noções de direito administrativo - aula 02

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO CURSO PREPARATÓRIO PARA O TSE - PROF. FABIANO PEREIRA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br Olá! Eis a segunda aula do curso sobre a Lei 8.666/1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. O nosso objetivo é prepará-lo para a conquista da tão desejada vaga no concurso do Tribunal Superior Eleitoral – T.S.E., cujas provas serão realizadas no dia 12 de fevereiro de 2012. Para facilitar o seu estudo, perceba que foi mantida a sequência numérica dos tópicos abordados na última aula. Assim, caso você tenha interesse em imprimir os respectivos módulos, é só grampear as folhas na ordem mais conveniente. No mais, aguardo as sugestões, críticas ou elogios no fórum de dúvidas ou no e-mail [email protected]. Bons estudos! Fabiano Pereira Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade." (Elmer Letterman)

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    1Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br

    Ol!

    Eis a segunda aula do curso sobre a Lei 8.666/1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, institui normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras providncias.

    O nosso objetivo prepar-lo para a conquista da to desejada vaga no concurso do Tribunal Superior Eleitoral T.S.E., cujas provas sero realizadas no dia 12 de fevereiro de 2012.

    Para facilitar o seu estudo, perceba que foi mantida a sequncia numrica dos tpicos abordados na ltima aula. Assim, caso voc tenha interesse em imprimir os respectivos mdulos, s grampear as folhas na ordem mais conveniente.

    No mais, aguardo as sugestes, crticas ou elogios no frum de dvidas ou no e-mail [email protected].

    Bons estudos!

    Fabiano Pereira

    Sorte o que acontece quando a preparao encontra a oportunidade." (Elmer Letterman)

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    LICITAO LEI 8.666/1993

    9. Modalidades de licitao ......................................................... 03

    9.1. Concorrncia ............................................................... 05

    9.2. Tomada de preos ....................................................... 06

    9.3. Convite ....................................................................... 07

    9.4. Concurso .................................................................... 08

    9.5. Leilo ......................................................................... 09

    10. Tipos de licitao ................................................................. 10

    10.1. Menor preo ............................................................. 11

    10.2. Melhor tcnica .......................................................... 11

    10.3. Melhor tcnica e preo .............................................. 12

    10.4. Maior lance ou oferta ................................................ 13

    11. Publicidade dos resumos de editais ...................................... 13

    11.1. Antecedncia mnima ............................................... 14

    12. Excees obrigatoriedade de licitar ................................... 15

    12.1. Inexigibilidade ......................................................... 16

    12.2. Licitao dispensada ................................................ 19

    12.3. Licitao dispensvel ............................................... 20

    13. Resumo de Vspera de Prova .............................................. 25

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    9. Modalidades de licitao

    A Lei 8.666/93 apresenta em seu texto 05 (cinco) modalidades bsicas de licitao: concorrncia, tomada de preos, convite, leilo e concurso. Todavia, importante destacar que existem mais duas modalidades licitatrias previstas em leis distintas: o prego e a consulta.

    Analisando-se o edital do concurso do TSE, constata-se que essas duas ltimas modalidades no sero objeto de cobrana na prova, que se restringir ao texto da Lei 8.666/93. Desse modo, no sero apresentadas maiores informaes em nossa aula.

    A modalidade denominada prego foi instituda pela medida provisria 2.026/00, posteriormente convertida na Lei 10.520/02, com o objetivo de disciplinar a aquisio de bens e servios comuns no mbito de toda a Administrao Pblica direta e indireta.

    (CONSULPLAN/Procurador Pref. So Gabriel da Palha ES/2008) O Prego a modalidade licitatria utilizada para a aquisio de bens e servios comuns, que cujos padres de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificaes usuais, no mercado, independente dos valores.

    Em relao consulta, suficiente destacar que foi criada pela Lei 9.472/97 (responsvel pela criao da ANATEL), com o objetivo de ser utilizada na aquisio de bens e servios no mbito da prpria Anatel, pois, certamente, no ser cobrada em prova.

    Pergunta: Professor, a escolha da modalidade licitatria a ser utilizada para a aquisio de bens ou contratao de servios fica a critrio da Administrao?

    No. O artigo 23 da Lei de Licitaes, por exemplo, especifica que a concorrncia a modalidade de licitao cabvel, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienao de bens imveis, como nas concesses de direito real de uso e nas licitaes internacionais, admitindo-se neste ltimo caso, observados os limites legais, a tomada de preos, quando o rgo ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, ou o convite, quando no houver fornecedor do bem ou servio no Pas.

    Para responder s questes da CONSULPLAN: A alienao de bens imveis incorporados ao patrimnio da Administrao mediante procedimentos judiciais ou dao em pagamento, tambm poder ocorrer atravs da modalidade concorrncia ou leilo, caracterizando-se como uma exceo regra de utilizao da concorrncia, prevista no 3, do artigo 23, da Lei 8.666/93.

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    Em regra, a modalidade licitatria a ser utilizada para a aquisio de bens ou a contratao de servios ser definida com base nos valores constantes nos incisos I e II, do artigo 23, da Lei de Licitaes, a saber:

    I - para obras e servios de engenharia:

    a) convite - at R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);

    b) tomada de preos - at R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais);

    c) concorrncia: acima de R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais).

    II - para compras e servios no referidos no inciso anterior:

    a) convite - at R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

    b) tomada de preos - at R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais);

    c) concorrncia - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais).

    No caso de consrcios pblicos, aplicar-se- o dobro dos valores mencionados acima quando formado por at 03 (trs) entes da Federao, e o triplo, quando formado por maior nmero.

    Assim, com exceo das situaes apresentadas no artigo 23 da Lei 8.666/93, cuja modalidade licitatria utilizada ser necessariamente a concorrncia, deve ser respeitada uma ordem na utilizao das modalidades bsicas de licitao, com base no valor estimado para contrao. Utilizar-se- primeiramente a concorrncia, depois a tomada de preos e, por ltimo, o convite.

    Nesses termos, o 4 do artigo 22 declara que, nos casos em que couber convite, a Administrao poder utilizar a tomada de preos e, em qualquer caso, a concorrncia. A regra de fcil assimilao, assegurando que quem pode mais, pode menos.

    Exemplo: Se a Administrao necessita comprar material de escritrio no montante de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), dever utilizar, em regra, a modalidade convite, cujo valor mximo de at R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

    Todavia, como a tomada de preos e a concorrncia podem ser utilizadas inclusive para valores superiores a R$ 80.000,00, tambm podero ser utilizadas para o valor de R$ 50.000,00.

    Por outro lado, a modalidade convite jamais poder ser utilizada para valores superiores a R$ 80.000,00, da mesma forma que a modalidade tomada de preos jamais ser utilizada para valores superiores a R$ 650.000,00 (lembre-se de que todos os valores citados como exemplo

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    referem-se ao inciso II do artigo 23, pois, no caso de obras e servios de engenharia, os valores podero ser maiores).

    ATENO: O 5 do artigo 23 probe a utilizao da modalidade "convite" ou "tomada de preos", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou servio, ou ainda para obras e servios da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatrio de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preos" ou "concorrncia", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza especfica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou servio.

    Por outro lado, possvel, nos termos do 2 do art. 23, que as obras, os servios e as compras sejam realizadas de forma parcelada, desde que, para cada parcela da obra, do servio ou da compra, seja feita nova licitao.

    Para responder s questes da CONSULPLAN: A Lei no probe a contratao parcelada das obras, compras e servios, mas obriga a Administrao a adotar, como modalidade de licitao, aquela que corresponder ao valor do somatrio das diferentes parcelas, o que no acontece em relao s partes da obra ou servio de natureza especfica.

    Exemplo: A lei impe a utilizao da modalidade concorrncia para as obras e servios de engenharia cujo valor estimado seja superior a R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais). Assim, caso a Administrao decida desmembrar a realizao de uma determinada obra em trs parcelas, sendo cada uma estimada em R$ 800.000,00, no haver nenhum impedimento legal, mas dever ser adotada obrigatoriamente a modalidade concorrncia, j que o montante das 03 (trs) parcelas igual a R$ 2.400.000,00, mesmo que cada parcela, individualmente, seja inferior a R$ 1.500.000,00.

    Para responder s questes da CONSULPLAN: vedada a criao de outras modalidades de licitao ou a combinao daquelas previstas no art. 22 da Lei 8.666/1993.

    9.1. Concorrncia

    A concorrncia certamente a mais complexa dentre todas as modalidades licitatrias, tendo como principais caractersticas a ampla publicidade, a possibilidade de participao de qualquer interessado (princpio da universalidade), a habilitao do interessado no incio do procedimento e a utilizao para contratos de grandes vultos (em regra, valores superiores a R$ 1.500.000,00, para obras e servios de engenharia, e valores superiores a R$ 650.000,00, nos casos de compras e servios que no sejam de engenharia).

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    O 1, artigo 22, da Lei de Licitaes, define a concorrncia como a modalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de qualificao exigidos no edital para execuo de seu objeto.

    Apenas para reforar o que j afirmei anteriormente, lembre-se de que a concorrncia a modalidade de licitao cabvel, qualquer que seja o valor de seu objeto, nas seguintes hipteses estabelecidas 3 do artigo 23:

    1) na compra ou alienao de bens imveis, ressalvados os imveis adquiridos mediante procedimento judicial ou dao em pagamento, que podem ser alienados, por concorrncia ou leilo;

    2) como nas concesses de direito real;

    3) nas licitaes internacionais, com exceo dos casos em que pode ser utilizada a tomada de preos ou o convite, dependendo do valor do contrato;

    4) para o sistema de registros de preos, utilizado nas licitaes para compra de bens, previsto no inciso I, 3 do artigo 15.

    (CONSULPLAN/Advogado INB/2009) Na concorrncia, a administrao acha-se vinculada ao edital.

    9.2. Tomada de preos

    O 2, do artigo 22, da Lei de Licitaes, define a tomada de preos como a modalidade de licitao entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o terceiro dia anterior data de recebimento das propostas, observada a necessria qualificao.

    Dentre as principais caractersticas desta modalidade licitatria, podemos citar:

    1) somente permitir a participao de interessados cadastrados ou previamente habilitados;

    2) a exigncia de publicidade no Dirio Oficial;

    3) destinar-se a contratos de valores medianos (em regra, valores de at R$ 1.500.000,00, para obras e servios de engenharia, e valores de at R$ 650.000,00, nos casos de compras e servios que no sejam de engenharia).

    A tomada de preos possui procedimento semelhante ao da concorrncia, permitindo a participao de todos os interessados, todavia, necessrio que apresentem a documentao at o terceiro dia anterior data do recebimento das propostas.

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    Essa documentao dever ser apresentada Comisso de Julgamento da tomada de preos, que ficar responsvel pela sua anlise e, finalizada a fase de habilitao, ocorrer o julgamento das propostas, assim como acontece na concorrncia.

    9.3. Convite

    O convite a modalidade de licitao utilizada para contrataes de menor vulto e est definida no 3, artigo 22, da Lei 8.666/93, ao afirmar que se trata da licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados em nmero mnimo de 03 (trs) pela unidade administrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estender aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da apresentao das propostas.

    Nos termos do artigo 23 da Lei 8.666/93, o convite ser utilizado para a aquisio de materiais e servios at o limite de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), e, para a execuo de obras e servios de engenharia, at o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

    Nessa modalidade, existe a necessidade de que sejam convidados a participar da licitao pelo menos trs convidados, a fim de que evite o direcionamento do objeto licitado a um nico interessado convidado, caracterizando-se um desvio de finalidade.

    Entretanto, quando existirem na praa mais de trs interessados para o item a ser licitado, a cada novo convite que possua objeto da mesma espcie ou do mesmo gnero, a Administrao dever, obrigatoriamente, convidar sempre mais um interessado, at que no existam mais cadastrados que no tenham sido convidados em licitaes anteriores.

    O nmero mnimo de licitantes no convite tambm foi objeto de dispositivo legal, que impe que, quando esse nmero mnimo no for atingido, tanto por limitaes de mercado, quanto por manifesto desinteresse dos convidados em participar do certame, essas ocorrncias devero ser justificadas no processo, a fim de que o procedimento no necessite ser repetido.

    No existe um edital propriamente dito na modalidade convite. A convocao dos interessados ocorrer mediante o envio de uma carta-convite, que no exige publicidade em dirios oficiais e/ou jornais de grande circulao.

    A publicidade da licitao na modalidade convite poder ser realizada atravs da simples afixao da carta-convite em local visvel na prpria Administrao com, no mnimo, cinco dias teis antes de sua abertura.

    A referida afixao tem o objetivo de informar sobre a existncia da licitao queles que no foram convidados, possibilitando assim que manifestem o interesse de participar do procedimento, desde que estejam

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    devidamente cadastrados e manifestem o interesse em at 24 horas antes da data/horrio marcado para a apresentao das propostas.

    Pergunta: Professor, o interessado em participar do procedimento licitatrio, mas que no foi convidado, manifestando o seu interesse em at 24 horas antes da data marcada para a apresentao das propostas, poder participar do procedimento licitatrio?

    Depende. Para a realizao do procedimento licitatrio na modalidade convite devero ser convidados, no mnimo, 03 (trs) interessados, cadastrados ou no perante a Administrao. Imaginemos ento que trs interessados tenham sido convidados e que, posteriormente, um quarto interessado tenha manifestado o interesse em participar do certame, aps observar uma carta-convite afixada no saguo da Prefeitura.

    Nesse caso, o quarto interessado somente poder participar do certame se j for cadastrado perante o rgo responsvel e manifestar o seu interesse em at 24 horas antes da data/horrio marcado para a apresentao das propostas.

    Se o interessado no for cadastrado perante a Administrao, mesmo que manifeste o seu desejo de participar do certame em at 24 horas antes da data/horrio marcado para a apresentao das propostas, estar impedido.

    O julgamento na modalidade convite poder ser efetuado tanto pela Comisso de licitaes (concorrncia ou tomada de preos), quanto por servidor devidamente designado para tal atividade.

    Para responder s questes da CONSULPLAN: Quando, por limitaes do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossvel a obteno do nmero mnimo de 03 (trs) licitantes, essas circunstncias devero ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetio do convite.

    9.4. Concurso

    O professor Jos dos Santos Carvalho Filho nos informa que, quando faz um concurso, a Administrao no pretende contratar com ningum, ao menos em princpio. Quer apenas selecionar um projeto de cunho intelectual e a seu autor conceder um prmio ou determinada remunerao. Com o cumprimento desse nus pela Administrao, a licitao fica encerrada.

    O prmio ou a remunerao, no entanto, s podero ser pagos se o autor do projeto ceder Administrao os direitos patrimoniais a ele relativos e a ela permitir a utilizao, de acordo com sua convenincia, na forma do que estabelecer o regulamento ou o ajuste para a celebrao deste.

    O 4 da Lei 8.666/93 conceitua o concurso como a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos

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    vencedores, conforme critrios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedncia mnima de 45 (quarenta e cinco) dias.

    Ao concurso no se aplicam os tipos de licitao previstos no art. 45 da Lei de Licitaes, pois nessa modalidade o vencedor recebe um prmio ou remunerao, previamente estipulado pela Administrao, no existindo preo a ser analisado.

    No caso de concurso, o julgamento ser feito por uma comisso especial integrada por pessoas de reputao ilibada e reconhecido conhecimento da matria em exame, servidores pblicos ou no, que, em conformidade com o edital e o regulamento, analisaro as propostas apresentadas.

    O concurso dever ser precedido de regulamento prprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital, devendo indicar:

    1) a qualificao exigida dos participantes;

    2) as diretrizes e a forma de apresentao do trabalho;

    3) as condies de realizao do concurso e os prmios a serem concedidos.

    ATENO: Sei que voc jamais faria isso, mas, de qualquer forma, cuidado para no confundir o concurso pblico realizado pela Administrao Pblica para a seleo de pessoal com a modalidade licitatria tambm denominada concurso, pois so institutos que possuem objetivos distintos.

    9.5. Leilo

    Nos termos do 5, do artigo 22, da Lei 8.666/93, a modalidade licitatria denominada leilo poder ser utilizada pela Administrao Pblica com 03 (trs) finalidades distintas:

    1) venda de bens mveis inservveis;

    2) venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; e

    3) alienao de bens imveis adquiridos em procedimento judicial ou atravs de dao em pagamento.

    Na realizao do leilo, os interessados comparecero em local e hora determinados em edital para apresentarem seus lances ou ofertas, os quais nunca podero ser inferiores ao valor de referncia estipulado pelo rgo, consequncia de criteriosa avaliao prvia.

    A publicidade para o leilo de 15 (quinze) dias corridos, devendo seu resumo contar com veiculao em rgo de imprensa oficial, em jornal de grande circulao e afixao em mural do rgo, a exemplo das concorrncias e das tomadas de preos.

    Quando a Administrao for vender bens mveis, ainda que tenham sido apreendidos ou penhorados, conforme disposto no art. 17, 6, da Lei n. 8.666/93, dever respeitar o limite previsto no art. 23, II, "b" do mesmo

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    diploma legal (atualmente R$ 650.000,00) para utilizar a modalidade leilo, montante este apurado pelo rgo promotor da licitao, mediante avaliaes prvias de mercado. Acima desse valor, dever ser utilizada a concorrncia.

    O artigo 53 da Lei 8.666/93 estabelece regras gerais para a realizao do leilo, a saber:

    Art. 53. O leilo pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administrao, procedendo-se na forma da legislao pertinente.

    1. Todo bem a ser leiloado ser previamente avaliado pela Administrao para fixao do preo mnimo de arrematao.

    2. Os bens arrematados sero pagos vista ou no percentual estabelecido no edital, no inferior a 5% (cinco por cento) e, aps a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilo, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigar ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocao, sob pena de perder em favor da Administrao o valor j recolhido.

    3. Nos leiles internacionais, o pagamento da parcela vista poder ser feito em at vinte e quatro horas.

    4. O edital de leilo deve ser amplamente divulgado, principalmente no municpio em que se realizar.

    10. Tipos de licitao

    Os tipos de licitao nada mais so que os critrios utilizados pela Administrao Pblica para selecionar a proposta mais vantajosa. A prpria Lei 8.666/93, em seu 1, artigo 45, apresenta um rol exaustivo de tipos de licitao que podem ser adotados, a saber:

    Art. 45, 1. Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitao, exceto na modalidade concurso:

    I - a de menor preo - quando o critrio de seleo da proposta mais vantajosa para a Administrao determinar que ser vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificaes do edital ou convite e ofertar o menor preo;

    II - a de melhor tcnica;

    III - a de tcnica e preo;

    IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso.

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    O edital do procedimento licitatrio deve apresentar obrigatoriamente o tipo (critrio) para julgamento, com disposies claras e parmetros objetivos, com o objetivo de nortear todas as demais aes do procedimento licitatrio, em especial o seu prazo de publicidade e o julgamento.

    10.1. Menor preo

    As licitaes realizadas pelo tipo "menor preo" so as mais comuns, constituindo a regra geral para a contratao de obras, servios, compras e locaes. Por meio delas, o fator preponderante para a escolha da proposta mais vantajosa ser o preo, desde que atendidas as exigncias do edital.

    A seleo do critrio de julgamento pelo menor preo no ser um ato discricionrio do administrador e dever ser preferencialmente adotado em licitaes cujo objeto se apresente de forma mais simples, sem maiores complexidades tcnicas, e que permitam um julgamento igualitrio e objetivo entre as propostas.

    No caso da licitao do tipo "menor preo", entre os licitantes considerados qualificados a classificao se dar pela ordem crescente dos preos propostos, e, no caso de empate entre duas ou mais propostas, a classificao se far, obrigatoriamente, por sorteio, em ato pblico, para o qual todos os licitantes sero convocados, vedado qualquer outro processo.

    (CONSULPLAN/Fiscal de Tributos Prefeitura de Mimoso do Sul ES/2007) O tipo de licitao menor preo ser escolhido quando o critrio de seleo da proposta determinar que o vencedor ser o licitante que ofertar o menor preo.

    10.2. Melhor tcnica

    O artigo 46 da Lei 8.666/93 afirma que os tipos de licitao "melhor tcnica" ou "tcnica e preo" sero utilizados exclusivamente para servios de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaborao de projetos, clculos, fiscalizao, superviso e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaborao de estudos tcnicos preliminares e projetos bsicos e executivos.

    Entretanto, existe uma ressalva prevista no 4 do artigo 45 da mesma lei, que permite a adoo desse tipo de licitao para a aquisio de bens e servios de informtica, sendo permitido ainda o emprego de outro tipo de licitao, nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

    O 1, do artigo 46, da Lei de Licitao, estabelece que seja adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatrio, o qual fixar o preo mximo que a Administrao se prope a pagar:

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    a) Concluda a fase de anlise da documentao, sero abertos os envelopes contendo as propostas tcnicas somente das licitantes que forem habilitadas;

    b) Abertas as propostas tcnicas, essas sero avaliadas e classificadas de acordo com os critrios previstos no edital, levando-se em conta, especialmente, a capacitao e a experincia do proponente, a qualidade tcnica da proposta, o que inclui a anlise da metodologia, organizao, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados para a realizao do objeto licitado, alm da qualificao tcnica das equipes que sero mobilizadas para a consecuo do objeto;

    c) Aps o trmino da classificao da proposta tcnica, proceder-se- abertura das propostas de preo das licitantes que tenham atingido a pontuao mnima na proposta tcnica, a qual estar previamente estabelecida no edital;

    d) Na sequncia, sero adotadas as providncias para a negociao das condies ofertadas com a proponente melhor classificada na proposta tcnica, a fim de que ela execute o objeto no valor proposto pela primeira colocada em preo;

    e) Na hiptese de no restar frutfera a negociao constante do item anterior, esse mesmo procedimento ser adotado, sucessivamente, com as demais licitantes, na ordem de classificao da proposta tcnica, at que se concretize o ajuste;

    f) As propostas tcnicas e de preo sero devolvidas, invioladas, s licitantes que no forem habilitadas, e as propostas de preos tambm sero restitudas, invioladas, s licitantes que no obtiveram a pontuao mnima na proposta tcnica, aps, claro, respeitados todos os prazos recursais.

    (CONSULPLAN/Fiscal de Tributos Prefeitura de Mimoso do Sul ES/2007) O tipo de licitao melhor tcnica ser utilizado para servios de natureza predominantemente intelectual.

    10.3. Melhor tcnica e preo

    Conforme nos informa o professor Jos dos Santos Carvalho Filho, este tipo de licitao caracteriza-se pelo fato de que o resultado do certame se faz de acordo com a mdia ponderada das valorizaes das propostas tcnicas e de preo, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatrio (art. 46, 2, I e II).

    Assim, o licitante que ser convocado para negociar a proposta de preo ser aquele que obteve a melhor mdia ponderada entre todos os interessados, e no aquele que apresentou a melhor proposta tcnica (a Administrao poder estabelecer, por exemplo, um peso 05 para a proposta tcnica e 07 para a proposta de preo, realizando-se, ao fim, uma mdia).

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    10.4. Maior lance ou oferta

    Esse tipo de licitao no apresenta maiores dificuldades de assimilao, sendo utilizada basicamente nos casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso efetuados pela prpria Administrao Pblica, onde os licitantes vencedores apresentam o maior lance (leilo), ou a maior oferta (convite e concorrncia).

    Acontece, por exemplo, na venda de bens (nibus, veculos, tratores, etc.) considerados inservveis pela Administrao. Ser declarado vencedor do procedimento licitatrio aquele que apresentar o maior lance ou oferta aquisio (valores).

    (CONSULPLAN/Fiscal de Tributos Prefeitura de Mimoso do Sul ES/2007) O tipo de licitao maior lance ou oferta ser utilizado nos casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso.

    11. Publicidade dos resumos de editais

    O artigo 21 da Lei 8.666/1993 determina que os avisos contendo os resumos dos editais das concorrncias, das tomadas de preos, dos concursos e dos leiles, embora realizados no local da repartio interessada, devero ser publicados com antecedncia, no mnimo, por uma vez:

    I - no Dirio Oficial da Unio, quando se tratar de licitao feita por rgo ou entidade da Administrao Pblica Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituies federais;

    II - no Dirio Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitao feita por rgo ou entidade da Administrao Pblica Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

    III - em jornal dirio de grande circulao no Estado e tambm, se houver, em jornal de circulao no Municpio ou na regio onde ser realizada a obra, prestado o servio, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administrao, conforme o vulto da licitao, utilizar-se de outros meios de divulgao para ampliar a rea de competio.

    Por ltimo, informa ainda que o aviso publicado contenha a indicao do local em que os interessados podero ler e obter o texto integral do edital e todas as informaes sobre a licitao.

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    11.1. Antecedncia mnima

    A prpria Lei de Licitaes, em seu artigo 21, estabelece o prazo mnimo que deve ser observado at o recebimento das propostas ou da realizao do evento, que ser de:

    I - quarenta e cinco dias para:

    a) concurso;

    b) concorrncia, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitao for do tipo "melhor tcnica" ou "tcnica e preo";

    II - trinta dias para:

    a) concorrncia, nos casos no especificados na alnea "b" do inciso anterior;

    b) tomada de preos, quando a licitao for do tipo "melhor tcnica" ou "tcnica e preo";

    III - quinze dias para a tomada de preos, nos casos no especificados na alnea "b" do inciso anterior, ou leilo;

    IV - cinco dias teis para convite.

    Assim, necessrio que a Administrao publique os editais licitatrios ou envie as cartas-convites para os interessados respeitando sempre um prazo de antecedncia mnima, que essencial para a elaborao de um estudo minucioso das regras do procedimento licitatrio especfico e para a elaborao de proposta que realmente possa atender s expectativas do ente licitante.

    Os prazos estabelecidos no artigo 21 sero contados a partir da ltima publicao do edital resumido ou da expedio do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

    Qualquer modificao no edital exige divulgao pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alterao no afetar a formulao das propostas.

    Exemplo: Suponhamos que, aps ter publicado o edital licitatrio, a Administrao tenha o interesse em promover uma alterao em seu texto, modificando o local de entrega das propostas do 2 para o 3 andar da sede do rgo licitante.

    Ora, nesse caso, a alterao promovida no edital no ir afetar em nada a formulao das propostas. Entretanto, caso o interesse da Administrao seja alterar a quantidade de computadores que sero adquiridos, de 50 (cinquenta) para 100 (cem), ser necessrio realizar uma nova divulgao, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido.

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    12. Excees obrigatoriedade de licitar

    O inciso XXI, artigo 37, da CF/88, declara expressamente que ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.

    Assim, no correto afirmar que a Administrao sempre estar obrigada a realizar licitao para contratar obras, servios, compras ou fazer alienaes, pois existem situaes especficas, expressamente previstas em lei, que fundamentaro a inexigibilidade ou dispensa licitatria.

    (CONSULPLAN/Advogado INB/2009) De acordo com a Constituio Federal, a administrao est obrigada a praticar licitao para a realizao de obras, servios e alienaes, bem assim, para concesso e permisso de servios pblicos.

    Provavelmente este seja o tpico mais sofrvel de todo o contedo da Lei 8.666/93, pois exige uma certa dose de pacincia e dedicao dos candidatos. Como so vrias as hipteses que podem caracterizar uma licitao dispensvel, necessrio memorizar (para no dizer entender obrigatoriamente) uma quantidade razovel de informaes para se sair bem nas provas de concursos, j que as bancas examinadoras adoram cobrar questes sobre o assunto, inclusive a CONSULPLAN.

    (CONSULPLAN/Advogado CHESF/2007) Os casos de guerra ou grave perturbao da ordem so hipteses:

    A) Que no afastam a obrigatoriedade da licitao.

    B) De dispensa de licitao.

    C) De inexigibilidade ou dispensa de licitao.

    D) De inexigibilidade de licitao.

    E) De impossibilidade de licitao.

    Para aqueles que no tm tempo a perder e desejam abreviar o caminho de ingresso no Tribunal Superior Eleitoral, existem alguns truques que podero facilitar essa rdua misso, desde que praticados com freqncia e de forma correta:

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    1) Ao responder a questo da CONSULPLAN, primeiramente tente verificar se a alternativa ou alternativas apresentadas se referem s hipteses de inexigibilidade, previstas no artigo 25 da Lei 8.666/93. Como so apenas 03 (trs), fica fcil decor-las.

    Caso voc constate que as alternativas no se referem a uma das hipteses de inexigibilidade, passe ento para o prximo passo. Lembre de que a inexigibilidade se caracteriza quando no h possibilidade de competio ou disputa entre vrios interessados.

    2) Superado o primeiro passo, verifique agora se a alternativa ou alternativas referem-se s hipteses de licitao dispensada, que esto relacionadas diretamente alienao de bens pela Administrao.

    A expresso alienao pode ser utilizada para fazer referncia doao, permuta, venda ou dao em pagamento. Assim, se voc detectar essas palavras na alternativa da questo, trata-se de uma hiptese de licitao dispensada.

    Existe uma nica circunstncia na qual voc ir se deparar com a expresso alienao e que no corresponder a uma hiptese de alienao dispensada. Essa exceo est prevista no inciso XXIII, artigo 24, da Lei 8.666/93, cujo texto corresponde a uma hiptese de licitao dispensvel, mesmo existindo a expresso alienao em seu texto.

    O dispositivo possui o seguinte teor: dispensvel a licitao na contratao realizada por empresa pblica ou sociedade de economia mista com suas subsidirias e controladas, para a aquisio ou alienao de bens, prestao ou obteno de servios, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado.

    3) Por ltimo, se as alternativas apresentadas no estiverem se referindo a uma hiptese de inexigibilidade (j que no est presente no artigo 25), nem a uma hiptese de licitao dispensada (por no se referir alienao de bens e suas expresses sinnimas), certamente ser uma hiptese de licitao dispensvel, prevista no artigo 24 da Lei 8.666/1993.

    Caso voc no tenha conseguindo decorar (palavra feia, n?!) todos os incisos do artigo 24 da Lei 8.666/1993, que so trinta e um, tente colocar em prtica o truque acima, pois quase infalvel.

    12.1. Inexigibilidade

    Para responder s questes da CONSULPLAN, lembre-se de que a principal caracterstica da inexigibilidade de licitao a inviabilidade de competio, o que impede a Administrao de realizar licitao. Nesse caso, mesmo que o administrador queira fazer uma licitao, ele no conseguir, pois no existe a possibilidade de disputa entre vrios interessados.

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    Para responder s questes da CONSULPLAN: Tenha muito cuidado para no confundir as expresses inexigibilidade e dispensa de licitao, pois grande a chance de voc encontrar uma questo sobre o tema na prova do Tribunal Superior Eleitoral.

    A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que "a diferena bsica entre as duas hipteses est no fato de que, na dispensa, h possibilidade de competio que justifique a licitao; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competncia discricionria da Administrao. Nos casos de inexigibilidade, no h possibilidade de competio, porque s existe um objeto ou uma pessoa que atenda s necessidades da Administrao; a licitao , portanto, invivel."

    Exemplo: imagine que a Administrao Pblica tenha o interesse em adquirir a forca com a qual Tiradentes foi morto. Ora, se existe apenas uma nica forca no mundo, como a Administrao ir fazer licitao?

    Nesse caso, temos uma hiptese em que a licitao inexigvel, pois est configurada a impossibilidade jurdica de competio entre eventuais fornecedores do bem ou produto que precisa ser adquirido pela Administrao.

    As hipteses de inexigibilidade esto exemplificativamente previstas no art. 25 da Lei n. 8.666/93 e se caracterizam pela ausncia de competio entre eventuais interessados, o que impossibilita a abertura de um certame licitatrio, a saber:

    1) para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferncia de marca, devendo a comprovao de exclusividade ser feita atravs de atestado fornecido pelo rgo de registro do comrcio do local em que se realizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federao ou Confederao Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

    O professor Jos dos Santos Carvalho Filho afirma que se apenas uma empresa fornece determinado produto, no se poder mesmo realizar o certame. Ademais, informa que o dispositivo peremptrio ao vedar preferncia de marca. A razo bvia: a preferncia simplesmente relegaria a nada a exigncia de licitao. Logicamente, a vedao repudiada na lei no pode ser absoluta. Pode ocorrer que outras marcas sejam de produtos inadequados Administrao. Nesse caso a preferncia estaria justificada pelo princpio da necessidade administrativa.

    (CONSULPLAN/Fiscal de Tributos Cataguases-MG/2007) Tendo como base a Lei Federal 8.666/93 inexigvel a licitao quando houver inviabilidade de competio, em especial para aquisio de materiais, equipamentos, ou gneros que s possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo comprovado.

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    2) para a contratao de servios tcnicos enumerados no art. 13 da Lei de Licitaes, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notria especializao, vedada a inexigibilidade para servios de publicidade e divulgao;

    O 1 do artigo 25 considera de notria especializao o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experincias, publicaes, organizao, aparelhamento, equipe tcnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho essencial e indiscutivelmente o mais adequado plena satisfao do objeto do contrato.

    Para os fins dispostos na Lei 8.666/1993, consideram-se servios tcnicos profissionais especializados, nos termos do art. 13, os trabalhos relativos a:

    I - estudos tcnicos, planejamentos e projetos bsicos ou executivos;

    II - pareceres, percias e avaliaes em geral;

    III - assessorias ou consultorias tcnicas e auditorias financeiras ou tributrias;

    IV - fiscalizao, superviso ou gerenciamento de obras ou servios;

    V - patrocnio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

    VI - treinamento e aperfeioamento de pessoal;

    VII - restaurao de obras de arte e bens de valor histrico.

    Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitao, os contratos para a prestao de servios tcnicos profissionais especializados devero, preferencialmente, ser celebrados mediante a realizao de concurso, com estipulao prvia de prmio ou remunerao.

    3) para contratao de profissional de qualquer setor artstico, diretamente ou atravs de empresrio exclusivo, desde que consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica.

    Nesse caso, perceba que para o administrador pblico muito difcil decidir, por exemplo, qual a melhor dupla sertaneja para animar o aniversrio de um determinado Municpio. Alguns gostam de Jorge & Mateus, outros de Zez di Camargo & Luciano, de Gino e Geno, e por a vai.

    No existe possibilidade de competio entre esses artistas, igualmente consagrados pela crtica especializada e pela opinio pblica, por isso a licitao inexigvel.

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    Para responder s questes da CONSULPLAN: Para a contratao de empresa especializada em servios de publicidade e divulgao a Administrao Pblica est obrigada a realizar licitao, pois vedada a declarao de inexigibilidade.

    12.2. Licitao dispensada

    A licitao dispensada tambm se caracteriza pela impossibilidade de licitar, visto que j se tem a definio da pessoa com quem se firmar o contrato. Assim, na licitao dispensada no existe a faculdade para se realizar a licitao, enquanto que na licitao dispensvel essa alternativa possvel, cabendo ao administrador fazer a anlise do caso concreto, pois, em alguns casos, licitar pode no representar a melhor alternativa.

    Conforme destacado anteriormente, as hipteses de licitao dispensada esto relacionadas com a alienao de bens pela Administrao e esto taxativamente previstas no artigo 17 da Lei 8.666/93, a saber:

    Art. 17. A alienao de bens da Administrao Pblica, subordinada existncia de interesse pblico devidamente justificado, ser precedida de avaliao e obedecer s seguintes normas:

    I - quando imveis, depender de autorizao legislativa para rgos da administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, depender de avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia, dispensada esta nos seguintes casos:

    a) dao em pagamento;

    b) doao, permitida exclusivamente para outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alneas f, h e i; (Redao dada pela Lei n 11.952, de 2009)

    c) permuta, por outro imvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

    d) investidura;

    e) venda a outro rgo ou entidade da administrao pblica, de qualquer esfera de governo;

    f) alienao gratuita ou onerosa, aforamento, concesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis residenciais construdos, destinados ou efetivamente utilizados no mbito de programas habitacionais ou de regularizao fundiria de interesse social desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica;

    g) procedimentos de legitimao de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberao dos rgos da Administrao Pblica em cuja competncia legal inclua-se tal atribuio;

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    h) alienao gratuita ou onerosa, aforamento, concesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis de uso comercial de mbito local com rea de at 250 m (duzentos e cinqenta metros quadrados) e inseridos no mbito de programas de regularizao fundiria de interesse social desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica;

    i) alienao e concesso de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras pblicas rurais da Unio na Amaznia Legal onde incidam ocupaes at o limite de 15 (quinze) mdulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularizao fundiria, atendidos os requisitos legais;

    II - quando mveis, depender de avaliao prvia e de licitao, dispensada esta nos seguintes casos:

    a) doao, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, aps avaliao de sua oportunidade e convenincia scio-econmica, relativamente escolha de outra forma de alienao;

    b) permuta, permitida exclusivamente entre rgos ou entidades da Administrao Pblica;

    c) venda de aes, que podero ser negociadas em bolsa, observada a legislao especfica;

    d) venda de ttulos, na forma da legislao pertinente;

    e) venda de bens produzidos ou comercializados por rgos ou entidades da Administrao Pblica, em virtude de suas finalidades;

    f) venda de materiais e equipamentos para outros rgos ou entidades da Administrao Pblica, sem utilizao previsvel por quem deles dispe.

    O 3, do mesmo artigo 17, define a investidura como a alienao aos proprietrios de imveis lindeiros de rea remanescente ou resultante de obra pblica, rea esta que se tornar inaproveitvel isoladamente, por preo nunca inferior ao da avaliao e desde que esse no ultrapasse a 50% (cinqenta por cento) de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

    12.3. Licitao dispensvel

    Em relao licitao dispensvel, necessrio que voc saiba que a Administrao Pblica tem a faculdade, em algumas hipteses, de no realizar o procedimento licitatrio. Trata-se de exerccio do poder discricionrio e a deciso final fica ao talante do administrador.

    Nesse caso, a realizao de licitao possvel, mas o administrador, com fundamento na lei e mediante ato motivado, opta por no realiz-la.

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    Para responder s questes da CONSULPLAN: A banca examinadora tem o hbito de utilizar a expresso dispensa de licitao como sinnima de licitao dispensvel, portanto, fique atento!

    As hipteses em que a licitao dispensvel encontram-se taxativamente previstas no artigo 24 da Lei de Licitaes. Para responder s questes da CONSULPLAN, voc no precisa interpretar o significado de cada inciso, restringindo-se a memorizar o respectivo contedo.

    Desse modo, irei apresentar apenas o contedo do art. 24 da Lei 8.66/1993, mas, se voc tiver dvida em relao a algum dispositivo especfico, fique vontade para me questionar no frum de dvidas:

    Art. 24. dispensvel a licitao:

    I - para obras e servios de engenharia de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que no se refiram a parcelas de uma mesma obra ou servio ou ainda para obras e servios da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

    II - para outros servios e compras de valor at 10% (dez por cento) do limite previsto na alnea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienaes, nos casos previstos nesta Lei, desde que no se refiram a parcelas de um mesmo servio, compra ou alienao de maior vulto que possa ser realizada de uma s vez;

    III - nos casos de guerra ou grave perturbao da ordem;

    IV - nos casos de emergncia ou de calamidade pblica, quando caracterizada urgncia de atendimento de situao que possa ocasionar prejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos e outros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bens necessrios ao atendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e servios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorrogao dos respectivos contratos;

    V - quando no acudirem interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a Administrao, mantidas, neste caso, todas as condies preestabelecidas;

    VI - quando a Unio tiver que intervir no domnio econmico para regular preos ou normalizar o abastecimento;

    VII - quando as propostas apresentadas consignarem preos manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatveis com os fixados pelos rgos oficiais competentes, casos em que, observado o pargrafo nico do art. 48 desta Lei e,

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    persistindo a situao, ser admitida a adjudicao direta dos bens ou servios, por valor no superior ao constante do registro de preos, ou dos servios;

    VIII - para a aquisio, por pessoa jurdica de direito pblico interno, de bens produzidos ou servios prestados por rgo ou entidade que integre a Administrao Pblica e que tenha sido criado para esse fim especfico em data anterior vigncia desta Lei, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado;

    IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurana nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da Repblica, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

    X - para a compra ou locao de imvel destinado ao atendimento das finalidades precpuas da administrao, cujas necessidades de instalao e localizao condicionem a sua escolha, desde que o preo seja compatvel com o valor de mercado, segundo avaliao prvia;

    XI - na contratao de remanescente de obra, servio ou fornecimento, em conseqncia de resciso contratual, desde que atendida a ordem de classificao da licitao anterior e aceitas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido;

    XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, po e outros gneros perecveis, no tempo necessrio para a realizao dos processos licitatrios correspondentes, realizadas diretamente com base no preo do dia;

    XIII - na contratao de instituio brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituio dedicada recuperao social do preso, desde que a contratada detenha inquestionvel reputao tico-profissional e no tenha fins lucrativos;

    XIV - para a aquisio de bens ou servios nos termos de acordo internacional especfico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condies ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Pblico;

    XV - para a aquisio ou restaurao de obras de arte e objetos histricos, de autenticidade certificada, desde que compatveis ou inerentes s finalidades do rgo ou entidade.

    XVI - para a impresso dos dirios oficiais, de formulrios padronizados de uso da administrao, e de edies tcnicas oficiais, bem como para prestao de servios de informtica a pessoa jurdica de direito pblico interno, por rgos ou entidades que integrem a Administrao Pblica, criados para esse fim especfico;

    XVII - para a aquisio de componentes ou peas de origem nacional ou estrangeira, necessrios manuteno de equipamentos durante o

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    perodo de garantia tcnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condio de exclusividade for indispensvel para a vigncia da garantia;

    XVIII - nas compras ou contrataes de servios para o abastecimento de navios, embarcaes, unidades areas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta durao em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentao operacional ou de adestramento, quando a exigidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propsitos das operaes e desde que seu valor no exceda ao limite previsto na alnea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei;

    XIX - para as compras de material de uso pelas Foras Armadas, com exceo de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronizao requerida pela estrutura de apoio logstico dos meios navais, areos e terrestres, mediante parecer de comisso instituda por decreto;

    XX - na contratao de associao de portadores de deficincia fsica, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por rgos ou entidades da Administrao Pblica, para a prestao de servios ou fornecimento de mo-de-obra, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado.

    XXI - para a aquisio de bens e insumos destinados exclusivamente pesquisa cientfica e tecnolgica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituies de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim especfico;

    XXII - na contratao de fornecimento ou suprimento de energia eltrica e gs natural com concessionrio, permissionrio ou autorizado, segundo as normas da legislao especfica;

    XXIII - na contratao realizada por empresa pblica ou sociedade de economia mista com suas subsidirias e controladas, para a aquisio ou alienao de bens, prestao ou obteno de servios, desde que o preo contratado seja compatvel com o praticado no mercado.

    XXIV - para a celebrao de contratos de prestao de servios com as organizaes sociais, qualificadas no mbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gesto.

    XXV - na contratao realizada por Instituio Cientfica e Tecnolgica - ICT ou por agncia de fomento para a transferncia de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explorao de criao protegida.

    XXVI na celebrao de contrato de programa com ente da Federao ou com entidade de sua administrao indireta, para a prestao de servios pblicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consrcio pblico ou em convnio de cooperao.

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    XXVII - na contratao da coleta, processamento e comercializao de resduos slidos urbanos reciclveis ou reutilizveis, em reas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associaes ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas fsicas de baixa renda reconhecidas pelo poder pblico como catadores de materiais reciclveis, com o uso de equipamentos compatveis com as normas tcnicas, ambientais e de sade pblica.

    XXVIII para o fornecimento de bens e servios, produzidos ou prestados no Pas, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnolgica e defesa nacional, mediante parecer de comisso especialmente designada pela autoridade mxima do rgo.

    XXIX na aquisio de bens e contratao de servios para atender aos contingentes militares das Foras Singulares brasileiras empregadas em operaes de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preo e escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Fora.

    XXX - na contratao de instituio ou organizao, pblica ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestao de servios de assistncia tcnica e extenso rural no mbito do Programa Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrria, institudo por lei federal.

    XXXI - nas contrataes visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princpios gerais de contratao dela constantes.

    Pargrafo nico. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo sero 20% (vinte por cento) para compras, obras e servios contratados por consrcios pblicos, sociedade de economia mista, empresa pblica e por autarquia ou fundao qualificadas, na forma da lei, como Agncias Executivas.

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    REVISO DE VSPERA DE PROVA - RVP

    1. A alienao de bens imveis incorporados ao patrimnio da Administrao mediante procedimentos judiciais ou dao em pagamento poder ocorrer atravs da modalidade concorrncia ou leilo, caracterizando-se como uma exceo regra de utilizao da concorrncia, prevista no 3, do artigo 23, da Lei 8.666/93;

    2. Nos casos em que couber convite, a Administrao poder utilizar a tomada de preos e, em qualquer caso, a concorrncia;

    3. Concorrncia a modalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de qualificao exigidos no edital para execuo de seu objeto;

    4. Tomada de preos a modalidade de licitao entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o terceiro dia anterior data de recebimento das propostas, observada a necessria qualificao;

    5. O convite a modalidade de licitao utilizada para contrataes de menor vulto e est definida no 3, artigo 22, da Lei 8.666/93, ao afirmar que se trata da licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados em nmero mnimo de 03 (trs) pela unidade administrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento convocatrio e o estender aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da apresentao das propostas;

    6. A publicidade da licitao na modalidade convite poder ser realizada atravs da simples afixao da carta-convite em local visvel na prpria Administrao com, no mnimo, cinco dias teis antes de sua abertura;

    7. O julgamento na modalidade convite poder ser efetuado tanto pela Comisso de licitaes (concorrncia ou tomada de preos), quanto por servidor devidamente designado para tal atividade;

    8. Concurso a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos vencedores, conforme critrios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedncia mnima de 45 (quarenta e cinco) dias.

    9. A modalidade licitatria denominada leilo poder ser utilizada pela Administrao Pblica com 03 (trs) finalidades distintas: venda de bens mveis inservveis; venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados; e alienao de bens imveis adquiridos em procedimento judicial ou atravs de dao em pagamento;

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    10. A diferena bsica entre dispensa e inexigibilidade de licitao est no fato de que, na dispensa, h possibilidade de competio que justifique a licitao; de modo que a lei faculta a dispensa, que fica inserida na competncia discricionria da Administrao. Nos casos de inexigibilidade, no h possibilidade de competio, porque s existe um objeto ou uma pessoa que atenda s necessidades da Administrao; a licitao , portanto, invivel.