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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS CLEITON RIBEIRO ALVES

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Page 1: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS

CLEITON RIBEIRO ALVES

Page 2: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

INTRODUÇÃO

• As Infecções Respiratórias Agudas (IRA) são as grandes causadoras de morbimortalidade infantil;

• Elas podem não representar perigo em algumas situações e ter curso normal sem complicações;

• Afetam as vias aéreas e classificam-se de acordo com a localização.

IRA altas - afetam o trato respiratório superior (coriza ou constipação comum, amigdalofaringite, adenoidites, otites).

IRA baixas - afetam o trato respiratório inferior (bronquiolite, pneumonia).

Page 3: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

PREVALÊNCIA

• Cerca de 50% das doenças que afetam as

crianças com menos de cinco anos de idade

são infecções respiratórias agudas

(INSTITUTO CAMÕES, 2007);

• Segundo Monteiro et al. (2008) cerca de

40% das crianças que procuram atendimento médico

estão acometidas por doenças respiratórias agudas.

IRA50%

Outras doenças

50%

Gráfico 1 - Doenças que acometem crianças menores de 5 anos

IRA40%

Outras60%

Gráfico 2 - Doenças presentes nas crianças que procuram

atendimento médico

Page 4: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

MORTALIDADE POR IRA EM MENORES DE 5 ANOS

Tabela 1 - Proporção de óbitos (%) por IRA segundo Região

REGIÕES 1990 1995 2000 2004 2011

BRASIL 10,3 9,4 5,9 5,8 5,3

NORTE 8,4 8,5 6,3 7,4 7,2

NORDESTE 7,0 8,1 5,3 5,3 5,3

SUDESTE 12,8 10,5 6,5 5,7 5,0

SUL 12,7 10,7 5,9 5,2 3,8

CENTRO-OESTE 9,9 8,1 5,6 6,2 4,9

Fonte: DATA SUS, Ministério da Saúde (BRASIL, 2012).

Obs.: PARAÍBA: 3,6.

Page 5: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

CAUSAS, SINAIS E SINTOMAS

• As IRA podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos e outrosagentes. Podem atingir o trato respiratório alto e baixo.

• Sintomatologia: tosse, febre, dispnéia, inflamação orofaríngea,otalgia, anorexia, coriza nasal, tiragem sub e intercostal e cianose;

• A maioria das IRA são virais, dispensando o uso de antibióticos,porém uma parcela das crianças podem ter Pneumonia Bacteriana,sendo necessário, então, o tratamento com antibiótico.

Page 6: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

PNEUMONIA, CUIDADO!

• Entre as IRA, a pneumonia, sem dúvida, é a querepresenta maior risco à saúde da criança.

• Exige tratamento em tempo hábil para evitar as suascomplicações (hipóxia e septicemia).

• As bactérias mais comuns responsáveis pela pneumoniasão Streptococcus pneumoniae e o Haemophilusinfluenzae.

• Quando uma criança está com tosse ou dificuldade pararespirar, o importante é realizar uma avaliação para afastara hipótese de pneumonia.

Page 7: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

CONDUTAS DE ENFERMAGEM QUANTO AOS SINAIS E SINTOMAS

• Exigem uma monitorização constante; orientação.

• Utilização da Sistematização de Enfermagem;

Coleta de dados, diagnóstico, prescrição, implementação e avaliação de enfermagem.

• Diagnóstico de enfermagem (North American Nursing Diagnosis Association -NANDA)

• Intervenções (Nursing Intervention Classification –NIC)

Page 8: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO

DIAGNÓSTICO: troca de gases prejudicada; Padrão respiratório ineficaz; Desobstrução ineficaz das vias aéreas

INTERVENÇÕES

• Realizar fisioterapia do tórax;• Remover secreções;• Regular a ingestão de líquidos;• Posicionar a criança;• Encorajar a respiração lenta e profunda;• Auscultar sons respiratórios;• Administrar broncodilatadores;• Monitorar a eficácia da terapia com o oxigênio;• Monitorar a ansiedade da criança;• Monitorar a cor;• Solicitar aos pais que segurem a criança e conformem o filho.

Page 9: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDIP)

• A AIDPI tem por finalidade promover uma rápida e significativa redução da mortalidade nainfância;

• A estratégia AIDPI é muito importante na tomada de conduta do enfermeiro, quando setrata de uma criança com tosse (sinal clássico da IRA).

• Nesse caso, a criança poderá ser classificada de acordo com alguns parâmetros, e assimpossibilitar a melhor conduta a ser tomada.

Page 10: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

AVALIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Na avaliação de uma criança com tosse ou dificuldade para respirar, é possível verificar:

1. • Há quanto tempo a criança está com tosse ou dificuldade para respirar;

2. • Se a criança apresenta sibilância ocasional ou frequente;

3. • Respiração rápida;

4. • Tiragem subcostal;

5. • Estridor.

Page 11: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

AVALIANDO CADA ITEM

• Uma criança pode estar com tosse há mais de 30 dias.

• Quando isso ocorre, já podemos pensar que estamos lidando, possivelmente,com outros tipos de doenças;

Page 12: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

• A sibilância, som produzido quando a criança expira, trata-se de um sinal comum naasma e não na pneumonia.

• Já a respiração rápida, em que, conforme relato da mãe “a criança está cansada”, é umsinal muito importante na avaliação, pois está relacionada à presença ou não depneumonia.

• Medir frequência respiratória

Page 13: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

• A estratégia AIDPI definiu os seguintes limites para a Definição de Respiração Rápida:

Tabela 2- Definição de respiração

IDADE DEFINIÇÃO DE

RESPIRAÇÃO RÁPIDA

2 meses a menor de 12

meses

Acima de 50mrm

12 meses a menor de 5

anos

Acima de 40mrm

Page 14: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

• De acordo com a AIDPI, além de saber se a criança estácom pneumonia, deve-se ainda definir se o caso é grave;

• Presença do sinal tiragem subcostal; utilização damusculatura acessória para a realização do movimentorespiratório (retração da musculatura abaixo da últimacostela durante a inspiração) e do estridor, somproduzido quando a criança inspira;

• Informação suficiente para decidir sobre a gravidade docaso.

Page 15: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

CLASSIFICAÇÃO DOS ACHADOS E TRATAMENTO

Quadro 1 - Classificação para crianças de 2 meses a menor de 5 anos de idade

Sinais Classificação Tratamento

Qualquer sinal geral

de perigo ou tiragem

subcostal ou Estridor em

repouso

PNEUMONIA GRAVE

OU DOENÇA MUITO

GRAVE

Dar a primeira dose de um antibiótico recomendado;

Referir urgentemente ao hospital.

Respiração rápida Pneumonia Dar um antibiótico recomendado por 7 dias;

Aliviar a tosse com remédio inócuo;

Informar a mãe sobre quando retornar imediatamente;

Se tiver sibilância, tratar com broncodilatador por 5 dias;

Marcar retorno em 2 dias.

Nenhum sinal de

pneumonia ou doença

muito grave

Não é pneumonia Se estiver tossindo há mais de 30 dias, encaminhar para

avaliação;

Informar a mãe sobre quando retornar imediatamente;

Se tiver sibilância, tratar com broncodilatador por 5 dias;

Marcar retorno em 5 dias.

Page 16: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

SINAIS GERAIS DE PERIGO

Indicativos de gravidade do caso, independente da sua origem, portanto deve-sereferenciar a criança, quando esta apresentar qualquer um destes:

• não consegue beber nem mamar;

• vomita tudo o que ingere;

• apresentou convulsões;

• está letárgica ou inconsciente.

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OUTRAS CONDUTAS IMPORTANTES DE ENFERMAGEM: O PAPEL EDUCADOR DO ENFERMEIRO

Visita domiciliar:

• Uma revisão de vários estudos, com a predominância de estudos norte-americanos, mostra as boas evidências dos benefícios de visitas durante os períodos pré e pós-natal

• Em todas as visitas domiciliares, é fundamental que o profissional de saúde saiba identificar sinais de perigo à saúde da criança.

Orientação sobre o calendário de vacinação

• Exemplo: vacina penoumocócica 10-valente (sinusite, bronquite, pneumonia); vacina contra influenza (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza); BCG (formas graves de tuberculose); DTP+Hib (faringite, laringite, sinusite, etc.).

Orientação para o calendário de consultas

• Seguir recomendação do Ministério da saúde

Page 18: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

Estimular aleitamento materno

Benefícios para o bebê:

• Diminuição de morbidade especificamente relacionada a infecções como meningitebacteriana, bacteremia, diarreia, infecção no trato respiratório, enterocolite necrosante,otite média, infecção do trato urinário e sepse de início tardio em recém-nascidos pré-termo.

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Suplementação de vitamina A –O efeito da descoberta da vitamina A como recurso para salvar a vida de crianças – pela possibilidade de reduzir a incidência e a gravidade das infecções (em especial, as doenças diarreicas e as infecções respiratórias agudas)

• A concentração de vitamina A no leite materno varia de acordo com a dieta da mãe.

• Crianças que recebem leite materno com quantidade suficiente de vitamina A suprem facilmente a necessidade dessa vitamina com a alimentação complementar.

Page 20: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

CONCLUSÃO

Nas consultas de enfermagem, não se permite deixar de abordar quatro itens fundamentais:

• dar atenção à queixa principal;

• revisar os problemas já apresentados;

• enfatizar a prevenção e a promoção oportunas e;

• estimular a mudança de hábito na busca por cuidado;

É fundamental que o profissional de saúde, a família e a criança estabeleçam uma relação de confiança ao longo do acompanhamento da criança.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da Criança: crescimento e desenvolvimento. Cadernos de Atenção Básica. Brasília-DF, 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf>. Acesso em: 04 Maio 2015.

BRASIL, Ministério da Saúde. Mortalidade proporcional por infecção respiratória aguda em menores de 5 anos de idade. 2012. Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/CapituloC.pdf>. Acesso em: 04 Maio 2015.

GENIOLE, L. A. I. Assistência de enfermagem por ciclos de vida. FIOCRUZ. Campo Grande, 2011.

INSTITUTO CAMÕES. Infecções respiratórias agudas. 2007. Disponível em: <http://www.instituto-camoes.pt/glossario/Textos/Medicina/HTM/taquipneia.html>. Acesso em: 04 Maio 2015.

MONTEIRO, F. P. M. Desobstrução ineficaz das vias aéreas: mapeamento das atividades de enfermagem para crianças com infecção respiratória. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2008. Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/v10n3a02.htm>. Acesso em: 04 Maio 2015.

Page 22: Assistência de enfermagem às infecções respiratórias agudas

OBRIGADO! ATÉ A PRÓXIMA.