apostila semio 2
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8/19/2019 Apostila Semio 2
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
FACULDADE DE MEDICINA
Phelipe Augusto Canossa Uchoa
Ricardo Cunha de Camargo
Marcos Guilherme dos Santos Farias
Profª: Maria Cristina Furian
SEMIOTÉCNICA
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1- Queixa principal e duração:Diz respeito ao sintoma ou sensação subjetiva de anormalidade sintomática
ou psíquica que mais incomoda o paciente ao início do sintoma até a data presente.Deve ser descrito, na medida do possível, da maneira que o paciente relatar, deve
ser redigida como uma manchete de jornal.Exemplo: “falta de ar há 1 dia”, “batedeira há duas horas”, “dor no peito há 8
horas”.
2- História pregressa da moléstia atual (HPMA):
É a parte mais importante da anamnese, e a mais difícil da propedêuticafuncional, pois depende de informações completas, concisas e dos conhecimentosde fisiopatologia para descrição e interpretação dos sintomas. E é importante lembrarque nesta sessão devem conter apenas os sintomas e sinais relatados pelo pacientee não os sinais observados pelo profissional.
Para fins didáticos, o médico e professor José Ramos Júnior escreveu dezregras úteis para obtenção da HPMA:
1ª Regra: deixar o paciente relatar, tanto quanto possível, os sintomas de que sequeixa (anamnese passiva). Quando o paciente é muito prolixo ou quando o seurelato carece de significação descritiva dos sintomas o médico é obrigado a filtrar asnoticias e informações inexpressivas orientando as perguntas sobre os sintomas comcomparações ao nível de instrução do paciente (anamnese ativa).
2ª Regra: as expressões que contem um significado importante, e tão somente estas,serão colocadas entre as aspas ou seguidas do termo latino colocado entre
parênteses – sic. Exemplo: a minha dor de estômago parece fome mas não é fome epassa comendo (sic); a dor no peito é um aperto, aparece no esforço e corre para osbraços e parece que vou morrer (sic). Estas e outras expressões valem por umdiagnostico tão importantes são os conhecimentos fisiopatológicos para suainterpretação, úlcera duodenal para a primeira e insuficiência coronária aguda para asegunda.
3ª Regra: os sintomas deverão ser sempre referidos afirmando ou negando todos oscaracteres nos seguintes itens:a) Início, duração, relação com as funções do órgão cuja alteração funcionais ou
anatômicas ou ambas o provocaram.b) Evolução contínua, descontínua com períodos assintomáticos e suas durações.c) Períodos de semelhança e dissemelhança.d) Fenômenos ou sintomas que atenuam ou agravam a condição ou simplesmente
acompanham o sintoma inicial.e) Repercussão sob o estado nutricional e psicológico (intelectual, afetivo e
instintivo).f) Relatar sempre a ausência ou não de outros sintomas concernentes à alteração
do órgão ou sistema em questãog) Sempre referir o passado fisiológico ou patológico, desde o nascimento, daquele
órgão ou sistema acometido. 4ª Regra: sintomas que não se correlacionam com a doença atual e que deverão
dividir a HPMA em duas ou mais partes. 5ª Regra: não aceitar, salva exceções, diagnósticos clínicos, anatômicos ou
funcionais feitos ou comunicados pelos pacientes, inclusive se o paciente for médico.
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6ª Regra: a HPMA poderá ser auxiliada por elementos familiares. 7ª Regra: maneira de perguntar:
a) Com expressões ao nível de instrução da inteligência e da cultura do paciente.b) Não dar tom emocional a pergunta.
c) Não dar o diagnóstico antes do termino do exame clínico.d) Em pacientes revoltados ou ansiosos deve-se adquirir a confiança do paciente
tendo uma postura serena, sóbria, atenciosa e interessada. 8ª Regra: referir, quando houver, e para isso sempre interrogar os tratamentos já
feitos, os medicamentos e seus resultados. 9ª Regra: fazer referência dos elementos etiológicos e epidemiológicos e de
patologia geográfica. 10ª Regra: referir a impressão da confiabilidade da HPMA
Terminada a discriminação dos sinais e sintomas o medico deve responder a si próprio
as seguintes perguntas:
a) A discriminação, a descrição dos sintomas e/ou sinais foi semiotecnicamentecompleta (com todos os caracteres fisiopatológicos e propedêuticos)?
b) Com tais elementos já é possível uma orientação para a interpretação fisiopatológicae anatomopatológica do processo mórbido?
c) Com tal interpretação, já é possível firmar ou sugerir, com grande probabilidade, osdiagnósticos anatômicos, sindrômicos, funcionais, etiológicos e até estadiamentoclinico-patológico e prognósticos?