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AFO PARA TÉCNICO DO MPU – ÁREA ADMINISTRATIVA PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 51 AULA 02 Saudações, caro aluno! Nesse encontro de nosso curso, lançaremos nossas atenções sobre outros trechos do chamado “catálogo orçamentário”, apelido dado ao trecho da Constituição que trata mais diretamente da temática orçamentária. Veremos, dessa vez, os dispositivos que tratam das leis de matéria orçamentária (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e créditos adicionais), utilizando também alguns trechos da Lei 4.320/64. Então vamos lá. Bons estudos! GRACIANO ROCHA

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AULA 02

Saudações, caro aluno!

Nesse encontro de nosso curso, lançaremos nossas atenções sobre outros

trechos do chamado “catálogo orçamentário”, apelido dado ao trecho da

Constituição que trata mais diretamente da temática orçamentária.

Veremos, dessa vez, os dispositivos que tratam das leis de matéria

orçamentária (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei

Orçamentária Anual e créditos adicionais), utilizando também alguns trechos

da Lei 4.320/64.

Então vamos lá. Bons estudos!

GRACIANO ROCHA

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ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

Plano Plurianual

O PPA é criação da CF/88, e se constitui como o maior instrumento de

planejamento da esfera pública. Como atualmente o planejamento é

determinante para o orçamento (lembra-se do orçamento-programa?), o PPA

assume um papel de protagonismo no que diz respeito à execução do

orçamento. Todas as leis e atos de natureza orçamentária, incluindo as

emendas parlamentares, deverão ser compatíveis com o conteúdo do Plano.

O trecho constitucional que traz algo como uma “definição do PPA” é o

seguinte:

Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada,

as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as

despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos

programas de duração continuada.

O foco do PPA está nas despesas de capital. Enquanto não estudamos

despesas públicas, momento em que detalharemos a abordagem sobre essas

tais “despesas de capital”, vamos simplificar o entendimento, e considerar que

a maior preocupação do PPA recai sobre investimentos públicos.

Antes do atual PPA, houve outros instrumentos adotados no Brasil para

institucionalizar o planejamento em conjunto com o orçamento, dando ênfase

aos investimentos.

Outro trecho da Constituição que reforça, ao mesmo tempo, a importância do

PPA e sua “preferência” pelas despesas com investimentos é o art. 167, § 1º:

Art. 167, § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício

financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou

sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

A prerrogativa do PPA de prever os investimentos a serem executados no país

está confirmada no dispositivo acima. Veja a importância que o constituinte

tentou imprimir a esse papel do PPA: constitui crime de responsabilidade

iniciar investimento com duração superior a um exercício sem a respectiva

inclusão no plano (prévia ou posterior).

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Aprofundando o entendimento sobre o dispositivo acima, podem-se concluir

duas coisas:

• investimentos de execução prevista para um só exercício financeiro

podem ter sua execução iniciada sem previsão no PPA;

• “ações não investimentos”, da mesma forma, podem ser executadas

sem previsão no PPA.

Em ambos os casos, a simples previsão das ações na LOA satisfaz as

exigências constitucionais.

Apesar de estarmos falando tanto das despesas de capital, que recebia toda a

atenção desde antes do PPA na vigência da CF/88, é necessário voltar ao art.

165, § 1º, e verificar duas expressões também importantes, como destacado

abaixo:

Art. 165, § 1º - A lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma regionalizada,

as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as

despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos

programas de duração continuada.

Assim, as atenções do PPA vão além dos investimentos em si. Também é

necessário prever no Plano as despesas de manutenção que surgem com os

investimentos – por exemplo, as despesas para o funcionamento de um

hospital público, após sua construção.

Nesse exemplo, a construção do hospital se classificaria tipicamente como uma

despesa de capital, ou um investimento (criação de um bem de capital em

favor do patrimônio público). As despesas com pessoal, luz, materiais, telefone

etc., próprias das atividades do estabelecimento, seriam despesas

decorrentes da despesa de capital original.

E os tais “programas de duração continuada”?

Segundo o professor James Giacomoni, uma das maiores autoridades em

orçamento público no Brasil, esse termo não foi bem delimitado pela

CF/88. Literalmente, se poderia pensar em qualquer programa cuja

duração se estenda no tempo, mas isso retiraria o caráter estratégico do

PPA (não se pode “planejar tudo” atribuindo a mesma relevância a todos

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os elementos). Assim, nos dizeres do professor Giacomoni, enquanto não

há definição, “programas de duração continuada”, pelo menos na esfera

federal, são programas de natureza finalística, que correspondem à

prestação de serviços à comunidade.

Outro trecho da CF/88 interessante para nosso estudo é o seguinte:

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o

Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e

planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o

setor privado.

Dessa forma, vê-se que a atividade de planejamento foi eleita pela CF/88

como de extrema importância, alcançando os setores público e privado. A

dimensão que o planejamento público deve assumir é tal que o próprio setor

privado é “aconselhado” a observar as ações governamentais para basear seu

próprio comportamento. Para a esfera pública, a vinculação é óbvia: o

planejamento realizado pelas unidades e condensado na lei do PPA é

determinante para a execução das ações dos órgãos e entidades.

Na Constituição, ainda se fazem referências a outros tipos de planos. Veja

só:

Art. 21. Compete à União:

(...)

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do

território e de desenvolvimento econômico e social;

Art. 165, § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos

nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e

apreciados pelo Congresso Nacional.

Os “planos de desenvolvimento econômico e social” estão previstos no art. 21,

inc. IX, da CF/88, como atribuições reservadas exclusivamente à União. É

importante ressaltar, entretanto, que quaisquer planos (inclusive os de

duração mais extensa) deverão ter consonância com o PPA, conforme visto

no art. 165, § 4º, transcrito acima.

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Ressalta-se também que a lei do PPA deve estabelecer critérios de

regionalização para realização das despesas, lá mesmo no art. 165, § 1º, da

CF/88 (... de forma regionalizada...). A ideia é transformar o PPA num

propulsor de desenvolvimento econômico e social, alocando recursos nas

diferentes regiões do país, em busca de um crescimento mais harmônico entre

elas.

Esse aspecto também está presente no art. 43 da CF/88:

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um

mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à

redução das desigualdades regionais.

Para os Estados, DF e Municípios, pode ser mais difícil, ou até não aplicável, a

regionalização dos programas do PPA. Entretanto, essa é a orientação da

CF/88.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2012) O PPA, que define o planejamento das

atividades governamentais e estabelece as diretrizes e as metas públicas,

abrange as despesas de capital e as delas decorrentes, bem como as

relativas aos programas de duração continuada.

2. (CESPE/ANALISTA/INMETRO/2009) As emendas ao projeto de lei de

diretrizes orçamentárias não podem ser aprovadas quando incompatíveis

com o plano plurianual.

3. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada,

constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas de

capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio dos

órgãos e entidades integrantes do orçamento público.

4. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) Entre os instrumentos de planejamento

obrigatoriamente elaborados a cada mandato do chefe do Poder

Executivo, o único considerado de médio prazo é o plano plurianual.

5. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O plano plurianual deve compatibilizar-se

com os planos nacionais, regionais e setoriais.

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A questão 1 está CERTA, apresentando uma abordagem resumida do conteúdo

do PPA. O PPA contempla tanto as despesas de capital, relacionadas

normalmente a investimentos do setor público, quanto as despesas

decorrentes destas primeiras, além das despesas relativas aos programas de

duração continuada.

A questão 2 aborda a abrangência do PPA. Como dissemos, tudo que se refere

a matéria orçamentária deve ser compatível com o Plano, incluindo as

emendas parlamentares sobre qualquer dos projetos. Questão CERTA.

A questão 3 se baseou no entendimento do professor Giacomoni: programas

de duração continuada referem-se tipicamente a ações finalísticas, de

atendimento a necessidades da população por meio de serviços públicos.

Questão ERRADA.

A questão 4 está CERTA: o PPA deve ser elaborado no primeiro exercício do

mandato do chefe do Executivo, com duração considerada de médio prazo

(correspondente à duração do mandato, que hoje é de quatro anos).

Por fim, a questão 5 inverte as relações. São os planos nacionais, regionais e

setoriais que devem se compatibilizar com o PPA. Questão ERRADA.

Lei de Diretrizes Orçamentárias

As atribuições dadas pela CF/88 à LDO (art. 165, § 2º) são:

• indicar as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o próximo exercício financeiro;

• orientar a elaboração da LOA;

• dispor sobre alterações na legislação tributária;

• estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A LDO também é uma criação da CF/88, que tem como função principal fazer a intermediação entre o PPA e a LOA. Antes, não existia qualquer instrumento “pacificador” entre o planejamento (caracterizado pelo PPA) e o orçamento (a LOA).

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Ao passo que o PPA estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas para as despesas de capital e outras, a LDO indica as metas e prioridades da Administração, incluindo as despesas de capital, para o exercício a que ela se refere.

Desse modo, enquanto o PPA traça os programas para serem executados em sua vigência, e que, virtualmente, levarão ao alcance dos objetivos do governo, a LOA indica qual a parcela desses programas que será executada num exercício.

Pois bem, para que essa parcela anual do PPA seja definida, não se faz apenas uma distribuição igualitária de “X parcelas para X anos”. As prioridades do governo, a cada ano, podem mudar, de maneira que, para atender a essas mudanças de rumo, certos programas devem passar por uma aceleração, enquanto outros ficam mais “na geladeira”.

Assim, a LDO é o instrumento que a Administração utiliza para executar o PPA, por meios das LOAs, de forma mais sintonizada com as condições sociais, econômicas, políticas, que venham a alterar as prioridades do governo.

Outros dispositivos constitucionais que tratam desse papel orientador da LDO são os seguintes (alguns já foram estudados antes, ao tratarmos da elaboração do orçamento):

Art. 99, § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos

limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes

orçamentárias.

Art. 99, § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver

a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os

limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente

autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 127, § 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária

dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 127, § 6º - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá

haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os

limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente

autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

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Relembrando o processo de elaboração do orçamento, as propostas setoriais devem ser encaminhadas à Secretaria de Orçamento Federal para compilação do PLOA. Essas propostas setoriais deverão estar já orientadas pelas regras trazidas pela LDO.

Uma novidade que surgiu em concursos ultimamente diz respeito

também ao papel orientador da LDO no tocante à lei orçamentária

anual. É o seguinte: o que fazer no início do exercício caso a LOA ainda

não tenha sido aprovada?

Têm sido registrados vários atrasos na aprovação dos projetos de

natureza orçamentária. Já houve caso de LOA aprovada apenas em

maio! Ou seja, quase metade do ano se passou sem que o orçamento

correspondente estivesse vigendo.

Diante dessa situação fática, as LDO’s, a cada ano, têm trazido uma

regra de transição: caso se inicie o exercício financeiro sem que o

orçamento tenha sido aprovado, é possível executar provisoriamente o

projeto de LOA em discussão. A LDO indicará quais despesas, e em que

montante, poderão ser executadas nesse “vácuo”, até a publicação da

LOA. Interessante, não?

Passemos a outro papel da LDO: “dispor sobre alterações na legislação tributária”.

De pronto, uma observação importante: a tarefa de “dispor sobre alterações na legislação tributária” não torna a LDO uma lei de natureza tributária. Não serão feitas, por ela, mudanças na legislação tributária, instituição de tributos, alteração de alíquotas etc.

A ideia é, simplesmente, assinalar os efeitos que potenciais alterações tributárias (por meio de outras leis) podem ter sobre a previsão de arrecadação, a constar da LOA. Portanto, não há influência direta da LDO sobre as alterações da legislação tributária.

Além disso, a LDO deve trazer “linhas de conduta” para as agências de fomento. Essas agências, em sua maioria, são bancos estatais, que terão sua forma de intervenção no mercado baseadas, pelo menos em parte, naquilo que a LDO houver estabelecido.

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A Lei de Responsabilidade Fiscal, para incrementar as iniciativas referentes a seu tema principal – a responsabilidade na gestão das finanças públicas –, estabeleceu normas em várias áreas da temática orçamentária. Isso representou o acréscimo de algumas peças e funções à LDO.

Por fim, a LDO cumpre um importante papel quanto ao preenchimento de cargos nos órgãos e entidades públicas, bem como quanto a outros fatores que levam ao aumento da despesa com pessoal. Leia o trecho abaixo:

Art. 169, § 1º - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de

remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de

estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a

qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,

inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser

feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções

de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,

ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Como isso cai na prova?

6. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) A LOA é uma lei posterior à LDO e de

mesma hierarquia. Apesar disso, a LOA não pode revogar dispositivos da

LDO.

7. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) A definição das metas e

prioridades na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) tem como

consequência a proibição do atendimento de despesas discricionárias na

lei orçamentária anual em situação de precedência sobre o rol de

prioridades relacionadas na LDO.

8. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) A LDO define as prioridades e

metas a serem atingidas por meio da execução dos programas e ações

previstos no PPA. Para que isso ocorra, entre outras diretrizes, a LDO

estabelece as regras que deverão orientar a elaboração da Lei

Orçamentária Anual (LOA).

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9. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) As propostas orçamentárias parciais

dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público serão

elaboradas respeitando os limites estipulados na Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO).

10. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) Um tributo pode ser criado, majorado ou

diminuído, ainda que sua criação ou alteração não esteja prevista na LDO.

11. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Aplica-se tanto às pessoas de direito

público quanto às de direito privado, como as empresas públicas e as

sociedades de economia mista, a regra constitucional que condiciona à

existência de autorização específica na LDO a concessão de qualquer

vantagem ou aumento de remuneração pelos órgãos e entidades da

administração pública direta ou indireta.

A LDO tem como uma de suas principais funções a de orientar a elaboração da

LOA, estabelecendo limites e regras a serem observados quanto ao conteúdo

desta última. Em razão dessa relação entre as duas leis, não cabe à LOA

revogar dispositivos da LDO. Adicionalmente, vale lembrar que, pelo princípio

da exclusividade, a LOA não poderia tratar das matérias reservadas à LDO.

A questão 7 está ERRADA. As leis de natureza orçamentária têm como

característica a não coercitividade da maior parte de seus dispositivos. No caso

da LDO, as prioridades fixadas para as despesas não levam à proibição de

execução de despesas “não prioritárias”.

Um bom resumo do papel cumprido pela LDO está disposto na questão 8, no

tocante à principal atribuição dada a ela pela CF/88. Questão CERTA.

A questão 9 reflete a obediência que deve haver à LDO quando da preparação

das propostas orçamentárias setoriais. Questão CERTA.

A questão 10 está CERTA. Como vimos, não há influência direta da LDO sobre

a legislação tributária e suas alterações.

A questão 11 está ERRADA: empresas públicas e sociedades de economia

mista estão livres dessa determinação constitucional.

Lei Orçamentária Anual

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Para falar da LOA em si, partiremos de alguns trechos da Lei 4.320/64 e da

Constituição de 1988.

Começamos, então, com a Lei:

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de

forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho

do Govêrno, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

Um ponto a se destacar inicialmente é que a evidenciação da “política

econômica e financeira” e do “programa de trabalho do governo”, até hoje, é

realizada pela LOA, apesar de não ser estabelecida por ela. Atualmente,

como já comentamos, o PPA é a lei orçamentária de maior importância e

abrangência, e, por isso mesmo, é ele quem reflete as escolhas políticas e

econômicas do governo, além de constituir o “programa de trabalho” do

governo em si.

E a composição “física” da LOA, como é?

Ao comentarmos o princípio orçamentário da unidade/totalidade, já

ressaltamos que a LOA é, na verdade, um conjunto de orçamentos. Vamos

rever o trecho constitucional que trata disso:

Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e

entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e

mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou

indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos

a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e

fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

Tratemos então desses itens individualmente.

O orçamento fiscal é o “orçamento geral”, por natureza. A palavra “fiscal”, resgatando a informação lá do Direito Tributário, diz respeito a “recursos obtidos pelo Estado”. Por exemplo, um tributo fiscal tem por objetivo, primordialmente, a obtenção de receita. Um tributo extrafiscal nasceria com

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intenções para além desta – embora também envolvesse a obtenção de receita.

Então, o orçamento fiscal abrange os gastos gerais e as receitas sem arrecadação vinculada com as quais o governo conta. A maior parte dos programas instituídos pela LOA encontra-se nesse item. Portanto, ações variadas, que vão desde segurança alimentar, passando por favorecimento a ciência e tecnologia, aquisição de equipamentos militares, até distribuição de renda direta à população por meio de bolsas etc., tudo isso constará do orçamento fiscal, reforçando esse caráter generalista ao qual nos referimos.

O orçamento da seguridade social, como indica seu nome, é restrito a receitas e despesas relativas à área da seguridade social. Conforme a Constituição, essa denominação abrange a saúde, a previdência social e a assistência social. Para assegurar que os recursos permaneçam vinculados a essas subáreas tão importantes, até um “perfil orçamentário” à parte foi criado pela CF/88.

A proibição do desvio de finalidade na aplicação de recursos da seguridade consta do art. 167, inc. XI:

Art. 167. São vedados:

(...)

XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que

trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento

de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

A intenção aqui é garantir que o regime geral de previdência não seja dilapidado para favorecimento de outras despesas.

Apesar da separação entre ambos, o orçamento da seguridade tem características muito semelhantes às do orçamento fiscal, tanto que diversos documentos do governo referem-se aos dois como se constituíssem uma unidade, exceto pelo fato de o orçamento da seguridade ter esse caráter de especialização.

Inclusive, há críticas na doutrina quanto a essa junção dos dois orçamentos, com a argumentação de que não resta muito clara a divisão dos recursos e ações que pertencem a cada um deles.

Por fim, o orçamento de investimento das estatais, como é conhecido, diz respeito às aplicações de recursos no capital social de empresas das quais a

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União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto – ou seja, são empresas em que a União tem supremacia no tocante a decisões sobre sua atuação. Encontram-se nesse grupo tanto empresas públicas quanto sociedades de economia mista.

Idealmente, as empresas estatais, por sua natureza de direito privado e sua atuação geradora de receitas, não precisariam de recursos públicos para sua manutenção. Aquelas que se enquadram nessa descrição, ou estatais independentes, estarão beneficiadas pelo orçamento público apenas no âmbito do orçamento de investimento, ou seja, receberão recursos, normalmente, para reforço da participação da União em seu capital social, a título de investimento, como diz o nome da peça.

Por outro lado, empresas estatais cuja atividade não resulte em recursos suficientes que as permitam se manter sozinhas (estatais dependentes), necessitando de transferências de recursos públicos para suas atividades de custeio e de investimento “normais”, aparecerão beneficiadas por ações dos orçamentos fiscal e da seguridade, conforme o caso.

Para fechar o ponto, a Constituição determina que o orçamento fiscal e o orçamento de investimento das estatais desempenhem a função de reduzir desigualdades interregionais, segundo critério populacional (art. 165, § 7º). Assim, desde a formulação até sua execução, esses dois orçamentos deverão ser pautados pela alocação de recursos moldada pelos diferentes estágios de desenvolvimento apresentados pelas regiões do país, em nome de uma situação socioeconômica mais equilibrada.

O orçamento da seguridade não poderia, por sua própria natureza, atuar nesse

sentido, já que as ações da seguridade social têm como característica o

atendimento universal (art. 194, parágrafo único, inc. I). Assim, não se

pode, com essa peça orçamentária, privilegiar certa região em detrimento de

outra.

Mais um trecho interessante para a leitura:

Art. 165, § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de

demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente

de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira,

tributária e creditícia.

Esses termos (isenções, anistias etc.) referem-se a incentivos que o ente público pode conceder a atores econômicos, sob a forma tributária (ou

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simplesmente “incentivos fiscais”), financeira ou creditícia (facilitação de crédito ou perdão de dívidas de certa categoria de produtores, por exemplo).

Ações dessa espécie incorrem, normalmente, em diminuição da receita do

ente público, o que demonstra o caráter orçamentário desses incentivos. E,

por se referirem à receita pública, essas ações de incentivo devem ser

demonstradas na LOA.

Por fim, outro aspecto do conteúdo da LOA segue abaixo:

Art. 165, § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à

previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a

autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de

operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Esse dispositivo traz duas exceções ao princípio orçamentário da

exclusividade, como já vimos. Entretanto, fica evidente que essas exceções

também se referem a finanças governamentais, não saindo tanto do roteiro

obrigatório da LOA (previsão de receitas – fixação de despesas).

Como isso cai na prova?

12. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O orçamento público, que mantém interação

com a LDO e o PPA, pode ser considerado instrumento de planejamento

das ações de governo.

13. (CESPE/PROCURADOR/PREF. BOA VISTA/2010) A lei orçamentária anual

pode conter, além da fixação da despesa, a previsão de receita e alteração

da legislação tributária e a autorização para contratação de operações de

crédito ou abertura de créditos suplementares.

14. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) A LOA conterá demonstrativo

regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de

isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza

financeira, tributária e creditícia.

15. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) Uma das funções do orçamento da

seguridade social, que deverá estar compatível com o plano plurianual, é

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reduzir as desigualdades inter-regionais, com base no critério

populacional.

16. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os orçamentos fiscal, da seguridade

social e de investimento das estatais, que compõem a LOA, deverão

funcionar como instrumentos voltados para a redução das desigualdades

sociais.

17. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O orçamento da seguridade social

abrange a chamada área social e, destacadamente, previdência, saúde e

educação.

18. (CESPE/ANALISTA/SERPRO/2010) Os investimentos do governo federal

devem ser realizados somente por meio de dotações orçamentárias

específicas nos orçamentos fiscal e da seguridade social, os quais recebem

recursos de empresas estatais.

19. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Para que se atinja o equilíbrio distributivo e

se reduzam as possíveis desigualdades inter-regionais, o orçamento fiscal

deve ser compatível com o plano plurianual.

20. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) Caso não esteja previsto no plano

plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, a lei orçamentária não

poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um

exercício financeiro.

A LOA, no arranjo orçamentário brasileiro, corresponde à face operacional do

processo orçamentário. Assim, as necessidades e prioridades de mais curto

prazo podem ser atendidas a partir de suas dotações, bem como o

parcelamento das ações de longo prazo. A questão 12 está CERTA.

A questão 13 está ERRADA. A alteração da legislação tributária só pode ser

feita por leis tributárias (a LDO também não entra nesse mérito – ela apenas

considera as alterações tributárias em andamento para que o orçamento reflita

tais modificações).

Na questão 14, há um peguinha da banca: o demonstrativo regionalizado de

benefícios não é integrante da LOA, mas apenas um documento que

acompanha o projeto de LOA em seu processo legislativo (art. 165, § 6º, da

CF/88). Questão ERRADA.

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A questão 15 está ERRADA: além do orçamento fiscal, só o orçamento de

investimento deve contribuir para a redução das desigualdades interregionais.

A questão 16, sobre o mesmo tema específico, contém um erro de

terminologia: as desigualdades a serem combatidas pelos orçamentos são de

natureza interregional, e não social. Mas, mesmo sem esse erro, ainda restaria

um problema: o orçamento da seguridade se caracteriza pela universalidade

das ações, não sendo executado com base em critérios regionais. Questão

ERRADA.

Sobre a questão 17, as áreas pertencentes à seguridade social são a saúde, a

previdência e a assistência social. Questão ERRADA.

A questão 18 simplesmente despreza a existência do orçamento de

investimento das estatais, atribuindo genericamente os investimentos do

governo aos orçamentos fiscal e da seguridade. Questão ERRADA.

Como já pacificamos em nosso estudo, todos os instrumentos orçamentários

devem se compatibilizar com o PPA, e o orçamento fiscal não fugiria a essa

regra. A questão 19 está CERTA.

A questão 20 também está CERTA. A LOA não pode, por si só, trazer dotação

que permita a realização de investimento com duração superior a um exercício.

Para tanto, é necessário que o PPA – originalmente ou a partir de adição

posterior – dê essa autorização.

Vedações constitucionais relativas ao orçamento

O art. 167 da CF/88 traz algumas vedações que devem ser observadas no

tocante ao orçamento. As provas de concursos têm verdadeira fixação por

elas; assim, vale examiná-las e memorizá-las com especial ênfase. Assim,

estudaremos agora as aplicáveis diretamente à lei orçamentária.

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

Esse dispositivo tem uma preocupação meio que operacional.

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A delimitação das ações do governo para atingir seus objetivos resulta na lista

de programas do PPA, que fornece, por sua vez, o “roteiro”, ou o “cardápio”,

para as leis orçamentárias anuais.

Cabe à LOA, depois da priorização feita pela LDO, distribuir previsões de

recursos anuais para aplicação nos programas previstos no PPA. Portanto,

pode haver situações em que programas do PPA não estejam previstos na

LOA corrente, a depender das prioridades estabelecidas na LDO.

Nesse caso, o programa não incluído na LOA não poderá ser executado.

Atualmente, no âmbito do governo federal, com a execução orçamentária

totalmente informatizada, desobedecer a essa vedação nem é possível, pelo

simples fato de não se poder dirigir recursos a um código de programa

inexistente no orçamento anual.

Portanto, a inclusão de programas e ações na LOA é condição prévia para sua

execução orçamentária.

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam

os créditos orçamentários ou adicionais;

Nesse ponto, procura-se evitar que as obrigações do ente público assumam

proporções superiores ao orçamento aprovado.

As atividades de planejamento prévio e de acompanhamento da execução do

orçamento também colaboram nesse sentido, de modo a evitar situações de

inadimplência e endividamento descontrolado.

Essa vedação tem a ver também com o já estudado princípio orçamentário

do equilíbrio, que milita a favor da manutenção de uma boa situação

financeira pelo ente público.

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma

categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia

autorização legislativa;

Há autores que enxergam nesse dispositivo um novo princípio orçamentário: o

princípio da proibição do estorno.

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Existe uma unanimidade na doutrina: ninguém sabe o que vêm a ser

realmente “transposição”, “remanejamento” ou “transferência”, rsrsrs.

Idealmente, esses conceitos deveriam ser esclarecidos numa lei

complementar, como a aguardada lei de finanças públicas que substituirá a Lei

4.320/64.

Assim, atualmente, há apenas posicionamentos não muito consolidados sobre

o assunto.

Para não ficarmos no “vácuo”, vale a pena considerar um posicionamento não

tão definitivo, que tem aparecido nas Leis de Diretrizes Orçamentárias: essas

modificações no orçamento inicialmente aprovado se dariam em situações

como extinção, transformação, desmembramento de órgãos e entidades,

ou alteração de suas competências.

Com isso, não podendo ser executadas pelas unidades previstas inicialmente,

algumas dotações orçamentárias seriam destinadas a outras unidades, por

meio dos tais mecanismos de transposição, remanejamento e transferência.

Mas a LDO não estabelece o significado desses conceitos.

Não há muito problema com essa indefinição, já que as provas cobram

basicamente a reprodução do inciso VI. Assim, preste atenção na exceção à

vedação: é possível, com prévia autorização legislativa, promover

transposição, remanejamento ou transferência de recursos.

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

Como já ficou bastante claro, o orçamento público, apesar de ter se tornado bem mais complexo do que à época de seu nascimento, continua representando uma forma de controle da ação executiva do governo por parte do Poder Legislativo. Essa atuação de controle ganha feições em vários princípios orçamentários, como vimos também.

Pois bem, para que os recursos sejam bem controlados, uma despesa não pode contar com um “lastro infindável”, com dinheiro à vontade, para que seja executada. Até em nome do planejamento e da eficiência, é necessário dimensionar as atividades e investimentos públicos a partir de certa disponibilidade financeira. E isso deve envolver também a definição da finalidade da despesa, para atender ao princípio da discriminação. A

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sociedade e seus representantes precisam ser informados sobre o que o governo pretende atingir com os gastos autorizados na LOA.

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos

orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir

déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art.

165, § 5º;

Como princípio, os recursos públicos não serviriam para socorrer entidades que viessem a assumir um nível crítico de endividamento. Afinal, como visto, há diversas demandas sociais que exigem a aplicação de recursos, e redimir administrações não muito responsáveis, por exemplo, não seria uma prioridade, diante dessas necessidades sociais.

Entretanto, o inciso acima permite que autorização legislativa específica

conceda a aplicação de recursos públicos para “salvar” empresas, fundações e

fundos de seu endividamento. Assim, ficaria a cargo do principal controlador

do orçamento – o Legislativo – a incumbência de permitir, diante das

circunstâncias do caso, esse socorro à entidade deficitária.

Como isso cai na prova?

21. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A Constituição Federal de 1988 estabelece

vários tipos de vedações em matéria orçamentária, entre elas, a

transposição de recursos de uma modalidade de aplicação para outra, sem

prévia autorização legislativa.

22. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) É vedado incluir na LOA autorização

para operações de crédito por antecipação de receita.

23. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) A Constituição Federal de 1988 permite que

a seguridade social seja financiada pelo orçamento fiscal. Mas só com

autorização legislativa específica o orçamento fiscal pode cobrir déficit de

empresas estatais.

24. (CESPE/AUFC/TCU/2009) A única hipótese de autorização para abertura

de créditos ilimitados decorre de delegação feita pelo Congresso Nacional

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ao presidente da República, sob a forma de resolução, que fixará prazo

para essa delegação.

25. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) É vedado ao administrador

público exceder os créditos orçamentários ou adicionais, e tal vedação

envolve não apenas a realização de despesas, mas, também, a assunção

de obrigações diretas.

A questão 21 está CERTA. Tratamos da vedação à transposição, ao

remanejamento e à transferência de recursos entre categorias de programação

(das quais a modalidade de aplicação faz parte, como veremos na aula sobre

despesa), sem autorização legislativa prévia.

A questão 22 passa por cima de uma das exceções permitidas ao princípio da

exclusividade da LOA. Questão ERRADA.

A questão 23 está CERTA. O art. 195, caput, da CF/88 tem uma redação

aberta, que permite a aplicação de recursos do orçamento fiscal nas áreas da

seguridade social. Além disso, a cobertura de déficits de estatais com recursos

orçamentários pode ocorrer, havendo autorização legislativa específica para

tanto.

A questão 24 está ERRADA. A CF/88 não permite, sob qualquer hipótese, a

autorização para concessão ou utilização de créditos ilimitados.

A questão 25 faz uma abordagem mais trabalhada do inciso II do art. 167.

Despesas e obrigações só podem ser assumidas frente à existência de

dotações próprias para tanto. Questão CERTA.

TIPOS DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS

Em nosso estudo, vamos separar os créditos orçamentários “originais”, que são os autorizados pela própria LOA, dos créditos autorizados por atos posteriores a ela (créditos adicionais), que vêm corrigir ou ampliar sua abrangência quanto aos programas e ações.

Assim, para um tratamento bem simples e introdutório do assunto, créditos adicionais aparecem quando os créditos orçamentários originais (os autorizados na LOA) não são bastantes para atender as demandas por recursos no exercício.

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Nesse sentido, o ponto de partida para o estudo dos créditos adicionais está na

Lei 4.320/64. Leia abaixo:

Art. 40. São créditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou

insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Ao tratar de créditos adicionais, pensamos em situações nas quais as dotações para realizar despesas, fixadas na LOA, podem se mostrar insuficientes no momento da execução, pela constatação de que as demandas são maiores do que o estimado.

Por outro lado, durante o exercício financeiro, podem surgir necessidades novas, que se traduzem em despesas novas para serem atendidas pelo ente público. Como essas despesas não constam do orçamento, faz-se necessário emitir novas autorizações de gastos, que podem substituir os créditos originais ou se acrescentar a eles.

Vamos desenvolver nosso estudo sobre as características dos créditos adicionais nos tópicos seguintes.

Como isso cai na prova?

26. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os créditos adicionais se referem às

autorizações de despesa expressamente dotadas na lei de orçamento.

As autorizações de despesa dotadas na LOA são os créditos que estamos

chamando aqui de “originais”. Essas autorizações podem receber modificações

ou acréscimos a partir dos créditos adicionais, que estudaremos com detalhe

em seguida. Questão ERRADA.

Espécies de créditos adicionais

Também consta da Lei 4.320/64 a listagem das espécies de créditos adicionais:

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

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II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação

orçamentária específica;

III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso

de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Como visto no inciso I, os créditos suplementares servem tão somente para reforçar a dotação autorizada na LOA. Portanto, nessa situação, já existe a despesa autorizada, mas em quantitativo insuficiente.

Essa identidade entre os créditos suplementares e os “créditos originais” da lei orçamentária (já que ambos se referem às mesmas despesas) é que permite à LOA autorizar, antecipadamente, a abertura dos créditos suplementares, como já falamos (exceção ao princípio da exclusividade). É como se a LOA autorizasse antecipadamente sua própria “expansão”, em certos pontos.

Os créditos especiais se destinam a despesas não previstas no orçamento (ou, como diz a Lei, para as quais não haja categoria de programação orçamentária específica). Quando da elaboração do orçamento, ainda não se tinha evidenciado a necessidade que deverá então ser atendida.

Essas duas espécies de créditos adicionais, os suplementares e especiais, devem ser autorizados por lei e abertos por decreto executivo. Além disso, necessitam da existência de recursos disponíveis para suportar suas despesas, e sua abertura deve ser precedida de exposição justificativa.

A CF/88 também refletiu essas exigências:

Art. 167. São vedados:

(...)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização

legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; (...)

Como isso cai na prova?

27. (CESPE/TÉCNICO/ANAC/2009) Os créditos orçamentários adicionais são

classificados, exclusivamente, como suplementares, especiais ou

extraordinários.

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28. (CESPE/PROCURADOR/TCM-GO/2007) Os créditos destinados a reforço de

dotação orçamentária são denominados créditos adicionais

extraordinários.

29. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) O crédito especial é o único que pode ter

sua abertura autorizada no âmbito da própria lei orçamentária anual.

30. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) A Lei Orçamentária Anual (LOA)

poderá ser utilizada para autorizar o Poder Executivo a abrir, durante o

exercício financeiro, créditos adicionais suplementares até determinado

montante, o que garantirá certo grau de flexibilidade à execução

orçamentária.

31. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) A lei orçamentária pode ser legalmente

alterada, no decorrer de sua execução, mediante a inclusão de créditos

adicionais, sendo denominado crédito especial o crédito adicional

autorizado para atender despesas novas para as quais não haja dotação

orçamentária específica.

32. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) Os créditos adicionais especiais

independem da existência prévia de recursos disponíveis e destinam-se a

despesas para as quais não havia dotação orçamentária específica.

33. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Os créditos especiais, por serem

autorizados mediante medida provisória, não são deliberados na comissão

mista a que se refere o art. 166 da Constituição Federal de 1988.

A questão 27 está CERTA. Apesar da redação que gera certa desconfiança, é isso mesmo: os créditos adicionais são classificados nesses três tipos.

A questão 28 está ERRADA. Os créditos destinados ao reforço de dotação orçamentária original são os suplementares.

A questão 29 também está ERRADA: também são os créditos suplementares os únicos passíveis de autorização já na própria LOA.

Normalmente, a LOA indica certo percentual para que algumas despesas possam ser reforçadas durante o exercício (por exemplo, 25% para investimentos). Isso facilita a ampliação das dotações para certas despesas, sem que se faça necessário apresentar novo projeto de lei, aguardar seu trâmite legislativo, etc. A questão 30 está CERTA.

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A questão 31 também está CERTA: apresentou-se, corretamente, o conceito de crédito especial.

A questão 32 está ERRADA: os créditos especiais necessitam de recursos disponíveis para sua abertura.

A questão 33 também está ERRADA. Apenas os créditos extraordinários têm sua abertura permitida com o uso de medida provisória. Além disso, todos os créditos adicionais têm sua apreciação no âmbito da Comissão Mista de Orçamento, a exemplo de todos os projetos de natureza orçamentária.

Créditos extraordinários

Vamos agora adentrar a certas especificidades dos créditos extraordinários.

Vimos inicialmente, que, tanto para reforçar dotações da LOA (créditos suplementares) quanto para atender a necessidades não previstas no orçamento, durante o exercício (créditos especiais), é preciso ter autorização legal, bem como recursos disponíveis.

Entretanto, essas condições mais rígidas se aplicam apenas aos créditos suplementares e especiais. Para os créditos extraordinários, que se caracterizam por atender a despesas urgentes e imprevisíveis, como dispõe a CF/88, o processo é bem mais flexível. Afinal, as situações às quais os créditos extraordinários devem atender primam pela urgência, como já ressaltamos.

A diferenciação entre os créditos especiais e os extraordinários reside principalmente na urgência que envolve a realização das respectivas despesas. Os créditos extraordinários, segundo a CF/88, servem para atender a “despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública” (art. 167, § 3º), e os especiais, conforme a Lei 4.320/64, são “destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica” (art. 41, inc. II).

Um alerta é necessário nesse ponto. Na Lei 4.320/64, as situações justificadoras de adoção dos créditos extraordinários compunham uma lista fechada, ou “rol exaustivo”, como dizem os tratadistas. Veja só:

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

(...)

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III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso

de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Agora, compare esse trecho com a atual redação da CF/88:

Art. 167, § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida

para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de

guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art.

62.

Destaquei a conjunção “como” para ressaltar que a CF/88 abriu esse leque. Agora ele é exemplificativo, ou seja, cabe ao Poder Executivo, responsável pela abertura dos créditos extraordinários, decidir quais situações são comparáveis a guerra, comoção interna ou calamidade pública.

Inclusive, tem havido críticas diversas ao Poder Executivo nos últimos anos, justamente pela abertura de créditos extraordinários que não apresentam, aparentemente, as características de urgência e imprevisibilidade necessárias.

Bom, retomando a linha de raciocínio, diferentemente dos suplementares e especiais, os créditos extraordinários não necessitam de prévia autorização legal. Sua abertura, conforme a CF/88, se dá por medida provisória, no caso dos entes federados que tenham previsto essa espécie normativa em sua Constituição ou Lei Orgânica.

No caso dos Estados ou Municípios que não tenham instituído a medida provisória, a abertura do crédito extraordinário se dá por decreto executivo (art. 44 da Lei 4.320/64). Em qualquer caso, entretanto, exige-se a imediata comunicação do ato ao Poder Legislativo.

A exigência da indicação de disponibilidade de recursos também não é observada no caso dos créditos extraordinários. Enquanto que, no caso dos suplementares e especiais, é necessário discriminar as fontes de recursos que suportarão a abertura do crédito, o ato que abrir o crédito extraordinário pode, simplesmente, omitir essa informação.

Não obstante, na esfera federal, tem-se a praxe de indicar, nas medidas provisórias que abrem créditos extraordinários, a origem das disponibilidades.

Como isso cai na prova?

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34. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) A abertura de crédito extraordinário

somente deve ser admitida para atender a despesas decorrentes de inícios

de programas ou projetos não incluídos na LOA.

35. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Apenas despesas imprevisíveis e

urgentes admitem a abertura de crédito extraordinário.

36. (CESPE/TÉCNICO/UNIPAMPA/2009) Tanto os créditos especiais como os

créditos extraordinários dependem da existência de recursos disponíveis

para a sua abertura.

37. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) O crédito extraordinário somente deve ser

aberto por meio de medida provisória.

38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) Créditos extraordinários poderão ser

abertos por medida provisória ou decreto do Poder Executivo, com os

mesmos efeitos.

A questão 34 está ERRADA. Não há previsão legal ou constitucional para utilização de créditos extraordinários na hipótese descrita.

Tanto utilizando a Lei 4.320/64 quanto a CF/88 como exemplo, fica claro: créditos extraordinários devem atender exclusivamente a despesas imprevisíveis e urgentes. A questão 35 está CERTA.

A questão 36 está ERRADA. Apenas os créditos extraordinários não necessitam da indicação de recursos disponíveis para sua abertura.

Depois da CF/88, a medida provisória foi alçada ao status de único veículo de abertura de créditos extraordinários, o que se aplica à União e aos demais entes federados que houverem instituído a MP como espécie legislativa. A questão 37 está CERTA.

A questão 38 está ERRADA. A medida provisória se diferencia em dois pontos do decreto executivo: está sujeita a perda de eficácia no prazo de 60 dias de sua edição, e pode receber emendas de parlamentares no âmbito da Comissão Mista de Orçamento. Quanto ao decreto, o Legislativo não pode modificar seu texto; por outro lado, pode rejeitar toda a norma, mediante decreto legislativo.

Autorização/abertura/reabertura de créditos adicionais

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Para sistematizar as diferenças de autorização/abertura dos tipos de créditos adicionais, vamos observar o seguinte:

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e

abertos por decreto executivo.

Assim, para início de conversa, a autorização da abertura de um crédito suplementar ou especial é um ato do Poder Legislativo, e a abertura em si, um ato do Executivo (mesmo quando os créditos se destinam aos outros Poderes).

Uma pergunta curiosa: e os créditos extraordinários, que são instituídos por apenas um ato (medida provisória ou decreto, conforme o caso), são autorizados E abertos?

Se fizermos uma leitura atenta da Lei 4.320/64, veremos que ela ao tratar da autorização/abertura dos créditos, fez uma separação bem nítida entre os tipos. Compare o art. 42 acima com o seguinte:

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder

Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Portanto, para os créditos extraordinários, tecnicamente, não existe ato de autorização, mas apenas de abertura. Isso reforça o que dissemos anteriormente, que a autorização é um ato típico do Legislativo. A medida provisória e o decreto são atos do Executivo.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Como se vê, tradicionalmente, eram necessários os dois atos para que os

créditos suplementares e especiais fossem instituídos. Entretanto, há

algum tempo, as Leis de Diretrizes Orçamentárias vêm trazendo uma

disposição para simplificar o procedimento: a autorização e a abertura

do crédito adicional se darão pelo mesmo ato (no caso, a lei).

Veja essa modificação no comparativo entre as ementas das seguintes

leis:

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LEI Nº 8.839, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1993. Autoriza o Poder Executivo a

abrir aos orçamentos da União, em favor da Justiça Federal, da Justiça

Militar, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho, créditos adicionais

até o limite de CR$2.064.198.142,00, para os fins que especifica.

LEI Nº 12.185, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2009. Abre aos Orçamentos Fiscal

e da Seguridade Social da União, em favor da Câmara dos Deputados, do

Senado Federal, das Justiças Federal, Eleitoral e do Trabalho, da

Presidência da República, do Ministério Público da União e do Ministério

da Pesca e Aquicultura, crédito especial no valor global de R$

293.272.036,00, para os fins que especifica, e dá outras providências.

Como essa é uma “novidade” da matéria orçamentária, em detrimento

da abordagem tradicional, vale a pena guardar a informação com

cuidado.

Outra característica da abertura dos créditos adicionais consta da redação do art. 46 da Lei 4.320/64:

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do

mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

Assim, o crédito adicional, ao ser aberto, terá certa disponibilidade quantificada de recursos atribuída a si, deverá ser classificado como pertencente a uma das três espécies aqui tratadas e deverá trazer a classificação da despesa, em nome do princípio da discriminação.

No tocante à reabertura de créditos adicionais, trata-se de um tópico que vale a pena ser examinado e bem compreendido, porque é muito cobrado em concursos.

O dispositivo legal aplicável ao assunto era este, da Lei 4.320/64:

Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro

em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos

especiais e extraordinários.

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Assim, a lei que autorizasse a abertura de um crédito especial, ou o ato que abrisse crédito extraordinário, trataria da possibilidade de execução das correspondentes despesas no exercício posterior ao da abertura.

Isso já é passado. Agora, aplica-se o entendimento da CF/88:

Art. 167, § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no

exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização

for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,

reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do

exercício financeiro subseqüente.

Perceba, primeiramente, que, em ambos os momentos, não se abordou a possibilidade de os créditos suplementares serem executados em exercício posterior. Por quê?

Lembra-se da identidade dos créditos suplementares com a própria LOA, de que falamos antes? Para todos os fins, os créditos suplementares apenas “retificam para mais” a LOA, ampliando os montantes da receita e da despesa. Não são criadas despesas novas nesses casos.

Pensando assim, pode-se dizer que a prorrogação dos créditos suplementares para exercícios posteriores equivaleria à transferência de um orçamento anual para outro ano, o que desrespeitaria completamente o princípio da anualidade orçamentária.

Muito bem, então deixemos bem assentado que essa prorrogação só se aplica aos créditos especiais e extraordinários.

Assim, como regra, os créditos adicionais (todos eles) devem ser executados no exercício de sua autorização. Todavia, caso algum crédito especial ou extraordinário seja autorizado mais para o fim do ano (de setembro para frente), já está pré-autorizada, pela CF/88, a reabertura do eventual saldo desse crédito no outro exercício.

Como a Constituição deixa claro, esse saldo de crédito adicional será absorvido pelo orçamento do exercício financeiro seguinte. Essa é a razão para alguns teóricos classificarem essa transferência de créditos adicionais entre exercícios financeiros como exceção ao princípio da anualidade.

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Como isso cai na prova?

39. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Todos os créditos adicionais devem ter

vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, com

exceção dos créditos suplementares, que poderão ser incorporados ao

orçamento do exercício financeiro subsequente.

40. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) Independentemente da data de

abertura do crédito adicional suplementar, os saldos não empenhados até

o final do exercício financeiro serão extintos.

41. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) Os créditos especiais serão abertos por

decreto do Poder Legislativo, que deles dará imediato conhecimento ao

Poder Executivo.

42. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O ato que abre o crédito adicional não

precisa indicar a classificação da despesa.

Como vimos, apenas os créditos suplementares não podem, de nenhuma forma, ser transferidos ao orçamento do exercício seguinte. A questão 39 está ERRADA.

A questão 40 está CERTA. Isso vale para os créditos originais da LOA, os suplementares e os especiais e extraordinários que não reunirem condições para ser transferidos ao orçamento do exercício seguinte. Esses créditos, caso não sejam utilizados, terão seu saldo extinto ao final do exercício de emissão.

A questão 41 está ERRADA. Os papéis dos Poderes estão invertidos no enunciado. O Executivo abre os créditos especiais mediante decreto, e informa sobre o fato ao Legislativo.

A questão 42 também está ERRADA. Conforme o art. 46 da Lei 4.320/64, todo crédito adicional deve conter a classificação da despesa, ao lado do montante respectivo e da espécie do crédito.

Fontes de recursos para créditos adicionais

Vejamos, mais uma vez, a Lei 4.320/64:

Art. 43, § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não

comprometidos:

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I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício

anterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou

de créditos adicionais, autorizados em Lei;

IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que

juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las.

Além dessas fontes de recursos, devemos buscar outro normativo que trata do

tema, o Decreto-Lei 200/67:

Art. 91. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual

poderá conter dotação global não especificamente destinada a determinado

órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos

recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais.

Portanto, temos cinco fontes de recursos para atender os créditos adicionais.

Vamos examiná-las.

Superávit financeiro. A primeira fonte citada pela Lei 4.320/64 é “o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior”. O superávit financeiro é a diferença entre o ativo financeiro (correspondente às disponibilidades em moeda, principalmente) e o passivo financeiro (obrigações para pagamento em curto prazo), calculada no balanço patrimonial de dezembro passado. Dessa forma, pode-se considerar, grosso modo, o superávit financeiro como recursos livres em caixa no início do ano.

Mas, para aproveitar os recursos do superávit financeiro na abertura de créditos adicionais, ainda é necessário fazer alguns ajustes.

Acabamos de discutir a possibilidade de transferência de créditos extraordinários e especiais para o orçamento do exercício seguinte, caso eles tenham sido autorizados no decorrer dos últimos quatro meses do exercício. OK, segure essa informação.

Para fechar o entendimento sobre o superávit, vou adiantar agora outra fonte de recursos para créditos adicionais: operações de crédito. Isso mesmo, o governo pode pegar dinheiro emprestado para custear créditos adicionais.

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Assim, créditos especiais e extraordinários abertos com operações de crédito podem ser executados apenas em parte, no exercício de origem, e ter seu saldo transferido para absorção pelo orçamento subsequente. Com isso, haverá um resto de despesa a executar e um resto de receita correspondente.

Juntando todas as peças, podemos chegar à seguinte situação:

• num dado exercício, temos X de disponibilidade financeira, correspondente ao superávit financeiro calculado em dezembro passado;

• ao final do ano, digamos que existam saldos de créditos especiais ou extraordinários, ainda não executados, que serão integrados ao orçamento corrente; esses saldos constituem despesas a realizar, que chamaremos de Y;

• assuma que esses créditos especiais/extraordinários foram suportados por operações de crédito;

• já que os créditos adicionais que se transferiram de exercício foram abertos à conta de operações de crédito, então, no exercício que se inicia, deve haver um saldo desses empréstimos ainda sem uso, e que será empregado para execução completa dos créditos adicionais correspondentes; essa sobra de receita de empréstimos nós chamaremos de Z.

Considerando todo o exposto, a disponibilidade financeira para abertura de

créditos adicionais, em 2010, por exemplo, será calculada pela expressão [X –

Y + Z], em que consideramos o superávit financeiro de 2009, as despesas de

créditos adicionais transferidos e os recursos emprestados que as suportarão.

Nessa equação, o superávit financeiro e o saldo das operações de crédito são

“receita”, e o saldo de créditos adicionais é “despesa”.

Nos dizeres da Lei 4.320/64, temos o seguinte:

Art. 43, § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o

ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos

créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

Espero que minha explicação tenha ficado mais clara que a lei, rsrs.

Como isso cai na prova?

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43. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O superávit orçamentário do exercício

anterior é uma das fontes para abertura de créditos adicionais.

É necessário ter muito cuidado sobre as fontes de recursos para créditos adicionais. As provas costumam trazer pequenas trocas de palavras ou conceitos, difíceis de detecção numa leitura mais rápida. No caso, houve a troca de “financeiro” por “orçamentário”. O superávit orçamentário, que representa o resultado positivo na subtração das despesas orçamentárias relativamente às receitas orçamentárias, não é considerado uma fonte de recursos (até porque não significa, necessariamente, disponibilidade real de recursos, já que operações extraorçamentárias podem afetar o caixa em sentido oposto). Questão ERRADA.

Excesso de arrecadação. Para começar, nada melhor que o conceito legal, trazido, mais uma vez, pela Lei 4.320/64:

Art. 43, § 3º – Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo,

o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação

prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Veja que o excesso de arrecadação é composto por duas vertentes. Uma é real: a partir da arrecadação mensal esperada pela LOA, acumula-se uma diferença positiva relativamente ao período considerado. A outra é potencial: considerando o comportamento da arrecadação, realiza-se uma série de cálculos matemáticos e estatísticos, que indicará a tendência do exercício.

Vale a pena assinalar aqui um detalhe. Assim como o superávit financeiro sofre um ajuste para se chegar à real disponibilidade financeira em caixa, o excesso de arrecadação também sofre uma dedução.

Essa dedução também é tratada na Lei 4.320/64:

Art. 43, § 4° - Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de

excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos

extraordinários abertos no exercício.

Assim, calculado o excesso de arrecadação, tanto o já obtido quanto a tendência do exercício, faz-se a dedução do valor dos créditos extraordinários já abertos no mesmo exercício. O resultado dessa diminuição poderá ser indicado como fonte de créditos suplementares ou especiais.

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Como isso cai na prova?

44. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) Para o fim de apurar os recursos

utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a

importância dos créditos suplementares abertos no exercício.

45. (CESPE/ECONOMISTA/MIN. SAÚDE/2010) A diferença a mais entre as

receitas previstas e as despesas fixadas poderá ser utilizada como fonte

de recursos para novas despesas, ainda que não previstas na lei

orçamentária anual.

A questão 44 está ERRADA. São os créditos extraordinários os que têm seu valor deduzido do excesso de arrecadação, para efeito de cálculo do montante disponível de recursos utilizáveis.

A questão 45 também está ERRADA. A diferença mencionada pela questão trata apenas de uma previsão, feita logo no ato de publicação do orçamento, e não de recursos efetivos ou tendência de excesso assegurada.

Operações de crédito. Anteriormente, fizemos a diferenciação entre operações de crédito normais e operações do tipo ARO, ou operações por antecipação da receita orçamentária. Lá, dissemos que as operações normais constituem receitas orçamentárias, que providenciam recursos para despesas orçamentárias. Já as operações do tipo ARO substituem receitas orçamentárias que não foram arrecadadas na época própria.

Dessa forma, podemos concluir que as ARO’s não constituem recursos livres. Elas são contratadas para atender a despesas previstas no orçamento, que não tiveram os recursos correspondentes obtidos a tempo.

Tendo isso em vista, ARO’s não podem servir de fonte para créditos adicionais. Para tanto, deverão ser contratadas operações normais de crédito.

Como isso cai na prova?

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46. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As operações de crédito

por antecipação de receita, autorizadas durante o exercício, constituem

recursos para fins de abertura de créditos suplementares.

As operações de crédito por antecipação da receita orçamentária (ARO) não podem ser utilizadas para atendimento a créditos adicionais. Como essas operações substituem receitas previstas no orçamento, sua aplicação é destinada a despesas também previstas originalmente no orçamento. Assim, não se trata de “recursos novos”; são apenas recursos antecipados. Questão ERRADA.

Reserva de contingência. Como já estudamos, a reserva de contingência é uma dotação genérica, que pode ser empregada para pagamento de “passivos contingentes” ou outros fatores que afetem as contas públicas. Podemos dizer que a reserva de contingência é uma “carta na manga” da Administração, para atender a situações de risco para as contas públicas.

Como vimos acima, pelo Decreto-Lei 200/67, temos aí mais uma fonte de recursos para créditos adicionais. Entretanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal, que é mais recente, definiu, em seu art. 5º, que a forma de utilização da reserva de contingência será estabelecida pela LDO.

A LDO deverá, portanto, autorizar a utilização da reserva de contingência como fonte para os créditos adicionais.

Antes de finalizarmos, cabe considerar a forma como a reserva de contingência é utilizada, o que nos faz pensar na última fonte de recursos para créditos adicionais: a anulação de dotações.

Já falamos que a reserva de contingência é uma dotação genérica; caso ela venha a ser utilizada como fonte para créditos adicionais, o que se faz é um cancelamento de dotações dessa reserva em favor da criação de dotações em igual proporção para atender à necessidade veiculada no crédito adicional beneficiado.

O cancelamento de dotações orçamentárias é um artifício para destinação de recursos aos créditos adicionais. Podem ser canceladas dotações da própria LOA ou até de créditos adicionais já abertos, para substituição por novos créditos adicionais.

É mais ou menos isso que ocorre também na seguinte hipótese da CF/88:

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Art. 166, § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do

projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes

poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou

suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Inicialmente, ao receber o projeto de LOA do Presidente, o Congresso pode,

em tese, aprovar emendas reduzindo/anulando despesas previstas, sem

propor novas dotações em substituição. Ou então, numa situação extrema, o

Legislativo pode discordar por completo da proposta do Executivo e rejeitar o

projeto de LOA.

Por outro lado, num momento mais à frente, a discordância pode se dar por

parte do Presidente da República, vetando dotações incluídas no projeto de

LOA mediante emendas parlamentares. A partir disso, a LOA seria promulgada

com dotações vetadas.

Nessas condições, têm-se, ou em parte ou por completo, receitas previstas sem correspondentes despesas fixadas. Se houver veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, teremos, no todo ou em parte, recursos previstos sem despesas correspondentes. Isso porque o veto, as emendas ou a rejeição do projeto de LOA levam ao cancelamento de dotações constantes desse projeto. E os conseqüentes “recursos livres” poderão ser aproveitados para abertura de créditos suplementares ou especiais.

Como isso cai na prova?

47. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) A reserva de contingência, que

compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de passivos

contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos,

poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais, desde que

definida na lei de diretrizes orçamentárias.

48. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Os créditos adicionais provocam,

necessariamente, um aumento do valor global do orçamento aprovado.

A questão 47 resume bem a lição que vimos a respeito da utilização da reserva de contingência para cobertura de créditos adicionais. É necessária a autorização na LDO para que essa aplicação se efetive. Questão CERTA.

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A questão 48 está ERRADA. Caso a fonte de recursos para a abertura de créditos adicionais seja a anulação total ou parcial de dotações, haverá uma simples substituição de despesas autorizadas, sem aumento do valor global do orçamento.

Caro aluno, agora devo destacar com ênfase um tipo de questão cobrado pelo

CESPE. Ele apresenta algumas possibilidades de fontes de recursos para

créditos adicionais e pede que calculemos o resultado da real disponibilidade.

Veja só:

49. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2009) Considere a seguinte situação hipotética.

Em meados de dezembro, ao se constatar, em determinado ente, a

necessidade de suplementação para a conclusão de um programa,

verificou-se que a arrecadação desse ente havia ultrapassado, em R$

450.000,00, a previsão inicial, que havia um saldo de dotações de R$

380.000,00, que não seria utilizado e um crédito especial de R$

270.000,00, aberto em outubro, que provavelmente só seria usado no

exercício seguinte. Nessas condições, concluiu-se haver disponibilidade

para a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1.100.000,00.

Questões desse tipo exigem o entendimento do candidato a respeito dos

créditos originais da LOA, dos créditos adicionais e das fontes possíveis de

recursos para atendê-los.

Na presente questão, temos o seguinte:

• constatou-se excesso de arrecadação de R$ 450.000;

• as “dotações que não serão utilizadas”, nesse tipo de questão, devem ser

contabilizadas como dotações a cancelar, em favor de créditos

adicionais; aqui, o valor é de R$ 380.000;

• o crédito especial de R$ 270.000, que seria transferido para o próximo

exercício, não interfere em nada no cálculo presente, já que não constitui

fonte de recursos, nem dedução de fonte.

Portanto, a disponibilidade para abertura de créditos adicionais nesse exercício

seria de 450.000 + 380.000 = R$ 830.000.

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Questão ERRADA.

Tente guardar o máximo as informações sobre as fontes de recursos para

créditos adicionais. Esse tipo de questão costuma derrubar muita gente.

Muito bem, caro aluno, chegamos aqui ao final de nosso encontro de hoje.

Para quaisquer dúvidas, reforço o recado: utilize nosso fórum de dúvidas.

Até a próxima! Bons estudos!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. O PPA deve estabelecer as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

2. Na instituição das diretrizes, objetivos e metas da Administração, o PPA deve levar em consideração a regionalização das ações, em nome de um desenvolvimento equilibrado entre as regiões do país.

3. Nenhum investimento de execução superior a um exercício financeiro pode ser iniciado sem inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize essa inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

4. As atribuições dadas pela CF/88 à LDO são: indicar as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o próximo exercício financeiro; orientar a elaboração da LOA; dispor sobre alterações na legislação tributária; estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

5. A evidenciação da “política econômica e financeira” e do “programa de trabalho do governo” é feita pela LOA, apesar de não serem estabelecidos por ela, mas pelo PPA.

6. A LOA abrange o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas estatais (empresas em que a União, indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto), e o orçamento da seguridade social.

7. A LOA deve demonstrar, de forma regionalizada, o efeito decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

8. Segundo a CF/88, em conjunto com a Lei de Responsabilidade Fiscal, é vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

9. Os créditos adicionais, conceituados como “autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA” são classificados em suplementares, especiais e extraordinários.

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10. Segundo a LDO, os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional não necessitam de decreto para sua abertura; a abertura é considerada realizada com a sanção e publicação da respectiva lei autorizativa.

11. Créditos suplementares são empregados para reforçar dotações constantes da LOA; créditos especiais se destinam a despesas não previstas no orçamento (ou “despesas para as quais não haja categoria de programação orçamentária específica”), e créditos extraordinários atendem a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

12. Os créditos especiais e extraordinários, se o respectivo ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses do exercício, serão reabertos nos limites de seus saldos e incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.

13. As fontes de recursos para abertura de créditos adicionais são: superávit financeiro, excesso de arrecadação, operações de crédito, cancelamento de dotações e reserva de contingência.

14. Na utilização do superávit financeiro como fonte de recursos para créditos adicionais, devem ser considerados os saldos dos créditos adicionais do exercício anterior e as operações de crédito a eles vinculadas.

15. Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças entre a arrecadação prevista e a realizada, observadas mensalmente, levando-se em conta também a tendência do exercício.

16. Os recursos que ficarem sem despesas correspondentes, por conta de veto, emenda ou rejeição do projeto de LOA, podem ser utilizados mediante créditos especiais ou suplementares.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/ADVOGADO/AGU/2012) O PPA, que define o planejamento das atividades governamentais e estabelece as diretrizes e as metas públicas, abrange as despesas de capital e as delas decorrentes, bem como as relativas aos programas de duração continuada.

2. (CESPE/ANALISTA/INMETRO/2009) As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não podem ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

3. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Os programas de duração continuada, constantes dos planos plurianuais (PPAs), compreendem despesas de capital destinadas tipicamente à realização das atividades-meio dos órgãos e entidades integrantes do orçamento público.

4. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) Entre os instrumentos de planejamento obrigatoriamente elaborados a cada mandato do chefe do Poder Executivo, o único considerado de médio prazo é o plano plurianual.

5. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O plano plurianual deve compatibilizar-se com os planos nacionais, regionais e setoriais.

6. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) A LOA é uma lei posterior à LDO e de mesma hierarquia. Apesar disso, a LOA não pode revogar dispositivos da LDO.

7. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) A definição das metas e prioridades na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) tem como consequência a proibição do atendimento de despesas discricionárias na lei orçamentária anual em situação de precedência sobre o rol de prioridades relacionadas na LDO.

8. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) A LDO define as prioridades e metas a serem atingidas por meio da execução dos programas e ações previstos no PPA. Para que isso ocorra, entre outras diretrizes, a LDO estabelece as regras que deverão orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).

9. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) As propostas orçamentárias parciais dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público serão elaboradas respeitando os limites estipulados na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

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10. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) Um tributo pode ser criado, majorado ou diminuído, ainda que sua criação ou alteração não esteja prevista na LDO.

11. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Aplica-se tanto às pessoas de direito público quanto às de direito privado, como as empresas públicas e as sociedades de economia mista, a regra constitucional que condiciona à existência de autorização específica na LDO a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração pelos órgãos e entidades da administração pública direta ou indireta.

12. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O orçamento público, que mantém interação com a LDO e o PPA, pode ser considerado instrumento de planejamento das ações de governo.

13. (CESPE/PROCURADOR/PREF. BOA VISTA/2010) A lei orçamentária anual pode conter, além da fixação da despesa, a previsão de receita e alteração da legislação tributária e a autorização para contratação de operações de crédito ou abertura de créditos suplementares.

14. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) A LOA conterá demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

15. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) Uma das funções do orçamento da seguridade social, que deverá estar compatível com o plano plurianual, é reduzir as desigualdades inter-regionais, com base no critério populacional.

16. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das estatais, que compõem a LOA, deverão funcionar como instrumentos voltados para a redução das desigualdades sociais.

17. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) O orçamento da seguridade social abrange a chamada área social e, destacadamente, previdência, saúde e educação.

18. (CESPE/ANALISTA/SERPRO/2010) Os investimentos do governo federal devem ser realizados somente por meio de dotações orçamentárias específicas nos orçamentos fiscal e da seguridade social, os quais recebem recursos de empresas estatais.

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19. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Para que se atinja o equilíbrio distributivo e se reduzam as possíveis desigualdades inter-regionais, o orçamento fiscal deve ser compatível com o plano plurianual.

20. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) Caso não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, a lei orçamentária não poderá consignar dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro.

21. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A Constituição Federal de 1988 estabelece vários tipos de vedações em matéria orçamentária, entre elas, a transposição de recursos de uma modalidade de aplicação para outra, sem prévia autorização legislativa.

22. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) É vedado incluir na LOA autorização para operações de crédito por antecipação de receita.

23. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) A Constituição Federal de 1988 permite que a seguridade social seja financiada pelo orçamento fiscal. Mas só com autorização legislativa específica o orçamento fiscal pode cobrir déficit de empresas estatais.

24. (CESPE/AUFC/TCU/2009) A única hipótese de autorização para abertura de créditos ilimitados decorre de delegação feita pelo Congresso Nacional ao presidente da República, sob a forma de resolução, que fixará prazo para essa delegação.

25. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPEA/2008) É vedado ao administrador público exceder os créditos orçamentários ou adicionais, e tal vedação envolve não apenas a realização de despesas, mas, também, a assunção de obrigações diretas.

26. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os créditos adicionais se referem às autorizações de despesa expressamente dotadas na lei de orçamento.

27. (CESPE/TÉCNICO/ANAC/2009) Os créditos orçamentários adicionais são classificados, exclusivamente, como suplementares, especiais ou extraordinários.

28. (CESPE/PROCURADOR/TCM-GO/2007) Os créditos destinados a reforço de dotação orçamentária são denominados créditos adicionais extraordinários.

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29. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) O crédito especial é o único que pode ter sua abertura autorizada no âmbito da própria lei orçamentária anual.

30. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) A Lei Orçamentária Anual (LOA) poderá ser utilizada para autorizar o Poder Executivo a abrir, durante o exercício financeiro, créditos adicionais suplementares até determinado montante, o que garantirá certo grau de flexibilidade à execução orçamentária.

31. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) A lei orçamentária pode ser legalmente alterada, no decorrer de sua execução, mediante a inclusão de créditos adicionais, sendo denominado crédito especial o crédito adicional autorizado para atender despesas novas para as quais não haja dotação orçamentária específica.

32. (CESPE/AUDITOR/SECONT-ES/2009) Os créditos adicionais especiais independem da existência prévia de recursos disponíveis e destinam-se a despesas para as quais não havia dotação orçamentária específica.

33. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Os créditos especiais, por serem autorizados mediante medida provisória, não são deliberados na comissão mista a que se refere o art. 166 da Constituição Federal de 1988.

34. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) A abertura de crédito extraordinário somente deve ser admitida para atender a despesas decorrentes de inícios de programas ou projetos não incluídos na LOA.

35. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Apenas despesas imprevisíveis e urgentes admitem a abertura de crédito extraordinário.

36. (CESPE/TÉCNICO/UNIPAMPA/2009) Tanto os créditos especiais como os créditos extraordinários dependem da existência de recursos disponíveis para a sua abertura.

37. (CESPE/CONTADOR/AGU/2010) O crédito extraordinário somente deve ser aberto por meio de medida provisória.

38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) Créditos extraordinários poderão ser abertos por medida provisória ou decreto do Poder Executivo, com os mesmos efeitos.

39. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) Todos os créditos adicionais devem ter vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, com

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exceção dos créditos suplementares, que poderão ser incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

40. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) Independentemente da data de abertura do crédito adicional suplementar, os saldos não empenhados até o final do exercício financeiro serão extintos.

41. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) Os créditos especiais serão abertos por decreto do Poder Legislativo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Executivo.

42. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O ato que abre o crédito adicional não precisa indicar a classificação da despesa.

43. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) O superávit orçamentário do exercício anterior é uma das fontes para abertura de créditos adicionais.

44. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos suplementares abertos no exercício.

45. (CESPE/ECONOMISTA/MIN. SAÚDE/2010) A diferença a mais entre as receitas previstas e as despesas fixadas poderá ser utilizada como fonte de recursos para novas despesas, ainda que não previstas na lei orçamentária anual.

46. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As operações de crédito por antecipação de receita, autorizadas durante o exercício, constituem recursos para fins de abertura de créditos suplementares.

47. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) A reserva de contingência, que compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos, poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais, desde que definida na lei de diretrizes orçamentárias.

48. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Os créditos adicionais provocam, necessariamente, um aumento do valor global do orçamento aprovado.

49. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2009) Considere a seguinte situação hipotética. Em meados de dezembro, ao se constatar, em determinado ente, a necessidade de suplementação para a conclusão de um programa, verificou-se que a arrecadação desse ente havia ultrapassado, em R$ 450.000,00, a previsão inicial, que havia um saldo de dotações de R$

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380.000,00, que não seria utilizado e um crédito especial de R$ 270.000,00, aberto em outubro, que provavelmente só seria usado no exercício seguinte. Nessas condições, concluiu-se haver disponibilidade para a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1.100.000,00.

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QUESTÕES ADICIONAIS

50. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) Os planos e programas nacionais,

regionais e setoriais integram a função de planejamento, juntamente com

os planos plurianuais. Os planos regionais de desenvolvimento devem ser

elaborados em consonância com o plano plurianual, devendo, ainda,

integrar os planos nacionais e ser com eles aprovados.

51. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Incorrerá em crime de responsabilidade a autoridade que determinar a realização de investimento público cuja execução ultrapasse um exercício financeiro se não houver prévia inclusão no plano plurianual ou lei que autorize a inclusão.

52. (CESPE/ANALISTA/INMETRO/2010) Por meio do PPA, um dos instrumentos para a alocação adequada de recursos orçamentários, são organizados os principais objetivos, as diretrizes e as metas da administração pública federal para um período de quatro anos.

53. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Se a União instituir um plano nacional de

prevenção de desastres naturais, esse plano deverá estar

obrigatoriamente submetido às regras, metas e objetivos estabelecidos no

plano plurianual.

54. (CESPE/AUDITOR/TCDF/2012) Um projeto de construção de barragens

para prevenir desastres naturais não incluído no plano plurianual não

poderá ser executado, ainda que sua execução restrinja-se a um exercício

financeiro.

55. (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2012) Os estados, o Distrito Federal e os

municípios são obrigados a elaborar, submeter aos respectivos Poderes

Legislativos e aprovar suas próprias leis de diretrizes orçamentárias,

independentemente do que ocorra no processo orçamentário da União.

56. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Embora deva ser compatível com o PPA, a

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) contém matérias que, por sua

própria natureza, não devem constar do PPA.

57. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) A CF, ao instituir a LDO, disponibilizou um importante instrumento de orçamentação pública. A LDO representa a interface entre o PPA e a LOA, que é o instrumento que viabiliza a

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execução dos programas governamentais. Desse modo, entre outras funções, a LDO dispõe sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

58. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A lei de diretrizes orçamentárias

compreende as metas e prioridades da administração pública federal,

excetuando-se as despesas de capital para o exercício financeiro

subsequente, e dispõe sobre a política de investimento das empresas

estatais.

59. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2012) A integração entre plano plurianual e

orçamento anual é realizada por meio da lei de diretrizes orçamentárias,

que, além de fornecer orientação para elaboração dos orçamentos anuais,

tem por finalidade destacar, do plano plurianual, as prioridades e metas a

serem executadas em cada orçamento anual.

60. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) A Lei Orçamentária Anual é de

competência do Poder Executivo e compreende os orçamentos fiscais, da

seguridade social e de investimentos das estatais. O orçamento de

investimento das empresas compreende aquelas em que a União, direta

ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

61. (CESPE/TÉCNICO/MIN. SAÚDE/2010) Caberá à LOA o estabelecimento de

metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as

despesas de capital para o exercício financeiro subsequente. A LOA

determinará, ainda, a política de aplicação das agências financeiras oficiais

de fomento.

62. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Os orçamentos fiscais de investimento das empresas estatais e da seguridade social devem ser compatibilizados com o PPA.

63. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O orçamento fiscal e o da seguridade social, integrantes da LOA, incluem, entre suas funções, a de reduzir desigualdades inter-regionais.

64. (CESPE/AGENTE/ABIN/2010) O orçamento fiscal e o orçamento de investimento das empresas estatais têm como função, entre outras, a de redução de desigualdades inter-regionais, observados, obrigatoriamente, o critério populacional e o do inverso da renda per capita.

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65. (CESPE/ANALISTA/SECGE-PE/2010) O orçamento fiscal abrange todas as receitas e despesas dos poderes, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta, das autarquias e das fundações mantidas e instituídas pelo poder público, além de empresas públicas e sociedades de economia mista que recebam transferências à conta do Tesouro.

66. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Se o governo federal concede anistia de juros sobre as dívidas tributárias federais de determinada região atingida por uma calamidade climática restrita a apenas um estado da Federação, o benefício não precisa ser demonstrado no projeto de lei orçamentária.

67. (CESPE/ANALISTA/INMETRO/2009) É vedado consignar na lei

orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

68. (CESPE/TÉCNICO/TCU/2009) Admite-se a utilização, mediante autorização

legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade

social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e

fundos.

69. (CESPE/TÉCNICO/UNIPAMPA/2009) O ato que autoriza a abertura de

crédito adicional deve indicar a sua importância e espécie e a classificação

da despesa, até onde for possível.

70. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Os recursos que ficarem sem despesas

correspondentes poderão ser realocados, conforme o caso, mediante

créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização

legislativa.

71. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) A abertura de crédito extraordinário é

admitida somente para atender a despesas imprevisíveis e urgentes,

observando-se, no caso da União, que a abertura deve ocorrer por meio

de medida provisória; nos estados e municípios, por decreto do chefe do

Poder Executivo.

72. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) Os créditos orçamentários suplementares

são destinados ao reforço de dotações orçamentárias com despesas

urgentes e imprevistas, como em caso de guerra, comoção intestina ou

calamidade pública, sendo autorizados por lei e abertos por decreto.

73. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) O presidente do TJPE tem

legitimidade para enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei

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autorizando a abertura de crédito especial, para atender a despesas do

Poder Judiciário estadual, que ainda não tenham dotação orçamentária

específica.

74. (CESPE/OFICIAL/ABIN/2010) Os créditos adicionais suplementares e

especiais são abertos por decreto do Poder Executivo e dependem da

existência de recursos disponíveis para custear o aumento de despesa,

sendo fontes de recursos para abertura dos créditos suplementares o

excesso de arrecadação e a anulação parcial ou total de outras dotações

orçamentárias.

75. (CESPE/ANALISTA/INMETRO/2010) A lei do orçamento não pode conter

autorização ao Poder Executivo para a abertura de créditos

suplementares.

76. (CESPE/ANALISTA/MMA/2011) Caso um incêndio de grande proporção

atinja a região da Amazônia Legal, o Ministério do Meio Ambiente, em

vista dessa situação excepcional, pode fazer o uso de créditos

suplementares, abertos por decreto do Poder Executivo, que deve ser

conhecido pelo Poder Legislativo.

77. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) As dotações orçamentárias fixadas para

cobrir despesas com contribuições previdenciárias complementares do

Poder Judiciário do Espírito Santo, contabilizadas de forma

extraorçamentária, não podem ser utilizadas como fonte de anulação para

abertura de créditos especiais e suplementares.

78. (CESPE/CONTADOR/CORREIOS/2011) Os créditos extraordinários abertos

no exercício devem ser subtraídos para a apuração dos recursos

decorrentes de excesso de arrecadação a serem utilizados na abertura de

créditos especiais.

79. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Além das despesas autorizadas na lei

orçamentária, os créditos adicionais deverão ser considerados na

execução da programação financeira.

80. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) Os créditos adicionais podem ter

vigência plurianual.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C C E E E C E C C C

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E C E E E E E E C C

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C E C E C E C E E C

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

C E E E C E C E E C

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E E E E E C E E C

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

C C C E C C C E C C

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

E E E E C E C C C C

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

E E E C E E C C C C