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PORTUGUÊS P/ CGU - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 1 Pontuação (com os termos coordenados - o paralelismo - e com os termos subordinados adverbiais) e Conjunções. Olá, pessoal! É com imenso prazer que começamos nosso curso de Português para o CGU. Na Seleção do material para nossas aulas, focarei somente as questões da banca ESAF e todas de nível superior. Você terá uma base teórica e em seguida a aplicação em questões comentadas. Ao final serão elencadas as mesmas questões para sua revisão, porém sem o comentário. Haverá questões de CERTO e ERRADO e de marcação de alternativa. Isso ocorre porque a banca ESAF, em apenas uma questão, explora, muitas vezes, 5 temas diferentes. Então ficaria difícil abordar uma questão sem que tivéssemos explicado todos os assuntos. Por isso, destaquei das questões de vários temas o que é importante para cada aula. A partir da quinta aula, em que teremos mais volume de matéria, as questões de cinco alternativas estarão mais presentes. Outra coisa importante a ser comentada: as questões em concurso são cíclicas! O que quero dizer com isso? Em concurso, não podemos estudar ou enfatizar provas que caíram só neste ano. É natural que enfatizemos as provas mais atuais, mas não desvalorizemos provas antigas; pois aprendemos muito com elas e há forte tendência por determinados tipos de cobrança voltarem. Isso é normal. Vamos ao assunto desta aula????? Para entendermos as estruturas coordenadas, temos que saber a diferença entre frase, período e oração. Todo enunciado que possua sentido completo é chamado de frase. Podemos dizer que o sentido completo ocorrerá explicitamente na linguagem quando houver as seguintes pontuações finais (. ! ? : ...). Com isso, a próxima palavra deverá estar em letra inicial maiúscula. Não deixe de se manter motivado. Estudo é aplicação. O ponto final é utilizado para marcar o término de uma declaração. A frase terminada com esta pontuação é chamada de frase declarativa: As aulas terminaram mais cedo. Português p/ CGU (teoria e questões comentadas)

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PORTUGUÊS P/ CGU - TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR

Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1

Aula 1

Pontuação (com os termos coordenados - o paralelismo - e com os termos subordinados adverbiais) e Conjunções.

Olá, pessoal!

É com imenso prazer que começamos nosso curso de Português para o CGU.

Na Seleção do material para nossas aulas, focarei somente as questões da banca ESAF e todas de nível superior.

Você terá uma base teórica e em seguida a aplicação em questões comentadas. Ao final serão elencadas as mesmas questões para sua revisão, porém sem o comentário.

Haverá questões de CERTO e ERRADO e de marcação de alternativa. Isso ocorre porque a banca ESAF, em apenas uma questão, explora, muitas vezes, 5 temas diferentes. Então ficaria difícil abordar uma questão sem que tivéssemos explicado todos os assuntos. Por isso, destaquei das questões de vários temas o que é importante para cada aula. A partir da quinta aula, em que teremos mais volume de matéria, as questões de cinco alternativas estarão mais presentes.

Outra coisa importante a ser comentada: as questões em concurso são cíclicas! O que quero dizer com isso? Em concurso, não podemos estudar ou enfatizar provas que caíram só neste ano. É natural que enfatizemos as provas mais atuais, mas não desvalorizemos provas antigas; pois aprendemos muito com elas e há forte tendência por determinados tipos de cobrança voltarem. Isso é normal.

Vamos ao assunto desta aula?????

Para entendermos as estruturas coordenadas, temos que saber a diferença entre frase, período e oração.

Todo enunciado que possua sentido completo é chamado de frase. Podemos dizer que o sentido completo ocorrerá explicitamente na linguagem quando houver as seguintes pontuações finais (. ! ? : ...). Com isso, a próxima palavra deverá estar em letra inicial maiúscula.

Não deixe de se manter motivado. Estudo é aplicação.

O ponto final é utilizado para marcar o término de uma declaração. A frase terminada com esta pontuação é chamada de frase declarativa:

As aulas terminaram mais cedo.

Português p/ CGU (teoria e questões comentadas)

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O ponto de exclamação transmite, de certa forma, uma emoção, um sentimento. A frase terminada com esta pontuação é chamada de frase exclamativa:

Lá estava ela com sua ginga exuberante e porte sensual!

Socorro! Te amo!

O ponto de interrogação finaliza uma frase interrogativa direta:

Por que você não veio ontem?

Algumas vezes utilizamos ponto de interrogação para chamar a atenção do leitor:

O rombo da corrupção? O povo paga.

O conflito durou cerca de três anos e terminou com o país ainda dividido ao meio. O saldo? Três milhões e meio de mortos.

Veja que o autor poderia simplesmente declarar as informações de forma bem objetiva: O povo paga o rombo da corrupção. O saldo foi de três milhões e meio de mortos.

Mas ele preferiu usar o recurso da retórica, é a forma de enfatizar aquilo que poderia ser apenas uma declaração, como fizemos nos exemplos acima.

Os dois-pontos são utilizados em diversas situações e são vastamente cobrados nas provas da ESAF, mas cabem aqui apenas os dois-pontos finalizando frase. Os outros empregos dessa pontuação serão vistos adiante e em outras aulas. Isso ocorre quando posteriormente a ele se inicia uma citação, a fala de alguém, o recorte de outro texto. Veja:

O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.”

Perceba que a frase realmente foi finalizada pelo sinal de dois-pontos. Isso é ratificado porque a próxima palavra (“Há”) está com letra inicial maiúscula.

Como há citação, podemos trabalhar o discurso direto, que transmite exatamente a fala de alguém. O autor do texto (narrador) não utiliza palavras dele mesmo, ele usa as do personagem.

Assim, o termo entre aspas ‘Há dois anos os juros estavam mais baixos’seria a voz do personagem; e “O ministro declarou” seria a voz do narrador.

Porém, o autor do texto pode querer relatar com suas palavras o “falar” do personagem. Neste caso, basta que ele insira a conjunção “que” e adapte quando necessário. Neste caso, devem-se retirar as aspas, pois o recorte foi modificado. Veja:

Discurso direto:

O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.”

Discurso indireto:

O ministro declarou que há dois anos os juros estavam mais baixos.

Algumas vezes, percebemos que a citação está integrada sintaticamente à voz do narrador, como uma sequência de sua argumentação. Assim, o autor

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opta em continuar a informação permeando suas palavras com as do recorte. Com isso, acaba por iniciar a citação com letra inicial minúscula, mas deve preservar as aspas para realçar que há citação. Dessa forma, não há nova frase, apenas a continuação da anterior. Veja exemplo na própria questão da ESAF:

Questão 1: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato quando assentada na segurança e em função da igualdade. É que a verdadeira democracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que o período entre aspas (ℓ. 5 a 7) seja precedido do sinal de dois pontos, em lugar de vírgula; e, nesse caso, as aspas podem ser retiradas. Comentário: Primeiramente, devemos perceber que a banca ESAF chamou de período a estrutura entre aspas. Veremos adiante em nossa aula que, sintaticamente, essa não seria a nomenclatura ideal, pois o período, assim como a frase, deve ser iniciado por letra maiúscula.

A intenção da banca, neste caso, é que você entenda que a expressão entre aspas dá prosseguimento à estrutura inicial “É que a verdadeira democracia”. Assim, o que se encontra entre aspas faz subentender essa expressão inicial, por isso a banca a chamou de período.

Ainda antes de respondermos à questão, devemos perceber que a expressão entre aspas dá uma sequência perfeita à estrutura sintática do período. Para provar isso, poderíamos retirar o termo entre vírgulas e as aspas. Veja:

É que a verdadeira democracia é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões.

Mas o autor preferiu usar as aspas e o nome de alguém renomado na área, para dar credibilidade ao assunto tratado. Isso é chamado de argumento de autoridade. Compare:

É que a verdadeira democracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões”.

Agora, podemos responder à questão. A banca apenas queria que o candidato percebesse que poderia ser mantido o discurso direto, retirando-se as aspas após ter trocado a vírgula por dois-pontos. Isso é possível porque a referência ao autor (“Turner”) continua. Veja:

É que a verdadeira democracia, já o disse Turner: é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões.

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Após os dois-pontos, foi utilizada a letra inicial minúscula, porque se encontra subentendida a expressão “É que a verdadeira democracia”. É como se as palavras de Turner fossem a sequência do que o autor já vinha falando anteriormente. Por isso, toda a questão está correta. Gabarito: C

Agora, vamos ao uso das reticências. Elas podem ser usadas em diversas situações, mas cabem aqui apenas em final de frase.

Elas são utilizadas em final de frase normalmente para indicar que a declaração que vinha sendo feita ainda continua. Isso ocorre quando recortamos um trecho de algum texto. Mas muitas vezes o autor usa esta continuidade do pensamento para que o leitor reflita mais sobre o assunto.

Um jovem sem esperança, perturbado, sem sonho, com cinco revólveres e muita munição, entra num colégio em Realengo (RJ) e...

As reticências nos remetem a pensar na catástrofe ocorrida em abril de 2011, numa escola de Realengo. O autor não precisa dizer mais nada, nós já entendemos que ele quer nossa atenção ao problema.

Após termos visto a frase, vamos trabalhar o período.

Período é todo enunciado com sentido completo e que possua verbo.

Assim, há uma grande diferença entre frase e período. Apesar de os dois terem sentido completo, a frase pode ou não ter verbo, mas o período obrigatoriamente terá.

Assim, todo período é uma frase, mas nem toda frase será um período. Veja:

“Socorro!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo.

“Ajude-me!” é frase e também é período, pois possui verbo.

“Olá!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo.

“Você está bem?” é frase e também é período, pois possui verbo.

Como o período deverá ter sentido completo, então a pontuação final

dele deve ser a mesma da frase: . ! ? : ... Agora veremos a oração. A oração deve possuir verbo. Nem sempre terá sentido completo. Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.

Neste enunciado, veja que há frase, porque tem sentido completo. Há período, porque, além de ter sentido completo, tem verbo. Há orações, porque cada oração terá um verbo diferente.

Assim, vejamos:

1. “Socorro!” (apenas frase)

2. “Ajude-me!” (frase, período e oração)

3. “Olá!” (apenas frase)

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4. “Você está bem?” (frase, período e oração)

5. “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.” (frase, período e orações)

Quando há um período com apenas uma oração, chamamos este enunciado de período simples, como ocorre com os períodos “Ajude-me!”, “Você está bem?”. Dizemos que período simples é também uma oração absoluta.

Quando há período com dois ou mais verbos, temos um período composto, como ocorre com “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.”.

Portanto, vamos observar que uma oração absoluta é o mesmo que período simples e é o mesmo que uma frase, portanto terá a mesma

pontuação final de uma frase: . ! ? : ...

Logicamente, não há apenas a oração absoluta, a diversidade de valores de cada oração dentro de um período composto é o nosso foco nesta aula. Por isso dizemos que, além da pontuação final vista acima, a oração pode ser

sucedida de: , ; ─ e às vezes não receberá nenhuma pontuação.

Cada período terá um valor, o qual será simples, composto por coordenação ou por subordinação. Isso vai depender da oração que nele se inserir. Na sintaxe, toda oração terá um nome conforme sua função. Quando um período é simples, já dissemos que ela será chamada de absoluta.

Mas, quando ela está num período composto, seu nome muda porque sua relação semântica também muda e aí veremos o papel muito importante da conjunção e da pontuação.

Vamos a uma diferença básica entre coordenação e subordinação:

Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar

calmo durante a prova, passará no concurso.

Note que temos apenas uma frase, porque só há um ponto final. Com isso, percebemos que temos também um período. Como há vários verbos, há várias orações em um período composto.

O resultado principal do enunciado é “passará no concurso”. Para que alguém consiga esse resultado, deverá passar por algumas condições: “se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades, ficar calmo durante a prova”. Essas três condições estão paralelas, unidas, por isso as chamamos de estruturas coordenadas. Elas estão justapostas justamente porque todas possuem o mesmo valor: condição.

Podemos chamar esta justaposição (coordenação) de ENUMERAÇÃO.

Assim, perceba que as orações 1, 2 e 3 estão coordenadas entre si.

1 2 3

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Mas perceba também que a junção destas três condições (estruturadas em coordenação) foi necessária para se ter um resultado: “passará no concurso”.

Veja que estas três estruturas sozinhas, sem a última oração, não teriam sentido; por isso, além de estarem coordenadas entre si, elas dependem do resultado, passando a uma relação de subordinação. Elas precisam de outra para ter sentido. Imagine a estrutura acima sem a oração 4, ela teria sentido?

Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar

calmo durante a prova ...passará no concurso do TSE.

Lógico que não, então percebemos que a oração 4 é necessária para que as outras (subordinadas) tenham sentido.

Resumindo, entendemos que as orações 1, 2, 3 estão coordenadas entre si (justapostas, paralelas, enumeradas) e que estas mesmas orações estão subordinadas em relação à oração 4 (principal).

A oração subordinada se refere a uma oração principal, e a oração coordenada se liga a outra também coordenada (ou também chamada de oração inicial).

A enumeração (coordenação) também pode ocorrer com substantivos. Veja:

“Fui ao mercado e comprei os seguintes itens: carnes, frutas e legumes.”

Podemos dizer que esta estrutura possui termos coordenados, pois os termos “carnes”, “frutas” e “legumes” estão paralelos entre si. A enumeração de substantivos ocorre em qualquer termo composto da oração (mais de um núcleo).

Então podemos entender que termos paralelos (enumerados, coordenados) podem ser substantivos (quando queremos nominar os seres), adjetivos (quando queremos caracterizá-los) e verbos (quando queremos demonstrar uma sequência de ações).

Enumeração de substantivos: Estudo, trabalho e disciplina acompanham o homem moderno.

Enumeração de adjetivos: Achei a pintura clara, intrigante, linda!

Sequência de ações:

Joana foi ao trabalho, despachou poucos documentos, sentiu-se mal e voltou para casa.

Você observou o uso das vírgulas nessas estruturas? Poderíamos retirar a vírgula após os vocábulos “Estudo”, “clara” e “trabalho” (das frases 1, 2 e 3, respectivamente)? Lógico que não. Mas isso não é novidade, não é?

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Todos já sabemos que, quando ocorre uma enumeração, naturalmente os termos coordenados ficarão separados por vírgula. É natural, também, que o último dos termos possa ficar separado pela conjunção “e”, para que o leitor faça a entonação final. Mas isso não é obrigatório. Veja que, na enumeração dos adjetivos, o autor preferiu não inserir a conjunção “e”.

A banca ESAF algumas vezes pergunta o motivo dessas vírgulas, e a resposta é que elas ocorrem porque separam termos de uma enumeração, isto é, separam termos de mesmo valor.

Muitas vezes essas enumerações podem ser antecipadas por dois-pontos. Veja:

O choque dos alimentos está produzindo enormes estragos globais: semeia inflação, desarranja o abastecimento, precipita protecionismos e fermenta crises políticas.

Assim, no exemplo acima, os dois-pontos marcam o início de uma enumeração, a qual tem por objetivo exemplificar quais são os “enormes estragos globais”, e esses termos enumerados são separados por vírgulas.

Questão 2: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta de responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos e frequentemente dirigem alcoolizados.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de sinal de dois-pontos após “responsabilidade” (ℓ.2) justifica-se por anteceder uma citação de outro texto. Comentário: A citação é o recorte da fala de alguém ou do que outro autor escreveu, assumindo, assim, um discurso direto, visto no início desta aula. Certamente, não há citação neste contexto.

Neste contexto, o sinal de dois-pontos marca que em seguida haverá uma enumeração de ações, as quais têm por objetivo exemplificar a falta de responsabilidade dos motoristas.

Resumindo, nesta questão, os dois-pontos sinalizam uma enumeração de ações, e não uma citação. Gabarito: E

Questão 3: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Com presença internacional crescente, um quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “crescente” (ℓ.1), “economia” (ℓ. 2) e “relevantes” (ℓ. 2) têm a mesma justificativa gramatical. Comentário: Note que há uma enumeração de elementos no início do período, tanto assim que podemos subentender a preposição “com” nos termos

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subsequentes. Veja:

“Com presença internacional crescente, (com) um quadro geral propício na economia, (com) iniciativas relevantes, (com) dinamismo real em vários setores...”

Assim, as vírgulas ocorrem pela mesma justificativa gramatical. Observação: Ao não utilizar demasiadamente a preposição “com”, o

autor evitou a repetição desnecessária, trazendo elegância ao texto, mas isso não é obrigatório. Gabarito: C

Questão 4: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: Na compreensão marxista de Estado, esse é um mecanismo controlador dos cidadãos comuns, das relações de propriedade, do regime de alternância dos seus poderes políticos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “comuns”(ℓ.2) e “propriedade”(ℓ.2) têm a mesma justificativa gramatical. Comentário: Note que há três expressões que se ligam ao substantivo “controlador” e estão coordenadas. Veja:

“esse é um mecanismo controlador dos cidadãos comuns, das relações de propriedade, do regime de alternância dos seus poderes políticos.”

Assim, é fácil perceber que há uma enumeração e as vírgulas ocorrem pelo mesmo motivo.

Note que o autor optou por não inserir a conjunção “e” no último termo da enumeração. Gabarito: C

Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Para os iconoclastas, dinheiro é a base das relações sociais do mundo capitalista, a rede que organiza a sociedade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a vírgula da linha 2 pela conjunção e. Comentário: Note que há duas características da palavra “dinheiro”: “a base das relações sociais do mundo capitalista”, “a rede que organiza a sociedade”. Essas duas características estão enumeradas. Como há somente dois termos paralelos, pode-se substituir a vírgula pela conjunção “e”.

Veja que a questão afirmou que isso resultaria em desrespeito à coerência ou à correção gramatical. Por isso, está errada. Gabarito: E

Entendemos basicamente a estrutura enumerativa e o uso da pontuação nestes casos. Continuaremos a falar da pontuação, agora com foco no valor semântico de cada estrutura coordenada. Para isso, vamos ver que as conjunções COORDENATIVAS podem ter cinco valores semânticos, de acordo com o esquema a seguir:

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Esquema do período composto por coordenação

______________________ e ____________________. (aditiva)

______________________, mas _________________. (adversativa)

______________________ ou ___________________. (alternativa)

______________________, portanto ______________. (conclusiva)

______________________, pois _________________. (explicativa)

oração inicial oração coordenada sindética

Este esquema vai nos guiar sempre que falarmos de orações coordenadas. Os elementos coordenados estão exemplificados pelas conjunções “e”, “mas”, “ou”, “portanto”, “pois”.

A palavra conjunção tem alguns sinônimos como conectivos e síndetos. Assim, quando uma oração coordenada é iniciada por conjunção, ela é chamada de coordenada sindética e a vírgula vai depender de seu valor semântico, conforme apontado no esquema acima.

Porém, podemos encontrar orações coordenadas sem conjunção, neste caso as chamamos de orações coordenadas assindéticas. É importante reconhecê-las porque a vírgula será obrigatória, independente do sentido. Exemplo: Mauro saiu e voltou tarde. (oração sindética)

Mauro saiu, voltou tarde. (oração assindética)

A banca ESAF não cobra o nome destas orações, mas temos que entender sua estrutura para sabermos trocar conjunções de mesmo sentido e usar a vírgula.

Vejamos os principais valores:

1) Aditivas:

______________________ e ____________________. (aditiva)

oração inicial oração coordenada sindética

As conjunções aditivas servem para somar termos, encadear enumeração dentro de uma lógica. As principais são:

e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como também, senão também, tanto...como.

Ex.: Ele caminha e corre todos os dias.

Período composto por coordenação

Período composto por coordenação

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Via de regra, não usamos vírgula antes da conjunção “e”. Perceba isso no nosso esquema do período composto por coordenação. Mas, se o “e” for substituído por qualquer outra conjunção aditiva, como mostradas acima, naturalmente poderá receber a vírgula (facultativamente). Perceba isso nos exemplos.

Ele não caminha nem corre. Josefina não trabalha, tampouco estuda. Ele não só ajuda financeiramente, mas também aconselha os amigos.

A vírgula antes da conjunção “e” é usada em três situações:

a) quando o sujeito for diferente:

Ana estudou, e Jucélia trabalhou.

Note que o sujeito para cada verbo é diferente, por isso a vírgula é facultativa.

b) quando o sentido for de contraste, oposição:

Estudei muito, e não entendi nada.

Não é normal uma pessoa estudar muito e não entender nada. Neste caso houve uma contradição, um contraste. A conjunção “e”, neste caso, pode ser substituída por “mas”. Esta vírgula é considerada obrigatória, mas podemos observar bons escritores dispensando esta vírgula.

c) quando fizer parte de uma repetição da conjunção. Esta repetição pode ter valor significativo no texto, a qual chamamos de enumeração subjetiva. Veja:

Enumeração subjetiva:

_________, e_________, e_________, e_________, e__________, e _________.

A candidata acordou cedo, e preparou uma refeição leve, e alimentou-se calmamente, e chegou tranquila, e realizou a prova, e saiu confiante.

A repetição da conjunção “e” é empregada como um reforço das ações. Chamamos de subjetiva ou enfática, porque se transmite uma carga de emoção para aumentar a força nos argumentos.

Vimos quando empregamos vírgula antes da conjunção “e”, agora vejamos um aprofundamento do que trabalhamos no início desta aula. A pontuação numa enumeração, agora objetivamente:

Enumeração objetiva:

_________ , _________ , _________ , _________ , __________ e _________.

A candidata acordou cedo, preparou uma refeição leve, alimentou-se calmamente, chegou tranquila, realizou a prova e saiu confiante.

Dizemos que esta é uma enumeração objetiva, pois o autor simplesmente se atém a relatar aquilo que realmente ocorreu, sem

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transparecer envolvimento emocional, como ocorre numa enumeração subjetiva.

Cada oração faz parte de um termo da enumeração, por isso as vírgulas são obrigatórias. Perceba a conjunção “e”, que sinaliza o último termo da enumeração. Ela pode ser retirada, sem prejuízo gramatical. Veja:

_________ , _________ , _________ , _________ , __________ , _________.

A candidata acordou cedo, preparou uma refeição leve, alimentou-se calmamente, chegou tranquila, realizou a prova, saiu confiante.

A única diferença é na clareza. Com a conjunção, o leitor saberá fazer a entonação final da enumeração, algo que não seria tão claro sem a vírgula. Mas as duas construções estão corretas.

Agora, vamos ver uma construção com a inserção de conjunção ou vírgula dentro dos termos enumerados. Com isso é natural separarmos esses elementos por ponto e vírgula. Veja:

Uso do ponto e vírgula:

____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________.

Carlos e Júlia acordaram cedo; prepararam o material e uma refeição leve; alimentaram-se bem; chegaram tranquila e calmamente à sala; realizaram a prova; e saíram confiantes.

Veja que os elementos enumerados (1 a 6) agora estão separados por ponto e vírgula, porque há divisões internas nos termos 1, 2 e 4. O uso do ponto e vírgula não é obrigatório, porém transmite maior clareza na enumeração, assim também o ponto e vírgula antes da conjunção “e” que une os elementos 5 e 6. Essa pontuação também não é obrigatória; apenas é utilizada para que o leitor não confunda o último termo enumerado (6) e o penúltimo (5) como apenas um.

Assim, veja os esquemas possíveis na enumeração com divisão interna:

____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________ e _________.

____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________, e _________.

____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________ e _________.

1 2 3 4 5

1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

6

1 2 3 4 5

1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

6

1 2 3 4 5

1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

6

1 2 3 4 5

1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

6

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____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________.

Questão 6: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta de responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos e frequentemente dirigem alcoolizados.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgulas nas linhas 2 e 3 justifica-se porque isolam elementos de mesma função gramatical componentes de uma enumeração. Comentário: Veja que a oração “trafegam em alta velocidade” é a inicial e as orações “fazem ultrapassagens inconvenientes”, “andam pelo acostamento”, “usam faróis altos” são coordenadas assindéticas aditivas. Por esse motivo, são separas por vírgulas.

Se há uma sequência de ações, entendemos que há uma enumeração e possuem a mesma função sintática (orações coordenadas assindéticas aditivas). Gabarito: C

Questão 7: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - Proer está dando lucro para os cofres públicos, não prejuízo, como se ouve apregoar desde que os bancos falidos foram submetidos a essa reestruturação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Pelo sentido textual, a vírgula entre “públicos” e “não”(ℓ.3) admite a substituição pela conjunção embora. Comentário: Entre as palavras “públicos” e “não”, cabe o valor de adição com a conjunção “e”. Na oração “não prejuízo” subentende-se a locução verbal “está dando”. Veja:

O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - Proer está dando lucro para os cofres públicos, e não (está dando) prejuízo, como se ouve apregoar desde que os bancos falidos foram submetidos a essa reestruturação.

A conjunção “embora” tem valor adverbial de concessão, o qual será visto adiante. Por isso, tal conectivo não pode ser inserido neste contexto. Gabarito: E

Questão 8: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Sem literatura, corremos o risco de resvalarmos para a mesquinhez dos jargões burocráticos, a farsa do “economês”, que tudo explica e quase nada justifica, a palilalia estéril da linguagem televisiva, a logorréia dos discursos políticos, condenando-nos à visão estreita e à pobreza de espírito despida de qualquer bem-aventurança.

1 2 3 4 5

1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção gramatical do texto: tudo explica, mas quase nada justifica,Comentário: Na estrutura “tudo explica e quase nada justifica” há claramente um valor adversativo na conjunção “e”. Assim, pode-se substituí-la pela conjunção “mas”.

Note que o autor não havia inserido a vírgula antes do conectivo “e”. Ela é obrigatória, mas pode ocorrer, como neste contexto, que o autor não a utilize. Mas a banca corrigiu este desvio, inserindo a vírgula antes do “mas”. Gabarito: E

2) Adversativas:

______________________ , mas ____________________. (adversativa) oração inicial oração coordenada sindética

A banca ESAF explora pouco, mas é importante saber que há vírgula obrigatoriamente antes da conjunção coordenativa adversativa, por isso o esquema encontra-se com vírgula antecipando conjunção adversativa.

As conjunções adversativas exprimem contraste, oposição, ressalva, compensação. As principais são:

mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto.

Além delas, há outras palavras que, em determinado contexto, passam a valor adversativo e podem iniciar este tipo de oração, tais como senão, ao passo que, antes (=pelo contrário), já, não obstante, apesar disso, em todo caso. Há uma diversidade de vocábulos que transmitem o valor adversativo; por isso é importante entender a oposição e não apenas memorizar as conjunções.

Ex.: Estudou muito, mas não passou.

Ele teve aumento salarial, porém não quis continuar na empresa.

Estude bastante o conteúdo específico, todavia não se desligue dos conhecimentos básicos.

Não desmatar é importante, no entanto não é a única solução para a sustentabilidade do planeta.

O rico esbanja gastos desnecessários, já o pobre só quer sobreviver.

Diferente da conjunção “mas”, a qual só se pode posicionar no início da oração, as conjunções porém, entretanto, contudo, no entanto, todavia têm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionar também no meio ou no final da oração, com vírgula(s) obrigatória(s):

Há muito serviço, porém ninguém trabalhava. Há muito serviço, ninguém, porém, trabalhava. Há muito serviço, ninguém trabalhava, porém.

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A banca ESAF costuma cobrar a substituição de “porém” por “mas”. O posicionamento dessas conjunções é que irá determinar se a troca é possível ou não. A conjunção “porém”, nestes exemplos, pode ser substituída pela conjunção “mas” apenas na primeira frase; já as conjunções entretanto, contudo, no entanto, todavia podem ocupar qualquer uma das três posições vistas acima. Uso do ponto e vírgula:

Com base no que foi visto nas enumerações com vírgulas internas, pode-se substituir a vírgula que separa as orações adversativas por ponto e vírgula, quando há divisão interna. Veja:

Há muito serviço; ninguém, porém, trabalhava.

Há muito serviço; ninguém trabalhava, porém.

Tendo em vista ser largamente usado o ponto e vírgula com conjunções deslocadas (como visto acima); mesmo sem o deslocamento delas na oração, é percebida em bons autores a divisão por ponto e vírgula. Veja:

Há muito serviço; porém ninguém trabalhava.

Somente em dois valores semânticos das orações, a vírgula pode posicionar-se após a conjunção: a primeira delas é a adversativa e a segunda será vista adiante.

Há muito serviço; porém, ninguém trabalhava.

Questão 9: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Fragmento do Texto: O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho da carga tributária, sua composição e a evolução recente. Dentre as inúmeras objeções ao sistema vigente no Brasil, destaca-se a alegação de excesso de carga tributária. Contudo, a análise da experiência internacional revela que, do ponto de vista macroeconômico, a carga tributária brasileira é baixa e estável, contrapondo-se aos valores e à evolução observada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento – OCDE – para a qual a carga, além de alta, cresceu de forma significativa nos anos 70 e 80.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O operador ‘Contudo’(ℓ.4) pode ser substituído pelo operador ‘Conquanto’sem comprometer a continuidade temática. Comentário: A conjunção coordenativa “Contudo” tem valor adversativo, já a conjunção “Conquanto” é subordinativa adverbial. Por isso, uma não pode ser substituída pela outra. Essa conjunção adverbial será vista adiante. Gabarito: E

Questão 10: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: O Brasil tem o maior e mais complexo sistema financeiro da América Latina, com 208 bancos, que se distribuem por mais de 17 mil agências e aproximadamente 15 mil postos de atendimento adicionais. Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo, nos últimos trinta anos foi profundamente marcado pelo crônico processo inflacionário que predominou, nesse período, na economia brasileira.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

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A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo”(ℓ.4) O desenvolvimento de tal sistema, todavia, Comentário: Primeiramente, observe que as expressões “desse imenso complexo” e “de tal sistema” têm o mesmo sentido neste contexto. Além disso, A conjunção “Contudo” tem o mesmo valor coordenativo adversativo de “todavia”. Assim, a substituição está correta. Note que a conjunção “todavia” está deslocada, por esse motivo encontra-se entre vírgulas. Gabarito: C

Questão 11: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental do crescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não há crescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas:

Inserção de Mas antes de “Agora”(ℓ.3). Comentário: Note que a estrutura do texto se molda no acúmulo de orações coordenadas e de períodos coordenados por adição. O mesmo ocorre entre os dois períodos finais. Por isso, Podemos até inserir a conjunção “E”. Veja:

O Brasil acordou na questão da concorrência. E agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país.

Com a inserção da conjunção “Mas”, o sentido muda: reforça-se o contraste entre o passado e o presente (“Agora”), enfatizando-se que antes não havia recursos adequados. Note que a mudança de sentido não implica incoerência ou incorreção gramatical no texto. Gabarito: E

3) Alternativas: ______________________ ou ____________________. (alternativa)

oração inicial oração coordenada sindética

A conjunção alternativa é por excelência “ou”, sozinha ou repetida em cada uma das orações. Com a conjunção “ou” sozinha, as orações alternativas normalmente não são separadas por vírgula, como vimos no esquema acima. Ex.: Faça sua parte, ou procure outro trabalho.

Ou você estuda, ou dorme!

A conjunção coordenativa “ou” poucas vezes é cobrada por esta banca como conectivo de orações, ela normalmente cobra seu valor de inclusão ou exclusão entre substantivos ou adjetivos.

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Inclusão:

João ou Pedro são bons candidatos. (valor de inclusão)

Há alternativa de inclusão quando se mostra que, independente de qual dos termos, os dois possuem tal característica: Tanto João quanto Pedro possuem as características de bons candidatos.

Exclusão:

João ou Pedro ganhará a presidência do clube. (valor de exclusão)

Um termo exclui o outro automaticamente. Se João ganhar, excluirá Pedro e vice-versa.

Há outros vocábulos de diferentes classes gramaticais que cumprem valor conjuntivo indicando alternância, como ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja, bem...bem. Eles devem ser duplos e iniciar cada uma das orações alternativas. Não é de rigor, mas o uso da vírgula se fortalece por bons autores separando orações cujo conectivo é repetido:

Ora narrava, ora comentava. Quer chova, quer faça sol, irei à sua casa.

Questão 12: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Dinheiro é a maior invenção dos últimos 700 anos. Com ele, você pode comprar qualquer coisa, ir para qualquer lugar, consolar o aleijado que bate no vidro do carro no sinal fechado, mostrar quanto você ama a mulher amada ou comprar uma hora de amor. É o passaporte da liberdade. Com dinheiro, você pode xingar o ditador da época e sair correndo para o exílio, ou financiar todos os candidatos a presidente e comparecer aos jantares de campanha de todos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a conjunção “e”(ℓ.5) por ou. Comentário: Note que no período final do texto, há uma divisão principal com a conjunção “ou”, a qual separa as estruturas “Com dinheiro, você pode xingar o ditador da época e sair correndo para o exílio” e “financiar todos os candidatos a presidente e comparecer aos jantares de campanha de todos”.

Dentro de cada estrutura menor há a conjunção aditiva “e”, a qual une as estruturas menores: na primeira, há “você pode xingar o ditador da época”, “sair correndo para o exílio”; na segunda, há “financiar todos os candidatos a presidente”, “comparecer aos jantares de campanha de todos”.

Assim, essas conjunções “e”, internas, não podem ser substituídas pela conjunção “ou”, muito menos só a primeira, a que se referia a questão.

Como foi afirmado que há prejuízo nessa substituição, ela está correta. Gabarito: C

4) Conclusivas:

______________________, portanto ____________________. (conclusiva) oração inicial oração coordenada sindética

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A vírgula ocorre neste tipo de oração, apesar de serem encontrados exemplos destas construções sem vírgula. Então não se cobra na prova a obrigatoriedade ou não deste sinal de pontuação. Ele simplesmente pode ocorrer, é o registro mais aceitável.

As conjunções coordenadas conclusivas são muito utilizadas em textos dissertativos, como resultado de um fato originário, fechamento de argumento conclusivo e dedução. As principais são:

logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, então, assim, em vista disso.

Textualmente, podemos enquadrar a relação da oração inicial com a coordenada conclusiva, como uma estrutura de causa e consequência, muitas vezes chamada de “relação de causalidade”.

Como a oração inicial é a origem (aquilo que ocorre primeiro), é entendida textualmente como uma causa; e a oração coordenada conclusiva (aquilo que ocorre depois, o resultado) pode ser entendida como consequência. Veja isso nos exemplos:

Ele se manteve organizado, logo teve êxito nas tarefas. (primeiro se manteve organizado, depois teve êxito nas tarefas)

O Brasil vem exportando muito, portanto está crescendo economicamente. (primeiro exporta muito, depois cresce economicamente)

Joaquim trabalhou duro; terminou, pois, sua casa própria. Realizamos muitos exercícios, por conseguinte a prova foi fácil. Estudou, então passou.

Algumas vezes, a conjunção “e” inicia oração que transmite o resultado de uma afirmação anterior. Neste caso, além do valor aditivo, há também o de conclusão. Veja:

Ele pesquisou na internet e encontrou a solução.

Da mesma forma que o valor adversativo, as conjunções coordenadas conclusivas também têm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionar no meio ou no final da oração, com vírgula(s) obrigatória(s):

Há muito serviço, portanto trabalharemos até tarde. Há muito serviço, trabalharemos, portanto, até tarde. Há muito serviço, trabalharemos até tarde, portanto. Há muito serviço; trabalharemos, portanto, até tarde. Há muito serviço; trabalharemos até tarde, portanto. Há muito serviço; portanto trabalharemos até tarde. Há muito serviço; portanto, trabalharemos até tarde.

Como vimos, somente em dois valores semânticos das orações, a vírgula pode posicionar-se após a conjunção: a primeira foi a adversativa e a segunda é a conclusiva. Note o último exemplo da sequência anterior.

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Questão 13: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um homem pode obter do processo social estão aproximadamente em função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de propriedade. Assim os privilégios econômicos são contrários à verdadeira sociedade democrática.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de “Assim”(ℓ.4), o valor conclusivo do advérbio recomenda que aí seja inserida. Comentário: Como vimos na teoria, o conectivo conclusivo pode ser seguido de vírgula. Quando inicia período ou parágrafo conclusivo, é de bom tom que a vírgula permaneça, mesmo não havendo obrigatoriedade. Essa vírgula é estilística. Gabarito: C

Questão 14: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas, um caráter histórico e uma natureza divina. E produziram uma literatura monumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Tira-se o livro dessas tradições religiosas e elas perdem toda a identidade e o propósito.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Conforme a informação original do texto, subentende-se após a segunda conjunção “e” (ℓ.4) a idéia expressa por qualquer uma das seguintes expressões: em conseqüência, em decorrência disso, então, por causa disso, imediatamente. Comentário: No período “Tira-se o livro dessas tradições religiosas e elas perdem toda a identidade e o propósito.”, nota-se que a oração “elas perdem toda a identidade e o propósito.” é um resultado, uma conclusão, em relação à oração anterior (“Tira-se o livro dessas tradições religiosas”).

Perceba que a ação de tirar o livro dessas tradições religiosas leva a uma consequência, um resultado, uma conclusão de que se perde toda a identidade e o propósito.

Assim, esta conjunção “e”, além do valor de adição, permite-nos entender o valor coordenado conclusivo. Com isso, cabem todos os conectivos de conclusão (também entendidos como consequência): “em conseqüência”, “em decorrência disso”, “então”, “por causa disso”, “imediatamente”. Gabarito: C

Questão 15: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da população mundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A conjunção “e”(ℓ.2), além de ter o valor semântico de adicionar uma idéia a outra, tem, no texto, também o valor de introduzir uma conseqüência para a

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oração anterior. Comentário: Vimos que a conjunção “e” pode transmitir, além do valor aditivo, também o conclusivo; mas, neste contexto, tal conjunção tem valor exclusivamente de adição.

Veja que a estrutura “e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos” não é o resultado da informação anterior. O fato de haver essa péssima opinião sobre a honestidade é que leva a população mundial a não se sentir representada por seus governos.

Por isso, essa segunda oração não ocorreu temporalmente depois da anterior e não pode ser entendida como conclusão. Há, na realidade, apenas uma enumeração, adição. Gabarito: E

Questão 16: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: Herdeiro de uma experiência extremamente rica, mas esgotada pelo autoritarismo, o socialismo dos nossos tempos já não pode utilizar os referenciais do passado e ainda não tem referenciais estratégicos para encaminhar seu futuro. Está condenado a sobreviver politicamente por meio de projetos e programas de administração “humanizada” do capitalismo global, o que lhe infunde permanentes crises de identidade e traumáticas experiências de poder conforme a maior ou menor solidez ideológica dos partidos que o representam.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A inserção de portanto, entre vírgulas, após “Está” (ℓ.4) mantém a correção gramatical do período. Comentário: Note que há dois períodos neste parágrafo, em que o segundo transmite um valor conclusivo, é o resultado da informação veiculada no período anterior. Por isso, cabe a conjunção “portanto”.

A inserção da conjunção coordenativa conclusiva “portanto” após o verbo “Está” obriga a utilização da dupla vírgula.

Assim, a questão está correta. Gabarito: C

Outro fato relevante para as provas da banca ESAF é notarmos que algumas vezes este tipo de oração encontra-se com verbo no gerúndio e sem conjunção. Chamamos isso de oração reduzida de gerúndio, a qual será mais explorada adiante. Veja:

O Brasil exportou mais em 2010, continuando sua trajetória econômica ascensional.

A ESAF pede muitas vezes para transformarmos essa oração reduzida em desenvolvida, com as conjunções conclusivas ou até com a conjunção “e”. Neste caso, essa conjunção, além de ter valor adicional, terá também o de conclusão. Veja:

O Brasil exportou mais em 2010, portanto continua sua trajetória econômica ascensional.

O Brasil exportou mais em 2010; logo, continua sua trajetória econômica ascensional.

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O Brasil exportou mais em 2010, e continua sua trajetória econômica ascensional.

Com este último exemplo, percebemos como é importante entender o contexto para saber o valor da conjunção “e”. Vimos no geral que ela transmite valor de adição; depois verificamos que pode ter valor adversativo (=mas, porém), e agora estamos trabalhando seu valor conclusivo (=portanto, por isso). Assim, muito cuidado com esta conjunção.

Questão 17: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que a felicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada no presente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Segundo a argumentação do texto, a forma verbal de gerúndio “fazendo”(ℓ.4) corresponde a e faz e está sendo empregada com o valor de causa. Comentário: A estrutura “fazendo as massas...” é uma oração reduzida e pode ser entendida com valor conclusivo, além de adicional. Por isso, cabe a substituição de “fazendo” por “e faz”, permanecendo a coerência e o sentido do texto. Compare:

E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada.

E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa e faz as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada.

O erro na questão foi afirmar que a referida oração teria o valor de causa. Como visto anteriormente, ela pode ser entendida com valor adicional ou conclusivo. Gabarito: E

Questão 18: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “transferindo”(ℓ.2) pode ser substituída, sem prejuízo para a correção do período, por e transfere, eliminando-se a vírgula após “pagamento”(ℓ.2). Comentário: Podemos entender nesse período uma sequência de processos verbais referentes ao Banco Central. Primeiro, ele deixa de ser responsável pela intermediação. Depois, transfere essa atribuição para um conjunto de

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câmaras de compensação e liquidação (clearings) e estes passam a garantir a finalização destas operações.

Assim, entre a segunda e a primeira oração há, além do valor coordenado aditivo, o conclusivo, pois entendemos que há uma sequência: um procedimento após o outro.

Por esse motivo, pode-se substituir a oração reduzida de gerúndio pela sua forma desenvolvida, com conjunção “e” e verbo conjugado no presente (“transfere”).

Como a conjunção “e” liga duas orações de mesmo sujeito, é natural não haver vírgula. Gabarito: C

5) Explicativas:

______________________, pois ____________________. (explicativa) oração inicial oração coordenada sindética

As conjunções coordenadas explicativas iniciam termo que esclarece uma declaração anterior ou ameniza uma ordem.

As principais conjunções são:

porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que, tanto que.

As conjunções de causa também podem ter valor de explicação. Assim, é natural a banca ESAF pedir para substituir essas conjunções explicativas por “uma vez que”, “já que”, etc. Reconheceremos a seguir as conjunções.

Podem-se dividir as orações coordenadas explicativas em duas:

a) Esclarecimento de uma informação anterior:

Ele deve ter chorado muito, porque os olhos estão inchados.

Choveu muito, pois o chão está alagado.

Joana está mesmo cansada, porquanto pediu desconto em férias.

A vírgula neste caso é facultativa.

b) Amenização de uma ordem:

Estudem, que o concurso não é fácil.

Tranque a porta, pois tem havido muito assalto aqui.

A vírgula neste caso é obrigatória, pois mudamos a entonação em cada oração. A primeira expressa uma ordem; a segunda, uma explicação.

Tem sido cobrada nas provas desta banca a inserção da conjunção coordenada explicativa com a retirada de ponto final ou dois-pontos. Mas, para isso, deve-se entender SEMPRE o valor semântico da oração no texto. Veja os exemplos:

Ele não foi à casa dos pais. Sua aparência de esgotamento os preocuparia.

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Pode-se substituir o ponto final pela conjunção “pois”, desde que o vocábulo “Sua” mude a inicial maiúscula para minúscula. Veja:

Ele não foi à casa dos pais pois sua aparência de esgotamento os preocuparia.(Note que a vírgula antes da conjunção “pois” é facultativa.)

Esta mesma estrutura poderia ser separada por dois-pontos e até travessão. Veja:

Ele não foi à casa dos pais: sua aparência de esgotamento os preocuparia.

Ele não foi à casa dos pais – sua aparência de esgotamento os preocuparia.

Questão 19: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. A exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A exclusão”(ℓ.4), as regras gramaticais permitem trocar o ponto final que o antecede pelo sinal de dois pontos, desde que se empregue o artigo com letra minúscula. Comentário: O período iniciado na linha 4 é uma explicação, um esclarecimento da necessidade de associação do trabalhador no poder industrial, veiculado no período anterior. Por isso, da mesma forma como fizemos na teoria, podemos iniciar tal período pela conjunção “pois” ou simplesmente trocarmos o ponto final por dois-pontos. Compare:

Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. A exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial, pois a exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial: a exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

Gabarito: C

Questão 20: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) No lugar dos dois-pontos da linha 1, o autor poderia ter optado por empregar o ponto final. Tal opção também manteria a correção gramatical do texto e não alteraria o sentido original do texto. Comentário: Veja que os dois-pontos sinalizam que a estrutura posterior é coordenada explicativa e se encontra enumerada, por haver duas orações

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coordenadas assindéticas aditivas. Assim, há a opção de substituição de tal sinalização pela conjunção “pois”. Compare:

Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Tratava-se de uma família musical, pois o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Naturalmente, poderia também haver o ponto final, desde que o artigo “o” estivesse em letra maiúscula:

Tratava-se de uma família musical. O pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Como a questão não informou sobre o ajuste de letra maiúscula, está errada. Gabarito: E

Questão 21: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravo de incrível complexidade. Leopold não perdeu tempo; organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O ponto-e-vírgula empregado na linha 5 poderia ser substituído, com correção gramatical, por um desses sinais: ponto-final (passando-se a letra inicial de “organizou” para maiúscula), dois-pontos e travessão. Comentário: O fato de organizar um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês, explica, esclarece o motivo de o autor ter usado a expressão “Leopold não perdeu tempo”. Assim, a estrutura após o ponto-e-vírgula é coordenada explicativa. Com isso, cabe ponto final, dois pontos ou travessão. Compare:

Leopold não perdeu tempo; organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês.

Leopold não perdeu tempo. Organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês.

Leopold não perdeu tempo: organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês.

Leopold não perdeu tempo – organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês.

Gabarito: C

Questão 22: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: Dependendo da situação, a recuperação da estrutura operacional pode levar algumas horas e, no caso do SPB, afetar não só a instituição como eventuais parceiros. É importante o planejamento e a

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implementação de uma solução de continuidade de negócios. Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do

Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiu que 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6% sobreviveram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) À linha 5, a articulação semântica entre os dois períodos pode ser expressa pela conjunção tanto que. Comentário: Note que, na linha 5, o segundo período é uma explicação do primeiro, por isso podemos subentender uma conjunção explicativa, como “pois”, “porque”, “tanto que” etc.

Note que a questão não pediu para inserir a locução conjuntiva “tanto que”, pois necessitaria de ajustes de letras maiúscula e minúscula. Ela simplesmente afirmou que entre esses dois períodos a articulação semântica (isto é, o sentido) pode ser expressa por “tanto que”. Isso está certo. Gabarito: C

Após termos visto os cinco valores semânticos das orações coordenadas, cabe ressaltar que elas são chamadas de independentes, pois geralmente não dependem de outras para fazerem sentido.

Assim, algumas vezes encontramos frases muito grandes nos textos e a banca ESAF pede apenas para que nós nos atentemos na divisão dos argumentos.

Veja um exemplo em que o autor deixou um parágrafo, com um período muito longo. Isso prejudica a clareza:

Octaciano Nogueira, em trabalho a respeito do tema, parte da premissa de que essa distorção “não é obra do regime militar, que, na verdade, se utilizou desse expediente, como de inúmeros outros, para reforçar a Arena, durante o bipartidarismo; sua origem remonta à Constituinte de 1890, quando, por sinal, o problema foi exaustivamente debatido; a partir daí, incorporou-se à tradição de nosso direito constitucional legislado, em todas as subsequentes constituições; o princípio, portanto, estabelecido durante as fases democráticas sob as quais viveu o País e mantido sempre que se restaurou o livre debate, subsequente aos regimes de exceção, foi invariavelmente preservado, como ocorreu em 1946 e 1988.”

Arlindo F. de Oliveira. Sobre a representação dos estados na Câmara dos Deputados. In: Textos para Discussão, n.º 5, abr./2004 (com adaptações).

Se você produzisse um parágrafo nas questões discursivas com apenas um período tão longo como este, certamente perderia pontos preciosos na prova!!!!

De maneira geral, esta estrutura textual se constitui de orações coordenadas e, internamente, encontramos subdivisões com termos subordinados. Mas se atenha basicamente às informações separadas pelos sinais de ponto e vírgula. Eles demarcam pausas maiores com orações coordenadas e podem ser substituídos por ponto final, para mantermos a

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clareza. Note que cada oração (numerada a seguir) constitui um argumento a mais na composição do texto, por isso cabe a divisão em novos períodos. Veja:

Octaciano Nogueira, em trabalho a respeito do tema, parte da premissa de que essa

distorção “não é obra do regime militar, que, na verdade, se utilizou desse

expediente, como de inúmeros outros, para reforçar a Arena, durante o

bipartidarismo. Sua origem remonta à Constituinte de 1890, quando, por sinal, o

problema foi exaustivamente debatido. A partir daí, incorporou-se à tradição de nosso

direito constitucional legislado, em todas as subsequentes constituições. O princípio,

portanto, estabelecido durante as fases democráticas sob as quais viveu o País e

mantido sempre que se restaurou o livre debate, subsequente aos regimes de

exceção, foi invariavelmente preservado, como ocorreu em 1946 e 1988.”

Naturalmente, pode ocorrer o contrário. Às vezes, há períodos pequenos e o autor pode optar por transformá-los em um período maior. Veja a aplicação disso:

Questão 23: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valores nem projetos. A vida reduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção gramatical do texto: nem projetos, e, nessas condições, a vida reduz-se... Comentário: Os dois períodos estão coordenados e as duas informações se somam. Assim, podem-se unir os dois períodos em apenas um, ligados pela conjunção “e”. Compare:

Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valores nem projetos. A vida reduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valores nem projetos, e, nessas condições, a vida reduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

Gabarito: E

Questão 24: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas, um caráter histórico e uma natureza divina. E produziram uma literatura monumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a correção gramatical do texto substituindo-se o ponto-final após “divina”(ℓ.2) por vírgula e colocando-se a conjunção aditiva subseqüente em minúscula. Comentário: A conjunção aditiva “E” já nos mostra que o segundo período tem valor de adição e está coordenado ao primeiro. Por esse motivo, eles

1

4

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3

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podem se juntar a um único período. A vírgula que restará antes da conjunção “e” (“e produziram um

literatura”) não é obrigatória, ela apenas sinalizará que esta conjunção separa orações, diferentemente da conjunção anterior, que separa apenas termos internos (“um caráter histórico e uma natureza divina”). Veja:

Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas, um caráter histórico e uma natureza divina, e produziram uma literatura monumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Gabarito: C

Questão 25: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da população mundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A estruturação sintática do período admite que a vírgula após “políticos”(ℓ.3) seja substituída por ponto final sem que isso prejudique a correção gramatical ou a coerência do texto. Comentário: A estrutura “sendo o voto uma manifestação...” tem valor coordenado conclusivo e se encontra reduzida de gerúndio.

Apesar de ser uma oração coordenada, considerada independente, estando reduzida de gerúndio, necessita ligar-se diretamente à sua oração inicial, para transmitir coerência e coesão. Por isso, não pode iniciar novo período.

Mas, se a oração fosse desenvolvida (isto é, com conjunção e o verbo conjugado em modo e tempo verbal), caberia ponto final, desde que houvesse ajuste de letra maiúscula. Compare:

...tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, por isso muitas vezes o voto é uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

...tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos. Por isso muitas vezes o voto é uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”. Gabarito: E

Questão 26: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 Fragmento do texto: Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros registram a história.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) É uma opção correta unir o segundo e o terceiro períodos, substituindo-se o sinal de ponto final por vírgula após “história”(ℓ.5) e inserindo-se a expressão

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ao passo que antes de “Os livros”(ℓ.5), com mudança da inicial maiúscula para minúscula. Comentário: Note que há dois períodos sintáticos “Os homens fazem a história.” e “Os livros registram a história.”, os quais possuem uma relação de contraste entre si. Assim, podem ser unidos em um só período pela locução conjuntiva adversativa “ao passo que”. Gabarito: C

Estrutura subordinada adverbial

Vimos no início da aula que, se no enunciado há apenas um verbo, naturalmente temos apenas uma oração (oração absoluta = período simples); porém, se houver outro verbo dentro deste enunciado, teremos duas orações (período composto).

Antes de entrarmos no assunto oração subordinada adverbial, devemos entender o que é sintaxe e o que é adjunto adverbial.

A sintaxe trabalha a relação das palavras dentro de uma oração. Nas próximas aulas, falaremos muito sobre ela, mas agora cabe entender basicamente que uma oração deve ter um verbo e este verbo normalmente se flexiona de acordo com o sujeito (de quem se fala) e relaciona-se com o predicado (o que se fala), de acordo com a transitividade.

Veja as frases a seguir para que fique tudo bem claro. Pautemo-nos na estrutura SVO (sujeito→verbo→complemento).

1. O candidato realizou a prova. 2. duvidou do gabarito. 3. enviou recursos à banca examinadora. 4. tem certeza de sua aprovação.

5. viajou.

Toda vez que fazemos uma análise sintática, devemos nos basear no verbo. A partir dele, reconhecemos os outros termos da oração. Não se quer aqui que você decore todos os termos da oração, basta entendê-los, pois a ESAF tem uma forma bem própria de cobrar isso em prova.

Veja os verbos elencados nos exemplos. Todos eles estão no singular. Isso ocorreu porque eles dizem respeito a um termo, que é o sujeito “O candidato”. Se ele está no singular, é natural que o verbo também esteja. Já que o verbo se flexiona de acordo com o sujeito, a gramática dá o nome a isso de “concordância verbal”.

Veja agora a relação do verbo dentro do predicado. Nas frases de 1 a 4, os verbos “realizou”, “duvidou”, “enviou” e “tem” necessitam dos vocábulos posteriores para terem sentido na oração, por exemplo: realizou o quê?, duvidou de quê?, enviou o quê? a quem?, tem o quê?

sujeito predicado

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Assim, você vai notar que eles dependem dos termos subsequentes para terem sentido. Isso ocorre porque o sentido deve transitar do verbo para o complemento. Por isso falamos que o verbo é transitivo. Sozinho, não consegue transmitir todo o sentido, necessitando de um complemento. Dessa forma, os termos “a prova”, “do gabarito”, “recursos”, “à banca examinadora” e “certeza” completam o sentido destes verbos.

Agora, vamos à oração 5. Note que o verbo “viajou” não exige nenhum complemento verbal. Então não há transitividade. Se quisermos uma estrutura posterior, naturalmente inseriremos uma ou mais circunstâncias. A essas circunstâncias damos o nome de adjunto adverbial. Poderíamos dizer que o candidato viajou a algum lugar, em determinado momento, o modo como viajou, a causa da viagem. Tudo isso são circunstâncias, as quais possuem o valor de lugar, tempo, modo e causa. Essas são as circunstâncias básicas, mas há mais e veremos isso nas próximas aulas. Então veja como ficaria:

O candidato viajou para São Paulo ontem confortavelmente a trabalho.

O adjunto adverbial não ocorre só com verbo intransitivo, ele pode aparecer junto a qualquer verbo. Por exemplo, nas frases 1 a 3, poderíamos inserir o adjunto adverbial de tempo “ontem”. Na frase 4, poderíamos inserir o adjunto adverbial de causa: “devido a seu estudo”.

Essas 5 frases possuem verbos com transitividade (VTD, VTI, VTDI) e sem transitividade (VI). Estruturalmente, esses verbos são o núcleo do predicado, por serem considerados a palavra mais importante de seus predicados.

Sujeito também possui núcleo: é a palavra mais importante. Nas 5 frases acima, o núcleo do sujeito é o substantivo “candidato”.

Agora, é importante trabalharmos a pontuação com o adjunto adverbial.

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo. VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa

sujeito predicado verbal período simples

A oração acima possui a estrutura básica S V O: “O candidato passou no concurso”. O termo “devido ao seu esforço no estudo” é o adjunto adverbial. Esse termo transmite a causa de o aluno ter passado no concurso. Esse adjunto adverbial é chamado por nós de solto, porque o verbo não o exigiu. Por isso, podemos inserir a vírgula facultativamente. Esta estrutura não foi obrigatória, ela foi inserida para que houvesse mais clareza e situasse melhor o leitor sobre a circunstância que levou o candidato à aprovação.

Agora, perceba o seguinte: se disséssemos somente “Devido ao seu esforço no estudo”, alguém entenderia o enunciado?

Logicamente, não! Concorda? Por isso, dizemos que esta estrutura é dependente da estrutura S V O, isto é: subordinada à principal:

sujeito VI Adj Adv lugar Adj Adv tempo

Adj Adv modo

Adj Adv causa

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O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo.

Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos que passaremos a ter duas orações: a principal e a subordinada adverbial causal.

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.

sujeito VTI objeto indireto VTI + objeto indireto

predicado verbal predicado verbal oração principal oração subordinada adverbial causal

período composto

Oração principal? Por quê?

Diferentemente das orações coordenadas que são independentes umas das outras (e por isso o nome da primeira é oração inicial), a oração principal é a base para que a oração subordinada possa se apoiar nela, para haver coerência.

Oração subordinada? Por quê?

A oração subordinada é aquela que depende da principal para ter sentido, assim como aconteceu com o adjunto adverbial, no exemplo acima.

Oração adverbial? Por quê?

Porque foi gerada de um adjunto adverbial. Veja, bastou inserir o verbo “esforçou”, para que houvesse a oração adverbial.

Questão 27: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Assinale a opção que apresenta período construído com os núcleos do sujeito e do predicado da oração principal do período transcrito a seguir.

A partir de um fragmento perdido, no qual o filósofo Blaise Pascal fala, de passagem, sobre loucura política, julgada por ele território fértil em imperfeição humana, o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi, morto há um mês, escreveu livro saboroso, com o título deste artigo e o subtítulo Ironia e veritá di Pascal (Edizioni Studium, Roma, 1984).

(Rubem Azevedo Lima, A política como loucura, Correio Braziliense,12/1/2009, 12.)

a) Com o título A política como loucura, Emilio Rossi escreveu um livro saboroso, a partir de um fragmento de Pascal.

b) No livro que tem como título o mesmo do artigo de Rubem Azevedo Lima, Blaise Pascal trata, de passagem, da loucura política.

c) Jornalista e filósofo, Emilio Rossi morreu em dezembro de 2008. d) A loucura política foi julgada pelo filósofo Blaise Pascal, em um fragmento

perdido, como imperfeição humana.

vírgula facultativa

Estrutura básica (principal) Estrutura adverbial (subordinada)

vírgula facultativa

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e) Tida pelo autor como território fértil em imperfeição humana, a loucura política é tratada em livro pelo jornalista e filósofo Emilio Rossi.

Comentário: A questão pede apenas que identifiquemos a oração principal e sua divisão básica em sujeito (de quem se fala) e predicado (o que se fala). Veja que há muitas informações adicionais, explicativas, mas não transmitem o valor principal. Devemos, assim, encontrar a estrutura S V O, sobre a qual as outras informações se juntam. Veja:

A partir de um fragmento perdido, no qual o filósofo Blaise Pascal fala, de passagem, sobre loucura política, julgada por ele território fértil em imperfeição humana, o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi, morto há um mês, escreveu livro saboroso, com o título deste artigo e o subtítulo Ironia e veritá di Pascal (Edizioni Studium, Roma, 1984).

Dessa forma, encontramos a oração principal: “o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi escreveu livro saboroso”.

Devemos, agora, retirar os núcleos do sujeito (“o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi”) e do predicado (“escreveu livro saboroso”).

Veja que a expressão “o velho jornalista e também filósofo italiano” é a característica do núcleo do sujeito “Emilio Rossi”, e o núcleo do predicado verbal é o próprio verbo: “escreveu”.

Assim, temos de achar uma alternativa que possua os vocábulos “Emilio Rossi” e “escreveu”. A única possibilidade é a alternativa (A). Gabarito: A

Tanto o adjunto adverbial quanto a oração adverbial podem deslocar-se para o início ou para o meio da estrutura principal. E, com isso, a vírgula será empregada conforme foi visto nos adjuntos adverbiais de grande extensão. A oração subordinada adverbial, quando posposta à oração principal, será iniciada por vírgula facultativamente. Mas, se for antecipada ou intercalada, receberá vírgula ou vírgulas obrigatoriamente.

Antecipando a estrutura adverbial...

Devido ao seu esforço no estudo, o candidato passou no concurso adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal período simples

Porque se esforçou no estudo, o candidato passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

predicado verbal sujeito predicado verbaloração subordinada adverbial causal oração principal

período composto

vírgula obrigatória

vírgula obrigatória

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Agora, intercalando...

O candidato, devido ao seu esforço no estudo, passou no concurso. adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal período simples

O candidato, porque se esforçou no estudo, passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal predicado verbaloração subordinada adverbial causal

oração principal período composto

As orações subordinadas podem ser divididas também em dois tipos: desenvolvidas (aquelas que possuem conjunção e verbos conjugados em modos e tempos verbais);

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.

reduzidas (aquelas que perdem a conjunção e por isso os verbos passam a uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio).

O candidato passou no concurso, por se esforçar no estudo.

Por que é chamada de reduzida? Porque, ao perder uma conjunção, reduz-se a quantidade de vocábulos

daquela oração.

Por que tenho que saber as orações reduzidas? Muitas vezes a banca ESAF pede para desenvolver a oração reduzida,

inserindo a conjunção adequada à sua circunstância (valor semântico), por isso veremos os valores das orações adverbiais.

Elas basicamente se dividem em 9.

1. Causais: exprimem causa, motivo, razão. Esta oração faz parte da estrutura causa-consequência, em que a origem ocorre temporalmente antes. E a consequência, por ser o resultado, ocorre depois. As principais conjunções causais são: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que, etc:

Estudo porque necessito. Como fazia frio, fechou as janelas. Já que estou cansado, vou descansar. Uma vez que estudou muito, foi aprovado.

vírgulas obrigatórias

vírgulas obrigatórias

oração principal oração subordinada adverbial causal (reduzida de infinitivo)

oração principal oração subordinada adverbial causal (desenvolvida)

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Observações:

I - A conjunção se também pode transmitir valor de causa a orações que funcionam como base ou ponto de partida de um raciocínio, em construções como:

Se o estudo é o princípio do concurseiro, é imprescindível a organização de seu material didático.

II - Vimos anteriormente que as conjunções porque, porquanto e pois podem ser coordenativas explicativas. Agora, percebemos que elas também podem ser causais. A banca ESAF não pergunta qual é a diferença entre elas, apenas pede a troca das conjunções. Isso é correto.

Questão 28: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: A implementação do Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB altera todo o processo de transferência de recursos através do sistema financeiro. O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações. Algumas destas câmaras já existem há anos e são responsáveis pelas operações de liquidação e custódia de ações, ativos e derivativos. No novo cenário, ganham autonomia patrimonial, seguros e novos métodos de gestão de risco.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A articulação entre os dois primeiros períodos do texto pode ser expressa pela idéia de já que. Comentário: O fato de o Banco Central deixar de ser o responsável pela intermediação das ordens de pagamento e transferir essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings) gera uma consequência, a qual é expressa no primeiro período: a alteração de todo o processo de transferência de recursos através do sistema financeiro.

Assim, confirmamos que o segundo período é a causa do primeiro. Por esse motivo, podemos subentender a locução conjuntiva de causa “já que”, entre eles.

Note que a questão não pediu a inserção desta locução conjuntiva, o que seria errado, pois não se falou de ajustes das iniciais maiúscula ou minúscula. Gabarito: C

Questão 29: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: O favoritismo do Partido Democrata também é citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, ressalve-se, nem sempre foi comprovado na prática.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “pois”(ℓ.3) pode, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituído por porque, porquanto ou conquanto. Comentário: A conjunção “pois” inicia uma causa, a qual é confirmada pelas conjunções “porque” e “porquanto”, mas a conjunção “conquanto” tem valor

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adverbial de concessão, a qual veremos adiante. Assim, a questão está errada.Gabarito: E

2. Consecutivas: Na relação causa-consequência, o processo verbal da consequência ocorre após o da causa, e suas conjunções exprimem um efeito, um resultado e aparecem de duas formas:

I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto, tamanho:

Trabalharam tanto que suas mãos ficaram inchadas.

Tal foi o problema na empresa que todos foram demitidos.

Nesta estrutura, os intensificadores tal, tamanho, tão, tanto podem ficar subentendidos.

Bebia que caía pelas ruas. (bebia tanto...)

II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de sorte que, de modo que, etc:

Motivamos a classe empresarial, de sorte que o Brasil aumentou o nível de empregos regulares.

“As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolongar minha viagem.” (Domingos Paschoal Cegalla)

III – locução conjuntiva sem que, e a conjunção que, seguida de negação.

Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine sem que a queira comprar. Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine, que não a queira comprar.

Perceba que, na primeira estrutura, a preposição sem tem valor de negação; na segunda, sua ausência é substituída pelo advérbio de negação “não”.

Questão 30: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Todos concordam que o sistema tributário brasileiro é repleto de distorções e deficiências, porém, quando se aprofunda o debate, os conflitos de interesses aparecem, dificultando a aprovação do projeto.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Uma forma opcional de redação para o trecho seria a substituição da forma “dificultando” por causando dificuldades para. Comentário: Nesta questão, cabe ressaltar o valor de consequência gerado pela oração reduzida de gerúndio.

Note que, primeiro, os conflitos de interesses aparecem e com isso há uma dificuldade de aprovação do projeto.

Esta estrutura é a mesma que vimos nas orações coordenadas conclusivas, não havendo necessidade de especificar se há conclusão ou consequência. Na realidade, é a mesma coisa. A diferença pode existir quando se vai desenvolver a oração, utilizando os diversos conectivos com valores diferentes. Veja:

...os conflitos de interesses aparecem, dificultando a aprovação do projeto.

...os conflitos de interesses aparecem e dificultam a aprovação do projeto.

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(adição ou conclusão)

...os conflitos de interesses aparecem, por isso dificultam a aprovação do projeto. (conclusão)

...os conflitos de interesses aparecem, de modo que dificultam a aprovação do projeto. (consequência)

Assim, o que importa para a ESAF é entendermos que a segunda oração gera um resultado, que pode ser expresso por conjunções coordenadas conclusivas ou subordinadas adverbiais consecutivas, ou até, como foi pedido na questão, traduzi-la em outra oração reduzida de gerúndio. Veja:

...os conflitos de interesses aparecem, causando dificuldades para a aprovação do projeto. Gabarito: C

3. Condicionais: Nesta relação de condição, hipótese, é muito cobrada a correlação de modo e tempo verbal. Veja:

verbo no futuro do subjuntivo verbo no futuro do presente

do indicativo

Se o candidato estudar bastante, passará no concurso.

condição no futuro resultado provável no futuro oração subordinada adverbial condicional oração principal

verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo verbo no futuro do pretérito

do indicativo

Se o candidato estudasse bastante, passaria no concurso.

condição no passado resultado improvável no futuro oração subordinada adverbial condicional oração principal

verbo no presente do subjuntivo verbo no futuro do presente

do indicativo

Caso o candidato estude bastante, passará no concurso.

condição no presente resultado provável no futuro oração subordinada adverbial condicional oração principal

Se uma condição é expressa no futuro ou presente, há condições de cumpri-la; por isso o resultado expresso na oração principal é provável. Não há certeza de o candidato ser aprovado, mas há grande possibilidade.

Já numa condição expressa no passado, não há condições de cumpri-la; por isso o resultado expresso na oração principal é pouco provável, ou mesmo improvável. A banca ESAF normalmente pede para substituir as conjunções ou os verbos.

Algumas vezes, por motivo de ênfase e reforço motivacional, o autor do texto troca o tempo verbal da oração principal de futuro do presente para presente do indicativo e futuro do pretérito para pretérito imperfeito do indicativo. Veja a diferença:

Se o candidato estudar, passa no concurso. Se o candidato estudasse, passava no concurso.

Não há erro nestas substituições, há apenas ênfase.

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Além das conjunções condicionais se e caso, há também as locuções conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que, dado que, uma vez que (com verbo no subjuntivo).

Caminharei com você desde que não chova. Não terminará a matéria, sem que se dedique muito.

Poderão ganhar o campeonato, salvo se acontecer algum imprevisto.

“A carinha podia ser de chinesa, fossem os olhos mais enviesados.” (Raquel de Queirós)

Note a última construção. A conjunção condicional fica subentendida, e com isso é imprescindível entender a correlação verbal para que não haja dúvida neste valor semântico.

As locuções conjuntivas condicionais desde que, dado que, uma vez quepodem ser confundidas com as causais. Para não ficar com dúvida, verifique que os verbos nas orações condicionais ficam no modo subjuntivo, enquanto os das orações causais ficam no modo indicativo. Compare esses exemplos com verbos no subjuntivo com os das orações causais.

É encontrada também a forma reduzida:

Conhecendo os alunos, o professor não os teria punido. (reduzida de gerúndio)

Questão 31: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato quando assentada na segurança e em função da igualdade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A função condicional da conjunção “quando” (ℓ. 3) será preservada se substituída por se, mas a correção gramatical do período só será preservada se o verbo que a precede for empregado no presente: existe. Comentário: A conjunção “quando” normalmente tem valor adverbial de tempo, o qual será visto adiante; mas também pode expressar condição em tempo futuro, como ocorreu neste contexto.

Note que a oração “quando assentada na segurança e em função da igualdade” possui o verbo “estiver” subentendido, também no futuro, para combinar com o verbo “existirá”, que precede tal oração:

E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato quando (estiver) assentada na segurança e em função da igualdade.

A substituição da conjunção “quando” por “se” preserva o valor condicional.

E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato se (estiver) assentada na segurança e em função da igualdade.

O erro na questão foi afirmar a obrigatoriedade da substituição do verbo no futuro “existirá” pelo presente “existe”. De acordo com o contexto, essa substituição é possível, mas não obrigatória. Veja:

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E a liberdade, no mundo atual, só existe de fato se (está) assentada na segurança e em função da igualdade. Gabarito: E

Questão 32: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 1

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Em artigo publicado na década de noventa, o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet. Assim, os processos de fusão de empresas, tão comuns naquele tempo, só teriam sucesso se utilizassem o inglês como língua de integração das corporações.

Essa visão nos preocupou quando resolvemos integrar todas as áreas de consultoria espalhadas pela América Latina em uma única divisão de consultoria. Mas ficou uma pergunta no ar: “que língua oficial adotar”? O espanhol ou o português acirraria a rivalidade que já era bastante grande no campo dos esportes. Adotar o inglês teria a vantagem da neutralidade e da facilidade de interação com nossos colegas de outras regiões, mas com perda significativa na agilidade da comunicação e no andamento das reuniões. Foi adotada então uma postura única: haveria três línguas oficiais. Essa pequena sutileza significava, na verdade, que todos eram obrigados a entender as três línguas, mas poderiam se expressar no idioma em que se sentissem mais à vontade. Hoje, cinco anos depois, sentimos que essa decisão foi fundamental para o nosso processo de integração, e a lição aprendida é que muitas vezes a criatividade local pode ser mais efetiva que verdades importadas.

(José Luiz Rossi, Integração cultural na América Latina,CLASSE ESPECIAL, 89/2001, com adaptações)

Marque a opção em que, de acordo com as idéias do texto, existe uma relação de condição do tipo

Se X então Y a) X = falássemos inglês

Y = teríamos desempenho econômico acima da média b) X = adotássemos inglês como língua oficial

Y = agilizaríamos a comunicação c) X = empregássemos espanhol ou português

Y = exacerbaríamos a rivalidade d) X = houvesse três línguas oficiais

Y = teríamos facilidade de interação com outras regiões e) X = entendêssemos as três línguas

Y = deveríamos nos expressar nas três línguas Comentário: Esta questão aborda mais a interpretação do texto, do que propriamente relação semântica de condição. Basta entendermos que “X” é a condição e “Y” é o resultado, a oração principal.

A alternativa (A) está errada, pois expressa a afirmação de Paul Krugman, nas linhas iniciais do texto: “Em artigo publicado na década de noventa, o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que

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falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet.”

Mas essa afirmação não é a do autor do texto e será contestada a partir do segundo parágrafo. Por isso, está errada.

A alternativa (B) está errada, pois nas linhas 12 a 15 é afirmado que “Adotar o inglês teria a vantagem da neutralidade e da facilidade de interação com nossos colegas de outras regiões, mas com perda significativa na agilidade da comunicação e no andamento das reuniões.”

A alternativa (C) é a correta, pois vemos nas linhas 11 e 12 que adotar o espanhol ou o português poderia trazer como resultado o aumento da rivalidade, por isso foi usado o verbo “acirraria”. Veja: “O espanhol ou o português acirraria a rivalidade que já era bastante grande no campo dos esportes.”

O verbo “acirraria” tem o sentido de aumento, o qual pode ser expresso de maneira mais enfática com o verbo “exacerbaríamos”, o qual se encontra nesta alternativa e está de acordo com o contexto.

A alternativa (D) está errada, pois o texto, ao utilizar a expressão “facilidade de interação com nossos colegas de outras regiões”, refere-se a adotar o inglês, e não as três línguas.

A alternativa (E) está errada, pois, nas linhas 18 e 19, foi afirmado que “poderiam se expressar no idioma em que se sentissem mais à vontade”. Assim, não haveria obrigatoriedade de se expressar nas três línguas. Gabarito: C

4. Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite, em oposição, contraste, ressalva ao da oração principal. As conjunções são: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não).

Gostava de Matemática, embora tivesse dificuldades com cálculos. Por incrível que pareça, eles não conheciam ‘pen-drive’. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas

afirmações. (Domingos Paschoal Cegalla) Dado que soubesse, não dirigia à noite. Por mais que gritasse, não me ouviram. Nem que a gente quisesse, conseguiria esquecer. (Otto Lara Resende)

Deve-se tomar muito cuidado quando a banca pedir a substituição de conjunção ou locução conjuntiva por preposição ou locução prepositiva. Veja:

Embora chegasse cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.

Ao se substituir a conjunção embora pela preposição mesmo, o verbo é obrigado a sair da forma conjugada em modo e tempo verbal para a forma nominal gerúndio. Isso fará com que esta oração seja reduzida de gerúndio:

Mesmo chegando cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.

Se fosse substituída pela locução prepositiva “apesar de”, a oração seria reduzida de infinitivo:

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Apesar de chegar cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.

Algumas vezes a banca utiliza a locução prepositiva “a despeito de”, a qual possui o mesmo valor de concessão. Veja:

A despeito de chegar cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.

Assim, cuidado com as substituições pedidas na prova.

Questão 33: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A reforma tributária não pode ser realizada, na verdade, para livrar o orçamento da sangria dos juros exorbitantes, embora enfeitada com os argumentos apelativos, tanto da simplificação fiscal para todo o empresariado quanto do milagre fiscal da multiplicação dos empregos para os mais despossuídos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração concessiva do primeiro período manteria a correção e não ficaria alterado o sentido geral do texto se estivesse assim redigida: a despeito de vir envolta em argumentos apelativos. Comentário: A oração subordinada adverbial concessiva iniciada na linha 2 encontra-se desenvolvida. Perceba a conjunção “embora” e podemos subentender o verbo auxiliar “esteja”:

“embora (esteja) enfeitada com os argumentos apelativos”

O vocábulo “enfeitada” tem valor contextual de “envolvida”, “ornada”. Por isso, pode ser substituída por “envolta” (=envolvida).

A banca, na realidade, queria que o candidato percebesse a transformação da oração desenvolvida em reduzida, com a observação da locução prepositiva “a despeito de”, que também tem sentido adverbial concessivo e força o verbo ao infinitivo (“vir”). Gabarito: C

Questão 34: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Assinale a opção que, ao preencher a lacuna, torna o texto incoerente.

O princípio da igualdade tributária deve ser realizado por meio de um critério estabelecido pela própria Constituição brasileira – a capacidade contributiva –, que consiste em graduar os tributos de acordo com a riqueza de cada contribuinte, de modo que os ricos paguem mais, e os pobres paguem menos. Em outros termos, a capacidade contributiva é a ferramenta que fornece a medida para comparações, isto é, para distinguir os iguais e os desiguais. _______________________ não é legítimo que pessoas com a mesma capacidade contributiva (mesma renda) sejam tributadas de forma distinta, com alíquotas diferenciadas em função da natureza da renda ou do local em que esta foi produzida.

(www.unafisco.org.br)a) Ela é necessária conquanto b) Esse critério reforça a idéia de que c) Tal instrumento fundamenta-se no consenso de que d) Justifica-se sua adoção porquanto e) Para a consolidação desse critério partiu-se da constatação de que

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Comentário: Questão simples, rápida e prática. Basta você observar que a conjunção adverbial concessiva exige verbo no subjuntivo (neste caso, “seja”). O verbo “é” está no modo indicativo e sintaticamente impede a utilização de tal conjunção. Além disso, semanticamente, percebemos que o contexto não admite um contraste.

Inserindo as expressões das demais alternativas, percebemos que estão coerentes com o contexto. Gabarito: A

Questão 35: SUSEP ─ 2006 ─ Agente ExecutivoFragmento do texto: Para esses pensadores, o Estado seria o apogeu do desenvolvimento moral, substituiria a família, e com o direito produzido, racional, imparcial e justo, substituiria a consciência ética dos indivíduos, que, embora retificadora da ação humana, se revelaria, na prática, inviável, por ser incoercível.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “embora”(ℓ.4) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituído por conquanto. Comentário: A conjunção “conquanto” tem valor adverbial concessivo, assim como a conjunção “embora”. Portanto, a afirmativa está correta. Gabarito: C

5. Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e se expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como):

I – com verbo expresso:

A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.Como a flor se abre ao sol, assim minha alma se abriu à luz

daquele olhar. A praia é tal qual você descreveu. (tal como)

II – com o predicado ou verbo subentendido:

A luz é mais veloz do que o som. (do que o som é) O leopardo é tão ágil quanto a onça. (quanto a onça é)

Ele corre feito uma gazela.

Nas estruturas comparativas de superioridade e inferioridade (com verbos expressos ou não), a palavra “do” é opcional.

Cantava mais do que trabalhava. Cantava mais que trabalhava.

Os mais magros correm mais do que os mais cheinhos. Os mais magros correm mais que os mais cheinhos.

III – como comparação hipotética (uso da conjunção se):

O homem parou perplexo, como se esperasse um guia.

Com verbo expresso.

Verbo subentendido

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Questão 36: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Como os sacerdotes de antigamente, economistas têm a missão de explicar o inexplicável – como o dinheiro é tudo e nada ao mesmo tempo, por que falta dinheiro se dinheiro é papel impresso, ou se a quantidade de santinhos muda o tamanho do milagre.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a conjunção “Como”(ℓ.1) por Qual. Comentário: O conectivo “Qual” tem o mesmo valor de “Tal qual” ou “Como”, por terem valor adverbial comparativo. Por isso, podemos realizar a substituição sem prejuízo da coerência ou da correção gramatical. Gabarito: E

Questão 37: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Livro tem começo, meio e fim. Como a vida. As grandes narrativas favorecem a nossa visão histórica e criam o caldo de cultura no qual brotam as utopias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção gramatical do texto: Livro tem começo, meio e fim, do mesmo modo que a vida. Comentário: Antes de comentar a questão em si, perceba que a oração “Como a vida” é subordinada adverbial comparativa, pois podemos subentender o verbo “tem” em sua estrutura: “como a vida tem”.

Por ser uma estrutura subordinada, não caberia essa informação ser veiculada em um período simples (“Como a vida”). Esta estrutura depende da oração principal para fazer sentido. Assim, de acordo com a formalidade da língua, deveria haver um período composto. Veja:

Livro tem começo, meio e fim, como a vida.

O que a banca fez foi incitar o candidato a perceber essa estrutura e reorganizá-la em período composto. Assim, a substituição de “como” por “do mesmo modo que” preserva o sentido comparação de igualdade.

A forma original do texto foi um estilo usado pelo autor. Isso é muito encontrado na linguagem jornalística, literária, ou seja, em textos com liberdade de expressão estilística. Por isso, não podemos condenar esse uso.

A banca simplesmente nos chamou a atenção quanto à possibilidade de trazer ao estilo objetivo, formal, como o que você terá de desenvolver nas questões abertas desta prova. Gabarito: E

Questão 38: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: A concepção moderna de Estado tem raízes no pensamento ético de Kant e de Hegel e o apresenta como uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como a substância ética consciente de si mesma, para o segundo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A inserção de sendo após “como”(ℓ.2) mantém a correção gramatical do

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período. Comentário: A expressão “como uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como a substância ética consciente de si mesma, para o segundo” tem valor adverbial de modo. Assim, temos o adjunto adverbial de modo. Esse valor de modo tem uma aproximação semântica com a comparação.

A Norma Gramatical Brasileira não admite a oração adverbial de modo, somente o adjunto adverbial com esse valor.

Assim, ao inserir o verbo no gerúndio “sendo”, passamos a ter uma oração subordinada adverbial comparativa reduzida de gerúndio. Veja:

“como sendo uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como a substância ética consciente de si mesma, para o segundo”.

Esta oração subordinada adverbial comparativa tem o sentido de hipótese que especificamos anteriormente no item III. Veja, agora, na forma desenvolvida:

“como se fosse uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como a substância ética consciente de si mesma, para o segundo”.

A segunda conjunção “como” passa a ter subentendida a mesma expressão:

“como se fosse uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como (se fosse) a substância ética consciente de si mesma, para o segundo”.

O mesmo ocorre com a reduzida:

“como sendo uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como (sendo) a substância ética consciente de si mesma, para o segundo”.

Por isso, a questão está correta. Gabarito: C

6. Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro. Suas conjunções são: como, conforme, segundo, consoante. Geralmente é usada para reforçar argumento. A oração principal é a declaração feita pelo autor e a oração subordinada adverbial conformativa é a base de sustentação do argumento, muito marcado por leis, regulamentos, fala de especialistas, etc. Esse valor adverbial é vastamente explorado como argumento de autoridade:

Como disse o prefeito, o IPTU vai subir 5% este ano. “Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi contar.” (Machado de Assis) Conforme prevê o artigo 37 da CF, o serviço público é impessoal. Consoante opinam alguns, a história se repete.

7. Proporcionais: iniciam ideia de proporção, com as locuções conjuntivas à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto menos ... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como).

Os alunos respondiam, à medida que eram chamados.

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À proporção que subiam a montanha, o ar ia ficando rarefeito.

O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai diminuindo.

Tanto gostava de um quanto aborrecia o outro.

Não são corretas as locuções à medida em que, na medida que, a medida que, com valor de proporção, cabendo apenas à medida que. Outro detalhe, não há crase em locuções conjuntivas de outro valor, somente há nas proporcionais: “à medida que” e “à proporção que”.

Vimos que a locução conjuntiva “na medida em que” é causal. Ela pode também fazer parte de estrutura oracional adjetiva.

Compare todas:

“À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem.” oração subordinada adverbial proporcional + oração principal

"O Brasil exportou mais na medida em que a indústria e a pecuária estão fortalecidas." oração principal + oração subordinada adverbial causal

“A expansão da lavoura algodoeira não pôde produzir-se em São Paulo na mesma medida em que se produziu noutras terras.”

oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva

Observação: A locução conjuntiva ao passo que deve receber especial atenção, pois pode agregar três valores semânticos distintos. Ela possui valor de tempo concomitante e se estende à proporção (que também possui a concomitância temporal) e à oposição (pois também pode agregar, além do valor de tempo concomitante, o de adversidade):

Subordinada adverbial proporcional: “Pequenos cogumelos, ao passo que devoram os tecidos dos insetos, semeiam os seus esporos mortais.” (= à proporção que)

Subordinada adverbial temporal: Ela dormia, ao passo que o professor dissertava. (= enquanto)

Coordenada adversativa: É feia, ao passo que a irmã é bonita. (= mas)

Deve-se entender, antes de tudo, que esta locução conjuntiva transmite tempo concomitante e, dependendo do contexto, transmite os outros dois valores semânticos. Perceba que a proporção se dá com uma ideia de evolução temporal, os processos verbais vão se acumulando, progredindo temporalmente, de forma diferente dos outros valores semânticos.

Questão 39: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Escreva diante de cada texto, adaptado de Aliomar Baleeiro, o número do operador lógico abaixo que preenche corretamente a lacuna:

( ) É característica da taxa a especialização do serviço em proveito direto ou por ato do contribuinte, ____________, na aplicação do imposto, não se procura apurar se há qualquer interesse, direto ou indireto, por parte de quem o paga.

( ) Em 1896, Amaro Cavalcânti ponderava que a palavra ‘taxa’, sem embargo

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de ser igualmente usada como sinônimo geral de impostos, não devia ser assim entendida ou empregada; ________________, na sua acepção própria, designa o gênero de contribuição que os indivíduos pagam por um serviço diretamente recebido.

( ) O pagamento das taxas é facultativo; é, por assim dizer, o preço do serviço obtido e _____________ em que cada um o exige ou dele tira proveito.

( ) As taxas se devem revestir sempre do caráter de contraprestação inerente a essa espécie de tributos. Ao adotar-se interpretação outra, malograr-se-ão todas as cautelas da Constituição, que estabeleceu e quer uma rígida discriminação de competência, ___________, prevendo a reedição de velhos abusos fiscais mascarados com o nome de taxas, preceituou proibição inequívoca.

( ) As despesas de administração da justiça poderiam ser pagas convenientemente por uma contribuição particular, __________ que a ocasião o exigisse.

( ) Enquanto pelas taxas, o indivíduo procura obter um serviço que lhe é útil pessoalmente, o Estado, _____________, procura, pelo imposto, os meios de satisfazer as despesas necessárias da administração.

( ) Os clássicos, assim como os contemporâneos, não divergem sobre a noção básica de taxa, ___________ se separem acerca de outros pontos acessórios.

(1) embora (2) ao passo que (3) à medida (4) tanto assim que (5) na medida (6) visto como (7) ao contrário

A sequência numérica correta é:

a) 6, 5, 1, 3, 4, 7, 2 b) 2, 5, 6, 7, 4, 3, 1 c) 1, 7, 5, 4, 2, 3, 6 d) 1, 3, 2, 6, 5, 7, 4 e) 2, 6, 5, 4, 3, 7, 1 Comentário: Este tipo de questão deve ser realizado por eliminação das expressões confirmadamente erradas.

Sejamos práticos: a locução verbal “procura apurar” impede o uso da conjunção “embora”, a qual exige verbo no subjuntivo; as expressões “à medida”, “na medida” devem ser completadas por “que” e “em que”, respectivamente. Assim, já eliminamos as alternativas (C) e (D).

Além disso, o contexto nos mostra que a oração “não se procura apurar se há qualquer interesse, direto ou indireto, por parte de quem o paga” tem relação contrastante com a anterior. Assim, o melhor conectivo seria “ao passo que”:

É característica da taxa a especialização do serviço em proveito direto ou por ato do contribuinte, ao passo que, na aplicação do imposto, não se

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procura apurar se há qualquer interesse, direto ou indireto, por parte de quem o paga.

Mesmo assim, conservemos as demais alternativas. A segunda lacuna também não pode ser preenchida pelos conectivos “à

medida” ou “na medida”, pois dependem da conjunção “que” e da expressão “em que”, respectivamente. Por isso, podemos eliminar as alternativas: (A) e (B), pois a (D) já havia sido eliminada anteriormente.

Assim, já sabemos que a alternativa correta é a (E), mas devemos confirmar.

Agora, fica mais fácil. Basta acompanhar a sequência da alternativa (E) e confirmá-la. Veja:

É característica da taxa a especialização do serviço em proveito direto ou por ato do contribuinte, ao passo que, na aplicação do imposto, não se procura apurar se há qualquer interesse, direto ou indireto, por parte de quem o paga. (coordenada adversativa)

Em 1896, Amaro Cavalcânti ponderava que a palavra ‘taxa’, sem embargo de ser igualmente usada como sinônimo geral de impostos, não devia ser assim entendida ou empregada; visto como, na sua acepção própria, designa o gênero de contribuição que os indivíduos pagam por um serviço diretamente recebido. (subordinada adverbial causal)

O pagamento das taxas é facultativo; é, por assim dizer, o preço do serviço obtido e na medida em que cada um o exige ou dele tira proveito. (subordinada adverbial causal)

As taxas se devem revestir sempre do caráter de contraprestação inerente a essa espécie de tributos. Ao adotar-se interpretação outra, malograr-se-ão todas as cautelas da Constituição, que estabeleceu e quer uma rígida discriminação de competência, tanto assim que, prevendo a reedição de velhos abusos fiscais mascarados com o nome de taxas, preceituou proibição inequívoca. (subordinada adverbial consecutiva)

As despesas de administração da justiça poderiam ser pagas convenientemente por uma contribuição particular, à medida que a ocasião o exigisse. (subordinada adverbial proporcional)

Enquanto pelas taxas, o indivíduo procura obter um serviço que lhe é útil pessoalmente, o Estado, ao contrário, procura, pelo imposto, os meios de satisfazer as despesas necessárias da administração. (oposição)

Os clássicos, assim como os contemporâneos, não divergem sobre a noção básica de taxa, embora se separem acerca de outros pontos acessórios.(subordinada adverbial concessiva)

Note que a conjunção “embora” é seguida de um verbo no modo subjuntivo: “separem”. Gabarito: E

8. Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locuções conjuntivas: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que):

Afastou-se depressa, para que não o víssemos. Viemos aqui a fim de que realizássemos um acordo. “Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis)

“Fez tudo porque eu não obtivesse bons resultados.”

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Muito utilizada é a forma reduzida de infinitivo:

Suportou todo tipo de humilhação para obter o visto americano.

Questão 40: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 Assinale a opção incorreta para preencher as lacunas do texto abaixo.

O Tribunal ________1__________intensificar a cooperação e o intercâmbio de informações com órgãos e entidades nacionais, em especial os de controle de despesas públicas, _____2_____ aprimorar técnicas e procedimentos de fiscalização, _______3_______, no caso dos Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios, com o intuito de desenvolver ações conjuntas de auditoria.

www.tcu.gov.br - Relatório de atividades do tcu /971 2 3

a) tem procurado a fim de como também b) vem procurando afim de mas também c) está procurando com o objetivo de e também d) procura com o fim de mas também e) busca para bem como Comentário: Este tipo de questão deve ser preenchido, eliminando-se as expressões comprovadamente erradas.

A primeira lacuna admite qualquer dos verbos das alternativas. A lacuna 2 deve ser preenchida por conectivo adverbial de finalidade. A

única alternativa errada é a (B), pois “afim” deve ficar separado (“a fim”). A palavra “afim” tem relação com o substantivo “afinidade”: uma atitude

educada é afim com uma atitude cidadã, isto é, uma tem afinidade com outra. Esse sentido não está no texto, cabendo somente a finalidade.

Por isso, a alternativa incorreta é a (B). Veja que a lacuna 3 será corretamente preenchida por qualquer das

alternativas. Gabarito: B

Questão 41: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: Ou seja, depois de afligir as classes mais baixas, a crise agora bateu às portas da classe média e média alta. Há vários motivos para que isso esteja acontecendo. Para começo de conversa, hoje há mais pessoas qualificadas no mercado – 14,6% dos empregados do país têm diploma.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a reescrita de trecho do texto quanto à preservação de sua correção gramatical e coerência textual: “para que isso esteja acontecendo”(ℓ.2,3) / para tal crise estar acontecendoComentário: A questão apenas cobrou o conhecimento de transformação de uma oração subordinada adverbial de finalidade desenvolvida (“para que isso esteja acontecendo”) em reduzida de infinitivo (“para tal crise estar acontecendo”). Para isso, bastou retirar da locução conjuntiva “para que” a conjunção “que”, o que resultou na substituição do verbo conjugado no presente do subjuntivo (“esteja”) pelo infinitivo (“estar”).

Além disso, note que “isso” e “tal” têm o mesmo sentido. Por tudo isso, a questão está correta.

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Gabarito: C

Questão 42: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental do crescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não há crescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país. Na defesa da concorrência, como de resto em várias áreas da política pública, é preciso copiar um clichê do mundo corporativo multinacional: manter a visão global sem perder o enfoque local.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas:

Inserção de Embora antes de “Na defesa”(ℓ.5). Comentário: A conjunção “embora” é adverbial concessiva, mas o contexto não transmite esse valor. Perceba que se entende que é preciso copiar um clichê (...) para se defender a concorrência. Assim, a expressão “Na defesa da concorrência, como de resto em várias áreas da política pública” é um adjunto adverbial de finalidade, e não uma oração adverbial concessiva.

Como a questão afirmou que haveria incoerência, está correta. Gabarito: C

9. Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal, podendo ser um tempo geral, concomitante, antes ou depois de um referente. Suas conjunções: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

Não fale enquanto come. Mal você saiu, ela chegou. Só voltou a jogar quando se sentiu bem. Assim que chegou, foi para a cozinha.

A forma reduzida também é muito utilizada:

Terminada a festa, todos foram embora.

Questão 43: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Fragmento do Texto: A análise comparada permite estabelecer a pauta necessária para as reformas tributárias no Brasil, ao pôr em evidência as divergências de nosso sistema relativamente ao padrão tributário dominante.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula à linha 2 é necessária para que se dê ênfase à circunstância de causalidade expressa pela oração reduzida. Comentário: A vírgula na linha 2 inicia a oração subordinada adverbial temporal (e não causal) reduzida de infinitivo “ao pôr em evidência as divergências de nosso sistema relativamente ao padrão tributário dominante”. Como esta oração se encontra após a oração principal, a vírgula é facultativa.

Assim, a afirmativa está errada. Gabarito: E

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Questão 44: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1996 Indique o conjunto de elementos sequencializadores que, preenchendo as lacunas, na ordem dada, confere coesão ao texto:

Em menos de três décadas, o Brasil foi capaz de transformar o seu extenso contingente de mão-de-obra rural, com poucos laços de assalariamento, em um amplo mercado de trabalho urbano. Em 1940, cerca de 2/3 da população residia na zona rural e 1/3 na cidade, _______ , em 1980, essa proporção já havia se invertido. A concentração industrial nas regiões Sul e Sudeste favoreceu os movimentos migratórios, _______ a ausência de mecanismos de garantia de renda e a secular concentração da posse da terra estimularam ainda mais o êxodo rural. A brutal transferência inter-regional de população é o traço mais evidente da violência social ocorrida no campo. O enorme crescimento do mercado de trabalho urbano tornou-se um importante elemento de pressão para o rebaixamento dos salários e para a abertura do leque salarial. A formação de um mercado geral para trabalhadores de baixa ou nenhuma qualificação combinada à existência de indústrias com distintos níveis de produtividade e, _______ , capacidade diferenciada de pagamento de salários, levaram à constituição de uma ampla base de trabalhadores mal remunerados, o que favoreceu o aumento da disparidade entre os menores e os maiores salários.

(Fonte: Correio Braziliense, 02.09.95)A) ainda que, enquanto que, portanto B) mas, ao passo que, contudo C) embora, portanto, todavia D) sendo que, enquanto, portanto E) contudo, posto que, daí Comentário: A primeira lacuna deve ser preenchida com conectivo de valor contrastante. Mas os conectivos adverbiais concessivos “ainda que” e “embora”, apesar de possuírem esse valor contrastante, não cabem neste contexto, porque exigem verbo no modo subjuntivo. Note que a locução verbal “havia se invertido” encontra-se no modo indicativo. Basta substituir para perceber que tais conectivos não transmitem coerência. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (C).

As demais alternativas preenchem corretamente esta lacuna. A segunda lacuna inicia uma informação que confirma a anterior, dando-

lhe uma sequência, e não um contraste, como apresenta a alternativa (E), por meio da locução conjuntiva concessiva “posto que”. Também não cabe a locução conjuntiva “ao passo que”, a qual, nesta estrutura sintática, aproxima-se do valor adversativo. Por isso, eliminamos as alternativas (B) e (E).

Assim, já sabemos que a alternativa correta é a (D), mas devemos prosseguir utilizando-a como base.

A terceira lacuna inicia oração de valor conclusivo, por isso está correta a conjunção “portanto”. Gabarito: D

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Comentário do autor (orações intercaladas)

Além das orações coordenadas, vistas no início da aula, também são estruturas independentes as orações intercaladas. Elas não fazem parte do grupo de orações coordenadas, pois são inserções feitas pelo autor, com desprendimento sintático, por isso podem ser separadas por vírgula, travessão ou parênteses. Essa estrutura é também chamada de expressão parentética ou comentário do autor e transmite certos valores semânticos:

a) advertência: esclarece um ponto que o falante julga necessário:

Em 1945 – isto aconteceu no dia do meu aniversário – conheci um dos meus melhores amigos.

b) opinião: o falante aproveita a ocasião para opinar:

D. Benta (malvada que era) dizia que a sua doença impedia a brincadeira da garotada. (Machado de Assis)

c) desejo: o falante aproveita a ocasião para exprimir um desejo, bom ou mau:

José – Deus o conserve assim! – conquistou o primeiro lugar da classe.

d) escusa: o falante se desculpa:

“Pouco depois retirou-se: eu fui vê-la descer as escadas, e não sei por que fenômenos de ventriloquismo cerebral (perdoem-me os filósofos essa frase bárbara) murmurei comigo...” (Machado de Assis)

e) permissão: o falante solicita algo:

Meu espírito (permita-me aqui uma comparação de criança), meu espírito era naquela ocasião uma espécie de peteca.” (Machado de Assis)

f) ressalva: o falante faz uma limitação à generalidade de um enunciado:

Ele, que eu saiba, nunca veio aqui. “Cobiça de cátedras e borlas que, diga-se de passagem, Jesus Cristo

repreendeu severamente aos fariseus.” (Camilo Castelo Branco) Os livros, pode-se bem dizer, são o alimento do espírito.

g) esclarecimento, síntese ou conclusão do que foi enunciado:

“– A razão é clara: achava a sua conversação menos insossa que a dos outros homens.” (Machado de Assis)

“Não era desgosto: era cansaço e vergonha” (Cochat Osório) “Eu em sua igreja não mando: só assisto e apoio” (S. de Mello Breyner

Andressen)

Esses comentários do autor, ao longo do texto, são muito vistos em diversos gêneros (jornalísticos, protocolares, técnicos etc). A banca não quer que você decore os valores semânticos, mas apenas perceba que houve uma inserção do autor, a fim de completar a informação, chamar a atenção do leitor, dar mais subsídios extras para melhor compreensão do texto, etc.

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Às vezes, podemos encontrar um dos valores coordenados ou subordinados adverbiais, vistos nesta aula, em um comentário do autor, e isso ficará bem marcado, pois o autor vai enfatizá-lo por meio de vírgula(s), parênteses, dois-pontos ou travessões, como vimos nos exemplos anteriores.

Questão 45: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: É preciso que sejam adotadas medidas indispensáveis para dar continuidade ao crescimento, entre elas os investimentos necessários à nossa infra-estrutura1 (energia elétrica, portos, rodovias e ferrovias), a melhoria no nível da educação, aprovação das reformas tributária, sindical, previdenciária e trabalhista e a desburocratização dos serviços públicos. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição dos parênteses (ℓ. 3) por travessões prejudicaria a correção gramatical do período. Comentário: Veja que a expressão entre parênteses é uma inserção do autor que enumera elementos que exemplificam infraestrutura¹. Isso torna o texto mais claro.

A substituição dos parênteses por travessões mantêm a correção gramatical.

Como a questão afirmou que haveria prejuízo gramatical, está errada. Gabarito: E

Questão 46: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula antes do “e”, no período “Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce”, é facultativa, uma vez que tem seu emprego justificado por razões estilísticas. Comentário: Veja que a expressão aditiva “e talento precoce” é uma consideração à parte do autor, é o seu comentário a respeito de Wolfgang.

Por ser uma estrutura extratexto, isto é, uma inserção a mais do autor, sem enquadramento sintático, a vírgula não pode ser retirada. Gabarito: E

Questão 47: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 Fragmento do texto: Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por consequência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Se os travessões (ℓ.5) forem substituídos por vírgulas, o período permanece gramaticalmente correto. Comentário: Note que a expressão “certo ou errado” é uma inserção do

1 Após a Nova Reforma Ortográfica, este vocábulo perdeu o hífen: “infraestrutura”.

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autor, seu comentário. Assim, os travessões podem ser substituídos por vírgulas. Gabarito: C

Questão 48: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 No texto abaixo foram substituídos sinais de pontuação por números. Assinale a sequência de sinais de pontuação que devem ser inseridos nos espaços indicados para que o texto se torne coerente e gramaticalmente correto.

Desconsidere a necessidade de transformar letras minúsculas em maiúsculas.

Os seres humanos sofrem sempre conflitos de interesse com os ressentimentos, facções, coalizões e instáveis alianças que os acompanham(1) no entanto, o que mais interessa nesses fenômenos conflituosos não é o quanto eles nos separam, mas quão frequentemente eles são neutralizados, perdoados e desculpados. Nos seres humanos(2) com seu extraordinário dom narrativo, uma das principais formas de manutenção da paz é o dom humano de apresentar(3) dramatizar e explicar as circunstâncias atenuantes em torno de violações que ameaçam introduzir conflito na habitualidade da vida(4) o objetivo de tal narrativa não é reconciliar, não é legitimar, nem mesmo desculpar, mas antes(5) explicar.

(Jerome Bruner. Atos de significação, com adaptações)

(1) (2) (3) (4) (5) a) ; , . : , b) ; - ; . ; c) , ; - ; : d) . , ; ; : e) . , , . , Comentário: Note que a questão informou que devemos desconsiderar as letras iniciais maiúsculas e minúsculas. Isso é muito importante.

Como a lacuna 1 marca o início de uma oração coordenada adversativa, pode ser preenchida por ponto e vírgula, vírgula ou ponto final.

Na lacuna 2, a expressão “Nos seres humanos” é um adjunto adverbial que se encontra antecipado. Assim, não deve ser separado por travessão, nem por ponto e vírgula, apenas pela vírgula. Por isso, podemos eliminar as alternativas (B) e (C).

Na lacuna 3, os verbos “apresentar”, “dramatizar” e “explicar” estão enumerados. Assim, os dois primeiros não devem ser separados por travessão, nem por ponto final, nem por ponto e vírgula, apenas pela vírgula, pois há enumeração sem divisão interna. Por isso, podemos eliminar as alternativas (A) e (D), pois a (B) e (C) já haviam sido, sobrando a (E) como correta.

Basta, agora, acompanhar a pontuação sugerida por esta alternativa para confirmação.

A lacuna 4 inicia novo período. Por isso, deve ser preenchida pelo ponto final.

A lacuna 5 separa a expressão “mas antes” por meio de vírgula. Gabarito: E

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Questão 49: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Indique o período com pontuação incorreta.

a) Qualquer que seja a condição observada – seja positiva ou negativa – nas auditorias, constitui ela a premissa básica sobre a qual se fundamenta a descoberta de um fato.

b) Esse fato, em geral, é uma condição observada por auditores, em casos em que parece possível reduzir os custos ou melhorar os resultados de programas.

c) "Observar" é usado aqui em sentido amplo, abrangendo não somente o que os auditores vêem, mas o que depreendem de debates, análises e outras técnicas.

d) O planejamento para execução de auditorias operacionais, normalmente começa com a identificação de um fato a ser descoberto.

e) Assim, esse deve ser o ponto central da elaboração de planos para realização da auditoria e coleta das informações necessárias.

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois a expressão “seja positiva ou negativa” é um comentário do autor, por isso está separado por travessões.

A vírgula após o substantivo “auditorias” ocorre por se entender que a estrutura “Qualquer que seja a condição observada – seja positiva ou negativa – nas auditorias” tem natureza adverbial e se encontra antecipada.

A alternativa (B) está correta, pois a expressão “em geral” é adverbial e por isso está separada por dupla vírgula. A expressão “em casos” também é adverbial e por isso está antecipada de vírgula.

A alternativa (C) está correta, porque as aspas em “Observar” transmitem ênfase ao vocábulo, o qual será explicado posteriormente.

A vírgula normalmente é utilizada antecipando orações reduzidas de gerúndio, como a que ocorre antes de “abrangendo”.

A vírgula que separa a expressão correlativa de adição “não somente (...), mas” é facultativa, por isso seu uso está correto.

A última vírgula separa corretamente os substantivos enumerados “debates” e “análises”.

A alternativa (D) é a errada, pois o advérbio “normalmente”, por ser entendido como pequena extensão (apenas uma palavra), pode até ficar sem vírgulas, mas nunca pode ficar apenas com uma. Veja a correção:

O planejamento para execução de auditorias operacionais, normalmente,começa com a identificação de um fato a ser descoberto.

O planejamento para execução de auditorias operacionais normalmentecomeça com a identificação de um fato a ser descoberto.

A alternativa (E) está correta, pois o advérbio “Assim” funciona como conectivo de conclusão. Quando tal conectivo inicia período ou parágrafo de valor conclusivo, recomenda-se o uso da vírgula. Gabarito: D

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O que devo tomar nota como mais importante?

• Esquema do período composto por coordenação

______________________ e ____________________. (aditiva)

______________________, mas _________________. (adversativa)

______________________ ou ___________________. (alternativa)

______________________, portanto ______________. (conclusiva)

______________________, pois _________________. (explicativa)

oração inicial oração coordenada sindética

• Principais conjunções e seus valores semânticos (coordenadas)

1) Aditivas: e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como também, senão também, tanto...como.

2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto. 3) Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer. 4) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do

verbo), por isso, então, assim, em vista disso. 5) Explicativas: porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que.

• Principais conjunções e seus valores semânticos (subordinadas)

1) Causais: com as conjunções: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que, etc:

2) Consecutivas: I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto, tamanho. II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de sorte que, de modo que, etc:

3) Condicionais: Além das conjunções condicionais se e caso, há também as locuções conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que, dado que.

4) Concessivas: As conjunções são: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não).

5) Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e se expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos)

Período composto por coordenação

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que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como):

6) Conformativas: Suas conjunções são: como, conforme, segundo, consoante.

7) Proporcionais: Suas locuções conjuntivas são: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto menos ... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como).

8) Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locuções conjuntivas: para que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que):

9) Temporais: Suas conjunções: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

• Esquema das possíveis construções da enumeração com divisão interna:

____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________ e _________.

____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________, e _________.

____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________ e _________.

____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________.

Observação: Ao longo da aula, você deve ter percebido nas questões palavras como “idéia”, “assembléia”, “vêem”, “vôo” – todas com acento. Também deve ter percebido muitas palavras ainda com trema. Na época de algumas provas (antes de 2009), esses acentos e o trema eram aceitos. Mas, com a Nova Reforma Ortográfica, eles foram suprimidos; porém, preferi deixá-los para evitar mudar o conteúdo original da prova, ok?!!!!

Teremos uma aula para comentar essas mudanças.

Até nosso próximo encontro!

Grande abraço. Terror

1 2 3 4 5

1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2

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Lista de questões

Questão 1: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato quando assentada na segurança e em função da igualdade. É que a verdadeira democracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que o período entre aspas (ℓ. 5 a 7) seja precedido do sinal de dois pontos, em lugar de vírgula; e, nesse caso, as aspas podem ser retiradas.

Questão 2: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta de responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos e frequentemente dirigem alcoolizados.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de sinal de dois-pontos após “responsabilidade” (ℓ.2) justifica-se por anteceder uma citação de outro texto.

Questão 3: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Com presença internacional crescente, um quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “crescente” (ℓ.1), “economia” (ℓ. 2) e “relevantes” (ℓ. 2) têm a mesma justificativa gramatical.

Questão 4: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: Na compreensão marxista de Estado, esse é um mecanismo controlador dos cidadãos comuns, das relações de propriedade, do regime de alternância dos seus poderes políticos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) As vírgulas após “comuns”(ℓ.2) e “propriedade”(ℓ.2) têm a mesma justificativa gramatical.

Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Para os iconoclastas, dinheiro é a base das relações sociais do mundo capitalista, a rede que organiza a sociedade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a vírgula da linha 2 pela

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conjunção e.

Questão 6: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFP Fragmento do texto: Motoristas dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta de responsabilidade: trafegam em alta velocidade, fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo acostamento, usam faróis altos e frequentemente dirigem alcoolizados.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O emprego de vírgulas nas linhas 2 e 3 justifica-se porque isolam elementos de mesma função gramatical componentes de uma enumeração.

Questão 7: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - Proer está dando lucro para os cofres públicos, não prejuízo, como se ouve apregoar desde que os bancos falidos foram submetidos a essa reestruturação.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Pelo sentido textual, a vírgula entre “públicos” e “não”(ℓ.3) admite a substituição pela conjunção embora.

Questão 8: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Sem literatura, corremos o risco de resvalarmos para a mesquinhez dos jargões burocráticos, a farsa do “economês”, que tudo explica e quase nada justifica, a palilalia estéril da linguagem televisiva, a logorréia dos discursos políticos, condenando-nos à visão estreita e à pobreza de espírito despida de qualquer bem-aventurança.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção gramatical do texto: tudo explica, mas quase nada justifica,

Questão 9: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Fragmento do Texto: O primeiro aspecto comparado diz respeito ao tamanho da carga tributária, sua composição e a evolução recente. Dentre as inúmeras objeções ao sistema vigente no Brasil, destaca-se a alegação de excesso de carga tributária. Contudo, a análise da experiência internacional revela que, do ponto de vista macroeconômico, a carga tributária brasileira é baixa e estável, contrapondo-se aos valores e à evolução observada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento – OCDE – para a qual a carga, além de alta, cresceu de forma significativa nos anos 70 e 80.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O operador ‘Contudo’(ℓ.4) pode ser substituído pelo operador ‘Conquanto’sem comprometer a continuidade temática.

Questão 10: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: O Brasil tem o maior e mais complexo sistema financeiro da América Latina, com 208 bancos, que se distribuem por mais de 17 mil agências e aproximadamente 15 mil postos de atendimento adicionais. Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo, nos últimos trinta anos

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foi profundamente marcado pelo crônico processo inflacionário que predominou, nesse período, na economia brasileira.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição sugerida está de acordo com as idéias do texto acima e não exige outras transformações no texto para assegurar a correção gramatical: “Contudo, o desenvolvimento desse imenso complexo”(ℓ.4) O desenvolvimento de tal sistema, todavia,

Questão 11: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental do crescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não há crescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas:

Inserção de Mas antes de “Agora”(ℓ.3).

Questão 12: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Dinheiro é a maior invenção dos últimos 700 anos. Com ele, você pode comprar qualquer coisa, ir para qualquer lugar, consolar o aleijado que bate no vidro do carro no sinal fechado, mostrar quanto você ama a mulher amada ou comprar uma hora de amor. É o passaporte da liberdade. Com dinheiro, você pode xingar o ditador da época e sair correndo para o exílio, ou financiar todos os candidatos a presidente e comparecer aos jantares de campanha de todos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a conjunção “e”(ℓ.5) por ou.

Questão 13: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um homem pode obter do processo social estão aproximadamente em função de seu poder de consumo, o que resulta do seu poder de propriedade. Assim os privilégios econômicos são contrários à verdadeira sociedade democrática.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de “Assim”(ℓ.4), o valor conclusivo do advérbio recomenda que aí seja inserida.

Questão 14: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas, um caráter histórico e uma natureza divina. E produziram uma literatura monumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Tira-se o livro dessas tradições religiosas e elas perdem toda a identidade e o propósito.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Conforme a informação original do texto, subentende-se após a segunda conjunção “e” (ℓ.4) a idéia expressa por qualquer uma das seguintes expressões: em conseqüência, em decorrência disso, então, por causa disso, imediatamente.

Questão 15: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da população mundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A conjunção “e”(ℓ.2), além de ter o valor semântico de adicionar uma idéia a outra, tem, no texto, também o valor de introduzir uma conseqüência para a oração anterior.

Questão 16: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: Herdeiro de uma experiência extremamente rica, mas esgotada pelo autoritarismo, o socialismo dos nossos tempos já não pode utilizar os referenciais do passado e ainda não tem referenciais estratégicos para encaminhar seu futuro. Está condenado a sobreviver politicamente por meio de projetos e programas de administração “humanizada” do capitalismo global, o que lhe infunde permanentes crises de identidade e traumáticas experiências de poder conforme a maior ou menor solidez ideológica dos partidos que o representam.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A inserção de portanto, entre vírgulas, após “Está” (ℓ.4) mantém a correção gramatical do período.

Questão 17: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: A indústria cultural, além disso, cria a ilusão de que a felicidade não precisa ser adiada para o futuro, por já estar concretizada no presente – basta lembrar o caso da telenovela brasileira. E, finalmente, ela elimina a dimensão crítica ainda presente na cultura burguesa, fazendo as massas que consomem o novo produto da indústria cultural esquecerem sua realidade alienada. Com a dissolução da obra de arte e da cultura no cotidiano, extinguem-se a remessa para o futuro e a promessa de felicidade, inerentes à obra de arte burguesa.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Segundo a argumentação do texto, a forma verbal de gerúndio “fazendo”(ℓ.4) corresponde a e faz e está sendo empregada com o valor de causa.

Questão 18: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “transferindo”(ℓ.2) pode ser substituída, sem prejuízo para a correção do período, por e transfere, eliminando-se a vírgula após “pagamento”(ℓ.2).

Questão 19: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. A exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A exclusão”(ℓ.4), as regras gramaticais permitem trocar o ponto final que o antecede pelo sinal de dois pontos, desde que se empregue o artigo com letra minúscula.

Questão 20: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) No lugar dos dois-pontos da linha 1, o autor poderia ter optado por empregar o ponto final. Tal opção também manteria a correção gramatical do texto e não alteraria o sentido original do texto.

Questão 21: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino. Aos cinco anos, compôs um concerto para cravo de incrível complexidade. Leopold não perdeu tempo; organizou um conjunto musical que viajou por vários países da Europa, sempre com bons cachês.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O ponto-e-vírgula empregado na linha 5 poderia ser substituído, com correção gramatical, por um desses sinais: ponto-final (passando-se a letra inicial de “organizou” para maiúscula), dois-pontos e travessão.

Questão 22: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: Dependendo da situação, a recuperação da estrutura operacional pode levar algumas horas e, no caso do SPB, afetar não só a instituição como eventuais parceiros. É importante o planejamento e a implementação de uma solução de continuidade de negócios.

Os riscos não são desprezíveis. Um estudo feito pela Universidade do Texas com empresas que sofreram uma perda catastrófica de dados concluiu que 43% jamais voltaram a operar, 51% faliram em dois anos e apenas 6% sobreviveram.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) À linha 5, a articulação semântica entre os dois períodos pode ser expressa

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pela conjunção tanto que.

Questão 23: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Sem utopia não há ideal – sem ideal não há valores nem projetos. A vida reduz-se a um joguete nas oscilações do mercado.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção gramatical do texto: nem projetos, e, nessas condições, a vida reduz-se...

Questão 24: Analista de Finanças e Controle - CGU 2003 Fragmento do texto: Os hebreus imprimiram ao tempo, graças aos persas, um caráter histórico e uma natureza divina. E produziram uma literatura monumental – a Bíblia –, que inspira três grandes religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Mantém-se a correção gramatical do texto substituindo-se o ponto-final após “divina”(ℓ.2) por vírgula e colocando-se a conjunção aditiva subseqüente em minúscula.

Questão 25: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Segundo dados da ONU, dois terços da população mundial não se sente representada por seus governos e tem uma péssima opinião sobre a honestidade e sentido público dos políticos, muitas vezes sendo o voto uma manifestação “mais contra o que se teme, do que a favor do que se espera”.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A estruturação sintática do período admite que a vírgula após “políticos”(ℓ.3) seja substituída por ponto final sem que isso prejudique a correção gramatical ou a coerência do texto.

Questão 26: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 Fragmento do texto: Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros registram a história.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) É uma opção correta unir o segundo e o terceiro períodos, substituindo-se o sinal de ponto final por vírgula após “história”(ℓ.5) e inserindo-se a expressão ao passo que antes de “Os livros”(ℓ.5), com mudança da inicial maiúscula para minúscula.

Questão 27: Secretaria da Fazenda-SP 2009 Analista POFP Assinale a opção que apresenta período construído com os núcleos do sujeito e do predicado da oração principal do período transcrito a seguir.

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A partir de um fragmento perdido, no qual o filósofo Blaise Pascal fala, de passagem, sobre loucura política, julgada por ele território fértil em imperfeição humana, o velho jornalista e também filósofo italiano Emilio Rossi, morto há um mês, escreveu livro saboroso, com o título deste artigo e o subtítulo Ironia e veritá di Pascal (Edizioni Studium, Roma, 1984).

(Rubem Azevedo Lima, A política como loucura, Correio Braziliense,12/1/2009, 12.)

a) Com o título A política como loucura, Emilio Rossi escreveu um livro saboroso, a partir de um fragmento de Pascal.

b) No livro que tem como título o mesmo do artigo de Rubem Azevedo Lima, Blaise Pascal trata, de passagem, da loucura política.

c) Jornalista e filósofo, Emilio Rossi morreu em dezembro de 2008. d) A loucura política foi julgada pelo filósofo Blaise Pascal, em um fragmento

perdido, como imperfeição humana. e) Tida pelo autor como território fértil em imperfeição humana, a loucura

política é tratada em livro pelo jornalista e filósofo Emilio Rossi.

Questão 28: Analista do Banco Central do Brasil 2001 Fragmento do texto: A implementação do Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB altera todo o processo de transferência de recursos através do sistema financeiro. O Banco Central deixa de ser responsável pela intermediação das ordens de pagamento, transferindo essa atribuição para um conjunto de câmaras de compensação e liquidação (clearings), que passam a garantir a finalização destas operações. Algumas destas câmaras já existem há anos e são responsáveis pelas operações de liquidação e custódia de ações, ativos e derivativos. No novo cenário, ganham autonomia patrimonial, seguros e novos métodos de gestão de risco.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A articulação entre os dois primeiros períodos do texto pode ser expressa pela idéia de já que.

Questão 29: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: O favoritismo do Partido Democrata também é citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, ressalve-se, nem sempre foi comprovado na prática.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “pois”(ℓ.3) pode, sem prejuízo para a correção gramatical, ser substituído por porque, porquanto ou conquanto.

Questão 30: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: Todos concordam que o sistema tributário brasileiro é repleto de distorções e deficiências, porém, quando se aprofunda o debate, os conflitos de interesses aparecem, dificultando a aprovação do projeto.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Uma forma opcional de redação para o trecho seria a substituição da forma

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“dificultando” por causando dificuldades para.

Questão 31: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: O próprio conceito de liberdade redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá de fato quando assentada na segurança e em função da igualdade.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A função condicional da conjunção “quando” (ℓ. 3) será preservada se substituída por se, mas a correção gramatical do período só será preservada se o verbo que a precede for empregado no presente: existe.

Questão 32: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 1

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Em artigo publicado na década de noventa, o professor Paul Krugman explicava que todos aqueles países que falavam inglês haviam tido um desempenho econômico acima da média de seus vizinhos e que o inglês estava se tornando rapidamente a língua franca dos negócios, do turismo e da internet. Assim, os processos de fusão de empresas, tão comuns naquele tempo, só teriam sucesso se utilizassem o inglês como língua de integração das corporações.

Essa visão nos preocupou quando resolvemos integrar todas as áreas de consultoria espalhadas pela América Latina em uma única divisão de consultoria. Mas ficou uma pergunta no ar: “que língua oficial adotar”? O espanhol ou o português acirraria a rivalidade que já era bastante grande no campo dos esportes. Adotar o inglês teria a vantagem da neutralidade e da facilidade de interação com nossos colegas de outras regiões, mas com perda significativa na agilidade da comunicação e no andamento das reuniões. Foi adotada então uma postura única: haveria três línguas oficiais. Essa pequena sutileza significava, na verdade, que todos eram obrigados a entender as três línguas, mas poderiam se expressar no idioma em que se sentissem mais à vontade. Hoje, cinco anos depois, sentimos que essa decisão foi fundamental para o nosso processo de integração, e a lição aprendida é que muitas vezes a criatividade local pode ser mais efetiva que verdades importadas.

(José Luiz Rossi, Integração cultural na América Latina,CLASSE ESPECIAL, 89/2001, com adaptações)

Marque a opção em que, de acordo com as idéias do texto, existe uma relação de condição do tipo

Se X então Y a) X = falássemos inglês

Y = teríamos desempenho econômico acima da média b) X = adotássemos inglês como língua oficial

Y = agilizaríamos a comunicação c) X = empregássemos espanhol ou português

Y = exacerbaríamos a rivalidade d) X = houvesse três línguas oficiais

Y = teríamos facilidade de interação com outras regiões

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e) X = entendêssemos as três línguas Y = deveríamos nos expressar nas três línguas

Questão 33: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Fragmento do texto: A reforma tributária não pode ser realizada, na verdade, para livrar o orçamento da sangria dos juros exorbitantes, embora enfeitada com os argumentos apelativos, tanto da simplificação fiscal para todo o empresariado quanto do milagre fiscal da multiplicação dos empregos para os mais despossuídos.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A oração concessiva do primeiro período manteria a correção e não ficaria alterado o sentido geral do texto se estivesse assim redigida: a despeito de vir envolta em argumentos apelativos.

Questão 34: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2002 Assinale a opção que, ao preencher a lacuna, torna o texto incoerente.

O princípio da igualdade tributária deve ser realizado por meio de um critério estabelecido pela própria Constituição brasileira – a capacidade contributiva –, que consiste em graduar os tributos de acordo com a riqueza de cada contribuinte, de modo que os ricos paguem mais, e os pobres paguem menos. Em outros termos, a capacidade contributiva é a ferramenta que fornece a medida para comparações, isto é, para distinguir os iguais e os desiguais. _______________________ não é legítimo que pessoas com a mesma capacidade contributiva (mesma renda) sejam tributadas de forma distinta, com alíquotas diferenciadas em função da natureza da renda ou do local em que esta foi produzida.

(www.unafisco.org.br)a) Ela é necessária conquanto b) Esse critério reforça a idéia de que c) Tal instrumento fundamenta-se no consenso de que d) Justifica-se sua adoção porquanto e) Para a consolidação desse critério partiu-se da constatação de que

Questão 35: SUSEP ─ 2006 ─ Agente ExecutivoFragmento do texto: Para esses pensadores, o Estado seria o apogeu do desenvolvimento moral, substituiria a família, e com o direito produzido, racional, imparcial e justo, substituiria a consciência ética dos indivíduos, que, embora retificadora da ação humana, se revelaria, na prática, inviável, por ser incoercível.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) O termo “embora”(ℓ.4) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituído por conquanto.

Questão 36: Auditor-Fiscal do Trabalho 2003 Fragmento do texto: Como os sacerdotes de antigamente, economistas têm a missão de explicar o inexplicável – como o dinheiro é tudo e nada ao mesmo tempo, por que falta dinheiro se dinheiro é papel impresso, ou se a quantidade

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de santinhos muda o tamanho do milagre. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)

Desrespeita a coerência ou correção gramatical trocar a conjunção “Como”(ℓ.1) por Qual.

Questão 37: Analista do Banco Central do Brasil 2002 Fragmento do texto: Livro tem começo, meio e fim. Como a vida. As grandes narrativas favorecem a nossa visão histórica e criam o caldo de cultura no qual brotam as utopias.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição proposta para o trecho sublinhado prejudica a correção gramatical do texto: Livro tem começo, meio e fim, do mesmo modo que a vida.

Questão 38: SUSEP 2006 Agente Executivo Fragmento do texto: A concepção moderna de Estado tem raízes no pensamento ético de Kant e de Hegel e o apresenta como uma realização da idéia moral, para o primeiro, ou como a substância ética consciente de si mesma, para o segundo.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A inserção de sendo após “como”(ℓ.2) mantém a correção gramatical do período.

Questão 39: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Escreva diante de cada texto, adaptado de Aliomar Baleeiro, o número do operador lógico abaixo que preenche corretamente a lacuna:

( ) É característica da taxa a especialização do serviço em proveito direto ou por ato do contribuinte, ____________, na aplicação do imposto, não se procura apurar se há qualquer interesse, direto ou indireto, por parte de quem o paga.

( ) Em 1896, Amaro Cavalcânti ponderava que a palavra ‘taxa’, sem embargo de ser igualmente usada como sinônimo geral de impostos, não devia ser assim entendida ou empregada; ________________, na sua acepção própria, designa o gênero de contribuição que os indivíduos pagam por um serviço diretamente recebido.

( ) O pagamento das taxas é facultativo; é, por assim dizer, o preço do serviço obtido e _____________ em que cada um o exige ou dele tira proveito.

( ) As taxas se devem revestir sempre do caráter de contraprestação inerente a essa espécie de tributos. Ao adotar-se interpretação outra, malograr-se-ão todas as cautelas da Constituição, que estabeleceu e quer uma rígida discriminação de competência, ___________, prevendo a reedição de velhos abusos fiscais mascarados com o nome de taxas, preceituou proibição inequívoca.

( ) As despesas de administração da justiça poderiam ser pagas convenientemente por uma contribuição particular, __________ que a ocasião o exigisse.

( ) Enquanto pelas taxas, o indivíduo procura obter um serviço que lhe é útil

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pessoalmente, o Estado, _____________, procura, pelo imposto, os meios de satisfazer as despesas necessárias da administração.

( ) Os clássicos, assim como os contemporâneos, não divergem sobre a noção básica de taxa, ___________ se separem acerca de outros pontos acessórios.

(1) embora (2) ao passo que (3) à medida (4) tanto assim que (5) na medida (6) visto como (7) ao contrário

A sequência numérica correta é:

a) 6, 5, 1, 3, 4, 7, 2 b) 2, 5, 6, 7, 4, 3, 1 c) 1, 7, 5, 4, 2, 3, 6 d) 1, 3, 2, 6, 5, 7, 4 e) 2, 6, 5, 4, 3, 7, 1

Questão 40: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 Assinale a opção incorreta para preencher as lacunas do texto abaixo.

O Tribunal ________1__________intensificar a cooperação e o intercâmbio de informações com órgãos e entidades nacionais, em especial os de controle de despesas públicas, _____2_____ aprimorar técnicas e procedimentos de fiscalização, _______3_______, no caso dos Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios, com o intuito de desenvolver ações conjuntas de auditoria.

www.tcu.gov.br - Relatório de atividades do tcu /971 2 3

a) tem procurado a fim de como também b) vem procurando afim de mas também c) está procurando com o objetivo de e também d) procura com o fim de mas também e) busca para bem como

Questão 41: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: Ou seja, depois de afligir as classes mais baixas, a crise agora bateu às portas da classe média e média alta. Há vários motivos para que isso esteja acontecendo. Para começo de conversa, hoje há mais pessoas qualificadas no mercado – 14,6% dos empregados do país têm diploma.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a reescrita de trecho do texto quanto à preservação de sua correção gramatical e coerência textual: “para que isso esteja acontecendo”(ℓ.2,3) / para tal crise estar acontecendo

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Questão 42: SUSEP 2006 Analista Técnico Fragmento do texto: A concorrência constitui ingrediente fundamental do crescimento. Sem concorrência não há inovação, e sem inovação não há crescimento sustentado. O Brasil acordou na questão da concorrência. Agora é preciso dotá-la de recursos adequados e implementá-la de acordo com as especificidades do país. Na defesa da concorrência, como de resto em várias áreas da política pública, é preciso copiar um clichê do mundo corporativo multinacional: manter a visão global sem perder o enfoque local.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Julgue a alteração proposta para o texto que resulta em incoerência da argumentação ou incorreção gramatical. Desconsidere os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas:

Inserção de Embora antes de “Na defesa”(ℓ.5).

Questão 43: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Fragmento do Texto: A análise comparada permite estabelecer a pauta necessária para as reformas tributárias no Brasil, ao pôr em evidência as divergências de nosso sistema relativamente ao padrão tributário dominante.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula à linha 2 é necessária para que se dê ênfase à circunstância de causalidade expressa pela oração reduzida.

Questão 44: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1996 Indique o conjunto de elementos sequencializadores que, preenchendo as lacunas, na ordem dada, confere coesão ao texto:

Em menos de três décadas, o Brasil foi capaz de transformar o seu extenso contingente de mão-de-obra rural, com poucos laços de assalariamento, em um amplo mercado de trabalho urbano. Em 1940, cerca de 2/3 da população residia na zona rural e 1/3 na cidade, _______ , em 1980, essa proporção já havia se invertido. A concentração industrial nas regiões Sul e Sudeste favoreceu os movimentos migratórios, _______ a ausência de mecanismos de garantia de renda e a secular concentração da posse da terra estimularam ainda mais o êxodo rural. A brutal transferência inter-regional de população é o traço mais evidente da violência social ocorrida no campo. O enorme crescimento do mercado de trabalho urbano tornou-se um importante elemento de pressão para o rebaixamento dos salários e para a abertura do leque salarial. A formação de um mercado geral para trabalhadores de baixa ou nenhuma qualificação combinada à existência de indústrias com distintos níveis de produtividade e, _______ , capacidade diferenciada de pagamento de salários, levaram à constituição de uma ampla base de trabalhadores mal remunerados, o que favoreceu o aumento da disparidade entre os menores e os maiores salários.

(Fonte: Correio Braziliense, 02.09.95)A) ainda que, enquanto que, portanto B) mas, ao passo que, contudo C) embora, portanto, todavia D) sendo que, enquanto, portanto E) contudo, posto que, daí

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Questão 45: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: É preciso que sejam adotadas medidas indispensáveis para dar continuidade ao crescimento, entre elas os investimentos necessários à nossa infra-estrutura2 (energia elétrica, portos, rodovias e ferrovias), a melhoria no nível da educação, aprovação das reformas tributária, sindical, previdenciária e trabalhista e a desburocratização dos serviços públicos. Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A substituição dos parênteses (ℓ. 3) por travessões prejudicaria a correção gramatical do período.

Questão 46: ANEEL - Analista 2006 Fragmento do Texto: Tratava-se de uma família musical: o pai, Leopold, era exímio violinista, a irmã, mais velha, Nannerl, tocava cravo. Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce. Aos quatro anos, também tocava cravo, e depois órgão, piano e violino.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A vírgula antes do “e”, no período “Mas talentoso era mesmo Wolfgang, e talento precoce”, é facultativa, uma vez que tem seu emprego justificado por razões estilísticas.

Questão 47: Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná 2003 Fragmento do texto: Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por consequência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Se os travessões (ℓ.5) forem substituídos por vírgulas, o período permanece gramaticalmente correto.

Questão 48: Auditor-Fiscal da Receita Federal 2005 No texto abaixo foram substituídos sinais de pontuação por números. Assinale a sequência de sinais de pontuação que devem ser inseridos nos espaços indicados para que o texto se torne coerente e gramaticalmente correto.

Desconsidere a necessidade de transformar letras minúsculas em maiúsculas.

Os seres humanos sofrem sempre conflitos de interesse com os ressentimentos, facções, coalizões e instáveis alianças que os acompanham(1) no entanto, o que mais interessa nesses fenômenos conflituosos não é o quanto eles nos separam, mas quão frequentemente eles são neutralizados, perdoados e desculpados. Nos seres humanos(2) com seu extraordinário dom narrativo, uma das principais formas de manutenção da paz é o dom humano de apresentar(3) dramatizar e explicar as circunstâncias atenuantes em torno de violações que ameaçam introduzir conflito na habitualidade da vida(4) o objetivo de tal narrativa não é reconciliar, não é legitimar, nem mesmo

2 Após a Nova Reforma Ortográfica, este vocábulo perdeu o hífen: “infraestrutura”.

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desculpar, mas antes(5) explicar.

(Jerome Bruner. Atos de significação, com adaptações)

(1) (2) (3) (4) (5) a) ; , . : , b) ; - ; . ; c) , ; - ; : d) . , ; ; : e) . , , . ,

Questão 49: Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional 1998 Indique o período com pontuação incorreta.

a) Qualquer que seja a condição observada – seja positiva ou negativa – nas auditorias, constitui ela a premissa básica sobre a qual se fundamenta a descoberta de um fato.

b) Esse fato, em geral, é uma condição observada por auditores, em casos em que parece possível reduzir os custos ou melhorar os resultados de programas.

c) "Observar" é usado aqui em sentido amplo, abrangendo não somente o que os auditores vêem, mas o que depreendem de debates, análises e outras técnicas.

d) O planejamento para execução de auditorias operacionais, normalmente começa com a identificação de um fato a ser descoberto.

e) Assim, esse deve ser o ponto central da elaboração de planos para realização da auditoria e coleta das informações necessárias.

GABARITO

1 C 2 E 3 C 4 C 5 E 6 C 7 E 8 E 9 E 10 C 11 E 12 C 13 C 14 C 15 E 16 C 17 E 18 C 19 C 20 E 21 C 22 C 23 E 24 C 25 E 26 C 27 A 28 C 29 E 30 C 31 E 32 C 33 C 34 A 35 C 36 E 37 E 38 C 39 E 40 B 41 C 42 C 43 E 44 D 45 E 46 E 47 C 48 E 49 D