aula 02 - noções de economia (amanda aires).text.marked

53
Acesse www.baixarveloz.net Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 53 Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE Profa. Amanda Aires Aula 02 Aula 02: Políticas fiscal e Monetária; outras políticas econômicas; Sumário Página 1. A função estabilizadora do governo 6 1.1. A Política Fiscal 10 1.2. A política Monetária 30 EXERCÍCIOS COMENTADOS 46 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 49 Olá alunos do Estratégia Concursos! Tudo bem? Bom dia! Como andam os estudos?? Espero que bem! A partir de amanhã, dia 06, estaremos em contagem ainda mais regressiva, não é? Então, vamos ao trabalho que o tempo (literalmente) urge! E vamos direto par a nossa revisão? E atenção, se liga aí que é hora da revisão! Funções do Governos e formas de atuação 1. Em uma economia, um governo possui quatro funções fundamentais: a) Função distributiva que está associada à redução da desigualdade de renda; b) Função alocativa ligada à provisão de bens públicos e semi- públicos;

Upload: alberto-frazao

Post on 13-Aug-2015

233 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Aula 02: Políticas fiscal e Monetária; outras políticas econômicas;

Sumário Página

1. A função estabilizadora do governo 6

1.1. A Política Fiscal 10

1.2. A política Monetária 30

EXERCÍCIOS COMENTADOS 46

EXERCÍCIOS PROPOSTOS 49

Olá alunos do Estratégia Concursos!

Tudo bem?

Bom dia!

Como andam os estudos?? Espero que bem! A partir de amanhã, dia 06, estaremos em contagem ainda mais regressiva, não é? Então, vamos ao

trabalho que o tempo (literalmente) urge!

E vamos direto par a nossa revisão?

E atenção, se liga aí que é hora da revisão!

Funções do Governos e formas de atuação

1. Em uma economia, um governo possui quatro funções fundamentais:

a) Função distributiva que está associada à redução da desigualdade de renda;

b) Função alocativa ligada à provisão de bens públicos e semi-

públicos;

Page 2: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

c) Função reguladora que visa ao melhor funcionamento do

mercado;

d) Função estabilizadora ligada aos aspectos macroeconômicos;

2. Os governos muitas vezes interferem nos mercados na tentativa de

“desafiar” oferta e demanda. As intervenções podem tomar forma de controle de preços ou controle de quantidades. Mas elas geram

efeitos colaterais previsíveis e indesejáveis, que consistem em várias formas de ineficiência e atividade ilegal;

3. Um teto de preços, um preço máximo de mercado abaixo do preço

de equilíbrio, beneficia os vendedores que conseguem vender, mas cria escassez permanente. Como o preço é mantido abaixo do preço

de equilíbrio, a quantidade demandada aumenta e a quantidade ofertada se reduz, comparado com o que seria a quantidade de

equilíbrio. Isso leva a problemas previsíveis: ineficiência na forma de alocação ineficiente entre consumidores, desperdício de

recursos e baixa qualidade por ineficiência. Isso encoraja também

a atividade ilegal, com as pessoas recorrendo ao mercado negro para ter um bem. Por causa desses problemas, os tetos de preços em geral

perderam prestígio como instrumento de política econômica. Mas alguns continuam a impô-los, seja porque não entendem seu efeito,

seja porque os tetos de preços beneficiam algum grupo influente;

4. Os pisos de preços – um preço mínimo de mercado acima do preço de equilíbrio – beneficia os vendedores que conseguem vender, mas

cria um excedente persistente. Como o preço é mantido acima do preço de equilíbrio, a quantidade demandada cai e a quantidade

ofertada aumenta, comparada com a quantidade de equilíbrio. Isso leva a problemas previsíveis: ineficiência na forma de alocação

ineficiente das vendas entre os vendedores, desperdício de recursos e qualidade elevada por ineficiência. Encoraja também a

atividade ilegal e o mercado negro. O tipo mais conhecido de piso para preços é o salário mínimo, mas preços mínimos também são

comumente adotados para produtos agrícolas;

5. O governo também pode utilizar os impostos como instrumento de intervenção na economia. Os impostos seletivos, ou seja, impostos

sobre a compra ou venda de um bem, aumentam o preço pago pelos compradores e reduzem o preço recebido pelos vendedores,

introduzindo uma cunha entre os dois. A incidência de um imposto, isto é, a divisão entre o preço mais alto para o consumidor e o preço

mais baixo para o vendedor, não depende de quem oficialmente pagou o dito imposto. Impostos seletivos causam ineficiência, também

denominados carga excedente ou perda de peso morto, porque

Page 3: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

impedem algumas transações mutualmente benéficas. Também

encorajam atividade ilegaise tentativas de sonegação de impostos;

Na aula de hoje, continuaremos analisando as funções do governo,

verificando em detalhes, agora, as duas formas de atuação do governo quando da execução da função estabilizadora: as políticas fiscal e

monetária.

Quem já estudou comigo no EuVouPassar sabe o quanto eu gosto de estudar essas duas formas de intervenção do governo por uma razão simples: elas

são muito fáceis de se verificar na prática, então, é bem simples de identificar nos noticiários da TV! Isso ajudará você a compreender como o

governo está atuando quando se utiliza desse tipo de ferramenta!

Ah, apenas para esclarecer, fiz uma realocação do item inflação e crescimento, ok? Como a aula está bem pesada apenas com as políticas,

decidi colocar esse item para a aula que vem que será, de longe, mais simples! Não se preocupe, você terá o edital nas suas mãos, ta?

Mas vamos ao trabalho, ok?

Na aula de hoje, para que você possa compreender bem o material e a

sutileza entre essa políticas, nós vamos dar um “passo para trás” para que possamos dar um belo pulo para frente! Assim, antes de estudar as políticas

macroeconômicas, vamos ver como a renda é determinada em um país através do mercado de bens e serviços lá do fluxo circular da riqueza

extendido (lembra dele, né?!). A partir daí, vamos compreender as intervenções do governo via políticas fiscal e monetária, ok?

Ah, antes de começar o assunto, seguem duas erratas:

1. Aula 01, página 24, último parágrafo: Para o primeiro caso, o subsídio é

exatamente o contrário do que foi visto no imposto. Se a alíquota do imposto pode ser vista como uma perda social, o imposto é visto como o

ganho.Contudo, de forma contrária ao que acontece no caso do imposto, o subsídio aumenta a quantidade de equilíbrio.

Nesse primeiro caso, vamos trocar a palavra imposto (marcada em

vermelho) pela palavra subsídio, ok?

2. Na questão 06, ainda da aula 01, página 28.

Page 4: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Finalmente, a assertiva (E) afirma que a característica da não rivalidade é

quando é difícil impedir que uma pessoa não o use, se assim o desejar. Difícil? Como assim, difícil? Na verdade, é impossível impedir

que determinada pessoa utilize o bem!

Essa é a definição de não rivalidade. Não é que seja difícil é que é simplesmente impossível fazer isso! Essa definição não é de não rivalidade,

mas de não exclusividade. De toda forma, a questão está incorreta, mas

fica aí a explicação do erro, certo?

Page 5: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

A macroeconomia é interessante... porque enfrenta o

desafio de reduzir os detalhes complicados da economia à sua essência administrável. Essa essência reside na interação

entre os mercados de bens, de trabalho e de ativos de uma economia. (R. Dornbusch e Stanley Fischer)

1. A função estabilizadora do governo

Por que o governo precisa estabilizar a economia?

Para responder essa questão, vamos ver o gráfico abaixo (retirado do livro Economia Brasileira Contemporânea do A. Gremaud) que mostra a economia

brasileira ao longo de alguns anos:

Veja que o crescimento brasileiro ao longo de 100 anos parece muito mais

um exame neurológico, não é? Com fortes altas (marcado em verde) e forte processos de recessão (marcados em laranja). Então, eu te pergunto, será

que foi bom para o país crescer enormemente em um ano para no outro

entrar em recessão? Não, não é mesmo?

É por isso que o governo utiliza sempre a sua função estabilizadora para

evitar essas grandes variações no crescimento econômico. Assim, no final, o que o governo busca é o que chamamos de crescimento sustentado (a

Page 6: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

política do “é melhor crescer pouco por ano, mas todo ano” a crescer muito

em um ano e entrar em recessão no outro). Para fazer isso, o governo utilizará dois tipos de política: a política fiscal e a política monetária.

Para bem aplicar esse conhecimento, precisamos saber, primeiramente, como é determinada a riqueza de um país para, a partir daí, saber como o

governo pode influenciar na variação dos valores dessa riqueza.

Então, como primeiro ponto da aula de hoje, vamos saber de que riqueza estamos falando! Essa riqueza é chamada de PIB: Produto Interno Bruto

de uma determinada economia!

Vamos ver?

O Produto Interno Bruto (PIB)

O PIB pode ser definido como:

“O valor de mercado de todos os bens e

serviços finais produzidos em um país em um dado período de tempo.”

Deve-se notar que, dentro dessa definição, é possível observar que todos os

bens contabilizados no PIB devem ser àqueles destinados ao consumo final. Bens intermediarios (utilizados na fabricação de bens finais) não serão

contabilizados no PIB uma vez que o valor do bem final já considera o valor de todos os bens intermediários utilizados.

Observe-se ainda que toda a produção contabilizada no PIB diz respeito ao

que foi fabricado em um determinado espaço geográfico, em uma unidade de tempo fixada. Assim, compra de, por exemplo, apartamento ou

automóveis usados não são contabilizados no PIB no ano da trocas, mas, apenas, no ano de fabricação.

E como seria determinada essa produção?

De acordo com o que chamamos de identidades contábeis, o PIB, ou seja,

toda a produção de uma economia, pode ser obtido de três formas distintas: pela ótica do produto, da renda e da despesa. As três óticas de

mensuração do produto definem a identidade contábil básica:

PRODUTO = RENDA = DESPESA

Seguindo esse princípio, nós temos que toda a produção de uma

determinada economia será consumida por um dos quatro agentes econômicos (famílias, empresas, governos e resto do mundo). E, para que

Page 7: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

esses agentes possam adquirir esses bens, eles precisam de renda!

Entende? É como se estivéssemos falando do fluxo real e do fluxo monetário no graden fluxo circular da riqueza expandido (vamos ver novamente a

figura abaixo).

Veja que na figura acima, a Produto Interno Bruto está marcado de

vermelho. Ou seja, a produção da economia, de uma forma simplificada, sai integralmente das empresas domésticas (logicamente isso é de uma forma

simplificada, já que existem também as importações que acabam atendendo às demandas internas) e vai ser demandada por todo mundo que está

marcado em verde na figura. Veja que a produção é direcionada para as famílias, governo, para as próprias empresa e para o resto do mundo, como

é marcado pelas setas vemelhas.

A pergunta que você pode estar se fazendo agora é: e se os bens estão indo para os agentes econômicos, por que as setinhas mostram saídas? Porque,

nesse caso, para poder obter os bens, esses agentes econômicos, precisam deixar no mercado de bens e serviços, dinheiro (por isso a cor verde! Para te

ajudar, tá vendo aí?). Assim, o fluxo monetário, como nós já tínhamos visto,

é nada mais que uma contrapartida do fluxo real ou físico! Compreendido?

Então, seguindo esse raciocínio, fica bem claro uma verdade:

Page 8: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Quanto mais os agentes consumirem, mas as empresas produzirão, mais a

economia cresce! Apenas lembrando, crescimento, nada mais é do que uma variação positiva do PIB!

Simples, imagine que o PIB de determinado país seja de R$ 1.000,00. Agora

suponha que o PIB alcance, no ano seguinte, o valor de R$ 1.200,00. Qual foi o crescimento do PIB nesse ano? Em termos nominais (existe também

em termos reais, mas é mais complicado e não vai cair na prova), essa economia cresceu 20%. Esses 20% é o que chamamos de crescimento!

Quando a economia desacelera, ou seja, quando sai de R$ 1.200 para R$ 1.000,00 dizemos que houve uma recessão. Ou seja, recessão é o contrário

de crescimento, ok?

Em 2009, enquanto a China cresceu 9,2%, o Japão apresentou uma recessão de -6,3%. Esse foi um

dos motivos para que a China pudesse ultrapassar o Japão em termos de PIB, ocupando a segunda

posição em termos de PIB mundial (perde apenas para os Estados Unidos)

Em resumo, pode-se dizer que em Contabilidade Nacional, toda a produção gera uma renda e toda a produção possui um destino.

Uma coisa que você deve ter observado no fluxo circular expandido da

riqueza é que um agente muito especial para nós, o governo, também faz parte da formulação do PIB, logo, sempre que for do seu interesse, ele pode

se movimentar e alterar esse valor, certo?

Certo! E o governo o fará com frequencia (seja aumentando ou reduzindo o PIB), pelos mais diversos objetivos que veremos ainda hoje, como a indução

da aceleração do crescimento, a redução da inflação, o aumento do nível de emprego, etc, etc, etc.

Page 9: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Quando o governo opera, diretamente, no mercado de bens e serviços ele

fará o que nós chamamos de política fiscal! É justamente sobre esse braço do governo na economia que nós vamos estudar agora!

Ao trabalho?

1.1. A Política Fiscal

A política fiscal se caracteriza pelos gastos do governo, pela tributação e pela política de endividamente público.

TRIBUTAÇÃO??

Aqui, vale um esclarecimento importantíííssimo!

O governo pode utilizar os tributos (impostos, taxas e contribuições) não apenas para promover

uma melhor distribuição de renda, como também para estabilizar a economia. Qual função o governo

quer atender quando ele altera os impostos deve estar clara no enunciado da questão. Resolveremos

algumas questões nesse sentido para que a

diferença fique bem clara!

Continuando...

A política fiscal é uma das principais ferramentas de que o governo dispõe

para a promoção de pleno emprego, da estabilidade de preços e do rápido crescimento econômico. Como o governo faz isso?

Primeira, coisa, tenha em mente que o governo pode utilizar,

fundamentalmente, dois instrumentos: os gastos do governo e os impostos. Em breve explico a política de endividamento público.

Acompanha o raciocínio comigo! Não esquece de ter o fluxo circular da

riqueza expandido em mente ok?

Page 10: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Vamos começar pelo mais simples: Vamos imaginar que o governo está

alterando os seus gastos:

Imagine que o governo aumente as suas compras governamentais

Esse aumento vai aquecer o mercado de bens e serviços, certo? Como o

governo está demandando mais, as empresas aumentarão a produção para atender a esse novo volume de compras. Nesse caso,

Haverá um aumento do PIB da economia!

Assim, caso a economia esteja passando por algum problema de redução de

PIB, por exemplo, o governo pode estabilizar a economia, simplesmente aumentando seu volume de gastos, já que isso implicaria em aumento do

PIB!

Massss... o impacto desse aumento de gastos não acaba por aí!

Com o aumento da produção das empresas, o que acontecerá?

Essas empresas contratarão mais, não é isso?

E o que isso implica? Implica que mais famílias estarão trabalhando.

Logo, se o governo quiser aumentar o número de empregos, basta ele tirar

a mão do bolso e fazer isso!

De empregos

A folia do crescimento termina aqui? Não! Temos mais efeitos!

Como as famílias possuem, agora, mais renda, elas vão comprar mais! Ou

seja, existirá uma nova injeção de compras na economia:

Consumo das famílias

E com o aumento do consumo das famílias, as empresas produzirão mais,

empregarão mais, mais pessoas empregadas, consumirão ainda mais e assim a economia segue crescendo e, se for o caso, saindo da recessão!

É o que chamamos de círculo virtuoso provocado pelo multiplicador de

gastos do governo (ou seja, quando o governo gasta, esse valor é multiplicado inúmeras vezes – vamos ver isso logo menos)!

Assim, quando o governo decide aumentar os seus gastos, ele deseja

promover o crescimento da economia, ou procurando compensar alguma perda (por exemplo, redução das exportações porque o resto do mundo está

em crise – qualquer semelhança não é mera coincidência ). Compreendido?

Page 11: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Veja que, para promover esse crescimento, o governo só teve que colocar a

mão no bolso uma única vez. Todo o resto do efeito foi devido ao fluxo de consumo das famílias. Assim, para compreender em sua integridade o

efeito de uma política fiscal, precisamos compreender o que faz as famílias consumirem! (Esse é o passo que eu comentei que seria um pouco para

trás) Vamos ver?

Funções Consumo e Poupança (C, S)

O consumo é o fim e a razão de ser de toda produção

Adam Smith

Quando se fala variação de PIB no curto prazo, o mais importante componente da despesa agregada é a despesa planejada com o consumo

(C). O importante economista Keynes acreditava que a renda corrente era o principal determinante das despesas com o consumo. Segundo o autor, os

homens (e principalmente, nós, mulheres ) desejam, como regra e

em média, aumentar seu consumo à medida que sua renda aumenta, mas não na mesma proporção do aumento de sua renda, ou seja, à medida

que a renda disponível (parcela da renda nacional efetivamente canalizada para as famílias, depois da dedução de impostos e adição das transferências)

das pessoas aumenta, o consumo também aumenta, mas a fração da renda destinada ao consumo se mantém constante. De acordo com Keynes, a

renda disponível é, de longe, o principal determinante do consumo corrente de uma economia. Se a renda aumenta, os consumidores elevarão

suas despesas planejadas.

Matematicamente, a função consumo é quase que assumidamente linear. Se y é a renda disponível, o consumo é função desta, ou seja, C = f(y). Essa

função tem características crescentes, pois quando a renda cresce o consumo também cresce, e quando a renda diminui o consumo também

diminui. Se uma família tem uma despesa fixa b e, se são consumidos a% da renda disponível, então a função consumo, denominada de equação

comportamental (por captar o comportamento dos consumidores) é dada por:

C(y) = a y + b.

Onde a = propensão margial a consumir que mede o percentual da renda

destinada ao consumo

b = consumo autônomo, independente da renda.

Page 12: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

O gráfico abaixo apresenta a função de consumo agregado

Figura 1: Função consumo agregado

A propensão marginal a consumir (PMgC) é o acréscimo de consumo, dado

um acréscimo na renda nacional:

y

CaPMgC

Segundo a Lei Psicológica fundamental de Keynes, o PMgC é positiva, mas inferior a um.

0 < PMgC < 1

Isso significa que, dada uma variação positiva na renda, (Δy), as pesoas

reservam uma parcela para poupança, de forma que o aumento de consumo (ΔC) é sempre menor que o aumento da renda, em termos agregados.

O intercepto (consumo autônomo) representa a parcela do consumo que não

depende da renda, mas de outros fatores (riqueza, renda futura, doações, etc). Ou seja, mesmo quando y = 0, então C = b (as pessoas não deixarão

de consumir).

Logicamente, nem tudo é consumido em uma econonmia. Nesse caso, o que

não se consome se investe ou poupa. Podemos então definir poupança S

como a diferença entre a renda disponível e o consumo. Assim:

S = y – C

S = y – a y – b ∴

S = (1 – a)y – b

Page 13: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

onde b é o consumo autônomo; a é a propensão marginal a consumir e (1 –

a) é a propensão marginal a poupar, que é o acréscimo da poupança agregada, dado um acréscimo na renda nacional, isto é:

y

SbPMgS

1

A função poupança também pode ser expressa graficamente:

Figura 1: Função poupan.a agregado

Logicamente, eu sei que não é tão simples de se compreender esse

conceito. O que eu gostaria, agora, é que você tivesse em mente, principalmente, o conceito de propensão marginal a consumir, pois ele

será de imensa importância quando formos analisar os impactos do gasto do governo e o múltiplicador desses gastos.

Vamos voltar a noção de política fiscal para poder unir com o conceito de

função consumo através da definição do multiplicador dos gastos do governo?

O multiplicador dos gastos do governo

O raciocínio desse multiplicador é o seguinte:

Como vimos logo acima, imagine que o governo aumente os gastos de forma autônoma para fazer uma determinada barragem. O que acontecerá

com a renda dos trabalhadores dessa obra pública? Aumentará, ok?

Com a renda maior, o que essas pessoas farão? Elas consumirão mais! Com o aumento do consumo nos arredores, Sr. João, dono de um pequeno

mercadinho, terá que contratar mais funcionários para poder atender ao aumento do consumo no seu estabelecimento. Com as contratações, são os

novos funcionários do Sr. João que terão mais renda e passarão a consumir

Page 14: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

mais. Esse ciclo de crescimento aumentará em um volume indefinido. Esse

aumento é denomiado de efeito multiplicador dos gastos públicos.

Até aqui, é exatamente o que vimos quando falamos da política fiscal, mas

vamos em frente.

Você deverá notar que cada vez que andamos no ciclo, o aumento do consumo será cada vez menor. Isso se deve a uma razão simples: nós não

consumimos toda a nossa renda. Uma parte dela vai para a poupança (a função poupança é crescente em relação a renda, ou seja, quando a renda

aumenta, aumentará o volume poupado pela economia também).

E de que depende o poder da política fiscal? Nós podemos dizer que o efeito da política será maior, quanto maior for a propensão marginal a

consumir da economia (ou seja, o quanto o consumo aumenta quando a renda aumenta). Para analisar isso, basta verificar um fato extremo:

imagine que as pessoas que trabalham na obra pública não consumissem nada. Haveria efeito multiplicador? Não! Do outro lado, se as pessoas

consumissem toda a sua renda, o efeito que o Sr. João sentiria no seu

mercadinho seria total. Deu para ver a diferença?

Todo esse multiplicador pode ser resumido em um cálculo simples que

determina em quanto a renda da economia crescerá caso haja um aumento nos gastos autônomos. Vamos compreender como a renda é determinada e

ainda em quanto ela é alterada quando há uma variação nos gastos do

governo?

Fórmula do Multiplicador dos gastos do governo

Para começar, mais alguns esclarecimentos:

Suponha a equação do equilíbrio entre produção e despesa:

Y=C+I+G, onde

A função consumo é dada pela seguinte expressão: C=C0+c(Y) (onde C0 é o consumo autônomo e c(Y) mede a propensão marginal a consumir com

relação à renda).

O investimento das empresas (ou seja, o gasto que as empresas fazem no mercado de bens e serviços é, por simplificação, considerado constante e é

dado pela seguinte expressão: I=I0

Os gastos do governo, também chamados de gastos autônomos, dizem respeito ao gasto do governo no mercado de bens e serviços. Esses gastos,

por hipótese, também são constantes, a princípio, e dados pela seguinte expressão: G=G0

Page 15: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Para facilitar ainda mais a compreensão, vamos considerar que essa

economia é fechada, ou seja, nem importa, nem exporta, ok?

Simplificações, ok? Simplificações!

Para que seja possível obter a fórmula do multiplicador, inicialmente,

consideraremos a função investimento é totalmente autônoma e, por simplificação, igual a zero, de forma que I=I0=0.

Veja:

Y = C0+cY + I0 + G0

Y – cY = C0 + G0

Y(1 – c) = C0 + G0 (1)

Agora imagine que os gastos do governo saiam de G0 e vão para G1. O que vai acontecer?

Veja que nesse caso, teremos a seguinte expressão:

Y1(1 – c) = C0 + G1 (2)

Observe que, a diferença entre a primeira expressão e a segunda se dá na variação dos gastos e da renda, você deve ter notado que não existe

variação no consumo autônomo nem na propensão marginal a consumir, já que esses termos são fixos no curto prazo, apenas sendo alterados no longo

prazo.

Se eu subtrair a segunda expressão da primeira, teremos o seguinte:

Y1(1 – c) = C0 + G1

- Y(1 – c) = - C0 - G0

Y1 – Y(1 – c) = G1 – G0

Chamando ainda Y1 – Y de ∆Y e G1 – G0 de ∆G,

Poderemos reescrever da seguinte forma:

∆Y / ∆G = 1 / (1-c)

Observando a expressão acima, é possível ver que o termo na esquerda mede o quanto a renda variou (pode ser para mais ou para menos) quando

houve uma variação nos gastos do governo. A expressão que está no lado direito é justamente o multiplicador dos gastos do governo.

Page 16: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Como você pode observar, ele não pode ser negativo, já que a propensão

marginal a consumir é um número entre 0 e 1. Assim, só para concluir, o multiplicador dos gastos do governo mede o quanto a renda variou dado que

houve uma variação nos gastos do governo.

Pela simples análise matemática da fórmula, nós verificamos que, quanto

maior a propensão marginal a consumir (maior o c), maior será o

multiplicador dos gastos do governo. Isto é bastante intuitivo, como nós já tínhamos visto anteriormente: quanto mais as pessoas forem propensas a

gastar a renda adicional que obtiverem, mais facilmente a renda será circulada e multiplicada. Quanto menos as pessoas forem propensas a

gastar, isto é, quanto maior a propensão marginal a poupar (1 – c), menos a renda adicional será circulada e multiplicada entre os agentes econômicos.

Para compreender bem esse raciocínio, basta lembrar do que acontecerá na empresa do Sr. João, acima.

Faz sentido? Vamos resolver umas questões de concurso para reforçar a

compreensão?

Exercício 1

(CESGRANRIO, EPE, Economia da Energia, 2006) Supondo que a

propensão marginal a consumir de uma economia seja igual a 1, o multiplicador dos gastos autônomos será igual a:

(A) 0

(B) ∞

(C) 1

(D) – ∞

(E) 100

Para responder a essa pergunta, basta apenas lembrar da fórmula do multiplicador dos gastos autônomos!

Vamos resolver?

Page 17: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Lembrando que o multiplicador dos gastos do governo é dado por:

𝑘 =1

1 − 𝑐

Substituindo c por 1, teremos:

𝑘 =1

1 − 1

Ora, você deve observar que se substituírmos por 1, teremos uma divisão por zero, o que é uma inconsistência matemática! Para resolver essa

questão, precisamos pensar que não teremos uma divisão por zero, mas uma divisão por um número muito, muito pequeno!

Nesse caso, qualquer número divido por uma coisa muuiiiito pequena,

digamos, 0,00000000000000000001 tenderá ao infinito, correto? Logo, a alternativa correta deverá ser a letra (B)

Por que as demais alternativas estão incorretas? Para analisar isso, basta olhar o formato do cálculo do multiplicador. A alternativa (A) diz que o

multiplicador possui o valor 0. Para verificar porque essa letra é incorreta,

basta ver que em nenhuma hipótese o multiplicador dos gastos do governo tomará o valor zero pois sempre estaremos dividindo 1 por alguma coisa!

Assim, é verdadeiramente impossível que a resposta correta seja zero.

A alternativa (C) também está incorreta por afirmar que o multiplicador é 1.

Essa alternativa só estaria correta se, e somente se, o valor da propensão

marginal a consumir fosse 0. Esse é o caso extremo que vimos para Sr. João ainda na explicação inicial, contudo, como nós vimos também, na maior

parte esmagadora das análises,a propensão marginal a consumir será um número deferente de zero. Dessa forma, PMgC igual a zero só é válida para

exemplos mais didáticos.

A assertiva (D), por sua vez, é incorreta por associar o multiplicador a um valor negativo. Como a propensão marginal a consumir é um número que

está entre 0 e 1, o multiplicador nunca tomará um valor negativo. Por fim, a alternativa (E) está incorreta por afirmar que o valor do multiplicador será

de 100. Ora, para alcançar esse valor, a Propensão marginal a consumir da questão deveria ser igual a 0,99!

Assim,

GABARITO: (B)!

Page 18: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Exercício 2

(CESGRANRIO, Petrobrás, Economista Pleno, 2005) Considere o

modelo Keynesiano simplificado onde o equilíbrio produto-despesa é descrito pela seguinte equação:

Y = C0 + cY + I + G ,

onde Y é o produto, C0 , o consumo autônomo, c, a propensão

marginal a consumir, I, o investimento privado e G, os gastos do governo. Assumindo que a propensão marginal a consumir é igual a

1, um aumento nos gastos do governo de G para 2G faz o produto de equilíbrio:

(A) dobrar.

(B) aumentar infinitamente.

(C) aumentar em 2G.

(D) aumentar em C0 + I + 2G.

(E) manter-se constante.

Como você pode observar, essa questão é simplesmente uma repetição do exercício anterior e tem a mesma resposta! Letra (B).

Veja que, nesse caso, a alternativa (A) só seria verdadeira se estivéssemos

falando de um multiplicador quando a propensão marginal a consumir da economia é um valor muito próximos de 1. As demais alternativas, (C) e (D)

não estaria corretas porque apenas para caso muito específicos, não apenas da Propensão marginal a consumir, mas também da variação dos gastos do

governo, é que seria possível obter multiplicadores com os valores afirmados.

Por fim, seria impossível manter a renda (ou o produto) constante quando

há uma variação nos gastos do governo! Lembra: se o governo consumir mais, as empresas produzirão mais, logo, o Produto interno bruto tem que

aumentar também!

Compreendido?

GABARITO: (B)

Antes de fazer mais exercícios, contudo, vamos ver uma aplicação prática

desse tipo de política?

Page 19: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Essa matéria está super quentinha! Foi tirada do site do estado de São Paulo ainda hoje pela manhã! Está disponível em:

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,gastos-dos-governos-caem-em-ritmo-recorde-no-4-tri-de-2011-diz-ocde,108557,0.htm

O que eu quero que você analise?

Quero que você note que:

i. Essa matéria fala de gastos do governo;

ii. Logo, estará falando de política fiscal e dos seus efeitos nos produtos das economias;

iii. Por fim, desejo que você compreenda o que vai acontecer nessas

economias quando o governo altera os seus gastos.

Vamos ver juntos?

Page 20: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Começando pelo título: Gastos dos governos caem em ritmo recorde no

4o tri de 2011, diz OCDE.

Olha só, é justamente o contrário do que nós tínhamos visto em cima!

Vamos analisar com cuidado juntos?

Dos gastos do governo

Da renda (já que, nessa altura, o fluxo que sai do governo para o mercado de bens e serviços também será menor, logo, as empresas

produzirão menos. Fluxo circular da riqueza expandido, dear!)

Com a redução da empresa por parte das empresas, existirá:

Do número de empregos, que implicará em

Redução do consumo das famílias, que implicará em um efeito

multiplicador que nós já antes!

Logo, o que está acontecendo com a economia mundial, em termos de

política fiscal, a economia está em recessão! Todo os governos gastando

menos agora (jájá vou explicar a razão disso), leva a uma redução generalizada do consumo, que leva a um aprofundamento da crise!

(Legal compreender melhor, né?! Já pode fazer uma análise econômica mais detalhada agora, viu!)

Quando os gastos do governo aumentam, dizemos que o governo está

promovendo uma política fiscal expansionista, ou seja, ele deseja aumentar a renda e o emprego, por exemplo. Quando acontece o contrário,

o governo está fazendo uma política fiscal retracionista ou contracionista. Os objetivos do governo quando ele faz isso não é apenas

reduzir renda e emprego. Como veremos mais tarde, o governo poderá

desejar reduzir a inflação ou o seu grau de endividamento. Veremos com calma mais na frente, ok?

Page 21: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Mais exercícios?

Exercício 3

(Economista, MEC, FUB, 2009, CESPE ) A macroeconomia analisa a determinação e o comportamento dos grandes agregados

econômicos, como, por exemplo, renda, níveis de preços e desemprego. Com base nessa teoria, julgue os itens.

[62] Se propensão marginal a consumir for igual a 0,8 em uma

economia fechada, então um aumento de R$ 1.000,00 dos gastos

públicos elevará a renda da economia em R$ 5.000,00.

Continha simples que nós já fizemos várias lá em cima! Vamos resolver de cabeça?

∆𝑌

∆𝐺=

1

(1 − 𝑃𝑀𝑔𝐶)

Page 22: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Dado que, na questão a variação nos gastos foi de R$ 1.000,00 e a

propensão marginal a consumir é de 0,8, podemos escrever:

∆𝑌

1.000=

1

(1 − 0,8)

∆𝑌

1.000=

1

0,2

∆𝑌

1.000= 5

Passando o valor de 1.000 para o lado direito e multiplicando por 5, teremos o seguinte:

∆𝑌 = 5 ∗ 1.000

∆𝑌 = 5.000

E... Voilà! Nesse caso, de fato, se a renda aumentar em 1.000 e a propensão

marginal a consumir for de 0,8, a renda da economia será multiplicada por 5, o que implica que a nova renda será de R$ 5.000,00, como visto acima!

GABARITO: VERDADEIRA

Você pode estar se perguntando se apenas o aumento de gasto público (aumento de G) tem esse efeito multiplicador. A resposta é NÃO. Na

verdade, um aumento em qualquer dos elementos autônomos da função Y sofrerá esse efeito multiplicador. Ainda no nosso exemplo numérico, se você

aumentar C0, I0 ou G0, qualquer destes aumentos sofrerá o efeito multiplicador. A questão é que o governo possui controle sobre o consumo

autônomo ou sobre o nível de investimentos das empresas, por isso, como

estamos querendo analisar os efeitos das intervenções dos governos, não faz sentido estudar multiplicadores do consumo autônomo ou dos

investimentos empresariais.

Outro instrumento utilizado pelo governo como estabilizador da economia é

a tributação. Quando o governo aumenta ou reduz o nível de impostos da

economia, ele pode estar interessado, não apenas em fazer melhor distribuição da renda, mas também em, de alguma forma estabilizar a

economia.

Page 23: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Para ver a veracidade disso, basta lembrar de um exemplo real não tão

antigo: A redução do IPI para automóveis e eletrodomésticos da linha branca!

Lembra?

Pois é, a política de redução de impostos implementada pelo governo Lula em 2009 não tinha nada a ver com melhor distribuição de renda! Na

verdade, o objetivo era outro: era aumentar a renda da população. Por que isso? Basta lembrar que em 2009, a economia brasileira viu que a crise

mundial não ia gerar apenas uma “marolinha” como tinha previsto o então presidente Lula. Na época, a economia brasileira viveu uma recessão

trimestral de 0,9% no PIB. Ou seja, nós reduzimos o nosso PIB em

praticamente 1%. Para evitar que a crise se aprofundasse na economia, o governo utilizou-se de suas ferramentas estabilizadoras para reverter o

processo. É por isso que se diz, muitas vezes, que as políticas econômicas implementadas pelos governos são anti-cíclicas: se a economia cresce

demais, a política é utilizada para frear o ciclo de crescimento desordenada. Se a economia tem recessão forte, a política vai no sentido de gerar um

maior crescimento!

Ficou claro?

Aqui vale um ponto de esclarecimento: diferentemente do que acontece com

a política fiscal que utiliza os gastos do governo, a utilização dos impostos

leva a um efeito menor do que o observado quando se utiliza os gastos do governo. O nosso fluxo circular da riqueza expandido explica a razão disso:

Page 24: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Vamos à compreensão. Veja que, quando o governo promove política fiscal

através dos impostos ou das transferências, ele, necessariamente, estará falando com o agente econômico família. Nesse caso, o que acontece?

O governo aumenta transferências ou reduz impostos com o objetivo, não de

intervir diretamente no mercado de bens e serviços, mas de fazer com que as famílias o façam. Nesse caso, é como se o governo fizesse uma atuação

indireta no mercado. Embora indireto, o efeito final será exatamente o mesmo do que se observa quando o governo varia os gastos, ou seja,

quando o governo aumenta os gastos ou as transferências para as famílias ou ainda reduz os impostos, haverá um aumento da renda ou do produto.

De forma contrária, quando o governo reduz os gastos ou as transferências ou aumenta os impostos, o efeito será de redução da renda ou do produto. A

diferença entre os instrumentos está na magnitude do efeito.

Quando o governo varia os gastos, ele injeta o dinheiro totalmente no mercado de bens e serviços. Assim, se o governo aumentar os gastos em

infra-estrutura em R$ 100 milhões, digamos, o aumento da renda considerará essa injeção financeira.

Contudo, quando o governo implementa uma política fiscal via impostos,

acontecerá um amortecimento do efeito da política devido à propensão marginal a consumir.

Explico.

Page 25: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Se a renda das famílias aumenta em R$ 100 milhões, nós vamos consumir

tudo? Não, né? Uma parte da nossa renda vai para a poupança! Assim, se a nossa propensão marginal a consumir for de 0,9, o que vai para o mercado

de bens e serviços via aumento do consumo e, assim, aumento do PIB é R$ 90 milhões, ou seja, R$ 10 milhões a menos!

Resumindo, os tributos podem sim ser utilizados como instrumentos de

política fiscal, mas, deve-se sempre lembrar que o seu efeito será menor!

Compreendido?

Exercício 4

(Analista de atividades do meio ambiente, Economista IBRAM, 2009,

CESPE) Em relação às políticas fiscais e monetárias, julgue o item

que se segue.

Page 26: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

[67] A implementação de uma política fiscal expansionista, por meio

do aumento dos gastos públicos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 100 milhões,

produz a mesma expansão da demanda agregada que uma ampliação dos gastos com programas de transferência do governo

federal, do mesmo montante.

Vamos analisar com calma?

Na primeira parte do item, vemos que há um aumento dos gastos públicos

do governo, logo, se trata da uma política fiscal expansionista, ok? Independentemente de se o governo vai promover obras públicas ou se vai

abrir e fechar buracos, o importante é saber que há um aumento de gastos públicos e só, certo?

Até aí, é apenas uma questão de compreensão mais geral. A questão

continua dizendo que os gastos foram de R$ 100 milhões e que esses gastos produzirão o mesmo efeito na demanda agregada, ou seja, no produto da

economia (lembra da identidade: produto = despesa = renda) que os gastos com programas de transferências.

E aí, é que está o erro! Pelo que nós acabamos de ver, como as

transferências atuam no mercado de bens e serviços através dos consumidores, e, assim, através da propensão marginal a consumir, não é

possível que as transferências gerem o mesmo efeito que os gastos do governo, tendo em vista que não serão todos os R$ 100 milhões que

entrarão na economia via mercado de bens e serviços, já que esse valor será multiplicado por um número, necessariamente, menor que 1!

Entende isso?

Não?

Então, deixe-me clarear a compreensão.

(Não pode esquecer do fluxo circular da riqueza expandido, hein?)

Pelo fluxo circular da riqueza, quando o governo aumenta as transferências, esse valor não vai cair direto no mercado de bens e serviços, mas incidirá

sobre os consumidores. E consumidores mais ricos fazem o que? Compram mais! Mas também, poupam mais!

Nesse caso, digamos que a propensão marginal a consumir seja de 0,8, isso

vai levar a um aumento inicial no consumo de R$ 80 milhões, não de R$ 100 milhões, como visto na questão. Logicamente, haverá um multiplicador

nessa economia, mas ele terá um efeito menor quando comparado com o efeito dos gastos autônomos!

Page 27: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Dessa forma, a alternativa é FALSA

GABARITO: FALSA

Uma coisa que você deve estar pensando é em como pagar essa conta de aumento de gastos e transferências ou redução de tributos.

Quando o governo faz uma determinada política fiscal via aumento de

gastos, considerando que a oferta de moeda é constante (ou seja, o governo não pode financiar os seus gastos com emissão de moeda), o governo só

dispõe de duas alternativas para financiar os seus gastos:

(1) receita de impostos, de taxas cobradas pela prestação de

serviços e da venda de ativos ou

(2) endividamento.

No caso brasileiro, nos últimos anos, o governo vem utilizando o primeiro tipo de financiamento. Contudo, no passado, como veremos nas aulas

seguintes, esse financiamento era realizado, fundamentalmente, via endividamento (fosse ele externo ou interno).

Quando a receita do governo, proveniente da arrecadação de impostos e das

taxas de serviços, for igual aos gastos do governo com a compra de bens e serviços mais o valor das transferências para o público, dizemos que o

governo tem seu orçamento equilibrado. Nem sempre o orçamento do governo está equilibrado.

De acordo com o professor Heber, um déficit orçamentário ocorre quando

o total das despesas do governo supera o somatório de suas receitas provenientes de todas as fontes possíveis. Quando há um déficit

orçamentário, o governo precisa tomar emprestado para financiar o excesso de gastos sobre sua receita. O governo toma emprestado emitindo títulos

públicos que prometem pagar determinada taxa de juros ao seu comprador. O total desses títulos em poder dos credores do governo, a

qualquer momento no tempo, constitui a dívida nacional.

Um exemplo não muito distante é o que está acontecendo com a Europa. A Grécia, na intenção de

manter o nível da renda da economia nacional, passou a se endividar emitindo títulos púbicos com

vencimentos no futuro. Qual foi o problema da Grécia? Os vencimentos chegaram, mas não os recursos para

pagar a conta! Assim, o governo agora faz um ajuste

para tentar resolver o problema. Um ajuste doloroso

Page 28: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

com a redução dos gastos públicos, o que gera, como

nós vimos, redução da produção nacional, dos empregos e do consumo.

Do outro lado, um superávit orçamentário ocorre quando as despesas do governo são inferiores ao total da sua receita. Esse superávit orçamentário

permite o governo reduzir sua dívida (caso o governo possua). Dentre os orçamentos federal, estadual e municipal, o orçamento da União é o

principal instrumento do que denominamos de política fiscal. Se, de um lado, uma grande empresa administra seu orçamento de modo a aumentar

sua renda e seus lucros, do outro, o governo federal administra seu

orçamento com o propósito de influenciar a direção da economia no futuro.

Assim, mudanças no tamanho do déficit do déficit ou do superávit do governo federal são usadas para identificar se a política fiscal está

estimulando ou impondo restrições à demanda agregada e ao crescimento

do produto. É importante destacar, entretanto, que mudanças no tamanho do déficit público podem ter origem de fontes diferentes.

A primeira é que o estado da economia pode ser a causa da variação do déficit. Durante uma recessão, como resultado do desaquecimento da

economia, a receita tributária geralmente se reduz e a despesa com

programas de transferências do governo aumenta (como foi o caso da Grécia). Isso provocará uma pressão no orçamento do governo na direção

de um déficit, mesmo que a política não tenha sido alterada. O oposto ocorrerá durante a fase de expansão do ciclo de negócios. A receita

tributária aumenta e as despesas com os programas de transferência se reduzem, em decorrência do crescimento mais acelerado da renda. Nesse

caso, haverá uma pressão no orçamento do governo na direção de um superávit (ou menor déficit).

A segunda é que a própria política fiscal discricionária pode ser a causa

de uma variação no déficit. Os responsáveis pela política podem introduzir, deliberadamente, mudanças na legislação tributária ou nos programas de

gastos do governo, de modo a alterar o tamanho do déficit (ou superávit) orçamentário. Quando nos referimos a mudanças na política fiscal,

estaremos nos referindo a mudanças desse tipo – mudanças deliberadas nas despesas governamentais, na política tributária ou em ambas, com o

objetivo de afetar o tamanho do déficit ou do superávit orçamentário, ok?

Page 29: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

1.2. A Política Monetária

Se a política fiscal mexe no fisco do governo, a política monetária, como o próprio nome sugere, altera o movimento da moeda na economia. Então,

para que se possa falar em política monetária, é necessário, antes entender o que se entende por moeda.

Conceitualmente, o termo “moeda” é usado para denominar tudo aquilo que

é geralmente aceito como meio de trocas de bem e serviços. Assim,

Contudo, a moeda que nós conhecemos hoje não foi sempre assim. Ao longo de muitos anos, essa moeda foi alterada, até chegar ao que hoje se

convencionou chamar de moeda.

Tipos de Moeda

Cronologicamente, temos os seguintes tipos de moeda:

a) Moeda-mercadoria: No passado, geralmente escolhia-se uma

mercadoria que fosse relativamente escassa e não facilmente perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e

épocas, foram usados como moeda: sal, gado, fumo, peles, trigo, rum, ostra, carne-seca, ferro, cobre, etc.

Você sabia que o nome salário vem de Sal? Pois é, no passado, os

soldados recebiam as suas remunerações em Sal. Além disso, o sal foi usado ainda como dotes dados pelos pais aos potenciais maridos de

suas filhas!

b) Metais preciosos: sem dúvida, de todas as mercadorias, a

preferência maior recaía, geralmente, sobre os metais, não só pela sua relativa escassez mas, também, pela sua durabilidade e fácil

Page 30: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido

bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro, como acontece hoje.

Você sabia que existe ouro na sua moeda de R$ 1,00!? Pois é,

conceitualmente, o valor impresso na moeda deve ser exatamente igual ao seu custo de produção. Contudo, não apenas para o Brasil,

mas para a maioria esmagadora dos países, moedinhas de menor valor, custam mais para ser fabricadas do que está impresso no seu

valor de face! Assim, caso queira ficar mais rico, derreta as moedinhas de R$ 0,10 e venda como prata! Você deverá receber um maior valor

do que os R$ 0,10!

c) Moeda-papel: com o crescimento do volume e valor das transações,

o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos.

Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos, em diversos países. Estas casas passaram

a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Este

certificado recebeu a denominação de moeda-papel e era generalizadamente aceito nas transações. Sua característica principal

era possuir lastro integral em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir à casa de custódia emissora e

reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituição aos próprios metais preciosos.

d) Papel-moeda: com o tempo, e diante da crescente demanda por tais

certificados – para atender os negócios em franca expansão - as casas de custódia passaram a emitir certificados cujo valor global em

circulação excedia o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experiência acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos

os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos. Além do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados

em ouro, outros vinham para depositar mais ouro. Assim, com um

encaixe metálico menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, na

semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação.

Page 31: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

e) Moeda escritural bancária: é representada pelos depósitos à vista,

do público, nos bancos comerciais – ou seja, as contas correntes das empresas e dos indivíduos – materializados, na prática, pelo cheque.

Quase-moedas: Compreendem o conjunto de ativos do sistema financeiro não monetário, sendo constituídos por compromissos assumidos pelas

instituições financeiras e pelo governo e caracterizados por extrema liquidez

e por possuírem muitas propriedades da moeda. As principais são: Títulos da dívida pública que estejam fora do Banco Central; Depósitos de poupança;

Depósitos a Prazo.

Eu sei que são muitos os tipos de moeda e a diferença entre eles as vezes

não é tão clara. Mas, pode ficar tranquilo(a). Como a prova pede

especificamente a Política Monetária, não será necessário esquentar a cabeça para decorar todos os tipos de moeda, ok? Mas, é bom saber que

existem vários tipos!

Além dos tipos, a moeda exerce três funções principais dentro de uma

economia! Vamos analisar juntos?

Funções da Moeda

A moeda exerce simultaneamente as funções de:

Meio ou instrumento de troca: Eis aí a função mais importante da

moeda, já que permitiu que a economia como um todo aumentasse

sua eficiência, fazendo com que novos produtos e serviços fossem colocados à disposição dos indivíduos.

A compreensão de que a moeda exerce a função de instrumento de compra pode ser vista quando nós compramos algo no mercado de

bens e serviços! Para adquirir qualquer tipo de bem, nós precisamos

dar, como contrapartida, moeda. É assim que a moeda exerce a sua primeira função!

Medida de valor ou unidade de conta: Para entender a função da moeda como medida de valor, pergunto a você: como é que nós

sabemos que um automóvel Golf é mais caro que um Pólo?

Porque para comprar um Golf eu preciso de mais moeda! Ou seja, todos os bens e serviços de uma economia assumem a forma de

preço, que é expresso em uma unidade monetária comum. Para isso, ela precisa também ter um valor, ser também uma mercadoria. Ela

serve de unidade ou ponto de referência para avaliação dos bens;

Page 32: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Reserva de valor: Para entender a reserva de valor, eu posso pensar

da seguinte forma: quando digo que possuo R$ 100,00 na minha carteira, eu estou dizendo, também, que posso comprar, quando

quiser, ou precisar tudo aquilo que tenha um preço igual ou menor que R$ 100,00.

Nesse sentido, a moeda exerce a função de reserva de valor a partir

do momento em que a recebemos até o instante em que a utilizamos para consumo. Pode ser definida como sendo a representante

universal da riqueza.

No passado, toda moeda, ou papel-moeda, era lastreada em ouro (moeda

lastreada), o chamado padrão-ouro. Com o desenvolvimento do comércio

internacional, não foi mais possível fazer a conversão de moeda em ouro.

Atualmente, existe a moeda fiduciária (de fidúcia, confiança), sem lastro,

e sua aceitação é garantida por lei. Com a passagem do padrão ouro para a moeda fiduciária, a moeda não é mais função do estoque de ouro, o que dá

às autoridades monetárias maior capacidade de afetar a quantidade de

moeda, de acordo com os objetivos da política monetária.

Demanda e Oferta de Moeda

Assim como as mercadorias e serviços em geral, a moeda também tem uma

oferta e uma demanda. Veremos inicialmente como se compõe a oferta de moeda; depois, analisaremos os determinantes da demanda de moeda; em

seguida, verifica-se como se dá o equilíbrio do lado monetário da economia, para, finalmente, analisar os impactos da política monetária! (Lembra, um

passo para trás para dar, depois um pulo para frente!)

Oferta de Moeda

Conceito e composição dos meios de pagamento.

A oferta de moeda é sinônimo de meios de pagamento, que é definido

como

Page 33: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Em macroeconomia, dizemos que é o Banco Central, o responsável pela

emissão de moeda em uma economia, assim, pode-se dize que ele é o órgão responsável pela manutenção da Base Monetária.

Contabilmente, a Base Monetária é dada pela soma dos valores constantes do chamado passivo monetário do Banco Central que se compõe de:

i) - o papel-moeda em poder do público (PMP);

ii) - o caixa em moeda corrente dos bancos comerciais (R1);

iii) - os depósitos voluntários dos bancos comerciais junto ao Banco Central

(R2); e,

iv) - os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais, também junto ao

Banco Central (R3)

A base monetária objetiva medir a liquidez, ou seja, as necessidades do setor produtivo privado (excetuando-se o setor bancário), para satisfazer a

suas transações com bens e serviços.

Banco Central do Brasil

Como nós já vimos, o BACEN é a instituição reguladora do sistema financeiro brasileiro (moeda e crédito). O Banco Central atua como banqueiro do

governo federal e banco dos bancos comerciais. Controla o volume de reservas estrangeiras e dos bancos comerciais e, portanto, controla o

volume de moeda escritural que os bancos comerciais podem criar.1

Funções do Banco Central

As funções típicas ou clássicas de um banco central são:

1 Para que você entenda esse economês acima, dizemos que os bancos comerciais (como o

Itaú, o Bradesco, etc) criam moeda quando eles fazem empréstimos. Isso não quer dizer

que eles podem imprimir moeda! Não, eles não podem! O único órgão que pode fazer isso é

o Banco Central, através da Casa da Moeda, ok?

O funcionamento dessa criação de moeda pelos bancos comerciais é chama de multiplicador

bancário. Como isso não será visto na prova, não vamos perder muito tempo aqui, ok?

Quem tiver dúvidas de como funciona, pode mandar um email que eu respondo!

Page 34: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

a) banco emissor de papel-moeda;

Cabe ao banco central imprimir o papel-moeda e a moeda metálica dentro da uma economia. Nenhum outro banco pode fazer isso.

b) banqueiro dos bancos comerciais;

Quando o Itaú precisa de dinheiro, ele não vai pedir ao Bradesco, mas, sim,

ao Banco Central, como o Banco Central está emprestando dinheiro a outro banco, nós dizemos que o banco central é o banco dos bancos!

c) banqueiro do Tesouro Nacional;

Além de emprestar dinheiro aos bancos comerciais, o banco central também pode emprestar dinheiro ao governo federal via Tesouro. Assim, o banco

central também é chamado de banco do governo federal.

d) depositário das reservas internacionais do País.

Quando se falar em compra e venda de dólar no Brasil, você vai lembrar, na hora, do Banco Central pois é nele que fica guardada toda reserva em

moeda estrangeira do país, certo?

Até aqui, eu sei, a coisa é bemmm mais descritiva! O que eu quero que você note é bem simples: quem está no controle do banco central? Quem, quem,

quem? O GOVERNO!

Logo, já dá para saber que se ele quiser mexer em moeda, ou seja, fazer

política monetária, ele o fará fazendo intervenções na economia via Banco

Central! Simples assim!

Demanda por Moeda

Se o governo define a oferta de moeda, através do Banco Central, são os

outros agentes (principalmente os consumidores) que determinam a demanda por moeda.

Existem três motivos para demandar moeda:

*Motivo transação

*Motivo precaução

*Motivo especulação (ou portfólio)

Page 35: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

O primeiro motivo seria o mais óbvio de todos: precisamos de moeda para

adquirir bens e serviços! Assim, para que os consumidores possam comprar, eles demandam moeda para poder pagar as suas novas aquisições. Nesse

caso, é importante que você note que à medida que a renda aumenta, como vimos, as pessoas passarão a consumir mais. Como para consumir eles

precisam de mais dinheiro, então, necessariamente, elas demandarão mais moeda. Nesse sentido, o aumento da renda leva a um aumento da demanda

por moeda para transação.

Um outro tipo de demanda por moeda que existe é a demanda por moeda para precaução, ou seja, é aquele volume de moeda que você retém para

emergências. Nesse caso também, à medida que a renda aumenta, você acaba por reter mais moeda para precaução também.

Finalamente, existe um último tipo de demanda por moeda: a demanda por

especulação. Essa demanda por moeda surge de um trade-off entre o custo de oportunidade de manter moeda e a liquidez que a moeda oferece. O

custo de oportunidade de manter moeda depende da taxa de juros de curto prazo. Ou seja, trocando em miúdos, eu também vou demandar

moeda para especular! (para fazer o meu dinheiro gerar mais dinheiro!). Nessa situação, quanto maior for a taxa de juros, menos eu vou querer

comprar em bens e serviços já que eu vou quere colocar toda a minha rica moedinha no banco para ganhar os rendimentos.

É olhando a relação entre demanda e oferta por moeda que o governo implementa a política monetária. Os instrumentos que ele utiliza para fazer

isso é o que veremos agora.

POLÍTICA MONETÁRIA

Essa política pode ser definida como sendo um conjunto de medidas adotadas pelo governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda e as

taxas de juros, de forma a assegurar a liquidez ideal da economia do país.

Page 36: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Através do controle da oferta de moeda, o governo visa à elevação do nível

de emprego, a estabilidade dos preços e uma adequada taxa de crescimento econômico.

As autoridades monetárias não podem interferir diretamente no cotidiano dos agentes econômicos, mas através da ação sobre as reservas bancárias e

das taxas de juros, indiretamente induzem o público a alterar o perfil de

seus gastos.

Para executar esses objetivos, o governo utiliza três instrumentos

fundamentais que vão afetar, diretamente, o setor bancário, representado, no fluxo circular expandido da riqueza como o mercado de ativos financeiros.

Os principais instrumentos são:

Operações no mercado aberto: Consistem na compra e venda de

títulos públicos por parte do Banco Central, objetivando regular os fluxos gerais de liquidez da economia;

O funcionamento não é difícil de compreender: imagine que você

tenha R$ 50,00 em títulos do governo. Ou seja, ao invés de colocar o seu rico dinheirinho na poupança, você decidiu emprestar ao governo

por meio do que conhecemos no Brasil como Tesouro Direto.

Agora suponha que chegou o dia do governo pagar esse dinheiro de volta, ou seja, ele vai “comprar” o título da dívida dele que estava

na sua mão.

Você não vai no Banco Central buscar esse dinheiro, não é? Ele vai colocar esse dinheiro na sua conta no banco Itaú e você pode, ou não,

retirar esse dinheiro. Para simplificar, digamos que você não vá buscar esse dinheiro no banco. O que acontece? O Itaú possui mais dinheiro

para emprestar a outras pessoas (ééé, o banco não tem dinheiro não, viu! Ele usa o dinheiro da gente para emprestar a outras pessoas!).

como agora ele tem muuiiittoo dinheiro já que o governo pagou para ele, ele pode emprestar esse valor cobrando um preço mais barato

pelo empréstimo. O preço do empréstimo se chama de taxa de juros.

Com uma taxa de juros mais baixa cobrada pelos bancos, mais pessoas se interessarão em tirar empréstimos no banco para, por

exemplo, financiar um carro!

Assim, quando eu vou no Itaú e tiro um empréstimo para comprar um carro, estou, na verdade, aumentando o meu nível de consumo, o que

vai gerar, como nós já vimos, um aumento da renda da economia!

Entendido?

Page 37: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Logo, quando o governo compra títulos no mercado aberto, ele está,

na verdade, colocando mais dinheiro em circulação para que, com isso, possa baixar o preço do dinheiro (a taxa de juros), para que as

pessoas demandem mais moeda para transação e comprem mais bens e serviços e façam a produção e o emprego crescerem!

Entendido!? (eu sei, de primeira, as vezes não é tão simples quanto

parece!)

Vamos mais para ninguém se perder:

Imagine agora que o governo deseja vender títulos. O que acontece

nessa situação?

Ao invés de você comprar bens, você vai comprar os títulos que o governo colocou a venda. Nesse caso, ocorrerá justamente o inverso!

Como eu estou comprando os títulos do governo, vou deixar de ir ao salão de beleza para comprar esse título. Assim, não vou mais

consumir e com essa redução do consumo, não serão produzidos mais bens, o que provocará, em última instância, uma redução do emprego!

Logo, se o governo quiser aumentar a renda da economia, ele vai,

através da política monetária, com o uso das operações no mercado aberto, ele irá comprar títulos e caso deseje diminuir a renda da

economia, ele irá vender títulos! Compreendido?

Fixação da taxa de reserva compulsório ou encaixe compulsório: Instrumento utilizado pelo Governo para controlar a

oferta de dinheiro dos bancos. Também conhecidas como depósitos compulsórios, são mantidas pelas instituições bancárias junto ao

Banco Central, em uma proporção dos depósitos à vista mantidos pelos bancos.

Como isso funciona: para cada R$ 1,00 que é depositado em um

banco comercial, cerca de R$ 0,60 (não me recordo exatamente, mas acho que é esse valor) não fica no banco comercial para que ele

empreste, esse valor vai para o Banco Central como uma reserva que deve ser feita obrigatoriamente pelo banco.

Assim, se o governo quiser aumentar a renda da economia, via política

monetária, ele vai deixar mais moeda nos bancos para que eles possam emprestar a sociedade. Logo, ele vai reduzir as reservas

compulsórias. Caso ele deseje que a economia não cresça, ele irá aumentar o nível de reservas compulsórias, deixando os bancos sem

recursos para emprestar.

Page 38: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Fixação da taxa de redesconto: O redesconto é um empréstimo que

os bancos comerciais recebem do Banco Central para cobrir eventuais problemas de liquidez. A taxa de juros sobre esses empréstimos é

chamada Taxa de Redesconto. Uma elevação desta induz os bancos comerciais a aumentar suas reservas voluntárias.

Lembra que eu falei que o Banco Central era o banco dos bancos? Pois

é. É justamente através dos empréstimos que o banco central faz aos bancos comerciais que podemos dizer que ele é o banco dos bancos!

Nesse caso, quando o Banco Central empresta dinheiro aos bancos, ele cobra uma determinada taxa em contrapartida. Esse valor é chamado

de taxa de redesconto.

Quanto maior for a taxa de redesconto cobrada pelo Banco Central aos outros bancos, menores serão os valores demandados pelos bancos ao

BACEN. Assim, menores serão os valores que esses bancos colocarão a nossa disposição para que possamos, por exemplo, financiar o nosso

carrinho zero! Logo, como nós não vamos comprar o nosso carrinho, as empresas não produzirão carros novos e o que traz como

consequência uma redução no nível de empregos!

Viu como o governo altera a nossa vida através da política monetária?

RESUMINDO:

Variações na Política Monetária fazem ocorrer modificações no

rendimento dos ativos financeiros e no custo e disponibilidade de crédito. Tal como a Política Fiscal, ela dá origem a um efeito

multiplicador através de mudanças na taxa de juros que afetam os gastos agregados e a poupança.

Para consolidar tanta informação, vamos fazer uns exercícios?

Page 39: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Exercícios?

Page 40: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Exercício 5

(INEA, Economista, 2007, CESGRANRIO) O aumento do percentual

da reserva compulsória que o Banco Central exige dos bancos reduz

a(o)

(A) oferta de moeda.

(B) demanda por bens públicos.

(C) taxa de juros vigente na economia.

(D) spread cobrado pelos bancos.

(E) gasto do governo.

Vamos lá!!

Veja, a questão fala sobre reserva compulsória. Apenas lembrando, essa

reserva diz respeito ao percentual dos nossos depósitos que fica, não com os bancos comerciais, com o banco central. Logo, quando o governo faz um

aumento percentual da reserva compulsória, ele está, no fim das contas, retirando dinheiro dos bancos comerciais.

Assim, sem dinheiro, os bancos não podem fornecer moeda para o resto da

economia, logo, haverá menos empréstimos sendo concedidos, o que implica em menos consumo, menos produção e menos emprego!

O que você deve ficar atento aqui é que quando o banco central altera as reservas dos bancos comerciais, ele está, também alterando ao base

monetária da economia, ou a oferta monetária, já que essa é composta

pelos quatro itens abaixo.

i) - o papel-moeda em poder do público (PMP);

ii) - o caixa em moeda corrente dos bancos comerciais (R1);

iii) - os depósitos voluntários dos bancos comerciais junto ao Banco Central

(R2); e,

Page 41: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

iv) - os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais, também

junto ao Banco Central (R3)

Como o R3 fala justamente das reservas compulsórias, aumento dessas

reservas no Banco Central levará a uma redução na Base Monetária da economia!

Nesse caso, só para ficar claro, é como se esse percentual de aumento

deixasse de existir por um período.

Dessa forma, a alternativa correta é a letra (A). Vejamos porque as demais alternativas estão incorretas. A letra (B) diz que haverá uma redução na

demanda por bens públicos, o que não tem nenhuma ligação com o enunciado. Para ser franca, não há nenhum condicionante que leve a uma

redução da demanda por bens públicos em economia. Logo, essa alternativa só seria verdadeira sob condições extremamente especiais.

A alternativa (C) diz que haverá uma redução da taxa de juros. Essa

afirmação é interessante, já que o que acontecerá é exatamente o efeito contrário! Como os bancos terão menos dinheiro para emprestar (já que o

BACEN levou uma boa parte), eles cobrarão uma taxa de juros mais alta pelo empréstimo, não o contrário. Assim, quanto maior for a oferta de

moeda, menores tenderão a ser as taxas de juros cobradas pelos governos.

Em sequência, a letra (D) afirma que existirá uma redução no spread dos bancos! Veja, primeira coisa que você deve entender é o que chamamos de

spread bancário. Ele é a diferença entre a taxa de juros cobrada pelos bancos para empréstimos e a taxa de juros que eles remuneram o detentor

do capital. Por exemplo, se ele me cobra 5% por um empréstimo e te paga 0,5% pelo seu dinheiro que está aplicado no banco, o spread bancário será

de 4,5%!

No caso da alternativa acima, ela afirma que haverá uma redução do spread bancário. Será? Nesse caso, eu não posso dizer com certeza que haverá uma

redução nesse percentual, já que nada indica que isso acontecerá de fato! Logo, esse item também é falso.

Por fim, a assertiva (E) diz que haverá uma redução dos gastos do governo,

o que não pode ser verdade necessariamente, já que uma política monetária não necessariamente terá contrapartidas nos gastos do governo!

GABARITO (A)

Page 42: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Exercício 6

(EEPG, ECONOMIA E ESTATISTICA IJSN II 2010, CESPE) Julgue os

próximos itens, relativos à criação e destruição de moeda, ao multiplicador dos meios de pagamento e aos instrumentos de

política monetária

[88] A expansão monetária origina-se do aumento das operações ativas do banco central, do aumento da relação

entre encaixe total sobre depósitos à vista nos bancos

comerciais e do aumento da proporção dos meios de pagamento retidos pelo público em forma de depósitos à vista

nos bancos comerciais.

Vamos para mais uma questão!

Essa é boa porque ela considera todos os instrumentos que o governo possui para fazer a política monetária! Vamos ver!

Apenas para clarear a mente, no item, ele considera que o governo desejará fazer uma expansão monetária. Essa expansão, nada mais é do que uma

política monetária expansionista!

Prosseguindo, o item diz que essa expansão será possível se houver um

aumento da relação entre encaixe total sobre depósitos à vista

nos bancos comerciais. Ora, pelo que nós vimos acima, quando o

governo deseja fazer uma expansão da base monetária, ele não fará um aumento dos encaixes compulsórios, mas uma redução deles!

Assim, já daqui é possível dizer que a questão é falsa! Mas vamos

prosseguindo. Em seguida, a questão diz que a expansão monetária também

se origina do aumento da proporção dos meios de pagamento

retidos pelo público em forma de depósitos à vista nos bancos

comerciais. Para que você entenda melhor, quanto maior for a quantidade

de dinheiro das pessoas nos bancos, mais eles podem emprestar a outras

pessoas. Nesse caso aqui, se a questão só considerasse esse ponto, ela estaria correta. Como ela não o faz, o gabarito é falso.

GABARITO: FALSO

Page 43: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Exercício 7

(EEPG, ECONOMIA E ESTATISTICA IJSN II 2010, CESPE) Julgue os

próximos itens, relativos à criação e destruição de moeda, ao multiplicador dos meios de pagamento e aos instrumentos de

política monetária

[89] O banco central que pretenda expandir os meios de pagamentos pode obter esse resultado por meio do aumento

dos empréstimos do governo e da compra de títulos da dívida

pública em operações de mercado aberto como instrumentos

de política monetária.

Veja que estamos ainda na mesma questão, seguindo o mesmo tipo de raciocínio. Nesse caso, ele diz que caso o governo queira expandir os seus

meios de pagamentos ou a sua base monetária ou ainda a sua oferta

monetária, ele deve fazer isso por meio do aumento dos

empréstimos do governo e da compra de títulos da dívida

pública em operações de mercado aberto como instrumentos de política monetária. Nesse caso, respondendo por partes, temos que

um aumento dos empréstimos do governo aumentarão sim a oferta monetária, já que ele poderá conceder mais empréstimos aos bancos. Além

disso, conforme mostra a questão, quando o governo compra títulos no mercado aberto, ele está, na verdade, colocando mais moeda em circulação.

Dessa forma, estará fazendo uma política monetária expansionista!

GABARITO: VERDADEIRA

Par terminar a aula de hoje, que tem um pouco menos exercícios, vamos

para a última questão sobre política monetária!

Exercício 8

(CONSULTOR EXECUTIVO, CIENCIAS ECONOMICAS, SEFAZ 2010

CESPE) Julgue os itens, relativos à moeda e à política monetária

[107] Os instrumentos mais utilizados pelo Banco Central do

Brasil (BACEN) para atuar na execução da política monetária

são alterações nos níveis de reserva legal dos bancos, operações de mercado aberto e alterações nas taxas de

redesconto.

Page 44: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

E aí? Dá para responder tranquilo?

Questão corretíssima! Existem três instrumentos utilizados pelo governo para promover a política monetária. São eles:

alterações nos níveis de reserva legal dos bancos (ou as reservas

compulsórias ou ainda os encaixes compulsórios);

operações de mercado aberto (através da compra e venda de títulos)

taxas de redesconto. A taxa cobrada pelo Banco Central para emprestar

dinheiro aos bancos!

Simples assim!

GABARITO: VERDADEIRA

***

Meus queridos, terminamos aqui a aula 02. Como tinha dito acima, como é uma aula bemmm pesada, passei o conteúdo de inflação para a próxima

aula, ok?

Além disso, existe ainda uma política chamada de política cambial que pode ser operada pelo governo quando da promoção de políticas governamentais.

Como essa política não é uma política econômica propriamente dita com objetivos estabilizadores, não coloquei nesse material.

A idéia é ver essa política dentro das intervenções do governo na economia,

tópico da aula que vem.

Com isso, terminaremos, finalmente, a parte de Governo, Funções do

Governo e Formas de atuação! Foi uma luta grande, mas estamos no

caminho de terminar.

Qualquer dúvida, fico a disposição no email, ok? Podem mandar todas as

dúvidas para lá!

Ah, por sugestão de uma aluna, vou colocar algumas dicas nos exercícios propostos da aula de hoje. Mas, por um probleminha de tempo, essas dicas

aparecerão para vocês possivelmente no domingo, ok? Até lá, vocês podem resolver as questões. Prometo que as dicas estarão disponíveis para vocês

bem em breve.

Page 45: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Sobre a quantidade de exercícios da aula de hoje, não se preocupem. A

tendência é aumentar o número deles. Somente na aula de hoje que teremos esse número reduzido.

Aproveito para desejar um bom feriado de Páscoa. Para os cristãos, como eu, hora de refletir um pouco também, viu?! Não é só para comer ovo de

páscoa e peixe não! Para os demais, foco no estudo!

Beijo grande aqui do (ainda frio) Canadá.

Amanda

A capacidade de luta que há em você,

precisa de adversidades para revelar-se.

(Pierre Schurmann)

Page 46: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

EXERCÍCIOS COMENTADOS

Exercício 9

(CESGRANRIO, EPE, Economia da Energia, 2006) Supondo que a propensão marginal a consumir de uma economia seja igual a 1, o

multiplicador dos gastos autônomos será igual a:

(A) 0

(B) ∞

(C) 1

(D) – ∞

(E) 100

Exercício 10

(CESGRANRIO, Petrobrás, Economista Pleno, 2005) Considere o

modelo Keynesiano simplificado onde o equilíbrio produto-despesa é

descrito pela seguinte equação:

Y = C0 + cY + I + G ,

onde Y é o produto, C0 , o consumo autônomo, c, a propensão

marginal a consumir, I, o investimento privado e G, os gastos do governo. Assumindo que a propensão marginal a consumir é igual a

1, um aumento nos gastos do governo de G para 2G faz o produto de equilíbrio:

(A) dobrar.

(B) aumentar infinitamente.

(C) aumentar em 2G.

(D) aumentar em C0 + I + 2G.

(E) manter-se constante.

Exercício 11

(Economista, MEC, FUB, 2009, CESPE ) A macroeconomia analisa a

determinação e o comportamento dos grandes agregados

Page 47: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

econômicos, como, por exemplo, renda, níveis de preços e

desemprego. Com base nessa teoria, julgue os itens.

[62] Se propensão marginal a consumir for igual a 0,8 em uma

economia fechada, então um aumento de R$ 1.000,00 dos gastos públicos elevará a renda da economia em R$ 5.000,00.

Exercício 12

(Analista de atividades do meio ambiente, Economista IBRAM, 2009, CESPE) Em relação às políticas fiscais e monetárias, julgue o item

que se segue.

[67] A implementação de uma política fiscal expansionista, por meio do aumento dos gastos públicos no âmbito do Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 100 milhões, produz a mesma expansão da demanda agregada que uma

ampliação dos gastos com programas de transferência do governo federal, do mesmo montante.

Exercício 13

(INEA, Economista, 2007, CESGRANRIO) O aumento do percentual da reserva compulsória que o Banco Central exige dos bancos reduz

a(o)

(A) oferta de moeda.

(B) demanda por bens públicos.

(C) taxa de juros vigente na economia.

(D) spread cobrado pelos bancos.

(E) gasto do governo.

Exercício 14

(EEPG, ECONOMIA E ESTATISTICA IJSN II 2010, CESPE) Julgue os

próximos itens, relativos à criação e destruição de moeda, ao multiplicador dos meios de pagamento e aos instrumentos de

política monetária

Page 48: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

[88] A expansão monetária origina-se do aumento das

operações ativas do banco central, do aumento da relação entre encaixe total sobre depósitos à vista nos bancos

comerciais e do aumento da proporção dos meios de

pagamento retidos pelo público em forma de depósitos à vista nos bancos comerciais.

Exercício 15

(EEPG, ECONOMIA E ESTATISTICA IJSN II 2010, CESPE) Julgue os

próximos itens, relativos à criação e destruição de moeda, ao multiplicador dos meios de pagamento e aos instrumentos de

política monetária

[89] O banco central que pretenda expandir os meios de

pagamentos pode obter esse resultado por meio do aumento dos empréstimos do governo e da compra de títulos da dívida

pública em operações de mercado aberto como instrumentos

de política monetária.

Exercício 16

(CONSULTOR EXECUTIVO, CIENCIAS ECONOMICAS, SEFAZ 2010 CESPE) Julgue os itens, relativos à moeda e à política monetária

[107] Os instrumentos mais utilizados pelo Banco Central do

Brasil (BACEN) para atuar na execução da política monetária

são alterações nos níveis de reserva legal dos bancos, operações de mercado aberto e alterações nas taxas de

redesconto.

GABARITO

1 B 5 A

2 B 6 F

3 V 7 V

4 F 8 V

Page 49: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Exercício 9

(INMETRO, TMQ, CIENCIAS ECONOMICAS, 2010, CESPE) Assinale a opção correta a respeito das funções da moeda, da política

monetária e das teorias da inflação.

a) As operações de mercado aberto afetam, sucessivamente, a taxa de juros, o volume dos empréstimos, o volume de reservas dos bancos

comerciais e, por último, o montante dos meios de pagamentos.

b) A moeda desempenha, entre outras, a função de meio de troca e de reserva de valor, mas não a de ser um padrão de pagamentos diferidos.

c) A demanda por moeda representa os meios de pagamentos que as

pessoas e empresas procuram manter em seu poder. Segundo Keynes, essa demanda é influenciada por apenas dois motivos: transação e especulação.

d) A política monetária sempre determina a taxa de juros, segundo a perspectiva monetarista.

e) De acordo com as teorias de inflação, o aumento nos gastos autônomos

de investimentos é uma das origens da inflação de demanda.

Exercício 10

(ECONOMISTA, DPU, 2010, CESPE) Acerca do papel do governo na economia, assinale a opção correta.

a) Se o objetivo da política econômica consiste em aumentar o nível de investimento do país, a autoridade governamental deverá reduzir a

poupança bruta do setor privado, aumentar o saldo do governo em conta-corrente e aumentar o deficit do balanço de pagamentos em transações

correntes.

b) Para uma economia cuja finalidade da política econômica seja fazer a distribuição equitativa da renda, o governo deve adotar tributos indiretos e

taxas proporcionais.

c) A existência de falhas de mercado que levem à desigualdade na distribuição da riqueza, não está relacionada aos objetivos do Estado, quais

Page 50: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

sejam eficiência, equidade e estabilidade.

d) Por eficiência, entende-se que os impostos devem ser progressivos, isto

é, os agentes que recebem as maiores rendas devem se enquadrar em uma faixa de tributação mais elevada.

e) As políticas macroeconômicas de estabilização e crescimento econômico

incluem as políticas fiscal e monetária, envolvendo o poder de cobrar impostos e a determinação da oferta de moeda e da sensibilidade da

economia às taxas de juros.

Exercício 11

(ECONOMISTA, DPU, 2010, CESPE) A partir do conhecimento do

papel da política fiscal e do comportamento das contas públicas, assinale a opção correta.

a) A política fiscal expansionista gera inflação e pode causar distorções

alocativas e distributivas, cujos reflexos podem eliminar completamente os benefícios esperados sobre a renda e o emprego.

b) Caso o governo adote uma política fiscal contracionista por intermédio do

aumento de impostos, o resultado esperado será a melhoria das condições da economia, pois a arrecadação de tributos é necessária para o

cumprimento dos compromissos sociais.

c) Para minimizar os efeitos indesejáveis de uma política monetária

contracionista, o governo pode adotar uma política fiscal expansionista, aumentando o recolhimento dos tributos para aumentar seus gastos

governamentais e promover melhor distribuição da renda.

d) Política fiscal é o gerenciamento dos gastos e da arrecadação do governo visando alcançar um dado objetivo. Entretanto, se a economia estiver

operando em um nível baixo de renda e de produto, que represente recessão, uma política fiscal expansionista não poderá induzir a retomada da

trajetória do crescimento da economia.

e) A política fiscal expansionista provoca, de imediato, um aumento no deficit público. Logo, a redução da demanda artificialmente provocada pela

política econômica pode gerar pressões inflacionárias.

Page 51: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

Exercício 12

(ECONOMISTA, DPU, 2010, CESPE) Assinale a opção correta acerca da política monetária.

a) Quando o BACEN redesconta uma duplicata em poder de um banco

comercial entregando papel-moeda ao banco, não existe criação nem

destruição de meios de pagamentos.

b) A compra de títulos públicos por parte do Banco Central do Brasil (BACEN) amplia os meios de pagamentos da economia, mas reduz a base

monetária.

c) Os instrumentos mais comumente utilizados pelo BACEN para a execução da política monetária são alterações nas exigências de reserva legal dos

bancos, operações no mercado cambial e mudanças nas taxas de redesconto, operando direta ou indiretamente sobre a quantidade de moeda

disponível para empréstimos.

d) A teoria quantitativa da moeda relaciona o volume de transações a preços correntes com o estoque de moeda multiplicado pela taxa de sua

circulação. Nessa teoria monetária, a velocidade da moeda é fixa no curto e

longo prazo, devido aos hábitos e tecnologias de realização de pagamentos da sociedade.

e) Na linha teórica dos economistas novos keynesianos, a não neutralidade

da moeda é uma consequência da rigidez dos salários reais.

Exercício 13

(ECONOMISTA, DPU, 2010, CESPE) Acerca das funções governamentais, assinale a opção correta.

a) As distorções no mercado interno provocadas por crises internacionais devem ser corrigidas exclusivamente com instrumentos de política fiscal.

b) O papel de conduzir a economia no caminho do crescimento sustentado é

responsabilidade exclusiva dos Estados nacionais.

c) O mercado de trabalho é o setor de economia que precisa de maior desregulamentação estatal, para se adequar às novas realidades mundiais.

d) A atividade financeira do Estado somente está completa quando são

consideradas as atividades de obtenção, dispêndio, gerenciamento e criação

Page 52: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

de recursos públicos.

e) O deficit público, ainda que estrutural, deve ser considerado indutor do

desenvolvimento econômico.

Exercício 14

(INEA, Economista, 2007) Uma política monetária expansiva leva

normalmente ao(à)

(A) aumento da taxa de juros.

(B) desvalorização da moeda doméstica se o regime for de

câmbio fixo.

(C) redução da taxa de inflação.

(D) acumulação de reservas internacionais se o regime for

de câmbio flutuante.

(E) expansão da produção.

Exercício 15

(IBGE, Análise Socioecomica, 2010) Os instrumentos clássicos de

política monetária NÃO incluem as

(A) variações no requisito de depósito compulsório dos bancos junto ao Banco Central.

(B) vendas no mercado aberto de títulos públicos realizadas pelo Banco

Central.

(C) variações no deficit orçamentário do setor público.

(D) alterações na taxa de redesconto dos empréstimos do Banco Central aos

bancos.

(E) compras no mercado aberto de títulos públicos realizadas pelo Banco Central.

Page 53: Aula 02 - Noções de Economia (Amanda Aires).Text.Marked

Acesse www.baixarveloz.net

Profa. Amanda Aires www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 53

Noções de Microeconomia para a Polícia Federal Teoria e Questões Comentadas da CESPE

Profa. Amanda Aires – Aula 02

GABARITO

9 E 13 D

10 E 14 E

11 A 15 C

12 A - -