interdisciplinaridade como estratégia de intervenção
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I (DEDC I)
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Político Pedagógico da Estadual de Rede de Educação Profissional da Bahia
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DE ENSINO PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
MARIA APARECIDA MENEZES DO RÊGO
ESTRATÉGIA INTERDISCIPLINAR COMO FORMA DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA MÉDIO) E NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA AO ENSINO
MÉDIO (EPI) DO CETEP-BP
MACAÚBASPOLO BARREIRAS
2015
MARIA APARECIDA MENEZES DO RÊGO
ESTRATÉGIA INTERDISCIPLINAR COMO FORMA DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA MÉDIO) E NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA AO ENSINO
MÉDIO (EPI) DO CETEPBP
Projeto de Intervenção apresentado como atividade avaliativa 3 da Unidade Formativa IX – Pesquisa II, como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Metodologia de Ensino para a Educação Profissional, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB).Orientador: Professor Cléber da Silva Reis
MACAÚBASPOLO BARREIRAS
2015
RESUMO
O presente projeto de intervenção é resultado de observações, estudos e pesquisas realizadas no CETEP-BP, onde foi identificado problema relativo à qualidade do ensino destinado a estudantes da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio (EPI) e da Educação Profissional de Jovens e Adultos (PROEJA Médio), modalidades educacionais estas, que têm por proposta formar cidadãos em sua integralidade, articulando as esferas educacionais do ensino médio e da educação profissional. Para atingir os objetivos planejados pretende-se intervir por meio de estratégias pedagógicas interdisciplinares a serem aplicadas em aulas normais e aulas de campo, com a adesão dos professores da referida unidade escolar. Trata-se de um Estudo de Caso com pesquisa documental e bibliográfica para fundamentação teórica. Ao final, espera-se que haja redução na evasão escolar, melhoria sensível na qualidade de ensino, redução nos índices de reprovação e que ocorra uma mudança de postura dos envolvidos na ação pedagógica.
Palavras-chave:Educação Profissional. Interdisciplinaridade. Intervenção.
ABSTRACT
This intervention project is the result of observations, studies and surveys conducted in CETEP-BP, which was identified problem concerning the quality of education for students of Integrated Professional Education to High School (EPI) and Vocational Education for Youth and Adults (High School PROEJA) modalities that are proposed to form citizens in its entirety, articulating the educational levels of high school and vocational education. To achieve the planned objectives are intended to intervene through interdisciplinary teaching strategies to be applied in normal classes and field classes, with the accession of the teachers of that school unit. It is a Case Study with documentary and bibliographic search for theoretical basis. At the end it is expected that any reduction in truancy, significant improvement in quality of education, reduced failure rates and a change in attitude of those involved in the pedagogical action occurs
Key words: Vocational Education. Interdisciplinarity. Intervention.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 04
2 PROBLEMATIZAÇÃO 07
3 JUSTIFICATIVA 10
4 OBJETIVOS 13
5 REVISÃO DA LITERATURA 14
6 METODOLOGIA 24
7 CRONOGRAMA 26
8 RECURSOS 27
9 RESULTADOS ESPERADOS 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29
ANEXO 33
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho consiste na elaboração de um projeto de intervenção a ser
aplicado no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Paramirim –
CETEP – BP, com a proposta de promover melhoria na qualidade do ensino. A
intenção é aplica-lo nas turmas de Educação Profissional de Jovens e Adultos –
PROEJA Médio e de Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio – EPI, com a
utilização de estratégias metodológicas interdisciplinares. A identificação do
problema decorreu de observações, pesquisas, entrevistas, estudos e convívio da
autora com a realidade escolar entre os anos de 2008 e 2014, ocasião em que
presenciou a resistência às mudanças, que se faziam e fazem necessárias para
transformação da Unidade Escolar de Ensino Médio para Ensino Médio Integrado à
Educação Profissional. Se anteriormente já não se conseguira colocar em prática
pedagógica a interdisciplinaridade, contextualização e o desenvolvimento de
habilidades e competências, agora o desafio adquire uma maior complexidade, pois
os componentes curriculares têm que ser revistos e os professores necessitam se
adaptar às inovações.
Na primeira década do século XXI tornou-se essencial que se reestruturasse
a educação profissional diante das possibilidades de inclusão no mundo do trabalho
e em decorrência, o acesso à cidadania. Assim, a construção de um currículo que
aborde a formação humana e técnico-científica se faz necessária, de forma a
promover o rompimento com a dualidade histórica que tem separado a formação
geral da formação para o trabalho. Dessa forma, a política de Educação Profissional
em vigor tem como desafio integrar o Ensino Médio à Educação Profissional e
Tecnológica. Essa concepção de Ensino Médio Integrado implica em que a
formação geral não se separa da educação profissional. Assim sendo, a educação
profissional deve ocorrer em espaços que possibilitem aos estudantes adquirirem
fundamentos básicos indispensáveis à vida em sociedade, à produção moderna e
que estejam integrados às novas tecnologias, aos modos atuais de organização e
gestão do trabalho bem como aos meios culturais e de comunicação. Para que
consiga realizar o proposto pela educação profissional, deve-se considerar que os
professores precisam conhecer os métodos de produção e seus princípios científicos
que constituem o objeto do processo formativo, assegurando dessa forma a relação
entre teoria e prática que não podem estar desconectadas.
Atualmente são demandados profissionais que conheçam os princípios
científicos e tecnológicos, que possuam capacidade intelectual de acompanhar os
processos dinâmicos de produção e consigam solucionar problemas contingenciais
que se apresentam.
De acordo com Kuenzer,
[...] para atender a estas demandas, o discurso da acumulação flexível sobre a educação aponta para a necessidade da formação de profissionais flexíveis, que acompanhem as mudanças tecnológicas decorrentes da dinamicidade da produção científico-tecnológica contemporânea, ao invés de profissionais rígidos, que repetem procedimentos memorizados ou recriados por meio da experiência. Para que esta formação flexível seja possível, torna-se necessário substituir a formação especializada, adquirida em cursos profissionalizantes focados em ocupações parciais e, geralmente, de curta duração, complementados pela formação no trabalho, pela formação geral adquirida por meio da escolarização ampliada, que abranja no mínimo a educação básica, a ser disponibilizada para todos os trabalhadores. A partir desta sólida formação geral, dar-se-á a formação profissional, de caráter mais abrangente do que especializado, a ser complementada ao longo das práticas laborais. (KUENZER, 2007, p.1.159).
Mediar a formação dos estudantes que chegam ao EPI é o papel dos
docentes que deverão apropriar-se do trabalho como princípio educativo, da
pesquisa como prática pedagógica, da intervenção e prática social, garantindo a
prática da interdisciplinaridade com vistas a superar a fragmentação disciplinar, contextualizando os conteúdos com a realidade local dos alunos. O sucesso
dessa proposta de educação integral será possível na medida em que os
professores trabalhem de forma conjunta na implantação e implementação do currículo integrado permitindo a prática de metodologias inovadoras, dentre as quais a interdisciplinar se apresenta como alternativa importante e indispensável, pois permite que se rompam as barreiras que fragmentam os saberes e se construa a totalidade dos conhecimentos com o intercâmbio dos fundamentos científicos.
O grande desafio para se atingir a qualidade no ensino está em vencer a
fragmentação disciplinar que tornam as disciplinas estanques e sem sentido,
impedindo que os estudantes enxerguem a aplicabilidade das ciências como um
todo. Nesse contexto, entende-se que a intervenção, com uso de estratégia
interdisciplinar, possa produzir um sensível melhoramento na qualidade do ensino,
tornando as aulas mais significativas e interessantes.
Para elaboração e execução desse projeto foram necessários estudos,
pesquisas e discussões. Com relação à pesquisa já realizada e ainda em curso sua
abordagem possui atributos qualitativos, graças às peculiaridades do caso em
estudo e traz em seu conteúdo aspectos bibliográfico e documental que se fazem
necessários para embasamento teórico. Devido às características da situação a
receber intervenção, o presente projeto se configura como um estudo de caso, por ter como objetos de investigação e intervenção entidades bem delimitadas: As turmas do PROEJA Médio e EPI.
Com relação à prática intervencionista pretende-se realizar encontros com os
professores do curso em que se praticará a intervenção. Nesses encontros
ocorrerão seleção de conteúdos e suas interfaces, metodologias e instrumentos
interdisciplinares a serem aplicados, procedimentos para as aulas de campo, formas
de avaliação, percurso formativo dos alunos e culminância do projeto.
Espera-se ao final dessa intervenção constatar resultados sensíveis que poderão ser observados por meio das avaliações, dos relatórios, da redução de evasão e de reprovação.
É importante salientar que o engajamento dos professores será fundamental para consecução dos objetivos esperados, uma vez que os mesmos também serão beneficiados, posto que, enriquecerão seu conhecimento com o compartilhamento de saberes e experiências, e, sobretudo, ao refletirem sobre sua práxis interdisciplinar perceberão que realmente contribuíram com a formação integral, unitária e politécnica dos alunos e que a estratégia interdisciplinar tornou viável a formação holística do educando, dotando-o de conhecimentos científicos, técnicos, humanos, sociais os quais aliados à práxis do trabalho lhes tornarão plenos.
2 PROBLEMATIZAÇÃO
A qualidade do ensino público no Brasil tem sido questionada e discutida por
técnicos educacionais, gestores, professores e até por políticos. A educação, desde
sua formalização no Brasil, tem ficado sob responsabilidade do Estado e a partir da
Constituição Federal de 1988 está, literalmente, prevista como direito de todos e
dever do Estado.
Em se tratando da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, cuja
implementação teve início em 2008 no Centro Territorial de Educação Profissional
da Bacia do Paramirim – CETEP – BP, a situação se agrava, pois a Unidade Escolar
anteriormente possuía a identidade de Formação para o Magistério, em seguida
ampliou sua oferta para Curso de Formação Geral e já nessa fase a carência de
recursos humanos se apresentou como empecilho a uma educação de qualidade. A
nova proposta educacional é dar uma formação integral, unitária, numa perspectiva
de emancipação do educando, de forma que ele saia da heteronomia para
autonomia. Acredita-se que o Ensino Médio Integrado, através da articulação entre
Educação Profissional e Ensino Médio regular, assim como a Educação Profissional
de Jovens e Adultos – PROEJA Médio, se complementem conduzindo à totalidade.
As atuais modalidades educativas objetivam, não somente preparar para
prosseguimento de estudos, como também mediar conhecimentos técnicos e
científicos que permitam ao educando se habilitar para o mundo do trabalho. Seria
uma formação voltada à politecnia, entendendo a educação politécnica como uma
educação unitária e universal com sentido de superar o dualismo entre cultura
técnica e cultura geral e que se direcione para “o domínio dos conhecimentos
científicos das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo
moderno” (SAVIANI, 2003, citado por FRIGOTTO, CIAVATTA e RAMOS, 2005).
A proposta é excelente, entretanto produzir efetivamente a educação que se
propõe, com a qualidade necessária, torna-se um desafio não somente em
proporção como em complexidade.
O desafio apresenta-se já no início de 2008 no CETEP –BP quando foram
ofertados dois cursos técnicos integrados ao ensino médio: Técnico em Vendas e
Técnico em Meio Ambiente, o primeiro pertencente ao eixo de Gestão e Negócios e
o segundo ao eixo de Saúde e Meio Ambiente. Quem seriam os professores das
disciplinas técnicas específicas? O gestor busca em sua rede de relacionamentos
bacharéis com conhecimentos técnicos que pudessem atender a essa demanda.
Dentre os convidados, eu aceitei o convite não apenas por gostar de desafios, mas
entendendo que poderia contribuir de alguma forma, para construção de uma
educação diferenciada.
Nos momentos de articulação com os demais professores apresentavam-se
problemas sobre como trabalhar com essa nova modalidade de ensino, de modo a
realizar uma educação de qualidade. Os professores efetivos não possuíam
experiência na área técnica e os bacharéis desconheciam os fundamentos
pedagógicos. Contudo, sabíamos que seriam necessárias muitas pesquisas,
estudos e discussões. Era e continua sendo indispensável que se trabalhe com
professores que estejam envolvidos e qualificados para promover esse processo de
mudança. A interdisciplinaridade se apresentava e continua sendo a opção eficaz
para se conseguir a integração curricular. Nada é fácil quando se é pioneiro em
algum empreendimento.
No decorrer desse período, entre 2008 e 2013, várias turmas concluíram o
Ensino Médio Integrado no CETEP – BP e os egressos saíram com habilitação nos
cursos técnicos de Vendas, Meio Ambiente, Edificações, Agroecologia,
Enfermagem, Contabilidade e Secretariado Escolar, sendo que Enfermagem,
Contabilidade e Secretariado Escolar foram turmas do PROSUB (Subsequente para
quem já possuía ensino Médio), duas turmas de PROEJA, uma de Vendas e outra
de Agroecologia. Todavia questiona-se a qualidade da formação que esses
egressos receberam.
Nesse ínterim, além de ter lecionado várias disciplinas técnicas específicas,
contribuí atuando como articuladora de curso, inicialmente em Vendas e Meio
Ambiente e a partir de 2009 apenas no Curso Técnico em Edificações, graças à
graduação em engenharia. Durante todo o período de articulação foram encontradas
resistências por parte dos professores em mudarem suas posturas, com relação às
práticas pedagógicas que deveriam ser pautadas na interdisciplinaridade e
contextualização. Anteriormente, entre 2002 e 2004, eu já atuara na mesma unidade
escolar nos cursos Normal e Formação Geral e já conhecia muitos professores que,
em sua maioria, resistiam às mudanças, ao novo, às tecnologias que se
apresentavam como instrumentos que facilitariam o processo de ensino e
aprendizagem. A observação diária, pesquisa, estudos, entrevistas com alunos e
professores culminaram na análise de que uma forma para se alcançar uma
educação de qualidade é através do envolvimento de toda comunidade escolar e
especificamente de uma efetiva e eficaz prática interdisciplinar que, dentre outras
possibilidades, permitirá que se alcance sucesso nas ofertas de Ensino Médio
Integrado que formará profissionais emancipados, conscientes de suas
possibilidades como cidadãos livres.
O desafio é mediar uma Educação Profissional de qualidade, com baixa taxa
de evasão, que promova a inserção dos jovens na sociedade, no mundo do trabalho
e lhes crie alternativas para prosseguir nos estudos.
Assim sendo, através desse projeto será buscada realizar uma intervenção
junto ao CETEP – BP, de modo a contribuir para melhoria na prática pedagógica,
inovando nas metodologias, fazendo uso das tecnologias de informação e
comunicação que há disponíveis e, acima de tudo, atentando para que a
interdisciplinaridade esteja assegurada no currículo e na práxis educativa, evitando a
fragmentação do conhecimento e a segmentação curricular.
3 JUSTIFICATIVA
A Educação Profissional no Brasil tem uma história mesclada de avanços e
retrocessos, provocados pelas constantes mudanças nas políticas públicas
educacionais. Sua trajetória evidencia a dualidade / a dicotomia entre Educação
Profissionalizante e Educação Básica desde seus primórdios e somente nos últimos
anos com a edição do decreto 5154/2004 que se vislumbra a viabilidade de uma
educação profissional significativa e não mais dicotômica. Na perspectiva do ensino
Médio Integrado, existe o objetivo de uma formação integral, na qual haja a relação
e articulação entre a formação a ser desenvolvida no Ensino Médio e a preparação
para exercício de profissões técnicas. Para consecução desse objetivo, existem
princípios direcionais segundo os quais o trabalho é um dos princípios educativos, a
pesquisa um princípio pedagógico, estando aquele integrado à Ciência, Tecnologia e
Cultura e esta proporcionando a iniciação científica ao educando. Além desses
fundamentos, existem ainda, a interdisciplinaridade, a contextualização, a
indissociabilidade entre teoria e prática, a intervenção social e outros tantos que
remetem à meta da construção dos saberes do educando.
No que tange às políticas educacionais, há muito se estabelece como
prioridade a qualificação do Ensino Médio e, atualmente, deste e da Educação
Profissional. Todavia, a democratização do acesso à escola ampliou o número de
vagas, sem que houvesse uma ampliação na qualidade e na permanência do aluno
na escola.
A pretensão da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio é que se
promova uma educação que elimine a dicotomia entre propedêutica e profissional.
Pretende-se uma escola que forneça uma educação que se assemelhe à politecnia,
cuja noção, para Saviani (1989):
A noção de politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho moderno. Diz respeito aos fundamentos das diferentes modalidades de trabalho. Politecnia, nesse sentido, se baseia em determinados princípios, determinados fundamentos e a formação politécnica deve garantir o domínio desses princípios, desses fundamentos (p. 17) .
Ao se idealizar uma educação de qualidade é necessário pensar na formação
dos professores, na diversidade dos alunos que estarão nas escolas, nas condições
sociais de cada indivíduo, em sua realidade local e em sua perspectiva de vida e a
partir daí, cada unidade escolar elaborar seu projeto pedagógico, organizar sua
grade curricular de forma que haja diálogo entre os vários campos de trabalho, da
ciência, da tecnologia e da cultura, como referencial para formação integral do
educando.
Para se alcançar a qualidade de ensino na modalidade EMI, uma estratégia
viável e prevista é a metodologia baseada na interdisciplinaridade que, segundo
Fazenda (1996)
É condição de volta ao mundo vivido e recuperação da unidade pessoal, pois, o grande desafio não é a reorganização metódica dos estudos e das pesquisas, mas, a tomada de consciência sobre o sentido da presença do homem no mundo (FAZENDA, 1996: 40-41 e JAPIASSU apud FAZENDA, 1996: 42).
Ainda com o suporte de Fazenda (2001), depreende-se que uma proposta de
intervenção interdisciplinar partiria do pressuposto de que nenhuma forma de
conhecimento é, por si mesma, suficiente de conter uma determinada realidade e
através do diálogo de diversas formas de saberes, tais como o saber tácito, intuitivo,
o popular, o informal, o do inconsciente é estimulado de forma a deixar-se
interpenetrar por elas.
A interdisciplinaridade, por si só apresentou-se como um desafio, por romper
barreiras e requerer readaptações, estudos e reflexões, sobre uma nova práxis
pedagógica. Todavia, diante do atual contexto educacional, com base no Parecer
CNE/CEB 11/2012, aprovado em 09/05/2012, que deu origem às Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Profissional Técnica de Nível Médio, onde
constam os princípios norteadores e orientação para elaboração curricular, entende-
se como solução para incrementar a qualidade do Ensino Médio Integrado a
aplicação de estratégias interdisciplinares através de um projeto de intervenção que
mobilize professores, educandos, gestores e pessoal de apoio, numa ação conjunta
na qual haverá troca de saberes e experiências que resultará num ensino prático-
teórico de qualidade efetiva.
Pelo exposto acima, analisa-se justificável a implementação do projeto de
intervenção com práxis interdisciplinar, cuja metodologia executiva será através de
pesquisas e aulas de campo.
4 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Promover melhoria na qualidade da educação média e profissional
oferecida pelo CETEP – BP, fortalecendo o Ensino Médio Integrado.
Objetivos Específicos
Priorizar e majorar a qualidade da educação integral dos educandos;
Ampliar a permanência dos alunos na escola reduzindo a evasão;
Promover práticas interdisciplinares que viabilizem a articulação entre
Ciência, Tecnologia, Cultura, Trabalho e Sociedade;
Socializar conhecimentos e experiências entre os docentes de modo
que lhes permitam construir e aperfeiçoar os componentes
curriculares;
Promover a inserção social e produtiva dos educandos;
Reduzir índice de reprovação.
5 REVISÃO DA LITERATURA
Diante da indefinição de identidade do Ensino Médio e de sua integração à
Educação Profissional surge a modalidade educativa do Ensino Médio Integrado,
elaborada com objetivos de promover a formação integral do educando, não
somente lhe deixando apto a prosseguir em estudos superiores, como também a
participar do mundo do trabalho, por meio da Educação Profissional.
A Educação Profissional apareceu no cenário educativo brasileiro nos idos do
Século XVII quando foi criada na Bahia a Escola de Artilharia Prática e Arquitetura
Militar ou Aula de Fortificações. No Século XVIII, com o ciclo do ouro, ocorreu
demanda por alguma forma de ensino profissional, em consequência da implantação
de casas de fundições e da criação da Casa da Moeda. De forma similar, a fundação
dos Arsenais da Marinha solicitou profissionalização de mão de obra. Como meio de
fornecer suprimento a esta lacuna, foram promovidas experiências de aprendizagem
metódica dos ofícios. Paralelamente, existia a educação para os mais abastados e já
então se denotava o caráter dual da educação brasileira: uma educação para a elite
e outra para os menos afortunados, os desprovidos da sorte. (FONSECA, 1961
citado por SAVIANI, 2005).
Ao longo da trajetória da educação brasileira a situação de dualidade
educacional sempre esteve presente, conquanto ocorressem reformas, essas
sempre possuíam características conservadoras. A preponderância das iniciativas
para educação formal era tendenciosa e de caráter voltado ao atendimento das
necessidades de mercado. A propriedade privada que provocou a divisão de classes
e, portanto, a dualidade da educação, promoveu o crescimento e fortalecimento do
capitalismo e suas ideologias alcançaram a hegemonia. Entretanto, os moldes nos
quais o sistema capitalista dominou praticamente todo o mundo, trouxe consigo
incontáveis problemas.
A respeito da amplitude dessa problemática capitalista, já no início da década
de 90, século XX, Hobsbawn, com base em Frigotto (2005) alertava para o fato de
que o socialismo deveria estar em pauta, uma vez que o próprio capitalismo já não
possui capacidade de solucionar a grandeza e abrangência dos problemas por ele
produzidos. O mesmo Hobsbawn (2000) questiona quanto às práticas educativas, de
formação técnico-profissional que as diferentes esferas sociais produzem, e,
especialmente as práticas escolares que ajustam a educação aos processos de
exclusão sem culpa. E acrescenta, indagando que tipo de projeto de sociedade se
deve buscar e construir, quais tipos de valores e conhecimentos se devem
desenvolver para uma cidadania efetiva e como tudo isso implica nos processos de
formação e profissionalização.
Retomando a história da educação profissional no Brasil, com a vinda de D.
João VI, em fuga de Napoleão, houve um consequente desenvolvimento na então
colônia e em 1808 foram fundadas escolas superiores, a primeira escola vocacional
e as primeiras faculdades de Direito. As províncias são responsabilizadas pela
educação primária e secundária e, em 1809, foi criado o colégio das Fábricas, no rio
de Janeiro, através de decreto do Príncipe Regente, que derrubou decreto anterior
da rainha Maria, que proibia o funcionamento de indústrias nas colônias de Portugal.
Esse foi o ato efetivo direcionador da profissionalização do trabalhador brasileiro.
Foram criadas também dez Casas de educandos e Artífices em capitais da
província, iniciando a criação em Belém do Pará (MEC, 2000, p. 11). Tais
instituições tiveram sua concepção idealizada visando a garantia prioritária aos
menores desvalidos, com fim de reduzir a vagabundagem e criminalidade. Ainda em
nossos dias ouve-se ideia semelhante quando se fala em retirar os adolescentes das
ruas através da educação profissional. Não se observa com frequência, nos estudos
existentes, a visão de uma educação profissional como educação verdadeira, há
sempre uma outra conotação, seja direcionada para finalidades mercadológicas ou
mesmo eleitoreiras, como aconteceu nas últimas campanhas quando, tanto a
candidata do PT, como o candidato do PSDB, utilizavam em seus discursos, a
necessidade de investimento na educação profissional e já aparecia com destaque
em suas falas a própria modalidade da educação profissional integrada ao ensino
médio.
Em 1909, através do decreto 7.566 de 23 de setembro, criaram 19 Escolas de
Aprendizes Artífices. Nesse período a indústria nacional era inexpressiva e são
apontadas pouco mais de 636 fábricas com média de 85 operários por unidade (E.
Lodi, 2002). As profissões em que se formavam eram nos setores de tornearia,
fundição, mecânica e eletricidade e onde a indústria era menos representativa eram
formados alfaiates, encadernadores, sapateiros, funileiros e marceneiros. Os
primeiros Cursos Técnicos só foram legalmente criados em 1920 com a
promulgação da Lei 3.991 de 05 de Janeiro e as funções técnicas necessárias eram
supridas com mão de obra técnica estrangeira. A proximidade da Segunda Guerra
Mundial induziu que o governo se articulasse com a classe industrial e criaram
comissões incumbidas de organizar a formação profissional. Em 1933, no governo
Vargas, dentre outros, foram criados o Instituto do Açúcar e do Álcool; em 1938 foi a
vez do Conselho Nacional do Petróleo; em 1940 a Fábrica Nacional de Motores
(FNM, quem não ouviu ou viu um de seus caminhões?), a Companhia Siderúrgica
Nacional e a Comissão de Combustíveis e, em 1942 surge o Sistema S, através do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI - que se constituiu na base
efetiva para industrialização brasileira. A regulamentação profissional do Técnico
Industrial só ocorreu em 1968 e, em 1971, por força legal todo ensino médio foi
obrigado a ser integrado ao ensino profissional. Decorrente da lei 5.692/71, toda e
qualquer escola de segundo grau assumia também a escola técnica. Dessa forma,
todos os brasileiros, ainda que no futuro se tornassem médicos, advogados,
dentistas, engenheiros ou filósofos, era antes de tudo um técnico e essa era a única
forma de se chegar à Universidade ou mesmo ingressar no mundo do trabalho. Foi o
período em que se proliferaram as Escolas Polivalentes. Todavia esse projeto
educativo não teve sucesso, como só haveria de acontecer, visto que o projeto
encerrava em si um pensamento hegemônico prescrevendo um único caminho
possível.
De acordo com Saviani (2007) a partir da Revolução Industrial foram
incorporadas as funções intelectuais ao processo produtivo e a escola foi o meio de
introduzir essas funções na sociedade e essa foi uma política de ensino dos
principais países que passaram a organizar seus sistemas de ensino generalizando
o ensino básico, o qual veio promover a qualificação profissional dos trabalhadores,
de forma que esses se integrassem ao processo de produção. Todavia, havia
tarefas, além da operação de máquinas, que requeriam outras habilidades técnicas
específicas que promoveram demanda por outra qualificação, aí surgindo os cursos
profissionalizantes dentro das empresas ou do sistema de ensino, mas atendendo
às demandas do processo produtivo. Assim surgiram as escolas de formação geral e
as escolas profissionalizantes. Entretanto a reflexão histórica a respeito das políticas
públicas para a educação profissional no Brasil permite o questionamento da
dualidade de fundamentos entre as funções intelectual e instrumental, entre a
formação das elites e a formação dos trabalhadores.
Acima há o resumo de políticas que entre trancos e barrancos, entre avanços
e retrocessos buscava evoluir, mas mantendo uma postura conservadora, ou seja,
continuava a existir a dualidade de escolas profissionais para os trabalhadores e
escolas de “ciências e humanidades” para os futuros dirigentes.
A LDB de 1996 trouxe maior coerência no que se refere à Educação
Profissional e nesse ínterim encontra-se o Ensino Médio, que até então não possuía
identidade definida. Surge a possibilidade da integração entre ensino médio e
educação profissional e essa integração é assunto de discussões e debates por
parte da sociedade, dos estudiosos e dos políticos.
Quando foi editado o decreto 2.208/2007, que regulamentou a LDB, esse
documento mantinha a estrutura dualista e segmentada da educação profissional e
apenas permitia a articulação entre as duas modalidades de ensino médio e técnico,
voltando o primeiro a ter seu caráter propedêutico e o segundo assumindo caráter
complementar ao primeiro. De acordo com Frigotto (2005), o citado decreto foi
orientado buscando mediar a educação de conformidade com as formas inovadas
do mercado globalizado e de produção flexível, uma vez que tratava-se de formar
um trabalhador “cidadão produtivo, adaptado, adestrado, treinado, mesmo que sob
uma ótica polivalente”. Contudo esse retrocesso foi parcialmente corrigido com a
revogação do acima referido decreto pelo atual, em vigor, decreto 5.154/2004 que foi
promulgado com a intenção de corrigir falhas no anterior e tem em si princípios e
diretrizes do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional. Com sua edição
esperam-se estratégias educativas que emancipem através de uma educação, que,
de acordo com Araújo (2006):
[...] que interesse aos trabalhadores e que se articule com um projeto contra hegemônico, de socialismo, ancorada nos conceitos de politecnia e de escola unitária, categorias que sustentam uma formação que tem o homem, e não o mercado, como principal referência.
Nesses moldes o novo homem deve ser preparado tanto para a sociedade como também possuindo habilidade de especialização para dirigir e resolver problemas. Essa é a escola, citada por Gramsci (1985)
apud Saviani (2007) “uma escola para todos, aristocrática e democrática, no sentido de formar a todos como homens superiores”.
Depreende-se que a educação de ensino médio profissional, assumida em
sua totalidade pelo Estado, deva se constituir em um dos fatores que possua
condições de fortalecer a instauração de uma escola unitária e “envolver todas as
gerações, sem divisões de grupos ou castas” (GRAMSCI, 1985), idem, ibidem. A
ruptura da reprodução de paradigmas externos, promovendo a inovação a partir da
relação entre o ensino científico e o técnico, permitindo articulação entre trabalho,
ciência, cultura possibilitará uma prática educativa verdadeiramente libertadora.
Vislumbra-se, após o decreto 5154/2004, a tentativa de se organizar a
Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, assim como são viabilizadas
outras modalidades para a formação profissional: a PROSUB – Educação
Profissional Subsequente (para quem já concluiu o ensino Médio) e o PROEJA,
além do EPI. Nessa perspectiva, de acordo com as Diretrizes Curriculares
Nacionais, o educador analítico e reflexivo vê como solução, para promoção de uma
educação de qualidade e que seja realmente integral, unitária e politécnica, a
estratégia interdisciplinar que possibilitará a formação holística do educando,
dotando-o de conhecimentos científicos, técnicos, humanos, sociais os quais aliados
à práxis do trabalho lhe tornarão pleno.
Nos dias atuais depara-se com “novas” ou “renovadas” políticas públicas que
pretendem promover a educação profissional de nível médio e de sua possível
estruturação fundamentada em uma perspectiva de escola básica unitária,
politécnica, extirpando o dualismo na organização do sistema educacional que tem
impossibilitado a união entre formação intelectual e trabalho produtivo. Ao mesmo
tempo é objetivo implementar a integração do Ensino Médio à Educação
Profissional, através da modalidade EPI, com duração de quatro anos. A partir de
2008, na Bahia muitas Escolas Estaduais foram transformadas em Centros
Territoriais e Centros Estaduais de Educação Profissional.
Os Centros Territoriais estão sendo implementados com intuito de atender os
municípios pertencentes a um mesmo Território de Identidade. Em Macaúbas, sede
da 23ª Diretoria Regional de Educação, teve seu Colégio Estadual Aloysio Short
transformado no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Paramirim,
que atende a nove municípios pertencentes ao Território de Identidade da bacia de
mesmo nome. Os Eixos de cursos ofertados foram de Saúde e Meio Ambiente,
Infraestrutura e de Gestão e Negócios.
De acordo com o MEC, os cursos tecnológicos e técnicos de nível médio
foram classificados por eixos tecnológicos e vinculados a uma base científica
comum, permitindo que se discuta o papel social das tecnologias. Por sua vez, o
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE - elaborou os arcos ocupacionais
introduzindo-os em ações de qualificação profissional e no Programa Projovem,
como medida de ultrapassar a fragmentação curricular e ampliar as condições de
inserção no mundo do trabalho, bem como fornecer possibilidades de
prosseguimento no processo de qualificação. Na Bahia, de acordo com Lima (2013),
nos cursos de educação profissional (e na formação de seus educadores), a base
científica não pode estar limitada às Ciências Exatas e Naturais, pois as Ciências
Humanas e Linguagens são bases necessárias para formação integral do educando,
assim sendo, os currículos da base nacional comum tem como influenciaras da
formação técnica específica e vice-versa. É nesse intercâmbio de influências
científicas que se pode e deve aplicar a estratégia da interdisciplinaridade como
meio de intervir na formação politécnica dos educandos garantindo-lhes
conhecimentos que lhes permitirão direcionar suas vidas
Lima (2013) diz que, no caso da rede estadual baiana foi adotada a Formação
Técnica Geral no currículo de todos os cursos ofertados. A estratégia visa fazer com
que esse conjunto de componentes curriculares sirvam de ponte entre a educação
básica e técnica. No caso baiano os componentes curriculares são: Linguagem -
Inclusão Digital; Biologia – Saúde, Segurança e Meio Ambiente; Filosofia – Ética e
Direito do Trabalho e Iniciação Científica e Sociologia – Organização do Processo de
Trabalho e Organização Social do Trabalho. Posteriormente foram incluídos os
componentes, Intervenção Social, Tecnologia Social, Aula de Campo e Visita
Técnica – ISTSACVT e Pesquisa, Orientação Profissional e Iniciação Científica –
POPIC, cujas ementas objetivam utilizar a intervenção social como princípio
pedagógico, a pesquisa e trabalho como princípios educativos, dando margem a
iniciarem no mundo das ciências.
Lima (2013) salienta que
Na perspectiva marxiana e gramsciana, é imperativo pensar o trabalho como princípio educativo, não apenas o trabalho como um fim, mas como portador de um conjunto de significados: filosófico, sociológico, econômico político, prático e pedagógico. O trabalho constrói conhecimentos e saberes e todo trabalhador é portador deles, embora sob o capitalismo os conhecimentos sejam apropriados pelo capitalista e os saberes do trabalho menosprezados pela elite acadêmica e pela elite científico-tecnológica.
Na Bahia já foi executada e encontra-se em execução a integração da
Educação Profissional com a Educação de Jovens e Adultos (PROEJA Médio e
Fundamental ou FIC). A intervenção social tem sido adotada como princípio e
instrumento pedagógico na Educação Profissional numa mobilização de estudantes
e professores que prestam serviços à comunidade como forma de estágio social.
Essas ações são articuladas com a orientação profissional e o estágio
supervisionado.
Os componentes curriculares atuais na Bahia são resultados de discussões
das quais participaram os professores dos diversos territórios e técnicos
educacionais da SUPROF (Superintendência de Educação Profissional). Conquanto
haja flexibilidade na escolha das disciplinas, por parte de cada unidade Escolar,
procura-se manter a unidade curricular nacional, segundo as Diretrizes Curriculares
Nacionais para Educação Profissional. Questiona-se qual seria o currículo ideal, mas
esta sempre foi uma questão presente em todos os momentos em que se discute a
educação brasileira.
No quadro presente do Ensino Médio Integrado discutem-se os cortes que
alguns componentes curriculares sofreram em sua carga horária para acréscimo de
outros componentes. As queixas que se ouvem dos professores das Ciências da
Natureza, das Linguagens e até mesmo da Formação Técnica Específica sinalizam
para ausência de integração entre esses componentes. Muito pode ser feito, através
da interdisciplinaridade e contextualização, para suprir as faltas de carga horária. Os
articuladores de curso têm como planejar, em conjunto com seus professores, as
trocas possíveis de conhecimento, saberes e experiências. É fato que as unidades
Escolares não dispunham em seus quadros de profissionais das áreas “técnicas
específicas”. Em regime excepcional, foram contratados bacharéis para
preencherem essas lacunas e mesmo os gestores, não tinham conhecimento
suficiente sobre a educação profissional, de forma a conduzirem o processo de
mudança que se apresentava. Diante de muitas dificuldades, seja de estrutura física,
de recursos humanos, formação continuada e principalmente, da falta de
entrosamento entre as equipes de professores, atualmente os Centros de Educação
Profissional encontram-se em situação de emergência com relação a efetividade de
seu propósito: formar profissionais de forma integral.
O currículo tradicional tem mantido a fragmentação disciplinar e a partir das
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio Nacionais (1999) preconizou-se
a necessidade de um ensino interdisciplinar. De acordo com Paviani (2008, p.14), o
arranjo disciplinar trouxe a fragmentação do conhecimento e a especialização e
perderam a visão do todo. Surge o redirecionamento educacional, segundo o qual, o
educando deve se apropriar do conhecimento tendo o professor como mediador e
não mais como o “dono do saber”. A LDB de 1996 sofreu alterações decorrentes do
Decreto 5.154/2004 que culminou na Lei 11.741/2008 e de lá para cá novas
Diretrizes Curriculares para Educação Profissional Técnica de Nível Médio foram
estabelecidas, sob o parecer do Conselho Federal de Educação – CNE/CEB nº
11/2012.
De acordo com o parecer acima referido:
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, portanto, devem estar centradas exatamente nesse compromisso de oferta de uma Educação Profissional mais ampla e politécnica. As mudanças sociais e a revolução científica e tecnológica, bem como o processo de reorganização do trabalho demandam uma completa revisão dos currículos, tanto da Educação Básica como um todo, quanto, particularmente, da Educação Profissional, uma vez que é exigido dos trabalhadores, em doses cada vez mais crescentes, maior capacidade de raciocínio, autonomia intelectual, pensamento crítico, iniciativa própria e espírito empreendedor, bem como capacidade de visualização e resolução de problemas. O que é necessário, paralelamente, acompanhando de perto o que já vem sendo historicamente constituído como processo de luta dos trabalhadores, é reverter tais exigências do mercado de trabalho melhor remuneração, que sejam suficientes para garantir condições de vida digna, mantendo os direitos já conquistados. (CNE/CEB 11/2012).
Busca-se a educação integral, de forma que o educando, através da pesquisa
e do trabalho como princípios educativos, consiga atingir seus objetivos de aquisição
de conhecimento. Essa formação integral deve estar centrada nos pilares do
Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura. Elaborar o currículo integrado que
contemple os fundamentos científicos, humanísticos, culturais e tecnológicos exige
consenso sobre que ser humano e que profissional se deseja formar e com que
estratégias se pretendem trabalhar de forma a traduzir em valores e atitudes os
fundamentos priorizados.
Conforme Machado (2009), a construção do currículo integrado exige
mudança de postura pedagógica, de modo de agir, não apenas de professores e
também de alunos. Essa construção representa uma ruptura com um modelo de
cultura hierarquizadora dos conhecimentos, que tem conferido um sentido negativo
ao significado de técnica, associando-o ao trabalho manual.
Ao pensar a formação integral do educando Machado acrescenta que:
Os currículos integrados são oportunidades riquíssimas para explorar as potencialidades multidimensionais da educação, para superar a visão utilitarista do ensino, para desenvolver as capacidades de pensar, sentir e agir dos alunos, para realizar o objetivo da educação integral. (MACHADO, 2009).
No que está documentado na Resolução que deu origem às atuais Diretrizes
Curriculares, em seu Capítulo II – Princípios Norteadores, no artigo 6º, prevê em
seus incisos:
VII - interdisciplinaridade assegurada no currículo e na prática pedagógica, visando à superação da fragmentação de conhecimentos e segmentação da organização curricular;
VIII - contextualização, flexibilidade e interdisciplinaridade na utilização de estratégias educacionais favoráveis à compreensão de significados e à integração entre a teoria e a vivência da prática profissional, envolvendo as múltiplas dimensões do eixo tecnológico do curso e das ciências e tecnologias a ele vinculadas.
Com base no material estudado e na experiência vivenciada no âmbito de um
Centro Territorial de Educação Profissional no qual são ofertados cursos técnicos
nas modalidades de Ensino Médio Integrado, PROEJA e PROSUB, diante das
inúmeras dificuldades a serem superadas, para realizar uma educação de qualidade,
entende-se que a promoção de uma intervenção com base em práticas
interdisciplinares contextualizadas trará resultados significativos, tanto para definição
da identidade do CETEP - BP, como para realização de uma educação profissional
libertadora com aprendizagem efetiva, promovendo conhecimento universal. Por
meio da interdisciplinaridade, aliada à pesquisa e ao trabalho como princípios
pedagógicos, certamente se obterá uma conciliação produtiva entre as diversas
áreas das ciências, sejam humanas, biológicas ou naturais.
Vive-se um momento histórico em que os educadores devem e precisam
promover uma prática que venha revolucionar a classe dos educandos, mediando e
construindo, juntamente com eles, uma nova perspectiva que, de acordo com
Hobsbawn (2000), promova, através de ações e reflexões socialistas, a busca pela
transformação do sistema capitalista que já não se sustenta e nem consegue
solucionar seus problemas, por si mesmo gerados. É chegado o momento de se
envidar esforços no sentido de clarear o “apagão” profissional do qual se fala tanto
no Brasil. E uma das possibilidades de se conseguir alcançar esse patamar de
qualidade e funcionalidade educacional é através da práxis interdisciplinar, que
viabiliza a integração de todas as disciplinas promovendo um diálogo que ultrapassa
as fronteiras fragmentadoras do conhecimento.
6 METODOLOGIA
O planejamento e execução deste projeto necessitarão de pesquisas e
estudos, que serão de natureza bibliográfica e documental, para embasamento das
ações a serem realizadas na execução do projeto. Planeja-se, a princípio, realizar
essa intervenção com a turma PROEJA Edificações, onde a autora do projeto
leciona as disciplinas de ISTSACVT, POPIC, Artes e coordena o estágio (além de já
ter coordenado o mesmo curso até final de 2013).
Por se tratar de uma pesquisa na área educacional, tecnicamente seria
classificada como qualitativa e, na realidade, quando das observações e análise da
situação em que ocorre a educação no CETEP – BP, as características qualitativas
prevaleceram. Os dados foram obtidos diretamente no ambiente natural (Unidade
Escolar), o pesquisador foi o principal instrumento (MAMR), os dados obtidos são
predominantemente descritivos, a preocupação com o processo foi maior do que
com o produto, o significado que as pessoas observadas dão aos fatos é o foco
central da pesquisa e resultados das observações são analisadas de forma indutiva,
em decorrência de esses atributos serem gerais, pode-se afirmar que a pesquisa
tem um caráter qualitativo e, neste projeto, trata-se de um estudo de caso. Essa
classificação tem como base os ensinamentos de Lüdke e André (2013).
Com relação ao embasamento teórico a pesquisa tem sido de caráter
bibliográfico e também documental, através de materiais coletados na Biblioteca do
próprio CETEP – BP, documentos oficiais disponíveis na Internet, artigos e revistas
especializadas.
Quando da execução do projeto de intervenção, propriamente dito, as ações
transcorrerão tanto na unidade escolar como em ambientes extraescolares, pois
acontecerão aulas de campo (conforme orientações da disciplina ISTSACVT –
Intervenção Social, Tecnologias Sociais, Aulas de Campo e Visitas Técnicas) e
POPIC (Pesquisa, Orientação Profissional e Iniciação Científica). As aulas de campo
serão convenientemente precedidas por aulas expositivas, quando serão discutidos
os diversos temas interdisciplinares, com as devidas abordagens metodológicas. As
aulas de campo acontecerão em canteiros de obras da cidade e os estudantes serão
acompanhados por professores, sendo dentre eles dois engenheiros. Nas aulas
intraescolares serão utilizados recursos midiáticos que existem na Unidade escolar,
como Laboratório de Informática, Laboratório de Desenho e biblioteca, além de
trabalhar com os instrumentos específicos do curso.
PLANOS DE AÇÃO
Os planos de ação serão discutidos em momentos de AC (atividade
complementar) já na primeira semana de março de 2015, com os diversos
professores do Curso, os quais deverão se engajar no projeto para que o mesmo
alcance seus objetivos.
Nos planos de ação constarão: seleção de conteúdos curriculares e suas
interfaces, as metodologias e recursos inovadores a serem utilizadas, as estratégias
e formas de avaliação, período de aplicação, itinerário de ação e culminância.
Pelo fato da autora do projeto dispor de apenas quatro horas semanais para
AC e ter que dedicá-las a outros dois cursos no qual leciona, haverá necessidade de
analisar a disponibilidade dos colegas de trabalho. Porém acredita-se que esse será
um problema contornável.
Pretende-se, de início, aplicar o projeto no primeiro semestre, quando a turma
do Proeja Edificações estará cursando o módulo V, mas, de acordo com a adesão
dos colegas professores e dos alunos, planeja-se estendê-lo por todo o ano letivo de
2015, e, sendo conveniente, estendê-lo para outros cursos.
7 CRONOGRAMA
O projeto terá duração de seis meses, com início na primeira semana de aula
em Março e culminância em Agosto de 2015 na semana anterior às avaliações finais
da unidade. Havendo prorrogação, novo cronograma será elaborado.
PLANO DE AÇÃO / CRONOGRAMA
Projeto deIntervenção
MêsMarço
Mês Abril
MêsMaio
MêsJunho
Mês Julho
MêsAgosto
Discussão de Conteúdos eInterfaces
x X X X X -
Definição deMetodologias e InstrumentosInterdisciplinares
X X X X X -
Aulas Interdisciplinares
- X X X X -
Feedback - X X X X XAulas de Campo - X X X -Elaboração deRelatórios
- X X X X -
Avaliação - X X X X XCulminância doProjeto
- - - - - X
‘ As discussões de conteúdo acontecerão em momentos de AC ou
combinados com os professores do curso de acordo com suas disponibilidades. A
escolha das metodologias seguirá o mesmo procedimento anterior. As aulas
interdisciplinares terão início em Abril de 2015 quando terá iniciado o módulo V do
curso a receber a intervenção. O feedback acontecerá continuamente, pois em caso
de necessidade, as estratégias e metodologias serão revistas. Estão planejadas 16
aulas de campo, sendo uma por semana de cada mês. Em cada aula de campo os
estudantes farão suas anotações, conforme orientação prévia e de conformidade
com suas vontades. Durante as aulas externas serão tiradas fotografias com as
quais será elaborado um painel para exposição no pátio da escola. A avaliação será
processual formativa, abordando critérios qualitativos e quantitativos.
8 RECURSOS
Para realização do projeto de intervenção, ora em planejamento, os recursos
materiais e humanos existem na unidade escolar onde o projeto será aplicado,
portanto, não haverá ônus, exceto para revelação das imagens que serão
fotografadas durante as aulas de campo. Neste caso, não haverá necessidade de
um plano de ação para realização do projeto, pelo fato de existirem recursos
financeiros disponíveis para pequenas despesas.
9 RESULTADOS ESPERADOS
Durante e após a operacionalização do projeto de intervenção
espera-se que a realização das aulas tenha uma melhora sensível em sua
qualidade. Será possível avaliar se os objetivos foram alcançados a partir dos
resultados dos relatórios dos alunos, bem como da aprovação dos mesmos no
semestre. Será solicitado à Vice-direção pedagógica que acompanhe algumas das
aulas interdisciplinares para sua posterior avaliação qualitativa. Ao final do projeto,
os estudantes responderão um questionário no qual poderão expor suas impressões
acerca das aulas ministradas e das estratégias interdisciplinares. Será verificado
ainda, se durante o semestre houve alguma evasão e, em caso negativo, contar-se-
á com a opinião dos alunos sobre sua permanência no curso.
O propósito deste projeto é que a práxis interdisciplinar passe a
fazer parte das estratégias cotidianas dos professores, que eles sintam o quanto
podem enriquecer suas aulas ao eliminarem fronteiras entre os conhecimentos
fragmentados. Importante também será o fato de, ao tornarem essa práxis rotineira,
os professores se conscientizarão que seu próprio conhecimento foi enriquecido e
que possuem, após essa atitude, novos saberes e olhares sobre o mundo, pois
sentirão que tudo está conectado.
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15/06/2014.
ANEXO I
QUESTIONÁRIO
Aluno(a):____________________________________________________________
Turma:____ Curso: ____________________________Turno:__________________
As questões a seguir deverão ser lidas com atenção. Escolha uma
das opções e, em algumas delas, escreva sua resposta no espaço adequado.
1ª) A forma dos professores abordarem os conteúdos tem facilitado sua
aprendizagem? ( )SIM ( ) NÃO ( ) INDIFERENTE
2ª) Caso a resposta anterior tenha sido SIM ou NÃO, indique o quanto afetou sua
aprendizagem? ( ) MUITO ( ) POUCO ( ) MÉDIO
3ª) Qual o tipo de aula mais lhe agradou?
( ) AULA DE CAMPO ( ) VISITA TÉCNICA ( ) AULA EXPOSITIVA
( ) AULA INTERATIVA ( ) AULA PRÁTICA ( ) PESQUISA
4ª) Você atualmente prefere as aulas interdisciplinares?
( ) SIM ( )NÃO ( )INDIFERENTE
5ª) Justifique sua resposta anterior:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6ª) Você acha que os instrumentos utilizados pelos professores para avaliação da
aprendizagem são apropriados?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) INDIFERENTE
7ª) Os instrumentos de avaliação poderiam ser melhorados?
( ) SIM ( ) NÃO ( ) INDIFERENTE
8ª) Quais os instrumentos de avaliação que você prefere?
___________________________________________________________________
9ª) Como você avaliaria as aulas interdisciplinares?
( )BOAS ( ) MUITO BOAS ( )ÓTIMAS ( )REGULARES ( ) RUINS
( )PÉSSIMAS
10ª) Dê algumas sugestões para tornar as aulas mais interessantes, que façam
você, como estudante, desejar ir à escola e que atendam às suas expectativas.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Obrigada por sua contribuição!
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