anais da ix reuniao sul brasileira de ciencia do solo

444
IX REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC - Resumo expandido - Isolados bacterianos de nódulos de siratro submetidos à tolerância de pH relacionados com características fenotípicas. Tais Backes, (1) ; Sabrina de Fátima Barbosa Dahmer (2) ; Paulo Ademar Avelar Ferreira (2) ; Luana Orlandi (3) ; Andressa de Oliveira Silveira (2) ; Zaida Inês Antoniolli (4) ; Rodrigo Josemar Seminoti Jacques (4) . (1) Estudante de Graduação em Engenharia Florestal; Universidade Federal de Santa Maria; Av. Roraima n° 1000, Camobi, Cep: 97105-900, Santa Maria-RS; [email protected]; (2) Estudante de Pós-Graduação em Ciência do Solo; Universidade Federal de Santa Maria; (3) Estudante de Graduação em Agronomia; Universidade Federal de Santa Maria; (4) Professor(a) Adjunto, Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria. RESUMONos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul encontram-se as principais reservas de carvão mineral. No entanto, as atividades de mineração de carvão a céu aberto resultam em solos com elevado grau de desestruturação, principalmente pelo pH ácido, toxicidade de metais pesados, devido a drenagem ácida de mina e textura bastante friável, sendo muito susceptíveis a processos erosivos. Com isso, a revegetação de plantas em associação com microssimbiontes se torna uma alternativa de baixo custo de implantação e manutenção que auxilia o processo de recuperação de áreas degradadas, visando o controle dos processos erosivos e recuperação das propriedades do solo. Este trabalho tem com objetivo isolar bactérias fixadoras de nitrogênio de diferentes áreas de mineração de carvão e avaliar sua tolerância a diferentes pHs. Os isolados foram obtidos através do isolamento de nódulos de plantas de siratro, esses isolados foram caracterizados fenotipicamente. O teste de tolerância foi em meio YM nos pH 3,0; 4,0; 5,0 e 9,0. Resultados demonstraram que os isolados apresentaram heterogeneidade quanto às características de produção de muco, neutralidade do meio de cultivo e tempo de crescimento, apresentando formação de 10 grupos com 80% de similaridade. Palavras-chave: Macroptilum atropurpureum, isolamento, teste de pH. INTRODUÇÃO- No Brasil, as principais reservas de carvão mineral encontram-se nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 28,8 e 3,4 bilhões de toneladas (89,0 e 10,5% do estoque do País), respectivamente para um total das reservas brasileiras de 32,6 bilhões de toneladas (SEMC, 2011). No estado do Rio Grande do Sul a principal mina é a Mina de Candiota, localizada no município de Candiota, a 400 quilômetros ao sul de Porto Alegre, está inserida na maior jazida de carvão mineral do Brasil. Resíduos que apresentam minerais sulfetados (pirita) em sua composição são gerados a partir da extração do carvão, que em presença de oxigênio são oxidados, além de possuírem alta capacidade de lixiviação de elementos presentes no minério e nas rochas circundantes à área minerada, tornando-se uma solução aquosa ácida, denominada de drenagem ácida de mina (DEM) (Companer & Luiz-Silva, 2009). As principais consequências ambientais da mineração de carvão estão ligadas aos métodos de exploração e processamento utilizados, a drenagem ácida de mina além de poluir o solo e as águas, inibe a revegetação das áreas construídas. Isto se deve a drástica redução do pH do solo (em alguns casos encontram-se valores menores que 3,5), que causa deficiência de nutrientes para as plantas e toxicidade de metais pesados. A maior disponibilidade de metais pesados, como Al, Fe, Mn, Cu, Ni e Zn, a nível tóxico, assim como a perda de Ca e Mg por lixiviação, e dissolução de minerais aluminossilicatos, e a deficiência de P, N, Mo e B são resultantes da oxidação da pirita, devido aos níveis de acidificação no decorrer do perfil do solo (Campos, Almeida & Souza, 2003), prejudicando os programas de revegetação das áreas exploradas. A revegetação é uma alternativa de baixo custo de implantação e manutenção que auxilia o processo de recuperação de áreas degradadas, como as geradas pela extração do carvão, visando o controle dos processos erosivos e recuperação das propriedades do solo (Siqueira et al., 2008) . As espécies vegetais selecionadas para implantação devem se adaptar bem às condições de solo e ambiente, sendo ainda ideal que estas espécies apresentem capacidade de fixação do N 2 atmosférico, em razão da carência desse nutriente na maioria dos solos degradados (Siqueira et al., 2008). Com isso, a introdução de plantas em associação com comunidades manejadas de microssimbiontes, como as bactérias que nodulam leguminosas fixam nitrogênio atmosférico (BNLFN), constitui-se um ferramenta biotecnológica para auxiliar na revegetação de ambientes e ecossistemas degradados (Siqueira et al., 2007). Este trabalho tem como objetivo isolar bactérias fixadoras de nitrogênio de diferentes áreas de mineração de carvão e avaliar sua tolerância a diferentes pHs. MATERIAL E MÉTODOS- Amostragem de Solo em Áreas de Mineração de Carvão As coletas de solos foram realizadas no município de Candiota na área de mineração de carvão da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Para o isolamento das bactérias que nodulam leguminosas e fixam nitrogênio atmosférico (BNLFN) foram coletadas solos em sete áreas com diferentes estágios de recuperação nas

Upload: buicong

Post on 31-Dec-2016

302 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    Isolados bacterianos de ndulos de siratro submetidos tolerncia de pH

    relacionados com caractersticas fenotpicas.

    Tais Backes,(1)

    ; Sabrina de Ftima Barbosa Dahmer(2)

    ; Paulo Ademar Avelar Ferreira(2)

    ;

    Luana Orlandi(3)

    ; Andressa de Oliveira Silveira(2)

    ; Zaida Ins Antoniolli(4)

    ; Rodrigo Josemar

    Seminoti Jacques(4)

    .

    (1)Estudante de Graduao em Engenharia Florestal; Universidade Federal de Santa Maria; Av. Roraima n 1000, Camobi, Cep:

    97105-900, Santa Maria-RS; [email protected];(2) Estudante de Ps-Graduao em Cincia do Solo; Universidade Federal de Santa Maria; (3)Estudante de Graduao em Agronomia; Universidade Federal de Santa Maria; (4)Professor(a) Adjunto, Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria.

    RESUMO Nos estados de Santa Catarina e Rio Grande

    do Sul encontram-se as principais reservas de carvo

    mineral. No entanto, as atividades de minerao de carvo

    a cu aberto resultam em solos com elevado grau de desestruturao, principalmente pelo pH cido, toxicidade

    de metais pesados, devido a drenagem cida de mina e

    textura bastante frivel, sendo muito susceptveis a

    processos erosivos. Com isso, a revegetao de plantas

    em associao com microssimbiontes se torna uma

    alternativa de baixo custo de implantao e manuteno

    que auxilia o processo de recuperao de reas

    degradadas, visando o controle dos processos erosivos e

    recuperao das propriedades do solo. Este trabalho tem

    com objetivo isolar bactrias fixadoras de nitrognio de

    diferentes reas de minerao de carvo e avaliar sua

    tolerncia a diferentes pHs. Os isolados foram obtidos

    atravs do isolamento de ndulos de plantas de siratro,

    esses isolados foram caracterizados fenotipicamente. O

    teste de tolerncia foi em meio YM nos pH 3,0; 4,0; 5,0 e

    9,0. Resultados demonstraram que os isolados

    apresentaram heterogeneidade quanto s caractersticas de

    produo de muco, neutralidade do meio de cultivo e tempo de crescimento, apresentando formao de 10

    grupos com 80% de similaridade.

    Palavras-chave: Macroptilum atropurpureum,

    isolamento, teste de pH.

    INTRODUO- No Brasil, as principais reservas de

    carvo mineral encontram-se nos estados do Rio Grande

    do Sul e Santa Catarina, com 28,8 e 3,4 bilhes de

    toneladas (89,0 e 10,5% do estoque do Pas),

    respectivamente para um total das reservas brasileiras de

    32,6 bilhes de toneladas (SEMC, 2011). No estado do

    Rio Grande do Sul a principal mina a Mina de Candiota,

    localizada no municpio de Candiota, a 400 quilmetros

    ao sul de Porto Alegre, est inserida na maior jazida de

    carvo mineral do Brasil. Resduos que apresentam minerais sulfetados (pirita) em sua composio so

    gerados a partir da extrao do carvo, que em presena

    de oxignio so oxidados, alm de possurem alta

    capacidade de lixiviao de elementos presentes no

    minrio e nas rochas circundantes rea minerada,

    tornando-se uma soluo aquosa cida, denominada de

    drenagem cida de mina (DEM) (Companer & Luiz-Silva,

    2009).

    As principais consequncias ambientais da minerao

    de carvo esto ligadas aos mtodos de explorao e processamento utilizados, a drenagem cida de mina alm

    de poluir o solo e as guas, inibe a revegetao das reas

    construdas. Isto se deve a drstica reduo do pH do solo

    (em alguns casos encontram-se valores menores que 3,5),

    que causa deficincia de nutrientes para as plantas e

    toxicidade de metais pesados. A maior disponibilidade de

    metais pesados, como Al, Fe, Mn, Cu, Ni e Zn, a nvel

    txico, assim como a perda de Ca e Mg por lixiviao, e

    dissoluo de minerais aluminossilicatos, e a deficincia

    de P, N, Mo e B so resultantes da oxidao da pirita,

    devido aos nveis de acidificao no decorrer do perfil do

    solo (Campos, Almeida & Souza, 2003), prejudicando os

    programas de revegetao das reas exploradas.

    A revegetao uma alternativa de baixo custo de

    implantao e manuteno que auxilia o processo de

    recuperao de reas degradadas, como as geradas pela

    extrao do carvo, visando o controle dos processos

    erosivos e recuperao das propriedades do solo (Siqueira et al., 2008) . As espcies vegetais selecionadas para

    implantao devem se adaptar bem s condies de solo e

    ambiente, sendo ainda ideal que estas espcies apresentem

    capacidade de fixao do N2 atmosfrico, em razo da

    carncia desse nutriente na maioria dos solos degradados

    (Siqueira et al., 2008). Com isso, a introduo de plantas

    em associao com comunidades manejadas de

    microssimbiontes, como as bactrias que nodulam

    leguminosas fixam nitrognio atmosfrico (BNLFN),

    constitui-se um ferramenta biotecnolgica para auxiliar na

    revegetao de ambientes e ecossistemas degradados

    (Siqueira et al., 2007). Este trabalho tem como objetivo

    isolar bactrias fixadoras de nitrognio de diferentes reas

    de minerao de carvo e avaliar sua tolerncia a

    diferentes pHs.

    MATERIAL E MTODOS- Amostragem de Solo em

    reas de Minerao de Carvo

    As coletas de solos foram realizadas no municpio de

    Candiota na rea de minerao de carvo da Companhia Riograndense de Minerao (CRM). Para o isolamento

    das bactrias que nodulam leguminosas e fixam

    nitrognio atmosfrico (BNLFN) foram coletadas solos

    em sete reas com diferentes estgios de recuperao nas

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    2

    reas de minerao. As amostragens de solo foram

    realizadas na camada de 0-10 cm de profundidade, com

    trs repeties.

    Isolamento e cultivo das BNLFN

    As BNLFN foram isoladas das amostras de solo pela

    inoculao em plantas-iscas de Macroptilum

    atropurpureum (siratro). Os sete solos coletados foram

    adicionados em uma soluo salina 0,85% e, em seguida,

    um mL da soluo foi inoculado na planta-isca de siratro germinadas. Aps 50 dias em casa de vegetao as plantas

    que apresentaram ndulos foram encaminhadas ao

    Laboratrio Biologia e Microbiologia do Solo Prof.

    Marcos Rubens Fries para o isolamento. Para o

    isolamento dos rizbios, os ndulos foram desinfectados,

    a partir da imerso em lcool 95% por 30 segundos,

    hipoclorito 2% por 3 minutos, formol 5% por 2 minutos e

    lavados 6 vezes em gua destilada estril. Os ndulos

    foram macerados e plaqueados em meio YMA (Vincent,

    1970) a 28 C por at 14 dias.

    Teste de pH

    O teste de pH foi realizado em tubos de penicilina

    contendo meio YM, com trs repeties. Os pHs

    utilizados foram 3.0, 4.0, 5.0 e 9,0. Os tubos de penicilina

    foram inoculados com culturas de bactrias isoladas e

    incubadas sob agitao a 28 C durante trs dias. Com

    base na presena ou ausncia do crescimento bacteriano

    foi determinado a tolerncia ao pH nos isolados de

    BNLFN.

    Anlise Estatstica

    Os dados morfolgicos e de tolerncia foram

    analisados por agrupamento hierrquico utilizando-se o

    programa Past, com base em dados binrios, pelo mtodo

    de concordncia simples (simplematching), com

    algoritmo de Paired group e distncia Jaccard como

    unidade de medida.

    RESULTADOS E DISCUSSO- Os 74 isolados obtidos

    foram submetidos ao teste de pH, onde foi constatado a ausncia ou a presena dos isolados, e juntamente com

    algumas caractersticas fenotpicas, como alterao do pH

    do meio de cultura, tempo de crescimento dos isolados e

    produo de muco (polissacardeos extracelulares). Os

    isolados foram submetidos a um agrupamento como

    descrito na Figura 1.

    O pH do meio interferiu no crescimento microbiano,

    tendo em vista que apenas um isolado cresceu em pH 3.0

    comprovando os resultados de Fernndez-Calvio (2011),

    90% dos isolados cresceram em pH 4.0, 5.0 e 9.0. Quanto

    ao crescimento, 100% dos isolados (Tabela 1)

    apresentaram crescimento rpido (Lima et al., 2012).

    A Tabela 1 apresenta avaliaes individuais das

    caractersticas fenotpicas, 72% dos isolados no

    modificaram o pH do meio, ou seja, no alteraram a

    neutralidade do meio de cultivo, 10% acidificaram o pH

    do meio, e 18% alcalinizaram o meio de cultivo. Isso

    pode ser evidenciado por Coutinho et al. (1999) onde

    identificou alteraes de pH em meio de cultura YMA

    como sendo uma caracterstica para diferenciar gneros

    de Mesorhizobium, Rhizobium e Sinorhizobium, que

    comportaram-se acidificando o meio de cultura, enquanto

    Azorhizobium e Bradyrhizobium apresentaram uma

    alcalinizao do meio YMA. A quantificao do muco foi

    analisada quanto a pouco, moderado ou bastante

    produo, onde os isolados apresentaram 26%, 38% e

    36% respectivamente.

    Avaliando a anlise de agrupamento onde foram

    juntados os dados de todas as caractersticas com as anlises do teste de pH (Figura 1), pode-se avaliar que

    foram formados 10 grupos com 80% de similaridade,

    apresentando uma alta correlao de 0,84.

    A maior diferenciao dos isolados foi identificada

    quanto a produo de muco onde se formaram 3 grandes

    grupos (Figura 1) com similaridade de aproximadamente

    65%, alm de 12%, 27% e 24% dos isolados

    apresentarem produo de muco considerado pouco,

    moderado e bastante, respectivamente, mantendo a

    mesma neutralidade do meio de cultivo, tolerando o

    crescimento nos pH 4.0, 5.0 e 9.0.

    A Figura 1 apresenta agrupamentos relevantes quanto

    alterao do pH do meio de cultivo, onde 14% dos

    isolados alcalinizaram o meio, dentro deles houve uma

    diferena na produo de muco, 10% apresentou

    produo moderada e 6% produo de pouco muco.

    Alm disso, outros isolados tambm apresentaram

    caractersticas de crescimento rpido, crescimento em pH

    5,0 e 9,0 alm de no alterar o meio de cultivo, e outros

    apresentaram a mesmas caractersticas diferenciando

    apenas em alcalinizar o meio de cultivo. Isolados tambm

    apresentaram crescimento em todos os pHs 3,0; 4,0; 5,0 e

    9,0, apresentando bastante produo de goma alm de

    rpido crescimento.

    CONCLUSES Os isolados de bactrias que nodulam

    leguminosas e fixam nitrognio atmosfrico apresentaram uma alta similaridade fenotpica com a formao de 3

    grandes grupos. O isolado 2S1.1 destacou-se

    apresentando crescimento nos pHs 3,0; 4,0; 5,0 e 9,0,

    rpido crescimento, no alterou o pH do meio de cultivo e

    apresentou bastante produo de muco.

    REFERNCIAS CAMPANER, V.P.; LUIZ-SILVA, W. Processos fsico-

    qumicos em drenagem cida de mina em minerao de carvo

    no sul do Brasil. Qumica Nova, 32:146-152, 2009.

    CAMPOS, M.L.; ALMEIDA, J.A.; SOUZA, L.S. Avaliao de

    trs reas de solo construdo aps minerao de carvo a cu

    aberto em Lauro Mller, Santa Catarina. Revista Brasileira de Cincia do Solo, 27:1123-1137, 2003.

    COUTINHO, H.L.C.; OLIVEIRA, V.M.; LOVATO, A.; MAIA,

    A.H.N.; MANFIO, G.P. Evaluation of the diversity of rhizobia in Brazilian agricultural soils cultivated with soybeans. Applied

    Soil Ecology, 13:159-167, 1999. Disponvel em:

    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s1517-8382200400020000

    9&script= sci_arttext. Acesso em: 10 de outubro de 2012.

    FERNNDEZ-CALVIO, D.; ROUSK, J.; BROOKES, P.C.;

    BAATH, E. Bacterial pH-optima for growth track soil pH, but

    are higher than expected at low pH. Soil Biology and

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    3

    Biochemistry, 43:15691575, 2011. Disponvel em:

    http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S00380717110

    01659. Acesso em: 10 de outubro de 2012.

    LIMA, A.A. et al. Diversidade e capacidade simbitica de

    rizbios isolados de ndulos de Mucuna-Cinza e Mucuna-An.

    Revista Brasileira de Cincia do Solo. 36:337-348, 2012.

    Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art text&pid=S0100-06832012000200003&lng=pt&nrm=iso&t

    lng=en. Acesso em: 09 de outubro de 2012.

    NUNES ....

    SECRETARIA DE ENERGIA, MINAS E COMUNICAO

    DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (SEMC).

    Disponvel em: . Acesso em 15 de maio de 2011.

    SIQUEIRA, J.O.; SOARES, C.R.F.S.; SILVA,C.A. Matria

    orgnica em solos de reas degradadas. In: SANTOS, G.A.;

    SILVA, L.S.S.; CANELLAS, L.P.; CAMARGO, F.A.O. (Org.). Fundamentos da matria orgnica do solo Ecossistemas

    tropicais e sub-tropicais. 2 ed. Porto Alegre: Metrpole Editora

    Ltda, 2008. v. 1, p. 495-524.

    VINCENT, J.M. A manual for the practical study of root nodule

    bacteria. Oxford, Blackkwell Scientific, 1970. 164p.

    Tabela 1: Isolados bacterianos submetidos ao teste de pH juntamente com as caractersticas de alterao do pH do meio

    de cultura, taxa de crescimento avaliada pelo tempo de formao de colnias isoladas e produo de muco.

    Isolados pH

    Crescimento (dias)

    pH do meio de Cultura1

    Muco2

    3.0 4.0 5.0 9.0

    1-3 4-5 6-7

    Alc. Ac. N

    P M B

    1S1.1 03 14 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    1S1.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    1S1.3 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    1S1.4 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0 1S1.5 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 0

    2S1.1 1 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    2S1.3 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    2S1.4 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1 2S1.5 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    2S1.6 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    2S2.1 0 0 1 1

    0 1 0

    1 0 0

    1 0 0

    2S3.1 0 0 1 0

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0 2S3.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    2S3.3 0 0 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    3S1.1 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    3S1.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 1 0

    0 0 1 3S1.3 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    3S1.4 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    3S1.5 0 1 1 1

    0 1 0

    0 1 0

    0 1 0

    3S1.6 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0 3S2.1 0 0 1 1

    0 1 0

    0 1 0

    0 0 1

    3S2.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 1 0

    0 0 1

    3S2.3 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0 3S2.4 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    3S2.5 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    3S2.6 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    3S3.1 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1 3S3.2 0 0 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    3S3.3 0 1 1 1

    0 1 0

    0 1 0

    0 0 1

    3S3.4 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    3S3.5 0 1 1 1

    0 1 0

    0 1 0

    0 0 1 3S3.6 0 0 1 1

    0 1 0

    1 0 0

    0 1 0

    4S3.1 0 0 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    4S3.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0

    5S1.1 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    1 0 0 5S1.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    5S1.3 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    5S1.4 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    5S1.5 0 0 0 0

    0 1 0

    0 1 0

    0 0 1 5S1.6 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 1 0

    5S2.1 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    5S2.2 0 1 1 1

    0 1 0

    0 0 1

    0 0 1

    5S2.3 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0 5S2.4 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    5S2.5 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1

    5S2.6 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art%20text&pid=S0100-06832012000200003&lng=pt&nrm=iso&t%20lng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art%20text&pid=S0100-06832012000200003&lng=pt&nrm=iso&t%20lng=enhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art%20text&pid=S0100-06832012000200003&lng=pt&nrm=iso&t%20lng=en

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    4

    5S3.1 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    5S3.2 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    1 0 0 5S3.3 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    1 0 0

    5S3.4 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1

    5S3.5 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1

    5S3.6 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0 6S1.1 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    6S1.2 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 1 0

    6S1.3 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1 6S1.4 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    1 0 0

    6S1.5 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 1 0

    6S1.6 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 1 0

    6S2.1 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    1 0 0 6S2.3 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    1 0 0

    6S2.6 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    1 0 0

    7S1.2 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 1 0

    7S1.3 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1 7S1.4 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    7S1.5 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 0 1

    7S1.6 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1

    7S2.1 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1 7S2.3 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    7S2.4 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0

    7S2.5 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1

    7S2.6 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 1 0 7S3.1 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 1 0

    7S3.2 0 1 1 1

    1 0 0

    1 0 0

    0 1 0

    7S3.3 0 1 1 1

    1 0 0

    0 0 1

    0 0 1 1pH da cultura: Alc.: Alcalino, Ac.: cido e N: Neutro.

    2Muco (produo): P: Pouca, M: Moderada e B: Bastante.

    3Ausncia de crescimento.

    4Presena de crescimento.

    Figura 1: Dendrograma de agrupamento baseado em caractersticas fenotpicas culturais de bactrias isoladas de

    ndulos de siratro. Relao entre os grupos culturais e o teste de tolerncia a pH.

    Grupo 1 Grupo 2

    Grupo 3

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    Seleo plantas de cobertura de vero para fitorremediao de solo com altas

    concentraes de cobre

    Francisco de Figueiredo Wesz (1)

    ; Rodrigo Josemar Seminoti Jacques(2)

    ; Diogo Vendruscolo(3)

    ;

    Natielo Almeida Santana(4)

    ; Willian Braga dos Santos(4)

    (1)Estudante do Curso de Agronomia; Universidade Federal de Santa Maria; Av. Roraima, n 100, CEP 97105-900, Santa Maria, RS; email: [email protected]; (2) Professor; Departamento de Solos; Universidade Federal de Santa Maria; (3) Mestrando;

    Programa de Ps-Graduao em Cincia do Solo; Universidade Federal de Santa Maria; (4)Estudante do Curso de Agronomia;

    Universidade Federal de Santa Maria.

    RESUMO Na viticultura do Rio Grande do Sul

    comum o uso da calda bordalesa como fungicida cprico.

    O uso contnuo da calda acabou contaminando o solo dos

    vinhedos da Serra Gacha. O objetivo deste trabalho

    selecionar plantas de cobertura de solo que sejam

    promissoras para a fitoestabilizao e fitoextrao do cobre em solos de vinhedos, para reduzir o risco de

    contaminao do solo e fontes de gua. Foram coletadas

    amostras de solo de uma rea de mata nativa da Embrapa

    Uva e Vinho. O solo foi contaminado com Cu nas doses

    de: 0, 400, 500 e 600 mg kg-1

    . O experimento foi

    realizado em casa de vegetao, onde foram testadas trs

    plantas, sendo elas: Mucuna cinza (Mucuna cinereum),

    mucuna preta (Mucuna pruriens) e feijo de porco

    (Canavalia ensiforms). O acmulo de matria seca (MS)

    de parte area (PA) de mucuna cinza diminuiu com o

    aumento das concentraes de cobre e a produo de MS

    do sistema radicular (SR) apresentou o mesmo

    comportamento. O feijo de porco apresentou

    comportamento semelhante mucuna cinza j que a MS

    tanto de parte area quanto de raiz diminui em doses

    maiores de cobre. A mucuna preta apresentou

    comportamento diferenciado nas doses de 400 e 500 mg

    kg-1

    e a produo de matria seca foi inferior quando comparado com a dose de 600 mg kg

    -1 tanto em raiz

    quanto em parte area. As trs plantas avaliadas

    apresentam condies de serem utilizadas em programas

    de fitorremediao.

    Palavras-chave: calda bordalesa, fitoestabilizao,

    fitoextrao.

    INTRODUO- A atividade da vitivinicultura foi iniciada no Rio Grande do Sul com os imigrantes

    italianos, que introduziram a prtica da utilizao da calda

    bordalesa para o controle de doenas fngicas

    (Andreazza, 2009). So realizadas em mdia dez

    aplicaes de calda bordalesa em um ano resultando na

    adio de 30 a 65 kg ha-1

    ano de cobre no solo (Nogueirol

    et al., 2005). Devido a sucessivas aplicaes da calda

    bordalesa, houve um acmulo de cobre no solo em elevados nveis nos locais com cultivo de videira

    (Mantovani, 2009). Solos contaminados com metais

    pesados representam um perigo para a sade de seres

    humanos, plantas e animais (Bhargava et al., 2012).

    Diante deste cenrio, alternativas para a remediao

    destes solos devem ser buscadas como forma de reduzir o

    risco de contaminao do solo das guas superficiais e

    subsuperficiais. Entre as tcnicas de biorremediao, a

    fitorremediao uma das tcnicas mais estudadas

    (Coutinho & Barbosa, 2007).

    A fitorremediao a utilizao de plantas para

    remover algum contaminante do solo (Lasat, 2002).

    uma tcnica que est despertando a ateno de cientistas, engenheiros de remediao, e profissionais ambientais do

    governo e indstrias (Bhargava et al., 2012). A

    fitorremediao de reas poludas extremamente til

    para o ambiente j que ocorre a utilizao de plantas

    especficas com objetivo de diminuir ou at mesmo

    despoluir totalmente reas contaminadas (Coutinho &

    Barbosa, 2007).

    O objetivo deste trabalho selecionar plantas de

    cobertura de solo de vero que sejam promissoras para a

    fitoestabilizao e fitoextrao do cobre em solos de

    vinhedos.

    MATERIAL E MTODOS- Foram coletadas amostras

    de solo de um Cambissolo Hmico (Santos et al., 2006)

    em uma rea de mata nativa da Embrapa Uva e Vinho

    (Bento Gonalves/RS). A coleta das amostras de solo foi

    realizada em uma profundidade de 0-20 cm e o solo

    apresenta as seguintes caractersticas: %Argila: 50%; matria orgnica: 3,5 g kg

    -1; pH(1:1): 4,0; P(Mehlich-1): 3,7 mg

    dm-3

    ; K(Mehlich-1): 92,0 mg dm-3

    ; Cu: 2,9 mg dm-3

    ; Zn: 3,3

    mg dm-3

    ; Saturao com Aluminio: 60,5%.

    Foram feitas as correes de pH e adies de NPK de

    acordo com o Manual de Adubao e Calagem (CQFS

    RS/SC, 2004). Posteriormente, este solo foi contaminado

    com a adio de cobre nas doses de 0, 400, 500 e 600 mg

    kg-1

    de solo, na forma de cloreto de cobre (33,34% da

    dose) e sulfato de cobre (66,66% da dose).

    O experimento foi realizado em casa de vegetao na

    rea do Departamento de Solos da Universidade Federal

    de Santa Maria, no perodo de janeiro a abril de 2012,

    onde foram testados trs plantas, sendo elas: mucuna-

    cinza (Mucuna cinereum), mucuna preta (Mucuna

    pruriens) e feijo de porco (Canavalia ensiforms).

    As unidades experimentais foram compostas por vasos

    de cinco litros com quatro quilos de solo, dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com trs

    repeties. As sementes foram semeadas na densidade de

    10 sementes por vaso, sendo que o desbaste foi realizado

    8 dias aps a germinao, deixando-se trs plantas por

    vaso at o final do experimento. Aps o cultivo, as

    plantas foram colhidas, separadas em parte area e raiz, e

    colocadas em estufa com circulao forada de ar a 65 C

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    2

    at atingirem massa constante para determinao da

    matria seca e teor de cobre no tecido vegetal. Ao trmino

    foi quantificada a matria seca das plantas com auxlio de

    uma balana.

    Os dados foram submetidos anlise de regresso a

    1% de probabilidade de erro, por meio do software

    estatstico SISVAR (FERREIRA, 2000).

    RESULTADOS E DISCUSSO- O acmulo de

    matria seca (MS) de parte area (PA) de mucuna cinza

    diminuiu com o aumento das concentraes de cobre. O

    efeito mais significativo foi na dose de 600 mg kg-1

    onde

    houve reduo de 70,13% na produo de MS de PA

    comparado com a testemunha. A produo de MS do

    sistema radicular (SR) apresentou o mesmo

    comportamento, havendo diminuio de 68,64% de MS de raiz comparado com a testemunha (Figura1).

    O feijo de porco apresentou comportamento

    semelhante a mucuna cinza j que a MS tanto de parte

    area quando de raiz diminui em doses maiores de cobre.

    Na dose de 600 mg kg-1

    a reduo foi de 62,9% de MS de

    parte area e 53,2% de MS de raiz em relao a

    testemunha.

    J a mucuna preta apresentou comportamento

    diferenciado. Nas doses de 400 e 500 mg kg-1

    a produo

    de matria seca foi inferior quando comparado com a

    dose de 600 mg kg-1

    tanto em raiz quanto em parte area.

    Houve aumento de 53,5% e 17,3% respectivamente, de

    PA e SR do tratamento de 400 mg kg-1

    para o tratamento

    de 600 mg kg-1

    , mas tambm houve a reduo de 59,24%

    e 64,46% da maior dose (600 mg kg-1

    ) para testemunha,

    respectivamente, para PA e SR.

    Em todas as plantas testadas houve reduo na produo de matria seca nos tratamentos onde foi

    adicionado doses de Cu, quando comparados com a

    testemunha sem adio do metal (Figura1). Nas plantas

    de mucuna cinza e feijo de porco houve uma reduo

    gradual conforme foi aumentada a dose, isso ocorre

    devido ao cobre em altas concentraes no solo

    proporcionar severas alteraes nos tecidos vegetais, em

    nvel bioqumico e fisiolgico (Santos et al., 2004). Alm

    disso, o excesso de cobre na planta pode induzir a

    produo de espcies reativas de oxignio (EROs) de

    forma excessiva, tanto nas razes como na parte area das

    plantas, o que gera o estresse oxidativo nas plantas

    (Benavides et al., 2005).

    Diferente das demais a mucuna preta apresentou um

    comportamento diferenciado nos tratamentos onde foram

    adicionadas doses do metal, havendo aumento gradual na

    produo de MS, tanto de PA como de SR, da dose de 400 mg kg

    -1 para a de 600 mg kg

    -1. Isso pode ser atribudo

    aos mecanismos de tolerncia e proteo que uma planta

    pode apresentar contra a toxidez por cobre, esses

    mecanismos podem ser processos metablicos que

    destroem ou imobilizam os perxidos e os radicais livres

    de oxignio, tais como enzimas antioxidativas

    (Peroxidase, Catalase, Superxido desmutase) e as

    substncias antioxidantes (Glutationa reduzida, Ascorbato

    e Carotenides) (Buchanan et al., 2000). Estes processos

    so desencadeados de diferente forma de acordo com a

    espcie de planta e o nvel da toxidez por cobre

    (SANTOS, 2004).

    Desta forma, os resultados encontrados demonstram

    que h diminuio significativa na produo de MS e de

    SR em todas as plantas, da testemunha em relao aos

    tratamentos com adio de Cu. Estas alteraes podem

    estar associadas ao efeito direto do metal no metabolismo

    da planta e interferncia do metal na absoro e

    transporte de outros nutrientes (Monni et al., 2000;

    Andreazza, 2009). Mesmo assim, os resultados so

    satisfatrios, pois as doses de Cu aplicadas so

    consideradas muito altas, onde culturas mais sensveis a

    toxidez de Cu talvez no conseguissem se desenvolver.

    Portanto, mesmo com o comportamento diferenciado

    da mucuna preta nas doses de 400 e 500 mg kg-1

    em

    relao as outras culturas. Todas as plantas testadas

    apresentaram comportamento que as tornam aptas a serem usadas em programas de fitorremediao de Cu no solo,

    com alta disponibilidade do metal.

    CONCLUSES As plantas de feijo-de-porco e mucuna cinza apresentam crescimento satisfatrio na dose

    de 400 mg kg-1

    de Cu, enquanto que as plantas de mucuna

    preta apresentaram as menores redues de crescimento

    na dose de 600 mg kg-1

    de Cu.

    REFERNCIAS ANDREAZZA, R. Potencial do uso de bactrias e plantas para a

    remediao de cobre em reas de vitivinicultura e de rejeito de minerao de cobre no Rio Grande do Sul. 2009. Porto Alegre,

    125p, Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande

    do Sul. 2009.

    BENAVIDES, M. P.; GALLEGO, S. M.; TOMARO, M. L.

    Cadmium toxicity in plants. Braz. J. Plant Physiol. vol.17, no.1,

    p.21-34, 2005.

    BHARGAVA, A.; CARMONA, F. F.; BHARGAVA, M.;

    SRIVASTAVA, S.; Abordagens para fitoextrao reforada de

    metais pesados. Jornal de Gesto Ambiental. v. 105, p103-120,

    ago. 2012

    BUCHANAN, B. B.; GRUISSEM, W.; JONES, R. L.

    Biochemistry and molecular biology of plants. Rockville:

    American Society of Plant. Physiologists, 2000. 1367 p.

    COMISSO DE QUMICA E FERTILIDADE DO SOLO -

    CQFSRS/SC. Manual de adubao e calagem para os Estados

    do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre,

    Sociedade Brasileira de Cincia do Solo - Ncleo Regional

    Sul/UFRGS, 2004. 400p.

    COUTINHO, H. D.; BARBOSA, A. R. Fitorremediao: Consideraes Gerais e caractersticas de Utilizao. Silva

    Lusitana 15(1): p103 - 117, Lisboa. Dissertao de Mestrado.

    Cincia do Solo, UFPR, Curitiba, 72P, 2007.

    FERREIRA, D. F. SISVAR (Sistema para anlise de varincia para dados balanceados). Lavras, UFLA, 1992, 79p.

    LASAT, M. M. Phytoextraction of toxic metals: a review os

    biological mechanisms. Journal of Environmental Quality. v.31, p109-120, 2002.

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    3

    MANTOVANI, A. Composio qumica de solos contaminados

    por cobre: formas, soro e efeito no desenvolvimento de

    espcies vegetais. Tese (Doutorado). Porto Alegre: Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Ps Graduao em Cincia do Solo. 2009.

    MONNI, S. et al. Copper resistance of Calluna vulgares

    originating from the pollution gradient of a Cu-Ni smelter, in southwest Finland. Environmental Pollution, v. 109, p.211-219,

    2000.

    NOGUEIROL, R.C.; NACHTIGALL, G.R.; ALLEONI, L.R.F. Distribuio dos teores de cobre em profundidade em diferentes

    tipos de solos com vinhedos no Rio Grande do Sul. In:

    CONGRESSO BRASILEIRO DE CINCIA DO SOLO, 2005,

    Recife. Anais. Recife: SBCS, 2005. 1 CD-ROM.

    SANTOS, H. G. et al. Sistema brasileiro de classificao de

    solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306 p. il.

    Inclui apndices.

    SANTOS, H. P.; MELO, G. W. B.; LUZ, N. B.; TOMASI, R. J.;

    Comportamento Fisiolgico de Plantas de Aveia (Avena

    strigosa) em Solos com Excesso de Cobre. Comunicado Tcnico N49. Bento Gonalves, RS. Junho, 2004.

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    4

    a) Parte area

    0 100 200 300 400 500 600

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    b) Raiz

    0 100 200 300 400 500 600

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    Massa s

    eca d

    a p

    art

    e a

    re

    a (

    g v

    aso

    -1)

    Massa s

    eca r

    az

    (g v

    aso

    -1)

    Doses de Cu (mg kg-1

    de solo) Doses de Cu (mg kg-1

    de solo)

    Mucuna cinza

    Mucuna preta

    Feijo de porco

    f=6,2499-0,0040x-1,90E-0,005x2

    R2=0,75**

    f=4,2178-0,0134x-1,90E-0,005x2

    R2=0,81**

    f=2,4507+0,0022x-7,36E-0,005x2

    R2=0,75**

    f=21,0220-0,0139x-1,89E-0,005x2

    R2=0,85**

    f=13,0384-0,0497x+6,12E-0,005x2

    R2=0,79**

    f=24,2503-0,0165x-1,63E-0,005x2

    R2=0,78**

    Figura 1 - Produo de massa seca de parte area (a) e raiz (b) de mucuna cinza, mucuna preta e feijo de porco em

    solo contaminado com diferentes doses de cobre. ** -

    significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    Efeito do uso de dejetos sunos em pastagem sobre a macrofauna edfica

    no municpio de Trs Passos - RS

    Bruno Rafael da Silva(1)

    ; Diego Armando Amaro da Silva(2)

    ; Vitor Hugo Gomes Passos(1)

    ;

    Natielo Almeida Santana(2)

    ; Danni Masa da Silva(3)

    ; Rodrigo Josemar Seminoti Jacques(4)

    Zaida Ins Antoniolli(4)

    (1)Estudante do curso superior de Tecnologia em Gesto Ambiental; Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS; Rua

    Almirante Tamandar, 197, Trs Passos - RS, 98600-000; [email protected]; (2)Estudantes do curso superior em

    Agronomia; Universidade Federal de Santa Maria - UFSM; (3)Professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS e

    Doutoranda em Cincias do Solo do Programa de Ps-Graduao em Cincia do Solo da Universidade Federal de Santa Maria

    UFSM; (4)Professor(a) Doutor(a) da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM;

    RESUMO O estudo da macrofauna do solo fornece o

    indicativo da qualidade do ambiente edfico, uma vez que

    estes organismos so sensveis s mudanas no uso e no

    manejo do solo. Desta forma, avaliar o impacto de

    mudanas no ambiente sobre as populaes edficas

    torna-se importante para o manejo do solo e o emprego de

    prticas que favoream a funcionalidade e a produtividade

    dos ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi analisar os

    efeitos do uso do solo e de dejetos sunos em pastagem

    sobre a diversidade e abundncia da macrofauna do solo

    em um Latossolo Vermelho no Planalto gacho. O

    trabalho foi conduzido no municpio de Trs Passos, RS,

    com trs tratamentos: rea de pastagem com uso de

    dejetos sunos a 14 anos (A1), rea de pastagem com uso

    de dejetos a 2 anos (A2) e mata nativa (MN) e trs

    repeties. A macrofauna foi avaliada de acordo com o

    mtodo Tropical Soil Biology and Fertility. Os grupos

    taxonmicos mais abundantes em ordem decrescente

    foram Hymenoptera, Anellida e Isoptera. O tratamento

    com maior abundncia foi o A1, e juntamente com o MN

    foi tambm o que apresentou maior riqueza,

    demonstrando que tanto quanto o uso do solo, quanto o

    uso de dejetos sunos afetam a macrofauna do solo, e

    evidenciando que o uso de dejetos sunos em longo prazo

    possibilita uma maior ocorrncia de organismos, assim

    como uma maior riqueza de organismos no solo.

    Palavras-chave: diversidade, riqueza, macrofauna

    edfica, adubao orgnica.

    INTRODUO - O estudo de solo uma rea cada vez

    mais pesquisada e mais oportuna dentro da rea da

    Agronomia, a demanda de pesquisas e investimentos

    nessa rea requer sempre ateno. O solo um fator

    essencial para existncia de vida na terra, pois alm de

    sua funo principal que absorver e liberar nutrientes

    para as culturas cultivadas, o solo abriga uma grande

    variedade de organismos, e esse organismos so capazes

    de modificar suas caractersticas qumicas, fsicas e

    biolgicas (Giller, et al., 1997). Estes organismos tm a

    funo de ciclar nutrientes (Decans et al., 2003), e

    auxiliar na manuteno do equilbrio biolgico do solo. A

    atividade biolgica do solo influenciada por diversos

    fatores que mostram sua situao, esses fatores so

    temperatura, textura, umidade, quantidade e a qualidade

    da matria orgnica, pH. Com esses fatores influenciando

    na macrofauna do solo, a fauna edfica possui uma grande

    funo de bioindicadora de sua qualidade (Rovedder et

    al., 2009).

    Na regio noroeste do Rio Grande do Sul, a

    suinocultura uma atividade bastante explorada pelo bom

    retorno comercial, porm seus dejetos podem ser um

    grande problema ambiental, ou soluo para os diferentes

    sistemas de cultivo. comprovado que os dejetos de

    sunos possuem grande valor benfico ao solo quando

    usado em dosagem correta. A adio resduos orgnicos

    tambm influenciam na fauna do solo, pois tem

    importante papel nos processos do ecossistema no que

    concerne ciclagem de nutrientes e estrutura do solo, pois

    responsvel pela fragmentao dos resduos orgnicos,

    mistura das partculas minerais e orgnicas, redistribuio

    da matria orgnica, alm de produzir "pellets fecais"

    (Hendrix et al., 1990; Baretta et al., 2007). Contudo, o

    conhecimento dos grupos funcionais da macrofauna do

    solo de reas utilizadas pelo homem pode fornecer

    informaes sobre o impacto gerado no solo, a partir da

    excluso de um ou mais organismos edficos.

    Este estudo objetivou analisar os efeitos do uso

    do solo e de dejetos sunos como adubo orgnico em

    pastagem sobre a diversidade e abundncia da

    macrofauna do solo em um Latossolo Vermelho no

    Planalto gacho.

    MATERIAL E MTODOS - Foi desenvolvido um

    experimento em uma rea com cultivo de pastagem em

    uma propriedade rural do municpio de Trs Passos no

    Estado do Rio Grande do Sul. O solo do estudo foi

    identificado como Latossolo Vermelho, onde foram

    consideradas trs reas, sendo elas: pastagem de Azevm

    em rea com uso de dejetos sunos 14 anos (A1),

    pastagem de capim Tifton em rea com uso de dejetos

    sunos 2 anos (A2) e mata nativa (MN).

    A macrofauna foi avaliada de acordo com o

    mtodo proposto pela Tropical Soil Biology and Fertility

    (TSBF) (Anderson & Ingram, 1993). Foram delimitados

    para cada tratamento 3 blocos de solo de 25 cm x 25 cm x

    20 cm de profundidade e coletados com auxlio de uma

    mailto:[email protected]

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    2

    p. Os blocos foram armazenados em sacos plsticos e

    encaminhados para triagem manual e posterior

    identificao dos organismos. Os organismos vistos na

    retirada dos blocos foram armazenados em frascos

    contendo soluo lcool 70% + glicerina 5% e

    encaminhados para identificao em laboratrio.

    Em seguida, a macrofauna edfica foi avaliada

    quantitativamente atravs da abundncia das ordens

    conforme Gallo et al. (1988), e quantitativamente, atravs

    da riqueza e ndices de dominncia de Simpson (Is) e de

    diversidade de Shannon (H), usando o software BioDap.

    O ndice de Simpson expressa a probabilidade de dois

    indivduos de uma mesma comunidade pertencerem a

    mesma espcie, variando de 0 a 1, quanto mais alto sendo

    o valor, maior a dominncia de uma espcie sobre as

    demais (Uramoto et al.; 2005). O ndice de Shannon

    reflete a incerteza de apanhar ao acaso um indivduo da

    mesma espcie, e pode variar de 0 a 5, havendo maior

    diversidade de organismos quanto mais alto o ndice

    (Krebs, 1999). Foi feita anlise de varincia nos dados de

    abundncia, riqueza e ndices de diversidade onde foi

    feito teste t de Student, ao nvel de 5% de probabilidade,

    usando o usando o software Assistat.

    O ndice de diversidade de Shannon definido

    como: H = - (pi log pi), onde: pi = ni/N; ni = densidade

    de cada ordem; N = nmero total de indivduos do grupo.

    O ndice de dominncia de Simpson definido como: Is =

    ni (ni 1)/N(N-1), onde: ni = densidade de cada ordem;

    N = nmero total de indivduos do grupo.

    RESULTADOS E DISCUSSO - O tratamento A1

    apresentou o maior nmero de organismos coletados (308

    indivduos), seguido pelo tratamento MN (202

    indivduos) e por ltimo, o tratamento que apresentou

    menor abundncia de organismos que foi o tratamento A2

    (77 indivduos), evidenciando os efeitos benficos do uso

    de dejetos sunos a longo prazo (Tabela 1). Os

    tratamentos A1, A2 (porm, com menor intensidade) e

    MN apresentaram dominncia da ordem Hymenoptera,

    que totalizou quase 50 % dos organismos coletados. Isto

    se deve provavelmente pela proximidade das reas, uma

    vez que as formigas possuem elevada mobilidade,

    transitando de uma rea para outra (Arajo et al., 2010).

    Outros autores tambm observaram que o grupo

    Hymenoptera foi o de maior densidade (Correia et al.,

    2009; Arajo et al., 2010). Porm no se deve relacionar a

    alta abundncia de himenpteros somente com prejuzos

    silvicultura, pois a maioria dos organismos coletados no

    so desfolhadoras, sendo consideradas de fundamental

    importncia para manuteno da qualidade do solo

    (Lavelle & Spain, 2001). Alves et al. (2006) encontrou

    valores semelhantes em reas com diferentes sistemas de

    uso do solo, sobretudo nos tratamentos com maior

    revolvimento do solo e menor aporte de resduos vegetais

    na sua superfcie.

    Tabela 1. Densidade total da macrofauna do solo, ndices

    de diversidade de Shannon (H) e dominncia de Simpson

    (Is) nos tratamentos analisado, mdia de trs repeties.

    Grupo rea Total por

    grupo A1 A2 MN

    Anellida 35 29 12 75

    Araneae 6 5 11 22

    Blattodea - - 1 1

    Chilopoda 4 4 10 17

    Coleoptera 9 7 2 18

    Dermaptera 2 - 2 4

    Diplopoda 2 - - 2

    Diptera 11 4 2 17

    Gastropoda - - 15 15

    Hemiptera 2 4 2 7

    Hymenoptera 221 13 87 320

    Isopoda 5 2 6 13

    Isoptera 10 8 52 70

    Orthoptera 1 1 - 2

    Abundncia 308a 77a 202a

    Riqueza 12a 10a 12a

    H 1,14a 1,91a 1,69a

    Is 0,53a 0,19a 0,26a

    A1 = rea de pastagem com uso de dejetos sunos 14 anos, A2 = rea de pastagem com uso de dejetos sunos 2 anos, MN = mata nativa.

    mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente entre si,

    pelo teste t, de Student, a 5% de erro.

    No teste estatstico aplicado, os dados no

    diferiram estatisticamente provavelmente devido a alta

    variao no nmero de indivduos dos grupos coletados

    dentro dos tratamentos, e devido ao mtodo TSBF usarem

    poucas repeties nas coletas. Cabe tambm ressaltar que

    neste presente trabalho de pesquisa, esto sendo utilizados

    outros trs mtodos de coleta da fauna do solo, que sero

    usadas em conjunto com mais esta coleta em uma anlise

    multivariada dos dados.

    Na A2 identificou-se um predomnio do filo

    Anellida, provavelmente devido a grande quantidade de

    resduos orgnicos que a rea possui, assim como na A1

    proporcionando tambm um grande nmero de

    organismos por m.

    A ordem Isoptera apresentou um grande nmero

    de exemplares (52 indivduos) na MN, principalmente

    quando comparado as reas de pastagem, resultado

    condizente aos de Silva et al. (2012). Segundo Gassen

    (1992), isto deve-se a essas espcies subterrneas viverem

    sob resduos orgnicos e so afetadas pela cobertura

    vegetal e pelas prticas culturais, como desmatamento e

    os manejos culturais.

    Outro fato que merece destaque o grande

    nmero de organismos da ordem Gastropoda no MN, e

    sua ausncia nas reas de pastagem. Esta ordem encontra-

    se normalmente debaixo de pedras ou associados com

    plantas de hortas, jardins e sementeiras, em um ambiente

    constantemente mido (Costa, 1958).

    Os ndices de diversidade de Shannon e de

    dominncia de Simpson foram afetados pelos diferentes

    usos e manejos do solo. Os tratamentos MN e A2 foram

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    3

    os que apresentaram maiores ndices de Shannon e os

    menores ndices de Simpson, mostrando ser o tratamento

    com maior diversidade de organismos. Porm o

    tratamento A2 apresentou um baixssimo nmero de

    organismos coletados quando comparado aos outros

    tratamentos, sendo que na A1, onde h o uso de dejetos

    sunos a 14 anos, apresentou 4 vezes mais organismos.

    Outro fato que favorece o uso de dejetos sunos a um

    longo prazo, que nesta rea houve uma riqueza de

    organismos menor quando comparada a rea com uso de

    dejetos a mais tempo (10 e 12 grupos distintos coletados),

    assim como quando comparado a MN (12 grupos

    coletados).

    CONCLUSES A macrofauna edfica afetada pelos

    diferentes usos do solo, assim como o uso de dejetos

    sunos a mais ou menos tempo ou seu no uso no Planalto

    gacho.

    O uso de dejetos sunos em longo prazo

    possibilita um aumento na qualidade do ambiente edfico.

    O uso da macrofauna edfica como indicador de

    qualidade do solo foi eficiente nos ambientes testados.

    AGRADECIMENTOS - Agradecemos a famlia Rache,

    proprietrios da rea utilizada neste estudo, pela

    receptividade, pela ateno, e por nos ceder gentilmente o

    espao para realizao das coletas.

    REFERNCIAS ALVES, M.V.; BARETTA, D. & CARDOSO, E.B.J. Fauna

    edfica em diferentes sistemas de cultivo no estado de So

    Paulo. R. Ci. Agrovet., 5:31-41, 2006.

    ANDERSON, J. M.; INGRAM, J. S. I. Soil fauna. In: Tropical

    soil biological and fertility: A Handbook of methods. 2. ed.

    Wallingford: C. A. B. International, 1993. p. 44-46.

    ARAJO, L. H. A. et al. Macrofauna edfica sob diferentes

    ambientes em latossolo da regio agreste. In: IV Congresso

    Brasileiro de Mamona e I Simpsio Internacional de

    Oleaginosas Energticas, 2010. Anais. Joo Pessoa, CBM, 2010.

    BARETTA, D.; BROWN, G.G.; JAMES, S.W. & CARDOSO,

    E.J.B.N. Earthworm populations sampled using collection

    methods in Atlantic Forests with Araucaria angustifolia. Sci.

    Agric., 64:384-392, 2007.

    CORREIA, K. G. et al. Macrofauna edfica em trs diferentes

    ambientes na regio agreste paraibana, Brasil. Engenharia

    Ambiental, Espirito Santo do Pinhal, v. 6, p.206-213, 2009.

    COSTA, R. G. Alguns insetos e outros pequenos animais que

    danificam plantas cultivadas no Rio Grande do Sul. SIPA, Porto

    Alegre, 1958.

    DECANS, T. et al. Impacto del uso de la tierra em la

    macrofauna del suelo de los Llanos Orientales de Colmbia. In:

    JIMNEZ, J.J.; THOMAS, R.J. (Ed.). El arado natural: las

    comunidades de macroinvertebrados del suelo en las savanas

    neotropicales de Colombia. Cali: Centro Internacional de

    Agricultura Tropical, 2003. p.21-45.

    GALLO, D. et al. Manual de entomologia agrcola. 1. ed.

    Agronomica Ceres, So Paulo, 1988. 649p.

    GASSEN, D. N. Classificao de pragas de solo de acordo com

    habitat e com os hbitos alimentares. In: Reunio sobre pragas

    subterrneas dos pases do cone Sul, 1992. Anais. Sete Lagoas,

    EMBRAPA-CNPMS, 1992. p.209-214.

    GILLER, K. E.; BEARE, M. H.; LAVELLE, P. et al.

    Agricultural intensification, soil biodiversity and agroecosystem

    function. Applied Soil Ecology, 1997. v.6, p.3-16.

    HENDRIX, P.F.; et al. Soil biota as components of sustainable

    agroecosystems. In: EDWARDS, C.A.; LAL, R.; MADDEN, P.;

    MILLER, R.H. & HOUSE, G. Sustainable agricultural systems.

    Ankey, Soil and Water Conservation Society, p.637-654, 1990.

    KREBS, C. J. Ecological methodology. 2nd ed. Addison Wesley

    Longman. USA, 1999. 620p.

    LAVELLE, P.; SPAIN, A. V. Soil Ecology. Amsterdam:

    Kluwer Scientific Publications, 2001, 654p.

    ROVEDDER, A. P. M. et al. Organismos edficos como

    bioindicadores da recuperao de solos degradados por

    arenizao no Bioma Pampa. Cincia Rural, Santa Maria, v. 39,

    n. 4, p.1061-1068, jul. 2009.

    SILVA, D. M. et al. Macrofana edfica sob diferentes usos do

    solo na regio do rebordo do Planalto Gacho In: XXXIII

    Congresso Brasileiro de Cincia do Solo. Anais. Uberlndia,

    Sociedade Brasileira de Cincia do Solo, 2012.

    URAMOTO, K.; WALDER, J. M. M.; ZUCCHI, R. A. Anlise

    quantitativa e distribuio de populaes de espcies de

    Anastrepha (Diptera: Tephritidae) no Campus Luiz de Queiroz,

    Piracicaba, SP. Neotropical Entomology, Londrina, v. 34, n. 1,

    p. 3339, 2005.

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    Influncia de Invertebrados Edficos sobre a Decomposio de Serapilheira em

    Eucalipto e Mata Nativa nas Regies Oeste e Planalto de Santa Catarina

    Jonas Inkotte(1)

    ; Sheila Trierveiller de Souza

    (1); lvaro Luiz Mafra

    (2); Myrcia Minatti

    (3);

    Deives Girardi(4)

    Marcio Gonalves da Rosa(1)

    ; Eduardo Lucianer(4)

    ; Dilmar Baretta(5)

    Lais

    Gervasio Batista(6)

    Leticia Scoz Silva(6)

    (1)Mestranda(o) do curso de Cincia do Solo; Universidade do Estado de Santa Catarina - Centro de Cincias

    Agroveterinrias (UDESC/CAV), Av. Luiz de Cames, 2090 - Conta Dinheiro, Lages/SC/Brasil

    ([email protected]); (2) Professor do Departamento de Solos e Recursos Naturais da UDESC/CAV);(3)

    Engenheira Florestal, Bolsista de Apoio Tcnico Pesquisa do CNPq, Departamento de Solos e Recursos Naturais da

    UDESC/CAV; (4) Graduando em Zootecnia da UDESC- Centro de Educao Superior do Oeste (UDESC/CEO), Rua

    Beloni Trombeta Zanin, 68 - Bairro Santo Antnio, Chapec/SC/Brasil; (5) Professor da UDESC/CEO. (6)Graduanda em

    Engenharia Ambiental da (UDESC/CAV).

    RESUMO A fauna exerce papel fundamental na

    triturao da serapilheira, favorecendo a decomposio,

    sendo estes processos reguladores dos fluxos de energia e

    nutrientes nos ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi

    avaliar composio da fauna associada serapilheira em

    diferentes tempos em dois sistemas de uso do solo. Para

    avaliao da fauna foram utilizadas quatro bolsas de

    decomposio confeccionadas em tela de nylon na malha

    de 2mm, dispostas em um reflorestamento de eucalipto

    (Reu) e mata nativa (MN), as quais permaneceram

    durante cinco meses nos tempos de 15, 30, 60, 90 e 12

    dias. O material foi triado manualmente e os indivduos

    capturados, fixados em lcool 80% e posteriormente

    identificado a nvel de grandes grupos. Pode-se observar

    que em todas as reas de estudo a distribuio das

    espcies da fauna do solo foi associada ao tempo de

    decomposio da serapilheira.

    Palavras-chave: serapilheira; biodiversidade; sistemas de

    uso do solo.

    INTRODUO- A serapilheira constituda a partir da

    queda de folhas, galhos e frutos provenientes da

    vegetao, que a partir da decomposio pela ao da

    fauna, interfere na ciclagem dos nutrientes no solo.

    (Sanches et al ,2009) destacam que essa camada

    representa o compartimento onde se encontram mais

    espcimes, quando comparado ao solo, por proporcionar

    habitat apropriado para a maioria dos grupos de

    invertebrados edficos (Silva et al., 2012).

    As composies qumicas e fsicas bem como a

    quantidade de serapilheira depositada podem afetar nas

    populaes da fauna do solo. Este fato pode interferir na

    ciclagem de nutrientes e consequentemente a fertilidade

    do solo (Garcia e Catanozi, 2011). A decomposio de

    serapilheira em sistemas naturais ocorre com ativa

    participao de microrganismos e invertebrados, sendo

    esta atividade condicionada por diversos fatores abiticos,

    tais como temperatura e umidade, alm da disponibilidade

    e qualidade do material, e da interao entre organismos

    (Devi e Singh, 2009).

    Dentre os organismos que compem a mesofauna do

    solo, os microartrpodes so considerados os organismos

    que mais sofrem influncia de rpidas mudanas

    climticas e alteraes fsico-qumicas no solo. Acarina e

    Collembola representam o maior percentual de artrpodes

    no solo, dominando geralmente em abundncia e

    diversidade, contribuindo de forma fundamental na

    funo detritvora e auxiliando para a decomposio da

    serapilheira, bem como no controle de populaes de

    microrganismos, em especial os fungos (Devi e Singh,

    2009; Melo et al., 2009).

    O presente trabalho objetivou avaliar a evoluo de

    invertebrados edficos associados decomposio da

    serapilheira em plantio de eucalipto e matar nativa nas

    regies Oeste e Planalto de Santa Catarina.

    MATERIAL E MTODOS- As amostragens ocorreram

    ao longo de cinco meses nas regies oeste e planalto no

    Estado de Santa Catarina.

    As condies de uso do solo avaliadas foram plantio

    de eucalipto e mata nativa. A serapilheira utilizada para o

    experimento foi coletada previamente e seca em estufa de

    circulao forada a temperatura de 60C durante 24

    horas, aps a secagem, foram pesadas 20 gramas do

    material e transferidos para bolsas confeccionados com

    tela de nylon de 2mm de abertura, com dimenses de

    15x20cm. Posteriormente o material foi levado para as

    reas de estudo, totalizando 20 bolsas em cada local, as

    quais permaneceram no campo para avaliar a

    decomposio. As coletas foram feitas de forma sucessiva

    no intervalo de 15 dias na primeira avaliao e aps, a

    cada 30 dias, at 120 dias de avaliao.

    As bolsas foram retiradas das reas amostrais e

    acondicionadas em sacos plsticos para que no houvesse

    perda de fauna associada serapilheira. Posteriormente

    foram levadas at o laboratrio para triagem manual, onde

    os indivduos capturados foram fixados em lcool 80% e

    identificados em nvel de grandes grupos, utilizando

    microscpio estereoscpico. Os resultados foram

    submetidos anlise multivariada de componentes

    principais usando o programa Canoco verso 4.0(Ter

    Braak & smilauer, 1988)

    RESULTADOS E DISCUSSO- A Anlise de

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    2

    Componentes Principais (ACP) em mata nativa (MN)

    revelou que alguns grupos especficos como tatuzinhos-

    de-jardim (Isopoda) e piolhos-de-cobra (Diplopoda)

    seguido de formigas (Hymenoptera:Formicidade), cupins

    (Isoptera), caros (Acarina), centopias (Chilopoda)

    (Figura 1) foram fortemente associados a primeira coleta

    (eixo 1; 19,8%). Outros grupos como aranhas (Araneae),

    baratas (Blattodia) e moscas (Diptera)1 no tiveram

    relao com tempo de coleta. Isso explicado pelo eixo 2

    do grfico que representa 15,2% da variao.

    Aparentemente um dos motivos destes organismos no

    estarem diretamente ligados a serapilheira seja pelo fato

    de serem organismos de vida livre, sem organizao

    social e, algumas vezes, atuando como predadores, como

    o caso das aranhas.

    Figura 1. Anlise de Componentes Principais(ACP) em Mata

    Nativa(MN). Aca=Acarina; Ara=araniae; Blata=Blatdea;

    Collem=Collembola; Coloep=Coleptera; Derma=Dermaptera;

    Diplo=Diploptera; Formi=Formicidaea; Hemip=Hemiptera;

    Hym=Hyminoptera; Isop=Isoptera; Molu=Mollusca;

    Pseu=Pseudoscorpionidea;

    1 O grupo Dptera no faz parte da fauna edfica, no

    entanto a ocorrncia deste grupo foi constatada talvez

    pelo fato da serapilheira constituir um nicho trfico

    Figura 2. Anlise de Componentes Principais(ACP) em

    Reflorestamento de Eucalipto (Reu). Aca=Acarina; Ara=araniae;

    Blata=Blatdea; Collem=Collembola; Coloep=Coleptera;

    Derma=Dermaptera; Diplo=Diploptera; Formi=Formicidaea;

    Hemip=Hemiptera; Hym=Hyminoptera; Isop=Isoptera;

    Molu=Mollusca; Pseu=Pseudoscorpionidea;

    Para o reflorestamento de eucalipto (Reu) a associao

    da fauna serapilheira foi mais evidente para alguns

    grupos como formigas (Hymenoptera:Formicidae), caros

    (Acarina), tesourinhas (Dermaptera), especialmente na

    primeira poca de coleta (eixo 1; 15,9%)(Figura 2.).

    Outros grupos tiveram relao com a poca de coleta,

    para o estabelecimento de suas comunidades na

    serapilheira (eixo 2; 13,9%).

    Analisando o acmulo de espcies foi possvel

    visualizar que ao longo do tempo ocorreu uma maior

    estabilizao na estrutura das comunidades ligadas

    decomposio da serapilheira (Figura 3 e 4).

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    3

    Houve predomnio de Collembola nos dois

    tratamentos, seguido da famlia Formicidade

    (Hymenoptera) em MN e Araneae em Reu (Figura 5).

    Figura 3. Frequncia absoluta total de cada grupo nas reas de

    Mata Nativa(MN) e Reflorestamentos de Eucalipto(Reu);

    independente da regio.

    CONCLUSES Observo no plantio de eucalipto e na

    mata nativa, nas duas regies, que a distribuio das

    espcies de invertebrados do solo est associada ao tempo

    de decomposio da serapilheira. Outras variveis sero

    adicionadas avaliao, como teores de lignina e celulose

    na biomassa e variveis ambientais (temperatura e

    umidade), s quais sero relacionadas com as taxas de

    decomposio da serapilheira.

    .

    REFERNCIAS

    DEVI, S.; SINGH, B. Leaf litter decomposition, abiotic factors

    and population of micro-arthropods in a sub-tropical forest

    ecosystem, Manipur, North East India. Internetional journal of

    ecology and enviromental Sciences. 35 (4): 365-368, 2009.

    GARCIA, D.V.B.; CATANOZI, G. Anlise de macrofauna de

    solo em rea de mata atlntica e de reflorestamento com Pinus

    sp zona sul de So Paulo Rev. Ibirapuera, So Paulo, n. 2, p.

    10-14, jul./dez, 2011.

    MELO, F.V. et al. A importncia da meso e macrofauna do

    solo na fertilidade e como biondicadores. Boletim Informativo

    da SBCS janeiro abril, 2009.

    SANCHES, L. et al. Dinmica sazonal da produo e

    decomposio de serrapilheira em floresta tropical de transio.

    Revista Brasileira de Engenharia Agrcola e Ambiental v.13,

    n.2, p.183189, 2009.

    SILVA, J. ; JUCKSCH, I. ; TAVARES, R. C. Invertebrados

    edficos em diferentes sistemas de manejo do cafeeiro na Zona

    da Mata de Minas Gerais. Rev. Bras. de Agroecologia. 7(2):

    112-125, 2012.

    TER BRAAK, C.J.F. & SMILAUER, P. CANOCO reference

    manual and users guide to Canoco for Windows: Software for

    canonical community ordination(version 4). New York.

    Microcomputer Power, 1988.

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    Figura 4. Acmulo de espcies em relao ao tempo em Reflorestamento de Eucalipto (Reu), independente da regio.

    Figura 5. Acmulo de espcies em relao ao tempo em Mata Nativa(MN), independente da regio.

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    UTILIZAO DE RESDUOS DAS VINCOLAS DA REGIO DA

    CAMPANHA NA PRODUO DE VERMICOMPOSTO

    Ana Cludia Kalil Huber(1)

    ; Rosete Aparecida G. Kohn(2)

    ; Marcelo Lopes Nunes(3)

    ; Willian

    Prates de Ramos(4)

    (1) Prof. Dr., Eng. Agrnoma, Centro de Cincias Rurais, URCAMP; Tupy Siveira 2099, Bag, RS, 96400-110. email:

    [email protected], (2) Prof. M.Sc.,Eng. Agrnoma, Centro de Cincias Rurais, URCAMP, Bag, RS; (3) Prof. Dr., Eng.

    Agrnomo Faculdade Inovao, FAI, Caxias do Sul, RS; (4)Aluno de Graduao de Agronomia, Centro de Cincias Rurais,

    URCAMP, Bag, RS.

    RESUMO Os resduos urbanos e agroindustriais

    constituem em alternativa interessante para a substituio

    de estercos, embora a maioria destes apresente baixa

    fertilidade natural e necessite de transformao prvia

    para aplicao no campo. A vermicompostagem tm

    contribudo para a otimizao do aproveitamento de

    resduos orgnicos gerados em propriedades de base

    familiar. Considerando o crescimento da indstria

    vincola da Regio da Campanha, este trabalho teve como

    objetivo a utilizao de resduos gerados por esta

    agroindstria para produo de vermicomposto. O

    experimento foi realizado no minhocrio do Centro de

    Cincias Rurais, URCAMP, Bag, RS, no perodo de 11

    de agosto a 17 de novembro de 2011. Os diferentes

    resduos orgnicos foram acondicionados em 30 vasos

    com capacidade de 4kg cada, perfazendo cinco

    tratamentos e seis repeties por tratamento. Foram

    adicionadas 50 minhocas Eisenia andrei, adultas em cada

    vaso do experimento. Os resduos orgnicos utilizados

    foram: esterco de bovino leiteiro e subproduto da

    vinificao nos seguintes tratamentos: T1 100% Esterco

    de bovinos; T2 75% Esterco de bovinos e 25% casca de

    uva; T3 50% Esterco de bovinos e 50% casca de uva;

    T4 25% Esterco de bovinos e 75% casca de uva; T5

    100% casca de uva. As anlises qumicas foram

    determinadas no Laboratrio de Qumica do Solo da

    UFPel, Pelotas. Podemos concluir que vivel a

    utilizao dos resduos das vincolas para produo de

    vermicomposto na Regio da Campanha. A casca de uva

    enriquece a constituio qumica do vermicomposto

    elevando os teores de Nitrognio, Potssio, Clcio e

    Magnsio.

    Palavras-chave: minhocas, vermicomposto, vinificao.

    INTRODUO- A vitivinicultura (produo de uvas,

    vinhos e seus derivados) uma atividade que remonta a

    milhares de anos, sendo sua prtica historicamente

    vivenciada nas diferentes regies do globo terrestre. O

    Brasil teve a introduo de videiras em seu territrio no

    sculo XVI. No Rio Grande do Sul, a prtica vitivincola

    viria a se constituir, nas dcadas finais do sculo XIX, em

    uma atividade de importncia econmica e social,

    sobretudo a partir da experincia dos imigrantes italianos

    que se instalaram principalmente na regio nordeste deste

    estado. No decorrer das dcadas iniciais do sculo XX, a

    atividade continuaria sua escala de desenvolvimento, com

    o incio da implantao de uma legislao governamental

    e a chegada de enlogos estrangeiros. Tais especialistas

    vieram auxiliar no aprimoramento tcnico das

    agroindstrias que iam sendo criadas, alm de aumentos

    expressivos na produo e comercializao dos produtos

    da cadeia. Atualmente, o cenrio da vitivinicultura gacha

    permite constatar que a atividade permanece como uma

    das mais importantes para a economia do estado rio-

    grandense, principalmente quando se observa o nmero

    de pessoas empregadas na cadeia, o valor dos impostos

    gerados, as exportaes realizadas e o dinamismo direto e

    o correlato proporcionado por esta atividade (AGEVIN,

    2012).

    Os resduos urbanos e agro-industriais constituem

    em alternativa interessante para a substituio de estercos,

    mesmo que parcialmente, por serem baratos e abundantes,

    embora a maioria destes apresente baixa fertilidade

    natural e necessite de transformao prvia para aplicao

    no campo. Uma gama de outros produtos, tambm poder

    ser encontrada no mercado e serem usados como o caso

    dos humatos, da farinha de peixe, guano (resduos de aves

    marinhas) entre outros (MORSELLI, 2007).

    A regio da Campanha fica localizada na "Metade

    Sul do Estado", atualmente com aproximadamente 1.500

    ha consolidou-se como produtora de vinhos finos na

    dcada de 1980 a partir de um Projeto implantada por

    uma empresa multinacional no municpio de Santana do

    Livramento, na fronteira com o Uruguai. J na Serra do

    Sudeste, a vitivinicultura veio a ganhar importncia

    econmica mais recentemente a partir de investimentos

    efetuados por vincolas localizadas na Serra Gacha. Em

    ambos os plos produtores so cultivadas exclusivamente

    castas de Vitis vinifera. A produtividade dos vinhedos na

    regio situa-se entre 8 e 12 t/ha, dependendo da cultivar e

    das condies climticas da safra (IBRAVIN, 2012).

    Conforme Silva (2002), os subprodutos representam

    cada vez mais um interesse acrescido do ponto de vista e,

    principalmente, econmico. Esta importncia torna-se

    ainda mais relevante quando um setor tem elevado peso

    na economia de um pas, como o setor vitivincola. Os

    subprodutos da vinificao caracterizam-se como sendo: o

    bagao, as grainhas, o folhelho, o engao, as borras e o

    sarro; da sua industrializao surgem diversos produtos,

    destacando-se a aguardente, o lcool etlico e o cido

    mailto:[email protected]

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    2

    tartrico. O tratamento de subprodutos agrcolas est a

    merecer cada vez maior ateno, tendo em vista o seu

    aproveitamento, a despoluio do ambiente e, em

    numerosos casos, e sempre que possvel, com ambas as

    finalidades e que para produzir 100 litros de vinho branco

    obtm-se 31,17kg de subprodutos, e 25kg para o mesmo

    volume de vinho tinto.

    Vermicomposto o produto da ao dos

    microrganismos em resduos orgnicos, contando com o

    auxlio das minhocas, como forma de apressar o processo

    de decomposio, denominado Vermicompostagem.

    Apresenta propriedades fsicas, qumicas e biolgicas

    capazes de auxiliar no bom desempenho das culturas

    (MORSELLI, 2000). Considerando o crescimento da

    indstria vincola da Regio da Campanha, este trabalho

    teve como objetivo a utilizao de resduos gerados por

    esta agroindstria para produo de vermicomposto.

    MATERIAL E MTODOS- O projeto foi desenvolvido

    na Faculdade de Agronomia, Centro de Cincias Rurais,

    localizado na Universidade da Regio da Campanha, no

    municpio de Bag, Rio Grande do Sul. O experimento foi

    realizado no Minhocrio Didtico do Centro de Cincias

    Rurais, URCAMP no perodo de 11 de agosto a 17 de

    novembro de 2011, totalizando 96 dias de

    vermicompostagem dos resduos orgnicos. Logo aps a

    prensagem das cascas de uva da cultivar Cabernet

    Sauvignon oriundas do Laboratrio de Microvinificao

    da URCAMP, Bag, RS, estas foram acondicionadas num

    galpo sob uma lona preta para evaporao do lcool por

    sessenta dias. Os diferentes resduos orgnicos foram

    acondicionados em 30 vasos com capacidade de 4kg

    cada, levando em considerao a densidade de cada

    material, perfazendo cinco tratamentos e seis repeties

    por tratamento. Foram adicionadas 50 minhocas Eisenia

    andrei, adultas e cliteladas (pesando individualmente de

    400mg a 600mg) em cada vaso do experimento. Os

    resduos orgnicos utilizados foram: esterco de bovino

    leiteiro (Centro de Cincias Rurais- URCAMP) e

    subproduto da vinificao, casca de uva (Laboratrio de

    Microvinificao da URCAMP). Foram aplicados os

    seguintes tratamentos: T1 100% Esterco de bovinos; T2

    75% Esterco de bovinos e 25% casca de uva; T3 50%

    Esterco de bovinos e 50% casca de uva; T4 25%

    Esterco de bovinos e 75% casca de uva; T5 100% casca

    de uva. Os mtodos utilizados para as determinaes dos

    vermicompostos, foram os recomendados por Tedesco et

    al, (1995), e as anlises realizadas no Laboratrio de

    Qumica e Fertilidade do Solo do Departamento de Solos

    da FAEM/UFPel.

    RESULTADOS E DISCUSSO - Os parmetros

    avaliados nos vermicompostos esto apresentados na

    (tabela 1) e encontram-se dentro das normas do decreto

    federal n 86.955 de 1982 do Ministrio da Agricultura

    Pecuria e Abastecimento MAPA (BRASIL, 2012),

    Instruo Normativa n25/2009, que determina para

    composto orgnico os seguintes parmetros: C, N, pH e

    umidade. Estes devero apresentar os seguintes valores

    mnimos: 40%; 1 %; 6 e 40 % respectivamente e C/N

    mxima 18/1.

    Conforme Morselli (2007), pela classificao e

    interpretao dos dados de anlise de material

    compostado (humus), a varivel pH encontrada nos

    tratamentos variaram de 6,7 a 7,7, teores de bom a timo

    respectivamente, aumentando seu valor com o aumento

    da concentrao de casca de uva. A relao C:N variou

    entre 8:1 a 15:1 e nos tratamentos T1 e T2 foram

    classificados como bom e nos tratamentos T3, T4 e T5 foi

    classificado como timo. O teor de Nitrognio est

    dentro do teor mnimo e mximo, 1,7% e 5,0%. Para os

    teores de fsforo os teores variaram de 8,62 a 10,63%,

    sendo que todos os tratamentos foram classificados como

    alto. O nutriente Potssio ficou entre 0,92 a 6,17%, e teve

    seus teores aumentados medida que a concentrao de

    casca de uva foi acrescida, passando de baixo para alto.

    Para o elemento Clcio os valores ficaram entre 1,15 a

    2,33%, ficando classificados como baixo e mdio,

    respectivamente, onde houve um acrscimo dos valores

    no tratamento at 75% de casca de uva e um decrscimo

    com 100% de casca de uva. Para o nutriente Magnsio os

    valores ficaram entre 0,89 a 1,69%, sendo classificado

    como baixo e mdio respectivamente, diminuindo o teor

    de magnsio com 100% de concentrao de casca de uva.

    Para os elementos enxofre, cobre e boro, os valores

    aumentaram a medida que as concentraes de casca de

    uva se elevaram. Os elementos zinco, ferro e mangans

    diminuram a medida que aumentou os teores de casca de

    uva. Para o elemento sdio, este no mostrou diferena

    nos teores, se manteve constante em todos os tratamentos.

    Segundo Holanda (1990), uma ampla faixa de

    nutrientes entre os diferentes estercos como, por exemplo,

    bovinos de corte (nitrognio de 1,80 a 3,70%; fsforo de

    0,42 a 1,03% e potssio de 0,61 a 2,50%), bovinos de

    leite (nitrognio de 1,84 a 5,60%; fsforo de 0,44 a 1,02%

    e potssio de 0,57 a 4,20%) e sunos (nitrognio de 2,0 a

    4,50%; fsforo de 0,40 a 1,58% e potssio de 1,58 a

    3,59%), o que pode ser evidenciada para os elementos

    qumicos estudados, com exceo do fsforo.

    Por outro lado, o valor de pH dos

    vermicompostos esto de acordo com o valor mnimo

    (pH=6,0) recomendado pela Instruo Normativa

    N25/2009. Valente et al. (2009) ressaltam que se o pH

    aumenta, como resultado da absoro do CO2 pelos

    micro-organismos, o equilbrio move-se para produo de

    CO3-. Alm disso, as glndulas calcferas das minhocas

    possuem anidrase, que catalisa a fixao de CO2 em

    CaCO3, reduzindo a acidez do substrato.

    Os elementos Nitrognio e Potssio apresentam

    valores acrescidos a medida que a relao Casca de

    Uva/Esterco aumenta, o que sugere este primeiro

    substrato maior quantidade destes elementos em sua

    composio. Segundo Garg et al. (2006) o potssio o

    ction que predomina no mosto, tornando-se mais solvel

    a medida que ocorre a maturao da uva.

    Os valores mais elevados da relao C/N,

    verificaram-se para os tratamentos com maior percentual

    de esterco. Isso explica o fato de que grande parte de resto

    de frutas, serem ricas em Nitrognio, enquanto os

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    3

    resduos de estercos so ricos em Carbono (NUNES e

    SANTOS, 2009).

    Garg et al. (2006), tambm observaram um

    aumento no teor de Clcio na vermicompostagem de

    resduos industriais, e relataram que no processo de

    vermicompostagem, governado pelas minhocas e pelos

    micro-organismos, ocorre a transformao do Clcio da

    forma imobilizada para formas livres, resultando em

    acrscimos de Clcio disponvel no vermicomposto

    produzido. No processo de vermicompostagem, alm de

    outros minerais, o Magnsio tambm transformado da

    forma orgnica imobilizada, para formas inorgnicas

    disponveis, devido a ao de microrganismos e de

    enzimas presentes no tubo digestrio das minhocas e no

    substrato.

    Na figura 1, pode-se verificar que os teores de

    cobre e zinco, apresentaram um gradiente antagnico, nos

    tratamentos de T1 a T5, onde o cobre apresentou valores

    crescentes com o incremento do resduo da casca da uva,

    enquanto que o inverso ocorreu para os teores de zinco.

    Fato este que dever estar relacionado possibilidade de

    resduos de produtos agroqumicos contendo cobre, j

    que, por natureza este elemento apresenta teores

    extremamente baixos em frutferas. (HEWITT, E.J. e

    SMITH, T.A., 1975; MALAVOLTA, et. al., 1989).

    muito comum a presena de zinco no esterco

    suno, mas no esterco bovino, poder ter tido outra

    origem.

    Com relao ao comportamento do ferro e

    mangans (figura 2), normal haver um gradiente em

    comum, com comportamentos iguais, pois so elementos

    que esto muito presente em xidos e isso favorece um

    desempenho similar, entretanto a elevada presena deles

    em maior quantidade no esterco, devera estar relacionado

    a presena de xidos de ferro e mangans no solo e a

    maior assimilao por parte das plantas que compe a

    pastagem bovina.

    CONCLUSES Podemos concluir, que vivel a

    utilizao dos resduos das vincolas, comprovado pelo

    importante contribuio deste material como fonte de

    enriquecimento da constituio qumica do

    vermicomposto, evidenciado pelos elevados teores de

    Nitrognio, Potssio, Clcio e Magnsio, assim como,

    juntando-se a uma importante iniciativa a pratica de

    reciclagem de subprodutos disponveis e de fcil

    obteno, na busca de um Desenvolvimento Sustentvel

    com a preservao do meio ambiente. Entretanto, e

    importante considerar que a utilizao destes dois

    subprodutos (esterco bovino e resduos vincolas) em

    conjunto, podero trazer uma contribuio qumica

    importantes para os solos e culturas.

    AGRADECIMENTOS- a Universidade da Regio da

    Campanha, Bag, RS, pela bolsa PIBIP.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Instruo Normativa n25, de 23 de julho de 2009. Dispe sobre

    as especificaes e as garantias, as tolerncias, o registro, a

    embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgnicos simples,

    mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados

    agricultura. Disponvel em

    Acesso em 21 de ago. 2012.

    GARG, P. et al. Vermicomposting of different types of waste

    using Eisenia foetida: A comparative study. Bioressource

    Technology, 97:391-395, 2006.

    HEWITT, E.J. e SMITH, T.A. Plant mineral nutrition.London,

    English University Press, 1975. 298p.

    HOLANDA, J.S. Esterco de curral: Composio, preservao e

    adubao. Natal, EMPARN, 17:69, 1990.

    MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C. & OLIVEIRA, S.A.

    Avaliao do estado nutricional de plantas. Piracicaba,

    POTAFOS, 1989. 201p.

    MORSELLI, T. B. G. A. Resduos orgnicos em sistemas

    agrcolasPolgrafo: PPGA/PPGSPAF UFPel. Universidade

    Federal de Pelotas, 2007. 227p.

    MORSELLI, T.B.A. Vermicultura e Vermicompostos

    Processo e aplicaes. Projeto apresentado no Curso de Ps-

    graduao em Agronomia rea Produo Vegetal. Exame de

    Qualificao. Universidade Federal de Pelotas. 2000.70p.

    NUNES, M. U. C.; SANTOS, J. R. Alternativas tecnolgicas

    para o aproveitamento de resduos de coqueiro gigante para

    produo de adubo orgnico; compostagem e outras. In:

    CINTRA, F. L. D.; FONTES, H.R.; PASSOS, E. E. M. et al.

    Fundamentos tecnolgicos para a revitalizao das reas

    cultivadas com coqueiro gigante no nordeste do Brasil. Aracaju:

    Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2009. P. 127-144...

    SILVA, L.R. Aproveitamento de subprodutos da vinificao.

    ESAV. Viseu, 2002.

    TEDESCO, M. J.et al. Anlises de solo, plantas e outros

    materiais. Porto Alegre: Faculdade de Agronomia.

    Departamento de Solos Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul. RS, 1995.174p.

    VALENTE, B. S. et al. Fatores que afetam o desenvolvimento

    da compostagem de resduos orgnicos. Archivos de Zootecnia,

    58:59-85, 2009.

    ASSOCIAO GACHA DE ENGARRAFADORES.

    AGEVIN. Disponvel em:

    .

    Acesso em: 24de mai. 2012.

    INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO. IBRAVIN.

    Disponvel em:

    . Acesso

    em: 15de jul. 2012.

    http://www.agricultura.gov.br/http://www.vinhosdobrasil.com.br/vinhos_regioes_rs.phphttp://www.ibravin.com.br/regioesprodutoras.php

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    4

    Tabela 1. Teores de pH, relao C:N, nitrognio, fsforo, potssio, clcio e magnsio nos diferentes substratos.

    substratos. URCAMP, 2012.

    Tratamento pH C:N N P K Ca Mg

    (%) (%) (%) (%) (%)

    T1 6,7 15:1 2,31 10,47 0,92 1,15 0,98

    T2 6,09 13:1 2,71 10,63 2,20 2,54 1,69

    T3 6,53 11:1 3,43 10,54 2,33 2,03 1,47

    T4 6,68 8:1 4,37 10,52 4,06 2,33 1,64

    T5 7,69 8:1 4,91 8,62 6,17 1,45 0,89 T1 (100% de esterco bovino), T2 (25% casca de uva e 75% esterco bovino), T3 (50% casca de uva e 50% esterco bovino),

    T4 (75% casca de uva e 25% esterco bovino), T5 (100% casca de uva).

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    T1 T2 T3 T4 T5

    Tratamentos

    Cu

    e Z

    n (

    mg

    /kg

    )

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    B (

    mg

    /kg

    )

    Cu

    Zn

    B

    Figura1. Teor dos elementos cobre (Cu), zinco (Zn) e boro (B) nos diferentes tratamentos. T1 (100% de esterco bovino), T2 (25% casca de uva e 75% esterco bovino), T3 (50% casca de uva e 50% esterco bovino),

    T4 (75% casca de uva e 25% esterco bovino), T5 (100% casca de uva).

    Figura 2. Teor dos elementos ferro (Fe) e mangans (Mn) nos diferentes tratamentos. T1 (100% de esterco bovino), T2 (25% casca de uva e 75% esterco bovino), T3 (50% casca de uva e 50% esterco bovino),

    T4 (75% casca de uva e 25% esterco bovino), T5 (100% casca de uva).

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    Desinfeco e germinao de esporos de fungos micorrzicos arbusculares para o

    estabelecimento de culturas in vitro.

    Aline de Liz Ronsani(1)

    ; Ederson Borges do Prado(2)

    ; Jefferson Dias de Oliveira(3)

    ; Carla

    Cndida Cleto(4)

    ; Sonia Purin(5)

    .

    (1,2,3,4) Estudantes do curso de Cincias Rurais, Universidade Federal de Santa Catarina; Rodovia Ulisses Gaboardi km 3 Fazenda

    Pessegueirinho; Curitibanos,SC; [email protected]; (5) Professora da Universidade Federal de Santa Catarina; Rodovia

    Ulisses Gaboardi km 3 Fazenda Pessegueirinho, Curitibanos,SC; [email protected]

    RESUMO Os fungos micorrzicos arbusculares (FMAs)

    so componentes da biota do solo que estabelecem

    simbiose mutualstica com a maioria das espcies vegetais

    de importncia agrcola e florestal. Pelo seu potencial de

    aumentar a nutrio e o crescimento vegetal, esses fungos

    podem ser utilizados como inoculantes, produzidos na

    forma de sistema de vaso ou in vitro. O presente trabalho

    teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento de

    esporos de FMAs com diferentes nveis de antibiticos e

    cloramina sobre a germinao e a contaminao de quatro

    espcies em condies in vitro. A germinao dos esporos

    foi reduzida na maioria das condies testadas.

    Entretanto, os tratamentos foram eficientes no controle da

    contaminao quando comparados testemunha. Com

    base nos dados obtidos, pode-se recomendar as espcies

    Rhizophagus intraradices, Claroideoglomus etunicatum e

    Gigaspora albida como as mais indicadas para o

    estabelecimento de culturas puras in vitro com bom

    potencial de germinao e baixa contaminao.

    Palavras-chave: micorrizas arbusculares, sistema in

    vitro, inoculantes microbianos.

    INTRODUO- Os fungos micorrzicos arbusculares

    (FMAs) so importantes componentes da biota edfica

    que formam simbiose mutualstica com espcies da

    maioria das famlias de plantas (Bolan, 1991, Smith &

    Read, 1997). Os FMAs, sem exceo, so simbiontes

    obrigatrios; eles dependem da simbiose com plantas

    compatveis para sua multiplicao. Eles no apresentam

    especificidade hospedeira, mas sua capacidade em

    promover o crescimento da planta pode variar em razo

    do fungo, da planta, e do ambiente (Smith & Gianinazzi-

    Pearson, 1988). Isto ocorre devido a diferenas no grau de

    infectividade e na eficincia das diferentes espcies de

    fungos em promover a absoro de P pelas razes. Dentre

    os benefcios da associao micorrzica para as plantas,

    pode-se destacar: maior absoro e utilizao de

    nutrientes do solo, especialmente o fsforo;

    favorecimento da nodulao e fixao de N2 em

    leguminosas e reduo de danos causados por

    fitopatgenos. Estes benefcios so importantes

    principalmente em espcies agrcolas e florestais, e,

    portanto, o uso destes fungos na forma de inoculantes

    pode significar maior sobrevivncia, melhor nutrio e

    consequentemente maior rendimento vegetal (Siqueira et

    al., 2002).

    Os FMAs podem ser utilizados como inoculantes

    principalmente quando so multiplicados em dois

    sistemas: vaso e in vitro, que se contrastam no que se

    refere pureza e manuteno do material em questo. No

    sistema in vitro, possvel obter-se uma cultura livre de

    contaminante, ou seja, cultura pura, sendo que os esporos

    so tratados com antibiticos que dificultam o

    crescimento de bactrias. No sistema em vaso,

    microrganismos contaminantes tm um maior

    crescimento e proliferao j que os vasos so mantidos

    em sistema aberto em casa de vegetao. Outra vantagem

    do cultivo in vitro o transporte facilitado pelo seu

    tamanho, diferentemente da inoculao em vaso. A

    manuteno do fungo possui um nvel de complexidade

    menor nas placas de Petri, j que no meio de cultura

    existe uma quantidade suficiente de nutrientes que ir

    sustentar o ciclo de vida completo do FMA. No caso da

    manuteno do sistema em vaso se faz necessria a

    atividade cotidiana de irrigao e eventualmente de

    fertilizao. Alm disso, os vasos ocupam grande espao

    fsico, o que no acontece com as placas, por sua vez

    estocadas em uma incubadora. Apesar destas vantagens, o

    sistema in vitro pouco difundido, sendo que existem

    apenas duas instituies que controlam esta tcnica, uma

    localizada na Europa (GINCO, Coleo Internacional de

    Glomeromicetos) e outra no Brasil, sob liderana da

    EMBRAPA Milho e Sorgo.

    Para estabelecer um isolado de FMA em cultura pura

    no sistema in vitro, existem diversas etapas a serem

    seguidas (Cranenbrouck et al., 2005). Inicialmente, os

    esporos (provenientes de sistema de vaso) so coletados e

    esterilizados. Em seguida, eles so introduzidos em placas

    de Petri contendo meio MSR e incubados at germinao,

    que normalmente acontece em um intervalo de at 21

    dias. Neste perodo, o eventual material contaminante

    (por exemplo, bactrias) removido e so introduzidas

    razes geneticamente modificadas de chicria ou cenoura.

    A partir desta fase, o fungo inicia a colonizao intra-

    radicular e posteriormente observa-se a expanso do

    miclio no meio extra-radicular, onde ele esporula. Aps

    3-4 meses de cultivo, este material (meio de cultura +

    razes + fungo) pode ser utilizado como inoculante em

    experimentos de casa de vegetao ou a campo. Percebe-

    se, portanto, que a fase crtica para o estabelecimento de

    uma cultura desta natureza a desinfeco e germinao

    dos esporos. Entretanto existe uma escassez de

    informaes literrias sobre como maximizar estes dois

    processos em um sistema in vitro. Apenas um protocolo

    de desinfeco de esporos foi originalmente publicado por

    pesquisadores da GINCO (Cranenbrouck et al., 2005),

    sobre o qual so feitas adaptaes por pesquisadores em

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • IX REUNIO SUL-BRASILEIRA DE CINCIA DO SOLO 08 a 09 de Novembro de 2012 - LAGES-SC

    - Resumo expandido -

    2

    outros laboratrios. Portanto, faz-se necessria a

    conduo de trabalhos experimentais que testem

    tratamentos de agentes de desinfeco no potencial

    germinativo dos FMAs especialmente em isolados

    oriundos do Brasil. Assim sendo, o presente trabalho teve

    como objetivo testar o efeito de diferentes nveis de

    cloramina e antibiticos na ocorrncia de contaminao e

    germinao de esporos de quatro espcies de FMAs.

    MATERIAL E MTODOS- O presente experimento foi

    conduzido no Laboratrio de Microbiologia da

    Universidade Federal de Santa Catarina (Campus de

    Curitibanos). Foi adotado o fatorial (2 x 2 +1), com os

    fatores: dois nveis de cloramina (1 e 2%, p/v) dois nveis

    de antibiticos (200 mg de estreptomicina/L + 100 mg

    garamicina/L e 100 mg de estreptomicina/L + 50 mg

    garamicina/L) e uma testemunha, na qual os esporos

    foram tratados com gua destilada. Para cada tratamento,

    foram utilizadas 5 repeties. Foram utilizadas as

    seguintes espcies de FMAs: Rhizophagus intraradices,

    Gigaspora albida, Scutellospora heterogama e

    Claroideoglomus etunicatum. Todos os isolados foram

    cedidos pela Coleo Internacional de Cultura de

    Glomeromy