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Sentimentos e percepções dos
eleitores “indecisosprogressistas”
sobre as eleiçõespresidenciais de
2018
Carolina de Paula (NECON- IESP/UERJ)Rio de Janeiro, maio de 2018.
O que foi feito?
Os dados que seguem foram recolhidos pormeio de uma pesquisa qualitativa, utilizando ométodo de grupos focais. Foram feitos quatrogrupos na cidade do Rio de Janeiro nos dias 5 e12/05*. Os grupos focais são úteis para o casoem questão, pois aprofundam temas sensíveis edifíceis de serem explorados num questionárioestruturado, ainda mais nesse momento degrande indefinição de candidaturas.
*Os grupos foram feitos no IESP-UERJ, entre 9-10 participantes cada, recrutados por empresa especializada. Foram gravados em vídeo e áudio.
Perfil dos participantes
Os grupos foram mistos, comdivisão etária (18-25 anos eacima de 25 anos)
Houve preocupação emmesclar o bairro deresidência dos participantesem cada grupo.
A escolaridade foi mista(ensino médio e superior),ensino médio completopredominou norecrutamento final.
Foram feitos grupos somentecom eleitores da Classe C.
Questões chave do questionário de filtro: 1) Todos votaram em Dilma em 2014;2) Todos NÃO rejeitam Lula;3) Todos estão indecisos sobre o voto
para presidente (pergunta espontânea);
4) Apoia/não apoia a condução da Lava Jato como corte para a montagem dos grupos.
Indecisos
As pesquisas mais recentes de intenção de voto indicam que a maioria doeleitorado brasileiro está indecisa sobre o voto a poucos meses das eleiçõespresidenciais.
Fonte: Pesquisa CNT/MDA, 12 de maio de 2018.
Questões de interesse
A partir de uma definição bastante minimalista de “eleitor progressista”(votou em Dilma em 2014 e não rejeita Lula), a pesquisa intencionoucapturar sentimentos e percepções desse público nas seguintes temáticas:
✓ Percepções sobre a vida e a economia atual;✓ Avaliação do governo federal (presente e
passado);✓ Avaliação da situação do ex-presidente Lula;
✓ Operação Lava Jato;✓ Eleições presidenciais 2018;✓ Imagem de pré-candidatos.
Esquema interpretativo da narrativa
A análise de conteúdo da pesquisa gerou um esquema interpretativo danarrativa dos participantes/eleitores progressistas no que diz respeito àsituação do ex-presidente Lula:
“LULISTAS”: são militantes e defensores da inocência de Lula (nãonecessariamente do PT), mas na espontânea responderam que estãoindecisos pois ainda não sabem quem será o “substituto” do ex-presidente. São extremamente críticos ao modo de condução daOperação Lava Jato.
“PENDULARES”: moderados na defesa do ex-presidente, nesse perfilnão há consenso sobre a inocência de Lula. Há um sentimento defrustração com a política. Tendem a apoiar, mesmo que parcialmente,a Operação Lava Jato (alguns com ressalvas).
Percepções sobre a vidae a economia atual
Percepções sobre a vida e a economia atual
Em todos os grupos e perfis é bastante consensual que a vida está pior nosúltimos anos. Sentem que o Brasil retrocedeu em todos os aspectos (notripé educação, saúde e segurança), mas a preocupação com o desempregoé destaque. A sensação é de que o salário não dura até o fim do mês, algocitado repetidamente foi a necessidade em realizar “bicos” paracomplementar a renda.
Outro ponto levantado foi a precarização do trabalho.Quem está empregado agora realiza funções que antesnão executava, para cobrir os buracos deixados com asdemissões. E quem foi demitido às vezes trabalha emoutro segmento, mesmo insatisfeito (motorista de ubere moto taxi por exemplo)
“É, hoje eu trabalho numa parte administrativa hospitalar e a gente cuida de 40 leitos
administrativos em questão de prontuário e realmente é muito complicado porque
trabalha de 8hs às 18hs e você não tem rendimento legal onde teria antigamente dois
ou três administrativos pra fazer o serviço.” (perfil lulistas, acima de 25 anos)
"As obras pararam. A galera da construção civil então... Eu sou operador de
máquina pesada né, só que eu tive que mudar. Tive que jogar nas onze, virei
motoboy, porque as obras pararam.“ (perfil pendulares, acima de 25 anos)
Percepções sobre a vida e a economia atual
Entre os grupos de pessoas mais velhas a preocupação com a segurançatende a predominar, já os mais jovens têm o desemprego como maiorpreocupação. A perspectiva de melhora a curto prazo é pequena, ootimismo é mantido pela ideia de que “brasileiro não desiste nunca”, masconcretamente imaginam que a situação fique na mesma.
A reforma trabalhista foi citada como exemplo da pioranas condições atuais da vida. Não sobra mais tempopara o lazer.
"Tem que sempre procurar uma renda
complementar. Todas as mulheres da
minha família fazem artesanato." (perfil
lulistas, 18-25 anos)
“Eu recebo um tanto x, mas na minha carteira é o piso de um
professor e eu não recebo o que tá na carteira, mas por
necessidade a gente aceita. Hoje em dia não sobra nem tempo
para um lazer mínimo“ (perfil pendulares, 18-25 anos)
“Há dois anos atrás se você tivesse uma barraquinha o seu vizinho não vendiaa mesma coisa que você vendia na barraquinha. Hoje o seu vizinho não quersaber, se você vende litrão de cerveja, ele coloca a um real mais barato. Aspessoas não tem mais isso não" (perfil lulistas, 18-25 anos)
Avaliação do GovernoFederal (presente e
passado)
Avaliação do Governo Federal - presente
O governo Temer é visto como um fracasso, não conseguem apontarnenhum ponto positivo ou melhora na comparação aos governosanteriores. Ponderam que Temer não é o único culpado pela situação dopaís (mesmo entre os “lulistas”), pois a crise já existia, mas não observamliderança do mesmo. A ideia de que Temer optou pelo “lado dos ricos”também aparece.
“A bomba estourou na mão dele. Só que é o seguinte, a alternativa que ele
tem é correr pra melhorar, ele recorre tirando do pobre, né. Ai ele corre pro
lado, pra tentar melhorar alguma coisa ele aperta o calo pro lado do pobre,
entendeu? Favorecendo os ricos no caso. “ (perfil pendulares, acima de 25
anos)
“Outra coisa, a mídia hoje tá querendo colocar na cabeça da gente que
ser MEI é melhor opção que tem na vida né? Dessa reforma do Temer.
E outra, aposentadoria. De você trabalhar até os 65 anos você está na
plena forma, na plena saúde, diz a Globo, né? Eu já to com 35 e to
morta de cansada.” (perfil lulistas, acima de 25 anos)
GESTÃO TEMER: para os ricos
Avaliação do Governo Federal - passado
O período Lula é avaliado de modo bastante generalizado como a melhor gestãoque o país já teve. Parcela dos mais jovens tiveram impacto individual de políticas deacesso à universidade pública e cursos técnicos, já alguns dos mais velhosconseguiram realizar a compra da casa própria, pelo “Minha Casa Minha Vida”. Valedestacar que há alguma reclamação no que tange a ausência de benefíciosindividuais no perfil de “pendulares”. Em especial sobre o “bolsa família”.
“Eu sou moradora de comunidade então a gente tinha muitos cursos, possibilidades,
projetos...e hoje em dia todos se acabaram. Inclusive a minha faculdade, eu tenho
bolsa 100%, são coisas que a anos atrás nunca íamos pensar na possibilidade de ter
uma faculdade nenhuma.” (perfil lulistas, acima de 25 anos)
GESTÃO LULA: memória de um
período bom
"Tem que ter o bolsa família? Tem que ter, mas tem que ter fiscalização porque
realmente quem precisa nem ganha. Eu nunca consegui...“ (perfil pendulares,
acima de 25 anos)
"Eu acho que a universidade foi muito importante, mas tem um marco na minha vida
que é a geladeira. Eu morava em Caxias e a galera na rua assim basicamente as
pessoas revezavam pra usar a geladeira uma das outras. No governo Dilma todo
mundo comprava geladeira, comprou carro, televisão, máquina de lavar e assim não
é consumo é coisa básica pra você sobreviver. Quando você tem uma geladeira você
não se dá importância da falta que ela faz no dia a dia da galera que não tem."
(perfil lulistas, 15-25 anos)
Avaliação da situação do ex-presidente Lula
Avaliação da situação do ex-presidente Lula
O perfil “lulistas”, em especial os mais jovens, veem com indignação aprisão de Lula e a impossibilidade deste disputar a eleição. Estãoconvencidos que o Brasil sofreu um golpe, com a participação dos partidosda oposição, forças internacionais e da grande mídia. Os “pendulares”acreditam que Lula está sendo julgado por algo que cometeu, ainda queobservem uma severidade maior da Justiça em relação a ele.
Contudo, o consenso entre os grupos e perfis é quedificilmente deixarão Lula disputar a eleição. Nãoacreditam que ele consiga sair candidato.
“Eu acho que pra essa candidatura ele não consegue. A manipulação tá muito
bem armada, não tem furo legal pra dar essa esperança que seja. Nosso judiciário
só funciona quando ele quer né. As coisas só são aceleradas pra prender o Lula
porque é de intenção de quem tá no poder hoje.” (perfil lulistas, acima de 25 anos)
"O Aécio tá solto, a Dilma sofreu impeachment por pedaladas fiscais, quando ela saiu pedaladas fiscais passou a ser aceita. O Temer cheio de acusações e da mesma forma que conseguiram fazer o Lula ficar preso conseguiram provas melhores com o Temer e ele não foi preso nem houve nada.“ (perfil pendulares, acima de 25 anos)
Operação Lava Jato
Operação Lava Jato
A segmentação de percepções sobre a Lava Jato revela que para os “lulistas” aoperação possui um viés e uma intencionalidade em minar o projeto de governo daesquerda. São críticos ao modo pelo qual a operação é conduzida, ainda que achemimportante a adoção de medidas de punição para atos de corrupção. Já os“pendulares” observam que a Lava Jato seria a principal tentativa no país decontrolar o excesso de roubos em que teria se transformado a politica brasileira.Contudo, há divisão dentro desse perfil sobre a avaliação do Judiciário. Uma parcelaconsidera que há parcialidade e “lado” na Justiça brasileira (em especial os maisjovens).
Chama atenção que os participantes não conseguemidentificar a origem da Operação Lava Jato. Os doisperfis avaliam que não há transparência sobre aoperação, haveria pouca informação sobre o desenrolardos trabalhos internos.
“A questão da Lava-Jato hoje ele investiga em prol de um interesse. A Lava-jato
não é uma investigação geral a fundo, é de um grupo determinado que trabalhou
para ver o Lula preso. Infelizmente é com um grupo determinado." (perfil lulistas,
18- 25 anos)"Meu medo é o seguinte, eu confio no Moro mas eu tenho medo dele ter se associado em alguma oposição, entendeu, com alguma oposição. Eu tenho medo, mas eu tenho um pé atrás mas se for botar na balança uns 90% eu sou fã dele. Meu medo é ele estar ajudando alguém. Foi igual os nove dedos e meio, lembra? Os nove dedos e meio foi implicância com o Lula porque o Lula tem nove dedos e meio pô .“ (perfil pendulares, acima de 25 anos)
Operação Lava Jato
Ao serem instigados a discutir sobre a existência de “benefícios da LavaJato”, há um ponto em comum entre “lulistas” e “pendulares”: agora obrasileiro, sempre tão distante e desinteressado pela política, se vêobrigado a falar sobre o assunto. Não dá para fugir do tema, está em todosos lugares.
“E a gente antes achava política coisa chata, hoje não, hoje tá todo mundo
muito mais interessado, querendo saber e conhecer, fazer parte.“ (perfil
pendulares, 18-25 anos)
“Pra despertar. Serviu pra tomar consciência de que seu voto é muito importante... mas meu voto não vai chegar até aquele cara pra poder fazer alguma coisa diferente.” (perfil lulista, acima de 25 anos)
LAVA JATO: a política virou
pauta
Eleições presidenciais 2018
Eleições presidenciais 2018
Não existe um clima de animação com o pleito de outubro. Sentem que a campanhaestá apagada, que nada acontece. A Copa do Mundo retirará o foco da disputa. Asensação de que pouco irá mudar após a eleição também é grande. Afirmam que éimportante votar, mas não no sentido de que o ato de votar fará a diferença, oupromoverá mudanças e renovações, e sim no sentido da obrigação de participar doprocesso.
Acreditam que esse ano a motivação para o voto seráescolher o “menos pior”, não visualizam nenhumcandidato que instigue grande simpatia ou vontade devotar.
"É importante, mas não é algo que te motiva, no cenário atual você não vai
chegar lá votando no presidente porque gosta dele, então hoje em dia você vai
votar porque é seu dever, mas não vai votar com aquele sentimento de que você
vai estar fazendo a diferença."
(perfil pendulares, 18- 25 anos)“Em relação a todo esse golpe. Quando você vai e se envolve com aquilo, você vai numagreve, vai numa paralização e que você vê as pessoas lutando e outras criticando… apopulação vai te desanimando. Eu sozinha não vou fazer diferença. Quando você vê que oTemer tá fazendo isso com o Lula e você tenta mostrar e as pessoas criticam é desanimador.”(perfil lulistas, acima de 25 anos)
Eleições presidenciais 2018
Somente o grupo de jovens “lulistas” já tinha um conhecimento informativo (alémdo nome) sobre a maioria dos pré-candidatos. Boulos e Manuela D’Ávila só foramcitados espontaneamente nesse grupo. Ciro, Marina, Bolsonaro e Joaquim Barbosaforam citados espontaneamente em todos os grupos.
Os “lulistas” acreditam que Lula tenha um pesoimportante para orientar a votação, nesse segmentorevelam que levariam com maior atenção umaindicação de voto do ex-presidente. Já os “pendulares”acreditam mais nas propostas do potencial candidato,afirmam que a opinião de Lula teria pouco peso nadecisão.
"Eu acho que ainda faltam as coligações, não sabemos como as chapas vão ficar.
Nem os partidos tomaram decisão”(perfil pendulares, 18- 25 anos)
"Se o Lula mandar votar no cachorro eu voto no cachorro.“ (perfil
lulista, 18-25 anos)
Imagem de pré-candidatos
Imagem de pré-candidatos
O objetivo foi apresentar inicialmente o nome do candidato para os gruposmostrarem percepções e conhecimento (ou falta de). Após uma breve discussão eraexibida a foto de cada um deles (a foto do perfil das redes sociais), e feita por fim aleitura de uma pequena biografia (local de nascimento e idade, cargos ocupados,atividade profissional e partido). Priorizou-se nomes do campo progressista, mastambém houve inclusão daqueles mais bem posicionados nas pesquisasquantitativas atuais. São os seguintes potenciais pré-candidatos que compõe apesquisa:
✓ Guilherme Boulos (PSOL);✓ Manuela d’Ávila (PCdoB);✓ Fernando Haddad (PT)✓ Celso Amorim (PT);✓ Ciro Gomes (PDT);✓ Joaquim Barbosa (PSB);✓ Marina Silva (REDE)✓ Geraldo Alckmin (PSDB);✓ Jair Bolsonaro (PSL)
Guilherme Boulos
Muito desconhecido. Somente parcela dos participantesdo grupo “lulista” jovem (18-25 anos) já tinha ouvidofalar. Enxergam nele um “Lula jovem”, contudo acreditamque dificilmente terá uma votação significativa.
“O Lula ia preparar o terreno pra ele né." (perfil lulistas, 18-25 anos)
"Podia disputar Dep. Federal primeiro antes de presidente." (perfil
lulistas, 18-25 anos)
"Ele tem base pra ser eleito como Dep. Federal em Sp. Ele não tem
base pra ser presidente." (perfil lulistas, 18-25 anos)
"Forte no Psol só o Freixo."(perfil pendulares, 18-25 anos)
"Eu acho que fica difícil pro eleitor votar nesse cara. O que ele fez?
Qual a referência que temos? Só porque ele é filósofo? Vai ficar lá
filosofando?“
(perfil pendulares, acima de25 anos)
Manuela D’Ávila
Um pouco mais conhecida que Boulos, mas somente noperfil “lulista”, tinham informação de que era do RS,deputada. Contudo não veem força na candidatura, numdos grupos ficou taxada como a típica candidata dos“3%”.
" A gente entendeu que o PCdoB lançou uma candidatura porque
queria expandir, queria se mostrar pro país, crescer o partido e tudo o
mais, então eu acho que a candidatura dela não veio pra ser uma
candidatura competitiva, veio pra ser uma candidatura pra fortalecer o
partido, crescer o partido. Ela é uma candidata que dialoga com a
juventude, tem essa linguagem na internet e tudo o mais, então eu
acho que é uma candidatura pra poder fortalecer e crescer o partido
dela, do que pra competir.“ (perfil lulistas, 18-25 anos)
"Parece a Rosinha Garotinho.“ (perfil pendulares, 18-25 anos)
“É um patamar que te pede uma bagagem né, muita história.” (perfil pendulares, acima de 25 anos)
"Eu acho que o fato dela ser mulher também pode acontecer de ninguém votar com medo do que aconteceu com a DIlma."(perfil
pendulares, 18-25 anos)
Fernando Haddad
A grande maioria conhecia ao menos de nome (excetoentre os jovens do perfil “pendulares” (18-25 anos). Os“lulistas” mais jovens acreditam que se estivesse com Lulapoderia ter força, em geral acreditam que não seria umcandidato que chegaria no 2º turno.
"Ele era uma esperança lá né. João Doria meio que foi destruindo isso né." (perfil lulistas, 18-25 anos)
"Parece ator de Hollywood."(perfil pendulares, 18-25 anos)
"Gostei desse pelo currículo, já foi ministro da educação."(perfil pendulares, 18-25 anos)
“Teria chance não por ele em si mas por quem ele vai concorrer porque as outras opções são grotescas.” (perfil lulistas, acima de 25 anos)
"Força só em SP."(perfil pendulares, acima de 25 anos)
“Eu lembrei do Lindberg.”(perfil pendulares, acima de 25 anos)
Celso Amorim
Dentre os “lulistas” é mais desconhecido que Haddad,contudo com a leitura da biografia acreditam que é umaopção a ser pensada, por transmitir uma imagem deexperiência e serenidade.
"Quando a pessoa tem uma gestão tranquila e certa você quase não ouve falar da pessoa porque ela trabalha, ela faz."
(perfil lulistas, 18-25 anos)
"Eu preciso analisar, depende, eu não conheço e não sei de nada, eu preciso analisar."
(perfil pendulares, 18-25 anos)
"Eu votaria no Lula se ele viesse a candidato, não vindo é um caso a pensar."(perfil lulistas, acima de 25 anos)
Ciro Gomes
Bastante conhecido, em especial por já ter disputadoeleição presidencial. Acreditam que tem força para ir ao2º turno. Parcela dos “lulistas” mais velhos avaliam quepode ser uma opção de voto pelas posições atuais contrao golpe. Jovens “lulistas” não identificam nele um perfilde esquerda que gostariam.
"Eu acho que tem pela forma de governar, a gente se identifica com o governante
que visa a grosso modo o pobre, os mais humildes, o Ciro não é uma pessoa
assim." (perfil lulistas, 18-25 anos)
"Eu, pelo que eu ouvi muito ele falando do Ceará. EU sou do Ceará e gosto muito dele. O governo é bem avaliado. (perfil pendulares, 18-
25 anos)
“Vi ele na Band News, boas ideias e fala bem"(perfil pendulares, 18-25 anos)
"É, eu também não gosto do Ciro muito não, mas o seguinte, ele tá denunciando que teve um golpe, hoje em dia, apesar dele agora no processo de prisão do Lula
ter sumido." (perfil lulistas, acima de 25 anos)
Joaquim Barbosa
Tem boa recepção na maioria dos grupos, trajetória devida é destaque, exceto entre os “lulistas” jovens écriticado pelo julgamento do Mensalão. Entre os“pendulares” a bandeira contra a corrupção é importante,por isso seria alguém que votariam.
"Óbvio que bem menos mais tolhida pela imagem dele que é um homem negro,
que não é de nenhuma família abastada coisa e tal então óbvio que o ímpeto dele
também era muito menor, mas ele cumpriu o mesmo papel que o Moro cumpre
hoje."
(perfil lulistas, 18-25 anos)
“Eu votaria nele, porque eu creio que ele ajudou muito nessa limpeza
política bem no início também."
(perfil pendulares, 18-25 anos)
“"Sim, pelo o que ele fez no tribunal, ele era um cara rigoroso.“(perfil pendulares, acima de
25 anos)
“Acho um cara de valor. Mas foi covarde no momento de pedir pra sair né.”(perfil lulistas, acima de 25 anos)
Marina Silva
Transmite fraqueza. O sumiço da pré-candidata noperíodo entre as eleições é lembrado em três dos quatrogrupos. É taxada como “a candidata dos evangélicos”.Somente no perfil “pendulares” mais velhos aparece comalguma simpatia.
"Se a gente for parar pra pensar em 2014, muitas pessoas fizeram grandes
mobilizações pra votar nela. E depois de 2014 passamos por todos esses
momentos de efervescência e ele não tava em lugar nenhum."
(perfil lulistas, 18-25 anos)
“"Eu acho que ela mistura religião com política então pra mim não
funciona."
(perfil pendulares, 18-25 anos)
"Ai entra naquela questão de que o brasileiro vai votar nela porque não tem opção."
(perfil pendulares, acima de25 anos)
“E mulher pra estar no poder tem que ter uma cara de poder. Por exemplo Benedita, você vê uma posição. A Dilma tem aquela cara fechada. Mas ela pra mim não tem aquela questão de expressão de pulso forte pra comandar, pra
mandar em alguma coisa e fora que é mentirosa em algumas coisas.”(perfil lulistas, acima de 25 anos)
Geraldo Alckmin
É visto como o candidato tucano de São Paulo, teria muita“cara de paulista”. Não desperta simpatia em nenhumgrupo e perfil. Avaliam que dificilmente votariam nele,exceto num 2º turno entre ele e Bolsonaro. Contudo,avaliam que tem o apoio dos empresários e pode crescer.
“Esse a gente conhece e sabe que não vota nunca."
(perfil lulistas, 18-25 anos)
“"É um partido que não beneficia os mais necessitados."
(perfil pendulares, 18-25 anos)
"Tá sendo investigado também por alguma coisa."(perfil pendulares, acima de
25 anos)
“Ele só tem poder e força em São Paulo e com os empresários. Só com os
empresários de São Paulo ele tem poder.”
(perfil lulistas, acima de 25 anos)
Jair Bolsonaro
Amplamente conhecido, é visto como falastrão epreconceituoso entre “lulistas” e “pendulares”. Nãovotariam de modo algum, porém temem que possacrescer entre os jovens. Acreditam que ele encarna umpersonagem.
"Eu acho que o Bolsonaro encara um problema que ele é falastrão, fala as coisas
sem pensar e sai soltando e atinge, só que ele mexe com uma parte do povo
brasileiro que é a parte militarizada, então ele vive uma chama, mas também não
é aquele cara que você vai falar que tem a cara do Brasil porque não é."
(perfil lulistas, 18-25 anos)
"Na verdade ele só vai entender as pessoas que são iguais a ele. Porque
ele fala que é só não matar, é só não roubar, é só não traficar e compara
aos filhos dele que tem outras condições."
(perfil pendulares, 18-
25 anos)
""Falam que Bolsonaro vai resolver isso da violência, mas a função não é militarizar as escolas."
(perfil pendulares, acima de25 anos)
“Muitos hoje votam porque tem muito pré candidatos que são instruídos. Bolsonaro como exemplo fala o que muita gente quer ouvir, ele é agressivo, mas ele não é aquilo ali não.”
(perfil lulistas, acima de 25 anos)
Conclusões
Conclusões
➢ Os grupos revelam que o cenário é de profundo desencanto com a política, com aseleições e com o conjunto (até o momento) dos potenciais candidatos à presidência;
➢ A economia parece não estar se recuperando, apesar do que aparece na mídia. Osalário não tem durado o mês todo. O desemprego assusta. Quem não perdeu oemprego está em situação precarizada, trabalhando com funções acumuladas ou em“bicos” para pagar as contas;
➢ A eleição ainda não entrou na pauta do dia a dia das conversas. Os eleitores sentemque sequer os partidos decidiram o que farão;
➢ Os “lulistas” seguem aguardando uma definição do seu líder; já parte dos eleitores“pendulares” tinha em Joaquim Barbosa uma possibilidade de voto, para esse perfil aquestão da corrupção é um ponto importante na escolha do candidato, outra parcelasegue aberta e tendendo a Ciro, já que os candidatos do PSOL e PCdoB parecemutópicos para esse eleitorado carente de políticas públicas e de menos discursopartidário;
Conclusões
➢ A pesquisa enfocou somente eleitores de uma capital brasileira e com poucas quebrasde variáveis sociodemográficas. Por isso, vale explorar melhor os sentimentos doperfil “pendulares” do campo progressista em outras cidades (de pequeno e médioporte). Esse parece ser o tipo de eleitor mais suscetível e à caça de um candidato. Ésugestivo o desencanto com a questão partidária, há no momento um claro desejoem ouvir políticas concretas para a retomada do crescimento econômico e quepermitam a geração de empregos;
➢ Esse perfil, chamado aqui de “pendulares”, ao menos na cidade do Rio de Janeiroexperimentou os benefícios da era Lula-Dilma, mas não está disposto a seguirnecessariamente a orientação do candidato ungido por Lula. Ciro Gomes parece serquem mais ocupa esse lugar, ao menos provisoriamente.