aula 01 - noções de economia

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 Prof a. Amanda Ai res www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 47 Noções de Mic roeco no mia par a a Polícia Federa Teoria e Questões Com entadas d a CESP Profa. Am anda Aires  – Au la 0 Aula 01: O Estado e as funções econômicas governamentais  Parte 2 As necessidades públicas e as formas de atuação do governo  Parte 2 Estado como regulador e produtor  Sumário Página 1. As funções e as formas de atuação do governo 4 1.1. A função distributiva 5 1.2. A função alocativa 23 1.3. A função estabilizadora 26 1.4. A função reguladora 30 RESUMÃO 38 EXERCÍCIOS COMENTADOS 39 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 44 Olá meus queridos! É com imensa satisfação que eu apresento a vocês a nossa primeira aula! Depois dela, teremos mais 4! Atendendo a pedidos (foram muitos, viu!), tentarei, ao máximo, postar as aulas com antecedência! Assim, a minha ideia é terminar o curso no dia 16 de abril. Não garanto, mas tentarei, ok? Para começar a aula de hoje, vamos fazer uma revisão rápida do que foi visto na aula passada? E atenção, se liga aí que é hora da revisão! Ah, apenas para quem está começando o curso agora (os veteranos já sabem), esses pontos da revisão podem ser encontrados, sem maiores problemas no livro “Introdução à Economia” do Paul Krugman e do Robin Wells. Tirei tudo de lá! Parte 1  Introdução à Economia: O que é economia? 1. Toda análise econômica está baseada em uma breve lista de princípios básicos. Esses princípios se aplicam a dois níveis do entendimento econômico. Primeiro, é preciso entender como os indivíduos fazem suas escolhas; segundo, devemos entender como as pessoas

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    Noes de Microeconomia para a Polcia Federal Teoria e Questes Comentadas da CESPE

    Profa. Amanda Aires Aula 01

    Aula 01: O Estado e as funes econmicas governamentais Parte 2

    As necessidades pblicas e as formas de atuao do governo Parte 2

    Estado como regulador e produtor

    Sumrio Pgina

    1. As funes e as formas de atuao do governo 4

    1.1. A funo distributiva 5

    1.2. A funo alocativa 23

    1.3. A funo estabilizadora 26

    1.4. A funo reguladora 30

    RESUMO 38

    EXERCCIOS COMENTADOS 39

    EXERCCIOS PROPOSTOS 44

    Ol meus queridos!

    com imensa satisfao que eu apresento a vocs a nossa primeira aula! Depois dela, teremos mais 4!

    Atendendo a pedidos (foram muitos, viu!), tentarei, ao mximo, postar as aulas com antecedncia! Assim, a minha ideia terminar o curso no dia 16

    de abril. No garanto, mas tentarei, ok?

    Para comear a aula de hoje, vamos fazer uma reviso rpida do que foi visto na aula passada?

    E ateno, se liga a que hora da reviso!

    Ah, apenas para quem est comeando o curso agora (os veteranos j

    sabem), esses pontos da reviso podem ser encontrados, sem maiores problemas no livro Introduo Economia do Paul Krugman e do Robin Wells. Tirei tudo de l!

    Parte 1 Introduo Economia: O que economia?

    1. Toda anlise econmica est baseada em uma breve lista de princpios bsicos. Esses princpios se aplicam a dois nveis do entendimento

    econmico. Primeiro, preciso entender como os indivduos fazem suas escolhas; segundo, devemos entender como as pessoas

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    interagem (essa interao j comeou a ser vista no fluxo circular da

    riqueza. Vamos rever isso hoje.);

    2. Cada pessoa tem de fazer escolhas sobre o que fazer e o que no

    fazer. A escolha individual a base da economia; se no envolve escolha, no economia;

    3. O motivo de serem necessrias escolhas que os recursos qualquer coisa que pode ser usada para produzir outra coisa so escassos. Os limites para as escolhas individuais so tempo e dinheiro, as economias so limitadas por suas ofertas de recursos humanos e

    naturais.

    4. Como voc obrigado a escolher entre as alternativas limitadas, o

    verdadeiro custo de qualquer coisa igual a tudo aquilo de que voc tem de abrir mo para obt-la; todos os custos so custos de

    oportunidade;

    5. O estudo de como as pessoas deveriam tomar decises econmicas

    tambm uma boa maneira de entender o comportamento de fato. Os

    indivduos normalmente exploram oportunidades para melhorar de situao. Se a oportunidade muda, o comportamento das pessoas

    tambm muda: elas respondem a incentivos;

    6. As economias normalmente se movem rumo ao equilbrio uma situao em que nenhum indivduo pode melhorar sua situao optando por uma ao diferente;

    7. Uma economia dita eficiente se forem aproveitadas todas as oportunidades de melhorar a situao de algum sem piorar a de

    outrem. Os recursos deveriam ser usados de modo mais eficiente possvel para alcanar os objetivos da sociedade. Mas a eficincia no

    o nico critrio para avaliar uma economia: equidade, ou o que justo, tambm desejvel ( s lembrar do Sr. e da Sra. Silva) e

    muitas vezes h uma escolha entre eficincia e equidade;

    8. Quando os mercados falham e no resultam em eficincia, a

    interveno do governo pode melhorar o bem-estar da sociedade

    (veremos isso com mais detalhes hoje);

    Parte 2 Os modelos econmicos

    9. Quase toda a economia baseada em modelos, que so experimentos mentais ou verses simplificadas da realidade, e muitas vezes usam instrumentos matemticos tais como grficos. Um pressuposto importante em modelos econmicos o pressuposto do

    tudo ou mais constante, que permite analisar o efeito de uma mudana em um fator mantendo constantes os demais fatores

    relevantes;

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    10. Um modelo importante o da fronteira de possibilidade de

    produo. Ele ilustra o custo de oportunidade (mostrando que quantidade produzida de um produto menor quando produzida

    maior quantidade de outro); eficincia (uma economia eficiente quando produz na fronteira de possibilidade de produo); e

    crescimento econmico (uma expanso da fronteira de possibilidade de produo);

    Parte 3 Micro e macroeconomia

    11. Enquanto a microeconomia estuda as partes, a macroeconomia estuda o todo, o agregado. A macroeconomia o estudo do

    desempenho da economia em seu conjunto, ou seja, o nvel de produto total, o nvel geral de preos, o emprego total, e assim por

    diante (veremos todos esses pontos na aula que vem em detalhes.);

    12. H quatro maneiras principais em que a macroeconomia difere da

    microeconomia:

    a) Seu foco sobre como efeitos acumulados de aes individuais podem levar a resultados macroeconmicos no-pretendidos;

    b) Ela permite maior escopo para a interveno governamental;

    c) Ela estuda o crescimento de longo prazo;

    d) E ela usa agregados econmicos, medidas que resumem dados cobrindo vrios mercados de bens, servios, trabalhadores e ativos;

    Com essa rpida reviso, vamos ao assunto da aula de hoje?

    Aula 01

    (29.03.2012)

    O Estado e as funes econmicas governamentais Parte 2 As necessidades pblicas e as formas de atuao do governo Parte 2 Estado como regulador e produtor

    Antes de comear, contudo, vai aqui um esclarecimento bastante pertinente

    de como faremos a aula de hoje:

    Voc lembra da histria da Chapeuzinho Vermelho?

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    Te peguei, hein?

    Bem, brincadeiras a parte, a pergunta importante por uma razo simples: voc pode no lembrar da histria toda, mas voc, certamente, lembra do

    enredo dela: Chapeuzinho indo visitar a vov, encontrando o lobo mau, etc etc etc. E o ponto importante que voc lembra do enredo da histria

    porque, na sua mente, a histria faz sentido.

    Ento, na aula de hoje, diferentemente do que voc est acostumado, eu

    vou te contar uma historinha! Assim, ficar mais fcil para que voc compreenda todas as formas de interveno do governo sem precisar

    decorar, memorizar nada. Uma vez que voc entende o enredo, no precisar ficar se prendendo a detalhes, j que toda a histria far sentido!

    Nesse caminho, eu vou unir em apenas um assunto as funes do governo e as suas formas de atuao, j que para que o governo possa exercer as

    suas funes precisar de instrumentos ou formas de atuao!

    Mas... no se preocupe, embora unidos, os assuntos so separados! E ainda

    para esclarecer de forma definitiva, temos as nossas revises na aula que

    vem e os quadros resumos no fim da nossa aula.

    Para comear, vamos olhar, com mais calma o nosso fluxo circular da

    riqueza visto na aula passada?

    1. As funes e as formas de atuao do governo

    Lembra dessa figurinha?

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    Na verdade, o que eu quero que voc analise agora a funo do governo,

    que est marcada com o crculo vermelho. Veja que, como disssemos na aula passada, o governo se comunica, nesse diagrama, diretamente apenas

    com o agente econmico famlia. Nesse contato, o governo tira dinheiro das famlias ricas (famlia do Sr. Silva) e transfere para as famlias pobres

    (famlia da Sra. Silva). Com esse movimento, o governo executa a sua primeira funo na economia: a funo Distributiva. Vamos entender o

    que essa funo?

    1.1. A funo distributiva

    Quando se falar em funo distributiva, voc vai lembrar, imediatamente, de impostos e transferncias! Por que isso? Porque o governo (quando atua

    como um bom planejador social) deseja distribuir o dinheiro para todo mundo, ora bolas! O governo no quer que o dinheiro fique concentrado na

    mo de umas poucas famlias, ele deseja que o dinheiro seja o mais bem distribudo possvel entre todos que fazem parte de uma economia.

    Esse caso vai lembrar o que ns vimos com o Sr. e a Sra. Silva. O governo

    no quer que o dinheiro fique todo na mo do Sr. Silva e vai aplicar um imposto sobre a riqueza dele, o nosso famoso imposto de renda1.

    Assim, quando o governo estabelece alquotas de imposto de renda, por

    exemplo, ele est, na verdade, aplicando um instrumento para efetivar a sua funo distributiva objetivando reunir recursos para promover uma

    melhor distribuio de renda na sociedade.

    Logicamente, apenas a aplicao do imposto de renda (cujas alquotas atuais variam de 7,5% a 27,5% no Brasil, a depender da renda declarada da

    pessoa) no indica que o governo conseguir realizar uma melhor distribuio. Nesse caso, ele tambm tem que fazer uma poltica de

    transferncias.

    As transferncias, por sua vez, vo no fluxo contrrio ao dos impostos (como ns vimos na figura acima). Elas so destinadas as pessoas que

    possuem menor nvel de rendimentos. Exemplos de transferncias, no Brasil, so as nossas bolsas: bolsas de estudo, bolsa famlia, auxlio gs, etc etc

    etc.

    Logicamente, no caso brasileiro, infelizmente, os indicadores no corroboram muito essa funo do nosso governo, pois, embora tenhamos uma carga

    tributria semelhante a observada nos pases europeus, a nossa renda to

    1 (por falar em IR, segue uma notcia fresquinha sobre ele:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,antecipacao-de-impostos-leva-arrecadacao-a-novo-recorde-em-

    fevereiro,107464,0.htm)

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    mal distribuda quanto a renda nos pases africanos, ou seja, o governo tira

    dos ricos e no consegue repassar, integralmente, para os pobres, (mais tarde veremos por que isso acontece) classificando o Brasil, como um dos

    pases de maior desigualdade de renda no planeta!

    Com esse fluxo de sada das famlias ricas (impostos) e entrada nas

    famlias pobres (transferncias), possvel observar que a funo

    distributiva, como vimos acima no fluxo circular da riqueza expandido, at aqui, diz respeito apenas ao contato entre governos e famlias. dessa

    forma que o governo afeta diretamente os consumidores.

    Mas, analisando de uma forma mais ampla, ns sabemos que o governo no

    implementa apenas impostos sobre as famlias, ele pode (e faz com certa

    frequencia) aplicar impostos sobre os bens tambm! Esses tipos de impostos no incidiro diretamente sobre o consumidor mais rico, mas sobre

    toda a economia. como se, olhando o fluxo circular da riqueza, analisssemos o governo dentro do mercado de bens e servios,

    gerando alteraes nos preos.

    A partir de agora, e daqui at o final das funes do governo, ele no ir mais afetar diretamente os consumidores, mas atuar de forma indireta,

    via mercado de bens e servios. Vamos ver?

    Alm do Imposto de Renda, temos ainda, no Brasil, o ICMS, o ISS, o CIDE,

    todos tributos que no incidem diretamente sobre a renda das pessoas, mas

    sobre o preo dos bens e servios utilizados. Logo, seguindo esse preceito, no sero apenas as famlias ricas que pagaro os impostos, mas as

    famlias mais pobres tambm.

    E como esse tipo de imposto pode gerar uma reduo na desigualdade de

    renda ou uma melhor distribuio dos recursos? Simples, a idia que esses

    impostos sejam direcionados, via transferncias, para as famlias mais pobres, fazendo com que elas sejam mais que reembolsadas pelos gastos

    com impostos, sendo beneficiados pela implementao do tributo.

    O funcionamento desse tipo de tributao foi visto de acordo com o ltimo

    edital. De toda forma, fao uma reviso para que no fique nenhuma ponta

    no edital. Vamos ver isso de forma mais analtica?

    Quem estava matriculado no curso anterior, pode ir direto para a

    pgina 20, j que essa parte sobre impostos foi retirada da aula 02 do curso anterior (Mas os exerccios so inditos, viu!). Quem nunca

    viu a parte de demanda e oferta, poder encontrar no documento

    Teoria dos preos uma verso completa sobre o assunto: 100 pginas!

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    Antes de falar de impostos, preciso compreender o que existia antes dele

    para saber qual o seu impacto. Assim, antes de qualquer coisa, falaremos sobre excedentes do consumidor e do produtor. Veja que no so

    excessos, mas excedentes! Isso far toda a diferena. Para entender o que significa, comecemos por algo tipicamente brasileiro:

    Seu time est na final do campeonato estadual e voc no tem o ingresso. Alis, os ingressos esto esgotados! O que voc faz? Vai para a frente do

    estdio negociar com o cambista, claro!

    Voc leva no bolso R$ 100,00 e sabe que no poder pagar mais do que isso

    (at porque o cambista no aceita carto de crdito). Os seus R$ 100,00 so o que os economistas chamam de Preo reserva.

    O preo reserva quanto, no mximo voc est disposto a pagar para ter comprar determinado bem. Nem um centavo a mais. Para verificar isso, s

    voc perguntar a voc mesmo se voc j se questionou que voc pagaria at

    determinado valor para ter um bem, nem R$ 1,00 a mais.

    Observe no grfico abaixo que os consumidores estariam dispostos a pagar

    mais do que o preo de equilbrio, a diferena entre esses valores corresponde a uma vantagem obtida pelo consumidor.

    No caso do exemplo acima, se voc comprar o ingresso por R$ 70,00, ter um ganho de R$ 30,00. Essa vantagem ocorre at a quantidade de

    equilbrio. Ento, a regio do grfico delimitada pelo preo de mercado e a demanda uma medida do beneficio do consumo, sendo denominada de

    excedente do consumidor (a rea amarela no grfico).

    No caso dos produtores, o raciocnio semelhante. O benefcio na venda

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    de cada unidade tambm definido pela diferena entre o preo que

    recebe e aquele que estaria disposto a vender cada unidade.

    Pense no cambista. Ele tem um ingresso e est disposto a vender por R$

    30,00. Caso ele consiga vender por R$ 50,00, ele ter um ganho de R$ 20,00. Essa diferena entre o preo que se est disposto a vender (que

    normalmente estar associado aos custos) e o preo de venda o que chamamos excedente do produtor.

    Assim como para os consumidores, esse benefcio existe at a quantidade de equilbrio, e denominado por excedente do produtor. Graficamente, o

    excedente do produtor representado pela regio delimitada pelo preo de equilbrio e a curva de oferta (a rea verde do grfico).

    A soma do excedente do consumidor com o excedente do produtor pode ser entendida como uma medida de bem-estar.

    E qual a relao que existente entre o excedente dos consumidores e produtores e os impostos governamentais? isso que veremos agora!

    Imagine que o governo implemente determinado imposto. O que isso

    significa, economicamente? Isso diz que ns, consumidores pagaremos mais e as empresas recebero menos. No grfico abaixo digamos que o

    imposto signifique uma alquota total de R$ 4,00. Nesse caso, essa alquota mostrada, graficamente, pela linha vermelha. Vamos ver?

    Nessa situao, o que acontece?

    Com a nova alquota do imposto, os consumidores pagaro agora R$ 7,00 e as empresas recebero R$ 3,00. No grfico abaixo, os novos preos so

    mostrados em linhas verdes.

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    Qual o ganho do governo? O ganho obtido pelo governo ser dado pela

    soma dos quadrados (A) e (B) mostrados abaixo.

    Para fazer a conta dos ganhos do governo no difcil. s multiplicar a

    alquota pela nova quantidade vendida, como feito acima. Ento, governo colocou imposto sobre um bem, ele vai ganhar uma boa grana com isso!

    Mas, e o resto da sociedade, estar feliz (em termos de bem estar) com essa poltica?

    A primeira coisa que podemos observar que haver perdas de bem estar (perdas de excedentes) tanto para o consumidor quanto para o

    produtor. Isso pode ser mostrado ainda no grfico acima. Veja que quando o governo instaura um imposto, ele ganha, mas a sociedade perde. Os

    consumidores perdem o trapzio vermelho em termos de bem estar e os produtores perdem o trapzio azul! A questo que essas no so as

    nicas perdas para a sociedade! Vamos ver com calma no grfico abaixo.

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    Veja o seguinte, antes, a nossa quantidade de equilbrio era Q0, mas agora

    Q0 no est mais disponvel! Logo, tambm houve outra perda de bem estar porque houve uma limitao da quantidade de equilbrio. Isso mostrado

    pelos tringulos C e D.

    Agora, ficou fcil de ver o saldo do imposto para os dois agentes

    econmicos. Para os consumidores, a perda dada pela soma do quadrado (A) e do tringulo (C). Para os produtores, a perda dada

    pela soma do quadrado (B) com o tringulo (D).

    Fazendo uma continha simples, temos o seguinte:

    Ganho para o governo = + A + B

    Perda do consumidor = - A C

    Perda do produtor = - B D

    Resultado = - C D

    Ou seja, para a economia, sempre que o governo implementar um imposto,

    haver uma perda de bem estar para a economia. Essa perda chamada de perda de peso morto. Entendido?

    Apenas para finalizar essa parte dos impostos, a perda de peso morto depender da elasticidade preo da demanda e da oferta. Quanto mais

    inelsticas forem as curvas, menor ser a perda de peso morto. Logo, como os bens mais necessrios possuem, normalmente, a menor

    elasticidade-preo da demanda, tendem a ser os bens mais tributados. Assim, justifica-se, a interveno do governo na imposio de impostos na

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    gua mineral, na gasolina, etc etc etc. Infelizmente, economicamente

    melhor tributar a gua a tributar o anel de brilhantes. O anel possui uma grande elasticidade preo da demanda. A gua quase perfeitamente

    inelstico.

    Assim, pode-se dizer que, no Brasil o fato dos impostos incidirem sobre os

    bens (principalmente os inelsticos) pode ser considerado como o maior problema do sistema tributrio nacional j que esses bens sero

    consumidos, prioritariamente, pelas camadas mais desprovidas, fazendo com que o nosso sistema de arrecadao seja fortemente ineficiente.

    Exerccios?

    (Ah, vale aqui um outro aviso aos navegantes: Vamos responder questes de mltipla escolha, ok? A idia analisar cada alternativa como um item. Dissecando todo o contedo. Dessa forma, ganharemos em termos

    de volume de questo! Assim, no se assustem caso vocs se deparem com uma questo desse tipo, foi proposital!)

    Exerccio 1

    (Agente Tcnico Legislativo Direito (Finanas e Oramento) Assemblia Legislativa SP, 2010, FCC) Suponha a imposio de um imposto sobre as vendas de um bem comercializado em um mercado

    em concorrncia perfeita. A arrecadao tributria gerada por esse imposto ser

    a) Inferior soma da perda do excedente do consumidor com a

    perda do excedente do produtor.

    b) Igual perda de excedente do produtor.

    c) Igual soma da perda do excedente do consumidor com a perda do excedente do produtor.

    d) Superior soma da perda do excedente do consumidor com a perda do excedente do produtor.

    e) Igual perda de excedente do consumidor.

    Essa aqui d para responder com o p nas costas. Para ficar diferente,

    vamos responder de baixo para cima,ok? (fazer na ordem contrria s vezes no mau no!)

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    Para comear, veja que o enunciado da questo fala a respeito da imposio

    de um imposto sobre as vendas de um determinado bem, logo, no estamos falando sobre imposto de renda (ou qualquer tipo de imposto que possa

    incidir na riqueza de um indivduo), mas sobre o que denominamos de impostos indiretos.

    Quando se falar sobre imposto sobre bens, vamos lembrar, diretamente, de

    peso morto, ou aquele valor do excedente do consumidor e do excedente do produtor que fica perdido com a imposio de um imposto. Nesse caso,

    possvel observar pelos grficos vistos acima que o ganho com a arrecadao do imposto ser menor que a perda gerada por esse.

    No caso da letra (E), a questo afirma que a arrecadao tributria ser

    Igual perda de excedente do consumidor. Ora, esse item falso pelo que ns acabamos de dizer acima. Mas, contudo, todavia, ele poderia ser

    considerado verdadeiro se estivssemos falando de curvas de demanda e oferta infinitamente inelsticas (ou verticais)! Nessa situao, o peso morto

    seria zero e, de fato, a perda de bem estar seria exatamente igual ao ganho com a arrecadao. Essa situao, por sua vez, algo MUITO marginal na

    teoria econmica, assim, como via de regra, dizemos que a arrecadao de impostos ser menor que a perda social provocada, gerando, dessa forma, o

    que ns j denominamos como perda de peso morto. Vamos ver no grfico?

    Veja que o tringulo que tem as margens cor-de-rosa dizem respeito ao peso morto gerado pela implementao do imposto, enquanto que os

    quadrilteros A e B mostram os ganhos com a arrecadao dos tributos.

    Continuando, a alternativa (D) afirma que a arrecadao de impostos ser Superior soma da perda do excedente do consumidor com a perda

    do excedente do produtor. Nesse caso aqui, no tem jeito de ficar correto. Em nenhuma hiptese h garantias de que os ganhos com a

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    arrecadao sejam maiores que a soma dos excedentes do consumidor e do

    produtor. Logo, a alternativa (D) falsa!

    Na letra (C), por sua vez, a questo diz que o ganho com a arrecadao ser

    Igual soma da perda do excedente do consumidor com a perda do excedente do produtor. Essa alternativa poderia estar certa em casos

    bastante especficos em que a soma dos quarilteros A e B coincidissem,

    exatamente, com a soma dos tringulos C e D. Como no existe nenhuma garantia que isso acontecer em todos os casos, a alternativa (C) tambm

    incorreta.

    A letra (B) fala que a arrecao dos tributos ser Igual perda de

    excedente do produtor. Esse caso, assim como no que foi visto na

    alternativa (C), poderia ser verdadeiro, mas sob condies muito especficas, no valendo para os casos mais gerais.

    Finalmente, sobrou a alternativa (A), que diz que o ganho da arrecadao ser Inferior soma da perda do excedente do consumidor com a

    perda do excedente do produtor. A diferena entre o ganho do governo e

    a perda da sociedade o que ns j denominamos, mais de uma vez, de PERDA DE PESO MORTO!

    GABARITO: (A)

    Exerccio 2

    (Economia, INVEST RIO, 2010, FunRio) A carga tributria brasileira considerada elevada "vis--vis" os bens e servios pblicos

    ofertados e superior de outros pases de renda mdia. Assinale a

    alternativa que apresenta um dos problemas associados ao sistema tributrio brasileiro.

    a) Elevada tributao sobre a renda de pessoas fsicas.

    b) Concentrao da arrecadao na produo e circulao de bens.

    c) Ampla participao de impostos sobre o valor adicionado.

    d) Alta ineficincia no processo de arrecadao.

    e) Reduzida autonomia fiscal de estados e municpios.

    Veja que a questo fala sobre a arrecadao tributria e os bens e servios

    ofertados pelo governo brasileiro, ou seja, o poder do governo de promover uma melhor distribuio de renda!

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    Na alternativa (E), a questo afirma que esse problema est ligado

    Reduzida autonomia fiscal de estados e municpios. Ora, a autonomia fiscal de estados e municpios no pode ser considerada como o fator de

    maior relevncia na proviso de bens pblicos, j que, mesmo que existisse mais autonomia, no h garantias de que houvesse melhor proviso dos

    bens e servios de utilidade pblica. Logo, tal situao no est atrelada, necessariamente, a uma melhora na proviso de desses tipos de bens.

    A letra (D), por sua vez, fala sobre a alta ineficincia no processo de

    arrecadao.

    Essa a, nem precisa saber economia para saber que est falsa, no verdade? Pois , o nosso governo pode no ser muito bom em distribuir,

    mas em tirar da populao, ele mestre! Logo, no possvel dizer que a nossa arrecadao tributria ineficiente, tendo em vista que o Brasil um

    dos pases que mais arrecada impostos no mundo!

    Para responder a assertiva (C), que afirma que a Ampla participao de impostos sobre o valor adicionado que gera problemas no sistema

    tributrio nacional, precisamos compreender, antes de mais nada, o que vem a ser o valor adicionado. A caixinha abaixo mostra essa definio.

    Imagine uma economia bastante simplificada que produza apenas um bem:

    o po.

    Como ns sabemos, para produzir o po, necessrio comprar a farinha de trigo que, por sua vez, para ser produzida, precisar de gros de trigo, que

    precisaro de sementes, etc.

    Agora imagine o seguinte. Para produzir R$ 1.200,00 em pes, eu utilize R$ 1.000,00 em farinha de trigo. Agora imagine que eu deseje saber em qual a

    colaborao do setor produo de po para a economia. Em quanto aumentou o valor produo da economia aumentou quando decidimos

    produzir pes ao invs de vender apenas a farinha de trigo.

    Com base no exemplo acima, possvel ver que a economia aumentou o seu valor em R$ 200,00 com a produo de pes! Ou seja, o valor adicionado

    pelo setor de pes na economia foi de R$ 200,00!

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    Em termos mais tcnicos, o valor adicionado reside na contribuio

    de que cada unidade produtiva acrescenta sobre o insumo para repassar o bem ou servio para a frente.

    O valor adicionado pode ser expresso pela seguinte frmula:

    Valor adicionado = consumo final somatrio dos consumos intermedirios

    Compreendido? Ou seja, se o governo desejar implementar impostos sobre o valor adicionado (como o caso do ICMS, por exemplo), para a empresa

    que paga impostos, ela no pagar sobre todo o valor de suas receitas, mas ela tirar o valor dos insumos utilizados para a produo do bem final.

    Quando isso acontece, ao invs de termos um problema na arrecadao,

    teremos uma maior eficincia na arrecadao dos impostos por uma razo simples: se o proprietrio da padaria no pagar os seus impostos devidos, o

    dono do moinho de farinha de trigo o far, logo, o governo no perder grandes somas de impostos!

    Assim, pode-se dizer que haver maiores problemas no sistema tributrio de

    um pas no quando os impostos so arrecadados em termos de valor adicionado, mas quando h a incidncia de impostos em cascata (ou os

    impostos sobre impostos). Ou seja, o ltimo produtor (no nosso caso, o dono da padaria) paga todos os impostos, ou ainda quando a empresa paga

    impostos sobre as suas receitas totais. Assim, se ele deixar de pagar, o

    governo perder todo o ganho que ele teria com aquela determinada cadeia produtiva, o que gera muitas perdas para o governo. Alm disso, os

    produtores possuem um grande incentivo a fraudar o sistema, o que gera, em grande parte dos casos, uma forte ineficincia na arrecadao.

    Logo, a alternativa (C) incorreta.

    De toda forma, mesmo que ao invs de impostos sobre o valor adicionado, a questo falasse sobre impostos em cascata, ainda assim a questo no

    estaria correta j que a imposio de impostos em cascata no geram, necessariamente, problemas ligados a no consonncia entre valores

    arrecadados e valores investidos. Compreende? Os impostos em cascata

    explicam, sim, uma maior ineficincia na arrecadao, mas no respondem ao que a questo pede!

    A letra (B) diz que Concentrao da arrecadao na produo e circulao de bens. Eis a a resposta correta! Por que ela correta? Porque

    s lembrar do que falamos sobre impostos que incidem sobre os bens!

    Quanto maior for a incidncia dos impostos sobre os bens, maior tende a ser a participao da populao de renda mais baixa na arrecadao de

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    impostos. Logo, ao invs de ser beneficiada com a imposio de um

    imposto, a populao de menor renda termina por ser prejudicada. Esse fato explica porque o Brasil possui uma forte diferena entre arrecadao

    tributria e bens e servios ofertados.

    A letra (A) afirma que a elevada tributao sobre a renda de pessoas

    fsicas um dos problemas associados ao sistema tributrio brasileiro. Ora,

    note que esse , na verdade, o mtodo mais eficiente de equalizar a renda (dentre os mtodos disponveis). Quanto maior a renda, maior a alquota

    do imposto. Com isso, o sistema tributrio tende a ser mais equalizado! Logo, como a alternativa (A) afirma que esse um problema, ela tambm

    incorreta.

    GABARITO: (B)

    Exerccio 3

    (Auditor Fiscal SEFAZ/RJ, FGV, 2010) 1. A respeito do sistema de

    tributao, analise as afirmativas a seguir:

    I. Um sistema eficiente nem sempre equitativo. II. Em termos de eficincia econmica, mais eficiente em um

    sistema tributrio elevar a cobrana de impostos sobre produtos com baixa elasticidade do que sobre produtos com elevada

    elasticidade. III. A utilizao de impostos sobre valor agregado introduz o efeito

    cascata, que eleva a eficincia. Assinale

    a) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

    b) se nenhuma afirmativa for verdadeira.

    c) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras. d) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.

    e) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.

    Eis a a nossa ltima questo sobre impostos e a interveno do governo na

    economia atravs da funo distributiva! Vamos colocar para quebrar?

    Para responder o ponto (I), voc precisa lembrar do Sr. e da Sra. Silva! Lembra deles?

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    Lembra da historinha do Pareto? O que que Pareto dizia? Que um sistema dito eficiente se no h forma de melhorar a situao de um agente

    econmico sem piorar a de outro.

    E dentro dessa definio qual a palavra que aparece? EFICIENTE! Assim, no

    caso do Sr. e da Sra. Silva, bem claro que no um sistema equitativo,

    mas , certamente, um sistema eficiente. Logo, o ponto (I) verdadeiro. A prova disso o que vemos atravs da situao do Sr. e a Sra. Silva.

    E o que dizer sobre o ponto (II)? Em termos de eficincia econmica, mais eficiente em um sistema tributrio elevar a cobrana de

    impostos sobre produtos com baixa elasticidade do que sobre

    produtos com elevada elasticidade. Essa a precisa dizer mais alguma coisa?? No, n?

    Quanto menor for a elasticidade de um bem com relao aos preos, menores tendem a ser as perdas de peso morto geradas pela imposio de

    um imposto (quem tiver dvidas sobre elasticidades, pode olhar o anexo 2

    sobre elasticidades que est disponvel no site, ok? Mais umas pginas para voc relembrar). Se um bem possui curvas de demanda e de oferta com

    elevadas elasticidades-preo, a imposio de um imposto tende a gerar grandes perdas de peso morto. Logo, a alternativa (II) tambm

    verdadeira.

    Com isso, j podemos excluir as letras (B), (D) e (E), sobrando apenas as alternativas (A) e (C).

    Para ver qual a alternativa que gabarita a questo, vamos ver o ponto (III). Ele diz que A utilizao de impostos sobre valor agregado

    introduz o efeito cascata, que eleva a eficincia. Veja que, nesse caso,

    a alternativa incorreta j que os impostos em cascata tendem a reduzir o nvel de eficincia da economia, enquanto que os impostos sobre o valor

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    adicionado (como vimos acima), tendem a aumentar a efiencia j que os

    impostos incidiro apenas sobre o valor de fato produzido pela empresa, no por toda a receita gerada!

    Assim, como o ponto (III) falso, temos que a letra correta a (C). Apenas as afirmativas (I) e (II) so verdadeiras.

    GABARITO: C

    Alm das transferncias e dos impostos, o governo tambm pode executar a

    sua funo distributiva via mercado de bens e servios atravs do controle de preos seja por preo mximo, seja por preo mnimo.

    Uma das justificativas para que o governo utilize esse tipo de poltica que

    esse tipo de interveno que, em muitos casos, possvel gerar uma melhor distribuio de recursos entre os agentes econmicos. Uma forma de

    ver isso a implementao de teto de preos ou preo mximo (como os observados para o caso da energia eltrica na maior parte dos estados) ou a

    instituio de um preo mnimo, como o caso do salrio mnimo, que garante uma remunerao mnima para as pessoas que possuem menor qualificao.

    Ocorrer o preo mximo, quando o governo instaura um preo a acima do

    qual determinada empresa no poder fixar o seu preo. Isso acontece frequentemente no Brasil quando falamos das empresas que transmitem

    energia eltrica, como visto no exemplo acima. Quais so os efeitos da implantao de um preo mximo? Simples, vamos ver com a ajuda do

    grfico?

    Primeira coisa que voc deve ter observado: falou-se em preo mximo,

    estaremos falando, necessariamente, de um preo abaixo do preo de equilbrio. Por que isso? Porque se o governo institusse um preo mximo

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    acima do preo de equilbrio no haveria distoro! J que se o governo

    colocar um preo muito alto, as empresas desejaro produzir mais, mas os consumidores s aumentaro o seu nvel de consumo por um preo mais

    baixo. Nesse processo de ajuste, o preo voltar ao seu equilbrio inicial.

    Agora que voc compreendeu que preo mximo um preo,

    necessariamente menor que o preo de equilbrio, vamos continuar analisando.

    Na figura acima, ns temos que P2 o preo mximo do mercado em anlise. Tambm possvel perceber que P2 um nvel de preos menor

    que o preo de equilbrio (P3). O que acontecer nesse caso?

    Com a instaurao de um preo mais baixo que o preo de equilbrio pelo

    governo, as empresas passaro a produzir menos e os consumidores desejaro consumir mais. Nesse caso, assim como visto no grfico, haver a

    formao de um excesso de demanda: mais bens sero demandados do que ofertados.

    Diferentemente do que acontece em um mercado no regulado, tal

    interveno gera uma distoro que s poder ser removida do mercado caso haja uma nova interveno do governo no sentido de retirar a anterior!

    No caso do preo mnimo, a anlise exatamente contrria ao que foi visto no caso do preo mximo. Nessa situao, o governo instaurar um preo

    mnimo, por exemplo, para um velho conhecido nosso: o salrio mnimo! Voc j se perguntou por que existe o salrio mnimo? Ele existe para

    garantir que determinados funcionrios que no tm qualificao suficiente possa ter o mnimo para garantir o seu sustento.

    No formato que existe no Brasil hoje, o salrio mnimo pode ser considerado inconstitucional, uma vez que, de acordo com a Constituio, ele deveria

    garantir acesso a educao, sade, alimentao e lazer. difcil pensar que com R$ 622,00 algum consiga fazer isso tudo.

    No caso do salrio mnimo ou de qualquer outro preo mnimo, no

    teremos um preo menor que o preo de equilbrio, mas um preo maior, como eu havia dito anteriormente. O efeito do preo mnimo mostrado

    abaixo:

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    Veja que no caso do preo mnimo, haver a formao de um excesso de oferta, no um excesso de demanda. Com o aumento do preo que

    anteriormente prevalecia no mercado, mais empresas buscaro aumentar o

    volume ofertado e menos consumidores demandaro o bem com o aumento do preo.

    No caso do salrio mnimo, o raciocnio exatamente o inverso: com o aumento do salrio mnimo, mais pessoas procuraro ofertar a sua mo de

    obra e menos empresas buscaro contratar.

    Entendido? Para compreender ainda melhor, vamos para um exemplo com

    uma questo da Cespe.

    Exerccio 4

    (CEARPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logstico Economia, 2004) O binmio referente escassez e escolha sintetiza o problema central da cincia econmica. A esse

    respeito, julgue os itens a seguir.

    Polticas de salrio mnimo, que levem fixao das remuneraes substancialmente acima daquelas que

    prevaleceriam no livre mercado, conduzem a economia para um

    ponto situado no interior da curva de possibilidade de produo.

    Vamos ver essa? Analise o seguinte: se o governo aumentar os salrios

    atravs de um aumento dos salrios mnimos, por exemplo, o que vai acontecer? Mais pessoas desejaro trabalhar por esse salrio e menos

    empresas desejaro contratar, certo? Nesse caso, haver um excesso de

    oferta por parte dos trabalhadores. Com o aumento dos salrios, menos

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    vagas de trabalho estaro disponveis, logo teremos trabalhadores

    desempregados.

    Se voc lembrar da curva de possibilidade de produo, vai recordar que s

    possivel ser eficiente se TODOS os fatores produtivos estiverem empregados. Com o aumento do salrio mnimo, isso gerar desemprego e o

    desemprego far com que a economia se mova para um ponto dentro da curva de possibilidades de produo.

    GABARITO: VERDADEIRA

    Exerccio 5

    (DPF, Escrivo da Polcia Federal, 2009, CESPE) Julgue o prximo

    item, relativo ao estabelecimento de quotas e preos mximos e mnimos.

    [64] Quando o governo adota uma poltica de preos mnimos para

    determinado produto, com vistas garantia de renda e ao estmulo da produo, ao optar pela poltica de compra, pagar ao produtor a

    diferena entre o preo pago pelo consumidor no mercado e o preo

    mnimo definido.

    Veja, na questo acima, o governo implementa uma poltica de preos

    mnimos. A princpio, o que isso gerar? Como vimos, isso gerar um excesso de oferta. Nesse caso, a questo diz que o excesso de oferta ser

    comprado pela diferena entre o preo pago pelo consumidor no

    mercado e o preo mnimo definido. Veja que isso no pode ser verdade por algumas razes: a primeira delas que o preo pago pelo consumidor

    exatamente o preo mnimo, ento o governo pagaria zero? Absolutamente!

    Nesse caso, para que o governo possa manter a renda da economia, ele

    dever pagar exatamente o preo mnimo, no a diferena! Compreendido?

    GABARITO: FALSO

    Para terminar as formas de atuao do governo quando na execuo da funo distributiva, precisamos conversar sobre os trs ltimos itens: os

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    subsdios, as tarifas e as quotas. Eles so os itens mais curtos, por isso,

    foram agrupados.

    Para o primeiro caso, o subsdio exatamente o contrrio do que foi visto no

    imposto. Se a alquota do imposto pode ser vista como uma perda social, o imposto visto como o ganho. Contudo, de forma contrria ao que acontece

    no caso do imposto, o subsdio aumenta a quantidade de equilbrio.

    No que diz respeito s quotas, elas so determinadas como uma limitao

    da quantidade produzida. Nesse caso, embora as empresas desejem

    comercializar os bens, no podero porque o governo limita a quantidade.

    Por fim, no que diz respeito s tarifas, elas sero implementadas

    principalmente no comrcio entre os pases. Elas so nada menos que um aumento de preos dos bens importados. Isso ajuda no aumento da

    produo domstica alm de gerar ganhos para os empresrios.

    Resumindo, para finalizar, toda vez que falarmos sobre a funo distributiva do governo, eu quero

    que voc lembre de, primeiro do objetivo: equidade

    de renda. Depois, preciso que voc lembre das formas de atuao: impostos, transferncias,

    preo mximo, preo mnimo. H ainda os subsdios e as quotas que podem ser utilizados

    como formas de atuao.

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    1.2. A funo alocativa

    Agora que j compreendemos de que forma o governo diminui a

    desigualdade de renda, vamos compreender como o governo atua no sentido de prover bens e servios pblicos. Essa ao o que chamamos de

    funo alocativa.

    Muitos alunos confundem as funes alocativa e distributiva desempenhadas pelo governo j que elas parecem ser bastantes semelhantes em um ponto:

    Elas visam a melhorar a qualidade de vida da populao de menor renda. Contudo, diferentemente da funo distributiva, a funo alocativa est

    ligada a atuao do governo enquanto provedor de bens pblicos ou semi-pblicos.

    Antes de continuar, vale aqui uma explicao simples sobre os bens

    pblicos. De maneira diferente ao que voc viu no direito, em economia, um bem pblico pode ter origem privada (embora na maior parte dos casos no

    haja a produo de bens pblicos por agentes privados). Assim, um bem pblico qualquer bem que seja no-excludente (ou seja, de acordo com

    o Krugman, o fornecedor no pode impedir o consumo do bem por pessoas que no pagam por ele) e no-rival (ou seja, ainda de acordo com o

    Krugman, quando mais de uma pessoa pode consumir a mesma unidade do

    bem ao mesmo tempo). Um bom exemplo de bens pblicos puros seria o farol de navegao martima. O produtor do farol no pode impedir que os

    navios se guiem por ele. Alm disso, o fato de eu utilizar o farol como guia no impede que voc tambm o utilize.

    Logicamente, no simples encontrar um bem pblico puro, dessa forma,

    alm de prover o bem pblico puro, o governo tambm oferece os bens semi-pblicos (bens que so rivais e no excludentes ou no rivais e

    excludentes).

    Dessa forma, quando o governo produz, por exemplo, sade pblica, ele

    est atuando segundo a sua funo alocativa. ainda dentro da funo

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    alocativa que ns podemos chamar o governo de produtor. Quando

    produz determinados bens, o governo acaba por prover produtos e servios que, no livre mercado, no seriam oferecidos pelas empresas.

    Note que, no caso da execuo da funo alocativa, o governo no atua diretamente em contato com qualquer agente econmico. Ele o faz de forma

    indereta, atuando no mercado de bens e servios.

    Vamos ver um exerccio sobre bens pblicos para ficar bem claro?

    Exerccio 6

    (BNDES, Engenheiro, 2011, Cesgranrio) Uma caracterstica

    fundamental de um bem ou servio pblico a no rivalidade, isto , ser

    a) usado ou consumido por todos, a custo social zero. b) usado ou consumido por algum, sem impossibilitar outro de

    faz-lo tambm. c) produzido tanto por empresas pblicas quanto por empresas

    privadas. d) produzido para mercados cooperativos, e no para mercados

    competitivos. e) difcil impedir que uma pessoa no o use, se assim o desejar.

    Olha a a definio que ns vimos logo acima!

    Um bem no-rival se, de acordo com o Krugman, quando mais de uma

    pessoa pode consumir a mesma unidade do bem ao mesmo tempo. Com essa definio na mente, vamos ver cada uma das alternativas juntos?

    A letra (A) afirma que um bem no rival se ele pode usado ou consumido por todos, a custo social zero. Aqui vai uma definio

    importante: Custo social. Esse custo dado pela soma do custo privado

    com o custo externo (o custo gerado ao meio ambiente, por exemplo, quando h a produo de um bem. A poluio seria um bom exemplo para

    isso). Logo, se h a produo de um bem, mesmo que no exista o custo externo, existir, necessariamente, o custo privado (ou o custo de

    produo). Dessa forma, a alternativa errada por duas razes: (i) o custo social no zero quando h a utilizao do bem; (ii) Essa definio no

    ligada ao conceito de no rivalidade!

    A letra (B) diz que a no rivalidade quando um bem pode ser usado ou consumido por algum, sem impossibilitar outro de faz-lo tambm.

    Ou seja, a alternativa (B) justamente a letra correta. Ela traz, em sua

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    essncia, todas as informaes necessrias para que voc compreenda o

    que a no rivalidade.

    A alternativa (C) diz que a caracterstica de no rivalidade de um bem

    pblico quando esse bem pode ser produzido tanto por empresas pblicas quanto por empresas privadas. Veja, a princpio voc pode

    pensar que essa a alternativa verdadeira, j que os bens pblicos podem,

    de fato, ser produzidos tanto por empresas pblicas quanto por empresas privas. Mas... a questo fala, especificamente sobre a caracterstica da no

    rivalidade e, sobre isso o item no atende o que solicitado. Logo, a alternativa (C) falsa.

    A alternativa (D), por sua vez, afirma que a caracterstica da no rivalidade

    quando o bem pblico produzido para mercados cooperativos, e no para mercados competitivos. Veja que essa definio est extremamente

    distante do que ns vimos at ento. Na verdade, ela no tem nada com o que ns vimos anteriormente. Os bens pblicos so produzidos no para

    mercados, mas para agentes econmicos.

    Finalmente, a assertiva (E) afirma que a caracterstica da no rivalidade quando difcil impedir que uma pessoa no o use, se assim o

    desejar. Difcil? Como assim, difcil? Na verdade, impossvel impedir que determinada pessoa utilize o bem! Essa a definio de no rivalidade.

    No que seja difcil que simplesmente impossvel fazer isso!

    GABARITO: B

    Uma outra forma de atuao do governo quando da execuo da funo

    alocativa pode ser observada atravs da emisso de subsdios s empresas. Nesse caso, o governo acaba gerando uma conexo direta com as

    empresas, provocando o aparecimento de uma nova setinha no diagrama do fluxo circular da riqueza, como vemos abaixo.

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    No caso acima, ns podemos observar claramente que esse tipo de interveno governamental fere o princpio do fluxo circular da riqueza

    justamente por cortar o crculo gerado. Em muitos casos, o governo realiza esse tipo de interveno via iseno de impostos, incentivando as empresas

    a produzir bens que seria providos pela iniciativa pblica.

    Finalmente, vale notar que, muitas vezes, quando o governo executa a sua funo alocativa ele est tambm executando a funo distributiva, j

    que como o governo est produzindo bens pblicos que atendem a populao de menor faixa de renda (como hospitais pblicos, escolas

    pblicas, etc), ele acaba por melhor distribuir os recursos da economia tambm!

    1.3. A funo estabilizadora

    Eis a uma funo que o governo realiza na macroeconomia! Ele estabiliza o

    que ns chamamos de ciclos econmicos. Como ele faz isso?

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    Simples: Todo mundo quer que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil

    cresa 15% por ano. Certo? Com o crescimento do PIB, mais produtos so gerados, mais empregos so criados. O Brasil entra em um crculo virtuoso

    de crescimento! Mas qual o risco de crescer assim?

    O risco de crescer desse jeito que tal crescimento quando no relizado de

    forma sustentvel, ele pode gerar inflao ou ainda uma recesso em um

    perodo posterior, o que seria muito ruim para a sociedade.

    Observando isso, o governo busca estabilizar a economia para que a

    economia nem cresa de forma desordenada nem entre em uma recesso extrema.

    Para executar a funo estabilizadora, o governo utiliza o que ns

    chamamos de polticas econmicas. As duas mais conhecidas so as polticas fiscal e monetria. A primeira a atuao direta do governo no mercado de

    bens e servio. A segunda a atuao no mercado monetrio (uma parte do mercado de ativos financeiros). Por terem caractersticas bastante

    especficas, as formas de atuao do governo quando da execuo da funo

    estabilizadora sero vistas na aula que vem. Por hora, eu preciso que voc compreenda que quando ns falamos em funo estabilizadora,

    estaremos falando da interveno do governo na macroconomia, no na micro, como vimos com as funes distributiva e alocativa.

    Vamos ver uns exerccios sobre as trs funes vistas at agora?

    Exerccio 7

    (Economista BADESC, 2010, FGV) 10. As funes do governo so:

    X. alocativa;

    Y. distributiva; Z. estabilizadora.

    Em relao a essas funes so feitas as afirmativas a seguir.

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    I. Utiliza os instrumentos macroeconmicos para manter adequado o

    nvel de utilizao dos recursos produtivos, sem criar problemas inflacionrios

    II. Deve contrabalanar os princpios da equidade e eficincia de forma a no criar incentivos perversos para os recipientes ou

    financiadores de polticas sociais.

    III. Estabelece incentivos para resolver problemas de ineficncia em determinados mercados microeconmicos.

    Assinale a alternativa que apresenta a combinao correta entre as

    funes e as afirmativas. a) X-I, Y-II e Z-III

    b) X-III, Y-II e Z-I c) X-I, Y-III e Z-II

    d) X-II, Y-I e Z-I e) X-III, Y-I e Z-II

    Essa questo muito boa porque ela busca as palavras-chave de ligam as

    funes do governo. Vamos ligar os pontinhos?

    O ponto I diz que o governo Utiliza os instrumentos macroeconmicos para manter adequado o nvel de utilizao dos recursos produtivos,

    sem criar problemas inflacionrios. Eu vi MACROECONMICOS? Se a questo falou em instrumentos macroeconmicos, no tem nem o que

    pensar, Funo Estabilizadora! Logo, Z-I.

    Vamos voltar nas alternativas: apenas sabendo isso, podemos excluir as alternativas (A), (C) e (E), sobrando apenas as alternativas (B) e (D).

    vamos ver mais?

    X. alocativa; Y. distributiva;

    Z. estabilizadora.

    I. Utiliza os instrumentos macroeconmicos para manter

    adequado o nvel de utilizao dos recursos produtivos, sem

    criar problemas inflacionrios II. Deve contrabalanar os

    princpios da equidade e eficincia de forma a no criar

    incentivos perversos para os recipientes ou financiadores de

    polticas sociais. III. Estabelece incentivos para

    resolver problemas de ineficncia em determinados

    mercados microeconmicos.

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    O ponto II afirma que o governo Deve contrabalanar os princpios da equidade e eficincia de forma a no criar incentivos perversos para

    os recipientes ou financiadores de polticas sociais. Falou-se em EQUIDADE? Vamos lembrar de quem? Da Funo Distributiva! Ora, o

    governo quer, atravs de impostos e transferncias, reduzir a diferena de renda entre os ricos e os pobres sem que isso gere grandes problemas

    sociais (ou sem gerar grandes perdas de peso morto!). Assim, no tem nem o que pensar, Y-II.

    Apenas com essas duas ligaes, ns j podemos ver que a alternativa correta a letra (B)! Mas vamos terminar a anlise?

    O ponto (III) afirma que o governo Estabelece incentivos para resolver problemas de ineficncia em determinados mercados

    microeconmicos. Esse ser o caso da funo alocativa que utilizada

    pelo governo quando esse deseja reduzir as falhas de mercado com a proviso dos bens pblicos!

    GABARITO: B

    Exerccio 8

    (Economia INVEST RIO 2010 FunRio) Utilizao de transferncias,

    produo e proviso de bens ou servios pblicos e o uso da poltica econmica visando proteger a de flutuaes bruscas so conceitos

    ligados, respectivamente, s seguintes funes bsicas da poltica

    fiscal:

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    a) funo alocativa - funo produtiva - funo estabilizadora.

    b) funo estabilizadora - funo alocativa - funo distributiva.

    c) funo alocativa - funo distributiva - funo estabilizadora.

    d) funo distributiva - funo alocativa - funo estabilizadora.

    e) funo distributiva - funo estabilizadora - funo alocativa.

    Vejamos no enunciado. Primeiro ele fala sobre: Utilizao de

    transferncias. Qual a funo do governo que fala de transferncias? A FUNO DISTRIBUTIVA!

    Continuando, o enunciado fala sobre produo e proviso de bens ou servios pblicos. Que funo essa? FUNO ALOCATIVA!

    Por fim, o enunciado fala sobre o uso da poltica econmica visando

    proteger a de flutuaes bruscas. Tem o que pensar? FUNO ESTABILIZADORA!

    GABARITO: D

    1.4. A funo reguladora

    Antes de falar sobre a funo reguladora propriamente dita, preciso que

    voc note que na questo anterior ela no foi considerada como uma das funes do governo. Embora sua importncia seja cada vez maior na

    economia, ainda no existe concordncia entre os economistas sobre sua caracterizao ou no como funo do governo. Na questo 9, que veremos

    a seguir, ela considerada como funo do governo. Dessa forma, se

    aparecerem apenas as trs primeiras funes, consideremos a alternativa como correta. Se aparecerem as quatro funes, consideraremos essa a

    alternativa correta, ok?

    Primeira coisa que ns precisamos saber: por que os governos regulam?

    A razo para que no Brasil, exista uma forte preocupao com a regulao

    tem crescido ao longo do ltimos 20 anos. Desde o governo Collor, em que se iniciou o processo de privatizaes no Brasil, a proviso de servios de

    utilidade pblica (como energia, telefonia, gs, etc) tem sido realizada por empresas privadas. Assim, para evitar que essas empresas realizem prticas

    abusivas, o governo atua na economia regulando a ao dessas empresas.

    Uma informao importante e que nem sempre de conhecimento geral diz respeito ao processo de privatizao. Veja que, nesse processo, o governo

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    no deixa de ser o titular do servio prestado. Na verdade, com a

    privatizao, o governo apenas muda de posio: deixa de ser o provedor ou prestador do servio, passando a ser o cedente (ele cede o direito de

    produzir determinado bem ou servio) e o regulador (ele verifica se os preos ou tarifas cobrados esto de acordo com as estruturas de custos da

    empresa).

    Logicamente, no so apenas as empresas privatizadas que sofrem regulao. Todo e qualquer ato de empresas privadas que possam ser

    caracterizados como abusivos so analisados pelo governo na implementao de sua funo reguladora. Um exemplo no to recente diz

    respeito parceria entre Tam e Gol na oferta de servios de voos comerciais. Embora fosse extremamente interessante para as duas

    empresas, tal prtica no foi autorizada pelo governo uma vez que poderia caracterizar a formao de um cartel dentro do setor areo comercial

    brasileiro.

    Assim, seja regulando empresas privatizadas ou empresas privadas, o governo, com a funo reguladora consegue manter o grau de

    concorrncia nos mercados, o que gera ganhos de eficincia, gerando, de forma mais ampla, ganhos de bem estar.

    Para que seja possvel regular os mercados, preciso que o governo utilize

    instrumentos. Entre os instrumentos mais frequentes nas provas de concurso, as Agncias Reguladoras se destacam como por se

    encarregarem de zelar pelo interesse pblico, garantindo o fornecimento, a qualidade do servio e a adequao das tarifas empregadas. De acordo com

    o professor Heber Carvalho, podemos citar os principais objetivos da regulao como sendo:

    O bem-estar do consumidor;

    A melhora da eficincia alocativa, onde se realiza o maior volume de transaes econmicas, com a gerao de maior renda agregada possvel;

    A melhora da eficincia distributiva, onde, em virtude da regulao, reduzida a capacidade do produtor de apropriar excedentes econmicos;

    A melhora da eficincia produtiva, em que se busca o mximo de rendimento ao menor custo;

    Universalizao e qualidade dos servios (a serem prestados por um preo justo, no o menor possvel);

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    Interconexo entre os diferentes provedores (interoperabilidade da rede pblica);

    Segurana e a proteo ambiental;

    Estabelecimento de regras de concorrncia, definindo quais mercados sero abertos, para quantos concorrentes e como assegurar uma justa competio;

    Determinao da estrutura tarifria, principalmente no que diz respeito ao tipo de mecanismo de controle das tarifas dos segmentos regulamentados.

    Finalemente, abaixo, vemos as principais funes do rgo regulador:

    A defesa e interpretao das regras, alm da sugesto de novas regras que facilitem as relaes que resolvam os conflitos entre os atores incluindo tambm os conflitos com o poder concedente;

    A definio operacional de alguns conceitos fundamentais a serem includos nos contratos de concesso;

    A investigao e a denncia de atividades anticompetitivas ou abuso do monoplio concedido (esse ltimo ponto vale, principalmente, para as empresas privatizadas em que o servio de utilidade pblica

    unicamente oferecido por elas).

    Finalmente, para concluir a parte terica da aula de hoje, posto aqui uma lista que contempla algumas Agncias Reguladoras no Brasil. Voc no

    precisar decorar esse material, basta apenas dar uma olhada para ficar familiarizado com o assunto, ok?

    Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL): autarquia que tem como funo implementar a poltica nacional de energia eltrica, assim como

    fiscalizar as atividades do setor e prevenir e repreender as infraes da ordem econmica, respeitando o que for de competncia do CADE, alm de

    participar das licitaes de contratos de concesso de energia eltrica.

    Agncia Nacional de Telecomunicaes (ANATEL): autarquia destinada a coordenar a reestruturao do sistema de telecomunicaes, alm de participar das licitaes de contratos de concesso de telefonia.

    Agncia Nacional do Petrleo (ANP): autarquia vinculada ao Ministrio de Minas e Energia, que fiscaliza e regula as atividades relacionadas indstria petrolfera.

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    Agncia Nacional de Sade (ANS): autarquia vinculada ao Ministrio da Sade que controla e regula a relao entre prestadores e consumidores na rea da sade.

    Superintendncia de Seguros Privados (SUSEP): rgo do Ministrio da Fazenda responsvel por fiscalizar o mercado de seguros e previdncias privadas.

    Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE): autarquia vinculada ao Ministrio da Justia que pune infraes ordem econmica, controla condutas e previne atos de concentrao que possam apresentar

    danos concorrncia.

    Exerccio 9

    (Economista, DPU, 2010, CESPE) Acerca do papel do governo na

    economia, assinale a opo correta.

    a) Se o objetivo da poltica econmica consiste em aumentar o nvel de investimento do pas, a autoridade governamental dever reduzir

    a poupana bruta do setor privado, aumentar o saldo do governo em conta-corrente e aumentar o deficit do balano de pagamentos em

    transaes correntes.

    b) Para uma economia cuja finalidade da poltica econmica seja

    fazer a distribuio equitativa da renda, o governo deve adotar tributos indiretos e taxas proporcionais.

    c) A existncia de falhas de mercado que levem desigualdade na

    distribuio da riqueza, no est relacionada aos objetivos do Estado, quais sejam eficincia, equidade e estabilidade.

    d) Por eficincia, entende-se que os impostos devem ser

    progressivos, isto , os agentes que recebem as maiores rendas devem se enquadrar em uma faixa de tributao mais elevada.

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    e) As polticas macroeconmicas de estabilizao e crescimento

    econmico incluem as polticas fiscal e monetria, envolvendo o poder de cobrar impostos e a determinao da oferta de moeda e da

    sensibilidade da economia s taxas de juros.

    No vamos analisar a letra (A) porque ela muito distante do que precisaremos na prova, ok? Ento, foquemos nas demais alternativas a

    respeito do papel do governo.

    A letra (B) diz que Para uma economia cuja finalidade da poltica econmica seja fazer a distribuio equitativa da renda, o governo

    deve adotar tributos indiretos e taxas proporcionais. Impostos indiretos? Os impostos indiretos o que ns j conhecemos como impostos

    sobre os bens. O que acontece quando o governo implementa impostos que incidem sobre os bens? O que, o que, o que? Os menos favorecidos arcam

    com a maior parte dos impostos, ou seja, ao invs de melhor a distribuio de renda, a existncia de impostos indiretos tende a no reduzir a diferena

    de renda entre os agentes econmicos, podendo ainda aumentar a diferena

    de renda, caso a distribuio no seja realizada de forma adequada!

    Desa forma, a alternativa (B) incorreta. Para que ela pudesse ser

    considerada correta, deveria afirmar que: Para uma economia cuja finalidade da poltica econmica seja fazer a distribuio equitativa

    da renda, o governo deve adotar tributos DIRETOS e taxas

    proporcionais.

    S para que voc compreenda, a questo das taxas proporcionais esto

    corretas (seria como um imposto de renda!).

    Continuando, a assertiva (C) diz que A existncia de falhas de mercado que levem desigualdade na distribuio da riqueza, no est

    relacionada aos objetivos do Estado, quais sejam eficincia, equidade e estabilidade. Essa aqui muito boa! Primeira coisa: falhas de mercado. Elas acontecem quando o mercado, por alguma razo no capaz de funcionar adequdamente. Um exemplo disso quando alguma empresa

    produz um determinado bem emitindo poluio no meio ambiente. Nesse

    caso, cabe ao governo atuar no sentido de regular o mercado para que a empresa geradora de tal falha seja responsabilizada, por exemplo. Logo, j

    da podemos ver que a questo falsa j que esse fato est diretamente ligado aos objetivos do Estado ou, para simplificar em economia, do

    governo.

    Mas esse no o nico erro da alternativa. Ela continua dizendo que as funes do governo so eficincia, equidade e estabilidade.

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    Ns j vimos que o governo possui quatro funes bem distintas:

    Funo Distributiva

    Funo Alocativa

    Funo Estabilizadora

    Funo Reguladora

    Assim, apenas sabendo as funes do governo, ns j podemos ver que a

    questo est incorreta!

    A letra (D) afirma que Por eficincia, entende-se que os impostos devem ser progressivos, isto , os agentes que recebem as maiores

    rendas devem se enquadrar em uma faixa de tributao mais elevada. Essa aqui aquela que ns chamamos de casca de banana! E

    estaria certa, se ns trocssemos apenas uma palavra!

    Por EQUIDADE, entende-se que os impostos devem ser progressivos, isto , os agentes que recebem as maiores rendas devem se

    enquadrar em uma faixa de tributao mais elevada.

    Pois , o erro da questo que ela d a definio de equidade e troca apenas o termo eficincia. Nesse caso, no tem nem o que pensar! Quem

    fala de reduo de desigualdade a equidade, no a eficincia (a eficincia amiga do Pareto, lembra?)

    Por fim, nos sobrou a letra (E), que ser a alternativa correta. Ela diz que As

    polticas macroeconmicas de estabilizao e crescimento econmico incluem as polticas fiscal e monetria, envolvendo o

    poder de cobrar impostos e a determinao da oferta de moeda e da sensibilidade da economia s taxas de juros, o que , verdadeiramente

    correto. Logicamente, por hora parece meio vago, mas como eu tinha dito antes, precisaremos de uma aula inteira para poder falar sobre as formas de

    atuao do governo quando ele fizer intervenes no sentido de estabilizar a economia (pense que ns vamos precisar mexer em muita coisa do Fluxo

    Circular da Riqueza), logo, no d para fazer isso em apenas uma aula, no ?

    GABARITO: E

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    Exerccio 10

    (Auditor do Estado, Cincias Econmicas, SECONT ES 2009) 16. A

    respeito da funo de regulao do Estado e da atuao das agncias reguladoras, julgue os itens a seguir.

    [111] Com a introduo do conceito de Estado regulador, foi

    alterada a suposio de que os servios pblicos devem necessariamente ser prestados diretamente pelos agentes pblicos

    ou rgos da administrao direta.

    Vamos ver essa questozinha da Cespe?

    Vamos l! Veja que no item acima, a questo fala primeiro, do surgimento

    da funo reguladora do governo. Em seguida, a questo afirma que esse

    aparecimento desvinculou a proviso de servios pblicos pelos agentes pblicos ou rgos da administrao direta, o que verdadeiro. Lembre que

    nessa situao, embora o governo continue a ser o titular do servio prestado, ele no mais o prestador, cabendo administrao privada o

    fornecimento do bem ou servio!

    Logo, apenas a partir da funo reguladora que desvinculamos a prestao de servios pblicos dos rgos estritamente pblicos.

    GABARITO: VERDADEIRA

    Exerccio 11

    (Auditor do Estado, Cincias Econmicas, SECONT ES 2009) 16. A

    respeito da funo de regulao do Estado e da atuao das agncias

    reguladoras, julgue os itens a seguir.

    [112] A CF veda que o Estado brasileiro atue diretamente no domnio econmico, explorando atividade econmica de natureza lucrativa,

    em qualquer situao.

    Aqui vale um comentrio! Economia no direito, viu! Ou seja, quando se diz que o governo est atuando diretamente na economia, isso pode ser

    feito via empresas estatais (que caracterizariam a administrao indireta). Dessa forma, seja via empresa ou no, diremos que h uma

    interveno direta do governo na economia. As intervenes indiretas seriam via, por exemplo, subsdios.

    Ficou claro? Caso no tenha ficado, email-me!

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    Bem, chegando a ltima questo da aula de hoje (completando 39 itens

    (contando alternativas e itens de V ou F) analisados, teremos mais 15 itens que ficaro para casa e que sero corrigidos na aula de exerccios, o que

    totaliza 54 itens na nossa primeira aula), vemos que a alternativa no pode ser verdadeira. Para verificar isso, basta lembrar, por exemplo, da

    Petrobrs. Quer exemplo maior de interferncia do Estado na economia? No existe, no ?

    Logo, o governo pode, sim, atuar dentro do domnio econmico, gerando

    lucros para as nossas estatais!

    GABARITO: FALSO

    ***

    Pois bem, meus queridos, com essa ltima questo, conclumos a nossa

    primeira aula direcionada para o novo edital da PF. Embora tenha muitos assuntos velhos, temos o surgimentos de muitas novas abordagens. Isso ser importante para que voc compreenda pontos adiante.

    Do meu lado, a idia cada vez mais termos exerccios que vo cobrir os todos os pontos do edital, deixando voc com todos os macetes para

    respoder a prova.

    Qualquer dvida, sugesto, feedback, reclamao, pode mandar email!

    [email protected]

    Abrao forte do Canad

    Amanda

    ***

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    RESUMO

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    EXERCCIOS COMENTADOS

    Exerccio 12

    (Agente Tcnico Legislativo Direito (Finanas e Oramento) Assemblia Legislativa SP, 2010, FCC) Suponha a imposio de um imposto sobre as vendas de um bem comercializado em um mercado

    em concorrncia perfeita. A arrecadao tributria gerada por esse imposto ser

    a) Inferior soma da perda do excedente do consumidor com a perda do excedente do produtor.

    b) Igual perda de excedente do produtor.

    c) Igual soma da perda do excedente do consumidor com a perda

    do excedente do produtor.

    d) Superior soma da perda do excedente do consumidor com a

    perda do excedente do produtor.

    e) Igual perda de excedente do consumidor.

    Exerccio 13

    (Economia, INVEST RIO, 2010, FunRio) A carga tributria brasileira considerada elevada "vis--vis" os bens e servios pblicos

    ofertados e superior de outros pases de renda mdia. Assinale a alternativa que apresenta um dos problemas associados ao sistema

    tributrio brasileiro.

    a) Elevada tributao sobre a renda de pessoas fsicas.

    b) Concentrao da arrecadao na produo e circulao de bens.

    c) Ampla participao de impostos sobre o valor adicionado.

    d) Alta ineficincia no processo de arrecadao.

    e) Reduzida autonomia fiscal de estados e municpios.

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    Exerccio 14

    (Auditor Fiscal SEFAZ/RJ, FGV, 2010) 1. A respeito do sistema de tributao, analise as afirmativas a seguir:

    I. Um sistema eficiente nem sempre equitativo.

    II. Em termos de eficincia econmica, mais eficiente em um sistema tributrio elevar a cobrana de impostos sobre produtos

    com baixa elasticidade do que sobre produtos com elevada elasticidade.

    III. A utilizao de impostos sobre valor agregado introduz o efeito cascata, que eleva a eficincia.

    Assinale

    a) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

    b) se nenhuma afirmativa for verdadeira. c) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.

    d) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras. e) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.

    Exerccio 15

    (CEARPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logstico Economia, 2004) O binmio referente escassez e escolha sintetiza o problema central da cincia econmica. A esse

    respeito, julgue os itens a seguir.

    Polticas de salrio mnimo, que levem fixao das

    remuneraes substancialmente acima daquelas que prevaleceriam no livre mercado, conduzem a economia para um

    ponto situado no interior da curva de possibilidade de produo.

    Exerccio 16

    (DPF, Escrivo da Polcia Federal, 2009, CESPE) Julgue o prximo item, relativo ao estabelecimento de quotas e preos mximos e

    mnimos.

    [64] Quando o governo adota uma poltica de preos mnimos para determinado produto, com vistas garantia de renda e ao estmulo

    da produo, ao optar pela poltica de compra, pagar ao produtor a

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    diferena entre o preo pago pelo consumidor no mercado e o preo

    mnimo definido.

    Exerccio 17

    (BNDES, Engenheiro, 2011, Cesgranrio) Uma caracterstica fundamental de um bem ou servio pblico a no rivalidade, isto ,

    ser a) usado ou consumido por todos, a custo social zero.

    b) usado ou consumido por algum, sem impossibilitar outro de faz-lo tambm.

    c) produzido tanto por empresas pblicas quanto por empresas privadas.

    d) produzido para mercados cooperativos, e no para mercados

    competitivos. e) difcil impedir que uma pessoa no o use, se assim o desejar.

    Exerccio 18

    (Economista BADESC, 2010, FGV) 10. As funes do governo so:

    X. alocativa; Y. distributiva;

    Z. estabilizadora. Em relao a essas funes so feitas as afirmativas a seguir.

    I. Utiliza os instrumentos macroeconmicos para manter adequado o

    nvel de utilizao dos recursos produtivos, sem criar problemas inflacionrios

    II. Deve contrabalanar os princpios da equidade e eficincia de

    forma a no criar incentivos perversos para os recipientes ou financiadores de polticas sociais.

    III. Estabelece incentivos para resolver problemas de ineficncia em determinados mercados microeconmicos.

    Assinale a alternativa que apresenta a combinao correta entre as

    funes e as afirmativas.

    a) X-I, Y-II e Z-III b) X-III, Y-II e Z-I

    c) X-I, Y-III e Z-II d) X-II, Y-I e Z-I

    e) X-III, Y-I e Z-II

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    Exerccio 19

    (Economia INVEST RIO 2010 FunRio) Utilizao de transferncias, produo e proviso de bens ou servios pblicos e o uso da poltica

    econmica visando proteger a de flutuaes bruscas so conceitos ligados, respectivamente, s seguintes funes bsicas da poltica

    fiscal:

    a) funo alocativa - funo produtiva - funo estabilizadora.

    b) funo estabilizadora - funo alocativa - funo distributiva.

    c) funo alocativa - funo distributiva - funo estabilizadora.

    d) funo distributiva - funo alocativa - funo estabilizadora.

    e) funo distributiva - funo estabilizadora - funo alocativa.

    Exerccio 20

    (Economista, DPU, 2010, CESPE) Acerca do papel do governo na economia, assinale a opo correta.

    a) Se o objetivo da poltica econmica consiste em aumentar o nvel

    de investimento do pas, a autoridade governamental dever reduzir a poupana bruta do setor privado, aumentar o saldo do governo em

    conta-corrente e aumentar o deficit do balano de pagamentos em transaes correntes.

    b) Para uma economia cuja finalidade da poltica econmica seja

    fazer a distribuio equitativa da renda, o governo deve adotar tributos indiretos e taxas proporcionais.

    c) A existncia de falhas de mercado que levem desigualdade na distribuio da riqueza, no est relacionada aos objetivos do

    Estado, quais sejam eficincia, equidade e estabilidade.

    d) Por eficincia, entende-se que os impostos devem ser progressivos, isto , os agentes que recebem as maiores rendas

    devem se enquadrar em uma faixa de tributao mais elevada.

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    e) As polticas macroeconmicas de estabilizao e crescimento

    econmico incluem as polticas fiscal e monetria, envolvendo o poder de cobrar impostos e a determinao da oferta de moeda e da

    sensibilidade da economia s taxas de juros.

    Exerccio 21

    (Auditor do Estado, Cincias Econmicas, SECONT ES 2009) 16. A

    respeito da funo de regulao do Estado e da atuao das agncias reguladoras, julgue os itens a seguir.

    [111] Com a introduo do conceito de Estado regulador, foi

    alterada a suposio de que os servios pblicos devem necessariamente ser prestados diretamente pelos agentes pblicos

    ou rgos da administrao direta.

    Exerccio 22

    (Auditor do Estado, Cincias Econmicas, SECONT ES 2009) 16. A

    respeito da funo de regulao do Estado e da atuao das agncias reguladoras, julgue os itens a seguir.

    [112] A CF veda que o Estado brasileiro atue diretamente no domnio

    econmico, explorando atividade econmica de natureza lucrativa, em qualquer situao.

    GABARITO:

    1 A 7 B

    2 B 8 D

    3 C 9 E

    4 V 10 V

    5 F 11 F

    6 B

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    EXERCCIOS PROPOSTOS

    AGENTE POLCIA FEDERAL 2009 - Com relao regulao de mercados, julgue os itens a seguir.

    01 - A falta de transparncia nas decises acerca dos reajustes de preos regulados pelo governo, diferentemente das revises, tende a

    prejudicar os consumidores, sempre mais numerosos, menos organizados e com menos informaes.

    ANALISTA JUDICIRIO TSE 2007 - Com relao ainda aos aspectos microeconmicos do setor pblico, julgue o item. 02 - O desestmulo ao trabalho associado com programas de renda

    mnima advm do fato de, na maioria desses programas, ocorrer um

    forte declnio nos benefcios recebidos, quando a renda aumenta.

    PCPA 2006 - Acerca da regulao de mercados, julgue os itens: 03 - Os principais objetivos da regulao de mercados so o bem-

    estar do consumidor e a melhoria da eficincia alocativa, distributiva e produtiva da indstria envolvida.

    04 - A prtica de preos baixos deve ser incentivada pelo regulador e

    devem ser utilizados todos os instrumentos necessrios para que os preos baixem, independentemente das conseqncias sobre o setor

    produtivo regulado.

    05 - Cabe ao regulador promover a concorrncia entre empresas de um mesmo setor, o que permite a formao de barreiras entrada

    de novas empresas no setor em questo.

    ANALISTA LEGISLATIVO - CMARA DOS DEPUTADOS 2002 - Acerca

    do papel do Estado na regulao e na fiscalizao da atividade econmica, fundamental para o funcionamento das economias de

    mercado, julgue os itens abaixo. 06 - A Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL), como

    representante dos interesses do Estado, responsvel pela regulao do mercado de energia eltrica, feita por meio da fixao e

    do controle das tarifas, porm, no participa das licitaes de contratos de concesso de energia eltrica.

    AGENTE DE POLCIA FEDERAL 2002 - Conceituar regulao no

    tarefa fcil. Assim como a noo de servio pblico, a de regulao deve levar em conta o tratamento diferenciado imposto por

    circunstncias de tempo e de espao. Isso porque os ordenamentos

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    Noes de Microeconomia para a Polcia Federal Teoria e Questes Comentadas da CESPE

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    jurdicos de diferentes Estados, ou do mesmo Estado em diferentes

    momentos, ou ainda os de unidades federativas de um mesmo Estado, podero ter, em relao regulao ou s atividades

    reguladas, to diversas vises que no seja possvel afirmar a priori que tal ou qual atividade se conforme ou no dentro de sua noo.

    Corolrio lgico dessa realidade, a noo de regulao naturalmente dependente da forma como o sistema jurdico a

    contemple, ou seja, o respectivo sistema jurdico que dir que gama ou elenco de atividades se inclui no seu mbito.

    Pedro Henrique Poli de Figueiredo. "Uma contribuio para o conceito de regulao do servio pblico no Brasil". In: Marco

    regulatrio, n" 1 (com adaptaes). Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito da

    regulao de mercados. 07 - Regulao de mercados poderia ser definida como o conjunto de

    aes pblicas que busca melhorar a eficincia da alocao dos

    recursos no mercado ou aumentar o bem-estar social dessa alocao.

    08 - Um aspecto que no precisa ser contemplado pela regulao a

    assimetria de informao, que consiste em o produtor ter mais informao que o consumidor e no a transferir, pois o Estado deve

    deixar que o mercado encontre seu ponto de equilbrio.

    09 - A chamada funo estabilizadora exercida pelo governo visa o provimento de bens pblicos para todos os consumidores, em face

    das imperfeies inerentes prpria lgica de mercado, que determina o tipo e a quantidade de bens pblicos a serem ofertados

    populao.

    10 - A atividade do Estado na alocao de recursos justifica-se

    naquelas situaes em que so utilizadas as receitas oramentrias para proviso de bens que tenham as caractersticas de bens

    privados, mas que momentaneamente no esto sendo produzidos pelo mercado.

    11 - A oferta do servio pblico de justia eleitoral um exemplo de

    um bem semipblico, inerente funo estabilizadora exercida pelo governo de assegurar condies democrticas no pas e estabilidade

    poltica.

    ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCU 2008 - Aspectos culturais, histricos, sociais e polticos evoluem ao longo do tempo, alterando

    a intensidade e a natureza das demandas da sociedade por maior ou

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    Noes de Microeconomia para a Polcia Federal Teoria e Questes Comentadas da CESPE

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    menor interveno do Estado na vida socioeconmica de um pas.

    Em economias de mesmo tamanho, as necessidades de atuao estatal sofrem a influncia de desigualdades regionais e sociais, cuja

    correo no dispensa a ao coletiva voltada para a eliminao dos fatores que concorrem para a preservao dessas disparidades.

    Fernando Rezende. Finanas pblicas. 2. ed., So Paulo: Atlas, 2001, p. 34-5 (com adaptaes). Tendo o fragmento de texto acima

    como referncia inicial, julgue os itens a seguir. 12 - A teoria de finanas pblicas consagra ao Estado o desempenho

    de trs funes primordiais: alocativa, distributiva, e estabilizadora. A funo distributiva deriva da incapacidade do mercado de suprir a

    sociedade de bens e servios de consumo coletivo. Como esses bens e servios so indispensveis para a sociedade, cabe ao Estado

    destinar recursos de seu oramento para produzi-los e satisfazer sua demanda.

    ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DF 2002 - Em funo da importncia dos efeitos microeconmicos para o estudo do

    comportamento da economia como um todo, julgue os itens. 13 - A concesso de subsdios governamentais para a restaurao de

    reas tombadas pelo patrimnio histrico exemplifica a ao direta do governo para aumentar o nvel de eficincia da economia, j que

    essa atividade gera externalidades positivas para o conjunto da sociedade.

    ESCRIVO DA POLCIA FEDERAL 2004 - O problema da escolha em

    situao de escassez, abordado pela macroe