apostila português instrumental

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  • ISBN:

    Curso Tcnico em Hospedagem

    Portugus Instrumental

    Claudia Guerra Monteiro

    Gilson Monteiro

  • CLAUDIA GUERRA MONTEIRO

    GILSON MONTEIRO

    ESCOLA TCNICA ABERTA DO BRASIL - E-TEC BRASIL

    CURSO TCNICO EM HOSPEDAGEM

    Disciplina: Portugus Instrumental

    UNIvERSIDADE FEDERAL DO AMAzONAS - CENTRO DE EDUCAO TECNOLGICA DO AMAzONAS

    Manaus - AM

    2009

  • Presidncia da Repblica Federativa do BrasilMinistrio da EducaoSecretaria de Educao a Distncia

    Universidade Federal do Amazonas

    Este Caderno foi elaborado em parceria en-tre a Universidade Federal do Amazonas e a Universidade Federal de Santa Catarina para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil.

    Equipe de ElaboraoUniversidade Federal do Amazonas UFAM

    Coordenao Institucionalzeina Rebouas Corra Thom/UFAM

    Professores-autoresClaudia Guerra Monteiro/UFAMGilson Monteiro/UFAM

    Comisso de Acompanhamento e ValidaoUniversidade Federal de Santa Catarina UFSC

    Coordenao Institucional Araci Hack Catapan/UFSC

    Coordenao do projeto Silvia Modesto Nassar/UFSC

    Coordenao de Design InstrucionalBeatriz Helena Dal Molin/UNIOESTE e EGC/UFSC

    Design IntrucionalJuliana Leonardi/UFSCWalter Iriondo Otero/UFSC

    Web DesignGustavo Mateus/UFSC

    Projeto GrficoBeatriz Helena Dal Molin/UNIOESTE e EGC/UFSCAraci Hack Catapan/UFSCElena Maria Mallmann/UFSCJorge Luiz Silva Hermenegildo/CEFET-SCMrcia Freire Rocha Cordeiro Machado/ETUFPRSilvia Modesto Nassar/UFSC

    Superviso de Projeto GrficoLus Henrique Lindner/UFSC

    DiagramaoBruno Csar Borges Soares de vila/UFSC

    RevisoJulio Csar Ramos/UFSC

    Catalogao na fonte elaborada pela DECTI da Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina

    M775p Monteiro, Cludia GuerraPortugus Instrumental / Cludia Guerra Monteiro, Gilson

    Monteiro. Manaus : Universidade Federal do Amazonas, 2009.49p. : il.

    Inclui BibliografiaPrograma Escola Tcnica Aberta do Brasil - E-Tec Brasil. Curso

    Tcnico em Hospedagem.

    ISBN: 978-85-63576-15-6 1. Lngua portuguesa Comoposio e exerccios. 2. Comunicao humana. 3. Ensino distncia. I. Monteiro, Gilson. II. Ttulo. III Ttulo: Curso Tcnico em Hospedagem. CDU: 806.90-085.2

  • PROGRAMA E-TEC BRASIL

    Amigo(a) estudante!

    O Ministrio da Educao vem desenvolvendo Polticas e Programas para ex-

    panso da Educao Bsica e do Ensino Superior no Pas. Um dos caminhos encontra-

    dos para que essa expanso se efetive com maior rapidez e eficincia a modalidade a

    distncia. No mundo inteiro so milhes os estudantes que frequentam cursos a distn-

    cia. Aqui no Brasil, so mais de 300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino

    Mdio e Superior a distncia, oferecidos por instituies pblicas e privadas de ensino.

    Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB),

    hoje, consolidado como o maior programa nacional de formao de professores, em

    nvel superior.

    Para expanso e melhoria da educao profissional e fortalecimento do Ensino

    Mdio, o MEC est implementando o Programa Escola Tcnica Aberta do Brasil (e-Tec

    Brasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos grandes centros urbanos

    e dos municpios do interior do Pas oportunidades para maior escolaridade, melhores

    condies de insero no mundo do trabalho e, dessa forma, com elevado potencial

    para o desenvolvimento produtivo regional.

    O e-Tec resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educao Profissio-

    nal e Tecnolgica (SETEC), a Secretaria de Educao a Distncia (SEED) do Ministrio da

    Educao, as universidades e escolas tcnicas estaduais e federais.

    O Programa apia a oferta de cursos tcnicos de nvel mdio por parte das es-

    colas pblicas de educao profissional federais, estaduais, municipais e, por outro lado,

    a adequao da infra-estrutura de escolas pblicas estaduais e municipais.

    Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de adequao

    de escolas e 74 instituies de ensino tcnico, as quais propuseram 147 cursos tcnicos

    de nvel mdio, abrangendo 14 reas profissionais. O resultado desse Edital contemplou

    193 escolas em 20 unidades federativas. A perspectiva do Programa que sejam ofer-

    tadas 10.000 vagas, em 250 polos, at 2010.

    Assim, a modalidade de Educao a Distncia oferece nova interface para a

    mais expressiva expanso da rede federal de educao tecnolgica dos ltimos anos: a

    construo dos novos centros federais (CEFETs), a organizao dos Institutos Federais

    de Educao Tecnolgica (IFETs) e de seus campi.

    O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construo coletiva e partici-

    pao ativa nas aes de democratizao e expanso da educao profissional no Pas,

    valendo-se dos pilares da educao a distncia, sustentados pela formao continuada

    de professores e pela utilizao dos recursos tecnolgicos disponveis.

    A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua forma-

    o profissional e na sua caminhada no curso a distncia em que est matriculado(a).

    Braslia, Ministrio da Educao setembro de 2008.

  • SUMRIO

    PALAvRAS DOS PROFESSORES-AUTORES 7

    PROJETO INSTRUCIONAL 9

    CONES E LEGENDAS 11

    ROTEIRO DE ESTUDOS 13

    INTRODUO 15

    UNIDADE 1 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA COMUNICAO HUMANA 17

    1.1 Objetivos de aprendizagem 17

    1.2 Linguagem, lngua e dialetos: conceitos e variedades lingusticas 17

    1.3 Comunicao: conotao e denotao 18

    1.4 Nveis de linguagem 19

    1.5 Os modelos de comunicao 19

    1.6 Elementos da Lngua Portuguesa 20

    1.7 Sntese 21

    UNIDADE 2 A LINGUAGEM DO TEXTO 23

    2.1 Objetivos de aprendizagem 23

    2.2 A frase, a orao, o perodo 23

    2.3 O Pargrafo: unidade de composio 24

    2.4 Coeso e coerncia 24

    2.5 Atividades de aprendizagem 24

    2.6 Sntese 25

    UNIDADE 3 A ESTRUTURA DO TEXTO 27

    3.1 Objetivo de aprendizagem 27

    3.2 A estrutura de uma redao 27

    3.3 A forma e o contedo 28

    3.4 Os tipos de redao 29

    3.5 Texto descritivo 29

    3.6 O texto narrativo 30

  • 3.7 Formas de discurso 31

    3.8 O texto dissertativo 31

    3.9 O ato de escrever 33

    3.10 Atividades de aprendizagem 33

    3.11 Sntese 34

    UNIDADE 4 OS GNEROS E TIPOS TEXTUAIS 35

    4.1 Objetivos de aprendizagem 35

    4.2 Redao oficial 35

    4.3. Redao comercial 38

    4.4 Atividades de aprendizagem 38

    4.5 Sntese 39

    REFERNCIAS 41

    GLOSSRIO 43

    CURRCULO SINTTICO DOS PROFESSORES-AUTORES 49

  • 7Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    PALAVRAS DOS PROFESSORES-AUTORES

    Caro estudante!

    Este caderno de estudos ser nosso veculo de comunicao e

    interlocuo sobre os conhecimentos que queremos reavivar, passar para

    voc e construir com voc. Por isso, gostaramos que voc resolvesse todas

    as atividades e as indicaes que lhe dermos, pois elas sero os elos entre o

    conhecimento trabalhado, o conhecimento que voc passar a construir e

    o feedback que precisamos para que juntos tenhamos crescimento, dilogo

    e avanos.

    Nossos objetivos para a disciplina Portugus Instrumental so

    oferecer subsdios ao estudante no que diz respeito ao desenvolvimento

    da linguagem escrita e oral a ser expressa em padro satisfatrio para a

    necessidade efetiva da rea de atuao do curso, trabalhando os elemen-

    tos essenciais da comunicao, e estimular o pensamento ordenado e lgi-

    co, condio primordial para uma exposio clara, precisa e objetiva, bem

    como para o entendimento das ideias centrais e secundrias dos textos aqui

    trabalhados.

    Caro estudante, confiamos na capacidade que voc possui de infe-

    rir e construir conhecimentos. Pedimos-lhe que estude e busque o conheci-

    mento como caminho para o crescimento social e pedaggico.

    Um forte abrao,

    Claudia Guerra Monteiro e Gilson Monteiro

  • 9Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    PROJETO INSTRUCIONAL

    Apresentamos a estrutura pedaggica do caderno que oferece di-

    recionamentos para que voc consiga acompanhar sem sobressaltos esta

    disciplina do Curso Tcnico em Hospedagem.

    OBJETIvOS

    Desenvolver no estudante a linguagem escrita e

    oral a ser expressa em padro satisfatrio para a

    necessidade efetiva de sua rea de atuao. Esti-

    mular, pela leitura de textos cientficos e afins, o

    pensamento ordenado e lgico, condio primor-

    dial para uma exposio clara, precisa e objetiva

    das ideias, assim como para o entendimento das

    ideias centrais e secundrias do texto.

    MATERIAL

    IMPRESSO

    Este caderno foi construdo pelos professores-

    autores com base em livros apontados nas refe-

    rncias, em vdeos, filmes, artigos e atividades

    que, juntamente com o mapa conceitual, podem

    dar ao estudante condies de compreenso dos

    contedos propostos.

    CARGA HORRIA 30 h

    RECURSOS DIGITAISFilmes, atividades e links para pesquisa, fruns e

    chats.

    ESTRATGIAS

    Solicitao de pesquisa em sites, postagem de

    respostas, questionamentos e atividades, traba-

    lhando vrios nveis de conhecimento.

    No Curso Tcnico em Hospedagem voc ver, por intermdio

    da disciplina Portugus Instrumental, que escrever um processo prazeroso.

    Escrever bem, ou seja, saber se comunicar, saber expressar as ideias e os

    sentimentos utilizando a linguagem escrita, uma exigncia no mundo mo-

    derno. Redigir bem no uma misso impossvel, mas um processo com-

    plexo e agradvel que requer predisposio, bom vocabulrio, treinamento

    e conhecimento da lngua portuguesa.

    Esperamos que, a partir das nossas colocaes, voc, estudante,

    encontre inspirao e busque novas leituras que o levem a enriquecer o

    vocabulrio e a compreender a importncia da Lngua Portuguesa para sua

    vida, sua comunidade e nosso pas.

    Este caderno subdivide-se em unidades, em sugestes de leituras,

    referncias e atividades que sero importantes para seu crescimento como

  • 10 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    estudante e futuro profissional de informtica.

    Na unidade 1 voc, estudante, encontrar atividades que o le-

    varo compreenso dos processos da lngua e da linguagem. Trabalhar

    com redao e ter como coadjuvante o computador.

    Na unidade 2 enfocaremos a importncia de compreender as

    funes vrias da linguagem e os processos comunicativos. Nesta unidade,

    entre outras coisas, voc conhecer os processos da linguagem.

    Na unidade 3 trataremos de elementos utilizados para a com-

    preenso dos processos discursivos e da produo textual, enfatizando as

    idiossincrasias de cada gnero. Esperamos que, como construtor de seu

    processo de insero nos vrios nveis de conhecimento, voc, caro estu-

    dante, se sinta habilitado a propor um "negcio da China" ao seu cliente

    (leitor). No texto, voc dever empregar argumentos capazes de "vender"

    um computador. Dever, para tanto, usar argumentos que convenam o

    cliente (leitor) de que ele far bom negcio ao comprar o aparelho que

    voc oferece.

    Na unidade 4 enfatizaremos, dentro dos gneros do discurso, os

    de propriedades mais tcnicas, tais como a redao oficial e comercial, com

    destaque para o ofcio, o memorando e o relatrio, suas propriedades e

    natureza, objetivando que voc aprenda a lidar com algumas formas de

    redao oficial.

  • 11Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    CONES E LEGENDAS

    Caro estudante! Oferecemos para seu conhecimento os cones e

    sua legenda que fazem parte da coluna de indexao. A intimidade com es-

    tes e com o sentido de sua presena no caderno ajudar voc a compreen-

    der melhor as atividades e exerccios propostos (DAL MOLIN, et al.,2008).

    Saiba mais

    Ex: http://www.etecbrasil.mec.gov.br

    Este cone apontar para atividades complementares ou

    para informaes importantes sobre o assunto. Tais in-

    formaes ou textos complementares podem ser encon-

    trados na fonte referenciada junto ao cone.

    Para refletir...

    Ex: Analise o caso... dentro deste tema e compare com..., Assista ao filme...

    Toda vez que este cone aparecer na coluna de indexao

    indicar um questionamento a ser respondido, uma ativi-

    dade de aproximao ao contexto no qual voc vive ou

    participa, resultando na apresentao de exemplos coti-

    dianos ou links com seu campo de atuao.

    Mdias integradas

    Ex.: Assista ao filme... e comente-o.

    Quando este cone for indicado em uma dada unidade

    significa que voc est sendo convidado a fazer atividades

    que empreguem diferentes mdias, ou seja, participar do

    Ambiente virtual de Ensino-Aprendizagem (AvEA), assistir

    e comentar um filme, um videoclipe, ler um jornal, comen-

    tar uma reportagem, participar de um chat, de um frum,

    enfim, trabalhar com diferentes meios de comunicao.

  • 12 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    Avaliao

    Este cone indica uma atividade que ser avaliada dentro

    de critrios especficos da unidade.

    Lembre-se

    Ex.: O canal de satlite deve ser reservado com antecedncia junto Embratel.

    A presena deste cone ao lado de um trecho do texto indi-

    car que aquele contedo significa algo fundamental para

    a aprendizagem.

    Destaque

    Retngulo com fundo colorido.

    A presena do retngulo de fundo

    indicar trechos importantes do

    texto, destacados para maior fixa-

    o do contedo.

  • 13Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    ROTEIRO DE ESTUDOS

    Inicialmente, pedimos a voc que se planeje para fazer as ativi-

    dades indicadas na coluna de indexao, pertencentes a cada unidade. As

    atividades devem ser feitas com cuidado e ateno. Os trabalhos, atividades

    ou tarefas postados no ambiente virtual de ensino-aprendizagem (AvEA)

    estaro ligados diretamente ao seu caderno impresso e sero apresentados

    de acordo com as instrues que estaro em constante processo de atuali-

    zao no ambiente, isto explicado e detalhado no decorrer do curso.

    Pedimos, ainda, para voc que se organize de modo a perceber o

    contexto geral do que propomos, quer no caderno, quer no AvEA. Tambm

    solicitamos que observe os objetivos que esperamos ver atingidos no seu

    processo de produo de conhecimentos.

    Na unidade 1 Ao trmino desta unidade, o estudante dever ser

    capaz de compreender a definio de Lngua e Linguagem.

    Na unidade 2 Ao trmino desta unidade, o estudante dever ser

    capaz de entender os processos comunicativos e responder s atividades

    propostas, quer de modo escrito, quer no AvEA.

    Na unidade 3 Ao trmino desta unidade, o estudante dever

    ser capaz de compreender os processos discursivos e produzir os textos

    solicitados.

    Na unidade 4 - Ao trmino desta unidade, o estudante dever

    ser capaz de redigir documentos oficiais, tais como relatrios, ofcios e me-

    morandos.

  • 14 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    MAPA CONCEITUAL

    Caro estudante, voc deve prestar ateno no Mapa Conceitual

    abaixo. A funo dele fazer com que voc tenha uma visualizao de todo

    o contedo que ser estudado e trabalhado neste caderno.

    Compreenda que os contedos esto interligados e garantem uma

    unidade ao material aqui apresentado. Pedimos, ainda, que estude, pesqui-

    se e treine os atos de fala e escrita, de modo a apresentar correo, clareza,

    coerncia e coeso. No se esquea de que a leitura uma das partes

    mais importantes nesse processo!

  • 15Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    INTRODUO

    Este caderno tem o objetivo de transformar o ato de escrever em

    uma aventura positiva. Voc, estudante, precisa saber que escrever no

    nenhum "bicho-papo", como muitos pensam. Os jovens terminam cres-

    cendo com essa ideia internalizada e perdem duas das aventuras mais emo-

    cionantes do perodo que vai da infncia adolescncia: a descoberta do

    jogo da leitura e a apropriao do processo da escrita.

    Escrever um processo, embora complexo, gostoso e desafiador,

    de modo que voc no vai se arrepender de se aventurar na leitura e nos

    exerccios propostos neste caderno.

    Voc no deve esquecer da importncia que a Lngua Portuguesa

    tem para os egressos de quaisquer cursos. Tcnicos podem pensar, inicial-

    mente, que a Lngua Portuguesa tem pouca importncia para suas ativida-

    des; mas, de fato, isto um equvoco.

    Neste caderno voc ter oportunidade de desenvolver habilidades

    capazes de auxili-lo na carreira profissional. E com este objetivo, bem

    como o de levar-lhe a conhecer as concepes de lngua e de linguagem

    que trabalhamos neste caderno destinado a voc.

    Introduo

  • 17Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    UNIDADE 1 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA COMUNICAO HUMANA

    Embora possamos ser sbios do saber alheio, sensatos s poderamos s-lo graas nossa prpria sensatez. Montaigne

    1.1 Objetivos de aprendizagem

    - Compreender os conceitos Lngua e Linguagem.

    Fonte: http://www.appai.org.br/Jornal_Educar/jornal44/portugues/professora.gif

    1.2 Linguagem, lngua e dialetos: conceitos e variedades lingusticas

    Apresentamos a seguir alguns conceitos que julgamos fundamen-

    tal que voc os assimile e entenda. Contamos com sua participao e sua

    interao afetivo-educativa.

    a) Linguagem a representao do pensamento por meio de sinais

    que permitem a comunicao e a interao entre as pessoas. H

    outras concepes de linguagem que voc pode pesquisar para

    ampliar o seu conceito.

    b) Lngua um sistema abstrato de regras, no s gramaticais, mas

    tambm, semnticas e fonolgicas, por meio das quais a linguagem

    (ou fala) se revela. Martinet (1978) foi um dos primeiros linguistas a

    apresentar uma distino clara entre lngua e linguagem. Segundo

    ele, a linguagem designa propriamente a faculdade de que os

    homens dispem para se compreenderem por meio de signos

    vocais.

    c) Dialetos so variedades originadas das diferenas de regio,

    de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da prpria

    Pesquise nos endereos a seguir e amplie seu conhecimento sobre concepes de linguagem:

    http://www.sedis.ufrn.br/documentos/arquivos/698.pdf

    http://www.cce.ufsc.br/~clafpl/74_Alba_Maria_Perfeito.pdf

    Elementos Essenciais da Comunicao

    Humana

  • 18 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    evoluo histrica da lngua (ex.: gria).

    d) Variedades lingusticas so as variaes que uma lngua

    apresenta, de acordo com as condies sociais, culturais, regionais

    e histricas em que utilizada.

    Fonte: http://www.filologia.org.br/viiisenefil/1.gif

    e) Norma culta a lngua padro, a variedade lingustica de maior

    prestgio social.

    f) Norma popular so todas as variedades lingusticas diferentes da

    lngua padro.

    Fonte: http://historiasparaosmaispequeninos.files.wordpress.com/2007/09/justica.jpg

    1.2.1 Atividades de aprendizagem

    1. Depois de ler os conceitos de Linguagem, Lngua e Dialetos, se-

    lecione um deles e faa um comentrio no frum destinado ao

    tema no AVEA.

    2. V Internet, nos endereos indicados no AVEA, e pesquise sobre

    as formas de fala. Veja, tambm, junto aos amigos, o modo como

    eles falam e exercite os dialetos e as variedades lingusticas. De-

    pois monte uma espcie de glossrio com as vrias formas de fala

    dos seus amigos e discuta o tema nos fruns e chats.

    1.3 Comunicao: conotao e denotao

    Elementos Essenciais da Comunicao

    Humana

  • 19Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    Conceito: raiz semntica ou protossignificado podemos chamar

    denotao; ao processo de desenvolvimento de um protossignificado, cha-

    maremos conotao.

    A distino entre denotao e conotao faz-se por via analtica.

    Em um discurso autntico, seja de natureza literria ou no, seja de carter

    tcnico ou de carter cientfico.

    Denotao e conotao so, na maior parte das situaes comuns

    de comunicao verbal, simultneas e dialgicas.

    1.4 Nveis de linguagem

    O objetivo principal do estudo dos nveis de fala encaminhar

    o estudante a reconhecer as diferenas entre a linguagem padro e a lin-

    guagem coloquial, para que possa selecionar o registro adequado nas mais

    diferentes situaes de comunicao.

    Fonte: http://bp0.blogger.com/_XARut1VNKR4/SE2ShXCMKgI/AAAAAAAAAJo/prawClxIXzE/s1600-h/fofoca.jpg

    A fim de entendermos os diferentes nveis de linguagem e suas

    mudanas, temos de recorrer sociolingustica, que o ramo da lingustica

    que tem como foco de estudos a relao direta entre lngua e sociedade.

    O domnio dos diferentes nveis de linguagem propicia oportunida-

    des mais efetivas ao falante, de promover a adequao da sua linguagem s

    exigncias do contexto social e, dessa forma, estabelecer uma comunicao

    mais eficiente e aumentar seu nvel de compreenso, interao e interlocu-

    o nas vrias instncias sociais nas quais estar inserido.

    1.5 Os modelos de comunicao

    O modelo mais simples para representar o processo de comunica-

    o requer os elementos destacados na Figura 1.1.

    Amplie seu conhecimento sobre sociolingustica acessando o endereo abaixo:

    http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/S/sociolinguistica.htm

    Saiba mais sobre denotao e conotao no site:

    http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/C/conotacao_denotacao.htm

    Elementos Essenciais da Comunicao

    Humana

  • 20 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    Mensagem

    Resposta ReceptorEmissor

    Figura 1.1 Modelo simplificado do processo de comunicaoFonte: Adaptado de Monteiro (2001, p.10).

    1.5.1 O Emissor e o receptor

    O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quan-

    to escrita, a um receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente,

    d uma resposta ao emissor. Essa resposta, no caso de uma conversa entre

    duas pessoas, se manifesta quando o receptor diz palavras tais como: "sim...

    estou entendendo", etc., muito comum em conversas telefnicas.

    A necessidade de resposta faz parte do processo de comunicao

    entre os seres humanos. Quando uma pessoa envia a mensagem e no re-

    cebe a resposta do receptor, o processo de comunicao no se completa.

    1.6 Elementos da Lngua Portuguesa

    A gramtica da Lngua Portuguesa est dividida em grandes cam-

    pos de estudo: a fontica, a morfologia, a semntica, e a sintaxe. A fonti-

    ca que estuda os sons da fala. A morfologia estuda a forma das palavras,

    ou seja, a representao grfica, o vocbulo. A semntica preocupa-se

    no s com a representao grfica do vocbulo, mas com seu significado.

    Portanto, um campo da gramtica que estuda a palavra, no apenas o

    vocbulo.

    Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1067574

    A sintaxe o campo da gramtica que estuda a unidade lingus-

    tica em seu contexto oracional, ou seja, estuda os termos que compem

    uma orao. A orao, em Lngua Portuguesa, basicamente pode ter sujeito,

    ter sempre um predicado, e pode ter ou no complementos.

    Elementos Essenciais da Comunicao

    Humana

  • 21Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    Pode-se dizer, ento, que a fontica e a morfologia tratam cada

    qual de um dos aspectos dos vocbulos, a semntica trata do significado

    que determinada palavra assume e a sintaxe trata da colocao dos termos

    nas oraes, encarregando-se a fontica de estudar os sons das palavras

    Quem deseja escrever bem, deve respeitar as normas da variante

    padro, empregar sua criatividade e ter cincia de que um texto muito

    mais do que a soma ou justaposio de oraes. antes uma unidade de

    sentido, coesa e bem articulada acima de tudo.

    1.6.1 Atividades de aprendizagem

    1. Sem recorrer s anotaes e a este caderno, produza um texto no

    qual demonstre que relembra dos conceitos. Assim, defina, tam-

    bm, no texto, lngua, linguagem, dialetos, norma culta e os nveis

    de linguagem. Depois, poste-o no AVEA.

    2. Tomando por base os conceitos de lngua e linguagem, produza

    um texto que descreva um computador e destaque com negrito

    as palavras que so tipicamente usadas apenas na rea de infor-

    mtica. Depois disso, discuta com os colegas, em um frum no

    AVEA, a pertinncia ou no de se falar que existe uma "linguagem

    da informtica".

    3. Elabore um texto no qual voc realiza o diagnstico dos proble-

    mas de rede de uma empresa. Faa o texto no Word e depois

    poste-o no AVEA.

    1.7 Sntese

    Na unidade 1 voc encontrou atividades que o levaram a compre-

    ender um pouco mais sobre lngua e linguagem a partir de alguns conceitos

    aqui tratados.

    Esperamos que voc, caro estudante, tenha tambm feito as con-

    sultas que indicamos nesta unidade, para que possamos caminhar na com-

    preenso e no desenvolvimento da unidade 2.

    Discuta no frum no AVEA: O que significa linguagem e a noo de gramtica no ensino da Lngua Portuguesa.

    Elementos Essenciais da Comunicao

    Humana

  • 23Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    A Linguagem do Texto

    UNIDADE 2 A LINGUAGEM DO TEXTO

    2.1 Objetivos de aprendizagem

    - Reconhecer os diferentes tipos de linguagem e de gnero, e utiliz-

    los adequadamente;

    - Considerar a leitura como objeto de qualificao social, atentando

    para o potencial crtico que ela confere ao indivduo;

    - Compreender a relao indissocivel entre leitura e escrita,

    explicitada pela potencial facilidade em elaborar um texto aps

    contato regular e contnuo com textos de variadas origens e

    linguagens.

    Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1067574

    2.2 A frase, a orao, o perodo

    a) Frase todo enunciado de sentido completo, capaz de estabelecer

    comunicao. Pode ser nominal ou verbal.

    b) Orao um enunciado que se estrutura em torno de um verbo

    ou locuo verbal.

    Ex: A menina sujou seu vestido.

    c) Perodo constitui-se de uma ou mais oraes. Pode ser simples ou

    composto.

    - Perodo simples: A menina ofereceu um livro a Joana.

    - Perodo composto: O povo anseia que haja uma eleio justa, pois a ltima obviamente no o foi.

    Fonte: http://www.trololo.com.br/images/alfabeto_e_numeros_moveis.jpg

  • 24 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    A Linguagem do Texto

    2.3 O Pargrafo: unidade de composio

    O pargrafo uma unidade de composio constituda por um ou

    mais de um perodo, em que se desenvolve determinada ideia central ou

    nuclear, a que se agregam outras, secundrias, intimamente relacionadas

    pelo sentido e logicamente decorrentes dela.

    2.4 Coeso e coerncia

    a) Coeso: ou unidade, consiste no resultado do emprego correto

    dos termos conectivos da linguagem, o que permite expressar uma ideia de

    cada vez, omitindo o desnecessrio e prendendo-se s relaes existentes

    entre a ideia principal e as secundrias. Tal resultado em muito se deve ao

    correto emprego do tpico frasal.

    b) Coerncia: valendo-nos da definio primariamente apresenta-

    da para coerncia (a ligao perfeitamente inteligvel das partes de um texto

    com o seu todo), podemos auferir que esta consiste em ordenar e interligar

    as ideias de maneira clara e lgica e de acordo com um plano definido.

    Fonte: PEIXOTO, Antonio 8/10/2008

    2.5 Atividades de aprendizagem

    1. Demonstre, por meio de um texto, que voc domina os conceitos

    de orao, frase, perodo e pargrafo. Apresente, tambm, com

    suas palavras, um texto no qual fique clara a definio de coeso

    e coerncia. Poste seu trabalho no AVEA.

    2. Busque em sites (Google, Yahoo, UOL, BOL etc.) o conceito do

    que vem a ser um contrato de prestao de servios. Depois, re-

    dija uma minuta de contrato de prestao de servios de inform-

    tica da sua empresa hipottica. Tenha o cuidado de deixar bem-

    claras todas as possibilidades de servios que deseja prestar e as

    restries a impor. Depois, poste-o no AVEA.

  • 25Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    A Linguagem do Texto

    3. De posse do diagnstico elaborado na atividade de aprendizagem

    3 da unidade 1, proponha solues com as especificaes tcnicas

    de todos os equipamentos necessrios para resolver o problema

    diagnosticado. Poste seu trabalho no AVEA.

    2.6 Sntese

    Nesta unidade discutimos a importncia de compreender os pro-

    cessos comunicativos. Com isso, voc pde conhecer o perodo, a orao e

    o pargrafo como unidades de composio, bem como a coeso e a coe-

    rncia na produo de textos.

  • 27Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    UNIDADE 3 A ESTRUTURA DO TEXTO

    3.1 Objetivo de aprendizagem

    - Entender a relevncia comunicativa na produo textual: ter o que

    dizer, querer diz-lo para si mesmo ou para algum, colocando-se

    como sujeito de suas prprias palavras.

    3.2 A estrutura de uma redao

    O leitor de uma redao deve poder detectar, claramente, trs par-

    tes: a introduo, o desenvolvimento e a concluso. Para sua melhor fixao,

    representamos as trs partes de modo grfico (Figura 3.1).

    Figura 3.1- Representao grfica das partes de uma redao Fonte: Monteiro (2001, p. 13)

    O texto da redao deve ter a introduo, o desenvolvimento e a

    concluso. Isto facilita o trabalho de quem se habilita a escrever, especial-

    mente uma redao como a que solicitada para ingresso na universidade

    ou num processo de seleo para quem pleiteia um emprego.

    A Figura 3.1 apresenta as trs partes de uma redao, que so

    elementos primordiais para o trabalho inicial de quem escreve. partindo

    do conhecimento das partes que compem o texto de uma redao que se

    pode planejar aquilo que se vai escrever.

    O processo de planejamento comea com a escolha do tema sobre

    o qual se vai escrever. Outro fator de sucesso para uma boa redao que

    se faa uma pesquisa sobre o assunto, lendo o maior nmero possvel de

    textos sobre o tema que ser abordado no processo de uma nova escrita.

    Garcia (1985) diz que aprender a escrever bem , antes de tudo,

    aprender a pensar. No fundo, quer dizer que o escritor deve aprender a

    organizar as ideias e a planejar o que vai escrever, para que no momento da

    escrita as palavras obedeam a uma lgica e possam conduzir o leitor at o

    final do texto, com pleno entendimento de tudo o que foi dito.

    importante lembrar que os textos literrios possuem a especial

    licena para provocar suspense e, s vezes, demandar outras leituras para

    A Estrutura do Texto

  • 28 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    uma compreenso mais ampla. Assim, existe um jogo de palavras, muitas

    vezes travestidas de seu sentido denotativo, ganhando, pois, um sentido

    novo e especial dentro do texto, ou seja, um sentido conotativo, uma nova

    roupagem um papel diferente do que comumente possuem.

    Podemos dizer que, na linguagem literria, as palavras usam ms-

    caras temporrias e especficas para um determinado contexto literrio;

    portanto seu sentido est intimamente ligado a esse contexto.

    Fonte: http://www.eupodiatamatando.com/wp- content/uploads/2007/01/mascaras_de_carnaval.jpg

    3.3 A forma e o contedo

    A separao entre forma e contedo nos livros didticos tem o

    nico fim de facilitar o aprendizado. No entanto, forma e contedo vivem

    intimamente ligados.

    Podemos dizer que a forma o modo que voc usa para pr suas

    sensaes, seus pensamentos e suas opinies num papel, compondo o que

    chamamos de texto. A forma algo pessoal, o "jeito" que cada um tem

    de escrever. Poderia ser chamada de estilo, pois a forma se caracteriza pelas

    palavras escolhidas (vocabulrio), as conjunes e preposies (conectivos),

    os tempos verbais e os sinais de pontuao.

    Esses smbolos formam o cdigo (a Lngua Portuguesa) e so to-

    mados por emprstimo para as pessoas se expressarem. Se todas as pes-

    soas fizessem o mesmo "emprstimo" dos smbolos do cdigo, na mesma

    sequncia, com o mesmo sentido, etc., os textos escritos em qualquer lugar

    seriam todos iguais. Portanto, a forma o modo particular que cada autor

    escolhe para expressar suas ideias.

    O contedo o assunto sobre o qual se vai escrever. Suponhamos

    que voc seja solicitado a redigir um texto sobre o calor. Voc teria que

    saber o que , onde, como e por que ocorre o fenmeno, enumerando,

    ainda, as causas, consequncias e exemplos, bem como os fatos comple-

    mentares.

    Ex: Escreva uma redao cujo assunto o computador. Voc

    poder descrev-lo, dizer a cor, o formato, o tamanho do

    computador, o tamanho do disco rgido, qual o processador,

    etc.), ou narrar algum fato que tenha o computador como personagem central ( uma

    histria bem criativa, na qual o computador vencesse o homem,

    por exemplo). Ainda sobraria a opo de dissertar sobre a

    importncia do computador na atualidade.

    A Estrutura do Texto

  • 29Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    Percebemos, ento, que os contedos (assuntos) podem ser os

    mesmos para vrias redaes. No entanto, mudar a forma como cada

    pessoa ir trat-lo em seu texto. Neste caso voc teria dois tipos de escolha

    de palavras para dois gneros de textos diferentes. Um texto ficcional, lite-

    rrio, no qual as palavras teriam um sentido mais conotativo e dois textos

    tcnicos: um descritivo e outro dissertativo, ambos de natureza informativa

    nos quais as palavras estariam em seu sentido denotativo e referencial.

    3.4 Os tipos de redao

    Fonte: http://www.sxc.hu/photo/918285

    H trs tipos de redao: a dissertao, a narrao e a descri-

    o. Essa diviso meramente didtica, pois, em um texto, um nico autor

    pode usar os trs tipos de redao, se julgar que os trs gneros facultam-

    lhe uma forma mais clara e eficiente para o que ele quer comunicar. Difi-

    cilmente sero encontrados textos puramente dissertativos, narrativos ou

    descritivos. A diviso que usamos a seguir visa apenas a fazer-lhe um lem-

    brete sobre algumas predominncias da linguagem em cada um dos tipos

    de redao a que acabamos de nos referir.

    3.5 Texto descritivo

    Enquanto, por meio da dissertao, quem escreve defende uma

    ideia e se posiciona a respeito do assunto sobre o qual escolheu dissertar,

    em uma descrio, a nfase objetivar com maior detalhe descrever objetos,

    ambientes, estado de esprito, etc.

    O importante da descrio que quem escreve consiga fazer com

    que o leitor entenda claramente aquilo que descrito. Lembramos que ou-

    tro fator importante na descrio que o redator tenta apenas descrever

    algo, sem tomar partido, sem se envolver, apenas descrevendo de modo

    distanciado o que est observando.

    A Estrutura do Texto

  • 30 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    Enfatizamos, ainda, que a descrio "pura" no existe e que des-

    crever colocar no papel as caractersticas de objetos, de imagens, de locais,

    de pessoas, da forma mais prxima possvel do real para, assim, o leitor ser

    capaz de reconstruir o que foi descrito. como se o tempo no existisse e

    o leitor mergulhasse no assunto com a sensao de que a descrio atual,

    no importando o tempo a que ela remete ou em que foi escrita.

    3.6 O texto narrativo

    Narrao uma redao por meio da qual se escreve uma his-

    tria, uma piada, um conto, uma novela ou qualquer outro tipo de texto

    que tenha dois elementos essenciais: ao e personagem. Quando se trata

    de uma narrao literria, tentar narrar algo de maneira diferente do que

    as pessoas costumam imaginar o primeiro passo para quem pensa em

    "escrever bem".

    Quem escreve no deve esquecer que "escrever bem" fazer boas

    escolhas, ter boas ideias, dedicar ateno no trato dos padres lingusti-

    cos j apontados aqui, ser criativo procurando sempre ser entendido pelas

    pessoas que esto lendo o texto escrito.

    Lembramos, ainda, que voc deve considerar os componentes b-

    sicos da narrao, j comentados neste caderno, pois eles o auxiliaro a

    obter sucesso na escrita de sua narrativa. Assim, ser sempre importante

    que as narrativas respondam s seguintes questes:

    a) QUEM? A resposta a esta pergunta aponta o personagem ou os

    personagens da narrao.

    b) O QU? Conduz ao fato central; o que se pode chamar de "fio

    condutor". como se fosse a estrutura do enredo (assunto). Na

    narrao, poderamos simplificar e dizer que se trata do contedo.

    c) QUANDO? o tempo em que os fatos narrados ocorreram.

    d) ONDE? Marca o espao, o local onde os fatos ocorreram ou esto

    ocorrendo.

    e) COMO? O enredo, ou seja, o contedo baseia-se nas respostas a

    essa pergunta.

    f) POR QU? As razes, os motivos, as causas que levaram ao fato

    que se est narrando.

    Como podemos ver, a narrao carrega, em si, uma ideia de ao,

    de movimento. como se quem narra estivesse acompanhando os fatos no

    exato momento em que se desenrolam. O narrador seria, pois, uma espcie

    de testemunha ocular do que est acontecendo, enquanto narra.

    A Estrutura do Texto

  • 31Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    3.7 Formas de discurso

    Na dissertao, existem trs formas de o autor se posicionar. Isso

    implica nas formas do discurso que ele empregar em seu texto. Conhea-

    as a seguir.

    3.7.1 Discurso direto

    aquele em que o autor reproduz exatamente o que escutou ou

    leu de outra pessoa. Podemos enumerar algumas caractersticas do discurso

    direto:

    a) emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder,

    entre outros;

    b) uso, especificamente para introduzir os dilogos, dos seguintes

    sinais de pontuao: dois-pontos e travesso.

    3.7.2 Discurso indireto

    aquele em que o narrador reproduz com suas prprias palavras

    aquilo que escutou de outra pessoa ou leu sobre ela. No discurso indireto

    eliminamos os sinais de pontuao que introduzem o dilogo e usamos

    conjunes: que, se, como, etc.

    3.7.3 Discurso indireto livre

    aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por

    conta prpria, servindo-se de oraes.

    3.8 O texto dissertativo

    Dissertar um ato praticado pelas pessoas todos os dias. Elas

    procuram justificativas para a elevao dos preos, para o aumento da vio-

    lncia nas cidades, para a represso dos pais. mundial a preocupao com

    a Floresta Amaznica, a AIDS, a solido, a poluio. Muitas vezes, em casos

    de divergncia de opinies, cada um defende seu ponto de vista em relao

    ao tema que est sendo discutido, como por exemplo, o futebol, o cinema,

    a msica. Agora pense em ARGUMENTAR e CONVENCER.

    A vida cotidiana traz constantemente a necessidade de exposio

    de ideias pessoais, opinies e pontos de vista. Em alguns casos, preciso

    persuadir os outros a adotarem ou aceitarem uma nova forma de pensar.

    Em todas essas situaes e em muitas outras, utiliza-se a linguagem

    para dissertar, ou seja, organizam-se palavras, frases, textos, a fim de, por

    meio da apresentao de ideias, dados e conceitos, chegar a concluses.

    A Estrutura do Texto

  • 32 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    Em suma, dissertar ou escrever uma dissertao implica apresen-

    tar uma discusso de ideias, oferecer argumentao e organizao do pen-

    samento, expor a defesa de pontos de vista, oferecer a descoberta de solu-

    es. , portanto, necessrio que se tenha conhecimento sobre o assunto

    que se vai abordar, aliado a uma tomada de posio diante dele.

    Fonte: http://hipotetize.files.wordpress.com/2008/08/ideia1.jpg

    Nas dissertaes aceita-se o uso do plural majesttico, ou seja, o

    uso da primeira pessoa do plural, e, modernamente, passou-se a aceitar o

    uso da primeira pessoa do singular. Mas, se voc optar pela primeira pessoa

    do singular, evite "aparecer" no texto, usando inteligentemente essa esco-

    lha como um instrumento argumentativo, fazendo parecer ao leitor que as

    ideias expostas por voc so de aceitao universal.

    Vejamos alguns exemplos de frases para voc compreender como

    "aparecer" em uma dissertao:

    -"Eu acho que o problema dos escndalos na poltica s ter solu-

    o quando os partidos..."

    -"Eu penso que o autor tem razo quando afirma..."

    -"As pessoas, na minha opinio, deveriam ser conscientizadas da

    participao social..."

    Agora, exemplos de frases de dissertao em que voc no "apa-

    rece":

    -"O problema dos escndalos na poltica ..."

    -"O autor tem razo quando afirma..."

    -"As pessoas deveriam ser conscientizadas..."

    Lembramos que na dissertao sempre haver um tema (geral-

    mente um problema social, educacional, poltico, etc.) e uma delimitao

    desse mesmo tema. O desenvolvimento pode estar dividido em dois ou trs

    pargrafos.

    Desenvolva as frases exemplificadas na seo 3.8

    apresentando argumentos que apoiem as ideias expressas.

    Mas, agora, voc quem deve colocar o conetivo que ligar

    coerentemente a idia principal ao argumento de apoio.

    A Estrutura do Texto

  • 33Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    Na concluso o autor fala da impresso final sobre o assunto. Essa

    parte da redao pode conter em torno de cinco a dez linhas. Pode-se fazer

    uma reafirmao do tema e apresentar possveis solues para o problema

    apresentado.

    Fonte: http://www.poemar.com/joaomoutinho/MP3/Poemar%20-%20livro%20aberto.jpg

    3.9 O ato de escrever

    Considerando que o redator s alcana o objetivo de produzir res-

    posta, tornar comum suas ideias e persuadir se estiver usando um cdigo

    conhecido do leitor, que seu receptor, e que em certas circunstncias a re-

    dao feita para satisfazer necessidades curriculares, a pessoa que escreve

    uma redao escolar ou de vestibular, por exemplo, no pode esquecer que

    os examinadores estaro sempre levando em conta os conhecimentos bsi-

    cos de Lngua Portuguesa, bem como a clareza de raciocnio, demonstrada

    no modo como a redao estruturada. De forma simplificada, isso signi-

    fica que toda boa redao deve ter comeo, meio e fim. Cada uma dessas

    partes deve ter ligao com a parte anterior, para dar unidade (coeso) ao

    texto.

    No se deve esquecer que o emissor codifica a mensagem que ser

    enviada ao receptor e que este, ao receb-la, inicia o processo de decodi-

    ficao, interpretando-a. Por isso, fundamental que os cdigos utilizados

    pelo emissor sejam conhecidos do receptor. No caso de uma redao, o c-

    digo (a Lngua Portuguesa) deve ser entendido por todos os que escrevem e

    leem. Da, ser uma necessidade bsica de quem escreve ter conhecimentos

    da Lngua Portuguesa.

    3.10 Atividades de aprendizagem

    1. Explique os conceitos: forma e contedo e diga quais os tipos de

    redao voc conhece e poste no Ambiente Virtual de Aprendiza-

    gem (AVEA).

    Atravs da dissertao, quem escreve defende uma ideia. Expe seu ponto de vista a respeito de algo. Agora voc!

    Faa o mesmo. Em dez linhas voc propor um "negcio da China" ao seu leitor. "Vender uma casa de palha." No ser fcil! Mas tente. Fale das vantagens que morar em uma casa arejada... Vem, apenas uma idia. Faa voc mesmo! Boa Sorte!

    A Estrutura do Texto

  • 34 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    2. Imagine que a minuta de contrato de prestao de servios envi-

    dada inicialmente por voc foi rejeitada. Agora voc ter de enviar

    uma correspondncia propondo renegociar os pontos da minuta

    que geraram discrdia e argumentar que o contrato de prestao

    de servios proposto bom para as duas partes envolvidas. Essa

    atividade ser postada no ambiente virtual de ensino aprendiza-

    gem. No perca tempo!

    3. Faa um texto no qual voc especifica se os servios contratados

    pela empresa na qual trabalha foram realizados e quais os defeitos

    apresentados, caso haja, e como solucion-los. V ao ambiente

    virtual, selecione a atividade proposta e envie o arquivo. Conta-

    mos com voc.

    3.11 Sntese

    Na unidade 3 voc encontrou elementos da estrutura de uma

    redao, a forma, o contedo e os tipos de redao.

    A Estrutura do Texto

  • 35Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    UNIDADE 4 OS GNEROS E TIPOS TEXTUAIS

    4.1 Objetivos de aprendizagem

    - Reconhecer gneros do discurso;

    - Redigir documentos oficiais como relatrios, ofcios, memorandos

    e outros afins.

    4.2 Redao oficial

    Redao Oficial " a maneira pela qual o Poder Pblico redige

    atos normativos e comunicaes" (MENDES; FOSTER JR., 2002).

    Segundo a Constituio Federal, so princpios fundamentais de

    toda a Administrao Pblica a legalidade, a impessoalidade, a moralida-

    de, a publicidade e a eficincia, sendo inadmissvel que um documento

    expedido pelo Poder Pblico esteja redigido de maneira obscura ou amb-

    gua. Dessa forma, impessoalidade, clareza, conciso, formalidade, unifor-

    midade e o uso do padro culto da linguagem devero ser caractersticas

    norteadoras da redao de documentos e correspondncias oficiais, a fim

    de produzir-se um texto transparente e inteligvel para todo o conjunto de

    cidados ( MENDES; FOSTER JR., 2002).

    Procure no esquecer:

    Impessoalidade O "tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicaes oficiais decorre:

    - "da ausncia de impresses individuais de quem comunica, [...] de quem recebe a comunicao,[...] do carter impessoal do pr-prio assunto tratado[...]

    A conciso, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ain-da, para que seja alcanada a necessria impessoalidade."(Id.Ibid.,p.4-5)

    4.2.1 A linguagem dos atos e comunicaes oficiais A necessidade de empregar determinado nvel de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do prprio car-ter pblico desses atos e comunicaes; de outro, de sua finalida-de.[...]

    [...] por seu carter impessoal, por sua finalidade de informar com o mximo de clareza e conciso, eles requerem o uso do padro culto da lngua. H consenso de que o padro culto aquele em que:

    a) se observam as regras da gramtica formal, e

    b) se emprega um vocabulrio comum ao conjunto dos usurios do idioma (MENDES; FOSTER JR.,2002).

    Os Gneros e Tipos Textuais

  • 36 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    4.2.2 Modelos

    a) Exemplo de redao oficial (memorando)

    Memo.n. Em 30 de dezembro de 2008.

    De: Direo do Centro de Educao a Distncia

    Para: Servidores do Centro de Educao a Distncia

    Assunto: Alterao de expediente

    Senhores Servidores,

    Comunicamos que, nos dias 2 a 5 de janeiro de 2009, o expediente

    neste Centro ser somente interno, a fim de elaborarmos o relatrio anual

    referente ao exerccio 2008.

    Atenciosamente

    Nome

    Cargo

    Os Gneros e Tipos Textuais

  • 37Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    b) Exemplo de redao oficial (ofcio)

    Universidade Federal do Amazonas

    Centro de Educao a Distncia

    Of. n. 109/08-CED/UFAM

    Manaus, 10 de janeiro de 2008.

    Exmo. Sr.

    RAIMUNDO UCHA

    Secretrio de Estado do Meio Ambiente do Estado do Amazonas

    Nesta

    Assunto: Incio do perodo letivo

    Senhor Secretrio,

    Comunicamos a Vossa Excelncia que o incio das aulas do curso

    de Licenciatura em Artes Plsticas e de Bacharelado em Administrao e

    Cincias Agrrias, todos na modalidade a distncia, est com data prevista

    para o dia 1 de fevereiro de 2009.

    Respeitosamente,

    (Nome do remetente)

    Diretor

    Os Gneros e Tipos Textuais

  • 38 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    Diferentemente do estilo de linguagem dos atos e expedientes ofi-

    ciais, temos a redao comercial, que veremos a seguir.

    4.3. Redao comercial

    A carta comercial considerada um veculo de informao, simples

    atividade-meio, sem qualquer outra implicao no mundo dos negcios. Ela

    faz parte integrante de todo um sistema de comunicao, com o emissor,

    mensagem e receptor. Est, consequentemente, sujeita a toda a engrena-

    gem, a todos os dispositivos, a todos os requisitos indispensveis comuni-

    cao para propagar, agrupar, propor negcios e criar imagem.

    4.3.1 Fatores de influncia da carta comercial

    1. Resposta imediata indica que a firma eficiente.

    2. Se a carta for bem definida, o destinatrio dispor-se- a pensar

    que est lidando com uma organizao metdica.

    3. Se o leitor compreender o que est escrito, ele ser grato, fazendo

    seu pedido companhia do autor da carta.

    4.3.2 Os cuidados com a carta comercial

    a) Como todo texto escrito, ela irrecorrvel, no d para harmonizar

    ou explicar, como na comunicao oral, pelo telefone, por

    exemplo.

    b) o volume de correspondncia recebido nas empresas grande; por

    essa razo, a carta pode ser mal-lida, mal-interpretada e motivar

    nova carta como resposta, ampliando a burocracia empresarial.

    Por isso, para os grandes negcios e clientes especiais prefere-se a

    conversa por telefone.

    Antes de escrever, ou seja, passar para o papel o seu pensamento

    sob a forma de palavras que se ligam umas s outras e formam frases,

    preciso que voc pare e pense.

    Quem quer escrever bem precisa, obrigatoriamente, estar bem in-

    formado. Quando colocamos no papel as nossas ideias, devemos imaginar

    que temos muitos desafios. Mas, antes de iniciar os comentrios que con-

    tinuaro a ser feitos durante o nosso estudo, lembre-se: estar informado

    uma das normas mais importantes para quem quer escrever bem.

    4.4 Atividades de aprendizagem

    1. Faa a distino entre discurso direto e discurso indireto. Apresen-

    te exemplos de textos de redao oficial e de redao comercial.

    Poste-os no AVEA.

    Os Gneros e Tipos Textuais

    Faa um exerccio para voc ir treinando. Por exemplo, uma

    redao versando sobre o tema "a Lngua Portuguesa". Para

    escrev-la, relate um episdio em que voc se tenha visto em meio a um excesso de

    competitividade ou em que a capacidade de competir lhe

    tenha sido til.

  • 39Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    2. Agora voc o funcionrio de uma repartio pblica que precisa

    adquirir equipamentos de informtica. Faa a especificao tcni-

    ca de vrios equipamentos de informtica que comporo o edital

    de licitao. Poste-a no AVEA.

    3. Faa proposies inovadoras para uma organizao que queira

    utilizar uma rede sem fio interligando duas mquinas. Seu texto

    deve ser rico o suficiente para fazer com que a empresa "compre"

    a rede sem fio proposta. Poste-o no AVEA.

    4.5 Sntese

    Nesta unidade voc conheceu a linguagem dos atos e fatos ad-

    ministrativos e da redao oficial, bem como exercitou a forma de redao

    de cada um dos documentos e correspondncias oficiais mais exigidos nas

    trocas de informaes oficiais nas organizaes.

    Os Gneros e Tipos Textuais

  • 41Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    REFERNCIAS

    BLIKSTEIN, Izidoro. Tcnicas de comunicao escrita. So Paulo: tica,

    2006.

    _____. Como falar em pblico: tcnicas de comunicao. So Paulo:

    tica, 2006.

    CMARA JR., Joaquim Mattoso. Manual de expresso oral e escrita.

    13. ed. Petrpolis: Vozes, 2001.

    CRUZ NETO, Antnio. S erra quem quer: resposta para mais de 500

    dvidas e dificuldades da lngua. So Paulo: Iglu, 2000.

    DAL MOLIN, Beatriz Helena, et al. Mapa Referencial para Construo

    de Material Didtico - Programa e-Tec Brasil. 2. ed. revisada.

    Florianpolis: Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, 2008.

    FAULSTICH, Enilde L. de J. Como ler, entender e redigir um texto.

    Petrpolis: Vozes, 2004.

    GARCIA, Othon M. Comunicao em prosa moderna: aprenda a

    escrever aprendendo a pensar. 12. ed. Rio de Janeiro: Fundao Getlio

    Vargas, 1985.

    LAPA, Manuel Rodrigues. Estilstica da lngua portuguesa. Rio de

    Janeiro: Martins Fontes, 1998.

    MARTINET, Andr. Elementos de lingstica geral. Rio de Janeiro:

    Martins Fontes, 1978.

    MENDES, Gilmar Ferreira; FORSTER JR., Nestor Jos. Manual de Redao

    da Presidncia da Repblica. 2.ed. rev. atual. Braslia: Presidncia da

    Repblica, 2002.

    MONTEIRO, Gilson. Oba! Aprendi a escrever. So Paulo: Edicon, 2001.

    SCRITTA. Voc domina as normas de redao oficial? 2006. Disponvel

    em: . Acesso em: 12 jan. 2008.

    SACONNI, Luiz Antonio. No erre mais! So Paulo: Harbra, 2005.

  • 42 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

  • 43Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    GLOSSRIO

    Neste glossrio so descritos conceitos empregados em Gramtica e

    Lingustica, utilizados ou no neste caderno, da forma mais simplificada

    possvel, para facilitar a compreenso de termos existentes nos textos deste

    caderno ou para responder a consultas formuladas pelo seu professor.

    Consideramos fundamental que voc leia este glossrio pois, como voc

    um estudante oriundo de uma rea diferente da de Lngua Portuguesa,

    ao ler o Glossrio, ter oportunidade de se familiarizar com termos da

    Gramtica e da Lingustica da Lngua Portuguesa.

    A

    Abreviao Forma reduzida que as palavras assumem para facilitar-lhe o

    uso, determinada pela tradio ou por iniciativa pessoal. A liberdade de usar

    a abreviao possvel desde que a reduo no esteja prevista na norma

    ortogrfica oficial, que sempre prevalece. Exemplos: Btos. (Barretos), gto.

    (grato), pen. (pennsula).

    Abreviatura Reduo normatizada na forma de muitas palavras para

    facilitar seu uso, principalmente na escrita. Exemplos: p. ou pg. (pgina), V.

    S. (Vossa Senhoria), U (urnio), ha (hectare ou hectares).

    Acento grfico Sinal utilizado na escrita para marcar vogal.

    Acento tnico Maior intensidade na emisso da voz quando da produo

    de uma slaba, denominada slaba tnica. Conforme o acento tnico recai

    sobre a ltima, penltima ou antepenltima slaba, a palavra recebe o nome,

    respectivamente, de oxtona (como em ca-f ), paroxtona (por-t-til) ou

    proparoxtona (prn-ci-pe).

    Ambiguidade - Vcio de linguagem, tambm chamado anfibologia,

    pelo qual uma frase construda, involuntariamente, com mais de uma

    interpretao. Exemplos: "Daniela, a Marina disse que seu pai chegou de

    viagem" e "Empresas negam oferecimento de propina". Nas duas frases,

    o pronome seu e a forma verbal negam so os responsveis pelo defeito

    sinttico. H, porm, casos em que a duplicidade de sentido intencional,

    como nos trocadilhos e jogos de palavras, quando a leitura ambgua deixa

    de ser vcio. Exemplos so "A situao daquele laboratrio farmacutico

    no tem remdio" e a frase de para-choque de caminho "No mexa com

    a mulher dos outros e mantenha a sua direita".

  • 44 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    B

    Braquilogia Figura de sintaxe pela qual se omite parte dos componentes

    de uma expresso, que ficam subentendidos. O elemento explcito

    concentra em si o significado do conjunto. Assim, em razo da braquilogia,

    temos celular (em lugar de telefone celular), circular (em vez de carta-

    circular), fritas (batatas fritas), micro (microcomputador), paralelo (mercado

    paralelo), vapor (navio a vapor), vestibular (exame vestibular). Em vrios

    destes exemplos, o adjetivo passou a exercer funo substantiva, ou seja,

    foi substantivado.

    C

    Cacfato Encontro de vocbulos ou slabas que formam nova palavra de

    sentido ridculo ou obsceno: " de pr com a mo", "Tirei da boca dela",

    "No pensei nunca nisso", "Quero a mala" e "A empresa dirigida pela

    dona Maria". H casos de cacfatos internos ou intravocabulares, em que

    as slabas da mesma palavra podem ser lidas de maneira separada de modo

    a produzir novas formas, inconvenientes: " mulher que se disputa (diz +

    puta)". Desfaz-se o cacfato mediante mudana da ordem das palavras ou

    sua substituio.

    Cacofonia Qualquer vcio de linguagem fontico, geralmente resultado

    da proximidade no intencional de palavras com slabas ou idnticos ou

    parecidos (do grego cacos, mau, feio, defeituoso, e fonos, som, voz).

    Catacrese Figura de linguagem, mais particularmente, figura de palavra,

    que consiste no emprego de metfora inevitvel por inexistir palavra que

    contenha o conceito desejado. Assim, dizemos perna da cadeira ou da

    mesa, boca da mata, olho do furaco, brao do rio, peito do p, em que

    utilizamos "perna", "boca", "olho", "brao" e "peito" em sentido figurado,

    uma vez que no se encontram na lngua vocbulos apropriados que se

    refiram quelas realidades.

    Cognato Palavra que tem o mesmo semantema (radical) em relao a

    outra ou outras. Os cognatos tm significado bsico comum, compem

    famlia lexical e assim formam conjunto de unidades "aparentadas". Exemplo:

    combate, combatente, combater, combatvel, combatividade, combativo;

    fator, fatorao, fatorar, fatorial; roa, roada, roadela, roado, roador,

    roagem, roar, roceiro, rocinha

    D

    Declinao Fato gramatical existente nas lnguas sintticas, ou seja, nas

  • 45Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    que expressam as funes sintticas mediante desinncias, como era o latim,

    o grego antigo e ainda o alemo, o russo e outras.

    Diacronia Sucesso dos fatos de uma lngua atravs do tempo. Dessa

    forma, a evoluo bona > boa; Vossa Merc > vosmec > voc; a mudana

    de sentido de formidvel (antigamente: que causa medo formido e hoje:

    admirvel, magnfico) so fatos diacrnicos. Esses fenmenos so estudados

    pela Lingstica Diacrnica ou Evolutiva, s vezes, impropriamente chamada

    "Gramtica Histrica".

    E

    Epistemologia Ramo da Filosofia que se ocupa do estudo da validade

    das definies da linguagem cientfica. Os questionamentos e indagaes

    acerca de conceitos cientficos situam-se no nvel epistemolgico.

    Etimologia Ramo da Lingstica que estuda a origem das palavras. A

    Etimologia estabelece mtodos para descobrir os timos, isto , os vocbulos

    que constituem a origem de outros.

    Eufemismo Figura de linguagem mais precisamente, figura de

    pensamento que consiste no emprego de palavras, expresses ou

    circunlquios (rodeios de palavras) em lugar de formas lingsticas cujo

    significado considerado indecoroso, desagradvel ou ameaador e dessa

    maneira so evitadas em certo meio social...

    Evoluo fontica Transformao por que as palavras passam, na

    sonoridade e depois na escrita, no decorrer da histria da lngua. "Evoluo"

    aqui no se relaciona com melhor, apenas com a ideia de diferente, de

    modificado.

    Figura de linguagem Aspecto que a linguagem verbal assume, com

    finalidade expressiva, ao desviar-se de padres normalmente aceitos.

    Fone Realizao ou concretizao do fonema. Por exemplo, os vrios

    tipos brasileiros de "r" (gacho, carioca e paulista) em palavras como "carta"

    so fones (a rigor, "alofones") do fonema /r/. O fone unidade situada no

    mbito da fala. Na realidade, a impresso que o crebro recebe quando

    o falante ouve um som emitido para comunicao. Dito de outra forma, o

    fone a menor unidade desprovida de significado produzida pela fala.

    Fontica Disciplina lingstica que estuda os sons produzidos pelo ser

    humano com finalidade de comunicao, tanto do ponto de vista acstico

    como do articulatrio, isto , da maneira como eles so produzidos. A menor

    unidade estudada pela Fontica o fone, realizao concreta do fonema.

  • 46 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    Fonologia Ramo da Lingustica que estuda o comportamento dos

    fonemas em uma lngua. A Fonologia no se ocupa da maneira como os

    sons so produzidos, mas da funo que tm no sistema lingstico.

    G

    Grafia Escrita. Modo de escrever uma palavra. A grafia correta, isto , a

    de acordo com a norma oficial definida por lei chama-se ortografia (do

    grego orto, reto, correto e grafia, escrita).

    H

    Homonmia Fenmeno lingstico pelo qual duas palavras com significados

    bem distintos tm a mesma pronncia, mesma grafia ou ambas. Isto se

    d ou por coincidncia de formas decorrentes de transformao fontica

    com o passar do tempo ou por coincidncia em virtude de importao de

    palavra de outra lngua.

    I

    Indicativo O modo verbal indica que a ao expressa pelo verbo

    exercida de maneira real, categrica, definida quer com inteno afirmativa,

    negativa ou interrogativa: escrevi, no irei, chegou?

    L

    Lxico Conjunto de todas as palavras disposio de um falante,

    armazenadas em seu banco de dados mental.

    Linguagem a capacidade de comunicao por meio de um sistema de

    signos ou sinais. Essa capacidade no exclusiva da espcie humana, j que

    outros seres, como macacos, abelhas e formigas comunicam-se de alguma

    forma.

    Lingstica Cincia que estuda a linguagem verbal, isto , aquela que

    utiliza palavras. A Lingstica ocupa-se da lngua (qualquer uma) e a

    descreve sem se preocupar em impor normas. Divide-se em geral e especial.

    A geral estuda a comunicao verbal humana no que ela tem de comum,

    independentemente do grupo que a utiliza, e a especial interessa-se por

    determinada lngua. Dessa forma, o estudo da Lngua Portuguesa exemplo

    de Lingstica especial.

    M

    Metfora Figura de linguagem mais precisamente, figura de palavra

    pela qual dois significados que possuem trao ou traos semnticos comuns

  • 47Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    tornam possvel um vocbulo ser empregado em lugar de outro. Assim, se

    achamos que uma garota tem a beleza, o vio e a delicadeza de uma flor,

    podemos dizer que ela uma flor, como em "Silvinha uma flor". Outros

    exemplos: "Os anes abriram rombo no oramento da Unio" e "Uma

    boca do fogo entupiu".

    Mettese Transposio de fonema dentro do vocbulo, na mesma slaba

    ou para slaba vizinha, com vistas facilidade de pronncia.

    Morfema Para alguns autores, a palavra inteira. Para outros, unidade

    menor do que a palavra, portadora de significado estritamente gramatical,

    como os prefixos, sufixos, terminaes verbais, etc. Dessa forma, pr-,

    -zinho, -vamos so morfemas.

    N

    Neologismo Inovao lingustica que se pode apresentar sob a forma

    lexical (vocabular) ou sinttica (frasal).

    O

    Orao Em Gramtica, orao o vocbulo ou reunio de vocbulos

    com que exprimimos um pensamento, de maneira completa ou no. Isso

    acontece sempre com o auxlio do verbo.

    P

    Padro Conjunto das formas lingusticas empregadas correntemente

    pelos falantes escolarizados, isto , os que seguem a norma culta.

    Preposio Palavra que liga duas outras explicando ou completando com

    a segunda o sentido da primeira: a, de, com, para, at, contra e outras.

    R

    Reduo Queda da semivogal em ditongos, na lngua falada, embora a

    escrita mantenha as duas letras: caixa > caxa, peixe > pexe, touro > toro. O

    fenmeno j ocorria no latim popular e prosseguiu atravs dos sculos at

    os dias de hoje.

    Rima Repetio de som no final de dois ou mais versos. Pode tambm ser

    repetio, no meio de um verso, do ltimo som do verso anterior ou ainda

    a repetio de um som em mais de uma palavra no mesmo verso.

  • 48 ClaudIa guerra monteIro gIlson monteIro

    S

    Significado Em Lingustica, o conceito, a ideia que se tem de alguma

    coisa. Esse conceito pode variar de pessoa para pessoa e com o passar

    do tempo. A ideia que se tem do vegetal "rvore" o significado, que,

    juntamente com o significante /arvore/, compe o signo lingstico rvore.

    Significante Termo da nomenclatura lingstica que designa a imagem

    acstica, isto , a seqncia de fonemas que, associada ao, significado

    forma o.signo lingustico. Exemplo: a sequncia de fonemas /m/ + /a/ + /r/

    /mar/ um significante.

    T

    Timbre Fenmeno acstico pelo qual se distinguem sons uns dos outros

    , ainda que da mesma altura, intensidade, durao, etc. o trao distintivo

    das vogais, as quais, de acordo com o timbre, classificam-se em abertas,

    fechadas e reduzidas. O timbre resulta da ressonncia do som na cavidade

    bucal. O volume desta altera-se em funo da distncia entre o dorso da

    lngua e o palato duro (cu da boca).

    Tonicidade Qualidade do que tnico, noo que se relaciona com a

    maior intensidade com que se pronunciam vogais, slabas e vocbulos. O

    conceito de tonicidade tem a ver diretamente, portanto, com a ideia de

    acento tnico (principal e secundrio), com a posio das slabas em relao

    a ele e com os tipos de vocbulos providos ou no desse acento.

    V

    Vernculo A lngua nacional em contraste com lnguas estrangeiras

    ou ento qualidade do que da lngua nacional: " preciso proteger o

    vernculo da invaso absurda de termos estrangeiros" e "Essa a forma

    verncula".

    Vcio de linguagem Qualquer desvio da norma culta da lngua ou

    imperfeio na linguagem verbal. Os vcios de linguagem podem ser:

    fonticos, morfolgicos, sintticos e semnticos.

  • 49Portugus Instrumental - Curso tCnICo em HosPedagem

    CuRRCuLO SINTTICO DOS PROFESSORES-AuTORES

    Claudia Guerra Monteiro possui Licenciatura Plena em Letras

    (Lngua Portuguesa) pela Universidade Federal do Amazonas (1992), mes-

    trado em Comunicao Social pela Universidade Metodista de So Paulo

    (1998) e doutorado em Cincias da Comunicao pela Universidade de So

    Paulo (2002). Atualmente professora Adjunta da Universidade Federal

    do Amazonas. Tem experincia na rea de Educao, com nfase em M-

    todos e Tcnicas de Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas:

    Educao, Comunicao e Tecnologia. professora do Departamento de

    Mtodos e Tcnicas da Faculdade de Educao da Universidade Federal do

    Amazonas (UFAM). Atualmente, coordena a Ps-Graduao em produo

    de Material Didtico para EaD.

    Gilson Vieira Monteiro bacharel em Comunicao Social pela

    Universidade Federal do Amazonas (1989), licenciado em Letras pela Uni-

    versidade Federal do Amazonas (1992), mestre em Administrao pela Uni-

    versidade de So Paulo (1998) e doutor em Cincias da Comunicao pela

    Universidade de So Paulo (2003). professor adjunto da Universidade Fe-

    deral do Amazonas. Tem experincia na rea de Comunicao, com nfase

    em Organizao Comercial de Jornais. Atua principalmente nos seguintes

    temas: literatura, jornalismo, administrao da empresa jornalstica, jorna-

    lismo em redes e comunicao e marketing estratgico.

  • ISBN:

    Curso Tcnico em Hospedagem

    Portugus Instrumental

    Claudia Guerra Monteiro

    Gilson Monteiro