imagem.camara.gov.brimagem.camara.gov.br/imagem/d/pdf/dcd07jun1974.pdf · ano xxix - nq 57 capital...

56
ANO XXIX - NQ 57 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I SEXTA-FEIRA, 7 DE JUNHO DE 1974 CÂMARA DOS DEPUTAD()S .---------------- S UM A RIO ------.-----------., 1- 59. a SESSãO DA 4. a SESSã.O LEGISLATIVA DA 7. a LEGISLATURA EM 6 DE JUNHO DE 1974 I- Abertura da Sessão 11 - Leítura re assinatura da Ata da sessão anterior lU - Leitura do Expediente OFíCIO Do Sr. Presidente da Comissão de Educação e Cultura, n. o 061/74. COMUNICAÇãO Do Sr. Laerte Vieira, Líder do MDB, n. o GL/066. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei n.o 373-D, de 19'71 - Substitutivo do Senado ao Projeto de -Lci n.o 373-C, de 1971, que "define, para fins de Previdência Social, a atividade de Auxiliar de Condutor ,Autô- nomo de Veículo Rodoviário, e outras providências; tendo pareceres: da Comissão de Constitmção e Justiça. pela constitu- cionalidade e juridicidade; e, da Comissão de Trabalho e Legis- lacão Social, pela aprovação. Projeto de Lei n.O 1.876-A, de 1974 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.> 147/74 - Autoriza a alienação de bens imóveis da União, situados na área urbana de Porto Velho, no Território Federal de Rondônia e outras providências; tendo parece- res: da Comissão de Oonstituição e Justiça, pela constitucio- nalidade e juridicidade; e, das Comissões de Finanças e de Economia, Indústria e Comércio, pela aprovação. Projeto de Lei n. O 1. 941-A, de 1974 (Do Poder Executivo) - Mensagem n,v 210/74 - Autoriza a doação do imóvel que men- ciona, situado no Estado da Guanabara; tendo pareceres: da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridicidade; e, das Comissões de Economia, Indústria e Co- mércio e de Finanças, pela aprovação. IV - Pequeno Expediente JOãO VARGAS - Adoção, pelos Estados, do Plano de Clas- sificação de Cargos do Governo Federal. HENRIQUE FANSTONE -- Reivindicações de Corumbá de Goiás, Goiás. ALíPIO CARVALHO - Providências para dinamização do porto de Antonina, Paraná. ARY DE' LIMA - Encontro Regional Rural de Foz do Iguacu. JOSÉ HADDAD - Fusão Guanabara-Estado do Rio de .Janeiro. SANTILLI SOBRINHO - Prisões em São Paulo. ALENCAR FURTADO - Desvalorização da moeda. JUV!1:NCIO DIAS - Revisão da lei sobre unificação dos vestibulares. PEDRO LUCENA - Criação da Faculdade de Geologia e Minérios na Região do Seridó, Rio Grande do Norte. SEVERO EULáLIO - Conduta polítíca de Governadores em fim de mandato. JAIR MARTINS - Assassínio de motorista de táxi em Bra- sília. Falta de segurança para o exercício da profissão. WALTER SILVA - Conseqüências da venda da usina de açúcar de Itaocara, Estado do Rio de Janeiro, a grupo paulista. PADRE NOBRE - Escolas para as crianças brasileiras. SIQUEIRA CAMPOS - Remuneração de VereadOl'es. VINíCIUS CANSANÇãO - .Visita ao Presidente do Banco do Brasil. FRANCISCO LIBARDONI -- Prisão do Sl·. Florindo Balbí- not, em Santa Catarina. ADHEMAR DE BARROS FILHO - Editorial da Gazeta Mercantil: "Não faltam personagens na tragicomédia do leite." FLORIM COUTINHO - Os pontos terminais de ônibus na Guanabara. DIROEU CARDOSO - Reconhecimento de diplomas expe- didos pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Espírito Santo. JúLIO VIVEIROS - Os aposentados no sistema de reclassi- ficação de cargos. PEIXOTO FILHO - Situação dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem no País, ELOY LENZI - Tabelamento dos fatores da produção agrí- cola. DIOGO NOMURA - Entrega aos Municípios do produto das multas de trânsito arrecadadas em seu território. LUIZ LOSSO - Plano de Classificação de Cargos da União. CARDOSO DE ALMEIDA - Crise na comercíalízacão da laranja. . ALCIR PIMENTA - Difusão de centros audiovisuais de línguas estrangeiras na Guanabara. ALl<'EU GASPARINI - Definição do regime jurídico do pro- fessor contratado. Solução do problema de moradia de feno- viários da Estrada de Ferro São Paulo e Minas. CÉSAR NASCIMENTO - Liberação da BR-IOl para o trá- fego pesado. PACHECO OHAVES - Realidade econômica brasileira. TúLIO VARGAS - Free way entre Ponta Grossa e Para- naguá, Paraná. JOSll: CAMARGO - Subordinacão da Ordem dos Advoga- dos ao Ministério do Trabalho. -

Upload: others

Post on 21-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • ANO XXIX - NQ 57 CAPITAL FEDERAL

    ~IONAL

    SEÇÃO I

    SEXTA-FEIRA, 7 DE JUNHO DE 1974

    CÂMARA DOS DEPUTAD()S.---------------- S UM ARIO ------.-----------.,

    1 - 59.a SESSãO DA 4.a SESSã.O LEGISLATIVA DA 7.aLEGISLATURA EM 6 DE JUNHO DE 1974

    I - Abertura da Sessão

    11 - Leítura re assinatura da Ata da sessão anterior

    lU - Leitura do Expediente

    OFíCIO

    Do Sr. Presidente da Comissão de Educação e Cultura, n.o061/74.

    COMUNICAÇãO

    Do Sr. Laerte Vieira, Líder do MDB, n. o GL/066.

    PROJETOS A IMPRIMIR

    Projeto de Lei n.o 373-D, de 19'71 - Substitutivo do Senadoao Projeto de -Lci n.o 373-C, de 1971, que "define, para fins dePrevidência Social, a atividade de Auxiliar de Condutor ,Autô-nomo de Veículo Rodoviário, e dá outras providências; tendopareceres: da Comissão de Constitmção e Justiça. pela constitu-cionalidade e juridicidade; e, da Comissão de Trabalho e Legis-lacão Social, pela aprovação.

    Projeto de Lei n.O 1.876-A, de 1974 (Do Poder Executivo) -Mensagem n.> 147/74 - Autoriza a alienação de bens imóveisda União, situados na área urbana de Porto Velho, no TerritórioFederal de Rondônia e dá outras providências; tendo parece-res: da Comissão de Oonstituição e Justiça, pela constitucio-nalidade e juridicidade; e, das Comissões de Finanças e deEconomia, Indústria e Comércio, pela aprovação.

    Projeto de Lei n. O 1. 941-A, de 1974 (Do Poder Executivo) -Mensagem n,v 210/74 - Autoriza a doação do imóvel que men-ciona, situado no Estado da Guanabara; tendo pareceres: daComissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade ejuridicidade; e, das Comissões de Economia, Indústria e Co-mércio e de Finanças, pela aprovação.

    IV - Pequeno Expediente

    JOãO VARGAS - Adoção, pelos Estados, do Plano de Clas-sificação de Cargos do Governo Federal.

    HENRIQUE FANSTONE -- Reivindicações de Corumbá deGoiás, Goiás.

    ALíPIO CARVALHO - Providências para dinamização doporto de Antonina, Paraná.

    ARY DE' LIMA - Encontro Regional Rural de Foz do Iguacu.

    JOSÉ HADDAD - Fusão Guanabara-Estado do Rio de.Janeiro.

    SANTILLI SOBRINHO - Prisões em São Paulo.ALENCAR FURTADO - Desvalorização da moeda.

    JUV!1:NCIO DIAS - Revisão da lei sobre unificação dosvestibulares.

    PEDRO LUCENA - Criação da Faculdade de Geologia eMinérios na Região do Seridó, Rio Grande do Norte.

    SEVERO EULáLIO - Conduta polítíca de Governadores emfim de mandato.

    JAIR MARTINS - Assassínio de motorista de táxi em Bra-sília. Falta de segurança para o exercício da profissão.

    WALTER SILVA - Conseqüências da venda da usina deaçúcar de Itaocara, Estado do Rio de Janeiro, a grupo paulista.

    PADRE NOBRE - Escolas para as crianças brasileiras.SIQUEIRA CAMPOS - Remuneração de VereadOl'es.

    VINíCIUS CANSANÇãO - .Visita ao Presidente do Bancodo Brasil.

    FRANCISCO LIBARDONI -- Prisão do Sl·. Florindo Balbí-not, em Santa Catarina.

    ADHEMAR DE BARROS FILHO - Editorial da GazetaMercantil: "Não faltam personagens na tragicomédia do leite."

    FLORIM COUTINHO - Os pontos terminais de ônibus naGuanabara.

    DIROEU CARDOSO - Reconhecimento de diplomas expe-didos pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdiade Vitória, Espírito Santo.

    JúLIO VIVEIROS - Os aposentados no sistema de reclassi-ficação de cargos.

    PEIXOTO FILHO - Situação dos Enfermeiros, Auxiliares eTécnicos de Enfermagem no País,

    ELOY LENZI - Tabelamento dos fatores da produção agrí-cola.

    DIOGO NOMURA - Entrega aos Municípios do produto dasmultas de trânsito arrecadadas em seu território.

    LUIZ LOSSO - Plano de Classificação de Cargos da União.

    CARDOSO DE ALMEIDA - Crise na comercíalízacão dalaranja. .

    ALCIR PIMENTA - Difusão de centros audiovisuais delínguas estrangeiras na Guanabara.

    ALl

  • 3954 Sexta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL 146-A, de 1974 - Apro-vado.

    Projeto n.o 1.167-B, de 1968 - Rejeitador

    Pmjeto n.O 1.463-A, de 1973 - Aprovado.

    Projeto n.o 1. 494-A, de 1973 - Adiado.

    Projeto n.o 1. 524-A, de 1968 - Rejeitado.Projeto n.O 1. 350-A, de 1973 - Emendado.LAERTE VIEIRA (Como Líderj - Fusão dos Estaaos do

    Rio de Janeiro e da Guanabara.

    CÉLIO BORJA (Como Líder) - Resposta ao discurso doDeputado Laerte Vieira.

    VII - Comunicações das Lideranças

    CÉLIO BORJA - Fusão dos Estados do Rio de Janeiro e daGuanabara.

    CÉSAR NASCIMENTO - Recursos federais para socorrer. municípios eatarinenses atingidos por enchentes. Entrada e em-prego de capital estrangeiro no Pais.VIII - Designação da Ordem do Dia

    IX - Encerramento

    2 - MESA (Relação dos membros)

    3 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

    4 - COMISSõES !Relação dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquerfto)

    5 - ATOS DA MESA

    ATA DA 59.a SESSÃOEM 6 DE JUNHO DE 1974

    PRESIDÊNCIA DOS SRS. FLÁVIO MARCíllO,PRESIDENTE; ADERBAL JUREMA,

    1.o·VICE-PRESIDENTE;FERNANDO GAMA, 2.o-VICE-PRESlDENTE; E

    VIN1CIUS CANSANÇÃO,SUPLENTE DE SECRETÁRIO

    I - Às 13,30 horas comparecem os Se-nhores:

    Flávio MarcflioAderbal JuremaFernando GamaDayl de AlmeidaJosé Carlos FonsecaDib CheremVinicius CansançãoTeotônio NetoJoão CasteloJarmund Nasser

    Acre

    Joaquim Macêdo - ARENA; Nasser Al-meida - ARENA; Ruy Lino - MDB.

    Amazonas

    Joel Ferreira - MDB; Leopoldo Peres -ARENA.

    Pará

    Américo Brasil - ARENA: Gabriel Her-mes _. ARENA; Júlio Viveiros - MDB.

    Maranhão

    Freitas Diniz - MDB; Henrique de LaRocque - ARENA.

    Piauí

    Corroia Lima - ARENA; Pinheiro Ma-chado - ARENA; Severo Eulálio - MDB.

    CearáEdilson Melo Távora - ARENA; Furtado

    Leite - ARENA: Januário Feitosa - ARE-NA; Jonas Carlos - ARENA; Marcelo Li-nhares - ARENA; Ossian Ararípe - ARE-NA; Paes de Andrade - MDB.

    Rio Grande do Norte

    Antônio Florêncio - ARENA; DjalmaMarinho - ARENA; Grirnaldi Ribeiro -ARENA; Henrique Eduardo Alves - MDB;Pedro Lucena - MDB; Vingt Rosado -ARENA.

    ParaíbaAntônio Mariz - ARENA; Cláudio Leite

    - ARENA; Wilson Braga - ARENA.

    Pernambueo

    Carlos Alberto Oliveira - ARENA; Gon-zaga Vasconcelos - ARENA; Joaquim Cou-tinho -- ARENA; Marco Maciel - ARENA;Thales Ramalho - MDB.

    Alagoas

    José Alves - ARENA; José Sampaio -ARENA.

    Sergipe

    Eraldo Lemos - ARENA; Francisco Rol-lemberg - ARENA; Passos Pôrto - ARB-NA; Raimundo Diniz - ARENA.

    BahiaDjaIma Bessa - ARENA; Edvaldo Flôres

    - ARENA; Ivo Braga - ARENA; João Al-ves - ARENA; Lomanto Júnior - ARENA;Luiz Braga - ARENA; Manoel Novaes -ARENA; Necy Novaes - ARENA; OdulfoDomingues - ARENA; Prisco Viana -ARENA; Rogério Rêgo - ARENA; Ruy Ba-celar - ARENA; Vasco Neto - ARENA.

    Espirito SantoDirceu Cardoso - MDB; Élcio Alvares -

    ARENA; Oswaldo ZaneUo - ARENA; Pa-rente Frota - ARENA.

    Rio de JaneiroArío Theodoro - MDB; Daso Coimbra _

    ARENA; Hamilton Xavier - MDB; MárcioPaes - ARENA; Moacir Chiesse - ARENA;Peixoto Filho - MDB.

    GuanabaraAleir Pimenta - MDB; Bezerra de No-

    rões - MDB; Célio Borja - ARENA; FlexaRibeiro - ARENA; Florim Coutinho -MDB; JG de Araújo .Jorge - MDB; LéoSimões - MDB; Lisáneas Maclel - MDB;

    Lopo Coêlho - ARENA; Nina Ribeiro -ARENA; Osnellí Martinelli - ARENA; JairMartins.

    Minas GeraisCarlos Cotta - MDB; Fábio Fonsêca -

    MDB; Jorge Ferraz - MDB; Nogueira deRezende - ARENA; Padre Nobre - MDB;Renato Azeredo - MDB; Sílvio de Abreu- MDE.

    São Paulo

    Adhemar de Barros Filho - ARENA; Al-feu Gasparini - ARENA; Amaral Furlan- ARENA; Arthur Fonsêca - ARENA;Athiê Coury - MDB; Braz Nogueira _ARENA; Cardoso de Almeida - ARENA;Diogo Nomura - ARENA; Faria Lima _ARENA; Francisco Amaral- MDB; FreitasNobre - MDB; Henrique Turner - ARE-NA; Herbert Levy - ARENA; Ildélío Mar-tins - ARENA; ítalo Fittipaldi - ARENA;Mário Telles - ARENA: Maurício Toledo -ARENA; Pacheco Chaves - MDB; Ruydal-meida Barbosa - ARENA; Salles Filho -ARENA; Santilli Sobrinho - MDB; SylvioVenturolli - ARENA.

    GoiásAnapolino de Faria - MDB; Ary Valadão

    - ARENA; Brasílio Caiado - ARENA; Jua-rez Bernardes - MDB; Siqueira Campos- ARENA; Wilmar Guimarães - ARENA.

    Mato Grosso

    Emanuel Pinheiro - ARENA; Garcia Net-to - ARENA; Gastão Müller - ARENA;Lopes da Costa - ARENA; Mareilio Lima- ARENA; Ubaldo Barem - ARENA.

    Paraná

    Agostinho Rodrigues '- ARENA; AlipioCarvalho - ARENA; Antônio Annibelli _MDB; Ary de Lima - ARENA; ArnaldoBusato - ARENA; José Carlos Leprevost- ARENA; Luiz Losso - ARENA (SE);Olivir Gabardo - MDB; Roberto Galvani- ARENA.

    Santa CatarinaAbel Avila - ARENA; Adhemar Ghisi _

    ARENA; Cesar Nascimento - MDB; F'ran-cisco Libardoní - MDB; Jaison Barreto -

  • :Junho de 1974:' DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL

  • 3956 Sexta~feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Junho de 1974

    In - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça, em

    reunião de sua Turma "A", realizada em23-5-74, opinou, unanimemente, pela ~onstitucionalidade e [urldícídade do Substltuti-vo do Senado ao Projeto n.O 373-0/71, nostermos do parecer do Relator.

    Estiveram presentes os Senhores Depu-tados:

    José Bonifácio - Presidente, Miro 'I'eí-xeíra - Relator. Luiz Braz, Élcio Álvares,Altair Chagas, Adhemar Ghisi, José Alves,Antônio Mariz. Alceu Collares, Ubaldo Ba-rém e Ernesto Valente.

    Sala da Comissão, 23 de maio de 1974. -José Bonifácio, Presidente - Miro Teixeira,Relator.

    PARECER DA COMISSAo DETRABALHO E LEGISLA,ÇAO SOCIALI e 11 - Relatório e Voto do RelatorO nobre Deputado Osnellt Martinelli

    apresentou o Projeto de Lei n.o 373-B, de19';11, definindo para fin~ de PrevidênciaSocial, a atividade de Auxlliar de CondutorAutônomo de Veiculo Rodoviário, redigidoassim:

    "Art. 1.0 ]j'; facultada ao Condutor Au-tônomo de Veículo Rodoviário a cessãodo seu automóvel, em regime de colabo-ração, no máximo a 2 (dois) outrosprofissionais.§ 1.0 Os auxiliares de Condutores Au-tônomos de Veículos Rodoviários con-tribuirE o para o INPS de forma idên-tica às dos Condutores Autônomos.

    § 2.° Nâo haverá qualquer vínculo em-pregatício nesse regime de trabalho,devendo ser previamente acordada, en-tre os interessados, a recompensa poressa forma de colaboração.

    § 3.° As autoridades estaduais comoe-tentes fornecerão ao motorista eolabo-r> "ar identidade que o qualifique comotal.§ 4.0 A identidade será fornecida me-diante reuuerímento do interessado,com a concordàncía do proprietário doveículo.Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor nadata ele sua pubücacão, revogadas asdisposições em contrário."

    Anós a tramttacão regimental houve porbem. o Senado da República apresentarSurstitutivo ele autoria do eminente Sena-dor Paulo Torres consubstanciado nos se-guintes termos:

    "Art. 1.0 É facultada ao motorista pro-fissional a cessão de seu automóvel. emregime de associação, no máximo a 2(dois) outros profissionais.Parágrafo único. Os cessionários sãoobrigados à matrícula no veículo e con-tribuirão para o Instituto Nacional dePrevidência Social como trabalhadoresautônomos.Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor nadata de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário."

    Parecem-nos que devamos aprová-lo devez que sintetizando a matéria aprecianda,li conduz a uma melhor formulação legal.

    Assim um grande número de motoristassem vínculo empregatício, pois operam nabase de participação de renda, e que nãosendo autônomos, não podem contribuirpara a Previdência Social, com a presenteLei têm a sua situação nesse particular so-lucionada.

    Brasília. 22 de novembro de 1973. - Hen-.rlque de La Rocque.

    IH - Parecer da' Comissão

    A Comisão de Trabalho e Legislação So-cial, em sua reunião ordinária realizadaem 28 de março de 1974, opinou, unanime-mente, pela aprovação do Substitutivo doSenado ao Projeto de Lei n.O 373-B/71, nostermos do Parecer do Relator, DeputadoHenrique de La Rocque.

    Estiveram presentes os Senhores Depu-tados Raimundo Parente, Alcír Pimenta,Osmar Leitão, Alvaro Gaudêncio, José daSilva Barros, Bezerra de Norões, RobertoGalvani, Rezende Monteiro, Cálío MarquesFernandes, Walter Silva, Argílano Dario,Francisco Amaral, Henrique de La Rocque,Wilmar Dallanhol, João Alves, Wilson Bra-ga Fernando Cunha e Maurício Toledo.

    Sala da Comisão, em 28 de março de 1974.- Raímundo Parente, Presidente - Hen-rique de La Rocque, Relator.

    PROJETO DE LEIN.o 1.876-A, de 1974

    (Do Poder Executivo)

    MENSAGEM N.o 147174

    Autoriza a alíenacão de bens imóveisda União. situados .na área urbana dePorto Velho, no Território Federal deRondônía, e dá outras providências; ten-d':! pareceres: da Comissão de Constitui-ção e Justiça, pela constitucionalidadee ,iuridicirl'\de' e, das Comissões de Fi-nsneas e de Economia, Indústria e Co-mércio, pela aprovação.

    (PRO.JE'l:'O D'H: LEI N.o 1.876, DE 1974, AQUE SE R1!:FEREM OS PARECERES).

    O Congresso Nacional decreta:

    Art. 1.° Fica autorizado o GoV'PlDO doTerritório Federal de Rondônia a vender osimóveis residenciais de propriedade daUnião, sob sua admínistracão, situados naárea urbana de Porto Velho e ocupadospor servidores públicos daquele Território,de acordo com as condições estabelecidasnesta Lei.

    ~ 1.° A venda se fará pelo valor atualdo imóvel. fixado em avaliação procedidape.o Governo do Território.

    ~ 2.0 O :Ireço poderá ser pago pelo ad-quirente em prestacôes mensais ou me-diante rínanctamento. segundo o disnostoem instruções do Ministro de Estado doInterior.

    Art. 2." I'erá preferência para aquíst-âodos imóveis de que trata 1 a: .ígo 1.0, inde-pendente dI' prévia ücítaçâo, o servidorpúblico que neles residir.

    Parágrafo único. A preferência assegu-rada neste artigo estende-se ao cônjugesobrevivente ou herdeiro necessário do ser-vidor público, se ocupante de imóvel a seralienado.

    Art. 3.° Os Imóveis que não forem adqui-ridos pelos respectivos ocupantes, nas con-dicões estabelecidas nos artigos 1.0 e 2.0desta Lei, serão vendidos em concorrência,de acordo com o disposto nos artigos 141e seguintes do Decreto-lei n.o 9.760, de 5de setembro de 1946.

    Art. 4.0 Os recursos provenientes dasalienações serão recolhidos ao Banco Na-cional da Habítaçâo, visando à construçãode novos imóveis no Território Federal deRondônia, destinados à venda a servidorespúblicos.

    Art. 5.° O Governo do Território Federalde Rondônip comunicará ao Serviço do Pa-trimônio da União as alienações realizadas,instruindo o expedíente com o' titulo depro'oríedade da União e respectivo instru-mento de transferência,

    Art. 6.°0 Ministro de Estado do Interiorbaixará instruções para a execução dasmedidas previstas nesta Lei.

    Art. 7.° Esta Lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

    Brasília, em de de 1974.LEGISLAÇÃO CITADA

    DECRETO-LEI N.o 3.760DE 5 DE SETEMBRO DE 1946

    Dispõe sobre os bens imóveis daUnião, e dá outras providências.

    • •• a o ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••,

    Art. 141. Em se tratando de imóvel uü-lizavel em ríns residenciais, a concorrêncraserá realizada apenas entre servidores daUniâo, não propríetaríos de lmovel, na loca-lidade da sltuação do bem alienando, admi-tindo-se, às subsequentes, quaisquer inte-ressados, quando à anterior não se apre-sentarem licitantes.

    Art. 142. A alienação a servidor da Uniãose rará pelo valor atualizado de imóvel, ver-sando a concorrência sobre as qualidadespreferenciais dos candidatos, relativos aonúmero de dependentes, remuneracâo etempo de serviço. "

    § 1.0 As qualidades preferenciais serãoapuradas conforme tabela que visará ,\0amparo dos mais necessitados organizadapelo S.P.U. e aprovada pelo Ministro daFazenda.

    § 2.0 O concorrente deverá apresentarcom a sua proposta, os seguintes documen-tos:

    I - prova de ser servidor da União;II - certidão de tempo de serviço públi-

    co;

    HI - prova de estado civil e do númerode dependentes; e

    IV - prova de não possuir imóvel na lo-calidade.

    ~ 3.° As provas exigidas nos itens UI e. IV do parágrafo anterior poderão ser pro-

    duzidas por atestado firmado por 2 (dois)servidores da União.

    Art. 143. A alienação a quaisquer inte-ressados se fará pela maior oferta.

    Parágrafo único. Havendo empate, seráda da preferência ao licitante casado. emreiacào ao solteiro ou viúvo que não sejaarrimo de família. e. entre casados e sol-teiros ou viúvos que selam arrimo de rami-Ira ao que tiver maior número de depen-dentes.

    A!t. 144. A importância da aquisição po-dera ser paga em prestações 'mensais, até omáximo de 240 (duzentos e quarenta), e até5 (cinco) dias após o mês vencido, sob penade multa de mora de 10% (dez por cento)sobre o valor da prestação devida, sujeita,porém. a transação às condtcões seguintes:

    I - ficar o imóvel gravado com cláusula.de inalienabilidade pelo prazo de 10 (dez)anos, quando adquirido na forma do art,142;

    II - ser o imóvel dado em hipoteca àUnião, em garantia da divida com a suaaquisição, e no mesmo ato desta; e

    IH - ser instituído em favor da Uniãoseguro de ímovel contra risco de fogo, porquantia não inferior ao valor das cons-truções existentes.

    § L° A prestação mensal compreenderá:I - cota de juros, à taxa de 6% (seis

    por cento) ao ano, quando adquirido o imó-vel na forma do art. 142 ou de 8% (oitopor cento), nos demais casos, e amortiza-ção. em total constante e díscrímínável eon-forme o estado real da dívida; e

  • J'unhó de 1974 DIAliIo no CONGRESSO NACIONAL 200, de 1967, o leilão como uma dasmodalidades de licitação.

    A permissibilidade legislativa ora solici-tada é o único desfecho jurídico viável paraque se efetive a alienação pretendida.

    MéritoTrata a proposição de instituir a venda

    prererencíal a servidores públicos dos imó-veis da União, de que sejam legítimos ocu-pantes, pelo valor fixado em avaliação pro-cedida pelo Governo do Território Federalde Rondônia. A preferência estende-se aocônjuge sobrevivente ou ao herdeiro neces-sário. Os imóveis que não sejam adquiridospelos respectivos ocupantes serão venàidosatravés de concorrência, nos termos do De-creto-lei n.o 9.760, de 1946.

    A Exposição de Motivos que acompanha oprojeto alinha entre as razões que justifi-cam a alienação:

    a) os imóveis constituem-se em ônus pa-ra a Administração, eis que os gastos com a;sua manutenção sequer chegam a ser co-bertos pela "taxa de ocupação";

    b) após alienados os imóveis passarão a-ser gravados pelos impostos redundando embenefício para a Municipalidade;

    c) os recursos providos' da venda serãorecolhidos ao Banco Nacional da Habita-ção, propiciando a construção de novasunidades residenciais.

    A medida objetlvada pelo projeto é demeritório alcance social e afina com ospropósitos governamentais no que diz l'es-peito à política habitacional. Há o Gover~no que, também em relação ao que lhepertença, estar coerente com a função so-cial da propriedade, de que trata o incisoIII, do art. 160, da Constituição Federal.Conseqüentemente, não temos, no mérito,objeções a fazer ao projeto em estudo.

    6. Constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa.

    O Projeto n,> 1.876/74 está conformecom a ordem constitucional e jurídica vi~gentes e foi lavrado em boa técnica le-gislativa.

    11 - Voto do RelatorPelas razões expostas em nosso relató-

    rio votamos pela aprovação do projeto.Sala das Sessões, em 30 de abril de 1974.

    - Lauro Leitão, Relator.

    111 - Parecer da ComissãoA Comissão de Constituição e Justiça,

    em reunião de sua Turma "B". realizadaem 30-4-74, opinou, unanimemente, pelaconstitucionalidade e juridicidade do Pro-jeto n.o 1.876/74, nos termos do parecer doRelator.

    Estiveram presentes os Senhores Depu-tados: Túlio Vargas -r-e- Vice-Presidente. noexercício da Presidência, Lauro Leitão -Relator, José Bonifácio Neto, HamiltonXavier, Adhemar Ghisi, Altair Chagas,li:lcio Alvares, Djalma Marinho, João Li-nhares, Luiz Braz, Djalma Bessa e AlfeuGasparlni,

    Sala da Comissão, 30 de abril de 1974.- Túlio Vargas, Vice-Presidente, no Exer-cicio da Presidência, - Lauro Leitão, Re-lator.PARECER DA COMISSãO DE FINANÇAS

    I _ Relatórío

    O Projeto n.o 1.876/74, originado pelaMensagem ri.? 147; do Poder Executivo,com Exposiçâo de Motivos do Senado Mi-nistro do- Interior, demanda ao Poder Le-gislativo autorização para alienação deimóveis, aos seus atuais ocupantes, no 'I'er-rítório Federal de Rondônia,

    II - Voto do RelatorDe acordo com o Decreto n.~ 63.272. de

    24 de setembro de 1968, que autorizou oTerritório I!'ederal de Rondônia a alienaros imóveis de propriedade da União loca-lizados naquela Unidade Federativa, res-salvados os interesses econômicos e sociaisde sua manutenção, legislação esta que'fundamenta a Exposição de Motivos do Se-nhor Ministro do Interior, e, tendo emvista, ainda, o caráter benfazejo de medi-da, isto é, da alienação em favor dos atuaisocupantes, todos eles servidores públicosda União. Somos pela aprovação do Pro-jeto n.o 1.8'16/74.

    Sala da Comissão, em 14 de maio de 1974.- Fernando Magalhães, Relato!:.

  • ~958 Sé~ta-feira ~ DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção IJ .Junho de 1974

    III - Parecer da Comissão

    A Comissão de Finanças, em sua reu-nião ordinária, realizada em 15 de maiode 1974, opinou, unanimemente, pela apro-vação do Projeto n.? 1.876/74, nos termosdo parecer do Relator, Deputado FernandoMagalhães.

    Compareceram os Senhores Arthur San-tos, Presí-Iente, Ildélio Martins e AthiêCoury, Vice-Presidentes, Cesar Nascimen-to Tourinho Dantas, José Freire, Aldo Lu-:P~, Florim Coutinho, Dias Menezes, JoãoCastelr Ozanan Coelho, Ivo Braga, Home-ro Santos, Jorge Vargas, Joel Ferreira, Fer-n ando Magalhães, Adhemar de Barros Fi-lho, Oziris Pontes, Peixoto Filho, DyrnoPires e Leopoldo Peres.

    Sala da Comissão, em 15 de maio de1974. _ Deputado Ildélio Martins, Presi-dente -m exercicio. - Fernando Maga-lhães, Relator.

    PARECER DA COMISSÃO DEECONOMIA, INDúSTRIA E COMÉRCIO

    I - Relatório

    Encaminha o Poder Executivo, na formado art. 51 da Constituição, ao CongressoNacional através da Mensagem n.? 147/74,projeto de lei que autoriza a alienação deimóveis da União situados na área urbanade Porto Velho, :i.10 Território Federal deRondônia.

    Na Exposição de Motivos do Senhor ~inistro do Interior. que acompanha a CIta-da Mensagem, são definidos os objetivosda proposição ora em exame. Destacamosalguns trechos:

    "O Decreto n.? 63.272, de 24 de setem-bro de 1968, autorizou o Território Fe-deral de Rondônia a alienar os imóveisde propriedade da União, localizadosnaquela Unidade Federativa, atual-mente ocupados por servidores públi-cos para fins residenciais, desde quenão houvesse interesse econômico e so-cial na sua manutenção...........................................Vale ressaltar, porém, que os imóveisoonstttuem pesado ônus para a admi-nistração territorial, já que o aluguelcom eles arrecadado, a titulo de "taxade ocupação", não compensa os gastoscom a sua conservação e, uma vez alie-nados, redundariam em benefício daMunicipalidade, que teria poderes deeobranca do imposto predial inciden-te. •Além disso, os créditos e recursos,oriundos das vendas, passariam a serrecolhidos ao Banco Nacional da Habi-tação, objetivando a construcão de no-vos imóveis no Território Federal deRondônia..................................................................Por outro lado, o desejo do Senhor{" overnador, em aliená-los aos servi-dores públicos que atualmente osocupam, tem um objetivo social per-feitamente claro. O critério mandadoadotar hoje em dia, pela legislaçãopertinente, para a venda dos imóveisnão atenderia aos interesses da clas-se, pcdendo, inclusive, criar situaçõesangustiosas para antigos ocupantes,obrigados a se retirar em favor de ou-tros candidatos, criando-se, desse mo-do, problemas de ordem econômico-so-cial, com profundos reflexos na pró-pria administração do Território."

    Em tramitacão nas doutas Comissões deConstituição é Justiça e de Finanças, de-las mere..e aprovação tanto em seus as-pectos constitucional, jurídico e de técnical'!5Íslativa, como também pelo mérito aelas pertinente.

    A medida preconizada é apenas umacomplementação da legislação vigente,tendo em vista beneficiar diretamenteos servidores públicos, que atualmenteocupam os imóveis visados.

    A razão principal alegada em prol damedida é a extincão dos gastos de manu-tenção, concorrendo assim para o menordispêndio do Governo do Território. Res-saltamos _inda que os recursos arrecada-dos com a alienação serão recolhidos aoBanco Nacional da Habitação, proporcio-nando meios para a construção de novosimóveis, destinados também a servidorespúblicos em atividade naquela unidade fe-derativa.

    11 - Voto do RelatorConsideramos altamente meritória a 1111-

    eíatíva governamental ora em exame e,tendo em vista os objetivos a alcançar,somos pela sua aprovação também na Co-missão de Economia, Indústria e Comér-cio.

    Sala de Reuniões, emLuiz Losso, Relator.

    :iH - Parecer da ComissãoA Comissão de Economia, Indústria e

    Comércio, em "euniáo Ordinária, realizadaem 6 de junho de 1974, aprovou, por una-nimidade, o Voto do Relator, Deputado LuizLosso, Favorável ao Projeto n. O 1.876/74,do Poder Executivo, oriundo da Mensagemn. o 147/74, que "Autoriza a alienação debens imóveis da União, situados na áreaurbana de Porto Velho, no Território Fe-deral de Rondônia, e dá outras providên-cias".

    Oomp treceram os Deputados Arthur Fon-seca, no exercício da Presidência, Luiz Los-so, Relator, Amaral Furlan, Jonas Carlos,Alberto Holfmanll, Léo Simões, Cardoso deAlmeida, Sp··til1i Sobrinho, João Arruda,Braga Ramos, José Haddad e Ortiz Mon-teiro.

    Sala da Comissão, em 6 de junho de1974. - Arthur Fonseea, no exercicio daPresidência. - Luiz Losso, Relator.

    PROJETO DE LEIN.o L941-A, de 1974

    (Do Poder Executivo)MENSAGEM N.o 210/74

    Autoriza a doação do imóvel quemenciona, situado no Estado da Gua-nabara; tendo pareceres: da Comissãode Constituição e Justiça, pela consti-tucionalidade e juridicidade; c, das Co-missões de Economia, Indústria c Co-mércio e de Finanças, pela aprovação.

    (PROJETO DE LEI N.o 1.941, DE 1974, AQUE SE REFEREM OS PARECERES).O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 J!: o Poder Executivo autorizado

    a doar à Obra Beneficente São João da Cruzo imóvel da União, situado na Rua Almi-rante Alexandrino n,? 5.326, em Santa Te-resa, Estado da Guanabara, com área de1.419,7547 m 2 (mil quatrocentos e dezenove

    .metros quadrados e sete mil quinhentos equarenta e sete centímetros quadrados).

    Art. 2.0 Destina-se o imóvel a que se re-fere o artigo anterior à realização de obraassistencial de proteção à criança e à ju-ventude e de auxilio à velhice desamparada.

    Art. 3.° A doação se efetivará mediante. termo a ser lavrado em livro próprio noServiço do Patrimônio da União, do qualconstará cláusula de reversão no caso deextinção da donatária.

    Art. 4.0 Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação, revogadas as disposiçõesem contrário.

    Brasília, em de de 1974.

    MENSAGEM N.o 210DE 1974, DO PODER EXECUTIVO

    Excelentíssimos Senhores membros doCongresso Nacional:

    Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada de-liberação de Vossas Excelências, acompa-nhado de Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estado da Fazenda, o anexoprojeto de lei que "autoriza a doação doimóvel que menciona, situado no Estado daGuanabaI'a"•

    Brasília, em 3 de maio de 1974. - ErnestoGeisel.

    EXPOSIÇãO DE MOTIVOS 411.932/73, N.o188, DE 23 DE ABRIL DE 1974, DO MINIS-TÊRIO DA FAZENDA.

    Excelentíssimo Senhor Presidente da Re-pública:

    No anexo processo, pleiteia a Obra Bene-ficente São João da Cruz, instituição socialde proteção à criança, à juventude e à ve-lhice desamparada, a doação do imóvel si-tuado na Rua Almirante Alexandrino n,?5.326, antigo 1.531l, em Santa Teresa, Estadoda Guanabara, de que é cessionária desde1966, por força de autorização dada peloDecreto n.? 55.962, de 20 de abril de 1965, econtrato de cessão gratuita lavrado aos 14de fevereiro de 1966 (fls. 1 a 7).

    2. Alega a interessada que o imóvel ne-cessita de grandes reparos e ampliação, demodo a possibilitar atendimento a um maiornúmero de menores desamparados, obje-tivo a ser alcancado mediante obtencão deempréstimos de entidades oficiais, visto nãodispor a entidade de recursos suficientespara tal empreendimento, não lhe sendopossível, entretanto, recorrer a esse meio,por não possuir a propriedade do imóvel..

    3. Considerando que a cessão realmentese restringe ao uso do imóvel, não permitin-do seja o mesmo onerado com hipoteca, etendo em vista ter sido constatado, em vis-toria, que a interessada vem realizandoobra assistencial meritória (fls. 12v), opinao Serviço do Patrimônio da União, que seautorize a doação, mecJiante lei, em que sejaprevista a reversão à União no caso de dis-solução da entidade.

    4. Concordando com os pareceres, tenhoa honra de submeter à elevada consideracãode Vossa Excelência os anexos projeto' demensagem e anteprojeto de lei.

    Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência os protestos do meu maísprofundo respeito. - Mário Henrique Si-monsen, Ministro da Fazenda.

    PARECER DA COMISSÃODE CONSTITUIÇãO E JUSTIÇA .

    I e 11 - Relatório e Voto do Relatgr

    O Projeto n.o 1.941/74, oriundo de Men~sagem do Poder Executivo de 11. 0 210/74,está vasado com as cautelas e regras jurí-dicas que recomendam sua aprovação.

    Permitimo-nos ressaltar os seguintes pon-tos:

    a} destina-se o imóvel objeto da doa-ção a entidade assistencial de proteçãoà criança e à juventude, e de auxílioà velhice desamparada;

    b) referida entidade detém o uso doimóvel e sua cessão desde 1965, estan-do impedida de ampliá-lo e melhorá-lopor não ter sua propriedade;

    c) o imóvel não poderá ser gravadocom hipoteca, e tem seu retorno pre-visto à União em caso de se dissolvera entidade.

  • .Junho de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira '1 895&

    Nada encontramos, no que compete. aesta Comissão de Constituição e Justlçaopinar, que possa obstar 9 curso da propo-sição, pelo que a aprovaI!10~' !~conhecendosua constitucionalidade, [urldicídade e boatécnica legislati va.

    Sala da Comissão, de maio de 1974. -Altair Chagas, Relator.

    IH - Parecer da ComissãoA Comissão de oonstrtuícão e Justiça, em

    reunião de sua Turma "B", realizada em15-5-74 opinou, unanimemente, pela c~nstitucioIialidade e juridicidade do Projeton.? 1.941/74, nos termos do parecer do Re-lator.

    Estiveram presentes os Senhores Depl~tados José Bonifácio - Presidente; AltairChagas - Relator; Alfeu Gasparini, Ernes-to Valente Lauro Leitão, Ubaldo Barem,Miro Teix~ira, Alceu Collares, Luiz Braz,Arlindo Kunzler e Sílvio de Abreu.

    Sala da Comissão, 15 de maio de .1974. -José Bonifácio, Presidente. - Altall' Cha-gas, Relator.

    PARECER DA COMISSÃODE ECONOMIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO

    " 'I - Relatório

    Através da Mensagem n.? 210/74, o PoderExecutIVO submete à apreciação do Con-gresso Nacional, o Projeto de Lei n.? .,;.1.941/74, que objetiva autorizar a doacâode imóvel que menciona, situado no Estadoda Guanabara.

    O art. 2.0 do projeto de lei esclarece queo imóvel em questão destina-se à re~liza;cão de obra assistencial de proteção aertanca e à juventude e de auxílio à velhicedesamparada.

    E em seu art. 3.°, prescreve que a doa-cão' efetivar-se-á mediante termos a seríavrado em livro próprio no Servico do Pa-trimônio da União. do qual constará cláu-sula de reversão no caso de extinção dadonatária.

    A Mensagem n.O 210/74 é acompanJ:la?ade Exposicão de Motivos do Senhor Mínís-tro de Estado da Fazenda que informa,verbís: '< ••• Co imóvel necessita de grandesreparos e ampliação, de modo a possibilitaratendimento a um maior número de meno-res desamparados, objetivo a ser alcançadomediante obtenção de empréstimos de.en-tidades oficiais, visto não dispor .a entída-

    'de de recursos suficientes para tal empre-endimento, não lhe sendo possível,_ entre-tanto recorrer a esse meio, por nao pos-suír ~ propriedade do imóvel"; "Conside-rando que a c~ssão realment

  • S960 Sexta-fêira 7

    =DIARIODO CONGRESSO NACIONAL (Se!Jáo 1) Junho de 1974

    pólos de progresso e centro de atividadehumana. Sem dúvida que o Porto de Para-lIlaguá merece toda a atenção do Governo,mas. parece-nos, essa atenção deve ser dada

    . também a Antonina, para nao matar de vez:toda a esperança de um povo que precisa,'Pelo menos de eondíeões mínimas paraaguardar a' chegada cie outros estímulosconsiderados mais adequados no contextoatual.

    O porto de Antonina está equipado paraatender a navios de menor calado; no en-tanto quase não apresenta movimentação.MuitOs produtos que transitavam pelo portojá deixaram de o fazer, como ocorreu coma importação de trigo e sal e a exportaçãode cereais e café, que hoje são embarcadose desembarcados por Paranaguá. O consen-so geral, no Paraná, é o de_que o porto ~eAntonina ainda tem condíções de ser aUXI-liar de Paranaguá quer na época das .sa-Iras, pelo congesti~nam~ntQ que ali se_verí-fica quer no tocante a movímentaçâo dec::"rgas especiais obrigatoriamente destina-das a Antonina. Merece salientar que, ul-timamente, pelos melhoramentos reali~ados,com a dragagem da bacia de evoluçao docais não só o comercial como o perten-cente às Indústrias Reunidas Francisco!\'lattarazzo, alguns navios já estão bus-cando o porto de Antonina para ~ .entregade toras de madeira que o Pararià Importado Norte do país, embora as tarifas apro-vadas para Antonina não constituam atra-tivos em face das adotadas em Itaj aí eSão Francisco, que oferecem diferenças sen-síveís a favor desses portos catarinenses.Isso se traduz em menor procura ao portode Antonina, por razões óbvias, quais se-jam:

    Antonina - tarifa cabotagem 1,78; longocurso 1,84;

    Itajaí - tarifa cabotagem 0,37, longocurso 1,38;

    São Francisco - tarifa cabotagem 0,65longo curso 0.84.

    Como se verifica, ainda existem muitasoportunidades ao Porto de Antonina que de-vem merecer atencão especial'do Governo,a fim de que o povo capelista tenha con-dicões de prosseguir nas suas atividadesnormaís com um mínimo de segurança, pa-ra evitar os problemas sociais que tendem ase avultar por farta de melhores perspec-tivas para o futuro.

    Assim, solicitamos:1. Ao Departamento Nacional de Portos

    e Vias Navegáveis: a adoção, para o Portode Antonina, de tarifas equivalentes aosportos de Itajaí e São Francisco.

    2. À SUNAMAN: baixar resolucão paraque os navios com cargas de toras e saldestinadas ao Paraná sejam obrigatoria-mente movimentadas pelo Porto de Anto-nina. São navios de pequena tonelagem eque podem perfeitamente operar nesse Por-to.

    _ Determinação para que o Lóide Brasi-leiro e a LIBRA mantenham Iínb ts regula-res destinadas ao Porto de Antonina, paranavios de até 5.000 toneladas.

    3. A Rede Ferroviária Federal: determi-nação para que seja efetuado o ::onserto doramal Itapema, ligando a estação ao Portoque se encontra interditado desde os pri-meiros dias de abril deste ano. A impossi-bilidade do uso desse ramal aumenta osfretes pela utilização de caminhões. inci-dindo nos custos das mercadorias que tran-sitam do porto à estação.

    4. Ao Ministério da Indústria e do Co-mércio: a determinação da ohrtg-rtr.rrecladedo embarque de cota de café de Entreposto,através o Porto de Antonina.

    Era o que tínhamos a dizer.

    o SR. ARY DE LIMA - (Pronuncia o se-guinte discurso.) Sr. Presídenta, promovi-do pela Federação da Agrícultura do Esta-do do Paraná, instalou-se, na manhã dehoje, o Encontro Regional Rural de Foz deIguaçu.

    Enorme e proveitoso para nós esse en-contro, por tudo quanto mostrará aos olhosdo Brasil, ali representado não apenas porabnegados agricultores, ilustrados confe-rencistas e autoridades paranaenses, toda-via com a presença de S. r,,".a, o Sr. Minis-tro da Agricultura, que, não duvidamos, te-rá olhos extasiados pela contemplação detantas .naravílhas e riquezas até agora ape-nas construídas, naquela milionária e desas-sistida região, pela iniciativa particular epelo amor perseverante de famílias que setêm úedícado exclusivamente ao amanho daterra.

    A região do oeste do Paraná, por mais deuma vez, já foi por nós trazida ao. Plena-rio desta Casa, ora para solicitação derodovias que lhe escoassem os produtos daterra, ora para defesa dos encantos natu-rais ímpísdosam nte dizimados nos ParquesNacionais de Iguaçu e de Sete Quedas.

    A região do oeste do Paraná. por mais deuma vez, já foi ,)01' nós lembrada nestaCasa, seja para edificação no porto de Guaí-ra, cujo cais, primitivamente. contínua sen-do a barranea do rio Paraná, seja apelandopor trítícultcres e moageiros sacrificados,seja pela existência de mais benéfica polí-tica de preços da soja e do hortelã.

    'Oe') temário a ser desenvolvido nesse En-contro Regional Rural de Foz do Iguaçu, edestinado à soja, ao trigo, ao milho e àpecuária de corte, com as Comissões de Po-lítica de Pr-.éução, Política de Transpor-tes, de Crédito e Estatistica, voltamos aafirmar crença naquela realização, pois osproblemas a serem tratados pertencem, emmaioria, ao Ministério da Agricultura, que,pelo seu titular, acompanhará debates e secompenetrará das reais necessidades doagricultor paranaense.

    Não bastara a palavra autorizada e cul-ta de conferencistas escolhidos, abordandoa atualidade agropastorfi, dentro do mun-do da tecnologia, para completa orienta-cão e sucesso dos homens que se entregamà. lavoura. Se. inegavelmente, precisa se fazessa orientação, ela permaneceria inútilse mais eficiente assistência não fosse da-ela à agricultura e aos agricultores, prin-cipalmente no tocante à construção de ro-dovias que se f'acam err- escoadouros dosprodutos d? terra, ovít.ando-se transportescaríssimos e consideráveis estragos e 'pre-juízos em safras que se perdem, quandoas estradas ora existentes se transformamem atoleiros e em cemitérios de veículos.

    Inúteis seriam todas as licões ministradase resultantes do Encontro 'Regional Ruralde Foz do Iguaçu se em terra milionária,como o oeste do Paraná, os lavradores con-tinuassem atormentados com a falta depreços par!', a soja, com a ausência dosmoinhos coloniais, com a íncerteza de di-reitos sobre terras que desbravaram e ha-bitam, sem a segurança de rodovias asfal-tadas, sem melhoramentos no Porto deGuaíra.

    O comparecimento de S. Ex.a, o Sr. Mi-nistro da Agricultura, no dia de hoje, à lou-vável iniciativa da Federação da Agricul-tura do Estado do Paraná, quererr os acre-ditar, será marco inicial de esperanças no-vas e alentadoras.

    Oxalá seja compreendido o sacrifício detantas criaturas idealistas que alimentamcorredores de exportação, e dão de comer aregiões carentes, e enriquecem a Pátria,com o trabalho santo e cristão da lavoura.

    l'!: tudo quanto desejamos, Sr. Presidente,com olhos voltados para aquela iniciativanobre e patriótica, que poderá oferecer no-vos rumos à extraordinária região do pobreoeste milionário do Paraná.

    Era o que tínhamos a dizer.O SR. JOSÉ HADDAD - (Pronuncia o

    seguinte díseurso.) Sr. Presidente, Srs,Deputados, a fusão do Estado do Rio deJaneiro com a Guanabara foi durantemuitos anos objeto de largos debates.

    Há longo tempo que a idéia de se uniresses dois Estados tem encontrado adeptose adversários. Como tema altamente con-troverso. despertou exacerbações verbais delado a Iano, quer nas colunas dos jornais,quer nas tribunas populares, quer no seiodas Casas Legislativas do País.

    e assunto foi, portanto, durante décadas,amplamente debatido. Não houve ângulo,aspecto ou detalhe que houvesse deixadode ser minuciosamente analisado. Dessemodo, a esta altura dos acontecimentos,penso que pouca coisa ou nada se tenha aaduzir. I

    Contudo, Sr. Presidente, quer me pare-cer que o debate agora ganhou uma novadimensão com o envio da mensagem presi-dencial ao Congresso Nacional. O projetode lei complementar que disciplina a cria-ção de Estados e Território,'. já se encontraentre nós, para exame e debate, desde 'Se-gunda-feira. Trata-se, portanto. de um fa-to praticamente consumado, pois é oriundode uma decisão revolucionária e, como tal,insuscetível de contestação.

    O Governador do Estado de Rio de Ja-neiro, Sr. Raymundo Parülhu conhecido pe-la sua posição franca e leal contraria à fu-são, acaba de oferecer ao Pais uma belademonstração de espíri' público e de ci-vismo, ao declarar que, "sendo uma medidada R8volUl~ão, ela está acima das opiniõespessoaís, não cabendo. oortanto, discutir ofato, mas apenas contribuir para a sua for-ma".

    É isto. Sr. Presidente, o que cumpre a to~dos nós, homens conscientes dos nossos de-veres, fazer nesta hora, Quem assim não Ofizer, estará contribuindo negativamentepara o progresso dos dois Estados. Emvezde expressarem opiniões contrárias, inócuasa esta altura, pois já constitui um fato irre-versivel, que contribuam com os seus co-nhecimentos para o aprimoramento da leique regerá a fusão. Não será contestandoa decisão governamental, alícevcada aliásno mais PUL'O propósito patriótico, que seestará dando uma contríbulcão efetiva áofuturo Estado do Rio de Janéiro.

    A hora, Sr. Presidente, não é de discus-sões estéreis, a favor ou- contra, mas deefetiva participação de todos indistinta-mente, para que a tusão produza, de fato,os efeitos benéficos por todos n.is acalen-tados.

    Confiemos nas autoridades constituídasque subscreveram a mensagem presidenciale, :Jarticularmente, na assertiva do Presi-dente Ernesto G;:,isel. quando declarou nasolenidade de assinatura do projeto de leicomplementar:

    "Estou certo de que essa solução seráaltamente benéfica para os dois Esta-dos atuais e para o Brasil. A soluçãoque agora encaminhamos ao Congres-so Nacional está acima dos interesses:Jartidários, porque os seus estrutura-dores pensaram apenas no bem do Bra-sil."

    De fato. Sr. Presidente, a problemática dafusão não pode ser analisada sob a ópticapartidária. Acima dos partidos políticos es-

  • IJunho de 1974 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n' Sexta-feira 7 3961

    tão os interesses da coletividade e, em con-seqüência, os do Brasil. O que deve estarem jogo, neste instante histórico para asduas unidades da Federação que deverãounir-se em um só Estado, não são eviden-temente as conveniências pessoais ou deagremiações partidárias, mas sobretudo odestino de milhões de brasileiros que têm oseu habitat na Guanabara e no Estado doRio de Janeiro.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

    O SR. ~ANTILLI SOBRINHO - (Pronun-cia o seguinte discurso.) Sr. Presidente e Srs.Deputados, continua na Universidade de SãoPaulo o clima de desassossego que, implan-tado em 1968, vem sendo assustadoramenteincrementado sob a égide do atual Gover-no: delações. ameaças, pressões, detencõesprisões. Prisões essas que, pelas c'':'cunstân~cias e características em que são realizadasmais próprio será chamá-las de sequestras:

    Após o festival de prisões de abrfl, as ar-Lltraríedades, contra alunos e professoresda USP vêm-se avolumando num crescen-do marcante de desrespeito à dignidade dapessoa humana e com sérios perigos paraa .obrevívêncía da própria ínstítutcão uni-versitária no que ela tem de maior e realvalidade no contexto nacional e, creio, fa-zendo estremecer em sua tumba o saudosoArmando Sanes Oliveira.

    O eminente e renomado Catedrático, Prof.França, sob pressão, afastou-se do cargo deDiretor da Faculdade de Filosofia, Letras.e Ciências Humanas. Seu pecado foi, e é,~ mercê de Deus - não possuir espinhade borracha.

    Nestes últimos dias foram presos numero-s

  • 3962 Sexta-feira '1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1)' Junho de 1974

    autoridades do País, são realmente excep-cionais, na área, as condições para forma-ção de técnicos, dada a existência de grandequantidade de material para estudo, cons-tituído pelos minérios, tão abundantes naregião.

    Era o que tinha a dizer.O SR. SEVERO EULALIO - (Pronuncia o

    seguinte díscurso.) Sr. Presidente, srs,Deputados, escolhidos pelo sistema comotécnicos para cargos políticos, os atuais Go-vernadores, que vão findar os seus manda-tos, tudo vêm fazendo para liquidar as li-deranças tracríctonais - dos dois partidos -vísanoo a empalmar a chefia política dosrespectivos Estados a que foram guindadoscomo donatarios a prazo certo -, sem que,para tanto, hajam percorrido o caminhoáspero da vida pública.

    Agora, novos mandatários estão sendoselecionados e os antigos senhores - qualprima-dona decadente que não sabe sairda ribalta em tempo oportuno - tudo vêmfazendo paro salvar uma pseudo-Iíderançade que se dizem possuidores.

    Os jornais nos dão conta diariamente - esó por eles tomamos conhecimento, por serassunto da economia interna do partidodo Governo - que os Governadores findan-tes devem se ater de agora em diante, àparte admínistratíva. não se envolvendomais na luta para a renovacão das duasCasas do Congresso, tarefa que foi cometidaaos futuros titulares.

    Ocorre que os atuais renitem a insistemem disputar os lugares nc próximo pleito,não para si, por imDPdidC)~ que estão, maspara aqueles que eles julgam que aindalhe são fiéis.

    Nessa marcha vão procurando esmagara tudo e a todos. para satisfazer às suasambições desmedidas não atendidas apesarde já estarem findando os seus mandatos.

    No vizinho Estado do Ceará, agora mesmo,os jornais vêm noticiando que "alta figurado Governo" - leia-se o Governador do Es-tado - vem percorrendo, no avião Estado,os diferentes Municípios. onde exige a asst-natura de um documento que jocosamenteestá sendo chamada de "Carta-Rendicão",em que os futuros delegados à Convenção secomprometem a votar nos candidatos porele indicados ao mesmo tempo em que exi-ge a não votação no pleito de 15 de novem-bro daqueles candidatos que a ele não este-jam ligados.

    Tal atitude não tarda a ser seguida pelosoutros detentores de Governos, pois o senti-do de imitacão é nem desenvolvido entreeles. '

    Esta a advertência q1H' trago à Nação, naesperança de que o Exrn." Sr. Presidente daRepública, com a autoridade inconteste quepossui, determine aos homens que estão ter-minando as suas administrações uma com-postura necessária.

    Era o que tínhamos a dizer.O SR. JAIF MARTINS - (Sem revisão do

    orador.) Sr. Presidente, há dias, tive opor-tunidade de assistir, em Brasilia, a um es-petáculo constrangedor, que me fez lembrarocorrências no Estado da Guanabara.

    Ao desembarcar, assisti ao enterro de umpobre motorista de praça, assassinado peloscriminosos que, na Capital da Repúblicacomo na Guanabara, vivem à solta, prati-cando seus delitos na maior impunidade.

    Sr. Presidente, o problema da segurançados motoristas de praça já foi por nós abor-dado com bastante 'profundidade tanto natrrbuna da Assembléia Legislativa do Estadoda Guanabara, como na televisão e na im-prensa, em coluna assinada. Os motoristastêm toda razão em não querer trabalhar à

    noite; se a Polícia não lhes dá a segurança,devem ficar em casa.

    Os matoristas de praça - falo sem qual-quer sentido demagógico, porque não soucandidato a nenhum cargo em Brasília -não têm segurança mesmo, pois, por vezessão achacados por corruptas que existemno Departamento de Trànsito em todos osEstados e assaltados por bandidos que an-dam pelas madrugadas com porte de armas.

    Tive oportunídade, inclusive, de dizer eescrever que só na Guanabara há mais de20 mil criminosos com ordem de prisão,que não são presos não 130 porque não hálugar nas penitenciánas - segundo dizemas autoridades policiais - corno tambemporque os corruptos fazem vista grossa etêm entendimentos com marginais de todaa espécie.

    Ha policiais extraordinários, honrados,dignos mas tíve ensejo de conhecer um poli-cial - não vou declinar nomes - que man-tinha entendimentos com batedores de car-teiras chilenos e uruguaios Ele não prendiaessa gente, que amoa se homiziava na suacasa. '

    O assassinato desse motorista de praça,cujo nome é Acácio - não sei seu sobreno-me - que deixa quatro filhos e enluta maisuma vez classe la boriosa á que pertencia,deve merecer das autoridades policiais deBrasilia, do Rio, de Mato Grosso, de Goiás edos demais Efltados uma medida preventiva,enérgica. Não- adianta o motorista ter portede arma, porque um bandido pode entrarno seu carro e colocar-lhe um revólver nanuca. Eles adquirem armas com facilidadeextraordinária, ate mesmo armas privativasdas Forças Armadas SUgIro que se faça aidentificação do passageiro. No aerorportode Brasilia ou no Ga1eão há guardas queidentificam o motorista. O passageiro re-cebe um canhoto com o número da placado carro, na hora que toma o táxi, mas nãoidentificam o passageiro. V. Ex.as poderãoperguntar: e nas horas tardias da noite,quando não houver guarda para fazer essaidentificação? Se o motorista desconfiar dopassageiro, ele poderia dirigir-se a um postode gasolina, a um ponto de táxi, a um carroparticular e pedir a alguém que identificas-se o passageiro. Por muítos anos, como [or-nalrsta que sou, assisti a inúmeros enterrosde motoristas de praça assassinados pormarginais que deles roubavam uns míserosníqueis. Tão grande é o seu número que umcemít.érío inteiro não bastaria para sua úl-tima morada.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. WALTER SILVA - (Sem revisão dooraãor.) Sr. Presidente, Srs Deputados, fa-tos gravísslmos continuam ocorrendo no in-terior do Estado do Rio de Janeiro. Aindaagora, no final da semana passada, estive-mos nos Munícímos de Itaorara e Casimirode Abreu, onde trabalhadores rurais estãosendo vítimas de riersesutcão por parte dosseus patrões. em eonlnto com a policia lo-caL A usina de acúear de Itaocara foi ven-dida a um grupo de outro Estado, seguindo aorientação dessa malfadada Lei do Açúcar,que CriO\1 e conta-ma criando na região nor-te-fluminense as mais sérias crises sociais,gerando desemprego, fome e miséria.

    O mais grave e que a usina compradora,sediada em São Paulo. mancomunada coma usina vennedora. instalada naquele Mu-nicípio, não pagou as Indanlzacôes traba-lhistas devidas, ensejando uma questão quese arrasta na Justiça há quase três anos.

    Agora, Sr. Presidente, que o Tribunal Su-perior do Trabalho decidiu em última ins-tância, favoravelmente aos trabalhadores,estão sendo eles pressionados a fazer acor-dos irrisórios. Aqueles que não aceitam aspropostas ou os acordos são acusados na

    polícia como íncendíários: estariam pondofogo nos canaviais da usina, o que não éVerdade, como se tem apurado. A acusacãosó pesa sobre aqueles que não fazem acor-dos.

    Em Casemiro de Abreu, os grileiros inva-dem a terra de posseiros antigos, com direitoao domino da terra pelo usucapião conti-nuado, através de muitos anos, alguns atécom trinta ou quarenta anos. Esses grileirosbuscam ajuda policial para amedrontar eexpulsar os lavradores. Esses fatos nos foramdenunciados, como também denunciados fo-ram à Secretaria de Segurança do Estado doRio de Janeiro.

    Desta tribuna dirigimos um apelo às au-toridades federais para que ponham cobroa tais práticas em um Estado situado naregião mais desenvolvidas do Pais. Não seconcebe que esses métodos continuem a im-perar o hinterland brasileiro.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. PADRE NOBRE - (Sem revisão doorador.' Sr. Presidente estou profundamen-te impressionado com a atitude do GovernoFederal, tão preocupado em alfabetizaradultos e tão. despreocupados em alfabetizarcrianças. O MOBRAL é uma tnstrtuícão quemerece, sem dúvida todos os nossos louvo-res. mas não o podemos aceitar como pri-mordial num País que tem cerca de 7 mi-lhões de criancas na faixa de 5 a lO anosde idade. sem escolas. É muito sensíbílízan-te, emocionante, tocante até, ver-se autori-dades do Governo -distribuindo diplomas doMOBRAL a homens de 70 anos de idade. Is-to nos toca realmente, mas ideal para estePaís seria não ter cri ancas analfabetas esem condícões de conseguir escolas para sealfabetizarem.

    Não sou eu mas o próprio Ministério daEducação e Cultura através da autoridadeesnecializada em cursos primários. quemafirma que o Brasil tem cerca de sete mi-lhões de criancas sem escolas para seremeducadas, instruídas e alfabetizadas. Nãosei o que pensa o Governo; sei apenas o quepensa o povo: as pessoas idosas deviam seralfabettzadas quando não faltassem escolaspara as crianças. porque estas sim. são ofuturo do BrasiL Delas depende a grandezadesta Pátria e nelas está a esperança detodos nós. Depois que todas as crianças bra-sileiras tivessem escolas nara se instruírem,aí sim, aplaudiríamos calorosamente o Go-verno Federal, o Ministério da Educação,pela entrega de diplomas a velhos de 70anos. Entretanto, enquanto crianças não ti-verem escolas para se educarem. enquantopobres pais de família tiverem de pernoitarnas filas para disputar as minguadas vagaspara seus filhos, não podemos deixar de cri-ticar este Governo, qUE' dems cogtcamenteconcede diplomas a quem está prestes amorrer e deixa sem luz, sem instrucâo, semeducacão aqueles que são o futuro 'do Bra-stl.

    Era o que tinha a dizer.O SR. SIQUEIRA CAMPOS - (Pronun-

    cia o seeuínte díscurso.) SI' Presidente, Srs.Deputados. desta alta tribuna do ParIa-menta brasileiro tenho, agora, a veleidadede me achar em eondtcões de provocarmanírest-icão oficial e definitiva do pre-claro Senador Petrônío Portella. Presiden-te Nacional da ARENA, sobre o falado, co-mentado e angustiante assunto que é arernuneracão dos Vereadores de mais de3.900 Municípios brasileiros, quais sejamtodos os que não têm mais de 200 mil ha-bitantes,

    À consideração do Partido, Sr. Presiden-te, entreguei anteprojeto de reforma cons-titucional há mais de dois anos, pois fazmais de três anos que me bato incansavel-mente pela restituição desse sagrado direi-

  • Junho de 1974 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Sexta-feira 7 3963

    to do Vereador brasileiro de obter remune-ração pele. seu trabalho em favor da co-munidade. Nas reuniões de Bancadas, aquimesmo desta tribuna e em declarações àIlnprensa, tenho participado desta luta, deque a Nação é testemunha, em favor dorestabelecimento dos subsidie" devidos aosVereadores.

    Procurei, nobres colegas, o estabeleci-mento de fórmula simples e objetiva,quando da elaboração do anteprojeto deemenda constitucional, entregue ao entãoPresidente do Partido, Senador FilintoMüller, através do Iíder, na época, Depu-tado Geraldo Freire. O teto da remunera-ção dos Vereadores dos Municípios do In-terior seria de dois terços da concedidaaos da respectiva Capital e igual a estaquando a população do Municipio interio-rano fosse igualou superior ao da Capital.Estabelecia, também, a iniciativa o valormínímo, sem sacrifício das finanças dasMunicípios mais pobres: o maior salário-mínimo, sem sacrifício das finanças dosvia jeton de 1/8 do maior salário-mínimopara cada sessão a que comparecesse oVereador, observado o limite legal de ses-sões.

    De lá para cá, Sr. Presidente, parlamen-tares os mais ilutres têm lutado em favorda medida. Infelizmente, não ocorreu ne-nhuma manifestação oficial, quer do Exe-cutivo, seja da alta direção partidária.

    O Partido da Oposição, através de seuslíderes mais expressivos, tem nos coloca-do, por sermos integrantes da maioria par-lamentar, em situação difícil, pois todossomos 'favoráveis à remuneração dos Ve-readores e, a despeito disso, nenhuma ini-ciativa foi tomada.

    Assim, Sr. Presidente, não me resta ou-tra alternatíva senão a de recorrer a essegrande homem público que é o Senador Pe-trônío Portella, líder que vai ganhando adimensão de estadista à medida que solu-ciona os problemas políticos brasileiros,harmoniza ndo as bases partidárias, aju-dando o Presidente Geisel a encontrar osmelhores caminhos que a Nação precisatrilhar para atingir mais rapidamente seusgrandes objetivos.

    Ainda ontem um dos mais categorizadoslíderes do MDB dizia que o seu Partido jáse definira, há muito, pela remuneraçãodos Vereadores e procurava demonstrar sera ARENA o empecilho à concretização damedida.

    Numerosos grandes homens públicos co-meçaram suas brilhantes carreiras noexercício da vereança. presentemente, en-tretanto, muitos o dizem, a falta de remu-neração tem desestimulado o ingresso deautênticos valores na vida pública.

    Estou certo, pois, Sr. Presidente, de queo ilustre Senador Petrônio Portella, noexercício da presidência da ARENA nãodeixará de se manifestar sobre o assunto,não em consideração a mim, mas ao futu-ro Deputado Estadual, Prefeito, Secretáríode Estado, Governador, Deputado Federal,Senador, Ministro e mesmo futuro Presi-dente da República: o Vereador brasileiro.

    Aqui fica, nortanto, este apelo que seidentifica com os mais altos interesses na-cionais.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. VINiCIUS CANSANÇAO - (Pro-nuncia o seguinte ãíscurso.) Sr. Presidente,Srs. Deputados, integrando um grupo deparlamentares, que cumpria missão de cor-tesia, estivemos em visita ao novo Presi-dente do Banco do Brasil, Sr. Angelo Cal-mon de Sá. Nesse encontro, marcado pela:fidalguia do jovem anfitrião, pelo ambíen-

    te deseontraído que encontramos e pelasimplicidade e informalidade da entrevis-ta, pudemos sentir o grande entusiasmo dodirigente do maior banco da América doSul e ouvir, em palavras concisas, a ex-posição de seus planos de desenvolvimento,sobretudo quanto à expansão da rede deagências.

    Essa, segundo depreendemos da agra-dável palestra de S. s.a, a premissa paraa sua meta principal, de alcançar, emcurto prazo, u'a maior participação do Ban-co do Brasil na economia brasileira, pelainteriorização do crédito, objetivando in-tensiva assistência às áreas menos desen-volvidas e assim colaborando para supri-mir os desníveis regionais.

    Noutro sentido, pretende o Presidente doBanco do Brasil aumentar o número deagências no exterior e - devemos enfa-tizar - promover o crescimento aceleradoda Carteira de Crédito Rural, notícia que,sem dúvida, trará ânimo novo à produçãoagropecuária, sempre ávida de capitais pa-ra sua melhoria. Por isso, é justo o júbiloque no: traz a notícia do aumento dasaplicações da Carteira - que deu ao es-tabelecimento o nome de "maior bancorural do mundo" - de 21 bilhões de cru-zeiros em 1973, para 34 bilhões de cruzei-ros em 1974, representando um aumentode mais de 60% no volume de emprésti-mos no setor.

    "O Banco" - disse-nos o Sr. Angelo Cal-mon de Sá - "está atento à política go-vernar-ental de combate à inflação, con-tr.buíndo, entre outras maneiras, atravésda seleuvíôaríe do crédito." A rede nacio-nal de agências passará. de 852 para 900estabelecimentos, enquanto no exteriorplaneja-se, em dols anos, dobrar o númerode agências, além da reforma e introduçãode melhoríns nas atualmente em funcio-namento.

    Assim, as 14 agências que o banco pos-sui no estrangeiro, elevar-se-ão, até o fi-nal do corrente exercício, a 30, propician-do aumento de 50% no volume dos de-pósitos, que passam de 4 para 6 bilhõesde dólares,' São mais recursos para o nos-so desenvolvimento e novas pontas-ds-Ian-ça, no mercado internacional, para os nos-

    o sos exportadores.Contagiou-nos, Sr. Presidente, o entusias-

    mo do Sr. Angelo Calmon de Sá. Nesteregistro desejamos, ao agradecer a S. S."a gentileza com que nos recepcíonou, rea-firmar a nossa conríanca em suas diretri-zes, estimando que todas as metas seí amprontamente alcançadas.

    Que todas as idéias e planos se tornempráticas, compensadoras do empenho, di-namismo e inteligência de uma nova ge-ração de administradores públicos, quemuito prometem para o desenvolvimentodo País e para o bem-estar de seu povo.

    Era o que tinha a dizer.O SR. FRANCISCO LlBARDONI (Pro-

    nuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presi-dente, srs, Deputados, tenho acompanha-do com o maior interesse as atitudes daliderança do partido majoritário no Con-gresso Nacional e, bem assim, das autori-dades competentes do Governo, quandose tratem de denúncias envolvendo arbi-trariedades policiais contra presos políticosou perseguições a elementos integrantes doMovimento Democrático Brasileiro, mor-mente em pequenas comunidades do inte-rior, onde a presença e atuação de autori-dades atrabiliárias é sempre mais fre-qüente.

    Dias atrás pude até rejubilar-me coma posição assumida pelo Vice-Líder daARENA nesta Casa, o nobre Deputado

    Garcia Neto, quando, em seguida a pro-nunciamento do Secretário-Geral de meuPartido, o Deputado Thales Ramalho, dan-do conta da incomunicabilidade arbitrária.e, bem assim, dos maus tratos a que esta-va sendo submetido determinado preso po-lítico, enfaticamente declarou que "nem oPresidente Geisel nem o Ministro da Jus-tiça, Armando Falcão, estão de acordo comos fatos relatados e mandarão apurá-los".

    Esta reafirmação da liderança da Maio-ria na Câmara, se não é tudo quanto sedeseje para devolver ao País a plenitudedemocrátin e com ela a inteira liberdadede manifestação de pensamento, ao menosserve para indicar um início alvissareirode novo comportamento das autoridadesconstituídas em relação a acontecimentosque, ao contrário de dignificar, apenas des-lustraram o bom nome do Brasil no exte-rior.

    Mostra ainda que o Governo recente-mente instalado tem, ao menos maior re-ceptividade para reclamos dessa natureza,que outro objetivo não têm senão postularpelos indisponíveis e impostergáveis direi-tos da pessoa humana, consignados na De-claracão Universal ::':os Direitos do Cidadãode que o Brasil é signatário. •

    Sem querer aprofundar-me na polêmicaque o assunto sugere, mas tão-somente de-sejando aproveitar a oportunidade dos no-vos ares respiráveis e do novo espírito ins-taurado no Governo, trago ao conhecimen-to da Casa e do País um outro caso dearbitraríedade e inescondida perseguiçãopolítica que está acontecendo na cidadede Guaraciaba, em Santa Catarina e quejá foi denunciado, da tribuna da Assem-bléia Legislativa catarinense, pelo Depu-tado Waldir Buzatto. '

    Naquela cidade, com efeito, o Prefeito-Interventor vem praticando toda sorte dedesmandos e víoíêncías, culminando comestr~nha ordem d.:: prisão, sem qualquermotívo aparenta e por mera perseguicãopolítica, contra o Sr. F'Iorlndo Radbinotprestigioso prócer político local e membrodo Movimento Democrático Brasileiro.

    A violência só não se concretizou intei-ramente porque, segundo ainda a denúnciado Deputado Waldir Buzatto, o Sargento,ocupante do posto de Delegado de Polícialocal, é pessoa honrada e honesta no de-sernpen.io de sua função, não se prestando,conforme demonstrou cabalmente, a arbi-trariedades dessa natureza. ,

    Por se tratar de um chefe de Executivoque ocupa o posto por delegação e con-ríança de autoridades mais elevadas, eisque é interventor no município, espero quetambém neste caso sel a realizada umapronta e imparcial apuração da verdade edas responsabtlídaôes, a fim de que cida-dãos probos, como o sr. FlorIndo Balhínote muitos outros, não precisem viver emclima de total e descabida insegurança.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. ADHEMAR DE BARROS FILHO _(Pronuneía o seguinte discnrso.) Sr. Presi-dente, srs, Deputados, a Gazeta Mercantil,de São Paulo. publicou recentemente opor-tuno editorial sobre a crise do leite. Essetexto, que será lido a seguir, promove umainterpretação realista e faz opções clarasem torno de um impasse sobretudo curioso.

    O Brasil é um País dotado de densos con-tingentes de pecuária. E não subsiste dú-vida de que, do ponto de vista teórico, abacia leiteira para fins de consumo é deextensão considerável.

    Ocorre que a complexidade dos mecanis-mos ligados ao tratamento. abastecimentoe comercialização do leite foge a todos os

  • 3964 Sexta~feira 'i DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Junho de 1974

    Esquemas da lógica, mais parecendo umavia tortuosa onde as solucões técnicas e atélll. boa vontade tropeçam:

    O articulista da Gazeta Mercantil abran-ge o mérito e as ad] acêncías de um proble-ma social sem gravidade real. Apenas o es-trabismo no enfoque do problema, delinean-do caminhos vagos, produziu erros ínocul-távels, que hoje atritam e confundem aagenda dos que cabem decidir a respeito.

    Com a leitura do presente artigo, divul-gado pela Gazeta Mercantil, penso ter sidoarmado objetivo quadro clínico, onde a pró-pria vítima é o povo.

    Eis o editorial, em sua íntegra:

    "NAO FALTAM PERSONAGENS NATRAGICOMÉDIA DO LEITEO leite - ou melhor a sua interminá-vel crise - volta com ímpeto ao noti-ciário dos j ornais, sem que ao menosdele tenha saído. O abastecimento doleite da região da Grande São Paulocontinua caótico. Nos últimos anos oproblema parecia cíclico. Ao menos, sópreocupava as donas-de-casa nos me-ses da entressafra, que teoricamentenão deveria durar mais que os três me-ses de inverno, época do ano em que opasto alimenta menos nossas sofridasvacas leiteiras. Porém, a entressafra de1973 não foi substítuída pela esperadafartura e o início da entressafra de1974 só faz supor que o problema ten-de a piorar - e a se perpetuar.Em matéria de leite, qualquer dose depessimismo é plausível. Quanto maisnão seja, há o fato de que a criseexiste há muitos anos e até agora -não obstante as repetidas promessas degovernos passados - não se conhecemmedidas de alcance que permitam umarecuperação do setor.

    Por isso, soam supérfluas - e até tra-gicômicas, face à magnitude do pro-blema - as notícias aue diariamenteinvadem as redacões de jornais. On-tem, por exemplo, o Presidente daConfederacão Brasilelua das Coopera-tivas de Laticinios informou ter che-gado à conclusão de que a ímportaeâodo leite em pó para reidratação seráinviável, pois o produto importado -e depois reídratado para distribuiçãocomo leite in natura - poderá ficarmais caro que o tabelamento da SUNAB.Segundo a informação, o problema serálevado para discussão à SUNAB e pos-teriormente ao Ministério da Agricul-tura.A comédia aumenta ainda quando sesabe que a própria Confederação Bra-sileira das Cooperativas de Latícíntos_ certamente incrédula quanto à pos-sibilidade de que seus problemas te-nham soluções sensatas - diz que pre-tende sugerir duas saídas ao governo:(1) a subvenção da importação do leiteem pó a ser reidratado; e (2) autoriza-ção para que a reídrataçâo seja pro-cessada dentro de níveis menores degordura, a fim de contornar o proble-ma da inviabilidade econômica.

    O que se pode extrair dessa situação éa melancólica conclusão de que per-manece no mercado do leite quem sim-plesmente não consegue sair. O empo-brecimento gradativo dos produtores deleite e o total desestímulo do setor jáforam mais que comprovados aos res-ponsáveis pela implantação desse es-tado de coisas - as autoridades queestipularam ao longo dos anos preçosdemagógicos para a comercialização doleite.

    Com natural irritação, o setor sobrevi-veu a algumas farsas, como o plano deincentivo à produção leiteira introduzi-do no segundo semestre do ano passa-do pelo Ministério da Agricultura. Naépoca, a pedido deste jornal, a Fe-deração da Agricultura do Estado deSão Paulo fez um estudo técnico e che-gou à conclusão de que os 40 milhõesde cruzeiros destinadas a São Paulobastariam para suprir algo em tornode 10% do deficit e apenas em leite B.Os produtores de leite C estariam ali-jados do esquema de apoio financeiropor não terem as condições mínimas decadastro exigidas pelos bancos oficiaisrepassadores dos recursos.Esses episódios só têm servido paraque os produtores se mostrem definiti-vamente pessimistas. Quando, há doisanos, jornais dados a lances de sensa-cionalismo, abriam manchetes dizendoque os produtores de leite jogavam oproduto nos rios para forçar os preços,um diretor de importante cooperativade São Paulo dizia: "Não vejo comoeles podem se dar a esse luxo. O che-que médio mensal que pago a meusfornecedores não chega a 200 cruzeiros.Isso quer dizer que boa parte vive compouco mais de 100 cruzeiros. Os maisaquinhoados talvez cheguem aos 500cruzeiros".Se convidado a repetir e atualizar essasinformações, esse empresário certamen-te usará tintas mais dramáticas paracompor esse quadro, constrangedor pa-ra um país cuja população vive basica-mente da produção rural. De qualquerforma, não custa repetir: o leite nãoprecisa de mais personagens para suaópera; precisa é de alguém que acabecom o triste espetáculo."

    Era o que tinha a dizer.O SR. FLORIM COUTINHO - (Pronuncia

    o seguinte dlscurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, essa questão de pontos rtnaísde ônibus, como em geral tudo neste ator-mentado Rio-GB. é questão complicada ede soluções difíceis e inadequadas. É queos encarregados de resolvê-la estão semprepor fora do assunto: DETRAN, uma tal deFUTREG e mais alguns órgãos.

    O objetivo de extinguir alguns pontosterminaís no Centro da cidade é descon-gestionar a circulação e melhorar o esta-cionamento, outro problema difícil e inso-lúvel, no momento, com tendência a Seagravar na proporcão em que aumenta onúmero de "fuscas" mortíferos.

    Todo o mundo à espera do metrô, cujaentrada em funcionamento, segundo infor-mações, "na marcha em que vai dificil-mente acontecerá antes de 10 anos" a linhaprioritária. Até lá não há solução à vista etudo tende a se agravar. O fato é que mui-tas linhas foram transformadas em "Circu-lares", isto é, não há ponto final no centroda cidade: somente nos bairros de origemdas linhas. O que não é geral, aliás. Mashá linhas, como a de n.o 219 (Praça 15-Usina), da Tijuca, que, circulando por den-tro do edifício-garagem Menezes Cõrtes,poderia acumular na plataforma de em-barque do edifício pelo menos 3 carros, nahora do "rush", para melhor servir ao pú-blico, fazendo andar as enormes filas.

    E há linhas que têm até dois pontos fi-nais, como a de n.o 442 (Linsc-Uroa) , cujosõníbus estacionam no Lins e na Urca. Dequalquer modo, parece que é dificil fugira pelo menos um ponto, onde haverá algumtempo para descancar e trocar de motoris-tas e trocadores, limpeza dos ônibus etc.

    Localizados nos bairros de origem, estespontos se transformam, porém, em fonte

    de vários inconvenientes para os morado-res locais, e isto é muito dífíeíl de evitarpois depende essencialmente do comporta-mento dos profissionais das empresas.

    É .natural que os tripulantes dos ônibustenham que atender às suas necessidades.

    Mas vejamos o que acontece na Urca,onde três linhas fazem ponto final: há uma.cozinha funcionando na calcada e a amu-rada do Cais serve como ínstalacão sanitá-ria. Tudo é feito sob intensa algazarra, pia-das e gritos nada "católicos", num berreiroinfernal que "polui" ainda mais a já poluí-da atmosfera local.

    E não há como escapar, uma vez queessas linhas são necessárias, embora insu-ficientes; além de paga! para usá-las, osmoradores pagam, tambem, para aguentaros dissabores que seus empregados lhes cau-sam, não só na Urca como provavelmentenos outros pontos finais dos bairros.

    Isto é, pagam por tudo, até pela sujeirae pela poluição sonora: inclusive pelos pa-lavrões, gritos e impropérios. .

    Disse que não há como escapar, mas háalgumas medidas simples que, se tomadas,poderiam reduzir os inconvenientes do pon-to final na Urca. Por exemplo: construirum sanitário como os que são instaladospara servir ao público, no Carnaval; ouprorrogar o horário de funcionamento dobar cujo sanitário é usado pelos motoristase trocadores; construir um abrigo para osmotoristas e trocadores, não digo à prova.de som, mas onde pudessem conversar, dis-cutir em recinto fechado que, de certo mo-do, os tornaria menos audíveis do que a céuaberto.

    Educar essa gente é difícíl, além de umpouco tarde, o que vale dizer que "campa-nhas educativas" não resolvem nada, comosempre acontece, aliás.

    Ou então, a solução melhor e mais sim-ples: acabar com o ponto final na Urcafazendo com que os ônibus circulem e es':tacíonem somente nos pontos finais dosrespectivos bairros, como é a idéía geraladotada.

    Só assim os moradores da trrca, nas pro-ximidades do .atual ponto final, se livrarãode tudo de num que este ponto lhes causae ,atormenta.

    Isto não é dificil, basta apenas que asautoridades competentes olhem um pou-quinho por quem paga para que elasexistam.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. DIRCEU CARDOSO - (Sem revisão~o orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,e a segunda vez que venho a esta tribunafazer um apelo ao Sr. Ministro da Educaçãoe Cultura a respeito da difícil sítuacão emque se encontram os diplomados da 'Escolade Medicina da Santa Casa de Misericórdiade Vitória, no Espírito Santo, EMESCAM.É que esses alunos concluíram seus estudosno ano passado e não tiveram seus diplomasreconhecidos pelo Conselho Roegional de Me-dicina da Guanabara e de outros Estados.

    Matriculados naquela Faculdade onde fi-zeram curso regular, não pensarariJ. aquelesalunos que, ao fim dos seus estudos, porirregularidade da Escola junto ao Mil11S-térío da Educação, não tivessem reconhe-cidos os registros dos seus diplomas. Cento,e quarenta e cinco, dentre milhares dealunos diplomados no ElIIlESCAM, vivemhoje no Estado da Guanabara, desempe-nhando funções de enrermeíros e até deeletricistas, porque não puderam fazercursos de especialização.

  • lunho üe 1974 DIÁRIO no CONGRESSO NI\CIONAL (Seção I) Sexta-feira 7 3965

    Renovo, pois, meu apelo ao Sr. Ministroda Educação no sentido de que atenda àsjustas reivindicações daqueles formandos.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. JÚLIO VIVEIROS - (Sem revisãodo orador.) Sr. Presidente, Srs. Deputados,esta Casa, em conjunto com o Senado, apro-vou hoje, pela manhã, um dos projetos quereputamos injusto para os servidores pú-blicos federais.

    Não compreendemos por que, em vez dese procurar ajudar o servidor público apo-sentado faz-se exatamente o contrário,quando 'o custo de vida cada vez sobe maise os salários não acompanham, pari passuessa alta, a subida nessa escalonada, quesuga o povo brasileiro.

    Não entendemos como o Congresso Na-cional pôde aceitar quase que pacificamente_ embora o MDB tenha protestado, tenhaprocurado esclarecer, pelos 5'CUS Líderes -a maneira injusta como o DASP agiu contrao servidor público aposentado. Essa atitudedo Congresso nos entristece, pois o que oGoverno deveria fazer, através das suas li-deranças, era justamente dar apoio ao ser-vidor público, mola mestra de sua produçãoexecutiva.

    Vimos a servidor público, como numa de-terminação histórica, ser reduzido na 3Uaeconomia, após a aposentadoria. Ora, aaposentadoria do servidor público deveriaser um prêmio pelos servíços nor ele pres-tados, pela sua juventude dada à Pátria.

    Para nós, servidores públicos, foi umatriste manhã.

    Era o que tínhamos a dizer.O SR. PEIXOTO FILHO - (Pronuneia o

    seguinte diseurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, o Congresso. Nacional tem sepreocupado com a situação dos E~fer.melros,Auxiliares de Enfermagem e Teclllcos deEnfermagem, dada a escassez dessa mão-de-obra especializada, justificada pela baixaremuneração, causa maior do desinteressepela nobre profissão, cujos quadros poucotêm crescido.

    Apesar do restrito número de Enff'rmeirosformados no Estado do Rio - menos de 500por ano -o mercado de trabalho pa~El; DSprotíssíonars habíhtados tornou-se dítíorl,porque hospitais e casas de saúde colocamAtendentes no lugar de Enfermeiros, trans-formando-os em profissionais "práticos";cujos salários são muito mais barato.

    A respeito do assunto, passo a ler noti-ciário há pouco publicado na imprensa: -

    "Segundo revela o Presidente da ~ssociacão Médica Fluminens'c. Dr, Jose Er-mirio Guasti, embora ressalve que nãotem a mão dados exatos, existe emtodo Estado do Rio cerca de três nulmédicos. Fontes credenciadas da Es-cola de Enfermagem da UFF esclarecemque o total de enfermeiros no Estado doRio é de 429 profissionais, dos quais 80por cento do sexo feminino, o que esta-belece um deficit aproximado de dezmil e quinhentos enfermeiros, dentrodas recomendacões da OrganizaçãoMundial da Saúde.No Estado da Guanabara, para cerca de10 mil médicos existem apenas 1.759enfermeiros, o que corresponde a umdeficit de mais de 38 mil entermeíros,No Hospital Universitário Antônio Pe-dro, a distorção é inexistente, pois ab-sorve um total de 52 enfermeiros pro-fissionais; do montante apenas três sãodo sexo masculino.Refoerindo-se ao problema de absorçãode mão-de-obra não profissional nosserviços de enfermagens dos hospitais e

    casas de saúde, o presidente da Associa-ção Médica Fluminense considera que"o ideal é o aproveitamento dos profis-sionais, em substituição aos provisórios.Contudo, o problema não é de nossaalçada, mas de responsabilidade dosmédicos e das instituições que utilizamesse tipo de mão-de-obra."Segundo dados obtidos na 11:scola deEnfermagem da UFF, de três anos paracá, apenas 67 novos enfermeiros saíramda Escola com diploma hábil, sendoque até o fim do ano, mais 16 estarãoformados. O curso, em nível Superi~r,é de três anos, havendo mais um opcio-nal para a especialização em habilitaçãoobstreta, saúde pública e médico-cirúr-gico. O curso para auxiliar de enferma-gem é de um ano.A Escola garante anualmente, 60 vagas,dividida em dois semestre para 30 alu-nos em cada um. Atualmer.te cerca de148 aiunos (a grande maioria do sexofeminino) estão cursando a Escola deEnfermagem nivel atualmente consíde-rado satisfatório, pois, desde a sua exis-tência, a procura de vagas vmria sendoinferior ao número existente.A razão da maior procura foi a incor-poração da Escola de Enfermagem àUniversidade Federal Fluminense e,posteriormente a mudança de suas ins-talações para a HUAP, deixando o velhoprédio da Praia das Charitas.O salário pago a enfermeiro profissio-nal nos hospitais e casas de saúde évariável, porem quase nunca ultrapassaos mil cruzeiros, para uma jornada detrabalho de 24 horas oor 48 de des-canso. De um modo ~eral os enfermei-ros acumulam empregos, havendo mes-mo até quem preste serviços a mais dedois hospitais, para auferir maior rendamensal, como é o caso da maioria."

    Sr. Presidente, durante a discussão deproposições originárias do Poder Executivodispondo sobre a dtscípünação dessa ativi-dade profissional, ocupei esta tribuna parareclamar do Governo medidas mais obj eti-vas, no sentido da correção das distorçõesexistentes, Agora, chega-me noticia de uueos Ministros da Saúde e da Educacão anall-sam o assunto em profundidade, 'para for-mação de um grupo paramédico visando acorrigir as disparidades apontadas, em aten-cão também às recomendacões da Organi-zacão Mundial de Saúde, que estabelecemo número de quatro enfermeiros para cadamédico. Tais normas, porém a julgar p~lasestatisticas, somente a longo prazo poderãoser obedecidas no Brasil.

    É chegada, pois a hora de se fazer jus-tica a tão laboriosa classe. fixando salárioseornpatíveís com a dignidade da profissão eassegurando melhores condições de traba-lho.

    Sr. presIdente, já não há necessidade deaditar outras razões, para justificar minhapresença nesta tribuna, a fim de solidari-zar-me com as reivindicações dos Enfer-meiros brasileiros. Isto chega!

    Era o que tinha a dizer.EL(\Y LENZI - (Sem revisão do orador.)

    Sr. Presidente, Srs. Deputados, o aumentodo custo de vida ocorrido no ano passado e,principalmente, nos quatro primeiros mesesdo corrente ano, levou O Governo a adotara salutar política do tabelamento dos pre-eos dos gêneros alimentícios. Se, porém,paralelamente, não se tabelar também osfatores de produção agrícola, a nenhum re-sultado prático chegaremos.

    Não vi, por exemplo, nas listas da SUNAB,nada que limitasse o preço dos automotrí-

    zes destinados à Colheita de cereais bemassim relação dos ímplementos agricolas,dos fertilizantes, do calcário. Tampouco aredução dos custos do dinheiro no Bancodo Brasil destinado à agricultura, nem otabelamento dos arrendamentos. Em suma,nenhum fator de produção agricola, atéagora, sofreu qualquer tabelamento.

    Faço, pois, um apelo ao Sr. Presidente daRepública no sentido de que determine es-tudos para o tabelamento dos fatores deprodução agrícola.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. DIOGO NOMURA - (Pronunciao seguinte discurso.) Sr. Presidente, Srs.Deputados, quero crer que não se assentamem justas razões certas df'terminações dasleis de trânsito, pois é evidente que elasprejudicam a economia de quase todos osMunicipios brasileiros.

    Ninguém Ignora, por certo, que tanto aconstrução quanto a conservação de logra-douros ou de vias públicas municipais correà conta dos cofres 'ocaís. que só eles res-pondem pelo custeio sej t das obras origi-nais, seja da manutenção permanente.

    Nem à. Federação nem aos Estados - emuito naturalmente, convenhamos - cabeo dever de realizar "bras municipais. Me-nos, ainda, o de cuidar em conservá-las.

    Todavia, se ao Município toca o dever,por exemplo. de renarar os desgastes natu-rais que sofrem as suas vias públicas, emesmo aqueles desgastes inesperados, fru~tos de desastres ou de a~identes, uns e ou-tros causados frequentemente pelo volumedo tráfego de superfície, não é o Municípioque recolhe qualquer provento extraordiná-rio havido em relação ao tráfego. .

    Explico, em termos maí. claros.As multas que as leis do trânsito fazem

    incidir sobre quantos violam os seus precei-tos, seja lá onde ocorra ".. violação, são re-colhidas com segurança, pois todos sabemosque nenh um veículo renova o seu licencia-mento de trânsito senão comprovando quetodas as multas acaso sofridas tenham si-do realmente pagas.

    Mas'o que acontece - e aí o fato real-mente me parece injusto - é que o produ-to de tais multas não reverte em favor dosMunicípios onde elas foram aplicadas.

    Bem sei, por certo, que as multas sobreinfrações de trânsito devem ser inscritas,no seu conteúdo material, como receitaeventuaL Mas, ainda que eventuais, tais re-ceitas não deixam de existir.

    Se é ao Município qur cabem todas asdespesas de construção e conservação dasvias públicas, por que não a eles se entre-gar o produto das multas arrecadas em seuterritório? !

    Esta, inclusive, foi uma indagação feitana Câmara Munícroal de Marília pelo sem-pre atento Vereador Abdo Haddad Filho, eque daqui renovo, pedindo ao Governo quemande estudar o assunto de modo a que sefaça justiça aos M:micípios todos, e quetanto dela carecem.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. LUIZ LOSSO - (Pronuncia o se-guinte diS1Jurso.) Sr. Presidente, Srs. Depu-tados, há uma justa reivindicação que deveser atendida velo Governo. Trata-se doPlano de Classificação de Cargos dos Ser.vidores da União.

    Na verdade, muito se tem falado sobre oassunto, mas nada de positivo se tem feito.

    Com exceção dos funcionários do DASP,já beneficiados, ns servidores dos demaisMinistérios não o roraro.

  • 3966 Sexta-feira 7 DIARIO DO CONGRESSO N,\CIONAL

  • Junho de 1974I

    DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Sexta-feíra 'l' ~967

    Francisco Saturnino de Souza, vigia,reside na casa situada à Rua SilveiraMartins, 165;:I - Para não serem pegos de surpresaos requerentes passaram a consignar osaluguéis em juízo, por isso estão depo-sitando desde jun:'l0173, os aluguéis de-vidos que não mais são descontados emfolha de pagamento, em processo judi-cial que corre pela Segunda Vara, Se-gundo Cartório da Comarca de RibeirãoPreto.4 -- A FEPASA vem prometendo ven-der esses imóveis aos seus ocupantes eora vem noticia de que as casas vão servendidas e ora que a Ferrovia vai re-querer despejo dos mesmos, como estáacontecendo presentemente, que o ad-vogado assistente de Ribeirão Preto estácom ordem; expressas de requerer des-pejo destes humildes ferroviários quenão têm condição de pagar absurdosalugueres em Ribeirão Preto, dado aosparcos salários que percebem.5 - Diante do exposto, vimos solicitarde V. Ex.a a gentileza de intercederjunto à direção da FEPASA; Senhor Se-cretário dos Transportes; Senhor Go-vernador do Estado de São Paulo ou aautoridade que compete resolver o caso,no sentido de ser sustada a ordem dedespejo e ser feita uma promessa, porescrito, aos ferroviários residentes nascasas da FEPASA, de venda das mes-mas.Apresentamos a V. Ex.a os nossos pro-testos de elevada estima e distinta con-sideração.Saudações: Fernando Alberto Frigheto,onere de Estação, José Baptista de Sou-za, telegrafista, Durval Rodrigues da8ilva, maquinista, 8ebastão de Souza,telegrafista e Francisco Baturnínn deSouza, vigia."

    Fica, portanto, o meu apelo ao Sr. Minis-tro dos Transportes, no sentido de que, ementendimentos com o Secretário dos Trans-portes e o Governador do Estado de SãoPaulo, encontre uma fórmula capaz de de-volver a tranqúilidade aos lares de váriasdezenas de ferroviários da ex-Estrada deFerro São Paulo e Minas, ameaçados dedespejo por parte da FEPASA.

    Era o que tinha a dizer.O SR. CÉSAR NASCIMENTO - (Sem re-

    visão do orador.) S1'. Presidente, 81'S. Depu-tados, ocupo a tribuna nesta tarde, parapedir ao Engenheiro-Residente do 16.0 Dis-trito Rodoviário, do Estado de Santa Cata-rina, providências urgentes no sentido deser liberada a BR-I01 para o tráfego pe-sado.

    Hoje esteve em meu gabinete o Sr. OscarPeplau, da cidade de Araranguá, represen-tando mais de 200 proprietários de cami-nhões, reivindicando uma urgente soluçãopara o problema da BR-I01.

    Dai o meu apelo, que me parece de in-teira justiça.

    Era o que tinha a dizer.

    O SR. PACHECO CHAVES - (Pronun-cia o seguinte discurso.' Sr. presidente, 81'S.Deputados, não nos livramos ainda do ufa-nismo meramente publicitário, que se quisimpingir à Nação, do qual resultou a criaçãode dois brasís, O Brasil real, das donas-de-casa, da elevação alarmante dos preços, daescassez de gêneros e matérias-primas, dossalários ínnmos, da correcão monetária aenriquecer o BNH e seus privilegiados in-termediários; e o Brasil oficial, da inflaçãode 12%, das exportações recordes, reais, masde alto custo para a Nação, da PerimetralNorte e de tantos slogans a ocuparem tem-po de rádio, televisão e imprensa.

    Fácil, assim, compreender tenha o pró-prio Presidente Ernesto Geisel tido a ini-ciativa de impor mudança nesta orientação,dirigindo-se à Nação não sob a forma deimpactos publicitários, nem com a lingua-gem ufanista, mas apresentando-lhe a ver-dade, infelizmente bastante fria e dura.

    Ainda ontem, na Comissão de Economiada Câmara dos Deputados, o Dr, SeveroGomes, Ministro da Inclústria e do Comér-cio, 1'0 comentar a política de café do atualGoverno, verberou a polítíoa de vendas,adotada no periodo imediatamente ante-rior, quando predominaram os "negóciosespeciais", responsáveis pela