noções de microeconomia - aula 03

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  • 5/21/2018 No es de Microeconomia - Aula 03

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    CURSO ON-LINE NOES DE MICROECONOMIA EM EXERCCIOSAGENTE DA POLCIA FEDERAL

    PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI

    Prof. Francisco Mariotti www.pontodosconcursos.com.br 1

    AULA TRS

    Ol, Pessoal!

    E a, como esto os estudos? Tudo tranquilo? Espero que sim. Por

    oportuno gostaria lembrar a vocs que estou disposio por meio do frum

    de dvidas.

    Nesta aula trs abordaremos os seguintes itens do contedo

    programtico:

    Impostos, tarifas, subsdios, eficincia econmica e distribuio da renda

    parte 2. Quotas e preos mximos e mnimos.

    Nesta aula, apresentaremos teorias e questes relacionadas aos

    impactos de impostos, tarifas, subsdios, alm de quotas e preos mximos e

    mnimos sobre a atividade econmica. Com relao incidncia da tributao

    sobre consumidores e produtores, todas as questes cobradas em prova pelo

    CESPE versam sobre os dois principais mercados estudos na economia:

    concorrencial e monoplio.

    Por fim, cabe destacar que previamente resoluo de qualquer

    questo, apresentarei a vocs alguns conceitos fundamentais associados

    chamada oferta e demanda por bens e servios.

    Vamos em frente!

    Um grande abrao,

    Mariotti

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    Pontos do Contedo Programtico: Impostos, tarifas, subsdios,

    eficincia econmica e distribuio da renda parte 2

    Incidncia Tributria

    A anlise dos impactos da tributao sobre consumidores e produtores

    pode ser evidenciada por meio da ferramenta microeconmica utilizada para

    demonstrar a reao destes as variaes nos preos dos bens e servios.

    Trata-se, pois, da relao existente entre oferta e demanda. Vejamos os

    principais conceitos que embasam esta anlise.

    Curva de Demanda Funo Demanda

    A demanda, ou tambm chamada de procura, pode ser definida como

    as vrias quantidades de um determinado bem ou servio que os

    consumidores esto dispostos e aptos a adquirir, em funo dos vrios

    nveis de preos possveis, em determinado perodo de tempo. Ou seja, a

    demanda a correlao entre as diversas quantidades procuradas de um

    bem, com os diversos nveis de preos apresentados.

    A demanda dependente de uma srie de variveis, dentre as quais o

    preo do bem X (PX), a renda dos consumidores (R), o preo dos outros

    bens (PY), assim como os gostos dos consumidores (G).

    DX = f (PX, R, PY, G), sendo a demanda dada em funo dos

    parmetros anteriores.

    A Lei da Demanda1diz que h uma correlao inversa entre preos e

    quantidades demandadas, coeteris paribus (expresso latina que significa

    tudo o mais constante, como a renda do consumidor, os preos de outros

    bens e as preferncias dos consumidores). Quanto maior for o preo, menor

    1No se trata de uma lei em sentido explcito, mas sim se uma mxima da economia.

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    ser a quantidade demandada do bem que o consumidor estar disposto a

    adquirir e vice-versa.

    Perceba o grfico que se segue:

    Sendo assim, corroboramos a informao de que existe uma relao

    inversa entre o preo e quantidade demandada, o que nos leva a

    interpretar, conforme o grfico acima, que a curva apresenta uma

    declividade (inclinao) negativa.

    A curva de demanda negativamente inclinada devido ao efeito

    conjunto de trs fatores: o efeito substituio, o efeito renda e a utilidade

    marginal do produto:

    Efeito substituio: se um bem X possui um substituto Y, ou seja,

    outro bem similar que satisfaa a mesma necessidade, quando seu preo

    aumenta, coeteris paribus, o consumidor passa a adquirir o bem substituto Y,

    reduzindo assim a demanda pelo bem X. Exemplo: se o preo do fsforo subir

    demasiadamente, os consumidores passam a consumir isqueiro, reduzindo a

    demanda por fsforo;

    Efeito renda: quando aumenta o preo de um bem, tudo o mais

    constante (renda do consumidor e preos de outros bens constantes), o

    consumidor perde poder aquisitivo e a demanda pelo produto cai;

    P

    Q

    10

    5

    20 40

    A

    B

    Quanto maior o preo,menor a quantidadedemandada (coeterisparibus).

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    Utilidade Marginal: quanto maior a quantidade de um produto que o

    consumidor pode adquirir, menor ser a utilidade ou satisfao adicional

    (marginal) com cada unidade adicional consumida, o que o levar a reduzir a

    quantidade demandada do bem. Exemplo: o primeiro copo de gua, para quemest com muita sede, proporciona uma certa satisfao (utilidade); o segundo

    copo proporcionar uma satisfao adicional, mas com uma utilidade marginal

    inferior ao primeiro copo e assim sucessivamente. Pense se isso no

    verdadeiro?!

    Curva de Demanda: Deslocamento da curva e ao longo da curva -

    distino entre demanda e quantidade demandada

    Embora tais termos tendam a serem utilizados como sinnimos, estes

    possuem interpretaes diferentes. Por demanda entendemos toda a escala

    ou curva que relaciona os diferentes preos e quantidades dos bens

    transacionados na economia. Por quantidade demandada devemos entender

    um ponto da curva que relaciona o preo e a quantidade demandada de umdeterminado bem.

    No grfico a seguir, a curva de demanda esta indicada pela letra D,

    sendo que a quantidade demandada Q0 relacionada ao preo P0. Caso o

    preo aumentasse para P1, haveria uma diminuio na quantidade

    demandada e no na demanda. Ou seja, as alteraes da quantidade

    demandada ocorrem ao longo da mesma curva de demanda.

    P

    Q

    P0

    Q0 Q1

    D

    P1

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    No grfico abaixo a curva da demanda inicial est indicada por D 0.

    Caso ocorresse um aumento na renda dos consumidores, coeteris paribus,

    a demanda ir se deslocar para a direita D1, indicando que o consumidorestaria disposto a adquirir maiores quantidades de bens e servios.

    Verificamos que movimentos da quantidade demandada ocorrem

    ao longo da mesma curva de demanda (D0), devido somente a mudanas

    no preo do bem. Quando a curva de demanda se desloca (devido a

    variaes da renda ou de outras variveis, que no o preo do bem),temos um deslocamento da demanda (e no da quantidade

    demandada).

    Curva de Oferta - Funo de Oferta

    Pode-se conceituar a curva de oferta como as vrias quantidades de

    bens e servios que produtores esto dispostos a oferecer no mercado aos

    mais variados nveis de preos. Ao contrrio da funo demanda, a funo

    oferta representa a correlao positiva (direta) entre quantidade ofertada e

    nvel de preos.

    P

    Q

    P0

    Q1 Q0

    D0

    P1

    D1

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    Distino entre oferta e quantidade ofertada

    A oferta representa o total de bens e servios oferecidos por

    determinada empresa. Esta mesma oferta dependente de uma srie de

    variveis, tais como o preo do bem a ser vendido (PX), preo dos insumos

    (produtos utilizados na produo) (PINS), a tecnologia empregada no

    processo produtivo (T), bem como o preo dos demais bens (PY).

    Podemos demonstrar a funo oferta da seguinte maneira:

    OX = f (PX, PINS., T, PY), sendo a oferta dada em funo dos

    parmetros anteriores.

    Assim como ocorre na anlise da demanda, as variaes na quantidade

    ofertada so derivadas to somente de alteraes no preo do produto,

    conforme exposto pelo mesmo grfico acima.

    J as variaes na oferta de bens e servios so devidas a outros

    fatores que no a mudana de preos. Um bom exemplo pode ser derivado,

    por exemplo, da descoberta de nova bacia exploratria de petrleo em

    guas profundas brasileiras. Neste caso ocorrer o deslocamento da curva

    de oferta para baixo e para direita, de acordo com o grfico seguinte.

    P

    Q

    10

    5

    20 40

    O0

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    Equilbrio entre demanda e oferta o mercado de concorrncia

    perfeita

    OBS: Nesta parte da anlise trataremos as curvas de oferta e demanda

    como se fossem retas, ok? Faremos isto pelo fato de estarmos utilizando

    uma aproximao, o que torna mais fcil a anlise da dinmica entre preos

    e quantidades na relao existente entre a demanda e a oferta de bens e

    servios.

    Outra questo a ser considerada a partir de agora a que se refere

    definio do mercado no qual ocorrem as trocas entre consumidores e

    produtores. Para fins de anlise, estas se realizaro dentro do chamado

    mercado de concorrncia perfeita2, mercado que melhor representa as

    negociaes existentes entre consumidores e produtores.

    Determinao do Preo de Equilbrio de Mercado

    A interao entre a demanda e a oferta por bens e servios determina

    o preo e a quantidade de equilbrio no mercado.

    2

    Uma considerao importante a de que o mercado de concorrncia perfeita uma abstrao terica, ou seja, este pouco factvel, existindo na economia apenas aproximaes deste tipo de mercado, como por exemplo o mercado de

    produtos hortifrutigranjeiros.

    P

    Q

    105

    20 40

    O0

    O1

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    As negociaes entre consumidores e produtores funcionam da

    seguinte maneira: quando ocorre um excesso de oferta de bens frente

    demanda, existe uma tendncia natural a que ocorra uma sobra de produtos

    no mercado. Esta sobra tende a puxar os preos dos produtos para baixo.

    De forma inversa, quando ocorre um excesso de demanda frente a

    uma mesma oferta existe a tendncia de que os preos negociados dos

    produtos subam. o que chamaramos de escassez de bens.

    Em algumas questes de concursos a definio das curvas de demanda

    e de oferta feita a partir de uma formatao matemtica. Como grande

    parte das vezes consideramos as curvas de oferta e de demanda como

    sendo retas, a sua formatao propriamente a equao de uma reta (todosse lembram como a formatao matemtica de uma reta?). Seno

    vejamos:

    Demanda = QD= 120 4PX

    Sendo:

    QD= quantidade demandada e PXo preo do bem X;

    Oferta = Qo= -20 + 3PX

    P

    QPEQUIL.

    O

    D

    QEQUIL.

    Equilbrio entre a oferta e ademanda por bens.

    Excesso de oferta

    Excesso de demanda

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    Sendo:

    Qo= quantidade ofertada e PXo preo do bem X.

    No equilbrio, como a oferta deve ser igual demanda, temos os

    seguintes nveis de preo e quantidades:

    QD= 120 4PX= Qo= -20 + 3PX;

    120 4PX= -20 + 3PX

    -7 PX= -140

    PX = 20

    Substituindo PX = 20 em qualquer uma das duas equaes, temos a

    quantidade de equilbrio exatamente igual a 40.

    A incidncia tributria e os impostos especficos (ad-rem) e ad-

    valorem (alquota)

    A tributao realizada pelo governo impacta no somente os

    consumidores, mas tambm os produtores de bens e servios. A mera

    incidncia do tributo tende a aumentar o preo dos bens, levando os

    consumidores a diminurem suas compras. No obstante, destaca-se, a

    priori, que os preos elevados no representam ganhos extras paraprodutores, mas, to somente, repasse do nus tributrio e, conseqente,

    aumento da arrecadao governamental.

    Ao analisarmos os impactos dos impostos sobre a oferta e a demanda

    por bens e servios, temos que distinguir a forma de incidncia destes na

    formao dos preos dos produtos.

    2.1 O imposto especfico

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    Este imposto representado por um valor fixo em unidades

    monetrias, incidente sobre cada unidade de produto vendido, independente

    do valor da mercadoria. Um imposto especfico de R$ 100,00 agrega-se aovalor do produto vendido (R$ 1000,00), gerando um preo final de R$

    1.100,00. Trata-se assim de um imposto sobre a quantidade.

    De forma grfica, anteriormente incidncia do imposto, teramos o

    seguinte equilbrio entre a oferta (empresas) e a demanda (consumidores),

    com os preos em P0e Q0sendo transacionados.

    Com a incidncia do imposto especfico ocorre um deslocamento da

    curva de oferta para cima, especialmente porque a imposio do imposto

    feita pelo governo s empresas, mesmo em situaes em que estas ltimas

    repassem parte da majorao tributria aos consumidores.

    Podemos compor o novo preo do produto vendido da seguinte forma:

    P1= P2+ T; ou

    P2= P1- T

    Vejamos o novo equilbrio entre preos e quantidades conforme o

    grfico abaixo:

    D0

    O0

    P0

    Q

    P

    Q0

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    Perceba que o novo equilbrio entre consumidores e as empresas

    ocorre em P1e Q1. P1 o preo pelo qual o produto foi vendido (adquirido

    pelo consumidor), mas no o preo recebido pela indstria. O preo recebido

    pelo produtor foi, na verdade, P2, abaixo do preo de equilbrio P0. Para

    entendermos o porqu desse resultado, com um nvel maior de preo do

    produto sendo cobrado (P1> P0), mas com uma menor oferta de bens (Q1