apostila 2 portuguÊs

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Crase: Crase: Crase: Crase: Crase não é acento, e sim superposição de dois "as". O primeiro é uma preposição, o segundo, pode ser um artigo definido, um pronome demonstrativo a(as) ou aquele(a/s),e aquilo. O acento que marca este fenômeno é o grave (`). O domínio da crase depende de o aluno conhecer a regência de alguns verbos e nomes. - crase da preposição a com o artigo definido a(s): Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a preposição e o termo regido tem de ser uma palavra feminina que admita artigo. Uma dica é trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer ao (s) usa-se crase, caso apareça a ou o (s) não haverá crase a) Todos iriam à reunião. b) Todos iriam ao encontro. A crase é obrigatória: - em locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas (femininas). à queima-roupa, às cegas, às vezes, à beça, à medida que, à proporção que, à procura de, à vontade Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional (escrevi a (à) máquina.) - expressão à moda de, mesmo que subentendida. a) Era um penteado à francesa. b) O jogador fez um gol à Pele. - quando as palavras "rua", "loja", "estação de rádio" estiverem subentendidas. Maria dirigiu-se à Globo (estação de rádio). As situações onde não existe crase são: - antes de palavra masculina e verbos. a) Vende-se a prazo. b) O texto foi redigido a lápis. c) Ele começou a fazer dietas. - antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas). a) Refiro-me a uma blusa mais fina. b) O vilarejo fica a duas léguas daqui.

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Page 1: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

Crase:Crase:Crase:Crase:

Crase não é acento, e sim superposição de dois "as". O primeiro é uma preposição, o segundo, pode ser um artigo definido, um pronome demonstrativo a(as) ou aquele(a/s),e aquilo. O acento que marca este fenômeno é o grave (`).

O domínio da crase depende de o aluno conhecer a regência de alguns verbos e nomes.

- crase da preposição a com o artigo definido a(s):

Condições necessárias para ocorrer crase: termo regente deve exigir a preposição e o termo regido tem de ser uma palavra feminina que admita artigo.

Uma dica é trocar a palavra feminina por uma masculina equivalente, se aparecer ao (s) usa-se crase, caso apareça a ou o (s) não haverá crase

a) Todos iriam à reunião.

b) Todos iriam ao encontro.

A crase é obrigatória:

- em locuções prepositivas, adverbiais ou conjuntivas (femininas).

à queima-roupa, às cegas, às vezes, à beça, à medida que, à proporção que, à procura de, à vontade

Em expressões que indicam instrumento, crase é opcional (escrevi a (à) máquina.)

- expressão à moda de, mesmo que subentendida.

a) Era um penteado à francesa.

b) O jogador fez um gol à Pele.

- quando as palavras "rua", "loja", "estação de rádio" estiverem subentendidas.

Maria dirigiu-se à Globo (estação de rádio).

As situações onde não existe crase são:

- antes de palavra masculina e verbos.

a) Vende-se a prazo.

b) O texto foi redigido a lápis.

c) Ele começou a fazer dietas.

- antes de artigo indefinido e numeral cardinal (exceto em horas).

a) Refiro-me a uma blusa mais fina.

b) O vilarejo fica a duas léguas daqui.

Page 2: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

- antes dos pronomes pessoais, inclusive as formas de tratamento.

a) Enviei uma mensagem a Vossa Majestade.

b) Nada direi a ela.

Neste caso, os pronomes senhora e senhorita são exceções.

- antes de pronomes demonstrativos esta (s) e essa (s).

a) Refiro-me a estas flores.

b) Não deram valor a esta idéia.

- antes de pronomes indefinidos, com exceção de outra.

a) Direi a todas as pessoas.

b) Fiz alusão a esta moça e à outra.

- antes da preposição a tiver outra preposição.

Compareceu perante a juíza no dia da audiência.

Com a preposição até o uso é facultativo.

- no meio de expressões com palavras repetitivas.

Ficamos cara a cara.

- no a singular seguido de palavra no plural.

Pediu apoio a pessoas estranhas.

Não haverá crase antes de pronome interrogativo.

Na expressão devido à (s) + palavra feminina ocorre a crase.

- palavra feminina tomada em sentido genérico.

Apena pode ir de advertência a multa.

Havendo determinação, a crase é indispensável (Ele admite ter cedido à pressão dos superiores.)

Na dúvida, e excluída qualquer das hipóteses tratadas, basta substituir a palavra feminina por uma masculina equivalente. Se ocorrer ao no masculino, haverá crase.

Fui à cidade fazer compras - (ao supermercado).

A crase é facultativa:

- antes de nomes próprios femininos (exceto em nomes de personalidade pública - sem artigo):

Page 3: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

Enviei um presente a (à) Maria.

A exceção ocorre quando o nome feminino vier acompanhado de uma expressão que a determine a crase é obrigatória (Dedico minha vida à Rosa do Jaboatão)

- antes do pronome adjetivo possessivo feminino singular:

a) Pediu informações a minha secretária.

b) Pediu informações à minha secretária.

c) Pediu informações a minhas secretárias.

d) Pediu informações as minhas secretárias.

e) Pediu informações às minhas secretárias.

Se o pronome possessivo for substantivo e por regência a preposição for exigida, a crase será obrigatória (Foi a [à] sua cidade natal e à minha)

- antes de topônimos, a menos que estejam determinados.

a) Iremos a Curitiba.

b) Iremos à bela Curitiba.

c) Iremos à Bahia.

Quando o topônimo não estiver determinado, usa-se o teste da troca do verbo para chegar. Se nesta troca aparecer chego da, há crase; se for chego de, não há crase.

- Crase da preposição a com o pronome demonstrativo e relativo:

Com os demonstrativos aquele (s), aquela (s) e aquilo, basta verificar se, por regência, alguma palavra pede a preposição que irá se fundir com o "a" inicial do próprio pronome.

Uma dica é trocar aquele (a/s) por este (a/s) e aquilo por isto, se antes aparecer a, há crase.

a) Enviei presentes àquela menina.

b) A matéria não se relaciona àqueles problemas.

c) Não se de ênfase àquilo.

O pronome demonstrativo a (s) aparece antes de que ou de e pode ser trocado por aquela (s). Deve-se fazer o teste da troca por um masculino similar e verificar se aparece ao (s)

a) Esta estrada é paralela à que corta a cidade (o caminho é paralelo ao que corta a cidade).

b) Conheço a moça de azul, não a de branco.

Antes dos pronomes relativos "que" e "quem" não ocorre crase. Já o pronome qual (s) admite crase

Page 4: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

Uma dica é trocar o substantivo feminino anterior ao pronome por um masculino, se aparecer ao (s) há crase

a) A menina a que me refiro não estudou.

b) A professora a quem me refiro é bonita.

b) A fama à qual almejo não é difícil.

Casos especiais sobre o uso da crase:

- antes da palavra casa:

Quando a palavra casa significa lar, domicílio e não vem acompanhada de adjetivo, ou locução adjetiva, não se usa a crase.

Iremos a casa assim que chegarmos (iremos ao lar assim que chegarmos).

Quando a palavra casa estiver modificada por adjetivo ou locução adjetiva.

Iremos à casa de minha mãe.

- antes da palavra terra:

Oposto de mar, ar e bordo - não há crase

O Marinheiro forma a terra.

Quando terra significa solo, planeta ou lugar - pode haver crase.

a) Voltei à terra natal.

b) A espaçonave voltará à Terra em um mês.

- antes da palavra distância:

Não se usa crase, salvo se vier determinada.

a) Via-se o barco à distância de quinhentos metros (determinado).

b) Olhava-nos a distância.

1. Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de crase é facultativo?

a) Minhas idéias são semelhantes às suas. b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz c) Dei um presente à Mariana. d) Fizemos alusão à mesma teoria. e) Cortou o cabelo à Gal Costa.

2. "O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor".

Page 5: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

a) à - a - aquilo b) a - a - àquilo c) a - à - àquilo d) à - à - aquilo e) à - à - àquilo

3. "A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas quadras da Avenida Central".

a) à - há b) a - à c) a - há d) à - a e) à - à

4. "O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, radicado ___ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora do almoço".

a) o - à - a b) ao - há - à c) ao - a - a d) o - há - a e) o - a - a

5. "Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias".

a) à - àqueles - a - há b) a - àqueles - a - há c) a - aqueles - à - a d) à - àqueles - a - a e) a - aqueles - à - há

6. Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O Papa caminhava à passo firme. b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz. c) Chegou à noite, precisamente as dez horas. d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas. e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

7. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da casa própria.

a) às - àquelas _ à b) as - aquelas - a c) às àquelas - a d) às - aquelas - à e) as - àquelas - à

8. A alusão _____ lembranças da casa materna trazia _____ tona uma vivência _____ qual já havia renunciado.

a) às - a - a b) as - à - há c) as - a - à d) às - à - à e) às - a - há

Page 6: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

9. Use a chave ao sair ou entrar __________ 20 horas.

a) após às b) após as c) após das d) após a e) após à

10. _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades _____ que os socorros se destinam.

a) Há - à - a b) A - a - a c) À - à - a d) Há - a - a e) À - a - a

11. Fique _____ vontade; estou _____ seu inteiro dispor para ouvir o que tem _____ dizer.

a) a - à - a b) à - a - a c) à - à - a d) à - à - à e) a - a - a

12. No tocante _____ empresa _____ que nos propusemos _____ dois meses, nada foi possível fazer.

a) àquela - à - à b) aquela - a - a c) àquela - à - há d) aquela - à - à e) àquela - a - há

13. Chegou-se _____ conclusão de que a escola também é importante devido _____ merenda escolar que é distribuída gratuitamente _____ todas as crianças.

a) à - à - à b) a - à - a c) a - à - à d) à - à - a e) à - a - a

14. A tese _____ aderimos não é aquela _____ defendêramos no debate sobre os resultados da pesquisa.

a) a qual - que b) a que - que c) à que - a que d) a que - a que e) a qual a que

15. Em relação _____ mímica, deve-se dizer que ela exerce função paralela _____ da linguagem.

a) a - a b) à - à c) a - à d) à - aquela e) a - àquela

Page 7: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

16. Foi _____ mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs a maldição do cientista que reduzira o arco-íris _____ simples matéria: era uma ameaça _____ poesia.

a) a - a - à b) há - à - a c) há - à - à d) a - a - a e) há - a - à

17. A estrela fica _____ uma distância enorme, _____ milhares de anos-luz, e não é visível _____ olho nu.

a) a - à - à b) a - a - a c) à - a - a d) à - à - a e) à - a - à

18. Estava __________ na vida, vivia _____ expensas dos amigos.

a) atoa - as b) a toa - à c) a tôa - às d) à toa - às e) à toa - as

19. Estavam _____ apenas quatro dias do início das aulas, mas ele não estava disposto _____ retomar os estudos.

a) há - à b) a - a c) à - a d) há - a e) a - à

20. Disse _____ ela que não insistisse em amar _____ quem não _____ queria.

a) a - a - a b) a - a - à c) à - a - a d) à - à - à e) a - à - à

21. Quanto _____ suas exigências, recuso-me _____ levá-las _____ sério.

a) às - à - a b) a - a - a c) as - à - à d) à - a - à e) as - a - a

22. Quanto _____ problema, estou disposto, para ser coerente __________ mesmo, _____ emprestar-lhe minha colaboração.

a) aquele - para mim - a b) àquele - comigo - a c) aquele - comigo - à

Page 8: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

d) aquele - por mim - a e) àquele - para mim - à

23. A lâmpada _____ cuja volta estavam mariposas _____ voar, emitia luz _____ grande distância.

a) a - à - à b) à - a - à c) a - à - a d) a - a - a e) à - a - a

24. Aquela candidata _____ rainha de beleza, quando foi _____ televisão, pôs-se _____ roer as unhas.

a) à - à - a b) à - a - à c) a - a - à d) à - à - à e) a - à - a

25. Eis o lema _____ sempre obedecia: ódio _____ guerra e aversão _____ injustiças.

a) à que - à - as b) à que - à - às c) a que - à - às d) a que - à - as e) a que - a - as

26. Faltou _____ todas as reuniões e recusou-se _____ obedecer _____ decisões da assembléia.

a) a - a - as b) a - a - às c) a - à - às d) à - a - às e) à - à - às

27. Expunha-se _____ uma severa punição, porque as ordens _____ quais se opunha eram rigorosas e destinavam-se _____ funcionárias daquele setor.

a) a - as - às b) à - às - as c) à - as - às d) à - às - às e) a - às - às

28. _____ alguns meses o Ministro revelou-se disposto _____ abrir _____ discussões em torno do acesso dos candidatos e dos partidos _____ televisão.

a) A - a - as - à b) Há - a - às - a c) A - à - às - a d) Há - à - as - à e) Há - a - as - à

29. _____ Igreja cabe propugnar pelos princípios éticos e morais que devem reger _____ vida das comunidades, enquanto _____ política deve visar ao bem comum.

Page 9: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

a) A - à - à b) À - a - a c) À - à - a d) À - à - à e) A - a - a

1 C / 2 C / 3 D / 4 B / 5 B / 6 D / 7 A / 8 D / 9 B / 10 D / 11 B / 12 E / 13 D / 14 B / 15 B / 16 E / 17 B / 18 D / 19 B / 20 A / 21 B / 22 B / 23 D / 24 E / 25 C / 26 B / 27 E / 28 E / 29 B.

Colocação pronominal:

Em função da posição do pronome em relação ao verbo, classifica-se:

- próclise: antes do verbo (Nada se perde.)

- mesóclise: no meio do verbo (Dirigir-lhe-emos a palavra.)

- ênclise: depois do verbo (Fugiram-nos as palavras.)

A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja fator de próclise ou seja um dos futuros do indicativo, com atenção aos casos especiais.

São fatores de próclise:

- oração negativa, desde que não haja pausa entre o verbo e as palavras de negação.

a) Ninguém se mexe.

b) Nada me abala.

Se a palavra negativa preceder um infinitivo não-flexionado, é possível a ênclise:

Calei para não magoá-lo.

- frases exclamativas (começadas por palavras exclamativas) e optativas (desejo).

a) Deus te guie!

b) Quanto sangue se derramou inutilmente!

- conjunção subordinativa.

a) Preciso de que me responda algo.

b) O homem produz pouco, quando se alimenta mal.

A elipse da conjunção não dispensa a próclise: Quando passo e te vejo, exalto-me.

- pronome ou palavras interrogativas.

a) Quem me viu ontem?

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b) Queria saber por que te afliges tanto.

- pronome indefinido, demonstrativo e relativo.

a) Alguém me ajude a sair daqui.

b) Isso te pertence.

c) Ele que se vestiu de verde está ridículo.

- advérbio (não seguido de vírgula) e o numeral ambos.

a) Aqui se vê muita miséria.

b) Aqui, vê-se muita miséria.

c) Ambos se olharam profundamente.

Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa. Este fator, entretanto, não pode quebrar o princípio dos fatores de próclise.

Ele se feriu ou ele feriu-se.

a) O homem se recupera ou o homem recupera-se. Ninguém me convencerá.

b) Tudo se fez por uma boa causa.

Por questão de eufonia, pode-se preferir a próclise ao invés da ênclise, quando o sujeito vier antes do verbo

"Cada dia lhe desfolha um afeto."

Você viu-o.

Você o viu.

O uso de mesóclise:

Respeitados os princípios de próclise, far-se-á mesóclise caso o verbo esteja nos tempos futuros do indicativo.

Dar-te-ia = daria + te.

dar-te-ei = darei + te.

a) Diante da platéia, cantar-se-ia melhor.

b) Os amigos sinceros lembrar-nos-ão um dia.

Usa-se ênclise:

- em início da frase ou após sinal de pontuação.

- casos não proclíticos e não mesoclíticos em geral.

- nas orações imperativas afirmativa.

Procure suas colegas e convide-as.

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- junto ao infinitivo não flexionado, precedido da preposição a, em se tratando dos pronomes o/a (s).

a) Todos corriam a escutá-lo com atenção.

b) Ele começou a insultá-la.

c) Nem sei se nos tornaremos a vê-los novamente.

Estando o infinitivo pessoal regido da preposição para, é indiferente a colocação do pronome oblíquo antes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio não.

a) Silenciei para não irritá-lo.

b) Silenciei para não o irritar.

Quanto às formas infinitas e locuções verbais:

Para as formas finitas:

- infinitivo, regra geral = ênclise (Viver é adaptar-se.)

Admite-se também a próclise se o infinitivo não-flexionado vier precedido de preposição ou palavra negativa (para te servir / servir-te, não o incomodar / incomodá-lo)

Se o pronome for o/a (s) e o infinitivo regido da preposição a, é obrigatória a ênclise.

Se o infinitivo vier flexionado, prefere-se a próclise (desde que não inicie o período)

- gerúndio, regra geral = ênclise

A próclise é obrigatória se: o gerúndio vier precedido da preposição em ou se o gerúndio vier precedido de advérbio que o modifique diretamente, sem pausa (Em se tratando de colocação pronominal, sei tudo!)

- particípio,

Sem auxiliar não admite próclise ou ênclise e sim a forma oblíqua regida de preposição.

Concedida a mim a preferência, farei por merecê-la.

Para as locuções verbais:

- auxiliar + infinitivo (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal.)

Devo calar-me / devo-me calar / devo me calar

Não devo calar-me / não me devo calar / não devo me calar.

Mesmo com fator de próclise, a ênclise no infinitivo é correta.

- Auxiliar + preposição + infinitivo (Há de acostumar-se / há de se acostumar - Não se há de acostumar / não há de acostumar-se.)

- Auxiliar + gerúndio (podem os pronomes, conforme as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise, ora ao verbo auxiliar, ora à forma nominal.):

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Vou-me arrastando / vou me arrastando / vou arrastando-me

Não me vou arrastando / não vou arrastando-me.

Com fator de próclise, o pronome não pode aparecer entre os verbos.

Auxiliar + particípio (os pronomes se juntam ao auxiliar e jamais ao particípio, de acordo com as circunstâncias.

a) Os amigos o tinham prevenido.

b) Os amigos tinham-no prevenido.

Curiosidades ortográficas:

A fim ou afim?

Escrevemos afim, quando queremos dizer semelhante. (O gosto dela era afim ao da turma.)

Escrevemos a fim (de), quando queremos indicar finalidade. (Veio a fim de conhecer os parentes. / Pensemos bastante, a fim de que respondamos certo. / Ela não está a fim do rapaz.)

A par ou ao par?

A expressão ao par significa sem ágio no câmbio. Portanto, se quisermos utilizar esse tipo de expressão, significando ciente, deveremos escrever a par.

Fiquei a par dos fatos. / A moça não está a par do assunto.

A cerca de, acerca de ou há cerca de?

A cerca de significa a uma distância. (Teresópolis fica a cerca de uma hora de carro do Rio.)

Acerca de - significa sobre. (Conversamos acerca de política.)

Há cerca de - significa que faz ou existe(m) aproximadamente. (Mudei-me para este apartamento há cerca de oito anos. / Há cerca de doze mil candidatos, concorrendo às vagas.)

Ao encontro de ou de encontro a?

Ao encontro de - quer dizer favorável a, para junto de. (Vamos ao encontro dos nossos amigos. / Isso vem ao encontro dos anseios da turma.)

De encontro a - quer dizer contra. (Um automóvel foi de encontro a outro. / Este ato desagradou aos funcionários, porque veio de encontro às suas aspirações.)

Há ou a?

Quando nos referimos a um determinado espaço de tempo, podemos escrever há ou a, nas seguintes situações:

Há - quando o espaço de tempo já tiver decorrido. (Ela saiu há dez minutos.)

A - quando o espaço de tempo ainda não transcorreu. (Ela voltará daqui a dez minutos.)

Haver ou ter?

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Embora usado largamente na fala diária, a gramática não aceita a substituição do verbo haver pelo ter. Deve-se dizer, portanto, não havia mais leite na padaria.

Se não ou senão?

Emprega-se o primeiro, quando o se pode ser substituído por caso ou na hipótese de que.

Se não chover, viajarei amanhã (= caso não chova - ou na hipótese de que não chova, viajarei amanhã).

Se não se tratar dessa alternativa, a expressão sempre se escreverá com uma só palavra: senão.

Vá de uma vez, senão você vai se atrasar. (senão = caso contrário).

Nada mais havia a fazer senão conformar-se com a situação (senão = a não ser).

"As pedras achadas pelo bandeirante não eram esmeraldas, senão turmalinas, puras turmalinas" (senão = mas).

Não havia um senão naquele rapaz. (senão = defeito).

Haja vista ou haja visto?

Apenas a primeira opção é correta, porque a palavra "vista", nessa expressão, é invariável.

Haja vista o trágico acontecimento... (hajam vista os acontecimentos...)

Em vez de ou ao invés de?

A expressão em vez de significa em lugar de. (Hoje, Pedro foi em vez de Paulo. / Em vez de você, vou eu para Petrópolis.)

A expressão ao invés de significa ao contrário de. (Ao invés de proteger, resolveu não assumir. / Ao invés de melhorar, sua atitude piorou a situação).

Por quê, por que, porque ou porquê?

A maioria da população sofre com as dificuldades em entender a utilização da língua-padrão portuguesa, principalmente na utilização do "Por que / Por quê / Porque / Porquê". Confira alguns exemplos:

Não sei por que você acha isso.

Claro. Por quê?

Não julgues porque não te julguem.

Dê-me ao menos um porquê para sua atitude.

A forma por que é a seqüência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). É equivalente a "por qual motivo", "por qual razão", vejamos:

Não sei por qual motivo você acha isso.

Não sei por qual razão você acha isso.

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto: final, de interrogação ou exclamação, ou um ponto de reticências, a seqüência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo que passa a ser tônico.

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Não sei por quê!

Ainda não terminou? Por quê?

Existem casos em que por que representa uma seqüência preposição + pronome relativo, equivalendo a pelo qual, pelos quais, pelas quais, pela qual. Em outros contextos por que equivale a "para que":

O túnel por que deveríamos passar desabou ontem.

A forma porque também é uma conjunção, equivalente a pois, já que, uma vez que, como:

Você continua implicando comigo! É porque eu faltei ontem?

Porque também pode indicar finalidade, como: para que, a fim de. Trata-se de um uso mais freqüente na linguagem atual.

A forma porquê representa um substantivo. Significa causa, razão, motivo e normalmente surge acompanha de uma palavra determinando, um artigo, por exemplo.

Creio que os verdadeiros porquês mais uma vez não vieram à luz.

SEMÂNTICA

Semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua.

Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração:

Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto.

Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.

Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos:

As homônimas podem ser:

Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar);

Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);

Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio);

Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) -

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mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor.

Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.

Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - São (santo)

Conotação e Denotação:

Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.

Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.

Figuras de palavras:

As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.

São figuras de palavras:

Comparação:

Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.

Exemplos: "Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico." (Chico Buarque);

"As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas..." (Jorge Amado).

Metáfora:

Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.

Exemplo: "Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão." (Machado de Assis).

Metonímia:

Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:

- o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor.

- a causa pelo efeito e vice-versa: "E assim o operário ia / Com suor e com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento." (Vinicius de Moraes).

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- o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto).

- o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado).

- o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração (sentimento, sensibilidade).

- o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos revolucionários.

- a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.

- o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo.

- a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).

- o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão).

Sinédoque:

Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:

- o todo pela parte e vice-versa: "A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo." (J. Cândido de Carvalho)

- o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido.

- o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor).

Catacrese:

A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico." (Othon M. Garcia).

São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.

Sinestesia:

A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).

Exemplo: "A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal." (Augusto Meyer)

Antonomásia:

Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.

Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.

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Exemplos: "E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)

Alegoria:

A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos - um referencial e outro metafórico.

Exemplo: "A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente..." (Machado de Assis).

Figuras de som:

Chamam-se figuras de som os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura "imitar" sons produzidos por coisas ou seres.

As figuras de som são:

Aliteração:

Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.

Exemplo: "Toda gente homenageia Januária na janela." (Chico Buarque).

Assonância:

Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.

Exemplo: "Sou Ana, da cama / da cana, fulana, bacana / Sou Ana de Amsterdam." (Chico Buarque).

Paronomásia:

Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.

Exemplo: "Berro pelo aterro pelo desterro / berro por seu berro pelo seu erro / quero que você ganhe que você me apanhe / sou o seu bezerro gritando mamãe." (Caetano Veloso).

Onomatopeia:

Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.

Exemplo: "O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe, das planícies altas, / Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou." (Mário de Andrade).

"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno." (Fernando Pessoa).

Figuras de pensamento:

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As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.

São figuras de pensamento:

Antítese:

Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.

Exemplo: "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal." (Rui Barbosa).

Apóstrofe:

Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.

Exemplo: "Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?" (Castro Alves).

Paradoxo:

Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.

Exemplo: "Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;" (Camões)

Eufemismo:

Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.

Exemplo: "E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague". (Chico Buarque).

Gradação:

Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.

Exemplo: "Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo." (Castro Alves).

Hipérbole:

Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.

Exemplo: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac).

Ironia:

Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.

Exemplo: "Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / um amor." (Mário de Andrade).

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Prosopopéia:

Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.

Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: "O peixinho (...) silencioso e levemente melancólico..."

Exemplos: "... os rios vão carregando as queixas do caminho." (Raul Bopp)

Um frio inteligente (...) percorria o jardim..." (Clarice Lispector)

Perífrase:

Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.

Exemplo: "Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil." (André Filho).

Figuras de sintaxe:

As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.

Elas podem ser construídas por:

a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;

b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;

c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;

d) ruptura: anacoluto;

e) concordância ideológica: silepse.

Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:

Assíndeto:

Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).

Exemplo: "Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se." (Machado de Assis).

Elipse:

Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.

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Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas." (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...).

Zeugma:

Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.

Exemplo: "Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes." (Zeugma do verbo: "e foram assassinados...") (Camilo Castelo Branco).

Anáfora:

Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.

Exemplo: "Depois o areal extenso... / Depois o oceano de pó... / Depois no horizonte imenso / Desertos... desertos só..." (Castro Alves).

Pleonasmo:

Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.

a) Pleonasmo literário:

É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.

Exemplo: "Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira).

"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)

"Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa).

b) Pleonasmo vicioso:

É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.

Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista.

Polissíndeto:

Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.

Exemplo: "Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel Bandeira).

Anástrofe:

Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado).

Exemplo: "Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho." (Mário Quintana).

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Hipérbato:

Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.

Exemplo: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).

Sínquise:

Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.

Exemplo: "A grita se alevanta ao Céu, da gente. " (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões).

Hipálage:

Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase.

Exemplo: "... as lojas loquazes dos barbeiros." (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros).

Anacoluto:

Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a sequência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos - que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.

Exemplo: "Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas." (Alcântara Machado).

Silepse:

Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.

a) Silepse de gênero:

Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).

Exemplo: "Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito." (Guimarães Rosa).

b) Silepse de número:

Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).

Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam." (Mário Barreto).

c) Silepse de pessoa:

Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.

Exemplo: "Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas." (Machado de Assis).

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.

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Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Esse procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Como ler e entender bem um texto?

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Dessa leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, dessa maneira a resposta será mais consciente e segura.

Narração:

Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou mesclando dados reais e imaginários. Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.

A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa ativamente dos fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem). Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).

O bom autor toma partido das duas opções de posicionamento para o narrador, a fim de criar uma história mais ou menor parcial, comprometida. Por exemplo, Machado de Assis, ao escrever Dom Casmurro, optou pela narrativa em 1ª pessoa justamente para apresentar-nos os fatos segundo um ponto de vista interno, portanto mais parcial e subjetivo.

Narração objetiva X Narração subjetiva

objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal e direto.

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subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.

Observação - o fato de um narrador de 1ª pessoa envolver-se emocionalmente com mais facilidade na história, não significa que a narração subjetiva requeira sempre um narrador em 1ª pessoa ou vice-versa.

Elementos básicos da narrativa:

Fato - o que se vai narrar (O quê?)

Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)

Lugar - onde o fato se deu (Onde?)

Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)

Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)

Modo - como se deu o fato (Como?)

Conseqüências (Geralmente provoca determinado desfecho)

A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes maneiras: piada, peça teatral, crônica, novela, conto, fábula etc.

Uma narrativa pode trazer falas de personagens entremeadas aos acontecimentos, faz-se uso dos chamados discursos: direto, indireto ou indireto livre.

No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da própria personagem. Para tanto, recomenda-se o uso de algumas notações gráficas que marquem tais falas: travessão, dois pontos, aspas. Mais modernamente alguns autores não fazem uso desses recursos.

O discurso indireto apresenta as palavras das personagens através do narrador que reproduz uma síntese do que ouviu, podendo suprimir ou modificar o que achar necessário. A estruturação desse discurso não carece de marcações gráficas especiais, uma vez que sempre é o narrador que detém a palavra. Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi (elocução) e oração subordinada substantiva com verbo num tempo passado em relação à fala da personagem.

Quanto ao discurso indireto livre, é usado como uma estrutura bastante informal de colocar frases soltas, sem identificação de quem a proferiu, em meio ao texto. Trazem, muitas vezes, um pensamento do personagem ou do narrador, um juízo de valor ou opinião, um questionamento referente a algo mencionado no texto ou algo parecido. Esse tipo de discurso é o mais usado atualmente, sobretudo em crônicas de jornal, histórias infantis e pequenos contos.

2. Descrição:

Caracteriza-se por ser um "retrato verbal" de pessoas, objetos, animais, sentimentos, cenas ou ambientes. Entretanto, uma descrição não se resume à enumeração pura e simples. O essencial é saber captar o traço distintivo, particular, o que diferencia aquele elemento descrito de todos os demais de sua espécie.

Os elementos mais importantes no processo de caracterização são os adjetivos e locuções adjetivas. Desta maneira, é possível construir a caracterização tanto no sentido denotativo quanto no conotativo, como forma de enriquecimento do texto.

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Enquanto uma narração faz progredir uma história, a descrição consiste justamente em interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar, etc.

Elementos básicos de uma descrição:

nomear / identificar - dar existência ao elemento (diferenças e semelhanças)

localizar / situar - determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e no espaço

qualificar - testemunho do observador sobre os seres do mundo

A qualificação constitui a parte principal de uma descrição. Qualificar o elemento descrito é dar-lhe características, apresentar um julgamento sobre ele. A qualificação pode estar no campo objetivo ou no subjetivo. Uma forma muito comum de qualificação é a analogia, isto é, a aproximação pelo pensamento de dois elementos que pertencem a domínios distintos. Pode ser feita através de comparações ou metáforas.

2.2 Descrição subjetiva X Descrição objetiva:

objetiva - sem impressões do observador, tentando maior proximidade com o real

subjetiva - visão do observador através de juízos de valor

No terreno objetivo temos as informações (dados do conhecimento do autor do texto: livro comprado em Lisboa), as caracterizações (dados que estão no objeto de descrição: livro vermelho). Já no subjetivo, estão as qualificações (impressões subjetivas sobre o ser ou objeto: livro interessante). O ideal é que uma descrição possa fundir a objetividade, necessária para a "pintura" ser a mais verídica possível, e a subjetividade que torna o texto bem mais interessante e agradável. Sendo assim, a descrição deve ir além do simples "retrato", deve apresentar também uma interpretação do autor a respeito daquilo que descreve.

3. Dissertação

Introdução

A folha em branco, o tempo passando. As unhas roídas, o tema dado e nenhuma idéia. Muitas pessoas já passaram por uma situação semelhante, em que não sabiam absolutamente por onde começar a escrever sobre determinado assunto.

Escrever pode ser fácil para qualquer pessoa, desde que esta queira se empenhar para tanto. Não há mágicas ou fórmulas práticas para aprender a escrever. Na verdade, é um trabalho que depende sobremaneira do empenho do interessado em aprender.

Para este intento, algumas dicas práticas podem ser dadas para auxiliar, mas nada substitui a necessidade de escrever sempre. O ato da escrita deve se tornar algo natural, a fim de afastar o fantasma do "branco total". Além disso, a leitura e a atualização de informações também colaboram muito na qualidade do texto.

O objetivo da redação é chegar a um texto que será tão repleto de escolhas pessoais (idéias, palavras, estruturas frasais, organização, exemplos) que, até partindo de um mesmo assunto geral, milhares de pessoas podem chegar a um bom resultado apresentando trabalhos nitidamente diferentes.

Para desenvolver esse trabalho, a presente apostila direciona-se ao estudo dissertativo. Será considerada uma média de trinta linhas para as redações, sobretudo no tocante à distribuição destas linhas nas subdivisões textuais apresentadas

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Muitas vezes, as maiores dificuldades estão na concretização das idéias no papel. Para auxiliar neste processo, a apostila conta também com um suporte de Língua Portuguesa. A preocupação aqui não é de nomenclaturas ou classificações, o que teve relevo foi a funcionalidade lingüística no momento da escrita.

Alguns pontos merecem destaque especial para um aprimoramento da escrita:

ler mais

adquirir o hábito de escrever

pontuar adequadamente

organizar idéias

construir períodos mais curtos

Estrutura textual

Assunto

Delimitar um aspecto acerca do tema proposto é importante para uma boa abordagem do assunto. Não se poderá fazer uma análise aprofundada se o tema for amplo, por isso especifica-se o assunto a ser tratado.

A escolha do aspecto, entretanto, não pode restringir demais o tema ou corre-se o risco da falta de idéias.

Essa delimitação deve ser feita na introdução e, a partir daí, o leitor sabe que aquele aspecto será explorado no decorrer do texto e a conclusão fará menção direta a ele.

Observe alguns exemplos:

televisão - a violência na televisão / a televisão e a opinião pública

a vida nas grandes cidades - a vida social dos jovens nas grandes cidades / os problemas das grandes cidades

preconceitos - preconceitos raciais / causas do preconceito racial

progresso - vantagens e desvantagens sociais do progresso / progresso e evolução humana

Parágrafos:

São blocos de texto, cuja primeira linha inicia-se em margem especial, maior do que a margem normal do texto. Concentram sempre uma idéia-núcleo relacionada diretamente ao tema da redação.

Não há moldes rígidos para a construção de um parágrafo. O ideal é que em cada parágrafo haja dois ou três períodos, usando pontos continuativos (na mesma linha) intermediários.

A divisão em parágrafos é indicativa de que o leitor encontrará, em cada um deles, um tópico do que o autor pretende transmitir. Essa delimitação deve estar esquematizada desde antes do rascunho, no momento do planejamento estrutural, assim a redação apresentará mais coerência.

Qualidades de uma dissertação

O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo. A coerência é um aspecto de grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver pormenores excessivos ou explicações desnecessárias. Todas as idéias apresentadas devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele.

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A originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o tema proposto.

Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução, desenvolvimento e conclusão, respectivamente. As idéias distribuem-se de forma lógica, sem haver fragmentação da mesma idéia em vários parágrafos.

Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as idéias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestões e suas respectivas relações:

assim, desse modo - têm valor exemplificativo e complementar. A seqüência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que se disse anteriormente.

ainda - serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de idéias qualquer.

aliás, além do mais, além de tudo, além disso - introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado para dar um "golpe final" num argumento contrário.

mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposição entre dois enunciados.

embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.

este, esse e aquele - são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre eles.

O que é dissertação

Dissertar é um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas procuram justificativas para a elevação dos preços, para o aumento da violência nas cidades, para a repressão dos pais. É mundial a preocupação com a bomba atômica, a AIDS, a solidão, a poluição. Muitas vezes, em casos de divergência de opiniões, cada um defende seus pontos de vista em relação ao futebol, ao cinema, à música.

A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposição de idéias pessoais, opiniões e pontos de vista. Em alguns casos, é preciso persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma forma de pensar diferente. Em todas essas situações e em muitas outras, utiliza-se a linguagem para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por meio da apresentação de idéias, dados e conceitos, chegar-se a conclusões.

Em suma, dissertação implica discussão de idéias, argumentação, organização do pensamento, defesa de pontos de vista, descoberta de soluções. É, entretanto, necessário conhecimento do assunto que se vai abordar, aliado a uma tomada de posição diante desse assunto.

3.3.1 Argumentação

A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as relações de causa-conseqüência e pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.

Algumas expressões indicadoras de causa e conseqüência:

causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de

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consequência: conseqüentemente, em decorrência, como resultado, efeito de

Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em contrapartida, se por um lado... / por outro... , xxx é um fenômeno ambíguo, enquanto uns afirmam... / outros dizem que...

Exemplo de argumentação para a tese de que as abelhas são insetos extraordinários:

porque têm instinto muito apurado

porque são organizadas em repúblicas disciplinadas

porque fornecem ao homem cera e mel

apesar de seus ferrões e de sua força, constituem um enxame e trabalham em conjunto

Mesmo quando se destacam características positivas, é bom utilizar ponto negativo. Neste caso, destaca-se que a importância dos pontos positivos minimizam a negatividade do outro argumento.

3.4 Partes de uma dissertação

Introdução:

Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.

A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras:

Constatação do problema

Exemplos: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma mobilização político-social.

Delimitação do assunto

Exemplos: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de violência urbana.

Definição do tema

Exemplos: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço para sua erradicação.

Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e conseqüências, prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento.

Observe alguns exemplos:

A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico.

(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional.)

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Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar novo racionamento.

(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com distribuição da energia gerada no Brasil e a conseqüência do racionamento do uso de energia)

A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e "funkeiros"

Desenvolvimento:

Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.

Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente.

A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e conseqüências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.

A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é:

- Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.

- Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à sociedade brasileira atual.

A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada:

- 3 argumentos: um parágrafo explica cada um dos argumentos;

- causas e conseqüências: podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-se causas e conseqüências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos.;

- prós e contras: são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências, substituídas por prós e contras.

- abordagem histórica: compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e conseqüências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que não se tenha certeza.

- abordagem comparativa: usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo.

É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-lo.

Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.

Encontre uma causa e uma conseqüência relacionados à proposição abaixo e construa um parágrafo para cada argumento:

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O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas

A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação

Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase:

Precariedade do sistema de transportes

Alto índice de mortalidade infantil

Congestionamento nas grandes cidades

Aponte três conseqüências para os temas abaixo e construa um parágrafo fundamentando cada uma.

Baixo índice de mão-de-obra especializada

Falta de investimento em tecnologia

Uso de agrotóxicos

Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir. Construa um parágrafo envolvendo suas idéias.

As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação

Conclusão:

Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5 linhas.

Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado.

Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.

Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, enfim...

Evitar numa dissertação:

Após o título de uma redação não coloque ponto.

Ao terminar o texto, não coloque qualquer coisa escrita ou riscos de qualquer natureza. Detalhe: não precisa autografar no final também, e ainda assim será uma obra-prima.

Prefira usar palavras de língua portuguesa a estrangeirismos.

Não use chavões, provérbios, ditos populares ou frases feitas.

Não use questionamentos em seu texto, sobretudo em sua conclusão.

Jamais usar a primeira pessoa do singular, a menos que haja solicitação do tema (Exemplos: O que você acha sobre o aborto - ainda assim, pode-se usar a 3ª pessoa)

Evite usar palavras como "coisa" e "algo", por terem sentido vago. Prefira: elemento, fator, tópico, índice, item etc.

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Repetir muitas vezes as mesmas palavras empobrece o texto. Lance mão de sinônimos e expressões que representem a idéia em questão.

Só cite exemplos de domínio público, sem narrar seu desenrolar. Faça somente uma breve menção.

A emoção não pode perpassar nem mesmo num adjetivo empregado no texto. Atenção à imparcialidade.

Evite o uso de etc. e jamais abrevie palavras

Não analisar assuntos polêmicos sob apenas um dos lados da questão

Exemplo de texto dissertativo:

A posição social da mulher de hoje

Ao contrário de algumas teses predominantes até bem pouco tempo, a maioria das sociedades de hoje já começam a reconhecer a não existência de distinção alguma entre homens e mulheres. Não há diferença de caráter intelectual ou de qualquer outro tipo que permita considerar aqueles superiores a estas.

Com efeito, o passar do tempo está a mostrar a participação ativa das mulheres em inúmeras atividades. Até nas áreas antes exclusivamente masculinas, elas estão presentes, inclusive em posições de comando. Estão no comércio, nas indústrias, predominam no magistério e destacam-se nas artes. No tocante à economia e à política, a cada dia que passa, estão vencendo obstáculos, preconceitos e ocupando mais espaços.

Cabe ressaltar que essa participação não pode nem deve ser analisada apenas pelo prisma quantitativo. Convém observar o progressivo crescimento da participação feminina em detrimento aos muitos anos em que não tinham espaço na sociedade brasileira e mundial.

Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos ainda perduram e emperram essa revolução de costumes. A igualdade de oportunidades ainda não se efetivou por completo, sobretudo no mercado de trabalho. Tomando-se por base o crescimento qualitativo da representatividade feminina, é uma questão de tempo a conquista da real equiparação entre os seres humanos, sem distinções de sexo.

COERÊNCIA E COESÃO

1. Coerência:

Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos um texto em que há coerência.

A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um anterior, perde-se a coerência textual.

A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor.

Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).

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Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.

No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a realidade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apresentar elementos lingüísticos instruindo o receptor acerca dessa anormalidade.

Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalidade do fato narrado.

2. Coesão:

A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interligados. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da relação com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras se comunicam, como dependem uma das outras.

São Paulo: Oito pessoas morrem em queda de avião

Das Agências

Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes e uma mulher que viu o avião cair morreram

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências.

Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de Santa Cecília.

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Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza da matéria fosse comprometida.

E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mecanismos:

a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibulares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.

b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais propriedade.

c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os principais elementos de substituição:

Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não sofreram ferimentos graves.

Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

Exemplos:

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a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do mundo, etc.

Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).

Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-exemplo)

Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira encontrada... (protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem atribuir a eles).

Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

Observação: É mais freqüente a referência a elementos já citados no texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região do país), que só é citada na linha seguinte.

Conexão:

Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação em Prosa Moderna).

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico).

Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.

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Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.

Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.

Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente).

Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.

Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.

Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.

Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.

Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.

Causa e conseqüência. Explicação: por conseqüência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.

Idéias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.

PARÁFRASE, PERÍFRASE, SÍNTESE E RESUMO

1. Paráfrase:

Paráfrase é a reprodução explicativa de um texto ou de unidade de um texto, por meio de uma linguagem mais longa. Na paráfrase sempre se conservam basicamente as idéias do texto original. O que se inclui são comentários, idéias e impressões de quem faz a paráfrase. Na escola, quando o professor, ao comentar um texto, inclui outras idéias, alongando-se em função do propósito de ser mais didático, faz uma paráfrase.

Parafrasear consiste em transcrever, com novas palavras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular.

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Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura moderna.

2. Perífrase:

O povo lusitano foi bastante satirizado por Gil Vicente.

Utilizou-se a expressão "povo lusitano" para substituir "os portugueses". Esse rodeio de palavras que substituiu um nome comum ou próprio chama-se perífrase.

Perífrase é a substituição de um nome comum ou próprio por um expressão que a caracterize. Nada mais é do que um circunlóquio, isto é, um rodeio de palavras.

Outros exemplos: astro rei (Sol) | última flor do Lácio (língua portuguesa) | Cidade-Luz (Paris) Rainha da Borborema (Campina Grande) | Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro).

3. Síntese:

A síntese de texto é um tipo especial de composição que consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. Desse modo, só devem ser aproveitadas as idéias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário.

Procedimentos:

1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assunto e assimilar as idéias principais; 2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais importantes, ou anotando à parte os pontos que

devem ser conservados; 3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendo a seqüência de idéias do texto original; 4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos, ou fazendo quaisquer adaptações conforme

desejar; 5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar seu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de

linguagem do autor; 6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a sintetizá-lo.

4. Resumo:

Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso saber tirar dele o que é mais importante, facilitando o trabalho da memória. Saber resumir as idéias expressas em um texto não é difícil. Resumir um texto é reproduzir com poucas palavras aquilo que o autor disse.

Para se realizar um bom resumo, são necessárias algumas recomendações:

1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata. 2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases ou palavras importantes. Isto ajuda a identificar. 3. Distinguir os exemplos ou detalhes das idéias principais. 4. Observar as palavras que fazem a ligação entre as diferentes idéias do texto, também chamadas de

conectivos: "por causa de", "assim sendo", "além do mais", "pois", "em decorrência de", "por outro lado", "da mesma forma".

5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada um encerra uma idéia diferente. 6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há uma estrutura coerente, isto é, se todas as partes estão bem

encadeadas e se formam um todo. 7. Num resumo, não se devem comentar as idéias do autor. Deve-se registrar apenas o que ele escreveu,

sem usar expressões como "segundo o autor", "o autor afirmou que". 8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo de assunto abordado. É recomendável que nunca

ultrapasse vinte por cento da extensão do texto original.

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9. Nos resumos de livros, não devem aparecer diálogos, descrições detalhadas, cenas ou personagens secundárias. Somente as personagens, os ambientes e as ações mais importantes devem ser registrados.

SIGNIFICAÇÃO IMPLÍCITA

Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

A frase transmite duas informações: ele freqüentou um curso superior, aprendeu algumas coisas.

No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita uma crítica ao sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da preposição mas.

Assim percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode ser apresentado por um texto é o fato dele dizer aquilo que parece não dizer, ou seja, é a presença de enunciados subentendidos ou pressupostos.

Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as entrelinhas do texto, isto é, quando capta as mensagens implícitas.

Para não cair na exploração maliciosa de alguns textos que abusam dos aspectos subentendidos ou pressupostos devemos saber que:

Pressupostos são idéias não expressas de maneira explícita, mas que pode ser percebida a partir de certas palavras ou expressões utilizadas.

O tempo continua chuvoso (chove no momento - informação implícita estava chovendo antes)

Pedro deixou de fumar (não fuma no momento - informação implícita fumava antes)

Quanto a utilização de pressupostos devemos saber que eles devem ser sempre verdadeiros ou aceitos como verdadeiros, pois são eles que construirão informações explícitas. Sendo o pressuposto falso, a informação explícita não terá cabimento.

Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a interpretação textual, uma vez que esse recurso argumentativo não é posto em discussão pelo autor do texto, fato que aprisiona o leitor ao pensamento do autor e o leva a defender opiniões contrárias a suas.

Os pressupostos são marcados por:

certos advérbios - Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. (Pressuposto - Os resultados já deviam ter chegado ou Os resultados vão chegar mais tarde.)

certos verbos - O caso do contrabando tornou-se público. (Pressuposto - O caso não era público.)

orações adjetivas - Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo. (Pressuposto - Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.)

adjetivos - Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. (Pressuposto - Existem partidos radicais no Brasil.)

Subentendidos são insinuações escondidas por trás de uma afirmação. (Quando um fumante com o cigarro pergunta: Você tem fogo? Por trás dessa pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro por favor.

Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como indiscutível para o falante e o ouvinte, não permitindo contestações; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte, uma vez que o falante esconde-se por trás do sentido literal das palavras.

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O subentendido pode ser uma maneira encontra pelo falante para transmitir algo sem se comprometer com a informação.

NÍVEIS DE LINGUAGEM

A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar.

Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais:

1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base a norma culta, forma lingüística utilizada pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colaborando na educação, e não justamente o contrário;

2) a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.

Norma culta:

A norma culta, forma lingüística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista político-cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas.

Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e dinâmica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:

Estou preocupado. (norma culta)

Tô preocupado. (língua popular)

Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)

Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para viver; urge conhecer a língua culta para conviver.

Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da língua culta.

O conceito de erro em língua:

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém deixou ele falar", não comete propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta.

Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa praia, vestido de fraque e cartola.

Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene.

O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções do tipo:

Eu não vi ela hoje.

Ninguém deixou ele falar.

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Deixe eu ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuse!

Não assisti o filme nem vou assisti-lo.

Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.

Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres os interlocutores.

O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:

Eu não a vi hoje.

Ninguém o deixou falar.

Deixe-me ver isso!

Eu te amo, sim, mas não abuses!

Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.

Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.

Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário.

O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por construções de rara beleza.

Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato lingüístico registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical.

Exemplos:

Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)

Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)

Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dispersar e Não vamos dispersar-nos.)

Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.)

O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.)

Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em virtude do seu significado, não poderia ser adjetivo associado a indústria, já que não existe indústria que se pode tecer. Hoje, porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da indústria de fibra têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.

As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos impedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos também de transgressões ou "erros" que se tornaram fatos lingüísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais verbos como derivados de pedir, que tem, início, na sua conjugação, com peço. Tanto bastou

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para se arcaizarem as formas então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar.

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário escolar palavras como corrigir e correto, quando nos referimos a frases. "Corrija estas frases" é uma expressão que deve dar lugar a esta, por exemplo: "Converta estas frases da língua popular para a língua culta".

Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma frase "errada"; é, na verdade, uma frase elaborada conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta.

Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem:

A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada.

A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e a evoluções.

Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas principalmente, costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre estão atentos.

Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as vantagens de uma e outra, sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, que em verdade inexiste.

Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos, conseqüência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra.

A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade lingüística de um povo, além de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a modalidade falada.

Importante é fazer o educando perceber que o nível da linguagem, a norma lingüística, deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso.

O ambiente sociocultural determina. O nível da linguagem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, se destacam em importância o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência.

A gíria:

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um flagelo da linguagem. Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar?

O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de comunicação, desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário oficial. Usada no momento certo, porém, a

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gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, que estamos falando em gíria, e não em calão.

Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na língua falada. A língua escrita não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a visível intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos, familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal.

REDAÇÃO

1. Tipos de redação:

1.1 Narração:

Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:

onde ?

quando? ↔ FATO ↔ com quem?

como?

A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.

As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.

Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem querer) ele acaba contando "onde" (= em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos ADVÉRBIOS DE LUGAR.

Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1ª pessoa: EU...) ou IMPESSOAL (narra em 3ª pessoa: ELE...). Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.

2 Descrição

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Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com palavras. No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER, PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos SUBSTANTIVOS.

Exemplo: O pássaro é azul.

1- Caracterizado: pássaro

2- Caracterizador ou característica: azul

O verbo que liga 1 com 2 : é

Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas), quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se referem às características não-físicas do caracterizado). Exemplos: Paulo está pálido (caracterização objetiva), mas lindo! (caracterização subjetiva).

Dissertação:

Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso: a DISSERTAÇÃO.

Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema, expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema. Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas sejam compreendidas e aceitas pelo leitor; e isso só acontece quando tais opiniões estão bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma: bem ARGUMENTADAS (argumentar = convencer, influenciar, persuadir). A argumentação é o elemento mais importante de uma dissertação.

Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa (de prestígio, famosa, especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta.

Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e organizadas de maneira LÓGICA:

a) o elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e lógica através das CONJUNÇÕES (= conectivos) - coordenativas ou subordinativas, dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por isso que as conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.

b) todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.

A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO (e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:

- Transforme o tema numa pergunta;

- Responda a pergunta (e obtém-se o PONTO DE VISTA);

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- Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).

O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS - EXEMPLOS (verdadeiros, reconhecidos publicamente).

A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar" resumidamente (se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.

Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor:

1. Entenda bem o tema;

2. Reflita a respeito dele;

3. Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere;

4. Faça a organização textual (o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no DESENVOLVIMENTO do texto.

Parágrafo:

Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há parágrafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a unidade temática, já que cada idéia exposta no texto deve corresponder a um parágrafo.

É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com idéias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-padrão apresente a seguinte estrutura:

a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a idéia principal do parágrafo, definindo seu objetivo;

b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, com apresentação de idéias secundárias que o fundamentam ou esclarecem;

c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos mais curtos e simples, a conclusão retoma a idéia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.

Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma idéia que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão.

Os Parágrafos na Dissertação Escolar:

As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão).

É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema proposto e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em parágrafos (cada um correspondendo a uma determinada idéia que nele se desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do texto em sua totalidade.

Parágrafo Narrativo:

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Nas narrações, a idéia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio curto.

Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se referem as personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc.

O que falamos acima se aplica ao parágrafo narrativo propriamente dito, ou seja, aquele que relata um fato.

Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com a do narrador ou com a de outro personagem.

Parágrafo Descritivo:

A idéia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo.

O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas ou coordenadas.

A estruturação do parágrafo:

O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.

O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais de sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.

O tamanho do parágrafo:

Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.

Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes, geralmente, apresentam parágrafos curtos.

Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágrafos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou para enfatizar uma idéia.

Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro cabem cerca de três parágrafos médios.

Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias idéias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los.

A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:

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a) por indicações de espaço: "... não muito longe do litoral...".Utilizam-se advérbios e locuções adverbiais de lugar e certas locuções prepositivas, e adjuntos adverbiais de lugar;

b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo, certas preposições e locuções prepositivas, conjunções e locuções conjuntivas e adjuntos adverbiais de tempo;

c) por enumeração: citação de características que vem normalmente depois de dois pontos;

d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e evidencia diferenças; Conjunções adversativas, proporcionais e comparativas podem ser utilizadas nesta ordenação;

e) por causa-conseqüência: conjunções e locuções conjuntivas conclusivas, explicativas, causais e consecutivas;

f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedores, elucidativos e justificativos dentro da idéia que construída.

Tópico Frasal

A idéia central do parágrafo é enunciada através do período denominado tópico frasal. Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave. Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor diretamente para o tema central, o tópico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a idéia central com o potencial de gerar idéias-filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentável, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe desdobramento ou explicação.

A idéia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a idéia central.

Exemplos:

Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel. Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado.

Tópico frasal desenvolvido por enumeração:

Exemplo:

A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.

Tópico frasal desenvolvido por descrição de detalhes:

É o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo:

Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado. (Monteiro Lobato)

Tópico frasal desenvolvido por confronto:

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Trata-se de estabelecer um confronto entre duas idéias, dois fatos, dois seres, seja por meio de contrastes das diferenças, seja do paralelo das semelhanças. Veja o Exemplo:

Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode ilustrar o fato de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido. O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanças da situação geral, na medida em que se apresentam. (Bruno Betelheim, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido por razões:

No desenvolvimento apresentamos as razões, os motivos que comprovam o que afirmamos no tópico frasal.

As adivinhações agradam particularmente às crianças. Por que isso acontece de maneira tão generalizada? Porque, mais ou menos, representam a forma concentrada, quase simbólica, da experiência infantil de conquista da realidade. Para uma criança, o mundo está cheio de objetos misteriosos, de acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifráveis. A própria presença da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da procura da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido por análise:

É a divisão do todo em partes.

Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos e comentários sobre a realidade. A segunda atende à procura de distração, de evasão, de divertimento por parte do público. A terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido pela exemplificação:

Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tópico frasal por meio de exemplos:

A imaginação utópica e inerente ao homem, sempre existiu e continuará existindo. Sua presença é uma constante em diferentes momentos históricos: nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenças que apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que falam de um paraíso a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que "sejamos realistas, exijamos o impossível". (Teixeira Coelho, adaptado).

O que não se deve fazer numa redação:

- Começar usando palavras contidas no tema, como fazíamos na 1ª série da tia Teteca;

- Começar os parágrafos com as mesmas palavras, para ficar estético;

- Descuidar das margens e alinhamento dos parágrafos, inspirando-se em produções impressionistas;

- Usar períodos muito longos e cheios de informações intercaladas em outras, para complicar a vida do pobre corretor de sua redação;

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- Entrar em desespero e arrancar os poucos cabelos ainda existentes;

- Rasurar, usar corretivos ou fazer aquele remendinho discreto como o carro dos Bombeiros;

- Dar uma de esperto, fazendo uma introdução copiando a seguinte frase, original e inédita: " O qualquer coisa é um fenômeno ambíguo", por não achar que existe outra maneira;

- Usar aqueles chamados lugares-comuns para começar a bendita conclusão, inspirando-se, quem sabe, naquele carrinho velho que só pegava no tranco;

- Explicar tão explicadinho cada detalhe que as benditas 30 linhas sejam poucas para o seu testamento (não se esqueça daquela doação para a profª de redação e português);

- Confundir os estilos, construindo um primor da Literatura Brasileira com uma dissertação um pouco narrativa, descrevendo um fato;

- Achar que não tem assunto para tratar aquele tema, complicando o que é simples, só para valorizar mais o curso e os seus professores (o corpo docente agradece a homenagem, mas dispensa);

- Ficar uma hora para decidir sobre qual estilo e tema vai escrever, optando pelo unidunitê, em vez de fazer a melhor escolha para você mesmo.

O processo de redação:

No processo de redação existe um plano estruturado para ligação lógica do que o emissor codificador quer transmitir ao receptor ou decodificador da mensagem, ou melhor, temos uma seqüência de idéias que geram um diálogo entre duas pessoas (escritor e leitor) por meio de idéias que são tecidas por meio do tema proposto e delimitado.

Formamos um plano de trabalho lógico ao leitor:

Introdução, que é o início de uma idéia geral e importante (objeto principal do trabalho). Construímos o núcleo-frasal que será desenvolvido;

Desenvolvimento que é a manifestação do tema em todos os seus elementos (afirmação ou negação). Nele se desenvolvem os elementos extrínsecos ou formais e os intrínsecos (conceitos e argumentos) observando a clareza e a concisão do parágrafo.

Conclusão é o sintetizador do desenvolvimento e criador do elo final com a idéia geral mencionada na introdução.

A estética de uma redação:

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No primeiro contato com a redação surge algo que torna importante o nosso ato de escrever que se mantém na forma de passar a mensagem ao nosso leitor e a estética do trabalho redacional, que mostra o quanto estamos interessados em que nosso pensamento seja bem compreensível com lógica e clareza.

Surge então a busca por um trabalho mais limpo e com estética para a estrutura.

Ao formar um plano de trabalho para escrever sua redação, você deve visualizar também a sua estética:

- Nunca comece uma redação com períodos longos. Basta fazer uma frase-núcleo que será a sua idéia geral a ser desenvolvida nos parágrafos que se seguirão;

- Nunca coloque uma expressão que desconheça, pois o erro de ortografia e acentuação é o que mais tira pontos em uma redação;

- Nunca coloque hífen onde não é necessário como em penta-campeão ou separação de sílabas erroneamente como ca-rro (isto só acontece em espanhol e estamos escrevendo na língua portuguesa);

- Nunca use gírias na redação, pois a dissertação é a explicação racional do que vai ser desenvolvido e uma gíria pode cortar totalmente a seqüência do que vai ser desenvolvido além de ofender a norma culta da Língua Portuguesa;

- Nunca esqueça dos pingos nos "is" pois bolinha não vale;

- Nunca coloque vírgulas onde não são necessárias (o que tem de erro de pontuação!);

- Nunca entregue uma redação sem verificar a separação silábica das palavras;

- Nunca comece a escrever sem estruturar o que vai passar para o papel;

- Tenha calma na hora de dissertar e sempre volte à frase-núcleo para orientar seus argumentos;

- Verifique sempre a estética: Parágrafo, acentuação, vocabulário, separação silábica e principalmente a pontuação que é a maior dificuldade de quem escreve e a maioria acha que é tão fácil pontuar!

- Respeite as margens do papel e procure sempre fazer uma letra constante sem diminuir a letra no final da redação para ganhar mais espaço ou aumentar para preencher espaço;

- A letra tem que ser visível e compreensível para quem lê;

- Prepare sempre um esquema lógico em cima da estrutura intrínseca e extrínseca;

- Não inicie nem termine uma redação com expressões do tipo: "... Eu acho... Parece ser... Acredito mesmo... Quem sabe..." mostra dúvidas em seus argumentos anteriores;

- Cuidado com "superlativos criativos" do tipo: "... mesmamente... apenasmente.". E de "neologismos incultos" do tipo: "...imexível... inconstitucionalizável...".

Conselhos úteis:

Em uma dissertação, nada é proibido, nada é obrigatório; tudo depende de bom-senso. Portanto use sua inteligência, no momento de escrever uma redação.

Evite repetições de sons, de palavras e de idéias.

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Palavras terminadas em ção, são, ssão, dade, mente provocam eco na sua redação.

A repetição de palavras denota vocabulário escasso.

A repetição de idéias demonstra falta de cultura, de conhecimento geral.

Em vez de substituir as repetições por sinônimos, reestruture o período, pois a idéia continuará sendo repetida.

Reestruturar o período significa reescrevê-lo, dando outra formação sintática. Por exemplo, em vez de escrever O homem está destruindo a Natureza, sem pensar no seu próprio futuro reestruture para Destrói-se a Natureza, sem se importar com o futuro

Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos).

Por dois motivos: para evitar a repetição e para não elaborar períodos muito longos.

Não generalize; seja específico.

Utilize argumentos concretos, fatos importantes. Uma redação cheia de generalizações demonstra a falta de cultura de seu autor, a falta de conhecimentos gerais, a falta de contato com a realidade atual. Para evitar esse problema, leia bastante; leia jornais, revistas, livros; assista a programas de reportagens, a filmes; interesse-se pela cultura; alimente sua inteligência.

Não faça afirmações incoerentes.

Como: Os jovens estão totalmente sem informações hoje...; Ninguém gosta de ler...; Não há escritores bons hoje em dia.... A incoerência também demonstra falta de conhecimento.

Não faça afirmações levianas.

Como: Todo político é corrupto...

Não afirme o que não pode ser provado.

Não escreva períodos muito curtos nem muito longos.

Evite mais de dois períodos por linha, ou seja, não coloque mais do que dois pontos finais em uma mesma linha.

Evite escrever mais de duas linhas sem um ponto final sequer.

Não faça parágrafos muito curtos nem muito longos.

O ideal seria que os parágrafos contivessem, no mínimo, 4 linhas e, no máximo, 7 linhas.

Estruture adequadamente os períodos.

Períodos mal-estruturados demonstram falta de conhecimento da língua.

Observe a pontuação.

Nunca coloque vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o verbo e o seu complemento.

- Não use expressões populares e cristalizadas pela população.

A dissertação é um trabalho técnico, portanto não se admitem expressões populares.

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Expressões cristalizadas são frases comuns a qualquer cidadão, de qualquer nível cultural.

Não use expressões vulgares.

Por ser um trabalho técnico, não há espaço para vulgaridades.

Não use linguagem figurada.

Todas as palavras da dissertação devem ser usadas em seu sentido exato.

Se for usar título, faça-o por meio de expressão curta.

Alguns concursos vestibulares exigem título na dissertação. Se for o caso, use poucas palavras e só coloque ponto final, se usar verbo.

Cuidado com usos de conjunções: mas, porém, contudo são adversativas, indicam fatores contrários; portanto, logo são conclusivas; pois é explicativa, e não causal.

Não deixe os parágrafos soltos.

Há de haver ligação entre eles. A ausência de elementos coesivos entre orações, períodos e parágrafos é erro grave.

Não use a palavra eu nem a palavra você e evite a palavra nós.

A dissertação deve ser impessoal. Não se dirija ao examinador, como se estivesse conversando com ele.

Não use palavras estrangeiras nem gírias.

Por ser trabalho técnico, use apenas palavras da Língua Portuguesa.

Atente para não elaborar frases ambíguas.

Se houver duplo sentido em uma frase, como o examinador saberá por qual optar?

Atente para não entrar em contradição.

Preste atenção a tudo o que for exposto na redação, para não dizer o contrário mais à frente.

Lembre-se de que há quatro palavras muito importantes:

Originalidade e Criatividade - Não trabalhe com exemplos muito simples ou comuns; seja criativo. Use sua inteligência.

Homem e Sociedade - Tudo o que for colocado em sua redação deve ser importante para a sociedade de um modo geral, e não apenas a você ou a um pequeno grupo de pessoas.

REDAÇÃO OFICIAL

A redação oficial é caracterizada pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Esses mesmos princípios aplicam-se às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.

Page 50: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

A Impessoalidade:

O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;

b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas possibilidades:

c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado:

A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.

A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais:

A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade.

Por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que:

a) observam-se as regras da gramática formal e

b) emprega-se um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.

Formalidade e Padronização:

A formalidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.

A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.

Pronomes de Tratamento:

O emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo: Presidente da República / Vice-Presidente da República / Ministros de Estado / Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal / Oficiais-Generais das Forças Armadas / Embaixadores / Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial / Secretários de Estado dos Governos Estaduais / Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores / Ministros do Tribunal de Contas da União / Deputados Estaduais e Distritais / Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais / Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores / Membros de Tribunais / Juízes / Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, / Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, / Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

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As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, / Senhor Juiz, / Senhor Ministro, / Senhor Governador.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Secretário de Estado da Saúde

00000-000 - Natal. RN

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Juiz de Direito da 10ª Vara Cível

Rua ABC, nº 123

01010-000 - Natal. RN

A Sua Excelência o Senhor

Deputado Fulano de Tal

Assembléia Legislativa

00000-000 - Natal. RN

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal,

(...)

No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao Senhor

Fulano de Tal

Rua ABC, nº 123

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12345-000 - Natal. RN

Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

(...)

Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre,

(...)

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

(...)

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

Fechos para Comunicações:

O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. A legislação federal estabeleceu o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

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Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

Identificação do Signatário:

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura)

NOME

Chefe de Gabinete..........

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

NORMAS GERAIS DE ELABORAÇÃO:

Ao se elaborar uma correspondência deverão ser observadas as seguintes regras:

− utilizar as espécies documentais, de acordo com as finalidades expostas nas estruturas dos modelos adiante expostos;

− utilizar os pronomes de tratamento, os vocativos, os destinatários e os endereçamentos corretamente;

− utilizar a fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;

− para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;

− é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página.

No caso de Comunicação Interna, o destinatário deverá ser identificado pelo cargo, não necessitando do nome de seu ocupante. Exceção para casos em que existir um mesmo cargo para vários ocupantes, sendo necessário, então, um vocativo composto pelo cargo e pelo nome do destinatário em questão.

Exemplo:

Ao Senhor Assessor

José Amaral

Quando um documento estiver respondendo à solicitação de um outro documento, fazer referência à espécie, ao número e à data ao qual este se refere.

O assunto que motivou a comunicação deve ser introduzido no primeiro parágrafo, seguido do detalhamento e conclusão. Se contiver mais de uma idéia deve-se tratar dos diferentes assuntos em parágrafos distintos.

A referência ao ano do documento deverá ser feita após a espécie e número do expediente, seguido de sigla do órgão que o expede.

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CERTO: Ofício nº 23/2005-DAI/TCE

ERRADO: Ofício nº 23/TCE/DAI-2005

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa.

Exemplos:

• Vossa Senhoria nomeará o substituto. • Vossa Excelência conhece o assunto.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: "Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não "Vossa...vosso...").

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se o interlocutor for homem, o correto é "Vossa Excelência está atarefado"; se for mulher,"Vossa Excelência está atarefada".

SIGLAS E ACRÔNIMOS:

Sigla é a representação de um nome por meio de suas iniciais - Exemplos: INSS. Apesar de obedecer às mesmas regras dispostas para as siglas, os acrônimos são distintos delas, ou seja, são palavras formadas das primeiras letras ou de sílabas de outras palavras - Exemplos: Bradesco;

• em geral não se coloca ponto nas siglas; • grafam-se em caixa alta as compostas apenas de consoante: FGTS; • grafam-se em caixa alta as siglas que, apesar de compostas de consoante e de vogal, são pronunciadas

mediante a acentuação das letras: IPTU, IPVA, DOU; • grafam-se em caixa alta e em caixa baixa os compostos de mais de três letras (vogais e consoantes) que

formam palavra: Bandern, Cohab, Ibama, Ipea, Embrapa.

Siglas e acrônimos devem vir precedidos de respectivo significado e de travessão em sua primeira ocorrência no texto (Exemplos: Diário Oficial do Estado - DOE).

DESTAQUES:

Recurso tipográfico que estabelece contrastes, com o objetivo de propiciar saliências no texto. Os mais comuns são os a seguir comentados.

Itálico - Convencionalmente, grafa-se em itálico títulos de livros, de periódicos, de peças, de óperas, de música, de pintura e de escultura;

Assim como nomes de eventos e estrangeirismos citados no corpo do texto. Lembrar, no entanto, que na grafia de nome de instituição estrangeira não se deve usar o itálico.

Contudo, no caso de o texto já estar todo ele grafado em itálico, o destaque de palavras e de locuções de outros idiomas, ainda não adaptadas ao português, pode ser obtido com o efeito contrário, ou seja, com a grafia delas sem o itálico; recursos esse conhecido como "redondo".

Usa-se ainda o itálico na grafia de nomes científicos, de animais e vegetais (Exemplos: Canis familiaris; Apis mellifera).

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Pode-se adotar também, desde que sem exageros, o destaque do itálico na grafia de palavras e/ou de expressões às quais se queira da ênfase.

Aspas - Usa-se grafar entre as aspas simples: a citação dentro de uma citação.

Já as aspas duplas, essas são adotadas para:

• delimitar a indicação de citações diretas de até três linhas; • destacar neologismos - sentido inusitado de uma palavra ou de uma expressão, ou termos formados a

partir de palavras de outra língua - "ajanelar o coração"; "deletar"; "zebra", como expressão de azar; • indicar um sentido não habitual - Exemplos: Havia um "porém" no olhar do diretor; • destacar o valor - irônico ou afetivo de um termo - Exemplos: Ela era a "queridinha" do papai.

Negrito - O destaque do negrito é mais comumente usado na transcrição de entrevistas, para separar perguntas de respostas; assim como, conforme antes mencionado, na indicação de títulos e de subtítulos. Contudo, o negrito pode ser utilizado também, comedidamente, na grafia de termos e/ou de expressões a que se queira dar ênfase.

Maiúsculas - Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúsculas (caixa alta - CA) é convencionalmente usada na grafia de:

• nomes próprios e de sobrenomes (José Ferreira) de cognomes (Ivan, o Terrível); de alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes dinásticos (os Médici);

• topônimos (Brasília, Paris); • regiões (Nordeste, Sul); • nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação Getúlio Vargas, Associação

Brasileira de Jornalistas, Lojas Americanas); • nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia Militar); • nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo); • nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de Novembro); • designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de unidades da Federação (golpe de

Estado, Estado de São Paulo); • nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste); • nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou político-administrativa (Agreste,

Zona da Mata, Triângulo Mineiro); • nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário Alvim); nome de edifício, de

monumento e de estabelecimento público (edifício Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja do São José);

• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda); • nome de corpo celeste, quando designativo astronômico ("A Terra gira em torno do Sol"); • nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei Afonso Arinos).

Minúsculas - Além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do ano, os dias da semana e os meses do ano, a letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa - Cb), é também usada na grafia de:

• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador, cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor, bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente, diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);

• gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas); • nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo); • nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas, umbandistas); • na palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo); • nos termos designativos de instituições, quando esses não estão integrados no nome delas - Exemplos: A

Agência Nacional de Águas tem por missão (...), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas os compromissos relacionados a...;

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• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Serra do Salitre);

• prefixo Exemplos: ex-Ministro do meio Ambiente, ex-Presidente da República; nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;

• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas Gerais, o sul do Pará - observe: "É bom morar na Região Norte do Brasil, mas muitos preferem o sul de São Paulo".

GRAFIA DE NUMERAIS:

Os numerais são geralmente grafados com algarismos arábicos. Todavia, em algumas situações especiais é regra grafá-los, no texto, por extenso. Confira a seguir algumas dessas situações:

• de zero a nove: três livros, quatro milhões; • dezenas redondas: trinta cadernos, setenta bilhões; • centenas redondas: trezentos mil, novecentos trilhões, seiscentas pessoas.

Em todos os casos, porém, só se usam palavras quando não há nada nas ordens ou nas classes inferiores (Exemplos: 14 mil, mas 14.200 e não 14 mil e duzentos; 247.320 e não 247 mil e trezentos e vinte).

Acima do milhar, no entanto, dois recursos são possíveis:

• aproximação de número fracionário, como em 23,7 milhões; • desdobramento dos dois primeiros termos, como em 47 milhões e 642 mil.

As classes são separadas por pontos (Exemplos: 1.750 páginas), exceto no caso de ano (Exemplos: em 1750), de código postal (Exemplos: CEP 70342-070) e de especificação de caixa postal (Exemplos: 1011).

As frações são sempre indicadas por algarismos, exceto no caso de os dois elementos dela se situarem entre um e dez (Exemplos: dois terços, um quarto, mas 2/12, 5/11 etc.).

Já as porcentagens, essas são indicadas (exceto no início de frase) por algarismos, os quais são, por sua vez, sucedidos do símbolo próprio sem espaço: 86%, 135% etc.).

Os ordinais são grafados por extenso de primeiro a décimo, os demais devem ser representados de forma numérica: terceiro, quinto, mas 13º, 47º etc.

As quantias são grafadas por extenso de um a dez (seis centavos, nove milhões de francos) e com algarismos daí em diante (11 centavos, 51 milhões de francos). Porém, quando ocorrem frações, registra-se a quantia exclusivamente de forma numérica (US$ 325,60).

Os algarismos romanos são usados nos seguintes casos:

• na designação de séculos: século XXI, século II a.C; • na designação de reis, de imperadores, de papas etc.: Felipe IV, Napoleão II, João XXIII; • na designação de grandes divisões das Forças Armadas: IV Distrito Naval, I Exército; • no nome de eventos repetidos periodicamente: IX Bienal de São Paulo, XII Copa do Mundo; • na especificação de dinastias: II dinastia, IV dinastia.

Em se tratando de horas (hora legal), recomenda-se o uso de algarismos arábico, seguido de abreviatura, sem espaço (Exemplos: 12h; das 13 às 18h30).

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As datas devem ser grafadas por extenso, sem o numeral zero à esquerda. Exemplo: "4 de março de 1998, 1º de maio de 1998."

Na ementa, no preâmbulo, na primeira remissão e na cláusula de revogação a data do ato normativo deve ser grafada por extenso. Exemplo: Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Nas demais remissões, a citação deve ser feita de forma reduzida. Exemplo: Lei nº 8112, de 1990.

A identificação do ano não deve conter ponto entre a classe do milhar e a da centena.

Exemplo:

CERTO: 2005

ERRADO: 2.005

Convém que as décadas sejam grafadas em algarismos arábicos, e com a especificação do século, para que não haja ambigüidades: década de 1920; década de 1870.

O Padrão Ofício:

Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Para uniformizá-los, adotou-se uma diagramação única, que segue o padrão ofício.

Partes do documento no Padrão Ofício:

O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede:

Exemplos:

Mem. 123/2002-TCE Aviso 123/2002-TCE Of. 123/2002-SG/TCE

b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita:

Exemplo:

Brasília, 15 de março de 1991.

c) assunto: resumo do teor do documento

Exemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2002.

Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

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- introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpre-me informar que", empregue a forma direta;

- desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;

- conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:

- introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

"Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal."

ou

"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1º de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste."

- desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.

f) fecho;

g) assinatura do autor da comunicação; e

h) identificação do signatário.

Dicas de ortografia:

Apresentamos uma lista com as palavras cujas grafias denotam dificuldade para os usuários. Atenção, pois não sabemos quando poderemos utilizar tais palavras.

Certo Errado Descortino Descortínio Cumeeira Cumieira Crioulo (a) Criolo(a) Cavoucar Cavocar Frustração Frustação Maneirar Manerar PropositadamentePropositalmente Bonança Bonanza Indigno (eu me) Indiguino (eu me)Cear Ceiar Paralelepípedo Paralepípedo Sobrancelhas Sombrancelhas

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Abreviaturas, Siglas e Símbolos:

Quando usar as abreviaturas?

Pessoal e internamente, podem-se usá-las livremente, já que neste caso são de "consumo interno".

Em correspondência oficial e empresarial há abreviaturas consagradas que igualmente podem ser usadas livremente. Exemplos: Exmo., Ilmo. Sr., Sra., V. Exa., V. Sa. (todos os pronomes de tratamento), Ltda., S.A. ou S/A, a/c (aos cuidados), etc.

Há circunstâncias em que o uso de abreviaturas fica restrito a alguns casos. Em textos técnicos ou científicos, por exemplo, são poucos os casos. A rigidez não é absoluta, mas exige-se bom senso. São de uso consagrado e liberado, mesmo em textos técnico-científicos, além das mencionadas no parágrafo acima, abreviaturas como: nº, art., p. ou pág., cel, av., gen., a.C., entre outras.

Como formar as abreviaturas?

Forma-se abreviatura com a primeira ou as primeiras letras da palavra, encerrando-se em consoante: cap. (capítulo), m. (masculino), art. (artigo); quando se trata de encontro consonantal, a abreviação é feita usando todo o encontro: dipl. (diploma), constr. (construção).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) fixa algumas abreviaturas com vogal final e outras na consoante inicial de encontros consonantais: ago. (agosto), téc. (técnico).

Devem ser mantidos os acentos e hífens que figuram nas palavras usadas de forma abreviada: séc. (século), dec.-lei (decreto-lei).

No caso de abreviaturas em que se deveriam usar letras elevadas, devido à dificuldade de elevá-las e também devido à consagração de uso, admite-se colocar essas letras na mesma altura e em igual tamanho das demais, usando-se o ponto no final: cel. (cel - coronel), sra. (sra), dra. (dra).

No caso de o ponto abreviativo coincidir com o ponto final, não se deve repetir o ponto: etc. Quando ao ponto indicativo de abreviatura seguir outro sinal de pontuação, usam-se os dois: sra., sra.; sra.?

Há abreviaturas que servem para mais de uma palavra: v. (verbo, veja, vapor, você), p. (pé, página, palmo), gr. (grão, grátis, grau, grosa).

Há palavras e expressões contempladas com mais de uma abreviatura: f., fl., fol. (folha); a.C., A.C. (antes de Cristo).

No plural, em regra se acrescenta s: dras., sras., caps.; em alguns casos, dobram-se as letras (maiúsculas): AA. (autores). Às vezes as letras maiúsculas dobradas representam superlativos: DD. (digníssimo).

O erro mais freqüente é o uso da abreviatura sem o ponto que a encerra.

Quando e como usar as siglas?

Todas as letras da sigla deverão ser maiúsculas quando forem usadas apenas as iniciais das palavras que compõem o nome: PUC (Pontifícia Universidade Católica). São as chamadas siglas próprias ou puras.

Quando se usarem também outras letras que não as iniciais das palavras que formam o nome, prefere-se usar apenas inicial maiúscula: Bacen (Banco Central), Copesul (Companhia Petroquímica do Sul). São as chamadas siglas impróprias ou impuras.

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Quando se trata de siglas consagradas, podem ser usadas diretamente, sem escrever o nome das entidades por extenso. Caso contrário, na primeira vez que aparecerem no texto devem ser identificadas, entre parênteses ou separadas por travessão. Em trabalhos mais extensos, pode-se também apresentar lista de siglas no início ou no final.

Quando e como usar os símbolos?

Os símbolos são abreviados sem o uso de ponto: cm (centímetro), g (grama), min (minuto), kg (quilograma).

A forma do plural é sempre igual à do singular, sendo errado acrescentar s: m (metro e metros), l (litro e litros), km (quilômetro e quilômetros).

O uso dos símbolos é universal, podendo ser usados em quaisquer circunstâncias, ao contrário das abreviaturas.

Dicas de acentuação gráfica:

Na língua portuguesa, com exceção do til (~) e dos casos de crase, o acento gráfico só pode ocorrer na sílaba tônica das palavras, que são aquelas sílabas pronunciadas de maneira destacada, como ocorre nos exemplos a seguir: ca-FÉ, ca-fe-ZI-nho, e-co-NÔ-mi-co, e-co-no-MI-a, se-cre-TÁ-ria, se-cre-ta-RI-a. Portanto, a identificação da sílaba tônica da palavra deve ser feita antes do uso das regras de acentuação.

As regras só se aplicam às palavras da língua portuguesa e às devidamente aportuguesadas.

Já nos grupos GUE, GUI, QUE e QUI. Esses grupos apresentam três situações:

* U não ser pronunciado; neste caso nada se coloca sobre ele (nem trema nem acento): quente, coqueiro, guerra, distinguir.

* U é átono, mas pronunciado: delinquente, arguição, aguentar, delinquir.

* U não só é pronunciado, como é tônico; argui, averigue, obliques.

Obs.: Fora dos grupos GUE, GUI, QUE e QUI nada disso acontece, ou seja, não se aplica a regra do trema: oblíquo, ambíguo, apaziguar.

Dicas sobre a crase:

* não ocorre crase em locuções formadas por duas palavras repetidas, mesmo estando no feminino: face a face, cara a cara, frente a frente, terra a terra, porta a porta e outras locuções.

* antes de numeral que indica hora sempre se usa crase. Os exemplos são pontuais: vou chegar às duas da tarde, ou à uma da madrugada, ou às oito da noite, ou às 23 horas, ou à meia-noite, ou à zero hora, mesmo sendo zero uma palavra masculina.

* outros três exemplos de não-uso da crase: Creusa gosta de andar a cavalo; Creusa comprou um carro a prazo; Creusa ficou a pé. Nos três casos o a não é craseado. Porque antes de palavra masculina (carro, cavalo e pé) o a é apenas preposição, e o à é a contração, a união entre a preposição e o artigo feminino.

Erros de uso:

* Entregamos à domicílio:

É fácil ver que Domicílio, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Quero aqui ressaltar um outro erro: o verbo entregar significa levar alguma coisa a alguém

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em algum lugar. Nesse contexto, domicílio não é o objeto indireto (a alguém) e sim o adjunto adverbial de lugar. Portando não entregamos a Domicílio, e sim no domicílio.

* Vendas à prazo:

É fácil ver que prazo, enquanto substantivo masculino, não pode ter um artigo feminino a, e portanto não leva acento grave. Para formação de crase com um substantivo masculino, só com o uso do pronome aquele, mas no caso de artigo, como pede o artigo o, ficaria vendas ao prazo.

* à escolher:

Escolher é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o. O escolher é uma árdua tarefa.

* à perder de vista:

Perder é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.

* Trajes à rigor:

Rigor é um substantivo masculino e, portanto, não pode ter uma artigo feminino.

* à vista:

Este é de longe o erro mais comum e mais cometido no uso do acento grave. Soa bastante natural o acento em vendas à vista. Porém é simples perceber que seu uso é incorreto. Basta fazer a substituição da palavra vista por um substantivo masculino, que no caso o mais prático é a palavra prazo, por ter um uso bastante similar. Como não dizemos vendas ao prazo, também não diremos vendas à vista, certo? Há porém que se notar um caso em que utiliza-se o acento grave: quando vista é usado no sentido de ver, enxergar, como em terra à vista.

* de segunda à sexta:

Podemos nesse caso notar que segunda está sem artigo (de --> da) e portando Sexta também deve estar sem artigo por uma questão de coerência. Podemos também fazer o teste substituindo por um substantivo masculino: ... de segunda a sábado.. Como não falamos ao sábado, não colocamos crase em a sexta. Fácil, não?

* à 10 minutos:

Numerais, em geral, não levam artigos definidos. Podemos, ao invés disso, apor um artigo indefinido: a uns 10 minutos, que nos provará que 10 minutos é masculino. Por outro lado, o acento grave poderia estar ligado a um substantivo feminino oculto (distância, por exemplo). Porém minuto não é medida de distância, e sim de tempo, portanto não faz sentido falar-se em à distância de 10 minutos.

* à mão:

Temos aqui um substantivo feminino e, portanto, vamos tentar substituí-lo por um masculino. Podemos traçar uma equivalência de feito a mão com ir a pé. Como não falamos ir ao pé, não diremos feito à mão.

* até às 18:00:

Aqui já temos uma preposição (até), cuja função é limitar a continuidade da ação. Portanto não cabe aqui o uso de mais uma preposição (a) e com isso não haverá formação da crase.

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* à partir de:

Partir é um verbo e como tal não pede artigo, a não ser que esteja na sua forma substantivada. Mas nesse caso, um verbo substantivado sempre vai para o masculino, e portanto pediria artigo o.

ACENTUAÇÃO - DICAS

Muitas vezes, o problema de acentuação não está no desconhecimento da regra, e sim na fala viciosa de algumas palavras. Exemplos: ru-BRI-ca, ÍN-te-rim.

Os tópicos que tratam deste assunto são intitulados ortoépia e prosódia.

As formas verbais terminadas em -I, acrescidas da variante do pronome oblíquo (-LO, -LA, -LOS, -LAS), só serão acentuadas se este -I estiver em hiato e for tônico. Exemplos: atribuí-lo x parti-lo.

A forma pêra recebe acento diferencial, entretanto seu plural, peras, não recebe acento (pois não existe a forma preposicionada "peras").

As paroxítonas terminadas em -N, quando pluralizadas, não recebem mais acento. Pólen x polens, hífen x hifens.

Tanto as palavras monossílabas quanto as oxítonas terminadas em -A(S), -E(S), -O(S) são acentuadas, entretanto são princípios diferentes que justificam o acento.

As paroxítonas terminadas em -R, -X, -N, -L, são acentuadas. Para se lembrar destas terminações, pode-se usar as expressões LoNa RoXa ou RouXiNoL.

As paroxítonas terminadas em ditongo crescente (chamados falsos ditongos), atualmente também estão sendo consideradas como proparoxítonas. Para se optar por uma justificativa ou outra, dá-se prioridade à primeira. Exemplos: his-tó-ria ou his-tó-ri-a.

As palavras terminadas pelo sufixo -MENTE, -ZINHO(S) ou -ZINHA(S) não recebem acento grave.

Encontros vocálicos:

Os encontros vocálicos referem-se à seqüência de sons vocálicos (vogais e/ou semivogais) que pode ocorrer numa mesma sílaba ou em sílabas separadas. As vogais serão as pronunciadas mais fortes, enquanto as semivogais serão mais fracas, ou seja, e átonas. São três os tipos de encontros vocálicos: hiatos, ditongos e tritongos.

• hiatos: é a seqüência de duas vogais em sílabas diferentes. (saúde, cooperar, ruim, crêem) • ditongos: ocorre quando uma vogal e uma semivogal são pronunciadas numa só sílaba, independente da

ordem destas.

Os ditongos podem ser classificados em decrescentes (pouco) ou crescentes (série) e orais (todos aqueles que não são nasais) ou nasais (pão).

• tritongos: são constituídos por uma vogal entre duas semivogais numa só sílaba. (Paraguai, iguais).

Os tritongos também podem ser classificados em nasais ou orais, seguindo as mesmas regras dos ditongos.

Além dessas regras gerais, deve-se observar também que:

Am / em, no final das palavras, correspondem aos ditongos ao / ei nasalizados.

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Cuidado com os falsos ditongos, pois quando átonos finais, os encontros (ia, ie, io, ao e ua) são normalmente ditongos crescentes, mas também podem ser hiatos. Se esses grupos não forem finais nem átonos, só podem ser hiatos (memória, democracia, viela).

Os encontros de palavras como praia, maio, feio, goiaba e baleia são separados de forma a criar um ditongo e uma vogal sozinha depois.

Encontro consonantal:

O encontro consonantal é a seqüência de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, que não sejam dígrafo. Esse encontro pode ocorrer na mesma sílaba ou não (carpete, bíblia).

Os encontros consonantais (gn, mn, pn, ps, pt e tm) não são muito comuns. Quando eles aparecem no início da sílaba são inseparáveis. Quando estão no meio criam uma pronúncia mais difícil (pneu/advogado). No uso coloquial, há uma tendência a destruir esse encontro, inserindo a vogal i depois da consoante surda.

Quando x corresponde a cs (táxi, falamos "tácsi"), há um encontro consonantal fonético. Nesse caso, x é chamado de dífono.

Dígrafo:

O dígrafo é o grupo de duas letras que representa um único fonema. São dígrafos da língua portuguesa: lh, nh, ch, rr, ss, qu (seguidos de e ou i), gu (seguidos de e ou i), sc, sç, xc e xs.

Os encontros gu e qu se forem usados com trema ou acento, não serão dígrafos, uma vez que o u será pronunciado.

Além desses, existem também os dígrafos vocálicos formados pelas vogais nasais: am, an, em, en, im, in, om, on, um e un.

ORTOGRAFIA - EXERCÍCIOS

1. Estão corretamente empregadas as palavras na frase:

a) Receba meus cumprimentos pelo seu aniversário. b) Ele agiu com muita descrição. c) O pião conseguiu o primeiro lugar na competição. d) Ele cantou uma área belíssima. e) Utilizamos as salas com exatidão.

2. Todas as alternativas são verdadeiras quanto ao emprego da inicial maiúscula, exceto:

a) Nos nomes dos meses quando estiverem nas datas. b) No começo de período, verso ou alguma citação direta. c) Nos substantivos próprios de qualquer espécie d) Nos nomes de fatos históricos dos povos em geral. e) Nos nomes de escolas de qualquer natureza.

3. Indique a única seqüência em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) fanatizar - analizar - frizar. b) fanatisar - paralizar - frisar. c) banalizar - analisar - paralisar. d) realisar - analisar - paralizar. e) utilizar - canalisar - vasamento.

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4. A forma dual que apresenta o verbo grafado incorretamente é:

a) hidrólise - hidrolisar. b) comércio - comercializar. c) ironia - ironizar. d) catequese - catequisar. e) análise - analisar.

5. Quanto ao emprego de iniciais maiúsculas, assinale a alternativa em que não há erro de grafia:

a) A Baía de Guanabara é uma grande obra de arte da Natureza. b) Na idade média, os povos da América do Sul não tinham laços de amizade com a Europa. c) Diz um provérbio árabe: "a agulha veste os outros e vive nua." d) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incensos e mirra " (Manuel Bandeira). e) A Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, foi ornamentada na época de natal.

6. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) enxotar - trouxa - chícara. b) berinjela - jiló - gipe. c) passos - discussão - arremesso. d) certeza - empresa - defeza. e) nervoso - desafio - atravez.

7. A alternativa que apresenta erro(s) de ortografia é:

a) O experto disse que fora óleo em excesso. b) O assessor chegou à exaustão. c) A fartura e a escassez são problemáticas. d) Assintosamente apareceu enxarcado na sala. e) Aceso o fogo, uma labareda ascendeu ao céu.

8. Assinale a opção cm que a palavra está incorretamente grafada:

a) duquesa. b) magestade. c) gorjeta. d) francês. e) estupidez.

9. Dos pares de palavras abaixo, aquele em que a segunda não se escreve com a mesma letra sublinhada na primeira é:

a) vez / reve___ar. b) propôs / pu__ eram. c) atrás / retra __ ado. d) cafezinho/ blu __ inha. e) esvaziar / e___ tender.

10. Indique o item em que todas as palavras devem ser preenchidas com x:

a) pran__a / en__er / __adrez. b) fei__e / pi__ar / bre__a. c) __utar / frou__o / mo__ila. d) fle__a / en__arcar / li__ar. e) me__erico / en__ame / bru__a.

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11. Todas as palavras estão com a grafia correta, exceto:

a) dejeto. b) ogeriza. c) vadear. d) iminente. e) vadiar.

12. A alternativa que apresenta palavra grafada incorretamente é:

a) fixação - rendição - paralisação. b) exceção - discussão - concessão. c) seção - admissão - distensão. d) presunção - compreensão - submissão. e) cessão - cassação - excurção.

13. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) analizar - economizar - civilizar. b) receoso - prazeirosamente - silvícola. c) tábua - previlégio - marquês. d) pretencioso - hérnia - majestade. e) flecha - jeito - ojeriza.

14. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) atrasado - princesa - paralisia. b) poleiro - pagem - descrição. c) criação - disenteria - impecilho. d) enxergar - passeiar - pesquisar. e) batizar - sintetizar - sintonisar.

15. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

a) tijela - oscilação - ascenção. b) richa - bruxa - bucha. c) berinjela - lage - majestade. d) enxada - mixto - bexiga. e) gasolina - vaso - esplêndido.

16. Marque a única palavra que se escreve sem o h:

a) omeopatia. b) umidade. c) umor. d) erdeiro. e) iena.

17. (CFS/95) Assinalar o par de palavras parônimas:

a) céu - seu b) paço - passo c) eminente - evidente d) descrição - discrição

18. (CFS/95) Assinalar a alternativa em que todas as palavras devem ser escritas com "j".

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a) __irau, __ibóia, __egue b) gor__eio, privilé__io, pa__em c) ma__estoso, __esto, __enipapo d) here__e, tre__eito, berin__ela

19. (CFC/95) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte período: "Em _____ plenária, estudou-se a _____ de terras a _____ japoneses."

a) seção - cessão - emigrantes b) cessão - sessão - imigrantes c) sessão - secção - emigrantes d) sessão - cessão - imigrantes

20. (CFC/95) Assinalar a alternativa que apresenta um erro de ortografia:

a) enxofre, exceção, ascensão b) abóbada, asterisco, assunção c) despender, previlégio, economizar d) adivinhar, prazerosamente, beneficente

21. (CFC/95) Assinalar a alternativa que contém um erro de ortografia:

a) beleza, duquesa, francesa b) estrupar, pretensioso, deslizar c) esplêndido, meteorologia, hesitar d) cabeleireiro, consciencioso, manteigueira

22. (CFC/96) Assinalar a alternativa correta quanto à grafia das palavras:

a) atraz - ele trás b) atrás - ele traz c) atrás - ele trás d) atraz - ele traz

23. (CFS/96) Assinalar a palavra graficamente correta:

a) bandeija b) mendingo c) irrequieto d) carangueijo

24. (CESD/97) Assinalar a alternativa que completa as lacunas da frase abaixo, na ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje é diferente, _____ os ideais de uma sociedade _____ justa ainda permanecem".

a) mas - mas b) mais - mas c) mas - mais d) mais - mais

25. (CESD/98) Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portanto, palavras homônimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa com a seqüência correta.

1 - conserto ( ) valor pago 2 - concerto ( ) juízo claro 3 - censo ( ) reparo 4 - senso ( ) estatística

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5 - taxa ( ) pequeno prego 6 - tacha ( ) apresentação musical

a) 5-4-1-3-6-2 b) 5-3-2-1-6-4 c) 4-2-6-1-3-5 d) 1-4-6-5-2-3

26. (CFC/98) Assinalar o par de palavras antônimas:

a) pavor - pânico b) pânico - susto c) dignidade - indecoro d) dignidade - integridade

27. (CFS/97) O antônimo para a expressão "época de estiagem" é:

a) tempo quente b) tempo de ventania c) estação chuvosa d) estação florida

28. (CFS/96) Quanto à sinonímia, associar a coluna da esquerda com a da direita e indicar a seqüência correta.

1 - insigne ( ) ignorante 2 - extático ( ) saliente 3 - insipiente ( ) absorto 4 - proeminente ( ) notável

a) 2-4-3-1 b) 3-4-2-1 c) 4-3-1-2 d) 3-2-4-1

29. (ITA/SP) Em que caso todos os vocábulos são grafados com "x" ?

a) __ícara, __ávena, pi__e, be__iga b) __enófobo, en__erido, en__erto, __epa c) li__ar, ta__ativo, sinta__e, bro__e d) ê__tase, e__torquir, __u__u, __ilrear

1 A / 2 A / 3 C / 4 D / 5 D / 6 C / 7 D / 8 B / 9 D / 10 E / 11 B / 12 E / 13 E / 14 A / 15 E / 16 B / 17 D / 18 A / 19 D / 20 C / 21 B / 22 B / 23 C / 24 C / 25 A / 26 C / 27 C / 28 B / 29 B

_______________________________________________________________________________

ACENTUAÇÃO - EXERCÍCIOS

1. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: também, incrível e caráter.

a) alguém, inverossímil, tórax b) hífen, ninguém, possível c) têm, anéis, éter

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d) há, impossível, crítico e) pólen, magnólias, nós

2. Assinale a alternativa correta

a) Não se deve colocar acento circunflexo em palavra como avo, bisavo, porque há palavras homógrafas com pronúncia aberta b) Não se deve colocar acento grave no a do contexto: Fui a cidade c) Não se deve colocar trema em palavras como tranquilo, linguiça, sequência d) Não se deve colocar trema em palavras derivadas como avozinho, vovozinho e) O emprego do trema é facultativo

3. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:

a) voo, orfão, taxi, balaustre b) itens, parabens, alguem, tambem c) tactil, amago, cortex, roi d) papeis, onix, bau, ambar e) hifen, cipos, leem, pe

4. Assinale a opção em que as palavras, quanto à acentuação gráfica, estejam agrupadas pelo mesmo motivo gramatical.

a) problemáticos, fácil, álcool b) já, até, só c) também, último, análises d) porém, detêm, experiência e) país, atribuíram, cocaína

5. "À luz de seu magnífico ______ -de-sol ______ parece uma cidade ______ .

a) por, Itaguaí, tranquila b) por, Itaguai, tranqila c) por, Itaguaí, tranqüila d) pôr, Itaguaí, tranqüila e) pôr, Itaguai, tranquila

6. Marque item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:

a) historia b) ciume c) amem d) numero e) ate

7. São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras da opção:

a) há - até - atrás b) história - ágeis - você c) está - até - você c) ordinário - apólogo - insuportável c) mágoa - ícone - número

8. Assinale a série cuja acentuação gráfica se justifique da mesma forma que em: baiúca - ônus - apóio.

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a) viúvo, ônibus, pastéis b) vírus, hífen, jibóia c) centopéia, Garibáldi, caí d) egoísmo, Quéops, escarcéu e) lápis - vôlei - girassóis

9. Das alternativas abaixo, aquela em que as demais não se acentuam com base na mesma regra da palavra entre aspas é:

a) "holandês" - anunciá-lo / paletós b) "desejável" - açúcar / hífen c) "público" - súbito / álcool d) "matéria" - glória / idéia e) "daí" - viúva / sanduíche

10. Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo:

a) juízo, aí, saíste, saúde b) poética, árabes, lírica, metáfora c) glória, apóia, série, inócuo d) réptil, fêmur, contábeis, ímã e) assembléia, dói, papéis, céu

11. Todas as palavras devem ser acentuadas na alternativa:

a) pudico, pegada, rubrica b) gratuito, avaro, policromo c) abdomen, itens, harem d) magoo, perdoe, ecoa e) contribuia, atribuimos, caiste

12. O ________ resulta da __________ entre a alga e o fungo.

a) líquen, simbiose b) liquen, simbiose c) liquem, simbiose d) líquen, simbióse e) líquem, simbióse

13. Assinale o item em que as palavras estão acentuadas segundo a mesma regra:

a) miúdo, pêndulo b) história, distância c) pedrês, porém d) respeitável, pálpebra e) Lucília, três

14. Há erro(s) de acentuação gráfica em:

a) recém-vindo, decano, refrega b) pudico, bímano, gratuito c) inaudito, pegada, zênite d) íbero, ávaro, levedo e) filantropo, opimo, aziago

15. Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente:

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a) perdoo, balaustre, bambu b) itens, assembleia, cafeina c) tuneis, juri, pessoa d) aerodromo, estrategia, nectar e) agape, apoio (subst.), nuvens

16. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados os vocábulos da opção:

a) refrega, ibero, decano b) aziago, pegada, avaro c) leucocito, alcoolatra, interim d) inaudito, batavo, erudito e) rubrica, maquinaria, pudico

17. Qual dentre as palavras abaixo deve ser necessariamente acentuada:

a) ai b) pais c) doida d) sauva e) saia

18. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação gráfica:

a) pés, hóspedes b) sulfúrea, distância c) fosforecência, provém d) últimos, terrível e) satânico, porém

19. Num dos itens abaixo, a acentuação gráfica não está devidamente justificada. Assinale este item:

a) círculo: vocábulo paroxítono b) além: vocábulo oxítono terminado em -em c) órgão: vocábulo paroxítono terminado em til d) dócil: vocábulo paroxítono terminado em -l e) pôde: acento diferencial

20. Marque a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:

a) voo, parabens, hifen, sofas b) fenix, esplendido, voce, volatil c) aneis, rubrica, tenis, urubu d) chama-la, veem, Tamanduatei, tambem e) cipos, biceps, rape, sauva

21. A alternativa em que somente uma das palavras deve receber acento gráfico é:

a) Luis, patroa, nuvem b) hifens, item, somente c) arcaico, itens, caju d) seduzi-lo, maracatu, cafezal e) abençoe, saiu, hotel

22. Das palavras abaixo, uma admite duas formas de justificar o acento gráfico:

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a) combustível b) está c) três d) países e) veículos

23. Assinale a alternativa em que a acentuação das palavras se explica pela mesma regra.

a) fábrica, máquina, ímã b) saúde, egoísta, atribuí-lo c) môo, pó, vêm d) quilômetro, cinqüenta, privilégio e) hífen, médium, álcool

24. Há erro de acentuação em:

a) O repórter havia afirmado que a canoa da República andava órfã. b) Ontem você não pode vir por água no fogo e souberam disso através dos colegas. c) Rui vem de ônibus, lê o jornal e sempre procura saber o nome dos partidos que retêm o uso do poder. d) Ainda não soube do porquê de sua desistência do vôo de ontem e) "Deus te abençoe" era o grito de pára que acalmava a meninada na hora de dormir.

25. A alternativa em que todas as palavras recebem acento gráfico é:

a) pudico, rubrica, destruido, Piaui b) campo, polens, hifen, abdomens c) feiura, pessego, virus, voce d) salada, camera, tatu, latex e) item, pudico, gratuito, raiz

26. Qual a seqüência acentuada por terminar em encontro vocálico pronunciado como ditongo crescente?

a) assembléia, caracóis, solidéu e jibóia b) Tambaú, Camalaú, Tambaí e açaí c) série, pátio, área e tênue d) imóveis, pênseis, pudésseis e mísseis e) bônus, júri, lápis e tênis

27. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado.

a) abençoo, refens, polen, cipos b) tenis, esplendido, voce, portatil c) papeis, rubrica, onix, urubu d) compo-la, leem, Tamanduatei, armazem e) apos, climax, sape, saude

28. Analisando as palavras: 1. apóiam, 2. bainha, 3. abençoo, notamos que está/estão corretamente grafada(s):

a) apenas a palavra n.º 1 b) apenas a palavra n.º 2 c) apenas a palavra n.º 3 d) todas as palavras e) n.d.a.

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29. Assinale a opção na qual todas as palavras devem ser acentuadas.

a) persegui-lo, candido, benção, estreia b) espelho, reporter, interim, arguem c) eletron, fluor, eloquente, abençoe d) iamos, caiste, vendereis, foramos e) impar, itens, arguem, apoia

30. Há erro de acentuação num dos conjuntos seguintes:

a) grátis, jibóia, juriti, altruísmo b) aqui, Nobel, também, rubrica c) apóio, item, espelho, tênue d) ávaro, íngreme, trégua, caráter e) circuito, boêmia, ínterim, Nélson

31. A única alternativa que possui, pelo menos, uma palavra indevidamente acentuada é:

a) fórceps-avícola b) lábaro-néctar. c) homília-hieróglifo. d) ístmo-resfolego e) bólido-interim.

32. As palavras que são acentuadas tendo em vista a mesma regra de acentuação são;

a) emergências - público. b) funcionários - obrigatórias. c) será - ótimo. d) futebolísticos - fazê-lo. e) tédio - Constituição.

33. O acento gráfico desempenha a mesma função em:

a) carnaúba e história. b) petróleo e paciência. c) jacarandá e lápis. d) glória e está. e) mausoléu e líquido.

34. A palavra que pode ser enquadrada em duas diferentes regras de acentuação é:

a) estratégia. b) abençôo. c) límpido. d) refém. e) pajé.

35. A alternativa em que todas as palavras estão corretamente acentuadas:

a) atraí-los - bíceps - médiuns - vôos. b) jibóia - pegáda - álbuns - Nobél. c) três - refém - sôbre - elétrons. d) gratuíto - têxtil - rubiácea - pélo (verbo). e) revoem - convêm (singular) - mês - pôr (verbo).

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36. A alternativa em que nenhuma palavra possui acento gráfico é:

a) item, polens, rubrica. b) iras, armazens, tatu. c) biquini, preto, lapisinho. d) gratuito, juri, raiz. e) tematico, uisque, camara.

37. Todas as palavras abaixo admitem dupla prosódia, exceto:

a) acróbata. b) sóror. c) íbero. d) hieróglifo. e) xérox.

38. A única palavra indevidamente acentuada é:

a) álcali. b) azáfama. c) bátega. d) azíago. e) crisântemo.

39. Assinale a palavra que não se acentua segundo a regra das demais:

a) também. b) espécies. c) início d) centenárias. e) mistério.

40. A alternativa que possui duas palavras indevidamente acentuadas é:

a) construí-lo / ruína / hífen / fiéis. b) álbum / réis / fósseis / tênue. c) pólo / pára / reféns / atrás. d) rúbrica / herói / bênção / jóvem. e) jóquei / mártir / pêlo / vêem.

41. A alternativa em que nenhuma palavra tem acento gráfico é:

a) cadaver-modelo-todo-vezes b) toda-flui-orgão-fossil c) governo-juri-juriti-cutis d) garoa-armazens-polen-caju e) item-polens-rubrica-erro

42. A alternativa em que todas as palavras têm acento gráfico é:

a) para-brisa - perdoe - enjoo - preveem. b) pudico - polen - pensil - miudo. c) ruim - heroina - sutil - interim. d) xicara - pode(passado) - hifen - pera (substantivo). e) trofeu - coroneis - afoito - carencia.

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1 A / 2 D / 3 B / 4 E / 5 D / 6 B / 7 C / 8 D / 9 D / 10 C / 11 E / 12 A / 13 B / 14 D / 15 D / 16 C / 17 D / 18 B / 19 A / 20 C / 21 A / 22 E / 23 B / 24 B / 25 C / 26 C / 27 C / 28 D / 29 D / 30 D / 31 D / 32 B / 33 B / 34 A / 35 A / 36 A / 37 C / 38 D / 39 A / 40 D / 41 E / 42 D

CLASSES DE PALAVRAS - EXERCÍCIOS

1. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos sentidos podem ser modificados pelo advérbio são:

a) adjetivo - advérbio - verbo. b) verbo - interjeição - conjunção. c) conjunção - numeral - adjetivo. d) adjetivo - verbo - interjeição. e) interjeição - advérbio - verbo.

2. Das palavras abaixo, faz plural como "assombrações"

a) perdão. b) bênção. c) alemão. d) cristão. e) capitão.

3. Na oração "Ninguém está perdido se der amor...", a palavra grifada pode ser classificada como:

a) advérbio de modo. b) conjunção adversativa. c) advérbio de condição. d) conjunção condicional. e) preposição essencial.

4. Marque a frase em que o termo destacado expressa circunstância de causa:

a) Quase morri de vergonha. b) Agi com calma. c) Os mudos falam com as mãos. d) Apesar do fracasso, ele insistiu. e) Aquela rua é demasiado estreita.

5. "Enquanto punha o motor em movimento." O verbo destacado encontra-se no:

a) Presente do subjuntivo. b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. c) Presente do indicativo. d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. e) Pretérito imperfeito do indicativo.

6. Aponte a opção em que muito é pronome indefinido:

a) O soldado amarelo falava muito bem. b) Havia muito bichinho ruim. c) Fabiano era muito desconfiado. d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão. e) Muito eficiente era o soldado amarelo.

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7 . A flexão do número incorreta é: a) tabelião - tabeliães. b) melão - melões c) ermitão - ermitões. d) chão - chãos. e) catalão - catalões.

8. Dos verbos abaixo apenas um é regular, identifique-o:

a) pôr. b) adequar. c) copiar. d) reaver. e) brigar.

9. A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no presente do indicativo é:

a) reavejo (reaver). b) precavo (precaver). c) coloro (colorir). d) frijo (frigir). e) fedo (feder).

10. A classe de palavras que é empregada para exprimir estados emotivos:

a) adjetivo. b) interjeição. c) preposição. d) conjunção. e) advérbio.

11. Todas as formas abaixo expressam um tamanho menor que o normal, exceto:

a) saquitel. b) grânulo. c) radícula. d) marmita. e) óvulo.

12. Em "Tem bocas que murmuram preces...", a seqüência morfológica é:

a) verbo-substantivo-pronome relativo-verbo-substantivo. b) verbo-substantivo-conjunção integrante-verbo-substantivo. c) verbo-substantivo-conjunção coordenativa-verbo-adjetivo. d) verbo-adjetivo-pronome indefinido-verbo-substantivo. e) verbo-advérbio-pronome relativo-verbo-substantivo.

13. A alternativa que possui todos os substantivos corretamente colocados no plural é:

a) couve-flores / amores-perfeitos / boas-vidas. b) tico-ticos / bem-te-vis / joões-de-barro. c) terças-feiras / mãos-de-obras / guarda-roupas. d) arco-íris / portas-bandeiras / sacas-rolhas. e) dias-a-dia / lufa-lufas / capitães-mor.

14. "...os cipós que se emaranhavam..." . A palavra sublinhada é:

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a) conjunção explicativa. b) conjunção integrante. c) pronome relativo. d) advérbio interrogativo. e) preposição acidental.

15. Indique a frase em que o verbo se encontra na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo:

a) Faça o trabalho. b) Acabe a lição. c) Mande a carta. d) Dize a verdade. e) Beba água filtrada.

16. Em "Escrever é alguma coisa extremamente forte, mas que pode me trair e me abandonar.", as palavras grifadas podem ser classificadas como, respectivamente:

a) pronome adjetivo - conjunção aditiva. b) pronome interrogativo - conjunção aditiva. c) pronome substantivo - conjunção alternativa. d) pronome adjetivo - conjunção adversativa. e) pronome interrogativo - conjunção alternativa.

17. Marque o item em que a análise morfológica da palavra sublinhada não está correta:

a) Ele dirige perigosamente - (advérbio). b) Nada foi feito para resolver a questão - (pronome indefinido). c) O cantar dos pássaros alegra as manhãs - (verbo). d) A metade da classe já chegou - (numeral). e) Os jovens gostam de cantar música moderna - (verbo).

18. Quanto à flexão de grau, o substantivo que difere dos demais é:

a) viela. b) vilarejo. c) ratazana. d) ruela. e) sineta.

19. Está errada a flexão verbal em:

a) Eu intervim no caso. b) Requeri a pensão alimentícia. c) Quando eu ver a nova casa, aviso você d) Anseio por sua felicidade. e) Não pudeste falar.

20. Das classes de palavra abaixo, as invariáveis são:

a) interjeição - advérbio - pronome possessivo. b) numeral - substantivo - conjunção. c) artigo - pronome demonstrativo - substantivo. d) adjetivo - preposição - advérbio. e) conjunção - interjeição - preposição.

21. Todos os verbos abaixo são defectivos, exceto:

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a) abolir. b) colorir. c) extorquir. d) falir. e) exprimir.

22. O substantivo composto que está indevidamente escrito no plural é:

a) mulas-sem-cabeça. b) cavalos-vapor. c) abaixos-assinados. d) quebra-mares. e) pães-de-ló.

23. A alternativa que apresenta um substantivo invariável e um variável, respectivamente, é:

a) vírus - revés. b) fênix - ourives. c) ananás - gás. d) oásis - alferes. e) faquir - álcool.

24. "Paula mirou-se no espelho das águas": Esta oração contém um verbo na voz:

a) ativa. b) passiva analítica. c) passiva pronominal. d) reflexiva recíproca. e) reflexiva.

25. O único substantivo que não é sobrecomum é:

a) verdugo. b) manequim. c) pianista. d) criança. e) indivíduo.

26. A alternativa que apresenta um verbo indevidamente flexionado no presente do subjuntivo é:

a) vade. b) valham. c) meçais. d) pulais. e) caibamos.

27. A alternativa que apresenta uma flexão incorreta do verbo no imperativo é:

a) dize. b) faz. c) crede. d) traze. e) acudi.

28. A única forma que não corresponde a um particípio é:

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a) roto. b) nato. c) incluso. d) sepulto. e) impoluto.

29. Na frase: "Apieda-te qualquer sandeu", a palavra sandeu (idiota, imbecil) é um substantivo:

a) comum, concreto e sobrecomum b) concreto, simples e comum de dois gêneros. c) simples, abstrato e feminino. d) comum, simples e masculino e) simples, abstrato e masculino.

30. A alternativa em que não há erro de flexão do verbo é:

a) Nós hemos de vencer. b) Deixa que eu coloro este desenho. c) Pega a pasta e a flanela e pole o meu carro. d) Eu reavi o meu caderno que estava perdido. e) Aderir, eu adiro; mas não é por muito tempo!

31. Em "Imaginou-o, assim caído..." a palavra destacada, morfologicamente e sintaticamente, é:

a) artigo e adjunto adnominal. b) artigo e objeto direto. c) pronome oblíquo e objeto direto. d) pronome oblíquo e adjunto adnominal. e) pronome oblíquo e objeto indireto.

32. O item em que temos um adjetivo em grau superlativo absoluto é:

a) Está chovendo bastante. b) Ele é um bom funcionário. c) João Brandão é mais dedicado que o vigia. d) Sou o funcionário mais dedicado da repartição. e) João Brandão foi tremendamente inocente.

33. A alternativa em que o verbo abolir está incorretamente flexionado é:

a) Tu abolirás. b) Nós aboliremos. c) Aboli vós. d) Eu abolo. e) Eles aboliram.

34. A alternativa em que o verbo "precaver" está corretamente flexionado é:

a) Eu precavejo. b) Precavê tu. c) Que ele precavenha. d) Eles precavêm. e) Ela precaveu.

35. A única alternativa em que as palavras são, respectivamente, substantivo abstrato, adjetivo biforme e preposição acidental é:

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a) beijo-alegre-durante b) remédio-inteligente-perante c) feiúra-lúdico-segundo d) ar-parco-por e) dor-veloz-consoante

1 A / 2 A / 3 D / 4 A / 5 E / 6 B / 7 E / 8 E / 9 D / 10 B / 11 D / 12 A / 13 B / 14 C / 15 D / 16 D / 17 C / 18 C / 19 C / 20 E / 21 E / 22 C / 23 A / 24 E / 25 C / 26 D / 27 B / 28 D / 29 D / 30 E / 31 C / 32 E / 33 D / 34 E / 35 C

Dicas de interpretação de textos

01. Ler todo o texto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura; 03. Ler o texto pelo menos umas três vezes; 04. Ler com perspicácia, sutileza; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. Não permitir que prevaleçam suas idéias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10. Marcar a resposta correta apenas quando for entregar a avaliação. Vamos aos exercícios então.

TEXTO XX Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas) 1) Pode-se afirmar, com base nas idéias do autor-personagem, que se trata: a) de um texto jornalístico b) de um texto religioso c) de um texto científico d) de um texto autobiográfico e) de um texto teatral 2) Para o autor-personagem, é menos comum: a) começar um livro por seu nascimento. b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte. c) começar um livro por sua morte. d) não começar um livro por sua morte. e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte. 3) Deduz-se do texto que o autor-personagem: a) está morrendo. b) já morreu. c) não quer morrer. d) não vai morrer. e) renasceu. 4) A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos: a) escreveram livros. b) se preocupam com a vida e a morte.

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c) não foram compreendidos. d) valorizam a morte. e) falam sobre suas mortes. 5) A diferença capital entre o autor e Moisés é que: a) o autor fala da morte; Moisés, da vida. b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso. c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte. d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte. e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés. 6) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco: a) não fala da morte de Moisés. b) foi lido pelo autor do texto. c) foi escrito por Moisés. d) só fala da vida de Moisés. e) serviu de modelo ao autor do texto. 7) Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para: a) intróito b) princípio c) cabo d) berço e) fim 8) Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua): a) conformismo diante da morte ; b) tristeza por se sentir morto c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação d) otimismo quanto ao futuro literário e) atividade apesar de estar morto

TEXTO XXI Segunda maior produtora mundial de embalagem longa vida, a SIG Combibloc, principal divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A empresa, responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do grupo, chegou ao país há dois anos disposta 5 a brigar com a líder global, Tetrapak, que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a implantação da fábrica foram recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao Mercosul. Entre os oito atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a marca de atomatado Malloa, no Chile, e a 10 italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na Exame, dez./99) 9) Segundo o texto, a SIG Combibloc: a) produz menos embalagem que a Tetrapak. b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul. c) possui oito clientes no Brasil. d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil. e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país. 10) Segundo o texto: a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul. b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado. c) a empresa suíça SIG ocupa o 2o lugar mundial na produção de embalagem longa vida. d) a Unilever é empresa chilena. e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo. 11) Os estudos apontam para o Sul porque: a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida.

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b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul. c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v. d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc. e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora. 12) “...que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado.” (/. 5-6) Das alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original é: a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado. b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado. c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados. d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado. e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado. 13) “...e apontam para o Sul do país...” O trecho destacado só não pode ser entendido, no texto, como: a) e indicam o Sul do pai b) e recomendam o Sul do país c) e incluem o Sul do país d) e aconselham o Sul do país e) e sugerem o Sul do país

TEXTO XXII Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios 5 mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 14) Segundo o autor, os antigos moradores da terra: a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca. c) não gostavam de atividades rotineiras. d) não colaboraram com a indústria extrativa. e) levavam uma vida sedentária. 15) “Trabalho acurado” (l. 6) é o mesmo que: a) trabalho apressado b) trabalho aprimorado c) trabalho lento d) trabalho especial e) trabalho duro 16) Na expressão “tendência espontânea” (/. 7), temos uma(a): a) ambigüidade b) cacofonia c) neologismo d) redundância e) arcaísmo 17) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: a) os portugueses b) os negros c) os índios d) tanto os índios quanto os negros e) a miscigenação de portugueses e índios 18) Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito (a): a) disposição

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b) responsabilidade c) inteligência d) paciência e) orgulho

TEXTO XXIII Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não conseguiram as bandeiras realizar jamais a façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro. Enquanto que aquelas, no desbravar, sacrificavam indígenas aos milhares, despovoando sem fixarem-se, estes foram 5 pontilhando de currais os desertos trilhados, catequizando o nativo para seus misteres, detendo-se, enraizando-se. No primeiro caso era o ir e voltar; no segundo, era o ir-e-ficar. E assim foi o curral precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e o lavrador, realizando uma obra de conquista dos altos sertões, exclusive a pioneira. (José Alípio Goulart, in Brasil do Boi) 19) Segundo o texto: a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo vaqueiro. b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram. c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos. d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras abriram o caminho. e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram fazer. 20) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que: a) desbravaram b) mataram c) catequizaram d) despovoaram e) não se fixaram 21) Os índios foram: a) maltratados b) aviltados c) expulsos d) presos e) massacrados 22) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e o boi e o vaqueiro é: a) aquelas (/. 3) / estes (/. 4) b) ir-e-voltar (/. 6/7) / ir-e-ficar (/. 7) c) no primeiro caso (/. 6) / no segundo (/. 7) d) enquanto (/. 3) / e assim [1.7) e) despovoando (/. 4) / pontilhando (/. 5) 23) “...catequizando o nativo para seus misteres...” Das alterações feitas na passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é: a) doutrinando o indígena para seus misteres b) catequizando o aborigine para suas atividades c) evangelizando o nativo para seus ofícios d) doutrinando o nativo para seus cuidados e) catequizando o autóctone para suas tarefas 24) O elemento conector que pode substituir a preposição com (/. 1), mantendo o sentido e a coesão textual, é: a) mesmo b) não obstante c) de d) a respeito de e) graças a

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25) “...o aparato de suas hordas guerreiras...” sugere que as conquistas dos bandeirantes ocorreram com: a) organização e violência b) rapidez e violência c) técnica e profundidade d) premeditação e segurança e) demonstrações de racismo e violência

TEXTO XXIV Você se lembra da Casas da Banha? Pois é, uma pesquisa mostra que mais de 60% dos cariocas ainda se recordam daquela que foi uma das maiores redes de supermercados do país, com 224 lojas e 20.000 funcionários, desaparecida no início dos anos 90. Por isso, seus antigos 5 donos, a família Velloso, decidiram ressuscitá-la. Desta vez, porém, apenas virtualmente. Os Velloso fizeram um acordo com a GW.Commerce, de Belo Horizonte, empresa que desenvolve programas para supermercados virtuais. Em troca de uma remuneração sobre o faturamento, A GW gerenciará as vendas para a família Velloso. A família cuidará apenas das 10 compras e das entregas. (José Maria Furtado, na Exame, dez./99) 26) Segundo o texto, a família Velloso resolveu ressuscitar as Casas da Banha porque: a) a rede teve 224 lojas e 20.000 funcionários. b) a rede foi desativada no início dos anos 90. c) uma empresa do ramo de programas para supermercados propôs um acordo vantajoso, em que a rede só entraria com as compras e as entregas. d) mais da metade dos cariocas não esqueceram as Casas da Banha. e) a rede funcionará apenas virtualmente. 27) A palavra ou expressão que justifica a resposta ao item anterior é: a) Você (/. 1) . ,.. . b) desaparecida (/. 4) c) Por isso (/. 4) d) Desta vez (/. 5) e) acordo {l. 6) 28) “Desta vez, porém, apenas virtualmente.” Com a passagem destacada acima, entende-se que as Casas da Banha: a) funcionarão virtualmente, ou seja, sem fins lucrativos. b) não venderão produtos de supermercado. c) estão associando-se a uma empresa de informática. d) estão mudando de ramo. e) não venderão mais seus produtos em lojas. 29) O pronome “Ia” (/. 5) não pode ser, semanticamente, associado a: a) Casas da Banha (/. 1) b) pesquisa (/. 1) c) daquela (/. 2) d) uma (/. 3) e) desaparecida (/. 4)

TEXTO XXV A fábrica brasileira da General Motors em Gravataí, no Rio Grande do Sul, será usada como piloto para a implementação do novo modelo de negócios que está sendo desenhado mundialmente pela montadora. A meta da GM é transformar-se numa companhia totalmente 5 voltada para o comércio eletrônico. A partir do ano 2000, a Internet passará a nortear todos os negócios do grupo, envolvendo desde os fornecedores de autopeças até o consumidor final. “A planta de Gravataí representa a imagem do futuro para toda a GM”, afirma Mark Hogan, ex-presidente da filial brasileira e responsável pela nova divisão e-GM. (Lidia Rebouças, na Exame, dez./99)

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30) Segundo o texto: a) a GM é uma empresa brasileira instalada em Gravataí. b) a montadora fez da fábrica brasileira de Gravataí um modelo para todas as outras fábricas espalhadas pelo mundo. c) no Rio Grande do Sul, a GM implementará um modelo de fábrica semelhante ao que está sendo criado em outras partes do mundo. d) a fábrica brasileira da GM vinha sendo usada de acordo com o modelo mundial, mas a montadora pretende alterar esse quadro. e) a GM vai utilizar a fábrica do Rio Grande do Sul como um protótipo do que será feito em termos mundiais. 31) A opção que contraria as idéias contidas no texto é: a) A GM vai modificar, a partir de 2000, a forma de fazer negócios. b) Será grande a importância da Internet nos negócios da GM. c) O consumidor final só poderá, a partir de 2000, negociar pela Internet. d) O comércio eletrônico está nos planos da GM para o ano 2000. e) A fábrica brasileira é considerada padrão pelo seu ex-presidente. 32)Deduz-se, pelo texto, que a fábrica brasileira: a) será norteada pela Internet. b) terá seu funcionamento modificado para adaptar-se às necessidades do mercado. c) será transferida para Gravataí. d) estará, a partir de 2000, parcialmente voltada para o comércio eletrônico. e) seguirá no mesmo ritmo de outras empresas da GM atualmente funcionando no mundo. 33) Por “implementação” (/. 2), pode-se entender: a) complementação b) suplementação c) exposição d) realização e) facilitação 34) Segundo as ideias contidas no texto, a transformação que se propõe a GM: a) não tem apoio dos fornecedores. b) tem apoio do consumidor final. c) tem prazo estabelecido. d) é inexeqüível. e) não tem lugar marcado.

GABARITOGABARITOGABARITOGABARITO

1- d 2-c 3- b 4- e 5- d 6- c 7- d 8- e 9- e 10- e 11- b 12- c 13- c 14- c 15- b 16- d 17- c 18- b 19- e 20- c 21- e 22- d 23- d 24- b 25- a 26- d 27- c 28- e 29- b 30- e 31- c 32- a 33- d 34- c

EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS COMO O REI DE UM PAÍS CHUVOSO Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de diversas maneiras. Algumas de suas vítimas invadem o “shopping center” e, empunhando um cartão de crédito, comprometem o futuro do marido ou da mulher e dos filhos. A maioria opta por ficar horas diante da TV, assistindo a “reality shows”, os quais, por razões que me escapam, tornam interessante para seu público a vida comum de estranhos, ou seja, algo idêntico à própria rotinaconsiderada vazia, claustrofóbica.

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O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram capazes de se divertir umas com as outras ou até sozinhas. Dotadas de cérebros que, como esponjas, tudo absorvem e de um ambiente, qualquer um, no qual tudo é novo, tudo é infinito, nunca lhes faltam informação e dados a processar. Elas não precisam ser entretidas pelos adultos, pois o que quer que estes façam ou deixem de fazer lhes desperta, por definição, a curiosidade natural e aguça seus instintos analíticos. E, todavia, os pais se vêem cada vez mais compelidos a inventar maneiras de distrair seus filhos durante as horas ociosas destes, um conceito que, na minha infância, não existia. É a idéia de que, se a família os ocupar com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida. Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. Se o mal em si nada tem de original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como o medo, o nojo e a raiva, junto com nossa espécie ou, quem sabe, antes, também é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das precondições necessárias para sofrer dele. Falamos do homem cujas refeições da semana dependiam do que conseguiria caçar na segunda-feira, antes de, na terça, estar fraco o bastante para se converter em caça e de uma mulher que, de sol a sol, trabalhava com a enxada ou o pilão. Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante e sistemático para se manifestar em grande escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide social, a reis, nobres, magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, organizadas e avançadas, transformavam a faina abusiva da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos. O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que Baudelaire, para, há século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país chuvoso, como se experimentar delicadeza tão refinada elevasse socialmente quem não passava de “aristocrata de espírito”. Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, eram raridades reservadas a uma elite mínima. E, se houve um produto que se difundiu com sucesso notável pelos mais inesperados andares e ecantos do edifício social, esse produto foi o tédio. Nem se requer uma fartura de Primeiro Mundo para se chegar à sua massificação. Basta, a rigor, que à satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento de outras possibilidades (como, inclusive, a da fuga ou da emigração), para que o tempo ocioso ou inútil se encarregue do resto. Foi assim que, após as emoções fornecidas por Stalin e Hitler, os países socialistas se revelaram exímios fabricantes de tédio, único bem em cuja produção competiram à altura com seusrivais capitalistas. O tédio não é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se não existisse o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. Seja como for, nem esta nem soluções tradicionais (a alta cultura, a religião organizada) resolverão seus impasses. Que fazer com essa novidade histórica, as massas de crianças e jovens perpetuamente desempregados, funcionários, gente aposentada e cidadãos em geral ameaçados não pela fome, guerra ou epidemias, mas pelo tédio, algo que ainda ontem afetava apenas alguns monarcas? ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado) INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Questão 01 “Como o rei de um país chuvoso”

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1) O título do texto contém, sobretudo, A) uma alusão à antítese entre a facilidade de provimento das necessidades materiais e o vazio decorrente do ócio e da monotonia pela ausência de motivos por que lutar. B) uma comparação que trata da dificuldade de convivência entre a opulência do poder e a manipulação decorrente do consumismo exacerbado. C) uma metáfora relacionada à coabitação da angústia existencial contemporânea com a busca de sentidos para a vida, especialmente entre os membros da aristocracia. D) uma referência ao conflito advindo da solidão do poder, especialmente no que se refere ao desânimo oriundo da ausência de perspectivas para a vida em sociedade. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - Questão 02 2) O texto NÃO menciona como causa para a presença do tédio na sociedade moderna A) a ausência de atividades físicas compulsórias relacionadas com a sobrevivência. B) a facilidade de acesso aos bens que provêem as necessidades físicas primárias. C) a limitação da mobilidade física e privação de certas liberdades. D) a proliferação de empresas e de espaços de lazer e de consumo. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - Questão 03 3) A alternativa em que o termo destacado NÃO está corretamente explicado entre parênteses é: A) “[...] aos membros privilegiados de sociedades que [...] transformavam a faina abusiva da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos.” (linhas 30-32) (A CARÊNCIA, A MISÉRIA) B) “Basta [...] que à satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento de outras possibilidades [...]” (linhas 41-43) (A RESTRIÇÃO, A SUPRESSÃO) C) “[...] os países socialistas se revelaram exímios fabricantes do tédio[...]” (linhas 45- 46) (EMINENTES, PERFEITOS) D) “Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio.” (linha 1) (UM FANTASMA, UMA AMEAÇA) INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - Questão 04 4) “O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9) A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do sentido por: A) a uma ou duas gerações. B) acerca de duas gerações. C) há uma ou duas gerações. D) por uma ou duas gerações. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - Questão 05 5) “Se não existisse o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.” (linhas 47-49) Alterando-se os tempos verbais, haverá erro de coesão em: A) Não existindo o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de

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entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. B) Se não existe o tédio, não terá havido, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. C) Se não existir o tédio, não vai haver, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. D) Se não tivesse existido o tédio, não teria havido, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - Questão 06 6) A supressão da vírgula implica alteração do sentido em: A) “Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, eram raridades reservadas a uma elite mínima.” (linhas 37-38) Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que previamente eram raridades reservadas a uma elite mínima. B) “Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante e sistemático [...]” (linhas 26-27) Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio que pressupõe ócio abundante e sistemático [...] C) “O tédio não é piada, nem um problema menor.” (linha 47) O tédio não é piada nem um problema menor. D) “[...] também é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das precondições necessárias [...]” (linhas 21-23) [...] também é verdade que por milênios somente uma minoria dispunha das precondições necessárias [...]

GABARITO

Questão 01: B

Questão 02: D

Questão 03: A

Questão 04: C

Questão 05: C Questão 06: A

Leia mais: http://www.seuconcurso.com.br/interpretsss/inter01.htm#ixzz25bkiIAkS

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Page 88: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

A safra atual de cana está prevista em 414 milhões de toneladas e, para 2010/2011, há previsão de chegar a 560 milhões. O grande crescimento do setor sucroalcooleiro no Brasil se dará, inicialmente, por causa do mercado interno. Os carros bicombustíveis ou flex − que podem rodar tanto com gasolina quanto com álcool − serão os principais responsáveis pela necessidade de expansão dos canaviais, pelo menos nos próximos cinco anos. Quanto ao mercado externo de álcool combustível, um dos diretores do setor destaca que a curto prazo não há expectativa muito grande, embora se fale muito do potencial do Brasil. As expectativas são conservadoras, porque o mercado externo é ainda muito incerto. “Nenhum país muda sua matriz energética dependendo apenas de um fornecedor, no caso, o Brasil”, diz. Para que isso aconteça, é necessário que outros países entrem forte na produção canavieira e na produção de álcool. Quanto ao açúcar, calcula-se um crescimento na demanda interna de 2% ao ano, historicamente vinculado ao aumento da população, e de 3% no mercado externo, em países para os quais o Brasil já exporta. De qualquer maneira, ancorado por projeções otimistas, principalmente em relação ao mercado interno, o setor vem investindo pesado na instalação de novas unidades produtoras, no oeste paulista e nos cerrados mineiro, goiano e sul-matogrossense. Há 90 usinas em processo de montagem ou que deverão ser montadas nos próximos anos e que vão se juntar às 330 usinas já em operação no País. Até 2010 deverão estar todas funcionando. 1. De acordo com o texto, (A) o mercado interno de consumo de álcool encontrase atualmente em crise, devido ao aumento na produção e na exportação de carros bicombustíveis. (B) as exportações brasileiras de álcool combustível superam, no momento, a capacidade de produção das usinas, com conseqüente desabastecimento do setor. (C) o Brasil poderá tornar-se um grande exportador de álcool combustível se outros países se voltarem para a produção de veículos movidos por esse tipo de energia. (D) a demanda maior de açúcar para o mercado exportador supera a de álcool combustível, exigindo a instalação de novas usinas, para o necessário aumento da produção. (E) a indústria automobilística brasileira tem atualmente sua expansão limitada, porque a produção de álcool combustível também se encontra paralisada no país. 2. A frase que sintetiza corretamente o assunto principal do texto é: (A) Mercado externo de álcool combustível é líder nas vendas do produto. (B) Aumento da população brasileira garante consumo do açúcar produzido no país. (C) Mercado interno de produção de álcool é insuficiente para abastecer carros novos. (D) Novas unidades produtoras de açúcar e de álcool já entraram em operação de emergência. (E) Maior produção de carros bicombustíveis propicia aumento na produção de álcool. 3. A justificativa apontada no texto para a ampliação de investimentos no setor refere-se (A) à certeza de aumento do consumo no mercado externo. (B) às perspectivas otimistas quanto à expansão do consumo interno. (C) aos aumentos previstos nas futuras safras de canade- açúcar. (D) ao baixo consumo de açúcar, a ser ampliado por demanda externa. (E) às necessárias mudanças na matriz energéticabrasileira. 4. É correto afirmar que se encontra no texto uma relação de proporcionalidade entre

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(A) aumento da população e crescimento da demanda interna de açúcar. (B) safra atual de cana e as previsões de safras para 2010. (C) número de usinas em funcionamento e as que se encontram em montagem. (D) região de cultivo tradicional de cana e ampliação do cultivo em outros Estados

GABARITO

Questão 01: C

Questão 02: E

Questão 03: B

Questão 04: A

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MAIS EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Por: Professor França

01. Considere o seguinte trecho:

Em vez do médico do Milan, o doutor José Luiz Runco, da Seleção, é quem deverá ser o responsável pela cirurgia de Cafu. Foi ele quem operou o volante Edu e o atacante Ricardo Oliveira, dois jogadores que tiveram problemas semelhantes no ano passado. O termo “ele”, em destaque no texto, refere-se:

a) ao médico do Milan.

b) a Cafu.

c) ao doutor José Luiz Runco.

d) ao volante Edu.

e) ao atacante Ricardo Oliveira. 02. Considere o seguinte diálogo:

I. A: Por que você está triste?

II. B: Porque ela me deixou.

III. A: E ela fez isso por quê?

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IV. B: Não sei o porquê. Tentei acabar com as causas da crise por que passávamos.

V. A: Ah! Você se perdeu nos porquês.

Do ponto de vista gramatical, os termos sublinhados estão corretamente empregados em:

a) IV somente.

b) I, III e V somente.

c) II e IV somente.

d) I, II, III, IV e V.

e) II e V somente. 03. “Você só precisa comprar a pipoca. O DVD é grátis.”

Assinale a alternativa que apresenta a forma correta para juntar os dois períodos da propaganda acima num só.

a) Você só precisa comprar a pipoca, entretanto o DVD é grátis.

b) Você só precisa comprar a pipoca, já que o DVD é grátis.

c) Você só precisa comprar a pipoca, inclusive o DVD é grátis.

d) Você só precisa comprar a pipoca e o DVD é grátis.

e) Você só precisa comprar a pipoca, cujo DVD é grátis.

04. Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO está de acordo com a norma culta.

a) Foi ele quem comprou o carro.

b) Alguns de nós seremos vitoriosos.

c) A maior parte das pessoas faltou ao encontro.

d) Os Estados Unidos importa muitos produtos brasileiros.

e) Cada um de nós fez o que pôde. Caindo na gandaia

O ex-campeão mundial dos pesos pesados Mike Tyson se esbaldou na noite paulistana. Em duas noites, foi ao Café Photo e ao Bahamas, casas freqüentadas por garotas de programa. Na madrugada da quinta-feira, foi barrado com seis delas no hotel onde estava hospedado, deu gorjeta de US$ 100 a cada uma e foi terminar a noite na boate Love Story. Irritado com o assédio, Tyson agrediu um cinegrafista e foi levado para a delegacia. Ele vai responder por lesões corporais, danos materiais e exercício arbitrário das próprias razões. (Época, nº 391, nov. 2005.) 05. Segundo o texto, é correto afirmar:

a) Mike Tyson estava irritado com o assédio das garotas de programa.

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b) Mike Tyson foi preso em companhia das garotas.

c) Tyson foi liberado da delegacia por demonstrar exercício arbitrário de suas razões.

d) Mike Tyson, em duas noites, esteve em três boates e uma delegacia.

e) Mike Tyson distribuiu US$ 100 em gorjetas e se esbaldou na noite paulistana. 06. Considere as seguintes sentenças:

I. Ele sempre falou por meias palavras.

II. É meio-dia e meio.

III. Estava meia nervosa por causa da mãe.

IV. Quero meia maçã para a sobremesa.

V. Ficaram meio revoltados com a situação.

Do ponto de vista da gramática normativa, estão corretas as sentenças:

a) III e IV somente.

b) II e V somente.

c) I, II e III somente.

d) II e IV somente.

e) I, IV e V somente.

07. _____________ fábricas _________ produtos são _________ feitos.

Assinale a alternativa cujos termos completam as lacunas de acordo com a norma culta.

a) Existe, aonde, mal.

b) Existem, onde, mau.

c) Há, aonde, mau.

d) Há, onde, mal.

e) Há, onde, mau.

08. Considere as seguintes previsões astrológicas:

I. Tanto a Lua como Vênus _______ a semana mais propícia a negociações. (deixar)

II. Calma e tranqüilidade _______ em seus relacionamentos. (ajudar)

III. Discussões, contratempos financeiros, problemas sentimentais, nada o ________ nesta semana. (atrapalhar)

Assinale a alternativa em que os verbos entre parênteses completam o texto do horóscopo acima de acordo com a norma culta.

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a) deixará, ajudará, atrapalhará.

b) deixarão, ajudará, atrapalhará.

c) deixará, ajudarão, atrapalharão.

d) deixarão, ajudarão, atrapalharão.

e) deixarão, ajudarão, atrapalhará. 09. Considere o seguinte anúncio de jornal:

No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla sertaneja Antenor e Secundino, onde excursionaram pela Europa, que fizeram grande sucesso se divulgando a nossa música sertaneja.

Assinale a alternativa que reescreve o texto acima de acordo com a norma culta.

a) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,

que excursionou pela Europa, com grande sucesso na divulgação da nossa música sertaneja.

b) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,

onde excursionaram pela Europa, em que fizeram grande sucesso e divulgando a nossa música sertaneja.

c) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino,

cujos excursionaram pela Europa e fizeram grande sucesso, onde divulgaram a nossa música sertaneja.

d) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarcam no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, os quais excursionaram pela Europa com grande sucesso, se divulgando a nossa música sertaneja.

e) No próximo dia 20/03, às 7 horas, desembarca no aeroporto de Guarulhos a dupla de cantores Antenor e Secundino, que excursionaram pela Europa, inclusive que fizeram grande sucesso, onde divulgou a nossa música sertaneja.

10. Enquanto na fala muitas vezes nem todos os verbos e substantivos são flexionados, na escrita isso pode ser considerado um erro. Considere as seguintes sentenças:

I. Saíram os resultados.

II. Foi inaugurado as usina.

III. Apareceu cinqüenta pessoas na festa.

IV. O time apresentou os jogadores.

V. Saiu os nomes dos jogadores.

VI. Também vieram os juízes. Seguem as normas da escrita padrão as sentenças:

Page 93: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

a) I, IV e VI apenas.

b) II, III e V apenas.

c) I, II e III apenas.

d) IV, V e VI apenas.

e) I, III e V apenas.

11. Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com a norma culta.

a) Vitamina é bom para o adequado funcionamento do organismo.

b) É necessária a contribuição de todas as pessoas.

c) É necessário autorização para entrar na festa.

d) Embora fossem belos, os moços estavam só.

e) Anexas ao documento, vão as fotos da criança. 12. Considere as seguintes sentenças:

I. Eu ___ fé em suas promessas. (pôr)

II. Os ministros ____ as decisões. (manter)

III. Ficará tudo bem, se você ____ o estoque. (repor)

Assinale a alternativa em que os verbos entre parênteses foram empregados de acordo com a norma culta.

a) ponhei, manteram, repuser.

b) pus, mantiveram, repuser.

c) pus, manteram, repor.

d) ponhei, mantiveram, repor.

e) ponhei, mantém, repuser. Aparecem novos casos

Cinco novos casos de febre maculosa foram identificados no Rio de Janeiro depois que a doença foi confirmada como causa da morte do superintendente da Vigilância Sanitária Fernando Villas-Boas. A doença também provocou a morte do jornalista Roberto Moura e a internação de um professor aposentado, um menino de 8 anos e uma turista. Em São Paulo, uma garota de 12 anos morreu em decorrência da doença. Ela foi picada por um carrapato quando passeava em um parque. (Época, nº 391, nov. 2005.)

13. De acordo com as informações do texto acima, assinale a alternativa correta.

a) O texto não aponta a forma provável como a vítima paulista contraiu a febre maculosa.

b) Todas as vítimas da febre maculosa morreram.

Page 94: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

c) As vítimas fatais da febre maculosa foram infectadas no Rio de Janeiro.

d) Dos seis infectados, apenas dois sobreviveram.

e) O texto inclui Fernando Villas-Boas na contagem de casos de febre maculosa no Rio de Janeiro.

14. O Projeto Genoma, que envolve centenas de cientistas de todos os cantos do globo, às vezes tem de competir com laboratórios privados na corrida pelo desenvolvimento de novos conhecimentos que possam promover avanços em diversas áreas.

Assinale a alternativa em que o termo “privado” foi usado no mesmo sentido que apresenta acima.

a) Muitos laboratórios acabam privados de participar da concorrência pelos obstáculos legais que se impõem aos participantes.

b) Nem sempre os projetos que envolvem ciência básica podem contar com a injeção de recursos privados, que privilegiam as pesquisas com perspectivas de retorno econômico no curto prazo.

c) Mesmo alguns dos grandes laboratórios que atuam no mercado vêem-se privados de condições materiais para investir em pesquisa de ponta.

d) Os laboratórios privados da licença para desenvolver pesquisas com clonagem de seres humanos prometem recorrer da decisão.

e) Muitos projetos desenvolvidos em centros universitários, privados de recursos, acabam sendo engavetados. O texto a seguir é referência para as questões 15 a 18.

Reduzir a poluição causada pelos aerossóis – partículas em suspensão na atmosfera, compostas principalmente por fuligem e enxofre – pode virar um enorme tiro pela culatra. Estudo de pesquisadores britânicos e alemães revelou que os aerossóis, na verdade, seguravam o aquecimento global. Isso porque eles rebatem a luz solar para o espaço, estimulando a formação de nuvens (que também funcionam como barreiras para a energia do sol). Ainda é difícil quantificar a influência exata dos aerossóis nesse processo todo, mas as estimativas mais otimistas indicam que, sem eles, a temperatura global poderia subir 4 ºC até 2100 – as pessimistas falam em um aumento de até 10º, o que nos colocaria “dentro” de uma churrasqueira. Como os aerossóis podem causar doenças respiratórias, o único jeito de lutar contra a alta dos termômetros é diminuir as emissões de gás carbônico, o verdadeiro vilão da história. (Superinteressante, dez. 2005, p. 16.)

15. Assinale a alternativa cujo sentido NÃO está de acordo com o sentido que a expressão “pode virar um enorme tiro pela culatra” apresenta no texto.

a) Pode ter o efeito contrário do que se pretende.

b) Pode aumentar ainda mais o problema que se quer combater.

c) Pode fazer com que o aquecimento global aumente.

d) Pode provocar diminuição na formação de nuvens.

e) Pode aumentar a ocorrência de doenças respiratórias. 16. Assinale a alternativa cuja afirmativa mantém relações lógicas de acordo com o texto.

a) Os aerossóis seguram o aquecimento global porém estimulam a formação de nuvens.

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b) Os aerossóis seguram o aquecimento global mas estimulam a formação de nuvens.

c) Os aerossóis seguram o aquecimento global pois estimulam a formação de nuvens.

d) Os aerossóis seguram o aquecimento global e estimulam a formação de nuvens.

e) Os aerossóis seguram o aquecimento global entretanto estimulam a formação de nuvens.

17. Segundo o texto, “o verdadeiro vilão da história” é(são):

a) o aquecimento global.

b) as emissões de gás carbônico.

c) a formação de nuvens.

d) as doenças respiratórias.

e) as barreiras para a energia do sol.

18. O termo “pessimistas”, em destaque no texto, está se referindo às:

a) temperaturas.

b) pessoas.

c) influências.

d) estimativas.

e) barreiras.

A ordem de serviço fictícia abaixo é referência para as questões 19 e 20. ORDEM DE SERVIÇO Nº 01 – DRH

O Chefe Geral do Departamento de Recursos Humanos, no uso de suas atribuições legais e CONSIDERANDO que o regulamento interno admite que sejam relevadas até três faltas do funcionário durante o mês, motivadas por doença comprovada mediante apresentação imediata do atestado médico;

CONSIDERANDO a necessidade de haver controle rigoroso com relação às faltas do funcionário até 03 (três) dias, justificadas mediante a utilização de atestados médicos emitidos por profissionais particulares e/ou SAS;

CONSIDERANDO, ainda, o dever funcional imposto ao funcionário de se submeter à inspeção médica sempre que for determinado pela autoridade competente, até como forma de assegurar melhores condições de saúde dos funcionários pertencentes ao Quadro de Pessoal dessa Empresa; RESOLVE:

RECOMENDAR aos chefes de Departamento, sempre que lhes forem apresentados atestados médicos particulares para justificar até três ausências no período de um mês, ou que excederem o limite de 09 (nove) ao ano, que adotem providências para que seja o funcionário encaminhado à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional, para submeter-se à inspeção e avaliação de suas condições de saúde. 19. De acordo com o texto, é correto afirmar:

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a) O funcionário tem assegurado o direito de faltar ao serviço, sem necessidade de comprovação, três vezes por mês.

b) Os funcionários deverão ser encaminhados à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional da empresa toda vez que justificar faltas apresentando atestados médicos emitidos por profissionais particulares ou SAS.

c) Os chefes de Departamento têm até três dias para apurar com rigor as faltas de funcionários.

d) Deverão ser encaminhados à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional os funcionários que apresentarem três atestados médicos no período de um mês e os que apresentarem mais de nove faltas durante o ano.

e) A finalidade do chefe do Departamento de Recursos Humanos é informar os chefes de departamento sobre os direitos dos funcionários de poderem faltar três dias por mês.

20. O termo “relevadas”, em destaque no texto, pode ser substituído, sem perda do sentido, por:

a) perdoadas.

b) punidas.

c) confirmadas.

d) impostas.

e) reexaminadas.

21. Considere as seguintes previsões astrológicas:

I. A Lua em Aquário fará com que menas pessoas o aborreçam.

II. Com otimismo, os aquarianos poderão conseguir grandes conquistas no campo econômico durante a semana.

III. Deixe abandonadas as preocupações e os sofrimentos.

Assinale a alternativa que identifica as sentenças que estão de acordo com a norma culta.

a) I, II e III.

b) I e II somente.

c) I e III somente.

d) II somente.

e) II e III somente. 22. Considere as seguintes sentenças: I. Falava tão alto que precisei sair da sala. II. Vim até aqui para que me contassem a verdade. III. Poderei fazer um grande banquete se você me ajudar.

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IV. Estava triste porque o cachorro fugiu. Com relação às orações da coluna 1, as orações na coluna 2 indicam:

a) Em I, conseqüência; em II, finalidade; em III, condição; em IV, causa.

b) Em I, finalidade; em II, condição; em III, causa; em IV, conseqüência.

c) Em I, condição; em II, causa; em III, conseqüência; em IV, finalidade.

d) Em I, causa; em II, conseqüência; em III, finalidade; em IV, condição.

e) Em I, conseqüência; em II, condição; em III, causa; em IV, finalidade. Considere o seguinte texto:

Reunidos altas horas da madrugada, cinco governadores debatiam a distribuição da verba que caberia aos seus estados naquele plano orçamentário. O deputado da Bahia prontamente se manifestou:

─ Tendo em vista que os recursos foram reduzidos pela metade, proponho que eles sejam divididos entre três de nós, ficando dois estados sem recursos neste semestre.

O governador do Piauí concordou, acrescentando que a proposta parecia justa e que fazia tempo que não recebia nenhum recurso. Lembrou ainda aos colegas que, na reunião anterior, o presidente da comissão orçamentária, o governador do Rio de Janeiro, havia dito que os estados mais carentes teriam garantida sua parte na próxima distribuição de verbas.

O governador de Minas dirigiu-se ao colega capixaba, que na reunião anterior dissera que não tinha nenhum projeto em desenvolvimento que necessitasse de apoio financeiro: ─ Fico com a sua parte!

─ O momento é outro ─ tornou-lhe o governador do Espírito Santo. ─ Agora estou precisando de recursos para investir na malha viária estadual. 23. Acerca do texto acima, é correto afirmar:

a) A fala “O momento é outro” pertence ao governador mineiro.

b) É do governador de Minas a fala de quem declarou não haver projeto em desenvolvimento que necessitasse de apoio financeiro.

c) A garantia de que os estados mais carentes teriam sua parte na distribuição de verbas é mencionada pelo governador piauiense e atribuída ao governador do Rio.

d) A declaração de que precisava de verba para aplicar na malha viária pertence ao governador mineiro.

e) A fala “Fico com a sua parte!” pertence ao governador do Espírito Santo.

Em 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou a Declaração Universal dos Direitos dos Seres Humanos. Essa declaração é composta por trinta (30) artigos que representam os desejos e anseios dos seres humanos de viverem em igualdade, fraternidade e liberdade no planeta Terra.

24. Sobre o conceito de seres humanos contido na Declaração dos Direitos Humanos, é correto afirmar:

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a) Engloba a maioria dos povos que habitam o planeta terra.

b) Circunscreve-se aos cidadãos de um determinado país.

c) Corresponde aos indivíduos com poder de decisão em suas respectivas comunidades.

d) Limita-se ao conjunto de indivíduos em pleno gozo do direito à liberdade.

e) Estabelece um critério universal para julgar as ações humanas.

25. “[...] uma sociedade somente poderá existir plenamente se respeitar os anseios de todos os seus cidadãos e respeitar seus direitos fundamentais, incluindo aí o direito de se ter uma vida digna.”

(SANTOS, Antonio Silveira Ribeiro dos. Dignidade humana e reorganização social. Disponível em: . Acesso em 25 mar.2004).

Com base nos conhecimentos sobre dignidade, direitos e deveres fundamentais, é correto afirmar:

a) O fato de a humanidade ter ingressado em um estágio de relações plenamente mercantilizadas justifica a hierarquização na definição de direitos e deveres dos seres humanos.

b) Entre os homens, existem papéis inalienáveis, a alguns é reservado o direito à caridade e a outros o dever de serem caridosos.

c) Dignidade é sinônimo de complacência com os indivíduos cujas práticas restringem direitos fundamentais.

d) O rol dos direitos fundamentais dos seres humanos deve ser diretamente proporcional à satisfação incondicional dos anseios individuais.

e) O respeito devido a todo e qualquer indivíduo, em face de sua condição humana, confere significado à dignidade. Leia o texto a seguir e responda às questões 26 a 28.

“Depois de 119 dias, o horário de verão termina à meia-noite de hoje [...] mas a meta de economia de energia não foi atingida. A redução de demanda por energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste foi de 4,5%, enquanto o governo esperava 5%. Na região Sul, a redução de demanda foi de 5%, mas o governo esperava 6%. Com os resultados obtidos, a redução média da demanda por energia no horário de pico foi de aproximadamente 4,5% em toda a área de abrangência da medida [...]. A redução da demanda conseguida equivale ao consumo, no horário de pico, de cidades do porte de Belo Horizonte, Contagem, Betim e Porto Alegre somadas, ou à energia produzida pelas usinas nucleares de Angra 1 e 2. [...] A economia média de energia seria suficiente para atender a metade do consumo de cidades do porte de Florianópolis e Belo Horizonte. A adoção da medida significou ainda uma economia de 0,4% no nível de água dos reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste e de 1% nos reservatórios da região Sul. A medida também tem efeito na tarifa de energia, evitando reajustes ainda maiores.

(Adaptado de: Horário de verão termina hoje sem atingir a meta. Jornal de Londrina, Londrina, 14 fev. 2004. Economia. p. 6 A).

26. Assinale a alternativa em que a frase “Na região Sul, a redução de demanda foi de 5%, mas o governo esperava 6%” está reescrita de acordo com as normas de pontuação.

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a) A região Sul, teve redução de demanda de 5%, mas o Governo esperava 6%.

b) Embora, o governo esperasse 6% de redução de demanda, na região Sul, a redução foi de 5%.

c) A redução de demanda na região Sul, foi de 5%, mas o governo esperava 6%.

d) O governo esperava 6%, mas a redução de demanda na região Sul, foi de 5%.

e) A redução de demanda, na região Sul, foi de 5%, mas o governo esperava 6%.

27. Observe a frase “A medida também tem efeito na tarifa de energia, evitando reajustes ainda maiores”. Assinale a alternativa que apresenta a conjunção adequada ao sentido que se pretendia expressar na frase original.

a) A medida também tem efeito na tarifa de energia, se evitar reajustes ainda maiores.

b) A medida também tem efeito na tarifa de energia, embora evite reajustes ainda maiores.

c) A medida também tem efeito na tarifa de energia, pois reajustes ainda maiores são evitados.

d) A medida também tem efeito na tarifa de energia, quando reajustes ainda maiores forem evitados.

e) A medida também tem efeito na tarifa de energia, porém reajustes ainda maiores são evitados.

28. Na reportagem sobre o término do horário de verão, são fornecidas equivalências de consumo para o leitor ter a dimensão dos gastos e da economia alcançados durante o período em que a medida vigorou. Com base nessas comparações, considere as afirmativas a seguir.

I. Belo Horizonte, Contagem, Betim e Porto Alegre são cidades que apresentam o mesmo consumo no horário de pico.

II. A energia produzida pelas usinas nucleares de Angra 1 e 2 é maior do que o consumo das cidades de Belo Horizonte e Porto Alegre no horário de pico.

III. O consumo de cidades como Florianópolis e Belo Horizonte, durante a vigência do horário de verão, é o dobro do que é economizado no mesmo período no Brasil.

IV. As usinas nucleares de Angra 1 e 2 produzem a mesma quantidade de energia que as cidades de Belo Horizonte, Contagem, Betim e Porto Alegre economizaram no horário de pico, durante o horário de verão. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) I, III e IV. Leia o texto a seguir e responda às questões 29 e 30.

“Recepcionistas atenciosos, roupa de cama limpa e serviço de quarto eficiente: quem já se hospedou em um hotel sabe como esses fatores são importantes. Para além dos saguões, existe uma rede de profissionais responsáveis por orquestrar o funcionamento de tudo nesses empreendimentos – desde a contratação e a supervisão dos funcionários até a checagem das instalações e a negociação com os fornecedores. Nos últimos anos, com o mercado exigindo cada vez mais esse tipo de profissional, as faculdades têm investido na criação de cursos específicos de Hotelaria. Em São Paulo, são pelo menos sete instituições que formam administradores

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hoteleiros, aptos também a gerenciar flats, pousadas, parques temáticos e spas. Antes, a Hotelaria era vinculada à área de Turismo, mas hoje o setor se desdobrou”.

29. Na frase: “Antes, a Hotelaria era vinculada à área de Turismo, mas hoje o setor se desdobrou.”, a conjunção sublinhada indica a idéia de: a) Tempo. b) Conseqüência. c) Causa. d) Adição. e) Contrariedade.

30. Indique a alternativa que expressa adequadamente a idéia veiculada na frase citada na questão anterior:

a) A ligação entre as áreas de Turismo e Hotelaria deixou de existir.

b) A Hotelaria requer uma formação específica de profissionais altamente especializados, desvinculados de outras áreas e campos de conhecimento.

c) A independência da área de Hotelaria em relação ao Turismo tem origem no enfraquecimento das atividades deste último.

d) O desdobramento do setor de Hotelaria aponta para a valorização de atividades específicas da área, que deixam de estar restritas ao Turismo.

e) O profissional formado pelos cursos de Hotelaria deixará de estar habilitado para exercer atividades no âmbito turístico. Leia o texto a seguir e responda as questões 31 a 34. A anfitriã americana

Diretora da maior agência de intercâmbio de estudantes nos EUA pede a consulados no Brasil que facilitem vistos para brasileiros

As empresas de intercâmbio de estudantes, que enviam 13 mil jovens todo ano aos Estados Unidos para estudar, podem definhar por conta das dificuldades impostas para conceder vistos. Para evitar que isso aconteça, a vice-presidente do American Institute for Foreign Study (Aifs), Marcie Schneider, veio ao Brasil conversar com os responsáveis nas embaixadas americanas no Rio de Janeiro e em São Paulo. A idéia é divulgar os programas de intercâmbio da empresa e de sua parceira no Brasil, a Experimento, além de entender como o processo de obtenção de visto está correndo por aqui. Depois de deixar foto e impressões digitais no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Marcie falou a ÉPOCA.

ÉPOCA – A dificuldade de conseguir visto para os EUA está prejudicando o intercâmbio?

Marcie Schneider – Ainda não quantificamos o problema, mas estamos preocupados. Há políticos americanos receosos de que essas medidas afetem o turismo e o número de estrangeiros interessados em estudar em universidades americanas, por exemplo. Temos de prevenir para que isso não aconteça. ÉPOCA – Como?

Marcie – Estou me concentrando nos responsáveis pela concessão de visto a estudantes nas embaixadas. Pretendo ver como esse processo está acontecendo por aqui. Não queremos que as novas regras de obtenção de visto prejudiquem a procura de estudantes brasileiros pelo intercâmbio. Boa parte dos estudantes que atendemos é do Brasil. O que fazemos é um lobby com o governo americano para que isso não se torne um

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obstáculo grande demais para quem deseja estudar nos Estados Unidos. ÉPOCA – Que tipo de lobby?

Marcie – Pressionamos para que não haja muitos entraves à obtenção do visto. Explicamos quão positiva pode ser a experiência de intercâmbio, tanto para o estudante estrangeiro como para o americano que o recebe. Nesse ponto, as embaixadas até têm nos ouvido bem. Elas também querem ter certeza de que, se o estudante pega o visto de um ano, vai voltar para casa quando esse tempo passar.

ÉPOCA - Há um perfil específico do brasileiro que tem chances de conseguir o visto e do que não tem?

Marcie – As embaixadas americanas dão preferência aos que sabem realmente o que querem fazer. A maior preocupação não é em relação a terrorismo vindo do Brasil. Um brasileiro que, na entrevista na embaixada, diz que vai estudar nos Estados Unidos porque quer ser professor, aprimorar o inglês ou conseguir um emprego melhor quando voltar tem maiores chances de conseguir o visto. A pessoa deve mostrar que possui objetivos claros. Já quem tem muitos parentes nos Estados Unidos vai ter dificuldades.

ÉPOCA – A determinação do governo de Bush de exigir a identificação de brasileiros que pisam nos Estados Unidos fez com que o Brasil passasse a exigir o mesmo dos americanos. O que você acha disso?

Marcie – O Brasil é o único país que está fazendo isso e acho justo. Se os brasileiros têm de ser identificados quando vão para os Estados Unidos, é justo que façam o mesmo com os americanos. (Época, 09 fev. 2004, p. 49.)

31. Assinale a alternativa que apresenta adequadamente o grupo defendido pela empresária norte-americana no texto: a) Embaixadas norte-americanas anti-terroristas.

b) Estudantes brasileiros em busca de intercâmbio nos Estados Unidos.

c) Estudantes estrangeiros que permanecem nos Estados Unidos após o fim da validade do visto.

d) Políticos norte-americanos preocupados com estudantes estrangeiros no Brasil.

e) Professores brasileiros que pretendem se aperfeiçoar nos Estados Unidos.

32. Com base no texto, assinale a alternativa correta quanto às causas e aos efeitos das exigências norte-americanas para fins de entrada naquele país:

a) Estudantes estrangeiros entravam e continuam entrando nos Estados Unidos sem problemas.

b) Há pouca atenção quanto aos efeitos destas exigências sobre o turismo nos Estados Unidos.

c) O governo brasileiro determinou que norte-americanos sejam fotografados e deixem suas impressões digitais quando chegam ao Brasil.

d) O intercâmbio escolar preocupou o governo norte-americano porque havia um fraco desempenho dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos.

e) O risco de terrorismo nos Estados Unidos é um aspecto secundário para estas exigências.

33. Observe a frase: “Pressionamos para que não haja muitos entraves à obtenção do visto.” Assinale a alternativa que apresenta uma substituição adequada do trecho sublinhado quanto à concordância e à regência:

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a) Pressionamos para que não exista muitos entraves a estudantes brasileiros.

b) Pressionamos para que não exista muitos entraves às universitárias brasileiras.

c) Pressionamos para que não existam muitos entraves à estrangeiros honestos.

d) Pressionamos para que não existam muitos entraves aos estudantes brasileiros.

e) Pressionamos para que não houvessem muitos entraves a turista brasileira. 34. Observe as duas frases: I. A obtenção do visto requer clareza.

II. As novas regras de obtenção do visto são humilhantes.

Assinale a alternativa que apresenta a junção correta dos dois períodos, através do uso adequado do pronome relativo:

a) A obtenção do visto, com suas novas regras humilhantes, requer clareza.

b) A obtenção do visto, cujas novas regras são humilhantes, requer clareza.

c) A obtenção do visto, cujo as novas regras são humilhantes, requer clareza.

d) A obtenção do visto, de que as novas regras são humilhantes, requer clareza.

e) A obtenção do visto, onde as novas regras são humilhantes, requer clareza. Leia o texto a seguir e responda as questões 35 a 37.

Norte-americano que fez gesto ofensivo paga multa de R$ 50 mil para deixar o país

O aposentado norte-americano Douglas Alan Skolnick, 55, que foi preso em Foz do Iguaçu (PR) anteontem ao fazer um gesto obsceno ao ser fotografado pela Polícia Federal, pagou uma multa de R$ 50 mil após fazer um acordo com a Justiça para poder deixar o país sem ser processado.

Skolnick permaneceu o dia preso em um quarto no Hotel das Cataratas, com escolta de dois policiais federais. À tarde, ele foi autorizado a ir a uma casa de câmbio, onde trocou dólares por reais para pagar a multa.

Em uma audiência de três horas com o juiz federal Rony Ferreira, na madrugada de ontem, Skolnick concordou em pagar a multa em troca da extinção da punição pelo crime de desacato.

O grupo de norte-americanos com o qual o aposentado viaja deixa o Brasil hoje pela manhã, com destino aos EUA. A data da volta já estava prevista.

Skolnick, ao ser fotografado, colocou o dedo médio de uma das mãos em riste à frente do papel que segurava o número de identificação. Segundo a PF, na audiência com o juiz, o aposentado disse saber o significado do gesto, mas quis fazer uma brincadeira. Ele afirmou ao juiz que não quis ofender as autoridades nem a população brasileira.

O valor da multa será dividido entre duas instituições filantrópicas. (Folha de S. Paulo, São Paulo, 08 fev. 2004. p. C4.)

35. Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto:

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a) O aposentado admitiu, em audiência com o juiz, que pretendia ofender as autoridades brasileiras.

b) O aposentado declarou ignorar o que o gesto simbolizava, interpretando-o como uma brincadeira.

c) O aposentado fez o gesto obsceno porque foi preso pela Polícia Federal.

d) O aposentado foi obrigado pela Justiça brasileira a retornar aos Estados Unidos em função do crime cometido.

e) O aposentado recebeu autorização para ir a uma casa de câmbio após a audiência com o juiz. 36. Observe a frase: “O grupo de norte-americanos com o qual o aposentado viaja deixa o Brasil hoje pela manhã(...)” O uso do tempo presente em meio à predominância do pretérito ao longo da notícia se explica da seguinte maneira:

a) A partir deste parágrafo e nos parágrafos subseqüentes, os fatos ainda não tinham sido concluídos na data em que a notícia foi publicada.

b) É uma situação comum, pois a notícia apresenta os fatos em uma seqüência: cada parágrafo progride de acordo com a ordem dos acontecimentos.

c) O fato exposto é o último acontecimento dentro da seqüência de eventos passados, presentes e futuros apresentados no texto.

d) Trata-se de um recurso adequado à redação dessa passagem, pois o uso do passado ou do futuro seria impróprio.

e) Trata-se de uma estratégia em função de acontecimentos relatados com ocorrência em tempo superior a uma semana.

37. Observe o trecho: “o aposentado disse saber o significado do gesto, mas quis fazer uma brincadeira.” Assinale a alternativa que apresenta a correta substituição da conjunção, sem prejuízo do significado original:

a) o aposentado disse saber o significado do gesto, entretanto quis fazer uma brincadeira.

b) o aposentado disse saber o significado do gesto, porque quis fazer uma brincadeira.

c) o aposentado disse saber o significado do gesto, portanto quis fazer uma brincadeira.

d) o aposentado disse saber o significado do gesto, quando quis fazer uma brincadeira.

e) o aposentado disse saber o significado do gesto, que era fazer uma brincadeira. Leia os textos a seguir e responda as questões 38 a 41. Nordeste 40 graus 1

A temporada de verão está levando ao Nordeste 42 vôos charter por semana vindos de catorze países. Fortaleza, Natal e Porto Seguro são os campeões da preferência. É um desempenho de dar água na boca: no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região. Nordeste 40 graus 2

Argentina e Portugal lideram a bem-vinda invasão, com quase a metade das linhas de charters. Até da República Checa, Bolívia e Guiana Francesa vem gente. Nenhum desses vôos é oriundo dos EUA. E, do jeito que estão as coisas, nem é bom tentar trazê-los...

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(Veja, 14 jan. 2004, p. 35.) 38. Com base nos textos, assinale a alternativa correta:

a) O número de países que enviam vôos do tipo charter ao Nordeste brasileiro e que não foram identificados na reportagem é oito.

b) O número de vôos internacionais do tipo charter para o Nordeste brasileiro quase dobrou do verão de 2003 para o verão de 2004.

c) O número de vôos internacionais do tipo charter que chega a Porto Seguro é superior ao que chega a Salvador.

d) Os vôos norte-americanos do tipo charter contribuíram para o êxito do verão no Nordeste brasileiro.

e) Os vôos portugueses do tipo charter que chegam a Natal são em torno de vinte por semana.

39. Observe a frase retirada do texto “Nordeste 40 graus 2”: “Até da República Checa, Bolívia e Guiana Francesa vem gente.” Assinale a alternativa correta:

a) A frase revela o espírito de inclusão e confraternização com povos de culturas tão exóticas como os citados, saudados como novos integrantes da miscigenação cultural brasileira.

b) A frase revela um sentimento de incômodo e aversão ao estrangeiro, com a chegada maciça de turistas provenientes de países pouco civilizados.

c) A frase revela uma atitude preconceituosa em relação a países de pouca projeção econômica, pois a vinda de turistas de países com mais tradição turística como França e Alemanha não causaria estranhamento.

d) A frase revela uma estranheza diante da chegada de turistas pobres, reduzidos a um povo culturalmente desqualificado.

e) A frase revela uma surpresa com a vinda de turistas de países tão distantes geograficamente como os citados, enquanto Argentina e Portugal já oferecem visitantes próximos e previsíveis.

40. Observe as palavras: “países”, “preferência” e “água”. Assinale a alternativa correta quanto à acentuação destas palavras:

a) A primeira palavra é acentuada pelo mesmo motivo que “Croácia”. b) A segunda palavra é acentuada pelo mesmo motivo que “vôos”.

c) A primeira palavra é acentuada porque se trata de paroxítona terminada em hiato. d) A terceira palavra é acentuada porque apresenta um hiato.

e) As duas últimas palavras são acentuadas porque são paroxítonas terminadas em ditongo.

41. Observe a frase: “É um desempenho de dar água na boca: no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.” Assinale a alternativa que contém uma versão adequada desta frase, sem lhe alterar o sentido:

a) É um desempenho estimulante, pois, no verão passado, apenas dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.

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b) É um desempenho invejável o do verão passado: dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região.

c) Foi um desempenho fascinante, no verão passado: somente dezoito vôos desse tipo chegavam à região.

d) No último verão, somente dezoito vôos desse tipo chegavam à região: foi um desempenho excitante.

e) No verão passado, houve um desempenho fantástico: somente dezoito vôos desse tipo desembarcavam na região. 42. Em cada item marque o seqüenciador pertinente à lacuna correspondente no texto e, depois, escolha a seqüência correta.

Getúlio chegou ao poder em meio a um movimento que representava a ruptura com as oligarquias da República Velha. Personalizava, ____________(A), um projeto de mudança, _____________(B) dele não fosse consciente. É verdade que ele próprio tinha pertencido ao regime anterior – foi ministro da Fazenda e presidente do Rio Grande do Sul – , numa repetição de padrão brasileiro. ______________ (C), chegou ao Rio de Janeiro no bojo de um movimento que propunha algo de inovador. Seu período na Presidência marcou a presença na política de um novo ator: a classe trabalhadora. Getúlio soube perceber a importância das classes populares e passou a apelar para elas. ___________________ (D), não se tratava exatamente de um novo ator – ____________(E), o povo não tinha força efetiva. (Adaptado de Fernando Henrique Cardoso)

a) x. portanto; y. todavia

b) x. porquanto; y. mesmo que

c) x. De todo modo; y. Ademais

d) x. Já que; y. Na verdade

e) x. afinal; y. conquanto O poema Morte no avião, de Carlos Drummond de Andrade, descreve o último dia de um homem marcado para morrer em um desastre aéreo.

43. Analise com atenção os comentários contidos nas opções e assinale aquele que contraria a compreensão do segmento a que se reporta. Acordo para a morte. Barbeio-me, visto-me, calço-me. (...) Tudo funciona como sempre. Saio para a rua. Vou morrer.

[Comentário contido na letra a] Não morrerei agora. Um dia inteiro se desata à minha frente. (...) Visito o banco. (...) Passo nos escritórios.(...) Estou na cidade grande e sou um homem na engrenagem. (...) A fatura. A carta. Faço mil coisas Que criarão outras mil, aqui, além, nos Estados Unidos.

[Comentário contido na letra b] Tenho pressa. Compro um jornal. É pressa embora vá morrer. (...)

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Comprometo-me ao extremo, combino encontros a que nunca irei, pronuncio palavras vãs, minto dizendo: até amanhã. Pois não haverá.

[Comentário contido na letra c] Subo uma escada. Curvo-me. Penetro no interior da morte. A morte dispôs poltronas para o conforto de espera. Aqui se encontram os que vão morrer e não sabem.

[Comentário contido na letra d] (...)golpe vibrado no ar, lâmina de vento no pescoço, raio choque estrondo fulguração rolamos pulverizados caio verticalmente e me transformo em notícia.

[Comentário contido na letra e] (Baseado em artigo de Roberto Pompeu de Toledo, Veja,17/03/200

a) O narrador do poema tem plena consciência de que vai morrer dali a pouco, e, no entanto, não deixa de cumprir os pequenos rituais da vida.

b) O narrador prossegue a seqüência de afazeres, como um ritual inexorável a ser cumprido.

c) Postergando compromissos, o narrador resolve apressar seu embarque para tornar menos dolorosa a angustiante espera do fim próximo.

d) Consciente de que a hora é chegada, o narrador entra no avião. Não há mais como retroceder do salto para a morte.

e) A teia de pequenos movimentos cotidianos pulveriza-se no ar e desfaz-se em tragédia.

Leia os itens seguintes, que formam um texto.

44. Marque o item que expressa o tema central desse texto.

a) Se a data da Abolição marcará no Brasil o fim do predomínio agrário, o quadro político instituído no ano seguinte quer responder à conveniência de uma forma adequada à nova composição social.

b) Existe um elo secreto estabelecendo entre esses dois acontecimentos e numerosos outros uma revolução lenta, mas segura e concertada, a única que, rigorosamente, temos experimentado em toda a nossa vida nacional.

c) Processa-se, é certo, sem o grande alarde de algumas convulsões de superfície, que os historiadores exageram freqüentemente em seu zelo, minucioso e fácil, de compendiar as trans-formações exteriores da existência dos povos.

d) Perto dessa revolução, a maioria de nossas agitações do período republicano, como as suas similares das nações da América espanhola, parecem desvios na trajetória da vida política legal do Estado comparáveis a essas antigas “revoluções palacianas”,

e) tão familiares aos conhecedores da história européia. (Sérgio Buarque de Holanda)

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Gabarito 1. C 2. D 3. B 4. D 5. D 6. E 7. D 8. E 9. A 10. A 11. D 12. B 13. E 14. B 15. E 16. C 17. B 18. D 19. D 20. A 21. E 22. A 23. C 24. E 25. E 26. E 27. C 28. B 29. E 30. D 31. B 32. C 33. D 34. B 35. E 36. D 37. A 38. C 39. C 40. E 41. A 42. B 43. C 44. B

E-mail: [email protected]

Site:

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Avaliação: ( voto)

1 2 3 4 5

Comentários: Ler / Escrever

INTERPRETAÇÃO DE

TEXTOS

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:

Informativa e de reconhecimento;

Interpretativa.

A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-central de cada parágrafo.

A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada.

Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.

ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDÉIA CENTRAL

Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.

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Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:

Declaração inicial;

Definição;

Divisão;

Alusão histórica.

Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda.

Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida.

Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.

OS TIPOS DE TEXTO

Basicamente existem três tipos de texto:

Texto narrativo;

Texto descritivo;

Texto dissertativo.

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Cada um desses textos possui características próprias de construção.

DESCRIÇÃO

Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.

O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.

Há duas descrições:

Descrição denotativa

Descrição conotativa.

DESCRIÇÃO DENOTATIVA

Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.

Exemplo:

Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.

No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE.

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DESCRIÇÃO CONOTATIVA

Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.

Exemplo:

João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.

Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.

NARRAÇÃO

Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos.

A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo.

O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:

Quem participa nos acontecimentos? (personagens);

O que acontece? (enredo);

Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).

Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:

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O quê? - Fato narrado;

Quem? – personagem principal e o anti-herói;

Como? – o modo que os fatos aconteceram;

Quando? – o tempo dos acontecimentos;

Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;

Por quê? – a razão, motivo do fato;

Por isso: - a conseqüência dos fatos.

No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens.

Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.

A seguir um exemplo de texto narrativo:

Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.

(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)

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A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.

Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.

Exemplo:

Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:

- Compadre por que tanta tristeza?

Ele me respondeu:

- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.

Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?

Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.

Exemplo:

O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.

O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time.

Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.

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Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.

FORMAS DE DISCURSO

Discurso direto;

Discurso indireto;

Discurso indireto livre.

DISCURSO DIRETO

É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.

Podemos enumerar algumas características do discurso direto:

- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;

- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.

Exemplo:

O juiz disse:

- O réu é inocente.

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DISCURSO INDIRETO

É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.

No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.

Exemplo:

O juiz disse que o réu era inocente.

DISCURSO INDIRETO LIVRE

É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.

Exemplo:

Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).

1 – (UFPR) – Observe a concordância verbal:

1 – Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo?

2 – Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora.

3 – Os Estados Unidos são um país muito rico.

4 – No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado.

a) Somente a frase 1 está errada.

b) Somente a frase 2 está errada.

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c) As frases 2 e 3 estão erradas.

d) As frases 1 e 4 estão erradas.

e) As frases 2 e 4 estão erradas.

Resposta: D

Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós, etc. admitem as seguintes concordâncias: o verbo concorda com o pronome indefinido ou interrogativo, ficando na 3ª pessoa do plural ou concorda com o pronome pessoal. Porém, se o pronome estiver no singular o verbo ficará na 3ª pessoa do singular.

Na indicação de horas o verbo bater concorda com o número de horas, que normalmente é o sujeito. O verbo bater pode ter outra palavra como sujeito, com a qual deve concordar.

2 – (UEPG – PR) - Assinale a alternativa incorreta, segundo a norma gramatical:

a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha.

b) Aqueles casais parecia viverem felizes.

c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo.

d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram.

e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.

Resposta: C

Ocorrem as seguintes concordâncias: a expressão haja vista fica invariável quando equivalente a atente-se; por exemplo.

O verbo haver varia quando equivale a vejam-se.

3 – (UFCE) – Como a frase “fui eu quem fez o casamento”, também estão corretos os períodos abaixo:

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1. Fui eu que fiz o casamento.

2. Foi eu quem fez o casamento.

4. Fui eu que fez o casamento.

8. Foste tu que fizeste o casamento.

16. Foste tu quem fez o casamento.

32. Fostes vós que fez o casamento.

64. Fostes vós quem fez o casamento.

Resposta: 89

Quando o sujeito for o pronome relativo QUEM o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou concorda com o antecedente. Se o sujeito for o pronome relativo QUE o verbo concorda com o antecedente.

4 – (CESGRANRIO) – Há concordância inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas.

b) clima e terra desconhecidos.

c) terras e clima desconhecidas.

d) terras e clima desconhecido.

e) terras e clima desconhecidos.

Resposta: C

O adjetivo posposto a dois ou mais substantivos há duas concordâncias: O adjetivo concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Se os gêneros são diferentes, prevalece o masculino.

5 – (UEPG – PR) – Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da concordância nominal:

a) É necessária paciência.

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b) Não é bonito ofendermos aos outros.

c) É bom bebermos cerveja.

d) Não é permitido presença de estranhos.

e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.

Resposta: A

Há duas concordâncias para as expressões é bom, é necessário, etc.: - fica invariável, portanto no masculino, se o sujeito não vem precedido de artigo ou outro elemento determinante. Se vier precedido de artigo ou elemento determinante concorda com o sujeito.

6 – (CESCEM – SP) – Já ... anos, ... neste local árvores e flores. Hoje, só ... ervas daninhas.

a) fazem/havia/existe

b) fazem/havia/existe

c) fazem/haviam/existem

d) faz/havia/existem

e) faz/havia/existe

Resposta: D

Haver/fazer são verbos impessoais. São empregados apenas na 3ª pessoa do singular. Haver (sentido de existir, ocorrer) e o verbo Fazer (na indicação de tempo). Existir é pessoal e concorda normalmente com o sujeito.

7 – (UFPR) – Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas frases abaixo, são usadas na concordância correta?

- As aulas começam quando ... oito horas.

- Nessa loja ... relógios de parede.

- Ontem ... ótimos programas na televisão.

Page 119: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

a) batem – consertam-se – houve

b) bate – consertam-se – havia

c) bateram – conserta-se – houveram

d) batiam – conserta-se-ão – haverá

e) batem – consertarei – haviam

Resposta: A

Bater empregado com referência às horas concorda com o número de horas. Quando há sujeito, o verbo concorda com ele.

A partícula SE na segunda oração é apassivadora; concorda com o sujeito da oração.

O verbo haver, no sentido de existir, ocorrer, conjuga-se na 3ª pessoa do singular.

8 – (PUCCAMP – SP) – Se a altíssimo corresponde alto, a celebérrimo, libérrimo, crudelíssimo, humílimo, paupérrimo, respectivamente, há de corresponder:

a) célebre, líbero, cruel, úmido, pobre.

b) célebre, livre, cru, úmido, pobre.

c) célebre, livre, cruel, humilde, pau.

d) célebre, livre, cruel, humilde, pobre.

e) célebre, livre, cru, humilde, pobre.

Resposta: D

O superlativo absoluto expressa a qualidade de um ser, no seu grau mais elevado, sem comparação com outro ser. Nesta questão temos exemplos de superlativo absoluto sintético. É formado pelo radical do adjetivo + sufixo.

Page 120: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

9 – (UFV-MG) – Em todos os itens o pronome SE é apassivador, EXCETO:

a) Sabe-se que ele é honesto.

b) Organizou-se, ontem, esta prova.

c) Não se deverá realizar mais a festa.

d) Nada mais se via.

e) Assistiu-se à cerimônia inteira.

Resposta: E

A oração E não pode ser passada para a voz passiva analítica, então, não pode ser pronome apassivador. O “SE” é índice de indeterminação do sujeito. Quem assistiu à cerimônia? Não sabemos quem é o sujeito.

10 – (PUCCAMP-SP) – “Nunca chegará ao fim, por mais depressa que ande”.

A oração destacada é:

a) Subordinada adverbial causal.

b) Subordinada adverbial concessiva.

c) Subordinada adverbial condicional.

d) Subordinada adverbial consecutiva.

e) Subordinada adverbial comparativa.

Resposta: B

A Oração subordinada adverbial concessiva indica uma concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, há uma contradição ou um fato inesperado.

Page 121: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

11 – (UFPR) – Julieta ficou à janela na esperança de que Romeu voltasse.

A oração em destaque é:

a) subordinada substantiva subjetiva.

b) subordinada substantiva completiva nominal.

c) subordinada substantiva predicativa.

d) subordinada adverbial causal.

e) subordinada adjetiva explicativa.

Resposta: B

A oração subordinada substantiva completiva nominal funciona como complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal.

Este é o último tutorial de 2005 e espero que tenha alcançado o meu objetivo, tentar passar um pouco do que a língua portuguesa nos oferece.

Feliz natal e prospero ano novo.

Emmanuel Ferraz

www.soportugues.blogger.com.br

Se você tem dificuldade de responder às questões do teste de

interpretação textual, faça o seguinte na hora da prova:

1. Leia o texto no mínimo duas vezes. Na primeira leitura, atenha-

Page 122: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

se ao conteúdo; na segunda, veja como o texto está articulado,

desenvolvido.

2. Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmente

mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou

falsa oposição. Identifique muito bem essas relações.

3. Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia

mais importante.

4. Leia com muito cuidado os enunciados das questões, sem

pressa, para entender bem a pergunta.

5. Grife palavras como "correto" ou "incorreto", evitando, assim,

uma confusão na hora da resposta.

6. Não dê muito valor ao que o autor quis dizer, mas sim ao que

ele disse, expressou no texto.

7. Identifique os personagens principais e secundários e centre-se

nas características físicas e psicológicas deles.

8. Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com

atenção a introdução e/ou a conclusão.

9. Se o enunciado focar o item argumentação, concentre-se no

desenvolvimento.

10. Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes

pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos

relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto.

EXERCÍCIOS

Os sonhos dos adolescentes Se tivesse que comparar os jovens de hoje com os de dez ou vinte anos atrás, resumiria assim: eles

Page 123: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

sonham pequeno.É curioso, pois, pelo exemplo de pais, parentes e vizinhos,nossos jovens sabem que sua origem não fecha seu destino:sua vida não tem que acontecer necessariamente no lugar onde nasceram, sua profissão não tem que ser a continuação da de seus pais. Pelo acesso a uma proliferação extraordinária de ficções e informações, eles conhecem uma pluralidade inédita de vidas possíveis. Apesar disso, em regra, os adolescentes e os pré adolescentes de hoje têm devaneios sobre seu futuro muito parecidos com a vida da gente: eles sonham com um dia-a-dia que, para nós, adultos, não é sonho algum, mas o resultado (mais ou menos resignado) de compromissos e frustrações. Eles são "razoáveis": seu sonho é um ajuste entre suas aspirações heróico-ecológicas e as "necessidades" concretas (segurança do emprego, plano de saúde e aposentadoria). Alguém dirá: melhor lidar com adolescentes tranqüilos do que com rebeldes sem causa, não é? Pode ser, mas, seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro: estudem para ter uma vida mais próxima de seus sonhos. É bom que a escola não responda apenas à "dura realidade" do mercado de trabalho, mas também (talvez, sobretudo) aos devaneios de seus estudantes; sem isso, qual seria sua promessa? "Estude para se conformar"? Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar. É possível que, por sua própria presença maciça em nossas telas, as ficções tenham perdido sua função essencial e sejam contempladas não como um repertório arrebatador de vidas possíveis, mas como um caleidoscópio para alegrar os olhos, um simples entretenimento. Os heróis percorrem o mundo matando dragões, defendendo causas e encontrando amores solares, mas eles não nos inspiram: eles nos divertem, enquanto, comportadamente, aspiramos a um churrasco no domingo e a uma cerveja com os amigos. É também possível (sem contradizer a hipótese anterior) que os adultos não saibam mais sonhar muito além de seu nariz. Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. Pode ser que, quando eles procuram, nas entrelinhas de nossas falas, as aspirações das quais desistimos, eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida acomodada que, mal ou bem, conseguimos arrumar. Cada época tem os adolescentes que merece. Adaptado de Contardo Calligaris. Folha de S. Paulo, 11/01/07 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS E EXERCÍCIOS 1. O autor considera que falta aos jovens de hoje: (A) um mínimo de discernimento entre o que é real e o que é puro devaneio. (B) uma confiança maior nas promessas de futuro acenadas pelo mercado de trabalho. (C) a inspiração para viver que lhes oferecem os que descartaram as idealizações. (D) a aspiração de perseguir a realização dos sonhos pessoais mais arrojados. (E) a disposição de se tornarem capazes de usufruir a estabilidade profissional.

2. Atente para as seguintes afirmações: I. As múltiplas ficções e informações que circulam no mundo de hoje impedem que os jovens formulem seus projetos levando em conta um parâmetro mais realista.

Page 124: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

II. As escolas deveriam ser mais conseqüentes diante da dura realidade do mercado de trabalho e estimular os jovens a serem mais razoáveis em seus sonhos. III. As ficções que proliferam em nossas telas são assimiladas como divertimento inconseqüente, e não como sinalização inspiradora de uma pluralidade de vidas possíveis. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em: (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) III, apenas. (D) II, apenas. (E) I, apenas. 3. No segundo parágrafo, ao estabelecer uma relação entre os jovens e os adultos de hoje, o autor faz ver que: (A) os sonhos continuam sendo os mesmos, para uns e para outros. (B) os adultos, quando jovens, eram mais conservadores que os jovens de hoje. (C) os jovens esperam muito mais do que os adultos já obtiveram. (D) o patamar de realização de vida atingido pelos adultos tornou-se uma meta para os jovens. (E) a resignação dos adultos constitui a razão de frustração dos jovens.

4. A expressão hipótese anterior, que surge entre parênteses, faz referência à seguinte passagem do texto: (A) É possível que (...) as ficções tenham perdido sua função essencial. (B) Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar. (C) Pode ser que (...) eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida (...) (D) Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. (E) (...) seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro (...).

5. Certa impropriedade que se verifica no uso da expressão nas entrelinhas das nossas falas poderia ser evitada, sem prejuízo para o sentido pretendido, caso o autor a tivesse substituído por: (A) entre os parênteses das nossas conversas. (B) no que não se explicita em nossas palavras. (C) nas assumidas reticências do nosso estilo.

Page 125: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

(D) na falta de ênfase de nossas declarações. (E) no que não se sublinha em nossos discursos.

Gabarito: 001 - D 002 - C 003 - D 004 - A 005 - B

Leia mais: http://www.seuconcurso.com.br/interpretsss/inter06.htm#ixzz25bnrH4W8

Hífen Eliminação do hífen em alguns casos

O hífen não será mais utilizado nos seguintes casos:

1. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente:

extra-escolar extraescolar

aero-espacial aeroespacial

auto-estrada autoestrada

2. Quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes serem duplicadas:

anti-religioso antirreligioso

anti-semita antissemita

contra-regra contrarregra

infra-som infrassom

ATENÇÃO! O hífen será mantido quando o prefixo terminar em r-

Exemplos: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.

Page 126: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

REFORMA

ORTOGRÁFICA: Hífen -

prefixação O caso dos prefixos e falsos prefixos

Márcia Lígia Guidin*

COM PREFIXOS OU FALSOS PREFIXOS

PREFIXOS

OU FALSOS

PREFIXOS REGRAS EXEMPLOS

OBSERVAÇÕES;

SAIBA MAIS

Vogais iguais 1. Usa-se o

hífen quando o

prefixo e o

segundo

elemento

juntam-se

com a mesma

vogal.

anti-ibérico,

auto-organização,

contra-almirante,

infra-axilar,

micro-ondas,

neo-ortodoxo,

sobre-elevação,

anti-inflamatório.

Mas os prefixos co, pro,

pre, re se juntam ao

segundo elemento, ainda

que este inicie pelas

vogais o ou e:

coocupar, coorganizar,

coautor, coirmão,

cooperar,

preenchimento,

preexistir,

preestabelecer,

proeminente, propor

reeducação, reeleição,

reescrita.

Vogais

diferentes 2. Não se usa

o hífen quando

os elementos

se unem com

vogais

diferentes.

autoescola, autoajuda,

autoafirmação,

semiaberto, semiárido,

semiobscuridade,

contraordem,

contraindicação,

extraoficial,

neoexpressionista,

intraocular,

semiaberto, semiárido.

Consoantes

iguais 3. Usa-se o

hífen se a

consoante do

final do

inter-racial,

super-revista,

hiper-raquítico,

sub-brigadeiro.

Page 127: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

prefixo for

igual à do

início do

segundo

elemento.

Se o

segundo

elemento

começa com

s, r.

4. Não há

hífen quando o

segundo

elemento

começa com s

ou r; nesse

caso,

duplicam-se as

consoantes.

antirreligioso,

minissaia,

ultrassecreto,

ultrassom.

Porém, coforme a regra

anterior, com prefixos

hiper, inter, super,

deve-se manter o hífen:

hiper-realista,

inter-racial,

super-racional,

super-resistente.

Se o

segundo

elemento

começa com

h, m, n, ou

com vogais.

5. Usa-se o

hífen: se o

primeiro

elemento,

terminado em

m ou n, unir-

se com as

vogais ou

consoantes h,

m ou n.

circum-murado,

circum-navegação,

pan-hispânico,

pan-africano,

pan-americano.

Ex, sota,

soto, vice 6. Usa-se

hífen com os

prefixos: ex,

sota, soto,

vice.

ex-almirante,

ex-presidente,

sota-piloto,

soto-pôr,

vice-almirante,

vice-rei.

Escreva, porém,

sobrepor.

Pré, pós,

pró 7. Usa-se

hífen com os

prefixos pré,

pós, pró

(tônicos e

acentuados

com

autonomia).

pré-escolar,

pré-nupcial,

pós-graduação,

pós-tônico,

pós-cirúrgico,

pró-reitor,

pró-ativo,

pós-auricular.

Se os prefixos não forem

autônomos, não haverá

hífen: predeterminado,

pressupor, pospor,

propor.

O prefixo

termina em

vogal ou r e

b e o

segundo

elemento se

inicia com h.

8. Usa-se o

hífen quando o

prefixo

termina em r,

b ou vogais e

o segundo

elemento

começa com

h.

anti-herói,

inter-hemisférico,

sub-humano,

anti-hemorrágico,

bio-histórico,

super-homem,

giga-hertz,

poli-hidratação,

geo-história.

A) Mas as grafias

consagradas serão

mantidas: reidratar,

desumano, inábil,

reabituar, reabilitar,

reaver.

B) Se houver perda do

som da vogal final,

prefere-se não usar hífen

e eliminar o h:

cloridrato

(cloro+hidrato),

clorídrico

(cloro+hídrico).

Sufixos de

origem tupi 9. Usa-se o

hífen com

sufixo de

Anajá-mirim,

Ceará-mirim,

capim-açu,

Page 128: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

origem tupi,

quando a

pronúncia

exige distinção

dos

elementos.

andá-açu,

amoré-guaçu.

Este quadro está apoiado nas obras:

BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro,

Nova Fronteira, 2008.

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de

Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.

GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 200

REFORMA

ORTOGRÁFICA: Acentuação gráfica:

Tabela traz regras já de acordo com a nova ortografia

Márcia Lígia Guidin

Tipo de palavra

ou sílaba Quando acentuar Exemplos (como eram) Observações (como ficaram)

Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, sólido,

cômodo

Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia. Observe:

Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia

da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno

(Portugal).

Paroxítonas

Se terminadas em:

R, X, N, L, I, IS, UM,

UNS, US, PS, Ã,

ÃS, ÃO, ÃOS;

ditongo oral,

seguido ou não de S

fácil, táxi, tênis, hífen,

próton, álbum(ns), vírus,

caráter, látex, bíceps, ímã,

órfãs, bênção, órfãos,

árie, árduos, pólen, éden.

Continua tudo igual. Observe: 1) Terminadas em ENS não levam acento:

hifens, polens. 2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se

houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur

(Portugal). 3) Não ponha acento nos prefixo paroxítonos que terminam

em R nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-

herói, semi-internato.

Oxítonas

Se terminadas em:

A, AS, E, ES, O,

OS, EM, ENS

vatapá, igarapé, avô,

avós, refém, parabéns

Continua tudo igual. Observe: 1. terminadas em I, IS, U, US não levam

acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se indiferentemente agudo ou

circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé,

puré (Portugal).

Page 129: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

Monossílabos

tônicos

(são oxítonas

também)

terminados em

A, AS, E, ES, O,OS vá, pás, pé, mês, pó, pôs

Continua tudo igual. Atente para os acentos nos verbos com formas

oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.

Í e Ú em palavras oxítonas

e paroxítonas

Í e Ú levam acento

se estiverem sozinhos

na sílaba (hiato)

saída, saúde, miúdo,

aí, Araújo, Esaú, Luís,

Itaú, baús, Piauí

Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo,

baús, jacuís. 2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh': rainha, tainha,

moinho. 3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais

acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura,

maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nas

oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá

acento: tuiuiú, Piauí, teiú.

Ditongos abertos em

palavras paroxítonas EI, OI idéia, colméia, bóia

Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora:

ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: há casos em que a palavra se

enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner,

Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.

Ditongos abertos

em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S)

papéis, herói, heróis, troféu,

céu, mói (moer)

Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas

com uma ou mais sílabas).

Verbos arguir

e redarguir (agora

sem trema)

arguir e redarguir

usavam

acento agudo em

algumas pessoas

do indicativo, do subjuntivo e

do imperativo afirmativo.

Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o

acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o,

mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.

Verbos terminados

em guar, quar e quir

aguar enxaguar, averiguar,

apaziguar, delinquir, obliquar

usavam acento agudo em

algumas pessoas do

indicativo, do subjuntivo e do

imperativo afirmativo.

Esta regra sofreu alteração. Observe:. Quando o verbo admitir duas

pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas

vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu

delínquo, eles delínquem (í tônico). tu apazíguas as brigas; apazíguem

os grevistas. Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será

acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu

aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).

ôo, ee vôo, zôo, enjôo, vêem Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo,

voo.

Verbos ter e vir

na terceira pessoa

do plural do presente

do indicativo

eles têm, eles vêm Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela

tem sede.

Derivados de ter e vir

(obter, manter, intervir)

na terceira pessoa

do singular leva

acento agudo; na terceira

pessoa do plural do presente

levam circunflexo

ele obtém, detém, mantém;

eles obtêm, detêm, mantêm

Continua tudo igual.

Acento diferencial

Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferença entre

Page 130: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

passado e presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR

(diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então

vamos pôr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe:

1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para-

raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se

possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de

pagamento é parcelada.

Trema (O trema não é acento gráfico.) Desapareceu o trema sobre o U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico. Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano

Márcia Lígia Guidin

Trema – desaparece em todas as palavras

Antes Depois

Freqüente, lingüiça, agüentar Frequente, linguiça, aguentar

* Fica o acento em nomes como Müller

Acentuação 1 – some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte)

Antes Depois

Européia, idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia, estréia, jóia, platéia, paranóia, jibóia, assembléia

Europeia, ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia, estreia, joia, plateia, paranoia, jiboia, assembleia

* Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque têm a última sílaba mais forte)

Acentuação 2 – some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de duas vogais), em palavras paroxítonas

Antes Depois

Baiúca, bocaiúva, feiúra Baiuca, bocaiuva, feiura

* Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí

Acentuação 3 – some o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos)

Antes Depois

Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos

Acentuação 4 – some o acento diferencial

Antes Depois

Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa Para, pela, pelo, polo, pera, coa

Page 131: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

* Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber acento circunflexo

Acentuação 5 – some o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar

Antes Depois

Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe você Averigue, apazigue, ele argui, enxague você

Observação: as demais regras de acentuação permanecem as mesmas

Hífen – veja como ficam as principais regras do hífen com prefixos:

Prefixos Usa hífen Não usa hífen

Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra, macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra...

Quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-imperalista, micro-ondas, mini-hotel

Em todos os demais casos: autorretrato, autossustentável, autoanálise, autocontrole, antirracista, antissocial, antivírus, minidicionário, minissaia, minirreforma, ultrassom

Hiper, inter, super Quando a palavra seguinte começa com h ou com r: super-homem, inter-regional

Em todos os demais casos: hiperinflação, supersônico

Sub Quando a palavra seguinte começa com b, h ou r: sub-base, sub-reino, sub-humano

Em todos os demais casos: subsecretário, subeditor

Vice Sempre:

vice-rei, vice-presidente

Pan, circum Quando a palavra seguinte começa com h, m, n ou vogais: pan-americano, circum-hospitalar

Em todos os demais casos: pansexual, circuncisão

Fonte: professor Sérgio Nogueira

As novas regras ortográficas estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009. De acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até 2012 valem as duas formas de escrever: a antiga e a nova. No Ano Novo começa o chamado “período de transição”. Portugal, que também aprovou o acordo ortográfico, adotará as novas regras até 2014.

O guia acima traz as mudanças que já estão definidas. Ainda há exceções - por exemplo, no uso do hífen - que deverão ser discutidas entre as Academias de Letras dos países que falam a língua portuguesa. Espera-se que a Academia Brasileira de Letras organize um vocabulário até fevereiro de 2009. Vale lembrar que o que muda é a grafia. Ou seja, nada de pronunciar “lin-gui-ça”. A fala continua a mesma, mesmo sem os dois pontinhos em cima do “u”.

Page 132: APOSTILA 2 PORTUGUÊS

FONTE: G1