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TRABALHO CIENTÍFICO Teorias e Aplicações

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Metodologia da comunicação científica

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Page 1: Artigo Científico - LOPES

1Metodologia da pesquisa científica

TRABALHO CIENTÍFICO

Teorias e Aplicações

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Edson Lopes 2

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3Metodologia da pesquisa científica

TRABALHO CIENTÍFICO

Teorias e Aplicações

Edson Lopes

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Edson Lopes 4

Todos os direitos reservados àEditora Refl exão - Editora e Livraria LTDA - EPP

Rua Fernão Marques, 226 03160-030 São Paulo SP BrasilTel. (11) 3487-8961 Fax (11) 2021-1586

info@editorarefl exao.com.br www.editorarefl exao.com.br

RevisãoRosana Brandão

CapaCaroline Dias de Freitas

DiagramaçãoLittera Conteúdos Editoriais

Tratamento de imagemEdilson Silva

Impressão e acabamentoCorprint Gráfi ca e Editora

Lopes, Edson

Trabalho Científi co - Teorias e Aplicações / Edson Lopes - São Paulo

Editora Refl exão - 2009

ISBN

© 2008, Editora Refl exão - Editora e Livraria LTDA - EPP

São Paulo, para a presente edição

Índices para catálago sistemático:

Page 5: Artigo Científico - LOPES

5Metodologia da pesquisa científica

Índice

Introdução................................................................................07

Capítulo 1: Transformando o pouco tempo de estudo num aprendizado efi caz......................................................................09

Capítulo 2: Métodos para uma leitura efi caz..............................13

Capítulo 3: As raízes do Projeto de pesquisa..............................19

Capítulo 4: Estrutura e a construção de tese, dissertação e trabalhos de conclusão de curso ou trabalho de graduação interdisciplinar............................................................................23

Capítulo 5: Resenha, resumo e artigo científi co para publicação periódica...................................................................57

Referências bibliográfi cas.........................................................63

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7Metodologia da pesquisa científica

Introdução

É curioso pensar na disciplina de Metodologia Científi ca da Pesquisa, uma vez que é parte integrante e obrigatória nos estudos acadêmicos, por ser considerada uma das disciplinas mais impor-tantes da matriz curricular dos diferentes cursos universitários. Sua relevância curricular é percebida no princípio de que acompanha o estudante, do curso de graduação até o doutorado. Entretanto, ape-sar de estar nas matrizes curriculares nem sempre, na prática, o meio universitário tem dado o devido valor a esta disciplina.

Uma das razões que pode justifi car tal atitude é a crença de que se trata de uma disciplina puramente teórica, sem qualquer va-lor na prática. A partir dessa atitude, alguns chegam a afi rmar que não haveria necessidade dela na matriz curricular dos cursos acadê-micos. Quando, porém, se apreende os princípios da metodologia e os aplica na busca do conhecimento, percebe-se explicitamente tratar-se de uma disciplina que facilita a vida estudantil. Suas regras têm como fi nalidade propiciar ao aluno o caminho mais efi caz para estudos e pesquisas. Como se sabe, o aprendizado é mais efi ciente quando há pesquisa. Portanto, não se pode pensar em Metodologia da Pesquisa Científi ca como algo teórico, antes, deve-se ter em men-te que há indissociabilidade entre teoria e prática nos estudos que resultam em boas pesquisas.

Outra questão não menos relevante, que distorce a relevância da Metodologia Científi ca da Pesquisa é o raro conhecimento nos

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círculos acadêmicos relativo às regras da Metodologia. Não se pode conceber o pensamento de que um professor que concluiu seu dou-torado tenha conhecimento das regras da metodologia científi ca. Seria bom que assim fosse, mas em muitas situações isso não ocorre. Daí, a necessidade de tornar cada vez mais comuns as normas que norteiam a pesquisa científi ca.

É com essa perspectiva que, o texto apresentado aqui tem du-pla fi nalidade: 1) demonstrar quão relevante é a Metodologia Cien-tífi ca para a pesquisa e trabalhos acadêmicos; 2) explicitar, de forma simplifi cada, os princípios fundamentais das normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) concernentes aos traba-lhos e pesquisas acadêmicas.

Na esperança de que seja útil aos estudantes é que coloco em suas mãos, o singelo material colhido por esse autor.

Prof. Dr. Edson Pereira Lopes

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9Metodologia da pesquisa científica

Transformando

o pouco tempo

de estudo num

aprendizado eficaz

O presente capítulo tem como objetivo demonstrar como o aluno pode ser mais efi ciente nos estudos teológicos, com o foco na reserva de tempo para estudo.

Tempo para estudar

É preciso descobrir tempo. Lembremo-nos de que meia hora por dia representa três horas e meia por semana, quinze horas por mês e cento e oitenta horas por ano. E quem não conseguiria desco-brir um ou mais espaços de meia hora em sua jornada? Seria muito bom aproveitar quinze minutos do intervalo para o almoço? Seria fácil adquirir o hábito de ler dez minutos antes de dormir?

Uma pergunta que surgirá a esta altura: “Pode-se aproveitar dez minutos apenas para uma seção de estudos?” Não é o ideal, mas quem souber ler; quem usar o método de revisão e fi chamento num editor de texto como word, certamente lerá boas páginas em dez mi-nutos; descobrirá e assinalará a idéia principal e alguns pormenores de importância no contexto.

Entenda-se que não basta descobrir o tempo, é necessário de-senvolver as técnicas para tornar qualquer tempo produtivo. Quan-to menos tempo tivermos, mais motivados deveremos estar para aproveitá-lo ao máximo. Aliás, não raro, o estudante se esquece de considerar, como tempo para estudo, as horas que passa na sala de aula, como se não devesse cuidar do aproveitamento máximo da-quele período precioso.

CAPÍTULO

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Programar a utilização do tempo

Devemos aproveitar e programar a utilização dos espaços de dez minutos, meia hora, possíveis horas inteiras que possam ser reservadas para o estudo, sem prejuízo das horas de lazer. Aliás, aproveitar inten-samente o tempo é uma espécie de condição para dar sentido ao lazer e para desfrutá-lo como se deve. Parece que a satisfação e a força restaura-dora do período de lazer são proporcionais ao bom aproveitamento e à intensa produtividade das horas de trabalho. É preciso sistematizar o que estudar em cada horário, pois isso evita indecisões e perda de tempo. Horário de se preparar para a aula

O estudante deverá ler previamente a matéria que será desen-volvida durante a aula, por uma série de razões: em primeiro lugar, essa leitura será feita em poucos minutos e aumentará o rendimento de várias horas que o professor utilizará para o desenvolvimento do aluno em classe.

Além disso, essa leitura permitirá marcar à margem do texto, com um simples sinal de interrogação, problemas que exigirão en-tendimento durante a aula. Essas anotações permitirão uma espécie de regulagem de atenção, enquanto estão em pauta passagens de fácil entendimento. O aluno que preparou sua aula prestará uma atenção de intensidade normal, mas à medida que o desenvolvi-mento caminha para as passagens anotadas com uma interrogação, ou reformuladas à margem em forma de problema, redobrará sua atenção. Se tudo fi cou claro então, muito bem; caso contrário, eis o momento de formular a sua pergunta com inteligência.

Quem assim procede irá acumular experiências; quem negli-genciar tais regras ver-se-á com grande volume de trabalho extra-aula, o que reduzirá sensivelmente o seu rendimento escolar.

Horário das revisões das aulas

Não basta se preparar para a aula e conseguir entender tudo enquanto ocorre a discussão em sala. Isso é muito importante e

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ajudará bastante, mas não é tudo. É necessário fazer revisões e, na ocasião, questionar os assuntos da aula e responder claramente às interrogações mentais. Aliás, seria melhor se houvesse uma reprodu-ção por escrito das questões fundamentais da aula. Quando o aluno se prepara para a aula e, por isso mesmo, aproveita-a ao máximo, o trabalho de revisão torna-se fácil e não toma muito tempo.

Distingue-se duas espécies de revisão: a primeira é a “revisão imediata”, e deve ser feita antes da aula subsequente, ou por ocasião da preparação para a aula; à segunda, “revisão globalizadora ou inte-gradora”. Esta é a mais válida preparação para provas e exames.

Horário das

revisões para provas e exames

As provas são recursos pedagógicos utilizados não só para efei-to de avaliação dos alunos, mas induzi-los a fazer revisões globaliza-doras periódicas. O aluno pode, portanto, programar suas revisões para os dias que antecedem à prova.

Observa-se que a esta altura a preocupação é com a revisão e não com o aprendizado. Há alunos que acumulam matéria pouco elaborada e problemas não compreendidos durante as aulas nem nas revisões imediatas, antes, deixam tudo para as vésperas das provas. Isso é um equívoco; prejudica os estudos e a saúde.

Quem se preparou para as aulas, quem trabalhou em classe, quem fez revisões imediatas e globalizadoras aproveitará melhor o tempo de preparação para os exames.

Como aproveitar o tempo das aulas

Esta é a maior parte do tempo em que o aluno dedica aos estudos. Se não o fi zer, não há como justifi car o esforço em revisões extra-aula. O aluno que paga sua mensalidade para ter o direito a uma carreira profi ssional e não aproveita o momento de sala de aula, deve reconsiderar sua formação acadêmica.

Para aproveitar o tempo das aulas, é preciso frequentá-las. E é importante que se esteja na sala desde o início das aulas. Há alguns alu-

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nos que chegam atrasados, batem à porta, pedem licença, cumprimen-tam o professor, justifi cam-se e caminham lentamente para carteira. É preciso levar consigo material adequado para o trabalho e aula do dia.

É imprescindível guardar silêncio exterior e interior, pois, há necessidade de se refl etir no conteúdo em debate durante a aula. Que se dirá de um grupo que se dirige ao teatro, pague os ingressos e depois fi que a conversar alheio ao desenrolar da peça? Não inco-modaria aos demais presentes? Não atrapalharia os atores?

Às vezes, determinado assunto constitui ponto de interesse par-ticular de um aluno, mas não interessa aos demais. Nesses casos, o pro-fessor pode ser procurado em particular, dentro de sua disponibilidade de tempo, fora do horário de aula. Professores e alunos devem empe-nhar-se no sentido de manter um clima cordial de relacionamento.

Revisão e aproveitamento do 1º capítulo

1. Como descobrir tempo para o estudo?2. Quando se deve preparar para a aula?3. Qual deve ser o horário para as revisões das aulas, das pro-vas e dos exames?4. Como aproveitar o tempo das aulas?

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13Metodologia da pesquisa científica

Métodos para

uma leitura eficaz

CAPÍTULO

Uma das mais importantes tarefas na elaboração de uma pes-quisa acadêmica é a leitura. Todavia, não são raros os casos de pes-soas que não sabem ler inteligentemente. Além de ir às aulas para garantir êxito nos estudos, é preciso ler com habilidade. Quem não sabe ler encontrará difi culdades em estudar e enfrentar as diversas atividades da vida acadêmica.

A importância da leitura

A leitura amplia, integra o conhecimento e abre os horizontes do saber. Enriquece o vocabulário, a comunicação oral e disciplina a mente sob o contrato de novas formas de abordagem do problema. Quem lê constrói sua própria ciência e ao terminar o curso, o aluno afeito à leitura, poderá desenvolver temas que foram pouco abordados durante as aulas, e o mais importante: pensar por si mesmo.

Para uma boa leitura é necessário desejar o saber, isto é, ler cuidadosamente cada palavra, cada termo e cada ideia. Segundo as técnicas da boa leitura, qualquer livro ou texto deve ser lido pelo menos três vezes antes de se emitir qualquer juízo de valor, o que exigirá do leitor determinação e perseverança.

Como selecionar o que ler

O título do livro é a primeira informação que temos a respeito de seu conteúdo, mas não deve fi gurar como único critério de esco-

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lha para a leitura, visto que nem sempre o título está estreitamente relacionado com o conteúdo a ser exposto pelo autor.

Para se obter sumariamente informações do livro cujo título nos interessa à primeira vista, devemos verifi car o nome do autor, seu curriculum e suas citações. Quanto ao livro, é relevante veri-fi car sua pós-capa (orelha), o sumário da matéria, as referências bibliográfi cas, a editora, a data, a edição e o prefácio (se houver). A junção desses elementos colabora para a seleção do que se vai ler. Ademais, pode-se consultar professores das áreas em que se deseja pesquisar.

Sugere-se que o estudante se interesse pela formação de uma pequena biblioteca de obras selecionadas. O primeiro passo é adqui-rir os livros recomendados pelos professores, depois às obras mais amplas. Não se deve esquecer de adquirir um bom dicionário da língua portuguesa, inglês e outros. Como sugestão não é necessário que o aluno compre enciclopédia para usar uma vez ou outra; com o dinheiro desta é melhor ter uma biblioteca com obras da própria especialidade, inclusive com dicionários técnicos.

Velocidade e eficiência na leitura

Alguns leem tão vagarosamente que, ao fi nal de um parágra-fo, já tiveram tempo para esquecer seu início e voltam para revê-lo. Normalmente, a leitura veloz não prejudica a efi ciência ou a com-preensão do aluno. Contudo, não há uma velocidade padrão de lei-tura. A maior ou menor velocidade depende do gênero do texto, bem como das peculiaridades de cada leitor. Cada um deve procurar atingir sua velocidade ideal.

Os cursos de memorização afi rmam que a difi culdade na hora da leitura está na concentração, e sendo assim, propõem exercícios de “relaxamento” antes de qualquer atividade acadêmica. Além dis-so, sugerem que se criem “imagens” para que haja uma melhor assi-milação de nossa mente em relação ao que foi lido.

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15Metodologia da pesquisa científica

Comodidade e higiene na leitura

O ambiente de leitura deve reunir algumas condições. É pre-ferível ler em ambiente amplo, arejado, bem iluminado e silencioso. Se a luz for artifi cial, deve ser difusa e fi car a esquerda de quem lê. É preferível ler sentado a ler de pé ou deitado. Além do texto a ser lido, é importante ter à mão um bloco de papel e uma caneta ou lápis para possíveis anotações.

Palavras-chave e idéias principais

Alguém pode ler só para passar o tempo, ou para dar ares de intelectual, mas a fi nalidade básica da leitura é a retenção, a procura, a captação, a crítica, a integração de conhecimentos; isso é feito, em primeiro lugar, pela procura de idéias principais.

O mau leitor, lento e inefi ciente, lê palavras, como se todas tivessem igual valor. O bom leitor não lê palavra por palavra, mas unidade de pensamento; lê idéias, hierarquizando-as de maneira a encontrar as palavras-chave. Quem lê idéias é mais veloz na leitura e capta melhor o que lê. Segue-se, que descobrir as idéias principais é a grande conquista do leitor.

Sublinhar com inteligência

Sublinhar é uma técnica que possui algumas normas específi -cas. Ela consiste na arte de colocar em destaque as idéias principais, as palavras-chave e os pormenores importantes. Quem sublinha com inteligência está constantemente, e de modo natural, atento à leitura; descobre o principal em cada parágrafo e o diferencia do acessório. Este propósito mantém o leitor durante todo o tempo da leitura, concentrado e em atitude crítica. Além desse efeito benéfi co, durante a leitura, sublinhar com inteligência favorece o trabalho das revisões imediatas e colabora para um melhor aproveitamento do tempo da pesquisa.

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Apontamos alguns princípios para a prática de sublinhar:

1. Sublinhar apenas as idéias principais e os detalhes importantes;2. Sublinhar com “x” as palavras-chave;3. Sublinhar com um sinal de interrogação, à margem, os pontos de discordância.

Leitura eficiente

O domínio cada vez mais aguçado e amplo do vocabulário enriquece a possibilidade de compreensão e concorre para aumentar a velocidade da leitura. Como aperfeiçoar o vocabulário? O melhor recurso para aumentar vocabulário é a leitura. Ao ler, anote as pa-lavras desconhecidas em seu bloco de anotações ou em uma pasta do computador e, ao fi nal de cada capítulo, pegue o dicionário e esclareça todas as palavras anotadas.

Leitura proveitosa

Uma leitura para ser proveitosa e trazer resultados satisfatórios deve observar alguns princípios essenciais:

Atenção e concentração – aplicação cuidadosa e profunda da mente ou do espírito em determinado objeto na busca do enten-dimento, da assimilação e da apreensão dos conteúdos básicos do texto em leitura;

Intenção – interesse ou propósito de apreender novos conhe-cimentos por meio da leitura;

Refl exão – consideração e ponderação quanto aos diferentes ângulos do que se lê na tentativa de descobrir novos pontos de vis-tas, novas perspectivas e relações; desse modo, pode-se assimilar as idéias do autor, esclarecê-las e o aperfeiçoá-las, o que resultará num conhecimento mais aprofundado;

Espírito crítico – trata-se da avaliação do texto, o que implica em julgamento, comparação, aprovação ou não, aceitação ou refu-

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17Metodologia da pesquisa científica

tação das diferentes colocações e pontos de vista. Ler com espírito crítico signifi ca fazê-lo com refl exão, não admitir ideias sem a devi-da análise, não aceitar as proposições sem discuti-las, não aceitar um raciocínio sem seu exame;

Análise – divisão do assunto em partes, determinação das re-lações existentes entre eles, seguidas do entendimento de toda sua organização;

Síntese – reconstituição das partes, decompostas pela análise, procedendo-se ao resumo dos aspectos essenciais e deixar de lado tudo o que for secundário e acessório, sem perder a sequência lógica do pensamento.

Em síntese, uma leitura de estudo não deve ser realizada sem se determinar de antemão seu objetivo ou propósito; sem avaliar, discutir e aplicar o conhecimento emanado da análise e síntese do texto lido.

Ler e levantar esquemas e resumos

Para melhor discernir o que se lê, para facilitar a revisão futura e para melhor assimilação, nada como reproduzir aquilo que se lê. Quem lê bem, de caneta e lápis na mão ou tendo uma pasta para edição de texto no computador, do tipo word, à procura das idéias diretrizes e dos pormenores importantes, já preparou caminho para o levantamento de esquema, resumo e fi chamento.

1. Natureza, função e regras do esquema. Esquema é o pla-no, a diretriz seguida pelo autor no desenvolvimento de sua pesqui-sa. Esse plano delimita o título e estabelece a trajetória básica de sua apresentação. A função do esquema é defi nir o título e hierarquizar as partes de um todo numa linha diretriz de modo a permitir ao leitor uma visão global. Pelo esquema se pode ter uma visão panorâ-mica do todo em una única olhada.

A elaboração ou levantamento do esquema obedece às regras:1) Seja fi el ao texto. Não se pode trabalhar com esquemas fi xos

ou preconceitos e forçar o texto lido como plataforma de suas idéias.

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2) Apegue-se ao tema do autor. Destaque títulos, subtítulos que guiaram a introdução, o desenvolvimento e as conclusões do texto.

3) Seja simples, claro e distribuído organicamente, de modo a apresentar límpida a imagem concentrada do todo;

2. Natureza, função e regras do resumo. O resumo, como recurso de aprendizagem e como material adaptado ao trabalho de revisão, consiste na atividade de condensação de um texto capaz de reduzi-lo a seus elementos de maior importância. O resumo é uma apresentação condensada do todo.

Para a elaboração do resumo se deve obedecer aos seguintes princípios:

1) não resumir antes de ler e esclarecer todo o texto, sublinhar e fazer anotações à margem;2) ser conciso e compreensível;3) dar atenção especial às palavras sublinhadas e às anotações a margem do texto;4) no caso de transcrição textual ou direta, usar aspas, quando a citação for inferior a quatro linhas e fazer referência à fonte;5) associar, especialmente no fi nal, idéias integradoras, refe-rências bibliográfi cas e críticas de caráter pessoal.

Revisão e aproveitamento do 2º capítulo

1. Qual a importância da leitura?2. Como sublinhar e selecionar a leitura?3. Qual exercício pode colaborar com uma leitura efi ciente?4. Como obter uma leitura proveitosa?5. Qual a natureza, função e regras do esquema e de resumos?

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19Metodologia da pesquisa científica

As raízes do

Projeto de pesquisa

CAPÍTULO

Pesquisa científi ca é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da me-todologia científi ca acerca de um problema em estudo que caracte-riza o princípio da cientifi cidade da atividade acadêmica.

A atividade de pesquisa científi ca exigida dos alunos possui caráter didático-pedagógico, ou seja, são meios de aprendizagem que ensinam, exercitam, treinam e habilitam a refazer cientifi ca-mente caminhos já percorridos por autores de renome.

A natureza da pesquisa bibliográfica

Qualquer pesquisa requer uma prévia investigação bibliográfi ca, a qual consiste no exame do material a ser levantado para análise do que já se produziu a respeito da temática que assumimos tratar como tema da pesquisa científi ca.

Fases da pesquisa bibliográfi caNa realização da pesquisa bibliográfi ca o pesquisador pode

seguir a seguinte ordem:

A) Escolha do assunto. Este primeiro passo é sempre prece-dido de difi culdades. Mesmo que o tema seja indicado pelo profes-sor, caberá ao aluno delimitá-lo. Caso o aluno deva escolher o tema, convém seguir alguns critérios:

Tendências e preferê• ncias pessoais;aptidão – não basta gostar do assunto, é preciso ter capacida-• de para desenvolvê-lo;

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tempo – ante o problema da escolha do assunto, é importante • considerar o tempo disponível e necessário para levar a bom termo a pesquisa;recursos materiais – a existência ou não de material bibliográ-• fi co disponível; a relevância do assunto – não se pode ceder à tentação, ao como-• dismo e escolher um assunto cujo estudo e aprofundamento não contribua efetivamente para o próprio amadurecimento cultural. Assim, o aluno dará alguma contribuição objetiva ao esclarecer melhor uma temática, ao preencher uma lacuna às discussões re-lativas ao assunto a ser trabalhado; ao corrigir uma falsa interpre-tação; ao discutir princípios obscuros; ao aprimorar a defi nição de um conceito ambíguo; ao promover o aprofundamento de um relevante tema pelo seu conteúdo e atualidade

B) Fontes de assuntos. Podem ser encontrados os temas nas angústias ocorridas no espírito humano, para os quais ainda não fo-ram encontradas respostas satisfatórias; nas polêmicas, pois mostram que o assunto tem valor e que as hipóteses ou posições sustentadas pe-las partes não estão sufi cientemente comprovadas e claras. Fora isso, pode-se consultar um professor quanto uma temática relevante.

Documentação

Documentação é o acervo de textos decisivos para esclarecimento ou demonstração do problema escolhido como tema pelo pesquisador. O pesquisador manuseará bibliografi a em busca de passagens que pos-sam concorrer para o esclarecimento do título de sua pesquisa. A leitu-ra, portanto, iniciada com o propósito de coletar material para resolver determinado problema, deverá ser criteriosa e seletiva.

Levantamento bibliográfico

Após levantamento prévio da pesquisa, cumpre fazer um levanta-mento bibliográfi co o mais completo possível. Cada livro, artigo, docu-

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21Metodologia da pesquisa científica

mento ou texto de pesquisa, precisa ser arquivado numa pasta do com-putador ou num fi chário, o qual deverá mencionar o nome do autor, o título da obra, o número da edição (a partir da 2ª edição), o nome da editora, o local da edição e a data da edição. Exemplo:

DESCARTES, R. – Discurso do método. Rio de Janeiro: Ediouro, 1965.

Quando se quiser mencionar parte, a seção ou capítulo do livro que interessa mais diretamente, faça-o após o título da obra, da seguinte maneira:

MARITAIN, J – Filosofi a moral: Capítulo IX – O Positivismo e o Conceito Humano. 2ª edição, Rio de Janeiro: Editora Agir, 1973.

Deve-se iniciar a leitura e fi chamento pelas obras mais gerais, como dicionários enciclopédicos, compêndios e manuais didáticos e só depois caminhar para trabalhos especializados e monografi as de maior porte. Organizado o levantamento bibliográfi co, determina-do o plano de leitura, passa-se ao levantamento da documentação.

Levantamento da documentação

Estabelecidos os objetivos da pesquisa, estará defi nida a idéia prin-cipal e terão sido focalizados os pormenores importantes que devem ser procurados na leitura da bibliografi a, relacionados e ordenados para o trabalho em desenvolvimento. O pesquisador deve ter sempre em men-te o objetivo e os capítulos de sua pesquisa e fi char com critério as passa-gens mais signifi cativas na demonstração dos argumentos da pesquisa.

Como elaborar fichário de documentação

Se o documento, texto ou livro, não é propriedade do pesqui-sador, as passagens mais relevantes devem ser transcritas fi elmente

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numa pasta do editor de texto, tais como o word, nas quais devem constar os seguintes elementos: Título e subtítulo, no alto, à esquer-da; indicação bibliográfi ca completa, logo abaixo, com indicação da página ou das páginas de onde se extraiu o texto; e, a seguir, cópia fi el do texto, entre aspas.

Quando o texto pesquisado é de propriedade do pesquisador, ainda assim é recomendável a transcrição de passagens importan-tes na pasta citada. Além disso, é possível elaborar documentos no editor de texto de simples indicação de passagens, que podem ser utilizados para resumos pessoais para posterior revisão e transcrição direta por ocasião da redação fi nal do trabalho.

Trabalho com as pastas do editor

de texto e projeto definitivos

Esta fase consistirá em reler o material para descobrir as la-cunas, destacar possíveis incoerências e hipóteses de justifi cação ou esclarecimentos; programar novas pesquisas para cobrir as lacunas ou para solucionar as incoerências; no caso de repetição de docu-mentos, selecionar os mais representativos; entrar em contato com professores, colegas e amigos à procura de novas luzes ou de maior facilidade para apresentar a matéria; deixar o rascunho e todo mate-rial em perfeita ordem para a redação fi nal.

Revisão e aproveitamento do 3º capítulo

1. O que é uma pesquisa científi ca?2. Quais as fases da pesquisa bibliográfi ca?3. Como arquivar a documentação e o levantamento bibliográfi co?4. Como elaborar o fi chário de documentação?

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23Metodologia da pesquisa científica

Estrutura e a construção

de tese, dissertação

e trabalhos de

conclusão de curso ou

trabalho de graduação

interdisciplinarCAPÍTULO

Segundo a ABNT, na Norma NBR 14724 (2005, pp. 1-9) a estrutura de tese, dissertação ou de um trabalho acadêmico deve con-ter os seguintes elementos: pré-textuais, textuais e pós-textuais, os quais são apresentados pela referida Norma conforme segue abaixo:

Pré-Textuais Textuais Pós-Textuais

CapaLombadaFolha de rostoErrataFolha de aprovaçãoDedicatóriaAgradecimentosEpígrafe (opcional)Resumo na língua vernáculaResumo em língua estrangeiraLista de ilustrações (opcional)Lista de tabelas (opcional)Lista de abreviaturas e siglasSumário

IntroduçãoDesenvolvimentoConclusão/Considerações fi nais

ReferênciasGlossário (opcional)ApêndicesAnexosÍndice

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I – Elementos Pré-textuais

A partir dessa perspectiva percebe-se que nos elementos pré-textuais aparece a seguinte composição: 1. Capa. De acordo com a NBR 14724 (2005, p. 4), “Trata-se de um elemento obrigatório, onde as informações são transcritas na seguinte ordem”:

a) Nome da Instituição. Mesmo tendo caráter opcional as Insti-tuições em geral prescrevem que seus nomes sejam destacados.b) nome do autor;c) título;d) subtítulo, se houvere) número de volumes (se houver mais de um, deve constar em cada capa a especifi cação do respectivo volume);f ) local da instituição onde deve ser apresentado;g) ano de depósito da entrega.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

NIVEA COSTA DA SILVA LOPES

Descrição e refl exão acerca da coerênciada Filosofi a, Missão e Ações Sociais da Universidade

Presbiteriana Mackenzie

São Paulo 2004

2. Lombada. A “lombada” é elemento opcional, fundamentada na NBR 12225 (2004, p. 1) e reafi rmada na NBR 14724 (2005, p. 4). Ela é defi nida na NBR12225 (2004, p. 1) como: “Parte da capa que reúne as margens internas ou dobras das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira; também

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25Metodologia da pesquisa científica

chamada de dorso”. Para explicitar o seu uso devem-se basear as expli-cações na NBR 12225 (2004, pp. 1-3), as informações estruturais re-lativas à lombada a seguir extraídas da NBR 12225 (2004, pp. 1-3):

a) Nome do autor. O nome do autor deve ser impresso no mes-mo sentido da lombada. Se houver mais de um, os nomes devem ser impressos um abaixo do outro nas lombadas horizontais e separados por sinais de pontuação, espaços ou sinais gráfi cos nas lombadas descendentes, abreviando-se ou omitindo-se os preno-mes, quando necessário NBR 12225 (2004, p. 2). Na lombada descendente o Nome do autor deve vir impresso “longitudinal-mente e legível do alto para o pé da lombada. Esta forma possibi-lita a leitura quando o trabalho está no sentido horizontal, com a face voltada para cima” NBR, 14724 (2005, p. 4).

b) Título. Deve ser impresso no mesmo sentido dos nomes dos autores, abreviado, quando necessário.

c) Elementos alfanuméricos de identifi cação de volume, fascí-culo e data, se houver.

3. Página de rosto:a) Nome do autor;b) Título principal do trabalho: “deve ser claro e preciso, iden-

tifi cando o seu conteúdo [...]” NBR 14724 (2005, p. 4);c) Subtítulo, se houver. “Deve ser evidenciada a sua su-

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Edson Lopes 26

bordinação ao título principal, precedido de dois pontos” NBR 14724 (2005, p. 4).

d) Número de volumes;e) “Natureza (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso

e outros) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e ou-tros); nome da instituição a que é submetido; área de concentração” NBR 14724 (2005, p. 4);

f ) Nome do orientador e, se houver, do co-orientador;g) Local da instituição onde deve ser apresentado;h) Ano de depósito da entrega.

Modelo de página de rosto

NIVEA COSTA DA SILVA LOPES

Descrição e refl exão acerca da coerênciada Filosofi a, Missão e Ações Sociais da Universidade

Presbiteriana Mackenzie

Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para obtenção do tí-tulo de Mestre em Educação, Arte e História da Cultura.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Lúcia Marcondes Vasconcelos

São Paulo2004

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27Metodologia da pesquisa científica

O exemplo acima indicou ser uma dissertação, entretanto, a mesma regra é aplicada na página de rosto de uma tese de doutora-do, de um trabalho de conclusão de curso de graduação ou de pós-graduação (lato sensu), basta substituir o termo “Dissertação” para o nível educacional em que o autor destinará sua pesquisa.

É necessário observar que no anverso da página de rosto há necessidade da fi cha catalográfi ca, conforme a exigência da NBR 14724 (2005, p. 5): “no verso da página de rosto “deve conter a fi cha catalográfi ca [...]”. Ela deve ser solicitada na biblioteca da Instituição.

Modelo de fi cha catalográfi ca

Lopes, Edson PereiraA inter-relação da teologia e da pedagogia – como pressuposto fundamental para a compreensão do conceito de educação de Comenius na Didática magna/ Edson Pereira Lopes; orientação de James Reaves Farris. São Bernardo do Campo. 2004, 240 p.

Tese (Doutorado) - Universidade Metodista de São Paulo. Faculdade de Filosofi a e Ciências da Religião. Curso de Pós-Graduação em Ciências da Religião.

Didática 2. Teologia e Educação 3. Comenius, Johann 1. Amos, 1592-1670 – Crítica e interpretação I. Farris, James Reaves II Título.

CDD 371.3

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Edson Lopes 28

4. Errata. Elemento opcional que deve ser inserido logo após a pá-gina de rosto. Pode ser seguido o exemplo abaixo:

ERRATA

LOPES, Edson Pereira Lopes - A inter-relação da teologia e da pedagogia – como pressuposto fundamental para a com-preensão do conceito de educação de Comenius na Didática magna. Tese (Doutorado). Universidade Metodista de São Paulo. Faculdade de Filosofi a e Ciências da Religião. Curso de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 2004.

Folha Linha Onde se lê Leia-se

15 5 comunica comunicação

5. Folha de aprovação. Trata-se de um elemento obrigatório, co-locado após a folha de rosto, constituído, conforme a NBR 14724 (2005, p. 5), de:

a) Autorb) Títuloc) Naturezad) Instituiçãoe) Data de aprovaçãof ) Nome, titulação, instituições a que pertencem e assinatura

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29Metodologia da pesquisa científica

NIVEA COSTA DA SILVA LOPES

Descrição e refl exão acerca da coerênciada Filosofi a, Missão e Ações Sociais da Universidade

Presbiteriana Mackenzie

Dissertação apresentada à Uni-versidade Presbiteriana Macken-zie, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação, Arte e História da Cultura.

Aprovada em __/__/__

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________Profª. Dra. Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconcelos

(Universidade Presbiteriana Mackenzie)

_________________________________________Profª. Dra. Maria Eloisa Fama D’Antino(Universidade Presbiteriana Mackenzie)

__________________________________________Profº. Dr. James Reaves Farris

(Universidade Metodista de São Paulo)

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Edson Lopes 30

6. Dedicatória. “Elemento opcional, colocado após a folha de apro-vação” NBR 14724 (2005, p. 5). Deve aparecer no fi nal da página, à margem direita.

Exemplo de dedicatória

A Deus, sustentador da minha vidaÀ minha esposa Nívea Costa da Silva Lopes, fi el companheira e incentivadora dos meus estudos.Aos meus fi lhos Tales e TailaAos meus pais Luiz e Maria da Glória, meus pri-meiros educadores

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31Metodologia da pesquisa científica

7. Agradecimentos

Elemento opcional, colocado após a dedicatória.

Modelo de agradecimento

Aos professores da Universidade Metodista de São PauloAo meu amigo e orientador, sempre presente, Dr. Ja-

mes R. Farris.Ao Prof. Dr. Geoval Jacinto da Silva, por suas importantes

contribuições, sem as quais não seria possível esta pesquisa.Ao Prof. Dr. Elydio dos Santos Neto.À Profª Drª Carlota Josefi na Malta Boto, por ter me

iniciado nos estudos de Comenius.À Profª Drª. Maria Lúcia Marcondes Carvalho Vas-

concelos, pela presença amiga.À Profª. Drª. Márcia Mello Costa de Liberal, por suas

análises e contribuições.Aos professores do Programa de Pós-Graduação de Ci-

ências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo.Ao IEPG, pelo apoio.A todos meus sinceros agradecimentos

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Edson Lopes 32

8. Epígrafe. Elemento opcional, colocado após os agradecimentos. Deve aparecer no fi nal da página, à margem direita.

Exemplo de Epígrafe

Quando contemplo os teus céus, obras dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembre? E o fi lho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão e sob seus pés tudo lhe puseste (Salmo 8.3-6)

9. Resumo na língua vernácula. Elemento obrigatório, constituído de:

a) “Sequência de frases concisas e objetivas e não de uma sim-ples enumeração de tópicos” NBR 14724 (2005, p. 5);b) Não deve ultrapassar 500 palavras;c) Ser seguido das Palavras-chave.

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33Metodologia da pesquisa científica

Modelo de Resumo

Resumo

LOPES, Edson P. A inter-relação da teologia e da pedagogia como pressuposto fundamental para a compreensão do conceito de educa-ção de Comenius na Didática magna. Tese de doutorado, São Ber-nardo do Campo, Universidade Metodista de São Paulo, 2004.

O pensamento de Comenius tem sido revisitado por meio de alguns pesquisadores comenianos, preocupados em demonstrá-lo Comenius como pedagogo, sendo esta uma das razões pelas quais é conhecido como o “Pai da pedago-gia moderna”. Por outro lado, há algumas poucas pesquisas que apontam Comenius como teólogo, enfantizando que ele não foi apenas um pedagogo, mas sua atividade princi-pal era a teologia.

Partindo desta constatação, esta pesquisa objetivou demonstrar que só se pode compreender o conceito de edu-cação de Comenius, tendo como pressuposto fundamental a inter-relação da teologia e da pedagogia, entre as quais Co-menius não faz distinção.

É somente com este pressuposto que se compreende o motivo pelo qual Comenius destacou a educação como a salvação ou o remédio divino para a cura da corrupção do gênero humano, haja vista que ela tem como fi nalidade última regenerar e fazer de cada homem um paraíso de de-lícias para o Criador. O melhor caminho, a ser percorrido para a concretização de tal busca, deve ser sistematizado pela pedagogia.

Palavras-chave: Comenius, educação, inter-relação, teolo-gia e pedagogia

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10. Resumo em língua estrangeira (Abstract). Elemento obriga-tório deve ser cópia do resumo na língua vernácula. Ela deve vir em folha separada e ser versão do resumo em vernáculo.

Exemplo de Abstract

Abstract

LOPES, Edson P. Th e inter-relation of theology and pedagogy as a fundamental presupposition for understanding Comenius’ concept of education in the Great Didactic. Doctoral Th esis, São Bernardo do Campo, Th e Methodist University of São Paulo, 2004.

Th e thinking of Comenius has been revisited by various researchers concerned with discussing the pedagogy of Come-nius, being that he is known as “the father of modern peda-gogy”. In contrast to this perspective, some researchers identify Comenius as a theologian, emphasizing that while he was a pedagogue, his principal area of activity was theology.

Based on these contrasting perspectives, the objec-tive of this research is to demonstrate that the concept of education found in Comenius can best be understood based on the presupposition of a fundamental inter-relationship between theology and pedagogy, in that Comenius did not distinguish between the two.

It is only with this presupposition that it is possible to understand the motive for Comenius’ understanding of educa-tion as salvation for, or divine remedy for the cure of, the cor-ruption of the human species, being that education has as its end regeneration and the transformation of each person into a garden of delights for the Creator. Th e best way to achieve such ends should be systematized by pedagogy.

Keywords: Comenius, education, inter-relationship, theol-ogy and pedagogy.

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35Metodologia da pesquisa científica

11. Lista de ilustrações. Elemento opcional, “que deve ser elabo-rado de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específi co, acompanhado do respectivo nú-mero da páginas” NBR 14724 (2005, p. 6).

12. Lista de tabelas. Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específi co, acompanhado do respectivo número da página NBR 14724 (2005, p. 6).

13. Lista de abreviaturas e siglas. Elemento opcional que “consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto [...]” NBR 14724 (2005, p. 6).

14. Sumário. Elemento obrigatório, “cujas partes são acompanha-das dos respectivos números de páginas” NBR 14724 (2005, p. 6). “O sumário deve ser localizado como último elemento pré-textual [...] NBR 6027 (2003, p. 2). As regras gerais de apresentação do Sumário são:

a) A palavra “sumário” deve ser centralizada e com a mesma tipologia da fonte utilizada para as seções primárias;b) A subordinação dos itens do sumário deve ser destacada pela apresentação tipográfi ca utilizada no texto;c) Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário.d) A paginação deve ser apresentada sob uma das formas se-guintes: 1) número da primeira página; 2) números das pági-nas inicial e fi nal, separadas por hífen; número das páginas em que se distribui o texto.

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Edson Lopes 36

Exemplo de Sumário

Sumário

Introdução............................................................................09Capítulo 1 – As infl uências culturais que marcaram o pensamento de Comenius.....................................................22Capítulo 2 – O contexto histórico e a produção literária de Comenius.............................................................................30Capítulo 3 – Os pressupostos teológicos de Comenius na Didática magna....................................................................95Considerações fi nais............................................................140Referencias bibliográfi cas ..................................................144

II – Elementos textuais

Entendido o elemento pré-textual, é necessário focar atenção nos elementos textuais, que são constituídos de três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão/considerações fi nais.

Introdução. A NBR 14724 (2005, p. 6) defi ne a introdução da seguinte maneira: “Parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho”. Percebe-se, portanto, que é na introdução que o Projeto de Pesquisa aparece, haja vista que nele devem conter, pelo menos: delimitação do título, objetivos geral e específi co, problema, hipótese, justifi cativa ou rele-vância, revisão de literatura, referencial teórico e metodologia.

A partir da defi nição acima percebe-se que, no trabalho acadê-mico, boa parte do que foi realizado no Projeto de Pesquisa aparece na Introdução do trabalho acadêmico, com exceção do cronograma.

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37Metodologia da pesquisa científica

Por essa razão, seguem-se as partes do Projeto Acadêmico que neces-sitam aparecer na Introdução:

Componente Definições

Título da pesquisa Tema/título da Pesquisa

Delimitação

A delimitação consiste na indicação, de modo breve (no máximo 1500 caracteres), do tema a ser pesquisado. Além de breve, esta indicação deve ser clara e precisa, tanto para o pesquisador quanto para o leitor. Ela deve defi nir claramente o campo do conhecimento a que pertence o assunto, bem como o lugar que ocupa no tempo (período cronológico) e no espaço (geográfi co).

Objetivos Procure pensar as seguintes questões: Qual é o meu alvo? O que quero discutir com esta pesquisa?

Objetivo geralCumpre a mesma função da ementa no plano de ensino. São idéias gerais do que se pretende pesquisar.

Objetivos específi cos

Iniciar com verbos no infi nitivo: Descrever, refl etir, discutir, discorrer, identifi car. Para facilitar a compreensão tenha em mente que os objetivos devem estar diretamente ligados aos títulos dos capítulos da pesquisa acadêmica.

Problemas/Problematização

Os problemas são apresentados em forma de perguntas e estão diretamente ligados aos objetivos específi cos.

HipótesesSão respostas provisórias e afi rmativas às questões levantadas na problematização.

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Edson Lopes 38

Revisão de Literatura

Deve-se fazer uma síntese dos principais autores que trataram do assunto que envolve sua pesquisa.

Relevância ou justifi cativa

Algumas perguntas podem nortear a justifi cativa da pesquisa:- O que esta pesquisa acrescenta à ciência onde se inscreve? (Relevância Científi ca)

Que benefício poderá trazer à - comunidade com a divulgação do trabalho? (relevância social)- O que levou o pesquisador a escolher este tema? (Interesse)

Referencial teórico

As pesquisas geralmente possuem alguns livros que são fundamentais. Devem-se deixar claro quais são eles e, sobretudo, o autor a ser utilizado como “lente” para seu objeto de pesquisa.

Metodologia

Qual o caminho a ser utilizado para alcançar os objetivos e as hipóteses propostos na pesquisa?Pode ser uma pesquisa bibliográfi ca, estudo de caso, pesquisa de campo, pesquisa quantitativa, qualitativa, amostra, etc.

Roteiro provisório

Deve conter: O título da pesquisa (em itálico);Introdução;Títulos dos capítulos e subseções (se for o caso), seguidos de um breve comentário quanto ao que será tratado em cada um deles.Considerações fi nais

Considerações fi nais

Deve seguir a regra: a) Revisão ou recapitulação; b) explicitar se o objetivo central e a hipótese foram alcançados ou não; c) apontar assuntos para futuras pesquisas

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39Metodologia da pesquisa científica

1. Desenvolvimento. Defi nida pela NBR 14724 (2005, p. 6) como: “Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormeno-rizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em fun-ção da abordagem do tema e do método”. É no desenvolvimento que se fazem necessárias as divisões em capítulos, seções e subseções. Um dos princípios fundamentais para o desenvolvimento é iniciar a refl exão a partir do método dedutivo, isto é, partir do geral para o particular.

É também no desenvolvimento que são necessários o conheci-mento relativo às citações de documentos e demais fontes, o qual tem como fi nalidade fundamentar o argumento do autor. Assim sendo, abaixo seguem as normas da ABNT que contribuirão para a apresen-tação de um bom trabalho acadêmico nos moldes da metodologia.

Formatação e paginação da pesquisa

1) Tamanho das folhas. A NBR 14724 (2005, p. 7) pontua que os textos devem ser apresentados em papel branco formato A4 (21 cm 29,7cm), com escrita apenas num lado da folha. A única exceção é a folha de rosto que deve conter a fi cha catalográfi ca. A cor da tinta deve ser preta, “podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações”.

2) O espaçamento do texto da pesquisa deve ser: 1,5 ou duplo, com exceção apenas para as citações acima de três linhas NBR 14724 (2005, p. 8). Não se deve colocar entre parágrafos, “enter duplo”, a não ser nas referências bibliográfi cas para separar as diferentes obras NBR 14724 (2005, p. 8).

3) Formatação e paginação. Margem esquerda 3,0 cm, pois há necessidade de encadernação. Margem direita 3,0 cm, e quanto às margens superiores e inferiores devem ser 2,0 cm NBR 14724 (2005, p. 8). Todas as páginas devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismo arábico, no canto superior di-reito da folha NBR 14724 (2005, p. 8).

Isto posto, é relevante identifi car as formas de citações nos mais diversos documentos.

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A normatização das citações se baseia na NBR 10520 (2002, p. 1), a qual defi ne a citação como: “informação extraída de uma outra fonte”. Severino (2002, p. 106) defi ne as citações como “ele-mentos retirados dos documentos pesquisados durante a leitura de documentação” e que sua fi nalidade é corroborar com as “idéias de-senvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocínio”. Eco (1977, p. 128) ao comentar a relevância das citações para as pesquisas acadê-micas pontua que o plágio é comum em muitas pesquisas e acentua que esta prática não deve existir em quaisquer pesquisas, Infere-se daí que uma das principais exigências ao se fazer citações é que elas sejam fi éis ao que se extraiu do autor ou documento.

Há os seguintes tipos de citação:1 - Citação direta é defi nida pela NBR 10520 (2002, p. 2) como: “transcrição textual de parte da obra do autor consultado”.2 - Citações indiretas. “Texto baseado na obra do autor con-sultado” NBR 10520 (2002, p. 2).3 - Citação de citação. É o caso em que não se teve acesso ao texto original NBR 10520 (2002, p. 1).

Regras gerais de citações

De modo geral, a NBR 10520 (2002, p. 2) pontua que nas cita-ções, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúscula.

Exemplo

Derrida (1967, p. 293) afi rma: “apesar das aparências a des-construção do logocentrismo não é uma psicanálise da fi losofi a [...]”.

“Apesar das aparências a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da fi losofi a [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).

“Apesar das aparências a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da fi losofi a [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).

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41Metodologia da pesquisa científica

Nesse mesmo contexto, deve-se pontuar que as citações dire-tas até três linhas devem ser posta entre aspas duplas, no corpo da pesquisa. Lembre-se que as aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação. Veja o exemplo abaixo.

Exemplo

Azevedo (2001, p. 21), afi rma: “Na produção de um texto científi -co, devem ser seguidos aqueles princípios que lhe confi ram clareza [...]”.

“Na produção de um texto científi co, devem ‘ser seguidos’ aqueles princípios que lhe confi ram clareza [...]” (AZEVEDO, 2001, p. 21).

As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem aspas NBR 10520 (2002, p. 2). Mesmo que a citada norma não defi ne o tamanho da fonte nes-ses casos, há relativo consenso entre os professores de metodologia de que se deve utilizar fonte 10 ou 11.

Exemplo

As Santas Escrituras nos ensinam primordial-mente que não há caminho mais efi caz para cor-rigir a corrupção humana que a correta educação da juventude. De fato Salomão, que conhecera todos os meandros dos erros humanos lamenta-va não ser possível corrigir as perversidades nem contar todos os defeitos, volta-se fi nalmente para os jovens, exortando-os a lembrar do criador nos dias da juventude, temê-lo e guardar seus man-damentos [...] (COMENIUS, 1997, p. 27).

A NBR 10520 (2002, p. 2) pressupõe que podem ocorrer algumas necessárias A

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A NBR 10520 (2002, p. 2) pressupõe que podem ocorrer al-gumas necessárias interrupções e recriações no texto, se isso ocorrer devem seguir os seguintes princípios:

1. Supressões - Supressão de palavras ou frases. Basta trans-crever a unidade de pensamento que interessa ao desenvolvimento da argumentação ou à apresentação da informação. A supressão é indicada pelo sinal [...].

Exemplo

“A dimensão completa da vida e do trabalho de um supervisor-educador, intelectual e criativo [...] desdobra a sua prática”.

2. Interpolações - acréscimos de palavras ou comentários – Pode ocorrer a necessidade de se acrescentar uma palavra ao texto citado, para uma melhor coordenação ou compreensão. Nesse sen-tido, as interpolações devem ser indicadas por um sinal [ ].

Exemplo

“A dimensão completa da vida do trabalho de um supervisor-educador [realmente] intelectual e criativo”.

3. Ênfase ou destaque: grifo, ou negrito, ou itálico. Para en-fatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta altera-ção com a expressão (grifo nosso) entre parênteses, após a chamada da citação, ou grifo do autor, caso o destaque já faça parte da obra consultada NBR 10520 (2002, p. 3).

Exemplos

“Para que não tenha lugar a producção de degenerados, quer phy-sicos quer moraes, miséria, verdadeiras ameaças à sociedade” (SOU-TO, 1916, p. 46, grifo nosso). “desejo de criar uma literatura independente, diversa [...] (CANDI-DO, 1993, p. 12, grifo do autor).

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43Metodologia da pesquisa científica

1. Citação de um texto traduzido. Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor, deve-se incluir, após a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses NBR 10520 (2002, p. 3).

Exemplo

“Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si mesmo [...] pode julgar-se pecador e identifi car com seu pecado” (RAHNER, 1962, p. 463, tradução nossa)

2. Citação de dados obtidos em palestras, debates, comu-nicações. Deve-se indicar entre parênteses, a expressão informação verbal, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé NBR 10520 (2002, p. 2).

Exemplo

“O novo medicamento estará disponível até o fi nal deste semestre” (informação verbal). Na nota de rodapé da página deve aparecer: Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia, em São Paulo, em outubro de 2008.

3. Sistema de chamada das citações

Sistema autor-data:1. Neste sistema, a indicação da fonte é feita da seguinte maneira:a) Pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada enti-dade responsável até o primeiro sinal de pontuação, segui-do da data de publicação do documento e das páginas da citação, no caso de citação direta, separados por vírgulas e entre parênteses.

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Exemplos de citações no texto NBR 10520

“A Didática magna deveria ser de utilidade pública, pois nela estava o princípio do seu conceito de educação como o único meio para a salvação do gênero humano” (LOPES, 2003, p. 264).

De fato, semelhante equacionamento do problema con-teria o risco de se considerar a literatura meramente como uma fonte de conteúdos já previamente disponíveis, em outros luga-res, para a teologia (JOSSUA; METZ, 1976, p. 3).

O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado Contrato de Gestão [...] (BRASIL, 1995).

“Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer circunstância, sem quaisquer restrições estatais, pelas moedas dos outros Estados-membros” (COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS, 1992, p. 34).

“Eu e o pai somos um” (EVANGELHO DE JOÃO, 10.30 In Bíblia Sagrada, 2008, p. 520).

b) Pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso de obras sem indicação de autoria ou responsabili-dade, seguida da data de publicação do documento e das páginas da citação

Exemplos de citações no texto NBR 10520

“As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e transparentes mecanismos democráticos [...]” ( ANTEPROJE-TO..., 1987, p. 55).

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45Metodologia da pesquisa científica

Exemplos de citações nas referências bibliográfi cas NBR 10520

ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates. Brasília, DF, n. 13, pp. 51-60, jan. 1987.

c) Se o título iniciar por artigo (defi nido ou indefi nido), este deve ser incluído na indicação da fonte.

Exemplos de citações no texto NBR 10520

“Em Londrina (PR), as crianças são levadas às lavouras a partir dos 5 anos” (NOS CANAVIAIS, 1995, p. 12).

Ressalta-se ainda que não há necessidade, ao seguir a citação americana, de utilizar as formas: “op. cit.”, “ibid”.,” idem”; é mais indicado repetir o nome, data, página.

Sistema de notas de rodapé2. - NBR 10520 (2002, pp. 5-7)“A numeração das notas de referência é feita por alga-

rismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página” NBR 10520 (2002, p. 5).

Se a opção for por citação em notas de rodapé, deve-se ter em mente que se a pretensão for publicar o artigo ou texto, algumas editoras exigem a citação: autor, data, página. Portanto, em algumas situações há necessidade de se adequar às exigências da editora, consequentemente pode-se perder tempo. Entretanto, a nota de rodapé é prescrita na ABNT e pode ser utilizada. Para isso devem-se seguir as regras:a) Na primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa. Isso signifi ca que será igual a chamada das referências bibliográfi cas.

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Edson Lopes 46

Exemplo NBR 10520

1 LOPES, Edson Pereira Lopes – A inter-relação da teologia com a pe-dagogia no pensamento de Comenius. São Paulo: Mackenzie, 2006.

a) Após a primeira citação, a partir da segunda vez que for citar a mesma obra, em qualquer página do trabalho, deve-se abreviar a referência.

Exemplo NBR 10520

2 LOPES, 2006, p. 22

b) Após a segunda citação, a terceira citação da mesma obra na mes-ma página deve-se:

Exemplo NBR 10520

3 Ibid, p. 22

c) A partir da quarta citação, na mesma página deve-se:

Exemplo NBR 10520

4Idem, p. 22

d) Se for o caso de citar a mesma obra em várias partes do trabalho, deve-se:

Exemplo NBR 10520

5LOPES, 2006, passim.

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47Metodologia da pesquisa científica

Recomenda-se que as citações devem ser oriundas de fontes primárias para evitar o conhecido “apud” ou citação de citação, pois, pode indicar pouca profundidade nas literaturas relativas ao seu ob-jeto de pesquisa. Não obstante, segue abaixo o modelo da NBR 10520 (2002, p. 6) quando for necessário utilizar esse recurso.

Exemplo NBR 10520

6Lopes, 2006, apud Comenius, pp. 25-26.

Quando coincidir de haver duas obras do mesmo autor, pu-blicadas no mesmo ano, deve-se identifi cá-las por letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data, antes da página. A regra se aplica tanto á nota de rodapé quanto á citação autor-data.

Exemplo NBR 10520

7Lopes, 2006a, pp. 25-26.

Por fi m, é necessário atentar para o princípio de que todo desen-volvimento da pesquisa do trabalho acadêmico deve possuir linguagem apropriada e lógica entre suas partes para que seja um texto compreen-sível e atraente ao leitor ou a uma Banca Examinadora. Sendo assim, seguem abaixo algumas importantes recomendações relativas à redação que devem nortear o desenvolvimento do trabalho acadêmico.

Clareza• – O texto deve ser escrito para ser entendido; a di-fi culdade do leitor pode estar na compreensão do assunto, nunca na obscuridade do raciocínio do autor.Lógica• – Não esqueça que em cada fi nal de capítulo você ne-cessita “amarrar” com o título, e ao mesmo utilizar uma ora-ção de transição para o próximo capítulo. Correção• – É necessário reler o texto e fazer as correções ne-cessárias.

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Consistência• – Evite a 1ª pessoa do plural – “Vimos”, “escre-vemos”, utilize a forma impessoal: “Viu-se”, escreveu-se”, “o pesquisador”.Precisão• – Procure ser preciso em suas palavras, não deixe ter-mos ambíguos.Originalidade• – É o texto autônomo, agradável e criativo. Evite o recurso fácil das frases feitas, dos lugares comuns e dos jargões profi ssionais. • Fidelidade – O texto deve ser escrito segundo parâmetros éticos, com absoluto respeito ao objeto de pesquisa, às fontes emprega-das e aos leitores. O texto utilizado pode e deve ser interpretado, mas não distorcido. Ao se basear em um autor, cite a fonte.

Vale ressaltar nesse contexto, alguns conselhos práticos:Escrevas frases breves e parágrafos curtos. Não alongue as fra-• ses com o uso abusivo de gerúndios e conjunções imprecisas como “qual”, “cujo”.Evite apelar para generalizações: “a maioria acha”, “todos sabem”.• Evite repetir palavras, especialmente verbos e substantivos. • Use sinônimos.Evite modismo linguísticos: “em nível de”, “colocação”, “Ga-• dotti vai dizer que”.Abstenha-se de superlativos, aumentativos, diminutivos e ad-• jetivos.Faça poucas citações diretas; opte por reescrevê-las, creditan-• do as informações e ideais aos seus autores.Lembre-se que você está escrevendo para autores cultos ou • não, procure escrever em uma linguagem conveniente que al-cance o maior número de pessoas. Cultive a simplicidade

Enfi m, para escrever melhor você deve se lembrar do princí-pio da escrita, isto é, o alvo é dizer o máximo com o menor número possível de palavras. Busque a qualidade, não a quantidade de pala-vras. Para isso, podem ser seguidas algumas orientações:

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49Metodologia da pesquisa científica

Frases – Não sobrecarregue uma frase com dados e idéias. • Cada frase deve conter apenas uma idéia forte a informação indispensável, tanto para o autor quanto para o leitor. Não torne longas as frases desnecessariamente, especialmente com apelos fáceis a recursos como gerúndios (“sendo que”, “fazen-do com que”,) e pronomes relativos: “o qual”, “cujo”.Parágrafo – De igual modo, os parágrafos também não devem • ser longos. Diante deles, a tendência dos leitores é passar para o próximo. Embora um parágrafo deva conter uma idéia comple-ta, por vezes será melhor quebrá-lo em nome do interesse do lei-tor, que difi cilmente tolera um parágrafo com mais de 15 linhas. As qualidades básicas de um parágrafo são: Unidade (contendo uma única ideia), a coerência (com as frases conectando-se entre si) e a ênfase (com destaque para a ideia principal).Capítulo – É bom que os capítulos guardem um certo equi-• líbrio entre eles. Se subdividir o capítulo, deve-se primeiro estabelecer os tópicos gerais e a seguir os específi cos.Encadeamento – Encadeie as frases, os parágrafos, os tópicos • e os capítulos entre si. Em cada capítulo você deve começar recordando o que foi dito anteriormente, e no fi nal do capí-tulo você pode recapitular e utilizar a frase de transição prepa-rando o leitor para o próximo capítulo.

3. Conclusão/Considerações fi nais. “Parte do texto, na qual se apre-sentam conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses” NBR 14724 (2005, p. 6). Alguns princípios podem colaborar para que a pesquisa tenha uma boa conclusão ou consideração fi nal são: a) recapi-tulação ou síntese; b) destacar as hipóteses e os objetivos, isto é, se eles foram alcançados; c) indicativos para futuras pesquisas.

III – Elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais são: 1. Referências bibliográfi cas é um elemento obrigatório NBR 14724 (2005, p. 7), normatizada pela NBR 6023 e será vista numa outra parte do presente texto.

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A normatização das referências, fundamentada na NBR 6023 de agosto de 2002, permite que o título da obra ou documento venha em itálico, grifado ou negrito.

Exemplos de citações nas referências bibliográfi cas NBR 10520

LOPES, E.P. – O conceito teológico e pedagógico na Didática magna de Comenius. São Paulo: Mackenzie, 2003.LOPES, E.P. – O conceito teológico e pedagógico na Didáti-ca magna de Comenius. São Paulo: Mackenzie, 2003.LOPES, E.P. – O conceito teológico e pedagógico na Didática magna de Comenius. São Paulo: Mackenzie, 2003

JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura. Concilium. Petrópolis, v. 115, n. 5, pp. 2-5, 1976.JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura. Concilium. Petrópolis, v. 115, n. 5, pp. 2-5, 1976.JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura. Concilium. Petrópolis, v. 115, n. 5, pp. 2-5, 1976.

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. A união européia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Ofi ciais das Comunidades Européias, 1992.COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. A união européia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Ofi ciais das Comunidades Européias, 1992. COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. A união européia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Ofi ciais das Comunidades Européias, 1992.

EVANGELHO DE JOÃO, 10.30. In João Ferreira de Almei-da. Bíblia Sagrada. São Paulo: SBB, 2008. EVANGELHO DE JOÃO, 10.30. In João Ferreira de Almei-da. Bíblia Sagrada. São Paulo: SBB, 2008. EVANGELHO DE JOÃO, 10.30. In João Ferreira de Almei-da. Bíblia Sagrada. São Paulo: SBB, 2008.

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51Metodologia da pesquisa científica

O relevante é estabelecer um padrão dentre os três, e ter em mente as seguintes normas:

1. Monografi a no todo“Inclui livro e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclo-

pédia, dicionário, etc) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros)” NBR 6023 (2002, p. 3).

a) Livro e folheto

Exemplo NBR 6023

LOPES, Edson Pereira Lopes – A inter-relação da teologia com a pe-dagogia no pensamento de Comenius. São Paulo: Mackenzie, 2006.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. Apresenta-ção de trabalhos acadêmicos. 4ª edição, São Paulo: Mackenzie, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: citações em documen-tos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

b) Trabalho acadêmico (teses, dissertações): “Nas teses, dissertações ou trabalhos acadêmicos devem ser indicados em nota o tipo de documento (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso, etc.), o grau, a vinculação acadêmica, o local e a data da defesa.

Exemplo NBR 6023

LOPES, Edson Pereira Lopes – O conceito de teologia e de peda-gogia na Didática magna de Comenius. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte de História da Cultura) – Universidade Presbite-riana Mackenzie, São Paulo, 2001.

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LOPES, Edson Pereira Lopes – A educação como expressão máxima de cidadania. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 1999.

c) Monografi a no todo em meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online, etc.): “As referências devem obedecer aos pa-drões indicados para os documentos monográfi cos no todo, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico” NBR 6023 (2002, p. 4).

Exemplo NBR 6023

KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e di-cionário digital 98. Direção geral de André Koogan Breikman. São Paulo: Delta: Estadão, 1988. 5 CD ROM.

LOPES, Edson Pereira Lopes – A infl uência milenarista-taborita no pensamento de João Amós Comenius. Disponível em http://www.mackenzie.br/revista.htm. Acesso em 5 de dez. 2007, 16h30min.

2. Parte de monografi a“Os elementos essenciais são: autor, título da parte, seguidos

da expressão “In:”, e da referência completa da monografi a no todo. No fi nal da referência, deve-se informar a paginação ou outra forma de individualizar a parte referenciada” NBR 6023 (2002, p. 4).

a) LivrosExemplo NBR 6023

KOERNER, Andrei. A cidadania e o artigo 5º da Constituição de 1988. In: SCHILLING, Flávia (Org). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2005, pp. 61-83.

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53Metodologia da pesquisa científica

b) Periódicos como um todo“Os elementos essenciais são: título, local de publicação, edi-

tora, datas de início e de encerramento da publicação, se houver” NBR 6023 (2002, p. 5).

Exemplo NBR 6023

REVISTA HISTÓRIA E SOCIEDADE. São Paulo: Macken-zie, 2007.

c) Partes de revista, boletim, etc.: “Os elementos essenciais são: título da publicação, local de publicação, editora, nume-ração do ano e/ou volume, numeração do fascículo, informa-ções de períodos e datas de sua publicação” NBR 6023 (2002, p. 5). Quando “necessário, acrescenta-se elementos comple-mentares à referência para melhor identifi car o documento” NBR 6023 (2002, p. 5).

Exemplo NBR 6023

DINHEIRO. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000.DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000, 98p.

d) Artigo e/ou matéria de revista e boletim: “Inclui partes de publicações periódicas (volumes fascículos, números es-peciais e suplementos, com título próprio, comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e ou-tros)” NBR 6023 (2002, p. 5).

Os elementos essenciais são: “título da parte, artigo ou matéria, título da publicação, local de publicação, numeração correspondente ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e fi nal, quando se tratar de artigo ou ma-téria, data ou intervalo de publicação e particularidades que identifi cam a parte se houver” NBR 6023 (2002, p. 5).

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Exemplo NBR 6023

AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica, Rio de Janeiro, v. 38, n. 9, set, 1984. Edição especial.

COSTA, V.R. À MARGEM DA LEI. Em Pauta, Rio de Janeiro, n. 12, pp. 131-148, 1998.

e) Artigo e/ou matéria de revista, boletim. Meio eletrônico: “As referências devem obedecer aos padrões indicados para ar-tigo e/ou matéria de revista, boletim, acrescidas das informa-ções relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD ROM, online)” NBR 6023 (2002, p. 5).

Exemplo NBR 6023

VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo Interativa, Rio de Janeiro, n. 2, inverno, 1994, 1 CD-ROM.

SILVA, M.M. L. Crimes da era digital. Net, Rio de Janeiro, Nov. 1998. Seção Ponto de Vista. Disponível em: http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.html. Acesso em: 28 nov. 1998.

f) Artigo e/ou material de jornal: “Inclui comunicações, edito-rial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros” NBR 6023 (2002, p. 6). Os elementos essenciais são: autores, título, título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção, caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quan-do não houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data. NBR 6023 (2002, p. 6).

2. Glossário. “Elemento opcional, elaborado em ordem alfabética” NBR 14727 (2005, p. 7), defi nida como: “Relação de palavras ou ex-pressões técnicas de uso restrito ou sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas defi nições” NBR 14727 (2002, p. 2).

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55Metodologia da pesquisa científica

3. Apêndices. Elemento opcional identifi cado por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.

Exemplo

APÊNDICE A – A depressão nos estudos religiosos

APÊNDICE B – As correntes religiosas da doutrina da eleição

4. Anexos. Elemento opcional. “os anexos são identifi cados por le-tras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos” NBR 14724 (2005, p. 7).

Exemplo

ANEXO A – Um estudo da fi losofi a da educação em Platão

ANEXO B – O pensamento de Calvino acerca dos bens materiais

5. Índices. Elemento opcional, elaborado conforme a NBR 6034.

Revisão e aproveitamento do 4º capítulo

1. Quais são os elementos pré-textuais?2. Quais são os elementos textuais?3. Quais são os elementos pós-textuais?

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57Metodologia da pesquisa científica

Resenha, resumo e

artigo científico para

publicação periódica

CAPÍTULO

1. Resumo

A NBR 6028 (2003, pp. 1-2) distingue a atividade acadêmica do resumo em:

1 – Indicativo. O resumo indicativo contém um número de informações que sintetiza o conteúdo do informe, artigo ou livro. “Indica apenas os pontos principais do documento, não apresen-tando dados qualitativos, quantitativos, etc. De modo geral não dis-pensa a consulta ao original” NBR 6028 (2003, p. 1).

2 – Informativo. O resumo informativo é aquele em que as ideias principais e os detalhes do texto são resumidos com fi delidade ao ori-ginal. “Ele tem como objetivo informar ao leitor fi nalidades, metodo-logia, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este pos-sa, inclusive, dispensar a consulta ao original” NBR 6028 (2003, p. 1).

3 – Resumo crítico. Apresenta-se uma crítica coerente sobre o texto lido. Trata-se de “resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. Também chamado de resenha [...]” NBR 6028 (2003, p. 1). O Resumo Crítico enquanto Resenha é realizado quando se deseja fazer a apresentação do conteúdo de uma obra, e visa incentivar a leitura do livro comentado. Trata-se de um texto curto para publicação em periódicos especializados, variando entre 400 a 600 ca-racteres. A estrutura de uma resenha deve conter:

a) Introdução (Não é necessário citar a palavra) – Procura-se contextualizar, indicando-se o quadro de referência do autor, o momento histórico e a relevância do livro.

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b) Resumo – Deve-se apresentar as ideias principais do autor. A critério do resenhista pode-se resumir as ideias principais do autor expostas no livro, tendo em consideração os capítu-los que compõem a obra.c) Opinião – Ao analisar o livro, deve-se responder aos se-guintes questionamentos: 1) O livro tem alguma relevância? 2) Em que área (social, acadêmica, por exemplo) ele possui valor?; 3) O que falta ao livro?; 4) Há alguma originalidade?; 5) A leitura é agradável? 6) A que público esta leitura seria indicada? 7) Você indicaria o livro?

Azevedo (2001, p. 32) ao comentar acerca da Resenha assinala:A resenha deve ter um título, diferente do título do livro co-• mentado.A redação deve ser direta sem entretítulos; a passagem de uma • parte para outra deve contemplar a lógica.A folha de rosto deve conter todos os elementos para a identi-• fi cação da resenha. Exemplo: ÁVILA, L.C. – O Brasil místico: o caso Rosacruz. São Paulo: Multiletra, 1995, 126 pp.

Explicitadas as diretrizes concernentes à Resenha é necessário ob-servar que segundo a NBR 6028 (2003, p. 2) na apresentação dos mais variados tipos de resumo devem-se observar as seguintes regras gerais:

a) O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resul-tados e as conclusões do documento. A ordem e a extensão dependem do tipo de resumo. Para conhecimento é relevante ressaltar que a extensão dos resumos deve seguir as seguintes normas: 1) de 150 a 500 palavras os trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnico-científi cos; 2) 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos; 3) 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves. b) O resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afi rmativas e não de enumeração de tópicos. c) Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.

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59Metodologia da pesquisa científica

2. Artigo científico

A NBR 6022 (2003, p. 2) distingue os artigos em: 1) cien-tífi cos quando fazem parte de uma publicação com autoria decla-rada, que apresenta e discute idéias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento; 2) revisão, quando “parte de uma publicação que resume, analisa e discute informação já publicada” NBR 6022 (2003, p. 2); 3) original, quando apresenta uma publicação que aborda temas originais.

Uma característica fundamental do artigo científi co é que ele é um texto escrito para ser publicado num periódico especializado com o objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa, seja expe-rimental ou documental. É necessário ressaltar que há diferenças entre eles, por exemplo, na forma de citação. Alguns exigem que as citações sejam inseridas no próprio corpo do trabalho (Autor, data e página); outros, porém, exigem que sejam inseridas em nota de rodapé. Por conseguinte, ainda que seja normatizada pela ABNT, conforme será visto abaixo, antes de enviar um artigo científi co é necessário conhecer as normas específi cas do periódico.

A estrutura do artigo científi co, conforme a NBR 6022 (2003, p. 3) deve seguir a ordem abaixo:

I – Elementos pré-textuais do artigo científi coa) Título, subtítulo (se houver). “O título e subtítulo (se hou-ver) devem fi gurar na página de abertura do artigo, diferen-ciados tipografi camente ou separados por dois pontos (:) e na língua do texto” NBR 6022 (2003, p. 3).b) Autor (es); c) Credenciais acadêmicas do autor. O(s) nome(s) do(s) autor(es) acompanhado(s) de breve currículo que o(s) qua-lifi que na área de conhecimento do artigo. O currículo, bem como os endereços postal e eletrônico, devem aparecer em rodapé indicado por asterisco na página de abertura ou opcio-nalmente, no fi nal dos elementos pós-textuais, onde também devem ser colocados os agradecimentos do(s) autor(es) e a

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data de entrega dos originais à redação do periódico, confor-me a NBR 6022 (2003, p. 3).Essas credenciais costumam vir em nota de rodapé;d) Resumo na língua do texto. O resumo deve vir logo após o nome do autor. A NBR 6022 (2003, p. 3) pontua que o resu-mo é um “elemento obrigatório, constituído de uma sequên-cia de frases concisas e objetivas e não de uma simples enume-ração de tópicos, não ultrapassando 250 palavras [...]”. e) Palavras-chave na língua do texto. As palavras-chave seguem abaixo do resumo, as quais devem ser separadas por ponto e representar o conteúdo do trabalho NBR 6028 (2003, p. 2). A NBR 6022 (2003, p. 4) afi rma que as palavras-chave é um “elemento obrigatório, as palavras-chave devem fi gurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão Palavras-chave:; separadas entre si por ponto e fi nalizadas também por ponto”. Geralmente os periódicos exigem cinco palavras-chave.

II – Elementos textuais do artigo científi coa) Introdução. “Parte inicial do artigo, onde devem constar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e ou-tros elementos necessários para situar o tema do artigo” NBR 6022 (2003, p. 4);b) Desenvolvimento. “Parte principal e inicial do artigo, que con-tém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções e subseções [...] NBR 6022 (2003, p. 4);c) Considerações fi nais/Conclusão. “Parte fi nal do artigo, na qual se apresentam as conclusões aos objetivos e hipóteses” NBR 6022 (2003, p. 4).

III – Elementos Pós-textuais do artigo científi coa) Título, subtítulo em língua estrangeira. O título e subtítulo (se houver) em língua estrangeira, diferenciados tipografi ca-mente ou separados por dois pontos (:), precedem o resumo em língua estrangeira.b) Resumo em língua estrangeira. “Elemento obrigatório, ver-são do resumo na língua do texto, para idioma de divulgação

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internacional, com as mesmas características (em inglês Abs-tract, em espanhol Resumen, em francês Résumé, por exemplo” NBR 6022 (2003, p. 4).c) Palavras-chave em língua estrangeira. “Elemento obrigató-rio, versão das palavras-chave na língua do texto para a mesma língua do resumo em língua estrangeira (em inglês Keywords, em espanhol Palabras clave, em francês Mots-clés, por exem-plo)” NBR 6022 (2003, p. 4). d) Referências bibliográfi case) Data da produção do texto

Revisão e aproveitamento do 5º capítulo

1. Quantos e quais são os tipos de resumos?2. Qual deve ser a estrutura do resumo?3. Qual a extensão dos resumos de trabalhos acadêmicos, dos relatórios técnico-científi cos e os destinados a indicações breves?4. Qual a característica principal do artigo e quais os elemen-tos pré-textuais e pós-textuais que são obrigatórios na apre-sentação de um artigo científi co?

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63Metodologia da pesquisa científica

Referências

Bibliográficas

ABNT. – Apresentação de relatórios técnico-científi cos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989 (NBR 10719).

ABNT – Informação e documentação – citações em documentos – apre-sentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002 (NBR 10520)

ABNT. - Informação e documentação – referências - elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002 (NBR 6023).

ABNT – Informação e documentação – numeração progressiva das seções de um documento escrito – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003 (NBR 6024).

ABNT – Informação e documentação – sumário – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003 (NBR 6027).

ABNT. - Informação e documentação – índice – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004 (NBR 6034).

ABNT. - Informação e documentação – resumo – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003 (NBR 6028).

ABNT. – Informação e documentação – lombada – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004 (NBR 12225)

ABNT. - Informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apre-sentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005 (NBR 14724).

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ANDRADE, Maria Margarida de. Como Preparar Trabalhos para Cursos de pós-graduação. São Paulo: Atlas, 1997.

APRESENTAÇÃO de Trabalhos acadêmicos: guia para alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 4ª edição, São Paulo: UPM, 2006.

AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científi ca. São Paulo: Editora Hagnos, 11ª. Edição, 2004.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 18ª edição, São Paulo: Pers-pectiva, 2003.

LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científi ca. São Paulo: Atlas, 1988.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científi co. 22ª edição, São Paulo: Cortez, 2002.

Sugestões de Leitura

STRAUSS. Anselm L. Qualitative analysis for social scientists. Cam-bridge: Cabridge University Press, 1996.

TIERNO, Bernabé As melhores técnicas de estudo: saber ler correta-mente, fazer anotações e preparar-se para os exames. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BARROS, Aidil Jesus Paes & LEHFLED, Neide Aparecida de Sou-za. Projeto de pesquisa – propostas metodológicas. 12ª edição, Pe-trópolis: Vozes, 2001.

BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da Pesquisa: monogra-fi a, dissertação, tese. São Paulo: Atlas, 2004.

BOOTH, Wayne C., COLOMB, Gregory G., WILLIAMS, Joseph M. A arte da pesquisa. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

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65Metodologia da pesquisa científica

CHEVALIER, Brigitte. Leitura e anotações. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FEITOSA, Vera Cristina. Redação de textos científi cos. 9ª edição, São Paulo: Papirus, 2005.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

KUHN, Th omas S. A estrutura das revoluções científi cas. 3ª edição, São Paulo: Editora Perspectiva, 1992.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científi ca. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1997.

MERTON, Robert K. Teoria y estrutura sociales. 3ª. Edição, Méxi-co: Fondo de Cultura Econômica, 1995.

PADUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa: abordagem teórico-prática. 6ª edição, Campinas: Papirus, 2000.

PERROTTA, Claudia. Um texto pra chamar de seu: Preliminares so-bre a produção do texto acadêmico. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

REA, Louis M. & PARKER, Richard. Metodologia da pesquisa. São Paulo: Th omson, 2000.

REY, Luís. Planejar e redigir trabalhos científi cos. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1987.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social – métodos e técnicas. 3ª edição, São Paulo: Atlas, 1999.

SALOMON, Décio Vieira. A maravilhosa incerteza: pensar, pesqui-sar e criar. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

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67Metodologia da pesquisa científica

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