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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAUFBAIHAC INSTITUTO DE HUMANIDADES ARTES E CINCIASPROFESSOR MILTON SANTOSBACHARELANDO EM CINCIA E TECNOLOGIA

JOEL SANTOS DA SILVA

CULTURA MUSICAL PROTESTANTE NO BRASILDO TRADICIONAL AO CONTEMPORNEO

Salvador BaJunho 2015

JOEL SANTOS DA SILVA

CULTURA MUSICAL PROTESTANTE NO BRASILDO TRADICIONAL AO CONTEMPORNEO

Salvador BaJunho 2015

JOEL SANTOS DA SILVA

CULTURA MUSICAL PROTESTANTE NO BRASILDO TRADICIONAL AO CONTEMPORNEO

Artigo desenvolvido como requisito do componente curricular Estudos das Culturas no curso Bacharelado Interdisciplinar em Cincia e Tecnologia da Universidade Federal da Bahia UFBA para obteno de nota, sob a apreciao da Professora Agnes Mariano.

A MDIA E SUA INFLUNCIANA CONSTRUO DAOPINIO PBLICA

ResumoO objetivo deste artigo demonstrar formas pelas quais a mdia constri, destri e reconstri a opinio pblica maneira que lhe convm. Controlados, os meios de comunicao so usados para fim de outra manipulao, a da massa e de Estados, ajudando a manter determinados sistemas polticos, ideolgicos e mercantis sob o controle de pequenos grupos. A mdia, na construo da opinio pblica, se apresenta como elemento chave para o futuro das sociedades contemporneas. A partir desses pontos de vista e como so usados estes sentidos, desenvolver novas construes sociais fragmentando laos e permitindo maior controle por oligarquias e o Estado o objetivo da mdia.Palavras-Chave: Mdia; Opinio pblica.

AbstractThe purpose of this article is to demonstrate ways in which the media constructs, destroys and rebuilds public opinion the way that suits you. Controlled, the media are used to order another manipulation, mass and states, helping to keep certain political, ideological and commercial systems under the control of small groups. The media in the construction of public opinion, appears as a key element for the future of contemporary societies. From these views and how they are used these directions, develop new social constructions fragmenting bonds and allowing greater control by oligarchies and the state is the objective of the media.Keywords: Media; Public opinion.

SUMRIO

INTRODUO..............................................................................................................6MANIPULAO MUNDIAL.......................................................................................7CHOMSKY E O 11 DE SETEMBRO...........................................................................9CONSTRUO HISTRICA.....................................................................................10O IMPACTO DA MDIA............................................................................................11LINKS HISTRICOS..................................................................................................12CONCLUSO..............................................................................................................13REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................................15

Introduo Estamos particularmente perturbados quando tecnologia e controle de burocracia manipulam ou modificam os seres humanos sem o seu consentimento. Viabilidade tecnolgica no implica desejabilidade social ou cultural. Este trecho do II Manifesto Humanista de 1973 (Paul Kurtz e Edwin H. Wilson), no dcimo sexto quesito falando de comunidade mundial (Enciclopdia de Apologtica, Norman Gleiser, p. 401), claramente e dentro dos prprios valores humanos pregado por eles, condenam a manipulao das pessoas atravs da tecnologia, deliberadamente. Dentro do processo de globalizao, a sociedade humana tem amargado uma brutalidade atroz diante dos processos miditicos que anestesiam as feridas sociais pregando uma imensido de benefcios e possibilidades com a contrapartida de crescimento unilateral fundamentada num processo enganoso e coercitivo, velado muitas vezes, porm eficaz, para obteno do acmulo de bens e consequentemente de poderes poltico e econmico. Sejam nos sentidos textuais (Gregolin) ou televisivo, a exemplo da Rede Globo (O poder a e Mdia BBC Londres 1993), a manipulao da informao e a criao de esteretipos que direcionam e controlam a massa j esto consolidados e, embora, como sempre, sejam alvos de reaes daqueles que enxergam este abuso e atravs da tentativa de conscientizao anseiem por uma nova maneira de transmisso da informao, aumenta a cada dia seu poder de insero e direcionamento das pessoas por intermdio dos poderes econmico e poltico que controlam a sobrevivncia, inclusive e principalmente dos prprios canais miditicos. A fim de conseguir seus intentos a mdia manipulada para manipulao da massa utiliza-se de muitos artifcios como a distrao, a manuteno da ignorncia, a indicao restrita de opes de escolha, entre outros e isto prova simplesmente que a fora e conhecimento que a mdia em seus manipuladores tem sobre as pessoas so muito maiores do que o poder de controle que estas tm sobre a influncia daquela.

Este artigo objetiva a exposio e anlise de como a manipulao e divulgao da informao em grande escala feita e como, ao longo da histria, tem criado outras histrias paralelas, gerando lacunas culturais histricas e perdas sociais incomensurveis, que subscrevem a possibilidade de opinio formada com mais fidedignidade dentro do princpio de uma informao checada, com o mnimo de interveno, para situar a sociedade nas diferenas existentes entre o resultado de um direcionamento forado e uma opinio fundamentada em anlise crtica e com conhecimento de causa. Seja para justificar guerras ou manter uma imagem histrica, seja para conseguir status ou alcanar o poder, seja para tornar padres sociais obsoletos ou justificar com os fins, a mdia manipulada voa em cu de brigadeiro. Entretanto, dadas as justificativas que negativam os valores impostos pela mdia, as ferramentas tecnolgicas puderam dar vozes ao planeta, mesmo nos mais longnquos lugares, conectando o mundo. Este saber importante, porm para quem tem o conhecimento para us-lo e no para quem apenas usa ou se guia pelos seus efeitos. Talvez se pergunte como o poder da mdia poder ser sobrepujado. No poder, ser a resposta, pelo menos imediatamente. Entretanto, assim como sua estrutura est fortemente embasada nos valores de consumo e capitalizao principalmente, h motivos fortes para se ter tambm a conscincia de que outra estruturao, desta vez desarticulada daquelas bases, porm as utilizando paralelamente como meios, canais dos quais estamos acostumados e so eficientes, se poder equalizar alguns pontos cruciais que estratifica e sobrepuja o poder da maioria, a saber, o sistema poltico e o controle do consumo, embora parea bastante utpico, nestes dias.

Manipulao mundialOs principais elementos da comunicao sejam emissor, receptor, meio de transmisso e o cdigo da mensagem foram estudados a fundo durante a segunda guerra mundial e depois dela, e os reflexos individuais e sociais da aplicao destes estudos fizeram da comunicao uma forma eficaz de difuso do conhecimento de maneira aprimorada, porm passvel de manipulao ressaltando-se os efeitos na coletividade. Desta forma, as relaes entre estes elementos essenciais da comunicao, principalmente no contexto poltico, pois as decises podem ser influenciadas no apenas pelos meios tradicionais de comunicao mas tambm, e hoje principalmente, pelos apelos dos prprios grupos sociais aos quais pertence e, estes pontos logicamente so intensificados pela mdia, so razes pelas quais a formao da opinio pblica objeto de valor para a manuteno do poder poltico e tambm da concentrao de recursos privados (p. 2).

As respostas do pblico no processo de formao da opinio principalmente se do de forma indireta onde indivduos influenciados, influenciam outros e de forma agendada onde as opes j so determinadas, cabe ao pblico tomar partido de uma ou de outra (ver caso recente da escolha do nome da mascote das Olimpadas Rio 2016, pela Rede Globo). Assim, muita informao existente e importantes para a formao da opinio pblica, so negligenciadas e, como a maior parte da mdia divulga em consonncia, resta ao pblico acreditar em unanimidade e restrio de possibilidades (p. 4).Considerando que a comunicao pode ser manipulada diretamente, bloqueada ou manipulada indiretamente (Mueller 1973), o processo de manipulao da opinio pblica fica centralizado nas mensagens polticas onde o tratamento dado informao necessrio para atender s aspiraes dos diferentes grupos sociais ou, pelo menos para dar alguma satisfao (p. 5).Aquele que impe, influencia e convence tem poder e, falando do poder dos Estados, a poltica internacional estabelece objetivos e organiza os meios pelos quais pretende definir as diretrizes que foram os sistemas econmicos, polticos, tecnolgicos e militares a se conformarem de acordo com sua lgica. O discurso, atravs da diplomacia; o poder econmico, estimulando e punindo; o carter psicolgico, sensibilizando a massa pela propaganda; e o poder militar, coagindo e reprimindo, so os grupos estratgicos mais utilizados pelos Estados para implantar suas ideologias. Quem tem maior poder controla em grande parte muitos destinos. Estes responsveis pela influncia poltica internacional (ONU, FMI, OMC, Estados Unidos, Multinacionais, etc.) so os maiores manipuladores da opinio pblica em escala mundial por possurem de forma organizada os objetivos e os meios para formar a opinio que lhes ser favorvel. Considerando que os EUA detm as maiores e melhores ferramentas para persuadir o mundo, como o cinema, a tecnologia, a poltica, o capital e controla muitos meios de comunicao de massa, percebe-se que no apenas eles mas, muitos dos quais a eles esto ligados, possuem a condio de maximizar a opinio pblica e direcion-la para seus interesses (p. 17).Embora cada Estado e cada comunidade politicamente organizada tenham suas prprias formas de desenvolverem sua opinio pblica, com a tecnologia da informao sempre se expandindo, os entrelaamentos das informaes geram uma nova ou novas opinies com base em discusses globais como meio ambiente e luta pela paz, configurando um caminho mais direto para respostas e decises em nvel mundial. Entendendo que a capacidade de transmisso das informaes, a capacidade do receptor de compreenso das informaes e a politizao dos indivduos das sociedades democrticas so fundamentais para a formao da opinio pblica mundial, podem estar se delineando as perspectivas de quantificao e qualificao da opinio pblica mundial para um futuro no muito distante. (p. 18-21).No momento em que a iseno e imparcialidade se expandirem e a politizao alcanar a maioria poder-se- vislumbrar uma opinio pblica mais fidedigna, mesmo em escala mundial.

Chomsky e o 11 de setembroA resposta de Chomsky, filsofo e ativista poltico norte-americano, s perguntas realizadas por Federico Casalengo (MIT - Massachusetts Institute of Technology) sobre a importncia histrica do atentado de 11 de setembro a singularidade. Mesmo que fatos de natureza semelhante ao longo da histria ocidental tenham acontecido de forma frequente, o fato de o alvo ter sido uma das maiores potncias deste hemisfrio tornou o evento histrico quando a viso do efeito atroz causado pelo ataque passou a ter significado secundrio diante da prpria significao do alvo. Ele aponta para a atitude obediente e servil dos intelectuais, da mdia televisiva e jornais que, diante de estratgias terroristas levadas a cabo pelos pases que explicitamente se declaram contra, poderiam desvelar massa a realidade dos fatos (p. 1 e 2).

O sistema totalitrio que a imprensa se tornou devido concentrao de capital e, consequentemente, com a publicidade, minimizou a imprensa popular considerada mais livre no sculo IX. Deste modo, as poucas corporaes que se tornaram dominantes da mdia, controladoras da vida poltica, social e ideolgica, suprimem a verbalizao das injustias pela opinio pblica por causa do domnio do capitalismo que solidifica suas interligaes e define padres de controle cada vez mais elaborados (p. 6).Quanto possibilidade de uma multiplicidade miditica, Chomsky salienta que, embora a mdia popular, neste caso a internet, tenha se tornado um importante meio de pulverizar as mais variadas opinies, sobretudo aquelas fortalecidas em seus objetivos comuns com a sua interatividade com vrios pases, o setor privado, alm de fazer vistas grossas aos dados deste segmento da informao, tambm tenta de muitos modos control-la (p. 7).Ainda para Chomsky, a mdia utilizada com estratgias precisas para que seus manipuladores alcancem seus objetivos de forma mais fcil, ou seja, atingindo o maior nmero de pessoas em menos tempo, com contedo especfico. Ele nos traz algumas estratgias utilizadas com muito proveito: A distrao como forma de distanciar os assuntos essenciais e aproximar assuntos fteis; o mtodo criao-reao-soluo onde uma situao ou problematizao criada, espera-se uma reao e depois indica solues dentro de um leque de interesses; a gradao onde intervenes no contexto social so inferidas de forma paulatina a fim de que no cause reao negativa por parte da sociedade, pelo menos em grande escala; o deferido que significa nada mais nada menos do que a promessa feita quando uma medida tomada a qual necessariamente interfere no cotidiano da populao, atrapalhando-a de diversas formas, para atenuar a aceitao, apontando para um futuro onde tudo ficar melhor; a infantilizao que constrange as pessoas a agirem como imbecis simplesmente porque so tratados assim, este sugestionamento leva a respostas similares; a emoo para impedir reflexes; a manuteno da ignorncia quando deixa de prestar esclarecimentos ou informar com clareza os fatos; o estmulo mediocridade quando os ditames so referenciais fteis porm com a indicao de que bom ou faz bem ser assim, vulgar, estpido; o autoflagelo psicolgico quando induz o indivduo a culpar-se pelo mal social em vez de culpar o governo e o conhecimento do indivduo em profundidade, sendo esta uma maneira muito eficaz de domnio, so estratgias fundamenteis aos dominadores da mdia para formar sociedades cada vez menos pensante naquilo que se deveria pensar, sendo guiadas por manipuladores que ao conhecer melhor o indivduo sem que este conhea a si mesmo o suficiente conseguem alcanar seus objetivos sem maiores dificuldades.

Construo histricaA produo desenvolvida pela mdia no sentido de gerar uma homogeneizao da opinio, combatida mais acirradamente nos anos 60, em funo da rejeio do conceito de identidade, apontando a cincia e tecnologia como irrefutvel condio de desenvolvimento humano, tem trazido discusses de carter cultural. Estas discusses esto, por parte da viso popular, fundamentadas na validao das construes culturais ao longo da histria (SOUSA, Gerson p. 2).

Segundo Souza (p. 3 e 4), o que a histria da Teoria da Comunicao mostra um processo para tornar o sujeito inconsciente para controle do seu comportamento, o que quer dizer que o processo de construo histrica da cultura revelado pela mdia de forma descaracterizada e manipulada a ponto de existir a necessidade de recontar o que fora modificado e contar aquilo que foi rejeitado, ou seja, a realidade da cultura popular. Baseando-se em HALL (2003), Souza apresenta a hierarquizao econmica como processo de alienao e as experincias vividas como parte da construo dos significados do cotidiano no espao e no tempo. Enquanto se desenvolvem, as mdias televisiva, cinematogrfica, eletrnica e radiofnica, trazem consigo duas prticas principais: a visibilidade ou a profuso da informao e a definio do outro de forma estereotipada, ou seja, a percepo deturpada de ver o outro precisa ser revista e modificada para traz-lo conscincia. Eis o perigo de uma histria cultural contada por quem no a viveu: a desvalorizao, negao ou rejeio das experincias do pobre, do marginalizado, cavam o abismo entre a realidade contada, conscientizada e a realidade vivida. Esta, sendo a causa atual de conflitos e discusses por legitimidade, reivindica sua parcela de contribuio na construo histrica da cultura. As divulgaes das memrias individuais so importantes fontes de informao para o processo de entendimento das formaes sociais e seus processos de construo cultural, distanciados na histria pelo abismo imposto principalmente pela desvalorizao do passado (SOUSA, Gerson p. 7, 8).O descompromisso da mdia na divulgao dos encadeamentos histricos ocasionou falhas nos relatos. O modelamento que a influncia miditica fez na conscincia, desconsiderando a realidade do outro e influenciando seu comportamento, objeto de crtica porque demanda reconstruo das narrativas histricas e culturais que preenchero as lacunas existentes (SOUSA p. 11).Assim com a seduo do capitalismo muito forte (Comparato), o poder de persuaso da mdia est intimamente ligado necessidade humana de se relacionar com o mundo. Esta necessidade vista pelos veculos de comunicao em massa, em favor da sua "fome" de crescimento se desvia do seu alvo, tornando-se parcial, manipuladora e manipulada. O problema reside justamente quando a mdia desconstri a realidade e cria outra realidade mais condizente com seus interesses, desviando o fluxo natural da histria.Com a ajuda dos esteretipos de mocinho e bandido, de se estabelecer uma regra bsica para que o sujeito seja direcionado para tender a uma das opes apresentadas, j se constri regras histricas que definem posicionamentos sociais irrefutveis at que se quebrem estes paradigmas de forma forada. O desvio do olhar crtico alimenta os estados onricos, subvertem valores e consolidam as foras dominantes na medida em que estes conceitos forjados, parcialidade e inexistncia de tica conferem legitimidade histrica.

5.O impacto da mdiaConsiderada a maior arma da atualidade, a informao se tornou uma ferramenta dotada de um poder impressionante. Ao nomearmos nossa contemporaneidade como sociedade da informao, determinamos a premissa de que todos, de forma incondicional e igualitria, temos acesso s informaes existentes. Realmente a informao tem chegado a quase todos como parte do processo de globalizao, entretanto, ser que a quantidade de informao representa informao necessria, precisa e que faz a diferena para o bem da sociedade? Respondendo a esta questo, Vieira afirma que a corrida pelo poder, manuteno daquilo que sempre foi caracterstica humana, a base para a manipulao e controle da informao para aquilo que d vantagem a um homem, empresa ou grupo social sobre o outro.A heterogeneidade ou singularidades do pblico que tem contato com a informao, ou seja, nveis social, educacional e cultural causam algum obstculo na absoro e processamento desta informao. Enquanto aparentemente todos esto gozando da transparncia e da quantidade de informao disponveis, os produtores e divulgadores destas informaes ao manipularem seus contedos, determinam processos de excluso, banalizao, insensibilidade e comportamentos polticos que quase sempre no so percebidos. O que seria uma ferramenta de desmistificao, de combate s irregularidades e tambm discriminao, tem servido, fora casos pontuais e que no conseguem se sustentar por muito tempo, de menu para consumo dirio de diversidade que direcionam s banalidades, abstraes, fuga da realidade e dependncia.Quaisquer que sejam os meios de comunicao, todos eles juntos colocam a sociedade envolvida e a conduzem em grande velocidade, e o que parece convergir para uma unidade social, cada vez mais aprisiona os indivduos no seu individualismo, quebrando a unidade que a faria menos suscetvel s foras polticas econmicas que modelam a sociedade contempornea. Prova disso que a comunicao entre as pessoas fisicamente est perdendo espao para os contatos virtuais sejam com perfis, jogos, ou quaisquer outros contedos. Se por um lado h liberdade, por outro h aprisionamento e falta de organizao pelos utilizadores da mdia no intuito de combater tambm de forma igual fora organizada para a manipulao e controle da sua opinio.

Links histricosEntre as duas guerras surgiram as "balas mgicas" que foi atribuio dada ao potencial da propaganda em atingir toda a populao. O cientista poltico Harold Lasswell descreveu como "um instrumento mais novo e sutil tem de caldear milhares e at milhes de seres humanos em uma massa amalgamada de dio, vontade e esperana. () O nome deste novo malho e bigorna de solidariedade social propaganda."

Segundo Gregolin, a construo dos sentidos para a produo da opinio pblica na propaganda textual se d atravs da produo de efeitos na manipulao estratgica entre imagem, texto e argumento para a implantao de ideologias que simulam transparncia. As diferenas nos resultados do sentido do discurso se caracterizam pelas formas discursivas e ideolgicas contidas, pois possibilitam o interdiscurso, ou seja, a complexidade na formao interpretativa dos discursos que esto intimamente relacionados com os estados de subordinao, interesse e contradies. O intradiscurso como linguagem existente e formatada e o interdiscurso como novas interpretaes nas complexas interaes das formas de discurso, teoria de Michel Pchaux (Gregolin), mostra como foradamente os gneros textuais assumem o direcionamento interpretativo do sujeito. As variadas formas discursivas, por exemplo, num jornal ou revista, conseguem alcanar vrios nveis da sociedade devido s suas configuraes harmoniosas da enunciao e do enunciado.A essncia da construo de ideias histricas consolidadas nas sociedades atuais com a massificao miditica tem fundamentos histricos importantes baseados, por exemplo, na viso do escocs David Hume, um dos mais influentes filsofos modernos (1711-1776), que acreditava que todas as ideias se baseavam nas experincias sensoriais (Investigao sobre o esprito humano) e nesse sentido, analogicamente, o discorrer dos acontecimentos causado pelo efeito do hbito, como ouvir e ver sistemas padronizados de comunicao de massa, enraizando as formas da moda, do conforto, da bonana, etc. como nicas e verdadeiras; e tambm no caso de Schopenhauer, com sua premissa de que o mundo como uma ideia individual, trazendo a manifestao do efeito disso: querer irracional, ou seja, a realidade no racional. Sabemos que esta realidade em muito se d na forma pela qual somos influenciados e, mesmo com a luta para suplant-la, esbarramos, por vezes, nas mentalidades de classe (Marx) que, diferentemente da mentalidade ou conscincia coletiva bsica, representativa do consenso (subconsciente) para a preservao da vida (Comparato), reforam as ideias daquilo que aparentemente se mostra como promotor da realizao das necessidades e sucumbimos s presses da massa, a contra gosto repito, para, da mesma forma nos preservar.

ConclusoUtilizando recursos como smbolos enraizados tanto na cultura quanto no patriotismo, seguidos dos esteretipos clssicos de gnero, moda, sade, entre outros, a mdia, escrita atravs dos seus discursos, consegue facilmente direcionar as opinies atravs de prvios conhecimentos dos efeitos da linguagem escrita. Desse modo, o discurso o veculo que gera as diversas interpretaes textuais, ou seja, a partir deles surge de fato o efeito porquanto apenas o discurso sem a interpretao fica sem efeito. Os posicionamentos histricos estabelecidos e o posicionamento ideolgico que daro sentido aos textos.

Em muitos casos a repetio dos discursos histricos se faz para comparao, por exemplo, de mandatos que no foram bem sucedidos a fim de manter ou redirecionar as opinies. O texto produzido por jornalistas esto sempre fazendo este link com fatos passados e o sentido dos textos miditicos est instalado na relao interdiscurso x intradiscurso. A pergunta que restou foi sobre o porqu de apenas alguns discursos histricos serem reutilizados em circunstncias especficas e no se escreve um novo roteiro, uma nova verso da histria, seno a real. Somente por isso j se evidenciam os processos resultantes da manipulao da mdia escrita com utilizao ou repetio de fatos negativos, principalmente no contexto poltico, solidificando e avivando opinies que, de fato, sempre encontram beneficirios. Nesta questo poltica, principalmente, se v quo grande a fora da mdia na construo e manuteno dos fatos histricos. No perodo de campanha eleitoral, todos os jornais parecem ter apenas um editor se considerarmos como as informaes no apenas coincidem, como era de se esperar, porm com um terrvel agravante: a inverso de valores que se enraizou, os contextos so desviantes da viso realista e, alm disso, outros pontos deixam de ser visualizados por causa dos interesses ocultos. Vejamos que, no final da campanha para a presidncia da repblica no Brasil (2014), aps debate mediado pela Rede Record, as manchetes eram simplesmente de enaltecimento falta de agresso entre os candidatos. Isto revela, em princpio, duas coisas: a primeira coloca em cheque a capacidade reflexiva que, mesmo sendo advinda da mdia, certamente reflete o contexto social brasileiro no sentido de estar to acostumado com as fascas cotidianas das relaes que uma trgua rveillon. A segunda prova que as coincidncias e a avalanche de uma mesma informao ficam apiloadas na mente dos cidados que passam a entender estas situaes como histria, cultura e irrefutvel condio social. A mdia tem a capacidade de deslocar pontos de vista, limitando-os e no os ampliando para alcanar os objetivos dos poucos que a controlam. Ela cria diferenciaes pelas quais se aprende a limitar, restringindo as opes e aumentando a velocidade de deciso, tornando-a irreflexiva, limitada, incoerente e exclusivista, construindo assim uma histria que se perpetua socialmente como verdade absoluta.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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II MANIFESTO HUMANISTA de 1973 (Paul Kurtz e Edwin H. Wilson)

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