direito civil - pablo stolze - parte geral

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Direito Civil - Aula 01 - Professor Pablo Stolze

1-) Personalidade Jurdica:

Conceito: a aptido genrica para se titularizar direitos e contrair obrigaes na rbita jurdica. a qualidade para ser sujeito de Direito.

Q: Animais possuem personalidade jurdica?R: Tratamento de pessoas e coisas. Coisas no tem personalidade jurdica, no so sujeitos de direito, so apenas objeto de direitos.Semovents aqueles que se movem por fora prpria.So objetos de proteo no direito ambiental.

1.1-) Pessoa Fsica (Natural): Em que momento a pessoa fsica adquiri personalidade jurdica?

R: Analise da 1 parte do artigo 2o do Cdigo Civil, a personalidade civil da pessoa fsica comea do nascimento com vida (Funcionamento do aparelho crdio-respiratrio) Teoria Natalista.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro.

1.2-) Nascituro:

Segundo a Doutrina Limongi Frana pode ser conceituado como o ente concebido mas ainda no nascido. o ente com vida intra-uterina .

Diferentemente do artigo 30 do Cdigo Civil da Espanha, o sistema brasileiro no exige forma humana nem sobrevida mnima do recm-nascido a luz do princpio da dignidade da pessoa humana.

Teoria Explicativas do Nascituro

Existem 3 teorias explicativas do nascituro, duas fundamentais: Natalista, Concepcionista e Da Personalidade Formal ou Condicional:

1- Teoria NatalistaAutores que a defendem:

-Eduardo Espinola- Vicente Ro- Silvio Rodrigues- Silvio Venosa

Segundo esta teoria, a personalidade jurdica adquirida a partir do nascimento com vida, de maneira que o nascituro no seria considerado pessoa, gozando de mera expectativa de direitos.O nascituro, ento, possui direitos sob condio suspensiva.O problema que esta teoria no faz diferenciao entre direitos patrimoniais e de personalidade, negando o exerccio e a aquisio destes durante a concepo.Ex.: Direito a vida (desde que nasa com vida?).

2- Teoria Concepcionista

Autores que a defendem:

- Felicio dos Santos- Clovis Bevilaqua - Texeira de Freitas- Silmara Chinelato-Maria Berenice Dias

Os Concepcionistas defendem que o nascituro, desde a concepo, considerado sujeito de direito. Em outras palavras, o nascituro dotado de personalidade jurdica para efeitos pessoais e patrimoniais no que couber.

OBS: Reforando a teoria concepcionista, podemos observar no sistema brasileiro inmeros dispositivos que, tratando-o como sujeito, conferem-lhe direitos (ver quadro esquemtico do material de apoio).

Para Andr:a-) Viso Radical: defende que a partir da concepo o nascituro j adquire todo e qualquer tipo de direito (patrimonial ou da personalidade), no tendo qualquer importncia o momento do nascimento com vida. O problema desta viso no realizar distino entre a natureza dos direitos.

b-) Viso Moderada: defende que a partir da concepo, o nascituro adquire personalidade jurdica formal, titularizando direitos da personalidade. Com o nascimento com vida, a pessoa passa a ter personalidade jurdica material, titularizando direitos patrimoniais. Quanto a estes, antes do nascimento, o nascituro teria apenas expectativas de direitos.OBS: STF o momento da concepo o da NIDAO. Que a fixao do embrio. por esta razo que o STF permitiu a utilizao da plula do dia seguinte.

3- Teoria da Personalidade Formal ou Condicional

Autores que a defende:-Serpa Lopes- Arnoldo Wald-Maria Helena Diniz

uma teoria intermediria, posto no to relevante.

Sem afirmarem a plena personalidade do nascituro, sustentam que ele goza de uma capacidade especial apenas em face de efeitos personalssimos; Vale dizer, a personalidade somente consolidada para efeitos patrimoniais sob a condio de com vida. Ou seja, afirma que o nascituro dotado de personalidade em face de direitos extrapatrimoniais, de maneira que os efeitos patrimoniais s seriam observados a partir do nascimento com vida.

Andr Barros: defende que o inicio da personalidade ocorre a partir da concepo, contudo, o nascituro no adquire a personalidade jurdica em definitivo, devendo ser aguardado o momento do nascimento com vida (Personalidade condicional).OBS: S fala o bvio negado pela teoria natalista.

Qual das trs teorias explicativas a adotada pelo Cdigo Civil Brasileiro?

R: Segundo Clovis Bevilaqua, por ser mais prtica, em seu Cdigo Civil Dos Estados Unidos do Brasil Ed. Rio,1985, o sistema brasileiro teria abraado a teoria natalista, muito embora, dada a sua fragilidade, sofreu forte influncia da concepcionista, ao reconhecer direitos ao nascituro, como se ele fosse pessoa. O prprio autor aponta inmeras situaes em que o nascituro considerado pessoa.

Em reforo a teoria concepcionista, a lei 11.204 de 2008 consagrou os alimentos gravdicos, reforando tese j esposada pela jurisprudncia.

Andr - OBS: A autora vai ser a me, e no o nascituro. Art.6, par. nico. (retrocesso nesse ponto)A doutrina diverge sobre a teoria adotada pela lei dos alimentos gravdicos, embora reconhea proteo ao nascituro, defere o direito dos alimentos, a mulher gestante.

OBS- 2012 Andr CESPE: posio de MHD: deve ser feita a distino de personalidade jurdica formal (titularidade de direitos iniciada no momento da CONCEPO) e material (TITULARIDADE DE DIREITOS PATRIMONIAIS SE INICIA NO MOMENTO DO NASCIMENTO COM VIDA).

Exemplos de Direitos de Nascituro:

- O nascituro goza dos direitos da personalidade como v.g direito a vida.- O nascituro tem direito de receber doao ( artigo 542 CC)- O nascituro tem direito de receber herana ou legado.- A criminalizao do aborto.

Existe impedimento no STJ (RESP 399028 /SP, RESP 931556/ RS) reconhecendo direito de reparao moral em favor do nascituro. (leso a direito da personalidade).

O Natimorto teria tutela jurdica?R: O Enunciado n 1 da 1 Jornada reconheceu que o natimorto merecedor de tutela jurdica, como o direito ao nome, imagem e sepultura

Obs: Natimorto aquele nascido morto

Andr Barros:OBS: Aborto de feto anenceflico necessita de laudo assinado por dois mdicos capacitados para tal diagnstico.

Direitos da Personalidade:So os direitos subjetivos do ser humano defender tudo que lhe prprio com exceo de seu patrimnio.Deve-se verificar se o direito est protegendo a integridade do ser humano.

Caractersticas do Direitos da Personalidade:

a-) Inatos: Surgem conjuntamente com o ser humano.Correntes:a.1-) Defendem que so direitos inatos, no dependem do ordenamento jurdico. (Jusnaturalistas Maria Helena Diniz) Majoritria.a.2-) No so direitos inatos, pois dependem para sua proteo de previso legal. (Positivistas Miguel Reale)

b-) Vitalcios: Surgem e desaparecem com o ser humano.OBS: art. 12 CC Dano moral reflexo ou em ricochete: quando as consequncias so sofridas por outra pessoa diversa daquela ofendida.No porque o morto tem direito da personalidade, porque os familiares sofrem as ofensas ao morto.H quem entenda que a possibilidade de indenizao existe em virtude do reconhecimento de que a pessoa morta tem direitos da personalidade.

c-) Absolutos: No sentido de OS DIREITOS DE PERSONALIDADE SO DIREITOS EXCLUDENDI ALIOS:Geram um dever de absteno, para a coletividade e para o prprio titular.. Ex.: Direito honra, todos devem respeit-la.

d-) Ilimitados:O rol do CC e da CF no so exaustivos.

e-) Extrapatrimoniais:Pois no so suscetveis de valorao econmica. Ex.: Direito vida no tem preo.O fato de ser atribudo um valor para a indenizao por dano moral no afasta esta caracterstica.

f-) Imprescritveis:O direito da personalidade, em si, imprescritvel. Ex.: Direito a honra. (NUNCA PRESCREVEM)Tambm so imprescritveis as medidas de PROTEO E PREVENO a leses a direitos da personalidade. Ex.: Ao judicial para recolher biografia no autorizada.Uma coisa falar em interesse pblico, outra em interesse do pblico.Contudo, no que diz respeito a medidas de reparao a leso de direito da personalidade (dano moral) doutrina e jurisprudncia tem apontado a prescritibilidade.CC 2002 3 anos.CDC 5 anos.EXCEO: TORTURA.Diante da barbrie que o crime representa, o direito indenizao IMPRESCRITVEL. STJ e STF. A doutrina diverge.

g-) Intransmissveis:Direitos da personalidade so intransmissveis em vida e aps a morte.Essa caracterstica no tem exceo. O que permite apenas a explorao de imagem no caso do jogador de futebol p. ex.

h-) Indisponveis/Disponibilidade relativa:A disposio dos direitos da personalidade nunca podem atingir um direito como um todo (intransmissibilidade) e nem pode ser definitiva.H divergncia na doutrina, o CC no claro no art. 11.Disponibilidade Relativa para a doutrina majoritria E CESPE

i-) Irrenunciveis:O titular pode no reivindicar sua proteo, mas no admite-se renuncia a direitos da personalidade. (ex: proibio da eutansia, no existe a possibilidade de autorizar a sua morte)

j-) Inexpropriveis:No podem ser penhorados nem alienados judicialmente.Mas penhorvel o rendimento que recebe com o direito de imagem p. ex.

OBS: Dano moral reflexo todos os parentes do morto possuem legitimidade para requerer indenizao pela ofensa dirigida ao morto, no existindo qualquer ordem de vocao para propositura da demanda. (STJ), mas deve ser demonstrada a relao afetiva.

Direito ao corpo: art. 13 CC.

Para o transplante em vida no podero ser utilizados rgos que afetem a sade do doador. Admite-se a doao de rgos regenerveis (ex: sangue, esperma, leite, medula, vulo, fgado) e tambm de um dos rins.

Na doao em vida o doador pode indicar o beneficirio.

A doao dos rgos aps a morte, para fins cientficos, pode ser realizada mediante indicao do beneficirio.

Contudo, para fins de transplante aps a morte, no admitida a indicao de beneficirio.

Deve ser lembrado que a morte enceflica deve ser certificada por dois mdicos que no faam parte da equipe de remoo.

Na redao original do art. 4 da Lei 9434/97 todo brasileiro era presumidamente doador de rgos.

Com a alterao do dispositivo, a alterao de rgos passou a depender da manifestao de vontade dos parentes do falecido.

Art. 14 CC. Prprio corpo.

Para Andr esse art. 14 revogou parcialmente a lei. Prevalece a vontade do morto.

Ver enunciado 277 CJF.

1.3-) Capacidade:

Divide-se em:

Capacidade de Direito/Gozo: Capacidade genrica reconhecida em toda e qualquer pessoa, quando da aquisio da sua personalidade.

Capacidade de Fato/Exerccio/Ao: Nem toda pessoa goza desta capacidade. a capacidade para prtica pessoal de atos na vida civil.

A soma das duas igual Capacidade Plena, que em geral alcanada com o discernimento (maioridade com 18 anos primeiro segundo do dia do aniversrio).

A maioridade civil to s uma presuno legal relativa de discernimento.A prova em sentido contrrio ser feita em processo de interdio.

No atual estgio do Direito Moderno, no h como se separar os conceitos de personalidade e de capacidade de direito. (Orlando Gomes; Pontes de Miranda)

Para outros, a capacidade de direito o exerccio mnimo da personalidade jurdica. Desta forma, assim como toda pessoa tem personalidade jurdica tambm tem capacidade de direito. (No existe incapacidade de direito).A capacidade de fato seria o exerccio mximo da personalidade.

OBS: O que , na teoria do Direito Civil, a legitimidade?

Seguindo a doutrina do Professor Calmon de Passos, temos que a legitimidade a pertinncia subjetiva para prtica de determinado ato. Nada tem a ver com a capacidade. Faltar Legitimidade significa existir um impedimento especfico para prtica de determinado ato (art. 1749,I , e 1521, IV, C.C)Ex: Dois irmos maiores, capazes querem se casar.Eles so capazes, mas no podem casar, ou seja, no tem legitimidade.

A incapacidade a falta da Capacidade de Fato e no a de Direito, porque esta ltima todos a tm.

OBS: Se o incapaz realiza um ato vlido no h que se pleitear uma restituio. A senilidade, por si s, no causa de incapacidade!

Incapacidade Absoluta Supre-se pela representao (art. 3) a vontade do incapaz desprezada pelo operador de direito, por isso a vontade precisa ser substituda, SOB PENA DE NULIDADE ABSOLUTA.

Incapacidade Relativa Supre-se pela assistncia (art. 4) a vontade do incapaz importa para o direito, porm insuficiente, devendo ser assistido nos atos da vida civil, sob pena de nulidade relativa (anulvel)

OBS: No CC 2002, os surdos-mudos no so tratados como incapazes.

Da Incapacidade Absoluta

Art. 3 - So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos; Menores impberes

II - os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para a prtica desses atos;

A doutrina, interpretando o inciso II do art. 3, forte no sentido de que, uma vez interditado, caso o incapaz pratique o ato em momento de lucidez, este ser considerado INVLIDO.

Q: A pessoa que ainda no foi interditada e pratica um ato. vlido?Com base na doutrina italiana e francesa, Orlando Gomes, e grande parte da doutrina brasileira, sustenta a possibilidade de se invalidar o ato praticado pelo incapaz ainda no interditado se concorrerem 3 requisitos:

- Incapacidade preexistente do agente.- Prtica de um ato prejudicial ao incapaz (grave prejuzo sofrido). - Demonstrada a m-f da outra parte.

Silvio Rodrigues afirma que a m f da outra parte pode ser circunstancialmente demonstrada.A m-f da outra parte pode ser deduzida pela circunstncias do negcio.Reforando esta tese invocamos o artigo 513 da Frana que admite a invalidao do ato praticado pelo incapaz no interditado.

Andr Barros:Q: Quais so os efeitos da sentena?1C: - Defende que a sentena produz efeitos no retroativos (ex nunc). MAJORITRIA .2C: - Defende que a sentena pode ter eficcia retroativa (ex tunc). Maria Helena Diniz. (MP 2009 colocou essa como certa)OBS: Na prova, se o enunciado disser: de acordo com a doutrina a 1 corrente. Se disse de acordo com a jurisprudncia: 2 C.Ex.: A nasce incapaz. Famlia entra com ao de interdio quando ele tinha 30 anos de idade.No existe lide na ao de interdio (jurisdio voluntria), porque ambos esto querendo proteger aquela pessoa.OBS: Os autores da primeira corrente entendem que, embora a sentena de interdio tenha eficcia ex nunc possvel, a propositura de ao prpria com o objetivo de anular ou declarar nulo ato pretrito praticado pelo incapaz antes da interdio. (INCAPACIDADE NATURAL) no era incapaz civilmente ainda, mas naturalmente j era.Requisitos para anular:-incapacidade manifesta na poca do negcio-m-f de outro contratante

Q: E se a pessoa voltar a ter discernimento?R: Caso a pessoa interditada recupere o seu discernimento dever ser promovido um procedimento de DESINTERDIO.

Cessao da incapacidade: a extino da incapacidade de fato/exerccio/ao.Cessao da incapacidade gnero do qual decorre duas espcies:a-) Cessao da causa hiptese em que desaparece o motivo pelo qual uma pessoa era considerada incapaz. Ex.: maioridade.b-) Emancipao Q: A reduo da maioridade civil para os 18 anos reflete no direito penso previdenciria?E se for emancipado?R: No afasta o direito penso previdenciria que vai at os 21 anos. Se for emancipado, perde o direito penso previdenciria.

III - os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade. No estado de coma, por exemplo, ou intoxicao por causa fortuita.

A ausncia foi tratada na hiptese de morte presumida e o surdo e o mudo que no tem habilidade de expressar sua vontade est implicitamente consagrado no inciso III do artigo 3o. Na condio de absolutamente incapaz. Se uma causa transitria j causa incapacidade absoluta quanto mais em causa permanente.

OBS: A pessoa que, lanando mo de substncias estupefacientes ou congneres, voluntariamente, coloca-se em estado de incapacidade no pode alegar iseno de responsabilidade com base na Teoria Actio Libera in Causa. Esta teoria, segundo Alvino Lima, em sua tese da culpa ao risco, tambm se aplica no Direito Civil (WWW.cienciaspenales.net) Claus Roxin.

Da Incapacidade Relativa

Art. 4- So incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; Menores Pberes

II - os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por deficincia mental, tenham o discernimento reduzido;OBS: Se a embriaguez patolgica, uma doena mental, assim como os toxicmanos, que privam totalmente de discernimento a incapacidade absoluta!- S ser relativamente incapaz os habituaisSe a pessoa se embriaga para cometer um ato aplicado a teoria do Direito Penal actio libera in causa aplicado tambm no direito civil.

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os prdigos. o gravssimo desvio de comportamento, causa de incapacidade relativa, e que, se traduz na situao ftica da pessoa que gasta imoderadamente seu patrimnio, podendo reduzir-se a misria. Art. 1782 + 4 considerado relativamente incapaz devendo ser nomeado um curador para assisti-lo em atos de repercusso patrimonial.

OBS: O que Estatuto Jurdico do Patrimnio Mnimo?(Luiz Edson Fachin, Ed. Renovar)Em respeito ao Princpio da Dignidade da Pessoa Humana, as normas civis devem resguardar sempre um mnimo de patrimnio.

OBS2: O ndio no tem capacidade tratada no Cdigo Civil de 2002, mas, regulada no art. 8 da Lei 6.001 de 73 (Estatuto do ndio) que, em regra, nos termos da lei especial, considera-o absolutamente incapaz.

Pargrafo nico. A capacidade dos ndios ser regulada por legislao especial.

Lei n 6001/73 no seu artigo 8o :

Artigo 8 - So nulos os atos praticados entre o ndio no integrado e qualquer pessoa estranha a comunidade quando no tenha havido assistncia do rgo tutelar competente. Pargrafo nico - No se aplica a regra deste artigo no caso em que o ndio revele conscincia e conhecimento do ato praticado, desde que no lhe seja prejudicial, e da extenso dos seus efeitos.

Andr - No CC/16, eram tratados como relativamente incapazes.ndio integrado regulado pelo CC/2002. ndio no-integrado tratado como incapaz, mas, sua incapacidade especial e possui regras distintas das presentes no CC/02. Deve ser assistido nos atos da vida civil, sob pena de nulidade absoluta. (H aqui uma inverso, ser assistido e sob pena de nulidade).

Efeitos da Reduo da Maioridade Civil em 2002:

No que tange ao aspecto previdencirio, o Enunciado n 3 da 1 Jornada de Direito Civil, traduz a posio predominante no sentido de que, a despeito da reduo da maioridade civil para os 18 anos, para fim de pagamento de beneficio previdencirio, prevalece o limite de idade da lei especial.

O STJ j firmou entendimento no sentido de que a maioridade civil no implica cancelamento automtico do pagamento da penso alimentcia que deve tomar como referncia de termo final, o perodo de concluso dos estudos.(RESP 347010/SP, RESP 442502/SP)

Reforando a tese segundo a qual o cancelamento da penso no automtico, exigindo o devido processo civil constitucional, fora editada a smula 358 do STJ.

Segundo o professor Barros de Monteiro, a maioridade atingida no primeiro instante do dia em que a pessoa completa 18 anos.

1.4-) Emancipao

Conceito: A emancipao, instituto jurdico no apenas consagrado no Brasil, mas tambm em diversos outros sistemas (como por exemplo, o art. 133 do Cdigo de Portugal) sua utilizao implica na antecipao dos efeitos da maioridade civil.

A emancipao est prevista no art. 5 nico e, neste, se encontra as trs espcies de emancipao.

a-) Voluntria (I, 1 parte)b-)Judicial (I, 2 parte)c-)Legal (II a V)

a-) Voluntria:

A emancipao voluntria, conferida em carter irrevogvel e por instrumento (escritura) pblico, INDEPENDENTEMENTE de homologao do juiz, manifestao dos pais (Ou de um, na falta de outro), desde que o menor tenha pelo menos 16 anos completos. Por conta do Principio da Isonomia, a emancipao voluntria deve ser ato conjunto dos pais (ambos os pais so considerados com poderes iguais). No importa se os pais esto separados, se so solteiros (no casados), divorciados etc. No caso de falecimento de um dos pais, poder ser feito por um.OBS: A escritura deve ser registrada no Cartrio de Registro Civil de Pessoas Naturais.OBS: A despeito de a emancipao, regra geral, antecipar os efeitos da maioridade civil, e por conseqncia, extinguir o poder e a responsabilidade dos pais sobre os filhos, a doutrina brasileira (Silvio Venosa), assim como a jurisprudncia - STJ (RTJ 62/108, RT 494/92) sustentam a possibilidade de os pais permanecerem responsveis pelo filho emancipado at os 18 anos de idade.Porque o STJ presume a m-f dos pais que emancipam seus filhos. Nesta hiptese os pais tem responsabilidade solidria junto ao filho emancipado.OBS: Nas demais emancipaes (que no a voluntria) o STJ entende que a responsabilidade dos pais desaparece.

b-) Judicial:

A emancipao judicial aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo menos 16 anos completos. Comumente, a emancipao judicial raramente utilizada, e serve para emancipao da criana que no est sob o poder familiar (rf), tanto que o tutor o ouvido pelo juiz.Porque o tutor no tem aqui o mesmo poder dos pais de emancipar voluntariamente, necessita de uma deciso judicial.Quem pode requerer o tutor, o menor tutelado ou os dois.Independentemente de quem requeira a emancipao, a oitiva do tutor obrigatria.

A emancipao judicial tambm aceita pela jurisprudncia (no est na lei) na hiptese de haver divergncia entre os pais.OBS: O filho pode sozinho requerer a emancipao?R: Se ambos os pais recusarem a emancipao, o menor no poder solicit-la ao juiz.

Segundo Caio Mrio, o direito de emancipar potestativo e exclusivo dos pais.Sentena de emancipao deve ser registrada.

c-) Legal:

Decorre da lei, NO DEPENDE DE ESCRITURA PBLICA OU SENTENA:c.1-) Casamento

Homem e mulher podem casar com 16 anos. Mas necessita de autorizao, e aps a autorizao, se ocorrer o casamento, ocorrer a emancipao automaticamente.O casamento de menores de 16 anos s permitido em duas situaes excepcionais.Na forma do art. 1520 do Cdigo Civil possvel, por exceo, o casamento da pessoa com idade inferior a 16 anos em duas situaes: Ocorrncia de gravidez ou para evitar imposio ou cumprimento de pena criminal.Emancipado pelo casamento, caso o individuo venha a se separar ou a se divorciar posteriormente, uma vez que tais sentenas tm eficcia para o futuro, a pessoa permanece emancipada.

No que tange a invalidade do casamento, a despeito de existir polmica, forte corrente doutrinria sustenta a retroatividade dos efeitos da sentena de invalidade (Flvio Tartuce, Fernando Simo, Zeno Veloso) de maneira que seria adequado concluir o retorno a situao de incapacidade, ressalvada a hiptese do casamento putativo.

c.2-) O Exerccio de emprego pblico efetivo

c.3-) A Colao de grau em ensino superior

c.4-) Pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com 16 anos completos tenha economia prpria.

Humberto vila, texto: Neoconstitucionalismo: Entre a cincia do Direito e o Direito da Cincia.

Economia Prpria?Considerando-se o sistema aberto de normas do Cdigo Civil de 2002, economia prpria consiste, na dico do professor Arruda Alvim, em um conceito vago ou fludico, a ser preenchido pelo juiz, no caso concreto, a luz do principio da operabilidade.

Menor emancipado pode cometer crime?O menor emancipado no tem imputabilidade penal, que s atingida aos 18 anos. Caso venha a cometer ilcito criminal, ser o mesmo tratado como ato infracional, na forma do ECA. O professor LFG sustenta a tese no sentido de admitir a priso civil para cumprimento de obrigao.

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da vida civil. Pargrafo nico. Cessar, para os menores, a incapacidade: I - pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de homologao judicial, ou por sentena do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exerccio de emprego pblico efetivo; IV - pela colao de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia prpria.

Emancipao: Antecipao da capacidade plena.Carteira de Habilitao: No pode se emancipar para obt-la

O Emancipado de 17 anos resolve assaltar um banco ele responde?R: A emancipao civil no antecipa a responsabilidade criminal.

Pode ser civilmente preso?Sim. No caso por exemplo de no pagar alimentos

O que o emancipado no tem responsabilidade criminal.

A emancipao pode ser: O menor tem que ter mais de 16 anos.

- Voluntria: Concedida pelos pais e que se concretiza por instrumento pblico independentemente da homologao do juiz

- Judicial: aquela conferida pelo juiz se o menor tiver 16 anos completos, devendo ser ouvido o tutor

- Legal: Hipotese dos incisos II a V.

Pargrafo nico. Cessar, para os menores, a incapacidade: I - pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de homologao judicial (Voluntrio), ou por sentena do juiz (Judicial), ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

O menor emancipado tem que autorizar os pais?R: No, nem tem capacidade para isso.

No momento que h emancipao o poder familiar sobre o emancipado extingue-se , sendo ele responsvel por todos os atos.

Obs: H uma especial Hiptese em que, a despeito da emancipao voluntria, os pais podem solidariamente responder pelo ato do menor emancipado: Trata-se da circunstncia da prtica de um ato ilcito e com propsito de evitar que a vtima fique irressarcida.

OBS: Atingida a maioridade civil opera-se a extino do poder familiar; O mesmo ocorre com a penso alimentcia?R: No sentido de que atingida a maioridade civil o cancelamento da penso alimentcia no automtico ( RESP 347010 SP, HC 55606 SP, INFORMATIVO 232 DO STJ )

1.5. EXTINO DA PESSOA FSICA (morte)

As comunidades cientficas internacional e brasileira (ver resoluo 1480, CFM) sustentam que, embora a parada cardio respiratria possa caracterizar o bito a morte enceflica o marco biolgico mais seguro dada a sua irreversibilidade.

OBS: A morte deve ser declarada por profissional de medicina. Na ausncia deste, admite-se nos termos da lei 6015/73, a declarao de bito pode ser feita por duas testemunhas.

MORTE PRESUMIDA

Dois casos:

Ausncia: Quando for aberta a sucesso definitiva dos bens do ausente.

Segunda parte do art. 6: Haver morte presumida no caso da ausncia, quando for aberta a sucesso definitiva.

A ausncia, matria detalhada no texto complementar do material de apoio, consiste simplesmente em um procedimento de transmissibilidade do patrimnio da pessoa que desapareceu do seu domiclio sem deixar noticia ou representante (art. 22 e seguintes do CC).

O Art. 7, CC: estabelece outras situaes de morte presumida que com a ausncia no se pode confundir.

O QUE SE ENTENDE POR COMORINCIA?

A comorincia traduz uma situao de morte simultnea. Caso a questo do concurso no indique a sucessividade cronolgica dos bitos, devo considerar os comorientes simultaneamente mortos de maneira que um no herda do outro abrindo- se cadeias sucessrias autnomas e distintas. (art. 8 do C.C)

Andr Barros:

Espcies de Morte (3):

a-) Morte Civil:

a extino da personalidade jurdica de uma pessoa viva. Morte Civil no existe mais, existia no direito romano (no pagava as dividas, se transformava escravo do outro).Existe apenas um resqucio da morte civil no direito das sucesses: Excluso de indignidade. (Ex.: Susane Ritchtofen) foi considerada como morta para a sucesso.

b-) Morte Real:

aquela certificada por meio de atestado mdico de bito, e depois registrado. Aqui feita a prova direta da morte. (Requisito o corpo do falecido).Em regra, apenas um mdico assina o atestado.Para fins de transplante, so exigidas as assinaturas de dois mdicos que no faam parte da equipe de remoo.

c-) Morte Presumida:Hiptese em que o corpo no foi localizado.Soluo: deve ser feita uma prova indireta da morte.No CC de 16 s havia uma morte presumida.No atual CC, h duas formas:

a-) Morte presumida sem decretao de ausncia:Art. 7 CC. aquela que segue procedimento de justificao e s pode ser invocada quando h uma enorme probabilidade de ter ocorrido morte. (ex.: catstrofe)I-) Incndio; Naufrgio etc.II-) DOIS anos aps o fim da guerra.

b-) Morte presumida com decretao de ausncia:Deve ser utilizado quando uma pessoa desaparece de seu domicilio sem deixar, enviar, notcias e NO se enquadrar nas hipteses de catstrofe e de guerra.

Procedimento de ausncia:Art. 22 a 39 CC.

1 fase: Cura Rei.Curadoria dos Bens do Ausente.Nessa fase nomeado um curador para administrar provisoriamente os interesses patrimoniais.Ordem de quem que deve ser nomeado curador est no art. 35.Durao: a primeira fase pode ter durao de:a-) 1 ano quando o ausente desaparecer sem deixar mandatrio.b-) 3 anos quando o ausente deixou mandatrio, mas ocorreu algum problema (Ex.: O mandatrio faleceu, se tornou incapaz, renunciou aos poderes etc.

2 fase: Sucesso Provisria:Essa fase tem fim curatela dos bens do ausente, ou seja, desaparece a pessoa do curador, aberto o testamento e realizado o inventrio dos bens. Os herdeiros recebem a posse dos bens. Se forem descendentes, ascendentes ou cnjuge esto dispensados de prestar cauo. Outros descendentes so obrigados a prestar cauo.Esta fase tem durao de 10 anos.

3 fase: Sucesso Definitiva:O ausente declarado como morto. As caues so levantadas e os herdeiros recebem a propriedade resolvel dos bens.No definitiva, abre-se um novo prazo de 10 anos para aguardar o retorno do ausente. Se ele voltar dentro desse prazo de 10 anos, recebe os bens de volta no estado em que se encontrarem, ou sub-rogados em seu lugar ou produto obtido com a venda desses. somente aps esse prazo que a sucesso considerada inabalvel.No aspecto pessoal, todos os efeitos da declarao de morte so cancelados com o retorno do ausente a qualquer momento. Ex.: Deve ser cancelado o registro de bito.Quanto ao casamento, a posio majoritria no sentido de que o ausente volta a condio de casado. Devendo ser considerado nulo o casamento do cnjuge abandonado.

1.6. PESSOA JURDICA

A origem da PJ o fato associativo. O ser humano guiado por excelncia e, visando atingir diversas finalidades, sempre tendeu ao agrupamento. Nessa linha a noo bsica de pessoa jurdica deriva do agrupamento humano personificado pelo direito.Nessa perspectiva, temos que PJ o grupo humano criado na forma da lei e dotado de personalidade jurdica prpria para atingir fins comuns.

Andr: todo o ente formado pela coletividade de pessoas ou de bens que adquire personalidade jurdica prpria por fora de determinao legal.

O que PJ Intersubjetiva?R: aquela formada pela coletividade de pessoas (ex. sociedades e associaes; Partidos polticos, entidades religiosas).

Q: O que pessoa jurdica patrimonial?R: aquela formada pela coletividade de bens (Ex.: Fundaes)

TEORIAS EXPLICATIVAS DA PESSOA JURDICA

1. NEGATIVISTA: (Brinz, Planiol, Ihering) Negava a existncia da PJ como sujeito de direito. ( personalidade jurdica). Acreditam que a PJ apenas um patrimnio coletivo ou um grupo de pessoas fsicas.

2. AFIRMATIVISTA: afirmava a existncia da PJ como sujeito de direito. a adotada.

Trs teorias dentro da Afirmativista so fundamentais:

2.1. TEORIA DA FICO LEGAL: (Savigny) Afirma que a PJ tem uma existncia meramente ideal ou abstrata, fruto da tcnica jurdica, negando-lhe dimenso social. Nega sua existncia material, no existe no plano ftico. Reconhece somente a existncia ideal. Crtica: PJ tambm um organismo social, essa teoria no tornou visvel a atuao social da PJ.

2.2. TEORIA DA REALIDADE OBJETIVA OU ORGANICISTA: (Clvis Bevilacqua)

Diferentemente da viso sobre maneira abstrata de Savigny, uma PJ seria um organismo social vivo, a ser estudado pela sociologia. Crtica: Deu grande dimenso social para a PJ, negando a importncia do Direito, que personifica o grupo de pessoas fsicas. Essa corrente nega a existncia ideal, reconhece apenas a existncia material.

2.3. TEORIA DA REALIDADE TCNICA: (Sailelles) ADOTADA a teoria mais equilibrada.Os adeptos da teoria da realidade tcnica sem negar a dimenso e a atuao social da PJ reconheciam por outro lado que a sua personalidade fruto da tcnica do direito. Esta teoria a que melhor explica o artigo 45, CC.

PESSOA JURDICA PODE SOFRER DANO MORAL?

A corrente predominante em nosso Direito, amparada na smula 227, STJ, bem como no art. 52, CC, admite o dano moral objetivo a pessoa jurdica. Uma segunda corrente afirma que por no ter dimenso psicolgica, a pessoa jurdica no sofreria dano moral. (Ver Wilson Melo da Silva)

OBS: Apesar de ser minoritria, cremos que a segunda corrente acaba recebendo reforo do Enunciado 286 da 4 Jornada de Direito Civil.Q: Pessoa Jurdica e direitos da personalidade?R: trs correntes:

1C: PJs tem direito da personalidade (alguns), e, portanto, podem sofrer dano moral. 227 STJ Majoritria.2C: Defende que PJ tem direitos extrapatrimoniais, mas estes devem ser denominados de direitos institucionais. Para os defensores essa corrente PJs somente podem sofrer dano institucional. (equivale ao dano moral)3C: Defende que PJ no sofrem qualquer dano extrapatrimonial, pois s tem direitos patrimoniais. (Arruda Alvim)

INCIO DA EXISTNCIA DA PESSOA JURDICA art. 45, CC.

De Direito Pblico:Em regra, ocorre a partir da vigncia da lei que a instituiu.

De Direito Privado:

O registro da PJ constitutivo da sua personalidade. O Prof. Caio Mrio diz que a eficcia desse registro opera efeito ex nunc. (para o futuro)Ausente o registro da PJ, temos uma mera sociedade irregular ou de fato, tratada como ente despersonificado pelas regras do Direito Empresarial (artigo 986 e seguintes), caso em que os seus scios passam a ter responsabilidade pessoal pelos dbitos sociais.

Em geral o ato constitutivo da PJ (estatuto ou contrato social) registrado ou na junta comercial (que o registro pblico de empresas) ou no cartrio de registros de pessoas jurdicas (CRPJ).

OBS: Em regra no necessria prvia autorizao do Poder Executivo para ser constituda uma pessoa jurdica de direito privado. (Princpio da livre iniciativa privada). Em situaes especiais para que se possa constituir a PJ exige a obteno de uma autorizao especfica do poder executivo. A exemplo daquela dada pelo banco central aos bancos ou da autorizao concedida pelo SUSEP as seguradoras. Vale lembrar ainda a existncia de entes despersonificados (ou com personificao anmala, segundo Maria Helena Diniz) os quais, embora sem configurar tecnicamente uma pessoa jurdica, tem capacidade processual (caso do condomnio, esplio e outras entidades do artigo 12, CPC).

Q: Qual a natureza jurdica do registro de pessoas jurdicas?R: Constitutiva. Efeitos ex nunc. No retroage para convalidar atos pretritos.

PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PBLICO: so regidas pelo direito pblico.

ESPCIES de PJ de Direito Pblico:

a-) Externo: so os estados estrangeiros e as demais pessoas reguladas pelo direito internacional pblico. (OIT, ONU, Santa S, Cruz Vermelha, Mercosul, Unio Europeia, ALCA)

OBS: BRASIL TAMBM PESSOA JURDICA DE DIREITO PBLICO EXTERNO, pois existe somente nesse plano. A PJ de direito interno a Unio e no o Brasil.

b-) Interno: Divide-se em Administrao direta e indireta.

b.1-) Direta: Unio, Estados, DF e Municpios.

Q: E os territrios? R: Porque os territrios esto subordinados administrao direta, so uma espcie de autarquia

b.2-) Indireta: Autarquias, inclusive as associaes pblicas, as Fundaes Pblicas, os territrios federais e as demais entidades de carter pblico criadas por lei. (Maria Helena Diniz chama territrios de autarquias territoriais)

OBS: Empresas Pblicas e Sociedade de Economia Mista so consideradas PJ de direito privado embora integrem a administrao indireta.ESPCIES DE PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PRIVADO art. 44, CC.

So aquelas regulas pelo direito privado.

Art. 44. So pessoas jurdicas de direito privado:I. as associaes;II. as sociedades;III. as fundaes; IV. as organizaes religiosas;V. os partidos polticos.

Tamanha foi a presso exercida por empresrios, sociedades, fundaes e demais tipos de associaes que o legislador posto eximindo apenas partidos polticos e organizaes religiosas da adaptao ao cdigo resolveu dilatar este prazo para as outras pessoas art. 2031. (A respeito desta ver no material de apoio o item breve sntese do drama existencial vivido pelo artigo 2031.)

Art. 2031 CC.O prazo de adaptao ao novo cdigo, que no se aplica a organizaes religiosas e partidos polticos acabou em 11 de janeiro de 2007. Para aqueles que no realizaram a necessria adaptao no h sano especfica no cdigo civil, mas a doutrina analisando o sistema jurdico como um todo reconheceu as seguintes:- proibio de participar de licitao pblica- impossibilidade de obter crdito ou financiamento em bancos- por estar irregular, haver responsabilidade pessoal dos seus scios ilimitada e solidria ou administradores.

OBS: -Vacatio Legis direta aquela que decorre da prpria norma jurdica que foi publicada. Ex.: prazo de 1 ano do CC.-Vacatio Legis indireta aquela imposta sobre uma norma jurdica j publicada por uma outra norma jurdica posterior. Ex.: lei do desarmamento 10.826.

1. FUNDAES

CONCEITO: As fundaes, diferentemente das sociedades e das associaes, no deriva da unio de indivduos, mas sim da afetao de um patrimnio que se personifica para realizao de finalidade no lucrativa. (art. 62 do CC)

Andr: formada pela coletividade de bens sem intuito lucrativo. constituda por meio do registro do estatuto.

ETAPAS PARA CONSTITUIO DA FUNDAO

1. Afetao de bens livres do instituidor. (a indicao dos bens)

2. A sua criao s se dar por escritura pblica ou testamento

3. necessria a elaborao do seu estatuto (aqui no tem contrato social), indicando a sua finalidade.

O Estatuto da Fundao poder ser elaborado diretamente pelo criador como tambm por um terceiro (elaborao fiduciria) nos termos do artigo 65, CC. Subsidiariamente, o estatuto pode ser elaborado pelo MP. (Quando terceiro no o fizer no prazo de 180 dias)OBS: Fidcia = Confiana

4. Aprovao do estatutoFeita em regra pelo MP, caso o MP elabore o estatuto caber ao juiz aprov-lo nos termos do artigo 1202, CPC.5. Registro da fundao no CRPJ

-A modificao do estatuto da fundao possvel, nos termos dos arts. 67 e 68.Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundao mister que a reforma:I - seja deliberada por dois teros dos competentes para gerir e representar a fundao;II - no contrarie ou desvirtue o fim desta;III - seja aprovada pelo rgo do Ministrio Pblico, e, caso este a denegue, poder o juiz supri-la, a requerimento do interessado.Art. 68. Quando a alterao no houver sido aprovada por votao unnime, os administradores da fundao, ao submeterem o estatuto ao rgo do Ministrio Pblico, requerero que se d cincia minoria vencida para impugn-la, se quiser, em dez dias.

- O MP do estado tem o dever legal de fiscalizar as fundaes do Brasil art. 66

1 do art. 66:OBS: A ADIN 2794-8 j julgada procedente estabeleceu o correto entendimento segundo qual se a fundao funciona no DF a funo fiscalizatria precpua do MP do DF e no da procuradoria da repblica. (STF). 1 foi considerado inconstitucional.

MP Estadual do local do funcionamento da fundao.

Andr -OBS: Art. 62, par. nico somente de acordo com o CC, a fundao somente pode ter finalidade religiosa, moral, cultural ou de assistncia. CONTUDO, a doutrina firme no sentido de que esse rol meramente exemplificativo. Nesse sentido, enunciados 8 e 9 do CJF. (Exclui apenas as fundaes com finalidade lucrativa).

OBS2: Fundao com atuao em mais de um Estado, vai ser fiscalizada pelo MP dos respectivos Estados.

MPF fiscaliza a fundao pblica constituda pela UNIO.

2. SOCIEDADES

Conceito: As sociedades de corporao (unio de indivduos) dotada de personalidade jurdica prpria, integrada por scios, constituda por meio de contrato social e visa finalidade lucrativa.

O art. 981 do CC, j no mbito do direito empresarial cuida do contrato de sociedade.

Marido e mulher podem constituir sociedade?

O artigo 977 do cdigo civil admite a sociedade entre cnjuges ou com terceiros, desde que no tenham casado no regime de comunho universal ou de separao obrigatria de bens. O DNRC (Departamento Nacional de registro de comrcio) publicou o parecer 125 de 2003 no sentido de que a proibio constante no artigo 977 do CC no atingiria sociedades anteriores ao cdigo de 2002, respeitando inclusive ao ato jurdico perfeito.

ESPCIES DE SOCIEDADE:

O cdigo civil, seguindo a transformao experimentada pelo direito comercial na trilha da consagrao do conceito de empresa em seu artigo 982 passaria a classificar as sociedades em:- Sociedade empresria- Sociedade simples

OBS: Vale lembrar que com fora de lei (nico, 982), toda sociedade annima empresria e toda cooperativa simples. Quanto as cooperativas vem ganhando fora a tese segundo a qual por ser simples o seu registro dever ser feito no CRPJ e no na junta comercial . (Julieta Lunz, Paulo Rego)

SOCIEDADE EMPRESRIA: A luz do artigo 982 do cdigo civil uma sociedade para ser considerada empresria deve reunir dois requisitos: Material: exerccio de uma atividade tipicamente empresarialFormal: obrigatrio registro na junta comercial (ou seja, no Registro Publico de Empresa - RPE)Uma sociedade empresria notabiliza-se por acentuado carter capitalista e impessoal: os seus scios atuam basicamente como articuladores de fatores de produo (capital, trabalho, tecnologia e matria prima) de maneira que a atividade pessoal de cada scio no se confunde com a atividade da sociedade. O scio de uma empresria pode pouco freqentar a empresa. Alm disso, esto sujeitas a falncia e o seu registro feito na junta comercial.

SOCIEDADE SIMPLES: Sujeita a registro no CRPJ, caracteriza-se principalmente pelo fato de os prprios scios realizarem ou supervisionarem a atividade exercida. Em geral so sociedades prestadoras de servios como a sociedade entre mdicos para formao de uma clnica.

3. ASSOCIAES art. 53, CC.

Conceito: As associaes, espcies de corporao (unio de indivduos) constitui-se por meio de estatuto (ato normativo da associao art. 54) levado ao CRPJ (registro), e, assim como as fundaes tem finalidade ideal.

Andr: So PJS de Direito privado formadas pela coletividade de pessoas sem intuito lucrativo.Pode ter finalidade RECREATIVA, EDUCACIONAL, ASSISTENCIAL/FILANTRPICA, CIENTFICA, AMBIENTAL ETC.

Requisitos: finalidade deve ser lcita e no lucrativa.

O direito de constituir uma associao garantido pelo princpio da liberdade de associao (art. 5, XVII, CF). No necessria prvia autorizao do Poder Executivo.

Q: Qual a natureza jurdica do contrato de associao?R: Tem natureza PLURISSUBJETIVA UNIDIRECIONAL. Pois h uma manifestao de vontade por parte de vrias pessoas com um mesmo objetivo.

OBS: Na forma do artigo 55, CC, vale anotar que em uma associao at pode haver categorias diferentes de associados, mas, na mesma categoria, no pode haver diferena entre eles.

O ESTATUTO o ato normativo da associao. Art. 54 C.C

O cdigo civil em seu artigo 57, estabeleceu a possibilidade legal, observada a garantia do contraditrio, de excluso do associado.

REGRA GERAL art. 61: dissolvida a associao o seu patrimnio ser atribudo a entidades de fins no econmicos designadas no estatuto, ou, omisso este, a outra instituio municipal, estadual ou federal de fins iguais ou semelhantes.

O rgo mais importante de uma associao a sua assemblia geral art. 59

Composio da Associao:

a-) Associados:

a.1-) Direitos dos associados:

Os associados devem ter direitos iguais, mas o estatuto pode instituir categorias com vantagens especiais, seja em razo do tempo de associao, servios prestados, mrito etc. OBS: Scio Remido aquele dispensado de pagar qualquer valor aps muito tempo de contribuio.

a.2-) Obrigaes dos associados:O estatuto no pode estabelecer direitos e obrigaes recprocos entre os associados. OBS: Mas, pode estabelecer obrigaes para os associados a favor da associao.Ex.: Pagamento de mensalidade no clube.

a.3-) Transmisso da qualidade de associado:A qualidade do associado intransmissvel salvo disposio em sentido contrrio no estatuto.

b-) Diretoria:

Tem a obrigao de regular o funcionamento da associao e de cobrar o cumprimento das regras previstas no estatuto. Com este propsito, pode aplicar sanes disciplinares como: multas, suspenses ou at mesmo expulses.

Para a excluso do associado, deve ser respeitado um procedimento administrativo no qual seja garantido o direito de defesa e recurso.Esse direito existe ainda que o estatuto seja omisso.

c-) Assembleia Geral:

considerada o rgo mximo dentro da associao. Entre outras atribuies lhe compete de forma privativa destituir administradores e alterar o estatuto.Qualquer alterao do estatuto sem determinao da assembleia considerada NULA.

d-) Extino da Associao:

Em caso de extino, os bens da associao devem ser encaminhados a uma entidade no lucrativa designada no estatuto.Se o Estatuto for omisso os bens devem ser destinados a entidade municipal, estadual e federal, desde que com a mesma finalidade.

DESCONSIDERAO DA PESSOA JURDICA DISREGARD DOCTRINE

CONCEITO: A doutrina da desconsiderao introduzida no Brasil pelo Prof. Ruben Requio, pretende o afastamento temporrio da personalidade da pessoa jurdica para permitir que um credor satisfaa seu direito no patrimnio pessoal do scio ou administrador que cometera o ato abusivo.

Andr: Desconsiderao a simples medida processual em que o juiz determina a incluso dos scios ou administradores da PJ no plo passivo da demanda para que respondam com o seu patrimnio particular pelas dvidas da PJ.A desconsiderao no gera a extino, dissoluo, liquidao ou anulao dos atos constitutivos da PJ.

Desconsiderao inversa da personalidade jurdica a hiptese em que a pessoa jurdica vai responder pelas dvidas pessoais dos scios/administradores. Embora no tenha previso legal, a desconsiderao amplamente aceita pela jurisprudncia.Art. 50 CC: adotou a teoria MAIOR DA DESCONSIDERAO.

A despersonificao mais grave porque resulta no cancelamento do registro e no fim da PJ.

OBS: Livro para aprofundamento: O novo Direito Societrio (Calixto Filho)

O que Teoria Ultra Vires Societatis?

R:Elementos da Desconsiderao da P.J no Cdigo Civil:O art. 50 do C.C consagra a teoria da desconsiderao da PJ.Administrao Pblica pode de ofcio desconsiderar a pessoa jurdica?R: Em regra, no se admite que a administrao pblica possa operar a desconsiderao ex officio, uma vez que, segundo Edmar Andrade, trata-se de matria sob reserva de jurisdio, deve-se recorrer ao judicirio. Entretanto, em situaes excepcionais de grave fraude, se aceita a desconsiderao administrativa (R MS 15166 BA).OBS: Desconsiderao no Cdigo do Consumidor (art. 28 do Cdigo do Consumidor)Elementos: (cumulativos)1- Houve descumprimento de uma obrigao2- Indicar o abuso cometido pelo scio (caracterizado ou pelo desvio de finalidade ou pela confuso patrimonial)OBS: Sob influncia da doutrina do Prof. Fbio Konder Comparato, e a luz do relatrio do Senador Josaphat Marinho acerca do Cdigo Civil, conclumos pela desnecessidade de o credor demonstrar o dolo especfico do scio ou administrador. Basta que demonstre os dois requisitos, a analise deste abuso uma anlise objetiva.OBS: Qual a diferena entre Teoria maior e Teoria menor da desconsiderao da PJ?R: Segundo a teoria maior adotada pelo art. 50 do C.C (CAI BASTANTE), para efeito de desconsiderao, exige-se o requisito especfico do abuso caracterizado pelo desvio de finalidade ou confuso patrimonial; (no basta a insuficincia patrimonial da empresa)J a teoria menor, mais fcil de ser aplicada, adotada pelo art. 28 do CDC e pela legislao ambiental no exige a demonstrao de tal requisito (RESP 279273/SP), basta que a PJ no tenha patrimnio suficiente para responder por suas obrigaes. (basta a insuficincia patrimonial)OBS: O juiz pode decretar de oficio a desconsiderao no CDC, mas no no CC.OBS: O Enunciado 7 da 1 Jornada de Direito Civil direciona a desconsiderao para o scio ou administrador que cometera o ato irregular.Questo: O que se entende por desconsiderao inversa?R: A desconsiderao inversa, consagrada no enunciado 283 da 4 Jornada, consiste em atingir o patrimnio da PJ para qual o scio ou administrador indevidamente desviou bens particulares, em prejuzo terceiro de boa-f, porque se est de m-f no pode levar a juzo (ningum pode se valer da prpria torpeza).

Q: Pode ser declarada de ofcio?R: No CC o juiz no pode decretar de oficio a desconsiderao. Mas no CDC pode.A desconsiderao uma exceo.Quando ocorrer a desconsiderao, o juiz limitar a busca no patrimnio do scio que cometeu a irregularidade.De acordo com a jurisprudncia, a desconsiderao deve atingir apenas o patrimnio do scio que praticou o ato irregular, interpretao restritiva de norma de exceo. Neste sentido, enunciado 7 do CJF.

OBS: O entendimento majoritrio no sentido de que a desconsiderao deve ser restrita ao patrimnio dos scios ou administradores que praticaram o ato irregular.

Q: Pode haver desconsiderao de PJ sem intuito lucrativo?R: De acordo com o enunciado 284 CJF, o administrador de uma PJ sem intuito lucrativo pode responder pelas obrigaes da PJ.

A desconsiderao no CDC:Art. 28 CDC.-Caput: Apresenta 11 hipteses/motivos para que seja decretada a desconsiderao (Teoria Maior).-5: Apresenta mais uma hiptese para a desconsiderao, mas no exige motivo. (Teoria Menor).Q: O 5 do art. 28 do CDC tem aplicabilidade autnoma?R: De acordo com o STJ, o 5 do art. 28 do CDC tem aplicabilidade autnoma. (Caso Osasco Plaza Shopping)

ENTES DESPERSONALIZADOS:No so Pessoas Jurdicas, incluem-se nessa categoria:-Famlia-Esplio-Herana-Massa Falida-Sociedade de Fato (s existe no plano dos fatos, no tem nada escrito, no h contrato)-Sociedade Irregular (h contrato, mas no fora registrado)

Q: Condomnios Edilcios?R: No so PJs. H doutrina em sentido contrrio, enunciado 246 CJF. 1331.DOMICLIOPara chegar ao conceito de domiclio necessrio saber o conceito de residncia e morada.Morada - o local em que a pessoa se estabelece temporariamente.Residncia- o local em que a pessoa encontrada com habitualidade.Domiclio- O domiclio mais abrangente que o de residncia. O domiclio, nos termos do art. 70 do C.C, o lugar em que a pessoa fsica fixa residncia, COM A INTENO DE ALI PERMANECER, TRANSFORMANDO EM CENTRO DA SUA VIDA JURDICA.No domiclio exige-se o animus manendi, ou seja, de definitividade de permanncia. O seu domicilio o centro de sua vida jurdica.Questo: O que domiclio profissional do Cdigo Civil?R: Na vereda do art. 83 do Cdigo de Portugal, o art. 72 do Cdigo Civil estabelece uma forma peculiar de domiclio limitada a aspectos da profisso. um domiclio especfico para situaes relacionadas profisso, no um domiclio geral.A mudana de domiclio prevista no art. 74 do C.COBS: O que domiclio aparente ou ocasional?R: Trata-se de um domiclio definido por fico jurdica com amparo na teoria da aparncia, nos termos do art. 73 do C.C., no local onde for encontrada.OBS: Domicilio da PJ tratada em Processo CivilO domiclio da PJ, tema cujo desdobramento feito em processo civil, est previsto no art.75 do C.C.Espcies de domiclio:a-) Domiclio Convencional: o domiclio comum, geral, fixado por simples ato de vontade.b-) Domiclio de Eleio: um domiclio especial fixado no contrato segundo a autonomia privada das partes nos termos do art. 78 do CC.OBS: Em havendo abusividade da clusula de eleio em evidente prejuzo ao aderente, especialmente o consumidor, dever o juiz declarar a sua nulidade absoluta, declinando da sua competncia de ofcio, nos termos do Pargrafo nico do art. 112 do CC.c-) Domiclio Legal ou Necessrio: Art. 76 do CCTem domicilio necessrio (por fora de lei) o:c.1- incapaz, o domiclio de seu representante ou assistente.OBS: A recente smula 383 do STJ estabeleceu que a competncia para processar e julgar as aes conexas de interesse de menor , em princpio, o foro do domiclio do detentor da sua guarda.c.2- servidor pblicoO domicilio do servidor publico o local onde ele exerce permanentemente suas funes.c.3- martimo (marinheiro da marinha mercante, particular, no se confunde com o das foras armadas)Domicilio do martimo o local onde o navio estiver matriculado.c.4- presoO local em que cumpre sentena.

BENS JURDICOSS sero abordados os pontos considerados mais importantes.Conceito de bem: (Varia de autor para autor)Bem jurdico toda utilidade fsica ou ideal, objeto de um direito subjetivo.Com base no Direito Alemo, especialmente no pargrafo 90 do BGB (cdigo civil alemo), coisa sempre uma utilidade material ou corprea como uma mesa ou uma cadeira. Ento a noo de bem seria mais ampla que a de coisa.Conceitos e consideraes fundamentais sobre bens jurdicos aplicados a concurso pblico (no material de apoio consta a classificao geral dos demais tipos de bens jurdicos):

1- O que se entende por imvel por acesso intelectual?R: Acesso d uma idia de unio com aumento de volume. Acesso ento significa unio intencional.O enunciado nmero 11 da 1 Jornada de Direito Civil no reconhece no Cdigo Civil a categoria de imvel por acesso intelectual (a exemplo do equipamento agrcola empregado na fazenda). Todavia, autores como Flvio Tartuce discordam do enunciado, e pensa que continua existindo.

2- O artigo 80 do Cdigo Civil, II, estabelece ser imvel por fora de lei o direito a sucesso aberta (direito a herana). Isso explica, por exemplo, a necessidade de escritura pblica no instrumento de cesso, nos termos do art. 1793 do CC.

3- Nos termos do art. 83, I, as energias que tenham valor econmico so bens mveis. O smen do boi energia, ento bem mvel, em reforo, admite-se furto de bem mvel.

4- No posso confundir (porque s vezes confundo) Fruto com Produto.

Fruto: uma utilidade renovvel, cuja percepo no diminui a substncia da coisa principal. (ex: ma, aluguel)

Produtos: so utilidades que no se renovam e cuja percepo diminui a substncia da coisa principal. (ex: o minrio, petrleo, esgotvel)

5- O que so Pertenas?R: Art. 93 do CC. Pertenas so os bens que no constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro ao uso, ao servio ou aformoseamento de outro.A pertena um bem acessrio que serve ao uso, servio ou aformoseamento de outro sem constituir parte integrante do mesmo.OBS: no benfeitoria porque esta se faz na coisa. A pertena se acopla ao bem principal para servi-lo. Pertena nunca integra a coisa principal.

Exemplo de Pertenas: Aparelho de ar-condicionado.

6- Toda benfeitoria artificial (natural contra a essncia), feita pelo homem. A benfeitoria toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma coisa com propsito de conserv-la (benfeitoria necessria), melhor-la (benfeitoria til) ou propiciar prazer (benfeitoria volupturia).

Acesso (tanto pode ser artificial quanto natural) diferente de benfeitoria (que sempre artificial). Acesso artificial, ex: construo, que implica considervel volume, e no simples benfeitoria porque a benfeitoria feita na estrutura da coisa e no implica um aumento considervel de volume da coisa principal.

7- Qual a natureza jurdica da piscina?R: Depende da anlise do caso concreto. Mas, de forma geral, piscina que no traduz acesso artificial (quando gigante) uma benfeitoria volupturia. Mas, uma piscina em um colgio poderia ser interpretada como uma benfeitoria til. Finalmente, em uma clnica de hidroterapia pode ser considerada necessria a finalidade do empreendimento.

Bem de famlia

Origem: No direito texano, na lei homstead act de 1839.O bem de famlia divide-se em duas espcies:1-)Bem de Famlia Voluntrio2-)Bem de Famlia Legal

Bem de famlia voluntrioConceito: Regulado a partir do art. 1711 do CC, institudo por ato de vontade do casal, da entidade familiar ou de terceiro deve ser registrado no Cartrio de Registro de imveis na forma do art.167, I, da Lei de Registros pblicos. Faz-se por escritura pblica.Caractersticas bsicas: Ato de vontade (voluntariedade) e Registro (ser levado no Cartrio de registro de imveis).Dois Efeitos bsicos e fundamentais decorrentes do Bem de famlia voluntrio (Ambos com carter relativo):a-)Inalienabilidade limitadaUma vez institudo como bem de famlia voluntrio, o art. 1717 determina: o imvel no poder ter outro destino ou ser alienado sem o consentimento dos interessados, nos termos do art. 1712 (para dar outro destino ou alienar, se houver interesse de menores, o MP dever ser ouvido).OBS: S pode ser institudo como bem de famlia, se o valor do bem no ultrapassar mais que o valor teto de 1/3 do patrimnio lquido do instituidor.O cartrio de registro de imveis acreditar na declarao do instituidor, sob pena de lei.b-) ImpenhorabilidadeAlm da impenhorabilidade do imvel, O art. 1715 admite que h afetao para efeito de impenhorabilidade de valores mobilirios (art. 1712) (Ex: a RENDA que mantm o imvel para pagar IPTU etc.). Tributos e despesas condominiais podem levar o imvel penhora.O STJ tem firmado o entendimento especialmente para o bem de famlia legal (mas pode tranquilamente afetar o bem de famlia voluntrio) que a renda proveniente de imvel locado impenhorvel. (AGRG RESP 975858/SP)OBS: Duas caractersticas do bem de famlia voluntrio importantes:-No novo C.C, art. 1711 e 1712, duas caractersticas so muito importantes no que tange ao bem de famlia voluntrioa-) O Limite mximo de 1/3 do patrimnio lquido dos instituidores (Art. 1711)b-) A possibilidade de se incluir na instituio do bem de famlia valores mobilirios (art. 1712)Ler:A administrao do bem de famlia voluntrio art. 1720Extino do bem de famlia voluntrio art. 1722Silvio Rodrigues e Vilaa: O Legislador cometeu o erro de permitir que o particular v ao cartrio instituir bem de famlia voluntrio. Na verdade, o bem de famlia voluntrio no pegou no Brasil.

Bem de famlia legal

Regulado pela lei 8009/90, de grande aplicao social, confere uma proteo traduzida em uma impenhorabilidade legal independentemente de inscrio cartorria. Protege automaticamente os imveis residenciais, independentemente de inscrio cartorria.Decorre diretamente da lei, no exige nenhum ato a ser praticado.A smula 205 do STJ firmou que a lei do bem de famlia legal pode ser aplicada retroativamente. Pode retroagir caso a penhora tenha sido efetuada antes da lei.Art. 1 da lei 8009/90: ImpenhorabilidadeOBS: Se h bem de famlia legal, porque fazer o bem de famlia voluntrio?No bem de famlia legal, no h teto. As regras do bem de famlia legal e o voluntrio convivem, valendo observar que nos termos do art.5 da lei que, havendo mais de um imvel, o bem de famlia legal recair sobre o que tiver menor valor (salvo se o outro j foi registrado como bem de famlia voluntrio), por isso o bem de famlia voluntario pode ser o imvel de maior valor, beneficiando o instituidor.O Alcance do Bem de famlia legal no Brasil:O bem de famlia relativo.Pargrafo nico do art. 1. Abrange todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou mveis que guarnecem a casa, desde que quitados.No caso de a pessoa morar em imvel locado, o bem de famlia legal dela ser todos os bens mveis que guarneam a residncia e seja de sua propriedade.O STJ, em mais de uma deciso, tem interpretado com certa cautela o par. nico do art. 1, para admitir desmembramento do imvel, a exemplo de reas de lazer, para efeito de penhora (Quando a casa muito grande e possui extensa rea de lazer) (RESP 968907/RS)Art. 2: Excluem-se da impenhorabilidade os veculos de transporte (carros, motos, bikes etc.), obras de arte, e adornos suntuosos (ex: esttua chamativa, homem nu).Pargrafo nico: No caso de imvel locado a impenhorabilidade se aplica aos mveis que nele guarneam, se devidamente quitados.Esto protegidos os bem mveis, por exemplo, a luz do princpio do patrimnio mnimo: Aparelho musical e instrumentos (RESP 218882, Min. Slvio Figueiredo) o entendimento de que vivemos em uma sociedade marcada por desarmonia, a musica se faz essencial para a harmonia), televiso, mquina de lavar e secar, freezer, computador, antena parablica, ar condicionado.Quanto vaga de garagem, o STJ j consolidou o entendimento no sentido de que s estar impenhorvel se estiver vinculado ao imvel. Mas, se tiver matrcula e registros prprios, pode ser penhorada. (AGRG AG 1.058070)A impenhorabilidade do bem de famlia legal relativa, uma vez que comporta as excees do art. 3 da lei 8009/90

As excees a impenhorabilidade esto no art. 3 (Pablo acredita que teriam aplicao no bem de famlia voluntrio, a fim de evitar fraudes, pela carga de ordem pblica, mas no est pacificado):-Divida com Empregados domsticos, pode-se valer da penhorabilidade do bem de famlia para quitar.OBS: A despeito do inciso I do art. 3, o STJ consolidou que empregados eventuais como diarista, pedreiro, eletricista ou pintor no esto inseridos na exceo legal, ou seja, o bem de famlia legal do devedor (dos empregados eventuais) no pode ser penhorado em beneficio destes. (RESP 644733/SC). Neste julgado, entendeu-se que esta exceo no comporta interpretao extensiva.- II estudar pela apostila do Pablo- III- Pelo Credor de penso alimentcia (Pode-se penhorar imvel se deve alimentos)-IV Tributo relativo ao imvel pode levar o imvel penhora (ITR, IPTU)ICMS, ISS, no so relativos imvel.OBS: Com a entrada em vigor do art. 1715 do CC, a taxa condominial, embora no seja tributo, tambm permite a penhora do bem de famlia. (STF e STF j consolidaram o entendimento) (RE 439003/SP) (Eros Grau)- Explicao do inciso V do art. 3:O casal que instituiu imvel para hipotec-lo no pode alegar Bem de famlia. um exemplo de VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. (uma ao anterior, que no corresponde com a ao posterior, coloquei como garantia real e depois quero alegar bem de famlia para no saldar a divida).A despeito do que prev o inciso V, o STJ tem precedentes no sentido de que a simples indicao penhora no implica renncia proteo do bem de famlia, necessrio o ato consolidado. Defesa esta que poder ser manejada posteriormente.-VI No se pode alegar bem de famlia quando adquire produto de crime ou pratica crime e nega ressarcimento vitima.-O inciso VII versa que o fiador, no contrato de locao, no pode alegar bem de famlia, quando necessitar saldar a divida para quem ele assumiu a posio de fiador. Neste inciso, h uma possvel inconstitucionalidade, pois fere o principio da isonomia, tratando o fiador de forma mais rigorosa. (STF, em seu plenrio decidiu a constitucionalidade da penhora do bem de famlia do fiador na locao, em jurisprudncia). Min. Celso de Melo votou em sentido contrrio ao STF. (RE AGR 477953/SP)Essas excees (art. 3) tambm so aplicadas ao bem de famlia voluntrio, a fim de impedir fraudes.O devedor solteiro goza de bem de famlia?Sumula 364 do STJ. O bem de famlia protege tambm a pessoa que mora s. Solteiros, separados e vivos.(RESP 450989/RJ) Reafirma a proteo ao devedor que more sozinho com base no Direito Constitucional a moradia.Princpios que fundamentam o bem de famlia:1. Dignidade da pessoa humana2. Principio do patrimnio mnimo3. Direito de moradia

Teoria do Fato JurdicoClassificao do Fato Jurdico: (Trs Categorias Fundamentais):1- Fato Jurdico em sentido estrito1.1- Fato Ordinrio1.2- Fato Extraordinrio

2- Ato-Fato3- Aes Humanas3.1- Lcitas (Ato jurdico em sentido amplo)3.1.1 -Ato jurdico em sentido estrito3.1.2-Negcio Jurdico3.2- Ilcitas1- Conceito de Fato Jurdico: Fato Jurdico todo acontecimento natural ou humano que deflagra efeitos na rbita do direito. (Ex: chuva no meio do mar no fato jurdico, porque no interessa para o direito)Prof Agostinho Alvim: Todo fato relevante para o Direito.

1.1-)Fato Jurdico em sentido estritoConceito: Fato Jurdico em sentido estrito todo acontecimento natural que deflagra efeitos na rbita do Direito

1.1.1-) Fato Ordinrio (Comum, freqentes):Ex: Nascimento, Morte Natural, Decurso do Tempo.1.1.2-) Fato Extraordinrio (Incomum, alheio vontade do homem): Ex: Furaco, Nevasca.2-) Ato- Fato (Pontes de Miranda)Art. 185 CC.Pontes de Miranda, com base no Direito Alemo (criaram a noo de negcio jurdico), percebeu que havia o Ato-Fato, que uma categoria intermediria.O C.C no assimilou o Ato-Fato, doutrinria a conceituao.O Ato-Fato consiste em um comportamento que, posto derive do homem, desprovido de voluntariedade e conscincia em face do resultado pretendido.Por faltar a conscincia e voluntariedade, um ato-fato. Gera efeitos jurdicos mas desprovido de conscincia e voluntariedade.Ex: Em Direitos Reais; Especificao: um ato jurdico em sentido estrito, mas cujo efeito a prpria lei determina.Um louco entrou em uma loja artesanal, pega argila e modela algo para comer, mas impedido por enfermeiros, um critico de arte depois viu a argila seca e se interessou. Como falta conscincia um ato-fato, e deflagra efeitos na rbita do direito.Filho pega bilhete de loteria premiado ato- fato.Criana que compra um doce na esquina, trata-se de uma compra e venda invalida, mas aceita socialmente (Segundo Silvio Venosa e Alvaro Vilaa). Mas mais correta a posio de Jorge Csar Ferreira um tpico ato-fato jurdico.Ex.: Incapaz que pesca um peixe.

3-) Aes HumanasControvrsia na doutrina.Pablo Stolzen (Flvio Tartuce, Clvis Bevilcqua) e maioria da doutrina entende que as aes humanas ilcitas traduzem o ato ilcito (art. 186, 187 C.C). Segundo a interpretao do C.C, afirma que a aes humanas ilcitas so atos ilcitos, e a aes lcitas so tratadas como ato jurdico. (Zeno Velloso)Parte da doutrina entende ato ilcito est contido no ato jurdico.Dentro da Noo de ato jurdico em sentido amplo3.1-) Lcitas (Ato Jurdico em sentido amplo)Ato pressupe conscincia e voluntariedade. (Elemento VOLITIVO + LICITUDE) Ato jurdico em sentido amplo sempre lcito.

3.1.1-) Ato jurdico em sentido estrito:Art. 185 CC.Q: O que ato-jurdico em sentido estrito?Conceito: O ato jurdico em sentido estrito, tambm denominado de ato no negocial, consiste em um mero comportamento humano voluntrio e consciente, CUJOS EFEITOS ESTO PR-DETERMINADOS NA LEI. (Art.185) (Contedo do ato + consequncias) Eficcia Ex Lege.Bettiol (penalista): Falta a este tipo de ato a autonomia privada e a liberdade para a escolha dos seus efeitos.Res nullius coisa de ningumEx: Reconhecimento de firma.Exs: Ato de se apropriar de uma concha da praia, adquire a propriedade.Mudana de residncia e ambiente profissional para outra cidade, automaticamente adquire domicilio na cidade residente.Ato jurdico de comunicao, em geral, so atos jurdicos em sentido estrito. (Notificao, Intimao, Citao, por exemplo, porque um comportamento voluntario de quem notifica, e o nico efeito a lei que determina, que de dar conhecimento, informar, comunicar apenas)A diferena est que no negcio existe liberdade para a escolha dos efeitos dos atos que realizam. O negcio jurdico, diferentemente dos atos em sentido estrito, traduz uma declarao de vontade, manifestada segundo o princpio da autonomia privada, pela qual o agente pretende atingir determinados efeitos jurdicos escolhidos, respeitando parmetros de ordem pblica. (Ex: Contrato, negcio jurdico, mesmo o contrato por adeso, a autonomia privada jamais desaparece por completo) (Ex2: Testamento um tpico negcio jurdico). OBS: Casamento controverso na doutrina.Na teoria, o negocio jurdico dotado de uma autonomia que o ato jurdico em sentido estrito no tem.3.1.2.-) Negcio Jurdico:NEGCIO JURDICO todo ato entendido como uma declarao de vontade a que o ordenamento jurdico atribui efeitos queridos pelas partes e permitidos pela lei, observando os pressupostos da existncia de validade e de eficcia. Ou ainda, simplificando, ...ato ou atos interligados entre si, derivado da vontade humana, com a finalidade negocial de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos. (O contedo e as consequncias do ato derivam da vontade autonomia privada).

Ex.: Todo contrato.OBS: Testamento negcio jurdico.OBS2: Pagamento h controvrsia na doutrina.Quanto ao pagamento a doutrina diverge sobre sua natureza jurdica: negcio ou ato-jurdico stricto sensu. A favor da corrente que defende que pagamento ato jurdico em sentido estrito, est o fato de que no se anula pagamento por vcio do negcio jurdico.

Teorias Explicativas do Negcio Jurdico:H duas teorias explicativas do negcio jurdico:a-) Corrente Voluntarista (teoria da vontade): Essa corrente afirma que o ncleo existencial do negocio a vontade interna ou a verdadeira inteno do declarante (O CC sofreu influencia no art.112)b-) Corrente Objetiva (teoria da declarao): Essa corrente afirma que o ncleo do negocio jurdico no a inteno, no a vontade interna, mas sim a vontade que se declara (que se exterioriza).As duas teorias so aplicadas conjuntamente. Parte-se da declarao que a forma de exteriorizao da vontade, para se apurar a real inteno das partes. Esta deve ser considerada, no no pensamento intimo do declarante, pois no se buscam os seus motivos psicolgicos, mas sim que leve em conta a boa-f, o contexto e o fim econmico do negocio.As duas teorias devem se conjugar, pois o negocio jurdico perfeito resulta da unio harmnica entre a vontade interna e a manifestada.Negocio jurdico requer vontade interna e compasso com a vontade externa.OBS: O que Teoria da pressuposio?R: Trata-se de uma teoria do negcio jurdico desenvolvida por Windscheid, segundo a qual haveria invalidade do negcio jurdico, quando a certeza subjetiva do declarante, verificada ao tempo da celebrao do negcio, no se concretizasse depois.J no mais abraada pelos doutrinadores modernos.Planos de anlise do Negcio Jurdico:OBS: Escada Ponteana: Plano de EficciaPlano de ValidadePlano de ExistnciaPrimeiro analisa a existncia, depois a validade e depois a eficcia.-Plano de Existncia-Plano de Validade-Plano de EficciaAndr: O CC no adotou 100% da teoria de Pontes de Miranda. Porque o CC fala do plano de validade e eficcia, no fala do plano de existncia, que construo doutrinria.OBS: Se o CC fala em nulidade ser a nulidade absoluta (ao declaratria de nulidade ao imprescritvel). Se fala em anulabilidade, ser relativa.1. PLANO DE EXISTNCIA:Para que o negcio jurdico exista, devem concorrer 4 pressupostos:

1.1- A manifestao de vontade1.2- Agente emissor da vontade1.3- Objeto do negcio jurdico1.4- Forma do negcio jurdico

Se falta qualquer um, o negcio INEXISTENTE.

OBS: O silncio pode ser encarado como uma manifestao de vontade?R: Segundo o Professor Caio Mrio, o silncio o nada, absoluta ausncia de manifestao de vontade. uma regra geral que comporta excees. Existem situaes excepcionais em que o silncio pode ser interpretado como consentimento. Nos termos do art. 111 do Cdigo Civil, que segue tendncia dos sistemas britnico e alemo, em situaes especiais o silncio pode caracterizar anuncia. (Como na hiptese da doao pura do art. 539)Doao pura sem encargo.Em geral, o agente emissor da declarao de vontade uma Pessoa Fsica ou Jurdica.OBS: Contrato de emprstimo a juros: Mtuo FeneratcioDeve ter Objeto.Deve ter uma forma pela qual a vontade se manifeste.Vicente Ro viu a necessidade de colocar a forma como elemento autnomo.A forma, por si s, elemento de existncia do negcio jurdico de grande importncia, trata-se do revestimento exterior da vontade, ou seja, o meio pelo qual a vontade se manifesta (escrita, verbal, mmica, etc.)A forma veiculo pelo qual a vontade se manifesta.Se todos estiverem presentes, o negcio ser existente.

2. Plano de ValidadeArt. 104 Cuida do plano da validade do negcio e incompleto. disciplinado a partir do art. 104 e estudaremos os pressupostos de validade do negcio.Se faltar algum deles INVLIDO.Daro ao negocio a aptido para produzir efeitos. (existe e tem aptido para produzir efeitos)

-A vontade deve ser totalmente livre e de boa-f-Agente capaz e legitimado-Objeto lcito, possvel e determinado ou determinvel-Forma ou livre ou prescrita em lei

Vontade Livre (Sem vcios do Negcio Jurdico)OBS: Posio forte no Brasil, seguindo o pensamento de Orlando Gomes, a licitude do negcio jurdico abrange a legalidade e o respeito ao padro mdio de moralidade. (ex: profissional do sexo)A forma por si s, pressuposto de existncia, mas tambm se observa sob o prisma da validade, ou livre ou prescrita em lei.Vitria do Brasil, nos termos do art. 107 do C.C, como regra geral dos negcios jurdicos, o princpio da liberdade da forma. Em geral, tem forma livre.Quando a lei prescreve determinada forma, poder ser para efeito de prova do negcio jurdico (negcio ad probationem, art. 227) ou a forma exigida como requisito de validade do negcio (negcio solene ou ad solemnitatem, art. 108). Se exigida a forma, e no for respeitada Nulidade absoluta.Andr: Solenidade ad probationem (Andr entende que uma regra processual dentro do CC) o requisito processual. Dificuldade de provar o ato em juzo.OBS: O Enunciado 289 da 4 Jornada de direito civil estabelece que o valor que se considera para efeito de se lavrar ou no escritura pblica, nos termos do art. 108, aquele lanado no contrato. (e no o valor venal da prefeitura)Vale lembrar que a promessa de compra e venda, independentemente do valor pode ser lavrada por instrumento particular.OBS: No plano de eficcia so trs elementos: Condio, Termo, Mdulo ou Encargo.

DEFEITO DOS NEGOCIOS JURIDICOS (7)1. ERRO:Essencialidade e EscusabilidadeA despeito da corrente clssica (que entende ser necessria a escusabilidade = erro perdovel, com base no homem mdio, sustentada no art. 138 CC MAJORITRIA.), a doutrina mais moderna (enunciado 12 da primeira jornada CJF) dispensa o requisitos da escusabilidade, com base no principio da confiana. At porque carregado de subjetivismo (diz que o art. 138 do CC se refere a cognoscibilidade ou recognoscibilidade, isto , deve ser analisado se o outro contratante, o que no foi prejudicado, tinha condio de perceber que a outra parte estava incidindo em erro Fachim - minoritria).

Classificao do erro quanto determinao:1-) Erro substancial (erro in substancia): Aquele que incide sobre aspecto determinante do negcio (material da jia). Quando erro anulvel. Art. 139 traz exemplos de erro substancial.2-) Erro acidental:Aquele que incide sobre aspecto no determinante do negcio. (ex: embrulho da jia). O negcio no pode ser anulado. No pode pedir indenizao pelas perdas e danos (quem erra, erra sozinho).3-) Erro de clculo:No permite a anulao do negcio jurdico, mas to s a retificao do clculo.

Espcies de Erro:(Roberto de Ruggiero) fundamentalmente o erro pode incidir no Objeto, no Negcio e na Pessoa (art. 139 do C.C)a-) Erro sobre Objeto: aquele que incide nas caractersticas do objeto do negcio. (Comprar relgio de alumnio achando que prata)b-) Erro sobre o negcio:Na estrutura do negcio, sobre a natureza do negcio. (Acha que esta dando mas esta emprestando)c-)Erro sobre pessoa:Incide nos elementos de identificao ou caractersticas da outra parte do negcioA principal aplicao do erro sobre pessoa ocorre no casamento (art. 1556, 1557) possvel anular casamento com base no erro sobre pessoa Esses erros incidem na percepo ftica da realidade.Bevilacqua no aceitava esta ultima doutrina, mas hoje o cdigo aceita.O C.C em seu art. 139, III, inova o sistema do cdigo anterior ao admitir o erro de Direito.Trata-se de um erro sobre a ilicitude do fato, sem traduzir intencional recusa ao imprio da lei, projeta-se no mbito de atuao permissiva da norma. Em geral, um erro de interpretao.Quando o agente do negocio imagina permitido aquilo que proibido.Erro causa de anulao do negcio.

2. DOLODolo o erro provocado.Dolo traduz um malicioso artifcio empregado por uma das partes ou por terceiro para enganar a outra, causando-lhe prejuzo.O dolo tambm causa de anulao do negcio.Autores clssicos utilizam a expresso dolus malus dolo malicioso de m-f.OBS: dolus bonus, socialmente admitido freqentemente invocado como possvel tcnica publicitria, desde que no se desvirtue como propaganda enganosa.Pode-se realar os atributos do produto, mas no pode-se mudar a substncia do produto.Caracteriza atividade dolosa e ilcita, segundo a doutrina (ver tambm o projeto de lei 4.068/08) a denominada tcnica da mensagem subliminar que, em linhas gerais, induz o destinatrio da informao a realizar determinada conduta que conscientemente poderia no adotar. Nos termos do Art. 145 do C.C, para invalidar um negcio, o dolo deve ser principal, ou seja, atacar a essncia do negcio. AO ANULATRIA. Conta da celebrao do negcio jurdico, prazo decadencial de 4 anos (Assim como o erro).Por outro lado, caso o dolo seja apenas acidental, tocando aspectos secundrios do negcio, este ser mantido cabendo ao prejudicado perdas e danos. (art. 146 do C.C)Se o dolo apenas incidental o negcio no invalidado, mas pode pedir perdas e danos.O cdigo brasileiro, em seu art. 150, estabelece que, em havendo dolo bilateral fica tudo como est. (no compensao de dolo, expresso no a mais adequada)Questes: O que dolo negativo?R: Trata-se do silncio ou omisso intencional de informao, a luz do art. 147, violadora da boa-f.O que dolo de terceiro?R: Art. 148 do C.C. O negcio s invalidado por dolo de terceiro se ficar demonstrado que o beneficirio sabia ou tinha como saber, seno mantido, e o terceiro responde pelas perdas e danos do prejudicado.OBS: Deve-se analisar, no dolo, se o induzimento praticado por terceiro foi em conluio ou no (com o vendedor por exemplo).Com conluio Anulvel.Sem conluio No anulvel, mas a parte prejudicada pode pedir indenizao do terceiro.

Dolo Essencial (dolus causam): aquele que incide sobre aspecto determinante do negcio. aquele em que o negcio jurdico no teria sido celebrado se o outro tratante soubesse a verdade. O negcio anulvel.

Dolo Acidental: aquele que incide sobre o aspecto secundrio do negcio. O negcio teria sido celebrado ainda que o contratante soubesse a verdade. No permite a anulao do negcio, mas a parte prejudicada pode pedir indenizao se provar prejuzo (porque induzida a erro).

Classificao do dolo quanto conduta (3):1-) Dolo Positivo ou Comissivo: aquele caracterizado por uma ao.2-) Dolo Negativo ou Omissivo:Caracterizado por uma omisso. O contratante omite informao de que tinha conhecimento quando foi indagado. Anulvel.3-) Dolo Bilateral ou Recproco:No anulvel. Ningum pode se valer da prpria torpeza, cada um fica com seu prejuzo (nem indenizao proporcional)

Classificao quanto inteno:1-) Dolus Malus: aquele em que h inteno de prejudicar, o negcio anulvel.2-) Dolus Bonus:Tem dois sentidos.I-) Inteno de ajudar: Ex: amigo com dificuldade financeira que no aceita emprstimo, oferece ento comprar o relgio (que sabe no valer nada) que diz valer 5 mil reais, por ser clssico.II-) Lbia comum dos comerciantes, deve ser moderada.Nos dois sentidos o negcio no anulvel.

3. Estado de PerigoEsse defeito novo no C.C, no estava no de 16.O direito j tratava dele, como Caio Mrio.O Estado de Perigo, tratado no art. 156, causa de anulao do negcio jurdico.Conceito: Trata-se de uma aplicao do Estado de necessidade na teoria do negcio. Configura-se quando o agente, premido da necessidade de salvar-se ou pessoa prxima, de grave perigo de dano, material ou moral, conhecido pela outra parte, assume obrigao excessivamente onerosa.Ex: Pai tem o filho seqestrado, deve pagar 1 milho seno o filho morre, vai at agiota e este empresta dinheiro com juros excessivos.A teoria do Estado de Perigo segundo firme jurisprudncia (RESP 796739/MS, RESP 918392/RN, Apelao Cvel 70024412397/ TJ RS), tem perfeita aplicao na espria exigncia de cheque cauo como condio essencial para o atendimento de emergncia.A resoluo n 44/03 da agencia nacional de sade, em face de prestadores de servios mdicos, nos seus termos, probe a cobrana do cheque cauo estabelecendo que a denncia deste tipo de prtica poder ser levada ao MPF para apurao devida. P. da dignidade da Pessoa Humana.Requisito objetivo: Prejuzo considervel.Requisito subjetivo: Indagar o porqu do prejuzo.-prpria pessoa-parente prximo-amigo ntimo-cnjuge ou companheiroSe encontra em uma situao de perigo de morte ou grave dano moral.

Ratio Legis: proteo de um direito da personalidade.Efeito: AnulvelAo anulatria 4 anos decadencial contados a partir da celebrao. O negcio no ser anulado se a parte beneficiada oferecer, em juzo a complementao do preo ou a reduo do proveito.ATENO: O negcio s pode ser anulado por estado de perigo se, alm dos requisitos estudados acima, for provado o dolo de aproveitamento.Isto , for provado que a outra parte tinha conhecimento da situao de perigo.

OBS: No estado de perigo pergunta porque a pessoa agiu daquela maneira, porque queria salvar a si prprio ou algum (elemento subjetivo). Na leso a pessoa age porque est em situao de premente necessidade econmica ou por inexperincia. Os elementos objetivos (onerosidade excessiva) idntico tanto no estado de perigo ou leso.

4. FRAUDE CONTRA CREDORESConsiste na atuao maliciosa do devedor insolvente ou na iminncia de assim se tornar que se desfaz de seu patrimnio procurando no responder pelas obrigaes anteriormente assumidas.A doutrina clssica afirma que a fraude pressupe dois requisitos: consilium fraudis (m-f) e o eventus damni (dano ao credor).Eventus damni: o ato tachado de fraudulento deve ter deixado o devedor sem patrimnio suficiente para responder pela dvida.Consilium fraudis: deve ser provado o conluio entre o devedor e o adquirente, isto , a m-f de ambos. Na verdade o que importa provar a m-f do adquirente, provar que ele sabia da insolvncia do devedor. (a boa-f sempre se presume) Deve ser quebrada a presuno estabelecida pelo princpio da boa-f.OBS: Atualmente, a jurisprudncia tem entendido que a simples existncia de parentesco entre o devedor e o adquirente no suficiente para provar a m-f.ATENO: Se a alienao do bem ocorrer a ttulo gratuito, o conluio fraudulento presumido.H vezes que os dois requisitos so presumidos, segundo Maria Helena Diniz, e a doutrina modera, a exemplo da doao fraudulenta.Ver no material de apoio as hipteses de fraude previstas no cdigo civil.OBS: No se pode confundir fraude contra credores com fraude execuo. Esta ltima mais grave porque desrespeita a administrao da justia, uma vez que, no caso, j existe demanda proposta contra o devedor apta a reduzi-lo a insolvncia. Se j esta sendo demandado, em fase de conhecimento at, j fraude a execuo. Ver recente sumula 375 do STJ. Para o STJ no basta s a demanda, necessita que o registro da penhora j tenha sido feita e o terceiro esteja de m-f.A vtima da fraude contra credores o credor preexistente.292 cjf o que importa a data da dvida, e no do seu vencimento ou reconhecimento judicial.Ao Pauliana ou Revogatria o credor preexistente pode promover. A legitimidade ativa para propor a Pauliana do credor preexistente, mesmo aquele com garantia, caso esta se torne insuficiente (art. 158 1).Ex: Credor de uma hipoteca, preo de imvel cai.A ao Pauliana deve ser proposta contra o devedor insolvente, pessoa que com ele estipulou o ato e, eventualmente, o terceiro de m-f. (art. 161) Ver tambm o STJ - RESP 242151 MG.Se o terceiro estiver de boa-f, permanecer com o bem e o credor dever procurar outros bens do devedor.A ao Pauliana tem prazo decadencial de quatro anos.Qual a natureza jurdica da sentena na ao pauliana?R: Desde Clvis Bevilcqua, chegando a autores como Moreira Alves, na dico expressa do art. 165 do C.C., conclui-se que a sentena desconstitutiva anulatria.Uma segunda corrente, defendida por doutrinadores como Yussef Cahali, Frederico Pinheiro, Pablo Stolze, de ndole processual, discorda do pensamento tradicional. Nesta linha de pensamento, a sentena no seria anulatria, mas apenas DECLARATRIA DA INEFICCIA DO NEGCIO RELATIVAMENTE AO CREDOR PREJUDICADO.Pela letra da lei, anulatria, mas essa corrente mais profunda e precisa.Ex: O negcio feito fraudulentamente (contratado e contratante) valido, mas ineficaz em face do credor preexistente.No a corrente do cdigo.Mas h um RESP contra legem (506312/ MS).Diz que a fraude contra credores no gera a anulabilidade do negcio.

5. SIMULAONa simulao celebra-se um negcio jurdico que tem aparncia normal, mas que, em verdade, no pretende atingir o efeito que juridicamente deveria produzir.Toda simulao, no Brasil, considerada grave, no h simulao inocente. Antes era causa de anulabilidade (C.C/16). Com a entrada do C.C/2002, passou a ser tratada como causa de nulidade absoluta do negcio jurdico (art. 167)Diferena entre fraude contra credores e simulao:Na fraude no h um necessrio disfarce. Na fraude a vtima especfica (credor preexistente)_Em doutrina, reconhecem-se duas espcies de simulao:- simulao absoluta-simulao relativa (Dissimulao)Simulao Absoluta:As partes criam um negcio jurdico destinado a no gerar efeito jurdico algum (Jogos de cenas)

Simulao Relativa:Na simulao relativa, as partes criam um negcio jurdico destinado a encobrir um outro negcio jurdico que surtir efeitos proibidos por lei.(Prova magistratura) Principio da conservao. Nos termos do art. 167 e do Enunciado 153 da 3 Jornada de Direito Civil, na simulao relativa, em sendo possvel, o juiz, a luz do principio da conservao, aproveitar o negcio dissimulado.OBS: Nos termos do enunciado 294 da 4 Jornada de Direito Civil, sendo a simulao causa de nulidade (absoluta) do negcio jurdico, pode uma das partes aleg-la contra a outra. Por ser muito grave e pode ser alegada de oficio pelo juiz, assim no ser Venire contra factum proprium ou se valer da prpria torpeza, permitido pela maior gravidade.O que Reserva Mental?R: Reticncia (para alguns autores, como Pablo), a reserva mental ou reticncia configura-se quando o agente emite declarao de vontade resguardando o ntimo propsito de no cumprir o que projetou. Direito Romano no conhecia a Reserva mental.No momento em que a reserva manifestada, e dela a outra parte toma conhecimento, o art. 110 do C.C, na linha do pensamento de Moreira Alves, considera o negcio inexistente.Pablo discorda da corrente do cdigo. Para o cdigo, enquanto esta na mente, no h repercusso jurdica, somente tendo quando o destinatrio toma conhecimento, o negocio ser inexistente.Pablo, Carlos Roberto Gonalves, a segunda corrente doutrinria, sustenta que, uma vez manifestada a reserva, o negcio existe, mas invlido por dolo ou simulao.

O que contrato de vaca-papel?R: O contrato de vaca-papel traduz um tpico negocio simulado de parceria pecuria que em verdade encobre um emprstimo a juros extorsivos (ver RESP 441903/SP).STJ (deve-se ler; declarao de nulidade)

Q: Simulao inocente?R: Duas correntes.I- Simulao inocente em que pese a omisso do legislador, no h nulidade sem prejuzo, portanto no se anula o negcio (Maria Helena Diniz e Caio Mrio).II- Enunciado 152 CJF toda simulao, inclusive a inocente, invalidante.

6. LESOO cdigo de 16 no cuidava da leso, o de 2002 sim.Conceito: A leso, causa de invalidade do negcio jurdico, traduz o prejuzo resultante da desproporo entre as prestaes do prprio negcio, em virtude do abuso da necessidade ou da inexperincia de uma das partes. (art. 157 do C.C)Premente necessidade aqui a FINANCEIRA.Ou inexperincia. Qualquer.Ratio Legis: direito patrimonial.Ao contrrio do estado de perigo, aqui no precisa ser provado o dolo de aproveitamento (Enunciado 150 CJF)Leso compem-se de dois elementos no cdigo civil:a-)Subjetivo: A premente necessidade ou inexperincia da vtima. (A lei no exige o dolo de aproveitamento da outra parte, a leso assim, mais objetiva)b-) Objetivo: A manifesta desproporo da prestao.1: D uma margem ampla de discricionariedade ao juiz. O cdigo utilizou dico aberta.2: Invalidade um gnero da qual deriva a anulao ou nulidade.No cdigo civil, 2 do art. 157, a leso causa de anulao do negcio jurdico; - REGRAJ no CDC, art. 6, V, dada a sua principiologia de ordem pblica, a leso causa de nulidade absoluta.Leso: Enorme: maior do que a metade do preo justoEnormssima: quando for maior que dois teros do preo justo.Prazo: 4 anos- decadencial contado a partir da celebrao do negcio jurdico.Princpio da Conservao Contratual: O negcio no ser anulado se a parte se oferecer para complementar o preo ou reduzir o proveito.Doutrina moderna defende a possibilidade da parte prejudicada por Estado de Perigo ou Leso ingressar com ao de reviso contratual ao invs de anulatria com base no princpio da conservao dos contratos, que decorre do princpio da funo social. Nesse sentido, o enunciado 149 do CJF.

7. Coao MoralRomanos chamavam de vis compulsiva.Conceito: A coao, causa de anulao do negcio jurdico, consiste na violncia psicolgica apta a influenciar a vtima a realizar negcio jurdico que a sua vontade interna no deseja efetuar.Em geral a ameaa traduz uma anulao da sua vontade, no torna inexistente, em regra.O negcio existe, mas invalido, porque anulvel (Doutrina e ju