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12 NOS TRILHOS DA SAUDADE NOSSO ABC 06 COZINHA CALABRESA TURISMO GOURMET Ano 5 - nº 21 - Agosto / Setembro de 2014 Distribuição gratuita Musical - O Rei Leão TEATRO Intenso, envolvente e meditativo

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12NOS TRILHOS DA SAUDADE

NOSSO ABC

06COZINHACALABRESA

TURISMOGOURMET

Ano 5 - nº 21 - Agosto / Setembro de 2014Distribuição gratuita

Mus

ical

- O

Rei

Leã

o

TEATROIntenso, envolvente e meditativo

A maioria dos jovens que se utilizam dos trens da CPTM não imagina o quanto ela foi já glamorosa e, principalmente, fundamental para o desenvolvimento do grande ABC. Através dela, levas de imigrantes europeus chegaram à estação de São Bernardo (atual Santo André) e foram encaminhados aos diversos loteamentos coloniais, abertos pelo governo. Depois, migrantes vindos do interior de São Paulo vieram fazer a vida como trabalhadores nas indústrias do ABC. Junto a suas estações, pequenos vilarejos se transformaram em cidades com inúmeras indústrias e rico comércio.

CARDÁPIO

Não se preocupe em dar aos seus filhos o melhor de tudo... Dê a eles o seu melhor

A velha estrada de ferro continua, porém os trens são modernos e as pessoas sobem e descem dos vagões apressadamente e não se dão conta de que estes trilhos têm tanta história. Os mais velhos ainda lembram com saudades do tem-po das locomotivas a vapor cuspindo fumaça pelo caminho, do abre e fecha das porteiras para o trem pas-sar e dos vagões de madeiras que balançavam sobre os trilhos, embalando jovens sonhos, cheios de esperança.

Claudio Ferreira da Silva - Publisher

Revista Vitória Régia é uma publicação da Paginarte Marketing Editorial11 4063-8313

Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião deste veículo,

sendo de responsabilidade de seus autores.

Diretor de Arte:Ronaldo Peruzetto

Jornalista Responsável:Gustavo Xavier - MTB 53.233

Colaboradores:Cloriovaldo Garcia, José Ires, Irisnaldo Nunes

Publicidade: Tel.: 11 [email protected]

impressão gráfica Franchin 11 4453-7793

Tiragem: 2.000 exemplares

ALIMENTOS & BEBIDASManteiga TURISMO GOURMETCozinha Calabresa

SABORESPão de Queijo NOSSO ABCNos Trilhos da saudade

RECEITAS

Caldinho de Feijão | Arroz doce

ALIMENTOS D’ALMAMães ou doutoras na arte de amar? CULTURATeatro AMIGOS VITÓRIA RÉGIA

MELHOR IDADE Qual é essa idade?

VIDA PRÁTICACortes do Boi

GESTÃONos bastidores da Disney

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Editor e Redator:Claudio Ferreira da Silva

Projeto Gráfico e Diagramação:Youb Creative11 2325-7193

EDITORIAL

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ALIMENTOS & BEBIDAS

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Passar manteiga ou margarina no pão é um ritual de todas as manhãs que nos acompa-nha desde a infância fazendo com que nossa primeira refeição do dia seja mais saborosa e nutritiva. Qual a origem da manteiga e da margarina? Você já pensou nisto?

Acredita-se que a manteiga surgiu assim que o homem começou a domesticar animais, cerca de dez mil anos atrás. As primeiras referências a ela foram encontradas na Índia no século XV a.C.. Descobri-la foi muito fácil, pois o leite ao ser agitado forma uma camada de nata que flutua sobre o leite, dai é só separa-la e bater até engrossar. Até a década de 1970, quando o leite era comercializado em garrafa de vidro, era comum se observar uma camada de nata na parte superior da garrafa, junto à tampa de alumínio. Durante séculos a manteiga era produzida de forma artesanal. Bastavam ter algumas vacas, ove-lhas ou cabras para garantir o suprimento de manteiga para toda a família. Para os moradores das cidades, a manteiga era considerada artigo de luxo. Só a partir de 1870, com a invenção da centrifugadora

Na segunda metade do século XIX a França atravessava uma difícil situação financeira e de abastecimento de gêneros alimentícios. O hábito de comer pão com manteiga pela

Na região metropolitana de São Paulo, devido ao ritmo frenético das cidades, que não consegue tomar seu café da manhã em casa, adquiriu o hábito de passar numa padaria e pedir um pingado com pão na chapa, ou seja: café com leite servidos num copo e pão com manteiga aquecidos na chapa.No Japão, durante o século XIX, quando o país fez maior contato com o ocidente, os japoneses ficaram horrorizados com o forte cheiro que os europeus produzi-am quando suavam e o cheiro foi relacio-nado ao consumo de gordura animal. Os japoneses os chamavam de bata-kusai que significa fedendo manteiga, ainda

A palavra manteiga vem do espanhol “manteca”. Em italiano a manteiga é chamada “burro”. Do latim BUTYRUM, do Grego BOUTYRON, “manteiga”, que seria formado por

BOUS, “bovino” mais TYROS, “queijo”. Em inglês e em francês prevalece a origem grega: butter (inglês) e beurre (francês).

mecânica é que a manteiga passou a ser produ-zida em larga escala e seu preço tornou-se acessível a todas as camadas da população.

manhã estava arraigado nos costumes do povo francês. Porém, devido à crise, cada vez menos pessoas podiam ter manteiga à mesa. O imperador Napoleão III, sensibili-

A Margarina

Processo de fabricação e os benefícios da manteiga

Curiosidades sobre a manteiga

zado com situação, decidiu estabelecer um concurso para se descobrir um substituto para a manteiga. O vencedor foi o químico Hippolyte Mergé-Mouriès. Sua invenção consistia numa mistura à base de gordura de boi, bem diferente da constituição das atuais mar-garinas, que têm cerca de 80% de gordura vegetal refinada. Como o produto de Mouriès

era de cor branca perolada, recebeu o nome de margarina, do grego margarítes, que quer dizer pérola. Os responsáveis pela difusão dos produtos na Europa foram duas famílias holan-desas que, em 1871, criaram em Oss, uma província ao sul da Holanda, a primeira fábrica para industrializar a margarina.

hoje é um termo depreciativo relacionado às coisas ocidentais.Os povos da Escandinávia gostavam tanto da gordura que quando morriam eram sepultados com barris cheios de manteiga.Na Índia, a tribo Hunza que vive entre o Paquistão, a Índia e a China, é famosa pela longevidade de seus membros que chegam até os 115 anos ou mais. Eles atribuem essa vitalidade à manteiga, que é muita consumida por lá. Na crença Hindu, a única manteiga consumida é a feita a partir do leite de vaca, por ser um animal sagrado.

Após bater o leite fresco até formar a nata, separa-se a nata do leite e bate-se até en-grossar. O líquido restante, conhecido como soro de leite, é então retirado. Depois disso a manteiga é lavada e manuseada até adquirir sua nova forma sólida. Apesar de 80% de sua composição ser gordura, a manteiga é um alimento saudável, pois é riquíssima em vitamina A, um nutriente importante para uma pele saudável e os olhos, bem como para os ossos e dentes fortes.

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A pimenta calabresa e a linguiça calabresa são os produtos originários da Calábria mais conhecidos dos brasileiros, mas a culinária da Calábria é muito mais que isso. Dando procedimento a nossa viagem gastronômica vamos conhecer um pouco desta cozinha tão tradicional.

A Calábria fica no sul da Itália “no bico da bota” que representa o mapa do país.Situada no meio do Mar Mediterrâneo, esta região fica entre o Mar Jónico e o Mar Tirreno como uma pequena península. Desde os tempos mais remotos, muitos povos passaram por esta região. Na antiguidade ela fez parte da Magna Grécia, posteriormente pertenceu ao Império Romano. Povos como os lombardos, bizantinos, normandos, francos, mouros e aragoneses dominaram a região e deixaram suas influências na culinária.Quando houve a unificação que tornou a Itália uma única nação, o nome Itália como era conhecida antigamente a Calábria, acabou dando nome ao país.

Apesar de quase ser cercada totalmente pelo mar, a culinária calabresa é muito rica em produtos cultivados ou criados nas montanhas. O porco está presente em inúmeras receitas. Dele nada se perde: cada parte é destinada ao preparo de um tipo de embutido. Mas, o verdadeiro símbolo da cozinha da Calábria é a pimenta vermelha. Conhecida como peperoncino ela desperta os sentidos em uma enorme variedade de receitas típicas. É importante lembrar que a pimenta é originária da América e foi levada para a Europa por Cristóvão Colombo. Caiu no gosto dos calabreses e passou a ser cultivadas por eles, surgindo então, novas variedades. A peperoncino é semelhante a nossa dedo-de-moça.

Dos 700 quilômetros de costa marítima, os calabreses retiram peixe-espada, atum, anchova e sardinha. A anchova, também conhecida como mezz’alici, costuma ser preparada fresca, inteira ou conservada em salmoura ou no óleo recebendo o nome de aliche. O pescado mais apreciado pelos cala-breses é o peixe-espada. Na cidade de Bag-

A fartura que vem do mar

nara Calabra, todos os anos é realizado um festival de pesca onde são servidos pratos a base deste peixe como o penne com molho de scozzetta (a carne fresca retirada da nuca do peixe-espada) e postas do peixe tempera-das com azeite de oliva, limão, sal, orégano, alcaparras e salsinha e depois cozidas ou grelhadas.

TURISMO GOURMET

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Das montanhas da Calábria para as cozinhas do mundo todo

Devido a sua posição geográfica, a Calábria sempre esteve sujeita a invasões. Seus habi-tantes acabaram preferindo morar nas regiões mais altas onde se sentiam mais protegidos. Graças a isto acabaram desenvolvendo técnicas de cultivo de frutas e vegetais e criação de animais no solo característico das montanhas calabresas. O clima subtropical produz grande oscilação de temperatura. Isto favorece o cultivo de azeitonas, castanhas, figo, frutas cítricas e tomate-cereja que adquirem sabores exclusivos. A Calábria é a segunda maior produtora da Itália tanto de azeite como de laranja. Sua principal laranja é a bionda calabrese. Registros históricos relatam que as oliveiras são cultivadas desde o século 16 a.C. e atualmente azeites de oliveira produ-zidos em diversas partes da Calábria recebem o selo DOP (Denominação de Origem Protegida), tais como o Olio Alto Crotonese DOP, o Olio Bruzio DOP e o Olio Lamezia DOP. A berinjela é muito usada na cozinha calabresa. As receitas parmigiana di melanzane alla calabrese (parmigiana de berinjela à calabresa), melanzane alla menta (berinjela com hortelã) e melanzane al pomodoro (berinjela com molho de tomate) são apresentações típicas na Calábria.O calabrês adora queijos e embutidos. O queijo Pecorino Crotonese, feito com leite de ovelha e de cabra, costuma ser aromatizado com pimen-ta-do-reino. Consumido depois de maturado ele adquire uma consistência dura sendo usado ralado em molhos ou servido como antepasto. O capocollo di calabria, conhecido no Brasil por copa é um salame calabrês. Feito da carne da

O pão de queijo conquistou não só o gosto dos brasileiros como também do mundo. Hoje ele é exportado para diversos países. A receita existe desde o século 18, mas só se popularizou a partir do final de 1950. A origem é inserta, mas alguns historiadores afirmam que tudo começou nas cozi-nhas das fazendas de Minas e Goiás pelas mãos das escravas cozinheiras. A família do fazendeiro se reunia no café da manhã e no da tarde para saborear os quitutes elaborados da cozinha. Pães e bolos eram feitos de acordo com as receitas trazidas da Europa. Devido ao fato de o trigo não ser de boa qualidade, em algumas receitas as cozinheiras trocavam a farinha por polvilho de mandioca. Um belo dia, uma dessas cozinheiras resolveu fazer um biscoito mais elaborado e não só fez a massa usando polvilho como colocou nessa massa queijo fresco que tinha a vontade nas fazendas. Observe que a receita está mais para biscoito do que para pão, pois não utiliza fermento biológico ou químico e leva ovos, sal e banha de porco. Parece que a receita foi muito bem recebida e se espalhou pelas cozinhas das outras fazendas. O tal biscoito acabou virando o nosso conhecido e delicioso pão de queijo.

Que tal um pão de queijo quentinho e cheiroso, crocante por fora e macio por dentro. Vai bem no café da manhã ou da tarde, acompanhado de um gostoso cafezinho, puro ou com leite.

parte superior das costas do porco é tempe- rado com vinagre de vinho e pimenta-do-reino em grãos. A ‘nduja é uma espécie de chouriço feito com carne de porco (cabeça, toucinho e pedaços de outras partes), leva também bastante pimenta e costuma ser servida espalhada no pão. O mais fino em-butido da região é a sopressata di calabria. É produzido com as melhores carnes magras mis-turadas com pedaços de gordura de porco e pimenta-do-reino em grão e pimenta vermelha em pó. O processo de maturação dura em torno de seis meses, sendo que no início fica armaze-nado em cestos de vime. O Murseddu (empada de carne) geralmente é consumido no café da manhã. A massa simples de farinha, água e sal é recheada com uma mistura de carne e banha de porco, fígado de vitela e molho de tomate temperados com alho, orégano, peperoncino e pimenta fresca moída. Antes de assar, é comum pincelar azeite e polvilha orégano.Vinhos: a uva local que aparece na maior parte dos vinhos de origem controlada é a gaglioppo. Cirò, pollino, savuto e grecodibianco - o melhor vinho de sobremesa da região - são as denomi-nações mais populares. Embora sua tradição no mundo dos vinhos remeta à Antiguidade, atualmente a posição da Calábria é considerada secundária.Para finalizar vamos falar do pão pitta. Esse típico pão chato aparece puro, coberto de tomates ou ainda de anchovas e orégano, Antigamente, o pitta era assado junto com o porco, com torresmos espalhados sobre a massa ainda crua e que depois se derretiam com o calor.

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NOSSO ABC

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O trem da atual CPTM teve papel muito importante na vida de quase todos os municípios do Grande ABC bem como na de seus moradores. A construção de estações ao longo da via férrea fez com que pequenas e inexpressivas vilas se tornassem grandes cidades. Imigrantes vindos da Europa ou do interior do Estado se encorajavam de fincar raízes na região devido à facilidade de transporte para a capital. Durante a semana era utilizada mais por trabalhadores empregados em empresas instaladas ao longo da linha desde o Brás até o distrito de Pilar, futura Mauá e Ribeirão Pires. Já o sábado era dia em que muitas famílias iam fazer compras em São Paulo e a noite os jovens iam curtir a vida na capital que era bem mais agitada que as provincia nas cidades do ABC.

Tudo começou com necessidade de trans-porte de café das fazendas do interior do Estado para o porto de Santos. O transporte de cargas entre o Planalto e Santos era feito em lombo de burro que utilizavam inicialmente a precária via, chamada de Caminho do Padre José de Anchieta. Em 1792, Bernardo José Maria de Lorena construiu uma estrada com calçamento, conhecida como calçada do Lorena. Mesmo assim a viagem era demorada e cara, pois muita carga se perdia em animais que despen-cavam pelos abismos da Serra do Mar. A partir de meados do século XIX o café começou a tomar o lugar da cana de açúcar como principal produto de exportação do Brasil. A cultura teve inicio no Rio de Janeiro, desceu pelo Vale do Paraíba e se espalhou pelo interior de São Paulo. O café

começou a trazer muito dinheiro para a provín-cia de São Paulo. Fazendeiros tornaram-se os “Barões do Café” e começaram a pressionar o governo para a construção de uma estrada de ferro. Irineu Evangelista de Souza, futuro barão de Mauá, na época o homem mais rico do Brasil, voltou seus olhos para São Paulo e começou a trabalhar para obter a concessão para a construção de uma estrada de ferro ligando o planalto ao porto de Santos. Em 1856, a concessão para a transposição da Serra do Mar e a consequente ligação do porto de Santos as regiões produtoras agrícolas do interior paulista foi dada a Mauá. A Companhia foi formalmente funda-da em 22 de dezembro de 1859, recebendo o nome oficial de The San Paulo (Brazilian) Railway Company Ltd com grande número de investidores ingleses.

O engenheiro Daniel Makinson Fox foi contratado para executar o projeto. Fox percorreu a Serra do Mar de cima a baixo, mas a descoberta de uma passagem através da muralha da serra, na qual os trens po-diam trafegar, só foi encontrada quando o engenheiro desembarcava em Santos, pois a mesma só era possível se avistar de longe. Nessa ocasião Fox percebeu uma fissura que se estendia até o cume, sendo a mesma interrompida por uma grota aparentemente intransponível, a Grota Funda, e deste ponto foi possível vislumbrar a rota definitiva para a estrada ao longo do vale do Rio Mogi. Fox propôs então que a rota para a escalada da Serra deveria ser dividida em 4 declives. No final de cada declive, seria construída uma extensão de linha de 75 metros de compri-mento, chamada de “patamar”, com uma inclinação de 1,3%. Em cada um desses patamares, deveriam ser montadas uma casa de força e uma máquina a vapor, para promover a tração dos cabos.O ponto inicial em Santos foi escolhido junto ao Convento de Santo Antônio, o que acarretou sua demolição, entretanto a igreja foi preservada e existe até hoje. As obras da construção foram divididas em três seções: 1) de Santos a Piaçaguera ao pé da Serra do Mar; 2) os planos inclinados na subida da Serra; 3) do Alto da Serra, passando por São Paulo até Jundiaí. No alto da serra foi criada uma estação que serviu de acampa-mento de operários e foi chamada de Paranapiacaba. Ela possibilitava

A abertura das estações de São Bernardo (atual estação Pref. Celso Daniel – Santo André), depois Mauá e São Caetano, pro-vocaram a formação de caminhos e trilhas que até hoje compõem a malha urbana das cidades. Inúmeras empresas começaram a se instalar ao longo da ferrovia, atraindo milhares de trabalhadores que acabavam vindo morar em loteamentos recém abertos por todo ABC.

a troca de sistema pelos trens.A estrada foi construída sem o auxílio de explosivos, pois o terreno era muito instável. A escavação das rochas foi feita somente com cunhas e pregos. Alguns cortes chegaram a 20 metros de profundidade. Para proteger o leito dos trilhos das chuvas torrenciais foram construídos paredões de alvenaria de 3 a 20 metros de altura. O viaduto da Grota Funda, no inicio do plano inclinado, possuía o comprimento de 232 metros, altura de 61 metros, em uma curva de 603 metros de raio, representando um belo e arrojado viaduto. A despeito de todas as dificuldades, a construção terminou 10 meses antes do tem-po previsto no contrato, que era de oito anos. A São Paulo Railway foi aberta ao tráfego a 16 de fevereiro de 1867.

O progresso para a região do ABC

Começa a construção

Paranapiacaba

Passageiros

Inicialmente a ferrovia possuía as seguin-tes estações: Santos, Raiz da Serra, Alto da Serra, Rio Grande, São Bernardo (atual Santo André), Brás, São Paulo (Luz), Água Branca, Perus, Belém (atual Francisco Morato) e Jundiaí. Vale lembrar que a estação da Luz era peque-na e acanhada. A nova e imponente estação, conforme conhecemos hoje, foi construída entre 1895 e 1900 e inaugurada em 1901. Todo material de construção veio da Europa em navios: a madeira era pinho-de-riga irlandês, as telhas cerâmicas vieram de Marselha na França e a estrutura de aço de Glasgow na Escócia. Na segunda fase foram criadas as estações de Campo Limpo, Pilar (atual Mauá), Piritu-ba, Ribeirão Pires, Ipiranga, Juquerí, Campo Grande, Taipas (atual Jaraguá), Várzea Paulista e Barra Funda. Mauá e Ribeirão Pires surgiram com a implantação de estações. Em 1883, instalaram a estação do Pilar (atual Mauá) que servia, inicialmente, para embarcar a madeira plantada na região para alimentar os fornos das fábricas da capital. No ano seguinte construíram uma pequena estação e armazém no local da atual estação de Ribeirão Pires.A terceira fase, à partir de 1895 vieram as estações de Areias (no litoral), São Caetano do Sul e Moóca.

Historiadores de Santos e de São Paulo contam que, no início do século XX, os grandes homens de negócio do Planalto desciam a serra diariamente, de segunda a sexta-feira; viajavam da Capital para Santos pela manhã e regressavam ao anoitecer, sempre pelos trens da São Paulo Railway, também conhe-cida por Inglesa.Já no tempo do trem Cometa e mesmo antes dele, os trens normais faziam o mesmo percurso da Capital à Baixada em duas horas e quarenta minutos, sempre com carros de 1ª e 2ª classes, cobrando preços evidentemente diferenciados. Só muitos anos depois é que foi introduzida a classe única nas viagens. Em setembro de 1946 termina o contrato de oitenta anos de exploração da ferrovia pelos ingleses. Ela foi encampada pelo governo brasileiro que mudou seu nome para Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ). Coincidentemente, pouco antes da entrega da administração aos brasileiros ocorreu um grande incêndio, supostamente criminoso que destruiu parte da estação incluindo arquivos e documentos importantes.Em 1957 a ferrovia passou a fazer parte da Rede Ferroviária Federal – RFFSA. Desde sua inauguração e, durante muitas décadas, as locomotivas conhecidas como Maria Fumaça trafegaram pela ferrovia deixando seu rastro de fumaça e os saudosos apitos emitidos ao longo do caminho. Os vagões eram de madeira e encostos dos assentos podiam ser posicio-

Vão surgindo as estações No tempo da Maria - Fumaça

nados de acordo com o sentido em que o trem ia. Segundo Ângelo Bigliazzi, antigo morador de Santo André “era preciso tomar cuidado com as fagulhas vindas da locomotiva, pois acabavam entrando nos vagões e queimando nossas roupas”. Em fins dos anos de 1920 inaugura-se o serviço expresso entre a Luz e Santos com o Trem Cometa. Era uma com-posição de quatro vagões: uma locomotiva diesel-elétrica e três vagões de passageiros. O expresso tinha poltronas estofadas e ilumi-nação elétrica. O objetivo era oferecer maior conforto e fazer a viagem em menor tempo, com menos paradas. Um ano depois, chega-vam mais dois trens: o Estrela e o Planeta,

Venha matar a SaudadeQuem quiser experimentar parte da viagem que se fazia na região do planalto, po- derá embarcar no Expresso Turístico Luz-Paranapiacaba. As passagens são vendidas nas agências de viagens. O passeio acontece no primeiro, terceiro e quarto domingo do mês. O passageiro tem a opção de embarcar às 8h30 na Estação da Luz ou às 9h00 na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (Linha 10-Turquesa, da CPTM). O retorno ocorre às 16h30 em Paranapiacaba, com parada na Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André. A viagem é feita a bordo de uma composição, formadas por dois carros de aço inoxidável e tracionados por uma locomotiva da década de 1960.

que eram a mesma coisa que o Cometa, mas tinham aerodinâmica melhor que este. Nos anos de 1960 os trens expressos foram aposentados e as “Maria Fumaça”, foram substituídas por locomotivas a diesel e, posteriormente, por elétricas em todo siste-ma da EFSJ. Na década de 1980 o serviço de transporte de passageiros até Santos foi extinto devido ao baixo número de usuários. Hoje a empresa MRS explora o sistema de transporte de cargas até Santos e a CPTM o transporte de passageiros entre Francisco Morato e a Luz e entre o Brás e Rio Grande da Serra.

Estação da Luz

Maria Fumaça

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ARMAZÉM CENTRALComércio de Doces

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RECEITAS

Xícaras de feijão mulatinho (quanto baste) 8 xícaras de água 2 folhas de louro 60g de bacon 1 paio pequeno

1 xícara de arroz4 xícaras de água1 xícara de açúcar1 vidro (200 ml) leite de coco2 xícaras de leite1 leite condensadoCanela em pó

1. Coloque o feijão de molho em água fria por 4 horas 2. Escorra 3. Retire a pele do paio e coloque em uma panela de pressão 4. Acrescente o feijão e as folhas de louro 5. Cubra com a água, tampe a panela e leve ao fogo para cozinhar por cerca de 35 minutos 6. Deixe esfriar na panela 7. Retire o paio e corte em fatias finas 8. Reserve 9. Pique o bacon e coloque em uma panela com o azeite de oliva, leve ao fogo baixo para que o bacon libere sua gordura 10. Quando a gordura estiver bem quente adicione a cebola, o alho e o pimentão picado 11. Refogue bem e despeje na panela com o feijão 12. Tempere com sal e pimenta-do-reino 13. Leve ao fogo novamente e ferva por 10 minutos 14. Deixe amornar e bata em um liquidificador 15. Passe por uma peneira e mantenha aquecido 16. No fundo de cada canequinha de cerâmica coloque algumas fatias do paio e despeje o caldinho quente 17. Salpique com cebolinha e coentro a gosto

1. Cozinhe o arroz na água e reserve2. Em uma panela grande, coloque o açúcar e leve ao fogo para caramelizar, cuide para não queimar3. Quando estiver com cor de caramelo, coloque o leite de coco e o leite e deixe ferver até derreter o caramelo4. Em seguida coloque o arroz e o leite condensado, deixe ferver 10 minutos5. Após amornar prove o açúcar6. Se preferir coloque mais 1/2 xícara de açúcar7. Sirva com canela em pó

1/2 xícara de cebola picada 4 dentes de alho picados 2 colheres de sopa de pimentão verde picado Sal e pimenta do reinoCebolinha e coentro picados

Imagem meramente ilustrativa Imagem meramente ilustrativa

Ingredientes

Ingredientes

Modo de Preparo

Modo de Preparo

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ALIMENTOS D’ALMA

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Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista. Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar. O funcionário insistiu: “o que eu pergunto é se tem um trabalho”. “Claro que tenho um trabalho”, exclamou Anne. “Sou mãe”. “Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona de casa”, disse o funcionário friamente. Uma amiga sua, chamada Marta soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo. Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente. O formulário parecia enorme, inter-minável. A primeira pergunta foi: “qual é a sua ocupação?” Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu:“Sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas”. A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausada-mente, enfatizando as palavras mais signifi-cativas. Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar;“Posso perguntar, o que é que a senhora faz exatamente?” Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou: “Desenvolvo um programa à longo prazo, dentro e fora de casa”. Pensando na sua família, ela continuou: “sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes até 24 horas”. À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta

notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos. Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz. Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da materni-dade, com suas multiplicadas responsabili-dades. E horas intermináveis de dedicação...“Mãe, onde está meu sapato? Mãe, me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não para de chorar. Mãe, você me busca na escola? Mãe, você vai assistir a minha dança? Mãe, você compra? Mãe...” Sentada na cama, Marta pensou: “se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós?” E logo desco-briu um título para elas: doutoras-senior em desenvolvimento infantil e em relações humanas. As bisavós, doutoras executivas senior. As tias, doutoras-assistentes. E todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras: doutoras na arte de fazer a vida melhor.

Eu quero uma casa no campoDo tamanho ideal, pau-a-pique e sapéOnde eu possa plantar meus amigosMeus discos e livros e nada maisCasa No Campo – Zé Rodrix e Tavito

Vou seguindo pela vida me esque-cendo de vocêEu não quero mais a morte, tenho muito que viverVou querer amar de novoE se não der, não vou sofrerJá não sonho, hoje faço com meu braço o meu viverTravessia – Milton Nascimento

Sonho de uma noite de verão

Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.William Shakespeare

Os que compram o desejoPagando amor a varejoVão falando sem saberQue ela é forçada a enganarNão vivendo pra dançarMas dançando pra viverVida De Bailarina – Américo Seixas e Chocolate

Alô, alô, marcianoA crise tá virando zonaCada um por si todo mundo na lonaE lá se foi a mordomiaTem muito rei aí pedindo alforria porqueTá cada vez mais downthe high societyAlô, Alô, Marciano – Rita Lee e Roberto de Carvalho

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CULTURA

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Segundo a Enciclopédia Britannica, a palavra teatro deriva do grego theaomai,que significa olhar com atenção, perceber, contemplar. Theaomai não significa ver no sentido comum, mas sim ter uma experiência intensa, envolvente, meditativa, inquiridora, a fim de descobrir o significado mais profundo: uma cuidadosa e deliberada visão que interpreta seu objeto.

A interpretação teatral acompanha o homem desde os primórdios da humanidade em rituais religiosos e celebrações, como o fazem alguns povos até hoje, ou para melhor contar façanhas de caça ou conquista de territórios. Nos dias atuais, a dança folclórica teatralizada de muitas culturas trazem suas raízes milenares e nos mostra dança e teatro englobados numa peça única.

O teatro surgiu no Egito há aproximadamente 3 mil anos, mas foi na Grécia, por volta do século VI a.C., que ele tomou a forma como conhecemos hoje: histórias escritas por autores, nas quais atores interpretam diferentes papéis diante de um público em um local construído especial-mente para isso. A princípio as encenações eram realizadas nas celebrações dedicadas a Dionísio, deus do vinho, das festas, da fertilidade e do teatro. Só os homens podiam atuar, - mesmo nos papeis femininos - já que as mulheres não eram consideradas cidadãs. Por isso, todos os atores usavam máscaras. Havia a comédia e a tragédia. Nas tragédias gregas os temas eram ligados às leis, à justiça e ao destino. Nesse gênero eram contadas histórias que quase sempre terminavam com a morte do herói. Os mais famosos autores de tragédia grega foram Ésquilo, Sófo-cles e Eurípedes. Na comédia grega as histórias visavam o riso do espectador; eram formas engraçadas de perceber a vida, chamadas sátiras. Um grande autor de comédia grega foi Aristófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro posterior e suas peças são encenadas até hoje.

Apesar de Roma ter recebido forte influência da cultura grega através dos etruscos, o teatro romano visava principalmente a diversão e a comédia prevalecia. Mesmo o circo romano, no qual gladiadores se matavam ou cristãos eram devorados por feras, era encarado pela população como puro entretenimento. Nas tragédias havia uma alta dose de horror e violência. O apogeu do teatro romano foino séculos III e II a.C. com Plauto e Terêncio. Plauto é considerado o maior comediógrafo de Roma Antiga. Suas comédias inspiraram dramaturgos pós-renascentistas como: Molière, que tomou como modelo a obra “O vaso de ouro” para escrever “O Avarento”; Shakespeare, que escreveu a “Comédia dos erros” baseando-se “Os Gêmeos” e “Anfitriões”.

Teatro Grego

Roma

Festival Romano de Mérida -2013

Broadway

Tre

atro

Gre

goT

reat

ro G

rego

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O Renascimento foi a época que se seguiu às grandes navegações, aos descobrimentos de no-vas terras, à invenção da imprensa e à divulgação das grandes obras da antiguidade, trazidas para os idiomas europeus. As universidades, que eram poucas na Idade Média, se multiplicaram. Houve um florescimento extraordinário da arquitetura, da pintura, da escultura e também do teatro. O Renascimento incorporou novos elementos, entre os quais a sátira, a ironia e o retrato do cotidiano. Na Inglaterra o teatro se destacou e foi chama-do elisabetano porque o melhor de sua produção apareceu sob o reinado da rainha Elizabeth I (1558 – 1603). O teatro elisabetano tem seu auge de 1562 a 1642. As peças caracterizam-se pela mistura sistemática do sério e do cômico; pelo abandono das unidades aristotélicas clássicas; pela variedade na escolha dos temas tirados da mitologia, da literatura medieval e renascentista, e da história; e por uma linguagem que mistura o verso mais refinado à prosa mais descontraída. Prevalecia o mais arraigado preconceito contra a profissão teatral, só exercida por homens. Os pa-péis femininos eram representados por rapazes, que se vestiam como mulheres, imitando a voz e os gestos destas. Os atores eram considerados

Foi um período de intensa atividade católica. As peças, sobre o ciclo da Páscoa ou da Paixão, eram longas epodiam durar vários dias.Durante as missas eram representadas passagens da Bíblia, porém, as autoridades católicas, com medo da perda do caráter sagrado da missa, proibiram as exibições e as peças foram para as praças públicas.Também na Idade Média surgem as comédias bufas com temas políticos e sociais e a farsa com uso de

Até o século XVIII o teatro era frequentado pelo povo, mas essa realidade foi se modificando. A burguesia começou a ser maioria nas plateias e o teatro passou a mostrar as realidades burguesas com temas como a vida social, o casamento, o dinheiro entre outros. As representações também começaram a ser mais naturais, mostrando pessoas comuns, mais próximas da vida real. A partir do re-

O teatro chegou ao Brasil em 1564 pelas mãos dos padres jesuítas que o usaram como instrumento pedagógico para catequizar os índios. O Padre Anchieta era o responsável pela autoria das peças e, escreveu alguns autos como “Na festa de São Lourenço”, também conhecido como “Mistério de Jesus”, e o “Auto da Pregação Universal”, escrito entre 1567 e 1570, representado em várias regiões do Brasil, por vários anos. Até 1584 as peças eram escritas em tupi, português ou espanhol, quando então passou-se ao latim. Os autos tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, representados por personagens de demônios, santos, imperadores e, algumas vezes, apenas simbolismos, como o amor ou o temor a Deus. Os atores eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. O teatro brasileiro criou forças com o início do Romantismo, no século XIX, por volta de 1838, impulsionado por alguns grandes escritores como Martins Pena, que foi um dos pioneiros com suas comédias de costumes, Artur de Azevedo, Gonçalves Magalhães, o ator e empresário João Caetano, Machado de Assis e José de Alencar. Em 1880, negros libertados na Nigéria criaram a primeira companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic Company. A partir de 1900 o teatro des- lanchou, mas durante a ditadura de Getúlio Vargas (1937 a 1945) passou por momentos difíceis. Devi-do à rígida censura, só conseguiu sobreviver graças ao teatro de revista mostrava as vedetes (mulheres lindas e com corpos esculturais) e muito humor e música. Apesar da ditadura, companhias experi-mentais começam a surgir por todo o país, trazendo o modelo estrangeiro de teatro, firmando então o princípio da encenação moderna no Brasil. Em 1948 é fundado pelo italiano Franco Zampari o Teatro

O Renascimento

Idade Media

Realismo e Naturalismo no teatro

O Teatro no Brasil

vadios e vagabundos. E para não serem incomo-dados pela polícia tinham de obter a proteção de altas personalidades da nobreza britânica, que os empregavam como seus criados e, por isso, fora do palco, vestiam as roupas da criadagem desses nobres.A Commedia dell’Arte é um tipo de teatro popular que surgiu na Itália em meados do século XVI. Por suas características, dá mais importância à interpretação (com atores profissionais) do que ao conteúdo em si. Nesse tipo de obra não existiam textos, apenas roteiros e esquemas gerais. Na Commedia dell’Arte surgiram a Colom-bina, o Arlequim e o Pierrot, personagens muito conhecidos do público brasileiro através do carnaval.O primeiro teatro londrino foi fundado em 1576. O mais famoso, porém, é o Globe, fundado em 1599, às margens do rio Tâmisa. Idealizado e cons-truído por William Shakespeare e sua companhia, The King’s Men (os homens do rei), seguia os padrões do teatro elisabetano. Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. Seus textos são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivos até os dias de hoje, sendo reinterpretados frequen-temente no teatro, televisão, cinema e literatura.

alismo e naturalismo o teatro evolui e se torna um instrumento de discussão e crítica da sociedade e mesmo sem se preocupar com a reprodução da realidade nos cenários e figurinos, os temas tratados ilustram a realidade social. O teatro nessa época trabalha questões políticas e questões que refletem criticamente aspectos da sociedade vigente.

Brasileiro de Comédia (TBC), uma companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia, im-portando técnicas e repertório, com tendências para o culturalismo estético. Já em 1957, surge o Teatro de Arena de São Paulo, a porta de entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos anos seguintes tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo artístico. Com o regime militar implantado em 1964, o teatro sofre novamente forte censura e muitos atores foram presos e se viram forçados a deixar o país. Outros enveredaram pelo caminho da novela televisiva que começava a ganhar força no Brasil e apresentava uma temática apolítica, mais voltada para os dramalhões mexicanos.Hoje o teatro não ocupa mais o centro da vida coletiva como foi no passado. A televisão tomou o seu lugar. O teatro com texto s de qualidade é mantido principalmente por grupos amadores e poucas companhias profissionais. Nas principais cidades do país, os grandes sucessos, cada vez mais, são os mega musicais importados da Broadway. O teatro amador passou a ser apenas uma etapa no caminho do ator para chegar às telinhas e telonas.Felizmente, a forte energia de uma interpretação só continuará a ser sentida ao vivo, seja no palco ou mesmo nas ruas. Uma boa peça e uma boa interpretação continuarão a fazer a mágica de tocar os corações,fazendo com que a mente se abra para ver aquilo que nem todos conseguem ver e que a televisão ou o cinema comercial não têm interesse em mostrar. Isso é o teatro!

Musical Broadway - Cats

Musical “Crazy For you” com Cláudia Raia

estereótipos que ironizavam acontecimentos do dia a dia. Aparecem os Saltimbancos, companhias de teatro que iam de cidade em cidade apresentando seus espetáculos. A partir dos dramas religiosos, formaram-se grupos semiprofissionais e leigos, que se apresentavam na rua. Os temas ainda eram religiosos, mas o texto tinha tom popular e incluía situações tiradas do cotidiano.

24 25324 2524 25

MELHOR IDADE

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Esses, dias escrevendo sobre envelheci-mento, procurava uma denominação para essa fase da vida que segue depois dos 65 anos... Terceira Idade... Seria adequado se soubéssemos com exatidão que a vida pode ser fragmentada em ciclos, com início, meio e fim. Mas, se somos inacabados e a vida um eterno aprendizado, como simplificar esses degraus com numerais ordinais?Idade Madura poderia ser descrita como algo que marca uma época de experiências, liberdade de ação, autonomia de decisões. Um “que” de fazer algo com a certeza de que conseqüências posteriores serão geradas e teremos que lidar com isso. Mas não seria a maturidade um rótulo para o avançar da idade?Então me vem a Boa Idade... Seriam as outras ruins? A infância onde todos os sonhos são possíveis ou a adolescência onde a rebeldia desconhece o quão será difícil tornar-se adulto, com todas as responsabili-dades que essa idade nos traz.

As reflexões me levaram a poetisa Cora Coralina que sabiamente conseguiu desvendar a incógnita dessa “tal idade”. Em resposta a um repórter que lhe perguntava sobre o que era viver bem, ela responde suavemente:“_ Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Sei que cada uma das marcas trazidas pelo tempo vem carregada de histórias, momentos recordações.”Então porque nomeá-la? E foi lendo sua resposta, depois de tantas reflexões sobre qual nome deveria usar para essa fase, que cheguei a conclusão que pode ser madura, boa, o inicio de tudo... Mas que todas as idades anteriores sempre estarão centradas em quem se dá o direito de envelhecer. E construir seu legado, vivendo intensamente sua história, nossa história.Eliane Velasco

No tempo do Reclames

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28 29

1. Pescoço: Carne de 3ª – cozimento demorado

– bom para sopas

2. Acém: Carne de 2ª – relativamente magra –

bom para cozidos, assados, refogados, bife e

moída

3. Peito: Carne de 2ª – grande quantidade de

fibras e músculos – bom para cozidos e refoga-

dos (pastrame, puchero e até carpácio,)

4. Paleta: Miolo macio e suculento – bom para

cozidos e assados (carne de panela)

5. Músculo dianteiro: Carne de 2ª – bom para

refogados e ensopados – quando cortado com

o osso é chamado de ossobuco

6. Cupim: É a parte da corcova do boi-zebu –

rico em gordura e fibras – bom para assar no

forno ou churrasqueira (envolvido em papel

alumínio)

7. Capa de filé: Carne de 2ª com muitos nervos

– cozimento demorado – bom para molhos, en-

sopados, cozidos e assado (envolvido em papel

alumínio)

8. Ponta do contra-filé: Também chamado de

bife ancho ou filé de costela – é parte macia e

mais gorda do contra-filé – bom para bife ou

churrasco

De que parte do boi sai a carne que você

compra? Elaboramos um pequeno guia

de corte, características e dicas do que

fazer com cada parte.

9. Contra-filé: Com gordura carne macia e

suculenta – boa para bife e rosbife

10. Picanha: Retirada da alcatra – com gordu-

ra, carne macia e suculenta e com sabor acen-

tuado – oa para churrasco, bife e assada

11. Filé mignon: Considerado o melhor

corte do boi - de textura bem macia e muito

suculenta – pode-se tirar bifes grossos e altos,

que mesmo mal passados, a carne se mantém

macia e saborosa

12. Alcatra: carne macia, suculenta, de

sabor forte. Uma peça inteira de alcatra mede

até 80cm, e dela se tira ainda, cinco tipos de

carnes. São eles: picanha, maminha, e alguns

cortes tipo americanos, baby beef, tender steak

e o top sirloin. Todos cortados contra as fibras,

transversal. Boa para bifes, churrasco e tam-

bém assada na panela ou no forno

13. Fraldão: Tradicional fraldinha sem a capa

de gordura – muito saborosa - é considerada

uma das melhores carnes para churrasco.

14. Coxão mole ou chã de dentro: Carne

macia, mas pouco suculenta - cozimento rápido

– boa para assados, cozidos ou bifes (bife rolê,

bife à milanesa)

15. Lagarto: Carne dura, sem muita gordura e

pouco suculenta - lagarto é uma peça inteira, re-

donda e comprida, retirado do coxão duro - pode

ser cozida ou bem assada (lagarto recheado)

16. Ponta de agulha: É o final da costela,

na parte de baixo do boi - é uma costela mais

macia, ideal para assados, na churrasqueira, no

bafo e no forno convencional - pode ser servida

em cozidos ensopados.

17. Maminha: Retirada da alcatra, a mami-

nha é uma carne macia e suculenta boa para

churrasco, assada no forno ou panela, cozida e

ensopados

18. Coxão duro: Carne fibrosa e dura, com uma

capa de gordura, porém de sabor forte - deve

ser bem cozida, para fazer sopas, ensopados e

caldos - também utilizada moída, pura ou para

rechear

19. Aba, bife do vazio ou ponta de costela: carne magra e dura – boa para sopas, molhos,

caldos de carnes, carne de panela, bife rolê,

picadinho e carne moída

20. Patinho: carne macia e suculenta, mais

macia que a alcatra – ideal para moer - boa para

bife, assada, cozida e sopas (bife à milanesa,

hamburger, almondegas e quibe

21. Músculo: existe músculo dianteiro e traseiro

- o Músculo traseiro é mais macio - bom para

sopas e ensopados

VIDA PRÁTICA

30

GESTÃO

Neste livro o autor descreve seus ensinamentos baseado em sete lições globais, que fazem dos parques da Disney um belo exemplo de organização e lucratividade e se seguidas, vão aumentar tremendamente as chances de qualquer empresa ser bem-sucedida.

1. Concorrência. Concorrente é qualquer empresa com a qual o cliente o compara. O atendimento telefônico é comparado com os serviços de atendimento telefônico existentes. Por esse motivo, a atenção, edu-cação e o jeito ao tratar o cliente são tão fundamentais quanto à eficiência e rapidez na solução para o problema apresentado. Criatividade também conta muito na Disney;

2. Fantástica atenção aos detalhes. Prestar atenção à fisionomia das pessoas, aos seus desejos, à pintura das luminárias, ao calor da comida, etc., é essencial na Disney e em sua instituição;

3. Todos mostram entusiasmo. Os atendentes da Disney estão sempre felizes, dão atenção aos visitantes, arrumam o que deve ser ar-rumado, jogam o lixo no lixo, oferecem flores e percebem outras necessidades dos visi-tantes. O cliente é o maior foco;

4.Tudo mostra entusiasmo. As esculturas, as paredes, os restaurantes e todas as pessoas que trabalham no parque estão perfeitamente alinhados, prestando atenção aos detalhes dos objetos, lugares e visitantes;

5. Múltiplos postos de escuta. Em algumas ocasiões, algum membro do elenco ouve que um casal está em lua-de-mel. Imediatamente oferece um ramalhete de flores como agrado da Disney pela data especial. Também são lidas cartas enviadas pelos visitantes e to-

das as ideias são repassadas para o elenco. Dessa forma, a equipe pode opinar sobre o que pode ser feito de bom no parque;

6. Recompensa, reconhecimento e comemo-ração. Para cada feedback negativo recebido por um membro do elenco, três são posi-tivos. A equipe Disney nunca deixa uma pes-soa sem retorno, pois isso, em longo prazo, pode deixar o funcionário desmotivado. O reconhecimento é feito através de carta e de elogios do supervisor;

7. Todas as pessoas são importantes. Sem a equipe de limpeza, a Disney não seria um paraíso nem o melhor parque do mundo. Se o atendimento não fosse caloroso e carinhoso, as famílias não se sentiriam acolhidas e o passeio não seria mágico. Mas lá, a magia precisa envolver a todos os membros para que eles também envolvam os visitantes.

Autor: Tom ConnellanEditora SaraivaPreço: Na faixa de R$ 30,00

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