voz ribatejana edição 1 set 2011
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Em frente aos correios de Alverca
tel: 21 958 45 37 Web: www.audiovital.pt
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:: número 19 :: ano 1 :: 31 de Agosto de 2011 :: quinzenário regional :: director Jorge Talixa :: preço 0,50 cêntimos ::
Voz Ribatejana
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1º CHURRASCO DO MARINA CAFÉ
ALMOÇO/CONVÍVIO
Alverca conquista
Supertaça de Lisboa
Protesto de utentes em
Alhandra acaba com
tiro e detenções
pag.: 17
Dívidas do Ministério
ameaçam obras e
refeições nas escolas
Insolvência fecha Redondel Festas anuais - Mais de 100 mil visitam cidade ribatejana foto: Pedro Batalha
“O Redondel”, emblemático restaurante vila-franquense que funcionava na Praça de Toiros Palha Blanco, está fechado desde o passado dia 2. As dificul-
dades financeiras levaram ao pedido de insolvência da firma responsável pela exploração e deixaram quatro pessoas no desemprego. Em Samora Correia,
o supermercado Supersol fechou no dia 23 deixando mais 20 pessoas no desemprego.
pag.: 5
Esp
ecial
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ade da P
óvoa
Nest
a ediç
ão
pag.: 9
Samora defende a Festa
pag.: 15
Azambuja e Carregado
abrem centros escolares
pag.: 9
Campo Pequeno
evoca José Falcão
ABERTURA
“
02
voz ribatejana #19
Jorge Talixa
As unidades de cuidados con-
tinuados são uma necessidade
evidente na região mas, por
isto ou por aquilo, os diversos
projectos previstos têm-se
defrontado com sucessivos
problemas e apenas a UCC da
Misericórdia de Arruda dos
Vinhos está a funcionar. Vila
Franca de Xira, Vialonga e
Forte da Casa são algumas das
localidades ainda à espera de
melhores perspectivas que
levem à concretização de
unidades vocacionadas para
acolher doentes em recuper-
ação e idosos que necessitem
de acompanhamento especia-
lizado e de fisioterapia. Todos
concordam que unidades deste
tipo são fundamentais para
aliviar a pressão sobre o satura-
do Hospital Reynaldo dos
Santos, mas os diversos
processos não têm corrido
bem.
O mais avançado é o projecto
de construção da UCC da
ABEI de Vila Franca de Xira,
na fronteira entre esta freguesia
e a das Cachoeiras. O edifício
está praticamente concluído
desde Dezembro, mas ninguém
se apercebeu a tempo que não
havia sistema de saneamento
na zona e só mais recentemente
foi alcançado um entendimento
entre a instituição e os Serviços
Municipalizados de Águas e
Saneamento para a partilha de
custos da rede necessária. Em
Vialonga, o projecto de criação
de uma UCC que se chegou a
desenhar foi abandonado pela
Fundação CEBI, confrontada
com as dificuldades em encon-
trar parceiros necessários e
com a decisão do anterior go-
verno de deixar de devolver os
valores de IVA das obras às
IPSS. Já no Forte da Casa, o
IAC articulou com a
bracarense Britalar a cons-
trução de uma UCC, mas as
dificuldades na obtenção de
apoios fazem com as obras te-
nham andado muito devagar.
Em recente reunião camarária
foi aprovada a revogação do
direito de superfície a favor do
Município e da CEBI de parte
do antigo Sanatório da
Flamenga. Maria da Luz
Rosinha explicou que a vinda
do imóvel à posse da Câmara
implicava o pagamento de uma
prestação mensal e que a autar-
quia avançou no pressuposto
de que a Fundação CEBI con-
cretizaria ali a instalação da
UCC. “A CEBI viu-se con-
frontada com a questão da
alteração do IVA. Todas as
instituições estão sujeitas a
IVA à tabela de 23%, sem po-
ssibilidade de reembolso.
Numa obra de 8 milhões de
euros, isso significa mais de 2
milhões, o que não era
suportável, tendo até em con-
sideração que os apoios da
administração central eram só
de 750 mil euros e o Município
tem um tecto para compartici-
par. Ficava para a instituição
um investimento da ordem dos
9 milhões de euros, o que era
muito pesado”, vincou a presi-
dente da edilidade vila-fran-
quense, esclarecendo que a
CEBI tem continuado a tentar
encontrar um parceiro, mas que
“não tem sido fácil”.
Por isso, Câmara, CEBI e
Direcção-Geral do Património
do Estado (DGPE) decidiram
suspender o processo. “Se
entretanto evoluir, poder-se-á
negociar”, acrescentou Maria
da Luz Rosinha, explicando
que outro problema foi o do
cálculo das prestações venci-
das. A autarquia tentou e con-
seguiu convencer a DGPE de
que as prestações mensais só
deveriam começar a contar a
partir de Janeiro de 2011, altura
em que se previa o arranque
das obras. “Qual não foi a
nossa surpresa quando, há dias,
apareceu um ofício em que
aceitavam a revogação da
cedência, mas pediam-nos 190
mil euros de prestações, tudo
desde o princípio”, sublinhou a
edil, frisando que “correu” para
a Direcção-Geral e aguarda,
agora, a posição do novo
secretário de Estado do
Tesouro, porque entende que a
Câmara só deve pagar os 30
mil euros respeitantes ao
primeiro semestre deste ano.
“Deixa-me alguma mágoa que
a Fundação CEBI não tenha
capacidade para fazer este
investimento tão importante
para o concelho”, observou,
por seu turno, a vereadora Ana
Lídia Cardoso, eleita da CDU,
questionando se a Câmara não
estará interessada em defender
a utilização daquele espaço
como Hospital de Retaguarda
no âmbito do Serviço Nacional
de Saúde, porque “é um espaço
que se degrada de dia para
dia”. Maria da Luz Rosinha
admitiu que, com a
“devolução” do Palácio da
Flamenga ao Património do
Estado esta questão da criação
de um Hospital de Retaguarda
voltará a colocar-se “com
maior incidência”. Embora
reconheça que o Estado não
deverá envolver-se directa-
mente num projecto desse tipo
e que o espaço já não está liga-
do ao Ministério da Saúde, a
presidente da Câmara de Vila
Franca diz que o Governo
poderá tentar cativar interesses
para investir na recuperação e
reutilização daquele edifício
centenário.
A necessidade de unidades de cuidados continuados é evidente
no concelho de Vila Franca de Xira, mas nenhum dos vários
projectos equacionados para Vila Franca, Vialonga e Forte da
Casa está a funcionar, por diversos problemas que entretanto
surgiram com as iniciativas da ABEI, da CEBI e do IAC.
Dentro de dois anos, deverá ser a Misericórdia de Vila Franca
a avançar para a criação de uma UCC nas actuais instalações
do Hospital Reynaldo dos Santos, associada a lares de idosos
e serviços de fisioterapia e consultas de especialidade.
A Comissão de Utentes de Saúde de Vialonga (CUSV) temdesenvolvido, ao longo dos anos, várias iniciativas em defesado aproveitamento para fins públicos do antigo Palácio daFlamenga. Agora, perante a devolução do espaço à adminis-tração central, a CUSV lamenta que, “depois de mais de 12anos de encerramento e muitas peripécias financeiras,económicas e políticas, com anúncios repetidos de “agora éque vai abrir””, o edifício onde já funcionou uma extensãohospitalar continue “desaproveitado e vandalizado”, demon-strando de forma “evidente o desleixo com que tem sidotratado um bem público, que a todos pertence”. No entenderda CUSV, a mais recente decisão da Câmara de Vila Francade revogar a cedência em direito de superfície constitui“mais um episódio ao estilo de entradas de leão e saídas decordeiro”.
Concelho de Vila Franca de Xira
Utentes lamentam 12 anos de“falsas expectativas” naFlamenga
Unidades de cuidados
continuados não andam
07 de Setembro’11
15h00
Salão
da Junta
de Freguesia
das
Cachoeiras
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03
31 de Agosto de 2011
PRÓXIMA EDIÇÃO DO
VOZ RIBATEJANA
A 14 DE SETEMBRO NÃO PERCA!
O palácio seiscentista da
Flamenga, em Vialonga,
voltou a ser assaltado nos
últimos dias e até metade da
porta principal (metálica) do
edifício do Estado já foi
roubada, deixando todo o
interior do imóvel acessível.
Já em Fevereiro haviam sido
roubados cerca de 2000
azulejos do século XVII que
decoravam a capela dedica-
da a Santo António, avalia-
dos em 40 mil euros.
Nos últimos anos, depois da
desactivação da extensão do
Hospital de Vila Franca de
Xira que ali funcionou até
1989, o palácio tem sido
alvo de sucessivos roubos e
actos de vandalismo. Há
meia dúzia de anos, a
Câmara de Vila Franca
suportou uma operação de
barragem de portas e janelas
com tijolo, mas os roubos
continuaram. O velho palá-
cio do século XVII, um dos
mais importantes símbolos
do património de Vialonga,
lá está, sem vigilância, com
as paredes cobertas de graffi-
tis e agora também de porta
escancarada, permitindo
perceber que o interior está
completamente vandalizado
e coberto de montes de lixo e
restos dos materiais que
alguns se foram encarregan-
do de furtar.
O Voz Ribatejana procurou
obter mais esclarecimentos
junto da Direcção-Geral do
Tesouro e Finanças e da
Câmara de Vila Franca de
Xira mas ainda não teve
resposta.
J.T.
Portas
escancaradas
A obra de construção da
Unidade de Cuidados
Continuados da Associação
para o Bem-Estar Infantil de
Vila Franca de Xira ( a mais
avançada no concelho) está
praticamente pronta desde
Dezembro, mas a falta de uma
rede de esgotos na zona tem
impedido a abertura do serviço,
com capacidade para 30 camas.
Em Julho, os Serviços
Municipalizados de Águas e
Saneamento (SMAS) de Vila
Franca e a ABEI chegaram,
finalmente, a um entendimento
para a partilha de custos e as
obras deverão estar feitas até
final deste ano.
Manuel Martins, presidente da
ABEI, salienta que a institu-
ição desconhecia completa-
mente que aquela zona não era
servida por rede de esgotos e
que seria necessário construir
um ramal com centenas de
metros. Na reunião camarária
de 13 de Julho foi, entretanto,
aprovado um acordo entre o
Município e a ABEI, através do
qual os cerca de 222 mil euros
estimados para a realização da
obra de construção do ramal de
esgotos serão divididos entre
os SMAS e a instituição. A
ABEI deverá suportar cerca de
70 mil euros e os Serviços
Municipalizados de Águas e
Saneamento os restantes 152
mil.
Bernardino Lima, vereador da
CDU, estranhou como é que
ninguém se apercebeu da falta
desta rede de esgotos quando o
projecto foi aprovado. “Aquele
terreno foi cedido à ABEI e
não havia infra-estruturas de
saneamento que o servissem.
Daí que os SMAS se envolvam
na criação dessa infra-estrutu-
ra, que servirá não só aquele
equipamento mas outras situ-
ações que venham ser feitas
naquela área”, frisou, por seu
turno, Maria da Luz Rosinha,
presidente da Câmara vila-
franquense.
“Como é que se aprova um
projecto destes sem perceber
que não existia rede de esgotos
e que vai ter que ser feito um
investimento desta envergadu-
ra e como é que se tem o
equipamento concluído há 7
meses e não se tinha percebido
que não existia rede de esgo-
tos?”, questionou Ana Lídia
Cardoso, eleita da CDU.
O vice-presidente Alberto
Mesquita lembrou que aquela
zona está inserida no âmbito
das AUGI (áreas urbanas de
génese ilegal) e que a rede a
construir vai ligar à ETAR da
Quinta da Coutada. “Esta rede
já devia ter sido feita e ter em
conta o equipamento em causa,
mas não foi assim que aconte-
ceu e encontrámos esta
solução”, explicou. Já José
António Oliveira, membro do
conselho de administração dos
SMAS, acrescentou que foi já
depois da aprovação do alvará
para a obra da UCC que se
apurou que não existia rede de
saneamento.
Falta de esgotos atrasa
abertura da UCC da ABEI
Custos agravados
Inicialmente estimada em 1, 8 milhões de euros, esta UCC
deverá custar mais cerca de 1 milhão de euros, porque
entretanto surgiram novas exigências legais que a ABEI
teve que cumprir e suportar. Dos 2, 8 milhões de euros
agora previstos, a instituição recebe uma compartici-
pação de 750 mil euros da Administração Regional de
Saúde e cerca de 380 mil da Câmara de Vila Franca. O
restante será suportado pela ABEI. “São cerca de 1, 5 mil-
hões de euros, tivemos que recorrer à banca e a alguns
fundos próprios”, acrescenta Manuel Martins, lembran-
do que a UCC é uma grande carência no concelho, terá 30
camas e a gestão de vagas será feita por uma entidade
gestora nacional.
A obra da UCC do Instituto
de Apoio à Comunidade,
lançada no final do ano pa-
ssado, está ainda numa fase
muito inicial por dificuldades
de financiamento
Falta de financiamento
atrasa ampliação
da UCC de Arruda
A Misericórdia de Arruda dos Vinhos tem a única unidade de cuidados
continuados (UCC) a funcionar nesta região, com capacidade para 30
camas. Tendo em conta a notória carência de mais camas e a necessidade
de responder a novas exigências legais, a instituição arrudense elaborou
um projecto de ampliação da UCC para 70 camas, mas o processo tem-se
arrastado desde o final de 2010, porque a Unidade de Missão dos
Cuidados Continuados (UMCC) não garante o financiamento, apesar de se
tratar de uma iniciativa contemplada no acordo de compensações pela
mudança da localização do aeroporto.
Carlos Lourenço, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arruda dos
Vinhos (SCMAV), garante, em declarações ao Voz Ribatejana, que a insti-
tuição não abdica dos 750 mil euros de comparticipação e até está dispos-
ta a recorrer aos tribunais para os exigir. É que, embora a UMCC, diga que
as verbas estão esgotadas, o responsável da Misericórdia recorda que
vários projectos aprovados nas duas primeiras fases do programa não
chegaram a concretizar-se e que no acordo de compensações do Oeste
aprovado pelo governo cessante está claramente definido o apoio a esta
ampliação da UCC de Arruda. Um tema que vamos desenvolver na pró-
xima edição do Voz Ribatejana.
04
voz ribatejana #19
Jorge Talixa
Com a conclusão das novas
instalações do Hospital
Reynaldo dos Santos, as anti-
gas instalações, situadas no
centro da cidade, deverão
regressar à posse da Santa Casa
da Misericórdia de Vila Franca
de Xira (SCMVFX). Embora
subsistam algumas dúvidas
sobre os direitos relativamente
à totalidade dos edifícios (ver
caixa), o certo é que a mesa
administrativa da SCMVFX
tem uma estratégia já definida
para o que pretende fazer
naquele extenso imóvel, voca-
cionado para actividades na
área da saúde e na área social.
Tendo em conta que tem uma
lista de espera da ordem das
240 pessoas para internamento
em lar e que é notória a falta em
Vila Franca de uma unidade de
cuidados continuados e de
serviços de consultas especia-
lizadas, os responsáveis da
SCMVFX têm ideias definidas
e estabeleceram já alguns con-
tactos com eventuais parceiros,
entre eles o próprio Grupo
Mello, que lidera o consórcio
actualmente responsável pela
gestão do Reynaldo dos Santos.
“Acho que Vila Franca de Xira,
pela natureza da sua população,
bastante idosa, bastante caren-
ciada também e, por razões
acrescidas agora pela crise
económica e social do País,
penso que a Santa Casa poderá
ter uma oportunidade única de
exercer ali aquelas que se
chamam as verdadeiras obras
de misericórdia, alargadas aos
próprios cuidados de saúde e
não só, para lhe permitir pers-
pectivar um futuro melhor”,
adiantou Carlos Caetano Dias,
provedor da Misericórdia vila-
franquense, em declarações ao
Voz Ribatejana, explicando que
a instituição já transmitiu à
Administração Regional de
Saúde a sua vontade de, con-
cluído este ciclo de mudança do
Hospital para as novas insta-
lações, poder articular e desen-
volver ali um projecto alargado
que abranja lares de idosos com
uma vertente social muito vin-
cada, unidade de cuidados con-
tinuados, centro de dia, hospital
de dia e consultas de especiali-
dade. “Pensamos também que
pode ser feito por etapas, devi-
do às dificuldades financeiras,
tem que ser por etapas e pode
ter também análises clínicas,
consultas especializadas, que
nunca houve em Vila Franca e é
um drama para as pessoas
pobres como é que vão às con-
sultas de especialidade fora
daqui. Pensamos numa unidade
com um cunho e uma orien-
tação muito social”, refere
Carlos Caetano Dias, explican-
do que tem havido contactos
com grupos privados com
experiência na área da saúde.
“É desejável que aquelas insta-
lações não fiquem muito tempo
paradas”, prossegue o provedor
da Misericórdia de Vila Franca,
salientando que outra compo-
nente muito importante é a de
lar, porque a capacidade de
resposta actual da SCMVFX
fica bastante aquém das nece-
ssidades (ver caixa). “Já temos
nos nossos lares cerca de 15
pessoas em cuidados continua-
dos praticamente, mas que não
correspondem a uma ver-
dadeira terapia de cuidados
continuados. Estamos a fazer
uma resposta social de lar o
melhor que podemos, com as
equipas médicas, com enfer-
magem, com fisioterapia, já
temos isso tudo, que não tí-
nhamos, mas fica muito aquém
dos meios de tratamento e de
diagnóstico que só as unidades
próprias podem ter. Acho que
ali (actuais instalações do hos-
pital) haverá todas as condições
para avançar para um processo
desses”, conclui Carlos
Caetano Dias.
Também a presidente da
Câmara de Vila Franca de Xira
já se referiu a esta possibilidade
e apoia a hipótese de criação de
uma UCC nas actuais insta-
lações do Reynaldo dos Santos.
“A defesa que tenho feito é que
deve ser uma UCC, que é bas-
tante necessária e que até pode
ser gerida pela mesma entidade
que gere o hospital. Não termos
nada a obstar”, observa Maria
da Luz Rosinha, frisando que
sabe que a Fundação CEBI
também contactou o Grupo
Mello a propósito da eventual
UCC de Vialonga, mas que
“não houve, no primeiro
momento, grande interesse da
parte do consórcio”.
Misericórdia equaciona UCC e lar
para as actuais instalações do Hospital
Dentro de dois anos, o Hospital Reynaldo dos Santos já de-
verá estar a funcionar nas novas instalações, a Norte da
cidade de Vila Franca de Xira. A Santa Casa da Misericórdia
vila-franquense, proprietária dos actuais edifícios hospita-
lares, pensa desenvolver uma unidade de cuidados continua-
dos nos antigos imóveis do centro da cidade, associada a lares
para idosos, centros de dia e serviços de fisioterapia, consultas
de especialidade e análises clínicas.
Os dois lares da SCMVFX têm capacidade para 120 idosos,mas a centenária instituição social de Vila Franca de Xira temmais 240 pessoas em lista de espera para internamento em lar- cerca de 200 mulheres e mais de 40 homens. “Entendemosque a Santa Casa tem uma oferta hoje que não corresponde aessa procura. É necessário dar esse salto”, sublinha o prove-dor, vincando que muitas destas pessoas inscritas são pessoascarenciadas, com reformas baixas, que necessitam de
respostas.“Numa instituição que tem 120 vagas de resposta em lar ecerca de 240 pessoas em lista de espera, qualquer mais-valiade acréscimo será bem-vinda, porque é necessária. A ofertaque temos é muito pequena para a procura que existe. E aprocura hoje tem uma vertente diferente, a maioria das pe-ssoas que nos chegam são as que estão mais dependentes”,sustenta.
Grupo Mello abertoa negociaçõesVasco Luís de Mello, presidente da nova comissão execu-tiva do Hospital Reynaldo dos Santos, disse, ao VozRibatejana, que o Grupo Mello “está aberto a poderequacionar com a Santa Casa da Misericórdia de VilaFranca soluções para as actuais instalações”. O admin-istrador hospitalar sabe que, em 2013, estas instalaçõesserão devolvidas à SCMVFX e deixam de ser utilizadaspelo consórcio Escala Vila Franca que dirige. “Estamosabertos a dialogar, mas não temos nenhuma solução,nem pensámos em nada”, sublinha, frisando que estanova administração assumiu a direcção do Reynaldo dosSantos há pouco mais de 2 meses.
240 pessoas em lista de espera
Questões de propriedade
Maria da Luz Rosinha tem dito que tem indicações de que a
Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
(ARSLVT) entende que a parte antiga das actuais instalações
do Reynaldo dos Santos pertence à Misericórdia e que a parte
nova, construída na década de 90, será propriedade da própria
ARS. A mesa administrativa da SCMVFX tem uma visão
completamente diferente, considerando que todo o imóvel é
pertença da instituição vila-franquense, conforme estará
expresso nos contratos existentes.
“Existem documentos oficiais da própria estrutura do Estado
que configuram a área como propriedade da Santa Casa. Por
outro, o contrato feito há mais de 20 anos consigna claramente
que mesmo as construções sujeitas a alterações ou modifi-
cações serão sempre propriedade da SCMVFX. Isso está no
contrato de arrendamento. As benfeitorias revertem a favor da
Santa Casa. O contrato assinado pelo provedor Orlando de
Almeida Vieira está muito bem feito”, sublinha Carlos
Caetano Dias.
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05
31 de Agosto de 2011
RotRota dosa dos
AAvieirosvieiros
Jorge Talixa
O conhecido restaurante “O
Redondel” de Vila Franca de
Xira está encerrado desde o pa-
ssado dia 2, porque a empresa
que explorava o estabelecimento
entregou um pedido de insolvên-
cia no Tribunal do Comércio de
Lisboa. As dificuldades acentu-
aram-se nos últimos dois anos,
com a quebra de afluência da
restauração em geral que também
afectou, e muito, o restaurante
instalado no lado Sul da Praça de
Toiros Palha Blanco. Os quatro
funcionários ficaram sem
emprego e a Misericórdia de Vila
Franca de Xira terá que aguardar
a conclusão do processo em tri-
bunal para tentar encontrar outros
interessados na sua exploração.
Um desfecho triste, até porque a
Palha Blanco comemora os seus
110 anos já neste mês de
Setembro. O Voz Ribatejana
apurou que a firma Custódio
Heliodoro Sezões, que explorou
o Redondel durante muitos anos,
foi vendida em 2009 a um fun-
cionário da casa. As coisas não
correram bem, até pela fase
muito difícil que o País atravessa,
e o restaurante conhecido
mundialmente, pelos pratos que
oferecia e pela sua integração
original na conhecida praça de
toiros vila-franquense, foi defi-
nhando progressivamente. Nos
últimos meses estava reduzido a
quatro funcionários – dois na
cozinha, uma na copa e um ele-
mento a servir as mesas. Segundo
Carlos Caetano Dias, provedor
da Santa Casa da Misericórdia de
Vila Franca de Xira (SCMVFX),
o novo responsável da firma con-
tactou a instituição há alguns
meses solicitando uma redução
da renda. “A Santa Casa enten-
deu que reduzir a renda consti-
tuiria, a médio/longo prazo um
prejuízo, porque, quando
quisesse renegociar o aluguer
estaria, com certeza, aquele
património com um valor muito
mais baixo. O que concordámos
foi que o senhor até poder pagar
fosse pagando e, no momento em
que não pudesse, estávamos cá
para avaliar o que fazer”, expli-
cou Carlos Caetano Dias ao Voz
Ribatejana, frisando que o con-
trato existente expirava a 31 de
Dezembro de 2011 e que a
SCMVFX estava disponível para
encontrar soluções até lá. Não
esperava é que os novos donos da
firma optassem por este formato
do pedido de insolvência e por
fechar o restaurante sem aviso
prévio. No passado dia 4, a
SCMVFX recebeu uma carta a
comunicar o encerramento do
Redondel a partir de 2 de Agosto
e, nesse momento, já o processo
de insolvência estava em curso.
Os advogados das duas partes
chegaram, entretanto, a um con-
senso quanto à indicação do
administrador da insolvência e
Carlos Caetano Dias espera que o
processo seja rápido, de forma a
que a exploração do restaurante
possa ser novamente concessio-
nada. A firma ainda pagou a
renda de Junho, já não pagou
Julho, mas como existia um mês
de caução, a SCMVFX entende
que, em princípio, estão “quites”
relativamente a estes pagamen-
tos. Mas havia uma cláusula no
contrato que prevê uma inde-
mnização da SCMVFX no caso
do estabelecimento ser encerrado
antes do final do contrato. Carlos
Caetano Dias lamenta esta opção
e considera que teria sido melhor
suspender apenas o funciona-
mento do restaurante e colocar
um aviso de fecho para obras de
remodelação, que também são
necessárias. O Voz Ribatejana
tentou, nos últimos dias, contac-
tar os responsáveis da firma que
explorava o Redondel, mas tal
não se revelou possível até ao
fecho desta edição.
Funcionários em
grandes dificuldades
Os quatro funcionários do Redondel foram, também eles,
surpreendidos por este desfecho. Já tinham, segundo referi-
ram ao Voz Ribatejana, os salários de Junho e Julho em
atraso e o patrão comunicou-lhes, na noite de dia 2, que o
restaurante fechava a partir do dia seguinte. “Vieram sem
ordenado e sem subsídio de férias e sem carta para o subsí-
dio de desemprego”, contou uma familiar, frisando que
foram obrigados a recorrer à Autoridade para as Condições
do Trabalho (antiga Inspecção do Trabalho) e que só no
final de Setembro deverão ter acesso ao fundo de desem-
prego. “Ultimamente tinha menos frequência e havia muita
pressão sobre os funcionários. Diziam que não havia di-
nheiro e que havia muitas despesas. Os empregados
ficaram numa situação muito complicada”, referiu.
As crescentes dificuldades levaram a firma que explorava o restaurante Redondel a pedir a
insolvência e a fechar um dos mais conhecidos estabelecimentos de Vila Franca de Xira no passa-
do dia 2.
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O
PRÓPRIO
tels.: 917 271 425 - 967 088 269
ou visite-nos no local
VENDA
ANDARES
a 500 metros do centro de Vila F. Xira
António José Inácio, presidente da Junta de
Freguesia do Forte da Casa, está a recuperar
bem do enfarte que sofreu em meados de Agosto.
Segundo Maria da Luz Rosinha, António José Inácio já
regressou a casa depois de algum tempo de internamen-
to hospitalar. O autarca tem 63 anos e, para além da
Junta, é também presidente do Instituto de Apoio à
Comunidade e director da Escola de Toureio José Falcão.
Insolvência fecha restaurante
emblemático de Vila Franca
06
Ficha técnica: Voz Ribatejana Quinzenário regional Sede da Redacção e Administração – Centro Comercial da Mina, Loja 3 Apartado 10040, 2600-126 Vila Franca de Xira Telefone geral – 263 281 329Correio Electrónico – vozribatejana@gmail.com director.vozribatejana@gmail.com redaccao.vozribatejana@gmail.com comercial.vozribatejana@gmail.com Proprietário e editor – Jorge Humberto PerdigotoTalixa - Director – Jorge Talixa (carteira prof. 2126) Redacção – Miguel António Rodrigues (carteira prof. 3351), Carla Ferreira (carteira prof. 2127), Paula Gadelha (carteira prof. 9865) e Vasco Antão (carteirade colaborador 895) Paginação - António Dias Colaboradores: Adriano Pires, Hipólito Cabeça, Paulo Beja Concessionário de Publicidade – PFM – Radiodifusão Lda. Área Administrativa e Comercial –Júlio Pereira (93 88 50 664) e Afonso Braz (936645773)Registo de Imprensa na ERC: 125978 Depósito Legal nº: 320246/10 Impressão CIC – Centro de Impressão Coraze Tiragem – 5000 exemplares
O Melhor e o Pior da Quinzena
Editorial
Insolvência
não é o
caminho!
A crise económica veio para ficar
e ameaça espalhar-se não só pela
Europa, como também pela
América. A região do Ribatejo e
Oeste acompanhada pelo Voz
Ribatejana não podia deixar de
sofrer as consequências da situ-
ação em que Portugal caiu. Se
durante alguns anos o impacto
ainda foi amortecido por alguma
capacidade de sobrevivência das
empresas, começam agora a multi-
plicar-se os processos de insolvên-
cia. E se o problema parecia
ameaçar mais sectores como a
construção civil e o imobiliário
espalha-se agora de forma ainda
mais preocupante.
Trazemos nesta edição o relato de
três casos entre muitos que vão
abalando a região. O Supersol de
Samora, o Redondel de Vila
Franca e a TNC de Alverca são
três exemplos de um caminho
muito perigoso que está a seguir a
nossa economia. Perigoso, porque
não se vê a organização e o estí-
mulo para que tudo isto dê a volta
e para que o País passe a conseguir
cumprir todos os seus compromi-
ssos.
É que o exemplo devia partir de
cima e o Estado devia tentar ser o
primeiro a cumprir atempada-
mente os seus compromissos.
Também nesta edição trazemos o
caso das dívidas do Ministério da
Educação às autarquias locais e
das dificuldades que estas têm em
continuar a assumir responsabili-
dades que directamente não são
suas. Se alguns municípios ainda
têm uma situação financeira equi-
librada que lhes permite “aguen-
tar” por mais algum tempo e man-
ter o equilíbrio financeiro apesar
dos 6 milhões de euros que tem
para receber da administração cen-
tral, outros já não o conseguem
fazer, porque as receitas e as trans-
ferências não param de descer.
Tudo isto acaba por se transformar
num ciclo vicioso, em que o
Estado não paga apesar dos mi-
lhares de milhões recebidos no
âmbito do plano da “Troika”, as
autarquias vão acumulando dívi-
das, as empresas não têm liquidez,
muitas vão para a insolvência,
cresce o desemprego e a
Segurança Social paga as respecti-
vas compensações. É preciso dar a
volta a tudo isto, inverter este sen-
tido de degradação e trabalhar com
responsabilidade, usando o que
temos no que é essencial como a
educação, a saúde e o emprego.
Jorge Talixa
Inquérito
A degradação da economianão pára de fazer vítimas.Também na região ribate-jana multiplicam-se os casosde insolvência. E muitosdeles revelam-se depois dasférias de Verão, com muitasempresas a esgotarem osúltimos cartuchos e a nãoencontrarem condições desobrevivência
Um jovem casal ribate-jano foi dado a conhecerao País, em meados deAgosto, com uma visitada ministra daAgricultura. Nelson eLinda, naturais daGlória do Ribatejo,inves-tiram 800 mileuros na modernizaçãoda exploração de tomateda Lezíria de VilaFranca a que dedicarama vida. Esperam oprimeiro filho e algunsjornalistas da capitaltentaram arrancar-lhespalavras de dúvida sobreo futuro na agricultura.Souberam tornear muitobem as perguntas e afir-maram que será o filhoa decidir o seu futuro,mas que a agriculturapode ser um bom modode vida se for feita deforma profissional.
TODOS COM VOZ
“
Maria Isabel Caetano, 71
anos
Isto prejudica a fruta toda. Apanhamos aqui
muito calor. No Verão é um calor aqui dentro
que não se suporta. Há uns anos, puseram
umas telhas que se via que já não eram novas,
eram transparentes, mas já estavam baças e
não faziam tanto mal e tanto calor como estas.
Agora, nos dias de muito calor, é muito difícil.
Acho que a Junta ou a Câmara deviam ver que isto
não era coisa para aqui. Afecta-nos muito.
O mercado, para a época que temos, não terá as condições
todas, porque não temos aqui frio para guardar as coisas. Mas anda limpinho, está mais
ou menos. Só falta essa parte do frio, o peixe não tem nada de frio e a gente aqui (fruta
e legumes), se tivéssemos uma coisa de frio para pôr umas coisas que sobram era bom.
Assim, não podemos ter aqui nada de sobras, porque não temos onde guardar.
Ainda vem muita gente ao mercado, sobretudo ao sábado de manhã. Está a diminuir,
mas isso acho que é geral. O mercado está bem localizado. As telhas é que fazem um
calor que não se pode aqui estar. É um calor debaixo das telhas que é um disparate. Não
sei quem é que foi o inventor disto.
Há 50 anos que vendo no mercado, primeiro no velho junto ao pelourinho e depois fi-
zeram este aqui.
voz ribatejana #19
Vendedores querem nova
cobertura do mercadoAs novas telhas transparentes colocadas, há cerca de 1 ano, no mercado retalhista de Alverca, têm gerado muitos protestos de vendedores e vis-
itantes. O calor, especialmente no Verão e em certas horas do dia, é quase insuportável e a forte incidência da luz sobre frutas e peixe também
acaba por contribuir para a sua mais acelerada deterioração. Alguns dos comerciantes do mercado já procuraram improvisar, até mesmo com
panos colocados sobre as bancas para evitar a luz do sol. Outro comprou mesmo umas telhas verdes que, por não serem transparentes, aju-
daram muito à protecção da respectiva banca e de espaços de venda vizinhos. Certo é que os vendedores reclamam uma solução mais definiti-
va, que até poderia passar pela extensão destas telhas verdes e interrogam-se de quem foi a ideia de colocar ali uma cobertura transparente que
tantos problemas tem causado.
Francisca Quaresma, 78 anos
Tiraram umas telhas feias e meteram estas, mas ficou aqui um sol
que as freguesas fogem daqui com o calor. Acho que deviam meter
destas telhas mais escuras. Eu não posso fazer isso, a reforma é
pequenina e, se hei-de ficar em casa, venho para aqui, mas não é
pelo que ganho.
Realmente estavam aqui umas telhas muito feias, estava mal, mas
estas são mais transparentes e é muito complicado. No Verão é ho-
rrível.
Eu estou sempre contente com
o mercado, contento-me
com pouco, para mim
está tudo bem, o que
precisa é de fregue-
sia, mas agora há
tantas superfícies
grandes que tiram a
venda aos pequeni-
nos. O pequeno está
tudo a fechar. Só ao
sábado é que temos
aqui mais um bocadinho
de movimento.
07A grande maioria dos leitores do blog do Voz
Ribatejana considera que a Câmara vila-franquensedeve comprar a antiga Marinha de Vila Franca deXira. Setenta e oito por cento dos participantes achaque a autarquia deve gastar os oito milhões de eurospedidos pela administração central e encontrar novosdestinos para toda aquela área. Participaram 61
leitores neste inquérito. Já 11 dos votantes são contra.
Alverca
31 de Agosto de 2011
O problema da libertação do
espaço do antigo cemitério de
Alverca parece longe da res-
olução. Conforme noticiou o
Voz Ribatejana na sua edição
de 20 de Julho, os Bombeiros
Voluntários de Alverca
aguardam há anos que as autar-
quias locais cumpram a
promessa de cedência do
espaço para a ampliação do seu
quartel. Mas o processo está
muito atrasado e a falta de
meios associada ao melindre
da desactivação de um
cemitério onde permanecem
largas dezenas de campas e
jazigos complicam a situação.
Os vereadores da CDU
voltaram a abordar o tema na
recente reunião camarária real-
izada em Alverca, observando
que os bombeiros continuam
confrontados com a falta de
espaço para expandirem o
quartel e criarem uma área de
estacionamento. “Os desen-
volvimentos que estão à vista
levam-nos a crer que este
processo será prorrogado
indefinidamente no tempo,
pelo que solicitamos à autar-
quia que seja feito um crono-
grama para a desactivação
deste cemitério”, disse Nuno
Libório, lembrando que, em
2008, foi afixado um edital
pela Junta de Freguesia que
anunciava a desactivação e
avisava os familiares que deve-
riam dirigir-se aos seus
serviços para tratar dos proces-
sos de trasladação dos restos
mortais. “Passados 3 anos ver-
ificamos que o referido
cemitério se encontra comple-
tamente ao abandono e quanto
à exumação dos corpos nada
foi feito”, sustentou o eleito da
CDU.
Nuno Libório disse perceber as
preocupações expressas por
Afonso Costa, presidente da
Junta de Freguesia, em declar-
ações ao Voz Ribatejana.
“Passámos pelo local e não
gostámos nada do que vimos,
ainda existem muitas campas
por trasladar. Até podemos
perceber que possam estar em
causa questões financeiras,
mas quero recordar declar-
ações do vereador Alberto
Mesquita sobre o cemitério e
sobre uma solução para um
problema de trânsito com a
construção ali de uma rotun-
da”, vincou o autarca comu-
nista, estranhando que em
2008 estivesse tudo “bem
encaminhado” e que, três anos
depois, o processo de desacti-
vação do antigo cemitério
pouco tenha evoluído.
Maria da Luz Rosinha frisou
que a Junta de Alverca “vem há
bastante tempo a desenvolver
um conjunto de situações rela-
cionadas com as trasladações,
principalmente das campas. Há
uma situação ainda mais com-
plicada que são os jazigos.
Nalguns casos são verdadeiras
edificações e que trazem sem-
pre consigo um problema de
duas naturezas: a sensibilidade
das pessoas face aos seus entes
queridos e o problema da
ausência de condições para as
pessoas fazerem a mudança”.
Depois, a edil vila-franquense
admite que se coloque a
questão de como é se vai fazer
uma mudança desta enver-
gadura numa época de tão
grandes dificuldades finan-
ceiras. “O cemitério está no
âmbito das competências da
Junta de Freguesia, sobre isso
tem havido um entendimento
perfeito entre a Junta e a
Câmara. Os bombeiros pedi-
ram para fazer um levantamen-
to topográfico, para depois faz-
erem o projecto”, prosseguiu a
presidente da Câmara, recon-
hecendo que a situação vai
levar algum tempo a resolver.
“Não me pode pedir que eu
diga que a Câmara vai assumir
a mudança dos jazigos, porque
não vai, pelo menos nesta con-
juntura económica não vai. Aí
é diferença entre a demagogia
e a realidade e a realidade
cabe-me a mim, mesmo que
não seja simpática”, referiu.
Jorge Talixa
Morre em Valada para salvar a filha
Carlos Cardoso, de 37 anos, residente na freguesia das Cachoeiras, morreu, no passado dia
11, por afogamento na praia fluvial de Valada, no concelho do Cartaxo. Encontrava-se com
a filha de 11 anos, numa zona situada junto ao cais de Valada quando terão sido surpreen-
didos por um fundão. Carlos, que não sabia nadar, ainda terá conseguido empurrar a filha
para zona mais segura, mas acabou por desaparecer nas águas do Tejo. O corpo foi encon-
trado, cerca de 4 horas depois, por mergulhadores dos Bombeiros Municipais do Cartaxo.
Um familiar que se encontrava no local sofreu problemas cardíacos e foi transportado para
o Hospital Reynaldo dos Santos de Vila Franca de Xira, para cuja morgue seguiu também
a vítima de afogamento. O comandante dos Bombeiros do Cartaxo frisou que há zonas da
margem ribeirinha de Valada interditas a banhos e fundões a alguns metros da areia que
podem ter mais de três metros de profundidade. Recomendou, por isso, muitas cautelas,
também porque o Tejo apresenta nesta época do ano correntes bastante fortes. Há cerca de
um ano já se verificara outra morte na mesma área. Carlos Cardoso deixa dois filhos
menores.
Libertação do cemitério
sem solução à vista
A nova cobertura do mercado de Alverca, instalada em 2009, está a gerar muitas críticas dos
vendedores, fartos de suportar as altas temperaturas originadas pelas placas transparentes, que
deixam passar muita luz, mas também muito calor. O problema foi colocado em recente reunião
camarária pelo presidente da Junta de Alverca, Afonso Costa, frisando que os vendedores se
queixam do excesso de luz e de calor, que “contribuem para uma rápida deterioração dos produ-
tos”.
Maria da Luz Rosinha vincou, por seu turno, que, quando a questão foi analisada pelos serviços
técnicos do Município, não se identificaram grandes problemas. A edil prometeu promover logo
que possível um contacto entre técnicos camarários e da junta. “É possível colocar uns cortina-
dos que se recolhem, do tipo persianas. E até podemos utilizar várias cores que dão uma certa
alegria ao espaço”, sugeriu a presidente da edilidade.
Fogo queima mato em Vialonga
Um incêndio de grandes proporções consumiu, na tarde do passado dia 15, dezenas de
hectares de mato nas encostas do Monte Serves e da Serra da Aguieira, na freguesia de
Vialonga. O alerta foi dados aos bombeiros cerca das 14h15 e o combate revelou-se particu-
larmente difícil, devido à irregularidade dos acessos, ao mato seco existente e ao vento.
Embora existam algumas casas na zona da Aguieira, os bombeiros garantiram que nunca
estiveram em perigo.
Foi preciso mobilizar 154 efectivos de 17 corporações de toda a região e as chamas foram
controladas ao final da tarde, também com um forte apoio de um heli-pesado Kamov. O fogo
chegou a dividir-se em duas frentes de grande dimensão e os bombeiros mantiveram uma vi-
gilância atenta nos dias seguintes para evitar reacendimentos.
Cobertura
transparente
aquece mercado
de Alverca foto: Adriano Pires
As placas mais escuras colocadas por um
vendedor atenuaram bastanr o problema
78% a
favor
18%
contra
2%
NS
08
SOCIEDADE
“
voz ribatejana #19
SSAANNTTAA CCAASSAA DDAA MMIISSEERRIICCÓÓRRDDIIAADDEE VVIILLAA FFRRAANNCCAA DDEE XXIIRRAA
AA IInnssttiittuuiiççããoo tteemm ppaarraa aarrrreennddaarrnnoo cceennttrroo ddaa CCiiddaaddee::
11.. EEssccrriittóórriioo((11ºº aannddaarr))
ccoomm 3300mm22;;
CCoonnttaaccttooss:: RRuuaa GGoommeess FFrreeiirree,,nn..ºº 1133 (( TTeell..:: 226633 228877 330000 ))
Jorge Talixa
O que resta da primeira fábri-
ca portuguesa de curtumes
vai ser transformado num
hotel de 4 estrelas vocaciona-
do também para funcionar
como residência temporária
para idosos com algumas
posses. As demolições rea-
lizadas nas últimas semanas
em algumas áreas da chama-
da “Quinta da Fábrica” para o
desenvolvimento do novo
projecto estão, todavia, a
gerar alguma polémica. Os
vereadores da CDU dizem
que foram feitas sem a devida
autorização numa zona de
protecção especial da antiga
fábrica, do pelourinho de
Povos e do Senhor da Boa
Morte. Mas o executivo
camarário de Vila Franca
garante que as edificações
classificadas não foram afec-
tadas e que tem vindo a discu-
tir o assunto com o Igespar,
frisando que só é possível
recuperar vestígios da antiga
fábrica com um projecto que
gere mais-valias como este do
hotel.
A ideia de construir um hotel-
residência para idosos na
Quinta da Fábrica, na locali-
dade de Povos, já tem mais de
10 anos, mas defronta-se
desde 2002 com um conjunto
de exigências legais. O pro-
jecto contempla um edifício
de 5 pisos com uma área total
de construção de 18 906 me-
tros quadrados e, para além
das áreas de alojamento e
residência numa zona tran-
quila protegida pela encosta
do santuário do senhor da
Boa Morte, prevê uma pisci-
na e um pavilhão polivalente.
Segundo Bernardino Lima,
vereador da CDU, a 4 de
Agosto começaram no local
trabalhos de demolição que já
levaram ao derrube de “uma
parte do edifício do palácio e
de algumas instalações da
antiga fábrica de curtumes” e
foram movimentadas muitas
toneladas de terras. Por isso,
os eleitos comunistas dirigi-
ram um requerimento ao
executivo camarário onde
sustentam que parte destes
trabalhos foram feitos uma
zona de protecção especial da
antiga fábrica setecentista
(ver caixa) e questionam se
foi dada autorização para
estas demolições. Na respos-
ta, diz Bernardino Lima, a
Câmara confirma que emitiu
alvará para o empreendimen-
to, mas não esclarece se deu
autorização para estas
demolições. “Se não deu, que
atitudes tomará a Câmara
depois deste atentado ao
património do concelho?”,
questionou o autarca.
“Não sei a que atentado ao
património se refere atenden-
do ao estado em que o imóvel
que refere se encontra”, reage
Maria da Luz Rosinha, presi-
dente da edilidade vila-fran-
quense, salientando que, se
não forem criadas condições
para a sua reabilitação, estes e
outros edifícios históricos do
concelho acabarão por cair. A
eleita do PS defende que o
Estado não pode ter a este
respeito uma atitude cega e
surda que “nada permite
fazer” e tem que adoptar
uma postura realista. “A
intervenção na Quinta da
Fábrica, só para a recuper-
ação daquela parte históri-
ca ultrapassa 1 milhão de
euros, sem retorno”, expli-
ca Maria da Luz Rosinha,
frisando que, se não houver
condições para os promo-
tores retirarem algumas
mais-valias, “as coisas sim-
plesmente cairão”.
Alberto Mesquita, vice-
presidente da Câmara com
responsabilidades no
urbanismo, defende a
mesma filosofia e recorda
que este empreendimento
já tem projecto de arquite-
ctura aprovado desde 2002
e licença de construção de
2006, só que, entretanto,
surgiram também questões
colocadas pelo Instituto da
Água e pela Epal que foi
preciso ultrapassar. “Em
2002 também foi aprovado
pelo Ippar (hoje Igespar)
um estudo de recuperação
do património da Quinta da
Fábrica. Passados 10 anos,
esse estudo está desactualiza-
do e foi isso que dissemos,
esta semana, em reunião com
o director-regional do
Igespar, tentando que o estu-
do fosse alterado e fosse per-
mitida a demolição, no todo
ou em parte, reconstituindo
com fidelidade a traça origi-
nal”, defende Alberto
Mesquita, explicando que as
negociações com o Igespar
ainda estão a decorrer, mas
garantindo que tudo o que
está a ser feito está aprovado
pelo Município.
Já o social-democrata João de
Carvalho, responsável pelo
pelouro da cultura, também
participou na reunião com o
Igespar e assegura que “o que
foi deitado abaixo não per-
tence às áreas classificadas”,
esclarecendo que “o que está
classificado é o pequeno
palacete e aquele corpo prin-
cipal. O projecto está aprova-
do e o que veio abaixo não
está classificado. O que está
classificado não foi nada
demolido”, afiança, defen-
dendo também que “ou se faz
alguma intervenção e preser-
vamos alguma coisa ou não
temos nada”.
Utentes dos serviços de saúde do concelho de Benavente concen-
traram-se, no dia 23, frente à Administração Regional de Saúde de
Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), para reclamarem o efectivo cumpri-
mento do protocolo celebrado entre este organismo e a Misericórdia de
Benavente, que prevê a comparticipação das consultas efectuadas no
hospital desta instituição. Desde 1 de Julho que a ARSLVT deu
instruções aos centros de saúde para encaminharem os utentes de
Benavente para consultas do Hospital de Vila Franca de Xira, mas a
população e os autarcas de Benavente dizem-se discriminados, uma
vez que utentes residentes nos vizinhos municípios de Coruche e de
Salvaterra continuam a poder aceder a consultas comparticipadas no
Hospital da Misericórdia de Benavente.
No dia 3, cerca de 400 pessoas participaram numa reunião alargada
sobre a matéria promovida pela Comissão de Utentes do Concelho de
Benavente (CUCB) e decidiram lançar um abaixo-assinado, cujo
primeiro grupo de 1000 assinaturas foi agora entregue à ARSLVT.
Entretanto, o provedor da Misericórdia de Benavente reuniu com
responsáveis da ARSLVT e foi informado que as consultas de derma-
tologia e de fisioterapia voltariam a ser comparticipadas no Hospital de
Benavente por falta de capacidade de resposta no Hospital de Vila
Franca, mas as consultas de cardiologia e de cirurgia, também contem-
pladas no acordo assinado pelas duas entidades em Março, continuam
com as comparticipações suspensas. Norte Jacinto, provedor da
Misericórdia, garante que não foi isso que ficou assente nas negoci-
ações para o protocolo e a CUCB sustenta que os utentes de Benavente
não podem ser obrigados a percorrerem mais 20 a 40 quilómetros, su-
gerindo que a alteração da posição da ARSLVT pode ter a ver com o
facto do Hospital de Vila Franca ter entrado a 1 de Junho num modelo
de gestão privada, liderado pelo Grupo Mello.
Já Carlos Coutinho, vice-presidente da Câmara de Benavente, diz que
obrigar os utentes do concelho a efectuarem tratamentos de fisioterapia
no Hospital de Vila Franca “põe em causa a possibilidade de concili-
ação com os horários de trabalho e contraria o interesse público, aten-
dendo aos custos que o transporte e o retorno dos doentes envolvem,
quando existe em Benavente um serviço que funciona bem e com cus-
tos reduzidos”. A autarquia já pediu uma reunião urgente ao ministro
da Saúde para abordar esta matéria e o problema da falta de médicos
no concelho. “Não faz sentido os benaventenses ficarem excluídos de
um serviço de proximidade prestado pela sua Santa Casa da
Misericórdia, para beneficiar um grupo privado e pondo em causa a
própria viabilidade desta instituição secular”, acrescenta a CUCB, que
promete novas acções de protesto.
Fábrica com quase
300 anos classificada
em 2010
A primeira fábrica portuguesa de atanados (curtumes) foi
fundada nesta zona de Povos em 1729. Com autorização
régia de D. João V, foi construída pela família Mendes de
Faria e o complexo incluía amplos espaços fabris, residências
para artesãos e um solar onde viveu a família fundadora. A
Real Fábrica de Atanados manteve uma actividade intensa até
final do século XVIII, passando, depois, por diferentes fases
de laboração até à década de 40 do século passado. O conjun-
to da chamada “Quinta da Fábrica” entrou, então, em aceler-
ada degradação e sofreu um grave incêndio em 1999. Já em
Abril do ano passado, o conjunto da antiga Real Fábrica de
Atanados da Vila de Povos foi classificado como monumen-
to de interesse público por portaria assinada pelo então
secretário de Estado Elísio Summavielle. O despacho sublin-
ha que o complexo “representa um importante testemunho de
uma época específica da história nacional, ao relacionar-se
directamente com a política de industrialização levada a cabo
pelo rei D. João V”. E acrescenta que o imóvel tinha a forma
de um U irregular com uma capela integrada e possuía, ainda,
a chamada casa da torre, habitações para artesãos, estruturas
ligadas à produção de curtumes, áreas agrícolas e jardins. É
também importante pelo seu carácter pioneiro numa altura
em que se procurou resistir à invasão de couros curtidos em
Inglaterra.
Demolições na Quinta da
Fábrica dão polémica
As demolições realizadas, durante o mês de Agosto, na
chamada “Quinta da Fábrica”, em Povos, estão a gerar
controvérsia. O executivo camarário garante que os
trabalhos destinados á construção de um hotel não
afectaram em nada os edifícios classificados ligados à
primeira fábrica portuguesa de curtumes, ali instalada
em 1729. A CDU tem opinião contrária e recorda que
aquele espaço também está na zona de protecção espe-
cial da antiga fábrica, do pelourinho e do Senhor da
Boa Morte .
Utentes de Benavente
reclamam consultas
em Lisboa
31 de Agosto de 2011
Jorge Talixa
A presidente da Câmara de Vila
Franca de Xira diz que a dívida
da Direcção Regional de
Educação de Lisboa e Vale do
Tejo (DRELVT) ao Município já
ultrapassa os 500 mil euros,
respeitantes ao fornecimento de
refeições a crianças do pré-esco-
lar, a transportes de alunos e à
chamada componente de apoio à
família (prolongamento de
horários). Sem conseguir obter
nenhum esclarecimento da tutela
da Educação sobre a regulariza-
ção destes pagamentos, Maria da
Luz Rosinha disse, esta semana,
que a autarquia terá que tomar
decisões em breve, que poderão,
“em último caso” passar “pelo
não fornecimento de refeições,
se não for dada nenhuma infor-
mação por parte da DREL”.
É que, segundo a autarca do PS,
a Câmara vila-franquense tem os
pagamentos em dia aos fornece-
dores de refeições, que são
sobretudo instituições particu-
lares de solidariedade social
locais, mas não quer deixar estas
IPSS em dificuldades se o atraso
do Ministério da Educação se
agravar e se não puder continuar
a assumir antecipadamente estes
valores. Até porque o Município
tem também cerca de 4 milhões
de euros para receber da
DRELVT respeitantes a obras
que fez em escolas dos 2º. e 3º.
Ciclos, que pagou, mas das quais
ainda não foi ressarcido, con-
forme prevêem os contratos-pro-
grama. A estes 4 milhões de
euros acrescem, assim, os 500
mil relacionados com refeições e
transportes. A administração
central deve mais 2 milhões à
autarquia que Maria da Luz
Rosinha diz que são a obras de
requalificação da zona ribeirinha
apoiadas por fundos comu-
nitários e a intervenções que
devem ser suportadas pela
Estradas de Portugal.
No que diz respeito às refeições
e transportes escolares, a presi-
dente da Câmara admite que a
situação é “deveras preocu-
pante” porque “não se consegue
obter nenhuma indicação acerca
de um plano de resolução deste
problema” e todas estas questões
podem gerar a “descapitalização
do Município”.
“Muitas situações há em que
municípios não estão a pagar às
entidades que fornecem as
refeições. Vila Franca de Xira
tem tudo pago, o que dizemos é
que não queremos pagar mais
sem saber o que vai acontecer a
esse dinheiro, que já disponibi-
lizámos e que já devíamos ter
recebido”, vincou Maria da Luz
Rosinha na última sessão
camarária. A autarca adiantou
que já pediu uma reunião ao
ministro Miguel Relvas, para
tentar perceber como é que o
Governo poderá resolver o pro-
blema dos 6 milhões de euros
que deve ao Município de Vila
Franca. E prevê que a Câmara
tenha que suspender algumas
obras porque não há previsões
sobre a regularização destes val-
ores. “Irei fazer um ofício ao
senhor ministro da Educação
dando conta da situação e dos
riscos que se correm. A
Associação Nacional de
Municípios está a acompanhar a
situação. Há câmaras em situ-
ação muito mais complicada,
não pelo volume, porque nós
somos dos que têm maior vo-
lume para receber, mas não quer-
emos chegar um dia a um
momento em que não haja li-
quidez para outros compromis-
sos directos”, rematou a presi-
dente da Câmara de Vila Franca,
frisando que não quer que a
tesouraria municipal atinja uma
situação de desequilíbrio ou que
venham a surgir alguma vez difi-
culdades para pagar salários aos
funcionários. A vereadora da
CDU Ana Lídia Cardoso tam-
bém se mostrou preocupada,
observando que a descentraliza-
ção de competências na área da
educação, da administração cen-
tral para as autarquias, devia ter
sido feita de outra forma “ou, se
calhar, não devia ter sido assum-
ida pelos municípios”, sustentou.
Gabinete do ministro tentatranquilizar
Várias outras câmaras têmdenunciado situações de atra-sos extremos no pagamento deverbas relacionadas com asrefeições e os transportes esco-lares e admitido que nãopoderão continuar a manterestes serviços se o Ministério daEducação não regularizar ospagamentos. As associações depais também já manifestaram asua preocupação com os riscosde suspensão de refeições etransportes. Uma responsáveldo gabinete do ministro NunoCrato afiançou que os paispodem ficar tranquilos porquenão há qualquer risco de faltade fornecimento de refeições.
Dívidas da Educação
ameaçam obras e refeiçõesO Ministério da Educação deve cerca de 4,5 milhões de euros à Câmara de Vila Franca. A
autarquia, que já anunciara a suspensão de obras em escolas dos 2º. e 3º. ciclos, admite agora
que vai ter que ponderar bem situações como os transportes e refeições escolares se a tutela da
Educação continuar a pagar o que lhe compete.
No concelho de Alenquer o regresso às aulas vai ficar
marcado pelo encerramento de sete escolas primárias,
mais três do que estava previsto inicialmente, e pela
inauguração do Centro Escolar do Carregado. Em
declarações ao Voz Ribatejana, Pedro Folgado, respon-
sável pela área da educação da Câmara de Alenquer
desvaloriza, no entanto, esta situação. Para Pedro
Folgado, “não houve lugar a surpresas”, porque toda
esta situação já “era previsível face à abertura do Centro
Escolar do Carregado”, refere, lembrando que havia
mesmo algumas “escolas suspensas” por falta de alter-
nativas de acolhimento. Segundo o responsável
autárquico “decorreu tudo tal como fora previamente
combinado com o Ministério da Educação”. No final do
anterior ano lectivo, Pedro Folgado disse, ao Voz
Ribatejana, que gostaria que as escolas da Paúla e de
Pereiro de Palhacana ficassem abertas. Ora estas escolas
permanecem abertas neste ano lectivo, mas rejeita que
tal se trate de uma vitória. “Não se trata de uma vitória
porque as escolas já se encontravam suspensas e a aber-
tura excepcional resulta da falta de capacidade das esco-
las de acolhimento”, referiu.. /O encerramento das esco-
las irá trazer mais custos para a câmara, já de si a braços
com problemas financeiros graves. Pedro Folgado
admite essa sobrecarga de custos mas diz que, neste
momento, “não pode ser quantificado na medida em
que ainda não temos conhecimento do valor a atribuir
pelo Ministério da Educação às autarquias com escolas
suspensas/encerradas” e anunciou, ao Voz Ribatejana,
que “foi pedido o agendamento de uma reunião com a
DREL, estando a autarquia a aguardar a sua efecti-
vação”. Folgado destaca o envolvimento de todos agru-
pamentos de escolas, as juntas de freguesia, os encar-
regados de educação e do Conselho Municipal de
Educação em todo este processo e refere que os fun-
cionários das escolas que vão encerrar têm o posto de
trabalho salvaguardado e “serão transferidos para os
agrupamentos aos quais as escolas pertenciam ou no
caso das três últimas, para o Centro Escolar do
Carregado”. Este está já em “fase de acabamento” e falta
apenas concluir os acessos exteriores. Contudo ainda
não existem datas concretas para a abertura do edifício.
A esse propósito, Pedro Folgado adianta apenas que
“deverá abrir no início do ano lectivo de acordo com o
estabelecido com o Agrupamento de Escolas do
Carregado”. O novo equipamento vai acolher no máxi-
mo 584 alunos e terá as valências de Jardim de Infância
e Escola Básica de 1º Ciclo.
O concelho de Azambuja perde, neste novo ano lectivo,
quatro escolas primárias e inaugura o Centro Escolar
Boavida Canada no dia 9. O encerramento das escolas
de Casais da Lagoa e Aveiras de Baixo não está isento
de polémica. O grande problema para a população é a
“quebra” de uma promessa da autarquia em construir na
freguesia um centro escolar.
Segundo alguns moradores, a autarquia terá prometido
a construção de um centro escolar em Casais da Lagoa,
algo que viria a ser contrariado, com a câmara a preferir
a sede de freguesia em Aveiras de Baixo. Todavia,
segundo o presidente da Câmara, Joaquim Ramos,
enquanto existia um impasse gerado pela população,
saiu legislação que impossibilitou o recurso a fundos
comunitários para a implantação do centro, quer numa
ou noutra localidade. Agora e sem centro escolar, os
alunos destas escolas vão ser transferidos para o novo
complexo em Azambuja. O Centro Escolar Boavida
Canada abre a 9 de Setembro e terá capacidade para 400
alunos.
Mas a transferência dos alunos da freguesia de Aveiras
de Baixo para o novo edifício está a gerar polémica. José
Brás, um dos líderes do movimento popular que recla-
mou a construção do centro em Casais da Lagoa, tem
dúvidas quanto à capacidade de acolhimento do equipa-
mento. Diz que para a população o assunto ainda não foi
dado como consumado. “Ainda não baixámos os
braços. Não sei se é verdade ou mentira, só vendo é que
posso acreditar, mas a informação que tenho é que as
crianças não cabem todas no novo centro escolar e que
vão fazer deslocar crianças para aquela escola de con-
tentores”.
A vereadora com o pelouro da Educação Ana Maria
Ferreira nega a falta de capacidade de acolhimento por
parte da nova estrutura. “Não confirmo de todo que os
meninos dos Casais da Lagoa ou da freguesia de Aveiras
de Baixo ou das restantes escolas, que vão encerrar de
acordo com indicações do Ministério da Educação não
tenham lugar no Centro Escolar Boavida Canada”, disse
Este novo Centro Escolar custou perto de 2,5 milhões de
euros, foi comparticipado pela União Europeia em cerca
de 85 por cento e tem as valências de Escola Básica do
1º Ciclo e Jardim-de-Infância. Ao todo são 12 salas para
1ºciclo, 4 salas para Jardim-de-Infância e salas poliva-
lentes para actividades de tempos livres e prolongamen-
tos de horários. Tem ainda um centro de recursos com
biblioteca, ludoteca e sala multimédia, cozinha,
refeitório e campo de jogos exterior, bem como um
pavilhão com 224 m2.
Miguel António Rodrigues
Câmara garante
transportes
Bernardino Lima, vereador da CDU, quis saber, na últi-
ma reunião camarária, se estarão assegurados os trans-
portes para outras escolas dos alunos das primárias de
Cachoeiras e de Quintas, que fecham neste próximo ano
lectivo. Fernando Paulo Ferreira, vereador com o pelouro
da educação, explicou que, já no ano passado, relativa-
mente ao encerramento da escola da Calhandriz, foi esta-
belecido um protocolo entre a Câmara e a DREL para
que a autarquia assegurasse estes transportes. “Já oficiá-
mos a DREL para perceber que comparticipações vai dar
no caso das crianças das Cachoeiras e das Quintas que
necessitam desse transporte. Não temos ainda resposta,
mas os transportes estão garantidos e já estão tratados
com as juntas de freguesia”, afiançou o autarca do PS.
Alenquer fecha 7 primárias Azambuja abre centro escolar
09
10
voz ribatejana #19
Jorge Talixa
O processo da TNC, transporta-
dora de Alverca ameaçada de
encerramento, conheceu muitos
desenvolvimentos nas últimas
semanas. Os trabalhadores
chegaram a bloquear a entrada
da vizinha TNC 2 e a organizar
uma concentração de 28 camiões
junto ao Tribunal do Comércio
de Lisboa, mas faltam ainda pa-
ssos decisivos que dependem,
agora, do tribunal, como a anu-
lação da assembleia que, em
Julho, decidiu encerrar a empre-
sa e a marcação de uma nova
assembleia para discutir a pro-
posta de recuperação prometida
pela antiga administradora.
Certo é que os 126 trabalhadores
da TNC mantêm-se unidos
desde meados de Julho e em
vigília permanente junto à entra-
da da empresa. Todo este proce-
sso tem sido acompanhado pelo
Sindicato dos Trabalhadores dos
Transportes Rodoviários e
Urbanos de Portugal, pelo mi-
nistro e pelo Ministério da
Economia e pela presidente e
pela Câmara de Vila Franca de
Xira.
Na passada quarta-feira, já
depois de terem iniciado um blo-
queio à TNC 2 (ver caixa), reali-
zou-se uma reunião importante
no Ministério da Economia,
onde os representantes das duas
TNC chegaram a um acordo de
princípio para a regularização
das dívidas que reclamam de
parte a parte: a TNC 2 reclama 2,
9 milhões da TNC e esta reivin-
dica 1, 6 milhões da TNC 2.
Com base nesse acordo, a TNC 2
comprometeu-se a entregar um
requerimento no Tribunal do
Comércio de Lisboa (TCL) em
que explica que não se opõe à
convocação de uma nova assem-
bleia de credores da TNC, que
permita apreciar e aprovar um
plano de viabilização. Com este
compromisso, os trabalhadores
da TNC levantaram o bloqueio à
vizinha TNC 2 e, no final da
tarde de quarta-feira, retiraram
os camiões que barravam o ace-
sso à segunda transportadora
desde a manhã de terça-feira.
Entretanto, a Comissão de
Trabalhadores da TNC apresen-
tou ao TCL documentação que
atesta a sua legitimidade legal
para intervir no processo e os
126 funcionários da transporta-
dora de Alverca esperam que o
juiz de turno marque rapida-
mente a nova assembleia, para
que a TNC retome a sua activi-
dade.
Depois do bloqueio da entrada
da TNC 2, do pedido que esta fez
à PSP para desimpedir o acesso e
de ter assumido publicamente
que estava disponível para
dialogar, representantes dos tra-
balhadores e das duas empresas
reuniram, ao fim da tarde de dia
23, na Câmara de Vila Franca.
Ficou agendada nova reunião
para quarta-feira no Ministério
da Economia, onde TNC e TNC
2 chegaram ao entendimento de
princípio quanto ao pagamento
das dívidas que reclamam uma à
outra “Tudo faremos para que
nestes dias que nos separam do
início do mês de Setembro possa
ser marcada a assembleia de cre-
dores, que permita a esta empre-
sa entrar novamente em activi-
dade”, sustenta Fernando
Fidalgo, coordenador do
STRUP, frisando que, depois de
mês e meio de paralisação da sua
actividade, a TNC não pode
demorar muito mais a retomar a
laboração, sob pena de perder
credibilidade junto dos clientes.
“O tempo útil para salvar a TNC
é muito curto. Esta empresa ou
recomeça rapidamente a laborar
ou então termina mesmo”, afir-
ma, acreditando que o plano de
viabilização, apoiado pelos tra-
balhadores, pelo Ministério da
Economia, pela Câmara de Vila
Franca e por alguns dos maiores
credores como o BES vai ser
aprovado.
Também Maria da Luz Rosinha,
presidente da Câmara de Vila
Franca de Xira, se mostra “satis-
feita” com o entendimento agora
alcançado, esperando que “seja
um passo para a reabilitação do
funcionamento da empresa e
para manter os postos de traba-
lho”, disse a edil na última
reunião camarária.
Cabe, agora, ao Tribunal do
Comércio apreciar os diversos
requerimentos juntos ao proce-
sso, entre eles uma petição da
comissão de trabalhadores que
reclama a nulidade da assem-
bleia que aprovou a liquidação
da empresa e um requerimento
do BES, que solicita a mesma
medida e a marcação de uma
nova assembleia.
Nova assembleia de credores
vai decidir futuroOs 126 trabalhadores da TNC aguardam a marcação de uma nova assembleia de credores, que
poderá ser decisiva para a sobrevivência da transportadora de Alverca. Ontem voltaram a exi-
gir celeridade junto ao Tribunal do Comércio de Lisboa.
Bloqueio pacífico
Perante o impasse do processo, os trabalhadores da TNC
decidiram, no dia 22, em plenário, bloquear o acesso à vizi-
nha TNC 2, como forma de pressionar a retirada do requeri-
mento desta firma, que punha em dúvida a legitimidade jurídi-
ca da comissão de trabalhadores. A iniciativa desenrolou-se de
forma pacífica a partir das 5h00 da manhã de dia 23, mas com
um intenso acompanhamento mediático, com sucessivos
directos nas televisões e muitas reportagens na imprensa e na
rádio. O bloqueio incidiu sobre a passagem (privada) de ace-
sso à TNC 2 e não afectou de modo nenhum a circulação na
Estrada Nacional 10, pelo que os efectivos da PSP presentes
se limitaram a acompanhar a situação e a garantir a fluidez da
circulação na EN 10.
A TNC 2 chegou a participar a situação ao Comando
Metropolitano de Lisboa da PSP, mas como o bloqueio foi
consumado num espaço privado, propriedade das duas empre-
sas em conflito, só uma decisão judicial poderia levar à inter-
venção policial para desimpedir o acesso. O Sindicato dos
Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de
Portugal (STRUP) acusava a TNC 2 de ter “dado o dito por
não dito”, depois de ter prometido não travar o processo de
viabilização perante o ministro da Economia. Acrescentava
que a TNC só poderá sobreviver e manter os seus 126 postos
de trabalho se o Tribunal do Comércio de Lisboa marcar ra-
pidamente uma nova assembleia de credores, conforme já foi
requerido pelo BES.
Dificuldades
começaram há 10
anos
Este é mais um capítulo de um processo intrincado que, de
certa forma, começou, em 2000, com o falecimento de José
Leal, fundador da TNC – chegou a ser uma das maiores trans-
portadoras portuguesas e a ter mais de 300 camiões. Os dois
filhos não se entenderam e dividiram a herança. A filha
prosseguiu com a TNC vocacionada para transportes interna-
cionais e o filho constituiu a TNC 2 para a logística nacional.
A primeira ter-se-á comprometido a pagar alguns direitos ao
irmão e, em 2010, a dívida já rondaria os 2, 9 milhões de
euros. O dono da TNC 2 pediu a penhora das contas da empre-
sa da irmã e esta, para poder continuar a laborar, pediu a
insolvência da TNC, com o intuito de a recuperar. A 11 de
Julho, os credores rejeitaram uma proposta de recuperação
apresentada pelo administrador de insolvência e aprovaram a
liquidação da TNC. Os trabalhadores resistiram ao encerra-
mento e, desde 13 de Julho, estão em vigília permanente na
entrada da empresa e já realizaram múltiplas iniciativas para
tentar recuperar a empresa.
As crescentes dificuldades económicas
atingiram também o supermercado
Supersol de Samora Correia, que fechou
portas no dia 23, deixando cerca de 20 fun-
cionários no desemprego. Os problemas da
empresa já eram conhecidos, mas a
decisão de encerramento surgiu com sur-
presa. Os trabalhadores mantiveram-se em
vigília junto às instalações, em protesto
pela forma como o processo foi conduzido.
O Supersol de Samora pertence a uma
cadeia de lojas do grupo “Bom Dia –
Sociedade de Gestão de Exploração de
Supermercados”, com sede no
distrito de Setúbal. O
supermercado de Samora, bem situado
entre a cidade e o Porto Alto, terá chegado
a facturar 1, 5 milhões de euros por mês,
mas o acumular de dívidas terá levado ao
pedido de insolvência.
“Que a situação estava má todos sabíamos,
mas não esperávamos que fosse assim à
última hora”, referiu uma das funcionárias
à Agência Lusa, frisando que os trabal-
hadores foram convocados, no dia 22, para
uma reunião com a administração, que lhes
comunicou que o estabelecimento fechava
logo a partir do dia seguinte.
Os trabalhadores em
protesto reclamavam cartas para poderem
recorrer ao Fundo de Desemprego, mas
havia também informação de que se man-
terão no quadro da empresa, sem receber
ordenado, enquanto o processo de
insolvência dá os primeiros passos no tri-
bunal. Prometem, por isso, continuar a
protestar junto às portas do supermercado
e a cumprir aí os horários de trabalho.
Alguns referem que ainda tiveram a esper-
ança que o supermercado fosse vendido a
outro grupo e mantivesse os postos de tra-
balho, mas duvidam, agora, da
concretização dessa possi-
bilidade.
ECONOMIA
“
Insolvência fecha Supersol de Samora Correia
caso TNC
11
31 de Agosto de 2011
Jorge Talixa
A ministra da Agricultura visi-
tou, no dia 17, uma exploração
de jovens agricultores da Lezíria
de Vila Franca de Xira, onde
destacou o exemplo deste casal
natural da Glória do Ribatejo e
prometeu que, ainda em Agosto,
seriam pagos 25 milhões de
euros de comparticipações
nacionais em atraso a cerca de
4500 projectos de modernização
e investimento na agricultura.
Acompanhada pelo secretário de
Estado da Agricultura, por autar-
cas, deputados e dirigentes de
organizações agrícolas,
Assunção Cristas prometeu ten-
tar desbloquear mais verbas para
o Programa de Desenvolvimento
Rural (Proder) e realçou a apos-
ta que Nelson Monteiro (40
anos) e Linda Caneira (36)
fazem na agricultura, agora que
também esperam o primeiro
filho.
A titular das pastas da
Agricultura e do Ambiente fez
mesmo questão de andar na
máquina colhedora de tomate
recentemente adquirida pelo
casal de jovens agricultores.
Explicou que, nalguns casos os
valores em dívida pelo Estado já
tinham mais de 1 ano de atraso e
afiançou que o pagamento atem-
pado da componente nacional
nos projectos financiados pelo
Proder é uma prioridade do
Governo, até porque, neste caso,
vai permitir libertar cerca de 75
milhões de euros de compartici-
pação comunitária.
A ministra explicou que não
houve nenhuma alteração ao
orçamento do Ministério da
Agricultura, mas um trabalho de
levantamento de “verbas
desaproveitadas ou que ainda
não tinham projectos sufi-
cientes” que permitiu destinar
estes 25 milhões ao Proder. Até
final do ano promete tentar alo-
car mais 25 milhões de euros ao
Programa de Desenvolvimento
Rural (Proder) que vigora entre
2007 e 2014 e envolve 4, 5 mil
milhões de euros de ajudas aos
agricultores portugueses.
José Diogo Albuquerque,
secretário de Estado da
Agricultura, disse, ao Voz
Ribatejana, que, com estes 25
milhões, o Proder atinge uma
execução paga de 34% que “está
muito próxima da média
europeia”. Frisou que o objecti-
vo do Governo é assegurar
100% das comparticipações
nacionais porque são altamente
reprodutivas – num investimen-
to de 100, o agricultor paga 60%
e o Estado assume apenas 10%,
contando com 30% de fundos
comunitários e recebendo em
seguida 23% de IVA. “Estamos
a batalhar em todas as frentes
para não devolver nenhum din-
heiro a Bruxelas”, garantiu,
enquanto Assunção Cristas
prometia fazer tudo na discussão
do Orçamento de Estado de
2012 para que fiquem previstos
os 150 milhões de euros que se
estima necessários para exe-
cução regular do Proder.
Agriculturaprofissionaltem futuroNelson Monteiro e LindaCaneira empenharam avida numa exploração quejá vai em 160 hectares detomate para indústria.Produzem 90 a 100toneladas por hectare queentregam na vizinhafábrica da Idal. Esperamo primeiro filho, acredi-tam que a agricultura temfuturo se for feita deforma correcta e profi-ssional e abalançaram-se,em 2009, a um projecto deaquisição de toda amaquinaria necessária.Pediram um empréstimobancário e arriscaram uminvestimento de 800 mileuros, boa parte dos quaisdestinados à máquina co-lhedora de tomate, que foia última a chegar e con-segue fazer um trabalhoque, feito manualmentenuma exploração destadimensão, exigiria pertode 400 empregados.Concorreram ao Proder, oprojecto foi aprovado econtratualizado, masdesde o início do ano queesperavam os 300 mileuros a que têm direito eque o Governo prometepagar ainda em Agosto.A visita de dia 17 teve umintenso acompanhamentomediático e alguns jorna-listas das cadeias de tele-visão presentes insistiramem questionar Nelson eLinda sobre o futuro daagricultura e do seu filhoRafael. Os dois jovensagricultores foram muitoclaros, assegurando que aagricultura pode ser umbom modo de vida e podeter futuro se for feita deforma profissional. Eacrescentaram que será ofilho a decidir o seufuturo, que tambémpoderá passar pela agri-cultura.
Ministra destaca exemplo de casal
de jovens agricultores da LezíriaA ministra da Assunção Cristas defendeu, na Lezíria de Vila Franca, a aposta numa agricul-
tura moderna.
Agricultores sem declaração de calamidade
A ministra Assunção Cristas disse, ao Voz Ribatejana, que “é muito pouco provável” uma decla-
ração de calamidade na agricultura ribatejana, devido às chuvas fortes e persistentes que caíram
na região nos meses de Abril e Maio e que acabaram por destruir ou atrasar muitas culturas. A
titular da pasta da Agricultura frisou que nenhum dos casos até agora identificados preenche os
requisitos “muito precisos” previstos na Lei para que sejam accionados os mecanismos de apoio
previstos na chamada declaração de calamidade.
“Está a ser feito um trabalho em conjunto de identificação desses prejuízos, para ver até que
ponto podem entrar na categoria de calamidade ou não e, até agora, não foram identificados
ainda todos os casos, mas nenhum dos avaliados entra nessa categoria”, vincou a governante,
durante uma visita efectuada ontem a uma exploração de um casal de jovens agricultores voca-
cionada para o tomate e onde o proprietário Nelson Monteiro sublinhou que é muito importante
alargar os seguros às chamadas chuvas persistentes.
Recorde-se que, em Julho, a Federação de Agricultores do Distrito de Santarém e a Associação
de Produtores de Tomate estimou que os prejuízos, só nesta cultura, sejam superiores a 25 mi-
lhões de euros e levou estas preocupações ao gabinete do secretário de Estado da Agricultura,
pedindo uma declaração de calamidade.
Assunção Cristas afastou esse cenário, salientando que os critérios que presidem a essa decla-
ração não foram cumpridos e observou que, entretanto, o Governo tomou medidas para alargar
a algumas culturas, entre as quais a do tomate, a antecipação de ajudas da União Europeia.
J. T.
Ministratodo-o-terreno
Conhecida pelas suasprestações parlamentares na
bancada do CDS-PP, AssunçãoCristas assumiu, em Junho, as
pastas da Agricultura, doAmbiente e do Ordenamento do
Território. Pelouros complica-dos neste novo Governo.
Começou por se destacar aoabolir a obrigatoriedade de
uso de gravata nos serviços doMinistério, alegando que essa
medida permitirá uma signi-ficativa redução de custos de
energia gasta em ar condi-cionado. No dia 17, na Lezíria
de Vila Franca, numa dasprimeira saídas ao terreno,apresentou-se de calças de
ganga e muito disponível paradialogar e para sentir a vivên-
cia própria da agricultura.
O músico vila-franquense Paulo Brissos dá um concerto,
na noite do próximo sábado (3 de Setembro), no espaço
da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Á-dos-
Bispos. O espectáculo tem início às 22h00 e Paulo Brissos,
que começou na música no Ateneu Vilafranquense, vai apre-
sentar alguns dos seus temas mais conhecidos. Haverá tam-
bém baile com o conjunto Raul e Eu + Empregados.
12
TAUROMAQUIA
Campo
Pequeno
homenageia
José FalcãoReportagem fotográfica
de Ana Serra com
Francisco Serra
O matador de toiros vila-fran-
quense José Falcão foi home-
nageado, no passado dia 11, na
Praça de Toiros do Campo
Pequeno com o descerrar de
uma placa evocativa do per-
curso do toureiro, falecido há
exactamente 37 anos, na
sequência de uma colhida
sofrida em Barcelona. Na
oportunidade, durante o inter-
valo da corrida mista organiza-
da pela Sociedade do Campo
Pequeno, foi também descerra-
da uma placa de homenagem a
José Varela Crujo, cavaleiro
que morreu depois de uma co-
lhida verificada há 38 anos na
praça lisboeta. Na cerimónia
evocativa de José Falcão
esteve presente a sua filha
Carla e a corrida de home-
nagem contou com boas
prestações dos Grupo de
Forcados Amadores de Vila
Franca, de Tiago Santos (aluno
da Escola José Falcão) e de
Nuno Casquinha, que enfren-
tou o toiro mais difícil da
noite.
Na parte a cavalo da corrida de
dia 11 actuaram Tito Semedo
(confirmou a alternativa), Rui
Salvador, que teve uma lide
bem conseguida e Duarte
Pinto, que soube aproveitar o
melhor toiro da corrida. As
pegas estiveram a cargo dos
vila-franquenses Ricardo
Castelo, Ricardo Patusco e
Márcio Francisco.
A pé actuaram Luís Procuna,
que protagonizou uma boa
lide, António João Ferreira
(desempenho marcado pela
colhida logo a abri a lide),
Nuno Casquinha (prejudicado
pelas dificuldades levantadas
pelo toiro) e Tiago Santos.
A jovem cavaleira tauromáquica azambujense Ana
Rita, que tirou a alternativa no passado dia 5 de Agosto
na Praça de Toiros do Redondo (Alentejo), tem soma-
do, desde então, triunfos em praças espanholas.
A 14 de Agosto actuou em Cantalpino de onde saiu em
ombros, depois de ter cortado duas orelhas e um rabo.
No dia seguinte, também em Espanha, em Navalvillar
de Pela, cortou igualmente duas orelhas.
A 16 de Agosto, igual performance, em Vitigudino,
onde cortou três orelhas, tendo também aqui saído em
ombros. A 20, em Madrigalejo, cortou duas orelhas e
um rabo. A 21, em Cella, Ana Rita cortou uma orelha.
Já no passado dia 24, em Jerez de los Caballeros,
voltou a cortar duas orelhas, tendo saído em
ombros.
Ainda por Espanha, no dia 3 de Setembro Ana
Rita estará em Casar – Caceres e a 8 de
Setembro actua em Casturera. A 9 de Setembro estará
em França, na praça da localidade de Dax e regressa a
Portugal para uma corrida, no dia 11, em Vila Viçosa.
No dia 14 regressa a Espanha e à localidade de
Higuera. Ana Rita deverá actuar também na inaugu-
ração da renovada Praça de Toiros de Azambuja, mar-
cada para 25 de Setembro.
MAR
Ana Rita soma triunfos
em EspanhaJovem
cavaleira de
Azambuja
Carla Falcão no
descerrar da placa
Rui Bento Vasques lembrou
o percurso de José Falcão
14
REGIONAL
“
Vila Franca de Xira
Exposição “The Return Of The Real 15” de Rita
Castro Neves, até 11 de Setembro, no Museu do Neo-
Realismo, em Vila Franca de Xira;
Exposição “Biobibliográfica sobre Luiz Francisco
Rebello”, até 25 de Setembro, no Museu do Neo-
Realismo, em Vila Franca de Xira;
Exposição "Batalha pelo Conteúdo", até 30 de
Setembro, no Museu do Neo-Realismo, em Vila
Franca de Xira;
Exposição “Vidas e Obras de um só… Pessoa!”,
até 30 de Setembro, na Galeria de Exposições da
Biblioteca Municipal de Alverca do Ribatejo;
Exposição de Pintura
de Vassalo de
Miranda, até 24 de
Setembro, no Centro
Cultural do Bom
Sucesso, Alverca;
Exposição de
Ilustração, de 10 de Setembro a 23 de Outubro, na
Galeria do Museu de Alhandra;
Música no Museu -
mês de Setembro, pelas
16h00: dia 4 (Grupo Ré
Maior), dia 11 (Grupo
Popular de Música
Tradicional Portuguesa
- Vialonga), dia 18
(Grupo Etnográfico de
Alverca) e 25 (Grupo Coral Unidos Baixo Alentejo),
no Núcleo Museológico de Alverca;
Conversas sobre Património e História “O Vinho
de Carcavelos”, com Mário Lisboa, dia 10 de
Setembro, às 16h00, no Núcleo Museológico de
Alverca;
Passeio Pedestre, dia 10 de Setembro, em Alhandra.
Concertos de Carrilhão, dias 11 e 25 de Setembro,
entre as 10h e as 11h00, na Igreja dos Pastorinhos de
Alverca
4.ª Pedalada pelo Ambiente, dia 18 de Setembro.
Concentração: Junto à
estação da Castanheira
do Ribatejo. Início da
Pedalada: 09h00.
Percurso: Castanheira
do Ribatejo/Póvoa de
Santa Iria. Inscrição:
gratuita, até ao dia 15 de Setembro. Idade: a partir
dos 12 anos
Alenquer
Exposição de Pintura de Mário Casimiro, de 3 a 30
de Setembro, na Biblioteca de Alenquer.
Margens d’Arte – Pintar Alenquer, dia 3 de
Setembro, das 09h às
13h00, na Zona
Ribeirinha de
Alenquer;
Exposição de Pintura,
de 4 a 30 de Setembro,
no Museu João Mário,
Alenquer. Exposição
dos trabalhos realiza-
dos pelos alunos da
Universidade da Terceira Idade - pólo de Alenquer
Biblioteca em Movimento, até 30 de Setembro, a
Biblioteca Municipal de Alenquer vai à rua em
vários locais de Alenquer.
Tertúlia com o pintor Mário Casimiro, dia 16 de
Setembro, às 21h00, na Biblioteca Municipal de
Alenquer.
Tesouros no Rio – Feira de Velharias, dia 17 de
Setembro, das 09h às 17h00, na Zona Ribeirinha de
Alenquer;
Azambuja
Ciência Viva, dias 03 e 10
Setembro, das 17h às 19h00, no
Centro Cultural Páteo Valverde,
na Azambuja. Ateliers para
jovens e família. Às 21h00 -
Sessão nocturna de observação
astronómica;
III Concurso de Fotografia -
Água: Cultura e Património.
Encontram-se expostas no
Museu Municipal, até ao dia 30
de Setembro, as fotografias
concorrentes, para apreciação e votação do público.
(Quarta a Domingo das 14h00 às 18h30 / Museu
Municipal Sebastião Mateus Arenque);
Hora do Conto de Verão, dia 07 Setembro, às
10h30, na Biblioteca de Azambuja. Sessões para cri-
anças e jovens entre os 3 e os 12 anos;
Festa da Amizade Etno-Folclórica, dia 3 de
Setembro, em Casais de Britos. Org.: C.C.R.C.B.
(Grupo Tradicional “Os Casaleiros”);
Festejos Anuais em Honra de Santa Maria das
Virtudes, de 9 a 11 de Setembro, Org. Ass. Cultural
Recreativa de Virtudes;
XVIII Festival Infantil de Folclore de Azambuja,
dia 10 de Setembro, na Azambuja.
Organização: Rancho Ceifeiras e Campinos de
Azambuja;
Comemorações do 25º Aniversário do Centro
Cultural e Recreativo de Casais dos Britos, dia 17
de Setembro, Organização: Direcção e Secções do
C.C.R.C.B;
Benavente
Exposição Permanente
"Galeria de Trens" na
Galeria 1 do Palácio do
Infantado - Samora Correia.
Exposição “Faianças
Artísticas - Bordalo Pinheiro”, até 17 de Setembro,
na Galeria Bar do Palácio do Infantado, em Samora
Correia.
Feira de Benavente – Tasquinhas 2011, de 10 a 18
de Setembro, em Benavente. Gastronomia, Folclore,
Atletismo e Espectáculos.
XXIX Festival de Folclore, dia 10 de Setembro das
18h às 21h00, no Campo da
Feira de Benavente. Integrado
na Feira Anual de
Benavente .Organ ização :
Rancho Típico Saia Rodada
“15 Km de Benavente -
XXIV Edição” 5ª Caminhada
(5 Km), dia 18 de Setembro,
às 09h00. Meta junto ao
Parque 25 de Abril.
Organização: CUAB (Clube
União Artística
Benaventense);
Cinema - Filmes em
Setembro: Cine-Teatro de Benavente: dia 7, às 10h30
- Nanny McPhee e o Toque de Magia, às 21h15 - The
Fighter - O Último Round; dia 9, às 21h30 – Piratas
das Caraíbas;
Centro Cultural de Samora Correia: dia 10, às 21h30
– Piratas das Caraíbas; dia 14, às 10h30 - Nanny
McPhee e o Toque de Magia, às 21h15 – Biutiful;
XI Expo-Feira de Coleccionismo, dia 24 de
Setembro, às 09h00, no Centro Cultural de
Benavente. Organização: Núcleo Filatélico e
Numismático de Benavente.
Natura ComVida Passeio Pedestre - “Caminhada
do Coração”, dia 25 de Setembro, às 08h30.
Informações e Inscrições: Junta de Freguesia Samora
Correia.
coordenação António Preto
Senhora da
Ajuda em
festa de 4 a
10 de
Setembro
As tradicionais Festas em Honra de Nossa
Senhora da Ajuda realizam-se, nesta
localidade do concelho de Arruda dos
Vinhos (freguesia de Arranhó) entre 4 e 10
de Setembro, com um programa onde se
destacam as actividades religiosas e os
concertos com os Quinta do Bill e com
Quim Barreiros. O fogo de artifício, os
desfiles e concertos de bandas filarmóni-
cas e as provas de perícia automóvel e de
moto 4 são outros dos pontos altos das
festas.
Com uma tradição secular que deverá
remontar aos primeiros anos da nacionali-
dade portuguesa, as Festas de Nossa
Senhora da Ajuda são, habitualmente das
mais concorridas na região, devido ao
importante culto religioso. São anual-
mente organizadas pela Irmandade de
Nossa Senhora da Ajuda e as receitas des-
tinam-se a obras de manutenção da capela.
Este ano, o programa arranca já no dia 4
com passeio pedestre, atletismo (Grande
Prémio Nossa Senhora da Ajuda, a partir
das 9h30) e Pamplona (16h00). A vertente
profana prossegue no dia 7 com desfile da
banda da Misericórdia de Arruda. No
mesmo dia realiza-se, a partir das 22h00,
a procissão das velas entre a Capela de
Nossa Senhora da Ajuda e a Igreja
Paroquial de Arranhó. Na quinta-feira dia
8 haverá celebração religiosa na Igreja de
Arranhó (11h00), seguida de procissão
com a imagem da padroeira até à Capela
de Nossa Senhora da Ajuda, acompanhada
pelas bandas de Pinheiro da Bemposta e
Marcial de Bairros, com guarda de honra
pelos Bombeiros de Arruda e com a par-
ticipação do Regimento de Cavalaria da
GNR. A partir das 16h00 realizam-se con-
certos com as duas bandas participantes e,
já na madrugada de sexta-feira, à 1h00,
haverá fogo-de-artifício.
No dia 9 realiza-se uma nova procissão no
lugar de Nossa Senhora da Ajuda, às
17h00. Na parte profana destacam-se as
provas de perícia automóvel e moto qua-
tro (9h30) e o concerto com os Quinta do
Bill (22H00). No dia 10 haverá gincana de
bicicletas (10h30), espectáculo com Quim
Barreiros à tarde e baile de fim de festa a
partir das 22h00.
Agenda Cultural Arruda dos Vinhos
Dando sequência a uma histórica tradição
de há mais de cinco séculos, no período
compreendido entre os próximos dias 12 e
18 de Setembro, o Centro Cultural e
Desportivo de Penafirme da Mata
(CCDPM), conjuntamente com toda a
comunidade da freguesia de Olhalvo, uma
vez mais levam a efeito os tradicionais
festejos do Círio em Honra de Nossa
Senhora da Nazaréth. Trata-se do aconte-
cimento festivo mais antigo do concelho
de Alenquer e, no seu género, uma das
mais antigas festas do país que, nesta
localidade, tem lugar de 3 em 3 anos, em
sistema rotativo. Nos outros dois anos a
realização reparte-se pelas outras princi-
pais localidades da freguesia: Olhalvo e
Pocariça.
Consta que este relevante acontecimento
teve início no decorrer do ano de 1502 e
tudo indica que se encontra associado a
uma ou mais promessas feitas no período
dos Descobrimentos, cujo Círio ao logo
dos anos viria a transformar-se num acto
colectivo. Até a um passado recente, a ca-
ravana do Círio a Nossa Senhora da
Nazaréth processava-se à base de trans-
portes em carroças e galeras. Havendo a
necessidade de acompanhar o ritmo dos
tempos, os participantes no Círio pa-
ssaram a deslocar-se noutros meios de
transporte mais rápidos e confortáveis. A
festa é, inclusivamente, mais antiga do
que a própria freguesia de Olhalvo, pois
todas as localidades que a constituem
eram, até ao ano de 1612, parte integrante
da freguesia de Aldeia Gavinha.
Programa do Círio12 e 13 de Setembro – Peditório nos
lugares da freguesia14 – Partida da caravana do Círio rumo
à vila da Nazaré, com paragem paraalmoço no recinto do santuário do sen-
hor da Pedra/Óbidos.16 – Convívio musical no pavilhão do
CCD de Penafirme da Mata17 – Procissão evocativa da realização
das festas do Círio no Santuário daNazaré. Após o almoço a caravana
regressa a Penafirme da Mata18 – 16h00 – Tradicionais voltas do
Círio em Olhalvo, seguidas da recepçãona Igreja Paroquial e do regresso aPenafirme da Mata. À noite haverá
baile. As actividades são acompanhadaspela banda da Sociedade Filarmónica
Olhalvense.
Francisco Cipriano
Círio com tradição de
mais de 500 anos
O Grupo de Dança “Os Bons Amigos” dePenafirme da Ventosa promove, no próximo sába-do, nas instalações da Associação Recreativa daPortela de Vila Verde dos Francos, um festivalnacional de folclore com a participação de
agrupamentos de vários pontos do país.
13A Sociedade Filarmónica Alverquense lançou
uma campanha no Facebook com o objectivo de angariar
meios para a reparação do pano e das bambolinas do palco do seu
auditório. Estas estruturas sofreram estragos graves motivados por
um acidente com luzes de palco ocorrido a 25 de Junho. A reparação
custa cerca de 11 500 euros e os amigos da SFRA podem contribuir
através de uma conta solidária aberta para o efeito.31 de Agosto de 2011
Reportagem fotográfica de
Pedro Batalha
O presidente da Câmara
Municipal de Benavente
apelou ontem a cuidados redo-
brados para que não aconteça
nenhum acidente grave na pas-
sagem de toiros pela rua prin-
cipal de Samora Correia agen-
dada para a tarde de hoje
(sábado), mostrando-se pre-
ocupado com a possibilidade
de algum incidente vir a ser
“usado” por organizações de
defesa dos direitos animais
contra as tradições taurinas
ribatejanas. Depois da morte
de uma idosa de 82 anos
durante uma espera de toiros
realizada na sede de concelho,
em Benavente, o autarca
admite que tem recebido
muitos e-mails de pessoas
incentivadas pelas associações
de defesa dos animais a “insur-
girem-se” contra realização
das largadas de toiros e corri-
das de toiros. Alguns deles têm
mesmo origem no Brasil e
pedem a António José Ganhão
que proíba estas actividades no
concelho.
Durante a inauguração de uma
exposição dedicada à figura do
campino que marcou o
arranque das festas anuais de
Samora Correia, António José
Ganhão observou que alguns
portugueses não compreendem
estas “tradições seculares”,
sobretudo as ligadas ao campo
e aos toiros. “Temos orgulho
nas nossas tradições e
ninguém nos tirará aquilo que
construímos ao longo de sécu-
los”, afirmou.
As Festas da cidade de Samora
integram duas corridas de
toiros, três entradas de toiros
acompanhadas por campinos e
lavradores a cavalo, várias
largadas num recinto fechado
do Largo 25 de Abril e a pa-
ssagem de toiros em pontas na
Avenida “O Século” marcada
para hoje às 18h30. “Há inimi-
gos da nossa festa que sabem
que este é um momento parti-
cularmente sensível. Temos
que ter todos os cuidados pos-
síveis para que não aconteça
nada de semelhante ao que
aconteceu em Benavente. É
algo que pode prejudicar seri-
amente as nossas tradições.
Devemos evitar que haja inci-
dentes num momento que é
muito bonito”, vincou.
Recorde-se que, em Junho, um
toiro conduzido por campinos
foi distraído por alguns espe-
ctadores, saiu da coluna em
que se integrava e causou
vários danos em Benavente,
acabando por originar alguns
feridos e por colher mortal-
mente uma idosa com dificul-
dades de mobilidade que ali se
encontrava. António José
Ganhão acha que todas estas
tradições devem ser mantidas
com cautelas reforçadas. “Não
podemos deixar perder aquilo
que séculos de história repre-
sentam”, disse, referindo que o
que responde aos autores dos
e-mails que tem recebido é que
há que respeitar as tradições e
que a legislação portuguesa
permite a realização de corri-
das e largadas de toiros.
As festas de Samora Correia
decorrem até dia 22 e inte-
gram, também, desfiles etno-
gráfico e de campinos e cav-
aleiros, festival de folclore,
provas de campinos, noite da
sardinha assada, o espectáculo
“Emoções Ibéricas” e muita
animação musical.
Mais de 100 mil nas Festas
de Samora CorreiaCâmarapede cautelasreforçadas para evi-tar acidentes gravesnas esperas
Sónia Martins
na sua terra
O grupo de Salvaterra de Magos ganhou o
concurso de pegas de Samora
A despedida das arenas do forcado João
dos Amadores do Ribatejo
15
31 de Agosto de 2011
A tradicional procissão, as
largadas e corridas de toiros e a
gastronomia foram alguns dos
atractivos que levaram muitos
milhares de pessoas às Festas em
Honra de Nossa Senhora da
Salvação, realizadas em Arruda
de 12 a 18 de Agosto. No largo
fronteiro à Câmara Municipal,
aproveitando as características
muito próprias do chafariz pom-
balino, as largadas de toiros
atraíram sempre muitos especta-
dores, animados pela expectativa
de alguns momentos mais diver-
tidos. Quando algum dos toiros
resolve saltar para dentro do
tanque do chafariz o entusiasmo
vai ao rubro, mas nem sempre os
animais arriscam o “banho” e,
quando isso não acontece, são os
próprios participantes na largada
que se encarregam de refrescar o
toiro, conforme ilustra a foto.
Exposição mostra origens de
Arruda
Na galeria de exposições do
Posto de Turismo de Arruda,
situada mesmo ao lado do cha-
fariz, está patente até final de
Setembro a mostra “Arruda da
Pré-História à História” que re-
vela muita informação, por vezes
pouco conhecida, sobre os mais
antigos vestígios de ocupação
humana nesta região. As
pesquisas e escavações arque-
ológicas realizadas permitiram
descobrir vários pólos de ocu-
pação na época romana, mas há
vestígios muito mais antigos,
como a anta ou dólmen estudado
no final do século XIX na zona
das Antas (freguesia de Arruda)
composta por 12 estruturas de
pedra trabalhada, mas que entre-
tanto desapareceu, provavel-
mente pela actividade humana,
durante o século passado. De
qualquer forma os dados recolhi-
dos permitem perceber que o
monumento megalítico teria
cerca de 6000 anos, remontando
aos finais do quarto milénio ou
início do terceiro milénio Antes
de Cristo
Depois, em 1987, foi descoberto
o Sítio Arqueológico do Castelo,
num monte das proximidades da
localidade do Paço, na freguesia
de Arranhó. Ali foram encontra-
dos vários artefactos da Idade do
Ferro e os restos de uma torre
semicircular da Idade do Cobre.
Em vários locais do Município
de Arruda foram, também,
descobertos muitos vestígios
romanos, como pedras
funerárias, cerâmica e até
moedas. Existem também estru-
turas como pontes e alguns vestí-
gios de estradas romanas e de um
antigo forno cerâmico com cerca
de 2000 anos. Na época a zona
teria já uma importante função
de produção agrícola e tudo indi-
ca que o rio Grande da Pipa,
então com maior caudal, seria
utilizado para transportes até ao
Tejo.
J.T.
Cardosas em festa de
16 a 18 de Setembro
A localidade de Cardosas, no concelho de Arruda, vai estar em
festa de 16 a 18 de Setembro, com as tradicionais Festas em
Honra de São Miguel Arcanjo. O programa segue um figuri-
no semelhante aos anos anteriores, com realce para a proci-
ssão de domingo à tarde, a noite de largada de toiros e
sardinha assada na sexta-feira, o espectáculo com Flávio no
sábado à noite e 8º. Passeio de Vespas.
Novidade é o Passeio de BTT organizado, na manhã de sába-
do, pelo Clube Recreativo, Desportivo e Cultural de Cardosas
(concentração às 8h30 e partida às 9h15). Realce, também,
para as apresentações do Grupo de Hip Hop Unnamed Crew
(sexta à noite), do Grupo de Cavaquinhos da Associação de
Reformados de Alverca e do Grupo de Danças Orientais do
Arrudense (sábado à tarde), para o concerto da Banda da
Misericórdia de Arruda (18h30 de domingo) e para o desfile
da marcha popular do Arrudense (domingo à noite). Haverá
ainda bailes no sábado e no domingo, quermesse e gastrono-
mia no bar da comissão e outros estabelecimentos de
Cardosas.
Arruda reedita festas e
revela história
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A localidade de Virtudes, no concelho de Azambuja, acolhe mais uma
edição da sua conhecida Feira Medieval já no próximo dia 11
(11h00). A iniciativa integra-se nas festas anuais em honra de Santa
Maria das Virtudes e resulta de uma organização da Associação
Cultural e Recreativa de Virtudes com o apoio da Junta de Freguesia
de Aveiras de Baixo e da Câmara Municipal de Azambuja. O even-
to procura reconstituir uma grande feira que ali se realizava, durante
dois dias, na Idade Média e vai já na sua 18ª. edição.
A sala de ensino primário
que funcionava em
Adoseiros, na freguesia arru-
dense de S. Tiago dos
Velhos, encerra neste ano
lectivo. Já no ano anterior
fechou no concelho de
Arruda dos Vinhos a escola
primária de Cardosas. Um
número especialmente eleva-
do de novas inscrições, que
vai bastante além do previsto
na Carta Educativa, faz,
todavia, com que as escolas
primárias da vila de Arruda
iniciem o novo ano lectivo
com a sua capacidade prati-
camente esgotada.
“Quando fizemos a obra do
Centro Escolar do Casal
Telheiro foi já a pensar que
estávamos a respirar durante
muitos anos. O que é certo é
que todas as estatísticas
foram ultrapassadas.
Tivemos na freguesia de
Arruda um grande aumento
de crianças no primeiro ciclo
e temos as nossas instalações
completamente cheias e com
algumas salas já a serem
adaptadas para sala de aula”,
explica Gertrudes Cunha,
vereadora com o pelouro da
Educação na Câmara de
Arruda.
E será que o problema não se
vai agravar nos próximos
anos, quis saber o Voz
Ribatejana. A autarca arru-
dense acha que não. “Vamos
ver, até porque entram umas
crianças e saem outras. E
temos ali (Casal Telheiro)
um espaço que está adaptado
se quisermos fazer um
segundo patamar de salas de
aula, se nos virmos com
grande necessidade disso.
Para já não há necessidade”,
assegura.
Recorde-se que o concelho
de Arruda foi dos que mais
cresceu em termos demográ-
ficos (29%) nos últimos 10
anos, atingindo em 2011 os
13 500 habitantes, mais de
metade dos quais na fregue-
sia sede de concelho.
Já no que diz respeito ao
fecho da sala de Adoseiros,
que já funcionava a título
excepcional como comple-
mento da Escola de S. Tiago,
Gertrudes Cunha adianta que
está a decorrer o projecto de
ampliação de S. Tiago, cuja
obra deverá estar concluída
em 2012. Segundo referiu,
estava previsto que a obra
arrancasse em Dezembro de
2010, mas o processo atrasou
devido a uma recusa de visto
do Tribunal de Contas. Nessa
altura, os alunos de S. Tiago
foram transferidos tempo-
rariamente para instalações
adaptadas na colectividade
de À-do-Mourão, mantendo-
se alguns na sala de
Adoseiros. “Este ano houve
menos inscrições na escola
de S. Tiago e as professoras
decidiram não repartir os
meninos, mantendo-os todos
no mesmo espaço”, observou
a edil, esclarecendo que
todas as crianças da primária
e do jardim-de-infância de S.
Tiago ficam, assim, proviso-
riamente no espaço adaptado
de À-do-Mourão. Quando as
obras de remodelação da
antiga Escola de S. Tiago
estiverem concluídas passam
todos para essas instalações.
Segundo Gertrudes Cunha
foi necessário lançar um
segundo concurso cuja
tramitação está a decorrer,
prevendo o arranque das
obras muito em breve.
J.T.
Crescimento
inesperado enche
escolas de Arruda
dos Vinhos
16
voz ribatejana #19
Jorge Talixa Depois do excelente quarto
lugar obtido, na época passada,
na Divisão de Honra da
Associação de Futebol de
Lisboa (AFL), a União
Desportiva Vilafranquense
volta a revelar ambição nesta
nova temporada e promete
jogar para os cinco primeiros
lugares. O campeonato adivi-
nha-se muito disputado, uma
vez que, para além de
Vilafranquense e Vialonga,
conta este ano também com o
Alverca e com equipas que
desceram da III Nacional como
o Odivelas e o Tojal. Se juntar-
mos Loures, Malveira, e
Bucelenses, percebemos que a
Divisão de Honra de Lisboa
promete.
Paulo Eira continua à frente da
equipa técnica da UDV e a
estrutura técnica e de se-
ccionistas manteve-se. O
plantel também traduz uma
política de continuidade.
Saíram 3 elementos (Bexiga,
Praia e Carlitos) que vão jogar
para o Cartaxo e para o
Carregado, equipas que jogam
nos nacionais. Em contraparti-
da, o Vilafranquense foi buscar
dois jogadores com experiên-
cia nos nacionais, o avançado
Milton (ex-Oeiras) e o defesa
central Rui Arroja (ex-Real),
contratou 3 elementos do
Samora Correia, conseguiu o
concurso de Bruno, um ex-
júnior do Belenenses e pro-
moveu três jovens dos juniores
(José Semedo, Teo e Nelson),
estando mais dois ex-juniores
em observação.
“Vamos ter um plantel de
25/26 jogadores, formado
numa perspectiva de con-
tinuidade da boa época que a
equipa fez o ano passado”,
disse José António Russo,
coordenador-geral do futebol
da União Vilafranquense, ao
Voz Ribatejana, prevendo que
o próximo campeonato “vai ser
muito mais competitivo e equi-
librado” e que “o desafio será
mais intenso e mais competiti-
vo”.
Por isso, a UDV gostaria de
“fazer igual ou melhor” do que
na época passada e José Russo
acha que o plantel “é mais
equilibrado e tem várias
soluções para cada posição”.
Fazer uma época tranquila é o
primeiro objectivo definido,
mas se a oportunidade surgir, o
Vilafranquense não descura a
possibilidade de lutar pela
subida aos nacionais. “Já o ano
passado acabou por acontecer
alguma luta nesse sentido, ficá-
mos a quatro pontos e acabá-
mos por entrar na luta. Este ano
a nossa ideia é fazer uma época
tranquila, praticar bom futebol
e garantir uma presença nos
cinco primeiros lugares”,
assume o coordenador do fute-
bol do Vilafranquense.
Numa fase de crise económica
em que escasseiam os apoios e
com as dificuldades financeiras
que afectam o clube, a UDV
conseguiu manter uma política
de contenção e até reduzir os
gastos com a equipa principal
de futebol. “Para as condições
do clube, qualquer equipa é
cara em termos relativos, mas
esta é uma equipa ainda mais
barata do que a do ano passado.
Fez-se um esforço, os
jogadores percebem que o fute-
bol não é o que era há uns anos
atrás e garantimos apenas sub-
sídios de transporte e de ali-
mentação”, explica José Russo,
depositando também algumas
expectativas na melhoria das
receitas de bilheteira tendo em
conta o campeonato bem dis-
putado que se perspectiva.
A União Desportiva Vilafranquense procura um campeonato tranquilo na nova época da Divisão de Honra de Lisboa, mas quer
lutar por um lugar nos cinco primeiros.
Vilafranquense quer disputar
5 primeiros lugares
Apresentação sábado
frente ao Benavente
O jogo de apresentação da nova equipa sénior do
Vilafranquense está marcado para as 17h00 do próximo sába-
do, no campo do Cevadeiro. Já hoje, a UDV faz um jogo
treino, ao fim da tarde, com a Arepa (Associação Recreativa
do Porto Alto). Os treinos do plantel do Vilafranquense inicia-
ram-se no dia 17.
Primeira jornada no dia 11
A Divisão de Honra de Lisboa arranca no próximo dia 11,
com jogos agendados para as 17h00. O Vilafranquense recebe
o Ponterrolense, o Alverca tem uma deslocação complicada à
Lourinhã e o Vialonga também jogo fora, no campo do Tires.
Já a I Divisão de Lisboa tem a sua primeira jornada agendada
para 18 de Setembro. O Juventude da castanheira começa por
receber o Murteirense e o Povoense visita o Arneiros. O
União e Recreio de Vila Nova da Rainha recebe o MTBA.
Obras do sintético já começaram
As obras de construção do relvado sintético do Vilafranquense começaram em meados de
Agosto, mas decorrem, ainda, com alguma lentidão, porque os trabalhos da EDP que
decorrem nas proximidades ainda não permitiram o acesso ao campo de máquinas de
maior porte. Certo é que, segundo garantiu Maria da Luz Rosinha na última sessão
camarária em resposta à CDU, prevê-se que a obra do sintético fique pronta até final de
Setembro.
Joaquim Pedrosa, presidente da UDV, disse, por seu turno, ao Voz Ribatejana, que é tam-
bém essa a indicação que tem e que, se assim for, “atrapalha um bocado o arranque da
época dos escalões mais jovens e terá que treinar tudo no relvado”, admite o dirigente do
clube, frisando que, com a perspectiva de ter o relvado sintético pronto, valerá a pena mais
estas semanas de espera. “Fica tudo como estava em termos de balneários, não vai haver o
projecto que tinha sido aprovado, porque custava 1, 2 milhões de euros e a Obriverca só se
comprometeu a pagar 500 mil”, explica Joaquim Pedrosa, vincando que, nestas condições,
o projecto de remodelação vai ser reformulado e reduzido para que fique dentro dos 500
mil euros, porque o clube
não tem meios para mais.
“Tivemos uma reunião com
o senhor Eduardo
Rodrigues e com a Câmara,
ficou anulado o projecto dos
1, 2 milhões e acordou-se
dar já início ao sintético,
que é prioritário. O resto da
obra vai ser estudado”,
referiu.
No que diz respeito às bom-
bas de combustível previs-
tas para a beira da EN 10, o
processo também desaceler-
ou. Depende, ainda, da
demolição dos velhos edifí-
cios ali existentes. “Não está
definido quem é que fará a
demolição. Em Setembro
retomaremos as conversas
com a Câmara para ver a
melhor solução”, conclui
Joaquim Pedrosa.
J.T.
DESPORTO
“
PedroTorrãoreforçaUDV
O internacional PedroTorrão é o último reforçoda UDV para a próximaépoca. Depois de um per-curso intenso na I Ligap o r t u g u e s a( C a m p o m a i o r e n s e ,Alverca, U. Leiria e Beira-Mar), jogou, ultimamenteem Chipre. Aos 34 anosresolveu dedicar a partefinal da sua carreira aoclube da sua terra natal.
17O Centro Cultural e Recreativo “Os Camponeses” de Canados organiza, de 9 a12 de Setembro, os tradicionais festejos em Honra do Mártir S. Sebastião. O pro-grama integra bailes, convívios musicais, jogos tradicionais e solenidades reli-giosas. Já em Olhalvo, as Festas em Honra do Mártir S. Sebastião e de NossaSenhora da Encarnação decorrem de 8 a 11 de Setembro. Incluem tasquinhas,concertos musicais, bailes, actividades taurinas e solenidades religiosas.
Francisco Cipiriano31 de Agosto de 2011
Jorge Talixa
Fazer uma “época tranquila” é o
grande objectivo da equipa principal
de futebol do Alverca, de regresso à
Divisão de Honra da Associação de
Futebol de Lisboa, depois de ter ganho
a série 2 da I Divisão Distrital, numa
época marcada também pela conquista
da Taça Centenário da AFL. Para esta
nova época, o Futebol Clube de
Alverca manteve a estru-
tura base da equipa
anterior, promoveu
quatro juniores e
contratou três
jogadores experientes, reunindo um
plantel ambicioso de … elementos.
Toda a preparação desta nova época foi
tratada com o treinador Paulo Gomes,
mas, no dia 4 de Agosto, a direcção do
FCA foi surpreendida pela comuni-
cação do técnico de que resolver a
aceitar um convite para integrar a
estrutura de formação do Sporting,
deixando, por isso, o Alverca. Em
comunicado distribuído nessa quinta-
feira, a direcção do FCA lamenta
a decisão de Paulo Gomes,
frisando que “apanhou
todos de surpre-
s a ” ,
visto que a preparação da nova
época fora “totalmente planificada”
de acordo com Paulo Gomes.
“Lamentamos que isto tenha acon-
tecido numa fase tão adiantada da
época, criando ao clube, como é
óbvio, uma situação algo delicada”,
acrescenta a nota dos responsáveis
do Alverca.
Dois dias depois, o FCA anunciava,
contudo, que o problema estava
ultrapassado, com a con-
tratação de Ricardo
M o n s a n t o ,
j o v e m
técnico que já treinou as
equipas seniores A e B do
Torreense e com “um
enorme currículo em clubes
como Estoril-Praia,
Torreense, Oeiras e Real”.
Os treinos arrancaram,
assim, no dia 11 e os dois
primeiros jogos de
preparação decorreram
logo no fim-de-semana
seguinte (ver caixa). O
FCA aposta na con-
tinuidade de uma equipa
ganhadora, reforçada com
quatro jovens dos escalões
de formação do clube e
com a contratação de Pedro
Oliveira (ex-Tojal) e
Afonso (ex-Sacavenense),
ambos com experiência na
III Divisão Nacional e de
Celso (ex-Bucelenses).
Depois da inesperada mudança de treinador, a equipa principal de futebol do Alverca regressou ao trabalho no
passado dia 11. Dez dias depois, conquistou o primeiro título da época ao vencer a Supertaça da AFL.
Alverca procura época
tranquila na Divisão
de Honra de Lisboa
O Futebol Clube de Alverca teminscrições abertas para as suasmúltiplas actividades amadoras.Destaque para o Hóquei emPatins, onde o clube promove oensino gratuito da patinagem,emprestando os patins. Asinscrições estão abertas para cri-anças dos 3 aos 8 anos e as aulasrealizam-se às segundas, quartas esextas das 17h30 às 19h00 e aossábados das 9h00 às 11h30.Os interessados podem contactar asecretaria do clube através do 21958 09 56 ou contactar oendereço: hoqueipatins.fca@gmail.com. A patinagem artísticatambém tem inscrições abertaspara as suas diferentes variantes,com treinos de segunda a sábado.Já na natação, o FCA tem aulas deaprendizagem para crianças dos 4aos 6 anos e dos 6 aos 10 anos, deaperfeiçoamento inicial e de com-petição, que decorrem nas PiscinasMunicipais de Alverca. O FutebolClube de Alverca dispõe, ainda, devárias classes da secção de ginás-tica com inscrições abertas (ginás-tica geral, aeróbica, aerostep,danças latinas, ballet e GAP), declasses de exibição e de com-petição de hip hop e de classes dekrav maga, modalidade que é con-siderada um dos sistemas de defe-sa pessoal mais eficientes.O karaté é outra secção em foco,com inscrições abertas na secre-taria do clube e aulas de segundaa sexta das 19h30 às 20h45, deterça a quinta das 18h20 às 19h25e aos sábados das 16h30 às 18h30.Saliência, ainda, para o ténis, comaulas de iniciação e aperfeiçoa-mento no Polidesportivo do BairroSoda Póvoa, para o tiro com arcocom aulas nas noites de terça.Quinta e sexta-feira e para o BTT,com inscrições na secretaria doFCA ou através do endereço alver-cabike@gmail.com.
Inscriçõesabertas
O Futebol Clube de Alverca
conquistou, no dia 21, a
Supertaça da Associação de
Futebol de Lisboa, batendo,
na final, o Pêro Pinheiro por
uma bola zero. O jogo,
muito disputado, realizou-se
no campo do Sacavenense e
pôs frente-a-frente o
campeão da Divisão de
Honra de Lisboa e o Alverca,
enquanto vencedor da Taça
Centenário da AFL.
Os homens de Alverca mar-
caram logo aos 15 minutos
por Gonçalo Marques e
tiveram arte e engenho para
garantir a vitória perante
uma equipa que, na tempo-
rada que agora se inicia, vai
jogar na III Divisão
Nacional. A equipa
alverquense é treinada por
Ricardo Monsanto, jovem
técnico que substitui Paulo
Gomes, vai disputar o
campeonato da Divisão de
Honra da AFL juntamente
com o Vilafranquense e o
Vialonga e, no dizer dos seus
responsáveis, procura uma
época tranquila.
Alverca vence Supertaça
18
voz ribatejana #19
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Agradecimento e Missa de
30º Dia
Sua Filha e restante Família na
impossibilidade de o fazerem
directamente agradecem a todas
as pessoas de suas relações e
amizade que a acompanharam à
sua última morada, ou que de
qualquer forma manifestaram o
seu pesar. Participam ainda que
dia 15/09/2011 pelas 18:30 horas
na Igreja dos Pastorinhos de
Alverca será celebrada Missa
pelo seu eterno descanso.
Agradecendo desde já a todas as
pessoas que se dignarem assistir
a este piedoso acto. Paz à sua
alma.
Tratou: Agencia Funerária
Machado & Victor, Lda.
219 580 770 – Alverca do
Ribatejo *219 560 189 – Forte
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fazerem directamente
agradecem a todas as pe-
ssoas de suas relações e
amizade que o acompa-
nharam à sua última mora-
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pesar. Paz à sua Alma
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vêm, por este meio,
agradecer a todas as pe-
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AGRADECIMENTO
À CASA
DE SÃO PEDRO
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A família de Jacinto
Gomes Mouro vem por
este meio agradecer muito
reconhecidamente a todo o
pessoal da Casa de São
Pedro de Alverca o cari-
nho, o humanismo e o
profissionalismo com que
trataram o seu ente querido
até ao fim dos seus últimos
dias.
A todos onosso muito
obrigado.
Festas da Póvoa apostam na prata
da casa em ano de contençãoAs Festas Anuais da Póvoa de Santa Iria têm uma tradição já com mais de 20 anos. A organi-
zação é da responsabilidade da Junta de Freguesia que, este ano, aposta muito na “prata da
casa” e na manutenção dos principais aspectos do programa. Trazer “grandes nomes” à Póvoa
é uma opção que não convence os organizadores, apostados em manter o equilíbrio do evento.
Nos próximos anos, com a criação de um novo espaço para as festas, o programa poderá ser
mais ambicioso.
Bandas jovenstiveram poucaadesãoAlguns dos povoenses inquiridos pelo Voz Ribatejanadefenderam que as festas da cidade deveriam ter maisespectáculos e mais actividades para os jovens. Outrospropuseram mais cultura e mais bandas filarmónicas.Jorge Ribeiro confessa que, nos dois últimos anos, aorganização contou com a presença de algumas ban-das jovens da freguesia. “Foi uma das coisas que
tentámos potenciar, mas adesão não foi aquelaque gostaríamos e não o consi-derámos no
programa deste ano”, explica, admitindoque chegou a equacionar-se um concerto
com bandas filarmónicas para a tarde de sába-do, mas que a ideia depois não avançou, porque
havia dúvidas se a corrida de toiros seria à tarde.“Acolhemos tudo aquilo que são sugestões. Todos osdias há pontos altos na festa, temos a presença dascolectividades que se dão a conhecer, uma componenteimportante que são as tasquinhas, junto ao palco, e umconjunto de stands de exposição”, conclui.
Destaquesdo programa
Quinta-feira – 1 de Setembro19h00 – Abertura das Festas
21h00 – Apresentação do Ginásio Viva Fit21h30 – Actuação dos Cavaquinhos do
Bragadense22h30 – Espectáculo com Ricardo e Henrique
Sexta-Feira – 2 de Setembro 21h30 – Festival de folclore
22h00 – Noite da sardinha assada01h00 – Largada de Toiros
Sábado – 3 de Setembro 18h00 – Largada de Toiros
21h00 – Benção dos barcos avieiros21h00 – Espectáculos de dança com hip hop,
dança do ventre, salão, flamenco, ballet e PetitGym
22h00 – Corrida de Toiros
Domingo – 4 de Setembro11h00 – cortejo equestre pelas ruas da cidade
17h00 – Procissão21h30 – Actuação da Academia Vanessa Silva
23h00 – Espectáculo com Flávio Serrinha 00h30 – Fogo de Artifício
Novo espaço
em perspectiva
O recinto das festas é uma das limitações
da iniciativa, porque os acessos não são
bons, há algum pó e faltam infra-
estruturas de apoio. “Estamos
com a expectativa de, no próx-
imo ano, podermos realizar
a festa noutro espaço,
tendo em conta aquilo que se
perspectiva em termos de
requalificação daquela zona”, rev-
elou Jorge Ribeiro ao Voz Ribatejana,
vincando que em causa está um espaço
situado mais próximo da estação, que terá
outro piso e servirá, ao longo do ano, para
múltiplas utilizações, incluindo estacionamento.
“Com isso pensamos num modelo diferente para as
festas da Póvoa. A expectativa que temos é que as próx-
imas terão outras condições”, prevê, apontando para uma
reflexão conjunta entre os eleitos da Junta e da Assembleia de
Freguesia, eventualmente alargada também á própria população.
Jorge Talixa
A cidade da Póvoa de Santa
Iria está em festa já a partir de
1 de Setembro, com mais uma
edição das Festas em Honra da
Nossa Senhora da Piedade. São
quatro dias de muita animação,
centrada sobretudo no recinto
situado entre a linha-férrea e o
Tejo. Diariamente passam
pelas festas da Póvoa entre 50
mil a 70 mil pessoas e, apesar
das críticas de alguns povoen-
ses, que defendem um progra-
ma mais ambicioso, mais cul-
tural e mais virado para a
juventude, a Junta de Freguesia
da Póvoa sublinha que “o orça-
mento é limitado” e que tem
procurado sobretudo manter as
principais facetas que dão
nome à festa e divulgar os
artistas e as associações locais.
“Tentamos todos os anos que
haja festas na Póvoa. É preciso
que as pessoas se lembrem que
estamos a falar de uma festa
que é organizada por uma
freguesia, que tem um orça-
mento limitado. Nos tempos
que correm não nos parece
razoável, não havendo recursos
financeiros, gastar dezenas ou
centenas de milhares de euros
para realizar este tipo de fes-
tividades”, sublinha Jorge
Ribeiro, presidente da Junta da
Póvoa, em declarações ao Voz
Ribatejana, frisando que a
autarquia faz questão de man-
ter a tradição de realização das
festas, mas, tendo em conta as
dificuldades existentes, procu-
ra outras perspectivas, como a
divulgação do que se faz na
freguesia.
Embora admita que as festas
têm algumas receitas com a
venda de terrados e o aluguer
de espaços para divertimentos,
Jorge Ribeiro explica que, nor-
malmente, não chegam para
pagar as despesas, até porque
nos últimos anos passou a ser
necessário pagar à PSP, aos
bombeiros e à EDP, pelo
aluguer de um posto de trans-
formação e pelo consumo. Por
outro lado, as entradas para a
grande maioria das iniciativas
são gratuitas e a organização
mantém a tradição da oferta de
sardinha, pão e vinho na noite
de sexta-feira.
Para envolver mais os eleitos e
permitir que compreendam
melhor as dificuldades de orga-
nização de um evento deste
tipo, foi criada no seio da
Assembleia de Freguesia uma
comissão de acompanhamento,
que já reuniu por duas vezes
para conhecer as opções e as
dificuldades existentes.
“Tentamos potenciar no pro-
grama aquilo que é da Póvoa,
continuamos a ter a compo-
nente tauromáquica, este ano a
Tertúlia Passe por Alto organi-
za a sua segunda corrida, que
tem o nosso apoio.
Continuamos com parte reli-
giosa, não só na procissão, mas
também na bênção dos barcos
avieiros, que este ano se realiza
outra vez à noite. Mantemos a
sardinha, pão e vinho gratuitos.
Todos os dias a festa tem
momentos altos”, realça o
autarca do PS, destacando a
preocupação de reunir vários
grupos de dança da freguesia,
os Cavaquinhos do
Bragadense, a banda do
Grémio Povoense e músicos
como Ricardo e Henrique e
Flávio Serrinha, que também
têm ligações à Povoa.
Jorge Ribeiro acha que trazer
um ou dois grandes nomes do
panorama nacional não seria
decisivo para um maior suces-
so da festa e sublinha que
alguns já cobram 10 a 20 mil
euros, o que está fora do
alcance de uma festa que tem
um orçamento situado entre os
50 e os 60 mil euros. “Temos
sempre um registo de 50 mil a
70 mil pessoas em todos os
dias da festa. Para uma festa
realizada na fase final do
Verão, acho que é um registo
muito bom. Organizamos uma
festa que conta com o apoio de
algumas empresas, mas que
cada vez é menor. A Câmara
apoia em termos logísticos,
mas deixou de participar em
termos financeiros. Há pessoas
que perguntam por que é que
não temos cá o Tony Carreira,
mas o cachet do Tony Carreira
são 60 a 70 mil euros, com o
orçamento da festa é impossí-
vel”, sublinha.
EESSPPEECCIIAALL CCIIDDAADDEE DDAA PPÓÓVVOOAAPPoorr ooccaassiiããoo ddaass ffeessttaass aannuuaaiiss ddaa NNoossssaa SSeennhhoorraa ddaa PPiieeddaaddee,, uumm oollhhaarr ddee ddeessttaaqquuee ppaarraa aa ffrreegguueessiiaa ddaa PPóóvvooaa
20
voz ribatejana #19
Isabel Silva, 49
anos, comerciante
Nascia na Póvoa há 49 anos. Acho que
a Póvoa não tem progredido nada, antes
pelo contrário. Tem crescido só em casas
e pessoas, mas em infra-estruturas e espaços
verdes e em coisas boas para a terra, atractivas,
não tem crescido nada. Só tem muitos prédios, é dormitório. Tudo
isso não foi acompanhado pelos serviços necessários em nada. Acho
que a Póvoa não tem tido presidentes de junta à altura, nem pessoal
de chefia. Deviam ser mais exigentes. Devia haver mais amor pela
terra. O Forte da Casa tem crescido, porque tem alguém com pulso,
que se tem movimentado.
Sinto o problema do estacionamento, sou da opinião que deve haver
parquímetros nestas zonas. Segurança não há, eu própria fui assalta-
da no meu estabelecimento, deram-me um murro e tiraram-me o
fio. Não há segurança, não há nada. Há muita coisa a mudar. A
Póvoa devia começar por ter um encarregado geral dos trabal-
hadores, um engenheiro paisagista jovem, um recém-licenciado era
óptimo, porque estão cheios de ideias.
Os povoenses inquiridos pelo Voz Ribatejana gostam da cidade em que residem, mas são muito críticos em
relação às lacunas que encontram na Póvoa em domínios tão distintos como os espaços verdes, a segu-
rança, o estacionamento, os transportes ou os serviços públicos. A requalificação da zona ribeirinha é um
desejo assumido mas cuja concretização suscita ainda muitas dúvidas e as festas, dizem, precisam de atra-
ctivos mais fortes.
Povoenses vêem muitas
lacunas na cidade
Carlos Rocha,
54 anos,
administrativo
Resido na Póvoa há 10 anos, mas é só
casa-trabalho e trabalho-casa. Faltam
sempre algumas coisas. É um bom sítio
para viver, simplesmente a nível de trans-
portes rodoviários está muito mal. Tem o
comboio, mas só quando trabalha. Nas
estradas também não tem alternativas, a
EN 10 está outra vez cheia, a auto-estrada
também não resolve grande coisa.
Também há muitas dificuldades de esta-
cionamento, o crescimento não foi acom-
panhado por estacionamento.
Não preciso normalmente de recorrer aos
serviços públicos aqui da zona, mas
reconheço que isto está um bocado aban-
donado em termos de jardins, porque cor-
tam a relva, mas deixam ficar o lixo. Não
sei se a responsabilidade é da junta.
Festas comprograma“repetitivo”As Festas Anuais da Póvoa nãoentusiasmam os inquiridos peloVoz Ribatejana. Isabel silva achaque o programa é “repetitivo,medíocre”. A comerciantepovoense defende que “a Póvoajustifica mais” e considera queera importante enriquecer o pro-grama com mais actividades cul-turais, com bandas filarmónicas econcertos. Já Carlos Rocha tam-bém acha que é preciso levar àsfestas “mais qualquer coisa quelhes dê força”. O morador daPóvoa sugere mais actividades emúsica para os jovens, masreconhece que o local onde serealizam os festejos não é o maisindicado, sobretudo porque falta oestacionamento e há alguma inse-gurança. Isabel Silva tambémconsidera o espaço das festas“mauzinho” e propõe maisespaços e momentos de apresen-tação das colectividades e associ-ações locais.
Os povoenses apreciam muito a
zona ribeirinha da cidade, gostariam
de a ver requalificada, mas ainda
duvidam da concretização das obras
prometidas. “Estou cá para ver”, diz
Isabel Silva ao Voz Ribatejana,
admitindo que a reabilitação de toda
aquela área será “uma mais-valia
muito grande para a Póvoa, era cinco
estrelas. Vamos ver se andam”. A
comerciante acha que se devem
fazer fundamentalmente espaços
verdes atractivos nas áreas próximas
do rio. “De prédios já está a Póvoa
cheia. Precisa é de melhorar as
condições da zona ribeirinha e desta
parte velha”, diz.
Carlos Rocha ainda está menos opti-
mista, recorda uma alegada prome-
ssa de ligar a Póvoa à zona da Expo
por um passeio ribeirinho e acha que
isso só será uma realidade “no dia de
são nunca à tarde”. O residente na
Póvoa diz estar “saturado” dos
políticos e das promessas que não se
cumprem..
Ver para
crer na zona
ribeirinha
cidade da Póvoa
21
31 de Agosto de 2011
Voz Ribatejana – Este
mandato tem sido muito
marcado pelas extremas difi-
culdades financeiras que o
País vive e as autarquias não
são excepção. Até que ponto
isso tem condicionado o
desempenho e até que ponto
o executivo da Junta tem
cumprido os seus compro-
missos eleitorais?
Jorge Ribeiro – Temos um
Programa Eleitoral que está
perfeitamente definido. E esta-
mos aqui a cingir-nos àquilo
que é a actividade da Junta de
Freguesia. Com mais ou menos
dificuldades temos conseguido
cumprir aquilo que é o
Programa Eleitoral.
Trabalhamos muito à base da
questão das manutenções, va-
rrição, zonas verdes, pequenas
requalificações, arranjos
urbanísticos, colocação de
equipamentos urbanos. Temos
que nos conseguir adaptar à
realidade económico-finan-
ceira, que é conjuntural.
Procurando cumprir essen-
cialmente aquilo que é da
vossa responsabilidade dire-
cta?
Com certeza. Não podemos
assumir as responsabilidades
de outros. Nomeadamente,
com a Câmara temos compro-
missos conjuntos, compromi-
ssos políticos no Programa
Eleitoral, mas financeiramente
não conseguimos chegar lá.
Quando falamos, por exemplo,
da requalificação da zona
ribeirinha, é impossível a Junta
investir ali dinheiro, porque
não o tem e temos que nos cin-
gir às nossas competências
directas.
Este ano tivemos menos din-
heiro da Câmara, mas tivemos
a possibilidade do protocolo da
Cimpor, que permitiu a
aquisição de equipamentos.
Substituímos uma carrinha que
já tinha 15 anos e que nos cus-
tava milhares de euros de
manutenção. Comprámos uma
carrinha nova e um tractor
corta relva.
De quanto foi essa redução
nas transferências da
Câmara?
Foi na ordem dos 14%. Em
contraponto tivemos essa verba
de cerca de 60 mil euros da
Cimpor para investimento.
A densidade demográfica da
freguesia e o facto de estar
longe da sede de concelho são
questões pesadas na dis-
tribuição de verbas do
Município?
O principal problema não tem a
ver com as verbas que recebe-
mos do Município. O maior
problema tem a ver com os
critérios que estão definidos
pela administração central, que
diferenciam em muito as
freguesias. Não é possível uma
freguesia com as nossas carac-
terísticas e uma cidade com 30
mil habitantes receber 115 mil
euros do Governo, quando há
freguesias em termos similares
que recebem três vezes mais.
Isto deve-se à chamada
‘cláusula travão’. Tivemos um
crescimento muito rápido entre
1991 e 2001. Fomos a fregue-
sia que mais cresceu no País,
na ordem dos 65%, mas o
crescimento financeiro não
acompanhou o crescimento
populacional, só podia crescer
7, 5% ao ano. Estamos ainda a
recuperar. Se em vez de receber
116 mil recebêssemos 300 mil
euros como recebem outras
freguesias, de Norte a Sul do
País, com estas características
e algumas com dimensão infe-
rior em termos populacionais,
porque privilegia-se mais a
área do que os habitantes. Nós
trabalhamos é para as pessoas,
não é para a área. O principal
problema tem a ver com uma
Lei que está ultrapassada e ba-
liza as coisas mal. Se rece-
bêssemos 300 mil euros da
administração central não tín-
hamos problemas nenhuns.
D e n t r o
d a s
vossas responsabilidades
directas, uma das questões
mais sensíveis é a da
manutenção dos espaços
públicos. Nesse domínio já
existiam e continuam a ouvir-
se críticas?
Temos uma freguesia muito
populosa, a que acresce o facto
de termos uma estação de com-
boios que movimenta 14 a 15
mil pessoas por dia, que vêm
de outras freguesias. Isso faz
parte do dia-a-dia dos grandes
meios urbanos. Gostamos que
assim seja, porque temos a
freguesia mais viva. E fazemos
um esforço todos os dias para
manter a cidade o mais limpa
possível e com o melhor trata-
mento das zonas verdes. Agora,
há uma situação que temos
apelado muito às pessoas, para
que nos ajudem a manter a
cidade limpa. Muitas vezes
deixam os sacos do lixo ao pé
dos contentores e o lixo acaba
por se espalhar. As pessoas às
vezes não tratam bem aquilo
que têm.
Faltará um bocado de auto-
estima das pessoas e de va-
lorização da sua cidade?
Se calhar 75% da popu-
lação trabalha fora da
cidade e não vive o
seu dia-a-dia.
Temos tentado
contrariar um
pouco essa ideia
de sermos dor-
mitório, com
activi-
dades,
com bem-estar, com qualidade
de vida.
Mas os povoenses inquiridos
pelo Voz Ribatejana quei-
xam-se de falta de serviços
públicos, de transportes, de
espaços verdes, de infra-
estruturas…
Serviços públicos não con-
seguimos ter mais neste
momento, mas temos hoje
cartórios, que não tínhamos há
seis anos, agora temos dois.
Gostávamos muito de ter uma
repartição de finanças, mas foi-
nos sempre vedado.
Continuamos a pugnar.
Tivemos, desde 2005, um par-
que escolar completamente
renovado. Se calhar somos a
freguesia com parque escolar
melhor apetrechado. Foi con-
struída a nova esquadra da PSP.
Temos um centro de saúde, que
teve dificuldades com a alte-
ração dos horários e nós, com o
trabalho que fizemos, fomos
bem sucedidos e ajudámos a
resolver. Hoje está a funcionar
de forma satisfatória. Temos
falta de médicos, é uma pre-
ocupação e esperamos que
possa haver reforço.
Outra questão que colocam é
que a Póvoa e a Junta deviam
ser mais reivindicativas per-
ante a Câmara?
A Póvoa é reivindicativa. É
uma crítica que não acolho.
Tive desde sempre e tenho uma
boa relação com a presidente
da Câmara. Trabalhamos em
conjunto, trabalhamos em
parceria. Na Póvoa de Santa
Iria têm sido investidos mi-
lhões de euros nos últimos
anos. Se calhar da nossa parte
não temos conseguido passar
essa mensagem. Sabemos o
traba-lho que desenvolvemos.
Articulamos os projectos que
são trabalhados em parceria.
Continuamos a reivindicar.
Tenho a consciência tranquila e
o que fazemos com a Câmara é
um trabalho de parceria.
À frente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria desde
2005, Jorge Ribeiro foi um dos mais jovens autarcas a assumir
a liderança de uma junta do concelho. Apostou na moderniza-
ção dos serviços e das instalações e numa postura de colabo-
ração com a Câmara de Vila Franca. Pequena, mas densa-
mente povoada, a freguesia da Póvoa debate-se com proble-
mas sérios de falta de serviços e de estacionamento e aguarda
ainda o arranque das obras de requalificação da sua extensa
frente ribeirinha. Em entrevista ao Voz Ribatejana, Jorge
Ribeiro salienta os grandes investimentos feitos nos últimos
anos na freguesia e o trabalho feito pela Junta ao nível da
requalificação dos espaços públicos e dos equipamentos, mas
sublinha que a colaboração das pessoas é muito importante
para a sua manutenção. O autarca do PS realça a excelente
cooperação com a Câmara, mas acha que os 30 mil habitantes
da freguesia justificavam mais verbas da administração cen-
tral.
A falta de estacionamento é um problema crónico na Póvoa de
Santa Iria. Jorge Ribeiro reconhece que “estruturalmente” a
cidade “foi mal desenhada” em termos de disponibilidade de
estacionamento. “Estamos a tentar criar lugares onde eles não
existem. Marcámos, nos últimos 3 meses, mais de 3000
lugares, criámos passadeiras, reforçámos passadeiras e tentá-
mos organizar o estacionamento. Havia zonas que não eram
marcadas há mais de 15 anos e zonas da Póvoa onde nunca
houve marcações”, vincou o autarca do PS, admitindo que
gostaria que a obra do auto-silo do centro da Quinta da
Piedade tivesse andado mais depressa. “É uma obra feita por
um privado, que tem as dificuldades financeiras que são co-
nhecidas. Está a decorrer a um ritmo muito lento, gostaríamos
que tivesse outra força, mas não depende de nós”, sublinha.
Já na zona antiga da cidade, Jorge Ribeiro acha que é impor-
tante introduzir um factor de rotatividade de estacionamento e
instalar alguns parquímetros. O projecto Eco-Bairros, de
requalificação desta área, contempla essa possibilidade, já
proposta pela Junta. “Parquímetros na zona antiga viriam per-
mitir uma melhor acessibilidade aos serviços e comércio. No
resto o que temos feito é reforçar as marcações e organizar”,
conclui.
A freguesia da Póvoa tem 9 parques infantis, alguns dos quais,
reconhece o presidente da Junta, estão degradados. “Não tem
a ver com desleixo, tem a haver com uma questão de
manutenção. E muitas vezes também com a má utilização que
é feita por gente que já não tem idade para os usar e que os usa
de forma abusiva. Temos um levantamento feito pela Câmara
e a recuperação de todos os parques infantis está estimada em
200 mil euros. É uma verba que a Junta não tem condições
para conseguir suportar”, salienta Jorge Ribeiro. A Junta
povoense tem um orçamento anual da ordem de 1 milhão de
euros, dos quais consegue canalizar cerca de 240 mil para
todo o tipo de investimentos. “Em conjunto com a Câmara
vamos, com certeza, conseguir requalificar os parques infan-
tis”, prevê o eleito socialista, que admite algumas dúvidas
quanto à existência de tantos parques infantis numa freguesia
territorialmente pequena, mas também sublinha que muitos
deles são verdadeiros pontos de encontro da população dos
respectivos bairros. “É uma decisão política que é preciso
assumir, mas acabar com alguns destes parques seria também
acabar com a zona de lazer do próprio bairro. Em termos de
manutenção, temos aqui um custo elevado, se não tivermos a
colaboração das pessoas. É impossível recuperar para, depois,
miúdos de 15/16 anos estragarem no dia seguinte”, alerta.
“Têm sido
investidos
milhões na
Póvoa”
Parques infantis
exigem 200 mil euros
3000 lugares marcados
JorgeRibeiro, presi-dente da Junta deFreguesia daPóvoa, em entre-vista
22
voz ribatejana #19
Voz Ribatejana - Que ba-
lanço faz do desempenho do
executivo da Junta nestes
primeiros dois anos de
mandato?
Paulo Rodrigues - A Póvoa de
Santa Iria é uma cidade jovem,
que duplicou os seus residentes
em pouco mais de uma década,
nomeadamente com o apareci-
mento de novas urbanizações
como o Casal da Serra e a 2ª
fase da Quinta da Piedade.
Mediante esta grande alteração
era exigível que a Junta de
Freguesia se adaptasse a esta
nova realidade, às novas nece-
ssidades da freguesia, bem
como comunicar mais e melhor
com a sua população. Em vez
disso, temos uma freguesia
com pouca capacidade de
resposta aos principais proble-
mas da população, pouco
reivindicativa perante as actu-
ais necessidades da freguesia e
com pouca obra apresentada.
A oferta de equipamentos
públicos desportivos de utiliza-
ção colectiva /polidesportivos e
parques infantis é muito insufi-
ciente, tendo em conta a
dimensão e quantidade de
juventude existente na fregue-
sia. Grande parte dos parques
infantis que existem, estão em
mau estado de conservação e
utilização.
Para que esta cidade se assuma
com uma identidade e cultura
própria, e não só como um dor-
mitório, é necessária a disponi-
bilização de um conjunto de
serviços públicos mais alarga-
dos, bem como a promoção de
mais actividades de cultura e
lazer, necessidades perante as
quais a resposta tem sido nula.
A revitalização do núcleo
histórico, tanto a nível comer-
cial como residencial, é
urgente, pois a quantidade de
habitações degradadas e devo-
lutas, bem como de estabeleci-
mentos comerciais encerrados,
é já preocupante, tornando o
núcleo histórico desta cidade
numa zona muito degradada,
abandonada e pouco convidati-
va. Nesta matéria os resultados
são também nulos.
Na verdade, a Póvoa é uma
cidade mas não tem as infra-
estruturas básicas exigíveis à
condição de cidade. E também
não tem tido autarquias (tanto
Junta como Câmara) à altura de
construir ou exigir a quem de
direito a superação dessas lacu-
nas nesta cidade.
Naturalmente, só pode ser
negativo o balanço da
prestação desta Junta de
Freguesia.
A autarquia local tem revela-
do algumas dificuldades na
gestão/manutenção dos
espaços públicos. Acha que
com os meios de que dispõe
podia fazer mais ou deveria
exigir mais meios da Câmara
para uma freguesia com a
importância da Póvoa?
Fruto das políticas do PS no
governo – e do actual ainda há
menos a esperar, a avaliar pela
memória do cavaquismo – as
autarquias têm sido bastante
penalizadas com os sucessivos
cortes financeiros. No entanto,
a população da Póvoa não
deixou de pagar impostos para
ver a sua freguesia com menos
recursos financeiros, o que vê é
a administração central cada
vez mais a dirigi-los para os
grandes grupos económicos,
em prejuízo da população.
O que se passou nesta freguesia
e concelho foi a resignação, o
frete e o clientelismo perante o
Governo da mesma cor (PS). É
lógico que com estas políticas
as dificuldades na gestão do
espaço público são crescentes.
É necessária uma coordenação
e maximização dos recursos
existentes muito eficiente. No
entanto, mediante tais dificul-
dades acrescidas, nada mudou
a nível de gestão dos recursos.
Parece que esta Junta não dá
mais…
O estacionamento continua a
ser um problema na fregue-
sia, porquê?
Infelizmente, o estacionamento
não é um problema só da
Póvoa. É um problema de
todos os grandes núcleos
urbanos. Hoje culpam-se as
pessoas e apelidam-nas de
comodistas, porque “todos
querem ter carro e há casas
com três automóveis por
habitação”. Mas esta desculpa,
além de falsa, é um argumento
grosseiro dos governantes para
fugirem às suas responsabili-
dades.
A verdade é que muitas
famílias têm mais do que um
automóvel, porque não existe
uma política séria de trans-
portes públicos e os mesmos
não se coadunam às reais
necessidades da maioria da
população.
Por outro lado, os preços dos
transportes públicos não são
assim tão apetecíveis, originan-
do que depois de contas feitas
as famílias optem por levar o
automóvel para dentro das
cidades. Mas, o cerne da
questão está no mau planea-
mento urbanístico, ou mesmo
na falta dele, sobretudo nos
últimos dez/ quinze anos, que
fez das urbanizações recentes
verdadeiros “cortiços” de
betão. Veja-se a diferença entre
a primeira e a última fases da
Quinta da Piedade.
Voz Ribatejana - Que ba-
lanço faz do desempenho do
executivo da Junta nestes
primeiros dois anos de
mandato?
Nuno Caroça - A Junta de
Freguesia tinha a obrigação
de fazer mais e melhor ao
nível do bem-estar dos
Povoenses e para a afirmação
da Póvoa de Santa Iria
enquanto Cidade. Na gestão
corrente da Cidade observa-
mos muitas lacunas, por
exemplo, na manutenção dos
espaços verdes, na limpeza e
na conservação de equipa-
mentos públicos, no respeito
pela segurança dos peões
(veja-se a degradação de pa-
ssadeiras e a existência de
duplas marcações que desde
2009 denunciamos) e na
segurança da circulação de
viaturas - com Regulamento
de Trânsito aprovado desde
2009 ainda não assistimos à
colocação de sinalização ver-
tical, veja-se a 2ª Fase da
Quinta da Piedade. Não
vimos também nenhuma
estratégia para a Cidade,
antes assistimos à tomada de
medidas avulsas. É necessário
atrair comércio, serviços e
actividades de dinamização
da Cidade, para fixar as pe-
ssoas à Póvoa, para que
empreendedores escolham a
Póvoa para abrir/manter os
seus negócios, criando/man-
tendo empregos e receber
mais visitantes. Este
Executivo, apesar de neste
mandato ter 7 elementos, não
demonstra melhoria quantita-
tiva nem qualitativa do traba-
lho desenvolvido. A Cidade
merece uma gestão
visionária, séria, cuidada,
apaixonada e totalmente ded-
icada e em contacto perma-
nente com as pessoas.
A autarquia local tem reve-
lado algumas dificuldades
na gestão/manutenção dos
espaços públicos. Acha que
com os meios de que dispõe
podia fazer mais ou deveria
exigir mais meios da
Câmara para uma freguesia
com a importância da da
Póvoa?
É certo que estamos a viver
momentos difíceis, com
cortes à despesa corrente e ao
investimento público. É
necessário fazer mais e mel-
hor com menos recursos. A
meu ver é possível fazer
muito mais. É este o grande
desafio que se impõe a quem
gere entidades públicas. O
problema da Póvoa de Santa
Iria é que, mesmo nos anos
das chamadas “vacas gordas”,
não se conseguiu impor per-
ante
a
Câmara de Vila Franca de
Xira e isso foi/é da respon-
sabilidade de quem
esteve/está no executivo da
Junta. Hoje o que importa
decidir é se os meios exis-
tentes no concelho não
podem ser partilhados entre
freguesias, ou que meios da
Câmara podem ser utilizados
quando sejam necessários na
Póvoa, o que leva a exigir um
rigoroso le-vantamento de
recursos e uma permanente
comunicação e articulação
entre freguesias e município.
Até mesmo para evitar des-
perdícios de recursos que
aconteceram no pa-ssado.
Estou-me a lembrar do que
aconteceu poucos meses
antes das últimas eleições
(2009), em que a Junta pintou
alguma sinalização horizontal
e, passadas duas semanas, a
Câmara asfaltou as ruas alvo
dessa pintura. Os recursos
públicos não podem ser des-
perdiçados desta forma.
O estacionamento continua
a ser um problema na
freguesia, porquê?
Um dos grandes problemas
da Cidade é a falta de esta-
cionamento ou a fraca acessi-
bilidade a estacionamentos
existentes. Hoje é normal
haver 2 ou mais automóveis
por habitação, o que nas
zonas de maior densidade
populacional se torna uma
verdadeira dor de cabeça.
Veja-se o caso da Quinta da
Piedade. O que deve ser feito
será o de reavaliar e reinven-
tar arranjos exteriores que,
face às actuais necessidades,
se encontram ultrapassados,
com o objectivo de criar
novas bolsas de estaciona-
mento, e onde elas existem,
como é o caso do parque de
estacionamento junto ao
muro oeste da Quinta
Municipal, onde se deveria
abrir uma passagem de acesso
à Av. Dom Vicente Afonso
Valente. E não posso deixar
de referir que a falta de esta-
cionamentos provoca um
grave problema de segurança,
veja-se o estado das pracetas
em que, à noite, um carro de
bombeiros dificilmente con-
seguirá entrar.
“Esta Junta não
dá mais…”
Paulo Rodrigues foi o cabeça-de-lista da CDU nas últimas
eleições para a freguesia da Póvoa de Santa Iria. Em entre-
vista ao Voz Ribatejana sustenta que o executivo da Junta tem
pouca obra feita e reivindica pouco perante as múltiplas
necessidades da freguesia.
“Não vimos
estratégia para
a cidade”
Nuno Caroça encabeçou a lista da coligação Novo Rumo
(PSD/CDS-PP/PPM/MPT) nas últimas eleições para a
freguesia da Póvoa de Santa Iria. Em entrevista ao Voz
Ribatejana aponta muitas falhas à gestão da Junta de
Freguesia e acusa o executivo liderado por Jorge Ribeiro
de não ter nenhuma estratégia para a cidade e de não
saber criar condições para atrair comércio, serviços e
actividades de dinamização.
PauloRodrigues,
ementrevista
NunoCaroça, ementrevista
Moradores dos bairros vão ser ouvidosA Junta da Póvoa vai lançar, na segunda quinzena de Setembro e durante o mês de Outubro, uma iniciativa original de auscultação da população.Com o objectivo de recolher opiniões sobre as intervenções prioritárias e de envolver mais as pessoas na vida da comunidade, as reuniões vãorealizar-se nos principais bairros da cidade. Servirão também para recolher contributos para a elaboração do orçamento da Junta para 2012.
cidade da Póvoa
23
Voz Ribatejana – A Passo por Alto
surge porque a tauromaquia tem
alguma tradição e um leque signi-
ficativo de aficionados na Póvoa ou
a sua fundação vai além disso e
resulta da necessidade de um grupo
de amigos de fazerem alguma coisa
pela terra?
Henrique Medley - Nasce como
resultado de várias condicionantes.
Nasce não só porque a Póvoa tem
tradições taurinas: nos anos 40
realizaram-se corridas de toiros junto
ao Palácio da Quinta da Piedade; são
conhecidas, também, as largadas de
toiros na então rua São João de Deus
(hoje rua 28 de Setembro); bem assim
o tresmalhar de toiros, relativamente
aos curros que atravessavam a Póvoa,
de madrugada, a caminho do Campo
Pequeno. Por outro lado, com a morte
do João Cachené, a sua Tertúlia
Burladero ficou desactivada e, vai daí,
eu, com o João Marques, o Rui
Benavente e o António Cavaco,
encetámos esta “loucura” que está, e
quer contribuir para a cultura desta
terra. Um espaço que faz igualmente
falta à nossa juventude.
Que balanço faz destes primeiros
anos de actividade?
Um balanço extremamente positivo.
Começámos do nada. Com o empenho
de muitos temos hoje uma bonita sede
social, onde antes estava uma casa
devoluta, com o tecto a cair! Com esta
obra viemos inclusive dar vida a um
dos mais antigos núcleos residenciais
desta nossa terra. Actualmente já con-
tamos com cerca de duas centenas de
associados.
O apoio e o envolvimento da popu-
lação e das forças vivas locais tem
estado dentro das vossas expectati-
vas ou esperavam mais?
Quando se fala em apoios, numa situ-
ação como esta… todos não são de
mais! A população e o comércio local
têm correspondido bem às nossas ini-
ciativas, o que muito nos agrada. A
Junta de Freguesia, na pessoa do pres-
idente Jorge Ribeiro, em termos logís-
ticos, tem estado ao nosso lado.
Sentimos que não fazem mais porque
não podem.
Como é que uma tertúlia tão jovem
se abalança a organizar corridas de
toiros com as figuras que a Passo
por Alto tem levado e vai levar no
dia 3 à Póvoa?
Pois…é um empenho em prol daquilo
que gostamos e nos anima, como é o
facto de estarmos a contribuir para a
defesa da Festa Brava. A Póvoa, bem
como as localidades vizinhas,
nomeadamente Vialonga e Forte da
Casa, mostraram bem a sua aficion
marcando excelente presença na nossa
Corrida do ano passado. Este ano, nos
troféus de melhor lide e melhor pega,
vamos homenagear dois povoenses
que têm contribuído ao longo das suas
vidas, para a festa dos toiros: António
João “Russo” e Joaquim Sequeira.
Que outras iniciativas tem a tertúlia
ao longo do ano para divulgar as
tradições tauromáquicas?
Organizámos garraiadas e uma festa
campera. Temos também levado a
cabo – almoços ou jantares – tendo
por companhia
figuras do
toureio. O canal
televisivo Touro
Bravo está
igualmente ao
dispor dos
a s s o c i a d o s ,
para acompan-
har corridas
em directo.
Temos feito
i g u a l m e n t e
excursões a algumas corridas.
Na corrida do Colete dedicada
às Tertúlias, marcámos pre-
sença no sector 4 com cerca de
cinquenta associados.
Até final deste ano que outras ini-
ciativas tem a Passo por Alto calen-
darizadas?
Até final deste ano estão agendadas
várias iniciativas. Para além da
Corrida de Toiros, realizamos a
Garraiada em finais de Setembro, iní-
cio de Outubro. Os almoços mensais
para associados e amigos, no primeiro
sábado
de cada mês. Noites de animação
(Karaoke, fado, etc…) e a festa de
Natal. Este ano já promovemos o
Festival da Lambujinha e os festejos
dos santos Populares, com a exibição
de marchas, entre outras iniciativas,
como disso é exemplo a festa
campera, por ocasião do nosso aniver-
sário.
31 de Agosto de 2011
Criada em 2008 por um grupo de amigos aficionados, a Tertúlia Passe por Alto tem revelado dinamismo e contribuído para animar a
vida da Póvoa de Santa Iria. Nasceu com o objectivo de preservar e divulgar a cultura local e de promover o convívio entre os seus
membros e organiza actividades tão diversas como corridas de toiros e garraiadas, mas também festas campera, um festival gas-
tronómico da lambujinha, noites de animação com karaoke e festejos dos santos populares. Criar condições para promover a práti-
ca desportiva entre os jovens é outro desafio que a Passe por Alto quer abraçar muito em breve. Em entrevista ao Voz Ribatejana, o
presidente da associação, Henrique Medley, fala das origens e dos projectos da tertúlia povoense, que já tem cerca de 200 associados.
Corrida de toirosno dia 3A Tertúlia Passe por Altoorganiza, na noite do próxi-mo dia 3 (sábado), a sua IIGrande Corrida de Toiros.Numa praça instalada próxi-mo do cais da Póvoa deSanta Iria, o espectáculoconta com os cavaleiros LuísRouxinol, António BritoPais, Pedro Salvador eMarcelo Mendes. As pegassão da responsabilidade dosgrupos de forcadosamadores de Vila Franca deXira e de Alenquer.
Modalidades em
perspectiva
A Passe por Alto e a Solvay Portugal vão assinar, em breve,
um protocolo para a cedência à tertúlia povoense do antigo
campo de ténis, espaço onde os responsáveis da associação
querem começar a promover várias modalidades desportivas.
A ideia tem o apoio da Câmara de Vila Franca de Xira, que já
se comprometeu a ajudar com maquinaria e pessoal nas obras
necessárias. Para além do ténis, a Passe por Alto pretende,
também, estabelecer parcerias com várias entidades para
desenvolver a formação noutras modalidades como futsal,
ginástica, andebol e basquetebol, entre outras. A Passe por
Alto corresponde, assim, aos objectivos que presidiram à sua
constituição e ao seu próprio emblema, onde destaca facetas
como a paixão pela tauromaquia, a gastronomia, o desporto e
as letras.
Henrique Medley, presidente da Tertúlia Passe por Alto em entrevista
“Queremos contribuir para
a cultura desta terra”
DR. JOSÉ BRANCO
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Na próxima edição do Voz Ribatejana não perca orescaldo das festas da Póvoa e um trabalho desenvolvi-do sobre os projectos de requalificadção da zonaribeirinha e de reabilitação da zona antiga da cidade.
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CONDIÇÕES DE ENVIO - PORTUGAL
A depressão motivada pela
recente separação da mulher,
mãe do seu filho pequeno,
poderá ter estado na origem da
decisão de Anildo, pedreiro de
41 anos residente na Póvoa de
Santa Iria, de se atirar para a
frente do comboio intercidades
que passava na estação desta
cidade cerca das 11h15 da pa-
ssada quinta-feira. O acto
tornou-se ainda mais arrepiante
porque o homem decidiu pegar
no filho de 6 anos ao colo,
provocando a morte dos dois,
trucidados pelo comboio. As
imagens do sistema de vigilân-
cia, segundo as autoridades,
não deixam dúvidas de que foi
mesmo um suicídio, em que
Anildo resolveu arrastar tam-
bém o filho Duarte.
Avançam-se, agora, muitas
conjecturas sobre as razões que
levam a acto ao mesmo tempo
desesperado e cruel. Sabe-se
que a esposa saíra de casa há
cerca de 1 mês e que Anildo se
mostrava, desde então, algo
deprimido. Residia na Avenida
D. Vicente Afonso Valente, na
urbanização do Casal da Serra,
e nada fazia esperar uma ati-
tude deste tipo.
O homem deixou o carro junto
ao prédio, seguiu a pé até à
estação da Póvoa, onde com-
prou dois bilhetes para Vila
Franca de Xira e aproximou-se
do cais de embarque. Passava
ali a cerca de 140 quilómetros
por hora o Intercidades que lig-
ava Castelo Branco a Lisboa e
que Anildo terá escolhido para
pôr termo à vida.
Os restos mortais foram retira-
dos por bombeiros do Corpo
Voluntário de Salvação Pública
da Póvoa de Santa Iria e a cir-
culação ferroviária só retomou
a normalidade na Linha do
Norte cerca de 2 horas depois.
Anildo, de origem cabo-ver-
diana, trabalhava como enca-
rregado de obras. Duarte, o
filho, treinava na escolinha de
futebol da Academia do
Sporting na Póvoa.
J.T.
Voz Ribatejana
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Suicida-se com
filho ao coloProvavelmente deprimido pela recente separação da esposa,
um homem de 41 anos decidiu pôr termo à vida na estação de
comboios da Póvoa e arrastou com essa decisão um filho de
apenas 6 anos.
A Junta de Freguesia
convida todos os
leitores do jornal “Voz
Ribatejana” para as
Festas da Póvoa 2011,
que se realizam nos
dias 1, 2, 3 e 4 de
Setembro.
A Junta de Freguesia
CALHANDRIZ 931 192 997
xtrilhos@xtrilhos.pt
Uma acção de protesto contra os aumentos nas tarifas de transportes
protagonizada, ontem, em Alhandra, por cerca de 15 utentes acabou
por gerar um conflito aceso entre os manifestantes e a polícia. Dois
deles foram mesmo detidos e um dos agentes fez um disparo intim-
idatório para o ar com o objectivo de afastar os manifestantes que,
segundo a PSP, rodeavam os polícias. Os detidos foram, ainda
ontem, presentes ao Tribunal de Vila Franca de Xira, que determinou
que ficam sujeitos a termo de identidade e residência (TIR) enquan-
to decorre o inquérito.
A CDU de Vila Franca de Xira já criticou a actuação policial neste
caso, denunciando as alegadas “brutais agressões efectuadas pela
PSPde Alhandra sobre cidadãos pacíficos e ordeiros que, após serem
agredidos e ofendidos pela PSP, foram detidos”. Uma nota divulga-
da pelo gabinete de apoio aos vereadores da CDU na Câmara local
contesta também “os brutais procedimentos de opressão e violência
exercida pela PSP”.
Bem diferente é o relato do Comando Metropolitano de Lisboa da
PSP que sustenta que “durante os procedimentos policiais de identi-
ficação e de retirada” dos cerca de 15 indivíduos que obstruíam a
linha-férrea junto à estação de Alhandra, “com intenção clara de
obstar a tal actuação, os agentes foram rodeados por seis manifes-
tantes, sendo um dos polícias agredido”.
Por isso, diz o Comando Metropolitano, “para cessar tal conduta e
como os polícias estavam em inferioridade numérica, o outro agente
policial, depois de advertir verbalmente os intervenientes de que iria
disparar, terá efectuado um disparo para o ar com a sua arma, tendo
cessado de imediato a agressão e sendo detido o agressor”.
Acrescenta a PSP que, quando este manifestante era conduzido sob
detenção para a viatura policial, outro terá tentado impedir que tal
acontecesse e foi também detido. Com a chegada de mais meios poli-
ciais, a linha foi desimpedida e retomada a circulação de comboios.
Os detidos, com 33 e 64 anos, foram presentes a tribunal na tarde de
ontem. Segundo a PSP podem ser acusados da prática de crimes de
coacção, de desobediência e de tentativa de agressão a agentes poli-
ciais. O Comando Metropolitano adianta que manifestações de
carácter semelhante ocorreram, também ontem de manhã, no Cais do
Sodré e no Monte do Estoril “sem quaisquer incidentes”.
Jorge Talixa
Protesto dá tiro e
detenções em Alhandra
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