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DIÁRIO República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLVII - N 9 186 SEXTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 1992 BRASÍLIA - DF ________ J Ao CAMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1..... : ATA DA 171' SESSÃO DA 2' SESSÃO LEGISLA. tuições democráticas brasileiras. Inconveniência da inter- TIVA DA 49' LEGISLATURA EM 5 DE NOVEMBRO rupção do mal)dato presidencial na hipótese da escolha DE 1992 pela sociedade brasileira do regime parlamentarista de go- verno. 1- Abertura da Sessão FLÁVIO PALMIER DA VEIGA _ Transcurso do 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior Dia Nacional da Cultura. 111- Leitura do Expediente JOSÉ FORTUNATI - Necessidade de reestrutura- ção da Receita Federal. IV - Pequeno Expediente MAURICI MARIANO - Atuação do Ministro-Che- OSVALDO BENDER - Dificuldades relativas à co- fe do Gabinete Civil da Presidência da República, Henri- mercialização e aos preços do trigo nacional. que Hargreaves. CELSO BERNARDI - Transcurso do Dia da Cul· PEDRO TONELLI - Posicionamento do orador, tura. contrário à privatização da Ultrafértil. JOÃO PAULO - Reação das elites empresariais à política social do Governo Itamar Franco. RUBEN BENTO - Transcurso do Dia da Cultura. PINGA FOGO DE OLIVEIRA - Reativação do Fortalecimento do Ministério da Cultura. "Trem de Passageiros" ligando Maringá, no Estado do PAULO DELGkDO - Necessidade de exame, du- Paraná, a São Paulo, Estado de São Paulo. rante a revisão constitucional, do papel das empresas es- PAULO ROCHA - Expectativa do anúncio do plano trangeiras no desenvolvimento do País. econômico do Governo Itamar Franco. Violência da Polícia LOURIVAL FREITAS - Matéria publicada no jor- Militar do Pará contra funcionários grevistas da Fundação nal Correio Braziliense sobre o posicionamento de partidos do Bem-Estar Social do Estado. políticos acerca da reforma administrativa promovida pelo Governo Itamar Franco. CARDOSO ALVES - Conveniência de redução do limite da idade para responsabilização criminal de 18 para PRESIDENTE (João Paulo) - Presença na Casa de 16 anos. alunos da Academia da Polícia Militar de Brasília, Distrito IVO MAINARDI - "Carta da Triticultural Brasi- Federal. leira", documento resultante da 5' Feira Nacional do Trigo. OSÓRIO ADRIANO - Tentativa de transferência PAULO PAIM - Urgente adoção de nova política da sede da Comissão de Valores Mobiliários e do Instituto salarial para o País. Brasileiro do Patrimônio Cultural para o Rio de Janeiro, WILSON CAMPOS - Críticas à proposta governa- Estado do Rio de Janeiro. mental de reforma fiscal. NAN SOUZA (Pela ordem) - Pedido de observância PRISCO VIANA - Importância da independência .. do tempo destinado a cada orador durante o Pequeno Ex- dos Poderes da República para o fortalecimento das insti- _ pediente.

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DIÁRIORepública Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

ANO XLVII - N9 186 SEXTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 1992 BRASÍLIA - DF

________J

Ao

CAMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1.....: ATA DA 171' SESSÃO DA 2' SESSÃO LEGISLA. tuições democráticas brasileiras. Inconveniência da inter-TIVA DA 49' LEGISLATURA EM 5 DE NOVEMBRO rupção do mal)dato presidencial na hipótese da escolhaDE 1992 pela sociedade brasileira do regime parlamentarista de go-

verno.1- Abertura da Sessão FLÁVIO PALMIER DA VEIGA _ Transcurso do11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior Dia Nacional da Cultura.111- Leitura do Expediente JOSÉ FORTUNATI - Necessidade de reestrutura-

ção da Receita Federal.IV - Pequeno Expediente MAURICI MARIANO - Atuação do Ministro-Che-OSVALDO BENDER - Dificuldades relativas à co- fe do Gabinete Civil da Presidência da República, Henri-

mercialização e aos preços do trigo nacional. que Hargreaves.CELSO BERNARDI - Transcurso do Dia da Cul· PEDRO TONELLI - Posicionamento do orador,

tura. contrário à privatização da Ultrafértil.JOÃO PAULO - Reação das elites empresariais à

política social do Governo Itamar Franco. RUBEN BENTO - Transcurso do Dia da Cultura.PINGA FOGO DE OLIVEIRA - Reativação do Fortalecimento do Ministério da Cultura.

"Trem de Passageiros" ligando Maringá, no Estado do PAULO DELGkDO - Necessidade de exame, du-Paraná, a São Paulo, Estado de São Paulo. rante a revisão constitucional, do papel das empresas es-

PAULO ROCHA - Expectativa do anúncio do plano trangeiras no desenvolvimento do País.econômico do Governo Itamar Franco. Violência da Polícia LOURIVAL FREITAS - Matéria publicada no jor-Militar do Pará contra funcionários grevistas da Fundação nal Correio Braziliense sobre o posicionamento de partidosdo Bem-Estar Social do Estado. políticos acerca da reforma administrativa promovida pelo

Governo Itamar Franco.CARDOSO ALVES - Conveniência de redução dolimite da idade para responsabilização criminal de 18 para PRESIDENTE (João Paulo) - Presença na Casa de16 anos. alunos da Academia da Polícia Militar de Brasília, Distrito

IVO MAINARDI - "Carta da Triticultural Brasi- Federal.leira", documento resultante da 5' Feira Nacional do Trigo. OSÓRIO ADRIANO - Tentativa de transferência

PAULO PAIM - Urgente adoção de nova política da sede da Comissão de Valores Mobiliários e do Institutosalarial para o País. Brasileiro do Patrimônio Cultural para o Rio de Janeiro,

WILSON CAMPOS - Críticas à proposta governa- Estado do Rio de Janeiro.mental de reforma fiscal. NAN SOUZA (Pela ordem) - Pedido de observância

PRISCO VIANA - Importância da independência .. do tempo destinado a cada orador durante o Pequeno Ex­dos Poderes da República para o fortalecimento das insti- _ pediente.

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24134 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

LUIZ GIRÃO - Adoção de medidas governamentaisem favor das populações nordestinas vitimadas pela estia­gem.

JOSÉ LUIZ MAIA (Como Líder) - Conveniênciado aperfeiçoamento do sistema arrecadador brasileiro paraa retomada do crescimento econômico-social do País.

ROBERTO FRANCA - Reforma fiscal.ALCIDES MODESTO - Protesto contra a adminis­

tração do Prefeito Renato Rosal, do Município de Reman­so, Estado da Bahia.

ÉLIO DALLA-VECCHIA - Necessi.dade de recupe­ração da BR-277 e da BR-386.

JOÃO FAGUNDES - Defesa da emancipação doíndio brasileiro.

BETH AZIZE - Problemática social no País.NAN SOUZA - Conflitos entre índios da tribo guaja­

jara e colonos no Município de Barra do Corda, Estadodo Maranhão.

CLÓVIS ASSIS - Necessidade de punição de todosos envolvidos em atos de corrupção praticados no País.

LIBERATO CABOCLO - Inconveniência da legali­zação da eutanásia no País.

NILSON GIBSON - Conveniência da privatizaçãodo porto de Suape, Estado de Pernambuco.

CARLOS LUPI - Conveniência da criação pelo Go­verno Federal de escola técnica federal em Pernambuco,Estado do Rio de Janeiro.

DÉRCIO KNOP - Destinação ao setor ferroviáriode parte dos recursos provenientes do Imposto sobre Distri­buição de Combustíveis Líquidos e Gasosos.

ALACID NUNES - Transcurso do 1009 aniversáriode fundação do Centro de Instrução Almirante Braz deAguiar - CIASA -, localizado em Belém, Estado doPará.

TILDEN SANTIAGO - Punição dos responsáveispelo atentado contra a agente de pastoral Suzana VilaçaFreitas Neves, de Tarumirim, Estado de Minas Gerais.

JOÃO MENDES - Indicação de Eliseu Resende paraa Presidência da Eletrobrás.

CARLOS SCARPELLINI - Desregulamentação dosetor de transporte rodoviário no País.

JONI VARISCO - Adoção do Imposto sobre Transa­ções Financeiras - ITF.

DÉLIO BRAZ - Transcurso da data magna da Repú­blica Federal da Nigéria.

AVENIR ROSA - Reestruturação da Funai.PASCOAL NOVAIS - Antecipação do pagamento

de benefícios previdenciários.MARINO CLINGER - Atuação do Presidente da

Companhia Siderúrgica Nacional, Roberto Procópio LimaNeto.

ALDIR CABRAL - Conveniência de transferênciada fiscalização do sistema de consórcios para o Ministérioda Indústria, do Comércio e do Turismo.

OSVALDO MELO - Indenização reclamada à Bra­desco Seguros S.A. pelo segurado Nilson Reginaldo daCosta e Silva. Reexame dos dispositivos constitucionaisrelativos ao Sistema Único de Saúde - SUS.

VIRMOND"ES CRUVINEL - Documento "Basespara '0 aperfeiçoamento da Lei do Programa Nacional deDesestatização".

AUGUSTO CARVALHO - Encaminhamento peloGoverno Federal ao Congresso Nacional de nova Lei deDiretrizes Orçamentárias.

VASCO FURLAN - Discrepância entre a safra agrí­cola esto_cada e o poder aquisitivo do trabalhador brasileiro.

JOAO TOTA - Necessidade de reativação do Pro­grama de Crédito Educativo no País.

FÁTIMA PELAES - Necessidade de adoção peloGoverno Federal de política de assentamento rural e incen­tivos aos pequenos agricultores do Estado do Amapá.

WERNER WANDERER - Programa de Garantiaà Atividade Agropecuária.

JOSÉ AUGUSTO CURVO - Implementação peloGoverno Federal de nova política para o setor da borracha.

JOSÉ SANTANA DE VASCONCELLOS - Reexa­me da legislação previdenciária brasileira.

LEOMAR QUINTANILHA - Necessidade de cum­r nento dos dispositivos constitucionais relativos à edu­ca~ão.

NOBEL MOURA - Agradecimentos do orador àcomunidade do Município de Ariquemes, Estado de Ron­dônia, diante dos resultados das últimas eleições muni­cipais.

LUIZ SOYER - Fortalecimento do Congresso Na­cional.

JACKSON PEREIRA - Importância do recolhimen­to do FGTS pelas empresas para o desenvolvimento socialbrasileiro.

V - Ordem do Dia

Apresentação de proposições: NICIAS RIBEIRO EOUTROS, CARLOS SCARPELINI E OUTROS, PIN­GA FOGO DE OLIVEIRA E OUTROS, JOÃO PAU­LO, VASCO FURLAN; JONES SANTOS NEVES, VIC­TOR FACCIONI, EDUARDO JORGE, GILVANBORGES, MARCELO BARBIERI, JOSÉ SERRA EOUTROS, JACKSON PEREIRA, ROBSON TUMA.

VI - Grande ExpedienteJOSÉ FORTUNARI - Transcurso do 5000 aniver­

sário da descoberta da América. Tramitação na Casa depropositura sobre o Estatuto do Índio.

CHICO VIGILANTE - (Como Líder) - Crise dossetores de saúde, educação, segurança e abastecimentod'água do Distrito Federal.

VII - Comunicações ParlamentaresPAES LANDIM - Posicionamento do orador, con­

trário à administração do Fundo de Defesa do Café ­FUNCAFÉ, pelo Ministério da Fazenda.

VICTOR FACCIONI - Apoiamento do orador ànota do PDS sobre a questão doajuste fiscal e a situação econômica e administrativa doPaís.

MENDONÇA NETO - Irregularidades nas eleiçõesmunicipais de Maceió, Estado de Alagoas.

MARCELO BARBIERI - Anúncio de apresentaçãopelo orador de requerimento de informações ao Banco

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24135

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social- BN­DES - sobre o processo de privatização de empresas esta­tais.

LUIZ SOYER - Conveniência da criação de secre­taria de desenvolvimento regional para· a região Centro­Oeste.

JORGE UEQUED - Necessidade de reajuste dosalário mínimo.

VIII - Encerramento

COMISSÕES

2 - REDAÇÃO FINAL

PL n9 164-C/91, PL n9 1.085-B/91, PL n9 1.172-B/91,PL n9 1.757-B/91, PL n9 4.439-B/89, PL n9 6.012-B/90.

3 - ATAS DAS COMISSÕES

a) Comissão de Defesa Nacional, Termo de Reunião,em 4-11-92.

b) Comissão de Seguridade Social e Familia, Resumodas Conclusões da Reunião do dia 4-11-92.

c) CPI - da VASP, 36' reunião, em 4-11-92.

4 - DISTRIBUIÇÃO DE PROJETOS

a) Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Am­biente e Minorias, n° 18/92, em 4-11-92.

b) Comissão de Educação, Cultura e Desporto, n9

7/92, em 4-11-92.c) Comissão de Finanças e Tributação, n9 44/92, em

4-11-92.

5- MESA

6 - LÍDERES E VICE-LÍDERES

7 - COMISSÕES

SUPLEMENTO

Resolução n9 21, de 1992, que cria a Carreira Especia­lista em Atividades de Apoio Legislativo e dá outras provi­dências, sairá publicada em suplemento a este Diário.

Ata da 1713 Sessão, em 5 de novembro de 1992Presidência dos Srs.: Waldir Pires, 2° Vice-Presidente;

Max Rosenmann, 4° Secretário; João Paulo, 4° Suplente de Secretário;Adylson Motta e Vital do Rego, § 2° do artigo 18 do Regimento Interno.

I - ABERTURA DA SESSÃO

Às 14 horas

O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires)­Há número regimental.Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus, e em nome do Povo Brasileiro,

iniciamos nossos trabalhos.O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão

anterior.

11 - LEITURA DA ATA

o SR. ROBSON TUMA, servindo como 29 Secretário,procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é,sem observações, aprovada.

O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - Passa-se à leiturado expediente.

IH - EXPEDIENTE

Não há expediente a ser lido

O SR. PRESIDENTE (Waldir Pires) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Tem a palavra o Sr. Osvaldo Bender.

O SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr.s e Srs. Deputados, no RioGrande do Sul, os produtores estão muito satisfeitos comos resultados obtidos por área plantada, o que também ocorreu

no Estado do Paraná, onde a colheita da safra já está con­cluída.

A única reclamação dos produtores é com relação à co­mercialização e aos preços desse produto. Lamentavelmente,o Governo, nos últimos dois anos, descuidou-se muito doplantio do trigo, precioso cereal que representa o pão namesa de todos os brasileiros. Em 1989, o Brasil colheu 5,55milhões de toneladas e importou apenas 852 mil toneladas.Agora, na atual safra, o País vai colher apenas 3,62 milhõesde toneladas. Trata-se de uma queda de 47% em relaçãoa 1989, quando houve uma grande safra. Faltam recursospara a comercialização, e os triticultores do Rio Grande doSul solicitaram 910 bilhões de cruzeiros para garantir a comer­cialização do produto até o final do ano, embora a safra noEstado seja pequena, de apenas 700 mil toneladas - 100mil toneladas acima do consumo estadual.

A saca de 60 quilos custa cerca de 70 mil cruzeiros, ea de soja, cujo preço sempre equivaleu à metade do preçodo trigo, está cotada em 90 mil cruzeiros. O consumidor pagâ­4 mil cruzeiros pelo quilo da farinha, portanto, um pacotede 5 quilos custa 20 mil cruzeiros. Com uma saca de trigo,produz-se aproximadamente 40 quilos de farinha, que, vendi­dos, representam 160 mil cruzeiros, desconsiderados os resí­duos e a farinha de segunda. Entendo que uma saca de trigopoderia custar no mínimo 120 mil cruzeiros, preço razoávele a contento dos nossos produtores, além de representar umincentivo para eles terem ânimo e disposição para plantarmais na próxima safra.

É lamentável que as áreas agricultáveis do Sul do Paísfiquem sem ocupação durante uma safra. Não plantando trigo,

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24136 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

o produtor colhe uma safra, ou de milho de soja, e, plantandotrigo, pode colher duas safras. O produtor não quer arriscar-semais a fazer empréstimos e ter pagar altos juros e correçãomonetária. Por vezes, a safra falha, e ele fica em difícil situa­ção, sem obter resultados e com bastantes dívidas para pagar.

Sr. Presidente, hoje pela manhã, entrei em contato como novo Ministro da Agricultura, Lázaro Barbosa, que medisse que a programação para a safra deste ano já está feita.Porém, sua intenção para o próximo ano é produzir umadas maiores safras do País. Espero que S. Ex· dê atençãoespecial ao problema do trigo, inclusive à sua importação,porque o trigo importado dos Estados Unidos e aqui moídoé altamente subsidiado, em detrimento do nosso produtor.

Sr. Presidente, tenho certeza de que as autoridade respon­sáveis, se não resolverem na sua totalidade o problema denossos produtores, principalmente os do Rio Grande do Sul,poderão pelo menos amenizá-lo.

Era o que tinha a dizer.

o SR. CELSO BERNARDI (PDS - RS. pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Deputados,segundo Bertrand Russel, em matéria de cultura, "pensamosdemais na produção e não o bastante no consumo. Um dosresultados é que acabamos dando muito pouca importânciaà fruição e à simples felicidade e não julgamos a produçãopela felicidade que ela proporciona às pessoas".

Um dia comemorativo é um dia de celebração. Hoje,Dia da Cultura, devemos celebrar a cultura. Mais ainda: deve­mos celebrar a felicidade que a cultura proporciona ao povo,parafraseando as palavras do sábio inglês Bertrand Russel.

No Brasil, hoje a cultura - graças à Constituição Federal- é mais do que um bem de reconhecida universalidade,pela felicidade que pode proporcionar às pessoas. É um direitode todos, nos termos do art. 215 da nossa Lei Maior queafirma:

"Art. 215. O Estado garantirá a todos o plenoexercício dos direitos culturais e acesso às fontes dacultura nacional, e apoiará e incentivará a valorizaçãoe a difusão das manifestações culturais.

§ 10 O Estado protegerá as manifestações dasculturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e dasde outros grupos participantes do processo civilizatórionacional.

§ 2° A lei disporá sobre a fixação de datas come­morativas de alta significação para os diferentes seg­mentos étnicos nacionais."

Nossa Constituição, portanto, sabiamente trata a culturana sua acepção mais ampla, a antropológica, como um direitoa um bem que permeia toda as etnias e que pode manifestar-sepor uma infinidade de modos, traduzindo, assim, a alma donosso povo.

Daí o reconhecimento constitucional de que o patrimôniocultural brasileiro se compõe de bens de natureza materiale imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, desdeque portadores de referência à identidade, à ação, à memóriados diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (art.216, caput.)

Cultura, assim, é uma riqueza a ser protegida pelo PoderPúblico e pelas comunidades, pois engloba as nossas formasde expressão; os nossos modos de criar, fazer e viver; ascriações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos,documentos, edificações e demais espaços destinados às mani-

festações artístico-culturais; e os conjuntos urbanos e sítiosde valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, pa­leontológico, ecológico e científico, nos termos do art. 216incisos I a V, da nossa Lei Magna.

E é para proteger e administrar a cultura enquanto rique­za nacional que o mesmo art. 216, nos seus §§ 19 e se, dotexto constitucional define medidas e salvaguardas, como tom­bamento e punição aos danos e ameaças ao patrimônio cul­tural.

Celebramos, portanto, a cultura e a sabedoria da tutelajurídica do patrimônio cultural, a começar pelas provisõesconstitucionais. .

Mas um dia comemorativo não é apenas um dia de cele­bração. Hoje, Dia da Cultura, é também um dia de reflexãosobre a cultura brasileira, sobre a nossa inteligência e, valedizer, sobre a nossa felicidade. já que a cultura, como almade um povo, espelha os nossos sentimentos de alegria e detristeza, de ânimo e desânimo, de crença e descrença.

Sem querer fazer um diagnóstico do quadro cultural brasi­leiro, levantamos apenas algumas poucas questões, para asquais os ouvintes inteligentes saberão dar as devidas respostas.

O que foi feito do nosso cinema, outrora tão produtivoe premiado?

E a nossa música .erudita? Por que temos apenas umastrês boas orquestras sinfônicas?

O que leva ° crítico Wilson Martins a declarar que nadade importante aconteceu na literatura brasileira nos últimos20 anos?

Por que os nossos grandes artistas de teatro, na sua maio­ria, estão hoje representando papéis nas novelas da televisão?

Que compromisso os meios de comunicação de massatêm com a cultura, a educação?

E o nosso folclore, um dos mais ricos do mundo, quemo conhece? O que foi feito das festas e dos folguedos popu­lares?

Que cuidados e proteção têm sido dispensados à nossaarte sacra?

Por que nossos museus e bibliotecas, já tão poucos emnúmero, estão desfalcados, falidos?

Por que nossos monumentos estão pichados?Por que nossa educação, da pré-escola à pós-graduação,

exibe um quadro tão perverso, a ponto de termos um terço. da população brasileira - menores, na sua grande massa- literalmente nas ruas?

Questões como essas, SI. Presidente, Sr'" e Srs. Depu­tados, são apenas uma pequena amostra do que podemose devemos fazer com vistas a uma reflexão sobre a nossacultura.

As respostas? Todos nesta Casa sabem dá-las. Todos nes­ta Casa sabem que o País que foi capaz de fazer uma Consti­tuição tão bela e idealista como a nossa não foi capaz aindade realizá-la plenamente, mormente em se tratando de educa­ção, lazer, desporto, ciência, tecnologia, meio ambiente, en­fim, de cultura.

E por quê? Falta de recursos financeiros é a respostaóbvia, imediata. Mas devo acrescentar que discordo dessaresposta simplista e imediatista. É verdade que faltam recursose incentivos de toda ordem para a cultura. Mas é mais verdadeainda que nos tem faltado a vontade política, aquela alavanca

_que move o Estado e a sociedade na direção do que se pre­tende.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24137

Creio, pois, firmemente, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, que se fomos capazes de produzir a Constituição Fede­ral de 1988 - a Carta Magna em que o Estado é para ohomem, para a sociedade, e não o contrário, como lamenta­velmente atestam nossos textos constitucionais anteriores ­seremos igualmente capazes de reahzá-Ia em sua plenitude.Seremos capazes creio firmemente - de ter a vontade políticapara tanto.

E é essa crença, acima de tudo, que devemos celebrarhoje, Dia da Cultura, porque é do acreditar que nasce oplano; porque é do acreditar que nasce o fazer. E é do fazerque nasce o corpo, a pátria, cuja alma é a sua cultura.

Não posso encerrar estas modestas palavras alusivas aoDia da Cultura sem mencionar a atuação governamental destaárea. O início do Governo Collor foi marcado por iniciativasque indicaram verdadeiro descaso pelo pouco que tínhamosem matéria de estrutura, investimentos e políticas para o setor.O que ocorreu foi uma verdadeira operação desmonte.

Com a substituição do Primeiro Secretário pelo Embai­xador Sérgio Paulo Rouanet, renasceram as esperanças deque a Secretaria de Cultura poderia retornar ao bom caminho,retomar o diágolo necessário e construtivo com a comunidadeartística e cultural.

Houve efetiva.mente sensível melhora de qualidade; mes­mo que muitas iniciativas não tenham alcançado consenso,é de justiça creditar ao ex-Secretário Rouanet enorme boavontade para com a reconquista do espaço perdido e seu esfor­ço em definir uma política cultural. A recuperação de umalegislação para implementar a cultura e a definição de meca­nismos para incentivá-la são méritos que cabem ao ex-Secre­tário Rouanet. A chamada Lei Rouanet, mesmo com suasdeficiências e equívocos, foi um esforço válido dentro dascircustâncias e da política global do Governo.

O Presidente interino Itamar Franco mostrou-se sensívele interessado ao optar pela transformação da Secretaria emMinistério. Este status não é suficiente para garantir conquistase não é a tábua de salvação da cultura brasileira, mas é uma :primeira demonstração de que essa área é importante e deque o Governo pretende valorizá-la. Com o Ministério, temosum instrumento melhor para dar prioridade à cultura.

Mais feliz foi ainda ao escolher para Ministro da Culturao renomado professor Antônio Houaiss. O novo Ministrodefiniu três prioridades: patrimônio histórico (dando continui­dade), cinema e acordo ortográfico (Brasil-Portugal).

As suas manifestações na imprensa têm merecido aplau­sos e produzido novas esperanças. Hoje mesmo os grandesjornais registram medidas concretas que objetivam a retomadado nosso cinema. Além do renascimento do cinema brasileiro,o Ministro dará atenção e apoio à conservação e ao uso dosbens culturais e históricos. O Ministro buscará agilizar a apro­vação do Acordo de Ortografia Simplificada entre Brasil ePortugal, que deverá ser adotado também por Angola, Mo­çambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe.Os legisladores portugueses já aprovaram o acordo, e tenhocerteza de que brevemente esta Casa também apreciará amatéria. Esse é um compromisso que precisamos resgatar.

Além dessas prioridades, o Ministro pretende aperfeiçoara Lei Rouanet, estimular os trabalhos das câmaras setoriais,especialmente a do livro. Diante desta nova e promissoraperspectiva para a cultúra, desejo afirmar que, neste 5 denovembro de 1992, já temos o que comemorar: algumas medi­das práticas e boas intenções. Que não falte vontade política!

Na qualidade de Presidente da Comissão de Educação,Cultura e Desporto, desejo cumprimentar o Ministro AntônioHouaiss, desejando-lhe votos de êxito e fecundas realizaçõese hipotecando-lhe nosso apoio.

Finalmente, como representante da histórica região dasMissões - onde se encontra o primeiro patrimônio históricotombado pela Unesco no Brasil, as ruínas jesuítas de SãoMiguel, berço da mais rica demonstração de amor à terrae à liberdade, queremos registrar que hoje temos confiançae fé no futuro, porque estamos convencidos de que a culturamerecerá tratamento justo.

O SR. JOÃO PAULO (PT - MG. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr"' e Srs. Deputados, cada diafica mais evidente a reação de insatisfação das nossas elitescom o Governo Itamar Franco, na medida em que ele vaifazendo sua opção política em favor da prioridade à questãosocial.

O fato é que tal opção tende naturalmente a ganhar espa­ço crescente no contexto político nacional e a contribuir, deforma decisiva, para esclarecer a população sobre o quantoa questão social no País foi relegada à última das prioridades,enquanto o poder foi dominado por essas elites.

Na medida em que se dá prioridade ao combate à miséria,vem ao primeiro plano da cena política nacional a urgentenecessidade de alterar os pressupostos do modelo de desenvol­vimento econômico concentrador de renda, o principal res­ponsável pela marginalização intensa da maioria da populaçãobrasileira.

Evidentemente, ao tomar consciência de que só com asuperação desse modelo econômico perverso será possível oPaís superar a crise econômica em que se encontra mergulhadohá mais de uma década, a sociedade intensifica suas reivindi­cações em favor de mudanças estruturais na nossa economia,marcada por profundas injustiças sociais.

Ora, tais mudanças resultarão em cerceamento de privilé­gios dos que até agora dominaram o aparelho do Estado eo colocaram a seu serviço, transferindo-lhes todos os tiposde benesses, incentivos fiscais, subsídios, doações, favoresde toda a natureza, para sustentar a taxa de lucro de capitalem processo de superacumulação.

Nossas elites demonstraram à exaustão que não têm pro­jeto para tirar o País da crise. O projeto delas é o do FMIe dos credores, aos quais serviu de maneira submissa duranteos últimos dez anos, criando situação dramática que acaboupor inviabilizar os seus próprios interesses.

Senão, vejamos: quem está com medo do discurso damodernização, da abertura da economia neste momento? Sãojustamente os integrantes das nossas elites. Enquanto elestiveram as benesses do Governo para sustentar sua taxa delucro, não cuidaram de modernizar suas empresas, de torná-lasmais competitivas. Nossa elite, cuidando dos seus interessesno interior do aparelho de Estado, foi a principal responsávelpelo seu próprio fracasso. Cuidou ela de tentar eternizar osseus privilégios, esquecendo-se de que algum dia a festa quefez com o dinheiro do povo teria que chegar ao fim, comochegou.

Em vez de apostar na valorização do nosso mercado inter­no, na capacitação crescente do trabalhador, investindo noseu aperfeiçoamento profissional, nossas elites deram ouvidoaos técnicos do FMI e, para combater a inflação, destruíramos salários e conseqüentemente o mercado interno.

Agora quem vai comprar os produtos não competitivosdos nossos empresários, se não existe poder aquisitivo para

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24138 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

puxar a demanda efetiva? Nossas elites empresariais cavarama sua própria sepultura, quando aceitaram o diagnóstico doFMI de que a inflação brasileira decorre do excesso de deman­da e justifica o arrocho salarial. Resultado: estão sem mercadopara os seus produtos porque não há salário para adquiri-los,e, mesmo se houver, os produtos não têm poder de competiçãocom os seus similares, razão pela qual são os próprios empre­sários os que mais resistem à abertura no momento em quenecessitarão de enfrentá-la.

A falência financeira do Estado coincide com a falênciado poder de competição da indústria nacional. Isso não cons­titui mera coincidência. Nossas elites sempre tiveram umarelação umbilical com as agências do governo. No momentoem que essa relação foi superada, porque o Estado faliu,fica claro para todos essa convivência incestuosa do capitalcom o Estado.

Ainda assim, persistem os privilégios. Eles tomaram outraforma. Antes eram os subsídios, os incentivos fiscais e asfartas doações de dinheiro. Hoje são as taxas de juros, queincidem sobre o endividamento interno, a sustentar os especu­ladores, que insistem, dessa forma, em manter os seus privilé­gios, ao mesmo tempo em que intensificam a sonegação.

Não temos dúvida de que, por isso mesmo, seremos dura­mente atacados em nossa iniciativa de encaminhar um projetode lei que suspende tanto o sigilo bancário quanto o sigilofiscal, pois são os detentores de privilégios absurdos os quemais temem as investigações da sociedade.

• O Governo Itamar tem um compromisso inarredável como povo brasileiro. Trata-se de fixar uma nova relação entreo Estado e a sociedade, para que seja aberta, transparente.Enquanto não se consumar essa evidência, permanecerá adesconfiança generalizada do povo nas instituições. Consideroessa a maior ameaça ao nosso processo democrático.

o SR. PINGA FOGO DE OLIVEIRA (Bloco - PRo Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, srs e Srs. Depu­tados, estou entrando hoje com uma indicação nesta Casa,a qual sugere ao Sr. Ministro dos Transportes e ao Diretor-Pre­sidente da Rede Ferroviária Federal que reativem o mais rápi­do possível o trem de passageiros no trecho Maringá - SãoPaulo, passando por Londrina, no Paraná, Ourinhos e outrascidades, no Estado de São Paulo.

Sabemos de antemão que os técnicos da Rede FerroviáriaFederal irão alegar que o transporte de passageiros não dálucro, que é lento, etc. Mas, se o Governo pretende mesmodar prioridade aos aspectos sociais da população, precisaorientar seus técnicos no sentido de que não há como atenderà área social com lucro. Empatando já ajuda. Se se pensarem lucro, em resultado financeiro para a Rede, jamais nossareivindicação será atendida.

O trecho ferroviário entre Maringá, no Paraná, e a Capitalpaulista já existe e é utilizado normalmente para o transportede cargas. Entretanto, como está localizado numa região ca­racterizada por alta produção agrícola e densamente habitadapor pequenos agricultores, população de baixa renda e milha­res de trabalhadores rurais, os chamados "bóias-frias", seriada maior importância e causaria grande repercussão positivae reativação do trem de passageiros.

O transporte rodoviário por ônibus na região em tela,além de ser insuficiente para atender à demanda e de serdominado pelo monopólio de duas ou três empresas, é muitomais caro do que o transporte ferroviário, o que impede asua utilização pela população carente.

Reativar o transporte ferroviário de passageiros é umaquestão social, de humanidade, que propiciaria aos pobresum meio de transporte muito mais em conta, notadamentepara aqueles que viajam do norte do Paraná para a Capitalpaulista.

O investimento da Rede não seria tão alto, e o alcancepopular seria dos melhores. É claro que isso desagradariao cartel dos transportes coletivos no Paraná, mas eles já ganha­ram muito dinheiro.

Sabemos que o Ministério dos Transportes pretende aca­bar com o monopólio. Ótimo! Mas que tal voltar a autorizara Rede Ferroviária a operar no transporte de passageiros.

Nossa indicação, reforçada pelo apoio da maioria dosParlamentares do meu Estado e de São Paulo, traz todasas justificativas necessárias. Só espero que os técnicos da Redeentendam que atendimento social não se faz visando a lucros.Se for assim, coitado do povo!

O SR. PAULO ROCHA (PT - PA. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, em primeirolugar, quero dizer que estamos na expectativa de um novoplano econômico do Governo Itamar Franco, a ser anunciadona próxima sexta-feira. A expectativa não só da Casa, masde toda a sociedade é muito grande, pois tal proposta visaa tirar o País da atual crise.

Trago também a esta Casa um problema do meu Estado.Proferi discurso na semana passada, neste plenário, sobrea situação da criança e do adolescente no Pará, situação quese agrava cada vez mais, devido à forma com que o truculentoGovernador do Estado, Jáder Barbalho, de maneira imperial,trata essas questões que tanto afetam a sociedade brasileira.Só para V. Ex~ terem uma idéia, o Presidente da Fundaçãodo Bem-Estar Social do Pará é um coronel da PM, que coma sua formação de policial, lida com autoritarismo com osfuncionáros, as crianças e os adolescentes da Fundação.

Sr. Presidente, os trabalhadores daquela instituição estãoem greve há 41 dias, e as expectativas de negociação paraa suspensão do movimento paredista são remotas, porquea forma arbitrária com que o Governo trata as reivindicaçõesdos trabalhadores leva o desmando e a penúria à Fundaçãodo Bem-Estar Social. Seus servidores já não querem nemmais negociar seus salários, mas tão-somente os dias paradose um plano de carreira para a Fundação.

O Governador, além de sua postura autoritária, jogou,de forma acovardada, os policiais militares contra os trabalha­dores. Conforme denúncia que nos chegou, feita por 26 entida­des sindicais e de direitos humanos, na madrugada do dia22 de outubro a tropa de choque da Polícia Militar do Estadoespancou e torturou os grevistas que ordeiramente estavamna frente da Fundação do Bem-Estar Social do Pará. Umdirigente sindical e dois trabalhadores foram gravemente feri­dos - um deles, com 16 pontos na cabeça, porque não recebeumedicação a tempo, corre risco de vida - uma gestante sofrerisco de aborto, e a documentação e o material jornalísticode vídeo foram destruídos ou apreendidos.

Não satisfeitos com essa ação brutal, espelhada na Casade Detenção em São Paulo, a direção da Fundação do Bem­Estar Social do Pará resolveu arbitrariamente; sem nenhumembasamento legal, demitir cerca de 120 servidores, que estãosendo chamados, via correio, a apresentarem-se à unidadeda FFBESP, com o objetivo de efetivar o processo de rescisãocontratual. A emissão das notificações iniciou-se no dia 4de novembro de 1992.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24139

Por fim, Sr. Presidente, o Governador do Estado enviouum decreto para a Assembléia Legislativa, com vistas a acabarcom a Fundação do Bem-Estar Social. Não sei quais são osobjetivos de S. Ex\ mas em nosso Estado há inúmeros meno­res perambulando has ruas e cheirando cola. Há verdadeirosaparatos policiais de eliminação - dados concretos a esserespeito já foram trazidos à Casa por outros Parlamentares- de crianças que :perambulam pelas ruas, desamparadas eabandonadas pelas ~uas famílias, devido aos problemas econô­micos que pairam sopre nosso Brasil e devido à recessão provo­cada pela perversa política econômica do Governo anterior.

Sr. Presidente,ltrago à Casa esta denúncia e quero dizerque o Governo do Estado não pode mais tratar as reivindi­cações dos trabalhddores e o abandono das crianças e dosadolescentes de forma autoritária e truculenta e - pior ­usando a Polícia para espancar menores, dirigentes sindicaise funcionários.

A democracia e a liberdade que conquistamos no Paísnecessitam chegar ao Governo do outrora progressista JáderBarbalho, que fez parte do grupo autêntico do MDB e queagora, de maneira truculenta e arbitrária, se contrapõe àsconquistas obtidas. .

Sr. Presidente, eram essas as denúncias que tinha a fazer,para demonstrar a toda a Nação a forma com que algumasautoridades ainda tratam as questões sociais do nosso povo,da nossa gente.

o SR. CARDOSO ALVES (PTB - SP. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, nobres Sr~s e Srs. Deputados, SãoPaulo se vê profundamente agitada pelo problema dos meno­res, pela sua revolta na Febem, pela fuga em massa dos inter­nos, pelas transferências ocorridas, pelo agrupamento na Pra­ça da Sé, pela ameaça;que representam à população paulistanano centro da cidade, pela solicitação da Polícia de São Paulopara que a populaçãq evite transitar pela Praça da Sé ondese situa a Catedral de São Paulo, onde está o Palácio daJustiça o marco zero da praça mais importante de São Pauloo qual se tornou velhd couto de um agrupamento de menoresque põem em perigo b patrimônio, a integridade física e atémesmo a sua vida de quem por ali passa.

Foi exemplar o episódio da Febem. Os menores, os "me­nininhos" botaram fogo em 14 prédios, danificando o patri­mônio público, destruindo boa parte daquele estabelecimento.Os "menininhos" , os menores foram para a Praça da Sé amea­çar a população.

Transferidos pari! clubes, para os chamados clubes daturma, em alguns baiJjros de São Paulo, foram rechaçados,em ato de legítima defesa, pela população que não os querali.

Ora, Sr. Presidente, Srs. Deputados, todos esses fatos,todas essas dificuldades nos convidam a refletir sobre o proble­ma de menores em São Paulo e em outras Capitais do País.Nisso tendo vistas ao "arrastão" na praia de Copacabana,no Rio de Janeiro, e a ameaça que os menores delinqüentesrepresentam à integridade da população, aos ~conceitos daCidade Maravilhosa. Esses menores estão expulsando os turis­tas e impedindo que o Rio de Janeiro continue a ser o quefoi no passado recente, o que Copacabana foi, a mais famosa,a mais formosa, a mais decantada praia do mundo.

Então, Sr. Presidente, providências enérgicas devem sertomadas. Quais são elas? É evidente que nem todos essesmenores são culpados por sua delinqüência, nem todos sãoculpados por seus crimes, nem todos são culpados por sua

agressividade. É claro que a sociedade tem parte nisso. Éclaro que a miséria tem boa parte nisso, é claro que a deficiên­cia do Estado, em matéria pedagógica, educacional, em maté­ria de saúde e assistência social, tem boa parte nisso.

Os menores não são culpados, mas, se eu solto um tigreno meio dos homens, ele também não é culpado de atacarquem perto dele estiver. As feras no meio da população nãopodem ser culpadas pelos males que podem fazer. Por nãoserem culpadas, não podemos tolerá-las nessa impunidade;poi: não serem culpadas, não podemos deixá-las no meio dasociedade, dando-se de barato que elas não são culpadas eque Culpada é a sociedade. A sociedade precisa tomar provi­dências para que esses menores não ameacem as cidades;o Estado deve tomar providências com relação a esses meno­res.

Há dias, conversando com o eminente professor de Direi­to Penal da Universidade de Roma e da Universidade deSão Paulo, Paulo José da Costa, este me dizia - e concordocom ele - ser um absurdo que o menor possa votar paraPresidente da República, para Deputado e Prefeito; que omenor tenha, aos olhos do legislador brasileiro, discernimentopara resolver qual é o melhor candidato para o País e nãotenha discernimento para saber o que é crime e o que nãoé crime, o que é certo e o que não é certo; que o menortenha direitos e os pleiteie junto à sociedade, mas não tenharesponsabilidades fundamentais.

Ora, Sr. Presidente, o discernimento sobre o crime, sobreo que é bom e o que é ruim está escrito na natureza humanapelo seu Criador. Todos nós sabemos o que é bom e o queé ruim antes dos dez, doze, dezoito anos. Portanto, esses"menininhos" de dezessete, dezesseis, quinze, quatorze anos,que andam armados de estiletes, facas, revólveres, ameaçandoa população, sabem que estão errados.

Há nesta Casa uma proposta de emenda constitucional,de autoria do nobre Deputado Sólon Borges dos Reis, redu­zindo de dezoito para dezesseis anos a idade para imputa­bilidade criminal. O Prof. Paulo José da Costa lembrava aindaque é possível reduzir ainda mais a idade para a imputabi­lidade, deixando-a à discrição e ao julgamento do juiz dofeito, que, tratando com o menor, poderá responsabilizá-lo,por força jurisdicional, pela prática de ato criminoso.

Assim, Sr. Presidente, quero conclamar a integrantes des­ta Casa a votarmos matéria como esta, do mais alto interessepúblico, porque é muito mais fácil para o Estado conter meno­res de quatorze, treze ou doze anos do que "menininhos"de dezesseis, dezessete anos e meio, que incendeiam a Febem,que deterioram o patrimônio público. É muito mais fácil con­ter crianças menos fortes e mais sujeitas a uma pedagogiade carinho do que aqueles que ameaçam a população na Praçada Sé, na praia de Copacabana e em diversos estabelecimentosnos vários Estados, principalmente nas Capitais do País.

E mais: é preciso, Sr. Presidente, que sejam revistos al­guns artigos da antilei denominada Estatuto do Menor e doAdolescente. É preciso que se reveja o que ali está dispostocontra o direito, contra o interesse da sociedade, a fim deque possam ser responsabilizados esses "menininhos" que,qua'ndo chega a polícia, gritam "eu sou de menor, não podepôr a mão em mim", amedrontando o agente público discipli­nador e tornando a polícia impotente diante deles.

Sr. Presidente, são estas as considerações que, tendo emvista a segurança da sociedade, principalmente de cidadescomo Rio de Jeneiro e São Paulo, permito-me neste instantefazer a esta Casa, procurando provocar com elas a reflexão

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24140 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

e a responsabilidade dos nobres representantes do povo destePaís.

o SR. IVO MAINARDI (PMDBI ~'RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. 'Deputados, no meuEstado, Rio Grande dos Sul, na cidade de Cruz Alta, entreos dias 12 e 20 de setembro passado, foI re'alizada a 59 FeiraNacional do Trigo, sendo o ponto alto do programa o Semi­nário Nacional do Trigo.

Os participantes daquele siminá!io..-:.... a,classe pro,dutora,a comunidade científica ligada à pesquisà e' à extensão rural,os setores da indústria, o sistema cooperativo, os represen­tantes do comércio de cereais e as '~nt}qades que integrama Câmara Setorial do Trigo - elabom,rama Carta da Triticul­tura Brasileira, em que é abordado o problema da triticulturano Brasil. Uma das conclusões da carta, segundo afirmativado Prêmio Nobel da Paz, Dr. Norman Ernest Borlaug, éque nenhuma nação pode abrir mão do direito e do deverde produzir o seu próprio alimento.

No seminário também se discutiu o porquê de o Brasil,em 1988, quase atingir a auto-suficiência na produção de trigo,pois importamos apenas 852 mil toneladas, e agora, em 1992,estar importando 3 milhões e 310 toneladas do produto. Issosignifica, Sr. Presidente, que não conseguimos a auto-sufi­ciência. Pelo contrário, enquanto aúmenta o nosso consumo,diminui a nossa produção.

Na Carta da Triticultura Brasileira, essas análises sãofeitas, e chega-se à conclusão de que, pelo seu valor estraté­gico, social e econômico, a triticultura nacional deve ser pre- .servada, bastando para isso que haja firme decisão políticados órgãos governamentais e da sociedade brasileira, Por essesmotivos, peço a transcrição nos Anais da Casa deste impor­tante documento, para que essas recomendações e a análisedo problema fiquem registrados.

Finalmente quero dizer, Sr. Presidente, que o meu esta­do, Rio Grande do Sul, tem uma área potencial de 1 milhãoe 200 mil hectares, em que poderia ser plantado trigo. Noentanto, neste ano ele está sendo plantado em cerca de 461mil hectares, isto é, em um terço da área que poderíamosutilizar. Isso, para o Rio Grande do Sul, é um grande prejuízo,porque as lavouras de inverno no sul do País poderiam produ­zir muito, possibilitando a obtenção de duas safras por ano,produção esta que envolve 370 mil propriedades rurais.

Sr. Presidente, hoje quero fazer, como fez o DeputadoOsvaldo Bender, aà analisar o problema da triticultura brasi­leira, veemente apelo - não para este ano, pois o Rio Grandedo Sul já está colhendo a sua safra - ao Ministro da Agricul­tura, nosso colega, no sentido de que reveja a política dotrigo para o próximo ano. Não podemos continuar importandoo cereal-rei. Temos condições de atingir, como o fizemos em1988, a auto-suficiência. E preciso uma decisão de Governo.Se o Ministro da Agricultura quiser, por certo seremos, apartir do ano que vem, auto-suficientes nesse produto, o queé muito importante não só para os Estados produtores, comoo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e outros docentro do País, mas para todo o Brasil. Não podemos maiscontinuar dependendo da produção de outros países para queo nosso povo tenha pão.

Assim, quero deixar o meu apelo ao Ministro da Agricul­tura, aos Ministros da área econômica e ao Presidente daRepública no sentido de que revejam a atual política do trigo,a fim de que o Brasil possa voltar a produzir aquilo que con­some.

CARTA A QUE SE REFERE O ORADOR:

CARTA DA TIUTICULTURA BRASILEIRA

A triticultura nacional, representada pela classe produ­tora, pela comunidade científica ligada à pesquisa e extensãorural, pelos setores da indústria, pelo sistema cooperativo,pelo comércio de cereal e pelas entidades que integram aCâmara Setorial do Trigo, reunidos no Seminário Nacionaldo Trigo, ponto alto da programação oficial da 5~ Feira Nacio­nal do Trigo (5~ FENATRIGO), no dia 18 de setembro de1992, em Cruz Alta, RS, vem manifestar e reivindicar o quesegue:Considerando:

1. Que, como afirmou neste Seminário o Prêmio Nobelda Paz, Dr. Norman Ernest Borlaug, nenhuma nação podeabrir mão do direito e do dever de produzir o seu próprioalimento, do qual o trigo é sem dúvida a mais importantee nobre matéria-prima.

2. Que a triticultura representa produto estratégico e desegurança nacional, como principal sustentáculo da agriculturano Sul do País, permitindo a cobertura do solo e sua conser­vação no período de inverno, e utilizando a estrutura já dispo­nível (armazenagem, máquinas e implementas e mão-de-o­bra), não exigindo portanto novos e vultosos investimentos,mas ao contrário, proporcionando redução de 15 a 18% decustos na propriedade, potencializando assim as culturas deverão.

3. Que o trigo é a principal alternativa economicamenteviável de inverno no Sul do País, possibilitando obter duassafras por ano, e que na sua produção se envolvem 370 milpropriedades rurais, em sua imensa maioria (80%) instaladosem pequenas unidades produtivas e exercendo mão-de-obrafamiliar.

4. Que, paralelamente, milhares de trabalhadores naagroindústia e serviços ligados ao cereal dependem da manu­tenção desta atividade, forte demandadora de bens e insumosindustriais para sua viabilização técnica, e que gera e movi­menta riquezas nas regiões produtoras, representando impor­tante fatia na própria arrecadação de impostos.

5. Que seu cultivo evita a dependência econômica e estra­tégica em relação aos demais países produtores, cujos gover­nos praticam preços sabidamente subsidiados.

6. Que a redução do plantio nos últimos três anos (1990,1991 e 1992) representa uma perda de receita interna de US$835 milhões e uma evasão de divisas de US$ 1,2 bilhão, emface do potencial de produção que o País dispõe.

7. E, finalmente, que o País já conta com a tecnologiade produção disponível para produzir trigo em níveis de produ­tividade similares a países tradicionalmente produtores, inclu­sive para atender exigência de qualidade industrial.Conclui-se:

Que, pelo seu valor estratégico, social e econômico, atriticultura nacional deve ser preservada, bastando para issoque haja firme decisão política dos órgãos governamentaise da sociedade brasileira.E para isso, recomenda-se:

1. Aos Governos Federal, Estaduais e Municipais- Aplicação de tarifa compensatória a produto impor­

tado que goze de subsídio na origem;- Formação de estoques reguladores com produto nacio­

nal;- Importação somente quando necessário e no períodc

de entressafra nacional;

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24141

- Incentivo ao uso de tecnologia, mediante preços esti­mulantes e recursos para custeio e comercialização;

- Aprimoramento do seguro agrícola;- Adoção de incentivos para melhoria química e física

do solo;

- Dotação orçamentária compatível para pesquisa e as­sistência técnica.2. À Indústria

- Priorização da produção nacional;- Parceria com o setor produtivo, visando à garantia

de mercado;

- Desenvolvimento de mercado futuro;- Investimento na pesquisa de trigo e derivados.

3. Ao Produtor- Investimento na melhoria do solo;- Investimento na melhoria da qualidade e da produti-

vidade pelo uso da tecnologia disponível;- Conhecimento e adequação ao sistema de mercado.

4. Às Cooperativas

- Interação (parceria) com o mercado;- Investimento na tecnologia/assistência técnica;- Investimento na qualidade - produção de semente,

distribuição de cultivares, recebimento, beneficiamento e ar­mazenamento.

5. À Pesquisa- Aumento da produtividade;- Agregação de melhor qualidade tecnológica;- Redução de custos de produção.

Entidades Participantes

-ABITRIGO-ABRASEM- BANCO CENTRAL DO BRASIL S.A.-CIMMYT-EMBRAPA-CNPT-FECOTRIGO- FUNDACEP FECOTRIGO-MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES-OCB-PREFEITURA MUNICIPAL DE CRUZ ALTA

ANEXO II

Importação e Evasl10 de Divisas no Perfodo 1990 à1992 em Comparação ao Ano de 1988

Importação Acréscimo ValorAno (mil t) Relativo II Adicional

1988 (mil t) (US$)

1988 8521990 2250 1.398 253.653.1201991 4.376 3.524 497.306.8801992 3.310 2458 467.659.080

Total da Evasão 1.218.619.080

Fontes: CONAB, IBGE e FECOTRIGO.

ANEXO III

Perdas Indiretas de Receitano Rio Grande do Sul em

Função da Redução da Área deC~ltivo de Trigo, em 1992

Considerando-se um área potencial no RS de 1.200.000hectares e a área cultivada em 1992, da ordem de 461.000ha, deixaram de ser consumidas, entre outros:

-759.692 horas de trabalho de colheitadeiras, ou 303unidades;

- 4.810.890 horas de trabalho de tratores, ou 481 uni-dades;

- 857.240 horas de trabalho de arado, ou 428 unidades;-605.980 horas de trabalho de grade, ou 303 unidades;-1.049.380 horas de trabalho de semeadeira, ou 655

unidades. .- Insumos

- 221.700/t de fertilizantes base Cr$352.777.418.000,00- 55.425/t de fertilizantes cobertura Cr$98.631.473.000,OO-96.070/T de sementes Cr$153.990.103.000,00- 886.8007fde herbicida Cr$44.230.905.000,00-1.071.550/1 de inseticida Cr$55.266.038.000,00- 369.500/1 defungicida Cr$126.320.898.000,00-52.540.683/1 de diesel Cr$124.469.942.000,00

Cr$ 955.686.777.000,00

ANEXO I

Perdas de Receita no Período de 1990 à1992 em Comparação ao Ano de 1989

Produção Decréscimo Perda de(t) Relativo II Receita

1989 (t) Intema(US$)

Total de Perdas

Deixou de circular na economia, somente com insumos,Cr$ 955,6 bilhões ou US$ 135,7 milhões, a preços de outubro.

Fonte: Fecotrigo

Durante o discurso do Sr. Ivo Mainardi, o Sr. Wal­dir Pires, 2" Vice-Presidente, deixa a cadeira da presi­dência, que é ocupada pelo Sr. João Paulo, 4Q Suplentede Secretário.

o SR. PRESIDENTE (João Paulo) - Concedo a palavraao ao Sr. Paulo Paim.

O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão do orador.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados, conseguimos, na quarta­feira passada, ou seja, há mais de uma semana, aprovar oregime de urgência urgentíssima para a discussão do projeto

835.049.592

2102879 252.345.4802477.384 294.808.6961.932184 287.895.416

5.555.1843.4523053.077.8003.623.000

ÁreaAno (ha)

1989 3.2823191990 2676.7941991 2145.9001992 2047.000

Fontes: CONAB, IBGE e FECOTRIGO.

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24142 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

relativo à política salarial. A partir daquele momento, estamosprocurando' negociar sua aprovação com a área econômicado Governo, com os Ministérios do Trabalho e da PrevidênciaSocial.

'Confesso, Sr. Presidente, que, como autor do requeri­mento de urgência urgentíssima, eu poderia estar insistindopara que a matéria constasse na Ordem do Dia, pois o Regi­mento Interno me dá esse direito. Mas foi nossa intençãotentar primeiro negociar com o Governo e com os partidosda ,Casa, no que estamos tendo certa dificuldade, a exemplodo que ocorria à época do Presidente Collor, pois as esferasgovernamentais procuram adiar a questão.

Hoje já é quinta-feira, e não conseguimos ter um encontrooficial com o Governo. Ainda tentaremos, amanhã, rio sába­do, no domingo e na semana que vem, chegar a um acordo,mas, se não o conseguirmos, tenho certeza de que esta Casa,a partir do dia 15, votará a política salarial, com ou semacordo.

, Ontem à noite, o Sr. Presidente da República disse quenão entende como os preços sobem 25% por mês e os saláriosnão. Mas o Governo diz isso e nada faz para alterar' a atualsituação.

Tenho visto o Ministro do Trabalho, Walter Barelli, 'criti­car o salário mínimo e dizer que, no Senegal, no Haiti eem outros países da África o salário mínimo é de 100 dólares,enquanto no Brasil ele equivalerá a 30 dólares em dezembro.No momento de discutir o salário mínimo e a política salarial,o Governo diz que esse é assunto para o ano que vem. Ora,trata-se apenas ,de declaração pública, porque, na prática,o Governo nada faz com relação aos salários.

Tomei a liberdade de falar também com o Líder do Go­verno nesta Casa, Deputado Roberto Freire, que se compro­meteu a acelerar a negociação com o Governo. Infelizmente,até o momento, nada aconteceu.

Comenta-se que a política salarial poderia ser discutidajuntamente com o ajuste fiscal, o que seria uma insanidade.O ajuste fiscal, pela sua amplitude, dificilmente será aprovadoneste ano. Todos sabemos disso. Tentar associar o ajuste fiscalà política salarial, a meu ver, é um erro muito grande.

Ouvi hoje, para surpresa minha, comentários sobre avolta do "gatilho". Ora, para mim essa é uma proposta atra­sada e superada, porque ele já foi utilizado e não deu certo.Se o "gatilho" for de 5%, até poderemos discuti-lo. Mas sabe­mos que não será. Deverá ser proposto um "gatilho" de 20%,30% ou 40%. Quando a inflação alcançar este índice, os salá­rios dos trabalhadores serão aumentados. O que vai aconte­cer? O trabalhador torcerá para que o "gatilho" dispare omais rápido possível, mas, para isso acontecer, é preciso quea inflação aumente. Lamento o surgimento dessa proposta,que, no meu entendimento, não condiz com a realidade.

Está faltando mais ousadia ao atual Governo. E ousadia,neste momento, é convocar Parlamentares, Governo, empre­gadores e trabalhadores para, numa única mesa, tentarementabular um amplo acordo acerca de uma proposta de políticasalarial. Mas isso não está ocorrendo. Só vejo suspiros,e,recla­mações, em vez de gestos práticos.

O Deputado Roberto Franca, do PSB, assistiu ontema uma palestra do eCOliomista Dércio Munhoz, com cuja linhade raciocínio concordo. Com relação à Previdência, DércioMunhoz disse que ela está falida e não tem como pagar o139 salário dos beneficiários. No entanto, o Governo afirmaque a Previdência vai não só pagá-lo em novembro, comotambém o reajuste de 147% e que está com superávit de

caixa. O discurso é sempre o mesmo: o Governo está novermelho e, por isso, não pode estabelecer uma política salarialdigna para o trabalhador. '

Sr. Presidente, termino dizendo que o Congresso Nacio­nal não pode e não deve deixar a discussão da política salarialpara o ano que' vem. Ainda este ano, mediante o regimede urgência urgentíssima, haveremos de aprovar um projetorelativo a uma nova política salarial que beneficie o traba­lhador da área privada, o servidor público, o aposentado eo pensionista.

Era o que tinha a dizer.

O SR. WILSON CAMPOS (PMDB - PE. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr~; e Srs. Deputados, quasetodos os jornais de hoje noticiam a reforma fiscal que o Go­verno pretende ver aprovada por este Congresso.

Em análise feita em um programa de televisão, o Depu­tado Germano Rigotto, nosso companheiro de partido, co­mentou que a reforma fiscal incluirá o acréscimo de 6 impos­tos. Hoje já existem 58; portanto, com a criação de mais6, haverá 64 impostos. Quando nos comprometemos nestaCasa a ajudar o Governo a encontrar uma solução para reduzirseu déficit financeiro, supúnhamos que haveria um compro­misso de não aumentar alíquotas nem impostos. Fala-se nacriação de um imposto sobre combustíveis, que penalizarátoda a Nação, e do Imposto sobre Transações Financeiras.Tem-se a impressão de que querem fazer aparecer uma econo­mia que é subterrânea. Queremos que todos paguem impos­tos, desde que não se onere a classe trabalhadora, que nãotem condições de sonegar o Fisco, porque o imposto quepaga é descontado em fonte, sem falar naqueles que não têmo que descontar.

Defendemos o Imposto sobre Transações Financeiras,embora os representantes do sistema financeiro do País, ouseja, os banqueiros, os grandes privilegiados durante os 100anos de República e durante todos os Governos de 1964 atéhoje, já tenham manifestado seu protesto contra o ITF. Ehaverá um confronto, Sr. Presidente, porque eles vão quei­xar~se às autoridades governamentais.

Tenho muita fé no Deputado Gustavo Krause, atual Mi­nistro da Fazenda, mas é preciso que S. Ex~ evite punir aclasse trabalhadora com a criação de novos impostos. O Paísprecisa arrecadar dinheiro, mas deve combater a sonegaçãofiscal, hoje responsável pelo atual déficit de 50% no Tesouro.

O SR. PRISCO VIANA (PDS - BA. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, .complet~doum mês do Governo Itamar Franco, ainda p~rsIste um tIpOde posicionamento político que merece ser anahs~do e ques.tIo­nado para o bem de nossas instituiçõ~s democrátIcas. ConSIsteele em duas opiniões: uma no sentIdo de que o Congresso,por ter sido e estar sendo responsável pelo a~astamen~o doPresidente Collor de Mello, se 'torna necessanamente fiadorda viabilidade do atual Governo; a outra no s~ntido de qu~,com a revisão da Constituição, p~~~rá ser abreVIada ~;d~~~ç~odo Iiüüidãtó dequém estejãocupando o presente qumquemopresidencial. ., . ._

Nada pode haver de mais falso ~o que a pnmeIra opI~Ia~.

Sua ordem de raciocínio peca por dOIS pressupostos. O pn~.eI­ro é o de que a responsabilidade pelo Governo Itamar sIgmfIcaindicar que o mesmo surgiu de articulações do Congre~so.A ser verdade tal pressuposto, a dedução que se pode tIrardos acontecimentos do mês de setembro é a de que ho~veum golpe que operou uma transferência de poder POlítICO.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24143

Como integrante da Câmara dos Deputados e como cidadãoque leu os documentos que levaram ~o /lfastamento do Presi­dente Collor, nada vi que pudesse abonar, essa interpretaçãodos fatos. A presidência Itamar não é produto do Congresso,portanto. Ela é, produto da Constituição.

O outro pressuposto da pretendida' co-responsabilidadedo Congresso é'o de que o Governo Itamiír só tem condiçõesde viabilizar-se' administrativamente com ,/;1 participação doCongresso. Esta preliminar,é tão falsa quanto a anterior, por­que significa conferir ao Poder Legislativo uma função quenão tem no regime vigente, qual seja, a de gerir administrati­vamente o País.

O vício de raciocínio presente nos dois pressupostos indicaque seus defensores estão ainda mais longe da compreensãodo processo democrático.

A democracia representativa se realiza na base da inde­pendência dos Poderes co~stituídos, assegurand? que nenhumdeles interfira ria ação que é própria dos outros. E um princípiode nossa Carta Magna, que vem dos tempos da RevoluçãoFrancesa e do pensamento político do Abade Sieyês, seu pro­motor constitucional e líder reconhecido das aspirações popu­lares.

'As instituições democrátIcas brasileiras continuarão dan­do uma demonstração de força e vitalidade se as pessoas queinsistem em disseminar a postura descrita entenderem quecabe ao Legislativo fazer leis, ao Executivo governar e aoJudiciário dirimir as controvérsias jurídicas que surgem nasociedade., Seja no regime presidencialista, seja no parlamentarista,

os limites devem permanecer bem demarcados, para o bemda democracia. A confiança da sociedade em seus governantesse expressa segundo mecanismos idênticos, tanto em um regi­me quanto no outro. O instrumento de sua manifestação éa representação política que tem assento no Congresso. Nopresidencialismo, de Executivo mais complexo, a responsa­bilidade política não é acompanhada da responsabilidade ge­rencial e pode ser atacada, como está acontecendo agora,por ato da representação política. A responsabilidade geren­cial, aliás, não existe, daí resultando a impossibilidade deuma áção fiscalizadora por parte do Congresso em questõesde competência na arte de governar. Constitucionalmente oGoverno não pode ser afastado por incompetência adminis­trativa. No parlamentarismo, porém, essa responsabilidadegerencial pode igualmente ser atacada. Em um caso e nooutro, a independêcnia entre os Poderes permanece, já quea produção de atos no Legislativo e no Executivo não dependedo consetimento prévio do outro Poder.

Assim, cabe naturalmente ao Governo do Presidente,em exercício, Itamar Franco decidir, segundo seu livre conven­cimento, sobre o que é bom ou não é para o governo dasociedade. E deve fazê-lo sempre, porque este é o seu papel.

Cabe ao Legislativo, mais do que nunca, preocupar-seem fazer as leis do País sem outro condicionamento a nãoser os interesses do povo e dos Estados. Tudo o mais significaráuma visão distorcida da democracia representativa, que emnada contribuirá para seu aperfeiçoamento e para a superaçãodos problemas atuais.

Vejamos agora a segunda opinião.Aos partidos cabe a tarefa de apoiar politicamente ou

não o Governo Itamar. Estarão apenas praticando a demo­cracia. Ao Congresso, porém, não cabe apoiar ou deixar deapoiar o Presidente, mas simplesmente desempenhar seu pa­pel constitucional, que inclui, entre outros, o de zelar pela

permanência do Sr. Itamar Franco no cargo até, o fim desua interinidade, caso o Presidente afastado retorne, ou atéo fim de seu mandato, na hipótese contrária. Por isso, nãopodem certos Parlamentares pretender que o Presidente seafaste caso ocorra a vitória do parlamentarismo no plebiscitodo ano próximo. Afastamento, pela ,Constituição, mesmo revi­sada, só por meio do art. 85, ou voluntariamente e sem pres­sões, pela licença ou renúncia.

A Constituição de 1988 não deixará de existir com arevisão constitucional prevista, que não criará nova Consti­tuição. Surgirá, assim, uma Constituição de 1988 modificada.Seus princípios permanecerão inalterados porque insuscetíveisde substituição. Um deles é o do respeito ao mandato doPresidente, obtido de acordo com seus preceitos. E da própriaConstituição, que determina que a revisão se fará cinco anosapós a promulgação da Carta, isto é, depois de 5 de outubrode 1988.

Não têm cabimento, portanto, nenhum tipo de tutelado Congresso sobre o atual Presidente da República e, muitomenos, nenhuma jurisdição sobre seu mandato, como tambémnão tem nenhum cabimento cogitar agora a interrupção domandato presidencial, na hipótese da vitória do plebiscito,e muito menos a antecipação da revisão constitucional.

O SR. FLÁVIO PALMIER DA VEIGA (Bloco - RJ.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srg' e Srs.Deputados, é meu desejo, com a aquiescência dos nobrescolegas, ressaltar a importância para todos os brasileiros dosignificado do dia 5 de novembro no calendário nacional:é a data em que se comemora o Dia da Cultura.

O Dia da Cultura é comemorado em 5 de novembrocomo homenagem à data natalícia de Rui Barbosa, e foi insti­tuído pela Lei n9 5.579, de 15 de maio de 1970.

Nas administrações anteriores, a cultura foi desprezada,e, na recente estrutura burocrática-administrativa o Ministérioque tratava dos assuntos culturais foi reduzido à Secretariada Cultura.

Medidas atribuídas ao enxugamento do aparelho de Esta­do paralisaram diversos organismos ligados à produção cultu­ral, à proteção do patrimônio histórico, à pesquisa científicae ao fomento tecnológico. Museus, teatros e fundações cultu­rais correrm o risco de fechar as portas. Estas instituiçõesnão podem ser truculentamente podadas devida a critériosde eficiência econômica.

Cultura é o conjunto de padrões de comportamento, decrenças, de instituições e de outros valores espirituais e mate­riais transmitidos através do tempo e característicos de umasociedade. No meu Estado do Rio de Janeiro, a cultura estáligada ao samba, aos becos do Rio Antigo e ao Paço Imperial.Cultura é o imponente conjunto arquitetônico que envolvea Cinelândia, no centro do Rio.

É também a modernidad.:: expressa no prédio do MECe no Museu de Arte Moderna. Do Pão de Açúcar ao CristoRedentor, da Pedra do Sal aos Jardins de Burle Marx, noAterro, do Morro da Mangueira ao prédio da UNE, no Fla­mengo, temos um conjunto cultural que é mais do que umcartão-postal para turistas. Proteger esse patrimônio é o exer­cício pleno da nossa cidadania.

Hoje, com a recriação do Ministério da Cultura e coma nomeação de um homem identificado com a cultura, renas­cem as nossas esperanças. Antônio Houaiss, natural do meuEstado do Rio de Janeiro, formado em Letras, professor deLiteratura, tradutor, filólogo, membro da Academia Brasileirade Letras e ex-diplomata, merece o nosso voto de confiança.

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24144 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992 -

Hoje, Dia da Cultura, queremos dizer que estamos solidá­rios com o atual Ministro, nomeado pelo Presidente em exer­cício Itamar Franco.

o Sr. Presidente, cumpre-nos lutar pela cultura, pelas artes.Um povo só evolui e conquista suas glórias, sua vitória, suaindependência e sha liberdade quando expressa a cultura nasua essência.

No Brasil, a cultura é identificad~ principalmente coma origem da colonização. Os Estados da Região Sul, comoParaná e Santa Catarina, têm grande desenvolvimento culturaldevido à origem de seus colonizadores. Já os Estados pobresenfrentam dificuldades culturais pelo mesmo motivo.

Sr. Presidente, o Rio de Janeiro, por meio da minhahumilde palavra, presta hoje sua homenagem àqueles quese preocupam com a cultura e desejam que o Brasil atinjaum nível cultural elevado, para glória e independência doseu povo.

o SR. JOSÉ FORTUNATI (PT - RS. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, Sr'f' e Srs. Deputados, o GovernoFederal reúne neste momento toda a equipe ministerial daárea econômica, mais os Ministros Walter Barelli e MaurícioCorrêa, para finalizar a elaboração da proposta de ajuste fiscala ser remetida a esta Casa - quem sabe - ainda hoje.

É louvável o esforço do Governo Federal na busca deuma fórmula que contemple princípios básicos nessa reformafiscal tão desejada. Mas estamos inquietos porque não vemospreocupação com uma questão essencial, a reestruturação damáquina arrecadadora federal.

Os números estão a demonstrar que, desde o GovernoJosé Sarney - e principalmente no Governo Collor de Mello- a Receita Federal foi totalmente desestruturada. Em 1970,contava com doze mil funcionários, na sua imensa maioriafiscais que estavam nas ruas, nas empresas, investigando, cum­prindo papel de fundamental importância. Hoje, esse númeroestá reduzido à metade: pouco menos de seis mil funcionários.Além disso, hoje o órgão não dispõe dos equipamentos neces­sários, não existe política de pessoal, os técnicos e fiscaisestão desmotivados, não existem metas a serem atingidas poreles. I

Parece-me, Sr. p'residente, que é inútil falar numa refor­ma fiscal ampla sem que a máquina arrecadadora esteja azei­tada e em dia. Não adianta pensar em impostos especiais,no ITF, em impostos sobre combustíveis, alimentação, bebi­das se a sonegação continuar no mesmo patamar. Temos ainformação, que o próprio Governo confirma, de que a sone­gação no País ultrapassa 50%, sendo que em alguns setores,como o de bebidas, atinge 80%.

Sr. Presidente, esta Casa não pode ser conivente comuma reformulação de impostos que mais uma vez penalizeos bons contribuintes, que ao longo do tempo sempre foramprejudicados por medidas que tinham por objetivo aumentara receita da União, dos Estados e dos Municípios. É neces­sário, sim, que o Governo Federal tenha em mente que oprincípio fundamental é aumentar a base de contribuintes.Não podemos mais continuar penalizando principalmente osassalariados, as grandes YÍtimas de todas as reformas fiscaisjá feitas no País, atingidos que são pelos impostos diretose principalmente pelos indiretos.

Os grandes empresários brasileiros, na sua imensa maio­ria - não quero generalizar-, continuam sonegando. Algunstiveram o beneplácito dos Governos Estaduais e Federais ante­riores.

Sr. Presidente, nós, do Partido dos Trabalhadores, quetemos demonstrado nesta Casa uma preocupação muito gran­de em dar ao Governo Federal condições de governar, aten­dendo às demandas sociais no campo da saúde, da educação,da Previdência Social, também nos preocupamos em discutirreceitas e despesas, mas queremos discutir, acima de tudo,de que forma podemos fazer a chamada justiça fiscal, a justiçatributária, sem que mais uma vez simplesmente se reformulemos impostos onerando, os que ao longo do tempo têm pagoesses impostos corretamente. (Muito bem!)

O SR. MAURICI MARIANO (PMDB - SP. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'S e Srs. Deputados.

"Todo o poder emanda do povo, que o exercepor meio de representantes eleitos ou diretamente, nostermos desta Constituição." (Art. 19, parágrafo único,do Título I, "Dos Princípios Fundamentais" , da Consti­tuição de 1988.)

Esta lição, que ficará inscrita definitivamente na Históriado nosso País, está sendo intensamente vivida, abrindo umaperspectiva de futuro muito melhor, mais tranqüilo, para opovo brasileiro, pelo Governo do ilustre Presidente ItamarFranco. Trato-o de Presidente, não de Presidente em exercí­cio, por ter a certeza de que assim o é, pois, graças a Deus,não voltaremos a conviver com o afastado e corrupto dirigenteda Nação.

A habilidade demonstrada em todos os escalões pelo Go­verno, desde a sua formação, fazendo com que sua base fosseintegrada por elementos recrutados nos quadros do CongressoNacional, a Casa do povo, que, em nome dele, pode e deveexercer o poder, está centrada, e de público quero reconhecere aplaudir isto, no trabalho muito bem desenvolvido peloMinistro do Gabinete Civil, Henrique Hargreaves.

Sob aplausos da Nação e da classe política, o DI. Hargrea­ves, um velho conhecido dos corredores e das salas do Con­gresso Nacional, vem atuando dinâmica e diuturnamente, apa­rando arestas que, infelizmente, existem e continuarão existin­do, compondo correntes, conquistando importantes apoiospara o Governo, cuidando de facilitar, pela via mais direta,a parlamentar, a atuação do Governo Itamar Franco.

O futuro político brasileiro dificilmente deixará de nosconduzir a um regime parlamentarista, seja ele nos moldestradicionais, conhecido há séculos como sistema capaz de ga­rantir a tranqüilidade das sociedades, ou, quem sabe, adap­tado às condições sociológicas brasileiras. Isso, acredito, seráuma conseqüência natural daquilo que é registrado no dia-a­dia de todas as camadas sociais do País. A mudança pareceser um anseio da massa eleitoral brasileira, e sua ratificação,tendo certeza, dar-se-á no plebiscito de 1993. Daí a enormeimportância da rota assumida, de forma firme, constante, peloGoverno Itamar Franco, de estreitar suas relações, ao máxi­mo, com o Congresso Nacional, recrutando nos seus quadrosa maioria dos componentes de seu Ministério. Isso, tenhoplena certeza, tornou-se possível, depois de um estranho econtraproducente afastamento do Palácio do Planalto do Con­gresso Nacional, graças à ação do Ministro Henrique Har­greaves.

Trabalhando muito tempo em estreito contato com Sena­dores e Deputados, o Ministro Hargreaves, mesmo conside­rando ser o regime presidencialista, sempre viu num esquemadesta natureza, com a estrutura do que acaba de ser montado,a garantia de êxito para qualquer programa de governo.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24145

Quero deixar' patente o'meu, testemunho ,pessoa( da efi­ciência demonstrada pela ação~, 'nb'.Congr'esso .Nacional, doMinistro Hargreaves. Isso tenhtnentido, nos vários contadoscom S. Ex~ mantidos, quando o seu pátriotismo, a sua vontadede ver o Brasil sendo levado à retomada-do desenvolvimentopor um govefFlo firme, correto, se.sobrepõ'tntpossíveis atritossurgidos da discussão de interessés' pÓIíticbs-imediatos..

Reconheçamos, por'ser'esta aVfltdage,'que a 'vida e otrabalho do' Ministro Hargreaves' Hão 'sãO lIlada 'fáceis. 'Suaagenda, às vezes, por força ,daquilo 'que~é' obrigado normal­mente a faze! ~ nem sempre c,omp.ortamais um item de compro­misso, mas, amda assim,'seu relacionamento com os membrosdas duas Casas legislàtivas tem se' desenvolvido normalmente,sem solução de continuidade, mesmo nos dias de maior pres­são, de mais tensão, no bojo de um Governo que tem poucomais de um mês de existência.'

Tenho certeza;.Sr. 'P:resipente, Srs. Deputados, .de quea decisão, brilhante, por sinal, do Presidente ItamaflFrancode fazer seu primeiro pronunciamento à Nação usando a tribu­na do Congresso' Nacional é uma das conseqüências benéficasdo trabalho do Ministro Henrique Hargreaves.

,Que os Anais desta' Casa' régistremos meus 'aplausosà eficiência do'qué vem sendo feito'na'aproximação Legislati..vo-Executivo pelo MiniStr6 do Gabinete Civil, Dr. HenriqueHargreavés.

o SR. PEDRO TONELLI (PT - PRo Pronuncia o·seguin­te discurso,)'-' Sr. Presidente, Sr8. Parlamentares, o BNDESconfirmou ontem as datas dos leilões de privatização de maisdez 'estatais. Esta decisão dá uma dimensão exata das prófiIÍl~

das contradições dentro do Governo'Itamar Franco. A conti:nuidáde do programa de privatização-'- tal como foi fixadopelo Governo anterior - é uma demonstração incoÍlteste desubmissão ao FMI e aos credoú:s externos. O Presidente'Ita­mar Franco precisa dar coerência à ação do seu Governo,que vem desmentindo o seu próprio discurso.

Entre as estatais que vão ser leiloadas pelo Governo Ita­mar Franco está a Ultrafértil,subsiaiada da Petrofértil,' cujaprinéipal unidade fiCa em Araucária; na Região Metropolitanade Curitiba. Seu leilão está- confirmado para o próximo dia18, mas para realizá-lo o ,Governo terá que derrubar'liminarconcedida pela Justiça Federal do Paraná suspendendo suavenda.

Só na unidade de Araucária, que produz por ano 450mil toneladas de uréia e 350 mil toneladas de amônia, foraminvestidos, em valores atualizados, .cerca de 650 milhões' dedólares: A Ultrafértil possui ainda mais duas unidades, emCubatão e Piaçaguera, em São Paulo, além de um terminalmarítiino no litoral paulista. A construção das três fábricase do' terminal exigiriam hoje investimentos da ordem de Umbilhão é meio de dólares. ' ,

No entanto, as duas consultorias independentes contra­tadas pelo BNDES para avaliar o patrimônio da empresaapresentaram valores absurdamente baixos. A primeira ava­liou o patrimônio da Ultrafértil em 425 milhões de dolárese a segunda em apenas 188 milhões de dólares A simplesdiferença de 126% entre as duas avaliações realizadas seriasuficiente para despertar suspeitas e exigir uma terceira avalia­çãopatrimonial. Aliás, como prevê o próprio Decreto n9

99.463, que regulamenta as privatizações.No entanto, o BNDES ignorou estes indícios de irregula­

ridades e deu continuidade ao processo de alienação da em"presa.

Foi justamente com base nestadertúncia feita pelo Movi­mento'de Defesa do 'Sistema Petrobrás àProcurodoria Gerálda República que o Juiz Edegard Antonio Lipman Júnior,da 3~,Vara da Justiça Federal de Curitiba, suspendeu' o.leilão.

Na semana passada, 650 trabalhadores ocuparam a fábri­ca da Ultrafértil· em Araucáriá.'{íara.exigir.a suspensão daprivatização da empresa. A desocupação só foi feita quandoa Justiça deu liminar favorável ao pedido de suspensão doleilão. Mas o Góverno insiste em levar adiante 'e'sta políticairresponsável que herdou do Gqverno 'corrupto doSt. Fellnan­do C0110D.

O Grupo Petrofértil- braço I da ,Petrobrás 'que atua'nosetor'de'fertilizante's químicos ""':'·foi incluído desde o primeiromomento no Programa de Privatizáçã0: Antes de' ú Governo80llor'iniciar o seu desmonte, a' Petrofértil' controlá'V'a cincoempresas, com unidades opéracionaisespalhagas por oito Esctados, atendendo às principais regiões agrícolas do País.

Os fertilizantes não-orgânicos adquiriram importânciafundamental na agricultura alavancaI).do o fqD,tásticoaumento<;le produtividade verificado neste s~culo. Até, a década, de50, o. ~rasil dependia fundame.ntl!l\TIente das, importações defertilizantes químicos,..

A partir de maciços investimentos estátais ~ suprindoa falta deinteress"i': do capital privado -; o Brasil conseguiusupyrar o atraso, caminhando a passos largos rumo à auto-su­fic~ê,ncia, na produção de adubos químicos. Em 1973, o País.só produzia 13% dósfertilizant~scpnS4rrtidos pelasl1a agricul­furá: Em' 1985, a produção nacional jé} ~tendia.85% da deman­da - um salto sustentado exatame'ntepelaPetrofêrtil, criadaém1'977. É precisQ rever a política equivocada ás's~m,ida peloGoyet:no Collor e que Itamar Franco '~siá lev~1?dQ adiante,comandada e ordenada pelo Fundo Monetário IqternacionaL

A privatizaç~o ~m curso, que já atingiu duas subsidiáriasda Petrofértil, verp. sendo preparada de longa data. Em 1982,o então Presidente da Petrobrás, Shigeaki Ueki, adotou umame(jidaperversa qÚ,é abalou a sustentação financeira .da Petr,o­féril., Para atender 'interesses privados, a Pe~rofér~il e suas8úbsidiárias foram proibidas de produzir e vender fertilizantescompostos diretamente aos agricultores. ' .. '

Isso favoreceu escandalosamente o setor privado. Sémnecessidade de investimentos significativos, 'empresas privadascompram a matétià~prima produzidapel~ Petrofértil, fazema mistura e vendem o fertilizante aos agricultores, obtendolucros fantásticos., 9 adubo é um dos insumos que mais oneraa atividade agrícol1\.A proibição irresponsável da venda diretapela Petrofértil aos, agricultores encareceu enormemente oproduto: '

Os aumentos dos custos do produtor sempre são repas­sados ao preço dos 'Produtos agrícolas, e quem paga a contasão os consumidores.

O Brasil é o sexto maior consumidor mundial de adubosquímicos. Mesmo assim, o consumdo do País é baixíssimoquando comparado com o de outros países onde a agriculturaé mais desenvolvida. Nosso consumo anual é de 52kg porhectare, contra 433 do Japão, 421 da Alemanha, 237 da China,107 dos EUA, 83 do Paquistão e 54 da índia. O baixo consumode fertilizantes tem a ver com o atraso da agricultura brasileira.

A privatização da indústria brasileira de fertilizantes éum autêntico atentado aos interesses nacionais. Para adubaros lucros do setor privado, o Governo vai paralisar a produçãode insumos estratégicos para o desenvolvimento da nossa agri­cultura. A privatização da Petrofértil vai aumentar a depen-

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24146 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

dência do País das importações de adubos químicos, colocan­do-o à mercê dos preços fixados pelo mercado internacional.

A privatização das subsidiárias da Petrofértil prejudicadiretamente o Paraná, que vai perder a Ultrafértil, uma em­presa sólida e lucrativa. No ano passado, a empresa apresentouum faturamento líquido de 91 milhões de dólares. O Paranátem na agricultura sua principal atividade económica, e oencarecimento dos fertilizantes vai afetar a produção agrícola.

Em nome do futuro da agricultura paranaense e brasi­leira, devemos exigir que o Governo supenda imediatamenteo processo de desmonte e alienação do Grupo Petrofértil.A venda da Ultrafértil só atende os interesses dos monopóliosprivados de produção e comercialização dos fertilizantes, quequerem se torJ.lar mais oligopolizados do que já são.

o SR. RUBEN BENTO (Bloco - RR. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~S e Srs. Deputados,comemoramos hoje o aniversário natalício de Rui Barbosa,o maior advogado do Brasil e um dos maiores jurisconsultos,que através da imprensa, como também nos tribunais parla­mentares e judiciários, travou uma luta obstinada pela liber­dade e pela democracia.

Contudo, seu interesse intelectual não se limitava à ciên­cia jurídica. Interessou-se por vários outros campos do saber,como se pode verificar pela sua vasta obra e pelos títulosde sua imensa e provida biblioteca particular. Alguns de seustrabalhos ficaram célebres, tais como a tradução de O Papae o Concílio, em cujo prefácio traça eruditíssima história dasrelações do Estado com a Igreja; Cartas da Inglaterra, quecontém sua vigorosa defesa do Capitão Dreyfuss, condenadoinjustamente; O Direito do Amazonas ao Acre Setentrionale a República. Na polêmica do Código Civil deu mostra deseu profupdo conhecimento de filologia.

O "Aguia de Haia", o homem que virou mito em vida,foi estudado e biografado por muitos, dentre os quais destaca­mos os ex-Parlamentares Clodomir Cardoso, João Manga­beira e Luís Viana Filho.

Por todas as razões há pouco mencionadas, o dia doaniversário natalício de Rui Barbosa, 5 de novembro, passoua ser comemorado como o "Dia da Cultura".

É tão oportuno lembrar a figura de Rui Barbosa no mo­mento em que o povo brasileiro vive os dias mais democráticosde sua história, participando ativa e diretamente do processode impeachment do Presidente Collor, nas ruas, em todo oPaís, quanto celebrar o "Dia da Cultura" em ocasião emque o Presidente em exercício, Itamar Franco, recria o Minis­tério da Cultura e confia-o a um intelectual do porte de Antô­nio Houaiss.

Ademais, neste momento em que se eleva a cultura anível de Ministério, não seria descabido propor alguma moda­lidade de reforço do Instituto Brasileiro do Património Cultu­ral, órgão responsável pela defesa e conservação do patri­mónio histórico e artístico nacional, tendo em vista a comple­xidade do assunto e por bem sabermos da preocupação doTitular da Pasta da Cultura, que estabeleceu como prioridadenúmero 1 do Ministério o patrimônio.

Nossa proposta prende-se à preocupação com um acervocultural de enorme valor, como é, por exemplo, o caso deOuro Preto e de Olinda, declarados patrimônio da humani­dade pela Unesco.

Em 1935, assumiu o Ministério da Educação e CulturaGustavo Capanema, que muito promoveu e estimulou a cultu­ra neste País. Intensa foi a sua atuação. Cercou-se de 'intelec-

tuais de vulto como Carlos Drummont de Andrade, ManuelBandeira, Mário de Andrade, Cândido Portinari, Heitor Vi­llas-Lobos, Rodrigo Melo Franco de Andrade e muitos outros.

Fez erigir no Rio de Janeiro, então Capital Federal, oedifício-sede do Minist~rio, que marcou o início da arquiteturamoderna no Brasil e projetou talentos na arquitetura comoOscar Niemeyer, Sérgio Bernardes e Afonso Eduardo Reidy.Naquela época, Gustavo Capanema pediu a Mário de Andra­de, cujo centenário de nascimento comemoraremos no anovindouro, um projeto destinado à preservação do patrimóniohistórico e artístico. O autor de "Macunaíma" elaborou umtexto, que veio a ser o Decreto-Lei nU 25, organizando oantigo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional,para cuja direção foi indicado Rodrigo Melo Franco de An­drade.

Capanema criou, também, naquela ocasião, o InstitutoNacional do Livro, que possibilitou a muitos Municípios terema sua biblioteca pública e permitiu a reedição de livros desuma importância para a cultura nacional, mas de escassointeresse comercial.

No momento em que o Brasil procura tomar o lugarque lhe cabe no concerto das nações, quando, por exemplo,reclama assento permanente no Conselho de Segurança daONU, é vital valorizar a educação e a cultura. Mencionamoseducação por entendermos que educação e cultura andamjuntos, enquanto ação governamental, razão pela qual os doisMinistérios devem trabalhar em perfeita sintonia.

Um país não se afirma sem valorizar a sua cultura. Énecessário preservar o idioma, e, por isso, importa muitoamparar a boa literatura, que é também retrato da sociedade.Basta lembrar que o drama da seca do Nordeste chegou aoconhecimento dos brasileiros através dos romances de autorescomo José Lins do Rego, Graciliano Ramos, José Américode Almeida e Rachei de Queirós.

Uma Nação não pode viver sem memória, e memóriaé cultura. Por isso, é preciso preservar os monumentos denossa história, como também é preciso estimular as artes,a música e as letras, que constituem o nosso património cul­tural.

É por estas razões, Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados,que entendemos que o Ministério da Cultura deve ter a suadotação orçamentária significativamente reforçada, de modoa poder cumprir adequadamente com seus deveres constitu­cionais. Quem lucra é o Brasil, pois um povo sem memóriaé um povo sem consciência, que tende a marcar passo e aser dominado.

O SR. PAULO DELGADO (PT - MG. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, aproxima-se a revisão da Consti­tuição brasileira promulgada em 1988. Uma das questões fun­damentais é o papel das empresas estrangeiras no desenvol­vimento do nosso País.

Seminário realizado na Universidade de Campinas sobreas tendências globais do investimento direto estrangeiro eas estratégicas das empresas transnacionais no Brasil, organi­zado pela Transnationa Corporations and Management Divi­sion - TCMD, órgão da Organização das Nações Unidas,revela que, em 1991, enquanto o valor total das exportaç0esmundiais atingiu a cifra de 3,7 trilhões de dólares, o fatura­mento global relativo à produção das 150 mil filiais no estran­geiro de pouco mais de 35 mil empresas transnacionais chegoua 4,4 trilhões de dólares.

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Esses números, segundo Karl P. Sauvant, diretor adjuntoda TCMD, são significativos para comprovar que se no passa­do o crescimento econômico era guiado pelo comércio interna­cional, hoje, diferentemente, é guiado pelo investimento dire­to das transnacionais no estrangeiro e pelo comércio a eleassociado.

Diz ainda que "só esse comércio entre filiais do mesmosistema corporativo e entre filiais e suas matrizes representana atualidade entre 30% a 40% dos fluxos globais do comérciomundial".

É um dado fundamental. Os elementos de desenvolvi­mento econômico e de fluxos de investimentos no mundofazem com que o Constituinte parcial da revisão, que seráfeita em 1993, tenha que analisar de maneira profunda o quedeseja para a economia brasileira e principalmente o que querpara as empresas estrangeiras ou as empresas nacionais decapital estrangeiro em nosso País.

Um terço do Produto Interno Bruto do nosso País estáhoje na economia informal, com grande possibilidade de nãoestar sendo incorporado ao processo do desenvolvimento.Além disso, os dois terços que estão na economia formal,a chamada economia legalizada, são, lato sensu, produto deriqueza que pode ser sonegada, ou seja, não tributáveJ narealidade brasileira.

Um país com um processo de desenvolvimento tão anár­quico, tão confuso como este dificilmente conseguirá enfrentaros problemas que virão com a presença marcante dos capitaisinternacionais, já que não poderemos cercar o Brasil, impe­dindo que receba investimento.

Na revisão constitucional, temos que cuidar muito bemdo papel dessas empresas, criar mecanismos de controle eajuste fiscal interno que possam disciplinar o investimentode capital, a apropriação de riqueza, o aporte tecnológicoe, principalmente, evitar que se continue a penalizar, de ma­neira implacável, os trabalhadores brasileiros. Aliás, os traba­lhadores são os únicos que contribuem para a arrecadaçãodeste País. No processo fiscal brasileiro, formam o conjuntode cidadãos que não sonegam impostos, já descontados nosseus salários. E pagam ainda impostos indiretos relacionadoscom os produtos de consumo a quem têm acesso - quandotêm acesso.

Então, Sr. Presidente, a reforma fiscal brasileira não teránenhum significado se não estiver vinculada ao processo dedesenvolvimento global do nosso País. É preciso incluir opapel das empresas estrangeiras, das empresas nacionais, dostrabalhadores e do Estado na regulamentação do processode desenvolvimento democrático que queremos para o nossoPaís.

Era o que tinha a dizer.

o SR. LOURIVAL FREITAS (PT - AP. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, o jornal Correio Braziliense,de hoje, traz matéria que retrata bem a posição de váriospartidos com relçaão à reforma administrativa.

O substitutivo apresentado pelo PSDB, PDT, PT, PPS,PC do B, PSB e PV foi praticamente ignorado pelo Relator,Deputado Francisco Dornelles. Das 28 sugestões desses parti­dos poucas coisa foi aproveitada.

Espero que o Relator da Comissão Especial que analisaessa medida provisória seja sensível ao pleito e ao sentimentodos partidos que apresentaram o substitutivo. Por detrás dessareforma administrativa existem muitos interesses não esclare­cidos. É preciso que esta Casa não tenha medo de, com muita

firmeza, -fazer as mudanças necessárias, principalmente nosetor público.

Sei que, na Secretaria de Administração Federal, ocorreminúmeras irregularidades. Já denunciei desta tribuna inúmerosatos tomados na calada da noite, no apagar das luzes do Go­verno Collor de Mello.

A SAF precisa urgentemente ser submetida a um processode averiguação, para que o mal seja cortado pela raiz. Hámuita irregularidade na SAF. Pessoalmente já conversei como Ministro Walter Barelli a respeito de alguns processos envol­vendo funcionários que estão entrando nos quadros da Uniãosem concurso público. O Diário Oficial da União, todos osdias, pública portarias nomeando funcionários para os quadrosdo extinto Território Federal do Amapá, do extinto Territóriode Roraima e do extinto Território de Rondônia. A alegaçãode que não há despesa para a União não é verdadeira. OSecretário da Administração Federal e o Diretor de Pessoalda SAF estão mentindo.

Muita gente está entrando para os quadros da Uniãosem concurso públicp, exigido pela Lei n9 8.112, que in'stituiuo Regime Jurídico Unico.

No ano passado, apresentei requerimento de informaçõesdirigido à SAF. A Secretaria foi para o Ministério do Trabalho,depois para o Planejamento e agora volta para o Ministériodo Trabalho. E ainda não recebi resposta sobre a publicação,no ano passado, de uma relação de 600 pessoas que não conhe­cem o Amapá, nem Roraima, nem Rondônia e foram incluídasnos quadros dos servidores públicos federais. Então, é precisoestarmos atentos para o que acontece na Secretaria de Admi­nistração Federal.

Sr. Presidente, está havendo pressão junto ao DeputadoFrancisco Dornelles, Relator da reforma administrativa, paraque a SAF saia do Ministério do Trabalho e vá para a Presi­dência da República. Na verdade, acho que estão querendoesconder muitas irregularidades. Não vou me calar, conti­nuarei a denunciá-Ias. Já tomei algumas providências e vouacionar o Ministério Público e a Justiça para punir os respon­sáveis pelos atos irregulares, publicados no Diário Oficial etomados na calada da noite, de maneira sub-reptícia.

O SR. PRESIDENTE (João Paulo) - Agradecemos aosalunos da Academia de Polícia Militar de Brasília a prestigiosapresença.

Concedo a palavra ao Sr. Osório Adriano.

O SR. OSÓRIO ADRIANO (Bloco - DF. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, já fiz destatribuna dois discursos denunciando a volta para o Rio deJaneiro de órgãos já fixados em Brasília. A cada dia os casosse avolumam. Já denunciei a possível venda da sede do BN­DES em Brasília para o Banco do Brasil. Já falei sobre avolta da CVM. Hoje denuncio a transferência de mais umórgão para o Rio de Janeiro. Trata-se do Instituto Brasileirodo Patrimônio Cultural, ligado ao Ministério da Cultura. Se­gundo é do meu conhecimento, o Departamento Jurídico doinstituto já regressou ao Rio de Janeiro.

Sr. Presidente, o novo Presidente da CVM, Dr. LuísCarlos Piva, ao saber dos discursos que ando fazendo, estáacelerando o regresso do órgão para o Rio de Janeiro. Vejamo absurdo: numa época em que o Governo está pretendendocriar novos impostos, dirigentes de órgãos estatais ~stão ge.ran­do mais despesas para o Esta~? Sobretudo depol~ da. mmhadenúncia, isso é um desrespeito a esta Casa e a leI. E se

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24H8 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção X) l<fovembro de 1992

estamos denunciando é mais com a preocupação de evitardespesas supérfluas. .

Tenho em mãos. 26 portarias de exoneração de funcio­nários do mencionado órgão aqui em Brasília -logicamenteserão admitidos outros no Rio de Janeiro~, os quais engros­sarão o batalhão de desempregados da nossa cidade, que jásoma mais de 100 mil pessoas. Essas portarias ainda não foramassinadas, mas deverão sê-lo nos próximos dias.. . Quando fiz o meu primeiro discurso, sequer sabia quem

vma a ser o novo Presidente da CVM. Então, não há nadade pessoal na minha atitude. Já disse e repito que não conheçoo Dr. Luís Carlç's Piva, mas estranho sua afirmação de quetudo permanecerá como está, a sede do órgão continua emBrasília, mas, operacionalmente, a CVMirá para o Rio deJaneiro.

Sr. Presidente, os próprios diretores do órgão poderãoreceber diárias, pois se estão no Rio e a sede é aqui, elesfazem jus a diárias. Em breve estaremos recebendo queixasnesse sentido.. ,

E o vaivém se arrastará' cada vez mais. Já mais de cincoórgãos voltam ao Rio de Janeiro. Tenho o maior respeitopelo Rio de Janeiro, mas todos nós brasileiros temos de convirque a nova sede da Capital da República, a partir de 1960é Brasília. "

A CVM teve dois presidentes que a ,mantiveram aquiem Brasília: o Dr. Ari Oswaldo Mattos Filho e o Dr. RobertoFllldini, ambos de São Paulo. Não preciso dizer que o. Dr.Luís Carlos Piva é carioca. Coincidência ou não, ele estálevando o órgão para o Rio de Janeiro.

Ao fazer esta denúncia, Sr. Presidente, quero pedir aatenção do Ministro da Fazenda, a quem estou pedindo umaaudiência para conversar sobre este assunto e de viva vozreforçar a denúncia. . "

Quero solicitar ao Dr. Luís Carlos Piva, com o respeitoque não merecemos dele até agora, que paralise esta transfe­rência até que eu possa conversar com o Ministro, para colo­carmos um fim nesta farsa: o órgão tem sede em Brasília,mas, na realidade, está no Rio de Janeiro.

S~. Presidente, são ~stas as palavras que, mais uma vez,gostana de trazer a respeito deste assunto. Prometo que estareialerta a toda mudança que se tente fazer. Não porque souDeputado eleito por Brasília, mas porque sou contra essasdespesas supérfluas.

Ainda hoje, presidi reunião de uma comissão que buscamelhorar a estrutura tributária do nosso País. Na realidadetemos de nos convencer de que é preciso gastar menos. Asolução não está na criação de novos impostos mas simem gastar menos. ' , ,

Tenho certeza de que atitudes como a do Dr. Luís CarlosPiva não ajudam o Governo na aprovação desta reforma fiscal.Aqui no Distrito Federal, somos oito Deputados e três Sena­dores. Estaremos vigilantes para evitar que esses propósitosse tornem realidades.

Era o que tinha a dizer.

o Sr. Nan Souza - Sr. Presidente, peço a palavra pelaordem.

O SR. PRESIDENTE (João Paulo) - Tem V. Ex' a pala­vra.

O SR. NAN SOUZA (PST - MA. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, peço aos companheiros que cumpramo tempo que lhes é reservado no Pequeno Expediente. Há ...

oradores que estão utilizando até dez mimltos. Solicito aoSr. Presidente que seja rigoroso quanto a esse tempo.

o SR. PRESIDENTE (João Pal!lo) - Estamos cumprindorigorosamente o Regimento Interno, nobre Deputado.

Concedo a palavra ao Sr. Luiz Girão.

. O SR. LUiZ mRÃO (PDT - CE. Sem revisão do ora­dor.) -Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, ontem estivemoscom o Presidente da Republica, Itamar Franco, para tratarde soluções para a seca do l'-{ordeste brasileiro. Estamos saben­do que o Governador do nosso Estado não faz parte da comi­tivda que veio negociar soluções concretas.

Hoje, tivemos o prazer de, pela primeira vez, despacharcom o Ministro do Bem-Estar social, nosso companheiro Juta­hy Magalhães. Por sinal, tivemos uma extraordinária impres­são de S. Ex', que nos parece bem-intencionado no que serefere à solução dos problema mais sério que afligem o Nor­deste ~rasileiro. Sugerimos a s. Ex~ que agora mesmo façauma Viagem aos Estados onde a situação é mais difícil, oPiauí e o Ceará, e mande construir adutoras, cuja falta tantoenvegonha o Nordeste brasileiro. Não se admite que em plenoséculo XX a população nordestina ainda seja abastecida deágua através de carro-pipa, o que leva à desonestidade, àsfalcatruas, ao desvio de recursos. Bastaria que o Governoe a população brasileira decidissem pela construção das aduto­ras necessárias.

É sabido que no Brasil há hoje 40 milhões de pessoasvivendo na absoluta pobreza, recebendo menos de um saláriomínimo, passando fome, sem teto, espremidas em subabi­tações com péssimas condições de higiene. São pessoas doen­tes, depauperadas social e culturalmente.

Há um déficit alimentar generalizado no País. O quadrode desnutrição é grande na faixa de zero a sete anos. Temossugestões para apresentar ao Governo. Sabemos que a popu­lação nordestina não consegue completar 51 anos de vida.A nossa perspectiva de vida é essa, enquanto parcelas dapopulação que reclama neste País chegam aos 67 anos deidade. O Governo anterior, além de acabar com o célebreprograma do leite, suprimiu todos os programas de susten­tação alimentar. Em 1991, o Governo Federal gastou 70%e, em 1992, apenas 6,7% dos recursos orçamentários parasuplementação alimentar.

É um absurdo que este País não preste atenção às pessoasdesnutridas, que realmente precisam de programas alimen­tares. Sugerimos a implantação de programas' alimentarescompensatórios, inclusive já discutimos isso com oMinistroJamil Haddad, até que se resolva o quadro social. O MinistroMurílio Hingel quer também formar uma clientela específicae concordamos que isso tenha que ser feito neste País. Nã~podemos, de forma alguma, continuar vivendo numa Naçãoem que as pessoas estão morrendo e não são tomadas provi­dências.

Quero protestar, Sr. Presidente, contra o comportamentodo Governador do meu Estado, que diz a todo o País queno Ceará se vive uma vida espetacular, lá tQdo mundo estábem, parece a Suíça. Na verdade, o que sentimos é que afome desenfreada, a miséria e o índice de mortalidade infantilvêm aumentando. É preciso que o Governo tome providênciasem relação às pessoas que foram vítimas da calamidade daseca.

Era o que tinha a dizer.

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Durante o discurso do Sr. Luiz Girão, o Sr. JoãoPaulo, 4· Suplente de Secretário, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Adylson Motta,§ 2· do art. 18 do Regimento Interno.

O Sr. José Luiz Maia - Sr. Presidente, peço a palavrapara uma Comunicação de Liderança..

O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) - Para uma Co­municação de Liderança, nos termos regimentais, concedoa palavra ao Deputado José Luiz Maia, que falará pelo PDS.

O SR. JOSÉ LUIZ MAIA (PDS - PI. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, o Partido Democrático Social- PDS, por suas bancadas no Senado Federal e na Câmarados Deputados, está preocupado com o desencontro de infor­mações sobre o ajuste fiscal. Imbuído do espírito de colaborarcom a retomada do crescimento e desenvolvimento econômicoe social do País e tendo em vista a necessidade de tornarclaro seu entendimento, resolve, nesta data, divulgar a suaposição oficial.

Tal decisão visa a que a matéria, de vital importânciapara a Nação, possa ser discutida e decidida democraticamenteno fórum legislativo, como o conhecimento pleno, por parteda sociedade, das diversas posições de todos os seus segmen­tos.

Nossa posição, como o Sr. Presidente e os Srs. Parlamen­tares poderão verificar no texto que passo a ler, contemplaa idéia central de que, ao invés de ser aumentada a cargatributária, deve-se trabalhar na redução dos custos opera­cionais da máquina pública e no aperfeiçoamento do aparelhoarrecadador.

Eis a nota:

"O Partido Democrático Social- PDS, tendo emvista as variadas proposições no sentido de um AjusteFiscal com a elevação da Carga Tributária, vem mani­festar-se publicamente sobre os seguintes pontos queconsidera fundamentais para a definição do seu posicio­namento:

1. A economica brasileira está a requerer enfren­tamento das causas dos seus problemas, que se mani­festam num continuado processo inflacionário combi­nado com uma cruel recessão econômica;

2. Neste contexto, a continuidade de uma polí­tica econômica, que, sistematicamente, eleva alíquotasdos impostos já existentes ou cria impostos adicionaisacentuará a desorganização do parque produtivo brasi­leiro, processo que se iniciou com o Plano Cruzadoe persistiu com a implementação de outras propostasheterodoxas. A transferência de mais recursos do setorprivado para o setor público só poderá ocorrer emdecorrência da retomada do crescimento.

3. A análise dos dados da economia brasileiraindica que a participação da despesa pública de custeio,nos três níveis da administração governameAtal- fede­ral, estadual e municipal-, com relação ao PIB, vemapresentando um crescimento acentuado, sem a corres­pondente melhoria dos serviços públicos prestados àpopulação;

4. É preciso com a máxima urgência definir ascompetências da União, Estados e Municípios. Já hou­ve a transferência de reC!!fSOS; o que não houve, atéagora, foi a transferência das respectivas responsabi­lidades.

5. Ao mesmo "tempo, a elevação do endivida­mento público, produzido por um dispensável aumentodas reservaS externas, está" a resultar em elevada taxade juros real para a continuidade do financiamentodas necessidades goveJ'namentais, o que inibe não sóa demanda como a própria atividade produtiva, enges­sando a economia;

6. A saturação da capacidade de recolhimentode tributos e pagamento de elevados juros reais, quereduzem o "salário real dos trabalhadores, aumenta aresistência dos contribuintes a quaisquer novas tenta­tivas de elevação da carga tributária, principalmenteporque ela está concentrada sobre uma pequena par­cela da população;

7. Conseqüentemente, qualquer elevação da car­ga tributária, num momento em que a economia apre­senta uma sensível capacidade ociosa, só poderá condu­zir a um aprofundamento da recessão, sem asseguraro controle do processo inflacionário.

Assim, o Partido Democrático Social- PDS en­tende:

a) Que o adequado equacionamento dos atuaisproblemas da economia brasileira passa, necessaria­mente, por um corte de despesas públicas, estancandoa transferência de recursos do setor privado da econo­mia para o setor público;

b) Que o aperfeiçoamento do aparelho arrecada­dor é o caminho existente no momento para a melhoriada arrecadação;

c) que se faz indispensável a formulação de umapolítica econômica que conduza à necessária e não arti­ficial redução da taxa de juros real, que permita aosetor produtivo voltar a exercitar a sua capacidade cria­tiva, principalmente com a recuperação do nível deemprego e do salário real dos trabalhadores;

d) Que é fundamental a continuidade do processode abertura racional da economia brasileira ao exterior,bem como a aceleração do processo de privatizaçãoe desregulamentação da economia.

e) Que a recessão deve ser combatida com açõesclaras do Poder Público no sentido de fazer cessar oarrocho salarial promovido pela própria legislação pro­posta pelo Governo e por incentivos permanentes ecriteriosos à Agricultura e à Construção Civil. Nesteúltimo caso, voltados para casas populares, geraçãode empregos e desenvolvimento do setor produtivo emgeral. "

O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) - Concedo apalavra ao Sr. Roberto França.

O SR. ROBERTO FRANCA (PSB - PE. Sr. Presidente,Sr' e Srs. Deputados, logo após a votação da admissibilidadedo processo de impeachment do Presidente Collor, a bancadado partido Socialista Brasileiro e membros da sua Executivareuniram-se para examinar o apoio ao Governo do atual Presi­dente em exercício Itamar Franco e a participação no mesmo.

Fui um dos que defenderam, Sr. Presidente, não somentea sustentação parlamentar ao Governo como também a cola­boração a nível administrativo pelo partido convidado. Toda­via, as preocupações com relação aos rumos do atual Governocomeçam a surgir, preocupações que se manifestaram depoisde pronunciamentos de alguns Ministros: um defendendo aprivatização das rodovias federais; outros defendendo a priva-

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tização de alguns setores da Petrobrás; outro pronunciando-secontra a redução dos juro~ bancários e outro defendendo pro­gramas que vinham sendo tentados pelo governo Collor deMello.

Sr. Presidente, a matéria atualmente em pauta nesta Casae no Congresso Nacional diz respeito ao ajuste fiscal, quevem sendo apresentado, mais uma vez, como indispensávelao saneamento das despesas públicas. Todavia, ainda nãoestamos devidamente convencidos da necessidade real de ele­varmos a carga tributária dos contribuintes brasileiros.

Recebi, recentemente, correspondência do Presidente daAssociação Comercial de Pernambuco, Sr. José Mariano deAndrade Lima, em nome não apenas do comércio, mas tam­bém de diversos segmentos representativos das classes empre­sariais que assinavam o documento, questionando as medidase identificando alguns pontos que deveriam ser pressupostospara a proposta de ajuste fiscal.

Sr. Presidente, não é possível sobrecarregar mais aindao setor produtivo, sobretudo quando estamos vivendo umperíodo recessivo. Não podemos admitir a continuação dasonegação daqueles que, por má-fé, por dolo, não contribuempara as despesas públicas. Por outro lado, não podemos per­mitir o agravamento da situação daqueles que vêm contri­buindo, onerando a atividade produtiva cOm mais encargos.

Recentemente, tive a informação de que o problema bra­sileiro não é, efetivamente, de déficit de caixa, uma vez queo Tesouro tem apresentado superávit. Recursos existem paraserem gastos na atividade pública. Recentemente, discutimosnesta Casa, sob pressão do Governo Collor, a necessidadeurgente de aumentar as alíquotas das contribuições previden­ciárias, sob pena de haver a falência e a quebra da Previdência.Hoje estamos observando não somente o pagamento em diadas aposentadorias, o pagamento dos 147% devidos, comoo pagamento do 13Q salário aos aposentados. Apesar disso,a Previdência apresentará ainda um saldo positivo de caixa.O mesmo está ocorrendo, agora, em relação ao processo deajuste fiscal.

O Partido Socialista Brasileiro, em recente reunião comeconomistas especializados, como Dércio Munhoz e PauloFurtado, observou que existe saldo no Tesouro e que nãoé preciso, no momento, haver sobrecarga de impostos. Esta­mos aguardando a comprovação da necessidade de uma sobre­carga tributária. As classes empresariais e produtoras de Per­nambuco indicaram pontos extremamente importantes parao reaquecimento da economia sem se precisar onerar aindamais os setores produtivos e os setores assalariados.

Sr. Presidente, a lógica que vínhamos combatendo noGoverno Collor começa a se implantar no Governo ItamarFranco. Apesar das posições públicas de S. Ex" o SI. Presidenteda República, a sua equipe ministerial ainda não se encontracom um discurso compatível com a orientação presidencial.Não podemos entender e não aceitamos a permanência dosjuros elevados, sob o pretexto de uma baixa gerar uma altade consumo e a reativação inflacionária. Não podemos admitiros níveis salariais em que se encontram os trabalhadores, prati­camente acabando com o consumo interno e o crescimentoda economia nacional. A nossa proposta precisa dirigir-seno sentido do reaquecimento da economia. E para isso, antesdos cortes nas despesas públicas, precisamos aumentar os in­vestimentos dos setores públicos para sanar as brutais carên­cias nas áreas da saúde, da educação e de outros setores bási­cos, a fim de retomar o crescimento da economia nacional.

Para concluir, Sr. Presidente, o Partido Socialista brasi­leiro está extremamente preocupado com os rumos que vêmsendo dado à discussão do ajuste fiscal pelos economistasdo Governo e espera que se demonstre a prova efetiva danecessidade de aumentar a carga tributária e, sobretudo, adefinição de para onde irão os investimentos resultantes dosnovos impostos a serem criados.

o SR. ALCIDES MODESTO (PT - BA. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, S~' e Srs. Deputados, nestefinal de semana, tive oportunidade de visitar minha terra natal,Remanso, no Estado da Bahia, uma das cidades ribeirinhasdo São Francisco, sacrificada na construção da grande barra­gem de Sobradinho.

As populações daquele Município e dos Municípios deCasa Nova, Sento Sé e Pilão Arcado, depois desse sacrifício,ainda vêm sofrendo pela irresponsabilidade das administra­ções municipais.

Em Remanso, um grande prédio, construído para sera biblioteca pública da nova cidade, está completamente de­predado, servindo, inclusive, de sanitário público, à vadiagemnoturna. Até mesmo animais que perambulam pela cidadeàs vezes pernoitam dentro daquilo que deveria ser a bibliotecapública. Continuando a caminhada pelas ruas da cidade, pudever, de perto, a situação em que se encontram os prédiosescolares: todos depredados, na condição mais degradantepara um prédio público, principalmente destinado à educação.

Falei com várias pessoas, e todos se queixavam que nemsequer durante a festa da padroeira, que se celebrava naquelesdias, havia iluminação satisfatória.

Viajando pelo interior, constatei que as estradas muni­cipais se encontram em péssimo estado. Sendo o Municípioincrustrado no polígono da seca, não encontrei ali nenhumapolítica agrícola voltada para os pequenos produtores, subme­tidos às grandes estiagens. Faltam açudes, faltam aguadas,e o povo sofre, como todo nordestino.

Sr. Presidente, como filho da terra, faço questão de regis­trar a minha profunda decepção com o descaso da adminis­tração municipal. O Sr. Renato Rosal, atual Prefeito, nãotem dinheiro para manter os serviços e prédios públicos, masteve dinheiro para gastar na última eleição na compra devotos para fazer o seu sucessor. Manifesto o meu protesto,a minha indignação e o meu repúdio à atual administraçãode Remanso, no Estado da Bahia.

O SR. ÉLIO DALLA-VECCHIA (PDT - PRo Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, Sr"- e Srs. Deputados, rece­bemos hoje diversas reinvindicações e reclamos do Estadodo Paraná quanto às estradas BR-277, que liga Paranaguáa Foz do Iguaçú, e BR-386, que liga São Mateus a Uniãoda Vitória. Essas duas estradas foram tremendamente castiga­das pelas chuvas de janeiro e fevereiro deste ano, e, até opresente momento, o DNER não liberou recursos para recu­perá-las. O trecho de São Mateus a União da Vitória estáintransitável e, o caminhoneiros estão fazendo um desvio demais de 150 quilômetros.

Assim, Sr. Presidente, estamos aqui para mais uma vezreclamar providências do Governo Federal, especialmente doSr. Ministro dos Transportes, que, temos certeza absoluta,dará condições para viabilizarmos aquelas duas grandes arté­rias que ligam todos os Estados do Sul do Brasil. A BR-277,no trecho da minha cidade, Guarapuava, até a bifurcaçãooeste-sudoeste do Estado, foi contratada em 1988, para termi­nar em seis meses. Faz, quatro anos que foram suspensos-

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os trabalhos. Hoje, recebemos comunicação sobre a oitavasuspensão dessas obras, por falta de recursos. Isso não podecontinuar. Estão sendo destinados recursos para outras estra­das, talvez não tão importantes quanto aquelas, pelas quaisse conduz toda a produção do Paraguai, país vizinho, paraa Foz do Iguaçu, assim como toda a produção do oeste edo sudoeste do Estado do Paraná para centros maiores comoSão Paulo, Rio de Janeiro e outros.

Sr. Presidente, deixam~s aqui o nosso protesto, a nossareclamação pedindo ao Sr. Ministro dos Transportes que tomeprovidências urgentes e determine a recuperação daquelasestradas.

O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) - Atendendosugestão do nobre Deputado Chico Vigilante e para possi­bilitar a todos os Deputados a oportunidade de se pronun­ciarem, a Mesa vai reduzir para três minutos o período conce­dido a cada orador.

Concedo a palavra ao Sr. João Fagundes.

O SR. JOÃO FAGUNDES (PMDB - RR. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, emrepresália ao assassinato de um índio no Maranhão, os índiosGuajajaras que habitam a região decidiram interditar umaestrada e aprisionar centenas de moradores do Município deSão Pedro dos Cacetes, naquele Estado. O nome é bastantesugestivo! E advém da violência que lá campeia, pois os pro­blemas são resolvidos às cacetadas. Anteriormente, os mes­mos índios haviam tomado armas e viaturas da Polícia Federalem represália ao fato de que seus agentes haviam entradoem território de reserva indígena para reprimir plantaçõesde maconha na região.

Não tiro a razão dos índios. Mas entre os índios e alei, fico do lado da'lei! Não é possível que a Polícia Federalseja impedida de cumprir sua função constitucional dentrodo Brasil, porque a lei foi violada dentro de uma reservaindígena. Esses lamentáveis episódios acontecem porque aFunai nunca se preocupou em resolver os problemas, massempre se preocupou em cultivá-los, baseada em laudos deantropólogos, que preferem ver o índio pelo ângulo materialde suas origens, e não pelo lado espiritual de quem foi feito"à imagem e semelhança de Deus... ".

Já tive oportunidade de alertar, e nunca é demais repetir,que o índio deve ser integrado à comunhão nacional e adquirircondições legais de fazer a sua autodeterminação. Essa é aúnica forma de dar ao índio a responsabilidade por seus atos,dando a ele a plenitude dos direitos e dos deveres da cidadania.

A grande maioria dos índios não aceita mais a tutelapaternalista da Funai. Nem o isolamento que lhe foi impostopelos antropólogos que hoje controlam a política indigenistado Brasil. O atual Presidente do órgão - Sidney Possuelo- embora não seja antropólogo, tornou-se um prisioneirodos laudos antropológicos que dizem o que bem querem arespeito do índio e dos seus propósitos.

Se os índios fossem realmente ouvidos, em lugar dosantropólogos da Funai, a direção daquele órgão não estariahoje confiada à pessoa de um indigenista que prega o usoda maconha como parte do ritual sagrado dos índios, e quenão pode ser reprimida pela Polícia Federal.

Temos índios, como os Terenas, quem reúnem totais con­dições para assumir órgãos de direção da Funai. Daí por queapelo ao eminente Ministro da Justiça para que empunhea bandeira da emancipação do índio, dando a ele condiçõesde autodeterminação.

Em Roraima nós temos a Maloca da Raposa, que bempoderia ser uma vila, governada por um prefeito indígena,com vereadores indígenas, processores e sacerdotes indígenas.Mas, como a Funai é quem determina o seu destino. eleshoje estão lá na região de Normandia, em atrito permamentecom os fazendeiros da região. cujo único crime é serem pro­prietários de fazendas que foram consideradas pela Funai co­mo área de interesse indígena.

Vamos aproveitar o ímpeto renovador do Governo Ita­mar Franco para emancipar o índio e dar a ele condiçõesde negociar diretamente com a sociedade envolvente sobretodos os assuntos que são, realmente, de seu interesse.

O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) - Obedecendorigorosamente à ordem de inscrição, passo a palavra à próximaoradora inscrita, a nobre Deputada Beth Azize.

A SRA. BETH AZIZE (PDT - AM. Sem revisão daoradora.) - Sr. Presidente, inscrevi-me às llh30min da ma­nhã.

O SR..P~ESIDE~TE (Adylson Motta) - Nobre Depu­tada, recebi ha pouco essa relação e sou um escravo das deter­minações do Regimento Interno.

A SRA. BETH AZIZE - Sei disso e parabenizo V. Ex~.

Quando meu nome foi anunciado, encontrava-me no gabineteda Liderança do PDT, tive de esperar até agora para usarda palavra.

. Aproveito a oportunidade de falar no Pequeno Expe­diente para retratar a questão social do País, a dificuldadepor que o povo brasileiro vem passando em todos os pontosdo território nacional, principalmente nas regiões mais caren­tes, como Amazônia, como o meu Estado, o Amazonas.

Tenho ouvido algumas declarações do atual Presidenteda República, que se mostra preocupado com a questão social,com a miséria do povo brasileiro e anuncia a elaboração deum projeto que visa a baratear os alimentos e a fazer a distri­buição gratuita de cestas básicas. Esse anúncio vem sendofeito há alguns dias e, lamentavelmente, não assistimos a ne­nhuma ação, a nenhuma iniciativa, a nenhum ato do Governoque mostre pelos menos um início de mudança desse quadrode miséria que tomou conta do povo brasileiro, da Amazônia,do Amazonas em especial, ao longo do Governo Collor deMello.

Sr. Presidente, não se pode mais brincar com a fomedo povo brasileiro. Tanto isso à verdade que, nessas eleiçõesmunicipais, no meu Estado o voto de qualidade acabou, eo povo votou com a barriga. Quem vota com a barriga, vomitaos seus direitos. É preciso que o Governo Itamar entendaque não há mais tempo para esperar por um projeto de Go­verno que atenda essa parcela majoritária da população. Maisde noventa milhões de brasileiros, segundo estatísticas do pró­prio IBGE, estão passando por sérias dificuldades, até parasobreviver. Enquanto assistimos uma discussão medíocre so­bre reforma administrativa e reforma fiscal, o povo brasileiroestá carente de alimentos.

No Amazonas, o povo está comendo porque ainda esta­mos passando pelo segundo turno do processo eleitoral. Nacidade de Manaus, mais de trezentas mil pessoas estão desem­pregadas e só estão comendo porque o Governador e o Pre­feito estão distribuindo cestas básicas, sacolas de rancho, afim de captar votos para o seu candidato. Não fosse isso,Sr. Presidente, o povo estaria caindo na rua, de fome, deinanição, de carência alimentar!

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24152 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 199Z

É preciso que o Governo Itamar entenda que os progra­mas sociais precisam voltar a ser instalados, nesta República,com seriedade e com competência. Não se pode admitir quetais programas sociais fiquem sob a responsabilidade de milita­res, como quer o Líder do· Governo nesta Casa, tese coma qual não concordo. Entendo que o militares deveriam, sim,estar cuidando da segurança pública, se é que se lhes querdar alguma tarefa par::! que ocupem o seu tempo.

Não aceito a proposta do Líder do Governo de indicarum militar para tomar conta do Programa de Assistência So­cial, até porque, Sr. Presidente, aceitando esta proposta euteria que indicar para a Presidência da LBA o General Tauma-.turgo Vaz, lá do Amazonas, que tem proposta para mataríndios, para matar pobres que invadem as reservas indígenase para matar os índios de fome.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

o SR. NAN SOUZA (Bloco - MA. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente. Sr"' e Srs. Deputados, noticia a·imprensa que um guerreiro da tribo Guajajara foi morto porpistoleitos. O índio ~ A ugusto Pereira Guajajara, de 20 anos,morto por três pistoleiros no Dia de Todos os Santos, noMunicípio de Barra do Corda, em meu Estado, o Maranhão,segundo denúncias do Conselho Missionário Indigenista. Oguerreiro morto era filho do cacique guajajara Artur Pereira,da Aldeia Canabrava. assassinado, com dez tiros de rifle esete de revólver, pelos pistoleiros de aluguel conhecido por"Negão" e Edirnilson. além de um outro, até o momento,não identificado. De acordo com o Conselho Indigenista, oclima na região de São Pedro dos Cacetes, no Município deBarra do Corda está muito tenso, e os índios, em sinal dejustiça, já fizeram mais de duzentas pessoas como reféns.

Sr. Presidente. o que se pede desta tribuna, nesta hora,é a atenção do Governo do Estado para essa grave situaçãoque se vem repetindo em São Pedro dos Cacetes, no Municípiode Barra do Corda. Responsabilizamos o Governo do Estadopelas ocorrênci~s que poderão advir desse conflitos entre ín­dios e colonos. E preciso, necessário e urgente que o Governoponha termo nessa crise, que já é a terceira em menos deum ano. Acontecimentos graves e até um genocídio podemvir a acontecer naquela região, se o Governo do Estado, repe­timos, não tomar as devidas providências no apaziguamentodessa lide sanguinária.

Queremos registrar essa preocupação e dizer que esteé o terceiro episódio que acontece em menos de um anonaquela região, o que demonstra a omissão do Governo doEstado e também a falta de interação entre o Governo Federale o Governo do Estado, para que se possam estabelecer priori­dades no sentido de encontrar a solução para aqueles conflitos,que são freqüentes e a cada vez que se repetem mais gravidadec, sobretudo, com maior violência. É necessário que o Go­verno do Estado e o IvIinistro da Justiça abram um canalde discussão em busca de uma solução definitiva para os índiosdo Município do Barra do Corda.

Muito obrigado.

O SR. CLÓVIS ASSn;3 (F'DT - BA. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr'< e Srs. Deputados, o paísinteiro vem 8<:or0lp2i n!nmd0 há meses, pela imprensa, os relató­rios da CPI que investigou o caso PC Farias, que resultaramno afastamento do Presidente Collor e na instalação do pro­cesso de ªW!lpe1L~~n\tUt0'!ilíl que tramita no Senado Federal. Osresultados são escanàEllosoS.

Se tudo isso ocorreu, se verdadeiras quadrilhas se forma­ram dentro das instituições governamentais e em todos ossetores, volte a insistir, mais uma vez, é porque para existircorrupto tem necessariamente que existir corruptor. Não secombate a corrupção se não se combater os pagadores depropinas. .

Todos os segmentos da sociedade devem juntar-se paracombater a corrupção, fiscalizar e acompanhar a adminis­tração do bem público. a eleitor brasileiro não é uma meramáquinade fornecimento de votos, é um cidadão que atravésde seu voto busca uma direção correta e digna para o seupaís.

A revista Veja desta semana traz uma reportagem com­pleta sobre os resultados, obtidos através do conteúdo preser­vado no disco rígido do computador, que segundo delcaraçõesdo PC Farias não podem ser usados como provas contra ele,porque foram obtidos irregularmente, através de apreensãoda Receita Federal.

Ora, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, se os órgãoscompetentes para fiscalizar o funcionamento das empresas,apurar irregularidades e assim por diante, forem esperar ossonegadores, corruptos, quadrilheiros, e outros lesa-pátriasprocurarem as repartições da Receita, da Polícia Federal edos tribunais para decentemente entregarem as provas de seusdelitos, efetivamente teremos nos tornado o país mais justoe digno do mundo. Uma raridade democrática.

Considerando que ainda não atingimos o nível de réusespontaneamente confessos, trago a esta Casa a sugestão deque com base na reportagem da citada revista, que expõea existência nos registros do computador de três programsbatizados com o nome da empreiteira baiana OAS, e arquivosOAS, OAS-3 e OAS-4, sendo esta empreiteira a única comarquivo próprio, encaixada na classificação da empresa confiá­vel da quadrilha PC; que tem registrado nestes mesmos arqui­vos oito obras de saneamento e oito de habitação; que, aindasegundo o computador, pagou propina de 13% pelas obrasde saneamento e 6% pelas de habitação, todas com recursosoriundos da Caixa F.conômica Federal no circuito LafaieteCoutinho e Álvaro Mendonça; que a OAS pagou US$471.946de propina à Morro do Recife; que possui neste mesmo compu­tador relação completa de suas obras, tabela do esquema depropinas, gozando de regalias com propinas abaixo da "tabelade mercado"; chegando à conclusão pelos dados abtidos deque e empresa OAS pagou ou estava escalada para pagar9 milhões de dólares, solicito que através da Procuradoria­Geral da República e da Polícia Federal seja encaminhadoum pedido de inquérito policial para averiguar os dados divul­gados.

Não somente esta empresa, a OAS, que é de meu Estado,a Bahia, mas todos os envolvidos -sejam empresários, milita­res, funcionários, Ministros, Seqetários de Estado ou qual­quer cidadão que de uma forma ou de outra tenha contribuídopara a dilapidação do patrimônio público, desmoralização doEstado, formação e manutenção financeira de quadrilhas destaestirpe - devem ser punidos.

o SR. LIBERATO CABOCLO (PDT - SP. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'S e Srs. Deputados,na sessão de ontem o ilustre Deputado Gilvam Borges, cujosdiscursos sempre me chamam a atenção pela sinceridade eindependência que encerram, defendeu a prática da eutanásiapara aqueles seres humanos que dependem de meios artificiaispara sobreviverem ou que estão sujeitos a sofrimento infrene.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24153

Quero discordar veementemente do nobre colega, postoque, ao longo de mais de trinta anos de exercício profissionalcomo médico, lutando permanentemente contra a adoção deuma consciência profissionalizada, alienada e sectária, tantoé que enveredei para o exercício político, as minhas expe­riências me levam a defender a plena existência humana, inde­pendente de pretensos atos misecicordiosos que justifiquemabreviá-la.

A morte não é um momento, a morte é antes um processo.Morremos um pouco a cada dia. Mas,morremos muito maisespiritualmente que fisicamente. Quantos cadáveres deam­bulam pelas ruàs deste mundo, cheios de saúde física, agoni­zantes nos seus valores espirituais. A pior eutanásia é estaque a sociedade capitalista desumana perpetra - a extinçãoda vida espiritual.

A eutanásia é muito mais para aliviar a dor de quema assiste, do que a de quem a sofre. É como diz Sartre: "Sofre­mos, e, por mais que soframos, sofremos muito mais pornão sofrermos o bastante". O sofrimento de que falamos nun­ca é o nosso próprio sofrimento, antes é o sofrimento dooutro, às vezes estampado num retrato ou numa estátua. Éeste o sofrimento que tem o ser.

A eutanásia alivia apenas o nosso sofrimento, pois certa­mente aumentaria, ante a sua possibilidade, o sofrimento da­queles que se encontram enfermos. A dor é uma questãosubjetiva. Ante uma realidade indesejável, o ser humano de­senvolve um quadro psicótico que lhe permite ver as coisasde um modo mais agradável. É nesta fase que tantas e tantascriações artísticas se desenvolvem, contribuindo para o deleitede tantos e tantas gerações. A eutanásia destruiria a artedo último momento. A eutanásia destruiria as últimas palavrasde Goethe: - "Abram a janela, eu quero luz". A eutanásiadestruiria a inspiração de Castro Alves:

"Como Goethe moribundo Brada a luz no novomundoNum brado de Briareu

Luz, pois no vale e na serraPorque se a luz rola na terraDeus colhe gênios no céu."

Deixemos que Deus continue a colher seus gênios, quetodos os homens o são, quando e como ele determinar. Deixe­mos que Ana Karenina a agonize no seu leito de morte edepois se recupere e seja por um tempo feliz ao lado doseu amado Vronski. Deixemos que Greta Garbo reviva natela a agonia de Ana a que uns poucos leitores de Tólstoitiveram acesso.

Os argumentos em favor da eutanásia são falaciosos. AOrganização Mundial de Saúde já estabeleceu normas bemdiscutidas da procedência de práticas médicas a serem aplica­das em pacientes terminais. Não se admite, por exemplo,qualquer manobra de ressuscitação em pacientes em estadode caquexia neoplásica. Nem tampouco se admite a hiperali­mentação parenteral em pacientes decorticados. Não nos pare­ce lógico incluir no livre arbítrio do ser humano a faculdadede autorizar alguém a pôr termo em sua existência. Todosnós sabemos que o instinto de vida só desaparece ante umquadro grave de deterioração mental. Não cumpre atendero desejo de quem perdeu a razão.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O SR. NILSON GIBSON (PMDB - PE. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~s e Srs. Deputados, .,.., presidente da Federação das Associações Comerciais de

Pernambuco - FACEP, Oscar Barbosa, em palestra realizadano Senac no mês de setembro passado, durante o 19 Fórumde Idéias e Soluções, apelidado de SOS Pernambuco, sobo patrocínio do conceituado Jornal do Comercio, lançou aproposta de privatização do porto de Suape. Entre outrosargumentos, o Sr. Oscar Barbosa apontou a privatização comosaída para evitar-se que a administração daquele porto setransforme em cabide de emprego.

Sr. Presidente, S~S e Srs. Deputados, concordamos plena­mente com a idéia brilhante do Presidente Oscar Barbosae vamos mais longe ainda: a privatização é uma questão desobrevivência apra a Suape.

Somente as mãos dinâmicas da iniciativa privada vão daragilidade e flexibilidade ao Suape para que ele possa competircom outros complexos industriais. Suape precisa de grandeinvestimentos, mas não há dinheiro para isso. Nem a Uniãonem o Estado de Pernambuco podem atender ás necessidadede Suape. O Presidente Itamar Franco, como bom mineiro,já mostrou sua disposição de fechar a mão. Mas o Estadode Pernambuco passa por uma crise sem procedentes. Hoje,é a segunda força do Nordeste, depois da Bahia, e correo risco de perder o lugar para o Ceará. O setor têxtil estácom décadas de atraso; 80% dos gêneros básicos consumidosno Estado são importados e a saúde e a educação viraramdores de cabeça. Privatizando o porto de Suape, nós o estare­mos imunizando contra a eterna distorção de se usar as estataispara fins políticos.

São conhecidas as resistências à privatização. O medomaior vem da possiblidade da demissão em massa dos traba­lhadores. Forças mais retrógradas - o PDT, o PT e o PCdo B - encontram sempre uma maneira demagógica de cha­mar a atenção do público menos esclarecido, acenando cominjustiças e velhos chavões da década de 50. Mas contra fatosnão há argumentos. Os trabalhadores e a opinião públicajá sentiram que os rumos econômicos da história se direcio­naram para esse fim.

Quem assim não proceder, naufragará. Até a China co­munista já tomou medida como essa tão inteligente sugeridapelo presidente da Federação das Associações Comerciais doNordeste. Shenzen é um exemplo que vi com meus própriosolhos. Lá eu peguei o trem da história e não pretendo deledescer. Suape deve se transformar em Shenzen.

Apóio integralmente as idéias surgidas no "SOS Pernam­buco". Concito o Governo de Pernambuco a começar a estu­<lar o assunto com o carinho que ele merece. No âmbito Fede­ral, já existe uma razoável experiência, fruto do trabalho in­cansável de Eduardo Modiano e sua equipe no BNDES.

Em breves dias ocorrerá a privatização do símbolo daindustrialização nacional: a Companhia Siderúrgica Nacional-CSN.

Se a CSN, conhecida por seu passado de resistente nacio­nalismo xenófobo, já se expressou através de seu própriosindicato pela privatização, por que não Suape, que aindanem deslanchou?

Se ainda paira alguma dúvida sobre o acerto da idéia,sugiro uma ida a Shenzen. Não há melhor remédio do queo ministrado pela China comunista de Deng-Shiao-Ping.

Oportunidamente voltaremos ao assunto.

O SR. CARLOS LUPI (PDT - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr~s e Srs. Deputados, ocupoa tribuna nesta tarde para ressaltar a importância da reivindi­cação das associações de moradores da Zona Oeste de noss~

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24154 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

cida~e, o Rio de Janeiro, que lutam há mais de quatro anospela Implantação de uma escola técnica federal em Realengo.Cumpre-me res~a1tar qu~ a Zona Oeste é hoje a área queapresenta o maIOr creSCImento da população, constituídaatualmente por cerca de 2 milhões de habitantes. Há umagrande defasagem de escolas de 2Q grau e há necessidade dese criar pelo menos 30 mil vagas para estudantes.

Desde 1990, uma comissão de associações de moradoresem a Brasília buscar uma solução por parte das autoridadesfed~rais para a liber~~ão da área que pertence à União, queesta sob a ~esponsabIhdade do Exército e que seria ideal paraa construçao da escola. Em que pese ao fato de o SecretárioNacional de Educação Tecnológica, em ofício enviado ao Mo­vimento Pró-Escola Técnica Federal da Zona Oeste ter con­cl~ído pela viabilidade da implantação, até agora não 'se conse­~Ul.U dar em prosegui~ento,ao projeto, porque o MinistériomSIste em vender a area. E importante ressaltar que alémdesta o Exército, possui outra área, na rua Barão de Mesquita,que quer vender para a construção de um shopping center.Mesmo. com a necessidade de geração de novos empregos,ouso afIrmar que, em ambas, o patrimônio público deve serdestinado a projetos que atendam aos interesses básicos dacomunidade. No caso específico da antiga fábrica de cartu­chos, com o parecer técnico favorável do Secretário Nacionalde Educação Tecnológica, torna-se premente que o Governo~ederal utilize os recursos orçamentários existentes para aImplantação desse espaço reivindicado pela população local.

Estou enviando ao Ministro do Exército, Gen. ZenildoZoroatro, ofício em que reitero esse pleito, pois está nas suasmãos a responsabilidade de decidir se essa área será destinadaa uma escola que servirá para tirar da marginalidade milharesde jovens, ou se será entregue para a especulação imobiliária.Também ~starei solicitando audiência ao Ministro para refor­çar o pedIdo, em nome da Cidade do Rio de Janeiro e dapopulação que me honrou com uma votação que representaa metade dos votos que me elegeram.

Aproveito a oportunidade para apelar ao Sr. Presidenteda Rep.ú,?l.ica em exercício, Itamar Franco, no sentido de quese sensIbIlIze em relação a essa reivindicação da comunidadeda Zona Oeste.

o SR. DÉRCIO KNOP (PDT - SC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, fomos honradoscom a solicitação da Associação dos Engenheiros da Estradade Ferro Noroeste do Brasil, para dar apoio à aprovaçãodas emendas de n\1' 4 a 6 à Proposta de Emenda ConstitucionalnQ 55, de 1991, em processo de discussão e votação na Comis­são Especial encarregada de examinar a matéria. A referidaAssociação nos subsidia com justificativas e informações tãosólidas que nos convencem completamente da pertinência deseu pedido.

Cabe recordar que a Proposta de Emenda Constitucionaln9 55, de 1991, extraída da primeira versão do cfiamado Emen­dão, é a que diz respeito à reforma tributária. entre as altera­ções propostas, consta a criação do Imposto sobre a Distri­buição de Combustíveis Líquidos e Gasosos, cuja receita seriadestinada exclusivamente às rodovias.

As Emendas n\1' 4 a 6, de autoria dos Deputados Munhozda Rocha e Antônio Britto, visam a estender a distribuiçãodos recursos proveninentes do novo imposto também paraconstrução, conservação e melhoria de ferrovias.

A minuta do parecer do ilustre Deputado Benito GamaRelator da matéria, dada a conhecer aos membros da Comis~

são e parlamentares interessados, não acolhe as referidasemendas, sob as alegações de que, in verbis:

"A situação das rodovias brasileiras é reconheci­damente aflitiva e para elas se fazem necessárias medi­das urgentes de consecução de recursos. Não seria con­veniente que parte desses recursos - também desti­?ados a ~stados, Distrito Federal e Municípios - se­Jam desVIados para outros setores de transportes, aindaque também grandemente necessitados.

A pulverização de recursos fará com que a alíquotado novo imposto deva ser fixada em níveis insuportáveispara a política de combate à inflação."

Se precário é o estado em que se encontra o sistemarodoviário nacional, como é de conhecimento público, nãomenos precário é o estado do sistema ferroviário nacional.

Atualmente, a matriz de transporte brasileiro, comparadaàs dimensões continentais de nosso território com as de outrospaíses; apresenta profunda distorção modal, privilegiando asrodOVIas. Estas são responsáveis pelo transporte de 56% dascargas naci01!ais; as ferrovias são responsáveis por apenas?2%, dos qua!s 15% referem-se a transporte de matéria-prima,msumos e graos para exportação e os demais 7% referem-sea transporte de carga geral.

O excesso de cargas pesadas e de longas distâncias nasrodovias. é o principal responsável pelo acelerado processode detenoração das estradas brasileiras. A transferência departe dessas cargas para a ferrovia contribuirá, significati­vamente, para a redução dos custos de manutenção das pró­prias rodovias. Assim, a distribuição dos recursos do novoimposto também para a ferrovia, ao contrário do parecer dorelator, não deverá constituir-se fator de pressão para elevaçãoda alíquota do imposto.

O transporte rodoviário gasta em média, nos trechos emque pode ser feito por ferrovia, cerca de 3 a 5 vezes maiscombustível que o ferroviário. O número de vítimas fatais,por acide?te, é muitas vezes superior nlls rodovias do quenas ferrOVIas. O transporte rodoviário contamina o ar 40 vezesmais que o ferroviário, caso a ferrovia seja eletrificada, ou4 vezes mais, caso não seja.

Pode-se inferir desses dados quão menos oneroso é otransporte ferroviário em comparação com o rodoviário. Estu­dos efetuados na Europa, apresentados no XVIII CongressoPan-Americano de Estradas de Ferro, nos dão conta de queo custo do transporte ferroviário é de US$0.04 por toneladax quilômetro útil, enquanto o custo do transporte rodoviárioé de US$0.14. ;

Na verdade, o não acolhimento das Emendas n'" 4 a6 levará inevitavelmente ao agravamento <;la situação já citada,contribuindo para piorar o desequilíbrio estrutural da matrizde transporte brasileira. Enquanto as rodovias passarão a terrecursos pe~anentes não só para sua manutenção e melhoria,como tambem para sua expansão, as ferrovias continuarãoa t~r qu~ disputar os e~~assos recursos orçamentários paraos lllveStImentos necessanos a sua recuperação e ampliação.. . Por essas razões, Sr. presidente, Srs. Deputados, venhoa tnbuna desta Casa para ratificar meu integral apoio às Emen­das nQ

' 4 a 6 dos ilustres Deputados Munhoz da Rocha eAntônio Britto, para que não se inscreva em nossa CartaMagna um_ aval à distorção de nossa matriz de transporte,para 9ue !lao se con~~g~e; como que uma questão de princípioconstItUCIOnal, o pnvIlegIo ao transporte rodoviário em detri­mento do sistema nacional de transporté como um todo emdetrimento dos objetivos globais da Nação.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24155

o SR. ALACID NUNES (Bloco - PA. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados,tendo o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar ­CIABA, completado 100 anos de existência, em 13 de outubroúltimo, não poderia deixar de firmar a'minha satisfação portão significativa marca que reafirma a importância e a vitali­dade daquela instituição de formação de mão-de-obra especia­lizada para a Marinha Mercante.

Localizado em Belém do Pará, o CIABA faz parte docomplexo de Escolas de Formação de Oficiais da MarinhaMercante. Além do CIABA, só existe mais uma Escola comessa finalidade: o Centro de Instrução Almirante Graça Ara­nha - CIAGA, no Rio de Janeiro.

Desde que foi criado em 1892, atendendo à clarividênciado Ministro da Marinha, Almirante Custódio de Melo, e doPresidente Floriano Peixoto, que já naquela época enxerga­vam que os rios da Amazônia são as vias de comunicaçãodo Norte, e - por que não dizer? - as verdadeiras e únicasestradas capazes de promover a sua integração, aquele Centrotem fornecido material humano capacitado para o desem­penho náutico peculiar da região, ~omo forma de colaborarna concretização da ocupação amazônica.

Em 1893, a Esc.ola pioneira transformou-se em Escolade Maquinistas e Pilotos. Mas já em 1907 ampliava-se, acres­centando ao seu currículo os cursos de Comissários de Bordoe de Radiotelegrafistas, transformando-se na Escola de Mari­nha Mercante do Pará- EMMPA, denominação que a acom­panhou até 1973, quando foi novamente rebatizada com onome do Almirante Braz de Aguiar, por sugestão do histo­riador paraense Augusto Meira Filho.

Hoje, o Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar- CIABA - está dotado dos mais modernos equipamentospara o aprendizado e para a habilitação de oficiais da MarinhaMercante, bem como para toda a classe dos marítimos, fluviá­rios"portuários e pessoal empregado em atividades correlatas..Encontram-se em andamento no corrente ano os cursos deensino Profissional Marítimo os cursos de Ensino Para Pesca­dores e a Escola de Formação de Oficiais da Marinha Merca­dante (EFOMM), com uma diversidade tremenda de módulosespecíficos. Aparelhado com equipamentos de última geração,o CIABA oferece aos seus alunos laboratórios de instruçãocapazes de habilitá-los às situações que encontrarão na cami­nhada profissional de marinheiro mercadante, notadamente,!as áreas de radiocomunicações e de instrumentos náuticos.E importante destacar que, pelo sucesso de todos os seuscursos, o CIABA alcançou um grau de reconhecimento bas­tante elevado, a ponto de hoje receber alunos de países comoa Guiana, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Guatemala, CostaRica, Paraguai, Venezuela, Cabo Verde, Argentina, Peru,Paranamá, Equador e Suriname. Também quero destacar queo nível do ensino da escola deve-se, em muito, aos oficiaisda Marinha, que, ao longo dos anos se têm revezado emsua direção com extrema competência e dedicação.

Sem sombra de dúvida, o CIABA é motivo de orgulhopara todos os amazônidas, no momento em que marca a suavida com 100 anos de serviços prestados ao mercantilismonáutico do Pará, da Amazônia e do Brasil, precisamos fazercoro com todas as associações e companhias de navegaçãoe de pesca do Pará, rendendo as nossas justas homenagensàquela Escola centenária, sempre presente na formação dosprofissionais da área.

Parabéns CIABA. O seu trabalho está sendo reconhe­cido. Temos a certeza de que ainda por longos anos sua obra

de formação profissional continuará firme, produzindo frutospara o bem-estar da navegação mercantil nacional.

Era o que tinha a dizer.

o SR. TILDEN SANTIAGO (PT - MG. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, lamen­tavelmente, volto a esta tribuna para denunciar mais umaviolência contra os trabalhadores que se auto-organizam nointerior do País. Desta vez, a vítima foi a enfermeira e agentede pastoral Suzana Vilaça Freitas Neves, que sofreu um aten­tado na cidade de Tarumirim, no oeste de Minas Gerais.

Suzana é enfermeira-chefe do Hospital de Tarumirim ejuntamente com o Pe. "José Paulo da Cunha desenvolve umtrabalho de base junto aos trabalhadores rurais e urbanosdaquela região. Essa caminhada em favor dos movimentospopulares, sindicatos, trabalhadores do campo e da cidadee a progressista ação pastoral que desenvolvem na região jálhe valeram inúmeras ameaças de morte.

Na madrugada de 23 de outubro, o carro de Suzana queestava na garagem de sua casa recebeu sete tiros disparadospor desconhecidos. A queixa foi registrada na Delegacia Poli­cial de Tarumirim e uma perícia foi feita na Delegacia Regionalde Governador Valadares. O terrorismo deste ato, como ou­tros semelhantes que lamentavelmente são rotina no interiordo Brasil, visa a intimidar aqueles que lutam por justiça socialno País e, ao mesmo tempo, desmobilizam a população.

Sr. Presidente, Sr"' e Srs. Deputados, a cidade de Taru­mirim é um pólo onde a luta dos trabalhadores avançou nosentido de se construir uma comunidade solidária e organi­zada, e a justiça social norteia a ação pastoral ali desenvolvida.O atentado está seguramente ligado às forças conservadoraslocais que teimam em perpetuar-se no poder à custa dos maisodiosos expedientes.

Agora mesmo, Sr. Presidente, as forças populares locais,através do Partido dos Trabalhadores, perderam as eleiçõesmunicipais por cerca de SO votos. É claro que, diante detão diminuta diferença, a possibilidade de que tenha ocorridofraudes não pode nunca ser descartada.

O registro desse atentado nos Anais da Câmara dos Depu­tados deve servir de alerta para o Poder Legislativo. Nãobasta apenas afast~rmos do poder presidentes comprovada­mente corruptos. E dever do Poder Legislativo produzir leise pressionar os outros poderes para que se dê um basta naviolência generalizada que se abate contra as lideranças popu­lares neste País.

O atentado a Suzana ocorre simultaneamente ao recebi­mento por uma mulher, a líder indígena Rigoberta Menchú,do Prêmio Nobel da Paz. Rigoberta em seu país, a Guatemala,e o Pe. Ricardo Resende, no Brasil, são exemplos universaisda luta pelos direitos humanos. Direitos estes que são cotidia­namente desrespeitados pela lei do mais forte que imperaem nosso País, ainda marcado pela impunidade dos mandantese assassinos de tantas de nossas lideranças populares.

Deixo aqui esta denúncia e o meu repúdio, em nomeda bancada federal do meu partido, o Partido dos Trabalha­dores, contra a impunidade. É preciso punir os responsáveispor esse e por outros atentados.

O SR. JOÃO MENDES (PTB - RJ. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srº' e Srs. Deputados, querocumprimentar o Presidente Itamar Franco e o Ministro dasMinas e Energia, Paulino Cícero, pela indicação do Dr. EliseuResende para a presidêncía da Eletrobrás.

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24156 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

Todos nós sabemos que, sem energia, hão há futuro parao Brasil. A direção da Eletrobrás deve estar a cargo de umhomem de confiança do Presidente da República e que reúna,também, os requisitos técnicos e a experiência política neces­sária ao bom desempenho no cargo. Tais atributos não faltama Eliseu Resende.

O ex-Presidente de Furnas e ex-Ministro dos Transportesestá, sem sombra de dúvida, entre os homens mais preparadosdo Brasil para realizar a tarefa que tem pela frente.

O engenheiro que tem o título de PhD em matemática,pela Universidade de Nova Iorque, é conhecido pela sua deter­minação. Nunca o assustaram os grandes desafios. Ao contrá­rio, as missões difíceis são as que sempre o atraíram. A suavida de lutas incessantes, desde a primeira juventude, e asconquistas inumeráveis transformaram-se em ,marca pessoal.

Enquanto Ministro, teve papel decisivo na consolidaçãoentre nós da economia dos transportes. Através dessa ciência,torna-se possível o estudo de viabilidade técnica de todosos projetos ligados à área. Podemos ter certeza, portanto,de que o novo Presidente da Eletrobrás tem uma tradiçãode trabalho na busca de maior eficiência por parte do Estado.E está, com isso, afinado com as exigências mais prementesde nosso tempo.

Não são pequenos os problemas que Eliseu Resende iráencontrar pela frente. A Eletrobrás está com problemas finan­ceiros e teve esgotada sua capacidade de investimento. Areceita média da venda de energia elétrica caiu em cerca deum terço, no período de 1987 a 1991. A receita anual deUS$4 bilhões reduziu-se a US$3 bilhões.

Essa queda de receita ocorreu em função da reduçãodas tarifas, pois o consumo cresceu no mesmo período. Aretomada dos investimentos no setor de energia, uma priori­dade indiscutível, terá que ser feita com recursos próprios.Temos aí um grande desafio.

Ao parabenizar o Presidente Itamar Franco pela escolha,quero, ao mesmo tempo, desejar boa sorte ao Dr. EliseuResende. A recuperação das estatais brasileiras é uma missãoque não pode mais ser adiada. No setor elétrico, precisamosconcluir as usinas em construção, sanear as empresas e regula­rizar as relações com fornecedores e clientes. A questão nu­clear precisa, também, ser urgentemente equacionada.

A recessão em que estamos mergulhados prejudicou to­dos os setores da economia. A grande meta do Governo ItamarFranco deve ser a retomada do crescimento. E isso não poderáacontecer sem a participação direta das estatais responsáveispela infra-estutura produtiva do País.

Felizmente, contaremos com a participação de Eliseu Re­sende nessa tarefa. Ele reúne conhecimento técnico e sensibi­lidade política. É um grande conhecedor dos problemas nacio­nais e tem visão do conjunto.

As extremas dificuldades econômicas e políticas por quetem passado o Brasil nos ensinaram que uma solução dura­doura deverá ser obra de homens capazes de associar a expe­riência administrativa à visão do estadista. Eliseu Resendeé um desses homens.

o SR. CARLOS SCARPELINI (PST - PRo Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr's e Srs. Deputados,é incompreensível que se fale em modernização e liberalismoenquanto perduram, neste País, certas aberrações como a~o mo.nopólio dos serviços de transporte de passageiros emlmhas mterestaduais e intermunicipais. Verdadeiro cancro en­quistado na estrutura anacrônica nascida do favorecimento

e da distribuição escandalosa das benesses públicas por umEstado divorciado dos anseios da Nação, o sistema de partilhadas linhas de transporte coletivo privilegiou grupos econô­micos chegados ao poder. Em troca, estabeleceu-se a promis­cuidade de favores de toda natureza, inclusive política. Nãoé sem motivo que os proprietários de empresas do setor colo­cam, durante dias de eleições, os carros de suas frotas parao transporte das pessoas que têm de se deslocar até os postosde votação.

Contudo um dos aspectos mais negativos do excrescenteprivilégio tem sido o de causar graves prejuízos aos usuários.Sem concorrentes, a empresa exclusivista deixa de prestarum eficiente serviço, preocupando-se, tão-somente, em amea­lhar maiores lucros. São freqüentes as denúncias de emp.resasque suprimem-norários 'e fazem seus veículos trafegar comexcessiva lotação, abuso não reprimido pela autoridade com­petente e que tem sido responsável por trágicos acidentesnas estradas. Não há a mínima preocupação com a segurançados passageiros, como também não há com a limpeza e boaordem.

É, portanto, digna de aplausos a decisão do novo Ministrodos Transportes, o Deputadó Alberto Goldman, em desenga­vetar um decreto do Governo Federal que, desregulamen­tando o setor dos transportes de passageiros no País, põefim ao sistema de concessões exclusivo de linhas. Um mono­pólio que redundou na cartelização, no rateio pródigo e vorazde largos lucros dos grupos beneficiários. O sumiço dado aoreferido decreto veio comprovar a falácia de um governo quealardeava pendores modernizantes e neoliberais em público,enquanto nos bastidores cevava a corrupção dos PC que escan­dalizaram a Nação.

O colega Alberto Goldman, com essa firme decisão,jácoroa de êxito sua prest;nça no quadro de Ministros do Go­verno Itamar Franco. E de homens com tal disposição decombater os erros, os vícios e as mazelas existentes na Admi­nistração Pública que o Brasil está precisando.

O SR. JONI VARISCO (PMDB - PRo Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~s e Srs. Deputados,havia um surrado chavão segundo o qual "o que é bom paraos Estados Unidos é bom para o Brasil", sempre citado emmomentos de incerteza por determinada corrente defensoraintransigente do neo-colonialismo. Fruto, evidentemente, deum gênero de alienação que, felizmente, hoje já não encontramuitos adeptos. Afinal, o tempo e a experiência têm reveladoa face real e cruel da dominação econômica imperialista, res­ponsável pela estagnação e pobreza de dois terços da humani­dade. A Nação brasileira vai despertando rumo a sentimentosde libertação, e buscando, a todo transe, sua auto-suficiência,que será a base do desenvolvimento e do bem-estar para todaa sociedade.

Veio-me à lembrança aquela impatriótica argumentaçãono instante em que se discute a reforma tributária no País.Os debates têm se concentrado sobre a conveniência ou nãode se adotar um imposto sobre cheques - o Imposto sobreTransações Financeiras, ou ITF - a ser recolhido nos guichêsbancários, toda vez que houver pagamentos ou recebimentos.Em torno de sua adoção, formaram-se segmentos favoráveise contrários. Os primeiros apontando suas múltiplas vanta­gens, com ênfase para a universalidade do tributo, que a todosalcançaria, indistintamente, pondo termo à crônica evasãode receitas públicas. Os segundos buscam mostrar os demé­ritos da iniciativa. Dentre estes, se encontram os banqueiros,que abriram verdadeira guerra ao ITF.

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Diante disso, há de se convir em que esta é a oportunidadede adaptarmos aquele chavão entreguista por este: "O quenão é bom para os banqueiros, obrigatoriamente, deve serótimo para a Nação".

Desde 1964, com a revolução golpista que entronizouum novo e perverso modelo econômico no País, o setor finan­ceiro acumulou extraordinários lucros. Sem nenhuma aptidãopara fomentar o desenvolvimento econômico, restringiu-sea uma perniciosa agiotagem, comercializando o dinheiro (ge­ralmente provindo de fontes oficiais, dos recolhimentos decontribuições e impostos retidos por exagerado tempo emseus caixas) no curto e, no máximo, médios prazos. A históriada atividade bancária em nosso País é oposta à das economiasmais desenvolvidas do sistema capitalista nos Estados Unidosda América do Norte e em países europeus. Lá os bancosforam os maiores construtores do progresso, financiando obrase empreendimentos de largo vulto, como ferrovias, rodovias,hidrovias, indústrias de base etc.

Recolhidos dentro de uma visão mesquinha, nossos ban­queiros desprezaram as ricas potencialidades nacionais e pas­saram a movimentar o dinheiro pelo próprio dinheiro.

Passado esse longo e triste período, acredito ter chegado. o momento crucial de nos desvencilharmos desse estorvo aocrescimento de nosso País, colocando os bancos como instru­mento acessório na economia e retirando-lhes a função nefasta

. até agora por eles exercida.O Imposto sobre Transações Financeiras merece especial

atenção. Na simplificação do processo de arrecadação, estáuma de suas maiores virtudes. Hoje, nem trabalhadores nemempresários suportam mais a infernal parafernália de impos­tos, taxas e contribuições existentes, e que ultrapassam a 50itens.

Certamente, o ITF deverá substituir outras rubricas fiscaiscomo o PIS, o Finsocial e O IPI. São questões que já estãosendo analisadas por uma comissão especial do Congresso.Deverá também haver redução das alíquotas do Imposto sobrea Renda, particularmente para os assalariados. Não deveráincidir nas operações de pagamento e recebimento de salários.Outros aspectos serão meticulosamente estudados, para quetenhamos um tributo fundado em inconstrastável justiça fiscal.

Era o que tinha a dizer.

o SR. DÉLIO BRAZ (Bloco - GO. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, grandes são oslaços que unem a República Federal da Nigéria e o Brasil.Nossa riqueza em grande parte foi produzida por africanosque vieram da Nigéria nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.Foram eles também os elementos que mais contribuíram paraa cultura brasileira.

A primeira cultura conhecida da Nigéria floresceu porvolta de 700 a 200 a. C.

Durante o século XII, uma nova cultura nigeriana cresceuao redor de Ife, cidade sagrada dos ioruba, um dos principaisgrupos étnicos da Nigéria.

No período da Idade Média, o país teve contacto comos grandes reinos do Sudão Ocidental e, no final do séculoXV, o Islã firmou-se no Norte. Hoje, 45% da populaçãosegue a religião muçulmana. Foi exatamente por causa destainfluência islamita que os escravos provenientes da Nigéria,de maior complexidade cultural do que os de outras origens,deixaram marcas indeléveis em nossa cultura.

Entre os séculos XV e XVIII, portugueses e inglesesdedicaram-se ao comércio e ao tráfico de escravos na costa.

Em 1861, os ingleses conquistaram Lagos e, a partir daí,o interior foi sendo dominado até se formar, em 1914, o Prote­torado da Nigéria.

Após a II Guerra Mundial, foram sendo formados e forta­lecidos Conselhos Regionais que permitiram uma maior parti­cipação dos nigerianos na administração.

Finalmente, a 19 de outubro de 1960, a Nigéria tornou-seindependente, sob a forma de federação, fazendo parte deComunidade Britânica de Nações.

Expresso, desta tribuna, meu preito de gratidão aos nige­rianos que ajudaram a construir o Brasil, e associo-me àscomemorações pela passagem da data magna da RepúblicaFederal da Nigéria.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. AVENIR ROSA (PDC- RR. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Deputados, causa es­panto a insatisfação dos índios guajajaras em São Pedro dosCacetes, visto que há décadas se arrastam conflitos sem queautoridades investidas nos cargos inerentes temem providên­cia.

A miséria da Funai é tão gritante que leva o Sr. Ministroda Justiça a propor urna comissão para estudar o problemados índios Guajajaras.

Ora, Sr. Presidente, dentro de algum tempo para cadaproblema indígena será criada uma comissão. Fazemos umapergunta ao Sr. Ministro da Justiça: por que a existência daFunai? Faz-se necessário, Srs. Deputados, que a Funai sofraimediatamente uma reestruturação, pois a atual direção é ino­perante e como está não pode continuar.

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, o meu Estado deRoraima é mais sofrido: bombardeios, demarcações, ora regu­lares, ora discutíveis; índios na penúria e na miséria total,e a Funai continua com os cabides de emprego em Brasília,enquanto seus funcionários que labutam o dia a dia nas áreasindígenas não têm tido a mínima atenção do órgão diretor,vivem e trabalham com poucos recursos ou sem recurso algum,pela vontade ideológica ou profissional, enquanto a alta dire­ção desfruta das benesses dos cargos.

O problema dos índios tem solução; necessitamos lembrarao Sr. Ministro da Justiça que o homem certo deve ser colo­cado no lugar certo, no caso a Funai. Nos governos passadostivemos amargas experiências, e até o presente temos a heran­ça do Governo passado na direção da Funai, sem plano, semação, sem consistência, sem trabalho; e o índio, pobre coitado,nutre somente a esperança, que é contida em todo brasileiro:um dia vai melhorar.

Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, deixamos aqui umalerta ao Sr. Ministro da Justiça: não é necessário Comissão,nem dor de cabeça, tudo se resume simplesmente em urnareestruturação da Funai. Assim, abriremos espaços para nos­sos índios, sem preconceitos e discriminação, cumprindo olema do grande desbravador Mal. Rondon - "Integraçãodos Índios", pois são os primeiros brasileiros.

Que se extinga a Funai ou que ela seja reestruturada.Era o que tinha a dizer.Muito obrigado.

O SR. PASCOAL NOVAIS (Bloco - RO. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,acabamos de receber a notícia de que o Governo irá anteciparo pagamento do 13Q salário e a primeira parcela dos 147%aos aposentados. Realmente, Sr. Presidente, esta é urna ~oa

notícia que a Previdência dá à classe que tanto tem sofndo

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nOS últimos anos. Isso nos mostra que o Governo está modifi­cando o seu comportamento em relação aos aposelHados doPaís.

De acordo com o Ministério da Previdência Social, osaposentados receberão o 13° salário e Os 147% junto como pagamento dos benefícios referentes ao mês de novembro,entre os' dias 10 e 14 de dezembro. As duas medidas, Srs.Deputados, foram determinadas pelo Governo depois de to-

, mar conhecimento dos resultados financeiros da Previdênciano último mês. A arrecadação da Previdência Social em outu­bro'teve um acréscimo real de 16,6% sobre o mês de setembro.

Depois de tantos 'descasos, Sr. Presidente, só agora oGoverno começa a valorizar e priorizar as razões de ordemsocial, preocupando-se assim com a grande "angústia ,social"que o País atravessa, Esta medida irá minimizar um poucoo sofrimento dos aposentados que necessitam sair de casaainda de madrugada e enfrentar por um longo período detempo, as intermináveis filas para receberem seus "miseráveissalários". Os aposentados terão a comodidade de irem apenasuma úníca vez à rede bancária em um único mês para receberos benefícios a que têm direito, além de ter o seu dinheirodisponível no início do mês.

Temos acompanhado a classe dos aposentados há váriosanos, Sr. Presidente, e lamentavelmente temos visto esta classest!r relegada a segundo plano maltratada a cada Governo quese instala no País. Precisamos com grande urgência modificaresse terrível quadro de sofrimento e miséria por que têmpassado nossos aposentados.

. Tenho conhecimento, Srs. Deputados, de aposentadosque moram na área rural e têm que se deslocar quilômetrosa pé até o posto de benefício ou a um banco para receberemmenos que um salário mínimo. Realmente, é revoltante ver­mos aqueles que tanto contribuíram com seu trabalho parao desenvolvimento do País agora viverem jogados na sarjeta.Temos hoje mais de 10 milhões de aposentados que recebemmenos de um salário mínimo. Isso tem que ser mudado imedia­tamente pela Previdência, pois não creio que alguém consigaviver dignamente recebendo um salário tão haixo.

Continuarei lutando, Sr. Presidente, para que os sofri­mentos de nosso aposentados sejam minimizados e possamassim ter uma vida digna e respeitada.

Muito obrigado.

o SR. PRESIDENTE (PDT - RJ. Pronuncia O seguintediscurso.) - Sr Presidente, Sr" e Srs. Deputados, retornoa esta tribuna para denunciar, mais uma vez, o Presidenteda Companhia Siderúrgica Nacional, engenheiro Roberto Pro­cópio Lima Neto, pela sua insensibilidade e total descom­promisso com a comunidade volta-redondense.

De abril de 1990 a dezembro de 1991 foram demitidosmais de seis mil empregados da empresa, gerando-se umaséria crise econômico-social na região sul-fluminense.

O Presidente da CSN, egresso do grupo Monteiro Ara­nha, é o representante dos grandes conglomerados econô­micos que querem conquistar o controle acionário da empresa,e procura, de todas as formas, fazer o jogo desses grupospara entregá-la, de mão beijada, à iniciativa privada, no quese convencionou chamar de desestatização.

Por diversas vezes, Srs. Deputados, o Presidente da CSNassumiu o compromisso de não mais demitir; mas após a elei­ção do Sindicato dos Metalúrgicos e do Sindicato dos Enge­nheiros, em que ele, usando indevidamente dos poderes doseu cargo, interferiu. pressionou, ameaçou, subornou e chan-,

tageou, acabou conquistando o controle das duas entidadessindicais, e com a complacência e c/lmplicidade delas voltou

. a demitir empregados, líderes e ativistas sindicais que se opuse­ram aos seus métodos autoritários e arbitrários de gestão daCompanhia Siderúrgica Nacional.

Anuncia-se agora, Sr. Presidente, a demissão de mais600 chefes-de-família. Por mera coincidência, essas demissõesestão recaindo sobre empregados que se opuseram à farsadas eleições sindicais e não apoiaram o candidato dele ­derrotado - a Prefeito de Volta Rendonda, numa atitudede retaliação e revanchismo inaceitável dentro da normalidade

, democrática em que vivemos.A sociedade de Volta Redonda repudia os métodos usa­

dos pelo Sr. Procópio enão aceita mais conviver com alguém.que tanto infelicitou o seu povo e que fói para a nossa cidade,como representante do Presidente afastado Fernando Collor,para implantar ali a política ditada pelo Governo anterior,e que só gerou recessão e desemprego.

Deixo aqui registrado o meu protesto em nome do povode Volta Redonda e da região sul-fluminense, a que representonestà Casa, contra a política selvagem que vem sendo prati­cada pelo Presidente da CSN. Faço um apelo ao Ministrodas Minas e Energia, Deputado Paulino Cícero, e ao Presi­dente Itamar Franco, para que livrem, com urgência, a nossacidade e a Companhia Siderúrgica Nacional, de que tantonos orgulhamos, da presença constrangedora e da influênciamalévola do atual Presidente, antes que ele consiga jogara nossa cidade e nossa região numa convulsão social, de conse­qüências imprevisíveis.

Era o que tinha a dizer.

o SR. ALDlR CABRAL (PTB - RJ. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, dizíamosnós, em pronunciamento do dia 29 de julho último. que anação brasileira estava estarrecida com a turbulência promo­vida pelo Governo com a expedição das novas normas sobreos consórcios, a começar pelos quase três milhões de consor­ciados existentes que iriam continuar na mesma situação dedesespero, de revolta e de perplexidade.

Todos nós sabemos, Sr. Presidente, que os desacertosda economia, não nos restasse a crença na inversibilidadedo seu processo de intensas transformações, têm sido inexo­ráveis com os caixas dos Tesouros nacional e estaduais, nota­damente do Governo do Estado de São Paulo. É 'preciso,contudo, identificar a direção daquelas transformações paraque o nosso País não se desvie da rota da modernidade.

A interligaç&o da sociedade industrial com a sociedadeterciária é uma característica da moderna economia mundial.É neste contexto que o turismo se configura como uma opçãoreal e como uma escolha política consciente. Com efeito, aatividade turística representa cerca de 3% do PIE brasileiro,podendo empregar mais de dois milhões de pessoas, corres­pondendo a 1,5% da população economicamente ativa doPaís. Esta é a perspectiva profissionalizada do turismo, comodefinição produtiva para o Brasil. Não vai ser essa crise, pormais grave que seja, que vai alterar a proposta de moderni­zação deste País. E esta medida já teve início com a expediçãodo Projeto de Lei de Conversão da Medida Provisória no309/92, que instituiu a Reforma Administrativa.

Em boa hora, S. Ex' o Sr. Presidente Itamar Francofez ressurgir o Ministério da Indústria, do Comércio e doTurismo. Esse órgão público, que tem sob sua coordenaçãoos mecanismos de controle das ações industriais e do comércio

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e agora também o de turismo, pode reverter a situação econô­mica por que passa a Nação brasileira.' Aí, nesse órgão; essessegmentos mercadológicos serão adequadamente disciplina­dos de forma mais coerente, para onde foram deslocadas mui­tas das atribuições do Ministério da "Economia, inclusive deum dos seus titulares, bex-Secretário-Adjunto da SecretariaNacional de Economia, Dr. Antônio Maciel Neto. Descentra­lizaram-se, por uma razão de lógica, as atrihuições inerentesà indústria, ao comércio e ao turismo, para melhor seremacompanhadas as ações do Governo.

Tudo isso me induz à reflexão; e aproveito ésta 9Po~tu­nidade, Sr. Presidente, Srs. Deputados, para fazer o meuapelo para que o Sistema'de ConsórCios seja alocado no Minis­tério da Indústria, do CQmércio e do Turismo, tantosforámos transtornos causad,os 'pela desordenada e desastrosa oiÍ<~n­

tação do Banco Central do Brasil. O descrédito que se abateusobre o Sistema de Consórcios foi de tal monta, Sr. Presidente,que o próprio setor caiu no ostracismo, sem ter uma diretriza seguir, tornando-se inviável e absolutamente impraticável.

O Banco Centra\,'está comprovado, não soube solucionaros muitos problemas surgidos no sistema sob o seu comando.Não os discutiu democraticamente com" o setor privado. 'Pelocontrário, foi o próprio Diretor de Normas, Sr. Gustavo Loyo­la, hoje designado para a Presidência daquela instituiçãoquem, através de entrevista à imprensa escrita, falada'e televi­sada, declarou, poucos dias antes da realização do "FórumNacional de Idéias sobre o Sistema de Consórcios" que seriarealizado nos dias 9, 10 e 11 de junho próximo passado, queas novas regras já estariam definidas. Mas, as regras não saí­ram e o Fórum não se realizou. Enfim, a balbúrdia jurídicaprovocada pelos tecnocratas daquela instituição não deu tré­gua aos empresários e, menos ainda, aos consorciados, cujoprocedimento foi fulminante para o sistema.

Hoje, nenhum consorciado entende a legislação que disci­plina o sistema de consórcios, tal a sua impertinência e incoe­rência. O que está normatizado até agora somente irá refle­tir-se contra o consorciado no decorrer do prazo de duraçãodo consórcio, pois nem ao menos um regulamento-padrãofoi elaborado pela referida Diretoria de Normas.

Com a alocação do Sistema de Consórcios no Ministérioda Indústria, do Comércio e do Turismo, estarei mais convictode que a minha luta não foi em vão, que a minha voz sefez ouvir pelo atual Governo.

É bem verdade, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que oBanco Central não tem tradição consorciai, e toda ação quenão se insere numa tradição é um romantismo; toda a açãoque não se apóia numa experiência anterior, já realizada,está fadada ao fracasso. Foi, exatamente o que aconteceucom o Sistema de Consórcios, destruído que foi pela inexpe­riência de alguns, pela truculência e inabilidade de outros.

Sem dúvida alguma, o consórcio é um segmentá'da econo­mia gerador de riquezas, de empregos, de impostos, fatoresimportantíssimos no círculo orçamentário de Governo. Nãohavendo consumidor não há comércio; se não houver comércionão haverá produção; se não houver produção não haverápagamento de tributos. Numa recessão, por exemplo, em ha­vendo redução da produção, haverá desemprego. Se for inter­rompido o fluxo econômico-produção, pagamento de impos­tos e execução de investimentos públicos, ocorrerá, fatalmen­te, uma catástrofe econômica. Por tudo isso, SI. Presidente,todo segmento que dinamizar a economia é fator importante.E o setor automobilístico deve ser tratado com a atenção

merecida, considerando a importância que tem no contextoda economia brasileira.

A indústria automobilística, com suas 22 montadoras,incluídas as autopeças, gera negócios para quase 6.000 empre­sas. Emprega cerca de um milhão de pessoas e movimenta120 bilhões de dólares, gerando impostos de 36% desse valore representando 10% do Produto Interno Bruto (PIB).destePaís. E de sua produção anual de um milhão de veículos,60% eram destinados aos consorciados. Hoje, não mais de20% daquele total são destinados àquele segmento econô­mico: E, se não forem adotadas as providências que sefazemnecessárias, dentro de seis meses estará exaurida totalmente

"essa massa populacional consumidora.Em meio a tantas mudanças, é hora de ser discutida a

questão central; o Sistema de Consórcios deve ser comandadopelo Banco Central: ou pelo Ministério da Indústria, do Co­mércio e do Turismo? O que importa, Sr. Presidente, é queo Governo tem a obrigação de fazer a economia funcionar.Buscar o caminho do seu desenvolvimento é função precípuado Governo. Ao contrário dos países industrializados, o Brasilnão pode prescindir da intervenção governamental. Mas, ébom lembrar que essa intervenção não pode ser feita às cegas.O Governo deve ter a capacidade de fazer funcionar o merca­do, criar um clima de estabilidade política e econômica, tendocomo resultados a melhoria no campo social e na infra-es­trutura.

Se o setor automobilístico, com a produção anual de 1milhão de veículos, corresponde a 10% do PIB, com a produ­ção de 2 milhões de veículos, prevista para o ano 2000, asua participação no PIB será considerável. É preciso, SI. PRe­sidente, que o Governo fortaleça os investimentos sociais dan­do um impulso à indústria, como está inserido nas diretrizesda política econômica traçadas pelo Ministro Paulo Haddad,e ao turismo para, enfim, encontrar a estabilidade social.

Portanto, Sr. PResidente, o papel do recém-criado Minis­tério da Indústria, do Comércio e do Turismo é de funda­mental importância, pois é necessário, também, promovera cultura. Ela deve ser um componente central das estraté­gicas, e nada melhor do que adequá-lo ao Sistema de Consór­cios, sob a coordenação daquele órgão púhlico. E o pontode partida é incluir o Sistema de Consórcios no ProgramaBrasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) para, assim,sensibilizar o empresariado e estimulá-lo ainda mais a disse­minar os novos conceitos e a nova metodologia consorciaia ser implantada com o projeto a ser apresentado e debatido,democraticamente, em um fórum nacional, haja vista o esgota­mento do sistema hoje expressado na obsolescência de suasnormas reguladoras.

Um amplo consenso a respeito de um novo sistema jáexiste, SI. Presidente, Srs. Deputados, como revela recentepesquisa de opinião mandada realizar pela Administradorade Consórcios Autoplan, entre os freqüentadores do Salãode Automóveis, realizado em São Paulo, quando 80% dosentrevistados declararam não mais confiar no Sistema de Con­sóricos. É a oportunidade que se oferece ao Presidente ItamarFranco para iniciar a modernidade e um prorama de estabili­zação para valer, com a alocação do Sistema de Consórciosno Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo.

SI. Presidente, surge agora uma oportunidade rara paraser reformulada toda a legislação em vigor, fazendo-se obser­var, em primeiro lugar, a hierarquia das normas jurídicas,não se permitindo, nunca mais, a balbúrdia que aí está e

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que já foi amplamente demonstrada em nosso pronunciamen-to do dia 29 de julho de 1992. .

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, Srs. Deputados.

o SR. OSVALDO MELO (PDS - PA Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~s e Srs. Deputados,da mesma maneira como procedemos em relação à reclamaçãoque formulamos contra a Bradesco Seguros, temos a registraro comportamento correto que essa entidade teve na questãodo Sr. Nilso Reginaldo da Costa e Silva, meu conterrâneode Belém do Pará, transcrevendo a seguinte carta que recebi,com a aqual estamos de acordo, dando por,encerrado b assun­to. Eis a correspondência que fazemos inserir nos Anais déstaCâmara dos Deputados:

"Rio de Janeiro, 16 de setembro de 1992.Secretaria-Geral- 4118/92.

Exm9 Sr.Deputado Osvaldo Melo

Prezado DeputadoTomamos conhecimento do teor de seu honroso

discurso, publicado no Diário do Congresso Nacional,através do qual Vossa Excelência refere-se á BradescoSeguros S.A., em defesa do Sr. Nilso Reginaldo daCosta e Silva.

Cumpre-nos registrar que iniciativas dessa natu­reza são louvadas por nossa Empresa, pois é motivode júbilo poder contar com o eminente parlamentarem prol de uma causa justa.

Voltado para esta filosofia é que o Grupo Bradescode Seguros direciona suas atividades, analisando deta­lhadamente os processos, ouvindo as partes envolvidase, acima de tudo, respeitando sempre aqueles que neleconfiam.

Assim, constatado o direito à indenização, o paga­mento foi feito diretamente ao Estipulante Assei ­Associação dos Empregados da Eletronorte, investidoque estava dos poderes de representação dos Seguradosincluídos na respectiva apólice. Entretanto, aquela Ins­tituição, inadvertidamente, retardou a entrega dos che­ques ao Sr. Nilso Reginaldo da Costa e Silva, semque tivéssemos interferência naquele acontecimento.

Desta forma, a Bradesco exime-se de qualquerculpa a respeito, até mesmo das diferenças reclamadas.

Não obstante, como é de conhecimento de VossaExcelência, efetuamos o pagamento da correção, acre­ditando estar assim o assunto solucionado.

Diante do exposto, reivindicamos respeitosamenteao eminente Deputado que, mais uma vez, marquesua digna presença na Câmara dos Deputados, atravésde pronunciamento que julgamos relevante para man­ter, junto a tão ilustre Casa de nossos representantes,a boa imagem que sempre procuramos preservar.

Certos de que este pedido merecerá especial consi­deração por parte de Vossa Excelência, subscrevemo­nos,

Atenciosamente. - João Regis Ricardo dos San­tos, Vice-Presidente da Produção".

Sr. Presidente, S~S e Srs. Deputados, aproveito o ensejopara abordar outro assunto. . .

Na oportunidade da revisão do texto constitucIOnal, aser procedida em 1993, será de grande valia para. o povo

o.reexame dos dispositivos que tratam do Sistema Unico deSaúde.

Ao que parece, Sr: Presidente, ;:tquele Sistema não vemdando os resultados esperados, sendo responsável, em grandeparte, pelos problemas no setor saúde; .agravados nestes últi­mos tempos.

A estrutura funcional do SUS, como idealizada, se mostraineficaz, imprópria para a realidade social e econômica doPaís, respondendo pelo fracasso de um projeto que, desviadode seus objetivos, deixa à mercê da sorte os segmentos menosfavorecidos da sociedade, hoje submetidos à permanente au­sência 00 médico e do medicamento. Aqueles, porque pessi­mamente remuneração, não atendem convenientemente; es­tes, porque inexistentes para a distribuição gratuita, no mer­cado alcançam preços impraticáveis.

Recebi apelo da Seção Regional do Pará, da SociedadeBrasileira de Nefrologia, para que, de imediato, trouxesseeste tema ao cuidado desta Casa, visando à revisão do textoconstitucional.

Assim o faço, Sr. Presidente, sabendo previamente queoutros segmentos da medicina e da assistência hospitalar sepreocupam com o mesmo assunto, todos cientes de que oSUS vem fracassando a partir da distribuição das verbas deresponsabilidade do Governo Federal.

Em substancioso artigo, publicado na Revista Ars Cu­randi de julho deste ano, o Vice-Presidente da AssociaçãoPaulista de Medicina, Honório Chiminazzo Júnior, faz umhistórico dos sistemas estatais de saúde já experimentadosno Brasil, para concluir, sobre o SUS, que "o relacionamentodo Sistema de Saúde com os hospitais, que veio piorandoao longo do tempo, acabou por sucatear um grande númerodeles, criando uma situação difícil da infra-estrutura de leitosno Brasil".

Acrescenta o articulista que "os hospitais próprios doGoverno sofrem de falta crônica de gerenciamento, custandoextremamente caro e funcionando em geral pessimamente",afirmando, ainda: "também com os médicos os relaciona­mento é em geral difícil. Estes se sentem explorados e semnenhuma participação efetiva no Sistema. O diálogo pratica­mente não existe e as posições são quase sempre radicaise agressivas bilateralmente".

É do mesmo articulista a seguinte observação:"A péssima remuneração dos hospitais e médicos, aliada

ao fraco poder administrativo-gerencial do Sistema, incentivouem muito um relacionamento desonesto, com fraudes freqüen­tes em vários níveis. As constantes notícias de desvios deverbas da área de Saúde, assim como comentários veladosde que o dinheiro destinado ao atendimento médico não chegaao seu destino, desgastam ainda mais a já pálida imagemdo Sistema de Saúde".

Pelas informaçõe sque se extraem da mencionada revista,sabe-se que a Associação Paulista de Medicina preparou umprojeto que visa substituir o SUS. Creio, Sr. Presidente, quenuma integração de propósitos a Câmara dos Deputados, porsua Comissão de Saúde, poderia avocar aquele estudo paraexaminá-lo e, se factível, adotá-lo quando da revisão do textoconstitucional.

De inovador, anuncia-se que o Sistema propugnado pelaAssociação Paulsita de Medicina adotaria um mecanismo deatendimento nos consultórios particulares dos médicos, atra­vés de um credenciamento universal. Os hospitais tambémterão credenciamento idêntico, se assim o desejarem, e serãoremunerados através de tabela própria. Os postos de saúde

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e ambulatórios próprios do atual Sistema seriam usados comoprontos-socorros ou postos de medicina preventiva, saúde ma­terno-infantil e outros tipos de atendimento específico.

Vejo, Sr. Presidente, como possível este Sistema propostopela Associação Paulista de Medicina, ao tempo em que meassocio aos médicos do Estado do Pará que protestam contraa atual situação do Sistema Único de Saúde, por entenderque assiste razão aos que se levantam contra eles, por ineficaz,e impróprio à realidade brasileira.

E, de destaque, é de se dizer que o SUS prejudica nãosomente aos doentes. Ele é prejudicial aos médicos, aos hospi­tais, aos ambulatórios, a todos os segmentos envolvidos naassistência médica e hdspitalar. Consegue o Sistema ser inefi­caz em toda a sua extensão. Consegue ser desalentador ese permite não agradar a ningúem. Há, portanto, uma unani­midade nacional, que clama contra o SUS, fato que não podepassar em branco pelo Congresso Nacional, especialmentequando da revisão do texto constitucional.

Espero, Sr. Presidente, que esta Casa esteja atenta atão grave problema, que ofende aos interesses maiores dasociedade brasileira, trazendo desalento a transtorno à popu­lação em geral.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente, Sr~' e Srs.Deputados.

o SR. VIRMONDES CRUVINEL (PMDB - GO. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Depu­tados, e verdadeiramente auspicioso que o novo Governose proponha a dar continuidade ao Programa Nacional dePrivatização, em moldes renovados, ainda assim, porém, con­servando a filosofia do plano original.

O Presidente Itamar Franco o assegura, em declaraçõesà imprensa, e o Ministro do Planejamento declara que, finali­zado o estudo, começarão as discussões com os políticos dediversos partidos.

Por seu turno, o Presidente do BNDES, Antônio Barrosde Castro, com muito bom senso, afirma: "Cada empresatem um perfil e por isso usaremos metodologia de venda dife­renciada para uma delas". Vendo a gravidade da situaçãobrasileira, projetops como esse nos conduzem ao aperfeiçoa­mento do desgastado e financiamento combalido Estado Bra­sileiro.

O Presidente Itamar Franco, patrioticamente, determi­nou ao BNDES a elaboração de documento intitulado "Basespara o aperfeiçoamento da Lei do Programa Nacional de De­sestatização", cujas pautas principais são:

"1) o estabelecimento de novos critérios para parti­cipação de cruzeiros na aquisição de empresas estatais.

2) a fixação de regras mais flexíveis para a partici­pação do capital estrangeiro na aquisição de empresase~·'-ltais;

3) a definição das áreas e empresas consideradasestratégicas. Na definição das empresas estratégicas,serão levadas em contas:

4) a sua importância na estruturação de setorese, genericamente, na incorporação e difusão de novastecnologias;

5) a sua relevância, em determinados casos, noatendimento de necessidades sociais;"

No caso de áreas ou empresas que deverão permanecerna propriedade do Estado, deverá ser sugerida a revisão denormas que presentemente inibem a sua gestão e desenvol-

vimento. Alio onde se prevê a a combinação de capitais priva­dos e públicos, buscar-se-á novos modelos de empresas,ade­quados ao atendimento dos objetivos privados, respeitadasas diretrizes privenientes de políticas públicas.

Ora, Sr. Presidente, após a queda do Muro de Berlimnão há mais quem resista aos encantos da diminuição do tama­nho do Estado. O Programa de Privatização pode gerar aosdiversos setores de serviços públicos bilhões de dólares.

O Estado tem de ser redimensionado, reavaliado, a fimde não se declarar falido. A desregulamentação é a melhorreceita para evitar isso. Exemplo eloqüente disso seria a mo­dernização dos portos, do setor ferroviário, de energia elétrica,do siderúrgico e de tantos outros.

Consolidar o processo de desestatização é fazer justiçasocial, pois os padrões de gestão de empresas privadas são,sabidamente, mais eficientes e remuneratórios que os do Esta­do. A época é de arejamento, de enxugamento e desengordu­ramento da máquina estatal, excessivamente untuosa.

Agravou-se a recessão, deflagrou-se o desemprego, con­servou-se a inflação a níveis assépticos. É o falso liberalismodo governo interior. A tal "modernidade" não nos deixounem cá! O PIB despencou, o País empobreceu bastante, eo Programa de Privatização não avançou na medida certa.A modernidade de camiseta, com dizeres até em latim, noslevou ao fundo do poço, nas áreas social e econômica.

Sr. Presidente, na prática, a desordem em que se encontrao País pode começar a ser eliminada através de uma definiçãoclara do Governo, das regras dos futuros leilões e das moedasa serem utilizadas. A desestatização deve gerar cruzeiros aoErário, de forma rápida.

A gravidade da situação brasileira obriga a um esforçode compreensão do Governo, dos empresários e trabalha­dores, no especial da desestatização. O "pacto social" podee deve incluir este item. A CUT tem de entender os novostempos! O dirigismo econômico não é coisa do presente emuito menos do futuro!

Feita uma revisão do antigo Programa, reescalonando-seprovidências, estabelecendo-se um caderno de encargos, dasprivatizações poder-se-á obter resultado coerente com as nos­sas carências sociais e econômicas, conduzindo ao equihbrioorçamentário e à racionalização de objetivos na administraçãopública. Só assim o Governo poderá melhor desincumbir-sesuas tarefas típicas. Não há programa governamental que me­reça credibilidade se não for socialmente justo.

O pensamento democrático não admite o Estado agigan­tado, paquidérmico, aventurando-se em setores que nãosãoos seus, originariamente, com repercussões sobre os menoressalários e sobrecarregando o contribuinte. Isto nos parececurial e tão óbvio que ser contra o "Programa Nacional deDesestatização", corrigidos alguns desvios de execução, causa­nos espanto.

Pois, Sr. Presidente, é mister se desmistificar o processode privatizações e a sociedade passe a vê-lo como veículode progresso e de fortalecimento da democracia, já que aoEstado restarão maiores recursos, após desvencilhar-se doestorvo de empresas tecnicamente falidas, para investir naárea social.

Assim, Sr. Presidente, almejamos transcorra para o bene­fício geral.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente Sr~' e Srs.Deputados.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (PPS - DF. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr~s e Srs. Deputados,

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24162 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

o Projeto de Lei Orçamentária encaminhado ao CongressoNacional pelo Presidente afastado Collor de Melo foi objetode duras críticas por parte da Bancada do Distrito Federalno Congresso. Por ser a expressão de uma política econômica.,recessiva, contribuindo para manter e ampliar o atual quadrode miséria, desemprego e falta de perspectivas, o projetogovernamental significava uma mudança de atitude para coma Capital Fedral, reduzindo drasticamente a participação doGoverno Federal, ou seja, as transferências de recursos parao DF, recursos estes destinados à educação, à saúde e à segu­rança pública.

Mais do que criticar, a Bancada Federal do DF reuniu-see, após consultar o Governo doDistrito Federal, elaboro.uuma série de emendas, todas equilibradas e coerentes, as qualsbuscam recuperar para oDF o tratamento que esta Unidadeda Federação tradicionalmente teve da União.

O Governo Itamar Franco, numa atitude sensata, retirouo projeto de lei orçamentária elaborado pelo GoverIl:0 Collore, nos primeiros dias de novembro, deverá encammhar aoCongresso Nacional o novo projeto, o qual, esperamos, sejaexpressão de uma política econômica voltada para o desenvol­vimento e a distribuição de renda.

Nossas emendas, transformadas em sugestões, foram en­caminhadas ao Governo. Esperamos que desta feita o projetodo Poder Executivo contemple as reivindicações da Capitalda República, cuja situação peculiar, específica, foi esquecidaquando da elaboração do projeto anterior. Conforme já foidiversas vezes lembrado desta tribuna, Brasília, além de abri­gar mais de uma centena de representações diplomáticas, abri­ga também as sedes dos poderes Legislativo, Executivo e Judi­ciário, o que a faz cidade sui generis, do ponto da segurançapública, sendo tradicional o aporte financeiro da União àsáreas de saúde e educação da Capital da República.

Integrante da Comissão Mista de Orçamento, procurei,desde o primeiro momento, participar de todo o processode discussão, defendendo que a questão central a ser enfren­tada pelo Governo do Presidnete Itamar Franco é a recessãoeconômica e todas suas seqüelas, especialmente o desempregoque, em Brasília como em todo o País, é flagelo social queabala e agride violentamente a classe trabalhadora.

Espero que o novo projeto governamental a ser remetidoa esta Casa nos próximos dias contemple as reivindicaçõesdo Distrito Federal e, mais do que isto, seja a expressãode um política econômica voltada para o desenvolvime?toe a distribuição de renda. O comba!e ao desemprego, acredlto,deve ser o mote desta política. E preciso que a concepçãoneoliberal que dominou o Governo Collor, com a visão deum Estado ausente e omisso ante a realidade econômica esocial, seja sepultada. O Estado deve ser, ao contrário, indutordo desenvolvimento econômico, propiciando a criação de em­pregos, pois é o desemprego, em Brasília e em todo o País,o principal problema a ser atacado pelo Governo Federal.

O SR. VASCO FURLAN (PDS -SC. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Sr~' e Srs. Deputados, recebe­mos, nesta data, sincera, sentida e justa reclamação das Coo­perativas Agropecuárias de Santa Catarina, Estado que.tenhoa honra de representar. Diz na sua missiva o ilustre Presldenteda Cooperativa do Vale do Itajaí, Pedro Manoel Bernz:

"Respondendo aos apelos do Gover~o Federal, aagricultura catarinense plantou, conduzlu e c?lheu amaior safra agrícola da sua história, em especlal a defeijão. Estamos atualmente com 100.000 toneladas do

produto em estoque, e não temos receb!do, até en~ã?,

sequer indícios de que os estoques eXlstentes salraodos nossos armazéns em tempo hábil para que possa­mos receber a nova safra."

Até quando, Sr. Presidente, Srs. Deputados, ass!stiremosa este filme? De um lado, os nossos valorosos agncultores,que, respondendo aos apelos do Governo Federal produ~emsafras espetaculares, capazes de abarrotar os nossos armazens,que assim permanecem por longos períodos à mercê de pragase apodrecimento, além de elevadíssimos custos de manuten­ção. De outro lado, a maioria da popul~ç~? brasileira, cad.avez mais pobre e carente, com poder aqulSltlvo cada vez mmsaviltado e com uma alimentação deficiente a ponto de, emcertas regiões, estarmos com uma geração de nanicos. Nossosprodutos agrícolas deveriam, ao invés de alimentar ratos egermes nos armazéns, estar sendo servidos na mesa do nosso"tão sofrido povo.

Temos o dever de registrar, desta tribuna, apelo perma­nente às nossas autoridades para que tomem providênciasurgentes e que agilizem soluções de modo que a produçãoagrícola alcance o seu destino final.

Muito bem o disse o Presidente Itamar Franco, "o tecidosocial está na iminência de se romper".

A brutal recessão a que está submetida a economia, aliadaa um achatamento salarial sem precedentes, está aviltandotanto o poder de compra dos brasileiros que at~.mes~o acomercialização dos alimentos está encontrando senas dlficul­dades.

Nossa renitente inflação, de 25% ao mês, transformaa vida dos agricultores que tomam empréstimos para a produ­ção num verdadeiro inferno. Com índices de correção e jurosda agiotagem oficial, assistimos anualmente à maioria dosnossos agricultores às voltas com débitos junto aos bancos,a sua tão trabalhosa produção não consegue alcançá-los, ea recessão arrasa os preços de comercialização.

A burocracia, confortavelmente instalada nos seus gabi­netes, protela decisões, não fornece respostas adequadas, per­mitindo que aumente cada vez mais o desespero daquelesque tiveram a suprema ousadia de, trabalhando a terra, geraruma produção notável. ,. . .

Particularmente, somos contra os subsldlOS a agnculturaporque a política de subsídios nos tiraria argumentos juntoao GATI, ao Mercado Comum Europeu e aos Estados Unidosda América. Mas, não podemos também concordar em queo produtor da matéria-prima seja apenado na conjuntura dobinômio custo/ganho, e nas oscilações da oferta e da procura,sem falar nas intempéries da fenomenologia meteoroló~ic.a.

Não bastassem os riscos climáticos a que estão sUJeltossuperados sempre pela tenacidade. coragem e destemor comque se conduzem, os agricultores se vêem obrigados a enfren­tar as vicissitudes causadas pela lentidão das decisões governa­mentais através dos seus órgãos específicos.

São verdadeiros heróis os nossos agricultores, temos odever de homenageá-los diariamente. Apesar de tantas dificul­dades de tantos erros e tantos desmandos, perseveraram tei­mosa~ente extraindo da terra a produção de alimentos quedeveria, sob a gerência do Governo, chegar celeremente àmesa de todos os brasileiros, sem exceção.

Resta-nos a esperança, Sr. Presidente, Srs. Deputados,de que na administração do eminente Deputado Lázaro Bar­bosa o Ministério da Agricultura encontre meios de aumentara produtividade agrícola e tenha agilidade sufi~iente para ~o­

mercializar as safras, incentivando cada vez mms a produçao.

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As cooperativas reclamam, tão-somente, que se retirea safra passada dos armazéns para que possam depositar apróxima, que será colhida brevemente. Por outro lado, o povoreclama que coloque as safras no mercado a preços justose ao alcance do poder aquisitivo do povo brasileiro.

O SR. JOÃO TOTA (PDS - AC. Pronuncia o seguintediscurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a Educa­ção, no Brasil, vive a sua maior crise. Os professores sãopessimamente remunerados e a evasão escolar cresce em pro­gressão geométrica. A qualidade do ensino, em seus váriosgraus, cai assustadoramente, pois não há qualquer incentivoà especialização dos integrantes do magistério.

No que diz respeito, especificamente, ao ensino univer­sitário, a situação é autenticamente caótica. De fato, a Univer­sidade brasileira não vem tendo condições de responder àsnecessidades do País, por absoluta falta de recursos. Remu­nera mal seus professores e proporciona aos alunos nível deensino limitadíssimo.

Ao lado dessa situação dramática do ensino público, osestabelecimentos de ensino superior privados, em virtude doelevado preço das mensalidades, restringem-se a reduzido nú­mero de alunos - pois poucos conseguem arcar com essepesado ônus.

Pois bem, durante muitos anos, o Programa de CréditoEducativo propiciou a efetiva democratização do ensino supe­rior, ensejando que milhares de alunos desprovidos de recur­sos financeiros pudessem freqüentar os bancos universitários,sendo hoje profissionais bem qualificados, de nível superior.Entretanto, é preciso ressaltar que há mais de dois anos ocrédito educativo encontra-se virtualmente desativado, o quetem inviabilizado o acesso à Universidade a milhares de estu­dantes carentes.

Impõe-se, por conseguinte, a urgente reativação do Pro­grama de Crédito Educativo, a fim de permitir-se que umamplo contingente de estudantes que não têm condições depagar por seus estudos venha a freqüentar a Universidade.Este apelo, Sr. Presidente, dirigimos, desta tribuna, com vee­mência, ao Sr. Ministro da Educação e Desporto.

Era o que tínhamos a dizer.

A SRA. FÁTIMA PELAES (PFL - AP. Pronuncia oseguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'S e Srs. Deputados,estive neste fim de semana no Município de Mazagão, nomeu Estado, o Amapá, e quero fazer um registro, que peçoconste dos Anais desta Casa, a respeito das inúmeras dificul­dades encontradas ali, naquela localidade, e que vêm subme­tendo sua população a sacrifícios inadmissíveis.

A sobrevivência naquele Município está cada vez maisdifícil. Tenho me empenhado pessoalmente e tentado - gra­ças à responsabilidade de certos homens públicos deste País,com algum sucesso - obter recursos para investimentos essen­ciais àquela população. Este ano, por exemplo, já consegui­mos liberar recursos para a construção de escolas, postos médi­cos e recuperação da estrada principal de acesso ao assenta­mento de Piquiazal.

Entretanto, isso não é o bastante. Ê preciso que as autori­dades a nível municipal, estadual e federal tenham sensibi­lidade e olhem os setores de infra-estrutura do Municípiode Mazagão, pois é um Município de grande potencialidade,especialmente agrícola. Hoje os agricultores têm um problemaseriíssimo, que é o do escoamento da produção.

Quero, inclusive, ressaltar aqui desta tribuna que estesetor tem uma importância vital para o crescimento não só

do Município, mas do próprio Estado do Amapá. Por issourge que as políticas de assentamentos rurais e incentivosaos pequenos agricultores sejam incrementadas pelos nossosgovernantes, pois o aumento da produção de alimentos deveser uma preocupação constante e prioritária das liderançaspúblicas, uma vez que é inviável um Estado desenvolvidocom sua população morrendo de fome e doente, sem condiçõesde trabalhar.

Acredito que uma atenção maior a este setor deve serdada. Estímulos às cooperativas agrícolas, distribuição de se­mentes, assessoramento técnico para plantio de culturas bási­cas e uma reforma agrária responsável e realmente redistri­butiva são atitudes efetivas que determinarão o progresso doAmapá.

O Município de Mazagão já tem várias iniciativas nessesentido, que nasceram da própria comunidade. Ê preciso so­mente que o Poder Público assuma suas obrigações para comsua população, conferindo-lhe o indispensável incentivo, paraque comida, saúde e trabalho, elementos fundamentais dadignidade humana, não lhes falte.

No âmbito de minhas possibilidades e competência, tenhotrabalhado neste sentido e prometo assim continuar a fazerutilizando todas as instâncias legítimas a fim de que aconteçauma efetiva melhora na vida do povo de Mazagão e do Amapá.E conclamo os homens públicos responsáveis - não só domeu Estado, mas principalmente dele - a essa luta que éde todos nós.

O Amapá assim está a exigir de nós.Era o que tínhamos a dizer.

O SR. WERNER WANDERER (Bloco - PRo Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr·' e Srs. Deputados,durante a Assembléia Nacional Constituinte um dos temasmais explosivos foi a questão fundiária. Pelas dimensões doPaís, boa parte desta discussão era completamente estéril,porque não levava em conta o grau de ocupação das váriasregiões para definir o que seria uma mini, pequena, médiaou grande propriedade. Era apenas um sintoma de que hádistâncias muito grandes entre o Brasil real e muitos debates,em especial nas áreas burocráticas.

Enfim, o que queremos deixar consignado é que a peque­na propriedade produtiva tem sido a base da agricultura noSul do País, e, portanto, um padrão para a agricultura nacio­nal. Ê a pequena propriedade que mais emprega, é a pequenapropriedade que mais produz alimentos básicos para a popula­ção, é a pequena propriedade a menos agressiva ao meioambiente, é a pequena propriedade a sustentação de umaeconomia de mercado desinflacionada. Por isso, é estranhoque determinadas áreas governamentais não tenham sensibi­lidade para proteger esse patrimônio, que não é de cada agri­cultor, mas de um sistema altamente estimulante para a econo­mia do País.

Vejamos um caso específico da ação governamental quepenaliza a pequena propriedade, a começar pelo que podemoschamar de minifúndio. Nos anos 70, o adicional do Proagro,na cultura do feijão, por exemplo, era de 2% a 3%. Hojeeste percentual chega aos 10% e até aos 11%, ou seja, maisde 300% de ônus para este produtor. A justificativa técnicapara este aumento é o déficit no Programa de Garantia daAtividade Agropecuária. Ora, não foi o pequeno produtoro responsável por este furo, muito pelo contrário, ele é oprimeiro a pagar a conta, já que é um alvo sempre maisfácil do poder fiscalizatório.

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24164 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

Além do Proagro, o produtor paga uma taxa de 6% a9% para a assistência técnica, mais 6% a 9% de juros sobreo financiamento, mais 5% de transporte e mais 5% de benefi­ciamento do produto. Somem-se todos esses encargos e tere­mos uma questão crucial: vale a pena plantar?

No caso do Proagro, trazemos a sugestão da Federaçãoda Agricultura do Paraná - FAEP -, que já oferecemosao Ministério da Agricultura e queríamos que aqui nesta Casativesse uma atenção especial.

É simples:- em áreas de até cinco hectares, o adicional do Proagro

deve ser assumido pelo Tesouro. É um ônus infinitamenteinexpressivo diante do que representa a sústentação de umapropriedade destas dimensões em matéria de benefícios so­ciais;

- em áreas entre cinco e dez hectares, o adicional serialimitado a apenas 3%; e

- acima de dez hectares, o adicional seria o utilizadoatualmente.

Como podemos observar, o princípio é salvar o minifún­dio, como instrumento de fixação do homem no campo eestímulo à agricultura de subsistência. Nas condições de hoje,sem segurança e sem apoio, a minipropriedade tende a desapa­recer, anexada a propriedades maiores, liberando contingen­tes de mão-de-obra sem qualificação para inchar os aglome­rados urbanos. E mais: com o desperdício de milhares depessoas vocacionadas para o trabalho na lavoura.

Por acreditar que seja uma medida de grande alcancesocial e que pode ser instrumentada com poucos recursos,pedimos a compreensão do Governo e deste Congresso paraque se torne realidade o mais urgente possível.

Era o que tínhamos a dizer.

o SR. JOSÉ AUGUSTO CURVO (PL - MT. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados,anuncia o Ministétio da Economia, Fazenda e Planejamentouma nova política para o setor da borracha, a ser implemen­tada em, no máximo, três meses.

A linha mestra dessa nova política envolve estudos quereúnem seringueiros, indústria e Governo, que, presentes emum Grupo de Trabalho, examinarão as perspectivas brasileirasneste setor.

Vejo esta notícia, Sr. Presidente, com especial atenção.É que, hoje, somos grandes importadores de borracha, espe­cialmente dos seringais da Malásia, quando temos um poten­cial enorme a ser explorado, com vistas, à recuperação denossa posição no mercado da borracha, tanto o interno quantoo externo.

A produção brasileira de borracha atende a apenas umquarto do consumo interno. São produzidas em nosso País28 mil toneladas anuais de borracha natural e, desse volume,apenas 10% são originados de seringais nativos, do setor extra­tivista. A maior parte é, portanto, adquirida nos seringaiscultivados, o que coloca em risco a sobrevivência de 80 milfamílias de seringueiros do Norte do Brasil.

O mais grave ainda, Sr. Presidente, é que nem toda aborracha obtida nos seringais nativos do Norte é adquiridapela indústria, que, em razão dos custos dos transportes, pre­fere a importação, que, lamentavelmente, se torna menosdispendiosa em razão dos preços praticados na Malásia e naÍndia, onde os governos concedem benefícios fiscais aos expor­tadores da borracha produzida nos seus respectivos países.

Em observando as novas perspectivas para o setor daborracha em nosso País, mercê desta política que se querimplementar, é importante, Sr. Presidente, que seringueiros,indústria e Governo estejam atentos a todos os aspectos daquestão, inclusive o problema do preço competitivo da borra­cha importada, que ocasiona sérios prejuízos e grandes riscospara? produção nacional deste produto.

E de se pensar, então, em subsídios, em estímulos, empreços privilegiados, especialmente para a borracha nativa,originária da produção extrativista, da qual dependem milha­res de brasileiros.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. JOSÉ SANTANA DE VASCONCELLOS - (Bloco- MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente,Sr'" e Srs. Deputados, os produtores rurais não podem maissuportar a elevada carga de impostos e encargos a que seencontram submetidos na atualidade.

Por considerar tal assunto digno do maior interesse paraa normalidade do processo de desenvolvimento nacional, tor­no a trazê-lo a esta tribuna, repetindo, em especial, que anova legislação previdenciária, com efeitos a partir de novem­bro de 1991, equiparando os empregados rurais aos urbanose os produtores de desequilíbrio e prejuízo à produção e deaumento do desemprego no campo.

Trata-se de mais um problema que a Lei n° 8.212191,regulamentada pelo Decreto n" 356, de 7 de dezembro de1991, vem acrescentar às numerosas dificuldades já experi­mentadas pelo setor, que, afinal, recebe poucos incentivos,ao contrário do que se pratica em outros países onde a agricul­tura constitui um segmento prestigiado da economia nacional,sustentado por instrumentos estáveis de política econômicaque lhe permitem alcançar melhores níveis de produtividadee competitividade.

Enquanto isso, aqui, no Brasil, se passa a exigir do produ­tor rural o recolhimento de 8% do valor bruto da folha depagamento a título de FGTS. Observem que, anteriormente,o produtor contribuía para a Previdência Social com um per­centual de 2,5% da produçáo comercializada, independentedo número de empregados.

Como outro agravante da atual situação do agricultorbrasileiro, em cumprimento à Lei n" 8.315/91, devem ser exigi­dos, em breve, outros encargos sociais correspondentes aoSenar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e cobradostambém sobre a folha de pagamento, resultando na cobrançade 28,2% para pessoa física e 30,7% para pessoa jurídica.

Cálculos com base nesses percentuais demonstram comclareza os lamentáveis absurdos criados a partir da nova siste­mática. Comparados aos valores do antigo Funrural, os núme­ros atuais significam para os pequenos, médios e grandes pro­dutores rurais gastos em encargos sociais que podem até mes­mo ultrapassar quatro vezes o valor que era pago antes.

Evidentemente, o setor agrícola não poderá suportar essesacrifício adicional, tendo ainda que responder por um conjun­to bem mais complexo, intrincado e também dispendioso deprovidências administrativas decorrentes das recentes altera­ções sobre a legislação previdenciária.

Não há, por exemplo, como equiparar, de modo efetivo,a realidade de uma pequena unidade de produção rural coma de um estabelecimento bancário ou de uma grande empresamultinacional.

Por estas razões, espera-se a revisão da Lei n" 8.212/91,bem como do decreto que a regulamentou.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24165

Com a pesada carga de recolhimentos exigidos pela Previ­dência, morrem as esperanças de supersafras e já se podeesperar, para 1993, um quadro desolador caracterizado porqueda de produção, grande ociosidade dos terrenos agrícolas,elevados índices de desemprego, aumento do êxodo rural,inchamento dos centros urbanos, elevação dos preços dos ali­mentos,.fome e miséria.

Equivale dizer que cresce, ao mesmo tempo, a ameaçarepresentada pela violência, prevendo-se, inclusive, a repeti­ção de mais saques contra supermercados e outros estabele­cimentos comerciais.

Antes que se perca totalmente o controle da situação,encareço, pois, às autoridades responsáveis a exata compreen­são e sensibilidade no sentido de se promover, com urgência,a redução dos referidos encargos, propiciando-se aos produ­tores rurais condições menos desfavoráveis ao exercício desua atividade e garantindo a estabilidade necessária ao pro­cesso de desenvolvimento do País.

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PDC - TO. Pronun­cia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados, a crise educacional brasileira continua à espera nãode novas leis, mas do cumprimento das normas constitucio­nais, seja quando declaram a educação um direito de todose um dever do Estado, seja quando obrigam a União, osEstados e os Municípios a destinarem uma parte apreciávelda sua renda tributária à educação.

Acontece que essa obrigação não vem sendo cumpridapor mais de dois terços dos Municípios brasileiros. E, quandoos Tribunais de Contas estaduais responsabilizam o Executivomunicipal, recusando-se a aprovar o seu desempenho, as Cà­maras de Vereadores, geralmente por dois terços do Plenário,revogam as decisões daquelas Cortes.

Evidentemente, o problema primacial é a aplicação dosrecursos previstos na Constituição.

Mas, além disso, é necessário aplicá-los bem.O custeio das cinco primeiras séries primárias devia ser

feito pelos Municípios; os da sexta à oitava séries do primeirograu, bem como os de segundo grau, pelos Estados; os superio­res, quando gratuitos, pela União.

Comprovada a insuficiência de recursos do Municípiopara atendimento a toda a população escolar das cinco primei­ras séries, cumpriria ao Estado complementar esses recursos,para o cumprimento "daquela finalidade. Também no casode Estados mais pobres ou menos desenvolvidos a União com­plementarÍ.fl os recursos para atendimento pleno a todo o alu­nado do segundo grau.

Esse aspecto deve ser contemplado na Lei de Diretrizese Bases da Educação, devendo-se frisar a necessidade da for­mação de professores, inegável a decadência do ensino nor­mal, a não ser como substituto do curso colegial, porta deacesso às universidades.

Precisamos, igualmente, de maior desenvolvimento doensino técnico em nível médio, principalmente com currículosde formação industrial mercantil e agrícola, porque o nossodesenvolvimento se ressente de mão-de-obra especializada.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. NOBEL MOURA (PTR - RO. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados,assomo com orgulho a esta Tribuna para agradecer às pessoasque votaram em mim para Prefeito de Ariquemes.

Reconheço a soberania da vontade popular que escolheuo Deputado Janatan Igreja para Prefeito e ClUero externar

de público que acato o resultado das eleições, reconhecendoa grande liderança do vencedor. Coloco-me à disposição daPrefeitura de Ariquemes e das demais do Estado para defen­der os altos interesses do povo de Rondônia e conclamo opovo de Ariquemes a ajudar o Prefeito.

Srs. Deputados, reconheço que o povo de Ariquemesprecisa da sinceridade de seus políticos, que não podem deixar,por qualquer motivo, de defendê-lo. O povo de Rondônia,de uma maneira geral, tem sofrido muito, principalmente de­pois do assassinato do ex-Senador Olavo Pires. A grande im­prensa nacional deu uma conotação errônea à morte do Sena­dor, como sendo um assassinato perpetrado pela máfia dacocaína. Hoje, passados dois anos, o povo abdicou desta hipó­tese. Mas o Brasil ficou com uma imagem negativa de Rondô­nia pelo barbarismo do assassinato de um Senador da Repú­blica.

A partir deste lastimável fato, Srs. Deputados, o povosente-se inseguro, e a morte de políticos está virando rotinano nosso Estado, como aconteceu em Ouro Preto, onde assas­sinaram o Presidente da Câmara, Vereador Jasmo, e em Jaru,onde assassinaram o advogado Dr. Aparício Paixão. Pareceque o sangue virou material de campanha no nosso Estado.Por isso, já comuniquei ao País o que se passa em Rondôniae as aberrações que são cometidas contra o cidadão pela PolíciaCivil e pela Polícia Federal, que já atirou em garimpeiros,este ano.

Srs. Deputados, já cobrei do Governador Oswaldo Pia­nna, que além de Governador é médico, portanto pessoa acos­tumada a preservar vidas, que S. Ex" discipline a tirania dealguns delegados de Polícia do Estado e mesmo do Secretáriode Segurança Pública, Sr. Jovely Gonçalves, para que o povoviva apenas com o sofrimento, mas não com a taca, o espanca­mento, a descortesia de policiais.

Acredito, Srs. Deputados, que eu tenha sido o Deputadoque tenha dispendido maior esforço no sentido de reinar atranqüilidade e a ordem social em Rondônia, sempre denun­ciando arbitrariedades em todos os setores, no Governo Fede­ral e Estadual, e pessoas violentas de Rondônia e do Brasil.Fui contra - decisivamente contra - a PM de São Paulometralhar 111 presos e, da mesma maneira, tenho denunciadoa violência tremenda hoje vivida no Rio de Janeiro.

Srs. Deputados, não guardo mágoa de ninguém, mas,como Deputado Federal, não posso me omitir de defendero meu povo. Jamais me acovardei diante daqueles que pensamestar acima da lei. Todos nós devemos estar simplesmenteao lado dela, com ela, confiando nela.

O SR. LUIZ SOYER (PMDB - GO. Pronuncia o seguin­te discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, emmeio à profunda crise política que assola o País, necessárioregistrar o papel do Parlamento como esteio da democraciae, ipso facto, nossa missão como Parlamentares.

Do Império aos primeiros espasmos republicanos, atéa implantação da República, passando por todas as crisespolítico-militares, de 1891 aos dias atuais, o Parlamento temse empenhado na construção de uma nação democraticamenteorganizada, numa luta sofrida e irredutível.

Embora cônscios das nossas limitações, Sr. Presidente,a missão reservada à Instituição que nos abriga, como seusrepresentantes diretos, explicita aquele profundo sentido de­mocrático.

Mesmo admitindo a tendência hegemônia mundial doPoder Executivo, pela celeridade dos seus métodos de ação,

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o papel fiscalizador do governo é tarefa primordialmente reco­nhecida do Poder Legislativo. Prova disso, a CPI que acabade concluir a sua tarefa de forma dignificante para o CongressoNacional e para a Nação politicamente mobilizada.

A Constituição é a realidade maior das legislaturas, Sr.Presidente! Da Carta Política saibamos extrair todos os nossospoderes e dar-lhes vida, sob a forma de ação, criando novasrotinas operacionais, pois do exercício desse controle políticodecorrerá a própria liberdade.

Sr. Presidente: O Parlamento não busca acertar sempre!Mas não pode errar amiúde, sob pena de sofrer o desprezopopular.

Por sua ação firme, o Congresso Nacional, em meio àcrise que ora abala o País, sairá fortalecido e prestigiado,também nas pesquisas de opinião pública.

As críticas justas, recebamo-las humildemente - quevenham cada vez menos; as injustas, com coragem refute­mo-las desta tribuna.

Importante, Sr. Presidente, é não perdermos, os Congres­sistas, já definidas como criaturas de legislatura, o rumo dademocracia, seja pelo trabalho comum, seja pelas diretrizespessoais impostas pelo senso de justiça e de equilíbrio nojulgamento dos apontados responsáveis pelos desmandos apu­rados pela CPI.

A paixão não nos pode governar; a Instituição parla­mentar, com suas virtualidades, esta sim! Descubramo-las atempo.

Era o que tínhamos a dizer

O SR. JACKSON PEREIRA (PSDB - CE. Pronunciao seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr"' e Srs. Deputados,os escândalos envolvendo a sonegação de tributos no Brasilatingem proporções alarmantes. Aqueles envolvendo todasorte de contribuições sociais e na área do FGTS, especifica­mente, levaram-nos a indagar da Delegacia Regional do Tra­balho, no Estado do Ceará, cujo povo tenho a honra de repre­sentar nesta Casa, sobre os devedores naquele Estado.

Recebi, em resposta à solicitação, dados que passareia transmitir, resumidamente, pois atado estou às limitaçõesregimentais de tempo. Os maiores devedores do FGTS, na­quele Estado, são as Prefeituras Municipais. Péssimo exem­plo, portanto! Isso demonstra o descaso da maioria dos Srs.Prefeitos pelo seu funcionalismo.

Após apontar outros dados referentes à ação fiscal em­preendida, no particular, no período entre outubro e dezem­bro de 1991, aquela Delegacia alinha toda a sistemática regen­te da cobrança dos débitos do FGTS, da qual valem ser repro­duzidos os seguintes tópicos:

"ALei nQ 8.036/90, que revogou a Lei n9 7.839/89,não definiu a competência para a cobrança desse débi­to, cuja fiscalização nas empresas passava, a partir des­sa data, a ser atribuição dos Fiscais do Trabalho.

Isso, evidentemente, contribuiu para que as em­presas notificadas (NDFG) pelos Fiscais do Trabalhonão se sentissem pressionados a recolher, pois, nãoestando definida essa atribuição, não havia uma conse­qüência dessa atividade fiscal. Como obter das empre­sas notificadas recolhimento dos depósitos do FGTS?

Com a Lei nO 8.422/92, de 13 de maio de 1992,ficou determinado que seria da Procuradoria da Fazen­da Nacional a competência para essa cobrança.

Portanto, no momento, o mais importante é disci­plinar essa competência.

Ocorre que foi firmado, recentemente, um Termode Cooperação entre o Ministério Público do Trabalhoe o Ministério do Trabalho no sentido de fazer comque os devedores, por força do que dispõe o Decreton° 368/68, efetuem esses depósitos."

Ora, Sr. Presidente, falta, realmente, patriotismo nestaNação, pois todos sabemos das agruras por que passam milha­·res de pessoas, com recursos minguados pelos altos níveisdos preços, isto sem falar naqueles que não dispõem de recursoalgum. .

Ou é o FINSOCIAL, que os empresários não recolheme causam sérios danos à saúde pública, como bem enfatizouo ex-Ministro Adib Jatene, ou é o PIS, o FGTS, os tributose contribuições variados que são sonegados ou recolhidos comatraso, por vezes, injustificado.

Falta, verdadeiramente, a este País uma consciência socialmaior.

Nos Estados Unidos da América, por exemplo, a sone­gação é crime gravíssimo que não poupa ninguém de penasseveras, inclusive da cadeia.

Faço, desta tribuna, um apelo veemente no sentido deque os devedores do FGTS colaborem, recolhendo essa impor­tantíssima contribuição, \:lonrando seus débitos, enfim, em­prestando sua colaboração ao desenvolvimento social brasi­leiro, dever de todo cidadão.

Concluindo, apelo, também, para o Ministro Walter Ba­relli no sentido de que corrija, o quanto antes, as distorçõesrelativas aos atrasos observados no recolhimento do FGTS,pois não pode persistir esse abuso no que se refere ao desco­nhecimento desse direito da classe trabalhadora.

Era o que tinha a dizer.

v - ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta)-

Apresentação de Proposições

Os Senhores Deputados que tenham proposições a apre­sentar poderão fazê-lo.

APRESENTAM PROPOSIÇÕES OS SENHORES:NICIAS RIBEIRO E OUTROS - Proposta de emenda

à Constituição que acrescenta § 1" ao art. 231 da ConstituiçãoFederal, renumerando-se os demais.

CARLOS SCARPELINI E OUTROS - Indicação aoPoder Executivo de envio deprojeto de lei regulamentando o art. 40, § 2°, da ConstituiçãoFederal.

PINGA FOGO DE OLIVEIRA E OUTROS - Indica­ção ao Poder Exe~utivo de reativação dos serviços de trans­porte ferroviário de passageiros pela Rede Ferroviária FederalS.A no trecho entre Maringá, Estado do Paraná, e São Paulo,Estado de São Paulo.

JOÃO PAULO - Projeto de lei complementar que dis­põe sobre a quebra de sigilo de dados relativos às operaçõesfinanceiras e de outras informações constantes de arquivosde instituições bancárias e outras que especifica e a requisiçãode informações por órgão do Poder Legislativo incumbidosde inquérito sobre fatos determinados ou de fiscalização dosatos do Poder Executivo, e dá outras providências.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24167

VASCO FURLAN - Requerimento de informações aoMinistério da Justiça sobre dossiê relativo a possíveis irregula­ridades praticadas durante o Governo José Sarney.

JONES SANTOS NEVES - Projeto de resolução quealtera o inciso 111 e o § 39 do art. 52, da Resolução n9 17,de 1989, e dá outras providências.

VICTOR FACCIONI - Requerimento ao Presidenteda Câmara dos Deputados de inclusão na Ordem do Diado Projeto de Lei n9 7.601, de 1986, de autoria do requerente.

EDUARDO JORGE - Requerimento de informaçõesà Presidência da Câmara dos Deputados sobre o quadro depessoal da Casa.

GILVAN BORGES - Projeto de lei que transformao parágrafo único do art. 459 do Decreto-Lei n9 5.452, de19 de maio de 1943, que aprovou a Consolidação das Leisdo Trabalho, em § 19 e acrescenta § 29 ao mesmo artigo,sujeitando o empregador a pagar multas, juros e correçãomonetária por atraso no pagamento dos salários dos empre­gados.

MARCELO BARBIERI - Requerimento de informa­ções à Secretaria do Planejamento, Orçamento e Coordenaçãoda Presidência da República sobre empresas estatais privati­zadas no âmbito do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco­nômico e Social- BNDES.

JOSÉ SERRA E OUTROS - Proposta de emenda àConstituição que altera o prazo da revisão constitucional deque trata o art. 39 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias da Constituição Federal.

JACKSON PEREIRA - Requerimento de informaçõesao Ministério da Fazenda sobre as atividades da BBTur.

ROBSON TUMA - Projeto de lei que denomina Aero­porto Internacional Ulysses Guimarães o atual Aeroporto In­ternacional São Paulo - Guarulhos.

o SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) - Passa-se ao

v - GRANDE EXPEDIENTE

Tem a palavra o Sr. José Fortunati.

O SR. JOSÉ FORTUNATI (PT - RS. Pronuncia o se­guinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,no final de setembro,· em sessão solene, celebrou-se nestaCasa a passagem dos 500 anos da descoberta da América.Não me lembro que se tenha aproveitado a ocasião para ques­tionar a ótica oficial e fazer um balanço crítico desta expe­riência histórica que forjou os povos que hoje povoam o conti­nente. Porém, a data oficial dos 500 anos da descoberta ­vamos chamá-la assim, por enquanto - é o dia 12 de outubro.Por isso não me sinto deslocado em relação ao evento, evenho à tribuna para compartilhar algumas reflexões que têmsido feitas por importantes segmentos dos povos latino-ame­ricanos.

É inevitável começar questionando o ohjeto da celebra­ção. Não preciso alongar-me em dissertações filosóficas parademonstrar o absurdo de se chamar "descoherta" a chegadade europeus num continente já densamente povoado. Se foidescoberta para os europeus, para os ameríndios foi outracoisa. Insistir nesta ótica unilateral é desde logo excluir ospovos indígenas das celebrações em torno da data. Para·estespovos, especialmente para aqueles de que só restou a memó­ria, a descoberta foi simples invasão. A afirmação não é nova:

em 1980, o líder Guarani Marçal Tupã-Y, assassinado trêsanos depois, disse ao Papa João Paulo 11, em Manaus: "Nossopaís foi invadido". A declaração teve especial força simbólicaporque feita ao sucessor do Papa Alexandre VI, que, emnome do direito divino, repartiu o globo terrestre entre ascoroas de Espanha e Portugal, aprovando o Trabalho de Tor­desilhas - do pretenso direito a repartir entre os reis católicosas possessões terrenas, diz-se ter levado o rei de França apedir ao Papa que exibisse o testamento de Adão, para verifi­car a cláusula que excluía da herança as outras casas reais ...

Simplesmente negar a invasão e o genocídio que deladecorreu não ajuda em nada a entender quem somos comopovo resultante destes cinco séculos. Não se trata de assumirum tom de lamúria arrependida, como se isto resolvesse asresponsabilidades históricas. Mas o fato histórico da invasãoe do genocídio precisam ser assumidos. Os atuais Estadosamericanos forjaram-se, antes de mais nada, às custas do san­gue indígena, de inumeráveis massacres e de políticas de exter­mínio físico e cultural, muitas das quais continuam a vigorarainda hoje.

É incrível, Sr. Presidente, mas há aqueles que não conse­guem aceitar tal evidência histórica. Fala-se que o extermíniode incontáveis povos indígenas foi mera fatalidade, produtomais do desconhecimento e da ignorância da época - sobrea lesividade das doenças ocidentais, por exemplo - que deintenção explícita. Chega-se ao cúmulo de pretender que ospróprios índios, com suas guerras internas e suas instituiçõesabortivas ou infanticidas, contribuíram mais que tudo parasua depopulação. Isto é demonstração do escárnio mais hipó­crita que somos capazes de gerar.

Este tipo de distorção obriga-me a recapitular alguns as­pectos que ficam esquecidos. Valendo-me de literatura acessí­vel, encontrável nas livrarias.

O primeiro equívoco é achar que em 1500 o atual territó­rio brasileiro era pouco povoado. Em realidade, viviam aquipovos que somavam pelo menos cinco vezes a população dePortugal daquela época, estimada em um milhão de pessoas.Na América toda, calcula-se que vivia em 1492 uma populaçãode cem milhões de pessoas.

As datações feitas sobre as pinturas de São RaimundoNonato, no Piaui, atestam a presença humana no atual territó­rio brasileiro há pelo menos trinta mil anos. Foi tempo maisque suficiente para se consolidarem as sociedades indígenas,através da elaboração empírica de complexos mecanismos deinteração com o meio ambiente. As diferentes fórmulas deadaptação dos povos indígenas eram complementares entresi, de modo a dispersar a pressão sobre os recursos naturais.Quando se lêem estudos como o livro "Amazônia: a ilusãode um paraíso", da antropóloga Betty Meggers, entende-secomo se articulavam economias predominantemente caçado­ras e coletoras com as essencialmente agricultoras ou pesca­doras, dividindo territórios cllntíguos. Esta sabedoria empíricamas profunda, aprimorada ao longo de séculos de experimen­tações, não foi totalmente compreendida nem devidamentevalorizada até hoje.

O que mais impressiona os estudiosos é a impressão deque as sociedades indígenas existentes no território brasileiroparecem ter parado no tempo, na medida em que nem sequerchegaram a constituir sociedades-Estado. Há dois aspectosimportantes a sublinhar aqui.

O primeiro deles é que a linha de evolução econômicae sócio-política seguida pelas sociedades européias não é, ne­cessariamente, a que se aplica aos povos de outros continentes.

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24168 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

Portanto, o fato de não constituírem sociedades-Estado nãodepõe contra os povos indígenas, mas simplesmente afirmaque sua linha evolutiva era, e eventualmente ainda é, dife­rente. Pensar de outro modo implica inaceitável retorno aum determinismo histórico ultrapassado há muito tempo.

O debate em torno desta concepção determinista da His­tória parece já absoleto, mas deixou ressaibos na intelectua­lidade reacionária, embora originalmente seja atribuída a algu­ma vertente dita marxista. O próprio Marx enfatizou quesua análise do p'rocesso de formação do capitalismo só seaplicava à Europa ocidental. Mas, como não poderia deixarde ser, pseudo-historiadores apropriaram-se desta distorçãodo pensamento marxista para afirmar a inevitabilidade dastransformações lineares das sociedades indígenas mesmo seos europeus não tivessem chegado ao continente. O pontoserve para sustentar a licitude, ou pelo menos a neutralidade,das políticas de assimilação forçada impostas aos povos na­tivos.

Outra versão, talvez mais branda, do mesmo etnocen­trismo foi oferecida pelos positivistas, a quem deve ser reco­nhecido o mérito de terem se oposto à matança indiscriminadados índios. Para eles, o estágio social dos povos indígenascorrespondia ao seu estágio intelectual, aparentemente parali­sado na concepção fetichista do mundo. Acreditavam, porém,qúe proporcionadas as condições adequadas os índios evolui­riam para a civilização. Vê-se, portanto, Sr. Presidente, quemesmo os bem-intencionados cometiam violência contra osíndios, ao julgá-los atrasados ou menos evoluídos.

É claro que, ao lado destas interpretações aparentementecientíficas do pretendido "atraso" indígena, havia e aindasobrevivem justificativas morais ou religiosas, segundo asquais chegou-se mesmo a pôr em dúvida a humanidade dosíndios, assim como se fez com os negros.

O Sr. Maurício Calixto-Concede-me V. Ex~ um aparte?

O SR. JOSÉ FORTUNATI - Pois não.

O Sr. Maurício Calixto - Nobre Deputado José Fortu­nati, diria que V. Ex' é o maior Deputado desta Casa, nãoapenas na estatura física, mas, sobretudo, na diligência aoabordar temas de profundidade, e principalmente este, tãoimportante, das comunidades indígenas. Nós, que viemos daAmazônia, não conhecemos muito da cultura indígena pelateoria, mas pela prática. Não sei se o ilustre Deputado JoséFortunati teve a alegria de poder manusear e ler um livrode Eduardo Galeano intitulado"As Veias Abertas da AméricaLatina". Se o fez, vai lembrar que a sangria dos valores edas riquezas do nosso continente vem acontecendo ao longodos últimos cinco séculos - e não somente agora. E não vamosnos deter, nobre Deputado, nesta oportunidade em que V.Ex' profere este importante pronunciamento, apenas no quediz respeito às riquezas materiais, às riquezas do subsolo,da fauna, da flora, mas à riqueza histórica, humana e culturalque nos trazem as comunidades indígenas. Eu até gostariade debater um pouco com V. Ex', porque, como disse, osmeus conhecimentos sobre essas comunidades indígenas nãosão, em nenhuma circunstância, conhecimentos teóricos, obti­dos através da literatura, mas sim conhecimentos práticos,adquiridos através da convivência, como jornalista, com asbases comunitárias indígenas, com os nhambiquaras, os txu­carramães, os índios da nossa região. Saudamos V. Ex· pelopronunciamento que faz e lembramos que a influência dasociedade brasileira sobre a comunidade indígena foi, por

_ assim dizer, muito pouco perniciosa, se comparada com o

que aconteceu na América do Norte. Lá foram dizimadasculturas, civilizações inteiras no universo indígena. Perguntoao ilustre Deputado: V. Ex' conhece uma aldeia indígena?V. Ex\ que é um grande Deputado do Rio Grande do Sul,já vivenciou o sofrimento, os dissabores daquelas comuni­dades? Hoje já não há mais a extinção, o massacre indígena,como existia há um século e meio ou dois séculos atrás, quandose ceifava a vida dos indígenas; hoje o que há é uma invasãocultural e econômica. Riquezas como a madeira, por exemplo,são tomadas por empresários que, de maneira esperta, malan­dra, delas se apoderam e procuram trazer os índios para ouniverso mercadológico. Então, ao saudarmos V. Ex', lembra­mos que a defesa das comunidades indígenas hoje deve passar.não pela imposição do nosso sentido de sociedade, mas pelabusca da integração, preservando-se os seus valores culturais,não se permitindo que eles sejam solapados pela sociedadede consumo. Receba V. Ex' os nossos cumprimentos peloimportante pronunciamento que faz nesta tarde. Pelo quese vê, V. Ex' conhece em profundidade os sentimentos eos sofrimentos da comunidade indígena do nosso País.

O SR. JOSÉ FORTUNATI - Agradeço ao nobre Depu­tado o aparte. Com a leitura do restante do nosso pronuncia­mento, ficará claro que estamos fazendo uma retrospectivano sentido de resgatarmos todas as injustiças cometidas aolongo da história da América Latina contra os povos indígenas,não somente do ponto de vista material, mas também doponto de vista cultural e de sua sobrevivência enquanto sereshumanos.

Prossigo, Sr. Presidente.O segundo aspecto consiste em perceber, retirando-nos

os antolhos, que as sociedades indígenas, em seu intenso dina­mismo interno, haviam alcançado um invejável nível de articu­lação com o meio ambiente. Esta articulação, de que partici­pavam seus mecanismos internos de controle demográfico,garantia-lhes um elevado padrão de estabilidade. Erram osque imaginam que os índios simplesmente se submetiam àspressões do ambiente; ao contrário, possuíam técnicas elabo­radas que lhes teriam permitido lançar-se à aventura da acu­mulação. O antropólogo MarshaIl Sahlins deu-se ao trabalhode analisar dados relativos às tecnologias e jornada de trabalhoentre várias sociedades indígenas e concluiu que não era nempot falta de técnicas, de mão-de-obra ou de tempo que osíndios deixavam de acumular bens. Não vem ao caso envol­ver-se na interminável discussão sobre as razões últimas dofenômeno, mas hoje se conhece a multiplicidade de meca­nismos indígenas de queima de excedentes inibidores de qual­quer tipo de acumulação. Sabe-se hoje que as economias indí­genas baseiam-se no princípio da reciprocidade, e não noprincípio da acumulação. Esta natureza peculiar das socie­dades indígenas persiste no tempo, superando as vicissitudesdecorrentes da sua inserção na sociedade capitalista domi­nante.

O que pretendo, Sr. Presidente, é chamar a atenção parauma nova maneira de ver os povos indígenas e a nossa própriasociedade. Estamos demasiadamente acostumados à idéia deque eles, enquanto entidades humanas diferenciadas, não temfuturo. Que podem fazer povos compostos de algumas cente­nas, talvez somente algumas dezenas de índios, para resistirà absorção pela nossa sociedade, muito mais poderosa e nume­rosa? De que modo evitarão os pequenos cursos d'água odesaguar nos rios e finalmente no mar? E, afinal de contas,nestes tempos pós-muro de Berlim, que é o capitalismo senão

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• I

o imenso mar em que desaguarão todas as sociedades huma-nas? I

Parece utóp\CO sustentar que não precisa ser assim, quecontra todas as ~parentes evidências não será assim. Quemsabe a contemplação crítica da história recente ajude a com­preender melhor.

Desde a chegada de Colombo, os europeus e seus suces­sores m~tam índios. Só no Brasil, a mortandade equivale ater~m Sido mo!tos 26 índios por dia, todos os dias, desdeo dIa 22 de abnl de 1500. Esta é a média aritimética.

Tod?s os artifícios foram usados nesta'guerra não-de­clarada, mclusive o próprio fato de, com exceções como ascartas de Dom,João VI, jamais se declarar tal guerra - nemmesmo p~ra no.s mesmos. Guerras não declaradas são piores,porque na? obngam ao cumprimento de nenhuma convenção.Lembrarei, entre tantos, apenas o exemplo que aprendemosa chamar Confe~eração dos Tamoios.

Neste episó4io, a confederação indígena cercou São Paulode Piratininga ero 1562-63, impondo derrota militar aos portu- ­gueses que perd,eram seu comandante, Fernão de Sá, filhodo Governador-Geral da época. Os portugueses então recor­reram aos jesuí1'as Nóbrega e Anchieta, que foram proporaos índios um ~rmistício com a prévia intenção, conhecidados padres, de ntInca cumprir a palavra empenhada. Exaustospor uma guerra completamente diversa das lutas intertribaisa que estavam acostumados, preocupados com suas famíliasdeixadas à própria sorte, os índios aceitaram a paz. Anchietaem pessoa foi logo depois à Bahia, convencer o Governa~

dor-Geral a aproveitar a chance para lançar a ofensiva contraos Tamoio. Os portugueses receberem reforços da Corte e,em 1567, tornaram a'atacar os índios desmobilizados, matandomais de 60 mil confederados. A crônica do massacre foi escrita,em tom de ufanIsmo por ninguém menos que Anchieta, quejuntou a obra "IDe gestis Mendi Saa" aos versos que teriaescrito nas areia~ de Iperoig em homenagem à Virgem Maria...

Já no SéCUIOl XX, há os numerosos testemunhos da práticade misturar arsênico ao açúcar dado aos índios. E há quemse ufane, Sr. Presidente, como outrora Anchieta, do fato denão termos declarado guerra aos índios, como aconteceu nosEstados Unidos. Resta então saber o que era a caça feitaaos Xokleng e Xetá pelos bugreiros de Santa Catarina, querecebiam pagaIT1ento calculado pela quantidade de pares deorelhas de índiof que traziam!

Mesmo assiln, os povos indígenas não foram totalmenteexterminados. d fato, longe de aliviar nossa responsabilidade,demonstra a imJnsa resistência dos quase 200 povos sobrevi­ventes, encontr~veis ainda por todo o território nacional coma possível exceç&o do Piauí e Rio Grande do Norte. As línguasindígenas ainda 'faladas, de acordo com estudos do lingüistaAryon Dall'Igna Rodrigues, chegam a 170! No méu Estado,Sr. Presidente, r'esistem os Kaiagang e Mbyá-Guarani, apesardos quase cinco :séculos de contato e das pressões. Do pontode vista cultural, os Kaingang estão tão distantes de nós quantoos ucranianos. Seu sistema produtivo, e mesmo suas estruturassociais, estão intensamente danificados; mas eles permanecemfundamentalmeJ;lte diferentes de nós, e nada indica que selogre no próximb século a assimilação que não se obteve nosquatro séculos passados.

Há quem sb atreva a uma medonha perversão de fatose clame contra ai resistência indígena, acusando-a de constituirquistos ou enclaves étnicos. Quer dizer, portanto, segundoestes arautos do obscurantismo, que os povos indígenas, mile-

nares habitantes destas terras, são hoje os intrusos neste terri­tório? Sua resistência é seu crime?

Pois esta resistência se traduz na existência, entre nós,destes quase 200 povos, cada qual com sua cultura própriae inigualável, cada qual com seus projetos sociais particulares,com sua visão de mundo e com sua avaliação da históriaque partilhamos com eles. Nas palavras do juiz federal cana­dense Thomas Berger, esta resistência indígena é o "triunfodo espírito humano", a mostrar que nem sempre os maisfracos do ponto de vista bélico também o são do ponto devista social. Os índios não são atrasados, nem mais fracos;são diferentes. Para felicidade da humanidade, apesar dostantos povos exterminados, a resistência indígena continuaoferecendo múltiplas formas de organização social, de contem­plação do mundo e de concepção sobre o ser humano.

Enquanto isto, nós, cristãos ocidentais, em nossa pretensasuperioridade, deflagramos guerras mundiais, condenamos aÁfrica a morrer de fome, matamos nossas crianças nas ruase chacinamos os presos. A maior parte dos brasileiros é degra­dada no próprio País a uma cidadania de segunda ou terceiraclasse. Homenageamos nossos velhos nas filas da PrevidênciaSocial. Nas fazendas praticamos o trabalho forçado, que até1888 era chamado escravidão. O grande progresso é que agora,com este novo nome, não é mais privilégio dos negros. Real­mente, não é de espantar que os índios não queiram reunir-sea nós. Como dizia Dom José I, os índios deviam "juntar-seao grêmio da civilização", ou, nas palavras de Dom JoãoVI, "submeterem-se ao doce jugo das leis". Carandiru ensi­nou-nos quão doce é o jugo das leis neste final de séculoXX.

Em nossa inesgotável soberba, pretendemos medir a to­dos pelo nosso próprio metro. Queremos que nossos sucessossejam o ideal de todos, e que nossos fracassos sejam, igual­ménte, o destino de todos, como se houvesse somente estecaminho para todas as sociedades. Escandaliza-me, Sr. Presi­dente, perceber quão pouco sabemos, de fato, sobre os povosindígenas de quem herdamos o Brasil. Nossa arrogância leva­nos hoje a crer, como lugar comum, na inevitabilidade dadissolução das sociedades indígenas sobreviventes no seio danossa sociedade. O fundamento da arrogância, neste e emtantos outros casos, é a ignorância. Como nada ou muitopouco sabemos das complexas formas adotadas pelas socie­dades indígenas brasileiras, reduzimo-Ias a denominadores co­muns que as tornem acessíveis à nossa inteligência embaçadade etnocentrismo e passamos a julgá-Ias através destas lentesmíopes e curtas.

Na nossa incapacidade de entender o diferente, nós otratamos como inferior. Perdem os índios, avassalados desde1492 pela mesquinhez dos nossos interesses e pela sordidezdas nossas políticas. Mas também perdemos nós, e muito,porque jogamos ao ralo o precioso acervo cultural indígena.

Com isto não estou propondo, romanticamente, que nostornemos todos índios ou que imaginemos a conservação dassociedades indígenas em redomas que as protejam do contato,numa espécie de zoológico humano. Geralmente é disso quenos acusam os assimilacionistas, incapazes que são de veroutras opções além daquelas que o seu maniqueísmo concebe.

Ora, Sr. Presidente, é óbvio que se afirmo que os índiosnão se assimilarão é porque a recíproca é verdadeira. E poroutro lado, não há como fazer a história voltar atrás, e nemé isso que os índios desejam. Na sua sabedoria, não desejamo impossível.

As sociedades indígenas não são infalíveis e ressentem-sedas limitações inerentes à própria condição humana. A maio-

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ria dos povos indígenas possui virtudes inegáveis relativas àinteração com o meio ambiente, à sociedade dos indivíduose à inibição de práticas econômica e politicamente explora­tórias. Em contrapartida, não possuem certos recursos quepodem tornar a vida mais confortável- embora seja forçosoadmitir que entre nós a existência destes recursos não implicaacesso de todos aos melhores níveis de conforto.

Não se trata, portanto, de pregar a indianização da nossasociedade, assim como também rejeito a assimilação dos ín­dios. A humanidade como um todo tem a ganhar com a preser­vação da pluralidade.

Não precisamos, e não devemos, restringir-nos a opçõesempobrecedoras. Não há mais razão para insistir na assimi­lação dos índios. Este não é o destino fatal para eles, nempara nós. Os acontecimentos recentes no Leste Europeu com­provam a extraordinária força das etnias e sua capacidadede sobrevivência apesar de décadas de sufocamento. Ao con­trário do que disseram pensadores ilustres, a dimensão nacio­nalista das etnias não é uma força retrógrada, mas uma energiavital das sociedades humanas que precisa ser respeitada eacolhida no interior das instituições políticas mais amplas,como o próprio Estado.

No caso do Brasil, isto é ainda mais fácil na medidaem que as sociedades indígenas, não sendo elas mesmas socie­dades estatais, podem acomodar-se perfeitamente bem se lhesfor reconhecida uma parcela condizente de autonomia. Estaautonomia não deve, contudo, limitar-se à dimensão culturalou às suas relações internas. Deve ir além, para que sejareconhecida também a peculiaridade da dimensão política des­tas sociedades, principalmente no que respeita às suas relaçõescom a sociedade-Estado envolvente.

O Sr. Luiz Girão - Concede-me V. Ex" um aparte?

O SR. JOSÉ FORTUNATI - Ouço, com prazer, o nobreDeputado Luiz Girão.

O Sr. Luiz Girão - Nobre Deputado José Fortunati,é belo o discurso de V. Ex· sobre os nossos índios, tradiçãocultural que devemos respeitar! Sou da terra de José de Alen­car, indianista que tanto escreveu sobre os índios no seu "OGuarani" e em "Iracema", a virgem dos lábios de mel. Vejohoje, com tristeza, que no meu Estado praticamente não existemais tapuias, já não existe mais nenhum povo que fale línguasdiferentes, sequer o tupi-guarani. Descendentes das tribosque dominavam o meu Estado pelos idos de 1500, 1600, hojese transformaram em flagelados. Os que não foram mortospelos brancos hoje são escravos de uma população que nãose preocupa com a miséria dos descendentes das populaçõesindígenas que habitaram Ipu, a gruta que José de Alencartão bem descreveu em seu livro. Nobre Deputado José Fortu­nati, concluo dizendo que o discurso de V. Ex· é uma obralinda e que este País precisa realmente respeitar os seus índiose a sua cultura.

O SR. JOSÉ FORNTUNATI - Agradeço o aparte extre­mamente importante do Deputado Luiz Girão. Hoje, a grandepreocupação não só deste Deputado e do Partido dos Traba­lhadores, como de grande parcela deste Parlamento, é certa­mente o reconhecimento dos direitos dos índios.

Prossigo, Sr. Presidente.Quero deixar claro que não estou pregando o fraciona­

mento do Estado, nem proponho que o Brasil renuncie aoexercício da sua soberania. Trata-se, isto sim, de exercer estasoberania de maneira adequada, que respeite a especificidadedas sociedades indígenas, principalmente a dimensão política

que elas possuem e que tem sido negado desde 1500, no casobrasileiro, e desde 1492, no caso das Américas.

Sei que existem aqueles que dirão ser esta a brecha pelaqual interesses alienígenas introduzirão a cunha do separa­tismo. Não vou usar meios-termos: tal tipo de argumentoestá entranhado de absoluta má fé. A base deste raciocínioautoritário é a mesma que vigorou neste País durante o regimemilitar, em que o pluripartidarismo, por exemplo, foi tambémimpedido, a pretexto de se inibirem as brechas por onde seriaminoculados interesses contrários aos do Brasil. A liberdadede imprensa também foi castrada, porque poderia ser usadapara contestar o regime - e a contestação ao regime eraconsiderada contestação ao País. Enfim, a própria democraciafoi mutilada em nome de se impedirem espaços que seriamaproveitados pelos inimigos da Pátria. Naqueles tempos, osinimigos da Pátria eram os comunistas. Hoje, são os paísesdesenvolvidos. Amanhã, serão talvez os marcianos.

Tal como na fábula do lobo e do cordeiro, o autoritarismosempre busca um pretexto que o justifique; mas, no limiteda contradição, mesmo o pretexto será dispensado. O autorita­rismo é covarde, porque somente se impõe aos mais fracos,embora os pinte poderosos·e temíveis. Os povos indígenassão poderosos o suficiente para ameaçar a integridade doBrasil. Quem diria, Sr. Presidente!

Em 12 de outubro passado, transcorreu o quinto cente­nário da chegada dos europeus a este Continente. Nestes cincoséculos construíram-se, bem ou mal, os Estados que hojeabrigam povos multiformes, e estes povos consolidaram identi­dades que são fortes o suficiente para preservar a noção dealteridade. Dói dizê-lo, mas o sonho de Simón Bolívar é,de fato, apenas um sonho que passou.

Isto não significa que estes povos americanos não possamestabelecer formas de relacionamento que superem a xeno­fobia nacionalista. Alguns passos importantes estão sendo da­dos na elaboração de novos canais para a cooperação. É preci­so, agora, ir além e transcender a dimensão meramente econô­mica desta cooperação, e para isto é necessário abdicar dosimpulsos hegemónicos que ainda transformam os fóruns sobrea cooperação em ringues onde se disputam parcelas domi­nantes de ascendência. Se já não podemos mais sonhar comum único povo americano, como sonhava Bolívar, podemose devemos sonhar e construir uma América unida.

Meio milênio de história parece uma data oportuna pararefletir sobre o modo que desejamos viver no próximo meiomilênio. Para isto, precisamos acertar nossas dívidas para comas sociedades indígenas.

Trata-se de convocar o País a se organizar levando emconta a diversidade nacional da população que o compõe;diversidade esta que inclui os povos ou nações indígenas, cujadimensão política e cultural precisa ser reconhecida e respei­tada.

Nos últimos cinco séculos, os Estados americanos exter­minaram, oprimiram e reprimiram os povos indígenas. Maseles não se extinguiram, e hoje levantam sua voz e exercemum protagonismo crescente, a indicar que não desistem decontinuar enquanto sociedades diferenciadas. Se queremos- e certamente o queremos - conviver com eles de modoradicalmente diferente nos próximos cinco séculos, é precisoopor ao Estado de opressão nacional o Estado de libertaçãonacional.

Respeitar a dimensão política dos povos indígenas signi­fica reconhecer-lhes o espaço para que sejam eles os protago­nistas da sua história. O fato de conviverem com uma socie-

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dade tecnicamente complexa e politicamente opressora nãolhes retira as condições de, adaptando-se a estas condiçõespara exatamente poder superá-las, prosseguirem caminhospróprios. A diferença fundamental que se questiona é se,doravante, isto será um direito reconhecido ou não, porqueexercido ele tem sido sempre.

Se finalmente reconhecermos de fato às sociedades indí­genas o direito de seguirem seu próprio curso, elas potencia­lizarão sua possibilidade de contribuir para a solução dos desa­fios comuns aos grupos humanos. Como qualquc;:r cultura,as culturas indígenas só existem enquanto fenômeno vivo,reproduzido continuamente na vivência da sociedade que apratica. Não existe cultura passível de conservação em museus,assim como tampouco se pode ter vida num vidro de conserva.

É preciso compreender que as culturas indígenas nãose descaracterizam com o fenômeno do contato. É comumouvir que índios que usam relógio de pulso e vestem jeansnão são mais índios. Esta visão estática não se limita aosíndios por acaso, mas sim porque serve como justificativaideológica às políticas integracionistas. Que tal se aplicarmosesta mesma visão à nossa própria sociedade? Não seríamostalvez obrigados a reconhecer que em relação aos nossos bisa- .vós já não somos mais brasileiros? Não existe esquina destePaís sem um bar com nome inglês. Que tal reconhecer definiti­vamente aos americanos, por força desta constatação, o direitodeles de tomarem posse explícita do Brasil?

Contudo, estamos de acordo em que, apesar da nossavisível ianquização, continuamos sobretudo brasileiros, e tãodiferentes dos norte-americanos quanto são diferentes de nósos Xavante ou os Assurini.

E não basta, SI. Presidente, fazer belos discursos, capri­char na retórica e afirmar em favor dos índios direitos quenão se possam exercer. Deixo claro que não estou propondoa adoção do despotismo daquele rei bávaro que se vangloriavade permitir ao povo dizer o que pensava enquanto ele, rei,fazia o que queria. Não. Se nos limitarmos ao papel, estaremospraticando um folclorismo inaceitável.

O essencial para as sociedades indígenas é que se respeitea base territorial sobre a qual se articulam, onde vivem ese reproduzem - física e culturalmente, como diz a Consti­tuição. A Constituição, aliás, inclui um prazo para a demar­cação das terras indígenas, que se esgotará em 5 de outubrodo próximo ano. Não se imagine que este prazo foi benevo­lência com os índios, pois foi muito mais o desejo de portermo às dúvidas acerca das terras que, não sendo indígenas,são potencialmente apropriáveis pelo capital.

Contudo, verifica-se que no ritmo atual de demarcações,dificilmente este prazo será cumprido. A Fundação Nacionaldo Índio vê suas propostas orçamentárias mutiladas em 90%,a cada ano pelo próprio Executivo, em nome do "teto" quea burocracia concede ao Ministério da Justiça. Corre-se orisco de ver um dispositivo constitucional definitivamente vio­lado em nome de uma filigrana burocrática. E o pior é queexistem os que acenam com o imaginado remédio, que consis- .tiria em alargar o prazo ao ensejo da revisão constitucional.

Não percebem, os que professam tamanha hipocrisia,que a supressão de mandamentos constitucionais não podeser a solução para o seu descumprimento, pois que se arrom­bariam os portões para a anarquia jurídica. A Constituiçãoseria apenas, toda ela, uma mera declaração de intenções.Não admito, SI. Presidente, que seja este o gesto que marqueo transcurso do quinto centenário da chegada dos europeusnas Américas!

Faço um apelo à dignidade. A história não volta atrás.Mas isto não nos exime das responsabilidades criadas em cincoséculos em que tratamos ospovos indígenas como bárbaros,como atrasados, como incapazes ou como inimigos da Pátria.A consolidação do Brasil passa pela decisão de reconhecer,no seio do Estado, espaço físico e político para as sociedadesindígenas.

Tramitam na Casa propostas para revisar, ou substituir,o Estatuto doÍndio. Ou, melhor dizendo, não tramitam, por­que há quatro meses aguarda-se inutilmente o parecer daRelatora. Conclamo os ilustres colegas, membros da ComissãoEspecial que aprecia estas propostas, especialmente a Relatoraou quem eventualmente lhe suceda, e a todos os Srs. Depu­tados, a considerarmos com carinho e profunda responsa­bilidade histórica o estabelecimento dos novos marcos quedeterminarão a qualidade das nossas relações com os povosindígenas.

Deste gesto depende o que se irá celebrar ao se comple­tarem outros cinco séculos. Hoje, Sr. Presidente, não temosdo que nos orgulhar. Mas está em nossas mãos possibilitaraos que virão motivos de orgulho.

Ouço, com prazer, o nobre l?eputado Élio Dal1a-Vecchia.

O Sr. Élio Dalla-Vecchia - Nobre Deputado, estou ou­vindo atentamente o discurso de V. Ex~ sobre um problemamuito sério, a questão indigenista. Somos da Região Sul, ondeexistem diversas comunidades indígenas, e queremos daquilançar uma crítica à direção da Funai. Dizia V. Ex~ que houvegrande extermínio de índios entre os anos de 1500 e 1600.Agora, quase no ano 2000, a Funai promove o extermíniodo índio brasileiro quando não viabiliza recursos para proveressas comunidades de saúde, de educação, de condições parad~senvolvera agricultura e de tudo o que elas realmente neces­sitam. Dentro da sua reserva, os índios não podem extrairuma madeira sequer para seu sustento; entretanto, não rece­bem recursos. Tenho procurado, nobre Deputado, dentro doque me é possível, solicitar recursos para essas comunidades.A Funai joga a responsabilidade para os Ministérios e estespara a Funai, e não se viabiliza a destinação de recursos paraatender as comunidades indígenas brasileiras, que estão neces­sitadas de recursos até mesmo para sua sobrevivência. Lançouma crítica ao Ministro da Justiça, porque levamos esse pro­blemaao seu conhecimento e S. Ex~, até o momento, nenhumaprovidência tomou, deixando inclusive alguns incompetentesna direção da Funai, para que, talvez, exterminem definitiva­mente as comunidades indígenas. Meus parabéns, DeputadoJosé Fortunati!

O SR. JOSÉ FORTUNATI - Sr. Presidente, obviamentenão posso deixar de apreciar o aparte feito há pouco antesde concluir meu prounciamento. Tenho acompanhado o traba­lho da Funai, e acredito que a falta de recursos não se devea seu mau desempenho, mas ao entendimento do Poder Exe­cutivo de que a questão indígena não é importante.

Esperamos que o Governo Itamar Franco modifique essapostura. Temos certeza de que o Ministro da Justiça, MaurícioCorrêa, fará tratativas para que os recursos necessários real­mente sejam alocados à Funai.

Sr. Presidente, solicito a transcrição nos Anais da Casade relatório feito pelo Grupo de Tarefa Especial Yanomami,que mostra como está a situação dessa comunidade relativa­mente ao trabalho ilegal existente em suas terras.

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(RELA TÓRIO A QUE SE REFERE O ORA­DOR:)

"GRUPO DE TAREFA ESPECIAL YANOMAMI - GT­SY/BVBRelatório

- Conforme nosso relatório datado de 26 de outubrode 1992, voltamos a alertar para a gravidade da situação naTerra Indígena Yanomami. Através de fatos e dados concre­tos, estimamos um número superior a 3.000 garimperos traba­lhando ilegalmente na área indígena, tendo, no momento,cadastradas por nossos servidores, 45 pistas em funcionamen­to, com vôos diários de aviões clandestinos, decolando doaeroporto de Boa Vista, pistas clandestinas localizadas emfazendas nos arredores da Capital e Municípios limítrofes,bem como em rodovias e estradas vicinais.

No dia 23 de outubro de 1992, ocorreu a retirada daEquipe da Polícia Federal, da Operação Yanomami; a partirdo dia 23 de outubro de 1992 foi triplicado o número deaeronaves e garimpeiros na área, inclusive com investimentosmaciços no transporte de motores novos e toda espécie deequipamentos e materiais necessários ao extrativismo do ouro.Apesar do trabalho realizado ultimamente pelos Agentes Fe­derais, deixa muitos a desejar em relação a eficiência e resulta­dos, em decorrência da falta de estrutura adequada para ocumprimento do fiel objetivo da missão.

Colocamos como fator preponderante para o fiel cumpri­mento da retirada dos garimpeiros o apoio de helicópteros,de preferências particulares, sem os quais torna-se completa­mente inviável qualquer tentativa nesse sentido.

Lembramos a necessidade da liberação de recursos finan­ceiros para a manutenção da Operação Yanomami, em todoo exercício de 1992. Estamos atuando como esmoleiros napraça de Boa Vista, sofremos seguidas humilhações por partedos fornecedores, tendo por diversas vezes cortado o forneci­mento de combustíveis, aeronaves, viaturas, motores maríti­mos e estacionários, sendo constrangedora a situação no to­cante aos alimentos, já que não podemos suprir as reais neces­sidades de nossos companheiros de campo, obrigados a umaalimentação de baixo teor nutritivo adquiridas as duras penasno comércio de Boa Vista fornecida por comerciantes desavi­sados quanto à realidade financeira dos órgãos públicos.

Encerrando solicitamos sejam tomadas medidas concre­tas e imediatas para a retirada dos garimpeiros, caso contrárioestaremos contribuindo involuntariamente para a dizimaçãopura e simples da Nação Yanomami, haja vista o aumentoconsiderável de doenças no seio da tribo, após o reinício dasatividades garimpeiras, e se não forem tomadas as medidasurgentes e necessárias, seremos julgados e condenados pelocrime da omissão.

Boa Vista (RR), 4 de novembro de 1992."

o Sr. Chico Vigilante - Sr. Presidente, peço a palavrapela Liderança do Partido dos Trabalhadores, para uma Co­municação.

O SR. PRESIDENTE (Adylson Motta) - A Mesa conce­de a palavra a V. Ex' pelo período regimental de três minutos,já que se encontra no exercício da Liderança do PT.

O SR. CHICO VIGILANTE (PT - DF. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, ocupo a tribuna, em nomeda Liderança do meu partido, para, mais uma vez, trazer

à Casa uma preocupação do conjunto da sociedade brasiliensequanto aos serviços públicos oferecidos nesta Capital.

O serviço de educação está paralisado pela greve dosprofessores; o serviço de saúde está igualmente paralisadopela greve dos médicos e dos servidores da Fundação Hospi­talar; o Serviço de Segurança Pública, mesmo não estandocom seus servidores em greve, não dá proteção aos cidadãosbrasilienses. Como se não bastasse, Sr. Presidente, a popu­lação está correndo o risco de ficar sem água. Veja bem,não há segurança, não há atendimento no setor de saúde,não há aula nas escolas e vai faltar água, porque os trabalha­dores da Caesb anunciam paralisação a partir de amanhã.

Sr. Presidente, já estivemos em contato com o Ministrodo Planejamento, Paulo Haddad; já conversamos com o Mi­nistro do Trabalho, Walter Barelli, e daqui a pouco iremosconversar novamente com S. Ex' - pelo menos estamos coma audiência marcada. Também já estivemos com o Ministroda Justiça, Maurício Corrêa, que é de Brasília, e estamostentando contato com o Presidente da República, Itamar Fran­co, a fim de solicitar a S. Ex' que o Governo Federal repasseao Distrito Federal os recursos necessários para atender àsreivindicações salariais dos professores e dos trabalhadoresda área de ensino. É uma obrigação do Governo Federalcustear a segurança, a saúde e a educação no Distrito Federal.

Sr. Presidente, é impossível o professor continuar ganha­do 500 mil cruzeiros, que é o salário inicial de quem trabalha20 horas semanais, enquanto o médico recebe cerca de doismilhões de cruzeiros para atender a população nas condiçõesque conhecemos nas cidades-satélites e no Hospital de Basedo Distrito Federal.

A questão da segurança também é gravíssima. Para V.Ex' ter uma idéia, Deputado Mendonça Neto, há notíciasde que até na quadra residencial do Sr. Secretário de Segu­rança já houve assalto. Metade das viaturas está quebrada,e a população está sem assistência alguma.

Portanto, é urgente que nos unamos ao Governador doDistrito Federal para, juntos, pressionarmos o Governo Fede­ral, que não estará prestando nenhum favor ao Distrito Fede­ral, é obrigado sua custear esses setores.

Sr. Presidente, repito o que já disse aqui pelo menosuma centena de vezes: BrasJ1ia é uma cidade que hospedao Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo;Hospeda também todas as representações diplomáticas. Euma cidade de infra-estrutura cara e merece ter tratamentodiferenciado por parte da União, que precisa se preocuparcom esses problemas que o Distrito Federal está enfrentando.

As nossas crianças - e quando digo nossas crianças éporque o meu filho estuda em escola pública- vão perdero ano letivo; vão completar o ano letivo de 1993 em 1994.Já vão entrar em 1993 em greve. Com isso, para quandoficam as férias dos trabalhadores, dos funcionários públicos?Apopulação desta cidade é composta basicamente de funcio­nários públicos, que precisam viajar de férias com seus filhos.Mas como vão sair, se o ano letivo está ameaçado?

E a situação no setor da saúde? Quem tem dinheiro ­e são poucas as pessoas que têm dinheiro na cidade - procuraa rede privada. Quem não tem, morre nas filas dos hospitais,sem assitência.

Quanto à segurança, quem tem dinheiro paga por ela,tem vigilantes; quem não tem, enfrenta os marginais nas ma­drugadas e até mesmo durante o dia.

Portanto, Sr. Presidente, faço um apelo ao Governo Fe­deral, para que não permita que o caos se estabeleça em

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Brasília, a fim de que esta cidade não se torne ingovernávelsem os serviços públicos necessários.

Faço um apelo também à Mesa da Câmara, a V. Ex',Deputado Max Rosenmann, que conhece profundamente adura realidade desta cidade: ajude a sua população, ajudea nossa bancada a sensibilizar o Governo Federal para a neces­sidade de repassar os recursos essenciais à manutenção dosserviços de sáude, educação, segurança. O serviço de águaprestado pela Caesb é de responsabilidade do Governo local.Se o Governo do Distrito Federal não tomar providências,juntamente com a situação precária da saúde, da educaçãoe da segurança, sofreremos falta d'água. A única coisa quemuitos desempregados estão tendo nesta cidade é água parabeber, e essa também poderá faltar.

Este é um duro quadro, mas é o quadro que poderáse tornar realidade aqui em Brasília.

O Sr. Adylson Motta, § 2(' do artigo 18 do Regi­mento Interno, deixa a cadeira da presidênciC!, que éocupada pelo Sr. Max Rosenmann, 4" Secretário.

o SR. PRESIDENTE (Max Rosenmannl- Vai-se passarao horário de

VI - COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

o SR. PRESIDENTE (Max Rosenmann) - Concedo apalavra ao nobre Deputado Paes Landim, pelo Bloco Parla­mentar.

O SR. PAES LANDIM (Bloco - PI. Sem revisão doorador.) - Sr. Presidente, o Diário Oficial da Uniã.o de ontempublicou decreto do Presidente Itamar Franco colocando soba administração e jurisdição do Ministério da Economia ochamado Fundo de Defesa do Café - FUNCAFÉ.

f Ora, Sr. Presidente, a política do café, neste momento,fica dividida entre três setores: o Ministério da Agriculturacuida da produção da lavoura cafeeira: o Ministério da Indús­tria e Comércio trata da exportação dos produtos industria­lizados do café, e o Ministério da Economia ficaria com oFuncafé.

Faria um apelo ao Sr. Presidente da República -- tomariaa liberdade de fazê-lo, respeitosamente - para que refletissesobre esse ato administrativo, porque me p<l.rece que o maislógico seria que o Funcafé ficasse num dos dois Ministériosque cuidam especificamente da política agrícola., sobretudono Ministério da Indústria e Comércio, que trata do setorexportador, que é uma das alavancas do nosso comércio exte­rior.

Todos aplaudimos a extinção do Instituto Brasileiro doCafé, mas sua extinção gerou a ocorrência de políticas aleató­rias para o setor, que têm ocasionado gravíssimos prejuízosà economia cafeeira do nosso País. Basta dizer, Sr. Presidente,que, a partir da extinção do mc, estimulada inclusive pelaúltima administração, se rompeu o acordo com a OrganizaçãoInternacional do Café a respeito das quotas de café no mercadointernacional, o que redundou no fracasso da política cafeeirado nosso País e na baixa da entrada de dólares no nossobalanço de pagamentos.

Isso foi um erro, e demoramos muito a refletir sobreele. Somente agora foram feitas tentativas apressadas pararecompor os mecanismos do acordo internacional do café ­discussões essas que ainda se processam em Londres, sededa Organização Internacional do Café.

Esse erro nos custou caro, e parece-me que, neste mo­mento, entregar a administração do Funcafé ao Ministérioda Economia é outro erro, Sr. Presidente. O Governo temde definir onde concentrar a política do café: ou no Ministérioda Agricultura - até porque nos principais países industria­lizados do mundo as commodities geralmente são entreguesà agricultura, como é o caso dos Estados Unidos, e nem porisso a luta pela proteção dos produtos industrializados esmo­receu - ou então no Ministério da Indústria e Comércio.

Por sua vez, parece-me interessante haver um órgão espe­cificamente ligado à política cafeeira. A exemplo da Colômbia- que tem a Federación Nacional de Cafeteros, que cuidados assuntos ligados tanto à lavoura cafeeira quanto aos produ­tos industrializados e sua exportação - o Brasil poderia apro­veitar a experiência do órgão exportador de café, a chamadaFederação de Exportadores de Café, e juntá-lo a um órgãotambém ligado à lavoura. Poder-se-ia assim criar um órgãorepresentativo dos interesses do café perante o Governo.

Sr. Presidente, tomei a liberdade de abordar o assuntoporque fui Procurador-Geral do IBC durante seis anos e tenhouma certa noção dos seus aspectos econômicos, embora minhafunção naquele órgão tenha sido de natureza meramente jurí­dica. Mas deve-se repensar seriamente em um mecanismointermediário entre os interesses da economia cafeeira e oGoverno, a exemplo do órgão colombiano, até porque setrata de produto essencial à balança comercial brasileira.

Nos últimos anos, a política cafeeira tem sido negligen­ciada, com a adoção de medidas aleatórias, pois pessoas semnenhum conheciI1).ento do assunto vêm coordenando políticasligadas ao café. E possível se dar um status ao órgão ligadoao setor produtivo, exportador e industrializador do café emnosso País, porque senão corremos o risco de, dentro embreve - nós, que fomos os maiores exportadores de café- por ironia da história, nos tornarmos um País importadorde café. Ninguém pode brincar com essa possibilidade, quenão é, de maneira alguma fantasiosa.

Portanto, apelo ao Sr. Presidente da República para quereflita sobre o decreto de ontem, quando S. Ex' entregoua administração do Funcafé ao Ministério da Economia, Fa­zenda e Administração. Essa medida terá de ser melhor pensa­da. E espero que a Câmara dos Deputados - isso semprefoi, tradicionalmente, função sua - participe também dasdeliberações ligadas ao acordo do café, até porque sua homo­logação foi submetida à apreciação desta Casa e examinadaexaustivamente pela Comissão de Relações Exteriores. Astratativas a respeito de novo acordo também devem ser subme­tidas à apreciação desta Casa, que, às vezes, se acha tão ciosaem discutir outros temas que não têm a importância desteque ora acabo de expor.

Estas, as considerações que trago, respeitosamente, suge­rindo ao Sr. Presidente da República que reveja o decretopublicado no Diário Oficial de ontem.

Durante o discurso do Sr. Paes Landim, o Sr. MaxRosenmann, 4" secretário, deixa a cadeira da presidên­cia, que é ocupada pelo Sr. Vital do Rêgo, § 2" doartigo 18 do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Concedo a pala­vra ao nobre Deputado Victor Faccioni, pelo PDS.

O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, venho a esta tribuna manifestarmeu integral apoio e solidariedade ao Deputado José LuizMaia, Líder do meu partido. Subscrevo a nota lida por S.

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EX'! a respeito de eventual proposta de ajuste fiscal que estariasendo encaminhada a esta Casa pelo Governo Itamar Franco,recolocando questão antes trazida pelo seu antecessor, o Presi­dente Collor de Mello. O documento "lido pelo DeputadoJosé Luiz Maia, em nome da bancada do PDS, trata do ajustefiscal e também da situação econômica e administrativa doPaís à luz da grave problemática social.

Ontem, desta tribuna, disse que não adianta nos iludirmospensando que, num passe de mágica, o ajuste fiscal irá resolveros problemas do Tesouro Nacional, principalmente se a anê­mica economia brasileira continuar gerando recessão. Vive­mos o risco de mais um mito: o do ajuste fiscal. Já tivemoso mito da eleição direta para Presidente da República, o daConstituinte e da reforma tributária, feita em 1988, com anova Constituição, hoje considerada velha e caduca, quandomal começa a caminhar. Talvez ainda esteja engatinhando,e o Governo sequer cuidou de lhe dar melhor forma. Tantoé verdade - e volto à tribuna para dizê-lo, apesar de játer falado ontem - que, se a União arrecada o equivalentea 100 bilhões de dólares, está deixando de arrecadar outrosbilhões de dólares. E a quem a União deixaria entreguesmais de 140%? Aos devedores, aos sonegadores. Isto desesti­mularia os bons pagadores e os bons contribuintes.

Senão vejamos, Sr. Presidente: se a União, que querum ajuste fiscal para arrecadar o equivalente a 12 bilhõesde dólares, arrecadasse 10% do que está deixando de arreca­dar sobre o montante a que tem pleno direito legal, esses10% dariam 14 bilhões, ou 2 bilhões a mais do que pretendecom o ajuste fiscal. De que forma poderia fazê-lo? Tenhoem mãos os dados: cerca de 22 bilhões de dólares equivalentesao contencioso judicial de 350 mil ações de contribuintes,pessoas físicas e jurídicas, contra a União; 12 bilhões de dólarescorrespondentes apenas às ações referentes à Lei n9 8.200,que autorizou a correção integral dos balanços em 1990; 1bilhão de dólares equivalentes à dívida dos bancos estaduais...Cito o exemplo do Banespa, Banco do Estado de São Paulo,que deve cerca de 3,5 trilhões de cruzeiros à União. Tambémas empresas de energia elétrica devem cerca de 4 bilhõesde dólares à Eletrobrás. Pior é a dívida dos Estados e Muni­cípios para com a União, que atinge 54 bilhões de dólares.

E pergunto a V. Ex~, Sr. Presidente, e aos nobres Pares:esse ajuste fiscal vai trazer aumento de arrecadação de impos­tos apenas para a União ou também para os Estados e Municí­pios, a fim de que possam pagar suas dívidas para com aUnião?

As empresas estatais devem 100 milhões de dólares aoINSS; a Petrobrás deve 600 milhões de dólares ao DNERcom relação ao Imposto de Importação sobre Combustíveis,que está embutido no preço da gasolina e do óleo que pagamoscomo consumidores.

Ora, Sr. Presidente, a sonegação - não sei se já mereferi a este dado - é estimada em tomo de 47 bilhões dedólares. Tudo isso totaliza cerca de 140 bilhões de dólaresque a União está deixando de receber. Será que um novoimposto vai ampliar a arrecadação da União, que deixa dearrecadar 140 bilhões de dólares, ou será que vai exaurir aindamais o contribuinte, já anêmico, dentro de uma economiarecessiva como a que estamos vivendo? É ilusão!

Tem razão o PDS, e subscrevo a nota do Líder JoséLuiz Maia, quando diz:

"A economia brasileira está a requerer enfrenta­mentos das causas dos seus problemas, que se mani-

festam num continuado processo inflacionário, combi­nado com uma cruel recessão econômica.

Neste contexto, a continuidade de uma políticaeconômica, que, sistematicamente, eleva alíquotas dosimpostos já existentes ou cria impostos adicionais,acentuará a desorganização do parque produtivo brasi­leiro, processo que se iniciou com o Plano Cruzadoe persistiu com a implementação de outras propostasheterodoxas. A transferência de mais recursos do setorprivado para o setor público só poderá ocorrer emdecorrência da retomada do crescimento".

E diz ainda:

"É preciso com a máxima urgência definir as com­petências da União, Estados e Municípios. Já houvea transferência de recursos; o que não houve, até agora,foi a transferência das respectivas responsabilidades."

Diz o meu partido que, em conseqüência, não votaráqualquer aumento da carga tributária.

Se querem simplificar a sistemática, é outra questão. Masse isso for feito de última hora, quando nem sequer propostade orçamento temos nesta Casa, corremos o risco de votarmatéria que vai colidir com outras tantas já em vigor. E V.Ex\ brilhante advogado, sabe muito bem que isto vai aumen­tar a demanda em juízo, que o contencioso judicial vai darmais trabalho aos advogados tributaristas. Seriam eles os queestariam precisando de mais trabalho? Creio que não, Sr.Presidente. Se há hoje um mercado de trabalho em plenafecundidade no Brasil é exatamente o dos advogados tributa­ristas. Talvez também na área do Direito do Trabalho, comoconseqüência de tanto desemprego.

Sr. Presidente, não queremos faturar a crise: queremosuma solução. O Governo está vivendo outra utopia. Ele pre­cisa encarar a realidade de frente. Não será esta Casa, qu~

não tem o poder de inciativa, que resolverá a questão. Eilusão querer dizer que estão promovendo a iniciação da siste­mática parlamentarista. Não, Sr. Presidente! Absolutamente,não! O Governo foi montado em função das responsabilidadesdo Chefe do Poder Executivo. Não foi o Congresso Nacional,não foi esta Casa que montou o Governo.

Sr. Presidente, é hora de medidas fundamentais, não demedidas que apenas tangenciem a crise. No fim do ano passa­do, foi votado um projeto de ajuste fiscal nesta Casa e, paraaprová-lo, os Governadores exigiram renegociação da dívidados Estados. Em que resultou tudo isto? Em nada. Ocorreque a Lei n9 8.383, entre outras, promulgada no dia 31 dedezembro, criou uma brutal confusão entre escritórios de con­tabilidade, empresas, empresários e contribuintes. Não vamoscriar maiores penas para um contribuinte já suficientementeconfuso e penalizado, senão vamos exaurir o que ainda restade perspectiva na atividade empresarial do País.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Concedo a pala­vra ao nobre Deputado Mendonça Neto, pelo PDT.

O SR. MENDONÇA NETO (PDT - AL. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, Alagoasvive, mais uma vez, lamentável exemplo de má conduta jurídi­co-eleitoral. O primeiro turnO foi marcado pela fraude. Cente­nas de urnas foram impugnadas em Maceió. Acabam de serjulgados os últimos recursos em nosso Estado. Foram anuladasquinze urnas em Maceió, totalizando seis mil votos. A dife-

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24175

rença entre os três candidatos é de mil votos, ou seja, haveráeleição suplementar. Por isso, o calendário será atrasado. Nãoestá havendo campanha de segundo turno, e pode ser atéque o segundo turno seja em janeiro, com interventor nomea­do para a Prefeitura de Maceió.

Além disso, paira insegurança no Estado. A esposa doGovernador Geraldo Bulhões, armada, com o auxílio de cercade 20 soldados da Polícia Militar, percorre as Seções Eleitoraisintimidando as Mesas Apuradoras. Tentou intimidar o Juizde uma cidade vizinha de Maceió, e está sendo processadapor isso. Utiliza-se de revólver na cintura e na bolsa. Nodomingo passado, no programa "Fantástico", exibindo umrevólver, disse que era respeitada porque anda armada e sabeatirar,muito bem, porque fez curso de tiro ao alvo.

E lamentável que o Tribunal Regional Eleitoral não tomeas providências cabíveis para fazer uma eleição séria em Ala­goas.

O vitorioso do primeiro turno foi o candidato do PSB,PDT e PT, Vereador Ronaldo Lessa.

Estive com o Ministro Paulo Brossard, a quem entregueium pedido de tropas federais para o Estado de Alagoas, Ma­ceió, a fim de que façamos uma eleição limpa.

A vitória de Ronaldo Lessa foi contra o cabresto, contrao coronelismo que reina, infelizmente, no Nordeste brasileiro,foi a vitória do povo. Colocado, até a pesquisa de boca deurna, em terceiro lugar, foi o primeiro, o mais votado.

O povo de Maceió mostrou a sua independência. Infeliz­mente, o TRE tem me atacado muito, por isso eu lhe respon­do. A incompetência de alguns dá a impressão de que é aJustiça que é incompetente, quando isto não é verdade. Sãoalguns aplicadores da justiça, alguns juízes - que não estãopreparados sequer com a coragem cívica necessária para en­frentar a trabuco, a violência, a invasão do Poder Executivoe a invasão da Polícia no pleito eleitoral.

Assim, deixo aqui o meu protesto e, mais uma vez, reiteroo pedido que fiz ao colendo Tribunal Superior Eleitoral paraque não permita que as eleições em Alagoas sejam marcadaspela violência. Advogados e juízes trocaram tapas no recintodo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas. Juízes estão sendojulgados pelo fato de, na eleição anterior, ter ocorrido a maiorfraude na História do' Estado. O Governador atual não foieleito - e esta declaração não é minha. O ex-Presidentedo Tribunal, que presidiu o pleito depois de afastar-se daPresidência, declarou: "Este não foi o eleito". Com a fraude,ele elegeu-se. Declaração de um juiz, de um Desembargadordo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas.

Lamentavelmente, é o que ocorre no Estado. A má famaque cerca Alagoas não é apenas causada por Fernando Collorde Mello: é causada por uma elite inconseqüente, irrespon­sável, que só pensa no seu lucro, no seu benefício, deixandoa população e as cidades no mais cruel abandono. Passa-sefome no interior de Alagoas.

Falou-se aqui hoje no Ceará, e eu, parodiando o campa­nheiro cearense, digo que também no interior de Alagoashá fome. E o Deputado Chico Vigilante disse que em Brasíliahá que haver uma situação especial. Especial, sim, mas desupremacia nunca, jamais como ocorre em Alagoas. A Uniãobanca no Distrito Federal a folha dos servidores da Polícia,da área de Saúde e dos professores. Só na área de professoresos recursos são de 30 bilhões de cruzeiros por mês, enquantono interior de Alagoas, da Paraíba e de Pernambuco o povoestá morrendo de fome. Há o episódio que foi denunciadoem Pernambuco, dos nanicos, dos homens-anões, dos gabirus,

enquanto aqui em Brasília preocupam-se com a preservaçãodo luxo das embaixadas, exigindo-se a responsabilidade daUnião na manutenção da Capital, como se ela fosse umaespécie de espelho da fantasia, enquanto nós, nordestinos,a exemplo da Paraíba, que V. Ex' representa nesta Casa,defrontamo-nos com uma das mais brutais mortandades járegistrados no Brasil. Segundo os índices, a mortandade maiorse encontra no Norte e Nordeste.

Sr. Presidente, deixo nesta tribuna um apelo ao TSEno sentido de que faça uma correição na Justiça Eleitoralde Alagoas - isto é essencial - para que possamos, emAlagoas, fazer com que a vontade do povo seja exercida nasua plenitude e o verdadeiro Prefeito da cidade seja realmenteo mais votado, para que o nosso Estado deixe de ter o seunome envolvido com corrupção e fraude eleitoral.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

O Sr. Marcelo Barbieri - Sr. Presidente, peço a palavrapela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Tem a palavrao nobre Deputado Marcelo Barbieri, pelo PMDB.

O SR. MARCELO BARBJERI (PMDB - SP. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, Sr.s e Srs. Deputados, acabeide apresentar a esta Casa requerimento de informações arespeito do processo de privatização ocorrido desde a possedo Presidente afastado, o Sr. Fernando Collor de Mello.

A meu ver, o nosso País não tem conhecimento hojede quanto custou à Nação o processo de privatização. Sur­preendeu-nos a declaração do Ministro das Minas e Energia,nosso colega, Deputado Paulino Cícero, ao questionar comquem ia ficar o prejuízo de 700 milhões de dólares decorrentesda privatização de uma subsidiária da Petrobrás.

Sr. Presidente, o processo de privatização que até o pre­sente momento continua sendo realizado vem causando pro­fundos danos ao patrimônio público nacional. No entanto,nesta Casa, ainda não tivemos qualquer iniciativa no sentidode se fazer uma investigação desse processo de privatizaçãojá realizado, para saber que empresas foram privatizadas epor quanto, quanto ganhou o Estado com a venda dessasestatais, quem as comprou, quem lucrou com esse processo.

Infelizmente, Sr. Presidente, com a aprovação do PlanoCollor I, todo esse processo ficou à revelia do CongressoNacional. O Congresso deu um cheque em branco ao entãoPresidente da República para que realizasse a dilapidaçãodo patrimônio público.

Estranhamos, porém, que haja nesta Casa tanta investi­gação a respeito de um caso de privatização em que o PoderLegislativo do Estado de São Paulo foi ouvido durante todoo processo. Refiro-me à privatização da Vasp. Em São Paulo,ao contrário do que tem ocorrido com a privatização da Usimi­nas, da Acesita e das demais empresas privatizadas até opresente momento, todo o processo de privatização da Vaspfoi acompanhado pelo Poder Legislativo estadual, que teveuma participação direta. Foi aprovada a lei de privatizaçãoda empresa, com avaliação do seu patrimônio líquido e como processo licitatório que precedeu o leilão dessa privatização.

Aqui, não, Sr. Presidente. Aqui, no plano nacional, todaa privatização ocorrida recebeu aprovação do Plano Collor,apresentado no dia 15 de março de 1990.

De lá para cá, não sabemos quanto o Estado ganhoucom as vendas e quanto perdeu. Por isso, fiz, no dia de hoje,um requerimento, encaminhado à Mesa, pedindo ao BNDESessas informações. Quero, com os dados na mão, Sr. Presi-

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dente, poder debater nesta Casa a privatização das empresasbrasileiras, poder discutir se houve prejuízo e dano ao patri­mónio público, se houve prejuízo e dano aos milhões de brasi­leiros que ajudaram a construir essas empresas e que agoranão sabem para onde elas foram, com quem estão e quantoo Estado recebeu por esse património.

Com relação à privatização da Vasp, eu, que sou membroda CPI, quero dizer que, embora ela esteja sofrendo um desviopolítico evidente, transparente aos olhos da Nação, porquelá não se busca investigação, queremos que este processoseja esclarecido e seja mostrado à Nação, com transparência,o que houve em São Paulo. Mas queremos também, Sr. Presi­dente, que o mesmo aconteça em relação'a todo o processode privatização de que o Brasil foi vítima recentemente.

Sr. Presidente, gostaria de ceder o restante do meu tempoao nobre colega de bancada Luiz Soyer.

o SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Com a palavrao nobre Deputado Luiz Soyer, pelo PMDB.

O SR. LUIZ SOYER (PMDB - GO. Sem revisão doorador.) -Sr. Presidente, primeiramente gostaria de agrade­cer ao colega Marcelo Barbieri pela gentileza da cessão dessesdois minutos.

Gostaria de trazer mais uma vez ao conhecimento daCasa a informação de que o Centro-Oeste teve, até determi­nada época do Governo Collor, a Superintendência do Desen­volvimento do Centro-Oeste - Sudeco. Ela foi extinta peloGoverno Collor, e o Centro-Oeste ficou apenas com umareferência em termos administrativos regionais. Essa referên­cia era representada pela Coordenadoria do Centro-Oeste,que foi extinta por um ato do ex-Ministro-Chefe da antigaSecretaria de Desenvolvimento Regional, Calmon de Sá. Comisso, o Centro-Oeste ficou órfão, ao passo que o Nordestetem a Sudene, tem o Banco do Nordeste, o Norte tem aSudam, o Banco da Amazónia como suporte financeiro. Hátambém o Fundo do Nordeste, o Fundo do Norte e o Fundodo Centro-Oeste. Este último, que deveria ser o alimentofinanceiro para o órgão regional, está sendo gerido pelo Bancodo Brasil, diga-se de pasagem com toda a lisura, mas a finali­dade do FCO seria a de alimentar um órgão específico doCentro-Oeste.

Encarei uma luta, fazemos uma justificativa, pagamoso aval de Deputados e Senadores do Centro-Oeste, fui aoMinistro Mauro Durante e, ultimamente, ao Presidente daRepública. Graças a Deus, o nosso esforço foi secundadopor todas essas bancadas. Agora tenho informação de queo ex-Ministro e Deputado Francisco Dornelles incluiu no seuparecer a criação de uma secretaria de desenvolvimento regio­nal para o Centro-Oeste.

Quero dizer que precisamos do apoio desta Casa paracorrigir uma injustiça que estava sendo praticada contra oCentro-Oeste. Peço aos membros da Câmara dos Deputadosque apóiem este parecer do Deputado Francisco Dornellesnesta parte que faz justiça ao Centro-Oeste.

O SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Passo a palavraao último orador inscrito nestas Comunicações Parlamentares,'0 Deputado Jorge Uequed, pelo PSDB.

O SR. JORGE UEQUED (PSDB - RS. Sem revisãodo orador.) - Sr. Presidente, Sr~ e Srs. Deputados, enquantoas elites discutem os partidos políticos armam esquemas, en­quanto os grandes banqueiros pressionam os governos e os~randes empresários nacionais pedem fatias no mercado da

produção e da venda, os trabalhadores brasileiros, aposen­tados e pensionistas, continuam sendo marginalizados. Hojeo salário mínimo que será recebido na primeira semana dedezembro vai representar 51 dólares, no máximo. Isto é umaagressão. Isto é a condenação daqueles que trabalham a viverna miséria e na insuficiência para se manter. Mas esse nãoé um assunto prioritário para nenhum dos governos que assu­mem. Entra governo eleito, entra governo militar, entra go­verno do Congresso, depõe-se o Presidente, e a situação dostrabalhadores, dos aposentado~ e pensionistas brasileiros con­tinua a mesma. Cinqüenta e um dólares será o vencimentocorrespondente a novembro. Isso, em qualquer país do Ter­ceiro Mundo, representa a miséria. E o que é pior, congelado,com a perspectiva de vigorar ainda durante o mês de dezem­bro.

O Governo não toma nenhuma medida eficaz. Fala-seem reajuste fiscal, mais recursos para o Governo Federal,busca de recursos para a máquina da União. Só não se falae não se pergunta como é que o cidadão consegue sobrevivercom 51 dólares por mês. Isso é levar o País à marginalização.Esse é o primeiro caminho para o desequilíbrio social. Todasas desavenças que estão ocorrendo nas grandes cidades, ea situação de miséria são produ,tos dos salários baixos, quesão os irmãos gêmeos do desemprego e da recessão. Nãose faz capitalismo sem salários. O Governo Collor, de tristememória, plantou a miséria, e o Governo Itamar não conseguesair desse caminho aberto pelo Governo Collor no campodos salários dos trabalhadores. O Governo Itamar é a continui­dade do Governo Collor, é apenas um Presidente de transição,sem saber que é um Presidente quase definitivo, porque nãohá perspectiva alguma nesta Nação de aquele Governo ante­rior, semeado pela corrupção e pela irresponsabilidade, voltarao poder.

Mas é preciso que o novo Governo, que os Parlamentaresque estão no novo Governo, que os partidos que apóiamo novo Governo tenham sensibilidade para olhar um poucofora de Brasília, fora da "ilha da fantasia". No Maranhão,em Porto Alegre, em Recife e em Curitiba as pessoas sãoobrigadas a viver com 51 dólares por mês. É preciso umaação rápida e imediata contra isso. Não adianta acenar comprogramas que não tenham amparo na vontade política dosgrupos que sustentam o Governo Itamar. Não dá para esperarmuito. Não há Governo que sobreviva à fome. Não há grupopolítico que se mantenha no poder quando a fome assolaos lares dos que trabalham.

Quero alertar o Governo no sentido de que há uma insa­tisfação popular tão grande, gerada pela fome e pelo desem- 'prego, que não há ato de Governo que possa segurar isso,se não souber enfrentá-la com dignidade e clareza.

VII -'" ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Nada mais ha­vendo a tratar, vou encerrar a Sessão.

O SR. PRESIDENTE (Vital do Rêgo) - Encerro a Ses­são, convocando outra para amanhã, sexta-feira, dia 6, às9 horas.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24177

AVISOSD·RBCURSOS

PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELAS COMISSÓES(Arl. 132, f ~ do RI- prazo 5 sessões)

Projeto de LeiN" 1.02W91-iaenta apoeentados do pagamento da taxa de pc~'.:lPrazo: ..., dia: 6-11-92'último dia: 9-11-92

ProposlçOea sujeitas a arquivamento, nos termos do ar­tigo 164, f 1° do RI. Prazo para recurso artigo 164, § Z" (51CSSOcs) de:ProJcto de LeiNU 04.153/89 (VICTOR FACCIONI) - DispOe sobre a exten­

do dos benefJcios do programa de Garantia de Ati­vidade Agropecuária - PROAGRO, às atividadesagropecuárias e florestais nao vinculadas ao crédi­to rural.

Prazo: 30 dia: 6-11-92'último dia: 10-11-92NU 1.~1 (pAULO RAMOS) - Oue ~profbe a cxport&ção

de madeira~.

Prazo: 30 dia: 6-11·92intimo dia: 10-11-92N° 2124/91 (NILSON OmSON) - Que ~aUera a redação do

artigo 53 do Decreto-Lei n° 199, de 25 de feverei­4ó ro de 1967, que ~dispOe sobre a Lei OrgAnica doTrIbunal de Contas da Uniao, e dá outras providen­cias".

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92PrOPClta de Filcalizaçao e ControlcNU 40/92 (CÉLIO DE CASTRO) - Solicita a apuração, pela

Comissao de Economia, Indóstria. e Comercio, dosatos de geatllo administrativa e relaçOes negociaismantidas entre a Petróleo Brasileira S/A - PETRO­BRÁS, empresas ttadiDI e terceiros.

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92ProJcto de ReaoluçaoN° 42/91 (JOSÉ F1L1NfO E oumOS) - Que ~Instituí a

Comissao Parlamentar de Inquêrito destinada a in­vestigar irregularidades no processo de privatizaçãoda VASP".

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92Projeto de Decreto Le~lati'VO

N° 108191 (AMAURY MOLLER) - Susta a aplicação da alí­nea ~c" do inciso DI do artigo 38 do Decreto n°99.463, de 16 de agosto de 1990, e das ResoluçOesnOS 5, 6 e 7 da Comissao Diretora do programa Na­cional de Desestatizaçllo.

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92N° 113m (JAQUES WAGNER) - Susta a aplícação do ctis­

posto na alfnea ~c~ do inciso III do artigo 38 do De­creto nO 99.463, de 16 de agosto de 1990, que regula­IOOnta a Lei n° 8.031, de 12 de abril de 1990.

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92N° 114m (LUIZ PIAUHYLINO) - Susta os efeitos do dis­

posto no artigo 38, incisó 11I, alínea ~c~ do DecretonO 99.463, de 16 de agosto de 1990, do Poder Execu-

tivo, que trata da compet!ncla da Comissllo Direto­ra do programa Nacional de DesestatizaçflO para adefinição das formas de pagamento das allenaçOesdas empresas estatais no âmbito desse programa.

Prazo: 30 dia: 6-11-92Ultimo dia: 10-11-92

ProposiçOes sujeitas a arquivamento, nos termos do ar­tigo 58, f 4° do RI. Prazo para recurso artigo 58, § 'lO (S Ies­sOes) de:Projeto de LeiN° 3.133189 (ANTONIO CARLOS MENDES mAME) ­

Acrescenta dispositivo ao artigo 'lO da Lei nO 7.604,de 26 de maio de 1987, estabecendo prazo para aPrevidencia Social efetuar os pagamentos ali especi­ficados.

Prazo: 30 dia: 6-11-92Último dia: 10-11·92Projeto de ReaoluçAoN" 52/91 (CARLOS LUPI) - Suspende a apresentação ~e

projetos de lei, projetOfl de lei complementar, proJe·tos de decreto legislativo, projeto de resoluçao, deemenda li Constituiçllo e de Delegação Legislativapor parte dos Deputados.

Prazo: 30 dia: 6-11-92Último dia: 10-11-92

ProposiçOes sujeitas a arquivamento, nos termos do .ar­tigo 133 do RI. Prazo para apresentaçllo de recurso artigo132, § 'lO (5 seSSOes) de:Projeto de LeiN° 2:1:13/91 (RENATO VIANNA) - CrIa medidas de prote­

çllo, amparo e fomento às atividades econOmicas àsvítimas das fortes chuvas no Estado de Santa Catarina.

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92N° 2939/92 (RENATO VIANNA E OUTROS 2) - Permite

a libertação dos FGTS, PIS e PASEP para os atingi­dos pelas inundaÇOes do Sul do País.

Prazo: 30 dia: 6-11-92intimo dia: 10-11-92N° 1.763/91 (SANDRA CAVALCANTI) - Veda a utilização

de dormentes de madeira na Construçllo de ferro­vias, e dá outras providencias.

Prazo: 30 dia: 6-11-92Último dia: 10-11-92

ProposiçOes sujeitas a arquivamento, nos termos do ar·tigo 133 do RI. Prazo para recurso artigo 132, § 20 (5 seSSOes) de:Projeto de LeiN° (SENADO FEQERAL) - Institui a obrigatoriedade de

elaboração dê demonstração do valor adicionado edá outras providencias.

Prazo: ~ dia: 6-11-92Último dia: 11-11-92N° 2856/92 (JACKSON PEREIRA) - Profbe distribuíçao de

dividendos e pagamentos de gratificaçOes de balan·ço a diretores de empresas pClblicas.

Prazo: 20 dia: 6-11-92intimo dia: 11-11-92N° 2918192 (VICTOR FACCIONI) - Dá nova redaçao ao

caput do artigo 66 e ao parágrafo 1° da Lei n° 8.383,de 30 de dezembro de 1991, que tratam da compen·saçlio de tributos e contrlbuiÇOes.

Prazo: 20 dia: 6-11-92intimo dia: 11-11-92

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24178 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

l'f' 3.0W92 (F.DUARDO MORFJRA) - Concede IlICnçJ10 17:30 Osvaldo Melo17:55 Haroldo limade pagamento de taX8I e tarifas de ICrvlços p6blicos18:20 Celso Bernardi101 apoecntadol e pensionistas que capeclOca.

Prazo: 20 dia: 6-11-92At"IIliIftJ:~t1-92'01t1mo dia: 11·11-92

N" 3.091192 (GERMANO RIG01TO) - DA nova redaçao RELAÇÃO DOS DEPUTADOS INSCRITOS10 arllJO 66 da Lei n° 8.383, de 30 de dezembro de NO GRANDE BXPEDmNTB • NOVEMBRO ·19921991, que dilpOe IObre a compensaçAo de tributose contribulçOcs e dA outras providencias. Data Dia Hora NOmePrazo: 20 dia: 6-11-92 6 t;a·feira 10:00 Renildo C'.alheiros

'01timo dia: 11·11-92 10:25 Nlcias Ribeiro10:50

16:15 Maurici Mariano 11:1516:40 11:4017:05 12:0517:30 12:3017:55 12:5518:20 13:20

17 ~' feira 18:10 Jofto Rosa 9 • ~·feira 15:00 Moroni Torgan18:35 Odacir Kleip 15:25

18 4' -feira 18:10 J~ Thomaz Nonô 15:50 Pedro Tonelli18:35 J6I'io de Barros 16:15 Mendonça Neto

19 S--feira 18:10 Valter Pereira 16:4018:35 Luiz Carlos Saptos 17:05

:1D €f-feira 10:00 OsmAnio Pereira 17:30

10:25 Neuto de Conto 17:55

10:50 06vis Assis 18:20

11:15 Cyro Garcia 10 ~·feira 18:10 Paulo Bernardo11:40 18:35 eeaar Bandeira12:05 11 "-·feira 18:'10 Fatima Pelaes12:30 18:35 AuiUsto Carvalho12:55 12 sa-feira 18:10 Regina Gordilho13:20 18:35 Mosto Holapda

23 2"-feira 15:00 Marco Penaforte 13 t;a-feira 10:00 Antonio de Jesus15:25 Munboz da Rocha 10:25 Jurandyr Paixão15:50 Derclo Knop 10:50 Antonio Morimoto16:15 Nan Souza 11:15 Wagner do Nascimento16:40 EUo DalIa-Vecchia 11:4017:05 Ubaldo Dantas 12:0517:30 12:3017:55 12:5518:20 13:20

24 3-·feira 18:10 Socorro Gomes 16 ~-feira 15:00 Nilson Gibson18:35 Roberto Rollemberg 15:25 Carlos Lupi

25 4-·feira 18:10 Roberto Valadao 15:5018:35 Jose Mucio Monteiro

26 S--feira 18:10 Ivo Mainardi18:35 Mauro Borges ORDEM DO DIA DAS COMISSÕES

'Zl t;a-fcira 10:00 Jenes Santos Neves10:25 Samir Taonos COMISSÃO DE AGRICULTURA10:50 Ernesto Gradella E POLÍTICA RURAL11:15 Osório Adriano AVISO N9 7/9211:40 Jesus Tajra12:05 Hugo Biehl Prazo para recebimento de emendas:12:30 Maria Valadao Início: 9-11-9212:55 Hêlio Rosas Término: 13-11-9213:20 Marino Clinger Local: Sala 214, Bloco das Lideranças

30 2"·feira 15:00 Chico Vigilante Horário: 9 às 12h e 14 às 18h15:25 Nelson Proença

1) Projeto de Lei n9 1.449-A/91 - do Poder Executivo15:50 Luiz Girão16:15 Alvaro Pereira (Mens. n9393/91) - que "dispõe sobre a incidência do Finso-

16:40 AtUa lins eial sobre as receitas geradas pela atividade agropecuária".

17:05 Adroaldo Streck Relator: Deputado Wilson Moreira

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24179

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA,COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA

, AVISO N9 14/92

Prazo para recebimento de emendas:Início: 3-11-92Término: 6-11-92Local: Sala 8, Anexo IIHorário: 9 às 12h e 14 às 18hProjeto de Lei n9 4.597/90 - do SI. Sólon Borges dos

Reis - que "dispõe sobre o crime de interferir nos sistemasde informática e dá o11tras providências".

Relator: Deputado Paulo SilvaProjeto de Lei n93.122/92 - do SI. José Maria Eymael

- que "inclui o inciso X no artigo~o da Lei n9 8.389, de30 de dezembro de 1991, que institui o Conselho de Comuni­cação Social, acrescentando na composição do referido Conse­lho um representante dos profissionais de relações públicas".

Relator: Deputado Jerônimo ReisProjeto de Lei n9 3.161/92 - do SI. Mauro Sampaio

"1 que "autoriza o Poder Executivo a criar o sistema Teleportonqs portos nacionais e dá outras providências".

, Relator: Deputado Eraldo Trindade: Projeto de Lei n9 3.176/92 - do Sr. Eliel Rodrigues­

que "autoriza a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafosa emitir selo comemorativo da fundação da Igreja Assembléiade Deus, no Brasil".

Relator: Deputado Maurício CalixtoProjeto de Lei n9 3.177/92 - do Sr. Antônio de Jesus

-, que "dá nova redação ao artigo 13 da Lei n9 5.050, de7 de julho de 1966, que "cria o Fundo de Fiscalização dasTelecomunicações e dá outras providências".

; Relator: Deputado George Takimoto; Projeto de Lei n9 3.189/92 - do Senado Federal (PLS

n9 ~0/91) - que "dispõe sobre critérios para outorga e reno­va<1ão de concessão ou permissão de serviço de radiodifusãosonora e de sons e imagens".

: Relator: Deputado Nelson Proença! Projeto de Lei n9 3.212/92 - do Sr. José Fortunati ­

qu~ "obriga a inserção de dístico que especifica em embalagense t~xtos publicitários de produtos derivados do tabaco" .

Relator: Deputado Eliel Rodrigues

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR,MEIO AMBIENTE E MINORIAS

AVISO N9 30/92

Prazo para recebimento de emendas:Início: 5-11-92Término: 11-11-92Local: Sala 113, Bloco das LiderançasHorário: 9 às 12h e 14 às 18h1) Projeto de Lei n91.325/91 - do SI. Orlando Pacheco

- que "dispõe sobre comercialização de defensivos agrícolassem registros definitivos nos países de origem".

Relator: Deputado Sidney de Miguel "'. 2) Projeto de Lei n93.160/92 - do Sr. Fábio Feldmann

- que "dispõe sobre a obrigatoriedade de realização de audi­torias ambientais nas instituições cujas atividades causem im­pac~o ambiental".

o Relator: Deputado Luciano Pizzatto3) Projeto de Lei n° 3.234/92 - do SI. Antonio de Jesus

que "torna obrigatória, por parte da União, a pesquisa

sobre materiais e tecnologias de construção, no âmbito dapolítica habitacional" e dá outras providências".

Relator: Deputada Socorro Gomes

COMISSÃO DE ECONOMIA, INDÚSTRIAE COMÉRCIO

.AVISO N9 22/92

Prazo para recebimento de emendas:Início: 3-11-92Término: 10-11-92Local: Sala 207, Bloco das LiderançasHorário: 9h às 12h e 14 às 18h1) Projeto de Lei n9 5.788/90 - do Senado Federal (PLS

n9 181/89, -que "estabelece diretrizes gerais da Política Urba­na e dá outras providências". (Apensos os PLS n9s 775/83,2.191/89, 2.587/89, 2.937/89, 3.045/89, 3.296/89, 3.896/89,4.004/89, 4.019/89, 4.024/89, 4.285/89, 4.310/89, 6.119/90,273/91 e 1.882/91.)

Relator: Deputado Luís Roberto Ponte

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURAE DESPORTOAVISO N9 9/92

Prazo para recebimento de destaques:Início: 5-11-92Término: 6-11-92Local: Anexo II, Sala 15Horário: 9h às 12h e 14h às 18h30minA proposição abaixo somente receberá destaques apre­

sentados por membros da comissão.Projeto de Lei n94.900/90 - do Senado Federal - que

"dispõe sobre o salário-educação, previsto no parágrafo 5°do artigo 212 da Constitui9ão, e dá outras providências".

Relatora: Deputada Angela AminParecer: Favorável, com Substitutivo

AVISO N9 10/92

Prazo para recebimento de destaques:Início: 9-11-92Término: 10-11-92Local: Anexo lI, Sala 15Horário: 9h às 12h e 14h às 18h30minA proposição abaixo somente receberá destaques apre­

sentados por membros da Comissão.Projeto de Lei n9 963-A/91 - do Sr. Vadão Gomes ­

que "dispõe sobre o reconhecimento das Provas de Rodeioe da profissão Peão de Rodeios".

Relator: Deputado Paulo DelgadoParecer: Favorável, com emenda

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO

AVISO N° 26/92

Prazo para recebimento de emendas:

Início: 3-11-92Término: 9-11-92Local: Sala 2-A, Anexo IIHorário: 9h às 12h e 14h às 18h

As proposições abaixo somente receberão emendas apre­sentadas por membros desta comis~ão aos substitutivos ofere­cidos pelos relatores:

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24180 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992 .

1) Projeto de Lei n'" 5.250/90 - do Sr. José Santanade Vasconcelos - que "isenta de taxas alfandegárias e portuá­rias os aparelhos médicos e hospitalares doados a entidadesde reconhecida utilidade pública".

Relator: Deputado José Dirceu2) Projeto de Lei n'" 1.890/91 - do Sr. Jackson Pereira

- que "dispõe sobre a cobrança de tarifas bancárias".Relator: Deputado José Lourenço

Obs.: As emendfls só serão aceitas em formulários próprios,à disposição na Secretaria da Comissão.

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

AVISO N'" 11/92

Prazo para recebimento de emendas:

Início: 5-11-92Término: 11-11-92Local: Sala 21, Anexo IlHorário: 9h às 12h e 14h às 18h

As proposições abaixo somente receberão emendas apre­sentadas por membros desta comissão ao substitutivo ofere­cido pelo relator.

1) Projeto de Lei n'" 3.000/92 - do Sr. Edmar Moreira- que "dispõe sobre a obrigatoriedade da utilização de prote­ção contra a corrosão de combustíveis em postos de revenda".

Relator: Deputado José Ulisses de Oliveira2) Projeto de Lei n" 4.916/90 - do Senado Federal ­

que "dispõe sobre a mineração em terras indígenas e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Sérgio Brito

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃOE SERVIÇO PÚBLICO

AVISO Ní' 21192

Prazo para recebimento de destaques:

Início: 9-11-92Término: 10-11-92Local: Sala lI, Anexo IIHorário: 9 às 12h e 14 às 18h1) Projeto de Lei n" 4.562-B/89 - do Poder Executivo

(Mensagem n9 910/89) - que "transforma as Escolas Agro­técnicas Federais em autarquias e dá outras providências".

Relator: Deputado Paulo Rocha2) Projeto de Lei n~ 6.081190 - dos Srs. Nelton Friedrich

e Koyu Iha - que "dispõe sobre apresentação de declaraçãode acumulação de cargos pelos servidores públicos e determinaoutras providências".

Relator: Deputado José Carlos Sabóia3) Projeto de Lei n'" 537/91-do Sr. José Carlos Coutinho

- que "destina aos empregados de empresas, que não regis­trem acidentes de trabalho. percentual de dedução do Impostode Renda, na forma que especifica".. "

Relator: Deputado José Carlos Sabóia4) Projeto de Lei n° 676/91 - do Sr. Sólon Borges dos

Reis - que "dá nova redação ao parágrafo lodo artigo 896da Consolidação das Leis do Trabalho".

Relator: Deputado Jair Bolsonaro5) Projeto de Lei n'" 3.006/92 - do Sr. Magalhães Tei­

xeira - que "acrescenta dispositivo ao artigo 20 da Lei n°

8.036, de 11 de maio de 1990, para perinitir a movimentaçãoda conta vinculada do FGTS pelo trabalhador que opta pelapermanência em atividade após contar 35 anos de serviço".

Relator: Deputado Hugo BiehlObs.: Os destaques só serão aceitos em formulários pró­

prios, à disposição na Secretaria da Comissão.

COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTES,DESENVOLVIMENTO URBANO E INTERIOR

AVISO N9 14/92

Prazo para recebimento de emendas:Início: 30-10-92Término: 6-11-92Local: Sala 12 - Anexo IIHorário: 9 às 12 e 14 às 18h

1) Projeto de Lei n'" 3.207/92 - do Sr. Hélio Rosas eoutros - que "institui o Sistema Nacional de Habitação, dis­põe sobre a habitação de interesse social e dá outras provi­dências" .

Relator: Deputado Augusto Carvalho

COMISSÕES ESPECIAIS

Para dar parecer sobre a proposta de emenda àConstituição nQ 17, de 1991, que "dispõe sobre o SistemaTributário Nacional".

AVISO N'" 1/92PRAZO PARA RECEBIMENTO DE EMENDAS:

Início: 30-10-92Término: 13-11-92Local: Anexo lI, Sala lO, MezaninoHorário: 9h às 12h e 14h às 18h

1) Proposta de Emenda à Constituição n'" 17, de 1991,do Senhor Flávio Rocha, que "altera dispositivos da Consti­tuição Federal".

Relator: Deputado Luís Roberto Ponte

(Encerra-se a Sessão às 17 horas e 52 minutos.)

COMISSÕESRedação Final

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO EJUSTIÇA E DE REDAÇAO

PROJETO DE LEI W 164-C, DE 1991(Redação Final)

Acrescenta parágrafo único ao art. 1Q da Lei nQ

8.176, de 8 de fevereiro de 1991, e dá outras provi­dências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O art. I'" da Lei n'" 8.176, de 8 de fevereiro

de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. I'" .........................................................................

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24181

Parágrafo único. Não constitui crime contra aordem econômica a aquisição, por parte dos agricul­tores, de álcool, gasolina ou óleo diesel, em galõesou outra forma de acondicionamento, com a finalidadede abastecimento de máquinas agrícolas em geral, in­clusive caminhões."

Art. 29 O Poder Executivo regulamentará esta lei noprazo de 30 (trinta) dias.

Art. 39 Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 49 Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão, 21-10-92. - Deputado José Luiz Cle­

rot, Presidente - Deputado Nilson Gibson, Relator.

PROJETO DE LEI N9 1.085-B, DE 1991(Redação Final)

Dá nova redação ao art. 501 do Código de ProcessoPenal.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1° O art. 501 do Código de Processo Penal passa

a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 501. Os prazos a que se referem os arts.,499 e 500 correrão em cartório, independentementede intimação das partes."

Art. 29 Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão, 21-10-92. - Deputado José Luiz Cle­

rot, Presidente - Deputado Nilson Gibson, Relator.

PROJETO DE LEI N"1.172-B, DE 1991(Redação Final)

Acrescenta parágrafo ao art. 370 do Código de Pro­cesso Penal.

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O art. 370 do Decreto-Lei n" 3.689, de 3 de

outubro de 1941 - Código de Processo Penal, passa a vigorarcom acréscimo de um parágrafo, com a seguinte redação:

"Art. 370. . .

§ 29 Consideram-se feitas as intimações pela sim­ples publicação dos atos no órgão oficial, sendo indis­pensável, sob pena de nulidade, que da publicaçãoconstem os nomes das partes e de seus advogados,suficientes para a sua identificação."

Art. 2° Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão, 21-10-92. - Deputado José Luiz Cle­

rot, Presidente - Deputado Nilson Gibson, Relator.

PROJETO DE LEI N9 1.757-B, DE 1991(Redação Final)

Concede isenção do Imposto sobre Produtos Indus­trializados e do Imposto de Importação relativamentea equipamentos e material educativo adquiridos por pes­soa portadora de deficiência, e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Indus­

trializados e de imposto de importação os equipamentos eo material educativo adquiridos por pessoa portadora de defi-

ciência física, sensorial ou mental, ou que a ela sejam desti­nados.

Art. 29 Os bens cuja importação ou saída do estabele­cimento industrial, importador ou atacadista, estão benefi­ciados com a isenção a que se refere o art. I" são os produzidos

.especialmente para pessoas portadoras de deficiência, ouaqueles especialmente adaptados para tais pessoas.

Art. 3° A transferência de propriedade ou de uso dobem, salvo quando efetuada para pessoa também deficiente,acarreta para o beneficiário a obrigação de proceder ao préviopagamento. do imposto, responsabilidade que se comunicaao adquirente, em caráter de solidariedade,

Art. 4" O Poder Executivo regulamentará o dispostonesta lei no prazo de noventa dias.

Parágrafo único. Não regulamentada esta lei no devidoprazo, e enquanto persistir a omissão, assistirá em caráterdefinitivo aos beneficiários nela designados o direito à isenção,independentemente de quaisquer novas formalidades.

Art. 5" Esta lei entra em vigor na data de sua publi-cação. .

Art. 69 Revogam-se'as disposições em contrário.Sala da Comissão, 21-10-92. - Deputado José Luiz Cle­

rot, Presidente - Deputado Nilson Gibson, Relator.

PROJETO DE LEI N9 4.439-B, DE 1989(Redação Final)

Altera o § 29 do art. 213 da Lei n9 6.015, de 31de dezembro de 1973.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1° O § 20 do art. 213 da Lei no 6.015, de 31 de

dezembro de 1973, passa a ter a seguinte redação:"Art. 213. .. ..

§ 2\' Se da retificação resultar alteração da des­crição das divisas ou da área do imóvel, serão citados,para se manifestar sobre o requerimento em 10 (dez)dias, todos os confrontantes e o alienante ou seus suces­sores, dispensada a citação destes últimos se a datada transcrição ou da matrícula o remontar a mais de20 (vinte) anos."

Art. 20 Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 3° Revogam-se as disposições em contrário.Sala da Comissão, 21-10-92. - Deputado José Luiz Cle­

rot, Presidente - Deputado Nilson Gibson, Relator.

PROJETO DE LEI N'! 6.012-8, DE 1990(Redação Final)

Dá nova redação ao art. 830 da Consolidação dasLeis do Trabalho.

O Congresso Nacional decreta:Art. 19 O art. 830 da Consolidação das Leis do Traba­

lho, aprovada pelo Decreto-Lei n" 5.452, de 19 de maio de1943, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 830. O documento oferecido para provasó será aceito se estiver no original ou em certidãoautêntica, ou quando conferida a respectiva públicaforma ou cópia perante o juiz ou tribunal, ou quandoaquele contra quem foi produzida a cópia admitira suaconformidade com o original.

Parágrafo único. Presumir-se-á admitida a con­formidade da reprodução com o original quando a parte

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24182 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

contra quem for produzida não a impugnar, fundamen­tadamente, em 5 (cinco) dias."

Art. 2~ Esta lei entra em vigor na data de sua publi­cação.

Art. 39 Revogam-se as disposições em contrário'.Sala da Comissão, 21-10-92. - Deputado José Luiz Cle­

rot, Presidente - Deputado Nilson Gibson, Relator.

ATAS DAS COMISSÕES

COMISSÃO DE DEFESA NACIONAL

Termo de Reunião

Ao quarto dia do mês de novembro de um mil novecentose noventa e dois, à Sala de número dezenove do Anexo IIda Câmara dos Deputados, a Comissão de Defesa Nacionaldeixou de se reunir ordinariamente por falta de quorum. Pre- ,sentes os Senhores Deputados: José Augusto Curvo - Presi­dente; Nelson Bornier - Vice-Presidente; Paulo Ramos, JairBolsonaro, Etevalda Grassi de Menezes, Luciano Pizzatto,Wilson Müller, Ivo Mainardi, Alacid Nunes. E, para constar,eu, Marci Bernardes Ferreira, Secretária, lavrei o presentetermo.

Marei Bernardes Ferreira, Secretária.

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIALE FAMÍLIA

RESUMO DAS CONCLUSÕES DA REUNIÃODO DIA 4-11-92

A - Proposições sujeitas a apreciação pelo Plenário daCasa:

Prioridade

1) Projeto de Lei n° 8.047/86 - do Senado Federal(PLS n957/83) - que "obriga o registro dos estabelecimentoshospitalares nos Conselhos Regionais de Medicina".

Relator: Deputado Pedro CorrêaParecer: favorável, com emendaVista: O Deputado Liberato Caboclo apresentou voto

em separado, favorável, com substitutivoAdiada a discussão2) Projeto de Lei n~ 893/91 - do Sr. Sarney Filho ­

que "regula o dispositivo no inciso I do artigo 59 da Consti­tuição Federal".

Relator: Deputado Valter PereiraParecer: favorável, com emendaAdiada a discussão

Tramitação Ordinária

3) Projeto de Decreto Legislativo n9 158/92 - Da Sr~

Sandra Stariing -, que "susta a aplicação do disposto nositens 1.1 e 7.1 constantes da Portaria n93.092, de 27 de feve­reiro de 1992, do Ministro de Estado do Trabalho e Previ­dência Social".

Relator: Deputado Valter PereiraParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão4) Projeto de Lei n92.640/89 - do SI. Adroaldo Streck

- que "altera dispositivo da Lei n9 7.087, de 29 de dezembro

de 1982, modificada pelas Leis nçO, 7.266, de 4 de dezembrode 1984 e 7.586, de 6 de janeiro de '1987,e dá outras provi-

, dências".Relator: Deputado Pedro Corrêa'Parecer: contrárioVista: O Deputado Chivo Vigilante apresentou voto em

separado, favorável, com emendasAdiada a discussão5) Projeto de Lei n9 3.807/89 - do SI. Elias Murad ­

que "dispõe sobre a adição de extrato de ipeca (nauseantee voinitivo) aos produtos à base de codéína e ziperol, a fimde impedir o seu uso abusivo como "droga", em dose alta".

Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: favorávelAprovado unanimemente, com emenda do relatorVai à CCPB - Proposições sujeitas à apreciação conclusiva das Co­

missões:Prioridade

6) Projeto de Lein93.945/89 - do'Senado Federal (PLSn9 21/88) - que "inclui o cacau em pó na merenda escolar,nas unidades militares e nos programas sociais da União".

Relaror: Deputado Sérgio AroucaParecer: contrário a este e ao de n9775/91, apensadoAdiada a discussão7) Projeto de Lei n92.478/92 - do Senado Federal (PLS

n~ 19/91) - que "torna obrigatória a inclusão de dispositivode segurança que impeça a reutilização nas seringas descar­táveis" .

Relator: Deputado Heitor FrancoParecer: favorávelAdiada a discussão8) Projeto de Lei n° 3.105/92 - do Senado Federal (PLS

n937/92) - que "regula o direito dos companheiros a alimen­tos e à sucessão".

Relator: Deputado Renato JohnssonParecer: favorávelAdiada a discussão

Tramitação Ordinária

9) Projeto de Lei n9 4.831-A/90 - da Sr~ Benedita daSilva - que "dispõe sobre o funcionamento dos Bancos deOlhos e dá-outras providências".

Relatora: Deputada Célia MendesParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão10) Projeto de Lei n~ 37/91 - do SI. Antônio Carlos

Mendes Thame - que "dispõe sobre a obrigatoriedade dainscrição do tipo sangüíneo e do fator RH na Carteira Nacionalde Habilitação e dá outras providências".

Deputado: José LinharesParecer: favorável, com substitutivo, a este e de n9-' 702/91,

2.199/91, 2.683/92 e 3.084/92, apensados, às Emendas 2, 3e 4 e contrário às Emendas 1 e 5.

Aprovado o parecer, com voto contrário do DeputadoClóvis Assis

Vai à CCJR11) Projeto de Lei n9 48/91 - do SI. Robson Tuma ­

que "institui o Fundo Nacional de Amparo ao Idoso e à Crian­ça".

Relatora: Deputada Fátima Pelaes

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24183

Parecer: contrárioAdiada a discussão12) Projeto de Lei n9 49/91 - do Sr. Geraldo Alckmin

Filho - que "institui o "Ano dos Transplantes" e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Liberato CabocloParecer: favorável, com adoção da emenda oferecida nes-

ta comissãoAprovado o parecerVai à CCJR . '13) Projeto de Lei n9 238/91 -,- do Sr. Tadashi.Kuriki

- que "dispõe sobre a instalação .de mini-hospitais em todoo território nacional".,

Relator: Deputado Heitor FrancoParecer: favoráv~l, com substitutiyoAdiada a discussão14) Projeto de Lei n9 315/91 - do Sr. Carlos Cardin~l

-que "torna obrigatória, se autorizada formalmente, a OpOSI­ção, nos documentos de identificação, da expressão "doadorvoluntário de órgãos" , e determina outras providências".

Relator: Deputado Geraldo Alckimin FilhoParecer: Contrário a este e aos de n9S 1.258/91, 1.853/91,

2.133/91 e 2.133/91, apensados

Adiada a discussão15) Projeto de Lei n9 335/91 - do Sr. Carlos Cardinal

- que "regulamenta o disposto no inciso XXV do art. 79

da Constituição Federal".Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: contrárioAdiada a discussão16) Projeto de Lei n9 430/91 - do Sr. Niíson Gibson

- que "inclui os magistrados da Justiça Estadual que p~es~a~

serviços à Justiça Eleitoral entre os segurados do MmIstenoda Previdência e Assistência Social" .

Relator: Deputado Valter PereiraParecer: contrárioAdiada a discussão17) Projeto de Lei n9 443/91 - do Sr. Matheus Iensen

- que "institui documento de identidade para os portadoresde diabetes e dá outras providências".

Relator: Deputado Nilton BaianoParecer: favorável, com emendaAdiada a discussão18) Projeto de Lei n9 705/91- do Sr. José Carlos Couti­

nho - que "dispõe sobre verbas específicas para assistênciaao menor carente".

Relatora: Deputada Fátima PelaesParecer: contrárioAdiada a discussão19) Projeto de Lei n9 715/91 - do Sr. Ary Kara José

- que "torna obrigatório o exame médico para os alunosdas escolas oficiais de 19 grau".

Relator: Deputado Liberato CabocloParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão20) Projeto de Lei n9 847/91 - do Sr. Otto Cunha ­

que "dispõe sobre a receita e as pensões do Instituto de Previ­dência dos Congressistas - IPC, e dá outras providências" .

Relator: Deputado Maurílio Ferreira LimaParecer: contrário a este e aos de n9 1.629/91, 1.675/91

e 3.040/92, apensadosAdiada a discussão

21) Projeto de Lei n9 849/91- do Sr. José Carlos Couti­nho - que "disciplina a exigência de técnico farmacêuticoem farmácias e drogarias".

Relator: Deputado Elias MuradParecer: contrárioConcedida vista ao Deputado Clóvis Assis22) Projeto de Lei n9 901/91 - do Sr. Gilvan Borges

- que "estabelece medidas sobre a fixação de alimentos eguarda dos filhos".

Relatora: Deputada Zila BezerraParecer: contrárioAdiada a discussão23) Projeto de Lei n9 945/91 - do Sr. Jurandyr Paixão

- que "dispensa pacto antenupcial nos casos que indica".Relator: Deputado Valter PereiraParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão24) Projeto de Lei n9 953/91- do Sr. Ricardo Murad

- que "revoga o parágrafo único do art. 59 da Lei n9 3.373,de 12 de março de 1958, que dispõe sobre o Plano de Assis­tência ao Funcionário e sua Família".

Relator: Deputado Maurílio Ferreira LimaParecer: favorávelAdiada a discussão25) Projeto de Lei n9 1.056/91 - do Sr. Rubens Bueno

- que "altera a redação do art. 57 da Lei n9 6.360, de 23de setembro de 1976, obrigando a inclusão, no rótulo de medi­camentos, do número de registro do produto e do laboratóriofabricante" .

Relator: Deputado Sérgio AroucaParecer: favorávelAdiada a discussão26) Projeto de Lei n9 1.083/91 - do Sr. Elias Murad

- que "dispõe sobre o Sistema Nacional de Vigilância Farma­cológica e dá outras providências".

Relatora: Deputada Célia MendesParecer: favorávelAprovado unanimemente o parecerVai à CCJR27) Projeto de Lei n9 1.133/91-da Sr' Regina Gordilho

- que "torna obrigatória a fluoretização do cloreto de sódio(sal de cozinha), pelas indústrias produtoras, em todo o territó­rio nacional".

Relator: Deputado Maurílio Ferreira LimaParecer: favorávelAdiada a discussão28) Projeto de Lei n9 1.229/91 - do Sr. Nelson Proença

- que "dispõe sobre a municipalização da merenda escolar".Relator: Deputado Delcino TavaresParecer: favorável, com substitutivo a este e aos de n9S

1.422/91,1.676/91,1.788/91 e 1.797/91, apensadosAdiada a discussão29) Projeto de Lei n9 1.236/91 - do Sr. Jackson Pereira

- que "autoriza convênios entre hospitais públicos e universi­dades públicas e privadas, para realização de estágios de estu­dantes".

Relator: Deputado Pedro CorrêaParecer: contrárioAdiada a discussão30) Projeto de Lei n9 1.265/91 - do Sr. Valter Pereira

-que "dispõe sobre medidas de controle da produção, comer·cialização e consumo de substâncias utilizadas na produçãode entorpecentes, define crimes e dá outras providências".

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24184 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

Relator: Deputado Arnaldo Faria de SáParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão31) Projeto de Lei n9 1.272/91- do Sr. Fernando Diniz

-que "destina ao atendimento de obras sociais, parcela dedu­zida do ,Imposto de Renda devido".

Relator: Deputado Clóvis AssisParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão32) Projeto de Lei n9 1.350/91 - do Sr. Roberto Balestra

- que "dispõe sobre a dedução no Imposto de Renda dasdespesas realizadas por portadores de diabetes-insulino-de­pendentes e dá outras providências".

Relator: Deputado Eduardo MatiasParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão33) Projeto de Lei n9 1.428/91 - do Sr. João de Deus

Antunes - que "dispõe sobre a concessão de renda mensala pessoas portadoras de deficiências e a idosos carentes".

Relator: Deputado Renato JohnssonParecer: favorável, com substitutivo a este e aos de n9'

1.474/91, 1.789/91, 2.148/91, 2.150/91, 2.194/91, 2.281192;2.524/92,2.896/91 e 3.082/92, apensados

Adiada a discussão34) Projeto de Lei n9 1.472/91 - do Sr. Jair Bolsonaro

- que "assegura o atendimento médico ambulatorial e hospi­talar aos ex-combatentes na forma que especifica e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Delcino TavaresParecer: contrárioVista: O Deputado Liberato Caboclo apresentou voto

em separado, favorável, com substitutivoAdiada a discussão35) Projeto de Lei n9 1.519/91 - do Sr. Fausto Rocha

- que "dispõe sobre bebidas alcólicas e dá outras provi­dências".

Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: favorável, com substitutivo e com adoção das

Emendas n\" 1, 2 e 3, ao substitutivoAdiada a discussão36) Projeto de Lei n9 1.521191 - do Sr. José Moura

- que "institui o seguro obrigatório por danos pessoais aespectadores de estádios e casas de diversões públicas e dáoutras providências".

Relator: Deputado Renato JohnssonParecer: favorável, com emendasAdiada a discussão

37) Projeto de Lei n9 1.599/91 - do Sr. Carlos AlbertoCampista - que "dá nova redação ao inciso II do art. 41da Lei n9 8.213, de 24 de julho de 1991, que "dispõe sobreos Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Geraldo Alckimin FilhoParecer: favorável a este e em contrário ao de n9 2.692/92,

apensado J

Adiada a discussão38) Projeto de Lei n9 1.639191 - do Sr. Jackson Pereira

- que "dispõe sobre a destinação de leitos hospitalares darede pública para atendimento de portadores da Síndromede Imunodeficiência Adquirida".

Relator: Deputado Eduardo JorgeParecer: contrárioAdiada a discussão

39) Projeto de Lei n9 1.650/91 - do Sr. Zaire Rezende- que "regulamenta parte do parágrafo 49 do artigo 199 daConstituição da República FederatWa do Brasil, relativamenteà doação de órgãos, tecidos e substâncias' humanas para finsde transplante, pesquisa e tratamento".

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: contrário a este e aos de nl'" 2.060/91 e 2.736/92,

apensadosAdiada a discussão40) Projeto de Lei n° 1.651191 - do Sr. José Fortunati

- que "proíbe depósito prévio para internamento em hospi­tais públicos e privados e dá outras providências".

Relator: Deputado Paulo PortugalParecer: contrárioVista: o Deputado João Paulo apresentou voto em sepa-

rado favorável .Adiada a discussão41) Projeto de Lei n9 1.696/91-do Sr. José Carlos Couti­

nho - que "dispõe sobre o reajustamento dos benefíciosde prestação continuada na previdência social".

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: contrárioAdiada a discussão42) Projeto de Lei n9 1.726/91 ~ do Sr. Antonio Carlos

Mendes Thame - que "autoriza a permanência de acompa­nhante para paciente, internado em hospital integrante doSistema Único de Saúde".

Relator: Deputado Salatiel CarvalhoParecer: favorávelVista: o Deputado José Linhares apresentou voto em

separado, contrárioAdiada a discussão43) Projeto de Lei n° 1.746/91 - do Sr. Tuga Angerami

- que "suprime dispositivos da Lei n9 8.009, de 29 de marçode 1990, que dispõe sobre a impenhorabilidade do bem defamília" .

Relator: Deputado Euler RibeiroParecer: favorável, com substitutivo, com acolhimento

parcial da EmendaVista: o Deputado Clóvis Assis apresentou voto em sepa­

rado, favorável, com emendaAdiada a discussão44) Projeto de Lei n9 1.765/91- do Sr. Marcelo Barbieri

- que "isenta de incidência do Imposto de Renda os rendi­mentos dos pais de excepcionais".

Relator: Deputado Delcino TavaresParecer: contrárioAdiada a discussão45) Projeto de Lei n9 1.833/91 - do Sr. José Fortunati

- que "dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de "bico antija­to" em recipientes plásticos para comercialização de álcoole outros combustíveis líquidos de uso doméstico e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Jorge Tadeu MudalenParecer: favorávelAdiada a discussão46) Projeto de Lei n9 1.891191 - do Sr. Jackson Pereira

- que "dispõe sobre a maioridade civil e penal e sobre aidade para prestação do serviço mlitar facultativo".

Relator: Deputado Nilton BaianoParecer: contrário a este e pela despensação do PL n9

3.001/92, sugerindo sua redistribuição à Comissão de DefesaNacional.

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24185

Adiada a discussão47) Projeto de.Lei n? 1.933/91 - do Sr. Marino Clinger

- que "dispõe sobre o prazo para pagamento de aposenta­dorias e pensões, da Previdência Social e dá outras provi­dências".

Relator: beputaqo Geraldo Alckmin FilhoParecer: favorável, .com substitutivo a este e aos de n?S

2.039/91,2.128/91,2.147/91,2.173/91 e 2.887/92, apensadosAdiada a discussão48) Projeto de Lei n? 1.961/91 - do Sr. Clóvis Assis

- que "isenta do Imposto sobre Produtos Industrializadosos medicamentos contendo insulina, .estabelece normas paraa sua embalagem e comercialização e dá outras providências".

Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: contrárioAdiada a discussão49) Projeto de Lei n? 2.020/91 - do Sr. Clóvis Assis

- que "institui a Carteira Nacional de Saúde e determinaoutras providências".

Parecer: favorávelVista: o Deputadq pelcino Tavares não apresentou mani­

festação escritaAdiada a discussão50) Projeto de Lei n? 2.144/91 - do Sr. Geraldo Alckmin

Filho - que "dispõe sobre a indicação qe representante dosaposentados para o Conselho Nacional da Seguridade Social,instituído pela Lei n? 8.212, de 24 de julho de 1991, e paraos Conselhos Nacional, Estaduais e MuniCipais de PrevidênciaSocial, instituídos pela Lei n? 8.213, de 24 de julho de 1991".

Relator: Deputado Renato JohnssonParecer: favorávelAdiada a discussão51) Projeto de Lei n?2.189/91-do Sr. José Maria Eymael

- que "assegura, a título de antecipação, reajuste bimestralà parcela de até três salários mínimos dos valores dos bene­fícios da Previdência Social, referentes a aposentadorias epensões, auxílios acidente, doença e reclusão, bem como osalário-família e o abono de permanência em serviço, mantidospela Previdência Social".

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão52) Projeto de Lein9 2.190/91-do Sr. José Maria Eymael

- que "altera a redação do artigo 146 da Lei n9 8.213, de24 de julho de 1991, estabelecendo forma provisória de rea­juste para os benefícios da Previdência Social e dá outrasprovidências".

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: contrárioAdiada a discussão53) Projeto de Lei n? 2.216/91- do Sr. Marcelino Roma­

no Machado - que "altera a redação do caput dos artigos140 e 141 da Lei n? 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõesobre os Planos de Benefício da Previdência Social".

Relator: Deputado Maurílio Ferreira LimaParecer: favorávelAdiada a discussão54) Projeto de Lei n? 2.295/91 - do Sr. Geraldo Alckmin

Filho - que "altera o artigo 49 da Lei n? 8.213, de 24 dejulho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefício da·Previdência Social".

Relator: Deputado Maurílio Ferreira LimaParecer: favorável

Retirado pelo autor55) Projeto de Lei n? 2.316/91~ do Sr. Evaldo Gonçalves

- que "exclui dispositivo do texto da Lei.n? 8.080, de 19de setembro de 1990, que "dispõe sobre as condições paraa promoção e recuperação da saúde, a' organização e o funcio­namento dos serviços correspondentes e' ·dá outras providên­cias".

Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: contrárioAdiada a discussão56) Projeto de Lei n? 2.352/9.1- dos Srs. Paulo Rocha

e João Paulo - que "dispõe sobre. o Cartão de SeguridadeSocial, o registro de empregados e dá outras providências":

Relator: Deputado João Rodolfo'Parecer: contrárioVista: o Deputado Eduardo Jorge apresentou voto em

separado a variável.Adiada a discussão57) Projeto de Lei n? 2.378-A/91-'- doSr. Nelson Bornier

- que "concede pensão especial aos 'ex"integrantes do Desta­camento Brasileiro - Faibrás -, que participaram da ForçaInteramericana de Paz na República 'Dominicana".

Relator: Deputado Salatiel CarvalhoParecer: contrárioAdiada a discussão58) Projeto de Lei n? 2.386/91 - do Sr. Clóvis Assis

-- que "torna obrigatório o uso do suco de cacau como alimen­to básico de merenda escolar".

Relator: Deputado Sérgio AroucaParecer: contrárioAdiada a discussão59) Projeto de Lei n? 2.424/91 - do Sr. Genésio Bernar­

dino - que "dispõe sobre a inclusão de micronutrientes nosprodutos de alimentação popular".

Relator: Deputado Sérgio AroucaParecer: contrárioVista: o Deputado Elias Murad apresentou voto em sepa­

rado favorável com substitutivo.Adiada a discussáo '60) Projeto de Lei n? 2.461/91 - do Sr. Aécio Neves

- que "dispõe sobre facilidades para recebimento de aposen­tadorias e pensões, nas condições que menciona"

Relator: Deputado Maurílio Ferreira LimaParecer: favorávelAdiada a discussão'61) Projeto de Lei n? 2.479/92 - do Sr. Paulo Ramos

- que "torna compulsória a entrega, pelo empregador, porocasião do pagamento do salário, dos comprovantes do reco­lhimento das contribuições obrigatórias relativas ao mês ante­rior e dá outras providências".

Relator: Deputado Arnaldo Faria de SáParecer: contrárioAdiada a discussão62) Projeto de Lei n? 2.539/92 - do Sr. Ricardo Izar

- que "dispõe sobre a forma de pagamento de contribuiçõesprevidenciárias vencidas até 31 de dezembro de 1991".

Relator: Deputado Arnaldo Faria de SáParecer: favorável, com substitutivoAdiada a discussão63) Projeto de Lei n? 2.565/92 - do Sr. Avelino Costa

- que "concede redução de contribuição previdenciária aosempregadores que específica".

Relator: Deputado Maurílio Ferreira Lima

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241"86 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 19n

Parecer: favorávelAdiada' a discussão '

'64) Projeto'de Lein?2.617/92 - do Sr. Fernando Freíre- que "define morte do tronco encefálico (morte cerebral)através de critérios clínico-neurológicos, dirimindo dúvidasem pacientes críticos, em estado de coma, grau 3 ná escalade com a de Glasgow, com ventilação mecânica e potenciaisdoadores para transplantes de órgãos e tecidos".

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: contrário 'Adiada adiscussãó65) Projeto de Lei n° 2:632/92 - do' Sr. Augusto Carvalho

- que "introduz modificações no Livro IV da Lei n? 3.071,de 1? de janeiro de 1916 --'-Código Civil Brasileiro --'-, incluin­do o companheiro ou companheira na'ordem da vocação'here­ditária".

Relator: Deputado Valter PereiraParecer:' favorável, com emendaAdiada a discussão66) Projeto de Lei n? 2.702/92 - do Sr. Ricardo Izar

- que "altera a Lei n? 8.212, de 2 de julho de 1991, dispondosobre a prova de ·inexistência de débito, descrita no capítuloXI da mesma lei e dá outras providências".

. Relator: Deputado Eduardo JorgeParecer: contrárioAdiada a discussão

·67) Projeto de Lei n? 2.725/92- do Sr. João MellãoNeto -'que "dispõe sobre a dispensa de pagamento dos encar­gossociais por parte das empresa que, em dificuldades, optempela 'disponibilidade remunerada dos seus empregados".

. Relator: Deputado Delcino TavaresParecer: contrárioAdiada a discussão68) Projeto de Lei n? 2.742/92 - do Sr. Nan Souza ­

que "acrescenta dispositivo ao Decreto-Lei n? 2.445, de 29de junho de 1988, que "altera a legislação do Programa deFormação do ,Patrimônio do Servidor Público - PASEP ­e do Programa de Integração Social - PIS - e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Renato JohnssonParecer: contrárioAdiada a discussão69) Projeto de Lei n? 2.780/92 - do Sr. Adylson Motta

- que "obriga os hospitais, casas de saúde e estabelecimentosassemelhados a manter enfermeiros diplomados nas condiçõesque especifica".

Relator: Deputado Sérgio AroucaParecer: favorável, com emendasAdiada a discussão70) Projeto de Lei n° 2.784/92 - do Sr. Jackspn Pereira

- que "dispõe sobre ,aplicação de penalidades às instituiçõesprivadas do Sistema Unico de Saúde".

Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: contrárioAdiada a discussão71) Projeto de Lei n? 2.790/92 - do Sr. Augustinho Frei­

tas - que "estabelece prazo para o Conselho Nacional deServiço Social se pronunciar sobre pedido de registro comoentidades interessadas em serem classificadas como de finsfilantrópicos" .

Relator: Deputado Nilton BaianoParecer: favorávelAdiada a discussão

72) Projeto de Lei n° 2.830/92 - do Sr. George Takimoto- que "suprime prazo de carência no âmbito da PrevidênciaSocial e dá outras providências'"

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: contrárioAdiada a discussão73) Projeto de Lei.n? 2.833/92 - do Sr. Antônio de Jesus

- que "dispõe sobre a prioridade na alocação de recursospúblicos dos programas de ação social a instituições assisten­ciais vinculadas a confissões religiosas".

Relator: Deputado José Augusto CjlrvoParecer: contrárioAdiada a discussão74) Projeto de Lei n? 2.848/92 -da Sr~ Regina Gordilho

- que "isenta os hospitais públicos do recolhimento de tribu­tos federais e dá outras providências",

Relator: Deputado Valter PereiraParecer: contrárioAdiada a discussão75) Projeto de Lei n9 2.852/92 -·do Sr. José Maria Eymael

-'--' que "estabelece' a obrigatoriedade de fluoretação da águadistribuída para consumo humano".

.Relator: Deputado Antônio FaleirosParecer: contrárioRetirado pelo autor76) Projeto de Lei n9 2.927/92 - do Sr. Antônio Carlos

Mendes Thame - que "altera a redação do caput do artigo93 da Lei n9 8.213, de 24 de julho de 1991, que "dispõesobre os Planos de Benefício da Previdência Social e dá outrasprovidências" .

Relator: Deputado Geraldo Alckmin FilhoParecer: favorável, com emenda'Adiada a discussão77) Projeto de Lei n? 2.987/92 - do Sr. João Fagundes

- que "regulamenta normas constitucionais, dispondo sobrea faixa de fronteira".

Relator: Deputado José LinharesParecer: favorávelAdiada a discussão78) Projeto de Lei n9 3.013/92 - do Sr. Jorge Tadeu

Mudalen - que "dá nova redação ao artigo 444, da Consoli­dação das Leis do Trabalho".

Relator: Deputado João PauloParecer: pela incompetência da Comissão para se pronun­

ciar sobre a matériaAdiada a discussão79) Projeto de Lei n° 3.054/92 - do Sr. Carlos Azambuja

- que "torna obrigatória a inclusão de derivados da sojanos cardápios da merenda escolar e das instituições militares".

Relator: Deputado Jorge Tadeu MudalenParecer: favorávelAdiada a discussão80) Projeto de Lei n? 3.060/92 - do Sr. Luciano Pizzatto

- que "proíbe a destruição ou abandono intencional de ali­mentos de bens de consumo perecíveis a curto prazo". ­

Relator: Deputado Jorge Tadeu MudalenParecer: favorávelAdiada a discussão81) Projeto de Lei n9 3.078/92 - do Sr. Abelardo Lupion

- que "dispõe sobre a obrigatoriedade da apresentação danotificação de receita para a dispensação ou aviamento demedicamentos que contenham corticosteróides".

Relator: Deputado Salatiel Carvalho

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24187

Parecer: contrárioAdiada a discussão.82) Proposta de Fiscalização Financeira e Controle n9

42/92 - do Sr. Deicino Tavares - que "solicita que a Comis­são de Seguridade Social e Família requeira ao Tribunal deContas da União inspeção extraordinária no Ministério daPrevidência Social".

Relator: Deputado Clóvis AssisParecer: contrárioAdiada a discussão

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO

Destinada a investigar possíveis irregularidades noprocesso de privatização da Vasp.

36' REUNIÃO, REALIZADAEM 4 DE NOVEMBRO DE 1992

Aos quatro dias de novembro de mil novecentos e noventae dois, às nove horas e trinta e cinco minutos, na sala 17do Anexo II da Câmara dos Deputados,-reuniu-se, em Brasília- DF, a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a.in­vestigar possíveis irregularidades no processo de privatizaçãoda Vasp, sob a presidência do Senhor Deputado José ThomazNonô, para discussão e votação de requerimentos. Estiverampresentes os Senhores Deputados Pedro Corrêa, Relator, IvanBurity, José Moura, Mauro Miranda, Marcelo Barbieri, LuizGushiken, Luiz Salomão, Pedro Pavão, Valdemar Costa Netoe Joaquim Sucena, membros efetivos; Átila Lins, José Egydio,Walter Nory, Geddel Vieira Lima, Carlos Kayath, MoroniTorgan, Nelson Bornier, membros suplentes; Manoel Morei­ra, José Genoíno, Hélio Rosas, Ricardo Izar, Wilson MüIler,Gastone Righi, Eduardo Jorge, José Dirceu, Matheus Iensene Basílio Vilani, presenças eventuais. Não compareceram osSenhores Deputados Tuga Angerami e Francisco Coelho. Ata:Foi lida a ata da reunião anterior. Durante a discussão daata o Senhor Deputado Luiz Salomão reclamou da formacomo o resultado da votação do item 3 foi consignado naata. O Senhor Presidente manteve a redação. Expedientes.1) Ofício n9 1.453/92, da Presidência da Câmara, informandoque não há previsão regimental para a dilação do prazo defuncionamento da CPI; 2) Ofício n9 1.030/92, da Procuradoriada República, esclarecendo sua posição em face de notíciaveiculada no jornal Folha de S. Paulo em 3-11-92. 3) Ofícioda Chefe de Gabinete do Deputado Tuga Angerami, encami­nhando atestado médico do citado parlamentar; 4) Ofício n9

167/92, do Líder do PDC indicando o Deputado Marcos Me­drado para substituir o Deputado Sérgio Brito como suplente.5) Ofício n9 189/92, da VOE-S.A, informando que a documen­tação solicitada pela CPI foi encaminhada; 6) Ofício n9 200/92da Vasp, encaminhando documentos referentes às operaçóese a Vasp e entre a ShelI e a Viplan. 7) Ofício n9 198/92,da Vasp, prestando esclarecimento sobre a impossibilidadede informar a relação dos beneficiários de passagens gratuitas;8) Ofício n9 202/92, da Vasp, prestando esclarecimentos sobreo Consórcio VOE-Vasp; 9) Ofício n° 4.261/92, da AssembléiaLegislativa de Mato Grosso, manifestando repúdio pela atitu­de comprometedora da Presidência da CPI. O Senhor Presi­dente suspendeu os trabalhos às onze horas e trinta minutospara que a Secretaria organizasse os requerimentos recebidos,reabrindo os trabalhos às onze horas e cinqüenta minutos.Requerimentos apresentados e apreciados em regime de ur­gência: 1) Requer a quebra do sigilo fiscal dos contribuintes

Dr. Orestes Quércia, Alaíde UIlson Quércia, Maria AliceQuércia e César Santos, relativamente aos anos base 1989,1990 e 1991, comas respectivas declaraçóes de rendimentos.(Dos Senhores Deputados Luiz Salomão e outros.) O SenhorDeputado Marcelo Barbieri pediu adiamento da votação. OSenhor Relator, Pedro Corrêa, apresentou parecer favorávelao adiamento. Votaram favoravelmente ao Parecer os Depu-,tados Pedro Corrêa, Marcelo Barbieri, Joaquim Sucena e Wal­ter Nory. Votaram contrariamente os Senhores DeputadosIvan Burity, José Moura, Luiz Salomão, Pedro Pavão, Luiz'Gushiken, Valdemar Costa Neto e Moroni Torgan. O Senhor·Presidente absteve~se de votar. Rejeitado o Parecer do Rela­tor.Foi colocado em votação o pedido de urgência do requeri­·mento com parecer contrário do Relator. Votaram favoravel­mente os Senhores Deputados Pedro Corrêa, Marcelo Barbie­ri, Joaquim Sucena e Walter Nory. Votaram contrariamenteos Senhores Deputados Ivan Burity, José Moura, Luiz Salo­mão, Pedro Pavão, Luiz Gushiken, Valdemar Costa Netoe Moroni Torgan. O Senhor Presidente absteve-se de votar.Foi rejeitado o parecer e aprovado o pedido de urgência.O Senhor Relator, quanto ao mérito, apresentou parecer con-

. trário. Em votação o parecer, votaram favoravelmente os Se­nhores Deputados Pedro Corrêa, Marcelo Barbieri, JoaquimSucena e Walter Nory. Votaram contrariamente os SenhoresDeputados Ivan Burity, José Moura, Luiz Salomão, PedroPavão, Luiz Gushiken, Valdemar Costa Neto e Moroni Tor­gano O Senhor Presidente absteve-se de votar. Aprovado orequerimento, com a quebra do sigilo fiscal dos contribuintesAlaíde UIlson Quércia, Maria Alice Quércia e César Santos;prejudicado quanto a quebra do sigilo fiscal do Dr. OrestesQuércia. O Senhor Presidente suspendeu os trabalhos às trezehoras e quarenta minutos, reabrindo às quinze horas. 2) Re­quer a quebra do sigilo bancário do ex-Governador de SãoPaulo, Dr. Orestes Quércia, na forma que menciona, bemcomo a quebra do sigilo fiscal. (Do Sr. Deputado Pedro Pavãoe outros.) O Senhor Presidente declarou a matéria prejudi­cada. 3) Requer a inclusão do Sr. Orestes Quércia, para todosos fins, no rol das pessoas físicas e jurídicas envolvidas naprivatização da Vasp, que tiveram quebrado o sigilo bancárioe fiscal. (Do Sr. Deputado Luiz Gushiken e outros.) O SenhorPresidente declarou a matéria prejudicada. O Senhor Presi­dente passou a Presidência dos trabalhos para o DeputadoPedro Corrêa, às dezesseis horas, tendo em vista audiênciacom o Senhor Presidente da República. O Senhor DeputadoPedro Corrêa designou o Senhor Deputado José Moura comoRelator ad hoc. 4) Requer a quebra do sigilo fiscal dos contri­buintes João Carlos da Rocha Mattos e sua esposa NormaRegina Emílio Cunha e do Sr. Abrahão Cunha, relativamenteaos anos de 1989, 1990 e 1991. (Do Sr. Deputado Luiz Salomãoe outros.) O Senhor Relator ad hoc José Moura apresentouparecer favorável pela urgência do requerimento. Votaramfavoravelmente os Senhores Deputados Ivan Burity, JoséMoura, Luiz Salomão, Pedro Pavão, Luiz Gushiken, Valde­mar Costa Neto, Moroni Torgan e Carlos Kayath. Votaramcontrariamente os Senhores Deputados Marcelo Barbieri eWalter Nory. O Senhor Presidente no exercício da Presidên­cia, Deputado Pedro Corrêa, absteve-se de votar. Quantoao mérito, foi apresentado parecer favorável do Relator adhoc José Moura. Votaram favoravelmente os Senhores Depu­tados Ivan Burity, José Moura, Luiz Salomão, Pedro Pavão,Luiz Gushiken, Valdemar Costa Neto e Moroni Torgan. Vota­ram contrariamente os Senhores Deputados Marcelo BarbierLJoaquim Sucena e Walter Nory. O Senhor Presidente abste·

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24188 Sexta-feira 6 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Novembro de 1992

ve-se de votar. o. requerimento foi aprovado. O Senhor Depu­tado Marcelo Barbieri apresentou requerimento de inversãode pauta, a fim de que fosse votado o requerimento de quebrade sigilo bancário do Senhor Paulo Salim Maluf. O Requeri­mento de inversão de pauta foi rejeitado. 5) Requer, nostermos regimentais, a quebra do sigilo bancário da empresaViplan, no período de outubro de 1990 a novembro de 1~92.

(Do Sr. Deputado Luiz Salomão e outros.) Parecer favoraveldo Relator ad hoc Deputado José Moura ao pedido de urgên­cia. Votaram favoralmente os Senhores Deputados Ivan Buri­ty, José Moura, Luiz Salomão, Pedro Pavão, Luiz <?ushiken,Joaquim Sucena, Valdemar Costa Neto e Morom Torgan.Votaram contrariamente os Senhores Deputados MarceloBarbieri e Walter Nory. Quanto ao mérito o Senhor Relatorad hoc José Moura apresentou parecer pela rejeição. Votaramfavoravelmente os Senhores Deputados Ivan Burity, JoséMoura, Marcelo Barbieri, Pedro Pavão, Joaquim Sucena, Val­demar Costa Neto e Walter Nory. Votaram contrariamenteos Senhores Deputados Luiz Salomão, Luiz Gushiken e Mo­roni Torgan. 01 Senhor Presidente absteve-se de v?tar. Orequerimento foi rejeitado. 6) Requer n~ f<:rma regIme.n~al

sejam implantadas nesta CPI duas subcomIssoes para auxIhare agilizar os trabalhos ora desenvolvidos. (Do Sr. DeputadoLuiz Gushiken e outros.) O Senhor Relator ad hoc José Mouraapresentou parecer favorável ao pedido de urgência. Votaramfavoravelmente os Senhores Deputados Ivan Burity, PedroCorrêa, José Moura, Luiz Salomão, Pedro Pavão, Luiz Gushi­ken Valdemar Costa Neto e Moroni Torgan. Votaram contra­.ria~ente os Senhores Deputados Mauro Miranda, MarceloBarbieri e Joaquim Sucena. O pedido ~e urgência foi ap.ro­vado. Não foram apreciados os requenmentos com pedIdode urgência: 1 + Requer que a em.pn;s~ ZLC s.eja in.cluí~apara todo~os fin*, no rol da~ ~ess?as Jundlcas sob mvest~gaçao

desta comIssão e! outras solIcItaçoes. (Do Deputado LUIZ Gu­shiken e outros.) 2 - Requer a quebra do sigilo bancário,na forma do artj 38, da Lei n? 4.595, na~ mesmas condiçõesda anteriormente decididas pelas das segumtes pessoas: MartaSuplicy, Eduard? Suplicy, Jair Meneghelli, Luiz Inácio Lulada Silva e Leonel de Moura Brizola. (Do Senhor DeputadoMarcelo BarbieI1i e outros.) 3 - Requer a quebra do sigilobancário na forma do art. 38, da Lei n? 4.595, nas mesmasormente 'decidida pela CPI das seguintes pessoas: Geci S~r­menta, Tasso Jereissati. (Do Senhor Deputado Ivan Buntye outros.) O SE;nhor Presidente reassumiu os trabalhos àsdezessete horas.' Foram apresentados, ainda, os seguintes re­querimentos: 1) ,Requer nos termos. regimentais a quebra dosigilo bancário do Senhor Paulo SalIm Maluf nos t~r~os quemenciona. (Dos Senhores Deputados Marcelo BarbIen e Wal­ter Nory.) 2) Requer a quebra do sigilo bancário das SenhorasAlaíde UIlson Quércia, Maria Alice Quércia e do SenhorCésar Santos, nós termos que menciona. (Do Senhor Depu­tado Pedro Pavão.) 3) Requer seja oficiado ao Banco Centraldo Brasil para que informe em quais estabele<timentos bancá­rios o Senhor Orestes Quércia possui conta movimento noperíodo que menciona (Do Senhor Deputado Pedro Pavão).4) Requer a urg~ncia para o requerimento relativo a informa­ções do Banco Central sobre as contas do Senhor OrestesQuércia. (Do Senhor Deputado Pedro Pavão:) Ten?o emvista chegado o hbrário destinado à Ordem do DIa da Camara,o Senhor Preside~teJosé Thomaz Nonô encerrou os trabalhosàs dezessete hods e cinco minutos, antes designando reuniãopara amanhã dia cinco de novembro, às nov~ _hora~ e trintaminutos, para continuação da pauta. A reumao fOI gravadaem seu inteiro te,or e as notas taquigráficas, após traduzidas,

farão parte do presente inquérito: E, para constar, eu, Mariado Amparo Bezerra da Silva, Secretária, lavrei a. pre~enteata que. depois de lida, d!s?u.tida e. apr~)Vada, ~~r~ assmadapelo Senhor Presidente e Ira a publIcaçao no DIarlO do Con­gresso Nacional.

Distribuição de Projetos

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR,MEIO AMBIENTE E MINORIAS

O Senhor Deputado Tuga Angerami. Presidente da Co­missão, fez a seguinte

Distribuição - n° 18/92

Em 4-11-92:Ao Senhor Deputado Tuga Angerami (Avocado)1) Proposta de Fiscalização de Controle n° 64/92 - do

Sr. Sidncy de Miguel - que "solicita que a Comissão deDefesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias requeiraao Tribunal de Contas da União auditoria sobre a utilizaçãode recursos orçamentários vinculados a aspectos da políticaindigenista concedidos ao Ministério da Educação".

2) Proposta de Fiscalização e Controle n? 65/92 - doSr. Sidney de Miguel - que "solicita que a Comissão deDefesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias requeiraao Tribunal de Contas da União auditoria sobre a utilizaçãode recursos orçamentários vinculados a aspectos da políticaindigenista concedidos à Secretaria de Assuntos Estratégicos-SAE".

3) Proposta de Fiscalização e Controle n° 66/92 - doSr. Sidney de Miguel - que "solicita que a Comissão deDefesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias requeiraao Tribunal de Contas da União auditoria sobre a utilizaçãode recursos orçamentários vinculados a aspectos da políticaindegenista concedidos ao Instituto Brasileiro de Meio Am­biente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA".

4) Proposta de Fiscalização e Controle n? 67/92 - doSI. Sidney de Miguel - que "solicita que a Comissão deDefesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias requeiraao Tribunal de Contas da União auditoria sobre a utilizaçãode recursos orçamentários vinculados a aspectos da políticaindigenista concedidos à Secretaria de Desenvolvimento Re­gional- SDR".

5) Proposta de Fiscalização e Controle n" 68/92 - doSr. Sidnev de Miguel - que "solicita que a Comissão deDefesa dó Consumidor, Meio Ambiente e Minorias requeiraao Tribunal de Contas da União auditoria sobre a utilizaçãode recursos orçamentários vinculados a aspectos da políticaindigenista concedidos à Fundação Nacional de Saúde ­FNS".

Sala da Comissão, 4 de novembro de 1992. - AureniltonAraruna de Almeida, Secretário.

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURAE DESPORTO

O Deputado Celso Bernardi, Presiden~e da Comissãode Educação, Cultura e Desporto, fez a segumte

Distribuição n? 7/92

Em 4-11-92Ao Deputado Arthur da Távola . _Projeto de Decreto Legislativo n" 179192 - da ComIssao

de Relações Exteriores (Mensagem n? 60192-PE) -que "apro-

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Novembro de 1992 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 6 24189

va o texto do Acordo para a Criação do Mercado ComumCinematográfico Latino-Americano, assinado em Caracas, em11 de novembro de 1989, pelo Brasil e pelas Repúblicas Domi­rlÍcana, Argentina, Colômbia, Cuba, Equador, Nicarágua, Pa­namá, Venezuela, Peru e Estados Unidos do México".

Projeto de Decreto Legislativo n9 180/92 - da Comissãode Relações Exteriores (Mensagem n9 61/92-PE) - que "apro­va o texto do Acordo Latino Americano de Co-ProduçãoCinematográfica, assinado em Caracas, em 11 de novembrode 1989, pelo Brasil e pelas Repúblicas Dominicana, Argen­tina, Colômbia, Cuba, Equador, Nicarágua, Panamá, Vene­zuela, Peru e' Estados Unidos do México".

Projeto de Decreto Legislativo n9 185/92 - da Comissãode Relações Exteriores (Mensagem nQ 62/92-PE) -que "apro­va o texto do Convênio de Integração Cinematográfica Ibero­Americana, assinado em Caracas, em 11 de novembro de1989, pelo Brasil e pelas Repúblicas Dominicana, Argentina,Colômbia, Cuba, Equador, Nicarágua, Panamá, Venezuela,Peru, Bolívia, Reino da Espanha e Estados Unidos do Mé­xico".

Ao Deputado Costa FerreiraProjeto de Decreto Legislativo n9 195/92 - da Comissão

de Relações Exteriores (Mensagem n9 33/92-PE) -que "apro­va os textos do Ato Constitutivo do Instituto da Língua Portu­guesa, celebrado em São Luís, Estado do Maranhão, em 19

de novembro de 1989, e do Acordo Relativo ao InstitutoInternacional de Língua Portuguesa, concluído em Lisboa,em 16 de dezembro de 1990".

Ao Deputado Eduardo MascarenhasProjeto de Lei nQ 2.502/92 - do Sr. Ma.x Rosenmann

- que "dispõe sobre a inclusão de capítulo sobre o vírusda AIDS em livros escolares e apostilas".

Ao Deputado Flávio ArnsProjeto de Lei nQ 3.205/92 - do SI. Max Rosenmann

- que "denomina "Jornalista Wilmar Sauner" Viaduto daRodovia BR-116".

Sala da Comissão, 4 de novembro de 1992. - RonaldoAlves da Silva, Secretário.

COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO

O Deputadp Franci~co Dornelles, Presidente da Comis­são de Finanças e Tributp.ção, fez a seguinte

Distdbuição n9 44/92

Em 4-11-92Ao Deputado Élio Dalla-VecchiaProposta de Fiscalização e Controle n9 61/92 - do SI.

Agostinho Valente e outtos - que "solicita que a Comissãode Finanças e Tributação requeira, ao Tribunal de Contasda União, a realização de nova inspeção/auditoria - conformerecomendação constante no relatório do TCU - nas áreasde operação e serviço do Banco do Brasil".

Ao Deputadq Germano RigottoProposta de Fiscalização e Controle n9 62/92 - do Depu­

tado Luiz Gushiken - que "solicita que a Comissão de Finan­ças e Tributação requeira, ao Tribunal de Contas da União,a realização de inspeção especial na Caixa Econômica Federal.pela utilização política de recursos da instituição".

Ao Deputado 'Paulo MandarinoProjeto de Lei, nQ 3.203/92 - do Poder Executivo (MSG

n9 585/92) - que "cria cargos nos quadros de Pessoal dasInstituições de Ensino Superior que menciona e dá outrasprovidências" .

Sala da Comissão, 4 de novembro de 1992. - MariaLinda Magalhães, Secretária.

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MESA ---,

Presidente:IBSEN PINHEIRO (pMDB)

1° Vice-Presidente:GENÉSIO BERNARDINO (pMDB)

2° Vice-Presidente:WALDIR PIRES (pDT)

1° Secretário:INOC~NCIO OLIVEIRA (PFL)

2° Secretário:ETEVALDO NOGUEIRA (PFL)

3° Secretário:CUNHA_BUENQ (:"ePS)

4° Secretário:MAX ROSENMANN (PRN)

Suplentes:

JAIRO AZI (pDC)

ROBSON TUMA (PL)

LUIZ MOREIRA (pTB)

JOÃO PAULO (PT)

PARTIDOS, BLbcos E RESPECTIVAS LIDERANÇASNA cÂMARA DOS DEPUTADOS

BLOCO PARLAMENTARPFL/PRN/PSC

Líder

Luís EDUARDOVice-lideres

PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL-PDS-

LilerJOSÉ LUIZ MAIA

Vice-lideres

PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA

-PDT-

Líder

EDEN PEDROSO

Vice-lideres

José Carlos VasconcellosAntônio dos SantosAntônio HolandaAtila LinsCésar BandeiraEfraim MoraesEraldo TinocoEraldo TrindadeEuclydes MelloJesus TajraJosé Múcio Monteiro

Maluly NettoMaviel Cavalcanti

Messias GóisNey Lopes

Odelmo LeãoPaes Landim

Roberto MagalhãesRomel Anísio

Sandra CavalcantiTony Gel

José Carlos AleluiaMaurício Calixto

Gerson PeresAécio de BorbaMarcelino Romano MachadoEdevaldo Alves da SilvaHugo Biehl

Teresa JucáVictor Faccioni

Fernando FreireAmaral Netto

Líder

GENEBALDO CORREIA

PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO

-PMDB-

Jackson PereiraRubens Bueno

Sérgio MachadoJutahy Júnior

Carlos LupiPaulo Ramos

Márcia Cibilis VianaÉlio Dalla-Vecchia

Aldo PintoSérgio GaudenziEdson SilvaVital do RegoWilson Müller

PARTIDO SOCIAL DEMOCRACIABRASILEIRA

-PSDB -

LilerJOSÉ SERRA'Vice-lideres

Antônio Carlos Mendes ThameAdroaldo StreckArtur da TávolaJabes Ribeiro

João HenriqueJosé Maranhão

José Thomaz NonôLuiz Carlos Santos

zaire RezendeMaurllio Ferreira Lima

Manoel Moreira

Vice-lideres

César MaiaCid CarvalhoFernando DinizGeddel Vieira LimaGermano RigottoJoão Almeida

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PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO

-PTB-

L10er

NELSON MARQUEZELU

Vice-Líderes

PARTIDO DOS 1RABALHADORES-FT-

Líder

EDUARDO JORGE

Vice-Líderes

PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO

-PSB-Liler

CÉUO DE CASTRO

Vice-Líderes

Luiz Piauhylino Roberto FrancaMaria Luiza Fontenele

PARTIDO SOCIAL 1RABALHISTA

-PST-Lfder

LUIZ CARLOS HAULY

Vice-Líderes

João TeixeiraDiogo Nomura

PARTIDO LIBERALPL

-LíderRICARDO IZAR

Vice-Líderes

Jones Santos NevesGetúlio NeivaSandra Starling

Paulo BernardoPaulo Rocha

João MendesAugustinho FreitasAntônio MorimotoRoberto Jefferson

José FortunatiChico VigilanteHélio BicudoPedro Tonelli

Onaireves MouraNelson TradEdison Fidélis

Nan Souza Pedro Valadares

PARTIDO 1RABALHISTA

RENOVADOR

-PTR-

.PARTIDO DEMOCRÁTICO CRISTÃO

-PDC-Líder

JONIVAL LUCAS

Vice-Líderes

Paulo MandarinoJosé Maria Eymael

Salatiel Carvalho

Líder

EURIDESBRITO

Vice-Líderes

Avenir RosaFrancisco Coelho

Mário Chermont

PARTIDO COMUNISTADO BRASIL

-PCDOB-

Líder

ALDO REBELO

Vice-Líder

Jandira Feghali

PARTIDO DAS REFORMASSOCIAIS

-PRS-

PARTIDO POPULARSOCIALISTA

-PPS-

PARTIDO VERDE

-PV-PARTIDO REPUBLICANO

PROGRESSISTA-PRP­

PARTIDOSOOALDEMOCRÁTICO-PSD-

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COMISSÕES PERMANENTES

COMISSÃO DE AGRicULTURA PTRE POLíTICA RURAL

B. Sá 1 vaga

Presidente: Dep. Vadão Gomes (Bloco-SP) PSB1° Vice-Presidente: Dep. Otto Cunha (Bloco-PR)'2? Vice-Presidente: Dep. Hélio Rosas (pMDB-SP) Álvaro Ribeiro3° Vice-Presidente: Dep. Romero Filho (PST-PR)

TitularesPST

Bloco Romero Filho

Amo Magarinos Ronaldo Caiado PCdoBEvaldo Gonçalves Tadashi KurikiIberê Ferreira Vadão Gomes Adauto Pereira (Bloco)Jonas Pinheiro Vicente FialhoJorge Khoury Vitório Malta PRSOtto Cunha Waldir GuerraPaulo Romano Werner Wanderer José Aldo

PMDB SuplentesDejandir Dalpasquale Joni VariscoDerval de Paiva Neuto de Conto BlocoEtevalda Grassi de Menezes Odacir KleinHélio Rosas PedrO Abrão Abelardo Lupion Maviael CavalcantiIvo Mainardi Roberto Rollemberg Antonio Ueno Odelmo LeãoZuca Moreira Virmondes Cruvinel Camilo Machado Osvaldo Coelho

PDT .Efraim Morais Rivaldo MedeirbsIvanio Guerra Romel AnfsioLael Varella Wagner do Nascimento

Aroldo Goes Laerte Bastos Leur Lomanto 1 vagaCarlos Cardinal· Luiz GirãoGiovanni Queiroz PMDB

PDS

Fábio Meirelles Osvaldo Bender Domingos JuvenilJoão Tota Paulo Mourão Fernando Diniz Laire Rosado

Gilvan Borges Paulo Titan

PSDBJosé Maranhão 6 vagas

André Benassi Rubens Bueno PDTCid Carvalho (pMDB) Wilson MoreiraOsório Santa Cruz (pDC) Beraldo Boaventura Junot Abi-Ramia

PT Clóvis Assis 1 vagaJosé Carlos Coutinho

Adão Pretto Pedro ToneIli PDSLuci Choinacki Vasco Furlan (PDS)

Aécio de Borba Djenal GonçalvesPTB Carlos Azambuja Fetter Júnior

Augustinho Freitas Wilson O,mha PSDBRoberto Torres

Antônio Faleiros Luiz PontesPDC Jabes Ribeiro Oswaldo Stecca

João Batista MottaSamir Tannús

PT

PLAlcides Modesto Hugo Biehl (PDS)

Avelino Costa Wilmar Peres A1oizio Mercadante Valdir Ganzer

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PlB PDSAntonio Morimoto Rodrigues PalmaJosé Elias Carlos Virgllio Pinheiro Landim (PMDB)

PDCJosé Diogo Roberto CamposMarcelino Romano

Mauro Borges Roberto BalestraPSDB

PL

Jarvis Gaidzinski Wellington FagundesÁlvaro Pereira Koyu IhaJoão Faustino Paulo Silva

PlR PT

Osvaldo Reis Reditário Cassol Irma Passoni Paulo BernardoLourival Freitas Tilden Santiago

PSBPTB

Sérgio Guerra José Elias Matheus Iensen

PST Luiz Moreira

PDCDelcino Tavares Jonival Lucas

PCdoB PLRibeiro Tavares Valdemar Costa

Maria Valadão (PDS)PlR

PRS Nobel Moura Valdenor Guedes

Israel Pinheiro PSB

Secretário: José Maria de Andrade CórdovaAriosto Holanda

Ramal: 6978/6979/6981 PSTReuniões: 4"8 e sas feiras, 10:00 - Sala 212 (Bloco das Lide Francisco Silvaranças)

COMISSÃO DE CI:aNCIAE TECNOLOGIA,PCdoB

COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAWalter Nory (PMDB)

PCBPresidente: Dep. Irma Passoni (PT-SP)

Roberto Freire1° Vice-Presidente: Dep. Lourival Freitas (pT-AP)2? Vice-Presidente: Dep. Fausto Rocha (Bloco-SP) Suplentes3° Vice·Presidente: Dep. Pinheiro Landim (PSDB-CE)

BlocoTitulares

Aroldo Cedraz Luciano PizzatoBloco César Bandeira Lufs Eduardo

César Souza Paulo MarinhoAngelo Magalhães Jerônimo Reis Délio Braz Pedro IrujoArolde de Oliveira José Mendonça Bezerra Gilson Machado Renato JohnssonCarlos Roberto Massa Maluly Netto Humberto Souto Ruben BentoEraldo Trindade Maurício Calixto PMDBFausto Rocha Paulo LimaGeorge Takimoto Pinga Fogo de Oliveira João Almeida Marcelo Barbieri

Luiz Henrique Olavo CalheirosPMDB Manoel Moreira Tidei de Lima

4 vagas

Aluizio Alves Laprovita Vieira PDTDomingos Juvenal Luiz Tadeu Leite Aldo Pinto Edson SilvaEliel Rodrigues Nelson Proença Edi SiliprandiHagahós Araujo Roberto Valadão PDSHenrique Eduardo Alves 1 vaga Daniel Silva José Teles

PDT Gerson Peres Ruberval PilottoBeto Mansur Jore Vicente Brizola Ibrahim Abi-AckelCidinha Campos 1 vaga

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Artur da TávolaFlávio Arns

Florestan FernandesJosé Genofno

Aldir CabralGastone Righi

Samir Tannús

Flávio Rocha

Costa Ferreira

PSDB

PT

PTB

PDC

PL

PTR

Geraldo Alckmin FilhoJackson Pereira

Nilmário MirandaSandra Starling

Paulo de Almeida

Robson Tuma

Mário de Oliveira

PMDB

João NatalJoão RosaJosé DutraJosé Luiz ClerotJosé Thomaz NonôLuiz Carlos Santos

PDT

Dércio KnopLuiz Salomão

PDS

Adylson MottaEdevaldo Alves da SilvaGerson Peres

PSDB

Israel Pinheiro. Filho (PRS)Moroni Torgan

Luiz SoyerMendes Ribeiro

Nelson JobimNilson Gibson

Renato ViannaUlysses Guimarães

Sérgio CuryVital do Rego

Vivaldo Barbosa

Ibrahil11 Abi-AckelPrisco Viana

Osvaldo Melo (PDS)Sigmaringa Seixas

Ubaldo Dantas

PSB PT

Roberto Franca Edésio Passos José Genofno

PST Hélio Bicudo Sandra StarlingI

José Felinto PTB

Carlos Kayath Mendes BotelhoPCdoB Gastone Righi Nelson Trad

1 vaga PDC

PPSJosé Maria.Eymael Rodrigues Palma (pTB)

PLSérgio Arouca

Irani Barbosa Wilson Mü1J'~rSecretária: Maria Ivone do Espírito Santo Robson TumaRamal: 6906/69fJ7/6908/6910

PTRReunião: 4"8 feiras, às 10:00. Plenário, sala 10

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO Benedito Domingos Reditário Cassai

E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PSB

Presidente: Dep. José Luiz Clerot (pMDB-PB) Luiz Piauhylino

1° Vice-Presidente: Dep. João Rosa (pMDB-MG) PST2" Vice-Presidente: Dep. Vital do Rego (PDT-PB) Pedro Valadares3° Vice-Presidente: Dep. Ciro Nogueira (Bloco-PI)

PCdoBTitulares Haroldo Lima

BlocoSuplenLe3

Antonio dos SantosAtila LinsBenedito de FigueiredoCiro NogueiraCleonâncio FonsecaJesus TajraMessias Góis

Paes LandimPaulo Marinho

Raul BelémRicardo Murad

Roberto MagalhãesTony Gel

Tourinho Dantas

Bloco

Everaldo de OliveiraFernando FreireFlávio Palmier da VeigaFreire JúniorJosé BurnettJosé Falcão

Maluly NettoNelson Morro

Ney LopesPaulo Duarte

Rubem Medina

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PMDB TitularesAntonio de Jesus Luiz Tadeu Leite BlocoArmando Costa Neif JaburJ!.-ry Kara Nestor Duarte Flávio Derzi Luciano PizzattoFelipe Neri Ubiratan Aguiar Fréite-Júnior Marilu GuimarãesJoão Henrique Valter Pereira João Maia Nelson MarquezelliJurandyr Paixão 1 vaga José Carlos Vasconcelos Orlando Bezerra

PDTPMDB

Aroldo Goes Liberato CabocloCarlos Lupi Mendonça Neto Antonio de Jesus Rita CamataEden Pedroso Genebaldo Correia Socorro Gomes (pC do B)

Ivandro Cunhá Lima Zila BezerraPDS J6rio de Barros

Delfim Netto Roberto CamposPDTJoão de Deus Antunes Vasco Furlan

Marcelino Romano MachadoBeth Azize Regina Gordilho

PSDB Edson Silva

Edmundo Galdino Osmânio Pereira PDSFábio Feldmann Paulo Silva Aécio Neves (PSDB) 1 vagaMagalhães Teixeira Amaral Netto

PT PSDBAgostinho Valente José Dirceu Fâbio Feldmann Marco PenaforteJoão Paulo Pedro Tonelli Tuga Angerami

PTB PT

Cardoso Alves Roberto Jefferson José Cicote Valdir GanzerEdison Fidelis Roberto Torres PTB

PDC A1é1ir Cabral Hilário Coimbra

Francisco Coelho Jair Bolsonaro PDC

PLNan Souza (pST)

PLGetúlio Neiva Ricardo Izar

Wellington FagundesJosé Augusto CurvoPTR

PTRMário Chermont

Mário Chermont 1 vagaPSB

PSB U1durico PintoMiguel Arraes PV

PST Sidney de MiguelLuiz Carlos Hauly Suplentes

PCdoB BlocoRenildo Calheiros Arno Magarinos Tadashi Kuriki

Secretário: Luiz Henrique Cascelli de Azevedo. Fátima Pelaes Sarney FilhoPaulo Octávio Zé Gomes da RochaRamal: 6922 a 6925Pedro Corrêa 1 vagaReuniões: 3"8,4"8 e 5"8 feiras, às 10:00. Plenário, sala l. Ricardo Murad

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR,PMDB

MEIO AMBIENTE E MINORIASA1ofzio Santos Luiz Soyer

Presidente: Dep. Tuga Angerami (pSDB-8P) 5 v.agas1° Vice-Presidente: Dep. Marco Penaforte (pSDB-CE)

PDT2° Vice-Presidente: Dep. Marilu Guimarães (Bloco-MS)3° Vice-Presidente: Dep. Sidney de Miguel (pV-RJ) José Vicente Brizola Paulo Portugal

Laerte Bastos

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PDSCélia Mendes Teresa Jucá PTBGerson Peres

PSDBJoão Mendes Raquel Cândido

Adroaldo Streck Elias Murad PDC

Antônio Carlos Mendes Thame Eduardo Braga Roberto BalestraPT PL

Benedita da Silva José Fortunati Jarvis Gaidzinski Jones Santos NevesPTB PTR

Raquel Cândido Wilson Cunha Alberto HaddadPDC PSB

Avenir Rosa 1 vagaPL PST

Diogo Nomura Mauro Borges (pDC)PTR Suplentes

Benedito Domingos BlocoPSB Adauto Pereira Orlando Bezerra

Álvaro Ribeiro 4ngelo Magalhães Renato Johnsson

PVAtila Lins Vadão GomesJosé Moura Waldir Guerra

1 vaga Manoel Castro 1 vagaSecretário: Aurenilton Araruna de Almeida PMDBRamal: 6930/6931 Aluízio Alves Luís Roberto PonteReunião: 4"8 feiras, 9:30. Sala 113 (Bloco das Lideranças) César Maia PedroAM:ío

COMISSÃO DE ECONOMIA, Fernando Bezerra Coelho 3 vagasINDÚSTRIA E COMÉRCIO PDT

Presidente: Dep. Gilson Machado (Bloco-PE) Luiz Girão Paulo Ramos1° Vice-Presidente: Dep. Osório Adriano ~oco-DF) 1 vaga2° Vice-Presidente: Dep. Jaques Wagner ( -BA) PDS3° Vice-Presidente: Dep. Alberto Haddad (PTR-8P) Basílio Villani Francisco Diógenes

Titulares Fábio Meirelles

Bloco PSDB

Antonio Holanda Maviael Cavalcanti José Serra Saulo CoelhoÉzio Ferreira Osório Adriano Paulo HartungGilson Machado Roseana Sarney PTJosé Carlos Aleluia Rubem'Medina Luiz Gushiken Paulo DelgadoJosé Múcio Monteiro Wagner do Nascimento Raul Pont

PMDB PTBAlano de Freitas José Belato Felix Mendonça Nelson MarquezeHiFelipe Neri José GeraldoGonzaga Mota Lúcia Vânia PDCJoão Almeida 1 vaga Pauderney Avelino Paulo Mandarino

PDT PLMárcia Cibilis Viana Miro Teixeira Álvaro Valle Nelson BornierMarino Clinger PTR

PDS João ColaçoFetter Júnior Victor Faccioni PSBPedro Pavão Ariosto Holanda

PSDB PSTErnani Viana Vittorio Medioli Pedro ValadaresSérgio Machado Secretário: Jussara Maria Goulart Brasil de Araujo

PT Ramal: 7024 a 7026

Jaques Wagner Vladimir Palmeira Reunião: 4"8 feiras, 10:00. Plenário, sala 209. (Bloco das

José Fortunati Lideranças)

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COMISSÃO DE EDUCAÇÃO,CULTURA E DESPORTO

Presidente: Dep. Celso Bernardi (pDS - RS)10 Vice-Presidente: Dep. Maria Valadão (pDS - GO)20 Vice-Presidente: Dep. Adelaide Neri (pMDB - AC)30 Vice-Presidente: Dep. Costa Ferreira (pTR - MA)

TitularesBloco

PDTcarrion Junior Vital do Rego

1 vagaPDS

Edevaldo Alves da Silva Telmo KirstFernando carrion

PSDBErnani Viana Rose de FreitasRubens Bueno

PTH~lio Bicudo Maria LauraLouriVal Freitas

PTBNelson Trad Onaireves Moura

Antônio BarbaraArnaldo Faria de Sácamilo MachadoEuclydes MelloOrlando Pacheco

PMDB

Ricardo HeráclioRonivon SantiagoSandra cavalcanti

1 vaga

Jairo AziPDC

Adelaide NeriAécio de Borba (PDS)Hermfnio Calvinho

João HenriqueRenildo calheiros (pC do B) Jams Gaidzinski

Ubiratan Aguiar

1 vaga Eurides Brito

PL

PTR

PDT

Lúcia Braga Célio de Castro

PDS

Paulo Hartung

José Lourenço

Júlio cabralLuiz Dantas

Manoel CastroMussa DemesRicardo Fiuza

Sérgio Gaudenzi

Luís Roberto PonteManoel Moreira

Sérgio NayaWilson Campos

PSB

Presidente: Dep. Francisco Dornelles (Bloco-RI)10 Vice-Presidente: Dep. Manoel Castro (Bloco - BA)').O Vice-Presidente: Dep. Basílio Villani (pDS - PR)30 Vice-Presidente: Dep. Fernando Bezerra Coelho(pMDB-PE)

PSTNan Souza

Secretária: Ronaldo Alves da SilvaRamal: 6903/6905(7010(7013Reunião 4"8 feiras, 10:00. Plenário, sala 15.

COMISSÃO DE FINANÇASETRmUTAÇÃO

PSDB

Carrion JúniorÉlio Dalla-Vecchia

Basílio VillaniDelfim Neto

PDT

PDS

Benito GamaCésar SouzaFlávio Palmier da VeigaFrancisco DornellesJosé Falcão

TitularesBloco

César MaiaFernando Bezerra CoelhoGermano RigottoJoão Carlos Bacelar

PMDB

zaire Rezende Jackson Pereira4 vagas José Serra

Maria Valadão

Raul Pont

Osmânio Pereira

Marilu GuimarãesMurilo Pinheiro

Paulo LimaPaulo Romano

S610n Borges dos Reis

PT

PST

PL

PSB

PTR

PDC

PTB

PSDB

Suplentes

Bloco

l\minBernardi

Derval de PaivaJosé Luiz Clerot

PMDB

Benedito de FigueiredoCleonâncio FonsecaEdmar MoreiraJosé Mendonça BezerraLuiz Dantas

. Carlos LupiEduardo Mascarenhas

João Teixeira (PL)

José Linhares (PSDB)

Fábio Raunheiti

Álvaro Valle

I' .c>'),],Ü2J FC·,.!.'f,~:.'i~'aII;lili lI,faria Luiza Fontenele

Artur da TávolaFlávio Arns

~

!Florestan Fernandes, Paulo Delgado

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· ,PTAlofzio Mercadante José Dirceu

COMISSÃO DE MINAS EENERGIAGeddel Vieira Lima (pMDB)

PTB PreSIDente: Dep. Eduardo Moreira (pMDB-SC)Félix Mendonça Paulo Heslander 1° Vice-Presidente: pep. Marcelo Barbieri (pMDB-8P)

PDC 2° Vice-Presidente: Dep. Avenir Rosa (PDC-RR)Paulo Mandarino Pedro Novais 3° Vice-Presidente: Dep. José Ulisses de Oliveira (pRS-MG)

PL TitularesFlávio Rocha Nelon Bornier Bloco

PTR Abelardo Lupion José Santana de VasconcelosCarlos Camurça Aracely de Paula Murilo Pinheiro

PSBAroldo Cedraz Ruben Bento

Sérgio GuerraElísio Curvo Sérgio Barcellos

PST PMDBLuiz Carlos Hauly

Suplentes Eduardo Moreira Marcelo BarbiereGilvan Borges Olavo Calheiros

Bloco Marcos Lima Pedro TassisAugusto Farias Jerõnimo Reis, PDTCleto Falcão José Carlos Vasconcellos Paulo Ramos 2 vagasÉzio Ferreira Roberto MagalhãesFernando Freire Simão Sessim PDSGeorge Takimoto Tourinho Dantas Carlo~ Azambuja Ruberval Pilotto

PMDB PSDBGonzaga Mata Lúcia Vânia Adroaldo Streck Oswaldo SteccaHélio Rosas Nelson JobimIvandro Cunha Lima Zuca Moreira PT2 vagas Agostinho Valente Alcides Modesto

PDT PTBJunot Abi-Ramia Miro TeixeiraValdomiro Lima Alceste Almeida Sérgio Britto (PDC)

PDSJoão Tota Roberto Campos PDCOsvaldo Melo

PSDB. Avenir RosaRose de Freitas Wilson Moreira

PLSérgio MachadoGetúlio Neiva

PT PTRLafre Rosado (pMDB) Vladimir PalmeiraPaulo Bernardo Marcelo Luz Pascoal Novais

PTB PRSAnibal Teixeira Matheus Iensen José Ulisses de Oliveira

PDC PPSJosé Maria Eymael

PL João Fagundes (pMDB)

João Teixeira 1 vaga Suplentes

PTRBloco

Marcelo Luz Alacid Nunes Maviael CavalcantiJonas Pinheiro Otto Cunha

PSB José Carlos Aleluia Vicente Fialho

Luiz Piauhylino José Reinaldo Werner Wanderer

PST PMDBRomero Filho Alano de Freitas Jorge Tadeu Mudalen

Secretária: Maria Linda MagalhãesAloisio Vasconcellos Mauro Miranda

Ramal: 6959/6960/6989Herminio Calvinho Nieias Ribeiro

Reunião: 4"8 feiras, 10:00 Plenário 5.

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.PDT PSDBÉlio Dalla-Vecchia Wilson MüllerMárcia Cibilis Viana Jayme Santana 1 vaga

Jorge UequedPDS

José Diogo Victor Faccioni PTBenedita da Silva Luiz Gushiken

PSDB PTBMauro Sampaio Munhoz da Rocha

Annibal Teixeira Cardoso AlvesPT

Adão Pretto Ricardo Moraes PDCFrancisco Coelho Pauderney Avelino

PTBFrancisco Rodrigues Hilário Coimbra PL

Diogo NomuraPDC

Leomar Quintanilha PTR

PL Eurides BritoValdemar Costa

PTR , PSBNobel Moura Valdenor Guedes Miguél Arraes

PRS PCdoBEduardo Siqueira Campos

José Aldo (pDC)

PPS Suplentes

1 vagáBloco

Secretária: Maria Eunice Torres Vilas BôasAntÔnio dos Santos Orlando PachecoBenedito Gama Paes Landim

Ramal: 6944/6946 Fausto Rocha Roseana SarneyReunião: 4"8 feiras, 10:00. Plenário, sala 21. Jesus Tajra Tony Gel

COMISSÃO DE RELAÇÕESPMDB

EXTERIORESGeddel Vieira Lima Ulysses Guimarães

Presidente: Dep. Pauderney Avelino (pDC-AM) João Rosa Virmondes CruvinelMurilo Rezende 1 vaga

1° Vice-Presidente: Dep. Diogo Nomura (pL-SP) . Osvaldo Melo (PDS)2? Vice-Presidente: Dep. Francisco Coelho (PDC-MA)3°Vice-Presidente: Dep. Eduardo Siqueira Campos (pDC-TO PDT

Amaury Müller Vivaldo Barbosa

Titulares Sérgio CuryPDS

Bloco Adylson Motta José LourençoAntônio Ueno Ney Lopes PSDBCleto Falcão Osvaldo Coelho Aêcio Neves João FaustinoLeur Lomanto Paulo Octávio Morani TorganNelsQn Morra Sarney Filho PT

PMDB Irma Passoni Tilden Santiago

Alofsio Vasconcelos Luiz Viana Neto PTB

Antônio Carlos Mendes Alceste Almeida S610n Borges dos ReisThame (PSDB) Neife Jabur PDCAry Kara Nestor Duarte Eduardo Braga Pedro NovaisLuiz Henrique PL

PDT Jones Santos NevesEdi Siliprandi Haroldo Sabóia PTRMendonça Neto Salatiel CarvalhoPDSDjenal Gonçalves Josê Teles

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PSBUldurico Pinto

PCdoB

Aldo Rabelo

Secretária: Andréia Maura Versiani de MirandaRamal: 6993 a 6996Reuniões: 3"8, 4"8 e 5a feiras, 10:00. Plenário, sala 2

COMISSÃO DE SEGURIDADE.SOCIAL E FAMíLIA

Arnaldo Faria de SáCiro NogueiraIberê FerreiraIvan Burity

SuplentesBloco

Jairo CarneiroJoão Maia

Pinga Fogo de OliveiraRicardo Heráclio

Vit6rio Malta

PMDB

Presidente: Dep. Euler Ribeiro (pMDB-AM)10 Vice-Presidente: Dep. Jorge Tadeu Mudalen (pSDB - CE20 Vice-Presidente: Dep. Elias Murad (PSDB - MA)30 Vice-Presidente: Dep. Renato Johnsson (Bloco-PR)

TitularesCidinha Campos Marino ClingerLúcia Braga

ÂngelaAminPI;>S

Osvaldo Bender .J6rio de Barros (pMDB)

PSDBJorge Uequed Marco PenaforteJosé Linhares

PTChico Vigilante Luci Choinacki

PTBFábio Raunheitti Luiz Moreira

PDCEduardo Siqueira Campos Os6rio Santa Cruz

Everaldo de OliveiraFátima PelaesHeitor FrancoIvânio GuerraJosé Egydio

Armando CostaEuler RibeiroJorge Tadeu MudalenMaurílio Ferreira Lima

Clóvis AssisLiberato Cabloco

Célia MendesJoão Rodolfo

Bloco

PMDB

PDT

PDS

PSDB

Eduardo ,MoreiraNelson ProençaRita Camata

Paulo DuartePedro Corrêa

Renato JohnssonRivaldo Medeiros

Nilton BaianoSérgio Arouca (PCB)

Valter Pereira

Paulo Portugal Avelino Costa

B.SáTeresa Jucá

José Carlos Sabóia

Virmondes CruvinelZila Bezerra

2 vagasPDT

PL

PTR

PSB

PST

Presidente: Dep. Carlos Aberto Campista (pDT-RJ)10 Vice-Presidente: Dep. Amaury Müller (PDT-RS)20 Vice-Presidente: Dep. Délio Braz (Bloco-GO)30 Vice-Presidente: Dep. José Carlos Sabóia (PSB-MA)

TitularesBloco

Carlos Scarpelini

Secretária: Mariá fuês de Bessa Lins

Ramal: 7018 a 7021Reunião: 4"8 feiras, 10:00. Plenário, sala 9.

COMISSÃO DE TRABALHO,DE ADMINISTRAÇÃO E

SERVIÇO púBuco

Antônio FaleirosElias Murad

Eduardo Jorge

Joaquim Sucena

Eduardo Matias

José Augusto Curvo

Salatiel Carvalho

1 vaga

Delcino Tavares

Geraldo Alckmin Filho

PTJoão Paulo

PTBRoberto Jefferson

PDC

Jandira Feghali (pC do B)

PL

PTR

PSB

PST

Aldo Rebelo (pC do B)Délio BrazEdmar MoreiraHumberto Souto

José BurnettLuis Eduardo

U Gomes da Rocha1 vaga

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PLC\1ico Vigil~nte (PT)Jurandyr Paixão.Mauri Sérgio

Amaury MüllerBeraldo Boaventura

PDT

Mauriçi.~i'lrianoTidei -de Lima Irani Barbosa

zaire Rezende, 1 vaga

Wanda Reis (BlollO).Carlos Alberto Campista'

PTR

PSB

Hugo BiehlJoão de Deus Antunes

PDS

PSDB

1 vagaMaria Laura (PI)

José Ulfsses de Oliveira

PRS

Edmundo GaldinoJabes Ribeiro

Paulo Paim

Caldas Rodrigues (Bloco)

PT

PTB

PDC

Mauro Sampaio

Edison. Fidélis

Secretário: Antonio Lufs de' Souza SantanaRamal': 6887/6990/7004{7007. . ,Reunilio: 3"8,4"8 e 5"s feiras, 10:00. Plenário, sala lI.

COMISSÃO DE VIAÇÃO E TRANSPORTE,DESENVOL~MENTOURBANO

EINTE~OR

Jair Bolsonaro

Ricardo IzarPL

PTR

Presidente: Dep. Paulo de Almeida (PT.8JR1)10 Vice-Presidente: Dep. Onair:eves Moura (pTB/PR)2f' Vice-Presidente: Dep. N~cias Ribeiro (pMDB/PA)3P Vice-Presidente: Dep. Augusto Carvalho (pCB/DF)

Mário de Oliveira

.ros~ ,Carl,eJs ,S.abóia

PSB

PRS

. TitularesBloco

PT

PDS

PDT

PSDB

Alacid Nunes José MouraAugusto Farias José ReinaldoCésar Bandeira Lael Varella

Messias. Góis.EfraiOl Morais Pedro IrujoIyan :J3urity. Romel Anfsio

Mussa Demes Jairo Carneiro Simão.SessimSérgio Barcellos

1 vaga PMDB

Carlos Benevides Mauro MirandaNilson Gibson Carlos Nelson Mário Martins

3 vagas Fernando Diniz Murilo RezendeJosé Maranhão Nicias RibeiroLafre Rosado Paulo Titan

Sérgio Gaudenzi PDT

Aloizio Santos (pMDB) Junot Abi-RamiaPedro Pavão Francisco Rodrigues (pTB) Valdomiro Lima

PDSSigmaringa Seixas

Daniel Silva Francisco DiógenesFernando Carrion Telmo Kirst

Ernesto GradellaPSDB

Joaquim Sucena João Baptista Motta Munhoz da RochaLuiz Pontes Saulo Coelho

PTB

PDCEduardo Matias

João Mendes

Edésio Passos

Jayme SantanaTuga Angerami

Carlos Santana (PT)Paulo Mourão

Haroldo SabóiaPaulo Ramos

Augusto Carvalho (PCB)Jaques Wagner (PT)Renato Vianna

PMDB

Eraldo TrindadeEuclydes MelloFlávio DerziJúlio. Cabr;'!1

Rose de Freitas (PSDB)Suplentes

Bloco

'------~--------

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PT PDCcarlos Santana Nilmário Miranda Jonival'Lucas Sérgio BritoErnesto Gradella Ricardo Moraes PL

PTB André Benassi (PSDB) Maurício Campos

Antonio Morimoto Paulo de Almeida PTRAlberto Haddad carlos camurçaOnaireves Moura PSB

PDC Maria Luiza FonteneleJairo Azi Marcos Medrado PST

PL Fràncisco SilvaJosé Felinto (pST) 1 vaga PCdoB

1 vagaPTR PCB

João Colaço Osvaldo Reis Roberto FreirePSB Secretário: Ronaldo de Oliveira Noronha

Roberto Franca.PST' Ramal: 6973 a 6976

carlos Scarpelini Reunião: 4as feiras, 10:00. Plenário, sala 14.PCdoB

Leopoldo Bessone (pMDB) COMISSÁO DE DEFESA NACIONALPPS

Augusto carvalho Presidente: José Augusto Curvo (pL - MT)1° Vice-Presidente: Dep. Nelson Bornier (PLIRJ)

Suplentes 2° Vice-Presidente: Dep. Aldir Cabral (pTB - RJ)

Bloco 3° Vice-Presidente: Dep. Álvaro Ribeiro (pSB - PE)

Antonio Barbara José Múcio TitularesAracely de Paula José Santana de Vasconcellos Blococarlos Roberto Massa Osório Adriano Abelardo Lupion Odelmo LeãoElísio Curvo Ronaldo caiado Alacid Nunes Orlando BezerraJorge Khoury Sandra cavalcanti Átila Lins Paes LandimJosé Egydio 1 vaga Edmar Moreira Roberto Magalhães

PMDBPMDB Antônio de Jesus Marcelo Barbieri

Eduardo Moreira Nilton Baiano Etevalda Grassi de Menezes Mário MartinsEliel Rodrigues Pinheiro Lanim João Fagundes Maurílio ferreira LimaEtevalda Grassi de Menesses 4 vagas PDTMauri Sérgio

PDT Maurício campos (PL) Wilson MüllerBeth Azize Dércio Knop Paulo RamosBeto Mansur Mendonça Neto

PDS PDS

carlos Virgílio Maria Valadão carlos Virgílio Fernando carrionJoão Rodolfo Prisco Viana Fábio Meirelles

PSDB PSDB

Koyu lha Vitório Medioli Moroni Torgan Rose de Freitas

Ubaldo Dantas 1 vaga PT

PT Hélio Bicudo José Dirceu

PTBEduardo Jorge Paulo Paim

Aldir Cabral Francisco RodriguesJosé Cicote Paulo Rocha

PTB PDC

Augustinho Freitas Mendes Botelho Mauro Borges

carlos Kayath

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PL COMISSÁO ESPECIAL CONSTITUíDA, NOS

José Augustó Curvo Nelson "BornierTERMOS DO ART. 34, INCISO TI, DO

REGIMENTO lNTERNO"~PARA APRECIARPTR E DAR PARECER SOBRE TODOS OS PROJETO

EM TRÂMITE NA CASA, RELATIVOS AValdenor Guedes REGULAMENTA~O DO ART. 192

PSBDA CONSTITUIÇÃO FEDERAL_

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Álvaro Ribeiro

Suplentes Presidente: Deputado Benito GamaVice-Presidente: Deputado José Lourenço

BlocoRelator: Deputado César Maia

Arolde de OliveiraTitulares Suplentes

Luciano. PizzattoEvaldo Gonçalves Raul Belém BLOCO PARLAMENTARHeitor Franco 3 vagas

PMDB Benito Gama Basilio VillaniElísio Curvo Daniel Silva

Cid Carvalho Ivo Mainardi Ézio Ferreira Gilson Machado

Euler Ribeiro Luiz Henrique Francisco Dornelles Paes Landim

Hermínio Calvinho Pinheiro Landim José Múcio Monteiro Roberto Magalha.es

PDT PMDB

Carrion Júnior 1 Vaga César Maia Dejandir DalpasqualeGiovanni Queiroz José Dutra Etevalda Menezes

José Luiz Clerot Fernando Bezerra CoelhoPDS Luís Roberto Ponte Odacir Klein

Carlos Azambuja Telmo Kirst PDTOsvaldo Bender

Beraldo Boaventura Márcia Cibilis VianaPSDB Carrion Júnior Valdomiro Lima

Paulo Silva Wilmar Peres (PL) PDS

PT José Lourenço Fetter Júnior

José Genofno Paulo Delgado Marcelino Romano Machado Roberto Càinpos

PTB PSDB

Annibal Teixeira Fábio Raunheitti Jackson Perei~a AntÔnio Carlos M. ThameJosé Serra Paulo Hàrtung

PDCPTB

Jair Bolsonaro

PLGastone Righi Rodrigues Palma

Avelino Costa Ribeiro TavaresPT

PTR José Fortunatti Paulo Bernardo

Salatiel Carvalho PDC

PSB Paulo Mandarino Pauderney Avelino

Roberto Franca PL

Secretária: Marci Bernardes Ferreira Ricardo Izar Jones Santos Neves

Ramal: 6998{700117002

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Serviço de Comissões EspeciaisLocal: Anexo II - Sala 10 - MezaninoRamais: 7066/7067[7052Secretário: Sflvio Sousa da Silva

COMISSÁO ESPECIALPARAPROFERIRPARECERAO PROJETO DE LEI N° 824, DE 1991..l QUE

"REGULA DIREITOS E OBRIGAÇuESRELATIVOS À PROPRIEDADE INDUSTRIAL

PREVISTO NA MENSAGEM N° 191/91DO PODER EXECUTIVO

Presidente: (Vago)1° Vice-Presidente: Deputada Sandra Starling20 Vice-Presidente: Deputado Magalhães TeixeiraRelator: Ney Lopes

Titulares Suplentes

BLOCO PARLAMENTAR

PDT

Suplentes

Heitor FrancoLael Varella

Orlando PachecoSimão Sessim

PMDB

Eduardo MoreiraMauri Sérgio

Nilson GibsonVago

PDT

CI6vis AssisMendonça Neto

PDS

José LourençoTelmo Kirst

PSDB

Rubens Bueno

PTB

Carlos Kayath

PT

Paulo Delgado

PDC

Leomar Quintanilha

PL

Wilmar Peres

BLOCO PARLAMENTAR

Ângelo MagalhãesFlávio DerziMaluly NettoRomel Anísio

Titulares

Serviço de Comissões Especiais:Anexo II - Sala 10 - MezaninoSecretário: Brunilde Liviero Carvalho de MoraesRamais: 7066 e 7067 .

COMISSÃO ES:PECIAL DESTINADA A PROFEPARECER À PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO N° 24, DE 1991, QUE "INSTITUISISTEMA DE ELEIÇAO DISTRITAL MISTA NOS

MUNIClPIOS MAIS DE CEM MIL ELEITORES"

Presidente: Deputado José Thomaz NonO10 Vice-Presidente: Deputado Osmânio PereiraRelator: Deputado Maluly Netto

Felipe-NeriJoão HenriqueJosé Thomaz NonOLuiz Henrique

Miro TeixeiraSérgio Gaudenzi

Pedro Novais

João Teixeira

José Dirceu

Clóvis AssisPaulo Ramos Adylson Motta

Prisco Viana

João Mendes

Jaques Wagner

Vitt6rio Medioli Cardoso AlvesPaúlo Silva

José Maria Eymael

Francisco Di6genesJosé Teles Osmânio Pereira

Fernando Bezerra CoelhoJoão Almeida

José Luiz ClerotLuiz Tadeu Leite

César BandeiraPaes LandimElísio Curvo

José Santana de VasconcellosWagner do Nascimento

PMDB

Gilson MachadoJosé Carlos AleluiaJosé Carlos VasconcelosNey LopesOtto Cunha

Marcelo BarbieriNelson JQbimNelson Proença

Cardoso Alves

PT

Carrion JúniorLiberato Caboclo

PDC

Ibrahim Abi-AckelRoberto Campos

PDS

PTB

PSDB

Antonio Carlos Mendes ThameMagalhães Teixeira

Roberto Balestra

Sandra Starling .

PL

Valdemar Costa Flávio Rocha

Serviço de Comissões Especiais: Anexo II - Sala 10 - Me­zanino.Secretário: José Maria Aguiar de CastroRamais: 7066/7067/7052

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Serviço de Comissões Especiais: Anexon- Sala10- MezaninoSecretário: Sílvio Avelino da SilvaRamais: 7067 e 7066

COMISSÁO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIRPARECER À PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO N° 56, DE 1991, QUE "ALTERADISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

(DESREGULAMENTAÇÃO DA ECONOMIA)

Presidente: Deputado Maurílio Ferreira Lima1° Vice-Presidente: Deputado Fábio Meirelles2° Vice-Presidente: Deputado Luiz Tadeu Leite3° Vice-Presidente: Deputado Vladimir PalmeiraRelator: Deputado Ney Lopes

Serviço de Comissões Especiais: Anexo n - Sala 10 - Me­zanino.Secretário: Luiz César Lima CostaRamais: 7066 e 7067

COMISSÁO ESPECIAL PARA APRECIAR E DARPARECER SOBRE O PROJETO DE LEI N° 2057,

DE 1991, QUE "INSTITUI O ESTATUTO DASSOCIEDADES INDíGENAS"

Presidente: Deputado Domingos Juvenil1° Vice-Presidente: Deputado João Fagundes20 Vice-Presidente: Deputado Lourival FreitasRelatora: Deputada Teresa Jueá

Titulares

BLOCO PARLAMENTAR

Suplentes Titulares

BLOCO PARLAMENTAR

Suplentes

Paes Landim Evaldo Gonçalves Elísio Curvo Alacid NunesRenato Johnsson Flávio Derzi Luciano Pizzato Átila LinsNey Lopes Nelson Morro Ruben Bento George TakimotoPaulo Marinho Wagner Nascimento Sérgio Barcellos Heitor FrancoPMDB Tadashi Kuriki Tony Gel

Luiz Tadeu Leite Eduardo Moreira PMDB

Maurílio Ferreira Lima Hermfnio Calvinho Domingos Juvenil Armando CostaNelson Proença Luiz Soyer João Fagundes Euler RibeiroWalter Nory Tidei de Lima Valter Pereira Hermínio Calvinho

zaire Rezende Mauri SérgioPDT PDT

Márcia Cibilis Viana Aroldo Góes Beth Azize Aroldo GóesValdomiro Lima Beth Azize Sidney de Miguel (PV) Haroldo Sabóia

PDS PDS

Fábio MeireIles Carlos Azambuja Maria Valadão Ângela Amin

Roberto Campos Marcelino Romano Machado Teresa Jucá Célia Mendes

PSDBPSDB Fábio Feldmann Edmundo Galdino

Adroaldo Streck Vitt6rio Medioli Tuga Angerami Osmânio Pereira

PTBPTB

Francisco Rodrigues Alceste AlmeidaCardoso Alves Paulo Heslander PT

PT Lourival Freitas Ricardo MoriasPDC

Vladimir Palmeira Paulo Bernardo Avenir Rosa Pauderney AvelinoPL

PDCFlávio Rocha José Augusto Curvo

José Maria Eymael Roberto Balestra PSBJosé Carlos Sabóia Uldurico Pinto

PL

Jarvis Gaidzinski Ribeiro TavaresServiço de Comissões Especiais: Anexo n - Sala 10 - Me-sanino.Secretário: EdIl Calheiros BispoRamal: 7069

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COMISSÁO PARLAMENTAR DE INQuÉRITo"DESTINADA A INVESTIGAR. A QUESTÃO DA

VIOrnNCIA CONTRA A MULHER"

Prazo: 13-5 a 8-11-92, Resoluçrto nO 19/92

Presidente: Deputada Sandra StarlingVice-Presidente: Deputada Marilu GuimarrtesRelatora: Deputada Etevalda Grassi de Menezes

Titulares Suplentes

"COMISSÁO PARLAMENTAR DE INQuÉRITO"DESTINADA A INVESTIGAR POSSívEIS

IRREGULARIDADES NO PROCESSODE PRIVATIZAÇÃO DA VASP"

Requerimento nO 8/91

Prazo: 28-5-92 a 24-11-92Presidente: Deputado Nilson GibsonVice-Presidente: Deputado Mauro MirandaRelator: Deputado Pedro Corrêa

Bloco Parlamentar Titulares Suplentes

Carlos Roberto MassaFátima PelaresMarilu Guimarães

PMDB

Camilo MachadoJosé Múcio Monteir

Wanda Reis Ivan BurityPedro CorrêaJosé Moura

BLOCO PARLAMENTAR

Átila LinsEuclydes Mello

José Egydio

Antônio de Jesus PMDBAdelaide NeriEtevalda G. de Menezes Rita Camata Marcelo Barbieri Walter NoyLúcia Vânia Zila Bezerra Mauro Miranda Carlos Benevides

José Thomaz Nonô Geddel Vieira LimaPDT

PDTBeth Azize Lúcia Braga

Liberato Caboclo Luiz Salomão

PSDBPSDB

Rose de Freitas Artur da Távola Tuga Angerami Moroni Torgan

PDSPDS

Pedro Pavão José DiogoÂngela Amin Célia Mendes

PTPT

Luiz Gushiken José Dirceu

Sandra Starling José Fortunati PTB

PTB Joaquim Sucena Carlos Kayath

Raquel Cândido Roberto Jefferson PL

PL Valdemar Costa Nelson Bornier

Robson Tuma Avelino Costa PDCPDC Francisco Coelho Sérgio Brito

Eduardo Matias Osório Santa CruzServiço de ComissOCs Parlamentares- Anexo II - Sala 10 - Mezanino

Reuniões - Local: Anexo lI, Plenário n° Secretária: Maria do Amparo Bezerra da SilvaSecretária: Maria de Fátima Moreira de Carvalho Ramais: 7056[7060 em 28-5-92 .--_.- .,--

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Suplentes

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIRPARECER À PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO N° 48, DE 1991, QUE ~"ALTERA DISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇAO

FEDERAL (SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL)"

Presidente: Deputado José Dutra1° Vice-Presidente: Deputado Germano Rigotto2? Vice-Presidente: Deputado Basílio Villani3° Vice-Presidente: Deputado Carrion JúniorRelator: Deputado Benito Gama

TitularesBLOCO PARLAMENTAR

COMISSÃO PARLAMENTAR DE lNQUÉRITo"DESTINADA A CONTINUAR AS lNVESTIGAçóES

DE IRREGULARIDADES NA CESSÃO DOCONTROLE ACIONÁRIO DA NEC DO BRASIL S/A,BEM COMO O ENVOLVIMENTO E AÇÃO DIRETA

DO MlNIs'IÉRIo DAS COMUNICAçóES EDA TELEBRÁS NOS FATOS"

Prazo: 10-6 a 21-11-92Presidente: Deputado Mussa DemesVice-Presidente: Deputado José LourençoRelator: Deputado Luiz Carlos Santos

Benito GamaFrancisco DornellesIberê FerreiraRomel Anísio

Carlos Roberto Massa TitularesIvânio GuerraJairo Carneiro

João MaiaBLOCO PARLAMENTAR

Suplentes

PDT

PSDB

PMDB

ReuniOes:Local: Anexo lI, Plenário nOSecretário:

Paes LandimAroldo Ccdraz

José Carlos Aleluia

PMDB

Ivo MainardiGonzaga Motta

Neif Jabur

PDT

José Vicente Brizola

PSDB

Magalhães Teixeira

PDS

Marcelino R. Machado

PT

Chico Vigilante

PTB

Hilário Coimbra

PL

Nelson Bornier

PDC

Sérgio Brito

Geddel Vieira LimaLuiz Carlos SantosNestor Duarte

Ronaldo CaiadoJairo CarneiroMussa Demes

Luiz Pontes

Paulo Ramos

Luiz Moreira

José Lourenço

Jones Santos Neves

Jairo Azi

Tilden Santiago

João Colaço

Edison Fidélis

Pedro Pavão

Edson Fidélis

Luiz Girão·Eden Pedroso

Jackson Pereira

Paulo Bernardo

Francisco Coelho

Jones Santos Neves

César MaiaCid Carvalho

Fernando Bezerra CoelhoGonzaga Motta

Germano RigottoJosé DutraLufs Roberto PonteManoel Moreira

Carrion JúniorSérgio Gaudenzi

Antônio Carlos Mendes Tame

PDS

Basílio VilIani

PTB

Gastone Righi

PT

José Fortunati

PDC

Paulo Mandarino

PL

Flávio Rocha

PTB

Gatone Righi

PTR

Osvaldo Reis

Serviço de ComissOes Especiais

Anexo II - Sala 10 - MezaninoSecretário: Silvio Avelino da Silva

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Presidente: Deputado Roberto Magalhães1° Vice-Presidente: Deputado Cardoso Alves2° Vice-Presidente: Deputado Prisco Viana3° Vice-Presidente: Deputado Geraldo Alckmin FilhoRelator: Deputado João Almeida

Titulares Suplentes

BLOCO PARLAMENTAR

COMISSÁO ESPECIAL PARA APRECIAR E DARPARECER SOBRE TODAS AS PROPOSIÇÓES, EM

TRÂMITE NESTA CASA, REFERENTES ÃLEGISLAÇÃO ELEITORAL E PARTIDÁRIA,

ESPECIFICAMENTE AS QUE DISPÓEM SOBREINELEGmILIDADE,LEI ORGÂNICADOS PARTIDOS

poLíTIcos, CÓDIGO ELEITORAL E SISTEMAELEITORAL

Coordenador: Deputado Waldir Pires

Titulares Suplentes

BLOCO PARLAMENTAR

Serviços de Comissões EspeciaisAnexo II - Sala 10 - MezaninoSecretário: Francisco da Silva Lopes FilhoRamais 7066, 7067/7052

COMISSÁO EXTERNA DESTINADA A PISCA H'.A"

.. -E CONTROLAR DIRETAMENTE, E/OU PORINTERMÉDIO DO TRmUNAL DE CONTAS DA

umAo, OS ATOS DO PODER EXECUTIVOFEDERAL, DE SUA ADMINISTRAÇÃO DIRETA

E INDIRETA, INCLUIDAS AS FUNDAçóESESOCrnDADESINsTITUfDAS

E MANTIDAS PELO PODER púBuCO FEDERAL.

Nan Souza

Renildo Calheiros

PST

PCdoB

Haroldo Lima

Pedro Valadares

Antonio HolandaÁtila Lins

Evaldo GonçalvesWagner do Nascimento

Jesus TajraJosé Burnett

Tourinho Dantas

José Carlos VasconcellosJosé Santana de VasconcellosNey LopesRaul BelémRonivon SantiagoSandra CavalcantiRoberto Magalhães

PMDB

Armando CostaCid CarvalhoNelson JobimNicias RibeiroTidei de LimaJoão Almeida

PDTMiro TeixeiraVital do Rego

PDS

Adylson MattaPrisco Viana

PSDBGeraldo Alckmin FilhoJabes Ribeiro

PT

Edésio PassosJosé Dirceu

PTB

Cardoso AlvesRodrigues Palma

PDC

José Maria Eymael

PL

Álvaro Valle

PTR

Benedito Domingos

PSB

Roberto Franca

Alacid Nunes Délio BrazJoão Henrique Freire Júnior Jairo Carneiro

Jurandir Paixão Jesus Tajra José BurnettLuiz Henrique Maurício Calixto Tony Gel

Pinheiro Landim PMDBValter PereiraVirmondes Cruvinel Armando Costa João Fagundes

Gilvan Borges João NatalEdson Silva Hermfnio Calvinho Olavo Calheiros

Wilson Müller Ivo Mainardi Roberto Rollemberg

PDT

Vitório MaltaCarlos Lupi Sérgio Gaudenzi

Vago Carrion Junior Waldir Pires

PSDB

Álvaro Pereira Flavio-Arns Moroni TorganSérgio Machado PDS

João de Deus Antunes José Diogo

Hélio Bicudo PTPaulo Bernardo José Fortunati Paulo Bernardo

PTBCarlos Kayath Felix Mendonça Luiz MoreiraGastone Righi

PL

Jarvis Gaidzinski Wellington FagundesFrancisco Coelho PDC

Francisco Coelho Marcos Medrado

Valdemar Costa PTR

Benedito Domingos Eurides Brito

Mário Cfiermont Serviços de Comissões EspeciaisAnexo II - Sala 10 - MezaninoSecretário: Héris Medeiros Joffily

Luiz Piauhylino Ramais 7066{7067/7052

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Élio Dalla-VecchiaEdésio Frias Pedro Novais

COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIRPARECER A PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO N° 39, DE 1989, QUE'"ACRESCENTA PARÁGRAFO AO ART. 14,

ALTERA OS §§ 5°, 6° E 7° DO MESMOARTIGO E MODIFICA O ART. 82,

TODOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL"Presidente: Deputado Renato Vianna1° Vice-Presidente: Deputado JoãoH~nrique

2° Vice-Presidente: Deputado João Magalhães Teixeira3° Vice-Presidente: Deputado Carrion JúniorRelator: Deputado Maurício Campos'

Titulares SuplentesBLOCO PARLAMENTAR

'li Gomes da RochaOsvaldo CoelhoPaulo MarinhoPedro Valadares

João HenriqueAlofzio SantosRenato ViannaTidei de Lima

Carrion JúniorValdomiro Lima

PMDB

PDT

Antonio UenoLeur Lomanto

Sérgio Barcellos.Paulo Octávio

Jurandyr PaixãoLuiz Soyer

Mário MartinsPedro Tassis

Renato JohnssonWaldir Guerra

Armando CostaJoão HenriqueLuis Roberto PonteWalter Nory

Sérgio GaudeI\ZiValdomiro Lima

Jackson Pereira

Roberto Campos

Aloízio Mercadante

Rodrigues Palma

Flávio Rocha

PMDB

PDT

PSDB

PDS

PT

PTB

PL

PDC

Lael VarellaOrlando Bezerra

Alano de FreitasJoni VariscoJosé Belato

José Maranhão

:Aldo PintoCarlos Lupi

Joãb Baptista Motta

Francisco Diógenes

Paulo Bernardo

Annibal Teixeira

Jones Santos Neves

Puaderney AvelinoPDS PTR

José DiogoPrisco Viana

José Lourenço ~rcelo LuzTelmo Kirst

Carlos Camurça

PLMaurício Campos Wellington FagundesServiços de Comissões EspeciaisAnexo fi - Sala 10 - MezaninoSecretária: Maria Helena Coutinho de OliveiraRamais 7067, 7066

COMISSÃO ESPECIAL PARA DAR PARECERSOBRE A PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃO N° 17, DE 1991, QUE ''DISPÓESOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRiO NACIONAL."

Presidente: Deputado Osório Adriano1° Vice-Presidente: Deputado Sérgio Gaudenzi'lf' Vice-Presidente: Deputado Jackson Pereira30 Vice-Presidente: Deputado João HenriqueRelator: Deputado Luís Roberto Ponte

Titulares SuplentesBLOCO PARLAMENTAR

Mussa Demes Everaldo de OliveiraOsório Adriano José Burnett

Serviços de Comissoes EspeciaisAnexo fi - Sala 10 - MezaninoSecretário: Antonio Fernando Borges ManzanRamais 7061

COMISSÃO ESp;aCIAL DESTINADA A PROFERIRPARECER À PROPOSTA DE EMENDA À

CONSTITUIÇÃQ N° 46, DE 1991, QUE "INTRODUZMODIFICAçOESNAESTRUTURAPOUCIAL

Presidente: Deputado João Fagundes1° Vice-Presidente: Deputado Wilson Müller2° Vice-Presidente: Peputado Moroni Torgan3° Vice-Presidente: Deputado Aldir Cabral

Relator: Deputado: Deputado Alacid NunesTitulares Suplentes

José Teles

Aloízio SantosLaerte Bastos

Antônio de JesusIvo Mainardi

Mário MartinsPinheiro Landim

PDS

PDT

PMDB

BLOCO PARLAMENARAntônio Dos Santos

Arolde de OliveiraEuclydes Mello

Evaldo Gonçalves

Paulo RamosWilson Müller

Daniel Silva

Alacid NunesAntônio HolandaAtila LinsJosé Burnett

Hermfnio CalvinhoJoão FagundesMarcelo BarbieriMaurfiio Ferreira Lima

Aécio Neves

Edésio Passos

Samir Tannus

Carlos Kayath

PT

PDC

PTB

PSDB

Onaireves Moura

Magalhães Teixeira

Osório Santa Cruz

Sandra Starling

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PSDB PLMoroni Torgan Elias Murad João Teixeira Robson Tuma

PT PlREdésio Passos Raul Pont Pedro Abrão Júlio Cabral

PTB Serviço de Comissões EspeciaisAldir Cabral Roberto Jefferson Anexo II - Sala 10 - Mezanino

PDCSecretária: Anamélia R. C. de AraÚjoRamais 7066{l067{l052

Jair Bolsanaro Roberto Balestra Alteração: 4-11-1992

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Centro Gráfico do Senado FederalCaixa Postal 07/1203

Brasília - DF

1 EDIçAo DE HOJE: SOPÁGINAS