apostila português - marcelo bernardo

32
ANÁLISE DE TEXTOS 9 1. SÍNTESE OU RESUMO NO TEXTO Selecionando pontos fundamentais É um texto conciso com a seleção e a apresentação, de forma organizada, de pontos fundamentais para a compreensão de um determinado texto. Em geral, a síntese é objetiva, não apresenta uma introdução e não tem um caráter opinativo. Indica os pontos principais do texto sem apresentar dados qualitativos ou quantitativos, informa suficientemente o leitor para que este possa ter uma idéia sobre o texto original de forma global, sem expor exemplos, resultados ou conclusões que não estejam nesse texto. 2. TEXTOS ILUSTRADOS Estudo Interpretativo Entre os vários gêneros textuais presentes nos mais variados concursos públicos, encontram-se ainda aqueles que combinam linguagens verbal e não-verbal: charges, tirinhas, HQs, etc. Para interpretá-los, faz-se necessária uma leitura atenta de todos os elementos lingüísticos presentes na mensagem veiculada, construindo um significado mediante o inter-relacionamento dos signos presentes em toda a composição comunicativa. É IMPORTANTE EXERCITAR... TEXTO - O FUTURO JÁ COMEÇOU De acordo com dados fornecidos pelo MEC, ingressam a cada ano no Brasil, em instituições de ensino superior, cerca de 470 mil pessoas. Elas se matriculam em um dos 5.600 cursos de graduação existentes, sendo que se formam, anualmente, cerca de 54% do total daqueles que ingressaram, isto é, algo em torno de 250 mil alunos. A população brasileira é de aproximadamente 160 milhões de habitantes e, deste total, 30% (ou seja, perto de 50 milhões) têm até 15 anos de idade – quer dizer, no início do ano 2000, uma grande parcela deles estará começando seus estudos universitários. Assim, devemos estar preparados, enquanto país e, especificamente, enquanto sistema de ensino superior, para tentar equacionar, como formulação de política para este nível de ensino, as seguintes indagações: O que ensinar aos jovens? Que espécie de instituições eles irão encontrar? A universidade vai conseguir prepará-los para o mundo do trabalho? Acredito que, em primeiro lugar, é preciso ensinar aos jovens aquele binômio que o economista Cláudio Salm denomina como sendo dado pela ciência e pelo poder. Isso porque o ingressante no mercado de trabalho irá se dirigir, provavelmente, para grandes unidades produtivas ou burocráticas, cuja tônica são as complexas hierarquias, em que ``as relações de poder são difíceis de captar´´ e em que se nota a ``incorporação crescente da ciência no processo produtivo´´. E as leis da ciência e do poder não se aprendem olhando, se aprendem estudando. ``Julgo ser esta´´, acrescenta Cláudio Salm, ``a melhor profissionalização que podemos dar a nossos jovens: transmitir a eles as bases da ciência e das articulações e formação do poder em nossa sociedade´´. (CATANI, A.M. O ensino superior no Brasil: perspectivas. In: Educação em debate. São Paulo: Moderna, 1998, p.138-139.) 95

Upload: thaiscaminha

Post on 27-Jun-2015

2.924 views

Category:

Documents


8 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila Português - Marcelo Bernardo

ANÁLISE DE TEXTOS 9

1. SÍNTESE OU RESUMO NO TEXTO Selecionando pontos fundamentais

É um texto conciso com a seleção e a apresentação, de forma organizada, de pontos fundamentais para a compreensão de um determinado texto. Em geral, a síntese é objetiva, não apresenta uma introdução e não tem um caráter opinativo. Indica os pontos principais do texto sem apresentar dados qualitativos ou quantitativos, informa suficientemente o leitor para que este possa ter uma idéia sobre o texto original de forma global, sem expor exemplos, resultados ou conclusões que não estejam nesse texto.

2. TEXTOS ILUSTRADOS Estudo Interpretativo

Entre os vários gêneros textuais presentes nos mais variados concursos públicos, encontram-se ainda aqueles que combinam linguagens verbal e não-verbal: charges, tirinhas, HQs, etc. Para interpretá-los, faz-se necessária uma leitura atenta de todos os elementos lingüísticos presentes na mensagem veiculada, construindo um significado mediante o inter-relacionamento dos signos presentes em toda a composição comunicativa.

É IMPORTANTE EXERCITAR...

TEXTO - O FUTURO JÁ COMEÇOU

De acordo com dados fornecidos pelo MEC, ingressam a cada ano no Brasil, em instituições de ensino superior, cerca de 470 mil pessoas. Elas se matriculam em um dos 5.600 cursos de graduação existentes, sendo que se formam, anualmente, cerca de 54% do total daqueles que ingressaram, isto é, algo em torno de 250 mil alunos. A população brasileira é de aproximadamente 160 milhões de habitantes e, deste total, 30% (ou seja, perto de 50 milhões) têm até 15 anos de idade – quer dizer, no início do ano 2000, uma grande parcela deles estará começando seus estudos universitários.Assim, devemos estar preparados, enquanto país e, especificamente, enquanto sistema de ensino superior, para tentar equacionar, como formulação de política para este nível de ensino, as seguintes indagações: O que ensinar aos jovens? Que espécie

de instituições eles irão encontrar? A universidade vai conseguir prepará-los para o mundo do trabalho?Acredito que, em primeiro lugar, é preciso ensinar aos jovens aquele binômio que o economista Cláudio Salm denomina como sendo dado pela ciência e pelo poder. Isso porque o ingressante no mercado de trabalho irá se dirigir, provavelmente, para grandes unidades produtivas ou burocráticas, cuja tônica são as complexas hierarquias, em que ``as relações de poder são difíceis de captar´´ e em que se nota a ``incorporação crescente da ciência no processo produtivo´´. E as leis da ciência e do poder não se aprendem olhando, se aprendem estudando. ``Julgo ser esta´´, acrescenta Cláudio Salm, ``a melhor profissionalização que podemos dar a nossos jovens: transmitir a eles as bases da ciência e das articulações e formação do poder em nossa sociedade´´. (CATANI, A.M. O ensino superior no Brasil: perspectivas. In: Educação em debate. São Paulo: Moderna, 1998, p.138-139.)

01. (Covest-PE) As sínteses abaixo são fiéis a idéias apresentadas pelo autor do Texto .1) É necessário capacitar-nos para encontrar uma política de atuação que oriente o ensino superior oferecido à população brasileira. 2) A parcela dos alunos que ingressa na universidade corresponde à outra que conclui os estudos universitários; isto é, o fluxo entre a admissão e a saída de alunos mantém-se estável.3) O ensino superior deve eleger parâmetros de equilíbrio entre teorias que otimizem a produtividade e teorias que otimizem o exercício das relações hierárquicas.4) Chega-se às leis da ciência e às leis do poder pela observação empírica.5) O processo produtivo está associado ao desenvolvimento científico assim como a prática administrativa está associada às relações de poder.

02. (Covest-PE) Considerando a forma como o Texto está organizado, é aceitável afirmar que:1) o autor encontrou apoio em dados de instituições oficiais para introduzir o núcleo temático de seu texto, que se inicia a partir do terceiro parágrafo.2) corroborando sua pretensão de apenas basear-se em dados empíricos, o autor se esquiva de emitir suas próprias opiniões.3) em nenhum segmento do texto, o autor se expressa quanto à obrigatoriedade de alguma recomendação. Pelo menos, não há pista lingüística que indique esse caráter de obrigação.4) para uma tríplice indagação, o autor oferece uma resposta que implica uma duplicidade de elementos. 5) a resposta às indagações do autor especifica cada uma das questões, numa enumeração clara, cujos limites estão indicados no último parágrafo.

95

Page 2: Apostila Português - Marcelo Bernardo

TEXTO - O TRABALHO INFANTO-JUVENIL

A participação da população infanto-juvenil – 10 a 17 anos de idade (PNAD)1 – no mercado de trabalho é conseqüência de um conjunto de fatores. Dentre eles devem ser destacados, como mais relevantes, a necessidade de contribuir para a sobrevivência familiar, dado o alto nível de pobreza existente, e a incapacidade da escola para satisfazer as expectativas e, portanto, reter as crianças das populações mais carentes. Durante a década de 80, os elementos contextuais que determinaram o trabalho infanto-juvenil foram a crise econômica que se abateu sobre o país, a continuidade do processo de urbanização e a variação observada na dinâmica de crescimento da população, com a queda nas taxas de fecundidade.É importante ressaltar que os dados oficiais ainda são subestimados, considerando que não estão aí registradas as informações referentes às crianças com menos de 10 anos de idade. No entanto, é visível, de uma parte, o crescente contingente de crianças nesta faixa etária que desenvolve diferentes atividades nos centros das grandes e médias cidades brasileiras. (...) As crianças de 10 a 14 anos de idade na área urbana eram as que apresentavam menor participação no mercado de trabalho, ao redor de 12% em 1989. Na área rural é onde a incorporação dos filhos ao trabalho, como estratégia de sobrevivência familiar, prevalecia com maior intensidade, afetando mais de um terço das crianças. Com relação à taxa de atividade dos jovens de 15 a 17 anos, verificou-se uma estabilidade no contexto rural durante a década – aproximadamente 60% – , o que não aconteceu no caso da zona urbana, uma vez que, entre 1981 e 1989, a taxa passou de um patamar de 35% para outro de 40%. É razoável supor que essa diferença reflita a transferência de parte dos adolescentes da zona rural para a zona urbana, devido ao uso da tecnologia no campo, com liberação da mão-de-obra, inclusive a jovem, e à maior atividade na área urbana.(Crianças e adolescentes em Pernambuco – saúde, educação e trabalho. Governo de Pernambuco/ UNICEF, agosto 1992, p. 82.)1A PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – levanta informações sobre trabalho a partir dos 10 anos de idade. Portanto, na análise do trabalho desenvolvido subseqüentemente, considera-se infanto-juvenil apenas a população de 10 a 17 anos de idade.

03. (Covest – PE) Os enunciados abaixo sintetizam os parágrafos do Texto.1) 1°§ – Informação sobre trabalhos desenvolvidos por menores.2) 2°§ – Situação do menor na década de 80. 3) 3°§ – Participação de menores de 10 anos no mercado de trabalho. 4) 4°§ – Influência familiar sobre o trabalho de crianças.

5) 5°§ – Efeitos da tecnologia e da maior atividade na área urbana sobre o trabalho dos jovens de 15 a 17 anos.

TEXTO

04. (Covest-PE) A partir da interpretação da charge, pode-se concluir que:1) historicamente, as pessoas mantiveram os padrões de participação no setor do trabalho e, assim, preservaram a igualdade de condições de dele desfrutarem.2) na charge, a dimensão de coletividade do trabalho está implicada no primeiro quadro, graças à flexão pronominal realizada e à reiteração do verbo.3) a variação vocabular expressa no segundo quadro constitui uma das pistas a favor da idéia principal proposta pelo autor.4) em ``No princípio era o verbo´´ e em ``mudou o verbo do princípio´´, apesar da inversão ocorrida, a expressão `o verbo´ desempenha nas duas ocorrências a função sintática de sujeito.5) o autor deixou implícita a circunstância histórica à qual se pode atribuir a causa das mudanças atestadas.

TEXTO

(QUINO. Declaração dos direitos da criança. Toda Mafalfa da primeira à última tira. São Paulo : Martins Fontes, 2000, p. 419)

96

Page 3: Apostila Português - Marcelo Bernardo

05. (Covest – PE) Interpretando a tira da Mafalda, não se pode concluir que:a) para a criança, a tarefa sistemática de estudar e aprender implica trabalho e esforço continuado.b) uma criança é capaz de estabelecer relações lógicas de causa e efeito, como no presente texto. c) o direito à educação é tão consistente que nem pessoas muito especiais poderiam acabar com ele. d) um princípio universal pode conflitar com interesses particulares, subjetivos e imediatos.e) o direito à educação é um direito eventual e relativamente aceito até mesmo pelas crianças.

TEXTO

06. (Covest-PE) O humor provocado pela tira deve-se:a) à exploração do sentido obscuro e polissêmico dealgumas palavras e expressões.b) à ingenuidade teórica e irrelevância pedagógica da questão lingüística levantada pelo menino.c) à inconsistência gramatical da análise sintática relativa à frase construída por Mafalda.d) à confusão entre a análise que se pode fazer sobre a língua e seu uso em contextos de comunicação.e) à impropriedade sintático-semântica do exemplo artificialmente criado pela menina.

TEXTO

Isto É, 17 jun 98, p. 30 – nº 1498

07. (UPE) Assinale a alternativa cujo fragmento de texto é resgatado humorística e ironicamente nesta charge de Aroeira.

a) "10 de março - Afinal houve sempre mudança de gabinete. O conselheiro João Alfredo organizou hoje outro. Daqui a três ou quatro dias irei apresentar as minhas felicitações ao novo ministro dos negócios estrangeiros." [Machado de Assis]b) "Findos os exercícios, partia o Professor Bataillard, e, guardados por dois inspetores, o Silvino e o João Numa ou João Numa e o velho Margal, venerando inválido espanhol querido de todos, ou o Margal e o Conselheiro tínhamos, os alunos, um prazo de recreio até cair a noite." [Raul Pompéia]c) "Diogo era o confidente e o conselheiro do bom e pesado Manuel; este não dava um passo sem consultar o compadre. Formara-se em Coimbra, donde contava maravilhas; um bocadinho rico, e não relaxava o seu passeio a Lisboa, de vez em quando, "para descarregar anos da costa..." explicava ele, a rir." [Aluísio Azevedo]d) "Momentos depois o leão descia a Rua do Ouvidor completamente absorto. Seu lábio distraído ia debulhando, sem o sentir, alguns trechos dos lindos versos do conselheiro José Bonifácio..." [José de Alencar]e) "Deixou crescer a barba e cabelos, veste uma túnica de algodão... (...) Acompanhado de duas professas, vive a rezar terços e ladainha e a pregar e a dar conselhos às multidões, que reúne, onde lhe permitem os párocos...

97

Page 4: Apostila Português - Marcelo Bernardo

TÓPICOS GRAMATICAIS 9

1. SEMÃNTICASignificado Literal e Contextual de Palavras

1.1 DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Sentidos Real e Figurado

CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO Conotação – Sentido figurado, metafórico. Ex.: Ana é uma gata.

Denotação – Sentido real, dicionarizado. Ex.: Répteis são animais vertebrados.

SINONÍMIA E ANTONÍMIA

Sinônimos - Palavras de significados semelhantes. Ex.: Cláudia é muito generosa / bondosa.

Antônimos - Palavras de significados opostos. Ex.: Muitos candidatos foram bem / mal nas provas.

HIPERONÍMIA

Hiperônima é a palavra que possui um sentido mais geral, com relação a outras de sentido mais específico. (contrário = hipônima)Ex: peixe é hiperônimo de sardinha, atum, cação; flor é hiperônimo de rosa, cravo, violeta, margarida; dizer é hiperônimo de murmurar, ironizar, explicar.

Observação: Os hiperônimos têm importância destacada principalmente em definições.

PARONÍMIA

Palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas no som e na escrita.

ALGUNS PARÔNIMOS

1. Absolver (perdoar) Absorver (sorver)2. Descrição (ato de relatar) Discrição (ser discreto)3. Acostumar (contrair hábito) Costumar (ter por hábito)4. Descriminar (inocentar) Discriminar (distinguir)5. Despensa (p/ mantimentos) Dispensa (licença)6. Aprender (instruir-se) Apreender (assimilar)

7. Eminente (célebre) Iminente (próximo) 8. Cavaleiro (h. a cavalo) Cavalheiro (h. educado) 9. Flagrante (evidente) Fragrante (perfumado)10.Deferir(atender) Diferir (ser diferente)11.Infligir (aplicar castigo) Infringir (violar) 12.Ratificar (confirmar) Retificar (corrigir)

HOMONÍMIA

Homógrafos - Mesma grafia, mas sons diferentes. Ex.: O começo da aula foi tranqüilo. (ê - substantivo) Eu começo a entender esse tema. (é - verbo). Homófonos - Possuem o mesmo som, mas grafias diferentes. Ex.: Fomos ao concerto, ontem à noite (música) João André fez um conserto em sua sala. (reparo)

Homônimos Perfeitos - Têm a mesma grafia e o mesmo som.Ex.: Eu cedo os livros para os alunos. (verbo) Rodrigo levantou cedo hoje. (advérbio de tempo)

ALGUNS HOMÔNIMOS

1. Acender (pôr fogo) Ascender (subir)2. Acento (sinal gráfico) Assento (lugar de sentar-se)3. Aço (metal) Asso (verbo)4. Banco (assento) Banco (relac. a finanças)5. Caçar (pegar animais) Cassar (anular)6. Cela (pequeno quarto) Sela (arreio)Sela (verbo)7. Censo (recenseamento)Senso (juízo)

8. Concerto (musical)Conserto (reparo/verbo)9. Coser (costurar)Cozer (cozinhar)10. Ruço (desbotado)Russo (da Rússia)11. Espiar (observar)Expiar (sofrer castigo)12. Sexta (numeral ordinal / redução de sexta- feira)Cesta (recipiente)Sesta (descanso, após o almoço)13. Cerrar (fechar)Serrar (cortar)

CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO

1) Campo lexical - é constituído por palavras que se relacionam entre si, designando referentes que cabem numa área particular da realidade. São palavras que poderiam “conviver”, “coexistir” num mesmo contexto.Ex: cão, galinha, vaca, peru, porco, pato.

2) Campo semântico – diz respeito às diferentes acepções que uma mesma palavra pode assumir em contextos diferentes.Ex: A palavra bom indicando:

um estado de saúde (João não está muito bom hoje);

sanidade mental (Acho que você não está bom da cabeça).

98

Page 5: Apostila Português - Marcelo Bernardo

É IMPORTANTE EXERCITAR...

Seleção de Fragmentos para a questão 1.

Fragmento A

Um termo ou uma palavra, além do seu significado denotativo, pode vir acrescido de outros significados paralelos, pode vir carregado de impressões, valores afetivos, negativos ou positivos. Assim, sobre o signo lingüístico, dotado de um plano de expressão e um plano de conteúdo, pode-se construir outro plano de conteúdo constituído de valores sociais, de impressões ou relações psíquicas que um signo desperta. Esses valores sobrepostos ao signo constituem aquilo que denominamos de sentido conotativo.(...)FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto, São Paulo: Ática, 2000. p. 113-114

Fragmento B

Toda a manhã consumidacomo um sol imóveldiante da folha em branco:princípio do mundo, lua nova.Já não podias desenharsequer uma linha;um nome, sequer uma flordesabrochava no verão da mesa:..................................................................NETO, João Cabral de Melo. Poesias completas, Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 354.

Lidos os Fragmentos A e B observe.I. (...) manhã consumida / sol imóvel [versos 1 - 2]II. (...) folha em branco / princípio do mundo." [v. 3 - 4]III. (...) desenhar (...) uma linha / verão da mesa. [versos 5 - 6 - 7 - 8]

01. (UPE – CFO) Assinale a alternativa relacionada com a conotação em todo o texto.a) As expressões portadoras de conotação são: manhã consumida, folha em branco, sol imóvel.b) As expressões portadoras de conotação são: sol imóvel, sequer uma flor, verão da mesa.c) As expressões portadoras de conotação são: sol imóvel, princípio do mundo, verão da mesa.d) As expressões portadoras de conotação são: folha em branco, verão da mesa, desenhar uma linha.e) As expressões portadoras de conotação são: sol imóvel, princípio do mundo, folha em branco.

TEXTO

O Tribunal Regional registrou momentos importan-tes nos julgamentos dos diversos dissídios coletivos dos canavieiros, já que envolviam os interesses de cerca de 250 mil trabalhadores. Um deles terminou de

madrugada e foi realizado à luz de velas, tendo em vista a falta de energia verificada naquela noite.Na época, o clima de tensão era grande e os ânimos acirrados. Os julgamentos eram realizados sem nenhuma segurança policial ou militar. Outras catego-rias marcaram presença na justiça do trabalho, prolongando as sessões por horas ininterruptas.Internet: <http://www.trt6.gov.br/instit/prhistorico.html>.

02. (Cespe – UnB – TRT) O texto acima manteria o mesmo sentido caso se substituísse1) “registrou” (l.1) por protocolou.2) “dissídios” (l.2) por processos administrativos.3) “tensão” (l.6) por ódio.4) “Outras categorias” (l.8) por Outros grupos profissionais.5 ) “ininterruptas” (ll.9) por com muitas interrupções.

03. (Cespe – UnB – TRT) Ao longo de sua história, o Tribunal do Trabalho registrou momentos decisivos e dramáticos _________________ resolução de conflitos sociais. Exemplo disso foram os julgamentos dos dissídios coletivos dos canavieiros, bancários e comerciários, realizados em 1993. Idem, ibidem.

No texto acima, seria correto preencher a lacuna com a expressão1) no que se refere à. 2) com relação à.3) quanto à. 4) quando a.5) no que diz respeito à.

04. (Cespe – UnB – Chesf) Patrocinar um concurso para estudantes costuma ser bom negócio para a empresa. É uma estratégia eficaz para reforçar a imagem diante do mercado — e dos profissionais que atuarão nele — a um custo baixo. Os gastos se limitam à divulgação e aos prêmios. (...) Para algumas companhias, provocar a criatividade dos estudantes traz ganhos ainda mais práticos.

O trecho acima, correspondente ao segundo parágrafo do texto LP-III, permaneceria correto e manteria o sentido original, caso os termos nele sublinhados fossem substituídos, respectivamente, pora) Bancar, útil, de pouca envergadura, cerceiam e formandos.b) Propiciar, bom, insignificantes, reduzem e acadêmicos.c) Provocar, mercadológico, mínimo, têm pouca importância e profissionais.d) Produzir, favorável, econômica, conformam e formados.e) Promover, eficiente, reduzido, resumem e universitários.

99

Page 6: Apostila Português - Marcelo Bernardo

TEXTO LP- I – questão 5

Direitos humanos

Imaginemos um mundo que respeitasse plena e integralmente a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um mundo onde os seis bilhões de seres humanos que vivem hoje no planeta tivessem consciência desses direitos. Um mundo onde os direitos, sempre atualizados, sempre em progressiva reelaboração, norteassem o cotidiano de pessoas, povos e governos.No limiar do novo século, cabe acrescentar à antiga Declaração uma nova afirmação de propósitos, que poderia ser a seguinte: Queremos construir, desde já, uma sociedade onde as relações sociais sejam de cooperação e não de competição; onde a cultura seja a da solidariedade e não a do individualismo; onde a política, graças à informação democrática, esteja capilarizada e a cidadania seja horizontal; onde, enfim, o processo de socialização progressiva faça recuar a atual hegemonia do privado e do individualismo.Mas não basta essa generosa manifestação. É preciso agir, assumir a palavra, que é vã se não se traduz em obras. O desafio é, no dia-a-dia do trabalho, da escola, da família e da vizinhança, praticar os novos e antigos Direitos Humanos, redescobrindo a dimensão política da nossa existência. Chico Alencar. Direitos mais humanos. Rio de Janeiro: Garamond, 1998, p. 42-3 (com adaptações).

05. (Cespe – UnB – TJPE) Haverá alteração de sentido do texto LP-I caso se substituaa) “limiar” (l.9) por começo.b) “propósitos” (l.10) por intenções.c) “progressiva” (l.17) por moderna.d) “hegemonia” (l.18) por supremacia.e) “a dimensão política” (l.23-4) por o aspecto político.

Texto LP- III – questões de 6 e 7

O servidor público

Elemento essencial à prestação regular dos serviços públicos e à plena atuação estatal, o servidor público deve ser orientado e qualificado ao desempenho das atribuições de seu cargo, respondendo, em caráter regressivo, pelos danos que sua conduta vier infligir à administração. Essa dupla conjugação de responsabi-lidades é perfeitamente caracterizada na Constituiçãoda República: Art. 37, § 6.º – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.Isso mostra a necessidade de ter-se um quadro de pessoal qualificado, remunerado de forma compatível, constantemente treinado e sempre preparado para o

regular e eficiente desempenho de encargos da competência dos poderes públicos. Atenta a tais preocupações e não desejando submeter-se aos efeitos decorrentes da inércia, sempre lesivos aos interesses coletivos, à administra-ção incumbe velar pela regularidade da conduta de seus agentes, fazendo valer as regras disciplinares pertinentes.Airton Rocha Nóbrega. Direito e justiça.In: Correio Braziliense, 19/3/2001 (com adaptações).QUESTÃO 506. (Cespe – UnB – TJPE) Considerando as idéias gerais do texto LP-III, assinale a opção correta.a) Para que o Estado possa prestar regular e plenamente os serviços públicos aos cidadãos, ele conta com um elemento essencial: a Constituição da República.b) As “responsabilidades” (l.6) são atribuídas ao funcionário público e à administração.c) O servidor público não responde no presente por erros por ele cometidos no passado.d) Ao ingressar no serviço público, o servidor deve estar plenamente orientado e qualificado, para que a administração não mais tenha de investir tempo e recursos na sua formação.e) No Brasil, os serviços públicos são prestados somente pelas pessoas jurídicas de direito público.

07. (Cespe – UnB – TJPE) No texto LP-III, haverá alteração de sentido, caso se substituaa) “infligir” (l.5) por infringir.b) “competência” (l.16) por alçada.c) “lesivos” (l.18) por danosos.d) “incumbe” (l.19) por cabe.e) “pertinentes”(l.21) por atinentes.

Texto LP-I – questões de 8 e 9

Tribunal conta mais de meio século

Fundado em 1.º de maio de 1946, somente a partir desta data o TRT passou a integrar o Poder Judiciário.Funcionava anteriormente sob a forma de conselho, vinculado ao Poder Executivo, e os recursos podiam ser julgados pelo ministro do Trabalho. Joaquim Amazonas Filho e Rui do Rego Barros foram presidentes do conselho. Já o Tribunal teve vários presidentes. Hoje, a presidência encontra-se sob a responsabilidade da juíza Ana Maria Schuler Gomes.Desde que foi criado, o Conselho Regional do Trabalho, e posteriormente o Tribunal, possuía jurisdição sobre os estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Com o tempo, cada um desses estados foi se desmembrando da 6.ª Região, a partir da instalação de seus próprios tribunais regionais. No início, o TRT possuía apenas cinco juntas de conciliação e julgamento, sendo duas no Recife e as demais em Maceió, João Pessoa e Natal.

100

Page 7: Apostila Português - Marcelo Bernardo

Ao longo de sua história, o TRT registrou momentos decisivos e dramáticos no que se refere à resolução de conflitos sociais. Exemplo disso foram os julgamentos dos dissídios coletivos dos canavieiros, bancários e comerciários, realizados em 1993. Na época, o clima de tensão era grande e os ânimos acirrados. Os julgamentos eram realizados sem nenhuma segurança policial ou militar.O TRT da 6.ª Região vem-se destacando também na criação de jurisprudência em relação a diversos assuntos, como foi o caso do reconhecimento do direito dos trabalhadores rurais ao salário-família. Do ponto de vista administrativo, o TRT da 6.ª Região sofreu várias modificações nos últimos anos, contando, hoje, com três turmas e 53 varas trabalhistas — atual denominação das juntas de conciliação e julgamento —, sendo vinte na capital. Em 1992, foi instituído o cargo de corregedor, com a atribuição de designar juízes substitutos para as varas, apreciar reclamações correcionais, publicar o Boletim Estatístico, organizar o processo de vitaliciamento dos juízes substitutos, além de responder por correições rotineiras. Antes, todo esse trabalho era executado pelo vice-presidente.Internet: <httm://www.trt6.gov.br/instit/prhistorico.html>.Acesso em 25/4/2002 (com adaptações).QUESTÃO 1

08. (Cespe-UnB – TRT) Com base nas idéias do texto LP-I, julgue os itens abaixo.

1) Até 1.º de maio de 1946, cabia ao ministro do Trabalho julgar os recursos trabalhistas do TRT da 6.ª Região, porque esse tribunal pertencia ao Poder Executivo.

2) O TRT da 6.ª Região tem hoje jurisdição sobre os estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

3) O clima de grande tensão existente em 1993, quando do julgamento dos dissídios dos canavieiros, bancários e comerciários, exigiu a presença da polícia civil e militar no Tribunal.

4) Por criar jurisprudência em relação a determinados assuntos, o TRT da 6.ª Região tem contribuído para o aprimoramento das leis trabalhistas no Brasil.

5) As atuais varas trabalhistas eram anteriormente denominadas juntas de conciliação e julgamento.QUESTÃO 209. (Cespe-UnB – TRT) Julgue os itens a seguir, quanto à possibilidade de se fazer a substituição proposta, sem alteração do sentido do texto LP-I.1) “recursos” (R.4) por auxílios2) “conflitos” (R.20) por lutas3) “clima” (R.22) por ambiente4) “acirrados” (R.23) por exasperados5) “rotineiras” (R.37) por corriqueiras

TEXTO

A Internet é um dos assuntos que afetam o raciocínio de pessoas normalmente sensatas. Prova disso é a questão da incidência de impostos sobre o comércio eletrônico. Alguns dizem ser melhor não taxar a Internet, com a alegação de que ela representa o futuro e não deveria ser estrangulada com impostos. Esse argumento não toca na questão fundamental: por que a Internet não deveria ser taxada, como tudo o mais? A resposta é que ela deveria, sim. Não faz sentido isentar o comércio na Internet de imposto sobre vendas. Trata-se de um subsídio disfarçado, que beneficia um tipo de negócio em detrimento de outro. (Robert J. Samuelson, Exame, 22/03/2000, com adapts)

10. (ESAF – TecRecFed) Assinale a opção que apresenta o sentido em que os vocábulos grifados estão sendo utilizados, respectivamente, no texto.

a) diminuição - sustentação - estimulada - in-formação - favorecimento

b) queda - alusão - neutralizada - apoio - com-petição

c) ocorrência - argumentação - reprimida - auxílio - prejuízo

d) crescimento - articulação - oprimida - dado - comparação

e) atribuição - ligação - sufocada - suporte - oposição

11. (ESAF – TecRecFed) Escolha o conjunto de palavras que pode substituir, na ordem apresentada, as palavras sublinhadas, sem alteração do sentido dos enunciados.

“Ao encetar desta campanha pelos oprimidos, pelos aflitos, ele estava entre vós; no meio dela, à véspera de conjuntura decisiva, uma intervenção imprevista arrebata-o ao areópago da justiça.”

(Rui Barbosa, com adaptações)

 a) princípio; ocorrência; tribunal

b) início; ocasião; ardil

c) desenrolar; situação; jazigo

d) final; negociação; refúgio

e) ensejo; concorrência; arbítrio

Texto LP – questões de 12 a 14

Cada atividade humana tem seus próprios requisitos de qualidade para consumo de água: o abastecimento urbano, a agricultura e a pesca exigem alto padrão de qualidade; o abastecimento industrial e a irrigação necessitam de média qualidade de água; e a geração

101

Page 8: Apostila Português - Marcelo Bernardo

de energia e a navegação podem usar água de baixa qualidade. Quanto aos efeitos das atividades humanas sobre as águas, boa parte é poluidora: o abastecimento urbano e industrial provoca poluição orgânica e bacteriológica, despeja substâncias tóxicas e eleva a temperatura do corpo d’água; a irrigação carreia agrotóxicos e fertilizantes; a navegação lança óleos e combustíveis; o lançamento de esgotos provoca poluição orgânica, física, química e bacteriológica. A geração de energia elétrica, por sua vez, não é poluidora, mas provoca alteração no regime e na qualidade das águas. A construção de grandes represas, com inundação de áreas com vegetação abundante, não apenas compromete bastante a qualidade da água, como pode repercutir no meio ambiente em torno.Zilda Maria Ferrão Borsoi e Solange Domingo AlencarTorres, Política de recursos hídricos no Brasil. Internet:<http://www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev806.pdf>.QUESTÃO 1

12. (Cespe – UnB – TJPE) De acordo com as idéias do texto LP, assinale a opção correta. a) A qualidade da água é imprescindível para qualquer um dos seus diversos usos.b) O uso da água na indústria provoca forte alteração no regime das águas e no clima.c) Os agrotóxicos e fertilizantes que são usados na irrigação da agricultura afetam a qualidade da água, pois são poluentes dos rios e do lençol d’água.d) A geração de energia elétrica em grandes represas não afeta a qualidade da água, já que não polui.e) A temperatura da água não pode ser afetada pela sua poluição.QUESTÃO 2

13. (Cespe – UnB – TJPE) Assinale a opção em que a palavra apresentada em negrito não pode substituir a palavra destacada do texto LP. a) “requisitos” (l.1) / exigênciasb) “padrão” (l.3) / nívelc) “carreia” (l.10) / levad) “geração” (l.13 ) / produçãoe) “compromete” (l.16 ) / melhoraQUESTÃO 3

14. (Cespe – UnB – TJPE) Em relação ao tema água, as palavras-chave do texto LP são a) qualidade e poluição. b) atividade e produção.

c) abastecimento e geração.d) consumo e construção.e) geração e consumo.

15. (UCDB-MT) Identifique a alternativa incorreta.a) absolver = perdoar / absorver = sorverb) coser = costurar / cozer = cozinhar

c) cerrar = fechar / serrar = cortard) cela = arreio / sela = pequeno quartoe) comprimento = extensão / cumprimento = saudação

16. (CEFET-PR) Indique as opções que preenchem corretamente as lacunas. 1) Se a inflação continuar a crescer, a recessão estará na .... de eclodir. 2) Mesmo com toda a vigilância, houve ..... rombos no orçamento.3) A pergunta do aluno foi tão confusa, que acabou ..... por todos.

a) iminência, vultosos, despercebida b) eminência, vultosos, despercebida c) iminência, vultuosos, despercebida d) iminência, vultosos, desapercebida e) eminência, vultuosos, desapercebida

17. (MACK-SP) I. Por falta de ....., pôs tudo a perder, tornando-se participante do .... de drogas, até fugir depois de ter recebido um .... de prisão.II. O .... do prefeito, que foi .... de louco, ..... dois meses.III. O advogado cometeu um erro ...., impedindo a divulgação do ..... da conta bancária do criminoso.IV. A classe dirigente manifestou-se contrária .... ..... de terras ..... imigrantes.V. Após o .... de violino, o guarda ...., em .... , o músico, que passou a ..... as leis do trânsito.

Aponte a alternativa correta:a) I. censo, tráfico, mandatob) II. mandato, tachado, espirou, ac) III. flagrante, extratod) IV. à, cessão, àe) V. concerto, atuou, flagrante, infringir 18. (ESAF/TJ-CE) “No homem, os venenos químicos modificam o DNA – a essência da vida –, atacam o sistema imunológico e geram mutações, provocandocâncer ou feto defeituoso em mulheres grávidas.”(...) Assinale a opção que pode substituir a expressão “geram mutações”, sem tornar o texto incoerente.a) provocam alterações negativasb) bloqueiam novas transformaçõesc) aceleram aperfeiçoamentosd) apressam o crescimentoe) curam atrofias malignas

19. (ESAF/TJ-CE) “Alguns recursos naturais, renováveis ou não, são explorados de forma inescrupulosa e consumidos em ritmo superior à capacidade de renovação da natureza.” (...)

102

Page 9: Apostila Português - Marcelo Bernardo

No texto acima, a expressão “inescrupulosa” pode ser interpretada com o significado dea) ampla e extensivab) veloz e tecnológicac) arcaica e atrasadad) científica e programadae) desonesta e irresponsável

ANÁLISE DE TEXTOS 10

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARESInterpretação de textos

TEXTO - UM ARRISCADO ESPORTE NACIONAL

Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda ''livre'' de seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica. Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas ''novas'' ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos. É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssi-mos, reservados para infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma 'bomba'' na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos - tudo sem saber dos riscos que

corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação.

Dr. Geraldo Medeiros - Veja - 1995

01. (IPAD) Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única afirmação correta é: a) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos; b) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedicam; c) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação; d) condena a pouca seriedade daqueles que conso-mem remédio por conta própria; e) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de manter-se a juventude.

02. (IPAD) Os leigos sempre se medicaram por conta própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO equivale semanticamente a: a) Os leigos, por conta própria, sempre se medicaram; b) Por conta própria os leigos sempre se medicaram; c) Os leigos se medicaram sempre por conta própria; d) Sempre se medicaram os leigos por conta própria; e) Sempre os leigos, por conta própria, se medicaram.

03. (IPAD) O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi: a) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se; b) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêu-tica com a venda ''livre'' de remédios; c) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedicação; d) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da automedicação; e) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas.

04. (IPAD) O item em que o segmento sublinhado tem forma equivalente corretamente indicada é: a) ...já que de médico e louco todos temos um pouco. - uma vez que; b) ...vendas realizadas pelas farmácias... - entre as; c) ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências... - embora; d) ...para que os entusiastas da automedicação... - afim; e) Quem age assim está ensinando bactérias... - mal.

05. (IPAD) Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo semântico das demais é: a) arsenal; d) combater;

103

Page 10: Apostila Português - Marcelo Bernardo

b) armas; e) inveja.c) guerra;

06. (IPAD) Ao indicar as prováveis razões pelas quais os brasileiros se automedicam, o Dr. Geraldo Medeiros utiliza um argumento baseado em opinião e não numa certeza; o segmento que comprova essa afirmação é: a) É comum...(l.25); b) Acredito...(l.19); c) ...por exemplo...(l.25); d) Com isso...(l.36); e) Qualquer que...(l.23).

TEXTO - CIÊNCIA E ESOTERISMO

A astrologia é muito mais popular do que a astronomia. Um número muito maior de pessoas abre um jornal ou uma revista para consultar uma coluna astrológica do que para ler uma coluna sobre astronomia. E a astrologia não está sozinha: numerologia, quiromancia, cartas de tarô, búzios etc. também são extremamente populares.Como físico, não cabe a mim explicar o porquê dessa irresistível atração pelo que obviamente está além do que chamamos fenômenos naturais. Mas posso ao menos oferecer uma conjectura. O fascínio pelo esotérico vem justamente de seu aspecto pessoal, privado: você paga a um profissional com conhecimentos ou "poderes" esotéricos para que ele fale sobre você, sua vida, seus problemas, seu futuro...O problema com o esoterismo é que não temos nenhuma prova concreta, científica, de que certos fenômenos realmente ocorrem. As "provas" que foram oferecidas até o momento – fotos, depoimentos pessoais, sessões demonstrativas e compilações estatísticas de dados – misteriosamente se recusam asobreviver quando testadas no laboratório sob o escrutínio do cientista ou após uma análise quantitativa mais detalhada.Uma das grandes armas da ciência contra o charlatanismo é justamente a possibilidade de repetirmos certos experimentos tantas vezes quantas desejarmos. Os cientistas não precisam "acreditar" nos resultados de outros cientistas; basta repetir o experimento em seu próprio laboratório, sob condições idênticas, e os mesmos resultados devem ser encontrados.Seria realmente fascinante se houvesse uma força desconhecida que pudesse influenciar nosso comportamento (ou pelo menos indicar tendências) a partir de um arranjo cósmico em que nós, como indivíduos, participássemos ativamente, uma espécie de astronomia personalizada.Mas, para mim, mais fascinante ainda é seguir os passos de outros cientistas e dedicar toda uma vida ao estudo dos fenômenos naturais, armado apenas

com inspiração e razão. Ao compreendermos um pouco mais sobre o mundo à nossa volta, estaremos, também, compreendendo um pouco mais sobre nós mesmos e sobre nosso lugar neste vasto e misterioso Universo. (Marcelo Gleiser, Retalhos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999)

07. (FCC/TRE-BA) Observando-se alguns dos recur-sos utilizados na construção do texto, verifica-se quea)) o emprego das aspas em "poderes" justifica-se do mesmo modo que em "provas".b) a falta de marca pessoal na linguagem garante a objetividade da demonstração.c) as expressões “astronomia personalizada” e “basta repetir o experimento” são manifestações da ironia do autor.d) o emprego das aspas em "acreditar" deve-se à ênfase atribuída a uma ação afirmativa dos cientistas.e) o emprego da palavra “inspiração”, no final do texto, revela que o autor reviu e retificou sua posição contrária ao esoterismo.

08. (FCC/TRE-BA) Na argumentação que desenvolve em seu texto, o autor se vale dos seguintes procedimentos:I. Não aceita a suposta popularização das crenças de natureza esotérica, considerando-a uma manipulação dos charlatões que têm interesse em propagar seus falsos poderes.

II. Afirma que os fenômenos esotéricos não são comprovados quando submetidos a testes rigorosa-mente científicos ou a análises largas e detalhadas.

III. Admite que a ciência é menos atraente que as práticas esotéricas, já que ela não se propõe a desvendar as grandes incógnitas do nosso Universo.

IV. Conclui que a ciência também tem seus encantos, embora aceite que os que a praticam não costumam se valer dos conhecimentos já conquistados dentro da tradição científica.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma ema) I. d) I e II.b) II. e) III e IV.c) III.

TEXTO

Atenção: As questões de números 09 a 11 referem-se ao texto que segue.

A idéia de que o povo é bom e que deve, por conseguinte, ser o titular da soberania política, provém, sem dúvida, de Rousseau. Mas o pensamento do grande filósofo sobre esse ponto era

104

Page 11: Apostila Português - Marcelo Bernardo

muito mais complexo e profundo do que podem supor alguns de seus ingênuos seguidores.Do fato de que o homem é sempre bom, e que a sociedade o corrompe, não se seguia logicamente, no pensamento de Rousseau, a conclusão de que as deliberações do povo fossem sempre boas. “Cada um procura o seu bem, mas nem sempre o enxerga. O povo nunca é corrompido, mas é freqüentemente enganado, e é então que ele parece querer o mal” – advertia o filósofo.É aí que se insere a sua famosa distinção entre vontade geral e vontade de todos. Aquela “só diz respeito ao interesse comum; a outra, ao interesse privado, sendo apenas a soma de vontades particulares”. Para Rousseau, nada garantiria que a vontade geral predominasse sempre sobre as vontades particulares. Ao contrário, ele tinha mesmo da vida em sociedade uma visão essencialmente pessimista. Sustentava que os povos são virtuosos apenas na sua infância e juventude.Depois, corrompem-se irremediavelmente. Não há, pois, maior contra-senso interpretativo do que afirmar que o princípio da soberania absoluta do povo tem origem em Rousseau. Na verdade, ele, que sempre foi um moralista, preocupado antes de tudo com a reforma dos costumes, descria completamente de qualquer remédio jurídico para os males da humanidade. (Fábio Konder Comparato)

09. (FCC/TRE-CE) Considerando-se o contexto, o sentido de uma expressão do texto está corretamente traduzido em:a)) diz respeito ao interesse comum = relaciona-se com a vontade geral.b) ingênuos seguidores = adeptos mais radicais.c) é aí que se insere a sua famosa distinção = é aí que se contesta sua célebre equação.d) visão essencialmente pessimista = perspectiva extremamente ambígua.e) corrompem-se irremediavelmente = praticam a corrupção sem remorso.

10. (FCC/TRE-CE) De acordo com o texto, Rousseau acreditava quea) os princípios da soberania popular aperfeiçoam-se cada vez mais com o desenvolvimento histórico dos povos.b) as decisões populares baseiam-se sempre em bons princípios, visto que os homens são bons por natureza.c)) as deliberações do povo não são necessariamente boas, pois o povo pode vir a ser enganado.d) a vontade popular é soberana, pois, mesmo quando parece querer o mal, o povo delibera acertadamente.e) o povo não pode ser o titular da soberania política porque é facilmente levado a corromper-se.

11. (FCC/TRE-CE) Rousseau considera que há uma vontade geral e uma vontade de todos,a) dando assim expressão a um grande contra-senso interpretativo, que enfraquece sua tese.b) sendo esta a razão para que afirme e defenda o princípio da soberania absoluta do povo.c) razão pela qual seus seguidores mais ingênuos acham seu pensamento demasiadamente complexo.d)) distinguindo assim entre os interesses comuns e a soma de interesses particulares.e) fazendo-nos crer que uma equivale à outra, ainda quando aparentemente se oponham.

TEXTO

A LIBERDADEA liberdade como problema

a torneira seca (mas pior: a falta de sede)

a luz apagada (mas pior: o gosto do escuro)

a porta fechada (mas pior: a chave por dentro)

1. Este poema de José Paulo Paes nos fala, de forma extremamente concentrada e precisa, do núcleo da liberdade e de sua ausência. O poeta lança um contraponto entre uma situação externa experimen-tada como um dado ou como um fato (a torneira seca, a luz apagada, a porta fechada) e a inércia resignada no interior do sujeito (a falta de sede, o gosto do escuro, a chave por dentro). O contraponto é feito pela expressão "mas pior". Que significa ela? Que diante da adversidade, renunciamos a enfrentá-Ia, fazemo-nos cúmplices dela e é isso o pior. Pior é a renúncia à liberdade. Secura, escuridão e prisão deixam de estar fora de nós, para se tornarem nós mesmos, com nossa falta de sede, nosso gosto do escuro e nossa falta de vontade de girar a chave.

2. Um outro poema também oferece o contraponto entre nós e o mundo:

Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.

3. Neste poema, Carlos Drummond de Andrade, como José Paulo Paes, confronta-nos com a realidade exterior: o "vasto mundo" do qual somos uma pequena parcela e no qual estamos mergulhados. Todavia, os dois poemas diferem, pois, em vez da inércia resignada, estamos agora diante da afirmação de que

105

Page 12: Apostila Português - Marcelo Bernardo

nosso ser é mais vasto do que o mundo: pelo nosso coração - sentimentos e imaginação - somos maiores do que o mundo, criamos outros mundos possíveis, inventamos outra realidade. Abrimos a torneira, acendemos a luz e giramos a chave.

4. Embora diferentes, os dois poemas apontam para o grande tema da ética, desde que esta se tornou questão filosófica: o que está e o que não está em nosso poder? Até onde se estende o poder de nossa vontade, de nosso desejo, de nossa consciência? Em outras palavras: até onde alcança o poder de nossa liberdade? Podemos mais do que o mundo - ou este pode mais do que nossa liberdade? O que está inteiramente em nosso poder e o que depende inteiramente de causas e forças exteriores que agem sobre nós? Por que o pior é a falta de sede e não a torneira seca, o gosto do escuro e não a luz apagada, a chave imobilizada e não a porta fechada? O que depende do "vasto mundo" e o que depende de nosso "mais vasto coração"?(Marilena Chauí : Convite à Filosofia, São Paulo : Ática, p. 357. Fragmento)

12. (Covest-PE) A pretensão maior da autora, no desenvolvimento do texto, é questionar:a) a liberdade de que gozam os poetas, quando expressam a repercussão de situações externas no interior do sujeito.b) a forma como a realidade exterior restringe a liberdade de uma pequena parcela da população, mergulhada nos mistérios deste ‘vasto mundo’.c) a profundidade de nossos sentimentos e de nossa imaginação na compreensão dos problemas que nos deixam inertes e resignados.d) até que ponto somos senhores de nosso destino e podemos controlar, nós mesmos, nossos projetos de vida.e) a consistência dos princípios éticos que se aplicam aos temas da literatura poética e das doutrinas filosóficas.

13. (Covest-PE) Analisando as estratégias da autora na composição do texto, podemos afirmar que:a) já no primeiro parágrafo, o autor sintetiza a idéia geral do texto e antecipa elementos da conclusão.b) o segundo e terceiro parágrafos dão continuidade à temática do primeiro, mantendo, inclusive, o mesmo foco de percepção da questão em análise.c) as diferentes perspectivas dos poemas citados no texto serviram de base para se abordar a natureza complexa do problema proposto.d) o autor optou pela estratégia das afirmações taxativas, em todos os parágrafos, prescindindo da capacidade de reflexão do leitor.

e) o último parágrafo se restringe à retomada do primeiro poema, articulando, assim, o início com o final do texto.

14. (COVEST-PE) “Embora diferentes, os dois poemas apontam para o grande tema da ética, desde que esta se tornou questão filosófica”.Nesse trecho, as relações sintático-semânticas expressas pelos conectivos sublinhados repetem-se em:a) Ainda que este pareça um país rico e livre, não o podemos assim considerar, pois a maior parte de seu povo é pobre.b) Mesmo que me neguem o direito de expressão, perguntarei muitas vezes pela liberdade, como nunca ninguém o fez. c) As mulheres, apesar de conseguirem conquistas libertadoras, assim que se viram presas à dupla jornada, se sentiram frustradas.d) Se bem que tenhamos perdido de vista a liberdade, não desistimos de nossos ideais, já que eles fazem parte de nós.e) Quando estudante, ele se dizia anarquista, desde que não lhe oferecessem emprego e estabilidade.

TEXTO

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que há uma diferença bastante significativa entre responsabilidade social e ação social. Enquanto o primeiro compreende uma série de itens nos quais a empresa deve ter comprometimento ético, com fornecedores, acionistas, empregados e o meio ambiente, por exemplo, o segundo se dá exclusivamente na relação da empresa com a comunidade. Entender essas definições é de fundamental importância para as empresas que já desenvolveram, vêm desenvolvendo ou querem desenvolver alguma atividade na área social. (...)Há várias explicações para esse processo de conversão de pensamento das empresas. A mais difundida delas é justamente a mais simples e também a mais lógica: com a redemocratização, as relações tomaram-se mais transparentes. E, na era das comunicações, com a sociedade tomando conhecimento de movimentos como Ação pela Cidadania Contra a Fome e a Miséria, de eventos como a Rio 92 e com o crescimento de ONGs, ao redor do Brasil, nasceu uma cobrança de postura. Cobrança essa que é de todos e recai na área social, pela percepção dos problemas, como pobreza, fome, violência. Logo, ficaria difícil criar “ilhas de prosperidade” no meio dos problemas. (Jornal do Commercio: 21/07/2002. Fragmento)

15. (Covest-PE) A análise global do texto nos leva a identificar como ponto central a idéia de que:

106

Page 13: Apostila Português - Marcelo Bernardo

a) as empresas mantêm compromissos éticos com todos aqueles que estão envolvidos em seus programas de funcionamento.b) o interesse das empresas pela elevação de sua responsabilidade social é devido ao processo de redemocratização das relações sociais.c) a evolução dos meios de comunicação resultou no crescimento de ONGs e de movimentos sociais de combate à miséria e à violência.d) a percepção dos problemas sociais dificulta a ação das empresas na tentativa de criar e sedimentar os núcleos de prosperidade.e) segundo o conceito de ação social, não seria fácil o êxito na busca pela prosperidade, em meio à indiferença aos problemas sociais.

16. (Covest-PE) Analise os trechos abaixo, obser-vando se apresentam relação de causa e conseqüência.1) “Há várias explicações para esse processo de conversão de pensamento das empresas”.2) “com a redemocratização, as relações tornaram-se mais transparentes.”3) “com a sociedade tomando conhecimento de movimentos (...), nasceu uma cobrança de postura.”4) “Cobrança essa que é de todos e recai na área social”.

Estão corretas apenas:a) 1, 2 e 4 d) 1 e 2b) 2 e 3 e) 3c) 2, 3 e 4

TEXTO

17. (Covest-PE) Uma análise do material lingüístico e da imagem do texto nos leva a admitir que:

1) de certa forma, o texto retoma o tema geral dos textos anteriores: a procura da superação dos problemas que afligem o Brasil.

2) a parte desenhada recupera, sem alterações, elementos de outros códigos para além do código lingüístico.

3) o texto explora a proximidade morfológica dos dois verbos, que aparecem na forma infinitiva; o prefixo ‘des’, apesar de significar oposição, também aproxima semanticamente os dois verbos.

4) a relação estabelecida pelo verbo ‘ser’, entre os verbos ‘amar’ e ‘desarmar’, é uma relação de equivalência, tanto assim que a ordem dos termos poderia ser invertida.

5) a figura central do texto explora os elementos principais da mensagem: o amor, a violência e o caráter proibitivo das armas.

Estão corretas:a) 1, 2, 3, 4 e 5b) 1, 2, 3 e 5 apenasc) 2, 3 e 4 apenasd) 1, 2, 4 e 5 apenase) 1, 3, 4 e 5 apenas

Leia o TEXTO abaixo para responder à questão 18.

A moral e a ética não são fatos ou institutosjurídicos. Direito é uma coisa, moral é outra.Todo ser humano informado sabe disso. Ocomportamento das pessoas em grupo, tor-

5 nando suas ações conhecidas e avaliadas,segundo critérios éticos do mesmo grupoquanto ao caráter, às condutas ou às inten-coes manifestadas e assim por diante, sórepercutem no direito se extrapolarem os

10 limites deste. A manifestação ofensiva a res-peito de outrem confunde os dois elementosno plano individual.

(Walter Ceneviva, Moralidade como Fato Jurídico, comadaptações)

18. (ESAF/AFRF) De acordo com as idéias do texto, analise os itens abaixo para, a seguir, assinalar a opção correta.I. Os dois primeiros períodos sintáticos constituem uma síntese da argumentação desenvolvida no texto.

II. Infere-se do texto que o caráter, a conduta e as intenções das pessoas não devem ser avaliados quanto à moralidade pelo seu grupo ético.

III. Conclui-se do texto que moral, ética e direito não revelam influências mútuas se considerados como fatos ou institutos diversos.

a) Apenas I está correto.b) Apenas II está correto.c) Apenas III está correto.d) Todos os itens estão corretos.e) Nenhum item está correto.

107

Page 14: Apostila Português - Marcelo Bernardo

Leia o TEXTO para responder à questão 19.

A revolução da informação, o fim da GuerraFria – com a decorrente hegemonia de umasuperpotência única – e a internacionalizaçãoda economia impuseram um novo equilíbrio

5 de forças nas relações humanas e sociaisque parece jogar por terra as antigas aspira-coes de solidariedade e justiça distributivaentre os homens, tão presentes nos sonhos,utopias e projetos políticos nos últimos dois

10 séculos. Ao contrário: o novo modelo – cujaarrogância chegou ao extremo de considerar-seo ponto final, senão culminante, da história– promove uma brutal concentração de rendaem âmbito mundial, multiplicando a desigual-

15 dade e banalizando de maneira assustadoraa perversão social.

(Ari Roitman, O desafio ético, com adaptações)

19. (ESAF/AFRF) Nos itens abaixo, trechos do texto foram reescritos. Assinale a opção em que as idéias, ou a argumentação, do texto não foram respeitadas.a) Parece que destruir antigas aspirações de solidariedade e justiça distributiva é fruto da arrogância a que chegou o ponto final da história nos últimos dois séculos: os homens presentes na nova utopia têm diferentes projetos políticos. b) Um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais surgiu a partir de três fatores: a revolução da informação, o fim da guerra fria e a internacionaliza-ção da economia.c) Como conseqüência do fim da guerra fria houve hegemonia de uma superpotência única e um novo equilíbrio de forças – também ligado a outros fatores – nas relações humanas e sociais.d) Nos últimos dois séculos, estiveram presentes nos sonhos, utopias e projetos políticos antigas aspirações de solidariedade e justiça que parecem estar em risco com o surgimento de um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais.e) Uma brutal concentração de renda em âmbito mundial vem com um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e sociais; têm-se, conseqüente-mente, uma banalização da perversão social com a multiplicação da desigualdade.

20. (ESAF/SEFA-PA) Assinale a opção que não representa ilustração confirmatória da tese do TEXTO.

Brasileiros e latino-americanos fazemos constante-mente a experiência do caráter postiço, inautêntico, imitado da ida cultural que levamos. Essa experiência tem sido um dado formador de nossa reflexão crítica desde os tempos da Independência. Ela pode ser e foi interpretada de muitas maneiras, por românticos, naturalistas, modernistas, esquerda, direita, cosmopo-litas, nacionalistas etc., o que faz supor que corresponda a um problema durável e de fundo. Antes de arriscar uma explicação a mais, digamos portanto que o mencionado mal-estar é um fato. As suas manifestações cotidianas vão do inofensivo ao horripilante. (SCHWARZ, Roberto, Cultura e política, p. 108)

a) Papai Noel enfrentando a canícula em roupa de esquimó configura uma inadequação cultural.b) Da ótica de um tradicionalista, a guitarra elétrica no país do samba é um despropósito.c) Entre os representantes do regime de 64, era comum dizer que o povo brasileiro é despreparado e que democracia aqui não passava de uma impropriedade.d) Os brasileiros souberam associar o clima tropical a um inusitado estilo de vida, em que se conjugam pouca roupa, muita sensualidade e alegria.e) No século XIX comentava-se o abismo entre a fachada liberal do Império, calçada no parlamentaris-mo inglês, e o regime de trabalho efetivo, que era escravo.

TEXTO - A MISÉRIA É DE TODOS NÓS

Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças em idade escolar freqüentando aulas atualmente do que em qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cidades, com aterrorizante freqüência, ela atravessa o fosso social profundo e se

108

Page 15: Apostila Português - Marcelo Bernardo

manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada simples.Veja, ed. 1735

21. (IPAD) O título dado ao texto se justifica porque: a) a miséria abrange grande parte de nossa população; b) a miséria é culpa da classe dominante; c) todos os governantes colaboraram para a miséria comum; d) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; e) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. 22. (IPAD) A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da colonização?'': a) tem sua resposta dada no último parágrafo; b) representa o tema central de todo o texto; c) é só uma motivação para a leitura do texto; d) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; e) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.

23. (IPAD) Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil que ela: a) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em outras áreas; b) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes cidades; c) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam para a classe dominante; d) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a de outros indicadores sociais; e) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas décadas.

24. (IPAD) O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é: a) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros indicadores sociais melhoraram; b) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se mantém onipresente; c) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos incompetentes; d) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas, a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo; e) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da miséria que leva à criminalidade.

25. (IPAD) As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na quantidade, exceto: a) freqüência escolar; b) liderança diplomática; c) mortalidade infantil;

d) analfabetismo; e) desempenho econômico.

26. (IPAD) ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: a) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança na América Latina; b) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; c) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no cenário exterior; d) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficientemente forte para tornar-se líder; e) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.

27. (IPAD) Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: a) apareça algumas vezes nas grandes cidades; b) se manifeste de formas distintas; c) esteja escondida dos olhos de alguns; d) seja combatida pelas autoridades; e) se torne mais disseminada e cruel.

28. (IPAD) ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma empreitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma INCORRETA é: a) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; b) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; c) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; d) não é um problema universal = é um problema particular; e) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.

TEXTO

O globalismo é uma configuração histórico-social abrangente, convivendo com as mais diversas formas sociais de vida e trabalho, mas também assinalando condições e possibilidades, impasses e perspectivas, dilemas e horizontes. __________ no âmbito do globalismo emergem ou ressurgem localismos, provincianismos, nacionalismos, regionalismos, colonialismos, imperialismos, etnicismos, racismos e fundamentalismos; __________ se reavivam os debates, as pesquisas e as aflições sobre a identidade e a diversidade, a integração e a fragmentação. Mas o que se desenvolve e predomina, recobrindo e im-pregnando as mais diferentes situações, é o glo-balismo. A despeito de tudo o que preexiste e subsiste, em todas as suas peculiaridades, gene-ralizam-se as relações, os processos e as estruturas que constituem o globalismo. (A Era do Globalismo, Octávio Ianni)

109

Page 16: Apostila Português - Marcelo Bernardo

29. (ESAF/TecRecFed) Assinale a opção que

preenche corretamente as lacunas, assegurando a coerência da informação.

a) A fim de que / desde que

b) Tanto é assim que / assim como

c) Contanto que / ainda que

d) Contudo / mas não

e) Por pouco que / sempre que

TEXTO

Observe: “Entretanto, outro obstáculo nos conteve: as moças eram somente três, isto é, um número igual ao de rapazes. Faltava uma para mim e eu não aceitava fazer parte da turma desacompanhado.”(Murilo Rubião, em “O Pirotécnico Zacarias”)

30. (Covest-PE) Assinale verdadeiro ou falso. De acordo com o fragmento:

V F o narrador fala do ambiente e dos personagens que o rodeiam;

V F o narrador se faz em terceira pessoa, isto é, os fatos são contados através de um personagem da história;

V F o narrador, nesta passagem, além de narrar os fatos, é o personagem da própria história;

V F o “personagem-narrador” atua claramente, desempenhando as duas funções, dentro da narrativa;

V F o escritor escolheu um personagem para relatar o mundo ficcional em questão.

TEXTO - DÍVIDA PÚBLICA CRESCE R$101,9 BILHÕES

A alta dos juros e a desvalorização do real em relação ao dólar já elevaram a dívida líquida do setor público de 50,2% do PIB (Produto Interno Bruto) para 51,9% , um aumento de R$29,796 bilhões entre março e maio deste ano. Neste mês, a dívida deve superar os 53% do PIB, percentual elevado para o Brasil, que chegou a prometer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a estabilização em 46,5% do PIB. Para evitar o crescimento explosivo da dívida, devido à farta oferta de títulos atrelados ao câmbio para deter a alta do dólar, o governo será obrigado a fazer um novo aperto fiscal. ''Se a dívida crescer muito, o país terá que gerar ganhos fiscais para pagá-la'', afirma Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central. De qualquer forma, a dívida vai crescer. Mas se ela se estabilizar em torno de 54% do PIB não haverá

grandes problemas, afirma o consultor Raul Veloso, especialista no assunto. A dificuldade, segundo ele, será estancar a tendência do crescimento. Isso exigirá ''um sacrifício maior'' da sociedade para que o governo possa aumentar o superávit primário, o que significa aumentar a arrecadação de impostos e reduzir as despesas.Gilson Luiz Euzébio - Jornal do Brasil, 15 / 07/ 01

31. (IPAD) ''...o governo será obrigado a fazer um novo aperto fiscal.'' ; isto significa que o governo será obrigado a: a) modificar alguns impostos; b) intensificar a fiscalização; c) combater a sonegação; d) arrecadar mais com impostos; e) reduzir a devolução de impostos.

32. (IPAD) O título do texto (a manchete do jornal) destaca: a) o aspecto mais favorável ao governo; b) o fator de maior apelo afetivo; c) o elemento mais inesperado do processo; d) o sucesso maior do plano econômico; e) o item de maior interesse público.

33. (IPAD) Como texto informativo que é, o texto lido: a) pretende divulgar algo que é do interesse exclusivo do informante; b) apóia suas informações em dados objetivos e em depoimentos de autoridades; c) tenta criar suspense e expectativa nervosa nos leitores; d) tem a intenção de ser claro em assunto que é do domínio comum; e) é de interesse momentâneo e só pertinente à área econômica.

34. (IPAD) O interesse do leitor comum ao ler o texto acima no jornal é: a) ilustração cultural; b) informação privilegiada; c) atualização de conhecimentos; d) curiosidade mórbida; e) atração pelo pitoresco.

35. (IPAD) Só NÃO pode estar entre os interesses do jornal ao publicar a informação contida no texto lido: a) criar confiabilidade do leitor em relação ao jornal; b) mostrar a situação difícil em que se encontram as finanças nacionais; c) combater politicamente o governo atual; d) criticar implicitamente a política econômica do governo; e) demonstrar a ineficiência do setor público em comparação com o privado.

110

Page 17: Apostila Português - Marcelo Bernardo

36. (IPAD) Ao indicar a tradução da sigla PIB entre parênteses, o autor do texto mostra que: a) entende pouco do setor econômico no nível internacional; b) escreve de forma específica para economistas; c) pretende ser entendido pelo grande público; d) a sigla é de criação recente e pouco conhecida; e) tem a intenção clara de mostrar a influência do FMI em nossa economia.

37. (IPAD) Segundo o primeiro parágrafo do texto: a) o FMI deve tomar medidas punitivas em relação ao Brasil; b) o Brasil vai mal economicamente por não seguir as normas do FMI; c) o PIB aumentou progressivamente de 1999 a 2001; d) a alta de juros e a desvalorização do real aumentaram o PIB; e) o aumento da dívida pública é visto por maior percentual do PIB.

38. (IPAD) Segmento do texto que NÃO traz, explícita ou implícita, uma ameaça à população é: a) ''...o governo será obrigado a fazer um novo aperto fiscal.''; b) ''Se a dívida crescer muito, o país terá que gerar ganhos fiscais para pagá-la''; c) ''De qualquer forma, a dívida vai crescer.''; d) ''...para que o governo possa aumentar o superávit primário,...''; e) ''Mas se ela se estabilizar em torno de 54% do PIB não haverá grandes problemas.''

39. (IPAD) O latinismo superávit significa: a) o lucro obtido com a venda de produtos; b) o aumento da arrecadação de impostos; c) a diferença favorável entre arrecadação e despesas; d) a redução das despesas; e) a diferença entre a alta dos juros e a desva-lorização do real.

40. (IPAD) ''De qualquer forma a dívida vai crescer. Mas se ela se estabilizar em torno de 54% do PIB não haverá grandes problemas.'' ; esta afirmação do consultor Raul Veloso, reescrita de forma a manter-se o sentido original é: a) A dívida vai crescer inevitavelmente, independente de estabilizar-se em torno de 54% do PIB, o que não trará grandes problemas; b) Não haverá grandes problemas se a dívida se estabilizar em torno de 54% do PIB, mas, inevitavelmente, a dívida vai crescer; c) Se a dívida crescer até 54% do PIB não haverá grandes problemas, mas seu crescimento é inevitável; d) Se a dívida vai crescer ininterruptamente, não haverá grandes problemas se houver estabilização dos débitos em torno de 54% do PIB;

e) De qualquer forma a dívida vai crescer embora a estabilização em torno de 54% do PIB traga grandes problemas.

TEXTO Língua é objeto de investigação científica

A cada dia os estudantes têm demonstrado mais curiosidade pelo campo de estudo da lingüística. O interesse vem revelar tanto o desconhecimento dessa área do saber como o seu crescente prestígio, que já a faz sair de relativa obscuridade.A lingüística lança sobre o idioma, seu objeto de estudo, o olhar da ciência, com seu método investigativo de observação dos fenômenos e total ausência de preconceito, condições preliminares para a busca do conhecimento.Essa isenção, aliada à disposição de descobrir o real funcionamento das línguas e os fatores intralingüísticos e extralingüísticos que o regem, faz que a lingüística não trabalhe com os conceitos de “certo” e “errado”. Elabora uma gramática descritiva em lugar de uma gramática prescritiva.Por ser uma ciência, a lingüística não é sensível às preocupações com o suposto risco de “decadência“ doidioma, visto que, por sua natureza, a língua só assimila as transformações que lhe são úteis e necessárias. Assim, a defesa intransigente da norma culta - o padrão dos estratos mais bem-sucedidos na sociedade - entendida como o único modelo de correção, pode levar ao reforço de certos preconceitos associados a usos lingüísticos próprios de camadas economicamente desfavorecidas.A linguagem espontânea é igualmente alvo do interesse da lingüística, pois ela representa a língua viva, em ação. Já a norma tida como culta é preservada graças a uma atitude disciplinadora que se apóia em certos cânones.Afiança-se na tradição, explicação última para a escolha de uma forma em detrimento de outra. Mas a própria literatura - fornecedora dos modelos de realização lingüística - incorporou definitivamente elementos da linguagem oral.Diante disso, o estudo das possibilidades oferecidas pela norma culta conserva sua importância em virtude de a expressão, sobretudo, de conteúdos complexos e racionais, servir-se das estruturas que a história e a cultura nos põem à disposição. Não se trata de abandonar o passado – como se fosse possível renegar a história - tampouco de substituir uma construção por outra como mera afirmação de um saber como valor em si. Trata-se antes de acrescentar à capacidade lingüística alternativas de expressão não-intuitivas ou menos espontâneas e mais sutis, mantendo um constante diálogo com a história. A lingüística contribui, assim, para uma compreensão dofenômeno lingüístico como parte indissociável da cultura.(Thaís Nicoleti de Camargo. Folha de São Paulo. 22.08.2002).

111

Page 18: Apostila Português - Marcelo Bernardo

41. (Covest-PE) Conforme o texto, “a lingüística elabora uma gramática descritiva em lugar de uma gramática prescritiva”. Essa idéia é apresentada, com outras palavras, em uma das alternativas abaixo. Assinale-a.a) A lingüística objetiva investigar os fenômenos lingüísticos e descobrir o seu funcionamento, não se preocupando com as noções de ‘certo’ e de ‘errado’.b) A lingüística é uma ciência e, como tal, objetiva orientar a elaboração das gramáticas prescritivas, para que os falantes dominem as normas que regem sua língua.c) A preocupação precípua da lingüística é a de manter a tradição da língua, para preservação dos modelos fornecidos pelas formas clássicas da Literatura.d) É interesse da lingüística defender os padrões da norma culta e elaborar as regras que definem a manutenção dos estratos sociais mais aceitos e bem-sucedidos.e) A lingüística investiga os conteúdos oriundos da história e da cultura, com o objetivo de estabelecer as normas que regulam o melhor uso da língua.

42. (Covest-PE) Pelas considerações feitas no texto, podemos afirmar que a lingüística:1) configura-se como uma ciência, que tem como objeto de investigação a língua.2) observa os fenômenos lingüísticos numa perspectiva desprovida de julgamentos valorativos.3) como objetiva investigar o funcionamento das línguas, interessa-se também pela linguagem espontânea.4) tem como uma de suas preocupações básicas a manutenção da língua nos padrões mais bem sucedidos socialmente.

Estão corretas:a) 1 e 2 apenasb) 2 e 3 apenasc) 3 e 4 apenasd) 1, 2 e 3 apenase) 1, 2, 3 e 4

43. (COVEST-PE) A norma culta, segundo afirma o texto:a) corresponde ao padrão responsável pelo suposto risco de decadência do idioma.b) em sua defesa, propicia a lenta superação de muitos preconceitos sociais e lingüísticos.c) deve ser entendida como o único modelo capaz de regular a comunicação lingüística.d) rejeita definitivamente modelos de realização derivados dos usos da linguagem oral.e) para sua preservação, assume uma atitude disciplinadora, apoiada em certos padrões.

44. (Covest-PE) Assinale a alternativa em que as palavras sublinhadas são semanticamente equivalentes.a) “a faz sair de relativa obscuridade” (§ 1o) = sair de relativa dormência’b) “a defesa intransigente da norma culta” (§ 3o) = ‘a defesa descabida da norma culta’c) “se apóia em certos cânones” (§ 4o) = em certas regras’.d) “afiança-se na tradição” (§ 4o) = desenvolve-se na tradição’e) “parte indissociável da cultura” (§ 5o) = imprescindível da cultura’.

45. (Covest-PE) Sobre as relações semânticas presentes em enunciados do texto, assinale a alternativa correta.a) Em "Por ser uma ciência, a lingüística não é sensível às preocupações com o suposto risco de decadência do idioma", o segmento destacado antecipa uma justificativa.b) Em "a lingüística não é sensível às preocupações com o suposto risco de “decadência” do idioma, visto que, por sua natureza, a língua só assimila as transformações que lhe são úteis e necessárias", se o conectivo destacado for substituído por 'ainda que' o sentido permanece inalterado.c) Em "A linguagem espontânea é igualmente alvo do interesse da lingüística, pois ela representa a língua viva, em ação", o segmento destacado representa a conseqüência do segmento anterior.d) Em "Não se trata de abandonar o passado – como se fosse possível renegar a história -, tampouco de substituir uma construção por outra", o elemento destacado tem valor comparativo.e) Em "A lingüística contribui, assim, para uma compreensão do fenômeno lingüístico como parte indissociável da cultura", o elemento destacado marca uma mudança na direção argumentativa do texto.

46. (Covest-PE) Assinale a alternativa em que a mudança na posição do segmento destacado provoca alteração no sentido global do enunciado.a) 1 - No mínimo, a gente tem que dizer que a língua que nós falamos é o resultado de um trabalho com muitas idas e vindas.2 - A gente tem que dizer, no mínimo, que a língua que nós falamos é o resultado de um trabalho com muitas idas e vindas.b) 1 - E você vai criando formas de expressão que correspondem a certas necessidades.2 - E você vai criando formas de expressão que correspondem a necessidades certas.c) 1 - Então, tudo que nós temos em matéria de língua passou, num certo momento, pelo crivo da sociedade.2 - Então, em matéria de língua, tudo que nós temos passou, num certo momento, pelo crivo da sociedade.

112

Page 19: Apostila Português - Marcelo Bernardo

d) 1 - A meu ver, a língua e a linguagem têm uma relação de ir e vir com a sociedade.2 - A língua e a linguagem têm, a meu ver, uma relação de ir e vir com a sociedade.e) 1 - Quer dizer, a organização social depende da linguagem, e os fatos da língua dependem dessa organização social.2 - Quer dizer, a organização social depende da linguagem, e dependem dessa organização social os fatos da língua.

TEXTO - A BATALHA PELA QUALIDADE

Estudos internacionais que comparam o Brasil a outros países são sempre bem-vindos, pois dão aos especialistas brasileiros parâmetros para julgar a eficiência de determinado setor. Na semana passada, foi divulgado o resultado de um desses estudos comparativos mundiais focado na área da educação. O levantamento comparou estudantes de 41 países em três habilidades básicas: leitura, matemática e ciências. Os organizadores selecionaram um grupo de alunos de escolas públicas e privadas de cada país, todos na faixa dos 15 anos. Os jovens, que no caso brasileiro haviam concluído o ensino fundamental, foram submetidos a uma série de provas. Para desolação dos condutores da educação nacional, o Brasil apresentou um desempenho lamentável. Na prova de leitura, os brasileiros ficaram em trigésimo sétimo lugar; em matemática e ciências, em quadragésimo.Situar-se na lanterninha desse ranking indica uma deficiência estrutural que precisa ser enfrentada. O desempenho dos brasileiros na prova de leitura mostra que nossos estudantes conseguem ler, mas não demonstram capacidade de interpretar as palavras. No caso do teste de matemática, os alunos brasileiros vão mal nas operações de maior complexidade e têm dificuldade até para entender o enunciado dos problemas. A prova de ciências indica que o aluno brasileiro possui baixo índice de aproveitamento em conhecimentos gerais.Uma das principais conclusões da pesquisa é que nenhum país conseguiu obter bons resultados no campo da educação sem fazer investimentos significativos – e bem distribuídos. Os Estados Unidos investem 210.000 reais, na educação de cada criança, até completar 15 anos, e a Coréia do Sul aplica 90.000 reais. Se o desempenho tivesse uma relação direta apenas com o volume de despesas per capita, os Estados Unidos teriam aparecido à frente da Coréia. Mas aconteceu o contrário. A inversão, dizem os especialistas, deve-se à forma mais equilibrada como a Coréia distribui os recursos. O Brasil reúne dois defeitos. O dinheiro é curto (30.000 reais por aluno até os 15 anos) e a distribuição dos valores, heterogênea.

Nos últimos dez anos, houve um salto de quantidade no sistema educacional brasileiro. Praticamente todas as crianças foram matriculadas e se ampliou a oferta de vagas no ensino médio e no superior. Os especialistas asseguram que o Brasil está no rumo certo, mas precisa perseverar para manter os acertos e fazer os ajustes necessários. Os Estados Unidos garantiram o acesso de todas as crianças à escola há mais de 100 anos. A Coréia investe pesado em educação há trinta anos. Resta enfrentar o desafio de oferecer não apenas um lugar em sala de aula mas garantir que as crianças absorvam o que lhes está sendo ensinado. (Veja. 9.07.2003. Adaptado).

47. (Covest-PE) Analisando a seqüência das informações e idéias no desenvolvimento do texto 20, podemos dizer que:1) no primeiro parágrafo, o autor faz uma síntese antecipada do conteúdo do texto e apresenta possíveis soluções para o problema abordado.2) no segundo parágrafo, o autor, com base nos dados disponíveis, faz um diagnóstico da situação e discrimina o conjunto dos resultados.3) no terceiro parágrafo, embora sem base objetiva, o autor faz uma análise dos dados obtidos e aponta as saídas para o problema em pauta. 4) no quarto parágrafo, o autor descreve a situação atual do Brasil, apontando os avanços já conseguidos e prevendo o caminho de novas conquistas.

Estão corretas apenas:a) 1 e 2b) 1 e 4c) 2 e 4d) 3 e 4e) 2 e 3

48. (Covest-PE) Pela compreensão global do texto 20 odemos admitir que o objetivo mais amplo do autor é:a) embora apelando apenas para a intuição, mostrar que o Brasil apresenta uma deficiência estrutural em seu sistema educacional.b) persuadir o leitor a questionar a validade dos estudos comparativos mundiais, pois tais estudos não disponibilizam parâmetros de julgamento.c) enfatizar que falta ao Brasil ampliar a oferta de vagas no ensino médio e superior, como fizeram outros países mais ricos e avançados.d) partindo de dados objetivos, ressaltar que não basta garantir um lugar para todos na escola; é preciso assegurar a eficiência do ensino.e) reforçar a idéia de que a escola brasileira tem conseguido baixos índices de aproveitamento em conhecimentos gerais.

113

Page 20: Apostila Português - Marcelo Bernardo

49. (Covest-PE) Conforme o texto, a principal conclusão a que nos levam os resultados da pesquisa é que:a) os estudos em que se confronta a realidade nacional com outras estrangeiras representam um bom instrumento de avaliação.b) as habilidades básicas em leitura, matemática e ciências constituem parâmetros que definem a qualidade de desempenho dos alunos.c) os condutores da educação nacional têm plena consciência das deficiências estruturais que afetam o sistema de ensino.d) para o êxito na educação, não basta garantir um volume significativo de investimento financeiro; é preciso distribuí-lo com equilíbrio. e) o salto de quantidade no sistema educacional brasileiro indica que, nos últimos anos, o país tem estado no caminho certo.

50. (Covest-PE) Um subtítulo coerente com as idéias do texto poderia ser:a) Os responsáveis pelos destinos da educação nacional tiveram seu desempenho aprovado.b) Há uma dependência incondicional entre o volume per capita investido e o desempenho em educação.c) Os Estados Unidos inverteram a situação: investi-ram menos e obtiveram mais resultados.d) Os especialistas asseguram que o maior desafio é garantir o acesso de toda criança à escola.e) O Brasil está duplamente deficitário na busca por melhores resultados no campo da educação.

TEXTO

"Vivemos numa época de tamanha insegurança externa e interna, e de tamanha carência de objetivos firmes, que a simples confissão de nossas convicções pode ser importante, mesmo que essas convicções, como todo julgamento de valor, não possam ser provadas por deduções lógicas. Surge imediatamente a pergunta: podemos considerar a busca da verdade - ou, para dizer mais modestamente, nossos esforços para compreender o universo cognoscível através do pensamento lógico construtivo - como um objeto autônomo de nosso trabalho? Ou nossa busca da verdade deve ser subordinada a algum outro objetivo, de caráter prático, por exemplo? Essa questão não pode ser resolvida em bases lógicas. A decisão, contudo, terá considerável influência sobre nosso pensamento e nosso julgamento moral, desde que se origine numa convicção profunda e inabalável Permitam-me fazer uma confissão: para mim, o esforço no sentido de obter maior percepção e compreensão é um dos objetivos independentes sem os quais nenhum ser pensante é capaz de adotar uma atitude consciente e positiva ante a vida. Na própria essência de nosso esforço para compreender o fato de, por um lado, tentar englobar a

grande e complexa variedade das experiências humanas, e de, por outro lado, procurar a simplicidade e a economia nas hipóteses básicas. A crença de que esses dois objetivos podem existir paralelamente é, devido ao estágio primitivo de nosso conhecimento científico, uma questão de fé. Sem essa fé eu não poderia ter uma convicção firme e inabalável acerca do valor independente do conhecimento. Essa atitude de certo modo religiosa de um homem engajado no trabalho científico tem influência sobre toda sua personalidade. Além do conhecimento proveniente da experiência acumulada, e além das regras do pensamento lógico, não existe, em princípio, nenhuma autoridade cujas confissões e declarações possam ser consideradas "Verdade " pelo cientista. Isso leva a uma situação paradoxal: uma pessoa que devota todo seu esforço a objetivos materiais se tornará, do ponto de vista social, alguém extremamente individualista, que, a princípio, só tem fé em seu próprio julgamento, e em nada mais. É possível afirmar que o individualismo intelectual e a sede de conhecimento científico apareceram simultaneamente na história e permaneceram inseparáveis desde então. "(Einstein, in: "O Pensamento Vivo de Einstein", p. 13 e 14, 5a. edição, Martin Claret Editores)

51. Leia as frases a seguir:

I. A lógica tem base no pensamento e no julgamento moral.

II. As pessoas que pensam podem adotar uma atitude consciente e positiva ante a vida.

III. Os seres humanos tentam ou englobar as experiências ou buscar a simplicidade para entender a vida.

IV. O cientista não acredita que a "verdade" exista.

V. Apesar de ser um contra-senso, o cientista é ao mesmo tempo individualista intelectualmente e sedento por conhecimento.

Para o autor são falsas as afirmações:a) I, II, III, IV d) II e IVb) I, II, V e) I, II, III, IV e V.c) III e V.

52. No último parágrafo, o autor quer transmitir essencialmente a idéia de quea) a personalidade e o trabalho científico são coisas distintas.b) a verdade provém da autoridade.c) o conhecimento científico é exclusivamente individualista.d) o conhecimento é extremamente materialista.e) o conhecimento científico e o individualismo material são inseparáveis.

114

Page 21: Apostila Português - Marcelo Bernardo

GABARITO GERAL

ANÁLISE DE TEXTOS 1 – Pág. 011. D 2. D 3. CCEEE 4. CEECC

TÓPICOS GRAMATICAIS 1 – Pág. 41. B 2. C 3. B 4. D 5. A 6. B 7. B 8. D9. B 10. E 11. B 12. E 13. B 14. A 15. C 16. C17. A 18. D 19. D 20. C 21. B 22. D 23. A 24. A25. D 26. B 27. E 28. C 29. C 30. B 31. E 32. E33. B

ANÁLISE DE TEXTOS 2 – Pág. 81. A 2. B 3. C 4. C 5. B

TÓPICOS GRAMATICAIS 2 – Pág. 111. C 2. B 3. A 4. A 5. B 6. B 7. D 8. D9. A 10. D 11. D 12. B 13. A 14. C 15. B 16. A17. E 18. C 19. D 20. A 21. E 22. E 23. B 24. D25. A 26. A 27. E

ANÁLISE DE TEXTOS 3 – Pág. 171. E 2. CEEEE 3. ECEEC 4. D 5. CCCEE6. CECEE

TÓPICOS GRAMATICAIS 3 – Pág. 291. E 2. C 3. A 4. A 5. E 6. D 7. C 8. B9. A 10. E 11. D 12. A 13. C 14. C 15. C 16. C17. D 18. E 19. C 20. A 21. B 22. VFFFV 23. A24. D 25. A 26. E 27. C 28. B 29. B 30. E 31. E32. B 33. E 34. E 35. A 36. C 37. D 38. B 39. A40. D 41. E 42. C 43. D 44. B 45. D 46. A 47.E48. D 49. D 50. D 51. E 52. A 53. D 54. E 55. D56. C 57. B 58. B 59. A 60. C 61. C 62. A 63. A64. C 65. B 66. B 67. E 68. E 69. E 70. E 71. D72. B 73. D 74. A 75. C 76. D 77. D 78. E 79. D80. D 81. D 82. A 83. B 84. E 85. D 86. A 87. C88. E 89. C 90. C 91. A 92. E 93. C 94. C 95. D96. A 97. E 98. B 99. C 100.D 101.D 102.A 103.B104.E 105.E 106.C 107.D 108.C 109.D 110.C 111.C112.C 113.C 114.B 115.B

ANÁLISE DE TEXTOS 4 – Pág. 421. C 2. FVVFF 3. FFVVF

TÓPICOS GRAMATICAIS 4 – Pág. 451. E 2. D 3. D 4. D 5. D 6. D 7. A 8. C9. B 10. C 11. B 12. C 13. D 14. B 15. C 16. B17. C 18. E 19. E 20. B 21. A 22. C 23. E 24. E25. C 26. C 27. C 28. B 29. D 30. D 31. B 32. A33. A 34. D 35. C 36. C 37. D 38. C

ANÁLISE DE TEXTOS 5 – Pág. 491. A 2. E 3. B 4. A 5. B 6. A 7. VFFFV8. A

TÓPICOS GRAMATICAIS 5 – Pág. 541. E 2. B 3. D 4. B 5. E 6. C 7. D 8. D9. A 10. E 11. E 12. B 13. A 14. A 15. B 16. D17. C 18. B 19. A 20. C 21. B 22. E 23. B 24. E25. D 26. D 27. C 28. B 29. B 30. A 31. E 32. B

33. E 34. E 35. B 36. B 37. B 38. E 39. A 40. C41. B 42. D 43. C 44. A 45. C 46. D

ANÁLISE DE TEXTOS 6 – Pág. 591. C 2. D 3. D 4. B 5. E 6. B

TÓPICOS GRAMATICAIS 6 – Pág. 621. D 2. E 3. D 4. A 5. B 6. E 7. C 8. C9. B 10. A 11. A 12. C 13. E 14. C 15. B16. EEECC 17. FFVVF 18. FVFVF 19. C 20. B21. E 22. A 23. D 24. A 25. E 26. C 27. A 28. A29. D 30. C 31. D 32. C 33. E 34. D

ANÁLISE DE TEXTOS 7 – Pág. 701. E 2. D 3. B 4. A 5. A 6. C 7. E 8. C9. B 10. D

TÓPICOS GRAMATICAIS 7 – Pág. 761. E 2. A 3. E 4. A 5. C 6. D 7. C 8. E9. E 10. E 11. D 12. D 13. C 14. D 15. B 16. E17. C 18. D 19. D 20. C 21. C 22. D 23. D 24. D25. E 26. A 27. D 28. A 29. B 30. D 31. C 32. B33. A 34. A 35. E 36. A 37. C 38. B 39. VFVFF40. A 41. B 42. D 43. C 44. E 45. A 46. B 47. C48. B 49. D 50. C 51. A 52. C 53. E 54. C 55. E56. A 57. A 58. E 59. B 60. E 61. C 62. C 63. D64. B 65. E 66. C 67. E

ANÁLISE DE TEXTOS 8 – Pág. 861. B 2. E 3. C 4. E 5. A 6. D 7. C 8. C9. A 10. B 11. B 12. C 13. D 14. A 15. D 16. B17. D 18. B 19. E 20. A

TÓPICOS GRAMATICAIS 8 – Pág. 911. C 2. D 3. B 4. C 5. E 6. B 7. D 8. C9. B 10. A 11. E 12. E 13. A 14. B 15. A 16. C17. D 18. B 19. E 20. A 21. B 22. B 23. D 24. D25. B 26. B 27. D 28. D 29. A 30. D 31. C 32. A33. E 34. E 35. E 36. A 37. E 38. D 39. C 40. A41. E 42. D 43. A 44. E 45. C

ANÁLISE DE TEXTOS 9 – Pág. 951. VFVFV 2. VFFVF 3. FFVFV 4. FVVVF5. E 6. D 7. E

TÓPICOS GRAMATICAIS 9 – Pág. 991. C 2. EEECE 3. CCCCE 4. E 5. C 6. A7. A 8. EEECC 9. ECCCC 10. C 11. A 12. C13. E 14. A 15. D 16. A 17. C 18. A 19. E

ANÁLISE DE TEXTOS 10 – Pág. 1031. D 2. D 3. C 4. A 5. E 6. B 7. A 8. B9. A 10. C 11. D 12. D 13. C 14. C 15. E 16. B17. E 18. A 19. A 20. D 21. D 22. B 23. A 24. A25. B 26. C 27. C 28. A 29. B 30. FFVVF 31. D32. E 33. B 34. C 35. E 36. C 37. E 38. E 39. C40. B 41. A 42. D 43. E 44. C 45. A 46. B 47. C48. D 49. D 50. E 51. A 52. E

115