apostila - lpt 2012 1 - chafiha (1)
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ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________
CURSO ________________________________________________ SALA ____________
1º SEMESTRE DE 2012
Profa. Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz
1. LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA
A Língua pode ser definida como um código formado por signos (palavras) e leis
combinatórias usados por uma mesma comunidade.
Por sua vez, a linguagem serve como instrumento de comunicação que faz uso de um
código, permitindo, assim, a interação entre as pessoas - é a atividade comunicativa.
As linguagens apresentam características próprias de composição para adequarem-se
aos veículos específicos, aos receptores, às épocas e às situações determinadas - são os
diversos tipos de linguagem: linguagem de teatro, linguagem de programação, linguagem de
cinema, linguagem popular.
Há inúmeros tipos de linguagem: a fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a
dança, o código Morse, o código de trânsito.
As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal, modelo de
todas as outras, e as linguagens não verbais. A linguagem verbal é aquela que tem por unidade
a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento,
a imagem.
Cada indivíduo pode fazer uso próprio e personalizado da língua, dando origem à fala,
embora esta prática deva estar sempre condicionada às regras socialmente estabelecidas da
língua.
Nesse sentido convém ressaltar que a colocação das palavras na frase e a mudança de
relação entre elas são fatores de mudança de significado. Além disso, a leitura dos sinais de
pontuação é também significativa, influenciando todo o significado de um enunciado.
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Quanto maior o domínio que temos da língua, maior é a possibilidade de um
desempenho lingüístico eficiente.
Língua: sistema de signos, pertencente a toda uma comunidade de falantes.Linguagem: é a faculdade humana através da qual o homem se comunica.Fala é o uso que cada indivíduo faz da língua comunitária.
( NICOLA, de José & INFANTE, Ulisses. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa.. 15 ed. São Paulo, Scipione, 2003)
2. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E NORMA
Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a
língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em
casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário
utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre
porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como,
por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de
formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações lingüísticas.
Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão
conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros,
jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas
são chamadas de variedades não padrão.
Observe no quadro abaixo as especificidades de cada variação:
Profissional
No exercício de algumas atividades profissionais, o domínio de certas formas
de línguas técnicas é essencial. As variações profissionais são abundantes em
termos específicos e têm seu uso restrito ao intercâmbio técnico.
Situacional
As diferentes situações comunicativas exigem de um mesmo indivíduo
diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em situações formais,
modalidades diferentes das usadas em situações informais, com o objetivo de
adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente lingüístico em que se está.
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Geográfica
Há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes
regiões em que é falada. Basta prestar atenção na expressão de um gaúcho
em contraste com a de um amazonense. Essas variações regionais constituem
os falares e os dialetos. Não há motivo lingüístico algum para que se considere
qualquer uma dessas formas superior ou inferior às outras.
Social
O português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos
meios de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de
escolaridade. Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua
que goza prestígio, enquanto outras são vitimas de preconceito por
empregarem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma
modalidade de língua - a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida
escolar e cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e
social.
Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que alguns
grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que não
fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona o
reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim se
formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda a
variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
Do ponto de vista estritamente lingüístico, não há nada nas variedades lingüísticas que
permita considerá-las boas ou ruins, melhores ou piores, feias ou bonitas, primitivas ou
elaboradas.
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Dino Preti, autor e professor da PUC-SP, em reportagem na Folha de S.Paulo, afirma
não haver mais linguagens puras ou padrões melhores ou piores. “O que existem são
variações. A linguagem culta é ideal em certas condições e, em outras, não. Até palavrão é
ideal algumas vezes.” O falante culto, afirma, não é o que conhece a gramática, mas o que
sabe se adaptar às variações de linguagem, de acordo com cada situação. “Uma coisa é o
especialista usar ‘deletar’ entre colegas, outra é ostentar o fato de ser um técnico em
computação.” (Folha de S.Paulo, 24 jun. de 2003.)
Seja na fala seja na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de
culta ou padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é
preciso ser “poliglota de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso,
ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades
lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.
A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola.
Ela é mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de
falantes.
Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou
seja, utilizada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com
as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes
gramaticais.
A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva,
livre de convenções sociais.
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OBSERVE:
Sapassado, era sessetembro,
taveu na cuzinha tomando uma
pincumel e cuzinhando um
kidicare cumastumate pra fazer
uma macarronada cum
galinhassada. Quascaí de susto
quanduvi um barui vinde
denduforno parecenum tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca
denda galinha prassá,
O forno isquentô,o mistorô e o
fiofó da g alinhispludiu!
Nossinhora! Fiquei brando quinein
um lidileite. Foi um trem doidimais!
Quascaí dendapia! Fiquei
sensabê doncovim, noncotô,
proncovô. Ópceve quilocura!
Grazadeus ninguem semaxucô!
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La Vie en Rose
Adão Iturrusgarai Folha de São Paulo, 11 de agosto de 2007.
Identifique a região em que cada um dos assaltos teria ocorrido:
Ei, bichim . Isso é um assalto . Arriba os braços e num se bula ....e num faça munganga.
Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu
fato pra fora:. Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia.
Ô sô, prestenção: isso é um assarto, uai: Levanta os braço e fica quetin quesse trem na minha
mão tá cheio de bala . Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai!
Ta esperando o que , uai!
O gurí, ficas atento:. Báh, isso é um assalto:. Levantas os braços e te aquieta, tchê ! Não tentes
nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas prá cá ! E te manda
a la cria, senão o quarenta e quatro fala.
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Seguiiiinnte, bicho: Tu te. Isso é um assalto...Passa a grana e levanta os braços rapá:. Não fica
de bobeira que eu atiro bem .... Vai andando e se olhar pra traz vira presunto.
Ô meu rei . (longa pausa ) Isso é um assalto . (longa pausa ) Levanta os braços, mas não se
avexe não .(longa pausa ) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado:. Vai
passando a grana, bem devagarinho (longa pausa ) Num repara se o berro está sem bala, mas
é pra não ficar muito pesado:. Não esquenta, meu irmãozinho ( longa pausa ) Vou deixar teus
documentos na encruzilhada.
Ôrra, meu:. Isso é um assalto, meu . Alevanta os braços, meu:. Passa a grana logo, meu! Mais
rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso do jogo do
Curintia, meu: Pô, se manda, meu:.
Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês,
aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, IPTU,
IPVA, Licenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, Imposto de Renda, IPI,
CMS, PIS, COFINS, mas não se preocupe, somos PENTA!!!!
(http://www.osvigaristas.com.br/textos/listas/84.html)
3. DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
O primeiro mito que deve ser desfeito na relação entre fala e escrita é o de que a fala é o
lugar da informalidade, da liberdade, do dizer tudo e da forma que quiser, e a escrita, por sua
vez, é o lugar da realização formal, controlada e bem elaborada.
A perspectiva da dicotomia estrita tem o inconveniente de considerar a fala
como o lugar do erro e do caos gramatical, tomando a escrita como o lugar da
norma e do bom uso da língua. Seguramente, trata-se de uma visão a ser
rejeitada. (Marcuschi, 2001: 28)
Na verdade, fala e escrita são duas realizações possíveis de uma mesma língua que
tanto podem ser elaboradas quanto informais. O que determinará o grau maior ou menor de
formalidade é o contexto em que o falante ou escritor estará inserido.
O que existe é uma maior valorização da escrita pela sociedade, justamente pelo fato de
esta ser aprendida e desenvolvida em uma instituição social que é a escola. Entretanto, assim
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como a fala não possui uma propriedade negativa, a escrita também não é uma modalidade
privilegiada, ou seja, não existe superioridade de uma modalidade em relação à outra.
Sendo assim, fala e escrita são duas práticas sociais que se realizam em um continuum
e não de maneira dicotômica.
Isso equivale a dizer que tanto a fala como a escrita apresentam um
continuum de variações, ou seja, a fala varia e a escrita varia. Assim, a
comparação deve tomar como critério básico de análise uma relação
fundada no continuum dos gêneros textuais para evitar as dicotomias
estritas. (Ibidem: 42).
As diferenças entre língua oral e língua escrita permitem traçar um quadro contrativo dos
componentes básicos dessas modalidades.
Quanto à... Fala Escrita
InteraçãoInteração face a face. Mesmo contexto
situacional.
Interação à distância (espaço
temporal). Contexto situacional
diverso.
PlanejamentoSimultâneo ou quase simultâneo à
produção. Anterior à produção.
Criação Coletiva, administrada passo a passo. Individual.
Memória Impossibilidade de apagamento. Possibilidade de revisão.
ConsultaSem condições de consulta a outros
textos. Livre consulta.
Reformulação
A reformulação pode ser promovida
tanto pelo falante como pelo
interlocutor.
A reformulação é promovida apenas
pelo escritor.
Acesso Acesso imediato às reações do Sem possibilidade de acesso
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interlocutor. imediato.
ProcessamentoO falante pode processar o texto,
redirecionando-o a partir das reações
do interlocutor.
O escritor pode processar o texto a
partir das possíveis reações do leitor.
Processo de
Criação
O texto mostra todo o seu processo de
criação.
O texto tende a esconder o seu
processo de criação, mostrando
apenas o resultado.
Adaptado de Fávero (2000:74)
EXERCÍCIOS
1. O articulista Luiz Nassif em seu artigo “O FMI vem aí. Viva o FMI”, publicado na revista Ícaro,
fez uso do registro culto típico do jornalismo, mas utilizou também algumas expressões da
linguagem característica da economia e outras próprias da linguagem informal. Leia o trecho
abaixo e resolva as questões propostas a seguir.
“Países já chegam ao FMI com todos esses impasses, denotando a incapacidade de suas elites
de chegarem a fórmulas consensuais para enfrentar a crise – mesmo porque essas fórmulas
implicam prejuízos aos interesses de alguns grupos poderosos. Aí a burocracia do FMI deita e
rola. Há, em geral, economistas especializados em determinadas regiões do globo. Mas, na
maioria das vezes, as fórmulas aplicadas aos países são homogêneas, burocráticas, de quem
está por cima da carne-seca e não quer saber de limitações de ordem social ou política.(...)
Sem os recursos adicionais do Fundo, a travessia de 1999 seria um inferno, com as reservas
cambiais se esvaindo e o país sendo obrigado ou a fechar sua economia ou a entrar em
parafuso. O desafio será produzir um acordo que obrigue, sim, o governo e Congresso a
acelerarem as formas essenciais.” ( Ícaro, 170, outubro de 1998 – questão adaptada do
vestibular da Unicamp)
a) Transcreva as expressões que nos remetem ao universo econômico.
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b) Transcreva as expressões que têm características de informalidade.
c) Substitua essas expressões apresentadas no nível coloquial por outras típicas da linguagem
formal.
2. Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e outra para um colega de turma. Os textos devem apresentar:
a) o destinatário (vocativo);
b) sua identificação;
c) uma solicitação;
d) as razões dessa solicitação;
e) encerramento
f) assinatura
4. LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO
Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo
adequado o significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma
sociedade letrada.
Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um
texto, prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é
que suas considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam.
Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira
implícita (mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a
outros textos e ainda trazem idéias periféricas cuja função é dar sustentação à idéia central. Esses
aspectos são a base da interpretação e compreensão que, portanto, devem ser percebidos e
utilizados no processo de leitura e entendimento dos textos.
Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de
enunciados, muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-
se então de interpretação de textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da
vida profissional.
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Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho a criticidade,
a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos
importantes nessa concorrência. ( RUSSO, 2004:15)
Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é
necessário ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato
com algumas técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos.
5. ESTRATÉGIAS DE LEITURA I
Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe:
a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde
foi retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma
primeira sem interrupções para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming).
b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em
relação a uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo.
c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no texto.
d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à
compreensão dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas.
e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os
procedimentos dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações
(scanning).
f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros,
porcentagem, longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como
gravuras, gráficos, tabelas, números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a
disposição das imagens) nos auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso
conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo (prediction).
EXERCÍCIOS
1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões:
CASINO AALBORG
Velkommen til Danmarks mest venlige kasino
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Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab
med festlige mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00.
Entré DKK 50,00,-. Der er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge
under 18 ar. (exercício extraído de: Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003
p.18)
a) Qual é o horário de atendimento do cassino?
b) Quanto custa o ingresso?
c) Qual é o telefone do cassino?
d) Quem pode freqüentar o cassino?
3. ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas:
a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo.
b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto.
Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema
importância para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros
muito comuns como a extrapolação, a redução ou a contradição.
Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da
seguinte maneira:
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Extrapolação
Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando
outros elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à
memória, abandonando o texto que era o objeto de interpretação.
A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o
contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações
evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se
encaminha para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se
descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento
expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já
pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão.
Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa
conquistar maior lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que
está em questão. Essa clareza é necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de
imaginação e de raciocínio, porque os vôos para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção,
serão realizados por um projeto intencional, e não mais por incapacidade de reconhecer os limites
de um texto colocado em questão, nem por incapacidade de distinguir as próprias idéias das idéias
apresentadas por um texto lido.
Redução
Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de
redução ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se
o inverso: aborda-se apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do
contexto. Seria privilegiar um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro, mas não é suficiente
diante do conjunto, ou então que se torna falso porque passa ser descontextualizado. Desse modo, o
leitor detém-se a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as
relações principais. Reconhecer os processos de redução representa também um salto de qualidade
em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de perceber e
compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações.
Contradição
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O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não
percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a
perda de uma passagem no desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto.
Como esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias
expressas pelos textos - os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie
de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras
do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso provavelmente escolherá
essa alternativa, por ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente,
mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto.
EXEMPLOS
Leia atentamente o texto que se segue. Faça a primeira leitura, a de entrar em contato e,
depois, faça a segunda leitura, captando as ideias centrais. Em seguida, discuta com seus colegas as
questões abordadas nos textos.
Einstein x Newton: uma boa briga
Paulo Markun
Britanicamente, às seis e meia da tarde de quarta-feira, 23 de novembro de 2005, lorde Robert
May, presidente da Royal Society apresentou os resultados da pesquisa feita entre os 345 cientistas
associados e 1363 ingleses e que procurava saber qual fora o cientista mais importante para a
humanidade: Albert Einstein ou Isaac Newton?
Se houvesse uma bolsa de apostas, o autor da célebre equação E=MC2 seria o favorito, já que o
evento integrava as comemorações do cinquentenário de suas descobertas. Mas Newton venceu de
ponta a ponta, como diria um locutor de turfe. Quando perguntado sobre quem deu a maior
contribuição para a ciência, 61,8% do público votou em Newton e 38,2% em Einstein. Entre os
cientistas, a vitória foi ainda mais expressiva: 86,2% para Newton e 13,8% para Einstein. Diante da
questão que procurava estabelecer quem der a maior contribuição positiva para a humanidade, o
resultado foi empate técnico entre o público (50,1% de Newton e 49,9% para Einstein) enquanto os
cientistas preferiram Newton claramente: 60,9% a 39,1%.
Impressionado com a repercussão da enquete, lorde May olhou para diante: “Muitos diriam que
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comparam Newton e Einstein é como comparar maçãs e laranjas, mas as pessoas estão apreciando a
enorme importância que estes dois físicos tiveram e constatar que o impacto do trabalho deles se
espalhou muito além dos laboratórios e das equações. Mas o que realmente importa é saber de onde
virão os futuros Newtons e Einsteins.”
Ciência e a religião são mundos paralelos, que podem conviver tranquilamente, desde que um não
interfira no outro.É o que pregava o paleontólogo norte-americano Stephem Jay Gould, um dos mais
reconhecidos divulgadores científicos do século XX e um incansável combatente da pseudociência.
Para Gould, ciência e religião são “Magistérios Não Interferentes.” O magistério da ciência é o
conhecimento factual do mundo natural. O da religião trata dos desígnios do homem, sua conduta
moral e ética. Sendo assim o único conflito possível entre ciência e religião se dá quando uma tenta
invadir o território da outra. Para ele, essas invasões não são muito frequentes e podem acontecer de
um lado e de outro, embora os cientistas costumem fazer estardalhaço sobre a ação dos religiosos,
omitindo seus próprios pecados, digamos.
Gould reuniu um elenco de religiosos que foram ardorosos defensores do método científico e no
outro corner um time de cientistas que permitiram a interferência do pensamento religioso em sua
investigação científica. E quem está entre estes? Isaac Newton, que numa série de cartas a Thomas
Burnet defendeu a idéia deque a Terra fora criada em seis dias. Tese rejeitada pelo destinatário, um
reverendo que era confessor do rei e empregou argumentos verdadeiramente científicos para enfrentar
as convicções de Newton. (Hoje, tanto Newton quanto Burnet são relacionados numa impressionante
lista dos cientistas que acreditavam piamente que a Bíblia tinha razão.)
O debate sobre o uso de células-tronco embrionárias é tão apaixonado quanto o do ensino do
criacionismo, mas ao contrário deste – que e inscreve no campo da fé – está na fronteira entre os dois
magistérios de Gould. Seu uso tem tudo a ver com moralidade de nossas ações. Devem ser elas uma
decorrência de nossas convicções religiosas ou de nossas certezas científicas?
A resposta para esse dilema certamente mobilizará os futuros Einsteins e Newtons com que se
preocupava lorde May. Uns e outros sairão das universidades e centros de pesquisas, não de
conventos, mesquitas ou sinagogas e carregarão consigo novas dúvidas e dilemas, porque assim
caminha a humanidade. De tropeço em tropeço, ante a imensidão do como uma criança pequena que
dá seus primeiros passos.
Por tudo isso, prefiro ficar com Albert Einstein, que assim definiu nosso maior desafio: “O esforço
humano mais importante é o esforço para imprimir moralidade a nossas ações. Nosso equilíbrio
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interior e nossa existência dependem disso. Somente a moralidade de nossas ações pode dar beleza e
dignidade à vida. Tornar essa força viva, deixando seu papel claro na consciência das pessoas é a
principal tarefa da educação. O fundamento da moralidade não deve depender de mito, nem estar
vinculado a qualquer autoridade para que dúvidas sobre o mito, ou sobre a legitimidade da
autoridade na comprometam o bom julgamento da ação.”
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Paulo Markun é editor e presidente do Conselho Editorial do Jornal de Debates que circula
internamente na Uninove.
EXERCÍCIO
1. Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele
apresentadas.
O mistério
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que
fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe
algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que
compreenderemos apenas em forma muito rudimentar - é esta a experiência que constitui a
atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens
profundamente religiosos. (Albert Einstein - Como vejo o mundo)
Texto II
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6. ESTRATÉGIAS DE LEITURA – INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
Segundo Fiorin & Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto
é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das
informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou
pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos
quanto os implícitos.
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode
passar por cima de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar
com coisas que rejeitaria se as percebesse.
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções
falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
Pressupostos são aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor
pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase.
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Observe:
Fiz faculdade, mas aprendi alguma coisa.
Nessa frase, há duas informações explícitas:
Ele frequentou um curso superior;
Ele aprendeu algumas coisas.
Porém ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de modo
implícito sua crítica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que
nas faculdades não se aprende nada.
Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois
seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que
está sendo comunicado.
EXERCÍCIOS
1. Encontre os pressupostos (dados que não são colocados em discussão) nos trechos abaixo:
a) É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque soviético.
b) Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
c) O caso do contrabando tornou-se público.
d) Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no
povo.
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e) Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não pensam no
povo.
f) Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.
2. Leia o texto abaixo e faça a identificação dos pressupostos e, a seguir, teça um comentário
sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto.
A burocracia da terra
O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma
característica que merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária
brasileira é a última atividade econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se
fala disso, mas o fato é que não encontramos multinacionais responsáveis por qualquer parcela
significativa da produção. Também não encontramos, no campo, as famigeradas empresas
estatais. Embora existam multinacionais proprietárias de terra, o percentual de produção rural
em suas mãos não é significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre
iniciativa brasileira. Com a nossa economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a
agropecuária permaneceu uma atividade essencialmente de brasileiros.
Temos certeza de que esta parcela da população, hoje responsável pela produção rural do
país, é simpática a medidas que enriqueçam o trabalhador rural e favoreçam a justiça social.
Somos todos a favor de medidas que facilitem o acesso à propriedade rural, tornando um maior
número de brasileiros proprietários e produtores. Somos todos a favor de medidas que
aumentem a produtividade no campo. Somos todos contra, enfim, a especulação com terras, a
ociosidade, o desperdício. Não é o produtor rural quem lucra com isso, e sim o especulador,
quase sempre alheio à atividade produtiva.
Repudiamos, porém, a planejada reforma agrária da Nova República da maneira como foi
apresentada pelo diretor do INCRA, senhor José Gomes da Silva, e por seu superior
hierárquico, o ministro Nelson Ribeiro. Autoritária e de critérios arbitrários, fatalmente levará a
20
uma crescente estatização da atividade rural no país - e isso quer dizer que chegarão ao campo
a ineficiência, a burocracia e a corrupção hoje encontradas em quase todas as outras
atividades já estatizadas.
CAMARGO NETO, Pedro de. - Veja, 7 ago. 1985.
7. VERBOS DE COMANDO
Material organizado pelos professores: Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan
Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, o professor
pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é muito comum o emprego de
provas e/ou testes dissertativos nos quais os alunos têm um espaço para mostrar, sobre algum assunto
determinado, a sua capacidade de análise, criação, comparação, identificação, conceituação etc. É muito
comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade que os alunos têm diante do
momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja composta por questões breves. Essa dificuldade
pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não conseguem compreender exatamente o que é pedido numa
questão. Se observarmos com atenção, todas as questões geralmente se iniciam ou se desenvolvem
tendo como base um verbo-comando (quase sempre na forma do imperativo) que especifica para o
aluno a forma como ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-
comando mais utilizados.
Verbos-comando
Definição dos verbos (com base no Moderno Dicionários da Língua Portuguesa de Michaelis)
Especificação dos procedimentos
Analise Determinar os componentes ou elementos fundamentais de alguma ideia, teoria, fato etc.; determinar por discernimento a natureza, os aspectos do que está sendo examinado.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.
Justifique Explicar ou demonstrar a veracidade ou não de algum fato ou ocorrência por meio de elementos/argumentos plausíveis.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.
Transcreva Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de algum texto sem qualquer tipo de modificação.
A resposta não pode ser elaborada e sim apenas recortada utilizando-se sinais adequados com as aspas
Compare Examinar, simultaneamente, as particularidades de duas ou mais ideias, fatos, ocorrências.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.
Explique Tornar claro, fazer entender de forma coerente particularidades de fatos, ideias ou ocorrências.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.
Diferencie Estabelecer características que não sejam semelhantes entre dois ou mais fatos, ideias ou ocorrências.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Diferenciar não é o mesmo que definir.
21
Defina Expor com precisão características ou particularidades de algum fato, ideia ou ocorrência.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.
Conceitue Formar uma ideia, noção ou entendimento de forma clara sobre algum fato ou ocorrência.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Conceituar não é o mesmo que justificar.
Destaque Separar, de dentro de um todo (de um texto por exemplo), uma ou mais informações, ideias ou conceitos mais relevantes ou não.
Pode ser apenas uma transcrição de um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto-comentário.
Cite Transcrever ou apontar fatos, ideias, ocorrências ou características de algum elemento.
Pode ser apenas uma transcrição de um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto-comentário.
Confronte Observar o comportamento, atitude, opinião de duas ou mais pessoas, teorias ou posicionamentos a fim de se estabelecer alguns juízos e/ou relações como por exemplo de igualdades, de diferenças etc.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Confrontar está intimamente ligado ao ato de comparar.
Critique Examinar com muito critério alguma ideia, noção ou entendimento tentando perceber qualidades e ou defeitos, pontos negativos e/ou positivos etc.
Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Importante observar que criticar não é somente levantar aspectos negativos do que se está observando – a crítica pode ser também de caráter positivo/construtivo.
1. Leia com atenção o texto e, em seguida, responda ao que se pede. Procure responder
exatamente o que foi solicitado nos enunciados.
CONSUMO JOVEM
Como abordar um público afluente, mas avesso às mensagens comerciais.
Uma das tendências mais instigantes do marketing na atualidade é a segmentação dos
consumidores. Dez anos atrás, os especialistas ainda pensavam em sexo e idade quando saíam em
busca de nichos de clientes. Uma enxurrada de pesquisas a respeito das nuances do público
feminino desaguou nos departamentos de marketing até meados dos anos 90. Com a incorporação
das ferramentas etnográficas ao arsenal de pesquisas, o conceito acabou por se alargar. Fala-se
22
agora em estilo de vida, tribos, atitudes. Num recente estudo, a consultoria McKinsey constatou a
existência de 250 fatores tangíveis e intangíveis que cercam uma marca.
O mercado fragmentado tornou mais complexa a tarefa de “acessar” os clientes, para usar
um jargão da moda. E é com os jovens, aqui e lá fora, que os pesquisadores vêm se ocupando nos
últimos tempos. Por quê? Estima-se em 30 bilhões de reais o poder de consumo dos 28 milhões
de brasileiros na faixa de 15 a 22 anos (movimentam o triplo desse valor, em dólar, nos Estados
Unidos). Segundo um levantamento do instituto Ipsos/Marplan, são consumidores ávidos que
freqüentam cinemas, viajam e gostam de comprar roupa em proporção bem acima da média da
população. Trocam seu aparelho celular uma vez por ano, enquanto os mais velhos o fazem a
cada dois anos.
Foi mirando nesse público que o finlandês Nokia acelerou suas vendas de celulares no
Brasil. Os aparelhos possuem opções de cor e toques personalizáveis, o que casa com a busca de
afirmação do jovem. A marca conquistou o prêmio Top Teen como a mais lembrada (47%) entre
jovens de 16 a 24 anos. O Top Teen é um prêmio especial da pesquisa Top of Mind, do instituto
Datafolha.
Além de consumidores vorazes, os jovens também são hábeis pilotos de computadores,
DVSs e todo tipo de novidade tecnológica. Nessa condição, passaram a ser influenciadores,
quando não decisores de compras domésticas. Oito em cada dez aparelhos de som passam pelo
crivo dos filhos antes de serem comprados.
Desafiada no ano passado por um de seus clientes, a Semp Toshiba, que lidera as vendas
de televisores, a desenhar uma estratégia que ampliasse as vendas de aparelhos de som, a agência
de propaganda Talent mergulhou no mundo das tribos adolescentes. Dele emergiu com a idéia de
uma campanha publicitária centrada não exatamente nos atributos do equipamento, mas na
linguagem capaz de unir a juventude: a música. “O jovem não gosta de quem quer parecer jovem
nem de sentir que estão vendendo algo para eles”, afirma o relatório da Talent. Sintonizados com
essa tendência, os comerciais de TV, inspirados em videoclips, são coerentes com um dos
mandamentos da juventude no que diz respeito à propaganda: em vez de slogans vendedores ou
mensagens informativas, há música, uma sucessão de danças e imagens divertidas. Num dos
filmes, uma galeria com orelhas de cães de diferentes raças é sobreposta aos rostos da garotada.
Os aparelhos só aparecem nas últimas cenas, como se fossem personagens também embalados
pelo ritmo tecno.
23
“Até então o mercado de áudio buscava apelos diferenciais na potência e nos acessórios”.
Afirma Oswaldo Ubrig, diretor de propaganda da Semp Toshiba. Lançada no início do ano com
investimento de 7 milhões de reais (pouco menos da metade da verba publicitária anual da
Semp), a campanha Toshiba Planet inclui anúncios em revistas, spots em rádios e patrocínio de
um festival de bandas. Qual foi o retorno? “Num ano em que as vendas no mercado de som
caíram 4%, crescemos quase 15%”, diz Luís Freitas, diretor de vendas da Semp Toshiba. São 2
milhões de aparelhos que devem representar cerca de um terço do faturamento da empresa, acima
de 1 bilhão de reais. (Revista Exame – 10/12/2003, p. 135)
Questões
a) Cite a mudança de estratégia que os profissionais de marketing fizeram para buscar
clientes?
b) Justifique o fato de que os pesquisadores vêm, ultimamente, se preocupando muito mais
com os jovens.
c) Diferencie, de acordo com o texto, a atitude dos jovens e dos adultos em relação ao
consumo.
d) Explique por que a empresa Talent apostou na linguagem jovem e não nos atributos do
equipamento para produzir uma campanha publicitária para a Semp Toshiba.
e) Transcreva do texto um trecho em que fique comprovada a eficiência da mudança de
atitude da Talent para anunciar um produto da Semp Toshiba.
f) Critique a forte presença da publicidade de produtos e/ou serviços no nosso meio
8. PARAGRAFAÇÃO E ARTICULAÇÃO ENTRE OS PARÁGRAFOS DO TEXTO
A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO - PARÁGRAFO-PADRÃO
O parágrafo é uma unidade de composição do texto em que é desenvolvida uma idéia
central a que se agregam outras secundárias, estabelecendo entre si sentido e lógica.
Muito comum em textos dissertativos, o parágrafo-padrão estrutura-se em tópico frasal,
desenvolvimento e conclusão.
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Introdução, também conhecida denominada tópico frasal, é formada de uma ou de duas
frases curtas que expressam, de maneira sucinta, a ideia principal do parágrafo, definindo seu
objetivo.
Desenvolvimento: corresponde à ampliação do tópico frasal, à sua fundamentação ou que o
esclarecem ( exemplos, detalhes, demonstração e fatos, comparações, referências históricas ou
científicas).
Conclusão: nem sempre presente, especialmente em parágrafos mais simples e curtos, a
conclusão retoma a ideia central, levando em consideração os diversos aspectos
selecionados no desenvolvimento.
OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente
um tópico frasal.
Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que
constituem o parágrafo.
A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de
hierarquias. Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais
humilde empregado de Bill Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft,
empresa que domina o Mercado mundial de programas de computador, pode
facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o
endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas terem as próprias
redes internas de comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que haverá
uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos.
Vejamos no texto a seguir, extraído de VIANA, 1998 como os tópicos frasais podem ser
identificados.
25
Tópico frasal
Conclusão
Desenvolvimento
Trapalhadas do Fisco
O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais.
Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida. Não há ano em que se
sinta a salvo. É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu
bolso.
A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida
do brasileiro. Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros. Cada um que entra se
acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente.
Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes.
O que paga em dia seus tributos e o que sonega de tudo quanto é forma. Enquanto este continua
livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez maiores. A impressão que se tem
é de que mais vale ser desonesto que honesto.
Se o brasileiro é empurrado para sonegação é porque há razões muito fortes para isso.
Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. O que deveria ser aplicado na educação e
saúde some como por milagre e ninguém sabe onde. Há muitos anos que não se fazem
investimentos em transportes. Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia.
Paga-se muito imposto em troca de nada.
Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os
contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista.
Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do imposto
a pagar e a receber. Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário.
O texto nos mostra como se pode desenvolver um tema de forma bem objetiva. Cada
parágrafo foi escrito obedecendo a uma estrutura.
Formas de desenvolvimento de parágrafos
Há várias formas para desenvolver um parágrafo. No texto estudado, temos:
Primeiro parágrafo (retomada da palavra-chave):
a) O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais.
b) Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida.
26
c) Não há ano em que se sinta a salvo.
d) É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu bolso.
A expressão-chave deste parágrafo é contribuinte brasileiro (frase a). Ela é retomada nas
frases seguintes através dos mecanismos de coesão.
Na frase b, contribuinte brasileiro é substituído pelo pronome ele. Nas frases c e d, aparece
como sujeito oculto de se sinta e de é sempre surpreendido.
O termo contribuinte brasileiro está presente em todos os enunciados. Como podemos
observar, basta retomar a expressão-chave a cada frase (de preferência sem repeti-la),
acrescentando sempre uma informação nova a seu respeito.
Segundo parágrafo (por encadeamento):
a) A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida do
brasileiro.
b) Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros.
c) Cada um que entra se acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente.
Aqui a estrutura já é bem diferente da anterior. A frase b retoma a palavra regras da frase a, e
a frase c retoma ministro (cada um) da frase b, num encadeamento de frase para frase.
No primeiro exemplo, todo o parágrafo está amarrado a uma só palavra. Neste parágrafo, é
como se houvesse uma corrida de revezamento, em que o segundo enunciado leva adiante uma
palavra do primeiro, o terceiro do segundo e assim sucessivamente. Por esse método, o parágrafo
pode prolongar-se até onde acharmos conveniente.
Terceiro parágrafo (por divisão):
a) Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes que
bem conhecemos.
b) O que paga em dia seus tributos e o que sonega a torto e a direito.
c) Enquanto este continua livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez
maiores.
d) A impressão que se tem é de que mais vale ser desonesto que honesto.
Temos agora um terceiro tipo de estrutura de parágrafo. A frase inicial delimita o nosso
campo exploratório do dividir os contribuintes em dois tipos. Quando isso acontece, o
27
desenvolvimento do parágrafo restringe-se a explicar os componentes dessa divisão. A frase b
esclarece quais são esses dois tipos de contribuintes. A frase c explica o que acontece com cada
um deles. E a frase d conclui o assunto.
Quarto parágrafo (por recorte):
a) Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é porque há razões muito fortes para isso.
b) Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado.
c) O que deveria ser aplicado na educação e na saúde some como por milagre ninguém sabe
onde.
d) Há muitos anos que não se fazem investimentos em transportes.
e) Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia.
f) Paga-se muito imposto em troca de nada.
Ao contrário da frase delimitadora do início do terceiro parágrafo, aparece aqui uma de sentido
muito amplo. A palavra razões leva-nos a pensar muita coisa de uma só vez. Quando isso
acontece, devemos fazer um recorte nas ideias que ela suscita, escolher apenas um ângulo para
ser explorado, fazendo uma enumeração dos exemplos mais pertinentes.
Que razões seriam essas para o brasileiro driblar o fisco? Entre as muitas que existem,
escolhemos a malversação do dinheiro arrecadado pelo governo (frase b). As frases c,d e e
exemplificam as áreas para as quais deveria convergir o imposto, se não fosse tão mal aplicado.
A frase f conclui, dizendo por que há tanta sonegação.
Quinto parágrafo (por salto):
a) Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os
contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista.
b) Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do
imposto a pagar e receber.
c) Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário.
Diferentemente do que aconteceu nos parágrafos anteriores, aqui não se retoma nenhum
termo da frase de abertura. À primeira vista, parece não haver um elo entre a primeira e a
segunda frase, pois não existe um fator de coesão explicito inter-relacionando-as. O vínculo que
existe é mental, por isso precisamos reconstituí-lo com nosso raciocínio. Por que houve tal
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suspensão? Porque o fator multiplicador do imposto a pagar e a receber era inconstitucional, daí o
deputado ter entrado na justiça.
Exercício
1. Leia atentamente o texto abaixo, divida-o em parágrafos e, a seguir, responda ao que se pede:
Viver em sociedade
A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às
outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.
Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante
muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno,
com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários
muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por
dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os
alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também
de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e
sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso,
todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.
Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse
modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim,
por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em
algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria,
em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de
alguém com quem falar e trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente
ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em
sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade
seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social
permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as
necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se
29
procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em
que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os
benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que essa repartição se faça com
justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados,
como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais.
(DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)
a) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto?
b) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de
convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados?
c) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas?
9. O PARÁGRAFO CHAVE
O primeiro parágrafo do texto deve ser criativo, deve atrair a atenção do leitor. Assim é
preciso evitar expressões desgastadas como: nos dias de hoje, hoje em dia, atualmente, a cada
dia que passa, desde os primórdios, desde épocas remotas, no mundo de hoje, na atualidade, o
mundo em que vivemos.
Para auxiliar seu trabalho, observe abaixo dezoito formas de começar um texto,
sugeridas pelo professor Antônio Carlos Viana.
Algumas formas para você começar um texto
1. Uma declaração
(tema: liberação da maconha)
É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo.
O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas
instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Alberto Corazza, Istoé, 20 dez. 1995.
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A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma
declaração forte, capaz de surpreender o leitor.
2. Definição
(tema: o mito)
O mito, entre os primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar
entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e
não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos
naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas da ação humana.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São
Paulo, Moderna, 1992. p. 62.
A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo
em texto dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.
3. Divisão
(tema: exclusão social)
Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a
de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve
muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o
combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensivos esforços do poder
público e ampla participação da iniciativa privada.
Folha de S. Paulo, 17 dez. 1996.
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Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o
parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
4. Oposição
(tema: a educação no Brasil)
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro,
gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É este
o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado / de outro) que
estabelecerá o rumo da argumentação.
Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste exemplo:
Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacam pelo grau de envolvimento:
raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto a cultura ainda é vista como algo
supérfluo em nossa terra; esperança por observar quantos movimentos culturais têm
acontecido em nossa história, e quase sempre como forma de resistência e/ou transformação.
(...)
FEIJÓ, Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985. p. 7.
O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a compõem.
5. Alusão histórica
(tema: globalização)
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece
ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia
entrou em rota acelerada de competição.
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O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado
no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
6. Citação
(tema: política demográfica)
“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a
criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora.” O comentário, do
fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de
letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo.
DI FRANCO, Carlos Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p.
73.
A criação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela palavra
comentário da segunda frase.
7. Citação de forma indireta
(tema: consumismo)
Para Marx a religião é o ópio do povo. Raymond Aron deu o troco: marxismo é o ópio dos
intelectuais. Mas nos Estudos Unidos o ópio do povo é mesmo ir às compras. Como as modas
americanas são contagiosas, é bom ver de que se trata.
Cláudio de Moura e Castro, Veja, 13 nov. 1996.
33
Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É melhor
citar de forma indireta que de forma errada.
PRODUÇÃO DE PARÁGRAFOS
2. Desenvolva os seguintes tópicos frasais.
a) Dois são os principais motivos que contribuem para o empobrecimento acelerado da
sociedade...
b) Nos últimos dez anos, a internet tornou-se necessária a todas as pessoas que desejam
ser bem sucedidas ...
3. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do
período.
a) ... É por isso que a sociedade se encontra nessas condições.
10. TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL
A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras
(verbum, em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.
Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para
representar o mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as
cores. Trata-se da linguagem ou do texto não-verbal.
É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise
criteriosa (leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja
apreendido e que se estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja
absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de
linguagem.
A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor
esteja atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -
34
ou a eles se associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente –
é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges.
Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo:
(http://www.patodelaranja.com/colunistas/clauro/cla_070205.php)
Exercício:
As capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associam a linguagem verbal e a linguagem
não-verbal. Analise-as e, a seguir, indique e comente a mensagem transmitida.
22/06/2005
35
(http://veja.abril.com.br/busca/resultadoCapas)
36
http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
37
11. GRAMÁTICA DE USO
DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA
EMIGRANTE O que sai de um país
IMIGRANTE O que entra em um país
EMINÊNCIA Figura ilustre
IMINÊNCIA Proximidade
APRESSAR Acelerar
APREÇAR Perguntar ao ajustar o preço de
INFLIGIR Aplicar pena
INFRINGIR Transgredir, violar
INTERCESSÃO Ato de interceder, intervenção
INTERSEÇÃO Ato de cortar
MANDADO Ordem escrita que emana de autoridade judicial
MANDATO Delegação, procuração
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EMPOSSAR Tomar posse
EMPOÇAR Formar poça
SOAR Produzir som
SUAR Transpirar
TAXA Imposto
TACHA Prego
TRÁFEGO Relativo a trânsito
TRÁFICO Negócios fraudulentos
EXPECTADOR Aquele que tem expectativa
ESPECTADOR Aquele que vê um espetáculo
SEÇÃO Divisão, repartição
SESSÃO Tempo de uma reunião ou espetáculo
CESSÃO Ato de ceder
CELA Pequeno quarto
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SELA Arreio
SELA Verbo selar
COMPRIMENTO Extensão
CUMPRIMENTO Saudação
EMINENTE Alto, elevado
IMINENTE Prestes a ocorrer
ASSESSÓRIO Relativo a assessor
ACESSÓRIO Supérfluo
CASSAR Tirar os direitos de alguém
CAÇAR Perseguir a caça
DEFERIR Conceder, concordar
DIFERIR Discordar, ser diferente
DESCRIÇÃO Ato de descrever
DISCRIÇÃO Qualidade de quem é discreto
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DESTRATAR Insultar
DISTRATAR Desfazer contrato
RATIFICAR Confirmar, corroborar
RETIFICAR Corrigir
POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?
POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a)
qual.
Por que você não foi à festa?
Gostaria de saber por que você não foi à festa.
POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.
Você não foi à festa, por quê?
PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.
Não fui à festa porque estava doente.
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PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por
motivo.
Quero saber o porquê de tanta gritaria.
A FIM DE ou AFIM?
A FIM DE – Com intuito
Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.
AFIM – Com afinidade
São pessoas afins.
ONDE ou AONDE?
ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).
Onde está o meu carro?
AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).
Aonde você vai agora?
HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?
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HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.
A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.
ACERCA DE – a respeito de.
Falávamos acerca de sua demissão.
CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de,
aproximadamente)
Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.
Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”
HAJA VISTO ou HAJA VISTA?
A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.
Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.
TAMPOUCO ou TÃO POUCO?
TAMPOUCO – Também não.
Não compareci a festa tampouco ao almoço.
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TÃO POUCO – Muito pouco.
Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.
A ou HÁ?
A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.
Ele chegará daqui a duas semanas.
A cidade fica a 20 km daqui.
Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.
HÁ – Indica tempo decorrido, passado.
Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.
Saiu há pouco do Rio de Janeiro.
A PAR ou AO PAR?
A PAR – Estar ciente de, sabedor.
Estou a par do ocorrido.
AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).
O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).
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MENOS ou MENAS?
Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.
Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.
MÁS, MAS ou MAIS?
MÁS – Ruins.
Essas pessoas são muito más.
MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.
A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.
MAIS – Antônimo de menos.
O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.
MAL ou MAU?
MAL – Antônimo de bem.
A criança estava passando mal desde ontem.
MAU – Antônimo de bom.
Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.
45
AO INVÉS DE ou EM VEZ DE?
AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.
Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.
EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de.
Em vez de José, Carlos esteve presente.
A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?
A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou
substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.
A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)
No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)
A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis /patamares
em relação ao que se fala.
As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.
Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.
46
A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?
A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.
A princípio havia um homem e uma mulher.
EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.
Em princípio, sou contra a pena de morte.
Ou use simplesmente:
Em tese, sou contra a pena de morte.
EM CORES
O pronunciamento do presidente foi filmado em cores ontem.
Conserta-se TV em cores.
NA RUA
Todos moramos em algum lugar e não a algum lugar.
Roberto residia na rua Augusta.
47
EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?
O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no
escritório.
Fazemos entregas em domicílio.
Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.
Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).
SITO A ou SITO EM?
Nosso escritório situa-se na Avenida Brasil.
DIA-A-DIA ou DIA A DIA?
DIA-A-DIA – Cotidiano.
Isso é freqüente no nosso dia-a-dia.
DIA A DIA – Diariamente.
Suas chances de vitória aumentam dia a dia.
48
SE NÃO ou SENÃO?
SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.
Devolva o relatório se não estiver de acordo.
SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.
Não vejo outra alternativa senão concordar.
SENÃO – Substantivo, significando contratempo.
O show não teve nenhum senão.
PORISSO ou POR ISSO?
NÃO existe a forma PORISSO.
A forma correta é POR ISSO.
É por isso que você não vai mais errar.
AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?
AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.
Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.
49
DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.
Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.
COM CERTEZA OU CONCERTEZA?
Com certeza, é com certeza, separado!
CONTUDO OU COM TUDO?
COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado
do pronome ISSO.
Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!
CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser
substituído por entretanto, porém, todavia, mas.
Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.
DERREPENTE OU DE REPENTE?
Só existe a forma DE REPENTE.
INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?
50
Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também
ser grafado com Z.
OQUE OU O QUE?
Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.
A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio
ambiente.
QUIZ OU QUIS?
O verbo querer deve ser grafado com S, assim:
Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...
AGENTE OU A GENTE?
AGENTE – é substantivo.
Este é o AGENTE 007.
Ele é um AGENTE da Polícia Federal.
A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.
51
- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?
- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.
OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?
As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.
ERRO NA ACENTUAÇÃO DE ALGUMAS PALAVRAS
Em algumas situações, a acentuação altera não só a classe gramatical, mas também o
sentido da palavra.
influência Influencia
Pronúncia Pronuncia
Tecnológico Tecnologia
Maquinaria maquinária não existe
Mês Meses
Vocês Voces, vocêis, voçês não existem
Secretária Secretaria
ERRO NA PRONÚNCIA DE ALGUMAS PALAVRAS
PRONÚNCIA CORRETA PRONÚNCIA ERRADA
Aeronáutica Areonáutica
52
Bandeja Bandeija
Emagrecer Esmagrecer
Progresso Pogresso
Coincidência Conhicidência
Advogado Adevogado
Mortadela Mortandela
Bicarbonato Bicarbornato
Problema Poblema, probrema, ploblema
Salsicha Shalchicha
Próprio Póprio
Sobrancelha Sombrancelha
Perturbar Pertubar
Frustrado Frustado
Cabeleireiro Cabelereiro, cabeleileiro
Entretela Entertela
Engajamento Enganjamento
Mendigo Mendingo
Meteorologia Metereologia
Ignorante Inguinorante
Reivindicação Reinvidicação
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Privilégio Previlégio
Superstição Supertição
Lagartixa Largatixa
Receoso Receioso
Digladiar Degladiar
Subsídio Subzidio
Rubrica Rubrica
Disenteria Desinteria
Empecilho Impecilho
Estupro Estrupo
Beneficente Beneficiente
Irrequieto Irriquieto
Prazerosamente Prazeirosamente
Misto Mixto
Caderneta Cardeneta
Xifópagos Xipófagos
Dignitário Dignatário
Cinqüenta Cincoenta
Asterisco Asterístico
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5.1. Gramática de uso – TESTE I
1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles
podem ser considerados ____________.
a) emigrantes b) imigrantes
2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas
casas pelo governo italiano.
a) eminência b) iminência
3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores
_____________-se em encher o tanque dos seus automóveis.
a) apressaram b) apreçaram
4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas
mais descuidados.
(I) a) infligirem b) infringirem
(II) a) infligem b) infringem
5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC.
a) intercessão b) interseção
6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de
prisão preventiva.
a) mandado b) mandato
55
7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o
fim de seu (II).
(I) a) empossar b) empoçar
(II) a) mandado b) mandato
8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam.
a) soam b) suam
9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados
aumentos.
a) taxas b) tachas
10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas
tem se intensificado devido às constantes blitze policiais.
(I) a) tráfego b) tráfico
(II) a) tráfego b) tráfico
11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo.
a) expectadores b) espectadores
12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de
Audiências e poderão ser realizadas em mais de uma (III).
(I) a) seção b) sessão c) cessão
(II) a) Seção b) Sessão c) Cessão
(III) a) seção b) sessão c) cessão
56
13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer
agressões de outras presas.
(I) a) mandado b) mandato
(II) a) sela b) cela
14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas
as pistas de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos.
(I) a) comprimentos b) cumprimentos
(II) a) comprimento b) cumprimento
15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro.
a) assessórios b) acessórios
16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido
__________, o ex-presidente elegeu-se senador na última eleição.
a) cassados b) caçados
17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de
almoço gratuito para estudantes de baixa renda.
(I) a) deferido b) diferido
(II) a) deferem b) diferem
(III) a) seção b) sessão c) cessão
18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime.
a) por que b) por quê c) porque d) porquê
19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação.
57
(I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê
(II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê
20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?!
a) por que b) por quê c) porque d) porquê
21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não
interferem nas investigações.
a) por que b) por quê c) porque d) porquê
5.2. GRAMÁTICA DE USO – TESTE II
1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus
artigos.
a) a fim b) afim
2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei.
a) Onde b) Aonde c) a e b são possíveis
a) onde b) aonde c) a e b são possíveis
3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de
crianças da classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa.
(I) a) Há cerca de b) Acerca de c) Cerca de
(II) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de
(III) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de
4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital
nos últimos meses.
58
(I) a) haja visto b) haja vista
(II) a) tráfego b) tráfico
5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro
recomendado pela professora.
(I) a) tampouco b) tão pouco
(II) a) tampouco b) tão pouco
6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas
reservas para uma (III) espacial.
(I) a) A b) Há
(II) a) a b) há c) hão
(III) a) viagem b) viajem
7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III)
acabei sendo efetivado.
(I) a) faz b) fazem
(II) a) Em princípio b) A princípio
(III) a) mais b) más c) mas
8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais,
(II) pessoas seguem as medidas de prevenção.
(I) a) ao par b) a par
(II) a) menas b) menos
9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de
terem perdido muitas aulas.
(I) a) mal b) mau
59
(II) a) mal b) mau
10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola.
(I) a) seção b) sessão
(II) a) ao invés de b) em vez de
11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à
dengue.
a) a nível b) em nível
12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.”
a) em domicílio b) a domicílio
13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida
Higienópolis.
(I) a) na b) à
(II) a) na b) à
14. O (I) do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela
cidade. (II), este tempo tende a aumentar (III).
(I) a) dia a dia b) dia-a-dia
(II) a) infelizmente b) infelismente
(III) a) dia a dia b) dia-a-dia
15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser
devolvida e reposta por outro produto.
a) Senão b) Se não
60
16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi
cancelada.
a) Porisso b) Por isso
17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu
colocá-los em prática.
a) ao encontro dos b) de encontro aos
18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível.
a) Com certeza b) Concerteza
19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na
internet, os canais por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o
jovem atual pode crescer melhor preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II),
alguns jovens ainda se negam a estudar.
(I) a) Contudo b) Com tudo
(II) a) Contudo b) Com tudo
20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e
portões eram (II) até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança.
(I) a) acendiam b) ascendiam
(II) a) serrados b) cerrados
(II) a) derrepente b) de repente
21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para
passear.
(I) a) quis b) quiz
(II) a) quisessem b) quizessem
61
22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas.
(I) a) a gente b) agente
(II) a) a gente b) agente
23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte
de armas por qualquer indivíduo.
(I) a) plebicito b) plebiscito
(II) a) opnião b) opinião
(III) a) há cerca b) acerca
24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem.
(I) a) optaram b) opitaram
(II) a) corrupto b) corrupito
12. REGÊNCIA VERBAL
Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seu
complemento.
Dependendo da regência, os verbos podem ter o seu sentido modificado. Veja:
Ele aspira o perfume das flores.
Ele aspira ao cargo de diretor.
REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS
ASSISTIR.
Exige a preposição a quando significa “ver”, “presenciar”.
Assistimos a um belo espetáculo.
Assistiu ao filme.
62
Assistimos à novela.
Usa-se sem preposição quando significa “socorrer”, “ prestar ajuda”.
O médico assistiu o ferido.
Assistiu o doente com carinho.
A enfermeira assistiu a criança.
Exige a preposição em quando significa “morar”, “residir”.
O presidente assiste em Brasília.
Assisto em João Pessoa.
ASPIRAR
É usado sem preposição quando significa “ sorver”, “cheirar”, “inalar”
Aspirou o perfume da rosa.
Aspiro o ar da manhã.
O doente aspirou o álcool e começou a melhorar.
Exige a preposição a quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”.
Ele aspirava ao cargo político.
Aspirei ao cargo de chefe da seção.
Os trabalhadores aspiravam a maior segurança no trabalho.
AGRADECER.
É usado com a preposição a quando significa “demonstrar gratidão por alguém”.
Agradeço ao amigo.
Agradeci à professora.
É usado sem preposição quando se refere a coisas.
Agradeço o presente que me deram.
Agradeci o presente.
63
CHEGAR .
É usado com a preposição a quando indica “direção”, “alcançar”.
Cheguei atrasado ao colégio.
Chegamos à faculdade muito cedo.
É usado com a preposição em quando se refere a tempo.
A ambulância chegou em meia hora.
ESQUECER / LEMBRAR
São usados sem preposição quando não estão acompanhados de pronomes.
Esqueci o livro de História.
Ele esqueceu o dinheiro.
Lembrei o nome do artista.
Não esqueça os amigos.
Exigem a preposição de quando estão acompanhados de pronomes.
Esqueci-me de seu endereço.
Mário esqueceu-se do dinheiro.
Lembrei-me do nome do artista.
Não se esqueça dos amigos.
OBEDECER / DESOBEDECER
Exigem a preposição a
Obedecia aos seus instintos.
Obedeça à sua mãe.
Paulo obedece ao regulamento.
Não desobedeça às leis do trânsito.
O motorista desobedece ao sinal.
Poucos desobedeciam à faixa de pedestre.
PRECISAR
É empregado sem preposição quando indica “precisão”, “certeza”.
64
O legista precisou a hora do acidente.
Ele precisou o lugar do encontro.
Exige a preposição de quando indica “ ter necessidade”.
Os presos precisam de melhores condições de tratamento.
O homem do campo precisa de terra para trabalhar.
PREFERIR
Sem preposição, (ter preferência, sem sugerir a escolha).
O menino prefere chocolate.
Ele prefere cinema.
Com preposição, (ter preferência, sugerindo a escolha).
O menino prefere chocolate a doce de leite.
Ele prefere jogar futebol a jogar tênis.
Preferia a dura verdade do filho à doce mentira do marido.
VISAR
É usado com a preposição a quando significa “ter em vista”, “ desejar”
Ele visava ao cargo de gerente da firma.
Eles visam ao lucro..
Nós visávamos a um pouco de sol e aos dias calmos da praia.
É suado sem preposição quando significa “ apontar”, “mirar” “ assinar”,
“rubricar”.
O caçador visou o animal.
O homem visou o alvo e disparou o tiro.
Elas visaram o passaporte.
Para nossa segurança, visamos o cheque antes de viajar.
EXERCÍCIOS
65
I - Complete as frases com a preposição exigida pelos verbos em destaque.
1) Aqui está a ferramenta _______ que preciso.
2) Esse é o documento _____ que necessito.
3) Essa é a pessoa ______ quem devemos entregar a encomenda.
4) Essa é a comida _____ que mais gosto.
5) O prêmio ______ que aspiramos é valioso.
6) A piada ____ que ele lembrou é muita engraçada. de
7) A causa _____ que lutamos é justa.
8) Esse é o homem _____ quem a justiça perdoou.
9) Esse é o regulamento _____ que todos devem obedecer.
10) Ele preferia multiplicar os seus ganhos ____ dividir com os empregados os seus lucros.
11) Os condôminos não obedeciam _____ regulamento do prédio.
12) Não me refiro _____ você e sim ____ seu irmão.
13) Fomos ____ cinema mais próximo.
14) Os espectadores assistiam ____ peça de teatro muito emocionados.
II – Dê o significado dos verbos em destaque.
1)Algumas rádios assistem os doentes com programações assistencialistas.
2) Os turistas assistiram a apresentações folclóricas na Bahia.
3) O jogador visou as traves e chutou a bola certeira.
4) Tudo que fazia era visando à tranqüilidade dos pais.
5) O gerente do banco visou o cheque.
6) Na primavera, aspiramos o perfume das flores.
7) Há homens que aspiram ao poder pela força.
8) O helicóptero precisou o local onde o avião havia caído.
13. CRASE
A crase é a fusão da preposição a com o artigo feminino a(as) e com os pronomes
demonstrativos aquela (s), aquele(s) e aquilo.
66
Refiro-me à novela das oito.
Ela se referia àquela passagem do romance.
Nas frases acima, ocorre crase em à e àquela.
CASOS EM QUE OCORRE EMPREGO DA CRASE
Na indicação de horas.
Cheguei à uma hora da manhã.
Vamos sair às oito horas em ponto.
Saímos à meia-noite.
O foguete partirá à zero hora.
Nas locuções adverbiais femininas.
Ela entrou à esquerda e sumiu.
A biblioteca fica à direita da porta de entrada.
Ele vem aqui às vezes.
Voltaremos à tarde.
Ele saiu às pressas.
Nas locuções prepositivas compostas de palavras femininas.
Ele estava à espera de alguém.
Lá vinha ela, à frente de todos!
O carro parou à beira do precipício.
Nas locuções conjuntivas à medida que e à proporção que etc.
O nervosismo aumentava à medida que o tempo passava.
À proporção que o dia vai clareando, muitos animais se escondem.
O Brasil cresce à medida que trabalhamos.
Quando os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo vierem precedidos
de verbos que são regidos pela preposição a.
Todos nós iremos àquele show na praça.
67
Raquel referia-se àquilo que você fez ontem.
Nossa equipe é superior àquela que jogou ontem.
Quando se subentendem as expressões: à moda de, à maneira de etc.
Tinha preferência por sapatos à Luís XV.
Preparou para o jantar bifes à milanesa.
Antes de nomes de lugares que admitem artigo.
O presidente foi á Itália em visita ao Papa.
Voltarei à Europa ainda este mês.
Antes dos pronomes relativos a qual ou as quais desde que o verbo regente exija
preposição.
Esta é a moça à qual me referi.
Estas são as moças às quais me referi.
CASOS EM QUE NÃO OCORRE O USO A CRASE
Antes de verbos no infinitivo.
Estava disposta a colaborar conosco.
Flávio se pôs a andar de lá para cá.
Estou decidido a fazer essa viagem.
Antes de palavra masculinas.
Vou a pé para a escola.
Andar a cavalo / andar a pé.
Pedir a Deus.
Nas expressões com palavras repetidas.
Gota a gota
Frente a frente
68
Cara a cara.
Antes dos pronomes pessoais e de tratamento.
Dirijo-me a ti.
Esse assunto só interessa a ela.
Peço a Vossa Senhoria esse grande favor.
Antes de alguns pronomes indefinidos, como nenhuma, certa, toda, ninguém.
alguém e cada.
Ele não se dedica a nenhuma modalidade esportiva.
Não diga a ninguém o que você sabe.
Antes de uma palavra no plural.
Entreguei os convites a pessoas amigas.
Ele se dedica a crianças carentes.
I – Complete as frases com à, a, ás ou há.
1) Conversei com .......... secretária ........ poucos minutos.
2) Ele chegou ......... dez minutos, mas voltará ........sair daqui ........ pouco.
3) Ele se dedica ......... política......... muitos anos.
4) Esse projeto ....... meu ver, está indo de mal ........ pior.
5) Ontem, ........ tarde, ele contou várias histórias........ essas crianças.
6) Ele disse adeus ......... carreira de jogador de futebol.
7) ......... noite, fomos ......... praia ver o luar.
8) Falei com ........ diretora ........ poucos minutos.
9) Começou .......chover assim que chegamos ....... festa.
10) Fomos ...... pé ......... casa de meu colega.
11) O calor aumentava ....... medida que ........ horas passavam.
12)Entregue ....... notas fiscais.......... secretária do diretor.
II - Escreva as frases completando-as com aquele, àquele, aquela, àquela, aqueles,
69
àqueles, aquelas, aquelas.
1) Entregue esses documentos .................... funcionários.
2) Refiro-me ................ alunos e não a esses.
3) Pegue .................. papéis e guarde-os na pasta.
4) Devolva as redações...................... alunas.
5) Ele se dirigiu .................... casa e bateu ............. porta.
6) Diga...................menino que venha à minha sala.
7) Mostre ................. alunos o resultado dos testes.
8) Você vai ..............cinema?
9) Chame ....................homem que está na porta do bar.
10) Explique................ mulher onde fica o hospital.
III - Inúmeros são os problemas que comprometem a qualidade dos textos, analise as frases
abaixo e , em seguida, reescreva-as omitindo os trechos desnecessários ou inadequados.
a) O gerente tem certeza absoluta do prazo estipulado.
b) A taxa vigente no mercado, no momento, é igual à do mês passado.
c) A data máxima para pagamento da mensalidade não pode passar além do dia 30 do mês de
janeiro.
d) As visitas opcionais são de sua livre escolha.
e) Os transportes públicos são alvo de vandalismo criminoso.
f) Na eleição para presidente, houve unanimidade absoluta de todos os integrantes do grupo.
g) Há dois meses atrás, foi comunicado o cancelamento da compra do imóvel.
h) A solução para o problema é iminente e imediata.
i) Ainda não foi encontrado um elo de ligação entre as versões apresentadas pelas
testemunhas.
j) O lançamento do novo tipo de computador foi um sucesso positivo e excedeu muito às
expectativas do fabricante.
70
14. COESÃO TEXTUAL
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo
encadeamento, pelo sentido, pelas relações entre as idéias que criam uma trama de
significados a que damos o nome de textualidade. Esse encadeamento é a coesão textual.
Uma das maneiras de se alcançar a coesão textual se dá pela recuperação de
elementos de uma oração em orações posteriores. Observe:
“Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.”. Se perguntarmos a um falante de
língua portuguesa se as duas sentenças formam um texto, sua resposta será afirmativa. Se lhe
perguntarmos o motivo, dirá que ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se
existe algo na segunda sentença que a possa ligar à primeira, ele nos apontará o pronome as.
De fato, o pronome as recupera o termo três maçãs. Eis aí um exemplo de coesão textual.
(Abreu, 2001:12)
è importante ainda ressaltar que há inúmeras formas de se estabelecer coesão entre as
sentenças de um texto diferentes do desagradável procedimento que é o uso de expressões
como: o mesmo, a repetição de artigos e o uso abusivo do pronome qual. Observe:
Pegue as três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.
Prefira:
Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.
Pedi uma cerveja. Uma cerveja veio sem gelo. / Pedi uma cerveja a qual veio sem gelo.
Prefira:
Pedi uma cerveja que veio sem gelo. / Pedi uma cerveja. Ela veio sem gelo.
USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS.
Vejamos abaixo os principais conectivos com os seus respectivos sentidos:
71
Relações lógicas
Palavras e expressões articuladoras que podem ser usadas
Adição, seqüência de
informações
E, nem, não só mas também, não só como também, bem como
etc.
Oposição de idéias
Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não etc.
Alternativas, escolhas
Ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja
Conclusão Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para
concluir, finalmente, em resumo
Justificativa ou explicação de
um fato
Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que,
visto que, já que etc.
Contradição e concessão Ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, conquanto que,
se bem que, por mais que, posto que etc.
Condição ou hipótese
necessária para que se realize
um fato
Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser
que, caso etc.
Conformidade de um
pensamento com outro
Conforme, segundo, consoante
72
Finalidade ou objetivo do fato
Para que, a fim de que,
Proporcionalidade À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais,
quanto mais, quanto menos
Tempo
Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que,
desde que, depois que, sempre que, assim que, previamente,
subseqüentemente, simultaneamente, recentemente
Comparação
Como, assim como, tal como
Conseqüência
De sorte que, de modo que, de forma que, sem que, tanto que
etc.
Verossimilhança
Na verdade
Similaridade
Igualmente, também da mesma forma, assim como
Exemplo
Por exemplo, para ilustrar
Evidências adicionais
Ademais, além disso, igualmente importante, adicionalmente,
também
Causalidade De acordo com, conseqüentemente, em decorrência de, por
causa de, devido a etc.
73
EXERCÍCIOS
1. Reúnas as frases em um só período, observando as relações sugeridas entre parentes.
Escreva duas possibilidades para cada item.
a) causa
Não consegui tirar meu passaporte essa semana.
A Polícia Federal estava sem os formulários e sem os impressos.
b) conclusão
Aquele que sobe por favor deixa sempre rastro de humilhação.
Devemos ter sempre coragem e confiança em nosso próprio esforço.
c) fim
Os salários precisam subir.
Haver recuperação do mercado consumidor.
d) concessão
Computadores e robôs já convivem com seres humanos nas fábricas, nas instituições
financeiras, nas escolas e até nos supermercados.
Seis décadas depois que surgiram os primeiros computadores, lá pelos idos da Segunda
Guerra Mundial, um punhado de questões se colocam, entre elas: será que eles vão competir
com os seres humanos?
e) causa
Os fundadores do YouTube, Steve Chen e Chad Hurley inovaram com a possibilidade das
pessoas poderem colocar vídeos em um site compartilhado.
Receberam o Webby Pessoa do Ano pelo sucesso da página.."
74
2. Relacione as idéias dos três grupos de sentenças abaixo, em um só período, articulando as
sentenças da maneira que julgar mais adequada. Faça isso três vezes, dando relevância ,
alternadamente, a cada uma das idéias.
a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova
Constituição.
b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil.
c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil.
3. Faça o mesmo exercício, agora apenas uma vez, obedecendo às indicações entre
parênteses.
a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (idéia principal)
b) O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo. (concessão à
primeira)
c) O fogo destrói o excesso de material combustível acumulado no chão. (causa da primeira)
4. Reescreva o texto (ou não texto porque ainda não apresenta coesão) de maneira a torná-lo
coeso.
As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os
automóveis mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se
tiver de pagar mais caro pelo automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras
têm prejuízo.
5. Complete as lacunas de modo a tornar os textos claros e coesos.
a) O dia ......................................................conheci você foi muito importante.
b) A cidade ..........................................passei era maravilhosa.
c) A sala .................................................tudo ocorreu tornou-se inesquecível.
d) A garota ......................................................... pais são médicos é fascinante.
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e) Muitos candidatos ........................................ compareceram não reuniam condições
favoráveis.
f) O filme, ....................................... gostaram muito, é uma produção européia.
g) Estudei algumas línguas, ....................................................não falo muito bem.
h) Freqüentei escolas .............................................................cursos não eram bons.
i) A faculdade ...................................................... estudo agora está abrindo meus horizontes.
j) O livro, ....................................me referi, é aquele, de capa azul.
6. Abaixo temos alguns fragmentos de textos que apresentam algum tipo de incoerência.
Aponte-os e discuta a razão dessas incoerências.
a) Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até
hoje e talvez para sempre. Mas não gosto da sua família: repressora, preconceituosa,
preocupada em manter as milenares tradições chinesas. O pior é que sou brasileira,
detesto comida chinesa e não sei comer com pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de
chinês eu só sei o nome do Sheing. No dia do seu aniversário, já fazia dois anos de
namoro, ele ganhou coragem e me convidou para jantar em sua casa. Eu não podia
recusar e fui. Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas histórias da
família e da China, comi tantas coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema
eu e o Sheing.
b) O quarto espelha características de seu dono: um esportista, que adorava a vida ao ar
livre e não tinha o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda a parte, havia
sinais disso: raquetes de tênis, prancha de surf, equipamento de alpinismo, skate, um
tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas sobre uma mesinha, as obras completas
de um poeta inglês.
c) Era meia-noite. Oswald preparou o despertador para acordar às seis da manhã e
encarar mais um dia de trabalho. Ouvindo o rádio, deu conta de que fizera sozinho a
quina da loto. Fora de si, acordou toda a sua família e bebeu durante a noite inteira. Às
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quinze para as seis, sem forças sequer para erguer-se da cadeira, o filho mais velho
teve de carregá-lo para a cama. Não tinhas mais força nem para erguer o braço.
Quando o despertador tocou, Oswald, esquecido da loteria, pôs-se imediatamente de pé
e ia preparar-se para ir trabalhar. Mas o filho, rindo, disse: pai, você não precisa
trabalhar nunca mais na vida.
11. ORGANIZAÇÃO DE RESUMOS
RESUMO
Resumo é uma condensação fiel das idéias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto
significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:
a) cada uma das partes essenciais do texto;
b) a progressão em que elas se sucedem;
c) a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.
O resumo é, pois, uma redução do texto original, procurando captar suas idéias essenciais, na
progressão e no encadeamento em que aparecem no texto.
Quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não
cabem, num resumo, comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado.
Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto original,
construindo uma espécie de "colagem". Essa "colagem " de fragmentos do texto original não é
um resumo. Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto.
A reprodução de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido.
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Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do texto.
Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura.
É evidente que o grau de dificuldade para resumir um texto depende basicamente de dois
fatores:
a) da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, sua estruturação sintático-semântica,
suas relações lógicas, o tipo de assunto tratado, etc.);
b) da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o repertório de
informações que possui, a familiaridade com os temas explorados).
O uso de um procedimento apropriado pode diminuir as dificuldades de elaboração do resumo.
Aconselhamos as seguintes passadas:
1. Ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo ao fim. Já vimos que um texto não é um
aglomerado de frases: sem ter noção do conjunto, é mais difícil entender o significado preciso
de cada uma das partes.
Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder genericamente à seguinte
pergunta: do que trata o texto?
2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão,
para compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e
para captar o sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos
ocultos). Nessa leitura, deve-se ter a preocupação sobretudo de compreender bem o sentido
das palavras relacionais, responsáveis pelo estabelecimento das conexões (assim, isto, isso,
aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua, ele, ela, etc.).
78
3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de idéias que
tenham alguma unidade de significação.
Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de segmentação a divisão
em parágrafos. Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada que a dos
parágrafos, mas como início de trabalho, o parágrafo pode ser um bom indicador.
Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar
um critério de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto (as oposições
entre os personagens, as oposições de espaço, de tempo).
Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a idéia ou as idéias
centrais de cada fragmento.
4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos mas
encadeá-los na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles.
Observe o resumo do texto abaixo
Na verdade, por que desejamos, quase todos nós, aumentar nossa renda?
À primeira vista, pode parecer que desejamos bens materiais. Mas, na verdade, os desejamos
principalmente para impressionar o próximo. Quando um homem muda-se para uma casa maior
num bairro melhor, reflete que gente de “mais classe" visitará sua esposa, e que alguns
pobretões deixarão de freqüentar seu lar. Quando manda o filho a um bom colégio ou a uma
universidade cara, consola-se das pesadas mensalidades e taxas pensando nas distinções
sociais que tais escolas conferem a pais e filhos. Em toda cidade grande. seja na América ou
na Europa, casas iguaizinhas a outras são mais caras num bairro que noutro, simplesmente
porque o bairro é mais chique. Uma das nossas paixões mais potentes o desejo de ser
admirado e respeitado. No pé em que estão as coisas, a admiração e o respeito são conferidos
aos que parecem ricos. Esta é a razão principal de as pessoas quererem ser ricas. Efetiva-
mente, os bens adquiridos pelo dinheiro desempenham papel secundário. Vejamos, por
exemplo, um milionário, que não consegue distinguir um quadro de outro, mas adquiriu uma
79
18
galeria de antigos mestres com auxílio de peritos. O único prazer que lhe dão os quadros é
pensar que se sabe quanto pagou por eles; pessoalmente, ele gozaria mais, pelo sentimento,
se comprasse cromos de Natal, dos mais piegas, que, porém, não lhe satisfazem tanto a
vaidade.
Tudo isso pode ser diferente, e o tem sido em muitas sociedades. Em épocas aristocráticas, os
homens eram admirados pelo nascimento. Em alguns círculos de Paris, os homens são
admirados pelo seu talento artístico ou literário, por estranho que pareça. Numa universidade
teuta é possível que um homem seja admirado pelo seu saber. Na índia, os santos são
admirados; na China, os sábios. O estudo dessas sociedades divergentes demonstra a
correção de nossa análise, pois em todas encontramos grande percentagem de homens
indiferentes ao dinheiro, contanto que tenham o suficiente para se sustentar, mas que desejam
ardentemente a posse dos méritos pelos quais, no seu meio, se conquista o mérito.
(RUSSELL, Bertrand. Ensaios céticos. 2. ed. São Paulo, Nacional, 1957. p. 67-8. In: FIORIN,
José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. (1995). Para entender o texto: leitura e redação. 11. ed.
São Paulo: Ática.)
Resumo do texto
I - Idéia geral do texto
Busca da admiração e do respeito, uma das fortes paixões do homem
II - Segmentação do texto
Critério: tipo de objeto a ser adquirido
1º parágrafo: aquisição dos bens materiais;
2º parágrafo: aquisição daquilo que é valorizado em cada época ou em cada sociedade.
80
III – Resumo das idéias de cada parte
a) busca da riqueza em nossa sociedade é busca do respeito e da admiração dos outros,
porque isso é conferido a quem parece rico;
b)busca do que cada sociedade valoriza é busca da admiração e do respeito dos outros.
IV – Redação final
O homem cobiça a riqueza não para usufruir dos bens materiais que ela possibilita, mas
para alcançar admiração e prestígio, uma das mais fortes paixões do homem.
Assim como nossa sociedade persegue a riqueza porque ele confere prestígio, outras
perseguem outros indicadores de prestígio: o nascimento, o talento artístico, o saber, a
santidade.
(FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. (1995). Para entender o texto: leitura e
redação. 11. ed. São Paulo: Ática.)
81
Bibliografia
82
ABAURRE, Maria Luiza et alii. (2003). Português: língua e literatura. 2. ed. São Paulo: Moderna.
ABREU, Ântônio Suarez. (2001). Curso de Redação.11ª ed. São Paulo: Ática.
CASTRO, Adriane Belluci Belório de et alii .(2000). Os degraus da leitura. São Paulo: Edusc.
EMEDIATO, Wander (2004). A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo:
Geração editorial.
FARACO, Carlos Alberto & TEZZA, Cristóvão. Prática de texto: língua portuguesa para nossos
estudantes. 7. ed. Petrópolis: Vozes,1999.
FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 11.
ed. São Paulo: Ática, 1995.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2001.
PACHECO, Agnelo de Carvalho. A dissertação: teoria e prática. 19 ed. São Paulo: Atual, 1988.
SAVIOLI, Francisco Platão et alii. Coleção Anglo de Ensino. São Paulo: Anglo, 2004.
SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997.
TERRA, Ermani & NICOLA, José de.( Gramática, literatura e redação. São Paulo: Scipione,
1997.
VIANA. Antônio Carlos et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. São Paulo.
Scipione, 2004.
83
Estudo de texto – preparação para avaliação diagnóstica
84
Um mundo afogado em papel
Na sociedade digital, o homem gasta muito mais folhas do que antes dos computadores
Sobre a mesa do jovem executivo, um moderno computador, com processador mais que
veloz de 1,1 megahertz e memória de 60 gigabites, capaz de armazenar todos os documentos
que escreve e os dados que precisa consultar, enviar com presteza sua correspondência e
ainda guardar as fotos das últimas férias. Pode-se supor que, com esse computador, internet,
câmera digital e scanner a seu dispor, esse executivo não precise mais de armários de arquivo
ou de gavetas. Mas pilhas de papel, livros e cartões sobre a mesa provam uma enorme
contradição: o mundo digitalizado está se afogando em papel.
Quando os primeiros PCs começaram a ser comercializados, em 1980, o consumo
mundial de papel registrado pela Organização da nações Unidas para a Alimentação e
agricultura (FAO) era de 190 milhões de toneladas. Em 1990, já era de 240 milhões e, hoje,
chega perto de 300 milhões de toneladas. Essa diferença pesa não só nos sacos de lixo, mas
também ameaça áreas florestais, rios, solo e ar.
[...] Segundo relatório de uma das maiores empresas de consultoria em papel e
impressão da Europa, a Pira Internacional, a demanda por alguns tipos de papel pode aumentar
em até 70% nos próximos oito anos. Entre os mais cotados para estrelas do consumo estão o
papel escritório (aquele usado em impressoras comuns, em casa ou no trabalho) e os que
servem para embalagem.
Só há queda de demanda para o papel-jornal. As razões para essas previsões estão,
não por coincidência, ligadas diretamente ao desenvolvimento das tecnologias digitais. “Se uma
pessoa lia um jornal há cinco anos, hoje pode ler dez na Internet e, portanto, imprimir páginas
desses dez jornais” comenta Luís Fernando Tedesco, gerente de marketing de suprimentos da
Hewlett-Packard do Brasil.
[...] Até hoje ninguém conseguiu criar um substituto tão prático quanto as fibras de papel
de celulose diluídas em água e prensadas, receita criada pelo oficial da corte chinesa T’sai Lun,
no ano 105 d.C. Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos estados
Unidos, tentam há anos finalizar o projeto do e-paper. A idéia é criar um material semelhante à
tela de cristal líquido, fino e flexível, que posa exibir imagens e textos gerados por um chip que
receberia as informações e as “imprimiria”. Essas “folhas” poderiam ter seu conteúdo apagado e
reescrito a qualquer hora. Mas isso ainda é ficção.
Para os representantes da indústria de celulose e papel, o impacto do aumento do
consumo previsto é contornável. “hoje se busca a produtividade de florestas, a redução de
85
perdas com o fechamento do ciclo da água e a diminuição de gastos com energia, usando
resíduos de madeira como combustível”, diz Marcos Vettorato, diretor industrial da Companhia
Suzano de Papel e Celulose. Esses cuidados diminuem o impacto ambiental, salvaguardam o
estoque de matérias-primas e reduzem custos. [...]
Dois lados da folha
Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o
crescimento da demanda, a pressão sobre as florestas nativas aumenta, principalmente no
Sudeste Asiático. É mais barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar
eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos. Mas no Brasil a adaptação do eucalipto ao clima e ao
solo faz do cultivo uma alternativa vantajosa.
Como o e-paper ainda é uma promessa e o escritório sem papel, uma ficção, a saída
para evitar problemas futuros é reduzir o consumo. Parece simplório lembrar que uma folha de
papel tem dois lados, mas se todos os 115 bilhões de folhas gastas anualmente em impressões
caseiras ( cerca de 119 milhões de quilos de papel) fossem usadas e reusadas, 1,3 milhão de
árvores não precisariam ser cortadas. São números para pensar.
(Cristina Charão. Galileu, São Paulo,n.130, maio 2002, p. 48-50)
Questões
1. Destaque do texto a frase que representa a idéia (tese) defendida pelo autor do texto. Que contradição pode ser identificada na frase que você destacou? Comente.
2. O trecho abaixo foi retirado do texto. Leia-o e, a seguir, responda ao que se pede.
“Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o crescimento da demanda, a pressão sobre as florestas nativas aumenta, principalmente no Sudeste Asiático. É mais barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos.”
86
A leitura atenta do trecho permite pressupor qual a maneira mais fácil de reduzir custos. Qual seria ela?
3. Monte o fluxograma com o problema e as possíveis soluções para esse problema apresentadas pela autora.
4. Qual da idéias abaixo explica por que o e-paper é mencionado no texto. Comente sua resposta.
O e-paper é mencionado como mais uma tecnologia digital que não foi capaz de contribuir para a diminuição do consumo de papel.
O e-paper é mencionado como uma tecnologia digital que substituiria as telas e impressoras atuais.
O e-paper é mencionado como uma tecnologia digital que finalmente contribuiria para a diminuição do consumo de papel.
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5. Monte o fluxograma com a idéia defendida pelo autor (tese), os dados, as previsões e o depoimento utilizados para comprovar essa tese.
Leia com atenção!
01/08/2007 - 19h14
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Veja como evitar gafes e mal-entendidos nas mensagens eletrônicas
da Folha Online
Etiqueta na rede
O e-mail é um meio de comunicação diferente dos demais. Ao redigir suas mensagens, observe
as instruções a seguir e crie uma impressão de eficiência e profissionalismo.
Cuidados na redação
A facilidade para escrever e enviar uma mensagem estimula a informalidade. Aproveite esse
benefício sem cair no desleixo: dedique tempo para redigir e-mails com clareza e objetividade
se não quiser confundir (ou aborrecer) o destinatário.
Tente ser objetivo e separar os assuntos com clareza
Sem excessos
Além de irritantes, mensagens longas e repetitivas dificilmente conseguem transmitir as
informações desejadas com eficiência e rapidez.
Moderação no texto
Na hora de escrever um e-mail, pode ser tentador incluir todas as pessoas conhecidas na lista
de destinatários. Lembre-se de que sua mensagem é apenas mais uma na caixa de entrada e,
se quiser que seja lida com atenção, ela terá de ser bem elaborada. Além disso, se você envia
para 25 pessoas uma mensagem que precisa de cinco minutos para ser lida, irá consumir mais
de duas horas do tempo alheio. Tenha em mente que na tela a leitura torna-se mais fácil se o
texto vier em parágrafos curtos.
Em nome da clareza
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Se você quer que seu e-mail seja lido, dedique tenção para a identificação do assunto. Em vez
de tentar resumir o conteúdo no título, escreva a mensagem primeiro, leia-a e depois elabore a
identificação. Prefira usar poucas palavras, pois frases longas demais não aparecem inteiras na
caixa de identificação de diversos programas de gestão de e-mail.
Identifique o assunto com até 50 caracteres
Escrita objetiva
Aprenda a escrever mensagens de leitura fácil e a transmitir o que é importante sem
desperdiçar o tempo das pessoas
Como responder
Mantenha a mesma identificação do assunto (em uma resposta, ela virá precedida da sigla
"Re:"), pois a medida facilita a organização por tema na hora de arquivar os assuntos. Para
redigir a resposta, acrescente seus comentários no início do texto, insira algumas observações
ao longo da mensagem e delete o que não tiver importância. Se cada pessoa que ler e devolver
a mensagem adicionar um bloco de texto no início, o e-mail corre o risco de ficar imenso.
Passo a passo
1. Para enviar e-mails apenas informativos, use PSC (para seu conhecimento).
2. Nesse tipo de e-mail, você pode usar também a sigla PSI (para sua informação).
Clareza ao comunicar
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Ao contrário do que ocorre com cartas, os e-mails são informais e em geral têm um tom
coloquial. No entanto, alguns destinatários podem interpretar de maneira errada. Ao escrever,
pense em quem vai ler e reserve a intimidade para os amigos.
Seja objetivo e aumente as chances de ser compreendido
Abreviações
Como cada vez mais pessoas compõem suas mensagens em movimento, às vezes usando o
celular como teclado, aumenta a tendência ao uso de abreviações. A necessidade de facilitar o
processo deu origem a uma linguagem rica em siglas e palavras de fácil identificação, como
"msg" em vez de "mensagem" e "vc" no lugar de "você". Não se sinta obrigado a utilizar esse
"idioma" e reserve a linguagem codificada para mensagens enviadas para quem compreende e
para mensagens informais.
Só abrevie palavras se tiver certeza de que o leitor da mensagem as entende
Símbolos com significado
No início da era do e-mail, foram desenvolvidos sinais gráficos destinados a transmitir uma
mensagem de humor, chamados de smileys ou emoticons. Em geral, apontam o tom do texto,
como indiferença ou preocupação, por exemplo. Existe uma grande variedade desses símbolos,
mas os mais usados estão descritos no quadro ao lado. Vale lembrar que nem todas as
pessoas conhecem o significado dos emoticons e há quem os considere infantis. Evite usá-los
em e-mails profissionais.
Significado
:-) Tradicional sorriso. Costuma indicar satisfação.
;-) Piscada. Em geral, acompanha uma piada ou brincadeira.
:-( Preocupação. Costuma indicar tristeza ou desencanto.
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:-I Indiferença. Revela apatia ou falta de interesse.
:-> Sarcasmo. Usado para identificar cinismo ou ironia.
Tom correto
Ao escrever um e-mail para uma pessoa pela primeira vez, pode ser difícil saber qual
tratamento dar e como encerrar a mensagem. Aposte na neutralidade: use "Caro (fulano)" e
termine com "Um abraço". Reserve formas mais próximas (como "querido" ou "um beijo") para
destinatários que você conhece bem.
Tente solucionar questões difíceis por telefone ou pessoalmente
O perigo das emoções
Quando estiver nervoso ou alterado, preste o dobro de atenção nas mensagens que pretende
enviar, pois algumas vezes um e-mail que você julga inofensivo pode conter emoções que não
precisam ser transmitidas. Escrever com neutralidade em momentos de agitação não é fácil, e a
leitura feita pelo destinatário pode agravar ainda mais a situação. Se tiver dúvidas, elabore uma
mensagem "difícil" mas não envie: faça uma leitura atenta depois de um intervalo.
Nos e-mails profissionais, evite ironias
Em busca de ajuda
Se você se sente cansado ou sob pressão, pode ser útil pedir a opinião de um colega antes de
mandar uma mensagem. Mostre o e-mail para uma pessoa não envolvida e peça seu parecer
sincero.
Adaptado de
92
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u316916.shtml 07/08/2007
A importância da boa comunicação interna
De: Diretor Presidente
Para: Gerente
Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17h, o Cometa Halley estará nesta área. Trata-se
de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da
fábrica, usando capacete de segurança, ocasião em que eu, pessoalmente, explicarei o
fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu, sendo
assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido o filme Documentário sobre o
Cometa Halley.
De: Gerente
Para: Supervisor
Por ordem do Diretor-Presidente, na sexta-feira às 17h, o Cometa Halley vai aparecer sobre a
fábrica, a olho nu. Se chover, por favor, reúnam os funcionários, todos com capacete de
segurança e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a
cada 78 anos.
De: Supervisor
Para: Chefe de Produção
A convite de nosso querido Diretor, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nu às 17h no
refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o raro problema
da chuva na segurança. O Diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.
De: Chefe de Produção
Para: Mestre
Na sexta-feira às 17h, O Diretor, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer nu no refeitório da
93
fábrica para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de
capacete, pois vai ser apresentado um show sobre a segurança na chuva. O Diretor levará a
banda para o pátio da fábrica.
De: Mestre
Para: Funcionários
Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima
sexta-feira, às 17h, pois o Diretor e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o
raro filme Dançando na Chuva. Caso comece a chover mesmo, é para ir ao refeitório de
capacete na mesma hora. O show ocorre a cada 78 anos.
Aviso Geral
Nesta sexta-feira, o Chefe da Diretoria vai fazer 78 anos e liberou geral para festa às 17h no
refeitório. Vão estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e seus cometas. Todo mundo vai
estar nu e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar até o pátio, mesmo com
chuva.
(http://www.marcolino.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=17)
Construir Vínculos Éticos na Vida e no Trabalho
É um equívoco pensar que investimento e compromisso de longo prazo são armadilhas nos
campos pessoal e profissional.
Jovens profissionais, em grande maioria, associam vínculos sólidos com empresas e
instituições à impossibilidade de tentar outras alternativas. Prevalece o equívoco de que
investimento e compromisso de longo prazo são armadilhas para bloquear o indispensável
acesso à diversidade de experiências provisórias. Se alguma proposta lhes parece mais
interessante, facilmente se desengajam e rompem com os frágeis elos em vigor.
Esse comportamento não se restringe ao campo profissional. Para o sociólogo polonês Zigmunt
Bauman, trata-se do padrão de relacionamento da líquida sociedade moderna. Sua
característica é o estabelecimento de laços frouxamente atados, exatamente para serem
94
desfeitos à medida que mudem os cenários. Entregues aos próprios sentidos e valores
descartáveis, homens e mulheres não se dispõem a sustentar relações que exijam encargos e
tensões.
A líquida razão moderna confunde compromissos duradouros com opressão e engajamentos
com dependência incapacitante. Destitui a importância dos vínculos para reforçar as conexões.
Estas, ao menor sinal de desconforto, podem ser cortadas, rompidas, deletadas. Passa a busca
da novidade a representar, para as relações pessoais e profissionais, o que os últimos
lançamentos significam para a cultura de consumo. Bem-sucedidos são aqueles que sabem
fazer uso da rotatividade para prevenir o tédio.
Na vida pessoal, parceiros sucessivos (às vezes simultâneos) são alinhados como se fizessem
parte de um catálogo. Na vida social, companheiros se reduzem aos que compartilham das
sensações fugazes da compra e da venda. Nas atividades profissionais, o oportunismo, o
carreirismo e os atentados à ética triunfam sobre os valores que têm, no trabalho, expressão da
dignidade humana e do comprometimento com o bem-estar social.
O anterior modelo conformista, que sugeria submissão dos trabalhadores às imposições dos
empregadores, cede agora lugar ao exercício da liberdade individual sem responsabilidade.
Uma grande ilusão: o imediatismo e a esperança de grandes recompensas em curto prazo.
Ilusão incrustada na cultura e disseminada, também, por meio de recomendações e práticas de
muitos especialistas e organizações. Fere a ética, fragmenta a rota profissional, leva ao
caminho da frustração, do descrédito e do isolamento social.
O anterior modelo conformista, que sugeria submissão, deu lugar ao exercício da liberdade
individual sem responsabilidade.
Eliene Rodrigues,
Psicanalista, Sócia da Trajeto Consultoria,
empresa integrante da Rede Gestão.
(http://notitia.truenet.com.br/desafio21/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeNoticia?
codigoDaNoticia=1873&dataDoJornal=atual)
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