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Curso Online – Fundamentos de Contabilidade - Técnico do BACEN Teoria e Exercícios Prof. Jaildo Lima Prof. Jaildo Lima de Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 05 – O BALANÇO PATRIMONIAL – PARTE 1 1. Introdução As demonstrações contábeis consolidam as informações contábeis de uma entidade após o final de um período de apuração. No Brasil, a Lei 6.404/76 (Lei das S.A.), recentemente atualizada pela Lei 11.638/07 e pela Lei 11.941/09, especifica que devem ser elaboradas as demonstrações contábeis a seguir relacionadas: - Balanço Patrimonial (BP): conforme já estudado, esta demonstração indica o total de ativos, passivos e o Patrimônio Líquido de uma entidade em um determinado momento; - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): essa demonstração evidencia as receitas e despesas realizadas durante um período (pode ser um trimestre, um semestre ou um ano); - Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): essa demonstração evidencia a variação das disponibilidades da empresa em determinado período; - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): essa demonstração evidencia as variações ocorridas nas contas do Patrimônio Líquido em um período; - Demonstração do Valor Adicionado (DVA): essa demonstração evidencia a riqueza gerada por uma empresa e como ela foi distribuída aos acionistas, empregados, Governo, credores etc. em um período; e Vejamos, então, mais detalhes sobre as demonstrações contábeis... 2. Características gerais da estrutura do Balanço Patrimonial O BP é uma fotografia do patrimônio de uma empresa em uma ou mais datas determinadas. Por isso, se diz que o BP é uma demonstração estática. Geralmente, o BP é levantado no final de um exercício social (que corresponde normalmente à data de encerramento de um determinado ano). Já vimos que os principais grupos do Balanço são o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido (PL), sendo que o Ativo representará no Balanço onde os recursos foram aplicados e o Passivo mais PL a fonte dos recursos.

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Aula 05 – O BALANÇO PATRIMONIAL – PARTE 1

1. Introdução

As demonstrações contábeis consolidam as informações contábeis de uma entidade

após o final de um período de apuração. No Brasil, a Lei 6.404/76 (Lei das S.A.),

recentemente atualizada pela Lei 11.638/07 e pela Lei 11.941/09, especifica que

devem ser elaboradas as demonstrações contábeis a seguir relacionadas:

- Balanço Patrimonial (BP): conforme já estudado, esta demonstração indica o total

de ativos, passivos e o Patrimônio Líquido de uma entidade em um determinado

momento;

- Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): essa demonstração evidencia as

receitas e despesas realizadas durante um período (pode ser um trimestre, um

semestre ou um ano);

- Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): essa demonstração evidencia a

variação das disponibilidades da empresa em determinado período;

- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): essa demonstração

evidencia as variações ocorridas nas contas do Patrimônio Líquido em um período;

- Demonstração do Valor Adicionado (DVA): essa demonstração evidencia a

riqueza gerada por uma empresa e como ela foi distribuída aos acionistas,

empregados, Governo, credores etc. em um período; e

Vejamos, então, mais detalhes sobre as demonstrações contábeis...

2. Características gerais da estrutura do Balanço Patrimonial

O BP é uma fotografia do patrimônio de uma empresa em uma ou mais

datas determinadas. Por isso, se diz que o BP é uma demonstração estática.

Geralmente, o BP é levantado no final de um exercício social (que corresponde

normalmente à data de encerramento de um determinado ano). Já vimos que

os principais grupos do Balanço são o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido

(PL), sendo que o Ativo representará no Balanço onde os recursos foram

aplicados e o Passivo mais PL a fonte dos recursos.

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Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P)

Patrimônio Líquido (PL)

Total do Ativo Total do Passivo + Total do PL

No entanto, veremos que esses grupos são compostos de subgrupos

(conforme prevê a legislação societária) que, por sua vez, têm contas (ou

rubricas) associadas:

Modelo de Balanço Patrimonial com grupos e subgrupos

Ativo Passivo

Circulante

Circulante

Não Circulante

Não Circulante Patrimônio Líquido

- Capital Social

- Realizável a Longo Prazo - Reservas de Capital

- Investimentos - Ajustes de Avaliação Patrimonial

- Imobilizado - Reservas de Lucros

- Intangível - (-) Ações em Tesouraria

- (-) Prejuízos Acumulados

Total do Ativo Total do Passivo e PL

Atenção: Não podemos esquecer que no BP, o total de ativos sempre será

igual ao total de passivos mais o PL.

Essa estrutura de Balanço Patrimonial está definida na Lei no 6.404/76,

alterada recentemente pelas Leis nos 11.687/2007 e 11.941/2009. As novas

leis citadas tiveram como um dos grandes objetivos alinhar a Contabilidade

brasileira aos padrões internacionais de Contabilidade. Dessa forma, depois

dessas alterações na legislação societária, as demonstrações contábeis

elaboradas no Brasil estão semelhantes às adotadas ao redor do mundo.

Origens Aplicações =

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Nesse sentido, no Balanço Patrimonial, as contas do Ativo estão dispostas

em ordem decrescente de liquidez, ou seja:

• os ativos que a empresa tem a intenção de converter em dinheiro ou

realizar em até 12 meses da data do balanço (ou, como se diz, até ‘o término

do exercício social seguinte’) figuram no Ativo Circulante;

• os que ela espera converter em espécie ou realizar após 12 meses da

data do balanço (ou seja, após o término do exercício social seguinte), devem

ser registrados no Ativo Realizável a Longo Prazo;

• os ativos para os quais não há intenção de conversão em espécie figuram

nos demais subgrupos do Ativo Não Circulante.

As contas do Passivo e PL estão dispostas no Balanço Patrimonial em

ordem decrescente de exigibilidade, ou seja:

• os passivos que devem ser pagos nos 12 meses seguintes à data do

Balanço (até o término do exercício social seguinte), figuram no Passivo

Circulante;

• as obrigações que são exigidas após 12 meses devem ser registradas no

Passivo Não Circulante; e

• as fontes de recursos que não são exigíveis devem ser registradas no

Patrimônio Líquido.

Exemplo: A empresa ABX tinha em seu balancete de verificação as

seguintes contas com os saldos finais após a apuração do resultado do

exercício e antes da elaboração do Balanço Patrimonial de encerramento do

exercício:

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Contas Saldo Devedor Saldo Credor Caixa 50.000,00 Bancos C/Movimento 40.000,00 Duplicatas a Receber – Curto Prazo 30.000,00 PCLD para Duplicatas a Receber no curto prazo 5.000,00 Capital Social 115.000,00 Duplicatas a Receber – Longo Prazo 20.000,00 Móveis e utensílios 10.000,00 Máquinas e equipamentos 15.000,00 Depreciação Acumulada 12.000,00 Fornecedores 16.000,00 Empréstimo de Longo Prazo 25.000,00 Reservas de Lucros 3.700,00 Marcas e Patentes 13.000,00 Amortização Acumulada 1.300,00 TOTAL 178.000,00 178.000,00

Para elaborar o Balanço Patrimonial, observando sua estrutura legal, é

preciso identificar a qual grupo se refere cada uma das contas. Assim,

Contas Grupo do Balanço

Patrimonial

Saldo Devedor

Saldo Credor

Caixa Ativo Circulante 50.000,00 Bancos C/Movimento Ativo Circulante 40.000,00 Duplicatas a Receber – Curto Prazo Ativo Circulante 30.000,00 PCLD para Duplicatas a Receber no curto prazo

Ativo Circulante – Retificadora

5.000,00

Capital Social PL 115.000,00 Duplicatas a Receber – Longo Prazo Ativo Realizável a

Longo Prazo 20.000,00

Móveis e utensílios Ativo Imobilizado 10.000,00 Máquinas e equipamentos Ativo Imobilizado 15.000,00 Depreciação Acumulada Ativo Imobilizado

– Retificadora 12.000,00

Fornecedores Passivo Circulante 16.000,00 Empréstimo de Longo Prazo Passivo Não

Circulante 25.000,00

Reservas de Lucros PL 3.700,00 Marcas e Patentes Ativo Intangível 13.000,00 Amortização Acumulada Ativo Intangível -

Retificadora 1.300,00

TOTAL 178.000,00 178.000,00

Assim, o Balanço Patrimonial após a identificação da localização de cada

conta nos respectivos subgrupos, será:

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ATIVO PASSIVO Circulante 115.000,00 Circulante 16.000,00

- Caixa 50.000,00 - Fornecedores 16.000,00

- Bancos C/Movimento 40.000,00

- Duplicatas a Receber 30.000,00

- PCLD (5.000,00)

Não Circulante 44.700,00 Não Circulante 25.000,00

- Empréstimo 25.000,00

- Realizável a Longo Prazo

. Duplicatas a Receber 20.000,00

- Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO

. Móveis e utensílios 10.000,00 - Capital Social 115.000,00

. Máquinas e equipamentos 15.000,00 - Reservas de Lucros 3.700,00

. (-) Depreciação Acumulada (12.000,00) Sub-Total 118.700,00

- Intangível

. Marcas e Patentes 13.000,00

. (-) Amortização Acumulada (1.300,00)

Total do Ativo 159.700,00 Total do Passivo e PL 159.700,00

3. Ativo Circulante

No Ativo Circulante estão classificadas as disponibilidades, os direitos

realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de

recursos em despesas do exercício seguinte. Ex.: Disponível (Caixa e Bancos),

Clientes, Outros Créditos, Investimentos Temporários, Estoques (ou

Mercadorias).

As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte representam

pagamentos antecipados de despesas que só serão apropriadas (transferidas

para o resultado) no período a que se referirem em função do Princípio da

Competência. Essa situação é muito comum quando a empresa antecipa o

pagamento de uma despesa. Daí, a conta que registra esse direito ser

chamada ‘Despesa Antecipada’.

Exemplo: Suponha, a partir do BP do final da seção 2, que a empresa

contrate um seguro válido por 1 ano, pagando à vista a quantia de

R$24.000,00. Qual seria o lançamento contábil e o novo BP posterior a tal

operação?

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I) Pelo pagamento antecipado da despesa de seguro:

D – Despesas Antecipadas – Prêmios de Seguros a Apropriar* ................ 24.000,00

C – Caixa* ........................................................................................ 24.000,00

* Conta de Ativo Circulante

O novo BP após esse lançamento seria:

ATIVO PASSIVO Circulante 115.000,00 Circulante 16.000,00

- Caixa 26.000,00 - Fornecedores 16.000,00

- Bancos C/Movimento 40.000,00

- Duplicatas a Receber 30.000,00

- PCLD (5.000,00)

- Despesas Antecipadas –Prêmios de Seguros a Apropriar

24.000,00

Não Circulante 44.700,00 Não Circulante 25.000,00

- Empréstimo 25.000,00

- Realizável a Longo Prazo

. Duplicatas a Receber 20.000,00

- Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO

. Móveis e utensílios 10.000,00 - Capital Social 115.000,00

. Máquinas e equipamentos 15.000,00 - Reservas de Lucros 3.700,00

. (-) Depreciação Acumulada (12.000,00) Sub-Total 118.700,00

- Intangível

. Marcas e Patentes 13.000,00

. (-) Amortização Acumulada (1.300,00)

Total do Ativo 159.700,00 Total do Passivo e PL 159.700,00

Percebam que o lançamento contábil relativo ao pagamento do prêmio de

seguro reduziu o caixa em R$24.000,00, tendo como contrapartida o registro

de um direito – Despesa Antecipada, que será baixada no ano seguinte ao de

seu pagamento à medida que passe o tempo desse contrato. A cada mês

seguinte ao Balanço anterior, a empresa irá registrar uma despesa de seguro

no valor de R$2.000,00 (R$24.000,00 / 12 meses) em contrapartida à baixa

da conta de Despesa Antecipada.

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4. Ativo Não Circulante

No Ativo Não Circulante estão classificados todos os demais ativos que não

sejam circulantes. Este grupamento está composto pelo Realizável a Longo

Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.

4.1. Realizável a Longo Prazo

Nesse subgrupo do Ativo Não Circulante estão classificados os bens e

direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, além dos bens e

direitos oriundos de negócios não operacionais realizados com empresas

controladas, proprietários, sócios, acionistas e diretores.

Destaco que muitas contas do Ativo Circulante podem figurar também no

Ativo Realizável a Longo Prazo, pois os ativos representados podem ter prazo

de realização maior do que 1 ano. Um exemplo dessa possibilidade são os

valores a receber de clientes decorrentes de vendas a longo prazo.

Exemplos de contas desse subgrupo: Títulos a Receber, Créditos de

Acionistas, Aplicações Financeiras, Créditos de Coligadas e Controladas.

4.2. Investimentos

Nesse subgrupo do Ativo Não Circulante estão classificados os direitos que

uma empresa tem por participar permanentemente em outras empresas e os

bens e direitos de qualquer natureza que não se destinem à manutenção da

atividade da empresa. Exemplos de contas desse subgrupo: Ações de

Coligadas, Ações de Controladas, Obras de Arte, Terrenos e Imóveis para

futura instalação, Imóveis não de uso etc.

4.3. Imobilizado

Nesse subgrupo do Ativo Não Circulante estão classificados os ativos que

tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades de

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uma empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de

operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses

bens. Exemplos de contas desse subgrupo: Máquinas e Equipamentos, Móveis

e Utensílios, Instalações, Imóveis de Uso, Veículos, etc.

A definição de Imobilizado foi ampliada recentemente, passando a englobar

os direitos decorrentes de operações que transfiram à companhia os

benefícios, riscos e controle dos imobilizados. Na prática, uma empresa, a

partir deste conceito, poderá registrar ativos que não sejam de sua

propriedade, mas para os quais assume todos os seus benefícios e riscos e tem

seu controle. Exemplos de ativos decorrentes da ampliação do conceito de

imobilizado: arrendamento mercantil financeiro, benfeitorias em imóveis de

terceiros.

Como já estudado, os bens do Imobilizado estão sujeitos ao processo

chamado depreciação, que ocorre em função do uso, de obsolescência ou

ação da natureza.

4.4. Intangível

Nesse subgrupo do Ativo Não Circulante são registrados os direitos que

tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia

ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Exemplos de contas desse subgrupo: Marcas, Patentes, Direitos Autorais,

Software, etc.

Os direitos do Intangível estão sujeitos a um processo conhecido como

Amortização, representando a eliminação gradual (transferência para o

resultado) de valores que figuram no Ativo Intangível, tendo em vista o

‘consumo’ de tais direitos durante sua vida útil.

Atenção: Até a edição da Lei 11.941/09, a legislação societária previa a

existência de mais um subgrupo no Ativo Não Circulante que era denominado

Ativo Diferido. Esse grupo registrava algumas despesas que podiam ser

diferidas para apropriação ao resultado de mais de um exercício social e

estavam sujeitas ao processo de amortização, tal qual os intangíveis. A Lei

11.941/09, ao acabar com esse grupo, definiu que os saldos eventualmente

existentes nas contas desse subgrupo poderiam ser mantidos até sua completa

amortização.

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5. Critérios de Avaliação de Ativos no BP

Nas seções anteriores, estudamos a estrutura do Balanço Patrimonial (BP),

detalhando os grupos e subgrupos do Ativo. Fizemos algumas menções aos

critérios de avaliação desses investimentos. Nessa seção, queremos

aprofundar um pouco mais a discussão sobre tais critérios.

A pergunta inicial que podemos fazer é: quando uma empresa elabora um

Balanço Patrimonial ao final de um período de apuração, como são avaliados e

ajustados seus ativos e passivos para comporem essa demonstração?

A própria legislação societária (Lei 6.404/76, alterada pelas Leis 11.638/07

e 11.941/09), define quais são esses critérios aplicáveis aos elementos

patrimoniais. Vejamos os critérios específicos aplicáveis aos ativos. Na próxima

aula, estudaremos os critérios aplicáveis aos passivos...

5.1. Critérios de Avaliação de Ativos

Os elementos do Ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos1, e em

direitos e títulos de créditos, classificados no Ativo Circulante ou no Realizável

a Longo Prazo:

a) pelo seu valor justo2, quando se tratar de aplicações destinadas à

negociação ou disponíveis para venda3; e

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado

conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável

1 Um tipo de instrumento financeiro no qual são negociados para liquidação no futuro ativos financeiros ou contratos baseados em ativos financeiros preexistentes. 2 Definido na seção 5.2. 3 A alteração na legislação societária introduziu comando definindo que os investimentos em ativos financeiros devem ser classificados, para fins contábeis, nas categorias (i) ‘destinados à negociação’ imediata, quando a empresa tem a intenção de negociá-los ativa e frequentemente, (ii) ‘disponível para venda’ futura, quando a empresa não tem a intenção de negociá-lo, nem tem a intenção de mantê-lo até o seu vencimento. Como resultado dessa distinção, surge outra possibilidade de classificação (iii) ‘mantido até o vencimento’, que seria o título que a empresa vai carregar até o seu vencimento. Como previsto na legislação, os títulos classificados nas duas primeiras categorias devem ser avaliadas e registrados na contabilidade a valor justo. A terceira categoria (mantido até o vencimento) será registrado pelo custo de aquisição.

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de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e

os direitos e títulos de crédito;

II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio

da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens

em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de

provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior

(regra custo ou mercado, dos dois o menor). Os estoques de mercadorias

fungíveis4 destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado,

quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil;

III - os investimentos em participação no capital social de outras

sociedades: os investimentos em coligadas5 ou em controladas6 e em outras

sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle

comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, método

pelo qual uma variação no patrimônio líquido da investida tem reflexo no valor

do investimento realizado pela investidora. Os investimentos em empresas que

não sejam coligadas ou controladas e em outras sociedades que façam parte

de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum devem ser avaliados pelo

custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na

realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como

permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo

para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;

IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de

provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor,

ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando

este for inferior;

V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição,

deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou

exaustão7;

4 Uma mercadoria fungível é aquela que pode ser trocada por outra com idênticas características e valor. 5 Uma empresa coligada é uma entidade sobre a qual a investidora mantém influência significativa, sem chegar a controlá-la. Influência significativa é a existência do poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida. É presumido que exista influência significativa quando a entidade possui 20% do capital votante de outra empresa. 6 Uma empresa controlada é a entidade na qual a controladora, diretamente ou por meio de outra controlada, tem poder para assegurar, de forma permanente, preponderância em suas deliberações sociais e de eleger a maioria de seus administradores. 7 Como vimos, a diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado, intangível e diferido será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de

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VI - os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na

aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização;

VII - o ativo diferido (saldos registrados antes da Lei 11.941/2009, que

podem ser mantidos até sua completa baixa), pelo valor do capital

aplicado, deduzido do saldo das contas que registrem a sua

amortização.

VIII - os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão

ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito

relevante.

O quadro a seguir resume os critérios aplicáveis à avaliação dos ativos:

Ativo Critérios de Avaliação

Instrumentos financeiros e direitos e títulos de crédito do AC e do ARLP

Valor Justo, se o ativo for ‘para negociação’ imediata ou ‘disponível para venda’ futura

Custo ou mercado, dos 2 o menor, para os demais

Estoques Custo ou mercado, dos 2 o menor

Participações societárias

Investimentos em coligadas, controladas, de mesmo grupo ou sob controle comum: Método da Equivalência Patrimonial (MEP)

Demais investimentos: Custo de aquisição

Demais Investimentos Custo de aquisição

Imobilizado Custo de aquisição, deduzidas a depreciação, amortização ou exaustão

Intangível Custo de aquisição, menos amortização

5.2. Definição de valor justo

Pela legislação, considera-se valor justo:

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado: o preço pelo qual

possam ser repostos, mediante compra no mercado;

utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. A exaustão é um processo semelhante à depreciação e amortização, aplicável à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

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b) dos bens ou direitos destinados à venda: o preço líquido de realização

mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas

necessárias para a venda, e a margem de lucro;

c) dos investimentos: o valor líquido pelo qual possam ser alienados a

terceiros.

d) dos instrumentos financeiros: o valor que pode se obter em um mercado

ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes

independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado

instrumento financeiro:

I) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de

outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares;

II) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos

financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou

III) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de

precificação de instrumentos financeiros.

6. As contas retificadoras de Ativo

Vocês se lembram quando comentamos sobre contas retificadoras. Pois

bem, temos no Ativo no BP algumas contas que são retificadoras. As mais

comuns são as contas de provisões ativas que ajustam o saldo de outra conta

do Ativo, demonstrando, normalmente, alguma expectativa de perda no valor

daquele ativo.

Como estudado na Aula 2 e na Aula 4, a conta retificadora mais importante

do Ativo é a conta de “Provisão para Devedores Duvidosos – PDD ou Provisão

para Créditos de Liquidação Duvidosa - PCLD”, que retifica a conta Duplicatas a

Receber/Clientes, haja vista que a Contabilidade reconhece as prováveis

perdas oriundas do inadimplemento por parte de clientes, por meio da

constituição de uma provisão, que normalmente representa um percentual que

representa a média das perdas dos últimos anos. Assim, se uma empresa está

constituindo uma provisão para perdas seu objetivo é reconhecer

antecipadamente uma despesa, baseada no histórico de inadimplência de seus

créditos. O lançamento contábil que deve ser realizado relativo à constituição

da provisão foi estudado na Aula 04.

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É possível utilizar contas retificadoras tanto para as contas do Ativo

Circulante quanto para as rubricas do Ativo Não Circulante, inclusive para as

contas dos subgrupos Investimento, Imobilizado e Intangível.

7. Redução no Valor Recuperável de Ativos Imobilizados e Intangíveis

As recentes alterações na legislação societária determinaram que as

empresas devem proceder ao registro contábil de perdas no valor de seus

ativos imobilizados e intangíveis decorrentes da observação de que tais ativos

tiveram sua capacidade de gerar benefícios econômicos prejudicada.

Anteriormente, procedimento contábil semelhante era adotado no Brasil para

as perdas de caráter permanente observadas em ativos imobilizados.

O objetivo desse procedimento é assegurar que os ativos não estejam

registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser

recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou em sua eventual

venda. Caso existam evidências claras de que os ativos estão registrados por

valor não recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer

a desvalorização, por meio da constituição de provisão para perdas (Provisão

Ativa).

7.1. Processo de identificação da existência de ativos desvalorizados

Pela nova legislação, uma entidade deve avaliar, no mínimo por ocasião da

elaboração das demonstrações contábeis anuais, se há alguma indicação de

que seus ativos permanentes imobilizados e intangíveis perderam

representatividade econômica, considerada relevante. Se houver indicação, a

entidade deve efetuar avaliação e reconhecer contabilmente a eventual

desvalorização dos ativos.

Há algumas situações externas e internas que caracterizam a perda de

valor. Por exemplo, a sensível diminuição do valor de mercado de um ativo é

uma indicação externa. Por outro lado, a obsolescência ou dano físico são

indicações internas de perda de valor.

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7.2. Determinação do valor recuperável

O valor recuperável é o maior valor entre o preço líquido de venda do

ativo e o seu valor em uso. Caso um desses valores exceda ao valor contábil

do ativo, não haverá desvalorização nem necessidade de estimar o outro valor.

A melhor evidência do preço líquido de venda de um ativo é obtida a

partir de um contrato de venda formalizado. Caso não exista contrato formal, o

preço poderá ser obtido a partir do valor de negociação em um mercado ativo,

menos as despesas necessárias de venda.

O valor em uso de ativos será estimado com base nos fluxos de caixa

futuros derivados do uso contínuo dos ativos relacionados, utilizando-se uma

taxa de desconto para trazer esses fluxos de caixa a valor presente.

7.3. Reconhecimento das perdas

Se o valor recuperável do ativo for menor que o valor contábil, a diferença

existente entre esses valores deve ser ajustada pela constituição de provisão

para perdas, redutora dos ativos, em contrapartida ao resultado do período.

Após o reconhecimento da provisão para perdas, a despesa de depreciação,

amortização e exaustão dos ativos desvalorizados deve ser calculada em

períodos futuros pelo novo valor contábil apurado, ajustado ao período de sua

vida útil remanescente.

A entidade deve avaliar na data de encerramento do exercício social se há

alguma indicação, com base nas fontes externas e internas de informação, de

que uma perda reconhecida em anos anteriores deva ser reduzida ou

eliminada. Em caso positivo, a provisão constituída deve ser revertida total ou

parcialmente a crédito do resultado do período, desde que anteriormente a ele

debitada.

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7.4. Exemplo de cálculo e contabilização do valor recuperável

Suponha a seguinte situação: a empresa ABX tem um ativo imobilizado

registrado em sua contabilidade por R$150.000,00. No entanto, ela observa

que o valor desse ativo está sobreestimado. Assim, solicita que sua área

contábil apure o valor recuperável desse ativo e faça o ajuste do valor

registrado em seu BP, caso seja confirmado que o valor registrado está

sobreestimado.

Na apuração realizada pela área contábil, que contou com a colaboração

de outras áreas da empresa, observou-se que:

• O preço líquido de venda do ativo no mercado é R$137.000,00;

• O valor em uso do ativo foi avaliado em R$135.000,00;

• Não há expectativas de valorização desse ativo.

Isto posto, será necessário o ajuste ao valor recuperável do ativo em

exame? Em caso afirmativo, qual será o lançamento contábil relativo a esse

ajuste?

Resposta: para que o ajuste ao valor recuperável seja registrado pela

Contabilidade é necessário que o valor recuperável seja inferior ao valor

contábil líquido de depreciação e não haja expectativas de melhora do valor

desse ativo.

O valor recuperável será o maior valor entre o preço líquido de vendas e o

valor em uso desse ativo. Portanto, o valor recuperável é R$137.000,00. Esse

valor recuperável é menor que o valor contábil líquido registrado. Portanto,

deverá ser constituída uma provisão relativa ao ajuste ao valor recuperável no

montante de R$13.000,00 (R$150.000,00 – R$137.000,00)

O lançamento relativo a essa provisão seria:

I) Pelo ajuste ao valor recuperável de ativo imobilizado:

D – Perdas de Ajuste ao Valor Recuperável de Ativo Imobilizado* ............ 13.000,00

C – Provisão para Perdas de Ajuste ao Valor Recuperável** .................... 13.000,00

* Conta de despesa

** Conta Retificadora de Ativo Imobilizado

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Assim, o resultado dessa empresa seria diminuído nesse período em função

do reconhecimento dessa perda, tendo como contrapartida o registro de uma

provisão ativa, retificando o valor do Ativo Imobilizado.

Vale registrar, por fim, que se o valor recuperável do ativo fosse maior que

o valor contábil líquido não haveria nenhum lançamento contábil de ajuste.

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Resumo da Aula

Vimos nessa aula que:

• As empresas publicam basicamente 5 demonstrações contábeis: BP,

DRE, DFC, DMPL e DVA.

• O BP, como uma demonstração estática, representa o patrimônio da

empresa constituído por Ativo, Passivo e PL em determinada data.

• As contas do Ativo do BP estão organizadas em ordem decrescente de

liquidez e as contas do Passivo e PL estão organizadas em ordem

decrescente de exigibilidade.

• Os subgrupos do Ativo são Circulante e Não Circulante.

• Os ativos que uma empresa tem a intenção de converter em dinheiro em

até 12 meses da data do balanço figuram no Ativo Circulante.

• Os ativos que uma empresa espera converter em espécie ou realizar

após 12 meses da data do BP ou os ativos para os quais não haja

intenção de conversão em espécie figuram no Ativo Não Circulante.

• Os subgrupos do Ativo Não Circulante são (i) Realizável a Longo Prazo,

(ii) Investimentos, (iii) Imobilizado e (iv) Intangível.

• No Ativo Circulante estão classificadas as disponibilidades, os direitos

realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de

recursos em despesas do exercício seguinte.

• No Ativo Realizável a Longo Prazo estão classificados os bens e direitos

realizáveis após o término do exercício seguinte, além dos direitos

oriundos de negócios não operacionais.

• No Ativo Investimentos são registradas participações permanentes em

outras empresas e os bens e direitos de qualquer natureza que não se

destinem à manutenção da atividade de uma empresa.

• No Ativo Imobilizado estão classificados os ativos que tenham por objeto

bens corpóreos destinados à manutenção das atividades de uma

empresa.

• No Ativo Intangível estão registrados os direitos que tenham por objeto

bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia.

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• Há critérios específicos definidos na legislação para avaliação de cada

ativo no BP.

• As contas retificadoras de Ativo geralmente registram as provisões ativas

que representam expectativas de perdas nos valores do ativos a que se

vinculam.

• As recentes alterações na legislação societária determinaram que os

ativos imobilizados e intangíveis estão sujeitos ao ajuste ao valor

recuperável.

• O valor recuperável é o maior valor entre o preço líquido de venda do

ativo e o seu valor em uso.

• Só deve ser constituída provisão para ajuste ao valor recuperável quando

este for menor que o valor contábil e não houver expectativa de melhoria

na avaliação do valor do bem.

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EXERCÍCIOS

Vamos responder as questões abaixo a partir do conteúdo estudado?

No tipo de questão apresentada a seguir, há somente uma resposta correta, no padrão que pode ser utilizado no concurso para Técnico do Bacen. No final, apresentamos o gabarito e comentários para cada questão. Destaco que as questões abaixo foram elaboradas pelo Professor ou extraídas de certames organizados por diversas entidades, dentre elas a Fundação Cesgranrio, entidade que organizou o último certame do Bacen.

Observação Importante

Se ao final da série de questões dessa aula, você ainda tiver dúvidas sobre algum ponto específico do conteúdo apresentado não desanime! Mantenha contato por meio do Fórum!

1. (CFC – Contador 1/2001) O Balanço Patrimonial destina-se a evidenciar a) a situação exclusivamente qualitativa da empresa ao final de cada exercício social. b) a situação do lucro ou prejuízo da empresa em 31 de dezembro de cada ano. c) o patrimônio e o patrimônio líquido da entidade, quantitativa e qualitativamente, em determinada data. d) a situação financeira líquida da entidade, quantitativa e qualitativamente, em determinada data. 2. Os Empréstimos a Acionistas, que não decorrem de negócios usuais na exploração do objeto da companhia, são demonstrados no Balanço Patrimonial por meio do a) Ativo Circulante. b) Realizável a Longo Prazo. c) Capital Social. d) Passivo Não Circulante. e) Passivo Circulante. 3. (CFC – Técnico 2/2001) Indique a seqüência de contas que representa capitais de terceiros. a) Salários a Pagar, INSS a Recolher e FGTS a Recuperar. b) Clientes, Adiantamentos a Fornecedores e Impostos a Recuperar. c) Capital Social, Reserva Legal e Lucros ou Prejuízos Acumulados. d) Fornecedores, Adiantamentos de Clientes e Impostos a Pagar. 4. (CFC – Técnico 2/2000) Indique o registro contábil correspondente à despesa com depreciação do exercício. a) Depreciação Acumulada a Despesa com Depreciação b) Despesa com Depreciação

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a Depreciação Acumulada c) Depreciação Acumulada a Móveis e Utensílios d) Móveis e Utensílios a Depreciação Acumulada 5. (Fumarc-IMGDB/2008) Ao ser calculada a depreciação de um veículo adquirido por R$ 36.000,00, foi estipulado que o mesmo teria um valor residual de R$ 2.400,00 ao final de sua vida útil estimada. Considerando que o veículo será depreciado em cinco anos, conforme determina a legislação, a depreciação mensal será registrada no valor de: a) R$ 600,00. b) R$ 640,00. c) R$ 560,00. d) R$ 680,00. e) R$ 550,00 6. (Fumarc-IMGDB/2008) Determinada empresa apresenta as contas de seu Balanço Patrimonial: Caixa ................................. R$ 30.000,00 Capital Social ......................... R$ 160.000,00 Contas a Pagar de Curto Prazo . R$ 160.000,00 Duplicatas a Receber ................. R$ 90.000,00 Estoques ............................... R$ 120.000,00 Financiamentos a Pagar de Longo Prazo R$ 60.000,00 Fornecedores .......................... R$ 180.000,00 Prejuízos Acumulados ................ R$ 30.000,00 Máquinas e Equipamentos ........ R$ 150.000,00 Participações em Outras Empresas R$ 140.000,00 O valor do Ativo Não Circulante e o do Passivo Circulante são respectivamente: a) R$ 240.000,00 e R$ 340.000,00. b) R$ 290.000,00 e R$ 340.000,00. c) R$ 290.000,00 e R$ 400.000,00. d) R$ 430.000,00 e R$ 150.000,00. 7. (FCC - 2008 - TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas) De acordo com os princípios contábeis emanados pelo Conselho Federal de Contabilidade, o reconhecimento como acréscimo de situação líquida decorrente da geração natural de novos ativos independentemente de intervenção de terceiros está contido no princípio contábil da a) Realização da receita. b) Prudência. c) Oportunidade. d) Competência. e) Entidade. 8. (FCC - 2009 - MPE-SE - Analista do Ministério Público – Especialidade Contabilidade) Na determinação do valor justo, quando referentes a matérias- primas, considera-se o

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a) preço líquido de realização mediante venda no mercado deduzidos apenas dos impostos. b) preço pelo qual possam ser repostas, mediante compra no mercado. c) valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação. d) preço líquido de realização obtido no mercado incluída apenas a margem de lucro. e) valor líquido pelo qual possam ser alienadas a terceiros.

9. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Técnico de Contabilidade) Segundo a legislação societária atualizada até 2010, o critério de avaliação das contas a receber se dá pelo(s) valor(es) a) justo dos títulos menos provisão para ajuste a valor de realização, quando estes forem menores. b) presente dos benefícios futuros, deduzido da perda provável que puder ser estimada com segurança. c) dos títulos menos estimativas de perdas para reduzi-los ao valor provável de realização. d) atualizados até a data do balanço e ajustados por encargos e correção, deduzidos de perdas prováveis. e) conhecidos ou calculáveis deduzidos das estimativas de perdas efetivamente realizadas no exercício.

10. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade) A empresa Arco Íris Bebidas Ltda. realizou uma aplicação financeira de R$ 20.000,00 em 16.11.2009, com vencimento para 15.01.2010 e rendimento prefixado de R$ 1.520,00. Considerando as determinações da Lei no 6.404/76, com as alterações das Leis no 11.638/2007 e no 11.941/2009, o valor dessa aplicação financeira no balanço patrimonial extraído em 31.12.2009 monta, em reais, a a) 20.000,00 b) 20.506,67 c) 21.013,33 d) 21.140,00 e) 21.520,00

11. (CESGRANRIO - 2011 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade) No que se refere ao balanço de uma empresa, analise os itens a seguir. I – Posição alavancada II – Posição financeira III – Posição patrimonial IV – Mutações da posição financeira O balanço de uma empresa tem por finalidade apresentar, em um determinado momento, APENAS os itens a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III.

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e) II, III e IV. 12. (CESGRANRIO - 2011 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade) A Empresa Comercial Caramuru S/A fechou uma operação de seguros com a Seguradora Pacífica S/A, em junho de 2010, por um período de 3 anos, a contar de julho de 2010, pagando antecipadamente R$ 54.000,00. A classificação dessa operação no Balanço Patrimonial, a ser extraído em 31/12/2010, deverá ser, em reais, a seguinte: Prêmios de Seguros a Apropriar no

Ativo Circulante - Valor Prêmios de Seguros a Apropriar no

Ativo Realizável a Longo Prazo - Valor a) 27.000,00 27.000,00 b) 18.000,00 27.000,00 c) 18.000,00 36.000,00 d) 9.000,00 45.000,00 e) - 45.000,00 13. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Técnico Judiciário) Considere os saldos de contas abaixo, extraídos do Balanço Patrimonial de uma companhia (em R$): Clientes (Curto Prazo) ...................................................... 200.000,00 Disponível ...................................................................... 150.000,00 Provisão para créditos de liquidação duvidosa ........................ 25.000,00 Adiantamentos de Clientes .................................................. 40.000,00 Ações em Tesouraria ........................................................... 15.000,00 Estoques ...................................................................... 180.000,00 Prov. para ajustes de estoques ao valor de mercado ............... 10.000,00 Empréstimos efetuados a coligadas e controladas ................... 90.000,00 Despesas do exercício seguinte ............................................ 60.000,00 É correto afirmar, somente com essas informações, que o Ativo Circulante da companhia monta, em R$, a a) 530.000,00. b) 545.000,00. c) 590.000,00. d) 555.000,00. e) 645.000,00. 14. (FCC - 2010 - TCM-PA - Técnico de Controle Externo) Um terreno não destinado à manutenção da atividade da companhia e cuja intenção da empresa é permanecer com ele, deve ser classificado, no Balanço Patrimonial, no Ativo a) Investimento. b) Imobilizado. c) Intangível. d) Diferido. e) Realizável a Longo Prazo. 15. (FCC - 2009 - TJ-PI - Técnico Judiciário) No Balanço Patrimonial relativo ao exercício findo em 2007, a Cia. Noroeste de Tecidos apresentou um Patrimônio Líquido positivo de R$ 80.000,00. No Balanço Patrimonial relativo a 2008, o total do Ativo da companhia correspondeu a R$ 280.000,00. Sabendo que, em 2008, o

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Patrimônio Líquido da sociedade aumentou 40%, é correto afirmar que o valor do Passivo em 2008 foi equivalente, em R$, a a) 168.000,00. b) 175.000,00. c) 188.000,00. d) 192.000,00. e) 200.000,00.

16. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Contador Júnior) A redação atual da Lei Societária estabelece que o Ativo, no Balanço Patrimonial, terá as contas dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados no grupo do Ativo Circulante e do Ativo Não Circulante. Estabelece, ainda, a composição do Ativo Não Circulante por Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. Os novos dizeres da Lei, ratificados definitivamente a partir de maio de 2009, provocaram a eliminação do Ativo, do Grupo do Ativo Permanente e das despesas diferidas, bem como promoveram o desdobramento do Imobilizado em Imobilizado e Intangível. Essas alterações, acompanhando a tendência contábil internacional, passaram a exigir maiores cuidados para a classificação dos Intangíveis, principalmente para os gerados internamente. Considerando-se os Intangíveis gerados internamente, os gastos incorridos na fase de pesquisa devem ser classificados como a) Ativo Intangível. b) Ativo Imobilizado. c) Ativo Investimento. d) despesa antecipada a apropriar em exercício seguinte ou futuro. e) despesa reconhecida no resultado do exercício em que o gasto ocorreu. 17. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Contador Júnior) A Carrear S/A, empresa que compra e vende automóveis novos e usados, em dezembro de 2010 realizou as seguintes operações: Dia 10 - Vendeu a prazo veículo de seu estoque para a coligada Corrêa Ltda., por R$ 80.000,00, com vencimento em 25 fevereiro de 2011. Dia 20 - Adiantou o salário dos empregados no valor de R$ 50.000,00, com vencimento em 5 fevereiro de 2011. Dia 23 - Emprestou R$ 70.000.00 a seus diretores, com vencimento em 20 de fevereiro de 2011. Com base exclusivamente nas informações acima e nas determinações da Legislação Societária sobre o assunto, no Balanço de 31 de dezembro de 2010, o valor do Ativo Circulante decorrente dessas operações, em reais, foi a) 70.000,00 b) 80.000,00 c) 120.000,00 d) 130.000,00 e) 200.000,00

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18. (FCC - 2011 - TRE-RN - Analista Judiciário) As Leis no 11.687/2007 e no 11.941/2009, ao modificarem alguns dos artigos da Lei no 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações) com o objetivo de adaptar as normas brasileiras de contabilidade às internacionais, criaram e extinguiram, respectivamente, os seguintes grupos do Balanço Patrimonial: a) Ativo Permanente e Passivo Não Circulante. b) Resultado de Exercícios Futuros e Ativo Realizável a Longo Prazo. c) Ativo Não Circulante e Passivo Circulante. d) Ativo Imobilizado e Ativo Circulante. e) Ativo Intangível e Resultado de Exercícios Futuros. 19. (FCC - 2011 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) - Analista Judiciário) De conformidade com as Normas Internacionais de Contabilidade, são grupos do Balanço Patrimonial: a) Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo, Ativo Diferido, Ativo Imobilizado e Exigível a Longo Prazo. b) Ativo Imobilizado, Ativo Intangível, Ativo Diferido e o Patrimônio Líquido. c) Realizável de Longo Prazo, Diferido, Investimentos, Passivo Circulante e Passivo Não Circulante. d) Ativo Circulante, Ativo Permanente, Passivo Circulante e Passivo Não Circulante. e) Passivo Não Circulante, Passivo Circulante, Patrimônio Líquido, Ativo Circulante, Imobilizado, Intangível e Investimentos. 20. (FUNIVERSA - 2009 - IPHAN – Analista) Em relação ao Balanço Patrimonial e ao Balancete de Verificação que lhe deu origem, assinale a alternativa correta. a) A soma da coluna de débitos do Balancete é sempre igual ao Ativo do Balanço. b) A soma da coluna de crédito do Balancete é sempre igual à soma do Passivo Exigível com os grupos Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido do Balanço. c) Todas as contas que aparecem no Balancete têm saldo devedor. d) Todas as contas que aparecem no Balanço sempre aparecem também no Balancete. e) No Balanço, a soma do Ativo é igual à soma das contas do Passivo Exigível com os grupos do Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido; isso nem sempre acontece. Gabarito e Comentários 1. Resposta correta: letra ‘c’. A principal função do Balanço Patrimonial é evidenciar o patrimônio de uma entidade em determinada data, tanto qualitativa (descrevendo os itens que o compõem) quanto quantitativamente (descrevendo os valores associados a cada item). 2. Resposta correta: letra ‘b’. Os empréstimos a acionistas geram para uma entidade o direito (um ativo) de receber os valores desses acionistas. Esse direito não

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tem expectativa de ser recebido no curto prazo. Assim, pela regra deve ser registrado no Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo. 3. Resposta correta: letra ‘d’. Os capitais de terceiros representam os passivos em uma entidade. Assim, é preciso identificar na questão contas que representam passivos. Na opção ‘a’, a conta de FGTS a Recuperar representa um direito. Na opção ‘b’, todas as contas representam ativos (direitos da empresa). Na opção ‘c’, estão representadas contas do Patrimônio Líquido. Assim, somente a opção ‘d’ representam passivos. Uma forma simples de diferenciar várias contas é identificar no seu nome expressões como ‘... a receber’, ‘... a recuperar’, ‘...a compensar’ que indicam direitos, portanto, contas do ativo. Expressões como ‘... a pagar’, ‘... a recolher’ representam obrigações, sendo, assim, representam contas de Passivo. 4. Resposta correta: letra ‘b’. Como visto durante a aula anterior, o registro da depreciação do Imobilizado é feito pelo reconhecimento de uma despesa com depreciação (que será a conta a ser debitada) em contrapartida ao registro de uma conta retificadora do Ativo denominada ‘Depreciação Acumulada’ (que será a conta creditada). 5. Resposta correta: letra ‘c’. Essa questão é interessante pois envolve mais a realização de contas do que o conhecimento de contabilidade. É preciso apurar primeiro a diferença entre o valor de aquisição e o valor residual do veículo, que no caso é R$33.600,00 (R$36.000,00 – R$2.400,00). O resultado corresponderá ao valor que será depreciado ao longo dos 5 anos. Em seguida, o valor apurado é dividido pelo número de meses em 5 anos (ou seja, 5 x 12 = 60 meses). Portanto, o resultado é R$560,00 (R$33.600,00 / 60 meses). 6. Resposta correta: letra ‘b’. Na questão é preciso identificar as contas do Ativo Não Circulante e do Passivo Circulante. Somente 2 contas são do Ativo Não Circulante: Máquinas e Equipamentos, que representam o Imobilizado da empresa e Participações em Outras Empresas que representam investimentos que ela faz em outras empresas. Por outro lado, as contas do Passivo Circulante são ‘Contas a Pagar de Curto Prazo’ e “Fornecedores’ que representam as obrigações junto a fornecedores de mercadorias para a empresa. 7. Resposta correta: letra ‘d’. A geração natural de novos ativos independentemente de intervenção de terceiros (sem geração de passivos) está associada ao reconhecimento de receitas decorrentes das atividades de uma empresa. O princípio relacionado ao reconhecimento de receitas e despesas é o princípio da competência. 8. Resposta correta: letra ‘b’. Conforme observado na nota de rodapé 2 da aula, o valor justo de matérias primas é dado pelo preço pelo qual tais ativos podem ser repostos nos estoques da empresa, por meio de compra no mercado. 9. Resposta correta: letra ‘c’. Conforme estudado, as contas a receber representam direitos e títulos de créditos. Sendo assim, os direitos e títulos de crédito devem ser avaliados pelo seu valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior.

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10. Resposta correta: letra ‘d’. A aplicação financeira representa um instrumento financeiro que deve ser avaliado pelo valor justo, se for uma aplicação classificada para negociação ou disponíveis para a venda, ou pelo custo de aquisição atualizado, se não for classificado nas categorias anteriores. E a questão trata justamente de uma aplicação financeira que deve ser registrada pelo custo de aquisição atualizado, uma vez que ela não faz menção a tais categorias. Sendo assim, a aplicação deve ser avaliada, em 31.12.2009, pelo custo de aquisição atualizado até essa data. Como foi informado, o valor da atualização até 15.01.2010 (60 dias de aplicação, contados de 16.11.2009) é de R$1.520,00. Assim, em 31.12.2009, o valor atualizado dessa aplicação será igual ao valor original (R$20.000,00) mais a renda proporcional de 45 dias (de 16.11.2009 até 31.12.2009), que equivale a R$1.140,00 (R$1.520,00 x 45 / 60). Assim, o valor atualizado é R$21.140,00. 11. Resposta correta: letra ‘b’. O Balanço Patrimonial evidencia a posição patrimonial e a posição financeira e determinado momento. 12. Resposta correta: letra ‘b’.O pagamento antecipado dos seguros faz a empresa Caramuru registrar uma despesa antecipada em seu Balanço quando do pagamento do prêmio desse seguro. Em 31/12/2010, 6/36 dessa despesa já foi apropriada no resultado, restando, portanto, 30/36 de seu valor. Desse montante restante, 12/36 será, no Balanço de 31/12/2010, um Ativo Circulante, e 18/36 será Ativo Realizável a Longo Prazo. Assim, em 31/12/2010, 12/36 de R$54.000,00 corresponde a R$18.000,00. O restante será R$27.000,00. 13. Resposta correta: letra ‘d’. Nessa questão é preciso identificar quais contas fazem parte do Ativo Circulante e qual a natureza das contas para saber se elas somarão ou diminuirão o saldo desse grupo do Ativo. Da lista, não fazem parte do Ativo Circulante as contas: Adiantamentos de Clientes (Passivo), Ações em Tesouraria (PL) e Empréstimos efetuados a coligadas e controladas (Ativo Realizável a Longo Prazo). Das restantes, as contas Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa e Provisão para Ajustes de Estoques ao Valor de Mercado são contas retificadoras de Ativo (portanto, têm natureza credora e vão diminuir o saldo do Ativo Circulante). Assim, o total do Ativo Circulante será de R$555.000,00 apurado pelo somatório das seguintes contas: Clientes (Curto Prazo) ...................................................... 200.000,00 Disponível ...................................................................... 150.000,00 Provisão para créditos de liquidação duvidosa ....................... (25.000,00) Estoques ...................................................................... 180.000,00 Prov. para ajustes de estoques ao valor de mercado .............. (10.000,00) Despesas do exercício seguinte ............................................ 60.000,00 TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE ..................................... 555.000,00 14. Resposta correta: letra ‘a’. Como o terreno não é utilizado na manutenção da atividade da companhia, embora seja de caráter permanente, ele deve ser classificado no subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante. 15. Resposta correta: letra ‘a’. Para apurar o valor do Passivo, temos que se lembrar da equação fundamental da Contabilidade que diz que o Ativo é igual ao Passivo mais o Patrimônio Líquido (A = P + PL). Sabemos que o valor do Ativo já foi dado. Também temos informação sobre o PL que era originalmente R$80.000,00 e cresceu 40%. Assim, substituindo, na fórmula, teremos:

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A = P + PL; P = A – PL ; P = R$280.000,00 – (R$80.000,00 x 1,4); P = R$168.000,00 16. Resposta correta: letra ‘e’. Os gastos com pesquisa relacionados a intangíveis gerados internamente devem ser reconhecidos como despesa do exercício em que o gasto foi realizado. 17. Resposta correta: letra ‘b’. As operações apresentadas tiveram o seguinte efeito no Ativo Circulante: - O direito a receber, relativo à venda a prazo do veículo para empresa coligada, será registrada no Ativo Circulante uma vez que se trata de negócio operacional vinculado à atividade da empresa; - O adiantamento de salários será registrado no Ativo Circulante porque também representa um direito realizável pela empresa no próximo ano; - O direito relativo ao empréstimo a diretores, por se tratar de negócio não operacional, será registrado no Ativo Realizável a Longo Prazo. Assim, o Ativo Circulante dessas operações será R$130.000,00 (R$80.000,00 + R$50.000,00). Destaco que a 3ª operação deveria gerar uma redução nas disponibilidades em R$70.000,00. No entanto, essa saída de caixa em função do empréstimo não foi considerada pela banca quando da apresentação da questão. 18. Resposta correta: letra ‘e’. A mudança na legislação societária criou no Balanço Patrimonial o grupo ‘Ativo Não Circulante’, que por sua vez, foi desdobrado nos subgrupos ‘Realizável a Longo Prazo’, ‘Investimentos’, ‘Imobilizado’ e ‘Intangível’. O subgrupo ‘Intangível’ não existia antes das alterações na legislação societária. Ainda no Ativo foi extinto os subgrupos ‘Permanente’ que era desdobrado em ‘Investimento’, ‘Imobilizado’ e ‘Diferido’. Do lado do Passivo, esse foi desdobrado em ‘Passivo Circulante’, subgrupo que já existia, e ‘Passivo Não Circulante’, novo subgrupo criado com a alteração na legislação. Em contrapartida, foram extintos os subgrupos ‘Exigível a Longo Prazo’ e ‘Resultado de Exercícios Futuros’. Dessa forma, a alternativa que responde a questão na forma colocada é a que indica que o grupo criado foi ‘Intangível’ e o grupo extinto foi ‘Resultado de Exercícios Futuros’. 19. Resposta correta: letra ‘e’. A estrutura do Balanço Patrimonial segundo as normas internacionais de Contabilidade é a adotada atualmente no Brasil em função das últimas alterações na legislação societária que, dentre outros, teve como objetivo alinhar a contabilidade nacional aos padrões internacionais. Nesse sentido, não fazem parte dos grupos do Balanço Patrimonial o grupo ‘Diferido’ e ‘Ativo Permanente’. 20. Resposta correta: letra ‘d’. A alternativa ‘a’ não é verdadeira porque na coluna de débitos do Balancete pode haver contas de despesas e contas retificadoras de Passivo e PL que também tem natureza devedora como as contas de Ativo. Na mesma linha a alternativa ‘b’ não é correta porque no Balancete, as contas de receita e as contas retificadoras de Ativo também podem ter natureza credora. Vale destacar que o grupo ‘Resultado de Exercícios futuros’ não mais existe na estrutura do Balanço Patrimonial. Por sua vez, a alternativa ‘c’ também não é correta uma vez que o balancete apresenta contas com saldo devedor e contas com saldo credor, sendo que o total de contas com saldo devedor deverá ser, sempre, igual ao total de contas creditadas. Por fim, a alternativa ‘e’ também não é verdadeira uma vez que na estrutura antiga do Balanço Patrimonial o Ativo teria que ser sempre igual aos grupos

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Passivo Exigível, Resultado de Exercícios Futuros e Patrimônio Líquido. Na estrutura nova do Balanço Patrimonial, o Ativo sempre será igual ao Passivo Circulante somado ao Passivo Não Circulante e ao Patrimônio Líquido. Portanto, não existe mais o grupo Resultados de Exercícios Futuros.

REFERÊNCIAS

FERRARI,. E. L. Contabilidade Geral. 4a ed. Rio de Janeiro, Impetus. 2003.

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS – Fipecafi. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 7a ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996.