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ANO XXIX - N9 39 CAPITAl" :FEDERAL TERÇ,l-FElRA, 14 DE MAIO DE 1974 CÂMARA DOS DEPUTADOS r----------------- SU RIO 1- 41. a SESSÃO DA 4. a SESSÃO LEGISLATIVA DA 7."- LEGISLATURA EM 13 DE l\'fAIO DE 1974 I- Abertura da Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior IH - Leitura do Expediente PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n.O 68-B de 1971 (Do Sr. Alfeu Gasparíni) - Destina recursos. originários do futebol profissional, para a ins- talação e desenvolvimento de conjuntos políespcrtívos: tendo parecer: da Comissão de Constituição e Justiça, pela incons- titucionalidade e ínjurídlcídade; da Comissão de Educação e Cultura pela rejeição com voto em separado do Sr. Parsifal Barroso; e, da Comissão de Finanças, pela rejeição. Projeto de Lei n.o 681-B de 1972 (Do Senado Federal) - Estende às associações de classe dos pensionistas do serviço público os direitos assegurados pela Lei n.? 1.134, de 14 de junho de 1950, que faculta representação perante as autoridades administrativas ea justiça ordinária aos associados de classes que especiflca; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça pela constitucionalidade; da Comissão de Serviço .Públieo. pela aprovação; e, da Comissão de Finanças, emitido em audiência. pela aprovação, com emendas. Projeto de Lei n.? l.146-A, de 1973 <Do Sr. Lauro Rodrigues) - Acrescenta dois parágrafos ao art. 20 da Lei n.O 5.540, de '28 de novembro de 1968, que fixa normas de organização e ,funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola Imédia; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e jurldlcldade: e. das Comissões de 'Educação e Cultura e de Finanças, pela rejeição. , Projeto de Lei n.O 1. 871-A, de 1974 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.> 129/74 - Fixa os valores de vencimentos dos cargos dos Grupos-Atividades de Apoio Judiciário, Serviços Auxi- 'Iíares, Serviços de Transporte Oficial e Portaria, Artesanato, 'Outras Atividades de Nível Superior e Outras Atividades de Nível Médio, do Quadro Permanente da Secretaria do Tribunal Regional do Trabalho da Segunda Região, e outras provi- dências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridlcldade ; e, das Comissões de Serviço Público e de Finanças, pela aprovação. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei Complementar n. o 45, de 1974 (Do Sr. Pacheco Chaves) - Altera a redação do artigo 12 da Lei Complementar D.o 11, de 25 de maio de 1971, que institui o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural. Projeto de Lei n. O 1 955, de 1974 (Do Sr. Célio Marques Fernandes) - Inclui nos currículos das Faculdades de Medicina a matéria de Hípnologia, Projeto de Lei n.? 1. 956, de 1974 IDo Sr. Francisco Amaral) - nova redação ao artigo 566 da Oonsoltdação das Leis do Trabalho, assegurando a sindicalização dos empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista. Projeto de Lei n. o 1.957, de 1974 (Do Sr. Hermes Macedo) _ Regula o pagamento de salários à mulher gestante. IV - Pequeno Expediente LUIZ LOSSO - Desvantagens do calendário perpétuo. JANDUHY CARNEIRO - Falecimento do Sr. Antônio Lu- cena. UBALDO BAREM - Necrológio do Sr. Estácio Muniz. ALDO FAGUNDES - Memorial enviado pela Ordem dos Advogados do Brasil ao Ministro da Justiça. OLIVIR GABARDO - Homenagem à memória do Prof. Francisco Paitani, ao transcurso do terceiro aníversário do seu falecimento, OCEANO CARLEIAL - Criação da Companhia de Desen- volvimento do Vale do São Francisco. GERALDO GUEDES - Líberaçâo de verba para o Ginásio Agrícola de Palmares, Pernambuco. Falecimento do Sr. Antônio Lucena. PADRE NOBRE - Cobrança de juros e correção monetária pelo BNH. MAURíCIO TOLEDO - Despesas com o treinamento da Seleção Brasileira de Futebol. BRÍGIDO TINOCO - Apresentação do Maestro Francisco Mignone em Brasília. JG DE ARAúJO JORGE - Artigo do jornalista Tristão Athayde: "As duas Revoluções." CÉLIO MARQUES FERNANDES - Situação de mutuários do sistema do BNH em Porto Alegre. Rio Grande do Sul. HELBERT DOS SANTOS - Regulamentação da Previdência Social. Editorial do jornalista Alexandre Balesbreri. publicado no jornal A Platéia, de Livramento, Rio Grande do Sul: "Justifi- cável rerormulaçâo." JUAREZ BERNARDES - Implantação de indústrias de be- neficiamento de óleo vegetal por cooperativas de produtores. ANTôNIO BRESOLIN -. Ampliação do direitos aos brasi- leiros naturalizados. FRANCISCO LIBARDONI - Fixacão do homem no meio rural. > JULIO VIVEIROS - Assistência às populações atingidas pelas enchentes nos Municípios de Tucuruí e Juruti. Pará. Oficio do Vereador Hélio Alves da Silva, da Câmara Municipal de Jurutí. PEDRO LUCENA - Construção de barragem no Município de São Paulo do Potengi, Rio Grande do Norte. PEIXOTO FILHO - Recusa do Presidente Ernesto Geisel a que se seu nome a logradouros públicos. ALFEU GASPARINI - Aposentadoria especial para a pro- fessora primária.

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ANO XXIX - N9 39 CAPITAl" :FEDERAL TERÇ,l-FElRA, 14 DE MAIO DE 1974

CÂMARA DOS DEPUTADOSr----------------- S U MÁ R I O

1 - 41.a SESSÃO DA 4.a SESSÃO LEGISLATIVA DA 7."­LEGISLATURA EM 13 DE l\'fAIO DE 1974

I - Abertura da SessãoII - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

IH - Leitura do Expediente

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Lei n.O 68-B de 1971 (Do Sr. Alfeu Gasparíni) ­Destina recursos. originários do futebol profissional, para a ins­talação e desenvolvimento de conjuntos políespcrtívos: tendoparecer: da Comissão de Constituição e Justiça, pela incons­titucionalidade e ínjurídlcídade; da Comissão de Educação eCultura pela rejeição com voto em separado do Sr. ParsifalBarroso; e, da Comissão de Finanças, pela rejeição.

Projeto de Lei n.o 681-B de 1972 (Do Senado Federal) ­Estende às associações de classe dos pensionistas do serviçopúblico os direitos assegurados pela Lei n.? 1.134, de 14 dejunho de 1950, que faculta representação perante as autoridadesadministrativas e a justiça ordinária aos associados de classesque especiflca; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça pela constitucionalidade; da Comissão de Serviço

.Públieo. pela aprovação; e, da Comissão de Finanças, emitidoem audiência. pela aprovação, com emendas.

Projeto de Lei n.? l.146-A, de 1973 <Do Sr. Lauro Rodrigues)- Acrescenta dois parágrafos ao art. 20 da Lei n.O 5.540, de'28 de novembro de 1968, que fixa normas de organização e,funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escolaImédia; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e jurldlcldade: e. das Comissões de'Educação e Cultura e de Finanças, pela rejeição., Projeto de Lei n.O 1. 871-A, de 1974 (Do Poder Executivo)- Mensagem n.> 129/74 - Fixa os valores de vencimentos doscargos dos Grupos-Atividades de Apoio Judiciário, Serviços Auxi­'Iíares, Serviços de Transporte Oficial e Portaria, Artesanato,'Outras Atividades de Nível Superior e Outras Atividades deNível Médio, do Quadro Permanente da Secretaria do TribunalRegional do Trabalho da Segunda Região, e dá outras provi­dências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade e juridlcldade ; e, das Comissões deServiço Público e de Finanças, pela aprovação.

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei Complementar n.o 45, de 1974 (Do Sr. PachecoChaves) - Altera a redação do artigo 12 da Lei ComplementarD.o 11, de 25 de maio de 1971, que institui o Programa deAssistência ao Trabalhador Rural.

Projeto de Lei n. O 1 955, de 1974 (Do Sr. Célio MarquesFernandes) - Inclui nos currículos das Faculdades de Medicinaa matéria de Hípnologia,

Projeto de Lei n.? 1. 956, de 1974 IDo Sr. Francisco Amaral)- Dá nova redação ao artigo 566 da Oonsoltdação das Leis doTrabalho, assegurando a sindicalização dos empregados dasempresas públicas e sociedades de economia mista.

Projeto de Lei n.o 1.957, de 1974 (Do Sr. Hermes Macedo) _Regula o pagamento de salários à mulher gestante.

IV - Pequeno Expediente

LUIZ LOSSO - Desvantagens do calendário perpétuo.

JANDUHY CARNEIRO - Falecimento do Sr. Antônio Lu­cena.

UBALDO BAREM - Necrológio do Sr. Estácio Muniz.

ALDO FAGUNDES - Memorial enviado pela Ordem dosAdvogados do Brasil ao Ministro da Justiça.

OLIVIR GABARDO - Homenagem à memória do Prof.Francisco Paitani, ao transcurso do terceiro aníversário do seufalecimento,

OCEANO CARLEIAL - Criação da Companhia de Desen­volvimento do Vale do São Francisco.

GERALDO GUEDES - Líberaçâo de verba para o GinásioAgrícola de Palmares, Pernambuco. Falecimento do Sr. AntônioLucena.

PADRE NOBRE - Cobrança de juros e correção monetáriapelo BNH.

MAURíCIO TOLEDO - Despesas com o treinamento daSeleção Brasileira de Futebol.

BRÍGIDO TINOCO - Apresentação do Maestro FranciscoMignone em Brasília.

JG DE ARAúJO JORGE - Artigo do jornalista TristãoAthayde: "As duas Revoluções."

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Situação de mutuários dosistema do BNH em Porto Alegre. Rio Grande do Sul.

HELBERT DOS SANTOS - Regulamentação da PrevidênciaSocial. Editorial do jornalista Alexandre Balesbreri. publicadono jornal A Platéia, de Livramento, Rio Grande do Sul: "Justifi­cável rerormulaçâo."

JUAREZ BERNARDES - Implantação de indústrias de be­neficiamento de óleo vegetal por cooperativas de produtores.

ANTôNIO BRESOLIN -.Ampliação do direitos aos brasi­leiros naturalizados.

FRANCISCO LIBARDONI - Fixacão do homem no meiorural. >

JULIO VIVEIROS - Assistência às populações atingidaspelas enchentes nos Municípios de Tucuruí e Juruti. Pará. Oficiodo Vereador Hélio Alves da Silva, da Câmara Municipal deJurutí.

PEDRO LUCENA - Construção de barragem no Municípiode São Paulo do Potengi, Rio Grande do Norte.

PEIXOTO FILHO - Recusa do Presidente Ernesto Geisela que se dê seu nome a logradouros públicos.

ALFEU GASPARINI - Aposentadoria especial para a pro­fessora primária.

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2770 Terça-feira H mARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) maro de 1974

JOEL FERREIRA - Pagamento do adicional de insalubri­dade.

CÉSAR NASCIMENTO - Absorção do SASSE pelo INPS ouIPASE.

WILSON BRAGA - Necrológio do médico João Toscane­Gonçalves de Medeiros.

FLORIM COUTINHO - Abolição da Escravatura.

LUIZ BRAZ - Exigência fluminense na fusão Guanabara­Estado do Rio.

ALBERTO LAVINAS - Paralisação das obras de construçãoda rodovia Pati de Alferes-Avelar. Estado do Rio de Janeiro.

JAISON BARRETO - Problemas do Vale do Itajaí, SantaCatarina.

ADHEMAR CHISI - Entrevista com o General Dirceu No­gueira, Ministro dos Transportes. e com o Sr. Angelo Calmonde Sá, presidente do Banco do Brasil. Reivindicações de SantaCatarina.

V - Grande Expediente

ELOY LENZI - Política econômico-financeira do GovernoMédici em relação à industrialização da carne e à agricultura.

AMÉRICO BRASIL - Transformação do Território do Ama­pá em Estado.

VI _ Ordem do Dia

CÉLIO·MARQUES FERNANDES, UBALDO BI'!.REM, AMAU­RY MÜLLER, ANTôNIO BRESOLIN, NOGUEIRA DE REZENDE- Apresentação de proposições.

PEIXOTO FILHO - Reclamacão sobre inclusão em pautado Projeto n. 840/72, de sua autoria. que autoriza o Poder Exe­cutivo a incluir nos documentos de identidade pessoal o tiposanguíneo do portador.

.ALFEU GASPARINI - Reclamação sobre andamento doProjeto n.o 781/72, de sua autoria, que dispõe sobre acidentes detrânsito sem vítimas.

ALFEU GASPARINI, CÉLIO MARQUES FERNANDES PRIS­CO VIANA - Discussão do Projeto n.o SOl-A. de 1972. '

Projeto de Decreto Legislativo n.o 145-A, de 1974 - Apro-vado ..

Projeto 11.° 633-A, de 1972 - Adiado.

Projeto n.? 430-0, de 1971 - Aprovado.

Projeto n.v SOl-A,de 1972 - Rejeitado.

GARCIA NETO (Como Líder) - O progresso das comuni­cações no Brasil.

JOSÉ MANDELLI (Como Líder) - Conclusão da ferroviaRoca Sanes-Passo Fundo, Rio Grande do Sul.

VII - Comunicações das Lideranças

ALCEU COLLARES - Exigências do Conselho Federal deFarmácia para o provísíonamento de práticos e oficiais de far­mácia.

ANTôNIO BRESOLIN, PRISCO VIANA - Dia das Mães.

PRESIDENTE - Solidariedade da Mesa às homenagensprestadas à mãe brasileira ao transcurso do Dia das Mães.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - MESA <Relação dos membros)

3 - LíDERES E VICE-LIDERES DE PARTIDOS <Relaçãodos membros)

4 - COMISSõES (Relação dos membros das Comissões Per­manentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

ATA DA 41.0 SE~SÃO

EM 13 DE MAIO DE 1974

PRESIDÊNCIA DOS SRS. FLÁVIO MARCíL\O,PRESIDENTE; ADERBAL JUREMA,

l.o-VICE-PRESIDENTE; FERNANDO GAMA,2.o-VICE-PRESIDENTE; E JARMUND NASSER,

SUPLENTE DE SECRETÁRIO

I - As 13:30 horas comparecem os Se-nhores:

Flávio MarcílioAderbal JuremaFernando GamaDayl de Almeida•Tosé Carlos FonsecaJoão CasteloJarmund Nasser

Acre

Joaquim Macedo - ARENA; Nasser Al­meída - ARENA.

Amazonas

Joel Ferreira - MDB.

Pará

Américo Brasil - ARENA; Júlio Viveiros-MDB.

Maranhão

Henrique de La Rocque - ARENA.

Piauí

Dyrno Pires ARENA; Milton Brandão- ARENA.

Ceará

Alvaro Lins - MDB; Edilson Melo Távora- ARENA; Ernesto Valente - ARENA;Marcelo Linhares - ARENA. '.

Rio Grande do Norte

Dialma Marinho - ARENA; Pedro Luce­na - MDB.

Paraíba

Antônio Mariz - ARENA; Cláur.1io Leite-- ARENA; Wilson Braga - ARENA.

Pernambuco

Etelvino Lins - ARENA; Geraldo Guedes-ARENA; Gonzaga Vasconcelos - I\RE­

NA; Marco Maciel - ARENA; Marcos Frei­re - MDB.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA.

Sergipe

Passos Pôrto - ARENA; Raimundo Diniz- ARENA.

Bahia

Djalma Bessa --c ARENA; Ivo Braga ­ARENA: Joáo Alves - ARENA; José Pene­do - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA;Luiz Braga - ARENA; Manoel Novaes ­ARENA; Neey Novaes - ARENA; OdulfoDomingues - ARENA; Prisco Viana ­ARENA; Rogério Rêgo - ARENA; Theódulode Albuquerque - ARENA.

Rio de Janeiro

Alberto Lavínas - MDB; Brígido Tinoco- MDB; Da.so Coimbra - ARENA; José daSilva Barros - ARENA; Luiz Braz - ARE­NA; Peixoto Filho - MDB.

Guanabara

Alcir Pimenta - MDBj Bezerra de No­rões - MDB; Célio Borja - ARENA; Flo­rim Coutinho - MDB; JG de Araújo Jorge- MDB; Lísâneas Maciel - MDB.

Minas Gerais

Aureliano Chaves - ARENA; FrancelinoPereira - ARENA; Homero Santos ­ARENA; Jairo Magalhães - ARENA; .IoâoGuido - ARENA; José Bonifácio - ARE­NA; José Machado - }\"1l!lí)IA; Manoel deAlmeida - ARENA; Murilo Badaró - ARE··NA; Nogueira de Rezende - ARENA; Pa­dre Nobre MDB; Sinval Boaventura ­ARENA.

São Paulo

Alfeu Gasparini - ARENA; Freita.s No­bre - MDB: Ildélio Mart,ins - ARENA;Maurício TQledo - ARENA.

Goiás

Fernado Cunha - MDB; Juarez P"rnar­des - MDB; Siqueira ~::U:lpOS - ARENA.

Mato Grosso

Gareía Neto - ARENA; Ubaldo Barem- ARENA.

Paraná

Agostinho Rodrigues - ARENA; Ary deLima - ARENA; Olivir Gabardo - ARENA.

Santa Catarina

Adhemar Ghisi - ARENA; César Nasci­mento - MDB; Francisco Libardoni ­MDB; Jaison Barreto - MDB; João Linha­res - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alceu Collares - MDB; Aldo Fagundes ­MDB; Antônio Bresolin - MDB; 'Jéli Mar­qu . Fernandes - ARENA; Cid Furtado ­ARENA; Daniel Faraco - ARENA; EloyLenzí - MDB; Getúlio Dias - MDB; Hel­bert dos Santos - ARENA; José Mandelli- MDB; Vasco Amaro - ARENA.

Amapá

Antônio Pontes - MDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.

O SR. PRESIDENTE (Fernando Gama)- A lista de presença acusa o compareci-r. ento de 98 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossostrabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura daata da sessão anterior.

II - O SR. JARMUND NASSER, Suplentede Secretário, servindo como 2.0-Secretário,

pvocede à leitura da ata cl sessão antece­dente, a qual é, sem observações, assinada,

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Maio de 19'74 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)" Terça-feira 14 2'7'71

o SR. PRESIDENTE (Fernando Gama)_ ?assa-se à leitura do expediente.

O SR. JOÃO CASTELO, Suplente de Se­'c~etário, servindo como l.°-Secretário, pro­cede à leitura do seguinte.

IH - EXPEDIENTE

PROJETO DE LEIN.o 68-B, de 1971

(Do Sr. A1feu Gasparini)

Destina recursos, originários do fute­bol profissional, para a instalação e de­senvolvimento de conjuntos poliespor­tivos; tendo parecer: da Comissão deConstituição e Justiça, pela inconstitu­cionalidade e injuridicidade; da Comis­são de Educação e Cultura, pela rejei­ção, com voto em separado do Sr. Par­sifal Barroso; e, da Comissão de Finan­ças, pela rejeição.

(PROJETO DE LEI NP 68-A, DE 1971, A, QUE SE REFEREM OS PARECERES)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° Dez por cento (10%) da renda

bruta nos jogos do futebol profissional in­i ter-clubes deverão ser aplicados na instala­ção, ampliação e manutenção de conjuntospoliesportivos.

Parágrafo único. A porcentagem referi­da no artigo anterior será rateada entre osclubes participantes no final de cada co­tejo.

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as disposi­ções em contrário.

Sala das Sessões, 27 de abril de 1971. ­'Deputado Alfeu Gasparini.

JustificaçãoO Sr. Ministro da Educação e Cultura, Co­

ronel Jarbas Passarinho, tem revoluciona­do aquela Pasta, Há pouco participou deC.ugresao no auditório das Folhas, em SãoPaulo, onde afirmou sua disposição em re­formular o setor esportivo do Pais. :É umcaminho novo que desponta justamente comoutros novos oferecidos pelo atual Governo,na concretização dos ideais de um paisgrande e forte.

A Grécia tinha sua Esparta e sua Atenas,onde a cultura fisica da primeira deixavamargem à intelectual da segunda. O Im­pério Romano, igualmente, teve seu apo­geu e serviu de berço à civilização do mun­(],O moderno, mas fê-lo com base no binô­mio físico-intelecto. Uma atividade com­pletando a outra., "Não há rendimento escolar, nem produ­l;ão intelectual convincente em quantidade,ou produção satisfatória no campo ou nacidade, com o elemento humano fraco ouadoentado. A saúde não está só nos labo­ratórios farmacêuticos, mas prioritariamen­te na prática constante dos desportos. .

O "esporte-rei" deve e pode colaborar pa­ira seu próprio benefício. Nele está incluídoo preparo físico dos jogadores. Fundamen­tado no futebol pode o Pais conseguir umaverdadeira infra-estrutura políesportíva,

No convívio diuturno dos associados dosclubes, traídos pelas suas diversas modali­dades esportivas, o cidadão construirá umasolidariedade mais duradoura e cheia do ca­lor humano, ganhando com isso a socieda­de Estatal.

Assim sendo, grandes estádios terão com­pletadas suas instalações e nos revezes fi­nanceiros quando o "esporte-rei" sofre es­friamento, os associados continuarão presti­giando, pois, têm outros atrativos.

PARECER DA COMISSãO DECONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - RELATóRIOA proposição visa destinar obrigatoria­

mente 10% da rendo bruta dos jogos de fu­tebol à construção ou ampliação de que oautor chama conjuntos poliesportivos. Areceita assim obtida reverteria aos própriosclubes participantes dos jogos, que lhes da­riam a finalidade legal.

O projeto, de autoria do deputado AlfeuGasparini, foi distribuído às COmissões deJustiça, de Educação e Cultura e de Fuian­ças.

II - VOTO DO RELATORA Constituição da República Federativa

do Brasil, no artigo 153, § 1.° assegura aigualdade de todos perante a lei, qualquerque seja o seu trabalho. A imposição deobrigações especiais às sociedades que ex­plorem o futebol, sem cogitar-se dos demaisesportes porventura profissionalmente exer­cidos, caracteriza níttda infração ao prin­cipio de íssonomta consagrado no artigo re­ferido.

Não obstante as nobres intenções que ani­maram o autor e os -altos fins que almeja,opino, diante das razões expostas, pela re­jeição do projeto, considerando-o ínconstí­tucíonal e mjuridíeo,

Sala da Corníssão, 30 de novembro de 1972.- Antônio Mariz, Relator.

III - PARECER DA COMISSAOA Comissão de Constituição e Justiça, em

reunião de sua Turma "B", realizada em 30de novembro de 1972, opinou, unanimemen­te, pela inconstitucionalidade e tnjurtdicí­dade do Projeto número 68/71, nos termosdo parecer do Relator.

Estiveram presentes os senhores depu­tados: José Bonifácio - Presidente, Antô­nío Mariz - Relator, Djalma Bessa, ÉlcioAlvares, Ferreira do Amaral, Hamilton Xa­vier, Jairo Magalhães, Luiz Braz, MárioMondino, Maurício Toledo, Miro Teixeira eRuydalmeida Barbosa.

Sala da Comissão, 30 de novembro de1972. - José Bonifácio, Presidente. - Antô­nio Mariz, Relator.

PARECER DA COMISSAODE EDUCAÇAO E CULTURA

1- RelatórioAtravés do presente, o ilustre Deputado

Alfeu Gasparíní pretende destinar parte dosrecursos proveniente do futebol profissionalpara a instalação, ampliação e manutençãode conjuntos poliesportivos.

Na Comissão de Constituição e Justiça foirelator da matéria o Deputado AntônioMariz que, baseando em dispositivo consti­tucional, opinou pela rejeição do projeto,sob alegação de ser o mesmo injurídico einconstitucional.

Por unanimidade, aquela comissão apro­vou a parecer do Deputado Antônio Mariz.

II - Voto do RelatorDiz o Regimento Interno, em seu artigo

28, parágrafo 4.° que sempre que a. Comis­são de Oonstrtuiçào e Justiça, por maioriaabsoluta dos seus membros, ou por dóis ter­ços de qualquer de suas turmas, aprovarparecer pela inconstitucionalidade de pro­posição, será esta enviada imediatamenteao Plenário, por intermédio da Mesa, aindaquando distribuida a outras Comissões, pa­ra imediata inclusão na Ordem do Dia, emdiscussão prévia.

Em Plenário, o parecer da Comissão deConstituição e Justiça foi rejeitado na ses­são do dia 23 de agosto último. Por esta

razão, o projeto voltou a ter andamento.normal.

Não constitui segredo para ninguém queo futebol profíssíonal está atravessando,uma tremenda crise financeira. Inúmerasproposições têm sido apresentadas nesta.Casa no sentido de alterar o atual sistema.de distribuição da renda da lotérica espor­tiva, a fim de minorar as dificuldades fi­nanceiras dos clubes de futebol profissional

O projeto pretende retirar 10% da rendabruta dos jogos de futebol para aplicação nainstalação, ampliação e manutenção de con­juntos poliesportivos.

Ora, se já é difícil a atual situação finan­ceira dos clubes de futebol profissional,mais dificil ela se tornaria com a transfor­mação deste projeto em lei.

:É de se notar, entretanto, que o que o pro­jeto tem em mira já vem sendo alcancadocom a aplicação de recursos da loteria- es­portiva na construção de centros desporti­vos em todos os Estados da Federação, soba orientação do Ministerio da Educação eCultura.

Diante do exposto, somos de parecer con­trário à aprovação do projeto.

Sala da Comissão, 3 de outubro de 1973.- Jarmund Nasser, Relator.

DI - Parecer da Comissão

A Comissão de Educação e Cultura, emsua reunião ordinária realizada em 7 de no­vembro de 1973, opinou, unanimementepela rejeição do Projeto n.o 68/71, do Sr:Alfeu Gasparini, que "Dá recursos à insta­Iaeâo e ampliação de conjuntos políespor­tlVOS", nos termos do parecer contrário doRelator, Senhor Jarmunct Nasser. Apresen­tou voto em separado o Senhor ParsifalBarroso.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados Flexa Ribeiro - Presidente MaurícioToledo e João Borges - Vice-P~esidentesEurípides Cardoso de Menezes, Francisc;Amaral, Moacyr Chíesse, Al'Y de Lima, Be­zerra de Mello, Gastão Müller, Oceano oar­Ieíal, Olivlr Gabardo, Emanuel PinheiroParsifal Barroso, Plinio Salgado, JannundNasser, Nadyr Rossetti, Murilo Badaró, DasoCoimbra e J G de Araújo Jorge.

Sala da Comissão, 7 de novembro de 1973.- FIexa Ribeiro, Presidente. - JannundNasser, Relator.

Voto em ~eparado, contrário à aprovaçãodo Projeto, do Sr. Parsífal Barroso

I - Além das judiciosas e sensatas ra­zões constantes do parecer do nobre e ilus­tre Deputado Jarmund Nasser, contráriasà aprovação do Projeto de Lei n.O 68/71,cumpre-me detalhar o voto que proferiem princípio, quando da discussão da ma':téría, baseado apenas na circunstância deque a solução apresentada pelo operosoautor da proposição ainda se encontra emestudos na Comissão Especial destinada aelaborar o projeto do Código Nacional deDesportos.

II - Com efeito, se a finalidade do pro­jeto se restringe a proporcionar recursosaos clubes de futebol, participantes dos jo­gos do futebol profissional ínterclubes, pa­ra a instalação, ampliação e manutençãode conjuntos poli-esportivos, não há negarque essa iniciativa se emparelha com mui­tas outras relativas à rerormulacâo dainfra-estrutura do "esporte rei", visando àgarantia do preparo físico dos jogadores.

Antes, portanto, que se possa definir adiretriz dessa reformulação, não é razoávelque se considere como necessidade básica

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2772 Terça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

a implantação dessa rede de conjuntos poli­desportivos.

IH - Enquanto o Departamento Nacio­nal de Educação Física desenvolve seu pro­grama de construção de Centros Desporti­vos. a introdução desses conjuntos poli­esportivos no conjunto dessas construçõesiria, na prática, determinar o questiona­mento de sua conceituação, dentro da no­menclatura já utilizada pelo Governo Fe­deral.

Além disso, seria inevitável que as difi­culdades a surgirem, quando do estabeleci­mento de uma disciplina equitatíva parata aplicação do percentual, levaria o Go­verno Federal a incluir essa possível lei norol dos diplomas legais inconvenientes,porque de fato inadequados e ineficazes,do ponto de vista da prática administrativa.

IV - Ao ratificar as fundadas razões dominudente parecer do nobre e ilustre Re­lator, permito-me aduzir em seu favormais essas considerações. ditadas pela ex­periência haurida na Comissão Especial aque me referi de início.

Sala da Comissão, em 7 de novembro de1973. - Parsifal Barroso.

PARECER DA COMISSãO DE FINANÇAS

I - RelatórioO nobre Deputado Alfeu Gasparini tem

em mira com o projeto ora sujeito à nossaapreciação, determinar que dez por centoda renda bruta de todos os jogos entre clu­bes profissionais sej am aplicados na insta­lação, ampliação e manutenção de conjun­tos poli-esportivos.

Após ouvir o Ministério da Educação eCultura, a Comissão de Justiça fulminou aproposição como inconstitucional e ínjurí­dica, opinando pela sua rejeição, sendo seupronunciamento acompanhado pela Comis­são de Educação.

li - Voto do RelatorTendo em vista os pareceres das Comis­

sões de Constituição e Justiça e de Edu­cação, não resta a esta Comissão senão ma­nifestar-se em consonância com as mes­mas.

Pela rej eícão.

É o nosso parecer.Brasília, 29 de abril de 1974. - Tourinho

Dantas, Relator.

111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em sua reunião

ordinária, realizada em 9 de maio de 1974,opinou, unanimemente. pela rejeição doProjeto '!l.o 68-71, nos termos do parecerdo Relator, Deputado Tourinho Dantas.

Compareceram os Senhores Arthur San­tos, presidente, Ildélio Martins e AthiêCoury, Vice-Presidentes; César Nascimento,Tourinho Dantas, José Freire, Aldo Lupo,Homero Santos, Fernando Magalhães, Flo­rim Coutinho, Dias Menezes, Joel Ferreira,Adhemar de Barros Filbo, João Castelo,Ozanam Coelho, Ivo Braga e Jorge Vargas.

Sala da Comissão, em 9 de maio de 1974.- Tourinho Dantas, Relator. _ ArthurSantos, Presidente.

PROJETO DE LEIN.o 681-B, de 1972

(Do Senado Federal)

Estende às associações de classe dospensionistas do serviço público os di.reitos assegurados pela Lei n. O 1.134, de14 de junho de 1950, que faculta repre­sentação perante as autoridades admi­nistrativas e a justiça ordinária aosassociados de classes quc especifica;tendo pareceres; da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela constitucionali­dade; da Comissão de Serviço Público,pela aprovação; e, da Comissão de Fi­nanças, emitido em audiência, pelaaprovação, com emendas.

(PROJETO DE LEI N.o 681-A, de 1972, AQUE SE REFEREM OS PARECERES.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 São estendidos às associações de

classe dos pensionistas do serviço público,da administração direta ou indireta, legal­mente organizadas e reconhecidas, os mes­mos direitos assegurados pela Lei n. o 1.134,de 14 de junho de 1950 que faculta repre­sentação perante as autoridades adminis­trativas e a justiça ordinária aos associadosde classe que especifica.

Art. 2.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Senado Federal, em 24 de maio de 1972. ­Petrônio PorteUa, Presidente do Senado Fe­deral.

SOCIEDADES(Representação administrativa e

judicial)LEI N.o 1.134

DE 14 DE JUNHO DE 1950Faculta Representação pcrantc as

autoridades administrativas e a justiçaordinária aos Associados de Classes queespecifica.

Art. 1.° As assocíacões de classes exis­tentes na data da publicação desta Lei, semnenhum caráter polítíco, fundadas nos ter­mos do Código Civil e enquadradas nos dis­positivos constitucionais, que congreguemfuncionários ou empregados de empresasindustriais da União, administradas ou nãopor ela, dos Estados, dos Municípios e deentidades autárquicas, de modo geral, é fa­cultada a representação coletiva ou indivi­dual de seus associados, perante as auto­ridades administrativas e a justiça ordi­nária.

Art. 2.0 A essas associações, que passama ter as prerrogativas de órgãos de colabo­ração com o Estado, no estudo e na soluçãodos problemas que se relacionem com aclasse que representam, é permitido, me­diante consignação em folha de pagamentode seus associados, o desconto de mensali­dades sociais.

Art. 3.0 A presente lei entrará em vigorna data de sua publicação.

SINOPSE

PROJETO DE LEI N.o 16DE 1971

Estende às associações de classe dospensionistas do serviço público os direi­tos assegurados pela Lei número 1.134,de 14 de junho de 1950.

Apresentado pelo Senhor Senador Ben­jamim Farah.

Lido no expediente da sessão de 4-5-71 epublicado no DCN de 5-5-71 é distribuído àsComissões de Constituição e Justiça e deServiço Público Civil.

Em 27-4-72 são lidos os seguintes pare­ceres:

N.o 27. de 1972, da Comissão de Constitui­ção de Justiça, relatado pelo Senhor Se­nador Helvídio Nunes, pela constitucionali­dade e juridicidade do projeto. (DCN de28-4-72 - Seção In.

N.O 28, de 1972, da Comissão de ServiçoPúblico Civil, relatado pelo Senhor SenadorHeitor Dias, pela aprovação do projeto como Substitutivo que apresenta. (DCN de23-4-72 -- Seção li).

N.o 29, de 1972, da Comissão de Constitui­ção e Justiça, relatado pelo Senhor SenadorHelvidio Nunes, pela constitucionalidade ejuridicidade do projeto com o Substitutivoapresentado pela Comissão de Serviço PÚ­blico Civil. (DCN de 28-4-72 - Seção II).

Em 9-5-72 é incluído em Ordem do Diapara discussão em 1.0 turno.

Em 10-5-72 é aprovado o Substitutivo daComissão de Serviço Público Civil, ficandoprejudicado o projeto 0.0 turno),

Em 12-5-72 é incluído em Ordem do Diapara discussão em 2.° turno, ficando, emseguida, aprovado.

A Comissão de Redação.Em 17-5-72 é lido o Parecer n.? 80, de 1972,

relatado pelo Senhor Senador José Lindoso,da oonnssão de Redação, apresentando aredação final do Proj eto.

Em 19-5-72 é incluído em Ordem do Diapara discussão em turno único da redacãofinal. .

Nessa mesma data é aprovada a redaçãofinal.

À Câmara dos .Deputados com o Ofícion. o 73, de 24-5-72.

N.o 73

Em 24 de maio de 1972.Senhor Primeiro Secretário,

Tenho a honra de encaminhar a VossaExcelência, a fim de ser submetido à revi­são da Câmara dos Deputados, nos termosdo art. 56, da Constituição Federal, o Pro­jeto de Lei do Senado n.O 16, de 1971, cons­tante do autógrafo junto, que "estende àsassociações de classe dos pensionistas doserviço público os direitos assegurados pelaLei n.? 1.134, de 14 de junho de 1950".

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos de minhaperfeita estima e mais distinta considera­ção. - Senador Ney Braga, 1.0 Secretário.

PARECER DA COMiSSãO DECONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I e II - Relatório e Voto do RelatorDo Senado Federal vem a apreciação

desta Comissão o projeto de lei de n. o 681,de 1972, que preceitua no seu art. 1.0: "Sãoestendidos às associações de classe dos pen­sionistas do serviço público os direitos asse­gurados pela Lei n.o 1.134, de 14 de junho de1950, que faculta representação perante asautoridades administrativas e a justiça or­dinária aos associados de classe que espe­cifica".

Art. 2.0 Esta lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposi­ções em contrário.

A matéria em apreço é proposta em ter­mos de substitutivo pelas Comissões Téc­nicas daquela Alta Casa do Congresso Na­cional, ao projeto n.v 16 de 1971, do SenadorBenjamim Farah. O projeto originário, apóssofrer sugestões de ordem técnico-legisla­tiva pela Comissão de Justiça do Senado,é finalmente concluso pela aprovação jurí­dico-constitucional com tramitação a Co­missão de Serviços Públicos que analisando

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Maio de 1974 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terçá-feira 14 2773

o mérito, concluiu pela aprovação e lhe dáordenação legislativa estável e correta.Voltando à Comissão de Justica o Senadorrelator Elvídio Nunes, reitera ô caráter ju­rídico-constitucional de proposição relata­da pelo Senador Heitor Dias. No curso finalde sua tramitação a Comissão de Redaçãopropõe o estatuído no caput do projetoacima mencionado, em caráter conclusivo.Depois de meticulosamente estudada a ma­téria pelas doutas Comissões Técnicas doSenado, infere-se por nada mais se poderacrescentar. O projeto tem um alcance so­cial importante, que é o de estender direi­tos em virtudes da faculdade que lhe con­cede a Lei n.? 1.134. de 1950, e em nadacontraria as Normas Constitucionais vi­gentes., Em face do exposto, somos pela aprova­ção.

. Sala da Comissão, 26 de junho de 1972. ­Gonzaga Vasconcelos, Relator.

UI - Parecer da Comissão. A Comissão de Constituição e Justiça, emreumãc de sua Turma "A", realizada em27-6-72, opinou, unanimemente, pela cor.s­tttucíonalídade do Projeto n.o 681-72, nos.termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Luiz Braz, Vice-Presidente, no exer­eicto da Presidência; Gonzaga Vasconcelos,Relator: Alceu Collares, Célio Borja, Hamil­ton Xavier, Manoel Taveira, Mário Mori­díno, Petrânio Figueiredo e RuidalmeidaBarbosa.

Sala das Sessões, 27 de junho de 1972. ­Luiz Braz, Vice-Presidente, no exercício daPresidência. - Gonzaga Vasconcelos, Re­lator.

PARECER DA COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO

I - RelatórioOriundo do Senado, o projeto em apre­

Ç{), de autoria do nobre Senador BenjamimFarah, transformado em substitutivo, tempor finahdade estender às Associações declasse dos pensionistas do serviço público osbenefícios da Lei n. o 1.134, de 14 de junhode 1950, que faculta representação peranteàs autoridades administrativas e a justiçaordinária aos associados de classe que espe­cifica.

O ilustre autor da proposição justifica-a,demonstrando que "a Lei n.o 1.134, de 14­6-1950, já concede às entidades represen­tativas de servidores públicos, devidamenteregistradas, os benefícios acima enumera­dcs, Assim, também, a Lei n.o 4.069, de 15­6-62. Todavia, as associações que congregam

.p.t:nsionistas do serviço público não gozam'desses benefícios, por isso mesmo os reivin­dicam como condição principal de sobre­vivência".

Naquela Casa do Congresso, o projeto tra­mitou pelas Comissões de Constituição eJustiça, de Serviço Público e Redação.

No primeiro órgão técnico, o ilustre Se­nador Helvídio Nunes, relator da matéria,

,lp.e manifestou integral concordância, opi­nando pela constitucionalidade e juridici­dade.

Na Comissão de Serviço Público, consubs­tanciou-se o relatório do Senador HeitorDias pela aprovação do projeto com Substi­J1jF~'o.," ,. Voltando à Comissão de Constituição eJustiça para apreciar o Substitutivo, foi o

"mesmo aprovado, reiterada assim a índole.d~,constitucionalidadee juridicidade.

.-,:'~ 'Nesta Câmara, o projeto foi submetido ae:!brne da douta Comissão de Constrtuícão eJustiça, onde recebeu parecer favorável.

Chegando à nossa Comissão, em termosde Substitutivo, coube-nos relatar a maté­ria.

Assim, não há dúvida de que os benefí­cios da Lei n.o 1.134, de 14 de junho de1950, vem oportunamente fazer justiça asassociações de classe dos pensionistas doserviço público e que agora, afinal, com amedida proposta, a nosso ver, corrige asinjustiças atuais.

É o nosso relatório.11 - Voto do Relator

Fazendo remissão aos pareceres ja expe­didos e aos altos propósitos do projeto, so­mos pela aprovação.

Sala das Sessões, em 27 de setembro de1972. - Lauro Rodrigues, Relator.

UI - Pareoer da Comissão

A Comissão de Serviço Público, em reu­nião ordinária realizada em 27 de setem­bro de 1972, aprovou, por unanimidade, oparecer do Relator, Senhor Deputado LauroRodrigues, favorável ao Projeto n.o 681/72.Compareceram os Senhores Deputados JoséFreire, Presidente; Lauro Rodrigues, Rela­tor; Freitas Nobre, Francelino Pereira, Be­zerra de Norões, Necy Novaes, Peixoto Fi­lho, Nina Ribeiro, Hugo Aguiar. GrimaldiRibeiro, Pedro Lucena e Carlos Alberto Oli­veira.

Sala da Comissão em 27 de setembro de1972. -- Deputado José Freire, Presidente. ­Deputado Lauro Rodrigues, Relator.

PARECER DA COMISSAODE FINANÇASI - Relatório

Do Senado Federal veio a esta Casa oprojeto de Lei n.o 681/72 (n.o 16/71 na Ori­gem) que intenta estender "às associaçõesde classe dos pensionistas do serviço públi­co, da administração direta ou indireta,legalmente organizadas e reconhecidas, osmesmos direitos assegurados pela Lei n.o1.134, de 14 de junho de 1950, que facultarepresentação perante as autoridades admi­nistrativas e a justiça ordinária aos asso­ciados de classes que especifica" (art. 1.0).

A Comissão de Constituição e Justiça, emreunião realizada em 27-6-72, opinou, una­nimemente, pela constitucionalidade doprojeto.

Na Comissão de serviço Público logrou,em 27-9-72, aprovação, igualmente, por una­nimidade.

Este órgão Técnico foi chamado a opi­nar sobre "os aspectos financeiros da ma­téria", conforme requerimento de audiênciaformulado pelo Dep. Daniel F'araco, apro­vado em 5 de agosto de 1972.

No que tange à competência da Comissãode Finanças, cabe-nos ressaltar o seguinte:

a) a Lei n.v 1.134, de 14-6-50, cujos bene­fícios, segundo o projeto, passam a ser es­tendidos às associações de classe dos pen­sionistas do serviço público, em seu art. 2.°,reza o seguinte:

"Art. 2.° A essas associações, que pas­sam a ter as prerrogativas de órgãos decolaboração com o Estado, no estudoe na solução dos problemas que se rela­cionem com a classe que representam,é permitido, mediante consignação emfolha de pagamento de seus associados,o desconto de mensalidades sociais."(grítamos.)

Esta lei, ao prever a consignação em folhade pagamento das mensalidades sociais de­vidas "às associacões de classes existentesna data da sua publicação ... ", limita aos"funcionários ou empregados de empresasindustriais da União, admtnístradas ou não

por ela, dos Estados, dos Municípios e deentidades autárquicas, de modo geral ... "(art. 1.0).

b) a Lei n. O 1.046, de 2-1-50, que "dispõesobre a consignação em folha de pagamen­to", permite

;'a consignação em folha de vencimen­to, remuneração, salário, provento, sub­sídio, pensão, montepio, meio-soldo egratírícação adicional por tempo de ser­viço" (art. 1.0 - redação dada pelaLei n.O 2.853, de 28-8-56).

E, em seu art. 4.°, verbis:"Art. 4.° Poderão consignar em folha:. ,

VIII - pensionistas civis e militares."c) Pela Lei n.o 3.761, de 25-4-60, foram

"estendidos à Sociedade Protetora PostalPíauíense, com sede em Teresina, Capitaldo Piauí, os benefícios da Lei n.v 1.134, de14-6-50".

d) Por sua vez, a Lei n,o 4.069, de 11-6-62,que "fixa novos valores para os vencimentosdos servidores da União, institui empréstimocompulsório e altera legislação do Impostode Renda, autoriza emissão de' títulos derecuperação financeira, modifica legislaçãosobre emissão de Letras e Obrígaçôes doTesouro Nacional", em seu art. 29, ~estabe­leceu:

"Art. 29. Ficam extensivos às entída­des representativas de Servidores Pú­blicos, de âmbito nacional, que tenhamseus Estatutos devidamente registrados,até a data da presente Lei, os beneficiosde que trata a Lei n.O 1.134, de H-6-50."(grífamos.j

Verificamos que a legislação disciplina­dora da consignação em folha de pagamen­to permite aos pensionistas civis e militaresserem consignantes.

A matéria constante do projeto. ora emexame, diz respeito à consignação em folhade pagamento dos pensionistas do servieopúblíeo, da administracão direta ou índíre­ta, associados dos órgãos de classe "sem ne­nhum caráter político, fundadas nos termosdo Código Civil e enquadradas nos disposi­tivos constitucionais", existentes na datada publicação da Lei n.o 1.134, isto é,14-6-50.

Se, pela legislação atual, os pensionistascivis e militares podem ser consignantes emfolha de pagamento, não encontramos, soba ótíca deste órgão Técnico, óbices à trami­tação deste projeto.

Não obstante, permitimo-nos sugerir duasemendas aditivas; uma ao art. 1.0 do pro­jeto, de forma a abranger as assocíacõesde pensionistas legalmente existentes' nadata da publicação desta Lei e não na datada publicação da Lei n,? 1 134, isto é,que, pelo texto atual do projeto, estariamabrangidas, apenas, as entidades porven­tura existentes há mais de 24 anos.

A outra, diz respeito à introdução de itemao artigo 5.°, da Lei n.o 1.046, de 2-1-50, quetrata, especificamente, da consignação emfolha de pagamento, de sorte a explicitar,como consignatárias, as associações de pen­sionistas do Serviço Público.

É o Relatório.

11 - Voto do Relator

Face ao exposto, recomendamos a aprova­ção do Projeto de Lei n.O 681/72 e das duasemendas aditivas, em anexo, que ora apre­sentamos à consideração dos nobres Pares•

Sala da Comissão, em 24 de abril de 1974.- Adhemar de Barros Filho, Relator.

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2'774 Terça-feira 14 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

EMENDA ADITIVA N.o 1

Apresentada pelo Relator, DeputadoAdhemar de Barros Filho, ao

Projeto de Lei n.o 681/72

Inclua-se no texto do art. 1.0 do projeto,logo apÓS "direta ou indireta", a expressão:

"existentes na data da publicação destaLei,"

.Il. justificação desta emenda já foi apre­sentada em nosso Relatório.

Sala da Comissão, em 24 de abril de 1974._ Adhemar de Barros Filho, Relator.

EMENDA ADITIVA N.O 2Apresentada pelo Relator, DeputadoAdhemar de Barros Filho, ao Projeto

de Lei n,? 681172

Acrescente-se o seguinte art. 2.° ao proje­to renumerando-se o atual 2.0 que passa a3 Ó.

"Art. 2.° Fica o art. 5.°, da Lei n.o .. ,1. 046, de 2 janeiro de 1950, acrescido doseguinte item:"Art. 5.° Poderão ser consignatários:•••••••••••••••••••• 4 .

IX - as associacões de classe dospen­sionistas do Ser;,iço Público, da admi­nistracão direta ou indireta, Iegalmen­mente' organizadas."

J"ustifieaçãoEsta emenda se justifica pelas razões que

expusemos em nosso Relatório.Devemos registrar, ainda, a necessidade

de unir esta matéria à legislação especificada consignação em folha de pagamento,uma vez que - a experiência tem mostrado- sendo a Lei n;' 1.,)46. de janeiro de 1950,diplomas legais posteriores - exemplifica­dos no Relatório -, permitiram que diversasentidades se tornassem consignatárias emtolha de pagamento, de forma esparsa, sema devida harmonização com o texto básicoque disciplina a matéria.

Sala da Comissão, em 24 de abril de 1974._ Adhemar de Barros Filho, Relator.

LEGISLACÃO ANEXADA PELO RELATORNA 'COMISSÃO DE FINANÇAS

LEI N.o 1.046DE 2 DE JANEIRO DE 1950

Dispõe sobre a consignação em folhade pagamento

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1.0 É permitida a consignação em

folha de vencimento, remuneração, salário,provento, subsídio, pensão, montepio, meiosoldo e gratificação adicional por tempo deserviço (1)

CAPíTULO IDa Consignação

Art. 2.° A consignação em folha poderáservir a garantia de:

I - fiança para o exercício do própriocargo, função ou emprego;

II - juros e amortização de empréstimoem dinheiro;

III - cota para aquisição de mercadoriase gêneros de primeira necessidade, destina­dos ao consignante e sua família, a coope­rativas de consumo, com fins beneficentese legalmente organizadas;

IV - cota para educação de filhos ou ne­tos do consignante, a favor de estabeleci­mentos de ensino, oficiais ou reconhecidospelo governo;

v - aluguel da casa para residência doconsignante e da tamrlía, comprovado com ocontrato de locação;

VI - contribuição inicial para aquisiçãode imóvel destinado à residência própria,ou da família; ou prestação mensal, após aaquisição, para pagamento de juros e amor­tização.

VII - prêmios de seguros privados, quan­do consignatária qualquer das entidades re­feridas no item III do artigo 5.° desta Lei(2)

Art. 3.0 Além da consignação em folhapara os fins do artigo 2.'" poderão ser ad­mitidos, com o caráter obrigatório, os se­guintes descontos:

I - quantias devidas à Fazenda Nacio­nal;

II - contribuição para montepio, meiosoldo, pensão, ou aposentadoria, desde quesejam em favor de instituições oficiais;

III - contribuição fixada em Lei a favorda Fazenda Nacional;

IV - cota para cônjuge ou filhos, emcumprimento de decisão judiciária.

CAPíTULO nDos Consignantes

Art. 4.° Poderão consignar em folha:I - funclonáríos públicos ou extranume­

rários. mensalistas, diaristas, contratados etarefeiros;

II - militares do Exército, Marinha, Ae­ronáutica, Policia Minta;: e Corpo de Bom­beiros do Distrit.) Federal;

III - juízes, membros do Ministério Pú­blico e serventuários da Justiça;

IV - 'senadores e deputados;V - aluguel de casa para residência do

de autarquias, socredadez de economia mis­ta, empresas concessionárias de serviço deutilidade pública, ou incorporadas ao patri­mônio público;

VI - associados e servidores de coopera­tivas de consumo, com fins beneficentes le­galmente constituídas;

VII - servidores civis aposentados e mili­tares reformados, ou da reserva remunera­da;

VIII - pensíonístas civis e militares.

CAPíTULO IIIDos Consignatários

Art. 5.° Poderão ser consignatários:I - Instituto de Previdência e Assistência

dos Servidores do Estado;II - Caixas Econômicas Federais e suas

filiais;III - autarquias, sociedades de economia

mista, empresas concessionárias de serviçosde utilidade pública, ou incorporadas aopatrimônio público;

IV - Vetado;V - Vetado;VI- Vetado;VII - estabelecimento de ensino oficial,

ou reconhecido pelo governo;

VIII - proprietário ou locatário de pré­dio ou apartamento residencial, que fizerprova de o haver locado ou sublocado aconsignante autorizado por esta lei, pararesidência sua ou da família e para paga­mento do respectivo aluguel.

CAPíTULO IVDos Empréstimos

Art. 6.° Os empréstimos em dinheiro,mediante consignações em folha, serão ere-

tuados nos prazos de seis, doze, dezoito, vin­te e quatro, trinta e seis ou quarenta e oitomeses e não poderão, em se tratando deempréstimos para aquisição de imóvel, des­tinado à moradia própria, exceder de 30anos.

Art. 7.° Os juros compensatórios dosempréstimos em dinheiro não excederão de12% ao ano e os para residência própria de10%, tabela Prlce ,

Art. 8.° Serão devidos os juros de mora.sempre que ocorrer omissão ou suspensãodo desconto, durante a vigência do con­trato.

Parágrafo único. Os juros de mora se­rão calculados pela taxa de 1% sobre o sal­do devedor da importância mutuada, pagosapós a última prestação contratual; e. se aoimportância for superior à prestação con­tratual, deverá ser desdobrada na base daprestação.

Art. 9.0 As entidades a que pertençam,ou sirvam os consignantes, não responderãopela consignação, nos casos de perda doemprego ou de insuficiência do vencimento,'remuneração, salário, provento, subsídio,pensão, montepio ou meio soldo.

Parágrafo único. No caso de insuficiên­cia, será suspenso o desconto e dilatado oprazo pelo tempo necessário para pagamen­to das consignações em débito e dos jurosda mora.

Art. 10. Nos empréstimos em dinheironão será admitida outra garantia além daconsignação em folha, nem será permitidaa cobrança de taxas, comissões, ônus ouquaisquer contribuições, afora as prevístasnos artigos 7.0 e 8.0 desta Lei.

Art. 11. Quando se tratar de emprésti­mo para aquisição de moradia própria, po­derá, além da consígnaçâo em folha, serexigida, a par do seguro de fogo, a garantiade vida, conforme a idade do consignante,com a taxa não superior a 2% ao ano; oua hipoteca, sendo que, nesta última hipó­tese, nenhuma obrigação anterior deverápesar sobre o imóvel.

Parágrafo único. Quando o reforço dagarantia consistir no seguro de vida doconsignante, o imóvel não responderá, mes­mo ocorrida a morte do devedor, antes desatisfeita a obrigação do contrato, pelo dé­bito ainda restante e a propriedade passará,desde a data da abertura da sucessão, aopleno domínio dos respectivos herdeiros; ese, C0111 a liquidação do seguro, houver sal­do, caberá este aos sucessores do consig­nante.

Art. 12. E licito ao consignatário exi­gir prova da situação funcional, da idadee do estado de saúde do candidato a em­préstimo, bem como recusar a operação a;ÍJ._tes de averbado o contrato. Depois da aver­bação, a entrega do dinheiro deverá ser ete­tuada dentro de dez dias.

Art. 13. O consignatário é obrigado afornecer ao consignante, ou à repartiçãoaverbadora, no prazo cíe 15 dias e sempreque lhe for exigido, extrato da conta cor­rente de movimento do empréstimo reali­zado.

Art. 14. O consignante exonerado, de­mitido, ou dispensado, continuará obrigadoao pagamento integral do empréstimo con­traído, que poderá ser cobrado pelos meioslegais.

parágrafo único. Será restaurada a con­signação em folha, nos casos de reintegra­ção, readmissão ou nova nomeação para.qualquer outro cargo, função ou emprego,

Art. 15. É facultado ao consignante, aoqualquer momento, antecipar, no todo ouem parte, o pagamento de seu débito.

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Terça-feira 14 2775Maio de 1974 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

§ 1.0 Na liquidação antecipada do em­préstimo ou da reforma, o consignatáriodeduzirá as consígnacões descontadas eainda não recebidas, mediante comprovaçãofornecida pelo órgão averbador.

§ 2.° Na hipótese do § LO, o consignan­te ficará isento dos juros relativos às pres­tações posteriores ao mês em que se reali­zar a liquidação.

Art. 16. Ocorrido o falecimento do con­signante, ficará extinta a divida do e~­

jrréstímo feito mediante simples garantíada consignação em folha.

Art. 17. Para a garantia da ordem dapreferência dos candidatos a empréstimos,haverá, na sede da entidade consignatária,em lugar acessível a qualquer interessado,um livro, devidamente aberto. numerado erubricado pelo incumbido de proceder à fis­calização de qualquer irregularidade, exi­gência ou fraude. Poderá ser lavrada, porescrito, independente de selo. qualquer re­clamação ao referido registro, com direitode recurso até ao Diretor-Geral do respec­tivo Municipio.

CAPÍTULO VDas Averbações

Art. 18. Nenhum desconto poderá serefetuado em folha, sem prévia averbaçãona ficha financeira individual.

Art. 19. As consignações para pagamentode empréstimo em dinheiro serão averba­das mediante contrato, isento de selo e dequaisquer outras despesas para o consig­nante.

§ 1.0 Os contratos, lavrados em duasvias serão assinados pelo consignante e pelorepIZesentante legal do consignatário, inde­pendentemente de testemunhas.

~ 2.° A segunda via do contrato ficaráarquivada no órgão averbador.

~ 3.° Da averbação dar-se-á certidão aoconsignatário, que o reclamar.

Art. 20. O pagamento ao consignatárioserá realizado no decorrer do mês subse­qüente ao do desconto.

~ 1.0 A entrega das consignações inde­pende da quitação do consignante no che­que de vencimento, remuneração, salário,provento, subsídio, pensão, montepio, oumeio soldo.

§ 2.° No ato do pagamento da consig­nação, será, pelo averbador, fornecida aoconsignatário nota discrímínatlva dos des­contos.

§ 3.° Se houver excesso ou omtssao nopagamento ao consignatário, será deduzidaou abonada, na folha do mês imediato, aimportância correspondente.

Art. 21. A soma das consignações nãoexcederá a 30% do vencimento, remunera­ção, salário, provento, subsidio, pensão,montepio, meio soldo e gratírícacão adicio­nal por tempo de serviço.

. Parágrafo único. Esse limite será eleva­do até 70% para prestação alimenticia,educação, aluguel de casa ou aquisição deimóvel destinado à moradia própria (3)

Art. 22. É proibida a intervenção de es­tranhos, inclusive procuradores, em todasas fases dos empréstimos, salvo o caso decomprovado impedimento por parte do con­sígnante, a juizo do averbador,

CAPíTULO VIDos Descontos

Art. 23. Serão mantidos os descontos daseonslgnações durante a vigência do con­trato.

Parágrafo único. Serão cancelados osdescontos:

a) independetenmente de qualquer comu­nicação, quando houver terminação do dé­bito;

b) a requerimento do consignante. me­diante prova da quitação do debito.

Art. 24. Verificada a improcedência dequalquer desconto, o órgão averbador pro­moverá imediata restituição ao consignante,independente de requerimento, e fará aconseqüente deducão no que tiver de serpago ao consignatário.

CAPíTULO VII

Da Fiscalização

Art. 25. Os consignatários estão sujeitosà autorização do governo e à sua fiscali­zação.

Parágrafo único. Independem de auto­rização do governo e de fiscalização espe­cial o.Instítuto de Previdência e Assistênciados Servidores do Estado, as Caixas Econô­micas Federais e as autarquias administra­tivas da União.

CAPíTULO VIII

Das Penalidades

Art 26. As penas para o consíznante se­rão as estabelecidas para os servidores nú­blicos, conforme a responsabilidade apu­rada.

Art. 27. A execucâo e físcaltvaçâo destaLei cabe aos órgãos de pessce'

Art. 28 As nenas para as entidades con­signatárias serão:

a) de susnensão por um a seis meses, e apena poderá cornnreender o recebimento deconsignações iá descontadas;

b) de suspensão. a que se refere a letra A,acrescida de multa de Cr$ 1.000,00 a .....•Cr$ 50. 000.00;

c) de nerda da faculdade de operar peloprazo de um a doze meses ou definitiva­mente. além do aue estabelecem as letrasA e B deste artigo.

Parágrafo único. As nenas acima serãotambém aplicadas às entidades consignatá­rias que:

a) não respeitarem a rigorosa ordem deinscrição dos candidatos a empréstimos;

b) cobrarem ou exigirem, de qualquermodo, do candidato a empréstimo. ou doconsignante, o pagamento de juros maio­res, comissão, bonificacões. ou quatsoueroutras despesas não autorizadas por estaLei.

CAPíTULO IX

Das Disposições Gerais

Art. 29. A presente Lei entrará em vigorna data de sua publicação.

Art. 30, Revogam-se as disposições emcontrário.

III - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em sua reunião

ordinária, realizada dia 9 de maio de 1974,aprovou, por unanimidade. com duas emen­das, o Projeto n.> 681/72. do Senado Federal,nos termos do parecer do Relator, DeputadoAdhemar de Barros Filho.

Compareceram os Senhores Arthur San­tos - Presidente, Ildélio Martins e AthiêCoury - Vice-Presidentes, César Nascimen­to, Tourinho Dantas, José Freire. Aldo Lu­po, Homero Santos. Fernando Magalhães,Florim Coutinho, Dias Menezes, Joe1 Fer­reira, Adhemar de Barros Filho, João Cas-

tela, Ozanarn Coelho, Ivo Braga e JorgeVargas.

Sala da Comissão em 9 de maio de 1974.- Adhemar de Barros Filho, Relator _Arthur Santos, Presidente.

EMENDA ADOTADA PELA COMISSÃON.o 1

Inclua-se no texto do art. 1.0 do projeto,logo após "direta ou indireta". a expressão:

"existentes na data da publicação destalei,"

Sala da Comissão, em 9 de maio de 1974.- Adhemar de Barros Filho, Relator _\l·thm· Santos, Presidente.

EMENDA ADOTADA PELA COMISSãON.O 2

Acrescente-se o seguinte art. 2.0 ao pro­jeto renumerando-se o atual 2. que passaa 3.°:

"Art. 2.0 Fica o art 5.0 da Lei n.o 1.046,de 2 de janeiro de 1950, acrescido doseguinte item:"Art. 5.0 Poderão ser consignatários:

IX - as associações de classe dos pen­sionistas do Servico Público da admi­nistração direta ou indireta legalmenteorganizadas."

Sala da Comissão. em 9 de maio de 1974.- Adhemar de Barros Filho, Relator _Arthur Santos, Presidente.

n) Redacâo dpterminadn. pela Lei .n.o 24853. de23-8-1936 (DOU de 29-3-19561.

(2) ttcm, 'i?II ecrescentano 'nelo Decreto-Ier n,o320, «e 5-9-1969 (DOD de 8-9-19691.

(3) Al't e pa.rágt-e fc úrnco com a redação deter...,mmada pela LeI n.o 2 853. de 28-8-1956.

P1{O TVTO DE T,Ti'T

N.o 1.146-A, de 1973

(Do Sr. Lauro Rodrigues)Acrescenta dois nará arafos ao art. ~O

da J,ei n,? 5.:'40. de 28 de novembro rle19118, que fixa normas àe organizaçãoe funcionamento do ensino superior esua articulacão com a escola média;tendo pareceres: da Comissão de Cons­tiuição e Justíça, pela eonstltueíonali­d"de e juridiciil-i/e; e, ;b~ COmi~<iíes

d~ Educae ão e Cultura e de Finanças,pela rejeição.

(PRO.TETO DE LEI N.o 1.146. DE 1973, AQUE SE REFEREM OS PARECERES).O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 20 da Lei n.o 5.5'10, de 28

de novembro de 1968. fica acrescida de r'lf'lisparágrafos. com as subseqüentes redações:

"Art. 20. . ...........................•~ 1.° O Ministério da Educação e Cul­tura fixará prazo. não excedente detrês anos. dentro. no qual, as Faculda­des de Medicina isoladas ou as que per­tencem a universidades cumpram odisposto no caput deste artigo, equi­pando instalações adequadas de prontosocorro, que possibilitem a seus estu­dantes. com a assistência dos profes­sores, prestar atendimento méclic'l deurgência às pessoas reconhecidamentepobres e carentes de recursos.§ 2.° O disposto no parágrafo anterior.aplica-se tanto às Faculdades de Me­dicina já reconhecidas pelo Ministérioda Educacão e Cultura e em funciona­mento na data da publicação destalei, como àquelas cuja autorização defuncionamento seja concedida a partirde 29 de novembro de 1968."

Art. 2.0 O prazo de cumprimento daexigência, constante do ~ 1.0, do art. 20,

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2776 Terça-feira 14 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Maio de 1974

da Lei n.o 5.540, de 28 de novembro de1968, segundo a redação dada a esse artigopor esta lei, será fixado pelo Ministério daEducacão e Cultura nas oportunidadesabaixo especificadas:

a) dentro de 90 dias da data da publi­cação desta lei, para as Faculdades de Me­dicina que já estejam funcionando nessadata;

b) no ato, de reconhecimento das Fa­culdades de Medicina, que venha a ser bai­xado a partir da entrada em vigor desta lei.

Art. 3.0 Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 4.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

J ustificaç ão

O art. 20 da Lei n.o 5.540. de 28 de no­vembro de 1968, estabelece ser obrigaçãodas universidades e dos estabelecimentosisolados de ensino superior a extensão àcomurridade, sob a forma de cursos e ser­viços especiais, das atividades do ensino.

Sem dúvida alguma, os hospitais-escolaconstítuem um exemplo vivo e atuante daprática elo mandamento contido no citadodispositivo da Lei do Ensino Superior.

O aue se vertfíca , no entanto. é que. porexemplo, no tocante justamente às Facul­dades de MeeJicina, muito poucas são asque vêm cumnrlnrto a determínacão conti­da no art. 20 da Lei n ° 5 540, de 28 denovembro de 1968 e nc-ihuma providênciase tome, a propósito, com a finalidacle defazer cumnriría a norma legal que deter­mina a prestação de serviços especiais àcomunidade.

AlJCSO!' da evidente conveniência de ose.turl8ntes de medicina poderem. na pró­pria Faculrlarle. adestrar-se na prática danobre profissão médica. sob a orientacãode seus mestres, raros são os estabeleci­mentos dedicados ao ensino da "Ciênciade Hinócrates" que disnôem de hospitais,unando não dotados de instalações e íns­trnmental de clínicas esneclaltzada s. nelomenos adequados ao atendimento de pron­to-socorro, de modo a servirem, dentro doespírrto oue norteou a edificaç50 da normado art. 20 da Lei 00 Ensino Superior, ascam8cJ8s mais carentes de recursos da co­munidade.

O r'lescumprime"to da deterrrrmacão legalcontída no referido artigo 20 faz com quese torne letra morta a regra tão oportuna­mente inserida na lei, porque nenhumaprovídêncía se haja tomado para comnelíras escolas à observância da regra-dever.

.A~~im justificado, e diante da Imnossi­bi1,nor1e de tomar a iniciativa de lei de ca­ráter mais imperativo, mediante a fixacãode normas que determtnassem. por exern­plo a criacão de hospitais de pronto-socor­ro em cada Escola de Medicina. em razãooa restrir-ão constitucional contida na nar­te final do item Ir. do art. 57 da Lei Maior.p~receu-nos alter'ns-t íva válida ao alcancedos fins a que nos propomos, a inserção dedots parávratos no art. 20 da Lei n.O 5.540(Lei do Ensino Superior), dispositivo docual emana a regra de que as uníverslda­des e os estabelecimentos de ensino S11ne­rtor deverão estender à comunidade, sob af''l'ma de SERVIÇOS ESPECIAIS, suas ati­vidades correlacíonadas ao ensino.

Para o êxito desta iniciativa, esperamoscontar com o indispensável achego da in­teligência dos nobres pares com assento noCongresso Nacional do Brasil, a fim de quea idéia ora lançada possa frutificar, poismerecedora de amparo se nos afigura elaem razão dos benefíeios de que de tal le~gislação poderão advir, COm a ampliação

da assistência médica devida aos nossosirmãos mais carentes de recursos.

Sala das Sessões, em 26 de março de 1973.- Deputado Lauro Rodrigues.

PARECER DA COMISSÃODE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - Relatório1. O ilustre Deputado Lauro Rodrigues

apresentou à conslderaçâo do CongressoNacional o Projeto de Lei em epígrafe, vi­sando acrescentar dois parágrafos ao art.20 da. Lei n.o 5.540, de 1968, que estatuinormas de organização e funcionamentodo ensino superior.

O citado artigo 20 estabelece a obrigaçãodas universidades e dos estabelecime'1tosisolados de ensino superior de prestaremserviços especiais à comunidade,

Entretanto, o dispositivo determina essedever em termos gerais, sem especificarprazo para sua efetivação. Daí, a razão deser do pro] eto, que visa tornar efetiva aobrigação legal, uma vez que, até hoje. namaioria dos casos, permanece ele letramorta.

Para isso. determina o parágrafo primei­ro que o Ministério da Educação fixaráprazo não excedente de três anos, dentrodo qual as Faculdades de Medicina, sejamas isoladas. sejam as pertencentes às Uni­versidades, cumpram a disposição legal.Segunào o parágrafo primetro, esses servi­ços especiais seriam prestados em prontossocorros onde os estu-íantes, com a assis­tência dos professores. dariam atendimentomédico de urgência às pessoas necessitadas.

O narágrafo seÇ(undo dlsnôe que a obrt­gacão constante do narágrafo anterior édevida n5.0 só pelas Faculdades ele Medi­cina já reconhecidas pelo Ministério daEducacão e Cnltura e em funcionamentona data da publicaeão desta lei, como tam­bérn por aonelas cuia autori13""iío de Í1.m­cíonamento tenho sino concedido a partirde 29 de novemh,,') de 1Q68. F.~ta data senren-ie à promulgação da Lei n. O 5.540,de 1968.

O art 2.0 da »ronoslcâo cuida de fixaro prazo para cumnrlmento do dísnosto no*1 ° F.sse nrazo ~prá fixado nelo Ministóri.oda Educação e Cultura, da seguinte manei­ra:

a) dentro de noventa dias da data daDuh1icacão da lei nara as F8cll1d::>des deMecli"ina que já estejam funcionando nes­sa data;

b) no ato de reconriectmento da Facul­dade que venha a ser baixado depois davigêncía desta lei.

Na justificação, o autor procura demons­trar os fundamentos da proposíçâo.

Alega ele que poucas Faculdades de Me­dicina vêm cumprindo o art. 20 da Lein.> 5.540. E que nenhuma providência to­mam as autorírtartes responsáveis, de talsorte que as Escolas Superiores respectívaacontinuam a descumprir o dispositivo legalem questão.

O projeto foi distribuído às Comissões deConstituição e Justiça, Educação e Finan­ças.

Neste órgão técnico, fui designado rela­tor.

11 - Voto do Relator2. Cumpre-nos examinar o projeto sob

o ângulo da constitucionalidade, j urídící­dade e técnica legislativa.

Sob o aspecto estritamente constitucio­nal, temos de verificar as seguintes ques­tões:

a) competência legislativa da União; •

b) poder de iniciativa do Deputado;

c) constitucionalidade propriamente di.ta, ou seja, a conformidade do texto pro­posto com a Lei Maior.

É o que passamos a fazer.3. Versa o assunto matéria de educacão,

a cujo respeito a oonstítuícâo estabeleceucompetência legislativa da União, ex-vi dodisposto no art. 8.0 , inciso XVII, letra q,isto é, díretrízes e bases da educação na­cional.

Não constitui o objeto da proposição 'ne­nhum daqueles assuntos previstos nosvar­tigos 57 e 65 da Lei Maior, para os quais elaestabelece a competência privilegiada: doPresidente da República. Asslrn, o poder deiniciativa pertence a qualquer membro ouCcrrríssão da Câmara dos Deputados ou, doSenado Federal. Portanto, .egíttma é a illli-ciativa do parlamentar. : J

Finalmente, a proposição é daquelas 'qtlenão contraria qualquer principio constitu­cional.

Assim, sob tal aspecto. nenhum ó1:Ji~eexiste à sua tramítacão normal. ' .

4. No que diz res~eito à juridicidade )iaproposição, por igual. nada existe que.' ainquine. Seu objetivo se harmoniza perreí­tamente com a legislação existente sobreo assunto. eis que tem como escopo tornarefetivo o cumprimento de dispositivos' le-gais já existentes. .

5. Resta o prisma da técnica legislativaempregada na redação.

Aí, temos algumas restrições ao projeto.Em primeiro lugar, não prima ele por boa

redação.

Ell' segundo lugar, comeca acertadamen­te. mandando ac-rescentar - dois parágrafosao art. 20 da Lei n.? 5. 540.

Mas. no art. 2°, estabelece prazos que .po­dertam e deveriam ser incorporados pelosdoís parágrafos e que, pela redação prr4posta. deverão constituir legislação espars~

Assim. cumpre fundir os parágrafos e asdísposícões do art. 2.°, para que a matériaIegf slada se constitua um todo harrnôníeo,num texto único. ,. \,

Finalmente, diriamos que não se justi:ti~aque o projeto cuide de efetivar a obrígato­riedade do art 20 da Lei n.v 5.540, anenascom relação às Faculdades de Medicina,quando o dispositivo citado é muito maisamplo. abrangendo "as universidades e' bsestabelecimentos de ensino isolados".

Corno esta Comissão de oonstítuíeão, eJustiça não pode oferecer substitutivo,' 'por­que não pode falar sobre o mérito (Regi­mente Interno, art. 50 ~ 6.°), deixamos quea douta Comissão de Educacão e Cultura ofaça, caso assim o entenda.'

5. Em conclusão: o projeto é consiif,p'­cional e não afeta a juridieidade.

Sala da Comissão, em 13 de novembro 'de1973. - Luiz Braz, Relator.

111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em

reunião extraordinária de sua Turma "A",realizada' em 13-11-73, opinou, unanime­mente, pela. constitucionalidade e [urídící-,dade do Projeto n. o 1.146/73, nos termos. doparecer do Relator. : ,'.'

..~ ..,-i

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Lauro Leitão - Presidente. Luiz Braz- Relator, Alceu coííares, Alfeu uasparíní,

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Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 1-1 2771

H - Grupo - Serviços Auxiliares

I - Grupo - Atividades de Apoio Judi­ciário

III - Grupo - Serviços de TransporteOficial e Portaria

courv, Vi.ce-Presidentes, César Nascimento,Tourinho Dantas. José Freire, Aldo Lupa,Homero Santos, Fernando Maaglhães Flo­rim Coutinho, Dias Menezes, reei Ferreira,Adhemar de Barros Filho, Jo-ão Castelo,Ozanam Coelho, Ivo Braga e Jorge Vargas.

Sala da Comissão. em 9 de maio de 1974.- Tourinho Dantas, Relator. - ArthurSantos, Presidente.

5.440,004 820,004.080,002 920,002.510,002.100.001.630,001.360,00

1.290,001.080.00

950.00740,00540,00

2.380.002.040,001.630,001.080.00

950,00. 610,00

Vencimentos MensaisCr$

Vencimentos MensaisCr$

Vencimentos Mensaisc-s

Níveis

Níveis

TRT.2.a-SA-6TRT .2. a-SA- 5TRT.2."-SA-4TRT.2.a-SA-3TRT.2.a-SA-2TRT.2.a-SA-1

I'RO.TETO DE LEIN.o 1.871-A, de 1974

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 129174

Fixa os valores de vencimentos doscargos dos Grupos-Atividades de ApoioJudiciário, Serviços Auxiliares, ServiçosTransporte Oficial e Portaria, Artesa­nato, Outras Atividades de Nível Supe­rior e Outras Atividades de Nivel Médio,do Quadro Permanerrte da Secretaria doTribunal Regional do Trabalho da Se­gunda Região, e dá outras providên­cias; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitu­cionalidade e juridicidade; e, das Co­missões de Serviço Público e de Finan­ças, pela aprovação.

Níveis

(PROJETO DE LEI N.o 1.871, DE 1974, AQUE SE REFEREM OS PARECERES).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Aos niveis de classificacão dos

cargos integrantes dos Grupos a que se re­fere esta Lei, do Quadro Permanente da Se­cretaria do Tribunal Regional do Trabalhoda Segunda Regiao. crraaos e estruturadoscom fundamento na Lei n.? 5.645, de 10 dedezembro de 1970. corrcspondem os seguin­tes vencimentos:

TRT .2.a -AJ -8TRT.2.a-AJ-7TRT .2.a-AJ-6TRT 2.a-AJ-5TRT .2.a-AJ-4TRT.2.a-AJ-3TRT .2.a-AJ-2TRT.2.a-AJ-1

TRT.2."-TP-5TRT.2."-Tp·4TRT.2.a-TP-3

TRT.2.a-TP-2TRT .2."-TP-1

Quanto à afirmativa do Autor, de que sãoraras as escolas de Medicina que dispõemde hospitais, temos a informar que, de acor­do com as normas baixadas pelo ConselhoFederal de Educação, as faculdades de me­dicina não recebem autorização para fun­cionamento sem que comprovem dispor dehospital, seja próprio, seja em convêniocom entidades hospitalares, para prática deseus estudantes.

Em conclusão, o Parecer é pela rejeiçãodo Projeto n.> 1.146/73, por ser inconve­niente aos interesses do ensino.

Sala da Comissão, 27 de marco de 1974. ­- Bezerra de Mello, Relator.

IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Educação e Cultura, emsua reunião ordinária realizada em 27 demarço de 1974, opinou, unanimemente, pela,Rejeição ao Projeto n.? 1.146'/73, do SenhorLauro Rodrigues, que "acrescenta dois pa­rágrafos ao art. 20 da Lei n.? 5.540, de 28de novembro de 1968, que fixa normas deorganização e funcionamento do ensino su­perior e sua articulação com a escola média,nos termos do parecer do Relator, SenhorBezerra de Mello.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados Geraldo Frcire, Presidente; GastãoMüller e Brígído Tinoco, Vice-Presidentes'Alcir Pimenta, Daso Coimbra Ary de Lima'Eurípedes Cardoso de Mene'zes, Francisc~Amaral, Parsifal Barroso, Olívir GabardoBezerra de Mello, João Borges, Flexa Ri~beiro, JG de Araújo Jorge, Emanuel Pinhei­ro, Nadyr Rossetti, Oceano Oar'Ieíal, Nosserde Almeida; Plínio Salgado e Jarmund Nas­ser.

Sala da Comissão, em 27 de março de1974. - Geraldo Freire, Presidente. - Be­zerra de Mello, Relator.

PARECER DA COMISSÃO DE FINANÇAS

I - RelatórioO projeto de lei. ora sujeito à nossa apre­

ciação, é de autoria do nobre DeputadoLauro Rodrigues, e tem como finalidadeacrescentar dois parágrafos ao art, 20 daLei n.? 5.540, de 28 de novembro de 1968,diploma que fixa normas 1e organízação efuncionamento do ensino superior e suaarbículacão com a escola média.

As modificações propostas visam obrigaras Faculdades de Medicina a, no prazo de3 anos, equiparem instalações de pronto­socorro, a fim de que possam os alunos soba orientação dos professores, prestàremassistência de urgência a pessoas pobres.

A douta Comissão de oonstítuíeão e Jus­tiça considerou o projeto constitucional ejurídico.

A Comissão de Educação considerou-o in­vonceniente aos interesses do ensino porunanimidade, acolhendo parecer do Conse­lho Federal de Educação.

11 - Voto do RelatorEm face ao pronunciamento unânime da

Cornísaâo técnica competente, não nos restaacompanhar o seu entendimento.

Pela rejeição.

E o nosso parecer.Brasília, 29 de abril de 1974. - Tourinho

Dantas, Relator.

IH - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças, em sua reunião

ordinária, realizada em 9 de maio de 1974.opinou, unanimemente, pela rejeição doProjeto n.? 1.146-73, nos termos do parecerdo Relator, Deputado Tourinho Dantas.

Compareceram os Senhores Arthur San­tos, Presidente, Ildélio Martins e Athiê

Djalma Bessa, Élcio Alvares, Lísânoas Ma­ciel, Hildebrando Guimarães, Jairo Maga­lhães e Mauricio ToIMo.

Sala da Comissão, em 13 de novembro de1973. Lauro Leitão, Presidente. - Luiz Braz,Relator.

PAREOER DA OOMISSÃODE EDUOAÇAO E CULTURA

I - Relatório

Ao eminente Deputado Lauro Rodriguespareceu necessário acrescentar dispositivosao artigo 20 da Lei n.? 5.540, de 28 de no­vembro de 1968, que estabelece para asuniversidades e instituições isoladas de en­sino superior a obrigatoriedade de estendera comunidade, sob a forma de cursos e ser­vícos especiais, as atividades de ensino e oresultado das pesquisas que lhes são tne­rentes,

lega o Autor para justificar o projeto n.?1; 146, de 1973, que "raros são os estabeleci­mentos dedicados ao ensino da Ciência deHipocrates que dispõem de hospitais e pro­põe a fixação de normas mais incisivas, de­.terminando a criação de hospitais de pron­to-socorro em cada Escola de Medicina.

. A douta oomíssãc de Constituição e Jus­tiça fez algumas restrições ao projeto, doponto de vista da técnica legislativa, sa­lientando o nobre Relator que a proposícãonão prima pela boa redação e que os doisparagrafos e as disposições do art. 2.° de­veriam ser fundidos, para que a materíalegislada ficasse contida num texto únído.

Ressalta, ainda, o ilustre Relator, Depu­tado Luiz Braz não se justificar que a obri­gatoriedade do art. 20 da Lei n.? 5.540, comopretende o autor do projeto, se restrinja àsFaculdades de Medicina, quando o disposi­tivo citado é mais amplo, abrangendo asuniversidades e os estabelecimentos de en­sino isolados.

Nada tem a reparar, contudo, quanto acompetência legislativa, a constitucionali­dade de um modo geral e a [urrdleídade daproposição.

Absteve-se de apresentar substitutivo, pormão caber a Comissão de Constituicão e','Justiça manifestar-se sobre o mérito da'l}l'Oposição.

II - Voto do Relator, Acolho, plenamente, as judiciosas obser­

;v:ações feitas, em seu parecer pelo emi~-enteDeputado Luiz Braz. O projeto, quanto a es­trutura que lhe foi dada e a própria reda­ção, afasta-se da boa técnica de legislar.'±-to que se refere ao mérito há que se

.)?oriderar, também em concordância com acàinissão de Constituicáo e Justica, que a'proposição em exame' procura estabeleceruma obrigação especifica, apenas para asescolas de medicina, excluindo todas as de­mais, ainda mesmo as da área da saúde,

O projeto usa, pois, de discriminação nocampo da educação, de nível universitário.De qualquer forma, porém, se admitida anorma para os demais setores, teriamosdesfigurados os objetivos da Universidade'transformando-a em empresasa de produ­ção ou de prestação de serviços profissio­nais.

Vale, ainda, lembrar que a obrigação le­gal de prestar socorro de urgência, justa­mente pelo seu caráter eventual, pode co­lidir com o esquema de aulas práticas eteóricas elaborado pelo -estabelecimento,acabando por tumultuar o ensino., O projeto além do mais contraria o espí­

rito que norteou a Lei n.o 5.540 que foi degrande abertura exatamente para deixar asUniversidades Campo livre para criações eexperiências.

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Maio de 19742778 Terça-feb'a 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAlJ (Seção n

cursos, do Tribunal de Contas da União, aoProcurador, aos Auditores e aos Procura­dores-Adjuntos do Tribunal de Contas daUnião é atribuída, pelo efetivo exercício emBrasília, uma diária correspondente até 1/20(um vinte avos) de seus vencimentos.

Art. 2.° Aos funcionários públicos fe­derais e autárquicos, pelo efetivo exercícioem Brasília, é concedida uma diária na basede até 1130 (um trinta avos) dos respec­tivas vencimentos.

Parágrafo único. O Consultor-Geral daRepública, o Procurador-Geral da Repúbli­ca, o l,°-Subprocurador da República, osProcuradores da República lotados em Bra­sília, bem como os Consultores-Jurídicos eos demais membros do Serviço Jurídico daUnião que exerçam na atual Capital na Re­pública, em caráter permanente, as funçõesdo seu cargo, também perceberão uma diá­ria na base de até 1/30 (um trinta avos)de seus vencimentos.

Art. 3.° No cálculo da remuneração dosProcuradores da República, lotados em Bra­sília, observar-se-á um limite de 95% (no­venta e cinco por cento) sobre o vencimentodo Procurador-Geral da R-epública, previstono parágrafo único do art. 5.° da Lei n."3 .414, de 20 de junho de 1958, excluídas doreferido cálculo as diárias e a gratificaçãomensal de representação de que trata estalei.

Art. 4.° As diárias referidas nos artigosanteriores irão sendo gradual e obrigatoria­mente absorvidas, na razão de 30% (trintapor cento) dos aumentos ou reajustamentosdos atuais vencimentos dos beneficiados poresta lei.

§ 1.° Os funcionários públicos federais eautárquicos, que venham a ser transferidospara Brasília na vigência desta lei, não po­derão, em qualquer hipótese, perceber diá­rias superiores à parcela ainda não absor­vída, no momento, das diárias já concedidasaos funcionários de igual nível de venci­mentos.

S 2.° A soma mensal das diárias mencio­nadas nos artigos anteriores não poderá,em qualquer caso, ser inferior ao total dasvantagens concedidas mensalmente, até estadata, aos servidores beneficiados por esta,lei, e em cujo gozo se encontrem.

Art. 5.° Somente na proporção em queforem sendo absorvidas, as diárias concedi­das por esta lei serão incorporadas aos pro­ventos da inatividade.

Art. 6.° Para efeito do cálculo das diá­rias a que se referem os arts. 1.0 e 2.°, osvencimentos são os fixados pela Lei n.?3.414, de 20 de junfiõ.ds 1958, acrescidos dosabonos de que tratam o art. 2.° letra n, daLei n.o 3.531, de 1959, e art. 93 da Lei núme­ro 3.780, de 12 de julho de 1960, e os arts.6.0 e 7.0 da Lei n.? 3.826. de 23 de novembrode 1960, excluídas as gratificações ou acrés­cimos.

Art. 7.° Suspender-se-á o pagamento dadiária ao beneficiado pela presente lei quese afastar temporariamente, mesmo licen­ciado, do exercício de suas funções em Bra­sília, salvo nas hipóteses previstas nos itensT, Ir e TIl do art. 88 da Lei n,o 1.711, de 28de outubro de 1952.

Art. 8.° Perderá igualmente direito aopagamento da diária o beneficiado pela pre­sente lei que for removido ou passar a terexercício fora de Brasília.

Art. 9.° Os Ministros do Superior Tribu­nal Militar e do Tribunal Superior do Tra­balho, desde que as referidas cortes se trans­firam para Brasília, e a partir da instalaçãode seus trabalhos na nova Capital da Repú­blica, perceberão as diárias referidas no art.1.° da presente lei.

cimentos fixados no Plano de Retribuiçãopara os cargos correspondentes àqueles emque se tenham aposentado, de acordo como disposto no artigo 10 do Decreto-lei n.>1.256, de 26 de janeiro de 1973.

§ 1.0 Para efeito do disposto neste arti­go, será considerado o cargo que tenha ser­vido de base de Cálculo para os proventosà data da aposentadoria, incidindo a revisãosomente sobre a parte' do provento corres­pondente ao vencimento básico, aplicando­se as normas contidas nos artigos 2.0 e 3.°desta Lei.

§ 2.° O vencimento que servirá de baseà revisão de proventos será o fixado paraa classe da Categoria Funcional para a qualtiver sido transposto o cargo de denomina­ção e símbolo iguais ou equivalentes aos da­queles em que se aposentou o funcionário,inclusive os cargos que forem reclassifica­dos ou transformados pela Lei n.o 6.013, de27 de dezembro de 1973.

§ 3.° O reajustamento previsto neste ar­tigo será devido a partir da publicação doAto de transposição de cargos para a Cate­goria Funcional respectiva.

Art. 6.° Na ímplantacâo do novo Planode Classificação de Cargos. poderá o Tribu­nal Regional do Trabalho da Segunda Re­gião, mediante ato da Presidência transfor­mar em cargos, observada a regulamenta­ção pertinent.e, os empregos integrantes daTabela de Pessoa. Temporário de 'ma Secre­taria, regidos pela Legislação Trabalhista,que será considerada extinta.

Art. 7.° As funções integrantes do Gru­po - Direção e Assistência Intermediária,necessárias aos serviços da Secretaria doTribunal Regional do Trabalho da SegundaRegião, serão por este criadas, na forma doartigo 5.° da Lei Complementar n.O lO, de6 de maio de 1971. adotados os princípios declassificação e n.veís de valores vigorantesno Poder Executivo.

Art. 8.° Ressalvada a hipótese previstaIJ.o parágrafc único do artigo 3.° da Lei n.?5.645, de 10 de dezembro de 1970, fica veda­da a contratação a qualquer título e sobqualquer forma, de serviços com pessoasfísicas ou jurídicas. bem assim a utilizaçãode colaboradores eventuais, retribuídos me­diante recibo, para o desempenho de ativi­dades inerentes aos Grupos de que trataesta Lei.

Art. 9.° Os vencimentos fixados no ar­tigo 1.0 desta Lei vigorarão a partir da datados Atos de íncmsãc dos cargos no novosistema a que se refere o § 1.0 de seu arti­go 2. 0

Art. 10. Observado o disposto nos artigos8.°, inciso IrI e 12 da 'Lei n.o 5.645, de 10 dedezembro de 197\l as despesas decorrentesda aplicação desta Lei serão atendidas pelosrecursos orçamentários próprios do Tribu­nal Regional do Trabalhe da Segunda Re­gião. bem como por outros recursos a essefim destinados, na forma da legislação per­tinente.

Art. 11. Esta Lpl entrará em vigor na da­ta de sua pubücaçáo, revogadas as disposi­ções em contrário.

Brasília, em de de 1974.LEGISLAÇÃO CITADA

LEI N.o 4.019DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961

Complementa o artigo 6.° da EmendaConstitucional n.O 3, e dá outras pro­vidências.

O Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1.° Aos membros do Supremo Tri­

bunal Federal, do Tribunal Federal de Re-

5.570,004.960,004.620.004.080,003.870,003.460,003.120,00

2.100,001.630,001.290,00

880,00540,00

2.380,002.240,002.040,001.760,001.420,001.080,00

610,00

Vencimentos MensaisCr$

Vencimentos MensaisCr$

"encimentos Mensaisces

----------~--~-

Níveis

TRT.2."-ART-5TRT.2."-ART-4'TRT. 2."·AR'I-3TRT. 2."-AR'I-2TRT.2.."-ART-1

Níveis

TRT,2."-NM-7TRT.2."-NM-6TRT.2."-NM-5TRT.2."-NM-4TRT.2."-NM-3TRT.2."-NM-2TRT.2."-NM-1

Níveis

TRT 2."·NS-7TRT.2."·NS-6TRT. 2."·NS-5TRT.2.."-NS-4TRT .2."-NS-3TRT.2."-NS-2''!'RT 2."-NS-1

IV - Grupo - .'\.rtesanato

v - Grupo _ Outras Atividades de NívelSuperior

VI - Grupo - Outras Atividades de Ní­vel Médio

Art. 2.° As diárias de que trata a Lei n.O4 019, de 20 de dezembro de 1961, e respec­tivas absorções, nem assim como as gratifi­cacões de nível uníversítárío e de retribui­ção pelo regime de tempo integral e dedica­ção exclusiva e pelo serviço extraordinárioa ele vinculado, de representação, referen­tes aos cargos que integram os Grupos deque trata esta Lei ficarão absorvidas, emcada caso, pelos vencimentos fixados noartigo anterior.

§ 1.0 A partir da vígêncía dos Atos detransrormacão Ou transposição de cargospara as Categorias FunciGnais do novo sis­tema, cessará, para os respectivos ocupan­tes, o pagamente das vantagens especifica­das neste artigo.

S 2.° Aplica-se o disposto neste artigoaos funcionários do Quadro permanente daSecretaria do Tribunal Regional do Traba­lho da Segunda Região, a medida que osrespectivos cargos forem transformados outranspostos para as Categorias Funcionaisintegrantes dos demais Grupos estrutura­dos ou criados na forma da Lei n.? 5.645, de1G de dezembro de 1970.

Art. 3.° A gratificação adicional portempo de serviço dos funcionários do Qua­dro Permanente da Secretaria do TribunalRegional do Trabalho da Segunda Regiãoque forem incluídos nos Grupos de que tra­ta esta Lei e nos demais estruturados oucriados na forma da Lei n.> 5.645, de 10 de

.dezembro de 1970 será calculada de acordocom o disposto no artigo 10 da Lei n.O4.345, de 26 de junho de 1964.

Art. 4.° Aos atuais funcionários que, emdecorréncía desta Lei, passarem a perceber,mensalmente, retribuição total inferior àque vinham auferindo de acordo com a le­gislação anterior, será assegurada a dife­rença como vantagem pessoal, nominal­mente identificável, na forma do dispostono artigo 4.° e respectivos parágrafos daLei Complementar n.O 10, de 6 de maio de1971.

Art. 5.° Os inativos farão jus à revisãode proventos com base nos valores de ven-

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Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção I) Terça-feira 14 2'119

Parágrafo único. Por igual os Procura­dores-Gerais da Justiça Militar e da Justiçado Trabalho e os demais representantes doMinistério Público das referidas Justiçasque, por força de lei, devam servir unto àsrespectivas Procuradorias-Gerais, percebe-.rão as diárias referidas no art. 2.° desta lei.

Art. 10. Aos Membros do Tribunal deJustica e da Justica de La Instância do Dis­trito 'Federal e ao' Juiz Presidente da Juntade Conciliação e Julgamento ce Brasília ficaassegurada a percepção da diária previstano artigo 1.0 desta lei.

Parágrafo único. Por igual fica assegu- ,rada ao Procurador-Geral da Justiça edemais Membros do Ministério Público doDistrito Federal, a percepção da diária pre­vista no art. 2.0 da presente lei.

Art. 11. As disposições, efeitos e benefí­cios previstos nos artigos anteriores não seestenderão:

a) aos inativos (Lei n.o 2.622, de 18 deoutubro de 1955);, b) aos Marechais (Lei n.o 1.488, de 20 de

dezembro de 1951);

c) aos Membros do Conselho Nacional deEconomia (Lei n.v 2,696, de 14 de dezembrode 1955), enquanto não passarem a ter efe­

'tivo exercicio em Brasília;d) aos Magistrados, Membros do Ministé­

rio Público, Procuradores da Fazenda Na­cíonal e Procuradores de Autarquias que nãoestejam em efetivo exercício na atual Oa­'pital da República;

e) aos Juízes e Procuradores do TribunalMaritimo ou a outros quaisquer servidoresequiparados, para efeitos de vencimentos, aMembros do Poder Judiciário ou do Minis­tério Público, quer da União, quer da Justi­ça do Distrito Federal, salvo se estiverem emefetivo exercício em Brasília.

Art. 12. A gratificação mensal de repre­sentação devida aos Presidentes dos órgãosdo Poder Judiciário e aos Membros do Mi­nistério Público, em efetivo exercício emBrasília, será:

1) Presidente do Supremo Tribunal Fe­deral Cr$ 40,000,00 (quarenta mil cruzeiros);

lI) Procurador Geral da República .•..••(Cr$ 40,000,00 (quarenta mil cruzeiros);

III) Presidente do Tribunal Federal deRecursos, do Tribunal de Contas da União,do Tribunal Superior Eleitoral, l.°-Subpro­curador da República, Procurador-Geral doTribunal de Contas da União e Presidentedo Tribunal do Distrito Federal e Procura­'dor-Geral da mesma Justiça, Cr$ 20.000,00(vinte mil cruzeiros);

IV) Presidente do Tribunal do Júri doDistrito Federal, Cr$ 6.000,00 (seis mil cru­zeiros).

Parágrafo único, Os Presidentes do Su­perior Tribunal Militar e do Tribunal Supe­rior do Trabalho, o Procurador-Geral daJustiça do Trabalho e Procurador-Geralda Justiça Militar terão direito à gratifica­ção mensal de representação, no valor deCr$ 20.000,00 (vinte mil cruzeiros), desdeque as referidas Cortes se transfiram paraBrasília e a partir da efetiva tnstalacào deseus trabalhos na Capital da República.

Art. 13. Vetado.Art. 14. Aos Membros do Tribunal Supe­

rior Eleitoral escolhidos dentre os juristas,quando exerçam função pública, será asse­gurada a percepção de diárias, sob o mesmocritério adotado relativamente aos Magis­trados integrantes desse Tribunal.

. 'Parágrafo único. Quando a escolha re­cair em jurista que não exerça função pú­blica, ser-lhe-á atribuída diária igual à mais

elevada que vier a receber. nos termos destalei, o Membro do Tribunal que exercer fun­ção pública.

Art. 15. Ê o Poder Executivo autorizado aabrir ao Ministerio da Justiça e NegociosInteriores o crédito especial até o limitede Cr$ 250.000.000,00 (duzentos e cinqüen­ta milhões de cruzeiros) para atender, nocorrente exercício, às despesas decorrentesdesta lei.

Art. 16. Ficam aprovadas as diárias eajudas de custo concedidas até esta data, aqualquer titulo, aos beneficiados pela pre­sente lei, em razão da transferência da Ca­pital da União para o Planalto Central doPais,

Art. 17. A presente lei entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Brasília, em 20 de dezembro de 1961; 140.°da Independência e 73.0 da República. ­JOAO GOULART - Tancredo Neves ­Alfredo Nasser - Angclo Nolasco - Joãode Segadas Viana - San Tiago Dantas ­Walther Moreira SaIles - Virgílio Tavora- Armando Monteiro - Antonio de OliveiraBrito - A. Franco Montoro - Clovis M.Travassos - Souto Maior - Ulysses Gui.marães - Gabriel de R. Passos.

LEI N.o 4.345DE 26 DE JUNHO DE 1964

.Instãtní novos valores de vencimen­tos para os servidores públicos civis doPoder Executivo e dá outras providén­cias.

Art. 10. A gratificação adicional a quese refere o artigo 146 da Lei n.o 1. 711, de28 de outubro de 1952, passará a ser con­cedida, na base de 5% (cinco por cento),por qüinqüênio de efetivo exercício, até 7(sete qüinqüênios).

§ 1.0 A gratificação qüinqüenal será cal­culada sobre o vencimento do cargo efeti­vo estabelecido nesta Lei, bem como sobreo valor do vencimento que tenha ou venhaa ter o funcionário beneficiado pelo queestabelece a Lei n,O 1,741, de 22 de novem­bro de 1952, ou pelo que dispõe o art. 7.°da Lei n.o 2.188, de 3 de março de 1954.

§ 2.° O tempo de serviço público pres­tado anteriormente a esta Lei será compu­tado para efeito de aplicação deste artigo,não dando direito, entretanto, à percepçãode atrasados.

§ 3.° O período de serviço público, apu­rado na forma da legislação vigente, queexceder ao qüinqüênio ou qüinqüênios de­vidos, será considerado para integralizaçãode novo qüinqüênio.

§ 4.0 O direito à gratificação instituídaneste artigo começa no dia imediato àque­le em que o servidor completar o qüin­qüênio, observado o disposto no parágrafosegundo deste artigo.

§ 5.° Sobre a gratificação de tempo deserviço, de que trata este artigo, não pode­rão incidir quaisquer vantagens pecuniá­rias.

LEI N.o 5,645DE 10 DE DEZEMBRO DE 1970Estabelece diretrizes para a classifi­

cação de cargos do Serviço Civil daUnião e das autarquias federais, e dáoutras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional de­creta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1.° A classificação de cargos doServiço Civil da União e das autarquias fe-

deraís obedecerá às diretrizes estabelecidasna presente lei.

Art. 2.° Os cargos serão classificadoscomo de provímento e-n comissão e de pro­vimento efetivo, enquadrando-se, basica­mente, nos seguintes Grupos:

De Provimento em ComissãoI - Direção e Assessoramento Superiores.

De Provimento Efetivo

II - Pesquisa Científica e Tecnológica;III - Diplomacia;IV - Magistério;V - Polícia Federal;

VI - Tributação, Arrecadacão e Fiscali.zação; "

VII - Artesanato;

VIII - Serviços Auxiliares;

IX - Outras atividades de nível superior;X - Outras atividades de nível médio.Art. 3.° Segundo a correlação e atínída-

de, a natureza dos trabalhos ou o nível deconhecimentos aplicados, cada Grupo,abrangendo várias atividades, compreen­derá:

I - Direção e Assessoramento Superio­res: os cargos de direção e assessoramentosuperiores da administração cujo provimen­to deva ser regido pelo critério da confian­ça, segundo for estabelecido em regula­mento.

II - Pesquisa Científica e Tecnológica:os cargos com atribuições, exclusivas ou·comprovadamente ")rinnipais, de pesquisacientífica, pura ou aplicada, para cujo pro­vimento se exija diploma de curso superiorde ensino ou habilitação legal equivalentee não estejam abrangidos pela legislaçãodo Magistério Superior.

III - Diplomacia: os cargos que se des­tinam a representação diplomática.

IV - Magistério: os cargos com ativida­des de magistério de todos os níveis de en­sino.

V - Polícia Federal: os cargos com atrí­buíções de natureza policial.

VI - Tributação, Arrecadação e Fiscali­zação: os cargos com atividades de tributa­ção, arrecadação e fiscalização de tributosfederais.

VII - Artesanato: os cargos de ativida­des de natureza permanente, principais ouauxiliares, relacionadas com os serviços deartífice em suas várias modalidades.

VIII - Servigos Auxiliares: os cargos deatividades administrativas em geral. quan-do não de nível superior. '

IX - Outras atividades de nível superior:os demais cargos para cujo provimento seexija diploma de curso superior de ensinoou habilitação legal equivalente.

X - Outras atividades de nível médio: osdemais cargos para cujo provimento se exi­ja diploma ou certificado de conclusão decurso de grau médio ou habilitação equiva­lente.

Parágrafo único. As atividades relacio­nadas com transporte, conservação, custó­dia, operação de elevadores, limpeza e ou­tras assemelhadas serão, de preferência,objeto de execução indireta, mediante con­trato, de acordo com o art. 10, § 7.0, doDecreto-lei n.o 200, de 25 de fevereiro de1967.

Art. 4,° outros Grupos, com caracterís­ticas proprías, diferenciados dos relaciona-

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2'180 Terça-feira 14 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAl (Seção I) Maio de 1974

dos no artigo anterior, poderão ser estabe­lecidos ou desmembrados daqueles, se o jus­tificarem as necessidades de Administração,mediante ato do Poder Executivo.

Art. 5.° Cada Grupo terá sua própria es­cala de nível a ser aprovada pelo PoderExecutivo, atendendo, primordialmente, aosseguintes fatores:

I - importância de atividade para o de­senvolvimento nacional.

II - Complexidade e responsabilidadedas atnbuições exercidas; e

III - Qualificações requeridas para odesempenho das atribuições.

Parágrafo único. Não haverá correspon­dência entre os níveis dos diversos Grupos,para nenhum efeito.

Art. 6.° A ascensão e a progressão fun­cionais obedecerão a critérios seletivos, aserem estabelecidos pelo Poder Executivo,associados a um sistema de treinamento equalificação destinado a assegurar a per­manente atualizacão e elevacão do nível deeficiência do funcíonalísmo. ~

Art. 7.° O Poder Executivo elaborará eexpedirá o novo Plano de Classificação deCargos, total ou parcialmente, mediante de­creto, observadas as disposições desta lei.

Art. 8.° A implantação do Plano seráfeita por órgãos, atendida uma escala deprioridade na qual se levará em conta pre­ponderantemente:

I - a implantação prévia da reforma ad­ministrativa, com base no Decreto-lei n.o200, de 25 de fevereiro de 1967.

H - o estudo quantitativo e qualitativoda lotação dos órgãos, tendo em vista a no­va estrutura e atríbuícões decorrentes ·daprovidência mencionada no item ante­tior; e

IH - a existência de recursos orçamen­tários para fazer face às respectivas des­pesas.

Art. 9.0 A transposição ou transforma­ção dos cargos, em decorrência da sistemá­tica prevista nesta lei, processar-se-á gra­dativamente considerando-se as necessída­dades e conveniências da Administração e,quando ocupados, segundo critérios seleti­vos a serem estabelecidos para os cargosintegrantes de cada Grupo, inclusive atra­vés de treinamento intensivo e obrigatório.

Art. 10. O órgão central do Sistema dePessoal expedirá as normas e instruçõesnecessárias e coordenará a execução do no­vo Plano, a ser proposta pelos Ministérios,órgãos integrantes da Presidência da Repú­blica e autarquias, dentro das respectivasjurisdições, para aprovação mediante de­creto.

§ 1.0 O órgão central do Sistema de Pes­soal promoverá as medidas necessárias pa­ra que o plano seja mantido permanente­mente atualizado.

§ 2.° Para a correta e uniforme implan­tação do Plano, o órgão central do Siste­ma de Pessoal promoverá gradativa e obri­gatoriamente o treinamento de todos osservidores que participarem da tarefa, se­gundo programas a serem estabelecidoscom esse objetivo.

Art. 11. Para assegurar a uniformidadede orientação dos trabalhos de elaboraçãoe execução do Plano de Classificação deCargos, haverá, em cada Ministêrio, órgãointegrante da Presidência da República ouautarquia, uma equipe técnica de alto ní­vel, sob a presidência do dirigente do órgão

de pessoal respectivo, com a incumbênciade:

I - determinar quais os Grupos ou res­pectivos cargos a serem abrangidos pela es­cala de prioridade a que se refere o art. 8.°desta lei.

TI - orientar e supervisionar os levanta­mentos, bem como realizar os estudos eanálises indispensáveis à inclusão dos car­gos do novo Plano; e

IH - manter com o órgão central doSistema de Pessoal os contatos necessáriospara correta elaboração e implantação doPlano.

Parágrafo único. Os membros das Equi­pes de que trata este artigo serão designa­dos pelos Ministros de Estado, dirigentes deórgãos integrantes da Presidência da Repú­blica ou de autarquia, devendo a escolharecair em servidores que, pela sua autori­dade administrativa e capacidade técnica,estejam em condições de exprimir os obje­tivos do Ministério, do órgão integrante daPresidência da Repú'JIica ou da autarquia.

Art. 12. O novo Plano de Classificaçãode Cargos a ser instituído em aberto deacordo com as diretrizes expressas nesta leí,estabelecerá, para cada Ministério, órgãointegrante da Presidência da República ouautarquia, um número de cargos inferior,em relação a cada grupo, aos atualmenteexistentes.

Parágrafo único. A não observância danorma contida neste artigo somente serápermitida:

a) mediante redução equivalente em ou­tro grupo, de modo a não haver aumentode despesas; ou

b) em casos excepcionais. devidamentejustificados perante o órgão central doSistema de Pessoal, se inviável a providên­cia indicada na alínea anterior.

Art. 13. Observado o disposto na SeçãoVIII da Constituição e em particular, noseu art. 97, as rormas de provimento decargos, no Plano de Classificação decorren­te desta lei, serão estabelecidas e discipli­nadas mediante normas regulamentares es­pecíficas, não se lhes aplicando as disposi­ções, a respeito, contidas no Estatuto dosFuncionários Públicos Civis da União.

Art. 14. O atual Plano de Classificaçãode Cargos do Serviço Oívi, do Poder Exe­cutivo, a que se refere a Lei n.o 3.780, de 12de julho de 1960 e legislação posterior, éconsiderado extinto, observadas as disposi­ções desta lei.

Parágrafo único. À medida que for sen­do implantado o novo Plano, os cargos re­manescentes de cada categoria, classifica-'dos conforme o sistema de que trata esteartigo, passarão a integrar Quadros Suple­mentares e, sem nrejuízo das promoções eacesso que couberem, serão suprimidos,quando vagarem.

Art. 15. Para efeito do disposto no art.108, § 1.0, da Constituição, as diretrizes es­tabelecidas nesta lei, inclusive o disposto noart 14 e seu parágrafo único. se aplicarãoà classificação dos cargos do Poder Legis­lativo, do Poder Judiciário, dos Tribunais deContas da União e do Distrito Federal, bemcomo à classificação de ~'1,rgos dos Terri­tórios e do Distrito Federal.

Art. 16. Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

Brasília, 10 de dezembro de 1970; 149.0 daIndependéncía e 82.° da República. -r-r­EMíLIO G. MÉDICI _ Alfredo Buzaid _Adalberto de Barros Nunes - ,OrlandoGeisel - Mário Gibson Barboza _ AntônioDelfim Netto - Mário David Andreazza ­L. F. Cirne Lima - Jarbas G. Passarinho- Júlio Barata - Márcio de Souza e Mello- F. Rocha Lagôa - Marcus Vinicius Prá-tini de Moraes - Antônio Dias Leite Júnior-- João Paulo dos Reis Velloso - José Cos­ta Cavalcanti - Hygino C. Corsetti.

I..EI COMPLEMENTAR N.O lODE 6 DE MAIO DE 1971

Fixa normas para o cumprimento dodisposto nos artigos 98 e 108, § 1.0 da.Constituição.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei Compie­mentar:

Art. 1.0 Aos cargos integrantes dos Qua­dros rie Pessoal dos órgãos dos Poderes Le­gislativo e Judiciário da União aplicam-se,no que couber, os sistemas de classificaçãoe níveis de vencimentos vigorantes no ser­viço civil do Poder Executivo. .,

Art. 2.° No prazo de 60 (sessenta) dias,a contar da publicação do ato que aprovara aplicação, no Poder Executivo, da siste­mática estabelecida pela Lei 11.° 5.645, de10 de dezembro de 1970, em relação a d.:'da Grupo de Categorias Funcionais, os or~gãos dos Poderes Legislativo e Judiciárioelaborarão proj eto, de classificação dascorrespondentes categorias.

§ 1.° Os órgãos a que alude este artigo,em igual prazo, a contar da publicação dosatos que aprovarem os respectivos planosespecíficos de retribuição, decorrentes damesma norma legal, elaborarão, também,os lJla_lOS de retribuição dos eorresponden­tes Grupos.

§ 2.° A classificação dos cargos referi­dos neste artigo, sem paradigmas no ser­vice civil do Poder Executivo, será precedi­da de levantamento de suas atribuições,para adequada avaliação e conseqüente fi­xação de seus vencimentos, respeitado osistema de retribuição vigorante no PoderExecutivo.

§ 3.° Independerá do Ievantamento v.aque alude o § 2.°, a classificação dos cargosde denominação igual à dos cargos do Po­der Executivo que tenham o mesmo graude responsabilidade e exijam a mesma for­maçao profissional.

Art. 3.° Os vencimentos dos cargos emcomissão do Poder Legislatho e do PoderJudiciário não poderão ser superiores aospagos pelo Poder Executivo, para cargos deatribuições iguais ou assemelhadas.

Art. 4.° Em decorrência da aplicaçãodesta lei complementar, nenhum servidorsofrera redução do que, legalmente, perce­ber à data da vígência desta lei.

§ 1.0 Aos atuais funcionários é assegu­rada, a título de vantagem pessoal, nomi­nalmente identificável, a diferença entreo vencimento dos cargos efetivos de quesão titulares e o vencimento que resultarda nova classificação.

§ 2.° Sobre a diferença a que se refereo § 1.0 não incidirão reajustamentos su~

pervenientes, nem se estabelecerá, e, emvirtude dela, discriminação nessas conces­sões.

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Terça-feb'a 14 2781Maio de 1974 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

§ 3.° A diferença de vencimentos rete­rída neste artigo incorpora-se aos proven­tos da aposentadoria e da disponibilidade.

Art. 5.° As funções gratificadas neees­sáriasaos serviços dos órgãos dos PoderesLegislativo e Judiciário serão criadas nosrespectivos regulamentos ou regimentos,respeitados os princípios de classificaçãovigorantes no Poder Executivo.

Art. 6.° Aplicam-se aos funcionários dosTribunais de Contas da União e do DistritoFederal as disposições desta lei comple­mentar.

Art. 7.° Esta Lei Complementar entraem vigor na data de sua publicação, revo­gadas as disposições em contrário.

Brasília, 6 de maio de 1971; 150.° da In­dependência e 83.° da República. - EMí·LIO G. MÉDICI - Alfredo Buzaid.

II _ DECRETOS-LEIS

DECRETO-LEI NO 1.256DE 26 DE JANEIRO DE 1973

Reajusta os vencimentos e saláriosdos servidores do Poder Executivo, e dáoutras providências.

O Presidente da República, no uso daatribuição que lhe confere o artigo 55, itemIH, da Constituição, decreta:

Art. 1.° Ficam majorados em 15% (quin­ze por cento) os atuais valores de venci­mento, salário, provento e pensão do pes­soal, ativo e inativo, e dos pensionistas, aque se referem o artigo 1.0 e seu parágra­fo único, e o artigo 6.°, do Decreto-lein.v 1.202, de 17 de janeiro de 1972, com asressalvas neles previstas, bem como o atualvalor do soldo de que trata o artigo 148,da Lei n.v 5.787, de 27 de junho de 1972.

Parágrafo único. Aplica-se o dispostoneste artigo ao pessoal a que alude o De­creto-lei n.? 1.213, de 6 de abril de 1972.

Art. 2.° As retribuicões dos servidores aque se refere o art. 2:°, do Decreto-lei n.?1 202, de 17 de janeiro de 1972, continuarão.a ser reajustadas de acordo com o critérioestabelecido no mesmo dispositivo e res­pectivos parágrafos.

Parágrafo único. As propostas de rea­justamento de que trata este artigo, bemcomo a fixacão de valores de salários ouquaisquer outras retribuições, nos órgãosda Administração Federal direta, Autar­quias e Territórios Federais, serão subme­tidas à aprovação do Presidente da Repú­blica por intermédio do órgão Central doSistema de Pessoal Civil da AdmínístraçâoFederal, ficando revogadas quaisquer dis­.poslçôes que atribuam àquelas entidadescompetência para a prática desses atos.

Art. 3.0 Os cargos em comissão, as fun­ções gratificadas e as gratificações pela re­presentação de gabinete, dos órgãos da Ad­ministração Federal direta, Autarquias. eTerritórios Federais, terão os respectivosvalores, decorrentes da aplicação do De­creto-lei n.? 1. 202, de 17 de janeiro de 1972,reajustados em 15% (quinze por cento),ressalvado o disposto no artigo 9.° desteDecreto-lei.

Art. 4.° As gratificações destinadas aretribuir o exercicio em regime de tempointegral e dedicação exclusiva e o serviçoextraordinário, ficam majoradas em 15%(quinze por cento).

Art. 5.° O salário-família será paga naimportância de Cr$ 30,00 (trinta cruzeiros)mensais, por dependente.

Art. 6.0 O limite máximo de retribuiçãomensal previsto no art. 5.°, do Decreto-lein.> 1.202, de 17 de janeiro de 1972, passa a

ser de Cr$ 5.992,00 (cinco mil, novecentose noventa e dois cruzeiros), sendo deCr$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos cruzei­ros) mensais para os ocupantes dos cargosIncluídos no sistema de classificação ins­tituído pela Lei n.o 5.645, de 10 de dezem­bro de 1970.

Parágrafo único. Ficam excluídas doslimites estabelecidos neste artigo as se­guintes vantagens.

a) salário-família;b) gratificação adícional por tempo de

serviço;c) gratificação pela partícípação em ór­

gão de deliberação coletiva;d) diárias, ajuda de custo e demais in­

denizações previstas em lei;c) as constantes do artigo 152 da Lei

n.o 5.787, de 27 de junho de 1972.

Art. 7.° Nos cálculos decorrentes daaplicação deste Decreto-lei serão despreza­das as frações de cruzeiro, inclusive em re­lação às gratificações e vantagens calcula­das com base no vencimento! assim comonos descontos que sobre este incidirem.

Art. 8.0 O reajustamento de que trataeste Decreto-lei será concedido sem redu­ção de diferenças de vencimento e de van­tagens legalmente asseguradas e sujeitas aabsorção progressiva.

Art. 9.° Os valores de vencimento fixa­dos pelas Leis números 5.843, 5.845 e 5.846,de 6 de dezembro de 1972, para os cargosintegrantes dos Grupos-Direção e Assesso­ramento Superiores (DAS-100), ServiçosAuxiliares (SA-SOO) e Diplomacia (D-300),respectivamente, não se alterarão em de­corrência do reajustamento concedido poreste Decreto-lei.

Parágrafo único. A gratificação de re­presentação fixada para os cargos de Pro­curador-Geral da República e de Consultor­Geral da República, pelo artigo 12, da Lein.o 5.843, de 6 de dezembro de 1972. passaa ser de crs 2.160,00 (dois mil, cento esessenta cruzeiros) mensais.

Art. 10. Os servidores aposentados quesatisfaçam as condições estabelecidas pa­ra transposição de cargos no decreto deestruturação do Grupo respectivo, previstona Lei n.v 5.645, de 10 de dezembro ele1970, farão jus a revisão de proventos combase nos valores de vencimento fixados nocorrespondente Plano de Retribuição.

§ 1.0 Para efeito do disposto neste ar­tigo, será considerado o cargo efetivoocupado pelo funcionário à data da aoo­sentadoria,incielindo a revisão somente so­bre a parte do provento correspondente aovencimento básico.

§ 2.° O vencimento que servirá de baseà revisão do provento será o fixado para aclasse da Categoria Funcional para a qualtiver sido transposto cargo de denominaçãoe nível iguais aos daquele em que se apo­sentou o funcionário.

§ 3.° O reajustamento previsto nesteartigo será devido a partir da publicaçãodo decreto de transposição de cargos paraa Categoria Funcional respectiva, no Mi­nistério, órgão integrante da Presidênciada República ou Autarquia Federal a quepertencia o funcionário ao aposentar-se.

§ 4.° A importância correspondente aoreajustamento dos proventos de aposenta­doria decorrente da aplicação do dispostono artigo 1.0 deste Decreto-lei será absor­vida, em cada caso, pelos valores resultan­tes da majoração prevista neste artigo.

Art. 11. O órgão Central do Sistema dePessoal Civil da Administração Federal

elaborará as tabelas de valores dos níveissímbolos, vencimentos e gratificacões re~sultantes da aplicação deste Decreto-Ieíbem como firmará a orientação normativ~que se fizer necessária à sua execução.

Art. 12. O reajustamento concedido poreste Decreto-lei vigorará a partir de 1.° demarço. de 1973 e a despesa decorrente será.atendida com recursos orçamentários in.~lusive na forma prevista no artig~ 6.°,item I, da Lei n.O 5.847, de 6 de dezembrode 1972, que estima a Receita e fixa a Des­pesa da União para o exercícío financeirode 1973.

Art. 13. Este Decreto-lei entrará em vi.gor na data de sua publicação.

Art., ~4, Revogam-se as disposições emeontrárío,

Brasília, 26 de janeiro de 1973; 152.° daIndependência e 85.0 da República. - EMí­LIO G. MÉDICI - Alfredo Buzaid - Adal­herto de Barros Nunes - Orlando Geisel- Mário Gibson Barboza - Antônio Del­fim Netto - Mário David Andreazza _L. F. Cirne Lima - Jarbas G. Passarinho-. ~úlio Barata - J. Araripe Macêdo _MarIO Lemos - Marcus Vinicius Pratini deMoraes - Antônio Dias Leite Júnior _João Paulo dos Reis Velloso - José CostaCavalcanti - Hygino C. Oorsettí,

LEI N.o 6.013DE 27 DE DEZEMBRO DE 1973Altera o Quadro da Secretaria do Tri·

bunal Regional do Trabalho da 2.a Re­gião, e dá outras providências.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1.0 O Quadro de Pessoal da Secre­

taria do Tribunal Regional do Trabalho da2.a Região fica, provisoriamente, alteradode acordo com os Anexos A e B desta Lei.

Parágrafo único. Os vencimentos doscargos constantes do Anexo B, referido nes­te artigo, até que seja implantada a siste­mática prevista na Lei n.o 5.645-, de 10 dedezembro de 1970, terão os seguintes valo­res mensais:

a) Técnico de Serviços Judiciários.Classe B - Cr$ 2.383,00Classe A - Cr$ 1. 987,00b) Auxiliar de Serviços Judiciários:Classe B - Cr$ 990,00Classe A - Cr$ 839,00Art. 2.0 O provimento dos cargos da

classe inicial de Técnico de Servicos Judi­ciários e Auxiliar de Serviços Judiciários doQuadro de Pessoal da Secretaria do Tribu­nal Regional do Trabalho da 2.a Região seráfeito mediante concurso público de provasou de provas e títulos. exigindo-se dos can­didatos à primeira, apresentação de diplo­ma de conclusão de um dos cursos superio­res de Direito, Economía, Contabilidade ouAdministração. ou prova de seu províslona­mento em nível superior e. dos candidatosà segunda, a de certificado de conhecimen­tos equivalentes à conclusão do ensino do2.0 grau.

Art. 3,° Ê permitido o acesso à classeinicial da série de classes de Técnico deServiços Judiciários aos acupantes da clas­se final de Auxiliar de Serviços Judiciários,na forma da regulamentação que vier a seraprovada pelo Tribunal Regional do 'I'raba-.lho da 2.a Região, observadas as exigênciaslegais.

Art. 4.° Os vencimentos dos cargos emcomissão do Quadro de Pessoal da Secre­taria do Tribunal Regional do Trabalho da

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Maio de 1974%782 Terça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)

2.a Região, constantes do Anexo B, são os:fixados para os símbolos correspondentesaos do Poder Executivo, observado o prin­cípio estabelecido nos parágrafo 1.0 e 2.0, doartigo 1.0, da Lei n. o 4.345, de 26 de junhode 1964.

Art. 5.0 Observada a legislação aplicávela espécie, as gratificações para retribuir ozegime de tempo integral e de dedicaçãoexclusiva e o serviço extraordinário a elevinculado, a que se submeterem os aeupan­tes dos cargos de que trata esta Lei, serãocalculadas sobre os valores dos vencimentosbásicos fixados pelo Deereto-Iei n.o 1.150,de 3 de fevereiro de 1971, tomada por base,com referência à classe B de Técnico deServiços Judiciários, o valor do nivel 22;para a classe A de técnico de Serviços Ju­diciários, o valor do nível 21; para a classeB de Auxiliar de Serviços Judiciários, ovalor do nível 18; e para a Classe A de Au­xílíar de Serviços Judiciários, o valor donível 16.

Parágrafo único. Poderão ser submetidosao regime de que trata este artigo, calcula­das as respectivas gratificações sobre os va­lores dos vencimentos básicos fixados peloDecreto-lei n. O 1.150, de 3 de fevereiro de1971, os ocupantes dos cargos não incluídosnos Anexos A e B desta Lei, observada acorrespondência entre símbolos e níveis pre­vista na Lei n.o 5.685, de 23 de julho de1971.

Art. 6.0 Os cargos de provimento em co­missão relacionados no Anexo A serão au­tomaticamente incluídos no regime de tem­po integral e dedicação exclusiva, ressalva­do o direito de opção do respectivo ocupan­te pela jornada normal de trabalho.

Art. 7,0 No prazo de 90 (noventa) dias,contados da vigência desta Lei, os atuaisocupantes efetivos do cargo de Oficial Ju­diciário PJ-3 e PJ-4 poderão ser aprovei­tados em cargos da classe B, e os ocupantesefetivos dos cargos de Taquigrafo PJ-6. Ar­quivista PJ-6, Almoxarife PJ-6, Oficial Ju­diciário PJ-5 e PJ-6, em cargos da classe Ada série de classes de Técnico de ServiçosJudiciários; e os atuais ocupantes efetivosdos cargos de Oficial Judiciário PJ7. Auxi­liar Judiciário PJ-8 e PJ-9 poderão seraproveitados em cargos das classes B e Ada série de classes de Auxiliar de Servi­ços Judiciários, observada a respectivaclassificação.

Parágrafo único. O aproveitamento deque trata este artigo obedecerá a critériosseletivos, inclusive por meio de treinamentointensivo e obrigatório que serão estabele­cidos para os cargos de cada série de clas­ses.

Art. 8.0 Fica assegurada a situação pes­soal dos atuais ocupantes dos cargos efeti­vos de Distribuidor das ;runtas de Concilia­ção e Julgamento com sede em São Paulo,Santos e Curitiba, bem como do atualocupante do cargo efetivo de Distribuidor­Chefe dos Oficiais de Justiça de São Paulo,os quais serão suprimidos à medida em quevagarem.

Parágrafo único. Os funcionários de quetrata este artigo poderão optar pelo per­cepção do vencimento de seu cargo efetivo,acrescido da gratificação fixa de 20% (vintepor cento) calculada sobre o valor do sím­bolo do cargo em comissão correspondente,na forma do disposto no § 2.0, do artigo 1.0,da Lei n. O 4.345, de 26 de julho de 1964.

Art. 9.° A gratificação adicional portempo de serviço dos funcionários abrangi­dos por esta Lei, será concedida na base de5% <cinco por cento) por qüinqüênio deefetivo exercícío, até 7 (sete) qüinqüênios,calculada sobre o respectivo vencimento­base.

Art. 10. A diferença, porventura verifi­cada em cada caso, entre a importânciaque o funcionário venha percebendo, a ti­tulo de vencimento e gratificação adicionalpor tempo de serviço, e os novos valores aque fará jus em decorrência do dispostonesta Lei, constituirá vantagem pessoal, no­minalmente identificável, insusceptivel dequaisquer reajustes supervenientes e, emvirtude dela, não se estabelecerá nenhumadiscriminação nessas concessões.

Art. 11. O Tribunal Regional do Traba­lho da 2.a Região, observados os limites dasdotações orçamentárias, estabelecerá a clas­sificação das funções gratificadas e de re­presentação de gabinete, com base nos prin­cípios e valores fixados no Poder Executivo.

Art. 12. O provimento dos cargos cria­dos por esta Lei fica condicionado à exis­tência de recursos orçamentários suficientese adequados.

Art. 13. As despesas com a execuçãodesta Lei serão atendidas com os recursosorçamentários próprios do Tribunal Regio­nal do Trabalho da 2.a Região.

Art. 14. Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Brasília, ~7 de dezembro de 1973; 152.0 daIndependência e 85.0 da República. - El'lí­LIO G. MtDICI. - Alfredo Buzaid.

MENSAGEM N.o 129DE 1974, DO PODER EXECUTIVO

Excelentissimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do Senhor Mi­nistro-Presidente do Tribunal Superior doTrabalho, o anexo projeto de lei que "fixaos valores de vencimentos dos cargos dosGrupos-Atividades de Apoio Judiciário, Ser­viços Auxiliares, Serviços de Transporte Ofi­cial e Portaria. Artesanato, Outras Atíví­dades de Nível Superior e Outras Atividadesde Nível Médio. do Quadro Permanente daSecretaria do Tribunal Regional do Traba­lho da Segunda Região e, dá outras provi­dências".

Brasí1ia, em 4 de abril de 1974. - ErnestoGeisel.

EXPOSIÇliO DE MOTIVOS. DE 11 DEMARÇO DE 1974, DO SENHOR MINIS­TRO-PRESIDENTE DO TRIBUNAL SU··PERIOR DO TRABALHO.

ExcelentÍssimo SenhorGeneral-de-Exército Emílio Garrastazu Mé­diciDígnísaímo Presidente daRepública Federativa do BrasilBrasília - Distrito Federal

Excelentíssimo Senhor Presidente daRepública

Em conformidade com o art. 115, lI, daConstituição, tenho a honra de apresentara Vossa Excelência o anteprojeto de Lei quefixa os valores dos níveis de vencimentosdos Grupos-Atividades de Apoio Judiciário,Servicos Auxiliares, Serviços de Transpor­te Oficial e Portaria, Artesanato, OutrasAtividades de Nível Superior e Outras Ati­vidades de Nível Médio, do Quadro Perma­nente do Tribunal Regional do Trabalho da2,a Região, aprovado em sessão administra­tiva de 11 de março do ano em curso.

Na elaboração do anteprojeto foram ado­tadas as diretrizes estabelecidas pela Lein.? 5.645, de 10 de dezembro de 1970, bemcomo atendidas ai: exigências determinadaspela Constituição (arts. 98 e 108, § 1.0), epela Lei Complementar n.O lO, de 6 de maio

de 1971. Seu texto foi previamente exami­nado pelo Departamento Administrativo doPessoal Civil (DASP), cujas observaeões ini­ciais (xerox em anexo) foram definitiva­mente superadas, em reunião ali efetuadano dia 8 de março passado.

As despesas decorrentes da conversão emLei, do presente anteprojeto, serão atendi­das pelos recursos a esse fim destinados,sendo absorvidas pelos novos valores de ven­cimentos todas as vantagens e retríbuícõespercebidas, a qualquer título, pelos ocupan­tes dos cargos a serem transformados oureclassificados, ressalvados apenas o salá­rio-família, a gratificação adicional portempo de servíço e, ainda, a vantagem pes­soal a que eventualmente façam jus, deacordo com o artigo 1.0 da Lei Complemen­tar n.O 10, de 6 de maio de 1971.

Valho-me do ensejo para reiterar a VossaExeclência. meus protestos do mais altoapreço e consideração. - Homero DinizGonçalves, Presidente.or, GP-96/74 Em 19 de março de 1974Ao Excelentissimo SenhorGeneral-de-Exército Emílio Garrastazu Mé­díeíDigníssimo Presidente da RepúblicaFederativa do Brasil

Excelentissimo Senhor Presidente da Re­pública

Tenho a elevada honra de transmitir aVossa Excelência os 'inclusos projetos deLei de estruturação dos Grupos de Direçãoe Assessoramento Superior e Apoio Judiciá­ri~ do.~ribunal Regional do Trabalho da2. Regiâo.

Aproveito a oportunidade para reafirmara Vossa Excelência os meus protestos deelevada estima e distinta consideracão.Mozart Victor Russomano, Presidente doTribunal Superior do Trabalho.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇãO E ;rUSTIçA

I - RelatórioO Projeto de Lei n.o 1.871, de 1974 do

Presidente da República, fixa os valores devencimentos dos cargos dos Grupos-Ativi­dades de Apoio Judiciário, Serviços Auxilia­res, Serviços de Transporte Oficial e Porta­ria, Artesanato, Outras Atividades de NívelSuperior e Outras Atividades de Nível Mé­dio, do Quadro Permanente da Secretariado Tribunal Regional do Trabalho da 2.1\Região e dá outras providências.

TI - Voto do RelatorA iniciativa do Presidente da Repúbli~'a

tem o respaldo do Presidente do TribunalSuperior do Trabalho, na conformidade doque requer a Constituicão, no art. 115item Ir. " "

Trata-se de proposição, cuja iniciativa,por aumentar vencimentos, é reservada, ex­alusivamente, ao Presidente da República,por força do art. 57, item Ir da Carta Maior.

O Projeto está elaborado, como preceituaa Lei n.o 5.645, de 1970, obedecendo as dire­trizes para a classificação de cargos, no ser­viço civil da União e ajustada à paridade,entre sistemas de classifícaeão e níveís devencimentos de funcionários dos Três Po­deres da República, estabelecida pejos arti­gos 98 e 108, § 1.° do Código Politico, ragu­mentados pela Lei Complementar n.O 10,de 1971.

Encontra-se obedecida a técnica legisla­tiva.

O projeto, aliás, obedece orientação quetem presidido a elaboração de proposiçõésidênticas. ~ ,

Compete às oomíssões de Servico Públicoe de Finanças o exame do mérito:

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Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)' Terça-feira 14 2783

Por isso, voto pela constitucionalidade, le­galidade, juridicidade e técníca legislativado Projeto n.? 1.871, de 1974.

Sala da Comissão, 25 de abril de 1974. -Djalma Bessa, Relator. .

IH - Parecer" da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em

reunião Plenária, realizada em 25-4-74, opi­nou, unanimemente, pela constitucionali­dade e juridicidade do Projeto n.? 1.871174nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: José Bonifácio - Presidente, DjalmaBessa - Relator, Alceu CoUares, AlencarFurtado, Alfeu Gasparírrí, Antônio Mariz,Argilano Dario, Cláudio Leite, Djalma Ma­rinho, Emanuel Pinheiro. Ferreira do Ama­ral, Hamilton Xavier, José Bonifácio Neto,José Carlos Leprevost, Lisâneas Maciel, LuizBraz, Ruydalmeída Barbosa e Severo Eu­Iálío,

Sala da Comissão. 25 de abril de 1974. ­José Bonifácio, Presidente. - Djalma Bessa,Relator.

PARECER DA COMISSÃODE SERVIÇO PÚBLICO

I - RelatórioO projeto fixa os valores de vencimentos

dos cargos do Quadro Permanente da Se­cretaria do Tribunal Regional do Trabalhoda Segunda Região.

Já mereceu aprovação na Comissão deConstítuícâo e Justiça da Câmara dosDeputados.

Abordando-o, do ponto de vista desta Co­missão, devemos dizer que o projeto cons­titui medida de implantação, no âmbito doTribunal Regional do Trabalho da SegundaRegião. do Plano de reclassificação de car­gos, estabelecido pela Lei n.? 5.645, de 10de dezembro de 1970.

Esta Lei surgiu como resultado da formu­lação de nova política de pessoal que vemsendo implantada na Administração Fe­deral.

O princípio fundamental dessa políticaque se está desenvolvendo é o de estabelecerpara o Serviço Público novas diretrizes queo integrem ao acelerado processo de desen­volvimento tecnológleo de nossa época.

E essa política é aplicada segundo o en­tendimento de que a pura e simples refor­ma de estruturas a nada conduzirá se nãofor acompanhada da implantação de umanova mentalidade: a mentalidade de que,

'na soeícdade moderna, o homem é a meta,mas o homem é, também, o meio de alcan­çar essa meta.

Ressalta, ainda, dessa política, a preo­cupação de dar ao funcionalismo meios dese preparar e se atualizar com a evoluçãoda tecnologia, a fim de que ele possa, real­mente, estruturado em bases perfeitamenteentrosadas com as necessidades do processodesenvolvímentísta, cumprir os objetivos doEstado Revolucionário.

Entretanto, havia que se iniciar pela re­visão dos vencimentos do funcionalismo demodo geral, vez que a independência eco­nômica constitui elemento de relevo da pró­pria independência funcional.

H - Voto do RelatorFace ao exposto, somos de parecer que o

Projeto de Lei n.? 1.871, de 1974, constituimedida de alta significação para o ServiçoPúblico Federal, e opinamos pela sua apro­vação.

Sala da Comissão, em de maio de 1974.- Milton Cassel, Relator.

IH - Parecer da ComissãoA Comissão de Serviço Público, em reu­

nião extraordinária, realizada em 9 de maiode 1974, aprovou, por unanimidade, o Pa­recer do Relator, Senhor Deputado MiltonCassel, favorável ao projeto de Lei n.o 1.871,de 1974, que "fixa os valores de vencimentosdos cargos dos Grupos-Atividades de ApoioJudiciário, Serviços Auxiliares, Serviços deTransporte Oficial e Portaria, Artesanato,Outras Atividades de Nivel Superior e Ou­tras Atividades de Nível Médio, do QuadroPermanente da Secretaria do Tribunal Re­gional do ":'rabalho da Segunda Região, edá outras providências". Compareceram osSenhores Deputados Dias Menezes, Presi­dente Milton CasseI, Relator, Hugo Aguiar,Freit~s Nobre Antonio Pontes, Getúlio Dias,Lauro Rodrig~es,Agostinho Rodrigues, Mar­cos Freire, Necy Novaes, Paulo I!'erraz, E~ias

Carmo, Peixoto Filho, Francelmo Pereira,João Vargas.

Sala da Comissão, em 9 de maio de 1974.- Dias Menezes, Presidente. - Milton Oas­seI, Relator.

PARECER DA COMISSÃO DEFINANÇAS

I - RelatórioA proposição visa a fixar os valores .di?s

vencimentos dos cargos dos Grupos-Ativi­dades de Apoio Judiciario. Serviços Auxilia­res Serviços de Transporte Oficial e Porta­ria' Artesanato Outras Atividades de NivelSuperior e out~as Atividades de Nível M~­dio, do Quadro Permanente da ,SecretarIado Tribunal Regional do TrabaLo da Se­gunda Região, e uá outras providências.

Os vencimentos fixados absorvem asverbas referentes às diárias da Lei n.? ..•4.019, de 1961, as gratificações de nível uni­versitário e de retribuição de tempo inte­gral e dedicação exclusiva e pelo serviço ex­traordinário a ele vinculado e de represen­tação, vantagens que deixarão de ser pagasa partir da vigência dos atos de transpo­sicão ou transforrr..acão dos cargos na for­ma aqui prevista. >

O cálculo do adicional por tempo de ser­vícos se operará segundo o disposto no art.10 da Lei n.v 4.345, de 26 de junho de 1964.

Garante-se a diferenca de vencimentoscomo vantagem pessoal, nominalmenteidentificável, na forma do art. 4.° da LeiComplementar n.> 10, de 1971, aos funcio­nários que, em decorrência desta lei. vierema perceber retribuição total inferior à quevinha auferindo.

Estabelece-se a revisão dos proventos combase nos valores de vencimentos fixados noPlano de Retribuição para os cargos cor­respondentes àqueles em que se tenhamaposentado, segundo o disposto no art. 10do Decreto-Lei n. o 1.256, de 1973.

Por ato da sua Presidência, o Tribunal, naimplantaão do novo plano de classificaçãode cargos e observada a legislação pertinen­te, poderá transformar em cargos os em­pregos integrantes da tabela de pessoaltemporário de sua Secretaria regidos pelalegislação trabahista, considerada extinta.Da mesma forma prevê a criação, pelo Tri­bunal, observada a Lei Complementar n,?10. de 1971, as funções integrantes do Gru­po-Direção e Assistência Intermediária deque necessite a sua Secretaria.

Veda-se, por fim. com ressalva da hipóte­se do parágrafo único do art. 3.0 da Lei5.645, de 10 de dezembro de 1970, a contra­tação a qualquer titulo e sob qualquer for­ma, de serviços com pessoas fisicas ou jurí­dicas bem assim a utilizacão de colabora­dores eventuais, retribuídos medianterecibo, para desempenho de atividades

Inerentes aos grupos de que trata a proposl­çao.

Os vencimentos propostos vigorarão a.partir da data dQS atos de inclusão dos car­gos no novo sistema, atendidas as despesasconseqüentes pelos recursos orcamentáríospróprios do Tribunal Regional do Trabalhoda 2.a Região bem como por outros recursosa esse fim destinadis na Forma da legisla­ção pertinente.

Não há manifestação de qualquer dos õr­gãos técnicos desta Casa.

É o relatório.

H - Voto do RelatorO expediente passou pelo crivo do DASP

que o adaptou aos crítérros vigentes, expun­gido o anteprojeto oferecido pelo TRT denormas que lhec escapavam.

Na justificação do Projeto, o Presidentedo Tribunal interessado assim ° fundamen­ta.

"Na elaboração do anteprojeto foramadotadas as diretrizes estabelecidas pe­la Lei n. O 5.645, de 10 de dezembro de1970. bem como atendidas as exigênciasdeterminadas pela Constituição 'arts.98 e 108, § 1.0), e pela Lei Complemen­tar n.O 10, de 6 de maio de 1971. Seutexto foi previamente examinado peloDepartamento Administrativo do Pes­soal Civil (DASP), cujas observaçõesiniciais (xerox em anexo) foram defini­tivamente superadas, em reunião aliefetuada no dia 8 de março passado.

As despesas decorrentes da conversãoem Lei, do presente anteprojeto, serãoatendidas pelos recursos a esse fim des­tinados, sendo absorvidas pelos novosvalores de vencimentos todas as van­tagens e retribuições percebidas, aqualquer titulo, pelos ocupantes doscargos a serem transformados ou re­classificados, ressalvados apenas o sa­lário família, a gratifIcação adicionalpor tempo de serviço e ainda, a vanta­gem pessoal a que eventualmente façamjus. de acordo com o artigo 1.0 da LeiComplementar n. O 10. de 6 de maio de1971."

Preenchidos, pois, os requisitos constitu­cionais.

Pela aprovação.

Sala das reuniões, em 9 de maio de 1974.- Ildélío Martins,

IH - Parecer da ComissãoA Comissão de Finanças. em sua reunião

ordinária, realizada em 9 de maio de 1974,opinou, unanimemente. pela aprovação doProjeto n.o 1.871-74.. nos termos do parecerdo Relator, Deputado Ildélio Martins.

Compareceram os Senhores Arthur San­tos, Presidente; Ildélio Martins e AthiêCoury, Vice-Presidentes: César Nascimento,Tourinho Dantas, José Freire, Aldo Lupa,Homero Santos, Fernando Magalhães, Flo­rim Coutinho. Dias Menezes, Joel Ferreira,Adhemar de Barros Filho, João Castelo,Ozanan Ooélho, Ivo Braga e Jorge Vargas.

Sala da Comissão, em 9 de maio de 1974.- Idélío Martins, Relator. - Arthur Santos,Presidente.

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!'184 Terça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 19'74

FROJETO DE J,EI COMPLEMENTARN.o 45, de 19'74

(Do Sr. Pacheco e Chaves)

Altera a redacão do art. 12 da LeiComplementar n.o 11, de 25 de maio de1971, que institui o Programa de Assis­tência ao Trabalhador Rural.

(Às Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Finanças).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 () art. 12 da Lei Complementar

n,v 11, de 25 de maio de 1971, passa a vi­gorar com a seguinte redação:

"Art. 12. Os serviços de saúde serãoprestados aos beneficiários, com os re­cursos orcamentários do FUNRURAL,em regime de gratuidade total."

Art. 2.° Esta Lei Complementar entraem vigor na data de sua publicação.

Art. 3.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Justificação

Nos termos da legislação em vigor, maisprecisamente do art. 12 da Lei Comple­mentar n.O Ll, de 25 de maio de 1971, aprestação dos serviços de saúde, a cargo doFUNRURAL, só excepcionalmente é feita atítulo gratuito, gratuidade essa que se su­bordina a um nível de renda, não especifi­cado, do trabalhador rural ou do seu de­pendente.

Ora, se o PRORURAL pretende, de fato,constituir-se em programa de assistênciaao trabalhador rural, para que "a cidadeajude o campo, como o campo vem ajudan­do a cidade", não tem sentido estabelecer­se essa restrição, sobretudo porque é sobeja­mente conhecida a. situação de penúria emque, até hoje, vive o homem do campo, co­mo autêntico servo da terra, a despeito detodos os esforços, também unanimementereconhecidos, com que o Poder Público vemprocurando ajudá-lo.

Sala das Sessões, em 7 de março de 1974.- Pacheco e Chaves.

LEGISLAClíO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAClíO DAS COMISSóES

PERMANENTES

LEI COMPLEMENTAR N.o 11DE 25 DE MAIO DE 1971

Institui o Programa de Assistência ao'I'raba.lhador Rura.I, e dá outras provi­dências.

O Presidente da República, faço saberque o Congresso Nacional decreta e eu san­ciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 12. Os serviços de saúde serão pres­tados aos beneficiários, na escala que per­mitirem os recursos orcamentáríos do FUN­RURAL, em regime de gratuidade total ouparcial, segundo a renda familíar do tra­balhador ou dependente.

PROJETO DE LEIN.o 1. 955, de 1974

(Do Sr. Célio Marques Fernandes)Inclui nos currículos das Faculdades

de Medicina a matéria de Hípnologla,

(ANEXE-SE AO PROJETO DE LEI N.o ...1.523, DE 1973, NOS TERMOS DO ARTI­GO 71 DO REGIMENTO INTERNO)O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Ê obrigatória a inclusão da ma­téria Hipnologia nos currículos das Facul­dades de Medicina de todo o Pais.

Art. 2.° O Conselho Federal de Educa­çâo, no prazo de 90 (noventa) dias, conta­dos da publicação da presente lei, fixaráas normas para seu cumprimento.

Art. 3.0 Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogando-se asdisposições em contrário.

Sala das Sessões, em 6 de maio de 1974.Célio Marques Fernandes,

Justificação

A indicação de Hipnose, constando doscurrículos das Faculdades de Medicina, foiuma reivindicação saída da Sociedade deHipnose Médica e Odontológica do RioGrande do Sul, fundada em 18 de setem­bro de 1972, e que mantém todos os anoscursos de Hipnose para Médicos, Odontó­lagos e Psicólogos.

J!: reconhecida a importância da hipnose,na medicina, na solução de determinadosproblemas de origem psíquica.

Nos dias atuais, com as pesquisas cienti­ficas realizadas, desapareceu a falsa íma­gem, criada pelos mistificadores, de que ahipnose era exercida através de poderessobrenaturais.

O princípio filosófico da Hlpnología "êver o paciente como uma unidade bío-psi­cossocíal, a pessoa como um todo".

No Brasil mais de 15 Sociedades de Hip­nose, vêm ministrando cursos de Hipnosena medicina em geral, com grande fre­qüência de alunos, o que demonstra o gran­de interesse por esses estudos e pelo apren­dizado de novos e úteis conhecimentos.

Julgamos, que já é tempo da adoção daHipnose, como matéria obrigatória nas Fa­culdades de Medicina.

Sala das Sessões, em 6 de maio de 1974. ­Célio Marques Fernandes.

PROJETO DE LEIN.o 1.956, de 1974

(Do Sr. Francisco Amaral)

Dá nova redação ao artigo 566 daConsolidação das Leis do Trabalho, as­segurando a sindicalização dos empre­gados das empresas públicas e socieda­des de economia mista.

(Às Comissões de Constituicào e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Serviço Público)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Passa a vigorar com a seguinte

redação o art. 566 da Consolidação das Leisdo Trabalho, aprovada pelo Decreto-lein.O 5.452, de 1.0 de maio de 1943:

"Art. 566. É vedada a sindicalizacãodos servidores do Estado e os das ins­tituições paraestatais, exceto a dos em­pregados das sociedades de economiamista e empresas públicas, amparadospelo ~ 2.° do art. 170 da Constituição."

Art. 2.° Entrará esta lei em vigor nadata de sua publicação.

Justificação

Aprovou o Sr. Presidente da Repúblicacujo mandato expirou recentemente, a 18de fevereiro último, o Parecer n. o 1-267, de31 de janeiro de 1974, do Sr. Consultor­Geral da República, consoante publicaçãono Diário Oficial de 21 de fevereiro último,que, abordando o problema da sindicaliza­ção do pessoal das empresas públicas, assimconcluiu:

"Em conclusão, pois, ainda que preva­lecesse a orientação anterior, no casoespecífico da Empresa Brasflelra eleCorreios e Telégrafos, depois que o De­creto-Lei n.? 538169 alterou o artigo 11do Decreto-lei n.o 509/69 - que criou a

referida empresa pública - para quedele não constasse qualquer referênciaa enquadramento sindical, o propósitode vedar a sindicalização de seus ser­vidores tornou-se evidente."

A decisão em causa rematou, no âmbitodo Poder Executivo, longa controvérsia so­bre a matéria, prevalecendo, afinal, o pon­to de vista do Sr. Consultor-Geral da Re­pública.

Contudo, O texto constitucional vigente,na parte relativa à Ordem Econômica eSocial, determina, textualmente:

"Art. 170. Às empresas privadas, com­pete, preferencialmente, com o estí­mulo e o apoio do Estado, organizar eexplorar as atividades econômicas.

§ 1.° Apenas em caráter suplementarda iniciativ.a privada o Estado organi­zará e explorará diretamente a ativi­dade econômica.

11 2.° Na exploração, pelo Estado, daatividade econômica, as empresas pú­blicas e as sociedades de economia mis­ta reger-se-fio pelas normas aplicáveisàs empresas privadas, inclusive quan­to ao direito do trabalho e ao dasobrigações". (Grifamos)

Ora, a sindicalização se insere de modo,aliás, proeminente no contexto do Direitodo Trabalho e, assim sendo, assegura o pre­ceito constitucional referido, de modo ine­quívoco, aos empregados das sociedades deeconomia mista e empresas públicas a as­sociação síndícal de forma inequívoca eimperativa.

Por outro lado, promulgada em 1943, aConsolidação das Leis do Trabalho não po­deria conter referências às empresas pú­blicas, inexistentes. então, entre nós.

Já hoje, entretanto, quando a própriaConstituição alude a esses organismos, pa­rece-nos de toda conveniência e oportuni­dade a rerormulacão do art. 566 da Oonso-!Iídação, compatibilizando-o com a normado § 2.° do art. 170 da Constituição.

É o que faz o presente projeto.Sala das Sessões, 7 de maio de 1974.

Francisco Amaral.

LEGISLAÇlíO CITADA, ANEXADA PELACOORDENACÁO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 5.452DE 1.0 DE MAIO DE 1943

Apl'o-ya a Consolidação das Leis doTrabalho.

TíTULO V

Da Organização Sindical

CAPÍTULO I

Da Instituição Sindical

SEÇÃO IX

Disposições Gerais

Art. 566. Não podem sindicalizar-se osservidores do Estado e os das Instituícõesparaestatais. -

••••••••••••••••••••••••• a._

••~. -..!'.- --... •~ ••~.• -,.!. •••••

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Maio de 1974 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 14 2785

PROJETO DE LEIN.o 1.957, de 1974

(Do Sr. Hermes Macedo)

Regula o pagamento de salários à mu­lher gestante.

:(ANEXE-SE AO PROJETO DE LEI N.o ..•1.895, DE 1974, NOS TERMOS DO ARTI­GO 71 DO REGIMENTO INTERNO)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Os salários da mulher, previstos

no artigo 393 da Consolidação das Leis doTrabalho aprovada pelo Decreto-lei n.o ..•5.452, de 1.° de maio de 1943, serão pagospelo Instituto Nacional de Previdência So­cial, na forma do disposto nesta Lei.

Art. 2.° O empregador efetuará, nas épo­cas normais, o pagamento dos salários àmulher afastada por força do disposto noartigo 392 da mesma Consolidação, dela ob­tendo recibo em modelo aprovado pelo Mi­nistério da Previdência Social.

Art. 3.° Ao efetuar o recolhimento desuas contribuicões ao Instituto Nacional dePrevidência So'cial, relativas ao mês em quetenha realizado o pagamento, o empregadorj'il1';ando o recibo a que se refere o artigoanterior, deduzirá seu valor do total a re­ceber.

Art. 4.° Fica criada uma contribuição,destinada ao custeio das despesas criadaspc esta Lei, a ser recolhida ao InstitutoNacional de Previdência Social, em porcen­tagem a ser estabelecida pelo mesmo Insti­tuto, com aprovação do Ministério da Pre­vidência Social, calculada sobre o valor dafolha de pagamento de cada empregador,paga por este juntamente com as contribui­cões a que já está obrigado para o mesmoInstituto.

Art. 5.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as dísposiçõesClT' contrário.

Sala das Sessões, em de de 1974._ Hermes Macedo.

.JustificaçãoO Brasil, após haver ratificado, em 1934,

a Convenção n,? 3, de 1919, da OrganizaçãoInternacional do Trabalho, relativa ao em­prego das mulheres antes e depois do par­to, denunciou-a em 1961.

Todavia, em 1965, ratificou a Convençãon.O 103, de 1952, da mesma Organização,dispondo sobre o amparo à maternidade.

Ambas as convenções, estabeleceram aproibição, a ser regulamentada em cada umdós Estados que as adotassem, do trabalhoda mulher em determinado período vizinhoà data do parto. Dispuseram, também asduas, que nesses períodos de afastamentodo trabalho a mulher não teria prejuízo desalário, mas que, "Em hipótese alguma, de­ve o empregador ser tido como pessoalmen­te responsável pelo custo das prestações de­vidas às mulheres que ele emprega". (Cláu­sula 8 do artigo 4.° da Convenção n,O 103),

No entanto, a lei nacional (Consolida­ção das Leis do Trabalho, artigos 392 e 393),determinando a proibição do trabalho damulher nos períodos de quatro semanas an­tes e oito semanas após o parto, estabelece­ram que nesses afastamentos do trabalhoela "terá direito ao salário integral", semqualquer referência a quem por eles res­ponda, o que trouxe como conseqüência queao empregador tem sido' imposto esse ônus.

Tal situação, além de contrariar, frontal­mente, o disposto na Convenção que o Bra­sil se obrigou a adotar e respeitar, vem tra­zendo, na prática, uma série de inconve­nientes com prejuízos para a própria mu­lher, que se vê, com indesejável freqüência,

impedida de trabalhar quando o emprega­dor procurado não a admite por ela se en­contrar em estado de gestação, ou quandoseu empregador a dispensa pela mesma ra­zão, embora invocando outros motivos.

O que se propõe no Projeto de Lei, é ocumprimento integral, pelo Braaíl, de seucompromisso internacional, o que por ou­tro lado, virá a eliminar a prevenção dosempregadores contra a mulher, a permitira esta a obtenção ou a conservação de seuemprego, sem maiores ônus para o órgãoprevidenciário ou para seu empregador,

Adotou-se, para os salários da gestante, omesmo sistema adotado na Lei n.O 4.266,de 3 de outubro de 1968. para o "salário-fa­mília"; adiantamento por parte do empre­gador. que se reembolsa por ocasião do re­colhimento de suas contribuições previden­ciárias, e criação de um fundo de "salário­maternidade", se assim se pode chamar,semelhante ao que referida Lei criou paracusteio do "salário-família",

O Instituto Nacional de previdência So­cial, com a aprovação do Ministério da Pre­vidência Social. caberá fixar, de acordo comcálculos atuariais, a taxa percentual comque cada empregador contribuirá, calcula­da sobre sua folha de pagamento mensalB independentemente de ter ou não terempregadas mulheres. Será a socialização do"salário-maternid:J.de", com a finalidade deeliminar os inconvenientes já apontados.

O mesmo Instituto, estabelecerá o mode­lo do recibo a ser adotado para pagamentodos salários referidos, de modo a facilitarseu reembolso.

Sala das Sessões, em 8 de maio de 1974. ­Hermes Macedo.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.o 5. i52DE 1.0 DE MAIO DE 1943

Aprova a Consolidaeão das Leis doTrabalho. .

TÍTULO III

Das Normas Especiais de Tutelado Trabalho

CAPÍTULO III

Da Proteção do Trabalho da Mulher

SEÇAo I

Da Duração e Condições do Trabalho

Art. 375. Mulher nenhuma poderá ter oseu horário de trabalho prorrogado, semque esteja para isso autorizada por atesta­do médico oficial, constante de sua Cartei­ra de Trabalho e Prevldêr.eía Social.

Parágrafo único. Nas localidades em quenão houver serviço médico oficial, valerápara os efeitos legais o atestado firmadopor médicos particulares em documento emseparado.

SEÇAO V

Da Proteção à Maternidade

Art. 392. :Ê proibido o trabalho da mu­lher grávida no período de quatro (4) se­manas antes e oito (8) semanas depois doparto.

§ 1,° Para os fins previstos neste artigo.o início do afastamento da empregada deseu trabalho será determinado por atesta-

do médico nos termos do art. 375, o qualdeverá ser visado pela empresa.

§ 2.° Em casos excepcionais, os períodosde repouso antes e _depois do parto poderãoser aumentados de mais duas (2) semanascada um, mediante atestado médico, naforma do § 1.0

§ 3.° Em caso de parto antecipado, a mu­lher terá sempre direito às 12 (doze) sema­nas previstas neste artigo.

§ 4.° Em casos excepcionais, medianteatestado médico. na forma do § 1.°, é per­mitido à mulher grávida mudar de função.

Art. 393. Durante o período a que se re­fere o artigo 392, a mulher terá direito aosalário integral e, quando variável, calcula­do de [corda com a média dos 6 (seis) últi­mos rr lS8S de trabalho, bem como os direi­tos e vantagens adquiridos, sendo-lhe aindafacultado reverter à função que anterior­mente ocupava............................................

IV - O SR. PRESIDENTE (Fernando Ga-ma) - Está finda a leitura do expediente.

Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Luiz Losso.O SR. LUIZ LOSSO - (Pronuncia o se­

guinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, no conceituado jornal O Globo, do dia9 do corrente, deparamos. à página 5, com oseguinte título: "Engenheiro mostra van­tagens de seu calendário perpétuo",

Mas, na verdade, Sr. Presidente e Srs,Deputados. embora o sugestivo titulo, aoanalisarmos os fatos ali apontados não en­contramos nenhuma vantagem, Antes, pelocontrário, se aprovado. tal calendário sótraria, sim, confusões das mais sérias, es­pecialmente no tocante ao sistema religio­so, pois viria alterar o ciclo semanal im­plantado por Deus quando da Criação,como se lê nas Escrituras Sagradas ­Gênesis. capítulo 1, versículo 31, e capitulo2, versículos 1 a 3.

Atualmente o engenheire William Edwar­ds se acha no RlO. em busca de subsídiospara levar avante tal iniciativa, que aliásnão é nova, pois cios anos de 1930 em dian­te já foi levado o caso perante a então Ligadas Nações, tendo sido rejeitado.

Em 1954. novamente ressurge com apoiode Kodac, o qual deixou até por testamentoum legado para que o plano fosse levado.adíante,

Depois de passados 20 anos, agora investeo referido engenheiro COIr, as mesmas pro­postas, tendo subme-tido G caso à Organiza­ção das Nações Unidas, pretendendo suaaprovação.

Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, seisso acontecesse, o que se espera não ocorra,seriam alterados os dias de guarda de talforma que os Islamistas - guardadores dasexta-feira - os Judeus e os adventístas dosétimo dia - guardadores do sábado biblt­co - e os católicos e protestantes em geral- guardadores do domingo - teriam deorganizar calendários específicos paraorientá-los no dia certo, pois o novo siste­ma não coincidiria com o verdadeiro, o queseria uma aberração das mais gritantes,porque feriria a consciência de, cada um.

Sabíamos de antemão, e profeticamenteestá escrito, que tentativas nesse sentidoseriam feitas. :Ê o que lemos no livro bíblicode Daniel capitulo 7. versículo 25.

Por outro lado, também lemos em Apo­calipse - último capitulo - 22 - e nosversiculos 18 a 20 - a advertência a queninguém se atreva a isso, pois os Juízos deDeus serão tremendos.

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2786 Terça-feira 14

Realmente, o ciclo semanal por Deus íns­tituido desde o principio deve -permanecer.

Quer aquele engenheiro apontar algumasvantagens da sexta não mais cair no dia13 inclusive a de que os aniversariantes dodi~ 29 de fevereiro poderão, pelo novo sís­tema, festejá-lo cada ane.

Entretanto, quer o dito engenheiro que seimplante um dia de "transição", que se da­ria na passagem de 31 de dezembro para1.0 de janeiro. E um dia neutro. na passa­gem de 31 de junho paro. 1.0 de julho decada ano bissexto.

Ora como ficariam então os nascidos nes­tes di~s?

.Há inteira incoerência nos propósítos domencionado calendárro, não trazendo, comose disse, nenhuma vantagem.

Dai o nosso apelo ao digno novo Chefe daNacão o Exm o Sr. Presidente Ernesto GCl­ser,"e~ defesa dos povos e de modo esp~ci:3:1do brasileiro no sentido de que diga nao amudança do' ealer.dárío, que viria atingir ociclo semanal. saoemos que S. Ex. a o Pre­sidente Geisel brasileiro como nós, conhe­cedor do Santb LIvro. tudo fará para que asOrdenanças de Deus não sejam alteradas,continuando o nosso atual sistema de calen­dário para o bem geral.

Era o que tinha a dizer.O SR. JANDUHY CARNEIRO - (Sem re­

visão do orador.) Sr. Presidente, 8rs Depu­tados venho à tribuna prestar uma nome­nage~ póstuma ao meu prezado amigo eeminente companheirc de lutas, AntônioLucena, Diretor Regional da Rede Globo deTelevisão em Brasília.

Nascido em Joào Pessoa. era o extinto fi­lho de Severino Lucena, ex-Diretor dosCorreios e Telégrafos e fundador do PartidoSocial Democrata da Paraíba e neto de Só­lon Lucena, ex-governador daquele Estado.Foi um lutador cterioda.dc na especiahdadea que se dedicou. Além de Diretor Regionalda Rede Globo de Televisão de Brasília,exerceu também as funções de Diretor daRádio Nordeste, de Natal. e da Rádio Taba­jara, da Paraiba Diretor Comercial da Rá­dio e Televisão Tupi, da qual foi tambémSuperintendente e Diretor Regional da Te­visão Globo em Recife.

Antônio Lucena era detentor de vários tí­tulos e honrarias: eleito o "Homem daComunicação" do ano, em 1972. ainda naCapital pernambucana; a Câmara Munici­pal do Recife concedeu-lhe no ano passado,o titulo de "Cidadâo do Recife" e a Medalhado Mérito.

Antônio Lucena, a cuj a memória prestohoje a minha homenagem. em nome doMDB da Paraíba, caracterizou-se semprecomo bravo e discíplínadc companheiro e,na sua especialidade - rádio e televisão ­foi realmente um "expert" dos mais respei­tados, Antônio Lucena, que merece nossopreito de reconhecimento. deixou viúva Do­na Mary Jacome de Lucena. Concluindo. Sr.Presidente, devo dizer à Casa que AntônioLucena honrou ') dignificou a Paraíba nospostos em que perlustrou legando para osseus quatro filhos uma tradição de eficiên­cia, de trabalho e de honradez.

Era o que tinha a dizer.O SR. UBALDO BARÉM - (Pronuncia o

seguinte disourso.) Sr. Presidente. Srs.Deputados, regísti o, nesta oportunidade. do­loroso fato que enlutou a família mato­grossense. Trata-se do falecimento, aos 74anos de idade, do Dr, Estacio Muniz. médicoconceituado da cidade de Aquidauana, MatoGrosso.

Nasceu o nr, Estácio Muniz em 10 de fe­vereiro de 1900 na cidade de Cuiabá. Era ca-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

sado C0m D. carmen de Matos Muniz, filhado ilustre General Antero de Mattos. Deixaquatro filhos: Sônia Muniz Anastácio, casa­da com o Dr. Oarlos Alberto Anastácio;Maurício Muniz, funcionário público esta­dual: Dulce Muniz Mendes Viana, casadacomo Dr. Antônio Mendes Viana, e HeloísaMuniz. O Dr. Estácio Muniz era irmão do ex­embaixador João Carlos Muniz; do Prof. Jú­lio Muniz, ex-diretor do Instituto de Man­guínhos, e de Maria Muniz Roridon, casadacom o Dr. Benjamim Rondon, filho do Ma­rechal Rondon.

O Dr. Estácio Muniz pertencia a umadas mais tradícronals famílias mato-gros­senses. Foram seus pais Polidoro AntunesMuniz e D. Ana Virginia Marques Muniz.Formou-se pela Escola Nacional Medicina(Praia Vermelha) em 1924. Convidado porAlvino Corrêa da Costa, foi clinicar e ini­ciar sua vida profissional em Aquidauana,em 1925. Ali fundou dois Hospitais: "AdolfoLutz" e a "Assistencia Hospitalar Aquídaua­nense." Foi médico chefe do primeiro, daEstrada de Ferro Noroeste do Brasil. e daUnidade Sanitária Estadual de Aquidauana.

Político de grande prestígio em Aquídaua­na, exerceu o cargo de Vereador e Presi­dente da Câmara Municipal e, interinamen­te, desempenhou o cargo de Prefeito Muni­cipal. Fundou o Diretório Municipal daex-UDN e, posteriormente, o da AliançaRenovadora Nacronal.

Como médico, semeou ao longo de sua vi­da amor e bondade. A caridade era seulema. Em Acuídauana. atendeu a mais de50.000 casos 'de parto, corno cirurgião. rea­lizou operações Que o tOl'1J aram famoso emtodo Estado de Mato Grosso.

Soube enfrentar com ínvulgar coragem edespreendimente todas as dificuldades quese lhe apresentaram no início de sua vidaprofissional em Aquidauana, quando foi re­velada a sua grandeza de esprríto e tnsu­plantável generosidade. que através dostempos o fizeram credor do respeito, admi­ração e reconhecimento de seus concida­dãos. A todas essas qualidades. destaca-se ade marido dedicado e pai extremoso, figu­ra exemplar do meio socía; em que atuava.

Os dias 3 a 4 de maio foram de profundaconsternação para Aquídauana, tendo o Dr.Rudel Espíndola Trindade Prefeito Munici­pal. decretado luto ofí-rial. Era levado aotúmulo o Dr. Estácio Muniz, com acompa­nhamento de quase toda a população aqui­dauanense, que lhe ia dar o último adeus.

A propósito na personalidade de EstáclOMuniz, a Rádio Difusora de Aquidauana. emcrônica redigida por Miguel Demétrico Dia­copulas. assim se expressava:

"Aqutdauana, emocionada, sepultou ogrande benemérito Dr. Estácio Muniz".

"Foi para nós um verdad-iro choque anotícia do infausto acontecimento queceifou a vida de um dos nossos maisqueridos e estimados amigos que era oDr, Estácio Muniz. Jamais poderíamospensar que aquele homem que partiatodo alegre de Aquidauana para umaexcursão por Estados Brasileiros e quedeveria terminar com a travessia daponte Rio-Niterói, tivesse esse seu pas­seio encerrado no seu segundo dia, eisso porque saindo de Aquidauana nodia 2, veio a encontrar a morte na tar­de-noite do dia 3, a dois quilômetros dacidade de Maninhos. no Estado deGoiás, quando o veículo que dirigia foide encontro a um caminho qr : tambémtrafegava pela BR-153. A noticia colheuAquidauana quando todos dormiam e osaparelhos telefônicos estavam emudeci­dos. A ligação feita através de CampoGrande veio pelo seletivo da Noroeste

Maio de 1974

do Brasil, esse mesmo seletivo que mui­tas e muitas vezes chamou o Dr, Está­cio MUl11z para prestar socorros a aci­dentados em diversas localidades donosso Estado. Como uma só alma, Aqui­dauana começou a despertar e todosqueriam notícias sobre o acidente queinfelizmente veio a se confirmar. O ;J1'e­feito do muntcipío de Aquíríauann emavião cedido pelo senhor Laury Barcel­los se deslocou até a cidade goiana pa­ra dar a sua assistência ao seu sogroRamão Antônio Gonçalves e ao seucunhado Adernar, enquanto ultimava asprovidências para transladar os restosmortais do Dr. Estácio Muniz para Aqui­dauana, O Governador José Fragelli to­mando conhecimento do lamentável ací­<'ente determinou que um avião do Es­tado de Mato Grosso se deslocasse atéMorrinhos, em Goiás, a fim de trans­portar aquele que em vida foi um dosmais estimados cidadãos de Aquldauana,Enquanto isso Aquidauana se curvavaante o destino tomando o comércio aíníciatíva de cerrar suas portas e osestabelecimentos de ensino em suspen­der suas aulas. Aquidauana emocionadaficava à beira do rádio para saber o ho­rário da chegada dos restos mortais doDr. Estácio Muniz. A Empresa Telefo­níca Aquidauanense deu um verdadcí­1'0 exemplo de solidariedade humana.pois as suas telefonistas, seus diretores,ali estavam presentes ins!_~:ndo nas no­tícias e a espera de novas informações.A ligação com Morrinhos estava a maisdifícil e graças a uma ponte telefônicacom Goiânia conseguimos obter ínror­macões com o Dr. Rudel que ali ja ha­via' chegado e confirmava a notícia doacidente e da morte do Dr. Estácio Mu­niz. Através dessa mesr-ia ligação tele­fônica se tomou conhecimento do ho­rário da saída do corpo de Morrmhos ea presumível chegada a Aquídauana. OAeroporto do Guanandi começou a re­ceber a chegada de dezenas de veículose a notícia do vôo transladando o corpodesse amigo de toda Aquidauana eraacompanhada pelos rádios dos aviõesque levantavam vôo para saberem aposição exata da viagem. À chegada docorpo verificamos cenas que fizeramcom que lágrimas rolassem nas facesdos aquidauanenses. O acompanhamen­to até a Câmara Municipal onde o cor­po foi velado com o máximo de respei­to foi uma demonstracão do afeto. daadmiração e do respeito que todos ti­nham pela figura venerável do Dr, Es­tácio Muníz. A longa espera pela chega­da de suas filhas Sônia e Dulce que seencontravam no Rio de Janeiro. uniuos aquidauanenses nos seus sentimen­tos de dor e de respeito. As orações eramlevantadas e rezadas com fervor en­quanto o corpo inanimado do l"\"widonr. Muniz recebia O adorno das ro­sas vermelhas que tanto amara alemda beleza dos cravos que tanto estimara.As 20 horas, saia o féretro rumo aoCampo Santo, e pudemos ver que Aqui­dauana estava nas ruas. que seu povoestava nas calçadas e que em todo otrajeto a multidão olhava passar pelaúltima vez aquele que foi um monu­mento em Aquldauana, aquele médicoque tantas vidas salvara, aquele médicode cujas mãos mais de 50 mil criançashavi,,"a nascido. aquele médico que nãosabia cobrar e que com palavras con­fortadoras era um grande psíquíatra,aquele médico que até de cavare tevede andar para socorrer os seus doentes,aquele médico enfim que foi um ver­dadeiro pai dos aquídauanenses. :;::nnonós, milhares de pessoas ergueram suas

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preces pelo descanso eterno desse que­rido amigo, e temos a certeza de quedo local onde agora deverá estar, have­rá de olhar pela nossa Aquidauana eatravés de sua sabedoria imensa have­rá de nortear muitos jovens a dígnírí­cante carreira da medicina. A Prefeitu­ra Municipal ao decretar luto oficial nomunicípio prestou a sua homenagem aum de seus filhos diletos que soube en­grandecer Aquidauana através de suaatuação no Legislativo e no ExecutivoMunicipal. O povo prestando a sua ho­menagem através das lágrimas since­ras que corriam pelas faces de todos osaquidauanenses sem distinção de raça,cor, religião ou posição so-val, pois todosviam no Dr. Estácio Muniz uma figuradas mais queridas e respeitadas de nos­sa cidade. O sorriso iniciado na viagem'terminava em lágrímas para todos nós,mas a doce lembrança daquele médicohumanitário nos dava a certeza de queestava o Dr. Estácio Muniz a continuara sua viagem, essa viagem que, jamaisretornaria para os abraços de seus fa­miliares e amigos, mas uma viagemrumo ao lugar daqueles que souberamser bom, justo, amigo sincero e pai es­tremoso, esposo exemplar e acima detudo, um sábio que não quíz morrer so­frendo e nas asas do destino partiu pa­ra o canto de nossa saudade eterna. Aofazerlnos este nosso relato e esta nossapágina, esperamos que cumprindo umdever de mais de 45 anos possamos me­recer desse nosso amigo, não aquele"Muito Obrigado Dr. Estácio Muniz" masa sua proteção que sabemos haverá deperdurar na lembrança e nos coraçõesde todos os aquidauanenses. Sabemosperfeitamente que aquele coração quetanto amou Aquídauana haverá agorade estar pulsando tão forte e tão fir­me, como fortes e firmes foram suasmãos salvando milhares de aquídaua­nenses, Sabemos que aquela inteligên­cia privilegiada haverá de orientar amocidade aquidauanense e nas glóriasfuturas dessa mesma mocidade havere­mos de ter presentes a figura semprequerida do Dr. Estácio Muniz, um cida­

'dão que soube engrandecer Aquidauana,Mato Grosso e o Brasil. Descanse empaz sejam nossas últimas palavras por­que em nossas mentes jamais será dcs­feita a figura desse gigante que soubeamar os seus semelhantes."

f Em meu nome pessoal e no dos demais, componentes da bancada da ARENA de

Mato Grosso, envio à família enlutada aexpressão do meu mais profundo pesar peloocorrído.

" .. 'Era o que tinha a dizer.. O SR. ALDO FAGUNDES - (Pronuncia

o seguinte díseurso.) Sr. Presidente, desejotiànscrever nos Anais da Câmara dos Depu­tados um documento importante: o memo­rial que vem de ser encaminhado ao Sr.Ministro da Justiça pela Ordem dos Advo­gados do Brasil, analisando violações de di­reitos da pessoa humana, especialmente no

'que concerne ao tratamento dado a presose aos embaraços opostos por algumas auto­ridades policiais ao exercício da defesa deacusados.

Como introdução, Sr. Presidente, leio tó­picos de edítoríal recente do Jornal de Bra­lia, que se edita nesta Capital, em que sedía:

"A força não é um argumento nem re­clama diálogo. Diante dela só há lugarpara a adesão fatalista, a acomodaçãohumilhada ou a reação proporcional.Enganam-se, no entanto, os que pen­sam ou fazem das revoluções um exerci-

cio exclusivo de força. A Revolução temo seu momento fatal e congênito de vio­lência, que é o preço pela afirma!}ão deseu poder e demolição daquilo que ins­pirou a revolta. Surge, no entanto, semque se preveja ou promova o tempo emque a força se torna num fator antro­pofágico e destruidor da própria ordemque a Revolução impôs. Esse curso na­tural das coisas faz com que a forçase transforme num argumento desne­cessário e inconveniente."

Estas breves considerações, Sr. Presiden­te, são a síntese do clamor pela restaura­ç:o plena do Estado de direito, o impérioda lei, o processo contraditório com acusa­ção clara e definida e amplo exercício dadefesa. O pedido não é só da Oposição. Nãosão apenas os representantes do MDB que oformulam. Quem o faz é a Nação inteira.São cem milhões de brasileiros. Em lugar daintranqüilidade que o arbítrio impõe, a se­gurança que decorre da lei, aplicada no h­vre funcionamento das instituições.

O memorial enviado pela Ordem dos Ad­vogados do Brasil, subscrito pelo seu ilustrePresidente, Dr, José Ribeiro de Castro Fi­lho, tem o seguinte teor:

"No momento em que descerram aefígie do Protomártir da Independên­cia, colocada em lugar de honra de seuPlenário, ao lado da imagem do Após­tolo da Liberdade, os advogados brasi­leiros, com o pensamento voltado parao primado do Direito, evocando as li­cões de amor à Pátria e de amor à Jus­fica legadas ror Tiradentes e Rui Bar­bosa, certos de que "quando a decepçãopública já não puder levantar as mãospara os Tribunais acabará por pedirInspiração ao desepero", dirigem-se pormeu intermédio a Vossa Excelênciapara exprimir as preocupações que osdominam"._ O Brasil assinou a Declaracão Uni­versal dos Direitos do Homem: Consa­grou-a em sua Lei Maior. Contudo, en­tre nós, esses direitos inalienáveis dapessoa humana não podem ser exerci­dos de forma plena. Contra eles, de umlado, a resistência de uma legislaçãovirtualmente inibidora; de outro, o queé pior, os excessos, nem sempre contro­láveis, de certa autoridades. Assim, reu­nidos na sede de seu Colegio Máximo,para examinar temas ligados à advo­cacia entenderam oportuno manifes­tar, a esse propósito, os cuidados dacíacue, tanto mais que, como advoga­dos são eles, defendendo os acusados,os defensores da Lei e da Justiça.

"Mas, não baverá Justiça, enquantopersistirem esses antagonismos: I ­supressão das garantias constitucionaishistoricamente outorgadas à Magistra­tura; II - funcionamento ineficientedo órgão legal Conselho de Defesa dosDireitos da Pessoa Humana, destinado aproteger os direitos fundamentais dacriatura humana; In - abolição, quasetotal, do remédio constãtuclonal do "ha­beas corpus"; IV - clandestinidade dedetenções e de prisões, convertidas, or­dinariamente, em seqüestros, ao con­trário do que determina a Lei de Se­gurança Nacional, promulgada peloatual regime; V - incomunicabilidaderotineira imposta a detidos e presos,até com seus defensores e sempre porprazo maior do que aquele que a pró­pria Lei de Segurança Nacional per­mite; VI - seqüestros de advogados ebuscas domiciliares, freqüentemente pa­ra obrigá-los a revelar o paradeirode seus clientes, o que constitui fal­ta profissional gravíssima; VII - en-

eapuçamento, tratamento desumano edegradante, impostos a presos e aseus patronos, o que constitui crimede abuso de autoridade, previsto pe­la Lei n.o 4.898, de 9 de dezembrode :1.965, sancionada pelo MarechalHumberto de Alencar Oastello Bran­co; vm - censura, prévia e pos­terior, por vezes inspirada por vingan­ça, a órgão de comunicação pública,identificados, na sua missão de defesada legalidade, com o "múnus" desem­penhado pela advocacia; IX - impu­nidade de autoridades sabidamente ar­bitrárias permanecendo letra morta asdeterminações da Lei n.o 4.898, de 9 dedezembro de 1965;' X - identificacãoabusiva, descabida e injusta do advo­gado com a ideologia de seu cliente".

- Comunicando a Vossa Excelência tãograves violações da Lei, os advogadosbrasileiros, representados pelos presi­dentes, delegados de todos os Conse­lhos Seccionais do País, e por advoga­dos de renome nacional, confiam emque Vossa Excelência, advogado convo­cado Eara a Pasta da Justiça, volte suaa!ençao sobre a legitimidade e a eleva­çao moral deste documento, empenhan­do-se na qualidade de Ministro de Es­tado e de Presidente do Conselho deDefesa dos Direitos da Pessoa Humana,na tarefa superior de dotar a Pátriacomum dos meios adequados, a fim deque ela jamais se afaste de suas tradi­ções de nação cristã, fiel ao Direito einimiga da violência. (Ass.) José deCastro Filho, Presidente da OAB."

Era o que tinha a dizer.O SR. OLIVIR GABARDO - (Sem revi­

sã~ do orador.) Sr. Presidente, faz três anoshoje que desapareceu do cenário juridico eeducacional de nosso Estado o Prof. Fran­cisco Raitani. E é sempre bom lembrar afigura daquele eminente mestre, através daseguinte expressão do Prof. Manoel de Oli­veira Franco Sobrinho:

"Raitani morreu, é verdade, mas nãodeixará de viver, enquanto seus livrosviverem na eternidade das bibliotecas.Faça o Paraná por ele morto o que nãofez em vida. Perpetue a sua memória.Homenageie a sua obra, E enriqueçacom isso o patrimônio paranaense."

Sim, SI'. Presidente, Francisco Raitaniembora gaúcho de nascimento. trallsfor~meu-se numa das glórias da letra jurídicado Estado do Paraná. E no instante em quese comemora o terceiro ano de sua morte,queremos consignar nos Anais da Casa umapequena biografia que retrata a notável ati­vidade desenvolvida por ele, tanto na quali­dade de professor do ensino superior, emque prelecionou as Cadeiras de Direito Ju­diciário e Olvll, e Direito do Trabalho, co­mo também na de jornalista. Deixou ele naGazeta do Povo, inúmeros artigos sobre pro­blemas jurídicos, erônícas etc. Foi aindaautor de vários livros, entre os quais se des­taca "A Prática do Processo Civil", que ob­teve, em 1943, o prêmio do Instituto dosAdvogados do Paraná, e um volume dignode nota sobre "Falência e Concordata".

Sr , Presidente. a blografía daquele gran­de "gaúcho-paranaense" que foi FranciscoRaitani, e que desejo conste de nossosAnais, numa homenagem póstuma, é a se­guinte:

"Francisco Raitani nasceu na cidade deRio Grande, RGS. e111 23 de setembro de1897. Fez o seu curso primário, secun­dário e superior, na cidade de Curitiba(PR), onde enraizou-se desde os cincoanos de idade. Exerceu, em terras pa­ranaenses, o magistério primário, ,se-

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cundárío e superior. Lecionou no Ins­tituto de Educação, História Geral e doBrasil; na Faculdade de Ciências Eco­nômicas, "Prática Juridica", e na Fa­euldads de Direito da Universidade Fe­-deral do Paraná, prestou sua colabora­cão como auxiliar de ensino das cadei­ras de Direito Oívíl, Direito Comercial edo Trabalho, tendo os seus díscipulosprestado significativa homenagem, de­nominando-se "Turma Prof. FranciscoRaitani". Jornalista. nos idos de 1950exerceu as mncões de Redator-Chefe<lo Jornal O Dia e manteve durantelongo tempo uma coluna jurídica naGazeta do Povo. No jornal Mundo Es­pírita exerceu as' funções de co-redator­chefe escrevendo, ao mesmo tempo, acoluna "Nossa Crônica".

A Prefeitura Municípal de Curitiba, noensejo da conclusão de seu brilhantecurso de Ciências Jurídicas e Sociais naFaculdade de Direito da UniversidadeFederal do Paraná (1923), conferindo­lhe (janeiro de 1924), como prêmio, ocargo de auxiliar da Procuradoria Fis­cal. Foi Delegado 1e Policia de Costu­mes, em Curitiba, f' no desempenho dasrespectivas 'funções. manteve "a mora­lidade pública, sem ofensa à liberdadeindividual". Advogado do Estado, atin­giu o ápice da carreira, conquistando ocargo de Subconsultor do Quadro daConsultoria-Geral do Estado. Foi umdos fundadores da Associação dos Ser­vidores Públicos do Paraná. Eleitomembro da Academia Paranaense deLetras, na vaga do Des. Ernani Guaritaoartaxo, não tomou posse. receioso deseu coração já doentio.

A Associação dos Magistrados do Pa­raná, na Presidência do eminente Des.Mercer Júnior, concedeu-lhe o diplomade 1.0 Sócio Honorário, em 28 de janei­ro de 1969. Foi ainda, membro da Or­dem dos Advogados do Brasil, do Insti­tuto dos Advogados, do Instituto Histó­rico e Geográfico do Paraná e do Cen­tro de Letras do Paraná.

Pouco mais de 14:00 horas do dia 13 demaio de 1971, correra célere a notícia.que causaria grande tristeza a tantagente: acabava de falecer, no quarto203 da Santa Casa de Misericórdia oProf. Francisco Raitani. E entre estatanta gente estava o Ilustre jurista eprofessor Manoel de Oliveira FrancoSobrinho, que em sua tradicional colu­na da Gazeta do Povo, de 18 de maio,assim se expressou em alguns trechos:"Tombou, na semana que findou, umgrande jurista. Lamentavelmente, nãoestava eu em Curitiba, para comparti­lhar as últimas homenagens que lheeram devidas aqui na terra. Sofri coma triste notícia. Amargurei sabendodesaparecer uma figura notável das le­tras jurídicas. Vivendo, na modéstia,como advogado e professor. jamais sedeixou levar pelas ambições materiais ..Tinha a coragem' moral daqueles quetrabalham na obscuridade e na penum­bra das bibliotecas. Não foi um arro­gante, um vaidoso, um falastrão, umfarsante ou aproveitador...Bastante conhecido pela obra realizadae quase desconhecido como homem noseu meio, deixou atrás de si um exem­plo difícil de ser igualado numa terraem que tudo é correria pelo dinheirofácil, em que tudo é presunção de valore não valor provado e validamenteconstatado.Em qualquer outro meio de respeitopela cultura, seria Francisco Raitanialçado às mais altas posições. Seria

buscado pelos governadores para ínte­grar os mais respeitáveis tribunais epretórios. Não precisaria pedir e nempleitear. Seria um convidado e não umesquecido.Raitani morreu, é verdade, mas nãodeixará de viver, enquanto seus livrosviverem na eternidade das bibliotecas.Faça o Paraná por ele morto, o que nãofez em vida. Perpetue a sua memória.Homenageie a sua obra. E enriqueçacom isso o patrimônio paranaense ."

Também Valfrido Piloto, eminente es­critor paranaense, demonstrando gran­de consternamento disse, em carta en­derecada a um dos filhos de FranciscoRaitáni: "Esse homem honrado. de umlutador admirável, soa na minha vidadesde quando, em 1918, vim para Curi­tiba fazer o ginásio. O Raitaní era, jáentão, um patrimônio da cidade, pelosingentes esforços que fazia para galgara escada, a íngreme e terrível escadada cultura. Foi um estudioso insuperá­vel. e a sua sede de Verdade. de Justiça,de Liberdade, traçou um dos mais edi­ficantes destinos. O Paraná sempre sehonrou dele, embora ele desse de om­bros para honrarias e reconhecimentos.Nunca vi criatura 'llais igual. mais írre­movivel, no senso de equilíbrio quantoàs vanglórias. Foi, o Raitani. um filó­sofo do Bem, pois apenas à perfeiçãomoral e mental ele deu valor".Apenas um ano decorrido de sua morte,a Ordem dos Advogados do Brasil, Sec­ção do Paraná, prestou-lhe tocante ho­menagem ao dar o seu nome à Sala dosAdvogados que instalou no Palácio daJustiça, no Centro Cívico de Curitiba, àqual aderiu o Egrégio Tribunal de Jus­tica do Estado do Paraná fazendo ces­são de dependência "lO 8.0 andar, desti­nada a um bate-papo entre colegas, areceber clientes. peticionar, dispondoos profissionais das duas obras que con­sagraram o homenageado, para con­sulta.A efigie em bronze, trabalho do saudo­so artista Osvaldo Lopes, marca a pre­senca física de Francisco Raitani adperpetuam memoriam".

Seus dois livros: "Prática de ProcessoCivil" (prêmio 1943 do Instituto dos Ad­vogados do Paraná) e "Falência e Con­cordata" representam cínqüenta anosde estudo e pesquisa, apurados no tra­to da justiça militante. Por isso mesmo- sej a-nos permitido recordar juizocrítico de Wilson Martins a respeito domérito desses trabalhos e de seu au­tor: "o que há de essencial sobre cadaponto de doutrina é dito, e na páginaseguinte é o direito forense que se en­contra, palpitando, ainda, das grandesemoções humanas que provocam a suacristalização". "É um jurista que amao direito, mas que ama sobretudo sur­preendê-lo nas suas manifestações detodos os dias, no que ainda apresentade humano e social". "É um advogadoque já assumiu a posição de um mestrede direito". "É, enfim," - e isto já es­crevia em 1948 pela Gazeta do Povo ­"alguém que tem posto o Paraná numlugar que, desde a morte de Hugo Si­mas. ele tinha perdido, isto é, a de umEstado em que a literatura jurídicaadquire importância digna de conside­ração nacional".

O Prof. Enéas Marques dos Santos, queexerceu com grande dignidade e sabera cátedra de Direito Judiciário Civil naUniversidade do Paraná. teve oportuní­dade de proclamar: "Os que estudama eíêncía jurídica, JS que ensinam e os

que labutam na vida forense, juízes eadvogados, encontraram nos livros doProf. Raitani os mais luminosos cami­nhos para elucidação e para soluçõesas mais acertadas".Na coluna "Vida Judiciária", publicadaem 22 de julho de 1953 no Diário deSergipe, o ilustre Professor e Magistra­do Luiz Pereira de Mello assim se ex­pressava: "O poder de pesquisar porparte de Francisco Raitani é tão ex­pressivo que não se limita à superfi­cialidade dos assuntos. Pesquisandosuas fontes, desbravando suas modali­dades, esclarece todo o vasto programaprccessualístíco, numa preciosa contri­buição ao direito processual civil. "Prá­tica de Processo Civil" é uma obra ti­picamente original no que tange aométodo expositivo. É uma didática,quevai desde o princípio técnico de sua,apresentação até a seara dos formulá­rios".Na Tribuna do Norte, conceituado ma­tutino de Natal, RGN, Rômulo C. Wan­derley. destacando a obra de FranciscoRaitani, escreveu em sua coluna "Bi­blioteca Jurídica": "Numa época detanto trabalho como a que vivemos, sóos teimosos dispensam os livros que osCarvalho Santos, os De Plácido e Silva,os Milhomens, os Raitani escrevem"."Na história da Medicina, estão regis­tradas as curas obtidas por meio do ve­lho e volumoso. Ohernovíz . E o livro deRaitani é um Chernoviz da técnica pro­cessual civil".Em homenagem prestada por AltínoBorba, advogado militante no foro deMaringá (PR), publicado em ParanáJudicíário, nova fase - voI. 7, 3.0 tri­mestre - 1971 - ao mestre FranciscoRaitani, assim se expressou: "... "Prá­tica de Processo Civil" surgiu como obrainédita no País, porque veio dar umaorientação sui generis sobre a maneirade peticionar em juízo, com o pórticodo requerimento, a explanação do fatolitigioso e o enquadramento da espécieà luz do direito, com o acréscimo inde­fectível da doutrina e jurisprudênciaaplicáveis. Tal formulação, além deapresentar a demanda às claras, semrodeios ou subterfúgios, ajudando muitoaos principiantes. ainda veio oferecer'ao próprio magistrado, embora de ma­neira suscita, os fundamentos da que­rela e os subsídios basilares da senten­ça a ser proferida. Luziu como mem­bro destacado da Ordem dos Advogadosdo Brasil, carreando benefícíos incon­táveis para os seus colegas e legando.aos mesmos, com impertubável modés~,

tia, os mais notáveis exemplos sobre a,'difícil arte de advogar. Retratou-o,bem, o preclaro Wilson Martins, quan-'do lhe mencionou esta imagem fidelis­síma: "Se há alguma coisa a caracta­rízar a vida de Francisco Raitani é asua ímpertubável modéstia". E, a des­peito de sua idade avançada, o saudosomestre ainda se encontrava em bri­lhante atividade. só fechando os livrosde estudo e consulta nos instantes der­radeiros. Como :igura humana, tinha aalcandorar-Ihe a conduta os mais belosatributos de solidariedade e amor aopróximo".Além de "Prátíca de Processo Civil" e"FalênCÍa e Concordata", FranciscoRaitani escreveu e publicou: "As CaixasEconômicas e seus Servidores"; "O Ca­so Julgado em Matéria de Falência";"A Ação Popular no Direito Brasileiro";"As Caixas Econômicas Federais e oInstituto dos Bancários"; "Ação Exe~

cutíva Hipotecária". Escreveu ainda

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varias outras obras em colaboração,além de várias monografias sobre as­suntos jurídicos.

A beira do túmulo, no Cemitério deAgua Verde. diversos oradores usaramda palavra,· enaltecendo as incontestá­veis qualidades intelectuais, morais ccívicas do querido extinto. Fizeram-seouvir em expressivas alocuções: o Dr ,Vasco Taborda Ribas - representandoa Academia Paranaense de Letras; oAdvogado Dr. Dálio Zippin; o Dr, ÉlioNarezi - pela Ordem dos Advogados doBrasil - Secção do Paraná; o Advoga­do Dr , Emir Roque D<Sria e o Dr , LauroSchleder - pela Federação Espírita doParaná."

:Era o que tinha a dizer.

O SR. OCEANO CARLEIl\J. - Sr. Presi­dente, srs. Deputados, a política adminis­trativa que vem sendo adotada pelo Go­verno, e que parece se estender a todos osMinistérios, orienta-se no sentido da trans­formação das atuais autarquias em compa­nhias de economia mista.

Com essa nova orientação, fica assegura­dfi maior flexibilidade a esses órgãos. Foiessa tendência que justificou, sem dúvida,a recente criação da Companhia do De­senvolvimento do Vale do São Francisco- COVALE - em substituicão à SUVALE- Superintendência do V.ale· do São Fran-císco,

A nova empresa governamental atuarána coordenação geral do desenvolvimentointegrado da região do Vale do Rio SãoFrancisco, com uma área de jurisdiçãoabrangendo o Estado da Bahia. de Pernam­buco, de Minas Gerais, de Alagoas e de Ser­gipe.

A COVALE oferece assim uma estruturamais complexa e será servida por um las­tro de recursos financeiros canaz de dina­mizar todas as tarefas e empreendimentosdo seu vasto programa.

A criação, pelo Governo, desse novo ór­gão reflete o interesse do Chefe da Naçãono aproveitamento das imensas potenciali­dades do Vale elo Rio São Francisco. Aliás,essa região vem merecendo, desde o ad­vento da Revolução, um tratamento espe­cial e prioritário.

Híatorícamen te, o rio São Francisco re­presentou o papel de um caminho naturalde penetracão da civilização brasileira.Agora. entretanto, sua destinação históricaestá alcancando uma conversão econômicaque' se insere no processo global do desen­volvimento do nosso Pais..Já se cuida atéda construção, ao longo do Vale do Rio SãoFtancisco, de um poderoso centro de pro­ducão e de abastecimento. denominado a"cidade da alimentação", que se constitui­lia numa verdadeira central de provimentodas necessidades de subsistência de toda apopulação nordestina. E tudo isso será pos­sível com as generosas benesses fertilizan­tes das terras do Vale do São Francisco.Sem dúvida, o vale da redenção da recupe­ração econômica do Nordeste.

Era o que tinha a dizer.O SR, GERALDO GUEDES - (Pronun­

cia . o seguinte discurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, acabo de receber da cidadede Palmares, Pernambuco, telegrama emque, o Diretor do Ginásio Agrícola local,Prof'. Helmut Raimundo Gress, diz que há50'dias aquele estabelecímento funcionasem receber sua verba e, por isso, está naImíiiêncla de fechar suas portas. Ê preciso,evidentemente, que cssa verba seja libera­da: para que o Ginásio tenha sua manuten­ção garantida.

Ninguém pode, em sã eonscíêncía, dimi­nuir ou subestimar o valor de um GinásioAgrícola, sobretudo numa época em que oGoverno dá especial ênfase à agricultura.É de lá que vão sair os técnicos agrícolas,aquele pessoal que tem nível médio de co­nhecimento, mas que é indispensável paraprestar esclarecimentos ao pequeno lavra­dor sobre determinadas questões agrícolas.Não se vai querer que um aluno que sai doGinásio Agrícola tenha conhecimentos denível superior, que seja um grande pes­quisador, um eminente técnico, mas quetenha esse conhecimento de todo o dia, ro­tineiro, Indispensável para se chegar atéo trabalhador rural, a fim de que ele fiquelibertado dos métodos de trabalho atrasa­dos, tradicionais, para que possa, com a no­va técnica, contribuir para melhor produ­t i v i d a d e do solo e, conseqüentemente,maior rentabilidade da agricultura. Sr. Pre­sidente, acontece que, para isso. esse Giná­sio tem um corpo docente, tem alunos in­ternos que precisam de alimentação e pou­sada, tem professores que necessitam dealimentacão, de pousada, de livros etc. En­tão, essas verbas têm de ser pagas ao- Gi­násio, no tempo próprio, e não o foram. OProf. Helmut, com justas razões, reclamae pede a um Deputado da Bancada de Per­nambuco, no caso. a mim. que vá até o Mi­nistério da Educacão e Cultura e solicite,lá, a liberação da verba e o pagamento.

Sei que o Ministério da Educacão e Cul­tura não tem a menor má vontade Pelocontrário, lá, todos são solicitas e atendema pedidos dessa natureza. a comecar peloInspetor de Fmancas, Dr. Rômulo Mascreio que, devido à mudança de Governo eàs modificacões no Ministério, essa verbaainda não chegou, não foi autorizado seupagamento através do Banco do Brasil.

Apelo aos que podem decidir essa peque­na questão, no Ministério da Educação eCultura, no escalão superior. a começar ne­lo Dr, Rômulo, Inspetor de Fin8nça,s. paraque, mais uma vez, demonstrem sua boavontade e dedicação à causa pú1Jlica e fa­çam chegar a Pernambuco as verbas para oGinásio Agricola de Palmares.

Antes de concluir. 81'. Presidente. queroassociar-me ao nobre Deputado -JanduhyCarneiro nas homenagens que prestou àmemória do Sr. Antônio Lucena, que real­rnen te realizou um grande trabalho de co­municarão, em Pernambuco, onde era mui­to querido por todos.

Era o que tinha a dizer.O SR. PADRE NOBRE - (Sem revrsao

do nrador.) 81' Presidente. 81'S. Deputados,mais uma vez, em defesa do povo brasileiro,sou obrigado a ocupar esta tribuna, parachamar a atenção do Governo Federal, afim de que considere como problema socialdos mais graves esse que envolve o BNH.Tenho, diante dos meus olhos, extraida doJornat do Brasil, de 9 do corrente mês,notícia que, por si só, vale pelo melhor detodos os discursos.

Eis o texto:"Dívida do BNH provoca novo dcspe!o.Sem condições de pagar as novas pres­tações do BNH, que a correção mone­tária elevou de Cr$ 1.089.00 paraCr$ 2.540,00 e depois para Cr$ 3.200,00a Sra. Neusa Knauer Ferreira, aban­donada há três anos pelo marido. teveo seu apartamento (o 1001 da Rua San­ta Clara, 205) leiloado e ontem foi des­pejada por dois oficiais de justiça, umaturma da 12.a Delegacia e uma patru­lha da PM.D. Neusa alega ter escrito há três mesesuma carta ao BNH, na esperança deconseguir uma solução humana para ocaso. mas como não recebeu resposta,julgav,a estar o assunto sendo estudado.

Sô na semana passada, soube que oapartamento fora adquirido em leilãodo BNH pelo Sr. Newton Bernardo Car­neiro, que iniciou a acão de despejo na7.'t Vara Cível:' -

S}'- Presidente; em primeiro lugar, aquiesta exposto aquilo que vimos denunciandohá muito tempo: a desumanidade da cor­reção monetária e dos juros cobrados dosmutuários, cujo resultado tem de ser semsombra de dúvida, a retomada do iI~óvelpor parte do Banco Nacional da Habitação.Em segundo lugar, o apartamento foi ad­quirido em leilão do BNH pelo Sr. Newton~~r~ardo _Carneiro, que logo em seguidallllClOU açao de despej o contra a senhoraadquirente do imóvel.

Tenho sabido, 81'.' Presidente, que essessenhores privilegiados, empreiteiros ou ho­mens de negócios, são useiros e vezeiros emarrematarem os apartamentos do BNHdesde quando não podem mais ser pago~pelos pobres brasileiros. Então, fica o BNHa ludibriar a boa-fé dos brasileiros e a tor­l~ar com direito à aquísícão pessoas que es­tao bem postas na vida e podem adquirirem leilão os imóveis. Este é mais um do­cum~:t;tto que tenho para anexar àquelesque ja possuo para, um dia, ocupar a tri­buna e explicar ao povo brasileiro como édesumano, cruel e anticristão o BNH e emconsequêneía, o Governo Federal, que per­mite seja aquele banco o executor de todasas pobrezas nacionais. ferindo frontalmenteos sentimentos humanos e cristãos do povobrasileiro.

Era o que tinha a dizer.

O SR. MAURíCIO TOLEDO - (Pronunciao seguinte discurlSu.) Sr. PresÍéIente, srs.Deputados, há uma preocupação generali­zada de milhões de torcedores brasileirosquanto ao nosso êxito no Campeonato Mun'~dial de Futebol, que disputaremos na Eu­ropa, no próximo mês de junho. Enquantoperdurar a teimosia do nosso treinador emnão reconhecer a, qualidades técnicas deum atleta corno Edu, do Santos FuteboÍClube. que não pode deixar de ser titulal',mesmo que sej a na ponta diraíta, com odeslocamento do atleta Jair para o centro,que, possrveíments, daria melhores condi­ções ao nosso ataque, contínuaremos assis­tindo a exíbicôes decepcíonantes como a deontem

Não compreendo, Sr. Presidente, Srs.Deputados, como se gasta tempo e dinheirocom um team medíocre com-o é no momentoa seleção paraguaia e outras que serviramde tremamento para o nosso selecionado.

Pelo que temos conhecimento, o jogo deontem, que em nada, nos beneücíou. custou40 mil dólares, naturalmente além de ou­tras despesas. E os demais quadros interna­cionais que aqui estiveram, quanto custa­ram? Dadas as suas origens e maior re­nome. é provável que tenham sido bemmais elevadas essas despesas, Inúteis paraessa fase de treinamento em que nos en­contramos.

Quantos gastos desnecessários estão sen­do feitos. E o mais grave é que essa grandeevasão de dólares aumenta o desequilíbrioda nossa balança financeira internacional,e somente para promover o Sr. J. Havelan­g-e, que deseja a todo custo galgar a Pre­sidência da FIFA.

Será que esse cargo merece tantos sacri­fícios do País, a ponto de arcarmos comtantos ônus?

Alguém precisa voltar suas vistas paratudo isso.

Reafirmo. possivelmente pela centésimavez. que não sou contra a eleição do SI' J.Havelange para a Pr-esidência da FIFA po­rém não concordo com esses métodos de

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2790 Ter~a-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Maio de 1974

gastos sem fim, que, afinal de contas, nãodeixam de ser condenáveis.

Essas disputas preparatórias de nossa se­lecão trariam os mesmos resultados técnicosl3e" esses jogos fossem realizados entre qua­dros brasileiros, o que nos proporcionariagrandes economias, além da ajuda finan­ceira que seria dada aos nossos clubes, tãosacrificados nesse Campeonato Nacionalsem qualquer sentido.

Nada disso interessa ao Sr, J, Havelange,que usa de tais métodos de aliciamento comaqueles que ainda não confirmaram qual­quer apoio à sua candidatura à Presidênciada FIFA.

Até quando vamos assistir, impassíveis, aesses acontecimentos?

Se os candidatos às governanças dos Es­tados, à Câmara dos Deputados, ao SenadoFederal e às Assembléias Legislativas assimprocedessem, usassem desses métodos, nãotemos dúvidas de que reações enérglcas vi­riam de imediato contra os seus autores,Como vamos admitir que o nosso futebol,patrimômo valioso, ao qual muito devemospelo que tem feito em favor da projeção doBrasil no exterior, seja desmoralizado eenxovalhado, como está ocorrendo.

É preciso que alguém faça algumacoisa e a nós, do Legislativo, só restaalertar as autondades do País contra essesfatos, certos de que estamos interpretandoo pensamento de milhões de brasileiros,como disse mícíalmente desiludidos e apre­ensivos com tudo o que vem ocorrendo como nosso futebol.

Era o que tinha a dizer,O SR. BRiGIDO TINOCO - (Pronuncia

o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Maestro Francisco Mignonechega hoje ao Distrito Federal, acompa­nhado de sua jovem esposa e ex-aluna Ma­ria Josephina, incomparável intérprete desua obra.

O Maestro Mignone, que se apresenta pelaprimeira vez em Brasília, será ouvido, ama­nhã, na Sala Martins Pena, por iniciativada Fundacão Cultural. É uma honra paraa cidade, que sentirá de perto um dos maio­res compcsítores do mundo.

Migncne nasceu em São Paulo, a 3 desetembro de 18D7, filho do professor AlferiaMignone, natural da aldeia de CastelIabate.perto de Palerma, e que se fixara na capi­tal bandeirante, ganhando a vida comoflautista.

Nosso ruturo Maestro estuda flauta como genital' e piano com o professor SilvioMotto. Em suas primeíras experiências mu­sicais, compõe dansas e canções, com opseudônimo de Chico Bororo. Aos 15 anosde idade, Francisco Mignone ingressa noConservatório Dramático e Musical de SãoPaulo, onde obtem três diplomas.

Ainda muito moço, realiza concertos ecria lindas sonatas. São célebres os poemassíntõnícos "Caramuru" e "Suite Campes­tre". Em 1920 redige nova obra sinfônica,do mais alto mérito: a "Paráfrase sobre oHino das Cavalheiros da Kirlal".

Em Milão, onde torna coma guia artísticoo professor Vincenzo Ferroni, do Real Con­servatório, Mignone expande sua arte econstrói a primeira ópera: "O Contratadorde Diamantes", executada pela primeira vezna temporada oficial do Rio de Janeiro, a20 de setembro de 1924,

Sua ópera "O Inocente", executada em1928, conquista a então capital da Repú­blica.

A música que escreve traz a marca doBrasil Suas valsas são serenas e impetuosascomo as COisas de sua terra. A partitura do

"Leilão", a peça "Cenas da Roça", os bai­lados "Yara" e "Maracatu do Chico-Rei"os poemas sinfônicos "Batucajê" e "Baba~loxá", refletem a alma nacional, notada­mente as dansas negras e o sacrifício dosescravos. São de grandeza bárbara!

"Quadros Amazónícos", "Festa das Igre­jas", "O Espantalho" e "Sinfonia do Tra­balho" constituem partes altamente signi­ficativas de sua produção. São humanas eprofundamente belas. Mostram o filho dopovo, o homem simples, como o é e o pró­prio Mlgnone. consagrado desde cedo :J810contagiante entusiasmo de Mário de An­drade,

Conquistador de vários prêmios. composi­tor admirável, regente mundialmente co­nhecido, continua aquela alma retraida emodesta, que lembra o mesmo rapaz tímidoda Itália. escondido atrás das caixas vaziasdos violoncelistas para observar Toscanini.

Professor Catedrático da cadeira de R'!­gência, convidado especial do Departamentode Estado dos Estados Unidos da Américado Norte para reger suas maiores orques­tras, herdeiro e legítimo sucessor de CarlosGomes, o nosso extraordmário FranciscoMignane, não obstante sua exagerada mo­déstia e recolhimento, merece a consagra-ção do Brasil, .

Amanhã, às 21 horas, na Sala MartinsPena, executará Francisco Mignone con­certo a dois pianos, em eompanhra de MariaJosefina, admirável rebento do Estado doPará.

Que a sociedade de Brasília, em reconhe­cimento ao seu gênio, lá esteja, palpitante,para consagrar um dos nossos maiores pa­trícíos.

Mignone preza a solidariedade humana. Averdade é-lhe postura consciente, permeá­vel à luz e à razão. Quer sempre participar,sem pensar em sublimar-se,

Sua música brotou de seus sacrífictos edo amor à Pátria, para a mensagem dosideais de um povo. Lembra Oocthc. em suasingeleza: "A ação é tudo. A glória não étudo. A glória não é nada".

Era o que tinha a dizer.O SR, JG DE ARAúJO JORGE - (Sem

revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, era meu objetivo pedir a trans­crição, nos Anais desta Casa, de memorialda Ordem dos Advogados do Brasil, enca­minhado a S, Ex.a, o Sr. Ministro da Jus­tica. Entretanto, meu companheiro de ban­cada, Deputado Aldo Fagundes, já se ante­cipou nessa medida,

O memorial, documento da mais altaimportância, encerra, implicitamente, asmais graves denúncias contra o estado deexceção em que nos encontramos. Não acre­ditamos que se possam encontrar mais des­culpas para tal situação, nem o Governoé tão ingênuo em pensar que o povo nãotem conhecimento do que se está passando.Apenas tem sufocado na garganta o seugrito de protesto e silenciado.

Da leitura deste memorial, constatamosque realmente vive o Brasil um período queestá a depender fundamentalmente da de­fesa dos seus direitos e do retorno às liber­dades constitucionais. Não podendo. assim,pedir a transcrição nos Anais deste memo­rial, já que fui antecipado - repito - pelonobre colega Aldo Fagundes, quero fazerreferência ao artigo de Tristão de Athayde,publicado no Jornal do Brasil, de 9 de maio,"As duas revoluções", cujo teor é o seguinte:

"AS DUAS REVOLUçõESTl'istão de Athay(le

Se há silêncio e silêncio, também hárevoluções e revoluções. E se vivemos

um século inimigo do silêncio, vivemosao contrário um século amigo das re­voluções. A revolução, em si, não é boanem má. É indiferente. Ao contráriodo que proclamam os verdadeiros revo­lucionários e os verdadeiros contra­revolucionários, Os primeiros, com Marxe Lênine à testa, afirmam que só asrevoluções fazem a História. Os segun­dos, os chamados "Maitres de la Contre­Révolution", como os chamou LouísDimier num livro famoso, liderados porJoseph de Maistre, consideram que asRevoluções (digo as que merecem umgrande R) só desfazem a História. Nãome alinho, nem com uns, nem com osoutros As 'evoluções valem por seus ob­jetivos e não por sua natureza, São vá­lidas quando visam certo, Séculos antesda luta entre revolucionários e contra­revolucionários, já Tomás de Aquinüesboçara, no seu De Regno, as condicõesque as justificam. Pelos frutos é que sereconhecem as árvores. Só com o 'tempopodemos saber se foram ou não trans­mutadoras da História, como a Revo­lução Francesa de 1789 ou a R.uss~ de~1917, ou apenas agitações secundárias,positivas ou negativas, segundo 'suasprobabilidades e Sé"US frutos. '

Nesta nota sobre duas recentes' 'i-evo­luções com r pequeno, mas impórtan­tes, tanto para seus países como parasua época, desejo aproximar a revolu­ção chilena de setembro de 73, quederrubou o regime de Allende, da revo­lução portuguesa de abril de 74, quedeu o golpe de morte, esperemos quedefinitivo, no regime salazarísta. Essasem dúvida muito mais importante' queaquela, mas ambas assinaladas com si­nal oposto: a chilena com um sina: al­tamente negativo e o da portuguesaaltamente positivo,

Já tive ocasião de dizer, nesta mesmacoluna, os motivos por que consideroa revolucão chilena de 12 de setembrode 1973 como um desastre para o Chile,para toda a América Latina e mesmopara a história dos movimentos sociaiscontemporâneos. Não só pelo modoselvagem como foi feita, mas por terderrubado um regime que precisamentdentendia fazer história, na base da li­berdade e não da violência. A conse­qüência do golpe chileno foi alimentara conviccáo, não só dos direitistas ereacicnáríos, mas dos esquerdistas c re­volucionários, de que só se faz Históriapela violência e pelas elites. O contrastecom a atual revolução portuguesa éflagrante.

Enquanto a chilena foi feita por umaminoria oligárquica, com uma víoténcíamonstruosa, para afastar o povo doGoverno e impor uma ditadura Y1"'\i.lt\;ar,a outra foi feita "com classe" (comodisse uma testemunha ocular), paraaproximar o povo do Governo, resti­tuindo-lhes as liberdades cívicas nega­das por quatro décadas e depor umaditadura. Precedida, além disso, de UlUlivro, em que seu autor, por uma argu-­mentação irrespondível e com a autorí­dade de quem falava do que entencIia,por ter participado diretamente dosacontecimentos que justificavam umaradical mutação de regime - foi ao en­contro da convicção profunda e da ex­periência in anima nobile de um povointeiro. Tanto o do Portugal metropo­litano, cabeça do regime. como do Por­tugal africano, sua vítima. Este, aliás,como extensão social, não apenas deum regime, mas de toda uma Nação,ligada desde o Renascimento, pelo ple­nos. ao próprio curso central da histó>­ria da humanidade. Particularmente do

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Terça-feira H 2791"Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Secão I)

ocidente e de sua extensão a caminhodo oriente, acordando de passagem doiscontinentes, o americano e o africano,para as tarefas imensas de uma civili­zação uníversallsta, como tende a ser,apesar de tudo, a dos dias de hoje e de

, amanhã.

O General Spinola, ao que tudo indica,é um catalisador. Não um carismático.Pelo menos espero que não o venha aser, pois o maior perigo da queda dosalazarismo seria a substituição de umcivilismo ditatorial, como foi o de Oli­veira Salazar, por um militarismo dita­torial, conseqüência possível da "polí-.tizacão das Forcas Armadas", comodeixaria entrever' um dos manifestosdo movimento vitorioso. Tudo faz crerentretanto, ao menos pelas círcunstan­eias que precederam e cercaram o gol­pe magistral de abril, que não se trata.apenas de uma abrilada, mas de umaonda de fundo que veio das própriascamadas mais profundas do destino'histórico da Península Ibénca. Essedestino, no momento, está entregue aosniilitares, tanto na Espanha como emPortugal. Na Espanha, porém. aindaatolada no lodacal fascista e contami­nada pelos resíduos de uma guerra civilque dilacerou a Nação na década de1930; em Portugal, entregue a milita­res aparentemente libertos desse passa­do tormentoso e tendo reaprendido oscaminhos da liberdade e da justiça so­cial, por uma longa e amarga experiên­cia continental e colonial. A participa­"ção dos militares, tanto na revoluçãoespanhola de 1936, como na portuguesade 1974, é também em si indiferente.O ponto é saber o que fizeram ou vãofazer da vitória. Os espanhóis a fizeramcontra a História, como os militares chi­lenos que liquidaram com a experiênciatalvez prematura mas autêntica e alen­tadora de Allende. Os portugueses doGeneral Spinola e dos seus companhei­ros, pelo contrário, podem ser os pio­neiros de um dos grandes movimentoshistóricos construtivos do nosso século.No Portugal europeu, restaurando oslaços partidos entre o Governo e o povo,entre a autoridade e a liberdade. comodeixam entrever vários e magníficospropósitos da proclamação do chefe domovimento. No Portugal africano,apressando um movimento de sobera­nia local, tão glorioso para a velha me­trópole como foi no século passado _aindependência do Brasil. A revoluçãochilena de 1973, como a espanhola de1936, atrasaram a História. A portu­guesa de 1974 acelerou-a."

Ficamos, nós, brasileiros, na expectativade que, com a restauração da liberdade, aRevolucão brasileira possa inserir-se ao ladoda revolução portuguesa contemporânea,

.::'Era o que tinha a dizer.O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES ­

(Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, a inexperiência doBanco Nacional de Habitação nos primeirosanos de implantação de seus programas ha­bitacionais foi responsável por muitos erros,que agora exigem correções com a máximaurgência possivel. Isso é admitido peloINOCOOP, órgão ligado ao BNH, que en­frenta as conseqüências dos erros iniciais.

Quando comecou o seu plano nacional,em 1968, o BNH' esperava entregar 600 milunidades residenciais em três anos. Mas em1914, apesar de estar chegando ao milhãode unidades. o Banco não conseguiu acom­panhar o crescimento das necessidades: o'defícit anual brasileiro é de 600 mil casas.

A partir de 1972, o BNH introduziu modi­ficações no plano habitacional de coopera-

tlvas, numa tentativa de se reestruturarmelhor. Hoje, o Banco vende os projetos aagentes financeiros que se responsabilizampela construção. E o INOCOOP serve demediador entre o BNH e as financeiras, fis­calizando a execução dos projetos.

Em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, oInstituto reúne seis cooperatavas habita-cíonaís: COOHABANPA, bancários; .COHASEP, servidores públicos federais;COHASERPS, servidores estaduais; .....•COHASEM, marítímos: COHIPA, índustríá­rios e COHACOPA, comerciários. Em seisanos foram entregues 14.994 unidades resi­denciais, distribuídas em 89 conjuntos resi­denciais, sendo 86 em Porto Alegre,

Sr. presidente, o plano governamental dacasa própria está sendo um sonho que temfeito muita gente acordar em sobressalto.

É o caso dos moradores das Vilas CEF'ERn.05 1 e 2, de Porto Alegre, RS, entre osbairros Partenon e Agronomia, que seacham ameaçados de perderem suas humil­des casas por estarem atrasados no paga­mento de algumas prestações com a CaixaEconômica Federal do Rio Grande do Sul.

Os moradores do Núcleo ResidencialCEFER 1 e 2, de Porto Alegre, num total de7.000 pessoas aproximadamente, estão vi­vendo um grande drama. Encontram-se naiminência de serem compulsoriamente des­pejados, leiloadas ou adjudicadas suas ca­sas, de forma brutal e desumana, perdendoo mutuário o que até aqui foi pago.

A Caixa Econômica Federal - órgão fe­deral -, portanto representante direto doGoverno. nega-se a dialogar com os mutuá­rios. Indo mais além, deixou-os sem qual­quer possibilidade de se defenderem na esfe­ra judicial, porque simplesmente optou pelaforma extrajudicial de execução, que maislhe convinha, quando poderia escolher ocaminho judicial, proporcionando defesaaos seus mutuários.

A execução sumária extrajudicial refe­rida é baseada no nrcreto-lei n.s 70, de 21de novembro de 1966, em seus arts. 29, 31e 32.

Sr. Presidente, 11: um problema social quese criou nas Vilas CEFER 1 e 2, em PortoAlegre, RS, cujas consequênclas tomaraDeus não terminem em tragédia. envolvendotoda uma comunidade forruaad. mais oumenos de 7.000 (sete mil) pessoas.

Desta tribuna, para onde o povo gaúcho,mais precisamente o de Porto Alegre, nostrouxe para defender os seus interesses,dirigimo-nos ao Sr Presidente da Repúbli­ca, General Ernesto Geisel, ao Sr. Presi­dente do Banco Nacional da Habitacão, nr.Mauricio Schulmann, e ao Presidente daCaixa Econômica Federal, porque entende­mos obrigação nossa trazer a manifestaçãode preocupação, senão em benefício da co­munidade que vive naqueles núcleos habi­tacionais. pelo menos das sete mil pessoasreferidas, inclusive centenas de crianças evelhos.

Sr. Presidente, não podemos esquecer queé também com o coração que os problemassociais na nossa Pátria devem ser aborda­dos, estudados e resolvidos, e nunca apenascom base na aplicação da lei.

Temos grande confiança no Sr Presidenteda República, que acima de tudo é pessoahumana e irá, de imediato, ao tomar conhe­cimento deste fato, sustar o leilão das casasdos moradores da Vila CEFER 1 e 2, a fimde que eles possam fazer um esquema depagamento com a Caixa Econômica Federaldo Rio Grande do Sul.

Era o que tinha a dizer.

O SR. HELBERT DOS SANTOS - (Pro­nuncia o seguinte diseurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, no ano passado, quando daaprovação e posterior sanção do projeto quedeu origem à Lei n.? 5.890, de 1973, a qualtrouxe inestimáveis aperfeiçoamentos à sis­temática previdenciária do País, muitas fa­lhas foram eorrlgidas, injustiças sanadas,distorções desfeitas, conferindo àquele di~ploma legal característíeas de renovação,trazendo novas esperanças às dezenas demilhões de brasileiros dependentes, usuáriose espectantes de beneficios da PrevidênciaSocial.

Embora não possa ser entendida COmoperfeita, a Lei n.v 5.890 foi saudada pelostrabalhadores brasileiros com aplausos àimciativa governamental e recebida Comindisfarçável manifestação de alegria,

Especificamente, no art. 22 daquele díplo­ma legal. ficou assegurado aos beneficiáriose segurados benefícios' e serviços a saber:

I - Quanto aos segurados: a) auxílio­doença; b) , c), d) e e) aposentadoria; f)auxilio-natalidade; g) pecúlio e h) salário­família;

II - Quanto aos dependentes; a) auxílio­reclusão: c) auxilio-funeral; e d) pecúlio;

UI - Quanto aos beneficiários em geral:a) assistência médica, farmacêutica e odon­tológica; b) assistência complementar; ec) assistência educativa e de reabilitacãoprofissional. .

De acordo com a expressão clara e inso­fismável da lei, todos os benefrcíárlos daPrevidência Social - e este "todos" nãofaz nem permite exclusão de nenhuma ca­tegoria ou sequer da origem do tipo debenefício que estej a sendo gozado - fazemjus integral aos servicos enumerados noitem lU do art. 22 da referida Lei.

No entanto, lamentavelmente, no art. 35da regulamentação da Previdência Socialpertinente à Lei n.O 5.890 assegura-se ape~nas o pecúlio aos segurad~s enquadrados noart. 5.°, e a eles é negada a prestacão dosserviços previstos no item IH, inclusive o daassistência médica, farmacêutica e odonto­lógica.

.E~tá evidente, a regulamentação restringedíreltos ou retira vantagem a expressivogrupo de segurados. Nega a regulamentacãoo que a lei assegura e confere. -

A Lei n.v 5.890 teve origem em mensa­gem executiva. passou pelo crivo do Con­gresso. recebendo emendas e sendo apro­vada. O decreto de regulamentacão elabo­rado na área executiva. provaveíme~te pordesaviso ou excesso de preocupação res­tritiva, além de não poder contrariar o quea lei explícita, trai a íntecão do legisladorfaz discriminação, frustra 'a extensão e hu~manísmo da nossa Previdência Social emarginaliza expressivo grupo de seguradosespecialmente aqueles que venham a in~gressar nela após os sessenta anos de ida­de.

li: de todos sabido: uma lei só pode sermodificada ou revogada por outra lei, ja­mais por portaria, decreto ou até porcircular.

O Instituto Nacional de Previdência So­cial, órgão eminentemente executivo, temfirmado orientação no sentido de obediên­cia à restrição imposta pela Regulamenta­ção da Previdência Social, neste particular.

A propósito deste assunto, venho de re­ceber várias mensagens e apelos, para re­produzir os reclamos e as angústias de cen­tenas de milhares de prejudicados, e o faço,neste momento, endereçando veementeapelo ao meu ilustre conterrâneo, Depu­tado Arnaldo Prieto, eminente Ministro doTrabalho e Previdência Social, suscitando-o

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,a, tomar, urgentemente, as providências ca­bíveis, dando cobro à anomalia apontada,modificando a improcedente e injusta res­trícão contida na regulamentação referidae estendendo, como a lei pretendeu e esta­tuíu, as benesses da Previdência Social atodos os segurados e beneficiários, sem dis­crhntnações descabidas e sem a frustraçãode direitos estabelecidos.

Sr. Presidente, pela inteira procedência,pela propriedade e clareza com que roca­Iíza o tema, leio. a fim de que conste na­ata- dos nossos trabalhos, o excelente edi­torial publicado na A Platéia, de Livra­mento, RS, do dia 26 de abril do correnteano, de autoria de Alexandre Balestreri,sob o título: - Prevldéncia Social - Jus­tificável rerormulação.

"Noticia procedente de Brasília, recen­temente publicada pelos jornais, infor­ma que o Sr. Ministro do Trabalho ePrevidência Social, segundo os termosde Portaria assinada há poucos dias,quer aperfeicoar e expandir os Servicosde Assistência Médica da PrevidênciaSocial, criando um grupo-tarefa paraestudar novos mecanismos de funcio­namento previdenciário, inclusive nocaso de assistência a menores excep­cionais, idosos e doentes crônicos.A louvável providência do preclaro Sr.Arnaldo Prieto me induz 8 tecer algunscomentários a respeito da interpreta­ção que vem sendo dada no INPS aodispositivo do item In do artigo 22 daLei n,? 5.890/73, segundo a qual nãofaz jus ao atendimento pelo ServiçoMédico da instituição o segurado en­quadrado no ~ 3° do art. 5.° ou setaaquele que, após completar sessenta(60) anos de idade, se filiar à Previ­dência Social, havendo no caso apenaso direito à percepção de pecúlio -esne­cial quando do afastamento definitivoda atividade ou por morte.Tal entendimento está prevalecendono INPS certamente em conseqüênciadeste "rabicho" com que adornaram otexto do ~ 3.° do artigo 5.° ao ser re­gulamentada a Lei n.o 5. 89g/73: " " te­rá assegurado somente o pecúlio e osajárío-ramüía a que se referem asSeceões VIl e VIII do Capítulo Ir desteT:hÚo, respectivamente (art. 35 doRPS)", o que conflita, evidentemente,com a íntencão do legislador, com o es­pírito da Lei e com uma das príncínaísfinalidades da Previdência Social: mas,em que pese a prevalência da Lei, temque ser cumprido o Regulamento. atodo Poder Executivo, enquanto este nãoO modificar adaptando-o àquela.

Sempre ouvi dizer cue uma Lei somen­te deve ser modíficada. alterada, ourevogada por outra e não com decreto,portaria ou até simples circular - ex­pediente largamente utilizado no "caó­tico passado, extinto naquela data" (31de março de 1964, na frase Incisíva etão oportuna do eminente Br. Presiden­te da República General Ernesto Geisel.No entanto, a vários dispositivos da Lein.> 5.890/73, na sua regulamentacâo.foi aplicado o velho expediente, sendoo § 3.° do artigo 5.° um dos atingidos.Em face da referida Lei são Beneficiá­rios da Previdência Social os seguradose os seus dependentes, e as prestaçõesque lhes assegura consistem em Bene­fícios e Serviços (art. 22), a saber: "I- quanto aos Segurados: a) auxílio­doença; b), c), d) e e) aposentadoria;f) auxílio-natalidade; g) pecúlio; e h)salário-família; H - quanto aos de­pendentes: a) pensão; b) auxílio-re­clusão; c) auxílio-funeral; e d) pe­cúlio; UI - quanto aos Beneficiáriosem geral: a) assistência médica, rar-

maeêutíea e odontológica; b) assistên­cia complementar; e c) assistênciaedncativa e de readaptaçâo profissio­nal".Está bem claro na Lei n.> 5.890/73. queos Segurados enquadrados no § 3.°. ar­tigo 5.°, com direito ao Pecúlio, não otêm aos demais Benefícios relacionadosno item I do artigo 22, mas têm o di­retto incontestável, como os demaisSegurados e os Dependentes, aos Ser­viços assegurados aos Beneficiários emgeral, segurados e dependentes, semdistinção de categoria, pois, tanto aointérnrete como ao executor da Lei. nãoé lícito distinguir onde a Lei não dis­tingue.Reconhece-se que o procedimento doINPS é baseado em dispositivo regula­mentar (art. 35 do RPS), mas não deixade ser injusto, discriminatório e con­trário ao preceito constitucional quetodos são iguais perante a Lei. Ao pas­so que os demais beneficiários - segu­rados, aposentados (eu sou um deles)e dependentes - gozam dos Benefíciosque lhes são assegurados de acordo comos itens I e lI, e também os Serviçosa que se refere o item do artigo 22 daLei n.? 5 890/73, recebendo ou gastandodinheiro do INPS; aos Segurados en­quadrados no § 3.° do artigo 5.°, entreos quais figuram inúmeros empregado­res cuja filiação agora é obrigatória,recolhendo mensalmente suas eontrí­buícões em dinheiro para a formaçãodo Pecúlio - único Benefício a elesatribuídos no item I do artigo 22, quelhes será pago, embora acrescido de ju­ros e corrscâo monetária, quando seafastarem defintivamente da atividadeou por morte aos seus dependentes, re­vertendo ao INPS se não os houver ­é incompreensivelmente recusado o di­reito aos Servicos enumerados no itemIH do art. 22 dá Lei em reterêncía, por­que indevidamente considerados, poranalogia, como Benefícios, quando odiploma legal faz uma clara distinção,no artigo 22, das nrostacõcs assegura­das aos benetícte rtos da PrevídêncíaSocial classificando-as em Benefícios eServteoa,

É de se crer seja aproveitada a opor­tunidade, proporcionada agora pela re­cente Portaria Ministerial, para refor­mulacâo do texto do artigo 35 do R1?Sadantando-o ao da Lei n.v 5,890/73,por um principio de são raciocínio e boalógica, de justiça e humanidade, e derespeito à soberana vontade do PoderLegislativo Nacional, em relação aosSegurados enquadrados no § 3.° do ar­tigo 5.°, todos idosos I com mais de 60anos), no que se refere aos Serviços,constantes do item III do art. 22, a queeles têm incontestável direito."

Era o que tinha a dizer.O SR. JUAREZ BERNARDES - (Sem

revisão do orador.) Sr_ Presidente, Srs.Deputados, o Brasil, evidentemente, é oPaís dos contrastes. Enquanto os armazénse as propriedades rurais estão abarrotadosde soja, as donas de casa. por outro lado,enfrentam extensas filas, na luta pela aqui­sição de uma lata de óleo.

Por que essa defasagem entre produtore industrial? Exatamente porque, Sr. Pre­sidente, aqueles que lutam diuturnamentepara conseguir uma boa safra, no momentode comercializar o seu produto encontrama barreira inevitável do industrial, que querímj-or seus preços. E, na verdade, quem pa­ga por tudo isso é o consumidor.

Daí concitarmos o Governo no sentidode estimular o cooperativismo e proporcio­nar as condições indispensáveis para que

as cooperativas implantem indústrias debeneficiamento de óleo, não somente de so­ja, mas de arroz, de milho, de amendoim,de algodão e de tantos outros produtosagrícolas, oferecendo também condições aoprodutor primário para que possa comer­cializar o seu produto, não o deixando fal­tar ao consumidor, por ser indispensávelao seu sustento.

Sem uma providência do Minístérto daAgricultura e do antigo Banco de Coopera­tivismo, no sentido de estimular a crtacãode cooperativas e a implantação de indús­trias de beneficiamento por elas próprias,o setor primário. de tão grande importân­cia para o povo brasileiro, continuará de­samparado, permanecendo essa defasagementre o produtor e o industrial.

Era o que tinha a dizer.O SR. ANTôNIO BRESOLIN - (Pronun­

eia o seguinte díscurso.) SI', Presidente eSrs. Deputados, há anos que luto em. favorda símnüücaoão da naturalizacão dos 'es­trangeiros que vivem em nosso' País. Facaisto sobretudo devido à experiência' quepossuo em relação ao que ocorre no Estadoque tenho a honra de ser um dos seus re­presentantes, O Rio Grande do Sul muitodeve aos imigrantes e a seus descendentes.Ai estão São Leonoldo, Novo Hamburgo, Ve­nãncío Aires, Estrela, Agudo, Panambi, Cer­ro Largo e outros Munteíuíos, constituídopor descendentes de alemães e ainda deImigrantes que chegaram mais tarde. Ca­xias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves,Flores da Cunha e outros Municípios sãoconstituídos em sua esmagadora maioriapor imigrantes italianos e seus descenden­tes A próuría Porto Alegre foi fundada porimigrantes açorianos. E em todo o Vale doRio Uruguai existem muítos imigrantes edescendentes de poloneses, russos, austría­cos. espanhóis e outros.

A legislação que trata da naturaltsar-âodos estrangeiros, a despeito ele simnltríc-rta,ainda é complexa, morosa e dísnendlosanara a parte, Seguidamente trato de pro­blemas dessa natureza.

A tmnrensa, em sua edicâo de ontem. di­VI11,<011 ausniciosa notícia sobre o assunto.O Ministro Armando Fo lcâo. da Justil'~. Dorreeomenrtacão do Sr. Presidente da Reoú­blica, está estudando não apenas a sim­plificação da Iegíalacâo, mas. sobretudo. aamnlíaeão dos direitos dos naturalizados,no sentíno de fazer com que o n atura.lízo.dodeixe de ser um brasileiro de segunda elas­se.

Consiclero a medida oportunísslma. O es­tranaeíro que vive dentro da nossa Pátria,naturalizado e integrado na comunidadenacional. deve ser tratado como o brasilei­ro nato, salvo se não tiver comportamentoque o recomende. Mais do que com os es­trangeiros que, naturalizados, trabalham eproduzem dentro do Brasil, o Governo, deveempenhar-se na seleção dos elementos 'quenos últimos anos vêm aportando .ao País.Ao lado de homens capazes, de famílias no­táveis, tem vindo para o Brasil milhares de"camelôs". de espertalhões de toda a or­dem, que muitas vezes vêm explorar o povo,sobretudo o nosso modesto homem do in­terior.

Faço votos de que o Ministro ArmandoFalcão seja bem sucedido na sua missão.Se isto ocorrer, o Brasil muito lucrará.

Era o que tinha a dizer.A Fixacão do Homem no meio Ew'aI

- Umas das metas da Agricultura.O SR. FRANCISCO LIBARDONI - (Pro­

nuncia o seguinte discurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, em setembro de 1973, nossoPaís recebeu a visita de uma ilustre perso­nalidade internacional, o sociólogo suecoKarl Gunnar Myrdal, formado em Direito e

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:Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1)' Terça-feira 14 2793

.em Economia, membro do Parlamento por-duas vezes, ex-Mmístro do Comércio, autorde várias obras, duas das quais famosas:"O Dilema Americano" - um estudo do pro­blema negro nos Estado Unidos - e o outrasobre os problemas económícos do sul da'Asia, intitulada "O Drama Asiático",

Especialista em teses sobre o desenvolvi­mento Gunnar Myrdal, na ocasião, visitounosso 'País para realizar a última palestrano seminário organizado pelo Banco Na­cional do Desenvolvimento Econômico, noRio de Janeiro, comemorando o 21.0 aniver­sário da organização.

Sintetizando suas teses, Myrdal expôs àImprensa, entre outros, um tópíco de esp~­cial interesse e que nos diz respeito de mui­to perto: as prioridades a serem tomadaspara nosso desenvolvimento. Acima de tudo_ afirma o sociólogo nórdico - "uma re­

'jorma agrária e providências para fixar ohomem na terra, dando-lhes condições pa­'ra aumentar a sua produtividade."" A idênticas conclusões chegaram, recen­t'l,emente em Bonn, na Alemanha Ocidental,em um Congresso no qual partíparam, 127.especialistas em desenvolvimento da agrí­-cultura. Nesta congregação de homem e te--ses eles levantaram a questão já propostapo~ Gunnar Myrdal, de que a agricultu~amão "produz apenas aliment~s, m~S ela criai.também locais de trabalho," Isto e, favorece'a urbanização das grandes áreas desablta­.zías do interior, nos países em desenvolví­.mento como é o caso do Brasil, desde quesejam'dadas ao trabalhador rural os meios

"e' as técnicas para tanto. Desta forma, a'<lvasão para os grandes centros urbanos,deslocados de seu habitat natural, o homemdo campo não encontra meios de trabalho,ou os que lhe são fornecidos não estão aoseu alcance e assim terminará por jun­tar-se à imensa multidão de trabalha­dores não especializados em coisa alg~­ma favorecendo desta forma a tormaçaode 'favelas ou, na pior das hipóteses, au­mentando o contingente de desocupados.

A fixação do homem no seu próprio meioé .uma das metas básicas da agricultura emtermos de desenvelvimentc nacional. COIIl;0A República Federal da Alem~nha, pa~s

territorialmente pequeno, superíndustríalí­zado possui uma quota de auto-abasteci­mento na razão de 60%. Porque não podere­mos nós em nossa pujança e extensão ter-

. rttoríal - não somente abastecer-nos como,no futuro ainda seremos o celeiro do mun­do. abastecendo aos maiores paíes ? O quenos falta para isso?

A resposta, senhores, é simples e di.reta;.Técnica, industrialização. Fornecer I1!elOs aagricultura para que possa expandir-se etrazer de volta ao homem do campo suascondicões de vida e produtividade. HansMattlÍofer, Secretário parlamentar do Mi­.ntstérto da Cooperação Econômica Alemã,participando do congresso realizado emBonn, pronunciou-se pelo desenvolvimentode métodos de organização que possam serutilizados por todos os trabalhadores ruraisdos países atualmente em desenvolvimen­to, o que inclui o Brasil, formação de siste­mas tecnológicos adequados, juntamentecom técnicas de alimentação é a meta cen­tral dos projetos de auxilio ao desenvolvi­mento da agricultura em cerca de 50 paísesda África e América Latina nos quais tra­balham os congressistas.

Os alemães ocidentais sempre dedicaramespecial atenção ao setor agrário como sen­do uma cultura de base sem a qual país ne­nhum, especialmente os em via de desen­volvimento, poderá atingir progresso estável'e permanente. Poís é na raiz da terra quese encontra a base de um desenvolvimento.sadio. Não é possível esquecermos as nossas

áreas rurais, dando prioridade aos grandescentros urbanos com seus incontáveis pro­blemas. De 1950 a 1972 o Governo de Bonngastou 4, 3 bilhões de marcos de seus fundospúblicos para ajuda bilateral e multilateralà agricultura dos países em desenvoívímen­to. Mas não é somente o auxílio econômicoque tem trazido vantagens para o TerceiroMundo e outros países necessitados. Naquestão do desenvolvimento agrário, o au­xílio técnico é, talvez, até mais vital do queo financeiro, incluindo-se o fornecimentode sementes, adubos e outros de produçãoagrícola. O Governo de Bonn apóia também,no momento, 250 projetos agrários em :;0países; cerca de 650 especialistas alemãesestão trabalhando em 140 desses projetosvisando à melhoría das condícões de tra­balho e produção para fixar o agricultor emseu próprio meio e impedindo sua migraçãopara as grandes cidades. Engenheiros agrô­nomos, agricultores diplomados, silviculto­res, médicos veterinários, economistas, téc­nicos e cooperativistas todos estão unidosem prol do bem comum.

Como conclusões finais deste congressorealizado recentemente, chegou-se à formu­lação de que todas as sugestões apresenta­das, visando, acima de tudo, à fixação dohomem no meio rural, deverão contribuirpara que o auxíiío da grande nação alemãse torne cada vez mais eficiente e melhorajustado às necessidades dos países em de­senvolvlmento. Agora, cabe a nós, brasilei­ros, aproveitar, sem perda de tempo, o quefor substancialmente Importante para nossoavanço na área da agricultura e fazê-lofuncionar dentro de nossa tecnologia rural,já existente, aprímorandc-a,

Era o que tinha a dizer.

O SR. JÚLIO VIVEIROS - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente Srs. Deputados,vimos à tribuna hoje para fazer um apeloaos Ministros da Saúde e do Interior, nosentido de que olhem para as cidades deTucuruí e Juruti.

Tucuruí se encontra quase submersa, sen­do uma das poucas cidades para a qual nemo Ministro da Saúde, nem o Governador,nem o Secretário da Saúde, enfim, o PoderPúblico voltou SU3, atenção.

Fica, portanto, o nossa apelo às autorida­des federais, o Sr. Ministro da Saúde, que,inclusive, já foi ao Município de Marabá,bem próximo a Tu.curuí, mas eque para lánão se dirigiu para ver a situação de misé­ria e epidemia que assola o município.

Junto a este nosso apelo, lemos o reque­rímentó do Vereador Hélio Alves da Silva,do Município de Juruti, nos seguintes ter­mos:

"Requeiro, nos termos regimentais ouvi­do o Plenário. seja feito veemente apeloao Exmo, Sr. Governador do Estado, nosentido de S. Ex. a autorizar o Presi­dente da Oomíssão de Assistência aosFlagelados Paraenses a obter junto aoSecretário de Saúde uma ambulância esocorros médicos, Inclusive remédios,para minorar os sofrimentos das popu­lações atlngrdas pelas enchentes. Po­der-se-ia deixar a cargo da PreifeituraMunicipal de Jurutí a competente divi­são, pelo conhecimento que tem das pes­soas mais necessitadas, que se encontramnas ilhas Santa Rita, Maraca-Assu,Chaves, Valha-me Deus, Macaiani, Pa­raná de Juruti Velho, Paraná de D. Ro­sa, Igarapé de, Salé, Igarapé das Fazen­das, Igarapé Irateua. Muratuba, Costado Rio Amazonas e demais localidadesalagadiças pei tencentes ao referido Mu­nicípío, Independentemente da conces­são de auxílios financeiros, há que secuidar também do transporte de ani­mais para terras firmes, não só nesta

época de enchente como na vazante.possibilitando aos habitantes ribeirinhosa solução daquele angustiante problema,de vez que há anos aquelas grandes eimportantes localidades, dignas de rece­ber o integral apoio e estímulo de quan­tos se interessam pelo bem comum.aguardam satisfatórias providências.

Outrossim, requeiro ainda que dessadecisão seja dado conhecimento ao Exm."Sr. Prefeito Municipal de Juruti, aosExm,os Srs. Ministros da Marinha e daSaúde, aos Senadores Jarbas ConcalvesPassarinho e Cattete Pinheiro, represen­tantes do Pará, aos Deputados à Assem­bléia Legislativa do Estado do Pará,através do seu Presidente, aos Depu­tados Federais paraenses Júlio Viveiros,João Menezes e Édson Bana.

Para reforçar esta proposição, solicitoa devida divulgação por intermédio deA Voz Municipalista, com a urgência.encarecida pela situação dos que so-,rrem angustiosamente."

Era o que tinha a dizer.

O SR. PEDRO LUCENA - (Sem revrsaodo orador,l, Sr. Presidente, Srs. Deputados,ocupo a tribuna para, nos minutos que oRegimento me permite, fazer um apelo eInnome do Município de São Paulo do Poten­gt.

Há longos anos, São Paulo do Potengivem insistindo Junto ao Sr. Diretor da SU­DENE, ao SI', Diretor do DNOCS e às auto­ridades competentes, no sentido de que sejaconstruída a barragem do açude programa­do para a região há muitos anos tendo emvista a urgência da obra, pois aquele muni­cípio não dispõe de água potável. Duranteas secas há necessidade de se carregarágua em caminhões, vinda de acudes e riospol~idos, para o abastecimentá da popu­laça0.

Sabemos, ainda, que a construção de açu­des no Nordeste propiciará a f'íxaeão dohomem na região. E São Paulo do Potenginecessita dessa providência. Temos exem­plos de açudes construídos no Rio Grandedo Norte, onde a população não só se fixou,mas teve meios de subsistência com a gran­de produção de peixes, gêneros alimentíciose verduras.

Deixo aqui o 'meu apelo neste sentidoapelo que é também do Prefeito e de todo~os munícípes de São Paulo do PotengL

Era o que tinha a dizer.

O SR. PEIXOTO FILHO - (Pronuncia o se.guinte diseurso.) sr. Presidente, Srs. Depu­tados, quando afirmei desta tribuna que oGeneral Ernesto Geisel implantaria umn?vo estilo de Governo, eliminando, espe­cíalmente, o açodamento e a bajulacão quecaracterizaram administracões anterioresestava convicto de que, na 'primeira mani~festação que recebesse nesse sentido. rea­giria. de forma a não permitir que o seunome servisse de denominação a logradou­ros públicos. O exemplo dignificante foioferecido recentemente. quando um "apres­sado" Vereador gaúcho pretendeu homena­geá-lo dessa forma.

Sr. Presidente, ao final do ano próximopassado, foi aprovado nesta Casa o projeton.v 438-A/973, de autoria de um Deputadoarenísta fluminense, que "dá a denomina­ção de Rodovia Presidente Médici à BR-210iPerlmetral Norte)", Na justificativa desua proposição, o "bondoso" parlamentaraduzíu que "serta desnecessárto relembraras magníficas realizações deste Governo queestá a findar: o crescimento do Produto In­terno Bruto acima de 9% nos cinco últimosanos'; a absorção de mão-de-obra na indús­tria, com uma taxa de 5% de crescimento;

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2'194 Terça-feira 14 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Maio de 19'7'"

as melhorias salariais variando de 22 a 19%"etc., etc,

Acresce dizer que outro não menos "ge­neroso" Deputado da bancada amazonensearonísta apresentou idêntico projeto, que,como o do seu colega fluminense, mereceurasgados elogios da bancada majoritária.

Sr. presidente, é bom lembrar que, naoportunidade ocupei esta tribuna, para pro­fligar o comportamento da liderança daARENA, permitindo que se abolisse umatradic;ão de não se dar nomes de pessoasvivas a obras públicas. Tudo fiz para. Iluefossem retiradas de pauta as proposiçoesbajulatórias, as quais, ao invés de consaFa­rem uma justa homenagem a um festejadoChefe de Estado, traduziam, acima de ~ud?,um episódio constrangedor para o própriohomenageado, ciente que a Perimetral Nor­te não ficaria pronta daqui a dez anos, porseu elevado custo, pendente também o pros­seguimento das obras de orientaçao do novoGoverno, de manter ou não a política entãoadotada de elevados investimentos rodovia­rios em detrimento da expansão de ferro­vias e hidrovias.

No entanto' o Líder eventual da ARENA,por sinal apl~udido ex-Ministro de Estado,acostumado àr íouvaminhas, preferm acom­panhar o parecer da Comissão de Transpor­tes votando pela aprovação dos projetos, deforma a caracterizar injustificável açoda­mento que se confunde com subserviência.

Ressalte-se que o próprio ex-PresidenteMédi.ci qu-e não encomendou semelhantetino d~ homenagem, mas permitiu que oGDvernador fluminense fosse até bustifi­cada em praça pública, por haver. pavi­mentado uma estrada de menos de três qui­lômetros, deve ter ficado constrangidoquando da leitura do Diário' do Congressode 24 de novembro último, que publica osdebates aqui travados.

Sr Presidente, a história exige tempo parahom'enagear os seus vultos. Por isso, já nãohá necessidade de aduzlr outras razões paraenaltecer a oportuna decisão do PresidenteErnesto Geisei, desautorizando o uso do seunome para desígnaçâo de :0gradour?~ públi­cos. repudiando. com isso, uma prátiea quevinha sendo sistemaGicamente adotada porseus antecessores com reflexo nos GOVel"llOSEstaduais. Isto basta!

Era o que tinha a dizer.O SR. ALFEU GASPARINI - (Pronuncia

o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, desde que tomamos assento naCâmara Federal, vimo-nos batendo paraa aposentadoria da p:ofessora. aos 2~ anosde serviços, com vencímentos Integrais.

De início sobre o assunto, ,fizemos a índí­cacão n.o '2/71 à Comissão de LegislaçãoSoêial, a qual mereceu amplos debates.

Hoje voltamos a abordar a necessidade de() Governo estudar o problema de modo queatenda a essa numerosa classe que, em vir­tude do trabalho específico que executa,exige um tratamento especial.

Todos sabemos que a mulher professoraexerce uma atividade com duplo desgastefisico e mental, pois, além das tarefas íne­rentes ao cargo, participa ainda no mundomoderno dos problemas familiares em gran­de intensidade.

:I!: inegável a importância do seu papel namissão de mestra e de mãe, fundamentalac desenvolvimento e estabilidade social deum país, uma v-ez que é sabido que o traba­lho da professora prolonga da sala de aula,com mais de 40 alunos, ao seu lar, com opreparo das aulas e correção dos exercíciosde classe.

A legíslação já contempla o' exercício dealgumas profissões com tratamento especial

de aposentadoria, daí a imperiosa necessi­dade de a professora igualmente receberesse tratamento especial, com igual agasa­lho legal, ou seja, a aposentadoria, especial,com vencimentos integrais, aos vinte e cin­co anos de serviços.

li: nosso apelo para que o Governo estudeo problema de modo a atender a esta pro­fissão que até hoje não encontrou um salá­rio justo, de acor-do com a difícil, árdua esacerdótíca missão que exerce.

Era o que tinha a dizer.O SR. JOEL FERREIRA - (Sem revisão

do orador.) Sr. Presidente, reafirmando pro­nunciamento por mim feitos desta tribuna,durante o Governo que passou e no que oantecedeu, devo agora renovar ao Governoque se instala apelo no sentido de determí­nar provídêncías para que o funcionalismodas áreas consideradas insalubres recebamos benefícios a ele concedidos pelo próprioExecutivo.

Como o atual Governo está apenas ini­ciando sua gestão, desejo chamar a aten­cão MS Ministérios responsáveis para oproblema do pagamento do adicional porinsalubridade aos funcionários que atuamnaquelas áreas, assim consideradas por de­terminação do próprio Governo.

Era o que tinha a dizer.O SR. CÉSAR NASCIMENTO - (Pronun­

cia o seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Jornal de Brasília, edição deontem sob o título "Inst.aurado inquéritopara ápurar situação da SASSE", publicoua seguinte nota:

"O Ministro Arnaldo Prieto, do Traba­lho, mandou instaurar sexta-feira, aprimeira comissão de inquérito de suaadministração para apurar irregulari­dades cometidas na Sociedade de Assis­tência Social dos "";Jconomiários .•.•••(SASSE), nas quais está envolvido opresidente da entidade, 81'. FernandoYoung.O processo foi resumido ao parecer n,v104 do consultor [urídlco do Ministério,Marcelo Pimentel que condena as li­gações entre a SASSE e uma empresafinanceira. Técnicos do Ministério do'I'rabalho consideraram o íncuéríto ins­taurado por Arnaldo Prieto como umdos mais graves já abertos nessa secre­taria de Estado.A SASSE é órgão da estrutura do Minis­tério do Trabalho, sendo subordinada di­retamente à Secretaria de Previdência, eatravés desta ao Ministro de Estado.Presta assistência aos funcionários daOaíxa Econômica Federal dispondo derecursos que são, em termos relativos,melhores que os de todas as demais ins­tituições previdenciárias do País. Alémda contribuição de oito nor cento feitapelo funci-onário à Caixa EconômicaFederal, contribui com mais 1 por centosobre o valor do salário de cada fun­cionário.

Com esses recursos, a SASSE é reco­nhecida pelos técnicos do Ministériocomo a melhor entidade previdenciáriado País, embora restrita a seus contri­buintes, funcionários da Caixa Econô­mica e seus dependentes. No ano passa­do, a média do salário - aposentadoriapago pela SASSE era em torno de Cr$3.500 e a média da pensão em torno deCr$ 1.700.

Ainda segundo funcionários do Minis­tério do Trabalho, os estudos em cursopara o desdobramento da pasta e cria­cão do Ministério da Previdência indi­cam a necessidade de absorção daSASSE pelo IP ASE ou pelo INPS. Essas

alterações, no entanto, só serão realiza­das depoi.s que o Ministério for insta­lado e o Ministro de Estado desígnado ,Com isso, os técnicos da comissão deestudos pretendem uniformizar, atéonde for possível, a Previdência SOcial,e evitar desníveis na concessão de be­nefícios socíaís,O presidente da SASSE, Fernando.Young, esteve na semana passada emBrasília tentando contornar a abertura.do processo, mandado instaurar pelo mi­nistro Atnaldo Prieto. Reuniu-se, a por­tas feehadas com o secretário geral,Jorge Alberto Furtado, durante muitashoras, enquanto uma luz vermelha dolado de fora proibia o acesso até mes­mo de seeretárías.

Abordado por jornalistas, após o en",eontro, o presidente da SASSE demons...trou visível mau-humor e procurou sedesfazer das perguntas dizendo queapenas estava tratando de problemasde rotína administrativa.O ministro Arnaldo Prieto mostrou-se-:irredutível aos apelos de F'ernando,Young, e, segundo seus assessores, onível do desentendimento poderá le--.vá-lo ao afastamento do cargo. O Mi-·nistro do Trabalho não quis, no entan­to, tomar esta iniciativa sem antes apu­rar a extensão das irregularidades, eon-.­firmadas com o parecer do consultor,Marcelo Pimentel. Este, hoje, evitouprestar esclarecimentos sobre o proces­so, observando que a matéria deverá'ficar sob chancela "confidencial", até 6 1

final da apuração." • J

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o teordesta nota reflete o pensamento daquelesque, embora reconhecendo a forma exce­lente dos serviços que o SASSE presta àclasse eeonomíáría, querem vê-lo absorvido,pelo IPASE ou INPS. Não acreditamos que o'Exmo. Sr. General Ernesto Geisel permitaque tal medida se concretize, isso porque, setal fato ocorrer, S. Ex." irá ter notícia deque as filas para atendimento do IPASE(que não possui infra-estrutura) ou no,INPS se tornaram mais longas e que as,reclamações serão em número muito maíor,Se algo de errado foi cometid? pelo .Sr.Presidente do SASSE que se corrija, porem,a classe econolniária não pode pagar pelairresponsabilidade da direção de nosso ór­gão previdenciário.

Conclamamos nesta oportunidade a todosos eeonomíáríos para que unidos lutemospela sobrevivência do SASSE.

Era o que tinha a dizer.O SR. WILSON BRAGA (Pronuncia o se­

guinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs. Dep~~ ,tados aos 71 anos de idade desaparece JoaoTosca'no Gonçalves Medeiros. Médico, iUDo:"dador da Faculdade de Medicina da Paraí-,ba, que dirigiu por muito tempo, Reitol'. da:Universidade da Paraíba, escritor, membroda Academia Paraibana de Letras, Depu­tado à Constituinte de 1935, diretor do De­partamento Estadual de Imprensa e Pro­paganda, Professor Emérito da Faculdadede Medicina da Universidade da Paraíba,Cidadão Benemérito de João Pessoa e daParaíba.

Estes alguns aspectos da vida do médicoJoão Medeiros. Mas, se ao longo da vidaplasmou conquistas que refletem uma per­sonalidade marcante, singular, erigindo-seao respeito de todos pela cultura do intelec­tual e professor, pela proficiência do pedía­tra, e que por isso mesmo constituem obíe-:to de domínio público, há a acrescentar à"figura de João Medeiros o humanismo !lOmédico angustiado pelo sofrimento humano•.

No estudo que fez sobre a "Mortalida'ae"Infantil e a Defesa da Nação" ehamoú'

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atenção para a necessidade do controle danatalidade como um meio de chegarmos auma densidade populacional que permitisseao homem uma vida em boas condições sa­nitárias, com os favores do clima ameno esaudável.

Esta preocupação pelo bem-estar humanonão era uma atitude fortuita, objetivandouma frase de efeito ou posição simpáticaa qualquer corrente política, Era a sua vida,Toda a sua vida. O consultório foi ° palcodiário e repetido, que se transferia aos do­micilias humildes de bairros distantes, emque os dramas da vida tinha lugar. Sabia aineficácia dos remédios que dava aos muitoseonsulentes gratuitos e por isso juntava aestes o leite. Descobria naquelas pequenasvidas a se extinguirem em braços de mãesdesesperadas antes da enfermidade a sub­nutrição, a carência que predispunha o frá­gil organismo às doenças.

Em seu consultório recebia os clientes quepagavam pelas consultas com a mesmaatenção dispensada às pessoas humildes quetodos os dias o procuravam. De igual modoprocedia no atendimento a domicilio, onde,conhecedor das verdadeiras causas, levavaaos necessitados o remédio para combatera doença e o alimento para nutrir o corpo.

. Dele pode-se dizer que era um homem dobem comum. No sentido mais amplo dafrase.,

A solidariedade humana, a identificaçãocom a dor dos semelhantes, principalmentedas críancas. eram as características maismarcantes da personalidade do Dr, JoãoToscano Gonçalves de Medeiros e assim háde permanecer na memória e na saudadede quantos por suas mãos venceram a lutacontra morte, de mães perenemente gratas,da comunidade que amou com carinho es­pecial e que em troca votou-lhe sempre omais alto respeito e estima.

Sr. Presidente, ao prestar esta homena­gem póstuma ao médico João Medeiros de­sejo erigi-lo como o próprio símbolo daMedicina, no seu aspecto mais profunda­mente humano, em consonância com osprincípios apontados por Hipócrates paraesta Ciência. Ele foi isto. Um homem inte­gro em tudo o que fez.

Concluindo, Sr. Presidente. desejo, emmeu nome e em nome de meu Partido, con­signar nos Anais desta Casa o nosso votode pesar, fazendo-se ciência à família doextinto, residente na cidade de João Pes­soa.

Era o que tinha a dizer.O 8R. FLORIM: COUTINHO - (Pronun­

cia o seguinte discurso.) Sr. Presidente eSrs. Deputados, 13 de Maio de 1888 é, semdúvida, tanto por seu aspecto social comohumano, a data. que avulta entre nossasefemérides históricas.

A escravidão do homem pelo homem vemdesde os primordios da humanidade, poissempre houve a necessidade de mão-de­obra barata ou até mesmo gratuita. Asguerras eram os maiores fornecedores decativos, com os vencidos geralmente trans­formados em escravos dos vencedores.

Mas a escravidão negra era mais bár­bara, porque fria e premeditada. Sinistrostraficantes arrastavam, pela violência, dalongínqua África, milhares de seres huma­nos, que outro pecado não tinham a nãoser o de haverem nascido com a pele es­cura.

Atirados nos sórdidos porões dos naviosnegreiros, agrilhoados, barbaramente es­pancados, enfrentando fome e sede, aquelascri2 111ras humanas recebiam tratamento in­digno até para animais.

No Brasil, esta infame mancha começoua surgir a partir de 1549. A necessidade desuprir a crescente procura de braços para alavoura eanavíeíra foi o incentivo para oinicio do tráfico de negros para o Brasil.Sudaneses e Bantos começaram a aportarna Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro,espraiando-se depois por todo o Brasil.

Para termos uma ídéla da magnitude docrime cometido contra a raça negra, bastadizer-se que, somente para o Brasil, entreos séculos XVI e XIX, foram trazidos cercade três milhões e seiscentos mil escravos.

Ao braço forte do negro muito deve acivilização brasileira. Sua contribuição parao desenvolvimento da nossa agricultura 10idas mais notáveis, pois para cá trouxeramuma prática multissecular para o trato daterra.

Deve-se à raça negra a introdução da si­derurgia no Brasil, pois muitos deles eramhabtlísstmos na preparação do ferro e seconstituíram nos primeiros forjadores emnosso País.

Em todos os pólos de nosso desenvolvi­mento os negros sempre estiveram presen­tes. Na literatura, na poesia, na música, naciência, no jornalismo, na politica, nas pro­fissões líberaís, na pintura, na esculturaetc., sempre os homens de cor se destaca­ram. Na defesa da Pátria, o sague generososempre correu farto, e, neste particular, nãopodemos deixar de citar o grande HenriqueDias.

Os conjurados mineiros incluíram, entreseus planos, a abolição da escravatura comoum dos pontos principais a serem adotados.caso vitoriosos em seu plano de tornar in­dependente o Brasil. Infelizmente, seu so­nho morreu no nascedouro.

Logo após nossa independência, firmamoscom a Inglaterra diversos tratados visandoà paralisação do tráfico de escravos entrea África e o Brasil. Entretanto, o resultadoprático destes tratados foi quase nenhum.

A enérgica aplicação da Lei "Euzébio deQueirós" começou, a partir de 1850, a aca­bar com tão nefando tráfico que. felizmen­te, a partir de 1855 passou a não maisexistir.

Cessaram as causas, mas Os efeitos per­sístíam. Apesar de quase todo mundo sercontra. a escravidão continuava. Chegou-seao absurdo de o Governo Brasileiro. porintermédio do Conde D'Eu, contribuir deci­sivamente para que o Governo Provisóriodo Paraguai, em 1870, declarasse a aboli­ção, enquanto continuávamos a manteraquela vergonha nacional.

Em 1871, o Visconde do Rio Branco, pre­sidindo o Ministério, conseguiu a aprovaçãoda Lei do Ventre Livre, que declarava li­vres todos os filhos de mulher escrava. Foisancionada pela Princesa Isabel, em 28 desetembro.

A aprovação da f~ei Saraiva-Cotegipe,ocorrida em 1885, que declarava livres osescravos de mais de 65 anos de idade, foimais um importante passo para a libertaçãodos cativos.

Finalmente, a 13 de maio de 1888, o es­tigma seria definitivamente va.rrldo denosso País. A Assembléia aprovava e aPrincesa Isabel sancionava a Lei Áurea.

Uma singela lei de dois artigos bania aescravatura do Brasil:

Art. 1.0 l!: declarada extinta, desde adata desta lei, a escravidão no Brasil.Art. 2.° Revogam-se as disposições emcontrário."

A magnífica princesa que a assinou, re­cebeu, por isso, o cognome de Redentora.

Lui~ Gama, Castro. Alvez, José Bonifácio.Joaqmm Nabuco, RUl Barbosa, André Re-.boueas, José do Patrocínío, Antonio Bento emuitos outros, não podem ser esquecidosna data de hoje. A eles, nossa homenagemnosso respeito e nossa admiração, pela luta:que travaram pela libertação do negro.

Hoje somos uma orgulhosa nação de cemmilhões de homens livres. onde brancospretos, mulatos e homens vindos de outrasterras, se ombream, preocupados tão-so­mente com o progresso, o desenvolvimentoe com o bem-estar comum.

Graças ao Bom Deus, a cor da pele, noBrasil, náo separa as criaturas. Aqui somostodos irmãos! '

O SR. LUIZ BRAZ - (Pronuncia o se­guinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, nós, os fluminenses, não estamosj:.~eocupados com tecnicalidades jurídicasnesta horas de justa ansiedade político­econórníeo-social que estamos atravessando,tanto em face do problema em si mesmoquanto da urgência inusitada com que elevem senao trat.aco.

Fusão, reunião, íncoporação, anexação,associação ou, para variar, este cansativoão - aliança, soma, liga - nada disso pe­sa, influi, decide.

Pouco importa o termo que os juristasdo Executivo ou os jurísperrtos do Legisla­tivo venham a encontrar, o fato que reina­nasce integro é que, concluída a ação, dedOIS Estados que hoje compõem a Federa­ção surgirá um só e único, fato que preo­cupa muito os Iírícos, pois estes se agoruamem pensar se o projeto respectivo cuidaraínclusrve, de determinar a retirada de Ul1l~das estrelas do nosso auríverde pencião.

Os fluminenses - Sr. Presidente, Ses.Deputados - nos preocupamos, isso sim,com a constituição de uma unidade queassegure paz e progresso ao nosso POVI.!, semtratamentos discriminatórios contra quais­quer regiões que hoje integram a paisagemdo Estado do Rio ou compõem o grandemosaico da Guanabara.

Vemos o curso dos acontecimentos - em­bora sem esquecer ou subestimar todas' asimplicações do fato - como um procedi­mento histórico de que resultará a exis­tência de um novo Estado, composto de 64municípios, a substituir dois outros quepossuíam, respectimamente, 63 e 1 muni­cipios.

Os cariocas e os fluminenses, verdade S8­ja dita, nem diretamente. nem Indireta­mente, decidirão do futuro comum, O as­sunto é da iniciativa do Governo da Repú­blica e a decisão do Congresso. O ;lOVO, eseus representantes, na área a ser sornadauma e única, se limitarão a assistir ao faLoconsumado, sem tugtr, nem mugir.

Se dinheiro públicos forem (e certamen­te serão) indispensáveis ao sucesso da l\,e­dida, e se de Governo houver mister parao novo Estado, também é a União que de­cidirá, fluminenses e cariocas de todo mar­ginalizados.

Mas uma reivindicação há - e da qualnão abriremos mão, os fluminenses, emborapossamos (ainda que nem queiramos mes­mo de longe admitir tal tnjustíça}) ser ago­ra batidos - e esta se prende ao nome q',ehá de ter a futura unidade. De que se cna­m- Estado do Rio de "vnsíro.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu nempreciso cansar a Casa relembrando como epor que a velha Provincia de meu hercocedeu um tanto de seu território - umanesga de terra! - para constituir o de­cantado Muntcipio Neut~o. Não haverá umsó, dentre tantos, que desconheça as ra-

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zões emergentes que ditaram aquela pro­vidência, tomada, aliás, com os euídartoanecessários a salvaguardar ao Estado do Rioos seus direitos naturais sobre a arca ce­dida (cedida a título precário, ressutto ofato).

Mas, além de razões históricas e jut idi­cas, entre as quais se destacam as enormese gloriosas tradições da Províncía ilustre edo Estado sempre presente na luta demo­crática, e os documentos oonstrtucíonaísque provam, à sociedade, que a separação sef. , sem intenção definitiva, que o desmem­bramento não tinha caráter perene, muitasmitras sobram em favor de nossa reivin­dicação.

Nem por passar a cidade do Rio de Ja­n-tro a integrar o futuro Estado os seus fi­lhos perderão o direito de eontínuar a serchamado de cariocas, como espécie do gê­nero fluminense, Pois não sou eu ítaocaren­ac, sendo fluminense?

Daí por que os flumiocas e os cariensesda divertida dúvida de um meu prezado co­lega da Gunabara não se constituírem se­não numa alegre expressão de mofa...

Aquele trato de terra que foi desmembrá­{lo- do Estado do Rio de Janeiro para servirC"' Município Neutro, no Império, e de Ca­pital provisória da República, a partir de1889, e que se subtraiu ao Estado do Rio,são passados uns poucos anos, representa,segundo o último censo nacional, uma áreade L 171 quilômetros quadrados, onde habi­ta uma população de 4 milhões e 252 milseres humanos. E nós - a terra original ­dispomos de 42 mil e 134 quílômetro- qua­drados, onde vivemos 4 milhões e 746 milcidadãos.

"Major absorvít mínor" - ensina a sa­bedoria milenar, Somos maiores na terra eno povo; somos ínconmensuravelmente maisr" , de trn.dições; somos um n:me oitoantigo - somos os fluminenses, - que des­de sempre também nomeou aqueles que,mais tarde, vieram a ser chamados de ca­riocas.

Nada impede, ao revés, tudo [ustifica queseja chamado de Estado do Rio de Janeiroa nova unidade que virá compor a Fe­deração.

A cidade do Rio de Janeiro, hoje Capitalda Guanabara, não será menos bela nemmenos maravilhosa se se tornar num mu­nicípio fluminense, sendo, ou não, Capitaldo novo Estado_ E se os nascldos em Niteróicontinuarão nltercienses: paduanos, os dePádua, campistas, os filhos das planuras deCampos dos Goitacazes - também os na­k"ais do Rio não deixarão de ser caríocas,formando todos, sem o sacrifício de quais­quer das comunidades ora exiqt"rtes agrande família fluminense, que é a origi­nal, a autêntica, a legítima.

Não por vão orgulho ou vaidade tola, umou outra índesculpávels, mas sendo realis­ta e veraz, o fato é que a cidade do Rio deJaneiro, para a sua própria subsistência, écaudatáría do Estado de que foi desmem­brada, São os mananciais fluminenses quedessedentam os nossos irmãos cariocas; sãoas nossas águas que fazem girar as turbi­nas que lhes dão luz e força; são os nossoscampos que lhes garantem copiosa muni­ção de boca; são os nossos arsenr.ís que 1119Semprestam muito de seu poder marítimo;são os nossos braços, às centenas de milha­r" que lhes move o organismo na fainafecunda da produção.

Somos, em verdade, e desde muito. c des­de sempre. um só. A lei natural e _ cumpri­rá. voltando a ser uno o que não deverájamais ter sido repartido,

Não se trata, é óbvio, da volta do filhopródigo ao lar paterno. Aquele rincão queum cerebralísmo interesseiro transtormounum Estado sui generis, que outro não hánem nunca houve no nosso mapa politico,está muito longe de ser um filho pródigo.Antes, é um ser adulto e responsável, paracujo engrandecimento contribuímos todosnós brasileiros, pois, sendo tão largamentea Capital do Brasil, a Guanabara cresceue se agigantou pelo esforço conjunto da con­tribuição universal brasileira.

Mas a verdade jurídico- administrativa éque a Guanabara não é senão o prírneíromunicípio nacional - um só e único muni­cípío a que se outorgou, um tanto "honorís­causa", a prerrogativa de membro singulare exótico da Federação.

Não perderá coisa alguma passando a sero primeiro município fluminense, oots Hãodeixará de ser o mais importante do País.

Reincorporando-se à família de que· émembro ilustre, a Guanabara será por nósrecebida com amor, com carinho, com afetoe com respeito, e, mais, com as honras eos títulos com que tão alto se afirmou e seilustrou.

Mas nós, os fluminenses. pais e irmão aum só tempo, não devemos, não queremose não podemos perder o nome de que tan­to nos orgulhamos: Estado do Rio de .Ja­neíro, que herdamos dos nossos maiores, quecultivamos com galhardia e que pretende­mos transmitir às gerações do amanhã.

Era o que tinha a dizer.O SR. ALBERTO LAVINAS - (Pronun­

cia o seguinte diseurse .) Sr. Presidente,Srs. Deputados, venho a esta tribuna parafazer veemente apelo às autoridades doDER-RJ para que dêem continuidade eacelerem urgentemente a construção darodovia Pati do Alferes - Avelar. Não po­demos nós, representantes daquela região,ficar ímpassíveís diante do quadro de ver­dadeiro abandono e descaso em que ela seencontra,

Há mais de dois anos em construção,mesmo em extensão diminuta, em certosperíodos de chuva se apresenta quase queintransitável. No trecho da Aldeia de Ar­cozelo, uma ponte está sendo construída háum ano e agora as obras foram paralisadas,Desviou-se. assim. o tràrisíto, através deuma região pantanosa, fazendo com quegrandes produções locais se tornem perdi­das e danificadas pela precariedade dotransporte, Os habitantes da cidade a deno­minaram de "vergonha nacional".

Tais fatos ainda se tornam mais gravesporque aquela rodovia. de acordo Com onovo Plano Rodoviário ·.;racional, terá papelpreponderante, já que interligará o Muni­cipio de Miguel Pereira e, conseqüentemen­te. grande parte do trânsito da Rio-SãoPaulo à BR-116.

Aliás, interpretando os anseios daquelapopulação, tive a honra ie fazer incluir es­se trecho no referido Plano, porque só as­sim teriam tranqüilidade os produtores demeu Estado.

Assim sendo. solicito ao DER-RJ a con­clusão da mencionada obra, paralisada hámais de um ano.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JAISON BARRETO - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, é hora de relembrar o GovernoFederal quanto a reivindicações reiterada­mente apresentadas, anualmente, por áreasdas mais importantes do meu Estado, semque medidas prontas sejam tomadas.

A Bacia do Itajai é um complexo onde sedefrontam as mais variadas condições geo-

morfológicas e onde o homem tem, sempre,o rio diante dos olhos, como fator de pro­pulsão e auxiliar do progresso.

O território banhado pelo Itajaí-Açu - omaior rio da Bacia Atlântica no Estado deSanta Catarina - é um todo que só se de­compôs, politicamente, com a criação dasunidades municipais.

A Microrregião da Foz do rio Itajaí apre-senta as seguintes características:

N.o de Municípios: 7Area: 1.057 km2

População/1970: 114.411 habitantesPopulação est./1973: 125.000 habitantesMunicípio-pólo: ItajaíEntidade Microrregional: ASSOCiaçãodos Municípios da Foz do Rio rtaj aí ­AMFRI.

O Vale do Itajaí abriga uma populaçãode aproximadamente seiscentos mil e qui­nhentos habitantes, estimativa obtida apartir dos dados oficiais do Censo de 1970,aplicando-se uma taxa de crescimentoanual de três por cento.

Aproximadamente vinte por cento da po­pulação estadual está sediada no Vale do!tajaí, que territorialmente representa tre­ze por cento da área do Estadô.

Em termos de representatividade e parti­cipação na economia estadual, o Vale do RioItajaí é, seguramente, a mais importanteregião geoeconômica do Estado de SantaCatarina. A avaliação da sua representati­vidade na economia estadual pode ser afe­rida pela participação potencial do Vale emtodos os setores econômicos do Estado.

No setor primário, o Vale do !tajaí, ape­sar da pulverização de pequenas proprie­dades na região, aliada a uma topografiabastante acidentada, participa com 16,10%no montante das principais culturas agrí­colas do Estado.

No setor secundário, contribuiu ele com31,04% para o faturamento total do Es­tado, em 1970. Essa contribuição atingiumaiores índices nos anos de 1971, 1972 e 73,como poderá ser verificado nas exportações,recolhimento do ICM e tributos federais.

No setor terciário, os indicadores da par­ticipação do Vale, tais como número de es­tabelecimentos comerciais. construção civil,setor de prestação de serviços, turismo etc.,colocam-no com destaque no setor econô­mico-social do Estado.

Vale ressaltar que a participação do Valedo Itajaí nas exportações autorizadas doEstado se situo. em torno de 80%.

Pois bem, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, alguns crônicos problemas da regiãocontinuam à espera de providências concre­tas, enquanto outros se arrastam na con­temporização da burocracia entravante Ocapítulo das barragens contra enchentes,iniciado em 1957, é o mais trágico deles.Desde 1852, sucessivas catástrofes arrasama economia da região, que sobrevive graçasao espírito comunitário e à perseverança -dopovo daquela área. A enchente de agostodo ano passado provocou prejuízos de maisde quatorze milhões de cruzeiros e, nesteano mesmo, por duas vezes, toda a regiãosofreu danos consideráveis,

Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, sea tragédia que se abateu na Região Sul, es­pecialmente em Tubarão, é daquelas de di­fícil prevenção, as enchentes do Vale doItajaí já têm pronto equacionamento, bas­tando ao Governo interessar-se pela solu­ção já apontada, Assim. impõe-se a con­clusão imediata da Barragem Sul, queavança lentamente, e a construção urgenteda Barragem NOl'te, marco nnat de uma as·

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piração que vem sendo mantida e buscadadesde a colonização daquela área.

A retificação dos rios Benedito e Italaí­Mirim são obras inadiáveis dentro da mes­ma preocupação. Aproximando-se o perío­do do ano mais sujeito a tais acontecimen­tos, apelamos uma vez mais por providên­cias objetivas.

Outro assunto que está a exígír medidasconcretas é a ligação Blumenau-Navegan­tes, pela margem esquerda do rio Itajaí­Açu, na BR-470, além da recuperação delongos trechos danificados. Até agora, osestudos e o início efetivo das obras se ar­rastam, ultrapassando prazos e dcsesperan­cando as populações da região.

No momento, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, em que se dá prioridade às ferrovias,não podemos esquecer a necessidade daconstrução do trecho Lages-Itajaí. O cla­moroso erro cometido com a erradícacâo dotrecho Itajaí-Trombudo haverá de ser sa­nado, permitindo ligação com o tronco Sule facilitando o escoamento da produção doCentro-Oeste eatarínense pelos portos deexpressão do Estado.

São algumas considerações que faço, Sr.. Presidente e Srs. Deputados, sobre inúme­

ros problemas que preocupam o Vale doItajaí.

Voltaremos ao assunto em outra oportu­nidade, procurando traduzir os anseios da­quela região.

Era o que tinha a dizer.O SR. ADHEMAR GIUSI - (Pronuncia

o seguinte discurso.> Sr. Presidente, Srs.Deputados, desejo registrar, nesta oportu­nidade, com grande satisfação, a entrevis­ta que tive a oportunidade de manter, nodia 2 do corrente, com duas eminentes ealtas autoridades do Governo Federal.

Primeiramente com o Sr. General DirceuNogueira, ilustre titular da Pasta dosTransportes, que, de maneira objetiva eproducente, conosco debateu problemas re­lacionados com o seu Ministério e do inte­resse mais direto da gente e da região sulcatarinense que representamos nesta Casa.

Levando àquela autoridade os agradeci­mentos a que fez jus, por sua pronta aeãoobjetivando a recuperação da Estrada deFerro Dona Tereza Cristina e das BRs-lOle 470, em Santa Catarina, danificadas pe­las últimas enchentes que assolaram o suldaquele Estado, para cujas obras já foramdestinadas Cr$ 271 milhões de cruzeiros, en­carecemos ao digno homem público a ne­cessidade de sua atenção para as formula­ções que fizemos ao Governo Federal, noâmbito de sua Pasta, no discurso que pro­nunciamos a 17 1e abril próximo passado,quando nos referimos a todos os mais rele­vantes aspectos da vida catarínense em fa­ce da catástrofe que comprometeu o seufuturo.

Nesta oportunidade, ainda, deixamos re­glstrado dois apelos. O primeiro relaciona­do com a implantação da BR-475, entreLages e Tubarão, vale dizer, a rodovia quein "erfígará, no sentido leste-oeste, o Estadode Santa Catarina, estabelecendo um elode ligação entre as BRs-lOl e 116. Fizemospresente ao ilustre auxiliar do PresidenteMédici exemplar de um discurso, que a res­peito do tema, pronunciamos nesta Casaem 13 de abril de 1973.

Queremos acreditar que calaram funda­mente no eminente homem público os ar­gumentos que lhe apresentamos, focalizan­do uma das mais sentidas e justas reívín­dicacões da gente "barriga-verde" nos diasque correm. Além do mais, fomos buscarno pensamento e na idéia do próprio Mi-

nistro a razão maior das nossas justifi­cativas, ao focalizarmos o aspeeto pelomesmo tão oportunamente divulgado re­lativamente à implantação de um 'novoCorredor de Exportação para a região suldo País. A posição geográfica em que sesituará a BR-475, com a sua interligaçãono litoral sul catarinense, colocará o Go­verno diante de OpÇ?O visando ao aprovei­tamento dos portos de Imbituba ou de La­guna, ou, ainda, oferecerá ao Ministério dosTransportes a oportunidade de uma atua­Iízacâo nos estudos para a ímplantacão doTerminal Marítimo de Araranguá, cujos es­tudos de viabilidade técnica, como sabe­mos, já' foram realizados por engenheirosfranceses, contratados pelo DepartamentoNacional de Portos e Vias Navegáveis.

Fizemos, outrossim, presente ao ilustreMinistro Dirceu Nogueira, a solicitação deum estudo técnico-econômico, com vistasao prolongamento da BR-285, de Vacariaaté Araranguá. Fizemos-lhe sentir que,através de tais estudos, seria possível co­nhecer exatamente da viabilidade técnica,econômica e finanecira com vistas à cons­trução do referido trecho de rodovia fe­deral, constante do Plano Nacional de Via­ção.

A todos os nossos pleitos, após um con­tato realmente produtivo, manifestou-se odigno Ministro bastante interessado e aeles efetivamente receptivo.

Em breve. Sr. Presidente e Srs. Depu­tato realmente produtivo, manifestou-se oautoridade para conhecer o ponto de vistadefinitivo do Governo sobre os assuntosobjeto de nossa entrevista do último dia 2do corrente.

Guardamos a esperança e resta-nos a féde que o sul catarinense, na administraçãoErnesto Geisel, não terá a seu crédito ape­nas a eletrírícacão e os demais melhora­mentos da Estrada de Ferro Dona TerezaCristina, como também se integrará, porvia rodoviária, às hinterlandias catarínen­se e gaúcha no sentido leste-oeste.

A seguir, é de nosso propósito ressaltar,embora o façamos rapidamente, a melhordas impressões que nos causou o jovem edinâmico Presidente do Banco do Brasil,Dr, Angelo Calmon de Sá. com quem, namesma data, tivemos a oportunidade denos avistar.

A S. Ex.a fomos levar um importante plei­to, em função dos interesses das 32 Pre­feituras do sul catarínense, cujo>, territó­rios por elas administrados foram. quasetodos, duramente prejudicados pelas en­chentes de março.

Fomos apresentar ao eminente patrício areivindicação, cujo atendimento é de suaprerrogativa como Presidente do Banco doBrasil, no sentido de que proporcionassea abertura de uma linha especial de cré­dito àquelas comunas, objetivando oferecercondícões financeiras para que elas pudes­sem reconstruir e recompor seus sistemasrodoviários. Para tanto, abrir-se-iam eré­ditos com prazos de resgate e de carênciamais longos e a juros mais baixos. Esti­mamos poder conhecer o resultado dos es­tudos mandados proceder pelo Dr. Ange­lo Calmon de Sá, a nosso pedido, nos pró­ximos dez dias, logo após seu retorno doexterior.

É de justiça, porém, significar a manei­ra sImpática e aberta com que S. Ex.a ou­viu nossas ponderações e os argumentos aesse respeito.

Sr. Presidente e srs, Deputados, ao en­cerrar estas breves considerações, cabe-nostransmitir agradecimentos às generosasmanifestações de solidariEdade e compre­ensão que a gente de meu Estado vem re-

eebendo por parte das autoridades federaispor nós procuradas para o fim de minimi­zar os efeitos catastróficos das enchentesque comprometeram a vida de grande par­te dos que ali habitam. Somente com essasprovIdências Gerá possível, em curto espaçode tempo, reintegrar aquela Unidade daFederada na vida política-econômica-ad_ministrativa da grande Patria brasileira.

Era o que tinha a dizer.

V - O SR. PRESIDENTE (FernandoGama) - Passa-se ao Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Eloy Lenzi.

O SR. ELOY LENZI - (Sem revisão doorador.) Si'. Presidente, Sr3. Deputados, sãotranscorridos quase dois meses da data emque o ilustre General Emílio GarrastazuMédici passou as rédeas do Governo daRepública ao atual Presidente, o eminenteGeneral Ernesto Geisel. Não obstante. o pe­queno lapso de tempo decorrido, notamos,entre outras coisas, que muitas informa­ções foram liberadas. o que não aconteciano Governo anterior. A liberacão dessas in­formações, por sua vez, reabriu o debat.eem torno da política econômico-financeiraseguida pelo Governo Médici. E a reabertu­ra desse debate, fez surgir novos participan­tes, entre os quais o Egrégio Tribunal deContas da União. Não serei eu, não será I)

Egrégio Tribunal de Contas, não serão osnobres Líderes da ARENA. nem os econo­mistas desta República que haverão de jul­gar, em caráter definitivo, os acertos ou de­sacertos dessa política econômica. Somentea História, com base nos fatos emergentes,poderá salientar os pontos positivos e des­tacar os pontos negativos daquela orienta­ção. Desde 1972 vinha eu examinando, sobo ponto de vista econômico, atos adminis­trativos, do Governo anterior. E já entãoenfatizava os erros de várias medidas dapolítica econômícc-rínancetra, especialmen­te no tocante à industrializacão da carne eà agricultura em geral, destacando, no par­ticular, a sítuaeão da triticultura nacional.

Ainda no começo de 1972 houve por bemo governo da época ordenar o fechamentosistemático dos pequenos e médios mata­douros. das pequenas e médias marchante­rias, não só do Rio Grande mas dos demaisEstados produtores de gado bovino, o queera feito em nome da saúde pública. Acon­tece, porém, que os fatos vieram demons­trar que não era exatamente este ou so­mente este o motivo determinante dessaprovidência. Outras razões existiam, embo­ra não confessadas pelas autoridades deentão. Na execução dessa política, o então:r.:inistro da Agricultura. Dr. Luiz Fernandode Cirne Lima. despachou para o meu Es­tado, o Rio Grande do Sul, quatro jovenstécnicos do seu Ministério, os quaís, em me­nos de 90 dias, fecharam ali nada menosde 300 pequenas e médias indústrias decarne. O efeito imediato dessa providência,contra a qual protestei ime:liatamente datribuna desta Câmara. foi gerar um im­pacto na economia de mais de 300 mil pe­quenos proprietários rurais do Estado doRio Grande do Sul. que tinham à venda,nas suas propriedades, todos os anos, umavaca falhada ou uma vaca velha. ambassem condições de reprodução. e que eramvendidas precisamente para as pequenasmarchanterías, proporcionando o ingressono orçamento doméstico de alguns recursosfinanceiros a mais. Com o fechamento sis­temático dessas pequenas e médias indús­trias do Sul do País. os proprietários ruraisficaram sem ter quem adquirisse suas re­zes. Os grandes frigoríficos foram os bene­ficiados por essa providência governamen­tal. Alguns dos grandes frigoríficos, en treeles destaco o Bordon, cuja sede é São

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Paulo, passaram a ser os ser;hores absolutosdo mercado da carne no País,

O tempo foi transcorrendo, a situação danossa pecuária se agravando, até que o Sr.Ministro da Fazenda, Delfim Netto, o ho­mem que no seu tempo f~i considera~o. odono da República do Br:;,sll, o supermir.is­tI'O o dono da nossa economia, resolveu es­tabelecer uma retencão de 200 dólares portonelada da carne exportada, Era o confis­co cambial que gravava também essa áreada economia brasileira. Ora, no ano passa­do, quando o Governo baixou esta medida,os países dó Mercado Comum Europeu, es­tavam muito preocupados com a crise dodólar que então ocorria na Europa. Em ': cedessa preocupação, resolveram os empre­sários do Mercado Comum Europeu inves­tir seus dólares na importação de carne eestocá-la, na esperança de que o preço doproduto aumentasse e eles obtivessem van­tagens financeiras. Enquanto o MercadoComum Europeu tentava comprar carne naAmérica do Sul. o Brasil. que tinha carne,quase não exportou, por causa do malsma­do confisco cambial então incidente sobreo produto. Desta maneira, o nosso Pais per­deu uma grande oportunidade de exportarmuito mais carne do que o fez, a preçoscompatíveis com o mercado ínternacíonal,já que o confisco cambial elevava muíto opreço do produto.

Agora abriu-se a exportação da carne.Mas acontece que o Mercado Comum Euro­peu, que num passado não muito 9istantefoi o melhor mercado para colocaçao desseproduto, está com suas cámara~-frias ~bar­rotadas de carne e, portanto, nao tem mt~­resse algum em comprar a carne do BraSIl.

Vamos destacar, ainda no setor da poli­tica da carne, outro ato gove~n~I!lental doentão Presidente General MedICI, que euconsidero errado, em função das suas conse­qüências negativas.

S. Ex.a, no que diz respeito ao abasteci­mento de carne no mercado interno, resol­veu por inspiração não sei de quem, tabe­lar'o preço do dianteiro e liberar o preçodo traseiro. Na prática. principalmente nasgrandes cidades deste ·País. como é o .casode Porto Alegre. os açougues dos bS;lrroshabitados por operários, por comerciarias,por pequenos comerciantes, estão fech~ndo,sistematicamente, porque a capacidadeaquisitiva da população é muito baixa. e ~aopermite o consumo de carne de primeiraqualidade.

Ademais os marchantes, os abastecedoresde carne s6 entregam a chamada rês casadacortada no sentido do comprimento. Nãovendem eles para os acougues somente car­ne de segunda. Ora, se os açougueiros dosbaírros pobres não tê,n condição de vendercarne de prímeira, porque seus freguesesnão dispõem de capacidade financeira paratanto. deveriam eles levar aos seus açoug-uessomente a carne do dianteiro. Em conse­qüência, houve uma qued!' violentíssima noconsumo de carne no PaIS.

Por outro lado. embora a exportação este­ja liberada, não temos compradores degrandes quantidades de carne, Desta forma,acontece no Brasil, hoje, no setor da carne,fatos os mais contraditórios. Temos um re­banho bovino considerado dos maiores domundo e, não obstante, talvez dois terços <.iapopulação do País já não consome!? carnebovina. O produtor, por sua vez, nao podeexportar por falta de mercado comprador.Esses são os fatos resultantes da políticaeconômico-financeira do Presidente Médicino setor da indústria da carne e da pe­cuária no Brasil.

outro setor da nossa economia que sofreu'terrivelmente a execução dessa políticaerrada foi o trítícola,

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n

o Sr. Wilmar DaIlanhol _ Embora per­ceba que V. Ex.a entra em outro tema, oda triticultura nacional, desejaria fazeralgumas considerações em torno das apre­ciações de V. Ex.a no que toca ao problemada carne. A primeira delas é com relação aofechamento de açougues, que realmenteocorreu não somente com relação aos abate­dores de gado bovino, mas igualmente degado suíno. Pronunciamentos foram feitospor eminentes Deputados da Situação e daOposição recomendando medidas e buscan­do sobretudo um rigor maior no que tocavaà fiscalizacão sanitária. É preciso que estaCasa reconheça que se houve efetivamentefechamentos de pequenos abatedores, elesocorreram em função da inexistência dascondições sanitárias mínimas para funcio­namento dos seus estabelecimentos. ComoV. Ex.a, sou de uma região de produção,aliás a minha área de Santa Catarina éconhecida como a área dos frãgorifícoa e sedistribuem ali um sem número de abate­dores, de tal maneira que coexiste a grande,a média e a pequena empresa. O fechamen­to de abatedores, portanto, foi em decor­rência da fiscalização do DIPOA, que fixouprazo para que os estabelecimentos cum­prissem as exigências mínimas sob o aspec­to sanitário. A não observância dessas exi­gências é que determinava o fechamentodos mesmos, porque o primado essencial doGoverno. no que toca à industrialização, eratambém o da proteção à saúde pública. Deresto, abordando o' aspecto da exportaçãoda carne e do confisco cambial, em boahora extinto pelo atual Governo, é precísoigualmente que se esclareça que no tempoem que ele foi adotado constituiu, e nósproclamamos, medida desestímuladora naexportação da carne, porque o mercadointernacional de proteínas de modo ge­ral nos oferecia preços fora de dúvidaextraordinários. E a indústria nacionalse descuidava do abastecimento interno.numa manobra especulatíva que tinha deser coibida. como foi coibida à época, fazen­do. através do confisco dos duzentos dóla­res. uma equivalência dos preços médios domercado internacional com os preços domercado interno. Em boa hora o confiscofoi realmente extinto, porque o Governoentendeu que, em face da nova realidadedo mercado internacional e em razão mes­mo de uma revisão dos preços internos. jáera possível assegurar o abastecimento 111­terno e estimular a exportação, sem neces­sidade daquele confisco. Eram estas as duasobservacões que considerava essenciais aopronunciamento de V. Ex.a Presente à suaopinião, que seja igualmente colocada anossa e a de tantos parlamentares destaCasa. no sentido de que esta e outras medi­das tiveram a sua razão ao tempo de suaexecução. '

o SR. ELOY LENZI - Nobre DeputadoWilmar Dallanhol. V. Ex.a corrobora asminhas afirmativas. ao afirmar em seuaparte, entre outras coisas, que o mercadoda carne estava sendo muito especulativo eque essa especulação estava forçando o au­mento do preço da carne. Foi exatamente oque eu disse na primeira parte deste meumodesto pronunciamento: que a políticaeconômica do Presidente Geisel no setorcriou os trustes internos. os cartéis, o mono­pólio da carne. E esses monopolízadores decarne agiram como todos os monopolistas:procuraram forçar a alta no preço da carnevendida ao consumidor. Assim, esses mono­pólios prejudicaram o produtor, porque oforcaram a vender a carne para os indus­tríaís da carne a preços baixos, e estesvendiam-na já industrializada ao consumi­dor a preço alto. Este fato, Deputado Dalla­rihol, é uma das conseqüências negativas daorientação econômica, a meu ver errada,do Presidente Médici.

Maio de 1974

A outra parte a que V. Ex.a se referiu éque o fechamento dos pequenos e médiosmatadouros e marchantarias se verificavaem defesa da saúde pública. Citarei apenasum caso para demonstrar o contrário daafirmativa de V. Ex.a, que, de resto, era a doGoverno da época. Em Gramado, no Estadodo Rio Grande do Sul, fecharam a mar­chantaria que havia sido inaugurada há 3(}dias, cujo prédio foi construido segundoplanta previamente aprovada pela Secreta­ria da Saúde do Estado. A construção dessamarchantaria foi feita sob fiscalização per­manente da Secretaria da Saúde do meuEstado e, no dia da inauguração, houvefestívadade, missa e discurso, presentes asaltas autoridades, inclusive e principalmen­te as autoridades sanitárias. Pois bem. Oempresário havía gasto nessa indústria ummilhão de cruzeiros novos.

Trinta dias depois, chegaram os técnicosdo Ministério da Agricultura, no cumpri­mento de uma determinacão do Sr. Minis­tro Cirne Lima, e fecharam essa marchan-­taria. No respectivo laudo de fechamentotiveram a cautela de observar o seguinte:"Fechado por apresentar características.resídenctais''. A fachada do prédio se asse­melhava a uma casa muito bonita. Tinha,na parte externa, essa característica resi­dencial. Este foi o motivo legal que deter­minou o fechamento, conforme consta dodocumento. Então, não foi exatamente adefesa da saúde pública o motivo deter­minante do fechamento de pequenas e mé­dias indústrias da carne, no Brasil. masprecisamente a formação de grandes in­dústrias, de conglomerados econômicos,.pois foi realmente a tônica da política eco­nômica do Governo Médici a constituicãode grandes grupos econômicos para explo­rar os vários setores da economia brasilei­ra. Assim se procedeu com relação à in­dústria da carne no Brasil. e hoje ela viveem função dos monopólios, com exceçãode alguns setores, em nosso Estado, o RioGrande do Sul, onde existem cooperativasque estão salvando a situação.

O Sr. Vasco Amaro - Eminente Depu­tado, o meu nobre Líder Wilmar Dallanholjá disse aqui que tanto Deputados da Opo­sícão como da Situação - e entre esses mesituo - ocuparam a tribuna diversas ve­zes, o ano passado, para censurar, paracondenar aquela polí tica nefasta aos In­teresses da agropecuária, adotada pelo Go­verno que, graças a Deus, encerrou seumandato em 15 de março passado. Mas oeminente colega e o meu caro Líder Wil­mar Da.Ilarihol laboraram em erro. WilmarDallanhol afirmou que, antes de serem fe­chados, aos pequenos matadouros foi con­cedido um prazo de adaptação. Infelizmen­te o meu Líder está mal informado, poisno Rio Grande do Sul não aconteceu as- ,sim. Fecharam-se matadouros dotados detodas as condições de higiene. DIPOA seafogou em pouca água. O eminente colegaagora aborda o problema da carne de pri­meira, que não encontra consumidores peloseu preço elevado, mas justo por certo,porque temos de garantir a sobrevivênciado produtor. Advogamos durante todo oano passado exatamente a exportação detrazeíros, ou a liberação dos trazeíros parao mercado interno e externo, e que se dei­xasse o dianteiro, este sim, a preço de sa­crifício para a bolsa do sofrido consumidornacional, tão sofrido quanto o nosso pro­dutor. Estes os reparos que julgamos opor­tuno fazer ao pronuncíamento de V. Ex.a,meu eminente colega.

O SR. ELOY LENZI - Nobre DeputadoVasco Amare. da Silveira, para mim é mo­tivo de alegria e satístncão verificar quehá entre a ilustre Bancada da ARENADeputados que concordam com este nossopronunciamento, dada a evídência dos ra-

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Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Terça-feira 14 279'

tos e a verdade qua aflora em relação aosmesmos.

Concedo o aparte ao Deputado AmauryMüller.

O Sr. Amaury Müller - Lamento inter­romper o discurso de V. Ex." já ao seu fi­nal, mas quero apenas complementar oaparte do Deputado Vasco Amaro da Sil­veira. Labora em erro o Líder Wilmar Dal­lanhol e se equivoca retundamente quandodiz que a Oposição defendeu essa legisla­ção caolha e míope que determinou, apenasno Riu Grande do Sul, o fechamento demais de 300 matadouros e estabelecimentosde abate.

O Sr. Wilmar DalIanhol - O DeputadoFreitas Nobre fez no mínimo 3 pronuncia­mentos no Grande Expediente a respeitoda ;...J.a.téria.

O Sr. Amaury Müller - Lembro, parademonstrar o caráter estapafúrdio dessalegislação, o fato de que ela exigiu câma­ras frigorificas em matadouros e estabele­cimentos de abate onde não existe sequereletricidade.

O SR. ELOY LENZI - Mais uma vez res­pondo ao íluatre Líder Wilmar Dallanhol.S. Ex." afirmou que o Deputado FreitasNobre por mais de uma vez assomou àtribuna para exigir respeito ao princípio dasaúde pública no concernente ao abate dacarne bovina.

O Sr: WiImar Dallanhol - E à federali­zação da inspeção sanitária no setor daprodução animal.

O SR. ELOY LENZI - Isso é verdade.Continuamos ainda com esses mesmo pon­to de vista. Pergunto então, a V. Ex.": re­solveu essa providência o problema de saú­de pública no que diz respeito ao abate dogado? Não. Posso inclusive dizer a V. Ex.",nobre Deputado Wilmar Dallanhol, que tãobem representa o Governo nesta Casa, queo problema de saúde pública se agravou noque se refere ao abate do gado. Em deter­minadas cidades do ínteríor do Rio Gran­de - e creio nos demais Estados, inclusiveno de V. Ex." - abatem-se, hoje. vacas fa­lhadas e velhas à sombra das árvores, sema observação de qualquer requisito sanitá­rio até na presença de animais como ca­ch6rro urubus e outros. Há duas décadas,pelo menos não se praticava esse tipo deabate no meu Estado. A medida do Go­verno, determinando o fechamento da pe­quena e média rede industrial da carne,no meu Estado, não teve por finalidadeo motivo alegado agora por V. Ex.a . O querealmente aconteceu foi a execução demais um ato da política econômica do ex­Pret.der.te Médici, visando a criar no Paíso monopólio da carne para a infelicidadedo Brasil e do povo brasileiro.

Era o que tinha a dizer.O SR. AMÉRICO BRASIL - (Pronuncia

o sl"guinte discurso.) Sr. presidente, Srs.Deputados, o Governo do eminente Presi­<lente Ernesto Geisel resolveu enfrentar umproblema bastante antigo, promovendo afusão do Estado da Guanabara e do Rio.Dela resultará um grande Estado, um no­tável e poderoso centro econômico, indus­trial, comercial, turístico e cultural. Atransferência da Capital para Brasília pro­piciou, sem dúvida, a melhor oportunidadepara a cor.cretização dessa velha idéia deunir dois Estados que sempre estiveram in­timamente ligados. Infelizmente, perdidafoi essa esplêndida oportunidade, sem dú­vida por ter a mudança da Oapital Federalse dado ao término do Governo JuscelinoKubitscheck: era um acontecimento pordemais grandioso e complexo, ao qual cer­tamente Q ex-Presidente não quis acrescen-

tar O da fusão de duas unidades da Fe­deração.

Estamos, agora, diante de uma decisãotomada e anunciada pelo atual Governo eque logo estará corporificada: a da fusãodos dois grandes Estados, tão intimamenteligados por fatores geográficos, históricos,socíaís, culturais e tantos outros.

Aos que se opõem à medida, afirmando asua inoportunidade, <J Governo poderia con­trapor a legenda dos Inconfidentes, numaparódia que bem aniquila o argumento du­vidoso: fusão, ainda que tardia!

P<lX outro lado.vretorna ao debate o pro­blema da redivisão territorial do Brasil, quetantas discussões tem ensejado, desde lon­ga data, nela se batendo, pró e contra, fi­guras as mais eminentes de nossa pátria.

Mas, Sr. Presidente, não é propriamenteeste o assunto que ora me traz à tribuna.A determinação governamental de concre­tizar a fusão d<JS Estados da Guanabara edo Rio, o anúncio da possibilidade de seremcriados outros Estados e Territórios ensej a­nos oportunidade ímpar para vir a estatribuna e dela focalizar a urgente necessi­dade de ser aprovado o Projeto de Lei Com­plementar n.o 11, de 1972, apresentado pelonobre Deputado Antônio Pontes, visando àtransíormaçâo em Estado do Território Fe­deral do Amapá.

Detidamente estudado, o Projeto obteveaprovação, por unanimidade, nas doutasComissões de' Justiça, Finanças e da Ama­zônia. Numerosas as manifestações de apoiop:r ele recebidas de eminentes eolegas, emi:equivoca revelação da existência de umconsenso favorável à aprovação do projetoobjeto de apoio e exaltação e sem que ne­nhuma voz aqui se erguesse para a ele seopor.

Sr. Presidente, seja-me permitido recor­dar que o Território do Amapá, criado porDecreto-lei do ex-Presidente Gettlio Var­gas, datado de 13 de setembro de 1943, foidesmembrado do Estado do Pará, que te­nho a honra de representar nesta Casa. É,assim, mais do que um irmão para o povoparaense, que desbravou, defendeu da co­bi~g, externa, ocupou e desenvolveu aquelabelíssima e rica região, situada na l"t'"udezero. Como todo o povo paraense, a ele meligam laços estreitos e bem conheço seusproblemas e sonhos de sua gente.

Por mais antiga e procedente que seja aidéia da fusão dos Esta(l~~ sulinos, repre­senta ela, hoje, uma decisão complexa, deconcretização complexa e, indiscutivelmen­te, audaciosa, É uma decisão séria e suaccncretízação se torna algo de sério e pe­noso, poís problemas inúmeros, interessescomplexos e, não raro, contraditórios fazemcom que a efetivação da fusão se torne di­fícil e complexa, inclusive demandando tem­po e recursos de difícil aferição.

É uma medida que contém riscos a queo Governo se dispõe a enfrentar e cobrir.

Já a transformação do Território Federaldo Amapá representa medida cuja natura­Iidade a torna singelamente fácil.

Ao ser criado, em 1943, o Governo Federaltinha como objetivo apressar o desenvolvi­mento da região, possibilitando-lhe tornar­se o mais depressa possível nova e prósperaunidade da Federação. Os Territórios Fe­derais não são criados para que se mante­nham nessa condição eternamente, mas,muito ao contrário, para que, sob o impulsoda ajuda da União, alcancem autono­mia política e administrativa o mais cedopossível.

Tornar o Amapá Estado é, assim, um des­dobramento natural do Decreto-lei que criou

o Território. Na verdade, significa o alcan­ce final dos objetivos que determinaram aoGoverno Federal a criação do Território. '

E estamos, Sr. Presidente, diante de uma.reivindicação calorosa do povo amapaenssex-ustívamente estudada nesta Casa e quêpede tornar-se realidade a qualquer instan­te, sem os desdobramentos complexos e odesafio que será a concretização lenta dafusão dos dois Estados do Sul. Para que oAmapá se torne novo Estado, bastante queo Executivo libere sua Maioria, e o Pro­jeto de Lei Complementar de autoria do ,nobre Deputado Antônio Pontes se conver­terá em lei sob euforia de todos nesta Ca­sa e do bravo povo amapaense l Na ver­dade, entendemos que o eminente Presi­dente Geisel deve tornar-se patrocinadorda causa há tantos anos defendida pelosamapaenses, dando-lhes a autonomia a quefazem jus por tantos titulosl

Muitos, desprevenidos, dirão que a fusãoé algo de velho, idéia antiga, aspiração se­cular, histórica - na suposição de que oAmapá é uma terra nova, sem história e tra­dições! Como errariam os que assim ousas­sem supor e dizer! E como ignorariam epi­sódios de beleza ímpar de nossa hlstórla,como também seculares! Lembraremos ape­na" que a Capitania do Cabo do Norte foicriada por Madri, em 1637, no coroamentode uma série de episódios que são parterun-tamenteís da epopéia da conquista daAmazônia, que Joaquim Nabuco assegura,com apoio de todos os grandes estudiososde nossa História, que "nada, nas conquis­tas de Portugal, é mais extraordinário quea conquista da Amazônia". Naquelas para­gens, distantes e abandonadas e que só ago­ra começam a ser integradas economica­mente ao resto do País, que representammais da metade do território nacional, eri­cor-trames páginas de beleza e bravura im­pares de nossa História, do gênio portu­guês, do gênio brasileiro, que deslumbra, en­canta e conquista todos aqueles que vão co­nhecê-las, como não faz muito se deu como sociólogo e político suíço Jean Siegler.

Sr. Presidente, não é preciso que me alon­gue em considerações de natureza histórica,nem mesmo econômicas, sociais e políticas.Muitos já o fizeram, com sngenho e arte,bastando recordar a luta incessante aquitravada, anos a fio, pelo ex-Deputado Jana­ri Nunes, grande administrador e homemde visão que muito fez e faz pelo Amapá,terra que é dele e que ama estremecida­mente. Desta tribuna, o nobre DeputadoAntônio Pontes proferiu substanciosos dis­cursos, ora no comando da luta pela eman­cipação do Amapá. Discorreu ele com bri­lhantismo sobre a ocupação do Amapá e aação colonizadora do português; demons­trou, com a força dos argumentos írrespori­díveis, que a transformação do Amapá emEstado é uma medida que se impõe, e comurgência. Não há, assim, necessidade de querepita o que já foi reiteradamente dito des­ta tribuna, com erudição e brilhantismo deque os nobres colegas são conhecedores.

O Sr. Jerônimo Santana - Nobre Depu­tado Américo Brasil, é com satisfação queverifico o apoio de V. Ex." à tese da eman­cipação do Território do Amapá' - quepassaria a ser o Estado do Amapá - comouma das medidas que vêm romper o cír­culo vicioso em que as administrações dosTerritórios se transformaram, de algumtempo para cá. A administração do Terri­tório, que ainda é aquela montada em 1943,já não alcança mais a solução da proble­mática dos Territórios Federais. Somos tes­temunhas desse fato, no Território de Ron­dônia. Chega o momento em que o Terri­tório, sob a forma de território, sob o me­canismo administrativo de território, se tor-

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l!800 Terça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

na inadministráveI. A estrutura da adminis­tração do Território requer, hoje, que seuGovernador seja um gênio político e umgênio administrativo. E dificilmente se en­contra um gênio em qualquer destas ativi­dades. Verificamos, então, que há uma de­fasagem nessas administrações. E nós, preo­cupados também com o problema, apresen­tamos o Projeto que levou o n,s 543/71, queeleva o Território de Rondônia a Estado, jáaprovado na Comissão de Constituição eJustiça. É importante ressaltar que, na cria­cão dos Territórios, em 1943, o Governo deuúm salto no escuro, porque, até então, nãohavia nada, na História do Brasil, em ma­téria de administração de Territórios. Foiuma medida profundamente corajosa doPresidente Getúlio Vargas essa da criaçãode Territórios, sem nenhum precedenteadministrativo no País que vislumbrassequalquer solução para o problema. Eleandou na região, na época, e decidiu im­plantar ali uma administração pioneira. EmRondônia, por exemplo, a administração doTerritório se instalou num grupo escolar.Quer dizer, foi uma coisa improvisada; nãohavia infra-estrutura. Dali começou a irra­diar-se um esforço para a ocupação da áreae para a formação de uma mentalidade deque aquela região era uma unidade da Fe­deração, o que não aconteceria antes, pois,tratava-se de um r:mnicípio de um Estado.Então, aquela irradiação de um centro deadministração, por mais pequenino quefosse, começou a lançar as bases na região,e criou os seus limites. Configurou toda umapopulação, tornando-a mais ou menos ho­mogênea. Enfim, criou-se aquela mentali­dade local que caracteriza muito bem uni­dade da Federação. Sabe V. Ex.a que oBrasil é um todo, mas os habitantes de cadaEstado têm características próprias: o cuia­bano difere do goiano, o mineiro difere dobaiano, o paulista difere do rio-grandense­do-sul. Com a criação dos Territórios, pude­mos constatar a formação desses centros,que se foram amalgamando, que foram for­:mando esse tipo local que caracteriza o ron­doníano, o amapaense ou o roraímense, Mas,hoje, com a experiência que temos da cria­ção, dos Territórios, podemos vislumbrarcoisa melhor. Uma redívísão territorial, sim,mas não que viesse trazer novos Territórios,:para c País e, sim. que estabelecesse a cria­ção de municípios federais, como defendina semana passada, aproveitando a expe­riência dos territórios, em lugar de repre­sentação polítíea para as populações dessasunidades. Congratulo-me com V. Ex.a porestar defendendo a tese da criacão do Es­tado do Amapá, assim como defendemosaqui a da criação do Estado de Rondônia.Mas não nos arriscamos a advogar a teseda criação de novos Territórios Federais.Que se crie outra formacão de adminis­tração, que se torne a dividir o País, masnão sob a forma de Territórios Federais.A experiência foi uma epopéia, mas não érecomendável. E mais: que não permaneçao atual sistema de administração dos Terri­tórios Federats, que já teve seus frutos, masteve sua época. Hoje, podemos criar coisamelhor. Parabéns a V. Ex. a pelo brilhantis­mo de seu pronunciamento.

O SR. AMÉRICO BRASIL - Obrigadonobre Deputado Jerônimo Santana. V. Ex.a:que é representante de Terrítórío, conhecemuito bem a situação que eles atravessam.O Território que V. Ex.a representa muitobem nesta Casa também tem uma infra­estrutura a conquistar nesta hora séria porque passa a Nação, ou seja, a sua índepen­dência como Estado da Federacão. Entre­tanto, quanto à parte da críacâo de novosTerritório, com toda a amizade que tenho aV. Ex.", acho que, se foi válida a medidatomada pelo eminente e saudoso PresidenteVargas, neste momento ainda é válida, des­de que se apresse mais a infra-estrutura das

novas unidades criadas, pois dentro de umperíodo de 10 anos haveremos de ter asnovas faixas também transformadas em Es­tados. Para que não precise ser apresentadoum projeto como o do nobre DeputadoAntônio Pontes, depois de 30 anos, cha­mando por um direito que o Território jáconquistou há mais de dez, uma vez que temrealmente infra-estrutura para se tornaruma das unidades da Federação.

O Sr. Alfcu Gasparfní v-c- Nobre Depu­tado Américo Brasil, V. Ex. a , que tem muitavivência dos problemas do Nordeste, repre­sentante que é do Pará, aborda um assuntoque realmente merecer - já está merecen­do - atenção especial do atual Governo.Tivemos oportunidade de, confirmando aspalavras de V. Ex.", visitar o Amapá e todosos Territórios do Brasil, assim como todo oNordeste, em viagem de estudos da CâmaraFederal, e chegamos às mesmas conclusõesde V. Ex. a , OU seja, de que na realidade épreciso que se dê uma nova divisão terríto­ríal ao Brasil. O Amapá tem condições dese tornar Estado. Mas, nobre 'Deputado,é preciso também que se reformule a legis­lação dos Territórios, de forma a permitirmaior elasticidade à sua administração,como poderes de criar municípios etc. Temoso exemplo de Rondônia, cuja Capital, PortoVelho, não tem condições de receber a ma­quinaria necessária para a conserva de suasruas e das estradas do Território. são 20 ou25 mil habitantes e Rondônia necessitadessa maquinaria para o bom desenvolvi­mento de seus trabalhos dentro da comuna.Isto confirma a extraordinária vivência deV. Ex. a em relação aos problemas do Nor­deste. li: preciso realizar-se uma reformula­ção, para que o Governo conceda maiorelasticidade aos Terrttóríos, inclusive compoderes de criar os munícipíos necessáriosao seu desenvolvimento harmônico.

O SR. A]}1F;RICO BRASIL - Agradeco aV. Ex.", nobre Deputado, que demonstranão só conhecer aquela região, como os pro­blemas do seu Pais. Diz muito bem V. Ex. a ,quando chama a atenção para uma neces­sária rerormulação da Lei que cria os novosTerritórios, para que não fiquem na mesmaestagnação em que se encontram atual­mente os Territórios que hoje, depois detrinta anos e imenso trabalho realizado aduras penas, perdem a sua independência ea colocação dentro dos demais Estados daFederação.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, acreditoque não abusarei da paciência deste ple­nário dizendo que a história da conquistae preservação da Amazônia está repleta delutas contra corsários, aventureiros de todaespécie e diversa procedência estrangeira,sacrifícios imensos, numa maravilhosa se­qüência de fatos e acontecimentos que for­mam magnífica epopéia. Epopéia digna dogênio de um Camões, infelizmente nem detodos conhecida, em razão da distáncia edo afastamento em que foi mantida a Ama­zônia por tantos séculos.

Em nossa Pátria está plantada, firme ecom raízes seguras, uma civilização tropical,vista como impossível, impossibilidade estaque o Brasil destruiu com a nossa pujante eflorescente civilização, que tanto nos apro­xima e nos fala dos proféticos sonhos deDom Bosco. Já não se busca, com mínimapossibilidade de credibilidade, diminuir ogênio lusitano, atribuindo suas conquistas àganância, ao desejo de lucros materiais ououtras motivações secundárias. E, aqui, per­mito-me ressaltar trecho de um dos dis­cursos proferidos pelo nobre Deputado An­tônio Pontes, transcrevendo e comentandopalavras do sociólogo e deputado suíço JeanSiegler, ao visitar-nos e dizer à imprensacarioca "graças à coexistência de culturasdiferentes. o brasileiro vive uma encruzi­lhada histórica que produz um ser de uma

complexidade e de uma riqueza extraordi­nárias. E até a paisagem, o horizonte éticocontribui para o desenvolvimento e a reali­zação dessa imagem precisa".

E, adiante, diz Jean Siegler:

"A originalidade do Brasil se torna ca­da vez mais nítida e inconfundível, e,como o sincretismo, é, para mim, umafonte de riqueza, só posso ter a certezade que o Brasil caminha para a for­mação de um homem mais compreen­sivo, mais completo, um homem queamará melhor a vida e o mundo."

E, já agora prossigo citando trecho dobelo discurso do prezado Deputado AntônioPontes:

"Esta convicção, esta certeza do polí­tico e sociólogo suíço nós também apossuímos. Poderiam objetar-nos oshistoriadores e os criticas da história,possuíam-na, à época da colonização ­não apenas da Amazônia, mas de todoo imenso território brasileiro - os nos­sos ancestrais portugueses? Não temosmedo de errar, e os fatos nos mostramque a grandíosldade da empresa a quese lançaram exigia mais que a ganân­cia, o lucro, o desejo de expandir, aglória de conquistar e colocar-se como anação mais poderosa naquele momentohistórico. Enfocar as conquistas portu­guesas desde este ponto de vista é di­minuir-lhes a altivez dos objetivos edesconhecer a valiosa contríbuícâo dagente portuguesa para a evolução e oprogresso do homem em quatro conti­nentes."

Com uma população que já alcança os 200mil habitantes, o Amapá preenche todos osrequisitos necessários à sua emancipação.Possui uma economia sólida, graças às suasriquezas minerais imensas, que já propicia­ram ao Brasil - sobretudo em divisas ­recursos enormes, muitas vezes superioresao que lá foi posto pela União. A sua con­tribuição para o balanço de pagamentos doPaís é superior à dos Estados do Acre, Ama­zonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba,Piaui e Rio Grande do Norte. Possui umadas mais modernas ferrovías, bem como umdos mais bem aparelhados portos de em­barque de minérios da América, capaz dereceber navios de qualquer calado. O apro­veitamento energético da Cachoeira do Pa­redão abriu possibilidades vastas para aeconomia regional, que floresce em ritmoacelerado, tornando-se poderoso pólo in­dustrial. Com recursos naturais, o Amapáexplora, no setor mineral, além do man­ganês, cassiterita, columbita, tantalita,ferro e bauxita. Seus rios e lagos - exce­lentes aguavíàs - são dos mais piscososdo mundo, a pesca industrial ali tendo pos­sibilidades as melhores possíveis. Tanto aagricultura como a pecuária vêm alcançan­do desenvolvimento notável, fontes inesgo­táveis de recursos. A cada dia novas pos­sibilidades econômicas são ali iniciadas,com êxito total, conforme demonstra seuintenso comércio com os Estados do Ama­zonas, Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba, Per­nambuco, Guanabara, Rio de Janeiro, SãoPaulo, exportando para a Alemanha Oci­dental, Argentina, Canadá, Estados Unidos,França, Gibraltar, Guiana Francesa, Irlan­da, Japão, Noruega, Países Baixos, Portugal,República Dominicana, Reino Unido, Suri­name, etc., numa atividade comercial dasmais intensas, na demonstração da pujançade seu comércio e de sua indústria.

O Amapá dispõe de toda uma infra-estru­tura moderna, que poucos Estados da Fe­deração possuem. :Ê o que se dá nos setoresdo ensino, saúde pública, transportes emesmo comunicações. Nada lhe falta, ab­solutamente nada, para que seja elevado àcondição, de Estado, como é' anseio de sua

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AlvaroCarneiroMDB.

'Maio de 1974

gente, brasileiros merecedores de toda gra­tidão e apoio, pelo que fizeram naquelaslongínquas paragens, Há muito se tornouuma unidade polrtíca, econômica, social ecultural, razão da luta travada, há tantosanos, pela sua autonomia. Esta se tornou,'agora, indispensável ao progresso e aprímo-

"ramento do Amapá, que não pode continuarurivado de uma autonomia politica a quefaz jus, cuja negação constitui um ato deinjustiça, decepcionante para seu povo, eque, além do mais, subordina-o a adminis­tracões estranhas, desligadas daquela ma­ravilhosa terra, do que decorrem males einconvenientes inúmeros. Mantê-lo comoTerritório é um ato de verdadeiro "colonía­Iísmo", inaceitável para um povo plena­mente cônscio de sua" possibilidades e quehá muitos anos reclama e espera sua auto-

I no mia, apoiada pelos Estados vizinhos, co­mo se dá com o povo paraense, que é o

, mesmo amapaense, que cultua os mesmos, 'heróis.

" Sr. Presidente, tornar Estado o Amapá éum ato de justiça e natural, pois esse oo objetivo que determinou a criação da­quele Território, desmembrando-o do Pará.,É uma necessidade, sob todos os aspectos.Ê .uma decisão há muito reclamada e quemostrará ao amapaense que seus sacrifí­cios, suas lutas não foram em vão e que o

. .);'aís inteiro lhe é agradecido. É dar um,'pouco àqueles que tanto fizeram pelo Bra­síl, conquistando e defendendo aquela be­líssima e rica região para nossa pátria, aliescrevendo páginas épicas de nossa His­tória!

A aprovação do proj eto de lei comple­mentar que cria o Estado do Amapá cor­responde a um consenso desta Casa, a umasentida reivindicação do povo amapaense,<lOS mais altos interesses nacionais. Estauma decisão fácil, simples, sem riscos deespécie alguma e que pode ser prontamen­te adotada, com segurança e plena justiça.Este o apelo que, desta tribuna, dirigimosao eminente Presidente E~'nesto Geisel, nosentido de que ouça o voz daquele bravopovo que há tanto clama por uma autono-

, mia que sabe lhe ser neccssáría e que bemsabe fazer há muito jus, sob todos os as­pectos e todos os titulos!

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. José Man­tiellt: o Sr. Flávio Marcilio, Preeiâenie:deixa a caâeini da presidência, que éocupada pelo Sr. Aâerbal Jurema, 29­t/tcc-presidcnte.

Durante o discurso do Sr. AméricaBrasil, o Sr. Fernando Gama, 29-Viêe­Presidente; deixo: a cadeira da presidên­cia, que é ocupada pelo Sr. JarmuruiNasser, Suplente de Secretário.

Durcutte o discurso do Sr. AméricoBrasil, o Sr. Jarmtnui Nasser, Suplentede Secretário, deixa a cadeira da pre­sidência, que é ocu.pcuia pelo Sr. FlávioMureílio, Presidente.

O SR, PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Está findo o tempo destinado ao Exdedien­te.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs:

Petrônio FigueiredoDib CheremVinícius CansançãoTeotônio Neto

Acre

Ruy Lino - MDB.

Amazonas

Raimundo Parente - ARENA; ViniciusCâmara - ARENA.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Pará

Juvêncio Dias - ARENA.

Maranhão

Améríco de Souza - ARENA; Eurieo Ri­beiro - ARENA; Nunes Freire - ARENA;Pires Saboia - ARENA.

Piauí

Heitor Cavalcanti - ARENA; Paulo Fer­raz - ARENA: Píriheirn Machado - ARE­NA; Severo Eulálio - MDB.

Ceará

Furtado Leite - ARENA; Januárío Fei­tosa - ARENA; Jonas Carlos - ARENA;Josias Gomes -ARENA; Leão Sampaio ­ARENA; Manoel Rodrigues - ARENA; Osí­ris Pontes - MDB; ossían Ararine - ARE­NA; Paes de Andrade - MDB; ParsífalBarroso - ARENA.

Rio Grande do Norte

Antônio Florêncio - ARENA; GrimaldíRlbeiro - ARENA: Henrique Eduardo Alves- MDB, Vingt Rosado - ARENA.

Paraíba

Guadêncio - ARENA; JanduhyMDB; Marcondes Gadelha -

Pernambuco

Airon Rios - ARENA; Carlos Alberto Oli­velra - ARENA; Fernando Lyra - MDB;,Joaquim Coutinho - ARENA; Josias Leite- ARENA; Magalhães Melo ARENA;Thales Ramalho - MDB.

Alagoas

José Alves - ARENA; Oceano Ca.rleíal ­ARENA.

Sergipe

Eraldo Lemos - ARENA; Francisco Rol­lemberg - ARENA.

Bahia

Edvaldo Flôres - ARENA; Fernando Ma­galhães - ARENA: Hanequim Dantas ­ARENA; João Borges - MDB - Ney Fer­reira - MDB; Tourinho Dantas - ARENA;Vasco Neto - ARENA; Wilson Falcão ­ARENA.

Espírito Santo

Dirceu Cardoso - MDB; Élcio Alvares ­ARENA; José Tasso de Andrade - ARENA;Parente Frota - ARENA.

Rio de Janeiro

Alair Ferreira ~ ARENA; Ario Theodoro- MDB; Hamilton Xavi-er - MDB; JoséHaddad - ARENA; José Sal1y - ARENA;Márcio Paes - ARENA; Moacir Chtesse ­ARENA; Osmar Leitão - ARENA; Rozendode Souza - ARENA; Walter Silva - MDB.

Guanabara

Eurípides Cardoso de Menezes - ARENA;Francisco Studart - MDB José BonifácioNeto - MDB; Léo Simões ~ MDB; MarceloMedeiros - MDB; Miro Teixeira - MDB;Osnelli Martinelli - ARENA; R-eynaldoSantana - MDB; Rubem Medina - MDB.

.Minas Gerais

Athos de Andrade - ARENA; Bías Fortes- ARENA; Delson Scarano - ARENA;Elias Carmo - ARENA; Fábio Fonsêca ­MDB; Fernando F'agundes Netto - ARE­NA; Geraldo Freire - ARENA; HugoAguiar - ARENA; Jorge Ferraz - MDB;Jorge Vargas - ARENA; Manoel Taveira ­ARENA; Navarro' Vieira - ARENA; OzananCoêlho - ARENA; Renato Azeredo - MDB.

São Paulo

Adalberto Camargo - MDB; Aldo Lupo­ARENA; Arthur Fonsêca - ARENA; AthiêCoury - MDB; Cantídio Sampaio - ARE-

Terça-feira 14 2801

NA; Díogo Nomura - ARENA; Faria Lima- ARENA; Francisco Amaral - MDB;Henrique Turner - ARENA João Arruda _MDB; Paulo Alberto - ARENA; Plínio Sal­gado - ARENA; Ruydalmeida Barbosa _ARENA; Santilli Sobrinho - MDB; SilvioLopes - ARENA; Sylvio Venturolli - ARE­N.'.; Ulysses Guimarães - MDB.

Goiás

Anapolino de Faria - MDB Ary Valadão- ARENA; Bras.í1;o Caiado - ARENA;Henrique Fanstone - ARENA; José Freire-MDB.

Mato Grosso

Emanuel Pinheiro - ARENA; GastãoMüller - ARENA; Marcilio Lima - ARE­NA.

Paraná

Alberto Costa - ARENA; Alencar Furta­do - MDB, Alípío Carvalho - ARENA;Antônio Anníbellí - MDB; Antônio Ueno- ARENA; Arnaldo Busato - ARENA; Ar­thur Santos - ARENA: Braga Ramos ­ARENA (SEl; Ferreira do Amaral - ARE­NA; Flávio Giovine - ARENA; Hermes Ma­cêdo - ARENA; ítalo Conti - João Vargas- ARENA; José Carlos Leprevost - ARE­NA; Luiz L0SS0 - ARENA fSEl: MárioStamm - ARENA; Roberto GalvaniARENA; Túlio Vargas - ARENA.

Santa Catarina

Abel Avila - ARENA; Albino ZeniARENA; Aroldo Carvalho '- ARENA; Fran­cisco Grfllo - ARENA; T"aerte Vieira ­MDB; Pedro Colin - ARENA; Wl1marDallanhol - ARENA.

Rio Grande do Sul

Amaury Müller - MDB; Arlindo Kunz­ler - ARENA; Clóvis Stenzel - ARENA;Harry Sauer - MDB; Jairo Brum - 1mB;Lauro Leitão - ARENA; Lauro Rodrigues- MDB; Mário Monclino - AR1i'1\TA; NadyrRossetti - MDB; Noberto Schmidt - ARE­NA; Victor Issler - MDB.

Roraima

Silvio Botelho - ARENA.

VI - ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareilío)A lista de presença acusa o comparecnnen­to de 249 Srs , Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo.

O SR CÉLIO MARQUES FERNAl\f­DES - Requerimento de consignaçãonos Anais da Casa de voto de congra­tulações com o Comitê de Imprensa daCâmara e com toda a Imprensa brasi­leira pela passagem, no dia de ho] e,do "Dia da Imprensa".

- Requerimento de conslgnacão nosAnais da Câmara dos Deputados de vo­to de regozijo pela passagem do cente­nário do Municipio de Palmeira dasMissões - Rio Grande do Sul.

O SR. UBALDO BARÉM - Projeto delei que dá a denornínacâo de Dr , Está­cio Muniz ao trecho da'BR-262 - Cam­po Grande-Corumbá.

O SR. AMAURY MüLLER - Reque­rimento de inserção nos Anais da Casade voto de congratulações com O mu­nicípio de Augusto Pestana, Rio Gran­de do Sul, pelo transcurso, hoje, do 8.°aniversário de sua emancipação políti­co-administrativa.

O SR. ANTONIO BRESOLIN - Re­querimento de consignação nos Anaisda Casa de voto de regozijo pelo trans­curso de mais um aniversário da aboli­ção da escravatura no Brasil.

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1862 Terça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

o SR. NOGUEIRA DE REZENDE ­. Projeto de lei que equipara ao menorsalário mínímo qualquer provento deaposentadoria vigorante no PaÍS.

O SR. PEIXOTO :?ILHO - Sr. Presiden­te, peço a palavra para uma reclamação.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Tem a palavra o nobre Deputado.

O SR. PEIXOTO FILHO - (Reclamação.Sem revisão do orador.) Sr. Presidente. oProjeto n. o 840/72, de minha autoria, que"autoriza o Poder Executivo a incluir nosdocumentos de identidade pessoal o tiposanguíneo do portador", de há muito rece­beu pareceres favoráveis das ComissõesTécnicas.

Por isso, renovo apelo para sua inclusãoem pauta.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ALFEU GASPARINI - Sr. Presi­dente, peço a palavra para uma reclama­ção.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) -­Tem a palavra o nobre Deputado.

O SR. ALFEU GASPARINI - (Reclama­cão. Sem revisão do urador.) Sr. Presiden­te solicito de V. s.a providências no sen­tido de que tenha andamento. o Projet? ~'o781 . de 1972, de minha autoria, que díspõesob~e acidentes de trânsito sem vítimas.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio)Vai-se passar à votação da matéria que es­tá sobre a Mesa e a constante da Ordem doDia.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos aseguinte

Redação Final

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVON.o 141-A/1974

Dispõe sobre a aprovação de Protoco­lo Adicional a Acordo de Migração fir­mado entre os Governos do Brasil e daItália.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° Fica aprovado o Protocolo Adi­cional ao Acordo de Migração Brasil-Itáli.a,de 1960, Iirmarío entre o Governo da Repu­blica Federativa do Brasil e o Governo daRepública da Itália. em Brasília, a 30 de ja­neiro de 1974.

Art. 2.° Este decreto legislativo entraráem vigor na data de sua publicação.

Comissão de Redação, 10 de maio de 1974.- Cantídio Sampaio, Presidente; Raimun­do Parente, Relator; Al'Y de Lima.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílín) ­Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílío) ­

liá sobre a Inesa e vou submeter a votos aseguinte

Redação Final

PROJETO DE LEIN.o 1. 875-A174

Suprime o art. 58 do Deoretn-Ieí n.o200, de 25 de fevereiro de 1967, alteradopelo Decreto-lei n,? 900, de 29 de setem­bro de 1969.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° Fica revogado o art. 58 do De­creto-lei n.? 200. de 25 de fevereiro de 1967,que "dispõe sobre a organização da Admi-

nístracão Federal, estabelece diretrizes pa­ra a Reforma Administrativa, e dá outrasprovidências", alterado pelo Decreto~lei n.o900 de 29 de setembro 'ie 1969, que 'alteradisposições do Decret?-lei n,v 200,. d~ 2? ~;fevereiro de 1967, e da outras provídéncías",

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as disposi­ções em contrário.

Comissão de Redacão, 10 de maio de 1974._ Cantidio Sampaio, Presidente; Raimun­do Parcnte, Relator; Ary de Lima.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) ­Os 81's. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTO

Senhor Presidente:

Transcorrendo nos dias 18 e 19 do correntemês os festejos comemorativos ao 20.J ani­versário da instalacão dos Cursos Médicos,na Univcrsidade Federal de Santa Maria.venho. por meio deste, requerer a designa­cão de uma oonnssão para representar es­ta Câmara no desenvolvimento dos atos so­lenes programados por aquela importanteUniversidade.

Sala das Sessões, em 13 de maio de 1974.- Helbert dos Santos.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Designo. para comporem a Comissão Exter­na, os Srs. Helbert "ios Gantos. NorbertoSchmidt, Mário Mondino e Aldo Fagundes.

O SR. PRESIDENTE (Flávio MarciJio) ­Dou conhecimento à Casa de oficio recebi­do do Senado Federal, vazado nos seguin­tes termos:

CN/I05Em 10 de maio de 1974.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Flávio MarcilioPresidente da Câmara dos Deputados,

Senhor Presidente:

Tenho a honra de comunicar a Vossa Ex­celência e, por seu alto intermédio, à .C~m::­ra dos Deputados quc esta Pre;SIdenClaconvoca sessão do Congresso Nacíonal, arealizar-se no próximo dia 13. segunda-fei­ra às 19:00 horas, destinada à discussão evotacão do Projeto de Decreto Legislativon.? 29. de 1974-CN, que aprova o texto doDecreto-lei n." 1.316, de 1974.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos de minha al­ta estima e mais distinta consideração.Paulo Torres, Presidente do Senado Fe­deral.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio)

Discussão única do Projeto de De­creto Legislativo n.? 145-A, de 1974, queaprova o texto da Recomendação n.?139. relativa "aos problemas de empre­go. decorrentes da evolução técnica abordo dos navios" e adotada pela LVSessão da Conferência Internacional doTrabalho; tendo pareceres: da Comis­são de Constítuíçâo e Justiça, pelaconstitucionalidade; e, da Comissão deTrabalha e Legislacão Social pelaaprovação. (Da Comissão de RelaçõesExteriores. - Mensagem n,? 72/74),

Relatores: Srs. Adhemar Ghisi, JoséBonifácio Neto e Maurício Toledo.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareilio) --,Não havendo oradores inscritos, declaroence..rada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) _

Vou submeter a votos o seguinte:

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVON.o 145·A, de 1974

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica aprovado o texto da Re­comendação ri.? 139, adotada pela LV Ses­são da Conferência Internacional do Tra­balho.

Art. 2.0 Este Decreto Legislativo entraem vigor na data de sua publicaçáo.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) _Os Srs. que o aprovam queiram ficar cornoestão. (Pausa.)

Aprovado.

VaI à Redação Final.

RECOl\'1ENDA('ÁO N.o 139

Rccomendacão Relativa aos Problemas doemprego decorrentes da evolução técnica a­bordo dos navios adotada pela Conferênciana sua qüinquagésima quinta sessão. Gene­bra, 29 de outubro de 1970.

RECOMENDACAO RELATIVA AOSPROBLEMÃS DO EMPREGO

DECORRENTES DA EVOLUÇAO TÉCNICAA BORDO DOS NAVIOS

A Crnferência Geral da Organização In­ternacíonaí do Trabalho, convocada emGenebra pelo Conselho Administrativo daRepartição Internacional do Trabalho e alireunida 2 14 de outubro de 1970, em suaquínqn-igésíma quinta sessão;

Considerando que em uma época em queos métodos operacionais dos navios mercan­tes. tar to no plano técnico quanto no de sua'organização, assim como os aspectos eco­nômicos de que se revestem, se modificamcada vez mais rapidamente, torna-se ne­cessãría a preocupação com problemas eloempreg- que podem decorrer dos mesmos,a fim de resguardar e melhorar a condiçãode maríümos, assim como assegurar à in­dústria maritima mão-de-obra suficiente eadequada e, de modo geral, permitir aosinteerssados que retirem o máximo de van­tagens provenientes go progresso técnico.

Considerando que. por ocasião da ela­boração e da implementação de planos na­cionais e regionais de mão-de-obra no âm­bito do Programa Nacional do Empregoda Organização Internacional do Trabalho,conviria que se concedesse uma atençãoadequada à evolução das necessidades demão-de-obra da indústria marítima;

Oonslderando que a Organização Inter­nacional do Trabalho pode cooperar doponto de vista técnico para a planificaçãoe '1. valorí sacâo da mão-de-obra da indústriamaritima e: em particular, para a introdu­ção e adaptacãn de programas de formaçãoque respondam às exigências dos naviosmercantes modernos:

Tendo em vista os termos das Convençõese Recomendacões internacionais do trabalhoexistentes, relevantes para os problemasdecorrentes é:a evolução técnica, em parti­cular os da Convencão relativa à Colabora­ção dos Marítimos.' de 1920, da Convençãorelativa às Pensões dos Maritimos, de 1946,da Convencão e da Recomendacão relativaà Cessação 'da Relação de Trabaiho de 1963,e da Convenção e da Recomendação sobrePolítica de Empresa, de 1964;

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Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 14 2803

Considerando que é importante que seadote um programa de ação expressamentedestinado a responder às necessidades daindústria marítima;

Havendo decidido adotar diversas pro­postas sobre problemas decorrentes da evo­Iucão técnica e da modernizacão a bordodos navios, questão que constitui o quartoponto da agenda da sesão;

'Havendo decidido que essas propostasdevem tomar a forma de uma recomen­dação, adota, aos vinte e nove dias do mêsde outubro de mil novecentos e setenta, aseguinte recomendação doravante denomi­nada Recomendação sobre o Emprego dosMarítimos (Evolução Técnica), de 1970.

L ESTABELECIMENTO DE PLANOSRELATIVOS A MAO-DE-OBRA

1. Todo Membro que possuir uma indús­tria marítima deveria assegurar o estabe­lectmento de planos nacionais de mão-de­obra para a referida indústria. no âmbitode sua política nacional do emprego.

.2. Para a..elaboração de palnos destegeriero, conviria que se levassem em con­sideração:

l a) as conclusões que se desprendem deestudos periódicos relativos ao volume damão-de-obra maritima. à natureza e ex­ten~ão do emprego, à repartição da popu­Iacão, ativa, em particular por grupo deidade e categoria profissional, assim comoas tendências prováveis da evolucão nesses.campos; .

b) estudos sobre as tendências da evolu­ção das novas técnicas na indústria marítí­ma, tanto no plano interno quanto no ex­terno particularmente em relacão às mu­danças de estrtutura que se traduzem por:

I) mudanças dos métodos operacionaisdos navios, tanto no plano técnicoquanto no que se refere à sua organi­zação;

11) modificacões nos escalonamentosdos efetivos e no conteúdo do traba.noa bordo dos diferentes tipos de navios;

c) à luz dos estudos citados acima, asprevisões sobre as prováveis necessidadesfuturas, para períodos sucessivos naquiloque se refere às diversas categorias e fun­ções dos marítimos.

3. Os planos de mão-de-obra deveriamser concebidos de modo a per-nítír aos ar­ma dores e aos marítimos, assim como a.coletividade no seu conjunto, que retiras­sem as maiores vantagens possíveis da evo­lucão técnica, e a evitar que os marítimosse encontrem numa situação crítica quan­do seu emprego for afetado por esta evo­lução.,4. O) Se os planos de mão-de-obra nãoforem formulados pelos representantes dasorganízaçôes de armadores e das organiza­ções dos marítímos, esses últimos deveriamse" consultados por ocasião da sua elabo­racão e ulterior ajustamento e essas or­ganizações deveriam ser chamadas a cola­borar e participar de sua aplicação prá­aica.

(2) Consultas regulares deveriam serestabelecidas entre os armadores e os ma­rítimos, assim como entre as suas diversasorganizações, relativamente aos problemasde emprego que decorrem da evolução téc­nica,

11. RECRUTAMENTO E COLOCAÇÃO5. O recrutamento dos marítimos na in­

dústria deveria levar em conta os planos demão-de-obra existentes e as previsões queencerram,

6. (1) A mobilidade de mão-de-obra ma­rítima deveria ser facilitada por um ser-

viço de emprego organizado de maneira efi­ciente.

(2) Quanto a colocação dos marítimos éentregue a escritórios especializados de co­locação e que esses últimos são igualmenteencarregados de encontrar empregos emterra, a colocação em tais empregos deveriaser faciltada mediante uma estreita cola­boração entre estes escritórios e o serviçogeral público de emprego.

7. (1) Levando em conta a diminuicãonatural dos efetivos, medidas eficientes de­veriam ser tomadas pelos responsáveis paraafastar ou reduzir tanto quanto possível osefeitos de qualquer redução do pessoal, pre­vendo, por exemplo, possibilidades de em­prego numa variedade de navios tão ex­tensa quanto as circunstâncias o permiti­rem e, eventualmente, a organização decursos de readaptacâo,

(2) A escolha dos marítimos que tenhamque ser atmgidos por uma medida de re­dução dos efetivos deveria ser operada deacordo com os critérios aprovados e embase adequada às condições particulares daindústria marítima.

8. Informações recentes relativas à na­tureza das mudanças técnicas a bordo dosnavios deveriam ser acessíveis aos maríti­mos e aos candidatos à profissão.

nr. FORl'vIACÃO PROFISSIONAL ERECICLAGEM

9. Quando o progresso técnico exigir queestudos sejam feitos relativamente à n eces­sidade de dar uma formacão aos marisímose ajudá-los a se adptarení à evolução. con­viria que se levassem em conta as dísucst­cões de recomendação sobre a formaçãoprofissional dos marítimos de 1970.

10. Quando a evolucào técnica acarretamudanças de funções 'e competências quepossam afetar os marítimos, e formação bá­sica dos interessados I inclusive o pessoaldiplomado) deveriam ser revista a fim delevar em conta essas mudancas e fazercom que os marítimos recebam uma for­mação adequada às formações que virão aexercer.

11. Quando a natureza das mudancastécnicas o exigir, conviria que se conside­rassem as possibilidade.s de readaptação pa­ra os maritnnos, a fim de que os mesmospudessem aproveitar plenamente <1.S vanta­gens que resultam dessas mudanças.

12. Deveriam realizar-se consultas comas orgariízacôes de armadores e as organi­zações de marítimos, e entre estas últimas,quando a introdução de novas técnicas vi­ria por sua natureza a influir sobre os efe­tivos ou as exigências em matéria de di­ploma, ou a trazer modificações sígnínca­tivas às atribuições das diversas categoriasde marítímos.

13. As mudanças nas atribiuções das di­versas eategorías de maritimos deveriamser explicadas claramente e com bastanteantecedência aos interessados.

IV. REGULARIDADE DO EMPREGOE DA RENDA

14. (1) Disposições deveriam ser conside­radas para assegurar aos marítimos em­prego e renda regulares e para permitír aconservação de mão-de-obra adequada.

(2) Essas disposições poderiam compor­tar, por exemplo, contratos de trabalhojunto a uma companhia ou na indústriados transportes marítímos para os maríti­mos que tenham qualificação adequada.

15. Medidas deveriam ser consideradascom o fim de assegurar aos marítimos, noâmbito do sistema nacional de previdênciasocial ou de outro modo, alguma forma de

benefício durante os períodos de desem­prego.

16. (1) Esforços deveriam ser feitos paraatender às necessidades dos marítimos, es­pecialmente naquilo qüue se refere aos ma­rinheiros idosos, que têm dificuldades es­peciais para se adaptarem à evolução téc­nica.

(21 Entre as medidas que possam ser to­madas, dever-se-ia considerar:

a) a readaptação dos interessados pro­vida por órgãos governamentais ou por ou­tros sistemas existentes, para que lhes se] a­possível encontrar emprego em outras in­dústrias;

b) medidas com a finalidade de assegu­rar vantagens adequadas, no âmbito dos sis­temas, àqueles que devem deixar a indús­tria marítima antes da idade limite habi­tual.

V. COOPERAÇÃO INTERNACONAL

17. Com a finalidade de evitar que aque­les marítimos que são empregados em na­vios estrangeiros e que correm o risco deserem afetados pelas mudanças técnicas a­bordo destes mesmos navios se encontremnuma situação crítica. os governos. as 01'­ganízacões de armadores e as organizaçõesde marítimos interessados deveriam. emtempo útil, levar a efeito consultas e coope­rar com o obej tívo de:

a) adaptar progressivamente lS efetivoselr apreço à evolução das necessidades dotrabalho marítimo dos países estrangeIrosnos navios dos quais são empregados;

b) reduzir os efeitos de uma eventual si­tuacâo excedentária aplicando de comumacordo as disposições adequadas da presen­te recomendação.

O texto que precede é o texto autênticoda Recomendação devidamente adotadapela Conferência Geral da Organizacão In­ternacional do Trabalho em sua qüinquagé­sima quinta sessão. realizada em Genebrae declarada encerrada a 30 de outubro de1970.

EM FÉ DQ QUE. firmaram a presente,ao.' trinta dias do mês de outubro de 1970:

O Diretor-Geral ela Repartição Interna­cional do Trabalho - Wilfl'ed Jenks.

O Presidente da Conferência. NagendraSingh.

O SR. PRESIDENTE (Flávio l\Ial'cílio) -Discussão única do Projeto nO 633­

A, de 1972. que restabelece a vigênciade dispositivos do Código Nacional deTrânsito. revogados pelo Decreto-lei n.o584. de 16 de maio de 1969. que "modi­fica e revoga dispositivos do Código Na­cional de Trânsito", e dá outras provi­dências: tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitu­cionalidade e juridicidade; e, da Co­missão de Transportes, Comunicaçõese Obras Públicas, pela aprovacâo comSubstitutivo. (Do Sr. S:queira Campos.)Relatores: Srs. Norberto Schmidt e Sil­vio Lopes.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTO

Senhor Presidente;Na forma regimental. requeiro o adia­

mento, por 3 sessões, da discussão do Pro­jeto de Lei n.? 633/72.

Sala das Sessões, 9 de maio de 1974. ­Garcia Neto.

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2804 Terça-feira 14 DURIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1)' Maio de 1974

O SR. PRESIDENTE (Flávio MareHio) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.

Em conseqüência, o projeto sai da Or­dem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) -

Segunda discussão do Projeto n.o 430­C, de 1971, que dispõe sobre o cancela­mento de protestos nos títulos de cré­dito, e dá outras providências.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio) ­Não havendo oradores inscritos, declaroencerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio)Vou submeter a votos o seguinte:

PROJETON.o 430-C, de 197]

O Congresso Nacional decrcta:Art. 1.0 O protesto de titulas de qualquer

natureza será cancelado mediante a aver­bação do respectivo pagamento.

Art. 2.° O devedor formulará ° pedido aoJuiz de Direito a que está subordinado ocartório, juntando o comprovante do paga­mento.

Parágrafo único. O Juiz, depois de veri­ficar a autenticidade do comprovante alu­dido, determinará a averbação do paga­mento e cancelamento do protesto, enca­minhando ao cartório o requerimento e osdocumentos que instruíram o pedido ondeserão arquivados.

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

O SR. PRESJDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar cornoestão. (Pausa.)

Aprovado.Vai à Redação Final.

O 8R. PRESIDENTE (Flávio Marcitíe) -

Discussão prévia do Projeto n.> SOl-A.de 1972, que dispõe sobre o pagamentode indenízacão a tihado do InstitutoNacional de >PrevidênCla Social. nos ca­sos de acidente automobí lístico ; parecerda Comissão de Constituição e Justica,pela inconstitucionalidade. (Do Sr.Alfeu GasparinU Relator: Sr. AltairChagas.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareiüo) ­Tem a palavra o Sr. A1feu Gaspariru, paradiscutir o projeto.

O SR. ALFE1J GASPARINI - (Sem revi­são do orador.) 81'. Presidente, 8rs. Depu­tados, apresentamos o Projeto-Lei n.? 801.de 1972, que dispõe sobre o pagamento deIndenízacâo a filiados do Instituto Nacionalde Previdência Social, nos casos de aciden­tes automobilísticos. A Comissão de Consti­tuição e Justiça opinou pela inconstitucio­nalidade da proposícão. No entanto. seutexto nada tem de ínconstrtucíonal. O Re­lator, Deputado Altair Chagas, invoca ofato de que implicaria despesas. Mas, mui­to pelo contrário. o presente projeto evita­ria despesas por parte daquele institutitoprevidenciário.

Ainda ontem recebi em Brasília uma de­legação do INPS, da cidade de RibeirãoPreto, composta de cerca de quarenta fun­cionários. E foram todos unânimes em rati­ficar a idéia contida na proposiçào. Na rea­lidade, o Seguro Obrigatório, que realmentecobriria as despesas necessárias ao trata­mento c indenizações aos acidentados, dei-

xa de ser pago, muitas vezes, por ignorân­cia do próximo acidentado.

E ao INPS cabe, então, proceder ao tra­tamento do acidentado que lhe é filiado eindenizá-lo sob a forma de seguro-doença,enquanto durar sua incapacidade, ou se elafor permanente.

Sr. Presidente, sabemos que imensa somade recursos foge dos cofres do InstitutoNacional de Previdência Social para enri­quecer as companhias de seguro, que jamaispagaram ao INPS ou o reembolsaram, nemtampouco aos acidentados filiados àqueleInstituto. Ontem, levei ao Sr. Ministro doTrabalho, Deputado Arnaldo Prieto, os re­presentantes do INPS de Ribeirão Preto pa­ra dialogar com S. Ex. a . E aqueles altosfuncionários, inclusive o seu agente regio­nal, que absorve a responsabilidade do tra­tamento de cerca de cinco milhões de ha­bitantes, mostravam ao Sr. Ministro a im­periosidade dessa afirmativa. S. Ex. a nosesclareceu que o Ministério do Trabalho jáestava ciente do problema e determinariaum grupo de estudos para encontrar a me­lhor solução para evasão de recursos doscofres do Instituto Prevídeneiáríc.

Assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados,dírrjo, neste instante, desta tribuna, apeloà Liderança do meu Partido, no sentido deque seja protelada a votação do presenteprojeto, transformando-o em subsídio obri­gatório para a Comissão Especial instituídapelo Ministério do Trabalho e PrevidênciaSocial, de forma a devolver aos cofres doInstituto Previdenciário urna soma incal­culável de recursos, que poderão retornarpara socorrer as dcrtcíóncias rínanceíras doINPS em nossa Pátria.

Era o que tinha a dizer.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­

Tem a palavra o Sr. Célio Marques }<"tornan­des para discutir o projeto.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES _(Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o ilustre Deputac.o A: "'lU Gas­parini, autor do Projeto n.? ROl-A, de 1972.ora em discussão, dispõe sobre pagamentode ínr.emzação a filiados do iNP" em casosde acidentes automobilísticos e dIZ que "ofiliado do Iriatrtuto Nacional da Previdên­cia Social vitimado por acider.ce automobi­lístico somente poderá receber as indemza­ções do órgão previdenciário mediante aapresentação de documento que comprovenão estar coberto pelo Seguro Obrigatóriode Responsabilidade Civil dos veículos".

Sr. Presidente, a idéia é das melhorespossível. Diz muito bem o autor do projetoque caberia à nossa Lideranca, no momen­to em que se está estruturando um novoMlnístérío, aproveitar a sugestão. Entretan­to, a Comissão de Constituicão e Justica dizque a proposição é inconstttucíonal. tendoem vista o pará grafo único do item XX doa ". 165 da Constituição, que preceitua oseguinte:

"Nenhuma prestação de serviço de as­sistência ou de benefício compreendidosna previdência social será criada, ma­jorada ou estendida, sem a correspon­dente fonte de custeio total."

Sr. Presidente, sempre tenho sido defen­sor dos pareceres da ilustre Comissão deC:nstituição e Justiça, que os emite consi­derando a constitucionalidaCe, a jurldící­dade e a técnica legislativa. Fiquei surpreen­dido, porém, ao verírícar. pela leitura de umjornal, que, pelo mérito, o projeto de minhaautoria não foi aprovado na Comissão deConstituicão e Justíca. Li uma série de con­siderações de ilustres colega. que, daqui des­ta tribuna, multas vezes tenho defendido,ao pronunciar-me sobre pareceres que di-

zes respeito a projetos de sua autoria tidoscomo inconstitucionais.

Tenho por princípio ser companheiro, de­fender os colegas e, acima de tudo, procurardiscutir os problemas.

Vim para esta Casa representando acen­tuada parcela do povo gaúcho e tenho pro­curado corresponder, discutindo os proje­tos, não ficando de braços cruzados, m~trabalhando como os demais Deputados. Éverdade que isto não é fácil: sou obrigadoa chegar a esta Casa quase sempre às 7110ms da manhã, para fazer minha ins­crição para falar no Pequeno Expediente.E como é bom estarmos aqui com outroscole-tas, ao amanhecer, conversando sobreproblemas que dizem respeito aos interes­ses da coletividade.

Tenho defendido permanentemente a Co''':missão de Justiça, cujos membros, muitasvezes, não estão presentes, e seus parece- 'res, são criticados até com certo fundamen­to. Sempre defendo aquelas que concluempela inconstitucionalidade, quando o pro­jeto é mesmo inconstitucional. Mas não'aceito que a Comissão de Justiça reprove'um projeto apenas pelo seu mérito. Assim,esse órgão exorbita de suas funcões. Com­pete a essa Comissão pronunciar-se sobre aconstitucionalidade, [uridícidade e técnicalegíslatlva. Julgar o mérrto é atribuicão deoutras Comissões. >

Desta maneira, Sr. Presidente, aguardoexplicações do ilustre Relator daquela ma­téria. que emitiu conceito que, creio. não?-eve exprimir. mas que está publicado noJornal. Depois usarei a tribuna para dizero porque da minha reprovação agora.

Propus a criação do Dia da Mulher, emvirtude de solicrtaçào do Congresso Femí-,~mo, reahzado em Porto Alegre. Se alguéme co••tra as mulheres, não vejo razão paraaproveita:-se de um parecer sobre deter­minado projeto de lei para atacar violen­tamente seu autor, criticando a propos­ta de crIação do Dia da Mulr.er. Tudo tssoo jornal conta em detalhes. Já encaminheio respectívo recorte e cópia do parecer àFederaçao das Mulheres. órgão que existeno Rio de Janeiro e em meu Estado, paraque se veja como é dificíl um Deputadocumprir seu dever.

Propus a criação do Dia da Mulher. Re­pi to, por solicitação do Congresso Femll1i­no, que muito nos orgulhou, e, porque amulher procurar trabalhar ao lado do ho­111em.

sr. Presidente, voltarei ao assunto, opor­tunamente. Mas, já que o projeto é incons­titucional e não poderá ser aprovado. su­giro qu, a ilustre Lideranca da AREl\lAleve a belíssima idéia do Deputado AlfeuGasparini, a quem de direito. para que seja­aproveitada, no momento em que se estácriando o Ministério da Previdência So­cial em nossa Pátria.

Era o que tinha a dizer.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcilio) _

Tem a palavra o Sr. Prisco Viana, paradiscutir o projeto.

O SR. PRISCO VIANA - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, o Deputado CélioMarques Fernandes, que acaba de discutira matéria, ofereceu-nos a justificativa deinconstitucionalidade atribuída a esse pro­jeto, De fato. o parágrafo único do item XXdo do art. 165 da Constituição preceituaque "nenhuma prestação de serviço de'assistência ou de benefício compreendidosna previdência social será criada, majoradaou estendida, sem a correspondente fontede custeio total". .

O nobre Deputado Alfeu Gasparini. é real_mente, tem boas intenções com seu pro-

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Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 14 2805

jeto. Louvemos, 'portanto, S. Ex.a pela ini­ciativa da proposição.

Entretanto, a Comissão de Constituição eJustiça não tem outro meio de examinar oprojeto senão à luz fria do texto constitu­cional. Comparada a intenção com o textoconstitucional, verificou-se a flagrante in­constitucionalidade. Porém, o nobre Depu­tado já manteve contatos com o Sr. Minis­tro do Trabalho. A idéia de S. Ex.", nosentido.de que esta proposição sírva de su­gestão ao Ministério do Trabalho, creio quedeve ser acolhida. A discussão do projetooferece, por outro lado, oportunidade paraque se afirme aqui que a Liderança daMaioria nesta Casa não tem qualquer pre­venção contra os projetos de iniciativa par­lamentar. Ao contrário disso, há uma deter­minação da Liderança para que se estimule,por todos os meios, a atividade legislativa,a fim de criarem-se condições para que pro­jetos sejam apresentados, discutídos nasComissões e aprovados neste plenário. Isso,contudo, jamais poderá levar a Liderança aaprovar projetos que não se justifiquempelos seus objetivos, nem tampouco a apro­var proí etos que cheguem a plenário comvícios de inconstitucionalidade ou injuridi­cidade.

A discriminação que se fizer entre pro­jetos de iniciativa parlamentar será a daqualidade. Todo bom projeto que encerremedida de interesse público será sempreacolhido pela Maioria, sejam quem for oseu ator. Portanto, na iniciativa de proporleis, que se deseja cada vez mais estimu­lada entre os Deputados, é preciso levar emconta a qualidade e o alcance aconómíco,social e político dos projetos. Um projetonão deverá ser aprovado apenas porque é dainiciativa parlamentar, como tambem nãodeve ser rejeitado somente porque teve ori­gem na Câmara.

A prova dessa determinação, de que nãohá, realmente, nenhuma prevenção e deque não se distinguem, aqui, projetos deiniciativa do Executivo de projetos de auto­ria de parlamentares é que, ainda hoje, hápoucos minutos, acabamos de aprovar umaproposição da lavra do nobre DeputadoAgostinho Rodrigues.

Por outro lado, Sr. Presidente, solicitamosa V. Ex." o adiamento da discussão deoutro projeto, de autoria do nobre DeputadoSiqueira Campos para que juntado ao doDeputado Sinval Boaventura, uma vez queambos tratam do mesmo assunto, aindanesta semana possa a matéria ser discutidae. acredito, aprovada, eis que merece a con­sideração e a aprovação deste plenário.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Não havendo mais oradores inscritos. de­claro encerrada a discussão.

Vai-se passar à votação da matéria.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)

Em votação o parecer da Comissão de Cons­tituição e Justiça, pela inconstitucionali­dade do projeto.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­Os Senhores que o aprovam queiram ficarcomo se encontram. (Pausa.)

Aprovado.

Vai ao Arquivo.O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio) ­

A proposição a que se refere o parecer é aseguinte:

PROJETON.o SOl-A, de 1972

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O filiado do Instituto Nacional

de Previdência Social vitimado por aciden-

te automobilístico, somente poderá receberas indenizações do órgão previdenciário,mediante a apresentação de documento quecomprove não estar coberto pelo SeguroObrigatório de Responsabilidade Civil dosVeículos ,

Parágrafo único. Nos casos de morte ouinvalidez permanente que o torne incapaz,seus representantes Iegais ficam na obriga­ção de apresentação do documento referidono artigo anterior.

Art. 2.° Se a Companhia Seguradora nãoefetuar o pagamento de suas responsabili­dades dentro do prazo fixado na lei, o Ins­tituto Nacional de Previdência Social co­brirá as indenizações de seu filiado, mo­vendo posteriormente a competente ação deregresso.

Art. 3° Quando a vitima, filiado dolNPS for trabalhador com vencimentosiguais ao salárío-mínímo regional, sem de­pendente em função remunerada, fará jusao recebimento de indenizações da Compa­nhia Seguradora e de parte do INPS.

Art. 4.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

O SR. PRESIDENTE (Flávio Marcílio)Nos termos de inCISO lI, do artigo 10, doRegimento Interno, concedo a palavra aoSr Garcia Neto. na qualidade de Líder daAliança Renovadora Nacional.

O SR. GARCIA NETO - (Como Líder.Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, eu deveria fazer estediscurso na semana passada. Infelizmente,não houve número, na sexta-feira, e a ses­são foi encerrada ao início da Ordem doDia.

Sr. Presidente, comunicar é conviver, éexpandir-se, é trocar informações e conhe­cimentos, sem os quais a vida humana nãopassaria de uma triste seqüência de com­partimentos estanques, onde os aspectospuramente animais teriam inevitável pro­cedência sobre c espírito, onde o indivíduoseria a negação da coletividade.

Por isso foi que:' o homem, desde os pri­mórdios de sua presença na Terra. semprebuscou aprimorar e aperfeiçoar os meios decomunicação. visando a atingir aqueles es­tágios onde o fato e a idéia possam, deimediato, ser colocados diante de todos.

Este último quartel de século que temosvivido assinala ) domínio total. sobretudono campo das comunicações de massa. ondea televisão é o veiculo mais pronto e maiseficaz, de tal modo que ja. se pode superaro conceito de Mc Luhan "o mundo é umaaldeia global" -.8 dizer-se que o Universoé que se transformou em aldeia comum.

Ontem, um tanto atônitos, assistíamos,como se particípassemos do acontecimento,à descida dos primeiros homens na Lua.De certo modo, cada um de nós marchavaao lado daqueles pioneiros, caminhando comeles por sobre o território lunar, e, com eles.colhendo amostras preciosas que seriam es­tudadas pelos cientistas terrestres.

Hoje estamos nos comunicando. muitopróximos, com Marte, onde, talvez, pouse­mos muito em breve.

Amanhã - que nos reservará o amanhã,no campo das comunicações?!

O fato, a notícia, a informação, o comen­tário - e muito da educação, do ensino eda cultura - tudo nos chega pela via fe­cunda e dinâmica das telecomunicações,onde o som e a imagem de tudo nos dãonotícia.

O Brasil. que em todos os setores j á devemuito a obra dos últimos Governos deve-

lhes também todo o progresso fabuloso que,nesse setor, hoje domma amplamente oPais. Associando-se aos convênios interna­cionais para a utilizaçãe dos satélites, oGoverno brasileiro somou novos e infinitosrecursos ao nosso parque comunicador, en­se] ando aos brasileíros as oportunidades departicipação comum no direito à informa­ção veraz e ímeuíata,

Mas, sendo muito, seria também muitopouco que nos atívéssemos ao uso dos sa­télites espaciais apenas como usurruáríosestáticos. Vale dizer, aper.as um grupo depopulações privhegíadas poderia participardas conquistas tecnológicas.

Por isso f01 que, com lúcido critério e comdescortino sadio de administrador fecundo,o Governo partiu para uma agressiva polí­tica de implantação de sistemas transmis­sores e repetidores em larga escala. de talsorte que se possa, coorír todo o imenso ter­ritório nacional, mormente considerando asdistâncias quase continentais que separamenormes porções do solo pátrio e a existên­cia de largas regíões onde as populaçõessão muito rarefeitas.

Agora mesmo estão sendo montadas emCuiabá e Manaus estações rastreadoras "esatélite, a fim de possibilitar às regiões ieMato Grosso e de, Amazonas o recebimentoao vivo da imagem televisionada.

Com acuidade e com zele, vem o Mínlsté­rio das Comunicações revendo e reexamí­nando concessõe., navíd-is mas praticamenteabandonadas. rerormuiandc os critérios dis­tributivos e reavaIíando legítimas capaci­dades ompresaríaíe, de tal forma que a ma­lha comunicadora se torne mais densa emais sólida, mais útil e mais próspera a fimde que o servíco a ser prestado 'à co­munidade brasileira alcance maiores e me­lhores índices, técnicos, culturais e artís­ticos.. Ai. estão,. in~lusive, e em seus períodos

finais de fíxacão e de producão os traba­lhos básicos para a implantação de todoum enorme serviço de interesse púr lico,para o presente e para o futuro, e que seconsubstancía na televisão educativa.

Os que temos o hábito, mesmo o gostoou o VIClO, de acompanhar a vida naeionate internacional servindo-nos dos modernosmeios de comunicacão de nassa, de que orádio e a televisão são pars magna, somostestemunhas cotidianas do constante pro­gresso e da evolução diuturna que são pos­tos ao nosso alcance. eis 1ue os Governosda Revolução, sem solução de continmdade,tudo têm empreendido para a melhor.a eo aperfeiçoamento de todo o parque co­municador brasileiro.

Quero, e devo, inclusive, destacar o fa­buloso desenvolvimento havido, nos últimosanos, no complexo das comunícacões in­dividuais - sobretudo pela via teletônt­ca - eis que, nesse setor, seja pelo aumentosem precedentes no número de aparelhospostos à discrição do público e dos empre­sários, seja pelos melhoramentos introdu­zidos, entre os quais se destaca o sistemaDDD, as reformas e o progresso são real­mente substanciais.

De outro lado - e ninguém de certa ex­periência pode minimizar sua' importân­cia - o crescimento da rede de "telex", noPaís, é um desses fatos auspiciosos quecumpre destacar. A velocidade e a purezacom que o "telex", por exemplo, permiteaos veículos de informação, de todos osgêneros, receber aquele material que há deser usado em seus noticiosos, asseguram aopovo a boa comunicação no tempo indis­pensável e útil.

Estamos, Sr. Presidente e Srs. Deputados,às vésperas de um novo campeonato mun-

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2806 ~erça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

dial de futebol. E, se destaco este aspectoé !leia paixão popãlar que, entre nós, sin­gulariza este esporte.

Lembramo-nos, todos, das emoções na­cionais quando da efetivação, no México,do último torneio, quando o Brasil umavez ainda se sagrou campeão e se apossou,em caráter definitivo, da Taça mundial­mente cobicada. E foi a imagem da televi­são que transplantou para os nossos laresas fortes emoções dos estádios.

De lá para cá - e não são passados,ainda, sequer quatro anos - quanto pro­gresso, quanto desenvolvimento!

Seguindo a política ditada pelo Governo,o Ministério das Comunicações dirigiu etez implantar, aceleradamente, o processode transmissões a cores. O que isto tem re­-presentado de satísracâo para ° público, devalor para a comunicação, de incentivo àtécnica e à indústria nacional, é ímensu­:rável.

Todos temos, pelos exemplos já colhidos,pelo mundo de experiência já acumulado,pelo aprimoramento cotidiano da técnica,o direito de antever tudo quanto o parquetelevisor do Brasil poderá efetivar, em pra­zo muito breve, pela televisão didática epela televisão educativa.

Ouço o nobre Deputado Prisco Viana.

O Sr. Prisco Viana - Sr. DeputadoGarcia Neto, ainda na semana passada, ti­vemos oportunidade de ouvir, aqui na Câ­mara, a exposição do Sr. Ministro das Co­municações. S. Ex.a disse que era impor­tante falar menos do passado, isto é, doque já foi feito, do que do muito que ainda.resta e que está sendo feito, ou que estáprojetado para se fazer. Faz muito bemV. Ex.a em estabelecer, de certo modo, umpequeno contraste entre o estágio em quenos encontrávamos, há quatro anos, e oponto em que nos achamos hoje, no setordas comunicações. Em verdade, nosso País,no desenvolvimento que tem experimenta­do e que é dectectado em vários setores daatividade nacional, deu, realmente, umgrande salto no setor das comunicações.<Como disse V. Ex.''', há quatro anos eraimpossível acreditar se pudesse assistir àtelevisão interligada praticamente em to­dos os Estados da Federação. Há, ainda, oTelex, chegando a todas as Capitais e àsmais importantes cidades brasileiras, rací­litr.ndo, com isso, os negócios, abreviandoos contatos, encurtando o tempo num Paísque realmente tem pressa em se desenvol­ver. Continuarei ouvindo seu discurso, naesj.erança de ainda voltar a incluir comen­tários oportunos à linha do pensamento deV. Ex.a Mas, de antemão, felicito o nobrecolega, por trazer informações preciosassobre um setor que está intimamente li­gado ao esforço e ao processo econômicodo nosso País.

O SR. GARCIA NETO - Ilustre Depu-- tado Príseo Viana, agradeço o aparte de

V. Ex. a , que veio dar mais realce ao pro­m-rotamento que estou fazendo. V. Ex.a e'eu assistimos, na semana pasaads , à ex­posição do eminente Ministro das Comuní­c-xções, que antes de ser Ministro foi Su­perintendente da TELEBRÁS e que, por­tanto, conhecedor dos problemas daqueleMinistério, pôde fazer uma palestra pre­cisa não só sobre os trabalhos já feitos,come também sobre o que está sendo pro­jetado para o futuro.

Continuo, Sr. Presidente.

Todo esse grande progresso foi iniciadohá apenas 8 anos, quando foi criado o Mi­nistério das Comunicações, pela visão de'estadista do Presidente Castello Branco.

Quero, nesta oportunidade, e fazendoi:r..teira justiça, homenagear aquele que foio primeiro Titular do novo Ministério - oeminente Engenheiro Carlos Simas, que or­ganizou a Pasta e traçou seus grandes pla­nos básicos, durante o fecundo Governo doPresidente Costa e Silva.

Desejo, igualmente, incluir nesta home­nagem um ilustre técnico que consolidouaquela Secretaria de Estado, o CeI. HyginoCorsetti, destacado auxiliar da eficienteadministração do Presidente Médici e aquem se deve, entre outras ímportantíssi­ruas melhorias, a implantação da TV co­lorida, no País.

Não posso, nem devo ou quero, silenciarsobre as esperanças que todos depositamosno atual Ministro das Comunicações, Co­mandante Euclides Quandt de Oliveira, quetanto se distinguiu na Superintendêncíada TELEBRÁS, e cujas primeiras medidas,j! postas em prática, asseguram o crescen­te progresso e o constante desenvolvimentodas comunicações no Brasil.

são do Ministro Quandt de Oliveira as se­guíntes palavras, proferidas na solenidadede comcmoracão do "Dia das Comunica-ções": o

"Com a nova mentalidade implantadano País, e a firme intenção dos Gover­nos Revolucionários de resolver os pro­blemas nacionais - o setor das comu­nicações recebeu a necessária atenção.Em continuidade administrativa e demetas permitiu a implementação deplanos, a princípio restrít 3, mas, pro­gressivamente mais completos, que pro­porcionaram a montagem de uma es­trutura legal e a configuração e execuçãode um sistema básico de telecomuni­cações, de modo que o desenvolvimen­to alcancado nos últimos dez anos su­perou em números, tudo o que ji'. haviasido feito no País em toda sua história.Contudo, o acentuado progresso nãoconseguiu compensar as várias déca­das de atraso e sabemos que ainda hámuito o. que fazer no setor das comu­nicações, para que ele chegue a um es­tágio aceitável em relação ao progres­so global do País. Para isso, o SegundoPlano Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social, para o período1975-1979, em fase adiar ada de elabo­ração, visará prover o setor com meiose programas que permitirão a médioprazo, o desenvolvimento desejado.

Na área das comunicações públicas, aTelecomunicações Brasileiras S/A ­TELEBRÁS, conta hoje com subsidiá­rias e associadas em todas as unidadesda Federação, que vêm executando umplano integrado de expansão e operan­do servícos de telecomunícacões emâmbito internacional, interurbano elocal. O Plano em andamento permi­tirá excepcional progresso e tem comometa, para o início da próxima década,uma rede urbana totalizando 10 mi­lhões de telefones no País. Hoje, con­tamos apenas com quase 2 e meio mi­lhões de aparelhos instalados e maisde 100 cidades estão servidas pelo DDD- discagem direta à distância. Deve­mos crescer quatro vezes. As aplica­eões financeiras da TELEBRÁS, noexercício de 1973 atingiram quase 2 bi­lhões e 500 milhões de cruzeíros e nocorrente ano, o grupo lidorado poraquela Empresa investirá um total de8 bilhões e 500 milhões de cruzeiros.

No setor postal, a transformação doantigo DCT em Empresa, concomitan­temente com a íntroducão de menta­lidade de horizontes mais largos, per-

mítíu a adoção de novos procedimentosoperacionais, resultando numa consi­derável melhoria dos serviços. Com a.próxima erlaçâo de uma Empresa para.controlar e executar os serviços tele­gráficos, a serem desmembrados da.ECT e da EMBRATEL, os esforços se­rão concentrados nos correios, quecontinuarão a ser aperfeiçoados, demodo 'a atingir a erícíêncía desejada.Acha-se em execução um processo detreinamento intensivo, que já 'atingiucerca de 75% do total de servidores da.Empresa. Pretende-se, igualmente, am­pliar e modernizar as agências postais,postos e balcões do correio em todo oPais, hoje em número de 6.150, bemcomo a implantação de novos centrosde triagem de correspondêr.cia com

- processamento mecanizado.

O plano de expansão dos serviços detelex que ampliará de 4.200 para16.900 o número de terminais espalha­dos por todo o País está em plena exe­cução."

Cito estas palavras do Sr. Ministro dasComunicações para que todos possamossentir quanto ainda falta por fazer. Mas,de fato, muito já foi feito. Basta dizer que,conforme as palavras do Deputado PriscoViana, somente há 4 anos não tínhamosligação direta nem com as capitais dos Es­tados, os serviços de telex não eram per­feitos nem havia televisão a cores. Tudoisso foi feito em pouco tempo.

O Sr. ;roeI Ferr'eâra - Nobre DeputadoGarcia Netto, realmente temos de reconhe­cer que um dos Ministérios que mais seprojetou, no Governo passado, foi o dasComunicacões. Os outros também se com­portaram 'muito bem, mas o das Comuni­cações foi o que mais progrediu, e o atualMinistro foi muito honesto quando afir­mou que, apesar de tudo isso, há muitacoisa ainda a fazer. E realmente há, no­tadamente em certos setores como o datelefonia. Em certos Estados do Brasil. co­mo no meu e o no da Guanabara, pensa­mos mais de uma vez antes de discar umnúmero no telefone, tal a dificuldade parase conseguir uma ligação. Acredito, porémque, com o entusiasmo e a boa vontade doGoverno e do Ministro das Comunicações,tudo isso será corrigido. De qualquer sorte,não posso desconhecer o grande avanço noplano das comunicações que promoveu oMinistério ao longo dos anos de sua atua­ção. E, por igual, espero que o atual Mi­nistro realmente continue a desenvolver osetor das comunicações, corrigindo ao mes­mo tempo, as deficiências ainda existentes.

O SR. GARCIA NETTO - Agradeço, ilus­tre Deputado Joel Ferreira, o aparte de V.Ex.a. Como tenho dito várias vezes, V. Ex."é um oposicionista na verdadeira acepçãodo termo. V. Ex.a é daqueles Deputados quesempre trazem para esta tribuna proble­mas do maior interesse para a Nação. Co­mo verdadeiro oposicionista, não deixa V.Ex.a de reconhecer os êxitos do Governoe criticar as possíveis falhas.

Continuo. Sr. Presidente e Srs. Deputados,ao falar em comunícacões temos o deverde justiça e, mais do que isso, a obrigaçãopatriótica de falar do Marechal CândidoMariano da Silva Rondon,

Quis o Governo, prestar uma justa home­nagem àquele que foi o propulsionador dasccmunícacões nos territórios mais ínvios daPátria, onde construiu cerca de 5.000 kmde linhas telegráficas, no Oeste e na Ama-

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zonia, que o dia das comunicações fosse,comemorado na data do seu natalício.

Disse Capistrano de Abreu:"A história não é somente uma questãode fato; ela exige imaginação que pe­netre o motivo da ação, que sinta aemoção já sentida, que viva o orgulhoou a humilhação já provados."

Não é só a ação em si que interessa, maso espírito da ação é o que mais importa.

Os caminhos trilhados por Rondon eramdele, ele os achou. ('Je os escolheu impul­sionado pela força motriz da sua persona­lidade: - o dever.

"Amor por princípio e a ordem por base,era seu lema."

Captar o pensamento, o sentimento aemoção de outrem. é tarefa difícil, quaseImpcssivel , Quero, porém, relatar algunsdos fatos que me fizeram perceber, conhe­cer, entender e admirar o Rondon psicosso­mático. aquele que deixou, pelo convívio dealguns anos, um grande marco em minhavida.

Trouxe do interior do Brasil a sua contri­buição ao setor antropológico, etnográfico,geológico, botânico e zoológico, para a luzdo conhecimento.

No seu apostolado de paz não se restrin­giu àqueles a quem denominava de "os maisIegíttmos brasileiros" - os índios.

Não ficou só nas terras brasileiras. ex­travasou, espraiou para além de nossasfronteiras.

O mediador na questão de Letícia fezsua voz ouvida pelos países irmãos Peru­Colômbia, até então em "ítigío.

Nos caminhos por ele trilhado, deixavaaberto sendas para novos horizontes. Aque­les que viviam encurralados, conscientes dosestreitos limites da sua solidão, sentiramQue as artérias de cobre implantadas porRondon. levavam sangue novo para o co­ração do Brasil.

Povoados, vilas e cidades levantaram-sepsicológica e socialmente num comporta­mento novo despertados pelos acordes dacomunicação.

Tive a honra de conhecer pessoalmeiteo Marechal Rondon e privar do seu con­vívio e da sua amizade nos idos de 1947até o seu falecimento em 1958.

Quando exercia as funções de Diretor deObras do Estado de Mato Grosso, Rondonprocurou-me, desejando confiar-me a cons­trução de um prédio escolar na localidadede Mimoso, no meu Estado. no mesmo sitioonde outrora se erguera a choupana quelhe viu nascer e onde moravam seus pais.

Essa construcão foí toda financiada comrecursos do próprio Marechal Rondon, quedesejava com ela fornecer os meios mate­riais para a instrução de centenas de crian­ças que, como ele, no passado, não tinI;tamcondicões de se alfabetlzarem na Iocalida­de em que nasceram.

Foi desse trato íntimo, viajando comRondon, por via fluvial várias vezes du­rante o período das enchentes do Rio Cuia­bá, que extravasa no pantanal de MImoso,atravessando a baía de Chacororé, em pe­queno barco, ou residindo na mesma casadurante vários dias em diversas ocasiões,que pude notar o sentido patríótico e agrande altitude cívica, do maior bandei­ranto do século XX.

Certa ocasião perguntei a Rondon, quepor tantas emoções passara, qual o fatoque mais o empolgou nos 50 anos em que

serviu à Pátria na missão de ligar terrasdesconhecidas à cívílízàção,

Relatou-me qne a maior emoção da suavida foi quando, na construção da linhatelegráfica de Cuiabá a Porto Velho, de­pois de longos meses sem nenhum contatocom a civilização, submetendo-se, ele e osseus soldados, a grandes sacrifícios. passan­do até fome, enfrentando a inospitalidadedas matas, a malária que atingira a quasetoda a tropa e a ele mesmo. quase que per­didos na imensidão da floresta amazônica.em 7 de setembro, aberta uma clareira, has­teou a bandeira nacional e fez desfilar amaltrapilha tropa em homenagem ao Diada Pátria. Após o desfile, tendo antes colo­cado no peito todas as condecorações .quepossuía pelo seu trabalho, chegou ao seulado um dos seus soldados que assim lhedisse: "Comandante, permita que eu, emnome de nossa tropa, coloque mais umamedalha em seu peito". Essa medalha erafeita de madeira, com a seguinte ínscrícão:"Ao nosso grande chefe".

Rondon. que já recebera tantas honras navida, nunca Se emocionou tanto quanto na­quela simples, mas sentida homenagem.

Outro fato bem espelhá as grandes virtu­des cívicas do Marechal Rondon. O Brasilhavia sido escolhido par? mediador naquestão de limites entre o Peru e a Colôm­bia' a chamada questão de Letícia. GetúlioVargas, Presidente de então, não encontra­va outra pessoa que conhecesse bem a re­gião, e que pudesse levar a bom termo adifícil questão. Lembrou-se então de Ron­don que nessa época já se reformara comogeneral. Mas o ilustre militar, que ficara aolado das forças legalistas na Revolucão de30, não mantinha relações de amizade como Presidente. Getúlio Vargas mandou cha­'1ná-Io ao Palácio e lhe transmitiu o convite.Rondon, de maneira gentil, recusou, decla­rando: "Presidente. bem sabe V. Ex.a queeu não posso cooperar com o seu Governo"Mas a maleabtlidade de Getúlio, maneirosopolítico e homem que sabia transformaruma negativa em afirmativa, não o dei­xou terminar a frase e disse: "Quem estálhe fazendo o pedido não sou eu. É a Pá­tria!" Perfilou-se o velho General diantedo Presidente e sua voz, solene e firme.ecoou no salão do Palácio do Catete:"Quando devo seguir, Presidente?"

Durante cerca de 4 anos dirigiu a mis­são que evitou pelas 'umas fosse resolvi­do o grave problema entre países irmãos.Tornou-se Roridon, pelos contatos que asua missão proporcionou manter com Ge­túlio, um grande amigo seu, sensibilizando-opara o problema indígena do Brasil. comtão grandes repercussões no aprimoramentodas leis de amparo àqueles que são os ver­dadeiros donos da terra.

'com muto prazer, ouço novamente V. Ex.a.

O Sr. Priseo Viana - Apenas para feli­citar V. Ex.a, nobre Deputado Garcia Netto,pela homenagem que presta à figura doMal. Rondon. Faz poucos dias, comemora­mos no País o "Dia Nacional das Comuni­cações". que bem pode ser dito corno o "Diado Marechal Rondon". E V. Ex.a. ao trazera figura de Rondon ao plenário desta Casa.sem dúvida nos convoca a todos a renderesta homenagem em nosso nome próprio eno da Câmara dos Deputados. Quero, por­tanto, felicitar V. Ex.a, no instante em queseu discurso ganha esta altitude, e pedirpermissão para, voltando ao tema do seupronunciamento - o problema das comu­nícacões no Brasil - alertado certamentepelo' aparte do nobre Líder da Oposição,Deputado Joel Ferreira, dizer que aquelaquestão aqui levantada por V. Ex.a da di­ticuldaõe que às vezes encontramos nas co­munícações telefônicas, não é outra coisa

senão o produto do próprio desenvolvlmen­to do setor. Ê inegável que a demanda en­tre nós cresce assustadoramente. Às vezes,não temos. hábito do uso do servíeo tele­fônico; basta seja ele instalado para quetodos passem a usá-lo. E a velocidade dademanda tem sido superior à nossa capa­cidade de suprir as necessidades dos usua­rios. Citaria aqui, Deputado Garcia Netto,para que conste do discurso de V. Ex.a. da­dos que bem esclarecem a situação e' queforam levantados durante a conferência doSI'. Ministro das Comunicacões. AfirmouS. Ex.a que, antes, Porto Alegre, a capitalgaúcha, se ligava ao Rio de Janeiro atravésde seis circuitos telefônicos. em 1967; 11) godepois, com o advento da EMBRATEL. pas­sou-se a fazer as ligações entre Rio e PortoAlegre através de 900 canais telefónicos. En­tre Porto Alegre e São Paulo faziam-se 400ligações por mês. Ao fim do primeiro ano deexistência da EMBRATEL, isto é, ao finaldo primeiro ano de utilizacão do novo sis~

tema. inclusive do sistema 'de discagem dl­reta, o número das ligações cresceu para60 mil. Veja V. Ex. a o quanto evolui essesetor. Mas não está naturalmente o Mi­nistério das Comunicações desatento paraas necessidades futuras. tanto assim queas projeções feitas pelo II Plano Nacionalde Desenvolvimento. no setor telefônico, nosdá bem a tranqüilidade de que o Governoestá atento para o desenvolvimento cre.a­cente da demanda nacional. Assim. o nú­mero de aparelhos telefônicos deverá ele­var-se de :2.400 mil para 8.879 mil, enrruari­to o número de canais estaduais interur­banos, hoje de 9 mil, dever'; elevar-se para115 mil. e o número de canais da EMBRA­TEL, hoje de 15 mil, elevar-se-á a 90 mil,tudo isso exigindo da Nação um investimen­to da ordem de 51 bilhões de cruzeiros,

O SR. GARCIA NETTO - Agradeco no­vamente a V. Ex.a o aparte. nobre Depu­tado Prisco Viana. Quero aditar tambémque. em 1968, foi iniciada a eonstrucão deum tronco de teleeomunícacões no Brasil. aprimeira, justamente a de que V. Ex.a falou,de Porto Alegre a São Paulo, e hoje já con­tamos Com 18 mil quilômetros de troncosde telecomunicações. Pouco. sim, ainda épouco, mas relatívamente muito se fez nes­se setor. Esperamos dipllque esse númeroem pouco tempo. porque como V. Ex.a bemfrisou, havia uma demanda contida, poiso País, no setor das telecomunicacões. nãoprogredira tanto quanto em outros setores;havia uma demanda contida e esta poucoe pouco está sendo superada. Agradeço maisuma vez o aparte de V. Ex.".

Concluo.

Sr. Presidente. Srs. Deputados, por tudoisso é que, falando em comunicações noBrasil, não poderemos jamais esquecer ogrande Marechal da Paz.

A eles e aos seus seguidores a nossa justahomenagem, pois Rondon iniciou, e hoj e aRevolucão retomou a filosofia de tornar oBrasil mais uno. ontem pelas linhas telegrá­ficas, hoje pelas teleeomunícacões.

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Flávio Mareílio)

Nos termos do Inciso H, do artigo 10, doRegimento Interno, concedo a palavra aoSr. José Mandelli, na qualidade de Líder doMovimento Democrático Brasileiro.

O SR. JOSÉ MANDELLI - (Como Líder.Prenuncia o seguinte díscurso.) Sr. Presi­dente. S1's. Deputados, antes de entrarmosnas considerações que desenvolveremos nopronunciamento que pretendemos fazer,queremos, ao ensejo, reportar-mos à dataque hoj e transcorre.

Foi no dia 13 de 111:."io de 1388 que 8. entãoRegente do Império, Princesa Dona Izabel,

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Chama atenção que os países socialistas,onde todas as inversões derivam de uma po­lítica central, figurem na cabeça da listaquanto à maior participação ferroviária,com distância de transporte muito peque­nas, com a única exceção da União Soviéti­ca, onde alcança 820 km (Revista DNEF. n.o26) .

Pois bem. Neste país enfatizou-se o setorrodoviário. Não porém o transporte ferro­viário. Pelo que se afere na citação queacabamos de ler, quer-nos parecer que ospaíses da área socialista foram mais previ­dentes que os chamados países da área oci­dental.

Quando o mais alto mandatário destePais, em seus primeiros pronunciamentos,entatíza a prioridade que deve merecer, emseu Governo, o setor ferroviário. convemlembrar ao Exmo. Sr. Ministro dos Trans­portes e ao Diretor da Rede Ferroviária Fe­deral, recém-empossados, a importânciafundamental de que se reveste a conclusãoda Ferrovia Roca Sanes-Passo Fundo, de­nominada tecnicamente pela sigla L-35.

Dizer aqui em rápidas pinceladas o querer"esenta para a economia nacional e re­gional, seria repisar velhos temas; ressus-

assinava a Lei Áurea, declarando extinta aescravatura neste País e integrando, des­ta forma, a imensa legião dos pretos africa­nos e seus descendentes à comunhão nacio­nal. Rendemos nossas homenagens a essesdescendentes, que hoje oferecem ao Brasil,como homens livres, seu trabalho e sua in­teligência, dedicando-se ao progresso e aodesenvolvimento da nossa Pátria.

Sr. Presidente, o transporte é uma ativi­dade de primordial importância, não só por­que permite a circulação de pessoas e bens,mas também pela sua incidência preferen­cial nos respectivos orçamentos nacionais.

Essa prioridade é reconhecida tanto empaíses desenvolvidos. como Estados Unidos,Alemanha Ocidental e França, como em ou­tros em via de desenvolvimento, e em erga­rnsmos ínternacíonaía como a ConferênciaEuropéia de Ministros de Transporte e Ban­co Internacional de Reconstrucão e Desen­volvimento. Este, como entidade financeira,procura. sob o aspecto econômico, uma in­versão dos capitais de forma tal que nãosejam desaproveitados como conseqüênciada estrutura desequilibrada de um setor:neste caso o do transporte.

TEND]j;NCIAS MUNDIAIS

A política de transporte de um país estáligada às dlretrizes da politíca do Governo.Assim. podem ser observadas três correntes:

a) Dírigista, nos países da área socialista;b) Pat-cia.Imerrte dirigista. na AlemanhaOcidental e França;

c) Liberal, cujo expoente mais notável éa Holanda.

A composição percentual do transporte in­terno de cada país referida às toneladas­quilômetros. difere em cada um deles. Veja­mOS a referência torieladas-km, ano 1965:

2808 Terça-feira 14

Fer-rovia.

Polônia 91Checoslováquia 88URSS 82Rumânia 81Alemanha Oriental 80Hungria 77Bulgária 69França 45Alemanha Ocidental 35Reino Unido 27Argentina 20Países Baixos 10

Caminhões

412

6131515253234723323

DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção. I)

citar polêmicas, pois a história desta ferro­via tem seus defensores e seus detratores.

Nos dias que estamos vivendo, em plenacrise do petróleo - responsável pela quasetotalidade dos meios energéticos emprega­dos nos transportes de carga e passageirosneste País, e deste 80% empregados em nos­sas rodovias -, não poderemos jamais des­curar e relegar a um segundo plano o trans­porte ferroviário.

Na zona ou região que será servida pelaL-35 concentra-se hoje a produção da maiorquantidade de trigo, soja, milho, feijão eprodutos suínos do Rio Grande do Sul.

A L-35 viria servir, também, em temponão muito remoto, à ligação que se preten­de construir entre Erechim, no R.G. do Sul,no trecho entre Guarapuava e Cascavel, afim de propiciar o escoamento da produ­ção crescente destas regiões para o porto doRio Grrtnde.

As declarações do antigo Presidente daRede Ferroviária Federal, General AntônioAdolfo Manta, prestadas na Comissão deT::ansportes, Comunicações e Obras Públi­cas. em 1.0 de setembro de 1971, vem con­firmar a necessidade da conclusão da L-35,pois S. S a assim se expressou:

"Estão falando numa linha Cascavel,Guaíra, Agua Boa, Cianorte, Erechimetc Está sendo feito um estudo peloDNEF. Parece que já se fez a eoncor­rêncía para este estudo. No Rio Grandedo Sul o grande esforço é quanto a RioGrande."

Confirma s.s.a que o estudo está sendofeito. Mas de nada adiantaria a eonstrucáoda ferrovia Erechim-Cascavel etc.. se nãose concluísse a L-35.

Pelo depoimento do General Manta. feitoperante a Comissão de Transportes em finsde 1971, estava por fim o deficit crônico daRede Ferroviária Federal S/A., e até 1915receita e despesa se equivaleriam. O patri­mônio da Empresa, declarava s.s.a, era, na­quele ano, de cerca de 9 bilhões de cru­zeiros, e até 1975 seriam investidos 21 bi­lhões na melhoria da rede e da eletrifica­ção que cobria em 1971 apenas 200 quilô­metros.

Numa época em que se procura reduzir aomáximo o tempo perdido, o objetivo princi­pal de uma companhia de transportes náopode ser outro senão o aumento de sua ve­locidade operacional, aliado a um aumentoda produtividade da empresa.

O Sr. Garcia Netto - Nobre Deputado Jo­sé Mandelli, V. Ex.'" pronuncia neste instan­te um discurso de alto valor. Depois de fazerum relato sobre os diversos tipos de trans­porte. entra num ponto que se refere ao seuEstado. isto é, a construção da Estrada-de­Ferro L-35. V. Ex."', homem criterioso e es­timado nesta Casa, faz inicialmente justiçaàs declaracões do Presidente Geisel. quequer, não digo uma inversão, mas pelo me­nos olhar com mais carinho para o trans­porte ferroviário em nossa Pátria, porquan­to. como V. Ex.a bem afirmou, esse tipo detransporte é muito mais econômico do queo rodoviário. No Governo passado foram fei­tas grandes inversões no setor rodoviário. Éo caso de se perguntar: estava errado o Go­verno? Penso que não. Com as dimensõescontinentais do nosso Pais não se poderiaagir senão assim para realizar uma maiorintegração, desde que a implantação do sis­tema rodoviário é mais barata do que a doferrovíarío. Necessária se tornava essa polí­tica de ligar diversos pontos do Pais com oCentro-Sul.

Procedeu-se, assim, ao asfaltamento daBelém-Brasília. estrada iniciada no Gover­no Juscelino Kubitschek, à construcão da,Transamazônica, da Cuíabá-i-Bantarém, da

Maio ae 1974

Cuiabá-Campo Grande, propiciando a con­quista efetiva do Oeste brasileiro. Goiás foialtamente beneficiado com essa política, queteve o sentido de possibilitar maior inte­gração do País, e principalmente daquelagrande área amazônica que corresponde aquase 60% do território nacional e nãopoderia ficar desligada dos grandes centros.Se no Governo passado foram desencadea­das essas grandes obras, e já estão realiza­das quase todas, o Governo atual vai darprioridade ao transporte ferroviário, maiseconômico, que estimulará a produção dasregiões por onde passará. E não é 'só isto,o Governo pretende também eletrificar asnossas ferrovias e uniformizar suas bito­las. Como V. Ex. a bem diz, hoje 80% do nos­so transporte são feitos pelas rodovias eSOmente 20% pelas ferrovias. Talvez pos­samos num prazo mais ou menos curto, in­verter sua utilização. Pretende ainda o Go­verno atual estimular o transporte fluvial,muito mais barato que o rodoviário. Assim,nobre Deputado, em nome da Lideranca daARENA congratulo-me com V. Ex. a • pelodiscurso sério e objetivo que está fazendoneste momento,

O SR. JOSÉ MANDELLI - Agradeço aonobre Vice-Líder do Governo, DeputadoGarcia Netto, aparte, que vem enriquecer omeu modesto discurso.

Estamos diante de um fato novo. ilustreDeputado. Com a crise do petróleo mfeliz­mente o transporte rodoviário se elevou aquase 1. 000%, e as nossas rodovias, apesarde bem construídas, já não suportam {; pesodos grandes caminhões de carga, tanto as­sim que foi necessária uma portaria do Mi­nistério dos Transportes limitando o pesopor eixo desses inúmeros caminhões que le­vam a riqueza de um ponto a outro destePais. O progresso dos Estados Unidos sedeve inegavelmente às ferrovias, Infel1z­mente na época do desenvolvimento da­quele pais não havia ainda transportes 10­dovláríos como hoj e, mas diligências, queconquistaram o oeste americano.

Nestes últimos anos as rodovias nacio­nais Integraram nosso território. Infeliz­mente - repito - estamos diante de umfato novo: a crise do petróleo. E devemosentão canalizar os nossos esforços paraconstrução e melhoria das nossas ferrovias,incluindo a sua eletrificação. para poupar­mos o combustível, que vem de outros paí­ses, principalmente dos paises árabes, quetrrplícaram o seu preço.

Sr. Presidente. há no Rio Grande do Sulnecessidade de se melhorar as atuais li­nhas para permitir o desenvolvimento demaiores velocidades, tornando mais vanta­joso o transporte terrovíárío,

No RS existem atualmente 3.092 km delinhas principais e 561 km de ramais, utili­zando exclusivamente máquinas Diesel.

O sistema ferroviário do Estado está im­plantado de modo a servir principalmenteos portos de Rio Grande e Porto Alegre. epertence à Rede Ferroviária Federal S.A.,companhia subordinada ao Ministério dosTransportes.

O Instituto Social Cristão de Reforma deEstruturas, tendo realizado "Semanas So­ciais do Rio Grande do Sul" - UI Semana- Porto Alegre, de 7 a 12 de outubro de1968 - Industrialização do Rio Grande doSul" - na publicação feita dos resultadosdaquelas Semanas, no Capítulo referente àEnergia, Transportes e Industrialização, acargo do Engenheiro José Patrocínio Motta,preconiza:

"Que o Governo continue realizando in­vestimentos substanciais no sentido demodernizar e aparelhar o sistema ferro­viário. porquanto, incontestavelmente,num país das dimensões do Brasil, os

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Maio de 1974

transportes ferroviários têm uma mar­cante função específica a desempenhar.Que, no caso da Viação Férrea do RioGrande do Sul, sejam ultimadas, nomenor prazo possível, as variantes jáprogramadas e em construção, convin­do destacar a ligação Roca Sales-Pas­so Fundo e a variante Arroio do Só­Ramíz Galvão.Que, no que se refere ao Tronco Sul,sejam tomadas as providências cabí­veis no sentido de seu prolongamentoaté o porto do Rio Grande.Que, quanto ao material rodante, se­jam adquiridos vagões especiais, taiscomo frigoríficos, graneleíros, paratransporte de automóveis novos etc.Que, finalmente, seja intensificado ouso de cofres de carga (contaíners) ,"

No exercício de nosso mandato comoDeputado, não estamos sozinhos a recla­mar o reinício das obras da L-35. Ilustresrepresentantes do povo, como Jairo Brum,'Victor Issler, Antônio Bresolin e tantos ou­tros, reclamaram desta tribuna a conclusãoda L-35.

Em 12 de dezembro de 1968, a Universi­dade de Passo Fundo promoveu importanteSeminário, a propósito da L-35.

As conclusões finais a que chegou aque­le encontro foram por nós insertas no pro­nunciamento que fizemos na Câmara dosDeputados em 9 de setembro de 1971.

Ora, são os Deputados, os professores .uní­versitários, economistas, prefeitos, governa­dor, comerciantes, industrialistas e produ­tores rurais que se põem a favor da rápidaconstrução desta importante rodovia.

Tam.bém o antigo Superintendente da Re­de Ferroviária Federal S.A. General Manta,manifestou-se favorável à SUa conclusão,retratado pelo seu depoimento perante aComissão de Transportes naquela oportu­nidade.

Inquirido por nós sobre o ramal ferroviá­rio Bento Gonçalves-Rio das Antas, aSSImrespondeu S. S.'1, seguindo-se o debate:

"Quanto a este ramal, informo a V. Ex.a

que o Batalhão que o construiu e omantinha quer entregá-lo. Mas não foientregue ainda. Ele trabalha com oDNEF. Já fizemos um estudo da neces­sidade de recuperá-lo, porque a linha épéssima. Temos que investir ali uns dezbilhões de cruzeiros para consertaraquela linha. De modo que o assuntoestá em pauta e está sendo estudadopara ver se vale a pena essa aplicação.Caxias e Bento Gonçalves são grandesregiões produtoras. No momento emque pudermos transportar o vinho portrem, acho que aquela linha vai-se tor­nar econômica. De modo que o assuntoestá em pauta. Nada posso dizer ainda,porque começamos a estudar o assuntorecentemente. Ainda ontem esse pro­blema passou na minha mesa de tra­balho."O SR. JOSÉ MANDELLI - Creio quepara turismo seria. de grande utilida­de. Sei quantos quilômetros de túnel hálá.GEN. MANTA - "Assim como a L-35,aquela linha que está interrompida emRoca Sales para Passo Fundo. Acho queno ponto em que está deve continuar.Foi investido muito dinheiro lá, por issonão se vai abandonar assim."O SR. JOSÉ MANDELLI - Mais umapergunta a V. Ex.a É justamente sobrea L-35. Sou de Bento Gonçalves, masem certa época fui residir em Erechim.Lá, fui Prefeito, plantador de trigo e ta-

DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção n

belião. É justamente o trigo que, na­quela região, está-se desenvolvendo demaneira formidável. Creio que aquelaregião é a mais rentável do Rio Grandedo Sul, pois é a mais produtora de tri­go, soja e outros cereais. Faz parte deseu desenvolvimento, creio, a conclusãoda L-35. Existem a rodovia PresidenteKennedy e uma outra rodovia estadualque liga Passo Fundo, Nova Prata, Vê­ranópolís, Bento Gonçalves e Porto Ale­gre que servem para o transporte da­quele cereal em parte. Não sei exata­mente em que situação se encontra aL-35. A Rede Ferroviária Federal in­vestiu somas fabulosas em outras áreas,inclusive nos maiores viadutos da Amé­rica do Sul, segundo fomos informadosaqui. No entanto, vemos com tristeza,quando passamos por lá, aqueles ater­ros se diluindo sob a ação do tempo.Creio que a Rede Ferroviária Federaldeveria colocar essa estrada em regimede prioridade absoluta. Existem os silos,mas o sistema de ensilagem de cereaisnão é suficiente para a produção que seavizinha. Era esta a última pergunta,dado o adiantado da hora.

O GEN. MANTA - "Erechim, de fato, éuma zona muito produtora. Tomara queo trigo se desenvolva cada vez mais lá.Mas, quanto à L-35, minha objeção é aseguinte: não sou contra a estrada, masacho que ela foi iniciada sem previsãode recursos. Então, a obra, que deveriaser feita em dois anos, se arrasta e es­tá abandonada. Por quê? Porque agoraaquilo que ia custar 10 vai custar 100.É por isto que o investimento que pu­dermos fazer hoje, vamos fazer. Vamosfazer rápido, porque se deixarmos paraamanhã, vai custar mais caro. Então,a L-35 deve ser concluída, porque quan­do passo ali naquele viaduto da "MulaPreta" digo assim: "É um monumentoà irresponsabilidade". Como eu vejotambém - isso aqui é uma coisa cons­trutiva - o relógio da CentraL É ummonumento à irresponsabilidade aquelerelógio, porque uma estação de estradade ferro com aquele relógio, aquelamonstruosidade é um absurdo. Paraconservar aquilo é preciso um batalhãode gente e muito dinheiro. Para quê?

O Sr. Antônio Bresolin - Eminente cole­ga José Mandelli, receba meus aplausos e aminha solidariedade pelo pronunciamentodesta tarde. Realmente, V. Ex.a está tra­tando de um problema muito grave. Paraquem conhece o leito das ferrovias do RioGrande do Sul, o pronunciamento de V.Ex.a constitui uma grande colaboração aoGoverno. Sábado à tarde, numa dessas pro­pagandas do MOBRAL, ouvi dizerem quetodas as ferrovias do Brasil estão em ótimoestado de conservação. Acontece que, parafazer o escoamento da produção no RioGrande do Sul, nas regiões, por exemplo,de Alto da União, Ijuí e Giruá, os vagõesvazios chegam até a descarrilhar, porquetodos os dormentes estão podres. A maioriados leitos das ferrovias gaúchas apenas su­porta 50% da carga dos vagões. Mas o as­sunto principal que V. Ex.a está abordandoé a conclusão da L-35. Sessenta e um porcento daquela estrada estão construidos.faltando apenas 65 km. Todos os aterros, to­dos os cortes de serras, todas as obras dearte estão eoncluídas. Embora há poucotempo tenham anunciado que a estrada es­taria concluída, é bem possível que os ser­viços não tenham sido dinamizados. Estivelá, há 30 dias, e constatei que tudo estavaparado. É lamentável que o Governo nãoesteja empenhado em concluir esse trechode estrada de ferro no Rio Grande do Sul,que tem uma imensa produção de soja, con­siderando a falta de caminhões e de pneus

Terça-feira 14 2809

e ainda o encurtamento de 390 km entrePasso Fundo e Porto Alegre. V. Ex.a estásendo muito oportuno ao fazer esse pronun­ciamento. Congratulo-me com V. Ex.a e facovotos de que o Governo ouça as suas pala­vras.

O SR. JOSÉ MANDELLI - Agradeço aonobre Deputado Antônio Bresolín o apartecom que enriqueceu o meu discurso. S. Ex.a,como profundo conhecedor daquela região,compreendeu igualmente a necessidade im­periosa da conclusão daquela importanteferrovia. Prosseguindo, acentuou o GeneralManta:

Mas há também aqueles que se mani­festam contrárias à sua conclusão. Co­mo o GEIPOT. por exemplo, que che­gou à triste conclusão de que a L-35não apresentava viabilidade econômica.Se o atual governo conceder às ferro­vias nacionais a atenção de príorida­de a que fazem jus, este importanteramo de transporte, por certo, inclui­rá a ferrovia L-35 em seus planos prio­ritários.Colhemos íntormacões no n.o 26 da Re­vista Trimestral do DNEF. que "em1974, os investimentos para o sistemaferroviário serão superiores aos dos ou­tros setores de transportes, anunciouo Ministro Mário Andreazza. ao presi­dir a assinatura do contrato firmadoentre a Rede Ferroviária Federal e afirma estatal polonesa Stalexport, novalor de US$ 47 milhões, para aquiskãode 230 mil toneladas de trilhos e aces­sórios.

O Ministro disse ainda que o Mini~+é­

rio dos Transportes, de conformidadecom as diretrizes governamentais, estáelaborando novos programas especiais,visando ao desenvolvimento ferroviá­rio para assegurar, em tempo útil, ostransportes indispensáveis ao desenvol­vimento econômico, em especial à agri­cultura, à siderurgia e à mineração."

Citamos este depoimento pois que a fer­rovia. Roca Sales-Passo Fundo se tornaindispensável ao desenvolvimento econô­mico, especialmente à agricultura, pois asculturas do trigo, soja, feijão e produtossuínos alcançaram nestes últímos anos umaexpansão Imprevisível.

Com parte dos recursos da firma estatalpolonesa Stalexport e dos Cr$ 9.320 000.00- Código 6703-1605-1020 04-Ligação RocaSales-Passo Fundo, consignados no orca­mente da União do ano em curso, especifi­camente para a ferrovia Roca Sales-Pas­so Fundo, cremos não estaremos longe dese ver escoada a grande produção agrícolado Planalt.o Médio e Alto Uruguai, para oporto de Rio Grande ou Porto Alegre.

Precisamos, no caso da ferrovia, racio­cinar de que "as possibilidades são maio­res que as prohabilidades?

Já que o transporte deve ser o conjuntode meios para carrear grande número depessoas e toneladas de carga - de um lu­gar para outro - a um preço que a socie­dade possa pagar, quanto mais se reduzirdistãncias e se melhorar as eondieões detráfego de uma ferrovia, por exemplo ­muito mais se poderá poupar em tempo edinheiro.

Sr. Presidente e Srs. Deputados. não éagora que o Rio Grande do Sul reclama aconstrução da L-35.

Homens públicos como os ex-DeputadosAntônio Bittenconrt de Azambuja e Fer­nando Ferrarí, nobres representantes queforam, nesta Casa, em 10 de abril de 1950e em 1952, respectivamente, apresentaramos projetos de lei n.OS 1. 289/50 e 1. 669/52,visando o primeiro a consignar maiores

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Além disso, expostos os fins do proje­to, pelo autor, a quase todos os que osubscreveram, recebeu ele, desde logo,a solidariedade resoluta e manifestade 244 Representantes da Nação."

E Fernando Ferrari justificava seu pro-jeto da seguinte forma:

"O projeto é reprodução da Lei n. O

1.269, de 20 de dezembro de 1950, ane­xa.

Em recente exposição de motivos aoSr. Presidente da República, contráriaà abertura do crédito previsto na leiem referência, alegava o Sr. Ministroda Fazenda, entre o mais, a caducida­de da autorização, válida por dois anos<Código de Contabilidade da União>.O Projeto, cujo mérito já é conhecidopela Câmara, visa a renovação da au­torização do crédito não aberto."

Sob o aspecto técnico, merece ser repro­duzido o que afirmou o nobre parlamentarbaiano Vasco Filho, relator do Proieto n.O1.669/52 na Comissão de Transportes, Co­municações e Obras Públicas.

"Projeto n.v 1.669/52. Relatório. O no­bre Deputado Sr. Fernando Ferrariapresentou à consideração da Câmarao projeto n.O 1.669 de 1952, autorizan­do o Poder Executivo a abrir pelo Mi­nistério da Viacão e Obras Públicas ocrédito especial' de c1'8 200.000 000.00(duzentos milhões de cruzeiros) paraa construção, já iniciada, do traearío

'ferroviário que ligará Passo Fundo aPorto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Declara Sua Excelência que "o protetoé a renroducão da Lei n.O 1.289, de 20de dezembro de 1950.

A lei n.? 1.289, citada. tem por origemo Projeto n.> 83-1950 desta Casa, de au­toria do Deputado Bittencourt Azam­buía, apoiado por duzentos e quarentae três outros Senhores Deputados, co­mo podemos verificar do avulso ane­xo.Esta proposição não veio à COmissãode Transportes; só mereceu parecer daComissão de Financas, tendo como re­lator o Sr. Horácio Láfer, atual Minis­tro da Fazenda, que opinou contraria­mente à sua aprovacão, com ele con­cordando todos os demais membros naComissão, com exceção do Sr. Café Fi­lho.Mesmo com parecer contrário da Co­missão de Finanças, foi o Projeto n."83. de 1950, aprovado, subscrito comoestava por 244 Deputados e a sua re­dação data de 11-10-1950.

Afirma o ilustre Sr. Bittencourt Azam­buja que para a região de Passo Fun­do "se deslocou há muito o eixo eco­nômico e financeiro do Rio Grande".E todos nós sabemos que ela, muitofértil e nova, produz tudo em abun­dância: milho, arroz, feijão, linho, so­ja, alfafa e notadamente o trigo, quetem como maior produtor o municípiode Erechím, além das indústrias ex­trativas de madeira, erva-mate e ou­tras.O escoamento da já imensa massa pro­duzid.a se faz para Porto Alegre, vol­te ando por Santa Maria, em uma fer­rovia obsoleta, com as seguintes dis­tâncias: km

Passo Fundo-Cruz Alta ..•..•.•• 194Cruz Alta-Santa Maria .....•..• 162Santa Maria-Barreto ......•...• 27()Barreto-Porto Alegre ..•.••••••• 118

[verbas federais para a contãnuação dasobras desta importante ferrovia e, o segun­do, revigorando aquele.

Para ilustrar os seus importantes pro­jetos de lei, ambos apresentaram à consi­deração de seus pares justificações que,dada sua importante atualidade, vale a pe­na reproduzir, neste modesto pronuncia­mento.

Disse Bittencourt Azambuja:"A região septentrional do Rio Grandedo Sul, em razão de sua salubridade,uberdade e riqueza de seu solo, ondecampos e florestas sucedem-se uns aosoutros, entrecortados de uma enormerede de rios e águas correntes, comabundantes quedas de grande poten­cial, concitando o homem ao trabalhode terra, é o centro de maior densída­de populacional do Estado.

Para ela já se deslocou, há muito, oeixo econômico e financeiro do RioGrande.Ali tudo se produz: trigo, milho, arroz,feijão, linho, soja, alfaf.a etc.É uma zona, toda ela, de policulturaem alta escala.Além das indústrias extrativas de ma­deira e erva-mate, duas grandes fon­tes de riqueza do Estado, naquela re­gião, a da celulose, a têxtil, a serralha­ria, e fundição, a cerâmica, a do frio. ecarne seca, a vmícola, a química in­dustrial e outras indústrias de trans­formacão ali se instalaram e progri­dem há longos anos.Mas toda essa atividade produtora emultiforme, apesar dos elementos pró­prios de que dispõe, desenvolve-se pe­nosamente, em luta incessante contradois poderosos fatores inibitórios: adeficiência e o alto preço dos fretesferroviários, os quais, não raro, ultra­passam longe o custo das mercadoriasnas suas fontes.É que a grande massa de produção da­quela vasta região constituída de mu­nicípios densamente colonizadas, parachegar a Porto Alegre e dai conquistaros demais mercados consumidores doEstado e do Pais. está sujeita a umpercurso ferroviário de 720 quilômetros,atualmente feito em 24 horas de via­gem continua, através de imensa vol­ta pela cidade de Santa Maria. quan­do. pelo novo tracado já em execucâo,limitar-se-á a 320 km e 6 a 7 horas nomáximo.A ferrovia em causa será dotada, des­de o inicio, de três paralelas, bitolaestreita e larga, para que esta últimasela utilizada após a eletrificação ge­ral do Estado, reduzindo-se, então a 4horas a viagem de uma a outra cidade.E as obras de eletrificacão em previsãonormal devem ser ultimadas dentro dedois anos.A cidade de Passo Fundo é o centrogeográfico de todo o Norte do Estado.A Ferrovia que a vai ligar a Porto Ale­gre tar-se-á, desde logo, o escoadouronatural de toda a produção dos muni­cípios setentrionais, descongestionandoo maior celeiro do Estado e incremen­tando as atividades produtoras.

Será, dentro em pouco tempo, a linhadorsal de todo o sistema ferroviário eirá entrosar todas as ligações destina­das a completá-lo e aperfeiçoá-lo, alij á incluídas algumas dessas ligaçõesno plano estadual de vias férreas aeonstruír.

Já é, a cídade de Passo Fundo, o cen­tro de uma extensa rede rodoviária

da Serra, a maior do Estado, eis quedali partem, diariamente, nada menosde 146 veiculas de carga e passageiros,com destino a Porto Alegre, Curitiba,São Paulo, Rio e outras praças.Seria excusado encarecer as vantagensque hão de auferir os mercados con­sumídores em geral, quando a volumo­sa massa de produção da região serra­na puder chegar. a preços acessíveis,peja enorme redução da distáncia fer­roviária a percorrer e dos fretes a pa­gar à Capital do Estado, em demandadeste mercado e do transporte fluviale marítimo para outros pontos do país.A construcão da linha férrea PassoFundo-Porto Alegre constitui objetode velha preocupação de mais de trin­ta anos, ímnosta pelos mais altos In­teresses econômicos e militares naeío..naís.Procrastinando tantas vezes o grandeempreendimento. que é um imperativooriundo de necessidades íncontomá­veís, sempre maiores e mais prementes,foi. afinal, atacado com firmeza, sobos bons auspícios do Sr. Presidente daRepública e do notável colaborador deseu Governo, o então Ministro da Via ..cão, Sr. Clóvis Pestana.O que cumpre, agora, é evitar-lhe so­lucão de contlnuldade nos trabalhos emcurso e contratados pelo Poder E'l{e..cutivo com sete companhias constmto­rasoMas a verba oreamentáría dotadaàauele empreendimento - trinta mí­lhões de cruzeiros. manifestamente exí­gua, em face do alto nreco de suasobras. com dezenas de túneis a rasgarna rocha viva. viadutos, pontes. esta­ções. prédios etc. - longe está de lheassegurar a indispensável continui"ia­de, mesmo no exercício financeiroatual.O projeto que 8b re o crédito especialde duzentos milhões de cruzeiros, pa­ra ser pago em dois exercíeíos COnse­cutivos, à medida em que os traba­lhos forem sendo ultimados e recebí..dos, nropôe-se a prevenir que essesLrabathos se interrompam em virtudeda falta de verba autorizada.Por se tratar de obra reprodutiva, cuiaconstrur-ão foi oetid8mente estuctada,planejada e. afinal, aprovada pelo Con­gresso Naeíonal. não teve dúvidas: °autor do nroieto. em conceder ao Po­der Executivo a Iaculda de de emitirnanel-moeda. se necessário, até a co­bertura daquele crédito.Será uma emíssão destinada a obíetí­vo certo e imutável que a justifica ­a execuc~n re um plano de obras nre­estabclcctrto em andamento, Inadiávele ínsuscentível de se interromper semvultosos pr~juízos. _

Se há situacões em que o CongressoNacional pode e deve autorizar a emís­S80 de curso forcado, essa a que o pro­jeto pretende prover - será uma de­las. por decorrente de altos interessesnacionais, que reclamam solução ime­diata.Todavia, cumpre advertir que tal auto­rização representa, no caso, apenas asugestão de um meio para o fim pro­posto.Se se puder atingir o fim sem ela, tan­to melhor.O Congresso Nacional, quando autori­zou as obras que já se encontram emfase de realização, decidiu. implicita­mente, da sua necessidade e oportuni­dade. O projeto que lhes garante a exe­cução está prejulgado. Total 744

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Terça-feira 14 2811Maio de 19'101 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

2.232

A ligacão proposta Porto Alegre-Caf­Barra ~ do Jacaré-Passo Fundo, teráas seguintes características:Em tráfego:Porto Alegre-Caí ..••••..••• • • ••. 49Em construção:Caí-Barra do Jacaré ...••.•..••• 105Barra do Jacaré-Passo Fundo •• 151

A diferença em distância será, pois, de439 km (744 - 305 = 439), francamenteescandalosa.A diferença em capacidade de traçãodas mesmas locomotivas, conforme oSr. Diretor-Geral do DNER, o ilustreengenheiro Vicente Britto Pereira Filho,é também na ordem escandalosa de 1:3,dadas as excelentes condições técnicasdo traeado adotado, com raio mínimode 500"metros e rampa máxima de 1%.Se estudarmos economicamente ostransportes de Passo Fundo para PortoAlegre tendo em vista os elementos queacaba~os de apresentar, isto é, dife­rença de distância e diferença de ca­pacidade de tração das locomotivas,chegaremos ao seguinte resultado parao mesmo volume transportado:Via Santa Maria - 744 x 3 = 2.232locom. km

Via Barra do Jacaré - 305 x 1 = 305locam. km

ou seja, a relação de = 7,3vezes. 305Em outras palavras, o que a VFRGStransporta hoje, de Passo Fundo paraPorto Alegre, via Santa Maria, com 7,3locomotivas, passará a fazer via Barrado Jacaré, com apenas uma locomotiva.Há, ainda, na economíá do transporte,o tempo a considerar: o percurso quese faz hoje em 24 horas, será vencidoamanhã em 8 horas, apenas.A construção em apreço foi iniciada emfins de 1949. Nela já empregou o Go­verno Federal, em dois trechos:1) Passo Fundo-Guaporé Barro do Ja­caré: Cr$ 95.000.000,00.

2) Barra do Jacaré-Caí: ..•••••.••••Cr$ 55.000.000,00.Total empregado: Cr$ 150.000.000,00.No orçamento para o exercício de 1952temos: Cr$ 30.000.000,00 para cada tre­cho ou sejam, Cr$ 60.000.000,00 paracada ligação. .

Desta importância Cr$ 24.424.284,00destina o DNER a pagamento de me­didas já processadas, ficando o restante- Cr$ 35.575.716,00, para a continua­ção das obras.Estima o DNER o custo total da ligaçãoCai-Passo Fundo em .Cr$ 768.000.000,00 (256 km por .Cr$ 3.000.000,00); já empregou ele ali,como já expusemos, Cr$ 150.000.000,00,e está empregando este ano mais ....Cr$ 60.000.000,00 (sessenta milhões decruzeiros). Com os elementos chegamosà seguinte conclusão:Custo total da ligação (estimado) ­Cr$ 768.000.000,00.Importância empregada: .........••••.Cr.~ 150.000.000,00.Importância a empregar: .....•....••Cr$ 60.000.000,00.Soma: Cr$ 210,000.000,00,Necessário para completar a ligação:ors 558.000.000,00.

e oportuna oração que profere na tardede hoje, chamando a atenção do Governo,que já está disposto, mas que, por certo,encontrará nas palavras de V. Ex.'" um es­tímulo para mais rapidamente pôr emexecução o seu plano de desenvolvimento doprograma de transporte ferroviário no Bra­sil e, em particular, no Estado que V. EX,atão dignamente representa nesta Casa.

O SR. JOSÉ MANDELLI - Agradeço aonobre Vice-Líder de meu partido, Deputado.Joel Ferreira, que com tanto empenho de­fende a sua Região Amazônica.

De fato, as condições ecológicas e geo­gráficas são bastante diferentes na Ama­zônia, Quando o País aproveitar aquelaimensidão de rede de rios, dotando-a deportos e barcas velozes, creio que não será.preciso nem construir rodovias ou ferrovias.porque a Amazônia estará bem servida como transporte aéreo e fluvial. Mas, no RioGrande do Sul, não temos ríos navegáveis,principalmente nas regiões das serras, ondeas rodovias estão saturadas. E o únicomeio que resta àquela gente que produz éa ferrovia. Sr. Presidente, Srs. Deputados,depois das justificações que acabamos deler, nada mais nos resta dizer. Apenasaguardar com esperanças que os sonhosacalentados por tantos brasileiros possam setornar, em tempo não muito remoto, numarealidade palpável. É o que esperam os pro­dutores da região norte do Estado: a con­clusão da importante Ferrovia L-35.

Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

Durante o discurso do Sr. José Man­delli, o Sr. Flávio Marcílio, Presidente,deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Aderbtü Jurema, 29­Vice-Presidente.

VII - O SR. PRESIDENTE (Aderbal Ju­rema) - Vai-se passar ao período desti­nado às Comunicações das Lideranças.

Tem a palavra o Sr. Alceu Collares.O SR. ALCEU COLLARES - .·(Pronuncia

o seguinte discurso.) Sr. Presidente, apóslonga tramitação, inclusive com a retiradapelo Executivo de sua proposição iniciale substituição por outra, foi sancionada aLei n.o 5.991 de 17 de dezembro de 1973,que dispõe sobre o controle sanitário docomércio de drogas, medicamentos, insumosfarmacêuticos e correlatos e que, em seuart. 57, abaixo transcrito, permite aos prá­ticos e oficiais de farmácia, habilitados na,forma da lei, serem provisionados.

"Art. 57. Os práticos e oficiais de far­mácia, habilitados na forma da lei, queestiverem em plena atividade e prova­rem manter a propriedade ou co-pro­priedade de farmácia, em 11 de novem­bro de 1960, serão provisionados peloConselho Federal e Conselhos Regionaisde Farmácia para assumir a responsa­bilidade técnica do estabelecimento."

A Lei n.O 5.991/1973 é tão casuística que éauto-executável, isto é, independe de de­creto regulamentador. Pois bem, Não tendoe não necessitando o Executivo de regula­mentá-la, o Conselho Federal de Farmácia,exorbitando de suas verdadeiras funções, atítulo de comentários à lei, baixou quase'um decreto regulamentador da matéria.

Sabe-se que a regulamentação, que sem­pre deve ser feita pelo Executivo, único comatribuições para tanto, nunca poderá ex­trapolar do que se contém na própria lei,ou seja, o decreto regulamentador deve li­mitar-se apenas ao que está escrito na lei,nada mais. Assim, porém, não procedeu oConselho Federal de Farmácia que, a pre­texto de comentários, passou a fazer exi­gências para os práticos e

C

oficiais de far­mácia poderem ser provísados que não seencontram amparo na Lei n.o 5.991/1973.

Como se vê o crédito especial de ..•••Cr$ 200. 000.000,00 não vai resolver oproblema vital como nos parece, para oRio Grande do Sul e para o Brasil.

Sugeriamos, então, a elaboração de umprograma para a conclusão da ligaçãoem 4 anos, por exemplo, consignando oGoverno, em quatro exercícios suces­sivos, a importância de ....••••••....Cr$ 120.000.000,00.Pensamos que, deste modo, seria as­segurado ao Rio Grande do Sul a so­lução deste problema vital para suaeconomia, sem o perigo da emissão depapel-moeda proposta pelo nobre Depu­tado Ferrari.Nesta condições, opinamos pela apro­vação da presente proposição, com oseguinte substitutivo:

Art. 1.0 É o Poder Executivo autorizadoa abrir pelo Ministério da Viação eObras Públicas o crédito especial deCr$ 78.000.000,00 (setenta e oito mi­lhões de cruzeiros) para a construção,já iniciada, do traçado ferroviário queligará Passo Fundo a Porto Alegre, 110ligará Passo Fundo a Porto Alegre, noRio Grande do Sul.Art. 2.0 Para conclusão da presente li­gação ferroviária o orçamento geral daU11ião consignará anualmente, a partirdo próximo exercício e pelo prazo dequatro anos consecutivos, quantiasnunca inferiores a Cr$ 120.000.000,00(cento e vinte milhões de cruzeiros).Art. 3.0 Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Sala "Paulo de Frontln", em 16 de maiode 1952. - Vasco Filho."

A Comissão aprovou o parecer.O Sr. Joel Ferreira - Eminente colega

José Mandelli, assim como as comunica­ções são importantes na vida de um povo,de um Estado, de uma nação, o transporte,do ponto de vista econômico, é até maisimportante ainda. Talvez grande parte dainsuficiência de certos produtos, inclusivealimentícios, por que passam certas regiõesdo País, não seja realmente devida à ca­rência do produto em si, mas devido àdeficiência das vias de escoamento dessesmesmos produtos. O Governo já deu real­mente um grande passo - conforme foiaqui anunciado pela Liderança, e isto nósreconhecemos - na solução do problemarodoviário nacional, o mais caro meio detransporte do mundo. :ti: possível, mas nãovou discutir, que ele fosse necessário. Agorao Governo Geisel, que há pouco se instalou,propõe-se a desenvolver com prioridade otransporte ferroviário. É de fato uma ne­cessidade, como necessidade premente é

também O' desenvolvimento do transportefluvial, notadamente na minha região, quenão vai ter o privilégio do transporte fer­roviário. Lá também o ferroviário se tornamais difícil e mais caro do que o fluvial,tendo em vista as anomalias do solo, a in­segurança e a ínsustentabílídade dos ter­renos da região. Na hora em que o Governose propõe - e fazemos votos porque tudoisso se concretize - a desenvolver o trans­porte ferroviário, gostaríamos de lembrarque para a minha região outra sistemáticadeve ser adotada: o desenvolvimento dotransporte fluvial. Por isso, muitas vezes,tenho ocupado essa tribuna pra levar aoSr. Ministro dos Transportes o anseio daminha região, qual seja o da criação deuma frota de embarcações apropriadas pararealmente servir àquela região, do mesmomodo como V. Ex," brilhantemente está ad­vogando a necessidade do aprimoramentodo transporte ferroviário para o seu Estado.Quero, pois, parabenizá-lo pela magnífica

305Total

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2812 Te~a-:l'eira 14 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Maio de 1974

Por exemplo, para o provísíonamento deque trata o art. 57 da Lei n.o 5.991/1973,passou a exigir os seguintes documentos:

I - Atestado de que não está impedidode exercer a profissão (passado pelaU.F.E.PJ;II - Atestado assinado por três rrar­macêutícos) , de boa conduta pública(modelo fornecido);liI - ourrículo profissional e edu­cacional (prcfissional: certificado deFarmácia; educacional: certificado deconclusão do ginásio, eíentínco ou ou­tro) ;IV - Fotocópia do certificado práticoou oficial de Farmácia, expedido emdata anterior a 11 de novembro de 1960;V - Fotocópia de documento de iden­tidade;VI - Fotocópia de revalidação de li­cença;VII - Prova de quitação militar;VUI - prova de ter votado (últimaeleição) ;IX - Certidão negativa do Departa­mento de Ordem Política Social;X - Três fotografias 3x4, de frente, depaletó e gravata (para homens);XI - Fotocópia dos Contratos Sociaiscitados.Observação: Todos estes documentos,duplos, autenticados e com firma re­conhecida em cartório. Todas as viasdo contrato social autenticadas.Pagar as taxas de inscrição e emolu­mentos, após a aceitação dos documen­tos, que devem ser rigorosamente com­pletos. Dois requerimentos ao CRF 10,sem cópias, assinado pelo interessado,com firma reconhecida.

Absurdas exigências são em número de11, mas comparem-se as contidas nos itensII, III, IV, VIII e IX.

A lei não autorizou ao Conselho Federalde Farmácia que exigisse qualquer atesta­do assinado por farmacêuticos. Sabemos dosconflitos que, na tramitação da proposiçãotransformada na Lei n.? 5.991/1973, se ge­raram em face da intransigência do Con­selho Federal de Farmácia, quanto ao pro­visionamento daqueles que, em 1960, esta­vam exercendo, na conformidade da lei, asua profissão. Logo, basta que o prátic~"l?uo oficial de farmácia, apresente certidãonegativa do Deparbamerrtc de Ordem Poli­tíca Social para satisfazer a lei em exame.Ademais, que favor legal teria um atestadofornecido por farmacêuticos, dizendo quefulano ou sicrano não tem boa conduta?Essa atríbuícâo não se inclui entre as dosfarmacêutícos,

Com o atestado da DOPS. nada mais doprático ou do oficial de farmácia pode serexigido.

O Conselho Federal de Farmácia cometeoutra ínrracão à :Uei n.o 5.991/1973, ao exi­gi~' currículo educacional: ginásio, cienti­fico ou outro. A Lei n,v 5.991 não dispõesobre o nível cultural do prático ou oficialde farmácia que, em 1960, na conformidadeda lei, estivesse devidamente habilitado pa­ra exercer a sua profissão e fosse proprie­tário ou co-proprtetárío de farmácia. Logo,não pode o Conselho fazer tal exigência.Ademais, quando fala em ginásio, cienti­fico ou outro, é de perguntar-se de que ou­tro se trata? Outro curso equivalente aoginásio, ao científico, ao primário, ao decontador? Que outro?

No item IV, faz solene confusão ao ten­tar comentar os dispositivos contidos na leiem referência. A lei não exige que o prá­tico ou oficial de farmácia tenha sido habí­litado em data anterior a 11 de novembrode 1960, mas sim, que em 11 de novembrode 1960 fosse proprietário ou co-proprietá­rio de farmácia e que estivesse em plenaatividade. Há muitos casos de práticos eoficiais que nessa data estavam em plenoexercício de sua profissão, que eram pro­prietários ou co-proprietários de farmácia,mas que ainda não tinham o certificadode prático ou oficial de farmácia, o que sómais tarde conseguiram, mediante a pres­tação das provas perante os órgãos com­petentes da Saúde Pública. Portanto, nãocabe a fixacão dessa da ta arbitrária. Emesmo que ri: data dissesse respeito ao cer­tificado, seria até o dia 11 de novembro enão em data anterior a onze de novembro,como pede a instrução do Conselho Federalde Farmácia.

No item VIII pede o Conselho a provade ter votado (última eleição). Absoluta­mente não incumbe ao Conselho fazer essaexigência. Pessoas há que, embora não ten­do votado, estão quites com a lei eleitoral,eis que ofereceram justificativas pelo seunão-comparecimento no dia em que se rea­lizaram as últimas eleições. Quem esteve emtrânsito nesse dia, por exemplo, poderia tercomparecido perante o Juiz Eleitoral e jus­tificado sua ausência no domicílio eleitoral.

Com as dificuldades que propositadamen­te o Conselho Federal de Farmácia estácolocando para o provísíonamento, a justaaspiração de centenas de práticos e oficiaisde farmácia não será concretizada, emborapossam satisfazer as exigências legais, poristo que o Conselho exorbitou ao relacionaroutras na lei não contidas.

Sr. presidente, 81'S. Deputados, a luta en­tre os práticos e oficiais de farmácia e osfarmacêuticos diplomados vem de longadata. Tivemos oportunidade de constatá-ladesde 1971, quando tramitava pela Câmarados Deputados projeto do Executivo deter­minando, em seu art. 64, que se pudesseprovisionar os práticos e onciaís de farmá­cia que, em 1960, estivessem em pleno exer­cicio de sua atividade, na conformidade d~

lei, e que fossem proprietários ou co-pro­prietários de farmácia. A luta foi tão grandeque o próprio Executivo foi obrigado a so­licitar a retirada da sua proposição, paradepois, novamente, através de uma outra,que regulamenta a matéria contida na leie nas disposições transitórias, contemplarnovamente aquela aspiração dos práticos eoficiais de farmácia, qual seja, a de seremprovisionados aqueles que até a data men­cionada estivessem habilitados. Desta tribu­na, Sr. Presidente, Srs. Deputados, muitosdebates foram travados na oportunidadeem que se discutia e votava a matéria. Poisbem. Nessa ocasião, tivemos ensejo de dizerque havia necessidade de o Parlamento bra­sileiro reconhecer uma situação de fatoexistente nos longmquos rincões da Pátria,onde farmacêuticos diplomados não dese­javam exercer a sua função e o prático e ooficial de farmácia, o propríetário da velhafarmácia, que faz tudo, inclusive serve demédico e às vezes até de parteira, precisavater pelo Parlamento reconhecido o seu di­reito de continuar exercendo a sua ativi­dade. Mas os diplomados se voltaram con­tra essa pretensão, contra essa justa aspira­ção, contra este legítimo anseio dos prá­ticos e oficiais de farmácia, a pretexto deque, estando Faculdades de Farmácia fun­cionando, não se [ustífíearla, de forma ne­nhuma que se pudesse provisionar e daipara a frente seria uma irregularidade ofi­cializada pelo Parlamento brasileiro o pro-

vísíonamento lógico, não levando em con­sideração que estávamos limitando no tem­po e fazendo outras exigências.

O Sr. Prisco Viana - Nobre DeputadoAlceu Collares, não tenho propriamente co­mentários a faze]; ..sobre seu discurso, senãodizer que V. Ex.a, na missão fiscalizadoraque cumpre a Oposição, traz ao conheci­mento da Casa o fato de que houve, digamosassim, extrapolação das atribuições do Con­selho Federal de Farmácia ao regulamentara lei sobre a proríssão. peclaro a V. Ex.",neste instante, que a Liderança da Maioriatoma em boa nota o que V. Ex.a afirma àCâmara e levará ao conhecimento do Exe­cutivo o fato aqui relatado.

O SR. ALCEU COLLARES - Nobre e emi­nente Líder, o pronunciamento de V. Ex."representa uma tranqüilidade para o prá­tico e o oficial de farmácia para que pos­sam, dentro do prazo fixado, satisfazendo­às exigências somente feitas pela lei, pro­visionar-se conforme lhe autorizam o Par­lamento e o Executivo, em sancionando 'alei.

Por isso, fica este pronunciamento conióadvertência ao Conselho Federal de Faí:~mácía, de que não tem direito para regu­lamentar a lei, e que se quiser comentar osdispositivos legais deve fazê-lo no sentidode dar-lhes a interpretação lógica que a leipermite, jamais fazendo exigências que nodiploma legal não estão contidas.

Era o que tinha a dizer. (Muito bem.)O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema) ­

Passa-se à parte destinada às homenagenspelo transcurso do "Dia das Mães".

Concedo a palavra ao 81'. Antônio Bre­solín, como autor do requerimento.

O SR. ANTôNIO BRESOLlN - (Pronun­cia o seguinte diseurso.) 81'. Presidente,81'S. Deputados, falar sobre a mulher é des­cortinar um mundo de sonhos, de fantasias,de belezas e de coisas intraduzíveis ...

Vitor Hugo já dizia que "o homem é fortepela" razão. A mulher é universal pelas lá­grimas. A razão convence. As lágrimas co­movem".

É certamente por isto que a mulher é aeterna inspiração do homem. Perlustre-se aHistória e encontraremos isto em toda aparte.

Bastaria lembrar a escultura inimitávelda Afrodite do Milo. As duas esculturas deMiguel Angelo - "La Píetá", que não ma­terializam apenas o drama do calvário, mastambém a grandeza e as virtudes da mu­lher. As cabeças de anjos pintadas por FráAngélico, inspiradas na beleza da mulherromana. A famosa e quase divina Mona Li­sa, de Leonardo da Vmci. Na poesia encon­tramos a presença constante da mulher. A"Divina Comédia", de Dante, foi inspiradana Beatriz; os melhores versos de Petrarcabrotaram graças a Laura, e Tobias Barreto,inspirado em Leocádía, cantou:

"Ver-te chorar! E não poder as lágri-.[mas,

Que tu vertias com virgínío pejo,Num cofre d'oíro recolhê-las todas,Secá-las todas ao calor de um beijo! .••"

Machado de Assis encontrou em Caro­lina a inspiração para compor seu mais be­lo soneto. A bela Helena provocou a guerrade Tróia, e a inteligente e sagaz Penélope,fiel ao seu Ulisses, revelou a astúcia e afidelidade da mulher. Talvez tenha sido poristo que Lamartine disse:

"Há sempre uma mulher na origem dasgrandes coisas."

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Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 14 2813

Se é verdade que antes do advento doNazareno em muitos países a mulher eratratada com desprezo, sobretudo pelos ju­deus, não é menos verdade que ela sempreexerceu poderosa influência no destino dospovos, Já Bossuet dizia que é no joelho dasmães que se formam os grandes homens.

De todos os homens que deixaram suamarca sobre a face da terra só sei de umque .não se deixou influenciar pela mulher-r-r- .Carlos XII, Rei da Suécia. O seu bíógra­to, Paul de Saint-Victor, escreve:

"A mulher que a Escritura proclama"mais poderosa que a morte", a mulherque enfraqueceu Sansão, que encantouCésar e fez chorar Alexandre jamaisentrou naquele coração, cerrado comouma cidadela."

"'O único milagre que Cristo realizou em

sua peregrinação terrestre sem ter sido so­licitado, também foi inspirado na mulher,ressucítando o filho da viúva. E todas asgalantes páginas que compõem o "Deca­meron", de Giovanni Boccaccio, foram ins­piradas na mulher. Não foi sem razão queAle;xandre Herculano escreveu:

"Dai às paixóes todo o ardor que pu­derdes, aos prazeres mil vezes mais in­tensidade, aos sentidos o máximo deenergia e convertei o mundo em um pa­raiso, mas tirai dele a mulher, e omundo será um ermo melancólico, :JS

deleites serão apenas o prelúdio dotédio."

.Prescrutai a vida dos povos e em todoseles encontrareis a presença da mulhersempre influindo: na música, na poesia, naprosa, na pintura na escultura, em todasas-manifestações da arte e da beleza.

A mais bela prece, ao lado do "Pai Nosso,"também deve ter sido inspirada na mulher.Haverá composição mais bonita e sublimeque esta?

"Ave Maria, cheia de Graças, o Senhoré convosco, bendita sois vós entre asmulheres, bendito é o fruto do vossoventre, Jesus. Santa Maria, Mãe deDeus, rogai por nós pecadores agora ena hora de nossa morte. Amém."

E Nietzsche, que tanto desprezou a mu­lher, proclamou esta verdade fundamen­taI:, "A mulher é um enigma cuja solucão

está no filho." "

. A mulher que inspira gênios, poetas, pin­tores, compositores e escultores, a mulherque influi no destino dcs povos, tem suarealização máxima na maternidade.

Vargas Vila lembra muito bem " ... umcântico de doçuras infinitas, de infinitasternuras, de impulsos de generosidade, dedespreendimento de abnegação, de sacrí­:fícios, de lágrimas e de carícias; eis ai opoema do amor materno; a mãe, como aescada de Jacó, é o laço que nos une aDeus; entre o homem e Deus está a mãe;entre Jesus e a humanidade, Maria; a Pai­xão de Cristo é um grande poema, o maiorpoema da humanidade; quase sempre se lêcom lágrimas nos olhos mas nenhuma dassuas cenas conturba tanto como o encontrocom sua mãe; tírai a Maria e a via-dolo­rosa e tereis tirado àquele drama sublimesenão a grandeza. toda a poesia de su~ternura; da mãe a Deus não há mais do que

,um passo".Muito já se escreveu e se disse sobre a

mãe. Mas essa palavra é tão grande e tãoprofunda que se assemelha a um Jordãomiraculoso. Os milênios continuarão se es­coando na ampulheta do tempo, suceder­se-ão gerações e gerações na escalada dosséculos outros vates, pintores, escultores ecompositores decantarão a mãe em todos

os domínios da arte e do pensamento e elacontinuará engrandecida como símbolo au­gusto da mais santa, da mais terna, da maiscompreensiva e da mais amorosa criaturaque pisa a face da terra.

Casimira de Abreu, no exílio, lembrandoa mãe, canta:

"MINHA MÃE

(Casimiro de Abreu)Da pátria formosa distante e saudoso,Chorando e gemendo meus cantos de

[dorEu guardo no peito a imagem queridaDo mais verdadeiro, do mais santo

[amor:- Minha Mãe!

Nas horas caladas das noites d'estioSentado sozinho co'a face na mão,Eu choro e soluço por quem me

[chamava- "ó filho querido do meu coração!"

- Minha Mãe!No berço, pendente dos ramos floridos,Em que eu pequenino, feliz dormitava,Quem é que esse berço com todo

[cuidadoCantando cantigas alegres embalava?

- Minha Mãe!De noite, alta noite, quando eu ,já

[dormiaSonhando esses sonhos dos anjos dos

lcéus,Quem é que meus lábios dormentes

[roçava,Qual anjo da guarda, qual sopro de

[Deus?- Minha Mãe!

Feliz o bom filho que pode contenteNa casa paterna de noite e de diaSentir as carícias do anjo de amoresDa estrêla brilhante que a vida nos

[guia:- Minha Mãe!

Por isso eu agora na terra do exílio,Sentado sozinho co'a face na mão,Suspiro e soruço por quem me chamava"ó filho querido do meu coração!"

- Minha Mãe!Napoleão disse com muito acerto que a

educação do filho comeca nove meses antesdo seu nascimento. Quando a mãe engra­vida e sente as primeiras pulsações anun­ciando a presença do fetoJ no útero, todasas suas emoções se relacionam com o serque vai dar à luz. O embrião se desenvolve,ganha corpo, cresce, se movimenta e a mãeextremosa, dia e noite, acompanha seus mo­vimentos. O filho nasce e a mãe, entre lá­grimas e risos, sente felicidade indiscrití­veI.

Antes mesmo que se comemorasse o Diadas Mães, em 1907, essa criatura excepcio­nal já vivia no santuário de todos os co­rações bem formados.

Como o milagre do grãc de mostarda deque nos falam os Evangelhos, o filho nasce,cresce, torna-se criatura independente. Maso amor de mãe o acompanha sempre. Quan­do pequeno, corno minúscula plantinha,cerca-o de carinhos e cuidados ensina-lheas orações e plasma a sua form~ção. Quan­do moço, o tem sempre presente no seu pen­samento e nos seus conselhos. Como a árvo­re que escalavra seus galhos, o filho une-sea outra criatura. E a mãe desvelada atentacheia de cuidados o acompanha. E' quand~o rebento é feminino, os cuidados são aindamaiores.

~ Sr. JG de ;1raújo Jorge - Não possodeixar de assomar-me a manifestacão queV. Ex.a faz neste momento, pelo transcursodo Dia das Mães. Há alguns dias, para ser

mais preciso, em 25 de abril próximo pas­sado, perdi aquela que era, para mim, umaestrela-guia e um conforto que não há pa­lavras que possam definir. Na minha poesia,eu poderia, talvez, reunindo tudo o que te­nho escrito sobre o tema, fazer um livrointeiro sobre o assunto que V. Ex. a desen­volve neste momento. Tenho, inclusive, doispoemas sobre um Cios aspectos inusitados na.Literatura, qual seja, o da mulher grávida.Sou autor de um poema com este titulo ­A Mulher Grávida - e escrevi-o porque,certa feita, lendo uma entrevista que jor­nalistas fizeram C0111 um poeta, surpre­endi-me com uma das respostas. Pergun­tado pelos jornalistas sobre qual a coisamais feia que ele conhecia no mundo, es­se poeta - pp.sme ". Ex.a - disse quea coisa mais feia que conhecia no mun­do era uma mulher grávida. Assim res­pondeu esse poeta quando não nos caberiae não nos cabe ver na mulher grávida asdeformações naturais que a maternidadeempresta temporariamente ao seu corpo,mas, ao oontrárío, ver nela apenas o sim­bolo que representa como criação, comonova vida, como fonte de beleza eterna. Ca­beria ao poeta justamente dizer que a mu­lher grávida é a coisa mais bela que existeno mundo, por isso que eie não a vê apenasformalmente, mas como meu símbolo. Per­mita-me, apenas para figurar no pronun­ciamento de V. Ex.a - lO' não sei minhaspoesias de cor - citar duas trovinhas deminha autoria a respeito do tema que estáfocalizando: "ó minha mãe, em meus can­tos,!Num grato e eterno estribilho,! Ben­diga a Deus que, entre tantos,! Me escolheupara seu filho'; Tens tanta pureza, tanta,!Minha mãe, que me enterneço/ E chamosempre de santa/ A toda mãe que conheço."

O SR. ANTôNIO BRESOLIN - Muitoobrigado a V. Ex.a pera magnifico aparte.

V. Ex. a grande poeta nacional, tambémconhecido fora das fronteiras de nossa Pá­tria. O aparte ilustra meu modesto pro­nunciamento.

Continuo, Sr. Presidente.Antônio Correia de Oliveira conseguiu o

milagre de resumir num soneto este beloconselho maternal:

"Olha, meu Filho! quando à aragem friaDalgum torvo crepúsculo, encontraresUma árvore velhinha. em modo e em

[aresDe abandono e outonal melancolia:Não passes junto dela nesse diaE nessa hora de bêncões, sem parares:Não vás, sem longamente a contem-

[pIares:

Vida cansada, trêmula e sombria!Já foi nova e floriu entre esplendores:Talvez em derredor dos seus amoresInda haja filhos que lhe queiram

[bem, .,Ama-a, respeita-a, ampara-a na ve­

[lhice;Sorri-lhe com bondade e com meiguice:- Lembre-te, ao vê-la, a tua própria

Mãe!"E se as mães sabem transmitir tão sábios

conselhos é porque têm privilégios espe­ciais. Com o título "Amor de Mães", Fi­gueiras Lima compôs este notável soneto:

"No coração das mães erguem-se[antenas,

Voltadas para o coração dos filhos:Se eles vão, a chorar, por ínvíos trilhos,Elas se enchem de lágrimas e penas.Amor de mãe' Tu, que jamais condenas,Fonte de bênçãos e divinos brilhos,Não temes os mais duros empecilhosE vences todas as razões terrenas!:BS a sublimacão do amor humano IMaravilhoso, transcendente arcano,

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2814 Terça-feira 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974.

Onde a essência da vida se encarcera ..•Amor de mãe A tua força é tantaQue não somente em peito humano

[canta,

Vibra até mesmo em coração de fera!"Se fôssemos colecionar todos os pensamen­tos sublimes, os sonetos e outras poesias,inspiradas na mãe, constítuíríamos, porcerto, a maior biblioteca do mundo, E nempoderia ser dírerente. Já Maria Marchiniescreve:

"Ser mãe! Chorar e rir. ser humana e. [ser santa,

Subir, erguer-se ao alto, espalhar sobre[a terra,

Toda a glória do céu que a Mãe,[sofrendo, canta,

Toda a glória do Amor que a Mãe,[cantando, encerra!"

Os pensamentos transbordam, as poesiasmultiplicam-se e os corações vibram de sen­timentos nobres sempre que se toca no pe­destal das mães. Isto ocorre porque são osrelicários que aninham o maior carinho, amais funda sensibilidade, a maior abnega­cão e amor tão grande que o vocabuláriohumano falece para descrevê-lo.

Concluindo, faço meus os versos maravi­lhosos de Coelho Neto:

"Ser mãe ... é andar chorando num[sorriso!

Ser mãe.,. é ter um mundo e não ter[nada!

Ser mãe ... é padecer num paraíso!"Era o que tinha a dizer. (Palmas.)

O SR. PRISCO VIANA - (Sem revisão dooraúor.) Sr. Presidente, desejo apenas de­clarar, neste instante, que a Liderança daMaioria na Câmara dos Deputados s€ as­socia à homenagem que acaba de ser pres­tada à mãe brasileira, ao ensejo do trans­curso cio Dia das Mães.

Por entender que todas as mães brasilei­ras foram homenageadas, através da dís­tincão feita pela imprensa brasileira à D.Scina Médici, eleita "Mãe do Ano". lei?,para que conste dos Anais da Casa, o edí­torial de O Globo, de 10 de maio do cor­rente ano:

tiA MÃE DO ANODesde que O GLOBO lancou o titulo deMãe (10 Ano, hoje multiplicado pelasmil faces da vida da sociedade, eminúmeras homenagens, ficou bem evi­dente o propósito de exaltar na figurade uma mulher ou o conjunto de virtu­des que caracterizam a condição damaternidade bem vivida ou algum as­pecto de uma existência de mãe que,110 ano anterior à data dessa festa, setenha destacado de tal forma a mere­cer essa exaltação perante o público.Assim procurou este jornal exercer suafunção de ampliador dos sentimentosdo público, consciente de que cada umdesses nomes representa tão-somentea amostra de um universo enorme ­felizmente para nós brasileiros - demães dignas, senão de muitas heroínasanônimas.É com esse mesmo espírito que, nesteano, escolhemos como Mãe do Ano ummcr'elo de dedicação ao lar, iluminadopor uma modéstia que não Se alterouem um só instante dos muitos que vi­veu na posição de maior relevo parauma mulher no País, sublinhando comrecato inexcedível o seu papel superiorno seio da família, esposa de homemnotável, mãe de filhos exemplares, aSenhora Scylla Nogueira Médici. Semdúvida, todas as mães que colocam seular acima de tudo se viram enaltecidasno papel desempenhado dia a dia por

essa extraordinária mulher que, colo­caca no mais alto ponto da vida na­cional, preferiu sempre aparecer noplar.o de esposa e mãe. Ao apontá-lacomo Mãe do Ano, O GLOBO apenas.eflete uma emoçâo que acredita sera de todos os brasileiros."

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Adel'bal Jurema)- Ances de encerrar a sessão, a Mesa daCâmara dos Deputados se associa a todasas homenagens aqui prestadas à mãe bra­sileira,

O SR. PRESIDENTE (Aderbal Jurema)- Nada mais havendo a tratar, vou levan-tar a sessão. .

Deixam de comparecer os Senhorcs:

AmazonasLeopoldo Peres - ARENA.

Pará

Êdison Bonna - ARENA; Gabriel Her­mes - ARENA; João Menezes - MDB; Se­bast-ão Andrade - ARENA; Stélio Maroja- ARENA.

MaranhãoFreitas Diniz - MDB,

Piauí

Correia Lima - ARENA.Pernambuco

Lins e Silva - ARENA; Ricardo Fíúza _ARENA.

AlaglJas

José Sampaio - ARENA.

Sergipe

Luiz Garcia - ARENA.Bahia

Francisco Pinto - MDB; Ruy Bacelar ­ARENA,

Espíl'ito SantoArgilano Dario - MDB; Oswaldo Zanel­

lo - ARENA,Rio de Janeiro

Adolpho Oliveira - MDB.Guanabara

Amaral Netto - ARENA: Flexa Ribeiro- ARENA; Lopo Ooêlho - ARENA; NinaRibeiro - ARENA; Pedro Faria - MDB.

Minas Gerais

Aécio Cunha - ARENA; Altair Chagas- ARENA; Batista Miranda - ARENA;Benb Gonçalves - ARENA;' Cal'los Cotta- MDB; Paulino Cicero - ARENA; Silviode Abreu - MDB; Tancredo Neves - MDB;Gilberto Almeida.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - ARENA;Amaral Furlan - ARENA; Baldacci Filho- ARENA; Bezerra de Mello - ARENA;Braz Nogueira - ARENA; Cardoso de Al­meida - ARENA; Chaves Amarante ­ARENA; Dias Menezes - MDB; HerbertLevy - ARENA; ítalo Fittipaldi - ARE­NA; José Camargo - MDB; Mário Telles- ARENA; Monteiro de Barros - ARENA;Orrnsy Rodrigues - ARENA; Ortiz Mon­teiro - ARENA; Pacheco Chaves - MDB;Paulo Abreu - ARENA; Pedroso Horta ­MDB; Pereira Lopes - ARENA; RobertoGeb•.ra - ARENA; SaIles Filll0 - ARENA;Sussumu Hirata - ARENA.

Goiás

Rezende Monteiro - ARENA; WilmarGuimarães - ARENA.

Mato Gl'OSSOLopes da COsta - ARENA.

Paraná

Maia Netto - ARENA.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - ARENA; Amaral de

Sousa - ARENA; Milton CasseI - ARE­NA (ME); Sinval Guazzelli - ARENA.

VIII - O SR. PRESIDENTE (AderbaI Ju­rema) - Levanto a sessão designando paraamanhã a seguinte

ORDEM DO DIA

Sessão em 14 de maio de 19740(TERÇA-FEIRA)

EM PRIORIDADEDiscussão

1

PROJETO N.o 1. 869-A, DE 1974Discussão única do Projeto n.o 1.869-A,

de 1974, que fixa os valores de vencimentosdos cargos dos Grupos-Atividades de ApoioJudiciário, Serviços Auxiliares, Serviços deTransporte Oficial e Portaria, Artesanato,Outras Atividades de Nível Superior e Ou­tras Atividades de Nivel Médio, do QuadroPermanente da Secretaria do Tribunal Re­gional do Trabalho da Primeira Região, edá outras providências; tendo pareceres:da Comissão de Constituic;ão e Justiça, pelaconstitucionalidade e juridicidade; e, dasComissões de Serviço Público e de Finan­ças, pela aprovação, (Do Poder Executivo_ Mensagem n.? 127/74). Relatores: Srs.Luiz Braz, Milton CasseI e Adhemar deBarros Filho. (Votação secreta.)

2

PROJETO N.o 680-A, DE 1973Discussão única do Prof eto n,? 680-A, de

1973, que dispõe sobre a obrigatoriedade dovoto nas eleições sindicais, e dá outras pro­vidências; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucio­nalidade, e da Comissão de Trabalho e Le­gis1:>ção Social, pela aprovação, com votoem separado favorável do Sr. RaimundoParente. (Do Senado Federal.) Relatores:Lauro Leitão e Walter Silva.

3

PROJETO N.o 2.334-A, DE 1970

Discussão única do Projeto n.v 2. 334-A,de 1970, que acrescenta dispositivos à Lein.? 2.604, de 17 de setembro de 1955, queregula o exercício da enfermagem profis­sional e define as atríbuícões do Técnicode Enfel'magem; tendo pareceres; da Co­míseào de Constituição e Justiça, pela cons­titucionalidade e juridicidade; da Comissãode Saúde, pela aprovação com substitutivo,e da Comissão de Educação e Cultura, pelaaprovação, com emenda, (Do Sr. EmílioGomes.) Relatores: Srs. Luiz Braz, Ba1dac­cí Filho e Bezerra de Mello.

EM TRAMITAÇÃO ORDINARIADiscussão

4PROJETO N.o 524-A, DE 1971

Primeira discussão do Projeto n.o 524-A,de 1971, que fixa prazo para fínancíamen-,t J de insumos utilizados na recuperação dosolo, e dá outras providências; tendo pa­receres: da Comissão de Constituição eJustiça, pela inconstitucionalidade, contraos votos dos Srs. Severo Eulálio, HamiltonXavier, Petrônio Figueiredo e Lísãneas Ma-

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Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Terça-feira 14 2815

eiel; da Comissão de Agricultura e Políti­ca Rural, pela aprovação, com substitutivo,com voto em separado do Sr. Vasco Ama­1'0; e, da Comissão de Finanças, pela apro­vação, com adoção do substitutivo da Co­missão de Agricultura e Política Rural, comvoto em separado do Sr. Homero Santos.(DJ Sr. Amaury Müller). Relatores: Srs.José Alves, José Mandelli e Ivo Braga.

5

PROJETO N.o 1.534-A, DE 1973Discussão pi évía do Projeto n.O 1.534-A,

de 1973, que estende ao servidor civil apo­sentado os direitos do artigo 124, item 4,da Lal n." 5.787, de 27 de junho de 1972,que "dispõe sobre a remuneração dos Mi­lítares, e dá outras providências", alteran-

,<lo a redação dos parágrafos e dos incisosII e lU do artigo 178 do Estatuto dos Fun­cionários Públicos Civis da União (Lei n.o1.711, de 28 de outubro de 1952); tendo pa­recer da Comissãc de Constituição e Jus­tiça, pela inconstitucionalidade, contra ovoto do Sr. Lisâneas Maciel. (Do Sr, JG deAraújo Jorge). Relator: Sr. Élcio Alvares.

AVISOSComissões Técnicas

COMISSãO DE CONSTITUIÇãO EJUSTIÇA

, Reuniões Ordinárias: Terças, Quartas eQUintas às 10 horas.

COMISSãO DE AGRICULTURA]E POLÍTICA RURAL

Reunião: dia 15-5-74Hora: 10 horasPauta: Debate sobre a problemática da

aftosaReunião: dia 22-5-74Hora: 9:30 horasPauta: MESA REDONDA DA CARNE

COMISSãO DE ECONOMIA,INDúSTRIA E COMÉRCIO

Reunião: dia 15-5-74Hora: 10 horasPauta: Mesa redonda com a participa­

ção dos Presidentes das Bolsas de Valorese Associações Comerciais dos Estados deSão Paulo, Guanabara, Minas Gerais e Riooranoe do Sul; e Presidente da Associa­ção de Investigadores em Sociedades de Ca­pital Aberto e da Area de Mercado de Ca­pitais do Banco Central do Brasil.

Reunião: dia 22-5-74Hora: 10 horas.Pauta: Comparecimento do Professor

ALYSSON PAULINELLI, Ministro da Agri­cultura.

Reunião: dia 29-5-74Hora: 10 horas.Pauta: Comparecimento do Dr. SEVERO

GOMES, Ministro da Indústria e do Co­mércio.

COMISSãO DO POLÍGONO DAS SECAS

Reunião: dia 30-5-74Hora: 10 horasPauta: Comparecimento do Dr. MAURÍ­

CIO RANGEL REIS, Ministro do Interior.

COMISSãO ESPECIAL DE POLUIÇãOAMBIENTAL

Reuniões: dias 3 a 7-6-74Hora:

Pauta: SIMPÕSIO DE SISTEMAS DEPREVENÇãO CONTRA INCÊNDIOS EMEDIFICAÇÕES URBANAS.

COMISSãO DA AMAZôNIAReuniões: dias 12 a 16-8-74Hora:

Pauta: SIMPóSIO NACIONAL DA A:MA:­ZóNIA.

COMISSãO DA BACIA DO SÃOFRANCISCO

Reunião: dia 16-5-74.Hora: 10 horas.

Pauta: comparecimento do Dr. MAURí­CIC RANGEL REIS, Mini.stro de Estado doInterior.

IX - Levanta-se a sessão às 17 ho·1'aS e 35 minutos.

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2816 Terça-feira 14 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 197<1

MESA LIDERANÇASPresidente:

Flávio Mareílio1.c - VIce-Presidente:

AderbaJ Jurema2.=>- Vice-Presidente:

Fernando Gama1.c-Secretario:

Day! de Almeida2.c - Secre t á r io :

Petrônio Figueiredo3..)-Secretário:

Jose Carlos Fonseca4.o-Secretário:

Dib Cherem

SUplentes de Secretário:

1.°-Suplente:Vinicius Cansanção

2 .)-Suplente:Teotonio Neto

3.D - Bu plen t e :João Castelo

4.o -S uplen t e :Jarmund Nasser

ARENA - MAIORIALíder:

Célío Borja

Vice-Líderes:

Garcia Neto

Paulino Cícero

Prisco Viana

Sinval Guazzelli

Wlimar Dauannol

fiIDB - MINORIALíder:

Laerte Vieira

Vice-Líderes:

Jairo Brum

João Menezes

Hamilton Xavier

Padre Nobre

Joel Ferreira

Francisco Amaral

José Camargo

Argilano Dario

Olívír Gabardo

Ney Ferreira

Leo Simões

Turma '''A u

Turma "B"

Sanes FilhoSIqueira CamposVingt RosadoVagoVagoVagoVago

VagoVago

Pedro CoUinRozendo de SouzaSilvio LopesSinval GuazzelliUbaldo BaremVago

Léo SimõesPeixoto Filho

MDB

MDB

SUPLENTES

ARENA

TITULARES

ARENA

José CamargoJúlio ViveirosVago

Amaral de SouzaBrasalio CaiadoCorreia LImaEtelvino LinsLuiz BragaMaia NetoMário MondíneOssian Araripe

Abel AvilaAldo LupaArnaldo BusatoBento GonçalvesDaso CoimbraJoão GuidoJosé da Silva BarrosManoel raveiraOsvaldo Zaneno

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras; às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 6 - Ramais 654 e 6511:

secretãno: Abelardo Frota e,Cy:;;ue

Presidente: Monteiro de Barros _ ARENA

Vice-Presidente: Norberto Schmidt - ARENA

VICe-Pl"esidente: Eloy Lenzi - MD,Q

Aldo FagundesAlencar FurtadoDias MenezesJoel Ferreira

3) COMISSAO DE COMUNICAÇÕES

José Tasso de AndradeLomanto JúniorMário MondinoMauricío roledoMilton CasseiRobcrto GaNamSussumu Hirata

MDBDias MenezesJoão Arruda

MDB

Alencar FurtadoVago

SUPLENTES

ARENA

MDB

Olivir GabardoSantIJlI soonnneVIctor Issier

REUNIóES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horasLooal: Ediflcio Anexo II - Sala 11 - Ramal:

621 - 24-3719 «nreto)secretária: Eni Machado Coelho

Presidente: Aureliano Chaves - ARENA

Vice-Presidente: Célio Marques Fernandes ­ARENA

Vice-Presidente: Janduhy Carneiro - MDB

TITULARESARENA

Garcia NettoGonzaga vasconcelnsLUIZ GarCIaNina RíbeíroVagoVago

Anapolino de FariaAntônio BresolinBezerra de Noróes

REUNIõESQuartas e Quintas-feiras: às 10:00 horasLocal: Anexo n - Sala - Ramal: 766

Direto: 24-7493Secretária: Maria Célia Martins de Sou­

za Borges

Antônio FlorêncioAJ:y vatauáoBatista MIrandaFernando Fagun-

des NetoEdison BonnaGabriel Hermes

Dias MenezesFernando cunhaJosé MandelJi

Alberto LavinasAldo Fagundes

Adhemar de Bar-ros Ifl1hO

Brasilio CaiadoBraz NogueiraCorreia LimaDelson SoaranoFlávio G10Vll1eGrlmaldl RIbeiro

2) COMISSAO DE C1ÉNCIA E TECNOLOGIA

Pacheco ChavesVinicius Cansanção

José MandelliJosé Tasso de AndradeLuiz BragaManoel RodriguesMarcílío LimaMilton BrandãoRuy BacelarSinval Boaventura

Cardoso de Almeida.DlOgO NomuraFlávio GíovíneHerbert LevyJuvêncio DiasLopes da CostaOrensy RodriguesVasco Amaro

MDB

DEPARTAMENTO DE COMISSOES

COMISSÕES PERMANENTES

1) COMISSAO DE AGRICULTURA E POlíTICARURAL

Alberto HoffmannAldo LUpaBatista MirandaBias FortesEraldo LemosHannequin DantasJoáo GuidoRugo AguiarJoaquim Coutinho;Jorge Vargas

Presidente: Renato Azeredo - MDB

SUPLENTES

ARENA

Coordenaeão de Comissões Permanentes

Geny Xavier Marques

Local: Anexo Ir - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramais: 601 e 619

Paulo Rocha

Local: Anexo II - Ramal 661

Vice-Presidente: Fraucisco Líbardoní - MDB

Antônio BresolínJuarez Bernardes

Vice-Presidente: Paulo Alberto - ARENA

TITULARES

ARENA

Antônio UenoDelson ScaranoEdvaldo FlóresGeraldo BulhõesLomanto JúniorNunes PreireSebastião AndradeVago

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Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Terça-feira 14 2817

.4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTiÇA 5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOSTRIA ECOMÉRCIO

6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

TITULARES

Ossian Araripe

Paulo Ferraz

Stéllo Maroja

Vinicius Câmara

Nosser Almeida

Osnelh Martinelfi

Manoel de Almeida

Jarmund Nasser

Moaeyr Chiesse

Mauncio Toledo

Vago

MDB

Henrique Eduardo Alves

ARENA

Necy Novaes

SUPLENTES

Jairo Magalhães

LUIZ Braz

IldéUo Martms

Alcir Pimenta

Antônio Mariz

Arthur Fonseca

Albino Zeni

Brasílio Caiado

João Borges

Presidente: Geraldo Freh'e - ARENA

Více-Presrdente: Gastão Müller - ARENA

Vice-PresIdente: Brígido Tinoco - MDB

TITULARES

AJ:l,ENA

Flexa Rrbeiro Plínio Salgado

MDB

Francisco Amaral Nadyr Rossetti

JG de Araújo Jorge Olivir Gabardo

Euripides Cardo- Oceano Carleial

so de Menezes Parsrfal Barroso

Emanuel Pinheiro

Ary de Lima

Bezerra de Mello

Daso COImbra

Vago

Vago

Vago

Santlllí Sobrinho

Arío Theodoro

João Arruda

Tancredo Neves

MDB

Amaury Müller

Marcondes Gadelha

Rubem Medina

Vago

Vago

Vago

Vago

Presidente: Harry Sauer - MDB

TITLTLARES

Turma "A"

AJ:l,ENA

Tunna "A·) Turma "B"

I\.maral Neto Alberto Hoffmann

Braga Ramos Chaves Amarante

Braz Nogueira Jonas Carlos

Faria Lima Luiz Losso

Arthur Fonseca Amaral Furlan

José Haddad Ortiz Monteiro

Sussumu Hirata Stélio Maroja

Vice-Presidente: Márcio Paes - ARENA

Vice-Presidente: Henrique Eduardo Alves ­MDB

João Linhares

Lauro Leitão

Ruydalmeida Barbosa

UbaJdo Barem

Antonio Mariz

:mlcio Alvares

Ernesto Valente

Jarro Magalhães

Atreu Gasparini

MDB

Alceu Col1ares

Francisco Pinto

HamIlton Xavier

Severo Eulálio

Túlio Vargas - ARENA

Presidente: José Bonifácio - ARENA

José Bonifácio Neto

Lisâneas Maciel

Miro Teixeira

SUPLENTES

,vago

,VagO

Turma "B"

AJ:l,ENA

Turma "A" Turma "B"

SylvlO Abreu

!'"~ltair Chagas

!Arlindo Kunzler:l~jalma Bessa

~jalma MarinhoI,

!Ferreira do Amaral

~talo Fittipaldiu~osé Alves

José Sally

Luiz Braz

'Vice-Presidente: Marcelo Medeiros - MDB

;j

ARENA Bezerra de Norões Juarez Bernardes

REUNIõES

Jarmund Nasser

José Cal'1os Leprevost

';'. Terças, Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 hs.

Local: Anexo II - Sala 17 - Ramal: 626

secretária: Silvia Barroso Martins

Amaral de Souza Nogueira de Rezende

América de Souza Norberto Schmidt

Arthur Fonseca Osmar Leitão

Cantidio Sampaio Osnelli Martinelli

Cláudio Leite Parente Frota

Emanuel Pinheiro Pires saboía

Gonzaga Vasconcelos Raimundo Parente

Homero SantOll Sinval Guazzelli

Turma "B"Carlos Alberto Oliveira

Dyrno Pires

Fernando Magalhães

João Castelo

Leopoldo Peres

Ozanam Coelho

Vago

Vago

Vago

Vago

Santilli SobrinhO

Turma "A"

Adhemar de Bar-

ros Filho

Aldo Lupo

Homero Santos

Ivo Braga

Jorge Vargas

Tourmho Dantas

Wilmar Guimarães

Vago

Vago

vago

Fábio Fonseca

Vice-Presidente: Ildélio Martins - ARENA

Presidente: Arthur Santos - ARENA

REUNIoES

Quartas-feiras e quintas-feiras: às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 9 - Ramal: 639

Secretária: Marta Clélia Orrico

7) COMISSÃO DE FINANÇAS

Turma -s-Vice-Presidente: Athiê ooury - MDB

TITULARES

ARENA

Turma "A"Navarro Vieira

Osmar Leitão

Paulino Cícero

RogériO Rêgo

Wilmar Dallanhol

Magalhães Mello

Marco Maciel

Mário Mondino

Josias Gómes

MDB

José da Silva Barros

SUPLENTES

ARENA

José Pinheiro Machado

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horas

Local: Anexo n - Sala 4 - Ramal: 631

seeretàeío: Angelo da Vila.

Djalma Bessa

E.:dvaldo Flôres

Ferreira do Amaral

Hermes Macedo

Januário Feitosa

João Linhares

Batista Miranda

Bento Gonçalves

Cardoso de Almeida

Altair Chagas

Antônio Ueno

César NaSCImento Jorge Ferraz

Dias Menezes Léo Simões

Eloy Lenzi Ruy Lino

Vago Victor Issler

Vago

Ney Ferreira

Ulysses Guimarães

Vago

José Camargo

LUiz Losso

Manoel Taveira

MDB

JG de Araújo Jorge

Eloy Lenzi

Francisco Studart

Argllano DarIO

Alencar Furtado

Alfeu Gasparini

Adhemar Ghisi

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%818 ~erç~-feir~ 14 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Maio õe 197"

SuPlENTES

REUNIõES

Presidente: Daniel Faraco - AJ;l,ENA

8) COMISSÃÓ DE FISCALlZACÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS -

Turma "B"Américo de SouzaBras ForteCláudio LeiteJosé Pinheiro MachadoManoel TaveíraMurilo BadaróPedro CollinPereira LopesRogério RêgoTeotônio Neto

MDB

Turma "A"

Presidente: Cantidio Sampaio - ARENA.Více-Prestüente: Dyrno Pires - A.H.ENA

TITULARES

10) COMISSÃO DE REDAÇAO

Turma uA"

Turma "H"

Freitas Dírríz

MDB

REUNIõES

Quartas-feiras: às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 672Secretário: José Lyra Barroso de Ortegal

11l COMISSÃO DE RELAÇõES EXTERIORES

Presidente: Raimundo Diniz - ARENA

MDB

ARENA

Henrique de La RocqueSylvio Botelho

Antônio Bresolin

SUPLENTES

ARENA

Ary de Lima Raimundo ParenteFrancisco RollembergPrisco Viana

Vice-Presidente: Marcelo Línhares - ARENA

Vice-Presídente: Reynaldo Sant'Anna - MD~

TITULARES

ARENA

Adhemar GhisiAroldo CarvalhoHenrique I'urnerHermes MacedoJoaquim CoutinhoJosé Carlos LeprevostJosias GomesLins e Sl1vaLopa CoelhoPassos Porto

Fernando Fagun-des Neto

Francisco GrilloGabriel HermesIv~ BragaJoão CasteloJosé HaddadLauro LeitãoNorberto scnmídtParente Frota

Joel FerreiraJosé Bonifácio NetoMarcelo Medeiros

Turma "B"

Gilberto AlmeidaJose MacnadoOdulfo DominguesPaulmo CICeroPriSCO vranaVagoVago

MDB

REUNIõES

SUPLENTES

ARENA

PreSidente: Nogueira de RezendeARENA

Adhemar de Bar-ros FilhO

Aécio CunhaAntômo FlorêncioArlindo KunzterArthur SantosBento Gonçalvesltlcio AlvaresEuripides Cardo-

so de Menezes

Turma "B"

Turma "A"

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 2 - Raral: 665

Secretário: Wllson Ricardo Barbosa vranna

Freitas DinizJerônimo SantanaJoão Menezes

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Vice-Presidente: José rasso de Andrade _At.,ENA

Víee-Presídente; Dirceu Cardoso - MDB

Turma "A"

Aécio CunhaEdl1son Meio rávoraFrancisco GnlloJosé SampaioMarco MacielVagoVagoVago

TITULARES

ARENA

Pacheco Chaves

Peixoto Filho

Vinicius Cansanção

Walter Silva

Hugo Aguiar

Januário Feitosa

João Alves

Joaquim Macedo

Manoei raveira

Mário relles

Milton Brandão

Pedro Collin

Plinio Salgado

Roberto Gebara

Sebastlão Andrade

Vago

Vago

MDB

MDB

Joel Ferreira

José Freire

ARENA

Cesar Nascimento

Osírts Pontes

Victor Issler

Vago

Adhemar Ghisi

Alair Ferreira

Altair Chagas

Antônio Mariz

Arlindo Kunzler

Athos de Andrade

Faria Lima

Ferreira do Amaral

Fmtado Leite

Herbert Levy

Hel'IDeS Macedo

Turma "A" - Quartas-feiras: às 10:00 horas

Turma "B" - Quir.tas-feiras: às 10:OC noras

Local: Anexo II - Sala 16 - Ramais: 642

e 643

Secretário: Paulo José Maestralí

Adalberto Camargo

Dias Menezes

Florim Coutinho

Freitas Nobre

José Camargo

TITULARES

ARENA

MDB

Hamllton XavierJairo BrumJoel Ferreira081r1s Pontes

Adalberto Camargo João MenezesFrancisco Studart Padre NobrePedro Farra 'I'hales RamalhoUlysses Guimarães Vago

SUPLENTES

ARENA

Leopoldo PeresMarco MacielMário MondinoMauricio roredoNorberte SchmrdtOceano oarleiarOrensy RodriguesOzanam CoelhoParsifal BarrosoWilmar GurrnarãesVago

Alberto CostaAlfeu GaspariníAlvaro GaudêneioAry ValadãoDaniel FaracoDiogo NomuraFaria LimaFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo GuedesJosé PenedoLeão Sampaio

REUNIÕES

Quartas-feiras: às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 1 - Ramal 677

Secretária: Sylvia Cury R.ramer .senremín d~Canto

Aldo FagundesAnapolíno de FariaBrrgido TinocoDias MenezesFrancisco Pinto

Parente FrotaRoberto GebaraRozendo de SouzaSílvio LopesSlquell'a CamposVasco NetoVingi: RosadoWumar Dallanhol

Lauro RodriguesSilvio de AoreuVago

MDB

Freitas DinizVago

MDB

Jerônimo SantanaJorge FenazVago

SUPLENTES

ARENA

REUNIÕES

Quintas-eiras: às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 7 - Ramal 659

Secretária: Terezinha de Jesús Versrani Piotanguí

Antônio PontesJaison BarretoJoão Arruda

Batista MirandaFrancelino Perell'aGarcia NetoLopes da CostaMárcio PaesMário StammNosser AlmeidaOceano CarlctalOswaldo Zanello

Athos de Andrade

Eurico Ribeiro

Henrique Fanstone

J osías Leite

Ricardo Fiúza

Theódulo de Albuquer-

que

Vago

Vago

Vago

Vago

MDB

Vice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

Vice-Presidente: Peixoto Filho - MDB

Turma ~'B"

V'lI';O

vago

'I'uzma "A'"

Heitor Cavalcanti

Joaquim Macedo

Manoel Novaes

Nosser Almeida

Oswaldo Zanello

Smval Guazzelli

Wilson Falcão

Vago

Page 51: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd14mai1974.pdf · ANO XXIX - N9 39 CAPITAl" :FEDERAL TERÇ,l-FElRA, 14 DE MAIO DE 1974 CÂMARA DOS DEPUTADOS r-----------------S

Maio de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 14 2819

12) COMISSAO DE SAODE 14) COMISSAO DE SERViÇO POBLlCO 16) COMISSAO DE TRANSPORTES

SUPLENTES

ARENA

Presidente Pedro Lucena - MDBVice-Presidente Fábio Fonseca - MDB:Vice-Presidente Francisco Rollemberg ­

ARENA

REUNIõES

Quartas-feiras: às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Ramal 682Secretária: Iná Fernandes Costa

MDBFrancisco LibardoniNadyr RossettiPeixoto Filho

MDBVagoVagoVago

SUPLENTESARENA

Mário MondinoMoacir ChiesseMonteiro de BarrosParente FrotaPassos PortoVasco AmaroVingt Rosado

Adalberto CamargoAlberto LavinasAmaury Müller

Fernando LyraJairo BrumLéo Slmôes

Alipio CarvalhoEdllson Melo TávoraEraldo LemosGarcia NetoJose MachadoJose SampaioLeão SampaioMala Neto

REUNIõESQuartas e Quintas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal: 69('Secretária: Maria da Conceiçâo Azevedo

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORARIAS

Presidente: Vasco Netto - ARENAVice-Presidente: Abel AVIla - ARENAVice-Presidente: José Mandellí - MDB

TITULARESAaENA

Rezende MonteiroRozendo de SouzaRuy BacelarSílvio LopesVagoVago

Airon RiosAlair FerreiraAlberto CostaBento GonçalveiJoão GuidoMario StammMário Telles

José PenedoJosé SallyLopo CoelhoManoel de AlmeidaOzanam ooetncRoberto GalvaniVimcius Câmara

MDB

Peixoto FilhoVagoVago

REUNIõES

MDB

Lauro RodriguesMarcos Frell'e

SUPLENTES

ARENA

Francisco LibardoniLéo SimõesPedro Lucena

Baldacci FilhoCarlos Alberto OliveiraCid F'urtadoDaso CoimbraEurico RibelroGilberto AlmeidaJoão CasteloJonas Carlos

Freitas NobreGetúlio Dias

Presidente: Dias Menezes - MDBVice-Presidente: Antônio Pontes - MDBVICe-Presidente: Hugo Aguiar - ARENA

TITULARES

ARENA

Agostinho Rodrigues Paulo FerrazEl1as Carmo VagoFrancelino Pereira VagoGrimaldi Ribell'o VagoJoão Vargas VagoNecy Novaes VagoMagalhães MelloMilton casseiPaulo Abreu

Quintas-feil'as, às 10:00 horas

Local: Anexo Ir - Sala 12 - Ramal 694

Sbcretário: Oclair de Mattos Rezende

Juvêncio DiasNunes FreireOceano CarleialParsiral BarrosoSylvio VenturolliTheódulo de Albuquer-

queVingt Rosado

VagoVago

MDB

JG de Araújo JorgeJúlio ViveirosMarcondes Gadelha

TITULARESARENA

Leão SampaioMarcílio LimaNavarro VieiraSilvio BotelhoVagoVagoVago

MDB

Athíê oourvFreitas DinizJanduhY Carneiro

Anapolino de FariaJaison Barreto

Albino ZeniAmérico BrasilArnaldo BusatoBaldacci FilhOCantidio SampaioEraldo LemosHelbert dos Santos

Airon Rios~raga Ramos,....aso CoimbraDiogo NomuraHenrique FanstoneJoão AlvesJosé Tasso de AndradeJosias Leite

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presídente: Parente Frota - ARENAVice-Presidente: ítalo Conti - ARENAVice-Presidente: Florim Coutinho - MDB

TITULARES

ARENA

605.

Nunes FreireRaimundo ParenteVinicius Câmara

MDBRuy Lino

SUPLENTESARENA

VagoVagoVagoVago

t!:dison BonnaEmanuel PinheiroEraldo LemosJarmund NasserLeopoldo Peres

MDBAntônio Pontes José FreireJG de Araújo Jorge Victor Issler

REUNIõESQuartas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais:606 e 616

Secretária: Jacy da Nova Amarante

Jerônimo SantanaJoel Ferreira

Gabriel HermesJoaquim MacedoJuvêncio DiasNasser Almeida

Presidente: Siqueira Campos - ARENAVice-Presidente: Sebastião Andrade - ARENAVice-Presidente: Júlio Viveiros - MDB

TITULARESARENA

Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo II - Ramais:

Seção de Comissões de InquéritoChefe: Flávio Bastos RamosLocal: Anexo II - Ramais: 609, 610 e 612

Seção de Comissões EspeciaisChefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal: 1l(}4

COMISSOES ESPECIAIS

1) COMISSÃO DA AMAZÕNIA

MDBFernando CunhaWalter Sllva

SUPLENTES

ARENA

lldélio Martinsítalo oonnJoaquim MacedOJosé Pinheiro MachadoJoslas GomesMauricio roledoSussumu HirataTúlio Vargas

TITULARES

ARENA

Wilmar Dal1anholWilson BragaVagoVagoVagoVago

MDBLisãneas MacielPedro FariaPeixoto Filho

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras: às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 15 - Telefone:24-8719Secretária: Allia Felício Tobias

Francisco AmaralFrancisco PintoGetúlio Dias

Adhemar GhisiCélio Marques Fer-

nandesCláudio LeiteDaso CoimbraFernando Fagun-

des NetoGeraldo BulhõesHelbert dos Santos

Alcir PimentaArgllano DarioCarlos Cotta

Alvaro GaudêncioCid FmtadoHenrique de La RocqueJoão AlvesOsmar LeitãoRoberto GaívaníRoberto GetlaI<l.

Presidente: Raimundo Parente - ARENAVice-Presidente: José da Sllva Barros - A.J:l.ENAVICe-Presldente: Bezerra de Norões - MDB

15) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃOSOCIAL

João VargasMagalhães MelloRoberto GalvaniSalles FilhoSiqueira CamposTeotônio NetoVingt Rosado

Milton BrandãoOsnelli MartinelliSylvio venturoníSinval BoaventuraVinicius CâmaraVagO

:MDB

MDB

VagoVagoVago

SUPLENTES

ARENA

José Camal'gOLaerte VieiraVago

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 harasLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramal 689Secretária: Haydeé Fonseca Bal'1'eto

Alencar FurtadoDias MenezesFrancisco Pinto

Ney FerreiraRuy Lino

Adhemar de Bar-ros Filho

Agostinho RodriguesAroldo CarvalhoBento GonçalvesCélio Marques Fer-

nandesEraldo LemosFlávio GiovineJoão Guido

IAlípio CarvalhoClóvis StenzelGeraldo GuedesHannequim DantasJanuário FeitosaJosé PenedoManoel Rodrigues

Page 52: imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd14mai1974.pdf · ANO XXIX - N9 39 CAPITAl" :FEDERAL TERÇ,l-FElRA, 14 DE MAIO DE 1974 CÂMARA DOS DEPUTADOS r-----------------S

2820 Terça-feil'a 14 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Maio de 1974

2) COMISSAO DA BACIA DO SAO FRANCISCO

REUNIõES

Quintas-feiras. às 10:00 norasLocal: Anexo li - Sala 3Telefone: 24-2493 - Ramal: 611Secretário: Carlos Brasil de Araújo

Presidente: Rogério Rego - ARENAVice-Presidente: Geraldo Bulhões - ARENAVice-Presidente: Vinieius Cansar.ção - MDB

SUPLENTES

ARENA

MDB

Francisco Pinto Thales RamalhoJanduhy Carneiro

SUPLENTES

AliENA MDB

Alcir PimentaAlberto LavínasPadre Nobre

MDB

TITULARES

SUPLENTES

ARENA

ARENA

Plínio SalgadoSinval BoaventuraFlexa RIbeIroOswaldo ZanelloManoel TaveiraCardoso de AlmeidaJoão AlvesEurapides Cardo-

so de MenezesVago

7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR AS MEDIDAS LEGISLATIVAS NECESSÁ.RIAS A INTEGRAÇÃO SóCIO-ECONôMICA ECULTURAL DOS POVOS DA COMUNIDADE AUNGUA PORTUGUESA, BEM ASSIM TORNARREALIDADE A COMUNIDADE LUSO-BRASI­LEIRA

Presidente: Daso Coimbra - ARENAVice-Presidente: Furtado Leite - AH,ENARelator: João Menezes - MDB

Luiz GarciaManoel ae AlmeidaOceano Canela!

MDB

JG de Araújo JorgeJosé Mandelli

REUNIõES

SUPJ~ENTES

ARENA

Sínval GuazzelliVasco AmareWIlmar nanannoiVagoVago

Eraldo LemosErnesto vaientcFrancelmo PereiraJosé Alves

Abel AvilaArtnur SantosFlávio Giovmeítalo Conti

Alencar FurtadoCésar Nascimento

Quintas-feira,~ às 10 :00 horas

Local: Anexo II - Sala S-E - Ramais: 607e 60S

Secretário: Abeguar Machado Massare

TITULARES

ARENA

5) COMISSAO DO POLlGONO DAS ~ECAS

Presidente: Ruy Bacelar - ARENAVice-Presidente: Januáno FeItosa· - A.l{,ENAVíce-Presidente; l'hales Ramalho - !viDB

Manoel NovaesRieardo FIUzaVasco Neto

Marco MacielOdulfo DommguesPassos PortoPaulino oicero

MDE

Walter SilvaVago

Henrique Eduar­do Alves

Ney FerreIra

Bento GonçalvesJosé SampaioJosias LeiteLomanto Júnior

Djalma BessaEraldo LemosFernando MagalhãesGonzaga VasconcelosHOmero Santos

4) COMISSÃO DO DESENVOLVIMENTO DAREGIAO SUL

3) COMISSÃO ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTODA REGIAO CENTRO-OESTE

Presidente: Emanuel Pinheiro - ARENAVice-Presidente: Wilmar Guimarães - AH,.l!:NAVrce-Presidente: Juarez Berriardes - MDB

MDB

Carlos Cotta José Bonifácio NetoDirceu Cal' doso Vago

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Rama': 685Secretário: Romoaldo Fernandes Arnaldo

Lins e SilvaParsifal BarrosoEdison BonnaPaulo Alberto

José da SIlva BarrosVago

Pedro Faria

MDB

MDB

REUNIÕES

Herrrique Eduardo Alves

TITULARES

ARENA

SUPLENTES

ARENA

Stélio Maroja

8) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ELABO­RAR PROJETO DO CODIGO D~ ESPOlHES

REUNIÕES

Quintas-feiras às 09 :00 horasLocal: Anexo U - Sala S-A - Ramal: 604Secretária: Maria Belena May EereIra da

Cunha

Quartas-feiras, às 15 :00 horas

Local: Anexo 11 - Sala a-B - Ramais: 603e 60!l,

Secretário: Darke Oliveira de Albuquerque

Presidente: Osnelli Martinelli - ARENAVice-Presidente: Brígido I'inocc - MDBRelator: Smval Guazzellí - ARENARelator-substItutO: Fábio Feitosa - MDB

Fernando Fagun-des Neto

Ruy BacelarMáric renes

Mál'C!C Paes

Argílano Dario

Atrué Coury

Bezerra de Norões

Abel Avila

MDB

Pacheco Chaves

Thales RamalhoWaldemiro Eeíxeíra

MDB

Marcos FreireSevero E uiano

José PenedoJose sampaicJOSlas GOmesPinheiro MachadoPrisco. VIanna

MDB

SUl'LENTES

MDE

Alvaro Lins vuncíus CansançãoHenrique Eduar-

do Aives

ARENA

Mário Telles

Quintas-feiras. às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala S-A - Ramal 695Secretária: Vânia Garcia Dórea

SUPLENTES

ARENA

Presidente: Faria Lima - ARENAVice-Presidente: Aureliano Chave" - ARENARelator: Monteiro de Barros - ARENA

REUNIõES

TITULARES

ARENA

Célio Marques Fer­nandes

Ferreira do Amaral

6) COMIS~AO ESPECIAL DESTINADA AESTUDAR GLOBALMENTF O PROBLEMADA POLUIÇAO AMBIENTAL

REUNIõES

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A - Ramal: 603Secretária: Maria Tereza de Barros Pereira

Edvaldo FloresFranCISCO tGollembergFurtadc LeiteGrnnaídr Ribeiro

Fábio FonsecaFernando Lyra

VagoVagoVagoVago

MDB

Jaison Barreto

MDB

Sílvio de Abreu

TITULARES

ARENA

Marcilio LimaRezende MonteiroUbaldo Barem

SUPLENTES

ARENA

Eloy LenziGetúlio Dias

Presidente: Adhemar Ghisi - ARENAVice-Presidente: Mário Mondinc - ARENAVice-Presidente: Antônio Anmbelli - MDB

TITULARES

ARER.

Lauro LeitãoPedro CollinSylvio Venturolli

Alberto HoffmannAntônio OenoAroldo CarvalhoJoão Vargas

Ary ValadâoGarCIa NetoGastão MullerJarmund Nasser

Argilano DarioFernando Cunha

América BrasilHenrique FanstoneLopes da CostaSiqueira CamposVago

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Maio de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 11 2821

Presidente: Norderto Schmidt - ARENA

Více-Presldente: Florim Coutinhc - MDB

Relator: Altair Chaves - ARENA

9) COMISSÃO ESPECIAL PARA REVISÃO EATUA·

L1ZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO SOBRE DIREITOS

AUTORAIS

11) COMISSÃO ESPECIAL PARA ESTUDAR EEQUACIONAR O PROBLEMA DO MENORABANDONADO NO PAIS

Presidente: José Sally - ARENAVice-Presidente: JG de Araújo Jorge - MDBRelator: Manoel de Armerda - ARENA

TITULARESAHENA

Lísãneas MacielMarcos FreireRenato AzeredoWalter Sllva

MDB

MDB

SUPLE:\TESAHENA

REUNIõES

Terças-feiras, às 10:00 noras

Local: Anexo II - Sala a-A - Ramal: 603

Secretário: Mário Camilo de Oliveira

Francisco Studart

Alceu CollaresFrancisco AmaralJairo BrumLaerte Vieira

Garcia Neto

Necy NovaesPhrno Salgado

MDB

SUPLENTESARENA

Peixoto Filho

Airon RiosAlberto CostaMário Mondmo

Prisco Vianna

Wilmar Guimarães

zaenanas Seleme

TITULARES

ARENA

Osmar Leitão

F'lexa Ribeiro

Maurício Toledo

Freitas Nobre

MDB

Dias Menezes

Raymundo Diniz

Júl10 Viveiros

MDB14} COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A ESTU.

DAR E ELABORAR PROJETO SOBRE fRAFICOE USO DE TÓXICOS

SUPLENTES

ARENA

VagoMDB

Walter Silva

REUNIõES

Quintas-feiras, às 09 :00 noras

Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramal: 603

Secretário: Antônio Fernando Borges Manzan

REUNIõES

Quartas-feiras, às 15:00 horasLocal: Anexo II - Sala a-B

Secretária: Gelcy Clemente Baptista

12) COMISSÃO ESPECIAL DE SEGURANCA DEVE1CULOS AUTOMOTORES E TRAFEGO

Presidente: - ARENAVíce-Presrdente: José Mandelli - MDRRelator: Mário Stamm - ARENA

TITULARESAHENA

Presidente: Tourinho Dantas - ARENAVice-Presidente: Jaison Barreto - MDBRelator-Geral: Manoel Taveira - ARENASub-Relator: Fábio Fonseca - MD!!

TITULARESARENA

Parente FrotaNma RibeiroHelbert dos Santos

SUPLENTESARENA

Leão Sampaio

MDB

Josias Leite

Alcir Pimenta

SUPLENTES

ARENA

MDB

OUvir Gabardo

José Bonifácio NetoPeixoto Filho

MDB

SUPLENTES

ARENA

Cantidio Sampaio

A.."tENA

Alberto HoffmannChaves AmaranteDjalma BessaJosé HaddadRoberto GalvaniSilvio BotelhoSinval Boaventura

REUNIõES

Local: Anexo II - Sala 3 - Rarr•al: 61:­

Secretário: JairO Leal Vianna.

(RESOLUÇiiO N,· 47/73)

Presidente: Wilson Braga - AItENAVice-Presidente: Marcondes Gadelha - MDBRelator: Francelino Perelra - ARENA -

REUNIõES

Terças-feiras, às 10 :00 horas

Local: Anexo II - Sala, 8-ASecretál'io: Antônio Estanislau Gomes

Pedro Lucena

TITULARES

COMISSÕES PARLAMENTARESDE INQUÉRITO

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RITO

PARA INVESTIGAR AS CAUSAS DO TRÁFICOE USO DE SUBSTANCIAS ALUCINõGENAS

MDB

Léo Simões

Moacyr ChiesseRozendo de SouzaRuy BacelarUbaldo Barem

MDB

Presidente: José Sampaio - ARENAVice-Presidente: José Bonifácio Neto - MDBRelator: Ildélic Martins - ARENA

TITULARESARENA

Jairo MagalhãesJoão LinharesJosé Carlos LeprevostMagalhães MeloMarco MacielPinheiro MachadoRaimundo DinizTúlio VargasVagoVago

Adllemar GhisiArlmdo KunzlerCélio Marques Fer-

nandesCláudio LeiteDjaltna BessaEurico RibeiroFrancelino pereiraHildebrando Guima-

rãesIvo Braga

Adalberto CamargoEloy Lenzi

Abel AvilaCél10 Marques Fer­

nandesJoão GuidoJ:>aquim Macedo

Alfeu Gaspal'ini

13) COMISSÃO ESPECIAL DESTINA A ELABO­RAR PROJETOS DE LEIS COMPLEMENTARESA CONSTITUIÇAO

Quintas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 8-A

Secretária:

REUNIõESAlberto Lavinas

MDB

SUPLENTESARENA

MDB

José camargo

Pedro Faria

Getúlio Dias

José Bonifácio Neto

REUNIõES

Terças-feiras, às 10 horas

Local: Anexo Il - Sala S-B - Ramal: 604Secretária: Maria Izabel de Azevedo

Délson Scarano Oswaldo ZaneJlo

Fada Lima Túlio Vargas

TITULARES

ARENA

10) COMISSÃO ESPECIAL PARA FIXAR OIREiRi­

ZES E NORMAS DE LEI PARA O TURISMOBRASILEIRO

Presidente: Luiz Braz - ARENA

Vice-Presidente: Dirceu Cardoso - MDB

Relator:

Alvaro Gaudêncio João Alves

Aroldo Carvalho Lauro Leitão

Célío Marques Fer- Leopoldo Peres

nandes Navarro V}eira

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'182% Te~a-felra 14 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção 1)

ANAIS DO SENADO

Maio de 1974

Mêsde maio de 1965Mês de maio de 1965Mêsde agosto de 1965.tvlês de agosto de 1965Mêsde setembro de 1965Mês de setembro de 1965Mêsde outubro de 1965Mês de janeiro de 196BMês de fevereiro de 1968Mês de fevereiro de 1968Mês de março de 1968Mês de março de 1968Mês de abril de 1968Mês de abril de 1968Mês de maio de 1968Mês de maio de 1968Mês de junho de 1968Mês de junho de 1968Mês de julho de 1968Mês de julho de 1968Mês de agosto de 1968Mês de agosto de 1968Mês de setembro de 1968Mês de setembro de 1968Mês de outubro de 1968Mês de outubro de 1968Mês de novembro de 1968Mês de novembro de 1968Mês de dezembro de 1968Mês de outubro de 1969Mês de novembro de 1969Mês de novembro de 1969Mês de abril de 1970Mês de abril de 1970,Mês de maio 'de 1970Mês de maio de 1970Mês de junho de 1970Mês de junho d~ 1970Mês de julho de 1970Mês março/abril de 1971Mês março/abril de 1971Mês de maio de 1971Mês de maio de 1971Mês de junho de 1971Mês de junho de 197fMês de julho de 1971Mês de julho de 1971 'Mês de agosto de 1971Mês de agosto de 1971Mês de setembro de 1971Mês de setembro de 1971Mês de outubro de 1971 .Mês de outubro de 1971Mês de novembro de 1971Mês de novembro de 1971Mês de abril de'1972Mês de abril de 1972Mês de maio de 1972Mês de maio de 1972'M~s de junho de 1972

- SESSOES 39' a 50' - tomo I..:... SESSOES 51~a 62~-tomolI- SESSOES 107' a 117~ - tomo I- SESSOES 118' a 130·-tomoII- SESSOES 141~ a 142~ -tomo I..:.. SESSOES 143' a 145"- tomo 11- SESSOES 156' a 166' - tomo II- SESSOES r- a 12"(Convocação Extraord.)- 'SESSOES 13"a 27' (Convocação Extraord.)- SESSOES 28' a 34' (Convocação Extraord.)- SESSOES 1~ aIS' (1' e 2' Sessões Preparatórias - Vol. I)- SESSOES 16"a 32' -tomo 11- SESSOES 33' a 42' - tomo I- SESSOES 43' a 62' - tomo 11- SESSOES 63' a 78~ - tomo I- SESSOES 79' a 100' - tomo 11- SESSOES 101'al14"-tomo I- SESSOES 115' a 132' - tomo 11- SESSOES l' a lO' (Convocação Extraord.)- SESSOES 1l~ a 24~ - tomo II- SESSOES 133' a 150' - tomo I- SESSOES 151' aiW - tomo II- SESSOES 172' a 188·-to.!Jlo I- SESSOES 189' a 209' - tomo II- SESSOES 210'a231~-tomo I- SESSOES 232' a 262' - tomo II- SESSOES 263' a 275' - tomo I- SESSOES 276~ a 298' - tomo 11- SESSOES l~ a 15~ - tomo I (Convoc!lÇão Extraordinária).:.... SESSOES 1~ a 7' :- tomo 1 '- SESSOES, 8'a l~-tomo I- SESSOES' 20'a 36~-tomoII

-'SESSOES l~a 12'-tomo I- SESSOES 13' a zo. -tomo 11-'SESSOES ,21'a 32.-tomo I- SESSOES, 33'a 4Z'-tomolI- SESSOES 43' a 54' -tonio t- SESSOES 55' a 56' - tomo I[- SESSOES 67' a 79~ - tomo I '.:... SESSOES l' a 11• ....:. tomo I- SESSOES 12~ a 21'- toino 11:... SESSOES 22~ a 32~ -'- tomo I- SESSOES 33' a 44' - tomo 11- SESSOES 45' a 56' - tomo i- SESSOES 57. a 67~ - tomo II.:... SESSOES 68~a 81.-tomo I- SESSOES 82~ a 93~ - tomo II- SESSOES 94' a 103' - tomo I- SESSOES 104' a 115!- tomo li.- SESSOES 116~ a 126~ - tomo [- SESSOES 127~ a 138' - tomo II- SESSOES 139'a 148~-tomo I- 'SESSOES 149'a 157'-tomolI- SESSOES 158' a 166~ - tomo I- SESSOES 167!a 187' - tomo 11- SESSOES l'a 12.-tomo I- SESSOES 13'a 22·-tomolI- SESSOES 23' a 30' - tomo I- SESSOES 31' a 43' - tomo 11.:.. SESSOES 44. a 45'..., tomo I

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Maio de 1974

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DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 14 282:t

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