apostila linguistica

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7/23/2019 Apostila linguistica http://slidepdf.com/reader/full/apostila-linguistica 1/32 Referenciação e intencionalidade:  considerações  sobre  escrita  e  leitura Sueli Cristina Marquesi (PUC-SP)  Neste artigo, tenho por objetivo discutir a importância dos estu- dos sobre referenciação para o desenvolvimento da escrita e da leitura. omando por base os fundamentos te!ricos da "ing#$stica e%tual e analisando te%tos jornal$sticos de opinião, oriento-me pelos seguintes pressupostos: i& a referenciação ' uma atividade (ue consiste na )re& construção de objetos-de-discurso* ii& a referenciação revela a inten- cionalidade do escritor e orienta o leitor na construção de sentidos* iii& a intencionalidade refere-se + forma como falantesautores utiliam a linguagem para concretiarem suas intenções comunicativas. s resultados evidenciam (ue as e%pressões referenciais em te%tos jorna- l$sticos de opinião cumprem uma função argumentativa relacionada + intencionalidade do autor e apontam a relevância da compreensão do processo de referenciação para a construção de sentidos, tanto do ponto de vista do autor, (uanto do ponto de vista do leitor. /onsiderações ini/iais ema relevante dentro da agenda da "ing#$stica e%tual, na contemporaneidade, os estudos sobre a referenciação abrem muitas perspectivas para o tratamento do te%to seja em situação de escrita, seja em situação de leitura.

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Referenciação e intencionalidade:  considerações  sobre  escrita  e leitura

Sueli Cristina Marquesi (PUC-SP)

 Neste artigo, tenho por objetivo discutir a importância dosestu- dos sobre referenciação para o desenvolvimento da escrita eda leitura. omando por base os fundamentos te!ricos da"ing#$stica e%tual e analisando te%tos jornal$sticos de opinião,oriento-me pelos seguintes pressupostos: i& a referenciação ' uma

atividade (ue consiste na )re& construção de objetos-de-discurso*ii& a referenciação revela a inten- cionalidade do escritor e orientao leitor na construção de sentidos* iii& a intencionalidade refere-se+ forma como falantesautores utiliam a linguagem paraconcretiarem suas intenções comunicativas. s resultadosevidenciam (ue as e%pressões referenciais em te%tos jorna-l$sticos de opinião cumprem uma função argumentativarelacionada + intencionalidade do autor e apontam a relevância dacompreensão do processo de referenciação para a construção desentidos, tanto do ponto de vista do autor, (uanto do ponto devista do leitor.

/onsiderações ini/iais

ema relevante dentro da agenda da "ing#$stica e%tual, nacontemporaneidade, os estudos sobre a referenciação abremmuitas perspectivas para o tratamento do te%to seja em situaçãode escrita, seja em situação de leitura.

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/oleção 0estr adoem 

 12341 

5ode-se dier (ue, no di6logo imprescind$vel entre escrita elei- tura, a abordagem da referenciação constitui (uestão

 priorit6ria, uma ve (ue, por meio dela, de um lado, o escritor constr!i seu objeto de discurso, e, de outro, o leitor orienta-se noe%erc$cio da construção de sentidos, imprescind$vel + leitura de(uais(uer te%tos.

 Neste artigo, proponho-me a discutir aspectos te!ricosrelativos + referenciação, tratados por 0ondada e 7aniele7ubois, 8ngedore 9illaça och e "ui ;ntonio 0arcuschi e

analisar a (uestão em te%tos jornal$sticos de opinião, pondo emfoco a relação entre a referenciação e a intencionalidade )cf.<eaugrande&, princ$pio de te%tualidade (ue define escolhas (ue oautor fa, ao escrever seu te%to, e (ue orienta o leitor naconstrução de sentidos do te%to.

5ara o desenvolvimento do presente artigo, proponho suaapre- sentação em tr=s partes: na primeira, discuto aspectos

te!ricos relativos + referenciação, orientando-me por 0ondada e7ubois )2>>?&, och )2>>@& e 0arcuschi )2>>?, 2>>A&* nasegunda, analiso o processo de referenciação em te%tos

 jornal$sticos de opinião, sobre o mesmo assunto e inseridos nomesmo conte%to, mas escritos por autores com posiçõesantagBnicas em relação ao tema desenvolvido* na terceira,apresento uma refle%ão sobre a an6lise realiada, relacionando a

referenciação ao princ$-  pio de intencionalidade e aponto perspectivas para novos estudos.

so br e a r ef er en/iação: u0a  per s pe/t ivat e!r i/a

5ara situar a perspectiva te!rica (ue ampara a concepção (uea(ui adoto sobre a referenciação e orienta a an6lise (ue ser6

realiada, estabe- leço um di6logo com 0ondada e 7ubois, och

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noscaminhosdot e%to: atosde 

 123C1 

e 0arcuschi, estudio- sos (ue v=m se dedicando ao tema em suadimensão mais ampla.

0ondada e 7ubois )2>>?& situam duas linhas

argumentativas para o tratamento da referenciação. ; primeiratrata da categoria-

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ção, por meio da (ual os sistemas cognitivos dão umaestabilidade ao mundo* e a segunda trata de uma perspectiva

ling#$stica interacionista e discursiva, por meio da (ual os processos de referenciação são anali- sados em termos deconstrução de objetos de discurso e de negociação de modelos

 pDblicos do mundo.

 Neste sentido, tratar da referenciação e%ige (ue se pensenão apenas na abordagem ling#$stica, mas tamb'm na cognitiva,estando ambas estreitamente imbricadas, j6 (ue são concernentes

+s pr6ticas e aos discursos. ; referenciação, assim como a

categoriação, assume,  pois, um car6ter de pr6tica simb!lica,necessariamente passando pela leitura de mundo do autor.

7esta forma, o elemento conte%tual assume igualimportância para tratamento da (uestão, uma ve (ue este temrelação direta com as escolhas le%icais e com a organiaçãoestrutural das categorias cognitivas.

;ssim, na escrita de um te%to, h6 um processo deajustamen- to das palavras (ue não se fa diretamente emrelação ao referente dentro do mundo, mas no (uadroconte%tual, a fim de construir o objeto de discurso pelo curso do

 pr!prio processo de referenciação )0N7;7;, 3EE@&.

och )2>>@&, ao estudar a referenciação, e%plicita sua

concordância com 0ondada e 7ubois, dando desta(ue ao fato de(ue a categoriação deve ser vista como um problema de decisão(ue se coloca aos atores sociais, no sentido de (ue a (uestão não' avaliar a ade(uação de um r!tulo correto, mas descrever os

 procedimentos ling#$sticos e cognitivos por meio dos (uais osatores sociais constroem os referentes.

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 Neste sentido, tanto och (uanto 0ondada e 7uboisapontam- nos (ue as variações no discurso dependem muito maisda pragm6tica da enunciação do (ue da semântica dos objetos.

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/oncordando com och )2>>@&, em relação + escrita de umte%to, pode-se dar desta(ue a duas considerações muito

importantes: os processos de referenciação são escolhas dosujeito em função de um (uerer-dier. s objetos-de-discursonão se confundem com a realidade e%traling#$stica, mas)re&constroem-na no pr!prio processo de interação, ou seja, arealidade ' constru$da, mantida e alterada não somente pelaforma como sociocognitivamente se interage com ele:interpretam-se e constroem-se mundos por meio da interação com

o entorno f$sico, social e cultural.;inda de acordo com os fundamentos de och, pode-se

dier (ue as escolhas para cada conte%to são feitas em função do projeto de dier do produtor do te%to )/h, 3EF@, 3EFE, 3EE2,3EEC&. rata- se, em geral, da ativação dentre os conhecimentos

 pressupostos como partilhados com o)s& interlocutor)es&, isto ', a partir de um bacGground tido por comum, de caracter$sticas ou

traços do referente (ue o locutor procura ressaltar ou enfatiar.

5ara 0arcuschi )2>>?&, a referenciação, assim como ainferencia- ção e a categoriação, ' um processo b6sico,constru$do em atividades discursivas (ue permitem toda arefle%ão humana e a an6lise do pr!prio pensamento no âmago dalinguagem.

autor tamb'm defende a tese de (ue não e%istemcategorias naturais, uma ve (ue não e%iste um mundonaturalmente categoria- do. ; realidade, segundo o estudioso,não est6 segmentada da forma como ' concebida, e as coisas nãoestão no mundo da maneira como são ditas, mas as coisas ditassão coisas discursivamente constru$das, e os referentes são, namaioria, objetos de discurso.

He a referenciação ' uma atividade (ue consiste na)re&construção de objetos de discurso, pode-se estabelecer uma

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conflu=ncia entre o pensamento de 0arcuschi )2>>?& e o de0ondada )3EE@&, uma ve (ue, tamb'm para a autora, a maneiracomo se di aos outros as coisas

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' decorr=ncia da atuação ling#$stica sobre o mundo, j6 (ue asatividades de categoriação t=m uma dimensão discursiva.

 Neste sentido, concordo com 0arcuschi, no (ue se refere aofato de (ue o mundo comunicado ' sempre fruto de um agir comunicativo ou de uma ação discursiva e não de umaidentificação de realidades discretas, objetivas e est6veis. rata-se de identificar as formas de in- serção sociodiscursiva nomundo.

/onsiderando, ainda, com o autor, (ue a l$ngua não pr'-

e%iste, pois ela se d6 nas situações concretas de uso, acredito (ue,no processo de referenciação, os aspectos ling#$sticos constituem-se em fontes para as interações, em função das intenções

 pretendidas com cada te%to produido.

Iuiado pela premissa de (ue as refer=ncias te%tuais sãoconstru$- das no processo discursivo e de (ue muitos referentessão objetos de discurso constru$dos no modelo te%tual,

0arcuschi )2>>A& apresenta o processo de referenciaçãoimpl$cita, viabiliada por uma estrat'gia endof!rica de ativaçãode referentes novos e não de uma reativação de referentes j6conhecidos, o (ue ocorre por meio da an6fora indireta, (ue podeser constitu$da por e%pressões nominais definidas, indefini- das e

 pronomes interpretados referencialmente sem (ue lhes corres- ponda um antecedente ou subse(#ente e%pl$cito no te%to.

; an6fora indireta, segundo o autor, ' um caso derefer=ncia te%tual, isto ', de construção, de indução ou ativaçãode referentes no processo te%tual-discursivo (ue envolve atençãocognitiva conjunta dos interlocutores e processamento local e,neste sentido, as an6foras indiretas não estão, como sempreestiveram, restritas ao campo dos pronomes e da refer=ncia emsentido restrito, dei%ando, pois, de ser apenas repetição de umae%pressão ou sintagma, para constituir-se, no te%to, eme%pressões (ue se reportam a outras e%pressões, enunciados,

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conteDdos ou conte%tos te%tuais )retomando-os ou não&,contribuindo assim para a continuidade t!pica referencial.

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anJ"ise do pro/esso de referen/iação e0dois te%tos jorna"$sti/os de opinião

s dois te%tos selecionados para esta an6lise foram veiculados

na mesma seção do jornal Folha de S. Paulo, a seção pinião 1 end=ncias e 7ebates 1 do /aderno 3, no mesmo dia, ?> dedeembro de 2>>4, dois dias antes da posse do presidente "ula

 para seu segundo mandato. 5ara a mesma (uestão colocada 1  presidente "ula criou as condições para faer um segundomandato melhor (ue o primeiroK 1 dois te%tos, com visões

antagBnicas, são desenvolvidos.

te%to )8&, desenvolvido sobre um ei%o argumentativodesfavor6- vel, foi escrito por Iustavo Lruet, doutor em direito

 pela Mniversidade Lederal do 5aran6 e deputado federal )5H7<-5R&.

te%to )88&, desenvolvido sobre um ei%o argumentativofavor6vel, foi escrito por ;ntonio 5alocci Lilho, m'dicosanitarista e deputado federal eleito )5-H5& e e%-ministro daLaenda.

 No te%to )8&, a referenciação e%pande a intenção do autor de posicionar-se contrariamente em relação ao desempenho do

 presidente "ula no primeiro mandato, buscando, com suasescolhas ling#$sticas, evidenciar (ue ele não criou condiçõesfavor6veis a um segundo man- dato melhor do (ue o primeiro.

 No te%to )88&, a referenciação e%pande a intenção do autor de posicionar-se favoravelmente em relação ao desempenho do

 pre- sidente "ula no primeiro mandato, buscando, com suasescolhas ling#$sticas, evidenciar (ue ele criou condiçõesfavor6veis a um segundo mandato melhor.

s dois te%tos, ao tratarem do mesmo assunto, masdefendendo posições antagBnicas, apontam para orientaçõesargumentativas dis- tintas, (ue levam seus autores a escolhas

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diversificadas, as (uais são manifestadas por seus respectivos

 processos de referenciação, coerentes com o fio condutor de cadate%to, como se ver6 a seguir.

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e%to 8 1 presidente "ula criou as condições para faer um segundo mandato melhor (ue o primeiroK

 N

0ais do mesmoK

ONP (ue norteia este te%to tem car6ter construtivo,contra o conformismo. 0as uma pergunta se impõe: (ual' a agenda para os pr!%imos (uatro anosK oda refle%ão a

esse respeito le- var6 + conclusão de (ue o governocontinua se afirmando mais como s$mbolo de

 possibilidades, na forte imagem do presidente "ula, do (uecomo condutor de um programa consistente e pre- vis$vel,

capa de levar o pa$s ao desenvolvimento sustentado.

adiamento da divulgação do pacote do crescimento 'mais um sintoma de (ue o governo não dispõe de um

 projeto, nem mesmo de um conjunto de prioridades. ;omesmo tempo, observa-se a continuidade de atritos edisputas no governo, como se viu na definição do sal6riom$nimo. Nada indica (ue da(ui a dois ou tr=s anos o<rasil dei%ar6 a constrangedora po- sição (ue ocupa noranGing do crescimento. s anos recentes ofereceram ao

 pa$s condições muito favor6veis, dif$ceis de serem repetidasno cen6rio internacional. s bons ventos sopraram sem

(ue o governo enfrentasse desafios, como a definição demarcos regulat!rios 1 cuja fragilidade est6 e%pressa na

lentidão das 555s 1, a garantia da estabilidade de regras ea retomada de investimentos continuados em infra-estrutura.

resultado ' um pa$s travado, como afirma o pr!prio presiden- te, numa confissão involunt6ria do (ue foi seu primeiro governo, feita durante encontro com lideranças

de movimentos sociais, em deembro: ONeste mandato voudestravar o <rasilP.

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; trava resulta da opção do governo, (ue respaldou oaperto monet6rio proposto pelos ministros e anunciado aosmercados

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como bandeira pacificadora. controle inflacion6rio ' umsu- cesso (ue poucos comemoram, pois os juros continuaminibindo os investimentos pDblicos e privados. ; d$vida

 pDblica cresce e o d'ficit nominal não ' reduido. 0aisaperto, mais encargos, me- nos investimentos e infra-estrutura prec6ria, (ue s! não chegou + total ruptura

 por(ue as ta%as de crescimento são bai%as.

setor de energia, vital para sustentar o crescimento,continua com incerteas e previsões sombrias. ;s rodovias,

ca!ticas, ali- mentam o notici6rio com o escândalo da

operação tapa-buracos e os acidentes. apagão a'reo ' acrise de gestão (ue veio + tona com a trag'dia (ue levou

3A@ vidas e se arrasta sem solução.

7e concreto, a manutenção do super6vit prim6rio nasalturas para pagar os juros. ;dicionalmente, ou por issomesmo, o governo não estabeleceu, como prometera,uma pol$tica de controle do capital e%terno de curto

 prao. 0ais: nosso empre- sariado est6 preferindo investir noutros pa$ses. s investimentos  brasileiros no e%terior cresceram 224Q em 2>>4. Heria boa not$cia se nãoresultasse, em grande parte, da necessidade de buscar umambiente econBmico menos hostil.

Hob o aspecto pol$tico, desenvolveu-se uma pr6tica para,ao mesmo tempo, financiar e controlar os partidos,

contaminando um /ongresso com defesas muito bai%as. Não importa (uem contaminou (uem: o casamento dasvelhas pr6ticas com as Ono- vasP teve o efeito de uma

 bomba moral no /ongresso. 7ei%ou as paredes doedif$cio em p', dei%ou at' pessoas em p', mas detonou acredibilidade da instituição. ; (uem interessa um5arlamento enfra(uecidoK

;gora, fala-se em coalião para o minist'rio. m (ue basesK

;o  preço de reforçar na opinião pDblica a id'ia de (ue

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todos são iguais, o presidente conseguiu se descolar dos

escândalos.

;prenderam com as lições dei%adas por epis!dios como

men- salão e sanguessugasK ; chamada coalião privilegiacargos e

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 pacotes em lugar de uma agenda e de reformas efetivas.

haver6 aparelhamentoK Redução da carga tribut6riaK Reforma

 pol$ticaK HegurançaK (ue pensa o governoK

0ais uma ve, prevalece a ret!rica. fato ' (ue "ulaganhou o segundo mandato de um pa$s dividido. h6anestesiados e indignados nessa hist!ria. (uestões a

serem esclarecidas em investigações (ue continuam ap!sas /508s. 0as h6 tamb'm desafios. ; partir de janeirose ver6 como se conciliam essas contradições e dDvidascom a fantasia do m6gico crescimento econBmico de AQ.

)IMH;9 LRM, @?, doutor em 7ireito pelaMniversidade Lederal do 5aran6 e deputado federal )5H7<-

5R&. Sornal Folha de S. Paulo, seção pinião 1 end=nciase 7ebates, /aderno 3, ?> de deembro de 2>>4.&

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e%to 88 - presidente "ula criou as condições para faer um segundo mandato melhor (ue o primeiroK

H80

Mnir o pa$s

5R808R mandato do presidente "ula nãosignificou apenas a recuperação da estabilidade perdidanos conturbados anos de 2>>3-2>>2. /om ele, o <rasil

consolidou con(uistas fundamentais: a melhora

e%traordin6ria das contas e%ternas, as ta%as bai%as deinflação com juros cadentes, a (ueda do risco-pa$s an$veis historicamente bai%os e a confirmação daimportância do e(uil$brio fiscal.

T certo (ue isso não ' fruto e%clusivo deste mandato. Heusante- cessores, cada um a seu modo, contribu$ram com as

con(uistas atuais: desde o fim da famigerada conta-movimento at' a "ei de Responsabilidade Liscal, o <rasil

vem construindo, embora lentamente, o arcabouçoinstitucional sobre o (ual se levanta um novo pa$s.

 No primeiro mandato, houve avanços sociaisimportantes, decorrentes dos avanços macroeconBmicosou associados a eles: a e%pansão progressiva do cr'dito,com instrumentos inovadores, como o cr'dito consignado,o aumento da geração de empregos para mais de 3>> milvagas formais por m=s e, ainda, a possibilidade definanciar programas, como o <olsa Lam$lia, (uecausaram impacto na distribuição de renda, o (ue foiampliado pela estabilidade dos preços e pela diminuiçãodo desemprego.

7esse 6rduo trabalho, e não da sorte, nasceram reformas,

como a da 5revid=ncia pDblica, a "ei de Recuperação de

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mpresas 1 (ue tem preservado ativos e empregos 1,a(uelas da construção civil 1 (ue estão transformando osetor 1 e as medidas de in-

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centivo ao mercado de capitais, (ue v=m fornecendorecursos abundantes +s empresas de boa governança.

 Neste per$odo, o lucro l$(uido das empresas de capitalaberto mais (ue triplicou. o novo statuto da 0icro e5e(uena mpresa, a abertura do mercado de resseguro eo Lundeb, re- centemente aprovados, completam o (uadrode con(uistas de um governo (ue teve uma agenda clara

 para o pa$s.

;s bases do crescimento foram bem firmadas. 0as o <rasil

(uer crescer a ta%as mais elevadas e por longo per$odo. (uer colher desse crescimento todos os frutos em termos deemprego, renda e ri(uea. sse ' o grande desafio dosegundo mandato do pre- sidente "ula. 0as esse avanço s!

ocorrer6 se formos capaes de continuar o esforço por reformas (ue favoreçam o investimento e os ganhos de

 produtividade e evitar (ue, inflando o stado, se atrofie a

economia.

 Nossa hist!ria ' plena de e%emplos malsucedidos nocampo econBmico.

<rasil foi, nas Dltimas d'cadas, um laborat!rio para asmais diferentes e%peri=ncias econBmicas, com altoscustos para a sociedade. Não temos o direito de repetir esses

erros. ;venturas na pol$tica cambial, voluntarismos na pol$tica monet6ria ou leni=ncia na pol$tica fiscal j6 se

mostraram caminhos certos para a estagnação.

<rasil precisa atacar os seus problemas reais, sem

m6gicas, reduindo a burocracia para a abertura, amanutenção e o fe- chamento de firmas* melhorando a(ualidade e simplificando seus tributos* reduindo as

despesas de custeio para melhorar o investimento pDblico em

infra-estrutura e frear a carga tribut6- ria* ajustando a

5revid=ncia + melhoria da e%pectativa de vida*sustentando a melhoria da distribuição de renda*

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descompri- mindo a classe m'dia para ela desenvolver sua

força empreende- dora* melhorando a (ualidade daeducação em todos os n$veis

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com avaliação permanente de desempenho* e melhorandoos marcos regulat!rios para aumentar o investimento

 privado, inclusive para garantir a energia suficiente para ocrescimento mais vigoroso.

foco deve estar sempre na produtividade da economia ena oportunidade para as pessoas trabalharem ouempreenderem. 5autar cada uma dessas medidas edesenhar ade(uadamente cada uma dessas reformas 'renovar a agenda para um avanço mais significativo do

 pa$s. Mnir as lideranças pol$ticas e sociais ' o outro lado da

mesma moeda."ula tem a legitimidade e a compet=ncia necess6rias para

liderar esse esforço. Heu nome j6 escreve p6ginas inteiras de

nossa his- t!ria. poder6 escrever as mais belas e

transformadoras delas se lançando a essa grande tarefa,tornando o <rasil uma nação muito mais rica e muitomais justa.

);NN8 5;"//8 L8"h, @4, m'dico sanitarista,

deputado federal eleito )5-H5& e e%-ministro da Laenda.

Sornal  Folha de S. Paulo, seção pinião 1 end=ncias e

7ebates, /aderno 3, ?> de deembro de 2>>4.&

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Fio condutor revelador da intencionalidade do autorO presidente Lula não criou condições para

fazer um segundo mandato melhor do

Referenciação

Característicasdo novo

Características do

Crisesanterio

• governo sem agendapara os próximos quatroanos;

• governosímbolo depossibilidades;

• governo centrado naimagem do presidente;

• governo nãocondutor de umprograma consistentee previsível;

• governo incapaz delevar o país aodesenvolvimentosustentado;

• governo sem

pacote decrescimento;

• governo semprojeto;

 

• país travado;

• crescimento dadívida pública;

• mais aperto, maisencargo;

• menosinvestimento;

infra-estruturaprecria!

• setor de energia comincertezas e previs"essombrias;

• rodovias caóticas;

• esc#ndalo da opera$ãotapa- buracos;

• apagão a%reo;

•trag%dia que levou &'(

vidas e se arrasta semsolu$ão;

• mensalão;

• sanguessugas;

• seguran$a;

• privil%gio de cargose pacotes;

• prevalece a

retórica;

• governo gan)ou osegundo mandato deum país dividido;

 CON!"O

*uadro &+ nlise de elementos lingísticos de referencia$ão do texto .

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Fio condutor revelador da intencionalidade do autor

O presidente Lula criou condiçõespara fazer um segundo mandato

 Referenciação

Conquistado primeiro

Característicasnegativas de

#esa$osdo segundo

• recupera$ão daestabilidade perdida no

governo anterior;• conquistasfundamentais/mel)oraextraordinria dascontas externas;

• taxas baixas dein0a$ão;

• equilíbrio 1scal;

• avan$os sociais

importantes;

• expansãoprogressiva docr%dito;

• instrumentosinovadores/ cr%ditoconsignado;

• aumento dagera$ão deempregos;

• 1nanciamento deprogramas;

• reformas/ previd2nciapública; lei derecupera$ão deempresas;

• transforma$ão do

• exemplosmalsucedidos no

campo econ3micosão dos governosanteriores/

• aventuras napolítica cambial;

• voluntarismos napolítica monetria;

• estagna$ão!

• continuidade aoesfor$o por reformas

que favore$am;• foco naprodutividade daeconomia;

• oportunidade para aspessoas trabal)arem ouempreenderem;

• mel)oria naqualidade daeduca$ão com

avalia$ãopermanente;

• marcos regulatóriospara aumentar oinvestimento privado;

• energia su1cientepara o crescimentomais vigoroso;

• adequa$ão e pautade medidas;

• desen)o adequadopara cada uma dessasreformas;

• união de lideran$a apolíticas sociais;

• legitimidade ecompet2ncia do governo

CON!"O

*uadro 4 + nlise de elementos lingísticos de referencia$ão do texto ..

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r ef er en/iação, int en/iona"idade e  per s pe/-

t ivas  par a os est udos da es/r it a e da 

"eit ur a

;s an6lises realiadas apontam a importância do modo decons- tituição de e%pressões referenciais, em te%tos jornal$sticosde opinião, tendo-se em vista a função de orientaçãoargumentativa, em cada um deles, ao retratar o objeto descrito deuma determinada maneira dentre tantas outras possibilidades.

scritos no mesmo conte%to espaço-temporal 1 jornal Folhade S. Paulo )/aderno de pinião&, de ?> de deembro de 2>>4 1,mas com intenções opostas, os te%tos, pelas escolhas feitas por seus respectivos autores, revelam orientações argumentativas

coerentes com as posições  pol$ticas de cada um deles: um do5H7<, contr6rio, pois, ao segundo mandato de um governo

 petista, e um do 5, favor6vel, pois, ao se- gundo mandato de

um governo de seu partido pol$tico.;s variações e%igiram compet=ncias de seus autores para

e%pandir o mesmo tema 1 condições criadas por "ula, no primeiro mandato, para faer um segundo mandato melhor do(ue o primeiro, de manei- ras variadas, de acordo com seusrespectivos pontos de vista.

 No te%to 8, são evidenciados problemas do primeiro

mandato e seu autor, por meio do processo de referenciação (uedesenvolve, busca enfatiar a imagem negativa da atuação do

 presidente "ula em seu primeiro mandato. S6 no te%to 88, sãoevidenciados problemas de governos anteriores e seu autor, por meio do processo de referencia- ção (ue desenvolve, buscaenfatiar a imagem positiva da atuação do presidente "ula emseu primeiro mandato.

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;ssim, o autor filiado ao 5H7< e%plicita seu ponto de vistacon- tr6rio ao tema, e%pandindo tr=s t!picos favor6veis (ueevidenciam: caracter$sticas negativas do novo governo* condições

negativas do pa$s* crises anteriores. S6 o autor filiado ao 5e%plicita seu ponto de vista

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favor6vel ao tema, e%pandindo tr=s t!picos (ue evidenciam:con(uistas do primeiro mandato* caracter$sticas negativas

advindas de governos anteriores* desafios do segundo mandato.ssas e%pansões, orientadas pela intenção pretendida por cada

um dos autores, em cada um dos te%tos analisados, e%igem deseus leitores compet=ncias de leitura (ue lhes possibilitemrelacionar elementos ling#$sticos e não-ling#$sticos para aconstrução de sentidos dos te%- tos: assim, o lugar de onde cadaum de seus autores fala na sociedade brasileira do final de 2>>4

' fundamental para a realiação da leitura de ambos os te%tos.; relação entre as realiações do primeiro mandato de "ula

e as condições de realiações de seu segundo mandato, em cadaum dos te%tos analisados, ' fruto de um agir comunicativo ou deuma ação discursiva de seus autores. m nenhum deles tem-se aidentificação de uma realidade discreta, objetiva e est6vel, masa identificação de formas de inserção s!ciodiscursiva no mundo

de seus autores.

7esta forma, no processo de referenciação realiado emcada um dos te%tos, houve um processo de )re&construção darealidade e não um simples processo de elaboração deinformações.

5ode-se observar, nas an6lises, (ue o objeto de discurso

Condições criadas pelo presidente Lula no primeiro mandato para o segundo man- dato constituiu-se de diferentes maneiras, num processo altamente dinâmico, uma ve (ue sofreu constantetransformação e reconstrução no curso da progressão te%tual.

;s escolhas feitas pelos produtores dos te%tos traem paraos lei- tores informações importantes sobre suas opiniões, crençase atitudes, au%iliando-os na construção de sentidos.

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s leitores são, assim, orientados, pelas e%pressões de

referencia- ção, entre elas an6foras indiretas, utiliadas nos te%tos, a

relacion6-los

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com os impl$citos, dentro do conte%to maior em (ue os te%tos se

inse- rem para as leituras poss$veis, (ue a partir dele se projetam.

;s e%pressões utiliadas funcionam, pois, conforme nos

assevera och )2>>@&, como uma espinha dorsal do teto, (ue

 permite ao leitor ouvinte construir, com base na maneira pela

(ual se encadeiam e reme- tem umas +s outras, um roteiro (ue ir6

orient6-lo para determinados sentidos implicados no te%to.

;o concluir este artigo, considero (ue foi poss$vel avançar 

na direção de (ue o estudo do processo de referenciação ' umgrande aliado para o entendimento do di6logo entre escrita e

leitura, e (ue os te%tos jornal$sticos de opinião podem ocupar um

espaço significativo no tratamento desta (uestão. Nos dois te%tos

a(ui analisados, pode-se observar (ue as decisões dos agentes-

 produtores em )8& e em )88& refle- tiram suas intenções e

orientaram os efeitos (ue desejaram produir, respectivamente,

em )8& de considerar as condições criadas pelo presi- dente "ulano primeiro mandato como desfavor6veis para um segundo

mandato melhor, e, em )88& de consider6-las como favor6veis.

T poss$vel, assim, concluir (ue os resultados evidenciam

(ue as e%pressões referenciais em te%tos jornal$sticos de opinião

cumprem uma função argumentativa relacionada +

intencionalidade do autor, e apontam a relevância da compreensão

do processo de referenciação para a elaboração do te%to escrito, bem como para a leitura e constru- ção de sentidos.

; refle%ão (ue ora finalio permitiu-me avançar no estudo

mais amplo (ue venho desenvolvendo nos Dltimos anos sobre a

importância de trabalhar os princ$pios te!ricos (ue

fundamentam uma an6lise te%tual discursiva para o tratamento

da leitura e da escrita em di6logo. Novas perspectivas se abrem,

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 pois, + continuidade da investigação cujo compromisso maior ' o

ensino de l$ngua portuguesa.

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REFERÊNCIAS

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  . ( inter-aç)o pela linguagem. Hão 5aulo: /onte%to, 3EE2.

  . * teto e a construç)o dos sentidos. Hão 5aulo:/onte%to, 3EEC.

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/h, 8. I. 9.* "8;H, 9. 0. Ler e Compreender$ os sentidosdo te%to. Hão 5aulo: /onte%to, 2>>4.

  . ;tividades de referenciação, inferenciação e categoriação

na produção de sentido. 8n: L"H, h. 5. de 0. )rg.&. Produç)o de  sentido$ estudos transdisciplinares. Hão 5aulo:

;nnablume* 5orto ;legre:  Nova 5rova* /a%ias do Hul: ducs,2>>?.

0;R/MH/h8, ". ;. ;. ;n6fora 8ndireta: o barco te%tual e suasânco- ras. 8n: /h, 8. I. 9.* 0R;, . 0.* <NH, ;. /.)rgs.&. 0e#erenciaço e 1iscurso. Hão 5aulo: /onte%to, 2>>A, p. A?-3>3.

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0;RWMH8, H. /.   organi2aço do teto descriti3o em L.ngua

 Por- tuguesa. Rio de Saneiro: "ucerna, 2>>@ X3EE>Y.

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referenciação. 8n: /;9;"/;N, 0. 0. et al. )rgs.&. 0e#erenciaç)o. Hão 5aulo: /onte%to, 2>>?, p. 3C-A2.

0N7;7;, ". 4er5alisation de l6espace et #a5rication du

 sa3oir$ approche linguisti(ue de la construction des objets dudiscours. "au- sanne: Mniversit' de "ausanne, 3EE@.