (hipteses) e de alternativas de comportamento

consideradasjustas(prestaes).AexpressobemjurdicoemHartmanntemsentidodiferentedaquele

elaborado pela dogmtica civilista, significando qualquer conduta juridicamente protegida. Nesse

sentidojurdico,ajustianomaisvalormoralmassimvalorsituacional.

A justia jurdica rege consequentemente um nmeromenor de relaes do que a justiamoral; ela

defendevaloresmorais legtimos, embora emgraumaismodesto, e esta base indispensvel para o

desenvolvimentodosvaloresmoraismaisaltosdahierarquiaemqueaticadeHartmannosorganiza.

Paradefenderestemnimoticonecessrio,a justiasocialapreendidapelodireitopositivoeento

limitada segundo fronteiras mais rgidas, codificada. Surgem assim instituies garantidoras desta

moralmnima (justia jurdica), tais como a legalidade, a sanoorganizada, a ameaa de coao, o

constrangimentopelaviolncialegal 16.

Nessediapaso,observaWashingtondeBarrosMonteiroque,

emboranoseconfundindo,aocontrrio,separando-senitidamente,oscamposdamoraledodireito

entrelaam-see interpenetram-sedemilmaneiras.Alis,asnormasmorais tendemaconverter-seem

normasjurdicas,comosucedeu,exemplificativamente,comodeverdopaidevelarpelofilhoecoma

indenizaoporacidentedotrabalho 17.

Ressalte-se que a distino entre direito emoral no implica na adoo de

qualquerconcepoqueimportenoreconhecimentodaseparaoestanqueentre

osdoisaludidosmbitosderegulaodecondutahumana.

Arelaoentredireitoemoral,almdentima,tem-setornadocadavezmais

intensa e, tambm, complexa, pois os problemas atinentes aos valoresmorais

acabamrepercutindonombitojurdico.

Essa intensidade apenas demonstra o carter complexo e problemtico da

busca incessante do direito justo,materialmente informado por valoresmorais

quedevemsercompartilhadospelosmembrosdacomunidade.

Essaremoralizaododireitosetornounecessriaapartirdamodificaoda

percepodaordemjurdicacomoumtodo,apartirdoDireitoConstitucional,

espraiando-se para o Direito Civil, que teve modificado os paradigmas que

norteavamoseudesenvolvimentoe suacompreenso,passandoaprevalecera

dignidadeeaboa-f.

Ademais,amoralseentrelaaativamentecomodireitopelaviadosdireitos

fundamentais,osquaiscomportamumacaracterizaonoapenascomodireitos

individuais, mas tambm como direitos sociais, consoante doutrina de Robert

Alexy 18 e Ronald Dworkin 19, dentre outros, muitos dos quais projetam sua

eficcia,pelocarterirradiante,paraoDireitoCivil.

2.5.Direitoepoder

O direito tem uma relao umbilicalmente ntima com o fenmeno do

poder 20.

Isso porque o direito positivo no , definitivamente, um elemento da

natureza,pronto,acabadoedestinadoaserdescobertopelohomem,massimum

produtodainteraoemsociedade,cujaexistnciadependeontologicamentedo

ser humano, uma vez que objetiva a soluo dos eventuais conflitos de

convivnciasocial.

Assim, a impositividade uma caracterstica vital do direito, mas que est

relacionada,emverdade,comopoderpolticodaqualemana.

Historicamente,semprefoiocentrodepoder,nogruposocial,queformalizou

o jurdico e garantiu a sua efetividade. Logo, a criao do direito (atividade

legislativa)easuaaplicaoinconcreto(atividadedojulgador)convivem,como

funes,nomesmosistema(aorganizaopoltica).

Aindaquepossahaverconfrontospontuais,legisladorejulgadorsoagentes

demanutenodostatusquo.

NoEstadoDemocrticodeDireito,adiferenciaoentreessesmomentosse

faz ainda mais necessria, teorizando e institucionalizando-se rgos distintos

(Legislativo,JudicirioeExecutivo),massemafastaracircunstnciadequeso

todosintegrantesdomesmocentrodepoder,sendoimpensvelfalaremconflito

efetivo entre eles, porque isso significaria a ruptura e revoluo do prprio

sistema,negando-o.

Essasnoesvmbailajustamenteparaintroduzirasformasdeproduode

normas jurdicas, emqueo seu reconhecimentodependernecessariamentede

quemostentaefetivopodernasociedade.

otemadasfontesdoDireito,objetodoprximotpico.

3.FONTESDODIREITO

Naconcepogramatical,fonteorigem,gnese,deondeprovm(gua).

As chamadas fontes do direito nadamais so, portanto, do que osmeios

pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurdicas. Trata-se, em

outraspalavras,deinstnciasdemanifestaonormativa.

Oart.4.daLeideIntroduosNormasdoDireitoBrasileiro(Decreto-lein.

4.657,de4-9-1942)dispeexpressamenteque:

Art.4.Quandoaleiforomissa,ojuizdecidirocasodeacordocomaanalogia,oscostumeseos

princpiosgeraisdedireito.

Embora a regra estabelea o primado da lei como fonte do direito no

ordenamento jurdico brasileiro, admitindo a aplicao supletiva da analogia,

costumeseprincpiosgerais,aprpriamenodestesltimosnospermiteabrir

ocampodeanlisedeoutrasfontes.

Ademais, outros diplomas normativos acabam admitindo expressamente,

aindaquedentrodemicrossistemas,aaplicaodeoutrasfontes.ocaso,por

exemplo,daConsolidaodasLeisdoTrabalho,que,emseuart.8.,preceitua:

Art. 8.As autoridades administrativas e a Justia doTrabalho, na falta de disposies legais ou

contratuais, decidiro, conforme o caso, pela jurisprudncia, por analogia, por equidade e outros

princpiosenormasgeraisdedireito,principalmentedodireitodotrabalho,e,ainda,deacordocomos

usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou

particularprevaleasobreointeressepblico.

Pargrafonico.Odireitocomumserfontesubsidiriadodireitodotrabalho,naquiloemqueno

forincompatvelcomosprincpiosfundamentaisdeste.

Ateoriadasfontesdodireitoumdosinstrumentosprimordiaispararegular

oaparecimentocontnuoepluraldenormasdecomportamento,semperderde

vista a segurana e certeza das relaes jurdicas.Assim, quando se diz que a

leiafonteprimordialdodireitobrasileiro,estsedizendoquesepressupe

quetodanormaqueserevestedessecarter(delei)deveserconsideradacomo

pertencenteaoordenamento.

A classificao das fontes, por sua vez, toma, necessariamente, esses dois

elementos (segurana e certeza) para o estabelecimentodeuma hierarquia de

prevalncianoordenamentojurdico.

Vamosconhec-la.

3.1.Classificaodasfontes

Classificam-seasfontesdodireitoem:

a)diretas;

b)indiretas.

Nas primeiras, tambm denominadas fontes primrias ou imediatas,

enquadram-se a lei como dito, fonte primacial do direito brasileiro e o

costume, fonte primeira de diversas normas, bem como elemento-chave de

alguns ordenamentos jurdicos (consuetudinrios), como o anglo-saxo 21. So

consideradasasfontesformaisdodireito.

Entre as fontes indiretas (conhecidas ainda como secundrias oumediatas),

elencam-se a analogia e os princpios gerais de Direito, mencionados

expressamentenaLINDBLeideIntroduosNormasdoDireitoBrasileiro.

Na mesma categoria encontram-se, ainda, importantes fontes auxiliares de

interpretao:ajurisprudncia,adoutrinaeaequidade.

Almdessaclassificao,outraspodemserlembradas,adependerdocritrio

metodolgicoadotado.

Assim, em oposio tambm s j mencionadas fontes formais, fala-se na

existnciadeumafontematerialdodireito,que,emltimaanlise,aprpria

sociedade, com sua imensa gamade relaes, fornecendoelementosmateriais

(biolgicos, psicolgicos, fisiolgicos), histricos (conduta humana no tempo,

aoproduzircertashabitualidadesquesesedimentam),racionais(elaboraoda

razo humana sobre a prpria experincia de vida, formulando princpios

universais para a melhor correlao entre meios e fins) e ideais (diferentes

aspiraes do ser humano, formulveis em postulados valorativos dos seus

interesses) 22.

Em concluso, vale lembrar, ainda, a existncia das chamadas fontes

histricasdodireito,quenodeixamdeservirdesubsdioaojurista,aexemplo

doCorpusJurisCivilis, daLeidasXIITbuas,daMagnaCarta Inglesaetc.,

registrando-se que, indiscutivelmente, o Direito Romano a mais importante

fontehistricadoDireitoModerno.

3.2.Fontesdodireitoemespcie

Nosprximossubtpicos,analisaremosasseguintesfontesdodireito:

a)legislao;

b)costume;

c)jurisprudncia;

d)doutrina;

e)analogia;

f)princpiosgeraisdodireito;

g)equidade.

3.2.1.Legislao

Para denominar este subtpico, preferimos utilizar a expresso genrica

legislao, tendo em vista a enorme quantidade de espcies em que

classificada.

Alei,porexcelncia,comojsedisse,amaisimportantefontedodireitoem

nossoordenamentopositivo.Nelaseencontratodaaexpectativadeseguranae

estabilidadequeseesperadeumsistemapositivado.

Em conceito bastante didtico, SLVIO VENOSA define-a como a regra

geraldedireito,abstrataepermanente,dotadadesano,expressapelavontade

deautoridadecompetente,decunhoobrigatrioeformaescrita 23.

O didatismo dessa conceituao est no fato de que condensa as

caractersticas bsicas dessa fonte normativa, quais sejam, generalidade,

abstrao, permanncia, existncia de sano, edio pela autoridade

competente,obrigatoriedadeeregistrocartceodaedio.

Expliquemoscadaumdesseselementosnoprximotpico.

a)Caractersticasgeraisdalei

Ageneralidade uma caractersticamarcante da lei, umavez que, para ser

assim considerada, por mais restrita que seja, deve ser dirigida a um nmero

indeterminadodeindivduos.

As chamadas leis singulares, entendidas como os atos normativos

direcionados a uma pessoa especificamente, somente podem ser consideradas

leisemumaacepomuitomaisampladapalavradoqueseucontedojurdico

strictosensu.

Emdecorrnciadisso,exige-seabstraodospreceitosnormativos,tendoem

vistaqueasleistmumcarterprospectivodegeraodeefeitosparaofuturo,

emfunodehiptesesconcebidasidealmente,nodevendo,emregra,produzir

efeitospretritos.

Fala-se na permanncia da lei para se entender o seu carter imperativo

enquanto estiver vigente, ou seja, mesmo nas leis editadas para reger

determinadosperodosdetempo,osefeitosdesuaaplicaoseropermanentes

paraassituaesjurdicasocorridasemsuavigncia.

Da mesma forma, a existncia de sano um elemento de grande

importnciaparaaefetivaodalei,decorrendo,emverdade,nosomentedela,

mas do prprio ordenamento que, abstratamente, prever as consequncias

deontolgicasdoeventualdescumprimentodedeveresjurdicos.

Aediopormeiodeautoridadecompetente ressaltaoaspectoformaldessa

fontedodireito,sendoaprpriaseparaodepoderesumaformadecontroledo

arbtrio, limitando as possibilidades de atuao dos agentes estatais na sua

edio.Valelembraraindaque,formalmente,considera-seleioatolegislativo

emanadodosrgosderepresentaopopulareelaboradodeconformidadecom

oprocessolegislativoprevistonaConstituio(arts.59-69) 24.

A obrigatoriedade da lei outro dado relevante, haja vista que o

reconhecimentodaausnciadeforanaleiseriaasuaprpriadesmoralizao,

sejaperanteoEstado,sejanomeiosocial.

Porfim,oregistroescritodalei,almdeserumadiferenaparaossistemas

docommonlaw,comoveremosemtpicoposterior,garantemaiorestabilidade

das relaes jurdicas, com a sua consequente divulgao atravs das

publicaesoficiais.

b)Classificaodasleis

Vrioscritriosclassificatriossoutilizadospeladoutrinanaanlisedasleis

latosensu.

Essescritriospodero,mutatismutandis,seradotadosparaanalisarasoutras

fontesdedireito,sendo,porm,maisadequadosparaametodizaodoprincipal

repositriodenormasjurdicas,quealei.

Quantoimperatividade,asleisseclassificamem:

a)Impositivas:soregrasdecarterabsoluto,tambmdenominadascogentes,

que estabelecem princpios de ordem pblica, ou seja, de observncia

obrigatria.Ex.1:asformalidadesdocasamentosoinderrogveispelavontade

daspartes,sobpenadenulidade;ex.2:osalrioirredutvel,salvoconveno

coletiva ou acordo coletivo de trabalho, sob pena de nulidade da clusula de

reduo.

b)Dispositivas:soregrasrelativas(permissivasousupletivas),aplicveisna

ausnciademanifestaoemsentidocontrriodaspartes.Exemplo:aobrigao

deolocadorpagarasdespesasextraordinriasdecondomnio,previstasemlei,

podesertransferidaaolocatrio,porforadepactuaoexpressanessesentido.

Quanto sano institucionalizada ou autorizamento 25, a doutrina as

classificaem:

a) Perfeitas: regras cuja violao autoriza simplesmente a declarao de

nulidade(absolutaourelativa)doato.Ex.:Oatoounegciojurdicopraticado

comvciodeconsentimento 26anulvel(art.171,II,doCC/2002).

b)Maisqueperfeitas: so aquelas que sua violao autoriza a aplicao de

duassanes:anulidadedoatopraticadoouo restabelecimentodostatus quo

ante, qualquer delas acrescida de uma pena ao violador. Ex.: o casamento de

pessoas casadas vedado pela lei (art. 1.521, VI, do CC/2002), sendo

sancionadocomanulidadepelaLeiCivil(art.1.548,II,doCC/2002)ecoma

puniopenalaoinfratorpelocrimedebigamia(art.235doCP 27).

c)Menosqueperfeitas:soasqueautorizam,nasuaviolao,aaplicaode

umasanoaoviolador,masnoanulidadedoato.Ex.:ocasamentodovivo,

com filhos do cnjuge falecido, antes de fazer o inventrio do casal, com a

partilhaaosherdeiros,noimplicavanulidade,naformadoart.225doCC/1916

(semequivalentediretonoCC/2002),massimapenasaperdadousufrutolegal.

d) Imperfeitas: regras legais sui generis, no sendo consideradas,

tecnicamente, normas jurdicas, por no prescreverem nulidade para o seu

descumprimento,nemqualquersanodireta.Porexemplo:apessoafsicano

comunicar, previamente, Prefeitura, amudana do seu domiclio (art. 74 do

CC).

Quantoorigemouextensoterritorial:

a)Leisfederais:criadasnombitodaUnio,ordinariamentepeloCongresso

Nacional(embora,porexceo,comoasleisdelegadaseasmedidasprovisrias,

deva se admitir o pronunciamento legislativo por outras esferas de Poder),

aplicando-se a todo o Pas ou a parte dele (legislaes federais de

desenvolvimento regional). Ex.: Constituio Federal, Cdigo Civil,

ConsolidaodasLeisdoTrabalhoetc.

b)Leisestaduais:promulgadaspelasAssembleiasLegislativas,destinando-se

aos territrios estaduais ou a parte deles. Ex.: Constituio estadual, Lei de