noções de microeconomia - aula 02

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  • 7/21/2019 Noes de Microeconomia - Aula 02

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    CURSO ON-LINE NOES DE MICROECONOMIA EM EXERCCIOSAGENTE DA POLCIA FEDERAL

    PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

    Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br

    AULA DOIS

    Ol, Pessoal!

    E a, como foram os estudos da aula um? Tudo tranquilo? Espero que

    sim.

    No sendo restrito apenas Polcia Federal, comum o CESPE

    apresentar um contedo programtico bastante genrico. No obstante este

    aspecto, considerando que grande o escopo de cobrana da banca quando

    relaciona os itens genericamente, optei por aprofundar as aulas, abordando ao

    mximo possveis cobranas a serem feitas na prova.

    pelo aspecto acima exposto que sempre prefiro, mesmo nos cursos em

    exerccios, apresentar uma abordagem terica prvia resoluo de questes.

    Essa sistemtica, alm de tornar a aula mais dinmica, contribui para umamelhor fixao do contedo que poder ser cobrado na prova por meio de

    questes.

    Por fim, pelo fato do CESPE no possuir histrico relevante de questes

    sobre os temas de aula, quero inform-los que adicionei questo cobradas

    tambm por outras bancas examinadoras. O objetivo um s, qual seja o de

    consolidar a matria estudada.

    Fico disposio de vocs para todas as dvidas porventura surgidas na

    aula.

    Um grande abrao,

    Mariotti

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    Pontos do Contedo Programtico: Impostos, tarifas, subsdios,

    eficincia econmica e distribuio da renda parte 1

    O setor pblico, comumente conhecido como governo, possui grande

    participao nas sociedades atuais. Sua existncia decorrente da

    necessidade de regulao da atividade econmica, em que de um lado

    encontram-se empresas produzindo bens e servios e, do outro lado, as

    famlias, responsvel pelo consumo destes bens e servios.

    A participao do governo nas inter-relaes entre os agentes

    privados pressupe a necessidade de financiamento das atividades por este

    realizadas. O estudo desta mesma atividade denominado na literatura

    econmica de Economia do Setor Pblico, tambm chamada de Finanas

    Pblicas. O conceito microeconmico das Finanas Pblicas relaciona-se s

    polticas especficas (ou pontuais) realizadas pelo governo, a exemplo da

    imposio de um tributo em um determinado setor da atividade econmica.No conceito macroeconmico, o termo finanas pblicas associa-se ao

    estudo dos diversos impactos que as polticas econmicas individualizadas

    (polticas microeconmicas) geram sobre a sociedade.

    Grande estudioso da atividade interventiva governamental, Musgrave1

    destaca que Finanas Pblicas a terminologia que tem sido tradicionalmente

    aplicada ao conjunto de problemas da poltica econmica que envolvem o usode medidas de tributao e de dispndios pblicos.

    A definio acima baseia-se no fato de que a necessidade da atuao

    econmica do poder pblico prende-se na constatao de que a simples

    existncia do sistema de mercado (consumidores versus produtores) no

    consegue cumprir adequadamente algumas tarefas e funes que visam o

    1MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanas Pblicas. So Paulo. Atlas, 1974.

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    bem-estar da populao. A maneira pela qual o Estado intervm no processo

    econmico dependente da srie de instrumentos que este dispe, inclusive

    em termos do financiamento de suas atividades.

    Sendo assim, podemos dizer que o estudo das Finanas Pblicas abrange

    a emisso de moeda e ttulos pblicos, a captao de recursos pelo Estado, sua

    gesto e seu gasto, para atender s necessidades da coletividade e do prprio

    Estado. Na captao dos recursos so estudadas as diversas formas de

    receitas, obtidas em decorrncia do patrimnio do Estado, do seu

    endividamento ou por fora do seu poder tributrio. Uma vez captados os

    recursos impe-sea suaadministrao at o efetivo dispndio.

    As fontes geradoras de receitas so a tributao, classificada como

    receita derivada do poder coercitivo do Estado e o endividamento pblico,

    representado pela emisso e resgate de ttulos da dvida pblica.

    A capacidade do Estado de tomar emprstimos est substancialmente

    determinada pelo potencial de recursos compulsrios que, ano a ano, ele tem

    condies de mobilizar da sociedade. Deste ponto, ressalta-se o porqu da

    tributao constituir um dos principais condicionantes do endividamento

    pblico.

    O Estado e as funes econmicas governamentais. Polticas fiscale monetria; outras polticas econmicas.

    O governo necessita realizar atividades de cunho intervencionista nas

    relaes existentes na sociedade. Essa atuao devida existncia do que

    denominamos de Falhas de Mercado, situao na qual a simples interao

    entre consumidores e produtores no leva a melhor alocao possvel dos

    recursos econmicos. A base de interveno do Estado no processo econmico

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    associada s funes bsicas que este deve exercer, assim denominadas de

    funo alocativa, distributiva e funo estabilizadora.

    Funo Alocativa

    A funo alocativa aquela que atribui ao Estado a responsabilidade

    pela alocao dos recursos existentes na economia quando, pela livre iniciativa

    de mercado, isto no ocorrer. Um bom exemplo desta funo representado

    pela iniciativa do Estado em realizar obras que traro grandes benefcios

    populao. Um caso polmico, mas revestido da funo bsica de alocao dos

    recursos pelo Estado a transposio do Rio So Francisco, que mesmo

    podendo trazer custos ambientais e sociais negativos para parte da populao

    do Serto Nordestino, resultar em um significativo aumento do bem-estar da

    prpria populao, levando gua, sade e riqueza a uma regio bastante

    castigada pela seca.

    Perceba pelo exemplo acima que o atendimento da funo alocativa se

    d por meio da realizao de gastos de forma objetiva, ou seja, realizando a

    transposio do Rio So Francisco. Cita-se esta caracterstica porque, ao se

    analisar a funo estabilizadora, outra funo governamental, falaremos a

    respeito da poltica fiscal, a qual se caracteriza pela realizao de gastos do

    governo. A diferena, em termos de identificao da funo governamental

    (alocativa ou estabilizadora) est no carter estrito (stricto-sensu) do gasto.Quando se fala em poltica fiscal, na anlise da funo estabilizadora, imputa-

    se a sua relao como poltica estimuladora do crescimento do Produto Interno

    Bruto PIB, ou seja, da riqueza da economia. J quando se fala de uma

    poltica fiscal especfica (gasto especfico) como a realizada na transposio do

    Rio So Francisco, o Governo objetiva o atendimento da sua funo alocativa

    (poltica de carter estrito).

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    Vejamos uma questo:

    1 - (ANALISTA DE GESTO PBLICA/PREF. VITORIA CESPE/2007) As

    anlises da economia do setor pblico, incluindo-se a as dos tpicos

    associados s finanas pblicas no Brasil, so importantes para se

    entender o papel desempenhado pelo governo nas economias de

    mercado. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.

    90 A proviso de servios de utilidade pblica, tais como saneamento e

    servios de segurana pblica, que no so ofertados adequadamente pelos

    mercados privados, exemplifica a funo alocativa do governo.

    Comentrios:

    A funo alocativa associa-se oferta de bens e servios por parte do

    governo como forma de minimizar as distores econmicasexistentes. No obstante, esta mesma funo tem o papel de

    complementar a atividade privada. O servio de saneamento no Brasil

    essencialmente estatal, derivado do fato da baixa rentabilidade e

    assim da falta de interesse da iniciativa privada. O servio de

    segurana pblica associa-se funo estratgica imposta ao Estado,

    naturalmente pelas peculiaridades envolvidas em tal prestao de

    servio.

    Gabarito: CERTO

    Funo Distributiva

    A funo (re) distributiva representada de fato pela melhoria na

    chamada distribuio da renda gerada na economia. Polticas de tributao

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    progressiva da renda com a consequente adoo por parte do governo de

    programas como o Bolsa Famlia representam claramente uma poltica

    distributiva do governo, retirando, a princpio, daqueles que ganham mais e

    repassando queles que ganham menos.

    A funo distributiva governamental implementada no pas por meio de

    polticas pblicas que visam conceder benefcios s famlias de menor poder

    aquisitivo. Dentre estes benefcios incluem-se realizao de transferncias de

    recursos pblicos, a exemplo do Programa Bolsa Famlia. O Programa foi criado

    para apoiar as famlias mais pobres e garantir a elas o direito alimentao e

    o acesso educao e sade. O Programa foi criado para apoiar as famlias

    mais pobres e garantir a elas o direito alimentao e o acesso educao e

    sade. Este visa a incluso social dessa faixa da populao brasileira, por meio

    da transferncia de renda e da garantia de acesso a servios essenciais. Em

    todo o Brasil, mais de 11 milhes de famlias so atendidas pelo Bolsa Famlia.

    A populao alvo do programa constituda por famlias em situao de

    pobreza ou extrema pobreza. As famlias extremamente pobres so aquelas

    que tm renda per capita de at R$ 70,00 por ms. As famlias pobres so

    aquelas que tm a renda per capita entre R$ 70,01 a R$ 140,00 por ms, e

    que tenham em sua composio gestantes, nutrizes, crianas ou

    adolescentes entre 0 e 17 anos.

    Ainda pode ser considerada uma poltica adotada pelo governo no

    atendimento funo distributiva a imposio de tributao incidente sobre

    a renda e a propriedade. Tributando mais aqueles que ganham mais, o

    governo busca a arrecadao de recursos visando distribuir estes mesmos

    recursos para, entre outras formas, poder realizar transferncias

    populao de mais baixa renda.

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    No menos importante, a atual poltica de concesso de subsdio

    compra da casa prpria, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida,

    constitui mais um dos instrumentos governamentais de atendimento sua

    funo distributiva. A concesso do benefcio no valor de at R$ 17 mil

    tende a permitir o acesso da classe menos favorecida moradia, gerando,

    de outra forma, a melhoria do padro de vida desta faixa da populao.

    2 - (ECONOMISTA/INPI CESPE/2006 COM ALTERAES) Assinale a

    opo correta, considerando que o estudo do funcionamento do setor

    pblico importante para a compreenso de questes econmicasrelevantes.

    A funo redistributiva do governo est associada proviso de bens e

    servios que no so ofertados, de forma apropriada, pelos mercados.

    Comentrios:

    Conforme verificado na abordagem do contedo terico da aula, a

    funo associada proviso pelo governo de bens e servios que no

    so ofertados, de forma apropriada, pela iniciativa privada, a funo

    alocativa.

    Gabarito: ERRADO

    Funo Estabilizadora

    A funo estabilizadoraest diretamente associada s polticas fiscal e

    monetria realizadas pelo governo. A poltica fiscal implementada tanto por

    meio do aumento dos gastos do governo como pela reduo dos tributos. A

    diferena encontra-se apenas em qual a varivel impactada diretamente. No

    caso do aumento dos gastos, a varivel estimulada inicialmente a prprio

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    gasto ( DA = Y = C + I + G + X M). Sua disseminao se d pelos diferentes

    ramos da economia. O ciclo baseado no gasto inicialmente realizado em

    determinado setor (ex: Construo Civil) gerando emprego e renda. Como

    resultado da renda e do emprego gerado neste setor, os trabalhadores

    aumentam a sua demanda nos demais setores da economia, gerando novos

    impactos em termos de crescimento da renda. No caso da reduo dos

    tributos, o resultado se d nas variveis consumo dos trabalhadores e no

    investimento das empresas ( DA = Y = C + I + G + X M). Com maior renda

    disponvel os trabalhadores aumentam o seu consumo, estimulando as

    empresas a investirem mais, gerando impactos sobre a oferta de bens e

    servios (oferta agregada). Esse ciclo se multiplica gerando impactos

    novamente sobre toda a economia.

    Adicionalmente poltica fiscal, a poltica monetria realizada pelo Banco

    Central visa controlar o excesso de moeda na economia, fazendo que a

    circulao desta seja suficiente para dar lastro s transaes de bens eservios no mercado real. O resultado desta poltica a busca pela

    manuteno do nvel constante dos preos e o estimulo gerao de renda e

    emprego via estmulo ao crdito.

    Digno de destaque so as diferenas existentes entre as polticas fiscal e

    monetria e seus impactos diretos sobre a economia. A poltica fiscal tem o

    carter de ter seu objetivo direcionado, atingindo inicialmente o setor no qualo governo deseja estimular. Ocorre, no entanto, que toda esta poltica deve ser

    pautada na estruturao do oramento anual, necessitando de tempo e

    aprovao por parte do poder legislativo. De forma contrria, ao apontarmos

    as vantagens da poltica monetria, podemos verificar que sua eficcia

    imediata, uma vez que as decises da autoridade monetria quanto ao

    controle da liquidez so tomadas diariamente. De forma contrria, as

    desvantagens se encontram no fato de que a poltica monetria tem carter

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    nacional, no atingindo um setor econmico especfico, nos moldes da poltica

    fiscal.

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    As anlises da economia do setor pblico, incluindo-se a as dos

    tpicos associados s finanas pblicas no Brasil, so importantes para

    se entender o papel desempenhado pelo governo nas economias de

    mercado. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.

    91 A adoo dos sistemas de imposto de renda progressivo, alm de refletir a

    funo distributiva do governo, contribui para estabilizar a economia.

    Comentrios:

    O imposto de renda progressivo representado pelo aumento da

    proporo paga de imposto em relao renda em decorrncia doaumento da prpria renda recebida. Esse sistema de imposto permite

    ao governo retirar recursos das classes de menor poder aquisitivo e

    repassar estes recursos para as classes de menor poder aquisitivo.

    Esta sistemtica atende perfeitamente a funo distributiva aplicada

    ao governo.

    Gabarito: CERTO

    Adendo: A funo reguladora

    Com a o processo de desestatizao implementado pelo Estado

    brasileiro no fim dos anos 70 e intensificado a partir dos anos 90, surgiu a

    necessidade de que este mesmo Estado passasse a controlar as atividades

    em que antes atuava diretamente, constituindo para isso uma srie de

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    Agncias Reguladoras que passaram a ter como misso a regulao dos

    servios pblicos concedidos iniciativa privada, nos moldes dos regimes

    de concesso de rodovias, portos, distribuio de energia eltrica e

    telefonia.

    Falhas de Mercado

    Pode-se interpretar como falha tudo aquilo que acontece de modo

    ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar mercado como sendo o

    local onde indivduos e empresas transacionam bens e servios com o objetivo

    de atingir, respectivamente, o maior bem-estar possvel, derivado da sua

    renda de trabalhador, e a maximizao do lucro, obtido pela produo e venda

    dos mesmos bens e servios.

    Temos a seguinte definio dada pela Organizao para Cooperao

    Econmica e Desenvolvimento (OCDE) para as Falhas de Mercado:

    "Pode ser definida como a incapacidade de o mercado levar o processoeconmico a uma situao social tima. Um aspecto importante disto que sedeixa de incluir, nos custos e nos preos, os efeitos externos (externalidades)ou a reduo dos lucros de outros agentes que no aqueles diretamenteenvolvidos nas transaes de mercado e atividades afins. Com relao aosbens e servios ambientais, podem-se destacar as externalidades referentes poluio, explorao dos recursos e degradao de ecossistemas. Assim, asfalhas de mercado impedem o mercado de alocar os recursos no mais alto

    interesse da sociedade" (OECD, 1994).

    As Falhas de Mercadoso representadas por toda alocao ineficiente

    de recursos econmicos, derivada das transaes ocorridas entre os

    componentes da sociedade. As Falhas de Mercado so identificadas tanto pela

    produo em excesso quanto pela falta de produo de bens e servios

    ofertados sociedade.

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    Assim sendo, como o Estado deveria intervir na economia de forma a

    evitar distores prejudiciais a consumidores e produtores? A chamada teoria

    do bem-estar econmico, conhecida como welfare economics, afirma que os

    mercados perfeitamente competitivos, sem interferncia governamental,

    promovem a alocao eficiente de recursos entre os agentes econmicos, de

    tal maneira que impossvel melhorar a situao de um indivduo sem piorar a

    de outro. Trata-se do conceito chamado timo de Pareto.

    A grande questo, no entanto, que a definio da situao de timo de

    Pareto dificilmente alcanada, devido existncia das Falhas de Mercado.

    De forma ampliada as dispostas no edital, estas so divididas em:

    a) Poder de Mercado;

    b) Bens Pblicos;

    c) Externalidades;

    d) Assimetria de Informaes;e) Monoplios Naturais;

    f) Mercados Incompletos;

    g) Desemprego e Inflao;

    h) Riscos Pesados.

    Poder de Mercado

    O poder de mercado pode ser interpretado com a posio dominante

    exercida por uma empresa ou grupo destas em um determinado mercado, seja

    ele de bens ou de servios.

    De forma a sermos mais claro em termos do significado de poder de

    mercado, podemos citar a posio exercida pela Microsoft no que se refere

    produo e venda de softwares (sistema operacional, aplicativos) utilizados em

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    computadores. A concentrao nas mos de uma nica empresa tende a

    diminuir a capacidade de barganha dos consumidores, impactando diretamente

    no bem-estar da sociedade.

    O poder exercido por uma nica empresa no , por si s, a

    caracterizao de poder de mercado em termos de prejuzos sociedade.

    Torna-se necessrio considerar o mercado em que determinada empresa ou

    grupo de empresas atua, e assim estabelecer a forma de atuao, em termos

    de regulao, a que as empresas estaro obrigadas a seguir.

    A definio do poder de mercado pode ser retirada a partir da definio

    dada pelo departamento de justia americano, fazendo assim uma relao com

    o caso Microsoft:

    Um mercado definido como um produto ou um grupo de produtos e umarea geogrfica na qual ele produzido ou vendido, tal que uma hipottica

    firma maximizadora de lucros, no sujeita a regulao de preos, que seja onico produtor ou vendedor, presente ou futuro, daqueles produtos naquelarea, poderia provavelmente impor pelo menos um pequeno mas significativoe no transitrio aumento no preo, supondo que as condies de venda detodos os outros produtos se mantm constantes. Um mercado relevante umgrupo de produtos e uma rea geogrfica que no excedem o necessrio parasatisfazer tal teste.

    A definio acima envolve o possvel efeito anticompetitivo, expresso em

    termos de poder de mercado sobre os preos, derivados de operaes que

    acarretem aumento de concentrao econmica, ou de condutas praticadas por

    empresas presumidamente detentoras de tal poder, em mercados que so

    economicamente significativos.

    A interveno governamental deve buscar inibir a formao de estruturas

    de mercado que eliminem o poder de barganha da populao consumidora.

    Ressalta-se que no se trata de inibir a gerao de lucros por estas atividades

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    produtivas, at porque se assim fosse, no haveria estmulos por estas

    empresas em oferecer bens e servios. A regulao interposta pelo governo,

    com vistas correo desta falha de mercado, deve objetivar a gerao de

    lucros considerada normal para a atividade produtiva, de forma que o Estado

    exera o seu papel de gerador de bem-estar econmico a toda a sociedade, via

    o atendimento de suas funes alocativa, distributiva e estabilizadora.

    Bens Pblicos

    Os bens pblicos so aqueles normalmente oferecidos pelo governo,

    tendo a caracterizao de que o seu consumo por um indivduo ou por um

    grupo de indivduos no prejudica o consumo pelos demais indivduos.

    Destaca-se que mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros, todos

    podem desfrutar do bem.

    De outra forma, pode-se afirmar que os bens pblicos so aqueles emque o seu consumo indivisvel ou mesmo no rival, dado que no existe

    rivalidade quanto a quem consumir mais de um ou outro bem.

    So exemplos de bens pblicos tangveis (que podem ser tocados), as

    praas e as ruas. Como bens pblicos intangveis, temos a segurana pblica,

    a justia e a defesa nacional.

    Uma questo importante sobre os bens pblicos que o seu consumo

    no pode estar passivo de excluso princpio da no-excluso -, de tal forma

    que, por exemplo, quando colocado disposio da populao de um

    determinado bairro o policiamento extensivo, todos sero beneficiados pela

    deciso governamental.

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    A existncia do princpio da no-excluso no consumo dos bens pblicos

    que leva a existncia das Falhas de Mercado. Isto ocorre pelo fato de que

    como o governo no consegue mensurar o quantum do bem pblico est

    sendo consumindo por cada indivduo, ele no conseguir repartir o nus

    imposto sociedade na forma da tributao, que justamente a fonte de

    recursos para o oferecimento de bens pblicos. Com este conceito possvel

    afirmar que o custo marginal de proviso de bens pblicos igual a zero, j

    que o custo por si s j dado.

    Devido ainda ao princpio da no-excluso, passam a existir na economia

    os chamados f r e e r i d e r s ou tambm chamados de caronas, que se

    beneficiam dos bens pblicos sem pagar nada por isso, alegando que no

    precisam do bem oferecido ou simplesmente por no pagarem a tributao

    imposta aos mesmos.

    Box de Exemplo:Imaginemos que a construo e a manuteno das estradas sejam pagas por

    meio de contribuies voluntrias pelos motoristas. Muito embora todo

    motorista possa desejar estradas em timo estado de conservao, sua

    contribuio individual tem pouco efeito para tal fim. Dessa maneira, qual

    seria ento o seu incentivo para realizar contribuies com esse fim? O

    benefcio acaba sendo muito baixo perto do custo da contribuio. Est a o

    porqu de o governo atuar, muitas vezes, no financiamento da construo emanuteno das estradas, gerando, por conseqncia, o problema do

    carona por conta dos usurios motoristas. Se todos os motoristas passassem

    a pensar desta forma, inexistiriam estradas.

    A melhor forma encontrada, nestes casos, simplesmente permitir a

    utilizao das estradas mediante o pagamento de pedgios, o que nivelaria a

    contribuio tanto aos j contribuintes quanto aos no contribuintes

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    caronas.

    De acordo com o exemplo destacado acima, pode-se afirmar que, para

    que o mercado possa funcionar adequadamente, um dos quesitos ser a

    validade do princpio da excluso, podendo o consumo ser mensurado para

    cada um dos consumidores.

    4 - (Secretaria de Gesto do Esprito Santo CESPE/2007) A anlise

    microeconmica do setor pblico fundamental para a compreenso

    de questes relevantes associadas interveno do governo nas

    economias de mercado. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

    A fauna e a flora de um pas so consideradas bens pblicos puros.

    Comentrios:

    O significado de bens pblicos puros a de que os bens no sopassveis de excluso e de rivalidade (princpio da no excluso e da

    no rivalidade). Animais, bem como vegetais, podem ser criados e

    cultivados em propriedades privadas, de tal forma que a visitao paga

    (princpio da excluso) vai de encontro idia do chamado bem

    pblico.

    Gabarito: ERRADO

    5 - (ANALISTA DE GESTO PBLICA/PREF. VITORIA CESPE/2007) As

    anlises da economia do setor pblico, incluindo-se a as dos tpicos

    associados s finanas pblicas no Brasil, so importantes para se

    entender o papel desempenhado pelo governo nas economias de

    mercado. A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir.

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    92 Em muitos pases, os servios de sade so ofertados pelo Estado, muitas

    vezes a custo zero, o que decorre do fato de que esses servios so bens

    pblicos puros, cujos custos marginais de produo so nulos.

    Comentrios:

    Conforme verificado, os servios de sade no so considerados bens

    pblicos, mas sim bens semi-pblicos. O custo marginal de proviso

    (custo de oferecimento) positivo.

    Gabarito: ERRADO

    Adendo: O Bem Privado (No caracterizado como uma Falha de

    Mercado)

    Considerando as informaes descritas acima, podemos conceituar ochamado bem privado, que seria aquele cujo consumo no pode ser

    compartilhado simultaneamente por quaisquer dois ou mais usurios, em

    funo dos direitos de propriedadebem demarcados. De outra forma, passa

    a ser vlido o princpio da excluso.

    Um bom exemplo de um bem privado seria a contratao de uma

    empresa de vigilncia privada que atenderia a determinado condomnio demoradores. Considerando que a segurana deve atender somente um crculo

    restrito de moradores, caso ocorra assaltos na redondeza do condomnio, mas

    sem impactos para este, de nada se poder cobrar da empresa de vigilncia.

    aquele velho ditado, s desfruta quem paga!

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    Bens Semi-Pblicos ou Meritrios

    Os chamados bens semi-pblicos so aqueles bens que possuem

    associados a si o princpio da excluso.

    Nas palavras de Viceconti e Neves (2007, pg. 412) encontramos outra

    definio para os bens semi-pblicos:

    So os bens que, embora possam ser explorados economicamente pelo

    setor privado, devem ou podem ser produzidos pelo governo para evitar que a

    populao de baixa renda seja excluda de seu consumo, por no poder pagar

    o preo correspondente: o caso de educao e sade.

    Os bens semi-pblicos so tambm chamados de meritriospelo fato

    de serem disponibilizados (oferecido) s pessoas que adquirem mrito para tal.

    Um bom exemplo a Universidade Pblica. Somente aqueles que possuem omrito de passar no vestibular que tero a si concedidos o mrito de cursar

    gratuitamente o ensino superior.

    Importante considerar, conforme vemos no dia-a-dia que o ensino

    superior tambm oferecido pela iniciativa privada, sendo, no entanto,

    passvel de cobrana, ficando assim garantido o princpio da excluso.

    Outrossim, o objetivo lgico do governo o de garantir o direito ao ensinopblico gratuito populao, exigindo, em contrapartida, o mrito de passar

    no vestibular.

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    Box Adicional2:

    As definies de bens pblicos e semi-pblicos so variveis em

    decorrncia dos usos dos bens e do mercado no qual este ofertado.

    Bens Pblicos:

    Em decorrncia da impossibilidade de excluso, que implica que os

    indivduos no podem ser privados dos benefcios do bem ou servio,

    mesmo se no tiverem contribudo para o seu financiamento, geram

    algumas concluses.

    Um exemplo de bem que apresenta essa caracterstica um espetculo

    pirotcnico, que pode ser visto pelas pessoas de quintais, jardins e praas

    pblicas. Isto dificulta a proviso privada desse tipo de evento porque aimpossibilidade de excluso impede que sejam cobrados ingressos para

    financiar os custos, incluindo-se a os lucros do organizador. Afinal, porque

    pagaramos por esse show, se podemos v-lo gratuitamente?

    Portanto, nenhum empresrio privado se interessaria pela sua produo e,

    ento, apesar da forte demanda, o espetculo poderia no ser produzido.

    A impossibilidade de excluso, ao inviabilizar o uso do sistema de preopara racionar o consumo, reduz os incentivos para o pagamento

    voluntrio dos bens pblicos. Essa relutncia em contribuir,

    voluntariamente, para financiar esses bens conhecida como o problema

    do carona (free rider).

    2Frao de artigo de Maria da Conceio Sampaio de Souza com alteraes).

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    A no rivalidade no consumo outra caracterstica do bem pblico. Isto

    implica que uma vez que o bem est disponvel, o custo marginal de

    prov-lo, para um indivduo adicional, nulo. Considere, por exemplo, o

    caso do espetculo pirotcnico. O custo do espetculo, uma vez

    determinado, no alterado pelo fato de um grupo adicional de turistas

    decidir v-lo. Ademais, essa deciso dos turistas em nada reduz o

    usufruto do evento pelos habitantes locais. Portanto, o custo marginal de

    proviso do espetculo para esses espectadores adicionais zero. Isso

    representa um franco contraste com os bens privados, que se

    caracterizam por nveis elevados de rivalidade no consumo. De fato,

    quando ocupamos um lugar, por exemplo, no cinema ou no teatro, este

    lugar deixa de estar disponvel para outras pessoas.

    Bens Semi-Pblicos

    A definio de bem pblico, anteriormente discutida, no absoluta, mas

    varia com as condies de uso, de mercado e com o estado da tecnologia.

    Esse servio, quando usado nos domiclios privados, um bem

    eminentemente privado: caso a conta de energia no seja paga, o servio

    suspenso e, portanto, os usurios so excludos do seu consumo. Por

    outro lado, trata-se de um bem cujo consumo rival. Quando eu consumo

    uma determinada quantidade de quilowatts, ela j no mais estdisponvel para os demais consumidores.

    Por outro lado, quando essa energia usada para iluminar os locais

    pblicos, ela torna-se um bem pblico puro. Isto porque impossvel

    excluir algum do benefcio da iluminao pblica, alm de desnecessrio;

    o custo de prover esse servio para passantes adicionais zero.

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    Outro exemplo menos extremo o caso das estradas de rodagem. Assim,

    o uso de uma estrada vicinal, semideserta, pode ser no rival na medida

    em que, nela, o trfego muito inferior a sua capacidade e, portanto, o

    custo marginal de utilizao por um veculo adicional muito baixo. Por

    outro lado, embora seja possvel excluir os veculos de seu uso por meio

    da introduo de um pedgio, provavelmente os custos de instalao e de

    manuteno desse pedgio sero superiores arrecadao e, por

    conseguinte, no valer a pena introduzi-lo. Porm, quando a estrada ,

    por exemplo, a Via Dutra, que liga So Paulo ao Rio de Janeiro, alm do

    custo de excluso ser compensatrio, a rivalidade no consumo se

    expressa por meio do congestionamento. Nesse caso, essa rodovia pode

    ser vista como um bem privado.

    Podemos, assim, pensar que grande parte dos bens satisfaz, apenas

    parcialmente, as condies de impossibilidade de excluso e no-

    rivalidade no consumo. Os bens que atendem parcial ou totalmente a pelomenos uma dessas caractersticas so chamados de bens pblicos

    impuros ou bens quase-pblicos.

    Os servios de sade pblica so bens semi-pblicos, tais como vacina

    contra doenas infecto-contagiosas, que beneficiam no somente as

    pessoas vacinadas, mas a populao como um todo, j que previnem o

    surgimento de epidemias. Adiciona-se o custo marginal da vacinao positivo e a excluso de no pagantes possvel. Porm, no possvel

    excluir dos benefcios aliados reduo das epidemias (nem cobrar por

    tais benefcios) aqueles que no se vacinaram. Isso torna esses servios

    bens pblicos impuros e por essa razo, muitos governos mantm

    programas gratuitos de vacinao para encorajar, e at mesmo obrigar, a

    imunizao macia da populao.

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    Um relevante aspecto inerente aos bens pblicos refere-se relao

    existente entre o custo marginal de sua produo pelo governo e o benefcio

    marginal decorrente do oferecimento, pelo poder pblico, sociedade.

    A produo de um bem pblico, a exemplo de uma praa, possui um

    custo nico, ou seja, independentemente da quantidade produzida, ou mesmo

    da quantidade consumida pela sociedade, o preo o mesmo. A verificao

    quanto produo ideal de um bem pblico est associada ao ponto em que o

    custo de produo social iguala-se ao benefcio social que este mesmo bem

    fornece sociedade. Por ser difcil a precificao de um bem pblico, o

    atingimento do ponto ideal bem mais terico do que prtico.

    6 -(Secretaria de Gesto do Esprito Santo CESPE/2007) A anlise

    microeconmica do setor pblico fundamental para a compreenso

    de questes relevantes associadas interveno do governo nas

    economias de mercado. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

    Na ausncia de falhas de mercado, a interveno do governo na economia

    justifica-se no somente por questes de equidade, mas tambm para garantir

    a proviso de bens meritrios.

    Comentrios:

    A interveno do governo na economia no devida to somente

    existncia de falhas de mercado, mas tambm em funo das funes

    por este exercidas: alocativa, distributiva e estabilizadora. A primeira

    funo refere-se diretamente a existncia de falhas de mercado, tal

    como a necessidade de oferecimento de determinados bens ou

    servios no ofertados pelo setor privado. A segunda funo refere-se

    ao conceito de equidade trazido na questo, a qual se consubstancia

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    na necessidade de desconcentrao da renda nas mos de poucos. A

    funo estabilizadora exercida pelo governo no intuito de promover

    um crescimento sustentado da renda do pas. No caso dos bens

    meritrios, estes recebem apoio de rendas do Governo, como no caso

    do ensino superior pblico, de forma a limitar o oferecimento somente

    pelo setor privado. Nas palavras de Filellini (1994), em alguns casos o

    consumo destes bens tornado obrigatrio em lei, como nos casos da

    educao primria (...).

    Gabarito: CERTO

    7 -(Agente da PF Concurso Regional CESPE/2004) A questo da

    escolha em situao de escassez, abordada pela microeconomia, as

    interaes entre governo e mercados privados e os problemas

    macroeconmicos so temas relevantes para a cincia econmica. A

    esse respeito, julgue o item a seguir.

    112 Em alguns provedores de Internet, a cobrana de uma mensalidade fixa

    pelo uso ilimitado do servio faz que os consumidores utilizem esse servio at

    o ponto em que o benefcio marginal se anula.

    Comentrios:

    No caso da compra de um pacote de acesso ilimitado Internet, os

    consumidores passam a ter um determinado custo, que pode ser

    definido como um custo marginal, uma vez que eles deixaram de

    desembolsar o valor equivalente a zero e passaram a pagar uma

    determinada mensalidade fixa (Ex: R$ 40,00). Os consumidores

    utilizaro a Internet, auferido por isto um benefcio de acesso at o

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    ponto em que este seja igual ao custo do mesmo acesso, neste caso o

    custo marginal de R$ 40,00.

    Gabarito: CERTO

    Externalidades

    As externalidades representam a forma como as aes de determinado

    indivduo ou empresa impactam os demais indivduos. A existncia deexternalidades implica que os chamados custos e benefcios privados

    ocorridos em funo da ao da iniciativa privada sejam diferentes dos

    custos e benefcios sociais destas mesmas aes.

    O que estamos dizendo que os preos negociados entre consumidores

    e produtores refletem apenas a negociao privada, sendo necessria a

    presena do Estado imputando, por exemplo, a tributao ou subsdios fiscaiscomo forma de corrigir as externalidades ocorridas.

    As externalidades se subdividem em positivas e negativas. Um bom

    exemplo de externalidade positiva, e que nos dias de hoje to importante,

    seria o caso da realizao de uma limpeza geral da casa por parte de um

    indivduo que visasse eliminao de possveis focos de reproduo dos

    mosquitos transmissores da dengue. Nesta situao, o benefcio privado ser

    superior ao custo privado, da mesma forma que o conseqente benefcio social

    ser muito maior do que o custo social de adoo da medida.

    De forma contrria, as externalidades negativas so representadas

    por determinadas aes que de forma direta ou indireta prejudicam os demais

    indivduos participantes da sociedade. Um caso clssico de externalidade

    negativa representado pelo despejo por parte de empresas, de produtos

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    poluentes nos rios. Esta ao tende a tornar o custo social superior ao custo

    privado, especialmente pelo fato de que as comunidades ribeirinhas s

    margens do rio sero diretamente atingidas.

    A existncia destas falhas justifica a atuao do governo que deve coibir

    a externalidade negativa atravs da aplicao de uma tributao

    desestimuladora da poluio, da mesma forma que deve oferecer subsdios s

    atividades geradoras de externalidades positivas.

    A atribuio de direitos de propriedade decorrentes dos benefcios de

    um bem ou servio permite que os seus proprietrios tenham direito ao

    benefcio da prpria propriedade, sendo ento incentivados a utilizarem-na

    ponderadamente. Um timo exemplo de direito de propriedade relaciona-se,

    por exemplo, com o direito de que possui as pessoas (ou uma comunidade) de

    processar uma indstria que est poluindo o rio, solicitando a esta, por meio

    da ao judicial, a assuno dos custos de despoluio do rio.

    A inexistncia de direitos de propriedade resulta no que a literatura

    denomina de tragdia ou problema dos comuns. Um bom exemplo refere-

    se ao que ocorre na Amaznia. Terras comuns so reas sem proprietrios nas

    quais serralheiros destroem a mata nativa sem qualquer preocupao. Muito

    destes no entendem que a economia das reas no presente, por meio do

    manejo adequado dos recursos produtivos, pode ser positiva no futuro, com aampliao da oferta de madeira de corte, haja vista que este pensa que caso

    no seja ele o responsvel pelo corte de rvores da rea, outros o foram,

    auferindo resultados financeiros imediatos.

    8 - (ANALISTA ECON. e FINANCEIRO/SEGER-ES CESPE/2009) A

    teoria microeconmica estuda o processo de deciso dos agentes

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    econmicos, incluindo-se consumidores e produtores. A esse respeito,

    julgue os itens a seguir.

    75 A gerao de externalidades negativas pela poluio tanto sonora como

    do meio ambiente decorre do fato de que ela constitui um exemplo tpico de

    bem pblico puro.

    Comentrios:

    Essa assertiva bem interessante. A externalidade em anlise refere-

    se poluio ao meio ambiente. Como sabido, esta afeta a todos,

    no se podendo mensurar adequadamente quem mais ou menos

    afetado. Ela por si s no excludente, sendo tambm na rival pelo

    fato de que o seu custo de produo adicional zero, ou seja, no

    custa para poluir.

    Gabarito: CERTO

    Assimetria de Informaes

    As informaes assimtricas representam um grande problema ao bom

    funcionamento do mercado. Exemplos claros de assimetria esto presentes em

    todos os ramos de negcios que envolvem consumidores e produtores. Umbom exemplo aquele referente aos componentes de determinados alimentos

    industrializados. A omisso ou o excesso de informaes que so na verdade

    inverdicas, tornam o consumidor passivo s manipulaes das empresas. O

    resultado natural a perda de bem-estar do consumidor.

    Outra atividade econmica onde a existncia de informaes

    assimtricas perversa o mercado financeiro. O mascaramento dos balanos

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    de empresas que possuem aes negociadas em bolsas tende a provocar a

    incorreta precificao destas, lesando assim os investidores em valores

    mobilirios.

    A regulamentao imposta por leis - e regulao governamental

    tribunais, secretarias e conselhos - devem inibir esta prtica ilegal, procurando

    tornar o mercado o mais perfeito possvel.

    Outro exemplo de informao assimtrica est relacionado ao mercado de

    seguros em geral, inclusive aquele relacionado aos planos de sade que, por

    sua natureza, no deixam de ser um seguro feito por cada participante do

    plano. Intrnsecos assimetria de informaes existem os problemas

    denominados de risco moral (moral-hazard) e de seleo adversa.

    Imagine uma pessoa que acaba de fazer um plano de sade.

    Naturalmente, bem possvel que ela tenha menos incentivo para cuidar dasua sade do que antes. A esse tipo de comportamento que se atribui o

    conceito de risco moral, que tende a existir na medida em que o possuidor do

    seguro se sente mais protegido contra os riscos da doena que podem

    culminar em perdas financeiras.

    Diferentemente do risco moral, a seleo adversa est relacionada

    ao fato que apenas as pessoas com a sade debilitada optem em contratarfazer um plano de sade.

    O mercado de planos de sade no pas regulado pela Agncia

    Nacional de Sade Suplementar, a quem cabe estabelecer as diretrizes que

    regem a relao contratual entre o plano e o segurado.

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    Monoplios Naturais

    Partimos do princpio de que os mercados competitivos so os mercados

    que melhor representam as inter-relaes entre consumidores e produtores

    com o objetivo de atingir o maior nvel de bem estar econmico e social. Estes

    mercados seriam aqueles menos propcios a existncia de falhas de mercado,

    pela prpria noo de atomizao, ou seja, nem os consumidores nem to

    quanto as empresas, possuem poder de barganha para impor custos adicionais

    aos demais participantes.Os mercados competitivos so caracterizados por apresentarem baixos

    custos entrada de novas empresas, de tal maneira que nenhuma empresa

    tenha condies de manipular os preos dos bens e servios oferecidos.

    De forma contrria, existem na economia os chamados monoplios

    naturais, que seriam mercados em que apenas uma nica empresa produzindo

    geraria custos mais baixos para a formao dos preos de venda do que vriasempresas produzindo.

    O que ocorre na verdade, que no caso dos monoplios naturais os

    custos de entrada no mercado so altssimos, de forma que o custo por

    unidade de produo, o chamado custo mdio, diminui medida que aumenta

    a escala de produo da empresa.

    Setores de produo de gs, energia e telefonia so bons exemplos

    desta estrutura de mercado.

    No que concerne s falhas de mercado, a existncia de monoplios

    naturais leva o governo a adotar medidas no intuito de evitar abusos na

    formao dos preos de vendas. Segundo Giambiagi e Alm (2000, pg. 26), o

    governo pode exercer apenas a regulao dos monoplios naturais, evitando

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    assim uma perda ainda maior de bem-estar da sociedade. Ainda segundo os

    autores, o governo pode responsabilizar-se diretamente pela produo do bem

    ou servio caracterizado como sendo monoplio natural.

    A responsabilidade do Estado pela produo deriva-se muitas vezes no

    s pela questo de evitar abusos na formao de preos de produtos, mas

    tambm por estas atividades produtivas serem estratgicas para o pas.

    Destaca-se, conforme podemos ver nos dias de hoje, que o Estado tem

    adotado a linha do enxugamento das suas atividades atpicas, de tal maneira

    que os controles dos monoplios naturais tm sido repassados iniciativa

    privada, passando o mesmo Estado a limitar a sua atuao atravs da

    regulao dos setores (Eltrico, Telecomunicaes e etc.).

    9 - (ANALISTA ECON. e FINANCEIRO/SEGER-ES CESPE/2009) A

    teoria microeconmica estuda o processo de deciso dos agenteseconmicos, incluindo-se consumidores e produtores. A esse respeito,

    julgue os itens a seguir.

    74 A alocao de recursos produzida pelos mercados organizados sob a forma

    de monoplio natural como o caso dos servios de utilidade pblica, tais

    como tratamento de gua e transporte pblico eficiente no sentido de

    Pareto.

    Comentrios:

    Conforme disposto anteriormente, o monoplio natural constitui-se

    como uma falha de mercado. Os monoplios naturais so normalmente

    associados a prestao de servios pblicos, haja vista o fato de que o

    poder de barganha de empresa alto. Adicionalmente, quando

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    concedido iniciativa privada, como no caso dos transportes pblicos,

    esto sujeitos a forte regulao de agncias, no sentido de

    minimizao dos impactos decorrentes do poder de mercado exercido

    por estas empresas. Destaca-se que, conforme estudado na aula de

    microeconomia relacionada s estruturas de mercado, o nico mercado

    considerado eficiente no sentido de Pareto o mercado concorrencial.

    Gabarito: ERRADO

    10 (Agente de Polcia Federal/DPF CESPE/2009) Com relao

    racionalidade econmica do governo, julgue os itens subsequentes.

    59 A existncia de falhas no mercado apontada como uma das justificativas

    para a interveno do governo na economia. Desse modo, a competio

    imperfeita tende a reduzir a produo e os preos, o que leva o governo a criar

    suas prprias empresas ou a adquirir empresas j existentes.

    Comentrios:

    Pode-se interpretar como falha tudo aquilo que acontece de modo

    ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar mercado como

    sendo o local onde indivduos e empresas transacionam bens e

    servios com o objetivo de atingir, respectivamente, o maior bem-estar possvel, derivado da sua renda de trabalhador, e a maximizao

    do lucro, obtido pela produo e venda dos mesmos bens e servios.

    As falhas de mercado so representadas por toda alocao ineficiente

    de recursos econmicos, derivada das transaes ocorridas entre

    todos os componentes da sociedade.

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    Entre as diversas falhas existentes, temos aquelas relacionadas ao

    poder de mercado dos agentes ofertantes de bens e servios.

    Em mercados sob regime monopolista (uma nica empresa vendedora)

    ou oligopolista (um pequeno grupo de empresas) comum a

    manipulao de preos pelos produtores, especialmente por meio do

    estabelecimento de preos superiores capacidade de compra dos

    consumidores.

    Toda esta manipulao ocorre justamente em decorrncia da

    competio imperfeita, de tal modo que produtores se utilizam de

    ferramentas como restrio produo (reduo) e/ou aumentos

    dos preos dos bens ofertados aos consumidores.

    Em decorrncia desta caracterstica, comum com que governos criem

    estruturas regulatrias que visem inibir excessos por parte destas

    empresas, regulando mercados via imposies de multa ou mesmoimputao de segregao de atividades entre os produtores, qual seja

    exigindo que duas empresas possam no realizar uma fuso, o que

    tender a elevar ainda mais o seu poder de barganha sobre os

    consumidores.

    Assim, com base no apresentado pela assertiva, vemos que o erro

    desta est no fato de que de que a competio imperfeita tende areduzir a produo, mas tambm elevar os preos dos bens ofertados

    aos consumidores.

    Gabarito: ERRADO

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    Mercados Incompletos

    Um mercado completo definido com sendo o mercado onde o custo de

    produo inferior aos preos que consumidores esto dispostos a pagar. De

    outra forma, trata-se do mercado onde existe a possibilidade de ganhos por

    parte dos produtores.

    O mercado incompleto caracterizado como sendo o mercado em que

    mesmo que os custos de produo estejam abaixo dos preos que

    consumidores esto dispostos a pagar, os bens ou servios no so ofertados.

    A falha de mercado representada pelos mercados incompletos

    existente principalmente em pases em desenvolvimento, onde o sistema

    financeiro no suficientemente desenvolvido, em termos de riscos, para

    financiar no longo prazo as atividades produtivas. Perceba que para todo

    investimento deve existir um prazo mnimo de carncia para que o produtorpossa gerar caixa e honrar seus compromissos. Caso o sistema financeiro no

    aceite a tomada de risco da carncia dos investimentos, ser inexistente o

    oferecimento de fundos para as empresas produzirem.

    No Brasil a interveno governamental nos mercados incompletos feita

    pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social - BNDES, que

    realiza a concesso de crdito de longo prazo objetivando o financiamento dasatividades produtivas.

    11 -(Analista Legislativo da Cmara dos Deputados CESPE/2003) A

    previso dos servios de utilidade pblica pode ser feita no mbito de

    monoplios da Unio e/ou mediante a concesso desses servios a

    empresas. A esse respeito, julgue o item subsequente.

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    A ausncia de recursos privados necessrios ao financiamento dos projetos de

    grande porte em setores essenciais ao desenvolvimento pode ser considerada

    um exemplo de mercados incompletos, justificando, pois a participao direta

    do Estado nessas reas, mediante a criao de monoplios estatais.

    Comentrios:

    Conforme verificado, a falha de mercado denominada de mercados

    incompletos caracteriza-se pela ocorrncia de falta de interesse por

    parte do setor privado em ofertar bens e servios. A necessidade de

    interveno governamental precpua, seja via oferecimento oferta

    direta via criao de monoplios, seja via financiamento dessas

    atividades, tal como a realizada pelo BNDES atravs de suas linhas de

    crdito.

    Gabarito: CERTO

    12 - (Secretaria de Gesto do Esprito Santo CESPE/2007) A anlise

    microeconmica do setor pblico fundamental para a compreenso

    de questes relevantes associadas interveno do governo nas

    economias de mercado. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

    No mercado de telefonia, a presena de custos fixos elevados e de assimetriade informao limita a competio e exige a adoo de um marco regulatrio

    para a reduo das perdas relativas a bem-estar.

    Comentrios:

    A existncia de custos fixos altos caracteriza-se como um dos fatores

    que tende a promover a falta de interesse do setor privado em

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    oferecer um bem ou servio populao. Trata-se de um tipo de falha

    de mercado associada aos riscos pesados e o consequente mercado

    incompleto. Este foi um dos motivos que justificou no passado a

    interveno do governo no mercado como ento oferecedor do sistema

    de telefonia. Mesmo com a atuao direta governamental o servio era

    oferecido de forma extremamente ineficiente, alm de muito custoso

    sociedade. A soluo utilizada para promover a melhoria dos servios

    foi a o processo de privatizao do setor, o qual culminou ainda com a

    necessidade de criao de uma agncia de regulao para o setor.

    Ainda hoje, a existncia de assimetria de informao sobre os clientes

    usurios do servio impede que a empresa operadora realize a

    discriminao de preos dos servios prestados, ocasionado, pois, uma

    oferta ineficiente do servio.

    Gabarito: CERTO

    Riscos Pesados

    Sabe-se que o setor privado tem como objetivo a gerao de lucro. No

    obstante, determinadas atividades, mesmo potencialmente geradoras de lucro

    futuro, no so efetivadas. O problema em si muito parecido com o ocorrido

    nos mercados imperfeitos, mas com uma conotao diferenciada.

    A existncia de riscos nos negcios associada ao grande custo

    envolvido no projeto, de tal maneira que mesmo podendo obter benefcios

    futuros, esta no se arriscar. A partir do exemplo de Viceconti e Neves (2007,

    pg. 413), podemos melhor ilustrar o problema. Segundo os autores, um bom

    exemplo seria o caso da produo de energia eltrica a partir da energia

    atmica. O custo total de pesquisa ser enorme, vrios anos sero necessrios

    antes mesmo de o projeto ser oferecido em nvel econmico e, mesmo que a

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    empresa se dispusesse a correr o risco, teria dificuldade em colher os

    benefcios, por possivelmente no obter o monoplio de uma patente, e assim

    recuperar o investimento feito.

    Alm do fato do risco econmico pesado com a realizao do

    investimento, as empresas no pas tem sempre a preocupao com a chamada

    insegurana jurdica dos contratos, especialmente no que se refere a quebra

    de patentes. A interveno governamental no sentido de quebra de direitos s

    dever existir caso os benefcios sociais gerados com a ao sejam superiores

    aos custos ocorridos com a medida.

    De forma complementar a anlise, destacamos que as aes tomadas

    pelo governo, de forma a contornar esta falha de mercado, seriam aquelas

    relacionadas aos programas de Parcerias Pblico Privadas PPPs e ao

    Programa de Acelerao do Crescimento PAC, que representam as propostas

    de parcerias em investimentos feitos pelo governo federal, especialmenteatravs de suas empresas estatais, de forma a mitigar os pesados riscos

    associados aos projetos de grande vulto financeiro.

    Pelo todo exposto, verifica-se que, para que o Estado possa realizar a

    interveno necessria correo das falhas de mercado, deve criar

    mecanismos que possibilitem o financiamento de suas atividades,

    especialmente atravs da imposio do seu Poder de Imprio. Atravs datributao incidente sobre a renda auferida pela sociedade, o Estado realiza a

    necessria interveno no processo econmico.

    Desemprego e Inflao

    O funcionamento dos mercados atravs das inter-relaes entre

    consumidores e produtores insuficiente para que sejam evitados os

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    problemas de inflao, caracterizado pelo aumento geral e contnuo dos

    preos, e o desemprego, definido como a parte da populao economicamente

    ativa que se encontra desempregada involuntariamente.

    As presses de demanda realizadas pelos consumidores tende a

    suplantar a oferta de bens e servios, ocasionando assim elevao dos preos.

    Polticas de controle do crdito ou de aumento das taxas de juros so bons

    instrumentos de interveno governamental para corrigir a falha de mercado

    chamada inflao.

    O desemprego existente em toda a economia, ocorrendo pelo fato de

    que o mercado no capaz de gerar vagas suficientes para todos aqueles que

    entram no mercado de trabalho a cada dia. No entanto, destaca-se que o

    governo pode minimizar tais problemas, realizando atividades interventivas

    que visem colocao de novos trabalhadores no mercado de trabalho.

    Programas como o primeiro emprego do governo federal, que trazem emcontrapartida benefcios s empresas, especialmente em termos de carga

    tributria, so aes voltadas minimizao dos problemas da falha de

    mercado chamada desemprego.

    Vamos agora resoluo de mais questes, mas agora de outras bancas

    examinadoras.

    13 - (Economista/MAPA Fundao Dom Cintra/2010) A ao do

    governo atravs da poltica fiscal abrange trs funes bsicas. Uma

    dessas funes pode ser empregada quando o governo deseja obter

    uma taxa apropriada de crescimento econmico. Trata-se da funo:

    A) estabilizadora;

    B) alocativa;

    C) redistributiva;

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    D) desenvolvimentista;

    E) anti-inflacionria.

    Comentrios:

    Conforme verificado, a poltica fiscal constitui um dos instrumentos utilizados

    pelo governo para o atingimento da sua funo estabilizadora da economia.

    Gabarito: letra a.

    14 - (APO/SEFAZ-SP ESAF/2009) A atuao do governo na economia

    tem como objetivo eliminar as distores alocativas e distributivas e

    de promover a melhoria do padro de vida da coletividade. Tal atuao

    pode se dar das seguintes formas, exceto:

    a) complemento da iniciativa privada.

    b) compra de bens e servios do setor pblico.c) atuao sobre a formao de preos.

    d) fornecimento de bens e de servios pblicos.

    e) compra de bens e servios do setor privado.

    Comentrios:

    Essa questo a princpio parece ser pouco objetiva em termos das respostasdisponveis, uma vez que algumas assertivas visam mais confundir o candidato

    do que ajud-lo a resolver a questo proposta. Vejamos a anlise de cada uma

    das assertivas:

    a) O complemento da iniciativa privada pode estar ligado, por exemplo,

    participao do governo no processo de melhoria no processo produtivo

    implementado por determinada empresa. Ex: A implantao de um plo

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    produtivo, em regio pouco explorada economicamente, imputa ao Estado a

    necessidade de complementar, em termos de infra-estrutura, a atividade

    privada. A construo de uma rodovia/ferrovia para escoamento da produo

    pode ser considerada como um atendimento por parte do governo dentro da

    sua funo alocativa.

    CERTO

    b) A compra de bens e servios do setor pblico no gera resultados em

    termos de estmulo atividade econmica uma vez que a prpria ao do

    gasto fica restrita atividade estatal. Uma segunda questo o fato de que a

    participao do Estado no processo econmico visa estimular a maior interao

    entre consumidores e produtores, o que, a princpio, no ocorreria na situao

    em anlise.

    ERRADO

    c) O processo de atuao sobre a formao de preos est diretamente ligado

    a mais nova funo governamental, qual seja a funo reguladora. Nesta

    assertiva o termo formao de preos parece no estar associado subida

    ou queda de preos devido ao problema inflacionrio, mas sim a formao de

    preos a partir das chamadas estruturas de mercado, tais como o monoplio, o

    oligoplio e outras. Adicionalmente, esta interveno pode ainda estar

    relacionada participao das chamadas agncias reguladoras na formao

    dos preos que remuneraro a atividade exploratria concedida iniciativa

    privada.

    CERTO

    d) O fornecimento de bens e servios pblicos pode ser entendido como o

    oferecimento pelo Estado daquelas atividades associadas a prpria existncia

    de uma sociedade organizada, tais como justia, educao, servio policial e

    foras armadas.

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    CERTO

    e) A compra de bens e servios do setor privado a prpria caracterizao de

    uma poltica fiscal expansionista, na qual o Estado se utiliza dos recursos

    captados da sociedade por meio de tributos para realizar o aumento de gastos

    pblicos, o que tende a estimular a demanda agregada, gerando impactos

    positivos sobre a renda e o emprego.

    CERTO

    Gabarito: letra b.

    15 - (AUDITOR/TCE-AL FCC/2008) Analise as assertivas abaixo.

    I. A implementao de programas como o Bolsa Famlia visa promover

    melhor distribuio de renda.

    II. A funo estabilizadora ou anticclica das polticas governamentaispode ser cumprida por meio da adoo de medidas tais como a

    concesso do seguro desemprego.

    III. A reduo da alquota do IPI incidente sobre perfis de ferro ou ao

    no ligado de 5% para 0%, conforme Decreto no 6.024/07, um

    instrumento vlido para que o governo cumpra a funo alocativa da

    poltica econmica.

    IV. A adoo de medidas como as que integram o Programa deAcelerao do Crescimento no contribui para que o governo cumpra

    nenhuma das funes da poltica econmica, a saber: alocativa,

    redistributiva e/ou estabilizadora.

    Esto corretas:

    a) I, II e III, apenas.

    b) I, II e IV, apenas.

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    c) I, III e IV, apenas.

    d) II, III e IV, apenas.

    e) I, II, III e IV.

    Comentrios:

    Trata-se de uma questo bastante capciosa, especialmente devido ao que

    dispe a afirmativa III. Sendo assim, comecemos a anlise das afirmativas.

    I No restam dvidas que o Bolsa Famlia um programa do Governo

    Federal fundamentado especialmente na Funo Distributiva do Governo.

    Trata-se da concesso de auxlio financeiro as famlias que vivem abaixo da

    linha de pobreza, ou seja, que possuem renda per capital inferior a R$ 120,00

    mensais.

    Assertiva Correta

    II A concesso do seguro desemprego est associada ocorrncia de

    demisso involuntria, ou seja, o trabalhador demitido pela empresa sem

    justa causa. Estas situaes esto associadas na maior parte das vezes a

    processos de reduo de custos das empresas, ocasionados especialmente em

    momentos de desaquecimento da atividade econmica. O seguro desemprego,

    no caso em foco, caracteriza-se como uma medida de poltica econmica

    anticclica, na qual o governo concede recursos financeiros ao trabalhadordesempregado para que este continue a consumir bens e servios necessrios

    a sua subsistncia. Ressalta-se que esta poltica, que considerada como fiscal

    (aumento dos gastos), contribui para evitar uma ampliao do ciclo econmico

    recessivo.

    Assertiva Correta

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    III A meno ao Decreto 6.024/07 no anula a questo pelo fato de no

    estar elencado no contedo programtico. Na medida em que a assertiva

    dispe sobre o seu contedo, torna-se possvel uma avaliao quanto funo

    do governo associada medida adotada pelo governo.

    Diz a assertiva:

    A reduo da alquota do IPI incidente sobre perfis de ferro ou ao no ligado

    de 5% para 0% conforme Decreto no 6.024/07, um instrumento vlido para

    que o governo cumpra a funo alocativa da poltica econmica.

    A poltica econmica no se destina apenas a atender a funo estabilizadora.

    muito comum por parte do governo a concesso de benefcios a

    determinados setores econmicos, sendo estes benefcios decorrentes de

    situaes pontuais de crise econmica ocorridas. Na verdade a concesso da

    reduo do IPI sobre perfis de ferro ou ao no ligado visa promover estmulo atividade produtiva, criando condies para que este setor adquira

    capacidade e competitividade interna, especialmente devido concorrncia de

    produtos importados.

    Destaca-se que a reduo da alquota tambm est associada a uma poltica

    econmica estabilizadora, o que importa dizer que as funes do governo e

    suas polticas no so excludentes.Assertiva Correta

    IV - Assertiva nitidamente incorreta, uma vez que o PAC, por se constituir em

    um programa que visa estimular a melhoria da infra-estrutura e da oferta de

    bens e servios na economia, pode ser considerado tanto um atendimento

    funo alocativa do governo como tambm o atendimento funo

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    estabilizadora, consubstanciada na realizao de poltica fiscal disposta nos

    instrumentos de planejamento da Administrao Pblica.

    Assertiva Incorreta

    Gabarito: letra a.

    16 (ECONOMISTA/FUNASA FUND. DOM CINTRA/2010) De acordo

    com a teoria de finanas pblicas, constituem exemplos de

    circunstncias denominadas na literatura econmica como falhas de

    mercado:

    A) dficits pblicos e tributaes

    B) dvidas internas e bens pblicos

    C) monoplios naturais e externalidades

    D) mercados incompletos e impostos indiretos

    E) riscos de informao e mercados atomizados

    Comentrios:

    Trata-se de uma questo bastante literal, bastando para o candidato, ao

    responder a questo, se lembrar quais so as falhas de mercado existentes e

    nominadas.

    Gabarito: letra c.

    17 (ECONOMISTA/FUNASA FUND. DOM CINTRA/2010) Os bens

    pblicos distinguem-se dos demais fundamentalmente pela

    indivisibilidade do consumo. De acordo com a teoria de finanas

    pblicas, o dever do governo de determinar o tipo e a quantidade de

    bens pblicos a serem ofertados est associado seguinte funo:

    A) equitativa

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    B) alocativa

    C) tributativa

    D) distributiva

    E) estabilizadora

    Comentrios:

    A construo de uma rodovia, por exemplo, destinada a facilitar a ligao entre

    um plo produtivo e o mercado consumidor dos bens produzidos constitui um

    exemplo de um bem pblico. No atendimento da sua funo alocativa, o

    governo busca melhorar a infra-estrutura de transportes no pas, contribuindo,

    dentre outras formas, para o barateamento e a qualidade dos bens oferecidos

    sociedade pelas empresas.

    Gabarito: letra b.

    18 (APO/MPOG ESAF/2008) O sistema de mercado no leva a uma

    justa distribuio da renda, sendo necessrio que o Estado exera essa

    funo:

    a) alocativa

    b) estabilizadora

    c) distributiva

    d) planejadorae) de crescimento econmico

    Comentrios:

    Conforme afirmado na aula, a funo (re) distributiva representada de

    fato pela melhoria na chamada distribuio da renda gerada na economia.

    Destacado em aula, comentamos que as polticas de tributao progressiva da

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    renda, trabalhadas em conjunto com programas como o Bolsa Famlia,

    representam polticas distributivas do governo.

    Gabarito: letra c.

    19 - (AFC/STN ESAF/2008) A aplicao das diversas polticas

    econmicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a

    estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o

    atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte funo do

    Governo:

    a) Funo Estabilizadora.

    b) Funo Distributiva.

    c) Funo Monetria.

    d) Funo Desenvolvimentista.

    e) Funo Alocativa.

    Comentrios:

    A funo estabilizadoravisa manter constante o nvel de preos e estimular

    a gerao de renda e emprego. A funo exercida atravs do controle da

    demanda agregada (quantidade de bens e servios consumidos na economia),

    seja por meio de estmulos ao crescimento da renda, seja pelo adequado

    controle dos nveis de dficit e dvida pblica do pas. Realiza ainda o controle

    da oferta de moeda na economia, uma vez que este o principal instrumento

    de estmulo da demanda agregada via disseminao do crdito.

    Gabarito: Letra a.

    20 - (AFC/STN ESAF/2008) Sob determinadas condies, os

    mercados privados no asseguram uma alocao eficiente de

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    recursos. Em particular, na presena de externalidades e de bens

    pblicos, os preos de mercado no refletem, de forma adequada, o

    problema da escolha em condies de escassez que permeia a

    questo econmica, abrindo espao para a interveno do governo

    na economia, de forma a restaurar as condies de eficincia no

    sentido de Pareto. Nesse contexto, incorreto afirmar:

    a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produo de um

    determinado bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros

    mercados, e esses impactos no so considerados no preo de mercado do

    bem em questo.

    b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-

    versa.

    c) a correo de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante

    tributao corretiva, no caso de externalidades positivas, ou aplicao de

    subsdios, no caso de externalidades negativas.

    d) um exemplo de bem pblico puro o sistema de defesa nacional, cujoconsumo se caracteriza por ser no-excludente e no-rival.

    e) falhas de mercado so fenmenos que impedem que a economia alcance

    o estado de bem-estar social, por meio do livre mercado, sem interferncia

    do governo.

    Comentrios:

    Antes de comearmos a analisar as assertivas da questo, cabem alguns

    comentrios a respeito do conceito de timo de Pareto.

    Este conceito est associado chamada teoria do bem-estar econmico,

    conhecida como welfare economics, que afirma que os mercados

    perfeitamente competitivos, ou seja, que no possuem qualquer

    interferncia governamental, promovem a alocao eficiente de recursos

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    entre os agentes econmicos, de tal maneira que impossvel melhorar a

    situao de um indivduo sem piorar a de outro. Naturalmente que se trata

    de um entendimento meramente terico, mas que reflete adequadamente a

    alocao dos escassos recursos econmicos.

    De volta anlise da questo, temos que:

    a) Os detritos derivados da produo de uma indstria que so jogados

    diretamente em um rio no so mensurados no preo do bem vendido a

    posteriori. A poluio causada nas guas pode gerar malefcios populao

    ribeirinha, fazendo com que estas busquem tratamento junto rede de

    sade do Municpio. Naturalmente, em decorrncia desta externalidade,

    seria importante a imposio de tributao corretiva por parte do Governo

    no sentido de cobrir o custo social imposto populao, no mensurado

    nos custo de produo da indstria.

    Assertiva Correta

    b) De fato consumidores podem causar externalidade sobre produtores.

    Motoristas de automveis (considerados consumidores de servios de

    transporte), que utilizam as filas exclusivas de nibus nas grandes cidades

    tendem a gerar externalidades sobre os produtores do prprio servio de

    transporte, seja para as empresas transportadoras que tendem a ter um

    aumento no tempo de viagem e no custo de transporte dos nibus, seja daempresa responsvel pela fiscalizao do trnsito, que ter que realizar a

    contratao de novos profissionais que ficaro responsveis pela

    fiscalizao da externalidade gerada pelos motoristas de automveis.

    Assertiva Correta

    c) na verdade a correo de externalidades, pelo governo, deve ser feita

    mediante tributao corretiva, no caso de externalidades negativas,

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    como no caso da poluio das guas do rio por parte da indstria, ou pela

    aplicao de subsdios, no caso de externalidades positivas, como no

    caso da preservao e limpeza feitos diretamente por moradores de um

    bairro turstico de uma cidade.

    Assertiva Incorreta

    d) A defesa nacional considerada um bem pblico puro, dado o fato de

    que esta defesa no exclui qualquer habitante do pas e to quanto rivaliza

    com qualquer outro tipo de defesa nacional, exercida de forma exclusiva

    pelas foras armadas.

    Assertiva Correta

    e) A definio dada na assertiva reflete exatamente o de Falhas de

    Mercado.

    Assertiva Correta

    Gabarito: letra c.

    21 - (AFC/CGU ESAF/2004) A necessidade de atuao econmica do

    setor pblico prende-se constatao de que o sistema de preos no

    consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou funes. Assim,

    correto afirmar que

    a) a funo distributiva do governo est associada ao fornecimento de bens eservios no oferecidos eficientemente pelo sistema de mercado.

    b) a funo alocativa do governo est relacionada com a interveno do Estado

    na economia para alterar o comportamento dos nveis de preos e emprego.

    c) o governo funciona como agente redistribuidor de renda atravs da

    tributao, retirando recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e

    transferindo-os para os segmentos menos favorecidos.

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    d) a funo estabilizadora do governo est relacionada ao fato de que o

    sistema de preos no leva a uma justa distribuio de renda.

    e) a distribuio pessoal de renda pode ser implementada por meio de uma

    estrutura tarifria regressiva.

    Comentrios:

    Trata-se de assertivas bastante diretas, de tal forma que isto facilita a anlise

    e resoluo. Optamos assim apenas em alterar a funo e o seu papel, quando

    esta for incorreta.

    a) a funo alocativado governo est associada ao fornecimento de bens e

    servios no oferecidos eficientemente pelo sistema de mercado.

    b) a funo estabilizadorado governo est relacionada com a interveno

    do Estado na economia para alterar o comportamento dos nveis de preos e

    emprego.c) o governo funciona como agente redistribuidor de renda atravs da

    tributao, retirando recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e

    transferindo-os para os segmentos menos favorecidos.

    Assertiva correta e que se refere funo distributiva.

    d) a funo distributiva do governo est relacionada ao fato de que o

    sistema de preos no leva a uma justa distribuio de renda.

    e) a distribuio pessoal de renda pode ser implementada por meio de uma

    estrutura tarifria progressiva.

    Esta assertiva analisa com mais cuidado a funo distributiva. Conforme ser

    visto na prxima aula, uma das formas do governo atender a sua funo de

    redistribuio dos recursos econmicos que possam estar concentrados nas

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    mos de poucos que ganham muito, justamente por meio da imposio de

    uma tributao progressiva que, resumidamente, est associada a tributar

    mais quem ganha mais, repassando os recursos gerados (atendendo a funo

    distributiva) queles que ganham menos.

    Gabarito: letra c.

    22 - (AFC/STN ESAF/2005) Devido a falhas de mercado e tendo em

    vista a necessidade de aumentar o bem-estar da sociedade, o setor

    pblico intervm na economia. Identifique a opo correta inerente

    funo alocativa.

    a) O setor pblico oferece bens e servios pblicos, ou interfere na oferta do

    setor privado, por meio da poltica fiscal.

    b) O setor pblico age na redistribuio da renda e da riqueza entre as classes

    sociais.

    c) Adotando polticas monetrias e fiscais, o governo procura aumentar o nvelde emprego e reduzir a taxa de inflao.

    d) Adotando polticas monetrias e fiscais, o governo procura manter a

    estabilidade da moeda.

    e) O governo estabelece impostos progressivos, com o fim de gastar mais em

    reas mais pobres e investir em reas que beneficiem as pessoas carentes,

    como a educao e sade.

    Comentrios:

    Esta questo importante de ser analisada pelo fato de que muitos

    concursandos (as) sempre associam as polticas monetria e fiscal realizadas

    pelo governo com o atendimento funo estabilizadora. De fato estas

    polticas esto intimamente relacionadas funo de controle do nvel de

    preos e o estmulo gerao de emprego e renda. De todo modo

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    importante ressaltar que muitas vezes o governo, com o objetivo de atender a

    sua funo alocativa, realiza poltica fiscal. O principal instrumento de

    poltica fiscal justamente a realizao de gastos pblicos em setores

    estratgicos e necessitados. Um bom exemplo a prpria participao do

    Estado na construo de estradas destinadas a facilitar o escoamento de safras

    agrcolas produzidas pelo setor agrcola privado. Ressalta-se que neste caso

    o governo quem realizou o gasto destinado ao atendimento de sua funo

    alocativa. De todo modo, realizando, por exemplo, uma poltica de incentivos

    fiscais, ele poder fazer com que a iniciativa privada tenha interesse de

    construir estradas para escoamento da produo, o que por sinal muito

    comum no caso das grandes empresas produtoras de derivados de minerais

    (Minrio de Ferro, Petrleo, etc.).

    A partir destes comentrios, fica fcil, analisando as alternativas, concluir que

    o gabarito da questo a assertiva a.

    Gabarito: letra a

    23 (Analista em Gesto Adm./Sec. Estado de Pernambuco FGV-

    RIO/2008) A respeito das funes do governo, correto afirmar que:

    a) a funo alocativa est associada s chamadas falhas de mercado e se

    justifica quando o resultado distributivo do mecanismo de mercado no for

    considerado socialmente desejado.b)quando o governo decide destinar parte de recursos pblicos para os setores

    de sade e educao, est exercendo sua funo estabilizadora.

    c) a atividade de compra e venda de ttulos pelo governo em mercados

    primrios e secundrios est associada sua funo reguladora.

    d) as trs funes tradicionais associadas ao governo na literatura das finanas

    pblicas so as funes alocativa, estabilizadora e reguladora.

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    e) a funo estabilizadora diz respeito manuteno da estabilidade

    econmica e justifica-se para atenuar o impacto de crises.

    Comentrios:

    Analisemos cada uma das assertivas:

    a) A funo alocativa considerada uma das funes clssicas de governo,

    conjuntamente com as funes distributiva e estabilizadora. As funes

    atribudas ao governo embasam-se na necessidade de este realizar as

    correes existentes no mercado devido existncia das Falhas de Mercado.

    Muito embora a assertiva afirme que a funo alocativa esteja associada s

    falhas, o que tornaria a primeira parte da frase correta, sua funo se justifica

    no sentido de oferecimento pelo setor pblico de bens e servios pblicos, ou,

    se necessrio, interferindo na oferta do setor privado, por meio da poltica

    fiscal.

    Destaca-se ainda que, quando a assertiva se refere ao resultado distributivo do

    mecanismo de mercado quando este no for considerado socialmente

    desejado, ela est fazendo meno funo distributiva.

    Assertiva incorreta.

    b) com base na resposta dada na alternativa a, possvel afirmarmos que aalternativa b est associada funo alocativa e no estabilizadora.

    Assertiva incorreta.

    c) a atividade de compra e venda de ttulos pelo governo em mercados