cÂmara dos deputados - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd19ago1975.pdf ·...

64
ANO XXX - NQ 084 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 1975 CONGRESSO NACIONAL Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § lQ da Constituição, e eu, José de Magalhães Pinto, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO NQ 65, DE 1975 Aprova o texto do Decreto-lei n 9 1.403, de 23 de maio de 1975. Artigo umco. É aprovado o texto do Decreto-lei nv 1.403, de 23 de maio de 1975, que "isenta dos impostos de importação e sobre produtos industri.alizados as importações de componentes destinados ao Programa de Construção Naval e Plano Diretor de Reparação Naval". Senado Federal, em 18 de agosto de 1975. - Senador José de Magalhães Pinto, Presidente. Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § I'> da Constituição, e eu, José de Magalhães Pinto, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N'> 66, DE 1975 Aprova o texto do Decreto-lei nv 1. 402, de 23 de maio de 1975. Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei nv 1.402, de 23 de maio de 1975, que "altera a redação do artigo 4'1 do Decreto-lei n? 1.083, de 06 de fevereiro de 1970, que dispõe acerca do Imposto único sobre Minerais". Senado Federal, em 18 de agosto de 1975. - Senador .Tosé de Magalhães Pinto, Presidente. CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATA DA 83. a SESSãO DA P SESSãO LEGISLATIVA DA 8. a LEGISLATURA, EM 18 DE AGOSTO DE 1975 I- Abertura <la Sessão II - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior lU - Leitura do Expediente OFíCIOS - Ofício n. O 148, de 1975, do Sr. José Bonifácio, Líder da ARENA. -- Ofício n.s 173, de 1975, de autoria do Deputado Brigído Tinoco, Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia. PROJETO A IMPRIMIR Projeto de Lei D.O 1 864-B, de 1974 (Do Sr. Laerte Vieira) Acrescenta parágrafo ao artigo 9.° da Lei n.v 5.645, de 10 de dezembro de 1970, que estabelece diretrizes para a classificação de cargos do Serviço Civil da União e das Autarquias Federais, e outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pela aprovação; e, da Comissão de Serviço Público, peja aprovação. Parecer ao Substitutivo oferecido em Plenário: da Comissão de Constituição e Justiça, pela inconstitucionalidade, Injurldicidade e, no mérito, pela, rejeição. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Lei n.> 902, de 1975 (Do Sr. Tarcisio Delgado) _ Dispõe sobre a concessão de ajuda de custo e de transporte, nos casos que menciona, aos servidores civis da União, de suas autar- quias, empresas de economia mista e paraestatais, sob o regime da Consolidação das Leis do TrabalIlo. Projeto de Lei nO 903, de 1975 (Do Sr. Léo Simões) - Cria a Ordem dos Jornalistas do Brasil - O.J.B. - e outras provi- dências. Projeto de Lei n.o 911, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men- sagem n.? 241/75 - Extingue o Instituto Nacional do Cinema, amplia as atnbuições da. Empresa Brasileira de lt'ilmes S.A. (EMBRAFILME), e outras providências. Projeto de Lei n.? 912, de 1975 (Do Sr. Nelson Maculan) - Dispõe sobre a liquidação das obrigações financeiras da agricultura e pecuária. altera a lei que criou o PROAGRO, cria o Fundo de Amparo e Defesa da Economia Agropecuária (FADEAGRI) e deter- mina outras providências. Projeto de Lei n.? 913, de 1975 (Do Sr. José Carlos Teixeira) - Dispõe sobre a exigência de saldo médio nas operações bancarias,

Upload: phamphuc

Post on 13-Jul-2019

235 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

ANO XXX - NQ 084 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO DE 1975

CONGRESSO NACIONALFaço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § lQ da Constituição, e eu, José de

Magalhães Pinto, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte

DECRETO LEGISLATIVONQ 65, DE 1975

Aprova o texto do Decreto-lei n 9 1.403, de 23 de maio de 1975.

Artigo umco. É aprovado o texto do Decreto-lei nv 1.403, de 23 de maio de 1975, que "isenta dosimpostos de importação e sobre produtos industri.alizados as importações de componentes destinados aoPrograma de Construção Naval e Plano Diretor de Reparação Naval".

Senado Federal, em 18 de agosto de 1975. - Senador José de Magalhães Pinto, Presidente.

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, nos termos do art. 55, § I'> da Constituição, e eu, José deMagalhães Pinto, Presidente do Senado Federal, promulgo o seguinte

DECRETO LEGISLATIVON'> 66, DE 1975

Aprova o texto do Decreto-lei nv 1. 402, de 23 de maio de 1975.

Artigo único. É aprovado o texto do Decreto-lei nv 1.402, de 23 de maio de 1975, que "altera a redaçãodo artigo 4'1 do Decreto-lei n? 1.083, de 06 de fevereiro de 1970, que dispõe acerca do Imposto único sobreMinerais".

Senado Federal, em 18 de agosto de 1975. - Senador .Tosé de Magalhães Pinto, Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1 - ATA DA 83.a SESSãO DA P SESSãO LEGISLATIVA DA8.a LEGISLATURA, EM 18 DE AGOSTO DE 1975

I - Abertura <la SessãoII - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

lU - Leitura do Expediente

OFíCIOS

- Ofício n. O 148, de 1975, do Sr. José Bonifácio, Líder daARENA.

-- Ofício n.s 173, de 1975, de autoria do Deputado BrigídoTinoco, Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia.

PROJETO A IMPRIMIRProjeto de Lei D.O 1 864-B, de 1974 (Do Sr. Laerte Vieira)

Acrescenta parágrafo ao artigo 9.° da Lei n.v 5.645, de 10 dedezembro de 1970, que estabelece diretrizes para a classificaçãode cargos do Serviço Civil da União e das Autarquias Federais, e dáoutras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade, juridicidade e, no mérito, pelaaprovação; e, da Comissão de Serviço Público, peja aprovação.Parecer ao Substitutivo oferecido em Plenário: da Comissão deConstituição e Justiça, pela inconstitucionalidade, Injurldicidadee, no mérito, pela, rejeição.

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Lei n.> 902, de 1975 (Do Sr. Tarcisio Delgado) _Dispõe sobre a concessão de ajuda de custo e de transporte, noscasos que menciona, aos servidores civis da União, de suas autar­quias, empresas de economia mista e paraestatais, sob o regimeda Consolidação das Leis do TrabalIlo.

Projeto de Lei nO 903, de 1975 (Do Sr. Léo Simões) - Criaa Ordem dos Jornalistas do Brasil - O.J.B. - e dá outras provi­dências.

Projeto de Lei n.o 911, de 1975 (Do Poder Executivo) - Men­sagem n.? 241/75 - Extingue o Instituto Nacional do Cinema,amplia as atnbuições da. Empresa Brasileira de lt'ilmes S.A.(EMBRAFILME), e dá outras providências.

Projeto de Lei n.? 912, de 1975 (Do Sr. Nelson Maculan) ­Dispõe sobre a liquidação das obrigações financeiras da agriculturae pecuária. altera a lei que criou o PROAGRO, cria o Fundo deAmparo e Defesa da Economia Agropecuária (FADEAGRI) e deter­mina outras providências.

Projeto de Lei n.? 913, de 1975 (Do Sr. José Carlos Teixeira) ­Dispõe sobre a exigência de saldo médio nas operações bancarias,

Page 2: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5938 Terça-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 19'75

IV - Pequeno Expediente

CARLOS SANTOS - Situação das empresas privadas brasi­leiras.

JOAQUIM BEVILACQUA - Censura à revista Veja.

NABOR JúNIOR - Necessidade de aquisição, pela Comissãode Financiamento da Produção e pelo Banco do Brasil, do restanteda safra acreana de castanha-do-pará.

JoAO GILBERTO - A Previdência Social no Brasil.

JoAo CLíMACO - Sagração de D. Augusto Alves da Rocha ­Bispo de Picos, Piauí.

JORGE MOURA - Lançamento do jornal Tribuna Carioca, noRio de Janeiro.

PAULO STUDART - Homenagem póstuma aos cearenses RaulBarbosa e José Carneiro da Silveira.

PAULO MARQUES - Comportamento do Delegado de Políciade Assis Chateaubriand, Paraná.

GERALDO FREIRE - Inauguração do Centro Cultural e Pas­toral Martins Corrêa e da herma do Pe. Francisco Martins Corrêapela Companhia de Jesus.

FIGUEIREDO CORRJl:A - Falecimento, em Washington, Esta­dos Unidos, do Dr. Raul Barbosa, Diretor Executivo do BIDE eex-Governador do Ceará.

LYGIA LESSA BASTOS - Atuação do Ministro da Indústria edo Comércio. 26.0 aniversário de fundação da Associação Brasileirade Nutricionistas. 32.0 aniversário da Fundação Abrigo do CristoRedentor, Rio de Janeiro.

NOSSER ALMEIDA - Assinatura de convênio entre o Minis­tério da Agricultura e o Estado do Acre, destinado ao desenvol­vimento do Programa Nacional de Saúde Animal naquela Unidadeda Federação.

HOMERO SANTOS - Escala de aviões Boeing-727 da VARIGno Aeroporto de Uberlândia, Minas Gerais.

ERNESTO DE MARCO - Realização da II FESUINO, em Cha­pecó, Santa Catarina.

ANTÔNIO MORAIS - Situação do professorado primário noCeará.

JOEL FERREIRA - Necessidade de assístêncía aos cxtratorcsde látex da Amazônia.

INOC:i1:NCIO OLIVEIRA - Necessidade de instalação de agên-cia do Banco do Brasil em Pesqueira, Pernambuco.

ANTôNIO BRESOLIN - Mar territorial das duzentas milhas.SÉRGIO MURILLO - Política açucareira do Brasil.DASO COIMBRA - Cobrança de juros e correção monetária

em empréstimos contraídos por munícípíos com organismos of'ícíarsde crédito.

PEIXOTO FILHO - Necessidade de instalação de Postos deEmergência e Assistência de Pronto Atendimento na Baixada Flu­minense.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Lançamento da "OperaçãoVerde" no RlO Grande do Sul.

JORGE ARBAGE - Cobranca, por colégios particulares. de. multa sobre o valor das parcelas constantes da semestralidade

quando vencidas e não pagas nos prazos fixados.

HILDÉRICO OLIVEIRA - Desmatamento no Município deMorro do Chapéu, Bahia.

FRANCISCO LIBARDONI - Defesa do consumídor.

JúLIO VIVEIROS - Atendimento pelo INPS no Pará.

A.H. CUNHA BUENO - Necrológio do Dr. Armando de Alcân­tara.

GERALDO BULHôES - Sistema Esportivo Nacional.

JOSÉ BONIFÁCIO NETO - Passamento do Dr. Henrique deToledo Dodsworth, ex-Prefeito do Rio de Janeiro.

FRANCISCO AMARAL - Tentativa de abolição do vocalatona Justiça do Trabalho.

LEôNIDAS SAMPAIO - Remuneracão para os Juízes de Pazdo Estado do Rio de Janeiro. -V - Grande Expediente

UBALDO CORRÊA - Política regional de incentivos fiscaispara o Nordeste e Amazônia.

JOSÉ COSTA - (Retirado pelo orador para revísão.) Irregula­ridades em administrações estaduais.

VI - Ordem 00 Dia

WILMAR DALLANHOL, PEIXOTO FILHO, LYGIA LESSABASTOS. ALeIR PIMENTA, SIQUEIRA CAMPOS, ANTôNIO ANI­BELLI, CLEVERSON TEIXEIRA, CARLOS SANTOS, GERALDOBULHõES, ClJJLIO MARQUES FERNANDES, FERNANDO GONÇAL­VES - Apresentação de proposições.

PEIXOTO FILHO - Reclamação sobre andamento do Projetode Resolução n,o 29175, de sua autoria, que cria a Comissão Espe­cial de Regiões Metropolitanas e Política Urbana.

PRESIDENTE - Resposta à reclamação do Deputado PeixotoFilho.

PAULO STUDART - Encaminhamento de votação de reque­rimento de inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento doex-Deputado Raul Barbosa.

GAMALIEL GALVAO. ADHEMAR GHISI, ALíPIO CARVALHO,LAERTE VIEIRA - Encaminhamento de votação do Projeto n.o1-B, de 1975.

. ANTÕNIO BRESOLIN, CÉLIO MARQUES FERNANDES. NOR­BERTO SCHMIDT - Discussão do Projeto n. o 122-A, de 1975.

Projeto n.? 1-B. de 1975 - Adiada a votação do projeto e daEmenda li.O 3, da Comissão de Constituição e Justiça.

Projeto n. o 122-A, de 1975 - Encerrada a discussão. Adiadaa votação.

JOAQUIM BEVILACQUA - (Como Líder.) A descentralizaçãopolítica e administrativa e a manutenção do regime federativono BraSi1.

NELSON MARCHEZAN - (Como Lider.) Implantação do ter­ceiro pólo petroquimíco no Rio Grande do Sul.VII - Comunicações das Lideranças

PEIXOTO FILHO - Uso de tóxicos no Brasil. Sistema peníten­cíárío brasileiro. Problemas do menor abandonado.

ADHEM..I\R GHISI - Sistema penítencíárío brasileiro.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 -- ATA DAS COMISSõES

3 -- MESA (Relação dos membros)

4 -- LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relação dosmembros)

5 -- COMISSõES (Relação dos membros das Comissões Per­manentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

ATA DA 83.0 SESSÃOEM 18 DE AGOSTO DE 1975

PRESIDÊNCIA DOS SRS.:CÉLIO BORJA Presidente;

ALENCAR FURTADO, 2.o-Vice-Presidente;

ODUlFO DOMINGUES, l.a-Secretário;

I - As 13 :30 horas comparecem os Se-nhores:

Célio BorjaAlencar FurtadoOdulfo DominguesPínheíro MachadoLauro Rodrigues

Acre

Nasser Almeida - ARENA; Ruy Lino ­MDB.

Amazonas

Joel Ferreira - MDB; Mário FrotaMDB.

Pará

Jorge Arbage - ARENA; Newton Barrei­ra - ARENA; Ubaldo oorrea -- ARENA.

l\'1aranhão

Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba­mar Machado - ARENA: Luiz Rocha ­ARENA; Marão Filho - ARENA.

Piaui

João olímaco - ARENA; Murilo Rezen­de - ARENA.

Ceará

Antônio Morais - MDB; Claudino Sales- ARENA; Figueiredo Correia - MDB;Flávio Marcílio - ARENA; Gomes da Sil­va - ARENA; Jonàs Carlos - ARENA;Marcelo Linhares - ARENA; Ossian Ararl­pe - ARENA.

Rio Grande da Norte

Ney Lopes - ARENA; Pedro LucenaMDB: Ulisses Potlguar - ARENA: VingtRosado - ARENA; Wanderley Mariz ­ARENA.

Page 3: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Terça-feira 19 5939

Paraiba

Antônio Gomes - ARENA; Mauricio Lei­te - ARENA; Octacílio Queiroz - MDB.

Pernambuco

Airon Rios - ARENA; Fernando Coelho-- MDB; Inocêncio Oliveira - ARENA; Jo­síaa Leite ARENA; Sérgio Murillo ­MDB.

AlagoasGeraldo Bulhões - ARENA; José Alves

-ARENA.Sergipe

Passos Porto - ARENA; Raimundo Diniz-ARENA.

Bahia

Henrique Cardoso - MDB; Híldérlco Oli­veira - MDB; Menandro Minahim - ARE­NA; Noide cerqueíra - MDB; Vieira Lima- ARENA.

Espírito Santo

Gerson Camata - ARENA; HenriquePretti - ARENA.

Rio de Janeiro

Alcir Pimenta - MDB; ário Theodoro- MDB; Damel Silva - MDB; Daso Coim­bra - ARENA; Hélio de Almeida - MDB;JG de Araújo Jorge - MDB; José Mariade- Carvalho - MDB; Luiz Braz - ARENA;Lygia Lessa Bastos - ARENA; MiltonSteinbruch - MDB; Oswaldo Lima - MDB'Peixoto Filho - MDB. '

Minas Gerais

Altair Chagas - ARENA; Fábio Fonseca- MDB; Genival Tourinho - MDB; Ho­mero Santos - ARENA; José Machado ­ARENA; Nogueira de Rezende - ARENA;Padre Nobre - MDB; Sílvio Abreu Júnior- MDB; Sinval Boaventura - ARENA;Tancredo Neves - MDB.

São Paulo

Aurélio Campos - MDB; Diogo Nomura- ARENA; Edgar Martins - MDB; FreitasNobre - MDB; Líncoln Gríllo - MDB;Marcelo Gato - MDB; Octacilío Almeida- MDB; Odemir Furlan - MDB; RobertoCarvalho - MDB.

Goiás

Fernando Cunha - MDB; Hélio Mauro- ARENA; Ituríval Nascimento - MDB;Siqueira Campos - ARENA.

Mato Grosso

Antônio Carlos - MDB; Gastão Müller­ARENA; Nunes Rocha - ARENA; VicenteVuolo - ARENA; Walter de Castro - MDR

Paraná

Alvaro Dias - MDB; Antônio Annibelli- MDR; Antônio Belinati - MDB; Expe­dito Zanotti - MDB; Fernando Gama ­MDB; Nelson Maculan - MDB; Paulo Mar­ques ~ MDB; Pedro Lauro - MDB; SantosFilho - ARENA; Sebastião Rodrigues Jú­nior - MDR

Santa Catarina

, Adhemar Ghisi - ARENA; Angelino Ro­sa - ARENA; Francisco Libardoni - MDB;.Jajson Barreto - MDB; João Linhares ­ARENA; José Thomé - MDB; Laerte Viei­ra - MDB; Wilmar Dallanhol - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alceu Collares - MDB; Amaury Müller- MDB; Antônio Bresolin - MDB; CarlosSantos - MDB; Eloy Lenzi - MDB; Getú­lio Dia.s - MDB; José Mandelli - MDB; Li-

dovino-Fanton - MDB; Mário Mondino ­ARENA; Nelson Marchezan - ARENA; Ro­sa Flores - MDR

Amapá

Antônio Pontes - MDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)_A lista de presença acusa o comparecimentode 121 Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossostrabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura daata da sessão anterior.

rr - O SR. PEIXOTO FILHO, servindo co­mo 2,o-Secretãrio, procede à leitura da atada sessão antecedente, a qual é, sem obser­vações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado) ....:.Passa-se à leitura do expediente.

O SR. LAURO RODRIGUES, Suplente deSecretário, servindo como l.o-Becretário,procede à leitura do seguinte.

III - EXPEDIENTE

OFíCIOS

Do Sr. Líder da ARENA, nos seguintes ter­mos:

Gabinete do Líder da ARENA

Oficio n.O 148/75

Brasília, 12 de agosto de 1975.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,

Tenho a honra de indicar a Vossa Exce­lência o nome do Senhor Deputado AderbalJurema, para membro suplente da Comis­são de Educação e Cultura, em substituiçãoao Senhor Deputado Valéria Rodrigues, quefica desligado daquela Comissão.

Aproveito a oportunidade para renovar aV. Ex. a protestos de elevado apreço e consi­deração. - José Bonifácio, Líder da ARENA.

Do Presidente da Comissão de Ciência eTecnologia, nos seguintes termos:

Ofício n. O CT/173/75

Brasília, 14 de agosto de 1975.

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,Nos termos do requerimento apresentado

pelo Relator, Senhor Parsifal Barroso, apro­vado unanimemente por esta Comissão emsua reunião de hoje, tenho a honra de so­licitar a Vossa Excelência as providênciasnecessárias a fim de que o Ministério doInterior (SUDENE) seja ouvido acerca doProjeto de Lei ri.? 163/75, do Sr. InocêncioOliveira, que "acrescenta dispositivo ao pa­rágrafo 2.° do artigo 2.0 do Decreto-lei n.?917, de 7 de outubro de 1969, estendendo aprovocação de chuvas ar~ificiais às ativida­des da Aviação Agrícola".

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos do meu altoapreço. - Brígido Tinoco, Presidente.

PROJETO DE LEIN.o 1.864-B, de 1974

(Do Sr. Laerte Vieira)

Acrescenta parágrafo ao artigo 9.° daLei n.? 5.645, de 10 de dezembro de 1970,que estabelece diretrizes para a classifi­cação de cargos do Serviço Civil daUnião e das Autl1rquias Federais, e dáoutras providências; tendo pareceres:da Comissão de Constituição e Justiça,pela constitucionalidade, juridicidade e,no mérito, pela aprovação; e, da Comis­são de Serviço Público, pela aprovacão,Parecer ao Substitutivo oferecido emPlenário; da Comissão de Consti­tuição e Justiça, pela inconstitucio­nalidade, injuridicidade e, no mérito,pela rejeição.

(PROJETO DE LEI N.o 1. 864-A, DE1974, EMENDADO EM PLENARIO, AQUE SE REFERE O PARECER.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.° O artigo 9.° da Lei n.o 5.645, delO de dezembro de 1970, passa a vigoraracrescido de um parágrafo único, com a.seguinte redação:

"Parágrafo único. Os servidores efetivadosanteriormente à vigência da presentelei, que houverem ingressado no Ser­viço Público mediante apresentação dediploma de nível universitário devida­mente legalizado, não ficarão sujeitosa prestação de provas. para efeito detransposição ou transformação de car­gos."

Art. 2.° As disposições contidas no pa­rágrafo, ora acrescentado, serão aplicadasaos processos de transformação ou trans­posição de cargos em andamento na datade publicação da presente lei.

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Justificação

Com o acréscimo do dispositivo, ora su­gerido, procuramos fazer justiça a umgrande número de servidores de quem, há10, 20 ou 30 anos passados, foi exigida, co­mo condição única para o ingresso no Ser­viço Público, a posse do diploma de con­clusão do curso universitário corresponden­te à carreira pretendida.

Desde a época de suas investiduras, esse.'!profissionais liberais vêm prestando, no de­sempenho das funções, os melhores servi­ços à Administração Federal, nos setoresde Medicina, Engenharia, Agronomia, Eco­nomia, Contabilidade, Odontologia, Veteri­nária, Sociologia, etc. Inexplicável, portan­to, que, a esta altura de longa vida profis­sional, venham a ser obrigados à prestaçãode provas de capacidade, como se não bas­tassem os anos de Faculdade, somados aoscinco, dez, vinte e até trinta anos de Ser­viço Público.

Tão eficientes e necessartos foram osservidores em tela que, com o decorrer dotempo, o próprio Governo Federal, reconhe­cendo-Ihcs o trabalho e a abnegação, efe­tivou-os nos respectivos cargos, asseguran­do-lhes os mesmos direitos e garantiasatribuídos aos tunclcnái los admit.idos me­diante concurso.

Seria injusto, também, que funcionários,na maioria com 20 e mais anos de bonsserviços prestados à Nação, fossem relega­dos a uma sítuacâo de inferioridade - ca­so não se submetessem às provas exigidaspara a transposição ou transformação deeargos - justamente quando esperavam do"Novo Plano de Classificação de Cargas". oreconhecimento de esforços que lhes pro-

Page 4: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5940 Terça-feira 19 I[)lARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Agosto de 1975

porcíonasse um status financeiro compatí­vel com o atual padrão de vida.

A proposição, ora oferecida à considera­ção de nossos ilustres pares, visa a ressal­var os direitos desses velhos servidores, ad­mitidos no Serviço Público mediante asimples exibição do diploma de nivel uni­versitário, porque esta era a única exigên­cia formulada, na época de seu ingresso.

O esclarecimento contido no art. 2.° doprojeto visa a evitar desigualdade de tra­tamento entre servidores. Sem ela, repe­trr-se-íam as ralhas do anterior Plano deClassificação, em que os primeiros reestru­turados o foram à vista de simples atesta­dos enquanto que, aos restantes, se impôsa prestação de provas.

Confiamos na aprovação da propositura,que, inclusive, irá contribuir para a valo­rização do servidor público, principal metada moderna Administração de Pessoal.

Sala das Sessões, em 25 de março de 1974.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

LEI N.o 5.645DE 10 DE DEZEMBRO DE 1970Estabelece diretrizes para a classifi­

cação de cargos do Serviço Civil daUnião e das Autarquias Federais, e dáoutras providências.

............................., .

.............................................Art. 9.° A transposição ou transforma­

ção dos cargos, em de~orrência da sístemá­ttca prevista nesta lei, processar-se-a gra­dativamente considerando-se as necessída­des e conveniências da Administração e,quando ocupados, segundo critérios seleti­vos a serem estabelecidos para os cargosintegrantes de cada Grupo, inclusive atra­vés de treinamento intensivo e obrigató­rio... ~ ..

...........................................PARECER DA COMISSãO

DE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇAI e II - Relatório e Voto do Relator

O Projeto n.? 1. 864/74, de autoria dei ilus­tre Líder Deputado Laerte Vieira, merece,salvo melhor juizo, ampla acolhida, inclusi­ve no mérito, que entendemos dividir com aComissão de Serviço Público.

Com efeito. nos' termos em que está re­digido - com grande felicidade. frise-se -­em nada agride o texto constitucional, aocontemplar situação de fato, consolidada le­galmente, ou seja, o ingresso no serviço pú­blico, em época anterior, mediante apresen­tação de diploma universitário.

Por outro lado, completa o texto da lei quemodifica, sem prejudicar sua intenção esentido, continuando, por exemplo, a sub­meter seus eventuais beneficiários a treina­mento íntensívo, quando necessário.

Concluímos pela constitucionalidade, [u­ridicidade e boa técnica legislativa, e pejaaprovação, no mérito.

Sala das Sessões, em 2 de maio de 1974. -­Altair Chagas, Relator.

III - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em

reunião de sua Turma "A", realizada em2-5-74, opinou, unanimemente, pela consti­tucionalidade e [urídicídade e, no mérito,pela aprovação do Projeto n.? 1.864/74, nostermos do parecer do Relator.Estiver~m presentes os Senhores Depu­

tados: Túlio Vargas, Vice-Presidente-, noexercício da Presidência, Altair Chagas -

Relator, Adhemar Ghisi, Luiz Braz, JoãoLínhares, Djalma Marinho, José BonifácioNeto, Norberto Schmidt, Severo Eulálio eHamilton Xavier.

Sala da Comissão, 2 de maio de 1974.Túlio Vargas, Vice-Presidente, no Exercicioda Presidência - Altair Chagas, Relator.

PARECER DA CONITSSÃODE SERVIÇO PÚBLICO

I - Relatório

A presente proposição, de autoria do ilus­tre Deputado Laerte Vieira, intenta acres­centar parágrafo ao artigo 9.° da Lei n.?5.645, de 10 du dezembro de 1970, no sentidode isentar da prestação de provas para efei­to de transposição ou transformação de car­gos os servidores que houverem ingressadono Serviço Público mediante apresentaçãode diploma de nível universitário devida­mente legalizado.

2. Alega o autor que existe no serviço pú­blico muitos servidores de quem só se exigiu,para ingresso nos quadros funcionais, a exi­bição de diploma de nível superior, isto por­que, à época, era esta a única prova decapacitação requerida. Tais servidores con­tariam hoje longos anos de serviço e deprática profissional e seria injusto submetê­los, agora, a provas de capacidade paraefeito de transformação ou transposição decargos.

Embora sejamos favoráveis ao treinamen­to funcional e à aplicação de critérios sele­tivos da classificação de cargos, perfilhamos,no caso presente, o pensamento do autor doprojeto, porque somos dos que reconhecem avalidade do diploma de nivel superior. Con­sequentemente, os servidores que se encon­treJ:!1_ na situação contemplada pela pro­posiçao em estudo podem, a nosso ver, ficardispensados dos processos seletivos.

II - Voto do RelatorPelas razões expostas no nosso relatório,

manifestamo-nos pela conveniência daaprovação do projeto.

Sala da Comissão, em 21 de agosto de1974. - Getúlio Dias, Relator.

III - Parecer da ComissãoA Comissão de Serviço Público, em reu­

nião ordinária, realizada em 21 de agosto de1974, aprovou, por unanimidade, o Parecerdo Relator, Senhor Deputado Getúlio Dias,favorável ao Projeto de Lei n.O 1.864, de1974, que "acrescenta parágrafo ao artigo9.0 da Lei n.v 5.645, de 10 de dezembro de1970, que estabelece diretrizes para a clas­sificação de cargos do Serviço Civil da Uniãoe das Autarquais Federais, e dá outras pro­vidências". Compareceram os SenhoresDeputados Dias Menezes, Presidente, Getú­lio Dias, Relator, Freitas Nobre. Milton Cas­sel, Grímaldí Ribeiro, Agostinho Rodrigues,Lauro Rodrigues, João Vargas, Marcos Frei­re, Paulo Abreu, Elias Carmo, Roberto Gal­vani.

Sala da Comissão, em 21 de agosto de1974. - Dias Menezes, Presidente - GetúlioDias, Relator.

SUBSTITUTIVO OFERJTICIDOEM PLENÁRIO

Dê-se ao projeto a seguinte redação:"Art. 1.0 O artigo 9.0 da Lei n.o 5.645,de 10 de dezembro de 1970, passa a vi­gorar acrescido de um parágrafo único,com a seguinte redação:"Parágrafo único. Os servidores efeti­vados anteriormente à vigência da pre­sente lei, que houverem ingressado noServiço Público mediante apresentaçãode diploma ou certificado de conclusãode curso exigido para ingresso na Cate-

goria Funcional respectiva, não fica­rão sujeitos a prestação de provas, paraefeito de transposição ou transforma­ção de cargos."Art. 2.0 As disposições contidas no pa­rágrafo ora acrescentado, serão aplica­das aos processos de transformação outransposição de cargos em andamentona data de publicação da presente lei.Art. 3.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário."

Sala das Sessões, em 28 de abril de 1975.NelSOn Marchezan.

PARECER DA COMISSãODE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA

I - RelatórioO ilustre Deputado Laerte Vieira apresen­

tou à Câmara dos Deputados projeto de lei,que tomou o n.o 1.864/75, com o fito deacrescentar parágrafo ao art. 9.°, da Lein.o 5.645/70. O acréscimo pretencddo viriaisentar da prestação de provas, para efeitode transposição ou transformação de car­gos, os servidores efetivados anteriormenteà vigência da Lei n.? 5.645/70, que houves­sem ingressado no Servico Público median­te apresentação de diploma de nivel univer­sitário.

2. O pro] eto logrou a aprovação das Co­missões de Constituição e Justiça e de Ser­viço Público. No Plenário. onde foi subme­tido a discussão, recebeu Substitutivo, deautoria do nobre Deputado Nelson Marche­zan. Substitutivo em questão alterou o art.1.°, onde a expressão "mediante apresenta­ção de diploma de nível universitário" pas­sou a figurar como: "mediante apresenta­ção de diploma ou certificado de conclusãode curso para ingresso na Categoria Fun­cional respectiva". Destarte, o Substitutivoampliou a clientela a ser beneficiada coma medida preconizada. Se, antes, pretendiaatender somente aos funcionários portado­res de diploma de nível universitário. agora,todos aqueles que houverem ingressado noServiço Público mediante apresentação dediploma ou certificado de conclusão decurso para ingresso na Categoria Funcionalrespectiva estarão isentos de provas. De­preende-se da nova redação proposta que,pelo menos quanto ao princípio da isono­mia. o Substitutivo sobrepuja o projeto ori­ginal.

3. Nossa manifestacão é contrária aoSubstitutivo, assim como ao projeto, con­tra o qual votaríamos, se presentes à Co­missão de Constituição e Justiça, quandofoi ele ali apreciado. Impedido, por forçaregimental, a manifestar nossa opinião so­bre o vencido, ficamos adstritos ao examedo Substitutivo. Nosso entendimento é ode que a proposição é inconstitucional, in­jurídica e, no mérito, ímereee prosperar.

4. Só o Presidente da República, nosexatos termos do inciso V, do art. 57, daConstituição Federal, pode iniciar o pro­cesso legislativo no que se refira aos servi­dores públicos e seu regime jurídico. A Lein.o 5.645, de 10 de dezembro de 1970, é di­ploma básico, que estabelece diretrizes pa­ra a classificação de cargos do Serviço Ci­vil da União e das Autarquias Federais e dáoutras providências. Vigorando a latere. doEstatuto dos Funcionários Públicos Civis daUnião, introduz nesse e no próprio DireitoAdministrativo figuras juridicas novas,verbi gratia a progressão funcional, queveio substitutir a antiga promoção e a as­cenção funcional, que tomou o lugar doacesso. J!:"pois, a Lei n.o 5.645/70, satélitedo sistema jurídico que rege os servidorespúblicos, sistema que tem como centro aLei n.O 1.711/52 - Estatuto dos Servido-resPúblicos Civis da União.

Page 5: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 594.1

Em reforço de nossas assertivas, oportu­no é trazer à colação o conceito de regime.Plácido e Silva, in Vocabulário Jurídico, pág,1.323 - Forense - Vol. IV assim o define:

"No sentido jurídico, regime importano sistema ou no modo regular por queas coisas, ínstttulções ou pessoas sedevam conduzir."

Ao parlamentar é defeso, pois, alterar oregime j urídíco dos serVidores públicos; estemister é deferido ao Presidente da Repúbli­ca, como salientamos.

5. Injuridico é o Substitutivo, quandoinveste contra as diretrizes básicas traçadaspela Lei n.O 5.645/70 para o processamen­to da classificação de cargos do Serviço Ci­vil da União. Embora se trate de lei ordi­nária e, como tal, suscetível de ser s.ltera­da por outra lei de mesma hierarquia, de­vemos reconhecer em diplomas deste jaezcaracterística de durabilidade, que deve sermantida a menos que circunstâncias rele­vantes exijam sua modificação. No casovertente, o Congresso Nacional decretou alei que institui o treinamento intensivo eobrigatório e o critério seletivo para atransposição ou transformação de cargos.À época as exigências foram julgadas per­tinentes e necessárias.

Desde a vigência do diploma legal emquestão até agora, nenhuma circunstância,nenhum fato modificou as condições vigo­rantes de sorte a aconselhar a supressãoda exigência do treinamento e do processoseletivo.

6. A esta altura enveredamos no examedo mérito deste projeto e o fazemos regi­mentalmente, eis que o assunto versado éde Direito Administrativo e, como tal, con­tido entre os da competência opinativadesta Comissão, ex vi do art. 28, § 4.0, doRegimento Interno da Câmara dos Depu­tados.

Aprovar a matéria seria negar a validadedo treinamento e do processo seletivo e nãoousamos fazer tal, porque seria subvertertudo o que se construiu de mais sadio e po­sitivo no contexto da Administração de Re­cursos Humanos.

Valorizar o servidor é treiná-lo, é possibi­litar que ele progrida na carreira através domérito e nunca subtrair dele a oportunida­de de mostrar seu valor. A valorização edignificação do servidor só serão consegui­das se obedecidos os princípios elencados noart. 94, do Decreto-lei n.? 200, de 25 de fe­vereiro de 1967 e, dentre tais princípios, so­bressaem a profissionalização e aperfeiçoa­mento, fortalecimento do Sistema do Mé­ríto para ingresso na função pública oupara acesso a função superior. Ademais, a'esta altura do processo de implantação doilDVO Plano de Classificação de Cargos ínú-

_ meros servidores j á terão sido treinados e. submetidos a processo de seleção. A apro­

vacão da matéria em análise viria, portan­to, vulnerar o princípio da isonomia.

II _. Voto do RelatorAnte todo o argüido, nosso voto é pela re­

jeição do Substitutivo.Sala da Comissão,

Lauro Leitão, Relator.III - Parecer da Comissão

) A Comissão de Constituição e Justiça, emreunião de sua Turma "A", realizada em27-6-75, opinou, unanimemente, pela in­constitucionalidade, ínjuridícídade e, nomérito, pela rejeição do Substitutivo de Ple­nárto ao projeto n,v 1 864174, nos termos doparecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­ta, os: Luiz Braz - Presidente, Lauro Lei-

tão - Relator, Altair Chagas, Blotta Junior,Celso Barros, Claudino Sales, Gomes da Sil­va, Joaquim Bevllacqua, José Maurício, JoséSally, Lidovino Fanton, Luiz Henrique, Tar­cisto Delgado e Theobaldo Barbosa.

Sala da Comissão, em 27 de junho de 1975.- Luiz Braz, Presidente - Lauro Leitão,Relator.

PROJETO DE LEIN.O 902, de 1975

(Do Sr. Tarcísio Delgado)Dispõe sobre a concessão de ajuda de

custo e de transporte, nos casos quemenciona, aos servidores civis da União,de suas autarquias, empresas de econo­mia mista e paraestatais, sob o regimeda Consolidação das Leis do Trabalho.

(Às Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Serviço Público e de Finan­ças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ao servidor civil da União, de

suas autarquias, empresas de economia mis­ta e paraestatais, sob o regime da Conso­lidação das Leis do Trabalho - CLT, queem caráter permanente for mandado servirem nova sede, conceder-se-á:

I - ajuda de custo, para atender às des­pesas de viagem, mudança e instalação;

II - transporte, preferencialmente porvia aérea, inclusive para seus dependentes;e

UI - transporte de mobiliário e baga­gem.

§ 1.° O disposto neste artigo se aplicaigualmente ao servidor que for mandadoexercer, em nova sede, cargo integrante doGrupo - Direção e Assessoramento Supe­riores.

§ 2.0 Ao servidor que, em objeto de ser­viço, se deslocar transitoriamente da sede,será concedida passagem de ida e volta, nãose aplicando o disposto nos itens I e lII,deste artigo.

Art. 2.° A ajuda de custo será concedidaem valor igual ao do vencimento-base per­cebido pelo servidor no mês em que ocorrero deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. O valor da ajuda decusto eorresponderá ao dobro do respectivovencimento-base, se o servidor tiver 2(dois)dependentes e ao triplo do mesmo venci­mento se tiver 3 (três) ou mais dependen­tes.

Art. 3.0 Em nenhuma hipótese poderá serconcedida nova ajuda de custo ao servidorque tiver recebido indenização dessa espé­cie dentro do período de 12 (doze) mesesImedtabamerrte anterior.

Art. 4.0 O servidor que, atendido o in­teresse da Administração, utilizar conduçãoprópria no deslocamento para a nova sede,fará jus, para indenização da despesa dotransporte à percepção de importância cor­respondente a 40% (quarenta por cento)do valor da passagem de transporte aéreono mesmo percurso, acrescida de 20% (vintepor cento) do referido valor por dependenteque o acompanhe, até o máximo de 3 (três)dependentes.

Parágrafo único. Na hipótese deste ar­tigo, a reparttçâo fornecerá passagens parao transporte, preferencialmente por viaaérea, dos dependentes que comprovada­mente não viajem em companhia do servi­dor.

Art. 5.0 No transporte de mobiliário ebagagem, custeado pela Administração ex­clusivamente nos deslocamentos a que se

refere o artigo 1.0 desta Lei, será observadoo limite máximo de 12,00 m3 (doze metroscúbicos) ou 4.500 kg (quatro mil e quinhen­tos quilogramas), por passagem inteira, até2 (duas) passagens, acrescido de 3,00 m 3

(três metros cúbicos) ou 900 kg (novecentosquilogramas) por pa'ssagem adicional, até3 (três) passagens.

Art. 6.0 - São considerados dependentesdo servidor, para os efeitos desta Lei:

a) o cônjuge ou a companheira legal-mente equiparada; -

b) o filho de qualquer condição ou en­teado, bem assim o menor que, medianteautorização judicial, viva sob a guarda esustento do servidor;

c) os pais, sem economia própria, quevivam às expensas do servidor; e

d) 1 (um) empregado doméstico desdeque comprovada essa condição..

§ 1.0 Atingida a maioridade, os referi­dos na alínea b deste artigo perdem a con­dição de dependentes, exceto a filha que seconservar solteira e sem economia própria,o filho inválido e, até completar vinte equatro (24) anos, quem for estudante, semexercer qualquer atividade lucrativa.

§ 2.0 Para efeito do disposto neste artigo,sem economia própria significa não perce­ber rendimento em importância igualousuperior ao valor do salário mínimo vigen­te na região em que resida.

Art. 7.0 O órgão de pessoal, em articula­ção com o ordenador de despesas, adotaráas providências necessárias ao pagamentoda ajuda de custo, ao fornecimento de pas­sagens para o servidor e seus dependentes,bem como o transporte da bagagem por em­presa especializada e demais medidas ine­rentes à viagem.

§ 1.0 Na Ioealídade onde não houver ór­gão de pessoal, o dirigente da repartiçãoadotará as medidas a que se refere esteartigo, remetendo ao órgão de pessoal a se­gunda via da folha de pagamento e cópiados comprovantes das demais despesas, paraefeito de punllcação e controle.

§ 2.0 Na hipótese do parágrafo anterior,o órgão de pessoal examinará a legalidadedas despesas e promoverá, quando necessá­rio, a retífleaçâo da folha e a reposição deimportâncias indevidamente pagas.

Art. 8.° O servidor restituirá a ajuda decusto:

I - em relação, separadamente, ao servi­dor e a cada dependente, quando não seefetivar o deslocamento para a nova sedeno prazo de 3 (três) meses contados daconcessão;

II - quando, antes de decorridos 3 (três)meses do deslocamento, regressar, pedir exo­neração ou abandonar o serviço.

Parágrafo único. Não haverá restitui­çãc:

a) quando o regresso do servidor ocorrerex offício ou por doença comprovada;

b) havendo exoneração após 90 (noven­ta) dias de exercício na nova sede.

Art. 9.0 As despesas relativas a ajuda decusto, passagens e transporte de bagagemdependerão de empenho prévio, observado olimite dos recursos orçamentários próprios,relativos a cada exercício, vedada a con­cessão para pagamento em exercício pos­terior.

Art. 10. Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

Art. 11. Revogam-se as disposições emcontrário.

Page 6: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5942 Terça-feira 19

JustificaçãoPreliminarmente- Da constitucionalidade

O presente projeto escapa dos casos deiniciativa exclusiva do Presidente da Repú­blica, previstos nos incisos H e V, do arti­go 57, da Oonstituição vigente.

A vedação constitucional à iniciativa aosmembros do Congresso Nacional, com reser­va exclusiva ao Presidente da República, seprende aos 'Jrojetos que "disponham sobreservidores ou funeionários públicos daUnião", isto é, aos regidos pelo Estatutodos Funcionários Públicos.

Os servidores sob o regime da CLT nãosão funcionários públicos, embora possamestar prestando serviço em caráter perma­nente à União, às autarquias, às empresasde economia mista ou paraestatais. Sobreestes é livre e iniciativa de Leis aos mem­bros do Congresso Nacional, numa salutarabertura à imaginação criadora dos políti­cos.

Outra exegese do citado texto constitucio­nal, seria ampliar a interpretação além- doque está escrito na Lei Maior, para vedar oque não está proibido, tolhendo a liberdadede iniciativa do legislador e criando entra­ves à contribuição do Congresso, por sim­ples interpretação elástica e descabida.

O projeto quer estender aos servidores sobo regime da CLT, o que o Decreto 75 647,de 23 de abril de 1975, concedeu aos fun­cionários púbtlcos.

No que a iniciativa estava vedada aomembro do Congresso Nacional, o Presiden­te da Repút.Iíca achou por bem fazer pordecreto, ao invés de enviar projeto de leiao-Congresso.

Isto posto, não há que falar em inconsti­tucionalidade do projeto em tela.

- No Mérito

O presente projeto não apresenta qual­quer novidade, e, conforme já foi dito. de­seja estender aos servidores regidos pelaCLT. o que foi concedido aos funcionáriospúblicos através do Decreto 75.647, de 23 deabril de 1975.

O crescimento das autarquias, empresasde economia mista e paraestatais tem sidomuito sígntncattvo nos últimos tempos. Es­tas empresas e órgãos estatais, cada diamais, passam a arregimentar seu pessoal deserviço sob o regime da CLT. A própriaUnião. em 'muitos órgãos e setores vem, mo­dernamente, optando pelo regime da CLTpara as relações empregatícias com seusservidores.

Não seria justo, nem equânime, que osfuncionários públicos recebessem a ajudade custo e de transporte ao serem transfe­ridos e os servidores regidos pela CIJT nãotrvessem direito ao mesmo benefício.

Nada inovamos, e o presente projeto éuma cópia do Decreto citado, apenas es­tendendo aos mencionados servidores, o quefoi concedido aos funcionários públicos.

Esperamos a alta compreensão do Con­gresso Nacional e a ajuda de seus sábiossuplementos para a aprovação deste pro­jeto, que objetiva uma medida de- inteirajustiça.

Sala das Sessões, em '7 de agosto de 19'75.- Tarcísio Delgado.

DIÃRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I)

LEGISLAÇiíO ClTADA, ANEXADiJ. PELA.COORDENAÇAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETO N.O 75.647,DE 23 DE ABRIL DE 1975

Dispõe sobre a concessão de ajudade custo e de transporte aos funcioná­rios públicos civis da União e de suasautarquias.

O Presidente da República,

usando da atribuição que lhe contere oartigo 81, item ITI, da oonstítutção, e ten­do em vista o artigo 6.°, item lU, e os itensXI e XII do Anexo lI, do Decreto-lei n.o1.341, de 22 de agosto de 1974, decreta:

Art. 1. Ao funcionário público civil daUnião e de suas autarquias que, em caráterpermanente, for mandado servir em novasede, conceder-se-a:

I - ajuda de custo, para atender às des­pesas de viagem, mudança e instalação;

II - transporte, preferencialmente porvia aérea, inclusive para seus dependentes;e

IH - transporte de mobiliário e bagagem.§ 1.0 O disposto neste artigo se aplica,

igualmente, ao funcionário que for manda­do exercer, em nova sede, cargo integran­te do Grupo - Direção e AssessoramentoSuperiores.

§ 2.° Ao funcionário que, em objeto deserviço, se deslocar transitoriamente da se­de, será concedida passagem de ida e voltanão se aplicando o disposto nos itens! e lI!,deste artigo.

Art. 2.° A ajuda de custo será concedidaem valor igual ao do vencimento-base per­cebido pelo funcionário no mês em queocorrer o deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. O valor da ajuda decusto corresponderá ao dobro do respectivovencimento-base, se o funcionário tiver 2(dois) dependentes e ao triplo do mesmovencimento se tiver 3 (três) ou mais de­pendentes.

Art. 3.° Em nenhuma hipótese poderáser concedida nova ajuda de custo ao fun­cionário que tenha recebido mdenízacãodessa espécie dentro do período de 12 (doze)meses imediatamente anterior.

Art. 4.° O funcionário que, atendido ointeresse da Admínístracãc, utilizar condu­ção próprta no deslocamento para a novasede fará jus, para índenrzação da despesado transporte, à percepção de importânciacorrespondente a 40% (quarenta por cen­to) do valor da passagem do transporte aé­reo 110 mesmo percurso, acrescida de 20%(vinte por cento) do referido valor por de­pendente que o acompanhe, até o máximode 3 (três) dependentes.

Parágrafo único. Na hipótese deste ar­tigo, a repartãeão fornecerá passagens parao transporte, preferencialmente por via aé­rea, dos dependentes que comprovadamen­te não via] em em companhia do funcioná­rio.

Art. 5.° No transporte de mobiliário ebagagem, custeado pela Administração ex­clusívamente nos deslocamentos a que serefere o artigo 1.0 deste Decreto, será ob­servado o limite máximo de 12,00 ma (dozemetros cúotcos) ou 4.500 kg (quatro mil equinhentos quilogramas) por passagem in..terra, até 2 (duas) passagens, acrescido de3,00 ma (três metros cúbicos) ou 900 kg (no­vecentos quilogramas) por passagem adi­cional, até 3 (três) passagens.

Art. 6.° São considerados dependentes dofuncionário para os efeitos deste Decreto:

a) o cônjuge ou a companheira legal­mente equiparada;

Agosto de 19'15

b) o filho de qualquer condição ou en­teado, bem assim o menor que, medianteautorização judíelal, viva sob a guarda esustento do funcionário;

c) os pais, sem economia própria, quevivam às expensas do funcionário; e

d) 1 (um) empregado doméstico, desdeque comprovada essa condição.

§ 1.0 Atingida a maioridade, os referidosna alínea b deste artigo perdem a condiçãode dependentes, exceto a filha que se con­servar solteira e sem economia própria ofilho inválido e, até completar vinte e q~a­tro (24) anos, quem for estudante, semexercer qualquer atividade lucrativa.

§ 2.0 Para efeito do disposto neste artigo,sem economia própria significa não perce­ber rendimento nem importância igualousuperior ao valor do salário mínímo vigen­te na região em que resida.

Art. 7.° O órgão de pessoal, em articula­ção com o ordenador de despesas, adotaráas providências necessárias ao pagamentoda ajuda de custo, ao fornecimento daspassagens para o funcionário e seus depen­dentes. bem como ao transporte da bagagempor empresa especializada e demais medi­das inerentes a viagem.

§ 1.0 Na localidade onde não houver ór­gão de pessoal, o dirigente da repartiçãoadotará as medidas a que se refere este ar­tigo, remetendo ao órgão de pessoal a se­gunda via da folha de pagamento e cópiádos comprovantes das demais despesas, pa­ra efeito de publicação e controle.

§ 2.° Na hipótese do parágrafo anterior,o órgão de pessoal examinará a legalidadedas despesas e promoverá, quando nscessá­rio, a retificação da folha e a reposição deimportâncias indevidamente pagas.

Art.8.0 O funcionário restituirá a ajuda:de custo:

! - em relação, separadamente, ao fun­cionário e a cada dependente, quando nãose efetivar o deslocamento para a nova sedeno prazo de 3 (três) meses contados dá. con­cessão;

II - quando, antes de decorridos 3 (três)meses do deslocamento, regressar, pedirexoneração ou abandonar o serviço.

Parágrafo único.Não haverá restituição:a) quando o regresso do funcionário

ocorrer ex officio ou por doença comprova­da;

h) havendo exoneração após 90 (noven­ta) dias de exercieío na nova sede.

Art. 9.° As despesas relativas a ajuda decusto, passagens e transporte de bagagemdependerão de empenho prévio, observado olimit~ dos recursos orç~mentários próprios,relatívos a cada exercícío, vedada a eon­cessão para pagamento em exercício poste­rior.

Art. 10. Este Decreto entrará. em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Brasília, 23 de abril de 1975; 154.° da In­dependência e 87.° da República - ERNES­TO GEISEL - Armando -Falcão - GemidoAzevedo Henning - Sylvio Frota _ Antô­nio Francisco Azeredo da Silveira "- MárioHenrique Simonsen - Dyrceu Araújo No­gueira _ Alysson Paulinelli - Ney Braga- Arnaldo Prieto - J. Araripe Macedo ­Paulo de Almeida Machado - Severo Fa­gundes Gomes - Shigeaki Ueki - JoãoPaulo dos Reis Velloso - Maurício Ran­gel Reis - Euclides Quandt de Oliveira .­Hugo de Andrade Abreu - Golbery do Cou­to e Silva - João Baptista de Oliveira Fi­gueiredo - Antônio Jorge Correa - L.G.do Nascimento e Silva.

Page 7: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1!l75

CONSTITUIÇÃO DA REPúBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

TíTULO IDa Organização Nacional

CAPíTULO VIDo Poder Legislativo

SEÇÃO VDo Processo Legislativo

Art. 57. É da competência exclusiva doPresidente da República a iniciativa dasleis que:

Ir - criem cargos, funções ou empregospúblicos ou aumentem vencimentos ou adespesa púbííca;

V - disponham sobre servidores públi­cos da União, seu regime jurídico, provi­mento de cargos públicos, estabilidade eaposentadoria de funcionários civis, refor­ma e transferência de militares para a ina­tividade;

PROJETO DE LEIN.o 903, de 1975

(Do Sr. Léo Simões)

Cria a Ordem dos Jornalistas do Bra­sil - O.J.8. - e dá outras providências.

(As Comissões de constttuíçãc e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Social

e de Finanças).O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ê criada a Ordem dos Jornalis­

tas do Brasil - O.J.B. - órgão de seleção,disciplina e defesa da classe em todo o ter­ritório nacional.

Parágrafo único. A Ordem dos Jornalis­tas do Brasil- O.J.B. - constitui serviço deutilidade pública federal, gozando os seusbens, vantagens, rendas e serviços de isen­ção de impostos e taxas.

Art. 2.0 São órgãos da Ordem dos Jor­nalistas do Brasil - O.J.B.:

I - O Conselho Superior da Ordem dosJornalistas do Brasil, com sede na Capitalda República, composto de um Delegado decada Conselho Regional, eleito por doisanos, entre os jornalistas de reputação ili­bada, inscrito há mais de 10 anos, conjun­tamente com um suplente, que satisfaça osmesmos requisitos, para funcionar nas fal­tas e impedimento do efetivo;

rI - Os Conselhos Regionais, um no Dis­trito Federal, um em cada Estado e um emcada Território Federal, constítuídos de on­ze membros cada um, no mínímo, escolhidosdentre jornalistas no exercício de sua pro­ríssão e eleitos por dois anos, em Assem­bléia Geral dos jornalistas inscritos.

Parágrafo único. Cabe a cada um des­ses órgãos eleger, entre os seus membros,'com mandato de dois anos, a respectiva Di­f,etoría, com função executiva.

. Art. 3.0 Ao Conselho Superior compete:I - elaborar o Código de Jl:tica Profissio­

nal, que entrará em vigor 45 dias após asua publicação no Diário Oficíal da União,e-que só poderá ser alterado de dois em doisanos, por decisão da maioria absoluta dosmembros do COnselho Superiar;

II - autorizar, por proposta dos Conse­lhos Regionais, a criação de Seções nos Mu­nicípios onde circulem mais de dois órgãosdiários de publicidade;

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

III - examinar e rever ex officio ou me­diante recurso, as decisões dos ConselhosRegionais, de modo a assegurar a observãn­era das leis e regulamentos pertinentes aoexercício da profissão e do Código de Jl:ticaProfissional;

IV - exercer as demais atribuições quelhe forem conferidas no Regulamento,bem como decidir sobre os caBOS omíssos.

Art. 4.° Ao Conselho Regional compete:I - elaborar o respectivo Regimento, com

plena autonomia sobre os assuntos de seuparticular interesse, atendidas as peculla­ridades locais e as prescrições desta lei edo Regulamento;

II - conceder inscrição aos jornalistasque satisfaçam às condições legais e regu­lamentares de capacidade e que exerçam aprofissão no território de sua jurisdição;

lU - Aplicar as sanções disciplinares deadvertência, multa, censura, suspensão, atéo máximo de um ano, e privação do exer­cício da profissão, conforme a gravidade dafalta. aos que infringirem o Código de ÉticaProfissional e o Regulamento;

IV - representar à autoridade competen­te contra a violacão da liberdade de im­prensa, a limitação dos meios indispensá­veis ao seu pleno exercício e qualquer outralesão aos direitos dos jornalistas;

V - propor a criação de seções nos Mu­meíptos onde circulem mais de dois órgãosdiários ou semanais de publicidade;

VI - Prover ao custeio de seus serviçose a formação de patrimônio próprio, me­diante:

a) arrecadacâo das taxas de mscrícâo ede anuidade: fixadas bienalmente' peloConselho Superior, cujo pagamento é obri­gatório para todos os profissionais Inscritosna respectiva jurisdição;

b) cobrança de multas;

c) percepção de subvenções;

d) recebimento de doações e legados.

VII - contribuir com vinte por cento dototal de sua arrecadação anual para as des­pesas do Conselho Superior e dar cumpri­mento às resoluções deste.

Art. 5.0 A inscrição na O.J.B. é requisitoindispensável para o exercício da profissãode [orrialista e substituirá a inscricão noRcgi~tro de Profissão Jornalística, á cargodo Ministério do Trabalho que, nesta data,é extinto.

Parágrafo único. São assegurados osdireitos dos jornalistas regularmente ins­critos no Registro 01'a extinto.

Art 6.0 O disposto nesta lei se aplica aoexercicio de atividade jornalística por meioda radiodifusão, da televisão e da cinemato­grafia.

Art. 7.0 O Poder Executívo nomeará umacomissão para elaborar e submeter ao Mi­nistro da Justiça a regulamentação destalei.

Parágrafo único. Publicado o Regula­mento, a Comissão promoverá a imediatainstalação do Conselho Superior e dos Con­selhos Regionais, exercendo a mesma Co­missão todas as atrtbuícões do ConselhoSuperior, até que sejam eleitos os delega­dos de pelo menos cinco Conselhos Regio­nais, que serão empossados pela Comissãono prazo de 10 (dez) dias.

Art. 8.0 A prova do exercício da profissãohá mais de 10 anos, exigida para eleição demembro do Conselho Superior, rar-se-á pelainscrição no Registro da Profissão Jornalís­tica do Ministério do Trabalho.

Terça-feira 19 5943

Art.9.0 Esta lei entrará em vígor na data.da sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

Justificação

Jornalismo Brasileiro - Panorama Geral

Na complexa conjuntura laboral do nos­so País vamos encontrar um mercado detrabalho dos mais dinâmicos e versáteis: aImprensa. E na era atual da Comunicação,sabemos o papel preponderante que ela de­sempenha no processo desenvotvímentistageral. Ela age em diversas frentes: forma,orienta, dirige a opinião pública e a estimu­la como fator de agregação da vontade e daconsciência nacional.

Ê inestimável o valor da Imprensa emqualquer nação e muito mais nos países emdesenvolvimento como o nosso. E, na ver­dade devemos reconhecer, se remontarmosaos seus primórdios, que a imprensa brasi­leira foi bem sucedida, evoluiu bastante,pois hoje já contamos com modernos cen­tros de jornalismo nas capitais mais adian­tadas. No entanto, esse crescimento se fezde forma anárquica, isto é, não planejada,não racionalizada e carece de uma siste­matização e regulamentação que a escoimedos seus vícíos e distorções.

Em conseqüência do Decreto-lei n.? 5.480,de 13 de maio de 1943, que instituiu osCursos de Jornalismo no sistema de encínosuperior do Pais, o jornalismo passou a fa­zer parte, também, das chamadas profis­sões liberais.

Esta circunstância, por si só, já nos fariaencontrar no art. 179 e no ~ 8.0 do art. 153ela Carta Magna Federal de 1967, na reda­ção que lhe foi dada pela Emenda n. O 1, deoutubro de 1969. o fundamento constitucio­nal legitimador da criação da Ordem dosJornalistas do Brasil. .

A profissão, cada vez mais valorizada pe­los legisladores brasileiros e pelo consensogeral, acha-se arrolada no 17.0 grupo doQuadro das Profissões Liberais, anexo àConsolidação das Leis do Trabalho, por efei­to da Portaria n.v 49, de 30 de abril de 1954,do Ministério do Trabalho.

Por outro lado, já temos em pleno fun­cionamento, munidos das competentes car­tas sindicais, os Sindicatos de JornalistasLiberais. na Guanabara, no Paraná e emSão Paulo. A profissão de jornalista já es­tá, pois, integrada no quadro sindical dasprofissões liberais.

Conclui-se, desses fatores, que os jorna­listas têm, de fato e de direito, o "status"de profissionais liberais. Apenas carecemde uma regulamentação profissional con­sentânea. coerente com a lógica fatual ­uma regulamentação cuja cúpula estruturalterá que ser necessariamente a Ordem dosJornalistas, como órgão de seleção, disci­plina e responsabtlidade..e defesa das prer­rogativas da classe. Um órgão de judicaturaprofissional.

Qual a verdadeira finalidade da Ordemdos Jornalistas do Brasil? A maior possível.Fazer com que o jornalismo inscreva umalto programa no espírito da multidão epreparar, para esse nobre fim, o próprio es­pírito dos obreiros da imprensa.

O exercício daquilo a que chamamos li­berdade de pensamento, tem que ter umalvo e este não pode ser outro senão o deestimular, no presente e para o futuro, asmais altas qualidades do espíríto e do co­ração de nosso povo.

Se, com efeito, admitimos, por um lado,que a nacionalidade brasileira tem um fima atingir, e se, por outro lado, possui nossaimprensa a possibilidade de contribuír paraa realização desse fim, logo surge uma ra­zão para o esforço - o esforço jornalístico

Page 8: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5944 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 19'5

_ pelo aperfeiçoamento social e pelo pro­gresso do Brasil. Eis aí um programa paraa Ordem dos Jornalistas. Ela terá, comovontade e diretriz atuante, desde o primei­ro dia da sua fundação, um "critério de bomêxito". Bom êxito significa: obter de cadajornalista que adquira a consciência da dig­nidade e nobreza de seu papel social e osentimento de sue papel social e o senti­mento do seu dever perante si mesmo e acomunidade.

A Ordem dos Jornalistas será, tanto quan­to a Ordem dos Advogados, um órgão abso­lutamente independente, e viverá de anui­dade de seus filiados, sem qualquer sub­venção dos governos.

O Regulamento da Ordem fixará os direi­tos e os deveres dos profissionais inscritosem seus quadros. Estabelecerá condições pa­ra essas inscrições, assim como regulará aforma de processo para os julgamentos daalçada da Ordem Cuidará, certamente, comespecial carinho, das prerrogativas, não sóda imprensa, senão também dos que nelamilitam. Estabelecerá, criteriosamente, nor­mas que garantam o sigilo profissional, emqualquer caso, para o jornalista, antes desentença condenatória transitada em ;ulga­do; e agasalhará, finalmente, todos os an­seios e interesses da classe, patrocinando­lhe a defesa, quando desrespeitada, ofendi­da, ameacada ou sob qualquer espécie deconstrangtmento.

Os propósitos e as sanções do Código deÉtica a ser executado pela Ordem dos Jor­nalistas não se restringirão apenas aos jor­nais que tenham, mais ou menos, grandecirculação. Terão que se fazer sentir, e so­bretudo, relativamente a certas publica­ções especiais: periódicos satíricos, comilustrações eróticas, pseudo-artísticas, veí­culos de péssima literatura amoral, senãofrancamente imoral; e, mais baixo ainda,essas publicações puramente pornográficas,cheias de imagens sugestivas e endereços deantros, onde todos os vícios são encontra­diços por parte de quem os procura; bemcomo, no último grau da escala corruptora,essas revistinhas especializadas na drama­tização de crimes e 3scândalos, as quais, pe­lo aspecto atraente que dão aos mistériospoliciais, se dirigem de preferência à infla­mável curiosidade dos adolescentes. Paraque citar títulos e nomes? Elas estão ai ex­postas nas bancas de venda, cobiçadas co­mo frutos venenosos.

Nós somos partidários da liberdade Acre­ditamos que. será preferível suportarmos umou outro excesso cometido pelos profissio­nais no exercício do jornalismo diário. doque amordacarmos o pensamento ou redu­zirmos ao silêncio os espirítos livres. A Or­dem dos Jornalistas terá este mérito: obtera observância de uma dtsclplína consentidapelos próprios militantes na imprensa. Masessa proliferação de jornalecos e revístceasentregues ao público com o único objetivode explorar a criminalidade e a patologiasexual, para proveito comercial de foliculá­rios inescrupulosos - isso nada poderá in­duzir uma sociedade a tolerar. Essa drogapeçonhenta terá de ser afastada do merca­do da inteligência, sem a menor considera­ção. A Ordem será chamada a essa obra deprofilaxia. (Conceitos extraídos da VIIIConferência da Escola de Comunicacão "As­sis Chateaubriand" pronunciado pelo jorna­lista Aluizio Barata). (Curso de Jornalismoorganizado e ministrado pelo jornalista .JoãoAustregésílo de Athayde) ,

A idéia - já debatida há cerca de quinzeanos no Instituto dos Advogados do Brasil- da instituição. em nosso país, de umaOrdem dos Jornalistas, como órgão de de­fesa, seleção e disciplina da classe, e de umCódigo de Ética para regular a conduta dosque militam no jornalismo, não é nova, nem

exclusivamente brasileira. Tem sido e con­tinua a ser, objeto de cogitações em todo omundo. Nos Estados Unidos a imprensa éespetacularmente livre, e no entanto, seacha em pleno vigor naquele Pais um Có­digo de Conduta para os Jornaiistas "Ca­nons of Jornalism", conjunto de regras deética ou princípios gerais de disciplina ado­tadas pela "American Society of NewpapersEditors" e homologados pelas associações declasse de todos os Estados da União. Tam­bém na Austrália se observa. sem discre­pância, o Código dos Jornalistas Australia­nos. Na França, na índia e em Portugal oseducadores e os intelectuais promovem vivacampanha em prol de uma ordem de jor­nalistas capaz de incentivar a disciplinaconsentida na prática da profissão. Movi­mento idêntico se vem processando no Bra­sil há mais de trinta anos. Herbert Moses,brilhante homem de ação não logrou entre­tanto cumprir o art. 69 do Decreto n.? 24.776,de 14 de julho de 1934, que outorgava à ABIpoderes para criar a Ordem dos JornalistasBrasileiros; é que Meses não encontrou, naépoca, a base indispensável do jomaüstaprofissional liberal. Sem tal base a Ordemseria inexeqüível, e os Cursos Universitá­rios de Jornalismo só advirtam cerca de no­ve anos depois. Aquela outorga à ABI foiomitida na LeI de Imprensa (n,O2.083) pro­mulgada em novembro de 1953. Mas, a par­tir de 1951, a idéia da fundação da Ordemfoi acolhida, graças ao incansável e fecun­do entusiasmo de vários jornalistas, e deci­dido apoio de órgãos da imprensa - espe­cialmente O Diário da Noite do Rio de Ja­neiro - a ídéía continuou em marcha.

Trajetoria da Idéia da Criaçãoda Ordem dos .Jornalistas

Todos esses assuntos foram ob] eto de es­tudos e discussões regulares no decorrer dostrabalhos da Comissão que. entre julho eagosto de 1955, elaborou o primeiro antepro­jeto, aparecido no Brasil, de lei instituido­ra da Ordem dos Jornalístas. Constituiramdita Comissão, além de seu presidente, ojornalista e acadêmico Austregésilo deAthayde, os jornalistas Carlos AlbertoDunshee de Abrariches e Serrano Neves, re­latdres do anteprojeto; Dinah Silveira deQueiroz. Carlos Eiras, Guilherme Figueire­do, Cristovam Breiner (este, então membroda Diretoria da Assocíacão Brasfleíra de Im­prensa), Pompeu de Souza.; Aluizio Barata,

O anteproj eto em referência, depois desubmetido à apreciação do Ministro da Jus­tiça, à época o eminente .TuJista PradoKelly foi, em setembro de 1955. remetido àCâmara dos Deputados, eom mensagem doPresidente Café Filho. Encaminhado ime­diatamente à Comissão de Constituicão eJustiça ("Projeto de Lei n.? 638/55, institui­dor da Ordem dos Jornalistas do Brasil"),onde permaneceu durante anos. Em segui­da, após esse grande lapso de tempo foiapresentado um substitutivo de autoria doDeputado Wanderley Júnior. Referimo-nosao "Projeto n. o 770/59" que mandatava criara Ordem dos Jornalistas do Brasil, além deoutras providências. Esse substitutivo tam­bém não logrou tramitação regular nemprosseguimento.

Posteriormente, tramitaram no Congres­so Nacional deis projetos de lei objetivandoo estabelecimento da Ordem dos Jornalis­tas - um suscitado no Senado, n. o 48, de1965, de autoria do Senador VasconcelosTorres; outro apresentado na Câmara, peloDeputado Áureo Melo: Projeto de Lei n."3.854, de 1966. Igualmente não obtiveramêxito. É possível que a idéia ainda não esti­vesse bem sedimentada e sofresse pressões.

CriaçãoConvém lembrar que já tivemos uma Or­

dem dos Jornalistas Brasileiros, pelo menos,teoricamente.

Tal instituto de jornalismo foi criado peloDecreto n,v 24.776, de 14 de julho de 1934,no seu artigo 69, assim redigido:

"Fica criada a Ordem dos JornalistasBrasileiros, órgão de disciplina e sele­ção da classe dos jornalistas, que se re­gerá pelos estatutos que forem votadospela Associação Brasileira de Imprensa,com a colaboração das Associações con­gêneres dos Estados, e aprovados peloGoverno,"

Este Decreto, que regulava a liberdade deimprensa, vigorou até 12 de novembro de1953, data em que foi revogado pela novaIei de imprensa n.v 2.083 do mesmo ano, naqual não consta a criação da Ordem dosJornalistas Brasileiros Fora excluído da Leio artigo que criara no Decreto anterior.

Baseado em dito artigo 69, o Ministériodo Trabalho, reconhecendo a AssociaçãoProfissional dos Jornalistas Libeirais doDistrito Federal, hoje Sindicato dos Jorna­listas Liberais do Estado da Guriabara(processo n.? 134.710/53), criou, no quadrode atividades e profissões anexo à Conso­lidação das Leis do Trabalho, o 17,0 Grupo"Jornalistas", no plano da ConfederaçãoNacional das Profissões Liberais - (Por­taria n.> 49, de 30 de abril de 1953, publica­da no DO, de 6 de maio de 1954, página8.201) a que já nos referimos antes.

Diante dos fatos concretos que nos fo­ram apontados pelos interessados mais di­retos, isto é, os jornalistas diplomados pe­las Faculdades de Filosofia do Pais, bem co­mo os antigos jornalistas que lhes serãoequiparados devemos restaurar a Ordem dosJornalistas Brasileiros, órgão de disciplina eseleção de classe.

Na conferência inaugural do Curso sobre"Alguns Aspectos do Jornalismo", na sededo Sindicato dos Jornalistas Liberais do Riode Janeiro hoje Sindicato dos JornalistasLiberais do Estado da Guanabara, o acadê­mico e jornalista Austregésilo de Athayde,que foi o primeiro Presidente desse Sindi­cato, observou que a evolução da imprensa,nestes dois derradeiros séculos, passou porperíodos sucessivos. no decorrer dos quaisse processou a gradual substituição do jor­nalismo individualista, espelho das idéias eideais de uma só pessoa, pelo jornalismomoderno, que perde o caráter personalistapara ser uma expressão da opinião pública.

"A princípio - disse o conferencista ilus­tre - o jornalismo era altamente indivi­dualista. Não havia eondições técnicas pa­ra a confecção de algo que fosse diferentedo livro; pelo formato, maneira e estilo deescrever, o jornal se assemelhava ao livro,assim como os primeiros automóveis nãoescondiam a sua filiação aos carros de tra­ção animal."

Desses primórdios até ao grande jornalinformativo dos nossos dias, medeia todoum mundo de progresso.

E na Era da Oomunicação de Massas, aimprensa (escrita, falada, televisada) exer­ce uma influência enorme demais paracrescer e ser exercida, sem regulamentação,sem a diretriz de um Código de Ética, semliberdade e sem dignidade no seu trabalho,

O jornalista é o artífice do pensamentodas massas e, como dizia °Papa Leão XIII:

". ,. Contra a má imprensa só a boaimprensa."

O jornalismo, na sua base fundamental- liberdade do pensamento - não poderealmente abdicar de suas prerrogatív.is degenuína atividade orofíssional liberal. Nos­so governo já reconheceu isso, determínan­de' que todos os jornalistas graduados ­bacharéis em jornalismo -- registrassemseus diplomas no Registro de Profissões Li-

Page 9: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5915

beraís de Nível Superior, na Divisão de En­sino Superior do Ministério da Educação eCultura.

E nos Estados Unidos, onde 70% dos jor­nalistas procedem das Universidades, e nosdemais países americanos, do norte, do cen­tro e do sul, nos países europeus e asiáti­cos, onde proliferam os cursos e escolas dejornalismo, o exercício da profissão é reco­nhecido e classificado, legal e regularmente,como atividade liberal, conforme se de­preende dos opúsculos editados pela ....UNESCO e íntítuladc "Le Droit de L'Infor­mation" e "La Formation Professionelle desJ ournalistes".Conclusão:

A Ordem dos Jornalistas do Brasil confi­gurará coerentemente com a Iegíslação exis­tente, o exercício do jornalísmo como pro­fissão liberal, devidamente regulamentada,livre de excrescências e írregularídades quecaracterizam as atividades de serviço pú­blico, intelectuais e criativas quando prati­cadas sem a necessária sistemática e quan­do não estão sob a égide de um enquadra­mento moral e ético que deve presidir to­das as atividades e empreendimentos hu­'manos coletivos.

Jornalismo, Inform:Üica e todos os pro­cessos de Comunicação que incluem ativi­dades jornalísticas penetram hoje na áreade toda a estrutura social. Ê um Poder res­peitável que desenvolve diversos processosna sociedade que os consome. É um crimesubestimá-los, maior crime ainda amesqui­nhá-los ou permitir que se desvirtuem pe­la falta de uma ordenação legal, de umaprimoramento constitutivo, de uma práti­ca ordenada, idealizada e dísctpltnada.

A criação e funcionamento da Ordem dosJornalistas do Brasil - O.J.B. - é um im­perativo do nosso desenvolvimento, da li­berdade de pensamento e de expressão eda responsabilidade profissional. Ê conferirao [ornausmo brasileiro o status modernodo exercício de Informar e Comunicar.

Sala das Sessões, em 13 de agosto de 19'75.- Léo Simões.,LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELA

COORDENAÇÃO DAS COMISSOESPERMANENTES

CONSTITUICl\.O DA REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

EMENDA CONSTITUCIONAL N.o 1DE 17 DE OUTUBRO DE 1969

TíTULO IIDa Declaração de Direitos

CAPíTULO IVDos Direitos e Garantias Individuais

. .Art. 153. A Constituição assegura aosbrasileiros e aos estrangeiros residentes noPaís, a ínvtoíabiünaoe dos direitos concer­nentes à vida, à liberdade, à segurança ea propriedade, nos termos seguintes:

§ 8.0 É livre a manifestação de pensa­mento, de conviccão política ou filosófica,bem como a prestação de informação inde­pendentemente de censura, salvo quanto adiversões e espetáculos públicos, rcspon­dendo cada um, nos termos da lei, pelosabusos que cometer. 11: assegurado o direitode resposta. A publicação de livros, jornaise periódicos não depende de licença da au­toridade. Não serão, porém, toleradas a pro­paganda de guerra, de subversão da ordemou de preconceitos de religião, de raça ou declasse e as pubücações e exteriorizaçõescontrárias à moral e aos bons costumes.

TiTULO IV

Da Família, da Educação e da Cultura

Art. 179. As ciências, as letras e as ar­tes são livres, ressalvado o disposto no § 8.0do art. 153.

Parágrafo único. O Poder Público in­centivará a pesquisa e o ensino cientificoe tecnológico.

DECRETO-LEI N.o 5.480DE 13 DE MAIO DE 1943

Institui o curso de jornalismo no sis­tema de ensino superior do país, e dáoutras providências.

O Presidente da República, usando daatribuição que lhe confere o art. 180 daConstituição, decreta:

Art. 1.0 Fica instituído, no sistema deensino superior do país, o curso de jorna­lismo.

Art. 2.0 O 'curso de jornalismo tem porfinalidade ministra. conhecimentos que ha­bilitem de um modo geral para a profissãode jornalista.

CONSOLIDAÇAO DAS LEISDO 'IRABALHO

Alll'Ovada pelo Decreto-Lei n,? 5.452, de 1.°de maio de 1943

TiTULO V

Da Organização Sindical

CAPÍTULO II

Do Enquadramento Sindical

Art. 577. O quadro de atividades e pro­fissões em vigor fixará o plano básico doenquadramento sindical.

ANEXOQuadro a que se refere o art. 577

da Consolidação das Leis do Trabalho

CONFEDERAÇãO NACIONAL DASPROFISSõES LIBERAIS

GRUPOS

1.° Advogados.2." Médicos.3.0 Odontologistas.4.0 Médicos veterinários.5.0 Farmacêuticos.6.0 Engenheiros (civis, de minas, mecâ­

nicos, eletricistas, industriais e agrô­nomos).

7.° Químícos (químicos industriais, quí­micos industriais agrieolas e enge­nheiros químicos).

8.° Parteiros.9.0 Economistas.

10.0 Atuários.11.0 Contabilistas.12.0 Professores (privados).13.0 Escritores.14.0 Autores teatrais,15.° Compositores artísticos, musicais e

plásticos.16.° Assistentes sociais.17.0 Jornalistas.18.0 Protéticos dentários.19.0 Bibliotecários.20.° Estatísticos.21.0 Enfermeiros. (27)

22.0 Técnico de Administração. (27)23.0 Arquitetos, (27)24.0 Nutricionistas. (27)25.° Psicólogos. (28)26.0 Fisioterapeuta, terapeuta ocupacio­

nal, auxiliar de fisioterapia e auxi­liar de terapia ocupacional. (29)

LEI N.o 2.083DE 12 DE NOVEMBRO DE 1953

Regula a Liberdade de ImprensaO Presidente da República:Faço saber que o Congresso Nacional de­

creta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPíTULO IA Liberdade de Imprensa

Art. 1.° É livre a publicação e a circula­ção no território nacional de jornais e ou­tros periódicos.

§ 1.0 Só é proibida a publicação e cir­culação de jornais e outros periódicos quan­do clandestinos, isto é, sem editores, dire­tores ou redatores conhecidos, ou quandoatentarem contra a 1110ral e os bons costu­mes.

§ 2° Durante o estado de sitio. os jor­nais ou periódicos ficarão sujeitos a cen­sura nas matérias atinentes aos motivosque o determinaram, como também em re­lação aos executores daquela medida.

Art. 2.0 É vedada a proprredade de em­presas jornalísticas, políticas ou simples­mente noticiosas, a estrangeiros e a socie­dades anônimas por ações ao portador.

Parágrafo único. Nem os estrangeiros,nem as pessoas jurídicas, excetuados ospartidos nacionais, poderão ser acionistasde sociedades anônimas, ou não, proprie­tárias de empresas jornalísticas.

Art. 3.° A responsabilidade principal nasempresas jornalísticas e a sua orientação,assim intelectual como administrativa, ca­berão exclusivamente a brasileiros.

Art 4.° A sociedade que se organizar pa­ra a exploração de empresas jornalísticasdeverá obedecer aos preceitos da lei sobresociedades comerciais. excetuadas as fun­dações, como tais conceituadas nas leis ci­vis. Uma e outras deverão respeitar as pe­culiaridades estabelecidas na ConstituicãoFederal e nesta lei para seu funcionamento.

Art. 5.° Assim os jornais ou periódicoscomo as orícínas impressoras de qualquernatureza, pertencentes a pessoas físicas oua sociedade, devem ser registrados em car­tório de Registro Crvil das Pessoas Jurídi­cas.

Art. 6.° O pedido de registro será ins­truido com os seguintes documentos:

I - no caso de jornais ou outros periódi­cos:

a) declaração de nome, nacionalidade eresidência do direitor ou diretores, ao re­dator-chefe, ou redatores-chefes. do pro­prietário, do gerente e dos acionistas quan­do se tratar de jornal ou periódico perten­centes a sociedade comercial;

b) designação de título do jornal ou pe­riódico, da sede da redação, da adminis­tração e das oficinas impressoras, esclare­cendo-se se são próprias ou não, e, no casonegativo, indicando-se quais os proprietá­rios;

c) um exemplar do respectivo contratosocial ou dos estatutos, quando se tratar dejornais ou periódicos pertencentes à socie­dade:

Page 10: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5946 Terça-feira 19

II - no caso de oficinas impressoras:a) declaração do nome, nacionalidade e

a residência do proprietário e gerente;b) indicação da sede da administração,

do lugar, rua e número, onde funciona aoficina e denominação desta;

c) um exemplar do contrato social ou dosestatutos, na hipótese de se tratar de ofici­na pertencente a sociedade.

Parágrafo único. As alterações superve­nientes, em qualquer dessas indicações, de­verão ser averbadas no registro, dentro emoito dias.

Art. 7.° A falta de registro, ou registrodefeituoso será punida com a multa deCr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$2.000,00 (dois mil cruzeiros), mediante pro­cesso promovido pelo Ministério Público. Amulta, porém, só seja cobrada depois que,marcado pelo juiz novo prazo, para o regis­tro ou para a sua emenda, não for cumpri­do o despacho.

CAPíTULO II

Dos Abusos e Penalidades

Art. 8.0 A liberdade de imprensa não ex­clui a punição dos que praticarem abusosno seu exercicio.

Art. 9.° Constituem abusos no exercícioda liberdade de imprensa, sujeitos as pe­nas que vão ser indicadas, os seguintes fa­tos:

a) fazer propaganda de guerra, de pro­cessos violentos para subverter a ordem po­lítica e social, ou propaganda que se pro­ponha a alimentar preconceitos de raça e declasse: pena de um a três meses de deten­ção, quando se tratar de autor do escritoou multa de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzei­ros), a Cr$ 20.000.00 (vinte mil cruzeiros)quando se tratar de outros responsáveissubsidiários;

b) publicar notícias ralsas ou dívulgar fa­tos verdadeiros, truncados ou deturpados,que provoquem alarma social ou perturba­cão da ordem pública: penas - as mesmasda letra anterior;

c) incitar a prática de qualquer crime:pena de um terço da do crime provocado,contanto que não exceda de um ano dedetenção para o autor do escrito e de mul­ta de Cr$ 6.000,00 (seis mil cruzeiros) aCr$ 12.000,00 (doze mil cruzeiros) paraqualquer dos responsáveis subsídiáríos:

d) publicar segredos de Estado, notíciasou informações relativas à sua força, pre­paração e defesa militar, ou sobre assuntoscuia divulgação for prejudicial a defesa na··cíonal, desde que exista norma 011 recomen..dacão prévias. determinando segredo. con­fidência ou reserva, ou desde que facilmentecompreensivel a inconveniência da .publí..cação: penas de seis meses a um ano dedetenção para o autor do artigo e a multade Cr$ 10.000.00 (dez mil cruzeiros) a Cr$20.000,00 (vinte m:l cruzeiros). para qual­quer dos responsáveis subsidiários;

e) ofender a moral pública e os bons cos­tumes: pena de três a seís meses de deten­ção para o autor do escrito e multa de Cr$3 000,00 (oito mil cruzeiros) a Cr$ 12 000.00(doze mil cruzeiros) para qualquer dos res­ponsáveis subsidiários;

f) caluniar alguém. imputando-lhe falsa­mente fato definido como crime: pena deseis meses a um ano de detenção para oautor do escrito e multa de Cri; 4.000,00(quatro mil cruzeiros) a Cr$ 8 000.00 (oitomil cruzeiros) para qualquer dos responsá­veis subsidiários:

g) difamar alguém, imputando-lhe fatoofensivo à sua reputação: pena de dois a

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

seis meses para o autor do escrito e de Cr$3.000,00 (três mil cruzeiros) a Cr$ 6.000,00(seis mil cruzeiros) para qualquer dos res­ponsáveis subsidiários;

h) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dig­nidade ou o decoro: pena de um a quatromeses de detenção para o autor do escritoe multa de Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros)a Cr$ 4.000,00 (quatro mil cruzeiros) paraqualquer dos responsáveis subsidiários.

i) obter favor ou provento indevidos, me­diante a publicação ou a ameaça de publi­cação de escrito ou representação figurati­va desabonadoras da honra ou da condutade alguém; pena: detenção de seis meses aum ano para o autor do escrito ou da amea­ça da publicação ou representação e multade Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros), a Cr$4.000,00 (quatro mil cruzeiros) para qual­quer dos responsáveis subsidiários.

Parágrafo único. Quando os crimes dasletras f, g e h forem praticados contra ór­gãos ou entidades que exerçam autoridadepública, as respectivas penas de detençãoe de multa serão aumentadas de um terço.

Art. 10. São também puníveis a calúnia,a difamação e a injúria contra a memóriade alguém, na forma das letras f, g e h doart. 9.0 •

Art. 11. Se os fatos que constituem oscrimes indicados nas letras f, ~ e h do art.9.0 forem divulgados de maneira imprecisasob fórmulas equívocas, o ofendido, ou seurepresentante legal, terá o direito de cha­mar a explicações o responsável pelo escri­to, o qual as deverá fornecer no prazo decinco dias.

Parágrafo único. Se as explicações nãoforem dadas ou as que se derem não foremsatisfatórias, a juizo do ofendido. poderáeste, ou seu representante, mover a açãocriminal que couber.

Art. 12. Será admitida a prova do fatoimputado:

a) se a vítima da imputação for indivíduoou corporacão que exerça função pública ea imputação se referir ao exercício dessaí'uncão:

b) se o ofendido permitir a prova. ou ti­ver sido condenado definitivamente pelofato imputado.

§ 1.0 A prova restrlngtr-se-á aos fatosque constituam o objeto do crime.

§ 2.0 Não se admitirá prova da verdade:

a) quando depender de ação particulare esta ainda não tenha sido iniciada. ou se,depois de iniciada, o autor dela desistir; .

h) quando o ofendido tíver sido absolvidodo fato de que é acusado e a sentença ab­solutoria houver passado em julgado;

c) quando se .ratar de expressões inju­riosas sem concretização de fatos.

§ 3.° No caso de injúria, a pena deixaráde ser aplicada;

a) quando o ofendido provocou direta­mente a injúria;

b) quando a injúria consistir em retorsãoimediata a outra injúria.

Art. 13. A pena de prisão só será aplica­da aos autores dos escritos incriminados enão poderá exceder de um ano. Os demaisresponsáveis. na falta de autor, só estarãosujeitos a penas pecuniárias

Art. 14. Além das penas criminais, ocondenado por delitos de imprensa ficarásujeito a pagar ao ofendido as perdas e da­nos que. na forma do direito civil e peranteos juízes do cível, forem regularmenteapurados.

Agosto' de 1975

Art. 15. Não constituem abusos de li­berdade de imprensa:

a) a opinião desfavorável da crítica Iíte­raría, artística ou cientifica, salvo quandoinequívoca a intenção de injuriar ou difa­mar;

b) a publicação de debates nas assem­bléias legislativas, dos relatórios ou qual­quer outro escrito impresso pelas mesmas;

c) o noticiário, a resenha ou a crônica dosdebates de proj etos nas mesmas assem­bléias e as críticas que se fizerem aos tra­balhos parlamentares;

d) a crônica dos debates escritos ou oraisperante os juízes e tribunais, assim a pu­blicação de despachos, como as sentençase de tudo quanto for ordenado ou comuni­cado por aquelas autoridades judiciais;

e) a discussão e critica que não descerema insulto pessoal sobre atos governamen­tais, sentenças e despachos dos juízes e tri­bunais;

f) a publicação de articulados, cotas oualegações produzidas em. juizo, salvo secontiverem injúria ou calúnia;

g) a critica, ainda quando veemente eofensiva contra alguém, desde que se limiteaos legítimos termos a necessidade de nar­rativa: excluindo o ânimo de injúria e aten­ta, apenas. a preocupação do bem ou do in­teresse social;

h) a exposição de qualquer; doutrina ouidéia.

Art. 16. A retificação espontânea, feitaantes de iniciado o procedimento judicialpelo jornal ou periódico. onde saiu a impu­tação. excluirá a ação penal contra os res­ponsáveis. O mesmo acontecerá se se fizerem juízo a retratação.

CAPíTULO IH

Do Direito de RespostaArt. 17. É assegurado o direito de res­

posta a quem ror acusado em jornal ou pe­riódico.

Art. 13. Se o pedido de retificação nãofor atendido de imediato, o ofendido poderáreclamar judicialmente 8 sua publicação.Para este fim, apresentando um exemplardo artigo incrtrrrinado e o texto em duasvias, dactilografadas, da resposta retifica­tiva. requererá 8JO [uíz criminal que ordeneao responsável pela publicação que sejainserida a resposta dentro em 24 (vinte equatro) horas. se se tratar de jornal diário,ou no número seguinte, se o periódico nãofor diário.

Parágrafo único. O pedido de retificaçãopoderá ser formulado pelo próprio ofendido,ou. no caso de ofensa à. memória de alguém,por seu cônjuge, ascendente, descendenteou irmão.

Art. 19. Recebido o pedido de retifica­ção. o juiz. dentro em 24 (vinte e quatro)horas. mandará citar o responsável para,em igual prazo. dar as razões por que nãopublicou a resposta.

Parágrafo único. Nas 24 (vinte e quatro)horas seguintes o juiz proferirá a sua deci­são. tenha o responsável atendido, ou não,a intimação.

Art. 20. Da decisão proferida pelo juiz,caberá apelação no efeito devolutivo.

Art. 21. Determinada a retificação, estadeverá ser efetuada gratuitamente, no pra­zo determinado, sob pena de multa de C1'$500.00 rqurnhentos cruzeiros) pela falta naprimeira edição, multa que será aumenta­da na proporção de 100% (cem por cento)a cada edicão subseqüente, até que a pu­blicação se efetue.

Page 11: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

Art. 22. A resposta será inserta inte­gralmente, no mesmo lugar e em c::racte­res tipográficos idênticos aos do escrito quea tiver provocado, e em edição e dias nor­mais, sob pena de continuar a correr a mul­ta, nos termos do artigo anterior.

§ 1.0 A resposta deverá ter dimensãoigual à do escrito incriminado; podendoconter até 50 (cinqüenta) linhas, ainda queaquele seja de extensão menor e não ultra­passando de 200 (duzentas) linhas, mesmono caso de ser mais longo o escrito.

S 2.0 Esses limites prevalecem para cadaresposta em separado, não podendo sercumulados.

§ 3.° O limite máximo nãc pode ser ul­trapassado a pretexto de pagar-se a parteexcedente.

Art. 23, Será negada a publicação daresposta;

a) quando não tiver relação com os fatosreferidos na publicação incriminada;

b) quando contiver expressões calunio­sas, injuriosas ou difamatórias para o jor­nal ou periodíco, onde saiu o escrito quelhe deu motivo, assim para os seus res­ponsáveis como para terceiros;

c) quando se tratar de atos ou de publi­cações oficiais, salvo quando divulgadas emjornal oficial;

d ) Quando se referir a terceiros, detal modo que lhes venha dar também odireito de ratarícação ;

e) quando se tratar de escritos que nãoconstituam abusos de liberdade de im­prensa;

f) quando houver decorrido mais de trin­ta (30) dias entre a publicação do artigoque lhe deu motivo e o pedido de resposta.

Art, 24. Reformada a decisão do juiz, nainstância superior, o jornal ou o periódicoterá o direito de haver do autor da respostaas despesas com a publicação daquela, cal­culadas de acordo com a tabela de preçosdo próprio jornal ou periódico.

Parágrafo único. A ação para haver asdespesas será a executiva.

Ar1. 25. A publicação da resposta, salvoquando espontânea, não impedirá o ofen­dido de promover a punição pelas ofensasde que foi vitima.

Parágrafo único. Não poderá ser pedidaa retificação se, na ocasião em que for fei­ta, o jornal ou periódico já estiver sendoprocessado criminalmente pela publicaçãoincriminada.

OAPíTULO IVDos Responsáveis

Art. 26. São responsáveis pelos delitosde imprensa, suscessívamente:

a) o autor do escrito incriminado;b) o diretor ou diretores, o redator ou

redatores-chefes do jornal ou periódico,quando o autor não puder ser identificado,ou se achar ausente do pais, ou não tiveridoneidade moral e financeira;

c) o dono da oficina onde se imprimir ojornal ou periódico;

d) os gerentes dessas oficinas;e) os dístríbuídores de publicações ilíci­

tas;f) os vendedores de tais publicações.Art. 27. Não é permitido o anonimato. O

escrito, que não trouxer a assinatura do au­tor, será tido como redigido pelo diretor oudiretores pelo redator-chefe ou redatores­chefes db jornal, se publicado na parte edí-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

toríal e pelo dono da oficina, ou pelo seugerente, se publicado na parte ínedítoríal.

Parágrafo único. Se o jornal ou periódi­co mantiver seções distintas sob a respon­sabilidade de certos e determinados reda­tores, cujos nomes nelas figurem perma­nentemente, serão estes os responsáveis pe­lo que sair publicado nessas seções.

Art. 28. O ofendido poderá provar, pe­rante qualquer juiz criminal, que o autor doescrito incriminado não tem idoneidade fi­nanceira para responder pelas conseqüên­cias civis e penais da condenação, feita aprova em processo sumaríssimo não caberárecurso da decisão que se proferir. Poderáo ofendido exercer a ação penal contra osresponsáveis sucessivos" enumerados nestalei.

Parágrafo umco. Os responsáveis indi­cados nas letras e e f do art. 26, ficarão su­jeitos unicamente a pena estabelecida noart. 53.

OAPÍTULO V

Da Ação Penal

Ar1. 29. A ação será promovida:I - nos crimes das letras f, g e h do

art. 9.°;a) por queixa do ofendido ou de quem

tenha qualidade para representá-lo;b) por denúncia do Ministério Público,

quando o ofendido for órgão 011 entidadeque exerça autoridade pública, ou funcio­nário, em razão das suas atribuições.

II - nos demais crimes; por denúnciado Ministério Público.

§ 1.0 Quando se tratar de qualquer daspessoas mencionadas na letra b, n.v I, desteartigo, o Ministério Público so apresentarádenúncia mediante aviso do Ministro daJustiça e Negócios Interiores na esfera te­geral, e do Secretário de Justiça ou 'auto­

"tldade equivalente, na esfera estadual oumediante representação dos ofendidos oudos seus representantes legais se o avisonão se fizer dentro em 8 (oito) dias, con­tados da data da solicitação.

§ 2.° Quando o ofendido for órgão ou en­tidade que exerça autoridade pública, oufuncionário público, o Ministério Públicoiniciará a ação penal, mediante requisiçãodo representante legal de quem ofendido,no primeiro caso, ou por iniciativa própriano segundo caso.

§ 3.° Quando se tratar de crime contraa memória de alguém, ou contra pessoa quefaleça depois de apresentada a queixa, aação poderá ser iniciada ou continuada' pe­lo cônjuge, pelo ascendente, pelo descen­dente ou pelo irmão.

Art. 30. A denúncia deverá ser oferecidapelo Ministério Público, dentro no prazo dedez (10) c;ias, contados do em que lhe forsolicitada essa providência, sob pena demulta de 01'$ 500,00 (quinhentos cruzeiros),sem prejuíso da responsabilidade funcionalem que incorrer.

Art. 31. O Ministério Público não poderádesistir da ação penal, uma vez iniciada.

Art. 32. A queixa poderá ser dada porprocurador com poderes especiais.

Art. 33. li: obrigatória em todos os pro­cessos por abuso de liberdade de imprensa,sob pena de nulidade, a intervenção do Mi­nistério Público.

Parágrafo único. A queixa particularpode ser aditada, no prazo de três dias, peloMinistério Público.

Art. 34. Num so processo poderá ser ad­mitida a intcrvencão de vários querelantes,quando ofendidos' pela mesma publicação.

Terça-feira 19 5947

A desistência da queixa, 1JQr um ou por al­guns, não privará os demais do direito deprosseguirem no processo.

Parágrafo único. A desistência da quei­xa só será permitida com a aquiescência doquerelado.

Art. 35. A queixa ou a denúncia será ins­truída com um exemplar do impresso, emque se contiver a publicação ofensiva e de­verá indicar as provas ou diligências queo autor reputar neeessárías, Distrituída eautuada, o juiz, depois de ouvir o Ministé­rio Público, quando se tratar de queixa, re­cebe-Ia-á ou rejeita-Ia-á.

§ 1.0 Recebida a queixa ou a denúncia,o réu será citado pessoalmente para com­parecer à primeira audiência do juiz. Nãosendo encontrado, a citação rar-se-á poreditais, com o prazo de dez (10) dias.

S 2.° Depois de qualificado, poderá oréu fazer-se representar em todos os ter­mos do processo, por procurador bastante.

Ar1. 36. Se o réu não comparecer a au­diência designada, o processo correrá a suarevelia. Se comparecer será qualificado eterá o prazo de cinco (5) dias para apre­sentar a defesa, salvo se não preferir apre­senta-la imediatamente. Na defesa deveráalegar todas as prejudiciais, inclusive aexceptio veritatis indicar as provas e as di­ligências que achar necessárias e ofereceros documentos que tiver.

§ 1.0 Demonstrada a necessidade decertidões de repartições públicas ou autár­quicas. e a de quaisquer exames, o juiz re­quisitárá aquelas e determinará estes, me­diante fixação de prazo para o cumprimen­to das respectivas diligências.

§ 2.° Se dentro do prazo não for atendi­da, sem motivo justo, a requisição do juiz,imporá este a multa de 01'$ 200,00 (duzen­tos cruzeiros) a 01'$ 1,000,00 (mil cruzeiros)ao funcionário responsável e suspenderá amarcha do processo, até que em novo prazosej a fornecida a certidão ou se efetue dili­gência Aos responsáveis pela não realiza­cão desta última, será aplicada a multa deCr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a 01'$ 1.000.00(mil cruzeiros). A aplicação das multas aci­ma referidas não exclui a responsabilidadepor crime funcional.

§ 3.0 Esgotados os prazos para apreseri­tacáo das certidões ou realízacões dos exa­mes, dos exames, o juiz considerará provadaa alegação que dependia daquelas certidõesou dos exames.

Art. 37. Na audiência seguinte, serãoln-julrídas as testemunhas da acusação, e,após, as de defesa e marcadas novas audí­éncías para ínquíríção das que não foramouvidas.

Parágrafo único. As testemunhos, assimde acusação como de defesa, cujo número ojuiz limitará, quando vir que são apresenta­das com intuitos protelatórios, poderãocomparecer independente de intimação,salvo requerimento da parte que as arro­lou.

Art. 38. Terminada a instrução, o autore réu terão, sucessivamente, o prazo de três(3) dias para oferecerem alegações escritas.Se com as da defesa, forem apresentadosnovoS documentos, terá o autor o prazoImprorrogável de vinte e quatro (24) horaspara dízer sobre eles.

Art. 39. Terminado o prazo para as ale­gações, os autos serão conclusos ao juiz, quemandará proceder, de oficio Ou a requeri­mento dos interessados, as diligências ne­cessárias para sanar qualquer nulidade oupara suprir qualquer falta que possa ínüuírno julgamento.

Page 12: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

594R Terça-feira 1&

Art. 40. O juiz poderá absolver o réu, sejulgar provado qualquer fato que o isentede pena.

Art. 41. O julgamento compete a um tri­bunal composto do Juiz de Direito que hou­ver dirigido a instrução do processo e queserá o seu presidente, com voto e de 4 (qua­tro) cidadãos sorteados dentre 21 (vinte eum) jurados da comarca.

§ 1.0 O sorteio dos jurados será feito pelopresidente do júri local, mediante requisi­ção do juiz do processo, cinco (5) dias antesda sessão do julgamento e na presença daspartes, se o quiserem. O resultado do sor­teio será comunicado ao Juiz do processopor ofício, que será junto aos autos depoisde ordenada a intimação das partes e dosjurados.

§ 2.° Os jurados que, sem motivo justifi­cado, não comparecerem à sessão de julga­mento, serão sujeitos à multa de Cr$ 100,00(cem cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentoscruzeiros), imposta pelo juiz que presidir aoprocesso.

§ 3.° Os jurados não poderão escusar-sesenão por motivo de moléstia, provada porinspeção de saúde determinada pelo juiz.

§ 4.0 Não podem servir conjuntamenteno julgamento, como juizes, os ascendentes,descendentes, irmãos, cunhados, durante ocunhadio, tios e sobrinhos, sogro e genro,padrasto e enteado.

Art. 42. No dia designado para o julga­mento, aberta a audiência e feitos os pre­gões de praxe, proceder-se-á a chamada dosjurados e o juiz resolverá sobre as escusasque forem apresentadas e sobre as multasque devem ser impostas. Se houver númerolegal de jurados, mandará apregoar as par­tes e as testemunhas, recolhidas estas a ou­tra sala. Se não houver número legal, mar­cará nova audiência para o julgamento.

§ 1.0 Se qualquer das partes não compa­recer, com escusa legítima, o julgamentoserá adiado para outra sessão, marcada pa­ra daí a cinco (5) dias. Se o faltoso for re­presentante do Ministério Público, o adia­mento só poderá ser concedido uma vez,com substituicão desse funcionário nas au­diências, na forma da lei.

§ 2.° Se o autor da queixa não compare­cer sem motivo justificado, a ação será de­clarada perempta. Se for o réu faltoso, ojuiz nomear-lhe-á defensor.

Art. 43. Consultadas a defesa e a acusa­ção, sucessivamente, poderão estas recusar.cada uma, até três (3) dos jurados sortea­dos para o julgamento.

Art. 44. Organizado o Tribunal, o juizdefirirá o compromisso aos jurados, fazen­do o primeiro ler o seguinte: "Prometo pelaminha honra. decidir de acordo com a ver­dade e a Justiça." Os demais repetirão:"Assim prometo."

Art. 45. Qualificado o réu, o juiz farábreve relatório do processo, expondo o fato,as provas colhidas e as conclusões das par­teso sem, de qualquer modo, manifestar arespeito a sua opinião.

li 1.0 Em seguida dará a palavra aoacusador e ao defensor, sucessivamente, dis­pondo, cada um, de uma hora para falar,prorrogável, a seu pedido, por trinta mi­nutos. A réplica e a tréplíca deverão serfeitas, cada uma, em trinta minutos, im­prorrogáveis.

li 2.0 Antes de iniciados os debates,qualquer das partes ou qualquer juradopoderá requerer a leitura de peças de pro­cesso e a audiência de testemunhas queestejam presentes.

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Art. 46. Encerrados os debates, passa­rão o juiz e os jurados a deliberar em ses­são secreta sobre as seguintes questões:

1.°) Constitui crime o fato imputado aoréu?

2.°) No caso afirmativo, é o réu responsá­vel por esse crime,?

3.°) No caso afirmativo, qual a pena quelhe deve ser aplicada?

Art. 47. O juiz lavrará em seguida asentença de acordo com as deliberações dosjurados. Assinada por todos, sem declara­ção de voto, mencionado, apenas, se foi pro­ferida por unanimidade, ou por maioria, asentença será lida pelo juiz na sala das ses­sões.

Art. 48. Da sentença, caberá apelaçãointerposta no ato ou dentro de cinco (5)dias da data em que for proferida.

Parágrafo único. A apelação será arra­zoada na primeira instância, no prazo co­mum de cinco (5) dias para ambas as par­tes; terá os dois efeitos, e, quando condena­tória, subirá imediatamente à instância su­perior, onde será preparada dentro de dez(lO) dias, sob pena de deserção.

CAPíTULO VI

Da Execução da Sentença

Art. 49. A pena de prisão será cumpri­da em estabelecimento distinto dos que sãodestinados a reus de crime comum e semsujeição a qualquer regime penitenciário oucarcerário.

Art. 50. A sentenca condenatória nosprocessos de injúria, calúnia ou difamação,será publicada, gratuitamente, se a parte orequerer na mesma seção do jornal ou pe­riódico em que apareceu o escrito, de quese originou a ação penal. A publicação efe­tuar-se-á com os mesmos caracteres tipo­gráficos em que o escrito foi composto.

§ 1.° Essa publicação será feita no pri­meiro número do jornal ou periódico que seseguirá a notificação do juiz, sob pena demulta de Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros)por número em que se deixar de estampar asentença.

§ 2.° No caso de absolvição, o quereladoterá o direito de fazer à custa do querelan­te a publicação da sentença em jornal queescolher.

Art. 51. No caso da primeira condena­ção à pena de prisão, o réu terá direito aobenefício do sursis ,

CAPíTULO VII

Da PrescriçãoArt. 52. A prescrição da ação dos delitos

constantes desta lei ocorrerá após 2 (dois)meses da data da publicação do escrito in­criminado, e a da condenação, no dobro doprazo em que for fixada.

CAPíTULO VIII

Disposições Gerais

Art. 53. Não poderão ser impressos, nemexpostos à venda ou importados, jornais ouquaisquer publicações periódicas de caráterobsceno como tal declarad-os pelo Juiz deMenores, ou, na falta deste, por qualqueroutro magistrado.

§ 1.0 Os exemplares encontrados serãoapreendidos.

§ 2.° Aquele que vender ou expuser àvenda ou distribuir jornais, periódicos, li­vros, ou quaisquer outras impressões, cujacirculação houver sido proibida, perderá 0Sexemplares que forem encontrados em seupoder e incorrerá na multa de Cr$ 50,00<cinqüenta cruzeiros), por exemplar apre-

Agosto de 1975

endido. Essa penalidade será imposta me­diante processo sumário, feito perantequalquer juiz criminal, por iniciativa doMinistério Público e com audiência doacusado, que será citado para se defenderno prazo de quarenta e oito (48) horas.

Art. 54. A autorrdade administrativacompetente, verificando a transgressão daproibição constante do artigo anterior eseus parágrafos, procederá imediatamenteà apreensão dos exemplares do jornal ouperiódico em causa, remetendo, em 24 (vin­te e quatro) horas, um desses exemplares,com oficio justificativo, ao Wnistério PÚ­blico.

§ 1.° O Ministério Público, no prazo de5 (cinco) dias, da data do recebimento dacomunicação, pedirá a citação do respon­sável legal do jornal ou periódico apreen­didos e de quem os estivesse vendendo,expondo à venda ou distribuindo, juntandoaos autos o exemplar e o ofício remetidospela autoridade administrativa, e alegandoo que for mister para o esclarecimento dofato, podendo requerer diligências.

§ 2. 0 A pessoa ou as pessoas citadas naforma acima poderão, no prazo de 5 (cinco)dias. apresentar defesa escrita requerendodiligências, quando necessárias.

§ 3.° Conclusos os autos ao juiz. este de­ferirá as diligênctas indispensáveis ao es­clarecimento do fato e, ouvidas as partesno prazo de 3 (três) dias, sobre as diligên­cias efetuadas, pronunciará, em seguida,sua decisão, manifestando-se sobre a ocor­rência ou não dos fatos incriminados li!fixando, quando possível, a responsabilida­de pelos mesmos. Da sentença caberá ape­lação no prazo e forma legais.

§ 4.° Não sendo reconhecida, na primei­ra instância a ocorrência dos motívosalegados para a apreensão, a autoridadeadministrativa devolverá os exemplaresapreendidos, sob a ríscalízacão do juiz, aorepresentante legal do [ornal ou periódicoou a quem os possuísse no momento daapreensão.

§ 5.0 TriJ,nsitada em julgado a sentença,será determinada pelo juiz competente sua.execução, observando os seguintes dispo­sitivos:

a) reconhecendo a sentenca final a ocor­rência dos fatos íncrímínados, os exempla­res serão confiados a autoridade adminis­trativa para sua destruição, procedendo-seà nova apreensão se, anteriormente, houve­rem sido liberados;

b) fixando a sentença a responsabilidadedo acusado ou dos acusados, será deposl­tada em cartório por estes a multa, comi­nada ou não. Feito o depósito, no prazode 30 (trinta) dias, será promovida peloMinistério Público sua cobrança executiva;

c) não reconhecendo a sentenca final aocorrência dos fatos incriminados, serãoliberados os exemplares, se ainda sujeitosa apreensão, pagando a União ou o Estado,que houver determinado a apreensão. inde­nização fixada pelo juiz, igual ao valor damulta que seria aplicável e cobrável porsimples petição instruída de certidão dasentença final.

Art. 55. Nos casos de reincidência natransgressão do art. 53 e seus parágrafos,praticada pelo mesmo jornal ou periódicopela mesma empresa, ou por periódicos ouempresa diferente, mas que tenham o mes­mo diretor responsável, a autoridade admi­nistrativa, além da apreensão, reguladapelo art. 54 e parágrafos, poderá determi­nar a suspensão da impressão, circulaçãoe distribuição do jornal ou periódico indi­cados declarando e justificando no ofício

Page 13: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5949

a que se refere o art. 54 in fine, os motivosque a levaram a essa medida.

§ 1.0 Não sendo cumprida pelos respon­sáveís a suspensão determinada pela auto­ridade administrativa, esta adotará as me­didas necessárias à observância da ordem,como o fechamento das dependências emque se redija, componha, imprima e distri­bua o jornal ou periódico indiciados e apre­ensão sucessiva de suas edições posteriores,consideradas, para todos os efeitos, comoclandestinas.

§ 2.° A suspensão do jornal ou periódicoprevista neste artigo será apreciada judi­cialmente em conjunto com a apreensão daedição que houver reincidido na transgres­são do art. 53 e seus parágrafos, observadaa forma prevista pelo art. 54 e seus pa­rágrafos.

§ 3.u Não sendo reconhecida, na primei­ra instância, a ocorrência dos motivos ale­gados para a apreensão e suspensão, aautoridade administrativa, observado o dís­posto no § 4.° do art. 54, levantará a ordemde suspensão e sustará a aplicação das me­didas adotadas para assegurá-la.

§ 4.° Transitada em julgado a sentença,serão observadas além do que dispõe o § 5.0e suas letras do art. 54, as seguintes nor­mas:

a) reconhecendo a sentença final a ocor­rência dos fatos incriminados, serão extin­tos os registres eventualmente asseguradosem favor da marca comercial e da deno­minação da empresa editora e do jornal ouperiódico em apreça e os registros a quese refere o art. 5.0 desta lei, sendo expe­didos pelo juízo da execução, à repartiçãoe ao cartório competentes os mandados deextíncão e de cancelamento dos menciona­dos registros;

b) não reconhecendo a sentença final aocorrência dos fatos incriminados obser­var-se-á o disposto na letra c do § 5.0 doart. 54, ficando ainda a União ou o Estado,que houver determinado a suspensão, obri­gados à reparação civil das perdas e danos,apuráveis em ação própria, deduzindo-se,do montante da condenação, a importânciaque houver sido paga em atendimento dapetíção a que se refere a mencionada letrac do § 5.0 do artigo 54.

§ 5.° Quando na hipótese prevista naletra a do parágrafo anterior, a empresaproprietária ou editora do jornal ou perió­dico incriminado for uma sociedade comer­cial ou civil, o Ministério Público, no prazode 10 (dez) dias, contados da data em quehouver tiransitado em julgado a sentençacondenatória, promoverá, em ação própria,a dissolução e liquidação da sociedade, re­vertendo seu patrimônio, quando não hajatitular ou credor com direito ao mesmo emproveito da Assocíacâo Brasileira de Im­prensa, ou de outra entidade de classerepresentativa da imprensa nacional, acritério da autoridade administrativa.

Art. 56. Poderão entrar e circular livre­mente no Brasil, ressalvados os direitosfiscais, quando os houver, os jornais, perió­dicos livros e quaisquer impressos que sepubli~arem no estrangeiro, desde que nãoíncorram nas proibições desta lei.

Art. 57. Consideram-se incorporadas napresente lei as disposições do Código Penalnão alteradas expressamente e que digamrespeito aos crimes aqui definidos.

Art. 58. O jornalista profissional nãopoderá ser detido, nem recolhido, presoantes de sentença transitada em julgado,senão em sala decente, perfeitamente are­[ada e onde encontre todas as comodidades.

Art. 59. Os jornais ou' periódicos ficarãodispensados da substituição da matériacensurada, desde que a censura seja feitaantes de uma hora da sua paginação.

Art. 60. Nenhuma providência de ordemádministrativa poderá tomar a autoridadepública que, direta ou indiretament~ cer­ceie a livre publicação e eirculação dejornais e periódicos, ou que, de qualquermaneira, prejudique a situação econômicae financeira da empresa jornalistica.

CAPíTULO IXDisposições Transitórias

Art. 61. Assim os jornais e os periódicosjá existentes, como as oficinas impressorasem funcionamento, serão obrigados a aten­der às exigências contidas nesta lei, dentrono prazo de 90 (noventa) dias da sua publi­cação, salvo se previamente o tiveremsatisfeito.

CAPÍTULO XDisposições Finais

Art. 62. A presente lei entrará em vigorna data de sua publicação.

Art. 63. Revogam-se notadamente o De­creto n. o 24.776, de 14 de julho' de 1934, ')S§§ 6.0 e 7.0 do art. 25 da Lei n.? 38, de 4 deabril de '1935, o art. 9.0 da Lei n.O 136, de 14de dezembro de 1935, o Decreto-lei n.O 431,de 18 de maio de 1938, e quaisquer outrasdisposições em contrário.

Rio de Janeiro, em 12 de novembro de1953; 132.° da Independência e 65.0 da Re­pública. - GETúLIO VARGAS - Tancredo~de Almeida Neves.

PROJETO DE LEIN.O 911, de 1975

(Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 241/75

Extingue o Instituto Nacional do Ci­nema, amplia as atribuições da Empre­sa Brasileira de Filmes S/A , ........•(El\'IBRAFILME), c dá outras providên­cias.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Educação e Cultura e de Fi­nanças).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 J!: extinto, 110S termos desta Lei,

o Instituto Nacional do Cinema GNC),autarquia federal criada pelo Decreto-lein.O 43, de 18 de novembro de 1966.

Art. 2.0 As atribuicões conferidas aoInstituto Nacional do 'Cinema (INC) pas­sarão, segundo se dispuser em regulamento,ser exercidas pela Empresa Brasileira deFilmes S/A (EMBRAFILME) e por órgão aser criado pelo Poder Executivo, com a fi­nalidade de assessorar diretamente o Mi­nistro da Educação e Cultura, estabeleceroríentacão normativa e fiscalizar as ativi­dades cinematográficas no País.

§ 1.0 Integrarão o órgão a ser criado,além dos representantes que forem estabe­lecidos pelo Poder Executivo, três represen­tantes de setores de atividades cinemato­gráficas, sendo um dos produtores, um dosexibidores ou distribuidores e um dos rea­lizadores de filmes.

§ 2.0 Os representantes da que trata oparágrafo anterior serão designados paramandato de 2 (dois) anos, permitida a re­condução por uma única vez.

§ 3.0 As atribuições, organízacão e fun­cionamento do órgão a ser criado serão fi­xados em regulamento.

Art. 3.° Compete à EMBRAFILME aexecução da política cinematográfica na­cional, observadas as disposições legais eregulamentares e as normas e resoluções

expedidas pelo órgão a ser criado, pelo Po­der Executivo, na forma do art. 2.° destaLei.

Art. 4.° Excetuadas as ações da .....••EMBRAFILME pertencentes ao InstitutoNacional do Cinema UNC). que passam àpropriedade da União, os bens, direitos eobrigações da autarquia ora extinta sãotransferidos à EMBRAFILME pelos valoresconstantes do balanço geral encerrado noúltimo dia do mês subseqúente ao da publi­cação desta Lei.

Parágrafo único. Passam ainda à pro­priedade da União as ações que correspon­derem ao aumento de capital decorrente datransferêncía determinada neste artigo.

Art. 5.° Os funcionários públicos fe­derais que se encontrem prestando serviçosao Instituto Nacional do Cinema e à Em­presa Brasileira de Filmes 8/A poderão serintegrados, mediante opção, no quadro depessoal dessa última empresa, observadasas normas da Lei n.° 6. 184, de 11 de dezem­bro de 1974.

Art. 6.° Fica a Empresa Brasileira deFilmes S/A (EMBRAFILME) autorizada aincluir outras atividades no seu campo deação, para abranger:

I - co-produção, aquisição, exportaçãoe importação de filmes;

II ._- financiamento à indústria cinema­tográfica;

lU .- distribuição, exibição e comercia­lização de filmes no território nacional eno exterior;

IV - promoção e realização de festivaise mostras cinematográficas;

V - criação, quando convier, de subsi­diárias para atuarem em qualquer dos cam­pos de atividade cinematográfica;

VI --- cor-cessão de prêmios e incentivosa filmes nacionais, dentre estes o calcula­do proporcionalmente à renda produzidapor sua exibição no Pais. de acordo com oque dispuser o órgão a ser criado na formado artigo 2.° desta Lei.

§ 1.0 Além do disposto neste artigo, aEMBRAFILME desempenhará, no campo dacultura c.inematográfica, as segmrn.es ati­vidades:

I - pesquisa, prospecção, recuperação econservação de filmes;

II - produção, co-producáo e difusão defilmes educativos, científicos, técnicos eculturais;

UI - formação profissional;IV _. documentação e publicação;V - manifestações culturaís cinemato­

gráficas.§ 2.° A EMBRAFILMB destinará, anual­

mente, um percentual de seus recursos. pa­ra desenvolver as atividades previstas noparágrafo anterior.

§ 3.° Os programas relativos às atívída­des previstas no parágrafo 1.° serão, sempreque possível, executados mediante convêniocom escolas de cinema. cínematecas, cíne­clubes e outras entidades culturais sem finslucrativos.

Art. 7.° Fica autorizado o aumento docapital social da Ernpresa Brasileira deFilmes 8/A (EMBRAF'ILME) para cr$ .,.80.000.000,00 (oitenta milhões de cruzei­ros).

§ 1.° A participação inicial da União noaumento do capital da EMBRAFILME rar­se-á pela incorporação dos bens do INC aesta transferidos, nos termos do art. 4.°desta Lei.

Page 14: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5950 Terça-feira 19 UIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1975

§ 2.° As subseqüentes participações daUnião no capital social da EMBRAFILMEf'ar-se-ão mediante a destinação de recur­sos próprios a serem incluidos nas propos­tas orçamentárias do Ministério da Educa­ção e Cultura, nos exercícios de 1976, 1977e 1978, ou através de crédito especial a sercompensado mediante anulação de dota­ções orçamentárias do mesmo Ministério.

Art. 8.0 A União, resguardada a proprie­dade da maioria das ações da EMBRAFlLMEcom direito a voto, poderá transferir °restante das ações a entidades de direitopúblico ou privado, bem como a pessoas fí­sicas.

Art. 9.° A receita da EMBRAFILME seráconstituída por:

I - dotações orçamentárias que lhe fo­rem consignadas pela União;

II - contribuição para o desenvolvimentoda indústria cinematográfica nacional cal­culada na forma do art. 11 desta Lei;

TIl - produto de operações de crédito;

IV - empréstimos, auxílios, subvenções,contribuições e doações de fontes internase externas;

V - produto de multas;VI - produto da venda do ingresso pa­

dronizado e de borderaux padrão;

VII - produto da comercialização de fil­mes e venda de bens patrimoniais;

VIII - juros e taxas de serviços prove­nientes de financiamentos;

IX - fundo decorrente dos depósitos aque se refere o art. 45 da Lei n.o 4.131, de3 de setembro de 1962, com a redação dadapelo art. 9.0 do Decreto-lei n.o 862, de 12 desetembro de 1969;

X - rendas eventuais.Art. 10. A EMBRAFlLME será dirigida

por uma Diretoria composta de três Dire­tores, sendo um o Diretor Geral.

Parágrafo único. As decíssões da Direto­ria serão tomadas por maioria de votos.

Art. 11. A contribuição a que se refereo item TI do art. 9.° desta Lei será calculadae arrecadada pela EMBRAFILME por títulode filme, independentemente do número decópias, em importância a ser fixada peloPoder Executivo.

Parágrafo único. Na fixação da contri­buição a que se refere este artigo, além deoutros fatores; levar-se-á em conta a bitolado filme, a forma de exibição comercial emcinema ou televisão, bem como o períodode validade do certificado de censura.

Art. 12. O produtor nacional poderá serdispensado do recolhimento imediato dacontribuição referida no artigo anterior, fi­cando, porém, obrigado a Iazê-Io por oca­sião do recebimento das parcelas do incen­tivo a que se refere o item VI do art. 6.0 ,

que lhe couber, até cobrir o montante dacontribuição devida.

Art. 13. Nos programas de que constarfilme estrangeiro de longa-metragem, seráestabelecida a inclusão de filme nacional deeurta-metragem de natureza cultural, téc­nica, científica ou informativa, indepen­dentemente da exibição de jornal cinema­tográfico, segundo normas a serem expedi­das pelo órgão a ser criado na forma doart. 2.~ desta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desteartigo, o órgão a ser criado na forma doart. 2.° desta Lei estabelecerá a definiçãodo filme nacional de eurta-metragem,

Art. 14. Todos os cinemas existentes noterritório nacional são obrigados a exibir

filmes brasileiros de Ionga-rnetragem, du­rante determinado número de dias por ano.

S 1.0 A fixação anual do número de dias,a forma de cumprimento da obrigação aque se refere este artigo e a participaçãopercentual do produtor brasileiro na rendade bilheteria serão estabelecidas pelo órgãoa ser criado na forma do art. 2.0 desta Lei.

S 2.0 SOmente poderá funcionar no ter­ritório nacional o cinema que tiver suaprogramação aprovada pela Censura Fe­deral.

S 3.° A programação dos cinemas so­mente será aprovada pelo órgão Ji'ederal deCensura, mediante prova do cumprimentoda exibição obrigatória estabelecida nesteartigo e no art. 13.

Art. 15. O Poder Executivo definirá, emdecreto, por proposta do Ministério da Edu­cação e Cultura, o que é filme nacional.

Parágrafo único. Cabe ao órgão a sercriado na forma do art. 2.0 desta Lei con­ceder o certificado de nacionalidade brasi­leira ao filme assim considerado.

Art. 16. O novo estatuto da .......•..EMBRAFILME será aprovado por decretodo Poder Executivo e dele constará, emanexo, relação discriminada e earâoteríza-da dos bens imóveis transferidos à .EMBRAFlLME, na forma do disposto noart. 4.0, a qual servirá de titulo para atranscrição no registro de imóveis.• Art. 17. Enquanto não forem estabeleci­dos os critérios fixados no art. 11, a contri­buição a que se refere o item II do art. 9.0

continuará a ser calculada por metro linearde cópia positiva de todos os filmes desti­nados _a exibição comercial em cinema outelevisao, e cobrada na forma do art. 12 doDecreto-lei n.o 43, de 18 de novembro de1966, aplicando-se, no caso de produtor na­cional, o disposto no art. 12 desta Lei.

Art. 18. O Poder Executivo adotará asmedidas complementares que se fizeremnecessárias para tornar efetiva a extinçãodo INC e a transferência à EMBRAFlLMEde seus bens, direitos e obrigações.

Art. 19. Fica o Poder Executivo autori­zado a consolidar, por decreto, a legislaçãoem vigor sobre as atividades cinematográ­ficas.

Art. 20. As disposições legais e regula­mentares bem assim quaisquer normas eresoluções que dispõem sobre matéria in­cluida na competência do órgão a que serefere o art. 2.° desta Lei. continuarão emvigor até 30 (trinta) dias após a instalaçãodo mesmo órgão.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor 60 (ses­senta) dias após a sua publicação.

Art. 22. Revogam-se as disposições emcontrário, especialmente o parágrafo únicodo art. 12 e os arts. 19, 20, 21 e 22 doDecreto-lei n.o 43, de 18 de novembro de1966.

Brasília, em de de 1975.LEGlSLAÇJW CITADA

DECRETO-LEI N.o 43DE 18 DE NOVEMBRO DE 1966

Cria o Instituto Nacional do Cinema,torna da, exclusiva competência daUnião a censura de filmes, estende aospagamentos do exterior de filmes ad­quiridos a preços fixos o disposto noart. 45 da Lei n,° 4.131, de :J de setem­bro de 1962, prorroga por 6 meses dis­positivos de Legislação sobre a exibiçãode filmes nacionais, e dá outras pro­vidências.

O Presidente da República, usando daatribuição que lhe confere o art. 30 do Ato

Iristâtucíonal n.o 2, ouvido o Conselho deSegurança Nacional, e

Considerando que o art. 2.0 do Ato Com­plementar n,» 23, faculta ao Presidente daRepública baixar decretos-leis em todas asmatérias previstas na Constituição;

Considerando a urgência das medidas oraestabelecidas, decreta:

Art. 1.0 É criado o Instituto Nacional doCinema (INC), com o objetivo de formulare executar a política governamental relativaà produção, importação, distribuição e exí­blçâo de fihnes, ao desenvolvimento da in­dústria cinematográfica brasileira, ao seufomento cultural e à sua promoção no ex-terior. '

Art. 2.° O lNC é uma autarquia federal,com autonomia técnica, administrativa e fi­nanceira, diretamente subordinada ao Mi­nistério da Educação e Cultura, nos termosda presente Lei.

Art. 3.° O lNC gozará nas suas rendas,bens e servíeos de imunidades tributáriastotal (art. aí, inciso V, letra a, da Consti­tuição).

Art. 4.0 Ao INC compete:

I - formular e executar a politica go­vernamental relativa ao desenvolvimentoda indústria cinematográfica brasileira, aoseu fomento cultural e à sua promoção noexterior;

II - regular, em cooperação com o Ban­co çentral da República do Brasil, a impor­tação de rílmee estrangeiros para exibiçãoem cinemas e televisão;

IH - regular a produção, distribuição e aexibição de Llmes nacionais fixando preçosde locação, prazos de pagamento e condi­ções;

IV - regular condições de locação de fil­mes estrangeiros às salas exibidoras nacio­nais;

V - formular a política nacional de pre­ços de ingressos, evitando tabelamentos quedeteriorem as condições econômicas do ci­nema;

VI - conceder financiamento e prêmios afilmes nacionais, de acordo com normas 61a­boradoras pelo Conselho Deliberativo eaprovadas pelo Ministério da Educação eCultura;

VII - manter um registro de produtores,distribuidores e exíbídores, com dados sobreos respectivos estabelecimentos;

VIII - aprovar, para a concessão de es­timulos pelo Poder Público, projetos de de­senvolvimento da indústria cinematográfi­ca;

IX - produzir e adquirir filmes e diafil­mes educativos ou culturais para forneci­mentos a estabelecimentos de ensino e en­tidades congêneres ou para projeção semfinalidade lucrativa;

X - selecionar fílmes para participar emcertames internacionais e orientar a re­presentação brasileira nessas reuniões;

XI - estabelecer normas de co-produçãocinematográfica com outros países e regula­mentar a realização de produções estran­geiras no Brasíl;

XII - fiscalizar, em todo o território na­cional, o cumprimento das leis e regula­mentos das atividades cinematográficas; ,

XIII - arrecadar as suas rendas e estabe­lecer prazos para o seu recolhimento;

XIV - aplicar multas e demais penali­dades previstas nesta Lei.

Page 15: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1971i

CAPíTULO IIIDa Organização

Art. 5.° O INC terá a seguinte organi-zação:

a) Presidenteb) Conse"ho Deliberativoc) Conselho Consultivod) Secreta,ria-ExecutivaParágrafo único. A organização e as

atribuições do Conselho Deliberativo, doConselho Oonsultívo, e da Secretaria-Exe­cutiva constarão do regulamento aprovadopor Decreto do Poder Executivo.

Art. 6.° O INC será dirigido por um Pre­sidente, nomeado pelo Presidente da Repú­blica, por indicação do Ministro da Educa­ção e Cultura.

Art. 7.° O Conselho Deliberativo, do qualo Presidente do INC é membro nato e seuPresidente, é constituído dos seguintes mem­bros:

1) representante do Ministério da Edu­cação e Cultura;

2) representante do Ministério da Jus­tiça e Negócios Interiores;

3) representante do Ministério da In­dústria e do Comércio;

4) representante do Mínístérío das Re­lações Exteriores;

5) representante do Ministro Extraordi­nário para o Planejamento e CoordenaçãoEconômica;

6) representante do Banco Central daRepública do Brasil.

§ 1.0 Os representantes e seus substitu­tos serão Indícados pelos respectivos órgãose designados pelo Presidente da República.

§ 2.0 O Conselho Deliberativo reunir-se­á, ordinariamente duas vezes por mês.

§ 3.0 As decisões do Conselho Delibera­tivo serão tomadas sob a forma de Reso­lução, com base em trabalhos e pareceresda Secretaria E!lxecutiva.

§ 4.° Das decisões do Conselho Delibe­rativo caberá recurso para o Ministro daEducação e Cultura.

Art. 8.° O Conselho Consultivo, do qualo Secretário-Executivo é membro nato eseu Presidente, é constituído dos seguintesmembros:

a) representante dos produtores de ci­nema;

b) representante de distribuidores de fil­mes;

c) representante de exíbídores de fil­mes;

d) representante da crítica cinematográ­fica;

e) representante de diretores de cine­ma.

§ 1.0 Os membros do Conselho Consulti­vo serão nomeados pelo Ministro da Edu­cação e Cultura, dentre os indicados em lis­ta tríplice, para cada vaga, pelas respecti­vas entidades nacionais de classe, commandato de 2 (dois) anos, renovável, desdeque novamente incluído na lista tríplice or­ganizada pela classe representada.

§ 2.0 Na ialta de indicação da respecti­va entidade nacional de classe, o represen­tante será nomeado pelo Ministro da Edu­cação e Cultura, por indicação do Presi­dente do INC.

§ 3.° O Conselho Consultivo reunir-se-á,ordinariamente, uma vez por mês.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

§ 4.° As decisões do Conselho Consulti­vo serão tomadas sob a forma de indicaçõesao Conselho Deliberativo.

CAPITULO IIIDo Patrimônio e Regime Financeiro

Art. 9.0 O Patrimônio do INC será for­mado:

I - pelos bens e direitos que lhe foremtransferidos ou por ele adquiridos;

II - pelos saldos de rendas próprias.Art. 10. A aquisição de bens imóveis,

por parte do INC depende de autorizaçãodo Ministro da Educação e Cultura, e a suaalienação somente poderá ser efetuada de­pois de autorizada pelo Presidente da Re­pública.

Art. 11. A receita do INC será constituí­da por:

I - dotações orçamentárias ou extra­orçamentárias que lhe forem consignadaspela União;

II - contribuição para o desenvolvimen­to da indústria cinematográfica nacional,calculada por metro linear de cópia positi­va de todos os filmes destinados à exibiçãocomercial em cinemas ou televisões;

III - o produto de operações de crédito;

IV - os juros de depósitos bancários;

V - os auxílios, subvenções, contribuiçõese doações de pessoas jurídicas ou físicas,nacionais ou estrangeiras;

VI - o produto das multas;VII - as rendas eventuais.

Art. 12. A contribuição a que se refereo inciso II do art. 11 é fixada em Cr$ 200,00(duzentos cruzeiros) e será atualizada emdezembro de cada ano, de acordo com osíndices de correção monetária, aprovadospelo Conselho Nacional de Economia, paravigorar no exercício seguinte.

Parágrafo único. Ficam isentos da con­tribuição a que se refere o art. 11, inciso rr,os filmes de curta metragem, sem caráterpublicitário e os filmes de publicidade e"filmlets" destinados à exibicão comercialem televisão. >

Art. 13. São extintas a "taxa cinemato­gráfica para educação popular" criadapelo art. 42 do Decreto-lei n.O 1.949, de 30de dezembro de 1939, e o imposto de im­portação e taxa de despacho aduaneiro so­bre filmes cinematográficos compreendidosnos itens 37-06, 37-07-001, 37-07-003, .37-07-004, 37-07-005 e 37-07-006, da Tarifadas Alfândegas.

Parágrafo único. É concedida isençãodo imposto de importação e da ta­xa de despacho aduaneiro. às películas sen­sibilizadas, filmes virgens, compreendidosnos itens 37-02-001, 37-002-003 e 37-02-004da Tarifa das Alfândegas, ficando o Poder'Executivo autorizado a suspender os bene­fícios de isenção, quando for necessário es­timular a produção nacional daqueles pro­dutos.

Art. 14. Os recursos do INC serão aplica­dos segundo programa anual de trabalho eorçamento .analitíeo, aprovados pelo Conse­lho Deliberativo e homologados pelo Minis­tério da Educação e Culutura, em:

I - despesas com a manutenção dos ser­viços do INC;

U - financiamentos a serem concedidosa produtores nacionais;

lU - prêmios a serem atribuídos a filmesnacionais;

IV - outros encargos previstos em lei.

Terça-feira 19 5951

§ 1.0 O prêmio a que se refere o incisolU deste artigo será concedido, anualmen­te, a todos os filmes nacionais, proporcio­nalmente à renda produzida pela sua exi­bição no País. de acordo com o que dispusero regulamento.

§ 2.° O produtor nacional poderá ser dis­pensado pelo mc do recolhimento imedia­to da contribuição prevista no inciso II doart. 11, ficando obrigado, porém, a fazê-lopor ocasião do recebimento das parcelas doprêmio que lhe couber até cobrir o montan­te da contribuição devida ao INC.

Art. 15. As contas do Presidente do INCserão prestadas ao 'I'ríbunal de Contas daUnião, por intermédio do Ministério da Edu­cação e Cultura, até 30 de abril de cadaano.

CAPÍTULO IVDo Pessoal

Art. 16. O quadro de pessoal do INCserá aprovado por decreto do Presidente daRepública.

Art. 17. Para atender à execução de ser­viços de natureza não permanente ou espe­cializada, poderá o INC admitir pessoal su­jeito ao regime da Consolidação das Leis doTrabalho, obedecidas as normas estabeleci­das na Lei n.? 3.780, de 12 de julho de 1960.

Art. 18. Os funcionários do Serviço Civildo Poder Executivo que, na data da publi­cação desta Lei, estejam prestando serviçoa qualquer dos órgãos que foram incorpora­dos ao INC poderão optar pelo seu aprovei­tamento no quadro do pessoal do INC nasmesmas condições em que se encontrem.

§ 1.0 A opção deverá ser feita em reque­rimento dirigido ao Ministro da Educação eCultura no prazo de.60 (sessenta) dias.

§ 2.° O silêncio do interessado implicana concordância com a sua inclusão noquadro do INC.

§. 3.0 Decorrido o prazo a que se refere o§ 1.0, serão aproveitados na situação emque se encontram, em outros órgãos do Ser­viço Público Federal, a critério do PoderExecutivo, mediante decreto. os servidoresquc mantiverem o status anterior.

§ 4.° O pessoal que exceder às necessida­des do INC, a critério de sua direção, será,igualmente, incluído em outros órgãos doServiço Público Federal, na forma do pará­grafo anterior.

CAPíTULO VDa Exibição de Filmes Nacionais

Art. 19. Todos os cinemas existentes noterritório nacional ficam obrigados a exibirtílmes nacionais de longa metragem duran­te determinado número de dias por ano, aser fixado pelo Conselho Deliberativo.

§ 1.0 A proposta levará em consideraçãoo desenvolvimento da produção nacional,verificada cada ano, e as possibilidades deprogramação do mercado exibidor.

§ 2.° A reexibicão do filme nacional nomesmo cinema não será computada para osefeitos da exibição compulsória, entendido"reexíbíçâo" como a programação do mesmofilme, transcorrido um determinado p eríodode tempo de sua primeira exibição no mes­mo cinema.

§ 3.0 A exibição compulsória será consi­derada cumprida, apenas pela metade,quando a receita do produtor nacional foratribuída também pela metade.

Art. 20. O Poder Executivo definirá emdecreto, por proposta do INC, o que é filmenacional de curta e longa metragem.

Parágrafo único. Cabe ao INC concedero certificado correspondente de cidadania

Page 16: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5952 Terça-feira 19

brasileira ao filme produzido no País, nostermos da definição a que se refere o pre­sente artigo.

Art. 21. O INC poderá conceder a filmesnacionais de curta metragem "Olassttíca­çâo Especial", atendendo ao nivel de suarealização e à natureza cultural educativa.

Art. 22. Todos os cinemas existentes noterritório nacional ficam obrigados a exi­bir, durante determinado número de dias,por ano, os filmes nacionais de curta me­tragam, de "Classificação Especial".

§ 1.0 O número de dias para exibiçãoobrigatória de filmes de "Classificação Es­pecial" será anualmente fixado pelo Conse­lho Deliberativo do INC, atendendo ao vo­lume de sua produção e às possibilidades deprogramação do mercado exibidor.

§ 2.0 A exibição de filme de "Classifica­ção Especial" isenta os cinemas da obriga­toriedade da exibição, na mesma sessão, deoutros filmes de curta metragem,

Art. 23. Poderão ser projetados, nos ci­nemas do País, mensagens publicitárias, soba forma de filmes e "filmlets".

§ 1.0 Consideram-se "filmlets" os filmespublicitários mudos cuja duração não exce­da a quinze segundos.

§ 2.° As mensagens publicitárias serãoprojetadas, à meia-luz, no intervalo entreas sessões.

§ 3.0 A duração máxima do conjunto demensagens publicitárias em cada interva­lo, será de três (3) minutos.

§ 4.0 O mesmo filme de publicidade ou"filmlets" só poderá ser incluído na progra­mação do mesmo cinema, durante o máxi­mo de uma semana em cada semestre.

Art. 24. Não serão aprovados os progra­mas cinematográficos sem que sejam apre­sentados pelo exíbídor as provas do cumpri­mento das normas de proteção ao cinemabrasileiro, nos termos do Regulamento.

CAPíTULO VIDa Distribuição de Filmes Nacionais

Art. 25. A distribuição de filmes nacio­nais de longa e curta metragem só poderáser contratada mediante as percentagensmáximas que vierem a ser fixadas pelo INC.

§ 1.0 As percentagens de distribuição se­rão calculadas sobre a participação do pro­dutor na renda da bilheteria, depois dededuzidas as despesas de publicidade, fis­calização e outras despesas gerais.

§ 2.° Os contratos para a distribuição defilmes nacionais de longa e curta metra­gem, firmados pelos produtores com os dis­tribuidores somente terão validade depoisde registrados no INC.

CAPÍTULO VIIDisposições Gerais

Art. 26. A censura de filmes cinemato­gráficos, para todo o território nacional,tanto para exibição em cinemas, como paraexibição em televisão, é da exclusiva com­petência da Uníâo.

Art. 27. As remessas de filmes brasilei­ros para o exterior ficam sujeitos a "licen­ça de exportação", sem cobertura cambialdevendo ser transferido para o Brasil oproduto da venda, renda, aluguel, parti­pação e toda a receita líquida assim aufe­rida do exterior.

Parágrafo único. A receita acima alu­dida será transferida para o País, obrigato­riamente, através de estabelecimento ban­cário autorizado a operar em câmbio obser­vadas as normas e critérios que regerem a,espécie à data de cada operação.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Art. 28. O depósito a que se refere o art.45, da Lei n. o 4.131, de 3 de setembro de1962, deverá ser obrigatoriamente, recolhi­do ao Banco do Brasil S.A. em conta espe­cial, podendo o interessado aplicar essa im­portância, mediante autorização do INC, naprodução de filmes brasileiros.

§ 1.0 Se no prazo de 18 (dezoito) meses,contados da data de cada depósito, não forapresentado ao INC o projeto para a reali­zação. do filme, acompanhado da. documen­tação, indispensável ao exame do mesmo, ovalor registrado no Banco do Brasil S. A.reverterá como receita extraordinária doINC.

§ 2.0 Os titulares dos depósitos atual­mente existentes no Banco do Brasil S.A.,efetuados de acordo com o art. 45, da Lein. O 4.131, de 3 de setembro de 1962, terãoprazo máximo de 6 (seis) meses, a contarda publicação da presente Lei, para apre­sentação de seus projetos ao INC findo oqual, os depósitos reverterão ao Instituto.

Art. 29. Os pagamentos no exterior defilmes adquiridos a preço fixo, para explo­ração no País, ficarão igualmente sujeitosao desconto do imposto, nos termos do art.45, da Lei n.? 4.131, de 3 de setembro de1962, e o art. 28 da presente Lei.

Art. 30. Os depósitos a que se refere osarts. 28 e 29 serão realizados pelo distribui­dor ou importador do filme estrangeiro, emnome da empresa no Brasil, como benefi­ciária do favor fiscal.

Art. 31. São incorporados ao INC o Ins­tituto Nacional de Cinema Educativo, doMinistério da Educação e Cultura e o Gru­po Executivo da Indústria Cinematográfica,do Ministério da Indústria e do Comércio.

§ 1.0 Os bens pertencentes ou em usopor essas repartições serão entregues aoINC, depois de devidamente inventariados.

§ 2.0 O pessoal lotado na data da publi­cação desta Lei, nos órgãos mencíonadosno presente artigo passa à disposição doINC, sem prejuízo dos seus vencimentos, di­reitos e vantagens, obdecendo o disposto noart. 18 e seus parágrafos.

Art. 32. As atribuições conferidas ao INCpor esta Lei poderão ser exercidas por auto­ridades estaduais e municipais, ou outrasentidades públicas mediante convênio.

Art Z3. Para 08 efeitos desta Lei, produ­tores, distribuidores e exíbidores de filmes,só poderão exercer atividades no País de­pois de registrados no INC.

Parágrafo único. Os exíbídores deverãoregistrar todos os cinemas de sua proprie­dade ou arrendados.

Art. 34. É assegurado ao INC, por inter­médio de seus funcionários especialmentedesignados, o direito de examinar a escritacomercial de produtores, distribuidores eexibidores, para verificar a exatidão dasreceitas atribuídas a cada urna das partes,quando se tratar de filmes nacionais.

parágrafo único. É assegurado aos fun­cionários do INC, especialmente designa­dos, o livre ingresso nos cinemas, em todoo território nacional, na forma que dispu­ser o regulamento.

Art. 35. O INC poderá estabelecer a o­brigatoriedade de uso do "borderaux" pa­drão, emitir, para uso compulsório pelassalas exíbídoras nacionais, ingresso únicoou obrigar o uso de máquinas registradoras,para venda de ingressos.

Parágrafo único. Para facilitar a fisca­lização do uso do ingresso único, o INCpoderá criar premio periódico entre osusuários dos cinemas, na forma que vier aser estabelecida por decreto do I!:xecutivo.

Agosto de 19'75

Art. 3&. Fica sujeita à multa que variaráde um terço (1/3) do valor do salário mí­nimo, vigente no Distrito Federal à época.da infração, até cem (100) vezes o valordesse salário, sem prejuízo de outras san­ções que couberem, àquele que:

I - deixar de cumprir as normas legaissobre a exibição de filmes nacionais;

II - exibir filme ou "filmlets" de publi­cidade em desacordo com as normas legais;

III - exibir filme não censurado ou como certificado de censura fora dos prazosestabelecidos;

IV - deixar de levar os programas àaprovação da autoridade competente ouexíbí-Ios de maneira diversa do aprovado;

V - sonegar ou prestar informação er­rônea, visando obter vantagens pecuniá­rias, ou ilidir pagamento de taxa ou contri­buição devida, sem prejuízo da sanção pe­nal que couber;

VI - deixar de cumprir as normas quefOrem baixadas sobre coproducão;

VII - deixar de fornecer os "borderaux"nos prazos ou modelos que forem estabele­cidos, bem como neles incluir informaçãoinverídica;

VIII - reter o exibidor ou distribuidor im­portância devida ao produtor, além dosprazos estabelecidos, ou pagá-la em valorinferior ao estabelecido na lei;

IX - utilizar ou permitir a utilização doingresso fora do modelo padrão;

X - dificultar ou impedir a observân­cia das resoluções que forem baixadas emdecorrência desta lei;

XI - sonegar documentos ou compro­vantes exígídos pelo INC ou impedir ou di­ficultar exames contábeis ou deixar de for­necer esclarecimentos que forem exigidos,nos prazos assinalados;

XII - vedar ou dificultar a entrada, nassalas exíbídoras, de funcionários a serviçodo INC.

Art. 37. Em caso de reincidência, dentrodo período de três (3) meses em infraçãoda mesma natureza, o INC poderá deter­minar a interdição do estabelecimento porum prazo de cinco (5) a noventa (90) dias,sem prejuízo da multa que couber.

Art. 38. A imposição, autuação e pro-.cessamento da multa, e a sua cobrança, osprazos e condições para o recurso e as nor­mas de interdição dos estabelecimentos,constarão de regulamento.

Art. 39. Fica aberto o crédito especial deCr$ 200.000.000 (duzentos milhões de cru­zeíros) para as despesas de instalação emanutenção do INC, com vigência por dois(2) exercícios, o qual será automaticamenteregistrado pelo Tribunal de Contas daUnião e distribuído ao Tesouro Nacional.

Art. 40. O Ministro da Educação e Cultu­ra designará uma Comissão para organizaro INC e promover a incorporação dos órgãosreferidos no art. 31, podendo, para os finsdeste artigo, utilizar até 10% (dez por cen­to) do crédito a que se refere o art. 39.

Parágrafo único. A comissão prestarácontas ao Tribunal de Contas da União,através do Mínistério da Educação e Cultu­ra, das importâncias aplicadas no prazo de30 (trinta) dias a contar da conclusão deseus trabalhos.

Art. 41. Esta Lei entrará em vigor 60(sessenta) dias depois de publicada, excetoquanto aos arts. 18, 39 e 40, que vigorarãona data de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário, especialmente osarts. 21, 31, 35, 42, 43, 44, 45, 46, 121, 122 e

Page 17: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975--130 do Decreto-lei n.> 1. 949, de 30 de dezem­bro de 1939, o Decreto-lei n.v 4.064, de 29 dejaneiro de 1942, os §§ 2.0 e 9.0 do art. 24 e osarts. 25, 31, 32, 33, 34, 36 e 38 do Decreto n.O20.493, de 24 de janeiro de 1946, o Decreton.v 50.278, de 17 de fevereiro de 1961, o De­creto n.v 50.450, de 12 de abril de 1961, oDecreto n. o 1.134, de 4 de junho de 1962 e oDecreto n.> 1.462, de 18 de outubro de 1962.

Parágrafo único. O disposto nos arts. 33,38 e 39 da Lei n.? 1.949, de 30 de dezembrode 1939, os §§ 1.0 , 2.0 , 3.0 , 4.0, 5.0 , 6.0 e 7.0 doart. 24 do Decreto n.? 20.493, de 24 de ja­neiro de 1946, o Decreto n.O 1.243, de 25 dejunho de 1962, e o Decreto n.v 56.499, de 21de junho de 1965 serão revogados 6 (seis)meses após a publicação da presente Lei.

Brasilia, 18 de novembro de 1966; 145.0 daIndependência e 78° da República, - H.CA8TELI,O BRANCO - Carlos MedeirosSilva - .Jul'acy Magalhães - Octávio Bu­lhões - Juarez Távora - Raymundo Mo­niz de Aragão - Paulo Egydio MartinsRoberto Campos.

DECRETO-LEI N.o 862DE 12 DE SETEMBRO DE 1969

Autoriza a criação da Empresa Bra­sileira de Filmes SOCiedade Anônima(EMBRAFILME), e dá outras provi­dências.

Os Ministros da Marinha de Guerra, doExército e da Aeronáutica Militar, usandodas atribuições que lhes confere o art. 1.0do Ato Institucional n,? 12, de 31 de agostode 1969, combinado com o § 1.0 do art. 2.0do Ato Institucional n.> 5, de 13 de dezem­bro de 1968, e tendo em vista o disposto noart. 5.0 , item UI, do Decreto-lei n. O 200, de25 de fevereiro de 1967, decretam;

Art. 1.0 Fica autorizada a criação dasociedade de economia mista denominadaEmpresa Brasileira de Filmes S.A. - EM­BRAFILME - com personalidade juridicade direito privado e vinculada ao Ministérioda Educação e Cultura.

Parágrafo único. A EMBRAFILME seráregida pelo seu estatuto e pelas disposiçõesda Lei de Sociedades por Ações, no que comas mesmas não colidam.

Art. 2.° A EMBRAFILME tem por objeti­vo a dtstrtbuícão de filmes no exterior, suapromoção, realização de mostras e apresen­tacões em festivais, visando à difusão dofilme brasileiro em seus aspectos culturais,artísticos e científicos, como órgão decooperação com o INC, podendo exercer ati­vidades comerciais ou industriais relaciona­das com o objeto principal de sua atividade.

Art. 3.° A EMBRAFILME será dirigidapor uma Diretoria composta de 3 (três)membros, sendo um o Diretor-Geral.

§ 1.0 O Diretor-Geral será nomeado peloPresidente da República, com mandato de4 (quatro) anos, podendo ser reconduzido.

Art. 4.0 O capital social da Empresa seráinicialmente de NCr$ 6.000.000,00 (seis mí­lhões de cruzeiros novos), dividido em600.000 (seiscentas mil) ações ordináriasnominativas, do valor de NCr$ 10,00 (dezcruzeiros novos) cada uma, sendo 70% (se­tenta por cento) subscritas pela União, re­presentada pelo Ministério da Educação ecultura, e as restantes, por outras entida­des de direito público ou privado.

Art. 5.0 Para constituição do capitalsubscrito pela União, serão aproveitados osdepósitos existentes no Banco do BrasilS.A.. feitos de acordo com o art. 28 do De­creto-lei n. O 43, de 18 de novembro de 1966.

Parágrafo único. Após a complementa­ção do capital subscrito na forma do pre­sente artigo, as importâncias referentes aosdepósitos passarão a constituir receita da

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Empresa, de conformidade com o item IVdo art. 11 deste Decreto-lei.

Art. 6.0 As empresas titulares ou benefi­ciárias dos depósitos feitos na forma do art.28 do Decreto-lei n.v 43, de 18 de novembrode 1966, terão o prazo de 60 dias, a partirda vigência deste Decreto-lei, para apresen­tar ao INC o projeto destinado à realiza­ção de filmes, acompanhado da documenta­ção indispensável ao exame do mesmo.Findo esse prazo, o valor registrado no Ban­co do Brasil S.A. passará a crédito da Em­presa Brasileira de Filmes S.A., para cons­tituição de seu capital e sua receita.

Parágrafo único. Todos os depósitos fei­tos de acordo com os artigos 28, 29 e 30 doDecreto-lei n. O 43, de 18 de novembro de1966, ficarão sujeitos, a partir da vigênciado presente Decreto-lei, ao que dispõem oseu art. 5° e parágrafo único.

Art. 7.0 Os artigos 28 e 30 do Decretn-Ieín. o 43, de 18 de novembro de 1966, passarãoa vigorar com a seguinte redação, 60 diasapós a vtgêncía- deste Decreto-lei:

"Art. 28. O depósito a que se refere oart. 45 da Lei n.o 4.131, de 3 de setem­bro de 1962, deverá ser, obrigatoriamen­te, recolhido ao Banco do Brasil S.A.,em conta especial, para ser aplicado pe­la Empri"sa Brasileira de Filmes S.A.,conforme dispõem o estatuto da Em­presa e o decreto autorizativo de suacriação.""Art. 30. Os depósitos, a que se refe­rem os arts. 28 e 29, serão realizados pe­lo distribuidor ou importador do filmeestrangeiro, em nome da Empresa Bra­sileira de Filmes S.A., como beneficiá­ria do favor fiscal."

Art. 8° Ficam revogados os §§ 1.° e 2.0

do art. 28 do Decreto-lei n.? 43, de 18 denovembro de 1966.

Art. 9.0 O art. 45 da Lei n.? 4 131, de 3 desetembro de 1962, passa a vigorar com a se­guinte redação:

"Os rendimentos oriundos da explora-ocão de películas cinematográficas, ex­cetuados os dos exibidores não importa­dores, serão sujeitos ao desconto do im­posto à razão de 40%, ficando, porém, ocontribuinte obrigado a fazer um de­pósito no Banco do Brasil S.A., em con­ta especial, de 40% do imposto devido,a crédito da Empresa Brasileira de Fil­mes S.A. - EMBRAFILME - para seraplicado conforme o disposto no esta­tuto e no decreto autorízatívo de cria­ção da referida Empresa."

Art. 10, Os aumentos do capital serãofeitos:

I - com a utilização dos depósitos a quese refere o art. 28 do Decreto-lei n.? 43, de18 de novembro de 1966;

II - mediante subscrição realizada porentidades de direito público ou privado;

UI - pela incorporação de reservas fa­cultativas, fundos disponíveis ou pela valo­rização do seu ativo móvel e imóvel.

parágrafo único. Nos aumentos de capi­tal, a participação da União nunca poderáser inferior a 70% de sua totalidade.

Art. 11. Constituem receita da Empresa,além de seu capital, os seguintes recursos:

I - empréstimo e doações de fontes in­ternas e externas;

rr - produto da comercialização de fil­mes, de suas operações de crédito, depósitosbancários e venda de bens patrimoniais;

III - juros e taxas de serviços provenien­tes de financiamentos feitos;

Terça-feira 19 5953

IV - fundo decorrente dos depósitos aque se refere o art. 28 do Decreto-lei n,« 43,de 18 de novembro de 1966, depois de inte­gralizada a parte do capital subscrito pelaUnião;

V - subvenções ou auxílios da União oudos Estados;

VI - eventuais.Art. 12. A organização e o funcionamen­

to da Empresa obedecerão ao que for dis­posto em estatuto.

Art. 13. O Ministro da Educacão eCultura designará o representante da Uniãonas assembléias-gerais.

Art. 14 Fica a Empresa equiparada àsautarquias, para efeito de tributação.

Art. 15. Este Decreto-lei entrará em vi­gor na data de sua pubhcação, revogadas asdrsposíções em contrário.

Brasília. 12 de setembro de 1969; 148.0 daIudependêricla e 31° da Hepública. - AU­GUSTO HAfiL\NN RADEMAKER GRuNE­WALD - AURÉLIO Dl!: LYRA TAVARES _l"tlÁRCIO DE SOUZA E MELLO - TarsoDutra.

LEI N.o 6.184DE 11 DE DEZEMBRO DE 1974

Dispõe sobre a Integração de funcio­nários públicos nos quadros de socie­dades de economia mista, empresaspúblicas e fundacões resultantes detransformação de 'órg'ãos da Adminis­tração Federal Direta e autarquias;revoga a Lei n," 5.927, de 11 de outu­bro de 11173, e dá outras providências.

O Presidente da República,

Faço saber que o Congresso Nacionaldecreta e eu sanciono a seguinte Lei;

Art. 1.° Os funcionários públicos deórgãos da Administração Federal DIreta eautarquias que se transformaram ou ve­nham a transformar-se em sociedades deeconomia mista, empresas públicas ou run­dações poderão' ser integrados, medianteopçao, nos quadros de pessoal dessas entí- .dades.

§ 1.0 A integração prevista neste artigosomente se aplica a ocupantes de cargosde provimento efetivo e aos agregados exis­tentes nos quadros dos órgão e autarquiasà data da transformação, excluídos os quetenham sido redistribuídos ou transferidospara quadros de outros órgãos da Admrnfs­tração.

§ 2. 0 A integração se efetivará mediantecuntratacão, por prazo indeterminado noregime da legislação trabalhista, para 'em­prego compatível com as atribuicáes docargo ocupado pelo funcionário 'quandoda opção.

§ 3.0 Efetivada a integração na formado parágrafo anterior, considerar-se-á ex­tinto e automaticamente suprimido o cargoque o funcionário venha ocupando no regi­me estatutário.

Art. 2.0 Será computado. para o gozo dosdrreí tos assegurados na legislação traba­lhista e de previdência social, Inclusivepara efeito de carência, o tempo de serviçoanteriormente prestado à AdministraçãoPública pelo tuncíonárío que, por motivode que trata o art. 1.0, integre ou venha aintegrar quadro de pessoal de sociedade deeconomia mista, empresa pública ou fun­dação.

Parágrafo único. A contagem de tempode serviço de que trata este artigo far-se-ásegundo as normas pertinentes ao regimeestatutário, inclusive computando-se emdobro, para fins de aposentadoria, os perío­dos de licença especial não gozada, cujo

Page 18: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5954 Terça-feira 19

direito tenha sido adquirido sob o mesmoregime.

Art. 3.° Os funcionários que permanece­rem no regime estatutário poderão concor­rer à inclusão no Plano de Classificação deCargos de que trata a Lei n.O 5.645, de 10de dezembro de 1970, para o preenchimen­to de claros na lotação dos Mínístéríos,órgãos integrantes da Presidência da Re­pública e Autarquias Federais, na eontor­midade das normas legais regulamentarespertinentes.

Parágrafo único. Os funcionários de quetrata este artigo que não satisfizerem osrequisitos da Lei n.O 5.645, de 10 de dezem­bro de 1970, passarão a integrar QuadroSuplementar, na forma e para os efeitos dodisposto no parágrafo único do artigo 14,da referida Lei.

Art. 4.° A União custeará, nos casos dosfuncionários a que se refere o artigo 1.0, a­parcela da aposentadoria correspondenteao tempo de serviço prestado sob o regimeestatutário, mediante inclusão no orçamen­to, anualmente, de dotação específica emfavor do INPS.

Art. 5.° A relação das entidades trans­formadas e o prazo para o exercício daopçâo a que se refere o artigo 1.0 constarãode ato regulamentar a ser expedido peloPoder Executivo.

Art. 6.° É revogada a Lei n.? 5.927, de 11de outubro de 1973, e restabelecida a ante­rior filiação previdenciária dos servidoresregidos pela legislação trabalhista que pres­tam serviços à Administração Pública Fe­deral, direta e indireta, bem como dos ser­vidores do Distrito Federal e dos Territó­rios.

Parágrafo único. O disposto neste artigonão implica restrição ou prejuízo de qual­quer natureza para os servidores que eramanteriormente segurados do INPS, consi­derando-se como de filiação a este, paratodos os efeitos, o período durante o qualestiveram filiados ao IPA8E.

Art. 7.° As contribuições que. por forcada Lei ora revogada, desde 1.0 de janeiro de1974, vinham sendo recolhidas ao IPASEserào transferidas para o INPS, ao qual ca­berá também a cobrança das que tenhameventualmente deixado de ser recolhidas apartir daquela data.

Art. 8.° O Ministério da Previdência eAssistência Social estabelecerá as condiçõesde transferéncia das contribuições de quetrata o artigo anterior, bem como o mon­tante devido pelo INPS, a titulo de indeni­zação das despesas com a arrecadação da­quelas contribuições e dos gastos adminis­trativos realizados para cumprimento dosencargos atribuidos ao IPASE pela Lei n.O5.927, ora revogada.

Art. 9.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1974; 153.°da Independência e 86.0 da República. ­ERNESTO GEISEL - Armando Falcão .­Geraldo Azevedo I1enning - Sylvio Frota_ Antônio Francisco Azeredo da Silveira ­Mário Henrique Simunsen - Dyrceu Araú­jo Nogueira - Alysson Paulinelli - NeyBraga - Arnaldo Prieto - J. Araripe Ma­cedo - Paulo de Almeida Machado - Se­vero Fagundes Gomes - Shigeaki Uell:i ­João Paulo dos Reis Velloso - Maurí­cio Rangel Reis - Euclides Quandt deOliveira - Hugu de Andrade Abreu - Gol­bcry do Couto e Silva - João Baptista deOliveira Figueiredo - AntOnio Jorge Oorrea_ T. n iI ..... N~Q ....i""f:\nt.n. p. s:.ilV!l,

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

MENSAGEM N.o 241, DE 1975DO PODER EXECUTIVO

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompanha­do de Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estado da Educação e Cultura,o anexo projeto de lei que "extingue o Ins­tituto Nacional do Cinema, amplia as atri­buições da Empresa Brasileira de FilmesS.A. (EMBRAFILME), e dá outras provi­dências".

Brasília, em 13 de agosto de 1975.Ernesto Geisel.EXPOSIÇãO DE MOTIVOS N.o 344, DE 21

DE JULHO DE 1975, DO MINISTÉRIO :::>AEDUCAÇãO E CULTURA.Excelentíssimo Senhor Presidente da ~e­

públicaTenho a honra de submeter à elevada

consíderacão de Vossa Excelência o inclusoAnteprojeto de Lei que extingue o InstitutoNacional do Cinema <INC), amplia as atri­buições da Empresa Brasileira de FilmesS/A (EMBRAFILME), e dá outras providên­cias.

O Anteprojeto resultou do trabalho de co­míssão tnstítuída, no âmbito deste Ministé­rio, para o fim de propor medidas de setor­mutação dos órgãos relacionados com asatividades cinematográficas, da qual, soba presidência do Diretor-Geral do Departa­mento de Assuntos Culturais desta Secre­taria de Estado, participaram representan­tes da Secretaria de Planejamento da Pre­sidência da República, do Conselho Federalde Cultura, do Instituto Nacional do Cine­ma, da Empresa Brasileira de Filmes S/A, eda cinematografia brasileira.

A Comissão foi constituida tendo em vistaas sugestões apresentadas e aprovadas pe­las entidades de classe durante a realizaçãodo I Congresso Nacional do Cinema, reali­zado em 1972.

Examinada a situação real dos órgãos aque está afeta, na área do Poder Executivo,a execução da política cinematográfica, ve­rificou-se. desde logo, que o Instâtuto-Naelo­nal do Cinema, criado pelo Decreto-lei n.o43, de 13 de novembro de 1966, já haviacumprido sua missão pioneira de abrir ca­minhos para a implantação de uma indús­tria cinematográfica vigorosa, seja pelo es­tabelecímento de normas e resoluções ten­dentes a disciplinar e harmonizar interessesentre produtores, distribuidores e exibido­res, e assegurar o acesso, por lei. ao merca­do interno, seja através da concessâo de es­tímulos financeiros ou de promoção do fil­me nacional no exterior.

A criação da Empresa Brasileira de Fil­mes S/A (EMBRAFILME), pelo Decreto-lein.O 862, de 12 de setembro de 1969, possibi­litou a oferta de recursos especificos para arealização e distribuição de películas, emregime de financiamento e de co-produção,bem como a distribuição no território na­cional e promoção comercial no mercadoexterno.

O Anteprojeto extingue o Instituto Nacio­nal do Cinema, distribuindo os seus encar­gos:

a) ao órgão a ser criado pelo Poder EXe­cutivo, com a finalidade de assessorar dire­tamente o Ministro de Estado da Educaçãoe Cultura, estabelecer orientação normati­va e fiscalizar as atividades cmematográrí­cas do País.

b) à Empresa Brasíleíra de Filmes S/AIEMBRAFILME), sociedade de economiamigt." l'~;",1" npln DproTPt.o-lpi ,,0 Rf12 clp 12

Agosto de 19'75

de setembro de 1969, cujo campo de ativida­des o Anteprojeto amplia, como órgão cen­tralizador e executor da política nacional doCinema, levando em conta, ainda o seu de­senvolvimento técnico, artístico e cultural.

Está implícito na proposição a instituiçãode uma política nacional do cinema, decor­rente, não só, da avaliação da experiênciaobtida pela presença do Estado, nesse cam­po, mas, também, das sugestões e reivindi­cações dos interessados, visando a criar mo­derna e eficiente infra-estrutura no setoreínematográfíeo.

Em relação aos servidores do atual Ins­tituto Nacional do Cinema e da EmpresaBrasileira de Filmes S/A (EMBRAFILME),sujeitos ao regime da Lei n.o 1. 711, de 23de outubro de 1952, aplicar-se-á o princípioestabelecido, em caráter geral, pela Lei ri.?6.184, de 11 de dezembro de 1974. É que oInstituto Nacional do Cinema não possuiquadro de pessoal próprio. Tanto nesse ór­gão como naquela Empresa, há funcionáriosregidos pelo Estatuto dos Funcionários PÚ­blicos requisitados, exercendo cargos emcomissão ou outras funções. Assim a ....EMBRAFILME poderá aproveitá-los deacordo com a conveniência administrativa.

No elenco de atribuiçeõs da .EMBRAFILME, constante do Anteprojeto,estão expressas algumas que implicita­mente, a lei já lhe confere. Trata-se da"exibição de filmes em território nacional",e da "criação, quando convier, de subsidiá­rias em todo o campo da atividade cinema­tográfica", matérias constantes dos itens IIIe V do artigo 6.° A ínclusâo da exibíçâo den­tre as finalidades da EMBRAFILME decor­reu da avaliação do problema em termos deinteresse nacional, e, também como fatoreconômico, social e cultural. É que o produ­tor brasileiro, em seu próprio pais, ainda seencontra em posição desvantajosa em rela­ção ao produtor estrangeiro. A presença defilmes importados no mercado interno co­loca em situação minoritária a produçãonacional. Rej eitou-se qualquer medida res­tritiva ao livre comércio cinematográfico,m. ntendo abertas as fronteiras comerciaise culturais do pais. Optou-se, ainda, porum caminho que conduza o cinema nacio­nal à prática competitiva, que se deve exer­cer no mercado interno.

Cabe assinalar que a rentabilidade daindústria cinematográfica depende da ex­tensão do mercado. Assim, os custos de pro­dução somente se tornam compensadoresquando a amplitude do mercado permiteobter elevadas receitas. No caso do filmenacional a situação só ocorrerá com a con­quista de áreas do mercado externo, aexemplo do que acontece com o filme es­trangeiro.

Além de casas exibidoras nos grandescentros, considerou-se também a conveniên­cia da criação de uma rede exibidora emcidades brasileiras onde o exibidor tradi­cional não demonstrar interesse de cons­truir cinemas ou de mantê-los em seu sis­tema comercial. A EMBRAFILME poderá,então, associar-se à iniciativa privada, paraestimular a ampliação do mercado, em pro­veito para a cinematografia em geral.

Como a EMBRAFILME é hoje a maiordistribuidora do país de filmes brasileiros,as atividades de exibição se constituem numcorolário natural, sem representar, no en­tanto, propósito de monopólio em qualquerdesses campos. Deseja-se, apenas, a presen­ça supletiva do Estado para estimular, cor­rigir, contrabalançar e harmonizar essa ati­vidade.

Caberá ainda à EMBRAFILME as ativida­des de pesquisa, prospecção, recuperação econservaeão de filmes: nroducâo. co-nrodu-

Page 19: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

ção de filmes educativos, científicos, técni­cos e culturais; difusão; formação profis­sional; manifestações culturais cinemato­gráficas; documentação e publicações.Cumprirá a EMBRAFILME tais finalidadespor intermédio de entidades culturais semfinalidades lucrativas, com as quais firma­rá convênios, para execução dos programas.A EMBRAFILME terá nas Universidades,nas Fundações Culturais, nas Cinematecas,nos Museus, nas Bibliotecas, e em outrasinstituições congêneres, os melhores agentesde execução, reservando-se o direito de su­perintender ou fiscalizar os programas obje­to de convênio.

As fontes de recursos do Instituto Nacio­nal do Cinema e da EMBRAFILME foram

. mantidas, de acordo com o que preceituamo Decreto-lei ri.? 43, de 18 de novembro de1966, e o Decreto-lei n.v 862, de 12 de se­tembro de 1969. Como a EMBRAFILME am­pliará o campo de suas atividades, o artigo7.° do Anteprojeto prevê D aumento de ca­pital socíat da Empresa para Cr$ ... . ...80.000.000,00 (oitenta milhões de cruzeiros),e a forma peja qual a Uriiâo atenderá à suaparticipação no aumento de capital da Em­presa.

Outra inovação do anteprojeto é a modi­ficação do inciso II do artigo 11 do Decreto­lei n.? 43, de 18 de novembro de 1966, quedispõe sobre a contribuição para o desen­volvimento da indústria cinematográficanacional. Modificou-se o critério de taxaro metro linear de cópia positiva de todos osfilmes destinados à exibição comercial emcinema ou televisão pela cobrança por ti­tulo de filme, Independentemente do núme­ro de cópias. Esta contribuição, estabele­ce o artigo 11 do anteprojeto, será fixadapelo Poder Executivo.

Segundo o parágrafo único do mesmo ar­tigo, o Poder Executivo levará em conta abitola do filme, assim como a forma de exí­bicão comercial em cinema ou televisão, eo período de validade do certificado de cen­sura.

Tal critério virá corrigir anomalia exis­tente. Na verdade, o produtor brasileiro,geralmente, trabalha com maior númerode cópias do que o importador, pagando,portanto, de duas a três vezes mais contri­buições por metro linear, em relação aoprodutor estrangeiro, que ainda é benefi­ciado por taxas alfandegárias reduzidas .Como se vê, a disparidade é flagrante, pois,enquanto a película brasileira, ao ser lan­çada no círcutto de exibição, está aindaonerada pelo custo da produção, a similarestrangeira chega ao Brasil somente paraacrescer lucros, pois, normalmente. já seressarciu do capital investido no país deorigem ou em outros mercados.

A taxação por titulo é providência justae' equitativ:, criando condições de competi­cão do filme brasileiro no mercado inter­no, Tanto os produtores nacionais, comoQS estrangeiros, pagarão a mesma taxa, comó direito de tirar as cópias que desejarem.Do mesmo modo, a contribuição recaírá so­bre filmes de propaganda comercial, no ci­nema e na televisão, os quais se beneficiamde uma isenção não mais [ustíftcávcl,

Vale ressaltar que os filmes seriados ede longa-metragem, apresentados pela te­levisão. são exibidos nacionalmente comapenas' uma cópia, em 16 mm, o que, pelacobrança por metro linear, significa umaírrtsóvia contribuição ao desenvolvimentoda indústria cinematográfica.

O artigo 22 do Decreto-lei n.o 43, de 16de novembro de 1966, determina que todosos cinemas existentes no território nacionalsão obrigados a exibir, durante determinadonúmero de dias por ano, filmes nacionais

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

de eurta-metragem que obtenham do Insti­tuto Nacional do Cinema "classificação es­pecial". Tendo em vista a experiência obti­da e os novos problemas que estão surgindo,o Anteprojeto, pelo artigo 13, altera o sis­tema para tornar obrigatória a exibição defilmes de curta-metragem brasileiro nosprogramas em que constar um filme estran­geiro de longa-metragem, eliminando, des­ta forma, a concessão de "classífícação es­pecial". Para regular o cumprimento des­se dispositivo, o órgão a ser criado pelo art.2.° estabelecerá a definição de filme nacio­nal de curta-metragem.

Com o objetivo de vigorar o preceito daobrigatoriedade de exibição de filmes bra­sileiros de longa-metragem, fundamentalpara o desenvolvimento da indústria cine­matográfica nacional, o Anteprojeto, noartigo 14, prevê as normas gerais a seremobservadas, que visam a dar maior eficá­cia ao prrncípío, elímtnando os óbices quese vêm encontrando na sua aplicação. Am­plia-se também, a colaboração que já vemsendo prestada pela Censura Federal, nocampo da fiscalização dos programas cine­matográficos.

Encontrando-se o cinema nacional sob aégide de legislação vária -leis, decretos, re­soluções - julga-se conveniente, a exemplodo que já se tem adotado com relação a ou­tras matérias, que sejam consolidadas asnormas em vigor, mediante Decreto do Po­der Executivo, medida que facilitará emgrande escala a aplicação dos princípios ju­rídicos que diseiplinam a atividade cinema­tográfica no pais,

O Anteprojeto de lei, que ora submeto àelevada consideração de Vossa Excelência,mereceu a aprovação da Secretaria ce Pla­nejamento da Presidência da República edo Departamento Administrativo do Pes­soal Civil, além de representar a síntese dopensamento dos que lidam na área do Go­verno com os problemas '") Cinema, aten­dendo às principais reivindicações da clas­se cinematográfica. No Anteprojeto conci­liam-se os vários interesses, constituindo omesmo instrumento hábil para o Governodesempenhar ação supletiva, estimulante emoderadora.

Reitero a Vossa Excelência os protestos domeu mais profundo respeito.

a) Ney Braga.

PROJETO DE LEIN.o 912, de 1975

(Do Sr. Nelson Macu]an)

Dispõe sobre a liquidação das obri­gações financeíras da agricultura epecuária, altera a lei que criou oPROAGRO, cria o Fundo de Amparo eDefesa da Economia Agropecuária(FADEAGRI), e determina outras pro­vidências.

(As Comissões de Constituicão e Jus­tiça, de Agricultura e Política Rurale de Economia, Indústria e Comér­cío.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 As obrigações financeiras eon­traídas por agricultores ou pecuaristas,relativas a operações de crédito destinadasa custeio de suas atividades específicas ouinvestimentos em benfeitorias, ou aquisiçãode implementos e/ou insumos agropecuá­rios, cuja liquidação pela forma contratadase] a dificultada pela ocorrência de fenôme­nos naturais, pragas e doenças que atinjambens, rebanhos e plantações terão o seuvencimento automaticamente prorrogadopor um minímo de dois e até um máximode cinco anos.

Terça-feira 19 5955

'§ 1.0 A liquidação das obrigações pror­rogadas nos termos deste artigo se fará, apartir do término da prorrogação, em 5(cinco) parcelas anuais, obedecido o se­guinte escalonamento:

a) 15% (quinze por cento) na primeiraparcela;

b) 15% (quinze por cento) na segundaparcela;

c) 20% (vinte por cento) na terceira par­cela;

d) 25% (vinte e cinco por cento) naquarta parcela;

e) 25% (vinte e cinco por cento) naquinta parcela.

§ 2.° Os juros dessa prorrogação nãopoderão ultrapassar a 6% (seis por cento)ao ano, e a comissão, que será cobradauma única vez sobre o montante da dí­vida, não poderá ser superior a 2% (doispor cento).

§ 3.° Tanto os juros como a comissão se­rão mcluídos no montante da dívida e par­celados da mesma forma.

§ 4.° Todos os financiamentos concedi­dos à produção rural a partir desta lei, bemcorno as prorrogações de débitos, nos ter­mos deste artigo, serão obrigatoriamenteobjeto de seguro agrícola que cubra o mon­tante da dívida, durante o prazo total doflnanciamento e suas prorrogações.

Art. 2.° O disposto nesta lei será aten­dido com os recursos do PROAGRO, ínstí­tuido pela Lei n.? 5.969, de 11 de dezembrode 1973, com as modificações do art. 4.°

Art. 3.° A utilização do disposto nesta leinão veda ao produtor rural obter novos fi­nanciamentos de custeio e investimentojunto às instituições financeiras. nos termosda legislação em vigor.

Art. 4.° Redijam-se assim os arts. 2.° e3.° da Lei n.? 5.969, de 11 de dezembro de1973:

"Art. 2.0 Fica criado o Fundo de Am­paro e Defesa da Economia Agropecuá­ria (FADEAGRI). destinado a custearas aplicações do PROAGRO - Progra­ma de Garantia da Atividade Agrope­cuária.§ 1.0 O FADEAGRI será constituido:r - pelos recursos provenientes do adi­cional de até 1% (um por cento) aoano, calculado, juntamente com os ju­ros, sobre os empréstimos rurais decusteio e investimento;II - "pelos recursos provenientes doadicional de 1% (um por cento), co­brado, anualmente, de cada proprie­tário rural, e calculado sobre a folhade pagamento de salários da proprie­dade;lIr ._. pelos recursos provenientes dodestaque de 1% (um por cento) da re­ceita arrecadada pela Loteria EsportivaFederal;IV - por verbas do Orçamento daUnião e outros recursos alocados peloConselho Monetário Nacional.S 2.° O FUNDEAGRI será constituídopor cotas do valor nominal de Cr$ 1,00(um cruzeiro) .§ 3 ° Cinqüenta por cento (50%) dosrecursos do FUNDEAGRI poderão seraplicados em operações de crédito emfavor da produção agropecuária e daprodução industrial ligada à atividadeagropastortl, permanecendo os restan­tes cmqüenta por cento (50%) comoreserva técnica operacional.

Page 20: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5956 Terça-i'eira 19

§ 4.° Os produtores rurais mutuáriosdos empréstimos e financiamentos deque trata o item I, bem como os deque cogita o item II, do § 1.0, desteartigo, serão os titulares das cotas doFUNDEAGRI, na proporção de suas res­pectívas contribuições.

§ 5 ° Os resultados liquidas apuradosna aplicação do FUNDEAGRI serão ra­teados entre as cotas que o constituem,permitindo-se a sua utilização, pelosseus titulares, para as seguintes finali­dades:

a) benfeitorias na propriedade rural;

b) construção, ampliação ou melhora­mentos de instalacões de cunho social,em beneficio dos trabalhadores da pro­priedade e suas famílias;

c) construção, ampliação ou aparelha­mento de escolas rurais na propriedade,para os filhos dos trabalhadores ruraisnela empregados;

d) construção, ampliação ou aparelha­mento de unidades assistenciais médi­co-hospitalares na propriedade;

e) aquisição de Implementes e insumosnecessários a programas de melhoria daprodutividade, devidamente aprovadospelos órgãos técnicos competentes. .

Art. 3.° O FUNDEAGRI será adminis­trado pelo Banco Central do Brasil, se­gundo normas aprovadas pelo ConselhoMonetário Nacional.

Parágrafo único ° PROAGRO seráadministrado pelo Ministério da Agri­cultura."

Art. 5.0 Mantidas as demais disposiçõesda Lei n.° 5.969. de 11 de dezembro de 1973,bem como a legislação complementar aessa lei, que não conflitem com os disposi­tivos desta lei, revogam-se as disposiçõesem contrário, entrando esta lei em vigor nadata de sua publicação.

.JustificaçãoObjetiva o presente projeto de lei esta­

belecer diretrizes de caráter permanente eauto-aplicáveis para a sistemática de aten­dimento da produção agropastoríl, quandoa liquidação das obrigações financeirascontraídas pelos produtores rurais se vejadificultada pela ocorrência de fenômenosclimáticos, pragas e doenças que atinjambens, rebanhos, e plantações, como ciclíca­mente tem ocorrido em todo o País.

Pretende-se estabelecer um modo deamparar o produtor rural atingido assim nasua economia, sem necessidade de cons­trar.gedorss apelos, memoriais, solicitações,tão ao gosto d.a política de clientela, aomesmo tempo em que se dá, por antecípa­ção, ao produtor rural a certeza e a tran­quílidade de que não ficará ao desamparona emergência de uma situação imprevista.

O PROAGRO foi um bom começo, masum tímido começo. Por isso, a proposiçãopleiteia introduzir modificações na lei n.?5.969, que o criou, instituindo um fundode natureza financeira, constituido pelosrecursos já ali previstos e mais uma con­tribuição direta dos próprios produtores ru­rais, e uma contribuição indireta de todo opovo brasileiro - o consumidor final daprodução rural através d.a consignação deum percentual das receitas da Loteria Es­portiva Federal, de cujos prêmios, os maiselevados que se pagam no mundo. talvez,muito não será subtrair essa parcela.

Estabeleceu-se, por outro lado, um crité­rio crescente de reembolso das quantiasmutuadas através do FUNDEAGRI para a

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

recuperação das áreas produtoras atingidasporque normalmente a reintegração delasno regime de pleno rendimento assim seprocessa e se determinou que os própriosprodutores rurais, na sua generalidade, se­jam os titulares das cotas constitutivas doFUNDEAGRI. pois nada mais justo do quea eles devolverem-se os resultados apuradoscom suas próprias contribuições, contri­buindo-se assim, por viá indireta, para quese mante~ham no campo os que nele têmsua atividade principal.

Finalmente, pretende-se que o BancoCentral do Brasil administre os recursos doFUNDEAGRI, mas que o planejamento deaplicação do PROAGRO, como parece maislógico, seja atribuído ao Ministério da Agri­cultura.

O projeto não esgota o assunto e espera­mos que a contribuição de nossos dig n9spares o aperfeiçoe com vistas à. expediçaode um diploma legal que possibilite um co­meço efetivo de aplicação das idéias queele procurou consubstanciar.

Sala das Sessões, 8 de agosto, 1975. ­Nelson Maculan.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENACAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.o 5.969DE 11 DE DEZEMBRO DE 1973

Institui o Programa de Garantia daAtividade Agropecuária e dá outrasprovidêncías.

O Presidente da República

Faco saber que o Congresso Nacional de­creta' e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1.0 É ínstítuído o Programa de Ga­rantia da Atividade Agropecuária - ....PROAGRO, destinado a exonerar o produ­tor rural, na forma que for estabelecida pe­lo Conselho Monetário Nacional, de obriga­ções financeiras relativas a operações decrédito, cuja liquidação seja dificultada pe­la ocorrência de fenômenos naturaís, pra­gas e doenças que atinjam bens, rebanhose plantações.

Art. 2.0 O PROAGRO será custeado:

I - pelos recursos provenientes do adi­cional de até 1% (um por cento) ao ano,calculado, juntamente com os juros. sobreos empréstimos rurais de custeio e inves­timento;

II - por verbas do Orçamento da Uniãoe outros recursos alocados pelo ConselhoMonetário Nacional.

Art. 3.° O PROAGRO será administradopelo Banco Central do Brasil, segundo nor­mas aprovadas pelo Conselho MonetárioNacional.

Art. 4.° O PROAGRO cobrirá até 80%(oitenta por cento) do financiamento decusteio e investimento concedido por insti­tuição fínanceira.

Art. 5.° A comprovação dos prejuízos se­rá efetuada pela instituição financeira, me­diante laudo de avaliação expedido por en­tidade de assistência técnica.

Parágrafo único. Não serão cobertos pe­lo Programa os prejuízos relativos a opera­ções contratadas sem a observância dasnormas legais e regulamentares concernen­tes ao crédito rural.

Art. 6.° O Poder Executivo criará Comis­são Especial para decidir sobre os recursosrelativos à apuração dos prejuízos.

Art. 7.0 Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação.

Agosto de 1975

Art. 8.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1973; 152.0 daIndependência a 85.° da República. ­EMíLIO G. MÉDICI - Antônio Delfim Net­to - Moura Cavalcanti.

DECRETO N.o 74.686DE 14 DE OUTUBRO DE 1974

Dispõe sobre a Inclusão, no Orça­mento Federal, de dotações destinadasa assegurar a cobertura do Tesouro Na­cional às despesas de custeio do Pro­grama de Garantia da Atividade Agro­pecuária - PROAGRO.

O Presidente da República, usando daatribuição que lhe confere o artigo 81, itemlII, da Constituição, e tendo em vista odisposto no artigo 39, do Decreto-lei n.> 200,de 25 de fevereiro de 1967, decreta:

Art. 1.0 As propostas de Orçamento daUnião, a partir do exercício financeiro de1976, consignarão dotações para coberturade eventuais deficiências do Programa deGarantia da Atividade Agropecuária, criadode acordo com a Lei n.O 5.969, de 11 de de­zembro de 1973.

Art. 2.0 Este Decreto entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

Brasília, 14 de outubro de 1974; 153.° daIndependência e 86.° da República. - ER­NESTO GEISEL - Mário Henrique Simorr­sen - Alysson Paulinelli - João Paulo dosReis Velloso.

PROJETO DE LEIN.O 913, de 1975

(Do Sr. José Carlos Teixeira)

Dispõe sobre a exigência de saldo mé­dio nas 'operações bancárias.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Economia, Indústria e Co­

mércio e de Finanças.)O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O Banco Central do Brasil não

permitirá exigência de saldo médio às pes­soas físicas ou jurídicas que desejem ope­rar com qualquer estabelecimento de cré­dito.

Art. 2.° Dentro do prazo de 60 (sessen­ta) dias o Poder Executivo regulamentaráesta Lei.

Art. 3.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

.JustificaçãoDe algum tempo a esta parte, a exigen­

cía de saldo médio por parte dos bancostornou-se um pseudo-impedimento paraaqueles menos privilegiados que desejam umempréstimo da rede bancária.

Na realidade, sabemos muito bem queeste pseudo-impedimento nada mais é doque uma tribuição que fica ao talante dobanqueiro que, por vezes, para não dizerna maioria, fica subordinada ao simplescrítérío do gerente local.

Evidente é que não há como concederempréstimo a correntista sem condição deliquidez. Mas esta liquidez não se afere ape­nas pelo saldo médio, até pelo contrário,é ela avaliada muito mais pelo cadastrodo cliente, pelo seu patrimônio e ainda cor­roborada pelos seus avalistas. Estes três ele­mentos são sempre profundamente investi­gados pelo estabelecimento bancário. Cons­titui-se esse tripé na maior condição bá­sica para que se possa inferir do gabaritomoral e financeiro do pleiteante.

Page 21: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5957

Entendemos, então, que a exigência desaldo médio é apenas uma condicão parareforçar o encaixe dos bancos. ora, numaépoca em que não só o Governo mas atéas empresas privadas efetuam o pagamentode salários através da rede bancária essefluxo já significa U'TI bom suprimento pa­ra esses estabelecímrntos. E sem se aludiràs injeções de numerário que vez por outrao Poder Público faz nas entidades financei­ras ou sob o título de redução dos depósi­tos compulsórios.

Em verdade o saldo médio foi estabeleci­do em uma época de grande retração dopovo com relação aos depósitos. Hoje emdia, com a criação dos cheques especiaispor diversas entidades financeiras, dos car­tões de crédito etc., o papel-moeda deixoude circular com aquela intensidade de an­tes, preferindo todos efetuarem seus paga-mentos em cheques. .

Assim, o famigerado saldo médio alémde não ter necessidade de sua exi~tênciahoje, tornou-se exclusivamente um pretextopara que os bancos se escusem de concederfavores.

Que se exija um patrimônio sólido e rea­lizável; que se reclame tradição de idonei­dade; que se limite o valor do empréstimoa um percentual do patrimônio; que se de­mande condições de pronta Iíquldez dos

. avalistas; enfim, que se facam exigênciascabíveis que resguardem a'entidade ban­cária, é justo. Mas impor-se um saldo mé­dio de um correntista que, invariavelmen­te, não pode manter um saldo X por de­terminado prazo e, no entanto, movimen­ta, às vezes, em uma semana. grandes so-mas, não nos parece justo. .

Vimos nos referindo até então a deposi­tante que até quase pode manter um pe-­queno saldo médio. E os pequenos deposi­tantes que, embora possuindo patrimônio,bons cadastros e bons avalistas, não con­seguem manter saldo médio? Como agirãoestes menos privilegiados que, por movi­mentarem pequenas quantias, nem siquerse podem aproximar da figura do gerentede banco?Rel~ve-se que esses pequenos depositan­

tes sao aqueles que, para os bancos, pro­duzem, em conjunto, grandes encaixes eque deveriam interessar as ínstítuícões fi­nanceiras, desde que atendidas as' condi­ções já mencionadas e com elas operarem.Esta praxe, por si mesma, levaria aquelesclientes ao hábito da poupança.

Observamos que, de 10 ou 15 anos paracá, grande parcela do povo, que não tinhao mínimo conhecimento de operações ban­cárias, em virtude de seus pagamentos vi­rem a ser realizados por via dos bancos,passaram a manter contas nos mesmos. Is- .

, to vem mostrar que é mesmo mais ínteres­, sante para o banco exercer a função sócio­-econômica de induzir o pequeno depositan­te a poupar do que desestimulá-lo quando,na hora de uma aflição financeira, restrin­ge a sua ajuda, -exlglndu um saldo médioque, embora ele não possua, tem, todavia,condições patrimoniais e de liquidez supe­riores aquele saldo. pois aquilo que seriaa sua poupança, já foi mvestido em patri­mônio.

- Conferimos a competência dessa disposi­ção ao Banco Central pelo fato de ser esteo. órgão legalmente apto para controlar ocrédito, sob todas as formas conforme de-terminação da lei. '

Confiamos que nossos pares, aperceben­do-se do sentido mais social do que finan­cerro desta proposição, hão de nos dar oseu total apoio.

Sala das Sessões, em 8 de agosto de 1975.- José Carlos Teixeira.

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DAS COMISSóES

PERMANENTES

LEI N.o 4.595DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964

Dispõe sobre a politica e as institui­ções monetárias, bancárias e creditícias,cria o Conselho Monetário Nacional e dáoutras providências.

CAPíTULO mDo Banco Central do Brasil

..............~ .Art 10. Compete privativamente ao

Banco Central do Brasil:

V - exercer o controle do crédito sobtodas as suas formas;

o SR. PRESIDENTE (Alencar Furtado)_. Está rinda a leitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Carlos Santos.O SR, CARLOS SANTOS (MDB - RGS.

Pronuncia o seguinte discurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, consagradas, até deforma preferencial, no texto constitucionalda República, na organização e exploraçãodas atividades econômicas do País as em­presas privadas, no entanto. vão'cedendorragorosamente em suas estruturas ao im­pacto violento das empresas estatais e dasmultinacíonaís.

Um especialista patrício em assuntos detransportes, protestando pelas colunas do"Jornal Marítimo" contra a iminência detotal desarticulação da empresa privada noBrasil, por força do crescente avanco dasempresas estatais e multtnacíonaís fala daameaça de implantação entre nós defini­tiva e irreversível, dê um regímem' políticosem liberdade e sem justiça, "cujo nomeera antes Comunismo e chama-se hoje Ca­pitalismo de Estado".

São, realmente, impressionantes os dadosestatísticos recentemente publicados poruma revista especializada, onde consta umarelação das duzentas maiores empresas doBrasil, classificadas de acordo com o seupatrimônio liquido.

Os três primeiros lugares cabem a es­presas estatais, vindo em quarto lugar umaempresa estrangeira.

Seguem-se depois onze empresas estataisfigurando em décimo sexto lugar outragrande empresa estrangeira, para nova­mente surgir um grupo de mais cinco em­presas estatais e ainda mais duas empresasestrangeíràs,

_somente na vigésima quarta elassí fica­çao c que aparece, afinal. a primeira em­presa privada de capital brasileiro.

Do patrimônio liquido dessas duzentasempresas principais, 66,15% pertencem aoEstado, 18,45% se encontram em mãos deestrangeiros e apenas 14,4% correspondema empresários brasileiros.

Diz a revista em tela que neste total, de1973 a 74, houve um aumento de percenta­gem de participação das empresas estataisna margem de 2,25% e que, se tal proporçãopersistir, dentro de sete anos, entre as du­zentas maiores empresas brasileiras, nãohaverá uma só de caráter privado contro­ladas que estarão em sua totalid~de ~elopoder público ou pelo capital estrangeiro.

Acresce, ainda, que muitas empresas pri­vadas brasileiras por serem concessionárias,como as de navegação, ou por teremno Governo o seu maior comprador, nãofogem à dependência plena dos poderes

públicos da União, dos Estados e dos Muni­cípios.

Ressalte-se, aqui, que nenhum exagero secontém na apreensão revelada pela sorteda empresa privada brasileira.

Deste sobressalto também participa oGoverno, como claramente se depreende damaneira expressa e pública com que semanifestou a esse respeito o 81'. Ministrodas Minas e Energias, 8higeaki Uekl, quan­do. falando aos jornais e Brasília. na últi­ma semana, fez seria- advertência e con­cluiu afirmando que, em dez anos, multma­cíonaís e estatais poderão matar a empresaprivada brasileira, e que o Governo não po­de. reprimir a iniciativa privada, e por 1SS0vai mudar o esquema e passar a dar im­portância à escala dos projetos.

Há no artigo do "Jornal Marítimo" deinício referido uma grave denúncia: além.de anormalidade administrativa na empre­sa estatal, a existência de mais uma cla­morosa injustiça e quebra total de eqüidadecontra as já sofridas empresas privadasbrasileiras.

Diz o articulista em suas consírteracões:"Muitas vezes a existência de uma empresaestatal em determinada área cria um sis­tema de vasos comunicantes entre ela e oórgão governamental normativo do setorcom troca recíproca de favores e onde ~empresa estatal é olhada como "de casa"e; a empresa privada como "do outro lado".E o caso, por exemplo, da Superintend.Jn­cia Nacional da Marinha Mercante ­SUNAMAM - onde seus Diretores passa­ram a figurar na folha de pagamento doLloyd Brasileiro com salários "em maisalto que os de sua própria função."

Ressaltando que os funcionários de me­n0 7 hcrarquta não gozam desta vantagem,o Jornal prossegue: "Com efeito, como sepoderá esperar isenção de ânimo dessesmesm_os Diretores quando tiverem de julgarquestões entre o Lloyd Brasileiro e as em­presas privadas de navegacâo se recebemsalários de empresa estatal?" '

Razão, como se vê, de sobra existe parao protesto que aqui fica, secundando o doarticulista contra os fatos apontados e demodo geral contra o esdrúxulo tratam ~\o

que vem sendo dispensado às empresas prí­vidas no Brasil.

.Conforta-nos, no entanto, a reação tam­bem no mesmo sentido oferecida pelo Sr.Ministro das Minas e Energias e a certezado esforço do próprio Sr. Presidente daRepública a favor da iniciativa privada,conforme categoricamente ressaltou no seudiscurso em Salvador, ao afirmar que "aempresa privada é o mais eficaz instrumen­to para o desenvolvimento do Brasil".

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA (MDB ­SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, a imprensa deu notícia de quea censura prévia a revista Veja será ínten­sificada, de molde a causar sérios entravesà circulação do semanário.

Ê lamentável que tal fato venha a ocorrer- a se confirmarem as noticias - eis quea medida implicaria vero retrocesso no es­quema de "distensão global" adotado peloGoverno.

Concretiz.ando-se o endurecimento dacensura a Veja - uma das mais sérias ecompletas revistas brasileiras - é de seesperar, para breve, o retorno da culináriae de Camões aos órgãos de linha políticaindependente. Aliás, o semanário "Movi­mente" já registrou .em suas páginas, umareceita interessante numa de suas últimasedições.

Estão acordes arenistas c emedebistas emque uma das causas principais das írregu-

Page 22: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5958 Terça-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1975

laridades encontradas em varies escalõesda administração anterior se devem prin­cipalmente ao cerceamento da livre ativi­dade da imprensa - instituição critica efiscalizadora que muitos situam, até, como° quarto Poder Poder do Estado.

Flagrante contradição, pois, estaria de­glagrada no momento em que o Governose une à Oposição na guerra contra a cor­rupção. Com a imprensa cerceada nos seusmovimentos, essa guerra terá resultadosduvidosos e a "distensão" se transformaráem "compressão" por todos indesejada.

Isto posto, sr, Presidente, manifestamosa esperança de que as autoridades do Mi­nistério da Justiça responsáveis pelo setormeditem profundamente antes de qualqueratentado à liberdade ele imprensa. O regimedemocrático - que Oposição deseja em suaplenitude - exige o risco da critica, e mes­mo de observações e opíníões desagradáveisaos detentores do Poder. Somente atravésde um processo crítico poder-se-á evoluirpara o Estado de Direito.

A intangibilidade da Imprensa, nesseparticular, está em pé de igualdade com aintangibilidade do Parlamento e do poderJudiciário. São instituições que incumbepreservar, nunca amputar. A amputaçãoresulta em trauma, nem sempre salutar aoprocesso de democratização por todos pre­conizado.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presiden­te e Srs. Deputados.

O SR. NABOR JúNIOR (MDB - ACRE.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, muito se falou,mais ainda se fala hoje, em "dignificar aprodução rural", melhorando as condiçõesgerais da agropecuária em seus múltiplosaspectos. Usaram-se slogans entusiastas,despertou-se no produtor um otimismosaudável, baseado em afirmações tais como"plante que o Governo garante". A expres­são "garantido pelo Governo" assumiu for­ça de dogma, nos últimos anos. e os agri­cultores de todo o Pais empreenderam aampliação de suas produções.

Os resultados entretanto, nem semprecorresponderam à propaganda e aos bonsprincípios oficiais.

Hoje, muitos produtores se perguntam:"O Governo garante o quê?"

Tenho em mãos uma série de cifras edados relativos à situação de angústría oravivida pelos produtores de castanhado-bra­síl, também chamada castanha-da-pará.

Situação de desalento, coberta de sur­presa e desespero, particularmente no meuEstado do Acre. Lá, a safra de 1973/74 atino.gíu boa cotação no mercado, oscilando en­tre 100 e 120 cruzeiros o hectolitro.

Animados com esse resultados, os produ-otores redobraram seu esforço, aumentandoas áreas de produção, empregando novostrabalhadores. Ganharam, em conseqüên­cia, uma colheita excepcional, tanto naqualidade como na quantidade.

Isso, normalmente, seria motivo de rego­zijo para os produtores - mas veio, então,a grande e desagradável surpresa: os com­pradores tradicionais da castanha acreana,sediados nas praças de Manaus e Belém,aviltaram seu preço, que caiu para 50 c até45 cruzeiros por hectolitro, menos da meta­de da cotação da safra anterior.

O pronunciamento oficial da Comissão deFinanciamento da Produção, do Ministérioda Agricultura, foi também abaixo do es­perado: 73 cruzeiros, mais de 20% abaixodo preço pago no período passado - mas,mesmo assim, capaz de dar alguma renta­bilidade e possibí üdade de lucro aos produ-

teres, caso fosse observado pelos entrepos­tos e pelos intermediários.

Tal, entretanto, não ocorre: usando embenefício próprio as restrições atuais e oexcesso de oferta, os compradores insisteme não abrem mão do aviltamento dos pre­ços da castanha, pagando quantias beminferiores àquela estipulada pelo Governo,sem que até o presente momento tenha sidoanunciado ou adotado qualquer ato paracorrigir essa anomalia: 78 cruzeiros é pou­co, mas mesmo assim é um preço mínimogantido pelo Governo e, em conseqüência,deve ser cumprido.

Os produtores fizeram sucessivas démar­ehes junto ao Ministério da Agricultura;os parlamentares representantes da regiãovisitaram autoridades e, quando estas vi­nham à Câmara, procuravam-nas para co­brar uma solução que significasse, pelomenos, o respeito ao preço mínimo estabe­lecido pelo próprio Governo.

Em conseqüência, foi determinado aoBanco do Brasil que adquirisse a castanha,na praça de Rio Branco, ao preço mínimode 78 cruzeiros estabelecido pela CFP.

Sucede, porém, que se fixou um prazo deapenas 8 dias para o encaminhamento datransação - prazo irrisório e insuficiente,especialmente se considerarmos o tamanhoe a precariedade do Acre no setor de trans­portes.

É completamente impossível que um pro­dutor de Município distante centenas dequilômetros da Ciptal possa reunir, embar­car para Rio Branco toda sua produção decastanha. Nem todos tomaram conheci­mento, em tempo hábil, da decisão gover­namental. Poucos, enfim foram atingidospela medida de emergência.

Regiões mais distantes, como Sena Madu­reira, Xapurt, Plácido de Castro e outras,além de distritos próximos a Rio Branco,ficaram fora dos contatos com o Banco doBrasil, que acabou adquirindo apenas 3mil hectolitros de castanha, encerrando lo­go após a comercialização do produto.

Inúmeros produtores, Sr. Presidente, Srs.Deputados, viram com aflição o encerra­mento das operações, pois seus estoquespermaneciam parcial ou totalmente into­cados em face dos problemas de transportee locomoção, já mencionados.

O assunto, recentemente, foi focalizadona Assembléia Legislativa do Acre peloeminente e combativo Deputado FranciscoTeixeira, do MDB, que frisou:

"É do nosso conhecimento que, no Se­ringal Arapíxí, situado no Rio Purus edistante de Sena Madureira mais dedoze horas de navegação, estão arma­zenados aproximadamente 2.500 hecto­litros de castanha, que não foi comer­cializada dada a exigüidade do tempoestabelecido para a aquisição do produ­to, quando necessitaria de, pelo menos,20 dias para o transporte até a Capi­tal".

Frisa, ainda, o Sr. Francisco Teixeira apalavra de inúmeros outros produtores decastanha do interior do Acre, alarmadoscom as dificuldades no transporte que im­possibilitaram a colocação da mercadoriana Capital. E destaca o digno representantede Sena Madureira no Legislativo estadual:

"Os primeiros passos foram dados, asportas foram abertas, a presença doGrupo de Produção e Financiamento jáé uma esperança alvissareira para osnossos produtores. A nossa castanha se­rá beneficiada aqui no Acre. Ao finali­zar" - frisa o Deputado Francisco Tei­xeira - "estendo meu apelo ao Ministro

da Agricultura e ao Presidente do Gru­po de Produção e Financiamento, sobrea viabilidade do retorno ao Estado paraadquirir, dentro de um prazo mais ra­zoável, o restante da safra dessa pre­"ciosa amêndoa, a castanha-do-bresíl",

Pouco se pode acrescentar às palavras doparlamentar sena-madureirense.

Concluo, Sr. Presidente, Srs. Deputados,reforçando e fazendo minhas as palavrasdo Sr. Francisco Teixeira, no sentido deque o Ministério da Agricultura, através daComissão de Financiamento da Produção,e o Banco do Brasil, através do seu Grupoespifico, retornem a Rio Branco para con­cluir a aquisição da safra de castanha, fa­zendo justiça a todos os produtores e so­correndo, neste momento difícil, todo umlargo setor da maior importância para a so­brevivência econômica e social do meu Es­tado.

O SR. JOãO GILBERTO (MDB - RS.Pronuncia o seguinte diseurso.) - Sr. Pre­sídente, 81'S. Deputados, o Brasil, através dedécadas, tem conseguido modernizar emparte seu setor de previdência e assistênciasocial. Todavia, muitas ainda são as dís­torções que, diretamente, vêm causandoproblemas para grande número dos que sãocontribuintes e também para os que não osão.

A assistência médica, em termos de Pre­vidência, ainda está a carecer de uma alte­ração profunda na sua estrutura e, quiçá,na sua própria filosofia. As filas interminá­veis que se verificam em várias' cidades,constituem apenas um dado periférico darealidade de problemas e enganos que ca­racterizam a assistência médica do setorprevidenciário no País. O salário-família,apesar de recente esforço em torná-lo sig­nificativo, continua sendo excessivamentebaixo para a função social a que estariadestinado. É de se notar, ainda, que essebeneficio se destina aos filhos de até 14anos, deixando fora de seu alcance social oadolescente estudante, que maiores encar­gos significa para uma família.

Com enorme máquina burocrática, nossaPrevidência ainda apresenta morosidade naprestação de seus serviços. Por exemplo, osaposentados fazem jus a um aumento deseus proventos, anualmente, quando dapromulgação dos novos níveis do saláriomínimo. Todavia, por questão de burocra­cia, os carnets ficam prontos apenas em ju­lho. E os aposentados, que já percebem mui­to pouco, têm que esperar alguns meses pa­ra receber o aumento que lhes é devido.

A Previdência Social e sua sistemática noBrasil ainda estão a carecer de muitos pas­sos para seu total aperfeiçoamento. En­quanto não se resolvem algumas das gran­des questões que ainda restam como desa­fio, é preciso que pelo menos certas medi­das sejam de imediato adotadas para que

. se tornem mais práticos e eficientes seusserviços.

O SR, JOÃO CLíMACO (ARENA - PIoPronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente, na cidade de Floriano, Piauí, nopróximo dia 23 do corrente, se realizará umadas maiores solenidades religiosas da re­gião sul do Estado, com a sagração do Bis­po Dom Augusto Alves da Rocha, recente­mente escolhido para a cidade de Picos.

Esta solenidade está sendo vista pela po­pulação católica do Piauí como um dosmaiores acontecimentos de 1975, uma vezque DOm Augusto, que será sagrado na Igre­j a de São Pedro de Alcântara, em Floriano,era, até pouco tempo, o padre daquela fre­guesia. Inteligente, culto, foi convocado pa­ra o Curso Maior no Vaticano, de lá regres­sando neste ano já como Monsenhor. Trêsmeses depois de eleito Monsenhor foi esco-

Page 23: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5959

lliido para ocupar o Bispado de Picos, re­centemente criado naquela região.

Por esta razão, Sr. Presidente, como osBrs. Deputados da representação píauíense,a Câmara dos Deputados e demais autori­dades ligadas ao nosso Estado têm recebidoconvites especiais para participar dessa ce­rimônia, venho, neste instante, dirigir a V.Ex. a , com apoio no Regimento, o seguinterequerimento ;

"Exmo. Sr. Presidente da Câmara dosDeputados.O abaixo-assinado, Deputado Federal,vem, com apoio no art. 40 do RegimentoInterno, requerer a V. Ex.a que, ouvidoo Plenário, se digne constituir uma Co­missão Externa para representar estaCasa nas cerimônias de ordenacãoEpiscopal do Monsenhor Augusto Alvesda Rocha, eleito Bispo da cidade dePicos, no Piauí.

A sagração realizar-se-á M 19:30 horasdo dia 23 de agosto em curso, em Flo­riano, Piauí.Sala das Sessões, em 18 de agosto de1975. - João Clímaco, Deputado Fe­deral. "

Era este o meu objetivo na tribuna.

O SR. JORGE MOURA (MDB - RJ. Pro­nuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, o lançamento de um­livro, revista, ou jornal constitui sem dúvi­da motivo de satisfação no seio dos povoscivilizados. O atual estágio de desenvolvi­mento tecnológico alcançado pela impren­sa em todo mundo, propiciando o surgimen­to dos chamados jornais-indústrias - dachamada grande imprensa, cujos nomes sãodo amplo conhecimento de todos - gerouno âmago, das ccntradíções do desenvolvi­mento urbano acelerado aliado a uma seüede informações constantes e contínuas, osurgimento dos chamados jornais de bairro,de municípios, de comunidade que possuemproblemas, aspirações, necessitando, conse­qüentemente, de soluções comuns.

Dentro dessa linha de análise, Sr Presi­dente, queremos registrar o surgimento dojornal Tribuna Carioca, com sede em Ja­carepaguá, que se propõe a levantar asquestões dos subúrbios do Rio de Janeiro,que sofrem os problemas angustiantes deum crescimento desordenado e sem plane­jamento.

O jornal levanta no seu primeiro númeroproblema da maior gravidade em Jacarepa­guá, que é a proliferação desordenada, espe­culativa e sem nenhum planejamento urba­nístico dos chamados loteamentos, que nadamais são que áreas retalhadas em pequenosl~tes, local que sem dúvida se transforma em"área-problema". Os moradores se defron­tam de plano com problemas de água e luz,para os quais, num prímeíro estágio, sãodadas soluções provisórias, que, no entanto,se eternizam Daí em diante carecem deruas pavimentadas, esgotos, galerias plu­viais, áreas de lazer, escolas, postos médicos,transportes etc. Enfim, comunidades de mi­lhares de pessoas permanecem carentes deinfra-estrutura de toda natureza. Dai acre­ditarmos no sucesso dos chamados jornaisde bairro, na medida em que se propõem,de forma independente, serena e objetiva, alevantar as questões que afligem as popula­ções de bairros que vivem num contextometropolitano, onde a vida está passando aser um verdadeiro pesadelo para seus ha­bitantes, às voltas com um trânsito infer­nal, com poluição atmosférica, visual e so­nora, em meio à desagregação do meio­ambiente, e com a marginalidade social nãosó de adultos mas, sobretudo, de menoresabandonados. Além desses, há, ainda, osproblemas relativos a um transporte de

massas insuficiente e inseguro às filas deatendimentos na Previdência Social e, porúltimo, ao seqüestro de crianças. Desse es­tado de coisas advêm as já diagnosticadasneuroses urbanas.

Por isso, Sr. Presidente, saudamos o pri­meiro número do jornal Tribuna Carioca,parabenizando seus diretores e idealizado­res, que, sem dúvida, estão movidos peloímpeto de colaborar e ajudar a comunida­de de Jacarepaguá no encaminhamento dassoluções de seus problemas urbanos.

O SR. PAULO STUDART (ARENA - CE.Sem revisão do orador.) - sr. Presidente,Srs. Deputados, ocupo neste momento a tri­buna da Câmara elos Deputados com a al­ma cheia de tristeza para comunicar aosmeus ilustres pares o falecimento de umgrande brasileiro e não menos ilustre cea­rense, o Dr. Raul Barbosa. Filho de tamí­lia humilde do Ceará, nascido em 1911, di­plomou-se Raul Barbosa em 1935, pela Fa­culdade de Direito do Ceará'. Em 1945 foi,com meu saudoso pai, eleito Deputado Fe­deral pelQ Estado do Ceará, e em 1950,Governador de meu Estado. Em 1956 foi de­signado para Presidente do Banco do Nor­deste. Ultimamente, em mais de uma legis­latura, vinha exercendo o alto cargo de Di­retor Executivo do BID, nos Estados Unidüs.

Deixa enorme lacuna o desaparecimentodesse grande brasileiro, que tinha a almavoltada par seu torrão natal e para suaPátria. No exterior, estava constantementecom o pensamento voltado para a nossaterra comum.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, profun­damente consternado., desejo também, atra­vés deste pronuncíamento, registrar nosAnais desta Casa, para conhecimento demeus ilustres Pares e da Nação, o faleci­mento em Fortaleza de 'um grande cearen­se, o empresário Sl'. José Carneiro da Sil­veira.

Faleceu no dia 13 de agosto, com a idadede 74 anos, cercado do carinho da famíliae do calor fraterno de uma legião de ami­gos.

Nascida a 19 de março de 1901, na cidadede Viçosa do Ceará, onde ficou até os 7anos de idade, na companhia dos pais foipara Fortaleza, onde ingressou no tradicio­nal Seminário da Prainha, formando lá suapersonalidade de escol e lá permanecendoaté 1915.

Oriundo da classe rural, muito cedo ini­ciou-se no trabalho árduo e contínuo ­traço marcante de sua vida - tendo exer­cido inicialmente as funções de despachan­te aduaneiro.

Em 1926 fundou e organizou uma dasmaiores firmas do Ceará, padrão de hones­tidade comercial - a Organização SilveiraAlencar - distribuidora dos produtos daGeneral Motors. Foí primeiro na revendados veículos Chevrolet.

Em 1947 criou a Imobiliária José Carnei­ro. Em função de um trabalho dedicado,diuturno e contínuo, conseguiu transformá­la em poderosa empresa, talvez a maiordo Ceará no ramo imobiliário.

Em 1949 fundou e organizou a Coca-ColaFortaleza Refrigerantes S. A., tendo sidoseu primeiro Presidente. Ainda no ano de1949 associou-se a outros familiares, encam­pando e dirigindo a Fiação e Tecídos Er­nesto Deocleciano, no Município de Sobral

Volta M suas origens, criando, em 1966, aAgropecuária José Carneiro, reunindo vá­rias fazendas em diversos Municípios do in­terior do Ceará, e passa a dirigi-la com aajuda de seus filhos.

Era o Sr. José Carneiro da Silveira casa­do com a Sra. Sophia Marinho Andrade da

Silveira, de tradicional família cearense,possuidora de dotes morais incomensurá­veis, esposa exemplar, mãe dedícadísstmae de formação profundamente católica. Doconsórcio flcaram os seguintes filhos: Ma­ria Leônia Silveira Cavalcante, casada como médico, empresário e ex-Deputado Esta­dual em várias legislaturas, Deusimar LinsCavalcante; Francisco José Andrade da Sil­veira, engenheiro, pecuarista, empresário,dirigente regional do SESI, SENAI e Insti­tuto Euvaldo Lodi, e Presidente da Federa­çâo das Indústrias do Estado do Ceará; Lú­cio Ernani Andrade da Silveira, comercian­te; Regina Stela Sllveira da Silva, casadacom o empresário e professor Gilberto Fá­bio Egipto da Silva; Eduardo Andrade daSilveira, empresário e comerciante;. Tarci­sío GUY Andrade da suveira, banqueiro ePresidente do Banco da Parnaíba S. A. ;Maria Carolina Andrade da Silveira, empre­sária e advogada.

Desapareceu José Carneiro da Bilvetra,deixando o exemplo de um homem correto,honesto, austero, devotado exclusivamenteao trabalho e ao lar, e que, durante toda asua vida, pautou sua conduta em princípiosrígidos da moral, nos quais acreditava fir­memente.

Amigo de meu saudoso pai, conheci JoséCarneiro da Silveira ainda na infância.Nossa amizade mais se consolidou atravésde seus queridos filhos. Por um dever dejustiça, presto, neste momento, a minhamais sincera, singela e sentida homenagemao grande cearense.

Era o que tinha a dizer.O SR. PAULO MARQUES' (MDB - PRo

Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, Assis Ch.ateaubrtand,Município sítuado no oeste do Paraná, com­pleta, no próximo dia 27, 9 anos de existên­cia, mas já conta com uma população su­perior a 150 mil habitantes, o que não cons­titui exceção naquela região do meu Estado.Lá, é regra as cidades crescerem rapida­mente, como cogumelos, porque a terra éfertilíssima, o clima bom e temperado, opovo ordeiro e trabalhador.

Infelizmente, contudo, Sr, Presidente es­te crescimento, esta prosperidade, o cÚna­mísmo do povo, oriundo das mais variadasáreas do País, que lá se congrega no afãdiário do trabalho, infelizmente, dizia eu,SI', Presidente, tal exemplo de dedícacão eesforço não "em sendo acompanhado pelosPoderes Públicos. que têm relegado. a regiãoa uma situação de quase total abandono.

Os problemas de meu Estado, ou, mais es­pecificamente, da região que eu represento,quando muito, vêm sendo acompanhados àdistância pelos responsáveis pelo Poder PÚ­blico. E aqui desejo citar apenas um exem­plo: há vários meses venho tomando co­nhecimento, através de ofícios, certidões,representacõ-s e outros documentos, de ar­bitrariedades cometidas pelo Sr. Delegadode Polícia de Assis Chateaubriand.

Ainda recentemente, o ilustre parlamen­tar representante daquele Município na As­sembléia Legislativa do Estado do Paraná,Deputado Edilson Alencar, formulou gravedenúncia, fazendo um minucioso relato dasprisões arbitrárias, espancamento de ino­centes, agressões físicas em plena via pú­blica a pessoas de bem, senhoras, profissio­nais liberais, colonos, alguns até vítimas deatentados à bala, atitudes certamente in­dignas de uma autoridade cujo dever é man­ter a segurança pública.

Contra a referida autoridade policial, Sr.Presidente, vários pedidos de inquéritos jáforam formulados, sendo que, em pelo me­nos um deles, consta grave denúncia decorrupção dentro da própria repartição po­licial, com conhecimento do seu titular.

Page 24: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5960 Terça-feira 19

Tais fatos, certamente, muito graves, em­bora venham sendo denunciados repetidasvezes pelos representantes do povo na As­sembléia Legislativa, aparentemente nãotêm sensíbílizado as autoridades do GO­verno Estadual. Daí, Sr. Presidente, desejar,através deste pronunciamento, formular ameu mais veemente apelo ao Sr. Secretárioda Segurança Pública do Estado do Paraná,bem como ao próprio Sr. Governador, nosentido de que apurem os fatos, punam osculpados e devolvam ao povo humilde eprogressista de Assis Chateaubriand a tran­qüilidade de que tanto necessita para con­tinuar a trabalhar e a implantar o progres­so naquela região.

Era só, Sr. Presidente.O SR. GERALDO FREIRE (ARENA - MG.

Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, a Companhia de Jesus,nesses dois últimos dias. viveu momentosdos mais expressivos na nova Capital doBrasil. Sábado procedeu-se à inauguraçãodo Centro Cultural e Pastoral, empreendi­mento que vem sendo trabalhado há muitosanos, e que finalmente chegou à sua felizconcretização. O Sr. Arcebispo de Brasíliacompareceu ao local, e houve celebração eu­carística e bênção do prédio. Na manhãseguinte - o domingo de ontem - tambémfoi inaugurada uma herma e mudou-se onome de :Jentro cultural, que passou a de­nominar-se Centro Martins Corrêa, em no­menagem ao Pe. Francisco Martins Corrêa,em cujo preito se ergueu também a hermaontem inaugurada.

O Pe. Fran~isco Martins Corrêa veio paraBrasilia em 1966. Aqui trabalhou afanosa­mente, quer lecionando em nossas três Urri­versidades, quer cuidando com grande zeloe afã das obras do seu múnus pastoral, ín­clusive para um grupo de Deputados e Se..nadores que ele assistia todas as manhãsdas quartas-feiras em cada semana, comcelebração do Santo Sacrifício da Missa eprática. Isso, para nós. se tornou ínesque­cível. Mas um dia a Providência Divina olevou em plena mocidade. Foi vitima dedesastre de automóvel, quando se dirigia àcidade de Padre Bernardo. No final da se­mana, ao invés de descansar, como todosprocuramos fazer, aquele jovem apóstolo iaacudir as populações sertanejas, mártir deseu próprio dever. .

Ontem, a Companhia de Jesus o homena­geou, inaugurando-lhe a herma e dando, aomesmo tempo, ao seu Centro Cultural ePastoral, o nome de Chico Martins, figuracravada perpetuamente em nossos coracõese na Capital do Brasil, a que tanto soubeservir.

Lerei, para que conste de nossos Anais,o Boletim ontem espalhado pela Compa­nhia de Jesus, intitulado "Quem era PadreChico". Assim, Sr. Presidente, a nossa ho­menagem ficará também registrada nosAnais, já que a figura do Pc. Francisco estáindelével em nossos corações.

Congratulamo-nos, ao mesmo tempo, coma Companhia de Jesus, com os heróis doespírito e da inteligência, que, desde An­chieta e Nóbrega, se tornaram responsáveispela própria Nação.

Eis, na íntegra, o artigo do Boletim In-formativo do Centro Martins Corrêa:

"PADRE CHICONasceu ele em Ubá, Minas Gerais aos25 de fevereiro de 1929, filho do Sr. An­tônio Corrêa Barbosa e de D. MariaEvangelista Martins Corrêa.Familía profundamente religiosa quepresenteou a Igreja com dois sacerdo­tes. o Pe. Celso e o Pe. Francisco. ambosjesuítas, três religiosas, a Ir. Isabel, aIr. Maria Celina (ambas do S.C. de

lf)IARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I)

Maria) e a Irmã Maria do Rosário (doS.C. de .Ies'us) além do João, José Je­suíno, Antônio, Geraldo, Lauro, Aluísio,Maria Tereza e Joe1.

Pescaram-no para a Escola Apostólicade Nova Friburgo: era assim a expres­são da época. E lá foi ele fazer seusestudos ginasiais.Entrou no noviciado da Companhia deJesus a 1.0 de fevereiro de 1946. PadreAfonso Rodrigues foi seu mestre de no­viço no primeiro ano e Padre ArmandoCardoso 110 segundo: síntese difícil deser feita pelo jovem noviço ante doismestres tão diferentes. Mas o IrmãoCorrêa não media esforços.De 1948 a 1950 Frater Corrêa (os no­mes mudavam conforme a etapa deforrnacâo) tentou outra sintese: aomesmo tempo fazer o ,juniorado e ostrês anos do curso colegial.1951 o encontra no primeiro ano deFilosofia, curso que iria terminar em1953. Lembrá-lo na Filosofia é vê-locom a batina velha, surrada, subindoo morro da Cruz, armando aqui e ali asarmadilhas que prendiam os devastado­res de gs.lmheíro para a festa dos cãesda quinta ...A necessidade de possuir títulos paraexercer o magistério nos colégios o le­vou à Pontifícia Universidade Católicado Rio de Janeiro onde, a duras penas,conseguiu o título de bacharel em Ciên­cias Sociais.No Colégio Loyola., em Belo Horizonte,Mestre Corrêa fez suas primeiras expe­riências como professor em 1954. Já noano seguinte os superiores pedem suadedicação no Seminário Menor e Giná­sio de Anchieta, pequena cidade ao sulde Vitória, no Espirito Santo, local ondefaleceu o grande jesuíta, companheirode Nóbrega.

Para S. Leopoldo, no Rio Grande doSul, se encaminhavam os jesuítas to­dos para seus estudos teológícos. Láchegou ele em 1957 para a última etapade sua formação sacerdotal. Emérito jo­gador de futebol e temido guarda nobasquete, ele sabia somar dedícacâoaos estudos com entusiasmo apostóliéo:deu aulas de religião em escolas púbü­cas, foi catequista pelos quartéis, so­correu a presidiários necessitados, querproporcionando-lhes formas de ganharalgum dinheirinho, quer aplicando tes­tes que o Gabinete de Psicologia do Jui­zado de Menores em Porto Alegre aíu­dava a interpretar para a recuperaçãoplena do detento.Em 1959, com vários outros colegas je­suítas, é ordenado sacerdote em BeloHorizonte.Findos os estudos teológicos, Goiâniateve o privilégio de contar com sua de­dicação sacerdotal. Diretor da Facul­dade de Ciências Econômicas, foi pro­fessor de Sociologia Geral e Aplicada.Em Três Poços, nas proximidades deVolta Redonda, RJ., fez a Terceira Pro­vação, em 1963. Nesse segundo novicia­do ele ultimou sua preparação cspiri­tnal para o apostolado na Companhiade Jesus.

Durante os anos de 1964 e 1965 eleocupou o cargo de Ecônomo Provincialem Belo Horizonte, Ministro da Cúria,à Av. Álvares Cabral. Vinha várias ve­zes a Brasília. Numa destas estadas, aosubstitua' na Paróquia ao Pe. José Ber­tollo, forte vendaval destelhou quasecompletamente o recém-coberto galpão.Padre Chico, lamentando corno sempreo seu "azar", tomou C01110 base o ser-

Agosto de 1975

mão da Montanha e fez emocionanteapelo à paróquia, despertando-a de suainércia. Nasceu o Conselho Paroquial eo folheto dominical que se transforma­ria mais tarde no "O Povo de Deus"atualmente editado pela Arquidiocese.Azares providenciais ...Em 1966 se transferiu para Brasília noafã de dinamizar o Centro Cultural. To­dos os Centros Universitários da Capi­tal o tiveram como professor: UnB,CEUB, UDF, a Faculdade de Serviço So­cial. Preocupado com a educação da ju­ventude tornou-se Vice-Diretor do Pro­grama de Orientação Educacional doEnsino Médio. Sacerdote zeloso e solicitonão se poupava no atendimento aos queo procuravam. Assistia espiritualmenteao M.F.C.Devendo apresentar aos parlamentaresas obras educacionais e sociais da Com­panhia de Jesus necessitadas de recur­sos orçamentários para ampliar e me­lhorar seu atendimento, não se limitoua pedir. Conjugou também o verbo dare, semanalmente, na quarta-feira demanhã, deputados e senadores se reu­niam ao Centro Cultural para uma Mis­sa e uma reflexão sobre Política e Fé.Regularmente, nos fins de semana, sedirigia a Padre Bernardo, GO, a fimde levar àquela querida gente o seuentusiasmo sacerdotal. E não ia só. Vá­rios leigos se constituíram em equipecom ele. O primitivo da estrada váriasvezes o reteve noite inteira no itinerá­rio, só chegando na manhã do domin­go.

Naquele sábado, dia 5 de outubro de1968, não ia ao volante. Levavam-no.Numa derrapagem, a Vernaguete sechoca com um caminhão que vinha emsentido contrário. Pe. Ohíco foi dura­mente atingido falecendo quase ins­tantaneamente.Padre Bernardo não o esqueceu. Consa­grou-lhe o Ginásio local. Brasília ago­ra pereniza a sua lembrança: nomeque ele dá ao Centro. herma que amí­gos saudosos se cotizam para erguer.Oxalá seja ele, para os de hoje, os deamanhã, um perene convite à doação,ao amor!... o Bom Pastor dá a vida pelas suasovelhas!"

Era o que tinha a dizer.O SR. FIGUEIREDO CORREIA (l\'IDB ­

CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, o Ceará esta deluto. No dia de ontem faleceu em Washin­gton o Dr. Raul Barbosa, digno e eficienteDiretor Executivo do BIDE.

De luto o Ceará, não só porque RaulBarbosa honrava naquela importante ins­tituição de crédito, as tradíções de probi­dade e trabalho do povo cearense, mas,sobretudo, pela vasta folha de serviçosprestados ao seu Estado e ao seu povo. Maisque isto: prestados ao Brasil.

Desde moço dedicou-se à causa pública.Ainda estudante de Direito, tornou-se res­peitado servidor da Secretaria do Interiore .lnstíça, e, logo mais, funcionário catego­rizado da Secretaria da Fazenda.

Graduado em Ciências Jurídicas e so­eíaís, não tardou a exercer o cargo de Pro­curador-Geral do Estado, onde o P.S.D. ofoi encontrar em 1945 - jovem bacharel ­para elegê-lo Deputado Federal

Nesta Casa atuou como jurista na Comis­são de Constituição e Justiça. Fez-se de­fensor da política de emancipação econô­mica do Nordeste, substituídas as conces-

Page 25: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

sões emocionais de recursos financeiros aotempo das calamidades climáticas peladestinação permanente de dotações orça­mentárias que pudessem eríar uma infra­estrutura capaz de minorar os efeitos dassecas e a inferioridade econômica regional.Foi, assim, um dos bravos combatentes naaprovação do art. 198, da Constituição Fe­deral de 194G, que diz o seguinte:

"Art. 198. Na execução do plano dedefesa contra os efeitos da denominadaseca do Nordeste, a União despenderá,anualmente, com as obras e os serviçosde assistência econômica e social, quan­tia nunca inferior a três por cento dasua renda tributária.§ 1.0 Um terço dessa quantia será de­positada em caixa especial, destinadaao socorro das populações atingidaspela calamidade, podendo essa reserva,ou parte dela, ser aplicada a juro mó­dico, consoante as determinações legais,em empréstimos a agricultores e indus­triais estabelecidos na área abrangidapela seca.§ 2.0 Os Estados compreendidos naárea da seca deverão aplicar três porcento da sua renda tributária na cons­trução de açudes, pelo regime de coope­ração, e noutros serviços necessários àassistência das suas populações."

Sua atuação equilibrada e inteligente nocampo político o credenciou, no pleito 1e1950, à disputa do .cargo de Governador,para o qual foi eleito com expressiva vota­ção.

A frente do Governo do Ceará, fez ope­rosa administração. Em todos os municipiosdo Estado deixou o rastro de seu fecundotrabalho, em que pese haver enfrentadodois anos de secas parciais.

Deu início à política da produção, a co­meçar com a construção sistemática dapequena açudagem, em cooperação com osproprietários rurais. A seguir, fomentou arevenda de máquinas agrícolas, inseticidase sementes selecionadas. No setor da edu­cação, dotou cidades, vilas e zonas ruraiscom grupos e escolas isoladas. Criou de umasó vez mil cargos de professor primário,lotados no interior do Estado conforme oíndice de analfabetismo, a deficiência esco­lar e a densidade demográfica de cada re­gião. Na saúde pública, disseminou unidadessanitárias em todo o Estado. Saneou asfinanças, fazendo elevado o crédito da suaSecretaria de Fazenda. Assegurou paz eordem à politica interiorana, contendo osurto de violência que, não raro, as paixõespartidárias fazem soprar nos sertões nor­destinos.

Deixando o governo com o respeito doCeará inteiro, não tardou o Poder Federalem convidá-lo para dirigir o Banco do Nor­deste do Brasil. Foi seu Presidente por duasvezes. Sua atuação à frente do BNB o cre­denciou para o alto posto de Diretor doBIDE, onde a morte o encontrou no diade ontem.

Ao fazer este registro, Sr. Presidente, que­ro suscitar nesta Casa do Congresso Nacio­nal as homenagens que Raul Barbosamerece não apenas do Ceará, mas de todoo Brasil. O Ceará perde um filho ilustre ­honrado, culto e trabalhador - mas o Bra­sil perde um estadista de peregrinas virtu­des, que ao longo de sua vida esteve aserviço da Pátria, que hoje deplora seutrespasse.

Era o que tinha a dizer.A SRA. LYGIA LESSA BASTOS (ARENA

- R.J. Pronuncia o seguinte discurso.) ­Sr. Presidente, não é nosso hábito usar atribuna para aplaudir sistematicamente as

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n

iniciativas governamentais, pois as mesmaspodem ser corretamente compreendidassem necessidade de que sejamos seus por­ta-vozes. Abramos hoje uma exceção parapublicamente, elogiar a corajosa atuaçãoque vem tendo Sr. Severo Gomes, Ministroda Indústria e do Comércio, à frente de seuMinistério. Suas atitudes de firme e intran­sigente defesa, acima de tudo, da soberanianacional, constituem-se num grande exem­plo a ser seguido pelos vários escalões denossa administração. pela legislação e pelosmeios de comunicação.

Queremos, em especial, registrar nossoapoio às teses defendidas pelo Ministro emconferência proferida em julho próximopassado na ESCOla Superior de Guerra e,mais recentemente, a sua vigorosa inter­venção no episódio da tentativa de aquisi­ção do Grupo Consul por parte de empresamultânacional estrangeira.

Esta é uma das razões, Sr. Presidente,pelas quais temos orgulho de pertencer aosquadros da Aliança Renovadora Nacional, eque nos anímam a prever, para ela, umpapel de destaque político cada vez maiorno futuro.

Sr. Presidente, aproveito a oportunidadepara congratular-me com a Diretoria e ossócios da Associação Brasileira de Nutricio­nistas pelo transcurso do 26.0 aniversáriode sua fundação.

Acompanho a atividade daquela associa­ção desde sua fundação e posso testemu­nhar a valiosa colaboração prestada nosentido de ser encontrada a solução parao problema de mudança do sistema alimen­tar da população do interior do Brasil.

Sr. Presidente, desejo também fique re­gistrado em nossos Anais voto de congra­tulações com a Diretoria do Abrigo CristoRedentor pelo transcurso, amanhã, do 32,0aniversário de sua transrormacão em Fun­dação Abrigo do Cristo Redentor.

Era o que tinha a dizer.

O SR. NOSSER ALMEIDA (ARENA - AC.Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Pre­sidente, sra. Deputados, importante convê­nio acaba de ser celebrado entre o Minis­tério da Agricultura e o Governo do Estadodo Acre, destinado ao desenvolvimento doPrograma Nacional de Saúde Animal, na­quele Estado.

Desnecessário se torna dizer, Sr. Presi­dente, da importância desse ato para apecuária ncreana, no momento em que asautoridades governamentais se mostramvivamente empenhadas na prevenção e noeombate às doenças responsáveis pelas bai­xas registradas anualmente nos nossos re­banhos.

Como temos frisado desta tribuna, o Acre,com uma economia calcada na borracha, nacastanha, na agricultura e na pecuária, dehá muito se ressentia dessa assistência téc­nica do Ministério da Agricultura, para quetenhamos uma pecuária de corte e leiteiraà altura das nossas necessidades. Camposde pastagem há em quantidade e o rebanhooferece amplas perspectivas para o abaste­cimento de carne do Estado, até mesmo naépoca da entressafra.

Essa medida, aliás, faz parte do Programade Integração c Desenvolvimento, em exe­cução pelo Governo Geraldo Mesquita, noque se relaciona com a tecnologia e a assis­tência técnica, que estabelece:

"No estágio atual, pode-se considerarcomo de importância vital para o de­senvolvimento agropecuário o conjuntode atividades ligadas ao conhecimentotécnico-cientifico e sua aplicação àprática da atividade rural.

Terça-feira 19 5961

Neste contexto, o Governo Estadualdesenvolverá uma acão reivindicatóriajunto aos órgãos federais e regionais,com o fim de atrair para o Acre asatividades de pesquisa e experimenta-ção a seu cargo, notadamente a .SUDEVEA, a SUDAM, o IBDF, o rao,CEPLAC e EMBRAPA, nos programasde pesquisas de recursos naturais,culturas agrícolas, pesquisa e experi­mentação zootécníca e científíca, bemcomo tecnológica."

Isto significa que, nos próximos três anos,todo o potencial tecnológico do Acre, nosetor, estará voltado para a melhoria dosrebanhos bovino e suíno, levando aos cria­dores os meios indispensáveis ao fortale­cimento da economia do Estado.

Não temos dúvidas de que bons resulta­dos virão, a curto prazo.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. HOMERO SANTOS (ARENA

MG. Pronuncia o seguinte discnrso.) - Sr.Presidente, Brs. Deputados, nossa presencana tribuna tem a finalidade de prestaralguns agradecimentos, em nome do Muni­cípio de Uberlândia, ao Tenente-BrigadeiroDioclécio de Lima Siqueira, Diretor-Geraldo Departamento de Aeronáutica Civil, aoBrigadeiro Gil, assessor imediato de S. Ex."o Sr. Brigadeiro Dioclécio, ao BrigadeiroBertollno, Diretor de Operações do Depar­tamento de Aeronáutica Civil, ao Brigader­1'0 Coutinho Marques, Comandante daZona Aérea de Brasília, e aos seus auxilia­res, Major Pontes e Major Maia, pelo fatode terem atendido a um apelo de> Muni­cípio de Uberlândia, que há três anos vinha.lutando no sentido de que fosse dada auto­rização à VARIG - Viação Aérea Rio­Grandense - para que seus aviões Boeíng­727 descessem no Aeroporto de Uberlàndra,fazendo a linha Brasilia--Uberlàndia-SãoPaulo, bem como a linha Brasílía-Araxá­Uberlândia.

No sábado. tivemos a felicidade de veri­ficar que nosso trabalho foi coroado deêxito, graças a essas autoridades que, demaneira tão gentil e tão rápida, atenderamaos reclamos da populacão de Uberlândía,

Por isso, em nome de Uberlândia, deixoaqui regístrados os mais sinceros agradeci­mentos a essas autoridades do Ministérioda Aeronáutica. bem como à VARIG, essa.grande companhia que tantos servícoa pres­ta ao povo brasileiro.

O SR. ERNERTO DE MARCO (MDB _SC. Pronuncia o seguinte dlscurso.) - Sr.Presidente, 81'S. Deputados, registro comsatisfação e agradeço o honroso convitecom que me distinguiu a Comissão Coorde­nadora da II FESUINO, mais uma impor­tante amostra da pujança da suinoculturacatarinense, a se realizar no período de 19a 24 do corrente mês, numa promoção daSociedade de Amigos de Chapecó e da Co­munidade Chapecoense, no Estado de Santa.Catarina.

.Infelizmente, Sr. Presidente, em face decompromissos anteriormente assumidos, nãome será possível comparecer a tão impor­tante acontecimento, que vem mais uma vezcolocal' em evídêncía as potencialidadeseconômicas do oeste do nosso Estado.

Chapecó, um dos municípios mais pro­gressistas do Estado de Santa Catarina. comuma população de aproximadamente oiten­ta mil habitantes, possui os dois maioresfrigoríficos de suínos do Estado, o maiorabatedor de aves da América Latina. alémde uma centena de indústrias nos mais di­versos ramos. E lá que está sendo executa­do o Projeto de Suinocultura de Santa Ca­tarina, através do Ministério da Agrteultn­ra e da Secretaria de Agricultura do Estado.

Page 26: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5962 Terça-ft'ira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) A~osto de 1975

Ao me congratular com o povo de Cha­pecó e do oeste catarinense, nas pessoas dosilustres coordenadores da II FESUINO,Drs, Mádio Lanznaster e Roque P. Kreutz,faço votos para que o acontecimento al­cance pleno êxito, a exemplo da promoçãoanterior.

A pujança de Chapecó no contexto dedesenvolvimento do Estado de Santa Cata­rina é um fato A liderança que exerce so­bre uma área de 37 municípios levou o Go­verno do Estado a criar uma Secretaria deEstado para Assuntos do Oeste, sediada emChapecó. Ela representa o Governo do Es­tado no trato dos assuntos relacionados como desenvolvimento da região, em especial,no que diz respeito à construção de rodo­vias, escolas, incentivo à agricultura e sa­neamento de modo geral. Embora esta Se­cretaria não tenha conseguido plenamentealcançar suas finalidades, pois sua atuaçãoanda um pouco voltada para o campo po­litico, muito poderá fazer pela região namedida em que o Governo queira realmente,deixar a política de lado ,e enfrentar obje­tivamente o desenvolvimento da região.

No momento em que Chapecó promovemais uma exposição de suas riquezas, quere­mos íamentar, por outro lado, que os meiosruralistas estejam ainda em dificuldade,por causa da política de preços minimos eda falta de uma maior assistência por partedas autoridades governamentais.

Enquanto o preço da ração, do concentra­do, dos medicamentos e dos implementosagrícolas de um modo geral subiu assusta­doramente, o preço do suíno é por demaisirrisório, a despeito da carga tributária queé muito mais elevada do que a da própriacarn-e bovina.

Não será demais lembrar que a agricul­tura brasileira está em crise e seus reflexosem Santa Catarina são bastante acentua­dos. Basta frisar que muitos agricultoresjá pensam em mudar de ramo. porque ospreços de mercado não estão dando paracobrir sequer os custos.

Estudos realizados por agrônomos e téc­nicos da ACARESC e dos sindicatos ruraísda região constataram que o porco custapara o produtor, cerca de Cr$ 5,00 o quilo,para ser vendido a Cr$ 4,35 o Landrace, oDuroc a Cr$ 4,05, entre outros; isto. antesda última alta do preço do milho. somcepor um tabelamento justo, ou seja, à basede pelo menos ors 6,00 o quilo, para quehaja maior estímulo ao produtor.

Por ocasião da rr FESUINO, sabemosque todos estes ternas serão levados a de­bate e, posteriormente, ao conhecimentodas autoridades governamentais.

Esperamos, mais uma vez, que ela alcan­ce o mais absoluto sucesso. objetivando me­lhores eondícões de desenvolvimento dasuinocultura riacíonal,

O SR. ANTôNIO MORAIS (MDB - CE.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,81'S. Deputados. tenho certeza absoluta deque, nesta Casa. em relação aos problemas doCeará, me transformarei numa espécie deJoão Batista clamando no deserto. Porém,sou daqueles que acreditam na sabedoriapopular; "Água mole em pedra dura, tantobate até que fura". Assim, vou insistir, atéque um dia essa gente se canse de ver seunome exposto, por serem administradoresruins e irresponsáveis, e resolva cumprirpelo menos o seu dever, aquilo que deveriaser o lema principal de sua administração.

Na realidade, fazemos questão de nostransformarmos em advogado da causamaior do professorado primário de nossat .. rr-a., <:::luas!'! diartamerrte recebemos deze-

vivem abandonadas pelo Poder Público, en­tregues à própria sorte em Estados aindasubdesenvolvidos coma o Ceará e algunsoutros do Norte e Nordeste. Recentemente,recebi carta de uma professora de Jucás,pequena cidade do Ceará, situada nas pro­ximidades de uma grande cidade, Iguatu,nos seguintes termos:

"Jucás, 4 de julho de 1975

Prezado Morais, um abarco sincero.

Desde que falei com você, recebi o apoiopara lhe escrever; cá estou a comuni­car-lhe algo que me interessa, e o façoporque sei que você é um dos Deputadosmais jovens, mais cultos e de persona­lidade mais elevada do Ceará.Era uma professora municipal. Ganha­va apenas Cr$ 30,00 mensais e nuncarecebia os vencimentos. Trabalhei trêsanos, mas faltando-me a paciêncía porreceber humilhações e piadas, abando­nei o cargo; o Prefeito não teve a mí­nima compreensão, e não recebi os ven­cimentos. Ainda hoje está-me devendosete meses, o que dá a importância deduzentos e dez cruzeiros.Ensinava também a Educaçã.o Integra­da. Ensínei apenas 4 meses, com a re­muneração de duzentos cruzeiros men­sais, mas nunca recebi qualquer paga­mento. Portanto, o Prefeito José Fa­cundo Filho deve a mim um total demil e dez cruzeiros. Como ele disse quenão me pagava, o melhor meio queachei foi abandonar os dois cargos.

Se eu soubesse que o Prefeíto não pa­gava aos funcionários, não tinha mesubmetido a isto; todavia, só tentei en­sinar, porque tinha necessidade. Soupobre, filha de agricultor, órfã de pai,e mamãe está inválida, e eu nem con­dições físicas tenho, porque sou aleija­da dos pés.Mas, mesmo que eu nunca receba estesvencimentos, será uma satisfação imen­sa ver publicada pela imprensa. paraque o mundo saiba, que no Municipiode Jucás. no Estado do Ceará, existe umPrefeito péssimo, o Sr. José FacundcFilho.Por conseguinte, despeço-me atencio­samente. Uma ex-professora; uma ami­ga do Morais.Deus ilumine os seus caminhos. Assi­

no-me. - Josefa Gomes de Alencar."

Acha, a professora, na sua ingenuidade,que o mundo inteiro irá saber que no Mu-nícípío de Jucás, no Ceará. existe um péssi­mo Prefeito, o Sr. José Facundo Filho.

Sr. Presidente, esta é uma pequena de­monstração do estado de total abandono emque vive o magistério primário e secundá­rio do Ceará.

Diz-se que aconteceu, neste País, o rnila­gre da educação. Considero, no entanto, quea situação educacional hoje é pior do quenunca. Traremos denúncias como esta,sempre que necessário, à tribuna, a fim deque o povo, a imprensa e o Parlarnento na­cional saibam que, pelo menos no Ceará- onde conheço o problema - a educaçãoé deficiente, por culpa única e exclusiva denossos governadores e prefeitos, principal­mente do Prefeito da nossa Capital.

O SR. JOEL FERREIRA CMDB - AM.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,quando o Brasil se defrontou com a Segun­da Grande Guerra, teve de lançar mão deseus filhos para defender o solo pátrio noscampos da Itália e para buscar látex nasselvas da Amazônia riara a tabrícacão de

eles, de nada adiantaria a luta dos soldadosnos campos de batalha.

° Governo, mui justamente, apesar decertas restrições, protegeu os que lutarampelo Brasil na Itália, quer através da redu­ção de tempo de serviço para efeito deaposentadoria, ou dando-lhes preferênciaao procurarem emprego. Teve, enfim, ocuidado e o patriotismo de amparar o sol­dado brasileiro que lutou nos campos daItália.

No entanto, para os milhares que traba­lharam nas selvas agrestes da Amazôniaem busca do látex para a fabricação dospneus, até hoje nenhuma providência obje­tiva adotou.

Depois de Insístírmos no asunto duranteoito ou dez meses, nomeou o Governo umaComissão, composta de dez membros - per­tencentes aos vários Ministérios - para es­tudar o problema. Até hoje, porém, essa Co­missão, lamentavelmente, não apresentounenhum trabalho concreto, que eu saiba.Assim, o chamado "soldado da borrachacontinua desamparado, abandonado e namiséria, sem que para ele alguém volte asvistas.

Para concluir, 81'. Presidente, em nomede milhares desses soldaos, reitero meu dra­mático e veemente apelo ao Sr. Presidenteda República, no sentido de que seja exa­minado o relatório da Comissão por ele no­meada, a fim de que se faça algo em favordaqueles que, tão bravamente - como osque estiveram nos campos da Itália - lu­taram no interior da selva da Amazônia.

O 8R. INOCÊNCIO OI,IVEIRA (ARENA ­PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs Deputados, há administra­dores que se consagram com pouco tempode desempenho no cargo, pela maneira se­gura e eficaz com que atuam. Um dessesadministradores é o Dr. Angelo Calmon deSá, atual Presidente do Banco do BrasilS.A., a quem neste momento rendo minhashomenagens, ao mesmo tempo em que so­licito a S. s.a seja instalada uma agênciado estabelecimento que preside na cidadede Pesqueira, Pernambuco.

Trata-se de justa reivindicação, pois Pes­queira, IDealizada no Agreste pernambuca­no. a 214 km de Recife, possui uma popula­ção de mais de cinqüenta mil habitantes.Com uma área de 961 kmz. fazendo da agro­pecuária importante suporte econômico,sem se falar em parque industrial razoável,Pesqueira é um dos primeiros Municípios dointerior pernambucano.

No setor agrícola, a cultura de toma.te éhoje a mais importante atividade econô­mica. Colocado entre os maiores produto­res do País, Pesqueira fornece matéria-pri­ma para as indústrias locais e para algu­mas do Sul. AInda no setor agrícola, des­tacam-se as culturas de goiaba, banana(largamente utilizadas na fabricação dedoces), cenoura, feijão e mamona. .

No setor pecuário, Pesqueira conta comimportante bacia leiteira, havendo no Mu­nicípio uma unidade de inseminação artí­ficial que, juntamente com o Posto de as­sistência Veterinária, atende aos pecuaris­tas locais e da região circunvizinha. Hátambém um posto da CILPE, que absorvea produção leiteira.

Quanto ao setor industrial, estão localiza­das no .Município importantes indústriasalimentícias, que produzem extrato de to­mate, doces, compotas e sucos tropicais.Essas indústrias absorvem toda produçãoagrícola do Município e da região corres­pondente, oferecendo um regular númerode empregos diretos, estáveis e razoável ren­dimento econômico. Possui também bem

Page 27: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 mARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n Terça-feira 19 5963

cías, além de atuante cooperativa agro­pecuária.

Importante centre c~l~ural. do E~tado,pois pelo seu antigo GinaslO orísto-neí pas­saram várias gerações de sertanejos quehoje ocupam importantes cargos públicos,desempenham elevadas funções na inicia­tiva privada e no mundo das letras, ~e~­queira possui 10 grupos escolares, 3 gma­sios e 3 colégios.

Após traçado um perfil singelo da s.it.u~­ção sócio-econômica-cultural do MumclplOde Pesqueira, acreditamos no acolhimentodo nosso pedido de instalação de uma agên­CIa do Banco do Brasil, pois, assim fazendo,estará o Presidente Angelo Carmon propor­cionando mais um fator de desenvolvimen­to a tão ímportante comuna pernambuca­na.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - RS.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente Srs. Deputados, quando o eminen­te Presidente decretou o mar territorial deduzentas milhas marítlmas, antes mesmoque o meu partído se manifestasse, telegra­fei a S. Ex.a. testemunhando a minha inte­gral solidariedade. Logo após, o MDB, porunanimidade, pronunciou-se a favor daoportuna e patriótica medida.

Pais de dimensões continentais, com ex­tenso litoral, não poderia tomar outro ca­minho. Além disto, seguiu o exemplo de ou­tros povos.

Enquanto numerosos países se solidariza­ram com a tnlcíatãva brasileira, os EUA semanifestaram reticentes e até contrariadoscom a política brasileira nesse setor. Acos­tumados a intervir em assuntos internosnas Américas e em outros continentes, osnorte-americanos consideram-se ofendidossempre que qualquer País toma posições emdefesa dos interesses nacionais. Denotadosna Ásia, perdendo terreno no Oriente Mé­dio acossados no caso de Cuba, mesmo as­sim os EUA insistem numa política odiosajunto às Américas. Pisando em terreno fal­suo parecem não se dar conta de que suainfluência junto aos países americanos es­ta decrescendo à medida que passam osdias. Pior de que isto: estão contribuindopara a ecmunízaçâc das Américas com suapolítica odiosa é espolíatãva.

Não foi sem razão que o famoso PadreLebret, em seu notável livro "Suicídio ouSobrevivência do Ocidente?", dísae, commuito acerto:

"Enquanto o Ocidente e o capitalismoocidental não compreenderem o verda­deiro alcance do descontentamento dospovos subdesenvolvídos, a paz - na me­dida em que possilita a propaganda docomunismo no seio desses povos, sem apossibilidade inversa de ati.ngir o mun­do sovietízado - cooperara para a co­munízação do mundo".

A ganância desenfreada dos EUA, no en­tanto, faz com que advertências como estascaiam no vazio ...

Não satisfeitos ainda, agora os EUA estãochegando ao ponto de sugerir o reestudodas duzentas milhas marítimas. Além devergonhoso, isto é revoltante.

Se for este o objetivo da visita do Secre­tário Kissinger, ao Brasil, convém que S.Ex.a. continue na América do Norte, ou quevá tirar férias em Cuba.

O Governo do Brasil, com o apoio de to­dos os brasileiros, não deve e não pode abrirmão de nada. Se pregamos a autodetermi­nação dos povos, devemos dar o exemplo emcasa. Basta de interferências, venham elasde onde vierem. O Brasil é dos brasileiros edeve ser governado de acordo com os in­teresses do Brasil.

o SR. SÉRGIO MURILO (MDB - PE.Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Pre­sidente Srs. Deputados, Pernambuco já foio prin~ipal pólo econômico do Pais ~ atéo principio do Século era, pelo menos, Iguala São Paulo. Dessa época para cá, foi sen­do deslocado da sua posição relativa noPais, a ponto de sua participação noProduto Interno Bruto, de 35%, passarpara 4,5%; e o seu grçamento, que. emuno era igual ao de Sao Paulo, reduziu-sea 5%.

Esse empobreeimento deve-se à def_asa­gem econômica do Nordeste em relaçâo aoutras regiões, e se acentua cada vez mais,

O grande desafio para o desenvolvimentoé a eliminacão ou neutralização dos fatoresque, hístortcamente, for.am_respon~áv.eis pe­lo processo de dtferencíaçãc economica re­gional.

Em Pernambuco, a principal fonte de ri­queza continua a ser a cana-de-açúcar,cuja área de cultivo é de 350.000 hectares,o que representa um percentual. de 22,71%do seu território e lhe confere, ainda, a po­sição de segundo maior produtor de açú­car do País.

Na análise da economia açucareiro, na­cional no que diz respeito ao comércio ex­terior' com a suspensão da vigência dascláusl~las do Acordo Internacional do Açú­car de 1958, abriu-se para o Brasil o mer­cado livre mundial, o que trouxe novas pers­pectivas para a produção açucareíru.

Em decorrência, o Instituto do Açúcar edo Alcocl se propôs empreender um pro­grama visando ao fortalecimento da agro­ínnústría canavieira. Cuidou o Governo deassegurar o processo continuo de inovaçõese melhoramentos em todo o conjunto de fa­tores que determinam a eficácia do desen­volvimento tecnológico da agricultura e daindústria canavíeíra, visando a tornar oPaís o líder mundial em produção de açú­car de cana.

Governo e produtores agrícolas uniram­se na tentativa de obter a máxima produ­tividade de ação conjunta, a fim de aten­der à expansão do mercado externo. Em1973 o açúcar representou cerca de 9% dovalor global das exportações brasileiras,tendo alcançado quase 16% em 1974.

Pelas eondícões ravoráveís do produto nomercado internacional, a tonelada métricado açúcar exportado alcançou, no exterior,o preço de até 1.400 dólares.

Apesar disso a estrutura social e econô­mica dos for~ecedores de cana continuaprecária sobretudo no Nordeste, especial­mente ~11; Pernambuco. Divididos em mi­nifúndios ou em latifúndios parcialmenteexplorados, os fornecedores lutam comgrandes dificuldades, enquanto o Çl-overnoconfisca elevado percentual da receita pro­veniente da exportação do açúcar, provo­cando revolta e desestimulo. O Fundo Es­pecial de Exportação, formado pelo contís­co cambial consiste em recursos pertencen­tes a todo~ quantos partícipam da forma­ção dessa riqueza através da cultura e daindustrialização do açúcar.

Depois de longos debates, durante o I!IEncontro Nacional dos Produtores de Açú­car que se realizou na semana passada nacidade de Campos, ficou evidenciado quea economia açucareiro, no Brasil só cOI~­seguirá manter o seu ritmo de desenvolvi­mento se for resolvido o problema da pro­dução de cana, atualmente o maior _fatorlimitador do crescimento da produção deaçúcar.

Segundo declarações de ilustres lideresda classe muito melhor do que receber em­préstimos do Governo seria participar, de

modo mais equânime, da renda gerada pe­las exportações.

Em Pernambuco os produtores de cana­de-açúcar estão ínsastíreítos com os preçosagrícolas fixados no setor canavíeiro. Con­tra Cr$ 98,70, determinados pelo IAA portonelada, os fornecedores locais pleitearamCr$ 123,00, que representam o custo de pro­dução, segundo recente estudo elaboradopela Assocíação dos Fornecedores de Canade Pernambuco, no qual o DepartamentoTécnico Agronômico daquela entidade fezampla análise dos custos com o preparo desolo, adubação, tratamento fitossanitário eda diversidade de fatores econômicos queínfluem sobre os custos finais, como, porexemplo: a escala de produção, valores deinsumo, localização da propriedade em re­lação à usina e diversidade de recursos na­turais.

Impõe-se, portanto, o atendimento àsjustas reivindicações dos plantadores de ca­na sem que se onere o consumidor. É bas­tante que o Governo corrija o exagero doconfisco cambial, que poderá ter melhordestinação na própria economia canavteí­ra, vinculado à melhoria da organizaçãosocial, ou seja, da vidro dos trabalhadores eda justa retribuição aos que produzem.

A verdade é que os problemas da lavou­ra canavíeíra se estão agravando. O plan­tador de cana sente-se esbulhado no seuesforco diante do confisco do preço do pro­duto "no mercado externo. E a massa anô­nima dos trabalhadores em canaviais en­contra-se, nos dias de hoje, mais empobre­cida do que nunca. Todos os chamados in­dicadores sociais confirmam essa asserti­va revelando o aumento dos coeficientes demortalidade infantil, decorrente da desnu­trição das gestantes e ascensão das taxasde mortandade geral nas zonas rurais, pre­dominantemente canavíeíras de Pernam­buco.

Urge reformular a política açucareira, en­veredando-se por outros caminhos para asolução dos problemas canavíeíros, aten­dendo-se ao levantamento exato dos custos,devolvendo-se aos que produzem a riquezagelada com c seu laborioso trabalho, ado­tando-se um plano de aplicação do FundoEspecial de Exportação, vinculado à me­lhoria da produvididade agrícola e das con­dições gerais da produção canavíeíra.

É o que está Pernambuco a exigir emdefesa do suporte básico da sua economia.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ.Pronuncia o seguinte díseurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, enquanto nào t: "er­mos uma visão perfeita da importância dosmunicípios na estrutura social, econômicae política do Pais e não favorecermos f S: rsunidades administrativas com todos os re­cursos de que carecem, sem os ônus da cor­recão monetária total e dos juros elevados,todo o sistema de implantação de uma po­Iítíea desenvolvírnentísta brasileira estaráfalhando.

De há muito se vem sentindo estar o Po­der Central dispensando tratamento dife­rente, no que tange à assistência financeiraaos municípios, comparando-se com estamesma assistência dada às empresas públi­cas e privadas.

Ao município se onera COm a incidênciade juros e correção monetária. As empresassão tratadas com mais liberalidade.

Quando um município busca recursos daCaixa Econômica Federal para financiarqualquer de seus proj etos, os meios solici­tados são concedidos, cobrando-se, no en­tanto, juros de 12 por cento ao ano e cor­reção monetária integral.

Page 28: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5964 Terça-feira 19 D>IÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1975

Em 1974 esta eorrecão monetária atíngluíndices elevados, chegando à casa dos 35por cento. Somando-se este percentual aodos juros cobrados, verificamos que os mu­nícipíos foiam onerados,' em seus, emprés­timos tomados nos estabelecimentos oficiaisde crédito, em cerca de 47 por cento.

Em contrapartida, no mesmo período, oBanco Nacional de Desenvolvimento Eco­nômico emprestava dinheiro às empresas_ públicas e privadas - a juros de 3 a 5por cento, com correção monetária fixa de20 por cento.

Sr. R'residente, nós, que vivemos a percor­rer o interior de nossos Estados, conhecen­do as lutas e dificuldades em que se envol­vem os milhares de prefeitos interioranospara bem conduzir os destinos de suas co­munidades, não podemos silenciar ante estasituação um tanto estranha e indesejável.

Os índices de cotrecão monetária e maisos juros exigidos dos muntcír-íos Delas esta­belecimentos oficiais de crédito impedem arealização de um programa bem elaboradode governo, tolhem 01\ Vereadores na indi­cação de obras e no requerimento de me­dida~ protetoras do povo e seu bem-estarsocial, emperram o progresso e lançammuitas ·cidades e distritos praticamente aoestágio de subdesenvolvimento.

Não nos opomos aos estudos e medidasdo Governo que visam a beneficiar o povode forma direta, através programas reali­zados pelo Poder Executivo. Mas cremos naeficiência desta atuação de forma indireta,através dos executivos municipais, restritosem seus recursos e endividados para com oGoverna da União, nas instituições de cré­dito por ela mantidos.

Não cremos ser justa toda e qualquer ini­ciativa que permita o enriquecimento doPais através da empobrecimento das comu­nitlades basilares, as munícíptos. depois ::letodos os atos moralizadores praticados pelaRevolução, condenando a ganância, o juroexcessivo e o enriquecimento ilícito.

E os nossos municípios não merecem lhesseja dispensado tratamento diverso ao dadoa empresas que buscam enriquecimentoatravés aumento de seus capitais e fazemdo empréstimo apenas um meio de obterrecursos de giro, não comprometidos com ocapital social.

Os municípios não são empresas, não têmlucros. Os impostos que arrecadam. geral­mente elevados diante do poder aquisitivoe da receita média dos municípios. nãochegam para suas despesas mais imediatase não podem ficar comprometidos nara pa­gamento de juros e correção monetária.

Queremos apelar ao Sr. Presidente daReuública e aos Ministros da Fazenda e eloInterior para que revejam esta situação,dispensando um melhor tratamento aosmunicípios brasileiros, quando necessitamde empréstimos dos organismos orícíaís decrédito.

O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RJ.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­presidente, Srs. Deputados, o anunciado"Projeto Baixada", patrocinado Dela INPS,dentro do organograma de atendimento emtodas as especialidades médicas. vem deinstalar dois novos Postos de Emergência eAssistência de Pronto Atendimento, dotadosde Serviço Odontológico. funcionando emregime de 24 horas, na localidade de Man­tíqueíra, 4.0 Distrito de Duque de Caxias,Estado do Rio. em convênio com o Hosuitaldo SASE (Serviço de Assistência SoelalEvangélico). Até aí tudo justo e perfeito,tendo em vista que os trabalhadores daF~hrica Nacional de Motores passarâo agozar de melhor assistência do INPS, atra-

vês do referido nosocõmío que, para tanto,necessita ser devidamente aparelhado.

Acontece, porém, que outros importantesDistritos - localidades onde estã-o sediadasa Refinaria Duque de Caxias, da PETRO­BRÁS, e inúmeras indústrias de igual ca­tegoria - também precisam de Postos deEmergência e Assistência de Pronto Aten­dimento, Assim é que Imbariê, sede do 3.0

Distrito; campos Elyseos, sede do 2.0 Dis­trito de Duque de Caxias; Vila Inhomirim-­Piabetá, 6.0 Distrito; Santo Aleíxo, 2.0 Dis­trito; Guapimirim, 3.0 Distrito de Magé,aguardam a adoção de idênticas medidaspor parte do INPS, a fim de que o feste­jado "Projeto Baixada" não se transformeem mais um instrumento politico, tendentea fabricar heróis de batalhas perdidas.

Sr. Presidente, os trabalhadores da Bai­xada Fluminense não necessitam de dona­tivos. benesses ou dádívas. mas. sim deuma mais eficiente prestação de serviço doINPS, que poderá ser alcançada com a des­burocratização e descentralização de suasatribuições específicas, com a criação dePostos de Emergência nas localidadesde maior densidade demográfíca.; maiornúmero de leitos nos Hospitais e Casas deSaúde da Região; adoção de normas maiseficazes, tendentes a reduzir o índice deacidentes no trabalho; o atendimento dasdemais reivindicações virá com o tempo, seassim entenderem os homens de boa von­tade da Situação.

Já não é preciso dizer mais nada parajustificar os anseios das populações obrei­ras da Baixada Fluminense. Isto chega.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES(ARENA - RS. Pronuncia o seguíntc dis­eurso.) - sr. Presidente. 81'S. Deputados, éinteressante destacar quanto pode o homeminovar sempre que se dispõe a colocar asua imaginação. o seu esforco e o seu tra­balho em favor de uma nova idéia e de umanova causa. Tudo aquilo que diz respeito àmelhoria, que há ser constante e sucessiva,das nnsS?S c"nilinfíe~ di> t"a"glhfl nn >'10iorural, deve merecer o apoio e a solldarle­dade permanentes dos Governos e de tcdos.

É o caso de uma das várias e valorosasiniciativas do Governador Guazzelli. quedespertou. logo de início. o maior interessee a solidariedade da ponulação gaúcha aoIancar, por intermédio do Dr. Getúlio Mar­cantônío, Secretário da Agricultura do RioGrande. a "Operação Verde".

A restauração das nossas matas em pro­cesso intensivo de devastação. reduztdas a2% da área total do Estado gaúcho. quando40% dessa área já constituiu as reservasflorestais do Rio Grande do Sul, mereceo aplauso e a cooneração de todos os gaú­chos. principalmente de nós. DeputadosFederais, representantes do povo rio-gran­dense.

A "Oneracão Verde". com a colaboracãodos Poderes Públicos, dos Municípios e doMovimento Tradicionalista Gaúcho (MTG),todos empenhados em levar avante o planoem boa hora iniciado pelo GovernadorGuazzelli, tem uma base natívísta muitogrande.

Ao plantarmos, respectivamente. um Ipê,árvore símbolo do Brasil, uma Figueira eum Umbu, representativos da flora nativados rincões gaúchos. estaremos cooperandocom o desenvolvimento da nossa Pátria epreparando a sombra do futuro, na lem­brança da frase de Rui Barbosa: "Os íme­díatístas plantam a couve, para o alimentode amanhã; os idealistas plantam o carva­lho, para a sombra do f'ltnro". com" mrrltobem realça o tradicionalista GuilhermeSchultz Filho em seu belissimo trabalhosobre o assunto.

O povo gaúcho, que tem lançado sempreas idéias de um Brasíl-brasilelro para asgerações futuras, herança recebida dos an­tepassados, por intermédio do GovernadorSinval Guazzelli, também quer ajudar erestituir à natureza os bens com que Deusnos presenteou, repondo as árvores que oprogresso foi depredando através dos tem­pos.

Parabéns ao Governo do Rio Grande doSul na pessoa de nosso digno GovernadorGuazzelli e na do Dr. Getúlio Marcantônío,ilustre Secretário da Agricultura.

A batalha teve começp e, mais uma vez,seremos vitoriosos, e o Rio Grande do Sule o Brasil todo, desenvolvido o culto à na­tureza, viverá feliz em pleno equilíbrio eco­lógico.

O SR. JORGE ARBAGE (ARENA - PA.Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, o assunto que abor­do nesta tarde é daqueles que interessammuito de perto ao povo brasileiro, posto quese refere ao pagamento de parcelas cons­tantes da semestralírlade a que estão sujei­tos os alunos matriculados em estabeleci­mentos de ensino não estatais.

Para dar maior ilustração ao fato, tenhoem mãos o chamado Regulamento Finan":cetro inserido no verso de um earnet de pa­gamento da Associação Paraense de Ensincie Cultura - ASPEC, que impõe as seguin­tes normas:

"1 - a matrícula só será concedida aoaluno que estiver quite com a Tesoura­ria da Associação e que pague, no ato.,pelo menos, a primeira das seis (6) pan­celas constantes da semestralídade;

2 - para efeito de aplícação deste Re'­gimento, semestralidàde é considerada acontraprestação pecuniária, paga peloensino ministrado no respectivo períodoletivo;

3- a contraprestação pecuniária é de­vida por periodo, letivo e a ausência ouretirada do aluno não dá direito à res­tttuíção, nem o isenta do pagamentointegral da semestralídade e damais ti;i..,.xas escolares;

4 - em nenhuma hipótese haverá de­volução de importâncias pagas relativa­mente a matrículas efetuadas;5 - a matrícula neste período letivonão implica obrigatoriamente, de par­te da Associação ou do aluno, sua reno-vação no próximo período; ,6 - a matrícula obriga o aluno ao pa­gamento da semestralídade, por Inteiro;7 - as taxas por serviços especiais e&­tão fixadas neste oarnet, obedecidas,quando for o caso, as decisões da Co­missão de Encarregados Educacionais,junto ao Oonselro Federal de Educação,do Ministério da Educação e Cultura(Parecer ri.? 1.078/73 - 6-2-73 ....,.CFE)."

Com respeito às normas acima referidas,Sr. Presidente, nada temos a objetar, senãoquanto à estabelecida no item 3, parte final,que obriga o aluno ao pagamento integralda semestralídade e demais taxas escolaresmesmo em caso de ausência ou retirada,sem ressalvar os motivos que muitas vezesnão resultam de vontade própria do inte­ressado, mas de força maior.

Este, porém, não é o caso especial que metraz à tribuna desta augusta Casa, porémaquele em que o aluno ou seu responsávelestá obrigado ao pagamento da multa de10% incidente sobre o valor das parcelasconstantes da semestralidade quando ven­cidas e não resgatadas nos prazos fixados,sendo o pagamento exigido pelos estabele­cimentos bancários como condição "síne

Page 29: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5965

quanon" para a expedição da competentequitação.

Ora, Sr. Presidente, precisamos conside­rar esta grande verdade relativamente aoensino pago neste País: grande parte dosalunos que cursam o 1.0 e o 2.0 graus des­cendem de pais pobres, integrantes da cha­mada classe média, cuja sobrevivência sefunda no recebimento de salários, com osquais têm .de alimentar, calçar, vestir, ad­quirrr medicamentos e ainda, com a redu­zida poupança que lhes sobra, pagar colé­gio para os filhos.

Poder-se-ia exigir maior sacrifício e ab­negação de um Chefe de família neste Paísdo que esse, de vê-lo educar os filhos àcusta de abençoadas economias, poupadasmuitas vezes com a supressão de algumasrefeições ou da compra de peças de vestuá­rio indispensáveis?

Meu propósito, Sr. presidente, ao enfocaro assunto neste Parlamento, não é em abso­luto o de reclamar contra o preço das ma­trículas e das parcelas reiatívas à semes­tralídade cobrado atualmente pelos estabe­lecimentos de ensino particulares, isto por­que reconhecemos que estão adequados àpresente conjuntura, tanto assim que con­tam, segundo me parece, com a aprova­ção e fiscalização do Conselho Federal deEducação, do Ministério da Educação eCultura.

Desejo, no entanto, isto sim, Sr. Presi­dente, procurar sensibilizar o espirito e ocoração do honrado Senador Ney Braga,Ministro da Educação, para que adote pro­vidências imediatas, no sentido de impe­dir a cobrança, pelos estabelecimentos ban­cários e pelos colégios particulares mteres­saclos, das parcelas constantes da semestra­lídade vencidas e não pagas nos respectivosprazos com o acréscimo da multa de 10%,como vem sendo feito, considerando paratanto, e em primeiro lugar, que a data dopagamento dos que vivem de salários, sejano setor público, seja no privado está su-jeita a variações. '

Por outro lado, a incidência desse per­centual à guisa de multa onera 08 orça­mentos domésticos de uma classe que nãodispõe de outras fontes de recursos, a nãoser dos salários com os quais atende a to­das as necessidades inerentes à família.

No instante em que presenciamos o Go­verno do honrado Presidente Ernesto Geiselpreocupar-se com a solução dos problemasmais ligados aos interesses do povo numademonstração Inequívoca da sua profundavocação patriótica e cristã, não temos ra­zões para duvidar de que o nosso apelo aos~. Ministro da Educação, mereça, de íme­díato, a ressonâncta necessária para obje­tivar as providências que todo o País esperade S. Ex."

Era o que tinha a dizer.·0 SR. HILDÉRICO OLIVEmA (MDB _

BA. Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr.Presidente, Sl"l'l. pe:putados, o Municipio deMorro do Chapeu e um dos mais belos doEstado da Bahia. Situado numa região declima frio, assemelha-se a munícípío sul­brasileiro. Com uma reserva biológica sa­tisfatória, Morro do Chapéu acolhe umnúmero relativo de turistas, mormente noverão. Esse município zoí, outrora, granderegião aurífera. Dista 388 km de Salvador.

Todayil1., 81'. Presidente e 81'S. Deputados,o motivo de ocuparmos a tribuna destaCasa, neste momento, prende-se ao fato detomarmos conhecimento de que Morro doChapéu está sendo devastado por comer­cíantes de madeira, por contrabandistas deplantas ornamentais e também por agri­cultores que, sem nenhuma força impedi­tiva. desmatam áreas para formação deroças.

O Prefeito Municipal, Sr. Odilésio CostaGomes, já denunciou o fato, embora talassunto, diga-se, seja pertinente à compe­tência estadual. Mesmo assim o Prefeitosugeriu ao Governador do Estado um apu­rado estudo da área, a fim de que sejamtomadas medidas conciliatórias que visema; resguardar não só o interesse dos possel­ros, como também do próprio Estado.

Sr. Presidente, não só a região sul da.Bahia é devastada, desmatada; se nãohouver fiscalização urgente, teremos deverificar, tristemente, que uma reserva de15.000 hectares poderá ser desmatada.Preservemos tal área, pois, acima de tudo,ali se encontram várias atrações turísticas,destacando-se, dentre elas, as cachoeirasdo Agreste e do Ferro Doido. Entretanto,causa-nos pesar o fato de que os posseirosandem, ali, em grande atividade, formandonovas roças. O objetivo principal é receberuma indenização, quando aquela área foroficialmente delimitada.

Para finalizar, 81'. Presidente, estranha­mos a omissão do IBDF quanto à fiscaliza­ção de uma faixa territorial tão importan­te. Destarte, lançamos nosso apelo ao IBDFpara que, ao tomar conhecimento de taldenúncia, providencie com urgência as me­didas necessárias afetas a tão triste si­tuação.

O SR. FRANCISCO LIBARDONI (MDB ­SC. Pronuncia o seguinte dlscurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, ainda está longeo tempo em que o consumidor brasileiro háde merecer a proteção do Estado contra amá qualidade dos produtos industrializadose vendidos no País, cada dia mais caros, em­bora piores na matéria-príma aplicada e noacabamento ministrado.

A diminuição do custo da fabricação pelouso de material inferior não é levada emconta quando da majoração do preço parao consumidor. Assim, um automóvel fabri­cado no ano de 1970 é de melhor qualidadeque o fabricado em 1975 - mais frágil epossuindo um sem-número de peças e aces­sórios plásticos, que substituem o metal an­teriormente usado.

As lâmpadas elétricas, cada vez menosduráveis, são outro fator de escândalo nes­te processo de deterlorízaçâo dos produtosde fabricação nacional.

O Governo sabe desta manobra das in­dústrias de lâmpadas e luminárias, mas na­da tem feito de positivo em favor do con­sumidor, que se vê espoliado por este pro­cesso de avanço em sua economia.

Na indústria de calçados o tenõmenc é omesmo, sendo o couro substituído pelo plás­tico .em imitação de couro. E os preços doscalçados somente barateiam em termos deexportação, onde é mantida a boa qualida­de, tradicional dos calcados brasítéíros.

E não vive o consumídor brasilei;o logra­do apenas quanto à qualidade dos produtosindustrializados e vendidos rio País. l!: eletambém vitima da propaganda rantasíosainverídica, da venda de produtos inexisten~tes nos estoques e de alimentos deteriora­dos. Os comerciantes são protegidso pelosCartórios de Protestos e pelos Serviços deProteção ao Crédito. Ao consumidor brasi­leiro é dado apenas o dever de pagar sematrasos, acumulando juros somados ao pre­ço total da mercadoria, inclusive o valorda importância paga como entrada, no sis­tema de crédito.

É, pois, justo procurar saber a quem re­clamar, no Brasil, quando as compras nãosão entregues; quando as mercadorias es­tragadas não são trocadas; quando umaparelho eletrodoméstico ou mesmo um au­tomóvel não recebe as garantias prometidaspelos seus vendedores; quando as fórmulas

mágícas anunciadas não recompõem asenergias ou os cabelos perdidos com o tem­po e nem tornam as camisas, a roupa dacama ou os dentes mais brancos.

E logo concluiremos que, no Brasil, estasreclamações não p-odem ser feitas: não háquem as receba. São vitimas deste descasodo Governo cerca de 45 milhões de consu­midores, que gastam no Brasil mais de 85%de sua renda. O Japão consome, atualmen­te, 65% de sua renda. Estes consumidoresjá significam um mercado numerícamentebem superior, por exemplo, ao de diversospaíses europeus, ao do Canadá ou ao daAustrálía, De acordo com dados orícíaisquer isso dizer que, num produto intern~bruto de 380 bilhões de cruzeiros, mais de:300 bilhões serão consumídos.

Creio que o Brasil comporta a criação depequenos tribunais organizados de formaa dar um ritmo sumaríssimo aos processosde reclamação do consumidor contra a máqualidade dos produtos consumidos. peloengodo nos direitos de garantia, pela nãoentrega das mercadorias adquiridas ou con­tra a extravagante publicidade de fórmu­las mágicas e inadequadas.

O consumidor brasileiro não pode con­tinuar sendo vítima de processos mutila­dores de seus direitos desprotegidos. É comose não houvesse - e de fato não há - odireito do consumidor, a quem somente sãoatribuídas responsabilidades.

Quero, Sr. Presidente, registrar minhamais profunda preocupação em face jainoperância dos poderes públicos, notada­mente por parte do Ministério da Indústriae do Comércio, no que concerne à proteçãoao consumidor brasileiro, eterna vítima deum processo que finda no v,azio, pois nadaexiste de sério e substancioso que o proteja,senão leis, portarias e regulamentos espar­sos, insuficiente para a finalidade que osgerou.

Deve o Governo promover uma campa­nha séria, bem planejada e urgente, visan­do a esclarecer o grande público sobre )8se.us direitos, criando-se, simultaneamente,leis, regulamentos e portarias que discipli­nem a indústria e o comércio, protegendoo consumidor nos seus direitos, sobretudofazendo que os preços sejam ajustados aovalor do produto oferecido, fato que nãoocorre no momento, onde desde um auto­móvel até uma agulha, os preços cobradosao consumidor excedem, em muito. ao valorda mercadoria oferecida. E isto é uma rea­lidade incontestável - embora seja o pró­prio Governo quem determine os preços detodos os produtos existentes no mercadodo País.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JÚUO VIVEIROS (MDB - PA.Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente, 81's. Deputados, no Estado que te­nho a honra de representar - o Pará, con­tinua a imensa dificuldade para atendi­mente através do INPS. Os segurados sedeslocam para apanhar uma ficha paraatendimento às 2 ou 3 horas da madrugada,fazendo filas imensas em frente ao prédioonde funciona a repartição citada, e, namaior parte das vezes, não resolvem os seusproblemas de saúde. Principalmente em setratando de necessidade de operações ci­rúrgicas, internamento etc.

Assim, os segurados vagam, desesperadospor não terem condições de arcar com asdespesas de atendimentos particulares.

Além do mais, de acordo com as últimasnormas baixadas pelo INPS, as internaçõesdeverão ficar sob rigoroso controle "e asautorízacões obedecerão a uma série deprioridade, não podendo ser internados

Page 30: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5966 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Agosto de 1975

doentes com casos clínicos crônicos, casossociais, pneumonias sem diagnóstico rl!'dio­lógico, eardiopatías compensadas e híper­tensão arterial compensada", entre outrasdoenças.

'Também não poderão ser internados oscasos de "oligofrenias de qualquer nível,epilépticos, pslcótícos curados, com defeitoou remissão social, psicoses diversas, situa­das sob uso constante de psicotrópicos".

Sujeitas à autorízação e às disponi1?ili­dades orçamentárias ficam diversos tiposde cirurgia geral, ginecologia, urologia, pro­tología, oftalmologia, otorrino, vascularperiférica, ortopedia etc.

Assim, Sr. Presidente, Srs. Deputados, épreciso mais do que nunca atentar para asituação realmente calamitosa dos pobressegurados do INPS, príncípalmente de. E~­tados como o Pará onde f11~ quílométrí­cas aguardam, como dissemos, o rec~bi­mente apenas da ficha para um possívelatendimento futuro, que poderá vir somenteapós uma semana ou até mais.

Não podemos calar diante de tanto sofri­mento e por isso deixamos o nosso veemen­te protesto contra essa situação, brandandoum SOS em nome de todos os segurados doINPS do Brasil e principalmente do Pará.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. A. H. CUNHA BUENO (ARENA

SP. Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr.Presidente Srs. Deputados, venho, nestemomento 'ocupar a tribuna desta Casapara reverenciar a memória do nr. Ar­mando de Alcântara, falecido há poucosdias em São Paulo.

O Dr. Armando de Alcântara nasceu emCaravelas na Bahia, no dia 4 de setembrode 1890.' Cursou humanidades no LiceuAlagoano, em Maceió, formou:s~ em far­mácia, pela Faculdade de Medícína e Far­mácia de Salvador.

O elenco de suas atividades nos fala elo­qüentemente do seu espírito de serviço,dedicação e devotamento ao bem público.

Exerceu inicialmente a profissão de far­macêutico auxiliar na Santa Casa de Ml­sertcórdía, em Santos. Passou mais tardeàs atividades bancárias, ocupando os ele­vados cargos de Diretor do Banco do Es­tado de São Paulo, de 1936 a 1938, e o deDiretor da CACEX, no Banco do Brasil, em1951.

Foi membro representante do GovernoFederal na instalação do Tribunal Regio-·nal do Trabalho em São Paulo no ano de1937 e em 1959, ocupou o cargo de Pre­sident~ da Companhia Municipal de Trans··portes de São Paulo.

Seu trabalho não se limitou apenas àatividade administrativa ou ao serviçopúblico, mas cumpre destacar aqui suaatuação também na imprensa, sobressaindosua colaboração no Diário de São Paulo. Acrença no trabalho com os meios de comu­nicação, deu-lhe ânimo e coragem parafundar O Diário, em Santos, nos idos de1934.

Nem a idade avançada reservou-lhe umjusto e merecido descanso de suas inúme­ras atividades. Por isso mesmo, na fasefinal de sua vida, já cansado pelo peso dosanos, veio ocupar ainda o cargo de membrodo Conselho Fiscal da Companhia Antár­tica Paulista e do Conselho Consultivo daFundação Antônio e Helena Zerrener.

Eis aí, Sr. Presidente e Srs. Deputados,em rápidas pinceladas, a biografia do Dr.Armando de Alcântara.

Ao tsrmínar sua carreira, com mais de80 anos, podemos afirmar que o Dr , Ar-

mando de Alcântara soube fazer deste lon­go período de sua vida, presente de Deus,um serviço à coletividade.

Ele compreendeu que Deus, ao criar-nos,fez-nos seus colaboradores na construçãode um mundo melhor.

Entendeu que a vida é um crédito queDeus nos dá e é preciso fazê-lo produzirjuros através de nosso trabalho.

Os seus méritos continuarão a procla­mar sua' passagem entre nós, pois o quepermanece daqueles que partem para aeternidade são os seus feitos, suas boasobras e sobretudo sua capacidade de serviraos seus Irmãos.

O Dr. Armando de Alcântara foi casadocom D. Jacy Martins Alcântara, deixandoquatro filhos: D. Nilza, Dr. Luiz, casadocom D. Maria Dtel1a Graziano Alcântara,Dr. Armando, casado com D. Neide BrozaAlcântara e Dr. Roberto, casado com D.'I'elma Hirsch Alcântara e ainda váriosnetos.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, ao lem­brar nesta Casa a personalidade do Dr.Armando de Alcântara, quero externar ossentimentos de pesar que certamente per­passam pela alma de muitos concidadãosque o conheceram em vida e hoje sentemo infausto acontecimento e, ao mesmotempo, prestar merecida homenagem à suamemória pelos serviços prestados à nossaPátria.

O SR. GERALDO BULHõES (ARENA ­AL. Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr.Presidente, Srs , Deputados, o esporte bra­sileiro vence uma grande etapa em sua es­trutura organizacional quando chega a esteParlamento o projeto de lei originário doPoder Executivo, contendo o Sistema Es­portivo Nacional, resultante de profundotrabalho e de pesquisa realizados pelo. Mí­nístérío da Educação e Cultura. sob orien­tação direta do Ministro Ney Braga, ogrande artífice deste plano.

A matéria há de ser objeto de acuradosestudos nesta Casa, pois constitui verda­deiro instrumento de afirmação nacional einternacional de nosso desporto - respei­tado em todas as nações, embora sem or­ganização centralizada e cuidados vigilan­tes do Governo. Mas este sente agora o seudever e se faz abrigo e amparador das ati­vidades esportivas e de educação fisica, su­perando o tempo quando agia apenas comomero órgão financiador de delegações eequipes.

Aguardo, Sr. Presidente, com o mais vivoe patriótico interesse, o momento de dis­cutirmos e votarmos esta matéria, por todosos seus méritos, entre os quais o de fixara política nacional de educação física edesportos e definir o sistema desportivonacional.

Definindo, para os efeitos da lei que oCongresso Nacional vai decretar, o despor­to como sendo a atividade predominante­mente física, com finalidade competrtíva,segundo regras preestabelecidas, determí­na o projeto oriundo do Executivo que aUnião, os Estados, o Distrito Federal e osTerritórios conjugarão recursos técnicos efinanceiros para promover e incentivar aprática dos desportos em suas diversas mo­dalidades, cuja organização será livre à ini­ciativa privada, merecendo o amparo téc­nico e financeiro dos poderes públicos.

E o Ministério da Educação e Culturaelaborará o Plano Nacional de EducaçãoFísica e Desportos - PNED, observadas asdiretrizes da Politica Nacional de Educa­ção Física e Desportos, cujos objetivos bá­sicos são o aprimoramento da aptidão fí­sica na população, a elevação do nível dos

desportos em todas as áreas, a implantaçãoe intensificação da prática dos desportos demassa, a elevação do nível técnico-despor­tivo das representações nacionais e a difu­são dos desportos como forma de utilizaçãodo tempo de lazer.

É certo, pois, que o PNED atribuirá prio­ridade a programas de estímulo à educaçãofísica escolar, à prática desportiva de mas­sa e ao desporto de alto nível.

Mas, Sr. Presidente, ao lado das dotaçõesorçamentárias destinadas a programas,projetos e atividades desportivas, proveni­entes dos recursos do Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação, do Fundo deApoio ao Desenvolvimento Social e de ou­tras fontes, quero destacar também, noprojeto que vamos estudar oportunamente,o fato de o Sistema Desportivo Nacionalser integrado por órgãos públicos e enti­dades privadas que dirigem, orientam, su­pervisionam, coordenam, controlam ou pro­porcionam a prática do desporto no País,sendo reconhecidas as seguintes formas deorganização dos desportos: comunitária, es­tudantil, militar e classista.

É a perfeita integração de toda atividadeesportiva do País, amadorista ou profissio­nal, praticada em todos os níveis e áreas,tendo o Conselho Nacional de Desportos,do Ministério da Educação e Cultura, comoórgão normativo e disciplinador.

Creio ser esta iniciativa do Presidente,Ernesto Geisel das mais importantes doGoverno de S. Ex.a, pois vincula a educa­ção física e o desporto a todos os setoresde atividade administrativa e humana,criando condições inclusive para o estabe­lecimento de medidas de proteção especialdos desportos, pennitindo sejam abatidasda renda bruta ou deduzidas do lucro ascontribuições ou doações feitas por pessoasfisicas ou jurídicas às entidades esportivasque proporcionem a prática de pelo menostrês esportes olímpicos. Outro incentivoque merece ser divulgado: a isenção de im­posto quando da aquisíçâo de material eequipamentos esportivos.

Determina ainda o projeto que estamosabordando, no interesse de nos solidari­zarmos com o Presidente da República poresta medida pioneira e salutar, que "os ór­gãos oficiais incumbidos da concessão debolsas de estudo deverão concedê-las, pre­ferencialmente, aos alunos de qualquer ní­vel que se sagrem campeões desportivos,nas áreas estadual, nacional e internacio­nal, desde que tenham obtido aproveita­mento escolar satisfatório", considerandotambém "como de efetivo exercício, paratodos os efeitos legais, o período em queo militar da ativa, o servidor público ouempregado de qualquer empresa, pública ouprivada, estiver convocado para integrarrepresentação desportiva nacional".

Quero apelar a todos os membros desteParlamento no sentido de emprestarem obrilho de suas inteligências ao estudo destamatéria, llue vem dignificar a educaçãofísica e o desporto nacional, colocando oBrasil em condições de ombrear-se com osmais poderosos centros da cultura física domundo, sem receios de uma participaçãoque não diga de nossos valores e da ca­pacidade dos atletas brasileiros.

Nós que em Maceió assistimos no mêsde julho passado à juventude universitáriadisputar as várias modalidades desportivasintegrantes dos JogoS Universitários Brasi­leiros, sentimos de perto a oportunidadedeste projeto de lei que, recebendo a con­tribuição dos membros desta Casa, há deser um instrumento útil ao desenvolvimen­to esportivo e educação física de nosso povo,desde as crianças aos atletas profissionais.

Page 31: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5967

Louvo a iniciativa do Poder Executivo esinto que o Legislativo, no estudo da ma­téria, ainda muito pode fazer para o seuaperfeiçoamento, se assim entenderem osDeputados e Senaoores.

Era o que tinha a dizer.O SR. JOSÉ BONIFáCIO NETO (MDB ­

RJ. Pronuncia o seguinte dlseurso.) - Sr.Presidente, faleceu, na última quinta-feira,no Rio de Janeiro, o 'Dr , Henrique de To­ledo l)()dsworth, sem dúvida um dos maio­res Prefeitos que aquela cidade teve a di­rrgi-Ia ,

Professor e Diretor do Colégio Pedro Ir,mestre de Medicina, foi eleito à Câmara dosDeputados, mais de uma vez, pelo antigoDistrito Federal, onde se revelou oposicio­nista combativo e vigilante, exercendo osmandatos com brilhe e correção.

Sua acão decidida encontrou campoapropriado para patentear-se na Prefeituracarioca, que exerceu por mais de oito anos,de 1937 a 1945, a convite do PresidenteGetúlio Vargas, que muito o admirava.

Deu ele início à remodelação da cidade,realizando obras que o consagraram defi­nitivamente e o farão lembrado para sem­pre. Ai está a Avenida Presidente Vargas,que veio substituir várias ruas pequenas,cuja exístência o crescimento urbano nãomais justificava. ÉJ ela a via principal docentro, por onde se escoa um imenso trá­fego em todos os sentidos. Ai está a Ave­nida Brasil, de todos conhecida, que veioem lugar de um caminho tormentoso porentre os subúrbios. Trinta anos são passa­dos e, agora, os administradores se cons­cientizaram da necessidade de duplicá-la.Verdadeira estrada, faciütando o acesso àzona suburbana, ensejou, mais do que outrofator qualquer, o desenvolvimento de todaaquela extensa região. Aí está a AvenidaEdison Passos, que desbravou as belezasdo Alto da Tijuca, unindo o local com aZona Sul e Jacarepaguá.

Inaugurou-se, em seu 'tempo, a imagemdo Cristo Redentor, que preside e abençoatoda a cidade maravilhosa, tendo sua ad­ministração logo se preocupado em cimentara estrada que conduz ao Corcovado, hojenotável atração turística e um dos nossosprincipais cartões de visita.

Fundou o Banco da Prefeitura, o qual,depois, veio a presrdír, em dois mandatos,entidade essa que, com o rolar dos tempos,se transformou no poderoso BEG que aiestá.

Sr. Presidente, na vida politica, as mu­tações são constantes, mais do que emoutro qualquer setor de atividade. Os ho­mens passam e se sucedem sem cessar. Oque permanece é o exemplo que deixam, otrabalho que realizam.

A gestão do Prefeito Dodsworth foi umdos pontos altos daquela rase governamcn­taL Culto, de trato ameno, experiente coma coisa pública, soube sempre cercar-se deauxiliares competentes.

Quando deixou o posto, cercavam-no aadmiração dos cariocas e o carinho de umalegião de amigos.

Foi nosso Embaixador em Portugal, nosanos de 1946 e 1947, e muito contribuiu,nessa comissão, para a manutenção dos ve­lhos laços de fraternidade entre brasileirose portugueses,

Poderia, depois, voltar à política. Não lhefaltaria, por certo, o apoio do eleitoradoguanabarlno, sempre reconhecido aos ad­ministradores de escol. Preferiu, todavia,não fazê-lo.

Agora, morto, todo o Rio o chorou. Ex­posto o seu corpo no saguão do Palácio

Pedro Ernesto, sede da representação doLegislativo carioca, onde acorreram seusfamiliares, amigos e polittcos, tambémcompareceu a gente simples e boa daquelacidade que ele tanto amou e cujo progressolhe ficou tanto a dever.

Era o que desejava dizer.O SR. FRANCISCO AMARAL (MDB

SP. Pronuncia o seguinte ãíseurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, das sugestõesentregues ao Presidente da República peloPresidente do Supremo Tribunal Federalpara a reforma do Judiciário constam al­guns itens que vêm merecendo acesa críti­ca por parte de importantes setores da vidabrasileira.

Ê o que se dá com a eliminação, na Jus­tiça do Trabalho, das representações clas­sistas. Esta é a terceira vez que se tenraabolir instituição que tão bons resultadosvem apresentando, nada havendo que justi­fique sua abolição.

Os que combatem, de tempos em tempos,o vocalato na Justiça do Trabalho revelam,na verdade, desconhecimento do que sejaessa justiça especializada, ignorando seuadvento e sua expansão, tal como não ava­liam os excelentes resultados obtidos noBrasil, no decorrer de tantos anos, pelaJustiça do Trabalho, precisamente em de­corrêneía dos juízes classistas. Contribuemeles, inclusive, para a conscientização maiorquer da classe trabalhadora como do em­presariado, quanto aos assuntos relativos àjustiça social, aspecto da maior relevância.Grande o papel por eles desempenhado nasolução de ütigíos, de conflitos e na harmo­nização social.

Sr. presidente, não acreditamos que ve­nha a vingar essa nova tentativa de aboliro vocaíato na Justiça do Trabalho. Seriamesmo a descaracterização dessa Justiça,em detrimento de interesses os mais altos.E no sentido de defender a permanênciados juízes leigos já se movem as entidadesrepresentativas dos trabalhadores. Memo­riais nesse sentido estão sendo dirigidos aoMinistro da Justiça e ao próprio PresidenteErnesto Geisel. Ê tão boa a causa que dúvi­da alguma temos de sua vitória.

Aqueles que investem contra o juiz leigona Justiça do Trabalho, ou condenam estapor ser "especializada", sempre se esque­cem de que não constitui ela a única exce­ção existente em nosso pais. Especializadaé a Justiça Eleitoral, como o é a Militar.

Devo, ainda, Sr. Presidente, ressaltar quenenhuma de nossas Constituições jamaislimitou o cargo de membro do SupremoTribunal Federal aos magistrados. Nossamais alta Corte de Justiça não é integradaexclusivamente por personalidades prove­nientes da magistratura. E não são poucasnem desvalidas as vozes que chegam a de­fender a proeminência naquela Alta Cortede ministros não magistrados, tese que en­contra impressionante amparo na históriado Supremo Tribunal Federal, pois juizesda categoria de um Pedro Lessa não pro­cederam da magistratura.

Sr. presidente, atualmente, a Justiça doTrabalho padece .de males graves, que de­vem ser sanados. Nenhum deles reclama aeliminação do vocalato. A grande maioriadesses problemas decorre, sobretudo, da es­cassez de Juntas. O elevado número deacões resulta da lentidão de decisão, o queimplica grave injustiça social. Há escassezde juizes, de pessoal e até mesmo de ins­trumental vário Indispensável ao bom fun­cionamento das Juntas de Conciliação e

Julgamento. Instalações as mais precáriase insuficientes, às vezes até mesmo anti­higiênicas, como ocorre nesta Capital, sãoproblemas que estão, há muitos anos, areclamar medidas urgentes por parte doGoverno Federal. E este não é um quadropeculiar à Justiça do Trabalho, mas de todaa Justiça brasileira, conforme tantas vezestem sido demonstrado por nossa grandeimprensa. Esse o panorama que é necessá­rio mudar, com a máxima urgência. Este odesafio com que se defronta o atual Go­verno, no seu louvável propósito de asse­gurar ao povo brasileiro justiça mais rá­pida, eficiente e barata.

Sr. Presidente, não poderíamos deixar dejuntar nossa voz à daqueles que lutam pelapreservação do vocalato na Justiça do Tra­balho, assegurando sua paridade. E o fa­zemos através deste apelo ao eminenteMinistro Armando Falcão, através do qualesperamos que S. Ex.", com o esclarecidoapoio do Presidente da República, assegure,desde já, a preservação dos juízes leigos,classistas, da Justiça do Trabalho, mos­trando-se receptivo ao clamor e às razõesa ele expostas pelos órgãos representativosdas classes trabalhadoras.

O SR. LEõNIDAS SAMPAIO (MDB - RJ.Pronuncia o seguinte diseurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, o sistema judiciá­rio brasileiro permite aos Estados promove­rem a organização da Justiça Estadual, quedesta forma se exerce diversificada, varian­do de Estado para Estado os métodos deaproveitamento das pessoas para os maisdiversos encargos, nas carreiras titulares,serviços auxiliares ou correlatos e funçõesnão remuneradas, de interesse público, con­stderadas relevantes, permitindo-se aos seusocupantes determinadas regalias de ordemsocial apenas.

Neste último caso estão contados os cha­mados Juízes de Paz. São auxiliares de Jus­tiça, indispensáveis ao exercício desta,geralmente nomeados ao sabor das corren­tes políticas dominantes, para exercereminfluência no comportamento do povo ­quando para tanto se prestam,

Mas abstraídas as conotações polítíco­partidárias, milhares de brasileiros há exer­cendo c Juiw de Paz, anos seguidos, comoinstrumentos moderadores, verdadeiros con­selheiros matrimoniais, símbolos de digni­dade e dedicação, rompendo caminhos di­fíceis e distâncias sem fim, para .unircm,em nome da lei, aqueles que se unem pelonobre sentimento do amor. E muitas vezeslhes custa o dispêndio de recursos pessoaispara não faltarem aos compromissos de seucargo.

Creio, Sr. Presidente, que as condiçõeseconõmícas atuais e a nova contextura so­cial por nós vivida, não mais comportam aconvocação de quem quer que seja paraprestar serviço de interesse público e emnome de um dos poderes constituídos semque se lhe remunere o trabalho. É o casoespecífico dos Juízes de Paz, tão úteis àcomunidade dos grandes, médios e peque­nos centros quanto os Vereadores, porexemplo, aos quais se impunha o exercícíogracioso do mandato, fase superada porrecente decisão do Congresso Nacional.

Não nos cabe legislar sobre a matériaenfocada, visto ser a mesma objeto de de­cisão dos Estados, por seus Poderes, autô­nomos e independentes. Mas não faria bemà consciência deste legislador silenciar oassunto que nos vem preocupando, e tam­bém aos Juizes de Paz de todo o Brasil, queaguardam até hoje o reconhecimento pelotrabalho que realizam.

Ninguém lhes pode negar a abnegação ezelo no exercício de suas funções. São ho­mens e mulheres geralmente envolvidos em

Page 32: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5968 Terça-ft'ira 19

outras atividades, criaturas idealistas, re­nunciando muitas vezes à luta pelos seuspróprios interesses e voltando-se mais paraa comunidade a que servem.

Lcvantando a questão, penso que o Esta­do do Rio de Janeiro deve ser o pioneirona remuneração aos Juízes de Paz, dentrode uma legislação humana e justa, na or­ganização judiciária do Estado, pois, resu­mindo tudo quanto pensamos sobre o as­sunto, somos forçados a entender que aJustiça comete a mais profunda injustiçacontra os Juizes de Paz, que lhe servemgraciosamente, num tempo ímpróprío aouso de terceiros para serviços não remune­rados, como o de agora.

O senso e a prática da justiça devem co­meçar dentro da própria Justiça, realidadetantas vezes afirmada. Que não continue aJustiça do Estado do Rio de Janeiro cega,surda e muda em relacâo aos Juízes de Paz- é o nosso apelo. •

Era o que tinha a dizer.V - O SR. PRESIDENTE (Alencar Furta­

do) - Passa-se ao Grande Expediente.

Tem a palavra o Sr. Ubaldo Correa.

O SR. UBALDO CORRÉA (ARENA - PA.Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente e srs, Deputados, na última sessãodo semestre que findou apresentei a estailustre Casa projeto de lei modificando o ar­tigo 11 do Decreto-Lei n.v 1.376/74, que dis­põe sobre os Fundos de Investimentos.

Sem pretender alterar a sua estruturacujos méritos são reconhecidos em muitosaspectos, o projeto visa a introduzir - antesque se alcance o sistema ideal de financia­mento drreto, sem participação acionária ajuros baixos e a prazos longos - medida 'dealto significado tanto para amazônidas co­mo para nordestinos.

E por entender que se trata de justa rei­vindicação é que peço permissão para tomaro precioso tempo de V. Ex.as, com a finali­dade de justificar a necessidade de aprova­ção do referido projeto.

A política de íncentívos, tendo como íhs­trurnento a dedução do Imposto de Rendadevido pelas pessoas Jurídicas, para aplíca­ção em projetos consíderadcs de interessepara o desenvolvimento econômico, foi sa­biamente instituída para reduzir os desní­veis regionais existentes no Brasil, quese acentuavam e acentuam, notoriamente,quanto ao Nordeste e à Amazônia, regiõesde populações pobres e carentes de poupan­ças, apesar de disporem de grande potencialde riquezas.

O sistema de incentivos, assim, origina­riamente só destinado ao Nordeste e à Ama­zônia, se propunha a enfrentar um duplodesafio: a elevação do nível de vida das po­pulações quase míseráveís, medida justa eindispensável para aliviar tensões internas;e aproveitar adequadamente as potenciali­dades das áreas em questão, minimizandoa sua dependência econômica para com oCentro-Sul e criando um produtivo relacio­namento de interdependência; ennm, a in­tegração sócio-econômica do Nordeste e daAmazônia ao todo nacional, o que só se po­deria obter pela transferência de recursosdas regiões mais ricas, através do engenho­so mecanismo dos incentivos fiscais.

Criadas a SUDENE e a SUDAM, para oNordeste e a Amazônia, respectivamente,como agências de desenvolvimento, iniciou­se, com .entusiasmo, a prática do sistemade incentivos que, de pronto, chegou a apre­sentar significativos resultados positivos.

Ocorreu que, inexorável e gradativamen­te, se foram alterando as regras do jogo,

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

paralelamente à constatação de defeitos nosistema, cortejo de acontecimentos que re­dundou num profundo esvaziamento doPrograma que visava, a médio prazo, à in­tegração sócio-econômica do Nordeste e daAmazônia.

As classes empresariais da Região Ama­zônica e também do Nordeste sempre pro­testaram contra essa tendência.

Socorro-me de subsídios e àe testemu­nhos constantes de autorizados documen­tos produzidos por órgãos de classe, paratraçar um panorama da situação até oadvento do Decreto-Lei n.o 1.376, de12-12-74, que criou os Fundos de Investi­mentos.

Com efeito, os recursos decorrentes dapolftica regional de incentivos fiscais parao Nordeste e para a Amazônia sofreram nosúltimos anos, uma pesada reducão d~vidoà extensão dos incentivos a outras áreas ea novos setores, em todo o País.

A contribuição dos incentivos, que em1966 era de 50% do Imposto de Renda daspessoas jurídicas, exclusiva para o Nordes­te e Amazônia, foi sucessivamente divi­dida ou fracionada, opcionalmente, emtambém 50% - hoje em redução - parareflorestamento, ou em 25% para pesca,e/ou 8% para a EMBRATUR, para aplica­ção em todo o território nacional.

Além disso, outras vinculações dos incen­tivos foram feitas, quer para programas re­gionais, como o do Espírtto Santo, quer pa­ra programas mais amplos, como o PIN e oPROTERRA, reduzindo em 50% o montan­te dos incentivos arrecadados. É verdade,entretanto, que esses recursos do PIN e doPROTERRA revertem, em parte, em bene­fício do Nordeste e da Amazônia, mas so­bretudo para investimentos governamen­tais em íntra-estrutura,

Em termos absolutos houve redução domontante arrecadado, o que causou umgrande prejuízo para o Nordeste e Amazô­nia em seu processo de índustrtaltzacâoe integração, já que, quando o caráterdinâmico de sua economia mais neces­sitava de recursos, essa escassez rela­tiva, resultante das novas extensões cprogramas, impediu que se concluísse oprocesso de complementariedade de suaeconomia. .

A pIe tora de mudanças fundamentais nasregras do íoso, tornando favoravelmentecompetttívas aplicações de incentivos nasáreas dinâmicas da economia nacional,efetivou-se antes que, ao menos, se conso­lidassem segmentos dos sistemas, no Nortee no Nordeste.

O Sr. Jorge Arbage - Permite V. Ex." umaparte?

O SR. UBALDO CORRitA - Com prazer.

O Sr. Jorge Arbage - Nobre Deputado, otema sobre o qual V. Ex.a discorre da tri­buna desta Casa é dos mais importantes eoportunos para a presente conjuntura: apolitica de incentivos fiscais para a RegiãoAmazônica. Sabe V. Ex.a que foi esta umaertacão da extraordinária imaginação doPresidente Castello Branco, logo após oadvento da Revolução de 1964. Substituiuela a antiga contribuição de 3% do Orça­mento da União, que era inserida no orça­mento do organismo de desenvolvimentoregional, a SUDAM, antiga SPEVEA. V. EX,aergue sua voz em defesa dessa política,contestando sobretudo a maneira pela qualse processa o esvaziamento econômico denossa região através da retirada de parce­las para serem aplicadas em outras áreasmais desenvolvidas; para melhor situar, noturismo, na pesca e em outros setores. Con-

Agosto de 1975

gratulo-rne com V. Ex." por sua presençana tribuna para defender essa política detranscendental importância para o desen­volvimento da Amazônia e sobretudo parasua integração no processo do desenvolvi­mento brasileiro. Tem V. Ex.a meu integralapoio. Dou-lhe parabéns.

O SR. UBALDO CORR~A - Agradeço aV. Ex.a o aparte, que serve de estímulo pa­ra que eu continue a defender os interessesdaquela região cujo povo nos mandou paraesta Casa.

Prossigo, Sr. Presidente.No quadro n.? 1, com base em dados de

1969/72, sendo que em 73 e 74 a tendêncianegativa agravou-se, podemos observar queenquanto a participação percentual do IBDF- sem que exista, ainda definida, adequadapolitica de reflorestamento, o que propiciaa mais livre e ampla aplicação no setor ­crescia numa progressão regular, os demaisórgãos de desenvolvimento, especialmentea SUDAM e a SUDENE, apresentavam umaparticipação cada vez menor.

Em 1972, o que, reitere-se, se exacerbouem 73 e 74, se acentuava a queda da arreca­dação da SUDAM em 9%, enquanto aSUDENE se, mantinha no mesmo nível,crescendo o IBDF em 6%. A sustentação daSUDENE deve-se possivelmente à queda daparticipação da SUDAM.

Somente a EMBRATUR e o IBDF apre­sentam um volume crescente de incentivos.

Esse problema foi agravado, como nãopoderia deixar de ser, pela própria políticade programação da SUDENE e da SUDAMque, para acelerar a complementartedadereferida e a própria demanda da políticade integração regional, aprovaram projetosque demandavam recursos depositados, emvolume cada vez maior relativamente aosrecursos comprometidos com projetos in­dustriais e agropecuários nas Regiões.

O crescimento do número desses projetos,e particularmente o surgimento em massade projetos pecuários, encontraram as duasentidades federais, SUDENE e SUDAM, es­pecialmente a última, sem condições sufi­cientes para responder às solícítaçôes dasempresas, quer em termos de aprovação eretormulacão de projetos, como em termosde liberação de recursos, o que dificultou asadequações ao ensejo à criação de freios aosinvestimentos, como, por exemplo, provaprévia de disponibilidade de incentivos, jáque, nessa oportunidade, se evidenciava, pe­los fatores antes apontados, a escassez dosrecursos provenientes do Imposto de Renda,para levar ao final os cronogramas dos em­prendimentos já deferidos, o que, por suavez, elevava as comissões de corretagem aníveis j amais cogitados, antes do Decreto­lei ri.? 1 376, de 12-12-74.

Em 30 de novembro de 1972, o deficit derecursos do 34/18 e do Decreto-lei n.? 756/69depositados, m relação aos recursos apro­vados para novos projetos, era 'de cerca deCr$ 1.000 milhões, isto para a SUDENE(Quadro n.o 2), e de Cr$ 2. 065 milhões paraa SUDAM (Quadro 11.0 3). Em 1973 e 1974 odeficit, pela permanência das condições ne­gativas, certamente aumentou.

A ausência ou, pelo menos, a flagranteinoportunidade da obtenção de incentivos,desde que dependente exclusivamente dadecisão dos investidores, não gozando osprojetos da correção monetária automáticade seus custos, conduziu ínúmeros ompre­sáríos à opção descabida, mas a única pos­sível, de solicitar a instituições fínanceiras,inclusive aos bancos de desenvolvimentodas áreas, créditos complementares, quelhes eram, no entanto, concedidos a prazose juros inadequados e insuportáveis, obs­taculando, ainda mais, a implantação ou a

Page 33: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

A~sto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO. NACIONAl, (Seção I) Terça~feira 19 5969

sobrevivência das empresas, especialmenteaquelas que tinham a sua orientação demercado voltada para a substituição de im­portações locais. Encontraram-se muitasempresas com aplicações financeiras muitasvezes superior à requisitada pelo tamanhoda planta industrial, com residuos de dé­bitos bancários, cujos juros a prazos incom­patíveis, comprometendo sua capacidade decrédito, impediam a obtenção indispensávelde capital de giro, já que os recursos apro­vados e obtidos foram integralmente absor­vidos pelas imobilizações técnicas.

Agravou este quadro a ausência, até bempouco tempo, de intercomunicação entreSUDAM, SUDENE, SUFRAMA e outros ór­gãos setoriais, o que conduziu à aprovaçãosuperposta de projetos com as mesmas fi­nalidades, abrangendo, parcial e conjun­tamente, mesmas áreas de mercado, issoacarretando o aparecimento de empreendi­mentes dimensionados com exagero, com in­vestimentos r'uplicados e com instalação emáreas de capacidade industrial ociosa. Co­ligados a essas dificuldades, erros de or­dem técnica se verificaram, efeitos de nãodeterem os órgãos de desenvolvimento osuporte necessário que exigia o programae, também, efeito de inexperiência de al­guns empresários, não havendo, também,providências tempestivas, com vistas às dis­torções apresentadas pelo mecanismo vi­sando a introduzir as correções neceSSl1riasadotar incentivos complementares reclama~dos no início da fase operativa dos empre­endimentos e ensej ar a esses empreendi­mentos apoio e complementação de finan­ciamentos adequados. Por isso algumas in­viabilidades tomaram-se, em pouco tempo,patentes e muitos outros emprendimentosviáveis se encontram paralisados ou em si­tuação pré-falimentar, aguardando as pro­vidências para sua recuperação, inteira­mente necessária e justificável do ponto devista socío-cconôrníco ,

Com a tendência do sistema de cada vezmais agravar-se a escassez de incentivos _mesmo só considerando a relação existenteentre os mesmos mcentívos paia os projetosjá aprovados e a expectativa de arrecada­ção - tolhendo isso os órgãos de desenvol­vimepto no trabalho de estabelecer progra­maçao, alocando, a seu critério, recursos pa­ra corrigir a.. distorções e atender aos em­preendimentos prioritários, o quadro incli­na-se a anular os esforços de integraçãodo Nordeste e da Amazônia. O Brasil tem~ua população extremamente dispersa. Nãoe, portanto, surpreendente que sejamos umdos países do mundo em que o processo deconcentração do desenvolvimento atingemaior gravidade, o que, em si, já reclama~edid:;tfl corretoras. Mas importante, po­rem, e que, desde o desaceleramento doprocesso de substituição de importações o~OSs? . desenvolvírnento passou a depender,slgmfIcatlvamente, da expansão do merca­do. Ora, uma das maneiras de obtê-la con­siste em incorporar, o que é preocupacãocomum, ao processo capitalista as popula­ções que se concentram nas áreas subde­senvolvidas, tais como o Nordeste e a Ama­zônia. Donde se pode afirmar - daí nossassugestões e nossa colaboração - que pre­sentemente, a dinamização dessas 'áreasconstitui, O que corresponde à atuação doGoverno, não apenas objetivos de desen­volvimento regional mas requisito necessá-rio à dinamização gÍobal do País. .

Sob outro aspecto, a situação descrita esua evolução, como era de se esperar, cau­sou uma distorção no mercado de incentivos.O empreendedor, com projeto aprovado pe­la SUDENE ou SUDAM, se lançava numaverdadeira guerra em busca de incentivos.Assim, a comissão de 4% ou 5% permitidapela SUDENE e SUDAM para alocação des­ses recursos foi ultrapassada, atingindo até

25% para projetos industriais e até 40% pa­ra projetos agropecuários.

Tal fato gerou um alto grau de avilta­mento no mercado de captação, partici­pando da especulação depositantes, cor­retores, até titulares de projetos, isto é,todos os beneficiários do sistema, vício,como se verá adiante, já afastado peloDecreto-Lei n.o 1. 376, de 12-12-72.

O sistema de incentivos ao desenvolvi­mento regional, se persistente tal quadro,embora beneficiando as regiões com a ería­cão de novas fábricas e novos empregos,não tem as dimensões adequadas. Umaanálise mais aprofundada mostra não sóque a escassez relativa desses recursos, re­sultante da transferência de parte paraoutros programas setoriais, bem como a ab­sorção' de outra parte substancial pelo mer­cado especulativo, conforme foi demons­trado - esta última até o Decreto-Lei n.v1.376174 - reduziram as oportunidades denovos empregos, mas também aumentarama diferença entre recursos comprometidoscom proj etos aprovados e recursos dispo­níveis. Constata-se, também, que os inves­timentos feitos até agora através do me­canismo do sistema de incentivos deixaramum resíduo pouco significativo, expresso nacriação de um número de empregos nãomuito grande, além de proporcionaremuma taxa de retorno substancial às áreasjá industrializadas.

O modelo desenvolvido pelo sistema deincentivos impõe às. empresas, originaisde investimentos do mesmo sistema, apósum certo tempo de iniciarem suas opera­ções, que recambiem parte desses investi­mentos às regiões mais ricas, através delucros, dividendos e bonificações das açõesou quotas adquiridas pelos depositantes,que representam, na maioria dos casos,parcela altamente preponderante do ca­pital social, e pela compra de maquinaria,isto logo quando do inicio das implanta­ções. Esse processo impede que as regiõessubdesenvolvidas promovam uma acumu­lação de capital financeiro, além, é claro,daquele oriundo dos investimentos fisicosimplantados pelo projetos. Relativamenteaos impostos estaduais e municipais, háuma redução permanente em virtude dasísencões e benefícios fiscais dados pelosEstados.

Há, assim, um fluxo que se processa nosdois sentidos: no primeiro, com os recursosque vêm do setor público e são utilizadospelo setor privado, das regiões mais ricas,em projetos nas regiões mais pobres, e nooutro, com o retorno desses recursos dasregiões pobres para as regiões ricas, emforma de pagamento de lucro, dividendose bonificações e compra de equipamento.Acresce a circunstância que outros meca­nismos de esvasiamento funcionam para­lelamente ao que acabamos de descrever.Entre outros, aquele mencionado pelo Prof.Eugênio Gudin, em forma de desgaste dasregiões pobres - nos termos de intercâm­bio - já que os seus produtos são vendi­dos a preços internacionais e as suas com­pras, das regiões industrializadas, são pro­cessadas a preços internos, não só para osinsumos industriais como para os equipa­mentos e tecnologia.

Diante desse quadro, deve ser lembradoque os recursos dos incentivos fiscais sãofundos públicos, governamentais, decor­rentes de deduções do Imposto de Renda.Esse imposto, como tributo que é - alémde servir ao Governo como fonte de meiospara o desempenho administrativo, para asatisfação de necessidades gerais da co­munidade, via criação e manutenção de

serviços públicos - consiste, também, eminstrumento fundamental de redistribuiçãode renda. Dai a justificativa de sua aloca­ção direta para programas de integraçãodas regiões mais pobres do País. Assim, énotório e elementar que o sistema de in­centivos fiscais. tendo como instrumento oImposto de Renda, tem altas finalidadessociais e econômicas, evidentemente nointeresse da comunidade, especialmente aspopulações das regiões subdesenvolvidas,caracterizando inadmissível distorção o em­prego do sistema que resulte em benefíciosnão previstos para grandes grupos empre­sariais, e em vantagens cada vez maiorespara os centros dinâmicos da economianacional, isto é, as áreas desenvolvidas, emprejuízo da capitalização do Nordeste e daAmazônia e aumentando a situação de de­pendência das duas regiões que, ao con­trário, devem ser, como de origem, as prio­ritariamente beneficiárias do sistema.

O Governo Federal, com o salutar propó­sito de corrigir o sistema de incentivos,através do Decreto-Lei n.> 1.376, de 12 dedezembro de 1974. aprovado pelo DecretoLegislativo n.O 21/75. de 15-4-75, reformu­lou a legislação existente. criando os Fun­dos de Investimentos Regionais (FINOR ­Nordeste e FINAM - Amazônia) e o Fundode Investimentos Setoriais (FISET - Tu­rismo, Pesca e Reflorestamento>.

A grande virtude do novo diploma legalé eliminar a denosa e inaceitável interme­diação altamente onerosa para a captaçãode incentivos - como antes comentado ­pois, de acordo com os princípios agora vi­gentes, excluído como regra ficou o arbí­trio dos investidores de escolherem o pro­jeto de seu interesse para aplicação dasdeducões do Imposto de Renda. As aplica­ções. a partir de 1975, originariamente. sefarão via troca dos certificados de recolhi­mento emitidos pela Secretaria da ReceitaFederal, em nome da pessoa jurídica be­neficiária da deducão - por quotas dosFundos, conforme opção do contribuinte,manifestada na sua Declaração de Renda,em cada exercício Os Fundos - operados,respectivamente, pelo Banco do Nordeste,sob a supervisão da SUDENE, pelo Bancoda Amazônia. sob a supervisão da SUDAM,e pelo Banco' do Brasil. sob supervisão daEMBRATUR, da SUDEPE e do IBDF - éque efetivarão as aplicações nos projetosaprovados pelo órgão de desenvolvimento.

Na verdade, a sistemática introduzida,além de afastar a intermediação, ensejá àsentidades responsáveis melhores condiçõesde programação e controle na utilização ena concessão dos incentivos, posslbtlitando,também, entrosamento entre elas. a fimde evitar desperdício de recursos pelaaprovação de proj etos superpostos dirigi­dos ao mesmo mercado, que se torna, comojá aconteceu em casos anteriores. insufi­ciente para responder à oferta que os in­vestimentos girarão.

Ocorre, porém, que alguns e importantesfatores prejudiciais ao Nordeste e à Ama­zônia prevaleceram na disciplina adotadapelo Decreto-Lei n.v 1.376174.

Assim é que persistiu a livre opção docontribuinte relativamente à aplicação dosincentivos, quanto à área ou setor prefe­rido, no livre interesse do investidor, nasseguintes proporções. mantidos os percen­tuaís do PIN e do PROTERRA, que já re­duzem o montante disponível à metade:

- SUDENE - até 50% do imposto de-vido;

- SUDAM - até 50%;

- SUDEPE - até 25%;- EMBRATUR - até 8%;

Page 34: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5970 Terça-feira 19

- IBDF - A. base 74, até 45%; A. base75, até 40%; A. base 76, até 35%; A. base 77,até 30%; A. base 78 e seguintes, até 25%.

Verifica-se que, optando para os setoresde pesca, turismo e reflorestamento, os in­vestidores podem excluir da participaçãonos incentivos a SUDENE e a SUDAM. Ou,pelo menos, minimizar a participação dosórgãos de desenvolvimento regionais, o queé comprovado pela tendência que se vemverificando e acentuando nas opções, e ex­plicado pela natural atração e propensãodos contríbuíntes - com vistas a usufruí­rem maiores e mais prontos resultados ­pelos projetos localizados nas regiões de­senvolvidas do País, isto é, fora do Nor­deste e da Amazônia.

Em conseqüência, diante dos elementosjá apontados nesta justificação, se exa­cerba o deficit quanto aos recursos dispo­níveis pela SUDAM e pela SUDENE e a de­manda de incentivos para atendimento dosprojetos já aprovados; fica prejudicada aaprovação de novos projetos. Por tudo isso,obstáculos intransponíveis se antepõem aosesforços para capitalização das duas re­giões, para obter a complementariedade desuas economias, enfim. integrá-las, sociale economicamente, ao todo nacional. Pelocontrário, do que foi na origem e deve sero objetivo principal do sistema de incen­tivos, inverte-se o processo: em lugar deatenuar as diversidades regionais, agrava­se. Ao invés de reduzir a dependência daAmazônia e do Nordeste das áreas maísdesenvolvidas, aumenta-se essa dependên­cia. Ao invés de servir o sistema para me­lhor redistribuição de renda, favorecendoas áreas subdesenvolvidas, ele está sendousado, através das aplicações em pesca, tu­rismo e reflorestamento, para inversõesmaciças nos centros dinâmicos da econo­mia nacional, prejudicando ou impossibili­tando essa redistribuição. A pretendidatransferência de recursos das áreas maisricas para as mais pobres, através dos In­centivos fiscais, para o desenvolvimentodas últimas e atenuação das disparidadesexistentes e crescentes, poderá resultar to­talmente prejudicada, pois a fonte excep­cional escolhida e apontada como capaz decomplementar a ação do Governo no Nor­deste e na Amazônia - os incentivos ­teve sua utilização diversificada, mantendo,em significativo nível, esses meios nas mes­mas áreas que deveriam transferi-los. Comodecorrência, o desenvolvimento das áreas­problema se arrasta vagarosamente, emritmo muito menor que as de economiaforte, o que retarda a integração e exa­cerba as chocantes diferenças regionais. Êclaro que somente investimentos maciços,bem superiores aos que se observam nocampo dos incentivos, poderiam, a médioprazo, acelerar a integração e impedir ocrescimento das disparidades.

Não se diga que essa carência de meiosprovenientes dos incentivos, para utiliza­ção pela iniciativa privada, no Nordeste ena Amazônia, poderá ser afastada ou re­duzida, através da adoção das medidas au­torizadas pelo art. 3.°, itens II e V, e peloart. 4.°, parágrafo 1.0, do precitado De­creto-Lei n.O 1.376, de 12 de dezembro de1974, consistentes, respectivamente, napossibilidade de alocação aos fundos deoutros recursos da União Federal, direta­mente ou via subscrição de quotas, e napermissão concedida ao Poder Executivopara determinar a subscrição de quotas deum fundo por outro.

Quanto à primeira hipótese, sabido é queo Governo Federal já destina consideráveis

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

verbas orçamentárias para aplicação noNordeste e na Amazônia, com v-ístas à rea­lização de obras de infra-estrutura e desaneamento básico, Para utilizacão em in­vestimentos econômicos reprodutivos, viaação da iniciativa privada, é que existemos incentivos fiscais. Aliás, essa, desde suacriação, sempre foi a filosofia do sistema:obras infra-estruturais a cargo do Gover>no; projetos visando à complementaríeda­de da economia, sob a responsabilidade doempresariado particular, mediante colabo­ração financeira dos incentivos, isto quan­to ao Nordeste e à Amazônia. É evidente,assim, que o Governo Federal não se dis­põe a reforçar a fonte de incentivos parauso pelos agentes econômicos privados. Sereforço houver, será quanto M disponibili­dades para os investimentos básicos. E dis­so é prova concreta e insofismável, que bemcaracteriza a orientação governamental ainstituição do'PIN e do PROTERRA: quàn­do se mostrou necessário ampliar a tramarodoviária no Norte e dinamizar as obrascontra. a seca no Nordeste, o Governo nãorecorreu a novas fontes, mas simplesmen­te reduziu os incentivos de 30% em seu es­copo inicial, para atender à necessidade(PIN) emergente. Quanto ao PROTERRA,mais significativa, ainda, a diretriz prefe­rida: para financiamentos agroindustriaisprivilegiadas, nas áreas da SUDAM e daSUDENE, não apropriou novos recursos,mas sim destacou mais 20% dos incentivosfiscais, vinculando-os especificamente àque­le fim.

Como aceitar como solucão certa e de­'finitiva fórmula sempre rejeitada pelo Go­verno em casos anteriores e conflitante coma filosofia do sistema de incentivos?

Quanto à segunda hipótese, manifesta­mente inviável se apresenta, na prática, asubscrição de quotas de um fundo por ou­tro.

Essa inviabilidade prática decorre do in­contestável fato de que todas as áreas etodos os setores favorecidos pelos incenti­vos - e os setores pesca, turismo, reflores­tamento em nível crescente - não dispõem,e tudo indica que não disporão a médioprazo, de saldos livres, pois suas disponi­bilidades ou mal atendem M requisiçõesdos projetos ou não conseguem satisfazê­las. Quando muito, e isso apenas para ar­gumentar, apresnetaríam pequenos e ins­táveis saldos.

O Sr. Luiz Rocha - Deputado UbaldoCorrêa, V. Ex. a traz ao debate desta Casaum dos assuntos que toca mais de pertoaos nordestinos e aos nortistas: o proble­ma dos incentivos fiscais. Uma dinamiza­ção maior na redístríbuícão dos recursosoriundos do Imposto de Renda, para queas empresas, tanto industriais como agro­pecuárias, pudessem deles participar, comvistas ao desenvolvimento das regiões Nor­te e Nordeste do Pais, foi, sem dúvida algu­ma, uma idéia das mais louváveis do Go­verno. No entanto, há de se reconhecerque as distorções e, acima de tudo, a ma­neira como tentaram utilizar esses recur­sos, fraudando e desvirtuando o sentido des­ses incentivos fiscais, foi fato notório. Dis­se V. Ex. a que nos projetos industriais che­garam a cobrar, de comissão, taxa superiorà estabelecida pela SUDENE e pela SUDAMque é de 4,5%. Mas, na verdade, saiba V.Ex.a que no meu Estado houve quem ti­vesse a coragem de pagar até 20% em pro­jetos industriais e mais de 45% nos pro­jetos agropecuários. Daí por que, nobre Sr.Deputado, naturalmente tiveram as em-

Agosto de 1975

presas que fazer uma "química" contábilcha;ma~~ assim na expressão popular, par~se Iusüncerem, considerando que a SUDE­NE e a SUDAM só aceitavam a comissãoprevista na regulamentação da Lei de In­centivos Fiscais, que era de 4%. Dai, nobreSr. Deputado, o fato de inúmeras empresasque floresceram, inicialmente, com os in~centivos fiscais, dois ou três anos após te­rem ido à falência, porque não podiam nemtinham condições de justificar em sua con­tabilidade, o desvio natural d~sses incenti­vos fiscais. Sentindo de perto esse dramaesse sofrimento da gente e da região nor':destinas, o Governo procurou encontraruma outra fórmula, em termos nacionaisque foi a concessão de recursos através d~PROTERRA, a juros relativamente baixospodemos afirmar, de 7% ao .ano. No en~tanto, as unidades de crédito oficiais - oBancc do Brasil, o Banco do Nordeste e oBanco da Amazônia - têm exigido umacontrapartida de garantia que impossibili­ta aos pequenos e médios criadores opera­rem, fazer com que suas pequenas fazen­das se desenvolvam. Cito apenas um exem­plo, a que assisti na agência do Banco doB!!l:sil de um dos mais progressistas muni­CIl?I~S do. meu Estado, Pedreiras, quando ummédio eríador solicitava um empréstimo doPROTERRA, no valor de Cr$ 15.00000, OBanco exigia que fossem dadas oitenta va­cas como garantia. Se esta garantia fortra~uzida a preços reais, no meu Estado,mais precisamente no Município de Pedrei­ras, as OItenta vacas custariam, no mínimo,cer~a de Cr$ 160.000,00. Esta importânciaseria a garantia do empréstimo de Cr$ ..•15.000.00 que o Banco do Brasil forneceriaao lavrador do Maranhão.

O SR. UBALDO CORRÊA Agradeco aV. Ex.a o aparte, que veio reafirmar a 'teseque estou expondo nesta Casa.

Prossigo, Sr. Presidente.

Como, dessa forma, se mostrar possívele/ou suficiente para cobrir grandes defícítsda; ~UDAM e da SUDENE a cogitada subs­eriçao de quotas de .um fundo por outro?

Acredito que o Governo Federal estáatento ao importante problema, tanto que,com o Decreto-Lei n.O 1.376/74, já iniciouas correções necessárias, o que é louvavel.

. O. ideal seria retornar à orientação que,inspirou o sistema: incentivos fiscais ex­clusivamente para as regiões mais pobres doPais, o que corresponde ao interesse nacio­nal, como já exposto. Mais, ainda: elími­nação do direito do contribuinte de optar,POIS os fundos vinculados destinam-se àconsecução de fins de alta expressão sociale econômica, são recursos públicos e assimnão constituem instrumento de saÚsfaçã~de interesses privados que não se identifi­quem totalmente com a finalidade coletiva.Afastada a opção e, também, excluída aparticipacão mediante subserícão de acõesou quotas, a lei determinaria como repartiras deduções, para recolhimento, e o produtoda arrecadação seria depositado nos bancosoperadores que, sob supervisão das agênciasde desenvolvimento respectivas, financia­riam os projetos aprovados, a juros baixos ea longo prazo, ensejando não só a segura'viabilidade dos empreendimentos, como,também, o impedimento do fenômeno deinversão dos benefícios, já antes denuncia­do, e acarretando retorno dos recursos apli­cados - situação não ocorrente no atualsistema, pois as aplicações se fazem atravésde participação dos investidores (quotas)nos fundos - o que redundaria num per­manente crescimento dos meios para finan­ciar, no futuro, novos projetos. Quem dese­jasse, entre os empresários de todooBrasil, beneficiar-se desses recursos assim

Page 35: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

concedidos deveria, o que aceleraria o de­senvolvimento das duas regiões, implantarprojetos econômicos no Norte e no Nordeste.Porém, não creio viável, no momento, obter­se a adoção do modelo desejável.

Entendo, contudo, diante do panoramaoferecido aos ilustres Congressistas, que seimpõe - respeitada a existência dos fun­dos e a estrutura do Decreto-Lei n.?1.376/74 - a introdução de novas medidasque resguardem os prioritários interesses daAmazônia e do Nordeste, na prática dosistema de incentivos, evitando o esvasía­menta, que se delineia, da SUDAM e daSUDENE.

Isso é o que colima o projeto de lei apre­sentado, através de duas providênciasconsubstanciadas nas alterações proposta•.sno art. 11 do Decreto-Lei n.? 1.376/74.

O escopo fundamental, diante das razõesantes apresentadas nesta justificação, é ga­rantir ao Norte e ao Nordeste, através daSUDENE, dada a posição prioritária que odesenvolvimento e a integração dessas re­giões ocupa, ou deve ocupar, no sistema deincentivos fiscais recursos suficientes ou,pelo menos, mais expressivos que os atuais,que são notoriamente muito diminutos emface das necessidades, como também redu­zir a evasão desses meios para as regiõesmais ricas, fruto da diversificação dos in­centivos, contrariamente à filosofia queinspirou a sua instituição.

Esse desideratum seria obtido, conformeo projeto, assegurado ao Norte e ao Nor­deste, pelo menos - já que é inviavel adesejável exclusividade, no momento ­metade dos inventivas, isto é, 25% doimposto devido, com os abatimentos do PINe do PROTERRA. Os restantes 25% pode­riam ser objeto de opções em favor doFundo Setorial (SUDEPE, EMBRATUR,IBDF) , que não poderiam, porém, em con­junto ou separadamente, superar os referi­dos 25 %, conforme o novo parágrafo pro­posto acrescer, sob a numeração de 1.0, aoart. 11 do Decreto-Lei n. o 1.376174,

É claro que a esses 25% obrigatórios,divididos livremente entre duas regiões, seacrescentarão as percentagens oriundas dosinvestidores que, já e espontaneamente,optam pela Amazônia e pelo Nordeste, demodo que, se aprovada a alteração, os mon­tantes destinados à SUDAM e à SUDENEcrescerão substancialmente.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção [)

Proponho, também, para compatdbílízarcom o Decreto-Lei a alteraeâo antes referi­da, a modificação do item IV do mesmoartigo 11, que diz respeito aos percentuaisde opção para reflorestamento, fora daAmazônia e do Nordeste, de 1974 a 1978.

Por que a 'redução quanto ao IBDF?

Por diversas razões.O próprio Decreto-Lei n. O 1.376/74, em

sua redação vigente, estabelece uma redu­ção gradual (74-45%; 75-40%; 76-35%;77-30% e 78-25%) dos incentivos fiscaispara reflorestamento, um dos setores queexerce mais atração sobre os investidoresdas áreas ricas, pela grande facilidade ediversidade que oferece, por isso que au­mentando, cada vez mais, sua participaçãonas opções, em prejuízo dos setores con­correntes e, principalmente, da SUDAM eda SUDENE. Este, certamente, é o principalmotivo da diminuição gradual determinadapelo art. 11, IV, do Decreto-Lei n. O 1.376/74,aliás seguindo orientação de recente Decre­to-Lei que já fixara maior redução.

Além disso, é o reflorestamento, entre ossetores, o mais regiamente contemplado,ainda mais que o Norte e o Nordeste.

Isso não se justifica, entendo, porqueconstitui privilégio. Privilégio porque o re­florestamento já se beneficia, sem prejuízode acesso aos incentivos fiscais, expressiva­mente da Lei n.? 5.106, de 2 de setembrode 1966, que, em seu artigo 1,0, preceítua:

"Art. 1.0. As importâncias empregadasem florestamento e reflorestamentopoderão ser abatidas ou descontadasnas declarações de rendimento das pes­SQaS fisicas e [uridieas, residentes oudomiciliadas no Brasil, atendidas ascondições estabelecidas na presente lei.§ 1.0 As pessoas físicas poderão abaterda renda bruta as importâncias com­provadamente aplicadas em floresta­mento ou reflorestamento e relativas aoano-base do exercício financeiro emque o imposto for devido, observado odisposto no art. 9.0 da Lei n. O 4.506, de90 de novembro de 1964.

§ 2.0 No cálculo do rendimento tributá­vel previsto no art. 53 da Lei n. O 4.504,de 30 de novembro de 1964, não se com­putará o valor das reservas florestais,não exploradas ou em formação.

Terça-fei~ 19 5971

§ 3.0 As pessoas [urídícas poderão des­contar do imposto de renda que devempagar, até 50% (cinqüenta por cento)do valor do imposto, as importânciascomprovadamente aplicadas em flores­tamento ou reflorestamento, que pode­rá ser feito com essências florestais,árvores frutiferas, árvores de grandeporte e relativos ao ano-base do exer­cicio financeiro em que o imposto fordevido.

§ 4.0 O estímulo fiscal previsto no pa­rágrafo anterior poderá ser concedido,cumulativamente, com os de que tratamas Leis n.os 4.216, de 6 de maio de 1963,e 4.869, de 1.0 de dezembro de 1965,desde que não ultrapasse, em conjunto,O limite de 50% (cinqüenta por cento)do imposto de renda devido."

Não obstante essa posição. vantajosa, des­de 1966 e até agora persistente, o reflores­tamento ainda gosa de incentivos fiscaissuperiores à pesca e ao turismo e pratica­mente iguais - o que destaca a ímprescín­dibilidade de revisão - aos da SUDENE eISUDAM.

l!: o mais privilegiado dos beneficiários dosistema. Desfruta quase do dobro dos favo­res destinados à Amazônia e ao Nordeste, oque, data venia, não deve prevalecer.

Assim sendo, nada mais coerente e justodo que, simplesmente seguindo a diretrizesposada no Decreto-Lei n. o 1.376/74, ace­lerar a redução dos incentivos fiscais aoreflorestamento, eliminando, apenas, duasetapas previstas, de modo que - para sa­tisfação dos interesses prioritários, querregionais, quer nacionais, da Amazônia edo Nordeste - em 1976 os projetos aprova­dos pelo IBDF e localizados fora das áreasda SUDAM e da SUDENE estej am, em ter­mos de incentivos, equiparados aos c.c pes­ca, na mesma situação, isto é, nivelados naopção de 25%.

Ao apresentar o projeto de lei, estou certode que expressei legítima e justa reivindi­cação dos nordestinos e dos amazônídas,que Se concilia, integralmente, com os su­periores propósitos da Nação e de seuGoverno.

E assim espero merecer o apoio de meusilustres pares. (Palmas.)

DOCUMENTOS MENCIONADOS PELO DEPUTADO UBALDO CORRmA, CUJA PUBLICAÇãO FOI DEFERIDA PELA MESA.

QUADRO N.o 1

INCENTIVOS FISCAIS

Distribuição no período de 1969/1972

1969 1970 1971 1972

Autarquias Valor '" % Valor .. % Valor .. % Valor .. %

SUDENE .................................. 626 56 939 53 859 47 777 47

SUDAM ................................... 260 23 384 22 404 22 290 18

SUDEPE .................................. 139 13 234 13 165 9 107 7

EMBRATUR ............................... 45 4 68 4 73 4 72 4REFLORESTAMENTO ..................... 41 4 115 8 331 18 393 24

TOTAL ...................•....•......•• 1.111 100 1.740 100 1.832 100 1.639 100

Fonte: GRUDER,(*) Valor em Cr$ milhões

Page 36: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5972 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1975

QUADRO N.o 2

SUDENE

Demonstrativo dos recursos e aplicações derivados do Imposto de Renda

(Situação em 30-11-72)

Fontes

Depósitono H.N.R.

Por conta de Novos Depósitos ....

Transferências, Reversões e Devo-luções .. , .

5.357,1

EmCr$ milhões

3.914,33.862,4

51,91.436,9

87,948,226.912.440,0

5.566.6-209,5

100,292,716,6

Desistência e Perda de Prazo .

994 - Industriais .763 - Investimento .231 - Capital de Trabalho .

480 - Agropecuários .20 - Hotéis de Turismo .17 - Pesca .5 - Telecomunicações .3 - Agroindústria Açucareira .........•..1 - Energia Elétrica .

- Industriais .............................•- Agropecuários ... , ......................•- Capital de Trabalho .

Projetos Aprovados

Em ICr$ milhões Usos

Turismo Total

5,75,7

37,2149,4226.6351,1456,7

3,8 680,75.6 859,36;1 777.6

750,0

15,6 4.302,0

- 16,1

4.285.01.071,2

5.357,1

5,77,7

37,2149.4226.6351,1456.7676,9853,7772,4

3.537,4

Art. 34118

............ _ .(Previsão) ..

Ano

19621963196419651966196719681969197019711972

Fonte: FUNDINOR

QUADRO N,o 3

SUDAM

Demonstrativo dos recursos e aplicações derivados do Imposto de Renda

(Situação em 31-12-72)

FontesEm

Cr$ milhões UsosEm

Cr$ milhões

Depósitosno Rasa

1963196419651966196719681969197019711972

Por conta de novos depósitos .

1,1 ,3,3

13,146,799,2

182,4260,0334,0404,0290,0

1.683.82.065,8

3.749.6

Projetos Aprovados167 - Industriais ...................................•318 - Agropecuários .

17 - Serviços Básicos ...............................•

1.575,01.798.3

376,3

3.749,6

Fonte: GRUDER - C. N. L

Durante o discurso do Sr. UbaldoCorrea, o Sr. Alencar Furtado, 29 Vice­Presidente, deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. OâultoDomingues, 19 Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)_ Tem a palavra o Sr. José Costa.

(DISCURSO DO DEPUTADO JOSÉ COSTA,RETIRADO PELO ORADOR PARA REVI­SAO.)

Durante o discurso do Sr. José Costa,o Sr. Odulto Dominçues, 1° Secretário,deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Célio Borja, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Es­tá findo o tempo destinado ao Expediente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.Comparecem mais os Srs.:

Henrrqne Eduardo AlvesLéo SimõesJúlio SilveiraUbaldo BaremAntônio Florêncio

Acre

Nabor Júnior -- MDB.

Amazonas

Antunes de Oliveira - MDB; RaimundoParente - ARENA.

-Pará

Alacid Nunes - ARENA; Jader Barba­lho - MDB; João Menezes - MDB.

MaranhãoEurico Ribeiro - ARENA; João Castelo

- ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Te­mistocles Teixeira - ARENA; Vieira daSilva - ARENA.

PiauíCelso Barros - MDB; Dyrno Pires ­

ARENA; Hugo Napoleão - ARENA; PauloFerraz - ARENA.

CearáFurtado Leite - ARENA; Januário Fei­

tosa - ARENA; Manoel Rodrigues - ARE­NA; Paes de Andrade - MDB; ParsifalBarroso - ARENA; Paulo Studart - ARE­NA.

Rio Grande do NorteFrancisco Rocha - MDB.

Page 37: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5973

Paraíba

Adernar Pereira - ARENA; Alvaro Gau­dêncío - ARENA; Antônio Mariz - ARE­NA' Humbcrto Lucena - MDB; Marcon­des' Gadelha - MDB; Petrônio Figueire­do - MDB; Teotônio Neto - ARENA; Wil­son Braga - ARENA.

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Carlos Wil­son - ARENA; Fernando Lyra - MDB;Geraldo Guedes - ARENA; Gonzaga Vas­concelos - ARENA; .Tarbas Vasconcelos ­MDB' Joaquim Coutinho - ARENA; Joa­quim' Guerra - ARENA; Lins ~ SilvaARENA; Thale.s Ramalho - MDB.

Alagoas

Antônio Ferreira - ARENA; José Cos­ta - MDB; 'I'heohaldo Barbosa - ARENA;Vinicius Cansanção - MDB.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; José CarlosTeixeira - MDB.

Bahia

Antônio José - MDB; Djalma Bessa ­ARENA; Horácio Matos - ARENA; JoãoAlves - ARENA; João Durval - ARENA;Jutahy Magalhães - ARENA; Lomanto Jú­nior - ARENA; Manoel Novaes - ARENA;Ney Ferreira - MDB; Prisco Viana - ARE­NA; Rogério Rêgo - ARENA; Rômulo Gal­vão - ARENA; Ruy Bacelar - ARENA;Theódulo Albuquerque - ARENA; VascoNeto - ARENA; Wilson Falcão - ARENA.

Espírito Santo

Márino Moreira - MDB; Moacyr Dalla- ARENA; Parente Frota - ARENA.

Rio de .Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alvaro Valle- ARENA; Brigido Tinoco - MDB; Darci­lio Ayres - ARENA; Eduardo Galil - ARE­NA; Erasmo Martins Pedro - MDB; Flo­rim Coutinho - MDB; Francisco Studart- MDB; Hydekel Freitas - ARENA; JorgeMoura - MDB; José Bonifácio Neto ­MDB; José Haddad - ARENA; José Mau­rício - MDB; José SaUy - ARENA; Leô­nídas Sampaio - MDB; Lysâneas Maciel- MDB; Marcelo Medeiros - MDB; MiroTeixeira - MDB; Pedro Faria - MDB: Ru­bem Dourado - MDB; Rubem Medina ­MDB.

Minas Gerais

Cotta Barbosa - MDB; Francisco BilacPinto - ARENA; Geraldo Freire - ARE­NA; Humberto Souto - ARENA; Jorge Fer­raz - MDB; Luiz Fernando - ARENA;Manoel de Almeida - ARENA; Marcos Ti­to - MDB; Melo Freire - ARENA; NelsonThibau - MDB; Paulino Cícero - ARENA;fl-aul Bernardo - ARENA; Renato Azere­do - MDB; 'I'arcisío Delgado - MDB.

São PauloA. H. Cunha Bueno - ARENA; Airton

Sandoval - MDB; Airton Soares - MDB;Alcides Franciscato - ARENA; AntônioMorimoto - ARENA; Athiê Coury - MDB;Dias Menezes - MDB; Francisco Amaral­MDB; Gioia Júnior - ARENA; João Cunha- MDB; Joaquim Bevilacqua - MDB; Otá­vio Ceccato - MDB; '3antilli Sobrinho ­MDB; Theodoro Mendes - MDB; UlyssesGuimarães - MDB.

GoiásAdhemar Santilo - MDB; Elcival Caia­

de - ARENA; Genervino Fonseca - MDB;Hélio Levy - ARENA; Juarez Bernardes ­Ama.

Mato Grosso

Benedito Canellas - ARENA; ValdomíroGonçalves - ARENA.

Paraná

Adriano Valente - ARENA; AIípio Car­valho - ARENA; Antônio Ueno - ARENA;Ari Kffuri - ARENA; Braga Ramos ­ARENA; Cleverson Teixeira - ARENA;Flávio Giovini - ARENA; Gamaliel Galvão- MDB; Gomes do Amaral - MDB; IgoLosso - ARENA; ítalo Conti - ARENA;João Vargas - ARENA; Olivir Gabardo ­MDB; Osvaldo Buskeí - MDB; Walber Gui­marães - MDB.

Santa Catarina

Aroldo Carvalho - ARENA; Ernesto deMarco - MDB; Luiz Henrique - MDB; Ne­reu Guidi - ARENA; Pedro Colin - ARE­NA; Valmor de Luca - MDB.

Rio Grande do SulAlberto Hoffmann - ARENA; Aldo Fa­

gundes - MDB; Alexandre Machado ­AREl'TA; Augusto Trein - AREJ',!"A; CélioMarques Fernandes - ARENA; CId Furta­do - ARENA; Fernando Gonçalves - ARE­NA' .João Gilberto - MDB; Jorge Uequed- MDB; Magnus Guimarães - MDB; Nor­berto Schmidt - ARENA; Nunes LealARENA; Odacir Klein - MDB.

Roraima

Hélio Campos - ARENA.

VI - ORDEM DO DIAO SR. PUESIDENTE (Célio Borja)

A lista de presença acusa o comparecrmen­to de 283 Srs. Deputados.

Os Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo.

O SR. WILMAR DALLANHOL - Pro­jeto de lei que dá nova redação ao art.2.° da Lei n.> 6.226, de 14 de julho de1975, que dispõe sobre a contagem :e­cíproca de tempo de servico públicofederal e de atividade privada, paraefeito de aposentadoria.

O SR. PEIXOTO FILHO - Requeri­mento de consignação nos Anais daCasa de voto de congratulações com opovo e a edílldade do. Município .deMarquês de Valença, RIO .de J.al.leIro,pelo transcurso de 152.° anrversario desua emancipação político-administra­tiva.

A SRA. LYGIt. BESSA BASTOS ­Requerimento de consignação nos Anaisda Casa de voto de congratulações coma Fundação Abrigo do Cristo Redentor,pelo transcurso, no próximo dia 19 docorrente, do 32.° aniversário de suatransformação em fundação.

- Requerimento de consignação nosAnais da Casa ue voto de congratula­ções com a Diretoria e sócios da Asso­cíacâo Brasileira de Nutricionistas. pelotranscurso do 26.0 aniversario de suafundação.

O SR. ALCIR PIMENTA - Projeto delei que dispõe sobre a padronizaçã~ dedispositivos de segurança oferecidoscomo opcionais pela indústria automo­bílístíca brasileira.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Pro­jeto de lei que proibe a exigência de !i­ança ou aval em contrat,?s de empres­tímos pessoais, de locação de Im9ve;se de financiamentos de bens duráveísou de consumo.

O SR. ANTõNIO ANNIBELLI - Pro­jeto de lei que institui categorias deabatedouro e fixa sua nova denomina­ção.

O SR. CLÉVERSON TEIXEIRA ­Projeto de lei que reabre os pra~os

para requerimento de registro prorís­síonal de Psicólogo.

o SR. CARLOS SANTOS - Froj etode lei que acrescenta dispositivo à Lein.> 6.222, de 10 de julho. de 1975, queautorizou o Poder Executivo a eonstí­tuir a empresa pública denominadaEmpresa de Portos do Brasil S.A. ­PORTOBRÁS.

O SR. GERALDO BULHõES - Pro­jeto de lei que dá nova redação ao art.2.° da Lei n. O 4.266, de 3 de outubrode 1963.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNAN­DES - Requerimento de consignaçãonos Anais da Casa de voto de congra­tulações com o Município de Parai, RioGrande do Sul, pelo transcurso da datade sua emancipação política.

O SR. FERNANDO GONÇALVESProjeto de lei que estabelece o abati­mento da renda bruta do Imposto deRenda, do aluguel 'ia casa própria.

O SR. PEIXOTO FILHO - Sr. Presidente,peço a palavra para um L reclamação.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Tem a palavra o nobre Deputado.

O SR. PEIXOTO FJI,HO (MDB - R.I.Reelamacão. Sem revisão do orador.) - Sr.Presiderite animado dos melhores propósi­tos. apres~ntei o Projet~ de Res.olução n.?29175 criando a Comíssâo Espectal de Re­giõeE' Metropolitanas e Politica Urbana,com a conseqüente alteração do caput doitem lU e suas alíneas do art. 31 do RegI­mento Interno.

Acontece, porém, que, dada a alta rele­vância do assunto, a proposição esta a eXI;­gir mais rápida tramitação, o que só poderaocorrer se V. Ex. a , Sr. Presidente, determi­nar as providências cabíveis no caso, ~mconsonância com o alto espíríto de justícaque norteia os atos de V. Ex. a

É o apelo que faço, nesta oportunidade,especialmente em nome das valorosas p?­pulacões da Região MetropolItana do RIOde Janeiro.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - AMesa e a Presidência examinarão a recla­mação de V. Ex. a Oportunamente respon­derei ao ilustre Deputado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Vai-se passar à votação da matéria queestá sobre a Mesa e a constante da Ordemdo Dia.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos aseguinte

Redação Final

PROJETO DE LEIN.o 666-B11975

Suspende a vigência do artigo 1.215do Código de Processo Civil.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Fica suspensa 3 vigência do Art.1.215 do Código de Processo' Civil, até quelei especial discipline a matéria nele con­tida.

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dIS­posições em contrário.

Comissão de Redação, 18 de agosto de1975. - Díogo Nomura, Presidente - Al­tair Chagas, Relator - José Ribamar Ma­chado.

O SR. PRESIDENTE (Célio Bor,ia) ­Os Srs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovada.

Vai ao Senado Federal.

Page 38: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5974 Terça-feira 19

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTO

Senhor Presidente,Requeiro a V. Ex. a , nos termos do Regi­

mento Interno, seja consignada na Ata denossos trabalhos voto de profundo pesarpelo falecimento do ex-Deputado Raul Bar­bosa, que representou o Estado do Ceará naCâmara dos Deputados.

Sala das Sessões, em 18 de agosto de 1975.- Paulo Studart.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Tem a palavra o Sr. Paulo Studart, paraencaminhar a votação do requerimento.

O SR. PAULO STUDART (ARENA - CE.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, cumpro um indeclináveldever de justiça encaminhando o requeri­mento que V. Ex. a acaba de ler, prestandouma homenagem ao ex-Deputado FederalRaul Barbosa, ex-Governador do Ceará,homem dos mais ilustres, num preito desaudade e admiração da Câmara dos Depu­tados, que ele sempre honrou e prestigiou.

O SR. PRESIDENTE (Célío Borja) - OsSrs. que o aprovam queiram ficar como es­tão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Há

sobre a mesa e vou submeter a votos o se­guinte

REQUERlitlENTOExmo. Sr. Presidente da Câmara dos

DeputadosO abaixo assinado, Deputado Federal,

vem, com apoio no art. 40 do RegímentoInterno, requerer a V. Ex. a que, ouvido oPlenário, se digne constituir uma ComissãoExterna, para representar esta Casa, nascerimônias de Ordenação Episcopal doMonsenhor Augusto Alves da Rocha, eleitoBispo da Cidade de Picos, no Piauí.

A Sagração, realizar-se-á, às 19,30 horasdo dia 23 de agosto em curso, em Flonano- Piauí.

Sala das Sessões, em 18 de agosto de 1975.- João Olímaeo.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OsSrs. que o aprovam queiram ficar como es­tão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - De­

signo, para comporem a Comissão externa,os Srs. João Clhnaco, Pinheiro Machado,Murilo Rezende, Hugo Napoleão e CelsoBarros.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Hásobre a mesa e vou submeter a votos o se­guinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente,Requeiro a constituição de Comissão de

cinco Deputados para representar a Câma­ra nos festejos do Aniversário de Emanci­pação Política de Uberlândia, e participarda instalação da "Exposição Feira Agro­pecuária", no dia 31 de agosto.

Sala das Sessões, em 13 de agosto de 1975.- Homero Santos.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Os8rs. que o aprovam queiram ficar como es­tão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Célio Barja) - De­

signo, para comporem a Comissão externa,os 8rs. Homero Sant-os, Jorge Vargas, JairoMagalhães, Lincoln Grillo e Marcos Tito.

DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I>

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Hásobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIl"mNTO

Senhor Presidente,Na forma regimental, requeiro a consti­

tuição de Comissão Externa para represen­tar a Câmara dos Deputados na 38.a Expo­sícão de Animais do Rio Grande do Sul,que se realizará no Parque de Exposiçõesde Esteio, RS, a partir de 30 do corrente.

JustificaçãoA 38.a Exposição de Animais do Rio

Grande do Sul tem dimensões da mais altaimportância para a pecuária gaúcha, eisque, através dela, adquirem evidência, peloelevado aprimoramento zootécnico e sani­tário dos rebanhos, a resultados significa­tivos da moderna tecnologia, efetiva c ra­cionalmente aplicada ao setor, e os decor­rentes reflexos no contexto econômico doEstado.

Sala das Sessões, 18 de agosto de 1975. ­Amaury Müller.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OsS1's. que o aprovam queiram ficar como es­tão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Célio Bnrja) - De­

signo, para comporem a Comissão externa,os 8r8. Amaury Müller, Nelson Marchezan,Vasco Amaro, Célio Marques Fernandes eJorge Uequed.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) -Votacão, em discussão única, do Pro­

jeto dê Lei n,v 1-B, de 1975 que cria a­9.a Regiâo da Justiça do Trabalho e oTribunal Regional do Trabalho respcc­tIVO e institui a correspondente Pro­curadoria Regional do Ministério Pú­blico, e dá outras providências; tendopareceres: da Comissão de oonstrtuí­çâo e Justiça, pela aprovaçao, comemendas, com voto em separado do Sr.Celso Barros: da Comissão de ServiçoPúblico, pela aprovação, nos termos doparecer da Comissão de Constituição eJustiça; e do relator designado pelaMesa em substituícão à Comissão de Fi­nanças, pela aprovação. Pareceres àsEmendas de Plenário: da Comissão deConstituiçào e Justiça, pela constitucio­nalidade, juridicidade e, no mérito, pe­la rejeição; da Comissão de ServiçoPúblico, pela aprovação das de n.os 1, 4e. contra o voto do relator, da de n.o 9;pela rejeição da de n. O 6 e, contra ovoto do relator, da de n. O 5; pela pre­judicialidade das de n.os 2, 3 e, contrao voto do relator, das de n."s 7, 8 elO;e, da Comissão de Finanças, pela in­competência para opinar sobre a ma­téria. (Do Poder Executivo --- Mens. n.?2/75.) - Relatores: Srs. Djalma Bessa,Gamalie! Galvão e João Vargas.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tema palavra o Sr. Gamaliel Galvão, para en­caminhar a votação.

O SR. GAMALIF.I, GAI,vAO (lVIDB- PR.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, depois de longa caminha­da, os trabalhadores paranaenses e suasvárias entidades de classe e associaçõessindicais, que lutaram desde 1910 pela cria­cão do Tribunal Regional do Trabalho noÉstado, vêem nesta data concretizada suaaspiração. A reivindicação é justa e antigae esperamos vê-la hoje aprovada pelo con­senso dos ilustres Deputados.

Nosso parecer é pela aprovação, na for­ma consubstanciada no projeto, com asemendas dos dois relatórios da Comissãode Serviço Público, na qual fomos Relator.

Agosto de 1975

Nossas congratulações aos trabalhadoresdo Paraná e de Santa Catarina.

Não obstante tivesse a valorosa bancadacatarínense pedido a instalação da sede doTribunal em Florianópol1s, por justiça epor direito ela ficará em Curitiba, Capitaldo Paraná. O Relator da matéria, que vosfala neste momento, apresentou, no dia 13do corrente, em homenagem aos trabalha­dores de Santa Catarina e aos dos demaisEstados que não possuem ainda Tribunaldo Trabalho, projeto autorizando a criaçãode Tribunais Regionais do Trabalho em to­dos os Estados e Territórios brasileiros, in­clusive em Brasília.

Com efeito, entendemos que os direitosdo povo e, em especial, dos trabalhadoresbrasílelros não podem ficar subordinados aquestões regionalistas, sej am eles gaúchos,catartnenses, paulistas ou pernambucanos.Todos devem ter acesso a uma Justiça rá­pida e eficiente,

É o nosso pensamento e o nosso voto.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Tem a palavra o Sr. Adhemar Ghisi, paraencaminhar a votação.

O SR. ADHEMAR GHISI (ARENA - SC.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, nesse exíguo tempo de cincominutos procurarei sintetizar não apenasnosso ponto de vista pessoal, mas o de todaa bancada governista de Santa Catarina.nesta Câmara dos Deputados.

Qunando o Governo Federal encaminhaa esta Casa proposição com os objetívosque todos conhecemos, em princípio e emtese somos estimulados a dar-lhe um votode aplauso e de congratulações. Mais umTriJJunal Regional do Trabalho se cria noterritório brasileiro, E isto, por si mesmo,deve ser fato digno da maior consideraçãopor parte de todos, principalmente dos re­presentantes do povo que aqui, permanen­temente e de forma vigllante, reclamam poruma Justiça mais rápida, no interessemaior dos trabalhadores brasileiros.

Entretanto, Sr. presidente, Srs. Depu­tados, há necessidade de uma referênciaespecial sobre a vinculação da Justiça tra­balhista catarinense ao Estado do Paraná,por intermédio da criação do Tribunal daJustiça da 9.a Região. Atualmente, a Jus­tica Trabalhista do 2.° grau é jurísdícío­nada ao Tribunal Regional da 4,a Região,com sede no Rio Grande do Sul. SantaCatarina e aquele Estado gaúcho consti­tuem o território de jurisdição da 4.a Re­gíão. As vinculações do Estado "BarrigaVerde" ao Rio Grande do Sul, do ponto devista histórico, de sua tradição, do seuentrosamento, sob todos os aspectos - eco­nômicos sociais e políticos - fazem comque os dois mais meridionais Estados daFederacão brasileira vivam como irmãos,umbílícalmente ligados por fatos e atos,por acontecimentos e por episódios, de queparticiparam juntos no transcorrer da His­tória brasileira.

De uma hora para a outra, Sr. Presi­dente, o fato de se desvincular Santa Ca­tarina de um Tribunal que opera eficien­temente - cujos funcionários e magistra­dos, cumprem seus deveres com zelo ­sem a audiência prévia das lideranças sin­dicais, das lideranças trabalhístas, daslideranças políticas, das lideranças admi­nistrativas de Santa Catarina, nos con­funde, nos preocupa e nos causa atéestarrecimento. Por isso, apresentamosuma emenda, que tomou o número 1, ofe­recida em Plenário, através da qual oEstado de Santa Catarina - com 11 Jun­tas de Conciliação e Julgamento, contra '7do Estado do Paraná e com o dobro defeitos trabalhistas em relação ao Estado

Page 39: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçlio I) Terça-feira 19 5975

do Paraná - ficaria jurisdicionado aoTRT da 4.a Região. .

Parece, no entanto, que nossa justa rei­vindicação não será atendida, porque ar­gumentos de caráter técnico, em favor dasEmendas números 2, 3 e 4, impedirão aaprovação da Emenda n.o 1.

Todavia, continuaremos a insistir, comtodo o respeito, mas perseverantemente,junto ao Senado Federal, para que real­mente se faça justiça em relação ao nosso'Estado, Santa Catarina, pois queremosapenas, Sr. Presidente, que nos seja confe­rido o direito de pelo menos continuarmos[urtsdicíonados ao Tribunal da 4.a Região,pela competência de seus Juizes e pelaforma exata e regular com que vêm pro­cedendo na aplicação da Justiça de 2.° grauem terras brasileiras.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Tem a palavra o Sr. Alípio Carvalho, paraencaminhar a votação.

O SR. ALíPIO CARVALHO (ARENA ­PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, há muitos e muitosanos vem o Paraná lutando para ter seuTribunal Regional do Trabalho. O Códigode Processo do Trabalho, já em 1963, pre­via a criação do Tribunal Regional do Tra­balho no Paraná. Recentemente, em 8 demaio de 1974. o Tribunal Superior do Tra­balho aprovou unanimemente a medida.Assim, finalmente, encaminhou o PoderExecutivo, através da Mensagem n.? 002,de 5 de fevereiro de 1975. Projeto de Lei,que recebeu o n.O 1. de 1975, sobre a maté­ria ora em fase de encaminhamento devotação.

Não há dúvida alguma de que Paraná eSanta Catarina constituem uma regiãodentro do País. Vejamos o aspecto de se­gurança nacional. De um lado, temos o RioGrande do Sul. do outro, São Paulo, cons­tituindo outra grande organização militar,e. 110 centro, Paraná e Santa Catarina, queconstituem a 5." Região Militar. Tambémo Banco do Brasil, através de uma de suasdiretorias, considera Paraná e Santa Ca­tarina como um conjunto. Quanto ao sis­tema ferroviário. verificamos que, efetiva­mente. a Rede de Viação Paraná-SantaCatarina faz com que os dois Estados cons­tituam um conjunto.

Ora, a 2." Região de São Paulo estavasobrecarregada com os dissídlos de SãoPaulo, Mato Grosso e Paraná. Houve porbem o Sr. Presldente da República enviara referida mensagem ao Congresso Nacio­nal. a fim de que houvesse a descentrali­zação da Justiça. Nós, do Paraná. julgamosque a medida governamental foi a maisacertada e condizente com a oportunidade.No entanto, se Santa Catarina quer ficarsob a jurisdição do Rio Grande do Sul, adecisão não nos compete, tão-somente aquem lide com dados estatísticos sobre aJustiça do Trabalho.

Assim sendo, a Bancada do Paraná pro­pôs a Emenda n.O 1, visando simplesmenteà melhor distribuição da composição doTribunal, isto é, colocando cada Juiz quecomporá o tribunal. seja de São Paulo,Paraná. Santa Catarina ou Rio Grande doSuL em listas tríplices, modificando. assim,a Mensagem, a fim de que os Estados men­cionados tivessem condição de participardo seu Tribunal.

Somos, conseqüentemente, favoráveis àaprovação da Emenda n.o 1.

Com referência à Emenda n.s 2 tambémo somos, porque trata-se simplesmente demodificação introduzida no projeto origi­nal, para se compatibilizar com a Mensa­gem n.? 1.

Quanto à Emenda n.? 3, a Liderança semanifesta contrária à aprovação, porque,de certa forma, ela interfere no que dispõeo inciso 5.0 do art. 117 da Constituição. Evota favoravelmente à Emenda n,> 4, por­quanto. na própria Constituição, no § 4.°do art. 141, a parte da organização judiciá­ria será objeto de lei própria. não inter­ferindo, assim, no que dispõe a CartaMagna.

É o nosso parecer.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tem

a palavra o Sr. Laerte Vieira para enca­minhar a votação.

O SR. LAERTE VIEIRA (MDB - SC. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, o pre­sente projeto, criando o Tribunal Regionaldo Trabalho da 9.a Região, na realidade fa­vorecerá o Estado do Paraná, que atual­mente possui sete Juntas de Conciliação eJulgamento.

Santa Catarina pleiteava igual benefí­cio. para que lá se instalasse a Juatíca tra­balhista de 2.a instância. Não conseguiu,entretanto, seus objetivos, mas reivindicaque, pelo menos - já que não se pode criaro Tribunal no Estado - nosso Estado pos­.sa continuar jurisdicionado pela 4.a Re­gião, com sede em Porto Alegre. Rio Gran­d ~ do Sul. As facilidades no atendimentodos feitos, o Tribunal já instalado, o acessomais fácil e uma série de outras razões jus­tificam esse procedimento. Daí, surpreen­dentemente, arenistas e emedebistas deSanta Catarina pretenderem permaneça es­sa vinculação ao Rio Grande do Sul.

Votaremos, por essas razões. favoravel­mente à Emenda n,? 1 de Plenário, que ne­cessitaria de alg-umas correções oue node­riam perfeitamente ser feitas pela Câma­ra Revisora.

Há, nesta votação, um aspecto fundamen­tal para o qual queríamos pedir a atancáodos nobres Deputados: é o que diz respeitoà Emenda n.? 3 de Comissão, que permiteuma opção aos funcionários do quadro lo­tado atualmente na 2." e 4." Regiões, istoé, nos Estados do Paraná e Santa Catari­na, para que, no prazo de 30 dias. digamse pretendem formar nos quadros do novoTribunal ou permanecer no antigo. Nãohaveria, aí. nenhum prejuízo, porque as va­gas seriam preenchidas à medida que oeor­ressem - está previsto na Emenda. Aquelesque aceitassem promocão ou mudanca decargo não poderiam mais ser favorecidospor essa opção.

Pois bem, há dnas emendas gêmeas: asde n.vs 3 e 4. A Emenda n.o 3 diz respeitoao problema dos funcionários. A nobre Li­deranca da Maioria requereu destaque des­ta emenda para rejeicão. A de nO 4 refere­se à situacão dos Juízes-Pre9identes dasJuntas de Conciliacão e Julgamento. Estas,a douta Maioria aceita.

Que crttéríos. Sr. Presidente, podem Ius­tificar duas medidas numa mesma matéria,tomadas assim diversamente. uma paraprevalecer com relação aos Juízes. recomen­dando-lhes o direito de opção, outra paraimpedir esse mesmo direito no que se re­laciona aos funcionários da Justiça do Tra­balho?

A Minoria insiste em que haja tratamen­to igual, em que não haja discriminação,em que não se adote um critério para de­terminado caso e critério oposto para ou­tro. Daí votarmos favoravelmente à Emen­da n.o 3, que reputamos válida e que, den­tro dos critérios que a douta Maioria en­tendeu conveniente, não poderia ser re­cusada.

De resto, votaremos favoravelmente aoProjeto apresentado. Esta, decisão da Mi­noria.

o SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - EmPlenário foram oferecidas as seguintes

EMENDASN.o 1

Os art. 1.0 e seu parágrafo único, art. 5.°,art. 7.°, art. 3.° e seu § 1.0 e o parágrafoúnico do art. 14 passarão a ter a seguinteredação:

"Art. 1.0 É criada a 9." Região da Jus­tiça do Trabalho, compreendendo o Es­tado do Paraná.

parágrafo único. A divisão jurisdicio­nal estabelecida no art. 674 da 'Jonso­lidação das Leis do Trabalho fica ajus­tada ao determínado neste artigo. pas­sando a 2," Região a abranger apenas oEstado de São Paulo e Mato Grosso."

"Art. 5.° Incumbe ao Presidente doTribunal Superior do Trabalho. com acolaboração do Presidente do Tribunaldo Trabalho da 2.a Região, adotar asmedidas que se fizerem necessárias àinstalação do novo órgão."

"Art. 7.° Até a data da ínstalacâo donovo Tribunal fica mantida a - atualcompetência do Tribunal Regional doTrabalho da 2." Região."

"Art. 8.° As Juntas de Conciliação eJulgamento sediadas no Estado do Pa­raná, com os respectivos acervos mate­rial e funcional, passam para a jurisdi­ção do Tribunal Regional do Trabalhoda 9." Região, sem prejuízo dos direitosadquiridos e respeitadas as situaçõespessoais dos juizes, vogais e servido­res.

§ 1.0 Os cargos existentes na lotaçãodo Tribunal Regional do Trabalho da2." Região. destinado a atender aos ser­viços do Estado do Paraná, são trans­feridos para o Tribunal Regional doTrabalho da 9." Região."

"Art. 14.

Parágrafo único. Para atendimentodas despesas decorrentes da abertura decrédito especíal autorizado no presenteartigo. fica o Poder Executivo autoriza­do a cancelar dotações orçamentáriasconsignadas à 2." Região da Justiça doTrabalho. no Orçamento vigente, cor­respondonte às despesas que seriamrealizadas pelas unidades a serem des­membradas ou de outras dotacõcs orca-mentárias." -.

N.o 2

Dê-se ao art. 2.° do Projeto de Lei n.o 1,de 1975 (do Poder Executivo), que cria a 9.3.Região da Justiça do 'I'rabalho e o Tribu­nal Regional do Trabalho respectivo, a se­guinte redação:

"Art. 2.° É criado o Tribunal Regionaldo Trabalho da 9." Região. com sedeem Florianópolis, no Estado de SantaCatarina, composto de oito juízes, dosquais dois serão representantes classis­tas, um dos empregados e outro dos em­pregadores."

N.O 3

O artigo 2.0 do Projeto de Lei n,v 1/75,passará a ter a seguinte redação:

"Art. 2.0 É criado o Tribunal Regionaldo Trabalho da 9." Região, com sedeem Florianópolis, Estado de Santa Ca­tarina, composto de oito juízes. dosquais dois serão representantes classís­tas. um dos empregados e outro dosempregadores."

Page 40: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5976 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Agosto de 1975

./i. 0 4O art. 2.0 passa a ter a seguinte redação:

"Alt. 2.° Ê criado o Tribunal Regionaldo Trabalho da 9.a (nona) Região, comsede em Curiti"a, no Estado do Paraná,composto de fi ~seis) Juizes Togados vi­talícios e de 2 (dois) classistas, estescom investidura trienal de representa­ção paritária e escolhidos na forma daLe1."

§ 2.° Em sua primeira composição, oprovimento dos cargos de juízes togadosdo Tribunal far-se-á na conformidadedo seguinte critério, observada a pro­porcionalidade estabelecida no art. 670,§ 2.°, da Consolidação das Leis do Tra­balho:1 (um) escolhido entre membros doMinistério Público da União junto àJustiça do Trabalho;1 (um) escolhido na classe dos ad­vogados;1 (um) escolhido pelo critério de mere­cimento entre os Juizes-Presidentes deJunta, titulares de órgãos de 1.a instân­cia sediados no atual limite jurisdicio­nal do Tribunal Regional do Trabalhoda 2.a Região;1 (um) escolhido pelo critério de mere­cimento entre os Juizes-Presidentes deJunta, titulares de órgãos de l.a ins­tância sediados no atual limite jurisdi­cional do Tribunal Regional do Traba­lho da 4.a Região;1 (um) escolhido pelo Tribunal Regio­nal do Trabalho da 2.a Região, segundoo critério de antigüidade, entre os Juí­zes-Presidentes de Junta, titulares deórgãos de l.a instância no Estado doParaná;1 (um) escolhido pelo Tribunal Regio­nal do Trabalho da 4.a Região, segundoo critério de antigüidade, entre os Juí­zes-Presidentes de Junta, titulares deórgãos de 1.a instância no Estado deSanta Catarina."

N.o 6

Substitua-se o § 2.° do art. 3.0 pelo se-gumte:

"§ 2.° O Provimento dos cargos de Jui­zes togados do Tribunal, em sua pri­meira composição, se fará dentro doseguinte critério, já observada a pro­porcionalidade estabelecida no art. 670,§ 2.0 , da Consolidação das Leis do Tra­balho.Um (1) representante do MinistérioPúblico da União, junto à Justiça doTrabalho.Um (1) representante dos advogados;Dois (2) escolhidos entre os Juízes doTrabalho, Presidentes de Juntas de Con­ciliação e ,Julgamento, titulares de ór­gãos de primeira ínstãncís sediados naárea geográfica desmembrada, indica­dos pelo Tribunai Regional do Trabalhoda Segunda Região, sendo um (1) pelocritério de antigüidade e um (1), deuma lista tríplice, pelo critério de me­recimento;Dois (2) escolhidos entre os Juizes doTrabalho Presidentes de Juntas de Con­ciliação e Julgamento, titulares de ór­gãos de primeira instância sediados naárea geográfica desmembrada, Indica-

Dê-se aodação:

"Art. 3.°

N.o 5

2.0 do art. 3.° a seguinte re-

dos pelo Tribunal Regional do Traba­lho da Quarta Região, sendo um (1)pelo critério de antigüidade e um (1),de uma lista tríplice, pelo critério demerecimento."

N.o 7ND § 2.0 do art. 3.0 , onde se lê "1 (um)

escolhido na classe dos advogados", leia-se"1 (um) escolhido na classe dos advogados,dentre os componentes de listas triplices,elaboradas pelas Seções da Ordem dosAdvogados do Brasil, dos Estados do Paranáe de Santa Catarina.

N.o 8

No § 2.0 do art. 3.°, onde se lê "1 (um)escolhido entre membros do Ministério Pú­blico da União, junto à Justiça do Traba­lho", leia-se: "1 (um) escolhido entre mem­bros do Mínístérío Público da União, juntoà Justiça do Trabalho, recrutado dentre osocupantes dos cargos providos em decor­rência desta lei".

N.o 9

O art. 3.0 passa a ter a seguinte redação:

"Art. 3.0 Todos os Juizes serão da livrenomeação do Presidente da República,observada.a seguinte proporcionalidade(§ 5.0 , do art. 141, da ConsUtuição Fe­deral) :a) um (1) escolhido na classe dosAdvogados que se encontrem no exer­cício da profissão;b) um (1) escolhido entre membros doMinistério Público da União junto àJustiça do Trabalho;

c) quatro (4) escolhidos entre Juizesdo Trabalho, Presidente de Juntas deConciliação e Julgamento.Parágrafo único. Haverá um (1) su­plente para cada Juiz Classista."

N.o 10Altere-se a redação do art. 8.° do projeto,

acrescente-se um novo parágrafo e man­tenham-se os §§ 1.0 e 2.0, que ficam re­numerados para H 2.° e 3.0 assim:

"Art. 8.0 As Juntas de Conciliacão eJulgamento existentes nos Estadós doParaná e Santa Catarina, com os res­pectivos acervos material e funcional,passam para a jurisdição do Tribunal

. Regional do Trabalho da 9.& Região,sem prejuízo dos direitos adquiridos erespeitadas as situações pessoais dosjuizes, vogais e servidores, facultando­se aos juizes lotados no Paraná e SantaCatarina, o direito de optarem peloretorno à jurisdição dos Tribunais deorigem, no prazo de 90 (noventa) dias,contados a partir da publicação da lei.§ 1.0 No caso da opção ser no sentidode retornar à jurisdição do Tribunal deorigem, a remoção será feita à medidaque existir vaga.§ 2.° (idêntico ao § 1.0 do projeto).§ 3.0 (idêntico ao § 2.0 do projeto)."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Emvotação a Emenda n.? 1, de Plenário, comparecer divergente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OsSrs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Rejeitada.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Em

votação a Emenda n.> 4, de Plenário, comparecer divergente.

O SR. PRESIDENTE (Célio H.orja) - Os81'S. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Rejeitada.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Emvotação a Emenda n.o 9, de Plenário, comparecer divergente.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OsSrs. que a aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Rejeitada.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Em

votação as Emendas n.vs 2, 3, 5, 6, 7, 8 e10, de Plenário, com pareceres contrários.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - OsSrs. que as aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Rej eitadas.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)

Há sobre a mesa o seguinte requerimentode destaque:

Senhor Presidente:Na forma regimental, requeiro destaque

para votação da Emenda n.? 3 da Comis­são de Constituição e Justiça ao Projeto deLei n.o l-B/75.

Sala das Sessões, em 18 de agosto de1975. - Luiz Rocha.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)A Comissão de Constituição e Justiça, aoapreciar o projeto, ofereceu ao mesmo asseguintes

EMENDAS

- N.O l-I) O art. 2.0 passa a ter a segiunte re-

dação:"Art. 2.° É criado o Tribunal Regionaldo Trabalho da 9.a Região, com sedeem Curitiba, Estado do Paraná, com­posto de seis Juizes togados, vitalícios,e de .dois representantes classistas,temporários, todos nomeados pelo Pre­sidente da República."§ 1.0 Os juizes togados serão escolhi­dos:a) um dentre advogados no exercicioda profissão;b) um dentre membros do MinistérioPúblico da União junto à Justiça doTrabalho; ec) quatro dentre juizes do TrabalhoPresidentes de Juntas de Conciliacão eJulgamento, respectivamente indica­dos:1) dois, pelo Tribunal Regional do Tra­balho da 2.a Região, em lista triplice,uma composta de juizes em atividadeem São Paulo e outra de juizes em ati­vidade no Pararia;2) dois, pelo Tribunal Regional do Tra­balho da 4.& Região, em lista trínlíce,uma composta de juízes em atividadeno Rio Grande do Sul e outra de juizesem atividade em Santa Catarina."

§ 2.° Os Juízes classistas representa­rão, paritariamente, empregados' e em­pregadores."

-N."2-Suprima-se o § 2.0 do art. 3.0, passando

o § 1.0 a parágrafo único.

- N.o 3-Acrescente, onde couber, no Projeto <l-e

Lei ri.? 1/75 (do Poder Executivo), o se­guinte artigo:

"Art. Os funcionários atualmentelotados nos quadros da 2.a ou 4.a Re­gião e em efetivo exercicio nos Estadosdo Paraná e Santa Catarina, terão di­reito, mediante opção escrita e irretra­tável, protocolada no respectivo Tribu­nal dentro do prazo de 30 (trinta) diascontados da publicação desta lei, a re-

Page 41: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5977

moção para preenchimento de vagasem cargos idênticos e do mesmo nívelnos quadros a que pertenciam anterior­mente.§ 1.0 O aproveitamento de que trataeste artigo será feito à medida em queocorram as vagas nos Quadros da Re­gião de origem, obedecido o critério daantiguidade, permanecendo os optan­tes, no exercício de seus cargos, na9." Região, até a data da remoção."

§ 2.° Perderá o direito previsto nesteartigo o funcionário optante que acei­tar promoção ou mudar de cargo comointegrante do quadro da 9." Região."

_ N.o 4-

Acrescente-se, onde convier, um artigocom a seguinte redação:

"Artigo ... Aos Juízes Presidentes deJuntas de Conciliação e Julgamento dosEstados do Paraná e Santa Catarinatrca facultacla a opção, no prazo de 90(noventa) dias a contar da vigênciadesta lei, pela permanência do quadroda Região a que pertencem, hipóteseem que continuarão no exercício deseus cargos, mas não poderão concorrera promoções ou remoções na jurisdiçãoda 9." Região."

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) ­Em votação as Emendas da Comissão deoonstítutção e Justiça, ressalvada a maté­ria destacada.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _Os Srs. que as aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovadas.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _Em votação a Emenda n.o 3, da Comissãode Constituição e Justiça, destacada.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) _Os Srs. que aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Rejeitada.

O SE. LAERTE VIEIRA (Pela Ordem.) _. Sr. Presidente, requeiro verificação de vo­tação.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)Está concedida.

Vai-se proceder à verificação.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)Vai-se proceder à chamada e conseqüentevotação nominal.

Os Srs. Deputados que votarem a favor,responderão Sim e os que votarem contraresponderão Não.

O SE. ODULFO DOMINGUES, l.o-Secre­tário, procede à chamada nominal.

O SR. PltJESIDENTE (Célio Borja) _Responderam à chamada nominal e vo­taram 169 Srs. Deputados.

Votaram SIM os Srs. Deputados:

Laerte Vieira, Líder do MDB.

AcreNabor Júnior - MDB;

Nosser Almeida - ARENA; Ruy Líno ­MDB.

Amazonas

Antunes de Oliveira - MDB; Joel Fer­reira - MDB; Mário Frota - MDB.

Pará

Ubaldo Corrêa - ARENA.

Maranhão

Epitáeio Cafeteira - MDB'.

Piauí

Celso Barros - MDB.

Ceará

Antonio Morais - MDB; Figueiredo Cor­reia - MDB; Paes da Andrade - MDB.

Rio Grande do Norte

Ulisses Potíguar - ARENA.

Paraíba

Humberto Lucena - MDB; MarcondesGadelha - MDB; Octacílio Queiroz.

Pernambuco

Carlos Wilson - ARENA; Fernando Coe­lho - MDB; Fernando Lyra - MDB; Jar­bas Vasconcelos - MDB; Joaquim Couti­nho - ARENA; Joaquim Guerra - ARE­NA; Sérgio Murillo - MDB.

Alagoas

José Costa - MDB.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; José CarlosTeixeira - MDB.

BahiaAntônio José - MDB; Hildérico Oliveira

- MDB; Ney Ferreira - MDB; Vieira Li­ma -ARENA.

Espírito SantoHenrique Pretti - ARENA; Mário Morei­

ra - MDB.Rio de Janeiro

Abdon Goncalves - MDB; Aleir Pimen­ta - MDB; Ário Theodoro - MDB; Brí­gido Tinoco - MDB; Daniel Silva - MDB;JG de Araújo Jorge - MDB; Jorge Moura- MDB; José Bonifácio Neto - MDB;Leônidas Sampaio - MDB: Pedro Faria ­MDB; ,Peixoto Filho - MDB.

Minas GeraisCotta Barbosa - MDB; Francelino Pe­

reíra - ARENA; Geniva! Tourinho - MDB;Nelson Thibau - MDB; Padre NobreMDB; Sílvio Abreu Júnior - MDB.

São PauloFrancisco Amaral - MDB; Joaquim Be­

vilacqua - MDB; Octacílio Almeida ­MDB: Odemir Furlan - MDB; RobertoCarvalho MDB; Santilli Sobrinho ­MDB.

Goiás

Hélio Mauro - ARENA.

Mato GrossoWalter de Castro - MDB.

ParanáAlencar Furtado - MDB; Antônio Anni­

belli - MDB; Antonio Belinati - MDB;Fernando Gama - MDB; Gamaliel Ga.Iváo- MDB; Paulo Marques - MDB; PedroLauro - MDB: Walber C"limarães - MDB.

Santa CatarinaAdhemar Ghisi - ARENA; Angelino Raso.- ARENA; Arolde de Carvalho - ARENA;Ernesto de Marco - MDB; Francisco Li­bardoni - MDB; Jaison Barreto - MDB;José Thomé - MDB; Luiz HenriqueMDB; Nereu Guidi - ARENA; Valmor deLuca - MDB.

Rio Grande do SulAlceu Collares - MDB; Alexandre Ma­

chado - ARENA; Amaury Müller - MDB;Antônio Bresolin - MDB; Carlos Santos ­MDB; Célio Marques Fernandes - ARENA;Getúlio Dias - MDB; João Gilberto ­MDB; José Mandelli - MDB; LídovínoFanton - MDB; Magnus Guimarães ­MDB; Norberto Schmidt - ARENA; Oda­cir Klein - MDB, Rosa Flores - MDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.

Votaram NÃO os Srs. Deputados:

Luiz Rocha, Líder da ARENA

Acre

Nosser Almeida - ARENA.

Amazonas

Raimundo Parente - ARENA.

Pará

Jorge Arbage - ARENA; Newton Bar­reira - ARENA; Ubaldo Corrêa - ARENA.

Maranhão

Eurico Ribeiro - ARENA; João Castelo- ARENA; José Ribamar Machado ­ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Vieirada Silva - ARENA.

Piauí

João Clímaco - ARENA; Paulo Ferraz­ARENA; Pinheiro Machado - ARENA.

Ceará

Claudino Sales - ARENA; Furtado Leite- ARENA; Gomes da Silva - ARENA; Jo­nas Carlos - ARENA; Manoel Rodrigues ­ARENA; Marcelo Linhares - ARENA;Ossian Araripe - ARENA; Parsifal Barroso- ARENA; Paulo Studart - ARENA.

Rio Grande do Norte

Ney Lopes - ARENA; Vingt RosadoARENA; Wanderley Mariz - ARENA.

Paraíba

Adernar Pereira - ARENA; Álvaro Gau­dêncio - ARENA; Antônio Gomes ­ARENA; Mauricio Leite - ARENA; Teotô­nio Neto ARENA; Wilson Braga ­ARENA.

Pernambueo

Airon Rios - ARENA; Gonzaga Vascon­celos - ARENA; Inocêncio OliveiraARENA; Josias Leite - ARENA.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA; José Alves- ARENA; Theobaldo Barbosa - ARENA;

Sergipe

Raimundo Diniz ~ ARENA.

Bahia

Djalma Bessa - ARENA; João Alves ­ARENA; Jutahy Magalhães - ARENA;Odulfo Domingues - ARENA; Prisco Viana- ARENA; Rogério Rêgo - ARENA; Theó­dulo Albuquerque - ARENA; Vasco Neto- ARENA; Wilson Fa.lcâc - ARENA.

Espírito Santo

Gerson Camata - ARENA; Moacyr Dalla- ARENA; Parente Frota - ARENA.

Rio de Janeiro

Darcílio Ayres - ARENA; Daso Coimbra- ARENA; Luiz Braz - ARENA; LygiaLessa Bastos - ARENA.

Minas Gerais

Geraldo Freire - ARENA; Homero San­tos - ARENA; Humberto Souto - ARENA;José Machado - ARENA; Luiz Fernando ­ARENA; Manoel de Almeida - ARENA;Melo Freire - ARENA; Nogueira de :Re­zende - ARENA; Paulíno Cicero - ARENA;Raul Bernardo - ARENA.

Goiás

Siqueira Campos - ARENl

Maio Grosso

Gastão Müller - ARENA; Nunes Rocha_ ARENA; Valdomiro Gonçalves - ARENA.

Page 42: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5!l'78 Ter.:a-feira 19 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Agosto de 1915

ParanáAdriano Valente - ARENA; Alípio Car­

valho - ARENA; Cleverson Teixeira ­ARENA; ítalo Oonti - ARENA; MinoroMíyamoto - ARENA.

Santa Catarina

João Linhares - ARENA; Wilmar Dal­lanhol - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alberto Hoffmann - ARENA; AugustoTrein - ARENA; Fernando Gonçalves ­ARENA; Mário Mondino - ARENA; NelsonMarchezan - ARENA; Nunes LealARENA.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - AMesa vai proclamar o resultado da votação:

Votaram SIM - 84 srs. Deputados; NÃO- 83; e houve 2 abstenções. Total; 169 vo­tos

Não há quorum regimental.

Fica adiada a votação.O Sr. Célio Borja, Presidente da Câ­

mara dos Deputados, absteve-se devotar.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja)Discussão prévia do Projeto de Lei

n.o 122-A, de 1975, que dispõe sobrededucão do pagamento de tributos darenda: bruta nas declarações destinadasao Imposto de Renda; tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pelainconstitucionalidade. (Do Sr. FranciscoRollemberg.) - Relator: Sr. Clever.sonTeixeira.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tcma palavra o Sr. Antônio Bresolrn, para dís­cutir o projeto.

O SR. ANTõNIO BRESOLIN (MDB-RS ­Sem revisão ·do orador.) - Sr. Presidente eSrs. Deputados, a despeito de inquinada deinconstitucional, o Projeto de Lei n.? 122-A,do Deputado Francisco Rollembe,rg, te}Umuito mérito. Infelizmente, na tnbutaçaodo Imposto de Renda existem ainda :nyltosfatores a serem corrigidos. A proposiçao sepropõe à supressão de uma dessas an~llll;a­lias ainda existentes. Por exemplo, o dirertoao desconto das despesas relacionadas como reflorestamento só será possível àquelesque estabelecerem um plano que seja ap~o­vado pelo Governo. Mas esse plano tambémrepresenta, de certa forma, hipoteca da pro­priedade, pois quem reflorestar medianteplanej amento feito pelo Governo, com re­cursos que podem ser obtidos através .doImposto de Renda, fica com sua proprre­dade, de algum modo, inalienável.

Sr. Presidente, quantos brasileiros existemque plantam árvores, ou fa,:em refloresta­mento às suas custas ínvestíndo em bene­fício do futuro da nos~a Pátria! Entretanto,para esses não existe qualquer desconto,porque o Governo exige a tnbutaçao da­queles que plantam, daqueles que ~olaboramcom a própria campanha precomzada peloGoverno.

Por isso, a iniciativa do Deputado Fran­cisco Rollemberg é um brado de alerta. OMinistro Mário Henrique Simonsen deveatentar bem para esses fa~s e procurar ~or­rígír aquilo que ainda esta errado na tríbu­tação do Imposto de Renda, estimulando,por todos os meios, aqueles que seguem asdiretrizes traçadas pelo Governo, cooperan­do para que se possa, .efetivame!!tt:, fazeralguma coisa de útil em nossa Patna.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Tema palavra o Sr. Célio Marques Fernandes,para díseutár o projeto.

o SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES(ARENA - RS. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Srs. Deputados, o nobreDeputado Francisco Rollemberg teve umaidéia feliz, quando procurou modificar aredação deste projeto de lei, reduzindo opagamento dos tributos da renda bruta nasdeclarações destinadas ao Imposto de Ren­da. Quanto à dúvida sobre a constitucio­nalidade da matéria, acho que facilmentepoderá ser esclarecida. De fato, não podeser da iniciativa dos Legislativo projeto quedispõe sobre matéria financeira. A doutaComissão de Constituição e Justiça; mais deuma vez, ínterpretando a legislação emcausa, já tem aceito alguns casos a res­peito. Entretanto, a omissão constitucional,no que diz respeito à iniciativa de leis so­bre matéria tributária, a Comissão de Cons­tituição e Justiça já fixou a praxe de acei­tar iniciativa dos Srs. Deputados que versematéria tributária. Mas, no caso presente,há extrapolaçâo de assuntos, no que se re­fere a tributos pararínanceíros, visto quea receita orç-amentária sofreria alterações.Sofrendo alterações a receita orçamentária,atinge o art. 57 da nossa Oonstttuíção .

Mas a razão maior de eu vir à tribunaé para fazer com que chegue ao conheci­mento do Executivo, por intermédio da nos­sa Liderança, a iniciativa do ilustre Depu­tado. Ela deveria ser também extensiva àpessoa jurídica, no que diz respeito à de­dutibilidade do Imposto de Renda pago, oqual, pela legislação atual, é consideradodespesa não operacional. Como não temoscondições, pela inconstitucionalidade fla­grante do projeto, faço votos para que oPoder Executivo estude o problema e mandepara cá uma mensagem aproveitando a be­líssima idéia do Deputado Rollemberg, paraque se possa transformar em Ieí-e ser apro­veitada em beneficio da coletividade.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja.) - Tema palavra o Sr. Noberto scnmtdt, para dis­cutir o projeto.

O SR. NORBERTO SCHMIDT (.ARENA­RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, andou acertada a douta Comissão deConstituição e Justiça ao opinar pela in­constitucionalidade do projeto apresentado.Mas eu gostaria de dizer que a proposiçãodo Deputado Francisco Rollemberg merecelouvores. Realmente, a dedutibilidade doImposto de Renda na declaração devia serum direito assegurado, porque, deduzindo­se do Imposto de Renda aquela parcela pa­ga no ano-base, caracteriza-se o rendimen­to do indivíduo. Portanto, o contribuintedevia ter o direito de deduzi-la.

Não me refiro aos demais impostos, comoquer o autor do projeto. Quanto a estes,faria ressalvas. Mas a dedutibilidade doImposto de Renda na declaração devia serum direito assegurado,

Há dois ou três anos, encaminhamos. nes­ta Casa, preposição que estendia inclusiveàs pessoas jurídicas o direito à dedutibilida­de do imposto pago durante o ano-base. Ve­rifica-se uma coisa curiosa. Uma pessoa[urídíca que tem rendimento paga Impostode Renda num determinado ano. Ora, acon­tece que, no fim do ano, a pessoa jurídicatem prejuísos financeiros, mas pagou duran­te o ano, digamos, 200 milhões de cruzeirosde Imposto de Renda. O prejuízo da firma,por hipótese, foi da ordem de 40 milhões.No entanto, com a metamorfose jurídica deuma interpretação fiscal, aquela mesmapessoa jurídica paga sobre o Imposto deRenda, sobre Cr$ 40.000.000,00, porque,adicionando o Imposto de Renda pago na-quele mesmo ano, o prejuízo de .Cr$ 160.000.000,00, transforma-se num lu­ero tributário de Cr$ 40.000.000,00.

Sr. Presidente, realmente a questão daincidência do Imposto de Renda sobre oImposto de Renda é um absurdo, é incons­titucional.

Andou acertada a Comissão de Constitui­ção e Justiça em opinar pela inconstitucio­nalidade, porque realmente tem implica­ção financeira, mas do ponto de vista ló­gico, consentâneo, do bom. senso, andouacertado o Deputado Rollemberg ao apresen­tar esta proposição. Penso que, um dia mais,um dia menos, o Poder Executivo deve to­mar a iniciativa de corrigir essa anomalia,em virtude de qual se paga sobre aquilo queo próprio Governo tirou. Não é renda, nãose pode considerar renda, se o próprio Go­verno retirou aquela parcela.

Era o que queria dizer.O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Não

havendo mais oradores inscritos, declaroencerrada a discussão.

Adiada a votação da matéria, por faltade quorum.

O SR. PRESIDENTE (Célio Borja) - Nostermos do inciso II do art. 10 do RegimentoInterno, concedo a palavra ao Sr. JoaquimBevílacqua, na qualidade de Líder do Mo­vimento Democrático Brasileiro.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA (MDB­SP, Como Líder. Pronuncia o seguinte dís­eurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, aNação foi surpreendida na semana passadacom. um pronunciamento do Senador Dinar­te Mariz - da ARENA do Rio Grande doNorte - defendendo, nada mais nada me­nos, do que a destruição do regime Jederati­vo brasileiro e a conseqüente adoçao de umEstado unitário de Governo centralizado.

É verdade, Sr. Presidente, que 1/6 dos Mu­nicípios brasileiros já perderam sua auto­nomia, pela absurda aplicação dos artifíciosda decrctacão arbitrária das "áreas de se­gurança nacíonc.l" ou da constituição de umMunicípio em estância hidromineral, ou am­bos; é verdade que o sistema federativo bra­sileiro tem sido seguidamente desrespeitado,com a nomeacão direta de Governadorespelo Poder Central; é verdade que a Uniãoestá administrando quase tudo, pondo emcheque assim, o regime federativo; é ver­dade, sobretudo, que a ação múltipla dasempresas transnacíonaís tem levado o Go­verno a uma ação cada vez mais direta naatividade empresarial geradora de riquezas,quando talvez pudesse, em muitos casos,coibir os abusos das multinacíonais e dele­gar iniciativa e apoio a empresas autócto­nes, fortalecendo assim o desenvolvimentode nossa economia com base no pequeno emédio empresário agrícola, industrial e co­mercial - descentralizando poder e inicia­tiva, distribuindo melhor responsabilidadese rendas.

A descentralização - decorrente do pró­prio regime federativo - há de ser orgâni­ca, política, por colaboração, de delegação,de concessão e quanto à personalização deserviço - conforme ensina Mário Marzagâoem seu "Direito Administrativo" - capitulo14. Dela decorre a própria substância e eon­dicão de validade do regime federativo, etodos nos lembramos dos absurdos admi­nistrativos ocorridos em governos centra­lizados, com interventores designados à re­velia de prévia consulta popular.

Aqueles que criticam a possibilidade deretorno ao passado - estou de acordo, nes­te passo, com o Senador Dinarte Mariz ­não podem incentivar ou sugerir práticascondenadas - tal como o faz o político po­tiguar. Dai por que pregar a dissolução daFederação é incidir em saudosismo nada re­comendável, mormente aos integrantes dasituação. É desrespeitar liminarmente nos­sas melhores tradições.

Em primeiro lugar, é desconhecer o textode' nossa Constituição que, tratando do pro­cesso legislativo, em sua Seção V, diz clara­mente no § 1.0 do art. 47:

Page 43: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

"Não será objeto de deliberação a pro­posta de emenda tendente a abolir aFederação ou a República."

Somos, portanto, Sr. Presidente, uma Re­pública Federativa indestrutível pela pró­pria Constituição. Aliás, nosso nome ofici~l,a partir de 196'7, é exatamente este: Repu­blica Federativa do Brasil. Esta é uma dasiniciativas da Revolução que podem mereceraplausos gerais de todos os brasileiros: arnudanea do nome oficial do Brasil. Duran­te séculos, tivemos de arrastar um nome quenão condizia. em nada, com nossa reali?-::.depolítica. Copiado servilmente das tradiçõespolíticas da América do Norte no bojo denossa primeira Constituição republicana de1891, o nome de "República dos EstadosUnidos do Brasil" não tinha nada a verconosco a não ser o nome "Brasil". Para osEstados Unidos, Sr. Pl'esidente, vinha a ca­lhar esse nome. A união das treze primeirascolônias, que eram quase que Estados sobe­ranos individualmente, permitia um nomeque lembrasse esse tipo de origem. Não foio nosso caso. Os Estados que formam atual­mente nossa Federação provieralll das pro­víncias do Império que, por sua vez, advie­ram das antigas Capitanias Hereditáriasdo Brasil Colônia Nem Capitanias, nemProvíncias nem Estados jamais tiveramqualquer l~ivo de sober~nia, .Além disso, Sr.Presidente a absoluta identidade do nome- República dos Estados Unidos do Brasil- condicionava urna. sujeição histórica aosinteresses e objetivos dos Estados Unidos daAmérica, sujeição essa que sempre nos foiprejudicial Adoção, pois, de um outro n<!­me. muito mais afinado com nossas reali­dades e que significou, também, o princípiode nossa libertacão de atrelado automátíeoàs Imposições norte-alll~ricanas.,firl?ouain­da mais a determínacão constítueíonal daindestrutibilidade de "nossa admínístraçãofedera tiva.

O Sr. Octacílío Queiroz - Nobre Depu­tado Joaquim Bevílacqua, acredí to que ~ -'osó pela tradição constitucional brasileira,mas também pelo ideal de nosso povo, anossa vocação e o nosso futuro são pelaFederacão. Os exemplos de República Uni­tária oú de arremedos de República Unitá­ria no Brasil, mesmo ao tempo do Irnnérío,que era um regime unitário, não apresen­taram resultados que possam ser compa­rados ao sistema federativo. A História doImpério está repleta de grandes dificulda­des, inclusive questões reljq'josas e outras,fatos que provaram quão difícil é enfeixarum vasto mundo multi Iacetado, como é oBrasil, num regime rígido do unítarísmo.Com o triunfo 'ia República, a tão malsina­da República, pudemos assinalar o que demais grandioso se construiu no Brasil, sob'o regime federativo. O Brasil progrediu,.houve falhas, males tremendos, mas houvetambém imenso progresso, quer de ordeminstitucional, quer ds ordem cultural ou-materíal. Assísbímos, no entanto, dentro daprópria República, a hiato de tendênciaunitarista; o exemplo de Campos Sales, coma politica de governadores, tremendamenteprejudicial ao Brasil, com aspectos san­guinolentos em nossa História. Nesse pros­'seguimento de vários fatos semelhantes,para não nos reportarmos à política muitofechada do Presidente Washington Luizchegamos ao Governo de Vargas, em quevimos naquele sistema também unitário, anomeàção de Interventores e de Prefeitos,um dos piores aspectos da política de Ge­'túlio, muito embora não queiramos com istodesmerecer o valor excepcional de um dosmaiores estadistas da República. Os que

.desejarn o sistema unitário talvez não acre­ditem no povo, nas possibilidades ímensasde criação do povo. Um dos grandes pensa­dores da França, admirado pelos espiritua­listas, Henry Bergson, dizia que a democra-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

ela é de essência evangélica, é do povo. Ea voz do povo é a voz de Deus. A demoera­cia também é um sistema de liberdade dopovo que se vai coadunar perfeitamentecom a Federação. E semelhante aos grandescaudais que podem, muitas vezes, como noNilo e em outros sistemas fluviais, causardeterminados prejuízos, mas deixam umaseiva rica, que é o povo criador em todosos aspectos: artístico, político, científico.Nunca podemos desprezar o povo. O Brasilé uma galáxia telúrica. Admitir o Brasil rí­gido no esquema de um unitarismo é mataras aspirações criadoras do povo brasileiro.Em região com tanta diversificação, comtantos problemas, é natural que todos osafluentes se conjuguem para, de formamulticor, variada, enriquecida, implantar apaisagem federativa. Devemos caminharcom a Federação, porque é nosso destinode povo livre e democrático, quaisquer quesejam os hiatos de nossa vida constitucio­nal.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA ~ Muitoobrigado pelo aparte, que vem enriquecero meu pronuncíamento nesta tarde.

Sr. Presidente, razões de ordem desen­volvimentista nos fazem também estranhare repudiar a investida do Senador arenístacontra o regime federativo no Brasil. Aimensa extensão territorial do Brasil exigea existência de um r-gíme descentralizado,tendo em vista o fato de que seria comple­tamente impossível, a Ulll regíme de cen­tralização, decidir automatíeamente sobreos problemas de regiões ínteíramente di­versificadas. Mesmo admitindo-se que osistema federativo - que a Revolução dizquerer fortalecer, mas que, ao contrário,tem na prática, enfraquecido - tem sidoconstantemente desrespeitado, como porexemplo na nomeação direta dos Governa­dores estaduais e de grande número dosPrefeitos municipais. A solução não seriasua elímlnuçâo, como quer o Senador rio­grandense-do-norte, mas, ao contrário, seufortalecimento, através da concessão demaior autonomia aos Estados e aos Muni­cípios.

Vale lembrar aqui, Sr. Presidente, a orí­ge.n inequívoca do poder no Brasil. Deacordo com nossa Constituição atual - queé em parte promulgada e em parte outor­gada, mas que, nesse particular, segue amesma orientação da quase totalidade dasoutras Constituições que tivemos -,

"todo o poder emana do povo e em seunome é exercido."

(Art. 1.0, § 1.0)

Ora, é sabido que a Constituição não criadireitos, mas os declara, define e tutela.Não roram as nossas Constituições que cria­ram a Federação Brasileira. Nossa Federa­ção foi conseguida à custa de muito sacri­fício de um sem número de brasileiros que,na ação política, ou na ação dos Gabinetes,ou mesmo, muitas vezes, derramando seusangue nos campos de batalha, aqui dentroou lá fora, eontríbuíram para que o Brasilse erigisse na Nação que é. Nossas Consti­tuições vieram apenas constatar essa reali­dade, para declará-la, defírri-Ir e tutelá-la,mas de marieira tão inequívoca que chega­ram a decretar, peremptoriamente, comojf ressaltei, sua indestrutibilidade. Quandoa Constituição declara que "todo o poderemana do povo", faz lembrar o germe denosso regime federativo. Ele está na própriaorigem de nosso sistema municipal. Erigidocorno célula mater de nossa organizaçãopolitica e reconhecido corno a menor ­porque inicial - unidade politica da Fe­deração, o município tem, na base de suacriação atual, entre outras exigências umaconsulta prévia ao povo, de quem emanatodo poder e a totalidade do poder, con­forme o Art. 14 da Constituição.

Tel'ça-feira 19 5979

O Sr. Celso Barros - Nobre Deputado, oterna da Federação no Brasil diz respeito àprópria História da nossa Pátria. Descober­to o Brasil, e sentida a necessidade da suacolonização, não teve a Coroa Portuguesaoutra alternativa senão adotar aquele mes­mo processo j á conhecido em outras colô­nias, ou seja, o da divisão do País emCapitanias Hereditárias. Era o processo queconvinha à Coroa, do ponto de vista eco­nômico, pois confiava a defesa do País ea sua colonização àqueles que, escolhidospara isso, se encontravam em condições depromovê-Ia, A História registra esse fatocomo fundamental para a sobreexistênctado nosso País, pois, a despeito de todas asinvestidas feitas no sentido de se apropria­rem de nossa terra, as Capitanias Heredi­tárias serviram como um ponto central dereação a todas as investidas. É verdade queapenas duas delas prosperaram, uma vezque das demais não cuidaram seus donatá­nos, cuja ação não foi eficiente. Daí porque aquela divisão inicial, que nem semprecorrespondia a uma necessidade territorial,teve o poder e o privilégio de criar em cadaCapitania e, depois, em cada Província emque se transformaram, uma consciêncialocal harmonizada através de uma consci­ência nacional, que serviu para trazer aténós aqueles traços definidores da unidadenacional através da Língua, da cultura dareligião e também do próprio processó dedesenvolvimento econômico. Chegamos aíaté a fase da proclamação da República. Equando se foi buscar além das nossas fron­teiras o modelo constitucíonal, em face doqual se deveria pautar a nossa primeiraConstituição, a de 1891, fomos buscá-lo naFederação americana. Esse modelo não seprestava muito bem à nossa Federação. Comefeito, enquanto a Constitulção americanatraçara uma Federação artificial. nós, po­demos dizer, tínhamos Já urna Federaçãonatural, que remontava à própria origemda nossa História, do nosso Descobrimento.Sabe-se que, na América do Norte procla­mada a independência das Colônias, elasse tornaram Estados autônomos, indepen­dentes. Mas, sentindo-se fracas para reagircontra as investidas da Coroa, compuse­rarn-se entre si no sentido de fortalecer aunidade. Daí resultot, a Federacão de Es­tados. Lá, a Confederação resuitou numaFederação, enquanto no Brasrl a Federacàonasceu com a própria História. Falar-sé, aesta altura, em sistema político que venhaesmagar a Federação, para criar uma uni­dade nacional, não passa de artafrciahsmoou de mnnírestação da vocação daquelesque, desconhecendo a História, querem dar­lhe uma forma destorcida no presente. Pa­rabéns a V. Ex. a por ocupar a tribuna paradefender um patrimônio da própria Histó­ria do Brasil, que é a Federação, tão arrai­gada entre nós que jamais poderá extin­guir-se não só da Constituíção da Repúbli­ca, mas também da própria consciêncianacional.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA - Oaparte de V. Ex. a , com a sua autoridade dejurista, enriquece meu pronunciamento evem demonstrar mais uma vez, que o regi­me federativo, pela sua natureza histórica,é o melhor instrumento para o desenvolvi­mento do nosso País.

Continuo, Sr. Presidente.Da organização muníeípal é que se parte

para a da Comarca, a do Estado e a daprópria Federação. É pois estranha: a todaessa sistemática qualquer idéia de centrali­zação administrativa ou de hiperplanifi­cação. Aliás, Sr. Presidente, a Nação estáesperando o cumprimento das promessasque a Revolução fez, nesse sentido, quandoda posse do Presidente Médici. Em seu dis­curso de posse, houve promessas alenta­doras de que seria respeitada e até íncre-

Page 44: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5980 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção I) Agosto de 1975

mentada a autonomia tanto dos Estadoscomo dos Municípios, o que não está acon­tecendo na prática.

Vejamos. por exemplo, o caso do Muni­cípio de São José dos Campos, em SãoPaulo. É verdade que a nomeação do Pre­feito daquele importante Município paulistapelo Governador do Estado está de acordocom a constituição - Art. 15, § 1.0, alíneaa - Constituição que, como já vimos, é emparte promulgada e em parte .outorg8;d~.

Essa lei restritiva da autonomia mumei­paI está condicionada à existência de leiestadual. A lei estadual, entretanto, em­bora exista baseia-se em pressupostos defato que nb caso de São José dos Camposabso\utamente não existem. Não houveexames e análises absolutamente conclu­dentes. As rentes de Canidu não possuemaltas qualidades terapêuticas. Não há quan­tidade suficiente de água mineral paraatender aos fins declarados. O Estado nãotem aplicado anualmente, em serviços pú­blicos, como o exige lei especifica, quantiapelo menos igual à totalidade da arreca­dação do Município. Aquela fonte nuncafoi em tempo algum, explorada para osfin's indicados. Impõe-se, então, Sr. Presi­dente, para o caso específico de São ~os~dos Campos, a hipótese do Art. 58 da LeIOrgânica dos Municípios". Foi aplicado,uma norma sem incidência em fato gera­dor, norma essa que é restritiva da auto­nomia municipal que determina a nornea­cão do Prefeito e dos Vereadores pelospróprios muníclpes, através de eleição.Conforme Mário Marzagào, em seu "DireitoAdministrativo" - capítulo 14 - é nistoexatamente que se caracteriza a autonomiamunicipal. Ora, está claro, srs. Deputad;os,que uma norma restritiva ímpôe uma m­terpretacão estríta sem analogias ou ge­neralizações. Ensin~ ainda Marzagão que ':0mínimo de atríbuícões deixadas ao Muní­eípío, no que eoncerne aos seus peculiar,:sinteresses, prende-se a outro assunto, di­verso da autonomia, a saber, o da descen­tralização administrativa". Pois foi contraambos princípios que se levantou. a pala­vra - não calcada em boa doutrma. maseivada de emoção política apaixonada ­do Senador arenista Dinarte Mariz.

O Sr. Celso Barros - Nobre Deputado,já que V. Ex.a se referiu à autonomia mu­nicipal, quero também, nesse aspecto, le~­

brar que, concomitantemente com a cria­ção das Capitanias Hereditárias e, poste­riormente, dos Governos Gerais e das Pro­víncias criou-se a autonomia municipal.Aos M~nicípios a Coroa portuguesa haviaconferido autonomia; a nossa Históriaregistra o grande prestígio que elas des­frutavam à época. Tanto que o Governoportuguês, em determinada época, sentindoque as estruturas da Coroa estavam sendoabaladas nas bases municipais, retirou dasCâmaras de Vereadores, que reuniam todosos poderes - inclusive o poder de [urís­dicão e o de seleção de escolha - certosprivilégios mandando para supervisioná­las - portanto, com eapítís dlmlnutío deseu poder - os chamados juízes de fora,aqueles que a Coroa enviava justamentepara reduzir a capacidade e a autonomiados Municípios. Então, quando em nossosdias se fala na auebra da autonomia mu­nicipal através da intervenção do PoderCentral, se quer voltar aos tempos da Coroaportuguesa, num retrocesso lamentável.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA - NobreDeputado Celso Barros, ao analisar nossaHistória com seu aparte realmente pro­veitoso, V. Ex. a nos traz grandes ensina­mentos.

Prossigo, Sr. Presidente.Não se justifica, portanto, a restrícão de

direitos políticos dos cidadãos da comuna,

que é restrição à autonomia municipal ­a qual se funda primeira e primordial­mente na liberdade de escolha. popular dePrefeito e Vereadores - por motivos deordem puramente adrnínístratíva, porquestão de delegação de poderes adminis­trativos, por questão de descentralizaçãoadministrativa. É o princípio que se podeaplicar no caso das estâncias hldromíneraisrealmente existentes, e que não é o casode São José dos Campos, como já vimos.

Convém, a esta altura, Srs. Deputados,conceituar convenientemente o principio dodescentraüsmo:

"Descentralismo é o regime políüco emque os órgãos administrativos possuemautonornía acentuada, desprendendo­se tanto quanto possível do Poder Cen­tral."

A descentralização administrativa, oriun­da do principio do descentralísmo, é orgã­nica quando a capacidade decisória versasobre um aparelhamento administrativoisoladamente considerado. É política quan­do determina a partilha de atribuiçõesentre vários aparelhos administrativosexistentes num determinado país. Nos pai­ses federados, o sistema é centralizadorquando a União absorve grande parte datarefa administrativa, reduzindo-se, con­seqüentemente, a atividade dos Estados edos Municípios. O sistema será descentra­lizador quando a União se mantiver nopapel que estritamente lhe competir, as­sumindo os Estados boa parte da tarefa edelegando aos Municípios porção consic:e­rável dela. Onde se situa o Brasil hoje?Para onde quer levá-lo o Senador DinarteMariz?

Eu sei, Sr. Presidente, que a tendênciado poder político no mundo de hoje, emvirtude do advento da era atômica, é a dofortalecimento cada vez maior do PoderExecutivo, da centralização administrativa- em detrimento do princípio da autono­mia estadual e municipal e da soberaniados outros poderes tradicionais da demo­cracia, que nasceram com a, RevoluçãoFrancesa. Mas eu distingo o Brasil dasoutras potências que estiveram direta­mente envolvidas na Segunda GrandeGuerra e que ainda estão diretamente en­volvidas com os resultados daquela horrívelcatástrofe. Somos uma Nação tradicionale historicamente pacífica e pacifista. Nos­sa imensidão territorial não nos permiteessa centralização comprometedora do per­feccíorrisruo administrativo desejável.

Prego, portanto, uma delegação de po­deres cada vez maior, resultando, também,numa descentralizacão administrativa cadavez maior. Estão aí implícitos, Sr. Presi­dente, dois princípios ao mesmo tempo: oprincipio da confiança de quem delega eo principio da responsabilidade de quemrecebe. Não sei se a Revolução estaria in­teressada em provar, na prática, o prin­cipio da confiança implícito na delegaçãode poderes e na descentralização adminis­trativa. A dependência econômica dos Es­tados à União, prática anormal nos paísesfederativos. condiciona em muito boa partea melhor solução, oposta à prática atual.O que sei é que não poderemos marchardiretamente para o futuro como a potênciaque desej amos ser dependendo dessa mu­leta política que atrasa e atrasará aindamais nosso desenvolvimento.

Com todo o prazer, concedo aparte aonobre Deputado Francisco Amaral.

O Sr. Francisco Amaral - Nobre Depu­tado Joaquim Bevílacqua, nós, da Bancadade São Paulo - e somos aqui vários re­presentantes - não queremos que V. Ex."deixe a tribuna nesta tarde sem que os

paulistas, juntamente com os demais bra­sileiros que integram esta Casa, registremfelicitação pelo brilhante pronunciamentode V. Ex.", que leva a inteligência da mo­cidade de São Paulo a opor-se às l'imita­cões do Senador nortista. Através de nossapalavra, expressamos o nosso aplauso enossa certeza de que a inteligência e a sen­sibilidade maior da juventude paulista es­tão bem interpretadas por V. Ex.", que veiodo Vale do Paraíba para enriquecer estaCasa. Tudo isso haverá de somar-se, a par­tir desta Legislatura, para que São Paulose situe cada vez melhor e com maior des­taque, porque, na verdade, a gente moçade São Paulo - através de V. Ex." c detantos brasileiros de outros recantos doPais - engrandece o potencial do poderpolítico da nossa Câmara dos Deputados.Nossos cumprimentos a V. Ex. a

O. SR. JOAQUIM BEVll.ACQUA - Muitoobrigado, Deputado Francisco Amaral. Cre­dito suas generosas palavras ao culto denossa amizade.

Sr. Presidente, a Federação é e deve serindestrutível, pela Constituição. Precisa­mos regressar urgentemente ao principiosalutar da delegação de poderes e 'da auto­nomia aos Estados e aos Municipios e pra­ticar efetivamente a admin'istracão desceu-tralizadora. -

Antes de encerrar, queria ter o prazer deconceder aparte ao nobre Deputado Rober­to Carvalho.

O Sr. Roberto Carvalho - Nobre Depu­tado Joaquim Bevilácqua, V. Ex.a sabe quenão temos o hábito de apartear. MasV. Ex." aborda um dos problemas cruciais,ou seja, o federativo, que envolve não só aquestão da descentralização, mas - vaialém - o ordenamento jurídico nacional. Éatravés de uma Carta Constitueíonal, em­bora aquela sob cuja égide estamos - ebem dissera que se trata de uma CartaConstitucional - tenha sido outorgada porum Poder que não estava devidamente lm­buído da competência para legislar em sen­tido mais amplo. Então, através de umaConstituinte, de um ordenamento jurídieonacional, poder-se-ia falar em maior oumenor descentralização. Quero dizer aV. Ex.", como paulista, que defendemos aFederação não somente em benefício do Es­tado de são Paulo, mas também em sentidonacional, de continente. Lembro ainda aonobre e brilhante Deputado que todas asrevolucôes havidas no mundo tiveram ge­ralmente o objetivo de restringir a compe­tência. Sabemos, através da História, quena última Grande Guerra houve exata­mente a centralização dos grandes poderesditatoriais. E essa foi, lamentavelmente, amentalidade do nobre Senador Dinarte Ma­riz em seu pronunciamento. Essa centralt­zação significaria o arrocho do ordenamen­to nacional; seria esquecer os direitos re­gionais brasileiros, que já representam umatradição que vem desde as épocas coloniais.Esta Carta Constitucional ainda não &i.g­n'ífíca o liberalismo como realmente deveser. Deve lembrar-se V. Ex. a de que a Fe­deracâo não pode, não deve e isso não vaiacontecer - desaparecer. V. Ex." está sen­do muito feliz nesta tarde e não queremostomar-lhe mais tempo, pois já recebeu umasérie de apartes em favor da tese que de­fende V. Ex.a fala por São Paulo e em nomede todos aqueles que desejam realmente umordenamento jurídico descentralizado, coma representação de todas as regiões, tendoa liberdade, cada uma, de governar-se porsi própria. Meus parabéns a V. Ex. a , nobreDeputado Joaquim Bevilacqua.

O SR. JOAQUIM BEVILACQUA - Com, oaparte de V. Ex.a, nobre Deputado RobertoCarvalho, eminente constitucionalista, pro­fessor de Dire'ito em São Paulo, encerro

Page 45: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

meu discurso na tarde de hoje, fazendovotos para que a sensibilidade de nossosdirigentes e da nossa classe politíca enterredefinitivamente as pretensões levantadas,de forma infeliz, pelo Parlamentar do RioGrande do Norte, e que representam umretrocesso histórico absolutamente ínadmís­sível e inaceitável hoje. O que pedimos equeremos é que o princípio da delegação,o principio da confiança seja regra; que,mediante esse principio, a descentralizaçãopolitica e administrativa se faça sentir, emnome do nosso regime federativo. (Palmas.)

Durante o âiscurso do Sr. JoaquimBeoilacqua, o SI". Célio Borja, Presiden­te, deixa a cadeira da presuiéncia, queé ocupada pelo Sr. Odulto Domingues,19-5ecretárío.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)- Nos termos do inCISO II do art. 10 doRegimento Interno, concedo a palavra aoSr. Nelson Marchezan, na qualidade de Li­der da Aliança Renovadora Nacional.

O SR. NELSON MARCHEZAN (ARENA ­RS. Como Líder. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, tambémvenho falar hoje sobre uma Federação des­centralizada, só que exatamente no aspec­to econômico. E gostaria imensamente queos nobres Deputados paulistas igualmentepudessem concordar com os termos destabreve intervenção em que pretendo levan­tar o assunto que considero da mais altaimportância.

Antes de entr.ar propriamente no que cha­maria uma descentralização industrial pa­ra o País, registraria, ainda que de passa­gem, a minha opinião acerca de manifesta­ção da Federação das Indústrias de SãoPaulo, em que reivindica a localização dopólo petroquímico naquela unidade da Fe­deração.

Já ocupamos esta tribuna algumas ve­zes para versar o assunto e não tínhamosa pretensão de aqui voltar para debateraspectos da localização do terceiro pólo pe­troquímico. Por isso mesmo, Estados comoa Bahia, o Paraná, o próprio Estado de SãoP?ulo, o Rio Grande do Sul, fizeram chegaraos órgãos competentes do Governo Federalseus elementos, suas razões, seus argumen­tos em prol de tal reivindicação. Desneces­sário dizer que nas manifestações por mimfeitas aqui estíve sempre de acordo comOS estudos processados no Rio Grande e quemostrava a conveniência, do ponto de vistada descentralização e das condições de in­fra-estrutura da localização desse pólo noRio Grande. Na verdade, os trabalhos rea­lizados por técnicos do nosso Estado, in­clusive com assessoria de firmas de gaba­rito internacional, demonstraram sobeja­mente quão importante para a economia donosso Estado é a localização desse pólo noRio Grande do Sul.

Não se trata, Sr. Presidente, Brs, Depu­tados, de uma reivindicação provincianaou meramente no sentido de atender a umavaidade ocasional ou a realização de umfeito político. Trata-se, exclusivamente, dedar condições para que o Río Grande doSul possa acompanhar o resto do Brasil notocante a um desenvolvimento harmônico.Além de mercado de consumo. de mão-de­obra e da matéria-prima ali existente, onosso Estado oferece perspectivas excelen­tes de comércio internacional, eqüidistanteque está do mercado argentino, uruguaio,chileno e até paraguaio.

Lembro de que, certa vez, recebendo al­guns empresários no Rio Grande do Sul,em tom de brincadeira, eu lhes dizia: "Sedesejam investir no Brasil, é lógico que têmde fazê-lo em São Paulo, considerando oseu desenvolvimento, mas, se desejam in-

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n

vestir na América Latina, terão de investirno Rio Grande do Sul".

Eis que, contra essa reivindicação do RioGrande do Sul e de outros Estados, o setorpetroquímíco de São Paulo, com o apoio daFederação das Indústrias, acaba de levan­tar uma opção inteiramente nova: que sepromova, ao mesmo tempo, a implantaçãodo terceiro J2ólo e a ampliação do pólo doEstado de Sao Paulo.

Entendo eu, Sr. Presidente, que o que elesconsideram - a instalação de um terceiropólo e a ampliação de um existente - é,até certo ponto, um sofisma. Conhecemos asdificuldades financeiras da Nação, que luta,a cada momento, com uma seleção de prio­ridades, já que não é possível atender atodos os projetos simultaneamente. Se ini­ciássemos a ampliação do pólo petroquínn­co do Estado de São Paulo, por certo quea localização de um terceiro pólo seria Pl'O­telada até quando, de novo, chegássemosao que eles chamam de falsa opção. Nestedia, ter-se-ia, mais uma vez, a premênciado mercado, ávido de matéria-prima. En­tão, como ao longo da História tem ocorri­do, salvo raras exceções, adotar-se-ia a de­cisão mais fácil, mais imediata, sobretudoaquela que favorecesse o que tem maiorpoder de pressão, maior poder de barga­nha.

Rebelo-me, Sr. Presidente, contra essaorientação. Ê preciso tomar decisões quepossibilitem o desenvolvimento harmôniconeste País. Trago um exemplo a esta Casa:o Rio Grande do Sul lutou 10 anos paraconseguir, afinal, através de uma decisãopolítica, instalar sua usina de aços espe­ciais. Os arquivos das assessorias governa­mentais estão cheias de pareceres total­mente contrários à instalação daquela usi­na, mostrando por todos os meios que nãohavia mercado no Pais; que as condiçõesnão eram propicias à sua instalação no RioGrande do Sul; que o processo técnico ado­tado não oferecia suficientemente condi­ções de segurança. A tenacidade de umgrupo de gaúchos, entre os quais se incluiBernardo Geisel, nome que cito com muitorespeito, não porque seu irmão seja o Pre­sidente da República, mas porque já o fa­zia há 10 anos, fez com que se instalassea usina de aços finos. Mal começou a fun­cionar, o próprio Governo Federal recor­reu a ela para que triplicasse sua capa­cidade.

Não fosse a Aços Finos Piratini, algu­mas indústrias de São Paulo nOO teriammatéria-prima. Hojé, estuda-se a extensãodaquele processo para todo o Brasil. De for­ma que tenho minhas reservas quanto adeterminados pareceres, quanto a determi­nadas verdades, que se tenta fazer absolu­tas, mas que, muitas vezes, têm servido pa­ra desservir aos interesses maiores do nos­so País.

Com muito prazer ouço o nobre Depu­tado Prisco Viana.

O Sr. Prisco Viana - Nobre Deputado,apoio V. Ex. a no instante em que reivindi­ca para o Rio Grande do Sul a localizaçãodo terceiro pólo petroquímíco e manifestominha opinião de que a sua implantaçãoseja no Rio Grande do Sul, seja no Pa­raná, não conflita, de forma alguma, coma pretensão de se ampliar um dos dois pó­los já existentes. Como V. Ex.a, na semanapassada o Deputado José Alves, represen­tante de Alagoas, analisou, dessa tribuna,esse memorial da Federação das Indústriasde São Paulo. Tivemos oportunidade departicipar do discurso de S. Ex. a e emitira nossa opinão. Evidentemente, fizemosrestrições a esse memorial, sobretudo quan­to ao aspecto, que V. Ex. a enfocou há pou­cos instantes, de que não se cogite de um

Terça-feira 19 5981

terceiro pólo, mas que se cuide de ampliarum dos dois já existentes. A posição domeu Estado, a Bahia, que é a do Nordeste,difere da de SOO Paulo. Entendemos que sepode conceber o terceiro pólo, mas se de­ve ampliar o segundo. E se V. Ex.a me per­mitisse um pouco mais de tempo ...

O SR. NELSON MARCHEZAN - Commuito prazer, ouço V. Ex. a, nobre DeputadoPrisco Viana.

O Sr. Prisco Viana - ." eu exporia, comalguns detalhes, a minha idéia. Um pólopetroquímíco, para ser implantado e entrarem plena atividade, partindo do ponto zero,irá demandar pelo menos sete anos. Ora, acogitação da criação de mais um pólo pe­troquímíco no País nasceu -da constataçãode que, a partir de 1980, os dois pólos atu­almente existentes não atenderiam, em hi­pótese nenhuma, à demanda do mercado,Isto nos leva imediatamente a concluir que,sem prejuízo da instalacão de um terceiropólo petroquímtco, mas' até paralelamentea ela, se deva cuidar da ampliação de umdos dois já existentes, para que a criseprevista para 1980 não se verifique. E aí eucoloco o interesse do meu Estado e de todoo Nordeste, visto que o pólo existente naBahia oferece melhores condições para aampliação cogitada. A ampliação do pólode Camaçari, inclusive. atende ao pressu­posto da política econômica consagrada noII PND, que é exatamente a de promovera descentralizacão do desenvolvimento in­dustrial, a que 'se referiu V. Ex.a, no iníciode seu discurso. De sorte que não há con­flito entre a reívíndícacão dos nordestinos ea que ora V. Ex.a faz. Quero, neste instan­te, confessar que os nordestinos, em espe­cial nós, baianos, somos simpáticos aosgaúchos que nos ajudam a vencer a bar­reira do atraso no setor industrial, commuitas das suas indústrias Instaladas nopólo industrial de Aratu. Vou continuar aouvir o discurso de V, Ex." com o maiorinteresse.

O SR. NELSON MARCHEZAN - Soumuito grato a V. Ex.a pela intervenção, queenriquece as palavras com que procuro ali­nhavar meu discurso. Na verdade, nobreDeputado, creio que estamos inteiramentede acordo quanto ao principal. Há neces­sidade de descentralizar o desenvolvimentodeste País. As indústrias petroquimicastêm excelente capacidade multiplicadora degerar empregos, impostos e riquezas. Disse,inclusive, que esse terceiro pólo poderá ge­rar 100 mil empregos - dado que considerootimista - e, em termos atuais, 600 milhõesde cruzeiros de rCM por ano. Não sei exa­tamente quais as verdadeiras dimensões,mas quero dizer a V. Ex.a que se interessamuito à Bahia, certamente, interessa muitomais ao Rio Grande do Sul, que pratica­mente nada possui nesse setor. Se a regiãodo extremo-sul consome hoje cerca de 20%de produtos petroquímicos do País, ela geramenos de 1%, zero vírgula alguma coisade produtos petroquírntcos. Por esse mo­tivo, há longo tempo, nossa economia vemsendo esvaziada. Nãc teria dúvida em con­cordar com V. Ex.a em que se iniciasse ainstalação do terceiro pólo e se viesse asuprir aquela anunciada demanda com aampliação do pólo da Bahia. No entanto,confesso o meu receio, nos termos em quecoloca a Federação de Indústrias do Estadode São Paulo, de que, se adotarmos o ca­minho de ampliarmos os recursos, não nosseja permitido fazer as duas coisas ao mes­mo tempo.

Nobre Deputado Prisco Viana, tambémnão aceito como válida, imutável, a afirma­tiva de que precisamos de sete anos paraque entre em funcionamento um pólo pe­troquímíco , Se necessitamos, no passado,de sete anos para São Paulo e para o pólo

Page 46: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 19755982 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n

petroquímico da Bahia, por certo que de­vemos ter adquirido experiência e conhe­cimentos suficientes que nos permitiriamatalhar nosso caminho, pelo menos em al­guns setores industriais. No entanto, querodizer a V. Ex.a que, se defendo a descen­tralização, não posso excluir a Bahia. De­fendo o Rio Grande. Entendo que a loca­lização na Bahia também constituiria des­centralização, mas acho que a Bahia já temo seu fermento, já ten:: o seu pólo, já aten­de a demanda de produtos petroquímícosdo Nordeste, enquanto o Sul do País aindanada tem.

Ouço novamente o ilustre colega comimenso prazer.

O Sr. Prisco Viana - Não irei recorrera dados numéricos ou estatísticos, o quetornaria enfadonho o debate. Mas, se V.Ex. a atentar para a proj eção dos índices decrescimento econômico do Pais e levar emconsideração os limites de producão dosdois pólos petroquímícos atualmente exis­tentes - São Paulo e Bahia - vf'rl~i(>Qrá

que, até 1980 ou a partir de 1980, a demandade consumo irá exigir os nois pelos ""',)"a­dos e o do Rio Grande do Sul construído.

O SR. NELSON MARCBEZAN - NobreDeputado, a essa altura, traz V. Ex. a umasolução salomôníea , Que o Governo Fe­deral o ouça e a adote. Não queremos pre­juizo para nenhuma região. O que dese­jamos é ter acesso a essas indústrias, é tera oportunídade de atuar no campo petro­químico pelos reflexos que essa Indústrtamultiplicadora apresenta. O que queremosé que o Rio Grande do Sul deixe de sersugado pela região Centro, pelo eixo Rio­São Paulo, apesar de admirarmos seu pro­gresso e de nos orgulharmos da sua riqueza,da sua produção. Mas o que sentimos nacarne é que, a cada dia que passa, nossosesforços, muitas vezes, vêm gerar riquezasnaqueles centros, em prejuízo de uma ex­pansão, de um desenvolvimento extrema­mente necessário à economia de nossa re­gião.

Com muito prasvr concedo o aparte aonobre Deputado Nunes Leal.

O Sr. Nunes Leal - Nobre DeputadoNelson Marchezan, meu aparte é para dizerda satisfação de vê-lo nesta tribuna, defen­dendo o terceiro pólo petroquímíco para oRio Grande do Sul. Concordamos comV. Ex.", quando diz quem não tem nadatem mais direito de pedir do que quem játem alguma coisa. Respeito a Bahia. Achoque aquele pólo petroquímíeo deve ser de­senvolvido. Mas não pretendemos, a pre­texto de desenvolver outros pólos, abrirmão de nósso desejo de ter também nossopólo petroquimico no Rio Grande do Sul.Como disse V. Ex.", o Brasil tem de come­çar a pensar em pagar algum preço por istoque se diz que é o equilíbrio regional. Nós,do Rio Grande do Sul, em virtude do nossodesenvolvimento e da contribuição que da­mos ao País no setor de produção de maté­ria-prima, temos também o direito de rei­vindicar a instalação de uma indústrianobre em nosso Estado. Desejamos a in­dústria petroquímica, porque, se pensarmosem termos continentais, veremos que, nes­te mundo de fronteiras cada vez mais aber­tas -- não importam as desavenças mo­mentâneas - o nosso Estado está voltadopara a integração continental. A locahza­ção deste pólo petroquímico no Rio Grandedo Sul não só atenderia à indústria nacio­nal, mas também ao nosso justo desejo dever o Brasil cada v-z mais integrado nocontinente americano. Nestas condições, asituação de nosso Estado é privilegiada, emface da sua proximidade com os países doPrata. Vemos, pois. a implantação do ter­ceiro pólo petroquímico no Rio Grande do

Sul não apenas como reivindicação local,mas como necessidade do próprio Pais.

O SR. NELSON MARCBEZAN - Sougrato a V. Ex.a pelo seu aparte esclarece­dor, em que retrata exatamente as nossasasptrações, que, de resto, refletem nossodesejo de comungar com o Brasil, nos seusmomentos de progresso e de dificuldades.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, essa li­nha de pensamento, de descentralizaçãoindustrial tem sido motivo de firmes posi­ções do nosso Ministro do Planejamento,do Ministro Shigeaki UekL do próprio Mi­nistro Severo Gomes e também da impren­sa. O vivo empenho daqueles Ministrosbem traduz o que pensam e o que pensao Governo. O II Plano Nacional de Desen­volvimento, quando trata da linha indus­trial, das estratégías a serem desenvolvidasneste setor, adota duas definições:

"Adoção explícita do objetivo de des­centralização, nacionalmente, como umdos critérios de julgamento, para efeitode concessão de incentivos do CDI, fi­nanciamentos do BNDE e outros estí­mulos oficiais a projetos industriais.2) Formação de complexos industriaisde caráter regional, aproveitando eco­nomias de escala e de aglomeração egarantindo-se o funcionamento arti­culado de grandes, médias e pequenasindústrias."

Esta a linha, Sr. Presidente, que, no meumodo de entender, precisa ser realmenteexplicitada. Trago alguns dados, que mechocaram profundamente, do que se temfeito em matéria de investimento nos últi­mos anos. Foram levantados os últimosanos, porque, de modo geral, todo o nossopassado tem sido uma política de centrali­zação. Embora se tenha feito algumas coi­sas ao longo do tempo, a não ser em de­terminado momento, toda a nossa históriaé uma centralização.

Aliás, já tive oportunidade de dizer aquique, no passado, alguns técnicos entendiamque um pólo de desenvolvimento passava aagir de forma centrífuga, isto é, esparra­mando, espargindo desenvolvimento ao seuredor e cada vez, indo mais longe. A ver­dade é exatamente o contrário; os pólostêm funcionado de forma eentrípeta,atraindo todos os investimentos. Verifica­mos, por exemplo, que os pólos podem tersaído do Município de São Paulo, mas nãosaíram da sua periferia; continuam liga­dos a São Paulo. E assim ocorre com qual­quer pólo de desenvolvimento.

Pois bem, Sr. Presidente. Tenho aqui osdados relativos aos financiamentos conce­didos nos anos 69, 70, 71, 72, 73 e os pro­jetos aprovados pelo CDI, que por certohão de refletir outras linhas de financia­mento. Não vou ler todos esses dados, ape­nas um resumo para que se tenha umaidéia do que é a centralização industrial equão grandes os prejuízos que estão sendogerados para o nosso Pais. Essa centraliza­ção industrial tem seu preço, não só emtermos econômicos, do que chamam dese­conomía de escala, mas para o nível dedesenvolvimento, para a qualidade de vida.Os pólos que se desenvolvem criam essesproblemas e deixam marginalizadas outrasregiões do País, fazendo com que haja al­guns brasis dentro do próprio Brasil.

O resumo dos investimentos, em núme­ros redondos, é mais ou menos o seguinte,por Estado, dos anos 69 a 73:

"Em 69: São Paulo, 55; Minas Gerais, 11;Rio de Janeiro, 14; Rio Grande do Sul, 2;Guanabara, 3; Paraná, O; Santa Catarina,2; Bahia, 4; Distrito Federal, 2; alguns Es­tados com menos de 1%. Em 1970: SãoPaulo, 61; Minas Gerais, 5; Rio de Janeiro,

7; Rio Grande do Sul, 10. Foi quando en­trou em funcionamento a Aços Finos Pira­tini e os investimentos da Borregaard. De­pois, Guanabara, 2; e Paraná, 2%. Em1971: São Paulo, 46; Minas Gerais, 16; Riode Janeiro, 5; Rio Grande do Sul, 1; Gua­nabara, 7; Santa Catarina, 5; Bahia, 12%.Em 1972: São Paulo, 49; Minas Gerais, 18;Rio de Janeiro, 20; Rio Grande do Sul, 1;Guanabara, 4; Bahia, 2%. Em 1973: SãoPaulo, 49; Minas Gerais, 18; Rio de Janei­ro, 3; Rio Grande do Sul, 3; Guanabara,3; Espírito Santo, 8; Bahia, 6%.

Para que se tenha uma idéia do total deinvestimentos, os Estados de São Paulo,Minas Gerais, Rio de Janeiro, Guanabara,Espírito Santo, em 1969, receberam 84,84%.Em 1970, 77,22%; em 1971, 78,23%; em 1972,93,03%; em 1973, 84,46%. Creio que essesdados dão bem a idéia do efeito gerador.Sabemos que pelo CDr passam os mais im­portantes projetos deste Pais, como os daindústria pesada, da indústria de máqui­nas, das indústrias de implementos, detransformação. Pois bem. Observa-se quemais de 80% dos investimentos ficam, naverdade, em quatro Estados. Os outros Es­tados recebem menos de 20%. Se excluir­mos a Bahia, que felizmente tem significa­tivos investimentos, restarão talvez menosde 15% para os outros Estados.

Ora, é preciso fazer alguma coisa, porqueestamos gerando problemas para nós mes­mos, estamos criando problemas para oBrasil. Não preciso ir muito longe, Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados. Houve um Prefei­to em São Paulo que falou da necessidadede São Paulo parar. Todos os dias háadvertêncías nesse sentido. Tenho em mãosum recorte da Gazeta de São Paulo que re­jeita a ampliação do pólo petroquimico pelapoluição que causa. Pois quero dizer desdelogo que o aceitamos, SI'. Presidente, ape­sar de ser uma indústria poluidora. Masestão ai as próprias autoridades do maiorcentro, do maior beneficiário desses inves­timentos a advertir que é preciso fazer al­guma coisa.

Escuto V. Ex. a, mais uma vez, com muitoprazer.

O Sr. Prisco Vianna - Volto a aparteá­lo, certo da sua tolerância, quando V. Ex."se refere ao aspecto mais dramático do de­senvolvimento brasileiro. V. Ex. a citou da­dos de três ou quatro anos relativos aosprojetos da CDI. Eu diria a V. Ex." que oquadro comparado de São Paulo e o doNordeste pode ser expresso da seguinte ma­neira: enquanto São Paulo, hoje, tem 70%de todas as indústrias brastleíras, o Nor­deste - onde se localiza mais de 1/3 dapopulação, ou sej a, mais de 30 milhões debrasileiros - apesar de toda política de in­centivos fiscais e de todos os tipos de esti­mulas, não tem mais de 10% das indústriasque São Paulo possui, não chegando a 7%do parque industrial brasileiro. Realmente,este é o aspecto mais dramático da políti­ca desenvolvimentista brasileira. Não émais possível colocar em risco a própria se­gurança nacional, a estabilidade social doPais, com esse desequilíbrto de que é viti­ma o Nordeste e, vejo agora, também o RioGrande do Sul. Aprove'ito a oportunidadeque V. Ex." me renova para deixar bemclaro que não me oponho a qualquer in­teresse do Estado do Rio Grande do Sul.Acho apenas que nosso interesse baiano éperfeitamente conciliável com o interessegaúcho.

O SR. NELSON MARCBEZAN - Muitoobrigado a V. Ex. a pela intervenção e pelosdados que traz sobre o Nordeste. V. Ex."há de ter em mim - e, creio, em toda aBancada do Rio Grande do Sul - a maiorcompreensão pelos aflitivos problemas queaquela região tem sofrido ao longo do tem-

Page 47: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

po. Não estaríamos aqui a reivindicar qual­quer coisa em detrimento do Nordeste. Mos­trei dados que prejudicam o Nordeste etêm prejudicado o nosso Estado, o Rio Gran­de do Sul. E mais: prejudicam não só aessses Estados, mas a uma série de outrasunidades da F'ederação. Creio também queesse rumo é altamente pernicioso ao per­feito equilíbrio do desenvolvimento. Esta­mos a geral' e a acentuar determinados de­sequilíbrios que custam muito e vão custarmuito mais à Nação brasileira, que deseja­mos próspera e equilibrada.

O Sr. Augusto Trein - Inicialmente, que­ro congratular-me com V. Ex.a pela felici­dade e oportunidade com que está abor­dando esse tema do terceiro pólo petro­químico, não apenas como gaúcho, seuconterrâneo, mas também como parlamen­tar atento a esse grande e importante setorem que se deverá desenvolver a nossa eco­nomia. A propósito do aparte que recebeue do ponto em que se encontra o discursode V. Ex.a, quero recordar a conferênciarealizada, há poucos dias, no Senado, peloPresidente do Banco Nacional de Desenvol­vimento Econômico, Sr. Marcos Vianna,quando S. s.a foi inquirido por um Depu­tado baiano especificamente sobre o pólopetrcquímíco. Tivemos igualmente oportu­nidade de interpelar o Presidente do BNDEsobre se um terceiro pólo petroquimico tra­ria algum prejuízo ao desenvolvimento dopólo petroquímlco da Bahia e vice-versa,e se o desenvolvimento do pólo já existen­te na Bahia seria impeditivo para a cria­ção de um terceiro pólo. O Dr. Marcos Vian­na, que participa de todo o planejamento dapolítica econômica do Governo, teve opor­tunidade de esclarecer que nem o desen­volvimento do pólo da Bahia trará prejuí­zos à criação desse terceiro pólo, nem umterceiro pólo criará problemas de desen­volvimento para os já existentes. O Gover­no já se prepara para entrar numa segun­da fase da política de substituição das im­portações, setor que exigirá um alarga­mento das fronteiras no que diz respeito àpolítica petroquímica. Mais uma vez soli­darizo-me com V. Ex.a pela oportunidadedo seu pronunciamento e pela maneira bri­lhante com que aborda o tema.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues)-- Nobre Deputado, V. Ex. a dispõe apenasde um minutos' para concluir seu discurso.

O SR. NELSON MARCHEZAN - Nobrecolega, sou grato à contribuição de V. Ex.a

Se é como penso, será fácil conciliar o pen­samento de baianos e gaúchos em favordo desenvolvimento daqueles dois Estados.

Sr. Presidente, peço-lhe mais dois minu­tos para concluir minha oração, pois nãoseria do meu modo de proceder apenasapresentar dados e não ofereeer sugestões.Com referência ao pólo petrcquímíco, en­tendo que a decisão deverá ser tomada peloGoverno da República. Diante desses dados,confiamos nas autoridades federais, nosMinistros integrantes do Conselho de De­senvolvimento Econômico e no próprio Pre­sidente da República, não por S. Ex." sergaúcho, mas por ter demonstrado, ao longode toda sua vida, que sempre teve em miraos altos interesses da Nação.

Mas não sairia satisfeito desta tribuna senão sugerisse algumas medidas para o fu­turo. Trata-se da hipótese de criarmos umfundo, através do qual seriam compensa­dos os financiamentos. poderemos criar,para aquelas regiões que nos interessa de­senvolver, uma série de estímulos, como fi­riacíamentos a juros baixos ou mesmo semjuros, a fim de incentivar os empresários ecomo afirma o Ministro Ueki e de acordocom a política traçada no II PND, desen­volver, ao longo deste Brasil, pelo interiorarora, pequenas indústrias artesanais, mé-

DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

dias indústrias, sem grandes exigêncías esem juros altos. Tenho experiência pessoal,pois, quando Secretário do Governo Triches,com relação a uma cidade a cerca de 100km de Porto Alegre que teve uma de suasminas fechadas, recebi instruções do Go­vernador para gerar empregos ali. Poisbem. Foram proporcionadas a empresáriosque quisessem ali se estabelecer facilidadesde juros, facilidades de terrenos. Em con­seqüência, poucos meses depois uma gran­de indústria de São Paulo, e outra do RioGrande do Sul para lá se dirigiram. Preci­sávamos de 700 empregos, conseguimoscriar 1.500, apenas com um estímulo orien­tado para o que significava para nós, eco­nômica e socialmente, o maior interesse.Por isso, talvez esta seja a oportunidadede o Governo criar uma taxa diferencial aser compensada no fundo para coibir essesdesequilíbrios cada vez mais acentuados.(Palmas.)

VII - O SR. PRESIDENTE (Odulfo Do­mingues.) - Vai-se passar ao período des­tinado às Comunicações das Lideranças...

Tem a palavra o Sr. Peixoto Filho.O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RJ.

Pronuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, temos assistido ul­timamente a seguidos pronunciamentos deilustres colegas da Maioria, abordando osmais variados problemas nacionais, espe­cialmente aqueles que se referem ao tráficoe ao uso de entorpecentes, ao menor aban­donado e ao homem encarcerado.

Para os que freqüentam o Plenário, acom­panhando o desenrolar dos debates aquitravados, e as atividades parlamentares nasdiversas Comissões Técnicas, Especiais eParlamentares de Inquérito, não têm ne­nhum sentido prático esses discursos cha­mando a atenção do governo revolucionáriode que fazem parte!

O problema do tráfico e do uso de subs­tâncias alucinógenas foi exaustivamenteexaminado por esta Casa, através de umaComissão Parlamentar de Inquérito de mi­nha iniciativa, tendo sido aprovadas suasconclusões através do projeto de Resolu­ção n,v 116, de 1974. Esse extraordináriotrabalho de pesquisa. além de dedicadosDeputados, contou com a eficiente colabo­ração de uma Comissão Especial de Asses­soramento composta das seguintes pessoas:

Dr. Alyrio Caca.llierí - Juiz de Menoresda Guanabara; Dr. Antônio Ponce - Asses­sor Legislativo da Câmara dos Deputados;Dr, Celso Telles - Diretor-Geral do Depar­tamento Regional de Polícia do Grande SãoPaulo (DEGRAN); Dr. Décio dos SantosVives - Diretor da Divisão de Repressãoa Tóxicos e Entorpecentes do Departamen­to de Policia Federal; Dr. Elisaldo Luiz deAraújo Carlini - Chefe do Departamentode Psícobrologia da Escola Paulista de Me­dicina; Dr. João de Deus Lacerda MennaBarreto - Juiz da 23.a Vara Criminal daJustica do Estado da. Guanabara; Dr. JoséElias' Murad - Diretor da Facêlldade deC,iências Médicas de Minas Gerais; e nr,Oswald Moraes Andrade - Médico da Di­visão Nacional de Saúde Mental do Minis­tério da Saúde, lotado no Hospital Píriel,no Estado da Guanabara.

Dentre outras medidas, aquele órgão téc­nico sugeriu ao governo a criação do Ins­tituto de Estudos e Pesquisas Antítóxícos ea reformulação da Lei n.? 5.726, de 29 deoutubro de 1971, com base em longa e con­vincente fundamentação, conforme se ve­rifica do avulso do Projeto de Resoluçãon.O 116/1974, contendo 55 páginas, aprova­do por este Plenário.

A demora na adoção das medidas sugeri­das é da responsabilidade do governo.

Terça"feira 19 5983

Quanto ao problema do menor abandona­do, na último Legislatura foi constituídaainda por nossa iniciativa, uma ComissãoEspecial para examiná-lo em profundidade,a fim de reunir subsídios tendentes à rcror­mulação do Código de Menores, vigente, de1927 - lei inadequada, portanto, eis quejá se aproxima do seu meio centenário.

Entretanto, depois de concluído o intensotrabalho de pesquisa, o relator designadoadoeceu, deixando, pois, de apresentar seurelatório e as conclusões da Comissão Es­pecial.

Na atual Legislatura, por iniciativa deparlamentar da ARENA, foi criada umaCPI com a mesma finalidade, quando é sa­bido que o governo já dispõe dos subsídiosindispensáveis - inclusive do resultado daspesquisas promovidas por aquela ComissãoEspecial - ao equacionamento do grave econstrangedor problema social. Até agoraas preocupações governamentais estão vol­tadas para a técnica, para a intelectuaJiza­cão, para o social, esquecidas do homemcomo figura humana.

Sr. presidente, por fim. revezam-se nestatribuna inúmeros colegas do Partido do go­verno. fazendo coro aos reclamos da Opo­sição sobre o grave e aviltante sistema car­cerário brasileiro. Ao iniciar-se o primeiroano legislativo da atual Legislatura. foicriada. por iniciativa da ARENA, uma Co­missão Parlamentar de Inquérito para pro­ceder ao levantamento da, situação peni­tenciária brasileira. Trata-se de medidademagógica, procrastinadora de soluçõesreclamadas pela Oposição, conforme tiveoportunidade de esclarecer em pronuncia­mentos anteriores.

Sr. Presidente. na cportunidade que meé oferecida, desejo recapitular alguns fatosrelacionados com a luta que há quatro anossustento desta tribuna. com vistas à reror­mulaeâo do humilhante sistema carceráriobrasíleíro. Os Anais da Câmara dos Depu­tados e os arquivos dos principais órgãosda imprensa brasileira registram os segui­dos apelos formulados ao então Ministro daJustiça, Prof. Alfredo Buzaid, nesse sentido.Acresce dizer que não apresentei nenhumaproposição com a finalidade de equacionaro grave problema social, eis que. dentro dasIímttacões impostas ao Congresso Nacional,ela não prosperaria. dada a orientacão daLíderanca da Maioria, de rejeitar projetodessa natureza. por entendê-lo de iniciati­va do Poder Executivo.

Ressalte-se que o problema é muito séríoe, como tal. não comporta vedatísmos. nemrasgos demagógicos de efeitos promocionais,tão na moda. A imprensa publica os pro­jetos de lei de iniciativa parlamentar, porforça de oficio. Enquanto isto, a grandemaioria das proposições forrualízadas noCongresso Nacional são, por força da re­dução das prerrogativas do Poder Legisla­tivo, condenadas ao arquivo.

Em face do exposto, optei por esta tri­buna, que, como disse, ocupo há tanto tem­po, com a precípua finalidade de melhorconscientizar os homens do Governo sobreo aviltante e corrompido sistema peniten­ciário vigente. Provi pesquisas, analisei sis­temas adotados em países da Europa e tra­balhos jornalísticos, consultei renomadospenalistas e crímínologos brasileíros, regis­trei os trabalhos elaborados pela Associa­ção Paulista do Ministério Público e pelosvários Congressos de Penalogia e DireitoPenitenciário realizados durante os últimoscinco anos, objetivando a promoção do ho­mem encarcerado.

Vou fazer uma pausa rápida somentepara lembrar que o Governo Revolucionárioé um só. Dizer que o Governo do saudosoPresidente Castello Branco tinha uma res-

Page 48: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5984 Terça-feira 19

ponsabílídade, que o do Presidente Costa eSilva, outra, que o do Presidente Médici eradiferente e que o Presidente Geisel adotauma metodologia administrativa tambémdiferente, não tem sentido. A responsabili­dade do Governo Revolucionário é uma só,porque são 11 anos de identificação de pro­pósitos. o esquema é o mesmo, só mudamos personagens.

O Deputado Adhemar Ghisi tem os me­Ihores propósitos, mas o Governo dispõe,desde 1973, de todo o material.

Sr. Presidente, prosseguindo no despre­tencíoso relato, reporto-me ao noticiáriooficial divulgado em princípio de junho de1973

"Já aprovada pelo Presidente Médici, apolítica do Governo Federal, de reror­mulação do sistema penitenciário emtodo o Pais, considerado falho e que seagravará pelo aumento do indice decriminalidade, deverá ser anunciada,conjuntamente, pelos Ministros do Pla­nejamento e. da Jilstiça, Srs. Reis Vel­leso e Alfredo Buzaid. antes do fim domês, após ser definido quanto poderáser liberado para o programa. Se o Mi­nistério do Planejamento atender à 30­Itcítação do Ministério da Justiça, queé de aproximadamente Cr$ 150 milhões,o programa deverá ser iniciado de ime­diato, em todos os Estados, com as pe­nitenciárias construídas pela União eadministradas, em vegíme de comodato,pelos Governos Estaduais.

Os estudos sobre o total de recursos jáestão em fase decisiva, segundo reve­laram pessoas ligadas ao Mlrustérío doPlanejamento. A tendência é de con­ceder ao Ministério da Justiça o totalsolicitado, tendo em vista a necessida­de de solucionar o problema, que emeertos Estados tem aspectos escabrosos.Por outro lado, a sohcítação inicial doMinistro da .Justiça foi apresentadadesde o ano passado. O próprio Minis­tro Reis Velloso já prometeu ao Minis­tro da Justiça a liberação dos recursos,após conhecer o resumo oficial da si­tuacão das penitenciárias."

Sr. Presidente, o que mais vai fazer oPoder Legislativo? A Oposição está certa.Mas os deputados do Governo ficam to­cando na mesma tecla, chamando a aten­ção do Presidente da República, do Minis­tro da Fazenda sobre este assunto, e eume sinto mal. Se eu fosse Deputado do Go­verno eu me anunciaria em qualquer Ga­binete de Ministro e teria que ser recebido,do contrário, não viria mais aqui defenderseus interesses, já que não tiveram nenhu­ma consideração comigo.

Sr. Presidente, na oportunidade, registreimais uma renovada promessa do Governono sentido de equacionar, em curto prazo, odegradante problema carcerário, sustentan­do que o sistema prisional brasileiro cor­rompe a maioria dos que têm a infelicidadede cometer um crime. Acresce dizer, ainda,que as exigências da Lei do Regime Peni­tenciário, que data de 1957, não são obede­cidas na quase totalidade dos Estados e'I'errttórtos.

O que existe - de há muito o fato é doconhecimento do Governo - são verdadei­ros depósitos, em que condenados proviso­riamente presos, doentes contagiosos e atémenores vivem em promiscuidade, em celasinadequadas e superlotadas, o que gera umestado geral de violência. Ocorrem, ainda,o uso de tóxicos e os desvios sexuais, pelaabstinência imposta ao preso, com a preva­lência do homossexualismo. transformandoas prisões em antros de sodomia, lesbranis­mo e outras inversões dessa espécie.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

A superlotação dos poucos presidias exis­tentes no País determina que parte dossentenciados cumpra suas penas em ca­deias públicas das Comarcas que não estãoaparelhadas para esse fim, eis que têmcomo principal função o recolhimento pro­visório dos presos locais.

Por outro lado, os presos, em sua grandemaioria, vivem na mais completa ociosidadee, com isso, ao invés de se proporcionar arecuperação do detento, o atual regimepenitenciário cria condições para. a perma­nência de sua atividade delituosa.

É preciso que se diga que, até mesmo emBrasília, às vistas do Ministro da Justiça edo Presidente da República, a situação pe­nitenciária é degradante, conforme noti­ciário publicado ontem pela imprensa locaie que passo a ler para que integre este pro­nunciamento:

"O Conselho Penitenciário Federal for­mulou, ontem, uma série de acusaçõesao sistema penitenciário do DistritoFederaL Enumerou falhas e apresentouinformacões de toda a sorte. Entre ou­tras, acusação ao Tribunal de Justiçado Distrito Federal - TJDF, é a quemais se destaca, apresentando conota­cões de abandono e descaso à figurahumana do recluso Conforme fonte dasua Secretaria Executiva, o ConselhoPenitenciário Federal tentou dar cono­tações públicas à ausência de visitas ­há dois meses - de advogados, defen­sores e promotores públicos ao Centrode Internamento e Reclusão - CIR(Papuda) e ao Núcleo de Custódia deBrasília - NCB.

O sistema de assistência juridica é falhoe apresenta deficiencias de pessoal paraatendimento que a demanda exige, re­gistrando-se casos em que os reclusospermanecem em internamento mesmoapós o cumprimento de suas penas. Ainformação procede d mesma fonte ea ela somam-se outras, destacando-se °grande trabalho que vem sendo reali­zado por três assistentes sociais - doisno CIR e uma outra no NCB - queencaminham - motivadas pelo desca­so dos órgãos competentes - as rei­vindicacões dos carcerários aos órgãosdiretamente responsáveis pela seguran­ça e integridade legal ou humana - dopróprio recluso.A capacidade fisica do sistema peniten­ciário do Distrito "'ederal é insatisfató­ria. A superpopulação já é um fato,considerado pelo próprio Conselho Pe­nitenciário Federal e teme-se que aexemplo de Manaus, o órgão judicantedeixe de cumprir suas determinaçõesprevistas, por falta de espaço que abri­gue os sentenciados.Segundo Irajá Pimentel, Juiz de Direitoda Vara de Execucões Criminais doTJDF, a capacidade' do Centro de In­ternamento e Reclusão é igual à capa­cidade do Núcleo de Custódia de Brasí­lia, podendo atender a 400 Infratorespenais.Conforme dados obtidos no ConselhoPenitenciário Federal, o número de re­clusos, na última sexta-feira, no Centrode Internamento e Reclusão, era de 360(185 do próprio CIR e mais 175 trans­ladados do Núcleo de Custódia ora emreformas e onde permaneceram tão-so­mente as mulheres em número de 16),Há noticias de celas com 23 pessoas nasmais precárias condições de habitação,condições sanitárias e higiênicas.

A nova diretoria do Centro de Interna­mento e Reclusão fez recentemente umtotal remanej amento da guarda, subs-

Agosto de 1975

tituindo-a totalmente e selecionando-a,dotando-a de elementos de confiança.Há a noticia de que a anterior seria"mais corrupta que os próprios senten­ciados", promovendo toda a sorte deatrocidades proibidas por leis. O tráficode tóxicos dentro da penitenciária "se­ria coisa rotineira" e, mesmo após oremanejamento, ouve um caso- que umguarda foi indiciado como traficante, oque se constitui num caso que a popu­lação não tomou conhecimento. Segun­do o Conselho Penitenciário Federal, otráfico foi feito dentro dos limites pe­nitenciários e o seu elemento, a ma­conha - paralelamente ao àlcool osmaiores problemas, no gênero, que en­frenta a nova diretoria.Há, ainda, noticias que a fiscalização einspeção às visitas tornaram-se maisrigorosas e que, a cada pessoa que visitao recluso, existe uma ficha corres­pondente, onde se situam dados paraaveriguações posteríores. Tal medida foitomada em caráter de segurança, poisconstatou-se enorme afluência de "ob­jetos" proibida entre os detentos. Taisobjetos vão desde a faca comum aoálcool ou o tóxico.

Apesar de os casos de víolentacão teremdiminuído, a possibilidade de que vol­tem a acontecer em larga escala voltoua se confirmar com o grande afluxo oraverificado no CIR. Há noticias não con­firmadas, pelo Conselho PenitenciárioFederal, de que não há, no CIR ou noNCB, selecionamento de reclusos pelograu de periculosidade. As puniçõespara esses casos vão de 60 a 90 dias emcelas espcciais e sem direito ao banhode sol imprescindivel à saúde.

As condições sanitárias e higiênicas,tanto no cm como NCB, são precáriase deixam muito a desejar. O CIR fun­ciona em caráter exclusivamente puni­tivo, não empregando o regime de tra­balho para o combate à ociosidade. Hánoticias da existência de criação deporcos, coelhos e trabalhos artesanaistão-somente, Há também noticias deque a Novacap, por sensibilidade aoproblema ou para reforçar a mão-de­obra disponível, fez doações para mon­tagem de oficinas de carpintaria, sapa­taria, etc para o combate ao ócio pení­tenciárío e possibilidade de melhoriaeconômica do detento.

O Conselho Penitenciário Federal infor­mou a existência de um relatório eon­cluído pelo antigo diretor do Centro deInternamento e Reclusão e entregue aoJuiz de Direito da Vara de ExecuçõesCriminais, Irajá Pimentel. Irajá Pimen­tel alegou desconhecer o ex-diretor JoelAlves de Sales, bem como o relatórioque a si teria sido encaminhado.Informou ainda que o número de pro­cessos conclusos em sua vara é nenhum,o que foi reafirmado pelo seu esertvão­substituto. Segundo suas declarações,todos os detentos que tiveram as suaspenas encerradas estão em liberdade eque a negação do fato era uma calúnia,"injúria de quem necessito saber a pro­cedência".

'O que ocorre", alega o juiz, "é que oscasos em que, por medida de segurança,devemos optar pela continuidade re­clusíva. Existem casos na Papuda dereclusos que já cumpriram suas penas eque por medida de segurança devempermanecer". Citando um exemplo,lembrou um caso de um dos carceráriosque está a nove anos cumprindo, tão­somente tal medida, quando na verdadedeveria cumprir apenas seis anos. Se-

Page 49: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I> Terça-feira 19 5985

gundo noticiou, o fato e deve-se ao dis­positivo legal que só permite a liberdadeaos portadores de laudo médico quecomprovem a não periculosidade doindivíduo.Quanto à falta de pessoal disponível,para o cumprimento da demanda dotrabalho, dentro de sua Vara e; quantoao número de processos encalhados, ojuiz Irajá Pimentel alegou que o traba­lho é "tão pouco e o número de proces­sos é sempre tão bem atendido que,antes de recebê-lo, estava em conversaamistosa na sala ao lado". E, concluin­do, enfatizou: "não existe um processoem atraso na nossa Vara".CADASTRO PENITENCIARIOO Conselho Penitenciário Federal infor­mou o envio, de questionários a todasas penitenciárias brasileiras, no senti­do de que sejam computados os dadospara o Cadastro Penitenciário.A Secretaria Administrativa do orgãoafirmou que, apensar de enviados emoutubro último e onde a objetividadee a simplicidade da pergunta/respostaé um dado a facilitar o trabalho dosórgãos receptores, somente as peniten­ciárias modelo ou as mais conceituadasdo pais, afora excessões escassas, fize­ram a sua devolução, permitindo o ca­dastramento .Na área do Distrito Federal, onde sãoduas as penitenciárias existentes, so­mente o Núcleo de Custódia fez tal de­volução, permitindo que uma análisefosse feita dos seus problemas e de suarealidade atual. O Centro de Interna­mento e Reclusão ainda não cumpriu adeterminação.Apesar de encontrar-se em reformas eabrigando somente a 16 mulheres e 8homens, os dados conferidos ao Núcleode Custódia de Brasília, até dezembrode 74 foram divulgados pelo ConselhoPenitenciário Federal.O questionário respondido pelo Núcleode Custódia de Brasilia relata precarie­dade que vai, desde a sede construídaem madeira até sua localização impró­pria, nas proximidades de um pântanoe condições climáticas desfavoráveis.A instrução primária e feita através doMOBRAL, inexistindo a secundária, atécnica ou profissional. O artesanatoé, praticado por conta própria. Nenhu­ma assístêncía é prestada aos liberadoscondicionais, aos egressos definitivos, eàs suas famílias, bem como às fami­lias das vítimas. O trabalho presidiárioremunerado inexiste. A única práticade esportes e o futebol de salão.Todos os dados foram colhidos, a par­tir do questionário formulado pela E)e­cretaria Administrativa do ConselhoPenitenciário Federal. As reformas deNúcleo de Custódia continuam em an­damento, e a penitenciária inacabadado Centro de Internamento e Reclusãoestão paralizadas desde 1967 quando asua administração passou da alçada Fe­deral, através da Secretaria de Seguran­ça Pública."

Por isso, é preciso que a anunciada re­formulação do sistema carcerário brasileiroevite que a execução da pena degrade orecluso, assegurando melhor assistência pe­nitenciária e judiciária ao encarcerado, rea­daptação para a reintegração do presidiá­rio na área do trabalho profissional, equa­cionamento, em termos científicos, do pro­blema sexual nos presídios - além de ou­tros que impedem ou retardam a recupe­ração social dos internos, bem como a ado­ção de medidas objetivas de promoção (lo

homem encarcerado. Tudo isso só poderáser feito quando, entre outras medidas, forefetivada a alteração do Sistema de Penasconstante do Código Penal vigente.

Sr. Presidente, os dispositivos previstos noSistema de Execuções Criminais adotado pe­lo Código. Penal de 1940 - vigente - nosentido de erigir em penas principais so­mente as restritivas de liberdade, reclusãoe detenção, ao lado da sanção pecuniária,que, na melhor das hipóteses, é prevista al­ternativamente, têm-se mostrado, ao longodali anos, rigorosamente ínexequíveís, poisninguém desconhece que o complexo pe­nitenciário em todo o Pais não suporta acarga da necessidade das condenacõespenais. .

ora, Sr. Presidente, realmente este é umassunto complexo. Estamos aqui diariamen­te falando sobre isso. Estão ai os jornalis­tas que acompanham os trabalhos destaCasa, que sabem que, na segunda-feira fa­lam sobre o menor abandonado; na terça­feira, sobre sistema penitenciário; na quar­ta-feira, discorrem a respeito dos que seencontram na faixa etária dos 14 aos 18anos, dizendo enfim, que a mocidade bra­sileira já está perdida, porque dependentedo tóxico. Então, insistem os ilustres cole­gas, diariamente, revezando-se, em chamara atenção do Governo para este problema,numa demonstração de que há um incon­formismo contra a sua omissão ou a suanegligência, neste setor de sua adminis­tração.

Sr. Presidente, ao invés de lamurientosdiscursos, os ilustres colegas da bancada daMaioria, gozando de indiscutível prestígiojunto ao governo revolucionário, por forçade sua incondicional obediência às recomen­dações palacianas, especialmente agoraquando um dos seus mais destacados mem­bros é distinguido pelo Presidente da Repú­blica para dirigir a ARENA, bem que pode­riam, através do seu operoso Líder, levar oGoverno, sem mais delongas, a equacionaros problemas do tráfico e uso de substân­cias entorpecentes, do menor abandonadoe do homem encarcerado, porque a isso es­tá obrigado o Estado, não por bondade, maspor imperioso dever e obrigação inerente àssuas tarefas perante a sociedade.

Até quando!O SR. ADHEMAR GHISI (ARENA - SC.

Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, pretendíamos ocupar estatribuna para abordar outro assunto dife­rente daquele que será objeto do improvisoque vamos fazer perante os nobres colegasdesta oasa. Se não tivéssemos ouvido odiscurso do Deputado Peixoto Filho, ilustrerepresentante do Estado do Rio de janeiro,que tão pessimista foi com relação ao fun­cionamento de algumas Comíssões Parla­mentares de Inquérito que ora se proces­sam nesta Casa, certamente não havería­mos de aqui estar para discutir alguns as­pectos relacionados com os temas por S.Ex. a lembrados.

Não podemos, de maneira alguma, seja­mos Deputados do Governo ou da Oposi­ção, concordar com as apressadas mani­festações do ilustre colega de representaçãopolitica. Falou S. Ex.a não para esta Casa,nem para aquela tradição de responsabili­dade que ela deve encarnar quando se lhe'impõem tarefas ou assume responsabili­dades no cumprimento de princípios regi­mentais, na conformidade dos desejos dasbancadas que integram este Poder. Parece­me que S. Ex.a falou sencionalisticamentee desejoso de merecer as manchetes, que,tenho dúvidas, haverá de merecer nos pró­ximos dias.

Queremos devolver a S Ex.a o epíteto dedemagogo com que nos homenageou. Não

utdlízamos muitas das horas do nosso re­cesso parlamentar de janeiro e fevereiro- que poderiam ser de lazer e de descanso-. quando nos debruçamos sobre a redaçãodas razões justificativas para uma CPI, a

. fim de examinar a situação do preso bra­s11eiro, apenas com o propósito demagógicode trazer, para esta Casa, alguma coisa quenão estivesse profundamente arraigada emnossas convicções de representante dopovo, eleitos que fomos, pela segunda vez,com a maior votação político-partidária donosso Estado natal.

Quando nos debruçamos sobre os estudosdo sistema penitenciário vigente no País equando solicitamos a reformulação dessesistema para uma contribuição válida doLegislativo em relação ao Executivo, fize­mo-lo com a certeza de que estávamos apraticar um ato de dever e - mais do queisso - de obrigação não apenas para comaqueles que nos haviam eleito em nossoEstado de Santa Catarina, mas com rela­ção a todos os Estados e, sobretudo, àquelesmaiores da Federação, às voltas com o cru­cial problema que o atual sistema pení­tenciárío, arcaico, impõe a toda sociedadebrasileira.

Ouço V. Ex.a com muito prazer.O Sr. Gérson Camata - Louvo a inten­

ção de V. Ex.a , como a de toda esta Casa,quando se debruça com amor, com carinho,com desvelo e com cuidado sobre os gran­des problemas que afligem a coletividadebrasileira. Acredito que o nosso compa­nheiro da honrada Oposição nesta Casaestá-se acostumando a ser Oposição, ondefalar é fácil - fazer é que é difícil - poisexige uma solução rápida. fulminante. parao problema tão grave como esse sem queo Congresso ou outro órgão estude, plani­fique, conheça primeiro a profundidade doproblema, para, depois, lançar-se à suasolução. Acostumado a essa facilidade defalar e de pregar as coisas reformadas econstruídas, quer S. Ex.a que, num passede mágica, num faça-se, se transforme oultrapassado sistema a que V. Ex.a referiunum moderníssimo e atualíssímo sistema.Sem esse estudo que V. Ex.a propõe, semasses subsídios que estão sendo colhidos,não se pode plantar a reforma do sistemapenitenciário brasileiro. Parabéns a V. Ex.apela iniciativa e pela defesa que faz delanesta tarde.

O SR. ADHEMAR GHISI - Sr. Deputado,não tenho por objetivo ocupar esta tribunapara estabelecer polêmicá. Quero acreditarque, a esta altura, o meu nobre amigo ecolega Peixoto Filho já deva estar ar­rependido das expressões açodadas com queprocurou, ferindo o Governo, ferir-nostambém. Mas não ficarei no terreno pessoal,no rebate puro e simples daquilo que S. Ex."há pouco disse. Irei mais adiante, para,confirmando. as intenções que nasceram nomeu espíríto, naquele recesso de janeiro,dizer a V. Ex.as que, realmente. todos nós,brasileiros, principalmente aqueles que sãorepresentantes do povo, devemos ter umapreocupação muito especial quanto à situa­ção difícil, anômala em que se encontra osistema penitenciário brasileiro, às voltascom uma problemática que está a desafiara boa vontade e o trabalho de tantos pa­triotas, principalmente daqueles que têm aobrigação que temos, de promover o bem­público da grande Comunidade brasileira.Foi por isso que, ao propor a CPI, tivemosem mira os estudos que hoje estão sendofeitos, com a nossa participação de repre­sentantes do povo brasileiro no diálogo eno debate franco, necessário, com aquelasautoridades que fomos buscar em todos osEstados da Federação, experts no assuntopenitenciário, para que, com esses subsí­dios, informações e dados, possamos ama-

Page 50: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5986 Terça-feira 19

nhã oferecer a nossa contribuição ao Po­der Executivo, que tão preocupado se en­contra, como nós nos encontramos, em verimplantada realmente uma sistemática pe­nitenciária capaz de funcionar num paisde foros democráticos, num pais que querser uma pátria civilizada.

E o que estamos verificando no funcio­namento da CPI? Estamos notando que, naverdade, aqueles ilustres colegas que noscriticam pela iniciativa não têm dado,como o Sr. Deputado Peixoto Filho, asluzes da sua ajuda, ou a ajuda das suasluzes, para que nós possamos levar a bomtermo aquilo que nos propusemos a fazere estamos procurando realizar, tendo àfrente de nossos trabalhos uma das maisimpressionantes, distintas e afirmativasfiguras deste Parlamento, o nobre Depu­tado José Bonifácio Neto.

O Sr. Peixoto Filho - Ali nós o temos,como Relator da matéria, constrangido,presidindo a monólogos diários. É isto o quequería dizer a V. Ex." Apenas isto.

O SR. ADHEMAR GHISI - Ali estamospor falta de colaboração de Parlamentarescomo V. Ex.", que, pertencendo à COmissão,não tem dado a colaboração necessária, fa­zendo com que ela, na realidade, não sejao foro de debates que desejamos. Vou con­ceder agora o aparte a V. Ex."

O Sr. Peixoto Filho - É em beneficio deEx." e rápido.

O SR. ADHEMAR GHISI - Muito obri­gado.

O Sr. Peixoto Filho - Na parte peniten­ciária, o que está havendo são monólogos.Comparecem os diretores de presídios paradizer o seguinte: "Penitenciária não salvanem recupera ninguém. Não adianta fazernovas penitenciárias". O que é preciso, en..tão? Fazem o jogo do Governo. O queV. Ex. a pregou aqui, como fundamentaçãodo requerimento, de constituição da CPI,eles contestam. E devo dizer que estou depleno acordo com a fundamentação do re­querimento d.e V. Ex." Precisamos aumentara rede penitenciária, justamente porque,como disse há pouco da tribuna, em re­lação às condenações, mais de dois milmandados em São Paulo não são cumpridospor causa da superlotação dos presidíos da­quele grande Estado. E a CP! Menor Aban­donado, convida novamente o Presidente daFUNABEM, Dr, Mário Altenrelder, que vemdizer a mesma coisa que já disse na nossaComissão: "Eu recupero o garoto delin­qüente. Ele está recuperado e já tem atéprofissão, mas o Governo não tem mercadode trabalho. Eu solto o garoto e el vai pra­ticar delitos novamente, porque o Governonão tem cqndíções de garantir a recupera­ção". Isso já existe lá, meu caro colega,quanto à penitenciária. Quanto a tóxicos,é o maior trabalho realizado no CongressoNacional. V. Ex." sabe que o Relator é opróprio Presidente da ARENA, DeputadoFrancelino Pereira.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domín­gues) - O tempo de V. Ex.a está esgotado.

O SR. ADHEMAR GHISI - Encerro, Sr.Presidente, lamento não poder concedermais apartes aos nobres colegas, justamen­te pelas razões alegadas pelo Presidente.Sinto que o Deputado Peixoto Filho não setenha dado ao trabalho de acompanhar astarefas realizadas na Comissão Parlamen­tar de Inquérito sobre o Sistema Peníten­eíárío do Pais. Importantes debates têm alise ferido, esclarecendo o problema peníten­eíárío, o problema do preso, de uma manei­ra geral e os mais variados aspectos em queestá colocado. Não me encorajaria simpli­ficar o assunto da maneira como quer oDeputado Peixoto Filho, porque o estaria

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

apequenando nas suas origens, no seu ins­trumento de ação e nas suas conseqüênciasfunestas para a própria sociedade brasi­leira.

Precisaria, Sr. Presidente, de algumashoras, o que não tenho, para dizer o que jáse fez, o que já se obteve e o que já serealizou principalmente nessa CP!. Ali setravam debates sobre problemas relaciona­dos com aplicação da pena, sobre o sistemacarcerário do tipo aberto, do tipo fechadoe outros. Ali se discute a necessidade darecuperação pelo trabalho. Ali se debatemteses interessantes. É pena que colegas nos­sos, como o Deputado Peixoto Filho comluzes de sua inteligência, não possam tra­zer sua colaboração, o que, afinal de contas,é o que quer este Parlamento, esta Casa e opovo brasileiro, com observação detida epermanente sobre tais matérias.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)- Nada mais havendo a tratar, vou levan­tar a sessão.

Deixam de comparecer os Senhores:

AmazonasRafael Faraco - ARENA.

ParáEdison Bonna - ARENA; Gabriel Her­

mes - ARENA; Juvêncio Dias - ARENA.

Piauí

Correia Lima - ARENA.Ceara

Ernesto Valente - ARENA; Mauro SaIl'l"­paio - ARENA.

Pernambuco

Carlos Alberto Oliveira - ARENA; MarcoMaciel - ARENA; Ricardo Fiuza - ARENA.

SergipeFrancisco Rollemberg - ARENA.

BahiaFernando Magalhães - ARENA; Henri­

que Brito - ARENA; Leur LomantoARENA; Viana Neto - ARENA.

Espíríto SantoAloisio Santos - MDB; Argilano Dario ­

MDB; Oswaldo Zariello - ARENA.

Rio de JaneiroAlair Ferreira - ARENA; Alberto Lavi­

nas - MDB; Amaral Netto ~ ARENA;Emanuel Waissmann - MDB; Flexa Ribei­ro - ARENA; Joel Lima - MDB; DaeDowell Leite de Castro - MDB; MoreiraFranco - MDB; Nina Ribeiro - ARENA;Osmar Leitão - ARENA; Walter Silva- MDR

Minas GeraisAécio Cunha - ARENA; Batista Miranda

- ARENA; Bento Gonçalves - ARENA;Carlos Cotta - MDB; Francelino Perelra- ARENA; Ibrahim Abi-Ackel - ARENA;Jairo Magalhães - ARENA; Jorge Vargas- ARENA; José Bonifácio - ARENA; Jua­rez Batista - MDB; Murilo Badaró ­ARENA; Navarro Vieira - ARENA; No­gueira da Gama - MDB;.

São PauloAdalberto Camargo - MDB; Amaral

Furlan - ARENA; Blotta Junior - ARE­NA; Cantídio Sampaio - ARENA; Cardosode Almeida - ARENA; Faria Lima - ARE­NA; Ferraz Egreja - ARENA; FredericoBrandão - MDB; Guaçu Piteri - MDB;Herbert Levy - ARENA; Israel Días-Ncvaes- MDB; Ivahir Garcia - AHENA; PedroCarolo - ARENA; João Arruda - MDB;João Pedro - ARENA; Jorge Paulo - MDB;

Agosto de 1975

José Camargo - MDB; Pacheco Chaves ­MDB; Ruy Côdo - MDB; Salvador Julia­nellí - ARENA; Sylvio Venturolli - ARE­NA; Yasunori Kunigo - MDB.

GoiásAry Valadão - ARENA; Jarmund Nasser

- ARENA; José de Assis ARENA; Re-zende Monteiro - ARENA.

ParanáAgostinho Rodrigues - ARENA; Hermes

Macêdo - ARENA; Minoro MiyamotoARENA; Norton Macêdo - ARENA.

Santa CatarinaAbel Ávila - ARENA; Henrique Córdova

- ARENA.Rio Grande do Sul

Aluizio Paraguassu - MDB; ArlindoKunzler - ARENA; Harry Sauer - MDB;Jairo Brum - MDB; Lauro Leitão - ARE­KA; Nadyr Rossetti - MDB; Vasco Amaro- ARENA.

VIII --O SR. PRESIDENTE (OdulfoDomingues) - Levanto a sessão designan­do para amanhã a seguinte

ORDEM DO DIASessão em 19 de agosto de 1975

(TERÇA-FEIRA)

EM URGÊNCIA

Votação

1

PROJETO N.o I-B, DE 1975

Votação, em discussão única, do Projetode Lei n.? I-B, de 1975, que cria a 9." Re­gião da Justiça do Trabalho e o TribunalRegional do 'I'rabalho respectivo e instituia correspondente Procuradoria Regional doMinistério Público, e dá outras providên­cias; tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça, pela aprovação, comemendas, com voto em separado do Sr.Celso Barros; da Comissão de Serviço Pú­blico, pela aprovação, nos termos do pare­cer da Comissão de Constituição e Justiça;e do relator designado pela Mesa em subs­trtuíçào à Comissão de Finanças, pelaaprovação. Pareceres às Emendas de Ple­nário: da Comissão de Constituição e Jus­tiça, pela constitucionalidade, juridicidadee. no mérito. pela rejeição; da Comissãode Serviço Público, pela aprovação das den,OS 1, 4 e, contra o voto do relator, dade n. O 9; pela rejeição da de n. O 6 e, contrao voto do relator da de n. O 5; pela preju­dicialidade das de n.OS 2, 3 e, contra o votodo relator, das de n. OS 7, 8 e 10; e, daComissão de Finanças, pela incompetênciapara opinar sobre a matéria. Continuaçãoda votação: Emenda n.O 3 da Comissão deConstituição e Justiça e o proj eto . (Do Po­der Executivo - Mensagem n. o 2/75.) ­Relatores: Srs. Djalma Bessa, GamalielGalvão e João Vargas.

EM PRIORIDADE

Discussão

2

PROJETO N.o H-A, DE 1975

Discussão única do Projeto de Lei n. oH-A, de 1975, que altera a organização doConselho de Recursos da Previdência So­cial, altera dispositivos do Decreto-lei n. O72, de 21 de novembro de 1966, e dá outrasprovidências; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucio­nalidade e juridieidade, com voto em se­parado do Sr. Erasmo Martins Pedro; e,da Comissão de Trabalho e Legislação Bo-

Page 51: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975

cíal, pela aprovação, com emendas. (DoPoder Executivo - Mensagem n.o 52/75.) ­Relatores: Srs. Altair Chagas e NereuGuidi.

EM TRAMITAÇãO ORDINARIAVotação

3PROJETO N.o 122-A, DE" 1975

Votação, em discussão prévia, do Projetode Lei n,o 122-A, de 1975, que dispõe sobrededução do pagamento de tributos da ren­da bruta nas declarações destinadas aoImposto de Renda; tendo parecer, da Co­missão de Constituição e Justiça, pela in­constitucionalidade. (Do Sr. Francisco Rol­Iemberg.) Relator: Sr. Cleverson Tei­xeira.

Discussão

4,

PROJETO N.o 498-A, DE 1975

Primeira discussão do Projeto de Lei n,o498-A, de 1975, que declara de utilidadepública a "Associação de Assistência SocialMato-grossense" com sede e foro em SãoPaulo, Capital; tendo parecer, da Comissãode Constituição e Justiça, pela constitucio­nalidade, [uridicidade e, no mérito, pelaaprovação. (Do Sr. Nunes Rocha.) - Re­lator: Sr. Altair Chagas.

CAMARA DOS DEPUTADOS

AVISOS

'rRAMITAÇÃO DOS PROJETOS DECóDIGOS CIVIL E PROCESSO PENAL

Apresentação de Emendas em Plenário ­(15 Sessões ordíriárías.)

Junho: 23 (inicio do prazo) - 24 - 25 ­26 - 27.

Agosto: 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 11 - 12~ 13 - 14 - 15 - 18 - 19 - 20 - 21 - 22- 25 - 26 - 27 - 28 e 29.

Setembro: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 8 - 9 ­10 - 11 - 12 - 15 _ 16 - 17 - 18 - 19- 22 - 23 - 24 - 25 e 26 (término ­prazo prorrogado).

CÓDIGO CIVIL

Comissão Especial

MembrosEfetivos

ARENA MDBCleverson Teixeira Tancredo NevesJoão Linhares Brigido Tinoco:Vlávio Mareilio Celso Barros;I:,.auro Leitão Mac Dowell Leite deGeraldo Guedes CastroRaimundo Diniz Israel Días-Novaes

SuplentesARENA MDB

Marcelo Linhares Erasmo MartinsNey Lopes PedroHenrique Córdova Tarcisio DelgadoAntônio Morimoto Fernando CoelhoTheobaldo Barbosa Mário MoreiraCid Furtado Oswaldo Lima

Presidente: Deputado Tancredo NevesRelator-Geral: Deputado João Linhares

" Relatores-Parciais::Deputado Brígida Tinoco:Parte Geral

.Deputado Raimundo Diniz:LlVl:'O I - ObrigaçõesDeputado Geraldo Guedes:Livro II - Atividade Negoeial

I 'Deputado Lauro Leitão:Livro lU - Das Coisas

DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Deputado Cleverson Teixeira:Livro IV - Da Família

Deputado Celso Barros:Livro V - Sucessões e Livro Comple-

mentarLivro VI - Dos Procedimentos EspeciaisDeputado Freitas Nobre:Livro VII - Da Reparação do Dano Cau­sado pelo Crime

Deputado Ibrahim Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal.

-x-Para recebimento de Emendas em Plenário

(Art. 245, § 1.0 do Regimento Interno.)

1) Projeto de Resolução n.o 34/75, que al­tera o Regimento Interno da Câmara dosDeputados, criando a Comissão Permanentedo polígono das Secas. (Do Sr. InocêncioOliveira.) (3." Sessâo.)

2) Projeto de Resolução n,? 35/75, quecria a Comissão Permamente de Ecologia.(Do Sr. A. H. Cunha Bueno.) (3." Sessão.)

3) Projeto de Resolução nO 36/75, queintroduz alterações no artigo 85 da Reso­lução n.O 30, de 1972, que dispõe sobre o­Regimento Interno, aumentando de meiahora o Pequeno Expediente, a iniciar-seàs 13:00 horas. (Do Sr. Francisco Amaral.)(3." Sessão.)

4) Projeto de Resolução n,? 37175, quealtera o Regimento Interno da Câmara dosDeputados para o fim de ampliar os prazosprevistos na tramitação dos projetos de có­digos. (Do Sr. Fernando Coelho.) (3." Ses­são. )

5) Projeto de Resolução n.O 43/75, quealtera disposições do Regimento Internoda Câmara dos Deputados, criando a Co­missão de Previdência e Assistência Social.(Do Sr. Joel Lima.) (3." Sessão.)

Comissões Permanentes1

COMISS.I\O DE AGRICULTURA EPOLíTICA RURAL

Reunião: dia 27-8-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Dr. Camilo

Calazans Magalhães - Presidente do IDC.

-xx­Reunião: dia 28-8-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Superin­

tendente da SUDEPE - Josias Luiz Gui­marães.

2

COMISSAO DE CI~NCIA E TECNOLOGIAReunião: dia 10-9-75Hora: 9:30 horasPauta: Comparecimento do Pro!. J. Allen

Hynek - Diretor do Departamento de As­tronomia e Astrofisica, da Universidade deNorthwestern - EUA.

Local: Auditório Nereu Ramos.3

COMISSAO DE COMUNICAÇõESReunião: dia 20-8-75Hora: 9:30 horasPauta: Comparecimento do Sr. Ministro

das Comunicações - Dr, Euclides Quandtde Oliveira.

Local: Auditório Nereu Ramos - Anexo II.4,

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO EJUSTIÇA

Reuniões: terças, quartas e quintasHora: 10:00 horas

Terça-feira 19 5987

5COMISSÃO DE ECONOMIA, INDúSTRIA

E COMÉRCIOReunião: dia 21-8-75Hora: 10: 00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Alfredo

Rizkallah - Presidente da Bolsa de Valo­res de São Paulo.

6COMISSÃO DE SERVIÇO PúBLICO

Reunião: dia 9-10-75.Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Coronel Ad­

waldo Botto de Barros - Presidente daEmpresa Brasileira de Correios e Telegra­fas.

-x x­Reunião dia 25-9-75.Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Walter

Borges Graciosa - Presidente do IPASE.Comissões Temporárias

lH:special:1

COMISSÃO DO DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO SUL

Reunião: dia 27-8-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Dr. Harry

Amorím Costa - Diretor-Geral do DNOS.De Inquérito:

2"CPI SISTEMA PENITENCIÁRIO"

Reunião: dia 19-8-75Hora: 16:30 horasPauta: Comparecimento do Dr. Estácio

de Lima - Prof, Catedrático de MedicinaLegal da Universidade Federal. da Bahia.

Local: Sala das CPls.

3

"CPI DO MENOR ABANDONADO"

Reunião: dia 19-8-75Hora: 16:30 horas.Pauta: Comparecimento do Sr. Fawler

de Melo.

Local: Plenário da Com. de Educação eCultura.

--xx-­Reunião: dia 21-8-75Hora: 16:30 horasPauta: Comparecimento do Frei Kergi­

naldo Memória (FEBEM) - CE.Local: Plenário da Com. de Educação e

Cultura.--xx--

Reunião: dia 26-8-75Hora: 16:30 horasPauta: Comparecimento do Prof. Luiz

Gonzaga (FEBEM) - MG.Local: Plenário da Com. de Educação e

Cultura.--XX-~

Reunião: dia 28-8-75Hora: 16:30 horasPauta: Comparecimento do Sr. Newton

Sérgio Ribeiro Grein.Local: Plenário da Com. de Educação e

Cultura.4

"CPI MULTINACIONAIS"Reunião: dia 19-8-75Hora: 16:00 horasPauta: Comparecimento do Dr. Affonso

José Guerreiro de Oliveira - Diretor Su­perintendente da EMBRAMEC; do Dr,Moacyr Reis - Diretor-Geral do InstitutoNacional de Pesos e Medidas e do Dr,Newton Oolí Machado.

Page 52: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5988 Terça-feira 19

Local: Plenário da Comissão de Minas eEnergia

-xx­Reunião: dia 21-8-75Hora: 9:00 horas.Pauta: Compareciment<l do DI'. Ricardo

Adolpho de Campos Saur - secretàno­Executivo da Comissão de Coordenação dasAtividades de Processamento Eletrônico _.CAPRE; do DI'. José Bonifácio de AbreuAmorím - Presidente da IBM do Brasil Li­mitada e do DI'. Abílio Wolff - Presidenteda Exactus S.A.

Local: Plenário da Comissão de Minas eEnergia.

5"CPI PROTERRA"

Reunião: dia 19-8-75Hora: 9:00 horasPauta: Comparecimento do Dr, Amilcar

Martins - Diretor da La Região do Bancodo Brasil - DIRAM e do DI'. José Arís­tophanes Pereira - Diretor da 2.a Regiãodo Banco do Brasil - DINOR.

Local: Sala das CPIs.6

"CPI - POLíTICA SALARIAL"

Reunião: dia 19-8-75Hora: 9:00 horasPauta: Comparecimento do Professor

Flávio Rabelo Versiani, Chefe do Departa­mento de Economla da Universidade deBrasilia.

Hora: 11:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. José

Francisco da Bílv.,, Presidente da oonre­deração Nacional dos Trabalhadores naAgricultura.

Local: Sala da Comissão dos Transportes.

--xx--Reunião: dia 20-8-75Hora: 9:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Flávio da

Costa Britto, Presidente da ConfederaçãoNacional da Agricultura.

Hora: 11:00 horasPauta: Comparecimento do Senador .res­

sé Pinto Freire, Presidente da ConfederaçãoNacional do Comércio.

Local: Sala das CPIs.-- XX-­

Reunião: dia 20-8-75Hora: 16:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Waldino

Pedro dos Santos, Presidente da Conte­deraçâo Nacional dos Trabalhadores emTransportes Maritimos, Fluviais e Aéreos.

Hora: 17:00 horasPauta: Comparecimento do SI', Wilson

Gomes de Moura, Presidente da Confe­deração Nacional dos Trabalhadores emEmpresas de Crédito.

Local: Sala das CPIs.-xx­

CONGRESSO NACIONAL1

PROPOSTAS DE EMENDAA CONSTITUIÇAO

N.os 11 E 12, DE 1975-CN"Dá nova redação ao artigo 36 da consta­

tuicão." (Mandato Parlamentar - Convoca­çào de Suplente.) - (Autores: Srs. JorgeArbage e Petrônio Portella.)

Comissào Mista

Presidente: Deputado Jairo BrumVICe-Presidente: SE'nador Ruy SantosRelator: Deputado Parente Frota

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

PrazoAté dia 5-9-75 - no Congresso Nacional.

2

PROPOSTAS DE EMENDAli. CONSTITUICãO

N.os 13 E 17, DE Í975-CN

"Dá nova redação ao artigo 104 da Emen­da Constitucional n,v 1, de 17 de outubrode 1969." (Funcionário Público investido demandato elettvo.) - (Dos Srs. Gomes daSilva e Nelson Marchezan.)

Comissão MistaPresidente: Deputado Jarbas VasconcelosVice-Presidente: Senador Saldanha DerziRelator: Deputado Paulo Studart

CALENDÁRIOAté dia 20-8-75 -- Apresentação do pa­

recer, pela Comissão.

Prazo no Congresso Nacional: ate dia18-9-75.

3PROPOSTAS DE EMENDA

A CONSTITUIÇAON.os 14 E 23, DE 1975-CN

"Dá nova redação ao item I do art. 57 daConstituição." (Projetos matéria tínaneeí­ra.) - (Dos Srs. Epitácio Cafeteira e Air­ton Sandoval.)

Comissão MistaPresidente: Senador Arnon de MelloVice-Presidente: Senador Ruy CarneiroRelator: Deputado Ivahir GarciaAté dia 23-8-75 - Apresentação do pare­

cer, pela Comissão.Prazo no Congresso Nacional: até dia

22-9-75.4

PROPOSTA DE EMENDAA CONSTITUICAON.o 15, DE 197!f-CN

"Altera a redação do artigo 55 da Cons­tituição, dispondo sobre a expedição deDecreto-lei Dela Presidente da República."(Autor: Sr. Jader Barbalho.)

Comissão MistaPresidente: Deputado Nadyr RossettiVice-Presldente: Deputado Santos FilhoRelator: Senador Eunco RezendePrazo no Congresso Nacional: até dia

26-9-75.5

PROPOSTAS DE EMENDAA CONSTITUIÇAO

N.os 16 E 22, DE 1975· CN"Imprime nova redação ao caput do arti­

gc 14 da Constituição... (Criação de Mu­rrícípíos.) - (Autores: Srs. Italivio Coelhoe Nunes Rocha.)

Comissão MistaPresidente: Senador Dirceu CardosoVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado José MachadoAté dia 28-8-75 _. Apresentação do pa­

recer, pela Comissão.Prazo no Congresso Nacional: até dia

27-9-75.6

PROJETO DE LEI COMPLEMENTARN.o 7, DE 1975-CN

"Altera disposições da legislação que re­gula o Programa de Integração Social(PIS) e o Programa de Formação do Pa­trimônío do Servidor Público (P ASEP) .(Autor: Poder Executivo - Mensagensn. OS 168/75-PE e 49/75-CN).

Agosto de 1975

Comissão MistaPresidente: Senador Otair BeckerVice-Presidente: Senador Ruy CarneiroRelator: Deputado João Alves .Prazo no Congresso Nacional: até dia

31-8-75.7

PROJETO DE LEI N.o 8, DE 1975 (CN)"Regula a situação do aposentado pela

Previdência Social que volta ao trabalho ea do segurado que se vincula a seu regimeapós completar sessenta anos de idade, e dáoutras providências." (Autor: Poder Exe­cutivo Mensagens n. o 229175-PE e61/75-CN) .

Comissão MistaPresidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Senador Lourival Bap­

tista.Relator: Deputado Prisco Viana

CALENDáRIODias 14, 15, 18, 19, 20, 21, 22 e 25-8-75 ­

Apresentação das emendas, perante a Co­missão.

PrazoAté dia 1.0-9-75 - na Oomissâo Mista;Até dia 21-9-75 - no Congresso Nacional.

8PROJETO DE LEI N.o 9, DE 1975-CN

"Institui normas gerais sobre desportos,e dá outras providências." (Do Poder Exe­cutivo - Mensagens n.OS 239/75-PE e65175-CN.)

Comissão MistaPresidente: Senador Itamar FrancoVice-Presidente: Senador Mendes CanaleRelator: Deputado Hélio Campos

CALENDáRIODias 15, 18, 19, 20, 21, 22, 25 e 26-8-75 ­

Apresentação das emendas, perante a Co­missão.

Até dia 1.0-9-75 - Apresentação do pare­cer, pela Comissão.

Prazo no Congresso: até dia 21-9-75.9

MENSAGEM N.o 47, DE 1975-CNSubmete à deliberação do Congresso Na­

cional texto do Decreto-lei n.? 1.404, de 28de maio de 1975, que "dispõe sobre gabaritosde construções nos Jairros do Leme, Copa­cabana, Ipanema e Leblon, na cidade doRio de Janeiro". (Autor: Poder Executivo- Mens. n.? 154/75-PE.)

Comissão l\fistaPresidente: Deputada Lygia Lessa BastosVice-Presidente: Senador Roberto Satur-

nino .

Relator: Senador Renato FrancoPrazo

Até dia 29-8-75 - no Congresso Nacional.10

MENSAGEM N.tO 50, DE 1975-CN"Submete à deliberação do Congresso

Nacional texto do Decreto-lei n,v 1.405, de20 de junho de 1975, que "dispõe sobre re­cursos destinados ao Fundo de Apoio aoDesenvolvimento Social -- FAS, e dá outrasprovidências". (Autor: Poder . ExecutivoMensagem n. o 181175 - PE.)

Comissão MistaPresidente: Deputado Henrique Cardosovíce-sresmente: Senador Helvídio NunesRelator: Deputado Josías Leite

CALENDARIOPrazo

Até dia 24-8-75 - na Comissão Mista;Até dia 21-9-75 - no Congresso Nacional.

Page 53: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5989

11MENSAGEM N.o 52, DE 1975-CN

Submete à deliberação do Congresso Na­'eíonal texto do Decreto-lei n," 1. 406. de 24de junho de 1975, que "altera a redação doparágrafo único do art. 26 do Decreta-lein'o 667. de 2 de [ulho de 1969. que reorganl­za as Polícias Militares e os Corpos de Bom­beiros MIlitares dos Estados, dos Territóriose do Distrito Federal". (Autor: Poder Exe­cutívo - Mensagem n.> 195/75-PE.)

Comissão Mista. Presidente: Sel1"dor Ruy Santos

Vice-Presidente: Deputado Januário Fei­tosa

Relator: Deputado Theodoro Mendes

PrazoAté dia 24-8-75 - na Comissão Mista;Até dia 21-9-75 - no Congresso Nacional.

12

MENSAGEM N.o 58, DE 1975-CN

"Submete à delíberacâo do Congresso Na­cional texto do Decreto-lei n.o 1.407 de 3de julho de 1975. que "cancela penalidades,e dá outras providências." (Autor: poderExecutivo - Mens. n. o 220/75-PE.)

Comissão MistaPresidente: Senador Ruy CarneiroVice-Presidente: Deputado Moacyr DanaRelator: Senador Saldanha Derzi

Prazo

Até dia 25-8-75 - na Comissão Mista:Até dia 29-9-75 - no Congresso Nacional.

13MENSAGEM N.o 59, DE 1975-CN

Submete à deliberação do Congresso Na­cional texto do Decreto-lei n. o 1.408. de'I de julho de 1975, que "prorroga a vigênciado Incentivo F'iscal para Aplicação emAcões Novas da EMBRAER - Empresa Bra­síleíra de Aeronáutica S. A." (Autor: PoderExecutivo - Mens. n. o 21S/75-CN.)

Comissão MistaPresidente: Deputado Hélio CamposVice-Presidente: Senador Virgílio TávoraRelator: Senador Evelásio Vieira

Prazo

Até dia 25-8-75 - na Comissão Mista;Até día 29-9-75 - no Congresso Nacional.

14

MENSAGEM N.o GO/75-CN"Submete à deliberação do Congresso Na­

cional texto do Decreto-lei n,s 1.409, de 11de julho de 1975, que "dispõe sobre a inci­dência do Imposto Único sobre Lubrifican­tes e Combustíveis Líquidos e Gasosos noálcool anídro originário da cana-de-açúcar,destinado à adição à gasolina". (Autor:Poder Executivo - Mensagem n.o 230175).

Comissão MistaPresidente: Sebastião RodriguesVice-Presidente: Renato FrancoRelator: Rezende Monteiro

Prazo, Até dia 28-8-"{5 - na Comissão Mista;

Até dia 29-9-75 - no Congresso Nacional.

15MENSAGEM N.O 62, DE 1975-CN

"Submete à deliberação do CongressoNacional texto do Decreto-lei n.? 1.410, de31 de julho de 1975, que "concede incentivofiscal a projetos prioritários para a eco­nomia nacional, e dá. outras providências."(Autor: Poder Executivo - Mensagem n.?233/75.)

Comissão MistaPresidente: Senador Altevír LealVice-Presidente: Deputado Harry SauerRelator; Senador Saldanha Derzi

PrazoAté dia 28-8-75 - na Comissão Mista;Até dia 29-9-75 - no Congresso Nacional,

16VETO PARCIAL

(Mens. n. 0 5 192/75-CN e 51175-CN)

Proj eto de Lei n. O 3, de 1975 (CN), que"altera dispositivos da Lei n,v 6.015. de 31de dezembro de 1973. que dispõe sobre osregistros públicos".

Comissão MistaPresidente: Senador Paulo BrossardVice-Presidente: Deputado José SallyRelator: Senador Italívio Coelho

Prazo

Até dia 25-8-75 - na Comi-ssão Mista;

Até dia 19-9-75 - no Congresso Nacional.

17

VETO TOTAL

(Mens. n.os 194175-PE e 48175-CN)

Projeto de Lei n. O 168, de 1975 (CD), que"reduz os prazos de prescrição para os cri­minosos primários e de bons antecedentes".

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Deputado Carrtídío Sam­

paio.

Relator: Senador Heitor Dias

Prazo

Até dia 25-8-75 - na Comissão Mista;Até dia 19-9-75 - no Congresso Nacional.

18

VETO PARCIAL

(Mensagens n.0 5 207/75-PE e 54/75-CN)

Projeto de Lei n.o 578, de 1972, que "re­gula o exercício da profissão de propagàn­dista e vendedor de produtos farmacêuti­cos, e dá outras providências".

Comissão Mista

Presidente: Alcir PimentaVice-Presidente: Raimundo ParenteRelator: Renato Franco

Prazo

Atê dia 31-8-75 - na oomíssão Mista;Até dia 25-9-75 - no Congresso Nacional.

19

VETO PARCIAL

(Mensagens n.OS 208/75-PE e 55/75-CN)

Projeto de Lei n. o 1.360, de 1973, que"dispõe sobre discriminação, pelo Ministé­rio da Agricultura, de regiões para exe­cucão obrigatória de planos de' proteção aosaio e de combate à erosão, e dá outrasprovidências" .

Comissão Mista

Presidente: Senador Otair BeckerVice-Presidente: Senador Agenor MariaRelator: Deputado Athiê Com-y

Prazo

Até dia 31-8-75 - na Comissão Mista;Até dia 30-9-75 - no Congresso Nacional.

IX - Levanta-se a Sessão às 18horas e 3D minutos.

ATAS DE COMISSÕES

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

O Presidente da Comissão de Constituicãoe Justiça, Deputado Luiz Braz, fez a se­guinte distribuição em 14 de agosto de19",'5:

Ao Sr. Altair Chagas:Projeto n.o 669-B/63 - -Emendas ofere­

cidas em Plenário. em 2.a discussão, ao Pro­jeto n. O 66D-B, de 1963, que "torna obriga­tória a declaração do preço total nas ven­das a prestação, e dá outras providên­cias" .

ll'rojeto de Lei Complementar TI.o 33175 ­Do Sr. Lincoln Grillo que "acrescenta e al­tera dispositivos da Lei Complementar n,o14. de 8 de junho de 1973, que estabeleceas regiões metropolitanas de São Paulo. Be­lo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador,Curitiba, Belém e Fortaleza".Ao Sr. Antônio Mariz:

Projeto D.O 831/75 - Do Sr. Norton Ma­cedo, que "dá nova redaeão ao p-ráararo2. 0 do art. 22 da Lei Orgânica da Previdên­cia Social, estendendo suas disposícôes aosfuncionários públicos que menciona".Ao Sr. Antônio Morimoto:

Projeto n.? 860175 - Do Sr. Santos Fi­lhr que "restal>elece o artigo 81 do CódigoNacional de Trânsito, ínstítuido pela Lein. O 5.108, de 21 de setembro de 1966".Ao Sr. Blotta Junior;

Projeto n.? 150-A175 - Do Sr. José Ca­margo - Emenda oferecida em Plenário aoprojeto de Lei n.v 150-A, de 1975. que "fixaem 45 anos o limite de idade para ingresso,através de concurso, em órgãos da admi­nistração pública direta ou indireta, e de­term.ina outras providências".

Projeto D. O 175175 - Do Sr. Luiz Henri­que, que "altera a redação do art. 10, caput,da Lei n.v 5.107, de 13 de setembro de 1966(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)".

Projeto D.O 766175 - Do Sr. João Mene­zes, que "anistia os cidadãos implicados emcrimes de natureza política que tenham si­do absolvidos e aos que, condenados, te­nham sido reabilitados na forma previstano Decreto-lei n.? 1.002, de 21 de outubrode 1969, e dá outras providências".

Projeto D.o 821/75 - Do Poder Executi­vo - Mensagem n.v 196/75 - que "autorizao Poder Executivo a contratar ou garantir,em nome da União. empréstimos internospara a realização de obras e aquisição debens de capital produzidos no País".Ao Sr. Celso Barros:

Projeto n. o 748/75 - Do Sr. Israel Dias­Novaea. que "altera o disposto no art. S08da Lei n. o 5.869, de 11 de janeiro de 1973(Código de Processo Civil), que regula aretirada dos autos de cartório".

Projeto ri.? 84217p - Do Sr. Santos Filho,que "altera dispositivos da Lei n.o 4.726, de13 de julho de 1965, que "dispõe sobre osserviços do registro do comércio e ativida­des afins, e dá outras providências".

Projeto D.o 875175 - Do Sr. Adhemar San­tillo, que "institui a correção monetária so­bre os débitos que especifica".

Projeto n. O 877175 - Do Sr. Léo Simões,que "acrescenta dispositivo ao art. 17 daLei n.O 4.591, de 16 de dezembro de 1964,permitindo a alienação de edificação pelovoto dos condôminos que representar€'m 8décimos das quotas ideais do respectivo ter­reno".Ao Sr. Claudino Sales:

Projeto de Decreto Legislativo D.o 18175- Da Comissão de Relações Exteriores -

Page 54: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5990 Terça-feira 19

Mensagem n. O 217/75 - que "aprova o tex­to do Acordo Básico de Cooperação Cien­tífica e Técnica entre o Governo da Re­publica Federativa do Brasil e o Governoda República Oriental do Uruguai, assina­do em Rivera, a 12 de junho de 1975".

Projeto n.O 769/75 - Do Sr. Célio Mar­ques Fernandes, que "institui normas atí­nentes à aquisição ou promessa de aquisi­ção de habitações através do SiBtema Fi­nanceiro de Habitação".

Projeto ri,? 854/75 - Do Sr. Lincoln Gríl­lo que acrescenta dispositivos ao Decreto­lei n.? 594, de 27 de maio de 1969, que "ins­titui a Loteria Esportiva Federal, e dá ou­tras providências".

Projeto D.o 872/75 - Do Sr. Lauro Rodri­gues, que "inclui as emure.sas jorna isticasnos planos de financiamentos das institui­ções governamentais".

Ao Sr. Daso Coimbra:Projeto D.o 773/75 - Do Sr. Parsifal Bar­

roso, que "dispõe sobre as proríssíonalíza­eões do segundo grau e sua eonexao com ascarreiras curtas do ensino superior, atra­vés de diretrizes do Conselho Federal deEducação".

Projeto n.? 852/75 - Do Sr. JG de AraújoJorge, que "introduz modificações no art.17 da Lei n.> 5.540, de 28 de novembro de1968, que fixa normas dc organização efuncionamento do ensino superior e sua ar­ticulacão com a escola média, e dá outrasprovidências" .Ao Sr. Djalma Bessa:

Projeto n.? 823/75 - Do Sr. Jonas Car­los, que "dá nova redação ao art. 91 doCódigo Eleiwral, permitindo o registro deaté 3 (três) candidatos a Prefeito Munici­pal, eleitos na forma que menciona".Ao Sr. Erasmo Martins Pedro:

Projeto n.? 827/75-Do Sr. Antônio Anní­bem, que "estabelece dispensa do examepsícotecníco, para fins de habtütação, aosmotoristas profissionais, e dá outras provi­dências" .

Projeto n.o 833/75 - Do Senado Federal,que "dá nova redação ao caput do art. 224da Consolidação das Leis do Trabalho, apr<J­vada pelo Decreto-lei ri.? 5.452, de 1.0 demaio de 1943, dispondo sobre di.racâo detrabalho dos empregados que especifica".

Projeto n.? 846/75 - Do Sr. Walmor deLuca, que "altera a redação do art. 13 doDecreto-lei n.> 1.038, de 21 de outubro de1969, que estabelece normas relatívas aoImposto único sobre Minerais. e dá outrasprovidências" .

Projeto n.? 869/75 - Do Sr. Marcelo Gato,que "institui o adicional de turno para osempregados que trabalham sob o regime deturnos de revezamento".

PrOjeto 11.° 876175 - Do Sr. Ulisses Pott­guar, que "estende aos dentistas e rarrna­cêutícos militares, em serviço ativo nasForças Armadas, os direitos previstos naLei n,o 5.526, de 5 de novembro de 1968".

Ao Sr. Ernesto Valente:

Projeto n.? 836/75 - Do Sr. Otávio Cec­cato, que "estabelece o salário mínimo pro­fissional devido a professores universitá­rios" .

Projeto n.o 863175 - Do Sr. Fernando Co­elho, que "altera disposições da legislaçãode previdência social".

Ao Sr. Gomes da Silva:Projeto D.o 767175 - Do Sr. Marco Maciel,

que "dispõe sobre a obrigatoriedade de sis­temas de controle de poluição nos projetos

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I>

índustríaís e agropecuários, e dá outras pro­víríências" .

Projeto n.o 843/75 - Do Sr. Nunes Rocha,que "introduz alterações na Lei n,v 6.179,de 11 de dezembro de 1974, que instituiamparo previdenciário para maiores de se­tenta anos de idade e para inválidos, e dáoutras provídêncías".

Projeto n.v 853175 - Do Sr. Claudino Sa­les, que "declara de utilidade pública a"Sociedade dos Cantadores, Violeiros e Poe­tas Populares do Brasil", com sede em For­taleza, Estado do Ceará".Ao Sr. Jairo Magalhães:. Projeto n," 825175 - Do Sr. Adhemar Ban­tillo que "acrescenta parágrafo ao art. 45da Lei Orgânica da Previdência Social, dis­pondo sobre credenciamento de médicos ehospitais pelo INPS".

Projeto n," 865/75 - Do Sr. Eloy Lenzi,que "altera a relação C:escritiYa do SistemaRodoviário Nacional, aprovado pela Lei n.o5.917 de 10 de setembro de 1973 - PlanoNaciónal de Viacão - e dá outras provi-dências". -Ao Sr. João Gilberto:Projeto de Lei Complementar n. O 34/75 ­Do Sr. Francisco Rocha, que "isenta do pa­gamento de impostos federais, estaduais emunicipais os veículos automotores nacio­nais destinados aos portadores de deficiên­cia física, e determina outras providências".

Ao Sr. Cleverson Teixeira:Projeto n.o 837175 - Do Sr. José Carlos

Teixeira. que "díspõe sobre o pagamentoparcelado. pelas Prefeituras Municipais eempresas privadas, dos débitos em atrasopara com o Fundo de Garantia do Tempode Serviço".

Ao Sr. João Gilberto:Projeto D.O 838/75 - Do Sr. VaBCQ Neto,

que "proíbe a cobrança ao adquirente decasa própria. através do Sistema FinanceIrode HàbItal;ll1O, de obras de equmamento co­munítárío e de infra-estrutura' urbana".

Projeto n.? 861175 - Do Sr. Edgar Mar­tins, que "dispõe sobre transporte coletivoem carrocerias de caminhões, e dá outrasprovidências" .

Projeto n,? 866175 - Do Sr. ,José de Assis,que "Introduz alterações no traçado da BR­359, do Plano Rodoviário Nacional, apro­vado pela Lei n. o 5.917, de 10 de setembrode 1973".Ao Sr. Joaquim Bevríacqua;

Projeto n.? 824/75 - Do Sr. Henrique Bri­to, que "inclui ligações ferroviárias da Ba­hia na relacão descritiva das rerrovías doPlano Nacional de Viação, ínsütuido pelaLei n.? 5.917, de 10 de setembro de 1973".

Pro,ieto D.O 870175 - Do Sr. Peixoto Filho,que "dtspôe sobre a remuneração e a jor­nada de trabalho do motortsta profissional,e dá outras providências".

Ao ar. José Maurício:Projeto n,v 750175 - Do Sr. Pacheco Cha­

ves, que "dá nova redação à alínea c doartigo 4.0 da Lei Orgânica da. PrevidênciaSocial, alterada pela Lei n.o' 5.890, de 8 dejunho de 1973".

Projeto D.O 753/75 - Do Sr. Amaral Fur­la.n, que "diBpõe sobre atividade remune­rada do analfabeto maior de 14 (quatorze)anos".

Projeto TI.o 760175 - Do Sr. AdhemarSantillo. que "determina fixação de preçodo gás liquefeito de petróleo, para uso do­méstico, em todos os munícípios brasilei­ros".

Agosto de 19~5

Ao Sr. José MaurícioProjeto n.o 818175 - Do Sr. Pedro Caro­

lo, que "aplica o regime da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, aprovada pelo De­creto-lei n. O 5.452, de 1.0 de maio de 1943,às relações de trabalho entre atletas eassociações esportivas, e dá outras provi­dências".

Projeto n.? 822175 - Do Sr. AdhemarGhisi, que "dispõe sobre a profissão de fo­tógrafo e dá outras provídêncías".

Projeto n.? 829/75 - Do Sr. Edgar Mar­tins, que "acrescenta parágrafo ao art. 11da Lei Orgânica da Previdência Social, es­tendendo a assistência médica ao filho es­tudante, na forma que menciona".

Projeto ri.? 832175 - Do Sr. HenriqueEduardo Alves, que "acrescenta parágrafoao art. 20 do Decreto n.o 24.150, de 20 deabril de 1934, tornando obrigatória, nas de­sapropriações, a indenização do fundo decomércio".Ao Sr. José SaIly

Projeto n.v 774/75 - Do Sr. Laerte Vieira,que "estabelece normas interpretativas so­bre a aposentadoria voluntária da mulher".Ao Sr. Lauro Leitão

Projeto n.> 847175 - Do Sr. Ubaldo Cor­rêa, que "altera a redação e acrescenta dis­positivo ao art. 11 do Decreto-lei n. o 1.376,de 12 de dezembro de 1974, que "dispõe 00­bre a criação de Fundos de Investimento,altera a Legislação do Imposto sobre Ren­da relativa a incentivos fiscais e dá outrasprovidências".Ao Sr. Lidovino Fanton

Projeto n.? 871175 - Do Sr. Igo Losso, que"obriga as Empresas de Transporte AereoComercial a reservarem área para passa­geiros não fumantes",

Projeto D.~ 873175 - Do Sr. João Mene­zes - "confere ao INPS competência paraoperar os seguros obrigatórios de respon­sabil'idade civil dos proprietários de veículosautomotores de vias terrestre, fluvlaI, la­custre e marítima, de aeronaves e dostransportes em geral".Ao Sr. Luiz Henrique

Projeto D.o 848175 - Do Sr. Leo Simões,que "assegura gratuidade aos filhos dos ex­combatentes, civis e militares, nas Univer­sidades do território nacional".

Ao Sr. Miro TeixeiraProjeto D.O 864175 - Do Sr. Otávio cee­

cato, que "dispõe sobre requisitos que de­verão constar da Carteira de Trabalho ePrevidência Social do trabalhador".Ao Sr. Nereu Guidi

Projeto n," 820/75 - Do Sr. Otávio Cec­caía, que "torna obrigatória a contrataçãode um socíólogo, pelas empresas com maisde quinhentos empregadas".

Projeto D.O 845175 - Do Sr. Marcelo Li­nhares, que "altera a redação do artigo 161da Lei Orgânica da Previdência Social, in­cluindo as donas-de-casa como contribuin­tes racuítatrvas do INPS, e determina ou­tras providências".

Ao Sr. Ney LopesProjeto n.O 867175 - Do Sr. Liricolri Gril­

lo, que "Institui a Loteria Zoológica Fe­deral - ZOOTECA - e dá outras providên­cias".Ao Sr. Noide Oerqueíra

Projeto n. O 755175 - Do Sr. LeônídasSampaio, que "acrescenta dispositivo à Lein. o 5.479, de 10 de agosto de 1968, que "dis­pões sobre a retirada e transplante de te­cidos, órgãos e partes de cadáver para fi-

Page 55: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Terça-feira 19 5991

nalidade terapêutica e científica, e dá ou­tras providências".

Projeto n.? 862175 - Do Sr. Hélio Levy,que "autoriza o Instituto Nacional de Co­lonização e Reforma Agrária a doar terrasdevolutas a municípios sttuados na Amazô­nia Legal, para formação de patrimôniomunicipal".

Projeto n.o 886175 - Do Sr. Claudino Sa­les, que "dispõe sobre o comércio de armasde fogo e dá outras providências".

Ao Sr. Norton MacedoIndicação n.? 2/75 _ Do Sr. Gomes da

Silva, que "sugere a manifestação das Co­missões de Constituição e Justiça e de Ser­viço PúblICO sobre cônveniência e a opor­tunidade da adoção, na sistemática do Di­reito Administrativo, de nova modalidadede Aposentadoria Voluntária".

Projeto D.O 754/75 - Do Sr. Israel Dias­Novaes, que "dispõe sobre a concessão deincentivos fiscais a empreendimentos agrí­colas.

Projeto n.? 817175 - Do Sr. Airton San­doval, que "dispõe sobre estabilidade em­pregatícia temporária aos convocados parao Serviço Militar e dá outras providências".

Ao Sr. Rubem DouradoProjeto D.O 1.582-R/73 - Do Sr. Faria

Lima, que na Redação para 2.a Discussãodo Projeto de Lei 1 582-B, de 1973, "fixamodelo padronizado para currículum vitae,exigíveis a candidatos a cargos e funçõespúblicas".

Ao Sr. Rubem DouradoProjeto n.o 746/75 - Do Sr. Salvador Ju­

lianelli, que "estabelece garantias ao con­sumidor de veículos automotores, define acategoria econômica dos distribuidores des­ses produtos e dá outras providências".

Projeto D.O 826175 - Do Sr. Guaçu Piteri,que "acrescenta dispositivo à Consolidaçãodas Leis do Trabalho, aprovada pelo De­creto-lei n.v 5.452, de 1.0 de maio de 1943,proibindo a dispensa da gestante nas con­dições que especifica".

Projeto n.? 828/75 - Do Sr. AgostinhoRodrigues, que "institui o Estágio de Com­plementação Prática Profissional para es­tudantes de nível médio e superior e de­termina outras providências".

Projeto D.O 830/75 - Do Sr. Florim Cou­tinho, que "dispõe sobre o exercício daprofissão de Detetive Particular, e dá ou­tras providências".

Projeto D.O 835175 - Do Sr. Marcelo Ga­to, que "dispõe sobre a propriedade e uti­lização de terrenos de marinha, e dá ou­tras providências".

Projeto n.O 844175 - Do Sr. Alvaro Dias,que "altera a redação do art. 472 e seu pa­rágrafo 1.0 da Consolidação das Leis doTrabalho, dispondo sobre a interrupção' docontrato de trabalho, por afastamento pa­ra prestação de serviço militar".

Projeto D.O 868175 - Do Sr. Otávio Cec­cato, que "determina que os veículos auto­motores sejam equipados com economiza­dor de gasolina".

Ao Sr. Sebastião RodriguesProjeto n.v 841/75 - Do Sr. Jorge Uequed,

que "altera o item IH do artigo 473 da Con­solidaçâo das Leis do Trabalho, permitindoao empregado ausentar-se do trabalho por8. dias em caso de nascimento de filho".Ao Sr. Tarcísio Delgado

. Projeto n.o 718/75 - Do Br, Otávio Cec­cato, que, "altera a redação do art. 47 daConsolidação das Leis do Trabalho, apro-

vada 'pelo Decreto-Lei n.o 5.452, de 1.0 demaio de 1943".

Projeto D.o 834175 - Do Senado Federal,que "acrescenta parágrafo ao art. 43 da Lein.? 5,lÓ8, de 21 de setembro de 1966, que"institui o Código Nacional de Trânsito".

Projeto D.O 849/75 - Do Sr. Athiê Coury,que "dá nova redação ao parágrafo 3.0 doartigo 8.0 da Lei n. O 5 890, de 8 de junhode 1973, que altera a legislação de previ­dência social".

Projeto D.o 850/75 - Do Sr. InocêncioOliveira, que "dá nova redação à Lei n. a

5.726, de 29 de outubro de 1971, que "dis­põe sobre medidas preventivas e repressi­vas ao tráfico e uso de substâncias entor­pecentes ou que determinem dependênciafísica ou psíquica e dá outras providên­cias".

Projeto ri.? 851/75 - Do Sr. Líncoln Gril­lo, que "estabelece medidas objetivando aregularização de loteamentos urbanos, e dáoutras providências".

Projeto n,? 856175 - Do Sr. Ribamar Ma­chado "determina, seja ariglda, nas capi­tais com população superior a duzentos milhabitantes, estátua em homenagem à dona­de-casa".

Projeto D.O 858175 - Do Sr. Joel Limaque, acrescenta parágrafo ao art. 3.° da Lein. O 4.701, de 28 de junho de 1965, que "dis­põe sobre o exercício da atividade hemo­terápíca no Brasil e dá outras providên­cias".

Ao Sr. Theobaldo Barbosa

Projeto de Lei Complementar D.O 35/75- Do Sr. Joel Ferreira, que "dispõe sobreinstalação de Representações do FUNRU­RAL nos Municípios da Região Norte doPais".

Projeto n.O 771/75 - Do Sr. FranciscoAmaral, que "altera dispositivo da Lei n.?6.179, de 11 de dezembro de 1974, que "ins­titui amparo previdenciário para maioresde setenta anos de idade e para inválidos,e dá outras providências".

Projeto D.o 763/75 - Do Sr. Joel Ferreira,que "revoga o artigo 12 da Lei n.v 5.453,de 14 de junho de 1968, que instituiu o sis­tema de sublegendas".

Projeto D.O 839175 - Do Sr. Juarez Ber­nardes, que "dispõe sobre reajustes semes­trais do salário mínimo, nas condições queespecifica".

Projeto D.O 846/75 - Do Sr. Juarez Ber­nardes, que "acrescenta parágrafo ao art.18 da Lei nO 4.380, de 21 de agosto de 1969,dispondo sobre financiamento, pelo BancoNacional da Habitação, para construção decasas populares pelo regime de mutirão".

Projeto D.O 878175 _ Do Sr. Abel Avila,que "dá nova redação ao item I e ao pará­grafo 4.° do artigo 55 da Lei n.? 5.682, de21 de julho de 1971 - Lei Orgâníca dosPartidos Políticos".

Projeto D.O 879175 - Do Sr. Israel Dias­Novaes, que "estabelece o limite de idadepermitido para ingresso no serviço públi­co".

Brasília, 14 de agosto de 1975.

O Presidente da Comissão de Constitui­ção e Justiça, Deputado Luiz Braz, fez aseguinte redistribuição em 14 de agosto de1975:

Ao Sr. Daso Coimbra:

Projeto D.O 726/75 - Do Sr. Inocêncio deOliveira, que "determina a padronizaçãodos psicotrópicos, e dá outras providên­cias".

Ao Sr. Joaquim BevilacquaProjeto D.O 779175 - Do Sr. otávio Cec­

cato, que "altera a redação de dispositivosda Lei 4. 950-A, de 22 de abril de 1966; que"dispõe sobre a remuneração de profissio­nais diplomados em Engenharia, Química,Arquitetura, Agronomia e Veterínárla".

Ao Sr. Tarcísio DelgadoProjete rr,? 799175 - Do Sr. Inocêncio

Oliveira, que "autoriza o Poder Executivoa criar o Instituto de Estudos e PesquisasAntitóxicos - IEPAN, e dá outras provi­dências".

Ao Sr. Theobaldo BarbosaProjeto n.? 757175 - Do Poder Executivo

- Mensagem 173/75 - que dispõe sobre osvencimentos ou salários básicos do pessoaldocente e coadjuvante do Magistério daAeronáutica".

/Sala da Comissão, 14 de agosto de 1975.Ata da 7.a Reunião Ordinária

Turma "R"Aos sete dias do mês de agosto do ano

de mil novecentos e setenta e cinco, às dezhoras, reuniu-se esta Comissão, em sessãoordinária de sua Turma "B", sob a presi­dência do Senhor Deputado Luiz Braz,Presidente e presentes os Senhores Depu­tados: Alceu CoIlares, Altair Chagas, An­tônio Mariz, Blotta Junior, Cantídio Sam­paio, Celso Barros, Claudino Sales, Cle­verson Teixeira, Daso Coimbra, DjalmaBessa, Erasmo Martins Pedro, Ernesto Va­lente, Gomes da Silva, Jairo Magalhães,Jarbas Vasconcelos, Jarmund Nasser, JoãoGilberto, João Línhares, Joaquim Beví'lac­qua, Jorge Uequed, José Maurício, José Sal­ly. Lauro Leitão, Lidovino Fanton, Luiz Hen­rique, Miro Teixeira, Noide Cerqueira, Nor­ton Macedo, Osmar Leitão, Rubem Dourado,S€'bastião Rodrigues Jr.. Tarcísio Delgado eTheobaldo Barbosa. Lida e aprovada a Atada reunião anterior, foram apreciadas asseguintes proposições: 1) Projeto D.O 146/75,do Sr. Gomes do Amaral, que "dispõe sobrea aposentadoria de funcionária públicacom prole." Relator: Sr. Blotta Junior, Pa­recer pela inconstitucionalidade. O Sr. LuizHenrique, que pedira vista, devolve o pro­jeto concordando com o Relator. Aprovadounanimemente. O Sr. Luiz Henrique apre­sentou voto em separado. 2) Projeto n.?2.163-11./70, do Sr. Francísco Amaral, que"acrescenta parágrafo ao art. 513 da Con­solidação das Leis do Trabalho, aprovadapelo Decreto-lei n. a 5.452, de 1-5-43." Re­lator: Sr Luiz Henrique. Parecer pela re­jeição, por falta de técnica legislativa.Aprovado, unanimemente. (Emenda dePlenário). 3) Projeto n.? 552175, do Sr. LuizHenrique, digo do Sr. Inocêncio Oliveira,que "dispõe sobre bolsas de estudo conce­didas pelos estabelecimentos particularesde ensino e determina outras providências."Relator: Sr. Luiz Henrique. Parecer pelaconstitucionalidade e juridicidade. Aprova­do unanimemente. 4) Projeto D.O 677/75, doSr. Otávio Ceccato, que "dá nova redaçãoao item I do art. 7.0 da Lei n. O 4.266, de3-10-63, elevando para 10% a quota do sa­lário farnílía". Relator: Sr. Altair Chagas.Parecer pela constitucionalidade, juridici­dade e técnica 'Iegisla.tíva. Aprovado una­nimemente. 5) Projeto n.? 1.385173, do Se­nado Federal, que "dá providências paraIncrementar-se o alistamento eleitoral."Relator: Sr. José SaIly, Parecer pela cons­titucionalidade, juridicidade e. no mérito,pela aprovação, com substitutivo. Aprovadounanimemente. 6) Projeto D.O 167175, 10Sr. Pacheco Chaves, que "faculta ao tra­balhador rural o direito da opção pelo re­gime do Fundo de Garantia do Tempo deServiço (FGTS), instituído pela Lei número5.107, de 13-9-66." Relator: Sr. José Sally.

Page 56: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5992 Terça-feira 19

Parecer pela constitucionalidade e [urldl­cidade. Aprovado, unanimemente. 7) Pro­jeto D.O 4175 da Lei Complementar, do Sr.Marco Maciel, que "altera dispositivo da LeiComplementar n.o 5, de 29-4-70, que "esta­belece, de acordo com a Emenda Constitu­cional n.o 1, de 17 de outubro de 1969, art.151 e seu parágrafo único, casos de inele­gibilidade, e dá outras providências." Re­lator: Sr. José Sally. Parecer pela incons­titucionalidade. Concedida vista ao Sr.Noide Cerqueira. 6) Projeto n.? 439175, doSr. Pedro Lauro, que "dispõe sobre proibi­cão de execucâo de músicas estrangeiras noinicio e no fim de programas de emissorasde rádio e televisão." Relator: Sr. OsmarLeitão. Parecer pela constitucionalidade ejuridicidade, com emenda. Concedida vistaao Sr. Blotta Junior. 9) Projeto n.? 399175,do Sr. Francisco Amaral, que "dá nova re­dação à letra "c" do art. 1.0 da Lei n.o 91,de 28-8-36, estendendo e exigência de gra­tuidade aos cargos dos Conselhos fiscais, de­liberativos e consultivos das sociedades de­claradas de utilidade pública." Relator: Sr.Osmar Leitão. Parecer pela constituciona­lidade, juridicidade e, no mérito, pela apro­vação. Aprovado, unanimemente. 10) Pro..jeto n," 100175, do Sr. Francisco Amaral,que "dispõe sobre medidas eomplementaresà Iisealízacâo da pesca de caráter amador:'Relator: Sr. Miro Teixeira. Parecer pelaconstitucionalidade e jurldícídade. Apro­vado, unanimemente. 11) Projeto número576175, do Sr. Adhemar Ghisi, que "acres­centa dispositivo à Lei n.? 5.194, de 24-12-66,que regula o exercício das profissões de En··genheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrôno­mo." Relator: Sr. Miro Teixeira. Parecerpela constitucionalidade e juridicidade.Aprovado unanimemente. 12) Projeto n,?592175, do Sr. Paulo Marques, que "fixaprazo para o Conselho Nacional do Petró­leo promover a uniformização de preços depetróleo e derivados em todo o territórionacional." Relator: Sr. Miro Teixeira. Pa..recer pela constitucionalidade e [urírücí­dade, Concedida vista ao Sr. José Sally. 131Projeto n.O 378-AI71, do Sr. Alberto Laví­nas, que "extingue, em todo o território na­cional, o instituto da enfiteuse, aforamentoe emprazamento, e dá outras providências.- Emenda de Plenário". Relator: Sr. AltairChagas. Parecer pela constitucionalida~e,juridicidade e. no mérito, pela aprovacaoda Emenda. Aprovado, contra o voto do Sr.Alceu Co11ares. 14) Projeto n.? 497/7;;, doSr. Francisco Amaral, que "dá nova reda­cão e acrescenta parágrafos ao art. 161 daLei Orgânica da Previdência Social, modi­ficado pela Lei n. O 5.890, de 8-6-73." Rela­tor: Sr. Blotta Junior. Parecer pela constí­tucionalidade e juridicidade, com emenda.Aprovado unanimemente. 15) Projeto n.?106175, do Sr. Francisco Amaral, que "in­troduz alterações na Lei n.o 6.179, de11-12-74, que institui amparo previde:nciá­rio para maiores de setenta anos de Idadee para inválidos e dá outras providências.Relator: Sr. Blotta Junior. Parecer pela in­constitucionalidade. Concedida vista ao Sr.José Sally. Às doze horas e quarenta mi­nutos foi encerrada a reunião, e, para cons­tar, eu, Silvia Barroso Martins, Secretária.,lavrei a presente Ata que, depois de lida eaprovada, será assinada pelo Senhor Presi­dente ass.) Deputado Luiz Braz - Presi­dente.

COMISSAO DE FINANÇASDistribuicãoEm 18-8:75

M Senhor Deputado Fernando Magalhães:Projeto de Lei n.? 15175, do Sr. Aldo F'a­

gundes, altera a redação do parágrafo 5.0 ,

do artigo 5.0 da Lei Complementar n.O 8,de 3 de dezembro de 1970, que "institui oPrograma de Formação do Patrimônio do

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Servidor Público e dá outras providências".Ao Senhor Deputado Milton Steinbruch:

Projeto de Lei ri.? 205175, do Sr. PachecoChaves, que "dispõe sobre os empregadosdas empresas teatrais e cinematográficas,e determina outras providências".

Comissão de Minas e EnergiaAta da 2.a Reunião Ordinária,

realizada em 19-3-1975

Às dez horas e trinta minutos do diadezenove de marco de mil novecentos esetenta e cinco, em seu Plenário, reuniu-seesta Comissão, sob a Presídência do SenhorDeputado Lysâneas Maciel - presidente,presentes ainda os seguintes SenhoresDeputados: José Camargo, Newton Bar­reira, Jorge Ferraz, Jerônimo Santana,Lauro Rodrigues, Pedro Lauro, Jutahy Ma­galhães, Yasunori Kunigo, Walmor de Lu­ca, Marcos TIto, Paulíno Cicero, Marco Ma­ciel, João Pedro, Horácio Matos, FredericoBrandão, Hélio Levy, Mário Moreira, SílvioAbreu Júnior, José Machado, Prisco Viana,Airton Soares, Israel Dias-Novaes e AntônioFerreira. Lida e aprovada a Ata da reuniãoanterior, o Senhor Presidente deu início aostrabalhos, destacando os objetivos da Co­missão de Minas e Energia durante o anode mil novecentos e setenta e cinco e soli­citando a colaboração de todos os seuscomponentes. A seguir, fez referência avisitas recebidas de pessoas ligadas à pro­dução de gás liquefeito de petróleo, as quaisderam conta dos problemas atinentes àatividade. Franqueada a palavra para apre­sentação de idéias e sugestões VIsando aprogramação para o corrente ano. pronun­ciaram-se: a) Deputado Hélio Levy, apre­sentando sugestão no sentido de que o Mi­nistro das Minas e Energia convidasseDeputados desta Comissão para acompa­nhá-lo em suas viagens de inspeção aoslocais onde se desenvolvem atividades decompetência de seu Ministério. Sollcitou,também, fosse encaminhada àquela auto­ridade uma relacão dos membros desta Co­missão; b) Deputado Yasunori Kunigo, ma­nifestando seu desejo de participar ativa­mente dos trabalhos da Comissão; c)Deputado Marco Maciel, sugerindo se es­tudasse a possibilidade de promoção de es­tudos sobre fontes não convencionais deenergia; d) Deputado Paulíno Cícero, opi­nando no sentido de que a oomtssão deMinas e Energia conheça com profundidadeo programa do Governo Federal, no quediz respeito aos metais não-ferrosos. Te­ceu considerações sobre pronunciamento doSenhor Ministro das Minas e Energia e opotencial da Serra dos Caraj ás, no Estadodo Pará, bem como reconhecendo sua im­portância para a economia brasileira.Aproveitou a oportunidade para acrescen­tar à sua sugestão inicial, uma visitaaquele Estado e ao Porto de If.aqui, Estadodo Maranhão, por parte dos membros desteórgão Técnico; e) Deputado Marcos Tito,congratulando-se com a Presidência pelasua eleição, sugerindo a criação de um ór­gão ligado aos setores mineral e energético,nos moldes da OPEP, com líderanca bra­sileira; f) Deputado Sílvio Abreu Júnior,parabenizando a Comissão pela escolha deseu Presidente, discorrendo sobre o petró­leo e sua função para a economia do Bra­sil, cuja produção ainda não satisfaz àdemanda interna. Sugeriu fossem desig­nados dois Deputados. integrantes da Co­missão de Minas e Energia, para apurar aextensão dos problemas que afligem ocampo mineral e energético do Pais. Opi­nou pela realização de simpósios e confe­rências que permitam a esta Comissão uminteiro conhecimento das reais necessida­des do Brasil nesta área econômica. Pro­pôs, finalmente, a convocação de autori­dades para prestarem outros escíarecímen-

Agosto de 197~

tos acerca dos assuntos relativos a minériose energia. O Senhor Presidente submete àapreciação dos Senhores Deputados pre­sentes uma proposta para criação de co­missão especial que faça contato com asautoridades ligadas aos assuntos atinentesà Comissão de Minas e Energia e indica osnomes dos Senhores Deputados PaulinoCícero, Marco Maciel e Yasunori Kunigo.Aprovada a proposta e a indicação, seusintegrantes mostraram a conveniência dea Presidência fazer-se representar, atra­vés de seu titular, obtendo a aquiescênciadeste. Novamente o Senhor Presidenteanalisou aspectos da visita de pessoas li­gadas ao campo de gás liquefeito de petró­leo. O Senhor Deputado Walmor de Lucacongratulou-se com o Senhor Presidente,em seu nome e em nome do povo catari..nense, referindo-se a realização de simpó­sio sobre o carvão, levado a efeito pelaCâmara dos Deputados, há cerca de doisanos e manifestando sua estranheza pelocancelamento de igual promoção que seriareallzada em Criciúma, Estado de SantaCatarina, sob os auspícios do Ministériodas Minas e Energia, com início previstopara este mês. Comentou a visita do Se­nhor Ministro àquela mesma cidade, emfevereiro do corrente ano, quando deu en­foque especial à política de desenvolvi­mento do plano siderúrgico nacional. Ex­ternou seu ponto de vista, negativo, quantoà implantação de indústria de origemfrancesa, destinada à exploração do car­vão coque, em detrimento dos interessesnacionais. Solicita, pois, seja feita inter­pelação ao Ministério das Minas e Energiano sentido de prestar esclarecimentos so­bre aquele grupo estrangeiro. Finalmente,formula convite para que os SenhoresDeputados visitem o Estado de Santa Ca­tarina, especialmente a região mais ricaem minério de carvão, a fim de melhorinteirar-se dos problemas que afligem essesetor. O Senhor Presidente convoca reu­nião especial, em data a ser fixada, paraque a Comissão estude homenagem a serprestada ao falecido ex-Presidente da Re­pública, Senhor Arthur Bernardes, no anode seu centenário de nascimento, comoreconhecimento a seus ideais nacíonalístusna defesa de nossa riqueza mineral. Nadamais havendo a tratar, foi a reunião en­cerrada às onze horas e trinta minutos, daqual, para constar, eu Luiz de OliveiraPinto, Secretário, lavrei a presente Ataque, depois de lida e aprovada, será as­sinada pelo Senhor Presidente. - Lysâ­neas Maciel, P residente.

Ata da 3.a Reunião Ordinária,realizada em 16-4-1975

As dez horas e cinqüenta minutos do <'liadezesseis de abril de mil novecentos e se­tenta e cinco, em seu Plenário, reuniu-sea Comissão de Minas e Energia, sob a pre­sidência do Senhor Deputado Lysâneas Ma­ciel - Presidente, presentes ainda os se­guintes Senhores Deputados: Mário Morei­ra, Marcos Tito,' Yasunori Kunigo, UbaldoCorrêa, Pedro Lauro, Jutahy Magalhães,Airton Soares, Alacid Nunes, Gonzaga Vas­concelos, Horácio Matos, João Pedro, New­ton Barreira, Rafael F'araco, Dias Menezes,Prisco Viana, Jerônimo Santana, Hélio Levy.Israel Dlas-Novaes, Walmor de Luca. Paulí­no Cicero, Aécio Cunha, José Camargo,Nelson Thibau, Antônio Ferreira, Jorge Fer­raz e Marco Mactel. Lida e aprovada a Atada reunião anterior, o Senhor Presidentedeu inicio aos trabalhos informando os no­mes das pessoas do Conselho Nacional doPetróleo à disposição desta Comissão paraos esclarecimentos julgados necessários àperfeita compreensão da problemática dadistribuição do gás liquefeito de petróleo.Foram designados os Senhores DeputadosMarcos Tito e José Machado para estudo

Page 57: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5993

aprofundado sobre o problema da mina deMorro Velho. Fez uso da palavra o SenhorDeputado Paulino Cícero, discorrendo sobrea política governamental de minérios, comespecial destaque para a exploração do ouroe sugerindo a inclusão na pauta dos assun­tos a serem tratados pelos Senhores Depu­tados José Machado e Marcos Tito junto aoSenhor Ministro das Minas e Energia. OSenhor Deputado Alacid Nunes endossa opronunciamento do Senhor Deputado Pauli­no Cicero e exorta os membros da Comissãoá que voltem sua atenção para problemasde tal magnitude. Lembra a seqüência a serdada nas visitas de autoridades à Comissão,iniciando com a presença do Presidente daCompanhia de Pesquisas e Recursos Mi­nerais, Assessor da Presidência da Petro­brás, os quais proporcionariam proveitososdebates e culminando com o comparecimen­to do Senhor Ministro das Minas e Energia.O Senhor Presidente esclarece já figurar daprogramação a idéia do Senhor DeputadoAlacid Nunes, solicitando que, a seguir, oSenhor Deputado Marcos Tito dê início àsua exposição. O Senhor Deputado PriscoViana, em aparte, aconselha seja o assuntotratado no tempo total de próxima reunião,dada a complexidade da matéria Submeti­da à apreciação do plenário, foi deliberadoque o assunto seria colocado em evídôncíaem outra oportunidade, com o Senhor Pre­sidente encerrando a reunião às onze horase vinte minutos, da qual, para constar, euLuiz de Oliveira Pinto, Secretário, lavrei apresente Ata que, depois de lida e apro­vada, será assinada pelo Senhor Presiden­te. - Lysâneas Maciel, Presidente.

Ata da 4.a Reunião Ordinária,realizada em 17-4-1975

Às dez horas e vinte minutos do dia de­zessete de abril de mil novecentos e setentae cinco, em seu plenárío, reuniu-se a Co­missão de Minas e Energia, sob a presi­dência do Senhor Deputado Lysâneas Ma­ciel - Presidente, presentes ainda os se­guintes Senhores Deputados: Amaury Mül­ler, Gonzaga Vasconcelos, Jorge Ferraz,Yasunori Ktrnlgo, Pedro Lauro, AntônioFerreira, Hélio Levy, Genervino Fonseca,Alacid Nunes, Adhemar Santillo, Prisco Via­na, Olivir Gabardo, Ubaldo Corrêa, OdacirKlein, João Gilberto, Paulino oícero, RosaFlores, Getúlio Dias, Jutahy Magalhães,Dias Menezes. Argílano Dario, Airton Soa­res, Walter Silva, Israel Días-Novaes, Ho­rácio Matos, José Camargo, João Pedro,Frederico Brandão, Jerônimo Santana, Mar­co Maciel Nelson Thibau, Aécio Cunha eNewton Barreira. Iniciando os trabalhos, oSenhor Presidente diz da finalidade da reu­nião a qual tem a participação de repre­sentantes do Conselho Nacional do Petróleo,nas pessoas dos Senhores Luiz FranciscoRamos Molinaro, Adyr FIgueiredo Monte­negro e David Sebastião Pinto e represen­tantes de pequenas companhias distribuido­ras de gás liquefeito do petróleo, nas pes­soas de Gonçalo Rafael Dângelo, OnofreQuinan, Adibe Zacarias e Giovanni Cola­'trella. Após pronunciamento inicial de oon­calo Rafael Dângelo, o Senhor Presidentefranquia a palavra, da qual faz uso o Se­nhor David Sebastião Pinto, que mostra aconveniência de aguardar que falem os de­mais representantes das companhias de gáspara, então, sentir-se melhor o problema,discorrendo ligeiramente sobre critériosadotados para a distribuição do gás lique­feito de petróleo. O Senhor Presidenteapresenta os demais representantes do Con­selho Nacional de Petróleo e esclarece que'os debates serão gravados e posteriormentetraduzidos pela taquigrafia da Câmara dosDeputados, fazendo parte integrante dapresente Ata. O Senhor Presidente encerroua reunião às treze horas e cinqüenta mi­nutos da qual, para constar, eu Luiz de'Oliveira Pinto, Secretário, lavrei a presente

Ata que, depois de lida e achada conforme,será assinada pelo Senhor Presidente. ­Lysâneas Maciel, Presidente,

Ata da 5.a Reunião Ordinária,realizada em 23-4-1975

Às dez horas e quarenta e cinco minutosdo dia vinte e três de abril de mil nove­centos e setenta e cinco, em seu plenário,reuniu-se a Comissão de Minas e Energia,sob a Presidência do Senhor Deputado Ly­sâneas Maciel - Presidente, presentes ain­da os seguintes Senhores Deputados: Gon­zaga Vasconcelos, Jorge Ferraz, YasunoriKunigo, Pedro Lauro, Horácio Matos, DiasMenezes, Mário Moreira, Hélio Levy, Ju­tahy Magalhães, Antônio Ferreira, AdhemarSantilo, Prisco Viana, José Camargo, JoãoPedro, Newton Barreira, Rafael Faraco,Ubaldo oorrêa, Jorge Uequed, waímor deLuca, Israel Dias-Novacs, .José Machado,Paulino Cícero, Generví.no Fonseca, AlacidNunes, Odacir Klein. ,João Cunha, JerônimoSantana, Aécio Cunha, Marco Maciel, Mar­cos Tito e Airton Soares. O Senhor Presi­dente dá início aos trabalhos dizendo dafinalidade da reunião. que conta com a pre­senca dos Senhores Renato Ferrari e Ca­serío Cheschin - representantes do Sindi­cato Nacional das Empresas Distribuidoras.do Gás Liquefeito de Petróleo - Sindigás;Edson QueIroz, José Mariano de CamargoAranha Neto, Coronel Carlos Evaristo dosReis Marques da Costa e Luiz GonzagaBertelli - representantes da AssociaçãoBrasileira dos Distribuidores de Gás Lique­feito de Petróleo - Assocígás: Onofre Qui­nan, Giovanni oolatrclla e General Gon­çalo Rafael Dângelo - representantes daOnogás: Belrniro Braga Sobrinho - repre­sentante da Minasgás; Enrico Ligaro - re­presentante da Liquigás; Gíorgio Langoni- representante da Héliogás; 'I'helson Soa­res Lemos - representante da Gasbel; Do­miciano José Lemos - representante daPatrogás ; e, General Gentil Castro, da Su­pergasbrás; e lamenta a ausência do Se­nhor Laerte Penehel, Presidente do Conse­lho Nacional do Petróleo, esclarecendo queos presentes trabalhos estão sendo gravadospara posterior tradução e que fará parteintegrante da presente Ata. Às doze horas ecinqüenta minutos o Senhor Presidenteapresenta proposta no sentido de se sus­pender a reunião para almoço, ficandoacertado seu remícío para as quatorze ho­ras. Às quatorze horas e dez minutos dá-sea retomada dos debates com encerramentoàs dezoito horas e dez minutos, da qual,para constar, eu Luiz de Oliveira Pinto, Se­cretárío, lavrei a presente Ata que, depoísde lida e achada conforme. será assinadapelo Senhor Presidente. - Lysâneas Maciel,Presidente.

Ata da 6.a Reunião Ordináriarealizada em 14-5-1975

Às dez horas e quarenta e cíneo minutosdo dia quatorze de maio de mil novecentose setenta e cinco, em seu plenário, reuniu­se a Comissão de Minas e Energia, sob aPresidência do Senhor Deputado LysâneasMaciel - Presidente, presentes ainda osseguintes Senhores Deputados: YasunoriKunigo, Jorge Ferraz, Hélio Levy, JoãoCunha, Ubaldo Corrêa, Pedro Lauro, JoséMachado, Adhemar Santilo, Marcos Tito,Mário Moreira, Paulino Cícero, Prtsco Viana,Marco Maciel, Genervino Fonseca, JutahyMagalhães, Walmor de Luca, Newton Bar­reira, Horácio Matos, José Camargo, Fre­derico Brandão, Amaury Müller, SiqueiraCampos, Antônio It'erreira, Gonzaga Vas­concelos, Jerônimo Santana e Nelson Thi­bau. Dando início aos trabalhos, o SenhorPresidente tece comentários sobre a fina­lidade da reunião, lê trechos de cartas eofícios, cujos signatários manifestam seusaplausos aos Senhores membros desta Co­missão pelo trabalho que vem apresentan-

do na defesa dos interesses dos consumido­res do gás liquefeito de petróleo, fazendo, aseguir, a apresentação do convidado, Se­nnor Laerte Penchel, Presidente do conse­lho Nacional do Petróleo e de seus assesso­res. Avisa que os debates serão gravados etraduzidos pelo Departamento de Taquigra­fia da Câmara dos Deputados, integrando apresente Ata. Nada mais havendo a tratar,foi encerrada a reunião às treze horas ecin.qüenta. minutos da qual para constar, euLUIZ de Oliveira Pinto, Secretário, lavreia presente Ata que, depois de lida e achadaconforme, será assinada pelo Senhor Pre­sidente. - Lysâneas Maciel, Presidente.

Ata da 7.a Reunião Ordináriarealizada em 15-5-1975

As dez horas e trinta minutos do diaquinze de maio de mil novecentos e setentae cinco, em seu plenário, reuniu-se a Co­missão de Minas e Energia, sob a presidên­cia do Senhor Deputado Lysâneas Maciel- Presidente, presentes ainda os seguintesS~nhores Deputados: Marco Maciel, Jerõ­rumo Santana, Yasunorr Kunigo, AntônioFerreira, Jutahy Magalhães Marcos TitoJosé Machado, Lauro Rodrigues. Fredenc~Brandão, Mário Moreira, Adhemar Santillo,Horácio Matos, Lincoln Grillo, Odemir Fur­lan, Paulino Cícero, Santilli Sobrinho, Nel­son Thibau, José Camargo, Jorge Ferraz,Pedro Lauro, Gonzaga Vasconcelos e HélioLevy. Havendo número regimental o SenhorPresidente declara abertos os trabalhOS,dando ciência dos objetivos da reunião efaz a apresentação do convidado, SenhorLuígt Massimo Giavina Bianchi, Presidenteda Companhia Municipal de Gás de SãoPaulo, declarando que os debates levados aefeito serão gravados e posteriormente tra­duzidos pelo Departamento de Taquigrafiada Câmara dos Deputados, fazendo parteintegrante desta Ata. Nada mais havendo atratar, foi encerrada a reunião, às trezehoras da qual, para constar, eu Luiz deOliveira Pinto. Secretário. lavrei a presenteAta que, depois de lida e aprovada, seráassinada pelo Senhor Presidente. - Lysâ­neas Maciel, Presidente.

Ata da l.a Reunião Extraordináriarealizada no dia. 29-4-1975

Às onze horas c dez minutos do dia vintee nove de abril de mil novecentos e setentae cinco, em seu plenário, reuniu-se a Co­missão de Minas e Energia, em caráterextraordinário, sob a Presidência do SenhorDeputado Lysâneas Maciel - Presidente,presentes ainda os seguintes SenhoresDeputados: José Camargo, Gonzaga Vas­concelos, Aécio Cunha, Alacid Nunes, Antô­mo Ferreira, Hélio Levy, Horácio Matos,João Pedro, Jutahy Magalhães, Marco Ma­ciel, Rafael Faraco. Newton Barreira, Pauli­no Cíce!o, Prisco Víana, Ubaldo Corrêa,Israel DIas Novaes, Jorge Ferraz, ,JerônimoSantana, Marcos Tito, Mário Moreira, Nel­son Thibau, Pedro Lauro, Walmor de Luca,Yasunori Kunígo, Dias Menezes, Adhemarsan~illo Abertos os trabalhos, o SenhorPresidente franqueou o uso da palavra afim de que seus pares dessem conhecimentode suas atividades nos assuntos relaciona­dos com a área específica deste órgão Téc­nico. Comunicada a existência de votacãono plenário da Câmara, o Senhor Presidenteencerrou a reunião às onze horas e trintaminutos da qual, para constar, eu, Luiz deOliveira Pmto, Secretário, lavrei a presenteAta que, depois de lida e achada conforme,será assinada pelo Senhor Presidente.Lysâneas Maciel, Presidente.

Ata da 2.a Reunião Extraordináriarealizada no dia 6-5-1975

Às dez horas e dez minutos do dia seis demaio de mil novecentos e setenta 'e cinco,em seu plenário, reuniu-se a Comissão de

Page 58: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5994 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agllsto de 1975

Minas e Energia, em caráter extraordinário,sob a Presidência do Senhor Deputado Ly­sâneas Maciel - Presidente, presentes ain­da os seguintes Senhores Deputados: JoséCamargo, Gonzaga Vasconcelos, AécioCunha, Alacid Nunes, Antônio Ferreira, Hé­lio Levy, Horácio Matos, João Pedro, JutahyMagalhães, Marco Maciel, Newton Barreira,Paulino Cicero, Prisco Viana, Rafael Faraco,Ubaldo Corrêa, Israel Dlas-Novaes, JorgeFerraz, Jerônimo Santana, Marcos Tito,Mário Moreira, Nelson Thibau, Pedro, Wal­mor de Luca, Yasunori Kunigo, Dias Mene­zes e Adhemar Santillo. Abertos os traba­lhos, o Senhor Presidente franqueou o usoda palavra, a fim de que seus pares dessemconhecimento de suas atividades nos assun­tos relacionados com a área específica des­te órgão Técnico. Comunicada a existênciade votação no plenário da Câmara, o SenhorPresidente encerrou a reunião às dez horase trinta e cinco minutos da qual, para cons­tar, eu, Luiz de Oliveira Pinto, Secretário,lavrei a presente Ata que, depois de lida eachada conforme, será assinada pelo SenhorPresidente. - Lysâneas Maciel, Presidente.

COMISSÃO DE SERVIÇO PúBLICOAta da H.a Reunião Ordinál'ia, Realizada

Em 13 de agosto de 1975

Aos treze dias do mês de agosto de milnovecentos e setenta e cinco, às dez horas,na Sala n.? 12 do Anexo lI, reuniu-se aComissão de Serviço Público, sob a PreSI­dência do Senhor Deputado Paes de Andra­de. Compareceram os Srs. Deputados RaulBernardo e Sérgio Murilo - Vice-PI'esiden­tes, Adhemar Santillo, Francelino Pereira,Joel Ferreira, Ubaldo Barém, Vasco Neto,Ary Kffuri, Ossían Ararípe, Lauro Rodrigues,Freitas Nobre, Dias Menezes, Gamaliel Gal­vão, Ivahir Garcia, Fernando Coelho, PedroLucena, Jonas Carlos, Wanderley Mariz,Paulo Ferraz, Geraldo Guedes e AntonioPontes, Estiveram, também, presentes oSenhor neputado Adhemar Ghisi. e SenhoraDeputada Lygia Lessa Bastos. Abertos ostrabalhos, foi lida e aprovada a Ata da reu­nião anterior. O Senhor Presidente conce­deu a palavra ao Senhor Deputado Adhe­mar Santi11o, que ofereceu parecer favorá­vel ao Projeto de Lei Complementar n.>15/75 que "altera a redacão do parágrafo5.0 , da Lei Complementar n.o 8, de 3 dedezembro de 1070, que "institui o Programade Formação do Patrimônio do Serviço PÚ­blico", e dá outras providências", de auto­ria do Senhor Aldo Fagundes. Em discussão,nenhum dos presentes fez uso da palavra.Em votação, foi aprovado unanimemente oparecer do Relator. O projeto vai à Comis­são de Finanças. Em seguida, o Senhor Pre isidente concedeu a palavra ao SenhorDeputado Gamaliel Galvão que apresentouparecer às Emendas de Plenário ao Projeton. O 01/75, que "cria a 9.a Região da Justiçado Trabalho e o Tribunal respectivo e ins­titui a correspondente Procuradoria Regio­nal do Ministério Público, e dá outras pro­vidências", oriundo do Poder Executivo(Mens. n,v 02/75). Em discussão, usou dapalavra o Senhor Deputado Vasco Neto queapresentou sugestão no sentido de discutire votar emenda por emenda, a qual foiaprovada, O Senhor Gamaliel Galvão passoua ler seu parecer. Emenda n.v 1, com parecerfavorável. Em discussão, usaram da palavraos Senhores Deputados Vasco Neto e UbaldoBarém. Em votação, foi aprovada unani­memente, Emenda n. O 4, com parecer favo­rável. Em discussão, o Senhor DeputadoAdhemar Ghisi esclareceu que a aprovaçãodesta Emenda prejudicaria as de n.os 2 e 3.Em votação, foi aprovada a EmendanP 4 e prej udicadas as de n. OS 2 e 3.Emenda n.O 5, com parecer favorável. Emdiscussão, a Senhora Deputada Lygir LessaBastos, autora da Emenda n,o 9, solicitou

fossem discutidas e votadas em conjunto, asEmendas de nps 5 e 9, tendo o Senhor Pre­sidente deferido o pedido, Com a palavra, oSenhor Deputado Raul Bernardo declarouque votaria favoravelmente à Emenda n,sO e pela rejeição da de n.? 5. Em votação,foi rejeitada a de n,o 5 e, contra o voto doRelator, aprovada, a de n. o 9, O SenhorDeputado Freitas Nobre absteve-se de votar.Emenda n. o 6, com parecer pela rejeícâo.Em discussão, o Senhor Deputado AdhemarGhisi solicitou fossem discutidas e votadas,em conjunto, as Emendas de n. OS 6, 7 e 8 eo Senhor Deputado Freitas Nobre propôsfosse votada, primeiramente, as de números7 e 8, pela prejudicialidade. O Senl10r Pre­sidente deferiu as sugestões. Em votação,foram prejudicadas as Emendas de n. OS 7 e8, contra o voto do Relator, e rejeitada ade n.? 6. Emenda n,v 10, com parecer favo­rável. Em discussão, o Senhor DeputadoAdhemar Ghisi esclareceu que a Emenda n,?

10 estava prejudicada, em face da aprova­ção da de n.? 1. Em votação, foi prejudicadaa Emenda n. O 10. A Comissão opinou: a)pela aprovação das Emendas de n.Os 1, 4 e,contra o voto do Relator, a de ri.? 9: b)pela rejeição das Emendas de n.> 6, e, con­tra o voto do Relator, a de n.o 8; c) pelaprejudicialidade das Emendas de n.Os 2, 3e, contra o voto do Relator. as de n. OS 7, 8e 10. O Senhor Deputado Raul Bernardoapresentou os motivos pelos quais solicitavao adiamento da exposição, marcada para odia 21 de corrente mês, neste orgâo técnico,do Senhor Coronel Adwaldo Botto de Bar­ros, Presidente da Empresa Brasileira dosCorreios e Telégrafos (EBCT). Com a pa­lavra, o Senhor Deputado Ubaldo Barémsolicitou, também, o adiamento da exposi­ção do Sr. Dr. Walter Borges Graciosa, Pre­sidente do Instituto de Previdência e Assis­tência dos Servidores do Estado (IPASE),marcada para o dia 28 do corrente mês.Usaram da palavra os Senhores DeputadosGamaliel Galvão, Raul Bernardo, UbaldoBarém e Lauro Rodrigues. Aprovados osadiamentos solicitados pelos SenhoresDeputados Raul Bernardo e Ubaldo Barém.O Senhor Presidente declarou que entrariaem contato com os Presidentes do IPASE eda EBCT, sugerindo novas datas. A seguir,o Senhor Presidente fez a seguinte dístrí­buícão : ao Senhor Deputado Freitas Nobre- Projeto n.O 256/75, que "fixa a exata in­terpretação da. norma inscrita no artigo 1°da Lei n." 2.622, de 16 de outubro de 1955,que procede à revisão obrigatória dos pro­ventos dos servidores inativos civis daUnião, bem como à dos servidores das au­tarquias e entidades paraestatais", de au­toria do Senhor Deputado Athíê Ooury: aoSenhor Deputado Fernando Coelho - Pro­jeto n.v 371/75, que "amplia a competênciado SERPRO para prestar serviços à inicia­tiva privada", de autoria do Senhor Depu­tado Nina Ribeiro; e, ao Senhor DeputadoLauro Rodrigues - Projeto n.? 602/75, que"inclui a filha viúva ou desquitada entreos beneficiários do servidor público federalcivil, militar e autárquico", de autoria do'Senhor Deputado Peixoto Filho. Nada maishavendo a tratar, foi encerrada a reuniãoàs onze horas e cinqüenta e cinco minutos.E, para constar, eu, Hélio Alves Ribeiro,Secretário, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e aprovada, será assinada pelo Se­nhor Presidente.

COMISSÃ.O ESPECIAL DESTINADA ADAR PARECER AO PROJETO N.o 633175,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE

SOBRE O CóDIGO DE PROCESSO PENAL

Ata da Segunda Reunião, realizada em 6de agosto de 1975

Às dezessete horas do dia seis de agostodo ano de mil e novecentos e setenta e cin­co, na Sala 8-B, do Anexo Il, da Câmara

dos Deputados, reuniu-se a Comissão Es­pecial destinada a dar Parecer ao Projeton. o 633/75, do Poder Executivo, que dispõesobre o Código de Processo Penal. Presentesos Senhores Deputados: Sérgio Murilo (Pre­sidente), Peixoto Filho (Vice-Presidente),José Sally (Vice-Presidente), Geraldo Freire(Relator-Geral), Ibrahim Abi-Ackel, Olau­dino Sales. Ivahir Garcia, Antônio Mariz,José Boriífácío Neto, Freitas Nobre e Lido­víno Fanton. ATA: Aprovada, sem restri­ção, a Ata da reunião anterior. EXPE­DIENTE: O Senhor Presidente comunicouao Plenário haver recebido telegrama doProfessor José Frederico Marques, solici­tando a marcação de data para proferir aconferência nesta Comissão. Cientificou aoPlenário, ainda, do recebimento de cartado Professor Benjamim Morais, sobre o mes­mo assunto. ORDEM DO DIA: 1 - Prorro­gação de prazos; 2~.. Requisicão de Assesso­res Técnicos; 3 - Data para conferencistas.Ao abrir os trabalhos, o Senhor Presidentedisse que, por se encontrar ausente destaCapital, no final do mês de junho, quandofora instalada a Comissão, somente agorapode agradecer a escolha do seu nome pa­ra a Presidência deste órgão. Esclareceu aseus pares que o trabalho a ser desenvol­vido no estudo e exame do Projeto teráum sentido eminentemente técníco, inde­pendente, assim, de qualquer conotação po­Iítíco-partldárra dos membros da Comissão.Passou-se em seguida ao item 1 (um) dapauta, sobre a prorrogação dos prazos paraa apresentação de emendas e exame dasmesmas pelos Relatores. Posto em discussãoo assunto, usou da palavra o Deputado Frei­tas Nobre, sugerindo que a prorrogação nãofosse divulgada, a fim de não retardar aapresentação de emendas; o Deputado Ge­raldo Freire, favoravelmente à prorrogaçãoporém divergindo da não dívulgaçâo; ~Deputado José Bonifácio Neto, informandoque o Regimento Interno deverá ser revís­t~do na parte de tramitação dos CÓdIgOS, afr..m de que nao fosse concedida a prorroga­çao toda vez que cada órgão técnico ne­cessitasse. Com a palavra o Presidente, dis­se que durante o prazo de 30 dias de pror­rogação, os líderes apresentarão um Projetomodif~c~ndo os prazos para a tramtí.açãodos COdIgOS, previstos no Regimento Inter­no, Usou novamente da palavra o DeputadoJosé Bonifácio Neto, esclarecendo o assunto.Fa~aram, .ainda, os Deputados José Sally,Peixoto Fl1ho e Ivahir Garcia sobre a ma­téria. Encerrada a discussão foi posta emvotação a proposta do Deputado José Bo­nifácio Neto, sendo a mesma aprovada porunanimidade. Sobre o item 3 (três) dapauta, isto é, quanto à data para os con­ferencistas; foi designado o dia 14 às 15horas, para a Conferência do Profess~r Ben­jamim Moraes Filho e quanto à solicitacãodo Professor José Frederico Marques de­cidiu-se que deverá ser fixada posteriorinen­te a data em que poderá comparecer. Aindacom relação ao assunto, usaram da palavraos Deputados Peixoto Filho e Ivahir Garciasobre o Projeto de Código apresentadc e;rr{,1~63, pelo Professor Hélio Tornaghi, suge­rindo que esta autoridade fosse tambémconvidada. Em resposta, o Senhor Presi­dente informou que a medida já havia sidotomada. Quanto ao horário para as reu­niões e conferências, ° Deputado FreitasNobre propôs que as reuniões sejam feitasàs quintas-feiras, às 10 horas, mas as con­ferências se realizassem às quartas-feirasàs 15 horas. Em discussão o assunto ~Deputado Geraldo Freire esclareceu que' oshorários coincidiriam com a Ordem do Dia.Decidiu-se que as reuniões passariam a serrealizadas às quartas-feiras, às 16:30 horas.O Deputado Geraldo Freire sugeriu que fos­sem convidados outros interessados e auto­ridades na matéria,' a fim de que fizessemsuas críticas, deixando os autores do Projetodo Código para o final. Sobre o assunto, se

Page 59: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5995

manifestaram os Deputados Claudino Sa­les e Freitas Nobre. O Senhor Presidenteconclamou aos seus pares que apontassemnomes para serem convocados à Comissão:Magistrados, Presidentes de Seções da OABetc. Em vctaçãc a proposta, foi a mesmaaprovada por unanimidade. Quanto ao item2 (dois) da pauta, o Deputado José Sallypropôs que fosse debatido o assunto da as­sessoria técnica, para auxiliar os trabalhosda Comissão, conforme proposta do Depu­tado Antônio Mariz na reunião anterior. OPresidente ínrormou que o assunto já cons­ta da pauta dos trabalhos e que, assim, napróxima reunião, os membros da Comissãopoderiam sugerir nomes par a AssessoriaTécnica. In!~ialmente, o Presidente indi­cou o nome do Prefessor Iusardo CarneiroLeão, da Faruldade de Direito do Recife, oqual, sem ônus para a Câmara, poderia co­laborar no exame do proj eto. Sobre o as­sunto, o Deputado José Sally disse quequando o Deputado Antônio Mariz suge­riu a convocaet,o de assessoria técnica, quisse referir à ássessoria pertencente à pró­pria Oâmarn, que é das melhores. Com apalavra o autor da proposta, Deputado An­tônio Mariz, esclareceu que a assessoria de­verá ser integrada, a seu ver, não só denmcíonáríos da Câmara, como também deprofessores e juízes, inclusive de Brasília,no que foi aparteado pelo Deputado FreitasNobre, que lembrou a necessídage de que es­ses assessores tivessem também um conhe­cimento prático dos assuntos tratados noprojeto. Acolhendo essa sugestão, o Presi­dente propôs que ela fosse constituída de,pelo menos, três membros: um professorde Direito Processual Penal, um represen­tante do Ministério Público e um advogadoespecializado em Direito Processual Penal.O Deputado !vahir Garcia sugeriu que fos­sem aliados à doutrina, a teoria e a prática,

mais dois: um magistrado e um delegado depolicia. Sobre a matéria, falou, ainda, oDeputado Claudino Sales, sugerindo o exa­me dos recursos para que esses profissionaispudessem se afastar dos seus cargos paraprestar serviços à Comissão. O DeputadoPeixoto Filho sugeriu que a Assessoria Téc­nica da Câmara, que é prata da Casa, noseu entender, elaborasse o trabalho e que osoutros especialistas fizessem a revisão, co­mo assessoria de alto gabarito. As trêspropostas foram discutidas e após o Se­nhor Presidente sugeriu mais um membro,especializado e111 Criminologia, ficando aAssessoria constituída de seis membros. En­cerrada a discussão, foi aprovada, por una­rrirmdade, a proposta do Deputado ClaudinoSales, no sentido de que seja feito um exa­me das disponibilidades financeiras da Co­missão, ficando as demais propostas, assim,compreendidas na que fora aprovada. Nadamais havendo a tratar, o Senhor Presidenteencerrou a reunião, às 19 horas e dez mi­nutos, tendo, antes, marcado uma outra pa­ra o dia 13 de agosto, quarta-feira, às 16:30horas. E, para constar, eu (Mário Camilode Oliveira), Secretário, lavrei a presenteAta que, depois de lida e aprovada, será as­sinada pelo Senhor Presidente.

Ata da 3,a Reunião Ordinária, realizadaem 13-8-75

Aos treze dias do mês de agosto do anode mil novecentos e setenta e cinco, reuniu­se, na Sala n,? 3-B, do Anexo n, da Câmarados Deputados, a Comissão Especial desti­nada a dar parecer ao Projeto n.? 633, de1975, do Poder Executivo, que dispõe sobre oCódigo de Processo Penal, sob a Presidên­cia do Senhor Deputado Sérgio Murilo, pre­sentes os Senhores Deputados: GeraldoFreire, José 8ally, Ibrahim Abi-AckeI Clau­dino Sales, Ivahir Garcia, Antônio Mariz,

José Bonifácio Neto, Freitas Nobre, PeixotoFilho e Lidovino Fanton . ATA: Dispensadaa leitura da Ata da reunião anterior. OR­DEM DO DIA: A reunião, para ouvir a con­ferência do Professor José Frederico Mar­ques sobre o Projeto de Lei n.> 633/1975,teve início às quinze horas e término às de­zoito horas e trinta minutos. Abertos ostrabalhos, o Senhor Presidente concedeu apalavra ao conferencista, fazendo umaapresentaçâ-i do mesmo. Este, com a pala­vra, fez uma exposição sobre o Projeto doCódigo de Processo Penal. Apartearam oorador os Senhores Deputados Ivahir Gar­cia, sobre a dístíncão entre agentes e auto­ridade policial no Projeto, José Sally, sobrea interpretação do art. 2.0 do Projeto, Dr,Henrique Levy César (Procurador da Jus­tiça do Paraná), o Deputado Geraldo Frei­re, João Lopes Guimarães (Presidente daAsnocíacão paulista do Ministério Público),José Bonifácio Neto (Deputado Federal), oDeputado Ibrahlm Abi-Ackel e o DeputadoAntônio Mariz. Levantou questão de ordemo Deputado Peixoto Filho, quanto as inda­gações e críticas ao Projeto, no sentido deque elas se limitassem à exposição. e, assim,os debatedores não tecessem comentáriossobre as emendas apresentadas. Em res­posta, o Senhor Presidente disse que dese­java assegurar a maior liberdade ao debate,desde que as intervenções fossem pertinen­tes à matéria. Nada mais havendo a tratar,o Senhor Presidente encerrou a reunião,convocando outra para amanhã, às 15 ho­ras, quando será proferida conferência peloProfessor Benjamim Moraes As notas gra­vadas, depois de traduzidas, serão publica­das e passarão a integrar esta Ata. E, paraconstar, eu Mário Camilo de Oliveira, Se­cretário, lavrei a presente Ata que, depoisde lida e aprovada, será assinada pelo Se­nhor Presidente.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COORDENAÇÃO DE SELEÇÃO E TREINAMENTOCONCURSO PÚBLICO PARA ASSISTENTE LEGISLATIVO

Arca de Taquigrafia Legislativa

RESULTADO E CLASSIFICAÇÃO FINAL

Clas. Inse. Nome Portu- Org. Adm. Idioma Taquigrafia Global Finalguês e R.I. Legisl.

1 0034 Kathe Herberg 89 91 91 96,2 930,0 93,002 0717 Maria Elizabeth Abras 83 83 77 95.2 335,0 83,503 0003 Rômulo Neves da Cunha 100 69 70 85,4 366,0 86,604 0123 Masumí Ota Yida 91 72 94 84,0 859,0 85,905 0401 Amíscía Irma S. G. de Carvalho 66 94 80 93,4 839,0 33;)06 0224 Teresa Cristina M. de Mesquita 70 79 86 92,6 338,0 33,aO7 0082 Mirram dos Santos Medeiros 71 71 52 93,8 305,0 30,508 0081 Leila Aires Maranhão Cerqueira 73 72 78 35,0 794,0 79.109 0380 Gilberto Favieiro 66 63 60 92,4 788,0 73,80

10 2705 Ana Cristina de A. Juliano 71 60 67 35,0 765,0 76,5011 0033 Odete Piccoli 60 53 74 91,4 764,0 76,4012 0625 Elenir Domíngues de A. Ferreira 83 51 61 79,8 760,0 76,0013 2294 Decio Lisboa Pereira 65 61 32 34,0 758,0 75,3014 0526 Maria de Fátima C. do Valle 64 69 65 83,6 744,0 74,4015 0490 Débora Soares dos Santos 79 72 91 68.0 740,0 74,0016 0843 Naele Lawall Cravo 71 74 58 76,3 729,0 72,3017 0211 Jose Carlos Ferreira Mesquita 77 56 44 73,4 723,0 72,3018 2886 Hebla Marina Botelho da Silva 62 52 59 83.3 716,0 71,0019 0803 Yoko Matsuura Fernandes 79 68 50 66.2 686,0 68,6020 0585 Jose Carlos ooncaíves Vieira 68 78 82 64,2 685,0 68.5021 0467 Iraides Milhomem da Silva 80 62 73 60,2 681,0 63,1022 0542 Maria Elizabet Neves 61 69 77 66,8 663,0 66,3023 0851 Jose Paulo Nascimento Silva 61 54 33 75,0 650,0 65,0024 0392 Maria Zuleide Gomes Barboza 63 47 2'{ 72,3 642,0 64,2025 1659 José Francisco Dias Miranda 64 65 30 65,3 616,0 61,60

--------._-----Brasília, 8 de agosto de 1975. - Lucy Maciel Neiva, Diretora da CST.

(Republiea-se por haver saído COlll incorreção nos Diários do Congresso dos dias 12, 13 e 14 de agosto.)

Page 60: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5996 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1975

MESA LIDERANÇAS

Presidente:Célio Borja - ARENA

1.°_Vice-Presidente:Herbert Levy - ARENA

2.0- Vice-Presidente:Alencar Furtado - MDB

1.°-Secretário:Odulpho Domíngues - ARENA

2,o-Secretário:Henrique Eduardo Alves - MDB

3.o- S ecr et á r io :Pinheiro Machado - ARENA

4,o-Secretário:Léo Simões - MDB

SUPLENTES

.Júlio Viveil'os - MDBLauro Rodrigues - MDRUbaldo Barém - ARENAAntônio Floréncio - ARENA

ARENA - MAIOmA

Líder:

José Bonifácio

Vice-Líderes:

João LinharesAlípio CarvalhoJorge Vargas.José AlvesJai1'O MagalhãesParente FrotaAiron RiosBlotta .JuniorMarcelo. LinharesVasco NetoLuiz RochaParsifal BarrosoAdhemar GhisiCantidio SampaioLauro Leitão

MDB _ MINORIA

Líder:

Laerte Vieira

Vice-Líderes:

Alceu Collares

Fernando Lyra

Figueiredo Correia

Freitas Nobre

Getúlio Dias

Guaçu Piteri

Israel Dias Novaes

João Menezes

.JoeI Ferreira

Marcondes Gadelha

Padre Nobre

Peixoto Filho

DEPARTAMENTO DE COMISSOES MDB 3) COMISSÃO DE COMUNICAÇÕES

Paulo RochaLocal: Anexo II - Ramal 661

Coordenação de Comissões Permanentes

Geny Xavier Marques

Local: Anexo II - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramais: 601 e 619

Turma A

Eloy LenziErnesto de MarcoIturival NascimentoJosé MauricioJuarez Ba<tistaMilto, Stembruch

Turma ]~

Moreira FrancoOsvaldo .duske;Pedro LauroRoberto ::arvalhoscbasnãc RodriguesYasunori Kunigo

Presidente: Humbertu Lucena - MDB

Vice-Presidente: JG de Araújo Jorge - MDB

VIce-Presidente: Gioia Junior - ARENA

Titulares

Presidente: Pacheco Oh' res - MDB

SuplentesARENA

Turma. "A~'

Vice-Presidente: Antônio Anmbelli - MDB

Turma "B"

Vice-Presidente: Manoel Rodrigues - ARENA

TitularesARENA

Ediso'l BonnaJ01'g'- ArbageMagno Bacelar

MinOro MiyamotoOswaldo Zanello

José OamargoJúlio ViveirosMário Frota

Mau",cio LeiteNorberto ScbmidtV!e,ra aa SilvaWaldomíro Gonç-ilves

Freitas NobreJorge PaUlO

MDB

MDB

ARENA

ARENA

Suplentes

Dias MenezesGetúlío DiasJoão Gi'bertoJoel Ferreira

Abcl '_"''1

Antôní Ferr ..• 1Q1,.10 Busat.o

_··.tr "['rein

Blotta Junior

Aluizio Paraguassu_~rélio .:Jarr:pos~~o-' L_•.aí

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horasLocal. Anexo II - Sala 6 - Rr.mais ; 653'6' 654

Secretária: Jole Lazzaríní

REUNIÕES

Aderbal JuremaAlair Ferren-aAroldo CarvalhoCorre.s, LimaGerson 0amata

Gabriel HermesJoaquun GuerraMuriJo RezendeUbaldo Barém

MDB

.raíson BarretoMiltor; SU' bruchNelson Tbibau

F'lávio GiovineNins: RibeiroParsífal Barroso

MDB

Jorge UequedSílvio Abreu Júnior

TitularesARENA

SuplentesARENA

Abdon Gor.çulvesDias 'fenere.Francisco Am'l'J.'alHélio de Almeida

Ary KffuriCélio Marques

FernandesCorreia LimaDiogo Nomura

REUNIõES

Quartas D quintas-ferras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 11 - Ramal 621Secretáriao:Eni Machado Coelho

2) COMISSÃO DE CIÊNCIA E lrECNOLOGIA

REUNIõES

Quartas e quintas-Ielras, às 10 :00 horasLocal. Anexo II - Rs.mal : 766Secretárra: Maria Geralda ornco

Presidente: Brígido Tinoco - MDBVice-Presidente: Pet nar.do Cunha - MDBVice-Presidente: Jarmund Nasser - ARENA

Alberto LavínasExpedito ZanottiJanduby Carneiro

Antônio FlorêncloAry ValadâoBatista MirandaEdison Bonna

Jorge VargasJosé de AssisMaurício LeiteMenandro MinahimPrrsco VianaRuy ~ .a.cera'rSinval Boaventura

José MandemJuarez BernardesNelson MacUlanRenato AseredcVinicius Cansanção

Turma B

Celso CarvalhoElciv&. CatadoFerraz EgreJaGerr.'t.v BulhõesHenrique BrítoMelo Freire

• Va&c{. Amaro

MDB

Alcides FranciscatoAntônio UenoBatista MirandaFlávio GiovineFrancisco Bilac PmtoHorácio MaolosInocêncio OliveiraJoaquim oout.nno

Alvaro DiasAntômo BresolínFrancisco LíoardoníGuaçu PiterlHenrique Carrdoso

Turms. A

Alexandre MachadoAntômo GomesBeriedtto OanellasCardoso de AlmeideHumoerro SoutoJoão Dui valJuvênclo Dias

CONUSSOES PERMANENTES

1) COMISSAo DE AGRICULTURA E POlíTiCARURAL

Page 61: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça-feira 19 5997

Vice-Presidente: Santilli sobnnno - MDBTurma "'B"

VagoVagoVagoVagoVago

Marco MacielNewton BarreiraPaulíno oíceroPrisco VianaRafa~l FaracoUbaldo oorrêa

Manoel NovaesMinoro MiyamotoNosser AlmeidaOswaldo ZancJloRicardo FiuzaTheódulo 1.lbuquerque

MDB

Jú:io VIveirosMagnus G ........_...la~.:~e...;Marcelo MedeirosPeixoto FilhoWalber Guimarães

João CasteloLauro LeitãoLomanto JúniorMarcelo LínncresMano MondincWanderley MarizWilson FalcãoVago

MDB

MDB

VagoVagoVagoVagoVago

Suplentes

ARENA

Marâo FilhoMelo FreireNelson MarcllezanPer~ro CaroloPedro ColínRaimundo DinizWilson Braga

Aécio CunhaAlacid NunesAntônio Fel'l'viraHélio LevyHorácio MatoSJoão PedroJutahy Magalhães

Epitácio CafeteiraJoaquim BevilaequaJosé Carlos TeixeiraVagoVagoVago

Aécio CunhaAlvai c ValleDarcüío AyresFernando GonçvlvesGeraldo FreireIvahir Garcia

Airton SandovalDias MenezesErnesto de ~v.rarco

Jader BarbalhOJosé Bonifácio Neto

Arlindo KunzlerEurico RibeiroFurtado LeiteGabriel HermesJorge ArbageJOSilllS Leite

Presidente: Lysâneas Maciel -- MDBVice-Presidente: Jose Camargo - MDBVice-Presidente:Gonzaga Vasconcelos - ARENA

Titulares

ARENA

9) COMISSAO DE MINAS E ENERGIA

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras, ~ 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 2 - Ramal 663Secretário: Wilson Ricardo Bacbosa Vianna

Aluísio ParaguassuAntônio CarlcDias MenezesFlorim CoutinhoJosé Bonifácie NetoMarcelo Me6.eirosOdemir FurJan

8) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

Suplentes

ARENA

REUNIõES

(~uartas e Qumtas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II -- Sala 16 - Ramaís 643 e 642Secretário: Paulo José MaestralJí

Presidente: Alberto Hoffmann - ARENAVice-Pres.dente : Gastão Müller - ARENAVice-Presidente: Walter Silva - MDB

Titulares

ARENA

Alsdr FerreiraAngelíno RosaAntônío FlurêncioArlindo KunzlerCarlos WilsonCelso oarvarnoJoão ClímacoJosias Leite

Milton SteinbruchOdacir KleinRoberto CarvalhoRuy CôdoTheodoro Mendes

Genival TourinhoHildérico OliveiraJoão GilbertoJosé Maria de CarvalhoNadyr Rossetti

Leur LomantoLygia Lessa BastosMagno BacelarManoel de AlmeidaMenandro MinahímRômuJo Galvão

MDB

MDB

ARENATurrnaB

Jorge VargasMário MondinoMoaeyr DallaNunes RochaRibamar MalJhadoI'emístoeles Teixeira

ARENA

Nosser AlmeidaOssían ArarípePaulo FerrazRafael FaracoSylVlO Venturolli'I'emístocles Tetxeíra,Valt:do Rodrigues

ARENA

MDB

.ruaree BatistaNelson MacularíOtávio CeccatoRuy CôdoVinicius CansançãoVa_J

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horas.Local: Anexo II - Sala 4 - Ramal 631Secretál'la: Delzuite Macedo de Avelar Villas

Boas

Turma A

Adriano ValenteAntônio MOl'lmotoDyrno PiresFernando MagarhãesFram .co Bílac PintoHélio CamposJoão Vargas

Antônio JoséAthiê couryEmanuel WaissmannEpitácio Cafetei. -'Gomes do AmaralJoão Menezes

Antônio MarizGumes da SilvaHydekel FreitasJairo Magalhãe.rJutahy MagalháesLuiz BrazNey LopesNorton Macedo

Turma HA"

Vice-Presidente: João Castelo - ARE1':A

Turma. UH"

Vice-Presidente: Pedro Faria - MDBTitulares

Airton SoaresAlcir PimentaAntônio MoraisDaniel SilvaEdgar MartinsFigueiredo Co.reía

Suplentes

MDB

Alvaro Dias Lauro RodriguesAntunes de Oliveira Lincoln GrilloArgrlano Dar'ic Magnus GuimarãesExpedito Zanotti Octacílío AlmeidaFran3isco Amaral Paulc MarquesJG de Araújo Jorge Theodoro Mendes

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 .....:. Ramal 639Secretária: Marta Clélia Orrico

7) COMISSÃO DE FINANÇAS

Presidente: Homer" Santos - ARENA

Alvaro ValleBraga RamosDarcílio AyresDaso CoimbraGeraldo FreireHélio MauroJosé Alves

6) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURAPresidente: Flexa Ribeiro - ARENA

Vice-Presidente: Salvador Julianelli - ARENAVice-Presidente: Olivir Gabardo - MDB

Titulares

Amaury MilllerAntônio PontesFernando GamaJader BarbalhoJorge Uequed

MDBJarbas vasconcelosJoaquim BevilácquaLuiz HenriqueLidovino FantonMiro TeixeiraRubem Dourado

SuplentesARENA

.tIugo NapoleãoHumberto soutcJal,uârio FeitosaPauJino CiceroRicardo FiuzaRogério RêgoUlisses Potiguax

SuplentesARENA

Moacyr DallaNeret GuidiNogueira de RezendeOsmar LeitãoParente FrotaRaimundo ParenteRaul BernardoViana Neto

José Haddad - ARENATitularesARENA

Turma BAn.ara! FurlanAugusto TreinCarlos WilsonHenrique CórdovaJoão clímacoViana NetoVieira Lima

MDBGenervino FonsecaJoão ArrudaMarcondes GadelhaRubem Medina

MDBJosé Bonifácio NetoJosé M8.uricio1\'adyr RossettiSérgio MurilloSílvio Abreu JúniorWalber Guimaráe'Walter Silva

REUNIõES

Terças, Quartas e Quintas-feiras às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal: 626Secretárill!: Sflvia Barroso Martins

Vice-Presidente:

Antônio CarlosHarry SauerJosé ThoméJ\I<oreir,- FrancoTancredo Neves

Airon RiosAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de Alrnei,laCleverson TeixeiraDyrrio PiresFaria Lima

Turma. AA.H. Cunha BuenoAmaral NettoAngelino RosaFernando GonçalvesIgo LossoMarão Filho

5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOSTRIA E(OM~R(IO

Presidente: Aldo Fagundes - MDBTurma "A1

'

Antônio MorimotoDaso CoimbraEduardo GalilGonzaga Va6concelosHenrique CórdovaHenrique Prett'Homero SantosIgo LossoJarmund Nasser

Fernando CoelhoFigueiredo CorreIaFramcisco StudartHumberto LucenaJader BarbalhoJoão GilbertoJorge Uequed

Alceu ooüaresCelso BarrosErasmo Martins PedroNoide CerquciraPetrônio FigueiredoSebastião RodriguesTarcisio Delgado

Turma AAltair ChagasAntônio MarizCarrtídio SampaioClaudino SalesCleverson TeixeiraC,OIDLS da SilvaJairo MagalhãesJoão Línhares

VICe-Presidente: Nogueira da Gama - MDBTitularesARENA

Turma BBlota JuniorErnesto ValenteJosé Sall~'

Lauro LeitãoNey LopesNorton MacedoThecbaldo BL.rbosa

4) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAPresidente: Luiz Braz - ARENA

Turma "A"

Vice-Presidente: Djalma Bessa - ARENATurma "B"

Page 62: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

5998 Terça-feira 19 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Al:'Osto de 19'15

ARENA

REUNIõES

REUNIõES

11) COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES

Ossian AratipePaulo FerrazUbaldo BarémVasco NetoWanderley Mariz

Odemír FurlanVagoVago

José Costa.Pedro LucenaThales RamalhoVago

Suplentes

ARENA

Jonas CarlosNewton BarreiraRibamar MachadoTeotônio NetoVieira Lima

Aldo Fagunde~

Aluizio ParaguassuDias :;;1enezesJG de Araújo Jorge

REUNIõES

Ary KffuriF'rancelino PereiraGeraldo OueelesIvahir GarciaJonas Carlos

Alacid NunesAroldo CarvalhoBento GonçalvesFlávio MarcílióFrancisco Rollemberg

Adhemar SantiloAntônio PontesFernando Coelho

MDB

Gamaliel GalvooJoel FerreiraLauro ROdrigues

Suplentes

ARENA

Agostinho Rodrigues Manoel de AlmeidaAmaral FUl"lan Mauro SampaioCid FUl"tado Rômulo GalváoOlaudmo Sales Theobaldo BarbosaErnesto Valent.e Vieira da SilvaEUl"ico Ribeiro

15) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇ~OSOCIAL

Presidente: Wilson Braga - ARENAVice-Presidente: Vingt Rosado - ARENAVice-Presídente: Argilano Dario - MDB

Titulares

REUNIõES

Quartas-feiras, às 1(':00 horasLocal: Anexo ll- Sala 12 - Ramal 694

Secretário: Hélio Alves Ribeiro

MDB

Antônio AnnibelliDias MenezesErasmo MartiIlS PedroFreitas Nobre

14) COMISSÃO DE SERVIÇO PúBLICO

Quartas e QlÚntas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 13 - Ramais 688 e 689Secretário: Wll!lter Gouvéa Costa

Presidente: Paes de Andrade - MDRVice-Presidente: Sérgio Murillo - MDBVice-Presidente: Raul Bernardo - ARENA

Titulares

ARENA

MDB

José CamargoMagnus GurmarãesPaes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio Murillo

Lincoln GrilloMarcondes GadelhaWalmor de Luca.Vago

Mauro SampaioUlisses PotíguarCarlos Alberto de

OliveiraWilson lói'alcão

l\IDB

MDB

Osvaldo BuskeiPedro LucenaWalter de Castro

Suplentes

ARENA

Hermes MacêdOJoão VargasJuvêncio DiasLeur LomantcMarco MacielNorberto 8chmidtPaulo StudartWaldomiro Gonçalves

MDB

Suplentes

ARENA

Manoel NovaesParsifal BarrosoSalvado]' JlÚianelliTheõdulo AlbuquerqueVagoVago

Aldo FagundesAntunes de OliveiraAntônio MoraisDaniel SilvaDias MenezesJoão Menezes

Adhemar GhisiAlvaro GauaêncíoAry ValadãoCunha BuenoFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraldo GuedesGer m Camata

Abdon GonçalvesLeônídas SampaioOdemír Furlan

Athiê CõuryCarlos CottaJanduhy CarneiroJoaquim Bevilácqua

REUNIõES

Quartas e Qumtas-feiras, às lO:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Rama, 682Secretána: Iná Fernandes Costa

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presidente: Fábio Fonseca - MDBVice-PresIdente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente: Navarro VIeira - ARENA

Adriano ValenteBraga Ram06Henrique BritoJoão DUl"valJosé Alves

12) COMISSÃO DE SAÚDE

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10: 30 horasLocal: Anexo II - Sala 1 - Ramal 677Secretária: Maria de Lourdes dos Santos

Adernar PereiraAiron RiosDíogo NomurrFrancisco ROllembergInocêncio OlrveiraJoão Alves

ARENA

Titulares

José Carlos Teixeira.Lauro _.odnguesRubem DouradoSílvio de Abreu JúillorVago

Nelson TllibauPedro LaurcWalmor de LucaYasunori Kun:go

Gastão MúlleJ:José Macb~do

Lins e SilvaLUlZ RochaSiqueira CamposVmgt RosadoWilmar Dallanhol

MDB

MDB

MDB

Antônio Bresolín

MDB

Vago

ARENA

Theobaldo Barbosa

ARENA

Suplentes

Suplentes

Alcir Pimenta

Altair Chagas

Israel Dias NovaesJerônuno SantanaJorge FerrazMal'cos TitoMário Moreira

Adhemar SantilloAil'tO.l SoaresDIas MenezesFI'ederico BrandãoJoão ArrudaJorge Moura

Prisco VianaRibamar Machado

Henrique Cardoso

Qual'tas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II _.- Sala 14 - Ramal 673

secretário: José Lyra Barroso de Ortegal

Quarta e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo 11 - Sala 7 - Rama: 66GSecretário: Luiz de Oliveira Pinto

Presidente: Flávio r-.:.arcílio - ARENA

Vice-PresIdente: JoaqlÚm Coutinho - ARENAVIce-PreSIdente: Jairo Brum - MDB

Titulares

10) COMISSÃO DE REDAÇÃOPresidente: Díogc Nomura - ARENA

Vice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

Titulares

Alberto HoffmannAmaral NettoBenedito CanellasCarlos Alberto de

OliveiraDjalrna BessaFerraz EgreJaFrancelíno Pereira

ARENA

President.e: ítalo Conti - ARENAVice-Presrdente ; Célio Marques Fernandes

ARENAVicc-Presidente: Ruy Lino - J\,IDB

Titulares

Antõnío UenoFaria LImaHugo NapoleãoJosé MachadoLins e SilvaLuiz FprnandoMarcelo Lmhares

Adatberto Camargoário TheodoroCarlos SantosCott~ BarbosaFernando GamaFranCISco Studart

ARENA

Murilo BadaróNcguerra de RezendePasso; PôrtoPedro oonnRaimundo DínízRogério aêgoTeotonio Neto

MDR

João CunhaMac Dowel Leite

de CastrnPadre NobrePaulo MarquesThales Ramalho

Agostinhn ROdriguesAhpío CarvalhoJanuáno FeitosaNunes Leal

Antônio BclinattiAntunes de OhveíraFlorim Ooutinno

Parente FrotaPaulo StudartSylvio ventUl'olliSinval l30aventura.

MDB

José Carlos TeixeiraLincoln GrtíloNey Ferreira

Adhemar Ghisi"Alvaro GaudéneioCid FurtadoEduardo GalilIbrarm Abll AckelJacob CaroloLuiz RochaNelson Marchezan

Aloisio SantosCarlos Cotta.Frar"cisco AmaralPredecído Bt-ar.dâoGetúlio DiasJoe1 Lima

ARENA

Nereu GUIdiOsmar LeI tOOVicente VuoloRannundo ParenteSiqueira CamposWilmar Dallanhol

MDB

Jorge MouraJosé CostaJosé MaurícioMarcelo GatoOtávio CeccatoRosa Flores

Page 63: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

Agosto de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Terça- feira 19 5999

16) COMISSÃO DE TRANSPORTES

COORDENAÇÃO DE COMISSOESTEMPORARIAS

Seção de Comissões Especiais

Chefe: Jairo Terezinho Leal ViannaLOcai Anexo II - Ramal 612 - 23-3239 (Di­

reto)

REUNIõES

QuartalS e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo TI - Sala 15 - Ramal 647

Secretário: Nelson Oliveira de Souza

Hermes MacêdoVasco AmaroWilmar Dallanhol

MDBVagoVago

Januário FeitosaJose AlvesJutahy Magalhães

MDBOctacilio QueIrozVago

ARENA

Lauro LeitãoPedro Colin

MDBEloy Lenzi.Jai-o Barreto

Titulares

Titulares

ARENAManoel de AlmeidaRuy Bacelar

MDBGemval 'I'ourrnhoVinicius Cansençâo

Suplentes

ARENA

Suplentes

ARENA

MDBJuarez Bernardes

Suplentes

ARENA

Siqueira CamposUbaldo BarémVicente Vuolo

MDB

VagoVago

Ernesto ValenteFl'a.ncelmo Pereira

José CostaFernando Lyra

Fernando MagalhãesHumberto SoutoInocêneio Oliveira

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocel: Anexo II - Sala 8-A - Ramal 695

Secretário: José Salomão Jacobina Aires

Adriano ValenteArlindo KunzJerHenrique Córdova

4) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO SUL

5) COMISSÃO DO POUGONO DAS SECAS

Antônio CarlosFernando Cunha

Presidente: Geraldo Guedes - A,h,ENAVlce-Presidenbe: Dyrno Pires - ARENAVice-Presidente: Celso Barros ,- MDB

REUNIõES

Quintas-feiras, às 11 :00 horesLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685Secretário: Romualdo F'ernandes Amoldo

Adhemar SantilloOenervíno FonsecaVago

Aluízío ParaguassuAntônio Annibelli

Antônio UenoJoão Vargas

Odacir KleinVagoVago

REUNIõES

Quarta-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 685i3ecretána: Allia Fehcío Tobias

Hélio LevyJosé de AssisNunes ROcha

Femando CoelhoJarbas VasconcelosJosé Carlos Teixeira

REUNIõES

Presldenta: Abel Avila - ARENAVice-Presidente: Norberto SC'lilllidt - ARENAVíce-Presidente: Dias Menezes - MD:.3

Juvêneio DiasRaimundo Parente

MDB

Jerônimo SantanaNabor Júnior

MDB

Ruy LinoVago

ARENA

Rezende MonteiroValdomiro Gonçalves

Titulares

Ricardo FiuzaRogério Rêgo

MDB

Suplentes

ARENA

Passos PÔI·tOPaulino CiceroPrisco VIana

Suplentes

ARENA

Siqueira Campos'I'emístocles TeixeiraUbaldo Corrêa

ARENA

Jairo MagalhãesJoslas LeiteMarco Maciel

Bento GonçalvesGeraldo BulhõesManoel Novaes

Joel FerreiraJúliú ViveIrosMário Frota

Benedito CanellaosGastâo MüllerJarmund Nasser

COMISSOES ESPECIAIS

1) COMISSÃO DA AMAZôNIA

Edison BonnaEleival CaladoRafael Flllraco

2) COMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

REUNIõES

Presidente: Ney Ferreira - MDBVice-Presidente: José Carlos Teixeira ~ MDBVICe-Presidente: Francisco Rollemberg _

ARENA

Presidente: Iturival Nascimento - MDBVice-Presidente: Walter de CalStro - MDBV1Ce-Presidente: Ary Valadão - ARENA

'.fítulares

Presidente: Alacid Nunes - ARENAVice-Presidente: Nasser de Almeida - ARENAVice-Presidente: Antônio Pontes - MDB

Titulares

ARENA

Epítácio Cafeteir", Vimcius CansançãoJosé Costa

3} COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO CENTRO-OESTE

Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II -- Sala 3 - Rama) 611Secretária: Maria de Nazareth Raupp Ma-

chado

REUNIõES

Terças-feiras, às 10 :00 horasLocal: Anexo II - Saia 8-A - Ramatis 005,

606 e 616Secretárío ; Jacy da Nova Amarante

MDB

Hildérico Ohveíra VagoThal-es Ramalho VagoVago

Gabriel HermesHélio Campos

Antunes de OliveiraEpitáClO Cafeteira

Nun-es ROchaPassos PôrtoUbaldo CorreaVasco AmaroVasco NetoVicente Vuolo

José de AssisMurilo RezendeRezende MonteiroRuy BacelarSantos Filho

MDB

José MandclliMário Moreira.Odacir KleinPedro LauroRuy Côdo

MDBMário FrotaNabor JúniorOctacílio AlmeidaOswaldo Lima

ARENA

Supleutes

ARENA

Suplentes

ARENA

José HaddalCl.José SallyLygla Lessa BastosManoel RodriguesMurilo BadaróNina RibeiroRezende MonteiroSantos Filho

MDB

Sílvio de Abreu JúniorTarcísio DelgadoTheodoro MendesVagoVagoVago

Fernamdo LyraFrancísco RochaHélio de AlmeidaIturival NascimentoJuarez Batista

Antônio CarlosDias '.1:enezesE,'nesto de MarcoFrancisco LibardoniJairo Brum

Alípí« C~rvalho

Hélio CamposHého LevyJoão LinharesJoão PedroNavarro VIeiraNunes Leal

Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHenrique PrettíHydekel FreitasJoaqUim Guerra

Gilda Amora de Assis RepublicanoLocal: Anexo II - Ramais:

Sessão de Comissões Especiais

Chefe: Stella Prata da Silva LopesLocal: Anexo II - Sala 8-B - Ramal 604

Presidente: Lomanto Júnior - ARENAVice-Presidente: Hermes Macêdo - ARENAVice-Presidente; Amaury Mliller - MDB

Titulares

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696secretário: Carlos Brasil de Araújo

Adernar PereiraAntônio GomesElcival CaiadoFurtadv LeiteGeraldo BulhõesGioia JuniorHélio Mauroítalo Contl

Aurélio Campos.FelT.ando CunhaGamaliel GalvãoGenival TourinhoLuiz Henrique'Peixoto FilhoRuy Côdo

Page 64: CÂMARA DOS DEPUTADOS - imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD19AGO1975.pdf · Epitácio Cafeteira - MDB; José Riba

6000 Terça-feira 19 DIARIO DO CONQRESSO NACION.AL (Seção I) Agosto de 1975

6) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DAI~

PARECER AO PROJETO N.O 634, DE 1975"DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE SO­BRE O CóDIGO CIVIL

Presidente; Tancredo Neves - MDBVice-PresIdente: Brígido Tinoco - MDBVice-Presidente: Flávio Marcílio - ARENA

Relator-Geral: João Lmhares - ARENA

Titulares

Presidente: Sérgio Murillo - MDBVice-Presidente: Perxoto Filho - MDBVice-Presidente: Jc>"', Sally - ARENA

Relator-Geral: Geraldo Freire - ARENA

REUNIõES

Local: Anexo II - Salll! 8-ARamais 603 e 604

Secretáno: Antônio Fernando Borges ManzanMDB

J 001 Ferr'eízaRubem DouradoAirton SoaresRosa FloresJosé Costa

José Bonifácio NetoFreitas NobreLidovino Famton

MDB

Titulares

Suplentes

ARENA

Jbrafiim Abi-AckelClaudino Salestvamr GarciaAntônio Mariz

REUNIõES

Local: Anexo II - Sala. 8-ARamais 603 e 604

Secretána: Mana Teresa de Barros Pereira

ARENA

Santos FJ1hoHugo NapoleãoFernando GonçalvesEduardo Ga111Igo LossoGastão Muller

Fernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 6,33, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE 50·BRE O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Henrique CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo BarbosaCid Furtado

MDBErasmo Martins PedroTarcisio Delgado

MDBCelso BarrosMac Dowell Leite de

CastroIsrael Dias Novees

Suplentes

ARENACleverson TeixeiraLauro LeitãoGeraldo GuedesRaymundo Diniz

ARENAMarcelo LinharesNey Lopes

Rarmundo ParenteJosias Leite

MDB

Fernando LyraJosé Carlos Teixeira.

MDBGenival Tourinho

ARENA

Newton Barreira

MDB

Jerônimo Santana

Suplentes

ARENA

SuplentesARENA

Eduardo GalilRíbamar MachadoLeur Lomanto

MDBAntônio JoséVago

REUNiõESQuartas e Quintas-feiras. às 16:00 horasLocal: Anexo III - ramal 509Secretario: Zorando Moreira de Oliveira

REUNIõES

Sextas-feiras, às 9 :00 horasLocal: Anexo III - Ramal ';09Secretána: Márcia de Andrade Pereira

Relator: Ernesto ValenteVICe-Relator: Ricardo Fiuza

Titulares

5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQutRITODESTINADA A INVESTIGAR E AVALIAR APOLITICA DE REMUNERAÇÃO DO TRABA·LH, EM TODOS OS ÂNGULOS.

Antônio MarizPl'lSCO Viana

Walter Silva

(Requerimento n.v 19/75 - CP!)VlCe-Presidente: Pedro Faria - MDB

Presidente: Alceu Collares -MDBRelator: Nelson Marchezan - ARENA

TitularesARENA

Norton MacedoMauricio Leite

Correia LimaEurico RibeiroVmgt Rosado

J 001 FerreiraGuaçu Piteri

Ney LopesJosé MachadoHumberto Souto

Marcelo GatoAlvaro Dias

Rosa FloresJosé MauricioGamatíel. Galvão

Mário MondinoMagno BacelarJoãO Climaco

MDBNoide oemuetraJosé MauricioWalber Guimarães

ReuniõesTercas-feiras, às 16:30 horasQuáras-feiras, às 16:30 horasQuintas-feiras, às 16:30 horasLocal: Anexo UI - Ramal 509Secretário: Manoel Augusto Campelo Neto

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQU~RliO

DESTINADA A INVESTIGAR O PROBLEMADO MENOR

Márr FrotaI'arcísro DelgadoIturíval Nascimento

(Requerimento n,? 22(75 - CP!)Prazo: 19-6-75 a 16-11-'15

Presidente: Carlos SantosVíce-Presrdente: Ruy côdo

Relator: Manoel de AlmeidaRelator-Substituto: Lygia Lessa Bastos

TitularesARENA

Inocêncio OliveiraNelson Marchezan

MDBJG de Araújo Jorge Antônío Moraís

SuplentesARENA

Braga Ramos

Alcides FranciseatoCleverson Teixeira

MDBNabor Júnior Juarez BatistaVinicius Cansanção Genervino Fonseca

REUNIõESTerças-feiras, às 16:30 horasQuintas-feiras, às 16:30 horasLocal: Anexo II - Plenário da Comissão

de Educação e CulturaTelefones: Ramais 509 (Anexo III I

e 612 (Anexo lI)Secretário: Raimundo de Menezes Vieira

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DIE INQU~RITO

DESTINADA A INVESTIGAR E AVALIAR AEXECUÇÃO DO PROGRAMA I)E REDISTR~

BUlÇAO DE TERRAS DO NORTE E NORDES­TE DO PAIS

(Requerimento n.s 28/75 - CP!)Prazo: 26-6-75 a 23-11-75

Presidente: Figueiredo CorreiaVice-Presidente: Fernando Coelho

Daso Cormbr'aBento Gonçalves

Gabriel HermesGonzaga VasconcelosPassos Pôrto

Luiz HenriqueOdacir Klein

MDBJoaquim BevilacquaSebastláo RodrrguesJader Barbalho

SuplentesARENA

Hugo NapoleãoPaulo StudartIgor Losso

MDBPacheco ChavesJalson BarretoGenival Tourínho

REUNIõESTerças-feiras, às 18:00 horasQumtas-felras, às 8:00 horasLocal: Anexo III - Ramal 497Sem'etário: Paulo Ernani Fonseca Aires

COMISSOES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO1) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUSRITO Suplentes

PARA INVESTIGAR O COMPORTAMENTO EAS ARENAINFLUÊNCIAS DAS EMPRESAS MULTINAClO. Francelino Pereira Ivahrr Garci~ .

Augusto Trein Ravmundo DIl1IZNAIS E DO CAPITAL ESTRANGEIRO NO José Machado Vi;nna NetoBRASIL Hugo Napoleão

(REQUERIMENTO N,o 4175)(CPI)

Presidente: Alencar Furtado - MDBVice-Presrdente: Moreira Franco - MDBRelator: Herbert Levy - ARENA

TitularesARENA

Alencar FurtadoNadyr RossettiMoreira Franco

Herbert LevyGeraldo FreireArlindo KunzlerTeotônio Neto

2) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUtRITODESTINADA A PROCEDER AO LEVANTA.MENTO DA SITUAÇÃO PENITENCIÁRIA DOPAíS

João LinharesCardoso de AlmeidaRaymundo ParenteJoão Castelo

Tancredo NevesMarcondes GadelhaJoão Menezes

(Requerimento n.s 16/75 - CPIlPrazo: 20-5-75 a 17-10-75

Presidente: José Bornfácio NetoVICe-Presidente: Theodoro Mendes

Relato;': Ibrabim Abi-AckelTitularesARENA

Fernando GonçalvesNogueira de RezendeDjalma Bessa

MDBPeixoto FilhoTheodoro MendesJosé Costa

Adhemar GhisiBIotta JúniorGeraúdo Guedes

PREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 0,50

Centro Gráfico do Senado Federal

Caixa Postal 1.203

Brasília - DFEDIÇAO DE HOJE: 64 PAGINAS