apostila - lpt 2012 1 - chafiha (1)

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ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________ CURSO ________________________________________________ SALA ____________ Profa. Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz

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Page 1: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________

CURSO ________________________________________________ SALA ____________

1º SEMESTRE DE 2012

Profa. Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz

[email protected]

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1. LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA

A Língua pode ser definida como um código formado por signos (palavras) e leis

combinatórias usados por uma mesma comunidade.

Por sua vez, a linguagem serve como instrumento de comunicação que faz uso de um

código, permitindo, assim, a interação entre as pessoas - é a atividade comunicativa.

As linguagens apresentam características próprias de composição para adequarem-se

aos veículos específicos, aos receptores, às épocas e às situações determinadas - são os

diversos tipos de linguagem: linguagem de teatro, linguagem de programação, linguagem de

cinema, linguagem popular.

Há inúmeros tipos de linguagem: a fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a

dança, o código Morse, o código de trânsito.

As linguagens podem ser organizadas em dois grupos: a linguagem verbal, modelo de

todas as outras, e as linguagens não verbais. A linguagem verbal é aquela que tem por unidade

a palavra; as linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento,

a imagem.

Cada indivíduo pode fazer uso próprio e personalizado da língua, dando origem à fala,

embora esta prática deva estar sempre condicionada às regras socialmente estabelecidas da

língua.

Nesse sentido convém ressaltar que a colocação das palavras na frase e a mudança de

relação entre elas são fatores de mudança de significado. Além disso, a leitura dos sinais de

pontuação é também significativa, influenciando todo o significado de um enunciado.

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Quanto maior o domínio que temos da língua, maior é a possibilidade de um

desempenho lingüístico eficiente.

Língua: sistema de signos, pertencente a toda uma comunidade de falantes.Linguagem: é a faculdade humana através da qual o homem se comunica.Fala é o uso que cada indivíduo faz da língua comunitária.

( NICOLA, de José & INFANTE, Ulisses. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa.. 15 ed. São Paulo, Scipione, 2003)

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2. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA E NORMA

Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a

língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em

casa ou nos meios de comunicação. Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário

utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.

Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre

porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como,

por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de

formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações lingüísticas.

Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão

conhecida também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros,

jornais, textos científicos e didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas

são chamadas de variedades não padrão.

Observe no quadro abaixo as especificidades de cada variação:

Profissional

No exercício de algumas atividades profissionais, o domínio de certas formas

de línguas técnicas é essencial. As variações profissionais são abundantes em

termos específicos e têm seu uso restrito ao intercâmbio técnico.

Situacional

As diferentes situações comunicativas exigem de um mesmo indivíduo

diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em situações formais,

modalidades diferentes das usadas em situações informais, com o objetivo de

adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente lingüístico em que se está.

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Geográfica

Há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes

regiões em que é falada. Basta prestar atenção na expressão de um gaúcho

em contraste com a de um amazonense. Essas variações regionais constituem

os falares e os dialetos. Não há motivo lingüístico algum para que se considere

qualquer uma dessas formas superior ou inferior às outras.

Social

O português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos

meios de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de

escolaridade. Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua

que goza prestígio, enquanto outras são vitimas de preconceito por

empregarem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma

modalidade de língua - a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida

escolar e cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e

social.

Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que alguns

grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que não

fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona o

reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim se

formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda a

variante de acordo com a faixa etária e o sexo.

Do ponto de vista estritamente lingüístico, não há nada nas variedades lingüísticas que

permita considerá-las boas ou ruins, melhores ou piores, feias ou bonitas, primitivas ou

elaboradas.

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Dino Preti, autor e professor da PUC-SP, em reportagem na Folha de S.Paulo, afirma

não haver mais linguagens puras ou padrões melhores ou piores. “O que existem são

variações. A linguagem culta é ideal em certas condições e, em outras, não. Até palavrão é

ideal algumas vezes.” O falante culto, afirma, não é o que conhece a gramática, mas o que

sabe se adaptar às variações de linguagem, de acordo com cada situação. “Uma coisa é o

especialista usar ‘deletar’ entre colegas, outra é ostentar o fato de ser um técnico em

computação.” (Folha de S.Paulo, 24 jun. de 2003.)

Seja na fala seja na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de

culta ou padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é

preciso ser “poliglota de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso,

ser poliglota do português significa ter domínio do maior número possível de variedades

lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.

A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola.

Ela é mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de

falantes.

Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou

seja, utilizada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com

as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes

gramaticais.

A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva,

livre de convenções sociais.

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OBSERVE:

Sapassado, era sessetembro,

taveu na cuzinha tomando uma

pincumel e cuzinhando um

kidicare cumastumate pra fazer

uma macarronada cum

galinhassada. Quascaí de susto

quanduvi um barui vinde

denduforno parecenum tidiguerra.

A receita mandopô midipipoca

denda galinha prassá,

O forno isquentô,o mistorô e o

fiofó da g alinhispludiu!

Nossinhora! Fiquei brando quinein

um lidileite. Foi um trem doidimais!

Quascaí dendapia! Fiquei

sensabê doncovim, noncotô,

proncovô. Ópceve quilocura!

Grazadeus ninguem semaxucô!

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La Vie en Rose

Adão Iturrusgarai Folha de São Paulo, 11 de agosto de 2007.

Identifique a região em que cada um dos assaltos teria ocorrido:

Ei, bichim . Isso é um assalto . Arriba os braços e num se bula ....e num faça munganga.

Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu

fato pra fora:. Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia.

Ô sô, prestenção: isso é um assarto, uai: Levanta os braço e fica quetin quesse trem na minha

mão tá cheio de bala . Mió passá logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai andando, uai!

Ta esperando o que , uai!

O gurí, ficas atento:. Báh, isso é um assalto:. Levantas os braços e te aquieta, tchê ! Não tentes

nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas prá cá ! E te manda

a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

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Seguiiiinnte, bicho: Tu te. Isso é um assalto...Passa a grana e levanta os braços rapá:. Não fica

de bobeira que eu atiro bem .... Vai andando e se olhar pra traz vira presunto.

Ô meu rei . (longa pausa ) Isso é um assalto . (longa pausa ) Levanta os braços, mas não se

avexe não .(longa pausa ) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado:. Vai

passando a grana, bem devagarinho (longa pausa ) Num repara se o berro está sem bala, mas

é pra não ficar muito pesado:. Não esquenta, meu irmãozinho ( longa pausa ) Vou deixar teus

documentos na encruzilhada.

Ôrra, meu:. Isso é um assalto, meu . Alevanta os braços, meu:. Passa a grana logo, meu! Mais

rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso do jogo do

Curintia, meu: Pô, se manda, meu:.

Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que no final do mês,

aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Esgoto, Gás, Passagem de ônibus, IPTU,

IPVA, Licenciamento de veículos, Seguro Obrigatório, Gasolina, Álcool, Imposto de Renda, IPI,

CMS, PIS, COFINS, mas não se preocupe, somos PENTA!!!!

(http://www.osvigaristas.com.br/textos/listas/84.html)

3. DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE FALA E ESCRITA

O primeiro mito que deve ser desfeito na relação entre fala e escrita é o de que a fala é o

lugar da informalidade, da liberdade, do dizer tudo e da forma que quiser, e a escrita, por sua

vez, é o lugar da realização formal, controlada e bem elaborada.

A perspectiva da dicotomia estrita tem o inconveniente de considerar a fala

como o lugar do erro e do caos gramatical, tomando a escrita como o lugar da

norma e do bom uso da língua. Seguramente, trata-se de uma visão a ser

rejeitada. (Marcuschi, 2001: 28)

Na verdade, fala e escrita são duas realizações possíveis de uma mesma língua que

tanto podem ser elaboradas quanto informais. O que determinará o grau maior ou menor de

formalidade é o contexto em que o falante ou escritor estará inserido.

O que existe é uma maior valorização da escrita pela sociedade, justamente pelo fato de

esta ser aprendida e desenvolvida em uma instituição social que é a escola. Entretanto, assim

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como a fala não possui uma propriedade negativa, a escrita também não é uma modalidade

privilegiada, ou seja, não existe superioridade de uma modalidade em relação à outra.

Sendo assim, fala e escrita são duas práticas sociais que se realizam em um continuum

e não de maneira dicotômica.

Isso equivale a dizer que tanto a fala como a escrita apresentam um

continuum de variações, ou seja, a fala varia e a escrita varia. Assim, a

comparação deve tomar como critério básico de análise uma relação

fundada no continuum dos gêneros textuais para evitar as dicotomias

estritas. (Ibidem: 42).

As diferenças entre língua oral e língua escrita permitem traçar um quadro contrativo dos

componentes básicos dessas modalidades.

Quanto à... Fala Escrita

InteraçãoInteração face a face. Mesmo contexto

situacional.

Interação à distância (espaço

temporal). Contexto situacional

diverso.

PlanejamentoSimultâneo ou quase simultâneo à

produção. Anterior à produção.

Criação Coletiva, administrada passo a passo. Individual.

Memória Impossibilidade de apagamento. Possibilidade de revisão.

ConsultaSem condições de consulta a outros

textos. Livre consulta.

Reformulação

A reformulação pode ser promovida

tanto pelo falante como pelo

interlocutor.

A reformulação é promovida apenas

pelo escritor.

Acesso Acesso imediato às reações do Sem possibilidade de acesso

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interlocutor. imediato.

ProcessamentoO falante pode processar o texto,

redirecionando-o a partir das reações

do interlocutor.

O escritor pode processar o texto a

partir das possíveis reações do leitor.

Processo de

Criação

O texto mostra todo o seu processo de

criação.

O texto tende a esconder o seu

processo de criação, mostrando

apenas o resultado.

Adaptado de Fávero (2000:74)

EXERCÍCIOS

1. O articulista Luiz Nassif em seu artigo “O FMI vem aí. Viva o FMI”, publicado na revista Ícaro,

fez uso do registro culto típico do jornalismo, mas utilizou também algumas expressões da

linguagem característica da economia e outras próprias da linguagem informal. Leia o trecho

abaixo e resolva as questões propostas a seguir.

“Países já chegam ao FMI com todos esses impasses, denotando a incapacidade de suas elites

de chegarem a fórmulas consensuais para enfrentar a crise – mesmo porque essas fórmulas

implicam prejuízos aos interesses de alguns grupos poderosos. Aí a burocracia do FMI deita e

rola. Há, em geral, economistas especializados em determinadas regiões do globo. Mas, na

maioria das vezes, as fórmulas aplicadas aos países são homogêneas, burocráticas, de quem

está por cima da carne-seca e não quer saber de limitações de ordem social ou política.(...)

Sem os recursos adicionais do Fundo, a travessia de 1999 seria um inferno, com as reservas

cambiais se esvaindo e o país sendo obrigado ou a fechar sua economia ou a entrar em

parafuso. O desafio será produzir um acordo que obrigue, sim, o governo e Congresso a

acelerarem as formas essenciais.” ( Ícaro, 170, outubro de 1998 – questão adaptada do

vestibular da Unicamp)

a) Transcreva as expressões que nos remetem ao universo econômico.

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b) Transcreva as expressões que têm características de informalidade.

c) Substitua essas expressões apresentadas no nível coloquial por outras típicas da linguagem

formal.

2. Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e outra para um colega de turma. Os textos devem apresentar:

a) o destinatário (vocativo);

b) sua identificação;

c) uma solicitação;

d) as razões dessa solicitação;

e) encerramento

f) assinatura

4. LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO

Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo

adequado o significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma

sociedade letrada.

Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um

texto, prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é

que suas considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam.

Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira

implícita (mas que podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a

outros textos e ainda trazem idéias periféricas cuja função é dar sustentação à idéia central. Esses

aspectos são a base da interpretação e compreensão que, portanto, devem ser percebidos e

utilizados no processo de leitura e entendimento dos textos.

Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de

enunciados, muitas vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-

se então de interpretação de textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da

vida profissional.

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Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho a criticidade,

a capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos

importantes nessa concorrência. ( RUSSO, 2004:15)

Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é

necessário ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato

com algumas técnicas de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos.

5. ESTRATÉGIAS DE LEITURA I

Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe:

a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde

foi retirado o texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma

primeira sem interrupções para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming).

b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em

relação a uma ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo.

c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no texto.

d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à

compreensão dos textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas.

e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os

procedimentos dos itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações

(scanning).

f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros,

porcentagem, longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como

gravuras, gráficos, tabelas, números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a

disposição das imagens) nos auxiliam a inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso

conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo (prediction).

EXERCÍCIOS

1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões:

CASINO AALBORG

Velkommen til Danmarks mest venlige kasino

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Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab

med festlige mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00.

Entré DKK 50,00,-. Der er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge

under 18 ar. (exercício extraído de: Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003

p.18)

a) Qual é o horário de atendimento do cassino?

b) Quanto custa o ingresso?

c) Qual é o telefone do cassino?

d) Quem pode freqüentar o cassino?

3. ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas:

a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo.

b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto.

Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema

importância para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros

muito comuns como a extrapolação, a redução ou a contradição.

Segundo  Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da

seguinte maneira:  

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Extrapolação

Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando

outros elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à

memória, abandonando o texto que era o objeto de interpretação.

      A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o

contexto que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações

evocativas, por relações analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se

encaminha para fora do texto. Outras vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se

descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de partida bem anteriores ao pensamento

expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes das idéias do texto, mas já

pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão.

Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa

conquistar maior lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que

está em questão. Essa clareza é necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de

imaginação e de raciocínio, porque os vôos para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção,

serão realizados por um projeto intencional, e não mais por incapacidade de reconhecer os limites

de um texto colocado em questão, nem por incapacidade de distinguir as próprias idéias das idéias

apresentadas por um texto lido.

Redução

      Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de

redução ou particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se

o inverso: aborda-se apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do

contexto. Seria privilegiar um elemento (ou uma relação) que é verdadeiro, mas não é suficiente

diante do conjunto, ou então que se torna falso porque passa ser descontextualizado. Desse modo, o

leitor detém-se a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as

relações principais. Reconhecer os processos de redução representa também um salto de qualidade

em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de perceber e

compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações.

Contradição

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O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não

percepção de algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a

perda de uma passagem no desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto.

Como esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias

expressas pelos textos - os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie

de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto, apresenta até expressões inteiras

do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso provavelmente escolherá

essa alternativa, por ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais literalmente,

mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto.

EXEMPLOS

      Leia atentamente o texto que se segue. Faça a primeira leitura, a de entrar em contato e,

depois, faça a segunda leitura, captando as ideias centrais. Em seguida, discuta com seus colegas as

questões abordadas nos textos.

Einstein x Newton: uma boa briga

Paulo Markun

Britanicamente, às seis e meia da tarde de quarta-feira, 23 de novembro de 2005, lorde Robert

May, presidente da Royal Society apresentou os resultados da pesquisa feita entre os 345 cientistas

associados e 1363 ingleses e que procurava saber qual fora o cientista mais importante para a

humanidade: Albert Einstein ou Isaac Newton?

Se houvesse uma bolsa de apostas, o autor da célebre equação E=MC2 seria o favorito, já que o

evento integrava as comemorações do cinquentenário de suas descobertas. Mas Newton venceu de

ponta a ponta, como diria um locutor de turfe. Quando perguntado sobre quem deu a maior

contribuição para a ciência, 61,8% do público votou em Newton e 38,2% em Einstein. Entre os

cientistas, a vitória foi ainda mais expressiva: 86,2% para Newton e 13,8% para Einstein. Diante da

questão que procurava estabelecer quem der a maior contribuição positiva para a humanidade, o

resultado foi empate técnico entre o público (50,1% de Newton e 49,9% para Einstein) enquanto os

cientistas preferiram Newton claramente: 60,9% a 39,1%.

Impressionado com a repercussão da enquete, lorde May olhou para diante: “Muitos diriam que

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comparam Newton e Einstein é como comparar maçãs e laranjas, mas as pessoas estão apreciando a

enorme importância que estes dois físicos tiveram e constatar que o impacto do trabalho deles se

espalhou muito além dos laboratórios e das equações. Mas o que realmente importa é saber de onde

virão os futuros Newtons e Einsteins.”

Ciência e a religião são mundos paralelos, que podem conviver tranquilamente, desde que um não

interfira no outro.É o que pregava o paleontólogo norte-americano Stephem Jay Gould, um dos mais

reconhecidos divulgadores científicos do século XX e um incansável combatente da pseudociência.

Para Gould, ciência e religião são “Magistérios Não Interferentes.” O magistério da ciência é o

conhecimento factual do mundo natural. O da religião trata dos desígnios do homem, sua conduta

moral e ética. Sendo assim o único conflito possível entre ciência e religião se dá quando uma tenta

invadir o território da outra. Para ele, essas invasões não são muito frequentes e podem acontecer de

um lado e de outro, embora os cientistas costumem fazer estardalhaço sobre a ação dos religiosos,

omitindo seus próprios pecados, digamos.

Gould reuniu um elenco de religiosos que foram ardorosos defensores do método científico e no

outro corner um time de cientistas que permitiram a interferência do pensamento religioso em sua

investigação científica. E quem está entre estes? Isaac Newton, que numa série de cartas a Thomas

Burnet defendeu a idéia deque a Terra fora criada em seis dias. Tese rejeitada pelo destinatário, um

reverendo que era confessor do rei e empregou argumentos verdadeiramente científicos para enfrentar

as convicções de Newton. (Hoje, tanto Newton quanto Burnet são relacionados numa impressionante

lista dos cientistas que acreditavam piamente que a Bíblia tinha razão.)

O debate sobre o uso de células-tronco embrionárias é tão apaixonado quanto o do ensino do

criacionismo, mas ao contrário deste – que e inscreve no campo da fé – está na fronteira entre os dois

magistérios de Gould. Seu uso tem tudo a ver com moralidade de nossas ações. Devem ser elas uma

decorrência de nossas convicções religiosas ou de nossas certezas científicas?

A resposta para esse dilema certamente mobilizará os futuros Einsteins e Newtons com que se

preocupava lorde May. Uns e outros sairão das universidades e centros de pesquisas, não de

conventos, mesquitas ou sinagogas e carregarão consigo novas dúvidas e dilemas, porque assim

caminha a humanidade. De tropeço em tropeço, ante a imensidão do como uma criança pequena que

dá seus primeiros passos.

Por tudo isso, prefiro ficar com Albert Einstein, que assim definiu nosso maior desafio: “O esforço

humano mais importante é o esforço para imprimir moralidade a nossas ações. Nosso equilíbrio

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interior e nossa existência dependem disso. Somente a moralidade de nossas ações pode dar beleza e

dignidade à vida. Tornar essa força viva, deixando seu papel claro na consciência das pessoas é a

principal tarefa da educação. O fundamento da moralidade não deve depender de mito, nem estar

vinculado a qualquer autoridade para que dúvidas sobre o mito, ou sobre a legitimidade da

autoridade na comprometam o bom julgamento da ação.”

___________________________________________________________

Paulo Markun é editor e presidente do Conselho Editorial do Jornal de Debates que circula

internamente na Uninove.

EXERCÍCIO

1. Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele

apresentadas.

O mistério

      O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência

verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,

sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que

fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe

algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que

compreenderemos apenas em forma muito rudimentar - é esta a experiência que constitui a

atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido pertenço aos homens

profundamente religiosos.       (Albert Einstein - Como vejo o mundo)

Texto II

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6. ESTRATÉGIAS DE LEITURA – INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS

Segundo Fiorin & Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto

é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das

informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou

pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos

quanto os implícitos.

Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode

passar por cima de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar

com coisas que rejeitaria se as percebesse.

Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções

falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.

Pressupostos são aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor

pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase.

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Observe:

Fiz faculdade, mas aprendi alguma coisa.

Nessa frase, há duas informações explícitas:

Ele frequentou um curso superior;

Ele aprendeu algumas coisas.

Porém ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de modo

implícito sua crítica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que

nas faculdades não se aprende nada.

Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois

seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que

está sendo comunicado.

EXERCÍCIOS

1. Encontre os pressupostos (dados que não são colocados em discussão) nos trechos abaixo:

a) É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque soviético.

b) Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.

c) O caso do contrabando tornou-se público.

d) Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no

povo.

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Page 20: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

e) Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não pensam no

povo.

f) Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.

2. Leia o texto abaixo e faça a identificação dos pressupostos e, a seguir, teça um comentário

sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto.

A burocracia da terra

O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma

característica que merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária

brasileira é a última atividade econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se

fala disso, mas o fato é que não encontramos multinacionais responsáveis por qualquer parcela

significativa da produção. Também não encontramos, no campo, as famigeradas empresas

estatais. Embora existam multinacionais proprietárias de terra, o percentual de produção rural

em suas mãos não é significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre

iniciativa brasileira. Com a nossa economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a

agropecuária permaneceu uma atividade essencialmente de brasileiros.

Temos certeza de que esta parcela da população, hoje responsável pela produção rural do

país, é simpática a medidas que enriqueçam o trabalhador rural e favoreçam a justiça social.

Somos todos a favor de medidas que facilitem o acesso à propriedade rural, tornando um maior

número de brasileiros proprietários e produtores. Somos todos a favor de medidas que

aumentem a produtividade no campo. Somos todos contra, enfim, a especulação com terras, a

ociosidade, o desperdício. Não é o produtor rural quem lucra com isso, e sim o especulador,

quase sempre alheio à atividade produtiva.

Repudiamos, porém, a planejada reforma agrária da Nova República da maneira como foi

apresentada pelo diretor do INCRA, senhor José Gomes da Silva, e por seu superior

hierárquico, o ministro Nelson Ribeiro. Autoritária e de critérios arbitrários, fatalmente levará a

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Page 21: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

uma crescente estatização da atividade rural no país - e isso quer dizer que chegarão ao campo

a ineficiência, a burocracia e a corrupção hoje encontradas em quase todas as outras

atividades já estatizadas.

CAMARGO NETO, Pedro de. - Veja, 7 ago. 1985.

7. VERBOS DE COMANDO

Material organizado pelos professores: Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan 

      Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, o professor

pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é muito comum o emprego de

provas e/ou testes dissertativos nos quais os alunos têm um espaço para mostrar, sobre algum assunto

determinado, a sua capacidade de análise, criação, comparação, identificação, conceituação etc. É muito

comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade que os alunos têm diante do

momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja composta por questões breves. Essa dificuldade

pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não conseguem compreender exatamente o que é pedido numa

questão. Se observarmos com atenção, todas as questões geralmente se iniciam ou se desenvolvem

tendo como base um verbo-comando (quase sempre na forma do imperativo) que especifica para o

aluno a forma como ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-

comando mais utilizados. 

Verbos-comando

Definição dos verbos (com base no Moderno Dicionários da Língua Portuguesa de Michaelis)

Especificação dos procedimentos

Analise Determinar os componentes ou elementos fundamentais de alguma ideia, teoria, fato etc.; determinar por discernimento a natureza, os aspectos do que está sendo examinado.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.

Justifique Explicar ou demonstrar a veracidade ou não de algum fato ou ocorrência por meio de elementos/argumentos plausíveis.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.

Transcreva Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de algum texto sem qualquer tipo de modificação.

A resposta não pode ser elaborada e sim apenas recortada utilizando-se sinais adequados com as aspas

Compare Examinar, simultaneamente, as particularidades de duas ou mais ideias, fatos, ocorrências.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.

Explique Tornar claro, fazer entender de forma coerente particularidades de fatos, ideias ou ocorrências.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.

Diferencie Estabelecer características que não sejam semelhantes entre dois ou mais fatos, ideias ou ocorrências.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Diferenciar não é o mesmo que definir.

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Page 22: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Defina Expor com precisão características ou particularidades de algum fato, ideia ou ocorrência.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.

Conceitue Formar uma ideia, noção ou entendimento de forma clara sobre algum fato ou ocorrência.

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Conceituar não é o mesmo que justificar.

Destaque Separar, de dentro de um todo (de um texto por exemplo), uma ou mais informações, ideias ou conceitos mais relevantes ou não.

Pode ser apenas uma transcrição de um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto-comentário.

Cite Transcrever ou apontar fatos, ideias, ocorrências ou características de algum elemento.

Pode ser apenas uma transcrição de um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto-comentário.

Confronte Observar o comportamento, atitude, opinião de duas ou mais pessoas, teorias ou posicionamentos a fim de se estabelecer alguns juízos e/ou relações como por exemplo de igualdades, de diferenças etc. 

Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Confrontar está intimamente ligado ao ato de comparar.

Critique Examinar com muito critério alguma ideia, noção ou entendimento tentando perceber qualidades e ou defeitos, pontos negativos e/ou positivos etc.

 Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Importante observar que criticar não é somente levantar aspectos negativos do que se está observando – a crítica pode ser também de caráter positivo/construtivo.

1. Leia com atenção o texto e, em seguida, responda ao que se pede. Procure responder

exatamente o que foi solicitado nos enunciados.

CONSUMO JOVEM

Como abordar um público afluente, mas avesso às mensagens comerciais.

Uma das tendências mais instigantes do marketing na atualidade é a segmentação dos

consumidores. Dez anos atrás, os especialistas ainda pensavam em sexo e idade quando saíam em

busca de nichos de clientes. Uma enxurrada de pesquisas a respeito das nuances do público

feminino desaguou nos departamentos de marketing até meados dos anos 90. Com a incorporação

das ferramentas etnográficas ao arsenal de pesquisas, o conceito acabou por se alargar. Fala-se

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Page 23: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

agora em estilo de vida, tribos, atitudes. Num recente estudo, a consultoria McKinsey constatou a

existência de 250 fatores tangíveis e intangíveis que cercam uma marca.

O mercado fragmentado tornou mais complexa a tarefa de “acessar” os clientes, para usar

um jargão da moda. E é com os jovens, aqui e lá fora, que os pesquisadores vêm se ocupando nos

últimos tempos. Por quê? Estima-se em 30 bilhões de reais o poder de consumo dos 28 milhões

de brasileiros na faixa de 15 a 22 anos (movimentam o triplo desse valor, em dólar, nos Estados

Unidos). Segundo um levantamento do instituto Ipsos/Marplan, são consumidores ávidos que

freqüentam cinemas, viajam e gostam de comprar roupa em proporção bem acima da média da

população. Trocam seu aparelho celular uma vez por ano, enquanto os mais velhos o fazem a

cada dois anos.

Foi mirando nesse público que o finlandês Nokia acelerou suas vendas de celulares no

Brasil. Os aparelhos possuem opções de cor e toques personalizáveis, o que casa com a busca de

afirmação do jovem. A marca conquistou o prêmio Top Teen como a mais lembrada (47%) entre

jovens de 16 a 24 anos. O Top Teen é um prêmio especial da pesquisa Top of Mind, do instituto

Datafolha.

Além de consumidores vorazes, os jovens também são hábeis pilotos de computadores,

DVSs e todo tipo de novidade tecnológica. Nessa condição, passaram a ser influenciadores,

quando não decisores de compras domésticas. Oito em cada dez aparelhos de som passam pelo

crivo dos filhos antes de serem comprados.

Desafiada no ano passado por um de seus clientes, a Semp Toshiba, que lidera as vendas

de televisores, a desenhar uma estratégia que ampliasse as vendas de aparelhos de som, a agência

de propaganda Talent mergulhou no mundo das tribos adolescentes. Dele emergiu com a idéia de

uma campanha publicitária centrada não exatamente nos atributos do equipamento, mas na

linguagem capaz de unir a juventude: a música. “O jovem não gosta de quem quer parecer jovem

nem de sentir que estão vendendo algo para eles”, afirma o relatório da Talent. Sintonizados com

essa tendência, os comerciais de TV, inspirados em videoclips, são coerentes com um dos

mandamentos da juventude no que diz respeito à propaganda: em vez de slogans vendedores ou

mensagens informativas, há música, uma sucessão de danças e imagens divertidas. Num dos

filmes, uma galeria com orelhas de cães de diferentes raças é sobreposta aos rostos da garotada.

Os aparelhos só aparecem nas últimas cenas, como se fossem personagens também embalados

pelo ritmo tecno.

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Page 24: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

“Até então o mercado de áudio buscava apelos diferenciais na potência e nos acessórios”.

Afirma Oswaldo Ubrig, diretor de propaganda da Semp Toshiba. Lançada no início do ano com

investimento de 7 milhões de reais (pouco menos da metade da verba publicitária anual da

Semp), a campanha Toshiba Planet inclui anúncios em revistas, spots em rádios e patrocínio de

um festival de bandas. Qual foi o retorno? “Num ano em que as vendas no mercado de som

caíram 4%, crescemos quase 15%”, diz Luís Freitas, diretor de vendas da Semp Toshiba. São 2

milhões de aparelhos que devem representar cerca de um terço do faturamento da empresa, acima

de 1 bilhão de reais. (Revista Exame – 10/12/2003, p. 135)

Questões

a) Cite a mudança de estratégia que os profissionais de marketing fizeram para buscar

clientes?

b) Justifique o fato de que os pesquisadores vêm, ultimamente, se preocupando muito mais

com os jovens.

c) Diferencie, de acordo com o texto, a atitude dos jovens e dos adultos em relação ao

consumo.

d) Explique por que a empresa Talent apostou na linguagem jovem e não nos atributos do

equipamento para produzir uma campanha publicitária para a Semp Toshiba.

e) Transcreva do texto um trecho em que fique comprovada a eficiência da mudança de

atitude da Talent para anunciar um produto da Semp Toshiba.

f) Critique a forte presença da publicidade de produtos e/ou serviços no nosso meio

8. PARAGRAFAÇÃO E ARTICULAÇÃO ENTRE OS PARÁGRAFOS DO TEXTO

A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO - PARÁGRAFO-PADRÃO

O parágrafo é uma unidade de composição do texto em que é desenvolvida uma idéia

central a que se agregam outras secundárias, estabelecendo entre si sentido e lógica.

Muito comum em textos dissertativos, o parágrafo-padrão estrutura-se em tópico frasal,

desenvolvimento e conclusão.

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Page 25: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Introdução, também conhecida denominada tópico frasal, é formada de uma ou de duas

frases curtas que expressam, de maneira sucinta, a ideia principal do parágrafo, definindo seu

objetivo.

Desenvolvimento: corresponde à ampliação do tópico frasal, à sua fundamentação ou que o

esclarecem ( exemplos, detalhes, demonstração e fatos, comparações, referências históricas ou

científicas).

Conclusão: nem sempre presente, especialmente em parágrafos mais simples e curtos, a

conclusão retoma a ideia central, levando em consideração os diversos aspectos

selecionados no desenvolvimento.

OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente

um tópico frasal.

Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que

constituem o parágrafo.

A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de

hierarquias. Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais

humilde empregado de Bill Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft,

empresa que domina o Mercado mundial de programas de computador, pode

facilmente comunicar-se com ele apenas enviando uma mensagem para o

endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas terem as próprias

redes internas de comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que haverá

uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos.

Vejamos no texto a seguir, extraído de VIANA, 1998 como os tópicos frasais podem ser

identificados.

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Tópico frasal

Conclusão

Desenvolvimento

Page 26: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

        Trapalhadas do Fisco

        

O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais.

Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida. Não há ano em que se

sinta a salvo. É sempre surpreendido por  novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu

bolso.

         A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida

do brasileiro. Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros. Cada um que entra se

acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente.

         Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes.

O que paga em dia seus tributos e o que sonega de tudo quanto é forma. Enquanto este continua

livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez maiores. A impressão que se tem

é de que mais vale ser desonesto que honesto.

         Se o brasileiro é empurrado para sonegação é porque há razões muito fortes para isso.

Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. O que deveria ser aplicado na educação e

saúde some como por milagre e ninguém sabe onde. Há muitos anos que não se fazem

investimentos em transportes. Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia. 

Paga-se muito imposto em troca de nada.

         Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os

contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista.

Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do imposto

a pagar e a receber. Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário.              

       O texto nos mostra como se pode desenvolver um tema de forma bem objetiva.  Cada

parágrafo foi escrito obedecendo a uma estrutura.       

Formas de desenvolvimento de parágrafos

Há várias formas para desenvolver um parágrafo.  No texto estudado, temos:

Primeiro parágrafo (retomada da palavra-chave):

a) O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor tratamento das autoridades fiscais.    

b) Ele é vítima constante de um Leão sempre descontente de sua mordida.

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Page 27: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

c) Não há ano em que se sinta a salvo.

d) É sempre surpreendido por novas regras, novas alíquotas, novos assaltos ao seu bolso.

        A expressão-chave deste parágrafo é contribuinte brasileiro (frase a). Ela é retomada nas

frases seguintes através dos mecanismos de coesão.

        Na frase b, contribuinte brasileiro é substituído pelo pronome ele. Nas frases c e d, aparece

como sujeito oculto de se sinta e de é sempre surpreendido.

     O termo contribuinte brasileiro está presente em todos os enunciados. Como podemos

observar, basta retomar a expressão-chave a cada frase (de preferência sem repeti-la),

acrescentando sempre uma informação nova a seu respeito.

Segundo parágrafo (por encadeamento):

a) A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer regras constantes que facilitem a vida do

brasileiro.

b) Essas regras não podem variar ao sabor da troca de ministros.

c) Cada um que entra se acha no direito de alterar o que foi feito anteriormente.

      Aqui a estrutura já é bem diferente da anterior. A frase b retoma a palavra regras da frase a, e

a frase c retoma ministro (cada um) da frase b, num encadeamento de frase para frase.

        No primeiro exemplo, todo o parágrafo está amarrado a uma só palavra. Neste parágrafo, é

como se houvesse uma corrida de revezamento, em que o segundo enunciado leva adiante uma

palavra do primeiro, o terceiro do segundo e assim sucessivamente. Por esse método, o parágrafo

pode prolongar-se até onde acharmos conveniente.

Terceiro parágrafo (por divisão):

a) Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é perpetuar dois tipos de contribuintes que

bem conhecemos.

b) O que paga em dia seus tributos e o que sonega a torto e a direito.

c) Enquanto este continua livre de qualquer punição, aquele é vítima de impostos cada vez

maiores.

d)  A impressão que se tem é de que mais vale ser desonesto que honesto.

       Temos agora um  terceiro tipo de estrutura de parágrafo. A frase inicial delimita o nosso

campo exploratório do dividir os contribuintes em dois tipos. Quando isso acontece, o

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Page 28: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

desenvolvimento do parágrafo restringe-se a explicar os componentes dessa divisão. A frase b

esclarece quais são esses dois tipos de contribuintes. A frase c explica o que acontece com cada

um deles. E a frase d conclui o assunto.                                    

Quarto parágrafo (por recorte):

a) Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é porque há razões muito fortes para isso.

b) Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado.

c) O que deveria ser aplicado na educação e na saúde some como por milagre ninguém sabe

onde.

d) Há muitos anos que não se fazem investimentos em transportes.

e) Grande parte da população continua sofrendo por falta de moradia.

f)  Paga-se muito imposto em troca de nada.

    Ao contrário da frase delimitadora do início do terceiro parágrafo, aparece aqui uma de sentido

muito amplo. A palavra razões leva-nos a pensar muita coisa de uma só vez.  Quando isso

acontece, devemos fazer um recorte nas ideias que ela suscita, escolher apenas um ângulo para

ser explorado, fazendo uma enumeração dos exemplos mais pertinentes.

      Que razões seriam essas para o brasileiro driblar o fisco? Entre as muitas que existem,

escolhemos a malversação do dinheiro arrecadado pelo governo (frase b).  As frases c,d e e

exemplificam as áreas para as quais deveria convergir o imposto, se não fosse tão mal aplicado.

A  frase f conclui, dizendo por que há tanta sonegação.

Quinto parágrafo (por salto):

a) Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das complicações costumeiras, os

contribuintes foram surpreendidos com a suspensão da entrega da declaração na data prevista.

b) Um deputado entrou na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator multiplicador do

imposto a pagar e receber.

c) Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário.

            Diferentemente do que aconteceu nos parágrafos anteriores, aqui não se retoma nenhum

termo da frase de abertura. À primeira vista, parece não haver um elo entre a primeira e a

segunda frase, pois não existe um fator de coesão explicito inter-relacionando-as. O vínculo que

existe é mental, por isso precisamos reconstituí-lo com nosso raciocínio. Por que houve tal

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Page 29: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

suspensão? Porque o fator multiplicador do imposto a pagar e a receber era inconstitucional, daí o

deputado ter entrado na justiça.

Exercício

                 

1. Leia atentamente o texto abaixo, divida-o em parágrafos e, a seguir, responda ao que se pede:

Viver em sociedade

A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às

outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos.

Sem vida em sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante

muito tempo, necessita de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno,

com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com hábitos que tornam necessários

muitos bens produzidos pela indústria, não há quem não necessite dos outros muitas vezes por

dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são apenas de ordem material, como os

alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. Elas são também

de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e

sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além disso,

todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.

Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse

modo de vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim,

por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em

algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria,

em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de

alguém com quem falar e trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente

ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em

sociedade é que a pessoa humana pode satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade

seja organizada de tal modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social

permita apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as

necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é aquela em que se

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Page 30: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer todas as suas necessidades, é aquela em

que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas oportunidades, aquela em que os

benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que essa repartição se faça com

justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados,

como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais.

(DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)

a) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto?

b) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de

convencer o leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados?

c) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas?

9. O PARÁGRAFO CHAVE

O primeiro parágrafo do texto deve ser criativo, deve atrair a atenção do leitor. Assim é

preciso evitar expressões desgastadas como: nos dias de hoje, hoje em dia, atualmente, a cada

dia que passa, desde os primórdios, desde épocas remotas, no mundo de hoje, na atualidade, o

mundo em que vivemos.

Para auxiliar seu trabalho, observe abaixo dezoito formas de começar um texto,

sugeridas pelo professor Antônio Carlos Viana.

Algumas formas para você começar um texto

1. Uma declaração

(tema: liberação da maconha)

É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo.

O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas

instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.

Alberto Corazza, Istoé, 20 dez. 1995.

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A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma

declaração forte, capaz de surpreender o leitor.

2. Definição

(tema: o mito)

O mito, entre os primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar

entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e

não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos

naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas da ação humana.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São

Paulo, Moderna, 1992. p. 62.

A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo

em texto dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.

3. Divisão

(tema: exclusão social)

Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a

de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve

muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o

combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensivos esforços do poder

público e ampla participação da iniciativa privada.

Folha de S. Paulo, 17 dez. 1996.

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Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o

parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.

4. Oposição

(tema: a educação no Brasil)

De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro,

gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É este

o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.

As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado / de outro) que

estabelecerá o rumo da argumentação.

Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste exemplo:

Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacam pelo grau de envolvimento:

raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto a cultura ainda é vista como algo

supérfluo em nossa terra; esperança por observar quantos movimentos culturais têm

acontecido em nossa história, e quase sempre como forma de resistência e/ou transformação.

(...)

FEIJÓ, Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985. p. 7.

O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a compõem.

5. Alusão histórica

(tema: globalização)

Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece

ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia

entrou em rota acelerada de competição.

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Page 33: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado

no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.

6. Citação

(tema: política demográfica)

“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a

criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora.” O comentário, do

fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de

letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo.

DI FRANCO, Carlos Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p.

73.

A criação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pela palavra

comentário da segunda frase.

7. Citação de forma indireta

(tema: consumismo)

Para Marx a religião é o ópio do povo. Raymond Aron deu o troco: marxismo é o ópio dos

intelectuais. Mas nos Estudos Unidos o ópio do povo é mesmo ir às compras. Como as modas

americanas são contagiosas, é bom ver de que se trata.

Cláudio de Moura e Castro, Veja, 13 nov. 1996.

33

Page 34: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente a citação. É melhor

citar de forma indireta que de forma errada.

PRODUÇÃO DE PARÁGRAFOS

2. Desenvolva os seguintes tópicos frasais.

a) Dois são os principais motivos que contribuem para o empobrecimento acelerado da

sociedade...

b) Nos últimos dez anos, a internet tornou-se necessária a todas as pessoas que desejam

ser bem sucedidas ...

3. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do

período.

a) ... É por isso que a sociedade se encontra nessas condições.

10. TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL

A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras

(verbum, em latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.

Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para

representar o mundo, expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as

cores. Trata-se da linguagem ou do texto não-verbal.

É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise

criteriosa (leitura) dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja

apreendido e que se estabeleça comunicação, mesmo que a correspondência não seja

absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma contornos específicos em cada tipo de

linguagem.

A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor

esteja atento a essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -

34

Page 35: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

ou a eles se associam -com o objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente –

é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais de trânsito, charges.

Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo:

(http://www.patodelaranja.com/colunistas/clauro/cla_070205.php)

Exercício:

As capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associam a linguagem verbal e a linguagem

não-verbal. Analise-as e, a seguir, indique e comente a mensagem transmitida.

22/06/2005

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Page 36: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

(http://veja.abril.com.br/busca/resultadoCapas)

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Page 37: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml

37

Page 38: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

11. GRAMÁTICA DE USO

DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ESCRITA

EMIGRANTE O que sai de um país

IMIGRANTE O que entra em um país

EMINÊNCIA Figura ilustre

IMINÊNCIA Proximidade

APRESSAR Acelerar

APREÇAR Perguntar ao ajustar o preço de

INFLIGIR Aplicar pena

INFRINGIR Transgredir, violar

INTERCESSÃO Ato de interceder, intervenção

INTERSEÇÃO Ato de cortar

MANDADO Ordem escrita que emana de autoridade judicial

MANDATO Delegação, procuração

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Page 39: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

EMPOSSAR Tomar posse

EMPOÇAR Formar poça

SOAR Produzir som

SUAR Transpirar

TAXA Imposto

TACHA Prego

TRÁFEGO Relativo a trânsito

TRÁFICO Negócios fraudulentos

EXPECTADOR Aquele que tem expectativa

ESPECTADOR Aquele que vê um espetáculo

SEÇÃO Divisão, repartição

SESSÃO Tempo de uma reunião ou espetáculo

CESSÃO Ato de ceder

CELA Pequeno quarto

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Page 40: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

SELA Arreio

SELA Verbo selar

COMPRIMENTO Extensão

CUMPRIMENTO Saudação

EMINENTE Alto, elevado

IMINENTE Prestes a ocorrer

ASSESSÓRIO Relativo a assessor

ACESSÓRIO Supérfluo

CASSAR Tirar os direitos de alguém

CAÇAR Perseguir a caça

DEFERIR Conceder, concordar

DIFERIR Discordar, ser diferente

DESCRIÇÃO Ato de descrever

DISCRIÇÃO Qualidade de quem é discreto

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Page 41: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

DESTRATAR Insultar

DISTRATAR Desfazer contrato

RATIFICAR Confirmar, corroborar

RETIFICAR Corrigir

POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?

POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a)

qual.

Por que você não foi à festa?

Gostaria de saber por que você não foi à festa.

POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.

Você não foi à festa, por quê?

PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.

Não fui à festa porque estava doente.

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Page 42: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por

motivo.

Quero saber o porquê de tanta gritaria.

A FIM DE ou AFIM?

A FIM DE – Com intuito

Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.

AFIM – Com afinidade

São pessoas afins.

ONDE ou AONDE?

ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).

Onde está o meu carro?

AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).

Aonde você vai agora?

HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?

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Page 43: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.

A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.

ACERCA DE – a respeito de.

Falávamos acerca de sua demissão.

CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de,

aproximadamente)

Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.

Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”

HAJA VISTO ou HAJA VISTA?

A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.

Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.

TAMPOUCO ou TÃO POUCO?

TAMPOUCO – Também não.

Não compareci a festa tampouco ao almoço.

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Page 44: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

TÃO POUCO – Muito pouco.

Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.

A ou HÁ?

A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.

Ele chegará daqui a duas semanas.

A cidade fica a 20 km daqui.

Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.

HÁ – Indica tempo decorrido, passado.

Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.

Saiu há pouco do Rio de Janeiro.

A PAR ou AO PAR?

A PAR – Estar ciente de, sabedor.

Estou a par do ocorrido.

AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).

O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).

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Page 45: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

MENOS ou MENAS?

Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.

Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.

MÁS, MAS ou MAIS?

MÁS – Ruins.

Essas pessoas são muito más.

MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.

A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.

MAIS – Antônimo de menos.

O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.

MAL ou MAU?

MAL – Antônimo de bem.

A criança estava passando mal desde ontem.

MAU – Antônimo de bom.

Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.

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Page 46: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

AO INVÉS DE ou EM VEZ DE?

AO INVÉS DE – Significa ao contrário de.

Maura, ao invés de Alice, resolveu se dedicar à música.

EM VEZ DE – É o mesmo que em lugar de.

Em vez de José, Carlos esteve presente.

A NÍVEL DE ou EM NÍVEL DE?

A forma A NÍVEL DE dita com tanta propriedade não existe, portanto deve ser eliminada ou

substituída por EM RELAÇÃO A, NO QUE DIZ RESPEITO A.

A nível de presidente, eu acredito que...(INCORRETO)

No que diz respeito ao presidente, eu acredito que...(CORRETO)

A expressão EM NÍVEL DE pode ser usada quando for possível estabelecer níveis /patamares

em relação ao que se fala.

As decisões tomadas em nível federal (estadual, municipal) poderão ser definitivas.

Obs: Em relação ao mar, aceita-se ao nível do mar ou no nível do mar.

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Page 47: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?

A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.

A princípio havia um homem e uma mulher.

EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.

Em princípio, sou contra a pena de morte.

Ou use simplesmente:

Em tese, sou contra a pena de morte.

EM CORES

O pronunciamento do presidente foi filmado em cores ontem.

Conserta-se TV em cores.

NA RUA

Todos moramos em algum lugar e não a algum lugar.

Roberto residia na rua Augusta.

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Page 48: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?

O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no

escritório.

Fazemos entregas em domicílio.

Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.

Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).

SITO A ou SITO EM?

Nosso escritório situa-se na Avenida Brasil.

DIA-A-DIA ou DIA A DIA?

DIA-A-DIA – Cotidiano.

Isso é freqüente no nosso dia-a-dia.

DIA A DIA – Diariamente.

Suas chances de vitória aumentam dia a dia.

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Page 49: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

SE NÃO ou SENÃO?

SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.

Devolva o relatório se não estiver de acordo.

SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.

Não vejo outra alternativa senão concordar.

SENÃO – Substantivo, significando contratempo.

O show não teve nenhum senão.

PORISSO ou POR ISSO?

NÃO existe a forma PORISSO.

A forma correta é POR ISSO.

É por isso que você não vai mais errar.

AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?

AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.

Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.

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Page 50: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.

Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.

COM CERTEZA OU CONCERTEZA?

Com certeza, é com certeza, separado!

CONTUDO OU COM TUDO?

COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado

do pronome ISSO.

Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!

CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser

substituído por entretanto, porém, todavia, mas.

Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.

DERREPENTE OU DE REPENTE?

Só existe a forma DE REPENTE.

INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?

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Page 51: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também

ser grafado com Z.

OQUE OU O QUE?

Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.

A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio

ambiente.

QUIZ OU QUIS?

O verbo querer deve ser grafado com S, assim:

Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...

AGENTE OU A GENTE?

AGENTE – é substantivo.

Este é o AGENTE 007.

Ele é um AGENTE da Polícia Federal.

A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.

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Page 52: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?

- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.

OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?

As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.

ERRO NA ACENTUAÇÃO DE ALGUMAS PALAVRAS

Em algumas situações, a acentuação altera não só a classe gramatical, mas também o

sentido da palavra.

influência Influencia

Pronúncia Pronuncia

Tecnológico Tecnologia

Maquinaria maquinária não existe

Mês Meses

Vocês Voces, vocêis, voçês não existem

Secretária Secretaria

ERRO NA PRONÚNCIA DE ALGUMAS PALAVRAS

PRONÚNCIA CORRETA PRONÚNCIA ERRADA

Aeronáutica Areonáutica

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Page 53: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Bandeja Bandeija

Emagrecer Esmagrecer

Progresso Pogresso

Coincidência Conhicidência

Advogado Adevogado

Mortadela Mortandela

Bicarbonato Bicarbornato

Problema Poblema, probrema, ploblema

Salsicha Shalchicha

Próprio Póprio

Sobrancelha Sombrancelha

Perturbar Pertubar

Frustrado Frustado

Cabeleireiro Cabelereiro, cabeleileiro

Entretela Entertela

Engajamento Enganjamento

Mendigo Mendingo

Meteorologia Metereologia

Ignorante Inguinorante

Reivindicação Reinvidicação

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Page 54: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Privilégio Previlégio

Superstição Supertição

Lagartixa Largatixa

Receoso Receioso

Digladiar Degladiar

Subsídio Subzidio

Rubrica Rubrica

Disenteria Desinteria

Empecilho Impecilho

Estupro Estrupo

Beneficente Beneficiente

Irrequieto Irriquieto

Prazerosamente Prazeirosamente

Misto Mixto

Caderneta Cardeneta

Xifópagos Xipófagos

Dignitário Dignatário

Cinqüenta Cincoenta

Asterisco Asterístico

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Page 55: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

5.1. Gramática de uso – TESTE I

1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles

podem ser considerados ____________.

a) emigrantes b) imigrantes

2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas

casas pelo governo italiano.

a) eminência b) iminência

3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores

_____________-se em encher o tanque dos seus automóveis.

a) apressaram b) apreçaram

4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas

mais descuidados.

(I) a) infligirem b) infringirem

(II) a) infligem b) infringem

5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC.

a) intercessão b) interseção

6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de

prisão preventiva.

a) mandado b) mandato

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Page 56: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o

fim de seu (II).

(I) a) empossar b) empoçar

(II) a) mandado b) mandato

8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam.

a) soam b) suam

9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados

aumentos.

a) taxas b) tachas

10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas

tem se intensificado devido às constantes blitze policiais.

(I) a) tráfego b) tráfico

(II) a) tráfego b) tráfico

11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo.

a) expectadores b) espectadores

12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de

Audiências e poderão ser realizadas em mais de uma (III).

(I) a) seção b) sessão c) cessão

(II) a) Seção b) Sessão c) Cessão

(III) a) seção b) sessão c) cessão

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Page 57: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer

agressões de outras presas.

(I) a) mandado b) mandato

(II) a) sela b) cela

14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas

as pistas de atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos.

(I) a) comprimentos b) cumprimentos

(II) a) comprimento b) cumprimento

15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro.

a) assessórios b) acessórios

16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido

__________, o ex-presidente elegeu-se senador na última eleição.

a) cassados b) caçados

17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de

almoço gratuito para estudantes de baixa renda.

(I) a) deferido b) diferido

(II) a) deferem b) diferem

(III) a) seção b) sessão c) cessão

18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime.

a) por que b) por quê c) porque d) porquê

19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação.

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Page 58: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

(I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê

(II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê

20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?!

a) por que b) por quê c) porque d) porquê

21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não

interferem nas investigações.

a) por que b) por quê c) porque d) porquê

5.2. GRAMÁTICA DE USO – TESTE II

1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus

artigos.

a) a fim b) afim

2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei.

a) Onde b) Aonde c) a e b são possíveis

a) onde b) aonde c) a e b são possíveis

3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de

crianças da classe média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa.

(I) a) Há cerca de b) Acerca de c) Cerca de

(II) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de

(III) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de

4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital

nos últimos meses.

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Page 59: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

(I) a) haja visto b) haja vista

(II) a) tráfego b) tráfico

5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro

recomendado pela professora.

(I) a) tampouco b) tão pouco

(II) a) tampouco b) tão pouco

6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas

reservas para uma (III) espacial.

(I) a) A b) Há

(II) a) a b) há c) hão

(III) a) viagem b) viajem

7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III)

acabei sendo efetivado.

(I) a) faz b) fazem

(II) a) Em princípio b) A princípio

(III) a) mais b) más c) mas

8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais,

(II) pessoas seguem as medidas de prevenção.

(I) a) ao par b) a par

(II) a) menas b) menos

9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de

terem perdido muitas aulas.

(I) a) mal b) mau

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Page 60: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

(II) a) mal b) mau

10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola.

(I) a) seção b) sessão

(II) a) ao invés de b) em vez de

11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à

dengue.

a) a nível b) em nível

12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.”

a) em domicílio b) a domicílio

13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida

Higienópolis.

(I) a) na b) à

(II) a) na b) à

14. O (I) do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela

cidade. (II), este tempo tende a aumentar (III).

(I) a) dia a dia b) dia-a-dia

(II) a) infelizmente b) infelismente

(III) a) dia a dia b) dia-a-dia

15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser

devolvida e reposta por outro produto.

a) Senão b) Se não

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Page 61: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi

cancelada.

a) Porisso b) Por isso

17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu

colocá-los em prática.

a) ao encontro dos b) de encontro aos

18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível.

a) Com certeza b) Concerteza

19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na

internet, os canais por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o

jovem atual pode crescer melhor preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II),

alguns jovens ainda se negam a estudar.

(I) a) Contudo b) Com tudo

(II) a) Contudo b) Com tudo

20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e

portões eram (II) até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança.

(I) a) acendiam b) ascendiam

(II) a) serrados b) cerrados

(II) a) derrepente b) de repente

21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para

passear.

(I) a) quis b) quiz

(II) a) quisessem b) quizessem

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Page 62: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas.

(I) a) a gente b) agente

(II) a) a gente b) agente

23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte

de armas por qualquer indivíduo.

(I) a) plebicito b) plebiscito

(II) a) opnião b) opinião

(III) a) há cerca b) acerca

24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem.

(I) a) optaram b) opitaram

(II) a) corrupto b) corrupito

12. REGÊNCIA VERBAL

     Regência verbal é a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seu

complemento.

     Dependendo da regência, os verbos podem  ter o seu sentido modificado. Veja:

Ele aspira o perfume das flores.

Ele aspira ao cargo de diretor.

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

ASSISTIR.

Exige a preposição a quando significa “ver”,  “presenciar”.

     Assistimos a um belo espetáculo.

     Assistiu ao filme.

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Page 63: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

     Assistimos à novela.

Usa-se sem preposição quando significa  “socorrer”,  “ prestar ajuda”.

     O médico assistiu o ferido.

     Assistiu o doente com carinho.

     A enfermeira assistiu a criança.

  

Exige a preposição em quando significa  “morar”,  “residir”.

      O presidente assiste em Brasília.

      Assisto em João Pessoa.

    

ASPIRAR

É usado sem preposição quando significa  “ sorver”,  “cheirar”, “inalar”

   

      Aspirou o perfume da rosa.

      Aspiro o ar da manhã.

      O doente aspirou o álcool e começou a melhorar.

      

Exige a preposição a quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”.

       Ele aspirava ao cargo político.

       Aspirei ao cargo de chefe da seção.

       Os trabalhadores aspiravam a maior segurança no trabalho.

  AGRADECER.

É usado com a preposição a quando significa “demonstrar gratidão por alguém”.

      Agradeço ao amigo.

      Agradeci à professora.

É usado sem preposição quando se refere a coisas. 

       Agradeço o presente que me deram.

       Agradeci o  presente.

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Page 64: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

CHEGAR .

É usado com a preposição a quando indica  “direção”, “alcançar”.

        Cheguei atrasado ao colégio.

        Chegamos à faculdade muito cedo.

É usado com a preposição em quando se refere a tempo.

        A ambulância chegou em meia hora.

ESQUECER / LEMBRAR

São usados sem preposição quando não estão acompanhados de pronomes.

        Esqueci o livro de História.

        Ele esqueceu o dinheiro.

        Lembrei o nome do artista.

        Não esqueça os amigos.

Exigem a preposição de quando estão acompanhados de pronomes.

        Esqueci-me de seu endereço.

        Mário esqueceu-se do dinheiro.

        Lembrei-me do nome do artista.

        Não se esqueça dos amigos.

  

OBEDECER / DESOBEDECER

  Exigem a preposição a

    Obedecia  aos seus instintos.

    Obedeça à sua mãe.

    Paulo obedece ao regulamento.

    Não desobedeça às leis do trânsito.

    O motorista desobedece ao sinal.

    Poucos desobedeciam à faixa de pedestre.

PRECISAR

É empregado sem preposição quando indica  “precisão”,  “certeza”.

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Page 65: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

     O legista precisou a hora do acidente.

     Ele precisou o lugar do encontro.

Exige a preposição de quando indica “ ter necessidade”.

      Os presos precisam de melhores condições de tratamento.

      O homem do campo precisa de terra para trabalhar.

PREFERIR

  Sem preposição, (ter preferência, sem sugerir a escolha).

   O menino prefere chocolate. 

   Ele prefere cinema.

Com preposição, (ter preferência, sugerindo a escolha).

   O menino prefere chocolate a doce de leite.

   Ele prefere jogar futebol a jogar tênis.

   Preferia a dura verdade do filho à doce mentira do marido.

VISAR

É usado com a preposição a quando significa “ter em vista”, “ desejar”

    Ele visava ao cargo de gerente da firma.

    Eles visam ao lucro..

    Nós visávamos a um pouco de sol e aos dias calmos da praia.

É suado sem preposição quando significa “ apontar”,  “mirar”  “ assinar”,

“rubricar”.

   O caçador visou o animal.

   O homem visou o alvo e disparou o tiro.

   Elas visaram o passaporte.

   Para nossa segurança, visamos o cheque antes de viajar.

EXERCÍCIOS

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Page 66: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

I - Complete as frases com a preposição exigida pelos verbos em destaque.

1) Aqui está a ferramenta _______  que preciso.

2) Esse é o documento _____ que necessito.

3) Essa é a pessoa ______ quem devemos entregar a encomenda.

4) Essa é a comida _____ que mais gosto.

5) O prêmio ______ que aspiramos é valioso.

6) A piada ____ que ele lembrou é muita engraçada. de

7) A causa _____ que lutamos é justa.

8) Esse é o homem _____ quem a justiça perdoou.

9) Esse é o regulamento _____ que todos devem obedecer.

10) Ele preferia multiplicar os seus ganhos ____ dividir com os empregados os seus lucros.

11) Os condôminos não obedeciam _____ regulamento do prédio.

12) Não me refiro _____ você e sim ____ seu irmão. 

13) Fomos ____ cinema mais próximo.

14) Os espectadores  assistiam ____ peça de teatro muito emocionados. 

II – Dê o significado dos verbos em destaque.

1)Algumas rádios assistem os doentes com programações assistencialistas.

2) Os turistas assistiram a apresentações folclóricas na Bahia. 

3) O jogador visou as traves e chutou a bola certeira.  

4) Tudo que fazia era visando à tranqüilidade dos pais.

5) O gerente do banco visou o cheque.

6) Na primavera, aspiramos o perfume das flores. 

7) Há homens que aspiram ao poder pela força.  

8) O helicóptero precisou o local onde o avião havia caído. 

13. CRASE

A crase é a fusão da preposição a com o artigo feminino a(as) e com os pronomes

demonstrativos aquela (s), aquele(s) e aquilo.

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Page 67: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Refiro-me à novela das oito.

Ela se referia àquela passagem do romance.

Nas frases acima, ocorre crase em à e àquela.

CASOS EM QUE OCORRE EMPREGO DA CRASE

Na indicação de horas.

   Cheguei à uma hora da manhã.

   Vamos sair às oito horas em ponto.

   Saímos à meia-noite.

   O foguete partirá à zero hora.

Nas locuções adverbiais femininas.

   Ela entrou à esquerda e sumiu.

   A biblioteca fica à direita da porta de entrada.

  Ele vem aqui às vezes.

   Voltaremos à tarde.

   Ele saiu às pressas.

Nas locuções prepositivas compostas de palavras femininas.

   Ele estava à espera de alguém.

   Lá vinha ela, à frente de todos!

   O carro parou à beira do precipício.

Nas locuções conjuntivas à medida que e à proporção que etc.

   O nervosismo aumentava à medida que o tempo passava.

   À proporção que o dia vai clareando, muitos animais se escondem.

   O Brasil cresce à medida que trabalhamos.

Quando os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo vierem precedidos

de     verbos que são regidos pela preposição a.

     Todos nós iremos àquele show na praça.

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Page 68: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

     Raquel referia-se àquilo que você fez ontem.

     Nossa equipe é superior àquela que jogou ontem.

Quando se subentendem as expressões: à moda de, à maneira de etc.

      Tinha preferência por sapatos à Luís XV.

       Preparou para  o jantar bifes à milanesa.

Antes de nomes de lugares que admitem artigo.

      O presidente foi á Itália em visita ao Papa.

      Voltarei à  Europa ainda este mês.

Antes dos pronomes relativos a qual ou as quais desde que o verbo regente exija

     preposição.

       Esta é a moça à qual me referi.

       Estas são as moças  às quais me referi.

      

   CASOS EM QUE NÃO OCORRE O USO A CRASE

Antes de verbos no infinitivo.

      Estava disposta a colaborar conosco.

      Flávio se pôs a andar de lá para cá.

      Estou decidido a fazer essa viagem.

Antes de palavra masculinas.

      Vou a pé para a escola.

       Andar a cavalo / andar a pé.

       Pedir a Deus.

Nas expressões com palavras repetidas.

       Gota a gota

       Frente a frente

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Page 69: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

       Cara a cara.

     

Antes dos pronomes pessoais e de tratamento.

       Dirijo-me a ti.

       Esse assunto só interessa a ela.

       Peço a Vossa Senhoria esse grande favor.

Antes  de alguns pronomes indefinidos, como nenhuma, certa, toda, ninguém.

       alguém e cada.

        Ele não se dedica a nenhuma modalidade esportiva.

        Não diga a ninguém o que você sabe.

       

  Antes de uma palavra no plural.

         Entreguei os convites a pessoas amigas.

         Ele se dedica a crianças carentes.

I – Complete as frases com  à, a, ás ou há.

1) Conversei  com .......... secretária ........ poucos minutos.  

2) Ele chegou ......... dez minutos, mas voltará ........sair daqui ........ pouco.  

3) Ele se dedica ......... política......... muitos anos. 

4) Esse projeto ....... meu ver, está indo de mal ........ pior.  

5) Ontem, ........ tarde, ele contou várias histórias........ essas crianças.  

6) Ele disse adeus .........  carreira de jogador de futebol.  

7) ......... noite, fomos ......... praia ver o luar. 

8) Falei com ........ diretora ........ poucos minutos.  

9) Começou .......chover assim que chegamos ....... festa.

10) Fomos ...... pé ......... casa de meu colega. 

11) O calor aumentava ....... medida que ........ horas passavam. 

12)Entregue ....... notas fiscais.......... secretária do diretor.  

II -  Escreva as frases completando-as com aquele, àquele, aquela, àquela, aqueles,

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Page 70: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

àqueles, aquelas, aquelas.  

1) Entregue esses documentos .................... funcionários. 

2) Refiro-me ................ alunos e não a esses. 

3) Pegue .................. papéis e guarde-os na pasta.  

4) Devolva as redações...................... alunas. 

5) Ele se dirigiu .................... casa e bateu ............. porta. 

6) Diga...................menino que venha à minha sala. 

7) Mostre ................. alunos o resultado dos testes.

8) Você vai ..............cinema? 

9) Chame ....................homem que está na porta do bar. 

10) Explique................ mulher onde fica o hospital. 

III -  Inúmeros são os problemas que comprometem a qualidade dos textos, analise as frases

abaixo e , em seguida, reescreva-as omitindo os trechos desnecessários ou inadequados.

a) O gerente tem certeza absoluta do prazo estipulado.

b) A taxa vigente no mercado, no momento, é igual à do mês passado.

c) A data máxima para pagamento da mensalidade não pode passar além do dia 30 do mês de

janeiro.

d) As visitas opcionais são de sua livre escolha.

e) Os transportes públicos são alvo de vandalismo criminoso.

f) Na eleição para presidente, houve unanimidade absoluta de todos os integrantes do grupo.

g) Há dois meses atrás, foi comunicado o cancelamento da compra do imóvel.

h) A solução para o problema é iminente e imediata.

i) Ainda não foi encontrado um elo de ligação entre as versões apresentadas pelas

testemunhas.

j) O lançamento do novo tipo de computador foi um sucesso positivo e excedeu muito às

expectativas do fabricante.

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Page 71: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

14. COESÃO TEXTUAL

Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo

encadeamento, pelo sentido, pelas relações entre as idéias que criam uma trama de

significados a que damos o nome de textualidade. Esse encadeamento é a coesão textual.

Uma das maneiras de se alcançar a coesão textual se dá pela recuperação de

elementos de uma oração em orações posteriores. Observe:

“Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.”. Se perguntarmos a um falante de

língua portuguesa se as duas sentenças formam um texto, sua resposta será afirmativa. Se lhe

perguntarmos o motivo, dirá que ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se

existe algo na segunda sentença que a possa ligar à primeira, ele nos apontará o pronome as.

De fato, o pronome as recupera o termo três maçãs. Eis aí um exemplo de coesão textual.

(Abreu, 2001:12)

è importante ainda ressaltar que há inúmeras formas de se estabelecer coesão entre as

sentenças de um texto diferentes do desagradável procedimento que é o uso de expressões

como: o mesmo, a repetição de artigos e o uso abusivo do pronome qual. Observe:

Pegue as três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.

Prefira:

Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.

Pedi uma cerveja. Uma cerveja veio sem gelo. / Pedi uma cerveja a qual veio sem gelo.

Prefira:

Pedi uma cerveja que veio sem gelo. / Pedi uma cerveja. Ela veio sem gelo.

USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS.

Vejamos abaixo os principais conectivos com os seus respectivos sentidos:

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Page 72: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Relações lógicas

Palavras e expressões articuladoras que podem ser usadas

Adição, seqüência de

informações

E, nem, não só mas também, não só como também, bem como

etc.

Oposição de idéias

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não etc.

Alternativas, escolhas

Ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja

Conclusão Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para

concluir, finalmente, em resumo

Justificativa ou explicação de

um fato

Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que,

visto que, já que etc.

Contradição e concessão Ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, conquanto que,

se bem que, por mais que, posto que etc.

Condição ou hipótese

necessária para que se realize

um fato

Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser

que, caso etc.

Conformidade de um

pensamento com outro

Conforme, segundo, consoante

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Page 73: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Finalidade ou objetivo do fato

Para que, a fim de que,

Proporcionalidade À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais,

quanto mais, quanto menos

Tempo

Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que,

desde que, depois que, sempre que, assim que, previamente,

subseqüentemente, simultaneamente, recentemente

Comparação

Como, assim como, tal como

Conseqüência

De sorte que, de modo que, de forma que, sem que, tanto que

etc.

Verossimilhança

Na verdade

Similaridade

Igualmente, também da mesma forma, assim como

Exemplo

Por exemplo, para ilustrar

Evidências adicionais

Ademais, além disso, igualmente importante, adicionalmente,

também

Causalidade De acordo com, conseqüentemente, em decorrência de, por

causa de, devido a etc.

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Page 74: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

EXERCÍCIOS

1. Reúnas as frases em um só período, observando as relações sugeridas entre parentes.

Escreva duas possibilidades para cada item.

a) causa

Não consegui tirar meu passaporte essa semana.

A Polícia Federal estava sem os formulários e sem os impressos.

b) conclusão

Aquele que sobe por favor deixa sempre rastro de humilhação.

Devemos ter sempre coragem e confiança em nosso próprio esforço.

c) fim

Os salários precisam subir.

Haver recuperação do mercado consumidor.

d) concessão

Computadores e robôs já convivem com seres humanos nas fábricas, nas instituições

financeiras, nas escolas e até nos supermercados.

Seis décadas depois que surgiram os primeiros computadores, lá pelos idos da Segunda

Guerra Mundial, um punhado de questões se colocam, entre elas: será que eles vão competir

com os seres humanos?

e) causa

Os fundadores do YouTube, Steve Chen e Chad Hurley inovaram com a possibilidade das

pessoas poderem colocar vídeos em um site compartilhado.

Receberam o Webby Pessoa do Ano pelo sucesso da página.."

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Page 75: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

2. Relacione as idéias dos três grupos de sentenças abaixo, em um só período, articulando as

sentenças da maneira que julgar mais adequada. Faça isso três vezes, dando relevância ,

alternadamente, a cada uma das idéias.

a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova

Constituição.

b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil.

c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil.

3. Faça o mesmo exercício, agora apenas uma vez, obedecendo às indicações entre

parênteses.

a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (idéia principal)

b) O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo. (concessão à

primeira)

c) O fogo destrói o excesso de material combustível acumulado no chão. (causa da primeira)

4. Reescreva o texto (ou não texto porque ainda não apresenta coesão) de maneira a torná-lo

coeso.

As revendedoras de automóveis não estão mais equipando os automóveis para vender os

automóveis mais caro. O cliente vai à revendedora de automóveis com pouco dinheiro e, se

tiver de pagar mais caro pelo automóvel, desiste de comprar o automóvel e as revendedoras

têm prejuízo.

5. Complete as lacunas de modo a tornar os textos claros e coesos.

a) O dia ......................................................conheci você foi muito importante.

b) A cidade ..........................................passei era maravilhosa.

c) A sala .................................................tudo ocorreu tornou-se inesquecível.

d) A garota ......................................................... pais são médicos é fascinante.

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Page 76: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

e) Muitos candidatos ........................................ compareceram não reuniam condições

favoráveis.

f) O filme, ....................................... gostaram muito, é uma produção européia.

g) Estudei algumas línguas, ....................................................não falo muito bem.

h) Freqüentei escolas .............................................................cursos não eram bons.

i) A faculdade ...................................................... estudo agora está abrindo meus horizontes.

j) O livro, ....................................me referi, é aquele, de capa azul.

6. Abaixo temos alguns fragmentos de textos que apresentam algum tipo de incoerência.

Aponte-os e discuta a razão dessas incoerências.

a) Conheci Sheng no primeiro colegial e aí começou um namoro apaixonado que dura até

hoje e talvez para sempre. Mas não gosto da sua família: repressora, preconceituosa,

preocupada em manter as milenares tradições chinesas. O pior é que sou brasileira,

detesto comida chinesa e não sei comer com pauzinhos. Em casa, só falam chinês e de

chinês eu só sei o nome do Sheing. No dia do seu aniversário, já fazia dois anos de

namoro, ele ganhou coragem e me convidou para jantar em sua casa. Eu não podia

recusar e fui. Fiquei conhecendo os velhos, conversei com eles, ouvi muitas histórias da

família e da China, comi tantas coisas diferentes que nem sei. Depois fomos ao cinema

eu e o Sheing.

b) O quarto espelha características de seu dono: um esportista, que adorava a vida ao ar

livre e não tinha o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda a parte, havia

sinais disso: raquetes de tênis, prancha de surf, equipamento de alpinismo, skate, um

tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas sobre uma mesinha, as obras completas

de um poeta inglês.

c) Era meia-noite. Oswald preparou o despertador para acordar às seis da manhã e

encarar mais um dia de trabalho. Ouvindo o rádio, deu conta de que fizera sozinho a

quina da loto. Fora de si, acordou toda a sua família e bebeu durante a noite inteira. Às

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Page 77: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

quinze para as seis, sem forças sequer para erguer-se da cadeira, o filho mais velho

teve de carregá-lo para a cama. Não tinhas mais força nem para erguer o braço.

Quando o despertador tocou, Oswald, esquecido da loteria, pôs-se imediatamente de pé

e ia preparar-se para ir trabalhar. Mas o filho, rindo, disse: pai, você não precisa

trabalhar nunca mais na vida.

11. ORGANIZAÇÃO DE RESUMOS

RESUMO

Resumo é uma condensação fiel das idéias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto

significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:

a) cada uma das partes essenciais do texto;

b) a progressão em que elas se sucedem;

c) a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes.

O resumo é, pois, uma redução do texto original, procurando captar suas idéias essenciais, na

progressão e no encadeamento em que aparecem no texto.

Quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não

cabem, num resumo, comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado.

Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto original,

construindo uma espécie de "colagem". Essa "colagem " de fragmentos do texto original não é

um resumo. Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto.

A reprodução de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido.

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Page 78: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do texto.

Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura.

É evidente que o grau de dificuldade para resumir um texto depende basicamente de dois

fatores:

a) da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, sua estruturação sintático-semântica,

suas relações lógicas, o tipo de assunto tratado, etc.);

b) da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o repertório de

informações que possui, a familiaridade com os temas explorados).

O uso de um procedimento apropriado pode diminuir as dificuldades de elaboração do resumo.

Aconselhamos as seguintes passadas:

1. Ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo ao fim. Já vimos que um texto não é um

aglomerado de frases: sem ter noção do conjunto, é mais difícil entender o significado preciso

de cada uma das partes.

Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder genericamente à seguinte

pergunta: do que trata o texto?

2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão,

para compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e

para captar o sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos

ocultos). Nessa leitura, deve-se ter a preocupação sobretudo de compreender bem o sentido

das palavras relacionais, responsáveis pelo estabelecimento das conexões (assim, isto, isso,

aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua, ele, ela, etc.).

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Page 79: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de idéias que

tenham alguma unidade de significação.

Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de segmentação a divisão

em parágrafos. Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada que a dos

parágrafos, mas como início de trabalho, o parágrafo pode ser um bom indicador.

Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar

um critério de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto (as oposições

entre os personagens, as oposições de espaço, de tempo).

Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a idéia ou as idéias

centrais de cada fragmento.

4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos mas

encadeá-los na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles.

Observe o resumo do texto abaixo

Na verdade, por que desejamos, quase todos nós, aumentar nossa renda?

À primeira vista, pode parecer que desejamos bens materiais. Mas, na verdade, os desejamos

principalmente para impressionar o próximo. Quando um homem muda-se para uma casa maior

num bairro melhor, reflete que gente de “mais classe" visitará sua esposa, e que alguns

pobretões deixarão de freqüentar seu lar. Quando manda o filho a um bom colégio ou a uma

universidade cara, consola-se das pesadas mensalidades e taxas pensando nas distinções

sociais que tais escolas conferem a pais e filhos. Em toda cidade grande. seja na América ou

na Europa, casas iguaizinhas a outras são mais caras num bairro que noutro, simplesmente

porque o bairro é mais chique. Uma das nossas paixões mais potentes o desejo de ser

admirado e respeitado. No pé em que estão as coisas, a admiração e o respeito são conferidos

aos que parecem ricos. Esta é a razão principal de as pessoas quererem ser ricas. Efetiva-

mente, os bens adquiridos pelo dinheiro desempenham papel secundário. Vejamos, por

exemplo, um milionário, que não consegue distinguir um quadro de outro, mas adquiriu uma

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Page 80: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

galeria de antigos mestres com auxílio de peritos. O único prazer que lhe dão os quadros é

pensar que se sabe quanto pagou por eles; pessoalmente, ele gozaria mais, pelo sentimento,

se comprasse cromos de Natal, dos mais piegas, que, porém, não lhe satisfazem tanto a

vaidade.

Tudo isso pode ser diferente, e o tem sido em muitas sociedades. Em épocas aristocráticas, os

homens eram admirados pelo nascimento. Em alguns círculos de Paris, os homens são

admirados pelo seu talento artístico ou literário, por estranho que pareça. Numa universidade

teuta é possível que um homem seja admirado pelo seu saber. Na índia, os santos são

admirados; na China, os sábios. O estudo dessas sociedades divergentes demonstra a

correção de nossa análise, pois em todas encontramos grande percentagem de homens

indiferentes ao dinheiro, contanto que tenham o suficiente para se sustentar, mas que desejam

ardentemente a posse dos méritos pelos quais, no seu meio, se conquista o mérito.

(RUSSELL, Bertrand. Ensaios céticos. 2. ed. São Paulo, Nacional, 1957. p. 67-8. In: FIORIN,

José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. (1995). Para entender o texto: leitura e redação. 11. ed.

São Paulo: Ática.)

Resumo do texto

I - Idéia geral do texto

Busca da admiração e do respeito, uma das fortes paixões do homem

II - Segmentação do texto

Critério: tipo de objeto a ser adquirido

1º parágrafo: aquisição dos bens materiais;

2º parágrafo: aquisição daquilo que é valorizado em cada época ou em cada sociedade.

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III – Resumo das idéias de cada parte

a) busca da riqueza em nossa sociedade é busca do respeito e da admiração dos outros,

porque isso é conferido a quem parece rico;

b)busca do que cada sociedade valoriza é busca da admiração e do respeito dos outros.

IV – Redação final

O homem cobiça a riqueza não para usufruir dos bens materiais que ela possibilita, mas

para alcançar admiração e prestígio, uma das mais fortes paixões do homem.

Assim como nossa sociedade persegue a riqueza porque ele confere prestígio, outras

perseguem outros indicadores de prestígio: o nascimento, o talento artístico, o saber, a

santidade.

(FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. (1995). Para entender o texto: leitura e

redação. 11. ed. São Paulo: Ática.)

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Page 82: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Bibliografia

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Page 83: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

ABAURRE, Maria Luiza et alii. (2003). Português: língua e literatura. 2. ed. São Paulo: Moderna.

ABREU, Ântônio Suarez. (2001). Curso de Redação.11ª ed. São Paulo: Ática.

CASTRO, Adriane Belluci Belório de et alii .(2000). Os degraus da leitura. São Paulo: Edusc.

EMEDIATO, Wander (2004). A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo:

Geração editorial.

FARACO, Carlos Alberto & TEZZA, Cristóvão. Prática de texto: língua portuguesa para nossos

estudantes. 7. ed. Petrópolis: Vozes,1999.

FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 11.

ed. São Paulo: Ática, 1995.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São

Paulo: Cortez, 2001.

PACHECO, Agnelo de Carvalho. A dissertação: teoria e prática. 19 ed. São Paulo: Atual, 1988.

SAVIOLI, Francisco Platão et alii. Coleção Anglo de Ensino. São Paulo: Anglo, 2004.

SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997.

TERRA, Ermani & NICOLA, José de.( Gramática, literatura e redação. São Paulo: Scipione,

1997.

VIANA. Antônio Carlos et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. São Paulo.

Scipione, 2004.

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Page 84: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Estudo de texto – preparação para avaliação diagnóstica

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Page 85: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

Um mundo afogado em papel

Na sociedade digital, o homem gasta muito mais folhas do que antes dos computadores

Sobre a mesa do jovem executivo, um moderno computador, com processador mais que

veloz de 1,1 megahertz e memória de 60 gigabites, capaz de armazenar todos os documentos

que escreve e os dados que precisa consultar, enviar com presteza sua correspondência e

ainda guardar as fotos das últimas férias. Pode-se supor que, com esse computador, internet,

câmera digital e scanner a seu dispor, esse executivo não precise mais de armários de arquivo

ou de gavetas. Mas pilhas de papel, livros e cartões sobre a mesa provam uma enorme

contradição: o mundo digitalizado está se afogando em papel.

Quando os primeiros PCs começaram a ser comercializados, em 1980, o consumo

mundial de papel registrado pela Organização da nações Unidas para a Alimentação e

agricultura (FAO) era de 190 milhões de toneladas. Em 1990, já era de 240 milhões e, hoje,

chega perto de 300 milhões de toneladas. Essa diferença pesa não só nos sacos de lixo, mas

também ameaça áreas florestais, rios, solo e ar.

[...] Segundo relatório de uma das maiores empresas de consultoria em papel e

impressão da Europa, a Pira Internacional, a demanda por alguns tipos de papel pode aumentar

em até 70% nos próximos oito anos. Entre os mais cotados para estrelas do consumo estão o

papel escritório (aquele usado em impressoras comuns, em casa ou no trabalho) e os que

servem para embalagem.

Só há queda de demanda para o papel-jornal. As razões para essas previsões estão,

não por coincidência, ligadas diretamente ao desenvolvimento das tecnologias digitais. “Se uma

pessoa lia um jornal há cinco anos, hoje pode ler dez na Internet e, portanto, imprimir páginas

desses dez jornais” comenta Luís Fernando Tedesco, gerente de marketing de suprimentos da

Hewlett-Packard do Brasil.

[...] Até hoje ninguém conseguiu criar um substituto tão prático quanto as fibras de papel

de celulose diluídas em água e prensadas, receita criada pelo oficial da corte chinesa T’sai Lun,

no ano 105 d.C. Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos estados

Unidos, tentam há anos finalizar o projeto do e-paper. A idéia é criar um material semelhante à

tela de cristal líquido, fino e flexível, que posa exibir imagens e textos gerados por um chip que

receberia as informações e as “imprimiria”. Essas “folhas” poderiam ter seu conteúdo apagado e

reescrito a qualquer hora. Mas isso ainda é ficção.

Para os representantes da indústria de celulose e papel, o impacto do aumento do

consumo previsto é contornável. “hoje se busca a produtividade de florestas, a redução de

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Page 86: Apostila - LPT 2012 1 - Chafiha (1)

perdas com o fechamento do ciclo da água e a diminuição de gastos com energia, usando

resíduos de madeira como combustível”, diz Marcos Vettorato, diretor industrial da Companhia

Suzano de Papel e Celulose. Esses cuidados diminuem o impacto ambiental, salvaguardam o

estoque de matérias-primas e reduzem custos. [...]

Dois lados da folha

Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o

crescimento da demanda, a pressão sobre as florestas nativas aumenta, principalmente no

Sudeste Asiático. É mais barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar

eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos. Mas no Brasil a adaptação do eucalipto ao clima e ao

solo faz do cultivo uma alternativa vantajosa.

Como o e-paper ainda é uma promessa e o escritório sem papel, uma ficção, a saída

para evitar problemas futuros é reduzir o consumo. Parece simplório lembrar que uma folha de

papel tem dois lados, mas se todos os 115 bilhões de folhas gastas anualmente em impressões

caseiras ( cerca de 119 milhões de quilos de papel) fossem usadas e reusadas, 1,3 milhão de

árvores não precisariam ser cortadas. São números para pensar.

(Cristina Charão. Galileu, São Paulo,n.130, maio 2002, p. 48-50)

Questões

1. Destaque do texto a frase que representa a idéia (tese) defendida pelo autor do texto. Que contradição pode ser identificada na frase que você destacou? Comente.

2. O trecho abaixo foi retirado do texto. Leia-o e, a seguir, responda ao que se pede.

“Diminuir custos pelo modo mais fácil também põe em risco as florestas. Com o crescimento da demanda, a pressão sobre as florestas nativas aumenta, principalmente no Sudeste Asiático. É mais barato derrubar uma árvore de 100 anos de idade do que cultivar eucalipto ou pínus por 10 ou 15 anos.”

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A leitura atenta do trecho permite pressupor qual a maneira mais fácil de reduzir custos. Qual seria ela?

3. Monte o fluxograma com o problema e as possíveis soluções para esse problema apresentadas pela autora.

4. Qual da idéias abaixo explica por que o e-paper é mencionado no texto. Comente sua resposta.

O e-paper é mencionado como mais uma tecnologia digital que não foi capaz de contribuir para a diminuição do consumo de papel.

O e-paper é mencionado como uma tecnologia digital que substituiria as telas e impressoras atuais.

O e-paper é mencionado como uma tecnologia digital que finalmente contribuiria para a diminuição do consumo de papel.

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5. Monte o fluxograma com a idéia defendida pelo autor (tese), os dados, as previsões e o depoimento utilizados para comprovar essa tese.

Leia com atenção!

01/08/2007 - 19h14

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Veja como evitar gafes e mal-entendidos nas mensagens eletrônicas

da Folha Online

Etiqueta na rede

O e-mail é um meio de comunicação diferente dos demais. Ao redigir suas mensagens, observe

as instruções a seguir e crie uma impressão de eficiência e profissionalismo.

Cuidados na redação

A facilidade para escrever e enviar uma mensagem estimula a informalidade. Aproveite esse

benefício sem cair no desleixo: dedique tempo para redigir e-mails com clareza e objetividade

se não quiser confundir (ou aborrecer) o destinatário.

Tente ser objetivo e separar os assuntos com clareza

Sem excessos

Além de irritantes, mensagens longas e repetitivas dificilmente conseguem transmitir as

informações desejadas com eficiência e rapidez.

Moderação no texto

Na hora de escrever um e-mail, pode ser tentador incluir todas as pessoas conhecidas na lista

de destinatários. Lembre-se de que sua mensagem é apenas mais uma na caixa de entrada e,

se quiser que seja lida com atenção, ela terá de ser bem elaborada. Além disso, se você envia

para 25 pessoas uma mensagem que precisa de cinco minutos para ser lida, irá consumir mais

de duas horas do tempo alheio. Tenha em mente que na tela a leitura torna-se mais fácil se o

texto vier em parágrafos curtos.

Em nome da clareza

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Se você quer que seu e-mail seja lido, dedique tenção para a identificação do assunto. Em vez

de tentar resumir o conteúdo no título, escreva a mensagem primeiro, leia-a e depois elabore a

identificação. Prefira usar poucas palavras, pois frases longas demais não aparecem inteiras na

caixa de identificação de diversos programas de gestão de e-mail.

Identifique o assunto com até 50 caracteres

Escrita objetiva

Aprenda a escrever mensagens de leitura fácil e a transmitir o que é importante sem

desperdiçar o tempo das pessoas

Como responder

Mantenha a mesma identificação do assunto (em uma resposta, ela virá precedida da sigla

"Re:"), pois a medida facilita a organização por tema na hora de arquivar os assuntos. Para

redigir a resposta, acrescente seus comentários no início do texto, insira algumas observações

ao longo da mensagem e delete o que não tiver importância. Se cada pessoa que ler e devolver

a mensagem adicionar um bloco de texto no início, o e-mail corre o risco de ficar imenso.

Passo a passo

1. Para enviar e-mails apenas informativos, use PSC (para seu conhecimento).

2. Nesse tipo de e-mail, você pode usar também a sigla PSI (para sua informação).

Clareza ao comunicar

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Ao contrário do que ocorre com cartas, os e-mails são informais e em geral têm um tom

coloquial. No entanto, alguns destinatários podem interpretar de maneira errada. Ao escrever,

pense em quem vai ler e reserve a intimidade para os amigos.

Seja objetivo e aumente as chances de ser compreendido

Abreviações

Como cada vez mais pessoas compõem suas mensagens em movimento, às vezes usando o

celular como teclado, aumenta a tendência ao uso de abreviações. A necessidade de facilitar o

processo deu origem a uma linguagem rica em siglas e palavras de fácil identificação, como

"msg" em vez de "mensagem" e "vc" no lugar de "você". Não se sinta obrigado a utilizar esse

"idioma" e reserve a linguagem codificada para mensagens enviadas para quem compreende e

para mensagens informais.

Só abrevie palavras se tiver certeza de que o leitor da mensagem as entende

Símbolos com significado

No início da era do e-mail, foram desenvolvidos sinais gráficos destinados a transmitir uma

mensagem de humor, chamados de smileys ou emoticons. Em geral, apontam o tom do texto,

como indiferença ou preocupação, por exemplo. Existe uma grande variedade desses símbolos,

mas os mais usados estão descritos no quadro ao lado. Vale lembrar que nem todas as

pessoas conhecem o significado dos emoticons e há quem os considere infantis. Evite usá-los

em e-mails profissionais.

Significado

:-) Tradicional sorriso. Costuma indicar satisfação.

;-) Piscada. Em geral, acompanha uma piada ou brincadeira.

:-( Preocupação. Costuma indicar tristeza ou desencanto.

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:-I Indiferença. Revela apatia ou falta de interesse.

:-> Sarcasmo. Usado para identificar cinismo ou ironia.

Tom correto

Ao escrever um e-mail para uma pessoa pela primeira vez, pode ser difícil saber qual

tratamento dar e como encerrar a mensagem. Aposte na neutralidade: use "Caro (fulano)" e

termine com "Um abraço". Reserve formas mais próximas (como "querido" ou "um beijo") para

destinatários que você conhece bem.

Tente solucionar questões difíceis por telefone ou pessoalmente

O perigo das emoções

Quando estiver nervoso ou alterado, preste o dobro de atenção nas mensagens que pretende

enviar, pois algumas vezes um e-mail que você julga inofensivo pode conter emoções que não

precisam ser transmitidas. Escrever com neutralidade em momentos de agitação não é fácil, e a

leitura feita pelo destinatário pode agravar ainda mais a situação. Se tiver dúvidas, elabore uma

mensagem "difícil" mas não envie: faça uma leitura atenta depois de um intervalo.

Nos e-mails profissionais, evite ironias

Em busca de ajuda

Se você se sente cansado ou sob pressão, pode ser útil pedir a opinião de um colega antes de

mandar uma mensagem. Mostre o e-mail para uma pessoa não envolvida e peça seu parecer

sincero.

Adaptado de

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http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u316916.shtml 07/08/2007

A importância da boa comunicação interna

De: Diretor Presidente

Para: Gerente

Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17h, o Cometa Halley estará nesta área. Trata-se

de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da

fábrica, usando capacete de segurança, ocasião em que eu, pessoalmente, explicarei o

fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu, sendo

assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido o filme Documentário sobre o

Cometa Halley.

De: Gerente

Para: Supervisor

Por ordem do Diretor-Presidente, na sexta-feira às 17h, o Cometa Halley vai aparecer sobre a

fábrica, a olho nu. Se chover, por favor, reúnam os funcionários, todos com capacete de

segurança e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a

cada 78 anos.

De: Supervisor

Para: Chefe de Produção

A convite de nosso querido Diretor, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer nu às 17h no

refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o raro problema

da chuva na segurança. O Diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.

De: Chefe de Produção

Para: Mestre

Na sexta-feira às 17h, O Diretor, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer nu no refeitório da

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fábrica para filmar o Halley, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de

capacete, pois vai ser apresentado um show sobre a segurança na chuva. O Diretor levará a

banda para o pátio da fábrica.

De: Mestre

Para: Funcionários

Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima

sexta-feira, às 17h, pois o Diretor e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o

raro filme Dançando na Chuva. Caso comece a chover mesmo, é para ir ao refeitório de

capacete na mesma hora. O show ocorre a cada 78 anos.

Aviso Geral

Nesta sexta-feira, o Chefe da Diretoria vai fazer 78 anos e liberou geral para festa às 17h no

refeitório. Vão estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e seus cometas. Todo mundo vai

estar nu e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar até o pátio, mesmo com

chuva.

(http://www.marcolino.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=17)

Construir Vínculos Éticos na Vida e no Trabalho

É um equívoco pensar que investimento e compromisso de longo prazo são armadilhas nos

campos pessoal e profissional.

Jovens profissionais, em grande maioria, associam vínculos sólidos com empresas e

instituições à impossibilidade de tentar outras alternativas. Prevalece o equívoco de que

investimento e compromisso de longo prazo são armadilhas para bloquear o indispensável

acesso à diversidade de experiências provisórias. Se alguma proposta lhes parece mais

interessante, facilmente se desengajam e rompem com os frágeis elos em vigor.

Esse comportamento não se restringe ao campo profissional. Para o sociólogo polonês Zigmunt

Bauman, trata-se do padrão de relacionamento da líquida sociedade moderna. Sua

característica é o estabelecimento de laços frouxamente atados, exatamente para serem

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desfeitos à medida que mudem os cenários. Entregues aos próprios sentidos e valores

descartáveis, homens e mulheres não se dispõem a sustentar relações que exijam encargos e

tensões.

A líquida razão moderna confunde compromissos duradouros com opressão e engajamentos

com dependência incapacitante. Destitui a importância dos vínculos para reforçar as conexões.

Estas, ao menor sinal de desconforto, podem ser cortadas, rompidas, deletadas. Passa a busca

da novidade a representar, para as relações pessoais e profissionais, o que os últimos

lançamentos significam para a cultura de consumo. Bem-sucedidos são aqueles que sabem

fazer uso da rotatividade para prevenir o tédio.

Na vida pessoal, parceiros sucessivos (às vezes simultâneos) são alinhados como se fizessem

parte de um catálogo. Na vida social, companheiros se reduzem aos que compartilham das

sensações fugazes da compra e da venda. Nas atividades profissionais, o oportunismo, o

carreirismo e os atentados à ética triunfam sobre os valores que têm, no trabalho, expressão da

dignidade humana e do comprometimento com o bem-estar social.

O anterior modelo conformista, que sugeria submissão dos trabalhadores às imposições dos

empregadores, cede agora lugar ao exercício da liberdade individual sem responsabilidade.

Uma grande ilusão: o imediatismo e a esperança de grandes recompensas em curto prazo.

Ilusão incrustada na cultura e disseminada, também, por meio de recomendações e práticas de

muitos especialistas e organizações. Fere a ética, fragmenta a rota profissional, leva ao

caminho da frustração, do descrédito e do isolamento social.

O anterior modelo conformista, que sugeria submissão, deu lugar ao exercício da liberdade

individual sem responsabilidade.

Eliene Rodrigues,

Psicanalista, Sócia da Trajeto Consultoria,

empresa integrante da Rede Gestão.

(http://notitia.truenet.com.br/desafio21/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeNoticia?

codigoDaNoticia=1873&dataDoJornal=atual)

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