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23/08/2002 - Contabilidade - Principio da Competência LANÇAMENTOS EFETUADOS EM VIRTUDE DO PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA O princípio da competência é de utilização obrigatória nos lançamentos contábeis da empresa, conforme reza a legislação do imposto de renda, além do artigo 177 da Lei 6404/76. A sua definição se encontra no artigo 9º da Resolução CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 750/93. Com relação às despesas, a referida norma diz o seguinte: “As despesas serão registradas quando forem incorridas, não importando que não tenham sido pagas”. Isto quer dizer, em outras palavras, que as despesas devem ser reconhecidas (ou lançadas), no período a que se referem, mesmo que não tenha havido desembolso. O mesmo raciocínio vale também para as receitas. Para entender melhor, o exemplo clássico é o de pagamento de salários por parte da empresa. Estas podem pagar o salário de um certo mês (ex: janeiro de 2000) no próprio mês (até o dia 31) ou somente no mês seguinte (fevereiro). Caso o pagamento seja em janeiro a despesa será reconhecida (débito) em contrapartida a um crédito na conta caixa. Porém, caso o pagamento seja efetuado somente em fevereiro, não há que se falar em crédito de caixa em janeiro. O que se faz, neste caso é reconhecer que houve uma despesa (débito) e obrigação ao mesmo tempo (salários a pagar) para o mês seguinte. Assim, ao se apurar o resultado de janeiro, a despesa de salário irá constar da Demonstração do Resultado do Exercício. O lançamento a crédito de caixa será efetuado em fevereiro, quando for quitada a obrigação assumida. Este raciocínio também pode ser aplicado para despesas de seguros, juros, aluguéis etc. Ex: Contratação de um seguro para pagamento em 30/04/1999, com vigência da apólice de 01/05/1999 a

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23/08/2002 - Contabilidade - Principio da Competência

LANÇAMENTOS EFETUADOS EM VIRTUDE DO PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA O princípio da competência é de utilização obrigatória nos lançamentos contábeis da empresa, conforme reza a legislação do imposto de renda, além do artigo 177 da Lei 6404/76. A sua definição se encontra no artigo 9º da Resolução CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 750/93. Com relação às despesas, a referida norma diz o seguinte: “As despesas serão registradas quando forem incorridas, não importando que não tenham sido pagas”. Isto quer dizer, em outras palavras, que as despesas devem ser reconhecidas (ou lançadas), no período a que se referem, mesmo que não tenha havido desembolso. O mesmo raciocínio vale também para as receitas. Para entender melhor, o exemplo clássico é o de pagamento de salários por parte da empresa. Estas podem pagar o salário de um certo mês (ex: janeiro de 2000) no próprio mês (até o dia 31) ou somente no mês seguinte (fevereiro). Caso o pagamento seja em janeiro a despesa será reconhecida (débito) em contrapartida a um crédito na conta caixa. Porém, caso o pagamento seja efetuado somente em fevereiro, não há que se falar em crédito de caixa em janeiro. O que se faz, neste caso é reconhecer que houve uma despesa (débito) e obrigação ao mesmo tempo (salários a pagar) para o mês seguinte. Assim, ao se apurar o resultado de janeiro, a despesa de salário irá constar da Demonstração do Resultado do Exercício. O lançamento a crédito de caixa será efetuado em fevereiro, quando for quitada a obrigação assumida. Este raciocínio também pode ser aplicado para despesas de seguros, juros, aluguéis etc. Ex: Contratação de um seguro para pagamento em 30/04/1999, com vigência da apólice de 01/05/1999 a

30/04/2000, tendo sido pago o prêmio de R$ 1.200,00 à vista. A empresa efetuou um pagamento adiantado referente a um serviço que será prestado ao longo de um ano. De acordo com o Princípio da Competência, não podemos lançar esta despesa de R$ 1.200,00 no dia 30/04/1999, uma vez que a mesma se refere a um ano inteiro. O correto então é diluirmos esta despesa ao longo dos meses de vigência da apólice. No momento do pagamento, a empresa deve lançar a débito em seu Ativo o valor total do prêmio como Despesa do Exercício Seguinte, pois a mesma fará a apropriação mês a mês da despesa correspondente. Valor do prêmio: R$ 1.200,00 Vigência da apólice: 01/05/1999 a 30/04/2000 Apropriação mensal da despesa: 1200 / 12 = R$ 100,00 Lançamento em 30/04/1999 referente ao pagamento do prêmio (lançamento 1): Seguros a Vencer (+AC) a Caixa (-AC) 1.200,00 A partir do mês de maio de 1999, a empresa deverá apropriar mensalmente a despesa de seguros proporcional, ou seja, R$ 100,00 (1200 / 12) por mês. Assim, em 31/05/1999, deverá ser feito o seguinte lançamento (2): Despesas de Seguros (D/-PL) a Seguros a Vencer (-AC) 100,00 Este lançamento deverá ser realizado a cada final de mês, como reconhecimento da despesa incorrida. Portanto, ao final do Exercício de 1999 (31/12/1999) a empresa já teria apropriado R$ 800,00 (oito meses: maio a dezembro de 1999 – lançamentos 2 a 9) de despesas no exercício, restando ainda R$ 400,00 a serem apropriados no exercício de 2000. Razonetes:

Seguros a Vencer (1) 1.200,00

100,00 (2) – 31/05/1999 100,00 (3) – 30/06/1999 100,00 (4) – 31/07/1999 100,00 (5) – 31/08/1999 100,00 (6) – 30/09/1999 100,00 (7) – 31/10/1999 100,00 (8) – 30/11/1999 100,00 (9) – 31/12/1999

1.200,00

800,00

400,00

Caixa (SI) 5.000,00 1.200,00 (1) 3.800,00

Despesas de Seguros (2) 31/05/1999 – 100,00 (3) 30/06/1999 – 100,00 (4) 31/07/1999 – 100,00 (5) 31/08/1999 – 100,00 (6) 30/09/1999 – 100,00 (7) 31/10/1999 – 100,00 (8) 30/11/1999 – 100,00 (9) 31/12/1999 – 100,00

800,00

A conta “Seguros a Vencer” é uma despesa antecipada e deverá ser classificada no Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo, conforme o prazo de validade da apólice (neste caso é do exercício seguinte). Este assunto não se esgota por aqui. Na próxima aula, uma questão resolvida sobre o assunto.

23/08/2002 - Contabilidade - Principio da Competência - Parte II

(AFRF/98) - A empresa Jasmim S/A, cujo exercício social coincide com o ano-calendário, pagou, em 30/04/97, o prêmio correspondente a uma apólice de seguro contra incêndio de suas instalações para viger no período de 01/05/97 a 30/04/98. O valor pago de R$30.000,00 foi contabilizado como despesa operacional do exercício de 1997. Observando o princípio contábil da competência, o lançamento de ajuste, feito em 31.12.1997, provocou, no resultado do exercício de 1998, uma: a) Redução de R$ 10.000,00 b) Redução de R$ 30.000,00 c) Redução de R$ 20.000,00 d) Majoração de R$ 20.000,00 e) Majoração de R$ 10.000,00 O prêmio de R$30.000,00 pago antecipadamente em 30/04/97 deve ser rateado pelos meses de vigência da apólice (maio/97 a abril/98). Portanto são 8 meses no ano de 97 e 4 meses em 98, ou seja, 2/3 da despesa (R$20.000,00) deve se apropriada em 97 e 1/3 em 98 (R$10.000,00). Só que a despesa foi toda contabilizada para 97 pelo lançamento: D – Despesas de Seguros 30.000,00

C – Caixa 30.000,00 Assim, o lançamento de ajuste deve estornar R$10.000,00 da despesa de 97 com o lançamento: D – Seguros a Vencer 10.000,00 C – Despesas de Seguros 10.000,00 Isto fará com que, em 98, seja lançado: D – Despesas de Seguros 10.000,00 C – Seguros a Vencer 10.000,00 Este lançamento de despesas em 98 fará com que o resultado deste ano seja reduzido em R$10.000,00.

A resposta é letra A.

09/05/2003 - Contabilidade - Reserva Legal

Assunto: Dicas para a Prova da PF de Contabilidade e os limites da reserva legal A prova de contabilidade da Polícia Federal é uma prova atípica. Começou a ser exigida esta disciplina no concurso de 2000. Apesar de não ser uma prova difícil, o programa exigido é muito extenso, quase o mesmo de fiscal. Até noções de contabilidade de custos faz parte do edital! Mas a ênfase, pelo que tenho percebido nas questões, é mesmo nas Demonstrações Contábeis. Isto porque o motivo de se exigir de um agente da PF conhecimentos de contabilidade é para que ele não fique voando ao se deparar com papéis contábeis. Por outro lado, ele não precisará ser um expert nas práticas contábeis (lançamentos e elaboração destas demonstrações). Assim, procurem dar atenção especial ao tópico das demonstrações (regras gerais do balanço, componentes da demonstração do resultado, lucros ou prejuízos acumulados e DOAR), analisando as peculiaridades de todas elas.

Vamos falar sobre a Reserva Legal Reserva Legal – Esta reserva de lucros deve ser constituída antes de qualquer outra (e após a compensação de prejuízos). Possui o objetivo de manter a integridade do Capital Social, podendo ser utilizada para absorver prejuízos anteriores. O valor a ser constituído é de 5% do Lucro Líquido do Exercício. A constituição da Reserva possui 2 limites. São eles: Limite Obrigatório: O saldo da conta Reserva Legal não deve ultrapassar a 20% do Capital Social (Realizado e Corrigido); Limite Opcional: A Reserva Legal poderá deixar de ser constituída no período em que o seu saldo somado ao saldo das Reservas de Capital ultrapassar 30% do valor do Capital Social (Realizado e Corrigido). Assim, o valor a ser constituído não será necessariamente de 5% do lucro líquido. Há que se considerar os limites obrigatório e opcional. Exemplo: Uma empresa registrou no período de 2000 R$220.000,00 de Lucro no exercício. Tendo em vista os valores das contas abaixo ao final do período, qual o valor a ser constituído de Reserva Legal?

Capital Social 200.000

Reserva Estatutária 20.000 Reserva Legal 35.000 Reservas de Capital

22.000

Resolução: Para respondermos à pergunta acima devemos obter o valor normal da constituição da Reserva Legal e em seguida verificar os limites.

Base de Cálculo = 220.000 Valor da Reserva Legal = 5% x $220.000 = $11.000 Limite obrigatório = 20% x $200.000 = $40.000 Saldo da conta reserva legal = $35.000 + X = $40.000 X = 40.000 – 35.000 = 5.000 Portanto, quanto ao limite obrigatório a constituição da reserva deveria ser de, no máximo, $5.000. Limite opcional = 30% x $ 200.000 = $60.000 Soma dos saldos (R.Legal + R.Capital) = $35.000 + $22.000 + Y = $ 60.000 Y = 60.000 – 35.000 – 22.000 = 3.000 Portanto, quanto ao limite opcional a empresa poderia constituir somente $3.000,00, que é o valor mínimo suficiente para que a soma das reservas legal e de capital atinjam o valor limite ($60.000). Conclusão: neste exemplo a empresa poderia constituir qualquer valor de Reserva Legal entre $3.000,00 e $5.000,00. Caso optasse por constituir $5.000 o lançamento seria o seguinte: D – Lucros Acumulados 5.000 C – Reserva Legal 5.000 E isso aí. Não deixem de conferir estes e outros assuntos com explicações detalhadas e exemplos, além da apostila de 100 questões de concurso resolvidas agrupadas por assunto. Um abraço e até a próxima!

23/08/2002 - Contabilidade - Provisão para Devedores Duvidosos

As provisões são valores que visam cobrir a perda de ativos (provisões ativas) ou representam estimativas de obrigações da empresa (provisões para pagamento ou provisões passivas). São sempre contas credoras. As

provisões devem ser constituídas com base nos seguintes princípios contábeis: a) Competência: pois a despesa com a provisão deve ser lançada no período em que ocorrer a estimativa de perda (ou obrigação), e não perda em si; b) Prudência: na dúvida entre elementos igualmente válidos perante a legislação e os demais princípios contábeis, deve-se escolher aquele que representar o menor valor para o ativo (provisões ativas – contas retificadoras) e o maior valor para o passivo (provisões passivas); c) Oportunidade: no momento de ocorrência de um fato contábil deve-se lançá-lo imediatamente, mesmo que se tenha somente razoável certeza de sua ocorrência. A contrapartida da constituição das provisões será uma conta de despesa, ficando assim o lançamento: Despesa com Provisão a Provisão A Provisão para Devedores Duvidosos ou Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa deve ser feita para cobrir as perdas estimadas na cobrança das contas a receber. Trata-se portanto de um valor que visa cobrir os riscos com eventuais perdas nas vendas a prazo, visando ajustar o valor dos títulos a receber ao valor da sua provável realização.

Apenas os créditos oriundos da exploração da atividade econômica da empresa decorrentes de venda a prazo poderão compor a provisão. Para efeito de determinação do valor da provisão a ser constituída, aplica-se sobre o montante dos créditos a receber (saldo da conta Clientes ou Duplicatas a Receber) um percentual obtido com base nas necessidades e características de cada empresa, através de critérios

economicamente justificáveis. Com o advento da Lei 9.430/96, a despesa com a constituição desta provisão passou a não ser mais dedutível da base de cálculo do imposto de renda da empresa. Com isso, cabe a esta considerar experiências anteriores com prejuízos em contas a receber visando estabelecer um valor de provisão para devedores duvidosos que seja o mais próximo da realidade possível. O saldo não utilizado ao final do período deverá ser revertido a crédito de uma conta de resultado ou complementado para que se constitua nova provisão para o período seguinte. Exemplo: Uma empresa possuía, em 31/12/1999, $100.000,00 de valores a receber no exercício seguinte decorrentes de vendas a prazo. Através de estudos estatísticos e análise da situação dos clientes, determinou-se que o percentual a ser constituído como PDD seria de 3%. Valor da provisão: 3% x $ 100.000,00 = $ 3.000,00 Lançamento da constituição da provisão para o ano de 2000: D – Despesas com Devedores Duvidosos 3.000,00 C – Provisão para Devedores Duvidosos 3.000,00 Neste exemplo, o ativo da empresa ficará assim representado, após a constituição da provisão (lembrem-se de que esta despesa será lançada ainda no exercício de 1999): Ativo Circulante Duplicatas a Receber 100.000,00 (-) Provisão para devedores duvidosos (3.000,00) Se em 20/05/2000, um dos clientes da empresa abrisse falência e houvesse um título de $1.200,00 deste cliente

em favor de nossa empresa, deveríamos lançar o seguinte: Utilização da Provisão: D – Provisão para Devedores Duvidosos 1.200,00 C – Duplicatas a Receber 1.200,00 Caso a empresa chegue ao final do período de 2000 com o saldo de $1.800,00 na conta PDD ($3.000,00 iniciais menos $1.200,00 utilizados) deverá reverter este saldo e constituir nova provisão (agora no valor de $2.000,00, por exemplo) para 2001 (lançamentos 1.1 e 1.2), ou simplesmente complementá-lo (lançamento 2) pelo valor faltante ($2.000,00 - $1.800,00 = $200,00). 1.1 - Reversão da PDD (31/12/2000): D – Provisão para Devedores Duvidosos 1.800,00 C – Receita com Reversão da PDD 1.800,00 1.2 - Constituição de nova PDD de $2.000,00 para 2001 (31/12/2000): D – Despesa com Devedores Duvidosos 2.000,00 C – Provisão para Devedores Duvidosos 2.000,00 2 - Outra alternativa: Complementação do saldo da PDD (31/12/2000): D – Despesa com Devedores Duvidosa 200,00 C – Provisão para Devedores Duvidosos 200,00 Ao invés de sobrar saldo, poderia acontecer de faltar. Vejam esta outra hipótese: se a empresa tivesse incorrido em $5.000,00 (ao invés dos $1.200,00) em dívidas incobráveis no período de 2000, a PDD somente seria suficiente para cobrir $3.000,00 de títulos incobráveis. A empresa então deveria efetuar o seguinte lançamento correspondente à baixa dos demais títulos: Lançamento referente à baixa de títulos incobráveis em 2000:

D – Despesas com Devedores Duvidosos 2.000,00 D – Provisão para Devedores Duvidosos 3.000,00 C – Duplicatas a Receber 5.000,00

Caso aconteça de um determinado crédito ter sido baixado como incobrável através de utilização da provisão e futuramente o mesmo venha a ser pago, a empresa deverá efetuar os seguintes lançamentos (Ex: título de $1.000,00) Pela baixa do título: D – Provisão p/ devedores duvidosos 1.000,00 C – Duplicatas a Receber 1.000,00 Pelo recebimento posterior de título já baixado: D – Bancos c/Movimento 1.000,00 C – Receita de Recuperação de créditos 1.000,00 Caso este recebimento ocorresse em exercícios posteriores (2001 em diante), esta receita deveria ser lançada diretamente à conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados”. Vale ressaltar também que a Despesa com a constituição da PDD é uma despesa com vendas (operacional). Pelo princípio da competência, ela deve ser reconhecida no mesmo período em que ocorreram as vendas, e não quando for pago o valor referente às mesmas. Mantenham a calma e não percam a concentração !!! Um abraço!!!

23/08/2002 - Contabilidade - Resumo ESAF

Acompanhem esta aula comigo. É uma aula atípica. Dentro do contexto de correria que se instalou para os concursos AFRF/TRF, há necessidade de se estabelecer dicas quentes sobre os assuntos mais importantes a respeito do estilo ESAF. Eu costumava fazer isso quando estudei para o concurso. É um “resumão” de alguns tópicos, válido somente pra quem já estudou a matéria, sem uma ordem

específica de assuntos. Acho que posso contribuir um pouco neste sentido, pois possuo treinamento na ESAF nesta área e acompanho as suas provas desde 1996, quando ingressei no cargo AFRF. Porém, são apenas chamadas para alguns assuntos. O aprofundamento do tema deverá ser consultado pelo aluno no seu material de estudo (livros, apostilas). Vamos lá:

1) Custo das Mercadorias Vendidas: Não se esqueçam que no inventário permanente há que se efetuar o lançamento correspondente ao custo do bem vendido, dependendo do critério de estoques (PEPS, UEPS ou média móvel). 2) Cuidado pra não confundir a média móvel com a fixa. Na fixa é como se fosse uma só venda ao custo médio das entradas do período. 3) O ICMS, regra geral, não incide sobre o IPI, nem sobre o desconto. Já o IPI incide sobre o valor total da operação (incluindo ICMS, frete, seguro cobrados pelo vendedor) e incide sobre o valor do desconto também, ou seja, a base de cálculo do IPI é o valor total, sem deduzir o desconto. 4) Nas devoluções não se esqueçam de fazer os razonetes e de devolver também os descontos e tributos. Invertam o lançamento e apliquem o percentual de devolução. Se for inventário permanente, observar o critério e devolver de acordo com o método. 5) No inventário permanente o que vai para a ficha de estoques nas compras é o valor líquido, acrescido de fretes e seguros e deduzido de descontos comerciais, abatimentos e impostos recuperáveis; 6) Nas devoluções de compras utilizar a coluna de entradas com sinal invertido; nas devoluções de vendas utilizar a coluna de saídas com sinal invertido. Os abatimentos sobre vendas não aparecem na ficha de estoque. 7) O IPI não participa da Demonstração do Resultado do Exercício. Seu cálculo é baseado em contas patrimoniais.

8) O desconto comercial ou incondicional é redutor da receita bruta. Já o desconto financeiro concedido é considerado como despesa operacional (financeira). 9) Só recupera o imposto aquele que é contribuinte do próprio imposto. Cuidado com a conta ICMS Conta-corrente (saldo misto, sistema de conta única). 10) Na DOAR, o resultado do exercício deve ser ajustado primeiro. Se der positivo, é origem, se der negativo, é aplicação. Depois verifiquem as modificações do ativo não circulante e do passivo não circulante. 11) Participações Estatutárias e Imposto de Renda são despesas do exercício, e não destinações do resultado. Sua contrapartida é Resultado do Exercício ou despesas operacionais. Já as destinações do resultado (reservas, dividendos, incorporação ao capital) têm como contrapartida a conta Lucros Acumulados. 12) Na DOAR somente são consideradas as origens e aplicações que afetam o capital circulante líquido 13) As provisões são valores que visam cobrir a perda de ativos (provisões ativas) ou representam estimativas de obrigações da empresa (provisões para pagamento ou provisões passivas). São sempre contas credoras. As provisões devem ser constituídas com base nos princípios contábeis da prudência, competência e oportunidade; 14) A contrapartida da constituição das provisões será uma conta de despesa (seja ela ativa ou passiva), ficando assim o lançamento: Despesa com Provisão a Provisão 15) A provisão para ajuste de estoques ao valor de mercado somente é efetuada quando o valor de mercado

está menor que o custo registrado da mercadoria. Cuidado com os bens do ativo permanente, que não estão sujeitos a esta provisão mas sim à depreciação. 16) A provisão para perdas prováveis na alienação de investimentos se refere somente a investimento avaliados pelo método do custo, quando este está sujeito a perdas de difícil recuperação, de caráter permanente; 17) No método do custo, o lançamento do recebimento de dividendos é a crédito de receita de dividendos (operacional). Já na equivalência patrimonial é a crédito do próprio investimento, no ativo permanente; 18) Nas participações, deve-se deduzir da base de cálculo os prejuízos de exercícios anteriores. Cada participação terá sua base de cálculo deduzida da participação anterior. Cuidado que os prejuízos acumulados não fazem parte da DRE; OBS: Estes e muitos outros assuntos se encontram desenvolvidos em nossa apostila de Contabilidade Geral, à venda neste site. Além disso, há também a apostila de 100 Questões de Concurso Resolvidas. Um abraço!!!

31/08/2002 - Contabilidade - DOAR - Parte I

O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO DOAR - DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Este é um assunto intrigante que tem caído bastante em diversos concursos, apesar de a DOAR estar com a tendência de ser substituída em importância pela DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA nas empresas. Mas isto não interessa para concursos, não é mesmo? Bom, em primeiro lugar, a Demonstração das Origens e Aplicações de recursos (DOAR) é uma demonstração obrigatória para

todas as companhias abertas. Além disso, também estão obrigadas a elaborar a DOAR as companhias fechadas com patrimônio líquido superior a R$ 1.000.000,00.

O objetivo da DOAR é identificar as operações que modificaram a posição financeira da empresa, ou seja, o curto prazo. Sendo assim, devem ser confrontados dados referentes às operações de investimentos (aplicações) e financiamentos (origens). Para efeito de DOAR portanto, somente vão interessar as origens e aplicações de recursos que afetam o Capital Circulante Líquido (CCL). Primeiramente é necessário definirmos o conceito de Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro Líquido: CCL = AC – PC , onde AC = Ativo Circulante PC = Passivo Circulante OBS: Há ainda o conceito de Capital de Giro Bruto, que equivale ao Ativo Circulante. O CCL evidencia, num determinado momento, a situação de curto prazo da empresa, confrontando os direitos realizáveis no exercício seguinte com as obrigações exigíveis no mesmo período. Sendo assim, teremos as seguintes situações: Se AC > PC, CCL positivo ou próprio Se AC < PC, CCL negativo ou de terceiros Se AC = PC, CCL nulo Um dos objetivos da DOAR é mostrar as variações sofridas pelo CCL entre o início e o final do período. É comum em provas a ilustração de um quadro como o que está abaixo, onde são evidenciados valores de ativo circulante, passivo circulante e capital circulante líquido:

ITEM INÍCIO FIM VARIAÇÃO AC 2.500 2.800 300 PC 1.000 800 (200) CCL 1.500 2.000 500 Uma variação positiva no Capital Circulante Líquido significa que, para efeito de DOAR, as origens de recursos superaram as aplicações exatamente neste montante (no caso acima em 500). Este valor é o que realmente interessa, a variação do CCL. Assim: Aumento do CCL: Origens > Aplicações; Redução do CCL: Origens < Aplicações A variação do CCL no período é igual ao total das origens menos o total das aplicações. Variação do CCL = CCL FINAL – CCL INICIAL Variação do CCL = ORIGENS - APLICAÇÕES Mas afinal, quais seriam as origens e aplicações? São aquelas operações que afetaram o capital circulante líquido de alguma forma. Se aumentaram o CCL, são origens; se reduziram, são aplicações. Ex-1: Integralização $10.000 de capital em dinheiro D Caixa $10.000 (aumento do AC) C Capital a Realizar $10.000 (aumento do PL) Esta operação resultou em um aumento do ativo circulante em $10.000, portanto o CCL também aumentou em $10.000 (CCL = AC - PC), uma vez que o passivo circulante não foi alterado. Sendo assim, é considerada uma ORIGEM DE RECURSOS.

Ex-2: Compra de imóvel para uso em dinheiro no valor de $80.000 D Imóveis $80.000 (aumento do AP) C Caixa $80.000 (redução do AC) Esta operação resultou em uma redução do ativo circulante em $80.000, portanto o CCL também foi reduzido em $80.000 (CCL = AC - PC), uma vez que o passivo circulante não foi alterado. Sendo assim, é considerada uma APLICAÇÃO DE RECURSOS. Este então é o procedimento para a constatação do fato de uma operação ser origem ou aplicação de recursos. Conforme a Lei das S.A. são origens e aplicações de recursos: I. Origens de Recursos = são representadas por aumentos no CCL. Podem ser: a) das operações próprias – se houver lucro, temos uma origem; se houver prejuízo, temos uma aplicação. As receitas e despesas aqui consideradas são somente aquelas que geram ingressos ou reduções de capital circulante líquido; b) dos acionistas – pelos aumentos do Capital integralizado ou reservas de capital; c) de terceiros – por empréstimos de longo prazo obtidos, bem como da venda de bens do ativo permanente. II. Aplicações de Recursos = são representadas pela diminuição do CCL. São divididas em: a) Inversões Permanentes – aquisição de bens do ativo imobilizado, aquisição de novos investimentos em outras sociedades e aplicações no ativo diferido; b) Pagamento de empréstimos de longo prazo;

c) Remuneração de acionistas, derivada dos dividendos distribuídos. Assim, normalmente as transações que afetam o CCL têm suas origens em contas do Ativo e Passivo Não Circulante. Então:

APLICAÇÕES

DE RECURSOS

ORIGENS DE

RECURSOS AUMENTO NO

ATIVO NÃO CIRCULANTE

AUMENTO NO

PASSIVO NÃO CIRCULANTE

DIMINUIÇÃO

NO PASSIVO NÃO CIRCULANTE

DIMINUIÇÃO

NO ATIVO NÃO CIRCULANTE

Onde, ATIVO NÃO CIRCULANTE = REALIZÁVEL A LONGO PRAZO + PERMANENTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE = EXIGÍVEL A LONGO PRAZO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTE DO RESULTADO O RESULTADO DO EXERCÍCIO (RLE), caso positivo (lucro), é a principal origem de recursos da empresa (item a - origens das operações). Porém, há algumas operações que não afetaram o CCL mas estão consideradas no resultado. A técnica de elaboração da DOAR é portanto a de excluir o efeito destes valores do resultado. Ex-1: Reconhecimento da despesa de depreciação de Imóveis em $1.000 D Despesas de Depreciação $1.000 (Despesa) C Depreciação Acumulada - Imóveis $1.000 (redução do AP)

Esta operação reduziu o resultado, pois é uma despesa. Por outro lado, não afetou o CCL. Portanto, não deve ser considerada para efeito de DOAR, ou seja, deve ser expurgada, somada ao RLE. Assim, a lei manda ajustar o resultado da forma abaixo, considerando o seguinte: o Resultado Líquido do Exercício somente aparecerá na DOAR como origem caso após os ajustes resulte um valor positivo. Caso o valor ajustado seja negativo, apesar de a Lei 6.404/76 não enfatizar este ponto, este deveria ser o primeiro item das aplicações. Estrutura da DOAR 1 – Origens de Recursos a) Resultado Líquido do Exercício (+) Despesas de Depreciação, Amortização, Exaustão (+) Aumentos no Resultado de Exercícios Futuros (+) Saldo Devedor da Correção Monetária (+) Perda por Equivalência Patrimonial (+) Variação Monetária Passiva de longo prazo (+) Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente (-) Lucro na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente (-) Reduções no Resultado de Exercícios Futuros (-) Saldo Credor da Correção Monetária (-) Ganhos por Equivalência Patrimonial (-) Variação Monetária Ativa de longo prazo b) Realização do Capital Social e Contribuições para Reservas de Capital c) Redução de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo d) Baixa de Bens ou Direitos do Ativo Permanente

e) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo 2 – Aplicações de Recursos a) Dividendos Pagos, Propostos ou Creditados b) Aquisição de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo c) Aquisição de Bens e Direitos do Permanente d) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo OBSERVAÇÃO: 1) Todas as receitas e despesas que não alteram o CCL devem ser expurgadas do resultado para efeito de DOAR. 2) As modificações no grupo Resultados de Exercícios Futuros não são computadas no resultado do exercício, mas alteraram o CCL, portanto segundo a lei das S.A. devem ser adicionadas (se aumentos) ou excluídas (se reduções) no cômputo do resultado como origem ou aplicação. Na próxima aula veremos um exemplo.

02/09/2002 - Contabilidade do INSS-2002 e continuação da DOAR

O programa de Contabilidade do INSS é monstruoso. Sugiro para quem não optar pela área de Auditoria que tente cobrir todos os pontos da parte básica, mesmo que isso signifique não se aprofundar muito em algum tema. Não deixe de decorar as fórmulas da Análise de Balanços e, principalmente, as diferenças entre custeio por absorção e custeio variável. A ESAF manteve o programa da Contabilidade Básica, que era o total de contabilidade anteriormente. Acho que as questões da parte básica não devem mesmo ser muito aprofundadas. Vamos voltar a este assunto depois, já que também fui pego de surpresa. Agora retornemos à aula de DOAR, para AFRF Só para completar a aula passada vejam o exemplo abaixo sobre DOAR

EXEMPLO: Tendo em vista os valores abaixo, apurados ao final do exercício de 2000, calcule o total das origens, das aplicações e determine a variação do capital circulante líquido: Encargos de Depreciação 3.000 Receitas de Exercícios Futuros 1.000 Variação Monetária Passiva (LP) 5.000 Variação Monetária Ativa (CP) 10.000 Lucro Líquido do Exercício 20.000 Ganho por equivalência patrimonial 12.000 Dividendos Creditados 2.000 Integralização de Capital Subscrito em dinheiro 30.000 GRUPO 31/12/1999 31/12/2000 ARLP 120.000 90.000 AP 550.000 780.000 PELP 130.000 220.000 Em primeiro lugar, deveremos determinar se o resultado do exercício é uma origem ou uma aplicação, ajustando-o de acordo com os critérios da DOAR. Lucro do exercício 20.000 (+) Encargos de Depreciação 3.000 (+) Receitas de Exercícios Futuros 1.000 (+) Variação Monetária Passiva (LP) 5.000 (-) Ganho por equivalência patrimonial (12.000) Resultado Ajustado 17.000 Verificamos então, que o resultado ajustado deu positivo. Isto quer dizer que este resultado representa uma origem de recursos. Passemos então à DOAR propriamente dita, considerando as variações dos saldos dos grupos. GRUPO Variação Origens Aplicações ARLP (30.000) 30.000 AP 230.000 230.000 PELP 90.000 90.000

Capital 30.000 30.000 Resultado 17.000 17.000 Dividendos 2.000 2.000 TOTAIS 167.000 232.000 A Variação do CCL é igual à diferença entre as origens e as aplicações. Δ CCL = 167.000 – 232.000 = (65.000) Uma variação negativa no capital circulante líquido representou que as aplicações superaram as origens em 65.000. Obrigado e até a próxima! OBS: Este e outros assuntos estão na nossa apostila de Contabilidade Geral à venda neste site. Na apostila de 100 questões resolvidas o aluno encontra resoluções de questões de prova e explicações sobre como cada assunto pode ser abordado em concursos.

09/10/2002 - Contabilidade - Questão 1 do AFRF

Contabilidade - AFRF 2002-B - Questão 01- José Rodrigues Mendes, Maria Helena Souza e Pedro Paulo Frota, tempos atrás, criaram uma empresa para comerciar chinelos e roupas, na forma de Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada, com capital inicial de 20 mil reais, dividido em quatro quotas iguais, sendo dois quartos para José Rodrigues, completamente integralizado. Hoje, a relevação patrimonial dessa empresa apresenta: dinheiro no valor de R$ 2.000,00; títulos a receber de Manuel Batista, R$ 4.000,00; duplicatas aceitas pelo mercado local, R$ 6.000,00; móveis de uso, no valor de R$ 5.000,00; duplicatas emitidas pela Brastemp R$ 2.500,00;

empréstimos no Banco do Brasil, R$ 5.800,00; adiantamentos feitos a empregados, no valor deR$ 200,00; adiantamento feito a Pedro Paulo, no valor de R$ 1.800,00. Os bens para vender estão avaliados em R$ 5.300,00; o aluguel da loja está atrasado em R$ 1.000,00; e o carro da firma foi comprado por R$ 8.100,00. No último período a empresa conseguiu ganhar R$ 4.900,00, mas, para isto, realizou despesas de R$ 2.600,00. Ao elaborar a estrutura gráfica patrimonial com os valores acima devidamente classificados, a empresa vai encontrar capital próprio no valor de: a) R$ 20.000,00 b) R$ 21.300,00 c) R$ 23.100,00 d) R$ 22.300,00 e) R$ 24.300,00 RESOLUÇÃO Já sabemos que Capital Próprio é sinônimo de Patrimônio Líquido. E pela equação fundamental do patrimônio temos: PL= A-P Onde: PL = Patrimônio Líquido A = Ativo

P = Passivo Fazem parte do Ativo os seguintes valores: dinheiro (=caixa) R$ 2.000,00 títulos a receber de Manuel Batista R$ 4.000,00 duplicatas aceitas pelo mercado local (=duplicatas emitidas ou a receber) R$ 6.000,00 móveis de uso R$ 5.000,00 adiantamentos feitos a empregados R$ 200,00 adiantamento feito a Pedro Paulo R$ 1.800,00 bens para vender (= estoques) R$ 5.300,00 carro R$ 8.100,00 TOTAL R$ 32.400,00 É interessante salientar que as duplicatas são sempre emitidas pelo credor e aceitas pelo devedor. Assim, duplicatas aceitas pelo mercado local significa que a empresa emitiu duplicatas que foram aceitas pelo mercado e, portanto, tem a receber tais valores Fazem parte do Passivo os seguintes valores: duplicatas emitidas pela Brastemp R$ 2.500,00 empréstimos no Banco do Brasil R$ 5.800,00 aluguel atrasado (= aluguel a pagar) R$ 1.000,00 TOTAL R$ 9.300,00 O aluguel atrasado deve constar no passivo, pois sua

contabilização, pelo Princípio da Competência, deve ser feita quando incorrido. Duplicatas emitidas por outras empresas, representam duplicatas aceitas pela nossa empresa e, portanto, valores a serem pagos. Agora que já sabemos os valores do Ativo e do Passivo utilizaremos a equação fundamental para calcular o PL. PL= 32.400-9.300=23.100,00 É importante observar que com os dados apresentados no problema não seria possível calcular o PL diretamente, uma vez que a empresa foi constituída tempos atrás e não se tem nenhuma informação sobre a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados e sobre a existência ou não de Reservas. resposta correta letra C.

15/10/2002 - Contabilidade – Questão 5 AFRF 2002-B

Questão 5 da prova AFRF 2002-B - A empresa Asper Outra Ltda., no mês de agosto de 2001, realizou os negócios abaixo descritos com o item Z34 de seu estoque. 01- compra de 250 unidades; 02- venda de 200 unidades; 03- as mercadorias são tributadas na compra: com ICMS de 15%; e com IPI de5%; na venda: com ICMS de 12%; 04- o custo inicial do estoque foi avaliado em R$ 25,00 por unidade; 05- nas compras foi praticado um preço unitário de R$ 30,00; 06- nas vendas o preço unitário praticado foi de R$ 45,00; 07- As operações de compra e de venda foram realizadas a vista, com cheques do Banco do Brasil, tendo a empresa Asper emitido o cheque 001356 e recebido o cheque 873102, prontamente depositado em sua conta cor-rente. Considerando-se, exclusivamente, essas operações e todas

as informações acima, pode-se afirmar que a conta corrente bancária da empresa Asper Outra Ltda. foi aumentada em a) R$ 2.250,00 b) R$ 1.500,00 c) R$ 1.125,00 d) R$ 750,00 e) R$ 275,00 RESOLUÇÃO Para resolvermos esta questão basta sabermos qual é o valor do cheque 001356 (emitido), que será debitado na conta da empresa, diminuindo seu saldo, e o valor do cheque 873102 (depositado), cujo valor foi creditado na conta da empresa, aumentando seu saldo. O valor do cheque 001356 é o valor da Nota Fiscal de Compra das Mercadorias, calculando esse valor temos: 250 unidades x R$ 30,00 = R$ 7.500,00 + IPI = 5% de 7.500,00 = R$ 375,00 TOTAL NF R$ 7.875,00 Obs: 1) No valor unitário já está incluso o ICMS que é imposto por dentro, isto é, faz parte do preço da mercadoria 2) O IPI é um imposto por fora e, portanto, não está incluindo no preço unitário devendo ser somado para que cheguemos ao valor total da NF O valor do cheque 873102 é o valor da Nota Fiscal de Venda das Mercadorias, calculando esse valor temos: 200 unidades x R$ 45,00 = 9.000,00 (este já é o valor total uma vez que o ICMS está incluso no valor unitário e não há recolhimento de IPI na venda)

Portanto, o aumento na conta corrente da empresa Asper será de R$ 9.000,00 (valor do cheque recebido) menos R$ 7.875,00 (valor do cheque emitido), que resulta no valor de R$ 1.125,00. Resposta correta C

23/10/2002 - Contabilidade - Questão 49 do INSS/2002

Questão 49 da Prova de Contabilidade Básica (P2) 49- Em 31 de agosto de 2002, no Ativo Imobilizado da firma Nor-Noroeste constavam as contas Máquinas e Equipamentos e Depreciação Acumulada de Máquinas e Equipamentos, com saldos, respectivamente, devedor de R$ 9.000,00 e credor de R$ 3.000,00. As referidas contas representavam apenas uma máquina, comprada por R$ 5.400,00, e um equipamento, comprado por R$ 3.600,00, simultaneamente, tempos atrás. A máquina e o equipamento foram depreciados contabilmente na mesma proporção e não sofreram correção monetária nem baixas durante o período. Ao fim do dia, o Gerente informa à Diretoria que já havia fixado o preço de venda do equipamento, na forma solicitada. Recebeu, então, a contra-ordem para oferecer um desconto comercial de 10% sobre o aludido preço, suficiente para não constar na demonstração do resultado nem ganhos nem perdas de capital com a alienação desse equipamento. A alienação não será tributada e os centavos serão abandonados. Com base nas informações acima, podemos dizer que o preço de venda fixado para o equipamento foi de a) R$ 2.310,00 b) R$ 2.333,00 c) R$ 2.640,00 d) R$ 2.667,00 e) R$ 2.772,00 Resolução: Esta foi uma questão interessante que envolveu uma boa

dose de raciocínio. Primeiro, devemos destacar que o valor de compra do equipamento foi de $3.600,00. Na verdade somente estamos interessados no equipamento. Como o saldo da conta Máquinas e Equipamentos é de $9.000,00 e o saldo da Depreciação Acumulada de Máquinas e Equipamentos é de $3.000,00, concluímos que a depreciação foi de 1/3. Assim, temos: Depreciação do equipamento = 1/3 x $3.600,00 = $1.200,00 O valor contábil do equipamento seria então: Valor contábil = $3.600,00 - $1.200,00 = $2.400,00 Este foi exatamente o valor recebido, pois a questão falava que não haveria ganho ou perda de capital. Assim a receita líquida não operacional seria igual ao custo do bem baixado ($2.400,00). O interessante é que a pergunta foi qual o valor do preço de venda, uma vez que, conforme o enunciado, este já havia sido fixado pelo Gerente. Posteriormente foi concedido um desconto comercial de 10% para se chegar ao valor de $2.400,00. Assim, temos que o preço de venda (PV) pode ser calculado como abaixo: PV – 0,1 PV = 2.400 0,9 PV = 2.400 PV = 2.400 / 0,9 = $2.667,00 Resposta: Letra D Vamos continuar comentando as questões do INSS nas próximas aulas. Estamos disponíveis para quaisquer dúvidas e/ou sugestões neste site. Abraço.

24/10/2002 - Contabilidade - Questão 50 do INSS/2002

Questão 50 da Prova de Contabilidade Básica (P2) 50- A escrituração contábil da empresa Normas Mornas S/A

tornou disponíveis as seguintes informações para permitir o cálculo da provisão para o imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido. Contas saldos Reversão de Provisões R$ 2.500,00 Reversão de Reservas R$ 1.800,00 Lucros Acumulados R$ 8.000,00 Reserva Legal R$ 5.000,00 Participação de Administradores R$ 2.000,00 Participação de Debenturistas R$ 2.200,00 Receita Bruta de Vendas R$ 80.000,00 Receita Líquida de Vendas R$ 70.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas R$ 30.000,00 Aluguéis Passivos R$ 1.200,00 Depreciação Acumulada R$ 3.000,00 Comissões Ativas R$ 2.100,00 Salários e Ordenados R$ 4.800,00 Utilizando as informações acima, naquilo que for pertinente ao assunto, pode-se dizer que o cálculo da provisão para IR e CSLL, feito à alíquota de 35%, vai alcançar o valor de a) R$ 12.040,00 b) R$ 12.740,00 c) R$ 12.810,00 d) R$ 13.510,00 e) R$ 13.685,00 Resolução: Nesta questão a meu ver a ESAF pisou na bola, pois incluiu conceitos de imposto de renda, o que acabou por complicar a questão e torna-la, na minha visão, passível de recurso. Pra quem não sabe, a lei das S.A. coloca a provisão do imposto de renda imediatamente antes do cálculo das participações, devendo inclusive ser deduzido o valor do imposto para calcular as participações. Só que a legislação do IR considera dedutíveis da base de cálculo do imposto a participação dos debenturistas. Sendo assim, há necessidade de cálculos aprofundados para a determinação

do lucro do exercício, uma vez que uma coisa depende da outra e a outra dependa da uma. Bom, vamos resolver a questão e depois comenta-la. Para chegarmos à base de cálculo do IR e CSSL partimos da Receita Líquida e consideramos os seguintes valores: Receita Líquida de Vendas R$ 70.000,00 (-) Custo das Mercadorias Vendidas (R$ 30.000,00) (+) Reversão de Provisões R$ 2.500,00 (-) Participação de Debenturistas (R$ 2.200,00) (-) Aluguéis Passivos (R$ 1.200,00) (+) Comissões Ativas R$ 2.100,00 (-) Salários e Ordenados (R$ 4.800,00) TOTAL R$ 36.400,00 Provisão para IR e CSSL = 35% x R$ 36.400,00 = R$ 12.740,00 E a resposta seria letra B (Gabarito Oficial) OBS: Após o advento da Lei 9.249/95 (art.13) e posteriormente a 9.430/96 (art.14), as únicas provisões dedutíveis da base de cálculo do IR são: férias, décimo terceiro e provisões técnicas para seguradoras e capitalizadoras. Sendo assim, as reversões de provisões indedutíveis podem ser excluídas da base de cálculo do imposto, e neste caso ficaria fora o valor de R$2.500,00. É um bom argumento para recurso. A ESAF não poderia alegar que este assunto é específico de imposto de renda, uma vez que exigiu dos candidatos saberem que a participação dos debenturistas é dedutível

da base de cálculo do IR, enquanto que a de administradores não. Vamos continuar comentando as questões do INSS nas próximas aulas. Abraço.

28/10/2002 - Contabilidade - Questão 57 INSS/2002 da Prova Básica

Questão 57 – Contabilidade de Custos INSS/2002 57- No segundo trimestre de 2002, a Indústria Esse de Produtos Fabris concluiu a produção de 600 unidades do item X2, tendo logrado vender 400 dessas unidades, ao preço unitário de R$ 120,00. No mesmo período foram coletadas as informações abaixo: - Custo Variável unitário R$ 20,00. - Total de Custos Fixos R$ 18.000,00. - Despesas variáveis de vendas de R$ 2,00 por unidade. - Inexistência de Estoque Inicial de Produtos no período. Com base nas informações acima, feitas as devidas apurações, pode-se dizer que: o Custo dos Produtos Vendidos; o Estoque Final de Produtos e o Lucro Líquido do período, calculados, respectivamente, por meio do Custeio por Absorção e do Custeio Variável, alcançaram os seguintes valores: a) R$ 18.000,00; R$6.000,00; R$ 8.000,00; R$ 6.000,00; R$ 27.000,00; R$ 21.000,00.

b) R$ 16.000,00; R$ 4.000,00; R$ 12.000,00; R$ 3.000,00; R$ 26.500,00; R$ 20.500,00. c) R$ 20.000,00; R$ 8.000,00; R$ 10.000,00; R$ 4.000,00; R$ 27.200,00; R$ 21.200,00. d) R$15.000,00; R$ 5.000,00; R$ 14.000,00; R$ 8.000,00; R$ 25.400,00; R$ 23.200,00. e) R$ 12.000,00; R$ 10.000,00; R$ 16.000,00; R$ 6.000,00; R$ 22.200,00; R$ 20.200,00. Resolução: Esta questão envolvia o conhecimento dos sistemas de custeio (custeio por absorção e custeio variável). Não confundir com as classificações (tipos) de custos, que podem ser: custo fixos ou variáveis; custos diretos e indiretos. O sistema de custeio por absorção (permitido pela legislação do IR) considera todos os custos na apuração do CPV (custo dos produtos vendidos), enquanto que o custeio variável considera como custo do período somente os custos variáveis, dando aos custos fixos tratamento de despesa. Assim, vamos apurar a DRE da questão primeiramente pelo custeio por absorção: Custo variável (CV) = $20,00 x 600 = $12.000,00 Custo Fixo (CF) = $18.000,00 Custo de Produção do Período (CPP) = $12.000,00 + $18.000,00 = $30.000,00 Custo Total Unitário = $30.000,00 / 600 = $50,00 por unidade Custo dos Produtos Vendidos (CPV) = $50,00 x 400 = $20.000,00 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Vendas = 400 x $120,00 $48.000,00 (-) CPV ($20.000,00) (=) Lucro Bruto $28.000,00 (-) Despesas Variáveis = $2,00 x 400 ($800,00) (=) Lucro Operacional Líquido $27.200,00 Reparem que somente com estes valores já poderíamos marcar a opção correta (letra c). Estoque Final = 200 x $50,00 = $10.000,00 [equivale a (quantidade produzida – quantidade vendida) vezes o custo individual] Já pelo custeio variável temos: Custo variável (CV) = $20,00 x 400 = $8.000,00 (somente o que foi vendido) Este é o custo dos produtos vendidos (CPV) do período no custeio variável Custo Fixo (CF) = $18.000,00 DRE Vendas = 400 x $120,00 $48.000,00 (-) CPV ($8.000,00) (-) Despesas Variáveis = $2,00 x 400 ($800,00) (=) Margem de contribuição $39.200,00 (-) Custos Fixos (CF) ($18.000,00) (=) Lucro Operacional Líquido $21.200,00 O estoque final é: $20,00 x 200 = $4.000,00 (considera somente o custo variável) Por hoje é só. Senhores, tendo em vista as dificuldades de muitos alunos em iniciar na contabilidade, estou pensando em iniciar umas aulas básicas (desde o nível zero), tratando os assuntos bem devagar e com vários exercícios. Sugestões a respeito do assunto serão bem-vindas.

Abraço. Luiz

28/10/2002 - Contabilidade - Custos – Conceitos Iniciais

No que a ESAF chamou de Contabilidade Básica no programa do INSS/2002, temos a parte de Contabilidade de Custos. Vamos dar uma olhada nos conceitos iniciais. Com o advento da Revolução Industrial e a proliferação de empresas industriais houve a necessidade de adaptação dos procedimentos de apuração do resultado das empresas comerciais (revendedoras) para as industriais, que adquiriam matérias-primas para transformá-las em produtos destinados à venda. Surge então a Contabilidade de Custos, cujo objetivo principal é a apuração do Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Um sistema de custos traz inúmeras vantagens para a empresa, tais como: a) o fornecimento do valor dos estoques de materiais e de produtos em elaboração e acabados, facilitando a elaboração das demonstrações; b) permite o controle permanente de estoque; c) permite a utilização do preço médio, recomendável para economias estáveis. A única desvantagem da utilização de um sistema de custos integrado à Contabilidade seria o valor despendido para sua manutenção, em geral elevado. TERMINOLOGIA CONTÁBIL Vamos definir aqui alguns termos que normalmente geram confusão na cabeça dos alunos. Gasto – É o conceito mais genérico. É o sacrifício com que arca a entidade, com a finalidade de obtenção de um bem ou serviço, representado pela entrega ou promessa de entrega de bens ou direitos, ou seja, parte do seu ativo

(normalmente dinheiro). Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, devendo ser reconhecido contabilmente neste momento. Ex: gastos com mão-de-obra, com mercadorias para revenda, com energia elétrica, com reorganização da empresa, com bens de uso. Os gastos podem ser classificados em: - investimentos; - custos; - despesas; - perdas. Investimento - é um gasto com bem ou serviço que é transformado em ativo devido à vida útil do bem ou dos benefícios atribuíveis a períodos futuros (ativo diferido). Ex: Aquisição máquinas para o setor de produção, que se transformará em custo por meio da depreciação. Há ainda a compra de móveis e utensílios, de imóveis, de equipamentos, de marcas e patentes, de matéria-prima, despesas pré-operacionais. Custo - é o gasto relativo a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, ou seja, são todos os gastos relativos à atividade produtiva da empresa. É o gasto efetuado no setor de produção (espaço físico) ou com terceiros que manuseiem o produto. O custo primeiramente é ativado (estoques), sendo transferido para o resultado do período somente quando da venda do produto acabado. Numa empresa comercial, o único custo existente é o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). São exemplos de custos: Salários do pessoal da produção, matéria-prima consumida, combustíveis das máquinas, aluguéis, seguros e tributos relativos ao prédio da fábrica, depreciação dos equipamentos da fábrica. OBS: A matéria-prima adquirida pela indústria, enquanto não utilizada pela produção, é considerada estoque (ativo circulante). A partir do momento em que for requisitada pela produção, passa a ser custo.

Despesa - é o gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas, consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Nem sempre é fácil a distinção entre custos e despesas. Diz-se que todos os gastos realizados com o produto dentro da fábrica, ou seja, até que este fique pronto, são custos; a partir daí, tornam-se despesas. As despesas, ao contrário dos custos, são lançadas diretamente nas contas de resultado. Ex: salários do pessoal de vendas, escritório e administração, energia elétrica consumida, aluguéis e seguros no prédio da administração, gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas. Todos os custos que estiverem incorporados nos produtos acabados serão reconhecidos como despesas e apropriados em contas de resultado no momento em que tais produtos forem vendidos. Passarão a compor a conta Custo dos Produtos Vendidos. A matéria-prima industrial que, no momento da sua aquisição representava um investimento (estoques), passa a ser considerada custo no momento de sua utilização na produção e torna-se despesa quando o produto fabricado é vendido. Caso o produto acabado permaneça em estoque então a matéria-prima incorporada voltará a ser investimento. Os encargos financeiros incorridos pela empresa, mesmo aqueles decorrentes da aquisição de insumos para a produção, são sempre considerados despesas financeiras. Perda – é o consumo anormal de bens ou serviços. É um gasto não intencional decorrente de fatores externos ou inerentes à própria atividade operacional da empresa. As perdas decorrentes de fatores externos são consideradas despesas; as ocorridas durante o processo produtivo são consideradas custos. Ex: Perda de matéria-prima, incêndio, greves etc. Os gastos normalmente implicam desembolso. Este, por sua vez, pode ocorrer juntamente com o gasto,

antecipadamente, ou ainda ser postergado para pagamento futuro. Desembolso - é o ato financeiro do pagamento do bem ou serviço adquirido, para liquidação de uma obrigação ou aquisição à vista. Reparem que ele pode ocorrer antes, no mesmo instante, ou após a aquisição. Sendo assim, nas compras à vista o desembolso se dá no mesmo instante da aquisição. No caso de compras a prazo, o desembolso ocorre após a aquisição. Nos casos de adiantamentos, o desembolso ocorre antes da aquisição. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Os custos podem ser classificados em relação à apropriação aos produtos fabricados ou aos níveis de produção. Vamos ver cada um deles: A) Em relação aos produtos fabricados: A.1) Custos Diretos: são aqueles que possuem condições de verificação objetiva de seu consumo na fabricação dos produtos. Sendo assim, são apropriados diretamente a estes produtos. Exemplos: - Matéria-prima; - Mão-de-obra direta (salário dos operários); - Material para embalagem; - Depreciação de máquinas (*); - Energia elétrica (*). (*) Estes dois itens somente serão considerados custos diretos quando utilizados para produção de apenas um tipo de produto, ou quando for possível a identificação da sua utilização para cada produto; A.2) Custos Indiretos: são aqueles que dependem de cálculos ou rateios para serem apropriados a cada produto. Exemplos:

- Depreciação de equipamentos utilizados na fabricação de mais de um produto; - Salários dos gerentes de produção; - Aluguéis, impostos e manutenção da fábrica; - Energia elétrica que não possa ser associada a cada produto. OBS: i) Caso a empresa fabrique apenas um tipo de produto, todos os seus custos são considerados diretos. ii) Há custos que seriam diretos por natureza, mas pelo seu pequeno valor não compensa associá-lo diretamente ao produto e portanto são tratados como custos indiretos. Ex: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis B) Em relação aos níveis de produção: B.1) Custos Fixos: são aqueles que não variam independentemente da quantidade de produtos fabricada. Portanto são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar no tempo. Exemplo: Aluguel e IPTU da fábrica; B.2) Custos Variáveis: são aqueles cujos valores se alteram em função do ritmo de produção da fábrica. Exemplos: - Matéria-prima consumida; - Materiais indiretos consumidos; - Gastos com hora extra na produção. B.3) Custos Semi-variáveis: são aqueles que variam de acordo com o nível de produção porém possuem uma parcela fixa, mesmo que nenhuma unidade seja produzida. Ex: Conta de energia elétrica que possui uma taxa mínima, mesmo que a produção fique parada. B.4) Custos Semifixos ou custos por degrau: são custos fixos dentro de uma determinada faixa de produção, mas

que variam caso haja uma mudança de faixa. Ex: Quantidade de supervisores de produção necessária em função da quantidade produzida. Volume de Produção Quantidade de Supervisores Custo(R$) 0 – 10.000 1 150.000,00 10.001 – 20.000 2 300.000,00 20.001 – 30.000 3 450.000,00 30.001 – 40.000 4 600.000,00 OBS: O enquadramento dos custos em semifixos ou semivariáveis é muito sutil e o normal em concursos é se exigir o conhecimento de custos fixos e variáveis. Até a próxima!

30/10/2002 - Contabilidade - Avaliação de Investimentos (AFRF/98 - Auditoria - 52 a 56)

Avaliação de Investimentos Questões da Prova de Contabilidade Avançada AFRF/98 Responda às questões 52 a 56, utilizando os dados do enunciado a seguir: Em 10 de janeiro de 19x8, a Cia. Alfa pagou R$ 700.000 por 100.000 ações que representavam 30% das ações da Cia. Beta. O ágio pago pela Cia. Alfa será amortizado em 10 anos. Em 31 de dezembro de 19x8, a Cia. Beta apresentou um lucro do exercício 19x8 de R$ 300.000. Em 10 de julho de 19x8, a empresa Beta pagou, em caixa, dividendos de

R$ 100.000. A Cia. Alfa exerce significativa influência sobre a Cia. Beta e avalia seus investimentos pelo método da equivalência patrimonial. O valor apurado como Lucros e Prejuízos de Participações em outras Sociedades reportado pela Cia. Alfa foi de R$ 80.000 em 31.12.19x8. 52- O valor do ágio amortizado, ao final do exercício de 19x8, pela Cia. Alfa foi de a) R$ 60.000,00 b) R$ 10.000,00 c) R$ 70.000,00 d) R$ 30.000,00 e) R$ 90.000,00 53- O valor nominal unitário das ações adquiridas da Cia. Beta foi de a) R$ 8,00 b) R$ 9,00 c) R$ 3,00 d) R$ 2,00 e) R$ 6,00 54- O valor registrado na Conta Participações Permanentes em Outras Sociedades pela Cia. Alfa foi de a) R$ 700.000,00 b) R$ 900.000,00 c) R$ 300.000,00 d) R$ 600.000,00 e) R$ 800.000,00 55- Ao final do exercício de 19x8, o valor apurado na aplicação da Equivalência Patrimonial foi de a) R$ 90.000,00 b) R$ 60.000,00 c) R$ 100.000,00

d) R$ 30.000,00 e) R$ 80.000,00 56- O valor do ágio pago por Alfa, por ocasião da aquisição das ações da Cia. Beta, foi de a) R$ 60.000,00 b) R$ 100.000,00 c) R$ 90.000,00 d) R$ 80.000,00 e) R$ 30.000,00 Resolução: Aquisição de 100.000 ações por $700.000 em 1/1/X8 Alfa= Adquirente; Beta = investida As 100.000 ações representam 30% do total do capital de Beta Em 31/12/X8 Alfa obteve de lucro em Participações Societárias $80.000 O valor do investimento é 30% do patrimônio líquido inicial de Beta, que teve um lucro de $300.000, sendo este o valor aumento do seu patrimônio líquido. O dividendo total pago por Beta a todos os investidores foi de $100.000. Então a parcela relativa a Alfa foi de: 30% x $100.000 = $30.000 Se o PL de Beta aumentou em $300.000, então houve aumento no investimento de Alfa em 30% X $300.000 = $90.000 Se o lucro em participações foi de $80.000, então este se deveu aos $90.000 calculados anteriormente pelo aumento do PL de Beta, deduzido da amortização do ágio como despesa, que se deu em 10 anos (A/10). Assim, x8: 80.000 = 90.000 – A/10

A/10 = $10.000 (Resp. 52 = Letra B) A = $100.000 (ágio total; Resp. 56 = Letra B) A aquisição do investimento foi por $700.000, com ágio de $100.000. Então: 30% X PL Beta Inicial = 700.000 – 100.000 30% X PL Beta Inicial = 600.000 O valor registrado por Alfa em Investimentos Permanentes é o valor pago menos o ágio, ou seja, $700.000 - $100.000 = $600.000 (Resp.54 = Letra D) Valor Nominal das ações = $600.000 / 100.000 ações = $6,00 por ação (Resp. 53 = Letra E) PL Beta Inicial = 2.000.000 O ganho por equivalência patrimonial é obtido pelo aumento do PL de Beta proporcionalmente à participação de Alfa, ou seja: 30% x $300.000 = $90.000 (Resp. 55 = Letra A) É isso aí. Até a próxima!!!

07/11/2002 - Contabilidade - Questão 9 da prova AFRF 2002-B

Questão 9 da prova AFRF 2002-B - A empresa de Pedras & Pedrarias S/A. demonstrou no exercício de 2001 os valores como seguem: Lucro bruto R$ 90.000,00 Lucro operacional R$ 70.000,00 Receitas operacionais R$ 7.500,00

Despesas operacionais R$ 27.500,00 Participação de Administradores R$ 2.500,00 Participação de Debenturistas R$ 3.500,00 Participação de Empregados R$ 3.000,00 A tributação do lucro dessa empresa deverá ocorrerá alíquota de 30% para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido, conjuntamente. Assim, se forem calculados corretamente o IR e a CSLL, certamente o valor destinado, no exercício, à constituição da reserva legal deverá ser de a) R$ 2.000,00 b) R$ 2.070,00 c) R$ 2.090,00 d) R$ 2.097,50 e) R$ 2.135,00 RESOLUÇÃO Como na questão nos é apresentado o Lucro operacional e não são mencionadas despesas ou receitas não operacionais concluímos que o Resultado antes do IR e CSLL é igual ao Lucro operacional, pois:

Lucro Operacional (-) Despesas não operacionais (+) Receitas não operacionais = Resultado antes da CSLL (-) Provisão para CSLL = Resultado antes do IR (-) Provisão para o IR (-) Participações = Resultado Líquido do Exercício É fundamental para resolução desta questão lembrar que as participações atribuídas a debenturistas e empregados são deduzidas da base de cálculo do IR e CSLL, ou seja: Base de cálculo IR e CSLL = Resultado antes do IR e CSLL – Participação dos Debenturistas– Participação dos Empregados Portanto nesta questão: Base de cálculo IR e CSLL = 70.000-3.500-3.000 = 63.500 IR e CSLL = 30% de 63.500 = 19.050 Fazendo a DRE temos:

Resultado ante do IR e do CSLL 70.000 (-) Provisão IR e CSLL (19.050) (-) Participação de Debenturistas (2.500) (-) Participação de Empregados (2.500) (-) Participação de Administradores (2.500) = Resultado Líquido do Exercício 41.950 Por fim, Reserva Legal = 5% do Resultado Líquido do Exercício Reserva Legal = 5% de 41.950,00 = R$ 2.097,50 Resposta correta letra D

16/11/2002 - Contabilidade – Contas do PL

Algumas contas do PL que podem gerar dúvida Vejam a questão abaixo do Auditor Fiscal do Piauí (ESAF-2001) 02- Dados os saldos abaixo discriminados, à data do balanço, determinar o valor do patrimônio líquido, de acordo com a Lei n o 6.404/76. (Valores em $)

Capital Social 600 Reserva Legal 80 Provisão para Contingências 60 Subvenção para Custeio 50 Reserva para Aumento de Capital 40 Ágio na Emissão de Ações 100 Ações em Tesouraria 30 Reavaliação de Ativos de Controladas 140 Reserva para Novos Investimentos 120 Reserva de Lucros a Realizar 90 a) 1.280 b) 1.200 c) 1.140 d) 1.000 e) 900 Resolução: Capital (PL credora) Reserva Legal (PL credora)

Provisão para Contingência – esta conta poderia confundir. Na verdade é uma provisão passiva mesmo, conta credora. Contempla basicamente o valor referente a litígios que a empresa está para perder na justiça e terá de pagar no período seguinte. Conforme sabemos a provisão deve ser contabilizada desde que a despesa tenha sido incorrida e seja possível estimar o seu valor, independente da legislação do IR. Portanto é conta de passivo. Subvenção para custeio – diferentemente da subvenção para investimento, que é reserva de capital, a subvenção para custeio é o valor que a empresa recebe como incentivo para melhorar sua situação financeira ou para reduzir o preço de seu produto. É contabilizada como receita. Reserva para Aumento de Capital – é reserva de lucros. Deve estar prevista no estatuto. Ágio na emissão de ações – reserva de capital Ações em Tesouraria – é conta retificadora de PL Reavaliação de Ativos de controladas – a empresa também deve contabilizar como reserva de reavaliação as reavaliações de ativos das suas controladas, de acordo com a sua participação, pois, de certa forma, ela possui participação no valor daquele ativo. Reserva para novos investimentos – é a reserva para planos de expansão ou para retenção de lucros (reserva de lucros) Reserva de lucros a realizar – é reserva de lucros. Assim, o PL da empresa ficou: Capital Social 600 Reserva Legal 80

Reserva para Aumento de Capital 40 Ágio na Emissão de Ações 100 Ações em Tesouraria (30) Reavaliação de Ativos de Controladas 140 Reserva para Novos Investimentos 120 Reserva de Lucros a Realizar 90 TOTAL 1.140 Resposta: Letra C

21/11/2002 - Contabilidade – Alienação de bens depreciados

Lançamento na alienação de bens depreciados Muito comum cair este tipo de questão. O lançamento pode variar um pouco. Vejam esta do Auditor Fiscal do Piauí (ESAF-2001) 07- Na alienação de um ativo imobilizado já depreciado em 80%, a empresa apurou prejuízo de $ 100. Assinale a opção que corresponde ao respectivo lançamento. a) D – Caixa 100 D – Resultado da Venda 200 D – Depreciação Acumulada 800 C – Custo da Venda 100

C – Custo do Bem 1.000 b) D – Receita da Venda 500 D – Depreciação Acumulada 1.600 C – Custo do Bem 2.000 C – Custo da Venda 100 c) D – Depreciação Acumulada 800 D – Caixa 300 C – Custo do Bem 1.000 C – Resultado da Venda 100 d) D – Custo da Venda 400 C – Caixa 100 C – Receita da Venda 300 e) D – Caixa 300 D – Resultado da Venda 100 C – Custo do Bem 400 Resolução: Reparem que nesta questão os valores variavam nas alternativas. Então sugiro fazermos uma análise das

alternativas. a) (Errada) Não faz sentido ter custo da venda e custo do bem. É uma coisa só. Representa a baixa do bem. Alem disso o resultado aparece como $200. b) (Errada) Não está nem creditando caixa. c) (Errada) Resultado positivo (lucro) de $100. d) (Errada) Está creditando caixa. Foi uma venda e não compra. e) (Correta) Representa um lançamento mais completo: D – Caixa 300 C – Receita não Operacional 300 D – Depreciação Acumulada 1.600 C – Bens do Imobilizado 1.600 D – Custo do Bem 400 C – Bens do Imobilizado 400 Por que isto? Bom, recebeu $300 pela venda. O custo de $400 corresponde ao bem já depreciado em 80%, ou seja, corresponde a 20% do valor do bem (X). Assim : 20% X = $400; X = $2.000 (valor original do bem)

80% X = 80% x $2.000 = $1.600 (valor da depreciação acumulada) valor contábil = $2.000 - $1.600 = $400. Resposta: Letra E

30/11/2002 - Contabilidade – Reserva Legal ACOMEX/98

(ANALISTACOMEX/ESAF/98) A firma "Chis" apresenta o seguinte patrimônio líquido: Capital Social R$ 30.000,00 Reservas de Subvenções p/Investimento R$ 1.300,00 Reserva de Ágio na Emissão de Ações R$ 2.000,00 Reserva Legal R$ 2.000,00 Reservas Estatutárias R$ 1.000,00 No exercício de 19X1 a empresa apurou um lucro líquido final (após o Imposto de Renda e as participações) no valor de R$ 76.000,00. Considerando-se as limitações impostas pela Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) podemos dizer que, para constituir a Reserva Legal no referido exercício, essa empresa a) poderá destinar R$ 3.700,00 b) deverá destinar R$ 3.700,00 c) deverá destinar R$ 3.800,00 d) deverá destinar R$ 4.000,00 e) poderá destinar R$ 4.000,00 Resolução: Esta questão enfatiza novamente o assunto “RESERVA LEGAL”, ao qual os alunos devem estar sempre atentos.

Primeiramente, devemos calcular o que eu chamo de “valor base” da reserva legal, que é de 5% do lucro líquido do exercício. Assim: valor base = 5% x $76.000,00 = $3.800,00 Em seguida devemos observar o limite obrigatório. Neste, o saldo da reserva legal após a constituição no exercício não poderá ultrapassar a 20 % do capital social (integralizado e corrigido). Assim: 20% x $30.000,00 = $6.000,00 Como a empresa já possuía $2.000,00 de saldo em reserva legal, com mais os $3.800,00 do período, chegaria a $5.800,00, portanto inferior aos $6.000,00 do limite obrigatório. Com relação ao limite opcional, a empresa poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo desta somado ao saldo das reservas de capital ultrapassar a 30% do capital social (também integralizado e corrigido). Assim: 30% X $30.000,00 = $9.000,00 Somando o saldo anterior da reserva legal com as reservas de capital: ($1.300,00 + $2.000,00 + $ 2.000,00) = $5.300,00 Só que o limite opcional é de $9.000,00, o que faz com que a empresa somente seja obrigada a constituir ($9.000,00 - $5.300,00 = $3.700,00) de reserva legal. Ela até poderia constituir os $3.800,00 (valor base), mas não é obrigada conforme o limite opcional, portanto a resposta correta é a letra A. Até a próxima! 04/12/2002 - Contabilidade - PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS

Este assunto é muito importante. O primeiro aspecto a ser considerado é que as participações nos lucros previstas no Estatuto da empresa são despesas do exercício, computadas na forma de ajustes ao final do exercício social. São valores atribuídos a terceiros, portanto não devem ser confundidas com os investimentos dos acionistas, que geram dividendos. As participações societárias devem ser registradas como despesas da empresa, antes da apuração final do resultado do exercício. Diz o artigo 189 da Lei das S.A. que: “Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda”. Portanto, apesar do texto legal, para efeito de contabilidade, consideramos o resultado do exercício somente aquele apurado após a dedução do imposto de renda e das participações. Assim, toma-se como base de cálculo das participações o lucro líquido obtido após o imposto de renda deduzido dos prejuízos acumulados de exercícios anteriores. Isto costuma causar confusão, pois para a obtenção do lucro real (base de cálculo do IR), devem ser deduzidas algumas participações, e para calcular as participações precisa-se saber o valor do IR. Utilizam-se fórmulas matemáticas e algoritmos para se chegar a estes valores. Para efeito de prova de contabilidade, normalmente o imposto de renda e as participações são dados em valores absolutos. As participações deverão então ser determinadas com base nos lucros que remanescerem após a dedução da participação anteriormente calculada, ou seja, a base de cálculo de uma participação é a base de cálculo da participação imediatamente anterior deduzida da participação anteriormente calculada. Além disso, deve-se deduzir do lucro após IR o valor dos prejuízos contábeis acumulados. O cálculo deve obedecer a seguinte ordem: 1) Debenturistas; 2) Empregados; 3) Administradores;

4) Partes Beneficiárias; 5) Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados. Exemplo: Considere os valores abaixo e calcule o valor das participações e o lucro líquido do exercício. Lucro antes IR 200.000 Provisão para IR 40.000 Depreciação do Período 250.000 Prejuízos Acumulados 10.000 Participações Debenturistas 5% Administradores 10% Empregados 8% Destinações Reserva de Contingência 10% Dividendos 40% Para obtermos a base de cálculo da primeira participação devemos deduzir, além do IR, os prejuízos acumulados de exercícios anteriores. Assim: Lucro antes IR 200.000 (-) Provisão para IR (40.000) (=) Lucro após IR 160.000 (-) Prejuízos Acumulados (10.000) (=) Base de cálculo dos Debenturistas 150.000 A participação de debenturistas será então de: 5% x $150.000 = $7.500 Base de cálculo dos Debenturistas 150.000 (-) Participação Debenturistas (7.500) (=) Base de Cálculo Empregados 142.500

A participação dos empregados é: 8% x $142.500 = $11.400 Base de Cálculo Empregados 142.500

(-) Participação Empregados (11.400) (=) Base de Cálculo Administradores 131.100 A participação dos administradores será: 10% x $131.100 = $13.110 Assim o lucro do exercício será: Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Lucro após IR 160.000 (-) Participação Debenturistas (7.500) (-) Participação Empregados (11.400) (-) Participação Administradores (13.110) (=) Lucro Líquido do Exercício 127.990 Reparem que os prejuízos acumulados somente entraram no cálculo das participações, e não no resultado do exercício.

09/12/2002 - Custos - Aula 2: Classificação dos Custos

Pessoal, hoje vamos tentar retomar aquela aulinha inaugural de custos lá de trás (ponto 38) para iniciarmos um trabalho desde o nível zero na matéria CONTABILIDADE DE CUSTOS. A minha idéia é ir avançando gradativamente, bem devagar. Serve aos alunos que estão começando, assim como àqueles que não estão muito firmes na matéria, que têm caído em tudo o que é concurso, juntamente com a Contabilidade Geral (vide INSS). Vimos uma introdução com os conceitos de custos, despesas, perdas, desembolso. Lembram? Em caso negativo, voltem lá antes (ponto 38) e consultem. Hoje vamos ver a CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Os custos podem ser classificados em relação à apropriação aos produtos fabricados ou aos níveis de produção. É o que se chama de enfoque econômico ou enfoque contábil.

Vamos ver cada um deles: A) Em relação aos produtos fabricados (enfoque contábil): A.1) Custos Diretos: são aqueles que possuem condições de verificação objetiva de seu consumo na fabricação dos produtos. Possuem uma medida precisa na composição da unidade fabricada. Sendo assim, são apropriados diretamente a estes produtos. Exemplos: - Matéria-prima; - Mão-de-obra direta (salário dos operários); - Material para embalagem; - Materiais Secundários; - Depreciação de máquinas (*); - Energia elétrica (*). (*) Estes dois itens somente serão considerados custos diretos quando utilizados para produção de apenas um tipo de produto, ou quando for possível a identificação da sua utilização para cada produto; A.2) Custos Indiretos: são aqueles que dependem de cálculos ou rateios para serem apropriados a cada produto. Exemplos: - Depreciação de equipamentos utilizados na fabricação de mais de um produto; - Salários dos gerentes de produção; - Aluguéis, impostos e manutenção da fábrica; - Energia elétrica que não possa ser associada a cada produto; - Materiais Indiretos. OBS: i) Caso a empresa fabrique apenas um tipo de produto,

todos os seus custos são considerados diretos. ii) Há custos que seriam diretos por natureza, mas pelo seu pequeno valor não compensa associá-lo diretamente ao produto e portanto são tratados como custos indiretos. Ex: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis B) Em relação aos níveis de produção (enfoque econômico): B.1) Custos Fixos: são aqueles que não variam independentemente da quantidade de produtos fabricada. Portanto são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar no tempo. Exemplo: Aluguel e IPTU da fábrica; B.2) Custos Variáveis: são aqueles cujos valores se alteram em função do ritmo de produção da fábrica. Exemplos: - Matéria-prima consumida; - Materiais indiretos consumidos; - Gastos com hora extra na produção; - Depreciação acelerada. B.3) Custos Semivariáveis: são aqueles que variam de acordo com o nível de produção porém possuem uma parcela fixa, mesmo que nenhuma unidade seja produzida. Ex: Conta de energia elétrica que possui uma taxa mínima, mesmo que a produção fique parada. B.4) Custos Semifixos ou custos por degrau: são custos fixos dentro de uma determinada faixa de produção, mas que variam caso haja uma mudança de faixa. Ex: Quantidade de supervisores de produção necessária em função da quantidade produzida. Volume de Produção Quantidade de Supervisores Custo(R$) 0 – 10.000 1

150.000,00 10.001 – 20.000 2 300.000,00 20.001 – 30.000 3 450.000,00 30.001 – 40.000 4 600.000,00 OBS: O enquadramento dos custos em semifixos ou semivariáveis é muito sutil e o normal em concursos é se exigir o conhecimento de custos fixos e variáveis. Continuaremos na próxima aula com os custos de produção do período .... Um abraço.

12/12/2002 - Custos - Aula 3: O Custo de Produção do Período

Contabilidade de Custos Aula 3: Custo de Produção do Período Devemos sempre atentar para o fato de que sob o aspecto contábil a despesa reduz de imediato o patrimônio líquido, enquanto o custo primeiramente é ativado em uma conta de ativo circulante, para somente reduzir o patrimônio líquido no momento da venda do produto. CUSTO DE PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP): é a totalidade de custos incorridos na produção durante determinado período de tempo. É composto por três elementos: materiais diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação. i) Materiais Diretos Consumidos (MD) – referem-se a todo

material que se integra ao produto acabado e que possa ser incluído diretamente no cálculo do custo do produto. É o caso da madeira nos móveis ou do tecido nas camisas. Portanto, são considerados materiais diretos: - Matéria-Prima; - Insumos Secundários; - Material de Embalagem ii) Mão-de-Obra Direta (MOD) – é o custo de qualquer trabalho executado no produto alterando a forma e natureza do material de que se compõe. Inclui o gasto total (salários + encargos) com a mão-de-obra apropriável diretamente ao produto. iii) Custo Indireto de Fabricação (CIF) ou Gastos Gerais de Fabricação ou Despesas Indiretas de Fabricação – são os outros demais custos necessários à operação da fábrica, porém genéricos demais para serem lançados diretamente aos produtos. É o caso de: - Materiais Indiretos; - Mão-de-Obra indireta; - Energia Elétrica; - Seguro e Aluguel da Fábrica; - Depreciação de Máquinas; Assim, o custo de produção do período pode ser obtido pela fórmula: CPP = MD + MOD + CIF CUSTO PRIMÁRIO (CP) – é o custo da matéria-prima mais o custo da mão-de-obra direta CP = MD + MOD OBS: Alguns autores também chamam o custo primário de custo direto, por somente possuir custos diretos. Porém, sabemos que, caso a empresa produza somente um tipo de produto, todos os seus custos serão diretos, e portanto não

valeria a igualdade entre custo direto e custo primário. CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO (CT) – representa o gasto para transformar a matéria-prima utilizada no produto final CT = MOD + CIF PRODUÇÃO CONJUNTA Este tipo de produção caracteriza-se por um fluxo comum de produção até certo ponto, denominado ponto de cisão - e do qual resultam vários produtos daí por diante. CO-PRODUTOS OU PRODUTOS CONJUNTOS São obtidos através do mesmo processo produtivo (produção conjunta). O faturamento de todos eles é considerado significativo para a empresa. Também são considerados produtos principais. Ex: Os diferentes cortes de carne, tais como filé-mignon, alcatra, contra-filé, maminha, costela etc. SUBPRODUTOS São resultantes do mesmo processo produtivo, porém com faturamento não significativo para a empresa, comparando com a receita dos produtos principais, embora sua venda seja considerada praticamente certa. Ex: cascos, chifres e ossos do boi. SUCATAS OU RESÍDUOS São as sobras do processo produtivo, devido à natureza da matéria-prima (metal, madeira, plásticos, fibras), resultante de quebras, estoque obsoleto, peças defeituosas etc. Em seu estado normal, não possuem mercado garantido. Sua venda é considerada bastante incerta. Até a próxima!

16/12/2002 - Custos - Aula 4: Exercícios de Fixação

Contabilidade de Custos Aula 4: Exercícios de Fixação Pessoal, hoje vamos fazer alguns exercícios de fixação, bem devagarinho, para aqueles que já acompanharam as minhas 3 primeiras aulas de Custos. E as respostas já serão dadas logo a seguir e comentadas, para que o aluno não precise ficar esperando pela próxima aula para corrigir seus exercícios e testar seus conhecimentos, uma vez que uma das piores coisas em matéria de estudo é exercício sem resposta! 1) Nas assertivas abaixo, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F) 1. ( ) Todos os custos apropriados aos produtos passam a ser despesas no momento em que são vendidos. 2. ( ) A perda é o gasto intencional decorrente de fatores internos ou externos à produção. 3. ( ) O gasto sempre implica desembolso, seja um custo ou uma despesa. 4. ( ) A matéria-prima adquirida pela empresa industrial transforma-se em custo somente no momento da sua requisição pela produção. 5. ( ) O sistema de custos não integrado à escrituração comercial é a forma mais eficiente de as empresas controlarem seus estoques. 2) Dados os valores abaixo apurados pela Indústria de móveis Missagia S.A., que produz vários tipos de móveis, no mês de novembro de 20X2, calcule respectivamente o custo primário, o custo de produção, e o custo de transformação.

a - Energia Elétrica: 15.000,00 b - Salários dos supervisores: 45.000,00 c - Madeira: 300.000,00 d - Salários dos operários: 150.000,00 e – Lixas: 2.000,00 f – Depreciação de máquinas: 20.000,00 GABARITO COMENTADO Questão 1 1. (V) A apropriação ao resultado dos custos somente é efetuada no momento da venda dos mesmos, e isso é que diferencia o custo da despesa. 2. (F) Perda é gasto não intencional, mas a segunda parte está correta, pois a mesma pode se dar por fatores internos ou externos ao sistema produtivo. 3. (F) O gasto pode implicar desembolso ou não, já que o desembolso pode ser antecipado, à vista ou postecipado com relação à efetivação do gasto. 4. (V) A matéria-prima, assim como os demais insumos adquiridos pela indústria, enquanto não utilizados são considerados como investimento (ativo), passando a ter tratamento de custo no momento em que requisitada pela produção. 5. (F) Somente um sistema de custos integrado à Contabilidade Comercial é que permite o fornecimento rápido do valor dos estoques, o controle permanente do mesmo e a utilização do método do preço médio. Questão 2 Em primeiro lugar, relembremos as siglas e fórmulas dos custos: MOD = Mão-de-Obra Direta MD = Materiais Diretos

CIF = Custos Indiretos de Fabricação Custo Primário (CP) = MD + MOD Custo de Transformação (CT) = MOD + CIF Custo de Produção do Período (CPP) = MD + MOD + CIF Assim, MD = (c) + (e) = 300.000,00 + 2.000,00 = 302.000,00 MOD = (d) = 150.000,00 CIF = (a) + (b) + (f) = 15.000,00 + 45.000,00 + 20.000,00 = 80.000,00 CP = MD + MOD = 302.000,00 + 150.000,00 = 452.000,00 CT = MOD + CIF = 150.000,00 + 80.000,00 = 230.000,00 CPP = MD + MOD + CIF = 302.000,00 + 150.000,00 + 80.000,00 = 532.000,00 É isso aí por hoje. Continuem firmes pois vem mais concursos em 2003!!! Abraço. Luiz

31/12/2002 - Custos – Aula 5: O custeio por Absorção

SISTEMAS DE CUSTEIO Na Contabilidade de Custos temos vários tipos de sistemas de custeio. Alguns autores preferem chamar de métodos de apropriação de custos, que seria sinônimo de custeio. Apropriação de custos é a maneira pela qual o custo de produção é atribuído ao produto. Aqui vamos analisar os dois principais e mais utilizados: o custeio variável e o custeio por absorção.

CUSTEIO POR ABSORÇÃO É o processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os custos incorridos em cada fase da produção, independentemente de serem eles fixos ou variáveis. Um custo é absorvido quando for atribuído a um produto ou unidade da produção, de maneira que o Custo dos Produtos Vendidos ou os Estoques Finais absorverão a totalidade dos custos do período. É o método mais utilizado em nosso país, inclusive por ser aceito e permitido pela legislação fiscal, quando da apuração do resultado das pessoas jurídicas. Na Demonstração do Resultado do Exercício quando se utiliza o Custeio por Absorção tem-se o seguinte esquema: VENDAS BRUTAS (-) DEDUÇÕES DE VENDAS Vendas Canceladas Abatimentos e Desc. Incondicionais Concedidos Tributos sobre Vendas (=) VENDAS LÍQUIDAS (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (=) RESULTADO INDUSTRIAL (-) DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO

(*) No Custeio por Absorção, o CPV contém a totalidade dos custos, sejam eles fixos e variáveis. Reparem então que a característica deste método é que o custo de produção é totalmente absorvido pelo CPV ou pelos estoques finais, conforme veremos em exemplo mais adiante. EXEMPLO: A empresa industrial FABRIKA TUTO LTDA produziu 10.000 unidades no período, totalmente acabadas. Sabendo que não havia estoques iniciais de produtos acabados e de produtos em elaboração, que a empresa vendeu 7.000 unidades a R$ 5,00 cada uma e também o seguinte: Custos Variáveis (CV) R$ 22.000,00 Custos Fixos (CF) R$ 8.000,00 Despesas Variáveis (DV) R$ 4.000,00 Despesas Fixas (DF) R$ 5.000,00 Elabore a DRE pelo método do custeio por absorção: CUSTEIO POR ABSORÇÃO: Custo de Produção do Período (CPP): Como estamos utilizando o método de custeio por absorção, todos os custos são computados (absorvidos) pelos produtos no período, tanto os custos fixos quanto os

variáveis. Assim: CPP = CF + CV = 22.000 + 8.000 = 30.000 Custo dos Produtos Vendidos (CPV): Para calcularmos o Custo dos Produtos Vendidos devemos fazer uma regra de três simples ou encontrar primeiramente o valor do custo unitário, que é igual ao custo total dividido pelo número de unidades produzidas. Assim: Custo Unitário = $30.000 / 10.000,00 = $3,00 O CPV então é o custo de cada unidade multiplicado pela quantidade vendida: CPV = 7.000 x $3,00 = $21.000,00 A Demonstração do Resultado do Exercício no método da absorção ficará assim: DRE VENDAS 35.000,00 (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (21.000,00) (=) RESULTADO INDUSTRIAL 14.000,00 (-) DESPESAS FIXAS E VARIÁVEIS (9.000,00) (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 5.000,00

Na próxima aula resolveremos o mesmo exercício pelo método do custeio variável, e em seguida iremos estabelecer um comparativo entre ambos

01/01/2003 - Custos – Aula 6: O Custeio Variável

CUSTEIO VARIÁVEL Também conhecido como Custeio Direto, consiste em considerar como Custo de Produção do Período somente os custos variáveis incorridos. Os custos fixos, por sua vez, serão tratados como Despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. É o método indicado quando se emprega a contabilidade de custos no processo de tomada de decisões. Este método não é aceito pela legislação fiscal. Sendo assim, haverá uma diferença em relação ao Custeio por Absorção na apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício. No custeio direto, surge o conceito de Margem de Contribuição, que é a diferença entre as Vendas Líquidas e a soma do Custo dos Produtos Vendidos (que só contém custos variáveis), com as Despesas Variáveis (administrativas e de vendas). Deduzindo-se desta os Custos Fixos e as Despesas Fixas, obtém-se o Lucro Operacional Líquido. Isto porque quando se trabalha com custos para tomada de decisões não se faz a separação entre custos e despesas. Esta somente é efetuada quando se utiliza o custo para apuração do resultado (custeio por absorção). Vejam o esquema abaixo: VENDAS BRUTAS (-) DEDUÇÕES DE VENDAS Vendas Canceladas

Abatimentos e Desc. Incondicionais Concedidos Tributos sobre Vendas (=) VENDAS LÍQUIDAS (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (-) DESPESAS VARIÁVEIS (=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (-) DESPESAS E CUSTOS FIXOS (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (*) No Custeio Direto, o CPV somente contém custos variáveis. EXEMPLO: Vamos resolver agora o mesmo exercício da aula passada só que utilizaremos o custeio variável. A empresa industrial FABRIKA TUTO LTDA produziu 10.000 unidades no período, totalmente acabadas. Sabendo que não havia estoques iniciais de produtos acabados e de produtos em elaboração, que a empresa vendeu 7.000 unidades a R$ 5,00 cada uma e também o seguinte: Custos Variáveis (CV) R$ 22.000,00 Custos Fixos (CF) R$ 8.000,00 Despesas Variáveis (DV) R$ 4.000,00 Despesas Fixas (DF) R$ 5.000,00

Elabore a DRE pelo método do custeio direto (ou variável): CUSTEIO VARIÁVEL: CPP = $22.000,00 = CV (somente custos variáveis) Custo Unitário = $22.000,00 / 10.000 = $2,20 CPV = 7.000 x $2,20 = $15.400,00 DRE VENDAS BRUTAS 35.000,00 (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (*) (15.400,00) (-) DESPESAS VARIÁVEIS (4.000,00) (=) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 15.600,00 (-) DESPESAS E CUSTOS FIXOS (13.000,00) (=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO 2.600,00 Vantagens e Desvantagens do Custeio Variável 1) Impede que aumentos de produção que não correspondam a aumentos de vendas distorçam o resultado (vantagem). Basta imaginar uma elevação na produção (de 10.000 para 16.000 unidades), mantendo-se a quantidade vendida, e ver que o lucro no custeio variável permanece o mesmo. Já no custeio por absorção o lucro iria aumentar, pois o custo unitário seria reduzido. 2) Torna o critério mais objetivo, escapando da

subjetividade do rateio dos CIF (vantagem). Para saber qual o produto mais lucrativo ou se vale a pena incrementar a produção para vender a outro cliente, bastaria se verificar a margem de contribuição. Por isto é mais útil para a tomada de decisões na empresa. 3) Nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da variável (desvantagem). O custeio variável não é aceito pela auditoria externa das empresas de capital aberto e nem pela legislação do IR (desvantagem), visto que não obedece ao Princípio da Competência. Este princípio estabelece que os custos associados aos produtos só podem ser reconhecidos no resultado à medida que estes são vendidos. Isto porque somente quando reconhecida a receita (na venda) é que devem ser deduzidos todos os sacrifícios necessários à sua obtenção (Custos e Despesas). Como o Custeio Variável admite que todos os custos fixos sejam deduzidos do resultado, mesmo que nem todos os produtos tenham sido vendidos, ele violaria tais princípios. Um FELIZ ANO NOVO a todos!!!! Até a próxima!!!

24/02/2003 - Contabilidade - Questão de Operação com Mercadorias

Questão de Operação com Mercadorias (ANALISTA COMÉRCIO EXTERIOR/ESAF/98) A Industrial & Cia. emitiu a seguinte nota fiscal de venda a prazo de um lote de produtos: 200 marretas de bater pneus, tamanho médio, a R$ 8,00, cada uma R$ 1.600,00 Despesa com o transporte e seguro do produto até a loja do comprador R$ 50,00

IPI (Imposto s/Produtos Industrializados) R$ 165,00 Total da nota fiscal R$ 1.815,00 ICMS (Já incluído no preço) R$ 245,00 O comprador dessa mercadoria, a empresa Comercial Ltda., adota o sistema de inventário permanente e mandou fazer a contabilização dessa partida de compra através do seguinte lançamento contábil, que está correto: a) Estoque de Mercadorias a Fornecedores 1.815,00 b) Diversos a Fornecedores Estoque de Mercadorias 1.355,00 Contas Correntes - ICMS 245,00 Contas Correntes - IPI 165,00 Despesa de Frete 50,00 1.815,00 c) Diversos a Fornecedores Estoque de Mercadorias 1.570,00 Contas Correntes - ICMS 245,00 1.815,00 d) Diversos a Fornecedores Estoque de Mercadorias 1.405,00 Contas Correntes - ICMS 245,00 Contas Correntes - IPI 165,00 1.815,00 e) Diversos

a Fornecedores Compra de Mercadorias 1.570,00 Contas Correntes - ICMS 245,00 1.815,00 Solução: Bom, vamos à análise da Nota Fiscal. Lembrem-se de que o frete, quando suportado pelo comprador e não incluído na Nota, deve ser considerado como custo da mercadoria. Como o comprador é empresa comercial, deve considerar o IPI como custo, não podendo compensar o mesmo, ou seja, não utiliza a conta "IPI a Recuperar" ou "IPI Conta-Corrente", podendo recuperar somente o ICMS na aquisição. ICMS Conta-Corrente é a conta que recebe o ICMS a Recuperar como débito é o ICMS a Recolher como crédito. Ao final do período pode ter saldo devedor (valor a compensar), ficando no ativo, ou saldo credor (valor a pagar), permanecendo no passivo. 200 marretas de bater pneus, tamanho médio, a R$ 8,00, cada uma R$ 1.600,00 Despesa com o transporte e seguro do produto até a loja do comprador R$ 50,00 IPI (Imposto s/Produtos Industrializados) R$ 165,00 Total da nota fiscal R$ 1.815,00 ICMS (Já incluído no preço) R$ 245,00 Valor da Mercadoria = 200 x $8,00 = $1.600,00 (+) Frete = $50,00 (+) IPI = $165,00

(=) Total da Nota = $1.815,00 O ICMS de $245,00 já está incluído no preço da mercadoria, pois é um imposto calculado por dentro. O valor a ser creditado em Fornecedores (ou Caixa se fosse pagamento à vista) é SEMPRE o total da Nota, no caso $1.815,00. O valor do ICMS de $245,00 poderá ser compensado, portanto será lançado a débito de ICMS Conta-Corrente (ou ICMS a Recuperar) Conforme ensinado em nossa apostila (e futuro livro), a diferença ($1.815,00 - $245,00 = $1.570,00) deve ser lançada na conta de estoques. Como o inventário é permanente, a conta é "Estoque de Mercadorias". Não se utiliza a conta "Compras" neste sistema. O valor do IPI e do frete já estão computados como custo nestes $1.570,00. O lançamento na empresa adquirente, que é uma comercial, fica assim: D - Estoque de Mercadorias R$ 1.570,00 D - ICMS Conta-Corrente R$245,00 C - Fornecedores R$1.815,00 Resposta: Letra C

Até a próxima!!!

27/02/2003 - Contabilidade - Questão do AFC/2002: Distribuição de Resultados

Distribuição de Resultado. Esta foi uma questão do AFC-ESAF/2002, enviada por uma aluna de Campinas. Ao encerrar o resultado do exercício de 2001 a Cia. De Sal & Sol apurou um lucro de R$ 85.000,00, após fazer as provisões para o imposto de renda e para a contribuição

social sobre o lucro. A empresa deverá mandar contabilizar a destinação desse lucro para: - participações estatutárias no valor de R$ 5.000,00 - reservas estatutárias no valor de 10% sobre o lucro - reserva legal no valor de R$ 4.000,00 - dividendo mínimo obrigatório sobre o lucro no valor de R$ 20.000,00. Com base nas informações acima, pode-se afirmar que o valor destinado às reservas estatutárias deverá ser de: a) R$ 5.600.00 b)R$ 6.000,00 c)R$ 7.600,00 d)R$ 8.000,00 e) R$ 8.500,00 Resolução Esta questão envolve a velha discussão do que é destinação do resultado e do que é despesa do exercício. Pela Lei das S.A., o lucro líquido do exercício é aquele obtido após deduzir IR e Participações, que são consideradas despesas do exercício. Dividendos e Reservas de lucros seriam destinações do resultado líquido, mas volta e meia a ESAF utiliza o termo destinações englobando IR, Participações, Dividendos e Reservas, enfim, misturando tudo. Bom, importante ressaltar que na questão, fora as reservas estatutárias, as demais destinações já possuem um valor definido, portanto não há que se discutir sobre isso. Do lucro remanescente de $85.000,00, primeiramente se deduzem as participações estatutárias de $5.000,00, já que o IR já foi descontado, conforme o enunciado, chegando-se ao valor de $80.000,00, que seria então o lucro líquido do exercício. O que a ESAF considerou foi que a constituição dos

dividendos é prioritária à destinação para a reserva estatutária. Isto se aplica para quando não houver lucro suficiente para todas as destinações previstas. A forma de cálculo da reserva estatutária, ou seja, a base de cálculo sobre a qual se aplicam os 10% é definida no estatuto da empresa. Como a questão não falou nada sobre isso, seria sobre o lucro líquido mesmo, de $80.000,00. Neste caso, o seu valor seria 10% de $80.000,00 = $8.000,00, e a resposta seria letra D. Mas a ESAF deduziu da base de cálculo da reserva os $20.000,00 dos dividendos, chegando ao valor de $60.000,00 e aplicando os 10% para chegar na resposta do gabarito, a letra B ($6.000,00). Considero que a questão deveria ter sido anulada. Um abraço. Luiz

10/03/2003 - Contabilidade - Operação com Mercadorias - PEPS

PEPS / UEPS Vejam a questão 09 do TRF/2002-2 Alguns alunos ainda reclamam desta questão da ESAF com gabarito errado 09- A firma Pétrea Ltda. promoveu o movimento de entradas e saídas de mercadorias, isentas de tributação, na forma como segue: existência anterior de 1.000 unidades ao custo unitário de R$ 20,00; compra a vista de 1.500 unidades ao preço unitário de R$ 30,00; venda a vista de 2.000 unidades ao preço unitário de R$ 25,00;

compra a prazo de 500 unidades ao preço unitário de R$ 35,00. Nessa ordem, no fim do período considerado, a empresa terá um estoque de mercadorias no valor a) R$ 27.500,00 se trabalhar com o critério Preço Médio. b) R$ 27.500,00 se trabalhar com o critério UEPS. c) R$ 30.500,00 se trabalhar com o critério PEPS. d) R$ 20.000,00 se trabalhar com o critério PEPS. e) R$ 20.000,00 se trabalhar com o critério UEPS. Resolução: Esta questão do TRF 2002-2 deu problema e o prof. Velter a resolveu pelo método UEPS. Vejam agora no método PEPS Estoque Inicial: Lote 1: 1.000 unid x $20,00 = $20.000,00 Após a compra 1, ficamos com: Lote 1: 1.000 unid x $20,00 = $20.000,00 Lote 2: 1.500 unid. x $30,00 = $45.000,00 Vendendo-se 2.000 unidades, pelo método PEPS, sairiam 1.000 unidades do lote 1 e 1.000 unidades do lote 2, restando em estoque:

Lote 2: 500 unid. x $30,00 = $15.000,00 Após a compra 2, ficaria em estoque: Lote 2: 500 unid. x $30,00 = $15.000,00 Lote 3: 500 unid x $35,00 = $17.500,00 Total (saldo em estoque pelo método PEPS) = $32.500,00 A resposta correta é a letra B (apesar de o gabarito ter marcado C). Vejam a resolução UEPS na aula 65 do prof. Velter. Um abraço. Luiz

11/03/2003 - Contabilidade - Regime de Caixa (I)

Questão tirada do Concurso para Técnico da Receita Federal 2000 que envolve regime de caixa e de competência 62- Ao inventariar sua riqueza de acordo com o regime contábil de caixa, os proprietários concluíram que, hoje, sua firma possui débitos no valor de R$ 190.000,00, créditos no valor de R$ 180.000,00, um capital registrado e todo integralizado no valor de R$ 80.000,00, além de diversos bens no valor de R$ 100.000,00. Foi também apurada a existência de R$ 1.000,00 de receitas já ganhas mas ainda não quitadas; de R$ 1.300,00 de despesas quitadas antecipadamente; de uma conta de energia elétrica no valor de R$ 2.000,00 vencida e não paga; além da expectativa de perda da ordem de 1% no recebimento de letras com valor nominal de R$ 50.000,00. Ao demonstrar o patrimônio acima indicado, contabilizando-o segundo os princípios contábeis da Prudência e da Competência de Exercícios, essa empresa vai evidenciar no

grupo Patrimônio Líquido um lucro acumulado no valor de a) R$ 9.800,00 b) R$ 7.200,00 c) R$ 10.000,00 d) R$ 27.200,00 e) R$ 30.000,00 Resolução: Srs., lembramos que esta questão está resolvida também em nossa e-apostila de 100 questões de contabilidade. Vamos lá: De acordo com o Regime de Caixa, que se opõe ao Regime de Competência, as despesas devem ser lançadas somente quando pagas e as receitas quando efetivamente recebidas. O que vale é o desembolso, ou seja, PAGOU, É DESPESA, RECEBEU É RECEITA (Isso no REGIME DE CAIXA!!!). Assim, temos na questão: $190.000,00 de débitos (despesas) e $180.000,00 de créditos (receitas), totalizando um resultado negativo pelo regime de caixa no valor de $ 10.000. Como temos $100.000,00 em bens e $80.000,00 no capital, de acordo com a equação fundamental do patrimônio: A = P + Capital + Lucros Acumulados (LPA) 100.000 = 80.000 + LPA LPA = 20.000 (antes da apuração do resultado) O resultado do período foi um prejuízo de $ 10.000. Agora devemos ajustar o lucro (prejuízo) aos Princípios da prudencia e competência, registrando tudo o que não foi registrado no regime de caixa, e estornando aquilo que não deveria ter sido registrado, da seguinte forma: Operação Reduçao Aumento Receitas já ganhas não quitadas 1.000

Despesas antecipadas 1.300 Conta de energia vencida 2.000 Expectativa de Perda 500 Totais 2.500 2.300 Ajuste negativo 200 Efetuando o ajuste do resultado temos que: RLE = -10.000 - 200 = - 10.200 Assim, o lucro acumulado após a contabilizaçao do resultado ajustado (-10.200) ficará em: Lucro Acumulado = 20.000 - 10.200 = 9.800 Resposta: Letra A Até a próxima!!!

13/03/2003 - Contabilidade - Reserva legal (De novo!!!)

Reserva Legal Contabilidade – Reserva Legal

Questão do concurso ACOMEX/98(ANALISTACOMEX/ESAF/98): A firma "Chis" apresenta o seguinte patrimônio líquido: Capital Social R$ 30.000,00 Reservas de Subvenções p/Investimento R$ 1.300,00 Reserva de Ágio na Emissão de Ações R$ 2.000,00 Reserva Legal R$ 2.000,00

Reservas Estatutárias R$ 1.000,00 No exercício de 19X1 a empresa apurou um lucro líquido final (após o Imposto de Renda e as participações) no valor de R$ 76.000,00. Considerando-se as limitações impostas pela Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) podemos dizer que, para constituir a Reserva Legal no referido exercício, essa empresa a) poderá destinar R$ 3.700,00 b) deverá destinar R$ 3.700,00 c) deverá destinar R$ 3.800,00 d) deverá destinar R$ 4.000,00 e) poderá destinar R$ 4.000,00 Resolução: Esta questão enfatiza novamente o assunto “RESERVA LEGAL”, ao qual os alunos devem estar sempre atentos. Primeiramente, devemos calcular o que eu chamo de “valor base” da reserva legal, que é de 5% do lucro líquido do exercício. Pessoal, este é o valor da reserva legal!!! Os limites apenas determinam um teto que não pode ser ultrapassado (limite obrigatório), e um teto opcional, que pode não ser ultrapassado (limite opcional). Assim:valor base = 5% x $76.000,00 = $3.800,00 Em seguida devemos observar o limite obrigatório. Neste, o saldo da reserva legal após a constituição no exercício não poderá ultrapassar a 20 % do capital social (integralizado e corrigido). Assim:20% x $30.000,00 = $6.000,00. Como a empresa já possuía $2.000,00 de saldo em reserva legal, com mais os $3.800,00 do período, chegaria a $5.800,00, portanto inferior aos $6.000,00 do limite obrigatório. Vejam bem, o limite obrigatório é teto! Eu não devo (e nem posso) complementar a reserva legal até este limite. Se ele não foi atingido, tudo bem. O valor ainda permanece $3.800,00, não tenho que constituir mais nada além disso!

Com relação ao limite opcional, a empresa poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo desta somado ao saldo das reservas de capital ultrapassar a 30% do capital social (também integralizado e corrigido). Assim:30% X $30.000,00 = $9.000,00. Somando o saldo anterior da reserva legal com as reservas de capital:($1.300,00 + $2.000,00 + $ 2.000,00) = $5.300,00. Só que o limite opcional é de $9.000,00, o que faz com que a empresa somente seja obrigada a constituir ($9.000,00 - $5.300,00 = $3.700,00) de reserva legal. Ela até poderia constituir os $3.800,00 (valor base), mas não é obrigada conforme o limite opcional, portanto a resposta correta é a letra A. A resposta completa seria um valor a ser destinado entre $3.700,00 e $3.800,00. Cuidado com o poderá e deverá! Até a próxima!

17/03/2003 - Contabilidade - Regime de Caixa (II)

Regime de Caixa Questão: A comercia ldo. ao levantar sua riqueza segundo o regime de caixa, apurou um capital registrado e realizado no valor de R$ 63.000, débitos no total de R$ 35.000, e créditos no valor de R$ 38.000, e mais bens no valor de R$ 51.000. Além disso foram apuradas: R$ 1200,00 de receitas recebidas e não ganhas R$ 700,00 de receitas ganhas e não recebidas R$ 400,00 de despesas pagas e não incorridas e R$ 900,00 de despesas incorridas e não pagas. Também existe uma expectativa de perda com clientes na ordem de 2% sendo o valor de clientes de R$ 15.000,00 Assim, se a empresa contabilizasse seu patrimônio observando os princípios da competência e da prudência, o saldo da conta lucros ou prejuízos acumulados seria de : a) credor de R$ 11.000,00

b) devedor de R$ 10.500,00 c) credor de R$ 10.500,00 d) devedor de R$ 10.300,00 e) credor de R$ 9.600,00 Resolução: È muito comum a ESAF cobrar questões deste tipo, sobre o regime de caixa. Relembrando, o regime de caixa é aquele em que se registram as receitas quando recebidas e as despesas quando pagas. O ponto mais importante na questão é a montagem da equação fundamental do patrimônio. Assim, cuidado com a nomenclatura utilizada: Bens= R$51.000,00 Créditos = Ativo (A - Duplicatas a Receber, Clientes etc.) = R$38.000,00 Débitos =Passivo (P -Duplicatas a pagar, impostos a pagar etc.) = R$35.000,00 Capital (C) = R$63.000,00 Para fechar a equação do patrimônio temos que: Ativo - Passivo = Patrimônio Líquido (PL) Onde Patrimônio Líquido = Capital +/- Lucros ou Prejuízos Acumulados + Reservas Ativo = bens + direitos (créditos) = 51.000,00 + 38.000,00 = 89.000,00 A questão não fala em reservas, que possui portanto o valor nulo. Vamos chamar os Lucros ou Prejuízos Acumulados de LPA A = P + PL A = P + C + LPA 51.000 + 38.000 = 35.000 + 63.000 + LPA LPA = 89.000 - 98.000 = - 9.000,00 (Isto identifica um prejuízo acumulado de R$9.000,00) Agora devemos proceder aos ajustes para o regime de

competência: 1) R$ 1200,00 de receitas recebidas e não ganhas: debitar de LPA, pois no regime de competência esta receita ainda não foi ganha e não deve ser contabilizada 2) R$ 700,00 de receitas ganhas e não recebidas: deve ser creditado à LPA, pois não foi registrada no regime de caixa, mas deve ser no de competência 3) R$ 400,00 de despesas pagas e não incorridas: creditar a LPA, como um estorno, pois foi registrada no regime de caixa, mas não foi incorrida 4) R$ 900,00 de despesas incorridas e não pagas: debitar de LPA, pois não foi registrada no regime de caixa 5) Contabilizar a provisão para devedores duvidosos, não contabilizada no regime de caixa, à base de: 2% x $15.000,00 = $300,00 (debitar, pois é uma despesa) Assim, ficamos com o seguinte valor em LPA, partindo dos R$9.000,00 devedor (sinal negativo): LPA = - 9.000,00 - 1.200,00 + 700,00 + 400,00 - 900,00 - 300,00 = - 10.300,00 (o sinal negativo representa o saldo devedor) Resposta: letra D

19/03/2003 - Contabilidade - Questão 37 ACOMEX/2002

ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR/2002 Questão 37- A empresa Investmuito S/A é possuidora do seguinte investimento em ações: 1.000 ações emitidas pela empresa Alfa; 20.000 ações emitidas pela empresa Beta; 10.000 ações emitidas pela empresa Celta. As ações foram adquiridas indistintamente a R$ 10,00 cada

uma, sendo que as emitidas por Alfa são investimentos temporários para revender; as de Beta caracterizam coligação acionária avaliada por equivalência patrimonial; e as de Celta são investimentos permanentes, mas não são relevantes. No encerramento do exercício social as apurações dão conta de que as ações possuídas por Investmuito S/A mantêm, igualmente, o valor de cotação de R$ 8,00 por ação e o valor patrimonial unitário de R$ 12,00. Com base nas informações acima, podemos dizer que, no balanço patrimonial de fim de exercício, o valor contábil do investimento citado deverá ser a) R$ 372.000,00 b) R$ 348.000,00 c) R$ 310.000,00 d) R$ 308.000,00 e) R$ 248.000,00 Caros alunos, esta questão é interessante sobre os investimentos, que podem ser temporários (classificados no ativo circulante) ou permanentes (classificados no ativo permanente investimentos). No caso, os investimentos são classificados como abaixo: Alfa - Temporários (Ativo Circulante) Beta - Permanente (Equivalência Patrimonial) Celta - Permanente (Custo) Assim, vamos caso a caso 1) Alfa: Os investimento temporários são avaliados conforme o artigo 183, IV da Lei das S.A.: "os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; No caso então utilizaremos o valor de cotação (R$ 8,00)

para avaliar as 1.000 ações de Alfa, ou seja, se constituiria uma provisão para ajuste ao valor de mercado de R$ 2,00 por ação. Assim, o valor contábil seria 1.000 x R$ 8,00 = R$ 8.000,00 2) Beta: Avaliado pela equivalência patrimonial. Neste caso utiliza-se o valor patrimonial da ação (R$12,00) 20.000 x R$ 12,00 = R$ 240.000,00 3) Celta: Investimento avaliado pelo custo, conforme o artigo 183,III: "os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250 (equivalência patrimonial), pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas". Neste caso, como o valor patrimonial é superior ao valor nominal da ação, não há que se falar em provisão para perdas permanentes, avaliando-se as ações pelo seu valor de aquisição (R$ 10,00). Assim: 10.000 x R$ 10,00 = R$ 100.000,00 Total dos 3 investimentos: 8.000,00 + 240.000,00 + 100.000,00 = 348.000,00 Resposta: Letra B

24/03/2003 - Contabilidade - Questão 17 do AFRF/2002-2

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Questão 17 de AFRF 2002/2-ESAF Em 31/12/2001 o Patrimônio Líquido da S/A Empresa Distribuidora apresentava a composição seguinte, em ordem alfabética: Capital a Integralizar R$ 60.000,00 Capital Social R$ 548.000,00 Lucros Acumulados R$ 17.000,00 Outras Reservas de Lucro R$ 80.000,00 Reservas de Capital R$ 40.000,00 Reserva Legal R$ 25.000,00 No mesmo exercício a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados no exercício de 2001 apresentou os seguintes componentes, exceto a reserva legal: Ajuste credor do saldo inicial R$ 2.700,00 Dividendos propostos R$ 30.000,00 Lucro Líquido do Exercício R$ 140.000,00 Reservas de Contingências R$ 8.000,00 Reservas Estatutárias R$ 4.000,00 Reservas de Lucros a Realizar R$ 5.000,00 Reversão de Reservas R$ 2.000,00 Saldo Inicial – Prejuízos Acumulados R$ 77.700,00 Considerando, exclusivamente, os dados fornecidos, podemos dizer que a parcela de lucro destinada à constituição da Reserva Legal no exercício foi de: a) R$ 7.000,00 b) R$ 4.600,00 c) R$ 3.250,00 d) R$ 3.115,00 e) R$ 3.000,00 Resolução: Esta questão é daquele tipo em que a ESAF disponibiliza

muitos valores no enunciado para confundir o aluno. Na verdade o que é preciso fazer é o seguinte: Olhem para a Demonstração de Lucros Acumulados e vejam que a mesma estaria completa, a não ser pela Reserva Legal constituída no período. Portanto nesta questão não há que se falar em limites para a reserva legal, ou 5% do lucro líquido. Basta montar a DLPA e incluir a Reserva legal como uma variável (RL). Assim: DLPA: Saldo Inicial – Prejuízos = -77.700 Ajuste credor do saldo inicial = + 2.700,00 Dividendos propostos = - 30.000,00 Lucro Líquido do Exercício = + 140.000,00 Reservas de Contingências = - 8.000,00 Reservas Estatutárias = - 4.000,00 Reservas de Lucros a Realizar = - 5.000,00 Reversão de Reservas = + 2.000,00 Então somando-se estes valores (considerando os sinais) , menos a reserva legal, chegaremos ao valor de + 17.000,00, que é o saldo positivo da conta LPA em 31/12/2001: -77.700 + 2.700,00 - 30.000,00 + 140.000,00 - 8.000,00 - 4.000,00 - 5.000,00 + 2.000,00 - RL = + 17.000,00 RL = R$ 3.000,00 Resposta: Letra E

27/03/2003 - Contabilidade - Questão 19 do AFRF/2002-2

Questão 19 AFRF/2002-2: A empresa Dag Mar e Serra S/A, em 31.12.01, apresentava o patrimônio líquido abaixo demonstrado, quando apurou o lucro líquido final no valor de R$ 65.000,00. Patrimônio Líquido em 31.12.01

Capital Social R$ 100.000,00 Reservas de Capital R$ 12.000,00 Reservas Estatutárias R$ 8.000,00 Reserva para Contingência R$ 61.000,00 Reserva Legal R$ 17.000,00 Lucros Acumulados R$ 10.000,00 Agora a empresa deverá constituir a reserva legal requerida por lei no caso de haver lucro no exercício de referência. Assinale a opção que indica o procedimento correto a ser adotado neste caso. a) Deverá, obrigatoriamente, ser constituída uma reserva legal de R$ 3.250,00, pois 5% do lucro líquido do exercício deverão ser aplicados na constituição dessa reserva. b) Não poderá ser constituída uma reserva legal de valor superior a R$ 2.000,00, pois o saldo das reservas não pode ultrapassar o valor do capital social. c) Poderá ser constituída uma reserva legal de R$ 3.250,00, pois a soma das reservas de lucros, inclusive a reserva legal, não excederá de 30% do capital social. d) Só poderá ser constituída uma reserva legal de R$ 1.000,00, pois, nesse caso, o saldo da reserva legal somado às reservas de capital atingirá a 30% do capital social. e) Deverá, obrigatoriamente, ser constituída uma reserva legal de apenas R$ 3.000,00, pois o saldo dessa reserva não poderá exceder de 20% do capital social. Resolução: Senhores, primeiramente lembramos que a reserva legal deve ser constituíta à base de 5% do lucro líquido do exercício. Assim: Valor base = 5% x $65.000,00 = $ 3.250,00

Só que já estamos cansados de saber que este valor deve ser comparado aos limites obrigatório e opcional para a constituição da reserva Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. Além disso temos o limite global das reservas de lucros: Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social; atingido esse limite, a assembléia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social, ou na distribuição de dividendos. Assim: 20% x capital social = 20% x $100.00,00 = $20.000,00 Como já havia $17.000,00 em saldo de reserva legal, pelo limite obrigatório a empresa somente poderia constituir até $3.000,00, para completar os $20.000,00 de teto. Quanto ao limite opcional (30% do capital social) = 30% x $100.000,00 = $30.000,00 , o saldo de $17.000,00 já existente na reserva legal mais o saldo das reservas de capital de $12.000,00 totalizam $29.000,00, portanto inferior aos $30.000,00.

Aqui há uma controvérsia entre alguns autores, já que uns consideram que deve se somar o valor a ser constituído no período para calcular este limite e outros não. Vamos ver o que a ESAF decidiu: a) errada pois ultrapassa o limite obrigatório; b) não é o caso, este limite não foi atingido, o do art. 199 c) já vimos que o limite obrigatório foi atingido; d) o limite de 30% é opcional. Neste caso a empresa poderia constituir mais de $1.000,00 de reserva legal; e) foi a resposta correta, sendo que a ESAF considerou que no cálculo do limite opcional não entrou o valor da reserva legal constituída no período, e assim ele não seria ultrapassado, ficando a empresa obrigada a constituir os $3.000,00. De qualquer forma, as outras opções eram completamente erradas. Resposta: Letra E Até a próxima!!!

01/04/2003 - Contabilidade - Questão 11 do AFRF/2002-2

Questão 11 AFRF/2002-2 Apurando custos e estoques a cada mês, a empresa Yagoara S/A processou os cálculos do mês de dezembro de 2001 a partir dos seguintes dados: Estoque inicial avaliado em R$ 22.000,00. Compras de mil unidades ao preço unitário de R$ 25,00. Vendas de 720 unidades ao preço unitário de R$ 50,00. IPI sobre compras a 8%. ICMS sobre compras a 12%. ICMS sobre vendas a 17%. Devolução de vendas no valor de R$ 6.000,00.

Estoques avaliados pelo critério PEPS. Estoque inicial mensurado em 1.100,00 unidades. Todas as operações do período foram realizadas a prazo. Com fulcro nos dados e informações acima, o cálculo correto dos custos vai indicar um estoque final no valor de: a) R$ 36.000,00 b) R$ 34.000,00 c) R$ 33.000,00 d) R$ 31.600,00 e) R$ 30.000,00 Resolução: Estoque Inicial 1.100 x $20,00 = $22.000,00 (o valor unitário de $20,00 foi calculado pela divisão $22.000,00/1.100) Compra: 1.000 x $25,00 = $25.000,00 + IPI 8% = $ 2.000,00 TOTAL DA NOTA = $27.000,00 ICMS = 12% x $25.000,00 = $3.000,00 Valor líquido = $27.000,00 - $3.000,00 = $24.000,00 Valor unitário = $24.000,00 / 1.000 = $24,00 Estoque após a compra: 1.100 x $20,00 = $22.000,00 1.000 x $24,00 = $24.000,00 TOTAL = $46.000,00 Venda (PEPS): Como o método é o PEPS serão vendidos os 720 do primeiro lote (o de 1.100 unidades) 720 x $50,00 = $36.000,00

Assim ficaríamos no estoque com 380 x $20,00 = $ 7.600,00 1.000 x $22,00 = $22.000,00 Com a devolução de $6.000,00, vemos que foi devolvido 1/6 da venda ($36.000,00 / $6.000,00 = 6). Assim, das 720 unidades vendidas, 120 retornam a estoque, sendo somadas aos 380 remanescentes do lote inicial de 1.100, totalizando 500 unidades neste lote. Desta forma: Estoque 500 x $20,00 = $ 10.000,00 1.000 x $24,00 = $24.000,00 TOTAL = $34.000,00 Resposta: Letra B Pessoal, nos próximos dias vou estar fora. Peço que tenham paciência com os e-mails, pois são muitas solicitações de questões para serem respondidas. Um abraço a todos!!! OBS: Este gabarito foi alterado pela ESAF de D para B (o correto ficou B)

15/04/2003 - Contabilidade - IPI Recuperável

Dúvidas do Aluno Cláudio Cellani IPI Recuperável O IPI é o imposto sobre produtos industrializados, incidente sobre a produção. Quando a empresa adquirente é contribuinte do IPI (empresa industrial ou equiparado a industrial), este é recuperável. A base de cálculo do IPI é o valor bruto da venda, desconsiderados, portanto, os descontos comerciais concedidos, ou seja, o IPI incide sobre o valor “cheio”. Se o valor do frete constar destacadamente da Nota Fiscal de Venda, o mesmo integrará a base de cálculo do imposto.

OBS: Regra geral, a base de cálculo do ICMS não abrange o valor do IPI. No entanto, se a mercadoria vendida se destinar a uso ou consumo do adquirente, o valor da parcela do IPI passará a integrar a base de cálculo do imposto (LC 87/96). Os impostos recuperáveis são aqueles não cumulativos, ou seja, aqueles cujo valor a pagar são abatidos, em cada operação, do montante de impostos pagos nas etapas anteriores. O ICMS é recuperável nas compras de mercadorias para revenda, prestação de serviços de transporte, compra de bens para o ativo permanente (a partir da Lei Complementar 99/99) e outras. Caso os bens sejam adquiridos para o consumo final da entidade, esta não terá, de regra, direito a recuperar os impostos incidentes sobre as compras, não devendo fazer o registro de impostos a recuperar, a exceção do disposto na LC 99/99, que passou a permitir o crédito de ICMS nas aquisições para o ativo permanente. Os impostos suportados na aquisição de mercadorias, quando não recuperáveis, deverão integrar o custo. É o caso do imposto de importação sobre mercadorias adquiridas na exterior. No caso de compras de mercadorias e matérias-primas por empresas contribuintes do IPI, é preciso dar ao imposto tratamento idêntico ao dado ao ICMS nos registros das compras, porque ambos são não cumulativos, devendo ser despojados dos estoques e deduzidos das compras brutas e, como já visto anteriormente. Quando a empresa não é contribuinte do IPI (empresa comercial), este integra o custo e vai para estoque. Exemplo: empresa industrial adquire produtos conforme Nota de Compra de R$ 16.500,00, incluídos: IPI 10% e ICMS de 17%, pagamento a vista. Valor da mercadoria R$ 15.000,00 Valor do IPI R$ 1.500,00 Valor da nota fiscal R$ 16.500,00

ICMS INCLUSO NO PREÇO R$ 2.250,00 LANÇAMENTO : (sistema com controle permanente de estoque) DIVERSOS a CAIXA ESTOQUES MATÉRIA-PRIMA R$ 12.450,00 IPI A RECUPERAR R$ 1.500,00 ICMS A RECUPERAR R$ 2.550,00 R$ 16.500,00 Ats. Luiz Lembrem-se!!! O ICMS não incide sobre o IPI, mas o IPI incide sobre o ICMS, que já está incluído no preço.

01/05/2003 - Contabilidade - Atenção para um lapso nosso no PONTO 81

Srs, foi com imensa satisfação que recebi uma montanha de e-mails sobre o exercício resolvido no Ponto 81, me alertando sobre o lapso ocorrido. O que tenho a informar é que realmente houve um lapso de nossa parte e é impressionante como o pessoal está atento. O mais incrível é que já havia resolvido esta mesma questão várias vezes em sala de aula e chegado à resposta correta. Costumo brincar em minhas aulas quando comento um erro deste tipo dizendo que “era só pra ver se os alunos estavam prestando atenção...”. Certamente esta não foi a minha intenção neste caso, mas acabei sem querer percebendo o quanto vocês estão ligados nas aulas. Quanto ao lapso, este se deu na questão das participações dedutíveis da base de cálculo do IR, que são de fato as participações de DEBENTURISTAS E EMPREGADOS. Portanto, não são dedutíveis as participações de ADMINISTRADORES (EMPREGADORES) e PARTES BENEFICIÁRIAS, OK? Vejam o que diz o RIR (Dec. 3.000/99)

Art. 359. Para efeito de apuração do lucro real, a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, dentro do próprio exercício de sua constituição (Medida Provisória nº 1.769-55, de 1999, art. 3º, § 1º). Subseção I Participações Dedutíveis Art. 462. Podem ser deduzidas do lucro líquido do período de apuração as participações nos lucros da pessoa jurídica (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 58): I - asseguradas a debêntures de sua emissão; II - atribuídas a seus empregados segundo normas gerais aplicáveis, sem discriminações, a todos que se encontrem na mesma situação, por dispositivo do estatuto ou contrato social, ou por deliberação da assembléia de acionistas ou sócios quotistas; III - atribuídas aos trabalhadores da empresa, nos termos da Medida Provisória nº 1.769-55, de 1999 (art. 359). Subseção II Participações não Dedutíveis Art. 463. Serão adicionadas ao lucro líquido do período de apuração, para efeito de determinar o lucro real, as participações nos lucros da pessoa jurídica atribuídas a partes beneficiárias de sua emissão e a seus administradores (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 58,

parágrafo único). Vamos ao exercício novamente... Demonstração do Resultado do Exercício A empresa de Pedras & Pedrarias S/A. demonstrou no exercício de 2001 os valores como seguem:

Lucro bruto R$ 90.000,00

Lucro operacional R$ 70.000,00

Receitas operacionais R$ 7.500,00

Despesas operacionais R$ 27.500,00

Participação de Administradores R$ 2.500,00

Participação de Debenturistas R$ 3.500,00

Participação de Empregados R$ 3.000,00

A tributação do lucro dessa empresa deverá ocorrer à alíquota de 30% para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido, conjuntamente.

Assim, se forem calculados corretamente o IR e a CSLL, certamente o valor destinado, no exercício, à constituição da reserva legal deverá ser de

a) R$ 2.000,00

b) R$ 2.070,00

c) R$ 2.090,00

d) R$ 2.097,50

e) R$ 2.135,00

Estas questões são polêmicas pois envolvem legislação do IR. Conforme já comentado em aulas anteriores, as participações estatutárias dos administradores NÃO SÃO dedutíveis da base de cálculo do IR, sendo dedutíveis as participações de EMPREGADOS e debenturistas. Portanto, na questão acima, para se chegar à base de cálculo do IR parte-se do lucro operacional (R$ 70.000,00), que por sua vez já inclui as receitas e despesas operacionais. Depois deduz-se a participação de empregados de R$ 3.000,00 e dos debenturistas de R$ 3.500,00, estas sim dedutíveis da base de cálculo do IR. Portanto a base de cálculo do IR e CSSL seria de R$ 63.500,00 (70.000 – 3.000 - 3.500). O IR seria 30% x R$ 63.500,00 = R$ 19.050,00 O lucro remanescente seria então: Lucro Operacional 70.000,00 (-) IR (19.050,00) (-) part. Empregados (3.000,00) (-) part. Administradores (2.500,00) (-) part. Debenturistas (3.500,00) (=) Lucro Líquido do Exercício 41.950,00 A reserva legal é 5% x R$ 41.950,00 = R$ 2.097,00 Resposta Letra D

Até a próxima !!!!

06/05/2003 - Contabilidade - AFRF/2002-2 Questão 12

Mais uma do AFRF/2002-2 12) A Nossa Loja de Departamentos Ltda. avalia seus estoques utilizando uma variante do método do preço

específico.As mercadorias adquiridas recebem etiquetas com o preço de venda, formado a partir do custo unitário com acréscimo de percentual fixo como margem de lucro.A empresa em epígrafe fixou a margem de lucro em 25% sobre o preço de venda, tendo em vista que pagará 12% de ICMS para cada unidade vendida. No período considerado, o movimento físico constou de estoque inicial de 1.000 unidades, compras de 1.500 unidades e vendas de 2.000 unidades.A receita bruta de vendas alcançou o valor de R$ 200.000,00.Não houve devoluções, abatimentos ou vendas canceladas.Com base nas informações acima, pode-se dizer que o estoque final, nesse período, alcançou o montante de a) R$ 50.000,00 b) R$ 44.000,00 c) R$ 40.000,00 d) R$ 37.500,00 e) R$ 31.500,00 Resolução: O problema desta questão foi a confusão no enunciado, pois primeiro diz que o preço de venda é formado a partir do preço de custo e depois nos é dito que a empresa fixou a margem de lucro sobre o preço de venda. Isto faz surgir uma dúvida quanto ao valor ao qual se aplica a margem de lucro. Pelo gabarito oficial, o percentual de 25% se aplica ao custo, mas pelo enunciado poderíamos sim interpretar que se aplica ao preço de venda. Primeiramente calculemos a quantidade do estoque final. Para isto basta utilizar a fórmula do CMV, porém com as quantidades (CMV=EI + C - EF): 2.000 = 1.000 + 1.500 - EF

EF = 500 Preço de Venda = R$ 200.000,00 / 2.000 = R$ 100,00 Assim: Custo Unitário x 1,25 = R$100,00 Custo unitário = R$ 100,00 / 1,25 = R$ 80,00 Estoque Final = R$ 80,00 x 500 = R$ 40.000,00 Resposta: Letra C (Gabarito Oficial) OBS: Caso a margem de lucro fosse aplicada ao preço de venda o cálculo correto seria: Custo unitário = R$ 100,00 x 0,75 = R$ 75,00 Estoque Final = 500 x R$ 75,00 = R$ 37.500,00, e a resposta seria letra D. Um abraço e até a próxima!!!

08/05/2003 - Contabilidade - Uma questão da ESAF/SEFA-PA/2002

Considerem esta questão da ESAF/SEFA-PA/2002 Considere os seguintes dados, relativos à única mercadoria que a empresa revende. 31/01/02 Estoque de 300 unidades a R$ 4,00 cada uma. 10/02/02 Compra de 200 unidades por R$ 1.000,00 (valor de fatura). 15/02/02 Venda de 400 unidades. 20/02/02 Venda de 50 unidades. 25/02/02 Compra de 450 unidades por R$ 2.250,00 (valor de fatura). 28/02/02 Venda de 100 unidades. 01/03/02 Venda de 300 unidades.

Considerando que - o Lucro Bruto sobre Vendas foi de R$ 680,00; - as compras e vendas estão sujeitas ao ICMS de 20%; - as despesas operacionais foram de R$ 180,00; - foi adotado o sistema de avaliação de estoques denominado de custo médio ponderado; - a provisão para Imposto de Renda foi de R$150,00, podemos afirmar que, no Balanço de 28.02.2002, a) a Receita Bruta de Vendas foi de R$ 5.100,00. b) o Custo de Mercadorias Vendidas foi de R$ 2.880,00. c) o Custo de Mercadorias Vendidas foi de R$ 3.400,00. d) a Receita Bruta de Vendas foi de R$ 3.600,00. e) o Custo de Mercadorias Vendidas foi igual ao Lucro Bruto sobre Venda, isto é, de R$ 680,00. Resolução: Data Entrada Saída Saldo 31.01.02 300x $4,00 = $1.200,00 10.02.02 200 x $ 4,00 = $ 800,00 500x $4,00 = $ 2.000,00 15.02.02 400 x $ 4,00 = $1.600,00 100 x $ 4,00 = $400,00 20.02.02 50 x $ 4,00 = $ 200,00 50 x $4,00 = $ 200,00 25.02.02 450 x $4,00 = $ 1.800,00 500 x $4,00 =$2.000,00 28.02.02 100 x $4,00 = 400,00 400 x $4,00 =$1.600,00

Compras 10.02.02 Valor líquido = $ 1.000,00 x 0,8 = $ 800,00 (devido ao ICMS de 20% 25.02.02 Valor líquido = $ 2.250,00 x 0,8 = $ 1.800,00 (devido ao ICMS de 20% Cálculo do CMV (somatório da coluna de saídas) CMV = 1.600,00 + 200,00 + 400,00 = $ 2.200,00 Assim, conforme a DRE RB = Receita Bruta RB - 0,2x RB (ICMS s/vendas) - 2.200,00 (CMV) = 680,00 (Lucro Bruto) 0,8 x RB = 2.880,00 RB = $3.600,00 Resposta: Letra D

12/05/2003 - Contabilidade - Questão 07 do AFRF/2002-2

07- Abaixo são apresentadas cinco assertivas. Quatro elas são verdadeiras. Assinale a opção que contém a afirmativa incorreta. a) Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. b) O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucro e pelas reservas de capital, nessa ordem. c) Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações

estatuárias. d) A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. e) A proposta para formação da reserva de contingências deverá indicar a causa da perda prevista e justificar a constituição da reserva. Resolução Trata-se de uma questão literal, que a ESAF costuma lançar de vez em quando, ao contrário do CESPE, que SEMPRE utiliza este recurso. Cuidado com estas questões, pois nestes caso a banca examinadora quer saber se você realmente decorou o dispositivo legal, no caso a Lei das S.A., e muitas vezes a instituição se enrola na questão. Vejam as alternativas: a) (CORRETA) Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto de Renda. É o artigo 189: “Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda”. b) (INCORRETA) O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucro e pelas reservas de capital, nessa ordem. É o Parágrafo único do artigo 189: “o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem”. O problema aqui foi que o examinador deve ter se esquecido do artigo 200, que diz o seguinte: Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); Ocorre que a reserva legal é uma reserva de lucros também, portanto, não estaria tecnicamente errada a afirmação da alternativa B. Só que a banca nestes casos quer a literalidade da Lei, portanto lembrem-se da regra: NÃO BRIGUEM COM A PROVA!!!! Façam o jogo do examinador que vocês se darão bem, OK? c) (CORRETA) Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações estatuárias. É o Art. 191: “Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício que remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o artigo 190”. Lembrem-se de que para a obtenção do lucro líquido também foi deduzida a provisão para IR e CSSL. Portanto o lucro líquido é o que remanescer após as provisões para IR e CSSL e também após as participações estatutárias. d) (CORRETA) A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. É o Parágrafo único do art. 200. A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. Esta é uma das reservas de capital. e) (CORRETA) A proposta para formação da reserva de contingências deverá indicar a causa da perda prevista e justificar a constituição da reserva. É O § 1º DO ART. 195. A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa da perda prevista e

justificar, com as razões de prudência que a recomendem, a constituição da reserva. Resposta: Letra B

15/05/2003 - Contabilidade - Questão 13 do AFRF/2002-2

Contabilidade - Questão 13 do AFRF/2002-2

Atenção!!! No ponto 17 houve um erro de digitação no enunciado (já corrigido no texto). Onde estava reserva de capital = R$50.000,00 na verdade era reserva de capital = R$22.000,00. Grato pelos e-mails recebidos até agora. Não desanimem. Este é um momento super adequado ao estudo com afinco, pois o governo está em compasso de espera, mas a qualquer instante pode sair algum edital e aí, sabem como é, tem que estar muito bem preparado. Vamos à questão.

Apresentamos abaixo cinco frases relacionadas com o ativo permanente, sendo quatro verdadeiras e apenas uma falsa. Assinale a opção que contém a assertiva errada. a) Depreciação é a importância correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência. b) Exaustão é a importância correspondente à diminuição do valor dos recursos naturais, minerais e florestais, resultante de sua exploração. c) Amortização é a importância correspondente à recuperação do capital aplicado na aquisição de direitos, cuja existência ou exercício tenha duração limitada. d) Reparos são serviços que recolocam o ativo em condições normais de operação e que adicionam vida útil ao ativo, não sendo considerados despesas do exercício. e) Manutenção refere-se a serviços regulares e periódicos efetuados para prevenir contra a necessidade constante de

reparos ou consertos e que não adicionam vida útil ao ativo e são considerados despesas do exercício. Resolução: Mais uma questão literal da ESAF, vamos às alternativas: a) (CORRETA) Depreciação é a importância correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência. É a definição de depreciação, ou seja, corresponde à desativação de um bem do ativo imobilizado transformando-o em despesa ao longo de sua vida útil. Se aplica a bens tangíveis do imobilizado. b) (CORRETA) Exaustão é a importância correspondente à diminuição do valor dos recursos naturais, minerais e florestais, resultante de sua exploração. Também é a própria definição, ou seja, é como se fosse a depreciação de recursos naturais, só que neste caso os recursos são exauríveis, ou seja, se esgotam. Um veículo será depreciado totalmente após cinco anos, mas depois disso ainda poderá ter utilidade para a empresa. Já um recurso natural com potencial de extração definido será totalmente esgotado após o período de exaustão. c) (CORRETA) Amortização é a importância correspondente à recuperação do capital aplicado na aquisição de direitos, cuja existência ou exercício tenha duração limitada. Está corretíssimo. Só não podemos nos esquecer que se aplica a amortização aos bens intangíveis do imobilizado assim como às despesas do ativo diferido. d) (INCORRETA) Reparos são serviços que recolocam o ativo em condições normais de operação e que adicionam vida útil ao ativo, não sendo considerados despesas do exercício. (Comentário conjunto com a alternativa E)

e) (CORRETA) Manutenção refere-se a serviços regulares e periódicos efetuados para prevenir contra a necessidade constante de reparos ou consertos e que não adicionam vida útil ao ativo e são considerados despesas do exercício. Os gastos com manutenção e pequenos consertos caracterizam gastos não ativáveis, pois servem para manter o bem em condições normais de funcionamento, sem, contudo aumentarem sua vida útil. Muitas vezes fica difícil saber se o bem deve ou não ser imobilizado, principalmente quando se trata de substituições de partes ou peças de um bem já em funcionamento. Há uma dificuldade quando o bem passa por uma reforma (reparo), que pode ou não aumentar o período de vida útil em mais de 12 meses. O candidato calejado poderia sacar que A ESAF estava querendo estabelecer um paralelo entre manutenção, que é sempre despesa, e reparo, que será adicionado ao ativo somente quando aumentar a vida útil do bem em mais de 12 meses, portanto a alternativa D estaria errada. Resposta: Letra D Um abraço a todos!!!

22/05/2003 - Contabilidade - Questão 15 do AFRF/2002-2

AFRF/2002-2

15- A empresa Mine Max S/A tinha apenas uma má-quina comprada há 8 anos, mas muito eficiente. No balanço de 31.12.01, essa máquina constava com saldo devedor de R$ 15.000,00, sem considerar a conta de depreciação acumulada, contabilizada com resíduo de 20%. Pois bem, essa máquina tinha vida útil de 10 anos, iniciada em primeiro de janeiro e foi vendida em 30 de junho de 2002, causando um perda de capital de 30% sobre o preço alcançado na venda.

Faça os cálculos necessários para apurar o valor obtido na referida venda, assinalando-o entre as opções abaixo. a) R$ 2.340,00 b) R$ 3.360,00 c) R$ 3.692,31 d) R$ 3.780,00 e) R$ 4.153,85 Resolução: Esta questão é muito boa sobre depreciação e exige um ótimo raciocínio por parte do candidato. 1) A máquina foi comprada (e supostamente posta em uso, pois é a única) há oito anos. Como estamos no balanço de 31.12.01, e a depreciação foi iniciada em primeiro de janeiro, sabemos que se iniciou efetivamente em 01.01.94; 2) A depreciação foi até 30 de junho de 2002, quando a máquina foi vendida, totalizando 8 anos e 6 meses; 3) O valor residual foi de 20%, portanto a base de cálculo da depreciação foi de $15.000,00 – [20% x $15.000,00] = $15.000,00 - $3.000,00 = $12.000,00; 4) O valor da depreciação anual foi de 10% x $12.000,00 = $1.200,00 5) O total depreciado em 8 anos e 6 meses foi de [8 x $1.200,00] + $600,00 = $10.200,00; 6) O valor contábil no momento da venda foi $15.000,00 - $10.200,00 = $4.800,00; 7) A perda de capital (prejuízo) na venda do bem foi de 30% do preço de venda (PV), portanto: PV - $4.800,00 = - 0,3 PV

1,3 PV = $4.800,00 PV = $4.800,00 / 1,3 = $3.692,31 Resposta: Letra C

Aquele abraço!!!!

27/05/2003 - Contabilidade - Questão 11 do AFRF/2002-1

Questão 11 do AFRF/2002-A

A empresa Agro & Pecuária S/A apurou no exercício um lucro líquido de R$ 140.000,00. Não ha-vendo prejuízos anteriores a amortizar, a Contabilidade providenciou o registro da seguinte destina-ção: Participações estatutárias R$ 7.000,00 Reservas estatutárias R$ 8.000,00 Reserva legal R$ 9.000,00 Reserva para contingência R$ 10.000,00 Reversão de reserva p/contingências R$ 2.000,00 Reversão de reservas estatutárias R$ 1.000,00 Após a constituição e a reversão das reservas acima, o Contador deve contabilizar o Dividendo Mínimo Obrigatório de 30% sobre o lucro, conforme previsto nos Estatutos. Isso provocará um aumento do passivo no valor de a) R$ 32.700,00 b) R$ 34.800,00 c) R$ 37.200,00 d) R$ 37.500,00 e) R$ 37.800,00

Resolução: Nesta questão houve um problema de terminologia, uma vez que foi fornecido o lucro líquido como sendo de R$ 140.000,00, porém nas destinações havia ainda as participações estatutárias a serem contabilizadas. Sabemos que o lucro líquido do exercício, conforme a lei 6.404/76, é aquele obtido após o IR e as participações estatutárias. Mas não poderíamos brigar com a questão e nem chegaríamos a nenhuma resposta se considerássemos desta forma.

Portanto, para obtermos o lucro líquido final do exercício teríamos que abater o valor das participações de (R$7.000,00) do lucro de R$ 140.000,00. Assim: LLE = 140.000,00 – 7.000,00 = 133.000,00 A base de cálculo do dividendo (lucro ajustado), conforme o artigo 202, é a seguinte: LLE = 133.000,00 (-) Reserva Legal (9.000,00) (-) Reserva Contingencia (10.000,00) (+) Reversão Res. Conting. 2.000,00 (=) Lucro Ajustado 116.000,00 Dividendo Obrigatório = 30% x $116.000,00 = $34.800,00 Resposta: Letra B Um abraço a todos!!!

09/06/2003 - Contabilidade - Questão 13 SEFA/PA-ESAF/2002

Fiscal de Tributos Estaduais - SEFA-PA - 2002 Prova a.2 13- No Balancete levantado para balanço de encerramento do exercício, as contas estavam assim agrupadas (valores em R$): ATIVO Circulante 100 Permanente 150 PASSIVO Circulante 80 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital 100

Reservas 20 CUSTOS E DESPESAS 450 RECEITAS 500 Após a conciliação das contas, foram feitos os seguintes registros: 1 – perda de estoques = R$ 10,00; 2 – ajuste no valor de seguros levado a despesas do exercício, que se referem ao exercício seguinte – R$ 5,00; 3 – valor de duplicatas a receber registrado como perdas, em virtude de serem consideradas incobráveis – R$ 5,00. No balanço de encerramento do exercício, levantado após todos os ajustes e encerramento das contas de resultado, o saldo do a) Ativo Circulante era de R$ 80,00. b) Patrimônio Líquido era de R$ 160,00. c) Ativo Permanente era de R$ 140,00. d) Patrimônio Líquido era de R$ 170,00. e) Patrimônio Líquido era de R$ 120,00. Resolução: Primeiramente vamos organizar os dados antes dos ajustes: Ativo Total = Circulante (100) + Permanente (150) = 250 Passivo = 80 Patrimônio Líquido = Capital (100) + Reservas (20) + Receitas (500) - Despesas (450) = 170 Vamos aos ajustes:

1) Perda de estoques (10) Lançamento DESPESA COM PERDA DE ESTOQUES A ESTOQUES 10 Este lançamento gera um aumento de 10 nas despesas, conseqüentemente uma redução de 10 no Patrimônio Líquido e uma redução de 10 no Ativo Circulante 2) ajuste no valor de seguros levado a despesas do exercício, que se referem ao exercício seguinte – R$ 5,00; Este valor foi lançado como despesa do exercício mas deve ser levado a despesa do exercicio seguinte (seguros a vencer), gerando o seguinte lançamento: SEGUROS A VENCER A DESPESA DE SEGUROS 5 Este lançamento gera uma redução de 5 nas despesas, conseqüentemente um aumento de 5 no Patrimônio Líquido e um aumento de 5 no Ativo Circulante 3 – valor de duplicatas a receber registrado como perdas, em virtude de serem consideradas incobráveis – R$ 5,00. Lançamento: PERDAS COM DUPLICATAS INCOBRÁVEIS A DUPLICATAS A RECEBER 5 Este lançamento gera um AUMENTO de 5 nas DESPESAS, conseqüentemente uma REDUÇÃO de 5 no Patrimônio Líquido e uma REDUÇÃO 5 no Ativo Circulante Assim: Ativo Circulante = 100 -10 (registro 1) + 5 (registro 2) - 5 (registro 3) = 90

Patrimônio Líquido = 170 -10 (registro 1) + 5 (registro 2) - 5 (registro 3) = 160 O Ativo Permanente se manteve em 150 Resposta: Letra B Até a próxima pessoal!!!

17/06/2003 - Contabilidade - Questão 50 do INSS/2002

Questão 50 do INSS/2002 - ESAF 50- A escrituração contábil da empresa Normas Mornas S/A tornou disponíveis as seguintes informações para permitir o cálculo da provisão para o imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido. Contas saldos Reversão de Provisões R$ 2.500,00 Reversão de Reservas R$ 1.800,00 Lucros Acumulados R$ 8.000,00 Reserva Legal R$ 5.000,00 Participação de Administradores R$ 2.000,00 Participação de Debenturistas R$ 2.200,00 Receita Bruta de Vendas R$ 80.000,00 Receita Líquida de Vendas R$ 70.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas R$ 30.000,00 Aluguéis Passivos R$ 1.200,00 Depreciação Acumulada R$ 3.000,00 Comissões Ativas R$ 2.100,00 Salários e Ordenados R$ 4.800,00 Utilizando as informações acima, naquilo que for pertinente ao assunto, pode-se dizer que o cálculo da provisão para IR e CSLL, feito à alíquota de 35%, vai alcançar o valor de a) R$ 12.040,00 b) R$ 12.740,00

c) R$ 12.810,00 d) R$ 13.510,00 e) R$ 13.685,00 Resolução: Srs, esta é mais uma questão daquelas em que a ESAF se embola no cálculo do imposto de renda, uma vez que se formos seguir o que diz o Regulamento (RIR/99, Decreto 3.000/99), teríamos de deduzir da base de cálculo o valor das participações de debenturistas e de empregados, mas não a de administradores. Isto pode gerar um cálculo recursivo, uma vez que para se calcular as participações necessita-se do lucro antes do imposto de renda. Como na questão o valor da participação dos debenturistas já foi dado em valor absoluto (R$ 2.200,00), bastava deduzi-lo para se chegar à base de cálculo correta do IR. Mesmo assim, a ESAF preferiu anular a questão. Receita Líquida de Vendas R$ 70.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas (R$ 30.000,00) (=) Lucro Bruto = 40.000,00 Comissões Ativas R$ 2.100,00 (-) Salários e Ordenados ($ 4.800,00) Reversão de Provisões R$ 2.500,00 (-) Aluguéis Passivos (R$ 1.200,00) (-) Participação de Debenturistas (R$ 2.200,00) (=) Base de cálculo IR = 36.400,00 IR/CSSL = 35% x $36.400,00 = R$ 12.740,00 Resposta: letra B (Anulada)

Um abraço. Até a próxima.

01/07/2003 - Contabilidade - Base de cálculo do dividendo

Srs, vamos analisar a dúvida de um aluno que certamente é útil a todos. A Cia Comercial Rio estabeleceu em seus estatutos que a distribuição anual de dividendos deve corresponder a 25% do lucro liquido do exercício, após os ajustes pela Lei 6.404/76, alterada pela Lei 10.303/2001, para o dividendo mínimo obrigatório. Em 31 de dezembro de 2000 foram apurados os seguintes fatos relativos a esse exercício: · O lucro líquido após o imposto de renda é de R$ 200.000,00; · O capital de empresa é de R$1.600.000,00 · A Reserva Legal tem um saldo de R$300.000,00; · Existe previsão de perdas futuras de R$ 40.000,00; · Uma parcela correspondente a 8% do lucro liquido ao exercício foi considerada como ganhos não realizados; · A Cia. decidiu reservar 30% do lucro liquido para expansão de suas instalações Com base nesses dados podemos afirmar que deverão ser distribuídos no exercício dividendos no valor de: a) R$ 47.000,00 b) R$ 23.500,00 c) R$ 37.500,00 d) R$ 74.000,00 e) R$ 90.000,00 Resolução:

Cálculo da Reserva Legal Limite obrigatório: 20% Capital Social = 20% x 1.600.000 = 320.000 Saldo anterior de Reserva Legal = 300.000 O valor base a ser constituído para a Reserva Legal é de 5% x 200.000 = 10.000 Portanto o limite obrigatório não será atingido, já que 300.000,00 + 10.000,00 = 310.000,00, que é inferior a 320.000,00 Como não se falou em participações, o lucro Líquido do Exercício é 200.000. Assim: Lucros não Realizados = 8% x 200.000,00 = 16.000 Lucro Líquido Realizado = 200.000,00 - 16.000,00 = 184.000,00 (valor máximo obrigatório a ser destinado como dividendo, conforme as alterações da Lei 10.303/2001) Base de Cálculo para o Dividendo Mínimo Obrigatório LLE 200.000 (-) Reserva Legal (10.000) (-) Reserva p/ Contingência. (40.000) (=) LLE AJUSTADO p/dividendos 150.000 25% LLE AJUST. 37.500 Este seria o valor correto para os dividendos, uma vez que, conforme o enunciado, o balanço é de 31/12/2000, portanto anterior à vigência da Lei 10.303/2001. Vamos supor que o balanço fosse de 31/12/2002:

30% deste lucro do exercício será destinado a Reservas p/ Expansão 30% x 200.000,00 = 60.000,00 Assim, a conta LPA fica com 200.000 - 10.000 (res. Legal) - 40.000 (res. Conting.) - 60.000 (res. Expansão) = 90.000,00 Conforme o artigo 202, § 6º os lucros não destinados às reservas de lucros (arts. 193 a 197) deverão ser distribuídos como dividendos. No caso então estes 90.000,00 deveriam obrigatoriamente ser destinados como dividendos, após o advento da Lei 10.303/2001, portanto mais do que os 25%, uma vez que o valor de 90.000,00 é inferior ao lucro realizado no período (184.000,00). Pergunta do internauta: e se eu considerar a seguinte situação: Lucro Líquido do Exercício 200.000 (-) lucros não realizados (150.000) lucro líquido realizado 50.000 "Considerando que a conta lucros acumulados tem um saldo de R$ 90.000, obrigatoriamente destinarei os 90.000, mas devido a norma legal do art. 197 distribuirei os 50.000 aos acionistas minoritários e o restante poderei constituir uma reserva lucros a realizar de R$ 40.000" .

Está corretíssimo!!!! Lembrando sempre o "poderá", que caracteriza a opcionalidade da constituição da reserva de lucros a realizar, portanto nada impede que a empresa neste caso destine também os 90.000,00 como dividendo. Por hoje é isso!

Um abraço a todos

18/08/2003 - Contabilidade - Uma questão de DRE

Esta questão foi solicitada por um internauta, sobre DRE A comercial Jurema S/A encerra seus exercícios sociais em 31 de dezembro de cada ano. Na Demonstração do Resultado do Exercício de X1, as únicas despesas operacionais foram: Despesas Comerciais de $ 14.000 e Despesas Administrativas de $ 26.000. O Lucro Operacional líquido foi de $ 39.000. Ao longo do exercício de X1, a conta Fornecedores foi debitada em $ 9.000 por pagamentos efetuados pela referida empresa. As compras de mercadorias para revenda efetuadas à vista em X1 totalizaram $ 5.000. As vendas de mercadorias à vista realizadas em X1 totalizaram $ 34.000. Os créditos na conta Duplicatas a receber ao longo de X1, em virtude de recebimento de clientes, totalizaram $ 27.000. Os saldos seguintes constavam nos Balanços Patrimoniais da referida empresa: 31/12/X0 31/12/X1 Fornecedores $ 13.000 $ 19.000 Duplicatas a Receber $ 28.000 ? Mercadorias $ 15.000 $ 10.000 O valor das Vendas a Prazo foi de a) $ 70.000 b) $ 69.000 c) $ 68.000 d) $ 67.000 e) $ 66.000 Resolução Em primeiro lugar, vamos calcular o valor total das compras do período: Tomando a conta Fornecedores, a mesma foi debitada em $9.000, e possuía saldo de $13.000 em X0 e de $19.000 em X1. Basta confrontarmos débitos com créditos que

chegaremos ao saldo. Débitos: 9.000 Créditos: 13.000 + CP (Compras no Período) Saldo Final (credor) = 19.000 Portanto o valor das compras a prazo (CP) foi de: 13.000 + CP – 9.000 = 19.000 CP = 19.000 – 4.000 = 15.000 Compras a prazo (CP) = 15.000 (calculado) Compras a vista (CV) = 5.000 (enunciado) Total das Compras (C): 15.000 (CP) + 5.000 (CV) = 20.000 Cálculo do CMV: CMV = EI + C – EF CMV = 15.000 + 20.000 – 10.000 CMV = 25.000 Agora basta fazermos a DRE invertida, ou seja, partimos do Lucro Operacional Líquido (LOL), que é $39.000, para chegarmos até as vendas, que é o que queremos: LOL = 39.000 O enunciado dá a entender que não houve outras despesas nem receitas operacionais que não as apresentadas Lucro Bruto = LOL + Desp. Operac. (Comerciais + Administrativas)

LB = 39.000 + 14.000 + 26.000 = 79.000 Sabemos que O LUCRO BRUTO É obtido pela fórmula: V - CMV = LB Então, como não há tributação, descontos e vendas canceladas, Vendas = LB + CMV Vendas = 79.000 + 25.000 = 104.000 Vendas à vista = 34.000 Vendas a prazo = 104.000 – 34.000 = 70.000 Resposta: Letra A

Abraço e até a próxima!

29/08/2003 - Contabilidade - Dúvida sobre DOAR e perda de estoque

Esta é uma aula de dúvidas específicas. Não são assuntos completos, mas sim dois gargalos da matéria nos quais alguns alunos têm dúvidas Assunto 1: Tratamento contábil da perda de estoques As perdas são gastos involuntários que ocorrem durante as atividades da empresa e devem ser contabilizadas. Existem basicamente dois tipos de perdas: a) Perdas Normais: são aquelas que ocorrem naturalmente, ou seja, são inerentes ao processo produtivo da empresa. Vejam que este tipo de perda se refere somente às empresas industriais, que calculam o CPV (Custo dos Produtos Vendidos). Esta perda faz parte do custo do produto, pois se trata de um sacrifício necessário à obtenção do mesmo. Desta forma, será contabilizada como custo, de acordo com o método de custeio adotado pela firma. Simplificadamente, teríamos o seguinte lançamento.

Custo de Produtos Vendidos (CPV) a Estoque de Materiais b) Perdas Anormais: estas se referem a eventos aleatórios e incontroláveis, tais como inundação, roubos, desastres etc. Neste caso se aplica tanto às empresas comerciais, com seus estoques de mercadorias, quanto às empresas industriais, nos estoques de produtos acabados, em elaboração, ou de matéria-prima. É feita uma baixa no estoque em contrapartida do resultado (despesa). Não se trata de um sacrifício necessário à obtenção do produto, por isso é considerado uma despesa, e não um custo. O lançamento é: Despesa com Perda de Estoques a Estoque de Mercadorias ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Assunto 2: Lucro Ajustado para efeito de DOAR Já falamos várias vezes sobre DOAR e ainda restam dúvidas quanto ao lucro ajustado. Origens de recursos são aquelas operações que aumentam o capital circulante líquido (CCL). Aplicações são as operações que reduzem o capital circulante líquido. O resultado do exercício, quando positivo, certamente é a principal fonte (origem) de recursos da empresa. Porém, há que se efetuarem alguns ajustes, já que nem todo o resultado impactou o capital circulante líquido. Vejamos, por exemplo, o lançamento de depreciação: Despesa de Depreciação a Depreciação Acumulada Ora, esta despesa vai reduzir o resultado, mas não afeta o CCL, pois a conta depreciação acumulada é do Ativo Permanente. Portanto, este é um dos ajustes a serem

efetuados no resultado do exercício para efeito de DOAR. Deve-se somar o valor da depreciação, já que ela reduz o resultado, mas não afeta o CCL. Outro caso é o resultado de exercícios futuros. Caso haja uma receita de exercício futuro, o lançamento é: Caixa a Receitas de Exercícios Futuros Isto quer dizer que esta operação aumentou o CCL, pelo aumento de Caixa, mas não lançada no resultado, portanto os aumentos no Resultado de Exercícios Futuros deve ser adicionado ao lucro ajustado para efeito de DOAR. Bom, não vamos falar sobre todos os ajustes aqui, mas o tratamento é análogo e vamos citá-los Resultado Líquido do Exercício (+) Despesas de Depreciação, Amortização, Exaustão (+) Aumentos no Resultado de Exercícios Futuros (+) Saldo Devedor da Correção Monetária (+) Perda por Equivalência Patrimonial (+) Variação Monetária Passiva de longo prazo (+) Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente (-) Reduções no Resultado de Exercícios Futuros (-) Saldo Credor da Correção Monetária (-) Ganhos por Equivalência Patrimonial (-) Variação Monetária Ativa de longo prazo

(=) Resultado Ajustado para DOAR Este resultado ajustado, se der positivo, é considerado ORIGEM de recurso; se der negativo, é APLICAÇÃO, apesar de isto não estar claro na Lei das S.A. Por hoje é isso, pessoal

01/09/2003 - Contabilidade - A prioridade na distribuição de resultados

Prioridade na distribuição de resultados Pessoal, é comum haver confusão quando estudadas as prioridades na destinação do resultado, já que o assunto está espalhado por vários artigos. Bom, sem dúvida nenhuma, a primeira destinação deve ser a compensação de prejuízos do exercício, com base no artigo 189 da Lei 6.404/76. Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a Renda. Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. ............

Caso ainda haja lucro remanescente após esta compensação, parte-se então para a constituição da reserva legal, nos termos do artigo 193. Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. ...........

Até aqui utilizamos o lucro para absorver prejuízos anteriores e depois para a reserva legal. Em seguida, viria a reserva para contingência (artigo 195). Porém, pela leitura sistêmica da Lei, vamos ao artigo 203: Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados, se cumulativos. ............. Os artigos 194 a 197 tratam das reservas de lucros, exceto a legal, e o artigo 202 trata da distribuição do dividendo mínimo obrigatório. Portanto, conclui-se que os acionistas que possuírem ações preferências, irão receber a sua parcela nos lucros com prioridade sobre as reservas de lucros, com exceção da legal. Pela leitura do artigo 198, chegamos a mais uma prioridade: Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 (Reservas Estatutárias) e a retenção nos termos do artigo 196 (Reserva Orçamentária para Investimentos) não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202). .................. Após os dividendos preferenciais, será destinada a reserva de contingência, se houver, com prioridade sobre os dividendos de ações ordinárias, já que o artigo 198 somente deu prioridade aos dividendos em relação às reservas estatutárias e orçamentárias (ou de investimentos). ..................

Em seguida, viriam os dividendos de ações ordinárias, e por último as reservas estatutárias e orçamentária. Esquematicamente, de forma puramente didática e simplificada, poderíamos definir a seguinte ordem de preferência na destinação do resultado do exercício. 1) Prejuízos Acumulados 2) Reserva Legal 3) Dividendos Preferenciais 4) Reserva de Contingência 5) Dividendos de ações ordinárias / Reserva de Lucros a Realizar 6) Reservas Estatutárias e Orçamentária OBS: Atenção ainda para o fato de que os dividendos podem ser distribuídos inclusive quando houver prejuízo no exercício, pois inclui na sua base de cálculo a reversão das reservas de contingências. Um abraço e até a próxima.

11/09/2003 - Custos - Questões da Prova do Exército

Pessoal, estas questões são de uma prova de oficial do exército. O enfoque é um pouco diferente daquele da ESAF, mas vale a pena dar uma conferida

14. A empresa Vale Ouro S/A produz e vende um determinado produto. Os dados referente aos custos e preço de venda são os seguintes: a) Preço de venda unitário - R$ 5.000,00; b) Custos e Despesas variáveis - R$ 3.000,00; c) Custos e Despesas fixas - R$ 100.000,00; e

d) Os proprietários desejam obter um lucro equivalente a 15% do valor da venda. Com base nos dados acima, assinale a alternativa que apresenta o Ponto de Equilíbrio Econômico. (a) 20 unidades (b) 33 unidades (c) 50 unidades (d) 58 unidades (e) 80 unidades Resolução: O ponto de equilíbrio é o valor no qual o lucro equivale a 15% do valor da venda. Assim: Venda - custo = lucro Custo total = custo variável + fixo 5000 - (3000 + 100.000/x) = 0,15 x 5.000 Onde x é a quantidade de unidades. Multiplicando tudo por x temos: 5000x - 3.000x - 100.000 = 750x 2.000x - 750x = 100.000 1.250x = 100.000 x = 100.000 / 1.250 = 80 unidades Resposta: Letra E 17. A industria de Moveis Tudo Novo apresentou os seguintes gastos: - Utilização de matérias-primas na produção_________________________ R$ 100.000,00 - Pagamento de comissão para os vendedores da fábrica________________ R$ 2.650,00 - Pagamento de salários e encargos diretos ao pessoal da fábrica__________ R$ 8.300,00 - Utilização de Materiais secundários na produção _____________________ R$ 7.610,00 - Depreciação das máquinas utilizadas na produção

____________________ R$ 5.870,00 - Pagamento de salários e encargos dos supervisores da fábrica___________ R$ 1.640,00 1. Com base nos dados acima, pode-se afirmar que o custo de transformação foi de: (a) R$ 123.420,00 (b) R$ 26.070,00 (c) R$ 23.420,00 (d) R$ 15.810,00 (e) R$ 12.590,00 Resolução: O Custo de Transformação (CT) é obtido pelo somátório de Mão-de-obra (MOD) + Custos Indiretos de Fabricação (CIF) MOD = 8.300 CIF = 5.870 + 1.640 = 7.510 CT = MOD + CIF = 8.300 + 7.510 = 15.810 Resposta: Letra D OBS: A bancada não considerou os materiais secundários como CIF. A meu ver deveria ter considerado 2. Com base nos dados acima, pode-se afirmar que o custo primário foi de: (a) R$ 107.610,00 (b) R$ 108.300,00 (c) R$ 109.940,00 (d) R$ 117.550,00 (e) R$ 123.420,00 Resolução:

Custo Primário (CP) = Materiais Diretos (MD) + Mão-de-Obra Direta (MOD)

MD = 100.000 MOD = 8.300 CP = MD + MOD = 100.000 + 8.300 = 108.300 Resposta: Letra B OBS: Reparem que os 7.610 dos materiais secundários acabaram não sendo utilizados. Deveriam ser computados como CIF. São materiais que não são alocados diretamente aos produtos, tais como lixas, colas, espátulas etc., e possuem o seu custo rateado entre os produtos. Até a próxima, pessoal. A prova de Aduana vem aí!!!

24/09/2003 - Contabilidade - Resolução de uma questão de DRE e uma de DLPA

Resolvo as questões abaixo:

1 ) Seja o balancete da Cia. CK, cujo exercício social coincide com o ano calendário, em 31.12.X0: Móveis e Utensílios 25.000 Caixa 19.000 Subvenções p/ Investimentos 10.000 Fornecedores 55.000 Despesas Comerciais 5.000 Adiantamentos a Fornecedores 6.000 Juros Passivos 3.000 Juros a Pagar 1.000 Juros Ativos 2.000 Custos das Mercadorias Vendidas 36.000 Adiantamentos de Clientes 11.000 Clientes 64.000 Mercadorias 30.000 Capital 54.500 Salários 36.000 Salários a Pagar 3.000

Despesas Gerais 12.000 Prejuízos Acumulados 8.000 Depreciação Acumulada 5.000 Depreciação 2.500 Bancos Conta Movimento 16.000 Vendas 128.500 Impostos e Contribuições s/ Vendas 16.000 Imposto a Recolher 3.000 Provisão p/ Devedores Duvidosos 5.500 INFORMAÇÕES ADICIONAIS: - Consta do saldo de Despesas Gerais prêmio de seguro de $ 3.000, cuja apólice cobre o período de 01.09.X0 a 31.08.X1. - A provisão p/ pagamento do imposto de renda será de $ 4.000. - Há participações sobre os lucros de empregados 10% e administradores 10%. - O estatuto da empresa determina que os dividendos sejam de 40% do lucro ajustado nos termos da lei societária. Pergunta-se: No balanço de 31.12.X0, o total dos saldos devedores foi de a) 148.000 b) 162.000 c) 170.000 d) 151.500 e) 162.500 Resolução: Com relação às Despesas de Seguros de $3.000,00, como a apólice vai de 01.09.X0 a 31.08.X1, deve constar no ativo de X0, na conta SEGUROS A VENCER o valor referente a 8 meses a apropriar (janeiro a agosto): 3.000 / 12 = $250,00 (seguro apropriado mensal)

8 meses em X1: $250,00 x 8 = $2.000,00 (SEGUROS A VENCER) 4 meses em X0: $250,00 x 4 = $1.000,00 (DESPESAS GERAIS) Assim, deve ser efetuado o seguinte lançamento de ajuste em 31.12.X0: SEGUROS A VENCER a DESPESAS GERAIS 2.000,00 A conta DESPESAS GERAIS ficará com o saldo de $10.000,00 (*) ($12.000,00 - $2.000,00) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Vendas 128.500 (-) Impostos e Contribuições s/ Vendas (16.000) (=) Receita Líquida 112.500 (-) Custos das Mercadorias Vendidas (36.000) (=) Lucro Bruto 76.500 (-) Despesas Comerciais (5.000) (-) Juros Passivos (3.000) (+) Juros Ativos 2.000 (-) Salários (36.000) (-) Despesas Gerais (10.000) (*) (-) Depreciação (2.500) (=) Lucro Operacional Líquido 22.000 (-) Provisão para IR (4.000)

(=) Lucro Após IR 18.000 (-) Participação Empregados (**) (1.000) (-) Participação Administradores (***) (900) (=) Lucro Líquido do Exercício 16.100 (**) Participação de Empregados: Lucro após IR = 18.000 (-) prejuízos acumulados (8.000) (=) Base de Cálculo 10.000 Participação de empregados = 10% x $10.000,00 = $1.000,00 (***) Participação de Administradores Base de Cálculo Empregados 10.000 (-) Participação de empregados (1.000) (=) Base de cálculo administradores 9.000 Participação de administradores = 10% x $9.000,00 = $900,00 Não há necessidade de se apurar em os dividendos e as reservas, pois simplesmente seriam transferidos valores de uma conta credora (Lucros Acumulados) para outras (Reserva Legal e Dividendos a Pagar). Como o exercício só pede o total dos saldos devedores, vamos ao que interessa. Este lucro compensará o prejuízo de $8.000,00. Portanto, os saldos devedores ao final serão: Móveis e Utensílios 25.000 Caixa 19.000 Adiantamentos a Fornecedores 6.000 Clientes 64.000 Mercadorias 30.000 Bancos Conta Movimento 16.000

Seguros a Vencer 2.000 TOTAL 162.000 A resposta seria letra B. O gabarito fornece C, $170.000,00, valor que seria atingido se somados os $8.000,00 de prejuízos acumulados. Porém, isso somente valeria até o momento em que fosse efetuada a compensação do prejuízo com o lucro de $16.100,00 2) Considere os elementos seguintes, os quais foram extraídos da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados da Cia. Neves, em 31/12/X2: Lucros Acumulados (31/12/X1) 4.800 Reversão de Reservas de Contingências 1.600 Constituição de Reserva Legal 300 Lucro Líquido do Exercício 6.000 Dividendos a Pagar 1.800 Além do exposto anteriormente, no exercício de X1, a depreciação foi calculada a menor em $ 400. O ajuste foi feito no exercício de X2. Assim, com base nas informações anteriores, pode-se afirmar que o saldo da conta Lucros Acumulados, em 31/12/X2, foi de a) $ 10.300 b) $ 10.700 c) $ 9.900 d) $ 12.100 e) $ 12.000 Resolução: Como a depreciação foi calculada a menor, deve ser ajustada para mais em X2, com o seguinte lançamento (ajuste negativo): LPA

a DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 400,00 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Lucros Acumulados (31/12/X1) 4.800 (-) Ajuste negativo de X1 (400) (+) Reversão de Reservas de Contingências 1.600 (-) Constituição de Reserva Legal (300) (+) Lucro Líquido do Exercício 6.000 (-) Dividendos a Pagar (1.800) (=) Saldo final de LPA em X2 9.900 A resposta seria letra C. O gabarito fornecido da letra A somente seria atingido se desconsiderássemos o ajuste da depreciação, o que estaria incorreto. Abraço. Luiz

02/10/2003 - Comentários ao edital e questão de Auditor de Fortaleza/2003

Vamos aos recados do dia, em função do edital do AFRF/2003 publicado: 1) Agradeço aos emails felicitando pelo Livro "Manual de Contabilidade", inclusive pelas críticas, que costumo recebê-las como construtivas. Já se encontra disponível uma consolidação das erratas. Felizmente o livro está rigorosamente de acordo com o edital do AFRF/2003, que praticamente não sofreu alterações com relação ao de 2002. Boa leitura! 2) Acaba de ser lançado o curso GFA (Grupo de Formação e Aperfeiçoamento), do qual faço parte, na cidade de Vitória

(ES), que capacita profissionais na área de comércio exterior. Estamos oferecendo também, sempre com professores auditores fiscais da receita federal, curso específico para a área aduana de AFRF e legislação tributária para TRF. O telefone é: (27) 3233-0465. É uma oportunidade única para os candidatos de Aduana. 3) A hora de estudar aduana é agora. A apostila de Relações Econômicas Internacionais continua valendo para o concurso. Também já estava quase pronta, apenas aguardando o edital, e será lançada, no máximo na semana que vem, uma apostila de comércio internacional, em parceria minha com o prof. Velter, rigorosamente atualizada de acordo com o novo Regulamento Aduaneiro (Decreto 4.543/2002 e alterações posteriores) e específica para o concurso AFRF/2003. 4) O programa de aduana não foi alterado em nada, inclusive contém um erro, pois não existem mais regimes aduaneiros atípicos, mas sim regimes especiais aplicados em áreas especiais. Boa sorte a todos!!!! ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Agora vamos à aula de hoje: Questão de Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura de Fortaleza - CE / ESAF/ 2003 Considere as seguintes informações: O preço de mercado tende a diminuir, ou seja, o preço dos produtos repostos tem sido sempre menor que os adquiridos anteriormente; O estoque inicial apresentava um valor de R$ 300,00, correspondente a 100 unidades do seu único produto para venda; No mais foram adquiridas mais 100 unidades ao

preço unitário de R$ 2,50 e outras 100 unidades ao preço unitário de R$ 2,00; e Foram vendidas 250 unidades, no mesmo período. Baseando-se nos princípios fundamentais de contabilidade, e nas informações acima, informe a opção correta que indica o melhor método a ser utilizado na apuração do estoque final. a) Preço de compra original b) Preço individual c) Preço Médio Ponderado d) Primeiro a entrar, primeiro a sair e) Último a entrar, primeiro a sair Resolução: Senhores, a questão é bastante interessante: O estoque estava assim composto: Estoque Inicial: 100 unidades x R$ 3,00 = R$ 300,00 Compra 1: 100 unidades x R$ 2,50 = R$ 250,00 Compra 2: 100 unidades x R$ 2,00 = R$ 200,00 Venda: 250 unidades Reparem que o valor unitário das compras foi sendo reduzido com o tempo. Vamos relembrar aqui alguns princípios e convenções contábeis: PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA – determina a adoção do menor valor para os elementos do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações

patrimoniais. Apresentado de outra forma, impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido quando existirem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Contábeis Fundamentais. De acordo com o Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL, os componentes patrimoniais devem ser registrados pelos seus valores presentes em moeda nacional, vê-se que o Princípio da PRUDÊNCIA se aplica às mutações posteriores. CONVENÇÃO DA MATERIALIDADE - os fatos devem ser registrados quando materiais e relevantes em relação ao patrimônio e na ocasião oportuna. Fatos materiais são aqueles que se não processados afetam a qualidade e a confiabilidade do sistema. Ex.: Registrar grupos de despesas e não pequenas despesas. CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO - entre vários conjuntos possíveis para avaliação do patrimônio igualmente válidos segundo os princípios fundamentais, escolhe-se aquele que apresentar o menor valor par o ativo e o maior para o passivo. Equivale ao princípio da PRUDÊNCIA. ----------------------------------------------------------------------------------------------------Portanto, senhores, a aplicação do Princípio da Prudência nos leva a adotar um método que nos dê o maior valor para o custo, já que dessa forma estaremos obtendo o menor valor para o patrimônio liquido, em consonância com o referido princípio. O método então seria o PEPS (Primeiro a entrar, primeiro a sair), que levaria o custo ao maior valor (entradas mais antigas). Além disso, a convenção da materialidade também nos leva a adotar um método do tipo consolidação (PEPS, UEPS, Média), evitando a adoção do método do preço individual, o que seria extremamente custoso para a empresa. Resposta: Letra D

Sempre em frente!!!

Um abraço a todos e muito método e organização no estudo! Por hora é isso. 12/11/2003 - Contabilidade - Questões do TRT/RN

QUESTÕES DE CONTABILIDADE – TRT/RN Instruções para as questões de números 36 a 40. Para resolução dessas questões considere o Balanço Patrimonial resultante da utilização das informações e dados abaixo. Indique o valor solicitado em cada questão. Balancete de Verificação do Razão

CONTAS DÉBITO CRÉDITO Caixa........................................................... 50 Aplicações de Curtíssimo Prazo........................ 20 Serviços a Faturar ......................................... 30 Clientes...................................................... 140 Prêmios de Seguros a Vencer......................... 12 Máquinas ..................................................... 80 Depreciação Acumulada.............................................................. 8 Despesas Pré-Operacionais a Amortizar............. 6 Amortização Acumulada.............................................................. 2

Fornecedores........................................................................... 50 Receitas Antecipadas de Serviços .............................................. 12 Serviços Prestados.................................................................. 200 Outras Receitas....................................................................... 10 Mão-de-Obra .............................................. 80 Materiais Aplicados....................................... 40 Despesas Administrativas ............................. 25 Despesas Comerciais.................................... 10 Despesas do Exercício Seguinte ...................... 7 Capital ................................................................................ 200 Lucro Antecipado.......................................... 12 Lucros Acumulados ............................................................. ... 30 512 512 Outros dados: Serviços a Faturar no fim do período 40 Receita Antecipada no fim do período 22 36. Realizável

(A) 182 (B) 189 (C) 192 (D)) 199 (E) 219 Resolução: Atenção que o valor de Serviços a Faturar é 40, e não 30. Assim: Realizável Serviços a Faturar 40 Clientes 140 Prêmio de Seguros a Vencer 12 Despesas do Exercício Seguinte 7 Total 199 Resposta: Letra D _________________________________________________________ 37. Ativo Permanente (A) 93 (B) 81 (C) 76 (D) 72 (E) 70 Resolução:

Ativo Permanente Máquinas 80 Depreciação Acumulada (8) Despesas Pré-Operacionais a Amortizar 6 Amortização Acumulada (2) Total 76 Resposta: Letra C 38. Passivo Circulante (A) 72 (B) 62 (C) 52 (D) 42 (E) 32 Resolução: Fornecedores 50 Receitas Antecipadas 22 PC 72 Resposta: Letra A _________________________________________________________ 39. Patrimônio Líquido (A) 233 (B) 243 (C) 253 (D) 263

(E) 273 Resolução: RLE Serviços Prestados..................................... 200 Outras Receitas........................................... 10 Mão-de-Obra .............................................. (80) Materiais Aplicados..................................... (40) Despesas Administrativas .......................... (25) Despesas Comerciais................................. (10) RLE = 55 (+) Capital ........................................................ 200 (-) Lucro Antecipado........................................ (12) (+) Lucros Acumulados ..................................... 30 PL= 273 Resposta: Letra E _________________________________________________________ 40. Lucros Acumulados (A) 85 (B) 73 (C) 71

(D) 65 (E) 61 Resolução: RLE = 55 (-) Lucro Antecipado........................................ (12) (+) Lucros Acumulados ..................................... 30 PL= 73 Resposta: Letra B Na próxima aula, falarei sobre as dicas de cada ponto do programa de aduana

Um abraço. Luiz

02/12/2003 - Contabilidade - Recursos para AFRF e TRF 2003

Pessoal, resolvi as questões é só encontrei possibilidade de recurso nas que eu relaciono abaixo. Ao longo das próximas aulas, resolverei as demais questões.

Recursos de Contabilidade – TRF e AFRF/2003 AFRF/2003 Questão 1: Quando se está cumprindo o princípio da PRUDENCIA (maior valor para o passivo e menor para o ativo), também está sendo seguida a Convenção do Conservadorismo, que na verdade possui o mesmo teor do referido princípio (“Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo

os Princípios Fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações...”). Estaria correta também a letra E Além da prudência e do conservadorismo, os registros de variação cambial passiva, provisões e ajustes são aplicações diretas do princípio (ou do regime) de competência do exercício (art. 183 da Lei 6.404/76), o que levaria a alternativa B a ser considerada correta também. Na verdade, as operações acima consubstanciam aplicações dos princípios da prudência, competência e oportunidade. Questão 15: Dos 5 conjuntos de mesa e cadeira adquiridos, 3 são para revenda (ativo circulante), portanto, não sujeitos à depreciação, mas ao ajuste ao valor de mercado. Assim: Custo do Ativo Circulante 3 mesas x $900,00 = $2.700,00 (foi ajustado ao valor de mercado de $1.000,00 para $900,00) 12 cadeiras (3x4) a $250,00 cada = $3.000,00 (só é efetuado o ajuste se o valor for menor) Custo do Ativo Permanente 2 mesas x $1.000,00 = $2.000,00 8 cadeiras x $250,00 = $2.000,00 Depreciação do Ativo Permanente 01/11 a 31/12 = 2 meses Critério legal = 10% ao ano (apesar de o proprietário querer depreciar em 12 anos)

Percentual de Depreciação: 10% x 2/12 (2 meses) = 1,67% em 2 meses Encargo de Depreciação = 1,67% x $4.000,00 = $66,80 Custo Total = $2.700,00 + $3.000,00 + $4.000,00 - $66,80 = $9.633,20 (sem resposta) OBS: Não sei de onde a ESAF tirou o percentual de 2% (talvez considerando 1% ao mês, o que está errado) de depreciação para chegar na resposta, pois aí teríamos: Encargo de Depreciação = 2% x $4.000,00 = $80,00 Custo Total = $2.700,00 + $3.000,00 + $4.000,00 - $80,00 = $9.620,00 (chegaríamos assim à resposta correta, letra A, porém de forma completamente equivocada) TRF/2003 Questão 03: A questão é solucionável, mas o aluno teria de supor que os empréstimos são recebidos (passivo) e não concedidos (ativo), para chegar no resultado. Quem quiser tentar por aí é um caminho.

Um abraço. Luiz

19/12/2003 - Comentários e Mensagem de Final de Ano

Pessoal, passados os furacões dos concursos, cabem algumas análises superficiais: Até a redação desta aula, o resultado do AFRF/TRF ainda não havia sido divulgado. Por algum motivo, a ESAF resolveu apertar bastante, e nesse ano escolheu a prova de Aduana (Comércio Internacional e Relações Econômicas Internacionais). Na prova de Comércio está sendo muito exigida a normatização aduaneira infralegal (Instruções

Normativas SRF, Portarias SECEX e outras). Sempre nos baseamos nessas normas para aulas e material, mas a ESAF passou a cobrar muitos detalhes. Portanto, daqui pra frente, o candidato deve, além do estudo normal das apostilas e dos livros recomendados, adquirir o hábito de leitura dos diversos dispositivos que fazem parte do nosso dia-a-dia aduaneiro, e cá entre nós, duvido que algum AFRF os saiba de cor, me incluindo nessa. A diferença é que nós podemos consultar qualquer coisa na hora de autuar, e o candidato não. Será impossível a qualquer obra no mercado cobrir todas essas normas literalmente. E se o fizer, certamente estará sujeita à obsolescência muito, mas muito rapidamente, dada a velocidade com que essas normas vêm sofrendo alterações recentemente, em função da dinâmica do comércio exterior mundial. Mas como saber que normas estudar? De minha parte, aqui nesse valioso espaço, estarei sempre dando dicas atualizadas via e-mail e via aulas, como foi o caso daquela questão de PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA, que, na minha modesta opinião, deveria ser anulada. Também procurarei auxiliar o candidato a selecionar os pontos principais das normas, uma vez que é realmente muito chata e sem sentido prático a leitura “seca” das Instruções Normativas pra quem não trabalha na área. Podem começar, por exemplo, pela IN/SRF 206/2002, buscando-a no site da Receita. Bom, estou saindo do ar por uns dias, retornando em breve. Desejo a todos um feliz natal e um ano novo com muitas conquistas. Parabéns antecipado para os aprovados, e também para os que ainda não chegaram lá, mas resolveram continuar na luta. É por aí mesmo pessoal, sugiro dar uma pequena paradinha nos estudos nesse fim de ano (talvez de uma semana) pra relaxar e depois voltar com tudo. Nós, do ponto dos concursos, estaremos sempre por aqui, auxiliando a todos os interessados em concursos. Mais uma vez muito obrigado a todos que nos acompanham. Sem esse reconhecimento, seria impossível continuar nesse empreitada. Abração e Boas Festas!!!

Missagia

11/01/2004 - Contabilidade - Aplicação de Princípios: Questão 01 do AFRF/2003

Olá, pessoal, atendendo a pedidos vamos comentar os assuntos envolvidos nas questões ímpares da prova de contabilidade do AFRF/2003, após as anulações consideradas pela ESAF. Aproveito para chamar a atenção para a publicação da Lei 10.833/2003, que alterou sobremaneira a legislação tributária federal, com efeitos nas disciplinas Contabilidade e Aduana. Em breve, comentaremos no site tais alterações. 01- Quando o Contador registra, no fim do exercício, uma variação cambial para atualizar a dívida em moeda estrangeira; quando faz provisão para crédito de liquidação duvidosa; ou quando faz um lançamento de ajuste do estoque ao preço de mercado está apenas: a) cumprindo a sua obrigação profissional. b) executando o regime contábil de competência. c) cumprindo o princípio fundamental da prudência. d) satisfazendo o princípio fundamental da entidade. e) seguindo a convenção do conservadorismo. Resolução: A provisão para crédito de liquidação duvidosa (ou provisão para devedores duvidosos – PDD) e a provisão para ajuste ao valor de mercado são PROVISÕES ATIVAS. Visam cobrir a perda de ativos, contabilmente. Não se tratam de reservas, mas sim de lançamentos contábeis para ajustar o valor dos ativos da empresa à situação real.

A PDD não é mais dedutível da base de cálculo do IR. Seu valor é calculado pela empresa com base em estimativas sobre créditos relativos a vendas a prazo que possivelmente não serão pagos no exercício seguinte. Por esse motivo o ativo deve ser ajustado, já que o mesmo deve refletir, de forma bem próxima à realidade, os valores circulantes com os quais a empresa poderá contar para o próximo ano. O mesmo pode se afirmar com relação ao ajuste ao valor de mercado, aplicável a ativos circulantes da empresa que não mais possuem o valor de venda com que foram registrados anteriormente. Já a variação cambial para atualizar uma dívida é um ajuste passivo, quando temos uma dívida em moeda estrangeira. Esse ajuste deve ser efetuado para “acertar” o valor do passivo da empresa, que é em reais, mesmo que o pagamento não vá ser efetuado naquele momento. Não se trata exatamente de uma provisão passiva, mas sim um ajuste passivo ao princípio da competência. Tanto a provisão ativa quanto a passiva geram lançamentos do tipo: Despesa com Provisão a Provisão para.... A conta de provisão ativa é retificadora de ativo, enquanto a provisão passiva é conta normal de passivo, ou seja, ambas são de natureza CREDORA. Pelo que foi comentado até aqui, vemos que as provisões acima, assim com qualquer outra provisão, atendem basicamente aos princípios contábeis citados abaixo: a) Competência: pois a despesa com a provisão deve ser lançada no período em que ocorrer a estimativa de perda (ou obrigação), e não quando a perda se consumar. O reconhecimento da estimativa de perda é o fato gerador da

obrigação ou da redução do ativo; b) Prudência: na dúvida entre elementos igualmente válidos perante a legislação e os demais princípios contábeis, deve-se escolher aquele que representar o menor valor para o ativo e o maior valor para o passivo. Como as provisões ativas são contas retificadoras de ativo reduzem o valor do mesmo quando contabilizadas. Já as provisões passivas, por serem contas normais de PASSIVO, aumentam o valor do mesmo quando contabilizadas. Atenção: As Convenções Contábeis são como restrições aos princípios. A convenção do conservadorismo (letra E), por sua vez, basicamente repete o enunciado do Princípio da Prudência. c) Oportunidade: no momento de ocorrência de um fato contábil deve-se lançá-lo imediatamente, mesmo que se tenha somente razoável certeza de sua ocorrência. Isso é fundamental para o lançamento das provisões. Reparem, estamos falando de estimativas. Por tudo o que foi explicado, ficam as seguintes conclusões: 1) As provisões obedecem aos princípios da Prudência, Competência e Oportunidade. 2) A variação cambial passiva é um ajuste efetuado principalmente em função dos princípios da competência e da oportunidade. Prudência poderia ser também aplicável, pois o valor da taxa de câmbio vai variando até o momento do pagamento. Apesar de o lançamento não ser feito com base em estimativa, mas sim em uma taxa de câmbio acertada entre partes, como ainda não se deu o vencimento da dívida, considera-se que o valor da dívida (em reais), não é conhecido em seu valor exato, por isso que se considera a aplicação do princípio da prudência também. 3) Pelo explicado nas conclusões 1 e 2, restaram as alternativas B, C e E. Achei ruim a opção da ESAF pela letra C, já que Princípio da Prudência (letra C) e Convenção do

Conservadorismo (letra E) dizem basicamente a mesma coisa. Além disso, em minha modesta opinião, aplica-se certamente o princípio da competência (letra B), que leva à adoção do regime de competência. Como constava a palavra “apenas” no enunciado, a questão tinha que ter sido anulada. Bom pessoal, por hora é isso. Espero ter contribuído para elucidar (ou complicar) um pouco mais a cabeça de vocês. Quando se trata de ESAF, já percebemos que tudo pode acontecer, mas nessa questão, acho que ela “escorregou” mesmo. De qualquer forma, fiquem atentos, pois não há prova da ESAF de Contabilidade que não caia questão sobre Princípios. Abraço. Missagia

22/01/2004 - Contabilidade - Prova AFC/2003

Olá, pessoal. Na aula de hoje resolvo a prova de FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE GERAL, do concurso AFC/2003, realizado nos dias 17 e 18 de janeiro de 2003. Informo que, em minha análise, não cabe recurso em nenhuma das sete questões. Não reparei nenhum tipo de erro grosseiro como alguns cometidos na prova AFRF/2003. As resoluções serão rápidas, já que muitos alunos têm pressa em sabê-las. A prova foi bastante fácil. 01- Na última feira agropecuária havida em nossa região, a empresa adquiriu dois touros a R$ 50.000,00 cada um, emitindo cheque de 20% e aceitando 5 duplicatas mensais de igual valor. No dia seguinte, a empresa aceitou vender um desses animais por R$ 60.000,00, recebendo apenas um cheque de 40% e a promessa de receber o restante em noventa dias. Contabilizando-se as operações indicadas, sem levar em conta quaisquer implicações de ordem tributária, pode-se dizer que o ativo da empresa aumentou

a) R$ 10.000,00 b) R$ 60.000,00 c) R$ 64.000,00 d) R$ 90.000,00 e) R$ 160.000,00 Resolução: Primeira operação: D – Mercadorias (+AC) – 100.000 C – Bancos (-AC) – 20.000 C – Dupl. Pagar (+PC) – 80.000 Segunda Operação: D – Bancos (+AC) – 24.000 D – Promissórias a Receber (+AC) – 36.000 C – Mercadorias (-AC) – 50.000 C – RLE (+PL) - 10.000 Assim o ativo foi alterado em: + 100.000 – 20.000 + 24.000 + 36.000 – 50.000 = + 90.000 Resp. Letra D 02- Os seguintes fatos foram praticados pela empresa Alfa & Cia. Ltda.: 1. pagamento de imposto atrasado no valor de R$ 500,00, com juros de 10%; 2. recebimento de título no valor de R$ 400,00, com juros de 10%; 3. pagamento de juros do mês corrente no valor de R$ 400,00;

4. compra de móveis para venda, por R$ 2.200,00, pagando uma entrada de 20% e o restante a prazo. Após contabilizar as operações no livro Diário, poderemos dizer que, com elas a) o passivo aumentou R$ 1.760,00 b) o ativo aumentou R$ 850,00 c) o ativo aumentou R$ 2.640,00 d) o passivo diminuiu R$ 1.260,00 e) o resultado do exercício diminuiu R$ 390,00 Resolução: Ativo: -550(1) –400(2) +440(2) –400(3) +2200(4) –440(4) = +850 Passivo: -500(1) +1760(2) = +1260 RLE: -50(1) + 40(2) –400(3) = -410 Resp: Letra B 03- Observe a seguinte operação, que constitui um fato contábil: “Recebimento, em cheque do Banco S/A, de uma duplicata, no valor de R$ 500,00, com desconto de 5%”. O lançamento correto para contabilizar o fato acima indicado será: a) Diversos a Duplicatas a Receber Pela quitação que ora se faz, como segue: Caixa Valor líquido ora recebido, em cheque 475,00 Descontos Passivos Valor de 5% concedido como desconto 25,00 500,00 b) Diversos a Duplicatas a Receber

Pela quitação que ora se faz, como segue: Bancos c/Movimento Valor líquido ora recebido, em cheque 475,00 Descontos Passivos Valor de 5% concedido como desconto 25,00 500,00 c) Duplicatas a Receber a Diversos Pela quitação que ora se faz, como segue: a Bancos c/Movimento Valor líquido ora recebido, em cheque 500,00 a Descontos Passivos Valor de 5% obtido como desconto 25,00 525,00 d) Diversos a Bancos c/Movimento Pela quitação que ora se faz, como segue: Duplicatas a Receber Valor líquido ora recebido, em cheque 500,00 Descontos Passivos Valor de 5% concedido como desconto 25,00 525,00 e) Diversos a Títulos a Receber Pela quitação que ora se faz, como segue: Bancos c/Movimento Valor líquido ora recebido, em cheque 475,00 Descontos Ativos

Valor de 5% concedido como desconto 25,00 500,00 Resolução: Essa questão já caiu de forma semelhante na prova de TTN (atual TRF) de 1992, e eu sempre faço comentários sobre isso em sala de aula. Ora, um cheque recebido pela empresa, se não for depositado no banco, fica na conta CAIXA mesmo! A conta BANCOS CONTA MOVIMENTO deve refletir as contas-correntes da empresa nos bancos. Como a questão não falou que o cheque fora depositado, deverá ser lançado em CAIXA. Assim, o lançamento fica: D – Caixa 475 D – Descontos Concedidos (Passivos) 25 C – Duplicatas a Receber 500 Resp: Letra A 04- Entre as cinco opções abaixo apenas uma contém somente contas de saldo devedor. Assinale-a. a) Capital, Contas a Pagar, Empréstimos Bancários, Caixa. b) Impostos, Salários, Caixa, Juros Ativos e Fornecedores. c) Clientes, Fornecedores, Caixa, Mercadorias, Imó-veis. d) Impostos, Clientes, Juros Passivos, Caixa, Salá-rios. e) Veículos, Estoques, Impostos a Recolher, Provisão para Férias. Resolução: Muito fácil.

a) Capital(C), Contas a Pagar(C), Empréstimos Bancários(C), Caixa(D). b) Impostos(D), Salários(D), Caixa(D), Juros Ativos(C) e Fornecedores(C). c) Clientes(D), Fornecedores(C), Caixa(D), Mercadorias(D), Imóveis(D). d) Impostos(D), Clientes(D), Juros Passivos(D), Caixa(D), Salários(D). e) Veículos(D), Estoques(D), Impostos a Recolher(C), Provisão para Férias(C). Resp: Letra D 05- Em outubro de 2000, a empresa adquiriu um caminhão por R$ 50.000,00. O procedimento usual de depreciação utilizou o método linear, com resíduo estimado em 10% e vida útil prevista para 5 anos. No balanço patrimonial de 2003, encerrado em 31 de dezembro, a conta Depreciação Acumulada, em relação a esse veículo, deverá ter saldo credor de a) R$ 36.000,00 b) R$ 32.500,00 c) R$ 29.250,00 d) R$ 10.000,00 e) R$ 9.000,00 Resolução: A ESAF adora valor residual. Por isso eu e o prof. Velter colocamos este assunto no Manual de Contabilidade. Valor do bem = 50.000 Resíduo = 10% de 50.000 = 5.000

Vida útil = 5 anos (20% ao ano) Base depreciável = 50.000 – 5.000 = 45.000 Assim, a depreciação total fica: 2000: 3/12 x 20% x 45.000 = 2250 (outubro a dezembro) 2001: 20% x 45000 = 9.000 2002: 20% x 45000 = 9.000 2003: 20% x 45000 = 9.000 Total = 29.250 Resp: Letra C 06- As mercadorias são itens de alta rotação, que sofrem movimentação constante. Por isso, demandam o uso de critérios matemáticos para sua avaliação. Um desses critérios é o “custo médio ponderado”. Vejamos o exemplo abaixo: •estoque inicial de 100 unidades ao custo unitário de R$ 20,00 •compras de 100 unidades ao custo unitário de R$ 30,00 •vendas de 140 unidades ao preço unitário de R$ 35,00 •compras de 50 unidades ao custo unitário de R$ 40,00 Se o fluxo físico ocorreu na ordem indicada, o critério de avaliação é a média ponderada móvel e não houve outras implicações, podemos dizer que o estoque final será de a) R$ 3.080,00 b) R$ 3.300,00 c) R$ 3.500,00 d) R$ 3.575,00 e) R$ 3.850,00 Resolução: Entradas Saídas Saldos

100 20,00 2.000,00 100 30,00 3.000 200 25,00 5.000,00 140 25,00 3.500,00 60 25,00 1.500,00 50 40,00 2.000,00 110 31,82 3.500,00 Resp: Letra C 07- A empresa Só Flores & Frutas apresenta os seguintes saldos extraídos do livro Razão em 31.12.02: C o n t a s S a l d o s Clientes R$ 90,00 Bancos C/Movimento R$ 75,00 Custo de Vendas R$ 135,00 Duplicatas a Pagar R$ 240,00 Salários R$ 45,00 Máquinas e Equipamentos R$ 180,00 Empréstimos R$ 145,00 Receitas de Vendas R$ 320,00 Prejuízos Acumulados R$ 30,00 Juros Ativos R$ 60,00 Impostos a Recolher R$ 120,00 Veículos R$ 150,00 Capital Social R$ 225,00 Nota Promissória a Receber R$ 150,00 Estoque de Bens de Consumo R$ 230,00 Aluguéis Passivos R$ 25,00

Considerando exclusivamente os saldos acima apresentados, sem nenhuma implicação de ordem tributária ou qualquer distribuição de resultados, podemos afirmar que a) o resultado do exercício foi lucro líquido de R$ 145,00. b) o balanço patrimonial tem passivo exigível no valor de R$ 530,00. c) o capital próprio tem o valor de R$ 690,00. d) o balanço patrimonial tem ativo total no valor de R$ 1.020,00. e) o balancete de verificação fecha no valor de R$ 1.110,00. Resolução: Clientes R$ 90,00 (A, dev) Bancos C/Movimento R$ 75,00 (A,dev) Custo de Vendas R$ 135,00 (RLE, dev) Duplicatas a Pagar R$ 240,00 (PE, credor) Salários R$ 45,00 (RLE, dev) Máquinas e Equipamentos R$ 180,00 (A, dev) Empréstimos R$ 145,00 (*) Receitas de Vendas R$ 320,00 (RLE,credor) Prejuízos Acumulados R$ 30,00 (PL, dev) Juros Ativos R$ 60,00 (RLE, credor Impostos a Recolher R$ 120,00 (PE, credor) Veículos R$ 150,00 (A, dev) Capital Social R$ 225,00 (PL, credor) Nota Promissória a Receber R$ 150,00 (A, dev) Estoque de Bens de Consumo R$ 230,00 (A, dev) Aluguéis Passivos R$ 25,00 (RLE, dev) DRE Vendas 320 (-)CMV (135) (-)Salários (45) (+)Juros Ativos 60 (-)Aluguéis Passivos (25) ____________________________

RLE +175 (Letra A incorreta) (*) Subtotais (desonsiderando empréstimos, que podem ser concedidos ou obtidos) Devedores = 1.110 Credores = 965 Assim, para fechar o balancete, temos que considerar os empréstimos como obtidos (saldo credor), e aí o total dos saldos credores fecharia em 965 + 145 = 1.110 (Letra E) b) (Incorreta) PE = 240 + 145 + 120 = 505 c) (Incorreta) Cap. Próprio (PL) = 175 + 225 – 30 = +370 d) (Incorreta) Ativo = 90 + 75 + 180 + 150 + 150 + 230 = 875 Resp: Letra E Pessoal, por hoje é isso. Um abraço a todos. Missagia

10/02/2004 - Contabilidade - Regime de Competência

Olá pessoal. Continuando nossa preparação para o possível concurso AFRF/2004, vamos trabalhar em cima de uma questão de contabilidade onde o assunto é certo em provas da ESAF: REGIME DE COMPETÊNCIA. Pra quem não se lembra, o regime de competência é previsto pelo próprio Princípio da Competência, obrigatório para as empresas tributadas pelo lucro real, e também

previsto na própria lei das S.A.(Lei 6.404/76), em seu artigo 177: “Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.”. Segundo ele, as despesas devem ser registradas quando incorridas, e não quando pagas, ou seja, quando da ocorrência do fato gerador. Já as receitas devem ser lançadas quando auferidas (ou ganhas), ou seja, quando firmado o compromisso do pagamento, e não no momento do pagamento. Questão 09 do AFRF/2003 Observemos os seguintes fatos administrativos: aluguel de R$ 200,00 mensais que foi contratado em 30 de agosto de 2002, mas foi pago apenas até 30 de novembro do mesmo ano; compra de mercadorias por R$ 4.000,00, tendo sido vendido no mesmo ano 40% do volume adquirido, com lucro de 15%; salário de dezembro de R$ 500,00 com INSS de 11% dos empregados e 20% dos empregadores e FGTS de 8%. Considerando o registro contábil correto desses eventos, podemos dizer que eles reduziram o lucro do ano de 2002 no valor de a) R$ 1.000,00

b) R$ 1.200,00 c) R$ 1.255,00 d) R$ 1.440,00 e) R$ 1.680,00 Resolução: (1) Primeira operação: O aluguel acertado em agosto de 2002 se refere aos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro. Não interessa que o de dezembro não tenha sido pago, já que a questão pede o registro correto, ou seja, pelo regime de competência. Assim, teremos 4 meses com despesas de R$200,00, totalizando R$800,00 de despesas. (2) Segunda operação: Valor da mercadoria = R$4.000,00. 40% x R$4.000,00 = R$ 1.600,00 Como foi vendido com lucro de 15%, somente nos interessa este lucro: 15% x R$1.600,00 = R$240,00 (receita) (3) Terceira operação: Despesa de Salário = R$500,00 INSS empregadores = 20% x R$500,00 = R$100,00 FGTS = 8% x R$500,00 = R$40,00 OBS: O INSS dos empregados (11%) não é contabilizado como despesa para a empresa, já que o próprio funcionário é quem arca com esta parcela da contribuição. Assim, o total de despesas da terceira operação fica: 500,00 + 100,00 + 40,00 = R$640,00 TOTAL GERAL

DESPESAS = 800,00 (1) + 640,00 (3) = 1.440,00 RECEITAS = 240,00 (2) RESULTADO DE 2002 1.440,00 – 240,00 = 1.200,00 (DESPESA, ou seja, redução de lucro) Resposta: Letra B Um abraço e até a próxima

20/02/2004 - Contabilidade - Depreciação de Bens Reavaliados

DEPRECIAÇÃO DE BENS REAVALIADOS A reserva de reavaliação está contemplada pela Lei das S.A., em seu artigo 182, § 3º, que estabelece a possibilidade de as empresas atualizarem os valores dos bens do ativo que estiverem abaixo dos preços de mercado, usando como contrapartida uma conta de Reserva. As novas avaliações devem ser embasadas em laudo técnico, nos termos do art. 8º da Lei das S.A. Conforme o art. 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 1.730/79, somente os bens do Ativo Permanente podem ser objeto deste instituto. Este procedimento deve ser aprovado pela Assembléia Geral dos Sócios ou Acionistas. Não deve ser confundido com a correção monetária, que consiste somente em uma atualização monetária do custo de aquisição do bem. Na reavaliação, abandona-se o custo e utiliza-se um novo valor econômico para o ativo. Por constituir-se em resultado econômico e, portanto, não-disponível financeiramente, o valor da reserva de

reavaliação não é computado para efeito de tributação ou distribuição de dividendos. A reserva de reavaliação deverá ser realizada por ocasião da depreciação ou baixa do bem, quando, então, será tributada e considerada para efeitos de distribuição de dividendos. O laudo de avaliação deve conter, ao menos, as seguintes informações: a) descrição detalhada de cada bem avaliado e da documentação respectiva; b) sua identificação contábil; c) critérios utilizados para a avaliação e sua respectiva fundamentação técnica; d) vida útil remanescente do bem; e) data da avaliação. Com a nova vida útil, o bem passará a sofrer nova depreciação, “zerando-se” a depreciação acumulada anterior e iniciando-se novo período. Exemplo: Uma máquina adquirida por R$ 40.000,00 encontrava-se depreciada em 2 anos, quando foi reavaliada por meio de laudo técnico para R$ 38.000,00, com período de vida útil remanescente definido pelo laudo de 5 anos. Máquina agrícola – Custo: R$ 40.000,00 Depreciação Acumulada: R$ 8.000,00 (2 x 10% x R$ 40.000,00) Valor Contábil: R$ 32.000,00 Valor de Mercado: R$ 38.000,00

O primeiro passo deve ser a apuração do valor contábil da máquina, baixando-se a depreciação acumulada. Contabilização: Pela baixa da depreciação acumulada Débito: depreciação acumulada – máquinas 8.000,00 Crédito: máquinas 8.000,00 Reparem que o valor contábil da máquina passa a ser de R$ 40.000,00 – R$ 8.000,00 = R$ 32.000,00. Assim, o valor da reavaliação será de: R$ 38.000,00 – R$ 32.000,00 = R$ 6.000,00. Pela reavaliação Débito: Máquinas 6.000,00 Crédito: Reserva de reavaliação 6.000,00 Daí por diante, as depreciações se darão à base de 20% ao ano, pois o período remanescente de vida útil é de 5 anos. Encargo anual de depreciação = 20% x R$ 38.000,00 = R$ 7.600,00 Assim, na contabilização dos encargos de depreciação será efetuado o seguinte lançamento: Pela despesa de depreciação Débito: Encargo de Depreciação 7.600,00 Crédito: Depreciação Acumulada 7.600,00 Um abraço, bom carnaval para os que irão curti-lo, e bons estudos para os demais. Missagia

05/03/2004 - Contabilidade: Uma questão de DOAR e uma de Regime de Competência

Exercício 1 (Questão 11 do cap. 12 do Manual de Contabilidade) O balanço,levantado em 31.5.96,apresenta os seguintes dados: Ativo circulante 40 Ativo permanente 15 Ativo realizável a longo prazo 20 Passivo circulante 30 Patrimônio Líquido 45 Durante o mês de junho de 1996, foram registrados os seguintes fatos: compras de mercadorias a prazo 80 compras de mercadorias à vista 50 custo de bens do ativo imobilizados vendidos 10 custo de mercadorias vendidas 70 pagamento de diversas despesas operacionais 25 pagamento de duplicatas de fornecedores 15 recebimento de créditos de longo prazo 5 recebimento de duplicatas 15 vendas a prazo 200 vendas à vista 150 venda de bens do ativo imobilizado,à vista 20

Na demonstração de origens e aplicações de recursos, elaborada com os dados do balanço levantado em 30.6.96, o montante do capital circulante líquido é de: a) 380; d) 355; b) 290; e) 280. c) 310; Resolução: Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante Primeiramente, vamos elaborar a DRE, considerando os dados da questão: Venda a Prazo 200 (+) Vendas à vista 150 (=) Total das Vendas 350 (-) CMV 70 (=) Lucro Bruto 280 (-) Despesas Operacionais 25 (+) Venda de Bens do Imobilizado 20 (-) custo do imobilizado vendido 10 (=) Resultado Líquido 265

Ajuste do RLE para a DOAR Resultado Líquido do Exercício 265 (+) Baixa de bem do ativo permanente 10 (+) Recebimento de créditos de longo prazo 5 (=) Variação Positiva do Capital Circulante Líquido = 280 Valor do Capital Circulante Líquido em 31.05.96: Ativo Circulante 40 (-) Passivo Circulante 30 (=) CCL = 10 Valor do Capital Circulante Líquido em 31.06.96: CCL em 31.05.96 = 10 (+) Variação do CCL em junho/96 = 280 (=) CCL em 30.06.96 = 10 + 280 = 290 R: Letra B Exercício 2 Uma empresa, ao levantar sua riqueza segundo o regime de caixa, apurou:

* um capital registrado e realizado no valor de $ 63.000; * débitos no valor de $ 35.000; * créditos no valor de $ 38.000 e * bens no valor de $ 51.000. Além disso, foram apuradas: * $ 1.200 de receitas recebidas e não ganhas; * $ 700 de receitas ganhas e não recebidas; * $ 400 de despesas pagas e não incorridas e * $ 900 de despesas incorridas e não pagas. Também há uma expectativa de perda com clientes na ordem de 2%, sendo o valor dos clientes $ 15.000. Assim, se a empresa contabilizasse seu patrimônio, observando os princípios da Competência e da Prudência, o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados seria: a) credor de $ 11.000 b) devedor de $ 10.500 c) credor de $ 10.500 d) devedor de $ 10.300 e) credor de $ 9.600 Resolução:

Lembramos que o termo CRÉDITOS se refere aos direitos da empresa contra terceiros (ATIVO), enquanto que o termo DÉBITOS se refere às obrigações da empresa com terceiros (PASSIVO). Assim, montando o patrimônio: ATIVO: PASSIVO: Créditos 38.000 Débitos 35.000 Bens 51.000 PL: Capital 63.000 Prejuízo Acumulado (9.000) TOTAL 89.000 TOTAL PASSIVO 89.000 O saldo dos Prejuízos Acumulados foi obtido pela aplicação da Equação Fundamental do Patrimônio (Ativo – Passivo = PL) Devemos proceder aos seguintes ajustes de acordo com os Princípios de Competência e Prudência: CREDITAR NO RESULTADO: $ 700 – Receitas ganhas e não recebidas (por isso não foram registradas pelo regime de caixa) $400 – despesas pagas e não incorridas (foram registradas no regime de caixa, mas devem ser estornadas, por não terem incorrido ainda) TOTAL A SER CREDITADO = 700 + 400 = 1.100

DEBITAR NO RESULTADO: Despesas não registradas no regime de caixa: $ 900 - Despesas incorridas e não pagas $ 300 - Provisão para Devedores Duvidosos (2% de $ 15.000 - Clientes) Receita registrada no regime de caixa que deve ser estornada $ 1.200 – receitas recebidas e não ganhas TOTAL A SER DEBITADO NO RESULTADO = 1.200 + 900 + 300 = 2.400

Novo saldo da conta LPA Saldo Anterior (9.000) (+) Ajuste positivo 1.100 (-) Ajuste negativo 2.400 (=) Saldo Final (10.300) Resposta: Letra D Um abraço a todos

22/03/2004 - Contabilidade - Questão 55 do cap.11 do Manual de Contabilidade

Hoje vamos resolver uma questão do Manual de Contabilidade que tem gerado certa polêmica. É a questão 55 cdo capítulo 11.

55. (ESAF/AFC/SFC–1996) Considere os seguintes dados: – Saldos em 31.12.95: Ativo circulante 60,00 Ativo permanente 30,00 Ativo realizável a longo prazo 10,00 Passivo circulante 45,00 Patrimônio líquido 55,00 – Fatos ocorridos em janeiro de 1996: Compras de mercadorias a prazo 30,00 Compras de mercadorias à vista 20,00 Custo de mercadorias vendidas 45,00 Descontos obtidos no pagamento de duplicatas 10,00 Pagamento de diversos despesas operacionais 50,00 Pagamentos de duplicatas 25,00 Recebimento de duplicatas 15,00 Vendas a prazo 35,00 Vendas à vista 25,00 Obs.: – Estoque de mercadorias, em 31.12.95 40,00 – Estoque de mercadorias, em 31.01.96 45,00

– Desconsidere a incidência de impostos sobre compras e vendas. Os fatos ocorridos em janeiro de 1996 provocaram: a) acréscimo de 30,00 no ativo circulante e de 25,00 no patrimônio líquido; b) acréscimo de 30,00 no ativo circulante e decréscimo de 25,00 no patrimônio líquido; c) acréscimo de 25,00 no capital circulante líquido; d) decréscimo de 5,00 no passivo circulante e de 30,00 no ativo circulante; e) decréscimo de 25,00 no capital circulante líquido. Resolução: A questão pode ser resolvida de diversas maneiras. Vamos partir para a análise das modificações em cada grupo separadamente, efetuando os lançamentos referentes a cada operação: 1. Compra de mercadorias a prazo =30,00 Lançamento Débito: Mercadorias 30,00 (Aumento no AC) Crédito: Duplicatas a Pagar 30,00 (Aumento no PC) 2. Compra de mercadorias à vista =20,00 Lançamento Débito: Mercadorias 20,00 (Aumento no AC)

Crédito: Bancos c/ Movimento 20,00 (Redução no AC) 5. Pagamento de diversas despesas operacionais =50,00 Lançamento Débito: Despesas 50,00 (Redução no PL) Crédito: Bancos c/ Movimento 50,00 (Redução no AC) 4. Desconto obtido de pagamento de duplicata =10,00 6.Pagamento de duplicata =25,00 Lançamento (OBS: Como foi pago $25,00, e o desconto obtido foi de $10,00, o valor de face das duplicatas pagas era de $35,00) Débito: Duplicatas a Pagar 35,00 (Redução no PC) Crédito: Descontos Obtidos 10,00 (Aumento no PL) Crédito: Bancos c/ Movimento 25,00 (Redução no AC) 7. Recebimento de duplicata =15,00 Lançamento Débito: Bancos c/ Movimento 15,00 (Aumento no AC) Crédito: Duplicatas a Receber 15,00 (Redução no AC)

3. CMV =45,00 8. Venda à prazo =35,00 9. Venda à vista =25,00 Lançamento (OBS: Como já foi dado o valor do CMV, da maneira que a questão está sendo resolvida, os valores dos estoques inicial e do final de mercadorias não serão utilizados) Débito: CMV 45,00 (Redução do PL) Crédito: Mercadorias 45,00 (Redução do AC) Débito: Bancos c/Movimento 25,00 (Aumento do AC) Débito: Duplicatas a Receber 35,00 (Aumento do AC) Crédito: Vendas 60,00 (Aumento do PL) Após os lançamentos, basta verificar o efeito dos mesmos no Ativo Circulante e no Passivo Circulante: ATIVO CIRCULANTE (AC) Compra de mercadorias a prazo 30,00

Pagamento de diversas despesas operacionais (50,00) Pagamento de duplicata (25,00) Venda à prazo 35,00 Venda à vista 25,00 CMV (45,00) Variação Total (30,00) PASSIVO CIRCULANTE Compra de mercadorias a prazo 30,00 Pagamento de duplicata (35,00) Variação Total (5,00) Variação no CCL = Variação no AC - Variação no PC

Variação no CCL = - 30 - (-5) = -30 + 5 = -25 Portanto as respostas D e E estão corretas. Abraço. Missagia

16/04/2004 - Contabilidade: Auditoria na Conta Caixa

Olá pessoal. Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns à turma ADU5, do curso de formação da ESAF dos aprovados no AFRF/2003, na qual ministrei aula de INFRAÇÕES E PENALIDADES ADUANEIRAS, de 12 a 14 de abril, em Porto Alegre (RS). O pessoal ficou um pouco

apavorado com a quantidade de multas que podemos aplicar, mas perceberam a importância da matéria. Acho que também gostaram dos "Casos de Rio Grande...". ...............

A aula de hoje trata de uma questão sobre auditoria da conta Caixa. Vamos lá: Ao se fazer a auditoria da conta Caixa da empresa irmãos metralhas s/c ltda, foram identificados as seguintes irregularidades: 1) houve uma omissão de escrituração de vendas a vista no valor de 860. 2)uma retirada bancária p/ suprimento de caixa no valor de 410 foi escriturada como se fosse deposito bancário. 3) houve uma omissão de escrituração de compras a vista no valor de 150 4) Uma compra a vista no valor de 230 foi escriturada como se fosse venda 5)Um adiantamento salarial de 420 foi escriturado 2 vezes. Além das irregularidades citadas, houve ainda mais uma, a qual não foi imediatamente identificada. sabendo-se que o saldo irregular de caixa no razão era de 1100 e na conferencia física existente havia 2900, marque a opção que justificaria a irregularidade não identificada. Resolução: Primeiramente, vamos analisar o efeito que cada uma das operações acima teve na conta caixa. 1) houve uma omissão de escrituração de vendas a vista no valor de 860.

Lançamento a ser efetuado: Caixa a Vendas 860 2) uma retirada bancária p/ suprimento de caixa no valor de 410 foi escriturada como se fosse deposito bancário. Lançamento efetuado (incorretamente): Bancos a Caixa 410 Lançamento a ser efetuado para corrigir o erro (pelo dobro do valor, para estornar e proceder ao lançamento correto: Caixa a Bancos 820 3) houve uma omissão de escrituração de compras a vista no valor de 150 Lançamento a ser efetuado: Compras a Caixa 150 4) Uma compra a vista no valor de 230 foi escriturada como se fosse venda Lançamento efetuado (incorretamente): Caixa a Vendas 230 Lançamento a ser efetuado para estornar o anterior: Vendas a Caixa 230 Lançamento a ser efetuado corretamente:

Compras a Caixa 230 5) Um adiantamento salarial de 420 foi escriturado 2 vezes. Lançamento referente ao adiantamento efetuado 2 vezes : Adiantamento salarial a Caixa 420 Estorno de um dos lançamentos: Caixa a Adiantamento salarial 420 Contabilização dos créditos e débitos: Débitos: 860 (1) + 820 (2) + 420 (5) = 2100 Créditos: 150 (3) + 230 (4) + 230 (4) = 610 A questão é bem inteligente. Vejam só: no enunciado dizia que o razão apontava saldo irregular de 1100 na conta CAIXA, e que o correto seria 2900. Portanto, temos de encontrar um total a ser DEBITADO de 2900 – 1100 = 1800, certo? Com as operações acima, ficou evidenciado que faltava DEBITAR 1490, que é o total a ser DEBITADO (2100) menos o total a ser CREDITADO (610). Assim, resta-nos encontrar uma alternativa que forneça a diferença, ou seja: Total a ser debitado = 1800 (-) Valor a ser debitado pelas 5 operações relacionadas = 1490 (=) Valor que falta pra ser debitado = 310

Como o candidato não me forneceu as outras alternativas, mas somente a correta, vejam o teor da mesma: Resp. Lançamento de uma retirada bancaria de 155 como se fosse um deposito. Essa impropriedade também foi cometida na operação 2. Basta utilizarmos o mesmo raciocínio: Lançamento efetuado (incorretamente): Bancos a Caixa 155 Lançamento a ser efetuado para corrigir o erro (pelo dobro do valor, para estornar e proceder ao lançamento correto: Caixa a Bancos 310 E assim completaríamos o valor a ser debitado em 310, totalizando 310 + 1490 = 1800 O valor de 1800 é exatamente a diferença entre o saldo incorreto do razão (1100) e o valor da conferência física (2900). Parabéns ao elaborador da questão e um abraço a todos! Missagia

12/05/2004 - Contabilidade: Questão de DOAR do concurso Analista do TCU/2002

Analista de Controle Externo – TCU –2002 Questão de DOAR

“14- A empresa Girafluxo S/A demonstrou o seguinte balanço patrimonial, aqui simplificado, com valores no início e no fim do exercício social do ano de 2001: Contas/Grupos saldos 01.01.01 saldos 31.12.01 Disponibilidades R$ 25.000,00 R$ 30.000,00 Créditos R$ 34.000,00 R$ 27.200,00 Estoques R$ 20.000,00 R$ 24.000,00 Despesas Exercício Seguinte R$ 1.000,00 R$ 800,00 Créditos de Longo Prazo R$ 5.000,00 R$ 6.000,00 Investimentos R$ 27.000,00 R$ 21.600,00

Ativo Imobilizado R$ 63.000,00 R$ 75.600,00

Depreciação Acumulada R$ ( 3.000,00) R$ ( 3.600,00) Ativo Diferido R$ 34.000,00 R$ 29.200,00

Amortização Acumulada R$ ( 4.000,00) R$ ( 4.200,00) Total R$ 202.000,00 R$ 206.600,00 --------------------------------------------------------------------------------------------------- Débitos Mercantis R$ 30.000,00 R$ 24.000,00 Financiamentos Bancários R$ 40.000,00 R$ 48.000,00 Provisão p/Imposto de Renda R$ 0,00 R$ 3.500,00 Dividendos a Pagar R$ 20.000,00 R$ 24.000,00 Financiamentos Longo Prazo R$ 10.000,00 R$ 8.000,00

Resultados de Exerc. Futuros R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 Capital Social R$ 70.000,00 R$ 70.000,00 Capital a Realizar R$ 10.000,00 R$ 7.000,00 Reservas de Capital R$ 20.000,00 R$ 8.600,00 Reservas de Lucro R$ 15.000,00 R$ 18.000,00 Lucros Acumulados R$ 5.000,00 R$ 7.500,00 Total R$ 202.000,00 R$ 206.600,00 --------------------------------------------------------------------------------------------------- Analisando-se as variações ocorridas entre o início e o fim do exercício considerado, pode-se afirmar que a elaboração da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, nos termos da lei, vai evidenciar o seguinte item: a) item I – Origens de Recursos R$ 19.500,00. b) item I – Origens de Recursos R$ 27.000,00. c) item II – Aplicações de Recursos R$ 31.000,00. d) item III – Redução de CCL R$ 11.500,00. e) item III – Aumento do CCL R$ 7.500,00.” Resolução: A partir da variação de cada conta, vamos interpretar se se trata de uma aplicação ou de uma origem de recursos, lembrando sempre que os conceitos básicos de DOAR e de capital circulante líquido já devem estar bem sedimentados pelos alunos para se aventurarem neste tipo de exercício.

O raciocínio básico, utilizado no Manual de Contabilidade, é o seguinte: São origens: a) Aumentos no Passivo Não Circulante (PELP, REF e PL) b) Reduções no Ativo Não Circulante (ARLP, AP) São aplicações: a) Aumentos no Ativo Não Circulante (ARLP, AP) b) Reduções no Passivo Não Circulante (PELP, REF e PL) Ao final, tiraremos a prova real com a confirmação da variação do capital circulante líquido pelas fórmulas: CCL = AC – PC Variação no CCL = Origens – Aplicações Variação no CCL = CCL final – CCL inicial Contas/Grupos saldos 01.01.01 saldos 31.12.01 Créditos de Longo Prazo R$ 5.000,00 R$ 6.000,00 Aumento no ARLP = aplicação de 1.000 Investimentos R$ 27.000,00 R$ 21.600,00 Redução no AP = origem de 5.400

Ativo Imobilizado R$ 63.000,00 R$ 75.600,00 Aumento no AP = aplicação de 12.600 Depreciação Acumulada R$ ( 3.000,00) R$ ( 3.600,00) Sabemos que a depreciação deve ser somada ao LLE para a obtenção do lucro ajustado. Assim, a mesma é considerada origem de 600 Ativo Diferido R$ 34.000,00 R$ 29.200,00 Redução no AP = origem de 4.800 Amortização Acumulada R$ ( 4.000,00) R$ ( 4.200,00) Analogamente à depreciação, a amortização é somada ao LLE para a obtenção do lucro ajustado, sendo considerada uma origem de 200 Dividendos a Pagar R$ 20.000,00 R$ 24.000,00 O valor dos dividendos a pagar é considerado como aplicação de 4.000, pois gera um lançamento a débito de LPA e a crédito do passivo circulante, reduzindo o CCL. Porém, nesse tipo de exercício especificamente, não dispomos do valor do LLE, portanto o valor dos dividendos, que se originou do LLE, já foi destinado por meio do lançamento LPA a Dividendos a Pagar (PC) Assim, os 4.000 dos dividendos estavam no LLE e devem

ser somados à variação do LPA para computar o total das origens. Reparem que não estou dizendo que dividendos são origens. Pelo contrário, são aplicações, porem, nesse exercício tivemos de usar o raciocínio exposto acima. Financiamentos Longo Prazo R$ 10.000,00 R$ 8.000,00 Redução no PELP = aplicação de 2.000 Capital a Realizar R$ 10.000,00 R$ 7.000,00 Aumento no PL (integralização de capital) = origem de 3.000 Reservas de Capital R$ 20.000,00 R$ 8.600,00 Redução PL = aplicação de 11.400 Reservas de Lucro R$ 15.000,00 R$ 18.000,00 Aumento no PL = origem de 3.000 Lucros Acumulados R$ 5.000,00 R$ 7.500,00 Aumento no PL = origem de 2.500 Total das origens = 5.400 + 600 + 4.800 + 200 + 4.000 + 3.000 + 3.000 + 2.500 = 23.500 Total das aplicações = 1.000 + 12.600 + 4.000 + 2.000 + 11.400 = 31.000

Variação do CCL = Origens – Aplicações = 23.500 – 31.000 = - 7.500

(Redução de 7.500) Aqui já poderíamos assinalar a resposta correta (letra C). Porém, para termos certeza, vamos calcular os valores inicias e finais do AC e do PC para ver se chegaremos à mesma variação no CCL. Se chegar, é porque está correto, senão, devemos verificar onde está o erro. Comprovação: Contas/Grupos saldos 01.01.01 saldos 31.12.01 Disponibilidades R$ 25.000,00 R$ 30.000,00 Créditos R$ 34.000,00 R$ 27.200,00 Estoques R$ 20.000,00 R$ 24.000,00 Despesas Exercício Seguinte R$ 1.000,00 R$ 800,00 ATIVO CIRCULANTE R$ 80.000,00 R$ 82.000,00 Débitos Mercantis R$ 30.000,00 R$ 24.000,00 Financiamentos Bancários R$ 40.000,00 R$ 48.000,00 Provisão p/Imposto de Renda R$ 0,00 R$ 3.500,00 Dividendos a Pagar R$ 20.000,00 R$ 24.000,00 PASSIVO CIRCULANTE R$ 90.000,00 R$ 99.500,00

CCL em 01.01.01 = AC – PC = 80.000,00 – 90.000,00 = (10.000,00) CCL em 31.12.01 = AC – PC = 82.000,00 – 99.500,00 = (17.500,00) Variação do CCL = CCL em 31.12.01 – CCL em 01.01.01 = - 17.500 – (- 10.000) = - 7.500 (Redução de 7.500, conforme já havíamos obtido anteriormente). Reposta: Letra C Excelente exercício. Abraço a todos Missagia

03/06/2004 - Contabilidade: Questão 50 do AFTM/PI (ESAF/2001) - Depreciação (Retificada)

Olá pessoal, na aula de hoje retifico a questão abaixo, que havia sido publicada, com erro em 02/06/2004. Na ocasião, acabei considerando apenas 3 meses de depreciação entre 11/09/99 e 31/12/99, quando sabemos que são 4 meses de setembro a dezembro, já que se considera inclusive o mês em que o bem foi instalado (setembro). Agradeço à candidata que constatou o erro. Questão 50 do AFTM Teresina – PI (ESAF/2001) - Retificada 50- A empresa S/A Delta & Industria possuía equipamentos industriais adquiridos por R$ 32.000,00, em Março de 1999, e instalados para funcionamento em 11 de Setembro do mesmo ano. Embora com vida útil

de 8 anos, o equipamento foi alienado em 30 de Julho de 2001, gerando um ganho de capital líquido de 30% sobre a receita da alienação. Sabendo-se que: - o valor residual para fins de depreciação foi estimado em 10%; - não houve correção monetária no período; - o exercício social coincide com o não civil; pode-se afirmar, em relação ao exemplo dado, que na operação de alienação foi apurada uma Receita Não-Operacional de a) R$ 10.885,71 b) R$ 31.714,29 c) R$ 29.685,71 d) R$ 33.020,00 e) R$ 36.285,71 Resolução: Valor do bem = R$ 32.000,00 Instalação = 11/09/1999 Vida útil = 8 anos Taxa de depreciação = 100% / 8 = 12,5% aa Venda = 30/07/2001 Valor depreciável = 90%, já que o valor residual é de 10%. Valor residual é aquele que não é depreciado. Valor depreciável = 90% x R$ 32.000,00 = R$ 28.800,00 Depreciação anual (atenção para os meses de uso em cada ano):

1999: 4 meses = 12,5% x 4/12 = 4,17% 2000: 12 meses = 12,5% 2001: 7 meses = 12,5% x 7/12 = 7,29% Total = 4,17% + 12,5% + 7,29% = 23,96% Depreciação total = 23,96% x R$ 28.800,00 = R$ 6.900 Valor contábil do bem = 32.000 – 6.900 = 25.100 (Aqui se usa o valor total do bem, e não o valor depreciável) Se o ganho de capital na venda foi de 30%, então: PV = Preço de Venda (Na verdade o preço de venda é a receita não operacional, que está sendo pedida na questão) PV – 25.100 = 0,3 PV (ganho de capital) 0,7 x PV = 25.100 PV = 35.857,00 Considerando os arredondamentos, a resposta que mais se aproxima é a letra E. Abs. Missagia

22/07/2004 - Contabilidade - Compensação de Prejuízos

Olá, pessoal, tudo bem? Hoje resolverei uma questão de contabilidade que procurei para atender um pedido de um candidato que enviou um e-mail há algum tempo solicitando explanações sobre a compensação de prejuízos. Espero que ele se lembre. Sei que a resposta está com um certo atraso, mas a fila de e-mails é imensa, e só agora que cheguei nele. Imaginem quantos ainda não há pela frente!

Questão do concurso AFC-SFC/2000 (ESAF) – A Nossa Firma, ao fim do exercício social de 19X1, ostentava um patrimônio líquido com a seguinte composição: Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 8.000,00 Reservas Estatutárias 7.000,00 Reserva Legal 6.000,00 Lucros Acumulados 5.000,00 Somatório 117.000,00 No resultado do exercício de 19X1 foi apurado um prejuízo líquido no valor de R$ 15.000,00, que deverá ser absorvido por recursos próprios anteriores. Assim sendo, o novo patrimônio líquido, após a absorção do prejuízo do exercício, deverá ter a seguinte composição: a) Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 8.000,00 Reservas Estatutárias 0,00 Reserva Legal 3.000,00 Lucros Acumulados 0,00 Somatório 102.000,00

b) Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 8.000,00 Reservas Estatutárias 3.000,00 Reserva Legal 0,00 Lucros Acumulados 0,00 Somatório 102.000,00 c) Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 0,00 Reservas Estatutárias 0,00 Reserva Legal 6.000,00 Lucros Acumulados 5.000,00 Somatório 102.000,00 d) Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 4.000,00 Reservas Estatutárias 7.000,00

Reserva Legal 0,00 Lucros Acumulados 0,00 Somatório 102.000,00 e) Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 8.000,00 Reservas Estatutárias 0,00 Reserva Legal 0,00 Lucros Acumulados 3.000,00 Somatório 102.000,00 Resolução: Bom, em primeiro lugar, busquemos o assunto na Lei das S.A: A absorção de prejuízos do exercício é tratada pela Lei das S.A. em seu artigo 189, parágrafo único, que diz o seguinte: “O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pela reserva de lucros, e pela reserva legal, nessa ordem.” Observamos que a reserva legal faz parte das reservas de lucros. Porém, a norma acima descrita optou por destacar esta reserva (legal) para que, após a utilização dos lucros

acumulados, fosse então utilizado o saldo das demais reservas de lucros (estatutária, de contingência, retenção de lucros, lucros a realizar e reserva especial de dividendos) e por último, caso ainda houvesse prejuízo a compensar, aí sim utilizar-se-ia o saldo da reserva legal. Quanto à reserva de capital, diz o artigo 200, I, que esta somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros, ou seja, é a última a ser utilizada, inclusive após a reserva legal. Podemos então inferir que a absorção de prejuízo do exercício se dará na seguinte ordem: 1) Lucros Acumulados 2) Reservas de Lucros (Estatutária, de Contingência, de Retenção, Lucros a Realizar, Especial de Dividendo não Distribuído) – reparem que a Lei não define uma ordem entre as mesmas. 3) Reserva Legal 4) Reserva de Capital Sendo assim, a absorção do prejuízo de R$ 15.000,00 se dará da seguinte forma: Valor do Prejuízo 15.000,00 (-) Lucros Acumulados (5.000,00)

(=) Prejuízo remanescente 10.000,00 (-) Reservas Estatutárias (7.000,00) (=) Prejuízo remanescente 3.000,00 (-) Reserva Legal (3.000,00) (=) Prejuízo remanescente 0,00 Os saldos de lucros acumulados e reservas estatutárias foram totalmente utilizados para absorver o prejuízo, enquanto que do saldo de R$ 6.000,00 da conta reserva legal foram utilizados somente R$3.000,00, sobrando R$3.000,00. O patrimônio líquido ficará assim: Capital Social 100.000,00 Capital a Realizar (9.000,00) Reservas de Capital 8.000,00 Reservas Estatutárias 0,00 Reserva Legal 3.000,00 Lucros Acumulados 0,00 Somatório 102.000,00 Resposta: Letra A

Uma boa noite e bons estudos a todos! Abraço. Missagia

13/08/2004 - Contabilidade: Casos de depreciação, amortização ou exaustão

Olá pessoal Hoje vamos tirar uma dúvida de um aluno, que pode ser a dúvida de muitos. Vou lembrar uma coisa a vocês, pessoal. Muitas vezes, o candidato que está muito preparado e sabe muitos detalhes, tende a querer utilizar seus conhecimentos em todas as questões. Sabemos que não é bem assim. Tanto a ESAF quanto o CESPE costumam incluir em suas questões algumas pegadinhas sim, além de questões que exigem um ou outro conhecimento bem mais aprofundado. Mas pessoal, a grande parte das questões (pelo menos de contabilidade) é resolvida com conhecimentos simples, porém com bom raciocínio. E pra passar, o caminho é esse, ou seja, resolvendo com calma as questões básicas pra não errar, partindo do menos, pra chegar ao mais. O que eu quero dizer é que o aluno só deve “sacar” suas armas, ou seja, utilizar conhecimentos aprofundados, se não conseguir resolver a questão pelo bê-a-bá, e nunca o contrário!!! Vejam o que ocorre com essa questão: (AFC/STN/ESAF) O Ativo Permanente da Quinta Empresa S/A é formado por:

Edifícios R$ 40.000 Terrenos R$ 20.000 Móveis e Utensílios R$ 25.000 Marcas e Patentes R$ 20.000 Recursos Florestais R$ 15.000 Máquinas e Equipamentos R$ 30.000 Gastos de Instalações R$ 10.000 A apropriação do custo desses equipamentos ao resultado do exercício, quando cabível, é feita com base em taxas anuais constantes e unificadas para todos os itens, separando-se as despesas apenas por natureza, sendo depreciação de 6%, exaustão de 8% e amortização de 10%. Tendo essa empresa iniciado suas atividades em primeiro de julho de 2000 já com todos os elementos acima incorporados ao patrimônio, podemos dizer que o valor contábil do ativo permanente no balanço patrimonial de 31 de dezembro de 2001 será de: a) R$ 150.000 b) R$ 146.350 c) R$ 145.150 d) R$ 144.700 e) R$ 143.350 Resolução: O mais importante nessa questão é que as taxas de depreciação, exaustão e amortização foram dadas no enunciado e são fixas!!!! Olha só que beleza, não adianta ficar pensando nesse ou naquele método de depreciação. A

única dificuldade aqui será determinar o que é amortizável, exaurível ou depreciável. Vejamos: De 01/07/2000 a 31/12/2001 temos 1 ano e meio. As taxas fornecidas são anuais. Portanto, basta adequá-las ao período, multiplicando por 1,5. Assim: Depreciação = 6% x 1,5 = 9% Amortização = 10% x 1,5 = 15% Exaustão = 8% x 1,5 = 12% Edifícios - Depreciação = 9% x R$ 40.000 = R$ 3.600 Valor contábil = R$ 40.000 – R$ 3.600 = R$ 36.400 Terrenos - Não se aplica depreciação Valor contábil = R$ 20.000 Móveis e Utensílios - Depreciação = 9% x R$ 25.000 = R$ 2.250 Valor contábil = R$ 25.000 – R$ 2.250 =- R$ 22.750 Máquinas e Equipamentos - Depreciação = 9% x R$ 30.000 = R$2.700 Valor contábil = R$ 30.000 – R$ 2.700 =- R$ 27.300 Marcas e Patentes - Amortização = 15% x R$ 20.000 = R$ 3.000

Valor contábil = R$ 20.000 – R$ 3.000 =- R$ 17.000 Gastos de Instalações (despesa pré-operacional) - Amortização = 15% x R$ 10.000 = R$ 1.500 Valor contábil = R$ 10.000 – R$ 1.500 = R$ 8.500 O problema maior reside nos recursos florestais. Em princípio, o bom candidato pode achar é uma “pegadinha”, ou seja, pode ser amortização ou exaustão. Vejam o que diz o Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/99 – RIR): Art.325.Poderão ser amortizados: I - o capital aplicado na aquisição de direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada, ou de bens cuja utilização pelo contribuinte tenha o prazo legal ou contratualmente limitado, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 58): .......... e) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas de que trata o art. 328; Direitos de Exploração de Florestas Art. 328. A quota anual de amortização do valor dos direitos contratuais de exploração de florestas terá como base de cálculo o valor do contrato e será calculada em função do prazo de sua duração (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, art. 5º e § 1º). § 1º Opcionalmente, poderá ser considerada como data do início do prazo contratual, para os efeitos do disposto neste artigo, a do início da efetiva exploração dos recursos (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, art. 5º, § 2º).

§ 2º Ocorrendo a extinção dos recursos florestais antes do término do prazo contratual, o saldo não amortizado poderá ser computado como custo ou encargo do período de apuração em que ocorrer a extinção (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, art. 5º, § 3º). § 3º As disposições deste artigo não se aplicam aos contratos de exploração firmados por prazo indeterminado (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, art. 5º e § 4º). ............. Exaustão de Recursos Florestais Art. 334. Poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada período de apuração, a importância correspondente à diminuição do valor de recursos florestais, resultante de sua exploração (Lei nº 4.506, de 1964, art. 59, e Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, art. 4º). § 1º A quota de exaustão dos recursos florestais destinados a corte terá como base de cálculo o valor das florestas (Decreto-Lei nº 1.483, de 1976, art. 4º, § 1º). ................. Portanto, meus amigos, a utilização de amortização para apropriação de custos de recursos florestais basicamente se aplica nos casos de contrato de cessão de direitos de exploração dos recursos. A questão falou só em “Recursos Naturais”, e nada mais. Sendo assim, pode-se assumir tranqüilamente que os recursos são de propriedade da empresa, e que a mesma os está explorando, e sendo assim, a apropriação de custo se dará por exaustão (taxa anual de 8%).

Exaustão dos Recursos Naturais = 8% x 1,5 x R$ 15.000 = R$ 1.800 Valor contábil = R$ 15.000 – R$ 1.800 = R$ 13.200 Valor contábil total = 36.400 + 20.000 + 22.750 + 27.300 + 17.000 + 8.500 + 13.200 = R$ 145.150 Resposta: Letra C Um abraço Missagia

04/11/2004 - Contabilidade - Questões da Prova da PF/Cespe - Técnico de Contabilidade / 2004

Olá pessoal. Alguns alunos comentaram que havia uma preferência em resolver questões da ESAF neste espaço. Tentando reverter essa fama, selecionei três questões da prova da Polícia Federal de 2004, do Cargo de Técnico em Contabilidade (Cargo 38 - Administrativo), aplicada pelo Cespe/Unb, sempre naquele estilo de certo ou errado, para resolver na aula de hoje. Aí vão elas: Questões 61 a 63 da prova da Polícia Federal / 2004 Cargo Administrativo 38 – Técnico em Contabilidade Em cada um dos itens seguintes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

61 - A empresa Aurora Boreal vende a prazo. Como forma de incentivar os recebimentos, concede descontos para os pagamentos realizados antes da data do vencimento. Nessa situação, a Contabilidade considera erro classificar tais descontos como deduções das vendas. Comentário: (Correta) Os descontos concedidos por ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO são aqueles descontos conhecidos como DESCONTOS FINANCEIROS, ou DESCONTOS CONDICIONAIS. Quando a empresa realiza uma venda a prazo concedendo esse tipo de desconto não há como prever se o cliente utilizará o benefício ou não. A receita de venda é contabilizada no momento da sua efetivação, do fechamento do negócio. Caso o cliente antecipe o pagamento de determinada parcela, o valor descontado será contabilizado como uma DESPESA FINANCEIRA (OPERACIONAL) na empresa vendedora. O desconto que é lançado como dedução da receita de vendas é o desconto incondicional (ou comercial). Portanto é um erro classificar o desconto financeiro como dedução de vendas. 62 - Maria, técnica em contabilidade, recebe diariamente as notas das operações de venda para providenciar os registros contábeis pertinentes. Nessa situação, sabendo que a empresa adota o sistema de inventário periódico para o estoque, Maria aguardará a competência mensal para contabilizar a receita de vendas, ou seja, fará o registro das vendas após o levantamento físico do estoque. Comentário: (Errada) No sistema de inventário periódico de avaliação de estoques, a empresa deve realizar uma contagem física das mercadorias em seu poder, que será o

valor do estoque final do período. O examinador tentou elaborar uma “pegadinha” na questão, quando disse que “Maria aguardará a competência mensal para contabilizar a receita de vendas, ou seja, fará o registro das vendas após o levantamento físico do estoque”. Todo o restante está correto, mas a receita de vendas deve ser lançada imediatamente, quando da concretização de cada transação, por meio do lançamento base: CAIXA / CLIENTES a VENDAS O que se calcula ao final do período, após o levantamento físico do estoque, é o CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS, por meio da fórmula: CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final Lançamento de apropriação do custo: CMV a Estoques 63 - Um defeito nos filtros da indústria Paraíso Tropical ocasionou uma grande emissão de substâncias tóxicas no ambiente, no final de 2003. Nessa situação, considerando as práticas contábeis aceitas, a contabilidade da empresa deverá constituir, prudentemente, uma reserva para contingências ainda em 2003, antecipando os desembolsos que serão feitos para ressarcir os prejudicados pelo acidente.

Comentário: (Errada) A reserva para contingências, conforme o artigo 195 da Lei 6.404/76, pode ser constituída para fazer frente, em exercícios futuros, a perdas prováveis, cujo valor possa ser estimado, por proposta da administração, e aprovação da assembléia geral. Trata-se de uma atitude preventiva que visa evitar a distribuição de dividendos que possam acarretar dificuldades financeiras em exercícios sociais subseqüentes, em virtude de situações incomuns, tais como: decorrentes da natureza (secas, enchentes etc.); de conflitos civis (guerras e revoluções) ou de atos do governo (desapropriação ou encampação). Nesse caso não há despesa ocorrida, muito menos desembolso. Vejam que, sendo uma reserva de lucros, consiste em uma destinação do resultado. Quando constituída é creditada em contrapartida a um débito na conta LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (LPA). Portanto não há desembolso algum. Afastada a contingência, a reserva será imediatamente revertida, voltando seu valor a compor o saldo da conta LPA. Confirmada a contingência, o resultado futuro será afetado a menor. No caso em questão, vale lembrar que o artigo 184, I da Lei 6.404/76 prevê que serão incluídos no passivo as obrigações, encargos e riscos, conhecidos e calculáveis. Sendo assim, ao mencionar os riscos “calculáveis”, o legislador previu a constituição de PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS, no passivo, contingências estas referentes a situações ainda indefinidas no fechamento do exercício, mas com potencial para gerar efeitos futuros negativos. Obedecendo ao Princípio da Prudência e ao comando legal citado acima, deve ser constituída, na realidade, uma PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS, no passivo, e não uma RESERVA PARA CONTINGÊNCIAS. Mais uma diferença entre ambas: na provisão a despesa já ocorre no exercício em que é constituída (Princípios da

Oportunidade e da Competência), diferentemente da reserva para contingências, que não transita pelo resultado. Em nenhum dos dois casos há desembolso. Por hoje é isso, pessoal. Bons estudos a todos. Abraço. Missagia

02/12/2004 - Contabilidade: Questão 05 do TRF/2003

Olá, pessoal, gostaria de ressaltar a grande participação dos alunos com suas perguntas e comentários colocados no fórum do 1º Curso On-Line de Contabilidade Introdutória, ministrado em conjunto por mim e pelo prof. Velter neste site. Sobre a boataria envolvendo a matéria de aduana para o próximo AFRF, de fato está cansativo para os alunos (e para os professores) acompanharem tamanha enrolação. Como faço parte do grupo de instrutores da ESAF de Aduana, já tenho conhecimento de algumas disciplinas que serão ministradas no Curso de Formação (2ª Etapa). Inclusive estarei em Brasília na semana de 06 a 10 de dezembro elaborando material que certamente será cobrado no curso. E aí, pra vocês, candidatos, não adianta de grande coisa comentarmos AGORA sobre isso. Seria perda de tempo e confusão. Com relação à 1ª etapa, por sua vez, a indefinição é geral. Concordo com o Vicente. E acrescento ainda que vocês devem intensificar os estudos

no Regulamento Aduaneiro. Disso não tem como escapar. Com relação a material de estudo para aduana, são muitas perguntas e solicitações. Só tenho a informar que estamos trabalhando nisso, aguardando uma maior clareza nas disciplinas do edital, para certamente oferecer a vocês um material de qualidade e atualizado que terá a cara da ESAF. Bom, chega de papo e vamos resolver uma questão de contabilidade do TRF/2003, muito interessante, sobre a Provisão para Devedores Duvidosos. 05- A empresa Espera Ltda. determinou ao Banco do Brasil que protestasse um título, que estava em seu poder para cobrança, no valor de R$ 25.000,00; não suficiente, envidou esforços judiciais sem sucesso. A venda que originou o título havia acontecido no exercício anterior. Ao final do exercício anterior, a empresa possuía o seguinte Balanço Patrimonial: Valores em R$ ATIVO Ativo Circulante 330.000,00 Disponibilidades 10.000,00 Caixa e Bancos 10.000,00 Realizável a Curto Prazo 320.000,00 Duplicatas a Receber 200.000,00 Devedores Duvidosos -30.000,00

Estoques 150.000,00 Ativo Permanente 180.000,00 Imobilizado 200.000,00 Depreciação acumulada -20.000,00 Ativo Total 510.000,00 PASSIVO Passivo Circulante 220.000,00 Fornecedores 220.000,00 Patrimônio Líquido 290.000,00 Capital Social 200.000,00 Reserva Legal 10.000,00 Lucros Acumulados 80.000,00 Total do Passivo 510.000,00 Assinale a opção em que o registro contábil da operação, de baixa do título, está correto. Valores em R$ Contas Débito Crédito a) Despesas com Títulos 25.000 Incobráveis

a Duplicatas Descontadas 25.000 b) Devedores Duvidosos 25.000 a Duplicatas a Receber 25.000 c) Despesas com Títulos Incobráveis 25.000 a Duplicatas a Receber 25.000 d) Ajuste de Exercícios Anteriores 25.000 a Duplicatas a Receber 25.000 e) Despesas com Títulos Incobráveis 25.000 a Bancos Conta Movimento 25.000 Resolução: Para a resolução desta questão, o candidato deveria

dominar o conhecimento sobre provisões, e principalmente sobre a conta “provisão para créditos de liquidação duvidosa”, também chamada de provisão para devedores duvidosos (PDD), e na questão assinalada apenas como “devedores duvidosos”. Trata-se de uma provisão ativa, que corresponde a uma expectativa de perda na realização dos créditos, oriundos da venda de bens ou serviços a prazo. Vamos a um pequeno resumo sobre os lançamentos referentes a essa conta. A contabilização da provisão deve ser feita no final do período, lançada a débito de uma conta de resultado (despesa com provisões para devedores duvidosos) e a crédito da conta provisão para crédito de liquidação duvidosa, sendo esta última retificadora do montante de créditos a receber (conta clientes ou duplicatas a receber), tal como aparece na questão, ou seja, a conta DEVEDORES DUVIDOSOS é conta de provisão ativa, de saldo credor, retificadora da conta DUPLICATAS A RECEBER. Assim, no final do período anterior constituiu-se a provisão pelo valor de R$ 30.000 (como consta na questão, saldo credor de 30.000), por meio do seguinte lançamento: Despesa com créditos de liquidação duvidosa a Devedores Duvidosos R$ 30.000,00 No período subseqüente, após utilização de todos os meios de cobrança possíveis, as perdas incorridas na realização dos créditos devem ser contabilizadas a débito da conta de provisão, constituída no período anterior e a crédito de valores a receber, ou seja, utiliza-se o saldo da conta de provisão para dar baixa nos títulos não pagos e sem condição de cobrança. É o que se chama de baixa de títulos

incobráveis. Como o título era de R$ 25.000,00 o lançamento fica: Devedores Duvidosos a Duplicatas a receber R$ 25.000,00 Resposta: Letra B Por hoje é isso, pessoal. Abraço. Missagia

24/01/2005 - Contabilidade - Outras questões ímpares do TRF/2003

Olá Pessoal. Considerando as indefinições que assolam o mundo dos concursos, principalmente no que tange a área de aduana para o concurso da receita federal, só nos resta mesmo continuar estudando as matérias básicas, como a contabilidade. Como fiquei devendo a resolução das questões ímpares ainda não resolvidas do TRF/2003 (questões bem tranqüilas), como bem lembrou um internauta, aí vão elas. Aproveito para anunciar que estamos encerrando o curso on-line de contabilidade introdutória. Mais uma vez, gostaria de agradecer a presença de todos e mencionar a grande participação dos alunos com perguntas que só contribuíram para o andamento das aulas. Em alguns dias, anunciaremos a abertura do curso de CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA, com diversos assuntos que são presença

certa em provas, tais como Balanço de Pagamentos, Ajustes ao Princípio da Competência, Demonstração do Resultado do Exercício, DOAR e outros mais. Os ex-alunos de Contabilidade Introdutória terão um desconto na matrícula. Estamos verificando também a possibilidade de oferecer outros descontos, para que mais alunos possam ter acesso ao curso. Também gostaria de lembrar aos alunos de SP que estarei na cidade para ministrar um curso de CONTABILIDADE GERAL – EXERCÍCIOS, nos finais de semana de 19-20 e 26-27 de fevereiro, no Curso Formação. CONTABILIDADE GERAL – TRF/2003 01- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta. a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. b) O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

c) O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. e) O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro. Resolução: a) (Correta) Questão literal da Resolução CFC 750/93. Vale ressaltar que o critério de adoção da alternativa que gere o maior valor para o PASSIVO e o menor valor para o ATIVO só é admitida no caso de elas serem IGUALMENTE válidas perante os demais princípios fundamentais. b) (Correta) A afirmativa é equivalente à da letra A, pois adotar a alternativa que gere o maior valor do PASSIVO e o menor do ATIVO é o mesmo que adotar a alternativa que gere o menor valor para o PL, já que PL = ATIVO – PASSIVO

c) (Correta) Já comentamos algumas vezes que os princípios devem ser aplicados de forma conjunta. As provisões constituem exemplo clássico de aplicação conjunta dos princípios da PRUDÊNCIA e da COMPETÊNCIA (e da OPORTUNIDADE também), para que as despesas sejam registradas no momento oportuno. d) (Correta) É o caso das provisões para perdas, quando devemos optar, na dúvida, pela alternativa que aumente mais o passivo e/ou pela que reduz mais o ativo, provisionando um valor de fato representativo e prudente. e) (Errada) Essa é a definição do princípio da OPORTUNIDADE, literalmente. Resposta: Letra E 07- A empresa Comercial Luna Ltda. descontou uma duplicata em 01.07.03, pelo prazo de 25 dias, no valor de R$ 1.000,00. O Banco deduziu do valor a importância de R$ 50,00, referentes a Despesas Financeiras. Assinale a opção em que o registro contábil da operação está correto. Valores em R$ a)Diversos a Duplicatas a Receber 1.000,00

Bancos Conta Movimento 950,00 Despesas Financeiras 50,00 b)Diversos a Duplicatas Descontadas 1.000,00 Bancos Conta Movimento 950,00 Despesas Financeiras 50,00 c)Duplicatas a Receber 1.000,00 a Diversos a Bancos Conta Movimento 950,00 a Despesas Financeiras 50,00 d)Duplicatas Descontadas 1.000,00 a Diversos a Bancos Conta Movimento 950,00 a Despesas Financeiras 50,00 e) Bancos Conta Movimento 1.000,00 a Diversos

a Duplicatas a Receber 950,00 a Despesas Financeiras 50,00 Resolução: Essa questão é clássica e fácil. O desconto de duplicatas representa um adiantamento (um empréstimo) que o banco faz a um cliente por conta de um título com vencimento futuro. O banco paga o valor da duplicata (R$ 1.000,00) ao cliente no ato, porém, simultaneamente, cobra pelos juros referentes ao prazo do vencimento (25 dias). Assim, o valor a ser creditado na conta corrente será o valor do título (R$ 1.000,00) deduzido das despesas financeiras cobradas pelo banco (R$ 50,00). Portanto o débito em BANCOS C/MOVIMENTO será de R$ 950,00. Como o título ainda não foi baixado, ao invés de creditar a conta DUPLICATAS A RECEBER, abre-se uma conta retificadora desta, de saldo credor, chamada DUPLICATAS DESCONTADAS, que representa os títulos que estão em poder do banco aguardando o pagamento, cujo valor já foi adiantado ao cliente. Assim, o lançamento ficará: D – DESPESAS FINANCEIRAS 50,00 D – BANCOS C/MOVIMENTO 950,00 C – DUPLICATAS DESCONTADAS 1.000,00 09- Com relação às peças que compõem as Demonstrações

Financeiras, assinale a opção correta. a) A Demonstração do Resultado do Exercício evidencia a modificação ocorrida na posição financeira da empresa. b) Na demonstração de lucros ou prejuízos acumulados estarão presentes todos os elementos da competência do período. c) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos tem a função de apurar o resultado não-operacional da empresa. d) No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. e) O Fluxo de Caixa tornou-se peça obrigatória das Demonstrações Financeiras, com a promulgação da Lei 10.303/01. Resolucao: a) (Errada) As modificações ocorridas na posição financeira são evidenciadas pela Demonstração de Fluxo de Caixa

b) (Errada) Só aparecem na DLPA os elementos que afetaram o saldo da conta LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS NO PERÍODO c) (Errada) A DOAR apura a variação do capital circulante líquido do período d) (Correta) O Balanço é o ponto de partida para subsidiar muitas decisões que os analistas financeiros da empresa têm de tomar. e) (Errada) Não está prevista em Lei ainda a obrigatoriedade da Demonstração do Fluxo de Caixa. Resposta: Letra D Por hoje é só pessoal. Um abraço. Missagia

28/02/2005 - Contabilidade - As funções do AFRF e uma questão

Olá, pessoal. Estive em São Paulo no Curso Formação ministrando um pequeno curso de exercícios de contabilidade geral nos finais de semana. Gostaria de ressaltar a boa estrutura apresentada pelo Francisco Medeiros e por toda a sua equipe. De fato ele está empenhado em oferecer aos alunos uma excelente preparação para concursos, e pelo que

conversei com alguns alunos, senti que estes estão satisfeitos. Aliás, queria comentar também sobre o bom (ou muito bom) nível da turma. Muitos já estão estudando há algum tempo, e tenho certeza de que têm grandes chances de lograr êxito no próximo concurso, seja da Receita Federal, do INSS, do BACEN ou outro qualquer. Como os boatos já rolam por aí, pode até ser que tenhamos a “super-receita”, com a unificação das carreiras de fiscalização, mas não há nada definido ainda. Sobre o concurso da Receita Federal, apesar de todos os boatos, não há nada de concreto que eu possa apresentar, por enquanto. O que eu pretendo fazer aqui, já que sou Auditor Fiscal da Receita Federal, é comentar, muito superficialmente, algumas funções de um AFRF. Isso porque os alunos perguntam muito sobre isso. O que faz o AFRF? Trabalha em turno? Fiscalização externa ou interna? É fácil trocar de setor lá dentro? É claro que (os alunos percebem isso) acabo puxando a sardinha para o lado do concurso AFRF, sem desmerecer qualquer outro. Bom, rapidamente, pessoal: O AFRF pode trabalhar em 2 grandes áreas: tributos internos ou externos. Vou falar um pouco hoje sobre a tributação externa (aduana). Normalmente, no início, o fiscal vai para uma área de fronteira ou para um porto ou

aeroporto alfandegado. Nesses lugares, pode ser que fique diretamente no despacho (que pode ser de importação ou de exportação) ou pode ficar em serviço interno. No despacho, o trabalho tem que ser mais ágil, as decisões têm de ser rápidas, porém o serviço é muito mais dinâmico, cada dia uma coisa diferente, um problema diferente. Vai do perfil de cada um escolher o trabalho ao qual se adapta mais. Nos trabalhos internos, são analisados processos aduaneiros (concessão de admissão temporária, reexportação, reimportação, REPETRO, devolução ao exterior, responder mandado de segurança, drawback e muitos outros). Há ainda (dependendo da unidade), a possibilidade de trabalhar na repressão aos ilícitos aduaneiros, ou ainda na fiscalização de tributos aduaneiros em zona secundária. E aí o fiscal (mesmo de tributos externos) vai ter de pegar sua pastinha, ir para as ruas e analisar a contabilidade das empresas importadoras. Pessoal, é muita opção mesmo. Foi só pra dar um gostinho. Tem muito mais que isso. Se o cara quiser, pode até trabalhar só com informática, praticamente. Bom, meu objetivo foi motivá-los (assim espero), já que vem por aí um dos concursos mais interessantes do setor público. Outro assunto: No curso de SP, comentamos sobre algumas contas não muito “comuns”, que podem surpreender numa prova. Vamos repassar algumas delas para os internautas:

Saques de Exportação – é o que o exportador brasileiro tem a receber por suas vendas ao exterior, dependendo do tipo de contrato de câmbio que tenha efetuado, e da forma de pagamento. Equivale a algo do tipo “valores a receber por vendas ao exterior”. Portanto, é conta de ativo circulante, caso não seja especificado o prazo de recebimento. Dividendos Antecipados – São os valores distribuídos aos acionistas antes do final do exercício, quando ainda não foi apurado o resultado. É conta retificadora de patrimônio líquido. Acionistas conta capital / Sócios conta capital – são contas que equivalem à conta “Capital a Realizar” para uma SA (Acionistas conta capital), ou para uma LTDA (sócios conta capital). São portanto contas retificadoras de PL. Cotas Liberadas – equivale à conta “Ações em Tesouraria”, só que para um sociedade limitada, ou seja, são as cotas adquiridas pela própria sociedade, sem redução do capital e sem retirada de circulação. Permanecem à disposição para futura venda ou cancelamento. É conta retificadora de PL. Vejam a questão 56 do AFTE - RN - 2004/2005, que tem tudo a ver com a aula inaugural (gratuita) do nosso curso on-line de contabilidade intermediária. 56- A pequena empresa Comercial Arruda possui apenas dois empregados: João, com salário bruto mensal de R$

4.000,00 e Alberto, com salário mensal de apenas R$ 800,00. Os encargos da folha de pagamento são os seguintes: • INSS referente ao João: 11%; • INSS referente ao Alberto: 8%; • INSS referente ao Empregador: 20%; • FGTS dos empregados: 8%; • Foi concedido adiantamento salarial de R$ 800,00 para João. Ao elaborar a folha de pagamento do mês, a empresa vai contabilizar despesas no valor total de a) R$ 6.648,00. b) R$ 6.144,00. c) R$ 5.760,00. d) R$ 5.640,00. e) R$ 5.344,00. Resolução: Tem caído direto questão sobre folha de salários. Essa é típica. A empresa gasta com o empregado (ou seja, tem um dispêndio com ele) para pagar o seu salário. Porém, esse não é o único gasto que a mesma possui com o funcionário. Há ainda as obrigações sociais. Uma delas é o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Esta obrigação é toda da empresa, portanto, também é uma despesa para a mesma, apesar de ser sacado, futuramente,

pelo trabalhador. Então, além do salário, já temos o FGTS. E o INSS? Bom a previdência social tem 2 parcelas: a do trabalhador e a do empresário. A do trabalhador, como já está sendo dito, é do trabalhador, ora! Portanto, não é despesa para a empresa. Simplesmente será descontado do salário do empregado o valor correspondente, para que a empresa providencie o pagamento. Mas e a parte da empresa? Essa sim, é despesa, pois a empresa não pode descontar do trabalhador esse valor. Assim, na questão, a empresa terá as seguintes despesas: Salários (4.000,00 + 8.000,00) .......................... 4.800,00 FGTS (8% x R$ 4.800,00) ................................ 384,00 INSS empresa (20% x R$ 4.800,00) ................. 960,00 TOTAL ............................................................. 6.144,00 Resposta: Letra B Espero ter ajudado e motivado vocês. Abraço.

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