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ANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I - t.a SESSAO DA I.a SESSAO LEGISLATIVA DA s.a LE- GISLATURA, EM 3 DE MARÇO DE 1975 I- Aberturá da Sessão 11 - Leitura do Expediente OFiCIO - Do Sr. Presidente da Associacão Interparlamentar de Turismo. COMUNICAÇÕES - Do Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul. - Do Sr. Presidente da Associação Parlamentar de Turismo - Grupo Brasileiro. - Do Sr. Deputado Ubaldo Barém - Do Sr. Deputado Getulio Dias. - Do Sr. Deputado Antônio Bresolln, Dr Sr. Deputado João Menezes. INDICAÇAO - Do Sr. Deputado José Bonifácio, Lider da ARENA. MENSAGENS Mensagem n.v 24, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da Convenção Universal sobre o Direito do Autor, revista em Paris, a 24 de julho de 1971. firmada pelo Brasil por ocasião da Conferência Diplomática de Revisão da Convenção Universal sobre o Direito I do Autor, realizada em Paris. de 5 a 24 de julho de 1971. ' Mensagem n.? 25, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete à , consideração do Congresso Nacional o texto da Convenção para a Proteção dos Produtores de Fonogramas contra a Reprodução não Autorizada de seus Fonogramas, aprovada a 29 de outubro de 1971, e firmada pelo Brasil por ocasião da Conferência Inter- nacional de Estados 'sobre a Proteção dos Fonogramas, realizada em Genebra, de 18 a 29 de outubro de 1971. Mensagem n,v 26, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selva- gens em Perigo de Extinção, concluida em Washington a 3 de março de 1973 e assinada pelo Brasil na mesma data. Mensagem n.o 27, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo Básico de Cooperação Técnica e Científica. firmado entre a República Federativa do Brasil ea República de Gana, em Acra, em 7 de novembro de 1974. Mensagem n.v 30, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete à consideração do Congresso Nacional o texto da Convenção Destinada a Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre a Renda. firmada entre a República Federativa do Brasil eo Estado Espanhol, em Bra- sília. a 14 de novembro de 1974. Mensagem n,a 31, de 1975 (Do Poder Executivo) Submete à consideração do Congresso Nacional o texto das modífícacóes introduzidas no Convênio Constitutivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Resolução n.? 1, de 1975 (Da Mesa) - Altera o número de funcões de Secretário Parlamentar constante da tabela anexa à Resolução n,O 25, de 17 de maio de 1972. Projeto de Lei n.v 1, de 1975 (Do Poder Executivo) Mensagem n.v 002175 - Cria a 9,a Região da JustiGa do Trabalho eo Tribunal Regional do Trabalho respectivo e institui a corres- pondente Procuradoria Regional do Ministério Público: e outras providências. Projeto de Lei n,a 2, de 1975 (Do Senado Federal) - Institui medidas de proteção aos bens. não tombados, de valor cultura! do 'País. Projeto de Lei n.? 3, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men- sagem n.> 33175 - Retifica a Lei n.v 6.142. de 28 de novembro de 1974. a fim de corrigir omissão nos niveis de classificação dos cargos do Grupo-Serviços de Transporte Oficial e Portaria do Quadro Permanente da Secretaria do Tribuna! Regional do Tra- balho da Quinta Região. Projeto de Lei n.v 4, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men- sagem n.v 34175 - Revoga a Lei n.? 602, de 28 de dezembro de 1948, que dispõe sobre o julgamento de aptidão para o oficialato dos alunos do Curso Prévio e dos 1.0 e anos do CuPllV Superior da Escola Naval. .' Projeto de Lei n.v 5, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men- sagem n.? 35/75 - Autoriza o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. a doar o imóvel que menciona. Projeto de Lei n.v 6, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men- sagem n.v 37175 .. Autoriza a doação, à Universidade de São Paulo. do domínio útil dos terrenos de marinha que menciona, situados no Municipio de Ubatuba. PROJETO A IMPRIMIR Errata Projeto de Lei n.? 733-A, de 1972 (Do Sr. Léo Simões) - Dispõe sobre a contagem recíproca, para efeito de aposentado- ria, dos tempos de serviço prestados pelos contribuintes da Pre- vidência Social. e outras provídêncías: tendo pareceres: da Comissão de constituição e Justiça. pela inconstitucionalidade. contra os votos dos Srs. Lisâneas Maciel, Severo Eulália e Hamil- ton Xavier; da Comissão de Serviço Público, pela aprovação. contra os votos dos Srs. Hugo Aguiar, Magalhães Melo. Agostinho Rodrigues. Francelino Pereira e. em separado, do Sr. Elias Car- mo: e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, com Substitu- tivo. 111 - Pequeno Expediente CARDOSO DE ALMEIDA - Defesa da economia algodoeira nacionaL . DASO COIMBRA - Tratamento dispensado aos turistas es- trangeiros. na Guanabara. durante o carnaval.

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Page 1: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04MAR1975.pdfANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I

ANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

I - t.a SESSAO DA I.a SESSAO LEGISLATIVA DA s.a LE­GISLATURA, EM 3 DE MARÇO DE 1975

I - Aberturá da Sessão

11 - Leitura do Expediente

OFiCIO

- Do Sr. Presidente da Associacão Interparlamentar deTurismo.

COMUNICAÇÕES

- Do Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul.

- Do Sr. Presidente da Associação Parlamentar de Turismo

- Grupo Brasileiro.

- Do Sr. Deputado Ubaldo Barém

- Do Sr. Deputado Getulio Dias.

- Do Sr. Deputado Antônio Bresolln,

~ Dr Sr. Deputado João Menezes.

INDICAÇAO

- Do Sr. Deputado José Bonifácio, Lider da ARENA.

MENSAGENS

Mensagem n.v 24, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submeteà consideração do Congresso Nacional o texto da ConvençãoUniversal sobre o Direito do Autor, revista em Paris, a 24 dejulho de 1971. firmada pelo Brasil por ocasião da ConferênciaDiplomática de Revisão da Convenção Universal sobre o Direito

Ido Autor, realizada em Paris. de 5 a 24 de julho de 1971. '

Mensagem n.? 25, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete à, consideração do Congresso Nacional o texto da Convenção para

a Proteção dos Produtores de Fonogramas contra a Reproduçãonão Autorizada de seus Fonogramas, aprovada a 29 de outubrode 1971, e firmada pelo Brasil por ocasião da Conferência Inter­nacional de Estados 'sobre a Proteção dos Fonogramas, realizadaem Genebra, de 18 a 29 de outubro de 1971.

Mensagem n,v 26, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submete àconsideração do Congresso Nacional o texto da Convenção sobreo Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selva­gens em Perigo de Extinção, concluida em Washington a 3 demarço de 1973 e assinada pelo Brasil na mesma data.

Mensagem n.o 27, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submeteà consideração do Congresso Nacional o texto do Acordo Básicode Cooperação Técnica e Científica. firmado entre a RepúblicaFederativa do Brasil e a República de Gana, em Acra, em 7 denovembro de 1974.

Mensagem n.v 30, de 1975 (Do Poder Executivo) - Submeteà consideração do Congresso Nacional o texto da ConvençãoDestinada a Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a EvasãoFiscal em Matéria de Impostos sobre a Renda. firmada entrea República Federativa do Brasil e o Estado Espanhol, em Bra­sília. a 14 de novembro de 1974.

Mensagem n,a 31, de 1975 (Do Poder Executivo) ~ Submeteà consideração do Congresso Nacional o texto das modífícacóesintroduzidas no Convênio Constitutivo do Banco Interamericanode Desenvolvimento,

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Resolução n.? 1, de 1975 (Da Mesa) - Altera onúmero de funcões de Secretário Parlamentar constante databela anexa à Resolução n,O 25, de 17 de maio de 1972.

Projeto de Lei n.v 1, de 1975 (Do Poder Executivo)Mensagem n.v 002175 - Cria a 9,a Região da JustiGa do Trabalhoe o Tribunal Regional do Trabalho respectivo e institui a corres­pondente Procuradoria Regional do Ministério Público: e dáoutras providências.

Projeto de Lei n,a 2, de 1975 (Do Senado Federal) - Instituimedidas de proteção aos bens. não tombados, de valor cultura!do 'País.

Projeto de Lei n.? 3, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men­sagem n.> 33175 - Retifica a Lei n.v 6.142. de 28 de novembrode 1974. a fim de corrigir omissão nos niveis de classificação doscargos do Grupo-Serviços de Transporte Oficial e Portaria doQuadro Permanente da Secretaria do Tribuna! Regional do Tra­balho da Quinta Região.

Projeto de Lei n.v 4, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men­sagem n.v 34175 - Revoga a Lei n.? 602, de 28 de dezembro de1948, que dispõe sobre o julgamento de aptidão para o oficialatodos alunos do Curso Prévio e dos 1.0 e 2° anos do CuPllV Superiorda Escola Naval. .'

Projeto de Lei n.v 5, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men­sagem n.? 35/75 - Autoriza o Instituto Nacional de Colonizaçãoe Reforma Agrária - INCRA. a doar o imóvel que menciona.

Projeto de Lei n.v 6, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men­sagem n.v 37175 .. Autoriza a doação, à Universidade de SãoPaulo. do domínio útil dos terrenos de marinha que menciona,situados no Municipio de Ubatuba.

PROJETO A IMPRIMIR

Errata

Projeto de Lei n.? 733-A, de 1972 (Do Sr. Léo Simões) ­Dispõe sobre a contagem recíproca, para efeito de aposentado­ria, dos tempos de serviço prestados pelos contribuintes da Pre­vidência Social. e dá outras provídêncías: tendo pareceres: daComissão de constituição e Justiça. pela inconstitucionalidade.contra os votos dos Srs. Lisâneas Maciel, Severo Eulália e Hamil­ton Xavier; da Comissão de Serviço Público, pela aprovação.contra os votos dos Srs. Hugo Aguiar, Magalhães Melo. AgostinhoRodrigues. Francelino Pereira e. em separado, do Sr. Elias Car­mo: e, da Comissão de Finanças, pela aprovação, com Substitu­tivo.

111 - Pequeno Expediente

CARDOSO DE ALMEIDA - Defesa da economia algodoeiranacionaL .

DASO COIMBRA - Tratamento dispensado aos turistas es­trangeiros. na Guanabara. durante o carnaval.

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0026 Terça-feira 4 DIARIO D() CONGRESSO NACIONAL (Seçãn n Março'de 1975

JOÃO GILBERTO - combate à influência do capital estran­geiro no Brasil

FREITAS NOBRE - Homenagem ao jornai O Estado de SãoPllulo, pelo centenário de sua fundação.

FRANCISCO AMARAL - Eleição do Ministro Luiz RobertoRezende Pueeh para Presidente do Tribunal Superior do Tra­balho.

ALCIR PIMENTA - Implantação da TV Educativa na Gua­nabara.

JúLIO VIVEIROS - Isenção de ICM para o Estado do Pará.SIQUEIRA CAMPOS - Homenagem aos Deputados que

integraram a Câmara na Sétima Legislatura. Missão do novo"Parlamento.

RUBEM DOURADO - Introdução do divórcio no Brasil.

NOSSER ALMEIDA - Aposentadoria dos "soldados da bor­racha".

ARGILANO DARIO - Editorial do Jornal do Brasil: "Co10­níalísmo Cultural." .

ANTÓNIO PONTES - Necessidade de repressão ao tráficode alucinógenos e de reeducação dos toxicômanos no Brasil.

CÊLIO MARQUES FERNANDES - Reforma da estruturapolicial do Pais.

CID FURTADO - Instituição do divórcio no Brasil.

NOGUEIRA DE REZENDE - Remuneração de Vereadores.

FLORIM COUTINHO - O dia da Cidade de São Sebastião doRio de Janeiro. .

PARENTE FROTA - Instalação do Centro de Reparos Na­vais, em Vitória, Espírito Santo.

HERMES MACEDO - Duplicação da Rodovia Regis Bitten-eourt - BR-116. -

JUAREZ BERNARDES - Defesa do mar territoriaL

MARCO MACIEL - Posse do Ministro Djaei Falcão na Pre­sídêneía do Supremo Tribunal Federal.

IV - Grande EJf'pediente

ANTôNIO BRESOLIN - A Vil Conferência tio ParlamentoLatino-Americano, em Caracas, e a inclusão do soja entre osprodutos básicos mundiais de exportação.

CARDOSO DE ALMEIDA - Estatização do comércio e daexportação de produtos agropecuários.

V - Ordem. do Dia_ SIQUEIRA CAMPOS, ULYSSES GUIMARAES, ANTôNIOBRESOLIN, FERNANDO LYRA, FLORIM COUTINHO, WALTERSILVA, DASO COIMBRA, CÉLIO MARQUES FERNANDES,FRANCISCO AMARAL, PEIXOTO FILHO, ATHm COURY, MAR­CO MACIEL, ÁLVARO VALLE, DARCiLIO AYRES - Apresen­tação de proposições.

JOSÉ ALVES (Como Líder) - Mensagem do PresidenteErnesto Geisel ao Congresso Nacional. -

PETRÓNIO FIGUEIREDO (Oomo Líder) - A missão políticafrente aos problemas da nacionalidade.

VI - Comunicações das Lideranças

ALíPIO CARVALHO - Remuneração de Vereadores.

ALCEU COLLARES - Remuneração de Vereadores.

VII - Designação da Ordem do Dia

VIII - Encerramento

2 - A'lA DA MESA

3 - MESA (Relação dos Membros)

4 - LíDERES DE PARTIDOS

ATA DA 1.a SESSÃOEM 3 DE MARÇO DE 1975

PRESID~NCIA DOS SRS.:CÉLIO BORJA, PRESIDENTE;

ALENCAR FURTADO, 2.o-VICE-PRESIDENTE;ODUlFO DOMINGUES, 1.°-SECRETARIO; E

HENRIQUE EDUARDO ALVES, 2.o-SECRETARIO.

1: - Às 13,311 horas comparecem os Se-nhores:

Célio BorjaAlenear FurtadoOdulfo DomínguesHenrique Eduardo AlvesPinheiro MachadoJúlio ViveirosLauro RodriguesAntônio F'lorêneío

Acre

:Nosser Almeida - ARENA.Amarlonas

Joel Ferreira - MDB; Mário Frota ­lIDB.

Pará

Gabriel Hermes - ARENA.

Maranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; Eurico Ribei­ro - ARENA; José Ribamar Machado ­ARENA; Temístocles Teixeira - ARENA.

Piauí

Celso Barros - MDB; Hugo Napoleão ­ARENA; João Olímaco - ARENA; Murilol/,ezende - ARENA; Paulo Ferraz - ARE­:NA.

Ceará.Antonio Morais - MDB; Figueiredo Cor­

reiá - MDB; Marcelo Línhares - ARENA;:Ma.uro Sampaio - ARENA.

Rio Grande do Norte_

Ney Lopes - ARENA.

Paraíba

Alvaro Gaudêncio - ARENA; AntônioGomes - ARENA; Humberto LucenaMDB; Wilson Braga - ARENA.

Pernambuco

Fernando Lyra - MDB; Inocêncio Oli­veira - ARENA; Marco Maeie1 - ARENA;Ricardo Fiuza - ARENA.

Alagoas

Antonio Ferreira - ARENA; TheobaldoBarbosa - ARENA.

Sergipe

Franciseo Rollemberg - ARENA; Rai­mundo Diniz -'ARENA.

BahiaDjalma Bessa - Al?ENA; Henrique Car­

doso - MDI3; Hi1dérico Oliveira - MDB;Horácio Matos - ARENA; Manoel Novaes- ARENA; Rogério Rego - ARENA; Rô­múlo Galvão - ARENA; Vieira Lima ­ARENA.

Espírito SantoArgilano Dario - MDB; Henrique Pretti

- ARENA; Oswaldo Zanello - ARENA;Parente Frota - ARENA.

Rio de JaneiroBrigido Tinoco - MDB; Daso Coimbra

- ARENA; José Haddad - ARENA; JoséMaurício - MDB; Luiz Braz - ARENA;Peixoto Filho - MDB; Oswaldo Lima ­~DB; Walter Silva - MnB.

Guanabara

Alcir Pimenta - MDB; Florim Coutinho- MDB; Francisco Studart - MDB; LygíaLessa Bàstos - ARENA; Rubem Dourado- MDB.

Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Homero San­tos - ARENA; Jairo Magalhães - ARE­NA; Jorge Ferraz - MDB; Jorge Vargas ­ARENA; Nelson Thibau - MDB; Noguei­ra de Rezende - ARENA; Padre Nobre ­MDB; Renato Azeredo -{MDB; Sinval noa-ventura ARENA; Tarcísio DelgadoMDB.

São Paulo

Airt-on Soares - MDB; Amaral Furlan- ARENA; Athiê Coury - MDB; Cardosode Almeida - ARENA; Edgar Martins ­MDB; Francisco Amaral - MDB; FreitasNobre - MDB; Israel Días-Novaes - MDB;Joaquim Bevilacqua - MDB; Linceln Gri-ll0- MDB; Octacílío Almeida - MDB; .,,-_...,Oôdo - MDB; Santilli Sobrinho - ­Theodoro Mendes - MDR

Goiás

Juarez Bernardes - MDB; Siqueira Cam­pos - ARENA.

Mato GrOllSO

Valdomiro Gonçalves - ARENA; VieenteVuola - ARENA.

Pará.ná.

Álvaro Dias - MDB; Antônio Belinati ­MDB; Antônio Ueno - ARENA; ExpeditoZanotti - MDB; Gamaliel Galvão - MDB;Gomes do Amaral - MDB; Osvaldo Buskei- MDB; Paulo Marques - MDB; PedroLauro - MDB.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi - ARENA; Dib Cherem

- ARENA; João Linhares - ARENA; JoséThomé - MDB; Laerte Vieira - MDB;Wilmar Dallanhol - ARENA.

Rio GraJ!,€le €lo Snl

Alceu Oollares - MDB; Aldo Fagundes ­MDB; Aluizio Paraguassu - MDB; AmauryMüller - MDB; Carlos Santos - MDB;Célio Marques Fernandes -ARENA; Cid

Page 3: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04MAR1975.pdfANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I

Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira '" 902'1

Furtado - ARENA; Eloy Lenzi - MDB;,Getúlio Dias - MDB; João Gilberto ­

MDB; Jorge Uequed - MDB; J'osé Mandelli- MDB; Lauro Leitão - ARENA; Lidovino

, Fanton - MDB; Norberto Schmidt - ARE­NA; Vasco Amaro - ARENA.

AmapáAntônio Pontes - MDR

RoraimaHélio Campos - ARENA.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - A

lista de presença acusa o comparecimentode 125 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.SOb a proteção de Deus iniciamos nossos

trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da

ata da sessão anterior.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Pas­

sa-se à leitura do expediente.

O SR. ODULFO DOMINGUES', l.o-Secre­tárío, procede à leitura do seguinte

III - EXPEDIENTEOFíCIO DEFERIDO

Do Sr. Presidente da Associação Interparla­• mental' de Turismo, nos seguintes termos:

Brasília, 4 de fevereiro de 1975.Ao Ex. mo Sr.Deputado Célio BorjaDD. Presldente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,Tenho a honra de comunicar a Vossa Ex­

celência que a Comissão Diretora do GrupoBrasileiro da Associação Inte~'parlamentar

de Turismo, deliberou' desígnac a DelegaçãoBrasileira ao "9 Th International TouristExchange", a realizar-se na cidade de Ber­lim - Alemanha, nos dias 1.0 1< 9 de marçodo corrente ano, cuja relação acha-se anexaà presente. '

Pelo presente solícito a Vossa Excelênciaa aplicação dos termos regimentais aosDeputados indicados. '

Aproveito a oportunidade para reiterar 'aVoss" Excelência os protestos de estima ealta consideração. - Senador Orlando Zan~

caner, Presidente.

9 TH INTERNATIONAL TOURISTEXCHANGE

BERLIM - ALEMANHA

Março de 1975Parlamentares: Deputado Alberto Hof­

fmann (Chefe da Delegação) - DeputadoJairo Brum - Senador Milton Cabl'al ­Deputado Thales Ramalho - DeputadoUbaldo Barém.

Secretário: Paulo ,José Maestrali.Jornalista: Adauto Bezerra Delgado.Nos termos do art. 40, § .1.0, e para os fins

do disposto no art. 240, § 3.°, do RegimentoInterno, defiro, sem ônus para a Câmara.

Publique-se. Ao Sr. Diretor-Geral.

Em 18-2-75. - Célio Borja, Presidente.

COMUNICAÇÕES

Do Sr. Governador do Estado do Rio Grandedo Sul, nos seguintes termos:

" GG/SAJL - 101.0 de fevereiro de 1975.

'ifExcelentisshuo SenhorPresidente da Câmara dos DeputadosBrasília - DF.JAD/eb..'Senhor Presidente,

'. Tenho a honra de dirigir-me a Vossa Ex­", eelêneía para comunicar que, nesta data,

estou nomeando os Senhores Deputados Fe­derais Nelson Marchezan, Octávio Germanoe Paulo Nunes Leal, para as funções, res­pectivamente, de Secretário de Estado doTrabalho e Ação Social, Secretário de Esta­do do Interior e Justiça e Secretário deEstado dos Transportes.

Apraz-mé apresentar a Vossa Excelênciaprotestos de consideração e apreço. - Eu­clides Triches, Governador do Estado.Do Sr. Presidente da. Associação Interpar­

lamentar de Turismo - Grupo Brasileiro- nos seguintes termos:

Brasília, 4 de fevereiro de 1975.Ao Ex. mo sr.Deputado Célio BarjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,

Comunico a Vossa Excelência que na qua­lidade de Presidente da Assocíaçâo Inter­parlamentar de Turismo, comparecerei àSessão Preparatória da Assembléia Geral daA .I. D . T ., a realizar-se em Paris - Françano mês de fevereiro corrente.

Comunico, outrossim, que o DeputadoDias Menezes ~ :L0 Secretário do GrupoBrasileiro - me acompanhará nesta missão,

. solicitando de Vossa Excelência a r.plíeacâo

. dos termos regimentais ao referido Depu­tado.

Aproveito a oportunidade para reiterar aVossa Excelência os protestos de elevadaestima e consideração. - Senador OrlandoZanllaner, Presidente.

Do Sr. Presidente do Grupo Brasileiro daUnião Interparlamentar, nos seguintestermos:

Brasília, 1.0 de fevereiro de 1975.

Excelentíssimo SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Apraz-me comunicar a Vossa Excelência,para os fins regimentais, a indicação, peloGrupo Brasileiro da União tnterpartamen­tar, dos Deputados ~ldo Fagundes do MDB,Lauro Leitão e Nogueira de Rezende daARENA. para comparecerem, na condiçãode membros da Câmara dos Deputados, à2." Conferência Interparlamentar sobre aCooperação e Seguridade Européias, a rea­lizar-se em Belgrado, Capital da Iugoslávia,de 31 de janeiro a 6 deste mês.

Queira Vossa Excelência aceitar os pro­testos de consideração e apreço. - TarsoDutra, Presidente do Grupo Brasileiro.

Ao Sr. Presidente do Parlamente Latino­Americano - Grupo Brasileiro - nosseguintes termos:

. Brasília, 3 de fevereiro de 1975.

Oficio n.? 16/75.Ao Excclentissimo Senhor DeputadoCélio BorjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados

13enhor Presidente: .

Tenho a honra de comunicar a Vossa Ex­celência que, em reunião realizada no dia26 de novembro p.p., a Comissão Diretorado Grupo Brasileiro do Parlamento Latino­americano designou a Delegação que repre­sentará o Brasil à VII Assembléia Ordiná­ria do Parlamento Latino-americano, quese realizará na cidade de Caracas - Ve-.nezuela, no corrente mês.

Estou lhe enviando, em anexo, relaçãodos membros da Delegação Brasileira, soli­citando a aplicação dos termos regimen­tais aos Deputados integrantes.

Aproveito a oportunidade para reiterar aVossa Excelência os protestos de alta esti­ma e clistinta consideração. - SenadorWilson Gonçalves, Presidente.

VII ASSEMBLÉIA ')RDINARIA DOPARLAMENTO LATINO-AMERICANO

Delegação Brasileira

Caracas - Venezuela, Fevereiro/1975

Parlamentares: Senador Alexandre AlvesCosta - Deputado Antonio Bresolín ­Deputado Argílano Dario - Deputado BíasFortes - Senador Franco Montoro ­Deputado Geraldo Bulhões - DeputadoGeraldo Guedes - Deputado José CarlosTeixeira - Senadór Lenoír Vargas ­Deputado Manoel Rodrigues - DeputadoMurilo Badaró - Senador Ren">to Franco- Deputado Ulysses Guimarães - Sena­dor Wilson Gonçalves (Chefe da Delegaçãoe Presidente do Grupo Brasileiro).

I Secretário-Geral: Odenegus GonçalvesLeite.

Jornalista: José Raimundo Lima Martins.

Brasíüa, 18 de fevereiro de 1975.

Exm.? Sr.Deputado Célio BorjaDD. Presidente daCâmara dos Deputados

Senhor Presidente:

De acordo com o Regimento Interno des­ta Casa, comunico a V. EX,a que ausentar­me-ei do Pais a partir do próximo dia 21,com destino à Alemanha.

Aproveitando da oportunidade, reiterominhas demonstrações de alto apreço edistinta constderacâo.

Atenciosas saudações. - Ubaldo Barém,

Exm.o Sr. Presidente da Câmara dosDeputados

Esta tem por finalidade comunicar a V.Ex.a que me ausentarei do Pais a partirdo dia 13 do corrente, devendo retornar noespaço de 8 (oito) c.ias.

Brasília, 12 de fevereiro de 1975. - Ge­tulio Dias.

Brasília, 3 de fevereiro de 1975.

A Sua Ex. a oDeputado Célio BorjaDD. Presidente tia Câmara dos :C~putados

Brasflía - DF

Senhor Presidente:

Comunico a V. Ex. a, para os .devídos fins,que a partir do dia 15 do corrente me au­sentarei do Pais em missão oficial.

Valho-me da oportunidade para reiterarao eminente patrício os meus protestos dealta estímae consideração. - Antônio Bre­oolin.

Exm.o Sr. Presidente da Câmara dosDeputados.

Tem esta por fim comunicar a V. Ex. a,que no próximo dia 8 (oito). vou me ausen­tar do Pais, pelo espaço de oito dias.

Rio de Janeiro, (GB) 7 de fevereiro de1975. João Menezes.

INDICAÇÃO

Gabinete do Lider da ARENAOfício n.o 17/75

Brasilía, 3 de março de 1975.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BvrjaDD. Presidente'! da Câmara dos Deputados

Senhor Presider, te:

Tenho a honra de indicar a V. Ex.", paradesempenharem as funções de Vice-Lideresda Aliança Renovadora Nacional, nesta Ca­sa, os Senhores Deputados: João Linhares,Alípio de Carvalho, Jorge Vargas, José Al-

Page 4: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04MAR1975.pdfANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I

0028 Terça-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

ves, J'airo Magalhães, parente Frota, AironRios, Blota Júnior e Marcelo Llnhares,

Aproveito a oportunidade para renovar aV. Ex," protestos de elevado apreço e dis­tinta consideração. - José Bonifácio, Líderda ARENA.

MENSAGEM N.o 24, DE 1975(Do Poder Executivo)

Submete à eonsíderaçãe do Congres­so Nacional o texto da Convenção Uni­versal sobre o Direito do Autor, revistaem Paris, a 24 de julho dc 1971, firmadapelo Brasil por ocasíãe da ConferênciaDiplomática de Revisão da CunvençãoUniversal sobre o Direito do Autor, rea­liizada em Paris, de 5 a 24 de julho de1971.

(As Comissões de Relações Exterio­res. de Constituição e Justiça e de Edu­cação e Cultura).

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

De conformidade com o disposto no art.44, item I, da Constituição Federal, tenho ahonra de submeter à elevada consideraçãode Vossas Excelências, acompanhado deExposição de Motivos do "lenhor Ministrode Estado das Relações Exteriores, o textoda "Convencão Universal sobre o Direito doAutor, revista em Paris, a 24 de julhode 1971, firmada pelo Brasil por ocasião daConvencão Universal sobre o Direito doAutor, realizada em Paris, de 5 a 24 de ju­lho de 1971".

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975. ­Ernesto Geisel.EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o DCTEC/

DAI/024/640.4(001. DE 30 DE JANEIRODItJ 1975, DO SENHOR MINISTRO DEESTADO DAS RELAÇõES EXTERIORES.

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Ernesto Geisel,Presidente da República.

Senhor Presidente,Como é do conhecimento de Vossa Exce­

lência, a Delegação do Brasil à ConferênciaDiplomática de Revisão da Convenção Uni­versal sobre o Direito do Autor. realizada emParis, de 5 a 24 de julho de 1971, assinou a"CoJ1vencão Universal sobre o Direito doAutor, revista em Paris a. 24 de julho de1971".

2. O instrumento tem dois objetivosprincipais:

_. ampliar a noção de direito do autor,nela incluindo além do direito de tradução,os direitos fundamentais de reprodução. deapresentação ou execução pública e de ra­diodifusão;

_. introduzir disposições em favor dospaíses em desenvolvimento, a fim de aten­der às suas necessidades em matéria de en­sino escolar, universitário e de pesquisa.

3. Tais objetivos foram essencialmenteeonsubstaneíados em três novos artigos,permanecendo os demais sem modificaçõessubstanciais:

-- o primeiro (V bis) define os beneficiá­rios do regime preferencial criado pelaConvenção - dentre os quais poderá. se as­sim o desejar, figurar o Brasil - assim co­mo a duração do mesmo; •

-- o segundo (V ter) refere-se à traduçãode obras sob o regime de licença obrigató­ria .. reduzindo, sob determinadas condições,para até um ano o período de sete anos pre-Visto no texto de 1952; .

-- o terceiro (V quarter) diz respeio à re­produção de obras sob licença obrigatória,

estabelecendo diferentes prazos de acordocom a natureza da obra e a finalidade aque se destina.

4. Além disso, o novo texto suspende osefeitos da chamada "cláusula de salvaguar­da" (Declaração anexa ao Artigo XVII) emfavor dos países em desenvolvimento, a fimde permitir aos que são membros da Con­venção de Berna maior liberdade de adap­tação às normas internacionais que regemo direito do autor. Já· foi ratificado pelos se­guintes países: República Federal da Ale­manha, Argélia. Bulgária, Camarões, Espa­nha, Estados Unidos da América, França,Grã-Bretanha, Hungria, Iugoslávia, Môna­co, Noruega, Quênia, Senegal e Suécia.

5. A revisão a que se submeteu aIegíslação interna brasileira sobre direitosautorais, revisão consubstancíada na Lein.o 5.988, de 14 de dezembro de 1973. emnada conflita com o texto da presente Con­venção, revista, conforme parecer do Minis­tério da Justica constante do Aviso n.o 704,de 4 de dezembro de 1974. do Senhor Minis­tro Armando Falcão ao' Senhor Ministro­Chefe do Gabinete Civil da Presidência daRepública.

6. Permito-me observar, Senhor Presi­dente, que o novo texto entre outras van­tagens permite ao país, se assim o julgarconveniente. tirar proveito do regime pre­ferencial enquanto for consíderado, deacordo com a prática da Assembléia-Geraldas Nações Unidas. pais em desenvolvimen­to. De qualquer modo. a Convenção intro­duz vantagens indispensáveis e razoáveispara os países de menor desenvolvimentorelativo. os quais necessitam de sistemamais flexível em matéria de direito do au­tor, quando se trata de ensino e pesquisa.

7. Nessas condições. encareço a VossaExcelência a conveniência de o Governobrasileiro ratificar a presente Convenção,sendo para tanto necessária a prévia apro­vação do Congresso Nacional, conforme ostermos do art. H, inciso I, da ConstituiçãoFederal.

8. Tenho pois a honra de submeter pro­jeto de Mensagem Presidencial, para queVossa Excelência. se assim houver por bem,encaminhe o ãnexo texto da Convenção àaprovação do Poder Legislativo.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência, Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito. ­Azeredo da Silveira.CONVENÇÃO UNIVERSAL. SOBRE O DI­

REITO DE AUTOR, REVISTA EM PARISA 24 DE JULHO DE 1971

Os Estados Contratantes,Animados do desejo de assegurar em todos

oe -países a proteção do direito de autorsobre as obras literárias, científicas eartísticas,

Convencidos de que um regime de pro­teção dos direitos dos autores apropriado atodas as nações e expresso numa convençãouniversal, juntando-se aos sistemas interna­cionais já em vigor, sem os afetar, é denatureza a assegurar o respeito dos direitosda pessoa humana e a favorecer o desenvol­vimento das letras, das ciências e das artes,

Persuadidos de que tal regime universalde proteção dos direitos de autor tornarámais fácil a difusão das obras do espírito econtribuirá para uma melhor compreensãointernacional,

Resolveram rever a Convenção UniversalSobre o Direito de Autor assinada em Ge­nebra, a 6 de setembro de 1952 (a seguirdesignada por "Convenção de 1952") e,eonsequentemente,

Acordaram no seguinte:

ARTIGO IOs Estados Contratantes comprometem-se

a tomar todas as disposições necessáriaspara assegurar a proteção suficiente e efi­caz dos direitos dos autores e de quaisqueroutros titulares dos mesmos direitos sobreas obras literárias, científicas e artísticas,tais como os escritos, as obras musicais,dramáticas e cinematográficas, as pinturas,gravuras e esculturas.

ARTIGO II1. As obras publicadas dos nacionais de

qualquer dos Estados Contratantes assimcomo as obras publicadas pela prímeíra vezno território do referido Estado, gozam, emqualquer dos outros Estados Contratantes,da proteção que este último Estado concedeàs obras de seus nacionais, publicadas pelaprimeira vez no seu próprio território, assimcomo da proteção especialmente concedidapela presente Convenção.

2. As obras não publicadas dos nacionaisde qualquer dos Estados Contratantes, g0­zam, em qualquer dos outros Estados Con­tratantes, da proteção que este último Es­tado concede às obras não publicadas deseus nacionais, assim como da proteçãoespecialmente concedida pela presente Con­venção.

3. Com o fim de aplicar a presente Cori_venção, qualquer dos Estados Contratantespode, por meio de disposições de sua le­gislação interna, assimilar a seus nacionaisqualquer pessoa domiciliada em seu terri­tório.

ARTIGO III1. Qualquer dos Estados Contratantes

que, nos termos de sua legislação interna,exija, a título de condição para conceder aproteção ao direito de autor, o cumprimentode certas formalidades tais como o depósito,o 'registro, a menção, as certidões notariais,o pagamento de taxaa..o fabrico ou a publi­cação no território nacional, deve considerartais exigências como satisfeitas em relaçãoa qualquer outra obra protegida nos termosda presente Convenção e publicada pela pri­meira vez fora do território do referido Es­tado por um autor não-nacional se, desde aprimeira publicação dessa obra, rodos osexemplares da obra publicada com a autorf­zacão do autor ou de qualquer outro titulardo direito de autor contíverem o símbolo cacompanhado do nome do titular ao díreíjode autor e da indicação do ano da prime_publicação; o símbolo, o ano e o nome ~IW

vem ser apostos em lugar e de maneiraque indiquem claramente haver sido reser­vado o direito do autor.

2. As disposições do parágrafo .1 nãoproíbem qualquer dos Estados Contratantesde submeter a certas formalidades ou aoutras condições, com o fim de assegurar aaquisição e o gozo do direito de autor, asobras publicadas pela primeira vez no seuterritório, ou as de seus nacionais, seja qualfor o lugar -da publicação dessas obras,

3. As disposições do parágrafo 1 nãoproíbem qualquer dos Estados Contratantesde exigir das pessoas que' demandem najustiça a satísração, para fins processuais,das exigências do direito adjetivo, tais comoo patrocínio do demandante por um advo­gado inscrito nesse Estado ou o depósito pelodemandante de um exemplar da obra notribunal ou em uma repartição pública ouem ambos simultaneamente.. Entretanto, a­não satisfação de tais exigências não afetaa validade do direito do autor. Nenhumadestas exigências poderá ser imposta a umautor nacional de outro Estado Contratantese ela não for também imposta aos autoresnacionais do Estado no qual .a proteção' éreclamada.

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Março de 1975 DIARIO ][)O CONGRESSO NACIONAL (Seção I) , Terça-feira! fi.4. Em eada um dos Estados Contratantes

devem ser assegurados os meios jurídicos deproteger sem formalidades as obras não pu­blicadas dos autores nacionais dos outrosEstados Contratantes.

5. Se um dos Estados Contratantes eon­ceder mais do que Um único período deproteção e no caso de ser o primeiro detais períodos de duração superior a um dosperíodos mínimos previstos no Artigo IV dapresente Convenção, o referido Estado teráa faculdade de não aplicar o parágrafo 1deste Artigo tanto no que disser respeito aosegundo período de proteção, como _no quees referir aos períodos subseqüentes,

ARTIGO IV1. A duração da proteção da obra é re­

gulada pela leí do Estado Contratante emque a proteção é reclamada de acordo comas disposições do Artigo II e com as que seseguem.

_2. (a) A duração da proteção quanto àsobras protegidas pela presente. Convenção,não será inferior a um período que com­p.reenda a vida do autor e vinte e cinco anos

.depois da sua morte.,Entretanto, o Êstado· Contratante que, à

Wlata da entrada em vigor da presente Con­,.,enção no seu território, tenha restringido

esse prazo, com relação a certas categoriasde obras, a determinado período calculadoa partir da primeira publicação da obra,terá a faculdade de manter tais restriçõesou de as tornar extensivas a. outras catego­rias. Relativamente a todas estas categorias,a duração da proteção não será inferior. avinte e cinco anos contados da data da pri­meira publicação.

(b) Qualquer dos Estados Contratantesque, à data da entrada em vigor da Con­venção no seu território, não calcular a du­ração da proteção na base da vida do autor,terá a faculdade de calcular esta duração deproteção a contar da primeira publicaçãoda obra, ou do registro da mesma obra, seeste anteceder a sua publicação; a duraçãoda proteção não será inferior a vinte ecinco anos a contar da data da primeirapublicação ou do registro da obra, quandoeste seja anterior à publicação.

(c) Quando a legislação do Estado Con­tratante previr dois ou mais períodos con­secutivos de proteção, a duração do primeiroperiodo não será inferior à duração de um

Iil.l;)s períodos mínimos acima fixados nas alí­l!ieas (a) e (b).

S. As disposições do parágrafo 2 desteArtigo não se aplicam às obras fotográficasnem às de arte aplicada. Entretanto, nosEstados Oontratantes que :Jrotejam as obrasfotográficas e, como obras artísticas, as dearte aplicada, a duração da proteção, quan­to a essas obras, não será inferior a dezanos.

4. (,a) Nenhum dos Estados Contratantesserá obrigado á assegurar a proteção deurna obra durante período superior ao fi­xado para a categoria em que ela é incluídapela lei do Estado Contratante a que per­

, tence o autor, caso se trate de obra não pu-'blíeada, e, tratando-se de obra publicada,-pela lei do Estado Contratante onde a obrafui publicada pela primeira vez.

;,.,.' ('b) Para os fins da aplicação da alíneaJa) precedente, se a legislaçao de um Es­

"tado Contratante previr dois ou mais perío­::{!os sucessivos de proteção, a duração. dadl1'Oteção concedida por esse Estado deter­.znínar-se-é pela soma de tais períodos. No',flintanto, se por qualquer razão uma obra...~eterminada não for protegida pelo referido"Estado durante o segundo período ou du-

r-ante qualquer dos períodos seguintes, osoutros Estados Contratantes não serão obri-

gados a. proteger a obra durante o segundoperíodo nem durante os períodos seguintes.

5. Para os fins de aplteaçâo do parágra­fo 4 deste Artigo a obra de um autor nacio­nal de um dos Estados Contratantes,publicada pela primeira vez num Estadonão-contratante, será considerada comotendo sido publicada pela primeira vez noEstado Contratante de que seja nacional oautor.

6. Para os fins da aplicação do pará­.grafo 4 deste Artigo no caso de publicaçãosimultânea em dois ou mais Estados Con­tratantes, a obra considerar-se-á comotendo sido publicada pela primeira vez noEstado que conceda menor proteção. Consi­dera-se como publicada simultaneamenteem vários países toda e qualquer obra quetenha sido publicada em dois ou mais paísesdentro de trinta dias a contar da primeirapublicação.

\

ARTIGO IV (bis)1. Os direitos mencionados no Artigo I

compreendem os direitos fundamentais queasseguram a proteção dos Interesses patri­moniais do autor, em particular o direitoexclusivo de autorizar a reprodução por ummeio qualquer que seja, a representação e aexecução públicas e a radiodifusão. As dis­posições do presente Artigo aplícar-se-ão àsobras protegidas pela presente Convenção,quer sob sua forma original, quer, de modoreconhecível, sob uma forma derivada daobra orígtnal.

2. Entretanto, qualquer dos Estados Con­tratantes poderá, através de sua própriaIegíslacào, introduzir exceções não contrá­rias ao espírito e às disposições da presenteConvenção, aos direitos mencionados no pa­rágrafo 1 deste Artigo. Não obstante, osEstados que eventualmente fizerem usodessa faculdade deverão conceder a cadaum dos direitos que sejam objeto de taisexceções um nível razoável de proteção efe-tiva. - . --

ARTIGO V1. Os direitos mencíonados no Artigo I

compreendem o direito exclusivo de fazer,de publicar e de autorizar a fazer e a publi­car a tradução das obras protegidas nostermos da presente Convenção..

2. No entanto, os Estados Contratantespodem, nas suas legislações nacionais, res­tringir, quanto às obras escritas, o direito detradução, obedecendo porém às disposiçõesseguintes;

(a) Quando, no fim de prazo de sete anosa contar da primeira publicação de umaobra escrita, a tradução dessa obra não tiversido publicada na língua de uso geral noEstado Contratante, pelo titular do direitode tradução ou com sua autorização, qual­quer nacional desse Estado Contratante po­derá obter da autoridade competente doEstado em apreço urna licença não exclusivapara traduzir a obra e para a publicar tra­duzida.

(b) Esta licença só poderá ser concedidaquando o requerente, em conformidade comas disposições em vigor no Estado em quefor formulado o pedido, apresentar a justi­ficativa de haver solicitado do titular dodireito da tradução a autorização de tradu­zir e de publicar a tradução e de que, depoisdas devidas diligências da sua parte, nãopôde estabelecer contato com o titular dodireito de autor ou obter sua autorização.Nas mesmas condições, a licença poderá serigualmente concedida quando. tratando-sede uma tradução já publicada na língua deuso geral no Estado Contratante, as ediçõesestiverem esgotadas.

(c) Se o requerente não puder estabelecercontato com o titular do direito de tradução,deverá enviar cópias do seu pedido ao editor

cujo nome figura na obra e ao representantediplomático ou consular do Estado de queseja nacional o titular do direito de tradu­ção ou ao organismo que tenha sido desig­nado pelo GOverno desse Estado. A licençanão poderá ser concedida antes de findo oprazo de dois meses a contar da remessadas cópias do pedido.

(d) A legislação nacional adotará as me­didas apropriadas para que se assegure aotitular do direito de tradução uma remu­neração equitatíva em conformidade com aspráticas internacionais, assim como paraque se efetuem o pagamento e a transferên­cia da importância paga e ainda para que segaranta uma tradução correta das obras.

(e) O titulo e o nome da obra originaldeverão ser igualmente impressos em todosos exemplares da tradução publicada. Alicença apenas será válida para a edição noterritório do Estado Contratante em que elafor pedida. A importação e a venda deexemplares em outro Estado Contratanteserão permitidas se esse Estado tiver a mes­ma língua de uso geral na qual a obrahouver sido traduzida, se a sua legislaçãonacional admitir a licença e se nenhumadas disposições em vigor nesse Estado impe­dir a Importação e a venda; Nos territóriosde outras Estádos contratantes, nos quaisas condições acima indicadas não puderemser verificadas, a importação e a vendaficam SUjeitas à legislação dos referidosEstados e aos acordos por- eles concluídos. Alicença não poderá ser cedida a outrem pelorespectivo beneficiário.

(f) Quando o autor tiver retirado de cir­culação os exemplares da obra, a licençanão poderá ser concedida.

ARTIGO V (bis)1. Qualquer dos Estados Contratantes

considerados como países em vias de desen­volvimento em conformidade com-a prátícaestabelecida na Assembléia- Geral das NacóesUnidas, poderá, por meio de uma notifi­cação depositada junto ao Diretor Geral daOr~anizaçãodas Nações Unidas para a Edu­caçao, a Ciência e a Cultura (abaixo deno­minado "O Diretor Geral"), por ocasião deSUa ratificação, aceitação ou adesão. ouposteriormente, prevalecer-se de todas ou departe das exceções previstas nos Artigos Vter e V quater,

2. Qualquer notificação depositada emconformidade com as disposições do pa­rágrafo 1 permanecerá em vigor .duranteum período de dez anos contados da datade entrada em vigor da presente Conven­ção, ou por qualquer parcela do referidoperíodo decenal ainda por cumprir na datado depósito da notíücação, e poderá serrenovada, na sua totalidade ou em parte,por outros períoüos de dez anos se, numprazo não superior a quinze nem inferior atrês meses antes do término do períododecenal em curso, o Estado Contratantedepositar nova notificação junto ao DiretorGeral. Outras notificações poderão igual­mente ser depositadas pela primeira vez nodecurso dos novos períodos -decenais, emconformidade com as disposições desteArtigo.

3. Não obstante as disposições do pará­grafo 2, um Estado Contratante que tenhadeixado de ser considerado como um paisem vias de desenvolvimento segundo a defi­nição do parágrafo 1, não será mais habili­tado a renovar a notificação que ele depo­sitou nos termos dos parágrafos 1 ou 2 e,quer anule oficialmente ou não essa notifi­cação, este Estado perderá a possibilidadede se' prevalecer das exceções previstas nosArtigos V ter e V quater quer por ocasiãodo vencimento do período deeenal em curso,quer três anos depois de ele ter .deixado deser considerado como um pais em vias

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0030 ~rerça-reira 4, DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

de desenvolvimento, aplicado o prazo quemais tarde vencer.

4. Os exemplares de uma obra, já pro­duzidos por força das exceções previstas nosArtigos V ter e V quater, poderão continua,a ser postos em circulação após o fim doperíodo para o qual notificações nos termosdeste artigo tiveram efeito, até que sejam.esgotados.

5. Qualquer Estado Contratante que ti­ver depositado uma notificação em confor­midade com o Artigo XIII relativo à aplica­ção da presente Convenção a um pais outerritório específico cuja situação possa serconsiderada análoga àquela dos Estadosapontados no parágrafo 1 deste Artigo po­derá também, relativamente a esse pais outerritório, depositar notificações de exceçõese de renovãções nos termos deste Artigo.Durante o período em que estas notifica­ções estiverem em vigor, as disposições dosArtigos V ter e V quater poderão ser aplica­das ao referido pais ou território. Qualquerexpedição de exemplares provenientes doreferido pais ou território para o EstadoContratante será considerada como umaexportação no sentido dos Artigos V ter e Vquater.

ARTIGO V ter1. (a) Qualquer Estado Contratante ao

qual se aplique o parágrafo 1 do Artigo Vbis poderá substituir o período de sete anosprevisto no parágrafo 2 do Artigo V por umperíodo de três anos ou por qualquer períodomais longo fixado por sua legislação nanío­nai. I~ntretanto, no caso de tradução emlíngua que não seja de uso geral em umou em vários países desenvolvidos partes napresente Convenção ou somente na Conven­ção de 1952, um período de um ano substi­tuirá o referido período de três anos.

(b) Qualquer Estado Contratante ao qualse aplicar o parágrafo J, do Artigo V bis po­derá, mediante a concordância unânime dospaíses desenvolvidos que são Estados Partesquer na presente Convenção quer somentena Convenção de 1952 e em que a mesmalíngua é de uso geral, substituir. em casode tradução neSSa língua, o período de trêsanos previsto na letra (a) acima por umoutro período fixado de conformidade com oreferi do acordo, o qual não poderá, todavia,ser inferior a um ano. Não obstante, a pre­sente disposição não será aplicável quandose tratar do inglês, espanhol ou francês. Anotif1cação de tal concordância será feitaao Diretor Geral.

(c) A licença somente poderá ser conce­dida se o' requerente, em conformidade comas' disposições em vigor no Estado em quehouver sido formulado o pedido, apresentara justificativa de haver solicitado a autori­zação do titular do direito de tradução oude, após as devidas diligências da sua parte,não haver podido estabelecer contato com otitul:~r do direito ou obter sua autorização.Ao mesmo tempo que formular o referidopedido o requerente deverá íntormar a esserespeito ou o Centro Internacional de In­formação sobre o Direito de Autor criadopela Organização das Nações Unidas paraa Educação, a Ciência e a Cultura, ou qual­quer centro nacional ou regional de infor­mação indicado como tal numa notificaçãodepositada, para este fim, junto ao DiretorGeral, pelo Governo do Estado no qual sepresuma exercer o editor a maior parte desuas atividades profissionais.

(d) Se o titular do direito de traduçãonão puder ser encontrado pelo requerente,este deverá endereçar por correio aéreo,em sobrecarta registrada, cópias de seu pe­dido ao editor cujo nome fígurar na obrae a qualquer centro nacional ou regional deinformação mencionado na alínea (c). Se aexistência de tal centro não tiver sido noti-

rícaca, o requerente endereçará igualmenteuma cópia ao Centro Internacional de In­formação sobre o Direito de Autor criadopela Organização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e a Cultura.

2. (a) A licença não pol:lerá ser conce­dida nos termos deste Artigo antes do tér­mino de um prazo suplementar de seísmeses, caso ela possa ser obtida ao términode um período de três anos, e de novemeses, caso ela pOSSa ser obtida no términode um período de um ano. O prazo suple­mentar começará a contar do pedido deautorização para traduzir, mencionado naalínea (c) do parágrafo 1 ou,'caso a identi­dade ou o endereço do titular do direito detradução não sejam conhecidos, a contarda expedição das cópias do pedido de licen­ça mencionado na alínea (d) do parágra- ,fo 1.

(b) A licença não será concedida se umatradução tiver sido publicada pelo titulardo direito de tradução, ou com a sua auto­rização, durante o referido prazo de seis oude nove meses.

3. Qualquer licença concedida por forçadeste Artigo só poderá sê-lo para fins esco­lares, universitários ou de pesquisas.

4. (a) A licença não se estenderá àexportação de exemplares e só será válidapara a edição no território do Estado Con­tratante em que o pedido da referida licen­ça tiver sido formulado.

(b) Qualquer exemplar publicado em con­formidade com tal licença deverá conteruma menção, na língua apropriada, queespecifique haver sido o exemplar dístrí­buído somente no Estado Contratante queconcedeu a licença; se a obra levar a men­ção indicada no parágrafo 1 do Artigo lU,os exemplares assim publicados deverãotrazer a mesma menção.

(c) A proibição de exportar prevista na_a.1inea (a) acima não se aplicará quando

um órgão governamental ou qualquer outroórgão público de um Estado que concedeu,em conformidade com este Artigo, uma li­cença para a tradução de uma obra em umalíngua que não seja inglês, espanhol oufrancês, enviar exemplares de uma traduçãofeita em virtude dessa licença a um outropais, desde que:

1) os destinatários sejam nacionais doEstado Contratante que concedeu a licença,ou organizações que reúnam os referidosnacionais;

li) os exemplares sejam somente utiliza­dos para fins escolares, universitários oupara pesquisa; ,

Ui) a expedição dos exemplares e sua dis­tribuição ulterior aos destinatários sejamdesprovidas de qualquer caráter lucrativo;

Iv) um acordo, que será notificado ao Di­retor Geral por qualquer dos -Governos queo concluiu, seja celebrado entre o país pa­ra o qual os exemplares foram remetidose o Estado Contratante com vistas a per­mitir a recepção e a distribuição ou umadestas duas operações.

5. As disposições apropriadas serão to­madas no plano nacional a fim de que:

a) a licença preveja uma remuneraçãoequítatíva em conformidade com as tabe­las de remuneração normalmente pagas emcasos de licenças livremente negociadas en­tre os interessados nos dois países interes-sados; ,

b) a remuneração seja paga e remetida.Se existir uma regulamentação naclonal re­ferente a divisas, a autoridade competentenão poupará esforços em recorrer aos me­canismos internacionais para assegurar aremessa da remuneração em moeda inter-

nacionalmente conversível ou em seu equi­valente.

6. Qualquer licença concedida por umEstado Contratante por força do presenteArtigo caducará se uma tradução da obrana mesma língua e que tiver essencialmen­te o mesmo conteúdo que a edição para a.qual foi concedida a licença for publicada.no referido Estado pelo -titular do direitode tradução ou com a sua autorização, aum preço que seja comparável com o preçousual, nesse mesmo Estado, para obras aná­logas. Os exemplares já produzidos antesda expiração da licença poderão conti­nuar a ser postos em circulação até seuesgotamento.

7. Para as obras que são principalmen­te compostas de ilustrações, uma licença.para a tradução do texto e para a repro­dução das ilustrações poderá ser concedidase as condições do Artigo V quater ~rem

igualmente preenchidas.

8. (a) Unia licença para traduzir umaobra protegida pela presente Convenção,publicada em sua forma impressa ou sobformas análogas de reprodução, poderá sertambém concedida a uma entidade de ra­diodifusão que tenha sua sede no territó­rio de um Estado Contratante ao qual se~

aplica o parágrafo 1 do Artigo V bis, em,conseqüência de um pedido feito neste Es­tado pela referida entidade e nas seguin­tes condições:

(1) a tradução deve ser feita a partir deum exemplar produzido e adquirido em con­formidade com as leis do Estado Contra­tante;

(li) a tradução deverá ser utilizada so­mente em emissões dedicadas exclusivamen­te ao ensino e à difusão de informações decaráter científico destinadas aos peritos dedeterminada profissão;

iii) a tradução deverá ser utilizada, ex­clusivamente para os fins enumerados noinciso Oi) acima, por radiodifusão legal­mente feita e dirigida aos beneücíáríos noterritório do Estado Contratante, inclusivepor meio de gravações sonoras ou visuaisrealizadas licitamente e exclusivamente pa­ra a referida radiodifusão;

(Iv) as gravações sonoras ou visuais datradução somente podem ser objeto de tro­ca entre entidades de radiodifusão que te­nham sua sede no terrltórto do Estado Con-~tratante que concedeu tal licença;

(v) quaisquer das utilizações da traduçãodevem ser desprovidas de qualquer caráterlucrativo.

(b) Desde que todos os critérios e todasas condições relacionadas na letra (a) se­jam respeitados, uma licença poderá serigualmente concedida a uma entidade deradiodifusão para traduzir qualquer textoincorporado ou integrado a fixações audio­visuais feitas e publicadas com o único ob­jetivo de serem utilizadas para fins escola­res e universitários.

(c) Ressalvadas as disposições das alíneas(a) e (b), as demais disposições deste Artigoserão aplicáveis à outorga e ao exercício detal licença.

9. Ressalvadas as disposições deste Arti­go, qualquer licença concedida por força domesmo será regida pelo disposto no ArtigoV e continuará a ser regida pelas disposi­ções do Artigo V e pelas deste Artigo, mes­mo após o período de sete anos mencionadono parágrafo 2 do Artigo V. Entretanto, de­pois do fim desse período, o titular da li­cença poderá pedir que esta seja substituídapor uma licença regida exclusivamente peloArtigo V.

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Março de 1975

ARTIGO V quater1, Qualquer Estado Contratante ao qual

~e aplicar o parágrafo 1 do artig9 V bis po­derá adotar as seguintes disposições:

(a) Quando, ao término:(i) do período fixado na alínea (c) cal­

culado a contar da data da primeira publi­cação de uma edição determinada- de umaobra literária, cientifica ou artístíca men­cionada no parágrafo 3, ou

(ii) de qualquer período mais longo fixa­do pela legislação nacional do Estado, exem­plares dessa edição não tiverem sido pos­tos à venda, nesse Estado, para atender àsnecessidades quer do grande público, querdo ensino escolar e universitário, a um pre­ço comparável ao usual no referido Estadopara obras análogas, pelo titular do direitode reprodução ou com sua autorização,qualquer nacional desse Estado poderá ob­ter da autoridade competente uma licençanão exclusiva para publicar essa edição,pelo referido preço ou por preço inferior, pa­ra atender às necessidades do ensino esco­lar e universitário. A licença só poderá serconcedida se o requerente, em conformida­de com as disposições em vigor no Estado,justificar ter pedido ao titular do direito aautorização de publicar a referida obra e,após as devidas diligências de sua parte,não tiver podido encontrar o titular do di­reito de autor e obter a sua autorização. Aomesmo tempo que formular a petição, o re­querente deverá informar do fato, quer oCentro Internacional de Informações sobreo Direito de Autor, criado pela Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura, quer qualquer centronacional ou regional de informações men­cionado na alínea (d),

(b) A licença poderá também ser conce­dida nas mesmas condições se, durante umperíodo de seis meses, exemplares autori­zados da edição em apreço não forem maispostos à venda no Estado interessado paraatender, quer às necessidades do grande pú­blico, quer ao ensino escolar e universitário,por um preço comparável ao usual no Es­tado para obras análogas.

(c) O período ao qual se refere a alínea(a) será de cinco anos. Entretanto;. (i) para as obras de ciências exatas e na­turais e de tecnologia, o referido períodoserá de três anos;

(íf) para as obras que pertencem ao eam-• po da imaginação, tais como os romances,

as obras poéticas, dramáticas e musicais epara os livros de arte, o referido períodoserá de sete anos.

(d) Se o titular do direito de reproduçãonão tiver podido ser encontrado pelo reque­rente, este deverá endereçar, pelo correioaéreo, em sobrecarta registrada, cópias deseu pedido ao editor cujo nome figura naobra e a qualquer centro nacional ou re­gional de informação indicado como talem uma notificação depositada junto ao Di­retor Geral pelo Estado em que se 'presu­ma exercer o editor a maior parte de suasatividades profissionais. Na falta de tal no­tificação, ele endereçará igualmente umacópia ao Centro Internacional de Informa­ção sobre o Direito de Autor criado pela Or­ganização das Nações Unidas para a Edu­caÇão, a Ciência e a Cultura. A licença nãopoderá ser concedida antes da expiração deum prazo de três meses a contar da data

, de expedição das cópias do pedido.(e) Caso possa ser obtida ao término do

periodo de três anos, a licença poderá serconcedida nos termos deste Artigo somen­'te:

i) ao término de um prazo de seis mesesa contar do pedido de autorização mencío-

DUBlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

nado na alínea (a), ou, no caso de a iden­ttdade ou o endereço do titular do direitode reprodução não serem conhecidos, a con­tar da data da expedição das cópias do pe­dido mencionadas na alínea (d) a fim deobter a licença;

(li) se durante o referido prazo não tive­rem sido postos em circulação exemplaresda edição nas condições previstas na ali­nea (a).

(f) O nome do autor e o titulo da ediçãodeterminada da obra devem ser ímpressosem todos os exemplares da reprodução pu­blicada. A licença não será extensiva à ex­portação de exemplares e somente será vá­lida para a edição no ínteríordo territóriodo Estado Contratante em que tiver sido so­licitada. A licença não poderá ser cedida porseu beneficiário.

(g) A legislação nacional adotará medi­das apropriadas para assegurar uma repro­dução exata da edição em apreço.

(h) Uma licença para reproduzir e publi­car uma tradução de uma obra não seráconcedida, nos termos deste Artigo, nos ca­sos abaixo:

O) Quando a tradução de que se tratanão tiver sido publicada pelo titular do di­reito de autor ou com a sua autorização;

(ii) Quando' a tradução não estiver emuma língua ele uso geral no Estado que estáhabilitado a conceder a licença.

2. As disposições-que seguem se aplicamàs exceções previstas no. parágrafo 1 desteArtigo:

(a) Qualquer exemplar publicado em con­formidade com uma licença concedida porforça deste Artigo deverá conter uma men­ção na língua apropriada que especifiquehaver sido o exemplar posto em distribui­ção somente no Estado Contratante ao quala referida licença se aplica; se a obra levara menção indicada no parágrafo 1 do Artigorrr, os exemplares publicados deverão levara mesma menção.

(b) As disposições apropriadas serão to­madas no plano nacional a fim de que: -

O) a licença implique uma remuneraçãoequrtatíva e em conformidade com as ta­belas de remunerações normalmente pagasno caso de licenças livremente negociadasentre os interessados nos dois países inte­ressados;

(ii) a remuneração seja paga e remetida.Se existir uma regulamentação nacional re­ferente a divisas, a autoridade competentenão poupará nenhum esforço em recorreraos mecanismos internacionais, com a fina­lidade de assegurar a remessa da remune­ração em moeda internacionalmente con­versível ou seu equivalente.

(c) Cada vez que exemplares de uma obraforem colocados à venda no Estado Contra­tante, quer para atender às necessidades dogrande público, quer para fins escolares euniversitários, pelo titular do direito de re­produção ou com sua autorização, por umpreço comparável ao usual no Estado paraobras análogas, qualquer licença concedidapor força deste Artigo caducará se essa edi­ção for feita na mesma língua que a ediçãopublicada por força da licença e se seu con­teúdo for essencialmente o mesmo. Os exem­plares já produzidos antes do fim da licen­ça poderão continuar a ser postos em cir­culação até seu esgotamento.

(d) A licença não poderá ser concedidaquando o autor tíver retirado de circulaçãotodos os sxerspíares de uma edição,

3. <a) Ressalvadas as disposições daalínea (b), as obras Iíterárías, cientificas

Terça-feira '" 0031

ou artístícas às quais se aplica este Artigosão limitadas às obras publicadas sob for­ma de edição impressa ou sob qualquer ou­tra forma análoga de reprodução.

(b) Este Artigo é igualmente aplicável àreprodução audiovisual de fixações audio­visuais lícitas, na medida em que constituí­rem ou incorporarem obras protegidas,assim como à tradução do texto, que osacompanha, em uma lingua de uso geralno Estado que está habilitado a concedera licença, ficando bem entendido que asfixações audiovisuais em apreço deverãoter sido concebidas e publicadas unicamen­te para fins escolares e universitários.

ARTIGO VIPor "publicação", no sentido que lhe é

atribuído pela presente Convenção, deveentender-se a reprodução material e a co­locação à disposição do público de exem­plares da obra que permitam lê-la ou to­mar dela conhecimento visual.

ARTIGO VIIA presente Convenção não se aplicará às

obras, nem aos respectivos direitos, desdeque, à data da entrada em vigor da Con­venção no Estado Contratante em que aproteção for reclamada, se verifique quetais obras deixaram definitivamente de serprotegidas no referido Estado ou que nuncao chegaram a ser.

ARTIGO VIII1. A presente Convenção, datada de 24

de julho de 1971, será depositada junto aoDiretor-Geral e ficará aberta à assinaturade todos os Estados-membros da Conven­ção de 1952, durante um período de 120dias a contar da data da presente Con­venção. Será submetida à ratificação ou àaceitação dos Estados signatários.

2, Poderá aderir à presente Convençãoqualquer Estado que não a tenha assinado.

S. A ratificação, a aceitação ou a ade­são efetuar-ss-ão pelo depósito de instru­mento ad-hoc junto ao Diretor-Geral.

ARTIGO IX1. A presente Convenção entrará em vi­

gor três meses depois de feito o depósito dedoze instrumentos de ratificação, de acei­tação ou de adesão.

2. A segurr, a presente Convenção en­trará em vigor, para cada Estado restante,três meses após o depósito do instrumentode ratificação, de aceitação ou de adesãoespecial por parte desse Estado.

3. A adesão à presente Convenção deum Estado que não seja parte na Conven­ção de 1952 constitui também uma adesãoà referida Convenção; no entanto, se seuinstrumento de adesão for depositado an­tes da entrada em vigor da presente Con­venção, este Estado poderá subordinar suaacesâo à Convencão de 1952 à entrada emvigor da presente Convenção. Depois daentrada em vigor da presente Convenção,nenhum Estado poderá aderir exclusiva­mente à Convenção de 1952.

4. As relações entre os Estados Partesna presente Convenção e os Estados Partesna Convenção de 1952 serão regidas pelaConvenção de 1952. Entretanto, qualquerEstado que' seja Parte somente na Conven­ção de 1952 poderá declarar, por meio deuma notificação depositada junto ao Di­retor-Geral, que admite a aplicação daConvenção de 1971 às obras de seus nacio­nais ou publicadas pela primeira vez emseu território por qualquer Estado Parte napresente- Convenção.

ARTIGO X1. Os Estados Contratantes comprome­

tem-se a adotar, em conformidade com o

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to'32 ~rerça -feira 4

díspostc nas suas respectivas Constituições,as medidas necessárias para assegurar aaplicação da presente Convenção.

2. E'ica entendido que, à data em que apresente Convenção entrar em vigor paraum Estado, o referido Estado deverá estarhabilitado pela legislação nacional a apli­car as disposições da presente Convenção.

ARTIGO XI

1. É criado um Comitê Iritergovcrna­mental com as seguintes atribuições: ".

(a) estudar os problemas relativos àaplicação c ao funcionamento da Conven­ção Universal;

(b) preparar as revisões pcríóníeas damesma Convenção;

(c) estudar quaisquer outros problemasrelativos à proteção internacional do ji­reito de autor, em eolaboracão com os di­versos organismos ínternaclonaís interes­sados, especialmente com a Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura, a União Internacionalpara a Proteção das Obras Literárias e Ar­tístícas e a Organização dos Estados Ame­ricanos;

(d) informar os Estados participantes naConvenção Universal acerca dos seus tra­balhos.

2. O Comitê é composto pelos represen­tantes dos 18 Estados Partes na presenteConvenção ou somente na Convenção de1952.

3. O Comitê é designado levando emconta um justo equüíbrío entre os interes­ses nacionais com base na situação geográ­fica da população, nas línguas e no grau dedesen volvtmento.

4. O Diretor-Geral da Organização dasNações Unidas para a Edueação, a Ciênciae a Cultura, o Diretor-Geral da Organiza­ção Mundial da Propríedade Intelectual eo Secretário-Geral da Organização dos Es­tados Americanos podem assIstir às sessõesdo Comitê em caráter consultivo.

ARTIGO XII

O Comitê Intergovernamental convocaráconferências de revisão sempre que julguenecessário. ou quando a convocação for pe­dida, pelo menos, por dez Estados Partes napresente Convencão.

AaTIGO XIII

1. Cada Estado Contratante, por oca­sião do depósito de seu instrumento de ra­tificação, de aceítacão ou de adesão ouui ,e1'1 ormente, pode declarar, por notIfica­ção dirigida ao Direbor-Geral, que a pre­sente Convenção se aplicará a todos ou aparte dos países ou territórios por cujas re­lacões exteriores ele é responsável; nestecaso, a Convenção aplicar-se-á aos paísesou territórios designados na notificação apartir do fIm do prazo de três meses previs­to no Artigo IX. Na falta da referida noti­ficação, a presente Convenção não se aplí­eará aos respectivos países ou territórios.

2. Entretanto, este Artigo não poderiaem caso algum ser interpretado de rormaa implicar o reconhecímento ou fi, aceita­ção tácita, por qualquer dos Estados Con­tratantes, da situação de fato de qualquerterritório ao qual a presente Convenção seaplicará por um outro Estado Contratantepor força deste Artigo.

ARTIGO XIV1. A todos os Estados Contratantes é re­

conhecida a faculdade de denunciar a pre­sente Convenção em seu próprio nome ouem nome de todos ou de parte dos naísesou territórios que tenham constituído 00-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

jeto da notificação prevista no Artigo XIII.A denúncia aplícar-se-á também à Con­venção de 1952.

.2. A denúncia não produzirá efeito se­não em relação ao Estado, ou ao 'pais outerritório, em nome do qual ela tenha sidoapresentada e somente dose meses depoisda data em que a notificação haja sido re­eebída.

ARTIGO XV

Quaisquer lítigios entre dois ou mais Es­tados oontratantes relativos à interpreta­ção ou à aplicação da presente oonvencão.,que não sejam resolvidos por via de nego­ciação, serão submetidos à Corte Interna­cional de Justiça para que esta decida, amenos que os Estados interessados conve­nham em outra forma de solução.

ARTIGO XVI1. A presente Convançâo será redigida

em francês, em inglês e em espanhol, ostrês textos serão assinados e farão igual­mente fé.

2. Depois de consulta aos Governos in­teressados, serão redigidos pelo Diretor­Geral textos ofieiais da presente Convençãoem alemão, em árabe, em italiano e emportuguês.

3. Qualquer Estado Contratante ougrupo de Estados Contratantes poderá fa­zer elaborar pelo Diretor-Geral, de acordocom o mesmo, outros textos em língua desua escolha.

li. Todos esses textos serão anexos aotexto assinado da presente Oonvençâo.

ARTIGO XVII

1. A presente Convenção em nada afe­ta as disposições da Convenção de Bernapara a Proteção das Obras Literárias e Ar­tísticas, nem obsta a .que os Estados con­tratantes pertençam à União criada poresta última Convenção.

2. Para efeitos de aplicação do parágra­fo precedente. uma Declaração é anexada aeste Artigo e fará parte integrante da pre­sente Convenção para os Estados vincula­dos pela oonvencao de Berna à data de1.° de janeiro de 195.í ou que a ela tenhamaderido ulteriormente. A assinatura dapresente Convenção pelos Estados acimamencionados vale como assinatura da re­ferida Declaração. A ratificação ou aceita­ção da presente oonvencão, ou qualqueradesão à mesma, pelos referidos Estados,vale igualmente como ratificação, aceita­ção da dita Declaração, ou adesão à mesma.

ARTIGO XVIIIA presente Convenção não revoga as

Convencões ou Acordos multilaterais ou bi­laterais 'sobre direitos de autor que vigo-remou venham a vigorar entre duas ou maisRepúblicas americanas, e exclusivamenteentre elas. Em caso de divergência, querentre as disposições de uma dessas Conven­ções ou de um desses Acordos em vigor eas disposições da presente Convenção, querentre o disposto na presente Convenção eo preceituado em qualquer nova.oonvençãoou Acordo que venha a ser celebrado entreduas ou mais Repúblicas americanas depoisda entrada em vigor da presente Conven­ção. prevalecerá entre as partes a Conven­ção ou o Acordo mais recente. Não sãoatingidos os direitos adquiridos sobre umaobra em virtude de Convencões ou Acor­dos em vigor em qualquer' dos Estadosoontratantes em data anteríor à da en­trada em vigor da presente Convenção noreferido Estado.

ARTIGO XIX

A presente Convenção não revoga as COn­venções ou Acordos multilaterais eu bilate-

Março de 1975

raís sobre direitos de autor em vigor entredois ou mais Estados Ccrrtratarrtca. Em casode divergência entre disposições de umadessas Convenções ou Acordos e o precei­tuado na presente Convenção, prevalecerãoas disposições da presente Convenção. Nãoserão afetados 011 direitos adquiridos sobrequalquer obra por força de convenções ouacordos vigentes em qualquer dos EstadosContratames em data anterior à entradaem vigor da presente Convençâo no referidoEstado. Este Artigo em nada afeta as dis­posições dos Artigos XVII e XVIII.

ARTIGO :xxNão se admitem reservas a esta Convenção.

ARTIGO XXI

1. O Diretor Geral enviará cópias devi­damente certificadas da presente Conven­ção aos Estados interessados assim como aoSecretário Geral das' Nações Unidas, paraefeito de registro que a este compete efe­tuar.

2. Além disso, o referido Diretor Geralinformará todos os Estados interessadosacerca do depósito dos instrumentos de ra­tificação, de aceitação ou de adesão, dadata de entrada em vigor da presente Con­venção, das notifieações previstas na pre­sente Convenção e das denúncias previstas ~no Artigo XIV.

DECLARACAO ANEXARELATIVA AO ARTIGO XVII

Os Estados membros da União Interna­cional para a Proteção das Obras Literáriase Artístteas (abaixo denominados "a Uniãode Berna"), Parte na presente ConvençãoUniversal,

Desejando estreitar as suas relaeões reci­procas, em conformídade com a dita União,e evitar todos os conflitos que possam re­sultar da coexístêncta da convenção deBerna e da Convenção Universal sobre oDireito de Autor,

Reconhecendo a necessidade temporária,para certos Estados, de adaptar seu grau làeproteção do direito de autor ao seu nível dedesenvolvimento cultural, social e econômi­co.

Aceitaram, de comum acordo, os terlllQSda seguinte declaração: ,

(a) Ressalvadas ás disposições da alínea(b) , as obras que, nos termos da Convenção4de Berna. têm como país de origem um pais,que haja abandonado, depois de 1.0 de ja­neiro de 1951. a União de Berna não serãoprotegidas pela Convenção Universal sobreo Direito de Autor nos países da União deBerna;

n» Caso um' Estado Contratante sejaconsiderado como sendo um pais em vias dedesenvolvimento, em conformidade com aprática estabelecida na Assembléia Geralds Nações Unidas, e tenha depositado jun­to ao Diretor Geral da Organizacão dasNaeões Unidas para a Educação, a 'Ciênciae a Cultura, no momento de sua retiradada trníão de Berna, uma notificação pelostermos da qual ele declara que se conside­ra como pais em vias de desenvolvimentoas disposições da alínea (a) não se aplica':rão durante o tempo em que esse Estadnpossa, em conformidade com as disposi­ções do artigo V bis, prevalecer-se dasexceções previstas pela presente Oonven-~o; .

(c) A Convenção Universal sobre o DI­reito de Autor não será aplicável, nas rela­ções entre os países vinculados pela Con­venção de Berna, no que se refere à prote­ção das obras que, nos termos da rererfdaConvenção de Berna, tenham como pais deorigem um dos países da Uuiãe de Berna.:

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DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)Março de 1975

RESOLUÇAO CONCERNENTEAO ARTIGO XI

A Conferência de revisão da ConvençãoUniversal sobre o Direito de Autor,,

Tendo considerado as questões relativasao Comitê Intergovernamental previsto noArtigo XI da presente Convenção, à qualficará anexada a presente resolução,

adota as seguintes decisões:

. 1. Os primeiros membros do Comitê se­rão os representantes dos doze Estadosmembros do oomíté Intergovernamentalcriado nos termos do Artigo XI da Conven­ção de 1952 e da resolução que lhe 'foi ane­xada e, além disso, representantes dos se­guintes Estados: Argélia, Austrália, Japão,México, Senegal, Iugoslávia.

2. Os Estados que não são Partes naConvenção de 1952 e que não tiverem aderi­do à presente Convenção antes da primei­ra sessão ordinária do Comitê que se .seguírà entrada em vigor da presente Convençãoserão substituídos por outros Estados queserão designados pelo Comitê, por ocasiãode sua primeira sessão ordtnária, em con­formidade com as disposições dos parágra­fbs 2 e 3 do artigo XI.

. :3. A contar da entrada, em vigor da.presente Convenção, o Comitê previsto noparágrafo 1 será considerado corno constí­tuido em conformidade com o Artigo XI dapresente convenção;

4. O Comitê realizará uma primeira ses­são no prazo de um ano a partir da entradaem vigor da presente Convenção; ulterior­mente, o Comitê reunir-se-á em sessão or­dinária ao menos uma vez cada dois anos;

5. O Comitê elegerá um presidente edois více-tpresíderrtes. Elaborará seu regula­mento interno inspirando-se dos seguintesprincípios:

(a) A duração normal do mandato dos'representantes será de seis anos, renovan­do-se, de dois em dois anos, a terça partedo Comitê, ficando entretanto bem enten­dido que os primeiros mandatos expirarãoà razão de um terço no fim da segunda ses­são ordinária do Comitê que seguirá a en­trada em vigor da presente Convenção, um.outro terço no fim de sua terceira sessãoordinária e o terco restante no fim de suaquarta sessão ordinária.

. (b) As disposições que. regem o processo_Il'egundo o qual o Comitê proverá aos cargosvacantes, a ordem de expiração dos manda­tos, o direito à reeleição e os processos paraa eleição deverão respeitar um equilíbrio"entre a nec~ssidade de uma con_tinuidadena composícao e a de uma rotação na re­presentação, assim como as considerações'mencionadas no parágrafo 3 do Artigo XI.

: Exprime o voto de que a Organização dasNações Unidas para a Educação. a Ciência ea Cultura se incumba da organização doSecretariado do Comitê.

EM F1l: DO QUE, os abaixo assínados, ten­do depositado seus respertívos Plenos Po­deres, assinaram a presente Convenção.

~. Feito em Paris, aos vinte e quatro de-,julho de mil novecentos e setenta e um,-em um único exemplar.

PROTOCOLO ANEXO 1.A convenção universal para a' proteção do

direito de autor, revista em París, a 24 dejulho de 1971, relativo à pr.oteção dasobras dos apátl'idas e dos refugiados.

Os Estados Partes na Convenção Univer­~Bal para a Proteção do Direito de Autor, re­~vista em Paris, a 24 de julho de 1971 (a se­guir desígnnda simplesmente por "Conven-

ção de 1971") e que forem Partes no presen­te Protocolo,

Acordam nas seguíntes disposições:

1. Os apátridas e os refugiados, que te­nham sua residência habitual em um dosEstados Contratantes, são equiparados, pa­ra a Jlplicação da Convenção de 1971, aosnacionais desse Estado.

2. (a) O presente Protocolo será assi­nado e submetido à ratificação ou <t aceita­ção dos Estados signatários, e poderá rece­ber a adesão de outros Estados, de acordocom as disposições do Artigo VIII da Con­venção de 1971.

(b) O presente Protocolo entrará em vi­gor, para cada Estado, na data do depósitodo respectivo instrumento de ratificação,ou adesão, desde que esse Estado seja Partena Convenção de 1971.

(c) Na data de entrada em vigor do pre­sente Protocolo para um Estado que nãoseja Parte do Protocolo Anexo I à Conven­ção de 1952, este último será consideradoem vigor para o referido Estado.

EM FÊ DO QUE, os abaixo assinados, de­vidamente autorizados, assinaram o presen­te Pro toeolo.

Feito em Paris, aos vinte e quatro dejulho de 1-971, em francês, inglês e espanhol,os três textos fazendo igualmente fé, em umúnico exemplar, que será depositado juntoao Diretor-Geral, da Organizaçãe das Na­ções Unidas para a Educação, a Ciência e aCultura, o qual enviará uma cópia confor­me e certificada aos Estados signatários,assim como ao Secretário-Geral das NacõesUnidas, para o devido registro, a, cargo des­te último.

PROTOCOLO ANEXO 2"

A convenção universal para a proteção dodireito de autor, revista em Paris, a 24 dejulho de 1971, relativo à aplrcação da con­venção às obras de diversas organízaçõesinternacionais

Os E:stados Partes na oonverrc'io Univer-. sal à Proteção do Direito de Autor, revistaem Paris a 24 de julho de 1971 (a seguirdesignada simplesmente por "Convenção delf'71") e que forem Partes no presente Pro­tocolo,

Acordam nas seguintes disposições:

1. (a) A proteção prevista no parágra­fo 1 do Artigo II da Convenção de 1971 apli­ca-se às obras publicadas pela primeira vezpela Organização das Nações Unidas, pelasInstituições especializadas ligadas às Na­ções Unidas ou pela organização dos Esta­dos Americanos;

(b) Do mesmo modo, a proteção previs­ta no parágrafo 2 do Artigo II da oonverr­çáo de 1971 aplica-se às mencionadas Orga­nizações ou Instituições.

2. (a) O presente Protocolo será assi­nado e submetido à ratificação ou à aceita­ção pelos Estados signatários, e a elepoderão aderir outros Estados, conforme asdíspoaícões do Artigo VIII da Convenção de1971,

(b) O presente Protocolo entrará em vi­gor para cada Estado na data do depósitodo respectivo instrumento de ratificação,aceitação ou adesão, desde que esse Estadojá seja Parte na Convenção de 1971.

EM FÊ DO, QUE, os abaixo assinados, de­vidamente autorizados, assinaram o presen­te Protocolo.

Feito em Paris, aos vinte e quatro de julhode 1971, em francês, inglês e espanhol, ostrês textos fazendo igualmente fé, em umexemplar único que será depositado juntodo Diretor-Geral da Organização das Na­ções Unidas para a .Educação, a ciência e

Terça-feira 4 1lO3S

a Cultura, que envdará cópia conforme ecertificada aos Estados sígnatáríos, assimcomo ao Secretário-Geral das Nações Uni­das, para o devido registro, a cargo desteúltimo.

MENSAGEM N.O 25, DE 1975

(Do Poder Executivo)

Submete à consideração do CongressoNacional .0 textll da Convenção para aoProteção dos Produtores de Fonogra­mas contra a Reprodução Não Autol'Í­zada de seus Fonogramas, aprovada a29 de outubro de 1971, e firmada peloBrasil por ocasião da Oonferênera In­ternacional de Estados sobre a Prote­ção dos Fonogramas, realizada em Ge­nebra, de 18 a 29 de outubro de 1971.

(Às Comissões de Relações Exteriores,de ::lollstltuição e Justiça e de Edu­cação e Cultura).

E:Kcelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

De conformidade com o disposto no Ar­tigo 44, item I, da Constituição Federal,tenho a honra de submeter a elevada con­sideração de Vossas Excelências, acompa­nhado de Exposiçáo de Motivos do SenhorMimstro de Estado das Relações Extel'íores,o texto da "Convenção para a Proteção dosProdutores de Fonogramas contra a Repro­dução Não Autorizada de seus Fonogramas,aprovada a 29 de outubro de 1971, e nrma­da ,pelo Brasil por ocasião da ConferênciaInternacional de Estados sobre a Proteçãodos Fonogramas, realizada em Genebra, de18 a 29 de outubro de 1971".

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975.Ernesto Geisel.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N.o .........•DCTEU/DAI/025/640 A lOO), DE 30 DEJANEIRO DE 1975, DO SENHOR MINiS­TRO DE ESTADO DAS RELAÇõES EX­TERIO:RES

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Ernesto Geisel,Presidente da República.

Senhor Presrdente, .

. Corno é do conhecimento de Vossa Exce­lência, a Delegaçao do Brasil à Conterencrade ~s-tados sobre Proteção de F'onogramas,realIzada em Genebra,' de 18 a 29 de outubrode 1971, assinou a Convenção para a Prote­çao dos Produtores de Fonogramas contra aReprodução Não Autorizada de seus Fono­gramas.

2. Trata-se de instrumento que certa­mente _contrmuírá para propiciar adequadaproteção aos produtores de programas au­tores, artistas, intérpretes ou execut~ntescontra a reprodução rhcíta de fi:Kações so­noras, já tendo sido ratificado pelos seguin­tes países: República Federal de AlemanhaArgentina, Austrália, Equador, Espanha, Es~tados l:!nidos da América, Finlândia, Fran­ça, Grà-Bretariha, Índia, México, MônacoSuécia e 'Fidji. '

3. À legislação nacional é reservado odireito de determinar os meios pelos quaisa Convenção será aplicada, assim como aduração da proteção outorgada e sua exten­são aos artistas intérpretes ou executantes,

4. A revisão a que se submeteu a legis­lação interna brasrleíra sobre direitos au­torais, revisão consubstancíada na LeI n. o5.988, de 14 de dezembro de 1973, em nadaconflita com o texto da presente Conven­ção, conforme parecer do Ministro da Jus­tiça constante do Aviso n.O 704, de 4 dedezembro de 1974, do Senhor Ministro Ar­mando Falcão ao Senhor Ministro Chefe doGabinete Civil da Presidência da República.

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DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

5. A. questão relativa à proteção de fo­nogramas já fora tratada na Convenção deRoma, de 26 de outubro de 1961, da qual oBrasil é parte. Entretanto, por sua comple­xídade, essa Convenção reuniu, até agora,poucas adesões. De qualquer modo, a Con­venção de Genebra, ora submetida, em na­da impede uma aceitação mais ampla daConvenção de Roma.

6. Permito-me pois encarecer a conve­niência de que o Governo brasileiro ratifi­que a presente Convenção. Para tanto é ne­cessário a prévia aprovação do CongressoNacional, conforme os termos do artigo 44,inciso 1, da Constituição Federal.

7. Destarte, tenho a honra de submeterprojeto de mensagem presidencial, para queVossa ]iJxcelência, se assim houver por bem,encaminhe o anexo texto do instrumento àaprovação do Poder Legislativo.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa gxcelência, Senhor Presidente, os pro­testos do meu mais profundo respeito. ­Azeredo da Silveira.

CONV.ftJNÇãO PARA A PROTEÇãO DOSPRODUTORES DE FONOGRAMAS CON­TRA A REPRODUÇãO NãO AUTORIZA­DA,.DEl SEUS FONOGRAMAS

Os Estados Contratantes,Preocupados pela expansão crescente da

reprodução não autorizada dos fonogramase pelo prejuízo que disso resulta para os in­teresses dos autores, dos artistas intérpre­tes ou executantes e dos produtores de fo­nogramas;

Convencidos de que a proteção dos produ­tores ele fonogramas contra tais atos servi­rá igualmente os interesses dos artistas in­térpretes ou executantes e dos autorescujas execuções e obras são gravadas nosreferidos fonogramas;

Reconhecendo o valor dos trabalhos rea­lizados neste campo pela Organização dasNações Unidas para a Educação, a Ciênciae a Cultura e a Organização Mundial daPropriedade Intelectual;

Ciosos de não trazer prejuízo de maneiraalguma às convenções internacionais emvigor e, especialmente, de não impedir emnada uma aceitação mais ampla da Con­venção de Roma de 26 de outubro de 1961,que outorga uma proteção aos artistas in­térpretes ou executantes e aos órgãos deradiodifusão, tanto quanto aos produtoresde fonogramas;

Convieram no seguinte:ARTIGO 1

Para os fins da presente Convenção, en­tende-se por:

a) "fonograma", qualquer fixação exclu­sivamente sonora dos sons provenientes deuma execução ou de outros sons;

b) "produtor de fonogramas", a pessoafísica ou moral que, em primeiro lugar, fixaos sons provenientes de uma execução oude outros sons;

c) "cópia", um suporte que contém sonscaptados direta ou indiretamente de umfonograma e que incorpora a totalidade ouuma parte substancial dos sons fixados noreferido fonograma;

d) "distribuição ao público", qualquer atoato cujo objeto é oferecer cópias, direta ouindiretamente, ao público em geral ou aqualquer parte do mesmo,

ARTIGO 2

Cada E.stado Contratante se comprometea proteger os produtores de fonogramas quesão nacionais dos outros Estados Contra-

tantes contra a produção de copras feitassem o consentimento do produtor e contraa importação de tais cópias, quando a pro­dução ou a importação é feita tendo emvista uma distribuição ao público, assimcomo a distribuição das referidas cópias aopúblico.

ARTIGO 3

São reservados à legislação nacional dosEstados Contratantes os meios pelos quaisa presente Convenção será aplicada, e quecompreenderão um ou vários dos seguintesmeios: a proteção pela outorga de um di­reito de autor ou de um outro direito espe­cifico; a proteção mediante a legislaçãorelativa à concorrência desleal; a proteçãomediante sanções penais.

ARTIGO 4

I!: reservada à legislação nacional dos Es­tados Contratantes a duração da proteçãooutorgada. Entretanto, se a lei nacionalprevê uma duração especifica para a pro­teção, esta duração não deverá ser inferiora vinte anos, a contar do término, quer doano no curso do qual os Sf us incorporadosno fonograma foram fixados pela prímsíravez, quer do ano no curso do qual o fono­grama foi publicado pela primeira vez.

ARTIGO 5

Quando um Estado Contratante exígir,por força de sua legislação nacional, o cum­primento de certas formalidades como con­dição da proteção dos produtores de fono­gramas, essas exígêneías serão consideradascomo tendo sido satisfeitas se todas as có­pias autorizadas do fonograma que foremdistribuidas ao público, ou o invólucro queas contiver, levarem uma menção constituí­da pelo símbolo (P) acompanhado da indi­cação do ano da primeira publicação, apos­ta 'de modo a indicar claramente que aproteção foi reservada; se as cópias, ou seuinvólucro, não permitirem identificar o pro­dutor, seu representante ou titular da li­cença exclusiva (mediante nome, marca ouqualquer outra designação apropriada), amenção deverá incluir 'igualmente o nomedo produtor, de seu representante ou do ti­tular da licença exclusiva.

ARTIGO 6

Qualquer -Estado Contratante que assegu­re a proteção mediante direito de autor oude outro direito especifico, ou ainda me­diante sanções penais, pode, em sua legisla­ção nacional, incluir limitações à proteçãodos produtores de fonogramas. semelhantesàquelas admitidas para a proteção dos au­tores de obras literárias ou artísticas. En­tretanto, nenhuma licença obrigatória po­derá ser prevista. salvo se forem cumpridasas seguintes condições:

a) a reprodução destinar-se-á !UI uso ex­clusivo do ensíno ou da pesquisa científica;

b) a licenca somente será válida para areprodução no terrítórío do Estado Contra­tante cuja autoridade competente outorgoua licença e não se estenderá à exportaçãodas cópias;

c) a reprodução, feita em conformidadecom a licença, dará direito a uma remune­ração equitativa, que será fixada pela re­ferida autoridade levando em conta, entreoutros elementos, o número de eóplas queserão realizadas.

ARTIGO 71) A presente Convenção não pode de

modo algum ser interpretada no sentido deestabelecer limitação ou causar prejuízo àproteção outorgada aos autores, produtoresde fonogramas ou aos órgãos de radiodifu­são, em virtude de leis nacionais ou de con­venções ínternacíonaís,

2) A legislação nacional de cada EstadoContratante determinará, caso seja neces­sário, a extensão da 'proteção outorgada aosartistas intérpretes ou executantes cujaexecução é fixada num fonograma, assímcomo as condições sob as quais poderão go­zar de tal proteção.

3) Nenhum Estado Contratante estáobrigado a aplicar as disposições da presen­te Convenção em relação aos fonogramasfixados antes da entrada em vigor desta úl­tima para o Estado em apreço.

4) Qualquer Estado cuja legislação na­cional em vigor na data de 29 de outubrode 1971 assegurar aos produtores de fono­gramas uma proteção estabelecida unica­mente em função do lugar. da primeira fi~

xacão pode, mediante notificação deposita­da junto ao Diretor-Geral da OrganizaçãoMundial da Propriedade Intelectual, decla­rar que aplicará aquele critério em lugar dorelacionado COm a nacionalidade do pro­dutor.

ARTIGO 8

1) A Secretaria Internacional da orga­nizacão Mundial da Propriedade Intelec­tual 'reunirá e publicará as informações re-,Iatívas à proteção dos fonogramas. TodoEstado Contratante remeterá à SecretariaInternacional logo que possível, o texto dequalquer lei 'nova, assim como quaisquertextos oficiais relativos à matéria.

2) A Secretaría Internacional propor­cionará a qualquer Estado Contratante, aseu pedido, informações relativ~s a que~tõesreferentes à presente. Convençao; realizaráigualmente estudos e fornecerá serviços des­tinados a facilitar a proteção prevista pelaConvenção.

3) A Secretaria Internacional exerceráas funcões enumeradas nos parágrafos 1) e2) acima, em colaboração. para as questõesde suas respectivas competências, com aOrganização das Nações Unidas para aEducacão a Ciência e a Cultura e a 01'­ganizaçã~ Internacional do Trabalho.

ARTIGO 9

1) A presente Convenção será deposita­da [unto ao Secretário-Geral da organiza­ção das Nações Unidas. Até a data de aode abril de 1972, permanecerá aberta à as­sinatura de qualquer Estado-membro daOrganização das Nações Unidas, de uma dasInstituições especializadas vinculadas à Or­ganização das Nações Unidas ou da Agên­cia Internacional de Energia Atômica, ouparte do Estatuto da Corte Internacionalde Justiça.

2) A presente Convenção será submetid~à ratificação ou à aceitação dos Estados sig­natários. Estará aberta à adesão de qual­quer Estado mencionado no parágrafo 1)deste Artigo.

3) Os instrumentos de ratificação, acei­tação ou adesão serão depositados junto aoSecretário-Geral da Organização das NaçõesUnidas.

4) Fica estabelecido que um Estado,desde o momento em que se vincular pelapresente Convenção, deverá estar em condi­ções de, em conformidade com sua legisla­ção interna, executar as disposições daConvenção.

ARTIGO 10

Nenhuma reserva é admitida à presente,Convenção.

ARTIGO 11 J

1) A presente Convenção entrará em vi':gor três meses após o depósito do quintoinstrum'ento d-e ratificação, aceitação OUadesão.

Page 11: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04MAR1975.pdfANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I

Março de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONÁL (Seção I) Terça-feira 4, 0035

2) Em relação a qualquer Estado que ra­tifique ou aceite a presente COnvenção oua ela adira após o depósito do quinto íns­trnmentc de ratificação, aceitação ou ade­são, a presente Convenção passará a vigo­rar três meses após a data em que o Dire­tor-Geral da Organização Mundial da Pro­priedade Intelectual informar os Estados,em conformidade com o Artigo 13, parágra­fo 4), do depósito de seu instrumento.

3) Qualquer Estado pode, por ocasíão daratificação, aceitação ou adesão, ou emqualquer época ulterior, declarar, mediantenotificação dirigida ao secretáriO-Geral daOrganização das Nações Unidas, que a pre­sente Convenção se aplica ao conjunto ou aqualquer dos terrítôríos por cujas relaçõesinternacionais ele é responsável. Essa notí­ficacão entrará em vigor três meses depoisda data de seu recebimento.

4) Entretanto, o parágrafo precedentenão poderá em caso algum ser interpreta­do de maneira que implique o reconheci­mento ou a aceitação tácita, por qualquerdos Estados contratantes, da situação defato de qualquer terrttórío ao qual a pre­sente Oonvenção se aplicará, por iniciativade outro Estado Contratante, por força doreferido parágrafo.

ARTIGO 121) Qualquer Estado COntratante terá a

faculdade de denunciar a presente Oonven­ção quer em seu próprio nome, quer em no­me de um ou da totalidade dos territóriosmencionados no Artigo 11, parágrafo 3),mediante notificação por escrito dirigida aoSecretário-Geral da Organização das Na­ções Unidas.

2) A denúncia terá efeito doze meses de­pois da data em que o Secretário-Geral daOrganização das Nações Unidas receber anotificação.

ARTIGO 131) A presente COnvenção é assinada, em

um único exemplar, nas Iínguas inglesa. es­panhola, francesa e russa, os quatro textosfazendo igualmente fé.

2) Textos oficiais serão elaborados peloDiretor-Geral da organização Mundial dapropriedade Intelectual, depois de consul­tar os GOvernos Interessados, nas línguasalemã. árabe, italiana, neerlandesa e por­tuguesa.

3) O secretãrto-oerat da Organização-das Nações Unidas notificará ao Diretor­Geral da Organização Mundial da Proprie-_dade Intelectual ao Diretor-Geral da Orga­nízacâo das Nações Unidas para a Educação,a Ciência e a Cultura e ao Diretor-Geral daRepartição Internac10nal do Trabalho:

a) as assinaturas à presente Oonvenção;b) o depósito dos instrumentos de ratifi­

cação, aceitação ou adesão;c) a data da entrada em vigor da pre­

sente Convenção;d) qualquer declaração efetuada por for­

ça do Artigo 11, parágrafo 3;e) o recebimento das notificações de

denúncia./ 4) O Diretor-Geral da Organização Mun­dial da Propriedade Intelectual informaráos Estados mencionados no Artigo 9, pará­grafo 1 das notificações recebidas em de­corrência do parágrafo precedente, assimcomo das declarações efetuadas por forçado Artigo 7, parágrafo 4). Transmitirá,igualmente, as referidas declarações ao rJi­retor-Geral da Organização das NaçõesUnida,s para a Educação, a Ciência e aOultura e ao Diretor-Geral da RepartiçãoInternacional do Trabalho.

5) O Secretário-Geral da organização- das Nações Unidas fornecerá dois exempla­res conformes e autenticados da presente

.Convenção aos Estados mencionados no Ar­tigo 9, parágrafo 1) ,

EM Flil DO QUE, os abaixo assinados, de­vidamente autorizados, firmaram a presen­te Convenção.

FEITO em Genebra, aos vinte e nove deoutubro de 19'71.

MENSAGEM N.o 26, de 1975(Do Poder Executivo)

Submete à consideração do Congres­so Nacional o texto da Oonvenção so­bre o Comércio Internacional das Es­pécies da Flora e Fauna Selvagens emPerigo de Extinção, concluída em Wa­shington a 3 de março de 1973 e assi­nada pelo Brasil na mesma data,

(As Comissões de Relações Exterio­res, de Constituição e Justiça e deAgricultura e Política Rural.)

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Tenho a honra de submeter à alta con­sideração de Vossas Excelências, de con­formidade com o disposto no Artigo 44,item I, da Constituição Federal, o texto da"Convenção sobre o Comércio Internacio­nal das Espécies da Flora e Fauna Selva­gens em Perigo de Extinção, concluída emWashington a 3 de março de 1973 e assi­nada pelo Brasil na mesm,a data".

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975. ­Ernesto Geisel.

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS .DNU/DAI/DPB/003/650.3(008), DE 8 DEJANl~IRO DE 1975, DO MINISTÉRlODAS RELAÇõES EXTERIORES.

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Ernesto Geisel, Presí­dente da República.

Senhor Presidente,Tenho a honra de submeter à alta apre­

ciação de Vossa Excelência a Convençãosobre Comércio Internacional das Espé­cies da Flora e Fauna Selvagens em Perigode Extinção, concluída em Washington a3 de março de 1973 e assinada pelo Brasilna mesma data.

2. A questão da regulamentação do co­mércio internacional de espécies da florae fauna ameaçadas de extinção foi, noâmbito das Nações Unidas, consideradainicialmente pela Conferência sobre oMeio Ambiente, realizada em Estocolmo, em1972. Entre os princípios então aprovados,ficaram explícitas as idéias de que os recur­sos naturais da terra, inclusive da flora eda fauna, devem ser protegidos para o be­nefício das gerações presente e futuras; deque o homem tem responsabilidade especí­fica de proteger e utilizar com sabedoria aherança da vida selvagem e de-seu habitat,atualmente sob graves ameaças de extinçãopor uma combinação de fatores adversos ede que a proteção e a melhoria ambientale questões correlatas deveriam ser tratadas,internacionalmente, de acordo com um es­pírito de cooperação e em pé de igualdade.

3. Igualmente, várias das recomendações(n. a 24, 27, 30, 39, 40, 41, 42 e 43, entre ou­tras) da Oonferêneía de Estocolmo tratamespecificamente da flora e da fauna, comvistas à sistematização de sua exploração eà- conseqüente regulamentação de seu co­mércio, -como forma de proteção.

4. A presente Convenção sobre o Co­mércio rnternacíonar das Espécies da Florae Faulll~ Selvagens em Perigo de Extinção

incorpora esses príncípíos básicos emana­dos da ConferêncIa de Estocolmo.

5. Na Convenção, o comércio ínternacío•nat das espécies .da flora e da fauna está.sistematizado em função de- critérios técni­cos definidores do grau de ameaça de ex­tinção das mesmas. Para tal fim, são adi­cionados à Convenção três apêndices, ondese relacionam todas as espécies considera­da&' -

6. Os artigos de III a VIII dispõem, nes­se sentido, sobre o estabelecimento, em cadapais, de Autoridades Administrativas eCientíficas responsáveis pelo controle daimportação e exportação.

7. A entrada em vigor da Convençãocriará um Secretariado, no âmbito do Pro­grama das Nações Unidas para o Meío Am­biente (artigo XII), que terá, entre outras,as funções de preparar e coordenar as reu­niões periódicas dos países signatários da.Convenção, coordenar a troca de informa­ções e as relações entre eles, bem como pre­parar estudos que servirão de subsídíos aoaperfeiçoamento do comércio internacionalda flora e da fauna. As atividades do Se­cretariado serão supervisionadas e aprova­das, nas reuniões periódicas, pelos paísessignatários (artigos XI e XII).

-8. Oaberia ressaltar, Senhor Presidente,que a Convenção provê a que nenhum deseus dispositivos afete a capacidade de osEstados adotarem medidas sobre o comércioda flora e da fauna mais estritas que asindicadas em seu texto (art. XIV), bem co­mo as medidas internas ou outras obriga­ções das Partes decorrentes de outros tra­tados internacionais.

9. A convenção já foi assinada por 43Estados e ratificada por 5 outros.

10. Elevo, assim, à alta apreciação deVossa Excelência, projeto de Mensagem aoCongresso Nacional, conforme o dispostono art. 44, Inciso I, da Oonstãtuíçâo Fe­deral, e o texto da Convenção, traduzida.para o português, para que, caso Vossa Ex­celência estej a de acordo, se dê início aoprocesso COnstitucional de ratificação daConvenção sobre o oomércío Internacionaldas Espécies da Flora e Fauna Selvagens emPerigo de Extinção.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência, Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito.- Azeredo da Silveira.

CONVENÇAO SOBRE O COM1tRCIO IN­TERNACIONAL DAS ESP:ÉCmS DA FLO­RA E FAUNA SELVAGENS EM PERIGODE EXTINÇÃO.

OS Estados Contratantes,

Reconhecendo que a fauna e flora selva­gens constituem em suas numerosas, belase variadas formas um elemento ínsubstítuí­vel dos sistemas naturais da terra que deveser protegido pela presente e futuras gera­ções;

oonsctentea do crescente valor, dos pon­tos de vista estético, cientifico, cultural, re­creativo e econômico, da fauna e flora sel­vagens;

Reconhecendo que os povos e os Estadossão e deveriam ser Os melhores protetoresde sua fauna e flora selvagens;

Reconhecendo ademais que a cooperaçãointernacional é essencial à proteção de cer­tas espécies da fauna e da flora selvagenscontra sua excessiva exploração pelo co­mércio ínternaclonal;

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0036 Terça-feira 4 . DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção l) Março de 19~5

Convencidos' da urgência em adotar me­didas apropriadas a este fim;

Co~vieram no seguinte:ARTIGO I

Definições .

Para os fins da presente Convenção, esalvo quando o contexto indicar outro sen­tido:

a) "Espécie" significa toda espécie, subes­pécie ou uma população geograficamenteisolada;

b) "Espéciníe" significa:

(i) qualquer animal ou planta, vivo oumorto;

(ii) no caso de um animal: para as es­pécies Incluidas nos Anexos I e lI, qualquerparte ou derivado facilmente identificável;e para as espécies incluídas no Anexo III

- qualquer parte ou derivado facílmente iden­tificável que haja sido especificado no Ane­xo IH em relação a referida espécie;

(üí) no caso de uma planta: para' as es­pécies incluídas no Anexo I, qualquer partenu derivado, facilmente identificável; e pa­ra as espécies Incluídas nos Anexos II e TIl,qualquer parte ou qualquer derivado facíl­mente identificável especificado nos referi­d,?s. Anexos em relação com a referida es­peeie:

c) "Comércio" significa exportação, reex­portação, importação e introdução proce­dente do mar;

d) "Reexportação" significa a exportaçãode todo espécime que tenha sido previamen­te importado;

e) "Introdução procedente do mar" signi­fica o transporte, para o interior de um Es­tado, de espécimes de espécies caputuradosno meio marinho fora da jurisdição dequalquer Estado;

f) . "Autoridade 'Científica" significa umaautoridade ctentítíca nacional designada deacordo com o art. IX;

g) "Autoridade Administrativa" significauma autoridade administrativa nacionaldesignada de acordo com o art. IX;

. h} "Parte" significa um Estado para oqual a presente Convenção tenha entradoem vigor.

ARTIGO II

Princípios Fundamentais

1. O Anexo I incluirá todas as especiesameaçadas de extinção que são ou possamser afetadas pelo comércio. O comércio deespécimes dessas espécies deverá estar sub­metido a uma regulamentação particular­mente rigorosa a fim de que não seja amea­çada ainda mais a sua sobrevivência, e seráautorízado somente em circunstâncias ex­cepcionais.

2. O Anexo II incluirá:

a. todas as espécies que, embora atual­mente não se encontrem necessariamenteem perigo de extinção, poderão chegar aesta. situação, a menos que o comércio deespécimes de tais espécies esteja sujeito aregulamentação rigorosa a fim de evitarexploraçâo Incompatível com sua sobrevi-vência; e .

b) outras espécies que devam ser objetode regulamentação, a fim de permitir umcontrole eficaz do comércio dos espécimesde certas espécies a que se refere o sub­parágrafo (a) do presente parágrafo.

3. O Anexo III incluirá todas as espé­cies que qualquer das Partes declare sujei­tas, nos limites de sua competência, a regu­lamentação para impedir ou restringir sua

exploração e que necessitam da cooperaçãodas outras Partes para o controle do comér­cio.

4. As Partes não permitirão o comérciode espécimes de espécies incluídas nos Ane­xos I, II e III, exceto de acordo com as dis­posições da' presente oonvenção.

ARTIGO rnRegulamentação do Comércio de

Espécimes de Espécies­Incluídas no Anexo I

1. Todo comércio de espécimes de espé­cies incluídas no Anexo I se realizará deconformidade com as disposições desteArtigo.

2. . A exportação de qualquer espécime deuma espécie mcluida no Anexo I requererá aconcessão e apresentação prévia de uma li­cença de exportação, a qual se concederásomente após terem jado satisfeitos os se­guintes requisitos:

a) que uma Autoridade Científica do Es­tado de exportação tenha emitido parecerno sentido de que tal exportação não pre­judicará a sobrevivência da espécie de quese tratar;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado queo espécime não foi obtido em contravençãoà legislação vigente desse Estado sobre aproteção de sua fauna e flora;

c) que uma Autoridade. Administrativa doEstado de exportação tenha verificado quetodo espécime vivo será. acondicionado etransportado de maneira a que se reduza aomínímo o risco de ferimentos, dano à saúdeou tratamento cruel; e

d) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado quefoi concedida uma licença de importaçãopara o espécime.

3. A importação de qualquer espécime deuma espécie Incluída no Anexo I requereráa concessão e a apresentação prévia de umalicença de importação e de uma licença deexportação ou certificado de reexportação.A licença de importação somente se conce­derá uma vez satisfeitos os seguintes requi­sitos:

a) que uma Autoridade Científica do Es­tado de importação tenha dado parecer nosentido de que os objetivos da importaçãonão são prejudiciais à sobrevivência da es­pécie de que se tratar;

b) que uma Autoridade Oíentíüca do Es­tado de importação tenha verificado que, nocaso de espécime vivo, o destinatário dispõede instalações apropriadas para abrigá-lo edele cuidar adequadamente; e

c) que uma Autoridade Admínístratíva doEstado de importação tenha verificado queo espécime não será' utílízado para fins,principalmente, comercíáís.

4. A reexportação de qualquer espécimede uma espécie incluída no Anexo I reque­rerá a concessão e apresentação prévia deum certificado de rcexportaeão, o qual so­mente será concedido uma vez satisfeitosos seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação haja verificado queo espécime foi importado no referido Es­tado em conformidade com as disposiçõesdesta Convenção;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificadoque todo espécime vivo será acondicionadoe transportado de maneira a' i!ue se reduzaao mínimo o risco de ferimentos, dano àsaúde ou tratamento cruel; e

c) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificado tersido concedida uma licença de ímpqrtaçàopara qualquer espécime vivo. .

5. A introdução procedente do mar dequalquer espécime de uma espécie incluída'no Anexo I requererá a prévia concessão deum certificado expedido por uma Autori­dade Administrativa do Estado de introdu­ção. O certificado somente será concedielouma vez satisfeitos os seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Científica do Es­tado de introdução tenha manifestado quea introdução não prejudicará a sobrevivên­cia da espécie de que se tratar;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de introdução tenha verificado. queo desttnatárío de um espécime vivo dispõede instalações apropriadas para abrigá-lo edele eluídar adequadamente; e

c) que uma Autoridade Administrativado Estado de introdução tenha Verificadoque o espécime não será utilizado para finsprincipalmente comerciais.

ARTIGO IV

Regulamento do Comércio deEspécimes de EspéciesIncluídas no Anexo 11

1.. Todo comércio de espécimes de espé- ­cíes íneluídas no Anexo U se realizará deconformidade com as disposições desteArtigo.

2. A exportação de qualquer espécime deuma espécie incluída no Anexo II requereráa concessão e apresentação prévia de umalicença de exportação, a qual somente seconcederá uma vez satisfeitos os seguintesrequisitos:

a) que uma Autoridade Cientifica do Es­tado de exportação tenha emitido parecerno sentido de que essa exportação não pre­judicará a sobrevivência da espécie de quese tratar;

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado queo espécime não foi obtido em contravençãoà legislação vigente no referido Estado sobrea proteção de sua fauna e flora;

c) que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado quetodo o espécime vivo será 'acondicionado etransportado de maneira a que se reduza aomínímo o risco de ferimento, dano à saúd"ou tratamento cruel.

3. Uma Autoridade Científica de cadaParte fiscalizará as licenças de exportaçãoexpedidas por esse Estado para espécimes deespécies incluídas no Anexo II e as expor­tações efetuadas de tais espécimes. Quandouma Autoridade Científica determinar quea exportação de espécimes de qualquer des­sas espécies deve ser limitada, a fim deconservá-la em toda sua área de distribui­ção, em nível consistente com seu papel nosecossistemas onde se apresenta e em nívelnitidamente superior àquele no qual essaespécie seria suscetível de inclusão no Ane­xo I, a Autoridade Científica comunicará àAutoridade Administrativa competente asmedidas apropriadas a serem tomadas, afim de limitar a concessão de licenças deexportação para espécimes dessa espécie.

4. A importação de qualquer espécime deuma espécie incluída no Anero II requereráa apresentação prévia de uma licença deexportação ou de um certificado de reex­portação.

5. A reexportação de qualquer espécimede uma espécie incluída no Anexo II re­quererá a concessão e a apresentação pré­vias de um certificado de reexportação, o

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Março de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçio I) Terça-feira 4 0031

qual somente será concedido uma vez satis­feitos os seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificado queo espécime foi Importado nesse Estado deconformid,ade com as disposições da presen­te Convenção; e

b) que uma Autoridade Administrativa doEstado de reexportação tenha verificado quetodo espécime vivo será acondicionado etransportado de maneira a que se reduza aomínlmo o risco de ferimentos, danos à saúdeou tratamento cruel.

6. A introdução procedente do mar dequalquer espécime de uma espécie incluídano Anexo H requer a concessão prévia deum certificado expedido por uma Autori­

"nade Administrativa do Estado de introdu­ção. Somente se concederá um certificadouma vez satisfeitos os seguintes requisitos:

a) que uma Autoridade Cientifica do Es­tado de Intrcdução tenha emítído parecer nosentido de que a íntrocução não prejudicaráa sobrevivência de tal espécie; e

b) que uma Autoridade Administrativado Estado de íntroducão tenha verificadoque qualquer espécime' vivo será tratado demaneira a reduzir ao mínimo o risco deferimentos, dano à saúde ou tratamento

I cruel.7. Os certificados a que se refere o pará­

grafo 6 do presente Anexo poderão ser con­cedidos por períodos que não excedam deum ano, para quantidades totais de espé­cimes a serem introduzidos em tais períodos,com o assessoramento prévio de uma Auto­ridade Científica em consulta com outrasautorídades científicas nacionais ou, quandoseja apropriado, com autoridades científicasinternaclonaís.

ARTIGO VRegulamentação do Comércio de

Espécimes de EspéciesIncluídas no Anexo lU

1. Todo comércio de espécimes de espé­cies incluídas no Anexo IH se realizará deconformidade com as disposições do presen­te Artigo.

2. A exportação de qualquer ospêcíme deuma espécie incluida no Anexo IH, prece­dente de um Estado que a tenha incluídono referido Anexo, requererá a concessãoe apresentação prévia de uma licença deexportação, a qual somente será concedida.uma vez satisfeitos os seguintes requisitos:

a} que uma Autoridade Administrativa doEstado de exportação tenha verificado queo espécime não foi obtido em contravencãoà legíslação vigente no referido Estado sobreproteção de sua fauna e flora; e"b) que uma Autoridade Administrativa do

Estado de exportação tenha verificado quetodo espécime vivo será acondicionado etransportado de maneira a reduzir ao mini­mo o risco de ferimento, danos à saúde outratamento cruel.

3. A importação de qualquer espécime deuma espécie lncluida no Anexo UI reque­rerá, salvo noe casos previstos no parágrafo4 deste Artigo, a apresentação prévia de umcertificado de origem e, quando a importa­ção provenha de um" Estado que tenha in­cluído tal espécie no Anexo HI, de uma li-cença de exportação. _

4. No caso de uma reexportação, um cer-" tificado concedido por uma Autoridade Ad­

ministrativa do Estado de reexportação nosentido de que o espécime foi transformadonesse Estado ou está sendo reexportado, será

, aceito pelo Estado de importação, como pro­va de que foram cumpridas as disposiçõesda presente Convenção com referência aoespécime de que se tratar,

ARTIGO VI

Licenças e Certificados1. As licenças e certírícados concedidos

de contormídade com as disposições dos Ar­tigos IH, IV c V deverão estar de acordocom as dísposíções do presente Artigo.

2. Cada licença de exportação conteráa informação especificada no modelo repro­duzido no Anexo IV e somente poderá serusada para exportação, dentro de um perío­do de seis meses a partir da data de suaexpedição.

3. Cada licença ou certificado conterá otítulo da presente Convenção, o nome e ocarimbo de identificação na Autoridade Ad­mínístratíva que o emitir e. um número decontrole aposto atribuído pela AutoridadeAdministrativa.

4. 'I'odas as cópias de uma licença oucertific-ado expedido por uma AutoridadeAdmimstrativa serão claramente marcadasc0lll;0 cópia somente, e nenhuma cópia po­dera ser usada em lugar do original a me­nos que seja estipulado de modo dÚerentena cópia, .

5, Será requerida uma licença ou certi­fica.d,? separado para cada embarque deespecl1l1es.

6. Uma Autoridade Admíntstratdva doEstado de importação de qualquer espécimecall_celará e ~o?Servará a licença de expor­taçâo ou certítícado de reexportação e qual­quer licença doe. importação correspondenteapresentada para amparar a importaçãodesse espécime. ,

7. Quando for apropriado e factivel aAutoridade Administrativa poderá afixarum~. marca s<?bre qualquer espécime parafaCilitar sua tdenttrícação. Para esse fim"!parca" significa qualquer impressão índe­Iével. selo de chumbo ou outros meios ade­quados de identificar um espécime dese­nhado de maneira a tornar sua íIDitaçãopor pessoas não autorizadas, a mais difícilpossível.

ARTIGO VIIIsenções e Outras Disposições

Especiais Relacionadascom o Comércio

1. 'As disposições dos Artigos lU IV e Vnão se aplicarão ao trânsito ou tr~nsbordode espécimes através do/ou no território deuma Parte, enquanto os espécimes perma­necerem sob o controle aduaneiro.

2. Quando uma Autoridade Administra­tiv~ do E~t~do de exportação ou de reexpor­tação veríncar que um espécime foi adquí­lido antes da data em que tenham entradoem vlgnr as disposições da presente Con­venção com referência a esse espécime asdisposições dos Artigos IH IV e V nã~ seaplicarão a esse espécime,'se a AutoridadeAdministrativa expedir um certificado nessesentido.

3. As disposições dos Artigos UI IV e Vnão se aplicarão. a espécimes que se] amobjetos pesso.ais ou de uso doméstico. Essaisenção não se aplicará se:

a) no caso de espécime de uma espécieincluída no Anexo I, estes foram adquiridospelo done fora do Estado de sua residêncianormal e forem importados para esse Esta­do; ou

b) no caso de espécimes de uma espécieincluída no Anexo II;

i} estes roram adquiridos pelo dono forado Estado de sua residência normal e noEstado onde foram .retirados do meio (sel­vagem);

ii) estes foram importados no Estado deresidência normal do dono; e

i1i} o Estado onde se realizou a retiradado meio selvagem requer a concessão pré­via de licença de exportação antes de qual­quer exportação desses espécimes; ameno.'>que uma Autoridade Administrativa tenhaverificado que os espécimes foram adquiri­dos antes que as disposições da presenteConvenção entrassem em vigor com refe­rência a esses espécimes.

4. Os espécimes de uma espécie animalincluída no Anexo I e criados no cativeiropara fins comerciais, ou de uma espécievegetal, Incluída no Anexo I c reproduzidosartificialmente para fins comerciais serãoconsiderados espécimes das espécies inclui­das no Anexo II.

5. Quando uma Autoridade Administra­tiva do Estado de exportação verificar quequalquer espécime de uma espécie animalfo.i !3riaclo em catíveíro ou que qualquer es­pecime de uma especle vegetal foi reprodu­zido artificialmente, seja uma parte desseanimal ou planta, seja um derivado de umou de outra, será aceito um certificado dessaAutoridade Administrativa nesse sentidoem substítuíção as licenças exigidas e~virtude das disposições dos Artigos -rIÍ:, IVou V.

6. As disposições dos Artigos III IV e V!;1ão se. aPJ!.car~o ao empréstimo, d~ação ouíntercâmbío nao comercial entre cientistasou .instituições científicas registradas jun­to a Autoridade Administrativa de seu Es­tado, de espécimes de hsrbárlo, outros espé­cimes preservados, secos ou incrustados demuseu, e material de plantas vivas que le­vem um rótulo expedido ou aprovado poruma Autoridade Administrativa.

7. Uma Autoridade Administrativa deq:ualquer Esta.do poderá dispensar os requí­Slto~ dos Arttgos III, IV e V e permitir Q

mO':Il?ento, sem licenças ou certificados, deespecimes que sejam parte de um parquezoológico, circo, coleção zoológica ou botã­mca ambulantes ou outras exíbícões ambu-Iantes.rsempre que: -,

a) o exportador ou importador registretodos ?s poT1I':enores sobre esses espécimesJunto a Autorídade Administrativa;

b) os espécímes estejam incluídos emqualquer das categonas mencionadas nosparágrafos 2 ou 5 do presente Artigo, e

c) a Autoridade Administrativa tenha ve­rificado que qualquer espécime vivo serátransportado e cuidado de maneira a que sereduza ao mínimo o risco de ferimentosdano à saúde ou tratamento cruel. -" ,

ARTIGO VIIIMedi,das que deverão adotar as Partes

~. As Partes adotarão as medidas apro­p!ladas _para velar pelo cumprimente dasdl~PO~lÇOeS desta Convenção e proibir o co­mercro de espécimes em violação das mes­mas. Estas medidas incluirão;

a) sancionar o comércio ou a posse detaís espécimes, ou ambos; e

b) prever o confisco ou devolução ao Es­tado de exportação de tais espécimes.

2. Além das medidas tomadas em con­for1?idade com o parágrafo 1 do presenteArtlgo, qualquer Parte poderá, quando o[ulgue necessário, prever um método de re­embolso interno para gastos incorridos co­mo resultado do confisco de um espécimeadquirido em violação das medidas tomada~na aplicação das disposições da presenteOonvençâo,

3. Na medida do possível, as Partes ve­larão para que se cumpram, com um míni­mo de demora, as formalidades requeridaspara o comércio de espécimes. Para factlí-

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0038 Terça-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl, <Seção I) Março de 1975

tar o que precede, cada Parte poderá de­signar portos de saída e portos de entradanos quais deverão ser apresentados q.s~ es­pécimes para seu despacho. As Partes de­verão verificar, outrossim, que todo espéci­me vivo, durante qualquer período em trân­sito, permanência ou despacho, seja cui­dado adequadamente; a fim de reduzir aommnno o risco de ferimentos, dano à suasaúde ou tratamento cruel.

4. Quando se confisque um espécime vi­vo de conformidade com as disposições doparágrafo 1 do presente Artigo:

a) o espécime será confiado a uma Au­toridade Administrativa do Estado eonüs­cador;

b) a Autoridade Administrativa, apósconsulta ao Estado de exportação, devolve­ra o espécime a esse Estado às custas domesmo, ou' a um Centro de Resgate ou aoutro lugar que a Autoridade Administrati­va considere apropriado e compatível comos objetivos desta Convenção; e

c) a Autoridade Administrativa poderáobter a aasessoría de uma Autoridade Cien­tífica ou, quando o considere desejável, po­derá consultar a Secretaria, a fim de faci­litar a decisão a ser tomada de conformi­dade com o subparagrafo (b) do presenteparágrafo, incluindo a seleção do Centro deResgate ou outro lugar.

5. Um Centro de Resgate, a que se re­fere o paragrato 4 do presente Artigo sig­nifica uma instituição designada por umaAutoridade Administrativa para cuidar dobem-estar dos especímos vivos, especial­mente daqueles que tenham sido confisca­dos.

6 . Cada Parte deverá manter registrosdo comércio de espécimes das espécies in­cluídas nos Anexos I, II e III que deverãoconter:

a) os nomes e os endereços dos exporta­dores e importadores; e

b) o número e a natureza das licenças ecertificados emitidos; os Estados com osquais se realizou (I referido comércio; asquantidades e os tipos de espécimes, os no­mes das espécies incluídas nos Anexos I, IIe lU e, quando seja apropriado, o tamanhoe sexo dos espeeímes.

7. Cada Parte preparará e transmitiráà Secretaria relatórios periódicos sobre aaplicação das disposições da presente Con­venção, incluindo:

a) um relatório anual contendo um re­sumo das informações previstas no subpa­rágrafo (b) do parágrafo 6 do presente Ar­tigo; e

b) um relatório bienal sobre medidas le­gislativas, regulamentares e administrati­vas, adotadas com a finalidade de dar cum­primento às disposições da presente Con­venção.

8. As informações a que se refere o pa­rágrafo 7 do presente Artigo estará dispo­nível para o público quando o permita alegislação vigente da Parte interessada.

ARTIGO IX

Autoridades Administrativas e Científieas

1. Para os fins da presente Convenção,cada Parte designará:

a) uma ou mais Autoridades Adminis­trativas competentes para conceder licençase certificados em nome da referida Parte; e

b) uma ou znaís Autoridades Científicas.2. Ao depositar seu instrumento de rati­

ficação, aceitação, aprovação ou adesão, ca-da Estado comunicará ao Governo depositá-

rio o nome e o endereço da AutoridadeAdministrativa autorizada a se comunicarcom outras Partes e com a Secretaria.

3. Qualquer alteração nas designaçõesou autorizações previstas no presente Arti­go, será comunicada à Secr~taria pela Par­te interessada, a fim de que seja transmi­tida a todas as demais Partes.

4. Qualquer Autoridade Administrativaa que se refere o parágrafo 2 do presenteArtigo, quando solicitada pela Secretaria oupela Autoridade Administrativa de outraParte, transmitirá modelos de carimbos ououtros meios utilizados para autenticar li­cenças ou certificados.

ARTIGO X

Comércio com Estados que não sãoPartes da Convenção

Nos casos de importações de, ou exporta­ções e reexportações para Estados que nãosão Partes da presente Convenção, os Esta­dos Partes poderão aceitar, em lugar daslicenças e certificados mencionados na pre­sente Convenção, documentos comparáveisque estejam de acordo, substancialmente,com os requisitos da presente Convençãopara tais licenças e certificados, sempre quetenham sido emitidos pelas autoridades go­vernamentais competentes do Estado nãoParte da presente Convenção.

ARTIGO XI

Conferência das Partes

1. A Secretaria convocará uma Confe­rêncía das Partes o mais tardar dois anosdepois da entrada em vigor da presenteConvenção.

2. Posteriormente, a Secretaria convo­cará reuniões ordinárias da Conferênciapelo menos uma vez cada dois. anos, a me­nos que a Conferência decida de outro mo­do, e reuniões extraordinárias a qualquermomento. a pedido, por escrito, de pelo me­nos um terço das Partes.

3. Nas reuniões ordinárias ou extraor­dinárias da Conferências, as Partes exami­narão a aplicação da presente Convençãoe poderão:

a) adotar qualquer medida necessanapara facilitar o desempenho das funções daSecretaria;

b) considerar e adotar emendas aosAnexos I e II de conformidade com o dis­posto no Artigo XV;

c) analisar o progresso obtido na res­tauração e conservação das espécies in­cluídas nos Anexos I, II e lII;

d) receber e considerar os relatóriosapresentados pela Secretaria ou qualquerdas Partes; e

e) quando for o caso, formular reco­mendações destinadas a melhorar a eficá­cia da presente Convenção.

4. Em cada reunião ordinária da Con­ferência, as Partes poderão determinar adata e sede da reunião ordinária seguinte,que se celebrará de. conformidade com asdisposições do parágrafo 2 do presente Ar­tigo.

5. Em qualquer reunião, as Partes po­derão' determinar e adotar regras de pro­cedimento para essa reunião.

6. As Nações Unidas, suas Agências Es­pecializadas e a Agência Internacional deEnergia Atômica, assim como qualquer Es­tado não Parte da presente Convenção, po­derão ser representados em reuniões daConferência por observadores que terão di­reito a participar sem voto.

7. Qualquer organismo ou entidadetecnicamente qualificado na proteção, pre­servação ou administração de fauna e floraselvagens e que esteja compreendido emqualquer das categorias mencionadas a se­guir, poderá comunicar à Secretaria seu de­sejo de estar representado por um obser­vador nas reuniões da Conferência e seráadmitido, salvo objeção de pelo menos umterço das Partes presentes:

a) organismos ou entidades internacio­nais, tanto governamentais como não go­vernamentais, assim como organismos ouentidades governamentais nacionais; e

b) organismos ou entidades nacionaisnão governamentais que tenham sido paratal autorizados pelo Estado onde se encon­trem localizados.

Uma vez admitidos, estes observadores te­rão o direito de participar sem direito a votonos trabalhos da reunião.

ARTIGO XII

A Secretaria

1. Ao entrar em vigor a presente Con­venção, o Diretor Executivo do Programadas Nações Unidas para o Meio Ambienteproverá uma Secretaria. Na medida e formaem que considere apropriado, o Diretor Exe­cutivo poderá ser auxiliado por organismos ~e entidades internacionais ou nacionais, go­vernamentais ou não governamentais, comcompetência técnica na proteção, conser­vação e administração da fauna e flora sel­vagens.

2. As funções da Secretaria serão as se­guintes:

a) organizar as Conferências das Partese lhes prestar serviços;

h) desempenhar as funções que lhe se­jam confiadas (je conformidade com os Ar­tigos XV e XVI ds, presente Convenção;

c) realizar estud6s clentíücos e técnicosde conformidade com os programas autori­zados pela ConferêncIa das Partes, que con­tribuam para a melhor aplicação da pre­sente Convenção, incluindo estudos relacio­nados com normas para a adequada prepa­ração e embarque de espécímes vivos e osmeios para sua identificação;

d) estudar os relatórios das Partes e so­licitar a estas qualquer informação adicio­nal que se torne necessária para assegurara melhor aplicação da presente Convenção; I

e) chamar a atenção das Partes paraqualquer questão relacionada com os finsda presente Convenção;

f) publicar periodicamente, e distribuiràs Partes, edições revistas dos Anexos I, IIe llI, juntamente cem qualquer outra in­formação que possa facilitar li identificaçãodas espécimes das espécies Incluídas nos re­feridos Anexos;

g) preparar relatórios anuais para asPartes sobre as suas atividades e sobre aaplicação da presente Convenção. assim co­mo os demais relatórios que as Partes pos­sam solicitar;

h) formular recomendações para a rea­lização dos objetivos e disposições da pre­sente Convenção, lncluíndc o intercâmbiode informações de natureza cientifica outéeníea; e

i) desempenhar qualquer outra funçãoque as Partes lhe possam atribuir.

ARTIGO XIIIMedidas Internacionais

1. Quando a Beeretaría, à luz de infor~

mações recebidas, considere que qualquer

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO 'NACIONAL (Seção I) Terça-feb'a 4 003»

espécie incluída nos Anexos I ou II estásendo afetada, prejudicada adversamentepelo comércio de espécies dessa espécie, ouque as disposições da presente Convençãonão estão sendo aplicadas eficazmente, co­municará essas informações à AutoridadeAdministrativa autorizada da Parte ou dasPartes interessadas.

2. Quando qualquer Parte receba umacomunicação de acordo com o disposto noparágrafo 1 do presente Artigo, esta, coma possível brevidade e na medida em quesua legislação o permita, comunicará à Se­cretaria todo dado pertinente e, quando fOI'apropriado, proporá medidas para corrigir asituação. Quando a Parte considerar queuma investigação é conveniente, esta po­derá ser levada a cabo por uma ou maispessoas expressamente autorizadas pelaParte.

S. A informação proporcionada pelaParte ou emanada de uma investigação deconformidade com o previsto no parágrafo 2do presente Artigo, será examinada pelasubseqüente Conferência das Partes, a qualpoderá formular qualquer recomendaçãoque considere pertinente.

ARTIGO XIV

Efeito Sobre a Legislação Nacional eConvenções Internacionais

1. As disposições da presente Convençãonão afetarão, de modo algum, o direito dasPartes de adotar:

a) medidas internas mais rígidas com re­ferência às condições de comércio, captura,posse ou transporte de espécimes de espé­cies íncluidas nos Anexos I, II e llI, ou proi­bi-los inteiramente; Ou

b) medidas internas que restrinjam ouproíbam o comércio, a captura, a posse ou otransporte de espécies não incluídas nosAnexos r, II ou UI.

2, As disposições dil: presente Convençãonão afetarão, de modo algum as dísposí­ções de qualquer medida interna ou obriga­ções das Partes derivadas de qualquer tra­tado. convenção ou acordo internacional re­ferentes a outros aspectos do comércio. dacaptura, da posse ou do transporte de es­pécimes que esteja em vigor, ou que entreem vigor posteriormente para qualquer dasPartes, incluídas as medidas relativas a al­fândega, saúde pública ou quarentenas ve-

Igetaís ou animais. _3. As disposições da presente COnven­

ção não afetarão de modo algum as disposi­ções ou obrigações emanadas de qualquertratado. convenção ou acordo internacionalcelebrados ou que venham a ser celebradosentre Estados e que criem uma união ouacordo comercial regional, que estabeleçaou mantenha um controle aduaneiro comumexterno e elimine controles aduaneiros en­tre as partes respectivas, na medida em quese refiram ao eomércío entre os Estados­membros dessa união ou acordo.

4. Um Estado-parte da presente Oon­vanção que seja também parte de outro tra­ta.do convenção ou acordo internacional vi­gente quando entrar em vigor a presenteConvenção. e em virtude de cujas disposiçõesse protejam as espécies marinhas incluídas;Ijl.Q Anexo II, ficará isento das obrigaçõesque lhe impõem as disposições da presente _Convencâo com referência aos espécimes de'incluidM no Anexo II capturados tanto porbarcos matriculados nesse ~stado e de con­formidade com as disposições desses trata­dos, convenções ou acordos internacionais.

5. Sem prejuízo das disposições dos Ar­. tigos UI, IV e V, qualquer exportação de umespécime capturado de conformidade com o

parágrafo 4 do presente Artigo, somente se­rá necessário um certificado de uma Auto­ridade Administrativa do Estado de 'im1"\)­duçâo, assegurando que o espécime foi cap­turado de acordo com as disposições dostratados, convenções ou acordos internacio­nais pertinentes.

6. Nenhum dispositivo da presente Con­venção prejudicará a modificação e o de­senvolvimento - progressivo do direito domar pela Conferência das Nações Unidassobre o Direito do Mar, convocada de acor­do com a Resolução n.O 2750 C (XXV) daAssembléia-Geral das Nações Unidas, nemas reivindicações e teses jurídícas presen­tes ou futuras de qualquer Estado no que serefere ao direito do mar e a natureza e aextensão da jurisdição' costeira e da bandei­ra do lGstado.

ARTIGO XVEmendas aos Anexos I e II

1. E:m reU1110es da Conferência dasPartes, serão aplicadas as seguintes dispo­sições com referência à adoção das emen­das aos Anexos I e II:

a) qualquer Parte poderá propor emendasaos Anexos I ou II para consideração na'reunião seguinte. O texto da emenda pro­posta será comunicado à Becretarta pelomenos 150 dias antes da reunião. A Secre­taria consultará as demais Partes e as enti­dades interessadas na emenda de acordocom o disposto nos subparágratos (b) e (c)do parágrafo 2 do presente Artigo e comu­nicará as respostas a todas as Partes pelomenos :30 dias antes da reunião.

b) AB emendas serão adotadas por uma'maioria de dois terços das Partes presentese votantes. Para estes fins. "Partes presen­tes e votantes" significa Partes presentes eque emitam um .voto afirmativo ou negati­vo. As Partes que se abstenham de votarnão serão contadas nos dois terços requeri­dos para adotar a emenda.

c) As emendas adotadas numa reuniãoentrarão em vigor para todas as Partes 90dias depois. da reunião, com exceção dasPartes que formulem reservas de acordo como parágrafo S do presente Artigo.

2. Com referência às emendas aos Ane­xos I e rr apresentadas entre reuniões daConferência das Partes, aplíear-se-âo as se­guín tes dísuosicôes:

a) qualquer Parte poderá propor emen­das aos Anexos r ou n para que sejam exa­minadas entre as reuniões da Conferência,mediante o procedimento por correspondên­cia enunciado no presente parágrafo:

b) com referência às espécies marinhas,a Secretaria, ao receber o texto ela emendaproposta, fará com que seja comunicadoimediàtamente a todas as Partes. Oonsulta-.rá, outrossim, as entidades Intergoverna­mentais que tenham uma função reíacío­nada com tais espécies, especialmente coma finalidade de obter qualquer informaçãocientifica que estas possam fornecer e asse­gurar a coordenação das medidas de con­servação aplicadas pelas referidas entída­des. A Secretar-la transmitirá a todas asPartes, com a possível brevidade, as opi­niões expressadas e os dados fornecidos portais entidades, juntamente com suas pró­prias conclusões e recomendações;

c) com referência a espécies quê não- asmarinhas, a Secreta.ria, ao receber o textoda emenda proposta, o comunicará imedia­tamente a todas as Partes e, posteríormen­te, com a possível brevidade, comunicará atodas as Partes suas próprias recomenda­ções;

d) qualquer Parte poderá, dentro de 60dias da data na qual a Secretaria tenha

comunicado suas recomendações às Partesde acordo com os subparágratos (b) ou (c)do presente parágrafo, _transmitir à Secre­taria seus comentários sobre a emendaproposta, juntamente com todos os dadoscientíficos e informações pertinentes;

e} a Secretaria transmitirá a todas asPartes, tão logo lhes seja possível todaaas respostas recebidas, juntamente com suaspróprias recomendações;

f) se a Secretaria não receber objeçãoalguma à emenda proposta dentro de 30dias a partir da data em que comunicar asrespostas recebidas de acordo com o dispos­to no subparágrafo (e) do presente pará­grafo, a emenda entrará em vigor 90 diasapós para todas as Partes, com exceção dasque houverem formulado reservas de acor­do com o parágrafo 3 do presente Artigo;

g) se a Sec:tetaria receber uma objeçãode qualquer Parte. a emenda proposta serásubmetida a votação por correspondência deacordo com o disposto nos subparágra­fos (h), (i) e (j) do presente parágrafo;

h) a Secretaria notificará todas a Partesde que foi recebida uma notificação deobjeção;

i) salvo se a Secretaria receber os votos afavor, contra ou de abstenção de pelo me­nos a metade das Partes dentro de 60 diasa partir 'da data de notificação de acordocom o subparágrafo (h) do presente pará­grafo, a emenda proposta será transferidapara a reunião seguinte, da Conferência dasPartes;

j) desde que sejam recebidos os votos dametade das Partes, a emenda proposta seráadotada por uma maioria de dois terços dosEstados que votem a favor ou contra;

k) a Secretaria notificará a todas a.~ Par­tes o resultado da votação;

1) se a emenda proposta for adotada. estaentrará em vigor para todas as Partes 90dias após a data em que a Secretaria noti­fique sua adoção, exceto para as Partes queformulem reservas de acordo com o dispostono parágrafo 3 do presente Artigo. •

3. Dentro do prazo de 90 dias previstono subparágrato (c) do parágrafo 1 ou sub­parágrafo (1) do parágrafo 2 deste Artigoqualquer Parte poderá formular uma re~serva a essa emenda mediante notificacáopor escrito ao Governo depositário. Até oueretírs sua reserva. a Parte será consideradacomo_ Estado não Parte da presente Con­vencao com referência ao comércio da espé­cie respectiva,

ARTIGO XVI

Anexo UI e suas Emendas

1. Qualquer Parte poderá, a qualquermomento, enviar à Secretaria uma lista deespécies que identifique como estando sujei­tas a regulamentação dentro de sua juris­dição para o fim mencionado no parágrafo 3do A,rtigo n. No Anexo In serão incluídosos nomes das Partes que as apresentarampara inclusão, os nomes cientificos de cadaespécie assim apresentada e qualquer parteou derivado dos animais ou plantas respec­tivas que se especifiquem com referência aessa espécie para os fins no subparágrafo(b) do Artigo r.

2. A Secretaria comunicará às Partescom a possível brevidade após seu recebi~mente, as listas apresentadas de acordo como disposto no parágrafo 1 do presente Arti­go. A lista entrará em vigor, como parte doAnexo lU, 90 dias após a data da comuni­cação em apreço. Em qualquer oportunida­de após o recebimento da comunicação dalista, qualquer Parte poderá, mediante no-

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.040 Terça-feira! DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

tificação por escrito ao Governo depositário,formular uma reserva com referência aqualquer espécie ou parte ou derivado damesma. Até que retire essa reserva, o Es­tado respectivo será considerado Estado nãoParte da presente Convenção com referên­cia ao comércio da sepécie, parte ou deriva­do de que se trata.

<I. Qualquer Parte que apresente umaespécie para inclusão no Anexo UI, poderáretirá-la a qualquer momento, mediante no­tificação à Secretaria, a qual comunicará aretirada a todas as Partes. A retirada en­trará em vigor 30 dias depois da data danotificação.

4. Qualquer Parte que apresente umalista de acordo com as disposições do pará­.grafo 1 do presente Artigo. remeterá à Se­cretaria cópias de todas as leis e regula­mentos internos aplicáveis à proteção detais espécies, junto com as interpretaçõesque a Parte considere apropriadas 01' que aSecretaria lhe solicite. A Parte. durante operíodo em que a espécie se encontre in­cluída no Anexo III, comunicará todaemenda às referidas leis e reg-ulamentos' as­sim como qualquer tntert.retação nova, amedida que sejam adotadas.

ARTIGO XVII

Emendas à Convenção

1. A Secretaria, a pedido, por escrito,de pelo menos um terço das Partes, COl1VO­eará uma reunião extraordinária da Con­ferência das Partes para considerar e ado­tar emendas à presente Convenção. As re­feridas emendas serão adotadas por umamaioria de dois tereos das Partes presentese votantes. Para estes fins, "Partes presen­tes e votantes" significa Partes presentesque emitam um voto afirmativo ou negati­vo. As Partes que se abstenham de votarnão serão contadas entre os dois terços re­queridos para adotar a emenda.

2. A Secretaria transmitirá a todas asPartes os textos de propostas de emendapelo menos 90 dias antes de sua aprecia­ção pela Conferência.

S. i'oda emenda entrará em vigor paraas Partes que a aceitem 60 dias após quedois terços das Partes depositem com oGoverno depositário seus instrumentos deaceitação da emenda. A partir dessa data,R emenda entrará em vigor para qualqueroutra Parte 60 dias após ter essa Parte de­positado seu instrumento de aceitação damesma.

ARTIGO XVIII

Solução de Oontrovérsias

1. Qualquer controvérsia que possa SUl'­gír entre duas ou mais Partes com referên­cia à interpretação ou aplicação das dis­posições da presente Convenção, estarásujeita a negociação entre as Partes en-volvidas nas controvérsias. .

2. Se a controvérsia não puder ser re­solvida de acordo com o parágrafo 1 dopresente Artigo, as Partes poderão, poreonaentímento mútuo, submeter a contro­vérsia a arbitragem, especialmente à CortePermanente de Arbitragem da Haia e asPartes que assim submetam a controvérsiase obrrgarão pela decisão arbitral.

ARTIGO XIX

Assinatura

A presente Convenção estará aberta àassinatura em Washington, até 30 de abrilde 1973 e, a partir dessa data, em Berna,até 31 de dezembro de 1974,

ARTIGO XX

Ratificação, Aceitação e Aprovação

A presente Convenção estará sujeita aratificação, aceítação ou aprovação. Os ins­trumentos de ratificação, aceitação ouaprovação serão depositados junto ao Go­verno da oonrederação Suiça, o qual seráo Governo depositário.

ARTIGO XXI

Adesão

A presente Convenção está aberta inde­finidamente à ac.esão. Os instrumentos deadesão serão depositados junto ao Governo'depositário.

ARTIGO XXII

Entrada em Vigor

1. A presente Convenção entrará emvigor 90 dias após a data em que tenha sidodepositado, junto ao Governo depositário, odécimo instrumento de ratificação, aceita­ção, aprovação ou adesão.

2. Para cada Estado que ratificar, acei­tar ou aprovar a presente Convenção ou aela aderir, depois do depósito do décimoinstrumento de ratificação, aceitação,aprovação ou adesão, a Convenção entraráem vigor 90 dias depois que o referido Es­tado tiver depositado seu instrumento deratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

ARTIGO XXIII

Reservas

1. A Presente Convenção não está su­jeita a reservas gerais. Poderão ser formu­ladas unicamentc reservas especificas deacordo com q disposto no presente Artigo enos Artigos XV e XVI.

2, Qualquer E,qtado, ao depositar seuinstrumento de ratificação, aceitação,aprovação ou adesão, poderá formular umareserva específica com referência a:

a) qualquer espécie incluída nos AnexosI, U e IIl; ou

b) qualquer parte ou derivado específ'I­cado em relação a uma espécie incluída noAnexo IrI.

3. Até que uma ?arte retire a reserva,formulada de acordo com as disposições dopresente Artigo, esse Estado será consíde­rado como Estado não Parte da presenteConvenção com refe.rência ao comércio daespécie, parte ou derivado especificado emtal reserva.

ARTIGO XXIVOenúncía

Qualquer Parte poderá denunciar a pre­sente Convenção, mediante notificação porescrito ao Governo depositário a qualquermomento. A denúncia 'produzirá efeito dozemeses após ter o Govel'!)O depositário re­cebido a notificação.

AR'i'IGO XXVDeposhário

1. O orIginal da presente Convenção,cujos textos em chinês, espanhol, francês,inglês e russo são igualmente autênticos,será depositado junto ao Governo deposi­tário, o qual enviará cópias autenticadas atodos os Estados que a tenham assinado oudepositado Instrumentos de adesão à mes­ma.

2. O Governo depos.tárío informará to­dos os Estados stgoatártos e aderentes,assim como a Secretaria, das assinaturas,depósitos de instrumentos de ratificação,aceitação, aprovação ou adesão, da entra­da em vigor da presente Convenção, emen­das, apresentação e retirada de reservas euotificações de denúncias.

3. Quando a presente Convenção entrarem vigor, o Governo depositário transmi­tirá uma cópia certificada à Secretaria dai?Nações Unidas para registro e publicaçãona forma do Artigo 102 da Carta das Na­ções Unidas,

Em testemunho do que, os Plenipoten­ciários abaixo assinados, devidamente au­torizados para tanto, firmaram a presenteConvenção.

Feito em Wahin:>ton, aos três dias demarço de mil novecentos e setenta e três.

ANEXO IInterpretaçã.o:

1. No presente Anexo é feita referênciaàs espécies:

a) conforme o nome das espécies; oubl como se eatívessem todas as espécies

incluídas num Taxon superior ou em umaparte designada do mesmo.

2. A abreviatura "spp" se utiliza paradenotar todas as espécies de um Taxonsuperior.

3. Outras referências aos Taxa superio­res às espécies têm o único fim de servirde informação ou classificação.

4. Um asterisco (' l colocado junto ao.nome de uma -spécíe ou Taxou superior in­dica que uma ou mais das populações geo-­graficamente separadas, subespécies ou es­pécies do referido Taxon estão incluídas noAnexo II e que essas populações, subespé­cies ou espécie, estão excluídas do Anexo L

5. O símbolo (-) seguido de um nú­mero colocado junto ao nome de uma es­pécie ou Taxon superior indica a exclusãode tal espécie ou Taxou das populaçõesgecgrarícamente separadas, subespécies ouespécies, designadas como se segue:

101 Lemur catta- 102 População australíana.6. O símbolo (+J seguido de um número

colocado junto ao nome de uma espécie de­nota que somente uma população geografi­camente separada ou subespécie designadadessa espécie se inclui neste Anexo, comosegue:

+ 2D1 Unicamente população italiana.

7. O símbolo (X) colocado junto ao .10­me de uma espécie ou Taxon superior indi­ca que as espécies ccrrespondentes estãoprotegidas na forma do -programa de 1972.da Corniasão Internacional da Baleia.

FAUNÁMAMMALIA

MARSUPIALIA

Macropodidae - Macropus parma, Ony­chogalao ,frenata, O. lunata, Lagorhesteshírsutus, Lagostrophus fasciatus, Calcprym­nus campestrís, Bettongia periíetllaba, B.

'lesueur, B. trcpíca,Phs.langertdae - Wyuldja squamícaudata,

Burramyídae - Burramys parvus.Vombatidae - Lasiorhinus gfllespíel,

Peramelidae - Perameles bougaínvílle,Ohaeropus ecaudatus, Macrotts Iagotís, M,leucura.

Dasyurída.e - Planígale tenuírostrís, P.subtíüsstma, Sminthopsis psammophíla, S.longíeaudata, Antechínomys laniger, Myr­mecobius fasciatus rufus.

Thylacinidae - Thylacinus cynocephalus.PRlMATES

Lemurídae - Lemu spp. * -101, Lepfle­mur spp., Hapalemur spp., Allocebus spp.,Cheirogaleus spp., Microcebus spp., PhanerapI!.

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Março de 1975 DIáRIO DO CONGRESSO NAOIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0041

Indriidae - Indri spp., Proplthecus spp.,-Avahi spp.

Daubentoniídae - Daubentonia mada­gasearíensis.

Callithricidl'\e - Leontopíthecua (Leontí­deus) lIPP., Oallímíco goeldii.

Cebidae - Saimiri oerstedü, Chiropotesalbínasus, Cacajao spp., Alouatta palliata(villosa), Ateles geoffroyi rrontatus, A. g,panamensís, Braehyteles arachnoídes.

Cercoprthecídae - Oercocebus galerltusgalerrtus -Macaca silenus, Colobus badíusrutomítratus, C. b. kirkií, Presbytís geei, P.ptleatus, P. entellus, Nasalis Iarvatus, Si­mias concclor, Pygathrix nemaeus.

Hylo'batidae - 'Hylobates spp., Sympha­langus syndactylus,

Pongidae - Pongo pygmaeus pygrnaeus,P. p. abelíi, Gorilla gorílla.

EDENTATA

Dasypodidae Príodontes giganteus(= maxímus) .

PHOLIDOTA

Manidae - Mani.s temmincki.

LAGOMORPHA

Leporidae - Romerolagus díazi, Capro­lagus híspídus.

RODENTIA

Sciuridae - Cynomys mexicanus.

Castoridae - 'Castor fiber birulaia, Cas­tor canadensis mexicanus.

Muridae - Zyzomys pedunculatus, Lepo­~i11us conditor. Psel1domys novaehollundiae,P. praeeonis, P. shortridgei, P. fumeus, P.occidentalis, P. fieldi, Notomys aquilo, Xero-mys ·myoides. .

Chinchillidae - Chinchilla brevicaudataboliviana.

CETACEA

Platanistidae - Platanista gangetica.

Eschrichtidae - Eschrichtius robnstus(glaucus).

Balaenopteridae - BaIaenoptera muscu­lus, Megaptera novaeangliae.

Balaenidae - Balaena mystícetus, Euba­laena spp.

CARNIVORA

Canidae - Canis Iupus monstrabilis, Vul­pes velox hebes.

Vivorrídae - prionodon pardieolor.

Ursidae - Ursus americanos emmonsli,U. arctos pruinosus, U. arctos * + 201, U. a.nelsoni.

Mustelidae - Mustela nígripes, Lutra lOIl­gícaudis (platensis/annectens), L. felina. L.

. provocax, Pteronura brasiliensís, Aonyx mí­crodon, Enhydra Iutl;'is nereis.

Hyaenidae - Hyaena prunnea.

Felídae - Felis planíceps, F. nígripes, F.concolor eorYi, F. c. costaricensis, F. c. cou­gar, F. temmincki, Fe:us bengalensis benga­lensis, F. yagouaroundi cacomitli, F. y. f08­.sata, F. y. panamensis, F. y. tolteca, F. par­dalis mearnsi, F. p. mitis, F. wiedii nicara­guae, F. w. salvinia, F. tigrlna oncilla, F.marmorata, F. jacobita, F. (Lynx) rufa es­cuinapae, Neofells nebulosa, Panthera ti­gris " P. pardUB, P. uncia. P. onca, Acinonyxjubatus.

PINNIPEDIA .

Phocidae - Monachus spp. Mirounga an­l!7llstirostris.

PROBOSCIDEA

Elephantidae - Elephas maxímus,

SIRENIA

Dugongidae - Dupong dugon * -102.

Trichechidae - 'I'richechus manatus, T.Inunguís.

PERISSODACTYLA

Equidae - Equus przewalskii, l!J. hemío­nus hemiorius, E. h. khur, F.:. zebrazebra,

Tapiridae - Tapirus pínchaque, T. baír­díi, T. indicus.

RhínoQerotidae - Rhínoeercs unícomís,R. sondaícus, Didermocerus surnatrensís,Ceratotherium slmum cottoni.

ARTIODACTYLA

Suídae - Bus salvanjus, Babyrousa ba­byrussa,. Oamelídae - Vícugna vícugna, oametusbactrianus.

Cervídae - Moschus moschíterus ll'lOS­chíferus, Axis (Hyelaphus) porelnus arma­mítícus, A. (Hyelaphus) calamtanensís, A.(Hyelaph.uat kuhíü, Oervus duvaudelí, O.eldí, C. elaphus hanglu, HíppocameluB bi­sulcus. H. antísensís, Blastoceros díehoto­mus, ozotoceros bezoarttcus, Pudu pudu.

Antüoeaprídae - Antilocapra americanasonOliensís, A a. penlnsularis.

Bovidae -- Bubalus (Anoa) míndorensis,B. (Anoa) depressicornis, B. (Anoa) qual'le­si, Bos gaurus, B. (grunniens) mutus, Novi­bos (Bos) sauveU, Bison bíson atrabascae,Kobus leche, Hippotragus nige, varíani,Oryx ,leucoryx, Damaliscus dorcas dorcas,Saiga tatal'ica mongolica, Nemorhaedua go­raI, Oapricornis sumatrael1sis, Rupicaprarupicapra ornata, Capra, falconeri jerdoni,C. f. megacems, C. f. chiltanensis, Ovísorientalis phioll, O. amlUon hodgsoni, o.vignei.

AV)1:S

TINAMIFORMES

Tínamidae - TinamuB solita1'ius.

PODI OIPEDIFORMES

Podicipedídae - Podi1ymbus gigas.

PROOELLARIIFORMES

Díomedeidae -- Diomedea albatrus.

PELECANIFORMES

8ulidae - Sula abbotti.

Fregatidae - Fregata andrewsi.

CICONIIFORMES

Cieoniídae - Cieonia cieonia Ooyciana.

Threskíorníthidae - Nipponia ll'ippon.

ANSERIFORMES

Anatidae - Anas aucklandica neslotis,Anas oustale1.i, Anas laysanensis Anas dia­zi, Cairina scutuIata, Rhodonessa caryo­phylJacea, Branta canadepsís leucopareia,Branta sandvicensis.

F ALCONIFORMES

. Cathartidae - VuItul' gryphus, Gymnogy­pa californial1us.

AÇcipitridae - Pithecophaga jefferyi,Harpia harpyja, Haliaetus 1. Ieucoeephalus,Haliaetus heliaca adalberti, Haliaetus albi­eilla g1'oenlandicus.

Falconidae - Falco pel'egrinus anatum,Falco peregrínus tundrius, Falco peregrinusperegnnus, Falco peregrinus babylonicus,

GALLIFORMES

Megapodiidae - Maerocephalon maleo.

Cracidae - Orax blumenbachií, Pipile p,pipile, pípile [acutínga, Mitu mitu mttu,Oreophasís derbíanus.

Tetraonidae - Tympanuehus cupido at­twaterí,. Phasianidae - Colinus vírgíníanus rídg­wayí, 'I'ragopan blythlí, Tragopan cabotí,Tragopan melanocephalus, Lophophorussclaterí, Lophophorus Ihuysíí, Lophophorusímpejanus, Crossoptílon mantchurícum,Orossoptilon erossoptílon, Lophura swínhoíí,Loprrura imperíaüs, Lophura edwardsíí,Syrmaticus ellioti, Syrmaticus humíae,Syrmaticus míkado, Polyplectron empha­num, 'I'etraogalhis tíbetanus, Tetraogalluseasplus, Cyrtonyx montesumae merríamí.GRUIFORMES

Gruidae - GruB.-japonensis, Grus Ieueo­geranus, Grus americana, Grus canadensíspulla, orus canadensís nesíotes, Grus nígrí­collís, orus vípío, Grns monacha.

Rallidae - 'I'rícholímnas sylvestrís.

Rhynochetidae - Rhynoehet08 [ubatus.

Otídidae - - Eupodoti.s bengulensís.

CHARADRIIFOEoMES

Scolopacidae - Numenius boreaüs, Trin­ga guttirer.

Larídae - Larus relíctus.

COLUMBIFORMES

Columbidae- Ducula míndorensís.PSCITTACIFORMES

Psittacidae- Stríg'ops habroptilus, Rhyn­chopsitta pachyrhyncha, Amazona Ie\.lco­eephalll, Amazona vittata, Amazona guil­dingii, Amazona versíocolor. Amazona im­perialís, Amazona rhodocorytha, AmazonapetJ'ei petrei, Amawna vinaeea, Pyrrhuracrllentata, Anodorhynchus glauells, Ano­dorhynchus 1earí, Cyanopsitta spíxii, ):>10­nopsitta pileata, Aratinga gllaruba, Psitta­cula kramed echo. Psephotus pulcherrÍl}'l.us,Psephotus chrysopterygius, Neophema ch1'Y­sogaster, Neophema splendida, Cyanoram-,phllS l1ovaezeIandiae, Cyanoramphus auri­ceps forbesi, Geopsíttacus occidentalis, Psi­ttacus erlthacus princeps.

APODIFORMES

Trochílidae - Ramphodon dohrnii.

TROGONIFORMES

Trogonldae - Pharomachrus mocínnomocinno, Pharomachrus mocinno c08tarí­censís.

STRIGIFORMES

8trigidae - OtU6 gurneyi.

CORACIIFORMES

Bucerotidae - Rhínoplax vigíl.

PICIFORMES

Picidae -. DryocopuS javensis richardsU,Capephill1S imperialís.

PASSERIFORMES

Cotingidae - Cotínga maeulata, Xipho-lena atl'o-purpurea.

Pittidae- Pitta kochi.

Atrichornithidae - Atrichornís clamosa..

Museicapidae ~- Picathartes gymnocepha-lus, Picathartes oreas, Psophodes nigrogu!a­ris, Amytornis goyderi, Dasyornis brachyp­terua Iongirostris, Dasyornis broadbenti lit­toralis.

Sturnidae - Lellcopsar rothschildi.Melíphagidae - Melíphaga Cllssídix.

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DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19'75

Zosteropidae - Zosterops albogularís.Fringillidae - Spinus cucullatus.

AMPHIBIAU1WDELA

Cryptobranchidae - Andrias (=Megalo­batrachus) davidianus japonicus, Andrias(=Magalobatrachus) davídíanus davídíanus,

SALmNTIABufonidae - Bufo supercítíarts, Bufo pe­

ríglenes, Nectophrynoídes spp.

Atelopodidae - Atelopus varius zeteki.REPTILIA

OROCODYLIAAligatorídae - Alligator míssísslpplensís,

AlJigator sinensis, Melanoguchus níger, oaí­man crocodílus apaportensís, Caiman lati­rostrís,

Orocodylidae - Tomistoma sehlegellí, 08­teolaemus tetraspis tetraspís, Osteolaemustetraspís osborni, Crocodylus cataphractus,Crocodylus síamensís, Crocodylus paíustríspaíustrís, Oroeodylus palustrís kímbula, oro­codylus novaeguíneae mindorensis, oroco­dylus íntermedíus, Crocodylus rhombifer,Oroeodylus moreletii, Crocodylus niloticus.

Gavialidae - Gavialis gangeticus.TESTUDINATA

Emydidae - Batagur baska, Geoclemmys(=Damonia) hamiltonii, Geoemyda (=Ni­coría) trícarínata, Kachuga tecta tecta, Mo­renia ocellata, Terrapene coahuila.

Testudiniclae - Geochelone (=Testudo)elephantopus, Geochelone (=Testudo) geo­metríea, Geochelone (=Testudo) radíata,Geochelone (=Testudo) yníphora,

'Óheloniidae - Eretmochelys írnbrícataímbrícata, Lepidochelys kempiL

Trionychidae - Líssemy punctata punc­tata, Trionyx ater, Tríonyx nígríeans, Trio-nyx gangetdeus, Tríonyx hurum, .

CheLidae - Pseudcmydura umbrína.LACERTILIA

Varanidae - Varanus komodoensis, Va­ranus flavescens, Varanus bengalensis, Va­ranus griseus.

SERP'IilNTESBoidae -o Epierates inornatus inomatus,

Epicrates subflavus, Python molurus molu­rus.RHYNCHOCEPHALIA

Sphenodontidae - Sphenodon punctatus.

PISCES

ACIPENSERIFORMES

Acipenseridae - Acipenser brevirostrum,Acipenser oxyrhynchus.

OSTli:OGLOSSlFORMESOsteoglossidae - Scleropages formosus.

8ALMONIFORMES

Salmonidae - Coregonus alpenae.CYPRINIFORMES

Oatostomidae - Chamistes cujus, Cypri­nidae - Probarbus jullieni.BILURIFORMES

Schilbeidae - Pangasianodon gigae.PER,CIFORMES

Percidae - Stizostediol1 vitreum glaucum.

MOLLUSCANAIADOIDA

Unionidae - Conradilla. caelata, Dromusdramas, EpioblaSma (=:Dysnomia) floren-

tina curtísí, Epioblasma (=:Dysnomia) flo­rentina florentina, Epioblasma (==Dysno­mia) sampsoní, Epioblasma (=Dysnomia)sulcata peroblíqua, Epioblasma (=Dysno­mia) torulosa gubernaeulum, Epioblasma(=Dyspomia) torulosa torulosa.

Unionldae - Epioblasma (=Dysnomia)turgídula. Epioblasma (=Dysnomia) walkeri,Fusconaia coneolus, Fusconaia edgariana,Lampsilis hígglnsl, Lampsilis orbículataorbíeulata, Lampsilis satura, Lampsilis vi­rescens, Pletbobasía cícatrícosus, Plethobasiscooperianus, Pleurobema plenum, Potamilus(==Proptera) capax, Quadrula íntermedía,Quadrula sparsa, 'I'oxolasma (=Carunculi­na) eylmdrella. Unio (megalonaís/v/) níck­Iírrlaria, Unia (Lampsilis/? I) tampícoensisteeomatensís, Villosa (=Micromya) trabalís.

FLORA. ARACEAE - Alocasía sanderíana, Aloca­sla zebrtna.

CARYOCARACEAE - oarvocar eostarí­cense.

CARYOPHYLLACEAE - Gymnocarpasprzewalskü, Melandrium mongolícum, Bílenemorigolíca, Stellaria pulvinata.

CUPR,ESSACEAE - Pilgerodendron uví­terum.

CYCADACEAE - Encephalartos spp., Mi-croevcas calocoma, Stangeria eríopus.

GENTIANACEAE - Prepusa hookeríana,HUMIRIACEAE - Vantanea barbourií.JUGLANDACEAE - Engelhardtia ptero-

carpa.LEGUMINOSAE - Ammopiptanthus mon­

golíeum, Cynometra hemitomophylla, Pla­tymiscium pleíostachyum.

LILIACEAE - Aloe albida, Aloe pillansii,Aloe polyphylla, Aloe thorncroftli, Aloevossíí,

MELASTOMATACEAE - Lavoisiera ítam-:bana.

MELIACEAE - Guarea Iongípetíola, Ta­chigalia versíeolor.

MORACEAE - Batocarpus costaricense.

ORCHIDACEAE - Cattleya jongheana,Cattleya skinneri, Cattleya trianae, Didicieacunninghamii, Laelia lobata, Lycaste virgi­naUs VaI' alba, Peristeria elata.

PINACEAE - Abies guatamalensis, Abiesnebrodensis.

PODOCARPACEAE - Podocarpus costa­lis, Podocarpus parlatoreL

PROTEACEAE - Orothamnus zeyheri,Protea odorata.

RUBIACEAE - Balmea stormae.SAXIFRAGAOEAE(GROSSULARIACEAE)

. - Ribes sardoum.TAXACEAE - Fitzroya cupressoides.

ULMACEAE - Celtis aetnensis.WELWITSCHIACEAE - Welwitschia bai-

nesii.ZINGIBERACEAE - Hedychium philippi­

n€nse.ANEXO li

Interpretação1. No presente Anexo se faz referência

às espécies:a) conforme o nome das espécies; ou

b) como se estivessem todas as espéciesincluídas num Taxou superior ou em umaparte do mesmo que tenha sido designada.

2. A abreviatura "spp" é utilizada paradenotar todas as espécies de um Taxou su­perior.

3. Outras referências aos Taxa superio­res às espécies têm a finalidade única deservir de informação ou classificação.

4. Um asterisco (*) colocado junto aonome de uma espécie ou Taxon superiorindica que uma ou mais das populaçõesgeograficamente separadas, subespécies ouespécies do referido Taxou se encontram in­cluídas no Anexo I e que essas populações,subespécies ou espécies estão excluídas doAnexo lI.

5. O símbolo (#) seguido de um númerocolocado junto ao nome de um espécie ouTaxou superior indica aa partes ou deri­vados que se encontram especificados emrelação ao mesmo para os fins da presenteConvenção como segue:

# 1 designa a raiz# 2 designa a madeira

# 3 designa os troncos

6. O símbolo (-) seguido de um númerocolocado junto ao nome de uma espécie ouTaxon superior indica a exclusão, de talespécie ou de um Taxou superior, das popu­lações geograficamente separadas, subespé­cies, espécies ou grupos de espécies designa­das, como segue:

- 101 Espécies que não são suculentas.

7. O 'símbolo (+) seguido de um númerocolocado junto ao nome de uma espécie ouTaxou superior denota que somente popu­lações geograficamente separadas ou snbes­pécíes ou espécies de tal espécie ou 'I'axonsuperior se incluem no presente Anexo, comosegue:

+ 201 Todas as subespécies da Américado Norte

+ 202 Espécies da Nova Zelândia+ 203 Todas as espécies da ramílía nas

Américas

+ 204 População australiana.

FAUNAMAMMALIA

MARSUPIALIA

Macropodidae - Dendrolagus inustus,Dendrolagus ursinus.

INSECTIVORAErinaceidae - Erinaceus frontalis.

PRIMATESLemuridae - Lemur catta *.Lorisidae - Nycticebus coucang, Loris

tardigradus.Cebidae - Cebus capucinus.

Cercopithecidae - Macaca sylvanus, Co­lobus badius gordonorum, Colobus verus,Presbytis johnii.

Pongidae - Pan paniscus, Pan troglo­dytes.

EDENTATAMyrmecophagidae - Myrmecophaga trí­

dactyla, Tamandua tetradactyla chapa­densis.

Bradypodidae - Bradypus boliviensis.

PHOLIDOTAManidae - Manis crassicaudata, Manis

pentadactyla, Manis javanica.

LAGOMOR,PHA

Leporidae - Ne~olagus netscheri.RODENTIA

Heteromyidae - Dipodomys phillipsUphillipsii.

Sciuridae - Ratufa spp., Lariscus hosei.

Page 19: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04MAR1975.pdfANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I

Mal"ço de 1975

Castoridae - Castor canadensís fronda­tor, Castor eanadensís repentinus.

Cricetidae - Ondatra zibethicus hernardí.CARNIVORA

Oantdae - Canis lupus pallipes, Canis1upus irremotus, Canis lupus cvrassodcn,Cuon alpinus.

Ursidae - Ursus (Thalarctos) maritímus,Ursus arctos * +201, Helarctos malayanus,

Procyonidae - Ailurus fulgens.

Mustelidae - Martes americana atrata.

Viveridaé ~ Prlonodon Iínsang, Cynogalebennetti, Helogale derbianus,

Felidae - Felis yagouaronndi *, Felis 00­Iocolo paj eros, Felis colocolo crespoi, Feiíseolocolo budíní, Felis eoncolor míssouíensis,Felis concolor mayensís, Felis eoneolor azte­ca Feliz serval, Feliz lynx isabellina, Feliswi~dH *, Felis pardalís *, Felis tigrina *, ~e­Iis (:==Caracal) caracal, Panthera 1eo persica,Panthera tigris altaíca (=amurensis).

PINNIPEDIA

Otariidae - Arctocepha.lus australís, Are­tocephalus gaíapagoensís, Arc~cepha1us

philippii, Arctocephalus townsendl.

Phocidae - Mirounga australís, Miroungaleonina.

TUBULIDENTATAOrycteropidac - Orycteropus afer.

SIRENIA. Dugongidae - Dugong dugon * + 204.Trichech~dae - Trichechus senega1ensis.

PERISSODACTYLA

Equidae - Equus hemionus *Tapiridae - Tapirus terrestris.

Rhínocerotidae - Diceros bicornis.

ARTIODACTYLA

Hippopotamídae - Choeropsis liber~ensis.Cervldae - Cervus elaphus bactnanus,

Pudu mepristophiles.

Antilocaprídae - Antilocapra americanamexicana.

Bovidae - Cephalophus monticola, Oryx(tao) dammah, Addax nasomaculatus,Pantholops hodgsoni, Capra falconeri "Ovis ammon " Ovis canadensis:

AVES

SPHENISCIFORMES

Spheniscidae - Spheniscus demersus.

RHEIFORMESRheidae - Rhea americana albescens,

pterocnemia pennata pennata, Pterocne­mia pe;ilnata gar1eppi.

TINAMIFüRMES

Tinamidae - Rhynchotus rufescens ru­fescens, Rhyncho~us J:ufescens pallescens,Rhynchotus rufescens maculicollis.

CICONIl[ORMES

Ciconiidae - Cleonla nigra.

Threskiornithidae Geronticus calvus,Platelea 1eucorodia.

Phoenicopteridae Phoenicopeterusruber chilensis, Proenicoparrus andinus,Phoenlcoparrus jamesi.

PELECANIFORMES

Pelecanidae - Pelecanus crlspus.

ANSERIFOR~1E8.

Anatidae - Anas aucklandica aucklandi­Ca, Anas aucklandica chlorotis, Anas ber­nieri, Dendroeygna arborea, Sarkidionis

DIAUIO DO CONGUESSO NACIONAL (Seção I)

malanotos, Anser albifrons gambellí, Oyg­nus bewíckíl jankowskü, Cygnus melan­

-corvpnus, Coscoroba coseoroba, Branta ru­fico11is.

FALCONIFORME$Accipitridae - Gypaetus barbatus merí­

díorialis, Aquila chrysaetos,

Falconidae - Spp. * .GALLIFORMES

Megapodíídae - Megapodius freyctnetnícobaríensís, Megapodius rreycínet abbottt.

Tetraonidae Tympanuchus cupidopinnatus.

Phasíanídae - Francolinus oehropectus,Francolinus swlerstraí, Catreus wallichli,po1yplectron malacense, Po1yplectron ger­maíní, Polyp1ectron bícalcaratum, Gallussonneratii, Argusianus argus, Ithaginuscruentus, Oyrtoriyx montezumae montezu­mas, Cyrtonyx montezumae mearnsí,GRUIFORMES

Gruidae - Balearica regolorurn, Gruscanadensís pratensís.

Rallidae - Galliral1us australís hectorí.Otididae - Chlamydotís undulata, 011.0­

ríotís nígríeeps, Otis tarda.

CHARADRIIFORMES

Scolopacidae - Numenius tenuírostrís,Numenius minutus.

Laridae - Larus brunneicephalus.

COL UMBIFORMESColumbidae - Gallicolumba luzonica, Gou­ra crlstata, Goura sc11.eepmakeri, Gouravictoria, Ca10enas nicobarica pelewensis.

PSITTACIFORMESPsittacidae - Coracopsis nígra barklyi,Prosopeia personata, Eunymphicus cornu­tUB, Cyanoramp11.us unicolor, Cyanoram­p11.us novaezelandiae, Cyanoramphus mal­11.erbi, Poicep11.a1us robustus, Tanygnat11.us1uzoniensis, probosciger aterrimus..

CUCULIFORMESMusophagidae - Turaco corythaix, Ga1­

lirex porphyreo1ophus.

STRIGIFORMESStrigidae - otus nudipes newtoni.

CORACIIFORMESBucerotidae - Bueeros rhinoceros rhino­

ceros, Buceros bicornis, Buceros hydroco­rax hYdricor~x, Aceros narcondami.

PICIFORMESPicidae - Picus squamatus flavirostris.

PASSERIFORMESCotingidae - Rupicola rupicola, Rupico1apennriana.

Pittidae - Pitta brachyura nympha.Hirundinidae - Pseudochelidon sirin-

tarae.Paradisaeldae - Spp.

Muscicapidae - Muscicapa ruecki.Fringillidae - Spinus yarrel1ii.

AMPHIBIAURODELA

Ambyistomidae - Ambystoma mexica­num, Ambystoma dumerillii, Ambystomalermaensis.

SALIl:!lNTIA

Bufonidae - Bufo retiformis.

REPTILIACROCODYLIA

Alligatoridae - Caiman crocodilus croeo­dilus, Caiman crocodilus yacare, Caiman

Terça-feira 46MB

crocodilus fuseus (chíapasíus) , Paleosuchuspalpebrosus, Paleosuchus trígonatus.

Crocodylidae - Crodocylus jonsoní. oro­codylus ncvaeguíneae novaeguineae, Croco­dylus porusus, Crocodylus acutus.TESTUDINATA

Emydídae - Clemmys muhlenbergí.

Testudinidae - Chersine spp. Geochelonespp. *, GOphCI'US spp., Homopus spp., Knixysspp., Malacochersus spp., Pyxls spp., Testu­do spp, ",

Ohelonüdae - Oaretta caretta, Cheloniamydas, Chelonia depressa, Eretmoche1ysímbricata bíssa, Lepídochelys olivacea. '

Dermochelidae - Dermochelys eoríacea,

Pelomedusidae - Podocnemís spp.

LACERTILIA

Teíidae - Cnemidophrus hyperythrus.

Iguanidae - Conolophus pallldus, Oololo­phus subcrístatus, Amblvrhynchus crístatus,Phrynosoma coronatum blaínvílleí.

Helodermatidae - Heloderrna suspectum,Heloderma horrídum.

Varanidae - Varanus spp. -.

SERPENTES

Boidae - Epicrates cenchrís cenchrís,Eunectes notaeus, Constrictor constrictor,Python spp. *.

Colubridae - Cyclagras gigas, PseudoboacloeUa, Elachistodon westermanni, Thamno­phis Blegans hammondi.

PISCES

ACIPENSERIFORMES

Acipenseridae - Acipenser fulvescens,Acipenser sturio.

OSTEOGLOSSIFORMES

Osteoglossidae -,- Arapaima gigas.

SALMONIFORMES

Salmonidae - Stenodus leucichthys lean­cichthys, Salmo chrysogaster.

CYPRINIFORMES

Cyprinidae - Plagopterus argentissiml1S,Ptychocheilus Iucius.

ATHERINIFORMES

Cyprinodontidae - Cynolebias constan­ciae, Cynolebias marmoratus, CynoleblasminimlJS, Cynolebias opalescens, CynolebiasspIendens.

Poeciliidae - Xiphophorl1s couchlanus.

COELACANTHIFORMES

Coe1anthidae - Latimeria chalumnae.

CERATODIFORMES

Ceratodidae - Neoceratodus forsteri.

MOLLUSCANAIADOIDA

Unionidae - Cyprogenia aberti, Epio­blasma (= Dysnomia) torulosa rangiana,Fusconaia snbrotl1nda, Lampsilis brevicula,Lexingtonia do1abelloides, Pleorobema cla­va.

STYLOMMATOPHORA

Camaenidae - Papustyla (= Papuina)pulcherrima.

Paraphantidae - Paraphanta spp. +202.PROSOBRANCHIA .

Hydrobiidae - Coahuilix hubbsi, Cochlio­pina milleri, Durangonella coahuilae, Mexi­pyrgus Carranzae, Mexipyrgus churincea­nus, Mexipyrgus escobedae, Mexipyrgus lu­goi, Mexipyrgus mojarralis, Mexipyr'gus

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0044 Terça-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

Espécie I NÚlnero I Tamanho I Marca(nomes científicos Sexo (ou volume) (se houver)e comuns)

(Canmbo e assinatura da Autoridade Aõmmtstratava que emite a licençaàe expcrtaçâo.]

1) Indique o tipo de produto

2) Suprima a menção múun

DESCRIÇAO D,O -(S) ESPÉCIME (8)' OU PARTE (S) OUDERIVADO (8) DE ESPÉCIME {S)INCLUINDO QrALQUER

MARCA (S) COLOCADA (S):

Espécimes vivos

MENSAGEM N.o 27, DE 1975(Do Poder Executivo)

Submete à consideração do CongressoNacional o texto do Acordo Básico deCooperação Técnica c Científica, firma­do entre a República Federativa doBrasil e a República de Gana, em Acra,em 7 de novembro de 1974.

(As Comissões de Relações Exteriores,de Oonstâtueâo e Justiça e de Ciênciae Tecnologia,)

Excelerttissimos Benhores Membros doCongresso Nacional:

Em conformidade com o disposto no Ar­tigo .44, Inciso I, da Constituição Federal,tenho a honra de submeter à elevada con­sideração de Vossas Excelências, acompa­nhado de Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estado das Relações Exteriores,o texto do Acordo Básico de CooperaçãoTécnica e Científica, firmado entre a Repú­blica Federativa do Brasil e a República deGana, em Acra, em 7 de novembro de 1974.

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975. ­:ERNESTO GEISEL.

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o DeI/DAIIDAF/A561644 (B 46) (A 38), DE 24 DEDEZEMBRO DE 1974, DO SENHOR MI­NISTRO DE ESTADO DAS RELAÇÕESEXTERIORES.

A Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Ernesto Geisel,Presidente da República. .

Senhor Presidente,

Tenho a honra de levar ao conhecimentode Vossa Excelência que foi assinado emAcra, em 7 de novembro último, o AcordoBásico de Cooperação Técnica e Científicaentre o Brasil e a República de Gana.

2. O Acordo tem Dor finalidade criarcondições que permitam o intercâmbio deexperiências e conhecimentos específicosadquiridos pelos dois países nos campos in­dustrial, agrícola, científico e de adminis­tração pública, e prevê as modalidades deelaboração de programas de cooperaçãotécnica.

S. Ao encarecer a Vossa Excelência aconveniência e oportunidade de o Governobrasileiro ratificar o presente Acordo, per­mito-me submeter à elevada consideraçãode Vossa Excelência o anexo projeto deMensagem Presidencial, que encaminha otexto do Acordo Básico de Cooperação Téc­nica e Científica entre o Brasil e a Repúbli­ca de Gana à aprovação do Poder Legisla­tivó.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência, Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito. ­Azeredo da Silveira.

(data)

..............................(data)

Fagaceae - Quercus copeyensis #: 2.

Leguminosae - Thermopsis mongolíea.Liliaceae - Aloe spp, *.Meliaceae - Swietenia humilis #: 2.Orehídaceae - Spp. *.Palmae - Arenga ipot, Phoeníx hanceana

varo phílíppínensís, Zalacca clemensíana.

Portulacaceae - Anacampseros spp.

Primulaceae - Cyclamen spp.

Solanaceae - Solanum sylvestrís,Sterculiaceae - Basiloxylon excelsum

#: 2.

Vernebenaceae - Caryopteris mongolíca.

Zygophyllaceae - Guaiacum sanctum#: 2,

(Anexo IH: vide Artigo Ir - parágrafo3, e artigo XVI,)

(lugar)

..........................(lugar)

INSECTA

PAíS EXPORTADOR~

Esta licença é concedida a:· " ............••••

Endereço: , , ......•...•..............................•o qual declara conhecer as disposições da Convenção, a fim deexportar " .....................•

(espécime (s) ou parte (li} ou derivado de espécime (6) (1) de umaespécie mcluída no Anexo I (2), Anexo tr (2), Anexo UI da Convenção tal comoespecjrrcado ebarso (2).

<criado em cativeiro ou cultivado em ) (2) Este (8)

espécime (s) está (estão) eonsígnados a ..Endereço: ..........•.....•...•.•. País: .••...............••.•••

ANEXO IV

CONVENCAO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DEESPÉCIES DA FAUNA E FLORA SELVAGENS EM

PERIGO DE EXTINÇÃO.

LICENÇA DE EXPORTAÇAO N'O .Válida até: (data)

LEPIDOPTERA

Paptlíonídae - Parnassíus apollo apollo.

FLORA

~pocynaceae - Pachypodíum spp.

Araliaceae - Panax quínquefolíum #1,Araucaria aracana # 2.

Cactaceae - Cactacea spp. + 203, Rhip­salís spp.

Compositae - saussurca lappa # 1.

Cyatheaceae - cvatnea (Hemitella) ca­pensís # 3, Cyathea dredgeí # 3, Cyatheamexicana # 3, Oyathea (Alsophila) sarví­ntí # 3.

Díoscoreaceae - Dioscorea deltoídes # 1.

Euphorbiaceae - Euphorbia spp, -101.

multílíneatus, Mexithauma qnadrlpaludíum,Nymphophilus minckleyi, Paludiscala na­ramba,

Partes ou Derivados

Espécie IQuantidade I Tipo de pronuto I lI:1.arca(se nouver)

Carimbo da autoridade que realiza a. inspeção:

a) na exportaçãob) na importação *'• Este carímbo tnutmae esta licença para :tIns de futuras transo.Qões comcroíaís,

e esta l1cenç& deveril ser entregue à Autoridacte Administrativa.

ACORDO BASICO DE COOPERACAO TÉC­NICA E CIENTíFICA ENTRE 6 GOVER­NO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DOBRASIL E O GOVERNO DA REPúBLICADE GANA.O Governo da República Federativa do

Brasil e o Governo da República de Gana.(Doravante chamados "Partes Contratan­tes"),

Fiéis aos elevados ideais da Carta das Na­ções Unidas, especialmente ao princípio daautodeterminação baseado no principio daigualdade e da dignidade de todos os povos.sem consideração a raça ou sexo, cor oucredo; .

Desejosos de fortalecar os laços de amiza­de e promover o desenvolvimento dos cam­pos técnico e científico e Os serviços admi­nistrativos e de dtreção em seus dois países;

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Março de 1975 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 flMã

Convencidos de que, em vista da seme­lhança de seu meio-ambiente tropical e con­siderando sua condição de países em de­senvolvimento, o intercâmbio de experiên­cias em tais campos e serviços pode trazerbeneficios mútuos:

Convieram em concluir o presente Acor­do de Cooperação Técnica e Científica, emespirito de cordial colaboração, nos seguin­tes termos:

ARTIGO I1. As Partes Contratantes, por enten­

dimento mútuo, organizarão o intercâmbiode visitas de funcionários de alto nível, res­ponsáveis pela formulação e implementaçãode planos de- desenvolvimento nacional emseus países. '

2. O objetivo de tais visitas será o'depermitir aos referidos :uncionários que sefamiliarizem com o país da outra ParteContratante, com as disponibilidades neleexistentes nos campos da agricultura, in­dústria, Ciência e administração pública ecom os métodos e práticas utilizados notreinamento de quadros técnicos para es­pecialização nos diversos campos.

J..RTIGO IICom base no conhecimento adquirido du­

rante as visitas mencionadas no Artigo I,as Partes Contratantes prepararão progra­mas de cooperação técnica a serem imple­mentados:

(a) pelo envio de pessoal de cooperaçãotécnica, individualmente ou em grupos, pa­ra o território da outra Parte, mediante so­licitação;

(b) pelo intercâmbio de informações so­bre temas de interesse comum;

(c) pelo envio de equipamento ao ter­ritório da outra Parte, mediante solicita­ção;

(d) pelo treinamento de quadros profis­sionais e técnicos e pelo oferecimento defacilidades para especialização nos camposreferidos no Artigo I, no território da outraParte e

(e) por quaisquer outros meios acorda­dos pelas Partes Contratantes.

ARTIGO IIIO treinamento de quadros técnicos e a

especialização nos diversos campos referi­dos no Artigo I poderão ser implementadospor meio de bolsas de estudo, pela indica­ção de professores e pessoal técnico quali­ficado, ou por qualquer outro meio que asPartes Contratantes. acordarem entre si.

ARTIGO IV1. Cada uma das Partes Contratantes

poderá designar, em seu país, a agência queexecutará os projetos acordados.

2. A execução de projetos por uma Par­te no território da outra deverá, entretanto,ser feita na base de Governo a Governo,mesmo se um dos Governos designar umacompanhia particular para o representar.

ARTIGO V1. O pessoal de cooperação técnica in­

dicado por uma Parte Contratante fornece­rá ao pessoal de contrapartida no territó­rio da outra Parte Contratante todas asinformações úteis relativas a técnicas, prá­ticas e métodos aplicáveis em seus respec­tivos campos, bem como sobre os principiosem que tais métodos se baseiam..

2. O pessoal de cooperação técnica a serenviado nos termos do presente Acordo es­tará disponivel para desempenhar funçõesoperacionais, executivas e de direção, alémde trabalhos de pesquisa, íncluíndo. masnão se limitando, necessariamente, ao trei­namento ou ensino nas agências, corpora-

cões ou organismos públicos no território daParte Contratan,te para que ·for designado.

3. (a) No desempenho de sua tarefa noterrítórío da outra Parte Contratante, opessoal de cooperação técnica, indicado con­forme as disposições do presente Acordo,atuará unicamente sob a direção exclusivada Parte Contratante em cujo territóriodesenvolva suas atividades, perante a qualserá responsável e à qual submeterá todosos relatórios, em primeira instância;

(b) em todos os casos, a Parte Contra­tante em cujo território o referido pessoalestiver desempenhando suas funções, desig­nará a autoridade perante a qual ele seráimediatamente responsável. Não se poderáexigi, do pessoal de cooperação técnica odesempenho de quaisquer funções íncompa­tíveís com os objetivos do presente Acordo.

ARTIGO VIA Parte Contratante que receber pessoal

de cooperação técnica adotará todas as me­didas necessárias para facilitar a perfeitarealização de fluas tarefas.

ARTIGO VIIDurante a preparação de um programa

ou de projetos de cooperação técnica, asPartes Contratantes, através de um Proto­colo ou de troca de Notas Diplomáticas, de­finirão pormenorízadamente as responsabi­lidades 'financeiras de cada uma das PartesContratantes.

ARTIGO"VILI1 Cada uma das Partes Contratantes

aplicará aos técnicos que estiverem servin­do em seu território, no âmbito do inter­câmbio previsto neste Acordo, assim comoàs suas famílias e bens, as disposições vi­gentes em seu território acerca de privilé­gios estendidos a pessoal de cooperação téc­nica em missão oficial. Os privilégios conce­didos por tais disposições incluem:

(a) tsencão de direitos e demais tributose taxas a artigos de uso pessoal ou domés­tico para sua primeira instalação, que serápelo prazo de seis meses a contar da datada chegada no país:

(b) isenção idêntica à acima no que serefere à Importação de um único veículoautomotor para uso 'Particular, trazido emnome do técnico ou de sua mulher, desdeque sua permanência no país seja por prazosuperior a um ano;

(c) imunidade em relação a atos desem­penhados no exercicío de suas funções ofi­ciais, exceto em casos de conduta dolosa;

(d) ísencão de taxas sobre os salários eemolumentos pagos ou pagáveis ao rererídopessoal pelo desempenho de suas funçõesnos termos deste Acordo.

2. Qualquer automóvel que tenha sidobeneficiado por isenção nos termos do pre­sente Artigo só poderá ser vendido de acor­do com as leis e regulamentos aplicáveisvígentes no uerrltórlo em que se encontrar.

3. (a) O equipamento doado por umaParte Contratante à outra com o propósito

.. de executar um projeto especifico seráadmitido no território da outra Parte Con­tratante sem o pagamento de direitos de al­fândega e outros impostos, taxas ou encar­gos ele importação.

(b) O custo do transporte de tal equipa­mento do porto de embarque para o de des­tino será pago pela Parte Contratante quereceber tal equipamento.

ARTIGO IXO oresente Acordo poderá ser modificá­

do di; comum acordo pelas Partes COntra­tantes, sem prêjuizo dos direitos do pessoal

de. cooperação técnica que estiver em mis­são nos termos do presente Acordo.

ARTIGO X

Qualquer questão relevante a respeito daqual as disposições do presente Acordo fo­rem omissas será resolvida pelas PartesContratantes mediante troca de Notas Di­plomáticas. Cada uma das Partes Contra­tantes considerará com simpatia qualquerproposta dessa natureza apresentada pela.outra Parte Contratante.

ARTIGO XIO presente Acordo será ratificado segundo

as disposições constitucionais das PartesCOntratantes e entrará em vigor na data emque as Partes Contratantes confirmaremsua ratificação por meio de Notas Diplomá­ticas.

ARTIGO XIIO presente Acordo poderá ser denunciado

por qualquer das Partes Contratantes, me­diante comunicacão escrita à outra. Expira.­rá noventa (90) 'dias após a data em que acomunícacão de sua denúncia for recebidapela outra Parte Contratante, salvo se foranulada antes do fim do referido período,por acordo entre as Partes Contratantes.

EM FI!: do que os abaixo assinados, devi­damente autorizados para esse fim por seusrespectivos Governos, firmaram o presenteAcordo.

FEITO em duplicata em Acra. aos setedias de novembro de 1974, nos idiomas por­tuguês e inglês. sendo ambos Os textosigualmente autênticos.

Pelo GOverno da República Federativa doBrasil: Lyle Amaury Tarrisse da Fontoura.

Pelo Governo da República de Gana:Kwame Baah:

MENSAGEM N.O 30, DE 1975

(Do Poder Executiyo)Submete à consideração do Congresso

Nacional o texto da Convenção Desti­nada a Evitar a Dupla Tl'ibutacão'ePrevenir a Evasiío Fiscal em Matéria deImpostos sobre a Renda, firmada entrea República Federativa do Brasil e o Es.tado Espanhol, em Brasílía, a 14 de no­vembro de 1974.

(Às Comissões de Relações Exteriores,de Constituicão e Justica e de Econo­mia, Indústria e Oomérclo.)

ExceJentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Em conformidade com o disposto no art.44, item I, da Constituição Federal, tenho ahonra de submeter à elevada eonsíderaeãode Vossas Excelências, acompanhado" deExposição de Motivos do Senhor Ministro deEstado das Relações Exteliores, o texto daConvenção Destinada a Evitar a Dupla Tri­butação e Prevenir a Evasão Fiscal em Ma­téria de Impostos sobre a Renda. firmadaentre a República Federativa do Brasil e oEstado Espanhol, em Brasilia, a 14 de no­vembro de 1974.

Brasilía, em 19 de fevereiro de 1975. ­Ernesto Geisel.

EXPOSICAO DE MOTIVOS DPF/DAI/DE-I/0211651. 31 (B 46) (F 4). DE 27 DE JA­NEfiO DE 1975. DO MINISTÉRIO DASRELAÇõES EXTERIORES.

À Sua Excelência o SenhorGeneral-de-Exército Ernesto Geisel,Presidente da República.

Senhor Presidente,

Tenho a honra de submeter à alta apre­ciação de Vossa Excelência o texto da con-

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

venção destinada a Evitar a Dupla Tributa­ção e Prevenir a Evasão Fiscal em Matériade Impostos sobre a Renda, firmada emBrasílía, a 14 de novembro último, entre oBrasil e a Espanha. .

2. Obedecida, em linhas gerais, a orien­tação adotada anteriormente em negocia­ções de Acordos semelhantes, estabelece­ram-se cláusulas que, mediante alívios fis­cais, visam a estimular as transferênciasrecíprocas de dividendos, juros e rovaltíes,incentivando os fluxos de investimentos nosterritórios de ambos os países.3. Por outro lado, a Convenção proporcio­nará condições mais vantajosas ao desen­volvimento da navegação marítima e aérea,ao intercâmbio de serviços de profissionaisliberais e de atividades de artistas e despor­tistas, bem como à expansão das atividadesculturais, através do intercâmbio de 'profes­sores e estudantes.

4. Em vista das razões acima expostas,Senhor Presidente, considero a COnvençãoem apreço merecedora da aprovação do Po­der Legislativo e, para tal, junto à presenteum projeto. de Mensagem, a fim de queVossa Excelência, se assim houver por bem.s~ digne encaminhá-la ao Congresso Na':eíonal, nos termos do Artigo 44 inciso I. daConstituição Federal. ' .

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência, o Senhor Presidente, osprotestos do meu mais profundo respeito. _Azeredo da Silveira.

CONVENÇãO ENTRE A REPÚBLICA FE­DERA'PIVA DO BRASIL E O ESTADOESPANHOL DESTINADA A EVITAR ADUPLA TRIBUTAÇãO E PREVENIR AEVASliO FISCAL EM o·ll.1ATÉRIP DE IM­POSTOS SOBRE A RENDA.O Governo da República Federativa do

Brasil e o Governo' do Estado Espanholdesejando concluir uma Convencão des­

tinada a evitar a dupla tributação -e preve­nir a evasão fiscal em matéria de impostossobre a renda,

Acordaram no seguinte:ARTIGO 1

Pessoas VisadasA presente Convenção se aplica às pessoas

residentes de um ou de ambos os EstadosContratantes.

ARTIGO 2Impostos Visados

1. A presente Convenção se aplica aosimpostos sobre a renda exigidos por um dosEstados Contratantes, qualquer que seja osistema usado para a sua exação. ,

'2. Oonsíderam-se impostos sobre a ren­da aqueles que incidem sobre a totalidadeda renda ou sobre parte da mesma, inclu­sive os impostos provenientes da alienacãode bens móveis ou imóveis, os impostos so­bre o montante dos salários pagos 'pela em­presa (não se incluindo as cotas de Previ-

. dêncía Social), assim como os impostos so­bre as mais-valias.

3. Os impostos atuais aos quais se aplica'a presente Convenção são:

a) no Brasil:- o imposto de renda com exclusão das

incidências sobre remessas excedentes e ati­vidades de menor importância (doravantereferido como "imposto brasileiro").

b) na Espanha:

(i) o imposto geral sobre a renda daspessoas físicas;

(li) o imposto geral sobre a renda desociedades e demais entidades juridicas,

com inclusão do imposto especial de 4% es­tabelecido pelo artigo 104 da Lei n.O 41 de11 de junho de 1964;

(til) os seguintes impostos à conta: acontribuição territorial sobre a riqueza ru­ral e pecuária, a contribuição territorial so­bre a riqueza urbana, o imposto sobre osrendimentos do trabalho pessoal, o impostosobre a renda do capital e o imposto sobreatividades e lucros comerciais e industriais;

üv) no Sahara, os impostos sobre a ren­da (sobre os rendimentos do trabalho e dopatrimônio) e sobre os lucros das empresas;

(v) o "cánon" de superfície, o impostosobre o produto bruto e o imposto especialsobre os lucros, regidos pela Lei n.o 21, de27 de junho de 1974 sobre pesquisa e explo­ração de hídrocarbonetos:

(vi) os impostos de renda locais (dora­vante referidos como "imposto espanhol").

4. Esta Convenção também será aplicá­vel a. quaisquer impostos idênticos ou subs­tancialmente semelhantes que forem poste­riormente criados seja em adição aos im­postos já existentes, seja em sua substitui­ção. As autoridades competentes dos Esta­dos Contratantes notírícar-se-ão de qual­quer modificação significativa que tenha si­do introduzida em suas respectivas legisla­ções fiscais.

ARTIGO 3Definições Gerais

1. Na presente Convenção, a não ser queo contexto imponha uma interpretação di­ferente:

a) o termo "Brasil" designa a RepúblicaFederativa do Brasil;

b) o termo "Espanha" designa o EstadoEspanhol;

c) as expressões "um Estado Contratan­te" e "o outro Estado Contratante" desig­nam o Brasil ou a Espanha consoante ocontexto;

d) o termo "pessoa" compreende as pes­soas físicas, as sociedades e qualquer outro

. grupo de pessoas;e) o termo "sociedades" designa qualquer

pessoa jurídica ou qualquer entidade que,para fins tributários, seja considerada co-mo pessoa jurídica: .

f) as expressões "empresa de um EstadoContratante" e "empresa do outro EstadoContratante" designam, respectivamente,uma empresa explorada por um residentede um Estado Contratante e uma empresaexplorada por um residente do outro EstadoContratante;

g) a expressão "tráfego Internaclonal"compreende qualquer vfàgem de navio ouaeronave explorado por uma empresa de umEstado Contratante, exceto quando a via­gem seja efetuada entre lugares do outroEstado Contratante;

h) a expressão "autoridade competente"designa:

(i) no caso do Brasil: o Ministro da Fa­zenda, o Secretário da Receita Federal ouseus representantes autorizados;

(li) no caso da Espanha: o Ministro daFazenda, o Diretor-Geral de Política Tribu­tária ou qualquer outro representante au­torizado pelo Ministro.

2. Para a aplicação da presente Conven­ção por um Estado Contratante, qualquerexpressão que não se encontre de outro mo­do definida terá o significado que lhe éatribuído pela legislação desse Estado Con­tratante relativa aos impostos que são ob­jeto da Convenção, a não ser que o con­texto imponha interpretação diferente.

ARTIGO 4

Domicílio Fiscal1. Para os fins da presente Convenção, a

expressão "residente de um Estado Contra­tante" designa qualquer pessoa que, em vir­tude da legislação desse Estado, esteja aísujeita a imposto em razão de seu domicí­lio, de sua residência, de sua sede de direçãoou de qualquer outro critério de naturezaanáloga.

2. Quando, por força das disposições doparágrafo 1, uma pessoa física for residentede ambos os Estados, Contratantes, a situa­ção será resolvida de acordo com as seguin­tes regras:

a) esta pessoa será considerada corno re­sidente do Estado Contratante em que eladisponha de uma habitação permanente. Sedispuser de uma habitação permanente emambos os Estados Contratarites, será consi­derada c0Il}0 residente do Estado Contra­tante com ° qual suas ligações pessoais eeconômicas sejam mais estreitas (centro deinteresses vitais);

b) se o Estado Contratante em que temo centro de seus interesses vitais não puderser determinado, ou se não dispuser de umahabitação permanente em nenhum dos Es­tados Contratantes, será considerada comoresidente do Estado Contratante em quepermanecer habitualmente;

c) se permanecer habitualmente em am­bos os Estados Contratantes ou se não per­manecer habitualmente em nenhum deles,será considerada como residente do EstadoContratante de que for nacional;

d) se for nacional de ambos os EstadosContratantes ou se não for nacíonal de ne­nhum deles, as autoridades competentes dosEstados Contratantes resolverão a questãode comum acordo.

3. Quando, em virtude das disposições doparágrafo 1, uma pessoa que não seja umapessoa física for um residente de ambos osEstados Contratantes, será considerada co­mo residente do Estado Contratante em queestiver situada a sua sede de direção efetiva.

ARTIGO 5Estabelecimento Permanente

1.' Para os fins da presente Convenção,a expressão "estabelecimento permanente"designa uma instalação fixa de negócios emque a empresa exerça toda ou parte de suaatividade. .

2. A expressão "estabelecimento perma-nente" compreende especialmente:

a) as sedes de direção;b) as sucursais;c) os escritórios;d) as fábricas;e) as oficinas;f) as minas, pedreíras ou qualquer outro

local de extração de .recursos naturaís;g) os canteiros de construção ou de mon­

tagem cuí a duração exceda seis meses,A expressão "estabelecimento permanen­

te" não compreende:a) a utilização de instalações unicamente

para fins de armazenagem, exposição ou en­trega de bens ou mercadorias pertencentesà empresa;

b) a manutenção de um estoque de bensou mercadorias pertencentes à empresaunicamente para fins de armazenagem, ex­posição ou entrega;

c) a manutenção de um estoque de bensou mercadorías pertencentes à empresa

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO N.ACIQNA;L <Seção I) Terça-feira 4. 00407

dependentes, os lucros que, sem essas con­dições, teriam sido obtidos por uma dasempresas, mas não o foram por causa des­"as condições, podem ser incluídos nos lu­cros dessa empresa e tributados como tal.

ARTIGO 10

, Dividendos

1. Os dividendos pagos por uma socie­dade residente de um Estado Contratante aum residente do outro Estadv Contratantesão tributáveis nesse outro Estado.

2:. Todavia, esses dividendos podem sertributados no Estado Contratante onde resi­de a sociedade que os paga, e de acordo coma legislação desse Estado, mas o impostoassim estabelecido não poderá exceder 15%do montante bruto dos dividendos.

Este parágrafo não afetará a tributaçãoda sociedade com referência aos lucros quederam origem aos dividendos pagos.

3. O disposto nos parágrafos 1 e 2 não seaplica quando o beneficiário dos drvídendos,residente de um Estado Contratante, tiver,no outro Estado Contratante de que é re­sidente a sociedade que paga os dividendos,um estabelecimento permanente a que esti­ver ligada a participação geradora dos divi­dendos. Neste caso, serão aplicáveis as dis­posições do Artigo 7.

4. O termo "dividendos" usado no pre­sente Artigo, designa os rendimentos prove­nientes de ações, ações ou direitos de frui­ção, partes de emnresas mineradoras, açõesde fundador ou outros direitos que permi­tam participar dos lucros, com exceção decréditos, bem como rendimentos de outrasparticipações de capital assemelhados aosrendimentos de ações pela legislação tribu­tária do Estado Contratante em que a socie­dade que os distribuir seja residente.

5. Quando uma sociedade residente daEspanha tiver um estabelecimento perma­nente no Brasil, esse estabelecimento per­manente poderá aí estar sujeito a um im­posto retido na fonte de acordo com a legis­lação fiscal brasileira Todavia, esse impostonão poderá exceder 15% do montante brutodos lucros do estabelecimento permanente,determinado após o pagamento do impostode renda de sociedades' referente a esses lu­cros.. Não obstante, o imposto só será aplicávelquando os lucros forem efetivamente trans­feridos para o exterior.

ARTIGO 11

.Juros1. Os juros provenientes de um Estado

Oon tratante e pagos a um residente dooutro Estado Contratante são trtbutaveísnesse outro Estado.

2. Todavia, esses juros podem ser tribu­tados no Estado Contratante de que provême de acordo com a legislação desse Estado,mas o imposto assim estabelecido não po­derá exceder 15% do montante bruto dosjuros.

3. O imposto sobre os juros pagos a ins­tituições financeiras de um Estado Con­tratante em decorrência de empréstimos ecréditos concedidos por um prazo mínimode 10 anos e com o objetivo de financiar aaquisição de bens de equipamento, não po­derá exceder, no Estado Contratante de queprocedam os juros. 10% do montante brutodos juros.

4. Não obstante o disposto nos parágra­fos 1 e 2:

a) os juros provenientes de um EstadoCont.rat.arrte e pagos ao Governo do outroEstado Contratante, ou a uma de suas sub­divisões polítteas ou a qualquer agência

ARTIGO 9

Empresas AssociadasQuandO:a) uma empresa de um Estado Contra­

tante participar direta ou indiretamente dadireç-ão, controle ou capital de uma empresado outro Estado Contratante, ou

b) as mesmas pessoas participarem diretaou indiretamente da direção, controle oucapftal de uma empresa de um Estado Con­tratante e de uma empresa do outro EstadoContratante, e, em ambos os casos, às duasempresas estiverem ligadas, nas suas rela­ções comerciais ou financeuas, por condi­ções aceitas ou impostas que difiram dasque seriam estabelecidas entre empresas in-

rendimentos de bens imobiliários que sirvampara o exercício de uma profíss," liberal.

ARTIGO 7

ARTIGO 8

Navegação Marítima e Aérea

1. Os lucros provenientes da exploração,no tráfegó Internacíonal, de navios ou aero­naves, só são tributáveis no Estado Contra­tante em que estiver situada a sede da dire­ção efetiva da empresa.

2. Se a sede da direção efetiva da em-- presa de navegação marítima se situar a

bordo de um navio, esta sede será conside­rada situada no Estado Contratante em quese encontre o porto de registro desse navio,ou na ausência de porto de registro, PO Es­tado Co~tratante em que reside a pessoaque explora o navio.

3. Os lucros provenientes ca exploração,no tráfego ínternacionaj, :le navios ou aero­naves obtidos 'por uma empresa de um Es­tado Contratante através de partfcipaçâoem um "pool" ou em uma associação só sãotrlbutávcís no Estado 'Contratante em queestiver situada a sede de direção efetiva daempresa.

7. O fato de uma sociedade residente deum Estado Contratante controlar ou sercontrolada por uma sociedade residente dooutro Estado Contratante, ou que exerça suaatividade nesse outro- Estado (quer sejaatravés de um estabeleeímento permanente,quer de outro modo) não será, por si só,bastante para fazer de qualquer dessas so­ciedades estabelecimento permanente daoutra.

unicamente para fins de transformação poroutra empresa;

d) a manutenção de uma instalação fixade negócios unicamente para fins de com- Lucros das Empresasprar bens ou mercadoraía ou obter íntorma-ções para a empresa; 1. Os lucros de uma empresa de um Es-

tado Contratante só são tributáveis nessee) a manutenção de uma instalação fixa Estado, a não ser que a empresa exerça

de negócios unicamente para fins de publi- sua atividade no outro Estado Contratantecidade, íornecímento de informações, pes- por meio de um estabelecimento perrnanen­quisas cientificas ou de atividades análogas te ai situado. No último caso, os lucros daque tenham um caráter preparatório ou au- empresa serão tributáveis no outro Estado,xíllar para a empresa. mas unicamente na medida em que forem

4. Uma pessoa que atue num Estado atribuiveis a esse estabelecimento perma­Contratante por conta de uma empresa do nente.outro Estado Contratante - e desde que 2. Quando uma empresa de um Estadonão seja um agente independente contem- Contratante exercer sua atividade no outroplado no parágrafo 6 - será considerada Estado Contratante através de um estabele­como estabelecimento permanente no prí- cimento permanente aí situado, serão atrí­meíro Estado se tiver, e exercer habitual- buídos em cada Estado Contratante a essemente naquele Estado, autoridade para eon- estabelecimento permanente os lucros quecluír contratos em nome da empresa, a não obteria se constituísse uma empresa distintaser que suas atividades sejam limitadas à e separada, .exercendo atividades ídêntícascompra de bens ou mercadorias para a em- ou similares, em condições idênticas ou si­presa. mllares, e transacíonando com absoluta in-

5. Uma empresa de seguros de um Estado dependência com a empresa de que é umContratante será cçnsíderada como tendo estabelecímerito permanente.um estabelecimento permanente no outro - a. No cálculo dos lucros de um estabele­'Estado Contratante, desde que, através de cimento permanente, é permitido deduzir asuma pessoa não Incluída entre as meneio- despesas que tiverem sido feitas para.a con­nadas no parágrafo 6, receba prêmios ou secução dos objetivos do estabelecimentosegure riscos nesse outro Estado. permanente. incluindo as despesas de díre-

6. Uma empresa de um Estado Contra- çâo e os encargos gerais de administraçãotante não será considerada como tendo um assim realizados.estabelecimento permanente no outro Es- 4. Nenhum lucro será atríbuído a um es­tado Contratante pelo simples fato de exer- tabelecimento permanente pelo simples fatocer sua atividade nesse outro Estado por in- de comprar bens ou mercadorias para a em­termédío de um corretor, de um comissário presa.geral ou de qualquer outro agente que gozede um status independente, desde que essas 5. Quando os lucros compreenderem ele­pessoas atuem no âmbito de suas atividades mentos de rendimentos tratados separada­normais. mente nos outros artigos da presente Con­

venção, as disposições desses artigos nãoserão afetadas pelas disposições do presenteartigo.

ARTIGO 6

Rendímentos de Bens Imobiliários1. Os rendimentos de bens imobiliários

são tributáveis no Estado Contratante emque esses bens estiverem situados.

'2. a) A expressão "bens imobiliários", comressalva das disposições das alíneas Ir) e c)abaixo, é definida de acordo com a legisla­ção do Estado Contratante em que os bensem questão estiverem situados;

h) a expressão "bens imobiliários" com­preende, em qualquer caso, os acessórios dapropriedade imobiliária, o gado e o equipa­mento utilizados nas explorações agrícolas eflorestais, os direitos a que se aplicam asdisposições do direito privado relativas àpropriedade territorial, o usufruto de bensímobilíáríos e os direitos aOS pagamentosvariáveis ou fixos pela exploração, ou con-

~ cessão da exploração, de jazidas minerais,fontes e outros recursos naturais;

c) os navios, barcos e aeronaves não sãoconsiderados bens imobiliários.

3. O disposto no parágrafo 1 aplica-seaos rendimentos derivados da exploraçãodireta, da locação, do arrendamento ou dequalquer outra forma de exploração de bensimobílíáríos.

4. O díspoato nos parágrafos 1 e 3 apli­ca-se igualmente aos rendimentos de bensimobiliários das empresas, 'assim como aos

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0148 Terça-feira t

<inclusive uma instituição financeira) depropriedade exclusiva daquele Governo, oude uma de suas subdivisões políticas sãoisentos de imposto no primeiro Estado Con­tratante.

h) os juros da dívida pública, dos títulosou debêntures emitidos pelo Governo deum Estado Contratante ou por qualqueragência (ínclusíve uma instituição finan­ceira) de propriedade desse Governo, só sãotributáveis nesse Estado.

5. O termo "juros" usado no presenteartigo compreende os rendimentos da Dí­vída Pública, dos titulos ou debêntures,acompanhados ou não de garantia hipote­cária ou de ctáusula de participação noslucros, e de créditos de qualquer natureza,bem como qualquer outro rendimento que,pela legislação tributária do Estado Con­tratante de que provenham, seja asseme­lhado aos rendimentos de importânciasemprestadas.

6. O disposto nos parágrafos 1 e 2 nãose aplica se o benefícls rio 10s juros, resi­dente de um Estado Contratante, tiver, nooutro Estado Contratante de que prove­nham os juros, um estabelecimento per­manente ao qual se ligue efetivamente ocrédito gerador dos juros. Neste caso, apli­car-se-á o disposto no Artigo 7.

7. A limitação estabelecida no parágra­fo 2 não se aplica aos juros provenientesde um Estado Contratante e' pagos a umestabelecimento permanente, de uma em­presa do outro Estado Contratante situadoem um terceiro Estado.

8. Os juros serão considerados comoprovenientes de um Estado Contratantequando o devedor for o próprio Estado, umade suas subdivisões polítleas, uma de suas,entidades locais ou um residente desse Es­tado. No entanto, quando o devedor dosjuros, residente ou não de um Estado Con­'tratante, tiver num Estado Contratante umestabelecimento permanente pelo qual hajasido contraída a obrígaçâo que dá origemaos juros e caiba a esse estabelecimentopermanente o pagamento dos juros, essesjuros serão considerados provenientes doEstado Contratante em que o 'estabeleci­mento permanente estiver situado.

9. Se, em conseqüência de relacões es­peciais existentes entre o devedor é o cre­dor. ou entre ambos e terceiros, o mon­tante dos juros pagos, tendo em conta acrédito pelo qual são pagos, exceder àqueleque seria acordado entre o devedor e o cre­dor na ausência de tais relações, as dispo­sícões deste Artigo se aplicam apenas aeste último montante. Neste caso, a parteexcedente dos pagamentos será tributávelconforme a legislação de cada Estado Con­tratante e tendo em conta as outras Jispo­síções da presente Convenção.

ARTIGO 12

Royalties

1. Os royaltíes provenientes de um Es­tado Contratante e pagos a um residentedo outro Estado Contratante são tributá­veis nesse outro Estado.

2. Todavia, esses royalties podem sertributados no Estado Contratante de queprovêm, e de acordo com a legislação desseEstado, mas o imposto assim estabelecidonão poderá exceder:

, a) 10% do montante bruto dos royaltíespagos pelo uso ou pela concessão do uso dedireito de autor sobre obras literárias, ar­tísticas ou científicas (tnelustve os filmeseínematográrícos, filmes ou fitas de gra-

. "ação de programas de televisão ou radío-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

difusão, quando produzidos por um resi­dente de um dos Estados Contratantes);

b) 15% em todos os demais casos.3_ O termo "royalties" empregado neste

artigo designa as remunerações de qual­quer natureza pagas pelo uso ou pela con­cessão do uso de direitos de autor sobreobras literárias, artístícas ou cientificas(inclusive os filmes cinematográficos, fil­mes ou fitas de gravação de programas detelevisão ou radíorusão) , de patentes, mar­cas de indústria ou de comércio, desenhosou modelos, planos, fórmulas ou processossecretos, bem como pelo asa ou concessãodo uso de equipamentos industriais, co­merciais ou cientificas e por informaçõescorrespondentes à experiência adquiridano setor industrial, comercial ou cientifico.

4. Os royaltíes serão considerados pro­venientes de um Estado Contratante quan­do o devedor for o próprio Estado, uma desuas subdivisões políticas, uma de suas en­tidades locais ou um residente desse Es­tado. Todavia, quando o devedor dos royal­ties, seja ou não residente de um EstadoContratante, tiver num Estado Contratanteum estabelecimento permanente com oqual haja sido contraida a obrigação depagar os royaltíes e caiba a esse estabele­cimento permanente o pagamento dosroyalties, esses royaltíes serão consideradosprovenientes do Estado Contratante em queo estabelecimento permanente estiver si­tuado.

5. O disposto nos parágrafos 1 e 2 nãose aplica. quando o beneficiário dos royal­tíes, residente de um Estado Contratante,tiver, no outro Estado Contratante de queprovêm os royaltíes, um estabelecimentopermanente ao qual estão ligados efetiva­mente o direito ou bem que deu origem aosroyaltres. Neste caso, aplicar-se-á o dispos­to no Artigo 7.

6. Se, em conseqüência de relações es­peciais existentes entre o devedor e o cre­dor, ou entre ambos e terceiros, o mon­tante dos royaltíes pagos, tendo em contaa obrigação pelo qual é pago, exceder àque­le que seria acordado entre o devedor e ocredor na ausência de tais relações, as dis­posições deste Artigo são aplicáveis apenasa este último montante. Neste caso, a parteexcedente dos pagamentos será tributávelconforme a legislação de cada Estado Con­tratante e tendo em conta as outras dis­posícões da presente Convenção.

ARTIGO 13

Ganhos de Capital1. Os ganhos provenientes da alienação

de bens imobiliários, conforme são defini­dos no parágrafo 2 do Artígo 6, são tribu­táveis no Estado Contratante em que essesbens estiverem situados.

2. Os ganhos provenientes da aliena­ção de bens mobiliários que façam parte doativo de um estabelecimento permanenteque uma empresa de um Estado Contratan­te possua no outro Estado Contratante, oude bens mobiliários constitutivos de umainstalação fixa de que disponha um resi­dente de um Estado Contratante no outroEstado Contratante para o exercício deuma profissão liberal; incluindo ganhosprovenientes da alíenação desse estabeleci­mento permanente (isolado ou com o con­junto da ampresa) ou dessa instalação fixa,são tributáveis no outro Estado. No entan­to os ganhos provenientes da alienação denavios ou aeronaves utilizados no tráfegointernacional e de bens mobiliários perti­nentes à exploração de tais navios ou ae­ronaves só são tributáveis no Estado Con­tratante em que estiver situada a sede dadireção ef~tiva da empresa.

Março de 1975

3. Os ganhos provenientes da alienaçãode quaisquer bens ou direitos diferentes dosmencionados nos parágrafos, 1 e 2 são tri­butáveis em ambos os Estados Contra­tantes,

ARTIGO 14

Profissões Independentes

1. Os rendimentos que um residente deum Estado Contratante obtenha pelo exer­cicio de uma profissão liberal ou de outrasatividades independentes de caráter análo­go SÓ são tributáveis nesse Estado, a não serque o .pagamento desses serviços e ativida­des caiba a um estabelecimento permanen­te situado no outro Estado Contratante oua uma sociedade residente desse outro Esta­do, Neste caso, esses rendimentos são tri­butáveis no outro Estado.

2. A expressão "profissões liberais" com­preende, em especial, as atividades inde­pendentes de caráter técnico, cientifico. li­terário. artístico. educativo e pedagógico,bem como as atividades independentes demédicos, advogados, engenheiros, arquitetos,dentistas e contadores.

ARTIGO 15

Profissões Dependentes

1. Com ressalva das disposições dos Ar­tigos 16. 18, 19 20 e 21, os salários, ordena­dos e remunerações similares que um resi­dente de um Estado Contratante receber emrazão de um emprego serão tríbutáveís so­mente nesse Estado, a não ser que o em­prego seja exercido no outro Estado Con­tratante. Se o emprego for aí exercido. asremunerações correspondentes são tributá­veis nesse Estado,

2. Não obstante as disposições do pará­grafo 1, as remunerações que um residentede um Estado Contratante receber em run­cão de um emprego exercido no outro Esta­do Contratante só são tributáveis no pri­meiro Estado se:

a) o beneficiário permanecer no outroEstado Contratante durante um período ouperíodos que não excedam, no total, 183 diasdo ano calendário considerado, e

b) as remunerações forem pagas por ouem nome de uma pessoa que não seja resi­dente do outro Estado. e,

c) o encargo das remunerações não cou­ber a um estabelecimento permanente ou auma ínstalacão fixa que o empregador ti­ver no outro Estado.

3. Não obstante as disposições prece­dentes deste artigo, as remuneracões relati­vas a um emprego exercido a bordo de 11mnavio ou de uma aeronave explorado emtráfego internacional são trlbutáveís no Es­tado Contratante em que estiver situada asede da direção efetiva da empresa,

ARTIGO 16

Remunerações de Direção

As remunerações de direção e outras re­munerações similares que um resídçnte deum Estado Contratante recebe na qualída­de de membro do Conselho de Diretores, oude qualquer conselho de uma sociedade re­sidente do outro Estado Contratante, sãotributáveis nesse outro Estado.

ARTIGO 17

Artistas e Desportistas

1. Não obstante as outras disposições dapresente Convenção, os rendimentos obti­dos pelos profissionais de espetáculo, taiscomo artistas de teatro, de cinema, de rá­dio ou de televisão e músicos, bem como osdesportistas, pelo exercícío nessa qualidadede suas atividades pessoais, são tributáveis

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, no Estado Contratante em que essas ativi­dades forem exercidas.

2. Quando os serviços mencionados noparágrafo 1 deste artigo forem fornecidosnum Estado Contratante por uma empresado outro Estado Contratante, os rendimen­tos recebidos pela empresa pelo forneci­mento desses.servleos podem ser tributadosno primeiro Estado Contratante. nãoobstante as outras disposições ...da presenteOonvencâo,

. ARTIGO 18

Pensões e Anuidades

1. Com ressalva das disposições do ar­tigo 19, as pensões e outras remuneraçõessimilares que não excedam ímportãnciaequivalente a US$ 3,000 no ano calendário,pagas a um residente de um Estado Contra­tante, serão tributáveis somente nesse Esta­do. A parte que exceder àquele limite serátributável em ambos os Estados Contra­tantes.

2. As anuidades só serão tributáveis noEBtado Contratante de residência do bene­ficiário.

No presente artigo:a) a expressão "pensões e outras remu­

nerações similares" designa pagamentos pe­riódicos efetuados depois da aposentado­ria, em conseqüência de um emprego ante­rior, ou a titulo 'de compensação por da­nos sofridos em conseqüência de empregoanterior;

h) o termo "anuidade" designa uma quan­tia determinada, paga periodicamente, ouem caráter vitalício, ou durante períodos detempo determinados ou determináveis, emdecorrência de um compromisso de efetuaros pagamentos como contrapartida de umaprestação equivalente em dinheiro ou ava­liável em dinheiro..

ARTIGO 19

Remunerações Públicas

1. As remunerações, excluindo as pen­sões, pagas por um Estado Contratante,uma de suas subdivisões políticas ou enti­dades locais, a uma pessoa física, por ser­viços prestados a este Estado, subdivisão po­lítica ou entidade local, só são tributáveisnesse Estado.

Entretanto, tais remunerações só são tri­butáveis no outro Estado Contratante se .osserviços forem prestados nesse Estado e seo beneficiário da remuneração for um re­sidente desse. Estado, que

a) seja nacional desse Estado, ou .

b) não tenha adquirido a qualidade deresidente desse Estado com a única finali­dade, de prestar aqueles serviços.

2. As pensões pagas por um Estado Con­tratante, uma de suas subdivisões políticasou entidades locais, quer diretamente, queratravés de fundos por éles constituídos, auma pessoa física, em conseqüência de ser­viços prestados a esse Estado, subdivisãopolítica ou entidade local, só são tributáveisnesse Estado.

Entretanto, estas pensões só são tributá­veis no Estado Contratante do qual o bene­ficiário sej a residente se este beneficiáriofor nacional desse Estado.

S. O disposto nos artigos 15, 16 e 18 apli­ca-se às remunerações ou pensões pagas emconseqüência de serviços prestados no de­sempenho de atividade comercial ou indus­trial exercida por um Estado Contratante.uma de suas subdivisões políticas ou enti­dades locais.

4. As pensões pagas através de fundosprovenientes da Previdência Social de um

EstaDo Contratante a um residente do ou­tro Estado Oontratante só são tributáveisnesse último Estado.

ARTIGO 20Professores e Pesquisadores

Uma pessoa tísíca que é, ou foi em perío­do imediatamente anterior à sua visita aum Estado Contratante, um residente dooutro Estado Contratante, e que, a convitedo primeiro E.stado Contratante, ou de umaUniversidade, estabelecimento de ensino su­perior, escola, museu, ou outra instituiçãocultural do primeiro Estado Contratante,ou que, cumprindo um programa oficial deintercâmbio cultural, permanecer nesse Es­tado por um período não superior a doisanos com o único fim de lecionar, profe­rir conferências, ou realizar pesquisas emtais instituições, será isenta de imposto nes­se Estado no que eoncerna à remuneracão 'que receber em conseqüência de tais ativi­dades.

ARTIGO 21

Estudantes1. Uma pessoa tísíca que é, ou foi em

período imediatamente anterior à sua vi­sita a um Estado Contratante, um residen­te do outro Estado Contratante e que per­manecer temporiariamente no primeiro Es­tado Contratante exclusivamente:

a) como estudante de uma universidade,escola superior ou escola do primeiro Esta­do Contratante,

b) como estagiário, ouc) como beneríciárío de uma bolsa, sub­

venção ou prêmio concedido por uma orga­nização religiosa, de caridade, científica oueducacional, com o fim primordial de estu­dar ou pesquisar,será isenta de imposto no primeiro EstadoContratante 'no que eoncerne às quantiasque receber do exterior para fazer face àsua manutenção, educação ou treinamen-to. .

2. Um estudante ou estagiário que é, oufoi em período imediatamente anterior àsua visita a um Estado Contratante, um re­sidente do outro Estado Contratante e quepermanecer no primeiro Estado Contratan­te com o único fim de se educar ou de rea­lizar treinamentos, será isento de impostono primeiro Estado Contratante, por umperíodo não superior a quatro anos calen­dário consecutivos, no que eoncerne à re­muneração que receber por emprego exer­cído nesse Estado, com a finalidade deajudar os seus estudos ou a sua formação.

ARTIGO 22

Rendimentos não ExpressamenteMencionados

OI! rendimentos de um residente de umEstado Contra banté não expressamentemencionados nos artigos precedentes dapresente Convenção são tributáveis em am­bes os Estados Contratantes.

ARTIGO 23

Método Para Eliminar a.Dupla Tributaçá@

1. Quando um residente de um EstadoContratante receber rendimentos que, deacordo com as disposições da presente Con­venção, sejam tributáveis no outro EstadoContratante, o primeiro Estado, ressalvadoo disposto nos parágrafos 2, 3 e 4, permitiráque seja deduzido do imposto que cobrarsobre os rendimentos desse residente; um

. montante igual ao imposto sobre a rendapago no outro Estado Contratante.

Todavia, o montante deduzido não pode­rá exceder a fração do imposto sobre arenda, calculado antes da deducáo, corres­pondente aos rendimentos tributáveis no ou­tro Estado Contratante.

O disposto neste parágrafo se aplica, naEspanha, tanto aos impostos gerais comoaos impostos a conta.

2. Para a dedução mencionada no pa­rágrafo 1, o imposto sobre os juros royal­ties será sempre considerado como tendo si­do pago com as alíquotas de 20% e 25%respectivamente.

3, Quando um residente da Espanha re­ceber dividendos que, de acordo com as dis­posições da presente convenção, sejam tri­butáveis no Brasil, a Espanha isentará deimposto estes dividendos, podendo no en­tanto, ao calcular o imposto incidente sobreos rendimentos restantes desse residente,aplicar a alíquota que teria sido aplicávelse tais dividendos não houvessem sido isen­tos.

4. Quando um residente do Brasil rece­bel' dívídendos que de acordo com as dis­posições da presente Ccnvençâo sejam tri­butáveis na Espanha, o Brasil isentará deimposto esses dividendos.

ARTIGO 24

Não-Discl'imina~ão

1. Os nacionais de um Estado Contra-.tantc não ficarão sujeitos no outro EstadoOontratante a nenhuma tributação ou obri­gação correspondente, diversa ou mais one­rosa do que aquelas a que estiverem SUJei­tos os nacionais desse outro Estado que se

- encontrem na mesma situação.2. O termo "nacionais" designa:a) todas as pessoas físicas que possuam

a nacionalidade de um Estado Contratante;e

b) todas as pessoas juridicas, sociedadesde pessoas e associações constituidas deacordo com a legíslaçâo em vigor num dosEstados Contratantes. .

3, A tributação de um estabelecimentopermanente que uma empresa de um Es­tado Contratante possuir no outro EstadoContratante não será menos favorável doque as das empresas desse outro Estado que 'exerçam a mesma atividade.

Esta disposição não poderá ser interpre­tada no sentido de obrigar a um EstadoContratante a conceder aos residentes dooutro Estado Contratante as deduções pes­soais, os abatimentos e reduções de impos­tos em função do estado civil ou encargosfamiliares concedidos aos seus próprios re­sidentes..

4. As empresas de um Estado Contra­tante, cujo capital pertencer ou for con­trolado, totar ou parcialmente, direta ou in­diretamente. por um ou mais residentes dooutro EBtado Contratante, não ficarão su­jeitas, no primeiro Estado, a nenhuma tri­butação ou obrigação correspondente diver­sa ou mais onerosa do que aquelas a queestiverem ou puderem estar sujeitas as ou­tras empresas da mesma natureza desseprimeiro Estado.

5. O presente artigo aplica-se a todosos impostos, mesmo que não estejam com­preendidos na presente Convenção.

ARTIGO 25

Procedimento Amigável

1. Quando um residente de um EstadoContratante considerar que as medidas to­madas por um ou ambos os Estados Con­tratantes conduzam 011 possam conduzir,em relação a si, a uma tributação em desa-

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0050 Terça-feira 4 BURlO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

eordo com a presente Convenção, poderá,independentemente dos recursos previstospelas legislações nacionais desses Estados,submeter o seu caso à apreciação da au­torídade competente do Estado Contratan­te de que é residente.

2. Essa, autoridade competente, se a re­clamação se lhe afigurar justificada e nãoestiver em condições de lhe dar uma solu­ção satisfatória, esforçar-se-á por resolvera questão através de acordo amigável coma autoridade competente do outro EstadoContratante. a fim de evitar uma tributa­ção em desacordo com a presente Conven­ção,

3. As autorídarícs competentes dos Es­tados Contratantes esforçar-se-âo por re­solver, através de acordo amigável, as difi­culdades ou dissipar as dúvidas que sur­girem da interpretação ou da aplicação dapresente Convenção. Poderão, também. con­sultar-se mutuamente com vistas a elimi­nar a' dupla tributação nos casos não 'pre­vistos na presente Convenção.

4. As autoridades competentes dos Es­tados Contratantes poderão comunicar-sediretamente a fim de chegarem a acordonos termos dos parágrafos anteriores. Se,para facilitar a realização desse acordo,tornar-se aconselhável realizar contatospessoais, tais entendimentos poderão serefetuados no âmbito de uma Comissão de

. representantes das autoridades competen­tes dos F::stados Contratantes.

ARTIGO 26

Troca de Informações

1. As autoridades competentes dos Es­tados Contratantes trocarão entre si as in­formações necessárias para aplicar as dis­posições da presente Convenção e das leisinternas dos Estados Contratantes relativasaos impostos que são objeto da presenteConvenção e que sejam exigidos de acordocom a mesma Convencão. As ínformacôesassim trocadas serão cónsideradas secretase não poderão ser reveladas a nenhuma pes­soa ou autoridade que não esteja incumbi­da da Hquidacão ou do recolhimento dosimpostos objeto da presente Convenção.

2. O disposto no parágrafo 1 não pode­rá em case algum. ser interpretado no sen­tido de impor a um dos Estados Contratan­tes a obrigação:

a) de tornar medidas administrativas con­trárias à sua legislação ou à sua práticaadministrativa ou às do outro Estado Con­tratante;

b) de fornecer ínformaeões que nãopoderiam ser obtidas com base na sua le­gislação eu no àmbíto da sua práticaadministrativa normal ou das do outro Es­tado Contratante;

cl de fornecer ínrormacões reveladorasde segredos comerciais,' índustrtaís, profis­sionais ou de processos comerciais ou in­

, dustriais, ou informações cuja comunicaçãoseja contrária à ordem públíca,

ARTIGO 27

Funcionários Diplomáticose Consulares

Nada na presente Convenção prejudica­rá os privilégios fiscais de que se benetí-

•eíem os funcionários diplomáticos ou con­sulares em virtude de regras gerais do Di­reito Internacional ou de disposições deacordos especiais.

ARTIGO 28Mét()dos de Aplicação

As autoridades competentes dos Esta­dos Contratantes estabelecerão, de comum

acordo, os métodos de aplicação da pre­sente Convenção.

ARTIGO 29

Entrada em Vigor

A presente Convenção será ratificada deacordo com as respectivas formalidadesconstitucionais e a troca dos corresponden­tes instrumentos de ratífícaeâo efetuar-se-áem Madri, logo que possível,

A Convenção entrará em vigor após atroca dos instrumentos de ratificação esuas disposições aplícar-se-ão pela primei­ra vez:

a) no Brasil:

I - no que concerne aos impostos co­brados pore melo de retenção na fonte, àsimportâncias pagas no ou depois do pri­meiro dia de janeiro do ano-calendárioimediatamente seguinte àquele em que aConvenção entrar em vigor;

II - no que concerne MS outros impos­tos de renda, às importâncias recebidasdurante o exercieío fiscal que comece noou depois do primeiro dia de janeiro doano-calendário imediatamente seguinteàquele em que a Convenção entrar em vi­gor.

b) na Espanha:

I - no que concerne aos impostos retidosna fonte. aos impostos exígiveís no ou de­pois do primeiro dia de janeiro do ano-ca­lendário imediatamente seguinte àqueleem que a Oonvençâo entrar em vigor;

II '-- no que concerne aos outros impos­tos sobre a renda. MS rendimentos recebi­dbs durante o exercício fiscal que comeceno ou depois do primeiro dia de janeirodo ano-calendário imediatamente seguinteàquele em que a Convenção entrar em vi-'gor.

ARTIGO 30

Denuncia

Qualquer dos Estados Contratantes podedenunciar a presente Convenção depois dedecorrido um período de três anos a con­tar da data de sua entrada em vigor, me­diante aviso por escrito de denúncia en­tregue ao outro Estado Ccmtratante atravésdos canais diplomáticos, desde que tal avisoseja dado até o dia 30 de JUl1110 de qual­quer ano-calendário. Neste caso a presenteConvenção se aplicará pela última vez:

a) no Brasil:

I - no que concerne MS impostos rece­bidos por meio de retenção na fonte, a-simportância", pagas antes da expiração doano-calendário no qual o aviso de denún-cia tenha sido dado; ,

II - no que concerne aos outros impos­tos compreendidos na presente Convenção,ao exercíeío fiscal que comece no ano-ca­

.Iendárío em que aviso ríe denúncia tenhasido dado.

b) na Espanha:I - no que concerne .aos impostos co­

brados por meio de retenção na fonte. aosimpostos exigíveis antes da expiração doano-calendário no qual o aviso de denún­cia tenha sido dado;

II - no que concerne aos outros Im­postos, aos rendimentos recebidos no exer­cicio fiscal que comece no ano-calendáriono qual o aviso de denúncia tenha sidodado.

Em fé do que, os Plenipotenciários dosdois I!lstados Contratantes firmaram a pre­sente Convenção e nela apuseram os res­pectivos setas.

Feito em Brasília, aos 14 dias do mês denovembro de 1974, em duplicata, nas lín­guas portuguesa e espanhola, sendo am­bos os textos igualmente autênticos.

Pelo Governo do Brasil; Antonio F. Aze­redo da Silvelra,

Pelo G.:Jverno da Espanha: José PérezDel Arco.~

PROTOCOLO

No momento da assinatura da Conven­ção para evitar a dupla tributação em ma­téria de impostos de renda entre a Repú­blica Federativa do Brasil e o Estado Es.panhol, os abaixo assinados, para isso de­vidamente autorizados, convieram nas se­guintes disposições que constit~em parteintegrante da presente Convenção.

1. Ad/art. 2, parágrafo 3, b) 6)

O "arbítrio de radíeacíón'' se consideraincluído.

2. Ad/art. 6, parágrafo 1

Os rendimentos provenientes de explora­ções agrícolas ou florestais se consideramincluidos.

3. Adlart. 10, parágrafo 2

Na eventualidade de o Brasil, após a as­sinatura da presente Convenção, reduzir o­imposto sobre os dividendos mencionadosno parágrafo 2 do artigo 10, pagos poruma sociedade residente do Brasil a umresidente de um terceiro Estado não loca­lizado na América Latina, e que possua nomínímo 25% do capital com direito a votoda sociedade residente do Brasil, uma re­dução igual será automaticamente aplicá­vel ao imposto sobre os dividendos pagos auma sociedade residente da Espanha quese encontre em condições similares.

4. Ad/art. 12, parágrafo 2

Na eventualidade de o Brasil, após a as­sinatura da presente Convenção, reduzir oimposto sobre os royalties mencionadosno parágrafo 2b do artigo 12, pagos porum residente do Brasil a um residente deum terceiro Estado não localizado na Amé­rica Latina, uma redução Igual será auto­maticamente aplicável ao imposto sobre osroyaltíes pagos a um residente da Espanhaque se encontre em condições similares.

5. Ad/art. 12, parágrafo 3

A expressão "por informações correspon­dentes à experlêneia adquirida no setor in­dustrial, comercial ou científico", mencio­nada no parágrafo 3 do artigo 12, com­preende os rendimentos provenientes daprestação de serviços técnicos e assistênciatécnica.

6. Ad/art. 14

Fica entendido que as disposições do ar­tigo 14 apllear-se-âo mesmo se as ativi­dades forem exercidas por uma sociedade.

7. Ad/art. 24, parágrafo 4

As disposições da legislação brasflelraque não permitem que os royalties, men­cionados no paragrafo 3 do artigo 12, pa­gos por uma sociedade residente do Brasila um residente da Espanha que possua nomínimo 50% do capital com díreíto a votodessa sociedade, sejam dedutíveis no mo­mento de se determinar o rendimento tri­butável da sociedade residente do Brasil,são aplicáveis, não obstante o disposto noparágrafo 4 do artigo 24 da presente Con­venção.

Na eventualidade de o Brasil, após a as­sinatura da presente Convenção, permitirque os royalüies, mencionados no parágra­fo 3 do artigo 12, pagos por uma sociedaderesidente do Brasil a um residente de um

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0051

terceiro Estado não localizado na AméricaLatina e que possua pelo menos 50% docapital com direito a voto da sociedaderesidente do Brasil, sejam dedutíveis parafins de determinação dos Iueros dessa so­ciedade, uma dedução igual será automa­ticamente aplicável, em condições símíla­res, à sociedade residente do Brasil quepague royalties a um residente da Espanha.

Em fé do que, os Plenipotenciários dosdois Estados Contratantes firmaram o pre­sente Protocolo e nele apuseram os respec­tivos selos.

Feito em Brasília, aos dias do mês denovembro de 1974, em duplicata, nas lin­guas portuguesa e espanhola. sendo ambosos textos igualmente autênticos.

MENSAGEM N.o 31, DE 1975

(Do Poder Executivo)Submete à consideração do Congresso

Nacipnal o texto das modificações in­trpduzidas no Convênio Constitutivo doBanco Interamericano de Desenvolvi­mento.

(AS COMISSõES DE RELAÇÕES EX­. TERrORES, DE CONSTITUIÇãO E

JUSTIÇA E DE ECONOMIA, INDúS­TRIA E COMÉRCIO).

Excelentíssimos Senhores Membros .doCongresso Nacional:

Nos termos do inciso I do artigo 44 daConstituição, tenho a honra de submeter àelevada deliberação de Vossas Excelênciaso texto das modificações introduzidas noConvênio Constitutivo do Banco Interame­.rícano de Desenvolvimento, de que trata ainclusa Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estado da Fazenda.

Brasíha, em 19 de fevereiro de 1975. ­Ernesto Geisel.

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o 508174, DE4 DE DEZEMBRO DE 1974, DO MINISTÉ­RIO DA FAZENDAExcelentíssimo Senhor Presidente da Re­

pública:Quando da realízação da XV Reunião

Anual da Junta de Governadores do BancoInteramerícano de Desenvolvimento, emabril último, em Santiago do Chile, foi apro­vada a Resolução AG-3/74, contendo reco­mendações à Diretoria Executiva do órgãono sentido de apresentar àquela Junta, pro­postas de emenda ao texto do ConvênioConstitutivo do Banco, a fim de permitira admissão de novos países.

2. Em cumprimento ao mandato rece­bido, a Diretoria Executiva incumbiu o Pre­sidente do Banco de submeter à Junta umProjeto de Resolução na forma recomenda­da, oportunidade em que foi marcada a da­ta máxima de 5:..7-74 para o recebimento dosvotos na sede da instituição, pela sistemá­tica permitida na Seção 5 do Regulamen­to Geral do Banco, ou seja, sem a necessi­dade de reunião especial para tal finalida­de.

3. Por carta datada de 2-8,,74, o Presi­dente do BID vem de dar conhecimento aoGoverno brasileiro que o assunto, levado avotação, mereceu a totalidade dos votos.

4. Assim sendo, faz-me mister a tomada.de medidas necessárias à entrada em vigorde modificações aos textos dos artigos II,Seção 1 o», e IV, Seção 3 (b), do ConvênioConstitutivo do Banco, os quais passariama \ter a seguinte redação:

Artigo 11, Seção 1 (b):"Os demais membros da Organizaçãodos Estados Americanos, o Canadá, as

Baamas e a Guiana poderão ingressarno Banco nas datas e nas condiçõesque o Banco determinar. Com o propó­sito de incrementar os recursos do Ban­co, também poderão ser admitidos noBanco os países ~tra-regionaisque se­jam membros do Fundo Monetário In­ternacional, e a Suíça, nas datas, nascondições e .de acordo com as normasgerais que a Assembléia de Governado­res houver estabelecido, com as limita­ções em seus direitos e obrigações emcomparação com os membros regionais,que o Banco determinar".

Artigo IV, Seção 3 (b);

"Os membros da Organização dos Es­tados Americanos que ingressarem noBanco após a data fixada no arttgo XV,Seção 1 (a), o Canadá, as Baamas, aGuiana e outros países que sejam ad-:mítídos de acordo com o artigo TI, Se­ção 1 (b), contribuirão para o Fundocom as quotas e nos termos que o Ban­co determinar".

5. Face ao exposto, de parte do Brasil,na forma dos artigos 44 e 81 da Constitui­ção, a alteração do Convênio Constitutivodo BID deverá contar com a devida aprova­ção dq Congresso Nacional.

6. Para esse efeito, estou submetendo oassunto à consíôeração de Vossa Excelên­cia, tomando a liberdade de propor o seuencaminhamento ao Congresso, em cum­primento às disposições legais em vigor.Apr~veito a oportunidade para renovar a

Vossa Excelência os protestos do meu maisprofundo respeito. - Mario Henrique Si-monsen, Ministro. _.

PROJETO DE RESOLUÇAO N.o I, DE 1975(Da Mesa)

Altera o número de funções de Se­cretário Parlamentar constante da ta­bela anexa à Besoluçâo D.O 25, de 17de maio de 1972.

A Câmara dos Deputados resolve:Art. 1.0 Fica alterado para trezentos e

sessenta e quatro, a partir de 1.0 de feve­reiro de 1975, o número de funções de Se­cretário Parlamentar exercidas nos Gabi­netes dos Deputados.

Art. 2.° Esta Resolução entrará em vigorna data de sua publicação,. revogadas asdisposições em contrário.

Sala das Sessões, em 26 de fevereiro de- 1975. - Célío Borja, Presidente.

JustificaçãoA Resolução n.O 25, de 17 de maio de 1972,

que dispõe sobre a concessão de gratifica­ção de representação de Gabinete, criou 310(trezentoas e dez) funções de SecretárioParlamentar.

Trata-se de funções de natureza especial,exercidas nos Gabinetes dos Deputados,com a gratificação mensal de Cr$ 1.800,00(Hum mil e oitocentos cruzeiros).

A descrição sucinta das atribuições doencargo de Secretário Parlamentar é a se­guinte: redigir a correspondência pessoaldo Parlamentar; atender às pessoas quecom ele queiram avistar-se; executar tra­balhos datilográficos; realizar pesquisas eexecutar outras tarefas burocráticas.

Ao regulamentar o regime díseíplínar dosindicados para o exereíeío das funções deSecretário Parlamentar, a Mesa, através doAto n.o 42, de 18 de outubro de 1973, houvepor bem vedar aos funcionários desta Casae do Sena.do Federal, bem assim aos servi­dores requisitados, de exercerem, por qual-

quer motivo, as atribuições inerentes àque­le.

Tendo em vista que o número de Depu­tados passou de 310 para 364, na presentelegislatura, e existinto saldo na verba pró­pria no vigente Orçamento, é que se pro­põe a criação de 54 funções de SecretáriOParlamentar, a fim de que cada Deputadopossa contar com esse auxiliar direto desua inteira confiança, razão do presenteProjeto de Resolução.

Parecer da Mesa.A Mesa, na reunião de hoje, sob - a Pre­

sidência do Sel)hor Deputado Célio Borja,presentes os Senhores Deputados HerbertLevy, 1.° Vtce-Presídente, Alencar Furtado,2.0 Vice-presidente, Odúlio Dommgues, 1.°Secretário, Henrique Eduardo Alves, 2.° Se­cretário, Pinheiro. Machado, 3.° Secretárioe Léo Simões, 4.0 Secretário, aprovou, porunanimidade, o Projeto de Resolução que"altera o número de funções de SecretárioParlamentar constante da tabela anexa àResolução n.v 25, de 17 de maio de 1972".

Sala das Reuniões, 26 de fevereiro de1975. - Célio Borja, Presidente.

RESOLUÇAO N.O 25, DE 1972

Dispõe sobre a concessão de gratifi­cação de representaçâo de Gabinete.

Faço saber que a Câmara dos Deputadosaprovou e eu promulgo a seguinte Resolu-ção: '

Art. 1.° Ficam criados os Gabinetes deDeputados.

Art. 2.° A Gratificação de Representa­ção de Gabinete será concedida pelo exer­cicio de funções de natureza especial nosgabinetes dos membros efetivos da Mesa erespectivos suplentes, dos Líderes dos Depu­tados, do Diretor-Geral, do Secretário-Geralda Mesa, e nas Secretarias das Vice-Lide­ranças.

Art. 3.0 Os valores da Gratificação deRepresentação de Gabinete serão fixadosem Tabela aprovada pela Mesa e publicadano Diário do Congresso Nacional.

§ 1.° A tabela de valores poderá ser re­vista na medida das necessidades do servi­ço e da disponibilidade orçamentária.

§ 2.° A determinação dos valores da ta.- bela de gratificação será feita em ordem

decrescente tendo em vista a respcnsabílí­dade e a complexidade dos encargos.

Art.4.0 A designação para o desempenhode funções a que se refere esta- Resoluçãoserá feita através de portaria do Presiden­te da Câmara dos Deputados, mediante in­dicação dos titulares referidos no artigo 2.°,da qual constará a denominação da funçãoe respectiva gratificação.

Art. 5.0 A gratificação pela representa­ção de gabinete não poderá ser percebidacumulativamente com os vencimentos docargo em comissão, nem por ocupantes defunção gratificada.

Art. 6.° A Gratificação de Representaçãode Gabinete será privativa de funcionárioda Câmara dos Deputados, salvo as de Se­cretário Particular, Oficial de Gabinete, Se­cretário Parlamentar e Assessor Técnico.

Árt. 7.0 A lotação dos Gabinetes, exce­ção feita ao do Presidente, não poderá ex­ceder ao número previsto na tabela anexa.

Art. 8.0 Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Câmara dos Deputados, 17 de maio de1972. - Pereira Lopes, Presidente.

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T.A,ELA D~ il;ItATIFCC:AÇAO DE I'tr"KESENT~Ç,IC.O DE' C"'IINETE

(') A' r.r-lllflt;l-:I~I tll! /lJud.m!e- "n", t'x/.l.ltllll!.! nl). G:lb;nell'J. nos1l('vul.luu" d('~llIlaJn se ••H molorht,a d~qu!:l..~ QUi! se cncantram lU rleshllncll.,. t'~.lRluôt' 11"rmanclllt tw d': C.tJ7»s!~o X6~cJJJ~

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1052 Terça-feira 4

DESCRIÇAO SUCINTA DAS ATRIBUIÇõESDOS ENCARGOS

Chefe: Orientar e supervisionar os expe­díentes do Gabinete; transmitir ordens erecomendações do titular do Gabinete eproferir despachos interlocutórios.

Assessor Técnico: Assessorar o titular naárea específica de sua atuação; estudar osassuntos que lhe forem submetidos e elabo­rar pareceres.

Chefe de Secretaria: Orientar e supervi­sionar o expediente de Secretaria; trans­mitir ordens e recomendações do Chefe deGabinete e substituí-lo nos seus impedi­mentos.

Secretário Parlamentar: Redigir a cor­respondência pessoal do Parlamentar, aten­der as pessoas que com ele queiramavistar-se. Executar trabalhos datilográfi­cos, realizar pesquisas e executar outrastarefas burocráticas.

Secretário Particular: Redigir a corres­pondência pessoal do titular e atender aspessoas que com ele queiram avistar-se.Executar outros encargos que lhe forematribuidos.

Oficial de Gabinete: Realizar pesquisas eorientar a autoridade em assuntos datilo­gráficos; atender pessoas que se dirijam aoGabinete, orientando-as.

Auxiliar: Executar trabalhos datilográfi­cos e outras tarefas burocráticas.

Ajudante A: Entregar a correspondênciae papéis; fazer pequenos trabalhos de lim­peza e serviços de copa.

Ajudante B: Dirigir veículos. Executartrabalhos de manutenção de veículos.

ATO DA MESA N.o 42, DE 1973

Dispõe sobre o Secretariado Parla­mentar e dá. outras providências.

A Mesa da Câmara dos Deputados, nouso de suas atribuições e tendo em vista o§ 4.° do Art. 263 da Resolução n.? 20, de1971, e a Resolução n,o 25, de 1972, resolve:

Art. 1.° Cada um dos Gabinetes criadosno Anexo TIl da Câmara terá um Secretá­rio Parlamentar, que perceberá, pelo exer­eíeío de suas atividade, uma gratificação derepresentação de Gabinete, na forma do dis­posto na Resolução n.o 25, de 1972.

DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

Art. 2.° O Deputado poderá indicar àPresidência da Câmara um candidato aodesempenho do encargo de Secr~tário Par­lamentar, instruindo a índícação com osseguintes documentos:

I - prova de ser brasileiro;II - titulo de eleitor;UI - prova de quitação com o serviço mi­

litar, se do sexo masculino;IV - atestado de bons antecedentes, pas­

sado por autoridade policial;

V - prova de estar no gozo dos direitospolítícos, fornecida pelo Tribunal Eleito­ral; e

VI - atestado de sanidade física emental.

Parágrafo único. Tratando-se de indica­ção de ex-Secretário Parlamentar, não seexigirá a apresentação de documentos refe­ridos neste artigo se entre a dispensa e a

. nova indicação mediar lapso não maior detrinta dias.

Art. 3.° Preenchidos os requisitos doart. 2.0 o indicado será designado para odesempenho do encargo mediante portariado Presidente da Câmara.

Art. 4.° O horário de trabalho será fi­xado pelo titular do respectivo Gabinetenão sendo permitido. em qualquer hipótese,serviço extraordinário.

Art.5.0 A freqüência do Secretário Parla­mentar será atestada, mensalmente. até odia 20 de cada mês, pelo titular do Gabi-nete. '

parágrafo umco, Ocorrendo qualquerdas hipóteses previstas nos arts. 250 e 259 ­do Regimento Interno, competirá à COorde­nação de Apoio Parlamentar fornecer aoDepartamento de Pessoal declaração dafreqüência do Secretário Parlamentar noperíodo compreendido entre a última comu­nicação respectiva e a data da ocorrência.

Art. 6.° Competirá ao Secretário Parla­mentar, entre outras tarefas que lhe po­derão ser atribuídas, pelo titular do Gabi­nete, redigir a correspondência pessoal doParlamentar, atender as pessoas que comele queiram avistar-se, executar trabalhosdatilográficos, realizar pesquisas e acom­panhar, junto às repartições públicas de

Março de 1975

Brasília, assuntos relabívos ao mandato le­gislativo.

Art. 7.° O desempenho do encargo deSecretário Parlamentar não cria vinculoempregatício com a Câmara ou com o Depu­tado, nem assegura quaisquer vantagens,de ordem financeira ou assistencial, atri­buídas aos funcionários de seus QuadFoS',que não a prevista na Resolução n.o 25, de1972.

Art. 8.0 Caberá ao órgão de pessoal aemissão de cartão de identificação do Se­cretário Parlamentar, devendo constar domesmo, obrigatoriamente, fotografia. perio­do de validade e o nome do Deputado parao qual trabalha.

Art. 9.° Nenhum outro ônus recairá sobrea Câmara dos Deputados com relação àsatividades dos Secretários Parlamentares.

Art. 10. 1f; vedada, sob qualquer hipótese,a saída, das dependências da Casa, de bensde uso permanente para atender os traba­lhos do Secretário Parlamentar.

Art. 11. A apresentação pessoal dos Se­cretários Parlamentares será a mesma quese exige dos funcionários da Casa.

Art. 12. A dispensa do Secretário Parla­mentar far-sa-á por decisão do Presidenteda Câmara:

I - quando solicitada pelo Deputado ti­tular do Gabinete;

II - por ocorrência grave que envolva oSecretário Parlamentar.

Parágrafo único. Na hipótese do incisoII. o Presidente comunicará ao Deputado asua decisão.

Art. 13. No final da legislatura e no casode ocorrer qualquer das hipóteses previstasnos arts. 250 e 259 do Regimento Interno. oSecretário Parlamentar será automatica­mente dispensado. mediante processamentopelo Departamento de Pessoal e declaraçãodo Presidente da Câmara, com efeitos apartir da ocorrência.

Art. 14. Em qualquer hipótese. o proces­so de dispensa será instruido com declara­ção da Coordenação de Apoio Parlamentarque comprove a devolução, pelo SecretárioParlamentar, do cartão de identificação ematerial pelo qual tenha ficado responsável,implemento para se caso, a designacão. peloPresidente da Câmara, de novo SecretálioParlamentar.

Art. 15. Será vedado aos funcionários daCâmara e do Senado Federal, bem como aosservidores requisitados. exercerem, por qual­quer motivo. as atribuicões inerentes aoSecretário Parlamentar. .

Art. 16. Este ato entrará em vigor nadata de sua publicacão, revogadas as dis­posíeões em contrário. em especial o Atoda Mesa n.o 8, de 1972.

Sala das Reuniões. 18 de outubro de 1973.- Flávio Mareílio, Presidente.

PROJETO DE LEIN.o 1, de 1975

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 002/75

Cria a 9.a. Região da Justiça doTrabalho e o Tribunal Regional do Tra­balho respectivo e institui a correspon­dente Procuradoria E,egional do Minis­tério Público e dá outras providências.

(AS COMISSõES DE CONSTITUI­çÃO E JUSTIÇA, DE SERVIÇO PÚ­BLICO E DE FINANÇAS).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 1f; criada a 9." Região da Justiça

do Trabalho, compreendendo os Estados doParaná e de Santa Catarina.

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0053

•••• •••••• •••• •• • •• • •••• t ••• • •• • •••••~._•••••

ANEXO

Cargos

Diretor-Geral da SecretariaSecretário-Geral da PresidênciaSecretário do Tribunal PlenoDiretor do Serviço do PessoalDiretor do Serviço de Execução Contábil e OrçamentáriaDiretor dos Serviços GeraisAssessor de JuizAssessor'

de 1975.

Código

TRT 9."-DAS-101.4TRT 9."-DAS-101.4TRT 9."'-DAS-102.3TRT 9."-DAS-101 2TRT 9."-DAS-101.1TRT 9."-DAS-101.1TRT' 9.a-DAS-102.2

TRT 9."-DAS-102.1

deBrasília, em

Art. 12. Ficam criados no Quadro do Mi­nistério Público da União junto à Justiçado Trabalho, para atender ao disposto noartigo anterior, um cargo de Procurador doTrabalho de Segunda Categoria com o ven­cimento mensal de Cr$ 6.630,00 (seis mil,seiscentos e trinta cruzeiros) e três cargosde Procurador-Adjunto com o vencimentomensal de Cr$ 5.746,00 (cinco mil, setecen­tos e quarenta e seis cruzeiros), cujo pro­vimento se fará na forma da legislação vi­gente.

Art. 13. Ao Ministério da Justiça, ouvidoo Procurador-Geral da Justiça do Trabalho,competirá promover a instalação da Pro­curadoria Regional do Trabalho da 9.aRegião.

Art. 14. Para atender às despesas de or­ganização, instalação e funcionamento doTribunal Regional do Trabalho da 9" Re­gião, o Poder Executivo fica autorizado aabrir crédito especial até Cr$ 13.500.000,00(treze milhões e quinhentos mil cruzeiros),

Parágrafo único. Para o atendimentodas despesas decorrentes da abertura docrédito especial autorizado no presente ar­tigo, fica o Poder Executivo autorizado acancelar dotações orçamentárias consigna­das às 2." e 4.0 Regiões da Justiça do Tra­balho, no Orçamento vigente, eorresoon­dentes às despesas que seriam realizadaspelas unidades a serem desmembradas; oude outras dotações orçamentárias. .

Art. 15. Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

dentre juízes do Trabalho Presidentes deJunta da respectiva Região, na forma pre­vista no parágrafo anterior.

§ 3.° Vetado.§ 4." Os juízes classistas referidos nes­

te artigo representarão, paritariamente, em­pregadores e empregados.

§ 5.0 Haverá um suplente para cadaJuiz classista,

§ 6.0 Os Tribunais Regionais, no res­pectivo regimento interno, disporão sobre asubstituição de seus juizes, observados. naconvocação de juizes inferiores, os critériosde livre escolha e antiguidade, alternada­mente.

§ 7.° Dentre os seus juízes togados, osTribunais Regionais elegerão os respectivosPresidente e Vice-Presidente, assim como osPresidentes de Turmas, onde as houver,

t 8.0 Os Tribunais Regionais da 1,a e2." Regiões drvídír-se-âo em Turmas, fac ul­

_tada essa divisão aos constituídos de, pelomenos, doze juízes. Cada turma se comporáde três juizes togados e dois classistas, umrepresentante dos empregados e outro dosempregadores. (21)

11111183

N.O

LEGISLAÇÃO ClTADA

DECRETO-LEI N.o 5.452DE 1.0 DE MAIO DE 1943 (1)

Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho

CAPíTULO IVDos Tribunais Regiónais do 'JI'rabalho

SEÇAQ IDa composição e do funcionamento

Art. 670. Os Tribunais Regionais das Lae 2.0. Regiões compor-se-ão de onze juizestogados, vítalícíos, e de seís juizes classistas,temporários; os da 3."·e 4." Regiões, de oitojuízes togados, vttalícíos, e de quatro elas- .sístas, temporários; os da 5." e 6." Regiões,de sete juizes togados, vitalícios; e de doisclassistas, temporários; os da 7." e 8.0. Re­giões, de seis juízes togados, vitalícios, e dedois classistas, temporários, todos nomea­dos pelo presidente da República.

§ 1.° Vetado.§ 2.° Nos Tribunais Regionais eonstí­

tuidos de seis ou mais juízes togados, e me­nos de onze, um deles será escolhido dentremembros do Ministério Público da UniãoJunto à Justiça do Trabalho e os demais

tarína, são transferidos para o T:dbunal Re­gional do Trabalho da 9." Região.

§ 2.0 Os ocupantes dos cargos da lotaçãodas Juntas de Conciliação e Julgamento edemais servidores em exereícío transferidosna conformidade deste artigo continuarãoa perceber seus vencimentos e vantagens

~pelos Tribunais de origem até que o orça­mento consigne ao Tribunal criado por estaLei os recursos necessários ao respectivoatendimento.

Art. 9.0 Além dos cargos transferidos porefeito do que dispõe o artigo 8.° desta Lei,ficam criados no Quadro de Pessoal do Tri­bunal Regional da 9." Região os constantesdo Anexo.

§ 1.0 Poderão ser aproveitados no Qua­dro de Pessoal do Tribunal ora criado, emcargos equivalentes, os funcionários requisi­tados de outros órgãos da AdministraçãoFederal em exercício nas Juntas de oon­cíüação e Julgamento subordinadas à novajurisdição, desde que haja concordância dosórgãos de origem.

§ 2.0 O provimento dos cargos obedeceráà legislação pertinente a cada caso.

Art, 10. O provimento dos cargos criadospor esta Lei fica condicionado à existênciade recursos orçamentários próprios do Tri­bunal Regional do Trabalho da 9." Região.

Art. 11. É criada no Ministério Públicojunto à Justiça do Trabalho a ProcuradoriaRegional do Trabalho da 9." Região, comsede em Curitiba e as atribuições previstasem lei.

Parágrafo único. A Procuradcría Re­. gional compor-se-á de um Procurador­

Regional e três Procuradores-Adjuntos.

Parágrafo único. A divisão jurisdicionalestabelecida no art. 674 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho fica ajustada ao de­terminado neste artigo, passando a 2." Re­gião a abranger apenas os Estados de SãoPaulo e Mato Grosso e a 4." Região integradasomente pelo E&tado do Rio Grande doSul.

Art. 2.° É criado o Tribunal Regional doTrabalho da 9.'" Região, com sede em Curiti­ba, Estado do Paraná, composto de oitojuizes, dos quais dois serão representantesclassistas, um dos empregados e outro dosempregadores.

Art. 3.° Ficam criados oito cargos dejuiz do Tribunal Regional do Trabalho da9." Região, sendo seis (6) togados e dois (2)representantes classistas, estes últimos cominvestidura trienal, escolhidos na forma lialegislação vigente.

§ 1.° Haverá um (1) suplente para cadajuiz classista.

§ 2.0 Em sua primeira composição, o pro.vímento dos cargos de juizes togados doTribunal far-se-á na conformidade do se­guinte critério, observada a proporcionali­dade estabelecida no art. 670. § 2.0 , da Con­solidação das Leis do Trabalho:

1 (um) escolhido entre membros do Mi­nistério público da União junto à Justiçado Trabalho;

1 (um) escolhido- na classe dos advogados;2 (dois) escolhidos entre Juízes-Presiden­

tes de Junta, titulares de órgãos da L" ins­tância sediados no atual limite [urísdieíonaldo Tribunal Regional do Trabalho da 2."Região, sendo um pelo critério de antigui­dade e outro pelo critério de merecimento;

2 (dois) escolhidos entre os Juízes-Presi­dentes de Junta, titulares de órgãos de 1."instância sediados no atual limite jurisdicio­nal do Tribunal Regional do Trabalho da 4."Região, sendo um pelo critério de antigui­dade e outro pelo critério de merecimento.

Art. 4.° A posse dos Juízes do novo Tri­bunal dar-se-á perante o Presidente do Tri­bunal Superior do Trabalho no prazo de 30<trinta) dias -contados da publicação dosrespectivos atos de nomeação, podendo, no'entanto, para tal fim, ser delegada compe­têncía aos Presidentes dos Tribunais de Jus­tiça locais ou de outro Tribunal Regionaldo Trabalho.

Art. 5.0 Incumbe ao Presidente do Tri­bunal Superior do Trabalho, com a colabo­ração dos Presidentes dos Tribunais Regio­nais do Trabalho das 2." e 4." Regíões, ado­tar as medidas que se fizerem necessáriasà instalação do novo órgão.

Art. 6.0 Instalado sob a presidência doJuiz togado mais antigo, caberá ao Tribunalelaborar seu regimento interno, proceder àeleição do Presidente e do Vice-Presidente,organizar os serviços auxiliares e adotar asdemais providências necessárias ao seu ime­diato funcionamento.

Art.7.o Até a data da instalação do novoTribunal fica mantida a atual competênciados Tribunais Regionais do Trabalho das2." e 4." Regiões, inclusive a residual sobreos recursos já manifestados.

Art. 8.0 As Juntas de Conciliação e Jul­gamento sediadas nos Estados do Paraná ede Santa Catarina, com os respectivos acer­vos material e funcional, passam para a ju­risdição do Tribunal Regional do Trabalhoda 9.a. Região, sem prejuízo dos direitosadquiridos e respeitadas as situações pes­soais dos juízes, vogais e servidores.

§ 1.0 Os cargos existentes na lotação dosTribunais RegionaIS do Trabalho das 2." e4." Regiões, destinados a atender aos servi­ços dos Estados do Paran..á e de Santa os-

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0054 Terça-feira <1

SEÇãO II

Da Jurisdição e CompetêneiaArt. 674. Para o efeito da jur-isdição

dos Tribunais Regionais, o território nacio­nal é dividido nas oito regiões seguintes:

1." Região - Distrito Federal e Estadosdo Rio de Janeiro e Espírito Santo; (24)

2." Região - Estados de São Paulo, Pa­raná e Mato Grosso; .

3." Região -- Estados de Minas Gerais eGoiás;

4." Região - Estados do Rio Grande doSul e Santa Catarina;

5.a Região - Estados da Bahia e Ser­gipe;

6." Região - Estados de Alagoas, Per­nambuco. Paraíba e Rio Grande do Norte;

7." Região - Estados do Ceará, Piauí eMaranhão;

8.a Região - Estados do Amazonas, Paráe Acre.

Parágrafo único. Os Tribunais têm se­de no Distrito Federal (La Região) e nasseguintes cidades: São Paulo (2. a Região),Belo HOrizonte (3." Região), Porto Alegre(4," Região), Salvador (5.'" Região), Recife(6. a Região), Fortaleza (7.'" Região) e Belémdo Pará (8.'" Região).

MENSAGEM N.o 002. DE 1975Do Poder Executivo

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vosaas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi-

, nístro de Estado da Justiça. o anexo-projetode lei que "cria a 9.a Rf'gião da Justiça doTrabalho e o Tribunal Regional do Trabalhorespectivo e institui a correspondente Pro­curadoria Regional do Ministério Público, edá' outras urovídêncías".I BraSília: em 5 de fevereiro de 1975. _Ernesto Geisel.EXPOSICÃO DE MOTIVOS GM/0444-B DE

11 DE OUTUBRO DE 1974, DO MINIS'l'É­RIO DA JUSTIÇA.Excelentíssimo Senhor Presidente da Re­

pública:Tenho a honra de submeter à alta apre­

ciação de Vossa Excelência o projeto de leireferen1,e à criação do Tribunal Regionaldo Trabalho da 9." Região, com 'sede emOurítdba e jurisdição nos Estados do Paranáe Santa Cat.arina.

2. A proposta se apóia nas inadiáveisnecessidades determinadas pela escaladahistórica, política, econômica e social do Paísno último decênio, notadamente nas zonasmeridionais.

3. O desenvolvimento acelerado de SãoPaulo. em todos os setores, provocou enor­me volume de dissídios, acima 'de qualquerprevisão, transformando a 2." Região daJustiça do Trabalho em ponto de estrangu­lamento para o qual aínda mais concorremas ações trabalhistas oriundas do Paraná eMato Grosso.

4. A gravidade do problema, acentuadatambém pelo crescente progresso do Estadodo Paraná, levou o Egrégio 'I'ríbuna.l Supe­rior do Trabalho a aprovar por unanimida­de em sessão plenária de 8 de maio último,o desdobramento das 2.'" e 4.'" Regiões, ins­tituindo nova jurisdição integrada pelos Es­tados do Paraná e Santa Catarina.

5. Representando aspiração do Estado doParaná desde a década de 1940, há que men-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

eíonar ter sido a criação do Tribunal Regio­nal do Trabalho em Curitiba inserida no an­teprojeto de Código de Processo do Traba­lho, em 1963.

6. A Consultoria Juridica deste Ministé­rio examinou cuidadosamente o assunto,comparando os dados estatístícos do movi­mento judiciário no País, e considerandooutros fatores relevantes, notadamente po­lítICOS e econômicos, concluiu pela conve­niência da criação do 'I'ríbunal Regrônal doTrabalho da 9.'" Região, com jurisdição nosEstados do Paraná e Santa Catarina e sedeem Curitiba.

7. O entendimento da Consultoria J'urf­díca parece o mais consentâneo com as ver­dadeiras proporções do quadro atual da Ju.~­

tiça do Trabalho e suas projeções nos pró­ximos anos,

8. Cumpre ressaltar que os procedimen­tos vinculados ao sistema de pessoal e es­pecialmente a formalização da tabela cons­titutiva do anexo, como imperativo de umaperfeita uniformidade de denominações emrelação ao aprovado para outros TribunaisRegionais do Trabalho, foram devidamenteapreciados pelo Departamento Administra­tivo -do Pessoal Civil -- DASP e as respecti­vas recomendações atendidas no projeto delei. .

Submetendo o assunto à alta deliberaçãode VOSSa Excelência, renovo os protestos domeu mais profundo respeito. - ArmandoFalcão, Ministro da Justiça.

PROJETO DE LEIN,o 2, dc 1975

(Do Senado Federal)Institui medidas de proteção aos

bens, não tombados, de valor culturaldo Pais.

(Às Comissões de oonstítuíção eJustiça. de Educação e Cultura e deFinanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Os núcleos urbanos, algumas de

suas partes, ou os agrupamentos populacio­nais que conservam características origi­nais de interesse histórico, artístico oupaisagístico, os vestígios remanescentes depovoados, de arruamentos ou de edifícios deinteresse cultural. as obras individuadas dearquitetura religiosa, civil ou militar. devalor artístico ou histórico, são declaradosáreas ou bens de significação cultural e,como taís, não poderão sofrer destruição,mutilação ou modificação, sem prévia li­cença do Instituto do Patrimônio Históricoe Artístico Nacional (IPHANL

Parágrafo único. O Instituto do Patri­mônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) poderá delegar as atribuições quelhe são conferidas neste artigo a entidadesou instituições federais, estaduais ou muni­cipais.

Art. 2.° Os templos de qualquer religião,as pessoas jurídicas de direito público ouprivado, os órgãos ou repartições dos pode­res da União, dos Estados, Territórios. Dis­trito Federal e Municípios, e as pessoasnaturais possuidoras de bens de valor cul­tural são obrigados a 'apresentar ao Insti­tuto do Patrimônio Hlstóríeo e ArtísticoNacional (IPHAN) a relação das referidasobras de arte, com descrição minuciosa dasmesmas, acompanhada de 3 (três) fotogra­fias, tomadas de ângulos diversos, ou foto­cópia. no prazo de 360 (trezentos e sessen­ta) dias a contar da publicação do Regula­mento desta lei.

§ 1.0 De posse de tais relações, o Insti­tuto do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (IPHAN) fará o cadastramento ouo registro das que entender devam ser pre-

Março de 1975

servadas e fornecerá, ao proprietário, orespectivo certificado.

§ 2.° Tratando-se de bens imóveis. ocertificado do Instituto do Patrimônio His­tórico e Artístico Nacional (IPHAN) seráobrigatoriamente averbado à margem doregistro de imóveis respectivo. ~

§ 3.° A alíenaeâo de obra de arte deveráser comunicada ao Instituto do PatrimônioHistórico e Artística Nacional (IPHAN),através de cópia autêntica do respectivodocumento, sendo obrigatória a exibiçãoprévia do certificado expedido por aqueleórgão, que deverá ser transcrito no do­cumento de alienação.

ti 4.° São nulas, de pleno direito, asalienações de obras de arte mesmo quandonão cadastradas ou registradas no Institutodo Patrimônio Histórico e Artístico Nacio­nal (lPHAN).

§ 5.° As obrigações constantes dos pará­grafos anteriores atingem, também, os lei­loeiros. antiquários e comerciantes de obrasde arte, que manterão registro das obras devalor artístico em livros especiais. previa­mente autenticados pelo Instituto do Patri­mônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN), ao qual comunicarão, mensal­mente, as aquisições e vendas realizadas.

§ 60. Juntamente com providências deordem policial, quaisquer possuidores deobras de arte comunicarão, no prazo de 30(trinta) dias, ao Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional o desapare­cimento furto ou roubo das mesmas, sobpena de' multa, de 10 (dez) a 50 (eínoüentajsalários mínimos regionais, recolhida aoInstítuto do Patrimônio Histórico e Artís­tico Nacional (IPHAN).

§ 7.0 Esgotado o prazo do art. 2.0, sem,que os interessados tenham cumprido asdeterminacões nele contidas, os infratoresincorrerão' na multa de 50 (cinqüenta) a200 (duzentos) salários mínimos regionaisque será recolhida ao Instituto do Patri­mônio Histórico e Artistico Nacional(IPHAN). e as obras serão desapropriadaspela União, na forma da lei.

§ 80, O Instituto do Patrimônio Históri­co e Artístico Nacional (IPHAN) deverácobrar dos interessados taxas pela exe­cução dos serviços de registro ou autenti­cação previstos no art. 2.° e no seu § 1.0,que serão fixadas em lei.

Art. 3.0 O Instituto do Patrimônio His­tórico e Artístico Nacional (IPHAN) faráconvênios com o Instituto Nacional do Li­vro e outras editoras oficiais ou privadaspara que incluam, em seu programa edito­rial, a publicação de obras sobre temas doPatrímônío Histórico, Cultural e ArtisticoNacional, sejam elas nacíonaís ou estran-:gelras, .

Parágrafo único. Tais convênios pode­rão incluir a publicação de revistas ouperiódicos especializados que estudem edivulguem as obras de arte e os bens dopatrimônio histórico e artístico nacional.

Art. 4.° li: vedada a destruição de arqui­vos dos poderes públicos, das ínstítuíçõesreligiosas e daquelas cujas atividades serelacionem com o acervo histórico, cultu­ral e artistico da Nação.

Parágrafú único. O não-cumprimentodo disposto neste artigo constitui crime de .dano em coisa de valor artístico, arqueoló­gico ou histórico (Código Penal, art. 165).

Art, 5.<> Na programação das orquestrasoficiais ou subvencionadas pelos cofres pú­blicos, bem como das concessionárias deemissoras de rádio, televisão, é obrigatóriaa inserção de obras dos compositores dobarroco brasileiro, sob pena de multa de

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Março de 19':'5 DfliRIO DO CONGRESSO NACliONAL <Seção I) Terça.feira 4 0055

10 (dez) a 50 (cinqüenta) salários mínimosregionais, que será recolhida ao Institutodo Patrimônio Histórico e Artístico Nacio­nal (IPHAN).

Parágrafo único. Para este efeito, o Mi­nistério da Educação e Cultura estimulará,por todos os meios ao seu alcance, a gra­vação de discos e baixará ato regulamentar,no prazo de 90 (noventa) dias, ouvido oInstituto do Patrimônio Histórico e Artís­tico Naeíonal (IPHAN).

Art. 6.0 Para resguardo de obras raras,de excepcional valor artístico ou cultural,o Instituto do Patrimônio Histórico e Ar­tístico Nacional providenciará a feitura deréplicas, ou cópias, inclusive pelo processode microfilmagem, conforme o caso, reco­lhendo as peças origínaís a museus ou IQ­cais em que haja plena segurança de suapreservação.

-Art. 7.° O Ministério da Educação eCultura realizará, através das empresasconcessionárias de rádio e televisão, perma­nente e sístemátíca campanha educativa,no sentido de criar uma eonscíêncía públicasobre o valor e o significado do patrímôníohistórico, cultural e artísüco da Nação.

Art. 8.° O Ministério da Educação eCultura adotará, igualmente, todas as me­dídas necessárias a fim de que, nos estabe­lecimentos de ensino do país, sejam minis­trados conhecimentos relativos ao patrimô­nio histórico, artístico e cultural do País,de sorte a conscientizar a juventude sobreo seu valor e a necessidade de sua preser­vação.

Art. 9.° O Poder Executivo, através doInstituto do Patrimônio Histórico e Artís­tico Nacional, providenciará a realizaçãode acordos e convênios entre a União, os

. Estados, o Distrito Federal e os Municípiospara melhor coordenação das atividadesrelativas à efetiva proteção do patrimôniohistórico e artístico nacional e para uni­formização da legislação estadual comple­mentar sobre o assunto.

Parágrafo único. Nenhuma das pessoasjurídicas de direito público mencionadas noeaput deste artigo poderá receber auxíliodo Governo Federal, nem contrair emprés­timo em estabelecimentos de crédito re­derais, se, dentro de 120 (cento e vinte)dias, não adotar as providências necessáriassolicitadas pelo Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional, para cele-bração de tais convênios. .

Art. 10. Esta Lei entra em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário e mantido o Decreto­lei n,o 25 de 30 de novembro de 1937.

Senado Federal, em 04 de dezembro de1974. - Paulo Torres, Presidente do senadoFederal.

LEGISLAÇAO CITADA ANEXADA PELACOORDENAÇlW DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETo-Ll!:I N.o 25DE 30 DE NOVEMBRO DE ·1937Organiza proteção do patrimônio his­

tórico e artístíeo nacional.

O Presidente da República dos EstadosUnidos do Brasil, usando da atribuição quelhe confere o art. 180 da Constituição, de­creta:

CAPíTULO J

Do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional

Art. 1.0 Constitui o patrimônio hístõncoe artdstíco nacional o conjunto dos bensmóveis existentes no Pais e cuja conser­vação seja de Interesse público, quer por suavinculação a fatos memoráveis da hístõ-

ria do Brasil, quer por seu excepcional va­lor arqueológico ou etnográríco, bibliográ­fico ou artístíco.

§ 1.0 Os bens a que se refere o presenteartigo só serão considerados parte inte­grante do patrimônio histórico e artísticonacional, depois de ínscrítoa, separada ouagrupadamente num dos quatro Livros doTombo, de que trata o art. 4.0 desta lei.

§ :!.o Equiparam-se aos bens a que serefere o presente artigo e são também su­jeitos a tombamento os .nonumentos na­turais, bem como os sítios e paisagens queimporte conservar e proteger pela feiçãonotável com que tenham sido dotados pelanatureza ou agenciados pela indústria hu­mana.

Art. 2.0 A presente lei se aplica às coisaspertencentes às pessoas naturais, bem ::0­mo às pessoas [urídícas de direito prívado..e de direito público interno.

Art. 3.° Excluem~se do patrimônio his­tórico e artístico nacional as obras de ori­gem estrangeira:

1) que pertençam às representações di­plomáticas ou consulares acreditadas noPais;

2) que adornem queísquer veiculas per­tencentes a empresas estrangeiras, que fa­çam carreira no Pais;

3) que se incluem entre os bens referi­dos no art. 10 .da Introdução do CódigoCivil, e que continuam sujeitas à lei pes­soal do proprietário;

4) que pertençam a casas de comérciode objetos históricos ou artísticos;

5) que sejam trazidas para exposições co­memorativas, educativas ou comerciais;

6) que sejam importadas por empresasestrangeíras expressamente para adornodos respectivos estabelecimentos.

Paragrafo único. As obras mencionadasnas alíneas 4 e 5 terão guia de licençapara livre trânsito fornecida pele Serviçodo Patrimônio Histórico e Artístico Nacio­nal.

CAPÍTULO nDo Tombamento

Art. 4.° O Serviço do Patrimônio His­tórico e Artístico Nacional possuirá quatroLivros do Tombo, nos quais serão inscritasas obras a que se refere o art. 1.° destalei, a saber:

1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etno­gráfico e Paisagístico, as coisas pertencen­tes às categorias de arte arqueológica, et­nográríca, ameríndia e popular, e bem as­sim as mencionadas no § 2.° do citado ar­tigo 1."

2) no Livro do Tombo Histórico, as coisasde interesse histórico e as obras de artehístóríca:

3) no Livro do Tombo das Belas Artes, ascoisas de arte erudita, nacional ou estran­geira;

4) no Livro do Tombo das Artes Aplica­das, as obras que se íncluirem na categoriadas artes aplicadas, nacionais ou estrangei­ras.

§ 1.0 Cada um dos Livros do Tombo po­derá ter vários volumes.

§ 2.° Os bens, que se incluem nas cate­gorias enumeradas nas alíneas 1, 2, 3 e 4do presente artigo, serão definidos e espe­cificados no regulamento que for expedidopara execução da presente lei.

Art. 5.0 O tombamento dos bens per­tencentes à União, aos Estados e aos' Mu­nicípios se fará de ofício, por ordem do

diretor do Serviço do Patrimônio Históricoe Artístico Nacional, mas deverá ser notí­ficado à entidade a quem pertencer, ou sobcuia guarda estiver a eoísa tombada, a fimde produzir os necessáríos efeitos.

Art. 6.0 O tombamento de coisa perten­cente à pessoa natural ou à pessoa jurídicade direito privado se fará voluntária oucompulsoríamen te.

Art. 7.° Proceder-se-á ao tombamentovoluntárío sempre que o proprietário o pe­dir e a coisa se revestir dos requisitos ne­cessários para constituir parte integrantedo patrimônio histórico e artístico nacio­nal, ou sempre que o mesmo proprietárioanuir, por escrito, à notificação, que se lhefizer, para a inscrição da coisa em qual­quer dos Livros do Tombo.

Art. 8.° Proceder-se-á ao tombamentocompulsório quando o proprietário se re­cusar a anuir à inscrição da coisa.

Art. 9.° O tombamento compulsório sefará de acordo com o seguinte processo.

1) o Serviço do Patrimônio Histórico eArtistico Nacional, por seu órgão compe­tente, notificará o proprietário para anuirao tombamento, dentro do prazo de quinzedias, a contar do recebimento da notifica­ção, ou para, si o quiser impugnar, ofere­cer dentro do mesmo prazo as razões desua impugnação.

2) no caso de não haver impugnação den­tro do prazo assinado, que é fatal, o diretordo Serviço do Patrimônio Histórico e Ar­tístico Nacional mandará por simples des­pacho que se proceda à ínscrícâo da coisano competente Livro do Tomb<>.

3) se a impugnação for oferecida dentrodo prazo assinado, rar-se-á vista da mesma.dentro de outros quinze dias fatais ao ór­gão de que houver emanado a iniciativa dotombamento, a fim de sustentá-Ia. Em se­guida, independentemente de custas, será oprocesso remetido ao Conselho Consultivodo Serviço do' Patrimônio Histórico e Ar­tístico Nacional, que proferirá decisão arespeito, dentro do prazo de sessenta dias,a contar do seu recebimento. Dessa decisãonão caberá recurso.

Art. 10. O tombamento dos bens, a quese refere o art. 6.0 desta lei. será conside­rado provisório ou definitivo, conforme es­teJa o respectivo processo iniciado pela no­tificação ou concluído pela inscrição dosreferidos bens no competente Livro doTombo.

Parágrafo único. Para todos os efeitos,salvo a disposição do art. 13 desta lei, otombamento provisórío se equiparará aodefinitivo.

CAPíTULO UI

Dos Efeitos do Tombamento

Art. 11. As coisas tombadas, que per-tençam à Uníão, aos Estados ou aos Muni­cípios, inalienáveis por natureza, só poderãoser transferidas de uma à outra das referi­das entidades.

Parágrafo único. Feita a transferência,deve o adquirente dar imediato conheci­mento ao Serviço do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional.

Art. 12. A alienabilidade das obras his­tóricas ou artísticas tombadas, de proprie­dade de pessoas naturais ou jurídícas dedireito privado sofrerá as restrições cons­tantes da presente lei.

Art. 13. O tombamento denmtívo dosbens de propriedade particular será, poriniciativa do órgão competente do serviçodo Patrímônío Histórico e Artístico Nacio­nal, transcrito para os devidos efeitos emlivro a cargo dos oficiais do registro de ímõ-

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1056 Terça-feira 4 BIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1976

veis e averbado ao lado da transcrição dodomínio.

§ 1.° Na caso de transferência de pro­priedade dos bens de que trata este artigo,deverá o adquirente, dentro do prazo detrinta dias, sob pena de multa de dez porcento sobre o respectivo valor, fazê-la cons­tar do regístro, ainda que se trate de trans­missão judicial ou causa mortis.

§ 2.0 Na hipótese de deslocação de taisbens deverá o proprietário, dentro do mes­mo prazo e sob pena da mesma muna, ins­crevê-los no registro do lugar para que tive­rem sido deslocados.

§ 3.0 A transferência deve ser comuní­cada pelo adquirente, e a desloeaçâo peloproprietário, ao Serviço do Patrimônio His­tórico e Artístico Nacional, dentro do mes­mo prazo e sob a mesma pena.

Art. 14. A coisa tombada não poderá sairdo país, senão por curto prazo, sem transfe­rência de domínío e para fim de intercâm­bio CUltural, a juizo do Conselho Consulti­vo do Serviço do Patrimônio Histórico e Ar­tístíco Nacional.

Art. 16. Tentada, a não ser no caso pre­vísto no artigo 'anterior, a exportacâo, parafora do pais, da coisa tombada, será estaseqüestrada pela União ou pelo Estado emque se encontrar.

§ 1.0 Apurada a responsabilidade do pro­prletárío, ser-lhe-á imposta a multa de em­qíienta por cento do valor da coisa, que per­manecerá seqüestrada em garantia de pa-gamento, e até que este se faça. '

S 2.° No caso de rerncídêncía, a multaserá elevada ao dobro.

S 3.° A pessoa que tentar a exportaçãode coisa tombada, além de incidir na multaa que se refer-em os parágrafos anteriores.incorrerá nas penas cominadas no CódigoPenal para o crime de contrabando.

Art. 16. No caso de extravio ou furto dequalquer objeto tombado, o respectivo pro­prietário deverá dar conhecimento do fatoao Serviço do Patrimônio Histórico e Artís­tico Nacional, dentro do prazo de cinco diJJs,sob pena de multa de dez por cento sobreo valor da coisa.

Art. 17. As coisas tombadas não poderão,em caso nenhum ser' destruídas, demolidasou mutiladas, -rem, sem prévia autorizacêoespeeíal do serviço do Patrimônio Históricoe Artísf.íco Nacional, ser reparadas, pintadasou restauradas, sob pena de multa de cín­qüenta-por cento do dano causado.

Parágrafo único. Tratando-se de benspertencentes à União, aos Estados ou aosMunicípios, a autoridade responsável pelaíntracão do presente artigo Incorrer-á pes­soalmente na multa.

Art. 18. Sem prévia autorização do Ser­viço do Patrimônio Histórieo e Artístico Na­cional, não se poderá, na vístnhança da coi­sa tombada, fazer -construção que lhe im­peça ou reduza a visibilidade, nem nela co­locar anúncios ou cartazes, sob pena de sermandada destruÍ!' a obra ou retirar o obj e­to, impondo-se neste caso a multa de cin­qüenta por cento do valor do mesmo objeto,

Art. 19. O proprietário de coisa tombada.que não dispuser de recursos para procederàs obras de conservação e reparação que amesma requerer, levará i10 conhecimento doServiço do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional a necessidade das mencionadasobras, sob pena de multa correspondente aodobro da importância em que for avaliadoo dano sofrido pela mesma coisa.

§ 1.° Recebida a comunicação, e conside­radas necessárias as obras, o diretor do Ser­viço do Patrimônio Histórico e Artístico Na-

oíonaí mandará executá-las, às expensas daUnião, devendo as mesmas serem iniciadasdentro do prazo de seis meses, ou providen­ciará para que seja feita a desapropríaçâoda coisa.

§ 2.° À falta de qualquer das providên­cias previstas no parágrafo anterior, poderáo proprietário requerer que seja cancelado otombamento da coisa.

§ 3.° Uma vez que verifique haver ur­gência na realização de obras e conserva­ção ou reparação em qualquer coisa tomba­da, poderá o Serviço do Patrimônio Histori­co e Artístico Nacional tomar a iniciativade projetá-las e executá-las, às expensas daUnião, independentemente da comunicaçãoa que alude este artigo, por parte do pro­prietário.

Art. 20. As coisas tombadas ficam sujei­tas à vígflâncta permanente do serviço doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional,que poderá inspecioná-los sempre que forjulgado conveniente, não podendo os respec­tivos proprietários ou responsáveis criarobstáculos à inspeção, sob pena de multade cem mil réta, elevada ao dobro em casode reincidência.

Art. 21. Os atentados cometidos contra05 bens de que trata o art. 1.0 desta lei dãoequiparados aos cometidos contra o patri­mônio nacional.

CAPÍTULO IV

Do Direito de Preferência

Art. 22. Em face da alienação onerosa debens tombados, pertencentes a pessoas na­turais ou a pessoas jurídicas de Direito )ri­vado, a União, os Estados e os Municípios,terão, nesta ordem, o direito de preferência.

§ 1.0 Tal alienação não será permitida,sem que previamente sejam os bens ofere­cidos, pelo mesmo preço, à -Tnião, bem comoao Estado e ao Municipio em que se en­contrar-em. O proprietário deverá notificaros titulares do direito de preferência deusá-lo, dentro de trinta dias, sob pena deperdê-lo. .

§ 2.° É nula alíenacão realizada com vio­lação do disposto no parágrafo anterior, fi­cando qualquer dos titulares do direito depreferência habilitado a seqü-estrar a coisae a impôr a multa de vinte por cento doseu valor ao transmitente e ao adquirente,que serão por ela solidariamente responsá­veis. A nulidade será pronunciada, na formada lei, pelo juiz que conceder o seqüestro, oqual só será levantado depois de paga amulta e se qualquer dos titulares do dírertcde preferência não tíver adquirido a coisano prazo de trinta dias.

§ 3.° O direito de preferência não ímbeo proprietário de gravar livremente a coisatombada, de penhor, anticrese ou hipoteca.

§ 4.° Nenhuma venda judicial de benstombados se poderá realizar sem que previa­mente os titulares do direito de preterêncíasejam disso notificados Judicialmente, nãopodendo as editais de praça ser expedidos,sob pena de nulidade, antes de feita a no­tificação.

§ 5.° Aos titulares do direito de prefe­rência assistirá o direito de remissão, sedela não lançarem mão, até a assinatura doauto de arrematação ou até a sentença deadjudtcação, as pessoas que, na forma dalei, tiverem a faculdade de remir.

§ 6.0 O direito de remissão por parte daUnião, bem como do Estado e do Muníciptoem que os bens se encontrarem, poderá serexercido, dentro de cinco dias a partir daassinatura do auto de arrematação ou .dasentença de adjudicação, não se podendoextrair a carta, enquanto não se esgotareste prazo, salvo se o arrematante ou ° fl.d-

judicante for qualquer dos titulares do di­reito de preferência.

CAPíTULO V

Díspoeíções Gerais

Art. 23. O Poder Executivo providencia­rá a realísa-ão de acordos entre a União eos Estados, para melhor coordenação e de­senvolvimento das atividades relativas àproteção do Patrimônio Histórico e Artísti­co Nacional e para a uniformização da le­gislação estadual complementar sobre omesmo assunto.

Art. 24. A União manterá, para a con­servação e a exposição de obras hístorícase artísticas de sua propriedade, além doMuseu Histórico Nacional e do MUSeU Na­cional de Belas Artes, tantos outros museusnacionais quantos se tornarem necessários,devendo, outrossim, provIdenciar no sentidode favorecer a instituição de museus esta­duais e municipais, com finalidades símí­lares.

Art. 25. O Serviço do Patrimônio Histó­rico e Artístico Nacional procurará enten­dimentos com as autoridades eclesiásticas,instituições científicas, nístórtcas ou artísti­cas e pessoas naturais e jurídicas, com o ob­jetivo de obter a cooperação das mesmas embeneficio do Patrimônio Hísfórfco e ArtísticoNacional.

Art. 2e. Os negociantes de antiguidades,de obras de arte de qualquer natureza, demanuscritas e livros antigos ou raros sãoobrigados a um registro especial no Serviçodo Patrimônio Histórico e Artístico Nacio­nal, cumprindo-lhes, outrossim, apresentarsemestralmente ao mesmo, relações comple­tas das coisas históricas e artísticas quepossuírem.

Art. 27. Sempre que os agentes de lei­lões tiverem de vender objetos de naturezaidêntica a dos mencionados no artigo an­terior, deverão apresentar a respectiva re­lação ao órgão competente do Serviço doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional.sob pena de incidirem na multa de cinqüen­ta por cento sobre o valor dos objetos ven-didos. '

Art. 28. Nenhum objeto de naturezaidêntica a dos referidos no art 26 desta leipoderá ser posto à venda pelos comerciantesou agentes de leilões, sem que tenha sidopreviamente autenticado pelo Serviço - doPatrimônio Histórico e Artístíco Nacional.ou por perito em que o mesmo se louvar,sob pena de multa de cinqüenta por centosobre o valor atribuído ao objeto.

Parágrafo umco A autent.icaçâo domencionado objeto será feita mediante opagamento de uma taxa de perítagem decinco por cento sobre o valor da coisa, seeste for inferior ou equivalente a um contode réis, e de mais cinco mil réis por contode réis ou fração, que exceder.

Art. 29. O titular do dir-eito de prefe­rência goza de privilégio especial sobre ovalor produzido em praça por bens tampa­dos, quanto ao pagamento de multas .mpos­tas em virtude de infrações da presente lei.

Parágrafo único. Só terão prioridade so­bre o privilégio a que -se refere este artigoos créditos inscritos no registro competente,antes do tombamento da coisa pelo Berviçodo Patrimônio Histórica e Artístico Nacio­nal.

Art. 30. Revogam-se as disposições emcontrárío .

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937,116.° da Independência e 49.° da República.- Getúlio Vargas - Gustavo Oapanema,

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) 'I'erea-feíra 4 0057

de 1975.Brasília, em de

PROJETO DE LEIN.o 4, de 1975

:Revoga a Lei n,o 602, de 28 de, de­zembro de 1948, que dilllJÕe sobre ojulgamento de aptidão para o oficia­lato dos alunos do Curso Prévio e dos1.° e 2.° anos do CUl"SO Superior da Es­cola Naval.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Segurança Nacional.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 É revogada a Lei n,v 602, de28 de dezembro de 1948.

Art. 2.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 34/75

Dispõe sobre o julgamento da apti­dão para o oficialato dos alunos doCurso Prévio e do 1.0 e 2.° anos doCurso Superior da Escola Naval.

MENSAGEM N.o 34, DE 1975DO PODER EXECUTIVO

ExceJentissimos Senhores membros doCongresso Nacional:

Nos termos do art. 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração çle Vossas Excelências, acompanh~­do de Exposição de Motivos do Senhor Ml­nístro de Estado da Marinha, o anexo pro­jeto de lei que "Revoga a Lei n.s 602, de28 de dezembro de 1948, que dispõe sobre

LEGISLAÇÃO CITADA

O Presidente da República:

Faço saber que o Congresso Nacional de­creta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.0 São abolidos os julgamentos porunánimidade e de consciência, de que tra­tam 08 artígor 103 e 105 do aegimento In­terno da Escolll Naval,

§ 1.0 Quando o julgamento da aptidãopara o oficialato for feito em dois turnos,o segundo consistirá apenas em notas des­tinadas à classificação dos alu nos.

§ 2.0 Para os alunos do último ano dosdiversos cursos só haverá a votação do se­gundo turno, na forma do parágrafo an­terior.

Art. 2.0 Embora secreto, o julgamentodeverá ser motivado e dele caberá recursopara o Ministro da Marinha e o Presidenteda República.

Art. 3.0 Os julgamentos de aptidão parao oficialato, feitos a partir de 1946, deve­rão ser revistos, a fim de se ajustarem aospreceitos desta Lei, 'exceto para alunos que,mediante processo regular, tenham sidodesligados por professarem ideologia con­trária ao regime vigente no país.

Art. 4.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1948,127.0 da Independência e 60.° da Repúbli­ca, - EURICO G. DUTRA - 8ylvio de No­ronha.

LEI N.o 602DE 28 DE DEZEMBRO DE 1948

Cr$

1.290,001.0BO,OO

95000740,00

VencimentosMensaisNíveis

TRT-fi-TP-5TRT-ó-TP-4TRT-5-TP-3TRT-fi-TP-2

EXPOSICAO DE MOTIVOS N.o GM/0016-B,DE 14" DE ·JANEIRO DE 1975, DO SE­NHOR MINISTRO DE ESTADO DA JUS­TIÇA.

Excelentíssimo Senhor -Presidente da. Re­pública:

A Lei n. o 6.142. de 28 de novembro de1974, publicada 110 dia subseqüente, queríxou os valores de vencimentos dos cargosdos Grupos do Quadro Permanente da Se­cretaria do Tribunal Regional do Trabalhoda Quinta Região omitiu o Nivel 1 do Gru­po-Bervíços de 'I'ransporte Oficial e Por­taria.

ES8e lapso foi constatado pelo Departa­mento Administrativo do Pessoal Civil aoconfrontar o projeto examinado anterior­mente com a publicação no Diário do Con­gresso Nacional (Seção I), de 20 de novem­bro de 1974, página 8.765.

A' fim de sanar a omissão ocorrida, oDepartamento do Pessoal desta Secretariade Estado elaborou anteprojeto de lei que,se merecer a aprovação de Vossa Excelên­cia, poderá ser encaminhado ao CongressoNacio1).aL

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Exci"Fr~ia protestos de profundo res­petto , - Armande Falcão, Ministro da Jus­tiça.

MENSAGEM N.o 33, DE 1975DO PODER EXECUTIVO

Excelentissimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi­nistro de Estado da Justiça o anexo projetode lei que "retifica a Lei 0.° 6 142, de 28 denovembro de 1974, a fim de corrigir omis­são nos níveis de classificação dos cargosdo Grupo-Serviços de Transporte Oficial ePortaria do Quadro Permanente da Secre­taria do Tribunal Regional do Trabalho da,Quinta Região".

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975. ­Ernesto GeiseL

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Brasílta, em de de 1975.

LEGISLAÇÃO CITADA

LEI N.o 6.:t42DE 28 DE NOVEMBRO DE 1974

Ji':ixa os valores de vencimentos doscargos dos Grupos-Atividades de ApoioJudiciário, Serviços de Transporte Ofi­cial e Portaria, Artesanato, Outras Ati­vidades de Nível Superior e Outras Ati­vidades de Nível Médio do Quadro Per­manente da Secretaria do Tribunal Re­gional do Trabalho da Quinta Região edá. outras providências.

Art. 1.0 .•...............................

III -- Grupo-Serviços de Transporte Oficiale Portaría

Cr$1.290,001.080,00

9fiO,00740,00540,00

VencimentosMensais

SINOPSE

PROJETO DE LEI DO SENADO NP 143,DE 1973

medidas de 'proteção aostombados, de valor cultural

TRT-5-TP-5TRT-5-TP-4TRT-fi-TP-3TRT-fi-TP-2TRT-5-TP-1

Níveis

Instituibens, nãodo País.

Apresentado pelo Senhor Senador Ma­galhães Pinto.

Lido no expediente da sessão de 29-11-74e publicado no DON de 30-11-74 (Seção II).

Dístrfbuido às Comissões de Constituiçãoe Justiça e de Educação e Cultura."

Em 4-12-74, Sessão das 10:00 horas, é li­do e aprovado o Requel"imellto n,? 343/74,de autoria do Senhor Senador Petrônío Por­tella, de urgência especial para o projeto.

Passando-se à sua apreciação, são lidos osPareceres n.os 735, da Comissão de oonsnt­tuíção e Justiça, relatado pelo Senhor Se­nador Wilson Gonçalves, pela constitucio­nalidade e jurídícídade, com as Emendasn.os 1 a 8-0CJ; 736, da Comissão de Educa­ção e Cultura, relatado pelo Senhor Sena­dor João Calmon, tavorável, nos termos doSubstitutivo que apresenta.

Em 4-12-74, Ses.são das 10:00 horas, éaprovado o Substitutivo da Comissão deEducação e Cultura, ficando prejudicadoso projeto e emendas. A Comissão de Re­dação.

Em 4-12-74, Sessão das 10:00 horas, é lidoo Parecer n.o 737, da Comíssâo de Redação,oferecendo a redação do vencido para o se­gundo turno regimental. Relatado pelo Se­nhor Senador Cattete Pinheírn , -

Em 4-12-74, Sessão das 10:00 horas, éaprovado o Substitutivo. A oãmara dosDeputados com o Oficio 0.° SM/920, de4-12-74.

PROJETO DE LEIN.o 3, de 1975

(Do Poder Executivo),.MENSAGEM N.~ 33175

Rêtifí(lll. li. Lei n,o 6. 142, de 28 de IlO­

vembro de 1974, a fim de cOl'l'igiJ: omis­são nos níveis de classificação dos car­gos do Grupo-Serviços de TransporteOficial e Portarta do Quadro Permanen­te da Secretaria do. Tribunal Regional

,do Trabalho da Quinta Regiãll.

IAs Comissões dfl Constituiçâo e Jus­tiça, de ServÍl;o Público e de F'lrian­ça8) .

O Congresso Nacional Decreta:

Art. 1.0 Fica incluído na discriminaçãodos níveis de cíassítíeação e respectivosvencimentos mensais dos cargos do Grupo­Serviços de Transporte Oficial e portaria,constante do item DI do artigo 1.0 da Leirr,> 6.142, de 28 de novembro de 1974.. onível TRT-5-TP-1, passando a ter o refe­rido item a seguinte redação:

"III - Grupo-Serviços de Transporte Ofi­cial c Portaria

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005B Terça-feir,& ~ DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o 005, DE 7 DEJANEIRO DE 1975, DO MINISTÉRIO DAFAZENDA.

eventualmente venham a ser devidas a ter­ceiros, relativamente à área doada.

Art. 4.0 A doação se tornará nula, semdireito a qualquer indenização, inclusive porbenfeitorias realizadas, se ao terreno, emtodo ou em parte, vier a ser dada destinaçãodiversa ou, ainda, se ocorrer inadimplemen­to de Cláusula do contrato a ser lavrado emlivro próprio do Serviço do Patrimônio d8"União. .

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem eontrário.

MENSAGEM N.o 37, DE 1975DO PODER EXECUTIVO

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi­nistro de Estado da Fazenda, o anexo pro­jeto de lei que "autoriza a doação, à Uni­versidade de São Paulo, do domínio útil dosterrenos de marinha que menciona. situa-dos no Município de Ubatuba". .

Brasília, em 20 de fevereiro de 1975.Ernesto Geisel.

Excelentissimo Senhor Presidente da Re­pública:

No anexo processo, pleiteia o Governo doEstado de São Paulo, a doação, em favorda Universidade de São Paulo, da faixa deterrenos de marinha situada na Praia doLamberto, no Município de Ubatuba, onde o .Instituto Oceanográfico daquela Universi­dade instalou sua Base Norte de pesquisas(fls. 95/96l 99/100).

2. A utilização dos terrenos teve inícioem 1954, em virtude de autorização, em ca­ráter provisório, da Delegacia do S'er'(ilto doPatrimônio da União no Estado de São Pau­lo (fls. 45), conseqüente ao interesse entãomanifestado pelo Ministério da Marinha(fls. 32).

3. Muito embora não tenha sido aindadeterminada, na forma da lei, a posição dalinha de marinha para o local, tem-se comocerta a existência de terrenos dessa natu­reza dentre os que são ocupados pelo Ins­tituto Oceanográfico, de indiscutível pro­priedade da União.

4. Diante do exposto, considerando asatividades do referido Instituto, de relevan­te interesse cientifico, opina o Bervíço doPatrimônio da União, com apoio da Secre­taria Geral do Ministério da Fazenda, porque seja autorizada a doação, à Universi­dade' de São Paulo, do domínio útil dos ter­renos de marinha de que' se trata, mediantelei em que se ressalve a responsabilidadeda donatária por eventuais indenizações de­correntes de direitos que possam vir a seropostos por terceiros.

5. Concordando com os pareceres, tenhoa honra de submeter à elevada consideraçãode Vossa Excelência os anexos projeto demensagem ao Congresso Nacional e ante­projeto de lei.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Bxeclênrâa os protestos do meu maisprofundo respeito. - Mário Henrique Si­

. monsen, Ministro da Fazenda.

de 1975.deBrasília, em

MENSAGEM N.o 35, DE 1975DO PODER EXECUTIVO

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi­nistro de Estado da Agricultura, o anexoprojeto de lei que "autoriza o Instituto Na­cional de Colonização e Reforma Agrária ­INCRA a doar o imóvel que menciona".

Brasílía, em 20 de fevereiro de 1975. ­Ernesto Geisel.

Art. 3.0 A doação autorizada nesta Leiserá efetivada mediante termo lavrado emlivro próprio do Instituto Nacional de Co­lonização e Reforma Agrária.

Art. 4.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrárío.

Brasilia, em de de 1975.

PROJETO DE LEIN.o 6, de 1975

(Do Poder Executivo)

MENSAGEM N.O 37175

Autoriza li doação, à Uníversídade deSão Paulo, do domínio útil dos terrenosde marinha que menciona, situados noMunicípio de Ubatuba.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Educação e Oultura ,e de Fi­nanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica o Poder Executivo autoriza­do a doar, à Universidade de São Paulo, odomínio útil dos terrenos de marinha situa­dos a 14 km da cidade de Ubatuba, no Mu­nicípio do mesmo nome, Estado de São Pau­lo, no trecho compreendido entre as praiasdo Lamberto e Comprida, contornando aponta do Codó, de acordo com os elementosconstantes do processo protocolizado no Mi­nistério da Fazenda sob-o li.o 0768-25.557, de1974.

Art. 2.° Os terrenos referidos no art. 1.0se destinam à Base Norte de pesquisas doInstituto Oceanográfico da Universidade deSão Paulo, já instalada no local.

Art. 3.° Caberá à donatária a responsa­bilidade por quaisquer indenizações que

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o 009, DE 17DE JANEIRO DE 1975 DO MINISTÉRIODA AGRICULTURA.Excelentíssimo Senhor Presidente da Re­

pública:

Tenho a honra de submeter à elevadaapreciação de Vossa Excelência o anexoanteprojeto de lei, que autoriza o INCRAa doar ao Estado da Guanabara um terrenosituado à Rua Faxina, 93, em área da Fa­zenda Nacional de Santa Cruz.

A medida permitirá a regularização daEscola "Nair da Fonseca", ali construidapela antiga Prefeitura do então Distrito Fe­deral, e em funcionamen to desde 1944.

Desaarte, o processo de transferência dodomínio da área questionada se efetivaráatravés de autorização legislativa, nos. ter­mos do Parecer da Consultoria Geral daRepública, de n.O 525-H.

Ao ensejo, renovo a Vossa Excelência osprotestos do meu mais profundo respeito. ­Alyson Paulinelli.

o julgamento de aptidão para o oficialatodos alunos do Curso Prévio' e dos 1.0 e 2.0anos do Curso Superior da Escola Naval"

Brasília, em 19 de fevereiro de 1975. ­

ERNESTO GEISEL.

EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.O 0017, DE27 DE JANEIRO DE 1975, DO SENHORMINISTRO DE ESTADO DA MARINHA.

Excelentissimo Senhor Presidente da Re-pública:

A Lei 11.0 602, de 28 de dezembro de 1948,que dispõe sobre o julgamento da aptidãopara o oficialato dos alunos do Curso Pré­vio e dos 1.0 e 2.° anos do Curso Superiorda Escola Naval, no seu art. 1.°, § 2.0, esta­belece que a nota de aptidão para o oficia­lato dos alunos do último ano dos diversoscursos só terá validade para efeitos elas­sificatórios. Isto tem acarretado' a faltade motivação e empenho de alguns dessesAspirantes, por saberem que nenhuma gra­ve conseqüência poderá advir com esse pro­cedimento.

A referida lei, além de referir-se a umRegimento Interno não .maís em vigor, fereos prtneípíos éticos, militares e disciplina­res que sempre nortearam aquela Escola,constituindo-se num embaraço para a Ad­ministração Naval na seleção de jovens ofi­eíaís da Marinha.

Nestas circunstâncias, tenho a honra dedirigir-me a Vossa Excelência para solici­tar a revogação da referida lei, nos termosdo anteprojeto, em anexo.

Aproveite a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos do meu maisprofundo respeito. - Geraldo Azevedo Hen­níng, Ministro da Marinha.

PROJETO DE LEIN.o 5, de 1975

(Do ~oder Executivo)

MENSAGEM N.o 35/75

Autoriza o Instituto Nacional de Co­lonização e Reforma Agrárta - INCRAa doar o imóvel que menciona.

(As comissões de Constituição e Jus­tiça, de Agricultura e Política Rurale de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica o Instituto Nacional de Co­lonização e Reforma Agrária - INCRA, au­torizado a proceder a doação, ao Estado daGuanabam, dos lotes n.o" 10 (dez) e 11 (on­ze), da Quadra 14 (quatroze) , em Sepetiba,com área de 5.441,82 ma, (cinco mil, qua­trocentos e quarenta e um metros quadra­dos e oitenta e dois centímetros quadrados)medindo 74,43 m (setenta e quatro metrose quarenta e três centímetros> de frente,82,95m (oitenta e dois metros e noventa ecinco centtmetros) do lado direito, 71,24 m(setenta e um metros e vinte e quatro cen­tímetros) do lado esquerdo e 67,52 m (ses­senta e sete metros e cinqüenta e dois cen­tímetros) de fundo, sito à Rua Faxina,n. o 93, dentro dos limites da Fazenda Na­cíonal de Santa Cruz, naquele Estado.

Art. 2.0 Destina-se a área a regularizara situação dommial do imóvel, onde estálocalizada a Escola Púbhca "Nair da Fonse­ca", ressalvando-se que caberá ao Estadoda Guanabara indenizar o Espólio de Honó­rio Santos Pimentel das benteítortas exis­tentes na área, desde que comprovada suapropriedade.

Page 35: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04MAR1975.pdfANO XXX - N9 003 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO I

Março de 1975 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0059

ERRATAREPUBLICA-SE POR TER SAíDO COM

INCORREÇõES NO DCN DE 6-4-74, PÁ­GINA 1481, 2a COLUNA.

PROJETO DE LEIN.o 733-A, de 1972

(Do Sr. Léo , Simões)

Dispõe sobre a contagem recíproca,para efeito de aposentadoria, dos tem­pos de serviço prestados pelos eontrt­buintes da Previdência Social, e dá ou­tras providências; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça,pela inconstitucionalidade, contra osvotos dos Srs, Lysâneas Maciel, SeveroEulálio e Hamilton Xavier; da Comis­são de Serviço Público, pela aprovação,contra os votos dos Srs. Hugo Aguiar,Magalhães Melo, Agostinh~ Rodrigues,Francelíno Pereira e, em separado, doSr, Elias Carmo; e, da Comissão de Fi­nanças, pela aprovação, com Substitu­tivo.

(PROJETO DE LEI N.o 733, DE 1972,TENDO ANEXADOS OS DE N.oS1.222/73 E 1.307/73, A QUE SE RE­FEREM OS PARECERES.)

O Congresso Nacional decreta;Art. 1.0 Serão somados, para efeito de

aposentadoria do funcionário ou do Tra­balhador, os tempos de servíço.. não cumu­lativos, por eles prestados como contribuin­tes da Previdência Social, qualquer que sejaa sua natureza.

Art. 2,';' Na forma desta lei, a União, àsAutarquias, as Sociedades de EconomiaMista, as Fundações Instituidas pelo PoderPúblico, as Empresas Privadas, contarãoreciprocamente, para efeito de aposentado­ria, o tempo de serviço prestado pelos res­pectivos funcionários ou empregados, sejaqual for a natureza do trabalho executadoe a relação jurídica ou de dependência.

§ 1.0 Para a contagem do tempo de ser­viço, será exigida como prova hábil, certi­dão subscrita pelo órgão ou pessoa jurídicaonde tenham sido prestados os serviços.

§ 2.0 Serão respeitados os limites deidade e tempo de serviço previstos na Le­gislação em vigor.

Art. 3.0 Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

.JustificaçãoApesar do preceito constitucional dizer

que "todos são iguais perante a Lei", existeuma classe de trabalhadores à margem dodíreíto à aposentadoria aos 35 anos de tem­po de serviço.

Trata-se dos atuais funcionários públicosque trabalhavam anteriormente em empre­sas particulares e, reciprocamente, daque­les que deixaram o funcionalismo públicopara trabalhar em empresas privadas,

Seria, pois, de máxima justiça que se lhesassegurasse esse dtreíto.

Um cidadão que tenha trabalhado, porexemplo, dos 14 aos 30 anos em empresasparticulares, se ingressa no serviço público,não contará aquele tempo para se aposen­tar. Neste caso, ainda poderá aposentar-seaos 65 anos. Mas se ingressar aos 39? Che­gará à compulsória? Sua saúde o permitirá,quando se sabe que expendeu esrorços egastou energias em excesso, reduzindo asua capacidade de viver mais longamente?E se ele entrou no serviço público comaquela idade e depois resolveu passar parauma empresa privada? E se nele permane­ceu?

Os argumentos são muitos e mais ressal­tam a injustiça do tratamento que vemsendo dado a quantos se vêem na eontín­gência de deixar a empresa privada a in­gressar no serviço público ou inversamente.

Se todo e qualquer tempo de serviçopuder ser computado para a aposentadoria,desde que comprovadamente haja havidocontribuição para Previdência Social, elí­minar-se-á para muitos o motivo de suaestagnação, representado pela idéia de in­segurança individual que a mudança de es­fera de atividade significaria em relação aoseu patrimônio, e no caso o tempo de ser­viço com vistas à aposentadoria, e tam­bém se proporcionarão' vantagens sociais eindividuais, como:

O cidadão poderá sair tranqüilamentede uma empresa privada para o serviçopúblico, ou deste para aquela, num caso enoutro podendo sentir-se mais útil ou en­contrando mais oportunidade, conrorme oseu grau de emulação. Haja vista, aqui,que os que se formam em cursos superio­res, ou desenvolvem certos pendores, comopara línguas, artes manuais, pesquisas, ete.,se vêem forçados, devido ao tempo queperderam a permanecer na esfera do tra­balho em que atuavam há 10, 15 ou 20anos. Dai em diante, por ser inconv:eniente

- dela saírem, ali continuam, já então desa­justados, revoltados, sem esperança e sempoderem dar uma contribuição mais efeti­va. ao País, tudo por causa da sua preo­cupação quanto ao futuro representado pelaalmejada aposentadori-a;

A iniciativa 'privada lucraria com a pers­pectiva de receber homens experientes ematividades privativas do serviço público,mas que ela subsidiariamente emprega, emvirtude das relações que com aquele man­tém, principalmente no caso das grandesempresas. Muitos runcíonáríos sabendo quenão iriam perder um patrimônio constituí-

. do pelos anos de serviço, ingressariam nela,quer por conta própria, quer como empre­gados, pondo em prática o que aprenderamnos cursos que fizeram e durante os quaisdescobriram inclinações que ainda não sen­tiam quando há 10 ou 15 anos ingressaramno serviço público;

A administração pública lucraria damesma forma, pois teria oportunidade dereceber elementos qualificados e experien­tes, dotados de capacidade organizadora eseriedade de propósitos, vindos da iniciati­va privada, onde, por diferentes motivos,não mais desejam permanecer, nada im­pedindo, também, que para ela voltem, se,depois de dada a sua contribuição, sentiremque ali serão mais úteis ou terão maisfuturo.

Essa não comunicação entre os temposde serviços prestados nas diferentes esfe­ras de atividades tem sido altamente pre­judicial:

1) Para o cidadão, porque o desencantotorna-o menos produtivo e menos esperan­çado, dando-lhe, nos casos em que senteter escolhido o caminho errado, uma im­pressão de inutilidade orçada; e

2) Para aquelas esferas, porque ambasse privam de contribuições que lhes pode­riam ser de grande valor, pois inúmerossão os casos concretos, alguns sabidos detodos, de individuos que muito mais teriamdado de si se tivessem podido transferir-sede uma a outra, enquanto que, permane­cendo onde estavam, por força do empe­nho de não perderem o patrimônio repre­sentado pelo seu tempo de serviço, o que émais justo, foram-se obrigando a produzirum mínimo nu então terminaram confor­mados com a inutilidade de uma eternaespera do tempo da aposentadoria.

Poder-se-á contrapor, para justificar afalta de comunlcabílídade desses tempos deserviços, a questão relacionada com o pa­gamento dos proventos na suposição de queiriam recair na totalidade sobre o TesouroNacional. Seria absurdo admitir-se a men­talidade de que é ele inesgotável e que tudopara ele deva ser transferido nas questõessociais. Uma das muitas fórmulas para opagamento poderá resultar num alívio aoTesouro e até mesmo no surgimento de umanova mentalidade. A intercomunicação emsi não é um mal e sim um bem.

O atual critério, impedindo a comunica­ção exatamente para aqueles que mais tra­balharam, como os que penderam para asempresas privadas ainda jovens, nelas tra­balhando de sol a sol por 10, 15 ou maisanos, e que daí, corajosamente. se trans­feriram para o Serviço Público, sabendoque jamais deixariam de trabalhar antesdos 10 anos, tem algo de crueldade, quandojá foi demonstrado que os que se vincula­ram ao serviço público aos 14 anos, sempretrabalhando em meio expediente, poderãoaposentar-se até antes dos 50 anos.

Devemos corrigir essa injustiça e liber­tar o cidadão de uma das maiores causasda falta de perspectiva de melhora de vida(principalmente para os que começaram atrabalhar cedo na vida e que na idade ma­dura, aos 30 ou 35 anos, lograram adquirirum maior treino ou um aperfeiçoamentoatravés de cursos), proporcionando-lhe sairde uma esfera e ingressar na outra. semprejuizo e antes com proveito recíproco.

Sala das Sessões, 7 de junho de 1972.Deputado Léo Simões.

PAR.ECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E .TUSTIQA

I e 11 - Relatório e voto do RelatorO projeto de lei nP '133172, de autoria

do nobre deputado Léo Simões, dispõe so­bre a contagem recíproca, para efeito deaposentadoria do funcionário ou do traba­lhador, dos tempos de serviço prestadospelos contríbumtes da Previdência Social.

A matéria já tem sido objeto de discussâoperante a Comissão de ,Justiça, cujo enten­dimento faz-se sentir de forma iterativa eindiscrepante, sendo que, reccntemente, oilustre deputado Altair Chagas enfocou-acom muita propriedade, concluindo pelainconstitucionalidade, arrimando-se, paratanto no que dispõe o artigo 57, V, da Emen­da Constitucional n.o 1.

Outro não é meu sentir, pelo que, tam­bém, opino pela inconstitucionalidade doProjeto n.o 733, de 1972.

É Q parecer.Sala da Comissão, em 23 de agosto de

1972. tlcio Alvares, Relator.ITr .:.. Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça, emreunião de sua Turma "A", realizada em23-8-72, opinou contra os votos dos Srs.Lysâneas Maciel, Severo Eulálio e HamiltonXavier, pela inconstitucionalidade do pro­jeto n.o 733172, nos termos do parecer doRelator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados:

Luiz Braz, Vice-Presidente, no exercícíoda Presidência; :il:lcio Alvares, Relator; Al­tair Chagas, Antônio Mariz, Célio Sarja,Ferreira do Amaral, Hamilton Xavier, Joséftlves, Hildebrando Guimarães, José Sally,Lysâneas Maciel e Severo Eulália.

Sala da Comissão, 23 de agosto de 1972.- Luiz Braz, Vice-Presidente, no exereícíoda Presidência - Élcio Alvares, Relator.

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0060 Terça-feira 01 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Març<l de 1975

VotoA iniciativa do ilustre Deputado Léo Si­

mões visando somar, para efeito de apo­sentadoria, o tempo de serviço prestadopelos contribuintes da Previdência Sociale do funcionário público, é de alto valorsocial e, com os mesmos propósítos, outroseminentes deputados têm apresentado pro­jetos mais ou menos semelhantes.

Todos visam favorecer o homem que tra­balha - funcionário público ou contribuin­te de órgão de Previdência Social, qualquerque seja a sua natureza - somando essetempo de serviço, para efeito de aposenta­doria, usufruindo as vantagens da mesma,tão logo alcance os' limites de idade e detempo de serviço, previstos na legislaçãoem vigor.

O Senhor Ministro Extraordinário paraos Assuntos do Gabinete Civil, ProfessorJoão Leitão de Abreu, encaminhando as in­formações prestadas pelo DASP, atendendosolicitação do ilustre Deputado Hugo Aguiar,diz que o Governo reconhece justos os fun­damentos sociais e econômicos que inspira­ram o projeto em debate. Já providenciou,por intermédio do Ministério do Trabalhoe Previdência Social, a elaboração de umanteprojeto de lei, que sanando o proble­ma constitucional da competência e supri­das as naturais lacunas existentes nos pro­jetos que cuidam dessa matéria, possa serdiscutido e aprovado, para se transformarem lei que atenda integralmente a justaaspiração de todos os eminentes colegas queapresentaram projetos com a mesma finali­dade.

Nessas condições, como se trata de ques­tão de alta ímportâncla e que pela sua na­tureza é complexa e de difícil solução, datavênia do eminente Relator, voto contra oseu brilhante parecer e rejeito o projeto. afim de que não prejudiquemos o antepro­jeto de lei que nos será apresentado. atra­vés de Mensagem do Excelentíssimo SenhorPresidente da Repúhlica. adotando traba­lho já feito .tIelo Senhor Ministro do Tra­balho e Previdência SOcial.

É o meu voto.

Sala das Sessões, 11 de abril de 1973. _Elias Carmo.

Declaracão de Voto do Sr. Francelíno, Pereira

No que tange ao Projeto n. o 733/72, souinteiramente favorável ao mérito nele ex­posto, mas, vinculando-me ao seu aspectoconstitucional, manifesto-me contrário asua aprovação, eis que o poder de iniciativanão pertence ao Congresso. Ê o que estána Constituição, que respeito.

Sala da Comissão, em 25 de abril de 1973.Deputado Francelino Pereira.

PROJETO DE LEIN.o 1.222, de 1973 .

Assegura, para efeito de aposentado­ria, a contagem recíproca de tempos deserviço públieo e particular, e dá outrasprnvidências ,

(Anexe-se ao Projeto n.o 733, de' 1972, nostermos do Art. 71 do Regimento rnterno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os tempos de serviço público e

particular, não simultâneos, serão recipro­camente contados para fins de aposenta­doria.

Parágrafo único. Para os efeitos destalei, considera-se serviço público a atividadedesenvolvida nos órgãos da administraçãodireta, federal, estadual e municipal. ou emsuas respectivas autarquias, sociedades deeconomia místa e empresas públicas.

Revelou, ainda, o Diretor do DASP queo Executivo está estudano.o as propositurasque com esse objetivo tramitam pelo Con­gresso.

Ao que parece, o Governo pretende fixar­se em uma das três opções; 1} a uní­fícaeão da "Previdência Social, reunindotanto os servidores quantos os que traba­lham em empresas privadas; 2) a adoçãoda chamada aposentadoria solidária, como INPS e o Tesouro Nacional cobrindo pro­porcionalmente as aposentadorias em casosde comunicabilidade de tempo de serviço;e 3) o simples estabelecimento da recipro­cidade, ficando o Tesouro Nacional com aresponsabilidade de pagar a aposentadoriados que a atingissem quando no serviçopúblico, mesmo somando o tempo da ati­vidade privada e o INPS ficando respon­sável pelo total do beneficio àqueles quese aposentassem por seu intermédio, mes­mo somando o tempo de serviço público.

Ora, todos estão de acordo relativamenteà injustiça que precisa ser reparada e, no-entanto, nem o Executivo envia à Câmarao projeto respectivo, nem o partido do Go­verno que é majoritário aprova os projetosque chegam à discussão e votação do Ple­nário.

Nosso parecer é favorável ao projeto.Sala da Comissão. em 4 de outubro de

1972. - Deputado Ereitas Nobre, Relator.

UI - Parecer da ComissãoA Comissão de Serviço Público, em reu­

nião ordinária realizada em 25 de abrilde 1973, aprovou, contra os votos dos Se­nhores Deputado Hugo Aguiar, MagalhãesMelo, Agostinho Rodrigues, declaração devoto do Senhor Francelino Pereira e votoem separado do Senhor Deputado EliasCarmo, o parecer do Relator, Senhor Depu­tado Freitas Nobre, favorável ao Projeton,o 733/72. Compareceram os SenhoresDeputados Bezerra de Norões - Vice-Pre­sidente no exercício da Presidência, FreitasNobre - Relator, Agostinho Rodrigues, JoséFreire, Hugo Aguiar, Grimaldi Ribeiro, LeoSimões, Elias Carmo, Magalhães Melo, Lau­ro Rodrigues, Franceiino Pereira, GetúlioDias, Marcos Freire e Paulo Ferraz.

Sala da Comissão, em 25 de abril de 1973,- Deputado Bezerra de Norões, Vice-Pre­sidente no exercício da Presidência ­Deputado Freitas Nobre, Relator.

Voto em separado du.Sr, Elias Carmo

O presente projeto, que é da autoria doilustre Deputado Léo Simões, envolve ques­tão da mais alta valia, pois cuida da somarecíproca de tempo de serviço prestado, porfuncionários públicos e de autarquias, paraefeito de aposentadoria.

A douta Comissão de Justiça, por maioriaabsoluta, em sua reunião de 23-8-72, en­tendeu que o mesmo era inconstitucional,por infringir o disposto no item V do arti­go 57 da Constituição em vigor, visto sercompetência exclusiva do Presidente da Re­pública a iniciativa das leis que disponhamsobre servidores públicos da união, seu re­gime jurídico, provimento de cargos públi­cos, estabilidade e aposentadoria de fun­cionários civis, reforma e transferência demilitares para a inatividade.

Vindo o projeto a esta douta Comissão, foio mesmo distribuído ao ilustre DeputadoFreitas Nobre, para relatá-lo, em 20-9-72 etendo entrado na pauta "para discussão nodia 4-10-72, 'houve por bem o eminenteDeputado Hugo Aguiar solicitar que fosseconvertido em diligência, a fim de ser OU­

, vído o Senhor Diretor, do DASP, o que foifeito.

PARECER DA COMISSÃO DESERVIÇO PúBLICO

I e U - Relatório e voto do RelatorVisa a propositura permitir a soma, para

efeito de aposentadoria do funcionário oudo trabalhador, dos períodos de serviço nãocumulativos por eles prestados como con­tribuintes da Previdência Social, qualquerque seja a sua natureza,

A argumentação do Deputado Léo Si­mões é convincente, especi-almente quandoreclama a vigência do preceito constitucio­nal de. que "todos são iguais perante a lei".

ora, se o limite de tempo de trabalho éde 35 anos, como permitir o Estado queesse limite não seja para todos.

Os exemplos ilustram bem a propositura,especialmente quando demonstra o absurdode quem tenha pago a Previdência Socialdos 14 aos 30 anos e entrando com estaidade para o serviço público tenha que tra­balhar mais 35 anos para alcançar a apo­sentadoria.

Como se ó INPS recebendo a contribui­ção previdenciária não fosse o próprio Es­tado arrecadando as parcelas mensais ...

Há um enriquecimento ilícito do Estadoque recebeu tais contribuições e faz porignorar essa circunstância.

Não há como silenciar diante de tãomonstruosa injustiça, especialmente por­que o servidor em certos casos, fica con­denado ao trabalho forçado até a aposen­tadoria compulsória aos 70 anos!

Essa disposição negativa de tão flagrantedireito se constitui numa quebra de es­timulo ao estudioso que tendo melhorespossibilidades (para ele e para it comuni­dade) em outros setores, recusa convitespara melhor utilizar sua experiência, suaespecialização, sua cultura.

Citemos o caso de um professor univer­sitário ou de um cientista que chamado aoserviço público, prefere continuar na em­presa privada, não só porque o salário émais compensador, como também porquenão pode jogar fora para sua aposentado­ria o tempo que recolheu para o INPS, equi­parando-se a quem inicia a vida profissio­nal.

E a injustiça se revela tão flagrantequando é certo que o Decreto-lei n. O 367, de,19 de dezembro de 1963, já permite aosfuncionários públicos civis da União e dasautarquias. que se exoneram de seus cargos,a contagem do tempo de serviço para finsde aposentadoria!

Não nos cabe o exame constitucional doprojeto nesta Comissão de Serviço Público,mas vale a pena reforçar o ponto de vistados Deputados Lysâneas Maciel, Severo Eu­Iálío e Hamilton Xavier, mesmo porque opagamento proporcional ao tempo de servi­ço na empresa privada já estaria cobertofinanceiramente pelos recolhimentos que o­Estado promoveu através .do INPS e, aindacom uma circunstância, a de que a Previ­dência Social recolheu 16% dos salários enão apenas 5% como faz o serviço público!

O próprio diretor do DASP, Glauco Lessa, 'ainda recentemente (O Estado de S. Paulo,19-9-1972) afirmou que ao tempo de servi­ço público poderá vir a ser somado o tempode serviço prestado às empresas particula­res, ou vice-versa para efeito de aposenta­doria.

Embora tenha -arírmado que a decisãofinal cabe à Presidência da República, e"'­que os estudos já estão feitos pelo DASP,entende que "o Executivo como um todotem portanto, interesse em encontrar uma'solução rapidamente, mas com cautela".

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Março de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0061

Art. 2.° O pagamento da aposentadoriaserá feito pelo órgão competente do siste­ma previdenciário onde o benefício for efe­tivado.

§ 1.0 Cada um dos sistemas previdenciá­rios contribuirá para a aposentadoria naproporção do tempo de serviço prestado narespectiva área.

§ 2.° No mês de janeiro de cada ano oórgão previdenciário concedente informaráaos demais responsáveis pelo pagamento daaposentadoria seu débito relativo ao exer­cicio anterior, que deverá ser liquidado atê31 de março do ano seguinte.

§ 3.° A parcela correspondente ao débitodo Tesouro Nacional para com o sistemaonde a aposentadoria for efetivada, seráincluída no orçamento da União, à contade pessoal inativo e, sob esse título, trans­ferida ao órgão concedente do benefício.

Art. 3.0 O Poder Executivo regularmen­tará a presente lei no prazo de 180 (cen­

-to e Oitenta) dias, contados da publicaçãode seu texto.

Art. 4.0 Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

.rustificaçãoHá muito se vem reclamando contra o

fato de os períodos de trabalho, no serviçopúblico e nas empresas particulares, nãoserem somados para efeito de aposentado­ria.

De fato, no momento em que, na maioriados países, a previdência caminha para umamplo sistema de seguridade social, abran­gendo indistintamente os trabalhadores pú­blicos (cívís e militares) e particulares e,_até mesmo. as donas de casa (como acon­tece num dos países nórdicos), torna-se di­fícil compreender a posição brasileira danão comunicabilidade dos tempos de ser­viço.

!li verdade que o Governo, pensando tal­vez em incentivar o êxodo de servidorespúblicos para as empresas privadas, baixouo Decreto-lei n.O 367, de 19 de dezembrode 1968, determinando que, a partir de suavigência, os funcionários da União e de suasautarquias, quando exonerados, teriam osrespectívos tempos de serviços computadospara fins de aposentadoria, regulada pelaLei n.o 3,807, de 26 de agosto de 1960 elegislação subseqüente (aposentadoria' peloINPS). Todavia. por falta de regulamenta­ção, nem mesmo essa forma de comuníca­bilídade chegou a ser posta em prática.

No início do ano de 1971 foi, uma vezmais, tentada a solução do problema.AtraVM da Portaria n.O 3.079, de 16 demarço, o Minístro co Trabalho e Previdên­cia ,Social criou um Grupo de Trabalhocomposto de emelentos do DASP, INPS,IPASE e dos Ministérios do Trabalho, Fa­zenda. e Planejamento, com a finalidadede estudar a contagem recíproca do tempode serviço e apresentar relatório conclusivosobre esse assunto, propondo solução denatureza legislativa a ser submetida aoExmo. Sr. Presidente da República".

De posse das conclusões do G.T., o Mi­nistro Júlio Barata dirigiu ao Presidenteda República uma Exposição de Motivos,acompanhada de anteprojeto, sugerindo a

/ íntereomunlcabíüdade dos tempos de ser­viço público e particular.

Por motivos desconhecidos, o 'assuntodeixou de ter andamento, frustrando-se,destarte, as esperanças de milhões de tra­balhadores privados e governamentais, dever consagrada a tese de que. não impor­tando o setor de sua prestação, o traba-

lhador é um só, devendo por conseguinteser integralmente computado para efeitode inatividade.

Destina-se, assim, o presente projeto acriar condições para um novo debate emtorno da momentosa questão.

Partindo do pressuposto de que, paraefeito de aposentadoria, não basta computaro tempo de serviço prestado em cada área,sem transmiti-lo às demais, em benefíciodo empregado, estabelece a proposição acontagem recíproca dos períodos não si­multâneos de atividade particular e pública(esta última na administração centralizadaou não),

Visando a facilitar a fruição do benefício,determina o artigo 2.° que o pagamentodeste seja integralmente feito pelo 61'gãodo sistema previdenciário onde ele vier aser concedido. Por outro lado. a fim de nãoimpor à entídade concedente toda a despe­sa com o atendimento do benefício, prevê­se. no § 1.°. um rateio da mesma entre osdiversos sistemas para os quais o interes­sado haja contrfbnído. Dito rateío será feitoem funcão do tempo de serviço computadoem cada área.

Para evitar atrasos no reembolso ao or­ganismo concedente o § 2.0' do artigo 2.°determina que, no mês de janeiro de cadaano, sei a por este informado a cada umdos co-responsáveis pelo pagamento do be- .nefício. o montante de seu débito referenteao exercício anterior, a ser liquidado até31 de marco do ano seguinte. O intervalorelativamente grande entre a eomunícacãodo débito e sua líquidaoâo visa a permitir,no caso dos órgãos núbücos. a inclusão dadespesa no respectivo orcamento. prevista,aliás. no § 3.0 do mesmo arttgo com relaçãoàs responsabilidades da União.

Finalmente. considerando a necessidadede uma completa regulamentacão da maté­ria por quem; de fato. reúne condições paraexecutá-la com perfeicão, o artigo 3.° con­cede ao Executivo o prazo de 180 dias paraa elaboração das normas em causa.

Esperam.os que, com a aprovação do pro­jeto pelo Congresso Nacional, sejam afinalatendidos os apelos de milhões de empre­gados. públicos e particulares. interessadosna contagem para efeito de aposentadoria,do tempo de servíco ínrüstíntamente pres­tado à União. Estados e Municípios. suasautarquias. etc., ou às empresas particula­res, importantes ou modestas.

Sala das Sessões, Deputado Wilmar Dal­Ianhcl.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE ANEXADAPELA DIVISÃO DE COMISS6ES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 367DE 19 DE DEZEMBRO DE 1968

Dispõe sobre a contagem do tempoille serviço dos funcionários públicoscivis da União e das Autarquias.

Art, 1.0 Os funcionários públicos civis-daUniáo e das Autarquias que a partir davigência dêste Decreto-lei, se afastarem dosseus cargos por motivos de exoneração, terãoos respectivos tempos de serviço computadospara. fins de aposentadoria· por tempo deserviço, regulada pela Lei n.o 3.807, de 26de agosto de 1960 e legislação subseqüente.

Parágrafo único. Para os fins do dís­posto neste artigo, é vedado o cômputo deserviço público simultâneo com o de ati­vidade privada, bem como tempo em dobroe em. outras condições especiais.

Art. 2.° O ônus financeiro da aposenta­doria concedida em decorrência deste De-

ereto-lei será repartido entre o InstitutoNacional da Previdência Social (INPS) eo Tesouro Nacional ou as Autarquias refe­ridas no artígo 22, § 1.0, da Lei n.o 3.807,de 26 de agosto de 1960, na proporção dotempo de serviço público e da atividadeprivada.

§ 1.0 Anualmente serão apurados peloINPS os ônus do Tesouro Nacional e dasAutarquias, referido no "caput" do artigo,para efeito do competente reembôlso aoINPS.

§ 2.° A parcela correspondente ao débitodo Tesouro Nacional para com o INPS,apurada na forma deste artigo, será incluí­da no orçamento anual da União, à contade pessoal inativo e, sob esse titulo, serátransferida diretamente para o INPS.

Art. 3.° . O presente Decreto-lei, que en­trará em. vigor na data de sua publicação,será regulamentado pelo Poder Executivono prazo de 30 (trinta) dias. ficando revo­gadas as disposições em contrário.

PROJETO DE LEIN.O 1.307, de 1973

Estabeleee normas para contagem detempo de serviço público e particularpara efeito de aposentadoria.

(Anexe-se ao Projeto n.o 733, de 1972, nostermos do art. 71 do Regimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Passa a vigorar com a seguinte

redação o art. 1.0 do Decreto-lei n.O 367, de19 de dezell1bro de 1968: .

"Art. 1.0 É computável, para fins deaposentadoria pelo INPS ou pelo servi­ço público federal, centralizado ou au­tárquico, o tempo de serviço, não simul­tâneo, prestado sob o regime do Esta­tuto dos Funcionários Públicos Civis daUnião e da Lei Orgânica da PrevidênciaSocial."

Art. 2.° Entrará esta lei em vigor naI data de sua publicação.

JustificaçãoCorresponde a proposição a um generali­

zado anseio dos funcionários públicos e dostrabalhadores em geral e a ambos faz jus­tiça.

Já foi a matéria objeto das atencões doPoder Executivo consubstancíadas na pro­mulgação, pelo saudoso Presidente Costa eSilva, do Decreto-lei n.O 367, de 19 de de­zembro de 1968.

Contudo, referido ato legislativo não foiaté hoje regulamentado, eis que nele fo­ram encontradas imperfeições técnicas quereclamavam retificação.

Aliás, sensível ao problema. o MinistroJúlio Barata constituiu Grupo de Trabalhode composição interministeriaI para acura­do exame da matéria e cujas conclusõesforam integralmente favoráveis a recipro­cidade da contagem de tempo de servíco,

-- para aposentadoria, seja público ou pri­vado.

Preferimos alterar, com a presente pro­jeto, a redação do art. 1.° do Decreto-lein.o 367, de 1968, principalmente porque ocusteio do encargo, imperativamente 'exi­gido pelo parágrafo único do artigo 165 dotexto constitucional, já está previsto em c1is­positivo do mesmo diploma legal, nestes ter­mos:

"Art. 2.0 O ônus financeiro da aposen­tadoria concedida em decorrência desteDecreto-lei será repartido entre o Ins­tituto Nacional de Previdência Social(INPS) e o Tesoura Nacional ou as Au­tarquias referidas no art. 22, § 1.°. daLei n.O 3.807, de 26 de agosto de 1960,

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11062 Terça~fcira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19?5

na proporção do tempo de serviço pú­blico e da atividade privada."

Ainda sobre o aspecto da constituciona­lidade da proposição, consideramos oportu­no justificá-la em face do preceito contidono item V do art. 57 da Constituição daRepública Federativa do Brasil que atribuiao Presidente da República, com exclusivi­dade, a iniciativa de projetos que disponhamsobre servidores públicos.

Não deve, a nosso ver, a existência dessadisposição ser interpretada como capaz demarcar com o ferrete da inconstitucionali­dade as proposições originárias do Congres­so e esta convicção encontra sólido funda­mento na própria Súmula do SupremoTribunal Federal que reconheceu que a fal­ta de iniciativa pode ser suprida pelasanção.

Sala das Sessões, em 28 de maio de 1973.Deputado Amaral de Souza.

Constituição da República Federativado Brasil. Emenda Constitucional n,v 1,de 17 de outubro de 1969.

TíTULO IDa Organização Nacional

CAPíTULO VIDo Poder Legislativo

SEÇÃO VDo Processo Legislativo

Art. 57. I1l de competência exclusiva doPresidente dá República.a iniciativa dasleis que:

V _. disponham sobre servidores públicosda União, seu regime juridico. provimentode cargos públicos. estabilidade e aposen­tadoria de funcionários civis. reforma etransferência de militares para a inativida­de; ou

TíTULO UI

Da Ordem Econômica e Social......... - ~ ..Art. 165. A Constituição assegura aos

trabalhadores os seguintes direitos. além deoutros que, nos termos da lei. visem à me­lhoria de sua condição social:

Parágrafo único. Nenhuma prestação deserviço de assistência ou de benefício com­preendidos na previdência social será cria­da, majorada ou estendida, sem a corres­pondente fonte de custeio total.

PARECEiR DA COMISSÃOI - Relatório

Os projetos intentam a contagem recipro­ca, para efeito de aposentadoria, dos tem­pos de serviço prestado em atividades pú­blicas e particulares.

Em três artigos e dois parágrafos, o pri­meiro dos Projetos do nobre Deputado LéoSimões, resume, em síntese sem vícios es­truturais, o que já assoma aspectos de fata­lismo inderrogável em termos de politíeade pessoal. A mesma síntese e a mesma des­tinação ideal devassa o Projeto do não me­nos ilustre Deputado Wilmar Da).lanhol. OProjeto 1.307173 visa especificamente o De-

ereto-lei D,.o 367, de 1.0 de dezembro de1968, alterando-lhe o art. 1.0, no sentido dasoutras duas proposições.

A Comissão de Constituição e Justiça viuo Projeto 733/72 - único submetido â suaconsideração - manietado pelas disposi­ções mtransponíveís do art. 57, V, da Emen­da Constitucional n.o 1, nele sublinhado ovício maior da inconstitucionalidade. r

A Comissão de Serviço Público solicitousubsídios- do DASP para o mesmo Projeto,os quais lhe vieram pela palavra de S. Ex.",o Dr, Leitão de Abreu, Ministro Extraordi­nário para assuntos do Gabinete Civil.

Nesse expediente expõe-se a preocupaçãodo Governo com o tema em debate cujasimplicações de ordem técnica estão exigin­do maior aprofundamento nos estudos jádeterminado,s para um exato equaciona­mento do problema.

A Comissão de Serviço Público aprovouo Projeto n.O 733172, não obstante.

n - Voto do Relator. O tema já ultrapassou os páramos de um

ideal diáfano, adquirindo formas defini­das e condicionadas por imperativos soeíaisque já forcejam uma concretização emprincípios normativos materializados em sis­tema legal definitivo.

Reconheço-o o próprio Governo na equi­librada exposição feita à Comissão de Ser­viço Público.

Os argumentos expendidos nessa expo­sição relevam os óbices a vencer- na culmí­nacâo do objetivo em estudo, não deixandode 'ressaltar, nessa preocupação, a relevân­cia dos projetos ora em estudo e a alta sen­sibilidade política dos seus autores.

Eis:"Todavia, a diversidade organizacionale jurídica dos sistemas previdenciáriosvigentes tem dificultado sobremaneirao propósito de se ditar por lei a inter­comunicação. sem se alterarem radical­mente, pela unificação as heterogêneasestruturas atuais. instituidas e desdo­bradas sob diferentes fundamentosdoutrinários."Na impossibilidade, pelo menos ime­diata, de unificação radical, a únicafórmula que, ao parecer deste Depar­tamento, permitiria a contagem recí­proca de tempo de serviço público e pri­vado - sem provocar elevados custosoperacionais de intercâmbio e semacarretar considerável atividade con­tenciosa, decorrentes da diversidade dosregimes jurídicos de benefícios e de ad­ministração - seria a do pagamentodireto, por cada sistema, da parcelaproporcional ao tempo de serviço pres­tado pelo beneficiário em sua jurisdi­ção, tal como se o interessado se ti­vesse aposentado num dos regimes pre­videnciários ao se transferir para o ou­tro, mas só fazendo jus aos benefíciosda aposentadoria, assim composta, aocompletar o tempo de serviço globalprevisto em lei."Deve-se reconhecer, no entanto, que aintervencão isolada de vários órgãostécnicos -no estudo da questão emba­raeou de certa forma uma definiçãomaís clara daquela tese, determinandoo prosseguimento de anteprojeto doMinistério do Trabalho e PrevidênciaSocial, elaborado por uma Comissão Es­pecial designada pelo Senhor Ministroe que já foi objeto dos pareceres doMinistério da Fazenda e deste Depar­tamento.

"Trata-se, portanto, de questão de altarelevâncía e que, pela complexidade de

seus aspectos técnicos, só poderá sersolucionada pelos órgãos especíalízadosdo Poder Executivo."

Temos para nós que os três projetos po­dem amalgamar-se numa síntese eficiente,facilitando os propósitos do Executivo nosentido de realizar o que já constitui, co­mo dissemos, um imperativo social que exi­ge concretização normativa em lei especí­fica.

O projeto Léo Simões se detém na dis­criminação dos temas que definem o seuobjetivo compondo uma sistemática queconsubstancía uma lei autônoma paraaquele fim determinado na ementa.

O projeto Wilmar Dallanhol, sem quebrade reverência ao autor do projeto original,ressalta, sob o ponto de vista da técnicalegislativa, melhor colocação do tema con­ceitual e do alcance da lei, numa síntesemuito feliz que se condensa no art. 1.° Des­ce a particularidades que escaparam aoprojeto Léo Simões objetivando a respon­sabilidade dos sistemas prevídencíaríos,prazos e critérios de encontro de contasdaqueles sistemas.

Por fim, o projeto Amaral de Souza trans­põe, com tranqüilidade, as ervas do VIciomaior já sublinhado no projeto Léo Simoes,empolgando diploma já existente, do pró­prio Executivo, para imprimir-lhe simplesalteração do art. 1.0 Mas, em o fazendo,enlaçou irremediavelmente, sem -possíbrlí­dade à censura maior a finalidade perse­guida pelas três proposrções que se unemnesse expediente.

Então, restaria considerar das proposi­ções em estudo aquela ou aquelas dísposr­çôes que se- possam ajustar ao Decreto-lein.o 367/68 como simples emenda desde que,na hípotese, não seria ela vedada, a não serque importasse em aumento de despesa pre­vista tal como prescrito no paragraro únicodo art. 57 da Constituição.

Parece-nos que, no particular, o projetoDallanhol sintetiza em melhor técnica osobjetívos dos três projetos,' podendo con­substanciar o ser art. 1.0 o teor da emendapreconizada no Projeto Amaral de Souza,conciliando-se, ambos, com a idéia original

. trazida com o projeto Léo Simões.

A providência dessa consubstanciação dostrês proj etos na realização de uma emendaao Decreto-lei n,v 367, de 19-12-68, ajusta­se aos interesses constitucionais, afastandoa idéia de uma íníeiatrva de lei sobre maté­ria vedada ao Legislativo pelas restriçõesdo art. 57 da consuruíção vigente.

Por outro lado, o Decreto-lei n.o 367, ci­tado, se detém no ônus financeiro decor­rente do regime que estacelece, não impli­cando em emenda nas condições da aquidiscutida em qualquer aumento de despesaprevista desde que o custeio em que impli­ca está ou será realizado pelos beneficiárioscom as contribuições compulsórias já pre­vistas nas leis especificas.

Atendendo aos próprios termos da Expo­sição de Motivos do Executivo, colaciona­da nestas razões e aos argumentos expostos,concluímos pela aprovação dos projetos, re­duzidos à emenda substitutiva que temos ahonra de submeter à consideração dos nos­S08 nobres pares.

Com respeito às opiniões em contrário. ­lldélio Martins, Deputado Federal.

In - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em sua reunião

ordinária do dia 28-6-73, aprovou, por una­nimidade, o Projeto n.o 733, de 1972, doSenhor Léo Simões, nos termos do Substi-.

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se.ção I) Terça-feirà l 0063

tutívo, oferecido pelo Relator, DeputadoIldélio Martins.

Estiveram presentes os Benhore.s Depu­tados Jorge Vargas, Presidente; Ivo Braga'8 osírís Pontes, Vice-Presidentes; l.dhemar'de 'Barros Filho, Aldo Lupo, Arthur Santos,Homero Santos, Ildélio Martins, 'N:orbertoScJ:1midt, Tourinbo Dantas, Wilmar Gui­marães, Carlos Alberto de Olíveíra, DyrnoPires, Fernando Magalhães, João Castelo,Leopoldo Peres, Ozanam Ooelho, .so'Jsa San­tos, Athíê Jorge Ooury, César Nascimento,Joel Ferreira, Jairo Brum, Harrv Sauer,Florim Ooutinho, Peixoto Filho, MiltonBrandão e Dias Menezes.

Sala da Comissão, em 28 de j unho de1973. - Deputado Jorge Vargas,.Pr~sidente;

Deputado Ildélio Martins, Relator.SUBSTITUTIVO ADOTADO PELA

OOMISSÃO

Art. 1.0 Passam a vigorar com a seguinteredação, o art. 1.0 e seu parágrafo único,do Decreto-lei n.o 367, de 19 de dezembrode 1968:

"Art. 1.0 Os tempos de serviço públi­co e partíct.Iar, não simultâneos, serãoreciprocamente contados para fim deaposentadoria.Parágrafo único. Para os efeitos destalei, ccnsídera-se serviço público a ati­vidade desenvolvida nos órgãos da Ad­ministração Direta, Federal, Estadual eMunicipal, eu em suas respectivas au­tarquias, sociedades de economia mis­ta e empresas públicas."

Sala das Reuniões, em 25 de junho de1973. - Ildélio Martins, Deputado Federal.

COMISSÃO DO SERVIÇO púBLIOO

Oficio n,? 93/72

Brasília, 4 de outubro de 1972.

Senhor Presidente:A fim de atender ao requerimento do Se­

nhor Deputado Hugo Aguiar, aprovado, porunanimidade, por esta oomtssão, em suareunião ordinária realizada nesta data, so­licito a V. Ex." as necessárias providênciasno, sentido de que seja ouvido o Departa­mento Administrativo do Pessoal Civil(DASP) , sobre o Projeto n.o 733/72, que"dispõe sobre a contagem recíproca, paraefeito de aposentadoria, dos tempos de ser­viço prestado pelos contribuintes da Previ­dência Social e dá outras providências".

Aproveito a oportunidade para renovara V. Ex.B os meus protestos de alta estimae distinta consideração. - Deputado JoséFreire, Presidente.À Sua ExcelênciaDeputado Pereira LopesPresidente da Câmara dos DeputadosOf. n.O 101-SAP/73.Of. n.O 103-SAP/73.

Em 5 de abril de 1973.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Dayl de AlmeidaM. D. Primeiro-Secretário da Oâmara dosDeputados

, Brasília - DF

Excelentíssimo Senhor Prlmelro-Seeretárío:Nos termos da letra d do artigo 30 da

oonstrtuíção e em atenção ao Ofíeío n.o000285, de 18 de outubro de 1972, tenho ahonra de transmitir a Vossa Excelência osesclarecimentos prestados pelo Departa­mento Administrativo do Pessoal Civil(DASP), sobre o projeto de Lei n.o 733/72,que "dispõe sobre a contagem reciproca,para efeito de aposentadoria, dos tempos

de serviço prestado pelos contribuintes daprevidência Social e dá outras providên­cias":

"Sobe a cerca de três dezenas o núme­ro de proposições legislativas oferecidasao Congresso Nacional, sobre o mesmotema, nos últimos três anos. .

Rejeitadas todas elas, por vício de cons­titucionalidade, decorrente da compe­tência privativa do Presidente da Re­pública na iniciativa das leis que versemregime jurídico dos servidores públicose, especificamente, a p o s e n ta d o r i a(Constituição, artigo 57, inciso V), nempor isso deíxou o Governo de reconheceros justos fundamentos sociais e econô­micos em que se inspiraram aquelasproposituras. Bem pelo contrário, en­dossou suas motivações e empenhou-se,pelo Ministério do Trabalho e Previdên­cia Social, com estreita colaboração dosMinistérios da Fazenda e do Planeja­mento e Coordenação Geral, e desteDepartamento, em elaborar um ante­projeto de lei que, sanando o problemaconstitucional da competência, suprissetambém naturais lacunas e imperfei­ções técnicas que prejudicavam o con­teúdo das proposições parlamentarem,

Todavia, a díversídade organizacional ejurídica dos sistemas previdenciários vi­gentes tem dificultado sobremaneira opropósito de se ditar por lei a inter­'Comunicação, sem se alterarem radical­mente, pela unificação, as heterogêneasestruturas atuais, ínstítuidas e desdo­bradas sob diferentes fundamentos dou-trinários. .

Na impossibilidade, pelo menos imedia­ta, da unificação radical, a única fór­mula que, ao parecer deste Departa­mento, permitiria a contagem recíprocade terqpo de serviço público e privado ­sem provocar elevados custos operacío­naís de intercâmbio e sem acarretarconsiderável atividade conteneíosa; de­corrente da diversidade 'dos regimes ju­rídicos de beneficios e de administra­ção - seria a do pagamento direto, porcada sistema, da parcela proporcionalao tempo de serviço prestado pelo bene­ficiário em sua jurisdição, tal como seo interessado se tivesse aposentado numdos regimes previdenciários ao se trans­ferir para o outro, mas só fazendo jusaos beneficios da aposentadoria, assimcomposta, ao completar o tempo de ser­víço global previsto em lei.

Deve-se reconhecer, no entanto, que aíntervençâo isolada de vários órgãostécnicos no estudo da questão emba­raçou de certa forma uma definiçãomais clara daquela tese, determinandoo prosseguimento de anteprojeto doMinistério do Trabalho e PrevidênciaBocial, elaborado por uma Comissão Es­pecial designada pelo Senhor Ministro eque já foi objeto dos pareceres do Mi­nistério da Fazenda e deste Departa­mento.Trata-se, portanto, de questão de altarelevância e que, pela complexidade deseus aspectos técnicos, só poderá sersolucionada pelos órgãos especializadosdo Poder Executivo.

Por todas essas circunstâncias e pelovicio liminar de competência, que oprejudica, deve o Projeto de lei em epi­grafe ser rejeitado, sem embargo desuas justas motivações. l!: o parecer des­te Departamento. S.M.J."

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excel~ncia protestos de elevada esti­ma c' consideração. - João Leitão de Abreu~

Ministro Extraordinário para os Assuntos doGabinete Civil.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Estáfinda a leitura do expediente.

lU - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. oarooso de Almeida.O SR. CAItDOSO DE ALMEIDA - (Pro-

nuncia o seguinte díscurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, a colheita do algodão estáse iniciando nos Estados de São Paulo, Mi­nas Gerais, Goiás, Paraná e Mato Grosso.

Nas próximas semanas, o volume de algo­dão colhido irá criar problemas sertissímosse as máquinas de beneficiamento não esti­verem aptas a receber algodão em caroço,como também se recursos não forem desti­nados para a compra do produto ao coto­níeultor ,

A colheita do algodão no Sul do Pais pro­cessa-se em fins de fevereiro até meados demaio. Como da velocidade da operação de­pende a qualidade da fibra, os colhedoresde algodão percebem nessa operação a me­lhor parcela de seus ganhos durante todo oano agrícola. Morando com suas famílias nascidades, eles trabalham nos campos na ca­pina e corte de CF.!1a e na colheita de la­ranj as, mas é com {) algodão' que obtêmmaiores rendimentos, sendo comum uma ta­milia de quatro, cinco .pessoas ganhar maisde Cr$ 200,00 por dia em suas empreitadas,

A tarefa da colheita importa em 20 a 25%do valor do custo da produção. Paga todo ofim de semana em dinheiro. o produtor nãopode colher se não tiver em mãos esses re­cursos.

O fínaciamento agrícola não cobre todasas despesas e na coiheita o cotonícultorprecisa conseguir dinheiro adiantado domaquinista.

Além do numerário, o produtor recebeemprestada a sacaria para recolher e trans­portar o algodão à máquina.

Sem a sacaria e sem dinheiro é impossí­vel colher-se o algodão, que rapidamente sedeteriora, perdendo peso e cor, caindo, emseguida, ao chão; com os trabalhadores semserviço, os ânimos se exaltam e o desesperotoma conta dos Municípios algodoeiros.

EstiVe com os Ministros da Agricultura,dl\ Indústria e do Oornércío, da Fazenda edo Trabalho, fazendo-lhes um relato da si­tuação, tendo acentuado que os algodoeirosesperam urgentíssímas providências - aliásjá resolvidas e aprovadas. mas que aindanão chegaram às agências do Banco do Bra­sil - relativamente aos limites para a exe­cução do financiamento do algodão em ca­roço pela CFP, através dos maquinistas.

A par dessa medida, foi aprovada a con­cessão de um prazo de 3 anos aos produto­res para o pagamento de seus débitos nosbancos oficiais e particulares que operamno crédito rural. Devido à crise, muitos.agricultores ficaram sem condições de li­quidar esses débitos da safra passada eestão esperando a aplicação daquela provi­dência, que deverá ocorrer o quanto antes,a fim de que possam empreitar a colheitado seu novo algodoal.

É obrigação do Governo Federal agir comtoda a presteza. Os cotonícultorea não po­dem pagar suas dívidas porque o fracassoda comerctalízação da safra passada foi pro­vocado por culpa exclusiva da CACEX, queimpediu as vendas normaís e tradicionais denossas sobras a preços firmes, e que permi­tiam bons resultados ao produtor. '

A economia algodoeira do Brasil está àbeira de um colapso. Todos estão perdendo- agricultores, comerciantes exportadores,cooperativas - e até hoje os reaponsáversdiretos por esse desastre para a economia

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0064 Terça~feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19'75

dos E:stados do Nordeste que vivem do algo­dão continuam indiferentes à sorte' do la­vrador, embora sempre prontos a atender apedidos das índústrías têxteis, no sentidode intervir unilateralmente, favorecendo-asnos negócios do algodão.

Era o que tinha a dizer.O SR. DASO COIMBRA (Pronuncia o se­

guinte discurso) Sr. Presidente, 81'S. Depu­tados, passou o Carnaval, mais uma vez, emais uma vez vieram as cinzas da quarta­feira. Se eínsas fossem, realmente, quesepultassem para sempre a sempre repetidagama de maleficios de toda sorte - deenvolta com a alegria fugaz e passageiraque anestesia boa parte de nosso povo anoapós ano -- se cinzas fossem, Sr. Presiden­te, ainda bem. Era esquecê-las. e pronto.Mas, infelizmente, debaixo dessas cinzasfervem as brasas mal apagadas, que serãoressopradas no sábado de "aleluías", queserão renovadas uma ou outra vez durante° ano, e serão reavívadas no próximo Car­naval, para novamente emborcar o povonos mesmos malefícios. Quero chamar aatenção desta Casa, do povo que represen­tamos e das autoridades para aspectos im­portantes desse drama que anualmente en­feia nossa imagem de nacão chamadacristã. • "

Valho-me, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, do relato dos jornais de logo após oCarnaval, para fixar um fato que, por sisó, seria bastante para estabelecer meuponto de vista, tantas vezes já anunciadodesta trlbuna, ao longo destes vinte anosde luta parlamentar.

No "Baile no Municipal" no Ria, que se­ria uma das principais peças da promoçãoturística dos festejos carnavalescos, vimosmais uma vez estereotipada a repetiçãoanual da mesma verdade: nosso Carnavalnão nos interessa nem como àtração turís­tica. Os turistas estrangeiros que puderamchegar até o Teatro Municipal do RIo fo­ram submetidos ao vexame de terem sidoobrigados a enfrentar a presença incômodade quase duas centenas de "travestis" ­levando mais uma vez para o exterior apropaganda mais estapafúrdia sobre a rea­lidade de nossa vida - além de terem sidoobrigados a assistir a uma briga generali­zada dentro do Municipal, à qual não fal­taram garrafas quebradas de cabeça emcabeça. Além de tudo isso, cerca de trintaturistas foram assaltados, à saída da Mu­nicipal! Vergonha vergonhosa e inconce­bível.

Pois bem: após o vexame, q:lc' fizeramos turistas estrangeiros?' Foram gastar dó­lares ou ourodólares ou petrodólares nasrefinadas lojas da Guanabara? Mesmo quequisessem fazê-lo - e não o fariam, poistinham sido esbulhados no Municipal ­não teriam podido, simplesmente porque ocornércío estava fechado! Então, que bene­fício comercial nOE node trazer o Carnaval?Nenhmn, redondamente nenhum!

Que fizeram os turistas? Voltaram para() hotel para, pelo menos no hotel, deixarseu rico dinheirinho? Também não, porqueo comum é os tnrístas europeus e norte­americanos fundearem na Guanabara seunavio especialmente fretado. onde dormeme comem, e de onde saem para serem "pun­gados" no Municipal. Onde está, pois, obenefíeio do Carnaval para a nossa ine­xistente mdústria do turismo? Simples­mente não existe.

81'. Presidente. 81'S. Deputados, cabe aqui,'agora, perguntar: que é que atrai turistaspara o Brasil? Qual a prcpnganda que setem feito lá fora para trazer aqui homense mulheres de negócios ríos Estados Unidose da Europa, artistas famosos, milionáriosexcêntricos e quejandos? A propaganda

sadia de nossa natureza tropical .tão ex­cepcional? Não. A mostra sincera e calcadaem dados estatísticos das grandes realiza­ções do Governo nos mais diferentes cam­pos de atividade dos brasileiros? Tambémnão. Que é que a propaganda brasileira temlevado para o exterior para atrair turistas?Infelizmente o tema principal de nossapropaganda no exterior é o Carnaval, emamostragens sensuais e inconvenientes. Fo­tografado pelas maiores revistas do Pais, oCarnaval nos diz da incoerência em semanter no elenco das contravenções pes­soais o "atentado ao pudor". Sim, Sr. Pre­sidente, para se fazer observar aquele pre­ceito se torna necessário proibir o Carnaval,despudorado, sem um mínimo de observân­cia a principios de moralidade. Em aquichegando, o que 'Qs turistas vão ver é odeprimente espetá/mio de mais de cem"travestis"! E para que a imagem fossebem gravada, "abre-se" a cabeça dos tu­ristas a garrafadas, para que ríxem bem oinstante deprimente! E à saída do teatroMunicipal, o assalto direto à bolsa...

Sr. Presidente, não ma pejo de afirmar,contra a opinião de uma maioria apaixo­nada, ser o Carnaval um mau negóeío para° País..

Comenta-se que milhares de pessoasaportam ao Rio de Janeiro para assistir aoCarnaval e que a simples presença delas élucro. Será? E as outras milhares que fo­gem anualmente do mesmo Rio, especial­mente para fugir ao Carnaval? Não se.contam? QLlanto às outras que vieram, éo que já afirmei: não gastam no comércio,porque este está fechado no Carnaval. Mui­tos não se hospedam em hotéis porque tra­zem seu hotel ambulante. fundeando seunavio fretado por três dias na Guanabara.Quando trazem algum dólar para gastar,são assaltados. E de quebra lhes mostramcentenas de "travestis"!

Que estarão, agora, no recolhimento desuas quaresmas particulares, comentandosobre o Brasil os turistas que tiveram a in­felicidade de vir ao Rio neste Ournaval?Nada mais, nada menos do que isto: Brasil,país dos "travestis", dos desordeiros e dosIadrõesl

ti: triste, Sr. Presidente, mas é a durarealidade. Apelo para as autoridades aquem está afeto o problema. É válido ex­trair divisas com base no "folclore" sadiode um povo. É válido convocar o estrangeirocom propaganda inteligente para vir aquie ver o Brasil transformado em potênciamundial de uma hora para outra. Mas nãoé válido, em hipótese alguma, já agora, de­baixo das cinzas do último Carnaval, estãoreacendendo brasas e preparando mais umassalto à honra do Brasil no próximo ano.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR.. .JOÃO GILBERTO - (Pronunciao seguinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, quis o sopro do mínuano, detão legendárias tradições, que estejamosaqui e agora, num momento decisivo paraa vida nacional, exercendo atribuições con­feridas pela soberana manifestação dopovo através do voto>

Desejamos enfocar, em oportunidadesoutras e com espaço de tempo mais elás­tico, a conjuntura política, institucional,econômica, social e cultural, preocupaçãomais alta e primordialmente importantenesta nossa missão parlamentar.

Nestas cotidianas comunicações, muitasvezes estaremos junto aos srs. Deputados.tecendo considerações sobre problemas re­gionais e setoriais que dizem respeito àque­les que nos legaram a grande procuraçãopolítica de representá-los.

Hoje, primeira vez que assomamos à tri­buna desta Casa, desejamos, desde já, emcomunicação, postar-nos diante de umarealidade.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, há umponto que por certo há de unir a grandemaioria dos brasileiros, Independentementede sua posição partidária. Trata-se de ím­portante problema sobre o qual precisamosadotar providências decisivas e soberanas,capazes de fazer frente ao inimigo númeroum da nacionalidade!

Falamos do avanço estrangeiro em nossoterritório e nas nossas coisas.

Dizia conceituado autor: "Duas maneirasexistem de se tomar um país - ínvadí-Iopelas armas ou dominar-lhe a economia".

Pois bem, 81'S. Deputados: o Brasil é hojeum País ocupado.

Nossa economia está sob controle alíe'­nígena. Setores do mais alto interesse na­cional encontram-se submetidos à Inrluên­ela do capital sem pátria, mas dominadore avassalador.

A comercialização de muitos dos nossosprodutos primários tem sido manipuladacriminosamente por grupos multínaeíonaís:setores como a indústria rarmacêutícaapresentam um alto índíce de desnacíona­lízação. E o que é pior: nosso País, atravésde medidas governamentais de duvidosavalidade nacional, incentivou demasiada­mente a implantação de organizações es­trangeiras, abençoando-as com incentivosfiscais, até pagando para que produzam eexportem, indiferentes à contextura dosaltos íntereses brasílieos.

Esta é a hora!Precisamos enfrentar os riscos de defen­

der uma Pátria invadida. Estamos aquiprontos para isso, e neste setor oferecemosaté o nosso sangue para que o Chefe daNação o disponha como convier, se asumlra liderança do processo nacionalista de de­fender nossos recursos, nosso povo, nossaeconomia e nossos valores ante o assaltoalienígena.

Mas, com ou sem a presença do Exe­cutívo neste campo, a Oposição marchará,decidida e patrioticamente. à frente, paraesclarecer tudo sobre o assalto estrangeiro11 economia nacional e suas últimas con­seqüências.

Não é, todavia, um trabalho apenas deum partido político, se bem que essa defe­sa integre o texto de nosso compromissopolítico-partidário. É tarefa para todos osbrasileiros de mente sadia, de coração ver­de-amarelo, de fidelidade 11 Nação.

E para tal estamos concitando todos osbraatletros. Não interessa sejam eles farda­dos, tenham o macacão de operários, vis­tam a beca de profissionais universitáriosou portem a toga de juízes; não interessaconstituam a imensa maioria semi-assala­riada, vilipendiada em seus direitos e mar­ginalizada do pseudo processo desenvolvi­mentista; ou integrem a minoria do em­presariado nacional, também rudimenteassolado pelas iníquas manobras do capi­tal internacional em solo pátrio.

Estamos chamando os homens verdadeí­ra.mente brasileiros a somarem esforços esalvarem a Pátria que está invadida. É umaconvocação de emergência. É um estado deguerra, porque o País foi invadido e atin­gido nas suas estruturas econômicas, so­ciais e culturais..

Desejávamos, Sr. Presidente e 81'S. Depu­tados, que nossa primeira rápida passagempela tribuna desta Casa desse conta de nos­so posicionamento nacionalista, brasileiro,ofertando nesta oportunidade nosso íde~-

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DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~ão 1) Te~a-feira" 01165

)lsmo de jovem no testemunho da defesa,do Brasil e de seu povo já tão agredidos.

Era o que tinha a dizer." O SR. FREITAS NOBRE (Pronuncia o se~

'guinte diseurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, desejo que meu primeiro pro­nunciamento nesta Casa seja, na presenteLegislatura, de homenagem à equipe decompanheiros que no O Estado de S. Pauloserve à causa pública, num devotamento àfldelidade da noticia e à defesa das prerro­gativas do homem comum, de ser bem in­formado.

Essa equipe de profissionais .que, sob adiderariça 'da família Mesquita, mantém aempresa jornalística que edita O Estado deS. Paulo e, agora, também, o Jornal da Tar­'de, representa um dos melhores núcleos deredatores, editorialistas, repórteres, notí­eíarístas, colaboradores, revisores, reporte­res fotográficos, arquivistas, ilustradores,gráficos e servidores administrativos.

E a maior significação dessa tarefa quehoje lhes é confiada prende-se a toda umatradição de luta e de resistência democrá­tíca que completa cem anos.

Nesse centenário, a vida de São Paulo'se integra como u:f9t todo, e a própria vidanacional tem no grande jornal muitas desuas raízes. O Congresso não pode ficar'indiferente a esse acontecimento marcan­te da vida brasileira.

Se a imprensa é a vista da Nação, como'sinteticamente afirmava Ruy Barbosa, opapel desempenhado por um jornal comoO Estado de S. Paulo, que Babe retratar osfatos com acuidade e realismo, está viva­mente comprometido com o destino políti­co do nosso Estado e do Brasil,

A grande empresa jornalística equipara­.se, nesse aspecto, a um grande partido queforça deríníções, que leva a mudanças, queobriga a transformações administrativas,que influi, orienta e informa.

A aleg-ado ranço da intransigência o é deintransigência quando se trata da coisapública, exigência democrática, severídadepara com os que 'tergiversam na direção'administrativa, de coragem para erítícar os'que estão na culminância dos cargos, deira construtiva contra os vendilhões e osturiferários do poder, mas que se convertena compreensão e na humilde grandezapara com os que tombam.

O ranço GOS que não perdoam os nego­cistas da coisa pública se converte no si~

lêncio da humildade que esquece os derro­tados, distinguindo entre o homem públicoe o cidadão, cujos direitos não apenas res­

'peita, mas igualmente defende,

Laureadq pelas mais importantes organi­zações associativas da imprensa no mundo,O Estado de S. Paulo é uma glória para onosso Pais, não podendo a data do seucentenário passar sem uma manifestaçãode solidariedade à sua luta e de aplauso aoseu sucesso pela Câmara dos Deputados doBrasil.

Deixo de formular, Sr. Presidente, o pe­dido de uma sessão especial desta Casapara a homenagem que se faz necessáriaao centenário de O Estado de S. Paulo, por­que sei da intenção do Presidente do MDB,Deputado Ulysses Guimarães, em formali­zai tal pedido, Ó qual, evidentemente, par­tindo da organização partidária terá síg­nificação maior que a iniciativa pessoal.

Durante um século, a luta do grande jor­nal foi sempre pelas liberdades humanas, enesta fase de transição para a Pátria, ficoumarcada sua posição em favor do restabe­

-lecimento das franquias democráticas e da

prevalência dos príncípíos de respeito à pes-soa humana. , 1

Era o que tinha a dizer,O SR. FRANCISCO AMARAL (Pronuncia

o seguinte discurso.) - Sr_ presidente, 81'S.Deputados, o Tribunal Superior do Traba­lho, nos últimos dias de 1974, elegeu paraseu Presidente a figura por todos os títu­los ilustre de Luiz Roberto de RezendePuech,

A eleição desse eminente jurista para tãoimportantes funções, nesta hora, tem umsignificado todo especial, que não pode seresquecido por quantos se dedicam ao es­tudo dos problemas trabalhistas de nossoPaís.

Realmente, Sr, presidente, há poucosanos, tive a honra de assinalar desta tri­buna, o lugar que Rezende Puech mereciano Tribunal Superior do Trabalho e quetardava a ser-lhe confiado. Do acerto denossos humildes pronunciamentos a melhorprova é' o fato de, agora, tão pouco tempodepois de nomeado para integrar a maisalta Corte Trabalhista, atingir o eminenteMinistro, pela escolha de seus próprios pa­res, a sua presidência, E a atinge nummomento de maior significação para o Di­reito do Trabalho e para a Justiça Traba­lhista do Pais, quando se cogita de im­portante reforma judiciária e quando opróprio Direito Trabalhista, em seu aspec­to substantivo e processual, entra em fran­co debate, em nível constitucional. Bemdúvida, Rezende Puech, naturalmente coma colaboração dos eminentes magistradosque compõem o colegiado, reúne condiçõesexcepcionais de transmitir aos demais po­deres a palavra definitiva da Justiça doTrabalho a respeito desses problemas.

Muito é de esperar da atuação de Rezen~

de Puech à frente do Tribunal Superior doTrabalho, isto é. no comando do JudiciárioTrabalhista. Conhecimentos não lhe fal­tam de minúcias do Direito do Trabalhoe da ;rustica do Trabalho. Quando se ins­talou a .rusttça do Trabalho em nosso País,já Rezende Puech surgia com ela comomembro do Conselho Regional do Trabalho,da 2.a Região, então sediado em São Paulo.Depois, atuou cotidianamente como pro­curador da Justiça do Trabalho, atíngíndna chefia da Procuradoria Regional do Tra­balho, 'da mesma 2.& Reglão, aquela mesmaem que a multiplicidade dos processos dáaos que nela atuam uma visão cósmica dosproblemas trabalhistas que afligem nossoPais. Pelas colunas de O Estado de S. Pauloe em obras que alcançaram repercussão in­ternacional, o hoje Presidente do TribunalSuperior do Trabalho, embora modesto, afá­vel, simples ~ acolhedor, preparou à terrenopara a posição de destaque que hoj e ocupano cenário jurídico do País.

Sem entrar em detalhes sobre as impor­tantes questões que serão debatidas no ce­nário jurídico do Pais nos próximos meses,cabe-nos aqui alinhar alguns em que a ex­periência e o agudo senso jurídico de Re­zende Puech poderão ter decisiva influên­cia.

No aspecto constitucional, desde logo es~

tão postas algumas questões relevantes: de­verá permanecer a Justiça do Trabalho comsua eonstítuícão paritária? Em outras pa­lavras: deverão continuar os tríbunaís tra-

- balhístas contando com a presença de re­presentantes classistas? As opiniões estãodivididas, Não se pode negar que a repre­sentação classista, embora defeituosa, temprestado relevantes serviços ao País. Os vo­gais e juízes de classe tiveram papel sa­Iiente nestes primeiros trinta anos de ex­periência da J'lstiça Especial. Mas há in­convenientes, dizem aqueles 'que se colo-

cam em oposição. Os classistas, em geral,são leigos e representam classes, Não são,porém, como dizem alguns, meros juízes defato, pois desoe a primeira instância jul­gam questões de Direito. Será acertado en­tregar a solução de questões de direito aleigos? Terão os representantes classistasa imparcialidade suficiente para o julga­mento de um processo? Além disso, a re­presentação classista representa um pesadoencargo para o Tesouro Nacional e os gas­tos a ela reservados poderiam ser canaliza­dos para a remuneração de outros tantosJuizes togados e mesmc de funcionários 11.0­je reclamados em todo o Pais. De nossaparte, optamos pela continuidade da JUI;­tíea Paritária, mas o problema está postoc, melhor que nós, a própria Justiça doTrabalho, pelo seu Chefe, está capacitadaa dar a última palavra.

Ainda no terreno constãtucíonal, o pro­blema das questões trabalhistas dos em­pregados das pessoas juridicas de Direi1j-OPúblico. A Constituição de 1969 atribuiuessas questões à cornpetôncía da JustiçaFederal. Tanto a Justiça do Trabalho comoa Justiça Federal não se conformam comessa anômala situação, tanto mais sériaquando se constata que a Constituição sóexclui a competência da Justiça Trabalhis­ta em relação às pessoas jurídicas de Di­reito Público de natureza ~ederal. surge,então, a indagação: e as pessoas jurídicasestaduais? E as municipais? Continuamsob a jurisdição trabalhista ou teriam pas­sado para a Justiça JJ:leitoral? Os doutosrespondem pela prímeíra dessas alterna­tivas, mas todos sabemos que Estados eMunicípios criam dificuldades, inventando"categorias" de servidores, para fugiremao âmbito da Justiea Trabalhista. O idealseria voltarmos à-situação criada pela,Constituição de 1967: os servidores públi­cos são apenas de duas espécies, funcio­nários e empregados. Os últimos estãosempre sob a égide da Justiça do Trabalho.Mas, surge, ainda, outra indagação: Terá aJustiça do Trabalho condições para supor­tar essa nova carga de trabalho? Agoraque começa a despertar a consciência dotrabalhador rural para seus direitos, agoraque o Fundo de Garantia do Tempo deServiço dá ao empregador rédeas soltaspara a dispensa de empregados, agora queo trabalhador doméstico, embora restrita­mente, tem o direito de recorrer à Justiçado Trabalho, agora que servidores de Es­tados, Municípios e Autarquias descobri­ram o recurso à Justiça Especializada, es­tará a Justiça Trabalhista aparelhada parareceber também as reclamações dos em­pregados da União, de suas autarquias ede suas empresas públicas? São questõesImportantes que a reforma constitucionalprecisará enfrentar. E Rezende Puech, coma colaboração de seus pares, estará em con­dições de respondê-las, graças à sua ful­gurante inteligência, à sua perspicácia e àsua experiência na matéria.

Mas as questões não ficam nisso. Inda­ga-se, por exemplo, se o Tribunal Superiordo Trabalho deve ser colocado, no terrenodo Direito do Trabalho, em inteira pari­dade com o Supremo Tribunal Federal.Será isso possível no regime que adotamos,dos poderes tripartidos?

Ainda no terreno constitucional, impõem­se alguns esclarecimentos sobre o própriofuncionamento da Justiça do Trabalho, Nãoseria eonventer.te que o Tríbunal Superiordo 'I'rabalho, como órgão de cúpula, tivessealguma autoridade sobre os Tribunais Re­gionais com retjexo., nas próprias Juntasde Conciliação e Julgamento? A atual au­tonomia dos Tribunais Regionais não seriaum entrave fl uniformização da própria or­ganização da Justiça Trabalhista? Não se-

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DLoiRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Sl'Jçíio I)

"CONV1llNIO

Cláusula primeira - Ficam convalida­dos:I - Os beneficios fiscais, decorrentesde protocolos relacionados no anexo I.U - As disposições das legislações es­taduais referentes a anistia, remissão,transação, moratória, parcelamento dedébitos fiscais e prazos' de pagamentodo imposto sobre operações relativas à.circulação de mercadorias, até que secelebrem os Convênios previstos no ar­tigo 10 da Lei Complementar n.? 24, de7-1-75, s tendidas as seguintes condi­ções:a) quanto à anistia a remissão, desdeque não impliquem, respectivamente,em exclusão e extinção. do imposto ecorreção monetária, de valor superior aduas vezes o maior salário mínimo vi­gente no Pais ao 'tempo da concessão;b) quanto à moratória e prazos de pa­gamento, desde que não superiores a180 dias, vedada a acumulação e aprorrogação desses tratamentos tribu­tários;

c) quanto ao parcelamento, desde queao imposto seja acrescida pelo menosa correção monetária.

In - As disposições das legislações es­taduais que estabelecem as seguintesoperações sem débito do imposto:a) saída, com diferimento ou suspen­são do pagamento, desde que, encerra­das as etapas de circulação contempla­das pelo beneficio, seja exigido o im­posto diferido ou suspenso, aínda-quan­do a última operação ocorra sem dé­bito do imposto;

b) 'saída, em operação interna, em quea exoneração tributária esteja vincula­da ao retorno da mercadoria ao esta­belecimento de origem;

c) saída de mercadoria integrada noativo fixo;d) saída de peças, ferramentas, má­quinas, equipamentos e outros utensí­lios não pertencentes à linha normalde comercialízação do contribuintequando utilizados como instrumentopróprio de trabalho;

e) saída de material de uso e consumo,de um para outro estabelecimento damesma empresa;

:1:) fornecimento de bebidas e refeiçõesa categorias de pessoas especificamen­te designadas;

g) saídas, em operações internas, deprodutos típícos de artesanato regio­nal. quando conreccíonados sem utili­zação de trabalho assalariado.IV -- As disposições das legislações es­taduais que estabelecem redução de até90% da base de cálculo em quaisquersaídas de máquinas, aparelhos, vei­culas, móveis e roupas usadas, enten­didos como taís os que já tenham sidoobjeto de saída a usuário final.V - As disposições das Iegíslações es­taduais que concedem isenção ou de­volução do ICM' no fornecimento de

E:stado, e o Ministério da Fazenda, atravésdo primeiro convênio, dá agora isenção deICM também ao Pará.

Aqui estamos para registrar o fato, masnão para bater palmas, porque acreditamosque o,Governo apenas cumpriu sua obriga­ção. O documento foi assinado para quemeu Estado pudesse também usufruir dosbeneficios da lei. Transcrevemos o convê­nio:

fins recursais resultam inúteis porque assentenças são, em geral, Iliquídasve os va­lores depositados mal bastam para o pa­gamento de uma décima parte da conde­nação, se tanto.

Enfim, a Justiça do Trabalho ptréisa serrevigorada. E a oportunidade que se de­para é a melhor, com o T8T sob 'a presi­dência de Rezende Puech e tendo comocorregedor o eminente Ministro Russoma­no, nos quais o trabalhador deposita todasas suas esperanças!

Era o que tinha a dizer.O SR. ALCIR PIMENTA - (Sem revisão

do orador.) Sr. Presidente, 81'S. Deputados,desde que o Governo Federal se propôs or­ganizar entre nós a TV Educativa, tendoconhecimento das dificuldades que ocor­reriam no meu Estado para a sua insta­lação e dos seus efeitos na área mais des­provida de recursos da região, busquei an­tecipar-me ao surgimento de problemas,indo à presença de S. Ex. a , o Sr. Ministrodas Comunicações, a quem apresenteioralmente e por escrito uma exposição eloque ali sucedia. Visava a conseguir dasautoridades ministeriais as providências eos recursos que se faziam necessários paraque, em instalando-se na Guanabara, aTVE não encontrasse óbices até então in­transponíveís, uma vez que entre a regiãorural e a zona urbana da Guanabara seinterpõe o chamado Pico da Pedra Branca,que impede cheguem até ali as imagensproduzidas nas emissoras de TV cariocas.

Questão relevante a ser encarada comseriedade pela cúpula da Justiça do Tra­balho é a da liquidação e execução de sen­tenças, Em São Paulo quase toda liquida­I?ão é feita por artigos, e a prova se re­sume quase sempre .! uma perícía. Os juí­zes, porém, exigem que o empregado, por serautor ou exeqüente, deposite verbas exor­bitantes para garantia dos honorários dosperitos. A conseqüência é que há inúme­ros processos paralisados porque o Recla­mante não tem recursos para fazer adian­tamento aos peritos. Será isso correto? Noprocesso trabalhista é preciso introduzira execução diretamente pela perícia, cor­rendo os adiantamentos de honorários porconta dos empregadores. Os depósitos para

ria conveniente que o Tribumil Superior doTrabalho concentrasse em suas mãos certopoder em matéria de organização judiciá­ria, li exemplo do que foi dado aos Tribu­nais de Justiça em relação à Justiça Esta-dual? ' ' ,

O certo, 81'. Presidente, é que 11 Justiçaestá em crise, e que a crise na Justiça doTrabalho, conforme declarações de seuspróprios membros, é ainda mais profunda.Podemos mesmo dizer que a Justiça Tra­balhista vive, momentos decisivos, entre ocolapso e a sobrexístêncía. Como está é quenão poderá contínuar.. O processo traba­lhista, que surgiu com aspectos revolucio­nários, para se tornar rápido, barato, senãogratuito, espectahzado no mais alto senti­do da palavra, tornou-se o mais demorado,o mais caro e o menos especializado dequantos possam existir. O processo traba­lhista é o próprio processo civil comum,com pelo menos dez anos de atraso!

Quando se esperava um Código de Traba­lho atualizado e um Código de Processo doTrabalho que se afigura imprescindível, oExecutivo resolve fazer uma simples revi­são na CLT, cujo'alcance' sequer é conhe­cido.

Sem dúvida, muito na Consolidação dasLeis do 'I'rahalho é, ainda, aproveitável.Não se pode negar aos autores da CLT umavisão privilegiada que permitiu durasseesse diploma mais de trinta anos, pelo me­nos em suas linhas básicas, resistindo aoimpacto de tantos movimentos revolucio­nários das mais variadas tendências. Ocerto, porém, ç. que em muitos aspectos a Devo acrescentar, Sr. Presidente, a bemCLT está superada, principalmente no que da verdade, que S. Ex.a, o Sr. Ministro dasse refere à organização judiciária e ao Comunicações, não só se mostrou sensívelprocesso trabalhista. - à minha exposição senão também deter-

O Código Processual do 'I'rabalho, cujo minou de imediato providências para queanteprojeto já foi elaborado pelo Mestre SE- fizesse um levantamento técnico do pro­Mozart Victor Russomano, e já mereceu blema, sendo então estabelecido o pontoampla revisão a cargo do próprio Autor e em que se fazia necessária a instalação de,

uma repetidora, através da qual estariade outros eminentes Juristas - entre os definitivamente resolvido o problema. Maisquais o atual PreSIdente do TST - é pro- t t tovidência inadiável. Mas deve ser realista, arde, em COIl a com as direções das

. . emissoras de TV cariocas, que também ade-isto e, um Codigo para valer, pois o fato riram à iniciativa, houve oportunidade deé que nem a CLT, em sua patre processual, ser executado um levantamento sobre aapesar de obsoleta, é mais obedecida. É de- viabilidade econômica daquele empreendi­cepcionante para antigos advogados com- mente na região oeste da Guanabara, em­parecerem ao Pretória Trabalhista, parti- preendimento esse que estaria na depen­cíparem de audiências presididas por Vo-gais leigos que se limitam a verificar a dêncía exclusiva do apoio que lhe desse opossibilidade de acordo e a receber con- Governo Estadual.testaçôes, designando audiências em pros- Aí, então, Sr. Presidente, é que os óbicesseguimento para seis e oito meses depois! começaram a surgir, já que grupos interes­Tal situação não pode persistir. Ainda ago- sados em não ver solucionado aquele pro­ra o eminente Ministro Russomano, nas blerna buscaram dificultar a tramitacão dafunções de Corregedor Geral da Justiça do idéia perante as autoridades estaduats,T'rabalho, acaba de baixar provimento re- criando-lhe os maiores obstáculos e per­comendandc que as razões finais sejam calces, que culminaram com a desapro­apresentadas oralmente logo que encerra- prlacâo de área já reservada para aqueleda a prova produzida em audiência. A pro- fim.vidência, porém, será inútil, porque de na- Quero, portanto, 81'. Presidente, no inícioda valem debates orais após encerramento .da prova. Se o julgamento for designado desta Legislatura, voltar à presença das au­para três, seis e até doze meses depois, como toridades ministeriais, solicitando seja 1'e­está acontecendo no :l!:stado de São Paulo! estudado o problema, a fim de que encon­

tremos uma solução imediata, agora que oMinistério da Educação e Cultura, atravésdas suas vozes mais autorizadas, tem de­clarado estar vivamente interessado emdar curso às atividades da TV Educativa.

Era o que tinha a dizer.O SR. JÚLIO VIVEIROS - (Pronuncia

o seguinte díseurse.) Sr. Presidente, 81'S.Deputados, é do conhecimento da Naçãoque o meu Estado, o Pará, sofre um esvfl,­ziamento constante em sua economia. Atéos incentivos, através do 10M, concedidosao Estado do Amazonas, não o eram maisao Estado do Pará. Depois de muitas pro­posições. muitas lutas, o Governo Federal,em boa hora, reconheceu esse tratamentodesigual que vinha dispensando ao meu

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Março de 19'75 mARIO ]()O CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0067

alimentação e bebidas por hotéis, pou­sadas, restaurantes e estabelecimentossimilares declarados de Interesse turís­tico desde que o prazo de fruição nãoultrapasse a 31 de dezembro de 1982.

VI - As disposições da legislação doEstado do Pará concessivas de benefí­cios fiscais nas condições e limites es­tabelecidos pelo oonvêníe ,da Amazô­nia, celebrado a 16 de maio de' 1968.

VIl - O benefício fiscal previsto na Lein,> 2.469, de 28 de novembro de 1969,do Estado do Espírito Santo, em cum­primento ao disposto na alínea d doart. 1.0 oo Decreto-lei n. o 880, de 18 desetembro de 1969.

Olâusule segunda - Ficam convalida­dos todos os benefícios fiscais decor­rentes de legislações estaduais além dosreferidos na cláusula anterior, perma­necendo em vigor até 31 de dezembrode 1975.Parágrafo único. Não se incluem naeonvaüdação prevista nesta cláusula aslegislações concessivas de benerieíosfiscais por prazo certo e ou sob deter­minadas condições, íncorporávels aopatrimônio jurídico do contribuinte,ressalvados os incisos V e VI da cláusu­la primeira.Cláusula terceira - Este convênio en­tra em vigor na data de sua ratifica­çâo, retroagindo seus efeitos a 9 dejaneiro de 1975.Brasília, DF, 27 de fevereiro de 1975."

O Pará vive hoje sob o impacto de algunsprojetos como o POLAMAZONIA, do qualaté agora não sentimos a presença em nos­

i so Estado. Que o Governo Federal façaseus projetos-impacto, mas aplique, real­mente, aquilo que dispõe a Lei.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, o novoGoverno que vai assumir a 15 de marçodeve compreender as necessidades do nos­so Estado e não esquecer que aqui estare­mos, na Câmara dos Deputados, semprealertas, em defesa da nossa terra, em de­fesa das reivindicacões de nossa gente so­frida. O Baixo Amazonas está carente deescolas de nível superior e de escolas téc­nicas agrícolas. l1l preciso que se olhe paraa Zona do Tocantins, para a Zona Bra­gantina e para o Sul do Estado, onde hánecessidade premente de assistência mais

'ampla.Sr. Presidente, existe no meu Estado um

defícit de vagas escolares que assoma amais de 8.000. O professor primário é mi­seravelmente pago. As lavouras de juta ede malva do Baixo Amazonas precisam,igualmente, de assistência. É necessárioque os sindicatos rurais tenham melhorescondições para atender aos seus associa­dos. É preciso que se crie o Hospital doTrabalhador Rural e que o Estado fixe im­postos mais humanos para o comércio.

Por fim, o Governo que virá tem obriga­ções para com o povo, e estaremos semprea postos para criticá-lo construtivamenteem tudo que for necessário.

Ao concluir, Sr. Presidente, desejamosregistrar qUE' o Convênio sobre o IncentivoFiscal merece o reconhecimento de nossaparte.

Era o que tinha a dizer.O SR. SIQUEIRA CAMPOS - (Pronuncia

o seguinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, inicia-se a Oitava Legislatura ecom ela novos tempos para a vida políticabrasileira.

A Legislatura que se findou foi propícia àatuação para completo e total restabeleci-

mento do prestígio do Poder Legislativo, daclasse política e das instituições, que nãoteriam legitimidade sem a existência dosistema representativo, de direito e de fato.

Verdadeiramente, nobres Colegas, Ó Con­gresso que concluiu sua missão a 31 de ja­neiro recém-findo desempenhou papel domaior relevo e foi conquista sua o clima dedemocra-cia que respiramos, eufóricos, narara presente.

Estou certo de que aos atuais detentoresde mandatos populares ainda resta muito afazer e graves são as suas responsabtlídades,mas é de justiça proclamar que a tarefamais árdua e relevante foi desempenhada,galhardamente, pelos integrantes da Sé­tima Legislatura.

Por asslm entender, reservei a parte ini­cial deste modesto e pequeno discurso - oprímeíro que pronuncio no começo dos tra­balhos desta Legislatura - para prestarsincera, e comovida homenagem aos &09 co­legas que compuseram a Câmara dos Depu­tados na Legislatura anterior. Aqueles com­panheiros, muitos dos quais tiveram o seumandato renovado, arrostando toda sortede dificuldades e incompreensões, souberamtransformar o que se constituía numa nebu­losa na claridade dos dias atuais.

Ao prestar esta merecida homenagemquero fazê-lo nas pessoas de Necy Novaes,que representou a participação da maravi­lhosa mulher brasileira na Câmara passada;Ardinal Ribas, como preito de grande sau­dade aos colegas que faleceram no exercí­cio do mandato; Severo Eulálio (MOB) eAlfeu '3asparini (ARENA), como lembrançaaos que não retornaram; Aureliano Chavese Henrique de La Rocque, como manifesta­ção de regozijo aos que foram elevados aosGovernos de seus Estados e ao Senado FI'!­deral; Odulfo Domingues, que se utilizandode uma vontade férrea e de um prestigiopessoal sempre crescente soube conduzir aclasse política para uma das vitórias maisexpressivas em toda a vida republicana.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, após a vi­tória não se deve ensarilhar as armas.

Nota-se que o Presidente Geisel e os altosescalões de seu Governo têm propósitos efe­tivamente democráticos.

Más - perguntemos - estão despojadosde poder os inimigos da Democracia?

Só um cego poderia responder que sim.Apesar nobres Colegas, de contarmos com

a garantia do soldado mais democrata domundo - o soldado brasileiro - sabemosque estão soltos, por aí, os inimigos incon­ciliáveis da Democracia e, conseqüentemen­te, da classe política.

E quais são eles? Seus nomes não serápreciso indicar, porque são todos os inca­pazes, os indolentes, os 1'rustrados, os pre­potentes, os traidores da Pátria e os cor­ruptos.

Todos eles, nobres Colegas, detestam ospolíticos porque sabem que os políticos são"os olhos do povo" e os seus mais legítimosrepresentantes.

Mas não há razões para desânimo. Bastapersistirmos nokabalho construtivo, poiscomo diz o adágio popular "o mal por si sedestrúí", Com firmeza, constância, inteli­gência, coragem, prudência e tolerância, va­mós demonstrar que neste quatríênío queora se inicia o Brasil crescerá mais e me­lhor.

Esta convíccão se firma cada vez maisquando se constata o espírito aberto donovo político brasileiro que emerge com aRevolução demoorátícar não há míütarís-

mo, civilismo ou tecnocracia - como bemassinalou Ednardo D'Avila Mello - temos,isto sim, brasileiros patriotas e humanistasempenhados no afã de construir uma so­ciedade livre e próspera.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. RUBEM DOURADO - (Sem revi­

são do orador.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, venho tratar de- assunto atual e im­portante, vinculado à norma inserta no §1'.0 do art. 175 da Constituição, que consubs­tanela anomalia jurídica conhecida depoucos países do mundo: a índíssolubílída­de do casamento.

Sobre a matéria, que não constituía ques­tão fechada em ambas as bancadas, sugeriao meu Partido uma emenda constitucional.Agora uso deste recurso regimental paratransmitir a V. Ex.a , emérito Professor deDireito Constitucional, e aos demais mem­bros da Casa, que nós, do Poder Legislativo,precisamos corrigir o enfoque da espécie,pois o desquite é uma vergonha nacional.

Milhares de famílias "ivem à margemdos favores da lei, embora estejam agindode acordo com a consciência social e a sen­sibilidade própria. Isso porque o referidodispositivo lhes impede regularizar sua si­tuação, baseado em um princípio que nãoexiste: "o que Deus une na terra não podeo homem desunir."

Mas quem uniu, Sr. Presidente? Não en­contramos isto em legislação alguma.

Ilustres Brs, Deputados desta Casa, lu­minares da ciência jurídica são favoráveisà adoção do divórcio. Talvez a palavra "di­vórcio" espante a alguns, que se incomo­dam com simples terminologia, mas nósnão nos intimidamos.

Estou ao lado do Senador Nelson Carnei­ro. Aqui falo não em seu nome, mas em fa­vor .de sua tese, sutragada pela maioria dopovo brasileiro.

Fico muito feliz em sabê-lo presidíndo es­ta casa, Sr. Deputado Célio Borja, porqueV. Ex.a é estudioso da Constituição e reco­nhecerá, no seu íntimo, que o aludido dis­positivo" é uma anomalia. Dos 125 países­membros da ONU, apenas 5 não admitem odivórcio. Devemos proclamar que o divór­cio existe no Brasil. Com efeito, as famíliasdizimadas se reconstituem, e nós, o Legis­lativo, temos o dever de legalizar a situaçãode fato existente. Lembro. neste momento,as palavras do pensador Eugênio Ooué, queafirmava para o mundo: "Viu-se sempre asociedade transformar a lei, nunca a leitransformar a sociedade." E é o que se quer,no Brasil, em nome de uma religião apenas.

Não obstante essa religião seja a da maio­ria do povo, pesquisa realizada pelo IBOPE,em São Paulo, na Guanabara, e nos grandescentros, revelou que 60% dos católicos sãofavoráveis à adoção do divórcio. pelo quetenho lido, apenas alguns representantesda cúpula dessa respeitabilíssima religiãose opõem à medida. Mas, em todas as re­ligiões, a grande maioria é favorável: os jo­vens, em 77%, os espíritas, em 56%. os pro­testantes, em 54%, os ateus, em 73%, e oscatólicos em mais de 60%.

Sr. Presidente, até quando a minoria iráimpor uma eonceítuaçâo juridica, querconstitucional, quer ordinária? .Jã sabemosque esta questão é aberta e que o Chefe daNação não tomará posição. Já li entrevistado Líder desta Casa no sentido de que aquestão é problema do Poder Legislativo.Devêmo-Ia à sociedade brasileira, por sera vontade da maioria. Então, é um devernosso, e não um privilégio. Se houver assi­naturas suficientes, até deixarei para assi­nar em último lugar, porque não pretendo

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0068 Terça-feira I DIÁRIO DO CO~GRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

a glória de fazê-lo em primeiro. Apenaspretendo que a minoria não continue im-opondo sua vontade à maioria. Desejo so­mente que o Senador Nelson Carneiro sus­tente sua tese, e estaremos ao lado dele.

Sei bem que muitos Deputados do MDBe da ARENA são favoráveis a esta tese. Narealidade, uma minoria está impondo suavontade à maioria.

Os representantes do povo não podem fi­car insensíveis a tão sério problema na­cional.

Era o que tinha a dizer.

O SR. NOSSER ALMEIDA (Pronuncia oseguinte discurso) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, o Ministério da Previdência e Assis­tência Social tem sido de dinâmica atuação.O titular desta Pasta, Sr. Luiz GonzagaNascimento e Silvã, já se tornou conhecida- ao lado de outros Ministros de Estado doatual Governo - como homem lúcido. Evem, assim, tomando medidas de sentidoaltamente humanitário, procurando condi­ções mais estáveis para a socíedade-brasí­leira quanto ao aspecto previdenciário.

Desejo, destarte, apelar para o MinistroNascimento e Silva, no sentido de que criecondições de ativação para a questão daaposentadoria dos conhecidos soldados daborracha.

Homens de formação patriótica, cuja vidatem sido um nobre exemplo de estoicismo erenúncia, os seringueiros amazônicos já sãohomens naturalmente sacrificados, dadas ascircunstâncias hostis em que têm vivido,'sem qualquer amparo quanto às doenças eà velhice.

Estes trabalhadores - internados nummundo verde que só lhes impõe tarefas im­piedosas e inclementes - merecem a jus­tiça social, tanto quanto todos os seres hu­manos.

Este meu apelo tende a encontrar a es­perada ressonância.

A linha social do Governo Geisel, segundoos princípios revolucionários, deve serlembrada e louvada, porque ela parte dopróprio espírito humanitário que inspirao Reglme.

Lembre-se que o Governo, há pouco, bai­xou uma lei das mais oportunas, estabele­cendo o pagamento de meio salário mínimo- o mais alto do País - a todos os invá­lidos ou maiores de 70 anos, sem rendaprópria.

Estou certo - ressaítanno a aposenta­doria dos seringueiros - que .o MinistroNascimento e Silva não relutará em con­cretizar essa solução, e a curto prazo, paraaquela considerável massa de trabalhado­res anônimos.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ARGILANO DARIO (Sem revrsaodo eraãor.) Sr. Presidente, nobres Deputadosdesde há muito vem ocorrendo a massifica­ção do nosso povo. Durante a 7.a Legislatu­ra verberamos, várias vezes, desta tribuna,esse processo que favorece outras nações.Abordamos o problema da música nacionale fizemos referência especial à música in­ternacional, que exerce extraordinária in­fluência sobre nossa juventude. Encamí­nhamos vários projetos à Mesa sobre essamatéria, porque nossa música, nosso pro­dnto, os fatos de nossa História são mar­ginali~ados em proveito da divulgação dacultura de outras nações em nossa terra.

Na edição de 24 de fevereiro, O Jornal doBrasil, publicou o artigo "Colonialismo Cul­tural", que passo a ler, para que conste denossos Anais, e que resume, de certa forma,

todos os nossos pronunciamentos feitos nes­ta Casa a favor de nossa produção e denossa vida social, para que o Governo dêmais atenção a esse problema, já agoracomentado até por um Ministro de suaequipe.

lli o seguinte o artigo:

"O COLONIALISMO CULTURALPode um país como o Brasil escapardo colonialismo cultural? A questão vol­tou a ser posta em discussão, dessa vezpela figura insuspeita do Ministro dasComunicações, Quandt de Oliveira,quando -da palestra que fez na instala­ção do período letivo do Departamentode Comunicações Sociais do CentroUniversitário de Brasilía.

Disse ele:"As estatísticas levam à conclusão deque está. sendo praticamente impostaaos nossos jovens, principalmente àsnossas crianças, cultura e valores es­tranhos aos brasileiros, Assim, a nossaTV comercial está sendo veículo privi­legiado da importação cultural, fator'básico de descaracterização da nossacriatividade. ( ... ) Ajuda, inclusive, aperpetuar essa diferença que se trans­forma em virtual coloníalísmo cultural."No exato momento em que o MinistroQuandt fazia a sua palestra, milharesde crianças e adultos brasileiros viamum excelentemente bem feito filme so­bre um importante episódio da Históriados Estados Unidos, o assassinato deAbraão Lincoln.Qualquer espectador que assistiu a essefilme saiu sabendo muito sobre o epi­sódio que enlutou a História americana.Mas, como foi o suicidio de Vargas? Pe­lo menos sabem os nossos jovens quemfoi Vargas? E o que sabem sobre a Se­gunda Invasão Holandesa, a não serque foi depois da Primeira?

A História do Brasil está cheia de óti­mos episódios, capazes de render incri­velmente bem para a televisão. Váriosassuntos atraentes e controvertidos, dig­nos de serem apresentados e debatidospor um veículo de comunicação que temobrigações para com a cultura de seupovo.

Os mesmos - e talvez maiores - en­canto e índice de audiência com queforam vistos o ótimo filme sobre Lín-

eoln poderiam ser obtidos por uma emis­sora que se dispusesse a focalizar certos

. acontecimentos da História do Brasil.

Mas a televisão brasileira está criandopouco, produzindo um quase nada,diante de sua potencialidade, diante dealgumas de suas capacidades profissio­nais, do seu poderio e de sua riqueza.Segundo os dados do Ministro Quandt,para cada 109 horas semanais de pro-,gramaçâo, 31 são brasileiras, 78 impor­tadas. Esses são os números frios e es­pantosos do Ministro. Mas se entrarmosum pouco na análise desses números,veremos que o problema se torna aindamais grave. Dessas 31 horas produzidasno Brasil, quantas são novelas - algu­mas de mau gosto e baixo nivel cultu­ral - quantas são as pobrezas intelec­tuais tipo Chacrinha, Sílvio Santos eMontalvão?De sério, de bom, de importante, poucacoisa se produz hoje na televisão brasi­leira. E que ninguém venha dizer quecoisa séria não agrada, não dá audiên­cia. O próprio programa sobre o assas­sinato de Lincoln virá desmentir essa

tese. O que tem a História americanade bom que a.nossa não tem? Por queum programa sobre os índios america­nos será melhor do que sobre os índiosbrasileiros?

Muito menos será considerável o possí­vel argumento de que o público brasi­leiro não tem um índice cultural eleva­do. Ainda que a massa de audiência se­ja iletrada, não é possível que os órgãosde comunicação de massa se nivelempor baixo. Eles não podem - é verdade- se desligar da. realidade consumido­ra. Mas não podem fazer todas as con­cessões ao baixo nível. Os veículos decomunicação de massa - jornais, rá­dios e televisões - têm a obrigação decontribuir para uma melhoria culturalda população a que servem, elevando­lhes os padrões. É verdade que de unstempos para cá algumas emissoras bra­sileiras - principalmente a Globo _estão fazendo algum esforço para a me­lhoria do nível cultural e intelectual desua programação. Mas essa melhoriatem sido buscada no estrangeiro. Pou­co está sendo produzído aqui.

Mesmo na área do divertimento puro esimples, a nossa colonização cultural es­tá sendo feita. Para um excelente Es­pecial com Roberto Carlos, tivemos osde Shirley McLaine. RacheI Welch, Bar­bra Streisand, Julie Andrews e LizaMinelli. Isso se tirarmos o universalFrank Sinatra.

Para abril está sendo anunciada a mag­nífica série O Mundo em Guerra, pro­dução da Thames Television de Londres.Será que há nessa série uma menção aatuação do Brasil na Guerra? Do quefizeram os nossos pracinhas lutandopela Democracia contra o fascismo e aditadura? (E se não há, ainda existetempo para inserir um episódio sobre aFEB).

Os colonizadores culturais nos invadempor todos os lados, não apenas atravésda televisão. A luta contra esse colo­níallsmo, talvez até mais grave do queo econômico, deve ser feita em todas asfrentes, principalmente na e pela tele­visão, o mais poderoso órgão de cornu­nícação [amais criado pelo homem. E,por isso mesmo, com mais responsabi­lidade."

De sua leitura conclui-se que essa não éa melhor orientação de que o Brasil carecepara prosseguir no seu desenvolvimento.Cita-se, inclusive, o pronunciamento do Mi-rnistro Quandt de Oliveira, que faz umaadvertência muito séria, pois se omitem osvalores nacionais que muito fizeram por estaNação, marginalizando-se uma série de mú­sicas e de assuntos de nosso interesse, paraque tudo isso ceda lugar, através da impren­sa falada e escrita, àquilo que não interessaaos nossos jovens nem à Nação.

Daí por que, Sr. Presidente, deixo aquimais uma vez minha advertência a respeitodo assunto.

Era o que tinha a dizer.O 8R. ANTÔNIO PONTES - (Pronuncia

o seguinte discursu.) Sr. Presidente, SI·S.Deputados, há uma tragédia que se alastrano plano da sociedade moderna: a dos alu­cinógenos.

Raro!; países, como o Brasil, mantêm umesquema de repressão legal ao produto.Ocorre que esse sistema de contenção tem­se revelado vulnerável, com a conseqüentepenetração dos tóxicos pelas fronteiras, ouatravés da burla fiscal, nas alfândegas. Poroutro lade, escasseiam medidas cíentrücaspara a reeducação do toxicômano.

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0069

As autoridades debatem-se num quadrode sérias dificuldades, diante da ampliaçãoimpressionante do índice de viciados.

Obviamente, a questão apresenta dimen­são universal, evidenciando o seu aspectocontrovertido.

Note-se, por exemplo, que no México a:heroína castanha, originária da papoula,que é largamente cultivada nesse país, évendida livremente nas ruas.

Os professores universitários norte-ame­ricanos Dale Cameron e Thomas Bewley,em estudos realizados recentemente, trazem­nos estes dados estarrecedores.

Acrescem as informações de que a culturada papoula branca reínicíou-se em novem­bro último, na Turquia. Não obstante limi­tada a sete províneías, a produção turcaserá da ordem de 200 toneladas de ópio. OGoverno de Ankara, todavia, assegura queQ seu objetivo é produzir medicamentos, es­pecialmente a morfina, prometendo estritocontrole sobre a safra, a fim de impedir seudesvio para a preparação da heroína.

Um departamento das Nações Unidasaprovou as providências turcas, apesar deo setor de narcóticos do Governo dos Es­tados Unidos achar que as promessas deAnkara não são suficientes.

Por sua parte, um relatório elaboradopelo Congresso Norte-Americano informaraque os traficantes internacionais estão ins­talando, pela primeira vez, seus laborató­rios, na própria Turquia, para a preparaçãoda droga naquele território.

Na Tailândia, Laos e Birmânia, o cha­mado "Triângulo de Ouro", a papoula bran­ca é intensamente cultivada. Além do am­plo consumo interno, exporta-se apreciávelquantidade, que neste caso não consulta osinteresses científicos dos laboratórios far­macêuticos.

A cocaína, como as anretmínas, é um es­timulante do sistema nervoso central, eproduz efeitos tóxicos e estado eufórico se­melhante aos das' demais drogas, Mas nãoestá incluída entre estas drogas, porque,ao contrário delas, não produz tolerância,1), cocaína - vale assinalar - é colhida dasfolhas da coca, uma planta nativa da Cor-dilheira dos Andes. -

A maconha, por seu turno, medra em to­das as regiões temperadas ou tropicais domundo, delas se extraindo a marijuann e ohaxixe.

Já o LSD origina-se de uma substânciasintética elaborada com ácido lisérgico, ex­traído de um fungo produzido pelo centeioe outros cereais,

Ocorre, deploravelmente, um fenômenouniversal de afrouxamento de padrões éti­cos, de estiolação dos valores do espírito.

Sem dúvida, haverá responsáveis, a quemestá atribuída missão Importante, nestahora de inquietação, no sentido de que pro­movam contatos reais junto às áreas de de­cisão da ONU.

O tóxico, como. fator de dissipação dogênero humano, está minando obstinada­mente os próprios alicerces desta civiliza­ção. Uma geração quase toda já foi gol­peada por esse veneno social.

Os sociólogos Dale Cameron e ThomasBewley ressaltam, referindo-se à possibili­dade de recuperação dos toxicômanos:"Como pouco se sabe das razões que levamas pessoas a tomar drogas que viciam, otratamento varia desde o veto legal até apsicoterapia. Tudo quanto se pode dizer comsegurança é que todos as métodos de trata­mento têm êxito limitado, com um númeroreduzido de pessoas.

Quanto à cura, ninguém tem uma soluçãoque leva inevitavelmente à cessação totaldo abuso das drogas com funcionamentofeliz e normal na vida diária."

Dizem esses cientistas sociais que "umaescola de pensamento sustenta que há ine­rentemente atrativo no abuso de drogas eque o hábito atrai indivíduos fracos, crimi­nosos, depravados e pervertidos. Outra es­cola é de que certas pessoas sofrem de aber­rações mentais, psicose, psíconeurose ouperturbação subjacente do caráter, que asleva a experimentar as drogas, em seguida,por causa de sua perturbação mental, seviciam. Outros ainda afirmam tratar-se deanormalidade fisiológica. Mas nenhumadessas explicações parece ser, isolada, bas­tante para explicar esse quadro clinico emtoda a sua extensão".

O Comitê da Organização Mundial daSaúde expôs suas conclusões, há pouco, fri­sando:

"A reabilitação dos ex-toxíeômanos, in­dependentemente de idade. é processolongo e demorado. É necessário preveras recaídas. A coletividade deve adotaratitude sensata e realista, e evitar opânico, a condenação moral e a discri­minação. Os centros de oportunidadede treinamento vocacional e previsão detrabalho, em ambiente protegido, sãoúteis à reabilitação e ajudam a evitara recaída. Em geral, os recursos de re­gistros, diagnostico, tratamento, ampa­]'0 dos casos tratados, etc., para toxi­cômanos, devem ser considerados partesintegrantes e indispensáveis do serviçosanitário e social de, qualquer coletivi­dade, onde exista o problema."

Em tese, setores idôneos têm se pronun­ciado em todo o mundo sobre a catástrofedos entorpecentes.

Em termos de teoría, homens de ciência,como médicos, psicólogos, sociólogos, suge­rem soluções com algo de racional.

Mas tem-se constatado a inexeqüibilidadedas medidas reívíndícadas pelas áreas maisenfermas do mundo, sob este aspecto. O de­plorável, em meio a tudo isso, é que nãohaja, de país para país, uma uniformizaçãode providências, não apenas no que tangeà proibição do cultivo, para fins rigorosa­mente não científicas, como também à co­mercialização de produtos estocados em di­versas nações do Globo. Por outro .lado,sanções penais para os traficantes - quese agrupam em máfías terríveis - devemlogo ser postas em prática.

Milhares de 'Seres humanos já foram sa­crificados pelos tóxicos. São pedaços vivosda humanidade que se amputam, impondoaos povos dantesco defieit espiritual emoral.

Com esse gênero humano mutilado, e comnuvens escuras erguendo-se no Leste. comoa comprometer um brilho de esperança, daaurora, vive-se inevitavelmente sob umaatmosfera de angústia. '

Os estadistas, homens públicos, profissio­nais das ciências, deveriam juntar-se paraconjurar a negra crise que está abatendo,gradualmente, novas gerações.

Tem-se percebido o esforço do Governobrasileiro. Sem dissociar o caráter repres­sivo, para o traficante e o científico, para oviciado, o Brasil desenvolve, mesmo com fa­lhas, trabalho que deveria ser seguido portantas nações quantas tenham amor pelahumanidade.

Era 0_ que tinha a dizer.o SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES

- (Pronuncia o seguinte díscurso.) Sr.presidente, Srs. Deputados, em sua con­cepção original, a cidade seria Q lugar

de defesa e abrigo do homem, o lugarda convivência com seus semelhantes ede mútua ajuda para enfrentar os rigo­res da vida. Nela, desenvolveram-se osvalores da civilização e da ciência, da arte,da cultura, da solidariedade. Hoje o pano­rama mudou, e ao invés de serem o -ugardo encontro e da convivência, cidades bemmodernas transformaram-se rapidamenteem verdadeiras selvas de concreto, aço easfalto, onde as coisas simples e naturaissofrem um acelerado processo de deteriora­ção. Focos de erlmínalídade e neuroses, asgrandes cidades são agora o reino das ma­quinas, revelando uma tendência típica deuma sociedade atirada ao consumo sem me­dida, e que corre o risco doe. ~onsumir-s~ asi própria. Os assaltos, de dia e de norte,são permanente perigo para os habitantsedas cidades. Não se tem garantia de vida ede propriedade nos centros das cidades emuito menos nos arrabaldes ou bairros. tudopela falta de aparelhagem da policia, quercivil ou militar.

Em declarações recentes do Sr. Ministroda Justica disse Sua Ex.a que a reforma daPolícia F~deral determinada pelo próprioPresidente Ernesto Geisel será ampla e in­cluirá também as policias civis e müítaresdos Estados.

O objetivo do Governo é dotar toda a po­lícia brasileira de melhores condições mate­riais inclusive salariais, e de melhores re­cursOs humanos, para cumprir sua missãode proteger a sociedade. A questão será am­plamente debatida com as Secretarias deSegurança estaduais e de Brasília que _vãointegrar o escalão superior dos Governosregionais que, a partir de 15 do correntemês vão substituir os atuais. Não se tratade e'stabelecer apenas um mais eficiente en­trosamento da Policia de todo o Brasil notocante aos problemas de segurança inter­na, mas uma reforma completa, abrangen­do todos os aspectos da organização poli­cial e de suas atividades, efetivos, recruta­mento, educação, progresso funcional e ou­tros mats.

Temos, assim, Sr, Presidente, Srs, Depu­tados, um compromisso, claramente deli­neado, do Governo da República, cuja am­plitude autoriza esperar aquilo por que an­seiam todas as populações que povoam nos­so grande território e de maneira maisacentuada, '3.S cidades onde a Violência e adelinqüência, com todos os S'BUS malignosaspectos, criaram um ambiente não apenasde insegurança, mas de verdadeiro terror.

Temos certeza de que, se o.:'listema poli­cial dispuser de melhores condições e re­cursos, sua tarefa será mais eficiente e,com isso, terá o povo brasileiro mais prote­ção e mais segurança. Ê: necessário e urgenteum salário mais condigno- para a Polícia.

Estamos satisfeitos em saber que a Polí­cia de todo o Brasil vai ter condições parabem cumprir sua árdua e delicada função emissão de bem proteger a sociedade, Essaproteção abrange, não resta dúvida alguma,todas as formas de agressão à moral, <t eco­nomia familiar e aos bons costumes, ínclu­give o jogo. 11': preciso o quanto antes que aPolícia volte a ter os 25 anos de serviço paraaposentadoría e reformada, bem remune­rada e bem dotada, possa exercer a missãode proteger a sociedade brasíleíra . '

Era o que tinha a dizer.

Durante o discurso do Sr. Célio Mar­ques Ferna'!jI!:.es, o Sr. CéZio Boria,Presidente, deíXa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. Odultoüominoues, lP-Secretário.

O SR. PRESIDENTE - (Odulfo Domín­gues) Tem a palavra o, Sr. Cid Furtado.

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0070 Terça-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

O SR. CID FURTADO - (Pronuncia oseguinte discursn.) Br. Presidente, 81's. Depu­tados, "a família é instituição básíca dasociedade e está sob a proteção do Estado".

É o item 3 da Carta de Princípios da Ali­ança Renovadora Nacional, aprovada em 23de abril de 1973.

Certamente, este princípio é a repetiçãodo mandamento constitucional da indlssc­1ubilidade do vinculo matrimonial.

Ora, se o divórcio, anulando a Indíssolu­bílidade do vinculo, destrói a família, nãovemos como a ARENA possa deixar questãoaberta o tema do divórcio, em face da suaCarta de Princípios.

Ou será que chegaremos ao absurdo deafirmar que o Estado está a proteger fi fa­mília com a implantação do divórcio? Seráisso o que se infere do item 3 dos principiasfundamentais, que regem a ação política daARENA?

Nos últimos tempos a imprensa nacionaltem chamado a atenção do povo brasileirosobre a posição de nosso Governo a respeitoda implantação do divórcio.

Comentários, artigos, entrevistas e atéeditoriais falam de um sutil apoio do Go­verno à tese divorcista.

Ora, se verdadeiros tais indícios, estaria­mos na iminência de ferir profundamente aconsciência nacional cristã, sobretudo, aconsciência 'nacional católíca.

MaIS. A Revolução estaria inclinada a que­brar um princípio que foi indiscutível paraCastelJo Branco, Costa e Silva e Emílio Mé­dici, o principio da indissolubilidade do vín­culo matrímoníal.

Lembro-me de uma visita a Oastello Bran­co quando de mais uma das tantas investi­das do então Deputado Nelson Carneiro con­tra a familia. Éramos vários Deputados e anós o Presidente foi taxativo, enfatizando,entre outras considerações, que a Revoluçãonão viera para destruir a família, pela dís­solubílídade do vinculo entre os cônjuges.

Não acredito, 81'. Presidente e Srs. Depu­tados, que o Governo se situe nesta posição.Ele é guardião de nossas melhores tradi­ções e temos extraordinária confiança noPresidente Geisel.

Por um Imperativo de consciência, no pri­meiro dia desta Legíslat.ura, fixo minha po­sição, clara, precisa, definida. contra a in­díssolubflídade do vínculo, venha com queartifício vier.

E vamos lutar. Através desta tribuna tra­remos à consideração da opinião pública to­do o cortejo de malefícios que o divórciolegou aos países que o adotaram, como tam­bém adotaremos outras providências capa­zes de somar esforços nesta batalha que seaproxima

Era o que tinha a dizer.Durante o discurso do Sr. Cid Fur­

tado, o Sr. Otiulto Dominçuee, to-se­cretário, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Célio Borja, Pre­sidente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tema. palavra o Sr. Nogueira de Rezende.

O SR. NOGUEIRA DE REZENDE - (Pro­nuncia o seguinte díseurse.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, a esperada Mensagem dóSr. Presidente da República sobre a remune­ração dos Vereadores torna-se o grandeacontecimento do inicio desta Legislatura.

O art. 15, § 2.°, da atual Constituição,desestimulou as Iíderanças jovens do Paísao proibir a remuneração dos Vereadoresdos municípios de população inferior a du­zentos mil habitantes.

Como o reconhece o texto c" Mensagem,"a vereança é o primeiro degrau da ativi­dade legislativa", adequada aos jovens, quenela encontram a primeira oportunidade deservir à sua comunidade, no alvorecer davocação à causa pública.

Não somente nos jovens, força Inexpertaque nos cumpre assistir e estimular, masainda nos mais lídimos representantes dacomuna, em todas as camadas sociais, emtodas as idades, na representação do opera­riado ou do agríeultor, do comerciante ou dochefe de uma indústria, do profissional Iíbe­ralou do servidor público, encontramos omesmo ardor, a mesma chama que iluminao coração do patriota, quando nele é chega­da a hora de seu empenho em favor daboa ordem e da melhor administração deseu município. "

A não remuneração dos Vereadores cons­titui negação de princípios, pois a todo tra­balho deve corresponder um óbulo, A car­reira política está subordinada a eleições e,conseqüentemente, a despesas, tratando-se,assim, de uma injustiça ao edil que dedicao seu tempo e o seu esforço à causa pú­blica, construindo, no pequeno mundo deseu município, uma obra tão relevante quan­to a que se realiza no Parlamento Nacional.

Sem dúvida que essa remuneração, paraser irrepreensível, há de guardar proporcio­nalidade às rendas municipais, como se Iarana Lei Complementar, atendendo ao con­senso de todos que pleiteamos a remunera­ção dos edís, nossas sentinelas avançadasdo ulterior.

Congratulamo-nos com o Sr. Presidenteda República e com seus auxiliares pela de­cisão doe vir ao encontro desse anseio daatividade política, para cujo harmônico fun­cionamento torna-se indispensável o ajustedessa peça, essencial mesmo à vida demo­crática, que se contém na vereança muni­cipal.

Era o que tinha a dizer.

O SR. FLORIM COUTINHO (Pronuncia oseguinte discurso) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, já da primeira vez que me dis­tinguiram eleitores do Estado da Guana­bara, conferindo-me votos bastante paraque eu pudesse representar na Câmara dosDeputados aquela jovem Unidade da Fe­deração, prometera a mim mesmo traduzirmeu reconhecimento, através de fala quereproduzisse o surgimento da Cidade do Riode Janeiro.

Acontece que o dia daquela Iervflharrtemetrópole transcorre sempre com o Con­gresso Nacional em recesso, e meu intento

. foí sendo adiado, e a legislatura chegou aofim sem o cumprimento da sacratisssimapromessa.

Reeleito, reassumí o compromisso de quemeu pronunciamento primeiro, na legisla­tura que hoje se inicia, haveria de ferir oassunto do nascimento da estnante e buli­çosa cidade de São Sebastião do Rio de Ja­neiro.

Se me faltam aptidões de historiador, paraas descrições mais fidedígnas, sobra-me ar­rojo.para a tentativa de manifestar quantoafeto cultivo pelo rincão que me viu nascer.

Sr. Presidente, eminentes colegas, na 'Obs­tinação de nossos ancestrais lusitanos, emmanter intactas as terras descobertas, en­contra-se a origem de nossa vocação naturalpara a luta permanente em prol das causasjustas, de nosso enraizado apego ao dírertode propriedade, que nos leva, não raro, aextremas atitudes, e pode-se localizar a ex­plicação desse ânimo constante que nos im­pele aos embates na defesa da preservaçãodos grandes valores morais desta terra e detudo que nos é caro.

Os franceses, por longo tempo envolvidospela selvagem beleza guanabarína, "embe­vecidos das telas de oiro matizadas" - comodiria Camões - 'sonharam erguer uma ci­dade em terras dominadas pelos Tamoios,na região que estes chamavam Iguarámbará, Iguará significando enseada de no,e mbará querendo dizer mar. Da corruptelados europeus é que emergiu a sonora, can­tante e espraiada palavra Guanabara.

Mas lá os gauleses depararam, ínarredá­veis, aferrados à idéia de conquista, bravose imbatíveis portugueses.

Chegam a admitir, respeitáveis historia­dores como Morales de Los Rios e João Ri­beiro - pois provas inexistem - que a balade Guanabara teria sido descoberta porfranceses, em 1.0 de janeiro de 1502, con­fundida, a principio, com o que seria a fozde um grande rio, donde o nome escolhido- Rio de Janeiro.

Incontroversa é a data de 1503, quando ládesceu Gonçalo Coelho, fundou um arraial,e ergueu sólida casa de pedra próxima dafoz do rio Carioca - hoje esquina da RuaPaissandu com a praia do Flamengo.

Posteriormente aportaram na baia outrasesquadras: a de Cristóvão Jacques, em 1516;a de Fernão de Magalhães, em 1519, quandofoi batizada com o nome de baia de SantaLuzia, por julgar, o grande navegador - quefazia volta ao mundo - ser ele seu desce­.bridor.

Cristóvão Jacques tornou, em 1526, e cin­co anos após lá aportou Martim Afonso deSousa, que trazia de Lisboa - de onde saíraa 3 de dezembro de 1530 - a missão de fin­car, nas terras brasilfcas, marcos indeléveisque firmassem, em definitivo, posse e do­mínio.

Martim Afonso enquanto esperava o ourode cujo recolhimento encarregou alguns deseus homens, guiados pelos in dias que ha­viam transmítido a noticia da existência doprecioso metal, mandou construir paliçada,casa forte, oficina de ferraria, um estaleiroe pequenas embarcações.

Regístra a História, Sr. Presidente, Brs,Deputados, que os Tamoios, os primitivosdonos da região, já usavam instrumentosde percussão e de sopro, e gostavam de can­tar e dançar. Os homens com uma pedra ouuma argola no lábio inferior; e as mulheres- sempre mais inteligentes - mantendo oslábios intactos e só furando as orelhas, deonde pendiam vistosos brincos.

Não remontaria a essas práticas a origemdo carnaval carioca, ou pelo menos 0 gostoinsuperável por sua reiteração anual?

Outro curioso costume dos Tamoios: exa­mes e ensaios na busca e aperfeiçoamentode um orador que pudesse parlamentar emnome de todos.

Ainda, segundo um' outro hábito, na co­memoração das vitórias alcançadas' nasguerras, promoviam festins, tomando cauime saboreando bifes mal passados feitos coma carne do inimigo.

O cauím, como sabem V. Ex."s, é uma be­bida fermentada, que os índios preparavamcom mandioca cozida. Por vezes o cauím erafeito com caju ou outras frutas, e até commilho e mandioca mastigados.

Acreditavam os Tamoios que no rio Ca­rioca se escondia uma íara, transmitindo àssuas águas verdadeiros milagres. como vigoràs vozes dos cantores e inspiração aos poe­tas.

Não terão saído daí nossos primeiros sam­bistas?

Os indios fl'eqüentavam a foz do rio Ca­rioca para pescar acaris, ali abundantes,

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Março d!!.1975 DIARIO DO CONGRESSO NAClONAL (Seção n Terça-feira 4 0671

chamando o local de acarí oca, ou sela, casado acarí,

Certos historiadores, entretanto, explicamo significado de carí-nea como sendo casade homem branco, reportando-se à casa depedra por G<lnçalo Coelho erguida na fozdo rio.

Navios franceses, nesses primeiros anos,passaram a levar nosso ibírapitlUlga - pau­brasil - obtido dos índios em troca de en­feites e vinhos. Esse contrabando iniciadopor corsários a serviço do Rei de França edesenvolvido por piratas que agiam por con­ta próprla, acabou por chamar a atençãode toda a Europa. O pau-brasíl, numa épocaem que os conhecimentos químicos ensaia­vam ainda os primeiros passos, Sr. Presí­dente, era utilizado como corante vermelho.

As notícias desse incipiente comércio te­ria influído na decisão de Vâllegatgnon, quedesembarcou no Rio de Janeiro em 10 denovembro de 1555, com 600 homens - entreos quais alguns condenados que apodreciamem prisões de Paris - em dois navios bemarmados, munidos com uma chalupa demantimentos, armas, munições, ferramen­tas, muito material de construção e dez milIíbras em dinheiro fornecidas por Henrique11. Tudo isso representava apenas o passoinicial para instalação da ídeada FrançaAntártica no Brasil, que teve começo naentão ilha de Serigipe, hoje de Villegaignon,

, onde está localizada a Escola Naval. oons­truíram logo o Forte Coligny. para garantiada cidade que esperavam fundar, e para aqual até nome trouxeram: HenrIville, futuraCapital das novas terras francesas.

A esse tempo, Tomé de Sousa, passandopelo Rio de Janeiro percebeu claramente asituação, e em relatório ao Governador­Geral, Duarte da Costa, advertiu-o da ne~eessidade urgente da ocupação derínitíva "da Guanabara, antes que fosse muito tarde.Desse documento .eonsta frase que retrata­va a região com fidelidade:

"Tudo é graça, o que dela se pode di~

zer."Sr. Presidente, 8r8. Deputados, em 1559,

Vi.llegaignon tocou para Paris. levando cin­qüenta índios brasileiros; mas deixou comosubstituto o sobrinho Bois Ie Comte.

O governador-geral, enão, enviou a Leoomte um emíssárío com a seguinte ad­moestação, em estilo quínhentísta:

"EI-Rei de Portugal sabendo que Ville­gaígnon lhe usurpou esta terra, mandouse queixar a El-Rei de França, o qual lherespondeu que; se cá estava, que lhefizesse guerra e botasse fora, porque nãoviera com sua comissão. E posto que jáaqui não o acho, estais vós em seu lugar,a quem admoesto e requeiro da parte deDeus e do Vosso Rei e do meu, que logolargueís a terra alheia cuja é. e vos va­des em paz, sem querer experimentar osdanos que sucederão à guerra."

Tendo Le Comte resolvido resistir, o com­bate teve inicio, com perdas. eonsíderáveísde ambos os lados quando dOIS grandes he­róis entre os combatentes lusos, AfonsoMartins Diabo, e possivelmente um de nos­sos antepassados, Manuel Coutinho, logra­ram penetrar no Forte Coligny, tomandodos franceses as reservas de balas e pólvo­ra, e precipitando a fuga dos vencidos. '

Depois de novos ataques, e correspon­dentes rechaças, somando forças vindas deSalvador, e outras de São Vicente, em 1564desceram numa nesga de terra existenteentre o Pão de Açúcar - os franceses odenominavam Pote de Manteiga - e omorro de São João. Nesse dia memorável,proclamou Estácio de Sá, profeticamente:

"Para que EI-Rei, a Pátria, o Brasil eO mundo todo conheçam o nosso deno-

dado valor, levantemos esta cidade queficará por memória do nosso heroísmoe exemplo às vindouras gerações. Le­vantemos esta cidade para ser rainhadas províneías e empório das riquezas,do mundo."

Sr. Presidente, não porque-sejamos cario­ca, mas o tempo passa, outras cidades sur­gem e crescem, Brasília desponta e brilhacomo a Princesa das comunas brasileiras,mas o Rio de Janeiro. prossegue, fiel à suadestinação histórica, como a Rainha das ci­dades do Brasil.

Voltando à nossa breve narração, ocorre­nos enfatizar Q fato de que, em homena­gem a D. Sebastião, que viria a ser rei dePortugual, Estácio batizou a cidade com adenominação de são Sebastião do Rio de Ja­neiro. Naquele mesmo dia - 1.0 de março ­começaram os trabalhos para a fixação daaldeia, emergindo uma certa mistura dearraial de guerra com vila luaítana, ondesurgtría juizo ordinário, alçadarlamor,brasão de armas de rlpado c cal em toda a'volta, e torres de madeira coberta comtelhas de São Vicente.

Mas a luta pela posse da região continua­va. Novos ataques dos franceses, ajudadospelos Tamoios, foram dirigidos contra o ar­raial racém-erguldo.

Finalmente, com a chegada dos reforçosenviados pelo governador-geral. em 18 dejaneiro de 1567, com o próprio Mem de Sáno comando. Estácio, combinando com o tio,marcou ataque definitivo às forças gaulesaspara o dia 20. dia de são Sebastião. E se­tenta' e duas horas após, o último francêsse entregava.. Sr. Presidente, atentos Srs. Deputados. '!marco original da fundação da cidade eencontrado hoje na Igreja dos Capuchinhos,na l'tua Haddok Lobo, 256. na Tijuca. jun­tamente com as cinzas de Estáclo e a lápidede seu túmulo. procedentes da antiga Igrejade São Sebastião, demolida no morro doCastelo.

O local exato da fundação é indicado, pre­sentemente. por marco existente em terrasda Escola de Educacâo Física do Exército,próximo à praia de Fora, a exibir os dizeres:

"Neste local, em 1565, foram lançadospor Estácio de Sá os primeiros funda­mentos da cidade de São Sebastião doRio de Janeiro. Marco comemnratâvoque mandou erigir o Primeiro Cong~e~sode História Nacional. reunido por mícía­tiva do Instituto Histórico e GeográficoBrasileiro. Em '1 de setembro de 1914."

Na fundação, ao mesmo tempo em queeram levantadas as primitivas cabanas. de­terminou Estácio a construcão de uma for­taleza valendo-se de taipa 'de pilão, pedrascom aldravas de ferro, dotada de artilhariae guritas. Tal fortaleza, que com o correrdos séculos seria periodicamente dilargadae reforcada. constitui hoje a mais antigado Exército Brasileiro. integrada no conjun­to do FOrte de São João.

Concomitantemente com a cidade. Srs.Deputados, foram criadas suas armas: ummolho de setas, representando o martíríode São Sebastião.

Elstácio arbitrou, em seqüência, que oslindes da comuna se estenderiam, como naBahia, por um raio de 36 quilômetros doan­do 9 quilômetros para que a população fi­zesse seus próprios roçados.

As primeiras nomeações para cargos ad­ministrativos, de que se tem notícia, forama do Juiz Pedro Martins Namorado; o por­teiro Batista Fernandes; o tabelião Pedroda Costa; o procurador João Pross: o al-

eaíde Francisco Días Pinto; e o meirinhoAntônio Martins.

Quando a cidade foi mudada para o.Castelo, o. então Governador, SalvadorCorreia de Sá, ordenou a transladação dosrestos mortais de Estácio, da Vila Velha ­como ficou conhecido o primeiro arraial ­para a nova igreja do padroeiro. Na lápidede granito da campa foi inscrito:

"Aqui jaz Esbáeío de Sá, Primeiro Ca­pitão e Conquistador desta terra e ci­dade; e a campa mandou-a fazerSalvador Correia de Sá, seu primo, Se­gundo-Capitão e Governador, com suasarmas: e essa capela acabou no anode 1583."

Estácio, na descrição de Anchieta, era"muito amigo de Deus e afável; nunca des­cansava de noite e de dia, sendo o primeironos trabalhos".

O fundador do Rio de Janeiro, que morre­ra em combate, em razão de uma flexadano rosto. fora enterrado no chão, na PraiaVermelha, em lugar marcado por modestacruz de madeira.

Sem deixar descendentes, e apenas comum vago registro de terras que lhe teriampertencido em Pírajá. na Bahia. o primeirocarioca - atnda na expressão de Anchieta.:

"falecera com grandes sinais de virtudeque em toda aquela conquista tinhamostrado."

Como os tempos mudaram, Sr. Presidente.

Estácio de Sá, que arrostando toda sortede nerígos, não trepidava frente à morte,acabou conseauínõo construir a rainha dasprovíncias e empório das riquezas do mundo,mas morreu pobre.

Herdei·ros de toda essa tradicão de hones­tidade. coragem e bravura. os 'guanabarinoshaveriam de ser o que realmente são: com­batentes de vanguarda quando na defesad09 direitos de seus concidadãos, ou quandoem disputa são postos autêntteoa interes­ses da Pátria.

Era o que tinha a dizer.O SR. PARENT~ FROTA (Pronuncia o

seguinte discurso. J Sr. Presidente srs,Deputados, após detidos e meticulosos es­tudos, que perduraram por quase um ano,o Governo Federal decidiu construir. emVitória, no Espirito Santo, a unidade prin­cipal do Centro de Reparos Navais.

Essa primeira unidade irá ter condíeõestécnico-estruturais de atender navios deaté 400 mil toneladas. A emnresa será for­mada pela PETROBRÁS. DOCENAVE eLóIDE, Que deterão 51% do capital com di­reito a voto A LISN"AVE:. companhia por­tuguesa. subscreverá os restantes 49%. fi­cando com a incumbência de explorar oCentro.

O oreamento previsto para a eonstrucãodo estaleiro. 8r. Presidente é de 170 milhõesde dólares ou seja, um bílhâo e 283 milhõesde cruzeiros, a cargo da LISNAVE.

A principio emergiram do exame do as­sunto. como lugares viáveis para o ergui­mento da unidade primordial do Centro,Guanabara, Vitória e Sepetiba. Mas com aevolução dos estudos pertinentes, foi es­colhida Vitória para a primeira unidade. ea ilha do Viana, na baía de Guanabara,para a segunda.

A LISNAVE, Srs. Deputados, distinguidapara ser a sócia estrangeira a participardo Centro, integra, em Portugal, o grupoCompanhia União Fabril (OUF). JoséMannel de Mello, Presidente da CUF. afir­mou há pouco que o Centro de Reparos Na-

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0072 Terça-feira 4 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 11175

vais representa apenas o início de umasérie de investimentos que o grupo pretendeefetivar no Brasil. Na índústría quimica, napetroquímica e em outros setores da econo­mia nacional, o grupo já vem investindo.

Sr..Presidente, Srs. Deputados, entre asempresas multínacíonaís que apresentarampropostas para participar do centro, figura­ram ao lado da LISNAVE a ISHIKAWAJlMAHARIMA, do Japão; a RIJNSHELDE­VEROLME, da Suécia; e a BLOHN & VOSS,da Alemanha. .

A Comissão especial constituída para aná­lise das propostas, em abril de 1974, noinicio de janeiro deste ano entregou seuestudo final ao Ministério dos Transportes,que o encaminhou à Presldêncla da Repú­blica.

A ISHIKAWAJIMA, a que mais ofereceu,propunha-se a desembolsar apenas 50 mi­lhões de dólares (Cr$ 377 milhões) pois pre­tendia aproveitar praticamente toda a in­fra-estrutura existente na ilha do Viana,local onde funciona hoje a Empresa de Re­paros Navais ,costeira S.A.

A surpresa manifestada, portanto, norespeítante à localidade eleita para eons­trução do Centro e à firma para explorá-lo,não apresenta maiores fundamentos.

Releva acentuar, Sr. Presidente, que re­almente a infra-estrutura da ilha do Viana,na Baia de Guanabara, é superior à de Vi­tória. Ali se encontram instalados os gran­des estaleíros de construção, que poderãoservir de apoio à reparação. A região contaainda com mão-de-obra especializada,apoio comercial e industrial, facilidade decomunicação e de fornecimento imediatode sobressalentes, além de ser sede de com­panhias fie navegação Mas para que pres­taría, no novo Estado _. indagamos nósagora - um dique de reparos com capaci­dade para atender navios de até 400 miltoneladas de porte bruto?

Em verdade, Srs Deputados, a quase to­talidade dM embarcações que trafegam nomundo figuram em faixa inferior a 100 miltoneladas de porte bruto. No Brasil dispo­mos de poucos navios que necessitarão ser'doeados em Vitória. A PETROBRÁS possuiuns sete ou oito navios nessas proporções.A DOCENAVE, uns quatro apenas. O res­tante da frota brasileira prosseguirá, nacelta, utílízando-se de diques menores, queno caso são os que se localizam na Baia deGuanabara.

Não houve, como se constata, Sr. Pre­sidente, preterição da Guanabara com re­lação a Vitória. Apenas preponderaram, nomomento da escolha do melhor lugar, da­dos de ordem "técnica.

Ainda que tal houvesse ocorrido, nadatínhamos a lamentar. O Presidente da Cia.Comércio e Navegação - Estaleiro Mauá,Sr. Paulo Ferraz, tão logo tomou conheci­mento da eleição de Vitória para sede daunidade maior do Centro de Reparos Na­vais, apresentou proposta ao Governo Fe­deral no sentido de explorar a ilha do Via­na. Adiantou S. s.a que sua intenção eraa de absorver as atuais instalações da Em­presa de Reparos Costeira, objetivandotransformá-la numa central de reparos na­vais para navios de médio porte.

Essa Companhia, Srs. Deputados, a CCN,desde 1905 atua no setor de reparação denavios, contando atualmente com dois di­ques: um seco e um flutuante, com capaci­dade para reparo de embarcações de até22 mil toneladas. E em junho próximo, se­gundo anunciou seu Presidente, a empresavai rece'ier outro dique flutuante, com ca­pacidade para reparar navios de até 60 miltoneladas.

A sábia decisão do Governo Federal nãosurpreendeu nosso Governador, o Dr. Ar­thur Carlos Gerhardt Santos, nem a ban­cada capixaba no Congresso Nacional, poisum e outra, de há muito, vinham traba­lhando com tots 1 determinação.

Sr. Presidente, eminentes Colegas, o Jor­nal do Brasil, de 1.° de fevereiro, sob o ti­tulo "As Conveniências da Decisão", publi­cou artigo de Isaac Gomes, em que estejustifica Irrespondívelmente:

"OS navios da PETROBRÁS vêm doOriente-Médio carregados de óleo, po­rém os mesmos não têm retorno, umavez que suas caraeteristtcas são espe­ciais para o transporte de petróleo. Oprocesso de reparos deverá ser: o naviodeixa o óleo em São Sebastião, SãoPaulo; ao retornar passa por vítóna,sofre a reparação necessária e seguepara o Oriente. Esse mecanismo pode­ria ser o mesmo com um dique insta­lado na Guanabara. Porém o processocom os navios da DOCENAVE é dife­rente. Essas embarcações têm retornogarantido. Eles vêm dos Estados Uni­dos ou Europa, carregando carvão (àsvezes óleo de. Oriente e nesse caso atra­cam em São Sebastião) desembarcamem Vitória e lá mesmo carregam miné­rio de ferro. Se o dique principal esti­vesse na Guanabara, seria necessáriodesembarcar em Vitória, vil.' vazio atéO Rio de Janeiro para o reparo e retor­nar à Vitória para ser carregado. IssoImplicaria em perda de tempo e des-perdícío de combustível." .

Não se encontra o País em situação dedesafogo a lhe permitir perda de tempo edesperdicio de combustível. Logo, nenhumareparação é cabível na decisão governa­mental atinente a escolha de Vitória parao erguímento da unidade principal do Cen­tro de Reparos Navais.

Referindo-se a matéria, o Ministro dosTransportes, o General Dirceu Nogueira,declarou à imprensa de Niterói que a uni­dade de Vitória, no Espirito Santo, oferece"uma séríe de vantagens, e a principal,é por ser o começo e o fim da linha". c

A .propósito do momentoso assunto, Sr.Presidente, adiantou o Governador ArthurCarlos Gerhardt Santos que as possibili­dades da Grande Vitória, como receptorade indústria naval, não se limitam apenasà localização do Estaleiro de Reparos Na­vais, mas compreendem a montagem deum complexo naval amplo e diversificado,em beneficio de cada unidade específica.E acrescentou que está em negociações comfirmas estrangeiras visando à instalação deum estaleiro de construção na Capital denosso Estado.

Informou S. Ex.a, a seguir, que o Estalei­ro de Reparos, que será implantado emOamburí - praia localizada a dez quilôme­tros do centro da cidade - deverá atrairpara o Espírito Santo inúmeras indústriassatélites .l~ setor de metalurgia, forjados efundidos, indústria mecânica de motoreselétricos e outras. as quais terão sua jus­tificação reforçada pela implantação docomplexo siderúrgico de Carapma, a quinzequilômetros do centro de Vitória.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, urge sejadito que os portos de Vitória e Tubarão,no próximo ano, concentrarão 85% da to­nelagem total de granéis para exportação,e 63% do total de intercâmbio comercial degranéis do País com o exterior. Isto signi­fica, Senhores, que, para navios de grandetonelagem, Vitória· e Tubarão constituema localizaçáo que centraliza, a custos mí­nimos ou nulos de síngradura, a frota na­cional de navios, e mais condíções detêm

para a conquista de mercado da frota debandeira estrangeira.

Esse fato íneseondível, por si só, basta­ria para fundamentar, à sacícdade, a elo­giável decisão do Governo Federal, no per­

. tínente à localização da principal unidadedo Centro de Reparos Navais na Capital denosso Estado.

Quando o Governador Arthur Carlos vi­sitou a Europa, no empenho de sensibilizarempresas de vulto para virem investir noEspírito Santo, teve oportunídade de co­nhecer as possibilidades do Grupo daLISNAVE. Essa multtnacíonal, Srs. Depu­tados, é uma das Iideres em seu setor deatividades em todo o mundo, e possui umestaleiro para reparos, dos mais modernos,com capacidade de receber navios de atéum milhão de toneladas, o qual, pois, seconstitui no maior do mundo!

"Essa empresa" - arrematou o dinâmicoGovernador espírãto-santense - "entrará,na construção do Centro de Reparos Na­vais de Vitória, com a alta sofisticação desua tecnologia".

Como se verífíca, Sr. Presidente, ilustresSrs. Deputados, tanto na escolha do local,quanto na 'la empresa a explorar o Centrode Reparos Navais em Vitória, agiu eonve­mente e acercadamente o Governo Federal,assumindo posição digna de encômios.

Nossos cumprimentos, pois, aos inte­grantes do Governo que contribuíram paraessa imparcial solução, que, se de fato re­sultar em favor do aceleramento do pro­gresso do futuro 'Estado do Espirito Santo,em nada prejudicará o novo Estado, que,apesar dela, será o segundo pólo de desen­volvímento do Brasil.

Era o que tinha a dizer.

O SR. HERl\'lliS MACEDO - (Pronuncia.o seguinte díscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, "pedaços de lataria retorcida,uma caixinha de pó-de-arroz, tiras de bot­Sal'! femininas, partes mutiladas do que te­ria sido um braço ou uma perna, extensasmanchas de sangue: até ontem de manhãainda era possível avistar-se na pista ves­tígtos do trágico acidente que matou 11 pes­soas e feriu 22, na manhã de segunda-fei­ra entre os km 317 e 318 da BR-1l6, Rodo- .via Regia Bit.tencourt".

Estas palavras dão início à reportagempublicada no jornal Folha de São Paulo, de13 de fevereiro deste ano, onde se narrapateticamente mais um dos incontáveisacidentes que, nos últimos anos, numa pro­gressão meteórica, se vêm verificando naBR-1l6, no trecho Curitiba-São Paulo. Emoutro trecho dessa reportagem há a afir­mação peremptória; "A rodovia Regis Bit­tencourt transformou-se numa das maisperigosas do Brastl."

Por outro lado, na edição de O Estado deSão Paulo, de 14 de fevereiro de 1975, po­demos ler o seguinte:

"Recente acidente com ônibus, causan­do onze mortes e dificuldades no escoa­mento do tráfego motivadas pela inse­gurança da ponte sobre o Rio Lapínha

. (quilómetro 317), nas proximidades daqual ocorreu o desastre, vieram com­provar o que já era público e notório:a Rodovia Regis Bittenéourt, a BR-116,ou a São Paulo-Curitiba, figura entreas mais perigosas do País, se não fora mais perigosa de todas."

Ainda na referida edição da Folha de SãoPaulo, sob o título de "A duplicação: anun­ciada sempre, executada nunca", podemosler- o seguinte:

"A duplicação da BR-116, no trechoSão Paulo--Curitiba, vem sendo anun-

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Março de 19'15 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Terça-feira 4 0073

ciada com a mesma insistência com quese repetem as quedas de barreiras e de­sastres sucessivos. Há um ano, o Minis­tério dos Transportes dava conta de queas duas pistas ficariam prontas em 1976.Mais recentemente informava apenasque o andamento das obras era bom, porparte das 15 empresas contratadas pa­ra a realização dos trabalhos avaliadosem Cr$ 930,000.000,00, Informava aindaque serão precisos mais dois anos paraque a tarefa fosse concluída. A rodo­via, que ocupa posição estratégia quan­to à movimentação de riquezas, sem ra­la.r do tráfego constante de turistas, es­tá sendo financiada em sua dupücaçâopelo Banco Interamericano de Desen­'vol:vimento. Com tráfego médio de cin­co mil veículos di~rios - doa quais 60%de caminhões de transporte - Si estra­da foí incluída na licitação à restaura­çâo e reforço de 87 pontes e seis viadu­tos, além da construção de seis novaspontes. Para o Estado de São Paulo,a BR-116 é decisiva, por permitir umaIigaçâo efetiva com outros centros con­sumidores do sul, e ponto de apoio doeixo com o Rio de Janeiro."

Não é menos importante para o Para­ná, diremos nós, a BR-116. A sua duplica­ção, realmente, já está tardando demasia­damente, Inúmeras tragédias pavorosas,patéticas, teriam talvez sido evitadas casoessa duplicação tivesse sido concretizada háanos.

Entretanto, mais vale tarde do que nun­ca. Por isso mesmo, apelamos ao ilustre Ml­nístro dos Transportes, com a mesma ve­emência com que há mais de dez anos de­fendemos a tese dessa duplicação, no sen­tido do apressamento dessa realização rna­díavel. Um esforco hercúleo 'deverá serequacionado para que essa obra aguardadaha tantos anos, com momentos de esperan­ça e instantes de descrença, se concretizedentro do mais breve período de tempo. Es­tamos certos de que o nosso apelo seráouvido. Estamos convictos, mais do que is­so, de que ele será atendido.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JUAREZ BERNARDES (Pronunciao seguinte díscuiso.) - Sr. Presidente, S1's.Deputados, a decisão do Governo Médici deampliar nosso mar terrltoríal para uma ex­tensão de 200 milhas, veio representar umgesto afirmativo, condizente com a sobera­nia nacional.

Deliberação seguida por quase todos ospaíses sul-americanos, sem que tenhamospermitido a grupos ou governos estrangeiroso exame ou o debate dessa medida, dispo­mos hoje de uma costa atlântica que pro­porciona ao Brasil excelentes perspectivasnoplano de petróleo, além de constituir fér­til área pesqueira.

Torna-se imperioso, agora, que seja res­peitada esta faixa de 200 milhas, expressanuma dimensão de cerca de nove mil quilô­metros de litoral. Para tanto, devem serapreendidos quaisquer tipos de barco quepenetrem ilegalmente em águas privativasda Nação.

Espera-se, por outro lado, que o Governoconfirme o seu patriotismo, evitando a ee­lebraçâo de acordos - seja para a pesquisade petróleo ou captura de cardumes - cujoespíríto venha lesar a soberania nacional.

Não há dúvida de que, com alto knowhow e avançado equipamento tecnológico,poderá nossa Pátria converter esta plata­forma rnarltíma em extraordinária fontede riquezas, quer no aspecto mineral, querno animal.

Parlamentar de Oposição, não hcsrtareíem aplaudir e apoiar as ações do Governo~:~~~~1.sempre que busquem o interesse

Ai estão as Forças Armadas, particular­mente a Marinha e a Aeronáutica, que não.deixarão de proteger ° mar brasileiro, nu­ma permanente tarefa de custódia.

Era o que tinha a dizer.O SR. MARCO MACIEL (Pronuncia o se­

guinte discurso.) - Sr.. Presidente, Srs.Deputados, teve lugar, no dia 14 de feve­reiro próximo findo a posse do MirnstroDjaci Falcão na Presidência do SupremoTribunal Federal.

Ao registrar o evento e para que constedos Anais da Oasa, gostaria de ressaltar al­gum traços do perfil do magistrado que éDjaui Falcão, bem como transcrever trechosdo discurso de posse de Sua Excelência.

Homem simples, sensível, probo e íntelí­gen1,e, alia a essas qualidades um aeendra­do aspírtto público e uma singular vocaçãopara a magistratura. Ingressando na car­reira com a idade mínima permítída por'lei, exerceu os mais destacados postos noTribunal de Justiça de Pernambuco, trans­ferindo-se em seguida para o âmbito fe­deral, onde foi Presidente do Tribunal Su­perior Eleitoral. Agora, com 55 anos deidade, depositário da confiança de seus pa­res, é alçado à mais alta cadeira daquelaCorte. Gamo um de seus mais jovens Pre­sidentes. É a consagração de uma carreira- trajetária que compreende desde o pri­meiro ao mais alto posto - à qual se de­dleou com denodo e desprendimento.

Demonstrando descortino e sensibilidadeem relação aos problemas da sociedade mo­derna, acha S. Ex." válida a engenhosída­de dos técnicos, "na medida em que sejaútil ao bem comum", e proclama que "gra­ças aos recursos da tecnología ... o homempassou a desfrutar um nível de vida' maiscondigno, sendo-lhe proporcionada uma no­va consciência social". Observa, porém, a"necessidade da díseípünação do empregodos meios técnicos, a fim de que não sechegue a nivelamento coletivista, com me­nosprezo aos limites éttco-jurídíeos da vida".

Atento aos perigos da tecnocracia, que ig­nora os valores maiores da nossa civiliza­ção, o Ministro' Djaci Falcão, fiel a sua pro­gramação numanístíca, lembra que "há emcada um de nós o sentimento interior deque uma sociedadé é tanto mais livre quantomais se proporcione o respeito à dignidadeda pessoa humana".

Outro ponto de seu pronunciamento quejulgo importante referir diz respeito à ne­cessidade da reforma do Poder Judiciário.

Como se recordam V. Ex."", Sr. Presidente,Brs. Deputados, a idéia se corporificou porocasião da visita que o Presidente ErnestoGeisel fez ao STF, dias após ter sido em­possado na mais alta magistratura do País,A partir daí, o então Presidente do Supremo,Ministro Eloy da Rocha, solicitou dos Tri­bunais dos Estados e da Justiça Federal osprimeiros subsídíos sobre o assunto. Os tra­balhos constituem, conforme dísse, "tarefacomplexa", a qual muito vai depender dacolaboração do Executivo e do CongressoNacional, ora instalado.

A estrutura judiciária do Pais - afirmaainda o Presidente do Supremo - "exigemodificações que o tornem compatível como índice do nosso processo de desenvolvi­mento".

Aponta S. Ex." COmo "a grande defi­ciência do Judiciário, o acúmulo de serviço,com reflexos negativos na segurança [urídí-

ca e na estabilidade social". Em abono desua opinião, cita estatísticas do TribunalFederal de Recursos, segundo as quais "onúmero de feitos pendentes na primeira ins­tância, ao fim de 1973, montou a 270.000,enquanto o detíeít acumulado naquela Cortechegou a 3,372 processos".

A Justiça do Trabalho, bem como a Elei­toral e a Militar, diz S. Ex.", também "apre­sentam os seus problemas a merecerem adevida revisão".

Assmalou, igualmente, - o que, aliás,já se verificou em outras experiências rea­lizadas no Pais - que não basta o aumen­to de varas ou do- número de Juizes nosórgãos colegiados.

Impõem-se, mais, em sua opinião, como"pontos relevantes na reforma do Judiciá­rio - o processo de recrutamento de juizes,a Instítuícãn de cursos para o seu aperfei­çoamento, a remuneração condigna. as ga­rantias que a Constituição oferece e a com­petência dos órgãos judiciários".

Ao lado disso lembra, acertadamente, queleis processuais também contribuem para oretar?-amenf::<> dos processos: A propósito,convem, mais uma vez, sugerir a necessida­de de obviar a tramitação de determinadosfeitos, a exemplo do que ocorre em outrospaíses, dando-lhe verdadeiramente proces­so e' julgamento de rito sumário - ou su­maríssimo, para usar a expressão de nossotexto constitucional - e conferindo, damesma forma, ao [ulgador maior autonomiapara prolatar a sentença.

Estou certo, Sr. Presidente e Srs, Depu­tados, de que aos Ministros Djací Falcãoe 'I'hompsnn Flores - empossado este namesma solenidade como Vlce-Prcaíderite danossa mais Alta Corte de Justiça _ desín­eumbir-se-âo das funções a ele comínadasc~lln a: proflciêncin dignidade e altivez qU~têm sído constantes em suas carreiras ju­dicantes.

Este, -o breve registro que, por oportuno ejusto. faço no momento. '

Era o que tinha a dizer.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _

Achando-se presentes os Srs. FranciscoBílac Pinto, Álvaro Valle, Mário MondinoDaniel Faraeo e Otávio Cardoso, represen~tantes da ARENA pelos Estados de MinasGerais. Guanabara e Rio Grande do Sulrespectivamente, convido Suas Excelência~a prestarem o compromisso regimental,com o plenárío e as galerias de pé.

Comparecem Suas Excelências juntoà Mesa, prestam o com-promisso regi­mental, tomando em seguida assentono recinto,

IV - O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)- Passa-se ao Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Antônio Bresolín.

O SR. ANTÔNIO BRESOLIN (Pronunciao seguinte discnrso.). - Sr. Presidente eBrs, Deputados. Peter Tompkins e Chris­topher Bird relatam, em seu maravilhosolivro "A Vida Secreta das Plantas" que"desde muito antes do chamado despertarda História, o pão é um alimento básicopara o homem. Na mítologia, a origem doscereais é em homenagem a Atis ou Oslrís.Em ruínas perto dos lagos suíços foramencontrados vestígios de pão datáveis depelo menos dez mil anos. Um grão de trigoé, em síntese, uma concreção com umaextremidade chamada germe - um apên­dice de endosperma amíláceo do qual oembrião da futura planta se nutre antes deemitir suas primeiras raízes - e uma cascaque se dispõe em três camadas e é chama­do roíão, Enzimas, vitaminas e minerais

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0074 Terça-feira!l DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

essenciais, inclusive o ferro, o cobalto, o co­bre,'o manganês e o molíbdeno encontram­se no germe e na casca". ( ... ) "O germe dotrigo é uma das poucas fontes naturaisonde se encontra, na íntegra, o complexovítamíníeo B, o que justifica o pão já tersido chamado de "o alimento da vida". Otrigo integral contém ainda vestígio debário, cuja deficiência no corpo humanopode causar distúrbios cardíacos, e de va­riádío, também essencial à saúde do cora­ção. Desde tempos írnemoríats, os' grãos detrigo foram triturados entre duas pedrascirculares. Até o advento das máquinas avapor, os moinhos eram acionados a mão:o primeiro moinho a vapor surgiu em 1784,em Londres. Nas pedras do moinho, ou mós,todo o grão era reduzido à farinha. No pro­cesso entrava também parte da casca, queé o que dá à farinha integral a sua colo­ração. No Deuteronômio 32, versículo 14, ohomem é ínstado a comer a "gordura dorim do trigo" - isto é, o germe".

Este é o trigo e sua extraordinária im­portância na alimentação humana e naeconomia dos povos. No Brasil a primeiratentativa de cultivo do trigo foi feita pe­los portugueses, no Norte e no Nordeste.Acostumados a comer muito pão em Portu­gal, tentaram aqui obter farinha atravésde plantações do cereal-ouro, conformedocumenta Josué de Castro em seu livro"Sete Palmos de Terra e um Caixão". Énatural que a tentativa não deu resultado.Mais tarde foram também os portuguesesque iniciaram a plantação -de trigo no RioGranEle do Sul. A linda Praça do Portão ea Rua Duque de Caxias, centro de PortoAlegre, noutros tempos foram cobertas detrigais plantados pelos portugueses.

A história da lavoura trítícola brasileiraé cheia ele avanços e recuos. O Brasil jáchegou a exportar trigo, e hoje com a me­canização da lavoura e com a-aplicação daspráticas mais modernas não consegue serauto-suficiente. E imagine-se que só o Es­tado do Paraná poderia tornar o Brasil au­to-suficiente na produção de trigo.

A despeito das frustrações de safras e doserros repetidos da política do Governo, oque ninguém de bom senso nega é a impor­tância da lavoura nrrtíeola, Deve-se à trí­ticultura, em grande parte, a mecanizaçãoda lavoura, o aproveitamento da terra doscampos, principalmente daqueles cobertospela chamada "barba-de-bode", a criaçãode importantes indústrias de máquinas eimplementas agrícolas - hoje, inclusive,exportados para o exterior - e, quandoabandonadas as lavouras, o aproveitamen­to dos campos com pastagens nobres, qua­druplicando a produção dc carne na meta­de do tempo. Deve-se ainda à trittculturaa criação do mais sadio e pujante movi­mento cooperativista' do Brasil. E os errose senões que ainda existem dentro destemovimento estão longe dos ínestímáveísserviços que as cooperativas prestam aosseus associados.

Daí a imperiosa necessidade de o Governocontinuar apoiando este importante setorda produção. O atual Governo, com muitoacerto, vem dando ênfase à genética, esti­mulando os campos experimentais, para queproduzam novas variedades e procuremadaptar sementes estrangeiras ao nosso cli­ma e solo. E isto é de capital importânciaporque a semente nova, além de produzirmais, apresenta maior resistência contraas pragas. Ainda há poucos dias visitei aEstação Elxperimental de Passo Fundo, cen­tro dirigido por técnico brasileiro de reno­me e que conta com uma equipe de técnicosda FAO, de Portugal, do México, do Brasile de outros "países. Acompanhado pelo Di­retor do Instituto, visitei centenas de can­teiros onde estão sendo realizadas expe-

ríêncías. Diversas variedades novas de trigojá foram ali produzidas e outras estão emestudo. Recolhi a melhor das impressões detudo o que vi.

Ao lado deste trabalho dos técnicos, me­rece referência •especial, também, o capri­cho dos granjeiros e colonos. Os plantado­res de hoje não são mais os poetas ruraisde ontem. São homens que trabalham paramelhorar suas lavouras, objetivando maiore melhor produção. E cumpre acentuarque esses experimentados produtores or­ganizam e plantam suas lavouras comassistência. técnica deficientíssima. Geral­mente, apenas as cooperativas dispõem detécnicos qUe atuam nas lavouras junto aosplantadores .

Diante deste quadro, o ponto cruciantedos lavoureíros é o preço. Até hoje os ór­gãos do Governo sempre basearam seuscálculos em dados que não eorrespondemà realidade. Jamais são calculados básí­camente os aumentos constantes e espan­tosos dos fertilizantes, dos fungicidas, doscarburantes, dos aluguéis dos campos, dasmáquinas e ímplementos agrícolas. Este éum mal crônico, semelhante '1'10 do reajus­tamento dos vencimentos do funcionalismopúblico ou do salário mínimo do trabalha­dor. Os dados coletados [unto às fontes deprodução pelas ccoperatívas, pela FECO­TRIGO, por técnicos ou por parlamentaressão preteridos por outros, arrancados ca­balisticamente dos computadores eletrôni­cos.

Ainda há quinze dias, em Santiago, fuiinformado por um produtor que, tendocomprado uma colhedeira marca "Class"por uma importância "x", foi chamadocom urgência para receber a máquina eefetuar o pagamento, pois, do contrário,no día seguinte a mesma custaria Cr$49.500,00 a mais. O que se passa com osfertilizantes foge à própria imaginação. Emnome da crise internacional do petróleo, asorganizações que produzem e comercializamestes produtos exploram miseravelmente osprodutores, ganhando somas astronômicas.

E como pode, então, o produtor, continuarplantando trigo? E, a não ser o trigo, quefazer dessas imensas áreas de terra já la­vradas e gradeadas? Plantar soja ousorgo de nada vale. Há, ainda, o problemadas pastagens. Trata-se de outro drama,pois, enquanto o Governo continua impor­tando carne, o pecuarista não tem paraquem vender o gado ... Milho? O Governonão deixa exportar.

É inconcebível o que se passa neste Pais.O Brasil poderia ser o celeiro da Humani­dade se o Governo dispusesse de infra-es­trutura para assegurar comercializaçãooportuna e preços justos ao produtor. Oideal não seria reajustar o preço do trigo,mas conter o aumento dos insumos. En­quanto o Governo não conseguir isto, só háuma opção: reajustar anualmente o preçodo trigo. Este reajustamento, no entanto,deverá ser feito em bases justas.

Pelos dados que coletei entre centenas deprodutores, cooperativas, técnicos e outros,o preço do trigo deveria ser de Cr$ 130,00à saca. A FECOTRIGO· enviou cálculos aoMinistério da Agricultura pleiteando Cr$128,00 à saca.

Este reajustamento deve ser feito oquanto antes, pois, do contrário, muitosprodutores reduzirão suas áreas de plantioe outros deixarão de plantar trigo.

Do General Geisel, que deu passo acertadono setor da genética, esperamos que dili­gencie agora assegurando preço justo aoprodutor.

Outro aspecto da política tritícola que o, Governo precisa encarar sem perda de tem-

po é o que tange aos produtos químicosusados para fertilizar o solo e para comba­ter as pragas. Além do preço excessivo, al­guns deles são profundamente nocivos paraa criatura humana e para a terra. No anopassado, em longo discurso que pronuncieidesta tribuna, alertei os órgãos do Governocontra o DDT, produto que há tempo teveseu uso proibido nos EUA. Os resultadosnão se fizeram esperar. Neste ano, usadono combate da lagarta, no Rio Grande doSul, o DDT levou centenas de agricultoresintoxicados para os hospitais e alguns parao cemitério. Isto, sem falar nos prejuízoscausados ao solo, com a destruição da fau­na microbiana, indispensável para mantera porosidade da terra. O próprio aumentode pragas, nos trigais e nos soj ais é emgrande parte provocado pelo uso desorde­nado de determinados produtos químicos.Acrescentem-se a estes males os preluísoscausados ao organismo humano e ao orga­nismo animal sempre que absorvem produ­tos industrializados procedentes de plantas'tratadas com o DDT e outros. O assunto é'da mais alta importância e deve merecer omáximo de atenção pelas autoridades com­petentes.

Outro problema de alta gravidade é oque se relaciona com a comercialização dasoja. A produção deste ano, a despeito doataque da lagarta e da broca em muitaslavouras, será a maior do Pais até hoje.Granjeiros e colonos empenharam-se a fun­do, trabalharam diuturnamente, capricha­ram nas suas lavouras, investiram somasfabulosas, e o resultado está aí: uma safra'sem precedentes. Este, o aspecto positivo.O aspecto negativo, no entanto, situa-se nacomercialização dessa produção fenome­nal.

O que está ocorrendo ag-ora é o que serepete todos os anos: aproxima-se a safrae, no meio da euforia dos produtores, 4Smultínacíonaía tramam e o Governo nãoadota medidas seguras em defesa da pro­dução.

Aquilo que aconteceu no ano passado éum exemplo incontestável de tal afirma­ção. Os próprios órgãos do Governo ­Banco do Brasil e Ministério da Fazenda-:::: colaboraram para que o produtor fossemiseravelmente explorado.

O Sr. Juarez Bernardes - Permite V.Ex.a um aparte?

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Com pra­zer.

O Sr. Juarez Berriardes - Nobre Depu­tado Antônio Bresolrn, V. Ex.a tem sidovanguardeíro na defesa da agricultura eda pecuária nacionais, não só quando Pre­sidente da Comissão de Agrícuttura e Po­lítica Rural, mas na qualidade de Depu­tado marcadamente atuante neste Plená­rio. Ao citar o problema do trigo, V. Ex.afez-me lembrar que também, o Estado deGoiás, que tenho a grande honra de repre­sentar na Câmara dos Deputados, foi ex­portador de trigo e, até há duas dácadas,ainda o produzia. Infelizmente, o GOVer­no abandonou por completo a região doPlanalto, do Alto Paraíso e da Chapada dosViadeíros, e o trigo, que ali existia em tipoespecífico, o "Viadeiros", acabou por pere­cer. V. Ex.a cita também o problema josoj a. Também o meu Estado, no sul e .10sudoeste, foi grande produtor de soja, masos agricultores desiludiram-se com as me­didas governamentais, visto que, se no anopassado a saca de soja foi vendida até por180 cruzeiros,' este ano o produto foi co­mercializado a 60, 55 e até 50 crúzeiros, E:o óleo de soj a, que outrora custava 3. cru­zeiros e 50 centavos o litro, foi para 8, 9e 10 cruzeiros, ao passar para as mãos dasmultínacíonaís. Veja V. Ex.a que, quandoo produto está nas mãos dos agrícultcrer

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira'" 0075

nacionais, nada vale, mas quando passapara os grandes grupos econômicos, ai sim,os preços sobem astronomicamente. No Es­tado de Goiás, mais de um milhão de sacasde milho não foram comercializadas. Semestocagem, esse milho apodreceu. A esma­gadora maioria da produção goiana de mi­lho foi comercializada a Cr$ 15,00 ou aCr$ 16,00 a saca de cinqüenta quilos. Pro­testei diversas vezes desta tribuna, escla­recendo que o agricultor necessitava dequatro ou cinco quilos de milho para obteruma garrafa de agua mineral ou qualqueroutro refrigerante. Por aí se vê o abandonoe, mesmo, o esquecimento a que vem sendorelegado o agricultor. Na oportunidade dasessão de abertura da 8." Legislatura, V.Ex." chama a atenção do Gçvernc Federalpara que volte suas vistas )a,'a o meio rural,sobretudo para a garantia da comerciali­zação. Meus parabéns a V. Ex."

O SR. ANTôNIO BRESOUN - Muitoobrigado a V. Ex:, que, além de agrônomo,é grande conhecedor do problema, pois commuito destaque já ocupou a Presidência daComissão' de Política Rural e conhece pro­fundamente os problemas da agropecuária.O aparte de V. Ex." vem enriquecer meumodesto pronunciamento.

Concedo o aparte ao meu nobre amigoAlexandre Machado.

O Sr. Alexandre Machado - Nobre Depu­tado, é muito oportuno o pronunciamen­to que V. Ex." faz. Aqui se falou em com­panhias rnultrnacíonats, que não lucraramo que foi denunciado pela Oposição, da qualV. Ex." faz parte no meu Estado. Não lucra­ram apenas aquilo, isto é, as muttínacíonaísdo soja brasileiro não obtiveram lucros deapenas 100 milhões de dólares, mas de'meiobilhão de dólares, no minímo , A multína­eíonaí ganha com o farelo, ganha com avenda do óleo e com a compra do grão.Baíxam o preço do farelo a um limite in­suportável, para nos comprarem este pro­du~o por um quarto do preço; vendem-noso oleo pelo dobro e compram-nos o grãopela metade do que vale. O Governo sedescuida, neste particular, enquanto neste.arrai.al domi~am, no ~rasíI, as empresasmultínacíonaís. Os agricultores,- premidospelo Banco do Brasil, são obrigados a pre­maturamente vender sua safra. A quem avende~? Às filiais, em Chicago, que a estahora ja passam a fixar o preço interna­eíonal para o grão. Tem razão V. Ex." quan­dI? provoca o debate; de assunto desta mag­mtude. Quero, também, na qualidade de rio­grandense e sendo o soja o maior produtodo meu Estado, estar ao lado de V. Ex.",para, em nome do Rio Grande do Sul de-fender a economia gaúcha. '

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado a V. Ex." Devo dizer que fui co­lega do Deputado Alexandre Machado,quando Deputado Estadual. Posso afirmarque S. Ex.", na representação da ARENAdo Rio Grande do Sul, é uma das figurasde maior relevo, prínctpaímente por se ca­racterizar como intransigente defensor dohomem que trabalha e produz, sustentáculode nossa grandeza econômica, e que, vi­vendo no interior de nossa Pátria, geral­mente é lembrado apenas às vésperas dacampanha eleitoral. '

Continuo, Sr. Presidente e Srs. Deputados.Os grupos econômicos vêm há meses tra­

mando .contra os interesses dos produtoresconforme denunciei ainda no mês de no':vembro, Noticias tendenciosas indiferencaquanto à compra do produto ~ outras táti­cas já estão sendo postas em prática.

Na Conferência da Soja, realizada emPorto Alegre, com a participação de 700delegados, o Presidente da FECOTRIGO e

outras autoridades, o problema da comer­cialização dessa oleaginosa foi abordado ediscutido em seus mínimos aspectos e de­talhes.

Eni;re os vários cálculos apresentados nocertame sobre o custo da soja, adoto o doSr. Adolf Arend, agricultor e Presidente doSindicato dos Trabalhadores Rurais de Oa­razínho, O custo orça entre Cr$ 75,00 e Cr$40,00 a saca, estabelecendo-se por isto umamédia de Cr$ 60,00. Quanto ao preço míni­mo, que o Governo pretende reajustar,conforme declarações do Diretor da CACEX,para Cr$ 75,00, acho-o bom, já que se tratade preço mínimo. E a comercialização da.soja, para deixar rendimento razoável aoprodutor, de acordo com o que estabeleceo Esl,atuto da Terra, deve ser feita na mé-dia de Cr$ 90,00 ã saca. .

O reajustamento do preço mínimo paraCr$ 75,00 a saca vai permitir ao produtoro uso da cédula EFG do Banco do Brasil,para reter o produto e vendê-lo mais tar­de, se isto lhe convier. Mas para isto épreciso que o Banco do Brasil opere comnovos critérios e não com os do ano passa­do, que o tornaram um dos grandes respon­sáveis pelo desastre que se verificou com acomercialização da soja.

A falta de providências imediatas, opor­tunas e corajosas por parte dos órgãos doGoverno vem gerando grande Intranqüílí­dade entre os produtores. Mais do que isto:há uns vinte dias, quando visitei a regiãoque mais produz soja no Rio Grande doSul, fui informado de que agricultores, emgraves dificuldades financeiras, já haviamcomeçado a vender a soja na roça ao preçode até Cr$ 35,00 a saca.

O 'Sr. Alexandre Machado - Nobre Depu­tado, sou dos que pensam que o soja, pro­teína vegetal concentrada, sempre foi a sai­da para a pecuária americana, através dautilização do seu subproduto principal, istoé, o farelo do soja. Em cada quilo de sojahá 45% de proteína, enquanto que cadaquilo de carne contém 20%. O soja é o ve­getal de concentração protéica mais fabu­losa. Jamais os Estados Unidos, com toda atonelagem de soja que possam produzir,cobrirão a demanda mundial de proteínas.Entendo, nobre Deputado, que nem preci­saríamos de preço mínímo para o soja.Precisaríamos, isto sim, que o Banco doBrasil fizesse coincidir o vencimento doscontratos com a entrada da safra ameríca­na no mercado internacional. Os EstadosUnidos, entretanto, já votaram magistral­mente toda a- legislação antitruste. Lá asmultínacíoneís não alcançam o prodiltoramericano. Quando o produtor americanoleva a safra ao mundo, para vendê-la po­demos dizer que essa é a "hora da verdade".Portanto, podemos comercializar nossa sa­fra - pouca em comparação com a dosEstados Unidos - na "hora da verdade"isto é, na hora em que o produtor norte':americano leva seu produto para vender nomercado internacional, jamais com prejui­zo, porque ele vende ao preço que devevender. Nos Estados Unidos, o Governo ga­rante o posicionamento de seu agricultor.Entendo, Sr. Deputado, que devemos "en­costar" nossa safra à safra norte-america­na. Assim estará resolvido o problema dosoja. Nada mais.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Concordocom V. Ex.a Enquanto isto não acontecer,no entanto, o preço mínimo ainda será abase de salvação do nosso produtor.

O Sr. ;Júlio Viveiros - Deputado AntônioBresolin, não sei se devo um agradecimentoà Secretaria de Agricultura do meu Estado.Sabe V. Ex." que levamos ao Pará sugestãopara o incremento do plantio do soja. En-

tretanto, vejo, todos os dias, se desencadea­rem nesta Casa reclamações em virtude dobaixo preço do soja. Vejo os representan­tes do Rio Grande, por exemplo, sempre re­clamando ao Governo a sustentação desseproduto no mercado internacional. Entãolembrei que o meu Estado precisava refor­mular sua agricultura, não só quanto aofeijão, ao arroz, à juta, à malva comotambém, com a introdução de :nov~s pro~dutos, como o soja. Entre quarenta qualida­des de soja, escolheu-se a que servia parao baixo Amazonas, mas a Secretaria nãofez o fomento necessário. Portanto, não seise por isso, devo agradecer a Deus. Talvezneste momento eu também estivesse recla­mando pelo descaso no setor da agriculturado meu Estado.

O SR. ANTONIO BRESOLIN - Muitoobrigado a V. Ex.a pelo honroso aparte.

O Sr. Odacir Klein - Deputado AntônioBresolin, com muita atenção estamos ou­vindo o pronunciamento de V. Ex." Con­cordamos em que neste ano' novamente oprodutor do soja, principalmente do RioGrande do Sul, está desorientado, relativa­mente à comercializacão. Voltam as multi­nacionais, mesmo através de certa parcelada imprensa, a confundir nosso plantador. Jáque agora está na moda os Ministros iremà televisão para prestar esclarecímentos aopúblico, inclusive algumas vezes sobre as­suntos que não são de grande importância,entendemos que seria de todo conveniente

. que o Ministro da Agricultura fosse à te­levisão esclarecer nossos plantadores de so­ja e dizer quais as perspectivas de comer­cialização neste ano.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado ao eminente colega e amigo.

Concluo, Sr. Presidente.O Governo, através dos Ministérios da

Fazenda e da Agricultura, bem como daCACEX e do Banco do Brasil, precisa se fa­zer presente o quanto antes com medidasseguras, práticas e corajosas. Sem isto ébem provável que se repita ó desastre 'dasarra passada, com graves prejuízos paraos produtores e para a própria economiado País.

Na VII Conferência do Parlamento Lati­no-Americano, realizada em Caracas, coma louvável colaboração da Delegacia Brasi­leira, consegui incluir a soja entre os pro­dutos básicos de exportação. Graças a estetrabalho, no dia 20, em Paris, quando ospaíses produtores de petróleo, a convite doPresidente da França; discutirem os proble­mas da comercialização do petróleo, estarãopresentes na agenda também os produtosbáfti.r;:o.s de exportação. A soja, pela primeiravez, Ilgurará entre os produtos que farãoparte da agenda dos debates. Naturalmentetal fato é de muita importância para ÓBrasil, que figura como quarto produtormundial.

O Sr. Geraldo Guedes - Preliminarmen­te, nobre Deputado Antônio Bresolin que­ro felicitar o povo gaúcho, que ~ 1t"Zde novo, 11m de seus representantes no Con­gresso Nacional, onde tem marcado umtrabalho parlamentar pleno de inteligên­cia, de conhecimento dos temas que abordae de dedicação à causa pública. Em rela­ção à Conferência de Caracas, desejo pres­tar meu testemunho de quanto foi. insisten­te e elevado o desempenho de V. Ex.a emfavor da soja, procurando, como conse­guiu, especificá-la como um dos produtosnobres, para receber tratamento preferen­cial, juntamente com outras matérias-pri­mas produzidas pelo solo latino-americano.Foi, na verdade, de singular relevo a parti­cipação de V. Ex." naquele certame, de­fendendo, sem temor e com a bravura que

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lhe é própria, os interesses dos agriculto­res de soja da terra rio-grandense ou, me­lhor dizendo, os produtores de soja de todoo Brasil.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muito gra­to pelo aparte honroso de V. Ex.a Sinto-mesensíbilízado em inserir as afirmações deV. Ex.a no meu modesto pronunciamento.Isto, porque o eminente amigo é um dosmaiores representantes _de Pernambuco edo Brasil. Homem culto, inteligente, ho­nesto e muito viajado, V. Ex.a vem pres­tando os maiores serviços ao povo, dentroe fora do Brasil.

Prossigo, Sr. Presidente.

O esforço do Governo deve se fazer sen­tir também junto às rnultdnacíonaís. Bas­ta de "panos quentes" para com estes gru­pos econômicos que estão espoliando a Na­ção. A propósito, o Presidente da Venezue­la, Carlos Andréa Perez, em vibrante ecorajoso discurso pronunciado perante oParlamento Latino-Americano, entre ou­tras coisas, disse: "Ou nós. dominamos asmultinacionais ou as multinacíonaís to­marão conta dos nossos países",

Os brasileiros confiam no patriotismo ena coragem do seu Presidente. Milhões deprodutores de soja aguardam preço justopelo fruto do reu trabalho. A economia doPaís reclama medidas urgentes e acerta­das. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. AntônioBresoliti, o Sr. Célio Borja, Presidente,deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Alencar Furtado,21'-Vice-Presidente.

r O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) ­Concedo a palavra ao Sr. Cardoso de Al­meida.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - (Pro­nuncia o seguinte díseurso.) Sr. presidente,Srs. Deputados, a estâtização do comércioe da exportação dos produtos de nossa agro­pecuária ameaça a continuidade do desen­volvimento de toda nossa agricultura em:'presarial.

O dirigismo e a artificialidade de órgãosoficiais, como a CACEX, o !BC e o IAA, tra­zem total desânimo aos setores da produçãoe do comércio. responsáveis pela colocaçãode nossos produtos agropecuários.

Depois de um ano de governo do Presi­dente Geisel, verificamos que a má orienta­ção recrudesce, e o resultado das últimaseleições bem o atesta. O partido da Revolu­ção, invencivel nas áreas da agricultura,sucumbiu de maneira estrondosa, principal­mente onde se implantou uma agriculturamecanizada com uso intensivo de fertilizan­tes e com a prática de conservação de solo,enfim, a agricultura que vinha sustentandoa halariça de pagamentos do Pais.

Diante dessa realidade, cabe ao Governoouvir e ponderar com toda a atenção a pa­lavra dos que conseguiram sobreviver aonaufrágio do partido do Governo e que vol­taram para essa Casa com o propósito derestaurar a confiança dos nossos agriculto­res no futuro.

É inegável que desde 19'73 há recessão nosetor, mas suas conseqüências são menosprejudiciais do que a direção estatizanteque Jmpede a lucratividade de nossa agro­pecuária, por ausência de espírito prático écomercial, que somente os setores da livreempresa possuem.

O regime de cotas de exportação e dire­ção das vendas ao exterior, bem como ascontenções absurdas de exportações prati­cadas pela CACEX contribuíram decidida­mente para a crise sem precedentes que as­sola a nossa economia algodoeira, bem

como prejudicaram seriamente a nossa ci­tricultura durante todo o ano de 19'14.

As confusões no mercado da soja provo­caram a maior revolta entre os agricultoresem 1974, e na safra atual a CACEX conse­guiu mais uma vez levar o desânimo aomeio rural, tirando da livre empresa e dolivre comércio a possibilidade de colocaçõesda soja a preços superiores e que dariam aolavrador boas condições de obter lucros nes­sa safra.

Os agricultores poderiam conseguir preçosacima de crs 110,00 o saco de soja, masdevido à ação da CACEX não percebemmais do que Cr$ 65,00. Isto se deve à proi­bição de vendas futuras ao exterior a pre­ços firmes e à negativa da diretoria daCACEX em ouvir os interessados, aquelesque realmente entendem de comércio ex­terior.

Os plantadores de milho foram castigadospor dois anos a fio, submetidos à proibiçãode exportar excedentes que pesavam sobreo mercado e perfeitamente informados deque o produto poderia ser negociado, pelodobro do preço reinante no interior. Quandoliberada a exportação, por alguns dias, emmeados de 19'14, o milho reagiu, mas ime­diatamente a CACEX contingenciava as ex­portações distribuindo uma quota exportá­vel entre as firmas, que derrubaram o mer­cado sem terem deixado de vender o milhopelos ótimos preços que o .mercedo externopermitia, mas que se tornou inacessível aoprodutor.

Ouvimos, há pouco, de um representantede Goiás, relato sobre a grande crise domilho em seu Estado. O que acabamos deouvir - e também dou meu testemunho arespeito do assunto, na qualidade de Depu­tado da ARENA - prova que :, CACEXabusou do direito de não se preocupar coma agricultura, deixando o agricultor deses­perado, sem poder vender a mercadoria que,se posta no navio, valeria o dobro do quevalia internamente.

A crise da laranja se abateu violentamen­te sobre a comercialização em 1974 e os pre­ços externos haviam se enfraquecido parao suco de Iaranja, mas os desacertos e aspunições de firmas responsáveis por quase40% das compras de laranjas fizeram re­crudescer a situação e atrasaram completa­mente a exportação e a colheita do produto,por culpa da ação da CACEX no setor.(Palmas.)

O Sr. Ricardo Fiuza - Nobre DeputadoCardoso de Almeida, ouvindo o oportunopronunciamento de V. Ex.", associo-me àssuas preocupações quanto à agriculturabrasileira. A CACEX, que proibiu a expor­tação de algodão em 1973, com reflexos apartir de fevereiro de 1974, fê-lo sob pres­são dos industriais de Santa Catarina, quehaviam vendido toalhas para os EstadosUnidos sem ter ainda a matéria-prima.Após a proibição, como medida paliativa,houve um contíngencíamento de prodíiçãopara a exportação do Nordeste. Iniciaremosa próxima safra ainda com grandes esto­ques de algodão. A CACEX fez com que osprodutores deixassem de vender o algodãoa 90 eents, E V. Ex.a bem sabe que os pre­ços hoje estão aviltados, em torno de 3D e40 eents, o quilo. Além do mais, agora osestoques de algodão estão sendo compradospelo Governo, pela CACEX, aos produtoresdo Sul do País - cerca de 120, 125 mil to­neladas. Ê preciso que não se cometa ocrime de vender esses imensos estoques nomercado interno quando se iniciar a safrado Nordeste, pois forçosamente, vendidospelo Governo, como tem sido feito, no prazode um ou dois anos, levarão à ruína totalos produtores de algodão do Nordeste, cujaprodução é tão importante para nossa re­gião. Solidarizo-me com V. Ex.a por tão bri.

lhante trabalho. As autoridades precisamtomar urgentes providências para que oabsurdo dessa política de desestímulo àagricultura - ao algodão e à laranja, comobem frisou V. Ex." - não mais ocorra. Essapolítica também prejudica a produção decelulose no Nordeste, proibindo a exporta­ção e dando estímulo à importação. Essescasos berrantes precisam ser corrigidosimediatamente.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - Muitoobrigado, nobre Deputado Ricardo Fiuza. Oaparte de V. Ex.a retrata realmente a si­tuação e sugere medida a ser tomada rela­tivamente ao mercado do Nordeste impe­dindo sej am vendidos internamente os es­toques comprados agora por um preço mí­nimo que, iriclusive, deu prejuízo ao lavra­dor.

O SI'. Ricardo Fiúza - Esses estoquesdevem destinar-se exclusivamente à ex­portação.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - Certo.O Sr. Célio Marques Fernandes _ Nobre

Deputado, o mesmo problema apresentadopor V. Ex.a sobre o algodão ocorre com osoja no Rio Grande do SuL Agora, ouvindoo magnífico trabalho do eminente colega,por uma associação de idéias imaginei queo culpado disso tudo continua no mesmolugar. Li em um jornal de São Paulo queV. Ex.a havia pedido a cabeça do Sr. Bene­dito Moreira. V. Ex.'" agiu muito bem, poisele é o causador de tudo, continua com amesma política do Sr. Delfim Netto, preju­dicial a setor tão importante da economiado nosso Pais. Admiro o trabalho de V. Ex."Solidarizo-me com V. Ex.", como arenístade primeira linha que é, pois indiretamentesomos responsáveis por esses acontecimen­tos desagradáveis em nossa Pátria, que nãopodem continuar. E que seja dado um "atélogo" ao Sr. Benedito Moreira.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - Muitoobrigado a V. Ex." Fico muito satisfeito comsua solidariedade. Realmente, muitos are­nístas não se reelegeram no pleito passado.Êramos 32 na Bancada de São Paulo e so­mente 8 regressaram a esta Casa - arems­tas que trabalhavam e defendiam o Governo- mas ficou na direção da CACEX o maiorcabo eleitoral do MDB.

A exportação da produção de mamona innatura era a úníca saida para a crise quetambém se abateu sobre o produto, cujo pre­ço havia caído de Cr$ 3.50 para Cr$ 0,70. Foisolicitada, na Oomissão de Economia, porDeputados do MDB e da ARENA, a exporta­ção de mamona em baga, que tem a suaentrada nos outros países subsidiada. Tínha­mos a solução: poderíamos conseguir entreCr$ 1,50 a Cr$ 2,00 por quilo da mamona embaga, o que seria justo, já que ela estavasobrando e não podia ser industrializada emnosso Pais. O Sr. Benedito Moreira não ce­deu. Os produtores de mamona entraram emcrise terrível, mas a proibição continuou,porque industriais poderossísímos, que ja­mais admitem qualquer inovação no setor,não concordaram com a solução pretendida,uma vez que seria, mais conveniente paraeles não ter concorrência na compra da ma­mona em baga.

Os problemas do arroz, do amendoim ede outros produtos também foram tratadospela CACEX com profunda injustiça para olavrador. E continuam os diretores daCACEX marginalizando o agricultor, comouma classe que não pode ter lucros, sematender às suas queixas -'- tanto em 74 [lamaneste ano - impedindo sua presença nomercado externo, para vender seus produtoscom liberdade.

As exportações de cebola e de batata de­ram prejuízos incalculáveis à nossa agrícul-:tura e a poíbíção da exportação de carne e

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de couro levou a pecuária a uma situaçãoperigosa.

Tendo defendido, nestaOasa durante oitoanos, a classe rural e sendo oonsíderado umhomem que teria grande votação, conseguireeleger-me, mas fechando as fileiras, E porquê? Porque mesmo os que me apoiavamestavam revoltados com a absoluta má con­dução, pela CACEX, da comercialização dosprodutos da agropecuária.

No setor responsável pela exportação, apolítica foi estatizante, e com o sistema dequotas injustas e criador de privilégios,abandonou-se a livre empresa e a concor­rência entre firmas nacionais e .estrangeí­ras, na luta pela compra dos produtos, so­brecarregando-se o produto de dívidas emais dívidas que aumentam dia a dia.

Na área dos produtos controlados porInstitutos a situação também foi péssima,tanto para os interesses da produção comopara o produtor. O Nordeste, apesar de ca­'rente de recursos, tem tido, nestes últimosanos, um mercado externo extraordinaria­mente comprador. O açúcar atualmente va­le mais. em termos das altas, do que o pró­prio petróleo. Seria a nossa arma para essacrise. Mas, como é possível aumentar a pro­dução de açúcar do Brasil, que necessita demaiores recursos cambiais, se o preço devenda do Instituto do Açúcar e do Alcool,para o exterior, conserva, nestes últimosanos, uma média de Cr$ 400,00 por saca e ousineiro recebe mais ou menos 15% destetotal, depois de muitas lutas? Cada 100 to­neladas de cana do fornecedor são vendidaspelo Instituto a Cr$ 660,00. Os produtoresestão recebendo menos de 10% deste total,não chegando a Cr$ 60,00. Depois de muitaslutas, mesas-redondas, conversas com o Pre­sidente do Instituto, ainda perdura um con­fisco de mais de 90% sobre o preço da canaproduzida. Onde está a redistribuição de ri­quezas? O nordestino precisa dela.

Na área do café, o !BC prossegue na suaação estatizante, tanto no que concerne àexportação do produto, como na sua comer­cialização no mercado interno. Vendem, in­clusive, o café a um prazo de três anos,sem juros e sem correção monetária, à in­dústrias de solúveis, para que não passempelo aperto em que .se vê o agricultor nestacrise que enfrenta o setor. O Presidente doIBC, - homem extraordinário, sério e deprestígio -- veio a esta Casa e, numa mesa­redonda na Comissão de Agricultura, tevea sinceridade e a honestidade de dizer quea única coisa de que não entende é de café.Por aí se vê que é um homem sério e ho­nesto, porque de café ele não entende mes­mo. Ora, se eu fosse o Presidente da Repú­blica e soubesse que alguém foi escolhidopara Presidente do IBC e que teve a corre­ção de dizer que a única coisa de que nãoentendia era de café, eu o tiraria de lá e ocolocaria em outro setor de que entendesse.Mas o café foi sempre tratado assim, Então,se o IBC é dirigido por quem não entendede café e reconhece isso, o café não vaibem; vai cada vez pior. Nesta Casa, temoscriticado a política do Governo e apontadosoluções para os problemas da agricultura,demonstrando que a lucratividade do setoré indispensável; que o sistema de livre em­presa, de comercialização dos produtos agrí­colas é o caminho certo e condenando asrestrições, as exportações e os confiscos, ossistemas odiosos de quotas.

Quero deixar bem claro que se a ARENAperdeu as eleições na área da agriculturamoderna, a culpa foi toda do Executivo, por­que não quis ouvir as palavras dos Parla­mentares. E se a CACEX, o IAA ou o IBCcontinuarem com as mesmas orientações, ese nós, representantes do Partido da Revo­lução, não formos ouvidos, vamos futura­mente, sofrer uma derrota muito maior.

Estou aqui para defender a Revolução e parapedir que o Governo nos ajude com a solu­ção adequada para os problemas da agricul­tura (palmas) a fim de que possamos, cer­tamente, num futuro próximo, derrotar rra­gorosamente os companheiros do MDB.

O Sr. Júlio Viveiros - Nobre DeputadoCardoso de Almeida, a sua tese é a tese doMovímento- Democrático Brasileiro. Graçasa Deus, não estamos vivendo um pesadelo,mas um fato real, histórico: um Deputadolúcido, da Aliança Renovadora Nacional vaià tribuna para dírer à Nação brasileira queo Governo colocou em prática uma políticaagrária errada, V. Ex.a está de parabéns pe­la brilhante colocação que faz do problema,Não é possível continue 3. agricultura 00­frendo esse massacre. E é interessante res­saltar que os homens que mais massacra­ram o setor foram premiados: o ex-Ministroda Agricultura, com o cargo de Governadordo Estado de Pernambuco: e ex-MinitroDelfim Netto, com a Embaixada do Brasil naFrança, V. EX,a está de parabéns porque,com a sua inteligência, prova à Naçâo bra­sileira que o Governo Geisel e seus assesso­res estão totalmente errados na políticaagrária aplicada ao País. Muito obrigado.

O SR. CARDOSO DE ÁLMEIDA ~ Muitoobrigado pelo seu aparte. Continuarei nestaCasa, com toda firmeza, lutando para que oExecutivo e os Governos da Revolução re­tomem, na área da agricultura, a popularí­dade e o apoio perdidos, prosseguindo nomuito que fizeram nos dez últímos anos pa­ra o bem-estar geral do País. Muitos ele­mentos do Executivo executaram mal suatarefa e o Governo tem acreditado neles.É necessária uma renovação de mentalldaãerelativamente à política de comercializaçãodos produtos agrícolas, porque, em últimaanálise, o que acontece é que o produtor nãoquer apenas crédito; ele está cheio de dívi­das e a Iueratívídade do setor o está afas­tando dos campos. Que retorne a lucrativi­dade e o Governo ouça àqueles que sobra­ram do nautrágío. Assim, conseguirá fazercom que o Partido tenha apoio nas regiõesagrícolas. Não adianta diretórios novos, mo­dificações, idéias e planos para vencer napolítica. É indispensável deixar o agricul­tor ganhar o seu dinheiro, ter o seu lucro,ver o resultado do que faz. A Revolução devepôr em prática esse princípio - assegurara lucratividade do homem do campo.

O Sr. Henrique Cardoso _. Nobre Depu­tado, estranhei que, em se falando de agri­cultura; houvesse referência apenas à soja,ao milho, à cana. V. Ex.a, que está abordan­do com proficiência a problemática agrícolado País deveria citar também o cacau, pro­duto básico da Bahia e que, no ano passado,se não me falha a memória, nos deu mais de300 milhões de dólares em divisas. Os la­vradores de cacau, abandonados, despreza­dos, vilipendiados, massacrados, com quase40% de responsabilidades fiscais, hão de vi­ver sempre batendo às portas do Governocom as mãos estendidas à sua esmola?

E aqui, corno representante do sul da Ba­hia, plantador de cacau que sou, quiseranesta hora poder espargir nestas paredeso aroma saudável do chocolate, para dizerque a Bahia, onde foi descoberto o Brasil,não foi ainda descoberta pelo Brasil.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA - Muitoobrigado. Como se vê, há mais uma regiãoque nós, arenístas, devemos defender, pro­curando fazer com que o Governo se preo­cupe com a agricultura, devolvendo-lhe alucratividade retirada. Muitos companhei­ros revolucionários perderam suas cadeirasnesta Casa, e os culpados pela nossa derrotano campo não podem ficar encastelados emseus cargos, pois suas orientações erradaspoderão trazer ainda maiores dissabores aoPartido da Revolução e prejudicar a agri-

. cultura empresarial que sustenta o desen­volvimento da nossa economia. Não há dú­vida 'nenhuma de que o Governo precisaentender - e os Governos anteriores à Re­volução não compreenderam também - quea agricultura sempre esteve clamando pelaatenção dos responsáveis pelo Pais, os quaissempre davam preferência à indústria, emdetrimento da agricultura.

Podemos agora exigir que a Revoluçãosinta a necessidade de se fazer uma modifi­cação, porque um País com oito milhões emeio de quilômetros quadrados, de dimen­sões continentais, portanto, precisa ter umaagrícultura cada vez mais forte, diversifi­cada, a fim de que não fiquemos só a pro­duzir soja, milho e carne.

Temos de ampliar a nossa produção paraque a própria indústria, vendendo tratores ecaminhões, possua a segurança de um mer­cado interno, A raclonalízaçâo administra­tiva igualmente se impõe, para que não nospercamos no improviso das medidas, sujei­tos às portarias de última hora e às libera­ções de exportação autorizadas às pressas,por causa da atuação de grupos que influemno setor, como acontece com o algodão.

O Brasil é o maior produtor de açúcar epode francamente ampliar suá posição nomercado. Muita coisa deve ser modificadana agricultura, porque todos desej amos, nasdiferentes áreas, alcançar maior produçãoque o consumo. Assim, a política tem de seraberta totalmente à exportação, para queconquistemos sempre novos mercados. Nãoé possível continuar o que está acontecendocom a produção brasileira. Diz-se que hámercado interno para toda a produção, masisso não é verdade. Temos produção em mas­sa e devemos exportá-la, livremente, a todomomento que pudermos.

Ouço falar em planos de abastecimento,mas sei que eles nada resolvem. São planosdesnecessários. O Brasil, com efeito, é umgrande armazém de mercadorias e, por isso,não precisa preocupar-se com o problemade estocagem, porque quando termina umacolheita de arroz no Rio Grande do Sul, porexemplo, já está a começar outra em Goiás;quando encerra a de Goiás, inicia-se a doMaranhão.

Por outro lado, o algodão, no Sul, começaa dar no primeiro semestre; logo depois,vem a safra do Norte. Oana-de-acúcar dá oano inteiro. Nós sornas o próprio' 'armazémregulador. Não há perigo de faltar nada.Vamos vender e não segurar .

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)

Está findo o tempo destinado ao Expe­diente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Oomuareeem mais os Senhores:

Acre

Nabor Júnior - MDB; Ruy Lino - MDB.

Amazonas

Antunes de Oliveira - MDB; Rafael Fa­raco - ARENA; Raimundo ParenteARENA.

Pará

Alacid Nunes - ARENA; Edison Banna- ARENA; Jader Barbalho - MDB; JoãoMenezes - MDB; Jorge Arbage - ARENA;Newton Barreira - ARENA; Ubaldo Cor­rêa - ARENA.

Maranhão

João Castelo - ARENA;' Luiz Rocha _ARENA; Magno Bacelar - ARENA; MarãoFIlho - ARENA.

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10'78 'l~erça-felra 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 19'75

Piauí

Dyrno Pires - ARENA.Ceará

Clauclino Sales - ARENA; Ernesto Va­lente -- ARENA; Flávio Marcílio - ARE­NA; Furtado Leite - ARENA; Gomes daSilva -- ARENA; Humberto Bezerra ­ARENA; Januário Feitosa - ARENA; Ma­noel Rodrigues - ARENA; Ossian Araripe- ARENA; Paes de Andrade - MDB; Par­sifal Barroso - ARENA; Paulo Studart ­ARENA.

Rio Grande do NorteFranc~isco Rocha - MDB; Pedro Luce­

na - MDB; Ulisses Potiguar - ARENA;Vingt lw,ado - ARENA; Wanderley Ma­riz - ARENA.

ParaíbaAdernar Pereira - ARENA; Antônio Ma­

riz - ARENA; Janduhy Carneiro - MDB;Marcondes Gadelha - MDB; Maurício Lei­te - ARENA; Petrônio Figueiredo - MDB;Teotônio Neto - ARENA.

PernambucoAiron Rios - ARENA; Carlos Wilson ­

ARENA1 Fernando Coelho - MDB; Geral­do Guedes - ARENA; Gonzaga Vasconce­los - ARENA; Jarbas Vasconcelos ­MDB; Joaquim Coutinho - ARENA; Joa­quim Guerra - ARENA; Josias lieite ­ARENA; Sérgio Murillo - MDB; ThalesRamalbo - MPB.

AlagoasGeraldo Bulhões - ARENA; José Alves

- ARENA; José Costa - MDB; ViniciusCansanção - MDB.

SergipeCelso Carvalho - ARENA; José Carlos

Teixeira - MDB; Passos Pôrto - ARENA.Bahia

Antonio José - MDB; Fernando Maga­lhães -- ARENA; Henrique Brito - ARE­NA; João Alves - ARENA; João Durval ­ARENA; JutahY Magalhães - ARENA;Leur Lomanto - ARENA; Lomanto Júnior- ARENA; Menandro Minahim - ARE­NA; Ney Ferreira - MDB; Noide Cerquei­ra - MDB; Prisco Viana - ARENA; RuyBacelar - ARENA; Theódulo Albuquer­que - ARENA; Vasco Neto - ARENA; Via­na Neto ARENA; Wilson Falcão ­ARENA.

Espírito Santo

Aloisio santos - MDB; Gerson Camata- ARENA; Mário Moreira - MDB; Moa­cyr Dalla - ARENA.

Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alair Ferrei­ra :.- ARENA; Alberto Lavinas - MDB;Ario Theodoro - MDB; Darcilio Ayres ­ARENA; Eduardo Galil - ARENA; Ema­nuel Waissmann - MDB; Hydekel Freitas- ARENA; Joel Lima - MDB; José Sally- ARElNA; Leônidas Sampaio - MDB;Milton Steinbrj1ch - MDB; Moreira Fran­co - MDB; Osmar Leitão - ARENA.

Guanabara

Alvaro Valle - ARENA; Erasmo MartinsPedro -- MDB; Flexa Ribeiro - ARENA;Hélio de .Almeída - MDB; JG de AraújoJorge -- MDB; Jorge Moura - MDB; JoséBonifácio Neto - MDB; Léo Simões ­MDB; Lysâneas Maciel - MDB; MarceloMedeiros - MDB; Pedro Faria - MDB.

Minas Gerais

Bento Gonçalves - ARENA; Carlos Cot­ta - MDB; Cotta Barbosa - MDB; FábioFonseél~ - MDB; Fernando Fagundes Ne-

to - ARENA; Francelino Pereira - ARE~

NA; Francisco Bllae Pinto - ARENA; Ge~

raldo Freire - ARENA; Humberto Souto- ARENA; José Bonifácio - ARENA; JoséMachado - ARENA; Juarez Batista ­MDB; Marcos Tito - MDB; Murilo Badaró- ARENA; Navarro Vieira - ARENA; No­gueira da Gama - MDB; Paulino Cícero- ARENA; Raul Bernardo - ARENA;Sílvio Abreu Júnior - MDR

São Paulo

A. H. Cunha Bueno - ARENA; Adal­berto Camargo - MDB; Airton Sandoval- MDB; Alcides Franciscato - ARENA;Aurélio Campos - MDB; Dias Menezes ­MDB; Diogo Nomura - ARENA; Faria li­ma - ARENA; Frederico Brandão - MDB;Guaçu Piteri - MDB; João Cunha - MDB;Jorge Paulo - MDB; José Camargo ­MDB; Marcelo Gato - MDB; Odemír Fur­lan - MDB; otavio Ceccaw- MDB; Ro­berto Carvalho - MDB; Sylvio Venturolli- ARENA; Yasunori Kunígo - MDB.

GoiásAdhemar Santilo - MDB; Ary Valadão

- ARENA; Fernando Cunha - MDB; HélioMauro - ARENA; Jarmund Nasser ­ARENA; José de Assis - ARENA; RezendeMonteiro - ARENA.

Mato GrossoAntônio Carlos - MDB; Gastão Müller

- ARENA; Nunes Rocha - ARENA; Wal­ter de Castro - MDR

Paraná

Adriano Valente - ARENA; AgostinhoRodrigues - ARENA; Alípio Carvalho -'ARENA; Antônío Annibelli - MDB; BragaRamos - ARENA; Cleverson Teixeira ­ARENA; Fernando Gama - MDB; HermesMacêdo - ARENA; 19o Losso - ARENA;Minoro Miyamoto - ARENA; Norton Ma­cêdo - ARENA; Olivir Gabardo - MDB;Santos Filho - ARENA; Sebastião Rodri­gues Júnior - MDB; Túlio Vargas - ARE­NA; Walber Guimarães - MDB.

Santa Catarina

Abel Avila - ARENA; Albino Zeni ­ARENA; Angelino Rosa - ARENA; Ernes­to de Marco - MIJB; Francisco Libardoni- MDB; Henrique Córdova - ARENA;Jaison Barreto - MDB; Luiz Henrique ­MDB; Pedro Conn - ARENA; Valmor deLuca - MDR

Rio Grande do SulDaniel Faraco - Alexandre Machado

- ARENA; Antônio Bresolin - MDB;Augusto Trein - ARENA; FernandQ Gon­çalves - ARENA; Harry Sauer - MDB;Jairo Brum - MDB; Magnus Guimarães- MDB; Nadyr Rossetti - MDB; OtávioCardoso - ROSa Flores - MDB; MarcoMondino.

RondôniaJerônimo Santana - MDR

v - ORDEM DO DIAO SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)

- A lista de presença acusa o eomparecí­mento de 286 Srs. Deputados.

'Os Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo.

O SR. ULYSSES GUIMARãES - Pro­jeto de emenda constitucional que dánova redação ao § 2.° do art. 15 daConstituição Federal.

O SR. ATHlm COURY - Projeto delei que introduz alterações na Lei n.o2.044, de 31 de dezembro de 1908, quan­to ao protesto de títulos.

o SR. MARCO MACIEL - Projeto deresolução que altera dispositivo doRegimento Interno para criar a Comis­são Especial do Desenvolvimento Urba­no e Regiões Metropolitanas.

O SR. WALTER SILVA - Projetode lei que acrescenta dispositivos aoart. 49 da Lei n.o 4.504, de 30 de novem­bro de 1964 (Estatuto da Terra).

O SR. PEIXOTO FILHO - Requeri­mento de inserção em Ata de um votode congratulações com a Câmara Muni­cipal de Duque de Caxias, Estado doRio de Janeiro, pela inauguração, a 28último, das novas sedes" da.BibliotecaJosé do Patrocínio e do Teatro Muni­cipal.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES- Requerimento de consignação nosAnais da Casa de um voto de pesar pelofalecimento, em porto Alegre, do Advo­gado Dr. Pedro Sérgío Brunelli, genrodo Senador Tarso Dutra.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Re­querimento de consignação nos Anaisda Casa de um voto de pesar pelo fale­cimento do Ten. Olmiro j3arriquello.

- Requerimento de consignação nosAnais da Casa de um voto de pesar pelo'falecimento do Sr. Sady Fortes.

O SR. DASO COIMBRA - Projeto deleí que institui o Dia da Biblia para sercomemorado em todo território nacio­nal, no 2.0 domingo de dezembro.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Projetode lei que dispõe sobre Q plantio obri­gatório de árvores frutíferas nos pro­gramas de arborização e florestamentoou reflorestamento desenvolvidos peloGoverno do Distrito Federal.

Projeto de resolução que introduz alte­rações nos artigos 23 e 28 do Regimen­to Interno, a fim de reínstítuír a Co­missão do Distrito Federal.

O SR. ALVARO VALLE - Projeto delei que altera dispositivos da Lei n.o5.692, de 11 de agosto de 1971, que fixaDiretrizes e Bases, para o Ensino de 1.0e 2.° graus.

O SR. DARCíLIO AYRES - Projetode resolução que ,(lá nova redação aoitem IH do artigo 31 do Regimento In­terno da Câmara dos Deputados, acres­centando-lhe parágrafo.

O SR. FRANCISCO AMARAL - Pro­jeto de lei que modifica a redação doart. 1.0 da Lei n.o 6.179, de 11 de dezem­bro de 1974.

O SR. FLORIM COUTINHO - Proje­to de lei que concede anistia a quantoshajam sido envolvidos em crimes de na­tureza política, a partir de março de1974.

O SR. J!'ERNANDO LYRA - Reque­rimento de consignação nos Anais daCasa do transcurso do 30.0 aniversárioda morte de Demócrito de Souza Filhoe do carvoeiro Elias, ocorridas no dia 3de março de 1945.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)_Nos termos do inciso lI, artigo 10 do Regi­mento Interno, concedo a palavra ao Sr.José Alves, na qualidade de Líder da Alian­ça Renovadora Nacional.

O SR. JOSÉ ALVES - (COIDO Líder. Pro­nuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, o Congresso Nacional rece­beu, em sua sessão primeira da nova legis­latura, a Mensagem Presidencial sobre avida da Nação.

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Màrço de 1975

.Coincide a divulgação desse documentocom o primeiro ano de caminhada do Sr.Presidente Ernesto Geisel e, o que de maisimportante percebo, a Mensagem é formu­lada quando se pretende alicerçar uma novafase; quando novos caminhos se abrem;quando alternativas são propostas aos bra­sileiros; no momento em que perspectivasexistem para uma decisão definitiva .sobreo que se pretende para este Pais, e de quemodo se deve desenvolver o projeto sobreseu futuro. A opinião nacional começa tam­bém a ver no documento traços importan­tes e balizadores dos próximos passos daAdministração e, significativamente, não fi­cou sem eco o apelo do Presidente da Re­pública para que a sua fala ao CongressoNacional constituísse

"motivação para um exame, ao cabodo qual estejamos todos, governantes egovernados, habilitados a concluir seexecutamos bem as tarefas que nos fo­ram delegadas, se fizemos aquilo que aNação, legitimamente, tinha o direitode esperar de nós neste primeiro anode governo (Mensagem, Introdução),

A FALA NA IMPRENSAA ressonância, no primeiro momento ja

é, bem favorável. Faço alguns registros. 'In­titulando-o "A fórmula triangular do fu­turo", o Jornal de Brasília fez o seu co­mentário sobre a Mensagem, para dizer aosseus leitores que:

"Raras mensagens presidenciais aoCongresso terão sido mais fecundas,claras e abrangentes quanto a do Presi­dente Geisel, que em vez de seguir ummero preceito constitucional, expandiusua pretensão informativa aos níveis deum exame globalista dos rumos de seugoverno.

Nunca uma prestação de contas, que aprópria mensagem recusa pela aridez esuperabundância numerclógíca , Nuncaum relatório extensivo e quantitativodas metas governamentais, que se sabehoje de alcance duvídável pelas súbitas'e inesperadas variações de conjuntura,o que obriga os governantes a imporalterações de curso a curtos espaços detempo. E jamais um enunciado vago eidealístico das formas de um Brasil­tentativo, que sempre esteve preserrtenas formulações concebidas em audáciae não em realismo.A mensagem de Geisel interpreta a as­piração mais objetiva em prol de umBrasil equilibrado em seu desempenhoeconômico, politico e social, sem darprevalência absolutista para qualquerdos três aspectos."

(Edição de 2 de março de 1975, pág. 4'>Não foi diversa a posição revelada por

outros órgãos da imprensa brasileira, comose lê nos importantes jornais O Globo e.Jornal do Brasil,

O primeiro classifica a mensagem de "Do­cumento Histérico" e fundamenta a sua de­:finição;

"Por mais de uma razão, revestiu-se deimportância histérica a festa de ontemem Brasíjia, quando solenemente seinstalou a oitava sessão do CongressoNacional. Tinham razões de júbilo' nãosó os donos da festa - os novos legis­ladores do Pais, eleitos em pleito livre,conscientes da independência de seu

.Poder e das cruciais responsabilidadesde sua ação futura - como o principalconvidado, o Poder Executivo, condutordo processo de distensão política' quetem na atual legislatura os seus primei­ros frutos.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

A firme determinação de dar continui­dade a esse processo transparece comnitidez na mensagem anual do Presi­dente da República ao Congresso, for­malmente entregue ao Legislativo pelochefe do Gabinete Civil. Com razãolembra o Presidente Geisel que o desen­volvimento deve ser obrigatoriamenteintegrado, vale dizer, que o progressonos campos econômico, psicossocial épolítíco deve ser, tanto quanto possível,simultâneo, sob pena de que a estagna­ção de um setor venha a deter o avançodos demais."O pronunciamento do Presidente Geiselvale tanto pelo que contém, na conceí­tuacão ordenada de uma filosofia degoverno, como pela forma: a linguagemé franca, transpirando um otimismorealista que não oculta dificuldadesnem esconde percalços. E não foge àsexpressões enérgicas, quando estas seimpõem. Isso é particularmente dignode nota no trecho em que ó Presidentemenciona os estímulos e as condiçõesdo processo de distensão;

. "Permanecemos com o mesmo propósitoindefectível de garantir. a todas as en­tidades componentes do complexo dasociedade brasileira, o pleno exercíciode suas atividades, dentro dos limiteslegais, aceitando sua colaboracâo desin­teressada e leal, desde que não ímposí­tiva. Do mesmo modo, 'não podemosadmitir intromissão indevida em áreasde "responsabilidade privativa do Gover­no, nem a crítica desabusada ou menti­rosa, nem pressões descabidas."

Por tudo isso - pelo momento, pelo tome pelo conteúdo - a mensagem presi­dencial se faz peça inestimável e indis­pensável do diálogo democrático que ainstalação dos trabalhos legislativosfará ganhar impulso daqui por diante.",(O Globo, edição de 2 de Março de 1975,1." página)

A opinião do Jornal do Brasil pode serrecolhida no editorial "Desenvolvímento eDemocracia":

"gm sua Mensagem ao Congresso ­"este corpo legislativo renovado que orase instaura" - o. Presidente ErnestoGeisel voltou a definir e justificar asdiretrizes básicas que pretende impri­mir ao seu Governo, reiterando a fór­mula, já expressa em anterior pronun­ciamento ao pais, de "um máximo dedesenvolvimento possível, com um mí-

"nímo de segurança indispensável."

Ao reconhecermos aspectos positivos dosGovernos anteriores, a partir de 1964 ­desde o Presidente Castello Branco, queteve de atender prioritariamente ao sa­neamento econômico financeiro, ao Pre~

si'dente Emílio Médici, que alcançou"extraordinário êxito" no campo eco­nômico - o Presidente Geisel põe oesterco atual de seu Governo nalinha de continuidade que procuralevar o crescimento material a con­quistas psicossociais.

Esta obra anterior, na manutenção daordem e na retomada do desenvolvi­mento, constitui um legado, um patri­mônio valioso, a partir do qual o novoGoverno pode modular as necessidadesde construção econômica com o proj e­to, até há pouco tempo em atraso, dedesenvolver igualmente o setor politi­eo. Está caracterizada na Mensagempresidencial a sustentação da linha demodernização do país através da recon­sideração e rearírmação das atividadeseconômicas, polítícas e sociais, a fimde que o desenvolvimento se processe

Terça-feira '" 0011

de maneira integrada, fundamentadoem visão humanista."<Edição dez de Março de 1975, pág. 6)

DIALOGO INCESSANTENão há oportunidade favorável, uma se­

quer, que tenha sido desperdiçada peloChefe do Governo, na sua busca de todasas horas pelo estabelecimento de um com­promisso entre as lideranças desta Nação,compromisso que enseje a participação detodos - estejam em quaisquer posições erespeitadas as suas idéias - na formulaçãode um projeto democrático de vida para opovo brasileiro. Não causa surpresa, portan­to, a ratificação fcita pelo dirigente da Na­ção quanto aô trabalho que há de ser con­tinuado na organização da vida nacional.Não pode haver dúvida quanto a esse obje­tivo.

Em agosto de 1974, falando aos dirigentesda Aliança Renovadora Nacional, no Palá­cio da Alvorada, dizia o Presidente da Re­pública que "a portentosa construção" dofuturo de grandeza que desejamos e anteve­mos para a nossa Pátria, deverá "realizar­se, neeessartamente, no quadro de nossoregime democrático", obedecidas regrasfundamentais da conduta politica, taiscomo as do "atendimento real às mais carasaspirações do povo em geral. da represen­tatividade legítima da vontade popular e darotatividade periódica dos executivos, atra­vés de uma estrutura partidária. de natu­reza plural, dentro dos moldes constitu­cionais".

Está posto o debate. Ninguém tem condi­ção mais privilegiada - lnsubstítuivel até- para aceitá-lo, em nome da Nação, doque o parlamentar.

Oorrvém assim que uma análise profundaseja iniciada a partir das informações con­tidas na Mensagem ao Congresso Nacional.Até porque a nossa presença nesta Casa nosdá a grave responsabilidade de cuidar paraque o País seja eficientemente conduzido.

E não existe qualquer possibilidade defuga a essa tarefa, sob pena de ficar ca­racterizada a desídia, a omissão e a irres­ponsabilidade do mandatário.

A tarefa parlamentar não consiste, obvia­mente, na crítica desabusada e superficial,mas exige, para o seu exato desempenho. oestudo mais amplo e o reconhecimento,quando for o caso, do êxito alcançado.

COMO ESTÁ O PAÍS

Revela o Governo que no ano de 1974 ataxa de crescimento do Produto InternoBruto (PIE) alcançou 9,6%. No período1969-1973 o desenvolvimento global da eco­nomia apresentou sempre resultados alta­mente satisfatórios, conservando-se umataxa de 'crescimento do Produto InternoBruto superior a 9,8%. taxa prevista no Pri­meiro Plano Nacional de Desenvolvimento.

A taxa de crescimento do PIB em 1973foi de 11,4%.

Analisando-se o crescimento do Pais noano passado em face do resultado obtidoem 1973 poder-se-ia concluir, apressada­mente, ter havído um declinio.

Colocando-se entretanto o exame da si­tuação da economia mundial, conclui-se tersido altamente favorável o desempenho daeconomia brasileira.

Categoricamente assinala o Presidente daRepública:

"Alterou-se substancialmente, em nossofavor, o hiato de taxas de crescimentoentre, por exemplo, o Brasil e os paísesdo mundo desenvolvido, em compara­ção com anos anteriores,

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OORO Terça-feira"

'!!lnquanto o Brasil crescia entre 10 e11 %, tais países cresciam na ordem de6% ao ano. .

Em 1974, desenvolveu-se o Brasil empouco menos de 10%, enquanto aquelespaíses, em conjunto, praticamente nãoapresentaram crescimento algum."

O ano de 1974 encontrou o Pais com umProduto Interno Bruto equivalente a oiten­ta milhões de dólares (a dólares de 1973l.Sua renda per capital aproxima-se de 800dólares.

A inflação alcançou taxa muito alta em1974, situando-se em torno de 34 a 35%.

Este aumento pode ser melhor verificadose examinarmos que nos anos anteriorestivemos as taxas seguintes:

%

1969 24,21970 . 20,91971 ,.................... 19,51972 ~....................... 15,71973 13,7

Fato excepcional teria ocorrido. pois es­capa à comprecnsão que o Governe houves­se descuidado do combate a esse mal quedestrói o trabalho tão penosamente 'realiza­do para a criação da riqueza nacional.

O aumento de preços externos. em produ­tos indispensáveis à nossa economia. é apon­tado como causa da anomalia.

Diz a mensagem do Sr. Presidente queem conseqüência da inflação externa, ocor­reram, entre outros, os seguintes aumentos:gasolina (116%), aço (47%), fertilizantes(143% l. .

. Vistos isoladamente esses resultados po­dariam- abalar a crença do brasileiro quan­to ao futuro do desenvolvimento do Pais.

J1J necessária, portanto, uma comparação.O Brasil não está em situação grave ­muito pelo contrário - no quadro de de­sorganização da economia mundial, quepode ser aferido pelas amostras das taxasde inflação de alguns paises, em 1974 (de­pendendo do indicador. os preços por ata­cado devem elevar-se de 25% nos EE.UU.l.

Estados Unidos 13 a 25%Europa (exceção da Alema-

nha) 15 a 25%Japão 30 a 35%

Assinala-se que, enquanto o nosso paisnão mantém qualquer subsidio aos produtosaqui assinalados, grande número de paíseseuropeus ainda mantêm subsidio à energiaelétrica e outras formas de energia.

Não cabe, evidentemente, repetir nestediscurso 05 números alinhados na mensa­gem presidencial, que todos a ela têm aces­so e, naturalmente, a examinarão, mas érelevante verificar qual foi a orientaçãoadotada pelo Governo em 1974. A respostaestá na página 15 da Introdução ; a orien­tação "foi a de efetuar, rapidamente, todosos principais reajustamentos necessários,quer no campo da inflação, quer na adapta­ção da estrutura econômica brasileira àconjuntura mundial em crise". (Mensa­gem ao Congresso Nacional, 1975, Introdu­ção, pág. 15).

DEFINIÇõES

Mais que os números que se sucedem ademonstrar o crescimento do País, em umaconjuntura desfavorável, há que se darrealce às decisões reveladas pelo PresidenteErnesto Geisel.

Assim não há de ter continuidade qual­quer desconfiança em relação ao papel queO Governo destina ao empresariado nacío­:nal, como também se pode afirmar queconstitui objetivo da maior nnportâneía

DI";'RIO DO CONGRESSO,NACIONAL (Seção I)

para o Governd a melhoria da distribuiçãode renda, "que se refletirá na desejada ex­pansão da demanda efetiva no mercadointerno".

É muito saudável que haja uma afirma­ção categórica do Governo quanto à neces­sidade da melhoria da distribuição da renda.Não basta a riqueza do País, pois esta sig­nificaria apenas uma visão materialista davida nacional, quando há de prevalecer umaigualdade qualitativa.

Como na parábola do Bom Pastor, é preci­so quc se cuide principalmente da ovelhadesabrigada, desgarrada, mesmo que o re­banho esteja bem.

POLÍTICA SOCIAL

Uma retificação de rumos vem sendo fei­ta há meses para que o homem brasileiroseja o único destinatário do desenvolvi­mento.

A eriaçâo do Ministério da PrevidênciaSocial, as modificações que se começam aprocessar no esquema de atuação do Ban­co Nacional de Habitação, com redução in­clusive de prestações pagas por mutuáriosde baixa 'renda, são indicadores de medidasadotadas a curto prazo para melhorar aqualidade de vida do povo. _

O Sr. Dib Cherem - Deputado José Alves,V. Ex. a de maneira muito oportuna aborda,para esta Casa, a Mensagem de S. Ex. a oSr. Presidente d~ República. Além do aspec­to político dessa Mensagem, saudado por to­das as correntes de opinião da politica na­cional, pela Imprensa e por quantos têmrespnnsahilldadc nesta Nação, S. Ex. a pro­curou mostrar aos brasileiros o quadro realdeste Pais, as suas dificuldades de ordemeconômica, os problemas a enfrentar, con­clamando a comunidade brasileira para que

'se alie aos esforços do Governo para a.solu­ção de problemas comuns. S. Ex. a , o Presi­dente da República, não escondeu as difi­culdades de ordem econômica que ao longode 1974 tiveram profunda repercussão, so­bretudo na vida social deste Pais. Mas atra­vés do esforço que se pretende realizar, daclasse política, do Governo da República, degovernos estaduais e de quantos têm respon­sabilidade na vida deste País, estas dificul­dades sem dúvida alguma poderão ser supe­radas. É uma análise sincera, franca e leal,de quem tem o desejo de acertar e fazercom que o Brasil efetivamente atinja osseus objetivos. E praza a Deus que em 1975o Presrderrte Geisel, contando com a cola­boração dos brasileiros e deste Parlamento,possa solucionar os problemas de ordemeconômica, a fim de que impere no Brasila paz social.

O SR. JOSÉ A:LVES - Deputado Dib Che­rém, V. Ex. a apreendeu magmtícamente ecom rapidez as palavras da Mensagem quetodos nós acabamos de ler. Fico muitotranqüilo com a Interpretação que V. Ex. a

dá ao seu conteúdo político e às informa­ções valiosas nela contidas. O meu enten­dimento, Deputado Dib Cherem, corres­pende exatamente a tudo quanto V. Ex."acaba de dizer. Isso me dá muita tranqüi­lidade, uma vez que a Mensagem é um do­cumento que demanda uma análise muitomaior, muito mais profunda, como todosos parlamentares haverão de fazer em tem­po oportuno. E esse traço que trazemos ho­je a esta Casa é evidentemente apenas oinício de um debate, de um diálogo que háde ser travado nesta Casa em torno daque­les temas importantes e fundamentais paraa vida desta Nação. Agradeço essa contri­buição inestimável que V. Ex." oferece aomeu discurso.

Srs. Deputados, há um tom de completasinceridade na exposição feita pelo Presí-

dente da República ao Parlamento. EXell1­plo disso é a referência à ação governamen­tal no Nordeste. Estou, neste ponto, muitçà cavaleiro para julgar, não mais em traçosrápidos mas com eonhocímento de caufl~,o tom leal com que o Sr. Presidente ErneatóGeisel transmite ao Congresso Nacional âação do Poder Executivo nesse setor.

Não se alinham resultados, nem se apre­sentam fórmulas, dogmaticamente, comoera praxe até então. O que se lê é que "nóperíodo de 1970/1974, novas experiências foi..rarn tentadas com relação, principalmenteao desenvolvimento do Nordeste, à ocupa­ção econômica da Amazônia e do Centro­Oeste". ,

Nesse ponto, acredito, corno representanteda região nordestina, que o Legislativo de­ve continuar ínststmcío no aperfeiçoamentodos mecanismos que até hoje sustentam odesenvolvimento da área, sendo imprescin­divel o fortaleclmento dos incentivos físcaíspara a prosperldade do Nordeste.

NOSSO CAMINHO

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a ímpren­sa brasileira já se manifesta sobre essa no­va quadra da vida do Pais. Por sua vez,o Senador Magalhães Pinto, eminente Pre­sidente do Congresso Nacional, fez umaoportuna advertência, na instalação dos tra­balhos da presente Sessão Legislativa, paraque o Congresso Nacional divida com o Pre­sidente da República a tarefa de 'assegurarao Brasil uma caminhada prudente e segu­ra rumo à retomada das franquias dcmocrá-,trcas . O Presidente Ernesto Geisel diz a esta.Casa:

"Esta legísla.tura deverá, assim o per­mita Deus, coíncídir com a fase de meuGoverno em que espero afirmar a im­portâneía da, ação política criadora, naprogressiva ínstltucíonaltaaçâo do sís­tema democratíco que melhor eonvenriaa esta quadra da evolução de nosso povbe contenha, imanente, decidido impul­so continuo a seu próprio aperfeiçoa­mento; dinâmica, na vida partldal'iaque, em permanência, seja capaz demobilizar a participação de todas asparcelas da população, e eanalízar-Ihcs,com fidelidade, as aspirações legítimas

de progresso; consensuaüsta, na capa-.cidade de dissolver antagonismos e con­flitos, através de fórmulas de concilia­ção esclarecida que visem. antes de tu­do, ao bem comum e aos interesses na­cionais "(Mensagem ao Congresso Na­cional, Introdução, págs, 30 e 31). Portudo isso, acredito firmemente na co­laboração excepcional que a Câmarados Deputados dará para a dermtívaconsolidação das instituições do Pais.A tarefa não é fácil, Sr. Presidente. Nomundo do tempo e da mudanca - comoassinala Arnold Toynbee - não há úl­timo capitulo. "A solução de um pro­blema cria outros problemas, ímprevís­tos e sem dúvidas não produzidos in­tencionalmente."

Entretanto, a dedicação, a firme vontadede assegurar uma vida digna para o ho­mem brasileiro, a inteligência dos nobresDeputados, aos quais me dirijo neste ins­tante, em nome do Líder do Governo, o emi­nente Deputado José Bonifácio, toda essagama de qualidades do legislador aqui pre­sente, a quem trago boas vindas, haverá dese Impor às dificuldades a serem veneídas,

Era o que tinha a dizer.Durante o discurso do Sr. José A!vj!s,

o Sr. Alencar Furtado, 29-Vice-Presi­dente, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Henrique Eduar­do Alves, 29-Secretário.

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Março de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NAOIONAL <Seção I) Ter~a-feira 4. "111

-o SR. PRESIDENTE (Henrique EduardoAlves) - Nos termos do inciso II, do ar­~i~o 10 do Regimento Interno, concedo apalavra ao Sr. Petrônio Figueiredo, na qua­lldade de Líder do Movimento DemocráticoBrasileiro.

O SE. PETR,ONIO FIGUEIR,EDO - (ComoLíder. P!onuncia /) seguinte discurso.) Sr.presidente. srs. Deputados, o último pleitoeleítnral realízado no País ocasionou a aná­Iise e o estudo por parte de -muitos dos nos­sos homens públicos, de jornalistas, curio­sos e sociólogos, buscando a razão e os seusereítos na problemática político-sócia-eco­nômica da Nação. A qualquer conclusãoque se chegue, indiscutivelmente não po­deremos negar a desilusão e insatisfação dopovo brasileiro com o sistema íristalado em'1964.

Forçoso é confessar que esse triunfo nãofoi mais amplo, ou mesmo esmagador, de­vido à ausência de alguns dos nossos gran­des líderes, que temeram jogar os seus no­mes ao [ulgnn.ento popular. A triste 'liçãopolítica, o exemplo de 1970 oferecido pelosgovernos, o desenfreado abuso do podereconômíco em defesa da legenda oficial,deixaram cicatrizes e marcas profundas emnossa sofrida agremiação. E muitos nãoforam ao tablado da luta. Não era o medoe sim a decepção, o desencanto.

Outros, mais ousados e sensíveíe aos re­elarnos e sentimentos do povo, acreditaramque havia chegado a hora da real conscíen­tízacão das massas e se atiraram com au­dácia, coragem e grande espírtto civico àpeleja. A ARENA, sem diálogo nem men­sagem, vivendo as delicias do poder e daimpunidade, acostumada a vencer atravésde processos pouco recomendáveis, apresen­tava os mesmos nomes: não renovava nemdava oportunidade a outros líderes. Queriasustentar uma estrutura viciada à sombra.,do poder revolucionário.

Esta verdade é tão cristalina que o emi­nente Senhor Presidente da República, em'Seu discurso de 30 de dezembro último, afir­mou textualmente que o seu Partido "sedesgastou com o largo período de confor­tável mas emoüente posição majoritária.Agora as- conseqüências estão à vista. Sir­va isto de alerta, sobretuoo aos poucos quesor.ham ou possam sonhar com a estrutu­ra antidemocrática, supostamente monolí­tica do partido único". Além do mais, ape­sar de continuarem em vigor os atos de ex­ceção. o sistema de 1964 estava uno e coesoern torno das suas idéias, mas os homensnão eram os rr esmos; havia métodos novos,processos díterentes.

Estávamos, realmente, na extrema 0POl'­

-tunídade democrática Na última opção, na'esperança final. O pleito de 1974 viria sig­nificar o inicio de uma marcha de volta aorestabelecimento democrático ou, então,traria a imposição de uma dítadura.

O Presidente Nacional do MDB, o honra­do Deputado Ulysses Guimarães, por maisde uma vez afirmou que aquela era nossaderradeira conjuntura no jogo democráti­co, e confiava na ação do atual Chefe doExecutivo.

Isto está bem claro no seu discurso deanticandidato. na convenção naclonal doMDB de 22 de setembro de 1!173.

Era a sensibilidade, a previsão das ocor­rências, a nítida compreensão do momentopolítico, a antevtsão do que iria acontecer.Aqui estão as suas palavras, divulgadaspela imprensa e distríbuidas pela Secreta­ria-Geral do Partido em todos os recantos

do Pais, quando, ao dirigir-se ao GeneralErnesto Geisel, dizia:

"A História assinalou-lhe talvez a últi­tima oportunidade para ser instituidono Brasil, pela evolução, o governo daordem com liberdade, do desenvolvi­mento com justiça social, do povo eomoorigem e finalídade do poder e não seuobjeto passivo e vitima inerme.

Dificil empresa, sem dúvida.' Carregadade riscos, talvez. Mas o perigo partici­pa do cíestdno dos verdadeiros soldados.A estátua dos estadistas não é forjadapelo varejo da rotina ou pela Ilsiologlado cotidiano.

Não é somente para entrar no céu quea porta ê estreita, conforme previne oevangelista São Mateus, no CapituloXXIII" Versiculo 24.Por igual, é angustiosa a porta do de­VI)r e do bem, quando deles depende aredenção de um povo. Esperemos queII Presidente Ernesto Geisel a transpo-

, nha,

A oposiçãc dará a próxima administra­ção a mais alta, leal e eficiente das co­laborações: a critica e a fiscalização."

Palavras firmes e sérias de um líder ín­tegro, prevendo um futuro que hoje é arealidade histórica que vivemos. Prognós­tico de um comandante cônscio de seus de- "­veres e não de um político leviano, sem aexperiência altcerçada no sofrimento e noconhecimento dos altos e baixos da políticanacional.

Percebemos que não houve um pleito lim­po. A corrupção e o abuso do poder eco­nõmíeo ainda apareceram com os seus ten­táculos poderosos e ameaçadores. Porém,avancamos um pouco. A' Lei n.v 6.091 foium atestado das boas intencões do Presi­dente Geisel. Aliás, este foi '0 único passodigno de crédito na legislação eleitoral nes­ses dez anos de revolução, A suspensão dequalquer audiência com políticos nos quin­ze dias que antecederam as eleições, com­provou que Sua Excelência desejava queo povo votasse livremente, revelando os seusfiéis sentimentos.

Era a coragem de sentir fi. opinião nacio­nal, a vontade dos humildes, que a muitopoucos interessava. E recebeu o NÃO .10povo ao seu Partido, com a postura de de­mocrata, com a austeridade de Líder, semabdicar dos atos de eyceção e dos compro­misses com os seus camaradas da revolu­ção, da qual foi um dos comandantes.

Neste ângulo, desejamos sinceramenteajudar ao Governo. Cooperar sem partici­par diretamente; aplaudir atos sem aderire sem abdicar dos sagrados compromissospara com o povo, denuncIando erros, apon­tando violências e até crimes.

Pa'lSOU a época do partídàrísmo estreito,do radicalismo, assim como não é mais aocasião da propaganda dissimulada, dafalsa popularidade ou enganosa simpatia;de posições ~inematográficasou de promo­ções artístlcas, n., ilusão de trazer maissonhos a uma gente quase desiludida, Ba­bemos que a herança deixada pelo governoanterior não foi das mais satisfatórias. Apalavra do Tribunal de oontas da União,em sua decisão unânime de 30 de abril de1974, condena, com muita segurança e in­dependência, o emaranhado de planos mi­rabolantes que nos deixaram às portas docaos. Oompreendernos que a obra de re­eonstruír é mais penosa e difícil do que ade construir.

Sentimos que alguns desejam perturbaruma linha traeada com retidão e amor aospostulados democráticos. No próprio Con-

gresso Nacional, lamentavelinente, existemas cassandras da democracia, que vivemaqui, se sustentam daqui, usufruem os :Je­nerícíos da instituIção e procuram golpeá­la, clarr.ando por atos de força. São vozesesparsas, sem eco, roucas, mas que chega­mos a ouvir.

Ocorre que não é mais possível a convi­vência democrática com os tanques nasruas. A revolução não desapareceu. Mas aintelígêncía dos seus líderes não poderá per­mitir que voltem as baionetas em riste con­tra o povo.

Entendem os líderes revo.uc.onáríos quehá um pacto de honra para o total resta­belecimento do Estado de Diréito, e, porisso, não poderão perder a substância dou­trinária de um movimento, firmado noidealismo de tantos e nos altos designtosque presidem a alma popular. Se ele sur­giu em nome de uma ordem, não podemorrer nos braços da desordem social e daviolação aos direitos e garantias Indíví­quais.

E queiram ou não, há uma vigilância in­dormida contendo os abusos. Desarmada,mas constituida da força popular, de vozfirme, defendendo uma verdade que che­gará indubitavelmente. É a evolucâo na­tural dos tempos, pois nenhum -governopoderá se firmar sem a solidariedade dosseus governados. Não será uma capitula­ção para os chefes revolucionários, simuma reaürmação de grandeza cívica e ele­vado patriotismo. Ai é onde repousa a fun­ção dos legíti.nos partidos políticos. É ave.ha concepcâo de que o interesse comumse sobrepõe ao individual. Conceito sem­pre proclamado como basilar do espirttopúblico dos nossos homens, raramente sen­tido com lealdade e praticado em margensde correção. Um partido poln.lco que se ati­ra à luta em plano sistemático de aplausosou censuras, apoiando erros ou crimes evi­dentes, ou combatendo verdades irrefragá­veís, perde o respeito c a seriedade peranteos seus semelhantes. Não é possível con­ciliar posições ststemáttcas com a dignida­de da vida pública, nem apoio incondicio­nal com 08 imperativos do dever cívico.

A sobrevivência das agremiações residena fidelidade aos ideais comuns e no espíritoda disciplina.

Negar também não é possível que os par­tidos lutam pela conquista do poder, comomeio de execução da ideologia que defen­dem. Oonfütam-se, combatem-se, chocam­se entre si, na disputa da preferênciapopular. Porém, há um estuário comumonde todos vão desaguar os ímpetos de suascorrentes tempestuosas. É o bem geral; éa felicidade do povo.

Recusar esse princípios na vida dos par­tidos políticos é negar o império do civismo,como força tutelar das grandes democracias.

Nesta hora, Sr. Presidente, quando a Na­ção se debate sofrida - mas resistente _com os mais graves problemas sociais,econômicos e Ilnancelros. mais do que nun­ca se impõe a todos uma atitude de altaneí­rísmo patriótico, com a serenidade e a dis­crição que comandam a conduta das coleti­vidades organizadas nos grande momentos.

Mesmo nesta dificuldade. no minuto ar­riscado de urna hora talvez'fatal para osautênticos democráticos, há verdades quenão podem ficar ocultas em nome dessesconceitos e deSSjl legitima filosofia. Há rea­lidades íneonvehíentes, mas que devem serditas.

Se há um assentimento nosso sem aga­chamento, anuência viril, nobre e digna poroutro lado é Jamentável se confessar Queo povo sofre. A fome campeia. A miséria

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lHl82 Terça-feira ( DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de ffi?5

nal, na legislatura passada, porque não con­tava com o número suficiente de assínatu­ras para fazê-lo. Tentou inúmeras vezessensibilizar a Aliança Renovadora Nacíonal,mas esta, ao longo de toda a legrslatura,não ouviu os apelos para solucionar pro­blema dos mais agudos e dos mais gravesda vida polític.a nacional. Por isso, esta ho­ra já vem tarde, esta hora já devia teracontecido, este momento já devia ter-seconcretizado. Nenhuma razão há para qual­quer reprimer1tla, para qualquer censuraquanto a excessos e abusos que pudessem

. ter ocorrido ao longo da vida legislativamunicipal, porque também Assembléias co­meteram erros, e nem .por isso tiraram ossubsídios dos Deputados Estaduais. O quese cometeu ao longo deste interregno, entrea gratuidade do mandato e o restabeleci­mento da remuneração, foi uma injustiçacontra a qual a Oposição sempre se ma­nifestou.

Sr. presidente, srs, Deputados, a Mensa­gem, repito, já vem tarde e, além disso, ne­cessita sofrer alterações, porque na redaçãoencaminhada ao Congresso Nacional diz-seque as Câmaras irão fixar a remuneraçãopara os Vereadores da legislatura seguinte.Por que não a permitir já, agora, aos Ve­readores, ao lon'go desta legislatura que estápor terminar? Eles estão trabalhando gra­tuitamente. Se ainda trabalhassem de gra-'ça, poder-se-ia relevar, mas o fato é quetodos sabem que os Vereadores pagam paraexercer seus mandatos. Esta a injustiça,esta a discriminação que se criou no Pais:Vereadores de primeira classe, que poderiamser remunerados, e Vereadores de segundaclasse, que não o poderiam. Esta situaçãoterminará agora. É preciso estabelecer umaremuneração que dignifique a função pú­blica municipal; não remuneração, como sefala, na base do' salário mínimo, como seo Vereador fosse um operário, um trabalha­dor cujo salário pudesse ser fixado. Não, Sr.Presidente, Srs. Deputados, ou nos preo­cupamos em dar remuneração que dignifi­que a função a ser exercida, ou então me­lhor será que continue a gratuidade dosmandatos.

O Sr. Laerte Vieira - Nobre DeputadoAlceu ooüares, a Bancada do MDB, durantetoda a legislatura passada - e nela espe­cialmente V. Ex. a - lutou para que 'se de­volvesse a remuneração aos Vereadores. Naemenda que hoje entregamos à Mesa daCâmara, permitimos, pela formulação quefizemos, que desde logo, mesmo na atual le­gislatura municipal, a retribuição pelos ser­viços prestados por nossos edis. Na emendaproposta pelo Governo a ser lida poste­riormente, em sessão do Congresso Nacio­nal, fala-se desnecessariamente sobre a fi­xação da remuneração pela Câmara Muni­cipal para a legislatura seguinte. Ora, a ma­téria deveria ficar disciplinada não no textoconstitucional, mas na Lei Complementarque a regulamentasse. Nestas condições, temmaior alcance a nossa iniciativa, porquecorrige, com antecipação, essa grande in­justiça que vem ocorrendo. É esta distin­ção que certamente será feita no exame damatéria, para dar-se preferência àquelaformulação que o :MDB, que lutou durantetodo esse tempo para que se concretizasseo pagamento aos Vereadores, possa ver pre­valecer a sua iniciativa. Felicito V. Ex. a pe­las considerações que faz, -porque o nobrecolega sempre foi um batalhador constantena defesa desta causa.

O SR. ALCEU COLLARES - Congratulo­me igualmente com V. Ex.a pela oportuni­dade do encaminhamento da emenda àConstituição, restabelecendo a remuneraçãoa todos os Vereadores. É certo que continua­mos minoria nesta Casa, mas é certo tam­bém que a redação que V. Ex. a está dando

Com autorização para a percepção desubsídios a todos os Vereadores, sob críté­r10S a serem estabelecidos por Lei Comple­mentar, novos estímulos serão dados aos jo­vens, que terão na vereança o primeiro dosdegraus das atividades legislativas. Abrem­se perspectivas a todos os cidadãos, quais­quer que sejam a sua situação e condiçãoeconômica, concedendo-lhes meios para opleno exercício do mandato. Caracteriza-sea possíbtlídade do engajamento partidáriode todos que venham a exercer o mandatoeletivo, pois que a militância na vida polí­tica pressupõe deveres e encargos onerosose absorventes.

Foi oportuna e do maior sentido politicoa mensagem presidencial sobre a remune­ração de todos os Vereadores do Pais. Comochefe supremo da ARENA, Sua Excelência,o Sr. Presidente da República, formalizou,assim, o anseio da classe política, restituin­do ao Vereador direitos que lhe eram ine­rentes por serviços prestados em favor dobem públíco., .

Regozija-se, assim, a Liderança do Go­verno nesta Casa e a nossa Bancada com anova mensagem de remuneração dos Verea­dores, que constitui iniciativa governamen­tal do maior sentido para o aperfeiçoamentodo processo político brasileiro.

Era o que tinha a dizer. '

O SR. ALCEU COLLARES - (Sem revisãodo orador) Sr. Presidente, Srs. Deputados,a hora, efetivamente, é de alegria para to­dos os Vereadores do País. Desde o momentoem que foi estabelecida a gratuidade domandato, o Movimeúto Democrático Brasi­leiro, tantas vezes quantas lhe foram per­mitidas, teve a oportunidáde de denunciaressa extraordinária e odiosa injustiça quese cometia contra os Vereadores. O MDBnão pôde apresentar emendas constítueto-

encontremos o Brasil grande tão anunciado,mas que ainda não nos foi verdadeiramenteapresentado.

Era o que tinha a dizer.

VI - O SR. PRESIDENTE (HenriqueEduardo Alves) - Vai-se passar ao períododestinado às Comunicações das. Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Alipio Carvalho.

O SR. ALíPIO CARVALHO (Pronuncia oseguinte díseurso.) - Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Exmo. Sr. Presidente da Re­pública, em data de 28 de fevereiro próxi­mo passado, encaminhou ao Congresso Na­cional proposta de Emenda à Constituiçãoque dispõe sobre a remuneração dos Verea­dores. A mencionada Emenda tem por obje­tivo permitir, também, a remuneração dosVereadores em municípios com menos deduzentos mil habitantes, abrangendo, as­sim, todos os vereadores do País.

A iniciativa do Presidente Geisel, ao enca­minhar a referida mensagem antes do pri­meiro dia útil dos trabalhos do CongressoNacional, nesta nova legislatura, bem tra­duz o seu empenho no processo gradual dedistensão politica do seu Governo, buscandosempre e constantemente o aperfeiçoamentodas instituições democráticas.

Houve razões, anteriormente para restrin­gir aquelas remunerações, a fim de coibirabusos e para permitir estudos e observaçõesreferentes ao legislativo municipal e aos

'reais encargos próprios dos vereadores nasatividades eleitorais e no processo políticoque se deseja éonstantemente aperfeiçoado.Esses anos decorridos permitiram o reconhe­cimento da mais alta importância da funçãode Vereador na estrutura políttco-admíms­trativa do Pais, que não se esgota, comodisse nosso Presidente Geisel, nos limites desua Câmara, abrangendo também todas asatividades inerentes à sua comunidade.

A responsabilidade é uma só. Não temdtvisão ou dimensão. o MBB tem maioridadee é dirigido por homens dignos, conhecidosde todos, probos e conscientes de suas obri­gações para com os brasileiros. Não éuma agrupamento de irresponsáveis, e simuma associação de patriotas. Os loiros deuma vitória não irão alterar a ação de suaCaminhada enérgica e autêntica.

Não temos receio, pois a amargura temsido sempre a constante na estrada de es­pinhos em que palmilhamos.

Se o sístema é irreversível, a nossa posiçãotambém o é, na acusação, atenção, examee censura. As ditaduras é que temem a li- ..herdade. E nós não estamos na égide dosregimes totalitários.

Com esta modesta análise vamos concluir,Sr. presidente, Desejamos que este início deLegislatura venha espelhar uma nova era,com o resguardo da liberdade e da demo­cracia; com o respeito aOS direitos da pessoahumana e às autoridades constituídas; como renascimento de uma imprensa livre; semõ padecimento do povo e que, finalmente,

tima vulto e há estômagos vazios. O custode vida é desordenado. O funcionalismopassa privações. O proletário sente a redu­ção assustadora do pão em sua mesa. Nãohá moeda. A mocidade ainda "grita em si­lêncio"; a sombra-de um Decreto ameaça osseus passos e veda a sua livre manifestação;reina íntranqúíüdade em alguns lares; lá­grimas ainda são derramadas pelo parenteque foi trabalhar e não mais voltou, peloestudante que desapareceu, não regressandode sua Universidade. Ê o drama da ausên­cia incerta; do vazio sem se saber se é real­mente vazio; é a procura de algo que setem no coração, não se prevendo se a dor doafastamento é passageira ou eterna. Ê amudez cruel de uma distância duvidosa.

Não existe produção suficiente nem maio­res estímulos. Há miséria, Sr. Presidente,repetimos. Ainda não há o arrojo desenfrea­do do governo em busca dos planos agrícolas- única meta capaz de salvar uma naçãocombalida.

O que se destina à agropecuária, à irriga­ção, à açudagem, ainda é um elemento orça­mentário bastante insignificante ante o queaprovamos para os outros setores. Não com­batemos novas, legitimas e necessárias ini­ciativas, mas não pode haver salvação paraesta Nação sem produção. Se o marasmocontínua, não podemos prever os rumosdeste povo. Qual a bandeira que poderá se­guir se o ideal desaparece, a honra é ven­dida e a dignidade é trocada quando a fomeexplode com todas as suas mazelas nos laresmais humildes?! O desespero passa a nor­tear rumos, eliminando o equllfhrio, a paci­ência e o bom senso.

Esta é a realidade dura, cruel, que nãopode ser ocultada. São sinceridades incon­venientes, como já dissemos, mas precisamser mencionadas, demonstrando que estamosacordados, que queremos soluções e não es­tamos aqui para dirigir badernas ou pre­tensões subalternas.

Temos uma passado a zelar. Nunca anda­mos pelos caminhos do extremismo ou dasubversão. O Parlamento pode bem teste­munhar a nossa linha de ação em duas le­gislatura. Mas. não podemos calar. E nãoserá por nossas mãos que fenecerão asaspirações e anseios democráticos dos nossosdirigentes.

Não carecemos de conselhos ou adver­tências veladas de ameaças. É um tom quenão nos agrada, quando alegam a nossamaior ou menor responsabilidade no proces­so do desenvolvimento democrático, quando.atiram em nossos ombros a sorte do regime.

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Ma~ de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 4 0083

Piaui

Pará

Maranhão

Correia Lima - ARENA.

GoiásElcival Caiado - ARENA; Genervino

Fonseca - MDB; Helio Levy - ARENA;Iturival Nascimento - MDB.

Mato GrossoBenedito Canellas - ARENA; Ubaldo

Barém - ARENA.

ParanáArnaldo Busato - ARENA; Italo Conti

- ARENA; João Vargas - ARENA; NelsonMaculan - MDB. \

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - ARENA; Arlindo

Kunzler - ARENA; Odacir Klein - MDB.VII - O SR. PRESIDENTE (Henrique

Eduardo Alves) - Levanto a sessão desig­nando para amanhã a seguinte

3

PROJETO NP 934-A, DE 1972Discussão núíca do Projeto de Lei

n.O 934-A, de 1972, que institui o selo dealta qualidade; tendo pareceres: da Co­missão de Constituição e Justiça, pela cons-

ORDEM DO DIA

EM PRIORIDADE

Discussão1

PROJETO N.o l.090-A, DE 1972Discussão única do Projeto de ~ei

_ n.O 1.090-A, de 1972, que determina provi­dências para cumprimento da obrigatorie­dade do alistamento eleitoral; tendo pare­cer, da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e juridicidade,com emenda. (Do Senado Federa) - Re­lator: Sr. Laerte Vieira.

F.M TRAMIT~Çíi.O ORDINARIA

Discussão

2

PROJETO N.o 574-A, DE 1972Discussão umca do Projeto de Lei

n.o 574-A, de 1972, que altera o parágrafoúnico do artigo 656 da Consolidação dasLeis do Trabalho (Decreto-lei n.O 5.452, de1.0 de maio de 1943); tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade e juridicidade; e, daComissão de Trabalho e Legislação Social,pela aprovação. (Do Sr. Francisco Amaral)- Relatores: Srs. Dib Cherem e WalterSilva.

Guanabara

Amaral Netto - ARENA; Daniel Silva- MDB: José Maria de Carvalho - MDB;Mac Dowell Leite de Castro - MDB; MiroTeixeira - MDB; Nina Ribeiro - ARENA;Rubem Medina - MDB.

Minas GeraisAécio Cunha - ARENA; Batista Miranda

- ARENA; Bias Fortes - ARENA; GenivalTourinho - MDB; Manoel de Almeida ­ARENA; Melo Freire - ARENA; TancredoNeves - MDB.

São PauloAdhemar de Barros Filho - ARENA:

Antonio Marímoto - ARENA; Baldaci Fi­lho - ARENA; Blotta Junior - ARENA:Ferraz Egreja - ARENA; Gioia Junior ­ARENA; Herbert Levy - ARENA; JacobCarolo - ARENA; João Arruda - MDB:João Pedro - ARENA; Pacheco Chaves ­MDB.

Juvêncio Dias - ARENA.

Vieira da Silva - ARENA.

Deixam de eempareeer os Senhores:

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Carlos Al­berto - ARENA.

à emenda é muito mais oportuna e justa Constituição? Nem digam que não se podiapara os Vereadores deste Pais. É evidente " alterar a Constituição, porque este Parla­que a matéria' deverá ser regulamentada mento alterou a Constituição por duasatravés de lei complementar. A Liderança vezes sendo que uma delas para estabelecerdo meu Partido tem um anteprojeto de lei ~ digo em nome pessoal- privilégios paracomplementar onde estão consagrados al- nós. N'ós restabelecemos o recesso de julho,guns critérios, princípios e limites, dentro para que coincidisse com as férias dos nos­dos quais os Vereadores devam ser remune- sos filhos, e também alteramos a Constitui-rados. ção. para permitir que os Srs. Senadores e

, , ." os Srs. Deputados pudessem exercer asO sr. AhslO Oarvalho - Permrta V. Ex. runcões de Secretários de Estado e Prefeito

É c.om.muita satístação que volto ~ovamen- das -Capitais sem perder o mandato. Ora,te a tríbuna p~r:, d;Izer que a medIda,. ~feti-: se nós tivemos condições... Se nós, não;vamen.te de íníeíatíva do Ml?B, tambem fOI se a Aliança Renovadora Nacional pôde, sepatrocinada pela ARENA. Nos todos, DePI!- teve autorização para alterar a Constituiçãotados, levantamos o problema - e os AnaIS por duas vezes por que não o fez tambémdo Congresso aí estão para comprovar o que para com os s~s. Vereadores?dizemos - com interesse e a preocupaçaode encontrar um meio de dar uma remune- O Sr. Rubem Dourado _ Permite V. Ex."ração condigna aos Vereadores. O então um anarte?presidente do nosso Partido, Senador Filinto' ..Müller chegou mesmo a declarar que este O SR. ALCEU COLLARES - Com muítoaIlsuntO estava resolvido e que dependeria, prazer.simplesmente, de opo~tunidade. 1Il:e!:h0r pa- O Sr. Rubem Dourado _ Deputado Alceura se, alterar a própria Constl,t)llÇao. Com CollaJ'es, é uma honra singular apartearref~re~cla ao que se fala a respeíto da com- V. Ex." neste Parlamento. Desejo analisar,pet~nc~a da Câma;ra de Vereador~s, para em duas palavras, a excelente colocação deínstítulr os s~bsfdIOB da nova Iegíslatura, V. Ex.a, quando afirma que os Vereadorestrata-se de. a~a~ que tem de .constar da pro- foram injustiçados. E são injustiçados. Eupr}a Oonstãtufção, e uma lei complement:.:r queria pedir vênia a V. Ex." para acrescen­JIa regulamen!ar. em detalJ;1es; O Sr. PreSI- tar também que o povo votou em função

. ~ente da Repúbllca, na propria Mensagem, dos injustiçados. Permita-me, Sr. Deputado,ínrorma que Iel complementar sera apre- acrescentar à análise de V. Ex." que os es­sentada imediatamente ao Congresso. ~ .eVí- tudantes são injustiçados, porque sobredente, nob~es ~I;lU}ados,.(lue nos, polítícos, eles existe o Decreto 477; que aqueles quevem?S na :nstitUlÇao polítIca; uma das ne- cometem crimes e punidos são, sem direito~essldades Importantes do País. O que dese- de defesa, também são injustiçados; Aque­J~~os é o aper!elçoamento do processo po- les que são processados e não têm o direito

o lItw,? ~, na realidade, o restabel~cl~ento dos do habeas corpus também são injustiçados.subsídíos dos Ve;r-ea.dores constIt~I uma das Em nome deles o povo reagiu nas umas.formas de se apmglr esse. aperreiçoamento, Eis, Sr. Deputado, o que queria acrescm~taruma vez que nos, que aqui estamos, encon- à excelente análise de V. Ex.", para dízertramo-nos vin~u!ados aos V,:,r~adores no a todos da Casa que o resultado da eleiçãoprocesso da eleição. Nossa eleíção d~pende foi a voz do povo, que lembrou dos ínjus­do trabalho árduo dos Vereadores. Nos, po- tícados E nós do MDB esperamos que aIíttcos, dependemos dess~ ,bases, e ~si~ sensibilidade dá Aliança Renovadora Nacio­enten~e S. Ex." o Sr; P~esldente da Republi- nal não fique apenas nos Vereadores ínjus­<la, pOIS que, na propria Mensagem, mfor- tlcados; que um dia sejam lembrados tam­ma que a leí complementar, regulamentando bém os estudantes míusücados: que umo assunto, ~irá logo em seguída, Estamo~, dia seja lembrado também que' todos ospor conseguinte, de parabéns pelo eneami- criminosos têm o direito de defesa - pu-

o nhamento desta Mensagem, que tem signí- nídos sim mas com o direito sagtado daficado notável nesta luta que travamos pe- defesa. o' MDB, Sr. Deputado, vota .emlo aperfeiçoamento democrático. função dos injustiçados, e esperamos que

a Aliança Renovadora Nacional e o seu, O SR; ALCEU COLLARES - Recolho, grande Governo se lembrem também que

co_m muito prazer, o aparte de V:. Ex.", mas existem muitos outros injustiçados no Bra­nao posso, de forma alguma, deixar de me sílqueixar do passado. A ARENA, na Legisla- . .tura passada, tinha um número superior _O SR. AL~EU COLLARES -;-- A aprecia-de representantes. Teve oportunidades vá- çao que fazI~mos er~ ~ r~spelto ap~nas derias de alterar a Constituição para resta- uma categoria dos ínjustíçados, EVldente­belecer a remuneração. O tema sensíbíü- mente, se fôssemos analisar todas as c~te­

zava a todos. Toda a vez que vínhamos à gorias dos injustiçados neste País, precisa­tribuna - qualquer um da Oposição - ríamos de muito mais tempo. Mas o apartetínhamos a solidariedade sentimental, ape- de V,. ,Ex.a colhe bem o momeJ:?-to em quenas sentimental da Aliança Renovadora ~preelavamos uma das eategorías dos m­Nacional, mas na hora em que nos apre- [ustícados neste País.sentávamos para colher assinaturas, pelo ..menos aqueles com os quais falei se nega- Era o que tinha a dizer. (Pahnas.)

,valll; a assinar a proposição. O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo.. . Alves) - Nada mais havendo a tratar, vou

Que fato teria ocorrido, durante !lo Legís- levantar a sessão.latura passada, que nao sensíbílízou aAliança Renovadora Nacional, para já aesta altura os Vereadores estarem receben­do? Que teria ocorrido no Partido do Go­verno, que só agora desperta para esta

. realidade, só agora se sensíbflíza para estaproblemátíca, quando nós, todas as vezesque tínhamos possibilidade, trazíamos oproblema 'para a tribuna, para as Comis­sões, gritando contra a discriminação in­justa e odiosa? E não há discriminação

, que não séja injusta e também odiosa. Porque agora, e só agora, que o Presidente daRepública encaminha a sua mensagem, háesta euforia nos quadros da Aliança Reno­vadora Nacional, quando ela perdeu agrande oportunidade de ter alterado a

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0084 Terça-feira 4 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Março de 1975

titucionalidade e juridicidade; e, da Co­missão de Economia, Indústria e Comércio,pela aprovação, com emenda. (Do Si'. Fa­ria Lima) - Relator: Sr. J.osé Haddad.

4

PHOJETO N.O 1. 360-A, DE 1973Discussão umca do Projeto de Lei

n.s 1. 360-A, de 1973, que dispõe sobre dis­criminação, pelo Ministério da Agricultura,de regiões para execução 'obrigatória deplanos de combate à erosão do solo, e dáoutras providências; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pelaconstitucionalidade, juridicidade e técnicalegislativa; da Comissão de Agricultura eBolitica Rural, pela aprovação, com emen­das; e, da Comissão de Finanças, pelaaprovação. (Do Sr. Cardoso de Almeida) ­Relatores: Srs. Altair Chagas e .HomeroSantos.

5

PROJETO N'.o 895-A, DE 1972Primeira discussão do Projeto de Lei

n.O 895-A, de 1972, que acrescenta parágra­fo ao art. 26 da Lei n.O 5.692, de 11 deal'l'0sto de 1971, que fixa Diretrizes e Basespara o ensino de 1.0 e 2,° graus, e dá outras1?rovidências; tendo pareceres: da Comis­são de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade e juridicidade, com Subs­titutivo; e, da Comissão de Educação eCultura, pela aprovação, com adoção doSubstitutivo da Comissão de Constituição

e Justiça, contra o voto, em separado, doSr. Parsífal Barroso.

(VIII - Levanta-se a Sessão às 16horas e 45 minutos.)

MESA

La Sessão Legislativa da 8," Legislatura

Ata da La Reunião da Mesa,realizada em 2-2-1975

Aos dois dias do mês de fevereiro de milnovecentos e setenta e cinco. às 13:30 ho­ras, reúne-se a Mesa da Câmara dos Depu­tados, sob a Presidência do Senhor Depu­tado Célio Borja, presentes os SenhoresHerbert Levy, Alencar Furtado, Odulfo Do­mingues, Henrique Eduardo Alves, PinheiroMachado e Léo Simões, respectivamente, 1.0e 2.0 Vice-Presidentes, 1,°, 2.°, 3.° e 4.0 Se­cretários, Havendo número legal o SenhorPresidente declara abertos os trabalhos,congratulando-se com os eminentes Colegas,recém-eleitos, e manifesta a satisfação e ahonra em ter como companheiros de Mesa,que irá dirigir a Casa, durante dois anos,figuras tão representantivas da Câmara dosDeputados. Está seguro que contará com acolaboração de todos, no esforço único debem atender aos interesses da instituiçãoque compõem. Prosseguindo, Sua Excelênciadá conhecimento à Mesa dos ofícios dos Se­nhores Diretor-Geral e Secretário-Geral daMesa, respectivamente, Luciano BrandãoAlves de Souza e Paulo Affonso Martins deOliveira, em que colocam à disposição da

Mesa os cargos que oupam. O Senhor Pre­sidente é de parecer, dado os relevantes ser­viços que vêm prestando à Câmara, queambos sejam confirmados nos seus cargos,o que é aprovado por unanimidade. Em se;­guída, determina Sua Excelência que seconvide os Senhores Diretor-Geral e Secre,..tário-Geral da Mesa a entrarem no recintoda reunião, o que é feito. I - PAUTA DOSENHOR PRESIDENTE. A Mesa resolve: a~

designar Corregedor e Corregedor Bubstã­tuto (artigo 282 do Regimento Interno), 0'8Senhores 2.° Vice-Presidente e 3.° Secretá­rio,respectivamente; b) manter as seguin­tes atríbuícões aos membros da Mesa: 1)Presíderrte c distribuição da matéria e assun­tos gerais; 2) Vice-Presidentes: exame d~

proposição e recursos de decisões do Pre-­sidente; 3) 1.° Secretário: questões admí-­nistrativas, inquéritos administrativos e re­querimentos de pessoal; 4) 2.° Secretário!:requerimentos de Deputados sobre 'licençae justificação de faltas; 5) 3.° Secretário,:passaportes e passagens para parlamenta­res, Rádio do Congresso Nacional e dívul-­gação da Câmara dos Deputados; 6) 4.° Se­cretário: Setor de Habitação e aquisição deveiculos para Deputados; c) Fixar as quar­tas-feiras, às 10 horas, para as suas reu­niões. Nada mais havendo a tratar, o Se­nhor Presidente declara. encerrados os tra­balhos, marcando para o dia 26 do correntemês, a próxima reunião da Mesa. Eu, HélioLuter, Chefe do Gabinete do Presidente.lavrei a presente Ata, que aprovada vai àpublicação. - Célio BOI'ja, Presidente.

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llarço de 1975

MESA

Presidente:Célio Borja - ARENA

1.°_Vice-Presidente:Herberf Levy - ARENA

2.°_Vice-Presidente:Alencar Furtado - MDB

l.°-Secretário:~dulfo Domíngues - ARENA

2P-Secretário:Henrique Eduardo Alves - MDB

a.o-Secretário:Pinheiro Maehado - ARENA

4.o-Secretário~ Simões - MDB

l.°-Suplente:.Júlio Viveiros - MDB

2P-Suplente:Lauro Rodrigues - MDB

aP-Suplente:Ubaldo Barém - ARENA

4P.Suplente:Antônio Florêncio - ARENA

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

LIDERANÇA

ARENA -'- MAIORIA

Líder:José Bcnífáeíe

Terça-feira 4 0085

MDB - MINORIA

Líder:Laerte Vieira

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0086 '1'erça-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçíio I) Março de 19115

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, Março de 19'5 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

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Terça-feira 4 008'1

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- alterações, regulamentações e remissões da legislação transcrita;- ementário da legislação correlata;- histórico das leis (tramitação completa e detalhada no Congresso Nacional);- marginália (pareceres, regimentos, portarias, etc.);A obra contém um índice cronológico da legislação e um índice por assunto de toda a matê­

ria, com a citação de artigos, parágrafos, itens e alíneas.

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