direito civil pablo stolze

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DIRETO CIVIL PABLO STOLZE AULA 15/03/2011DOMICILIO Domiclio domus (no direito romano significa casa), a importncia do conceito de domiclio refere-se a segurana jurdica, pois em regra geral o foro de domicilio do ru fixa a competncia territorial daquele processo. Primeiramente deve-se entender o que residncia e o que morada. *Morada: o lugar em que a pessoa se estabelece, temporariamente. Ex.: ficar no Rio para fazer um curso de 6 meses. *Residncia: o lugar onde a pessoa se estabelece com habitualidade, com freqncia. Ex.: passar todo fim de semana na Serra. Residncia mais do que morada, pois o lugar que a pessoa fsica encontrada com habitualidade. Obs. Pode ter mais de uma residncia. O plus da residncia em relao a morada a habitualidade. *Domiclio: mais do que a residncia, porque nele, no termos do artigo 70 do CC, o lugar em que a pessoa fixa residncia com nimo definitivo, transformando-o em centro da sua vida jurdica. Esse nimo definitivo de ficar = animus manendi o elemento psicolgico do domiclio. Obs. Moradia no desloca seu domicilio. Mas para ser domicilio preciso que haja inteno de permanecia, transformando aquele local um centro de vida jurdica daquela pessoa. Deve haver animus manendi. Conceito de domicilio: o lugar onde a pessoa fsica fixa residncia com animus definitivo transformando em centro da sua vida jurdica (art70 do CC).Art. 70. O domiclio da pessoa natural o lugar onde ela estabelece a sua residncia com nimo definitivo.

O sistema brasileiro seguindo o direito alemo admite pluralidade de domiclios, nos termos do art. 71 do CC, ou seja, pode acontecer de um sujeito ter residncia, famlia e vida jurdica negocial em uma em outra cidade tambm. Na forma do artigo 71 do CC, se uma pessoa tiver residncia e vida jurdica em cidades diferentes, ser considerado como seu domiclio QUALQUER DELAS. E para efeitos de competncia territorial tambm.Art. 71. Se, porm, a pessoa natural tiver diversas residncias, onde, alternadamente, viva, considerar-se- domiclio seu qualquer delas.

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OBS.: Vale lembrar que, por influencia do art. 83 do Cdigo de Portugal, o art. 72 do nosso CC, PARA EFEITOS EPECFICOS, consagrou o domiclio profissional da pessoa fsica. Trata-se de um domicilio especfico para aspectos da profisso, ou seja, apenas para aspectos concernentes vida profissional do indivduo (artigo 72 do CC).Art. 72. tambm domiclio da pessoa natural, quanto s relaes concernentes profisso, o lugar onde esta exercida. Pargrafo nico. Se a pessoa exercitar profisso em lugares diversos, cada um deles constituir domiclio para as relaes que lhe corresponderem.

Ex.: Mdico que tem domiclio em Curitiba, mas, trabalha alguns dias da semana, em Cascavel, que fica no extremo oposto do Estado do Paran. Esse domiclio profissional serve apenas para aspectos concernentes profisso. Se ele tem uma ao de investigao de paternidade (o foro s da criana quando cumulada com alimentos), ela dever ser proposta no domiclio geral, ou seja, em Curitiba. Agora, se ele tem uma ao que envolva questes de sua profisso, ela dever ser proposta em Cascavel. OBS.: No que tange mudana de domiclio, ver o art. 74, CC, possvel de ser cobrado em prova objetiva. Questo especial de concurso: O que se entende por Domicilio Aparente ou Ocasional? R: Matria que foi desenvolvida pelo civilista belga Henri de Page, prevista no artigo 73 do CC, segundo o qual, por fixao jurdica, pessoas que no tenham residncia habitual so consideradas domiciliadas onde forem encontradas. Ex.: ciganos, trabalhador de circo, caixeiros,...Art. 73. Ter-se- por domiclio da pessoa natural, que no tenha residncia habitual, o lugar onde for encontrada.

OBS.: No que se refere ao Domiclio da Pessoa Jurdica regulado no artigo 75 do CC, vale observar que tal temtica dever ser especialmente desenvolvida no Direito Processual Civil, sobretudo pelas implicaes no mbito da competncia. (REsp. 723194)Art. 75. Quanto s pessoas jurdicas, o domiclio : I - da Unio, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territrios, as respectivas capitais; III - do Municpio, o lugar onde funcione a administrao municipal; IV - das demais pessoas jurdicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administraes, ou onde elegerem domiclio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. 1 Tendo a pessoa jurdica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles ser considerado domiclio para os atos nele praticados. 2 Se a administrao, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se- por domiclio da pessoa jurdica, no tocante s obrigaes contradas por cada uma das suas agncias, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZECLASSIFICAAO DO DOMICILIO a) DOMICILIO VOLUNTARIO: o domicilio comum, fixado por simples ato de vontade cuja natureza jurdica ato jurdico em sentido estrito. (tambm chamado de ato no negocial) b) DOMICILIO ESPECIAL OU DE ELEIAO: o estipulado pela vontade das partes na clausula especial de contrato segundo a autonomia privada (art. 78 do CC e art. 111 do CPC).Art. 78. Nos contratos escritos, podero os contratantes especificar domiclio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigaes deles resultantes. Art. 111. A competncia em razo da matria e da hierarquia inderrogvel por conveno das partes; mas estas podem modificar a competncia em razo do valor e do territrio, elegendo foro onde sero propostas as aes oriundas de direitos e obrigaes. 1o O acordo, porm, s produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negcio jurdico. 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

OBS.: Vale lembrar que nos termos do pargrafo nico do art. 112 do CPC nos contratos de adeso especialmente de consumo, a clausula de foro de eleio prejudicial ao consumidor ou aderente nula de pleno direito. O juiz pode declarar de oficio de sua competncia quando verificar o prejuzo ao consumidor. Esse art. se justifica pelo interesse pblico L. 11.280/06 em respeito ao princpio da dignidade da pessoa do contratante. (REsp. 201195/SP)Art. 112. Argi-se, por meio de exceo, a incompetncia relativa. Pargrafo nico. A nulidade da clusula de eleio de foro , em contrato de adeso, pode ser declarada de ofcio pelo juiz, que declinar de competncia para o juzo de domiclio do ru.

digno de nota ainda, que o STJ por sua 3 turma, entendeu que o foro competente para julgar aes sobre hipoteca no necessariamente o local onde o imvel est situado. c) DOMICILIO LEGAL OU NECESSARIO: Decorre do prprio ordenamento jurdico. arts. 76 e 77 (dir. internacional) do CC.Art. 76. Tm domiclio necessrio o incapaz, o servidor pblico, o militar, o martimo e o preso. Pargrafo nico. O domiclio do incapaz o do seu representante ou assistente; o do servidor pblico, o lugar em que exercer permanentemente suas funes; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do martimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentena. Art. 77. O agente diplomtico do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no pas, o seu domiclio, poder ser demandado no Distrito Federal ou no ltimo ponto do territrio brasileiro onde o teve.

Obs. Servidor pblico temporrio no gera domicilio legal. BENS JURDICOS:

DIRETO CIVIL PABLO STOLZECom base no pensamento de Agostinho Alvin e Orlando Gomes, podemos definir Bem Jurdico como toda utilidade fsica ou ideal que seja objeto de um direito subjetivo. Orlando Gomes sustenta que bem jurdico gnero e coisa espcie (seguindo a linha germnica). Mas, a matria polmica, porque Maria Helena e Silvio Venoza entendem o inverso. Washington de Barros Monteiro j entende que eles so sinnimos. E o que Patrimnio Jurdico? R: Caiu na prova do MPF. A sua natureza jurdica de uma universalidade de BENS, DIREITOS e OBRIGAES. Ex.: quando a pessoa morre, os seus bens se transformam em herana. No entanto, a doutrina tradicional dizia que patrimnio era a representao econmica da pessoa. Mas, se consultarmos as obras de Carlos Alberto Bittar, Srgio Severo, Clayton Reis e Rodolfo Pamplona Filho, eles avanaram dizendo que no s isso. Pois, levanto-se em conta o conceito de patrimnio acima, o conjunto de direitos da personalidade tambm so integrados, que se chamam de patrimnio MORAL. E ainda, forte e crescente na nossa doutrina a idia de que cada pessoa possui um nico patrimnio. O que Instituto Jurdico do Patrimnio Mnimo? R: Trata-se de tese desenvolvida por Luiz Edson Faquim, segundo a qual, em uma perspectiva civil constitucional, as normas da legislao ordinria devem resguardar, a cada pessoa, um mnimo de patrimnio para que tenha vida digna. (NO FALE EM SUBSISTNCIA!!!!! PREFIRA DIGNIDADE) Ex.: Em nome do Princpio da Dignidade da Pessoa Humana no se permite a doao universal (art. 548 do CC), ou seja, aquela em que no se respeita a Reserva de Patrimnio Mnimo para se ter uma vida digna. Isso tambm configura a aplicao da Repartio Horizontal dos Poderes. (ver o nome na aula de constitucional)Art. 548. nula a doao de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistncia do doador.

Ex.: As normas do Direito de Famlia tambm aplicam esta Teoria do Patrimnio Mnimo. Obs.: Dolo de Aproveitamento = a inteno existente no dolo daquele que quer causar prejuzo com abuso. Bem de famlia Histrico: A fonte histrica mais importante do Bem de famlia o HOMESTEAD ACT - TEXANO do longnquo ano de 1839.

BENS JURDICOS E BENS DE FAMLIA No precisa anotar porque o material est todo no site do LFG. BENS IMVEIS

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEBENS MVEIS Obs.: Bem imvel o solo ou tudo aquilo que se incorporar natural ou artificialmente. Mas, ainda se consideram imveis os bens incorporados por acesso intelectual? Ex.: escada de incndio, material de obra, tudo aquilo que voc deixa no quintal da sua casa. R: A doutrina clssica, baseada no cdigo de 1916, tradicional no Brasil, admitia a categoria de bens imveis por acesso intelectual (ex.: o maquinrio agrcola empregado na fazenda). No entanto, a despeito da polmica, a doutrina moderna no aceita mais esta classificao a luz do novo CC/2002 (ver Enunciado n 11 da 1 Jornada de Direito Civil). 11 Art. 79: no persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imveis por acesso intelectual, no obstante a expresso tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente, constante da parte final do art. 79 do CC. - Art. 80, I, CC direitos reais so considerados bens imveis. - Art. 80, II, CC o direito sobre a herana tem a natureza imobiliria.Art. 80. Consideram-se imveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imveis e as aes que os asseguram; II - o direito sucesso aberta.

Quer dizer que se a herana envolver 3 carros, essa herana continua ter natureza imobiliria? R: Sim! Porque a doutrina brasileira forte no sentido (Francisco Cahali) de que por ter natureza imobiliria, a renncia dos direitos hereditrios cercada de formalismos (escritura pblica, outorga uxria do cnjuge do renunciante que no for casado em separao de bens). - Art. 83 do CC consideram-se mveis as energias que tenham valor econmico (energia eltrica, smen do boi que energia biolgica).Art. 83. Consideram-se mveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econmico; II - os direitos reais sobre objetos mveis e as aes correspondentes; III - os direitos pessoais de carter patrimonial e respectivas aes.

- Quanto aos bens singulares e coletivos, outra classificao dos bens: Bem Singular. Ex.: Um lpis. Bens Coletivos: Ex.: rebanho, biblioteca, herana,... A classificao mais importante o que vem agora: - Dos Bens Reciprocamente Considerados (que estudado na Parte Geral e na Parte de Reais): So eles os Bens Principais. Ex.: a vaca com relao ao bezerro. E os Bens Acessrios.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEEx.: os frutos com relao rvore. Frutos so bens renovveis!!!! Ex.: caf, laranja, ... eles podem ser naturais, civis, industriais... Fruto totalmente diferente de Produto! Os produtos so utilidades e NO se renovam. Ex.: o carvo extrado de uma mina. Porque medida que voc vai extraindo, a fonte vai se esgotando. As Pertenas so bens acessrios. Elas no se integram ao bem principal. um bem apenas ACOPLADO. Ex.: Ar condicionado so pertenas. Assim como as caixas de som da sala de aula. As Benfeitorias (cai muito em prova!) trata-se de toda obra realizada pelo homem... arts. 96 e 97 do CC. Veremos melhor este tema na aula de reais.Art. 96. As benfeitorias podem ser volupturias, teis ou necessrias. 1 So volupturias as de mero deleite ou recreio, que no aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradvel ou sejam de elevado valor. 2 So teis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 3 So necessrias as que tm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97. No se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acrscimos sobrevindos ao bem sem a interveno do proprietrio, possuidor ou detentor.

Obs.: Para saber se uma determinada obra benfeitoria ou no, lembre que ela deve ser ARTIFICIAL! No existe benfeitoria natural. Toda ela feita pelo homem. E ela serve para melhorar, embelezar ou otimizar o seu bem principal, mas no visa a aumentar o valor do bem principal. Porque quando para aumentar o valor dele, acesso. Bens Pblicos e Bens Particulares - veremos em Direito Administrativo. Mas, quanto aos bens pblicos, o Enunciado n 287 da 4 Jornada de Direito Civil, segundo o qual, a classificao do CC (bens de uso comum, de uso especial e dominial) no esgota os bens de domnio pblico, considerando que tambm tem natureza publicista os bens pertencentes Pessoa Jurdica de Direito Privado, que estejam afetados prestao do servio pblico. 287 Art. 98. O critrio da classificao de bens indicado no art. 98 do Cdigo Civil no exaure a enumerao dos bens pblicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurdica de direito privado que esteja afetado prestao de servios pblicos.Art. 98. So pblicos os bens do domnio nacional pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outros so particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

BENS DE FAMLIA: Quanto ao histrico dos bens de famlia, foi denominado Homestead Act Lei Texana de 1839. Foi um dos piores anos do EUA, porque vrios bancos faliram nesta poca. Ento, as pessoas tinham medo de fazer emprstimo (j que os bancos no tinham condies disso) porque poderiam perder as suas casas.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZENeste momento, baixaram esta lei garantindo a impenhorabilidade dos imveis. Essa proteo, traduzida, hoje o nosso Bem de Famlia, no artigo 70 do CC.Art. 70. O domiclio da pessoa natural o lugar onde ela estabelece a sua residncia com nimo definitivo.

H duas modalidades de bens de famlia: 1.Bem de Famlia Voluntrio Art. 1.711 do CC: Conceito: Trata-se do bem de famlia institudo por ato de vontade do casal, da entidade familiar, ou de terceiro (como o solteiro), mediante escritura pblica e registro no cartrio de imveis, resultando em uma impenhorabilidade limitada e uma inalienabilidade relativa. Ele produz esses 2 efeitos acima: IMPENHORABILIDADE E INALIENABILIDADE.. Obviamente, s quem vai poder instituir o bem de famlia voluntrio o solvente, porque se no fosse, ele estaria fazendo fraude contra credores. Analisando o artigo 1.711 do CC este valor limitado a 1/3 do patrimnio liquido do casal ou famlia ou terceiro. E ele voluntrio porque exclusivo do titular do bem.Art. 1.711. Podem os cnjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pblica ou testamento, destinar parte de seu patrimnio para instituir bem de famlia, desde que no ultrapasse um tero do patrimnio lquido existente ao tempo da instituio, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imvel residencial estabelecida em lei especial. Pargrafo nico. O terceiro poder igualmente instituir bem de famlia por testamento ou doao, dependendo a eficcia do ato da aceitao expressa de ambos os cnjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.

Obs.: Visando a evitar fraude a credores, o art. 1.711 do CC limita o valor do bem de famlia voluntrio ao patamar de 1/3 do patrimnio lquido do instituidor. Como o escrevente vai saber se o bem do instituidor de R$ X, para poder apurar esses 1/3 de patrimnio? Por declarao do IR? No... Porque para o casal, muito interessante instituir o seu bem como de famlia, porque ele gera esses 2 efeitos protetivos. Veja que o art. 1.715 fala que a impenhorabilidade do bem limitada, porque, por exemplo, se houver execuo de taxa de condomnio do prdio e tributos, este tipo de dbito no est a salvo. E ainda o art. 1.717, sobre a inalienabilidade, ressalta que o bem de famlia serve para ser MORADIA. No d para instituir o bem de famlia e transforma-lo em uma quitanda. E o art. 1.712 prev que para ser alienado ele tem que ter autorizao e ouvir o MP.Art. 1.712. O bem de famlia consistir em prdio residencial urbano ou rural, com suas pertenas e acessrios, destinando-se em ambos os casos a domiclio familiar , e poder abranger valores mobilirios , cuja renda ser aplicada na conservao do imvel e no sustento da famlia. Art. 1.715. O bem de famlia isento de execuo por dvidas posteriores sua instituio, salvo as que provierem de tributos relativos ao prdio, ou de despesas de condomnio. Pargrafo nico. No caso de execuo pelas dvidas referidas neste artigo, o saldo existente ser aplicado em outro prdio, como bem de famlia, ou em ttulos da dvida pblica, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra soluo, a critrio do juiz.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEArt. 1.717. O prdio e os valores mobilirios, constitudos como bem da famlia, no podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministrio Pblico.

O NCC permite que ao instituir o Bem de Famlia Voluntrio, possam ser afetados tambm valores mobilirios (art. 1.712 do CC) na mesma escritura de instituio. Voc pode escriturar o seu imvel e tambm valores vinculados a ele, que so valores mobilirios. Ou seja, incluir no valor do imvel os gastos que voc tem para manter o apartamento, por exemplo: condomnio, taxas, impostos (IPTU), ... Obs.: Nos termos da recente corrente jurisprudencial do STJ (RESP 439920-SP e RESP 315979-RJ) tem-se admitido, inclusive, ser impenhorvel a renda proveniente de aluguel de nico imvel residencial locado. (ex: o aluguel depositado na poupana). s instituir o imvel alugado como bem de famlia e inserir nesta instituio, no limite de 1/3, o valor do aluguel. Esse 1/3 se tornar impenhorvel e inalienvel (com limites), porque est protegido pelo bem de famlia, mesmo que o titular do imvel no more nele, mas viva exclusivamente da renda deste imvel (o aluguel). O art. 1720 vai cuidar da administrao do bem de famlia.Art. 1.720. Salvo disposio em contrrio do ato de instituio, a administrao do bem de famlia compete a ambos os cnjuges, resolvendo o juiz em caso de divergncia. Pargrafo nico. Com o falecimento de ambos os cnjuges, a administrao passar ao filho mais velho, se for maior, e, do contrrio, a seu tutor.

Os arts. 1721 e 1722 cuidam da extino do bem de famlia.Art. 1.721. A dissoluo da sociedade conjugal no extingue o bem de famlia. Pargrafo nico. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cnjuges, o sobrevivente poder pedir a extino do bem de famlia, se for o nico bem do casal. Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de famlia com a morte de ambos os cnjuges e a maioridade dos filhos, desde que no sujeitos a curatela.

Essas regras do bem de famlia voluntrio no vingaram no Brasil, por isso em 1990 surge a Lei 8.009, que consagrou o bem de famlia legal. Esta lei revolucionou ao consagrar o bem de famlia. Obs: A smula 205 STJ admite a aplicao retroativa da lei 8009/90, ou seja, aplica a penhora anterior a sua vigncia, ela consagra a impenhorabilidade legal do bem de famlia, independentemente de inscrio voluntria em Cartrio. A penhora do bem de famlia: A Lei n 8.009/90 aplica-se penhora realizada antes de sua vigncia. Bem de famlia voluntario no foi revogado, ambos convivem juntos. Se pessoa tem 2 imveis residenciais, a impenhorabilidade recai no Imvel de menor valor a no ser se a pessoa inscreveu o de maior valor como bem de famlia voluntrio. Obs: as pessoas em geral no fazem essa inscrio. O bem de famlia legal decorre da lei, independe de registro, no tem limite de valor.Art. 1 O imvel residencial prprio do casal, ou da entidade familiar, impenhorvel e no responder por qualquer tipo de dvida civil, comercial, fiscal, previdenciria ou de outra

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEnatureza, contrada pelos cnjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietrios e nele residam, salvo nas hipteses previstas nesta Lei. Pargrafo nico: A impenhorabilidade compreende o imvel sobre o qual se assentam a construo, as plantaes, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou mveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

obs: a despeito do que dispe o nico do art. 1 da Lei 8009, o STJ tem admitido o desmembramento para efeito de penhora (RESP 510643 do DF, RESP 515122 do RS). Se o imvel for imenso admite-se o desmembramento, construo pretoriana no Brasil. Ex: de bens mveis quitados protegidos pelos bens de famlia, (maquina de lavar, maquina de secar, televiso, ar condicionado, antena parablica) e segundo o RESP (teclado musical). Excees a essa proteo legal:Art. 2 Excluem-se da impenhorabilidade os veculos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. Pargrafo nico - No caso de imvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens mveis quitados que guarneam a residncia e que sejam de propriedade do locatrio, observado o disposto neste artigo.

1.3.1 - As excees as protees legais ao bem de famlia:Art. 3 A impenhorabilidade oponvel em qualquer processo de execuo civil, fiscal, previdenciria, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: I - em razo dos crditos de trabalhadores da prpria residncia e das respectivas contribuies previdencirias; II - pelo titular do crdito decorrente do financiamento destinado construo ou aquisio do imvel, no limite dos crditos e acrscimos constitudos em funo do respectivo contrato; III - pelo credor de penso alimentcia; IV - para cobrana de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuies devidas em funo do imvel familiar; V - para execuo de hipoteca sobre o imvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execuo de sentena penal condenatria a ressarcimento, indenizao ou perdimento de bens.

Essas protees aplica por extenso ao bem de famlia voluntrio. Onde h a mesma razo h de haver o mesmo Direito Art. 3 I cobrana de crdito de trabalhador da prpria residncia, no pode alegar que bem de famlia , no recolheu o INSS no tem a defesa do bem de famlia. A melhor Hermenutica do inciso I do art. 3 no sentido que empregados meramente eventuais, (ex: pintor, eletricista, diarista, pedreiro, etc.) no se subsumam ao previsto em lei, no esto na exceo. RESP 644733 SC. Esses trabalhadores no podem penhorar seu apartamento. 2 exceo: Financiando um apartamento, caso no pague v. No pode alegar bem de famlia, isso de uma clareza meridional, se no pagar o Imvel a casa

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEretoma ao Imvel. No pode opor bem de famlia legal a CEF que financiou o apartamento. 3 exceo: No pode opor para o credor da penso alimentcia. 4 exceo: no paga obrigaes tributarias referente a imveis no pode opor bem de famlia. Obs: O STF j entendeu que interpretando o IV do art. 3 que despesas condominiais, tambm vencem a proteo legal do bem de famlia (RE 439 003 SP), despesas de condomnio se no pagou vencem o bem de famlia, seu apartamento pode ser penhorado. 5 Exceo: No pode opor a exceo do bem de famlia se o processo foi movido vai contrair um emprstimo em um Banco, este pede a garantia de hipoteca, e segundo a lei se por ato de vontade v. Hipotecar o seu Imvel no pode opor depois bem de famlia. O STF tem dito que a simples indicao do bem da penhora, o devedor pode nos embargos alegar o bem de famlia, a simples indicao no renuncia ao bem de famlia, obs: a mera indicao do bem a penhora, segundo o STJ,no impede a futura alegao de bem de famlia (AgRg (Agravo regimental) no Resp 813543 do DF). 6 Se bem for produto do crime, ou precisar indenizar a vitima do crime. 7 O fiador do contrato de locao no pode opor bem de famlia, o devedor mesmo comprando uma casa. Essa matria est pacificada: O STF pacificou o entendimento no sentido de que o fiador em contrato de locao no goza da proteo do bem de famlia de maneira que a penhora do seu Imvel residencial considerada Constitucional (RE 352940-4 SP). Obs: Vale lembrar, nos termos do art. 1647 CC, que o cnjuge casado em regime que no seja, de separao de bens, necessita da autorizao do outro para prestar fiana.Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cnjuges pode, sem autorizao do outro, exceto no regime da separao absoluta: I - alienar ou gravar de nus real os bens imveis; II - pleitear, como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos; III - prestar fiana ou aval; IV - fazer doao, no sendo remuneratria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meao. Pargrafo nico. So vlidas as doaes nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.

-Questo: O devedor solteiro goza da proteo do bem de famlia? Primeiramente tem se que saber que o que d base ao bem da famlia o principio da dignidade da pessoa humana traduzido no direito constitucional da moradia, da podemos concluir que o solteiro tem a proteo do bem de famlia. RESP 450989 RJ que o Ministro lavrou em um momento de inspirao. A interpretao teleolgica do art. 1, da Lei 8.009/90, revela que a norma no se limita ao resguardo da famlia. Seu escopo definitivo a proteo de um direito fundamental da pessoa humana: o direito moradia. Se assim ocorre, no faz sentido proteger quem vive em grupo e abandonar o indivduo que sofre o mais doloroso dos sentimentos: a solido.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEAg Rg Res- 1024652 rs trata sobre a necessidade de transferncia do veiculo para afastar a solidariedade passiva. BEM JURIDICO toda utilidade fsica ou ideal que seja objeto de um direito subjetivo. COISA X BEM JURDICO: MARIA HELENA E VENOSA entendem que coisa gnero. WOSHITONG DE BARROS afirmam poder haver uma sinonmia. ORLANDO GOMES e STOLZE bem jurdico gnero e coisa espcie. -No direito alemo em seu cdigo civil, Art. 90 que coisa somente bem material, palpvel. Questo: MPF: o que se entende por patrimnio jurdico? R: a doutrina clssica costumava afirmar que o patrimnio seria a representao econmica da pessoa. Modernamente o conceito de patrimnio foi alargado para compreender tambm o que se denomina de patrimnio moral (conjunto de direitos da personalidade). Quanto a natureza jurdica o patrimnio uma universalidade de direitos e obrigaes. E forte a corrente doutrinaria que cada pessoa tem um patrimnio ainda que esse bens tem origens diversas. Obs: Patrimnio mnimo: consagra uma teoria da lavra do Prof. Luiz Edson Fachin, segundo a qual em respeito a dignidade da pessoa humana a normas, devem resguardar um mnimo de patrimnio para cada um tenha vida digna. 2 PRINCIPAIS CLASSIFICAES DE BENS JURIDICOS a) Imvel por fora de lei: Art. 80 CC: - forte a corrente doutrinaria(FRANCISCO CAHALI) no sentido de que, por conta da natureza imobiliria do direito a herana, a cesso deste direito exige autorizao conjugao, nos termos 1.647 CC. b) Bem mvel por fora de lei: Art. 83 CC: - as energia que tenham valor econmico: smen do boi, energia eltrica. -frutos so utilidades renovveis, que no esgotam a coisa principal. Ex: fruto natural, fruto civil -produto uma utilidade que no se renova, de maneira que sua percepo esgota a coisa principal.ex: ouro, petrleo. -pertenas: espcie de bem acessrio, sendo a coisa que se integra ao bem principal, facilita a sua utilizao, pertena o contrario de parte integrante do bem principal, e sim esta justa posta para servir ao bem principal. Ex: aparelho de ar condicionado uma pertena e tubulao de esgoto pare integrante do bem principal -benfeitorias: a benfeitoria toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma coisa, com propsito de conserv-la (necessria), melhor-la (til) ou proporcionar prazer (volupturia). Acesso quando aumento na coisa principal ultrapassa o conceito de benfeitoria.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEEn. 11 da 1 JDC: o CC no contemplou a categoria de imvel por acesso intelectual (aquilo que o proprietrio intencionalmente emprega na coisa principal, a ex. maquinrio agrcola). FATO JURIDICO 1 CONCEITO: todo acontecimento natural ou humano apto a criar, modificar ou extinguir relaes jurdicas. AGUSTIN ALVIN fato jurdico fato relevante para o direito. 2 CLASSIFICAO a) fato jurdico em sentido estrito: todo acontecimento natural, que deflagra efeitos jurdicos. a1)ordinrio: so os comuns. Ex: nascimento, morte natural, chuva de vero, decurso do tempo. a2)extraordinrio: so os fatos inesperados. Ex: tsunami. Obs.: nesta primeira categoria no h plano de validade do fato. b) ato-fato jurdico (PONTES DE MIRANDA): comportamento que embora derive do homem e produza efeitos jurdicos desprovido de conscincia ou voluntariedade em sua realizao. Ex: menino acha uma pepita de ouro. c) aes humanas: c1) lcitas: no sistema jurdico brasileiro se chama de ato jurdico. c1.1) ato jurdico em sentido estrito: tambm chamado de ato no negocial, traduz um comportamento humano, voluntario e consciente, cujo os efeitos jurdicos esto previamente determinados na lei. No h liberdade negocial ou autonomia privada na escolha dos efeitos perseguidos. Ex: adquirir propriedade por especificao: o arteso que faz vaso com argila alheia adquire a propriedade por fora de lei, mas indeniza o proprietrio da matria prima. NEGOCIO JURDICO OBS.: Mesmo nos contratos por adeso haver uma margem, ainda que mnima, de autonomia privada no que toca liberdade de aderir ou no ao fora proposto. (A Regra Moral nas Obrigaes Civis George Ripert). Na teoria geral do contrato a autonomia ser retomada na perspectiva de autores como Judith M. Costa e Luigi Ferri, que bem demonstram os parmetros de conteno que a liberdade negocial deve experimentar c1.2) negocio jurdico: consiste em declarao de vontade, segundo a qual o agente movido pela autonomia privada e pela liberdade negocial, persegue e escolhe, respeitando parmetros de ordem pblica, determinados efeitos jurdicos. c2) ilcitas: se convencionou tratar como ato ilcito. *Na opo feita pelo legislador (Art. 186 e 187 CC) o ato ilcito uma categoria prpria, e no faz parte do ato jurdico, como dizem alguns autores. TEORIAS EXPLICATIVAS DO NEGOCIO JURIDICO

DIRETO CIVIL PABLO STOLZE1. Teoria ou corrente voluntarista ou Teoria da vontade (Willens theorie): a teoria mais antiga e sustenta que a pedra fundamental, a matriz explicativa, o ncleo do negocio jurdico a prpria vontade interna ou a inteno do declarante. Tal teoria influenciou especialmente o nosso CC conforme art. 112. 2. Uma segunda teoria ou corrente objetivista ou da declarao (Erklrungstheorie): Sustenta que o que explica, o que justifica o prprio negocio no a inteno do declarante, mas sim, a sua prpria vontade externa ou declarada. Essas teorias se complementam, pois o negocio jurdico deve ser explicado segundo a conjugao da vontade interna com a vontade que se declara, ou seja, precisa das duas vontades. Questo: O que teoria da pressuposio? R: Trata-se de uma teoria desenvolvida por (Windscheid), que sustentava a invalidade do negocio jurdico quando a certeza subjetiva do agente se modificasse na execuo do contrato. O negocio jurdico perde fora se vontade do declarante se modifica no decurso do tempo. Ex: O CC adotou a teoria dualista nos lembra FACHIN, pois regulou separadamente o ato jurdico em sentido estrito (Art. 185) e o negocio jurdico (Art. 04 e ss). *Esquema para entender o negcio jurdico: PLANOS DO NEGOCIO JURDICO O negcio jurdico pode ser subdividido em trs planos de anlise: 1. PLANO DE EXISTNCIA OU PLANO SUBSTANTIVO: Neste plano feita anlise dos elementos/pressupostos existenciais que compem o negcio. Se faltar qualquer pressupostos do negocio jurdico ele inexistente: a) Manifestao de vontade: compreende a vontade interna e externa. Se no houver manifestao de vontade o negocio jurdico inexistente. b) Agente (emissor da vontade): em geral, este agente emissor da vontade uma pessoa fsica ou jurdica podendo tambm ser um rgo c) Objeto (do negocio jurdico): O objeto o bem da vida, sem o objeto o negcio no existe. d) Forma: o necessrio meio pelo qual a vontade se manifesta na linha de Vicente Ro, traduz o revestimento exterior do prprio negcio. # O negocio jurdico em geral, para existir, pressupe a observncia de uma determinada forma de exteriorizao da vontade que poder ser escrita, verbal ou at mmica. OBS.: Lembra-nos Caio Mario que, normalmente, o silncio o nada, de maneira que no serviria para completar a estrutura existencial do negocio. Todavia, na vereda dos sistemas belga, francs, alemo e suo, e tambm a teor do art. 218 do cdigo de Portugal, o art. 111 do CC admite que em determinadas situaes o

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEsilncio forma de manifestao da vontade, como no caso da doao pura (art. 539, CC). 2. PLANO DE VALIDADE: So os pressupostos de existncia qualificativos do Negcio Jurdico. Previsto no art. 104, CC. a) Manifestao de vontade = tem que ser totalmente livre e de boa f; b) Agente = deve ser capaz e legitimado; c) Objeto = deve lcito, possvel e determinado (vel); d) Forma = deve ser livre ou prescrita/expressa em lei. Se existirem os pressupostos mas no existir a qualificao o negocio nulo. OBS.: Autores como Orlando Gomes observam que licitude no apena legalidade, mas tambm subsuno ao padro mdio de moralidade. * Defeitos do negocio - vcios de vontade: erro, dolo e coao atacam o plano de validade, pois impedem a vontade livre, de boa-f. OBS.: Nos termos do art. 107 CC, vigora no Brasil o princpio da liberdade da forma para os negcios jurdicos. Todavia, em algumas situaes, a prpria lei exige ou prescreve determinada forma para efeito probatrio (negocio ad probatio-nem art. 227) ou prescreve determinada forma como pressuposto de validade do prprio negcio (negocio ad solemnitatem art. 108). Em algumas situaes, portanto, como se l no art. 108, a inobservncia da forma prescrita em lei poder resultar na prpria invalidade do negcio. Negcios imobilirios cujo valor seja superior a 30 salrios mnimos exigvel a forma publica (escritura pblica) exigvel como pressuposto de validade. OBS.: Independentemente do valor no se exige escritura publica para contratos de promessa de compra e venda imobiliria (art. 1417 e 1418 CC forma particular), bem como naqueles garantidos por meio de alienao fiduciria de imveis (art. 38 da L. 9514/07) ou que tenham por objeto aquisio de imvel sujeito ao SFH (art. 61, da L. 4.380/64). PLANO DE EFICCIA (ser visto detalhadamente em aula especifica) So os elementos acidentais (pois podem ocorrer ou no) do negocio jurdico. a. Condio b. Termo c. Modo encargo DEFEITOS OU VICIOS DO NEGOCIO JURDICO a) ERRO OU IGNORNCIA: (art. 138, CC) Teoricamente, afirma-se que o erro uma falsa percepo/representao positiva da realidade, um equivoco na atuao do agente, ao passo que a ignorncia traduz um estado de esprito negativo, completo desconhecimento a respeito do fato. Na pratica, entretanto, existe uma sinonmia.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEPara o que mais nos interessa, importante frisar que o erro defeito do negocio jurdico que o invalida (causa de anulao), desde que, na linha da doutrina tradicional (Clovis Bevilacqua), e segundo julgado do prprio STJ (REsp. 744.311/MT), dois requisitos concorram: 1) o erro deve ser essencial e substancial e; 2) segundo o erro deve ser escusvel ou perdovel. Os autores mais modernos, conforme notamos da leitura do prprio Enunciado 12 da I JDC, corretamente, at pelo acentuado grau de abstrao, entendem dispensvel o requisito da escusabilidade do erro segundo o principio da confiana em respeito boa-f. ESPCIES DE ERRO Na linha da doutrina de Roberto de Ruggiero, luz do art. 139 do CC, fundamentalmente, temos 4 tipos de erro: a) Erro sobre o objeto: aquele que diz respeito s caractersticas essenciais do prprio objeto/bem do negocio jurdico; b) Erro sobre negcio: incide na prpria declarao negocial da vontade; c) Erro sobre pessoa: incide nas caractersticas essenciais de um dos declarantes, com especial aplicao no Direito de Famlia, no campo da anulabilidade do casamento. (art. 1.556). Na jurisprudncia ver TJRS - AC. 7001.680.7315 d) Erro de direito Questo: O que se entende por erro de direito? Ele admitido no Brasil? O Cdigo civil de 1916, por influencia de Clovis Bevilacqua, no aceitava a categoria do erro de direito, omisso esta contornada pelo art. 139, III, NCC.Art. 139. O erro substancial quando: III - sendo de direito e no implicando recusa aplicao da lei, for o motivo nico ou principal do negcio jurdico.

N alinha de pensamento de autores como EDUARDO ESPINOLA, CARVALHO SANTOS, CAIO MARIO podemos concluir pela admissibilidade do erro de direito que, sem traduzir intencional recusa ao imprio da lei, incide no mbito de atuao permissiva da norma, ou seja, o declarante, ao celebrar o negocio, imagina permitido o que proibido. Obs.: Em teoria geral do contrato, dever ser feita distino entre erro e vicio redibitrio. No se pode confundir erro com negocio redibitrio: Erro subjetivo, uma vez que incide na psique do agente, enquanto o vicio redibitrio objetivo, traduzindo-se como defeito oculta na prpria coisa. Vale lembrar ainda, nos termos do art. 144, CC, que ausente o prejuzo, no h que se falar no erro.Art. 144. O erro no prejudica a validade do negcio jurdico quando a pessoa, a quem a manifestao de vontade se dirige, se oferecer para execut-la na conformidade da vontade real do manifestante.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEO erro de direito no traduz intencional recusa a aplicao da lei, mas consiste em equivoco justificvel de interpretao normativa, em outras palavras um erro sobre a ilicitude do ato. O CC em Art. 139, III, consagrou o erro de direito como causa tambm de anulao do negocio jurdico. Questo: o que erro imprprio? Segundo a doutrina de na Magalhes, a teoria do erro imprprio, derivada do pensamento de SAVGNY, sustentava que esta categoria de erro (erro imprprio ou erro obstculo) incidiria apenas na vontade externa ou declarada do agente, no na sua inteno. (Ex.: Ao celebrar o negocio em vez de dizer venda o declarante usa a palavra errada e diz locao). O sistema jurdico brasileiro, dado o alto grau de abstrao da tese, no se ocupa com essa distino. DOLO Segundo Clovis o dolo o artifcio astucioso empregado para induzir uma das partes do negocio jurdico a realizar o ato de forma prejudicial ao seu prprio interesse. Vale dizer, o dolo, causa de anulao do negocio jurdico, defeito carregado de m-f, nada mais do que um erro provocado. O dolo pior que o erro no plano axiolgico (na essncia), porque ele carregado de m-f, de peonha, vil, soez. Ento, no conceito valorativo, pior. Ele o artifcio, ardil, que induz uma das partes a incorrer em erro. Ele mais grave porque ele o erro provocado. Mas, se por um lado, se no plano valorativo o dolo mais grave, no plano da produo dos efeitos validantes o erro e o dolo, neste ponto, so iguais. Ambos so causas de ANULAO DO ATO JURDICO. *O prprio direito romano de certa j conhecia o instituto ao consagrar e reconhecer o chamado dolus malus, que se contrape ao chamado dolus bonus, este sim socialmente admitido, e atualmente muito empregado como tcnica de publicidade e propaganda. No mercado de publicidade, o anunciante reala as caractersticas do seu produto. Isso no um defeito, no gera defeito no negcio dos outros. Ex.: O hambrguer da foto e o hambrguer que voc compra para comer. Ex.: O xampu da TV e os cabelos maravilhosos que aparecem na tela. Ex.: O creme dental que aparece na TV onde as pessoas tm os dentes na cor da parede. Ex.: O brinquedo mirabolante na TV que no nada disso quando se leva para casa. Isso tudo dolus bnus, aceitvel. No entanto, ns temos comerciais que esto muito prximos ao dolus malus. Ento, haver dolo mal na publicidade enganosa, ou na prtica comercial abusiva, quando o declarante alterar ou mascarar espuriamente as caractersticas do objeto ou os termos do negcio.

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Esse tipo de tcnica abusiva a MENSAGEM SUBLIMINAR. As mensagens subliminares, aquelas que no podem ser captadas diretamente pelos sentidos humanos, mas que so inconscientemente percebidas, resultando muitas vezes em comportamento no desejado, traduzem atuao dolosa e ilcita, carregada de m-f vedada pelo nosso ordenamento jurdico. E realizada com o escopo de induzir o declaratrio a realizar comportamento no refletido no seu plano crtico e consciente. (ver PL n 4.068/08 e PL n 4.825/09). Ex.: Tela do cinema que mostra, sem que voc perceba, vrias vezes, o saco de pipoca e a garrafa da coca-cola. bom lembrar que a mensagem subliminar pode ser auditiva ou visual. E esse dolo mal, invalida o negcio. O dolo para invalidar o negocio jurdico, deve ser principal, ou seja, atacar a prpria causa do negocio (art. 145, CC); no entanto, se o dolo for meramente acidental (art. 146, CC), por atacar aspectos secundrios do negocio, este ser mantido, impondo apenas a obrigao de pagar perdas e danos.Art. 145. So os negcios jurdicos anulveis por dolo, quando este for a sua causa. Art. 146. O dolo acidental s obriga satisfao das perdas e danos, e acidental quando, a seu despeito, o negcio seria realizado, embora por outro modo.

dolo negativo Na perspectiva do principio da boa-f objetiva, a omisso ou o silncio intencional a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado poder resultar tambm na invalidade do negocio jurdico. o chamado dolo negativo (art. 147, CC).Art. 147. Nos negcios jurdicos bilaterais, o silncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omisso dolosa, provando-se que sem ela o negcio no se teria celebrado.

Dolo bilateral Vale observar ainda que o art. 150, CC impede que o dolo bilateral seja oficialmente amparado.Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode aleg-lo para anular o negcio, ou reclamar indenizao.

Dolo de terceiro Nos termos do art. 148, a regra geral de que o dolo de terceiro somente anular o negocio se a parte beneficiaria dele soubesse ou tivesse como saber.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEArt. 148. Pode tambm ser anulado o negcio jurdico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrrio, ainda que subsista o negcio jurdico, o terceiro responder por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

COAO Temos duas espcies de coao: Fsica (vis absoluta): Negocio inexistente - ausncia da manifestao de vontade, o contrato inexistente; Moral (vis compulsiva): Negocio anulvel A coao, causa de anulao do negocio jurdico, consiste na violncia pscologica ou ameaa dirigida a vitima para que celebre um negocio jurdico que a sua vontade interna no deseja realizar (art. 151, CC). Este conceito o da coao moral.Art. 151. A coao, para viciar a declarao da vontade, h de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considervel sua pessoa, sua famlia, ou aos seus bens. Pargrafo nico. Se disser respeito a pessoa no pertencente famlia do paciente, o juiz, com base nas circunstncias, decidir se houve coao.

Ao apreciar a coao, nos termos do art. 152, CC, no se deve levar em conta a figura do homem mdio, mas sim, as caractersticas pessoais em concreto.Art. 152. No apreciar a coao, ter-se-o em conta o sexo, a idade, a condio, a sade, o temperamento do paciente e todas as demais circunstncias que possam influir na gravidade dela.

Obs.: No se pode confundir, nos termos do art. 153, a coao com a ameaa do exerccio regular de direito nem com o simples temor reverencial. O TJRJ, julgando a AC. 2.004.001.34437, assentou que a ameaa da negativao legitima do nome do devedor no traduz coao.Art. 153. No se considera coao a ameaa do exerccio normal de um direito, nem o simples temor reverencial.

Coao de terceiro Em sntese, nos termos dos arts. 154 e 155, a coao de terceiro anular o negocio somente se o beneficirio soubesse ou tivesse como saber, caso em que RESPONDER SOLIDARIAMENTE pelas perdas e danos.Art. 154. Vicia o negcio jurdico a coao exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responder solidariamente com aquele por perdas e danos. Art. 155. Subsistir o negcio jurdico, se a coao decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coao responder por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

LESO Esse vcio do negcio jurdico o mais prximo da nossa realidade. A leso, posto j conhecida pelo direito romano (quando diferenciava a leso enorme da leso enormssima, no fora tratada pelo Cdigo Civil de 1916, razo

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEpela qual criticas forma feitas por tal omisso, mormente em se considerando que este instituto encontra terreno frtil nas sociedades de massa do sec. XX. Em verdade, a necessidade de reconhecimento da leso estava na razo direta dos crescentes abusos do poder econmico e que se concretiza quando em face do abuso, da necessidade ou inexperincia, onde uma das partes assume prestao excessivamente onerosa, em franco desrespeito ao Princpio da Equivalncia Material. A leso, causa de invalidade do negocio jurdico (art. 157, CC), deriva da desproporo entre as prestaes pactuadas, em virtude da necessidade ou inexperincia de uma das partes a quem se impe uma obrigao excessivamente onerosa. Obs.: O tratamento legal desse importante vicio tem o seu ponto de partida a Lei n 1.521/1951(Lei de Economia Popular),passando pelo CDC (arts. 6, V , 39, V e 51, IV), para finalmente tambm ser reconhecido pelo nosso CC (art. 157).Art. 6 So direitos bsicos do consumidor: V - a modificao das clusulas contratuais que estabeleam prestaes desproporcionais ou sua reviso em razo de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; Das Prticas Abusivas Art. 39. vedado ao fornecedor de produtos ou servios, dentre outras prticas abusivas: V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; Das Clusulas Abusivas Art. 51. So nulas de pleno direito, entre outras, as clusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e servios que: IV estabeleam obrigaes consideradas inquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatveis com a boa-f ou a eqidade; Art. 157. Ocorre a leso quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperincia, se obriga a prestao manifestamente desproporcional ao valor da prestao oposta. 1 Aprecia-se a desproporo das prestaes segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negcio jurdico. 2 No se decretar a anulao do negcio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a reduo do proveito. ( o Princpio da Conservao do Negcio)

Vale observar que o CDC trata a leso como causa de nulidade absoluta do negocio; Ao passo que o CC trata a leso como causa de anulabilidade. Obs.: Quando o desequilbrio do contrato oriundo de taxa e juros bancrios, o STF costuma no entender que seja leso. Obs.: Caio Mrio diz que o milionrio pode at no sofrer leso com freqncia, mas pode ocorrer em razo da sua inexperincia (e no por conta de necessidade) em determinado ramo de um negcio desconhecido por ele. Mas, frequentemente, quem vtima de leso o pobre, o necessitado, e por conta dele, que se deve usar o Princpio da Funo Social do Contrato. Alis, a leso tem ntima relao com este princpio. H um caso inclusive, que chegou ao STJ onde o tribunal no invalidou o contrato, mas recalculou a atualizao da dvida do autor devedor. No posso confundir a leso, vicio invalidante do negocio jurdico, em que a desproporo entre as prestaes nasce com o prprio negocio com a teoria da

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEimpreviso, uma vez que esta doutrina pressupe um contrato que nasce valido e somente se desequilibra depois. Ex.: Contrato de compra de um som onde a parte compradora vai assumir uma prestao excessivamente onerosa por pura inexperincia. Do conceito da leso podemos extrair dois elementos ou requisitos: a) Elemento material ou objetivo: a desproporo entre as prestaes do negocio; b) Elemento imaterial ou subjetivo: necessidade ou inexperincia da parte prejudicada. **O Princpio da Conservao orienta o magistrado sempre que o juiz for avaliar a validade do negcio. Mas, num contrato de negcio envolvendo consumidor, neste caso, causa absoluta de nulidade do contrato. Portanto, o juiz deve analisar bem o contrato, porque se for oriundo do CC, caso de ANULAO DO NEGCIO JURDICO. LESO CONTRATO BASEADO NO CDC NEGCIO NULO LESO CONTRATO BASEADO NO CC CASO DE ANULAO ESTADO DE PERIGO Assim como a leso, o estado de perigo no fora tratado pelo CC de 1916, merecendo reconhecimento tardio no art. 156 do NCC. Trata-se de uma aplicao do estado de necessidade no Direito Civil, podendo este vicio ser conceituado da seguinte maneira: O estado de perigo, causa de anulabilidade do negocio jurdico, ocorre quando uma das partes premida da necessidade de salvar-se ou a pessoa prxima de grave perigo de dano, conhecido pela outra parte, assume prestao excessivamente onerosa.Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando algum, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famlia, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigao excessivamente onerosa. Pargrafo nico. Tratando-se de pessoa no pertencente famlia do declarante, o juiz decidir segundo as circunstncias.

Obs.: O prprio STJ j reconheceu REsp. 918.392/RN, a despeito de criticas da doutrina (Gustavo Nicolau), que, no estado de perigo exigisse o dolo de aproveitamento, ou seja, a parte contraria tem conhecimento desse perigo. (O dolo de aproveitamento da parte que se beneficia (isso para a doutrina clssica) a necessidade ou a inexperincia da parte que se prejudica). *O Dolo de Aproveitamento o dolo especfico de aproveitar, de explorar. a inteno de realizar o ilcito. Embora a doutrina entenda que no negcio em que haja leso deva ter o dolo de aproveitamento da parte que se beneficia e a necessidade ou a inexperincia da outra parte que se prejudica, tanto o CC quanto o CDC, para auxiliar a parte que se prejudicou, dispensam a prova do dolo de aproveitamento.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEPerfeita aplicao do instituto poder se dar em face da absurda e ilegtima exigncia do cheque cauo como condio para atendimento emergencial em clinicas e hospitais (REsp. 796.739/MT, REsp. 918.392/RN, Ap. 833.355-7/TJSP) **A Resoluo 412 da ANS, nas condies estabelecidas por ele, probe esse tipo de cobrana de garantia, podendo tal pratica resultar em Representao perante o MPF. Espcies de dolo: 1.Dolo Invalidante (ou dolo principal) ou seja, o dolo somente invalida o negcio se ele atacar a causa, a substncia do negcio.Art. 145. So os negcios jurdicos anulveis por dolo, quando este for a sua causa.

O dolo que invalida o negcio o dolo mal. Obs.: No posso confundir o dolo principal, invalidante do negcio, com o dolo simplesmente acidental, que diz respeito apenas s caractersticas secundrias do negcio. (art. 146 do CC) 2.Dolo Acidental (ou secundrio):Art. 146. O dolo acidental s obriga satisfao das perdas e danos, e acidental quando, a seu despeito, o negcio seria realizado, embora por outro modo.

Esse dolo acidental no anula o negcio. Ele apenas gera a obrigao de indenizar por perdas de danos. Ex.: Trouxe um celular dos EUA. Eu sei que ele no funciona aqui no Brasil, porque ele no compatvel com nenhuma operadora. E o vendo. Esse negcio ilegal. Ele ser invalidado. ( o dolo invalidante) Ex.: Vendo um celular cujo acessrio no funciona. Eu sabia, mas vendi assim mesmo. Ainda que o dolo tenha atingido um aspecto secundrio, isso no invalida todo o negcio, mas d direito s perdas e danos por aquele acessrio. o dolo acidental. J o dolo acidental s d direito s perdas e danos mesmo. (porque no atine todo o negcio) Obs.: o dolo pode derivar da atuao de um terceiro (art. 148 do CC)Art. 148. Pode tambm ser anulado o negcio jurdico por dolo de terceiro,/ se a parte a quem aproveite dele/tivesse ou devesse ter conhecimento;/ em caso contrrio, ainda que subsista o negcio jurdico/, o terceiro responder por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. (= cumplicidade)

Explicao: havendo dolo de terceiro, o negocio s anulado se houver cumplicidade entre o 3 e o beneficiado. A prova de concurso tem que dizer isso, que o beneficirio sabia ou devia saber dessa m-f existente no negcio por parte do 3. Se este beneficiado comprovar que no sabia, o negcio fica mantido, e o 3 quem vai responder por perdas e danos ao prejudicado. Se no houve cumplicidade do 3 com o beneficiado, o beneficiado no tem que indenizar nada. Mas, se houve cumplicidade entre os dois, ambos arcaro com as

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEperdas e danos, no de maneira solidria (porque a lei nada prev sobre a solidariedade), mas sim, respondendo de acordo com a sua atuao dolosa. Ex.: Um Corretor de Gado, movido pela m-f, se prope a comprar umas cabeas de gado do Fazendeiro Y, porque ele sabe que o gado est doente e j vai morrer. Por conta disso, ele comprou o gado por preo baixo, e os revendeu a uma Fazendeira X, por um bom preo, e sem que ela soubesse que o gado estava fadado a morrer em breve. Segundo a interpretao deste art. 148, se o corretor estiver em conluio com o Fazendeiro Y, o negcio anulvel e os dois ainda respondem por perdas e danos, na medida das suas participaes. No entanto, se o Fazendeiro Y nada sabia sobre as ms intenes do corretor, o negcio permanece vlido (at porque o Fazendeiro Y no tem nada a ver com a malandragem do corretor, e no pode ter prejuzo) e s quem vai responder por perdas e danos ser o corretor. Em suma: Dolo de 3 + conluio do beneficiado = anulao do negcio + perdas e danos sobre os dois. Dolo de 3 - conluio do beneficiado = no anula o negcio + perdas e danos do terceiro. Perguntas: 1. O que DOLO NEGATIVO? (caiu na prova de TJGO) 2. O que DOLO BILATERAL? 1. O Dolo Negativo, previsto no art. 147 do CC, traduz uma omisso dolosa, violadora do Princpio da Boa-F Objetiva. O dolo negativo uma omisso de informao, que viola o Princpio da Eticidade.Art. 147. Nos negcios jurdicos bilaterais, o silncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omisso dolosa, provando-se que sem ela o negcio no se teria celebrado.

2. O Dolo Bilateral resulta da situao de m-f das duas partes do negcio. (art. 150 do CC)Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode aleg-lo para anular o negcio, ou reclamar indenizao.

a torpeza existente entre as duas partes, e por isso, no se compensa nada. nulo o negcio. COAO: Ns temos 2 espcies de coao: 1. A Coao Fsica (vis absoluta) NEGCIO INEXISTENTE 2. A Coao Moral (vis compulsiva) NEGCIO ANULVEL Ex.: O lutador de sum que pegou o brao da senhorinha e a fez assinar um contrato, um negcio inexistente. inexistente porque no houve qualquer manifestao de vontade da senhorinha.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEEx.: A coao moral uma coao psicolgica. Aqui, a vontade de se manifestar no deixa de existir, mas ela mitigada, deixando, porm, uma margem para a REAO. Ns veremos aqui que a coao moral torna o negcio jurdico anulvel, e o seu conceito est no artigo 151 do CC.Art. 151. A coao, para viciar a declarao da vontade, h de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considervel sua pessoa, sua famlia, ou aos seus bens. Pargrafo nico. Se disser respeito a pessoa no pertencente famlia do paciente, o juiz, com base nas circunstncias, decidir se houve coao.

Ex.: Se voc no celebrar um negcio comigo, eu vou matar a sua namorada. Neste caso, o juiz vai avaliar se houve coao ou no. Obs.: A figura do homem mdio a figura do homem de existncia comum. Nunca use essa expresso em sua prova no caso de coao, porque o que conta para a coao so as condies do art. 152 do CC (como SEXO, IDADE, CONDIO, SADE, TEMPERAMENTO...). Vale lembrar que, por fora de norma explcita, art. 152 do CC, a coao sempre ser analisada em concreto. Por isso, no se invoca a figura do homem mdio. E mais, na forma do art. 153, fica claro que a coao no se confunde com a ameaa do Exerccio Regular do Direito, nem com Simples Temor Reverencial.Art. 152. No apreciar a coao, ter-se-o em conta o sexo, a idade, a condio, a sade, o temperamento do paciente e todas as demais circunstncias que possam influir na gravidade dela. Art. 153. No se considera coao a ameaa do exerccio normal de um direito, nem o simples temor reverencial.

Ex.: Colocar o nome de algum no Serasa no ameaa, exerccio regular de direito. Assim entende a jurisprudncia. Ex.: O Temor Reverencial, que o respeito autoridade constituda ou reconhecida, tambm no representa ameaa. Ex.: Autoridade eclesistica, os pais, os sogros, o militar,... eles no ameaam ou coagem ningum (a no ser que atuem com ameaas mesmo). caso de RESPEITO, e no de ameaa. COAO EXERCIDA POR TERCEIRO: (Art. 154 e art. 155 do CC) Ex.: o mesmo exemplo do dolo acima, s que caso de coao de terceiro. Aqui, havendo cumplicidade entre o coator e o beneficirio, este responder SOLIDARIAMENTE com o coator.Art. 154. Vicia o negcio jurdico a coao exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responder SOLIDARIAMENTE com aquele por perdas e danos.

Esta solidariedade no dolo NO EXISTE. At porque, a solidariedade no se presume. L, cada um vai responder segundo a sua atuao dolosa.Art. 155. Subsistir o negcio jurdico, se a coao decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento (o beneficirio); mas o autor da coao responder por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.

Neste artigo, o negcio persiste, mas neste caso, haver indenizao por perdas e danos. Ex.: O Corretor de Gado far ameaas fazendeira (ou voc compra o gado ou te mato). E o negcio s ser anulado se no houver cumplicidade entre o coator e

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEo beneficiado. Se havia cumplicidade entre eles, o beneficiado responder pela indenizao integral ou solidria com o coator (porque ele sabia ou devia saber das ameaas feitas pelo terceiro). Assim, se o beneficiado sabia ou devia saber (era cmplice), ele responde por perdas e danos em solidariedade com o 3. Enquanto que se o beneficiado no sabia de nada, ele no responde por nada. O negcio no ser anulado, porque para ele, tudo foi feito em conformidade. AULA 20/04/2011 SIMULAO Na simulao, celebra-se um negcio jurdico que tem aparncia de negcio normal, mas que, em verdade, no pretende atingir um efeito que juridicamente deveria produzir. A doutrina clssica a classifica como um vcio muito grave. uma declarao falsa da vontade, visando aparentar negcio diverso do efetivamente desejado. A simulao diferente do dolo, porque neste, uma das partes sempre vtima. Enquanto que na simulao, as partes no se comunam para prejudicar um terceiro. A simulao produto de um conluio entre os contratantes, visando obter efeito diverso daquele que o negcio aparenta conferir. Difere do dolo, porque neste a vtima participa da avena, sendo induzida em erro, porm. Na simulao, a vtima lhe estranha. chamada de vcio social porque objetiva iludir terceiros ou violar a lei. No CC de 1916, a Simulao era causa de anulao do negcio jurdico, enquanto a Simulao no CC/2002 causa de nulidade. No que tange a validade do negcio, voc tem que aplicar a lei da poca em que foi celebrado o negcio. Espcies de simulao: Ambas geram a nulidade do negcio. a) Simulao absoluta: As partes criam um negocio jurdico destinado a no gerar efeito jurdico algum. Verdadeiro jogo de cena. Nesta simulao, as partes no realizam nenhum negcio. Apenas fingem, para criar uma aparncia, uma iluso externa, sem que na verdade desejem o ato. Em geral, destina-se a prejudicar terceiro, subtraindo os bens do devedor execuo ou partilha. Ex.: a falsa confisso de dvida perante amigo, com concesso de garantia real, para esquivar-se da execuo de credores quirografrios. Ex.: Um sujeito est apavorado com a sua separao, porque sua mulher advogada. Ele ento chama um amigo para celebrar uma simulao absoluta. Ele quer transferir o seu patrimnio para o seu amigo sob a falsa criao da quitao de uma dvida. Essa a simulao absoluta.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEb) Simulao Relativa (tambm chamada de Dissimulao): Por sua vez as partes criam um negocio jurdico destinado a encobrir outro negocio que produzir efeitos vedados por lei. Obs.: Poder haver simulao relativa tambm quando o ato simulado praticado mediante interposta pessoa. O CC/02, rompendo tradio legislativa, passou a considerar a simulao causa de NULIDADE ABSOLUTA do negcio jurdico, diferentemente de outros defeitos do negocio jurdico que geram anulao do negcio. (Art. 167, caput , CC)Art. 167. nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se dissimulou, se vlido for na substncia e na forma.

Obs.: Na simulao relativa, luz do principio da conservao em sendo possvel, o juiz poder aproveitar o negcio dissimulado (2 parte do art. 167). Obs.: O art. 103 do CC/16 dispunha que a simulao inocente (desprovida da inteno de prejudicar) no invalidaria o negocio; j o CC/02 no traz esta distino (En. 152 da III JDC). Obs.: Considerando-se que a simulao passou a ser causa de nulidade absoluta do negcio jurdico, qualquer pessoa poder aleg-la, inclusive um simulador em face do outro (En. 294 da IV JDC). Questo: O que contrato de vaca-papel? R.: Na linha de pensamento do prof. Marco Pissurno, trata-se de um contrato simulado que pretexto de traduzir uma parceria pecuria, em verdade, encobre um emprstimo a juros abusivos. O prprio STJ tem reconhecido a invalidade deste tipo de negcio simulado (REsp. 595.766/MS). Questo 2: O que reserva mental? (Alguns autores a chamam de reticncia) R.: A reserva mental se configura quando o agente emite uma declarao de vontade, resguardando o intimo propsito de no cumprir a finalidade projetada. Qual conseqncia jurdica que decorre da reserva mental? Correntes: 1 corrente: Parte da doutrina (Carlos Roberto Gonalves) entende que se a outra parte toma conhecimento da reserva mental, o negcio jurdico deveria ser invalidado. (Por dolo ou simulao); a correta para Pablo; 2 corrente: Na linha da doutrina do Min. Moreira Alves, o art. 110 do CC aponta no sentido de que o negcio se tornaria inexistente a partir do momento em que a outra parte toma conhecimento da reserva. (adotada) TEORIA DA INVALIDADE A invalidade um gnero do qual derivam a nulidade absoluta (negcio nulo) e a nulidade relativa (negcio anulvel). A nulidade absoluta (negocio nulo) mais grave que a nulidade relativa (negocio anulvel), pois aquela viola norma de ordem pblica. Toda nulidade absoluta ou

DIRETO CIVIL PABLO STOLZErelativa pressupe um texto de lei. Os artigos que prevem a nulidade so os 166, 167 (absoluta) e o 171 (relativa). NULIDADE ABSOLUTA (negcio nulo)Art. 166. nulo o negcio jurdico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilcito, impossvel ou indeterminvel o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilcito; IV - no revestir a forma prescrita em lei; (como as portas abertas no casamento) V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prtica, sem cominar sano. Art. 167. nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se dissimulou, se vlido for na substncia e na forma. 1o Haver simulao nos negcios jurdicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas s quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declarao, confisso, condio ou clusula no verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou ps-datados. 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-f em face dos contraentes do negcio jurdico simulado.

Obs.: O inciso III do art.166 do CC deve ser interpretado no sentido de considerar nulo o negcio jurdico quando a sua causa for considerada ilcita. Causa a finalidade do prprio negocio, ou na linha do direito italiano, a funo do negcio jurdico. Quando o legislador diz que motivo comum a ambas as partes no o motivo psicolgico de cada um, mas sim, a finalidade objetiva ou a funo do prprio negcio. Ex.: Contrato de locao onde as partes tm por finalidade instalar uma casa de prostituio. Questo: O que reduo do negcio invlido? R.: Opera-se a reduo quando o juiz, podendo, extirpa determinada ou determinadas clusulas invlidas mantendo o restante do negcio (Art. 184, CC)Art. 184. Respeitada a inteno das partes, a invalidade parcial de um negcio jurdico no o prejudicar na parte vlida, se esta for separvel; a invalidade da obrigao principal implica a das obrigaes acessrias, mas a destas no induz a da obrigao principal.

Caractersticas da nulidade absoluta: a) A nulidade absoluta do negcio jurdico dada a sua gravidade poder ser alegada por qualquer interessado, pelo MP (quando lhe couber intervir) ou at mesmo reconhecida de oficio pelo juiz (Art. 168).Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministrio Pblico, quando lhe couber intervir.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEPargrafo nico. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negcio jurdico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, no lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.

b) O negcio nulo no admite confirmao, nem convalesce pelo decurso do tempo, nos termos do art. 169, embora eventuais efeitos patrimoniais sejam prescritveis, ou seja, embora a nulidade absoluta no tenha prazo para ser declarada, o seus efeitos patrimoniais prescrevem - uma vez nulo sempre nulo;Art. 169. O negcio jurdico nulo no suscetvel de confirmao, nem convalesce pelo decurso do tempo.

c) a sentena que declara a nulidade absoluta, produz efeitos ex tunc atingindo o negocio nulo ab initio. NULIDADE RELATIVA (negcio anulvel)Art. 171. Alm dos casos expressamente declarados na lei, anulvel o negcio jurdico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vcio resultante de erro, dolo, coao, estado de perigo, leso ou fraude contra credores.

Obs.: Vale lembrar que o art. 171 no esgota todas as hipteses de anulao do negcio jurdico, uma vez que outras situaes podem ser encontradas a exemplo da prevista no art. 496, CC que considera anulvel a venda de ascendente a descendente sem o consentimento dos demais herdeiros. Caractersticas na nulidade relativa ou do negcio anulvel: a) A anulabilidade somente poder ser argida pelo legtimo interessado, mediante ao anulatria, no podendo o juiz reconhec-la de oficio. (art. 177)Art. 177. A anulabilidade no tem efeito antes de julgada por sentena, nem se pronuncia de ofcio; s os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.

b) Diferentemente da nulidade absoluta, o negcio anulvel convalesce pelo decurso do tempo, de maneira que a ao anulatria deve ser proposta dentro do seu prazo decadencial (arts. 178 e179).Art. 178. de quatro anos o prazo de decadncia para pleitear-se a anulao do negcio jurdico, contado: I - no caso de coao, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou leso, do dia em que se realizou o negcio jurdico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato anulvel, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulao, ser este de dois anos, a contar da data da concluso do ato.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEObs.: O art. 179 conjugado com o art. 496 nos leva a concluso da perda de eficcia da Smula 494 do STF, uma vez que, no atual sistema, o prazo de anulao da venda de ascendente a descendente passaria a ser de dois anos. c) diferentemente do negcio nulo o negocio anulvel admite confirmao pela vontade das partes (arts. 172 a 174)Art. 172. O negcio anulvel pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. Art. 173. O ato de confirmao deve conter a substncia do negcio celebrado e a vontade expressa de mant-lo. Art. 174. escusada a confirmao expressa, quando o negcio j foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vcio que o inquinava

d) A despeito de certa polmica adequado o raciocnio de autores como Maria Helena Diniz e Humberto Theodoro Junior, com base no art. 182 do CC, no sentido de que, por exceo, a despeito da sua natureza desconstitutiva a sentena anulatria do negcio jurdico tambm tem eficcia ex tunc (retroativa). uma sentena especial, uma exceo, pois este tipo de sentena no pode ser ex nunc, como falado por todos, e sim tem que retroagir os efeitos ao status quo ante.Art. 182. Anulado o negcio jurdico, restituir-se-o as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, no sendo possvel restitu-las, sero indenizadas com o equivalente.

Obs.: Lembra Pontes de Miranda que enquanto a sentena anulatria no proferida o negcio anulvel surte efeitos eficcia interimstica. Questo: possvel a nulidade superveniente? R.: Parte da doutrina, a exemplo de Martinho Garcez Neto observa que em determinadas situaes cabvel a tese da nulidade superveniente. Questo 2: O que converso do negcio jurdico invalido? R.: Trata-se de uma das poucas medidas sanatrias de um negcio nulo (conferir Rachel Schmiedel, Saraiva). Foi no Cdigo Civil alemo em seu 140 (Umdeutung) que tratou de forma pioneira da conversibilidade do negcio jurdico invalido, no que foi seguido por outros cdigos, a exemplo do art. 293 do CC de Portugal e do art. 170 do nosso CC. Essa medida se aplica tanto a nulidade absoluta quanto a relativa. Conceito: Trata-se de uma medida sanatria, por meio da qual aproveitam-se os elementos materiais de um negcio invalido, segundo a vontade das partes, convertendo-o em outra categoria de negcio vlido e de fins lcitos.Art. 170. Se, porm, o negcio jurdico nulo contiver os requisitos de outro, subsistir este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

*Para que haja esta converso, alm do aproveitamento do negcio invalido (requisito material), deve ficar claro que se as partes houvessem previsto a nulidade teriam celebrado o negcio convertido (requisito imaterial ou subjetivo). Um bom exemplo a conversibilidade de uma compra e venda por vicio de forma em promessa de compra e venda

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Aplicao do princpio da conservao: o Reduo do negocio jurdico: a operao em que o juiz afastando as clusulas invalidadas do negocio, podendo, conserva o restante do ato. o Toda invalidade pressupe previso legal e prejuzo. Aula on-line FRAUDE CONTRA CREDORES Conceito: A fraude contra credores, vcio do negocio jurdico, caracteriza-se pela prtica de um ato negocial que diminui o patrimnio do devedor insolvente ou a beira da insolvncia, prejudicando credor preexistente. o Ex.: Devedor que deve ao Banco R$ 200.000,00 (passivo) tendo uma casa no valor de R$ 50.000,00 (patrimnio remanescente ativo). Por meio de contrato transfere gratuitamente este imvel, que poderia honrar parte da obrigao, ao filho tornando-se insolvente caracterizando assim fraude contra credores. Obs.: No confundir fraude contra credores e simulao. Na fraude no h simulao, no h disfarce. Alm disso, a doutrina predominante entende que a vtima da fraude sempre especfica: o credor preexistente. A fraude contra credores pressupe para sua caracterizao dois elementos: a) Consilium fraudis conluio fraudulento (m-f); b) Eventus damni: prejuzo ao credor preexistente que descobre que o devedor dilapidou seu patrimnio em detrimento da obrigao. Obs.: Maria Helena Diniz e Marco Bernardes de Mello afirmam que em negcios de transmisso gratuita de bens a fraude to grave que se dispensa a prova da m-f, ou seja, esta presumida. Ex: Doao fraudulenta Hipteses legais de fraude contra credores: 1) Negcio gratuito de transmisso fraudulenta de bens - Art. 158, CC: Ex: doao fraudulenta;Art. 158. Os negcios de transmisso gratuita de bens ou remisso de dvida, se os praticar o devedor j insolvente, ou por eles reduzido insolvncia, ainda quando o ignore, podero ser anulados pelos credores quirografrios, como lesivos dos seus direitos. 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 2o S os credores que j o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulao deles.

2) Remisso fraudulenta de dvidas (perdo fraudulento) Art. 158; 3) Contratos onerosos celebrados pelo devedor insolvente, quando a sua insolvncia for notria ou houver motivo para ser conhecida pela outra parte (art.159):

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEo Para se provar a fraude neste caso, alm dos requisitos gerais (dano e m-f) o credor dever provar que a insolvncia era notria ou que havia motivo para ser conhecida pela outra parte (parentesco prximo). o Pode haver a fraude at mesmo em contratos onerosos do devedor insolvente.Art. 159. Sero igualmente anulveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvncia for notria, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

4) Antecipao fraudulenta de pagamento feita a um dos credores quirografrios, em detrimento dos demais - Art. 162, CC. o Credor quirografrio o credor sem preferncia de garantia.Art. 162. O credor quirografrio, que receber do devedor insolvente o pagamento da dvida ainda no vencida, ficar obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu.

5) Outorga fraudulenta de garantia de dvida dada a um dos credores, em detrimento dos demais - Art. 163: Ex.: HipotecaArt. 163. Presumem-se fraudatrias dos direitos dos outros credores as garantias de dvidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.

Obs.: Fraude contra credores no se confunde com fraude execuo. A fraude execuo mais grave, uma vez que alm de afronta o credito desrespeita a administrao da justia, na medida em que j existe contra o devedor demanda capaz de oficialmente reduzi-lo ou reconhecer sua insolvncia. (REsp. 684.925/RS). o Em tal caso, resguardado o direito de ampla defesa, o juiz poder reconhecer de plano a nulidade do ato fraudulento. A ao judicial por meio da qual o credor impugnar o ato fraudulento a Ao Pauliana que uma ao revocatria especfica e que tem prazo decadencial de 4 anos para a sua propositura. Ao Pauliana ao pessoal que no exige outorga conjugal e tem prazo decadencial de quatro anos, a contar de quatro anos a contar da concluso do ato. Observaes especiais a luz do STJ sobre o tema: o CC 74.528/SP 14/05/08: O STJ firmou a idia de que competncia da justia comum analisar fraude contra credores, ainda que se trate de crdito trabalhista. o Smula n 195/STJ lembra-nos que fraude contra credores exige ao especfica, no podendo ser argida em embargos de terceiro. A legitimidade ativa para propor a Ao Pauliana do credor preexistente. Obs.: O NCC no 1 do art. 158 lembra que mesmo o credor com garantia pode ter interesse na Pauliana se a mesma se tornar insuficiente. A legitimidade passiva em face do devedor insolvente, da pessoa que com ele contratou e eventualmente o terceiro de m-f. (Art.161, CC). No caso do bem ter sido transferido a terceiro caber a este provar boa-f. Se tiver de

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEboa-f no integra o plo passivo e nem devolve o bem alienado. Neste caso o credor dever procurar outros bens dos legitimados passivos.Art. 161. A ao, nos casos dos arts. 158 e 159, poder ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulao considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de m-f.

Natureza jurdica da sentena na Ao Pauliana 1 corrente: Corrente dominante (Nelson Neri Jr., Min. Moreira Alves) seguindo pensamento tradicional, e amparado no prprio CC nos termos do art. 165, sustenta que a sentena na Pauliana desconstitutiva anulatria do negcio fraudulento.Art. 165. Anulados os negcios fraudulentos, a vantagem resultante reverter em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. Pargrafo nico. Se esses negcios tinham por nico objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importar somente na anulao da preferncia ajustada.

2 corrente: minoritria (Yusef Said Cahali, Alexandre Cmara, Frederico Pinheiro, Nelson Hanada), mas tem amparo em julgado do STJ. Esses autores sustentam quem em verdade a sentena na Pauliana no de invalidao do negcio, mas apenas declaratria da ineficcia do negcio fraudulento em face do credor prejudicado. (REsp 306.512/MS). Esse julgado, afastando-se da literalidade do CC, adotou a corrente da ineficcia. jurisprudncia contra legem, mas de melhor doutrina. No REsp. 1.092.134/SP o STJ entendeu por relativizar a exigncia do credor preexistente para a caracterizao da fraude sob o argumento de se buscar a eficcia social do direito.

Invalidade do negcio jurdico Nulidade absoluta: Torna o Negcio nulo mais grave, pois ofende norma de ordem pblica, ou norma cogente.Art. 166. nulo o negcio jurdico quando: I celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II for ilcito, impossvel ou indeterminvel o seu objeto; III o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilcito; IV no revestir a forma prescrita em lei; V for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prtica, sem cominar sano. Art. 167. nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se dissimulou, se vlido for na substncia e na forma. 1 Haver simulao nos negcios jurdicos quando: I aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas s quais realmente se conferem, ou transmitem; II contiverem declarao, confisso, condio ou clusula no verdadeira; III os instrumentos particulares forem antedatados, ou ps-datados. 2 Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-f em face dos contraentes do negcio jurdico simulado.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEObs.: o inciso III do Art.166, refere-se a motivo determinante comum a ambas as partes, est em verdade, fazendo meno a causa do negocio jurdico. Causa finalidade negocial, ou na linha do direito italiano, a funo do negocio jurdica. Quando o legislador diz que motivo comum a ambas as partes no o motivo psicolgico de cada um, e sim a finalidade negocial. 2.1.1 Caractersticas da nulidade absoluta: a) pode ser alegada por qualquer pessoa, pelo MP (quando lhe couber intervir) ou at mesmo reconhecida de oficio pelo juiz[Art. 168] b) o negocio nulo no admite confirmao [Art. 169 1 parte] c) a nulidade absoluta no convalesce pelo decurso do tempo, ou seja, imprescritvel [Art. 169 2 parte] obs.: embora a nulidade absoluta no tem prazo para ser declarada, o seus efeitos patrimoniais prescrevem. d) a sentena que declara a nulidade absoluta, produz efeitos ex tunc.

2.2 Nulidade relativa (anulabilidade) Torna o Negcio anulvelArt. 171. Alm dos casos expressamente declarados na lei, anulvel o negcio jurdico: I por incapacidade relativa do agente; II por vcio resultante de erro, dolo, coao, estado de perigo, leso ou fraude contra credores.

Podem existir outros casos alem dos elencados, o rol exemplificativo. Como por exemplo a compra e venda entre pai e filho que necessita de outorga filial dos irmos e conjugal, sem os mesmos, pode o negocio ser anulvel. [Art. 496] 2.2.1 Caractersticas na nulidade relativa: a) a anulabilidade deve ser argida pelo legitimo interessado, mediante ao anulatria, no podendo o juiz declar-la de oficio. b) a ao anulatria no imprescritvel, submetendo-se aos prazos decadenciais de lei.[Art. 178 e179] -combinando o Art. 179 e 496 conclumos: que o prazo para anular venda de ascendente a descente dois anos, e no mais de vinte anos, estando prejudicada a s. 494 do STF. c) o negocio anulvel pode ser confirmado pela vontade das partes [Art. 172 a 174] d) a despeito da polemica (MARIA HELENA DINIZ X HUMBERTO THEODORO JUNIOR) conclumos que a sentena anulatria tem eficcia ex tunc. uma sentena especial, uma exceo, pois este tipo de sentena no pode ser ex nunc, como falado por todos, e sim tem que retroagir o efeitos ao status quo ante. [Art. 182]

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEObs: o ato anulvel gera efeitos at a sentena (PONTES DE MIRANDA chama de eficcia interismstica). Aplicao do princpio da conservao: -reduo do negocio jurdico: a operao em que o juiz afastando as clausulas invalidadas do negocio, podendo, conserva o restante do ato. - toda invalidade pressupe previso legal e prejuzo. Plano de eficcia Neste terceiro plano de anlise do negcio jurdico, ser estudado os elementos acidentais ou modalidades, que se dividem em trs:

1) Encargo ou Modo o elemento acessrio do negcio jurdico traduz um nus imposto ao beneficirio de negcio gratuito em prol de uma liberalidade maior. O encargo apenas um nus que se suporta em troca de uma liberalidade maior. O encargo tpico de negcios gratuitos. Ex.: DoaoArt. 136. O encargo no suspende a aquisio nem o exerccio do direito, salvo quando expressamente imposto no negcio jurdico, pelo disponente, como condio suspensiva. Art. 137. Considera-se no escrito o encargo ilcito ou impossvel, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negcio jurdico. (Plano de validade).

Obs.: A regra geral no sentido de que ilcito ou impossvel o encargo, este ser considerado inexistente, mantendo-se o negcio puro; todavia, se restar demonstrado que o encargo ilcito ou impossvel a prpria finalidade do negcio, todo este ser invalidado. 2) Condio A condio elemento acidental do negcio jurdico o acontecimento futuro e incerto que interfere na eficcia jurdica do negcio. Parte de dois requisitos ou elementos: o Futuridade: traduz acontecimento futuro, no existe condio no passado; o Incerteza: incerto quanto ocorrncia do fato. Obs.: A morte, regra geral, no condio, uma vez que h certeza quanto a sua ocorrncia trata-se de termo de data incerta. Todavia, podemos figurar hiptese em que a morte condio quando se estipula um perodo de tempo para sua ocorrncia. *A lei probe o pacta corvina contrato que tem por objeto herana viva. A exemplo, no se pode negociar herana de quem ainda no morreu. Obs.: Vale lembrar, nos termos do art.121 do CC a clusula que estipula a condio deriva sempre da vontade das partes, no deriva da lei (no h espao para a condio estipulada por lei - condiciones jris).

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEArt. 121. Considera-se condio a clusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negcio jurdico a evento futuro e incerto.

2.1) Classificao das condies: a) Quanto ao modo de atuao: o Suspensiva: o acontecimento futuro e incerto que suspende o incio da eficcia jurdica do negcio, assim como os direitos e as obrigaes dele decorrentes. (art. 125, CC). Obs.: Nos termos do art.125 do CC podemos concluir que a condio suspensiva enquanto no implementada impede inclusive os direitos e obrigaes decorrentes do negcio.Art. 125. Subordinando-se a eficcia do negcio jurdico condio suspensiva, enquanto esta se no verificar, no se ter adquirido o direito, a que ele visa.

Ex: Diretor de partido poltico e diretor de empresa de confeco de camisas publicitrias celebram contrato de 10.000 camisas, caso o candidato do partido vena as eleies. Assim, conforme o art. 125 do CC enquanto o candidato no vencer no h direitos e obrigaes recprocas. CAIO MARIO: Em regra, o pagamento antecipado de uma obrigao derivada de contrato subordinado a condio suspensiva no implementada permite a exigncia da devoluo do indbito para evitar enriquecimento sem causa. Ou seja, enquanto no implementada a condio suspensiva no h direitos e obrigaes recprocos, razo pela qual cabvel restituio de eventual pagamento antecipado. o Resolutiva: quando implementada, resolve os efeitos jurdicos que at ento estavam sendo produzidos pelo negcio celebrado. (art. 127 e 128, CC)Art. 127. Se for resolutiva a condio, enquanto esta se no realizar, vigorar o negcio jurdico, podendo exercer-se desde a concluso deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condio resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se ope; mas, se aposta a um negcio de execuo continuada ou peridica, a sua realizao, salvo disposio em contrrio, no tem eficcia quanto aos atos j praticados, desde que compatveis com a natureza da condio pendente e conforme aos ditames de boa-f.

Ex.: Pai d mesada a filho at que este passe em concurso pblico. b) Quanto licitude art.122, CCArt. 122. So lcitas, em geral, todas as condies no contrrias lei, ordem pblica ou aos bons costumes; entre as condies defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negcio jurdico, ou o sujeitarem ao puro arbtrio de uma das partes.

o Lcita: aquela que no for contrria lei, a ordem pblica e aos bons costumes. o Ilcita: contrria lei, ordem pblica e os bons costumes. Consideram-se tambm ilcitas a condio perplexa e a condio puramente potestativa. *condio perplexa: aquela contraditria em seus prprios termos e que culmina por privar o negcio jurdico de seus efeitos. Ex.: contrato de locao sob a condio do locador no morar no imvel.

DIRETO CIVIL PABLO STOLZE*puramente potestativa: aquela subordinada ao exclusivo arbtrio ou capricho de uma das partes; condio caprichosa, tirnica e ilcita. Ex: o negcio estar realizado, se no dia do pagamento eu quiser faz-lo. Obs.: A condio simplesmente potestativa, admitida pelo ordenamento jurdico, no arbitraria, na medida em que embora dependa da vontade de uma das partes relativizada pelas prprias circunstncias. Ex: contrato prmio para centroavante tornar-se artilheiro do campeonato depende da vontade do jogador, mas depende de outras situaes. Excepcionalmente, todavia, o ordenamento jurdico admite situaes de aparente arbtrio da vontade, mas que se justificam por interesses superiores. Ex: Art. 509 do CC e art. 49 CDC, (RAQUEL)CC Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condio suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e no se reputar perfeita, enquanto o adquirente no manifestar seu agrado. CDC Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou servio, sempre que a contratao de fornecimento de produtos e servios ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domiclio. Pargrafo nico. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer ttulo, durante o prazo de reflexo, sero devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.

Questo: O que condio promscua? R: aquela que nasce simplesmente potestativa e, dado um fato superveniente, impossibilita-se depois. Ex: o centroavante quebra a perna. Obs.: Quando uma condio estipulada num negocio jurdico for ilcita contamina todo o negcio jurdico invalidando-o.Art. 123. Invalidam os negcios jurdicos que lhes so subordinados: (...) II - as condies ilcitas, ou de fazer coisa ilcita;

c) Quanto origem: o Casual: aquela que se refere a um acontecimento da natureza. Ex: celebrao de contrato de transferncia de recursos a uma lavoura se chover no prximo ms. o Mista: que deriva da vontade de uma das partes e tambm da vontade de terceiro ou circunstancia exterior. Ex: celebro contrato com x se este celebrar sociedade com y. o Potestativa: deriva da vontade da parte. Obs.: Nos termos do Art.123 c.c Art.167 CC, conclumos que condio ilcita ou de fazer coisa ilcita, invalida todo o negcio. 3) Termo: tambm elemento acidental do negcio jurdico o acontecimento futuro e certo (quanto a sua ocorrncia) que interfere na eficcia jurdica do negcio. 3.1) Caractersticas: o Futuridade;

DIRETO CIVIL PABLO STOLZEo Certeza (quanto ocorrncia do fato). O exemplo mais difundido de termo a data. O termo que marca o incio da eficcia jurdica do negcio chamado termo inicial e o que marca o fim termo final. O perodo de tempo entre dois termos chamado prazo.

Obs.: O termo poder se convencional (estipulado pelas partes), legal (estipulado pela lei) e de graa (estipulado pelo juiz). Nos termos do art. 131, vale observar, diferentemente da condio suspensiva, o termo apenas suspende a inexigibilidade do negcio e no os direitos deles decorrentes.Art. 131. O termo inicial suspende o exerccio, mas no a aquisio do direito.

Acrescentando: o pagamento antecipado em caso de negcio a termo juridicamente possvel, uma vez que, os termos fixados, no impedem a aquisio dos direitos e obrigaes correspondentes. Obs.: O Banco Central decidiu que a chamada TLA Tarifa de liquidao antecipada foi vedada a cobrana a partir de dezembro 2007 para operaes de crdito e arrendamento