aula 08 legislaÇÃo aduaneira – rfb/2012professores: luiz missagia e rodrigo luz

Upload: weshoffman

Post on 14-Apr-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    1/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 1

    AULA 08Regimes Aduaneiros Especiais Parte III

    (Ponto 10.1 dos editais de ATRFB e de AFRFB/2012)

    Contedo1. Loja Franca .......................................................................................... 1

    Local de instalao de loja franca ............................................................ 2Possveis compradores de bens ............................................................... 6Consideraes sobre a Compra em Loja Franca de Sada .......................... 10Regime de Tributao Especial .............................................................. 10

    2. REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM REAS ESPECIAIS ...................... 152.1. Zona Franca de Manaus (ZFM) ....................................................... 15

    2.1.1. Benefcios da ZFM no comrcio com o exterior ............................ 172.1.2. Benefcios da ZFM no comrcio com o restante do territrio ........ 182.2. Amaznia Ocidental ...................................................................... 302.3. reas de Livre Comrcio (ALC) ....................................................... 322.4. Zonas de Processamento de Exportaes (ZPE) ................................ 35

    QUESTES RESOLVIDAS NESTA AULA ...................................................... 45

    Ol, pessoal.

    O Missagia j comentou quase todos os regimes aduaneiros pedidos noedital, restando apenas a loja franca e os Regimes Aduaneiros Aplicados emreas Especiais (Zona Franca de Manaus, Amaznia Ocidental, reas de LivreComrcio e Zona de Processamento de Exportaes), tratados hoje.

    Antes de comear a aula de hoje, quero fazer um convite. No sei sevoc sabe, mas montamos um curso de Legislao Aduaneira em exerccios.So 250 questes inditas. Tenho certeza de que voc vai aproveitar muito.

    1. Loja Franca

    A loja franca mais conhecida como free shop. o sonho de consumo demuita gente que viaja para o exterior (ou, pelo menos, para a sogra doviajante, para o cunhado dele, ...). s vezes, o sujeito viaja s para, na volta,fazer algumas comprinhas...

    Bem, seguindo a regra dos regimes aduaneiros especiais, o regime deloja franca tambm suspensivo, ou seja, no se cobram os tributos deimportao sobre os produtos estrangeiros que l entram. Por qu?

    Voc quer ouvir o motivo nobre ou o motivo camuflado?

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    2/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 2

    Vamos primeiro motivao explicitada: o free shop prev umtratamento facilitado para os produtos estrangeiros, da mesma forma quenossos produtos recebem um tratamento facilitado nos portos e aeroportos domundo inteiro.

    Portanto, a no-tributao recproca e visa a uma maior promoo dosprodutos deles e nossos pelo mundo afora. Para promover os produtos nomundo inteiro, nada melhor do que os expor nas vitrines dos portos eaeroportos internacionais. Afinal, na quase totalidade dos casos, quem fazviagem internacional pessoa com bom poder aquisitivo.

    Quer ler agora a segunda inteno?Bem, quando o governo brasileiro, por exemplo, permite a entrada de

    bens estrangeiros sem pagamento de tributos, ele acaba estimulando osviajantes brasileiros a adquirirem os produtos estrangeiros aqui mesmo, no lfora. No compra l no. Ser mais peso, excesso de bagagem, desconforto,

    ... Compra aqui no Brasil, no aeroporto de chegada. Vai sair pelo mesmo preoque voc pagaria no exterior.

    E qual a diferena entre comprar l fora ou aqui dentro?Ora, o dinheiro do turista brasileiro no ser gasto l fora. Ele o vai

    trazer de volta e comprar o bem aqui. Ento algum diz: E da, Rodrigo? Estcerto que o turista no gastou l fora. Mas a loja franca vai ter que pagar aoexterior o valor daquele bem importado. No d no mesmo?

    A resposta : no, no d no mesmo. Afinal, quando algum compra umperfume na Frana, gasta, por exemplo, 100 euros. Mas quando o free shop

    importa este perfume da Frana para vender aos viajantes, consegue acertar aimportao por um preo menor do que 100 euros. Por exemplo, deve fecharem uns 70 euros, tendo em vista que importa em grande quantidade, noatacado. O governo brasileiro, espertamente, fez com que fossem pagos 70euros ao exterior, em vez de 100.

    S mais um detalhe: para usufruir a suspenso dos tributos, asmercadorias importadas pela loja franca tm que vir em consignao. Istogarante que o excesso no vendido retornar ao exterior. E assim a economiade 30 euros, no exemplo anterior, fica garantida, tendo em vista que amercadoria no ficar encalhada. Se no vender, devolve.

    Local de instalao de loja franca

    Como dispe o Regulamento Aduaneiro (RA Decreto 6.759/2009), aloja franca somente pode ser instalada em porto ou em aeroporto. E,obviamente, porto ou aeroporto alfandegado, para se garantir que a venda s para pessoas chegando do exterior (h excees a esta ltima afirmativa,que veremos no prximo tpico).

    Vimos que a loja franca existe (como segunda inteno) para estimular oviajante a comprar bens aqui dentro e, assim, o pas economizar um trocado.Ora, sob esta tica, ser que os bens importados trazidos pela loja franca

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    3/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 3

    podem ser adquiridos por qualquer um de ns, que nem sonhamos em viajarao exterior?

    Claro que no (rs). O governo s permite que a compra de bens doexterior seja feita por pessoas que teriam condies de comprar bens l fora. A

    tica do governo em relao aos viajantes : Puxa, meu amigo viajante, emvez de comprar l fora, compra aqui dentro. Est sentindo o carinho dogoverno com o viajante? O governo ainda fala baixinho consigo mesmo:

    Tomara que o viajante no gaste o dinheiro l fora...Mas a tica do governo para aqueles que no esto viajando : Qual a

    tua, cara? Tu t querendo comprar produto estrangeiro pro teu moleque?Tudo bem, mas num vai comprar na loja franca no. T querendo atrapalhar aindstria brasileira? (isto foi no dialeto carioqus. Antes que os cariocas mexinguem: tambm sou carioca e com muito orgulho. rsrs)

    Bem, justamente para se garantir que os bens sero vendidos apenas a

    viajantes chegando do exterior (h excees, como eu alertei antes) que a lojafranca tem que ser instalada em porto ou aeroporto alfandegado, ou seja, comalfndega instalada.

    Antes de passarmos para ver a lista de pessoas que podem adquirir bensda loja franca, cabe completar a anlise do artigo 476 do RegulamentoAduaneiro (RA):

    Art. 476. O regime aduaneiro especial de loja franca o quepermite a estabelecimento instalado em zona primria de porto oude aeroporto alfandegado vender mercadoria nacional ouestrangeira a passageiro em viagem internacional, contra

    pagamento em moeda nacional ou estrangeira.

    Podemos ver trs coisas adicionais no artigo 476:1o) Em lojas francas podem ser vendidas mercadorias nacionais

    ou estrangeiras.Ora, quando estavam discutindo a criao deste regime h tempos atrs,

    pensaram inicialmente na venda de bens a passageiros chegando em viageminternacional, buscando estimular a economia explicada no incio.

    Mas isto trouxe um desconforto indstria domstica: pxa, governo,voc est querendo me quebrar? No vai cobrar imposto de mercadoriasestrangeiras, mas o cobra dos produtos nacionais vendidos internamente?

    A reclamao ganhou corpo, mas o governo era inflexvel: , indstria,sabe o que vai acontecer se eu no der a iseno para os bens importados? Oviajante vai comprar os produtos estrangeiros antes de voltar para o Brasil, ouseja, voc continua sem vender e eu perco minha economia.

    Foi a que a indstria bolou um plano maquiavlico (calma! Isso foi spara dar suspense): props ao governo que os produtos nacionais pudessemtambm ser vendidos dentro dos free-shops e, melhor do que isso, comiseno dos tributos.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    4/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 4

    Sabe, falou o governo, vender produtos nacionais dentro da loja francano vai dar nenhum prejuzo a ningum. At vai ser bom, pois o viajante teracesso a uma maior variedade de produtos e pode se sentir ainda maisestimulado a comprar aqui dentro do que l fora. Gostei da tua idia,

    indstria.Foi ento que encamparam a possibilidade de produtos nacionais seremvendidos em loja franca. Mas ainda faltava uma coisa essencial: os produtosimportados entravam com suspenso de tributos, mas os produtos nacionaisestavam sendo tributados. Vamos dar tratamento paritrio. E a nasceu aiseno na aquisio de bens nacionais. Todas essas regras surgiram noDecreto-Lei 1.455/1976.

    Em suma: a importao de bens se d com suspenso de tributos.Quando a mercadoria importada for vendida pela loja franca ao viajantechegando do exterior, ento a suspenso se converte em iseno e fica

    definitivamente excludo o crdito tributrio. J a aquisio de bens nacionaisse d diretamente com iseno de tributos.

    Por que a diferena suspenso para os importados vs. iseno para osnacionais? Pelos seguintes motivos:

    1) o produto estrangeiro tem que entrar em consignao, como escreviantes, para garantir a receita cambial.

    E, se entra em consignao, no se pode dar de pronto a iseno, poistalvez a mercadoria no fique no Brasil, podendo ser devolvida ao exterior. dada a suspenso condicionada venda ao viajante. Quando vender aoviajante, garante-se que as condies do regime foram cumpridas e ento sereconhece a iseno.

    2) o produto nacional no entra em consignao, pois no hnecessidade de se preservar receita cambial j que o free shop no gastadlares para comprar o produto nacional.

    O produto nacional, sendo comprado, ou seja, sendo entregue de formadefinitiva para a loja franca, entra no estoque desta com iseno de tributos.Isto porque no h possibilidade de se devolver o bem.

    Uma pequena observao: voc viu com o Missagia o regime de depsitoalfandegado certificado (DAC) que, em suma, a permisso para que

    mercadorias j vendidas ao exterior fiquem no Brasil, aguardando, em regra, oembarque. Logo, uma mercadoria colocada no regime de DAC consideradaexportada e, portanto, estrangeira. E, sendo estrangeira, pode ser entregue loja franca como se tivesse vindo do exterior, apesar de estar aqui no Brasil...Tudo que se aplica a uma importao do exterior se aplicar mercadoriaenviada do DAC para a loja franca, inclusive a exigncia de a mercadoria entrarem consignao. o que dispe o Regulamento Aduaneiro, art. 477.

    2o) A venda para passageiro em viagem internacional.A idia inicial, ao se criar o regime de loja franca, era, como vimos, fazer

    com que o turista no gastasse o dinheiro l fora, mas aqui dentro, nomomento da chegada.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    5/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 5

    Mas, na discusso para a criao do regime, o governo foi convencido deque a venda a passageiros saindo do pas no iria atrapalhar seu objetivoinicial, muito pelo contrrio. Portanto, o Decreto-Lei 1.455/1976 j veiopermitindo a venda a bens a passageiros saindo do pas.

    3o) O pagamento pode ser em moeda nacional ou estrangeiraAt o ano de 2006, as compras em loja franca no podiam ser feitas com

    moeda nacional, s com moeda estrangeira. A lgica era retirar do viajante amoeda estrangeira e aumentar sua oferta no mercado domstico. At aimplantao do Plano Real, a economia brasileira era muito frgil e nossamoeda, bem desvalorizada. Eram tempos em que a moeda estrangeira eraescassa e qualquer ajuda na reduo da taxa cambial era muito bem-vinda.

    Redao antiga do DL 1.455/1976, art. 15

    Na zona primria de porto ou aeroporto poder ser autorizado, nostermos e condies fixados pelo Ministro da Fazenda, ofuncionamento de lojas francas para venda de mercadoria nacionalou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, saindo doPas ou em trnsito, contra pagamento em cheque de viagemou moeda estrangeira conversvel.

    Em 2006, depois de vrios anos com a economia brasileira estabilizada,resolveram, pela Lei 11.371, permitir a aquisio de bens com moeda nacional.Afinal, o real passou a ser reconhecido como uma moeda decente, ao contrrio

    das nossas moedas anteriores...O real passou a sofrer do problema inverso ao que possua antes: ele

    passou a se valorizar muito. J no havia mais necessidade de se tentar tirardo viajante a moeda estrangeira para oferec-la ao mercado. Isto s faria comque o dlar casse ainda mais e o real subisse, atrapalhando nossasexportaes e aumentando as importaes. Por isso, podemos, desde 2006,comprar em free shop com moeda nacional.

    Redao atualdo DL 1.455/1976, art. 15 Na zona primria de porto ou aeroporto poder ser autorizado, nostermos e condies fixados pelo Ministro de Estado da Fazenda, ofuncionamento de lojas francas para venda de mercadoria nacionalou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, na chegadaou sada do Pas, ou em trnsito, contra pagamento em moedanacional ou estrangeira. (Redao dada pela Lei n 11.371, de2006)

    Em resumo: O regime de loja franca foi pensado originalmente parapreservao da moeda estrangeira do turista brasileiro na sua viagem de volta.Esta foi a segunda inteno, como vimos antes. Acabaram permitindotambm que produtos nacionais fossem vendidos com iseno em loja franca.E depois, quando j no havia tanta necessidade de se proteger a moeda

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    6/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 6

    nacional contra desvalorizaes, passaram a permitir a aquisio de bens(nacionais ou estrangeiros) com moeda nacional.

    Possveis compradores de bens

    J que os viajantes chegando do ou indo para o exterior podem comprarbens na loja franca, qual o problema de os tripulantes (pilotos e comissrios)tambm comprarem?

    Bem, tripulante no pode comprar bens na loja franca chegando doexterior, seno... seno eu ia pedir para o meu vizinho, que piloto de vosinternacionais, que sempre desse uma passadinha no free shop para mimquando ele estivesse chegando de viagem. Talvez ele at gostasse disso ecomeasse a trazer para todo mundo que ele conhecesse. E ento ele passaria

    a ganhar mais dinheiro com revenda de bens de free shop do que com oprprio trabalho de piloto. Ele s no largaria o emprego de piloto para noperder o bico do free shop... Alis, o bico passaria a ser o prprio empregode piloto...

    Ora, o free shop no para abastecer o mercado interno e, por isso, claro que o tripulante chegando do exterior no pode comprar no free shop.Mas se o tripulante estiver saindo... Se estiver saindo, o tripulante podecomprar vontade, pois tudo o que trouxer na viagem de volta ser tributadocomo bagagem, j que ele no tm aquela quota de iseno de bagagem quetodo turista tem, de US$ 500,00, como veremos frente no tpico Regime de

    Tributao Especial.Em suma, o tripulante chegando do exterior no tem direito de comprarno free shop nem tem direito iseno sobre bens trazidos como bagagem. por isso que o artigo 15, inciso I, da IN RFB 863/2008 indica viageminternacional de partida:

    Art 15. As mercadorias admitidas no regime [de loja franca]podero ser vendidas a:I - tripulante de aeronave ou embarcao em viagem internacionalde partida;II - passageiro saindo do Pas, portador de carto de embarque oude trnsito internacional;III - passageiro chegando do exterior, identificado pordocumentao hbil, no 1 (primeiro) aeroporto de desembarqueno Pas e anteriormente conferncia de sua bagagemacompanhada;IV - passageiro a bordo de aeronave ou embarcao em viageminternacional;V - misso diplomtica, repartio consular e representao deorganismo internacional de carter permanente, e a seus

    integrantes e assemelhados, conforme previsto no inciso IV art. 15do Decreto-Lei n 37, de 18 de novembro de 1966; e

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    7/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 7

    VI - empresa de navegao area ou martima para consumo abordo ou venda a passageiros, isentas de tributos, quando emguas ou espao areo internacional.Pargrafo nico. Menores de 18 (dezoito) anos, mesmo

    acompanhados, no podero adquirir bebidas alcolicas e artigosde tabacaria.

    Vamos analisar as outras pessoas que podem adquirir bens em lojafranca?

    Em relao ao viajante, ele aparece nos incisos II, III e IV. Quanto aosincisos II e III, no h dificuldade no entendimento: passageiros entrando ousaindo podem comprar em free shop.

    Em relao ao inciso IV, ele sempre gera confuso entre aqueles alunos

    que j viajaram ao exterior. Neste ponto da aula, eu j fico esperando apergunta tradicional: Amado professor (o amado foi por minha conta), entoaquelas coisinhas que a gente compra dentro do avio tambm so comprasem free shop, n? T escrito aqui que o passageiro a bordo tambm podecomprar...

    Amada aluna (ou senhor aluno), o que voc est lendo a no o queest escrito, entendeu?

    H? verdade que as mercadorias trazidas pela loja franca podem ser

    vendidas a passageiros a bordo, mas no recebero o tratamento de compra

    em loja franca.Ih! Agora enrolou tudo...

    Calma, vamos por partes.O negcio o seguinte: a empresa de loja franca traz mercadorias

    importadas. Estas entram com suspenso no pagamento de tributos. Quando oavio chegar, tais bens podem ser comprados pelos viajantes que estiveremdesembarcando no Brasil. a previso do inciso III.

    Observao:

    Veja uma pequena falha da RFB ao escrever o inciso III: s sereferiram a aeroporto, mas a loja franca tambm pode existir em

    porto.

    Se o viajante estiver saindo do Brasil, ele pode comprar na loja franca,ou se estiver passando por aqui (por exemplo, vindo da Europa e indo para aArgentina), fazendo conexo, tambm pode comprar o que quiser na lojafranca, sem limite de valor. a previso do inciso II.

    A loja franca pode tambm vender bens a passageiros que estiverem a

    bordo do avio, fazendo escala no Brasil. a previso do inciso IV.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    8/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 8

    ObservaoQuem viaja (ou viajou) de avio, sabe a diferena entre conexo eescala:- Conexo: voc chega de avio, desce dele, sai correndo igual a

    um louco no saguo (seu sapato quase sai do p), e conseguepegar o outro avio que vai te levar ao seu destino.- Escala: voc chega de avio, no desce dele, pede uma gua

    para a aeromoa, l duas vezes o mesmo jornal e se cansa detanto esperar o resto do pessoal embarcar, depois de eles j teremcorrido um bocado.

    A loja franca tambm pode vender para a companhia area para que estautilize a bordo ou revenda aos seus passageiros. a previso do inciso VI.

    De novo:1) a loja franca pode vender aos passageiros a bordo de aeronaves; e2) a loja franca pode vender companhia area ou martima para esta

    usar a bordo ou revender aos passageiros.

    Ah, professor! Viu que quando a gente compra dentro do avio,estamos fazendo free shop, viu?

    Caro(a) apressado(a), se voc ler o artigo 30, vai ver que asmercadorias compradas a bordo dos avies no recebem o tratamento

    tributrio de aquisies em loja franca. Sero tratadas como se fossembagagem, ou seja, so tratadas como se tivessem sido compradas no exterior.Viu? rs

    Art. 30. As mercadorias vendidas a bordo de embarcaes ouaeronaves recebero, na chegada do passageiro ao Pas, otratamento de bagagem acompanhada procedente do exterior.

    E nem poderia ser diferente, pois aquela regrinha dos US$ 500,00 deiseno no free shop, no desembarque do viajante, s vale para as comprasfeitas dentro do estabelecimento da loja franca.

    O artigo 21 dispe sobre o limite de iseno de US$ 500,00 para os bensadquiridos na forma do inciso III, ou seja, bens adquiridos pelo viajante noaeroporto (ou porto) ao chegar do exterior:

    Art. 21. A venda de mercadorias com iseno a passageirochegando do exterior, nos termos do inciso IIIdo art. 15, serefetuada at o limite de US$ 500,00 (quinhentos dlares dosEstados Unidos da Amrica) ou o equivalente em outra moeda, por

    passageiro. 1 Aos bens adquiridos em loja franca de chegada, cujo valor

    global exceder o limite estabelecido no caput, aplica-se o regime detributao especial, observados os procedimentos estabelecidos em

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    9/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 9

    legislao especfica e os limites quantitativos previstos no art.18. 2 O regime de tributao especial referido no 1 consiste naexigncia to-somente do Imposto de Importao, calculado pela

    aplicao da alquota de 50% (cinqenta por cento) sobre omontante que exceder o limite de que trata o caput.

    Portanto, quem chega do exterior de navio ou de avio tem direito iseno:

    - de US$ 500,00 em bens novos em sua bagagem acompanhada, que areunio da bagagem de mo com a bagagem que se despachou para recuperarna esteira do aeroporto/porto (a aula sobre bagagem ser a prxima); e

    - de US$ 500,00 em bens comprados em free shop. Esta iseno cabe

    apenas para os bens adquiridos na loja dentro do porto ou do aeroporto (incisoIII do art. 15). No cabe para os bens adquiridos a bordo dos navios eaeronaves (inciso IV).

    Note que os dois limites no so acumulveis: se o sujeito no traz nadaem sua bagagem que tenha sido adquirido no exterior, ele pode entoaproveitar os US$ 500,00 de iseno e somar com os US$ 500,00 do free shop,para a comprar US$ 1.000,00 com iseno? No. Se no usou a iseno dabagagem, o problema s dele. Perdeu!

    Se no quiser comprar nada no free shop, pode ganhar US$ 1.000,00 de

    iseno na bagagem? NO! Que viajante insistente...Portanto, se o sujeito trouxer US$ 100,00 de bens novos na bagagem e

    comprar US$ 700,00 de bens no free shop, ele vai pagar US$ 100,00 (=50%x US$ 200,00) de imposto de importao, mas nenhum outro tributo.

    Uma ltima observao sobre a venda a pessoas saindo do pas(passageiros, tripulantes e companhias areas e martimas): o artigo 26 da INRFB 863/2008 dispe que essas mercadorias adquiridas em loja franca desada no podem ser utilizadas no territrio brasileiro, seno seria consumointerno, sujeito s regras normais de uma aquisio no mercado interno, comose estivssemos comprando no mercado na esquina de nossa rua.

    Art. 26. Enquanto a embarcao ou aeronave permanecer emterritrio aduaneiro, as mercadorias adquiridas nos termos destaInstruo Normativa no podero ser vendidas ou transferidas aqualquer ttulo e devero ser mantidas em compartimento prprio elacrado.

    H! H! H! As pessoas que adquirem bens em loja franca no podemabrir as caixas e os produtos antes de sair do espao areo ou das guasterritoriais? H! H! H!

    (pausa... respira fundo...volta a ler...)

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    10/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 10

    S uma perguntinha boba: quem que vai fiscalizar se as mercadorias lem cima no avio no foram abertas antes de sair do espao areo, hein, hein?

    H coisas que existem na legislao que eu imagino terem sido escritasaps longos dias de trabalho e os redatores, para relaxar, colocavam essas

    coisas engraadas.Passemos anlise do inciso V do artigo 15: nele est escrito que as

    misses diplomticas (para simplificar, leia embaixadas), os consulados, asorganizaes internacionais e seus integrantes podem comprar bens comiseno das lojas francas. Qual a lgica disso?

    Ora, essas pessoas todas j tm direito iseno de imposto deimportao para bens adquiridos no exterior (Lei no 8.402/1992, art. 1o, incisoIV). Ento, como j tm iseno, pode deixar comprar na loja franca. Vaifacilitar para todo mundo...

    Consideraes sobre a Compra em Loja Franca de Sada

    Em aula, muito comum os alunos que j estudaram Bagagem meperguntarem:

    Professor, no caso de bagagem, se eu levar para o exterior mercadoriasestrangeiras, eu no pago nada de imposto na volta, n?

    Sim, verdade, mas voc deve comprovar que j possua o bem aqui noBrasil antes de sua viagem. Tem que apresentar a Nota Fiscal da comprainterna.(isso matria para a prxima aula)

    Ah! Ento, no caso de bens comprados em loja franca, o viajantepoder, ao retornar da viagem, apresentar a NF emitida pela loja, n?

    No, meu caro. Neste caso, no vale tal regrinha, pois conforme dispeo artigo 20 da IN RFB 863/2008, a venda a pessoas saindo (passageiros,tripulantes e empresas de transporte) considerada uma exportao. E, nosaindo sob o regime de exportao temporria, a exportao consideradadefinitiva. Ao voltar, o bem desnacionalizado ser tratado como estrangeiro erecebido como bagagem, tendo que ser observado o limite de iseno.

    Veja o artigo 20:

    Art. 20. A venda de mercadoria, nas hipteses dos incisos I, II e VIdo art. 15, considera-se exportao para o exterior.

    Regime de Tributao Especial

    Podemos ver nos 1o e 2o transcritos anteriormente que o regime detributao especial aplicado somente para o viajante chegando do exterior eque compra no free shop mais do que US$ 500,00 em mercadorias.

    Paga-se apenas o imposto de importao e s sobre o que passar dos

    US$ 500,00. Isto assim desde a Portaria do Ministro da Fazenda n

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    11/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 11

    364/2006. Anteriormente, no se conseguia comprar mais do que os US$500,00, mesmo que o viajante quisesse pagar imposto.

    Ficou curioso(a) em saber que limites quantitativos so aqueles referidosno 1o do artigo 21?

    L vo:Art. 18. A aquisio de mercadorias efetuada nos termos do incisoIII do art. 15 fica sujeita aos seguintes limites quantitativos:I - 24 (vinte e quatro) unidades de bebidas alcolicas, observadoquantitativo mximo de 12 (doze) unidades por tipo de bebida;II - 20 (vinte) maos de cigarros;III - 25 (vinte e cinco) unidades de charutos ou cigarrilhas;IV - 250 g (duzentos e cinquenta gramas) de fumo preparado paracachimbo;

    V - 10 (dez) unidades de artigos de toucador; eVI - 3 (trs) unidades de relgios, mquinas, aparelhos,equipamentos, brinquedos, jogos ou instrumentos eltricos oueletrnicos.

    Se no houvesse limite quantitativo, o viajante poderia gastar, porexemplo, os US$ 500,00 comprando s cigarro. O que isso evidenciaria?

    Ou o sujeito est num nvel de vcio muito preocupante ou, o maisprovvel, ele est trazendo isso tudo para comercializar com seus amigos e

    inimigos. Neste caso, ele e aquele meu vizinho, piloto internacional, poderiamdar as mos.

    As duas ltimas informaes sobre loja franca:1a) s podem explorar loja franca as empresas selecionadas por

    concorrncia pblica, realizada pelo porto ou aeroporto que deseja suainstalao; e

    2a) vedada a importao ao amparo do regime de loja franca deprolas, pedras preciosas, metais preciosos e outras mercadorias classificadas

    no Captulo 71 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). (art. 12)O ttulo do Captulo 71 da NCM Prolas naturais ou cultivadas, pedraspreciosas ou semipreciosas e semelhantes, metais preciosos, metais folheadosou chapeados de metais preciosos (plaqu), e suas obras; bijuterias; moedas.

    Vejamos a loja franca nas questes da ESAF.

    QUESTES

    01 (TTN/1997) As lojas francas instaladas na Zona Primria de portoe aeroporto destinam-se a venda de mercadoria (adaptada)

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    12/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 12

    a) nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais, contrapagamento em carto de crdito, cheque de viagem ou moeda, nacional ouestrangeirab) nacional ou estrangeira somente a passageiro de viagem internacional em

    trnsito pelo Pas, contra pagamento em moeda estrangeira conversvelc) estrangeira ou nacional somente a passageiro de viagem internacionalsaindo do Pas, contra pagamento em moeda estrangeira conversvel oucheque de viagemd) estrangeira somente a passageiros de viagem internacional chegando aoPas, contra pagamento em cheque de viagem ou moeda estrangeiraconversvele) estrangeira ou nacional importada por firmas permissionrias de entrepostosaduaneiros, a passageiros e tripulantes de veculos em viagem internacionalcontra pagamento exclusivamente em moeda estrangeira conversvel

    ComentriosO gabarito a letra A, tendo em vista que as demais opes limitam o rol

    de compradores possveis a passageiros em trnsito (letra B), passageirossaindo (letra C) e passageiros chegando (letra D). E a letra E est errada,tendo em vista que lojas francas e entrepostos aduaneiros so regimesaduaneiros distintos. Tambm h erro ao excluir os cheques de viagem,corretamente indicados no gabarito da letra A.

    Adaptei a letra A, pois, no ano desta prova (1997), no havia opo de

    pagamento em moeda nacional nem em carto de crdito. Atualmente, aspossibilidades de pagamento incluem essas duas.

    02 (TTN/1998) No regime aduaneiro especial de loja franca,(adaptada)a) poder ser autorizado o seu funcionamento na zona primria de porto ouaeroporto, nos termos e condies fixados pelo Ministro da Fazenda, paravenda de mercadoria nacional ou estrangeira, a passageiros de viagensinternacionais, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira, emespcie, cheque de viagem ou carto de crdito.b) somente poder ser autorizado o seu funcionamento em zona primria deponto de fronteira alfandegado para venda de mercadoria estrangeira apassageiros chegando de viagem internacional por via area, terrestre, fluvialou lacustre.c) poder tambm ser autorizado o seu funcionamento em depsitosalfandegados de empresas de transporte rodovirio localizados em reacontgua de porto ou aeroporto alfandegado.d) ser autorizado seu funcionamento em recintos alfandegados de zonasecundria prxima a porto ou aeroporto para venda de mercadoria nacional

    exclusivamente a passageiros com destino ao exterior.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    13/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 13

    e) somente podero ser vendidas mercadorias nacionais ou estrangeiras apassageiros de viagens internacionais, sendo vedado nesse regime ofornecimento de produtos destinados ao uso ou consumo de bordo deembarcaes ou aeronaves, de bandeira estrangeira, aportadas no pas.

    ComentriosO gabarito foi a letra A. Adaptei a opo para incluir a moeda nacional e

    os cartes de crdito. Tambm adaptei o enunciado, pois, no dia da prova, aloja franca era considerada um regime aduaneiro atpico. Hoje regimeaduaneiro especial.

    A opo B fala erradamente sobre loja franca em fronteira. Isso noexiste. Na letra B foram colocadas limitaes inexistentes: o certo mercadoria estrangeira ou nacional, e passageiro chegando ou saindo. Ecomo terceiro erro na letra B: para comprar na loja franca, o passageiro nuncapoder estar chegando de viagem por via terrestre, fluvial ou lacustre, massomente pelas vias area ou martima.

    A opo C a maior viagem (sem trocadilho). Loja franca dentro deporto ou aeroporto.

    Opo D: incorreta. Loja franca s em porto ou aeroporto alfandegado.Opo E: incorreta. Loja franca tambm pode vender para tripulantes,

    embaixadas e empresas de transporte areo ou martimo.

    03 (TRF/2003) Assinale a opo correta. (adaptada)

    As lojas francas esto autorizadas a efetuar venda de mercadoriasnacionais ou estrangeiras em portos e aeroportos alfandegados, a:a) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento pode ser efetuadoem moeda nacional ou estrangeira, em espcie, cheque de viagem ou cartode crdito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma deBagagem do Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos; apassageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida, cujo pagamentodeve ser efetuado em moeda estrangeira conversvel, em espcie, cheque deviagem ou carto de crdito; a empresas de navegao area ou martima,visando o consumo de bordo, em viagens internacionais, ou a venda apassageiro; a misses diplomticas e a seus integrantes e assemelhados.b) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento pode ser efetuadoem moeda nacional ou estrangeira, em espcie, cheque de viagem ou cartode crdito, sujeitas as vendas ao limite de isenode US$ 500.00 e a limitesquantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes, emviagem internacional de partida, cujo pagamento podeser efetuado em moedanacional ou estrangeira, em espcie, cheque de viagem ou carto de crdito; aempresas de navegao area ou martima, em viagens internacionais, visandoo consumo de bordo ou a venda a passageiro, quando em guas ou espaoareo internacionais; a misses diplomticas e a seus integrantes eassemelhados.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    14/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 14

    c) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento pode ser efetuado emmoeda nacional ou estrangeira, cheque, cheque de viagem ou carto decrdito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e a limitesquantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes, em

    viagem internacional de partida; a empresas de navegao area ou martima,visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, em viagensinternacionais, cujo pagamento deve ser efetuado em moeda estrangeiraconversvel, em espcie, cheque de viagem ou carto de crdito; a missesdiplomticas e a seus integrantes e assemelhados.d) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento pode ser efetuadoem moeda nacional ou estrangeira, cheque, cheque de viagem ou carto decrdito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$300.00 (Norma deBagagem do Mercosul) e a limites quantitativos para determinados produtos; apassageiros e tripulantes, em viagem internacional de partida; a empresas de

    navegao area ou martima, visando o consumo de bordo ou a venda apassageiro, em viagens internacionais; a misses diplomticas e a seusintegrantes e assemelhados.e) passageiros e tripulantes em viagem internacional, cujo pagamento pode serefetuado em moeda nacional ou estrangeira, cheque, cheque de viagem oucarto de crdito, sujeitas as vendas ao limite de valor de US$500.00 e alimites quantitativos para determinados produtos; a passageiros em viageminternacional de partida; a empresas de navegao area ou martima, emviagens internacionais, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro,fora do territrio aduaneiro; a misses diplomticas e a seus integrantes e

    assemelhados.

    ComentriosSabendo que o limite de iseno de US$ 500,00, eliminamos as opes

    A e D.Sabendo que o pagamento, em 2003, s podia ser em espcie, cheque

    de viagem ou carto de crdito, eliminamos as opes C e E, que falam decheque. E mesmo hoje, em 2012, pagamentos em cheque no so permitidos,pois a IN RFB 863/2008 dispe:

    Art. 44. O pagamento de compras de mercadorias ao amparo doregime de loja franca ser efetuado por meio de moeda nacional ouestrangeira, em espcie, cheque de viagem ou carto de crdito.

    O gabarito a letra B. Nesta opo e nas demais, fez-se meno avenda nica e objeto de nota de venda nica. Exclu isto que era exigidoexpressamente na antiga Portaria do Ministro da Fazenda (PMF) 204/1996, quefoi revogada em 2008 pela PMF 112. A portaria atual no impe tal limitao.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    15/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 15

    2. REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM REAS ESPECIAIS

    A partir daqui, estudaremos os quatro regimes: Zona Franca de Manaus(ZFM), Amaznia Ocidental, reas de Livre Comrcio (ALC) e Zonas deProcessamento de Exportaes (ZPE).

    Qual o elo de ligao de todos esses regimes?A classificao deles j nos responde: so regimes que s existem em

    reas especiais. No se aplica o regime de ZFM para empresas situadas no Riode Janeiro. Os regimes de Amaznia Ocidental e de reas de livre comrcio sexistem na Regio Norte do pas. E, em tese, as ZPE s podem ser criadas emregies de baixo desenvolvimento. Tudo isso veremos adiante.

    Ao olharmos os regimes a seguir, vamos encontrar na ZFM e na ZPE a

    definio de que so reas de livre comrcio com o exterior. Mas noconfunda: o termo reas de livre comrcio usado no sentido estrito se referes regies fronteirias da Regio Norte do Brasil, como veremos.

    2.1. Zona Franca de Manaus (ZFM)

    Sabendo que a ZFM um dos regimes aduaneiros aplicados em reasespeciais, j podemos resolver a primeira questo sobre ZFM, antes mesmo de

    entrar em seu estudo (ah! se pudssemos resolver todas as questes semprecisar estudar antes...)

    QUESTO

    04 (AFRF/2002.1) A Zona Franca de Manaus uma rea de livrecomrcio de importao e de exportao e de incentivos fiscaisespeciais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da

    Amaznia um centro industrial, comercial e agropecurio dotado decondies econmicas que permitam seu desenvolvimento, em facedos fatores locais e da grande distncia a que se encontram os centrosconsumidores de seus produtos. (Dec.Lei 288/67, art.1, artigo 389 doDec.91.030/85 - Regulamento Aduaneiro) (adaptada)Em face do enunciado, assinale a opo correta.a) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial eagropecurio da Amaznia, sendo definida como rea de livre comrcio. ,portanto, regime aduaneiro especial.b) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial e

    agropecurio da Amaznia, sendo definida como rea de livre comrcio. ,portanto, regime aduaneiro aplicado em reas especiais.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    16/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 16

    c) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial eagropecurio da Amaznia, sendo definida como rea de livre comrcio. Por serrea de livre comrcio no lhe corresponde qualquer regime aduaneiro especialou aplicado em rea especial.

    d) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial eagropecurio da Amaznia, sendo definida como rea de livre comrcio. ,portanto, um regime aduaneiro comum.e) A Zona Franca de Manaus visa ao desenvolvimento industrial, comercial eagropecurio da Amaznia, sendo definida como rea de livre comrcio. ,portanto, regime aduaneiro especial unicamente no que se refere ao trnsitode bens ingressados na Zona Franca e destinados a qualquer outro ponto doterritrio aduaneiro.

    ComentriosAdaptei a questo, pois ela se referia antiga classificao de regimes

    aduaneiros. No passado, havia o regime comum, os especiais e os atpicos.Hoje, existem o comum, os especiais e os aplicados em reas especiais.

    Gabarito: letra B.

    Vamos ao contedo da ZFM.Quando criana, eu achava que a ZFM era algum lugar em Manaus, tipouma loja franca um pouquinho maior. E loja franca, bem ou mal, eu jconhecia, pois cresci do lado do aeroporto do Galeo. Depois, aprendi que aZFM engloba toda a cidade de Manaus e mais um pouquinho, como podemosver no artigo 2o do Decreto-Lei 288/1967:

    Art 2 O Poder Executivo far demarcar, margem esquerda dosrios Negro e Amazonas, uma rea contnua com a superfciemnima de dez mil quilmetros quadrados, incluindo a cidade deManaus e seus arredores, na qual se instalar a Zona Franca.

    A ZFM foi criada pelo DL 288/1967, no auge do regime militar no Brasil.No auge tambm da campanha de internacionalizao da Amaznia. Eu nolembro desse tempo, pois nem tinha nascido ainda (o melhor que verdade.rs), mas lendo o DL, tempos depois, vi que a inteno explicitada pelo governoera desenvolver aquela regio nos trs setores da economia (primrio,secundrio e tercirio), tendo em vista a grande distncia que separa Manausdos mercados consumidores de seus produtos, como consta no artigo 1o:

    Art 1A Zona Franca de Manaus uma rea de livre comrciode importao e exportao e de incentivos fiscais especiais,estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amaznia umcentro industrial, comercial e agropecurio dotado de condies

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    17/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 17

    econmicas que permitam seu desenvolvimento, em face dosfatores locais e da grande distncia a que se encontram os centrosconsumidores de seus produtos.

    (Veja em negrito aquilo que eu havia mencionado no incio da explicaodos regimes aduaneiros aplicados em reas especiais: a ZFM uma rea delivre comrcio)

    Os livros de histria econmica brasileira hoje contam que a intenooculta era povoar a regio para dificultar os planos ianques de tomada daAmaznia. Eu no estou inventando nada, estou apenas reproduzindo o que euli e d para confiar nisso. Afinal, eu tambm no tinha nascido em 1500, massei que Pedro lvares Cabral chegou por estas bandas naquele ano...

    Bem, como que se poderia ajudar no desenvolvimento da regio?

    Isentando de tributos todo o comrcio da ZFM com o resto do Brasil e domundo, mas tomando-se as devidas cautelas.

    2.1.1. Benefcios da ZFM no comrcio com o exterior

    H iseno do imposto de importao e do IPI para bens estrangeirosimportados para a ZFM. E tambm a iseno do imposto de exportao parabens sados da ZFM para o resto do mundo. o que preveem os artigos 505 e515 do Regulamento Aduaneiro (RA):

    Art. 505.A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca,destinadas a seu consumo interno, industrializao em qualquergrau, inclusive beneficiamento, agropecuria, pesca, instalao eoperao de indstrias e servios de qualquer natureza e aestocagem para reexportao, ser isenta dos impostos deimportao (II) e sobre produtos industrializados (IPI). 1Excetuam-se da iseno de que trata este artigo as seguintesmercadorias:I armas e munies;

    II fumo;III bebidas alcolicas;IV automveis de passageiros eV produtos de perfumaria ou de toucador, preparados e

    preparaes cosmticas, salvo quanto a estes (posies 3303 a3307 da Nomenclatura Comum do Mercosul), se destinados,exclusivamente, a consumo interno na Zona Franca de Manaus ouquando produzidos com utilizao de matrias-primas da fauna eda flora regionais, em conformidade com processo produtivo

    bsico.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    18/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 18

    Art. 515. A exportao de mercadorias da Zona Franca para oestrangeiro, qualquer que seja sua origem, est isenta doimposto de exportao(IE).

    Algum pergunta: Professor, e o PIS/PASEP e a COFINS incidentes naimportao?

    Bem, estas contribuies s passaram a ser cobradas nas importaes apartir de maio de 2004, por fora da Lei 10.865. Ento no podiam estarcitadas no DL 288/1967, mas apenas na Lei. E o artigo 14 da Lei prevsuspenso na cobrana de tais tributos.

    Em relao aos produtos importados pela ZFM, importante relembrar aaula de despacho aduaneiro. Os bens importados com o benefcio da iseno

    de tributos sofre despacho de admisso. J os bens excludos do benefcio(listados no 1 acima) sofrem o despacho de consumo.

    2.1.2. Benefcios da ZFM no comrcio com o restante do territrio

    Bem, nas relaes da ZFM com o exterior vimos que h iseno nasimportaes e nas exportaes. E nas relaes da ZFM com o restante doterritrio brasileiro?

    1) Quando uma empresa do municpio do Rio de Janeiro mandamercadorias para a ZFM, a ordem no governo federal desonerar. E, para isso,o Decreto-Lei 288/1967 equiparou tais vendas a exportaes.

    U, quando vendemos para a ZFM estamos exportando?Para efeitos fiscais, sim. Podemos at no estar exportando no sentido

    estrito, mas que haver benefcios fiscais equivalentes aos das exportaes,ah!, isso vai:

    Art. 506. A remessa de mercadorias de origem nacional paraconsumo ou industrializao na Zona Franca de Manaus, ou

    posterior exportao, ser, para efeitos fiscais, equivalente a umaexportao brasileira para o exterior.

    1o O benefcio de que trata o caput no abrange armas emunies, perfumes, fumo, bebidas alcolicas e automveis de

    passageiros classificados, respectivamente, nos Captulos 93, 33,24, nas posies 2203 a 2206 e nos cdigos 2208.20.00 a2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o ex tarifrio 01) e na posio8703 da Nomenclatura Comum do Mercosul.

    Note que a equiparao a exportaes apenas para fins fiscais. No para fins cambiais nem administrativos. Significa que o SISCOMEX no vaiesperar o registro de uma Declarao de Exportao pela firma carioca, nemvai esperar uma Declarao de Importao pela firma da ZFM. O sistematambm no vai exigir o licenciamento para esta operao, tendo em vista

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    19/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 19

    que, para fins administrativos, isto no uma exportao-importao.Tambm o SISBACEN, sistema do Banco Central onde so registrados oscontratos de cmbio, no vai esperar nenhum contrato relativo a tal operao.

    Duas importantes observaes:

    i) em relao aos tributos federais, no haver cobrana, tendoem vista a equiparao a exportaes. No entanto, NUNCA digaque tais sadas para a ZFM so caso de imunidade. Afinal,imunidades se interpretam restritivamente e a CF/1988 usa otermo exportao no sentido estrito. S h imunidade emexportaes, no em operaes equiparadas a exportaes. Paraconfirmar isso, veja que o Regulamento do IPI (Decreto7.212/2010) dispe no artigo 84:

    Art. 84. A remessa dos produtos para a Zona Franca deManaus far-se- com suspenso do imposto [IPI] at a sua

    entrada naquela rea, quando ento se efetivar a iseno deque trata o inciso III do art. 81.

    ii) em relao ao ICMS, como o tratamento na remessa de benspara a ZFM?O caso de iseno. Nem pense em imunidade, hein? rsFoi firmado em 1988 o Convnio ICM 65/88, que dispe sobre aiseno do ICMS nas remessas para a ZFM:

    CONVNIO ICM 65/1988

    Isenta do ICM as remessas de produtosindustrializados de origem nacional paracomercializao ou industrializao na Zona Francade Manaus, nas condies que especifica.

    O Ministro da Fazenda e os Secretrios de Fazenda ouFinanas dos Estados e do Distrito Federal, na 52 ReunioOrdinria do Conselho de Poltica Fazendria, realizada emBraslia, DF, no dia 6 de dezembro de 1988, tendo em vista odisposto na Lei Complementar n 24, de 7 de janeiro de1975, resolvem celebrar o seguinteCONVNIOClusula primeira. Ficam isentas do imposto as sadas de

    produtos industrializados de origem nacional paracomercializao ou industrializao na Zona Franca deManaus, desde que o estabelecimento destinatrio tenhadomiclio no Municpio de Manaus.

    Guarde isso! As vendas para a ZFM so equiparadas a exportaes, masNO so objeto de imunidade. Afinal, as imunidades so

    interpretadas restritivamente. Haver suspenso no casodos tributos federais e iseno no caso do ICMS.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    20/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 20

    2) Quando a ZFM vende para uma firma do municpio do Rio de Janeiro,

    o que acontece em matria de tributos?Bem, neste caso os governantes tiveram que tomar algumas cautelas:

    Vamos desonerar?Vamos, mas se ns dermos iseno para os bens adquiridos da ZFM,

    poder acontecer de as pessoas do Brasil inteiro utilizarem os benefcios daZFM em benefcio prprio.

    Os governantes sabem que, se abrirem uma fresta na porta, por alientraro manadas de elefantes...

    Pensaram ento: Se algum pensa que vai importar bens da Europa,trazer com iseno pela ZFM para depois sorrateiramente levar para o Rio deJaneiro sem pagamento de tributos est muito enganado.

    Foram ento radicais e proibiram a sada de bens importados pela ZFMpara o restante do territrio nacional. Constava no Decreto-Lei 1.455/1976:

    Art. 37(revogado). Fica vedada a transferncia, a qualquer ttulo,para o restante do territrio nacional, das mercadorias estrangeirasque ingressarem na Zona Franca de Manaus, aps a vigncia desteDecreto-lei, no regime institudo pelo Decreto-lei nmero 288, de28 de fevereiro de 1967.

    Algum tempo depois, com a Lei 8.387/1991, passaram a permitir talsada, mas incidindo todos os impostos como se a mercadoria estivesse vindodo exterior:

    Art. 37 (atual). As mercadorias estrangeiras importadas para aZona Franca de Manaus, quando desta sarem para outros pontosdo territrio aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos osimpostos exigveis sobre importaes do exterior.

    E foi exatamente isso que caiu na prova de TTN/1997.

    QUESTO

    05 (TTN/1997) As mercadorias estrangeiras importadas para a ZonaFranca de Manaus, quando desta sarem para outros pontos doTerritrio Nacional sem sofrerem quaisquer processos deindustrializao, exceo feita bagagem de passageiros e asdestinadas a Amaznia Ocidental,a) no esto sujeitas a tributao tendo em vista que sua situao fiscal j foiregularizada quando de seu ingresso na referida Zona Franca

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    21/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 21

    b) esto sujeitas apenas ao pagamento do Imposto sobre ProdutosIndustrializados - IPI e ao Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios- ICMSc) ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigveis sobre

    importaes do exteriord) ficam sujeitas apenas ao pagamento do Imposto de Importao, salvoquando se destinarem Amaznia Ocidental, quando sairo com iseno doreferido impostoe) no esto sujeitas ao controle administrativo das importaes(licenciamento) sujeitando-se porm ao regime fiscal aplicvel aos regimesaduaneiros especiais (suspenso dos tributos)

    Comentrios

    O gabarito literal: alternativa C. Veremos, logo a seguir, as exceescitadas no enunciado.Em relao letra A, ela mentirosa. Essa a a frase tpica de

    impugnao daquele que quer enrolar a aduana. No houve regularizaonenhuma, pois a iseno era para a mercadoria ficar na ZFM ou, no mximo,ser mandada para o exterior do Brasil, como traz o artigo 505 do RegulamentoAduaneiro (RA):

    Art. 505. A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Franca,destinadas a seu consumo interno, industrializao em qualquergrau, inclusive beneficiamento, agropecuria, pesca, instalao e

    operao de indstrias e servios de qualquer natureza e aestocagem para reexportao, ser isenta dos impostos deimportao (II) e sobre produtos industrializados (IPI).

    Letra B: incorreta. Faltou falar do imposto de importao. Note que, em1997, ainda no havia cobrana do PIS e da COFINS sobre bens importados.Hoje, no caso de venda de mercadorias estrangeiras importadas pela ZFM parao territrio brasileiro, os tributos federais a serem cobrados so o II, o IPI, oPIS/PASEP-Importao e a COFINS-Importao.

    Letra D: incorreta. Faltou citar o IPI na questo de 1997. Sobre aAmaznia Ocidental, h outro erro que ser explicitado frente nas Exceesde Tributao na Internalizao.

    Letra E: realmente, a aquisio de bens procedentes da ZFM no estsujeita a licenciamento, pelo simples fato de no ser uma importao, masuma sada interna. Pode-se ver tambm que as hipteses de licenciamentoconstam na Portaria Secex 23/2011 e a situao de sada para o restante doterritrio no uma delas (o licenciamento das importaes s est sendopedido no edital de Comrcio Internacional e para AFRFB, sob o ttulo sistemaadministrativo).

    Em relao suspenso de tributos, ela no existe. Afinal, eles socobrados integralmente, como indicado na letra C, que o gabarito.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    22/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 22

    Excees de tributao na internalizao

    Quando pensaram em tributar os bens que saam da ZFM para o restantedo territrio nacional, os governantes fecharam o caminho para os espertinhos.Mas havia alguns casos em que seria interessante manter o benefcio. Claroque esses casos excepcionais, que vemos a seguir, no so casos de nenhumespertinho estar se aproveitando.

    O pargrafo nico do artigo 509 do Regulamento Aduaneiro (RA) dispesobre tais excees:

    Art. 509. As mercadorias estrangeiras importadas para a Zona

    Franca de Manaus, quando desta sarem para outros pontos doterritrio aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos osimpostos exigveis sobre importaes do exterior.Pargrafo nico. Excetuam-se do disposto no caput,relativamente ao pagamento dos impostos, as seguintes hipteses,observado o disposto nos arts. 511, 512 e 516:I - bagagem de viajante;II - internao de produtos industrializados na Zona Franca deManaus com insumos estrangeiros;

    III - sada, para a Amaznia Ocidental, de produtos compreendidosna pauta a que se refere o art. 516; eIV - sada de mercadorias para as reas de livre comrciolocalizadas na Amaznia Ocidental.

    Portanto, nos quatro casos listados, haver benefcios na internao.Vejamos a seguir os casos de bagagem e de internao (incisos I e II). Emrelao s sadas para a Amaznia Ocidental e para as reas de livre comrcio(incisos II e IV), vou, por enquanto, apenas deixar registrado que a ideia manter a desonerao dos tributos quando os bens sarem para tais regies

    com vistas a ajudar tambm no desenvolvimento delas. Elas so dois outrosregimes aduaneiros aplicados em reas especiais, estudados separadamentedepois da ZFM.

    1) Benefcios fiscais em relao bagagem procedente da ZFM

    O primeiro caso excepcional o da bagagem do sujeito que foi aManaus e acabou fazendo umas comprinhas por l. Ora, esse sujeito vaicomprar bens que foram importados pela ZFM e, portanto, l entraram com

    iseno dos impostos.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    23/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 23

    Quando os governantes impuseram que as mercadorias importadas pelaZFM que sassem para o restante do territrio seriam tributadas, eles estavamquerendo cortar a mamata dos importadores do Brasil, que poderiam quererse aproveitar da iseno, com os bens fazendo escala na ZFM.

    Mas e o coitado do turista? No h motivo para tributar suas compras. Oturista no nenhum safado que est querendo se aproveitar da iseno dosimpostos. S em dinheiro de passagem e de hospedagem, o sujeito j pagou(ou vai pagar em 24 prestaes) um valor bem mais alto do que estariaeconomizando de tributos de importao. Ele no um aproveitador, , antesde tudo, algum que foi at espoliado pela companhia area (rs).

    , vamos deixar mercadorias importadas pela ZFM sarem com obenefcio fiscal se for na mala dos turistas falou algum deputado.

    Mas, Vossa Excelncia, e se esse turista no for to santinho assim equiser sair com 500 malas de eletrnicos?

    mesmo, Vossa Excelncia. Sabe que eu no pensei nisso? Ento,vamos colocar limites para a iseno dos turistas...

    E assim foram criados os limites indicados a seguir.

    Para produtos importados pela ZFMe l adquiridos pelo viajante, h osseguintes tratamentos:

    i) iseno para:a) roupas usadas, objetos e jias de uso pessoal, de naturezae quantidade compatveis com a durao e finalidade da

    viagem;b) livros e revistasc) bebidas no-alcolicas e comestveis at o valor FOB globalde US$ 50.00 (cinqenta dlares)d) lembranas de viagem e objetos de uso prprio, domsticoou profissional do passageiro, inclusive mquinas ouaparelhos eltricos e eletrnicos at o valor FOB de US$2,000.00 (dois mil dlares) atendidas as restries dequantidade e a destinao comercial. Dentro deste limite de

    US$ 2,000.00, o passageiro poder trazer at trs objetosque possuam a mesma funo, desde que sejam de pequenovalor unitrio (at US$ 200.00 - duzentos dlares). Quando ovalor unitrio do objeto importado for superior a US$ 200.00,o passageiro s poder trazer uma unidade (Portaria MF21/97). Esta iseno somente pode ser usufruda a cadaperodo de 30 dias.

    ii) Regime de Tributao Especial - Os bens constantes dabagagem acompanhada do passageiro, cujo valor total exceder o

    limite de iseno (US$ 2,000.00), sero tributados alquota de50% (cinqenta por cento) quando o valor total for de at US$

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    24/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 24

    4,800.00 (quatro mil e oitocentos dlares). O que EXCEDER estevalor (US$ 4,800.00) est sujeito pena de perdimento.

    NOTA: Os limites acima podem ser somados se o passageiroestiver acompanhado do cnjuge.

    Para bens industrializados na ZFMNo caso de mercadorias nacionais industrializadas na ZFM com insumos

    estrangeiros, no h limite de valor, apenas de quantidade: duas unidades deobjetos semelhantes (com a mesma funo) de valor unitrio at US$ 200.00(duzentos dlares) e uma unidade caso exceda este valor.

    2) Benefcios fiscais na internao de bens da ZFM

    O segundo caso excepcional relativo internao de bens que saemda ZFM. Lembremos que tais bens sofrero o despacho de internao.

    Guarde isso!Existem 3 (TRS) tiposde despacho:

    1)Consumo2)Admisso3)Internao

    S existem 2 (DOIS) tipos de despacho DEIMPORTAO:

    1)Consumo2)Admisso

    O despacho de internao foi considerado umdespacho de importao enquanto vigorava aIN SRF 206/2002.Com sua revogao pela IN SRF 680/2006, foicolocado em seu devido lugar: o despacho deinternao no despacho de importao, pois noocorre sobre bens importados, mas sobre bens que

    j esto no Brasil.

    O governo no queria que a ZFM fosse aproveitada como zona depassagem. Queria que aquela regio se desenvolvesse por meio, inclusive, daindustrializao. Ento, havendo industrializao ali dentro usando insumosestrangeiros, duas coisas seriam evidenciadas:

    1a) a coisa boa: a industrializao desenvolve a regio; e2a) a coisa ruim: bem que essa industrializao poderia ser com insumos

    nacionais...

    Portanto, usando-se insumos estrangeiros a industrializao era algobom, mas seria melhor ainda se fossem usados apenas insumos nacionais.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    25/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 25

    Ento, entre a pior opo (a ZFM no se industrializar) e a melhor opo (aZFM se industrializar usando somente insumos nacionais), resolveram dar umbenefcio para os insumos estrangeiros, mas no tanto quanto aquele dado aosinsumos nacionais.

    Em suma:1) Se no houver industrializao, o governo fica triste.2) Se a industrializao na ZFM for com insumos estrangeiros, o governo

    fica um pouco feliz. Por isso no cobra o IPI dos produtos ali fabricados, mascobra o II proporcional como veremos frente, pois no quer incentivar muitoo uso de insumos estrangeiros.

    3) Se a industrializao na ZFM for s com insumos nacionais, o governofica muitssimo feliz e no cobra nenhum tributo na internao: nem II, pois os

    insumos so nacionais, nem IPI.

    Cobrana proporcional do imposto de importao

    Se um insumo estrangeiro empregado na industrializao de um bemna ZFM, ento a regio no estar sendo uma zona de passagem. Mas,buscando assegurar que a industrializao no s para ingls ver, foidefinida, para cada tipo de produto, uma lista com as operaes industriaismnimas, e assim se poderia garantir que o produto foi, de fato, produzido ali eno foi uma mera maquiagem. a definio do processo produtivo

    bsico (PPB).Analisando o artigo 512 do Regulamento Aduaneiro, vemos que haver

    pagamento do imposto de importao sobre o produto industrializado na ZFM,mas a alquota incidente ser reduzida proporcionalmente ao uso de insumos emo-de-obra nacionais:

    Art. 512. Os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus,quando dela sarem para qualquer ponto do territrio aduaneiro,estaro sujeitos ao pagamento do imposto de importao relativo amatrias-primas, produtos intermedirios, materiais secundrios ede embalagem, componentes e outros insumos de origemestrangeira neles empregados, calculado o tributo mediantecoeficiente de reduo de sua alquota ad valorem, desde queatendam a nvel de industrializao local compatvel comprocessoprodutivo bsico para produtos compreendidos na mesmaposio e subposio da Nomenclatura Comum do Mercosul.

    1o O coeficiente de reduo do imposto de importao serobtido mediante a aplicao de frmula que tenha:I - no dividendo, a soma dos valores de matrias-primas,

    produtos intermedirios, materiais secundrios e de embalagem,

    componentes e outros insumos de produo nacional, e da mo-de-obra empregada no processo produtivo; e

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    26/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 26

    II - no divisor, a soma dos valores de matrias-primas, produtosintermedirios, materiais secundrios e de embalagem,componentes e outros insumos de produo nacional e de origemestrangeira, e da mo-de-obra empregada no processo produtivo.

    (leia o inciso II como o custo total de produo)

    Vamos a um exemplo numrico: a indstria da ZFM importou um motorde valor equivalente a R$ 1.000,00. Incorporou-o a uma lancha, gastando nototal R$ 10.000,00 como custo de produo desta. Vendeu a lancha para umafirma de So Paulo.

    Considere que:- a alquota de imposto de importao (II) do motor 10%;- a alquota do IPI do motor 20%;

    - a alquota de II da lancha 30%; e- a alquota de IPI da lancha 40%.

    Bem, se tivesse havido pagamento de tributos na importao do motor,estes seriam (ignorando-se o frete, o seguro e a descarga para facilitar oclculo):

    - II = 10% x R$ 1.000,00 = R$ 100,00- IPI = 20% da soma do valor aduaneiro (R$ 1.000) com o imposto de

    importao (R$ 100) = R$ 220,00.

    Mas tais valores foram objeto de iseno na importao.

    Se a lancha viesse do exterior direto para So Paulo, a cobrana seria(estou ignorando o lucro da venda, o frete, o seguro e a descarga parasimplificar o clculo):

    - II = 30% x R$ 10.000,00 = R$ 3.000,00- IPI = 40% x (R$ 10.000,00 + R$ 3.000,00) = R$ 5.200,00

    Como a lancha no veio do exterior, mas da ZFM com o motor

    estrangeiro incorporado, ento o artigo 512 dispe que ela ser tributada comreduo da alquota ad valorem de imposto de importao (note que o artigofaz meno apenas ao imposto de importao). Ora, realmente no justotributar a lancha como se ela tivesse vindo do exterior.

    A reduo deve ser calculada considerando-se a participao dos insumose da mo-de-obra nacional incorporados ao produto. Traduzindo em nmeros:como a lancha teve custo total de produo igual a R$ 10.000,00 e os insumosestrangeiros foram de R$ 1.000,00, ento os insumos nacionais e a mo-de-obra nacional alcanaram R$ 9.000,00. Neste caso, o coeficiente de reduo de 90% (valor da produo nacional / valor total da produo). Logo, sero

    cobrados apenas 10% do imposto de importao devido, ou seja, R$ 10,00(=10% de R$ 100,00).

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    27/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 27

    O clculo do imposto proporcional realizado por meio do Siscomex-Internao. O internador declara o produto que est saindo da ZFM e indicaas Declaraes de Importao relativas aos insumos utilizados no produto. Osistema verifica o total do imposto de importao que deixou de ser pago na

    entrada de tais insumos e aplica a alquota reduzida.Em relao ao IPI, a iseno total, conforme dispe o RegulamentoAduaneiro:

    Art. 513. Esto isentas do imposto sobre produtos industrializados(IPI)todas as mercadoriasproduzidas na Zona Franca de Manausque se destinem:I - ao seu consumo interno; ouII - comercializao em qualquer ponto do territrio aduaneiro,observados os requisitos estabelecidos para o processo produtivobsico de que trata o art. 512.Pargrafo nico. A iseno de que trata o caput no se aplica smercadorias referidas no 1 do art. 505 [so aqueles casos defumo, bebida alcolica, automveis de passageiros, armas emunies, perfumes e congneres]

    Uma ltima observao antes de encerrarmos o estudo da ZFM epassarmos para os demais regimes aplicados em reas especiais: a internaoocorre quando a mercadoria sai da ZFM a ttulo definitivo para o restante do

    territrio nacional. No se considera internao a sada temporria da ZFM.Esta anloga a uma admisso temporria: permite-se que a mercadoriaimportada pela ZFM d uma passeada no restante do territrio, mas tem quevoltar. Assemelha-se admisso temporria inclusive na suspenso dostributos e na formalizao do termo de responsabilidade. Este ser executadocaso o bem no retorne no prazo fixado ou descumpra outras condies daconcesso.

    A sada temporria cabe nos casos listados na IN SRF 300/2003 everemos que foi objeto de uma questo de prova da Esaf.

    Art. 1 A sada temporria, para o restante do territrio aduaneiro,de bens ingressados na Zona Franca de Manaus (ZFM) ou rea deLivre Comrcio (ALC) com os benefcios fiscais previstos na legislaoespecfica, far-se- por meio de Declarao de Sada Temporria(DST), com suspenso do pagamento dos tributos, garantidosmediante formalizao de termo de responsabilidade, quando setratar de:I - produtos manufaturados e acabados, para conserto, reparo ourestaurao;II - componentes remetidos por empresa industrial, para a produode mquinas e equipamentos destinados utilizao na ZFM;

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    28/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 28

    III - modelos relativos a projeto industrial aprovado pelaSuperintendncia da Zona Franca de Manaus (Suframa), para seremsubmetidos a estudos, testes ou exposio;IV - equipamentos utilizados por tcnicos e profissionais residentes

    na ZFM ou em ALC e que dela saiam em misso de trabalho;V - aparelhos e mquinas de uso pessoal, que acompanhem oviajante residente na ZFM ou em ALC;VI - produtos semi-elaborados, para serem submetidos a processo debeneficiamento ou transformao de que no resulte produto final;VII - produtos para demonstrao em feiras, exposies e outroseventos cientficos, tcnicos ou culturais;VIII - embalagens e seus acessrios, que acompanham mercadoriasa serem internadas por empresas situadas na ZFM; e

    IX - veculos de origem nacional ou estrangeira, exceto os detransporte coletivo de pessoas ou de transporte de carga, cujoproprietrio seja residente e domiciliado na ZFM ou em ALC.

    Consideraes Finais

    O que acontece se uma mercadoria (nacional ou estrangeira) sair da ZFMsem autorizao da aduana?

    O artigo 39 do Decreto-Lei 288/1967 responde:

    Ser considerado contrabando a sada de mercadorias da ZonaFranca sem a autorizao legal expedida pelas autoridadescompetentes.

    Os benefcios criados em 1967 para a ZFM foram mantidos pela CF/1988,no artigo 40 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias at 2013:

    Art. 40. mantida a Zona Franca de Manaus, com suascaractersticas de rea livre de comrcio, de exportao eimportao, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cincoanos, a partir da promulgao da Constituio.

    No entanto, com o surgimento da Emenda Constitucional 42/2003, oprazo foi estendido por mais 10 anos, ou seja, at 2023!

    QUESTES

    06 (AFRF/2003) A sada temporria de mercadorias da Zona Francade Manaus, das reas de Livre Comrcio e da Amaznia Ocidental e suareadmisso sero feitas com base em:a) Declarao de Sada Temporria (DST)b) Declarao Simplificada de Internao (DSI)

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    29/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 29

    c) Demonstrativo do Coeficiente de Reduo (DCR)d) Declarao para Controle de Internao (DCI)e) Declarao de Internao Temporria (DIT)

    ComentriosA questo literal do artigo 1o da IN SRF 300/2003, analisado

    anteriormente.Gabarito: Letra A.

    07 (ACE/2008) Julgue os itens a seguir, referentes classificao es modalidades de regimes aduaneiros.A Zona Franca de Manaus usufrui tratamento tributrio diferenciado,particularmente no tocante importao de insumos destinados industrializao, os quais, quando procedentes do exterior, so isentos doimposto de importao e, quando provenientes do mercado interno, soisentos do ICMS.

    ComentriosGabarito: item incorreto.A questo indica que mercadorias procedentes do exterior tm direito a

    iseno do imposto de importao. No entanto, a iseno do imposto s paramercadorias estrangeiras, no para mercadorias procedentes do exterior.

    Mercadorias nacionais exportadas para outro pas e, posteriormente,importadas, apesar de serem procedentes do exterior, no tero direito iseno. exatamente o que diz o 3o do artigo 505 do RegulamentoAduaneiro.

    Art. 505. A entrada de mercadorias estrangeiras na Zona Francade Manaus, destinadas a seu consumo interno, industrializao emqualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuria, pesca,instalao e operao de indstrias e servios de qualquernatureza, bem como a estocagem para reexportao, ser isentados impostos de importao e sobre produtos industrializados.

    3o Os produtos nacionais exportados para o exterior e,posteriormente, importados pela Zona Franca de Manaus, nogozaro dos benefcios referidos neste artigo.

    Em relao ao ICMS, foi firmado em 1988 o Convnio ICM 65/1988, quedispe sobre a iseno do imposto sobre as remessas de bens para a ZFM:

    CONVNIO ICM 65/1988Isenta do ICM as remessas de produtos industrializados de origem

    nacional para comercializao ou industrializao na Zona Francade Manaus, nas condies que especifica.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    30/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 30

    O Ministro da Fazenda e os Secretrios de Fazenda ou

    Finanas dos Estados e do Distrito Federal, na 52 ReunioOrdinria do Conselho de Poltica Fazendria, realizada em Braslia,

    DF, no dia 6 de dezembro de 1988, tendo em vista o disposto naLei Complementar n 24, de 7 de janeiro de 1975, resolvemcelebrar o seguinte

    CONVNIOClusula primeira. Ficam isentas do imposto as sadas de

    produtos industrializados de origem nacional para comercializaoou industrializao na Zona Franca de Manaus, desde que oestabelecimento destinatrio tenha domiclio no Municpio deManaus.

    As remessas para a ZFM so isentas do ICMS? Sim.Ento a questo FALSA exclusivamente por causa do imposto de

    importao.

    2.2. Amaznia Ocidental

    O segundo regime aduaneiro aplicado em rea especial aAmaznia Ocidental. Ele est intimamente ligado ZFM. Afinal, os benefciosda Amaznia Ocidental s valem para os bens oriundos da ZFM, como veremosaqui.

    Quando tratamos da ZFM, vimos que os bens que saem para o restantedo territrio so tributados integralmente. No entanto, isso no vlido paraalgumas sadas, dentre as quais as destinadas Amaznia Ocidental. Vejamos.

    Em funo do artigo 516, 1 do Regulamento Aduaneiro, o que forimportado pela ZFM pode sair para a Amaznia Ocidental com manuteno dosbenefcios fiscais. A lgica a foi o reconhecimento de que no s a cidade deManaus deve ter seu desenvolvimento estimulado, mas tambm todas ascidades dos estados do Amazonas, Acre, Rondnia e Roraima, que formam achamada Amaznia Ocidental.

    Mas o benefcio para a Amaznia Ocidental no to amplo quantoaquele que dado ZFM, pois somente pode ser aproveitado para os benslistados nos sete incisos do artigo 516 do RA:

    Art. 516. Os benefcios fiscais concedidos pelo Decreto-Lei no 288,de 1967, estendem-se s reas pioneiras, zonas de fronteira e

    outras localidades da Amaznia Ocidental, quanto aos seguintesprodutos de origem estrangeira, segundo pauta fixada pelos

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    31/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 31

    Ministros de Estado da Fazenda e do Desenvolvimento, Indstria eComrcio Exterior:I - motores martimos de centro e de popa, seus acessrios e

    pertences, bem como outros utenslios empregados na atividade

    pesqueira, exceto explosivos e produtos utilizados em suafabricao;II - mquinas, implementos e insumos utilizados na agricultura, na

    pecuria e nas atividades afins;III - mquinas para construo rodoviria;IV - mquinas, motores e acessrios para instalao industrial;V - materiais de construo;VI - produtos alimentares; eVII - medicamentos.

    A redao do art. 516 do RA, cuja base legal o Decreto-Lei no356/1968, permite interpretao equivocada. Pela redao do artigo,poderamos interpretar que, por exemplo, o benefcio de iseno na importaode bens pela ZFM tambm foi concedido para importaes realizadas pelaAmaznia Ocidental. No entanto, se analisarmos o artigo 1 do Decreto-Lei no356/1968, criador da Amaznia Ocidental, vemos que os benefcios somentelhe so estendidos relativamente s mercadorias que saem da ZFM:

    Art. 1. Ficam estendidos s reas pioneiras, zonas de fronteira eoutras localidades da Amaznia Ocidental favores fiscais concedidos

    pelo Decreto-Lei no 288, de 28 de fevereiro de 1967, e seuregulamento, aos bens e mercadorias recebidos, oriundos,beneficiados ou fabricados na Zona Franca de Manaus, parautilizao e consumo interno naquelas reas.

    Portanto, o Decreto-Lei no 356/1968 disps que somente mercadoriasque passem pela ZFM e se destinem Amaznia Ocidental mantm osbenefcios obtidos.

    Posteriormente, quando se iniciou a criao das reas de livre comrcio

    (ALC), a serem analisadas a seguir, foi mantido o benefcio tambm para asmercadorias que sarem das ALC com destino Amaznia Ocidental.Uma diferena no tratamento entre a ZFM e a Amaznia Ocidental o

    conjunto de mercadorias que obtm o benefcio da iseno. Na ZFM, vimos quea lista negativa, ou seja, foram listados os casos em que no se reconhece aiseno (automveis de passageiros, fumo, bebida alcolica, ...). Na AmazniaOcidental, a lista positiva e consta na redao do art. 516 transcritoanteriormente.

    As mercadorias que saem da ZFM para a Amaznia Ocidental vo comsuspenso, no com iseno. Este ento o outro erro na alternativa D

    daquela questo da prova de TTN/1997 (pgina 21).

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    32/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 32

    2.3. reas de Livre Comrcio (ALC)

    O terceiro regime aduaneiro aplicado em rea especial relativo sreas de livre comrcio. O conceito dessas reas vem no artigo 524 do RA. Elasso zonas de fronteira da regio Norte, que ganham benefcios fiscais com doisobjetivos: promover o desenvolvimento da regio e aumentar a integraocom os pases vizinhos.

    Art. 524. Constituem reas de livre comrcio de importao e deexportao as que, sob regime fiscal especial, so estabelecidascom a finalidade de promover o desenvolvimento de reasfronteirias especficas da Regio Norte do Pas e de incrementar asrelaes bilaterais com os pases vizinhos, segundo a poltica deintegrao latino-americana.

    Guarde isso! As reas de livre comrcio tm duas finalidades:1) desenvolver as respectivas reas fronteirias na RegioNorte; e2) aumentar a integrao com os pases vizinhos.

    Hoje, as reas de livre comrcio existentes so compostas pelospermetros urbanos dos municpios de Tabatinga (AM), Guajar-Mirim (RO),Boa Vista e Bonfim (RR), Macap e Santana (AP) e Cruzeiro do Sul e Brasilia,com extenso para o municpio de Epitaciolndia (os trs no AC). Elas soadministradas pela SUFRAMA, como a ZFM.

    Ao analisarmos as sadas da ZFM para o restante do territrio nacional,vimos que as sadas para as reas de livre comrcio so excepcionadas datributao integral pelo inciso IV do pargrafo nico:

    Art. 509. As mercadorias estrangeiras importadas para a ZonaFranca de Manaus, quando desta sarem para outros pontos do

    territrio aduaneiro, ficam sujeitas ao pagamento de todos osimpostos exigveis sobre importaes do exterior.Pargrafo nico. Excetuam-se do disposto no caput, relativamenteao pagamento dos impostos, as seguintes hipteses, observado odisposto nos arts. 511, 512 e 516:I - bagagem de viajante;II - internao de produtos industrializados na Zona Franca deManaus com insumos estrangeiros;III - sada, para a Amaznia Ocidental, de produtos compreendidos

    na pauta a que se refere o art. 516; e

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    33/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 33

    IV - sada de mercadorias para as reas de livre comrciolocalizadas na Amaznia Ocidental.

    Ao se referir s sadas para as reas de livre comrcio, no inciso IV, a

    no cobrana dos tributos foi restringida s reas de livre comrcio localizadasna Amaznia Ocidental. Como a Amaznia Ocidental composta apenas porAmazonas, Acre, Rondnia e Roraima, ficaram de fora do inciso IV as sadaspara Macap e Santana, no Amap.

    Mesmo as sadas para as ALC da Amaznia Ocidental no so totalmentedesoneradas, tendo em vista as excees j citadas de armas e munies,fumo, bebidas alcolicas, automveis de passageiros e perfumes, alm deoutras citadas no inciso II a seguir:

    Art. 526. Excetuam-se do regime previsto neste Captulo:

    I - as armas e munies, perfumes, fumo e seus derivados, bebidasalcolicas e automveis de passageiros; eII - os bens finais de informtica, para as reas de Tabatinga eGuajar-Mirim.

    Quando as mercadorias estrangeiras importadas para as reas de livrecomrcio sarem para o restante do territrio nacional, sero cobrados osimpostos de importao e sobre produtos industrializados, da mesma formacomo ocorre com as sadas da ZFM.

    Comparando as regras das reas de livre comrcio (ALC) com as da ZFM,

    encontramos as seguintes diferenas:1) A sada de bens do territrio nacional para as ALC no so

    equiparadas a exportaes, salvo no caso de sadas para as reas de livrecomrcio de Boa Vista e Bonfim (RA, art. 527)

    2) A entrada de produtos estrangeiros nas ALC ser feita comsuspenso dos impostos de importao e sobre produtos industrializados queser convertida em iseno quando os produtos forem utilizados conforme alegislao especfica (RA, art. 525). J na ZFM, as mercadorias importadasentram com iseno dos impostos.

    3) Quando ocorre a internao de bens procedentes das ALC, asexcees relativas cobrana do imposto de importao so, to somente, abagagem (limite de iseno de US$ 300.00 trezentos dlares), a sada para aZFM, para outras ALC e para a Amaznia Ocidental. No h previso do clculodo coeficiente de reduo para mercadorias industrializadas nas ALC, aocontrrio do que acontece com as mercadorias industrializadas na ZFM.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    34/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 34

    QUESTES

    08 (ACE/2012) A promoo do desenvolvimento em reasfronteirias da Regio Norte do Pas e o incremento das relaesbilaterais com os pases vizinhos naquela mesma regio, emconsonncia com a poltica de integrao latino-americana, soobjetivos expressos do regime aduaneiro aplicado em rea especialdenominado:a) Zona Franca de Manaus.b) rea de Livre Comrcio.c) Zona de Processamento de Exportao.d) Entreposto Industrial.e) Loja Franca.

    ComentriosQuesto direta. Letra b.

    09 (ACE/2008) Julgue o item a seguir, referente classificao e smodalidades de regimes aduaneiros.Implantadas com o objetivo de promover o desenvolvimento conjuntomediante a integrao econmica de pases, as reas de livre comrcio, comocategoria de regime aduaneiro atpico, consistem de espaos transfronteiriosem que permitida a livre circulao de bens e de servios, mediante aremoo de obstculos tarifrios e no-tarifrios.

    ComentriosO Cespe estava muito atrasado. O nome regime aduaneiro atpico j

    est extinto desde 2002...Essa questo foi uma tremenda pegadinha do Cespe.Existem as reas de livre comrcio como regime aduaneiro aplicado em

    reas especiais existentes na Regio Norte do pas (estudamos aqui em

    Legislao Aduaneira), mas tambm existem como forma de integrao entrepases (consta na matria de Comrcio Internacional), em que h a livrecirculao de bens e servios. Por exemplo, o acordo NAFTA uma rea delivre comrcio entre EUA, Canad e Mxico. Entre os trs pases, os bens eservios circulam livremente.

    A questo pede que se avaliem as reas de livre comrcio comocategoria de regime aduaneiro atpico e no como forma de integrao entrepases. Logo, no h que se falar em livre circulao de bens e servios, comremoo de obstculos tarifrios e no-tarifrios, coisa tpica de blocoscomerciais criados regionalmente. Item incorreto.

    No caso de regime aduaneiro atpico, uma regio exclusivamentebrasileira nas fronteiras da Regio Norte. No so espaos transfonteirios

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    35/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 35

    sem barreiras ao comrcio. Nas fronteiras da Regio Norte do pas, o comrciocom o pas vizinho no livre. Isso, porm, matria mais detalhada no cursode Comrcio Internacional.

    2.4. Zonas de Processamento de Exportaes (ZPE)

    A Zona de Processamento de Exportaes criada pelo Poder Executivo,tendo em vista a autorizao obtida por meio da Lei 11.508/2007.

    Mas o que a ZPE e qual a sua finalidade? O artigo 1 da Lei responde:Art. 1o o Poder Executivo autorizado a criar, nas regies menosdesenvolvidas, Zonas de Processamento de Exportao (ZPE),sujeitas ao regime jurdico institudo por esta Lei, com a finalidadede reduzir desequilbrios regionais, bem como fortalecer o balanode pagamentos e promover a difuso tecnolgica e odesenvolvimento econmico e social do Pas.Pargrafo nico. As ZPE caracterizam-se como reas de livrecomrcio com o exterior, destinadas instalao de empresasvoltadas para a produo de bens a serem comercializados no

    exterior, sendo consideradas zonas primrias para efeito decontrole aduaneiro.(Veja em negrito aquilo que eu havia mencionado no incio daexplicao dos regimes aduaneiros aplicados em reas especiais: aZPE uma rea de livre comrcio)

    Guarde isso!A ZPE:1) rea de livre comrcio com o

    exterior2) recebe empresas voltadas paraexportaes3) para efeito de controle aduaneiro, considerada zona primria

    A criao da ZPE tem porfinalidades:

    1) Reduzir desequilbrios regionais2) Fortalecer o Balano dePagamentos3) Promover a difuso tecnolgica4) Promover o desenvolvimentoeconmico e social do pas

    Por que a ZPE um regime aduaneiro aplicado em reas especiais?

    Porque, em tese, s deveria ser instalada em locais com poucodesenvolvimento, ou seja, onde houver desequilbrio regional.

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    36/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 36

    Pense na Zona de Processamento de Exportaes como uma grande rea

    geogrfica delimitada e controlada pela aduana em que se instalam empresasexportadoras.

    Para o governo, interessante criar tais polos de exportao, pois suapoltica de comrcio exterior pode ser mais efetiva ao concentrar muitosexportadores numa mesma regio geogrfica. muito melhor para as decisesde governo em relao, por exemplo, aos investimentos em estradas, portos eaeroportos. Alm disso, a concentrao gera benefcios s prprias empresasem virtude de poderem concentrar na regio mo de obra especializada. Istogera externalidades positivas, ligadas, por exemplo, troca de conhecimentotcnico entre as empresas e at entre os funcionrios.

    Criao e Funcionamento da ZPE

    A criao e o funcionamento da ZPE so regulamentados pelo Decreto6.814/2009 e pela IN RFB 952/2009.

    A criao de ZPE por decreto, mas baseada em proposta de Estados ouMunicpios encaminhada ao Conselho Nacional das Zonas de Processamento deExportaes (CZPE), rgo colegiado do Ministrio do Desenvolvimento,Indstria e Comrcio Exterior (MDIC). A quem interessar, a composio doCZPE est no rodap, sendo seu presidente o Ministro do MDIC.1

    Conforme dispe a Lei 11.508/2007, a criao da ZPE deve levar em conta

    localizao adequada no que diz respeito a portos e aeroportosinternacionais. Ora, veja a que a ZPE no zona primria no sentido estrito.Afinal, se fosse zona primria, por ela chegariam do exterior veculos trazendobens e pessoas. A ZPE no permite entrada de veculos vindos diretamente doexterior ou dali destinados para o exterior. por isso que a criao da ZPEdeve levar em conta a proximidade de portos e aeroportos alfandegados, poronde efetivamente entraro os bens destinados ZPE ou por onde sairo osbens exportados por ela.

    Apesar de no ser zona primria no sentido estrito, a ZPE zona primriapara fins de controle aduaneiro, ou seja, os AFRFB controlaro tudo que ali

    entra ou dali sai. Para implementar tal controle, consta no artigo 4 da Lei:Art. 4o O incio do funcionamento de ZPE depender do prvioalfandegamento da respectiva rea.

    Guarde isso! A ZPE s pode comear a funcionar depois que foralfandegada!Atualmente, s existe uma ZPE alfandegada, a do Acre. Asdemais que j foram autorizadas esto aguardando oalfandegamento.

    1 www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=1&menu=557

  • 7/30/2019 Aula 08 LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    37/50

    LEGISLAO ADUANEIRA RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

    Prof. Rodrigo Luz www.pontodosconcursos.com.br 37

    Instalao das empresas

    O CZPE, alm de aprovar a criao da ZPE, tambm o responsvel poranalisar cada pedido de interessado a se instalar na ZPE. Caso o pedido sejaaprovado, o interessado dever criar uma empresa nos termos estabelecidospelo CZPE. Isso ratificado pelo artigo 9 da Lei 11.508/2007:

    Art. 9o A empresa instalada em