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ICMS-SP LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL AULA 05 Profs. Marcelo Tannuri e Paulo Dantas www.pontodosconcursos.com.br 1 Conteúdo Preâmbulo ........................................................................................................................................ 3 11. ITCMD ........................................................................................................................................ 5 1.1 ITCMD na Constituição Federal e no CTN ................................................................ 5 1.2 ITCMD na legislação estadual....................................................................................... 9 1.2.1 Incidência ..................................................................................................................... 9 1.2.2 Isenções ...................................................................................................................... 15 1.2.3 Contribuintes e Responsáveis............................................................................. 17 1.2.4 Base de Cálculo ........................................................................................................ 20 1.2.5 Alíquota ....................................................................................................................... 24 1.2.6 Recolhimento ............................................................................................................ 24 1.2.7 Penalidades ................................................................................................................ 26 1.2.8 Administração Tributária ...................................................................................... 29 1.2.9 Disposições Finais ................................................................................................... 31 Exercícios ........................................................................................................................................ 33 Gabarito .......................................................................................................................................... 43

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ICMS-SP LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL AULA 05

Profs. Marcelo Tannuri e Paulo Dantas www.pontodosconcursos.com.br 1

Conteúdo

Preâmbulo ........................................................................................................................................ 3

11. ITCMD ........................................................................................................................................ 5

1.1 ITCMD na Constituição Federal e no CTN ................................................................ 5

1.2 ITCMD na legislação estadual ....................................................................................... 9

1.2.1 Incidência ..................................................................................................................... 9

1.2.2 Isenções ...................................................................................................................... 15

1.2.3 Contribuintes e Responsáveis............................................................................. 17

1.2.4 Base de Cálculo ........................................................................................................ 20

1.2.5 Alíquota ....................................................................................................................... 24

1.2.6 Recolhimento ............................................................................................................ 24

1.2.7 Penalidades ................................................................................................................ 26

1.2.8 Administração Tributária ...................................................................................... 29

1.2.9 Disposições Finais ................................................................................................... 31

Exercícios ........................................................................................................................................ 33

Gabarito .......................................................................................................................................... 43

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APRESENTAÇÃO

Olá Futuros Auditores Fiscais.

Olá Futuros Auditores Fiscais.

Analisaremos as disciplinas relativas ao Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos - ITCMD.

Você perceberá que seremos capazes, em poucas páginas, de discutir absolutamente todas as informações necessárias a respeito do ITCMD.

Terminando a aula, você será capaz de resolver qualquer exercício a respeito do assunto. Então, você resolverá os exercícios que trazemos sobre o tema.

Um grande abraço e bons estudos.

Marcelo Tannuri

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Aula 06

Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou

direitos - ITCMD

Preâmbulo

O ITCMD incide sobre as doações e sobre as transmissões “causa mortis”.

Ambos os assuntos serão assunto do edital de direito civil. De qualquer forma, são temas simples, quem podem ser rapidamente resumidos.

Doação é um contrato (por ser um contrato, carece de aceitação), em que uma pessoa, por liberalidade, transfere alguma coisa (bens, direitos, etc) para o patrimônio de outra pessoa.

A sucessão (“causa mortis”) é a transferência de bens, que ocorre no momento da morte do titular de um bem (ou um direito), a quem for considerado sucessor seu.

A sucessão pode ser legítima (de acordo apenas com a disciplina legal – sem a existência de testamento) ou testamentária (de acordo com o testamento que, dentro dos limites legais, estabelece como deve ser distribuído o patrimônio do “de cujus”).

A abertura da sucessão se dá no momento da morte (princípio “saisine”).

Comoriência � situação em que não é possível determinar quem morreu antes (em um acidente, por exemplo), presume-se que ambos morreram ao mesmo tempo. Por isso, não se transmitem bens entre os comorientes.

A sucessão (partilha de bens) deve ser aberta no último domicílio do “de cujus”. Tal disciplina tem alguns desdobros em relação à sucessão hereditária de bens móveis. O assunto será discutido adiante.

Nosso Código Civil permite a renúncia à herança. Nessa hipótese, a partilha ocorre como se o herdeiro renunciante não existisse.

Qualquer tentativa de renúncia em favor de outra pessoa é entendido, pela nossa legislação, como doação. Você verá que, nesse caso, haverá nova incidência do ITCMD (na modalidade doação).

Na situação em que todos os herdeiros legítimos tiverem renunciado ao direito de herdar, os bens serão transmitidos para os herdeiros de grau seguinte. Nesse caso, todos herdarão por estirpe e em partes iguais (o primeiro exercício dessa aula ilustrará tal situação).

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A existência de herdeiro, já falecido com descendentes, fará com que eles herdem por estirpe também. Veja o exemplo:

João faleceu. Ele deixou duas filhas: Joaquina (ainda viva) e Joana (já falecida).

Joana teve dois filhos, que ainda estão vivos: Marcos e Marcio.

Nessa hipótese, Joaquina herdará a sua parte legítima (50%). A parte que caberia a Joana será dividida entre Marcos e Marcio em partes iguais.

Você verá adiante que, nesse caso, haverá 3 fatos geradores do ITCMD:

- Parte de Joaquina (50 % da base de cálculo – que corresponderá aos valores por ela recebidos).

- Parte de Marcos (25 % da base de cálculo – que corresponderá aos valores por ele recebidos).

- Parte de Marcio (25 % da base de cálculo – que corresponderá aos valores por ele recebidos).

Sobre o cônjuge:

Temos aqui o ponto que mais leva o concurseiro a erro nas questões sobre o ITCMD.

No falecimento de uma pessoa casada, apenas os bens que estiverem fora da comunhão de bens do casal serão, de fato, herdados (transmitidos) entre os cônjuges.

Em relação aos bens que fizerem parte da comunhão, os consortes são meeiros e, por isso, não há transmissão entre eles (não há também a incidência do ITCMD). Há, entretanto, a transferência da parte pertencente ao “de cujus” aos seus herdeiros.

Exemplo típico de concurso:

Cássio, casado com Clara, falece. Eles eram casados no regime de comunhão universal de bens, ou seja, eram meeiros em todos os bens.

Eles possuem um filho: Jonas.

Nesse caso, os bens pertencentes a Cássio serão transferidos para o seu herdeiro, Jonas. Esses bens são constituídos pela metade dos bens do casal. A outra metade, que pertence a Clara, não será transmitida.

Pronto. O preâmbulo foi rápido mas abordou os temas que, costumeiramente, precisam ser conhecidos para as questões relativas ao ITCMD. Podemos iniciar a aula.

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11. ITCMD

1.1 ITCMD na Constituição Federal e no CTN

O ITCMD, incidente nas transmissões “causa-mortis” e em doações, é um imposto que não onera a cadeia produtiva, nem a geração de riqueza. De certo modo, a instituição do ITCMD é uma forma de tributar a riqueza do contribuinte.

O ITCMD incide em dois tipos básicos de operações: doações e operações “causa mortis”.

Doação, de acordo com o artigo 538 do Código Civil, é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra”.

Dizendo de outra forma, a doação é a transferência de propriedade que ocorre entre vivos sem que haja onerosidade1.

Transmissão “causa mortis” é aquela que ocorre na morte de uma pessoa, com a consequente transmissão de seus bens para seus herdeiros.

Sabemos que muitos de vocês estudaram legislação municipal, por isso, faremos alguns paralelos entre o ITCMD e o ITBI. Caso você nunca tenha estudado legislação municipal, essa comparação poderá te ajudar a enxergar melhor o sistema tributário brasileiro.

A primeira fronteira que encontramos entre o ITCMD e o ITBI é a seguinte: o ITCMD incide em operações genuinamente não onerosas2 e o ITBI incide em operações onerosas.

A segunda fronteira entre o ITCMD e o ITBI é relativa às naturezas dos bens a que os impostos se aplicam. O ITBI incide apenas na transmissão imobiliária e o ITCMD incide na transmissão de quaisquer bens e direitos.

A transmissão imobiliária sujeita ao ITCMD (seja por doação ou transferência “causa mortis”) sempre cabe ao Estado (ou DF) onde se localizar o bem. Temos, aqui, uma semelhança com o ITBI, que sempre cabe ao município onde estiver localizado o bem.

Como já dissemos, o ITCMD incide também na transmissão de bens móveis, títulos e créditos. Nesse caso, o imposto é devido:

1 Para que uma operação seja considerada onerosa, não é necessário que haja transferência de dinheiro envolvida no contrato. Uma permuta, por exemplo, é considerada onerosa. O ato de dar um bem para receber outro configura ônus. Qualquer onerosidade afasta a incidência do ITCMD. 2 Existe uma espécie de doação onerosa. É aquela em que o doador impõe uma condição para que o donatário, de fato, receba a doação. Exemplo: doação de um terreno onde deverá ser contruído um hospital. A doação onerosa também é Fato Gerador do ITCMD.

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• no Estado onde se processar o inventário ou o arrolamento (nas transmissões “causa mortis”); ou

• no Estado onde tiver domicílio o doador (nas doações).

Cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria tributária (CF 146, III e CF 155,III). Até o presente momento, não se editou Lei Complementar a respeito do ITCMD. Por isso, nosso sistema tributário ainda permite o exercício da competência suplementar dos Estados em duas situações:

• doação por doador residente no exterior; • se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o

seu inventário processado no exterior

É claro que as dúvidas que deverão ser respondidas pela Lei Complementar apenas dizem respeito ao bens móveis. O ITCMD relativo aos bens imóveis cabe sempre ao Estado (ou DF) onde estiver localizado o bem.

Alíquotas. Cabe ao Senado Federal estabelecer a alíquota máxima do ITCMD. Respeitando o limite imposto pelo Senado, os Estados são livres para estabelecer suas alíquotas.

A alíquota máxima estabelecida pelo Senado Federal é de 8% (Resolução 9/92).

O Senado estabeleceu, ainda, que as alíquotas do imposto (as alíquotas locais devem ser fixadas em lei estadual) poderão ser progressivas em função do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal (Resolução 9/92 – art. 2o).

Você deve ter muito cuidado com a informação acima. Se a sua banca afirmar que “segundo a CF, o ITCMD pode ser progressivo”, você deverá marcar FALSO. Tal afirmação foi proferida pelo Senado Federal em sede de Resolução. A Constituição Federal não instituiu a progressividade do ITCMD de acordo com tamanho do quinhão, mas também não afastou tal possibilidade.

Constituição Federal

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (...) § 1.º O imposto previsto no inciso I: I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da

situação do bem, ou ao Distrito Federal; II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se

processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu

inventário processado no exterior; IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

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(...)

É muito importante que você conheça as súmulas que o STF editou sobre o ITCMD:

SÚMULA Nº 112 O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" É DEVIDO PELA ALÍQUOTA VIGENTE AO TEMPO DA ABERTURA DA SUCESSÃO.

SÚMULA Nº 113 O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" É CALCULADO SOBRE O VALOR DOS BENS NA DATA DA AVALIAÇÃO.

SÚMULA Nº 114 O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" NÃO É EXIGÍVEL ANTES DA HOMOLOGAÇÃO DO CÁLCULO.

SÚMULA Nº 331 É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" NO INVENTÁRIO POR MORTE PRESUMIDA.

SÚMULA Nº 435 O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS" É DEVIDO AO ESTADO EM QUE TEM SEDE A COMPANHIA.

SÚMULA Nº 590 CALCULA-SE O IMPOSTO DA TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS SOBRE O SALDO CREDOR DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA DO IMÓVEL, NO MOMENTO DA ABERTURA DA SUCESSÃ DO PROMITENTE VENDEDOR

Vejamos, por exemplos, o que cada uma dessas súmulas significa.

Súmula 112 – João faleceu em 2008 e a alíquota do ITCMD, à época, era de 3%. Em 2009, o Estado publicou lei elevando a alíquota para 4%. Mesmo que a homologação da transmissão dos bens para seus os herdeiros ocorra em 2010, a alíquota aplicável será de 3%.

Súmula 113 – Os bens de João (o mesmo do exemplo acima), em 2008, valiam R$ 100.000,00. Os bens foram avaliados em 2009 por R$ 120.000,00. O inventário terminou em 2010, quando os bens valiam R$140.000,00. A Base de Cálculo do ITCMD será R$ 120.000,00.

Súmula 114 – Se a homologação tiver ocorrido em 2010, é nesse momento que será devido o ITCMD.

Súmula 331 – Mesmo que João tenha se perdido em um acidente aéreo e que seu corpo nunca tenha sido encontrado, a transferência dos bens será tributada pelo ITCMD, mesmo se a sucessão for provisória (em direito civil, leia sobre Ausência, Sucessão Provisória e Sucessão Definitiva – artigos 22 a 39 do Código Civil).

No caso de aparecimento do ausente, as legislações estaduais asseguram a restituição do imposto recolhido pela sucessão provisória.

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Súmula 435 (deixaremos de lado o exemplo) – Essa súmula é anterior à Constituição Federal e contraria o seu artigo 155, §1º, II. Nenhum dos grandes doutrinadores discute o assunto. O STF nunca emitiu nenhum ato reconhecendo a não recepção da súmula. Desse modo, a súmula será considerada válida se aparecer na sua prova.

A propriedade de uma companhia se dá por meio de ações, que são bens móveis (ver Código Civil, art. 83, III). A transmissão de um bem móvel se dá no local onde tiver acontecido o inventário (a súmula diz respeito apenas à transmissão “causa mortis”). A súmula, ao estabelecer que o ITCMD deve ser recolhido no local da sede da companhia, trata a transferência de ações como se fosse a transferência de bem imóvel.

Você deverá conhecer a literalidade da súmula. Não acreditamos, entretanto, que ela aparecerá na sua prova. Sua banca preferirá citar automóveis, obras de arte, dinheiro em espécie, fazendas, e apartamentos, que são facilmente identificáveis como bens móveis ou imóveis.

Súmula 590 – João, antes de falecer, tinha um imóvel de R$ 200.000,00. Ele tinha se comprometido à venda desse imóvel e já tinha recebido R$ 80.000,00. O saldo credor relativo à promessa de compra e venda é:

200.000 – 80.000 = 120.000

Então a Base de cálculo da transmissão “causa mortis” será R$ 120.000 (transfere-se apenas o direito de receber o recebível – essa será a base de cálculo).

O artigo 35 do CTN traz disciplina muito importante. O número de fatos geradores do ITCMD, na transmissão “causa mortis”, é igual ao número de legatários (ou herdeiros).

Desse modo, desse modo, um herdeiro ou legatário não poderá ser responsabilizado pelo imposto devido na transmissão dos bens relativa ao outro.

Código Tributário Nacional

Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:

(...) Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores

distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.

Base de cálculo. A Base de Cálculo do ITCMD é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. Esse assunto será discutido de modo mais aprofundado quando analisarmos a legislação local sobre o imposto.

As alíquotas do ITCMD não podem exceder os limites fixados pelo Senado Federal que, atualmente, estão fixados em 8%.

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O ITCMD relativo ao bem imóvel cabe sempre ao Estado onde ele estiver localizado.

A lei estadual pode estabelecer que qualquer parte da operação seja considerada contribuinte. Analisaremos o assunto de forma mais aprofundada ao analisar a legislação local.

Código Tributário Nacional

Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação.

Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta no estrangeiro.

Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

1.2 ITCMD na legislação estadual

1.2.1 Incidência

O ITCMD, imposto previsto constitucionalmente e instituído por lei estadual, incide sobre duas formas de transmissão de bens e direitos, ambas gratuitas:

• doações; e • sucessões hereditárias.

As sucessões podem ser legítimas ou testamentárias. O ITCMD incidirá em ambos os casos.

A sucessão provisória, que ocorre nas declarações de ausência, também consiste em hipótese de incidência do ITCMD.

Ausência – é a situação da pessoa (natural) que desaparece do seu domicílio. Para que seja decretada a ausência, é necessário que haja fundada desconfiança de sua morte. A declaração de ausência visa proteger o patrimônio do ausente.

No reaparecimento do ausente, o ITCMD deve ser restituído.

Equipara-se à doação qualquer ato ou fato não oneroso relativo à transmissão de quaisquer bens ou direitos, tais como a renúncia, a desistência ou a cessão.

A desistência que origina a incidência do ITCMD, à qual algumas legislações estaduais se referem, é aquela efetuada a pessoa certa. Um herdeiro que desiste de sua fração (legítima ou testamentária) oferecendo para o grupo restante (em favor do bolo), sem distinção, não causará incidência do imposto.

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Os Fatos Geradores do ITCMD são os seguintes:

• a transmissão causa mortis ou por doação de direitos e da propriedade, posse ou domínio de quaisquer bens ou direitos;

• a transmissão causa mortis ou por doação de direitos reais sobre quaisquer bens, inclusive os de garantia;

• a cessão, a desistência ou renúncia em favor de pessoa certa de direitos relativos às a transmissão causa mortis ou doação;

Transmissão gratuita de direitos de garantia. Trata-se de um tema que poderá ser pedido e derrubará muitos candidatos. A transmissão gratuita de direitos de garantia nada mais é que uma doação de direitos. Por isso, é uma hipótese de incidência do ITCMD.

Bens móveis ou bens imóveis. Esse é outro ponto que pode derrubar bons candidatos. Já discutimos no início da aula e vamos repetir: o ITCMD incide tanto na transmissão de direitos sobre bens móveis quando sobre bens imóveis.

Vejamos alguns conceitos que podem ser necessários (na prova de legislação ou de direito privado-civil):

1. Direitos reais (aqui a palavra “real” vem do latim res = coisa) são aqueles que correspondem a um vínculo entre pessoas e coisas. Nesse ponto, se opõem aos direitos obrigacionais, que representam vínculos jurídicos entre pessoas.

Uma característica distintiva dos direitos reais é sua oponibilidade erga omnes, isto é, contra todos, enquanto os direitos obrigacionais só podem ser oponíveis inter partes, entre as partes que celebraram a obrigação. Enquanto todos devem, por exemplo, respeitar o direito de propriedade (um direito real), um contrato de prestação de serviços (um direito obrigacional) somente produz efeitos entre as partes.

Os direitos reais são listados pelo artigo 1.225 do Código Civil.

A transferência de qualquer direito real (se gratuita por doação ou sucessão) constitui Fato Gerador do ITCMD.

2. Propriedade – é o mais completo dos direitos reais. De acordo com o art. 1.228 do Código Civil, o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

A transferência da propriedade (se gratuita por doação ou sucessão) constitui Fato Gerador do ITCMD.

3. Posse – é uma situação de fato (CC, 1196). “Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.

A transferência da posse (se gratuita por doação ou por sucessão) constitui Fato

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Gerador do ITCMD.

4. Enfiteuse – a enfiteuse é um instituto, proibido a partir da entrada em vigor do Código Civil de 2002 (art. 2.038), mas relativamente comum na vigência do Código Civil de 1916 (arts. 678 a 694), por meio do qual o proprietário atribui a outrem (o enfiteuta), em caráter perpétuo, o domínio útil do imóvel, mediante uma retribuição anual, certa e invariável (chamada de foro). Nesse caso, o proprietário mantém o que se chama domínio direto sobre o imóvel. O enfiteuta é obrigado a satisfazer os impostos e os ônus reais que gravarem o imóvel.

Tanto a transferência do domínio útil quanto a transferência do domínio direto (se gratuitas por doação ou por sucessão) constituem Fatos Geradores do ITCMD.

5. Fideicomisso – disposição testamentária que impõe ao herdeiro ou legatário (chamado de fiduciário) a obrigação de transferir a propriedade a um substituto que ainda não tenha sido concebido (que é o fideicomissário).

Aquele que institui o fideicomisso é chamado fideicomitente.

Se o concepturo já tiver nascido no momento da morte do fideicomitente, ele herdará diretamente o bem.

Exemplo: José quer que sua chácara seja herdada pelo seu primeiro neto, filho de sua única filha, Ana, que ainda tem 6 anos de idade. Estabelece em testamento, então, que João, um amigo, ocupe a posição de fiduciário.

João poderá será proprietário do imóvel até que Ana conceba um filho.

(sabemos que esse é um exemplo improvável, mas ilustra de forma simples o instituto, que está em desuso).

A primeira transmissão relativa ao fideicomisso deverá ser a hipótese de incidência do imposto. Ou seja, a transferência do bem do fideicomitente para o fiduciário será Fato Gerador do ITCMD.

A SEFAZ-MT traz definição interessante de fideicomisso:

Fideicomisso:é uma modalidade de substituição hereditária. Consiste na instituição de fiduciário, ou seja, de herdeiro ou legatário com a obrigação de transmitir, a certo tempo, sob condição preestabelecida ou por suamorte, a herança ou o legado de uma outra pessoa (fideicomissário). Conforme o art. 1952 caput, do Código Civil, "A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos não concebidos ao tempo da morte do testador".

6. Legítima Gravada – a legítima é considerada gravada quando onerada por encargos. Por exemplo, a herança de um imóvel hipotecado é considerada gravada.

Nesse caso também incide o ITCMD.

7. Dação com encargo – é aquela que carrega consigo um ônus. Por exemplo: a doação de um terreno para que se construa um hospital. Incidirá o ITCMD.

Na divisão de patrimônio comum (na partilha ou adjudicação), a atribuição de bens acima da justa meação ou quinhão a um dos cônjuges, a um dos conviventes, ou a qualquer herdeiro é Fato Gerador do ITCMD.

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Se você estudou legislação municipal, deve lembrar que essa mesma hipótese é prevista para o ITBI. Enquanto os municípios presumem que essas operações são sempre onerosas, os Estados presumem a gratuidade. Na prática, o recolhimento é feito caso a caso, de acordo com o contexto: as transmissões onerosas são tributadas pelo ITBI e as gratuitas são tributadas pelo ITCMD.

EXEMPLO

Imagine que José faleceu, deixando para seus dois únicos filhos e herdeiros, Joaquim e Manuel, seu patrimônio, composto de 2 imóveis, cujos valores eram os seguintes:

Imóvel A - R$ 300.000,00

Imóvel B - R$ 200.000,00

Idealmente, Joaquim tem direito à metade do valor dos imóveis (R$ 250.000,00) e Manuel tem direito à outra metade (R$ 250.000,00).

Caso eles resolvam dividir a herança de forma que Manuel fique com o imóvel B (R$ 200.000,00) e Joaquim com o imóvel A (R$ 300.000,00), o ITCMD incidirá sobre a diferença entre o quinhão teórico e o valor recebido por Joaquim (R$ 50.000,00).

Caso fosse possível dividir os imóveis de forma que nenhum dos dois ultrapassasse seu quinhão, não haveria recolhimento necessário de ITCMD.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 2º - O imposto incide sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido:

I - por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a sucessão provisória;

II - por doação.

§ 1º - Nas transmissões referidas neste artigo, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos forem os herdeiros, legatários ou donatários.

§ 2º - Compreende-se no inciso I deste artigo a transmissão de bem ou direito por qualquer título sucessório, inclusive o fideicomisso.

§ 3º - A legítima dos herdeiros, ainda que gravada, e a doação com encargo sujeitam-se ao imposto como se não o fossem.

§ 4º - No caso de aparecimento do ausente, fica assegurada a restituição do imposto recolhido pela sucessão provisória.

§ 5º - Estão compreendidos na incidência do imposto os bens que, na divisão de patrimônio comum, na partilha ou adjudicação, forem atribuídos a um dos cônjuges, a um dos conviventes, ou a qualquer herdeiro, acima da respectiva meação ou quinhão.

As hipóteses abaixo, quando gratuitas, constituem Fatos Geradores do ITCMD. Consideramos lógica a incidência nesses casos, mas não custa “olhar o assunto de perto”:

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• transmissão de qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou capital de sociedade e companhia, tais como ação, quota, quinhão, participação civil ou comercial, nacional ou estrangeira, bem como, direito societário, debênture, dividendo e crédito de qualquer natureza – Importante: trata-se da hipótese relativa à súmula 435 do STF, anterior à atual constituição, que não é reproduzida pelas leis estaduais (você apenas demonstrará conhecer a súmula se a banca der sinais de que está se referindo ao assunto);

• transmissão de dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, depósito em caderneta de poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo de ações, de renda fixa, de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e a forma de garantia;

• transmissão de bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, qualquer direito ou ação que tenha de ser exercido e direitos autorais.

Você já sabe, mas repetiremos. A transmissão de bens imóveis gera o recolhimento do imposto no Estado onde ele estiver localizado.

A transmissão de bem móvel (inclusive o título e o direito em geral), inclusive os que se encontrem em outro Estado ou no Distrito Federal, geram a incidência do imposto:

• no Estado onde ocorrer o inventário ou arrolamento; • no Estado de domicílio de doador, no caso de doação.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 3º - Também sujeita-se ao imposto a transmissão de:

I - qualquer título ou direito representativo do patrimônio ou capital de sociedade e companhia, tais como ação, quota, quinhão, participação civil ou comercial, nacional ou estrangeira, bem como, direito societário, debênture, dividendo e crédito de qualquer natureza;

II - dinheiro, haver monetário em moeda nacional ou estrangeira e título que o represente, depósito bancário e crédito em conta corrente, depósito em caderneta de poupança e a prazo fixo, quota ou participação em fundo mútuo de ações, de renda fixa, de curto prazo, e qualquer outra aplicação financeira e de risco, seja qual for o prazo e a forma de garantia;

III - bem incorpóreo em geral, inclusive título e crédito que o represente, qualquer direito ou ação que tenha de ser exercido e direitos autorais.

§ 1º - A transmissão de propriedade ou domínio útil de bem imóvel e de direito a ele relativo, situado no Estado, sujeita-se ao imposto, ainda que o respectivo inventário ou arrolamento seja processado em outro Estado, no Distrito Federal ou no exterior; e, no caso de doação, ainda que doador, donatário ou ambos não tenham domicílio ou residência neste Estado.

§ 2º - O bem móvel, o título e o direito em geral, inclusive os que se encontrem em outro Estado ou no Distrito Federal, também ficam sujeitos ao imposto de que trata esta lei, no caso de o inventário ou arrolamento processar-se neste Estado ou nele tiver domicílio o doador.

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Já vimos que a Lei Complementar deve disciplinar as situações em que o doador ou o de cujus tiverem domicílio no exterior e a transmissão se referir a bem móvel (a incidência relativa a bens imóveis ocorre sempre no local do bem, não se necessita de Lei complementar para disciplinar transmissão de bens imóveis).

Enquanto a referida norma não surgir no universo jurídico, cada Estado cria a sua disciplina (quase sempre maluca), exercendo sua competência suplementar.

São Paulo divide os bens, para essa situação, em corpóreos e incorpóreos (sem diferenciar se a transmissão se dá por transmissão “causa mortis” ou por doação).

Assim, as transmissões de bens corpóreos gerarão incidência do ITCMD para São Paulo nas seguintes hipóteses:

• quando o bem se encontrar no território do Estado;

• quando o bem estiver no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste Estado;

As transmissões de bens incorpóreos gerarão incidência do ITCMD para São Paulo nas seguintes hipóteses:

• quando o ato de sua transferência ou liquidação ocorrer neste Estado;

• quando o ato ocorrer no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste Estado.

Observe que as disciplinas estabelecidas para bens corpóreos e incorpóreos são muito parecidas. Elas foram apenas adaptadas para ilustrar as naturezas de “corpóreo” e “incorpóreo”.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 4º - O imposto é devido nas hipóteses abaixo especificadas, sempre que o doador residir ou tiver domicílio no exterior, e, no caso de morte, se o "de cujus" possuía bens, era residente ou teve seu inventário processado fora do país:

I - sendo corpóreo o bem transmitido:

a) quando se encontrar no território do Estado;

b) quando se encontrar no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste Estado;

II - sendo incorpóreo o bem transmitido:

a) quando o ato de sua transferência ou liquidação ocorrer neste Estado;

b) quando o ato referido na alínea anterior ocorrer no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário tiver domicílio neste Estado.

Não incidências:

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1. A renúncia (pura e simples) ao legado ou à herança não dá ensejo a novo Fato Gerador. Por outro lado, a renúncia em favor de outrem causa novo Fato Gerador.

1. João morre e deixa 3 filhos. Marcos, o mais velho, renuncia à sua herança.

Haverá, então, dois Fatos Geradores do ITCMD (relativos às heranças dos filhos – cada um receberá a metade do total transmitido e pagará o imposto sobre o valor recebido).

2. Marcos renuncia a sua herança em favor de Lúcia, sua irmã do meio.

Nesse caso, haverá três Fatos Geradores “causa mortis”.

Em relação à parte transmitida de Marcos para Lúcia, incidirá novamente o ITBI (em relação à doação).

Ou seja, a renúncia a pessoa certa equivale a uma doação.

2. A transmissão “causa mortis” ocorre no momento da morte do de cujus.

É verdade que a oficialização da transferência se dá momento em momento posterior, mas o imposto deverá incidir de acordo com a situação do bem no momento da morte. Por isso, nenhum fruto posterior ao momento da morte deverá ser tributado.

3. Se eu fizer, em meu testamento, a previsão de que parte do meu patrimônio deverá ser dado ao meu testamenteiro para remunerar a confiança inspirada, esse valor estará fora da incidência do imposto. Assim, o ITCMD não incide sobre a importância deixada ao testamenteiro, a título de prêmio ou remuneração, até o limite legal determinado para a atividade.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 5º - O imposto não incide:

I - na renúncia pura e simples de herança ou legado;

II - sobre o fruto e rendimento do bem do espólio havidos após o falecimento do autor da herança ou legado;

III - sobre a importância deixada ao testamenteiro, a título de prêmio ou remuneração, até o limite legal.

1.2.2 Isenções

O Estado de São Paulo instituiu as isenções relativas às doações e às transmissões “causa mortis” separadamente.

São isentas do imposto relativo às transmissões “causa mortis” as transmissões:

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• de imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel;

• de imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs, desde que seja o único transmitido;

• de ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis acima referidos, cujo valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs;

• de depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total não ultrapassar 1.000 (mil) UFESPs;

• de quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular;

• na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor – é muito comum a operação de compra e venda de imóveis em que a nua propriedade é transferida para uma pessoa e os direitos relativos ao usufruto são transmitidos a outra;

usufruto – de acordo com o artigo 1.394 do Código Civil, corresponde ao direito de uma determinada pessoa (usufrutuário) exercer a posse, o uso, a administração e a percepção dos frutos sobre bem, móvel ou imóvel, pertencente a outra pessoa (nu-proprietário). O usufrutuário exerce a chamada posse direta, enquanto o nu-proprietário exerce a posse indireta. O nu-proprietário pode apenas dispor (alienar) da coisa, enquanto o usufrutuário pode usar e gozar dela. Aquele que comprar a nua-propriedade deverá respeitar a posse do usufrutuário.

O usufruto é temporário, extinguindo-se ao final do tempo estipulado (termo) ou com a morte (se pessoa física) ou extinção (se pessoa jurídica) do usufrutuário.

De acordo com os artigos 1.393 e 1.399 do Código Civil, não é permitida a alienação do usufruto, mas pode-se ceder seu exercício. Desse modo, pode o usufrutuário, por exemplo, alugar a coisa, percebendo os aluguéis, sem necessidade de autorização do nu-proprietário.

São isentas do imposto relativo às doações as transmissões:

• cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs;

• de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular;

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• de bem imóvel doado por particular para o Poder Público.

São Paulo isenta, ainda, as transmissões "causa mortis" e sobre doação (ambas as formas do imposto) de quaisquer bens ou direitos a entidades cujos objetivos sociais sejam vinculados à promoção dos direitos humanos, da cultura ou à preservação do meio ambiente.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 6º - Fica isenta do imposto: (Redação dada ao artigo pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002)

I - a transmissão "causa mortis":

a) de imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel;

b) de imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs, desde que seja o único transmitido;

c) de ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs;

d) de depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total não ultrapassar 1.000 (mil) UFESPs;

e) de quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular;

f) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor;

II - a transmissão por doação:

a) cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs;

b) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular;

c) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público.

§ 1º - Para fins de reconhecimento das isenções previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do inciso I, e na alínea "a" do inciso II, poderá ser exigida a apresentação de declaração, conforme dispuser o regulamento.

§ 2º - Ficam também isentas as transmissões "causa mortis" e sobre doação de quaisquer bens ou direitos a entidades cujos objetivos sociais sejam vinculados à promoção dos direitos humanos, da cultura ou à preservação do meio ambiente, observado o seguinte:

1 - o reconhecimento dessa condição deverá ser feito, de forma cumulativa, pela Secretaria da Fazenda e, conforme a natureza da entidade, pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, pela Secretaria da Cultura ou pela Secretaria do Meio Ambiente, de acordo com disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo;

2 - deverão ser observados os requisitos do artigo 14 do Código Tributário Nacional e os demais previstos na legislação tributária.

1.2.3 Contribuintes e Responsáveis

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Iniciamos conceituando Sujeito Passivo.

O sujeito passivo é a pessoa submetida à obrigação tributária (que pode ser principal ou acessória). Mais do que isso, “sujeito passivo” é gênero, que possui duas espécies: contribuinte e responsável.

Contribuinte é aquele que possua relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Responsável é aquele que, sem revestir a condição de contribuinte, tem obrigação decorrente de disposição expressa de lei (CTN, 121).

O contribuinte pode ser escolhido, pelos Estados, entre qualquer das partes da relação. O Estado de São Paulo escolheu aquele recebe o bem:

• nas transmissões causa mortis, o herdeiro ou legatário; • nas transmissões por doação, o adquirente dos bens ou direitos,

dizendo de outra forma, é o donatário.

Essas são as hipóteses mais comuns de incidência do ITCMD. A legislação paulista, entretanto, detalha um pouco melhor o tema do que outros estados.

No fideicomisso, o Estado pretende garantir o quanto antes o recolhimento do ITCMD. Por isso, o imposto incidirá na transferência do bem do fideicomitente para o fiduciário. A regra é mantida: o fiduciário será contribuinte do imposto (é ele quem recebe o bem – é ele quem adquire o bem).

Na cessão de herança ou de bem ou direito, a regra permanece a mesma. É o cessionário (aquele que recebe a cessão da herança (ou de bem) ou o direito quem deverá ser considerado contribuinte – adquirentes).

Regra Geral: o contribuinte do ITCMD é aquele que recebe (adquire gratuitamente) o bem (exceto na exceção abaixo).

Exceção: quando o donatário não residir no Estado de São Paulo, o contribuinte será o doador (apenas aplicável às doações).

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 7º - São contribuintes do imposto:

I - na transmissão "causa mortis": o herdeiro ou o legatário;

II - no fideicomisso: o fiduciário;

III - na doação: o donatário;

IV- na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário.

Parágrafo único - No caso do inciso III, se o donatário não residir nem for domiciliado no Estado, o contribuinte será o doador.

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Os responsáveis tributários são chamados a responder pela obrigação tributária na impossibilidade de se exigir o crédito tributário do contribuinte.

As hipóteses previstas pela legislação tributária para a responsabilidade tributária são as seguintes:

• os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de seu ofício – trata-se de regra que incentiva o “comportamento fiscalizador” por parte do cartorário, que passa a exigir a comprovação do pagamento do imposto para fazer a referida transação;

• as empresas, instituições financeiras e bancárias e todos aqueles a quem caiba a responsabilidade do registro ou a prática de ato que implique na transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivos direitos e ações – trata-se de regra que incentiva o “comportamento fiscalizador” por parte da instituição que se relacionar comercialmente com as operações sujeitas ao ITCMD, passando a exigir a comprovação do pagamento do imposto para agir na referida transação;

• o doador, na inadimplência do donatário – o doador será chamado a pagar o imposto quando o donatário não cumprir a sua obrigação tributária;

• qualquer pessoa física ou jurídica que detenha a posse do bem transmitido – trata-se de regra abrangente demais, que poderá ser derrubada em algumas formas de posse sem “animus domini”.

Algumas legislações estaduais (como é o caso de São Paulo), em atenção ao artigo 134 do CTN, reproduziram as responsabilidades de terceiros.

Mesmo que essas hipóteses não tivessem sido reproduzidas pela legislação paulista, isso não afastaria suas aplicabilidades. As hipóteses listadas são as seguintes:

• os pais respondem pelos tributos devidos pelos seus filhos menores; • os tutores e curadores respondem pelos tributos devidos pelos

seus tutelados ou curatelados; • os administradores de bens de terceiros respondem pelos

tributos devidos por estes; • o inventariante respondem pelos tributos devidos pelo espólio.

Essas hipóteses de responsabilidade tributária visam, na verdade, afastar a possibilidade de uso de outra pessoa (vulgo “laranja”) para o cometimento de operações de sonegação fiscal.

Lei nº 10.705 de 2000

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Artigo 8º - Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:

I - o tabelião, escrivão e demais serventuários de ofício, em relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício;

II - a empresa, instituição financeira e bancária e todo aquele a quem couber a responsabilidade do registro ou a prática de ato que implique na transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação;

III - o doador, o cedente de bem ou direito, e, no caso do parágrafo único do artigo anterior, o donatário;

IV - qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou estiver na sua posse, na forma desta lei;

V - os pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos menores;

VI - os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos seus tutelados ou curatelados;

VII - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

VIII - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.

1.2.4 Base de Cálculo

A Base de Cálculo do ITCMD é o valor venal do bem ou direito transferido. Esse valor deve ser verificado:

• Na data da abertura da sucessão (data da morte do de cujus); • No momento em que o ato de doação for realizado.

O valor venal é legítimo para figurar na Base de cálculo da transferência da propriedade plena. Mas, para a transferência de direitos relativos à propriedade que não se relacionem a transferência de todos os direitos (usar, gozar e dispor), não é correto que o Valor Venal corresponda à Base de Cálculo sem nenhuma redução.

Por isso, a Legislação estabelece as bases de cálculo para tais transferências em função dos Valores Venais (frações dos Valores Venais).

Base de Cálculo Situação Jurídica

1/3 do Valor Venal

Instituição não onerosa de Uso e Usufruto.

2/3 do Valor Venal

Transmissão não onerosa da nua propriedade.

1/3 do Valor Venal

Instituição não onerosa de enfiteuse e transmissão dos direitos do enfiteuta.

2/3 do Valor Venal

Transmissão não onerosa do Domínio Direto.

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Já caiu, e vai cair de novo: qualquer isenção relativa ao ITCMD deverá um limite (como vimos acima). Esses limites não observam apenas a operação, mas o ano civil como um todo (§ 3º abaixo).

Assim, pensemos na isenção relativa às doações que não ultrapassem 2500 UFESPs. Seis doações consecutivas de 500 UFESPs, realizadas dentro do ano civil, poderão ser consideradas isentas? Certamente não. Em conjunto, essas doações ultrapassam as 2500 UFESPs.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 9º - A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda nacional ou em UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo).

§ 1º - Para os fins de que trata esta lei, considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação.

§ 2º - Nos casos a seguir, a base de cálculo é equivalente a:

1. 1/3 (um terço) do valor do bem, na transmissão não onerosa do domínio útil;

2. 2/3 (dois terços) do valor do bem, na transmissão não onerosa do domínio direto;

3. 1/3 (um terço) do valor do bem, na instituição do usufruto, por ato não oneroso;

4. 2/3 (dois terços) do valor do bem, na transmissão não onerosa da nua-propriedade.

§ 3º - Na hipótese de sucessivas doações entre os mesmos doador e donatário, serão consideradas todas as transmissões realizadas a esse título, dentro de cada ano civil, devendo o imposto ser recalculado a cada nova doação, adicionando-se à base de cálculo os valores dos bens anteriormente transmitidos e deduzindo-se os valores dos impostos já recolhidos.

§ 4º - Para a apuração da base de cálculo poderá ser exigida a apresentação de declaração, conforme dispuser o regulamento.

Sobre a base de cálculo do imposto na Transmissão “causa mortis”.

A frase que deverá aparecer na prova é a literal: “O valor do bem ou direito na transmissão causa mortis é o atribuído na avaliação judicial e homologado pelo Juiz”. Trocando em miúdos, a base de cálculo do imposto será aquela que for trazida no formal homologado de partilha.

Esse valor, em tese, será obtido por um perito determinado pelo juiz.

O juiz pode, entretanto, considerar que alguns bens não precisam ser avaliados. Nesse caso, o valor declarado pelo inventariante poderá ser considerado correto (e servirá de base de cálculo).

Teoricamente, a transmissão “causa mortis” se dá no momento da morte do de cujus. Por isso, é o valor do bem no momento da morte que deveria valer como base de cálculo do imposto (ver CTN, 144).

Reconhecendo a impossibilidade de se avaliar os bens no momento da morte, a legislação permite que o valor considerado como base de cálculo do imposto seja o aferido na data da avaliação.

Tal ordenamento se aplica a qualquer partilha ou divisão de bens.

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Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 10 - O valor do bem ou direito na transmissão "causa mortis" é o atribuído na avaliação judicial e homologado pelo Juiz.

§ 1º - Se não couber ou for prescindível a avaliação, o valor será o declarado pelo inventariante, desde que haja expressa anuência da Fazenda, observadas as disposições do artigo 9º, ou o proposto por esta e aceito pelos herdeiros, seguido, em ambos os casos, da homologação judicial.

§ 2º - Na hipótese de avaliação judicial ou administrativa, será considerado o valor do bem ou direito na data da sua realização.

§ 3º - As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às demais partilhas ou divisões de bens sujeitas a processo judicial das quais resultem atos tributáveis.

O artigo abaixo não vale no caso de avaliação judicial, apenas nos casos em que se considerar válido o valor declarado pelo inventariante.

A Fazenda estadual poderá não concordar com o valor do bem (ou do direito) do espólio. Nesse caso, instaura-se procedimento administrativo de arbitramento da base de cálculo. O valor arbitrado servirá de base para o lançamento do ITCMD.

Ao sujeito passivo resguarda-se o direito de impugnar o valor arbitrado (impugnar significa contestar – geralmente em instância administrativa).

Tal situação apenas ocorre na inocorrência anterior de avaliação judicial. Por isso, o interessado poderá requerer a avaliação judicial, desde concorde em pagar todas as despesas geradas.

O contribuinte que requer avaliação judicial presume que a avaliação judicial será mais imparcial que fisco ao proceder com a arbitragem.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 11 - Não concordando a Fazenda com valor declarado ou atribuído a bem ou direito do espólio, instaurar-se-á o respectivo procedimento administrativo de arbitramento da base de cálculo, para fins de lançamento e notificação do contribuinte, que poderá impugná-lo.

§ 1º - Fica assegurado ao interessado o direito de requerer avaliação judicial, incumbindo-lhe, neste caso, o pagamento das despesas.

§ 2º - As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às demais partilhas ou divisões de bens sujeitas a processo judicial das quais resultem atos tributáveis.

O Estado não permite que as dívidas que onerem o bem transmitido sejam abatidas da base de cálculo do imposto.

Assim, a doação de um bem que se encontre financiado sofrerá a incidência do total do ITCMD, mesmo que a dívida seja transferida junto.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 12 - No cálculo do imposto, não serão abatidas quaisquer dívidas que onerem o bem transmitido, nem as do espólio.

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O artigo 13 estabelece valores mínimos para a avaliação de bens imóveis. Trata-se, na verdade, do reconhecimento de que será impossível proceder a avaliação de todos os bens transmitidos.

O valor mínimo da Base de Cálculo do ITCMD será o valor venal para fins de IPTU nas transferências de propriedade urbana (ou de direito relativo à propriedade urbana).

Afirmação FALSA: o ITCMD relativo a imóvel residencial urbano terá, como base de cálculo, o valor venal para fins de IPTU.

A afirmação é falsa porque a base de cálculo é “o valor venal do bem ou direito transmitido”. Esse valor é declarado, arbitrado ou atribuído por avaliação judicial. Esse valor não pode ser menor que aquele estabelecido para fins de IPTU (mas a legislação não estabelece que esses valores serão iguais).

Em se tratando de imóvel rural, o raciocínio é idêntico. A Base de Cálculo não pode ser menor que o valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 13 - No caso de imóvel, o valor da base de cálculo não será inferior:

I - em se tratando de imóvel urbano ou direito a ele relativo, ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU;

II - em se tratando de imóvel rural ou direito a ele relativo, ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR.

No caso de doação de títulos, créditos ou direitos de valor mobiliário, toma-se por Base de Cálculo o valor corrente do bem (título, crédito ou direito) na data da transmissão ou do ato formal de transmissão (na data do Fato Gerador).

Não havendo valor corrente, adota-se o valor declarado (a Fazenda poderá fazer a revisão do lançamento para a verificação da base de cálculo).

Em se tratando de ações, considera-se o valor médio das transações na data da transmissão (ou pelo valor médio do último pregão em que o título tiver sido negociado no prazo de até 180 dias).

Não tendo sido o papel (ação, quota, etc) negociado nos últimos 180 dias, considera-se a fatia de valor patrimonial a que os valores transferidos se referirem (calculados mediante exame do balanço da companhia).

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 14 - No caso de bem móvel ou direito não abrangido pelo disposto nos artigos 9º, 10 e 13, a base de cálculo é o valor corrente de mercado do bem, título, crédito ou direito, na data da transmissão ou do ato translativo.

§ 1º - À falta do valor de que trata este artigo, admitir-se-á o que for declarado pelo interessado, ressalvada a revisão do

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lançamento pela autoridade competente, nos termos do artigo 11.

§ 2º - O valor das ações representativas do capital de sociedades é determinado segundo a sua cotação média alcançada na Bolsa de Valores, na data da transmissão, ou na imediatamente anterior, quando não houver pregão ou quando a mesma não tiver sido negociada naquele dia, regredindo-se, se for o caso, até o máximo de 180 (cento e oitenta) dias.

§ 3º - Nos casos em que a ação, quota, participação ou qualquer título representativo do capital social não for objeto de negociação ou não tiver sido negociado nos últimos 180 (cento e oitenta) dias, admitir-se-á o respectivo valor patrimonial.

Respeitando o artigo 144 do CTN, a base de cálculo deve ser considerada na data da abertura da sucessão, do contrato de doação ou da avaliação (na data do Fato Gerador).

Os valores devem ser atualizados monetariamente, a partir do dia seguinte, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP, até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 15 - O valor da base de cálculo é considerado na data da abertura da sucessão, do contrato de doação ou da avaliação, devendo ser atualizado monetariamente, a partir do dia seguinte, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP, até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto.

§ 1º - O valor venal de determinado bem ou direito que houver sido fixado em data distinta daquela em que ocorreu o fato gerador deverá ser expresso em UFESPs.

§ 2º - Para os fins do disposto no parágrafo anterior, será observado o valor da UFESP vigente na data da fixação do valor venal.

§ 3º - Não havendo correção monetária da UFESP, aplicar-se-á o índice adotado à época para cálculo da inflação, nos prazos já estabelecidos neste artigo.

1.2.5 Alíquota

A alíquota do ITCMD máxima foi definida pelo Senado Federal em 8%. Cada Estado, entretanto, deve estabelecer a sua alíquota.

A legislação estadual estabeleceu a alíquota do imposto em 4%.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 16 - O imposto é calculado aplicando-se a alíquota de 4% (quatro por cento) sobre o valor fixado para a base de cálculo.

1.2.6 Recolhimento

O artigo 17 ainda não está de acordo com a lei 11.441/2007, que permite que o inventário em que todos os herdeiros forem maiores e capazes poderão

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ser feitos por escritura pública. Nesse caso, o ITCMD deverá ser pago antes de lavrada a referida escritura.

Nos outros casos, fica mantida a disciplina do artigo 17, que permite que o imposto seja recolhido aos cofre públicos dentro de trinta dias da data em que transitar em julgado a sentença homologatória do cálculo ou da partilha amigável.

Caso o inventário demore mais que 180 dias (da abertura da sucessão, que é o momento do Fato Gerador – é o momento da morte), o imposto deverá ser recolhido, mesmo que o juízo leve mais tempo para dar fim ao processo.

A lei Estadual permite que o Executivo, mediante decreto, estipule desconto para aquele que recolher o imposto depois de 90 dias da abertura da sucessão.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 17 - Na transmissão "causa mortis", o imposto será pago até o prazo de 30 (trinta) dias após a decisão homologatória do cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento, observado o disposto no artigo 15 desta lei.

§ 1º- O prazo de recolhimento do imposto não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta) dias da abertura da sucessão, sob pena de sujeitar-se o débito à taxa de juros prevista no artigo 20, acrescido das penalidades cabíveis, ressalvado, por motivo justo, o caso de dilação desse prazo pela autoridade judicial.

§ 2º- Sobre o valor do imposto devido, desde que recolhido no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da abertura da sucessão, o Poder Executivo poderá conceder desconto, a ser fixado por decreto.

Nas doações, o imposto deve ser pago antes de lavrado o respectivo instrumento.

Na partilha ou divisão de patrimônio comum, quando diferentes os quinhões, o imposto deve ser pago no prazo de 15 dias do trânsito em julgado da sentença (quando houver direitos de menores ou incapazes envolvidos) ou antes da lavratura da escritura pública.

Os tabeliões e serventuários que intervierem nas transmissões ficam obrigados a exigir dos contratantes a apresentação da respectiva guia de recolhimento do imposto, cujos dados devem constar do instrumento de transmissão. Caso não façam, serão considerados responsáveis pelo pagamento do imposto não recolhido. IMPORTANTE: essa obrigação é estendida a todo que intervier nas operações, inclusive imobiliárias.

A doação por instrumento particular também é hipótese de incidência do ITCMD. O documento, para ser considerado hábil em relação às obrigações tributárias, deve mencionar, em seu contexto, a data, valor e demais dados da guia respectiva de pagamento.

À doação ajustada verbalmente, aplicam-se, no que couber, as disposições deste artigo, devendo os contratantes, na forma estabelecida em regulamento, fazer constar da guia de recolhimento dados suficientes para identificar o ato jurídico efetivado. Na prática, a legislação apenas está prevendo que o imposto deve ser recolhido também nas doações verbais.

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Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 18 - Na doação, o imposto será recolhido antes da celebração do ato ou contrato correspondente.

§ 1º - Na partilha de bem ou divisão de patrimônio comum, quando devido, o imposto será pago no prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado da sentença ou antes da lavratura da escritura pública.

§ 2º - Os tabeliães e serventuários, responsáveis pela lavratura de atos que importem em doação de bens, ficam obrigados a exigir dos contratantes a apresentação da respectiva guia de recolhimento do imposto, cujos dados devem constar do instrumento de transmissão.

§ 3º - No contrato de doação por instrumento particular, os contratantes também ficam obrigados a efetuar o recolhimento antes da celebração e mencionar, em seu contexto, a data, valor e demais dados da guia respectiva.

§ 4º - À doação ajustada verbalmente, aplicam-se, no que couber, as disposições deste artigo, devendo os contratantes, na forma estabelecida em regulamento, fazer constar da guia de recolhimento dados suficientes para identificar o ato jurídico efetivado.

§ 5º - Todo aquele que praticar, registrar ou intervier em ato ou contrato, relativo à doação de bem, está obrigado a exigir dos contratantes a apresentação da respectiva guia de recolhimento do imposto.

1.2.7 Penalidades

O imposto pago fora do prazo se sujeita à multa de 0,33% ao dia de atraso. O valor, contudo, tem um teto: 20% do valor devido.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 19 - Quando não recolhido nos prazos previstos na legislação tributária, o débito do imposto fica sujeito à incidência de multa, no percentual de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, limitado a 20% (vinte por cento).

Além da multa, o imposto não pago no prazo se submete à incidência de juros de mora.

Por mês, incide a SELIC. Por fração de mês, incide 1% (tal regra foi construída quando a Selic era superior a 12%).

Considerando que o par. 3o estabelece que taxa de juro não pode ser inferior a 1% ao mês, atualmente, não observamos mais a incidência da Selic mensal, mas de 1% ao mês de atraso (ou fração de mês).

No cálculo do juro de mora, inclui-se o dia do pagamento. Assim, o ITCMD que atrasar 1 dia será majorado em 1% por juro de mora.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 20 - Quando não pago no prazo, o débito do imposto fica sujeito à incidência de juros de mora, calculados de conformidade com as disposições contidas nos parágrafos deste artigo.

§ 1º - A taxa de juros de mora é equivalente:

1. por mês, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) para títulos federais, acumulada mensalmente;

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2. por fração, a 1% (um por cento).

§ 2º - Considera-se, para efeito deste artigo:

1. mês, o período iniciado no dia 1º e findo no respectivo dia útil;

2. fração, qualquer período de tempo inferior a um mês, ainda que igual a um dia.

§ 3º - Em nenhuma hipótese, a taxa de juros prevista neste artigo poderá ser inferior a 1% (um por cento) ao mês.

§ 4º - Ocorrendo a extinção, substituição ou modificação da taxa a que se refere o § 1º, o Poder Executivo adotará outro indicador oficial que reflita o custo do crédito no mercado financeiro.

§ 5º - O valor dos juros deve ser fixado e exigido na data do pagamento do débito, incluindo-se esse dia.

§ 6º - A Secretaria da Fazenda divulgará, mensalmente, a taxa a que se refere este artigo.

Penalidades aplicadas ao descumprimento de obrigações principais e acessórias:

• Falta de pedido de abertura de inventário no prazo de 60 dias da abertura da sucessão � o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 dias, a multa será de 20% (vinte por cento);

• na exigência de imposto mediante lançamento de ofício, em decorrência de omissão do contribuinte, responsável, serventuário de justiça, tabelião ou terceiro, o infrator fica sujeito à multa correspondente a uma vez o valor do imposto não recolhido (dobra o valor do imposto);

• apurando-se que o valor atribuído à doação, em documento particular ou público, tenha sido inferior ao praticado no mercado, aplicar-se-á aos contratantes multa equivalente a uma vez a diferença do imposto não recolhido, sem prejuízo do pagamento desta e dos acréscimos cabíveis (o valor que e tentou economizar será pago em dobro);

• o descumprimento de obrigação acessória, sujeita o infrator à multa de 10 (dez) UFESPs.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 21 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela legislação do Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCMD, fica sujeito às seguintes penalidades:

I - no inventário e arrolamento que não for requerido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da abertura da sucessão, o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 (cento e oitenta) dias, a multa será de 20% (vinte por cento);

II - na exigência de imposto mediante lançamento de ofício, em decorrência de omissão do contribuinte, responsável, serventuário de justiça, tabelião ou terceiro, o infrator fica sujeito à multa correspondente a uma vez o valor do imposto não recolhido;

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III - apurando-se que o valor atribuído à doação, em documento particular ou público, tenha sido inferior ao praticado no mercado, aplicar-se-á aos contratantes multa equivalente a uma vez a diferença do imposto não recolhido, sem prejuízo do pagamento desta e dos acréscimos cabíveis;

IV - o descumprimento de obrigação acessória, estabelecida nesta lei ou em regulamento, sujeita o infrator à multa de 10 (dez) UFESPs.

Importante para a prova: o valor relativo às multas submetem-se à incidência de juros de mora – quando não pago no prazo fixado no Auto de Infração ou na notificação fiscal.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 22 - O débito decorrente de multa fica também sujeito à incidência dos juros de mora, quando não pago no prazo fixado em auto de infração ou notificação, observadas, no respectivo cálculo, as disposições estabelecidas nos parágrafos do artigo 20, podendo o regulamento dispor que a fixação do valor dos juros se faça em mais de um momento.

Os AIIM (Autos de Infração e de Imposição de Multa) são lavrados pelos Agentes Fiscais de Rendas (você) perante infrações à legislação do imposto.

As disposições relativas ao ICMS são aplicadas subsidiariamente quando faltantes as informações na legislação do ITCMD.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 23 - Apurada qualquer infração à legislação do imposto instituído por esta lei, será lavrado auto de infração e de imposição de multa.

§ 1º - A lavratura de auto de infração e a imposição de multa são atos da competência privativa dos Agentes Fiscais de Rendas.

§ 2º - Aplica-se, no que couber, ao procedimento decorrente de autuação e imposição de multa, a disciplina processual estabelecida na legislação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS.

A legislação paulista prevê os seguintes descontos nas multas fixadas no AIIM:

• 50% � dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação da sua lavratura;

• 30% � até 30 (trinta) dias contados da intimação da decisão de primeira instância administrativa;

• 20% � antes de sua inscrição na dívida ativa.

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Observe que a legislação tenta desencorajar o contribuinte em relação à briga por pagar menos impostos. Quanto menos ele reclamar ou recursar contra a cobrança, maior será o desconto oferecido na multa.

O pagamento sempre implica renúncia à defesa ou recursos previstos na legislação (não discutiremos a constitucionalidade de tal disciplina). Além disso, o pagamento não dispensa, nem elide a aplicação dos juros de mora devidos além dos descontos oferecidos.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 24 - Poderá o autuado pagar a multa fixada no auto de infração e imposição de multa com desconto de:

I - 50% (cinqüenta por cento), dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação da sua lavratura;

II - 30% (trinta por cento), até 30 (trinta) dias contados da intimação da decisão de primeira instância administrativa;

III - 20% (vinte por cento), antes de sua inscrição na dívida ativa.

Parágrafo único - O pagamento efetuado nos termos deste artigo:

1. implica renúncia à defesa ou recursos previstos na legislação;

2. não dispensa, nem elide a aplicação dos juros de mora devidos.

1.2.8 Administração Tributária

Já discutimos que o tabelião, escrivão e oficial de Registro de Imóveis poderão ser cobrados do imposto incidente nas operações em que intervierem quando não exigirem a comprovação do pagamento do imposto.

Para “garantir a disciplina”, a legislação proíbe tal omisão no artigo 25.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 25 - Não serão lavrados, registrados ou averbados pelo tabelião, escrivão e oficial de Registro de Imóveis, atos e termos de seu cargo, sem a prova do pagamento do imposto.

Esses profissionais são, ainda, obrigados a permitir que o fisco examine livros, autos e papéis que interessem à arrecadação e fiscalização do imposto.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 26 - O serventuário da Justiça é obrigado a facultar aos encarregados da fiscalização, em cartório, o exame de livros, autos e papéis que interessem à arrecadação e fiscalização do imposto.

Além disso, eles deverão remeter, mensalmente, à repartição fiscal da sede da comarca, relação completa, em forma de mapa, de todos os óbitos

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registrados no cartório, com a declaração da existência ou não de bens a inventariar (informação importante para verificar as transmissões “causa mortis” e seus recolhimentos tributários).

Essa obrigação poderá ter a sua forma modificada pela Secretaria da Fazenda.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 27 - O oficial do Registro Civil remeterá, mensalmente, à repartição fiscal da sede da comarca, relação completa, em forma de mapa, de todos os óbitos registrados no cartório, com a declaração da existência ou não de bens a inventariar.

Parágrafo único - Poderá a Secretaria da Fazenda estabelecer forma diversa para cumprimento da obrigação prevista neste artigo.

A Procuradoria Geral do Estado deve estar presente e ser ouvida nos inventários e arrolamentos processados em outros Estados quando se referirem a bens imóveis localizados no Estado de São Paulo.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 28 - Compete à Procuradoria Geral do Estado intervir e ser ouvida nos inventários, arrolamentos e outros feitos processados neste Estado, no interesse da arrecadação do imposto de que trata esta lei.

O disposto no artigo anterior se refere à instância judicial, típica da Procuradoria.

Nesse compasso, os Agentes Fiscais de Rendas devem investigar a existência de heranças e doações sujeitas ao imposto, podendo, para esse fim, solicitar o exame de livros e informações dos cartórios e demais repartições.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 29 - Em harmonia com o disposto no artigo anterior, cabe aos Agentes Fiscais de Rendas investigar a existência de heranças e doações sujeitas ao imposto, podendo, para esse fim, solicitar o exame de livros e informações dos cartórios e demais repartições.

As liquidações de sociedade por falecimento de sócio também dão ensejo ao Fato Gerador do ITCMD. Nesses casos, então, a Fazenda estadual deve ser ouvida.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 30 - A Fazenda do Estado também será ouvida no processo de liquidação de sociedade, motivada por falecimento de sócio.

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Carta precatória é aquela em que o juízo de uma comarca pede que outra comarca cumpra determinado ato no seu ambiente de atuação.

O recebimento de pedido de avaliação de bens situados em território paulista para inventário não será devolvido formalmente sem o pagamento do imposto (quando devido).

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 31 - A precatória proveniente de outro Estado ou do Distrito Federal, para avaliação de bens aqui situados, não será devolvida sem o pagamento do imposto acaso devido.

1.2.9 Disposições Finais

Consultas relavas ao ITCMD: seguem as normas pertinentes ao ICMS.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 31-A - O procedimento administrativo de consulta sobre interpretação e aplicação da legislação tributária do imposto instituído por esta lei observará, no que couber, as normas pertinentes ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS.

O ITCMD relativo às transmissões “causa mortis” (essa disciplina vale também para as doações) pode ser recolhido em até 12 meses quando não houver, na universalidade de bens, a importância suficiente em dinheiro (título ou ação negociável) para o pagamento do débito fiscal.

Entende-se por débito fiscal a soma do imposto, das multas, da atualização monetária, dos juros de mora e dos acréscimos previstos na legislação (consolidado na data do deferimento do parcelamento).

Cada parcela será calculada no momento do vencimento (os acréscimos aplicados são os mesmos previstos para o ICMS).

A primeira prestação deve sempre ser paga no ato de assinatura do acordo de parcelamento. As parcelas seguintes vencem, nos meses seguintes, no mesmo dia do mês em que tiver ocorrido o primeiro pagamento.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 32 - Na transmissão "causa mortis", o débito fiscal poderá ser recolhido em até 12 (doze) prestações mensais e consecutivas, a critério dos Procuradores Chefes das Procuradorias Fiscal e Regionais, no âmbito de suas respectivas competências, se não houver no monte importância suficiente em dinheiro, título ou ação negociável, para o pagamento do débito fiscal.

§ 1º - Considera-se débito fiscal a soma do imposto, das multas, da atualização monetária, dos

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juros de mora e dos acréscimos previstos na legislação.

§ 2º - O débito fiscal será consolidado nos termos do parágrafo anterior na data do deferimento do parcelamento.

§ 3º - As prestações mensais serão calculadas, na data do vencimento, com o acréscimo financeiro aplicável ao parcelamento do ICMS.

§ 4º - A primeira prestação será paga na data da assinatura do acordo, vencendo-se as seguintes no mesmo dia dos meses subseqüentes.

---

Artigo 33 - Em caso de doação, o Coordenador da Administração Tributária poderá conceder parcelamento do imposto até o limite de 12 (doze) prestações mensais, observadas as prescrições contidas nos parágrafos do artigo anterior.

Recolher imposto não é barato. Por isso, a legislação paulista estabelece que não se recolhe imposto que resultar em valor inferior a 1 UFESP.

Lei nº 10.705 de 2000

Artigo 34 - Fica dispensado o recolhimento de imposto que, relativamente a cada contribuinte, resultar inferior a 1 (uma) UFESP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo).

Chegamos ao final da aula relativa ao ITCMD com a sensação de dever cumprido.

Tenho certeza de que todos os aspectos do imposto foram analisados e que você será capaz de acertar todas s questões que aparecerão em sua prova a respeito do tema.

Havendo dúvidas, por favor entre em contado no Fórum do curso so Ponto dos Concursos.

Um abraço a todos.

Marcelo Tannuri

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Exercícios 1. FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2009

Tártarus, casado sob o regime de comunhão universal de bens com Afrodite, faleceu e deixou viúva e dois filhos de nomes Oranos e Hemera, dois netos, filhos desta última, de nomes Theia e Brontes e nenhum ascendente. Os bens comuns do casal foram avaliados em R$ 100.000,00. Os filhos do falecido, Oranos e Hemera, renunciaram à herança. Quanto à sujeição passiva do ITCMD e ao montante do imposto causa mortis a ser recolhido, é correto afirmar:

(A) Afrodite, viúva, em face da renúncia dos filhos do falecido, herdará a totalidade da herança, respondendo pelo pagamento do imposto, no valor total de R$ 4.000,00.

(B) Theia e Brontes, netos do falecido, são considerados contribuintes do imposto, pois herdam por direito próprio e por cabeça. O valor do imposto devido será de R$ 1.000,00 para cada um.

(C) Oranos e Hemera são responsáveis individualmente pelo pagamento do imposto, no valor de R$ 2.000,00, cada um, por se tratar de renúncia pura e simples.

(D) Afrodite, viúva, recolherá o imposto, no valor de R$ 2.000,00, correspondente aos bens que herdou do falecido marido, por ser a próxima da classe a suceder.

(E) Theia e Brontes são considerados contribuintes do imposto, por serem sucessores do falecido, em decorrência da renúncia pura e simples de sua mãe e de seu tio, devendo cada um deles pagar o imposto no valor de R$ 2.000,00.

2. FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2009

O ITCMD é um tributo que incide sobre relações jurídicas não-onerosas, como ocorre nas transmissões causa mortis e por doação. A lei do ITCMD também considera dentro de seu campo de incidência a doação efetuada com encargo, o excesso de quinhão ou meação e a cessão de direitos (art. 2o e art. 7o, ambos da Lei no 10.705/2001). Com base nessas disposições, considere:

I. Partilha de bens de Veloso, consistentes em uma biblioteca particular, com 38 mil volumes, avaliada em um milhão de reais, para seus dois únicos filhos, os quais receberam quinhões desiguais, na proporção de 60% e 40% do respectivo patrimônio.

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II. Argus e Selene, casados sob o regime de comunhão parcial de bens, em cláusula de separação consensual homologada, transferiram, sem qualquer encargo, aos filhos menores, o bem imóvel no valor de R$ 250.000,00, de que são donos e do qual estão dispondo.

III. Por ocasião do falecimento de Caio, abriu-se o processo de arrolamento para partilhar o patrimônio comum do casal, avaliado em R$ 600.000,00, entre a viúva e seus dois filhos. À viúva coube o equivalente a R$ 400.000,00 e a cada um dos filhos a importância de R$ 100.000,00.

IV. Antônio, por cessão de direitos, cede onerosamente ao seu amigo José a sua cota hereditária, em face do falecimento de seu pai, estimada em R$ 300.000,00, após oferecê-la aos co-herdeiros, tanto por tanto, que não a quiseram.

V. Por meio de disposição testamentária, foi partilhado o patrimônio do de cujus, consistente em R$ 600.000,00, em dinheiro, entre seus três filhos, únicos herdeiros, da seguinte forma: ao primeiro filho coube a importância de R$ 400.000,00, a quem o testador deixou também a sua parte disponível; ao segundo filho coube a importância de R$ 100.000,00 e ao terceiro filho coube a importância de R$ 100.000,00.

NÃO caracterizam incidência sobre doação APENAS as hipóteses expressas em

(A) I,IVeV.

(B) I,IIIeIV.

(C) II e III.

(D) IIIeV.

(E) IVeV.

FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2009

Adalberto faleceu. Deixou testamento válido com uma única disposição na qual conferiu, como legado, um de seus três carros ao seu amigo de infância, Joaquim. Ultimamente, Adalberto morava em São Paulo com seus dois filhos menores, André e Adriano, havidos na constância de seu segundo casamento. Havia seis meses que estava separado de fato de Joana, com quem era casado em regime de comunhão universal. Do primeiro casamento, Adalberto deixou um único filho, Gilson. Gilson é casado, em regime de comunhão parcial de bens, com Maria, com quem tem duas filhas, Nathália e Marina. Infelizmente,

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tempos atrás, Gilson brigou com seu pai e não se falavam desde então. A despeito disso, ele se habilitou à sucessão.

Além dos carros, Adalberto era proprietário de um apartamento em São Paulo, de uma casa em Ubatuba-SP, de R$ 300.000,00 em aplicações financeiras e de 30 mil ações da Petrobrás. Na partilha, processada em São Paulo, excluindo-se o legado, não houve atribuição individual de bens, de sorte que a cada herdeiro fora atribuído o seu respectivo quinhão.

3. Neste caso, considerando as disposições da Lei no 10.705/00 bem como as do Decreto no 46.655/02 do Estado de São Paulo, são contribuintes do ITCMD, além de André, Adriano e Gilson,

(A) Joana e Maria.

(B) Joana.

(C) Joaquim e Joana.

(D) Joaquim e Maria.

(E) Joaquim.

4. Com base nas disposições da Lei no 10.705/00, bem como do Decreto no 46.655/02 do Estado de São Paulo, na hipótese de existir sentença judicial transitada em julgado, declarando Gilson indigno, quantos seriam os fatos geradores do ITCMD?

(A) 4

(B) 5

(C) 6

(D) 7

(E) 8

5. FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2009

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Considere os seguintes eventos ocorridos no Estado de São Paulo:

I - Um pai realiza seis doações a seu filho, cada uma no valor equivalente a 500 UFESPs, sendo a primeira em agosto e as demais nos meses imediatamente subsequentes.

II - Extinção do usufruto da chácara em virtude do falecimento da mãe de João (usufrutuária). João, como proprietário, havia instituído o usufruto em favor de sua mãe.

III - Famoso compositor converteu-se recentemente a outra religião. Mediante escritura pública passada em cartório, transferiu os direitos autorais da sua mais conhecida canção, incorporando-os ao patrimônio daquele templo religioso.

Segundo as disposições do Decreto paulista no 46.655/02, quanto ao ITCMD, as situações tributárias dos eventos I, II e III, respectivamente, representam casos de

(A) isenção, isenção e não-incidência.

(B) tributação, não-incidência e tributação.

(C) tributação, tributação e isenção.

(D) não-incidência, isenção e tributação.

(E) isenção, tributação e não-incidência.

6. FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2009

Quanto às hipóteses de não-incidência e de isenção do ITCMD, previstas na Lei no 10.705/00 e regulamentadas no Decreto no 46.655/02 do Estado de São Paulo, é correto afirmar:

(A) A importância deixada ao testamenteiro, a título de prêmio ou remuneração, até o limite legalmente estabelecido, goza de isenção do ITCMD.

(B) O ITCMD não incide na renúncia sob condição resolutiva, a menos que a condição venha a se implementar.

(C) Os frutos e os rendimentos dos bens do espólio, havidos após o falecimento do autor da herança, não são alcançados pela incidência do

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ITCMD.

(D) A isenção do ITCMD em benefício das entidades cujos objetivos estejam vinculados à promoção dos direitos humanos, à cultura ou à preservação do meio ambiente independe de reconhecimento pela Secretaria da Fazenda.

(E) A lei do ITCMD atualmente prevê hipótese de não-incidência na transmissão de bens ou direitos ao patrimônio das entidades sindicais patronais, mas condiciona tal benefício ao atendimento de determinados requisitos.

7. FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2009

Em relação à base de cálculo e à alíquota do ITCMD, conforme disposições da Lei no 10.705/00 e do Decreto no 46.655/02 do Estado de São Paulo, é correto afirmar:

(A) No cálculo do ITCMD, não serão abatidas quaisquer dívidas que onerem o bem transmitido, exceto as do espólio.

(B) As alíquotas são progressivas em função da essencialidade do bem ou do direito transmitido.

(C) Na transmissão não-onerosa do domínio útil de um bem, a base de cálculo corresponderá a dois terços do valor do bem.

(D) Na transmissão causa mortis de um bem imóvel, a base de cálculo será o valor venal do bem na data do registro do instrumento de transmissão (formal de partilha ou carta de adjudicação) no cartório de registro de imóveis competente.

(E) Em caso de ocorrer sobrepartilha, o ITCMD será recalculado para considerar o acréscimo patrimonial de cada quinhão.

8. FCC – Agente Fiscal de Rendas – SP - 2006

O Senado Federal, através de resolução, poderá estabelecer:

(A) as alíquotas mínimas do imposto sobre transmissão causa mortis e doção

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(ITCMD).

(B) as alíquotas do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação.

(C) as alíquotas máximas e mínimas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

(D) as alíquotas máximas do imposto sobre propriedade de veículos automotores.

(E) normas gerais em matéria tributária, definindo tributo e suas espécies.

9. CESPE – OAB – set/2009

Assinale a opção correta a respeito do ITCMD.

a) Incidirá ITCMD sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante.

b) A cobrança de ITCMD relativamente aos bens móveis e imóveis competirá ao estado onde se processar o inventário.

c) O ITCMD é estabelecido com base na alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

d) Compete ao Senado Federal fixar as alíquotas mínimas e máximas do ITCMD.

10. CESPE – TCE-ES – set/2009

Com relação aos tributos estaduais, assinale a opção correta.

a) O ITCMD incide sobre bens móveis, mas não sobre os bens imóveis, haja vista a natureza destes bens.

b) O entendimento do STJ é de que o ICMS incide no serviço de provedores de acesso à Internet.

c) Segundo o STJ, é legítima a cobrança de ICMS sobre operações interestaduais realizadas por empresa de construção civil, quando da aquisição

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de bens necessários ao desempenho de sua atividade fim.

d) Em caso de inventário por morte presumida, incide o ITCMD.

e) É inconstitucional lei complementar que conceda isenções do ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior, além dos previstos na CF.

11. FEPESE – Auditor-SC – 2010

O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) é um imposto que:

a) é aplicado a todos os entes da federação.

b) somente os Municípios têm competência para instituir.

c) somente os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituir.

d) somente os Estados tem competência para instituir.

e) é de competência dos Estados, do Distrito Federal e concorrentemente dos Municípios.

12. FCC – Procurador-AM – 2010

Sr. João da Silva, natural do Estado do Amazonas, sempre possuiu domicílio em seu Estado, nele vindo a falecer. Com a abertura da sucessão, constatou-se, no inventário que tramita na Justiça de seu Estado natal, que seu patrimônio era constituído de 5 casas no Estado do Amazonas, recursos financeiros em uma conta poupança no Estado do Rio de Janeiro e um apartamento no Estado de São Paulo. A cobrança do ITCMD sobre os referidos bens compete

a) aos três Estados, devendo ser repartido de forma igual para cada Ente da Federação.

b) aos Estados do Amazonas, do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente.

c) somente ao Estado do Amazonas, uma vez que seu inventário foi

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processado no próprio Estado.

d) somente ao Estado do Amazonas, uma vez que o de cujus tinha domicílio no Estado.

e) ao Estado do Amazonas, em relação às 5 casas e à conta poupança, e ao Estado de São Paulo, em relação ao apartamento.

13. CESPE – Procurador-PE – 2009

A respeito dos bens e da posse, assinale a opção correta.

a) No estado de Pernambuco, a diferença do montante partilhado em virtude de separação judicial é isento do pagamento do ITCMD, desde que o casamento tenha ocorrido sob o regime de comunhão de bens.

b) As sociedades anônimas sediadas em Pernambuco devem recolher o ITCMD incidente sobre transferência de ações, quando o montante da alienação for passível de tributação, sob pena de não ser averbada.

c) O ITCMD é imposto de natureza pessoal, em razão do que a legislação pernambucana estabeleceu validamente a progressividade do tributo, observando o princípio da capacidade contributiva.

d) Apenas após o encerramento do processo de inventário é que o estado de Pernambuco está legitimado para cobrança do ITCMD.

e) O ITCMD estabelecido pela legislação pernambucana sobre a morte presumida é legítimo.

14. FGV – SEFAZ-RJ – 2010

Com relação aos tributos de competência dos Estados é correto afirmar que:

a) o ICMS deverá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.

b) o ITCMD terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar, caso o doador tenha domicílio ou residência no exterior.

c) o ICMS será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços

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com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal, sendo que, em casos de isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação, não ocorrerá a anulação do crédito relativo às operações anteriores.

d) em razão de expressa disposição constitucional e atendimento ao princípio da capacidade contributiva, o IPVA não poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização dos veículos.

e) o ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas por resolução do Confaz.

15. FGV – Fiscal Receita Estadual - AP – 2010

É devido ITCD ao Estado do Amapá:

a) na transmissão hereditária de bens imóveis localizados no território deste Estado, no caso de os herdeiros serem ou não brasileiros.

b) na transmissão por doação de bens imóveis, localizados ou não no território do Estado do Amapá, no caso de o doador ter domicílio neste Estado.

c) na transmissão hereditária de bens móveis, no caso de o de cujus haver mantido domicílio neste Estado.

d) na transmissão por doação de bens móveis, no caso de o inventário haver-se processado neste Estado.

e) na transmissão hereditária de bens móveis, no caso de o inventário haver-se processado no exterior e o herdeiro ser brasileiro.

16. FGV – SEFAZ-RJ – 2008

Será objeto de recolhimento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação − ITCMD:

(A) a dação em pagamento.

(B) o oferecimento de bens imóveis em garantia.

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(C) a consolidação da propriedade na pessoa do fiduciário.

(D) a transmissão de bens ao cônjuge, em virtude da comunicação decorrente do regime de bens do casamento.

(E) a doação de bens em adiantamento de legítima.

17. FGV – SEFAZ-RJ – 2008

No caso de transmissão de títulos, créditos, ações, quotas, valores e outros bens móveis de qualquer natureza, bem como dos direitos a eles relativos, o imposto é devido ao Estado do Rio de Janeiro se nele tiverem domicílio as pessoas relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) o doador, ou se nele se processar a sucessão.

(B) o donatário, na hipótese em que o doador tenha domicílio ou residência no exterior.

(C) o donatário, em qualquer hipótese.

(D) o herdeiro ou legatário, se a sucessão tiver sido processada no exterior.

(E) o herdeiro ou legatário, se o de cujus possuía bens, era domiciliado ou residente no exterior, ainda que a sucessão tenha sido processada no país.

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Gabarito

Questão Observações 1 B CC, Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro

renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça. Afrodite não herda por ser meeira. Como os dois filhos renunciaram, os netos herdaram. Se apenas um dos filhos tivesse renunciado, o outro herdaria o total transmitido (não teria sobrado para os netos). Hipótese extra : se Oranos tivesse um filho também, os 3 netos herdariam por estirpe (por cabeça), em partes iguais.

2 A Questão polêmica. I – A banca deve ter tentado subentender que a transferência de quinhões desiguais foi disposição testamentária. Entendemos, entretanto, que o texto deveria ter deixado isso muito claro. II – Há doação aos filhos menores. III – Os filhos doaram o equivalente a R$ 100.000,00 para a mãe. IV – Trata-se de operação onerosa, sujeita ao ITBI (municipal). V – A questão deixou claro que a diferença de partes se deu por disposição testamentária. Por isso, não há doação entre herdeiros.

3 E 4 B 5 A I – A doação total foi de 3.000 UFESPs – o § 3º do art. 9o prevê que as

doações de um determinado ano sejam somadas. Observe, entretanto, que a última doação ocorreu no ano seguinte. Por isso, trata-se de isenção. II – a extinção do usufruto instituído pelo próprio nu-proprietário é isenta do imposto. III – a cessionária é uma igreja. O imposto não deverá incidir.

6 C O imposto se refere ao bom no momento do fato gerador, que ocorre no momento da morte (abertura da sucessão).

7 E Nenhuma dívida que onere o bem transmitido poderá ser descontada do ITCMD. A sobrepartilha é nova partilha de bens ou de coisas, que não se partilharam antes.

8 B 9 C Ver CTN, 144. 10 D 11 C 12 E 13 D 14 B - O ICMS ser seletivo. É o IPI quem deverá ser seletivo.

- A regra á a anulação do crédito relativo às operações anteriores à isenção. - As alíquotas máximas são estabelecidas pelo Senado Federal.

15 A 16 E -Dação em pagamento é FG do ITBI (municipal).

-Oferecimento de imóvel em garantia não consiste em transferência de propriedade – não pode ser FG. - No fideicomisso, o ITCMD incide na primeira operação (morte do fideicomitente e transferência do bem para o fiduciário – sem a

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consolidação da propriedade). 17 D Essa questão é exemplo típico em que a banca ignorou a súmula 435 do

STF. As ações foram consideradas bens móveis.