como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

137
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA SUELLEN DA SILVA DIAS O USO DE ESTRATÉGIAS DIGITAIS NO MARKETING POLÍTICO: CASE OBAMA E DILMA SÃO JOSÉ, 2012

Upload: suellen-dias

Post on 15-Apr-2017

2.286 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA

SUELLEN DA SILVA DIAS

O USO DE ESTRATÉGIAS DIGITAIS NO MARKETING POLÍTICO: CASE OBAMA E DILMA

SÃO JOSÉ, 2012

Page 2: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

SUELLEN DA SILVA DIAS

O USO DE ESTRATÉGIAS DIGITAIS NO MARKETING POLÍTICO: CASE OBAMA E DILMA

Monografia apresentada à disciplina Projeto Experimental II, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina. Professores orientadores: Diego Moreau, MSc e Márcia Alves, MSc.

SÃO JOSÉ, 2012.

Page 3: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

FICHA CATALOGRÁFICA

Page 4: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

FOLHA DE APROVAÇÃO

Page 5: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

AGRADECIMENTOS

Agradecer, como é bom fazê-lo depois de uma longa jornada de estudo e dedicação,

principalmente depois de finalizar um trabalho que me exigiu tantas horas em frente ao computador,

que por vezes, tentou ser mais forte do que eu.

Na ordem, agradeço primeiramente a Deus, pois sem ele, não haveria publicidade. À minha

família que estiveram presentes de alguma forma no processo e, em especial aos meus pais, Maria

Cilene e Kietu Kikuchi, que por tamanha dedicação possibilitaram a minha educação e o meu estudo.

Agradeço ao meu noivo, Ricardo Stepanski, que apontou o curso certo a mim, e se fez tão

compreensivo, como sempre, no decorrer desses quatro anos de estudo. Valendo citar ainda, as leituras

forçadas que fez a fim de revisar o meu texto. A Sabrina Dias, minha irmã, que também o fez,

facilitando o entendimento quando tudo estava tão confuso.

Não deixarei de citar aqui, a dificuldade em me concentrar nas longas páginas com o choro da

minha afilhada, mais linda do mundo, inclusive.

Como o prometido, agradeço aos meus professores, Túlio Sá e Paulo Pedroso que se

envolveram durante o processo em forma de conselhos e bate-papos, além da compreensão em relação

a minha ausência em algumas aulas para finalização deste conteúdo. Deixar de agradecer a minha

orientadora e professora Márcia Alves, seria injusto, devido à espantosa tranquilidade que me

transmitiu em todas as etapas deste trabalho.

Por fim, agradeço a mim mesma, por ter alcançado finalmente o frio na barriga ao pensar:

Acabou!

Page 6: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

“Quem supera a crise, se supera sem ficar superado”.

Albert Einstein

Page 7: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

RESUMO

Esta monografia, composta por quatro capítulos, teve como objetivo identificar e analisar o uso de estratégias digitais no marketing político, tendo como base as campanhas dos atuais presidentes, Barack Obama e Dilma Rousseff, para entender por meio de um panoroama comparativo a diferença entre ambos, levando em conta que, os eleitos supracitados tiveram alguns dos mesmos referenciais estratégicos na abordagem das campanhas. Num mundo onde estar conectado às redes sociais não é mais diferencial a nenhuma campanha política, foi verificado como os mesmos se fizeram presentes nas campanhas eleitorais. Para fundamentar o trabalho, utilizou-se uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica, método indutivo, pesquisa exploratória, descritiva e abordagem qualitativa, de modo que, possibilitou a identificação, inclusive, da reação dos eleitores em relação às estratégias de comunicação dos candidatos supracitados.

Palavras-chave: Marketing político. Redes sociais. Candidatos.

Page 8: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Pirâmide de Maslow da hierarquia das necessidades ..........................................19

Ilustração 2: Comportamento de compra do consumidor.........................................................20

Ilustração 3: Comparação entre publicidade e propaganda ......................................................30

Ilustração 4: Consumo semanal dos internautas.......................................................................39

Ilustração 5: Adesão e experiência do consumidor na internet ................................................40

Ilustração 6: Internet na vida dos brasileiros ............................................................................40

Ilustração 7: Mídias mais utilizadas pelos brasileiros em casa ................................................41

Ilustração 8: Mídias mais utilizadas pelos brasileiros fora de casa ..........................................41

Ilustração 9: Comparativo entre a televisão e a internet...........................................................42

Ilustração 10: Publicidade na internet .....................................................................................42

Ilustração 11: Tipos e exemplos de redes sociais online ..........................................................44

Ilustração 12: Perfil dos brasileiros nas redes sociais...............................................................48

Ilustração 13: Slogan da Campanha de Barack Obama em 2008.............................................54

Ilustração 14: Button – Campanha Barack Obama 2008 .........................................................55

Ilustração 15: Principais redes sociais em fev. 2008 dos Estados Unidos ...............................56

Ilustração 16: Campanha online de Barack Obama em 2008...................................................58

Ilustração 17: Obama no Flickr ................................................................................................59

Ilustração 18: Obama no Twitter ..............................................................................................60

Ilustração 19: Obama no LinkedIN ..........................................................................................61

Ilustração 20: Site do Barack Obama em 2008 ........................................................................62

Ilustração 21: Obama no MyBatanga .......................................................................................63

Ilustração 22: Obama no Eventful ............................................................................................64

Ilustração 23: Obama no canal do Youtube..............................................................................65

Ilustração 24: Site de Obama....................................................................................................66

Ilustração 25: Perfil no Facebook.............................................................................................67

Ilustração 26: Artistas na campanha de Obama .......................................................................68

Ilustração 27: Canal de vídeos YouBama ................................................................................69

Ilustração 28: Obama no celular...............................................................................................70

Ilustração 29: Obama nos jogos on-line ...................................................................................71

Ilustração 30: Site Casa Branca ................................................................................................72

Ilustração 31: Estratégia “Lula” ...............................................................................................77

Page 9: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

Ilustração 32: Flyer da campanha Dilma..................................................................................79

Ilustração 33: Percentual de países na internet .........................................................................82

Ilustração 34: Facebook e Twitter disputam ............................................................................85

Ilustração 35: Rede Social: Paixão Nacional............................................................................85

Ilustração 36: Quem já aderiu, quer mais .................................................................................86

Ilustração 37: Rede Social: média de amigos...........................................................................88

Ilustração 38: Interação na rede................................................................................................89

Ilustração 39: Mídias Sociais Dilma.........................................................................................89

Ilustração 40: Site da campanha Dilma ....................................................................................90

Ilustração 41: Destaque “Petista 2.0” .......................................................................................91

Ilustração 42: Destaque “Cadastro”..........................................................................................92

Ilustração 43: Destaque “Dilmanaweb” ...................................................................................93

Ilustração 44: Blog Ofial da campanha de Dilma.....................................................................93

Ilustração 45: Blog “Destaque Conte sua história” ..................................................................94

Ilustração 46: Blog “Divulgue” ................................................................................................95

Ilustração 47: Blog Ofial “Biografia falsa de Dilma” ..............................................................95

Ilustração 48: Norma Bengel contra a ditadura ........................................................................96

Ilustração 49: Dilma em “minha vida” .....................................................................................97

Ilustração 50: Dilma lidera .......................................................................................................98

Ilustração 51: Vídeo Campanha Eleitoral.................................................................................99

Ilustração 52: Canal do Youtube de Dilma ............................................................................100

Ilustração 53: Blog pró-Dilma................................................................................................103

Ilustração 54 Orkut pró-Dilma ...............................................................................................104

Ilustração 55: Lula agrade por Dilma .....................................................................................105

Ilustração 56: Dilma no Canal do Youtube ............................................................................106

Ilustração 57: Dilma depois de eleita ...................................................................................107

Ilustração 58: Retorno dos interaultas à Dilma ......................................................................108

Ilustração 59: Falta de atualizações no Flickr ........................................................................109

Ilustração 60: Redes sociais e seus usuários...........................................................................118

Page 10: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................12

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ...........................................................................13

1.2 OBJETIVOS......................................................................................................................13

1.2.1 Objetivo geral................................................................................................................13

1.2.2 Objetivos específicos.....................................................................................................14

1.3 JUSTIFICATIVA ..............................................................................................................14

1.4 METODOLOGIA..............................................................................................................15

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................................17

2 REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................................18

2.1 MARKETING ...................................................................................................................18

2.1.1 Necessidades, desejos e demandas...............................................................................21

2.2 MARKETING POLÍTICO................................................................................................25

2.2.1 Mix marketing político.................................................................................................28

2.2.1.1 Produto .................................................................................................................29

2.2.1.2 Preço .....................................................................................................................30

2.2.1.3 Praça .....................................................................................................................31

2.2.1.4 Promoção.....................................................................................................................32

2.2.1.4.1 Propaganda ...............................................................................................................34

2.2.1.4.2 Promoção de vendas .................................................................................................36

2.2.1.4.3 Marketing direto .......................................................................................................37

2.2.1.4.4 Relações públicas .....................................................................................................38

2.2.1.4.5 Venda pessoal ...........................................................................................................39

2.3 PLANEJAMENTO DE CAMPANHA POLÍTICA ..........................................................41

2.3.1 Dados do mercado ........................................................................................................42

2.4 ESTRATÉGIAS DIGITAIS..............................................................................................47

2.4.1 Facebook........................................................................................................................49

2.4.2 Twitter ...........................................................................................................................50

2.4.3 LinkedIN .......................................................................................................................50

3 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................................54

Page 11: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

3.1 PANORAMA DAS CAMPANHAS DE DILMA E OBAMA .........................................54

3.1.1 A história de Barack Obama .......................................................................................55

3.1.2 Estratégias eleitorais na campanha de Barack Obama ............................................56

3.1.3 A história de Dilma Rousseff .......................................................................................77

3.1.4 Estratégias digitais na campanha de Dilma Rousseff ...............................................80

3.2 Panorama comparativo entre a campanha de Obama e Dilma ........................................113

4 CONCLUSÃO...................................................................................................................122

REFERÊNCIAS: ..................................................................................................................126

Page 12: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

12

1 INTRODUÇÃO

A Era Digital propicia muita facilidade, tanto para os consumidores quando para as

empresas. Nesta constante, cada vez mais negócios tradicionais se reinventam para se adaptar

ao novo mercado. A internet vai deixando o rótulo de mídia de nicho, para se tornar veículo

de massa. No entanto, a comunicação pode e deve ser segmentada para atender as

necessidades de um público tão diversificado.

Levando em consideração que as pessoas buscam interatividade e querem ser

ouvidas, a medida que a chamada “era do relacionamento” se propaga nas regiões e países,

mais a desvantagem para com os veículos de massa se acentua. Neste processo, válido é a

marca que escuta, e aproveita as informações gratuitas geradas através da internet.

Em respaldo a esta informação, o Ibope NetRatings em pesquisa realizada em abril

de 2012 verificou que, o Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet. De

acordo com a Fecomércio-RJ/Ipsos, o percentual aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e

2011. A internet se tornou o terceiro veículo de maior alcance no Brasil, atrás apenas de rádio

e TV, conforme afirma o site Guarany (2012).

Junto com esta demanda, cresce também o uso desta mídia na comunicação política.

No entanto, em um “levantamento feito pela agência Medialogue, entre junho e setembro de

2011, foi avaliado o nível de interatividade dos 513 deputados federais e 81 senadores

brasileiros, a conclusão foi que muitos deles ainda estão desconectados. Apenas um terço

deles oferece contato por e-mail. Menos de 20% fazem consultas aos eleitores usando

enquetes on-line. E só 23% dos senadores atualizam um blog regularmente”, corroborara o

site Digital (2012).

Os dados da pesquisa revelam um mercado político em aberto por ser pouco

explorado. As incertezas são comuns quando se trata de mudar algo que já está na cultura de

uma campanha eleitoral. Contudo, para atingir o eleitorado é preciso mais do que apenas estar

neste meio.

Como fez a equipe de mídias digitais do político Barack Obama, que o tornou através

de determinadas estratégias nas eleições de 2008, o primeiro presidente negro da história dos

Estados Unidos da América. Já nas eleições de 2010 no Brasil, julga-se no senso comum que,

a mesma equipe não teve tal desempenho na candidatura de Dilma Rousseff, no entanto, ainda

assim, foi eleita a primeira mulher presidenta do país.

No decorrer deste trabalho pretende-se analisar de forma comparativa as estratégias

Page 13: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

13

digitais utilizadas nestas duas vertentes, tendo como premissa básica o fato de ambos terem o

mesmo referencial estratégico para a conquista do voto.

1.1 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

Estar presente na rede não é mais um diferencial, a participação ativa tornou-se

necessidade para os políticos e partidos que desejam construir e fortalecer seus objetivos de

campanha na mente do eleitor que, se transforma tão rapidamente quanto esta plataforma.

Partindo dos conceitos de presença digital, será analisado o poder das mídias sociais

numa candidatura e como conquistar o eleitorado utilizando estes meios numa campanha

eleitoral. Buscar-se-á verificar o diferencial no uso das estratégias digitais no marketing

político das campanhas de Obama (2008) e Dilma (2010) para então compreender: Como

conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais numa campanha eleitoral como forma de

conquista de voto?

1.2 OBJETIVOS

Para delinear os caminhos a qual a acadêmica precisará recorrer para responder o

tema da pesquisa, segue.

1.2.1 Objetivo geral

Comparar as estratégias de mídias digitais utilizadas nas campanhas eleitorais dos

atuais presidentes, Barack Obama (2008) dos Estados Unidos da América e, Dilma Rousseff

(2010) do Brasil, e, por conseguinte, analisar como conquistar o eleitorado utilizando as

mídias sociais numa campanha eleitoral como forma de conquista de voto.

Page 14: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

14

1.2.2 Objetivos específicos

a) Realizar revisão de literatura pertinente ao tema;

b) Identificar as estratégias de relacionamento nas campanhas eleitorais dos atuais

presidentes, Barack Obama (2008) dos Estados Unidos e Dilma Rousseff (2010)

do Brasil;

c) Demonstrar como os candidatos mencionados utilizaram as redes sociais como

ferramenta de autopromoção;

d) Analisar a relação estabelecida com o público a fim de compreender o processo

de construção de vínculos emocionais criados entre candidato e eleitor através das

redes.

1.3 JUSTIFICATIVA

O tema justifica-se, pois não havia nada específico sobre na instituição, e justamente

por tratar-se de um assunto novo, aguçou a curiosidade da acadêmica, além de, contribuir para

sua vida profissional, levando em conta que a pesquisadora atua na área de mídias digitais.

Para a academia a questão fundamenta-se porque através deste estudo, pretende-se

apontar a eficácia do uso de estratégias digitais no marketing político de forma a promover o

uso qualificado desta ferramenta.

É importante para profissionais de Publicidade e Propaganda e áreas afins, pois tem o

objetivo de enriquecê-los com conhecimentos, bem como também indicar a real importância

da eficiente e eficaz gestão de um candidato na web, levando em conta que esta, é pouco

aproveitada pelo setor. Além de que, saber usar as estratégias digitais no marketing político é

crucial para a candidatura, e desta forma, torna-se uma ferramenta decisiva, e, portanto, de

grande relevância para a política no Brasil.

Além de, mostrar a imagem que é mais vendável no mercado, ponto importante tanto

para o candidato que precisa estar na mídia, quanto para as agências deste âmbito que,

necessitam de conhecimentos para vender a imagem deste na rede.

Page 15: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

15

1.4 METODOLOGIA

No item de metodologia são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados

no decorrer desta pesquisa a fim de dar ordenamento aos assuntos pesquisados.

Por método entende-se como um conjunto de meios para se chegar num determinado

objetivo. Nas palavras de Lakatos e Marconi (2006, p. 85):

o método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Classificando método como indutivo ou dedutivo, os seguintes autores conceituam:

Segundo Gil (1999, p. 28), método indutivo “parte do particular e coloca a

generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares”. As

informações generalizadas devem partir da observação de casos vindos individuais dessa

realidade (GIL, 1999).

Na afirmação de Fachin (2003, p. 29-31), o método dedutivo parte do geral para o

particular. Ruiz (1996, p. 139) complementa:

a indução caminha do registro de fatos singulares ou menos gerais para chegar a conclusão desdobrada ou ampliada em enunciado mais geral [...] É muito comum o uso do raciocínio indutivo: a partir da observação de alguns fatos, a mente humana tende a tirar conclusões gerais.

Com base nessas informações, esta pesquisa é pautada no método indutivo, levando

em conta que a pesquisadora precisará partir de dados particulares (campanhas eleitorais dos

candidatos eleitos) para o geral (como conquistar uma eleição partindo desta análise).

Por conseguinte, no que tange ao termo pesquisa, Andrade (2003, p. 121) explana o

termo como “[…] o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico,

que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de

métodos científicos”.

É possível dimensionar a divisão de pesquisa em três grupos: exploratória, descritiva

e explicativa.

“Como o nome sugere, a pesquisa exploratória procura explorar um problema ou

uma situação para prover critérios e compreensão. Segundo Boone e Kurtz (apud VIEIRA

2002, p. 65) ela simplesmente é utilizada para descobrir a causa de um problema”.

Em concordância com Boone e Kurtz, Malhotra (2001) afirma que, o objetivo

principal é possibilitar a compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador. Os métodos

Page 16: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

16

empregados compreendem: levantamentos em fontes secundárias (bibliográficas,

documentais, etc.), levantamentos de experiência, estudos de casos selecionados e observação

informal (a olho nu ou mecânica).

A pesquisa descritiva objetiva conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir

para modificá-la (CHURCHILL, 1987). Muitas das pesquisas de marketing realizadas são de

caráter conclusivo descritivo (PERIN et al., 2000). Pode-se dizer que ela está interessada em

descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. Além

disso, ela pode se interessar pelas relações entre variáveis e, desta forma, aproximar-se das

pesquisas experimentais. Os estudos mais utilizados nesse tipo de pesquisa são: o longitudinal

(coleta de informações ao longo do tempo) e o transversal (coleta de informações somente

uma vez no tempo). As pesquisas descritivas compreendem grande número de métodos de

coleta de dados, os quais compreendem: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone,

questionários pelo correio, questionários pessoais e observação.

Deve-se ainda, destacar que o presente estudo se pauta nestas três atribuições de

pesquisa, mencionadas acima.

Utiliza-se também, a pesquisa bibliográfica que se fundamenta nos conhecimentos de

biblioteconomia, documentação e bibliografia; com a finalidade de colocar o pesquisador em

contato com o que já se produziu e registrou a respeito do seu tema de pesquisa, afirma o site

pesquisabibliografica (2012).

A coleta de dados é a fase da pesquisa em que se indaga a realidade e se obtêm dados

pela aplicação de técnicas (BARROS; LEHFELD, 2007, p. 103). Pode ser utilizada como

fonte de pesquisa: Entrevista (estruturada e semi-estruturada), documental (leis, documentos)

e a observação.

Na observação faz-se por necessário, necessário recolher e registrar os fatos da

realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas

diretas (LAKATOS; MARCONI, 1999, p. 91).

Na pesquisa documental, as fontes de coleta são mais diversificadas e dispersas,

sendo que os dados são compilados pelo próprio estudante. O pesquisador pode encontrar

dados em diversas fontes de documentos escritos, conforme consta na apostila fornecida pela

Faculdade Estácio de Sá sobre procedimentos metodológicos.

Para Andrade (1999, p. 107), a pesquisa documental “baseia-se em documentos

primários, originais [...] chamados de primeira mão”.

Page 17: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

17

Gil (1996, p. 51) corrobora, os documentos para se realizar uma pesquisa documental

são de primeira mão, pois, “não receberam nenhum tratado analítico”. Porém, há os

documentos de segunda mão, “[...] que de alguma forma já foram analisados”.

Há também as pesquisas qualitativas, conforme explana Samara e Barros (1997, p.

27), “são realizadas a partir de entrevistas, individuais ou discussões em grupo e sua análise

verticalizada em relação ao objeto em estudo permite identificar pontos comuns e distintos

presentes na amostra escolhida”. E as pesquisas quantitativas, que para Fachin (2002),

trabalha com hipóteses que vão depender dos resultados que o pesquisador quer encontrar. É

direcionada e salientam as características de um grupo.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este tópico tem por objetivo identificar as subdivisões do trabalho, de modo que, o

leitor possa localizar-se com mais facilidade no decorrer deste.

O primeiro capítulo trata da introdução que inclui o tema e o problema de pesquisa,

os objetivos, e abraça também a justificativa do tema.

No segundo capítulo é apresentada a revisão de literatura, que dará o embasamento

teórico necessário para início da pesquisa.

Em seguida, apresenta-se a metodologia cientifica que mostra os tipos de pesquisas

que foram utilizadas pela acadêmica para alcançar os objetivos propostos.

O quarto capítulo é embasado nas análises e dados da pesquisa realizada.

Por fim, o quinto e último capítulo apresenta a conclusão do estudo, que tem por

objetivo principal responder a pergunta de pesquisa situada no inicio deste trabalho.

Page 18: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

18

2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo será analisada uma série de autores renomados que darão

embasamento cientifico ao tema proposto.

Será abordada a palavra-chave desta pesquisa, e fundamental para o entendimento do

leitor: marketing na comunicação e sua origem, bem como seu composto, vantagens e

objetivos no planejamento. Em seguida, é identificada a definição da mesma aplicada à

política além de dados que auxiliam na compreensão da realidade atual de mercado.

2.1 MARKETING

Compreender o marketing na comunicação da era virtual exige uma sensibilidade à

tecnologia e à mudança, bem como um conhecimento de história, de como tudo começou.

Para tanto, neste subcapítulo será abordada a evolução histórica do marketing, desde a época

em que ainda não era considerado uma área específica do conhecimento até a atualidade.

Segundo Limeira (2003, p. 2), “marketing é uma palavra em inglês derivada de

market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado”. A

enciclopédia Britânica do Brasil (1987, p. 394) completa: “em seu sentido mais geral, essa

atividade se exerce em todos os sistemas econômicos, ou onde quer que os produtos mudem

de mãos antes de ser usados. [...] Visa então, a aumentar o volume de vendas, empregando,

notadamente, a pesquisa de mercado e a publicidade”.

O termo marketing começou nos Estados Unidos por volta do século XX, chegando

ao Brasil apenas a partir dos anos 50 com a vinda das multinacionais americanas e européias.

Em 1930, nos Estados Unidos, foi criada uma instituição para reunir os profissionais de

marketing, nomeada a American Marketing Association (AMA), esclarece Pinho (2001).

Os primeiros passos para a difusão do Marketing foram dados por Ducker, ainda que

implicitamente, em 1954, com o lançamento do livro "A Prática da Administração",

fundamenta ainda o site portaldomarketing (2007). O portal admite que, não se tratava

propriamente de um estudo detalhado sobre Marketing, mas o primeiro registro escrito que

cita esta ferramenta como uma força poderosa a ser considerada por administradores focados

no mercado.

Page 19: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

19

Colaborando com a sua importância, em 1960, a AMA (apud SANDHUSEN, 2003,

p. 6) definia marketing como “o desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo

de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador”.

Em 1965, a Ohio State University, segundo Cobra (1997, p. 13) definiu marketing

como: "o processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e

serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca ou

distribuição física de bens e serviços".

Observa-se então uma evolução constante nas definições que o caracterizam, uma

delas é a AMA (apud SANDHUSEN, 2003, p. 6) que em 2003, ampliou sua definição de

marketing para acentuar o que o processo engloba, ou seja, “planejar e executar a concepção,

o estabelecimento de preços, a promoção e a distribuição de ideias, bens, serviços,

organizações e eventos para criar e manter relações que satisfaçam a objetivos individuais e

organizacionais”.

Corroborando com esta definição, Las Casas (1997, p.26) complementa:

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade.

De acordo com Gracioso, a evolução do Marketing pode ser dividida em cinco períodos (portaldomarketing, 2007):

a) 1950-1960 período voltado fundamentalmente para as vendas. A economia

brasileira apresenta-se bastante acelerada em termos de industrialização. Contudo,

o mercado é incipiente. [...] Na década de 50, o Marketing passa a ser ensinado

oficialmente nas universidades brasileiras.

b) 1960-1970 classificado como momento de crescimento: o marketing começa a ser

praticado de forma integrada. [...] Atinge um grau elevado de sistematização, com

ênfase no planejamento de produtos. A concorrência ainda é pequena.

c) 1970-1980 tempo que caracterizou a modernização da indústria, por conta disso,

surgiu o marketing de produtos industriais. As empresas ainda tinham como

preocupação fundamental a operacionalização da produção, na qual o consumo

intensificava-se cada vez mais. [...] Surge o marketing de exportação, em

consonância com a participação do Brasil em outros mercados. O Marketing então

Page 20: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

20

ganha também em termos de profissionais, pois uma leva de jovens com formação

no exterior passam a gerenciar a área de marketing em algumas empresas.

d) 1980-1995 período em que o marketing passa por momentos difíceis. [...] O

Marketing Mix perde terreno diante do quadro econômico no qual vive o país. [...]

Nesse período, a arma utilizada pelas empresas frente à concorrência, era o preço.

e) 1995 em diante foi intitulada a Era da competitividade, quando a abertura

econômica força os fabricantes nacionais a uma preocupação contínua com a

qualidade e a redução nos custos de seus produtos. Dessa forma, o Marketing

começou a ser cada vez mais competitivo.

Segundo a mesma fonte, foi em razão do desenvolvimento do comércio e de uma

conjuntura econômica específica e propícia que, o Marketing diferenciou-se como prática e

área do conhecimento. Nesta progressão o marketing está, de fato, cada vez mais exploratório,

no sentido de absorver as oportunidades aparentes e, em alguns casos, até as consideradas

inimagináveis.

De acordo com Richers (1994 apud CORREA 2011 p. 22), no Brasil existem três

principais fatores responsáveis pela disseminação do marketing:

a) o principal fator foi o revolucionário processo de substituição de

importações que o país atravessou, onde ao longo dos últimos três

decênios o transformou em uma das nações mais industrializadas do

mundo;

b) o segundo fator está ligado à difusão da inovação através de escolas

superiores e de cursos especiais, que tinha como base a propagação de

novas ideias;

c) o terceiro está associado ao sistema de comunicações, tanto da mídia

impressa e falada, quanto também das ações que as agências de

publicidade faziam, abusando no uso da palavra marketing. Utilizada,

muitas vezes, de forma equivocada.

As empresas muitas vezes não conseguem reconhecer que seus mercados mudam de

tempos em tempos e que precisam se adaptar ao novo. Uma definição de Cobra (1992, p. 29)

explana a importância dos empresários se adequarem: “marketing é mais do que uma forma

de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços – é um compromisso com a busca da

melhoria da qualidade de vida das pessoas [...]”. O marketing funciona como um guia para o

Page 21: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

21

crescimento ou mesmo para a permanência de uma empresa no mercado. Incorpora estratégias

e acompanha o ritmo de um mercado em constante transformação. O marketing trabalha com

foco em resultados e na busca de metas. Isso leva as empresas a visualizarem mais os seus

produtos e aumentarem suas habilidades na qualidade e no desempenho oferecido.

Sandhusen (2003, p. 13) apoia “definida como uma filosofia de negócios integrada e

voltada para o cliente - e para o lucro - a filosofia do conceito de marketing difere das

filosofias anteriores que enfatizam os produtos ("um bom produto vender-se-à por si") e as

vendas ("não dê o peixe, ensine a pescar") de várias maneiras significativas”.

Kotler (2000, p. 30 apud FREITAS, 2009, p.18) define pelo menos dois meios de

atuação no marketing:

marketing social: marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. Marketing gerencial: Marketing (administração de) é o processo de planejar e executar a concepção, a determinação do preço (pricing), a promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.

O autor ainda acrescenta, “à medida que o mundo avança pelo novo milênio, tanto os

cidadãos como as empresas se perguntam o que encontrarão pela frente. Não há apenas

mudanças, mas uma aceleração delas”. Em concordância com Kotler, Dizard (2000, p. 10),

esclarece: “o futuro das comunicações está na confluência das mídias antiga e nova”.

Em suma, é perceptível que conforme passa os anos, o marketing, assim como os

pesquisadores e o mercado, levando em conta que seus conceitos se adaptam, também adquire

novas concepções. Buscando manter-se atualizados às novas definições, os grandes

pensadores tentam ampliar e defini-lo com clareza. É notável, entretanto, que a ideia inicial do

conceito se mantêm, muitos autores concordam com a definição anterior, de forma que,

apenas acrescentam informações relevantes ao novo mercado.

No próximo item, são analisados as necessidades, desejos e demandas do

consumidor, para então compreender os estímulos que o levam a consumir.

2.1.1 Necessidades, desejos e demandas

O objeto de estudo de todo o processo de marketing é o consumidor. Para entendê-lo

é preciso estudar as necessidades, os desejos e, por conseguinte, a demanda que ele gera para

Page 22: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

22

conquistar o então almejado lucro. Como os autores supracitados elucidaram, o marketing

existe para criar, identificar e suprir estes três conceitos básicos.

Necessidade é, por definição, um estado de carência que é preciso ultrapassar ou

satisfazer. O conceito de necessidade assume primordial importância em todas as ciências

ditas sociais e humanas. Esta importância reside no fato de estas levarem à ação do indivíduo

[...], corrobora o site knoow.net (2012).

Kotler (1998, p.27) elucida que, “necessidade humana é um estado de privação de

alguma satisfação básica. As pessoas exigem alimento, roupa, abrigo, segurança, sentimento

de posse e auto-estima. Essas necessidades não são criadas pela sociedade ou empresas”.

Por meio destas necessidades são construídos os desejos. Kotler (2000) define que

estes desejos - diferentemente das necessidades, são moldados pela sociedade em que os

consumidores estão inseridos.

Contribuindo para sua importância, Maslow - um psicólogo renomado através de seu

estudo relacionado às necessidades humanas - aponta que, “o homem é motivado segundo

suas necessidades que se manifestam em graus de importância, onde as fisiológicas são as

necessidades iniciais e as de realização pessoal são as finais”, aborda o site mundoeducacão

(2012).

De acordo com a mesma fonte, “cada necessidade humana influência na motivação e

na realização do indivíduo que o faz prosseguir para outras”, conforme consiste a pirâmide

hierárquica:

Page 23: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

23

Ilustração 1: Pirâmide de Maslow da hierarquia das necessidades Fonte: Sua Mente (2012).

Na pirâmide é possível observar que as necessidades fisiológicas são inatas ao ser

humano e, sustenta a relação direta com o instinto de sobrevivência. Em seguida aparecem as

necessidades de segurança que salienta a estabilidade, como proteção contra a violência,

proteção para saúde, recursos financeiros e outros. Posteriormente estão as necessidades de

socialização: aceitação em novos grupos, intimidade sexual entre outros. Na sequência,

encontram-se as necessidades de status e estima, e, por conseguinte, as necessidades de

autorrealização, localizadas no topo da pirâmide hierárquica: moralidade, criatividade,

espontaneidade, autodesenvolvimento, prestígio, exemplifica o site mundoeducação (2012).

Karsaklian (2000, p. 31) elucida a teoria de Maslow:

evidentemente, esses níveis não independem uns dos outros e a satisfação de um nível não elimina a necessidade de satisfação do outro. O que ocorre é uma transformação de valência na dinâmica do indivíduo. Em determinado nível, satisfazer a certas necessidades pode ser preponderante, mas simultaneamente poderá haver outros desejos incluídos, o que explica por que a análise motivacional nos mostra que tanto a motivação quanto a personalidade são compostas de vários elementos e nunca de um só fator.

Assim sendo, é notável, que o marketing não cria necessidades, mas desejos por um

determinado produto/serviço.

Page 24: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

24

No tocante, a ilustração a seguir demonstra como as necessidades e os desejos são

percebidos pelo consumidor:

Ilustração 2: Comportamento de compra do consumidor Fonte: Apostila de marketing (2009).

A dinâmica desses elementos, a sua movimentação coerente permitem o intercâmbio

de ideias e constituem o circuito da comunicação humana. O indivíduo tem sua personalidade

e nela estão presentes as necessidades e os desejos, este último aparece com a vida em

sociedade, no qual é concedido status para um determinado produto - embutido com a

qualidade de vida e o bem estar, através destes elementos, o sujeito verifica o valor agregado

do produto, adquirindo uma percepção e finalmente compra induzido por esta sistemática.

Existe ainda a demanda, outro conceito fundamental de marketing diretamente

relacionado a necessidades e desejos. “Apenas a necessidade e o desejo de um determinado

público-alvo por um produto não garantem que exista mercado para ele. É necessário também

que esse público tenha condições de adquirir esse produto – isso determina a demanda”,

expõe Gabriel (2010, p. 30).

A autora cita ainda que, “a demanda é pouco afetada com as variações da economia

ou esforços de marketing”. Esta, segundo Gabriel (2010), depende de fatores como pesquisa

de mercado, economia, marketing, cultura, entre outros.

A pesquisa é o ponto inicial para o marketing. Sem ela, uma empresa entra em um

mercado às cegas, afirma Kotler (1999, p. 473). No entanto, Gabriel (2010) explica que, para

Page 25: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

25

definir a demanda, a pesquisa de mercado passa a não ser mais suficiente em cenários de

inovação constante e, exemplifica: “quando produtos extremamente inovadores e disruptivos

são introduzidos no mercado, as pessoas têm dificuldade de compreendê-los e opinar sobre

eles e, dessa forma, usando-se pesquisa de mercado tradicional, não se consegue obter

informações válidas e relevantes sobre a intenção de compra, uso ou características desses

produtos para direcionar a demanda”.

Enquanto demanda é definida como “o volume total de um produto que pode ser

comprado por um grupo definido de consumidores”, o potencial de mercado (descoberto

através da pesquisa – “considera não apenas as pessoas que efetivamente consomem

determinado produto ou serviço, mas todos os compradores potenciais existentes,

independentemente de estarem ou não consumindo naquele momento o produto ou serviço”

Na visão de Cobra (1992, p. 273), a demanda é “a quantia máxima de vendas que

pode ser avaliada para todas as empresas de um setor de atividades durante certo período de

tempo”.

Em suma, Kotler (1999, p. 54) completa: marketing é a arte de descobrir

oportunidades, desenvolvê-las e lucrar com elas. Portanto, é válido ressaltar que, o marketing

não cria necessidades nem tampouco, demanda, mas apenas estimula, a partir de desejos

identificados nos consumidores através de pesquisa.

Depois de aproximar o termo marketing à pesquisa, a seguir é explanada sua

significância aplicada à política, como premissa fundamental para compreensão do tema

proposto.

2.2 MARKETING POLÍTICO

Tendo em vista as definições anteriormente citadas, neste item será abordado a história

e os conceitos de marketing político na concepção de consagrados estudiosos do âmbito.

A começar pela história, Figueiredo (2000, p.14) explica que, o marketing político

“surge no seu formato moderno em 1952, quando pela primeira vez, os republicanos

contrataram a agência BBDO (Batten, Barton, Durstin e Osborne) para fazer a campanha

presidencial do general Dwight Eisenhower (1890-1969)”. Segundo o autor, naquele ano, já

surgiam as primeiras regras da comunicação política. Essas por sua vez, “sustentavam que,

em cada peça publicitária do candidato, deveria ser vendida apenas uma ideia”. Logo depois,

Page 26: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

26

apareceu a publicidade negativa – o ataque aos adversários [...], afirma Figueiredo (2000, p.

17).

Em 1960, pela primeira vez surge o debate na televisão. Um deles foi decisivo para

selar a vitória John Kennedy sobre Richard Nixon, fato que se mostrou clara a importância da

aparência do candidato, declara o site observatoriodaimprensa (2012).

É válido salientar que, mesmo nos anos 50, quando a televisão ainda era novidade

nos Estados Unidos, essa nova e vigorosa ferramenta já era um grande meio de persuasão para

o jogo democrático.

Não obstante, a história do marketing político é ainda mais antiga, observa o site

observatoriodaimprensa (2012): “as raízes do marketing político remontam à antiguidade: Na

Grécia antiga, os políticos se dedicavam intensamente à arte da retórica, instrumento

fundamental para convencer seus pares e assim fazer valer as suas vontades. Já os faraós do

Egito usaram programas de obras públicas para se tornarem mais populares – a esfinge de

Gizé, por exemplo, construída cerca de três mil anos antes de Cristo, teria sido encomendada

pelo faraó Quéfren para mostrar aos egípcios a sua imagem divina”.

Em senso comum, este tipo de marketing é considerado recente. A história mostra,

no entanto, que o marketing político foi construído ao longo dos tempos.

Como respalda Teixeira (2006 p. 15), quando cita que Maquiavel poderia ser

considerado o primeiro consultor de marketing político reconhecido e o primeiro pensador a

perceber que todo governante necessita do apoio do povo e não somente das instituições de

poder, pois um povo organizado e unido é capaz de cooperar para a sustentação de um reinado

ou mandato. Ele comenta ainda a importância da imagem, do parecer ser.

A esse respeito, é importante ressaltar que, do mesmo modo, pessoas insatisfeitas e

unidas em prol de algum objetivo também são capazes de cooperar para a falência de um

mandato ou reinado.

Face a isto, a utilização das técnicas do marketing político torna-se cada vez mais

importante e seu crescimento decorre com a evolução social. O conflito de interesses, as

pressões sociais, a quantidade de candidatos, a segmentação de mercado, as exigências de

novos grupamentos de eleitores, o fortalecimento dos grupos de pressão, a competição

desmesurada, a decadência da sociedade coronelista no país, a urbanização, a industrialização,

os novos valores ditados pela indústria cultural e o crescimento vegetativo da população

constituiam, entre outros, os elementos determinantes da necessidade da utilização dos

princípios do marketing aplicado à política. (MUNIZ 2011, p. 2).

Page 27: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

27

Assim tal estudo começa a ter grande relevância para os candidatos ansiosos por suas

posições perante o país e, a este propósito, autores renomados oferecem suas teses sobre o

assunto para esclarecimento do tema.

Figueiredo (2000, p. 14) define “o marketing político é um conjunto de técnicas e

procedimentos cujo objetivo é avaliar, através de pesquisas qualitativas e quantitativas, os

humores do eleitorado para, a partir daí, encontrar o melhor caminho para que o candidato

atinja a maior votação possível”.

Já para Queiroz (2006, p. 323) o marketing político “é uma estratégia de formação de

imagem em longo prazo, envolvendo ações cheias de intencionalidade e não deixando espaço

para o improviso”. Essa imagem deve ser construída de forma eficaz, “[...] com base em

sólidas convicções e em consonância com a personalidade do político”, essas ideias

encontram respaldo também no estudo de Muniz (2011).

Pode até existir uma construção de imagem por parte da mídia, mas as ações da

gestão e a personalidade do político são fatores decisivos para o êxito das Estratégias de

Marketing, Eleitoral e/ou Governamental, corrobora Souza e Silva (2011, p. 10).

Em concordância com Queiroz, Muniz (2011) acrescenta “[...] É utilizado não apenas

por políticos, mas também por qualquer pessoa que deseje projetar-se publicamente.

Empresários, sindicalistas, apresentadores de televisão, dirigentes de clubes de futebol são

alguns exemplos”.

No tocante, Ribeiro (2002) explica que o marketing político atual é um processo

contínuo e sistemático que se utiliza de técnicas de persuasão, métodos científicos (pesquisas

quantitativas e qualitativas) e estratégias políticas que disputam a opinião e a boa imagem

pública. Teixeira ainda salienta que, “o maior patrimônio de um político é sua imagem

pública e o Marketing Político o orienta para construir e cultivar positivamente no consciente

coletivo”.

“No Brasil, o marketing político se desenvolveu de costas para a Universidade”,

informa Figueiredo (2000, p. 13). O especialista aclara ainda que, os profissionais mais

conhecidos deste âmbito não têm formação acadêmica. Mas comenta que, vem crescendo a

aproximação entre os profissionais da eleição e o meio universitário, e que portanto,

multiplicam-se os cursos sobre o assunto.

De acordo com Figueiredo (2000, p. 14), “o objetivo do trabalho de marketing

político é posicionar estrategicamente o candidato na disputa eleitoral, acentuando suas

qualidades, minimizando suas deficiências e elaborando um discurso que seja, ao mesmo

Page 28: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

28

tempo, sintonizado com os anseios do eleitorado e coerente com a história de vida do

candidato”.

Ribeiro (2002, p. 31) conclui: “pode-se dizer que o marketing político incorpora, em

sua linguagem, a identificação incessante das regras práticas sobre a eficácia do discurso,

dando prosseguimento aos ensinamentos da retórica”.

Na sequência será abordado a imagem do produto, neste caso, o político, e todo o

processo de uma campanha eleitoral através dos chamados 4 Ps do composto mercadológico.

2.2.1 Mix marketing político

As ferramentas do mix de marketing sustentam e proporcionam o posicionamento do

produto. Kotler (1999, p. 49). No marketing político, em contraponto, o candidato toma o

lugar de produto, e, portanto, as mesmas ferramentas para análise conhecidas como os 4 Ps

continuam sendo utilizadas: Produto, Preço, Praça e Promoção (product, price, place,

promotion).

No entender de Yanaze (2006) os 4 Ps são mais utilizados no marketing empresarial,

mas também podem ser adaptados ao marketing pós-eleitoral.

Gabriel (2010) segue a mesma linha de pensamento e acrescenta que, esse modelo

foi proposto em 1960 por E. Jerome McCarthy, e tem o ponto de vista empresa, e sustenta

que, o composto de marketing é a ferramenta estratégica presente em qualquer plano de

marketing. Também conhecido como mix de marketing ou marketing mix, o composto de

marketing é descrito por Kotler (2003) como sendo, “o conjunto de ferramentas à disposição

da gerência para influenciar as vendas”.

Não obstante, Kotler afirma (2000, p. 37 grifo do autor): “Mix de Marketing’ é o

conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de

marketing no mercado-alvo”.

Em concordância com o conceito, Teixeira (2006, p. 25) coloca que o composto

mercadológico é “a mistura dos quatro elementos de estratégia para atender às necessidades e

preferências de um mercado-alvo específico.

Pinho (2001) afirma que é através do mix de marketing que se lança um produto no

mercado e, através disso, adquiri-se visibilidade por parte de seus consumidores em potencial,

fazendo com que ele prefira determinada marca ao invés da concorrente.

Page 29: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

29

Magalhães e Sampaio (2007, p. 32) relatam que:

marketing mix – ou composto mercadológico – significa a composição ideal, ainda que relativamente temporária, para avaliar, organizar, definir e fazer cumprir um determinado plano de marketing, otimizando o conjunto formado por produto, distribuição, preço e comunicação, capaz de se diferenciar competitivamente da concorrência conquistar e manter um número relativo de segmentos.

Por fim, Teixeira (2006, p. 25) explana que “a chave para formar o melhor composto

de marketing é saber quais são os desejos das pessoas a ser servidas”.

Para tanto, a seguir será pormenorizado cada elemento do composto de marketing, e

após este, a comparação entre o primeiro e o mix de marketing político para melhor

compreensão do tema de pesquisa.

2.2.1.1 Produto

Produto é o primeiro item do composto mercadológico e, portanto, o fator crucial

para andamento dos demais elementos do mix. Para Kotler (1999, p. 49), produto é “a oferta

ao mercado em si, especialmente um produto tangível, sua embalagem e um conjunto de

serviços que o comprador irá adquirir como a compra”.

Outra definição de Kotler para produto, de acordo com Gabriel (2010, p. 31) é “a

oferta capaz de satisfazer uma necessidade ou desejo, por meio de uma troca. Gabriel ainda

fundamenta: “para que um produto tenha sucesso ao longo do tempo, é fundamental manter o

foca nessa necessidade ou desejo que ele atende, pois muitas vezes, para isso, o próprio

produto precisa mudar. E exemplifica: o produto enciclopédia impressa atendia à necessidade

de informação antes da era da internet. Conforme a autora, a necessidade por informação

continua existindo, no entanto o produto enciclopédia impressa não atende mais a essa

necessidade e foi substituído pelas enciclopédias on-line.

Estrategicamente, o produto é composto por três dimensões distintas e

complementares: o produto em si, a sua marca e a sua embalagem. Gabriel (2010) salienta que

estes três componentes precisam estar alinhados para que um complemente e favoreça o outro

em busca dos objetivos de marketing (GABRIEL, 2010, p. 44).

No marketing político, o produto é especificamente a imagem do candidato, e esta,

por sua vez, é o ponto de partida numa candidatura. Face a isto no senso comum, as pessoas

estão cada vez mais preocupadas com a imagem (com o parecer ser), e neste caso, a aparência

Page 30: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

30

do candidato e seu dialeto são fatores primeiramente avaliados para só então, as propostas do

candidato. Identifica-se que o composto de produto prescrito por Gabriel (2010), torna-se

relevante também para a comunicação na política, já que o produto em si são as características

e atributos do candidato, há também a marca, ou seja, seu nome e diferencial, e sua

embalagem, neste caso, a forma como o produto-candidato, está se mostrando para o público,

seu cabelo, sua postura, suas vestimentas, também são utilizadas como estratégias em um

plano de marketing político.

De acordo com Teixeira (2006 p. 25), o político é o próprio produto que precisa

vender sua imagem ao eleitor com sua ideias e programas de atuação, buscando moldar seu

perfil ao escolhido por seu público-alvo.

No tocante, Ribeiro (2002, p. 32) corrobora “a estruturação da imagem de um

candidato, com vistas à persuasão, depende de três tipos de prova descritos por Aristóteles: O

candidato deve passar credibilidade em seu discurso, a partir de suas credenciais morais, para,

assim, conquistar a confiança do público. A campanha, para ser vitoriosa, necessita criar

disposições nos eleitores, despertar o interesse para as mensagens do candidato; criar paixões,

despertar desejos e expectativas, gerar esperança. Só dessa forma, conseguirá produzir uma

ação de voto”.

Na sequência, segue a análise do segundo P do composto mercadológico, para que

assim, seja compreendida a importância de seu uso nas campanhas de marketing.

2.2.1.2 Preço

O preço é de suma importância para qualquer empresa que deseja alavancar no

mercado, é o responsável pelo faturamento e crescimento da gestão.

Citando Gabriel (2010 p. 48), preço é “o valor justo atribuído à posse de um produto.

O termo “justo”, na definição de preço, significa que só haverá “troca” – condição sine qua

non do marketing – se o público-alvo acreditar que ela é justa e adequada”. Aborda ainda que,

“o preço é também o P mais flexível do composto de marketing” e justifica: “é mais rápido e

fácil se alterar o preço do que modificar o produto, praça ou promoção”.

No entender de Teixeira (2006 p. 26), preço é “o valor justo pago pela posse de um

bem ou serviço”. Da mesma maneira, Kotler (1999, p. 49) define “é o preço do produto, junto

com outros encargos como entrega, garantia etc”.

Page 31: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

31

Na concepção de Cobra (1992), os aspectos relevantes ao preço são os atrativos que

ele oferece para estimular o consumidor à compra. Pinho (2001, p. 35) aclara que o preço “é

uma variável que pede a determinação de escolhas quanto à formação do preço final para o

consumidor e das políticas gerais a serem praticadas em termos de descontos, vendas e

prazo”.

Gabriel ainda respalda (2010, p. 48), “todas as características relacionadas ao preço,

como formas de pagamento são elementos que podem ser usados como estratégias de preço”.

Pertinentemente, os conceitos acima também se aplicam ao preço do mix de

marketing político. Como afirma Teixeira (2006, p. 26), no marketing político o preço “é o

voto decidido com base nas propostas do político avaliadas, justificáveis e apreciadas pelos

eleitores. Por isso, a importância do candidato apresentar as melhores propostas para agradar

o eleitorado. Em contraponto, no entendimento de Yanaze (2006), preço são os recursos

financeiros próprios do candidato, partido ou setor privado. São os investimentos que o

político consegue adquirir para fazer sua campanha eleitoral.

Na sequência, será avaliada a praça, fator crucial para o consumidor/eleitor encontrar

o produto em questão. É o P que lida com as questões que propiciam que a troca aconteça.

2.2.1.3 Praça

É o que interliga o produto ao consumidor, se a praça, também chamada de

distribuição não for planejada todo o esforço de marketing será em vão.

Neste contexto, na afirmação de Kotler (1999, p. 49), praça é “as atividades que

tornam o produto prontamente disponível e acessível no mercado-alvo”.

Sobre praça Gabriel (2010, p. 49) corrobora: “praça é o componente do composto de

marketing que define as estratégias e táticas para a colocação do produto no mercado

(placement), a forma como ele chegará no ponto de venda e de que maneira será exposto ou

disponibilizado ao consumidor”.

A distribuição influencia diretamente na satisfação do cliente, que almeja encontrar o

produto no mercado de conveniências. Cobra (2001 apud SILVA 2011, p. 27) fundamenta

que a distribuição deve ser ágil e precisa para levar o produto certo ao lugar certo, ou seja, ao

público-alvo.

Page 32: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

32

É o gerente de marketing que cuida desta função - produtos disponíveis nas

quantidades desejadas para os clientes do mercado-alvo, para tanto, ele mantêm os custos de

estoque total, transporte e armazenagem o mais baixo possível, e pode ainda selecionar e

motivar intermediários (atacadistas e varejistas), estabelecer e manter procedimentos de

controle de estoque (PRIDE; FERREL, 2001).

Sandhusen (2003) esclarece a importância desses intermediários, e complementa:

atacadistas e varejistas são os responsáveis por disseminar os produtos nos pontos apropriados

e, portanto, são os mediadores na negociação de consumidores e produtores, e a distribuição

física que inserem transporte, armazenagem e estoque.

No marketing político a praça tem a mesma função, levar as propostas do candidato

até o eleitor. (apud SILVA 2011, p. 27) A distribuição é feita através dos meios de

comunicação, como revistas, jornais, folhetos informativos, televisão, internet entre outros, e

também através de cabos eleitorais, para que a imagem do candidato e suas propostas

cheguem em tempo hábil ao eleitor. Por isso, um dos fatores críticos de sucesso da campanha

é a acessibilidade, ou seja, que ele se faça presente em todos os pontos onde acontecem as

eleições (TEIXEIRA, 2006, p. 26).

Na sequência, o último componente dos 4 Ps: a promoção e suas ferramentas de

estratégias.

2.2.1.4 Promoção

Este último conceito do mix sustenta toda a parte de incentivos de vendas do

produto, são as ações que fazem com que uma pessoa opte por uma determinada marca ao

invés de outra.

Para que haja tal motivação, a promoção, parafraseando Kotler (1999, p. 49), “as

atividades de comunicação, como propaganda, promoção, mala direta e publicidade, para

informar o mercado-alvo, persuadi-lo ou lembrá-lo da disponibilidade e dos benefícios do

produto”.

Gabriel (2010, p. 53) acrescenta que “quanto mais imediatos forem os incentivos,

mais eficiente tende a ser a ação de promoção de vendas”.

Page 33: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

33

Dessa forma, cada ação relacionada na estratégia de promoção – como em qualquer

outro dos 4 P’s -, deve ter um plano de ação que determine como esta será executada.

(GABRIEL, 2010 p. 67).

Na promoção a função é determinar todas as modificações e novidades que devem

ser implementadas em relação à comunicação. Deve-se analisar cada componente do mix de

comunicação, determinando como deve ser desenvolvido, modificado: propaganda (PP),

promoção de vendas (PV), marketing direto (MD), relações públicas (RP) e venda pessoal

(VP). (GABRIEL, 2010 p. 67)

Sandhusen (2003, p. 388) entende o elemento promoção como um conjunto de

ferramentas de mão-dupla projetada para viabilizar o processo de informar, persuadir ou

relembrar. Concernente a isto, verifica-se que o mesmo conceito aplica-se a promoção do mix

de marketing político.

No marketing político a promoção é organizada a partir de um bom material de

divulgação, habilidade de comunicação entre o candidato e cabos eleitorais e um bom

relacionamento com a imprensa, criam uma exibição espontânea do candidato, conforme

Yanaze (2006 apud SILVA, 2011, p. 28).

Teixeira (2006, p. 26) declara ainda que, esta varia de ações executadas pelo político,

como transportes, alimentos, entre outras ajudas que possam incentivar o eleitor a escolher

determinado candidato ou partido, e a disseminação dessas atitudes, assim como aborda

Yanaze (2006 apud SILVA, 2011, p. 28), é através da propaganda, publicidade e relações

públicas. A propaganda, assim como a ponta do iceberg, é parte visível de todo o Marketing

Político, que começa muito antes do tempo oficial de campanha.

A comunicação é eficiente quando se alcança três objetivos básicos (TEIXEIRA

2006, p. 26):

• Cognitivo: Faz com que a pessoa compreenda a mensagem;

• Afetivo: Para que a pessoa aceite a mensagem por ter gostado dela;

• Comportamental: Incentiva a pessoa a agir em prol da concretização do

comércio do conteúdo da mensagem.

Na compreensão de Cobra (1992, p.44), “a compreensão das ferramentas de

marketing pode ajudar a neutralizar as forças ambientais, canalizando recursos e obtendo

resultados financeiros e de posicionamento de mercado compensadores”. Para aprofundar o

entendimento dessas ferramentas de promoção, também conhecidas como composto de

Page 34: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

34

promoção, serão analisadas as cinco ferramentas de estratégia, já mencionadas no início deste

item: propaganda, promoção de vendas, marketing direto, relações públicas e venda pessoal,

nesta ordem.

2.2.1.4.1 Propaganda

Propaganda vem se confundindo muito com o termo publicidade, alguns especialistas

da área assumem que esta separação de conceitos é praticada apenas na academia, já que no

mercado de trabalho os criativos não fazem diferenciação. No entanto, para esclarecimento do

assunto, será visto a seguir, autores consagrados especificando cada técnica.

De acordo com Gabriel (2010, p. 50), “a propaganda é usada para propagar uma

mensagem ao público-alvo. Segundo a autora, a repetição da mensagem muitas vezes,

impessoal, cara, são algumas de suas características.

Kotler e Armstrong (2007, p. 356) conceituam que propaganda é qualquer forma

paga de apresentação e promoção não pessoais de ideias, bens ou serviços com um

patrocinador identificado.

A seguir segue um comparativo entre ambos:

PROPAGANDA PUBLICIDADE

Propaganda é o ato de divulgar

ideias, conceitos e valores sem fins

lucrativos.

Publicidade é divulgar ideias,

conceitos e valores com objetivo de lucro

por parte do anunciante.

A propaganda é paga pelo cidadão,

membro, fiel ou seguidor da instituição que

a financia.

A publicidade é paga pelo

fabricante ou distribuidor e em última

instância pelo consumidor.

Exemplo I: Quando alguém pede

um minuto de atenção para falar sobre

religião, é propaganda.

Exemplo I: Se no meio do discurso

aparecer a marca de uma loja de artigos

religiosos, transforma-se em publicidade.

Exemplo II: Campanha de combate

à dengue. Quando o Governo Federal

Exemplo II: Se a Raid (marca de

uma linha de inseticidas), faz o mesmo, é

Page 35: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

35

veicula peças mostrando as formas de

prevenção ao mosquito, é propaganda.

publicidade.

Ilustração 3: Comparação entre publicidade e propaganda Fonte: Adaptado do site blogcitario (2012).

Neste contexto, o objetivo da propaganda é despertar o interesse das pessoas, vender

uma ideia. A publicidade, no entanto assume um caráter persuasivo, vende o produto da

marca.

Encontram-se diversos tipos de propaganda, dependendo do tipo de conteúdo que ela

transmite: ideológica, política, eleitoral, institucional, corporativa, governamental,

promocional (quando divulga uma promoção de vendas), religiosa, social, sindical entre

outros (GABRIEL, 2010, p. 52).

Gabriel (2010, p. 52) analisa as características principais da propaganda:

a) Caráter público – A propaganda alcança o público de forma padronizada, a

mesma mensagem para todos que a recebem.

b) Legitimidade – A propaganda sempre é “assinada” por uma marca/produto,

legitimando-o.

c) Frequência – A propaganda se baseia na repetição de mensagem para o

mesmo público, de forma a fixar a mensagem na mente dele. Larga escala

de freqüência requer grandes empresas.

d) Expressividade ampliada – Para causar impacto no público-alvo, a

mensagem de propaganda se utiliza frequentemente da dramatização.

e) Impessoalidade – A propaganda é um monólogo que acontece no sentido da

marca/produto para o público-alvo.

De acordo com Gomes (2001, p. 53), a ferramenta propaganda dentro do marketing

político/eleitoral “[...] consiste na exposição pública de argumentos que se pretende defender

contra qualquer posição contrária ou distinta, com o fim de convencer um determinado

conjunto de pessoas à adesão”.

Conclui-se através das informações colhidas que, a propaganda vale-se de influenciar

o comportamento de um determinado grupo, independente do conteúdo que se deseja

anunciar.

No próximo subitem, será explanado sobre promoção de vendas e suas diferenças

entre publicidade.

Page 36: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

36

2.2.1.4.2 Promoção de vendas

É válido destacar a importância da promoção de vendas, pois, através dela é possível

captar com mais presteza os fatores que influenciam o consumidor no ato da compra.

Para auxiliar na compreensão, Gabriel (2010, p. 53) define que, promoção de vendas

é a “ferramenta do mix de comunicação que consiste em oferecer incentivos de curta duração

destinados a estimular a compra ou a venda de um produto ou serviço. Quanto mais imediatos

forem os incentivos, mais eficiente tende a ser a ação de promoção de vendas”.

Os incentivos usados nas promoções de vendas, na concepção de Gabriel (2010, p.

53), podem ser quaisquer itens de características dos outros 4 Ps de marketing: produto, preço

ou praça. Por exemplo, garantia estendida (produto), desconto no preço (preço), parcelamento

do pagamento (preço) e entrega gratuita (praça) podem ser usados como incentivos para a

promoção de vendas.

Em concordância com Gabriel (2010), Longo (apud PINHO 2001, p. 52), considera

que a promoção de vendas consiste:

nos esforços de comunicação mercadológica, utilizados em espaço e tempo determinados, junto aos canais de revenda e consumidores, com o objetivo de agilizar as vendas, incrementando o volume total consumido ou imediatizando o consumo futuro.

Kotler e Armstrong (2007, p. 356) conceituam que promoção de vendas são

incentivos de curto prazo para estimular a compra ou a venda de um produto ou serviço. Em

outras palavras Blessa (2003, p. 18) declara que “em geral, são promoções que oferecem

ofertas ou condições especiais de venda, visando a uma maior rotatividade do produto ou a

um aumento da demanda do serviço”.

Na concepção de Gabriel (2010, p. 50) “a promoção de vendas é usada para

incentivar a experimentação e o relacionamento com o público-alvo”. De acordo com a

autora, suas características são: “oferta e recompensa incentivando a aproximação do público-

alvo em direção à marca/produto; ações com tempo de duração determinado”.

Na visão de Schultz, Robinson e Petrison (apud PINHO 2001, p. 50) são quatro

fatores que influenciam o crescente uso da promoção de vendas pelas empresas e no aumento

de investimentos em ações promocionais. Resultado é o primeiro quesito mencionado. Os

autores fundamentam que, o consumidor é facilmente atraído por seus apelos, principalmente

quando há vantagens como descontos e brindes. O segundo fator citado é a rapidez como os

Page 37: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

37

efeitos ocorrem. O terceiro é descrito como a facilidade em mensurar os resultados. O quarto

fator é o baixo custo para implementação das ações, e elucidam: “se comparado aos gatos em

produção e veiculação de comerciais de TV para atingir a mesma audiência”.

Segundo a mesma fonte, a promoção de vendas por tamanha eficácia, é objeto de

estudo e, portanto, a mais científica das ferramentas do mix de marketing.

Enquanto a publicidade, na concepção dos mesmos pensadores, “é uma ferramenta

de comunicação percebida como investimento, já que as vendas acontecem em algum ponto

indeterminado no futuro, a promoção de vendas usualmente funciona durante um período

finito de tempo, mas frequentemente mostra resultados em dias ou mesmo horas” (apud

PINHO, 2001 p. 50).

A seguir, será identificada a ferramenta de marketing direto e seu funcionalidade

dentro do composto de marketing.

2.2.1.4.3 Marketing direto

Marketing direto é uma forma rápida de relacionar o consumidor com o produto de

maneira mais personalizada e individualista.

Kotler e Armstrong (2007, p. 356) conceituam que Marketing direto são contatos

diretos com consumidores individuais cuidadosamente definidos como alvo, com o objetivo

de obter resposta imediata e cultivar relacionamentos duradouros, fazendo uso de mala direta,

telefone, TV de resposta direta, e-mail, Internet e outras ferramentas para se comunicar

diretamente com consumidores específicos.

De acordo com Pinho (2001, p. 111), o “benefício básico do marketing direto é

permitir que o consumidor adquira produtos ou serviços, sem necessidade de ir até o ponto-

de-venda ou ser visitado por vendedores”. E como cada vez menos tempo os consumidores

têm, ele considera que, “o marketing direto possibilita que o produto seja levado até onde ele

estiver – em casa, no escritório ou na fábrica”.

Nesse sentido, de acordo com a mesma fonte, o marketing direto pode ser visto

como:

um canal de distribuição na sua conotação mais ampla. Leve estímulos à audiência, traz uma resposta direta na forma de um pedido. Coloca o produto ou serviço nas mãos do consumidor. E recebe o valor correspondente a essa venda. (ARANHA apud PINHO, 2001, p. 113).

Page 38: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

38

Gabriel (2010, p. 50) declara que o marketing direto é “usado para construir

relacionamento de duas vias com o público-alvo”. E elabora pronunciando que, toda ação de

marketing direto deve ter uma chamada de call to action, interativa e personalizada,

incentivando a resposta imediata do consumidor/cliente de forma que ele avance no grau de

intimidade de relacionamento com a marca/produto. Por isso, segundo a autora, “o marketing

direto é a base do marketing de relacionamento”. E cita características do marketing direto:

“privado, imediato, personalizado e interativo”.

A seguir as principais características do marketing direto apontadas por Gabriel

(2010, p. 54):

a) Individualização – Comunicação direcionada a um individuo do público-alvo.

b) Personalização – Conteúdo da mensagem é elaborado especificamente para

quem é enviado.

c) Atualização – É necessário ter informações atualizadas sobre o público-alvo

para que o marketing direto seja efetivo. Caso contrário, não se alcança a

pessoa desejada (endereço desatualizado, por exemplo) ou a mensagem

enviada não se torna relevante (como envio de mensagem sobre baladas de

solteiros, quando a pessoa é casada).

d) Relevância – Se a mensagem não for relevante, não impactará a pessoa que a

recebe e, portanto, não será efetiva e será descartada.

e) Interatividade – Toda mensagem de marketing direto deve ter mecanismos de

resposta imediata (telefone, e-mail, site, etc.), ou seja, deve ser interativa e

provocar uma ação (call to action).

De acordo com Gabriel (2010), o marketing direto é fundamentado no

relacionamento e acrescenta: “as plataformas digitais são as grandes alavancas do marketing

direto e, por conseqüência, do marketing de relacionamento”.

As habilidades de relacionamento são cada vez mais essenciais nas estratégias de

comunicação, não apenas nas ações de marketing direto, mas também, e principalmente, nas

ações em redes sociais, destaca Gabriel (2010, p. 56).

A seguir, a importância do entendimento de relações públicas para o marketing.

2.2.1.4.4 Relações públicas

Page 39: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

39

As Relações públicas são de suma importância para qualquer parte interessada em

estar bem posicionada na mente do consumidor. Para fundamentar estes dados, neste item,

será apresentado o conceito de relações públicas de acordo com os autores a seguir.

A expressão relações públicas de marketing (RPM) começou a ser usada para afirmar

sua importância em apoio ao marketing, que precisava passar a ser visto mais como uma

peça-chave do marketing integrado do que como uma função isolada (PINHO 2001, p. 93).

No entender de Kotler e Armstrong (2007, p. 356) Relações públicas “é o

desenvolvimento de boas relações com os diversos públicos da empresa pela obtenção de

publicidade favorável, construção de uma boa imagem corporativa e administração ou

contenção de boatos, histórias ou eventos desfavoráveis”.

Gabriel (2010, p. 51) explica que Relações Públicas “são usadas para fortalecer (ou

recuperar) a imagem e reputação da marca/produto”. E tem como características: “muita

credibilidade, “dramatização” da empresa/marca ou produto para impactar o público-alvo”.

A Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP) entende por relações públicas

“o esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração, para estabelecer e

manter uma compreensão mútua entre uma organização pública ou privada, e seu pessoal,

assim como entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou

indiretamente”. (PINHO, 2001 p. 84-85).

Pinho (2001, p. 85) aborda a definição do Conselho Regional de Relações Públicas

de São Paulo (CONCERP):

Relações Públicas é uma função de caráter permanente, planificada e regular, que, partindo do pressuposto de que a boa vontade da opinião pública é fundamentalmente importante para a vida de qualquer empresa, pessoa, entidade ou órgão governamental, trabalha junto a esta mesma opinião pública – essencialmente os que lhe são mais relevantes ou próximos – visando a) conhecer e analisar suas atividades; b)recomendar à empresa ou entidade meios e modos pelos quais ela possa satisfazer os anseios da opinião pública;c)informar a opinião pública sobre a satisfação de seus anseios, por parte da empresa ou entidade; e promover a imagem da entidade ou empresa e de seus produtos ou serviços junto à opinião pública.

A seguir é identificado a venda pessoal, mais uma ferramenta de composto de promoção.

2.2.1.4.5 Venda pessoal

Page 40: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

40

A venda pessoal é caracterizada como uma venda mais particular. Na visão de

Gabriel (2010, p. 57) venda pessoal é o “processo de comunicação face a face entre a empresa

e o público-alvo. É a ferramenta mais personalizada dentro do composto de comunicação,

favorecida pela interação pessoal”.

“A venda pessoal é usada para construir relacionamento pessoal e próximo entre

empresa-público. Características: interação pessoal, normalmente é ferramenta de promoção

mais cara”. (GABRIEL 2010, p. 51).

Pinho (2001, p. 41) esclarece que “a atividade de vendas desempenha papel de vital

importância como função de marketing e não pode ser entendida como uma atividade

isolada”. E acrescenta “a venda pessoal é um verdadeiro elo de ligação entre a empresa e os

clientes. O vendedor é o principal representante da companhia no cliente – muitas vezes o

vendedor é a empresa para seus clientes – e ainda constitui uma excelente fonte ao trazer para

sua companhia informações sobre os clientes, os concorrentes e o mercado”.

Pinho (2001, p. 42) ainda fala que o “conceito de venda pessoal orientada para o

consumidor, ativa e satisfaz as necessidades e desejos do comprador, em benefício recíproco,

idêntico e contínuo, de vendedor e comprador – é relevante quer o objeto do esforço seja um

produto, um serviço ou uma ideia”.

A venda pessoal pode ter propósitos de natureza quantitativa e qualitativa (Cundiff

apud PINHO, 2001 p. 41). Os objetivos quantitativos dizem respeito aos resultados em

vendas, tais como:

a) atingir um específico volume de vendas;

b) obter um volume de vendas que contribua decisivamente para os

objetivos de lucro da empresa (como, por exemplo, efetuar a venda por

meio de adequados compostos promocionais);

c) manter as despesas de venda pessoal nos limites previamente

estabelecidos;

d) conquistar e manter uma fatia específica do mercado.

A venda pessoal não é realizada somente com o propósito de vender, estando entre os

seus objetivos qualitativos, conforme Pinho(2001, p.43):

a) criar o conhecimento do produto;

b) despertar o interesse do comprador;

Page 41: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

41

c) estabelecer a preferência pelo produto;

d) negociar preços e outras condições;

e) proporcionar um reforço no pós-venda;

f) conseguir a colaboração dos clientes na promoção dos produtos da empresa;

g) assistir o treinamento do pessoal de vendas dos intermediários;

h) levantar informações do mercado que sejam de utilidade para a administração

da empresa.

Kotler e Armstrong (2007, p. 356) conceituam que Venda pessoal é a apresentação

pessoal feita pela força de vendas da empresa com o propósito de realizar vendas e

desenvolver relacionamentos com os clientes.

Gabriel cita as principais características de venda pessoal nas ações de marketing:

• Confronto pessoal – Permite o relacionamento vivo, observação de

características e necessidades do outro, ajuste imediato.

• Manutenção do relacionamento – Possibilita os relacionamentos entre

empresa/cliente, tanto para os relacionamentos voltados exclusivamente à venda

como também à manutenção do interesse.

É válido declarar que, não há, até o momento, uma forma garantida de promoção. O

que se busca trabalhar é a forma como o produto/serviço é transmitido ao público, sempre

com a intenção de inovar no que está sendo exposto. Para tanto, na sequência é analisado o

planejamento de campanha política, objeto de estudo da presente pesquisa.

2.3 PLANEJAMENTO DE CAMPANHA POLÍTICA

Para conseguir uma campanha política de sucesso é necessário um bom planejamento

com estratégias executáveis no decorrer da mesma. Neste contexto, quanto mais

planejamento, menos falhas transparecerão no decorrer da campanha, resultando numa

comunicação, aos olhos do público, transparente que imprime credibilidade.

Page 42: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

42

Para se obter tal feito, é necessário identificar que tipo de candidato o público almeja,

como ele espera que o pretendente se porte em frente ao cargo, suas principais propostas,

entre outras inúmeras informações necessárias ao planejamento de campanha política.

A pesquisa, como é denominada, é a ferramenta de mercado que engloba todas estas

informações e leva ao encontro do senso comum para opinar sobre os temas de interesse do

político. Figueiredo (2000, p. 20) fundamenta:

qualquer estratégia de marketing político necessita estar amparada em pesquisas qualitativas e quantitativas, a partir das quais se definem a postura do candidato, os temas da campanha, as propostas que serão apresentadas aos eleitores, a forma de apresentá-las, quais segmentos do eleitorado devem ser priorizados e de que maneira, quais apoios são importantes, se é conveniente atacar ou não os outros candidatos etc.

A seguir, serão explanadas dados de pesquisas referentes ao ano de 2012, que

auxiliam para identificação do eleitorado, bem como corroboram para identificar a valência

do uso da internet no setor político.

2.3.1 Dados do mercado

O Interactive Advertising Brasil (IAB) é um site que tem por missão desenvolver o

mercado de mídia interativa no país. E com base na pesquisa realizada em busca de

compreender a audiência online, seu envolvimento com a Internet e os diversos tipos de

tecnologia (hábitos), percepções e atitudes em relação à publicidade online, será dado o

embasamento necessário que a pesquisadora almeja para o tema.

Através de um “painel online nacionalmente representativo recrutado via e-mail com

2.075 pessoas, realizada em 6 a 14/02 de 2012, os dados foram ponderados de forma que os

resultados sejam representativos da população online”. (BRASIL, 2012).

A seguir, o infográfico destacando o consumo semanal de mídia dos internautas.

Page 43: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

43

Ilustração 4: Consumo semanal dos internautas Fonte: Brasil (2012).

Verifica-se um crescimento considerável no uso da internet no Brasil e por

consequência, num aumento de interesse no emprego da mesma no dia-a-dia.

Chama a atenção os dados do IBOPE Nielsen Online (2012), que constatou que nos

últimos seis meses (2012), o número de internautas de 2 a 11 anos de idade cresceu 15%.

Segundo o site, o valor é mais que o dobro do aumento registrado em toda a internet

domiciliar no Brasil, que foi de 7% no mesmo período. A pesquisa relata ainda que em maio

(2012), o número de usuários nessa faixa etária chegou a 5,9 milhões, o que representa 14,1%

dos usuários de internet em casa no País. A média de crescimento do grupo nos últimos 24

meses foi de 1 milhão de novas crianças na rede por ano, concluiu o site.

Tais dados demonstram que, o uso desse meio de comunicação tende a ser cada vez

mais frequente, já que sua utilização começa desde muito cedo na vida das pessoas. Constata-

se, por conseguinte, que esta é verdadeiramente, a mídia do futuro.

Em relação às classes sociais, a adesão e experiência dos internautas neste âmbito

não se diferem, como mostra o gráfico a seguir.

Page 44: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

44

Ilustração 5: Adesão e experiência do consumidor na internet Fonte: IAB Brasil (2012).

A ilustração comprova que, as classes AB e C estão igualadas quando o assunto é

interação na rede social, ambos têm a mesma participação.

Os dados a seguir evidenciam a importância da internet para os brasileiros.

Ilustração 6: Internet na vida dos brasileiros Fonte: IAB Brasil (2012).

A internet é considerada importante, como se pode notar, para mais de 80% dos usuários.

A televisão, importante veículo de massa, perdeu na disputa, ficando em 2º lugar.

Page 45: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

45

No gráfico a seguir, são indicados os tipos de mídia mais utilizados pelos internautas

quando estão em casa.

Ilustração 7: Mídias mais utilizadas pelos brasileiros em casa Fonte: IAB Brasil (2012).

Mais uma vez, a internet lidera no ranking, superando até o jornal matinal e a

televisão à noite.

Fora de casa o resultado se mantém como aponta o gráfico a seguir.

Ilustração 8: Mídias mais utilizadas pelos brasileiros fora de casa Fonte: IAB Brasil (2012).

A internet continua na preferência, mesmo fora de casa, inclusive em reuniões com

amigos ela está presente online.

Page 46: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

46

Com base nas informações do site Brasil (2012), a maior parte da audiência brasileira

online acessa a Internet via 2 ou mais canais (62%). Destaca-se a faixa etária de jovens

adultos entre 25 e 34 anos, onde quase 25% vem acessando a internet via 4 ou mais canais.

O gráfico a seguir, faz um comparativo entre a televisão e a internet, como pode ser

avaliado:

Ilustração 9: Comparativo entre a televisão e a internet Fonte: Brasil (2012).

Na compreensão dos dados, a televisão é menos acessada no grupo de 15 a 24 anos,

e, por conseguinte, pessoas de 25 a 44 anos são mais assíduos à web.

O site Brasil (2012), faz um importante apontamento: “em geral, a audiência online

no Brasil é receptiva à publicidade digital, considerando-a como criativa, rica em conteúdo,

evidente, crível, e pouco incômoda.”

Ilustração 10: Publicidade na internet Fonte: Brasil (2012).

Page 47: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

47

Por conta disso, vem crescendo a procura por anunciar produtos/serviços neste tipo

de veículo. Segundo o site Brasil (2012), em pesquisa realizada pelo Grupo Consultores: no

período de janeiro a novembro (2011) os investimentos em mídia online cresceram 21,61%

em relação ao mesmo período em 2010. Declara que quando agrega o valor de display esse

valor dobra, assim a internet tem 9,58% de share do bolo publicitário no Brasil.

“Esses números não poderiam deixar de se refletir no investimento publicitário

online. Este, no final de 2011, aproximou-se de 10% de participação do total investido em

propaganda em todos os meios. Mas as perspectivas são ainda mais favoráveis com o

crescimento da banda larga, as velocidades mais altas, as plataformas móveis e a crescente

conscientização por parte dos anunciantes brasileiros da importância da internet no mix dos

meios”. (JULIASZ, 2012).

Levando em conta, a importância da presença online para os políticos como também

para qualquer empresa que busque reconhecimento no setor, no próximo item será colocado

em pauta as estratégias digitais.

2.4 ESTRATÉGIAS DIGITAIS

As estratégias implementadas na internet são determinantes para conquistar uma

considerável fatia do eleitorado.

A escolha do tipo de marketing dependerá dos recursos do candidato, da

homogeneidade dos segmentos, da força dos concorrentes e do conhecimento que o eleitor

possui do candidato. Assim, se o eleitor é cativo, o candidato pode, por exemplo, desenvolver

estratégias conjuntas, visando a atrair novas correntes (REGO 1985, p. 15)

Segundo Rego (1985, p. 14), existem três alternativas de estratégias: o marketing não

diferenciado, o marketing diferenciado e o marketing concentrado. O autor explica que, a

primeira serve para o político projetar sua mensagem de maneira massiva, dirigindo-se a

todos, indistintamente. Na segunda ele explana que é apropriado para o político planejar sua

campanha com mensagens aos diversos segmentos de eleitores. Com isso, ele visa a atingir

impacto em grupamentos diferenciados. E na terceira alternativa, considera ser adequada para

trabalhar com uma faixa de eleitores especifica, concentrando-se a força da campanha numa

única fatia de mercado.

Page 48: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

48

As três alternativas identificadas por Rego, também podem ser utilizadas nas mídias

digitais. A partir desse contexto serão analisadas as ferramentas disponíveis na internet para a

comunicação do marketing político.

Na constante necessidade de socialização com as pessoas, milhares de sites de redes

sociais aparecem em todo o mundo, o objetivo é sempre o mesmo: conectar pessoas dos mais

diferentes estilos.

Gabriel (2010, p. 196) define a rede social como

estrutura social formada por indivíduos (ou empresas), chamados de nós, que são ligados (conectados) por um ou mais tipos específicos de interdependência, como amizade, parentesco, proximidade/afinidade, trocas financeiras, ódios/antipatias, relações sexuais, relacionamento de crenças, relacionamento de conhecimento, relacionamento de prestígio etc.

Na sequência, segue alguns dos exemplos de sites de relacionamento, descritos por

Gabriel (2010, p. 196).

Foco principal Sites

Amizade, informação, geral

Orkut (www.orkut.com),

Facebook (www.facebook.com),

Hi5 (www.hi5.com),

Badoo (badoo.com),

Twitter (www.twitter.com).

Ilustração 11: Tipos e exemplos de redes sociais online Fonte: Gabriel (2010, p. 196).

A autora supracitada informa que de tão relevantes para o marketing e negócios, há

redes sociais que pagam os usuários para fazerem parte delas. E exemplifica: “A Klikot divide

os lucros de publicidade com os seus usuários, que são quem produzem os conteúdos em

qualquer rede social. Quanto mais conteúdo produzir e mais visitas receber, mais dinheiro o

usuário acumula. Os pagamentos são feitos em contas do PayPal”. (GABRIEL 2010, p. 202).

A história das redes sociais no Brasil teve três grandes momentos. O primeiro foi em

2004, quando surgia o Orkut trazendo milhões de usuários para a vida ativa na internet.

Segundo o site blogmidia8 (2012), foi o causador da massificação da internet, popularizando a

rede no Brasil.

Page 49: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

49

Cinco anos depois, o microblog Twitter, “acentuou o poderio das mídias digitais”,

destaca o site blogmidia8 (2012). Com um layout mais simplista, mais informativo e direto, o

Twitter revolucionou e aproximou mais as pessoas, que até então o público em geral não tinha

contato direto: os políticos e famosos. Com isso, mostram suas intimidades, compartilhando

sua vida com a rede.

O terceiro grande momento aconteceu em 2010, o até então, último boom das mídias

digitais no Brasil, aborda o site supracitado. O Facebook, a maior rede social do mundo. “De

acordo com pesquisas do SocialBaker, o Brasil é o segundo país com maior número de

usuários, perdendo apenas para os Estados Unidos”, declara o site blogmidia8 (2012).

O colunista Asaph Saboia, comenta que, “os três momentos foram importantes não

apenas para o fortalecimento das redes sociais em solo brasileiro, mas Orkut, Twitter e

Facebook reformularam o jeito de fazer comunicação e ampliaram a visão sobre a importância

do relacionamento dentro do mundo empresarial”.

Como cada rede social tem suas particularidades, entender essas funcionalidades e o

perfil dos usuários que os frequentam são essenciais para planejar qualquer ação de marketing

– especialmente no âmbito político, haja vista que tem relativamente pouco tempo para

persuadir o eleitorado, cada vez mais seletivo.

Os números e estatísticas nestes sites mudam a todo o momento, auxilia Gabriel

(2010), já que este é apontando em constante crescimento – pessoas se conectam a todo

instante. No entanto, pode-se constatar que “há uma grande sobreposição de usuários que

estão simultaneamente no Facebook, Twitter e LinkedIn”. (GABRIEL 2010, p. 203)

A seguir, serão identificadas as três redes sociais mencionadas anteriormente:

2.4.1 Facebook

O Facebook é uma rede social gratuita lançado em 2004 por Mark Zuckerberg,

estudante da Universidade Harvard. Inicialmente o uso era restrito apenas para os estudantes

de Harvard, mas em seguida se popularizou de tal maneira que ganhou as universidades

individuais. O Facebook gera valor para os empresários através de publicidade, incluindo

banners e grupos patrocinados. Os usuários criam perfis que contêm fotos e listas de

interesses pessoais, trocando mensagens privadas e públicas entre si e participantes de grupos

de amigos. A visualização de dados detalhados dos membros é restrita para membros de uma

Page 50: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

50

mesma rede ou amigos confirmados, ou pode ser livre para qualquer um. Possui várias

ferramentas, como o mural, que é um espaço na página de perfil do usuário que permite aos

amigos postar mensagens visíveis para qualquer pessoa com permissão para ver o perfil

completo. Também disponibiliza de aplicativos, com os mais diversos assuntos, e eventos, em

que a pessoa convida seus amigos para um determinado evento. Existe também a versão

mobile, que facilita a visualização e acessibilidade dos usuários.(O SIGNIFICADO, 2012)

2.4.2 Twitter

Twitter é um microblogging, criado em 2006 por Jack Dorsey, que ganhou extensa

notabilidade e popularidade por todo mundo. Ele permite aos usuários enviar e receber

atualizações pessoais de outros contatos, em textos de até 140 caracteres. Os textos são

conhecidos como tweets, e podem ser enviados por meio do website do serviço, por SMS, por

celulares e etc. As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também

enviadas a outros usuários seguidores que estejam seguindo a pessoa. As atualizações de um

perfil ocorrem por meio do site do Twitter, por RSS, por SMS ou programa especializado

para gerenciamento. O serviço é gratuito pela internet, entretanto, usando o recurso de SMS

pode ocorrer a cobrança pela operadora telefônica. Segundo o grupo de pesquisa norte-

americano Web Ecology, a língua portuguesa é a segunda mais utilizada pelo Twitter, apenas

atrás do inglês. O twitter ganhou popularidade no Brasil entre as pessoas famosas que o

utilizam para interagir com seus fãs.O twitter possui várias ferramentas, como o retweet, que

consiste em replicar uma determinada mensagem de um usuário para a lista de seguidores,

dando crédito a seu autor original, trending topics ou TTs, que são uma lista em tempo real

das palavras mais postadas no Twitter pelo mundo todo, e podem ser divididos por países. .(O

SIGNIFICADO, 2012)

2.4.3 LinkedIN

O LinkedIn é um site de negócios que possui o formato de uma rede de

relacionamento, por este motivo, muitos se referem-se ao mesmo como uma. O site foi

Page 51: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

51

fundado em 2002, porém, seu lançamento ocorreu no ano seguinte, em 2003, na Califórnia. O

principal objetivo do site é reunir profissionais, através de uma listagem abrangente ou

mesmo detalhada de vários contatos, sendo pessoas ou empresas. Desta forma, permite a

interatividade entre os profissionais. O Linkedln já possuía uma grande aceitação pelos

brasileiros, porém, com o lançamento da versão em português em 2010, o número de usuários

vêm crescendo diariamente. Estima-se que há mais de dois milhões de usuários ativos no país.

O Brasil, por sua vez, passou a pertencer ao grupo de países que mais pratica “networking” no

serviço. Em uma listagem direta ou indireta o pretendente a uma vaga no ramo empresarial

pode encontrar oportunidades de emprego. Da mesma forma, as empresas estão atentas aos

perfis dos profissionais existentes. (oficinadanet, 2012).

A seguir, será analisado o infográfico referente ao perfil dos brasileiros nas redes

sociais:

Page 52: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

52

Ilustração 12: Perfil dos brasileiros nas redes sociais Fonte: Mídia Sociais (2012).

Page 53: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

53

De acordo com os dados, 60% dos brasileiros estão conectados às redes sociais e, em

sua maioria estão conectados também com as empresas que dispõe de contas na web.

Identifica-se que, a rede social mais acessada é o Facebook sendo em sua maioria, mulheres.

É notável que as pessoas estão mais habituadas a pesquisar sobre as experiências de um outro

usuário antes de efetuar a compra de um determinado produto. Segundo o infográfico, o

retorno para as marcas em relação à comunicação é imediato, levando em consideração que 2

a cada 3 pessoas dão feedback via redes sociais.

À medida que o percentual no uso de dispositivos móveis aumenta, verifica-se que as

pessoas ficam mais dispostas a socialização, levando a rede por onde forem.

Em concordância com o infográfico, o site poscomdigital (2012) salienta que em 2011,

de acordo com uma pesquisa realizada pela ZenithOptimedia, o Brasil teve um acréscimo de

aproximadamente 300% em números de usuários da rede social do Facebook, o que dá a

posição ao país de 4º colocado mundial em utilização desta ferramenta.

Segundo o site marketingpoliticodigital (2012) “aliar tecnologia, pesquisa, estratégia

e publicidade são essenciais para se construir uma imagem sintonizada com a sociedade”.

Com base nos dados acima, segue no próximo capítulo um panorama da campanha dos

atuais presidentes, Dilma Rousseff (Brasil) e Barack Obama (Estados Unidos da América).

Page 54: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

54

3 ANÁLISE DOS DADOS

O marketing político vem ganhando destaque nas últimas décadas, e os “marketeiros”

estão cada vez mais no pleito, possibilitando a persuasão, e, por conseguinte, a conquista do

povo, tornando elegível até o candidato mais inapto ao cargo. Porém, embora o esforço de

marketing, o que “efetivamente possibilita a ascensão de determinado candidato a qualquer

cargo eletivo é o estudo, o planejamento e a execução de todas as facetas de sua campanha”,

contribui Baú (2010).

A campanha realizada em 2008 de Barack Obama teve proeminência, foi objeto de

estudo de muitos trabalhos acadêmicos, e matéria de revista em todo o mundo. Não chamou

atenção apenas dos curiosos, mas da candidata à presidência do Brasil, Dilma Rousseff, no

ano de 2010.

Foi através do destaque dessa campanha no cenário offline e online que, fez com que

a candidata Dilma recorresse à mesma equipe de marketing para início de sua campanha

política. No entanto, os elogios decorrentes da campanha presidencial dos Estados Unidos da

América (EUA) não foram espalmados à mesma equipe em 2010.

De fato, a utilização da internet como meio de promoção de um candidato à política

dispõe de múltiplos benefícios. O modelo de abordagem segmentada e personalizada com o

eleitor é uma das vantagens deste cenário para a política e a democracia, descreve a

PaperCliQ (2012) - agência digital. De acordo com a mesma fonte, identificar desejos e

necessidades do eleitorado, dialogar abertamente, de modo que possa se engajar, participando

nos processos políticos, além da transparência e a prestação de contas com a população são

fundamentais para a construção do conhecimento entre eleitor e candidato.

No decorrer deste capítulo serão analisadas as campanhas eleitorais de Dilma em 2010

e Obama em 2008, e as estratégias utilizadas no decorrer de suas respectivas campanhas, bem

como um breve relato da campanha presidencial de ambos a qual está inserido o objeto de

estudo.

3.1 PANORAMA DAS CAMPANHAS DE DILMA E OBAMA

Page 55: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

55

Na sequência, um breve resumo da história dos políticos Barack Obama e Dilma

Rousseff para dar respaldo à estrutura utilizada em suas carreiras políticas.

3.1.1 A história de Barack Obama

A história de Barack Hussein Obama Junior, desde o início, pode ser compreendida

como o espetáculo de estratégias para a vida pública. Primeiramente seu avô, que serviu na 2ª

Guerra Mundial, a mãe norte-americana Ann Dunham, de etnia branca do Kansas, e o pai

Barack Obama, queniano afrodescendente, filho de um pastor de cabras. Pontos que foram

trabalhados pela equipe de marketing em 2010, já que são fatores que denotam vitória,

sensibilidade e esperança. A mistura entre as raças, indicando igualdade, o branco e o negro,

desmistificando qualquer tipo de preconceito e para finalizar os avôs, um trabalhador e o

outro a serviço da pátria. (UOL, 2011).

Os pais divorciaram-se quando Obama ainda era criança, o fazendo retornar com a

mãe para o Havaí, cidade onde nasceu, declara a mesma fonte.

“Passou parte da infância no Havaí e na Indonésia, para onde sua mãe se mudou

depois de divorciar-se do pai e se casar novamente”. O pai, entretanto, voltou para o Quênia.

Aos dez anos, porém, o menino retornou ao Havaí, onde viveu sob os cuidados dos avôs

maternos. (CLARK, 2012)

“Adolescente, mudou-se para Nova York, onde se formou em ciências políticas na

Universidade Colúmbia e, em seguida, graduou-se também em direito pela Universidade de

Harvard. Iniciou sua carreira política na cidade de Chicago, Illinois, onde foi líder

comunitário e professor de direito constitucional. Casou-se em 1992 com Michelle e tem duas

filhas, Malia e Sasha” (UOL, 2011).

De acordo com a mesma fonte, Obama foi eleito para o Senado de Illinois (órgão do

poder Legislativo local), quando recém chegou à cidade, em 1996 e lá permaneceu até o ano

de 2004. “Em 2000, tentou sem sucesso eleger-se para a House of Representatives, que

equivale à Câmara dos Deputados do Congresso norte-americano. Quatro anos mais tarde, foi

eleito para o Senado dos Estados Unidos, pelo Partido Democrata, assumindo seu mandato

em 4 de janeiro de 2005”.

O destaque por sua atuação começou no Senado, “o que lhe permitiu postular a

candidatura à Presidência da República, em fevereiro de 2007. Em campanha, sua plataforma

Page 56: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

56

se compõe de três elementos essenciais: o fim da guerra do Iraque, a obtenção da auto-

suficiência energética dos Estados Unidos e a universalização dos serviços de saúde no país”.

Para conquistar os democratas, Obama precisou vencer a senadora Hillary Clinton, assim

como o fez, auxilia o site Uol (2011).

De acordo com o site supracitado, “em julho de 2008, a campanha de Obama ganhou

cenário internacional: o candidato foi ao Afeganistão, ao Iraque, Jordânia e Israel, bem como

à Inglaterra, França e Alemanha. Na capital deste último país, Berlim, Obama reuniu cerca de

200 mil pessoas para ouvi-lo”.

Neste contexto, a economia norte-americana se apresenta em crise inicial, fator que

prejudicou o então, presidente George W. Bush e o Partido Republicano. A partir deste

momento, as pesquisas de opinião pública já mostravam Obama melhor posicionado em

relação ao adversário John McCain. (UOL, 2011).

É neste momento que se inicia o problema-pesquisa. Em 2008 Obama conquista o

eleitorado e se torna o primeiro presidente negro da história dos EUA, apesar de, o próprio

exclamar que essa questão racial é secundária. Em suas palavras: Não há uma América negra

e uma América branca e uma América latina e uma América asiática. Há os Estados Unidos

da América”. (UOL, 2011).

Com a vitória, é inerente afirmar que a simpatia do político foi crucial para a

conquista do eleitorado. Mas, foi mais do que apenas encanto que o levou a auferir a

presidência. Por conta disso, no próximo item são analisadas as estratégias políticas na

campanha de Barack Obama na eleição de 2008.

3.1.2 Estratégias eleitorais na campanha de Barack Obama

Em 2008, nos Estados Unidos da América (EUA) aconteciam as eleições presidenciais

entre os quais, John McCain e Barack Obama eram os principais concorrentes. O fato

histórico marcado nesta eleição, na qual Barack Obama saiu intitulado presidente do país, foi

que toda a linha de comunicação de sua campanha, tanto no ambiente online quanto offline,

entre eleitor e candidato havia conexão, de modo que, a comunicação se mostrou de maneira

transparente ao público.

No site brainstorm9 (2012) é contemplado a respeito:

Page 57: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

57

Em 2000 e 2004, a internet já despontava como organismo essencial de uma disputa eleitoral, mas nada comparado com ao que aconteceu agora, em 2008. Sendo mais específico, ao que a campanha épica do candidato Barack Obama foi capaz de fazer no ambiente online e nas novas mídias em geral, ao mesmo tempo que influenciou permanentemente a linha que divide online e offline e atingiu a cultura pop. Merigo (2008).

A estratégia de Obama refletia nas mudanças decorrentes no país: a onda da internet

já tomava conta do público jovem. E para conquistar a simpatia do eleitorado, levando em

consideração que, nos EUA o voto não é obrigatório, a equipe de marketing de Barack Obama

estava ciente que o planejamento precisava chamar atenção dos mesmos através das novas

mídias. E, portanto, as ferramentas digitais exerceram papel central na comunicação do

candidato.

Por meio da internet, no suceder da candidatura, Obama tentou trazer os eleitores

jovens e clamar pela ajuda de novos apoiadores.

Em linhas gerais, a campanha de Obama teve como molde uma comunicação

dialógica entre os destinatários, objetivando a interação da massa. Segundo a Revista PMKT

(2010, p. 12) “ele incorporou como estratégia o direcionamento de suas mensagens, a

diversificação de instrumentos utilizados para atingir os públicos [...], possibilitando

iniciativas locais que tiveram papel fundamental na propagação da comunicação do

candidato”.

Nagouret (2012) corrobora:

ele (Obama) reescreveu as regras de como atingir os eleitores, arrecadar dinheiro, organizar apoiadores, gerenciar a mídia de notícias pista, e molde opinião pública e dos salários - e resistir - ataques políticos, incluindo muitos realizados por blogs que não existiam há quatro anos. Ela desafiou a visão de consenso do campo de batalha eleitoral americano, sugerindo que os democratas podem, no mínimo, ser competitivo em estados e regiões que há muito bastiões republicanos.

A começar pelo slogan da campanha “Yes, we can” (Sim, nós podemos) que não

declara exatamente o que podem, mas independente do que, possuíam competência para o

feito.

Page 58: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

58

Ilustração 13: Slogan da Campanha de Barack Obama em 2008 Fonte: A.F., (2008).

Já em seus discursos, ele era mais especifico e, usava constantemente as palavras hope

e change (esperança e mudança), palavras-chave da campanha. Declarava “We can change”

(Nós podemos mudar), que na concepção de Perozin (2008) “não afeta apenas os que querem

um novo governo, mas as que almejam vida nova. Faz referência a cor, que não precisam

votar apenas em brancos, que negros também são pessoas de bem e podem trazer benefícios”.

Tais palavras podem ser visualizadas nos botons – pequena imagem com uma

pregadeira para fixar na vestimenta -, disponibilizados na campanha, como demonstra a

ilustração a seguir:

Page 59: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

59

Ilustração 14: Button – Campanha Barack Obama 2008. Fonte: Ryan (2008).

As mídias digitais que estavam em ascensão em 2007 deram embasamento para o time

de marketing do político.

Em pesquisa realizada – em 2007, nota-se o crescente número de adeptos a rede social

em determinadas redes, como demonstra a ilustração a seguir:

Page 60: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

60

Ilustração 15: Principais redes sociais em fev. 2008 dos Estados Unidos. Fonte: Freiert (2012).

Segundo Freiert (2012), “o Myspace caiu ligeiramente de fevereiro de 2007, em

termos de total de visitas dos EUA”. O Facebook, como se pode notar através dos dados,

estava em alto crescimento, fator que não poderia deixar de ser percebido na campanha de

Barack Obama, o site já tinha metade de usuários do Myspace, informa Freiert (2012).

O blackplanet (“rede social para afrodescendentes norte americanos, com idioma

disponibilizado somente em inglês”. (NET, 2012) na sétima posição se mostrava influente já

que sua plataforma crescia até a data da pesquisa, 9% e seu número de visitantes notava-se

expressivo.

As redes sociais como o Linkedin na nona posição, Fubar na décima sétima (“rede

social para usuários acima de 18 anos, no qual permite que seus membros enviem drinques

virtuais e ganhem ‘fuBucks’, a moeda do site, de acordo com suas interações”, esclareceu o

Page 61: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

61

site colunas.revistaepocanegocios (2012)), e o CafeMon na décima nona colocação

(plataforma voltada para mães) tiveram seu número de usuários quintuplicados de fevereiro

de 2007 até fevereiro de 2008, declarou Freiert (2012).

O Twitter, na vigésima segunda colocação, teve um crescimento de 4.368% isso dá ao

site um importante status para os interessados em se autopromover, como era o caso do

candidato em 2008. O Orkut em comparação ao número do total de visitas do Twitter crescia

modestamente, no entanto, em relação ao trafégo do site, o número estava acima do microblog

com os significantes 7.093,000 contra 4.166,086.

O rápido crescimento dessas redes sociais deixou implícita a linha de raciocínio que a

equipe de Barack Obama deveria/poderia seguir no planejamento eleitoral.

Em relação a tal aspecto, na sequência são descritos as redes sociais escolhidas pela

equipe de marketing do democrata na disputa pela presidência em 2008, nas quais podem se

notar 16 mídias sociais como o Facebook, BlackPlanet, MySpace, Faithbase, YouTube, Eons,

Flickr, Glee, Digg, MiGente, Twitter, MyBatanga, Eventful, AsianAve e LinkedIn. Além do

site oficial e site de vídeo Youtube.

Algumas dessas estão na ilustração anterior, indicando a importância da pesquisa

para o planejamento, outras, porém, estão mais segmentadas em nichos que o candidato e sua

equipe pretendiam localizar.

MÍDIA ENDEREÇO ELETRÔNICO

Site www.barakobama.com

Canal no Youtube www.youtube.com/user/BarackObamadotcom

Twitter twitter.com/barackobama

Facebook www.facebook.com/barackobama

MySpace www.myspace.com/barackobama

Flickr www.flickr.com/photos/barackobamadotcom

Digg *

EventFul my.barackobama.com/eventfulvid

ou

eventful.com/performers/barack-obama-/P0-001-

000000162-8

LinkedIn www.linkedin.com/in/barackobama

Black Planet www.blackplanet.com/Barack_Obama

Page 62: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

62

Faithbase www.faithbase.com/barack_Obama

Eons www.eons.com/barackobama

GLEE www.glee.com/barack_Obama

MiGente www.migente.com/Barack_Obama

MyBatanga my.barackobama.com/page/profile/edit

AsianAve www.asianave.com/barack_Obama

DNC Partybulder *

YouBama www.youbama.com

Concurso de vídeos www.obamain30seconds.org

Site interativo www.hopeactchange.com

Site interativo change.gov

Netvibe *

Blog com feed RSS

The Democratic Party www.democrats.org/page/dashboard/public/gFdZp

Barack TV www.barackobama.com/tv

Site Mobile www.barackobama.com/mobilev2

Ilustração 16: Campanha online de Barack Obama em 2008. Fonte: Dados Primários (2012).

Através das informações da ilustração acima, conclui-se que a campanha de Barack

Obama em 2008 foi estruturada com enfoco em nichos de mercado. Ele não apenas utilizou as

redes que demonstravam crescimento, mas seguiu as minorias, se voltando para segmentos

pouco explorados.

Rutenberg (2011) respalda “ele ganhou em estados onde nenhum democrata havia

ganhado durante algum tempo, incluindo Virgínia, Carolina do Norte, Indiana e Colorado. E

ganhou em alguns Estados com que os democratas não podem contar tradicionalmente, como

Flórida e Ohio”.

Em “Obama everywhere”, em sua tradução literal “Obama em todos os lugares” (são

links de todas as redes sociais em que o candidato estava presente, situadas no site), se

constata a valorização do público, uma vez que, o candidato em questão foi ao encontro de

seus, até então, possíveis eleitores, e não tentou, como se pode perceber, o contrário: fazer o

eleitor o localizar.

Em sua estratégia, é notável que em cada rede havia uma comunicação distinta para

com o público. As informações colhidas a seguir denotam esta diferença:

Page 63: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

63

“No Flickr, ele mostrou fotos do dia a dia, no Twitter, falava de ações imediatas, no

LinkedIn, mostrava que era um profissional respeitado e preparado para o cargo que pretendia

assumir”, diz o diretor do MySpace Brasil. (apud ARIMA, 2009).

A seguir, ilustração do perfil da conta de Obama na rede social Flickr.

Ilustração 17: Obama no Flickr Fonte: webeocanal (2012).

De acordo com Arantes (2008) “a maior parte das fotos de seu perfil no Flickr não era

de profissionais, mas tiradas por eleitores voluntários durante todas as etapas da campanha”.

Na sequência, ilustração do perfil do candidato no Twitter.

Page 64: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

64

Ilustração 18: Obama no Twitter Fonte: Hilman54 (2008).

A próxima imagem exibe o perfil do democrata no LinkedIN.

Page 65: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

65

Ilustração 19: Obama no LinkedIN Fonte: Hilman54 (2008).

Quanto ao site oficial da campanha de Obama, na concepção de Bellato (2012, p. 8) a comunicação

se mostrou bastante dinâmica, tendo sido permanentemente atualizado com vídeos, fotos, ringtones, o que estimulou o retorno ao website. [...] Em pesquisa divulgada pela Nielsen Online aponta que a plataforma recebeu 2,3 milhões de visitantes durante o mês de maio de 2007,enquanto,no mesmo período, o site do concorrente republicano de Barack Obama, McCain teve 536 mil acessos.

A seguir, o layout do site de Barack Obama na campanha estudada.

Page 66: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

66

Ilustração 20: Site do Barack Obama em 2008 Fonte: webeocanal (2012).

As pessoas localizavam no site o Obama Store, onde era possível visualizar “vários

tipos de produtos, desde botons (Ilustração 14) até camisetas” [...] disponibilizou também

ringtones” da campanha. Através do mesmo endereço virtual, era incentivado aos jovens a

votação, inclusive às pessoas que normalmente não o faziam, mostrando a importância do

voto de cada um para o país. (webeocanal, 2012).

Segundo Castro (2008) que acompanhou a campanha presidencial em 2008 nos EUA,

imediatamente após seu cadastramento ao site da campanha de Barack Obama autorizando o

recebimento de noticias sobre o mesmo, Castro (2008) começou “a receber e-mails, convites,

pedidos de ajuda financeira, vídeos, material de campanha, relatos da campanha, atividades da

equipe de Barack Obama, entre outras tantas mensagens do próprio candidato a presidente dos

Estados Unidos”.

De acordo com a mesma fonte, era possível inclusive, criar e personalizar sua

participação em um blog específico de apoio a campanha, além de uma “série de atividades e

interatividades com o candidato, eventos a ambientes de discussões segmentados para latinos,

crianças, veteranos, negros, judeus, orientais entre outros”. Segundo Castro (2008), nada

faltava para atingir o público-alvo almejado. Havia “doação on-line, site personalizável, e-

Page 67: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

67

commerce, centenas de comunidades segmentadas, espaço para debates on-line, web site

mobile, BarackTV e as demais funções mais comuns – notícias, newsletters, etc”.

Nota-se, portanto que, Barack e seu time, foram cautelosos com a acessibilidade do

eleitor para com as informações da campanha. Todas as mídias que se encontrava, estavam

citadas no site com redirecionamento através de link da internet.

Uma delas foi a rede social MyBatanga, que de acordo com informações do site

hispanicprwire (2007) o candidato supracitado utilizou como estratégia a plataforma

pretendendo atingir os jovens além da população de eleitores latinos dos EUA, público-alvo

desta rede.

A seguir, a ilustração do perfil MyBatanga de Barack.

Ilustração 21: Obama no MyBatanga Fonte: Simpson (2008).

Uma curiosidade encontrada, segundo a mesma fonte, é que antes do anúncio oficial

da equipe de marketing de Obama informando que o candidato já estava conectado à rede, “a

página “My.Batanga Obama” já tinha mais amigos do que qualquer outro site de portal latino-

americano”. As informações sobre o candidato poderiam ser visualizadas nos idiomas: inglês

ou espanhol.

Já para atingir a terceira idade na web, Barack Obama fez uso do Eons – plataforma

que tem como público-alvo usuários com mais de 60 anos, que de acordo com Lins (2011) é

uma rede social com estrutura e funções semelhantes ao Facebook.

Page 68: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

68

A presença do candidato na rede social Eventful foi solicitada pelos próprios

internautas, já que segundo a descrição do vídeo do Youtube (Barack Obama em

Eventful.com) sobre a rede, mais de 20.000 pessoas solicitaram sua compleição. Segundo o

canal, “isso coloca Barack no top dez mais procurados de pessoas de todos os tempos para

este site”.

Ilustração 22: Obama no Eventful Fonte: Eventful (2012).

Uma ferramenta muito utilizada na campanha foi o canal do Youtube - ferramenta

gratuita que permite o compartilhamento de vídeos com outros usuários da rede, para se

autopromover com suas propostas e de seu partido além de, lembrar os eleitores de votar a

favor de sua candidatura, lembrando que o voto lá não é obrigatório.

Page 69: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

69

Ilustração 23: Obama no canal do Youtube Fonte: webeocanal (2012).

Nada surpreendente já que em relatório apresentado pelo Google, conhecido como

Zeitgeist 2007, segundo constatou Presse (2007) demonstrou que sete das dez buscas mais

frequentes na internet feitas no ano anterior à eleição (2007) estavam ligadas à esta rede.

Além disso, outra ferramenta aproveitada pela equipe de marketing de Obama foi o

carisma do candidato. Obama, conforme Nagouret (2012), conquistava em seus discursos.

Plouffe, gerente da campanha de Obama respalda "sem o candidato que empolga as pessoas,

você pode ter a maior estratégia e máquinas e isso não importará”. (NAGOURET, 2012).

E foi através desta virtude (carisma) e suas propostas cuidadosamente estruturadas

que, Barack Obama conseguiu através das mídias mencionadas, a persuadir seu eleitorado a

colaborar com a campanha. Obama criou uma rede de apoiadores que lhe permitiu arrecadar

valor suficiente para expandir sua campanha e competir com superioridade com seus

adversários. (NAGOURET, 2012).

Page 70: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

70

Ilustração 24: Site de Obama Fonte: webeocanal (2012).

No link “Paid for by Obama for America” em sua tradução livre “Pago por Obama

para América” (ilustração 24) no final da página é apontada a linguagem emocional que a

equipe de marketing utilizou para sensibilizar os apoiadores.

Vale salientar o apontamento de Taylor, diretora política da Casa Branca na reeleição

de Bush, conforme descrito nos respaldos de Nagouret (2012): “Obama estava com o desafio

de trabalhar uma campanha através de novas mídias, recém surgidas no ano de 2008. “Eu não

sei quanto a vocês, mas eu vejo um anúncio de Obama na Internet todos os dias””.

Informação que deixa implícito a campanha notável do candidato através da equipe de

marketing digital.

Obama teve como principais coadjuvantes na elaboração e execução de sua campanha

os seguintes nomes: Joe Rospars (chefe de toda a estratégia digital de Obama), David Axelrod

(principal estrategista político do presidente), Jim Messina (diretor da campanha de Obama)

entre outros renomados no setor.

Page 71: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

71

Ilustração 25: Perfil do Facebook Fonte: webeocanal (2012).

Não por coincidência, Obama conquistou o voto das minorias nas quais buscava

contato na web. Teve por resultado na eleição, segundo dados de Simpson (2012): “Africano

americanos (95%), Ásia (62%), hispânicos (66%)”. Jovens fiéis (66%), religião judaicau

(78%) e católicos (54%). Ganhou 69% dos votos dos eleitores que votaram pela primeira vez.

De acordo com a mesma fonte, quando ele declarou após ser eleito agradecendo aos

“negros, brancos, hispânicos, asiáticos, índios, gays, heterossexuais, deficientes e não-

deficientes" que votaram nele, não coincidentemente, Obama estava se referindo às mesmas

pessoas que o escolheram como “amigo” nas redes sociais.

Sabendo que as pessoas dão mais importância para a opinião de uma pessoa comum

do que o do candidato, que declaradamente busca o reconhecimento da população, todo esse

barulho virtual foi crucial para que as pessoas quisessem participar da campanha agenciando-

o.

Os assessores de Obama apostaram na viralização de conteúdo da internet, e como

resultado, tiveram uma legião de internautas apoiando e interagindo pela sua causa de forma

espontânea, como foi o caso da música veiculada no YouTube “Yes we can” mencionada a

seguir.

Page 72: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

72

Ilustração 26: Artistas na campanha de Obama Fonte: Youtube (2012).

Na época, o clipe que conta com a presença do cantor Willian do grupo Black Eyed

Peas, dentre outros famosos, teve 14 milhões de views (visualizações) no canal do Youtube.

(XISTO, 2012).

De acordo com Arantes (2008) “os vídeos foram umas das ferramentas de

comunicação mais utilizadas em sua campanha. Discursos, depoimentos e video-clips foram

publicados em canais de video-sharing”.

Ainda sobre os vídeos, o site Youtube disponibilizou o YouBama, como segue a

ilustração.

Page 73: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

73

Ilustração 27: Canal de vídeos YouBama Fonte: Youbama (2012).

O site foi criado por dois estudantes da Universidade de Stanford, que declaram não

ter ligação com a campanha oficial de Obama. Vale salientar a importância deste veículo para

o candidato: Obama conquistou de tal maneira os acadêmicos mencionados que por vontade

dos mesmos, até onde se sabe, fizeram um canal no qual o conteúdo é gerado e votado pelos

cidadãos. Nas palavras do site: “os eleitores podem dizer o que querem, como querem. Em

seguida, podem votar nos vídeos que acharem melhor para subir ao topo”. (youbama, 2012).

Ainda referente ao YouBama, a aba Popular Vídeos é direcionada para os vídeos mais

visualizados pelos internautas.

A aba Newest Vídeos auxilia a discussão e indaga aos eleitores a darem sua opinião

sobre o porquê votar no candidato, desta maneira, contribui-se para a criação de diversos

vídeos declarando seus argumentos; popularizando o candidato na disseminação do conteúdo.

Além do uso do mobile marketing (marketing através do celular), com direito a

aplicativo para iPhone e mensagens via SMS. Este meio utilizava conteúdo

multimídiaintegradocomosite,notícias,agenda,notificações,entre outras informações

sobre a campanha.

Page 74: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

74

Na ilustração a seguir, a demonstração de como era exibido às mensagens e

aplicativo para os eleitores.

Ilustração 28: Obama no celular Fonte: Campos (2008).

Goodstein, especialista no uso de celulares e um dos estrategistas da campanha de

Barack Obama, declarou na época que, “nos EUA grande parte da população não tem acesso à

tecnologia 3G, o que restringe a atuação dos possíveis apoiadores do candidato”.

(efeitoobama, 2009)

No entanto, 3 milhões de pessoas se inscreveram, de forma espontânea, para o

recebimento de informações via SMS sobre a campanha, totalizando cinco a vinte

mensagens distribuídas por mês a cada pessoa. (LUTZ, 2009)

A campanha de Obama aproveitou da constatação que nos EUA 65% das pessoas que

jogam videogames tem mais de 18 anos e criou anúncios in-game no jogo Burnout:Paradise

do Xbox Live. (ARANTES, 2008).

Page 75: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

75

Ilustração 29: Obama nos jogos on-line Fonte: Beal (2008).

O sucesso da campanha de Barack adveio do engajamento das mídias selecionadas,

valendo salientar que todas as redes falavam com o eleitor-alvo de maneira distinta, além de

uma promover a outra e todas se voltarem para o site oficial.

Após eleito, o candidato continuou utilizando os meios digitais, nas quais os eleitores

podiam sugerir mudanças ao país. Inclusive, no site barackyourself.org, o usuário podia

inserir a imagem de seu rosto numa foto com Obama em frente à Casa Branca. (BELLATO;

LIMA, 2010).

De acordo com a fonte supracitada, o candidato aplicou o site da Casa Branca como

outro meio de aproximar o eleitor, já que no site whitehouse.gov havia o acompanhamento

dos planos e ações do presidente para a nação além de um blog ensinando à população, entre

outras coisas, princípios da administração pública. (PAIVA, 2012).

Page 76: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

76

Ilustração 30: Site Casa Branca Fonte: whitehouse.gov (2012).

O YouTube continuou sendo atualizado semanalmente com vídeos no canal

ChangeDotGov, com conceitos da administração pública e discursos do mesmo. (BELLATO;

LIMA, 2010).

Arantes (2008) afirma que “a internet foi responsável por 87% de toda a arrecadação

da campanha de Obama”. E informa que, dois meses antes das eleições a campanha já contava

com mais de U$S 100 milhões.

No entanto, Arantes (2008) salienta que, as doações eram relativamente pequenas

“93% dos doadores contribuíram com menos de 100 dólares”, respaldando a informação que,

Obama, de fato, encantou e persuadiu as pessoas com suas ideias de mudança e esperança de

um novo país.

De acordo com o estudo de Arantes (2008),

Obama não pedia para que os usuários entrassem em seu site e fizessem

doações, ele colocou widgets de doação nas redes já existentes. Preferiu

engajar e motivar os eleitores sobre a campanha e facilitar a doação com

ferramentas de interação pulverizadas nas mídias sociais.

Contabilizando os dados finais da campanha, “Obama angariou através da Internet

mais de meio bilhão de dólares, valor proveniente das 6,5 milhões de contribuições online

feitas por um total de 3 milhões de pessoas” (PAIVA, 2012). O site oficial teve 3,5 milhões de

Page 77: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

77

visitantes mensais (LUTZ, 2009). No Youtube, uma das ferramentas mais utilizadas na

campanha, o perfil de Barack teve cerca de 1.800 vídeos veiculados durante toda a campanha

com 19.565.669 de exibições no canal. (ARANTES, 2008).

Em mais de 15 sites de redes sociais Obama somou 5 milhões de apoiadores. (PAIVA,

2012). De acordo com Arantes (2008), no Facebook, o candidato conquistou 3 milhões de

“amigos”. Já no Twitter alcançou 130 mil seguidores, cita a mesma fonte.

Vale salientar que em seu mandato (2008 a 2012) conquistou mais de 17 milhões de

seguidores, número que o reconheceu em 2012, pela pesquisa Twiplomacy, como o líder mais

influente do microblogging. (p3.publico, 2012).

Um fato interessante a ser pontuado sobre suas estratégias ainda no Twitter, é que Obama segue apenas dois líderes políticos: Jens Stoltenberg (Primeiro-Ministro norueguês) e Dimitri Medvedev (Presidente russo). No entanto, segundo a pesquisa, 76 líderes mundiais seguem a conta do presidente Obama, que se torna o mais seguido até entre seus colegas presidentes. (UOL, 2011).

De acordo com a mesma fonte, no mailing list (lista de contatos) havia 13 milhões de eleitores

recebendo mensagens via e-mail sobre a campanha. Destes, 3.000.000 foram doadores on-line

que contribuíram com dinheiro além de, disseminar as informações do candidato. Segundo

Paiva (2012) no total, foram “um bilhão de e-mails com sete mil diferentes tipos de

mensagens disparados durante a campanha”.

A mesma fonte ainda informa que, o sistema de mensagens SMS via celular somou

um milhão de assinantes.

A campanha de Barack Obama foi, de fato, um grande passo para a história da

política, e a contratação da equipe de marketing especializada em marketing digital foi o fator

decisivo e de suma importância para tanto sucesso. “Entre os especialistas, estavam Chris

Hughes, um dos fundadores da rede Facebook, Joe Rapars, diretor de novas mídias, Ben Self

e Andrew Paryze, especialistas em marketing digital da Blue State Digital”. (apud JANOVIK,

2010). Influenciou, inclusive, outros candidatos, além de empresários, a seguirem a mesma

linha na internet, como foi o caso da candidata a presidência do Brasil Dilma Rousseff em

2010, que será analisado a seguir.

3.1.3 A história de Dilma Rousseff

Page 78: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

78

A história de Dilma Vana Rousseff é dotada de momentos julgados por muitos,

patriotas, fatos que, como na história de Obama, foram utilizados como estratégias de

campanha em sua carreira política.

“Filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado brasileiro como

Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva, Dilma fez a pré-escola em Belo

Horizonte e, após este, ingressou em um dos colégios mais tradicionais do Brasil ainda em

BH, chamado Sion, de influência católica”. (UOL, 2011).

Mas foi no Colégio Estadual Central, para onde foi transferida aos 16 anos que fez

Dilma se inserir na “luta pela liberdade”. Segundo Gois e Damé (2010), a nova escola era “o

epicentro da agitação estudantil do período”, ainda mais se comparado ao colégio anterior

ministrado por freiras. Até as paredes do colégio colaboravam com o movimento, de acordo

com a mesma fonte, “uma pichação do prédio modernista cintilava: ‘Só morrem as causas

pelas quais ninguém morre por elas’”.

Apesar do alvedrio influenciado no Colégio público, o Brasil passava por um

momento em que as “liberdades democráticas saíam de cena”, respaldou Gois e Damé

(2010). No entanto, Dilma se opôs, como tantos outros estudantes taxados como rebeldes, fez

parte do “grupo de estudantes simpáticos ao pensamento de Rosa Luxemburgo e Leon

Trotski, na Organização Revolucionária Marxista - Política Operária”. (UOL, 2011).

Três anos depois, em 1967, durante seu curso na “Faculdade de Ciências Econômicas

da Universidade Federal de Minas Gerais, Dilma passou a militar no Comando de Libertação

Nacional (Colina), organização que defendia a luta armada. Esse comportamento, de passar de

um grupo político a outro, era comum nos movimentos de esquerda que atuavam durante o

período da ditadura iniciada com o Golpe de 1964”. (UOL, 2011).

De acordo com o site Uol (2011), em 1969, começam os atos amotinados de Dilma:

vive na clandestinidade, usando “vários codinomes para não ser encontrada pelas forças de

repressão aos opositores do regime” e, em julho do mesmo ano, no Rio de Janeiro, a

Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, (VAR-Palmares: junção do movimento Colina

com a Vanguarda Popular Revolucionária) rouba um cofre, “que teria pertencido ao ex-

governador de São Paulo, Adhemar de Barros”. Com isso, segundo a mesma fonte, a guerrilha

lucrou US$ 2,4 milhões. “Dilma nega ter participado dessa operação, mas há quem afirme que

ela teria, pelo menos, ajudado a planejar o assalto”. Em seguida, no mesmo movimento,

“Dilma teria organizado três ações de roubo de armas no Rio de Janeiro, sempre em unidades

do Exército”. (UOL, 2011).

Page 79: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

79

No ano seguinte, foi presa e torturada em São Paulo, qualificada por “papisa da

subversão”. Foi condenada em 3 Estados, no entanto, três anos depois, em 1973, já estava

livre por redução de pena no STM (Superior Tribunal Militar). (UOL, 2011).

Muda-se, então, para Porto Alegre, onde, nas informações do mesmo site, volta a

cursar a Faculdade de Ciências Econômicas, na Universidade Federal, porém no Rio Grande

do Sul.

Dez anos depois, já em1979, Dilma Rousseff filia-se ao Partido Democrático

Trabalhista, onde

ocupa os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (1986-89), presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93) e secretária de estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).

Em 2001, ainda de acordo com as informações do site Uol (2011), Dilma foi para a

oposição, o Partido dos Trabalhadores (PT), no qual “coordenou a equipe de Infra-Estrutura

do Governo de Transição entre o último mandato de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro

de Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-se membro do grupo responsável pelo programa de

Energia do governo petista”.

De 2003 a junho de 2005, Dilma foi “ministra da pasta das Minas e Energia ocupando

o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil desde a demissão de José Dirceu de Oliveira e Silva,

em 16 de junho de 2005, acusado de corrupção”. (UOL, 2011).

Mais denúncias contra a, até então, ministra, aparecem entre 2008 e 2009, segundo a

mesma fonte, uma delas envolveu a Lina Vieira (ex-secretária da Receita Federal) que

afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que,

num encontro com Dilma, a ministra teria pedido que uma investigação realizada em empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Dilma negou a declaração de Lina, que, por sua vez, reafirmou a acusação em depoimento no Senado Federal, mas não apresentou provas.

De acordo com o site UOL (2011), “Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura

pragmática, de importância central no governo Lula”, por conta disso, em 2010, “Dilma foi

aclamada pré-candidata do PT à presidência da República”, afastando-se do cargo de ministra.

“Aos 62 anos de idade, Dilma Vana Rousseff disputou sua primeira eleição - e

venceu”, declarou Gois e Damé (2012). O site Uol (2011), completou afirmando que, a

candidata do PT venceu o segundo turno com 56,05% dos votos válidos contra 43,95% do

Page 80: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

80

adversário José Serra, “tornando-se a primeira mulher na presidência da República Federativa

do Brasil”.

Neste contexto, percebe-se que a candidata a presidência apesar de, muitas vezes, fora

das regularidades do que é julgado correto pela sociedade, sempre se autodeclarou inocente,

às vezes até por falta de provas. Ganhou, inclusive, o título de patriota, num caminho que

inicia na militância contra a ditadura, com direito a ações armadas durante o regime militar

para, em seguida, pouco mais de trinta anos depois, se encontrar nos cargos públicos.

Nas estratégias de Dilma, como será analisado a seguir, é visível a importância que o

ex-presidente Lula, famoso também por lutar por seus direitos, dimanou na conquista dos

votos eleitorais da mesma. No entanto, a equipe de marketing da candidata tentou ir além da

imagem do padrinho, e utilizou também os meios digitais como ferramenta de persuasão.

3.1.4 Estratégias digitais na campanha de Dilma Rousseff

É quase impossível falar da campanha de Dilma em 2010 sem citar o ex-operário e

então, presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula apadrinhou Dilma e apoiou fortemente toda a campanha, discursou em comícios

e fez apelos emocionais nos pedidos de voto, como por exemplo: “Semana q vem é meu

aniversário, votem na Dilma e vocês estarão me dando o melhor presente que eu poderia

ganhar”. Ou “ao votar na Dilma... (vocês) vão estar votando um pouquinho em mim”,

anunciava Lula nos palanques. Dilma completava o discurso: “Ninguém vai me separar do

Lula”. (CASADO, 2010).

Page 81: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

81

Ilustração 31: Estratégia “Lula” Fonte: Viviane (2012).

Para melhor compreender a importância no apoio de Lula na candidatura de Dilma em

2010, segue na sequência um breve resumo da historia de Lula.

Nascido em Pernambuco no ano de 1945, Luiz Inácio Lula da Silva entrava para uma

família grande, com 11 irmãos. Já com 14 anos, Lula trabalhava com carteira assinada numa

metalúrgica. (POLITICA, 2012)

De acordo com a mesma fonte, com 35 anos, “Lula foi eleito presidente do sindicato

dos metalúrgicos na Grande São Paulo”, e cinco anos depois, “fundou o Partido dos

Trabalhadores ‘PT’”.

Candidatou-se em 1982, a governador de São Paulo sem sucesso. Quatro anos depois

tentou novamente como deputado e se elegeu, conquistando 650 mil votos. Tentou 3 vezes

consecutivas, a presidência do país, mas não obteve êxito. (POLITICA, 2012)

Na quarta vez, em 2002 foi eleito e em 2006, reeleito. (POLITICA, 2012). Muitos

afirmam, inclusive, que se fosse possível, teria continuado no Planalto em 2010, mas como

não pode, de acordo com as leis, declarou Dilma sua substituta.

Os autores Gois e Damé (2012), assumiram: “Mais que um político ou estadista, Lula

é um dos maiores heróis nacionais na história”. Por conta disso, em 2010, Lula teve

participação fundamental nas estratégias eleitorais de Dilma, aproveitado tanto pelo seu

carisma quanto pelo seu mandato político nos oito anos como presidente do Brasil.

Page 82: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

82

Vale informar ainda que, foi Lula quem chamou Dilma para compor sua equipe como

ministra de uma área propensa a curto-circuito no setor de Minas e Energia, depois de

presenciar a apresentação dela numa reunião, aclara Lula (apud OGLOBO, 2010).

Nas palavras da mesma fonte,

Dilma passou a frequentar a seleta reunião de coordenação do governo, em que tinham assento cardeais da estola de José Dirceu, Luiz Gushiken e Antonio Palocci. Nessas reuniões, chamada a analisar o setor elétrico, foi conquistando a confiança de Lula, que se impressionava, segundo um ministro, com o rigor técnico de sua auxiliar.

No final de seu mandato, Lula começou a pensar em sucessão. O presidente começou

a descartar nomes fortes que saíam fora de cena com as pesquisas do partido. “Assim, caíram

Palocci, Ciro Gomes, Tarso Genro, Palocci e Francenildo Costa”. Assim começou a pensar e

realmente apostar em Dilma para a sequência no PT. Surgiu então, a Dilma candidata a

presidência do país. (GOIS; DAMÉ, 2010). Após isso, Dilma foi recoberta por densas

camadas de marketing, a começar pelo visual e a fama de durona.

A seguir, o flyer utilizado na campanha em 2010 que, destaca a estratégia de aliar o

ex-presidente Lula com a candidata.

Page 83: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

83

Ilustração 32: Flyer da campanha Dilma Fonte: Plenars (2012).

O slogan da campanha “Para o Brasil seguir mudando”, anuncia a união das forças, a

junção da simpatia do ex-presidente como o “homem do povo” com a força e sensibilidade da

mulher.

Neste contexto, a campanha em 2010 teve seu diferencial em relação às outras, pois

esta, contava com duas mulheres na disputa presidencial: Marina Silva do Partido Verde (PV)

e Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores (PT). Mas Dilma foi a que mais utilizou como

estratégia “o poder por ser mulher”, por trazer a sonhada mudança. Ponto exaustivamente

trabalhado, haja vista que em todos os seus discursos Dilma, chamava a atenção das mulheres

a fim de serem persuadidas pelo movimento.

Page 84: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

84

João Santana, assessor de Dilma no marketing, confirmou a estratégia, disse que o fez

na tentativa de conquistar o eleitorado feminino, em que, segundo ele, o nível de indecisão é

maior. Em campanha, Dilma “foi comparada a vultos do passado como a compositora

Chiquinha Gonzaga e a princesa Isabel”. Seu primeiro filme publicitário da campanha foi

“dirigido especificamente às mulheres, principalmente às jovens solteiras com filhos e às

donas de casa”. (Revista Época, 2010).

Outro ponto que merece destaque é a ausência da divulgação verbal do partido;

levando em consideração que, nos vídeos da campanha para veiculação no meio TV e na

internet, a estrela e o número 13, símbolos do PT, só começaram a aparecer com mais

destaque na metade da disputa e ainda assim, na última semana que antecede a eleição, não se

mencionou verbalmente o partido. (apud FREITAS, 2012, p. 14)

O jingle da campanha da candidata frisou nas estrofes a continuidade que ela daria ao

governo no Distrito Federal, além de salientar, por diversas vezes, a força da mulher como a

verdadeira mudança. Nota-se que mesmo o nome da música, tem impacto emocional com

notoriedade patriota: Dilma Brasileira. (YOUTUBE, Jingle da campanha Dilma Rousseff).

Meu Brasil querido Vamos em frente Sem voltar pra trás Pra seguir mudando Seguir crescendo Ter muito mais Meu Brasil novo Brasil do povo Que o Lula começou Vai seguir com a Dilma Com a nossa força E com o nosso amor Ela sabe bem o que faz Ela já mostrou que é capaz Ajudou o Lula a fazer pra gente um Brasil melhor Lula tá com ela Eu também tô Veja como o Brasil já mudou Mas a gente quer mais Quer mais e melhor É com a Dilma que eu vou É a mulher e sua força verdadeira Eu tô com Dilma Uma grande brasileira É a mulher e sua força verdadeira Eu tô com Dilma Uma grande brasileira

Page 85: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

85

Lula tá com ela Eu também tô Veja como o Brasil já mudou Mas a gente quer mais Quer mais e melhor É com a Dilma que eu vou Lula tá com ela Eu também tô Veja como o Brasil já mudou Mas a gente quer mais Quer mais e melhor É com a Dilma que eu vou

É possível notar a pretensão do jingle: transformar Dilma em “mãe”, através do

presidente Lula, o nomeado “pai do povo”, para a continuidade do partido. Título este dado à

candidata, desde o período em que a mesma era ministra e inaugurava as obras do Programa

de Aceleração de Crescimento (PAC).

Nas palavras de Figueiredo (apud Revista Época, 2010) Serra e Dilma não são bons no

recurso corpo a corpo. A partir desta informação, percebe-se que a candidata, de fato, passava

mais a palavra para Lula nos comícios, como coincidentemente, nota-se na ilustração anterior.

De acordo com a fonte citada referente aos mesmos candidatos, “os marketeiros [...] são

fundamentais para empatia com o eleitor”.

Segundo a Revista Época (2010), Dilma foi a candidata com mais tempo de televisão

– 3 minutos e 20 segundos a mais que o adversário Serra. A estratégia era explorar os avanços

do governo Lula.

Neste contexto, a seguir serão identificados os diferenciais propostos pelos

marketeiros, na campanha de Dilma Rousseff na web.

A começar pela equipe de marketing, composta por Marcelo Branco, ex-coordenador

da Associação do Software Livre e ex-diretor do Campus Party Brasil, convocado para ser o

estrategista de mídias sociais da campanha presidencial, o marketeiro João Santana e a

empresária Danielle Fonteles, da Agência Pepper Comunicação, responsável pela operação

via internet da campanha. (Marques, 2010).

A ex-ministra contou ainda com a ajuda dos norte-americanos: Scott Godstein, “chefe

de mídias móveis da campanha de Obama, especialista em arrecadação online” (baguete,

2010), e Joe Rospars, estrategista de mídias sociais do candidato supracitado. Não satisfeitos,

a petista chamou ainda, o estrangeiro Andrew Paryze e Ben Self, que além de montar a Blue

State Digital (agência americana especializada em campanha on-line para políticos), era

Page 86: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

86

responsável pela estratégia digital e a “campanha de marketing social de Obama de janeiro de

2007 a janeiro de 2009”. (HIND, 2009).

Vale salientar que o candidato do partido adversário, José Serra do PSDB, antes de

Dilma, conversou com Ben Self, responsável pelo marketing digital da campanha de Obama.

Todavia, segundo o site baguete (2010), o presidente dos EUA interferiu para que fosse

apoiada a candidata de Lula.

Marcelo Branco, na época, em entrevista ao jornalista Falqueiro (2010), declarou que,

“essa equipe vai ser responsável pela estratégia na internet, mas não definirá a estratégia de

campanha, e sim desdobrará a estratégia geral”, e completou:

A estratégia do PT, muito inspirada no caso de sucesso de Obama, é criar, com as redes sociais, canais de comunicação em que a informação possa ser divulgada para os militantes, mas também capitalizar em cima do que for criado por eles, como vídeos, fotos ou textos. “A campanha online não será voltada apenas para os filiados, mas para apoiadores em geral. A ideia não é só fazer guerra de comunicação, mas ajudar para que a campanha ocorra de forma descentralizada. Ela não pode ser pensada por um grupo pequeno de pessoas, mas sim por milhares de internautas.

Neste contexto, foi analisado um gráfico (demonstrado a seguir) que destaca o tempo

de utilização da internet no Brasil nas mídias sociais, no ano da eleição presidencial estudada.

Alcance e Utilização por País / Abr 2010 (Casa e Trabalho)

Rede Social / Blog Sites

País Alcance (%) dos usuários ativos

Tempo por pessoa (hh: mm: ss)

Brasil 86% 05:03:37

Itália 78% 06:28:41

Espanha 77% 05:11:44

Japão 75% 02:50:50

Estados Unidos 74% 06:35:02

Reino Unido 74% 05:52:38

oFrança 73% 04:10:27

Austrália 72% 07:19:13

Alemanha 63% 04:13:05

Suíça 59% 03:43:58 Ilustração 33: Percentual de países na internet Fonte: blog.nielsen (2010).

Page 87: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

87

Pode-se observar que o Brasil, 1º colocado na lista, com 86% de usuários ativos nas

mídias sociais, “lidera o uso de rede social em todo o mundo”. (IDGNOW, 2010). Segundo o

levantamento, este percentual refere-se à crescente utilização da rede social Orkut no país.

Deste modo, nota-se a internet como uma oportunidade a ser explorada na campanha

presidencial.

De acordo com a mesma fonte, o estudo também levantou o uso global do Facebook.

Constatou-se, no entanto, que no Brasil apenas 26% dos internautas visitam a página contra

62% dos Estados Unidos no mesmo período.

Comparando as redes mais utilizadas no Brasil, “o Facebook teve 5,1 milhões de

visitantes únicos brasileiros, um quarto dos que acessaram o Orkut e quase a mesma quantia

de visitas ao Twitter”. (BEREZIN, 2010)

Segundo o gênero, o Orkut tem o mesmo número para homens e para mulheres sendo

que 54% deles tem até 17 anos e apenas 11% tem entre 35 e 44 anos. No Facebook a

distinção é maior, 64% são homens e 36% são mulheres, dentre eles 33% até 17 anos e 18%

de usuários com 35 a 44 anos, pontuou a mesma fonte.

O grau de escolaridade é o que difere mais estas duas redes. No Orkut, 28% estão na

cursando ou já possuem o nível superior. Já no Facebook a estatística é maior, 54% das

pessoas tem ou estão no ensino superior. (BEREZIN, 2010)

Vale destacar que o Orkut foi a maior rede social em 2010 em números de usuários e

visitas. Tanto que, a pesquisa realizada por Serasa Experian Hitwise (apud IDGNOW, 2010),

respalda:

A força do Orkut é mais evidente quando se analisa os números de participação no total de acessos a todos os sites no Brasil. A rede social da Google só fica atrás do próprio serviço de buscas da empresa. Mesmo assim, em períodos de férias escolares, o Orkut superou o Google em mais de um ponto porcentual.

Em contrapartida, as redes sociais Twitter e Facebook estavam em ascensão, apesar de

ainda distantes do líder Orkut, que mobilizava 62,14% dos brasileiros. O Twitter teve seu pico

em 2009, no entanto, contava com apenas 1,91% do total de usuários. Já em 2010, a rede

citada cresceu 768%. O Facebook que tinha 2,35% no ano anterior, em 2010, cresceu 804%.

(IDGNOW, 2010).

A ilustração a seguir demonstra a diferença entre as redes mencionadas.

Page 88: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

88

Ilustração 34: Facebook e Twitter disputam Fonte: Paula (2010).

Além das redes sociais já mencionadas, havia também outros sites de relacionamento

em ascensão em 2010, como por exemplo: Ning (site que permite a cada usuário criar sua

própria rede social), Forsquare (rede social para avaliação de locais como bares, restaurantes,

entre outros), Skype (serviço on-line que une chat, vídeo, funções de produtividade e telefone

por IP gratuito), Youtube (Canal de vídeos). O Linkedin, Fourspring (rede social que o

usuario cria com objetivo de responder perguntas de internautas) e Flickr (álbum de fotos on-

line do Yahoo), estavam estagnados e as redes como o Sônico (rede social baseada em

comunidades, como o Orkut e o Facebook) e o MySpace (rede social com foco em conteúdo

musical) estavam em decadência. (VARAL, 2010)

Neste contexto, a seguir o infográfico que pontua as capitais do Brasil e o percentual

de usuários que aderiram as redes sociais em 2010.

Page 89: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

89

Ilustração 35: Rede Social: Paixão Nacional Fonte: Paula (2010).

Verifica-se que em todas as capitais citadas na ilustração, o percentual de usuários

com acesso as redes é acima de 50%. Conclui-se a partir disso que, as mesmas seriam

impactadas com informações destinadas a internet sobre o político no Brasil no ano de 2010.

Paula (2010) afirma ainda que do “total de internautas que não acessam as redes, 34%

tem interesse em fazer parte”. Percebe-se, deste modo que, só tendem a aumentar os

seguidores das redes sociais na internet.

O mercado percebeu a oportunidade (pessoas cada vez mais conectadas), e

possibilitou o uso das redes sociais no aparelho celular, como é demonstrado na sequência.

Page 90: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

90

Ilustração 36: Quem já aderiu, quer mais Fonte: Paula (2010).

O aumento na conectividade se deu em todos os níveis sociais: na Classe AB de 2004

a 2010 teve um acréscimo de 10% no número de usuários com acesso as redes no celular, na

Classe C, um pouco menos, 7%, e nas classes menos favorecidas DE, cresceram 6%.

Levando em conta que tudo que é divulgado na rede, por ser compartilhado, tem a

possibilidade de ser rapidamente disseminado para outras pessoas, vale avaliar o gráfico a

seguir.

Page 91: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

91

Ilustração 37: Rede Social: média de amigos Fonte: Paula (2010).

Esta informação é relevante na distribuição de conteúdo, já que, ao ser compartilhado

na rede, uma única pessoa pode comunicar em média, a outras 273 pessoas diferentes que, por

conseguinte, possuem mais 273 amigos. Conclui-se, através disso que é o ciclo de

informações, que nunca para, que faz o sucesso da rede.

No caso do político, deve-se levar em conta que, o que foi publicado a internet

registra. Ou seja, há o perigo para quem não monitora as informações, de ter uma

disseminação negativa de sua imagem. Este assunto será pautado no decorrer das estratégias

digitais de Dilma, e em especial no Twitter da candidata.

Do mesmo modo, a persuasão acontece de forma inconsciente na web, como é

demonstrado a seguir.

Page 92: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

92

Ilustração : Redes Sociais afetam o cérebro do mesmo jeito que a paixão Fonte: Paula (2010).

Neste caso, o político tem a ferramenta a seu favor, podendo utilizar de diversas

estratégias para conduzi-lo a simpatizar com o mesmo.

A próxima ilustração mostra os principais motivos de acesso à rede.

Page 93: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

93

Ilustração 38: Interação na rede Fonte: Paula (2010).

Segundo o levantamento, as pessoas buscam entretenimento com os amigos. De

acordo com a mesma fonte, 96% assistem/lêem/ouvem o conteúdo e 83% destes,

compartilham. Compreende-se então que, o sucesso está no relacionamento, é necessário criar

engajamento com o eleitor na internet, já que estes estão dispostos a compartilhar.

Situado as redes sociais em destaque da época, na sequência segue a planilha que

descreve as ações feitas pela equipe de marketing na candidatura de Dilma.

MÍDIA ENDEREÇO ELETRÔNICO

Site www.pt.org.br

Blog dilmanaweb.com.br

Twitter twitter.com/dilmabr

Facebook *1

Canal noYoutube www.youtube.com/user/dilmanaweb

Flickr www.flickr.com/photos/dilma-rousseff

1 Não mais disponível na Internet.

Page 94: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

94

MÍDIA ENDEREÇO ELETRÔNICO

Orkut *1

Ilustração 39: Mídias Sociais Dilma Fonte: Dados primários (2012).

Constata-se que, a equipe de Dilma preferiu por explorar os sites mais populares aos

olhos do público, em vez de seguir a linha de Obama, e criar perfis em diversas redes (em

ascensão) para falar com nichos específicos.

Segue, portanto, a ilustração detalhado do site da pestista.

Ilustração 40: Site da campanha Dilma Fonte: Janovik (2010).

É presente nos layouts o vermelho, cor do partido (PT) em todas as peças (visualizadas

na sequência). No site, de acordo com Janovik (2010) há alternância de três chamadas.

1 Página não mais disponível na Internet.

Page 95: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

95

a) Há o convite para participar como apoiador da campanha, como Obama fazia,

através do cadastramento de informações do eleitor, a fim de conquistar mais pessoas para

disseminar o conteúdo a favor da candidatura.

Segue ilustração referente à frase que apesar de estar no imperativo, entende-se como

um convite: “Seja um Petista 2.0”.

Ilustração 41: Destaque “Petista 2.0” Fonte: Janovik (2010).

Ao clicar no destaque, segundo Janovik (2010), além de aparecer inúmeras redes

sociais, porém sem link para nenhuma delas, abria uma nova página contendo um formulário

com a frase: “O PT quer conhecer você melhor para, assim, ser mais eficiente nas suas ações

de mobilização”. Entretanto, não havia, segundo a mesma fonte, uma indicação do que seria

feito com os dados do eleitor. Ao final do formulário, tinha o campo que solicitava a

autorização das informações de acordo com o “Termo de Uso”, no entanto, este estava sem

link para redirecionamento, ou seja, sem acesso para o leitor verificar se concordava, de fato,

com o cadastro.

Segue ilustração do formulário mencionado.

Page 96: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

96

Ilustração 42: Destaque “Cadastro” Fonte: Janovik (2010).

b) Nesta, a estratégia foi um novo convite, mas de incentivo ao voto para os eleitores

entre 16 e 18 anos.

c) Aparecia também, uma chamada para o blog oficial da campanha (ilustração a

seguir) com redirecionamento de página através do link para o site em questão.

Page 97: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

97

Ilustração 43: Destaque “Dilmanaweb” Fonte: Janovik (2010).

Ao clicar nesta chamada, como citado acima, era redirecionado para o blog oficial da

campanha, com layout demonstrado a seguir:

Ilustração 44: Blog Ofial da campanha de Dilma Fonte: Janovik (2010).

No blog havia o destaque para as chamadas: Conte sua história, Agenda e Divulgue.

Page 98: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

98

Ilustração 45: Blog “Destaque Conte sua história” Fonte: Adaptado de Janovik (2010).

Janovik (2010) descreve: “O botão ‘Conte sua história’ direcionava o usuário para um

formulário convidando-o a contar como o mesmo foi afetado pelas mudanças no Brasil nos

últimos oito anos. Não havia indicação sobre o que seria feito com as informações

fornecidas”.

Ao clicar em “Agenda”, o eleitor era direcionado para a agenda de Dilma na disputa

eleitoral. Todavia, de acordo com o estudo de Janovik (2010), “havia apenas um evento na

agenda”

Já no “Divulgue” (ilustração a seguir) as pessoas eram direcionadas para um novo

formulário, este solicitando o endereço virtual de outras pessoas para saber mais sobre a

campanha da candidata. (JANOVIK, 2010)

Page 99: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

99

Ilustração 46: Blog “Divulgue” Fonte: Janovik (2010).

Ainda no blog, a equipe de Dilma vivenciou alguns conflitos de informações, como na

imagem mostrando a trajetória de vida de Dilma, a seguir.

Ilustração 47: Blog Ofial “Biografia falsa de Dilma” Fonte: Eleições (2010).

Page 100: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

100

Esta imagem foi publicada pela equipe de marketing da petista, pretendendo mostrar a

biografia de Dilma numa montagem com três distintas épocas. Na primeira, aparece Dilma na

infância, em seguida, a suposta Dilma lutando contra a ditadura e, por fim, a Dilma candidata.

No entanto, ao aproximar a imagem, os internautas começaram a questionar a 2ª

imagem e identificaram que, Dilma na verdade era a atriz Norma Bengel na Passeata dos Cem

Mil contra a ditadura (foto original na próxima ilustração):

Ilustração 48: Norma Bengel contra a ditadura Fonte: Azevedo (2010).

Com o feito, a equipe publicou no portal uma nota lamentando a interpretação,

descrita como equivocada (apud ELEIÇÕES, 2010):

Jamais houve a intenção de confundir a sua imagem com a de Dilma, o que seria estapafúrdio, ainda mais se tratando de uma figura pública. O que se busca, ali, é ressaltar um momento da vida do país do qual Dilma participou ativamente. Outras fotos do blog fazem referência a esse momento em que os brasileiros foram às ruas pedir o fim da ditadura. Dilma participou de todas essas lutas. Elas fazem parte de sua vida e da vida de milhões de brasileiros. Lamentamos eventuais mal-entendidos que possam ter ocorrido e tomaremos providências para evitá-los.

Por conta disso, começaram as brincadeiras na internet com o ocorrido:

Page 101: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

101

Ilustração 49: Dilma em “minha vida” Fonte: Azevedo (2010).

Os internautas, que não deixaram passar a situação por esquecida, fizeram um

“concurso” para a escolha de uma substituta à Bengel, com direitos a nomes como: Madre

Tereza de Calcutá, Indira Gandhi e até Joana d'Arc. (HUMBERTO, 2010). Nota-se, que a

resposta dos internautas vem em tom de austeridade, mostrando a relutância do público em

adotar o patriotismo da candidata, como pretendia indicar a equipe.

Page 102: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

102

Em decorrência a tal fato, até no Twitter as pessoas que não sabiam do acontecido

tiveram notícias através da brincadeira, com direito a voto para a “consulta popular”.

(HUMBERTO, 2010).

Ainda no blog, assim que a candidata atingiu a liderança em relação ao partido

adversário, a equipe de Dilma comemorou publicando a imagem a seguir:

Ilustração 50: Dilma lidera Fonte: Alvares (2010).

A ilustração acima foi publicada apenas uma hora depois de confirmada a pesquisa

pelo CNT/Sensus. O pré-resultado foi publicado também no Twitter, que teve primeiro lugar

nos Trending Topics (tópicos mais debatidos em um determinado momento, neste caso, no

Twitter), auxiliou Alvares (2010).

Em relação aos vídeos, o Youtube foi muito aproveitado na campanha. O primeiro

programa (ilustrado a seguir) postado no canal usou como estratégia o apelo emocional:

Dilma aparecia em direção ao Planalto no Distrito Federal ao som de uma melodia suave,

considerada em senso comum, comovente. Numa sequencia de cenas, a história da candidata

Page 103: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

103

enfatiza seu patriotismo, compromisso, o feminismo e a sensibilidade da ex-ministra, além de,

usufruir da personalidade do então presidente do país, que aparece discursando a favor de sua

candidatura. Exemplo disso está em uma das cenas, na qual Lula exalta, em meio a um debate

em comício, a felicidade de passar a faixa presidencial para uma companheira do mesmo

partido, salientando sua gratidão por ser uma companheira mulher, que por sua vez, aparece

emocionada. Outra cena pode ser apontada como destaque, quando aparece um trecho em que

Dilma diz que é em nome de todas as mulheres do Brasil e, em especial, da filha e da mãe que

recebe a “homenagem” e a indicação para concorrer à presidência da República. No vídeo,

nota-se crucial mostrar ao publico que a eleição de Dilma seria a continuidade da mudança no

país. Vale mencionar ainda a parte final do vídeo, onde depois de varias fotos de sua infância,

a candidata relembra e diz que, quando pequena apareceu um menino na frente de sua casa

sedento por alimento, ela por sua vez, descreve que apesar de ter apenas uma nota de dinheiro

rasgou e o ofereceu a metade.

Ilustração 51: Vídeo Campanha Eleitoral Fonte: Mudando (2010).

Page 104: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

104

Este, dentre outros vídeos estavam no Canal do Youtube nomeado como

“Dilmanaweb”, segue ilustração.

Ilustração 52: Canal do Youtube de Dilma Fonte: Janovik (2010).

Branco comparando as estratégias de Obama e Dilma, informou que não seria possível

igualar as campanhas, utilizando das mesmas estratégias, já que, segundo ele, somos mais

comunicativos e ativos na internet. O estrategista destacou: “o Orkut é o principal espaço (no

Brasil), já o MySpace é bem menos importante”. E concluiu: “Por isso que a estratégia não

será a mesma adotada na campanha do Obama, mas eles trarão a experiência no uso das

ferramentas”. (FALQUEIRO, 2010).

Page 105: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

105

No entanto, no Orkut Dilma não interagiu como o esperado depois do relato de

Branco. De acordo com Janovik (2010), a candidata já contava com a conta no Orkut na pré-

campanha, porém, os perfis eram fechados (só quem estava no seu grupo de amigos

adicionados na conta, poderiam visualizar suas noticias e deixar recados). Segundo a mesma

fonte, que por sua vez, convidou-a para ser amigo na rede para assim obter informações sobre

a petista, houve uma delonga de quatro dias para o aceite ser confirmado, e, no entanto,

quando enfim, pode verificar as ações da candidata na conta, Dilma não tinha nenhuma foto,

função, julgada em senso comum, como uma dos principais atrativos do Orkut, além de não

pertencer a nenhuma comunidade (página do Orkut com objetivo de interação entre pessoas

com interesse em comum).

No Facebook, o mesmo ocorreu enquanto pré-campanha. Janovik (2010) enviou o

convite e apenas no dia seguinte, este foi aceito para acesso as informações da candidata a

presidência. Já na conta, Janovik (2010) pontuou que não havia conteúdo algum na rede.

No inicio da campanha, Dilma começou mais ativa nas redes. Sem censura, a pagina

no Facebook começou a ser disponibilizado ao publico, e no Orkut já participara de diversas

comunidades e com acesso as fotos, mesmo para quem não era seu amigo na conta.

Entretanto, Janovik (2010) aponta que os recados deixados pelo público a candidata eram

restritos apenas a quem eram seus “amigos” na rede. Além disso, as pessoas que queriam

participar da rede como amigas de Dilma, não podiam já que o perfil rapidamente atingiu a

quantia máxima de mil amigos disponibilizada pela rede. (JANOVIK, 2010).

Devido a dificuldade de acesso as informações da conta no Orkut, segundo a mesma

fonte, a equipe de marketing da candidata divulgou que por problemas da rede supracitada (no

número de amigos), tinham criado uma comunidade na mesma plataforma para interação com

a ex-ministra. Tal comunidade contava até o dia 14/07/2010 1.451 membros e os fóruns

(ferramenta que permite que os participantes do grupo criem tópicos de discussão para debate

sobre o assunto) tinham pouca interação, “com cerca de 1 a 3 postagens em cada tópico”.

Em relação ao Twitter, a candidata estreiou sua conta ainda na pré-candidatura (em

abril do mesmo ano). De acordo com o site folha.uol (2010), foi depois da entrada da petista

que os quatro principais concorrentes eleitorais passaram a usar o microblog.

Em seu primeiro twett (mensagem), Dilma anunciou: “Começo hoje minha aventura

no Twitter. Quero aprender com vocês”. De acordo com o site folha.uol (2010), “em menos de

uma hora, Dilma já contava com mais de 1.000 seguidores”.

Page 106: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

106

Dilma, em seguida, twitou que não faria muitos discursos na plataforma, e ao invés

disso, pretendia “trocar ideias”. (folha.uol, 2010). Todavia, admitiu que por falta de tempo “a

página também seria abastecida por outras pessoas”.

Na disputa pela faixa presidencial, os concorrentes de Dilma, percebendo a força da

internet, entraram na rede. De acordo com a fonte supracitada,

o adversário de Dilma, o ex-governador José Serra (PSDB) também costuma usar muito o Twitter, onde já publicou 1.888 mensagens. A página dele já tem 192 mil seguidores.Já a senadora Marina Silva (PV-AC) tem 17 mil seguidores e deputado Ciro Gomes (PSB-CE), 10 mil.

Em relação a rede social Flickr, a equipe de Dilma abriu a conta no mesmo dia em que

iniciou no Twitter. “A estreia foi com fotos do evento de ontem no Sindicato dos

Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

(FOLHA.UOL, 2010).

Um fator interessante a ser citado é a noticia publicada no site folha.uol (2010),

indicando que, o ano eleitoral (2010) “impulsionou as vendas de livros sobre política”,

levando em consideração que “dos cinco títulos mais vendidos na área de ciências humanas

pela Livraria da Folha no mês de fevereiro”, quatro deles eram sobre o tema. Fato este que

demonstra o interesse das pessoas pelo assunto, embora muitos se definindo desacreditados

dos políticos no país. Tal episódio se refletiu também na internet, haja vista as inúmeras

críticas ao posicionamento dos candidatos na internet no mesmo ano.

Junto com as criticas, vieram os internautas apoiadores da causa Dilma. Com direito a

comunidade no Orkut, blogs e Twitter pró Dilma.

No entanto, a liberdade de expressão teve a intervenção por meio do Ministério

Público Eleitoral (MPE) que solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a retirada de um

dos blogs que promovia a candidatura de Dilma Rousseff através dos internautas. O pedido

teve procedência uma vez que a propaganda eleitoral só era permitida naquele ano, após o dia

5 de julho e no blog já havia matérias a favor da mesma. Todavia, o ministro relator do

processo, concluiu que, “suspender todo o conteúdo implicaria em determinar a retirada não

só daquelas informações que, eventualmente, infrijam a legislação, mas também todas as

demais que constituem meras opiniões e estão abarcadas pela garantia da livre expressão do

pensamento”. (PEARL, 2010)

A seguir a ilustração do blog supracitado.

Page 107: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

107

Ilustração 53: Blog pró-Dilma Fonte: Pearl (2010).

“Os amigos da Dilma”, como se autodenominam, foram efeito das estratégias da

equipe de marketing que, souberam persuadir determinados eleitores a darem suas

contribuições na internet. Um desses casos foi à página do Orkut, também elaborada pelos

internautas, como demonstra a ilustração a seguir:

Page 108: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

108

Ilustração 54: Orkut pró-Dilma Fonte: Sthephanowitz (2009).

Nesta comunidade participam 3.930 pessoas do Orkut, e apesar de diversos fóruns, a

interação neles é baixa, cera 1 a 4 comentários em cada tópico. Há ainda, o link para outras

mídias sociais onde “os amigos da Presidente Dilma” se encontram para apoiá-la como:

Twitter e blog (ilustração número tal). Isto, somente nos domínios da internauta Helena

Sthephanowitz (responsável pelas redes supracitadas não oficiais da campanha), existem

diversos outros espalhados na rede (até hoje, em 2012).

A palavra “continuidade” foi muito utilizada em todo o material eleitoral online da

campanha produzida pela equipe da petista e, do mesmo modo, também nas mídias

responsáveis pelos internautas.

Graças à movimentação das pessoas a favor de Dilma na rede, foi o presidente Lula

que agradeceu através de vídeo no canal do Youtube enviado pela conta oficial de Dilma, o

apoio dos companheiros da web, além de incentivá-los a continuar com o mesmo para a

conquista da eleição da “amiga”. Nota-se, mais uma vez, o uso da imagem de Lula como

estratégia, enfatizando sua importância na campanha. Segue ilustração do vídeo.

Page 109: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

109

Ilustração 55: Lula agrade por Dilma Fonte: Youtube (2012).

Ao final do mesmo vídeo (ilustração anterior), são destacadas, além do blog oficial, já

citado no decorrer deste item, novas mídias de apoio à candidatura de Dilma:

www.galeradadilma.com.br,

www.mulherescomdilma.com.br e

www.participabr.com.br.

Dilma, enfim venceu a corrida eleitoral se tornando a 1º mulher presidenta do país.

“Em números absolutos, teve 796.993 votos nas sete cidades do Grande ABC, contra 677.566

de José Serra”. (VIEIRA, 2010). Dilma ganhou com uma diferença relativamente pequena em

relação ao adversário. De acordo com a mesma fonte, a candidata de Lula fez a diferença e

conquistou

Page 110: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

110

os nove estados da região Nordeste, motivados, principalmente pela alta aprovação de seu padrinho político, o presidente Lula, e pelo grande número de moradores que recebem o Bolsa Família. Além de Maranhão e Pernambuco, ela venceu em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Verifica-se que as principais regiões nas qual Dilma obteve unanimidade foram nos

estados de menor acesso da população à internet, que, por conseguinte, são a maioria no

Brasil.

Depois de eleita, o canal dilmanaweb no Youtube, foi esporadicamente alimentado,

sendo a última atividade em maio de 2012 (o acesso ao site foi em novembro do mesmo ano),

como é destacado na próxima ilustração.

Ilustração 56: Dilma no Canal do Youtube Fonte: Youtube (2012).

Não foi somente no Youtube que a presidenta se ausentou de suas atividades diárias.

No Twitter a primeira mulher eleita do país, teve diversas reclamações por conta da falta de

interação. A insatisfação veio à tona no dia em que a presidenta twitou comentando sua

gratidão aos brasileiros, por ser um dos assuntos mais comentados no Twitter (de acordo com

pesquisas realizadas na época). Segue ilustração do comentário e, na sequência, a resposta dos

internautas.

Page 111: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

111

Ilustração 57: Dilma depois de eleita Fonte: Twitter (2012).

O primeiro comentário já indicado na ilustração anterior demonstra o desânimo do

eleitor para com a petista. Mas, este foi apenas o primeiro deles, como se pode visualizar a

seguir.

Page 112: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

112

Ilustração 58: Retorno dos interaultas à Dilma Fonte: Youtube (2012).

Alguns desabafaram e demonstraram seu descontentamento, mas Dilma e sua equipe

não se manifestaram.

Já em 2012, durante seu mandando, a rede social Flickr teve o mesmo destino,

levando em consideração que a acadêmica acessou o site em novembro e a última atualização

da equipe de marketing digital foi em janeiro do mesmo ano, ou seja, quase um ano sem

conteúdo na página (ilustração a seguir).

Page 113: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

113

Ilustração 59: Falta de atualizações no Flickr Fonte: Flickr (2012).

Segue no próximo item, o panorama entre as duas vertentes, ainda no cenário online.

3.2 Panorama comparativo entre a campanha de Obama e Dilma

No decorrer deste trabalho foram analisadas as estratégias digitais utilizadas nas

campanhas de Obama e Dilma, nas suas respectivas eleições presidenciais. Neste item, no

entanto, é realizado um panorama entre as mesmas vertentes.

Vale destacar, novamente, o motivo pelo qual a comparação é realizada: ambos tinham

o mesmo referencial estratégico para a conquista do voto, ou seja, algumas das pessoas que

fizeram Obama alcançar o sucesso, também foram responsáveis pela campanha de Dilma no

Page 114: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

114

Brasil. São eles: Scott Godstein, “chefe de mídias móveis da campanha de Obama,

especialista em arrecadação online” (BAGUETE, 2010), Joe Rospars, estrategista de mídias

sociais e Ben Self, que além de montar a Blue State Digital (agência americana especializada

em campanha on-line para políticos), era responsável pela estratégia digital e a “campanha de

marketing social de Obama de janeiro de 2007 a janeiro de 2009”. (HIND, 2009).

Todavia, apesar de ambos alcançarem seus objetivos conquistando a presidência, não

tiveram o mesmo desempenho nas estratégias digitais e, por isso, na sequência a análise

comparativa de ambas as campanhas no cenário digital para verificar seus diferenciais.

No entendimento da facilidade, e, por conseguinte, a velocidade com a qual as

informações são disseminadas, é crucial o monitoramento de tudo que está sendo comentado a

respeito dos candidatos; até mesmo para utilizar do possível comentário negativo/positivo a

favor de sua comunicação, assim o candidato fica mais provido de estratégias seguras,

transmitindo credibilidade ao eleitor. Esse acompanhamento de informações, ou a falta dele,

foi uma das diferenças entre a campanha de Obama e Dilma; após eleitos, o primeiro deu

continuidade à comunicação pela web, oferecendo resposta imediata ao eleitor, fato que

continuou promovendo-o durante seu mandato, e que, inclusive, auxiliou juntamente com

novas propostas, para sua reeleição em novembro de 2012. Dilma, por sua vez, não

prosseguiu no engajamento com os internautas, no entanto, ainda não obteve o retorno que tal

postura pode causar na sua futura candidatura. O que se pode afirmar, através das informações

colhidas é que, devido à falta de monitoramento na internet, a imagem de Dilma foi/continua

abalada: diversas pessoas comentam de maneira negativa sobre sua ausência na internet nos

canais oficiais de comunicação com a presidenta (como apontado no item anterior), e ainda

assim não tiveram retorno.

Quanto ao acesso às informações através da internet, o Brasil não saiu em

desvantagem contra os EUA. Lembrando a informação mencionada na introdução deste

trabalho, o percentual de pessoas com acesso a internet no Brasil, aumentou de 27% para

48%, entre 2007 e 2011, conforme afirma o site Guarany (2012), ou seja, abancou o período

em que a campanha de Dilma estava no ar.

Em relação ao início das campanhas presidenciais analisadas no item anterior,

Obama em 2008, estava presente em 16 redes sociais, as mesmas que mais cresciam nos EUA

no ano de sua candidatura. Entre elas estavam Facebook, BlackPlanet, MySpace, Faithbase,

YouTube, Eons, Flickr, Glee, Digg, MiGente, Twitter, MyBatanga, Eventful, AsianAve e

LinkedIn. Além do site oficial e o canal de vídeos, Youtube. As redes Eons, Glee, Digg,

MiGente, AsianAve e Eventful, apesar de estarem de fato, em ascensão, foram utilizadas para

Page 115: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

115

atingir um público menor, mais segmentado, e portanto, importantes para as conquistas dos

votos, levando em consideração que nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório, como no

Brasil.

A equipe de Dilma, entretanto, preferiu por explorar os sites mais populares aos

olhos do público, em vez de seguir a linha de Obama, e criar perfis em nichos específicos, e

escolheu 10 redes a menos que Obama, são elas: Flickr, Orkut, Twitter, Facebook, Blog e

Youtube.

Vale destacar ainda, que na comparação as épocas de cada eleição e as distintas

culturas do Brasil e Estados Unidos fazem diferença, de modo que, não haveria de ser igual às

estratégias. Face a isto, o Myspace (com foco em conteúdo musical e, na época, uma das

maiores redes sociais do mundo), foi valorizado e bem aproveitado na candidatura de Obama,

já em 2010 estava em decadência no Brasil, e, portanto, não foi utilizado no Brasil, na

candidatura de Dilma. O contrário aconteceu com o Orkut, nos EUA em 2008, que já estava

em decadência por tempos, já no Brasil era o mais popular das redes sociais em 2010, e por

isso, utilizado na campanha de Dilma (FARIA, 2012).

Sobre a presença digital de ambos nas redes escolhidas pela equipe de marketing: O

Flickr foi mais alimentado com conteúdos novos na campanha de Obama do que da

presidenta Dilma, que por sua vez, postou diversas fotos, mas, não diferenciava os eventos de

cada região em que eram fotografadas, podendo confundir o eleitor, caso este viesse a

compartilhar a mesma foto na rede. Diferentemente, Obama usou a rede para postar fotos do

seu dia a dia, e segundo a análise realizada anteriormente, “a maioria dessas fotos não eram

profissionais, mas tiradas por eleitores voluntários durante as etapas da campanha”.

(ARANTES, 2008).

No Twitter, Obama falava de ações imediatas, do que ia fazer ou o que estava

fazendo (apud ARIMA, 2009), Dilma, por sua vez, iniciou a conta declarando que não faria

discursos na plataforma e, ao invés disso, dialogaria, trocando ideias com os internautas

(TWITTER, 2012). No entanto, com o desfeche da candidatura e, por conseguinte, seu

mandato, notou-se que, a presidenta não utilizou o microblogging como pautava, deixando

diversos seguidores da rede desapontados, alastrando, deste modo, comentários negativos dos

eleitores na web em relação à sua imagem. É importante destacar que, um comentário desse

tipo na web, se dissemina muito rapidamente, alcançando centenas de milhares de internautas

em pouco tempo. Sob o ponto de vista numérico: Obama conquistou 130 mil seguidores com

postagens diárias num total de 263 tweets contra 472.298 mil de Dilma com seus 393 tweets,

apenas em seus respectivos períodos eleitorais. (ARANTES apud TEIXEIRA, 2009).

Page 116: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

116

Em se tratando de Facebook, entre 2008 e 2010, as contas da rede possuíam o

mesmo perfil para todos os membros, de modo que não havia distinção entre contas de

marcas/personalidades e pessoas consideradas comuns como atualmente. Contudo, tal

episódio facilita para que ambos (Obama e Dilma) sejam julgados da mesma forma. Dilma, na

pré-campanha, demorava a responder a solicitação de amizade dos internautas

impossibilitando a visualização de seus conteúdos, enquanto não havia confirmação da conta.

E ainda, não disponibilizava conteúdos na plataforma citada. Deixando uma frustração a

quem desejava lhe acompanhar (JANOVIK, 2010). Obama, no entanto, detinha dos

conhecimentos do co-fundador do Facebook, Chris Hughes, um de seus principais

estrategistas e, portanto, aproveitou da equipe e lançou “o seu próprio fórum para estimular

debates on-line sobre as questões” políticas na própria rede. (FRASER, DUTTA, 2008).

Já no Youtube, Dilma se mostrou mais presente em relação às outras mídias que

utilizara, tendo seu próprio canal “Dilmanaweb” como fez Obama. Entretanto, utilizou do

político e padrinho de sua campanha Lula, na época presidente do país, em muitos vídeos,

todavia, um que merece destaque é que Lula agrade por Dilma o apoio dos internautas na

campanha, fazendo em seguida, um apelo para que os mesmos continuem apoiando a

candidata. Tal vídeo mostra o verdadeiro candidato que os eleitores estavam votando na

eleição: Lula, e não Dilma. Com efeito, Obama utilizou o canal com mais propriedade, se

autopromovendo com suas propostas e lembrando constantemente os eleitores de votar a

favor de sua candidatura. No total foram 1.800 vídeos veiculados durante toda a campanha de

Obama com um número expressivo de 19.565.669 de visualizações (ARANTES, 2008), já

Dilma teve mais de 600 vídeos a menos que Obama, finalizando em 1.168 vídeos publicados

em sua página oficial do Youtube com um valor muito inferior ao de Obama, 4.500.820

exibições no canal (LOPES, 2011).

No site de Obama, as pessoas podiam visualizar diversos tipos de produtos, como

botons, ringtones para download no celular, camisetas, entre outros. (PEROZIN, 2008).

Depois de cadastrado no site, autorizando receber informações sobre o candidato, as pessoas

recebiam “e-mails, convites, pedidos de ajuda financeira, vídeos, material da campanha,

atividades da equipe de Barack Obama, entre outras mensagens incentivando o voto,

assinadas pelo candidato a presidência dos EUA”. (CASTRO, 2008). No caso de Dilma, no

site havia o convite para participar como apoiador da campanha, como fez Obama, através do

cadastramento de informações do eleitor, a fim de conquistar mais pessoas a fim de

disseminar o conteúdo a favor da candidatura. A frase “Seja um Petista 2.0” no site, não dava

mais informações sobre o que era realmente necessário ser feito para ser um, ou seja, a

Page 117: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

117

informação ficava vaga. Ao cadastra-se no site para receber informações da candidata, havia

como de praxe, o “Termo de Uso” que como nas redes sociais dispostas no site, não havia link

de redirecionamento para a página desejada. Solicitava ainda, num dos formulários

disponibilizados no site, o cadastramento de outras informações, apenas com a frase em

terceira pessoa: “O PT quer conhecer você melhor para ser mais eficiente nas suas ações de

mobilização”, que também não eram explicadas ao eleitor para que seriam aproveitadas.

Num blog especifico da campanha de apoio a Obama, era possível criar e

personalizar a participação do eleitor, além de possuir uma “série de atividades e

interatividades com o candidato, eventos a ambientes de discussões segmentados por grupos:

latinos, crianças, veteranos, negros, judeus, orientais, entre outros” (CASTRO, 2008). Quanto

ao blog de Dilma, não houve interação, apenas as pessoas informavam sobre elas mesmas

como na chamada “Conte sua história”, solicitando informações sobre como o mesmo foi

afetado pelas mudanças no Brasil nos últimos oito anos. Ferramenta útil, já que, muito

provavelmente estas informações poderiam/seriam utilizadas como argumentos nas

estratégias eleitorais da candidata. Além da “Agenda” que só tinha um evento e a opção

“Divulgue”, no qual as pessoas encaminhavam o site para amigos.

Na pré-campanha de Dilma o Orkut era fechado para amigos, ou seja, os demais

internautas que ainda não a tinham como “amiga” na rede, não podiam visualizar suas

informações. Quando a pessoa era enfim, “aceita” na rede, havia pouco conteúdo. Já na

campanha, sua perfil na plataforma era visível a todos. Porém, logo atingiu a quantia máxima

de 1.000 amigos na rede, e não pode mais adicionar ninguém, impedindo, então, dos demais

visualizarem conteúdos sobre a mesma.

Para constatar que a campanha de Obama, diferente da estratégia mais genérica de

Dilma, foi estruturada com foco em nichos de mercado, a seguir são pontuadas as redes e seus

tipos de usuários para melhor compreensão:

MÍDIA PERFIL DO USUÁRIO

Site Público-geral

Youtube Jovens de 18 a 24 anos.

Twitter Jovens de 18 a 24 anos, executivos,

blogueiros, pessoas da área de comunicação e

marketing.

Facebook Jovens com classes mais altas, com curso

Page 118: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

118

MÍDIA PERFIL DO USUÁRIO

superior.

MySpace Artistas, músicos e aficionados por música.

Flickr Pessoas que gostam de fotografia.

Digg Semelhante ao Facebook.

EventFul *1

LinkedIn Profissionais com curso superior ou pós-

graduação. Executivos.

Black Planet Afro-americanos.

Faithbase Religiosos.

Eons Terceira idade, mais de 60 anos.

GLEE Homossexuais.

MiGente Latinos dos Estados Unidos.

MyBatanga Jovens

AsianAve Descendentes de asiáticos dos Estados

Unidos.

DNC Partybulder *

Netvibe *

Blog com feed RSS Jovens entre 18 e 24 anos.

The Democratic Party *

Barack TV *

Site Mobile Jovens entre 16 e 24 anos.

Ilustração 60: Redes sociais e seus usuários Fonte: Dados primários (2012).

Neste contexto, as principais diferenças nas estratégias digitais podem ser pontuadas

a seguir:

Enquanto Obama adotou a rede social Eons para atingir a terceira idade, Dilma, não

apreendeu este eleitorado através da web em sua campanha. Para abordar os jovens, Obama

utilizou 9 redes sociais, além de jogos online e mensagens através do celular, já a candidata

Dilma, para dialogar com o mesmo público esteve presente em apenas 3 redes.

1 Não localizado.

Page 119: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

119

Com nichos demográficos específicos, Dilma trabalhou uma única rede, o Flickr, já

Obama, além desta rede, aproveitou do AsianAve, Migente, GLEE, FaithBase, BlackPlanet,

The Democratic Party e o Myspace, todas redes sociais predominantes nos Estados Unidos.

Contudo, vale desmistificar a ideia que os EUA, na época em 2008, possuíam mais mídias

sociais de nicho do que no Brasil, em 2010, pois, Dilma poderia ter ampliado seu

compartilhamento de informações de sua candidatura na web através de redes como, por

exemplo: o Ning (site que permite aos internautas criar sua própria rede social), em ascensão

no Brasil em 2010, que poderia ser acrescido nas estratégias digitais de Dilma, através do

estímulo aos brasileiros apoiadores do PT (Partido dos Trabalhadores) a criar contas a favor à

candidatura.

Do mesmo modo, o Forsquare (rede social para celulares de avaliação de locais), com

170 mil membros na época, também poderia ser utilizado, nos comícios, por exemplo, no qual

o eleitor daria seu chequin indicando o compartilhamento daquele momento com a candidata,

além de divulgar o episódio com todos seus amigos na rede. O Formspring (é uma rede em

que, neste caso, o candidato, cria um perfil com o único objetivo de responder a perguntas de

internautas) apesar de relativamente arriscado, seria um bom aliado para trazer a transparência

e o engajamento necessário que o público almeja num candidato; caso houvesse

monitoramento das perguntas pela equipe de marketing e a própria candidata.

Tentando seguir a linha de Obama, Dilma lançou em sua campanha as doações on-

line, primando que os internautas colaborassem através de um valor mínimo de R$ 13,00

(número do partido) para com sua candidatura. Em relação aos números, Obama conseguiu

arrecadar por meio desta ferramenta em 2008, “meio bilhão de dólares durante os 21 meses de

campanha, segundo reportagem do jornal ‘The Washington Post’”. (apud FOLHA ONLINE,

2008). Já Dilma Rousseff “arrecadou somente R$ 240 mil via internet”. (KLEBER, 2012)

Aras (apud KLEBER, 2012), fundamenta tamanha discrepância nos valores: “Nos

últimos anos, 30 milhões de crimes foram praticados na rede. A doação eleitoral nessa via

ainda é carente de segurança jurídica para a aceitação do brasileiro”.

“A lista de e-mails de Obama contém mais de 13 milhões de endereços. Ao longo da

campanha, assessores enviaram mais de 7 mil mensagens diferentes, muitas delas remetidas a

doadores específicos (pessoas que doaram menos de US$ 200, ou que repassaram valores

superiores a US$ 1000), num total de mais de US$ 1 bilhão de mensagens”.

Ao todo, “a campanha presidencial de Dilma Rousseff custou 177 milhões de reais,

de acordo com a contabilidade entregue pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”,

informou o colunista Setti (2011).

Page 120: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

120

“Um milhão de pessoas assinaram para receber e-mails da campanha de Obama”.

Sobre Dilma, apenas “sete mil usuários se cadastraram para receber vídeos, áudios, fotos,

posts e salas de bate-papo on-line” da candidata (COLIVRE, 2010). Segundo a mesma fonte,

em dois meses que a rede social participou da campanha #dilmanarede, que pedia o apoio a

candidata, mais de 300 blogs aderiram à causa, “190 comunidades e 119 comitês on-line no

Brasil e no mundo, que geraram quase 4 milhões de visitas”. Já para Obama, “somente na

comunidade on-line MyBarackObama.com , 2 milhões de perfis foram criados, cerca de 400

mil textos foram postados em diversos blogs e mais de 35 mil grupos voluntários foram

criados”. (FOLHA ONLINE, 2008). Ao todo, foram mais de 68 milhões na base de e-mail de

Obama. (FELITTI, 2012)

Em relação à campanha de Obama, em 2008, Castro (2008) opina: “A equipe de e-

marketing de Barack Obama me surpreendeu. Doação on-line, site personalizável, e-

commerce, centenas de comunidades segmentadas, espaço para debates on-line, web site

móbile, BarackTV e as demais funções mais comuns – notícias, newsletters, etc.

Enquanto à campanha de Dilma, Janovik (2010) desabafa e faz comparação:

[...] Se a graça da internet nas eleições é aproximar cidadãos e candidatos, gostaríamos de ver posts escritos por Dilma, recados trocados por ela nas redes sociais, respostas às perguntas no Twitter, enfim, mais diálogo. Acho que essa é a palavra-chave à qual os nossos políticos não estão acostumados (o público não tem voz ativa na TV, no rádio, nos jornais…), mas vão ter que aprender para não frustrar os eleitores na (praticamente) única chance que estes têm de conversar com os candidatos. Dilma, você precisa aprender a interagir se quiser ser tão bem-sucedida quanto Obama na internet.

Conclui-se, portanto, que a principal diferença entre ambos nas estratégias digitais

foi que, Dilma apesar de presente oficialmente em diversos endereços da web, inclusive, mais

até do que poderia estar, levando em conta sua falta de engajamento com o público, não teve a

relação de proximidade com o eleitor que Obama conquistou, interagindo e dialogando,

muitas vezes por meio da equipe de marketing especializada para o digital, mostrando-se mais

intimo dos possíveis eleitores, querendo ouvi-los. Foi este o fator que mostrou tamanha

discrepância entre as candidaturas que possuíam alguns dos mesmos referencias estratégicos

para a conquista do voto, considerando que Dilma havia contratado estrategistas do marketing

digital da campanha de Obama para enfim, iniciar sua corrida eleitoral.

No tocante, pode-se dizer que a distinção notável dos candidatos na web era que,

Obama pedia pelo debate, enquanto Dilma apenas estava na rede.

Page 121: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

121

Haja vista a conclusão realizada, segue no próximo capítulo, as considerações finais

da acadêmica referente ao assunto pesquisado.

Page 122: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

122

4 CONCLUSÃO

Na observação deste trabalho foi possível identificar as estratégias de relacionamento

nas campanhas eleitorais dos atuais presidentes, Barack Obama (2008) dos Estados Unidos e

Dilma Rousseff (2010) do Brasil, mostrando como os mesmos utilizaram a rede como

ferramenta de autopromoção para a conquista do voto e, por fim, constatar, com base nos

dados, suas distinções.

Por meio da fundamentação teórica, a acadêmica teve o embasamento necessário sobre

o âmbito de marketing e como ele se aplica a comunicação política. Através da revisão

bibliográfica foi possível descrever as necessidades e desejos dos consumidores, bem como

entender sua importância no papel da comunicação.

Para comparar as campanhas dos atuais presidentes, tema desta pesquisa, foi preciso

recorrer a materiais relativamente antigos da web, para assim identificar como eram os

layouts utilizados nas redes oficiais dos candidatos e como foi a interação entre eles. A

pesquisa foi árdua, levando em conta que, muitas fontes não disponibilizavam o conteúdo

desejado, como por exemplo, a quantidade de tweets feito pelos candidatos no microbloging,

definição de determinadas redes sociais inexploradas no Brasil, a mensuração das campanhas

como valores investidos nas internet, entre outros.

Para analisar a relação dos candidatos estabelecida com o público a fim de,

compreender o processo de construção de vínculos emocionais criados entre candidato e

eleitor através das redes, se fez necessário pesquisar como eram vistos suas posturas pelo

eleitorado no decorrer de ambas as campanhas e, para este feito, foi inserido no decorrer da

análise, comentários positivos/negativos dos internautas em relação aos candidatos

supracitados.

Deste modo, com os dados a par da acadêmica, foi possível, durante o

desenvolvimento deste estudo, perceber as diferenças nas respectivas campanhas

presidenciais de Barack Hussein Obama Junior, em 2008, quando o acesso ao marketing

político através de ferramentas da internet era novidade, e de Dilma Vana Rousseff, dois anos

depois, quando as redes estavam mais popularizadas, e em especial o Twitter, e esperava-se

mais das interações do político para com o eleitor na web.

Por meio dos critérios objetivos, que se baseia na análise dos dados, notou-se que o

público-eleitor insere outros discernimentos em relação aos candidatos; estes considerados

subjetivos, concebidos através de expectativas e necessidades do eleitor, nos quais fazem com

Page 123: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

123

que um candidato seja diferido do outro, embora a comparação exista, a personalidade de

cada um para com o eleitor é diferente, tendo como base, dois fatores básicos: sua própria

cultura de comunicação e sua área de atuação. Ou seja, cada candidato tem sua singularidade,

não havendo, no entanto, um método que diferencia o certo do errado, pois não há um padrão

a ser seguido na comunicação política dos países.

Não significa, no entanto, que estratégias não possam ser distinguidas através de

critérios técnicos, como foi feito no decorrer desta pesquisa.

A primeira particularidade entre ambos estão nas culturas de cada país, que como

mencionado, afeta os fatores subjetivos em relação à personalidade do candidato e como o

público o vê, mas também contribui na diferenciação nas estratégias digitais, pois cada país

tem suas redes mais acessadas: o que é popular no Brasil pode não ser nos Estados Unidos.

Além do voto, que nos EUA, diferentemente do Brasil, não é obrigatório, e, portanto, se faz

necessário chamar atenção dos possíveis eleitores também através das novas mídias para

persuadi-los primeiramente a votar, e, por conseguinte, a favor da candidatura interessada.

O mix de canais, explorado pela equipe de marketing digital de Obama, influenciou

não só ao movimento gerado através da internet, mas o levou a sair do cenário on-line, através

da arrecadação recorde de US$ 745 milhões, possibilitando assim, a compra de mais espaço

na TV do que o concorrente (FELITTI, 2012).

No entanto, vale salientar que, estar no mundo virtual, não é mais destaque a nenhuma

campanha política, mas necessidade para estar antenado a tudo que se refere ao nome da parte

interessada. A partir disso, Obama conquistou os internautas, já Dilma, por sua falta de

comunicação com o eleitor, não obteve o mesmo êxito.

Do mesmo modo, acontece em relação aos números das doações on-line de ambos os

candidatos, a diferença esteve na forma como a internet foi executada em campanha. Obama

usufruiu da rede como ferramenta decisiva, enquanto Dilma, “segundo o demonstrativo de

gastos da candidata e do comitê”, investiu mais valor monetário em “produção de programas

de rádio, TV e vídeo, publicidade de materiais impressos, em placas e transporte” mostrando-

se pouco afeita à internet. (apud COSTA, 2011).

Em suma, a diferença entre ambos, não estava na quantidade de redes presentes em

suas candidaturas (que ainda assim, Obama ganhava), mas no engajamento com o público-

alvo, pois, o público não mede a imagem, mas a presença. Saber dialogar e interagir com os

internautas foi o ponto crucial presente em toda a campanha de Obama, que interligava

cenários reais e virtuais no decorrer da mesma.

Page 124: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

124

A autoridade que a internet já representa no eleitor foi destacada após a última eleição

presidencial no Brasil, segundo a pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “a internet

ultrapassou jornal, revista e rádio nas eleições de 2010 como fonte de informação do eleitor

brasileiro. Ela apareceu em terceiro lugar, com 9,9% de preferência entre as principais fontes

de informação dos eleitores entrevistados”. (COSTA, 2011).

Ainda constatando a importância da web para o marketing político, Barack Obama

anunciou sua reeleição à presidência dos EUA em 2012 pela rede social Facebook,

(LANGSDORFF, 2011). Com isso, mostrou saber aproveitar mais uma vez da internet em sua

candidatura. Em busca da reeleição, conquistou, com auxilio da web, uma centena de milhares

de apoiadores depois de um mandato com mais baixos do que altos na economia do país.

Inclusive, a esposa do presidente foi crucial neste processo, que conquistou muitos eleitores

com sua forma de abordar o público, auxiliando fortemente tanto na web, quanto nos

comícios, a permanência do presidente à Casa Branca.

Neste contexto, tal assunto possibilita a continuidade desta pesquisa em outros artigos

científicos através do tema: “A importância de Michele nas estratégias on-line da candidatura

de Barack Obama”, ou até mesmo, uma comparação das campanhas de Obama em 2008 e

2012 com o título sugestivo: “O uso de estratégias digitais no marketing político: Case Obama

2008/2012”.

Por fim, o objetivo deste estudo foi verificar o uso de estratégias digitais no marketing

político, tendo como base as campanhas do Barack Obama e Dilma Rousseff, para entender

por meio de um comparativo a diferença entre ambos, levando em conta que, os presidentes

supracitados tiveram alguns dos mesmos referenciais estratégicos na abordagem das

campanhas.

Constatou-se a partir desta que, mais que um bom planejamento de campanha, é

necessário criar o envolvimento do eleitor para com o candidato, de forma que ele não apenas

esteja, mas conquiste, de fato, seu espaço na internet. Por meio disso, a ferramenta auxilia a

memorização do candidato de forma positiva, influenciando na decisão de voto. Caso

conquistado, o eleitor passa a mensagem a outros, que mais facilmente serão persuadidos, já

que a opinião de uma pessoa comum tem um grau de importância muito maior do que um

candidato se autovangloriando.

Depois de inferir o impacto que esta unidade de comunicação, pode causar na imagem

de uma personalidade pública ante ao público-internauta, não há como negar a importância da

internet como ferramenta de comunicação para a política. Se um candidato não se propuser a

Page 125: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

125

esta proximidade, poderá arriscar suas chances de candidatura, tornando-se vulnerável à ação

dos concorrentes que certamente estarão lá.

Page 126: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

126

REFERÊNCIAS:

ALVARES, Rodrigo. Blog de Dilma destaca que candidata lidera pesquisa CNT/Sensus. (2010). Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2010/05/17/blog-de-dilma-destaca-que-candidata-lidera-pesquisa-cntsensus/>. Acesso em: 01 nov. 2012. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999. ______.______6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.l A.F., Jessika. Design de Campanha: Barak Obama 2008. (2008). Disponível em: <http://publitica.blogspot.com.br/2008/05/design-de-campanha-barak-obama-2008.html>. Acesso em: 17 out. 2012. ARANTES, Thiago. Barack Obama: Case em mídias sociais. (2008). <http://www.slideshare.net/arantes/barack-obama-case-em-mdias-sociais- presentation?type=powerpoint>. Acesso em: 24 out. 2012. ARIMA, Kátia. Barack Obama domina as redes sociais. (2009). Disponível em: <http://info.abril.com.br/noticias/internet/barack-obama-domina-as-redes-sociais-30032009-21.shl>. Acesso em: 10 out. 2012. AZEVEDO, Reinaldo. O dia em que o PT transformou Norma Bengell em Dilma Rousseff. (2010). Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-dia-em-que-o-pt-transformou-normal-bengell-em-dilma-rousseff-ou-lobo-perde-o-pelo-mas-nao-o-vicio/>. Acesso em: 02 nov. 2012. BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos da metodologia. 3. ed. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2007. BAÚ, Jean Michel. Yes we can: Um novo paradigma em campanhas eleitorais. (2010). Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/96616567/Yes-We-Can-Um-Novo-Paradigma-Em-Campanhas-Eleitorais-Monografia-Jean-Michel-Bau>. Acesso em 17 nov. 2012. BEAL, Andy. Campanha presidencial de Barack Obama está indo para Burnout Paradise? (2008) Disponível em: <http://www.marketingpilgrim.com/2008/10/barack-obamas-presidential-campaign-heading-for-burnout-paradise.html>. Acesso em: 24 out. 2012.

Page 127: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

127

BELLATO, Livia Lancia Noronha. Desafios e Oportunidades para as Marcas no Contexto da Era Digital: a campanha de Barack Obama como referência. (2012). Disponível em: <http://www.abrapcorp.org.br/anais2009/pdf/GT3_Livia.pdf>. Acesso em: 10 out. 2012. BELLATO, Livia Lancia Noronha; LIMA, Manolita Correia. Desafios e oportunidades para as marcas no contexto da era digital: estudo de caso da campanha de Barack Obama. (2010). Disponível em: <http://www.revistapmkt.com.br/Portals/9/Edicoes/Revista_PMKT_004_01.pdf>. Acesso em: 20 out. 2012. BEREZIN, Ricardo Zeef. Facebook e Orkut têm perfis diferentes no Brasil. (2010). Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/05/28/facebook-e-orkut-tem-perfis-diferentes-no-brasil/>. Acesso em: 01 nov. 2012. BLESSA, Regina. Merchandising no ponto-de-venda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003 BRASIL, IAB. Hábitos de Consumo de Mídia. Disponível em: <http://www.iabbrasil.org.br/arquivos/IAB_Brasil_conectado_consumodemedia.pdf>. Acesso em: 15 set. 2012. CAMPOS, Ricardo. Obama e a internet: o poder das novas tecnologias e das redes sociais. (2008). Disponível em: <http://ricardocampos.wordpress.com/2008/11/25/obama-e-a-internet-o-poder-das-novas-tecnologias-e-das-redes-sociais/>. Acesso em 19 out. 2012. CASADO, José. Afinal, o que pensa Dilma Rousseff? (2010). Disponível em: <http://oglobo.globo.com/eleicoes-2010/afinal-que-pensa-dilma-rousseff-4982580>. Acesso em: 03 nov. 2012. CASTRO, Inácio Rodrigo de. Campanha de Barack Obama revolucionou o marketing político. (2008). Disponível em: <http://www.seopositionnet.com/campanha-de-barack-obama-revolucionou-o-marketing-pol%C3%ADtico>. Acesso em: 20 out. 2012. CLARK, Joshua. Biografia de Barack Obama. (2012). Disponível em: <http://pessoas.hsw.uol.com.br/barack-obama1.htm>. Acesso em: 8 out. 2012. COBRA, Marcos. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1992. ______. Marketing Básico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Page 128: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

128

COLIVRE. Campanha de Dilma Russeff usou Rede Social Livre. (2010). Disponível em: <http://softwarelivre.org/colivre/blog/campanha-de-dilma-russeff-usou-rede-social-livre>. Acesso em: 12 nov. 2012. COSTA, Caio Túlio. O Papel da Internet na Conquista dos Votos de Marina Silva. (2011). Disponível em: <http://www.panoramabrasil.com.br/politica/maioria-das-doacoes-da-campanha-de-dilma-vieram-de-empresas-id54906.html>. Acesso em: 13 nov. 2012. DIGITAL, Eleitor. Políticos estão cada vez mais conectados à Internet. <http://www.eleitordigital.net.br/politicos-estao-conectados-internet/>. Acesso em 19 ago. 2012. DIZARD, Wilson Junior. A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. ELEIÇÕES, UOL. Site de Dilma diz que montagem com Norma Bengell gerou “interpretação equivocada”. (2010). Disponível em: <http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/04/25/site-de-dilma-diz-que-montagem-com-norma-bengell-gerou-interpretacao-equivocada.jhtm>. Acesso em: 02 nov. 2012. ENCICLOPÉDIA BARSA. Marketing. 10 v. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda, 1987. ENTRETENIMENTO.UOL. Obama e Dilma entre os líderes mais seguidos pelos colegas no Twitter. (2012). Disponível em: <http://entretenimento.uol.com.br/noticias/afp/2012/07/26/obama-e-dilma-entre-os-lideres-mais-seguidos-pelos-colegas-no-twitter.htm>. Acesso em: 24 out. 2012. ÉPOCA NEGÓCIOS. As 10 redes sociais mais estranhas da web. Disponível em: <http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com/coffeebreak/2011/01/10/as-10-redes-sociais-mais-estranhas-da-web/>. Acesso em: 15 out. 2012. FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. FALQUEIRO, Tiago. Eleições 2010: brasileiro responsável pela campanha de Obama integra equipe de Dilma. (2010). Disponível em: <http://mesquita.blog.br/eleicoes-2010-brasileiro-responsavel-pela-campanha-de-obama-integra-equipe-de-dilma>. Acesso em: 31 out. 2012.

Page 129: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

129

FARIA, Renan Curvello. Redes Sociais – Conheça as Redes Sociais mais Usadas no Mundo. (2012). Disponível em: <http://www.brasilseo.com.br/social-media-marketing/redes-sociais-conheca-as-redes-sociais-mais-usadas-no-mundo>. Acesso em: 11 nov. 2012. FIGUEIREDO, Rubens (Org.). Marketing político e persuasão eleitoral. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2000. FELITTI, Guilherme. Obama: As estatísticas se tornaram tão importantes quanto os comícios e a TV. (2012). Disponível em: <http://colunas.revistaepocanegocios.globo.com/tecneira/2012/11/07/obama-as-estatisticas-se-tornaram-tao-importantes-quanto-os-comicios-e-a-tv/>. Acesso em 01 nov. 2012. FINLAYSON, Gordon. Eleição 08: os candidatos se enfrentam em mídias sociais. Disponível em: <http://downloadsquad.switched.com/2008/06/20/election-08-candidates-face-off-in-social-media/>. Acesso em: 15 out. 2012. FLICKR. Galeria de Dilma Rousseff. Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/dilma-rousseff>. Acesso em: 05 nov. 2012. FOLHA, Livraria da. Ano eleitoral impulsiona vendas de livros sobre política. (2010) <http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/701316-ano-eleitoral-impulsiona-vendas-de-livros-sobre-politica.shtml>. Acesso em: 04 nov. 2012. FRASER, Matthew; DUTTA, Soumitra. Barack Obama e a eleição Facebook. (2008) Disponível em: <http://www.usnews.com/opinion/articles/2008/11/19/barack-obama-and-the-facebook-election>. Acesso em: 09 nov. 2012. FREIERT, Max. February Top Social Networks: Make way for the new guys. Disponível em: <http://blog.compete.com/2008/03/07/top-social-networks-traffic-feb-2008/>. Acesso em: 15 out. 2012. FREITAS, Mikarla Farias. As estratégias de marketing político utilizadas na conquista do eleitor jovem. X. 2000. 96 f. Monografia (Graduação em Comunicação Social) – Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, São José, 2009. FREITAS, Viviane Gonçalves. Imagens de mulher e agenda de gênero na reta final da campanha da primeira presidenta do Brasil. (2012). Disponível em: <http://www.simposiodemode.unb.br/mesas/14_mesa/Freitas%20%20Imagens%20de%20mulher%20e%20agenda%20de%20g%C3%AAnero%20na%20reta%20final%20da%20campanha%20da%20primeira%20presidenta%20do%20Brasil.pdf>. Acesso em: 29 out. 2012. GABRIEL, Martha. Marketing na Era digital. 1. ed. São Paulo: Novatec, 2010.

Page 130: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

130

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. GOIS, Chico de Gois; DAMÉ, Luiza. Sobre como Lula fabricou sua candidata, Dilma Rousseff. (2010). Disponível em: <http://oglobo.globo.com/eleicoes-2010/sobre-como-lula-fabricou-sua-candidata-dilma-rousseff-4982577#ixzz2AjWoCN7d>. Acesso em: 29 out. 2012. GOMES, Neusa Demartini. Formas persuasivas de comunicação: propaganda política e publicidade eleitoral. 2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. GUARANY, To Be. Estatísticas, dados e projeções atuais sobre a Internet no Brasil. (2012). Disponível em: <http://tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>. Acesso em 01. ago. 2012. HILMAN54. Barack Obama on Linkedin Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/12265657@N04/2280943965/>. Acesso em: 15 out. 2012. ______. Barack Obama on Twitter. Disponível em: <http://www.flickr.com/photos/12265657@N04/2281723396/in/photostream/>. Acesso em: 17 out. 2012. HIND, Justin. Who is Ben Self? Obama’s social marketing Guy. (2009). Disponível em: < http://dominiquehind.wordpress.com/2009/02/16/who-is-ben-self-obamas-social-marketing-guy/>. Acesso em: 19 nov. 2012. HISTÓRIA da televisão no Brasil. (2010) Disponível em: < http://www.tudosobretv.com.br/histortv/historbr.htm#>. Acesso em: 01 ago. 2012. HISPANICPRWIRE. Batanga anuncia lançamento de perfil Obama página da campanha. Disponível em <http://www.hispanicprwire.com/News/in/9958/10/batanga-announces-launch-of-obama-campaign-profile-page/>. Acesso em: 10 out. 2012. HUMBERTO, Claudio. Sem perdão: internet lança concurso para trocar Norma Bengell da Dilma. (2010). Disponível em: <http://www.claudiohumberto.com.br/colunas_anteriores/?dataCalendario=2010-04-25>. Acesso em: 02 nov. 2012.

Page 131: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

131

IDGNOW. Facebook e Twitter crescem, mas estão longe de superar Orkut no Brasil. (2010). Disponívem em: <http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/04/28/facebook-e-twitter-crescem-mas-estao-longe-de-superar-orkut-no-brasil/>. Acesso em: 01 nov. 2012. IDGNOW. Internauta brasileiro lidera uso de rede social em todo o mundo. (2010). Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/06/15/internauta-brasileiro-lidera-uso-de-rede-social-em-todo-o-mundo/>. Acesso em: 01 nov. 2012. JANOVIK, Carolina. Análise do uso de mídias sociais por Dilma Rousseff. (2010) Disponível em: <http://interney.net/blogs2/alexprimo/2010/07/19/analise_do_uso_de_midias_sociais_por_dil/>. Acesso em: 03 nov. 2012. JANOVIK, Carolina. Pré Campanha Online de Dilma e Serra: o uso da internet pelos candidatos às eleições presidenciais de 2010. (2010). Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/25585/000754162.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 out. 2012. JULIASZ, Fábia. O segundo salto da web no Brasil. Revista INFO, ed. 320. Set. 2012. JUNIOR, Raul. Como fotógrafo de casamento pode utilizar as redes sociais como ferramenta de autopromoção. X. 2000. 87 f. Monografia (Graduação em Comunicação Social) – Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, São José, 2011. KARSAKLIAN, Eliane. Comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. KLEBER, LEANDRO. Universidade De Brasília. Doação via internet não decola. (2012). Disponível em: <http://www.unb.br/noticias/unbagencia/cpmod.php?id=92565>. Acesso em: 17 out. 2012. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. ______. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

Page 132: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

132

______. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. 1. ed. São Paulo: Futura, 1999. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamento da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1999. ______. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LANGSDORFF, Janaina. Barack Obama anuncia reeleição pelo Facebook. (2011) Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2011/04/04/20110404Barack-Obama-anuncia-reeleicao-pelo-Facebook.html>. Acesso em: 21 out. 2012. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: Conceitos, Exercícios, Casos. São Paulo: Atlas, 1997. LINS, Fernanda. Redes Sociais para todos os gostos. <http://www.rafaeldesigner.com.br/blog/midias-sociais/redes-sociais-para-todos-os-gostos>.Acesso em: 10 out. 2012. LIMEIRA, Tânia Maria Vidigal. Administração das comunicações de marketing: In: DIAS, Sergio Roberto (Coord). Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003a. cap. 11. LOPES, Cristiano. A longa história do marketing político. 23 dez. 2008. Disponível em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a-longa-historia-do-marketing-politico>. Acesso em: 14 ago. 2012. LOPES, Nayla Fernanda Andrade. Política Na Rede: Papel das redes sociais da internet na campanha eleitoral para a Presidência da República no Brasil em 2010. (2011). Disponível aqui: <http://danielaalmeidateixeira.wordpress.com/2009/02/09/campanha_barack_obam/>. Acesso em: 10 nov. 2012.

LUTZ, Monte. Social Pulpit: Barack Obama's Social Media Toolkit. (2009). Disponível em: <http://goo.gl/yZMv5>. Acesso em: 24 out. 2012. MAGALHÃES, Marcos Felipe; SAMPAIO, Rafael. Planejamento de marketing: conhecer decidir, agir. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

Page 133: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

133

MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARKETING, Portal. História do Marketing. (2007). Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Historiadomarketing.htm>. Acesso em 20 ago. 2012. MARQUES, Luciana. Nós não contratamos Ben Self. (2010). Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/eleicoes/veja-acompanha-dilma-rousseff/nos-nao-contratamos-ben-self-diz-pt/>. Acesso em: 30 out. 2012. MELO, Renato. Como a campanha de Obama pode começar errado. Disponível em: <http://digitaisdomarketing.com.br/como-a-campanha-de-obama-pode-comecar-errado>. Acesso em: 20 out. 2012. MERIGO, Carlos. Barack Obama: O candidato presidente que mudou mais do que uma eleição. Disponível em: <http://www.brainstorm9.com.br/3239/diversos/barack-obama-o-candidato-que-mudou-mais-do-que-uma-eleicao/>. Acesso em: 01 out. 2012. MORETZ-SOHN, Claudia. A história de Dilma. (2010). Disponível em: <http://oglobo.globo.com/infograficos/especial-dilma/fotogal.asp>. Acesso em: 06 nov. 2012. MUDANDO, Seguir. Primeiro Programa de Dilma Rousseff - Eleições 2010. (2010). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=AY-u54xka24>. Acesso em: 03 nov. 2012. MUNIZ, Eloá. Marketing político: conceitos e definições. Disponível em: <http://www.eloamuniz.com.br/arquivos/1188170795.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2012. NAGOURNEY, Adam. A Campanha '08: Sea Change para a Política como a conhecemos. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2008/11/04/us/politics/04memo.html?ref=todayspaper&_r=0>. Acesso em: 01 out. 2012. NET, Chocobyte. WEB: Redes Sociais que você ainda não conhece. Disponível em: <http://chocobyte.net/2011/08/web-redes-sociais-que-voce-ainda-nao-conhece/>. Acesso em: 20 out. 2012. ONLINE, Folha. Dilma Rousseff estreia página no Twitter (2010) Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u719281.shtml>. Acesso em: 04 nov. 2012.

Page 134: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

134

ONLINE, Folha. Obama arrecadou US$ 500 milhões apenas pela internet, diz equipe. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u470242.shtml>. Acesso em 11 nov. 2012. P3.PUBLICO. Obama é o líder mais seguido no Twitter: 17 milhões de pessoas. (2012). Disponível em: <http://p3.publico.pt/node/3934>. Acesso em: 24 out. 2012. PAIVA, Moriael. Obama: Novo presidente dos EUA inaugura a Era do Governo Online. (2012). Disponível em: <http://www.pqn.com.br/portal_pqn2/index.php?option=com_content&task=view&id=3207&Itemid=70>. Acesso em: 24 out. 2012. PAULA, Ricardo de. O fenômeno das redes sociais no Brasil. (2010). Disponível em: <http://www.slideshare.net/ricardodepaula/o-fenmeno-das-redes-sociais-no-brasil>. Acesso em: 01 nov. 2012. PEZORIN, Rafael. Campanha Online: Barack Obama um belo exemplo. Disponível em: <http://webeocanal.blogspot.com.br/2008/12/um-belo-exemplo-de-campanha-online.html> Acesso em: 15 out. 2012. PEARL, Daniel. TSE decide sobre utilização da internet para divulgar opiniões sobre candidatos. (2010). Disponível em: <http://desabafopais.blogspot.com.br/2010/06/tse-decide-sobre-utilizacao-da-internet.html>. Acesso em: 04 nov. 2012. PINHO, José Benedito. Comunicação em Marketing: Princípios da comunicação mercadológica. 5 ed. Campinas: Papirus, 2001. PLENARS. Campanha Eleitoral: Dilma Rousseff 2º turno/RS. (2012). Disponível em: <http://www.plenars.com.br/le_trabalho.asp?id=9>. Acesso em: 29 out. 2012. PRIDE, W. M.; FERREL, O.C. Marketing: conceitos e estratégias. 11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. POLITICA, Eu sou a. LULA: A história do presidente. (2012). Disponível em: <http://eusouapolitica.no.comunidades.net/index.php?pagina=1962426543>. Acesso em: 29 out. 2012. QUEIROZ, Adolpho. Na arena do marketing político. São Paulo: Summus, 2006.

Page 135: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

135

REDE, Dilma na. Dilma 13 lança campanha de doação on-line! (2010). Disponível em: <http://dilmanarede.com.br/ondavermelha/blogs-amigos/dilma-13-lanca-campanha-de-doacao-on-line REGO, Francisco Gaudêncio Torquato. Marketing poítico e governamental: um roteiro para campanhas políticas e estratégias de comunicação. 4. ed. São Paulo: Summus, 1985. RIBEIRO, Rodrigo Mendes. Marketing político: o poder da estratégia nas campanhas eleitorais. Belo Horizonte: C/Arte, 2002. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo, Atlas: 1996 RUTENBERG, Jim. Equipe Obama enfrenta desafios em 2012 (2011). Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/12970-equipe-obama-enfrenta-desafios-em-2012.shtml>. Acesso em: 20 out. 2012. RYAN. Barack Obama Button Templates. (2008). Disponível em: <http://www.buttonblogger.com/obama-button-templates/66/>. Acesso em: 17 out. 2012. SANDHUSEN, Richard L. Marketing Básico, 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de marketing: conceitos de metodologia. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. SETTI, Ricardo. O custo da campanha presidencial de Dilma e o piso de granito do Palácio da Alvorada. (2011) Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/numeros/o-custo-da-campanha-presidencial-de-dilma-e-o-piso-de-granito-do-palacio-da-alvorada/>. Acesso em: 04 nov. 2012. SILVA, Mariana Moura. Lavando roupa suja: Estudo das estratégias online da marca Ariel para a construção de vínculos emocionais com os consumidores. X. 2000. 96 f. Monografia (Graduação em Comunicação Social) – Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, São José, 2011. SIGNIFICADO, o. Significado de Facebook. Disponível em: <http://www.osignificado.com.br/facebook/>. Acesso em: 16 set. 2012.

Page 136: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

136

SILVA, Paula Francini Martins. O poder de persuasão do jingle político na campanha presidencial do ano de 2010. X. 2000. 85 f. Monografia (Graduação em Comunicação Social) – Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, São José, 2011. SIMPSON, Lisa. Nós também podemos: Eleições Sociais. (2008). Disponível em: <http://siamotuttilisasimpson.wordpress.com/2008/11/14/social-election/>. Acesso em: 17 out. 2012. SOUSA, Hugo César Soares; SILVA, Marconi Aurélio. Estratégias de Marketing Político e Comunicação na Prefeitura Municipal de Caruaru (2009). Disponível em: <http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2011/03/Hugo-Sousa.pdf> Acesso em: 20 set. 2012. STHEPHANOWITZ, Helena. Os amigos da presidente Dilma. (2009). Disponível em: <http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=82529885>. Acesso em: 04 nov. 2012. TEIXEIRA, Dilma. Marketing político e eleitoral: uma proposta com ética e eficiência. São Paulo: Novo Século, 2006. TORRES, Cleyton Carlos. O brasileiro e as redes sociais. Disponível em: <http://blogmidia8.com/2012/07/o-brasileiro-e-as-redes-sociais.html>. Acesso em: 12 ago. 2012. UOL, Educação. Presidente do Brasil - desde 1/1/2010 Dilma Rousseff. (2011). Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/biografias/dilma-rousseff.jhtm>. Acesso em: 03 nov. 2012. UOL, Entretenimento. Obama e Dilma entre os líderes mais seguidos pelos colegas no Twitter. (2012). http://entretenimento.uol.com.br/noticias/afp/2012/07/26/obama-e-dilma-entre-os-lideres-mais-seguidos-pelos-colegas-no-twitter.htm WIRE, NIELSEN. Redes Sociais/Blogs já são responsáveis por um em cada quatro minutos e meio on-line. (2010). <http://blog.nielsen.com/nielsenwire/online_mobile/social-media-accounts-for-22-percent-of-time-online/>. Acesso em: 01 nov. 2012. VARAL, Roupa no. As redes sociais mais populares do Brasil. (2010). Disponível em: <http://roupanovaral.wordpress.com/2010/06/04/as-redes-sociais-mais-populares-do-brasil/>. Acesso em: 01 nov. 2012. VIEIRA, Sérgio. Dilma ganha em quatro cidades do Grande ABC. (2010) Disponível em: <http://www.dgabc.com.br/News/5838246/dilma-ganha-em-quatro-cidades-do-grande-abc.aspx>. Acesso em: 05 nov. 2012.

Page 137: Como conquistar o eleitorado utilizando as mídias sociais

137

VIEIRA, Valter Afonso. As tipologias, variações e características da pesquisa de marketing. Disponível em: <http://www.mouraconsultoria.com.br/artigo/Tipologia...pdf>. Acesso em: 21 set. 2012. VIVIANE. Dilma e Lula. Disponível em: <http://www.blogsindicalistas.com.br/2010/09/08/tracking-vox-populibandig-dilma-tem-56-das-intencoes-de-voto/dilma-e-lula/>. Acesso em 29 out. 2012. YANAZE, Mitsuru Higuchi. Gestão de marketing: avanços e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2006. YOUTUBE. Jingle da campanha de Dilma Rousseff. (2010). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=2SmL7iSMHhg>. Acesso em: 29 out. 2012. WEB, Dilma na. Lula fala aos internaut@s. (2010). Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=GaDj-3QRgaQ#!>. Acesso em: 05 nov. 2012.