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ALINHANDO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ORÇAMENTO: O CASO DA MARINHA
DO BRASIL
Jorge Nascimento de Oliveira Junior1
RESUMO
As crescentes demandas da sociedade por maior qualidade nos serviços públicos motivou o desenvolvimento de novos modelos de gestão orientados à entrega de resultados. Este fato influenciou a técnica orçamentária, onde observou-se o fortalecimento do planejamento estratégico e o uso intensivo de dados como insumos de racionalização dos processos decisórios. Inserida nesse contexto, a Marinha do Brasil (MB) possui uma metodologia de gestão orçamentária consolidada há mais de 50 anos, traduzida no Sistema do Plano Diretor (SPD). Por meio de uma pesquisa qualitativa com caráter descritivo, o artigo realiza uma análise crítica dos processos consubstaciados no SPD, de forma a comprender o alinhamento entre os instrumentos de Planejamento Estratégico e orçamentário da MB. Em síntese, observou-se a realização de esforços sistemáticos com o objetivo de promover o alinhamento entre estratégia e orçamento na MB, embora ainda sejam vislumbradas oportunidades de melhoria. Palavras-chave: Marinha do Brasil; planejamento estratégico; Sistema do Plano Diretor. ABSTRACT Society´s growing demands for greater quality in public services motivated the development of new results-oriented management models. This fact influenced the budgeting technique, as it was observed the strengthening of strategic planning and the intensive use of data as inputs for rationalization of budgetary decision-making processes. Inserted in this context, the Brazilian Navy has had a methodology for budgetary management consolidated for more than 50 years, translated in the Master Plan System. Through a qualitative research with descriptive character, the article performs a critical analysis of the processes established in the Master Plan System, in order to understand the alignment between the Strategic Planning and budgeting tools of the Brazilian Navy. In summary, it was observed that systematic efforts were made to promote the alignment between strategy and budget in the Brazilian Navy, although opportunities for improvement are still seen.
Keywords: Brazilian Navy; strategic planning; Master Plan System.
Introdução
Até a década de 60 os processos de planejamento e execução orçamentária
da Marinha do Brasil eram marcados pelo enfoque essencialmente contábil e reduzida
vinculação entre as dotações orçamentárias e os objetivos institucionais. Este modelo
derivava das práticas governamentais então vigentes, fortemente marcadas pelo
incrementalismo, prevalecendo, como critério de alocação de recursos, uso de series
históricas e negociações políticas (OLIVEIRA, 2000).
A partir de 1963, a MB passou a adotar o modelo funcional-programático na
gestão do seu orçamento, por meio da Criação do Sistema do Plano Diretor (SPD). A
1 Mestre em Administração Pública pela EBAPE/FGV.
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sistemática recém criada inspirou-se no conceito de orçamento-programa, criado a
partir da experiência do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América
(BRASIL, 2014a).
O Plano Diretor estabeleceu as políticas e diretrizes básicas que permitiram à
Alta Administração Naval a coordenação das ações de planejamento, execução e
controle dos investimentos da Marinha, bem como aferir os resultados de todo
processo da gestão administrativa. Trata-se de uma implementação pioneira no
ámbito da administração pública federal brasileira, citada rotineiramente, à época,
como exemplo para outros ministérios. (FONSECA, 1995).
A evolução das metodologias administrativas, com especial destaque a
emergência de modelos de gestão orientados a resultados, traz à luz a importância
do planejamento estratégico como ferramenta de promoção dos objetivos
organizacionais. Nesse arranjo, o orçamento pode viabilizar ou restringir o alcance a
esses objetivos. (CUNHA e SOUZA, 2014). Diante do exposto, o artigo propõe-se a
empreender análise sobre o alinhamento entre os processos de planejamento
estratégico da MB e as ferramentas, procedimentos e conceitos do SPD.
Para a solução do problema de pesquisa, foi empregada uma investigação
qualitativa com caráter descritivo, que explorou o processo orçamentário adotado pela
Marinha do Brasil, submetendo-o a uma análise crítica. Os dados para análise sobre
os procedimentos e normas vigentes foram coletados essencialmente por meio de
pesquisa bibliográfica e documental, tendo sido tratados por meio de análise de
conteúdo.
Foram, ainda, realizadas entrevistas semiestruturadas com elementos
organizacionais componentes da estrutura funcional do SPD, tais como: a Diretoria de
Gestão Orçamentária da Marinha, o Estado Maior da Armada (EMA), Diretoria de
Finanças da Marinha, Comando de Operações Navais e a Diretoria Geral de Material
da Marinha, bem como aplicação de surveys em em um conjunto de Unidades
Gestoras (UG)2 selecionadas por meio da técnica de amostragem aleatória simples
sem repetição.
2 Conforme expõe o glossário de orçamento do Senado Federal, Tratam-se das Organizações Militares investidas
do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização. Disponível em <
https://www12.senado.leg.br/orcamento/glossario?search_letter=u>. Acesso em 30/09/2018.
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1. Fundamentação Teórica
Motta (1979) explica que apesar das diferenças estruturais, de premissas e de
objetivos em relação às organizações privadas, as entidades do Setor Público também
enfrentam ameaças, necessitam competir por recursos, buscam novas oportunidades
e devem inovar em produtos e serviços, bem como desenvolver novas formas de
atuação. Precisam, assim, interferir nas mutações ambientais, ajustando-se
constantemente a elas.
Deste modo, observa-se uma importância crescente no emprego do
planejamento estratégico como ferramenta de gestão, com vistas ao mapeamento do
entorno organizacional, identificação de cenários e a definição de objetivos, metas e
resultados a alcançar, diante das mudanças no seu ambiente de atuação.
Convém ressaltar que a implementação das estratégias formuladas depende
de sua integração ao processo orçamentário para que seja viável (JOYCE, 1998). Tal
afirmação se justifica pela necessidade de previsão de recursos para a execução das
ações idealizadas no planejamento estratégico.
Nessa perspectiva, o emprego do planejamento estratégico fornece parâmetros
confiáveis para que a alocação de recursos esteja vinculada aos objetivos e metas
pretendidos pela organização. Por isso, na administração pública o orçamento é um
instrumento crítico para a implementação da visão estratégica nas organizações.
Diante dessas considerações, Cunha e Souza (2014, p.133) argumentam que:
Por um lado, o Planejamento Estratégico Organizacional deve condicionar o orçamento, para que os objetivos organizacionais possam ser alcançados. Por outro lado, restrições orçamentárias que impeçam ou não disponibilizem recursos para determinadas ações estratégicas, comprometerão o alcance dos objetivos.
Corroborando o exposto, Goodwin e Kloot (1996) salientam a importância da
comunicação estratégica sobre as decisões de alocação de recursos. Para os autores,
a falta de acesso a informações sobre o Planejamento Estratégico Organizacional
(PEO) pelos assessores e decisores da área orçamentária pode gerar decréscimo na
qualidade das decisões sobre alocação de recursos, bem como perda de satisfação e
redução de performance organizacional.
Barzelay e Campbell (2003), ao estudar os processos estratégicos da Força
Aérea dos Estados Unidos da América, salientam os esforços bem sucedidos da
organização em transmitir seu planejamento e sua visão estratégica ao Congresso,
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conseguindo correlacionar seus pleitos à percepção, pela sociedade, da importância
da formação de capacidades necessárias à defesa nacional.
Entretanto, em parcela relevante das organizações brasileiras, a realidade
prática mostra-se distinta dos preceitos discorridos nesta seção do artigo. Nesse
escopo, Rezende e Cunha (2014) efetuam crítica em relação ao distanciamento que
as decisões orçamentárias tomaram do planejamento estratégico.
Dentre as causas da situação exposta encontram-se a resistência
organizacional, sobretudo dos administradores ameaçados com perda de recursos.
No Brasil, a dinâmica orçamentária do governo federal também contribui para essa
dissociação entre o planejamento estratégico e a formulação/execução do orçamento.
Almeida (2014) identifica como fator decisivo nesse arranjo a rigidez do
orçamento, originada pelo elevado percentual de gastos obrigatórios, bem como o alto
índice de despesas com aplicação vinculada. Tais fatos reduzem a capacidade
discricionária dos decisores, limitando, portanto, a vinculação entre os dispêndios e
as estratégias organizacionais e resultados pretendidos.
Complementando o exposto, Cunha (1994), ao discorrer sobre o orçamento
como um ciclo de escolhas, menciona que o planejamento e a programação de
objetivos, metas, ações e a etapa de orçamentação devem ser vistos como uma
sequência natural de decisões, tomadas em um contexto institucional e
organizacional. Entretanto, o que se observa na prática é o predomínio da face legal
do orçamento sobre sua perspectiva de instrumento de gestão e de promoção de
resultados (CUNHA, 1999).
Não obstante, Motta e Schmitt (2012) alertam sobre a força da gestão
operacional nas rotinas organizacionais, fato que pode inibir iniciativas de melhorias.
Diante dessa constatação, a partir da premissa de que a agenda estratégica deve ser
protegida da rotina operacional, Souza (2013) menciona que alguns países
idealizaram um orçamento para iniciativas estratégicas separado do orçamento
tradicional, em um conceito denominado dual budgeting.
Jacobs (2008) expõe que esta iniciativa de separação de orçamentos nasceu
na Europa, na década de 30, quando os governos passaram a enxergar os
investimentos públicos constantes do orçamento de capital como ferramentas para o
desenvolvimento econômico. Embora os países com maior grau de desenvolvimento
orçamentário utilizem uma abordagem integradora entre despesas correntes e de
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capital, esse expediente ainda é empregado em países com maior dificuldade para
segregação de dotações destinadas ao custeio de objetivos estratégicos.
A partir das considerações expostas nesta seção do artigo, infere-se que, à
despeito das limitações e desafios implicados, a promoção do alinhamento entre os
processos de planejamento estratégico e orçamentário possui fundamental
importância à sustentabilidade das organizações.
Tornou-se imperativo aos governos democráticos e, consequentemente às
organizações públicas que voltem seus processos ao alcance dos seus objetivos
estratégicos e à geração de valor público à sociedade. Nesse sentido, o emprego do
planejamento estratégico como uma ferramenta orientadora e a compreensão do
orçamento como um instrumento de viabilização de objetivos e ações estratégicas
mostra-se como um passo natural.
2. Processo de elaboração do orçamento da MB
A Marinha do Brasil emprega há mais de 50 anos metodologia de gestão
orçamentária traduzida no Sistema do Plano Diretor, formalmente conceituado como:
Um conjunto de conceitos, processos, regras de funcionamento, atores e procedimentos, os quais permitem o planejamento, a execução e o acompanhamento das atividades orçamentárias, bem como a produção de informações gerenciais necessárias à tomada de decisão. (BRASIL, 2014a, p.2-1).
A compreensão da sistemática do Plano Diretor se baseia no conceito de meta,
definida como o elemento central do SPD, uma vez que delimita os objetivos da MB
em termos quantitativos e temporais. A definição das metas é pautada pela Alta
Administração Naval, levando em consideração os documentos condicionantes3 de
alto nível da Marinha e do Governo Federal. (BRASIL, 2014a).
O controle gerencial das metas é realizado por meio das Ações Internas (AI),
definidas como “um instrumento de materialização das metas da MB e de seus
respectivos detalhamentos, permitindo a sua identificação de forma clara e objetiva”
(Brasil, 2014a, p. 2-8).
3 Documentos que balizam decisões da Alta Administração Naval. Como exemplo podem ser citados: o Plano
Estratégico da Marinha, as leis orçamentárias (PPA; LDO e LOA), dentre outros.
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A gestão das metas da MB é realizada precipuamente por meio de conjuntos
funcionais denominados Planos de Metas (PM), conceituados como um agrupamento
de Ações Internas organizadas sob uma mesma área de expertise funcional, sob
responsabilidade de um Relator de PM designado para planejar e controlar a sua
execução. (BRASIL, 2014a).
Embora parcela relevante do planejamento orçamentário da MB seja
estruturado por áreas de expertise funcional, materializadas nos Planos de Metas,
salienta-se que o SPD dispõe de instrumentos que adotam outras perspectivas
organizacionais, tais como os Empreendimentos Modulares e as Metas Prioritárias.
Estes instrumentos têm como propósito viabilizar o planejamento, a execução
e o acompanhamento de aquisições e/ou contratações que, por suas características
peculiares, envolvam diferentes áreas de expertise da MB e, consequentemente, não
podem ser enquadradas em um único PM. Tratam-se, portanto, de instrumentos que
introduzem a gestão matricial ao arranjo predominantemente funcional do SPD.
Os recursos atinentes aos Empreendimentos Modulares e às Metas Prioritárias
são concentrados em um gestor executivo, denominado Gerente de Empreendimento
Modular (GEM) ou Gerente de Meta Prioritária (GMP), a quem cabe a gestão dos
mesmos e a responsabilidade pelo cumprimento da meta. Basicamente, os
instrumentos se diferenciam pela maior proteção das Metas Prioritárias pela Alta
Administração Naval ante eventuais cortes e contingencimentos.
O proceso alocativo no âmbito do SPD se inicia por meio da montagem do
Plano de Ação (PA). Trata-se de um processo de atualização quantitativa e qualitativa
das demandas físico-financeiras e das prioridades dos Setores da MB realizadas a
partir das necessidades apresentadas pelas Organizações Militares (OM) aos
Relatores de Planos de Metas e Gerentes de Empreendimentos Modulares ou Metas
Prioritárias os quais, por sua vez, compilam as informações providenciando seu
registro no Sistema de Acompahamento do Plano Diretor (SIPLAD), sistema
informatizado de suporte às operações do SPD.
Conforme aponta Cunha (1994), na elaboração orçamentária organizacional as
demandas apresentadas podem ser limitadas por valores globais pré-definidos, em
um critério de alocação de recursos denominado “teto fixo” ou ser realizada
livremente, obedecendo-se a um “teto móvel”.
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A apresentação das necessidades pelas Organizações Militares, denominadas
subsídios, bem como o escalonamento de prioridades pelos níveis superiores é
realizado considerando-se os limites estabelecidos em diretrizes emanadas na
Circular Orçamentária do Estado Maior da Armada e documentos complementares,
evidenciando-se o emprego de teto fixo.
Salienta-se que a priorização das demandas no âmbito dos escalões superiores
se realiza em estrita observância aos limites estabelecidos pelo Estado Maior da
Armada. Assim, pautando-se por estes limites, em cada nível as demandas são
consolidadas e ordenadas por nível de prioridade, sendo o nível “zero” correspondente
às demandas avaliadas como imprescindíveis e os demais níveis, conforme gradação
decrescente de importância.
Eventuais demandas apresentadas que sejam posicionadas, por ocasião das
priorizações, fora dos limites atribuídos, são compiladas em um documento
denominado Quadro de Necessidades não Atendidas (QNNA), utilizado como
ferramenta de apoio à decisão sobre alocação de recursos em caso de concessões
posteriores de suplementação de crédito à MB.
Portanto, o planejamento orçamentário da MB é construído de forma
segmentada, por meio do estabelecimento de limites a serem cumpridos pelos
Setores para a apresentação de suas demandas, os quais são redistribuídos entre os
Relatores de PM/Gerentes de Empreendimento Modular subordinados.
Ressalta-se que, diante de seu caráter estratégico, a decisão sobre alocação
de recursos às metas prioritárias é realizada diretamente pelo Estado Maior da
Armada, por meta, com base nas demandas apresentadas nos subsídios, sem que
haja concorrência dessas metas com os limites atribuídos aos Setores onde seus
gerentes se encontram hierarquicamente posicionados.
Uma vez efetuadas as correções quantitativas e qualitativas apontadas em
análise prévia realizada pela Diretoria de Gestão Orçamentária da Marinha, os Órgãos
de Direção Setorial apreciam as necessidades apresentadas no âmbito do respectivo
Setor, solicitando correções, quando cabíveis, estabelecendo suas prioridades e
definindo novos valores para as Ações Internas subsidiadas, caso seja conveniente.
Ao fim do processo, as demandas são remetidas ao Estado Maior da Armada,
que consolida as informações remetidas pelos Setores, bem como as solicitações
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atinentes às metas prioritárias, formando, assim, um quadro consolidado das
necessidades da Força. A figura 1 esquematiza o processo descrito:
Figura 1 - Cinemática do processo de Revisão dos PM Fonte: (BRASIL, 2014a)
O Estado Maior da Armada, à vista das apreciações efetuadas e da importância
de cada meta para o cumprimento da missão da Força, respeitando as projeções de
tetos orçamentários a serem disponibilizados à Marinha do Brasil pelo governo
federal, estabelece, por Ação Interna, os valores a serem contemplados com recursos
em uma primeira análise.
Em momento posterior, o Estado Maior da Armada, em conjunto com os
representantes dos Órgãos de Direção Setorial retomam a avaliação dos valores
destinados a serem inseridos na proposta orçamentária da MB, dentro dos prazos e
condições estabelecidas pela área econômica do governo federal. Ao fim do processo
de ajustes, a Diretoria de Gestão Orçamentária da Marinha efetua a consolidação dos
dados a serem inseridos na proposta orçamentária.
A conclusão do planejamento orçamentário da MB ocorre após a publicação da
Lei Orçamentária Anual (LOA). Nesse momento, são realizados ajustes no rol de
metas a serem contempladas com recursos, bem como nas reservas orçamentárias
da MB, conformando, assim, o Plano de Ação da Força.
Ressalta-se que, caso a Lei Orçamentária Anual não tenha sido aprovada e
publicada ao final do ano, a montagem do PA é efetuada com base no Projeto de Lei
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Orçamentária em trâmite no Congresso, sendo ajustada à LOA em momento
posterior.
3. Planejamento Estratégico na MB
O Planejamento de Alto Nível da Marinha traduz-se em uma sistemática lógica
com componentes independentes, tendo como propósito a previsão e a ordenação
das atividades relacionadas ao cumprimento da missão da MB (BRASIL, 2014a).
Trata-se de um sistema condicionado pelas diretrizes estratégicas do Setor de Defesa
e que se expressa, dentre outros documentos, por meio do Plano Estratégico da
Marinha (PEM).
O PEM é um documento de alto nível, que visa ao planejamento de médio e
longo prazos da MB e apresenta objetivos estratégicos organizados em uma cadeia
de valor, orientados pela visão de futuro da Força. Elaborado pelo Estado Maior da
Armada, o plano possui horizonte temporal de vinte anos, devendo ser
sistematicamente revisto e atualizado a cada quatro, subdividindo-se em objetivos
estratégicos (BRASIL, 2017b).
O mapa estratégico da MB é composto por perspectivas e Objetivos Navais
(OBNAV), desempenhando um papel de instrumento de orientação estratégica, de
forma a representar de forma "simplificada" como a Força buscará atingir sua Visão
no horizonte de vinte anos.
Para assegurar o alcance dos OBNAV constantes no Mapa Estratégico e
preencher as lacunas existentes entre o desempenho atual da MB e o desejado, há a
necessidade de serem estabelecidas Estratégias Navais (EN) que indiquem, em
linhas gerais, o conjunto de medidas ou ações a serem implementadas no curto, médio
e longo prazos.
As Ações Estratégicas Navais, por sua vez, foram idealizadas a partir da
realização de diagnósticos estratégicos nos ambientes interno e externo, vindo a
contribuir diretamente para os OBNAV destinados ao alcance da Visão de Futuro da
MB.
A implementação de algumas das estratégias da Força demanda atuação ativa
dos Órgãos de Direção Setorial. Dessa forma, há necessidade de ocorrer o
desdobramento do Plano Estratégico da Marinha nos Planos de Direção Setorial
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(PDS), os quais apresentam a junção das atividades realizadas no nível Operacional
e Tático de cada Setor, com as Ações de Direção Setorial (ADS) cuja execução lhe
são afetas.
4. Programa Netuno e Planejamento Organizacional
Conforme informações extraídas de sua página oficial na internet4, o Programa
Netuno é um processo administrativo destinado a aprimorar a gestão das
Organizações Militares e, consequentemente, proporcionar à Marinha do Brasil as
melhores condições para estar pronta e adequada à estatura político-estratégica
exigida pelo País, tendo sido elaborado com base no GesPública5, estabelecido no
âmbito do Governo Federal.
Para o alcance desse objetivo, o programa estrutura uma série de ferramentas
de gestão, dentre as quais cabe destaque ao Planejamento Estratégico
Organizacional. O documento visa a orientar as ações e medidas a serem
implementadas pelas OM, de modo a contribuir para o cumprimento da missão e o
alcance da visão de futuro, apresentando, ainda, medidas de acompanhamento e
controle.
A formulação e o cumprimento de um Plano Estratégico Organizacional
permitem às Organizações Militares a formulação do diagnóstico estratégico que
permita a melhor aplicação de seus recursos nas direções institucionais que lhes são
estabelecidas nos planos superiores da Força. Portanto, os objetivos e iniciativas
estratégicas das OM deverá sempre estar alinhado aos PEO das OM superiores em
sua cadeia hierárquica, que por sua vez, alinham-se ao Plano Estratégico da Marinha.
5. Análise crítica e proposições de melhoria
5.1 Alinhamento em âmbito Plano Estratégico da Marinha
4 Disponível em <https://www.marinha.mil.br/programanetuno/historico> Acesso em 25/08/2018. 5 O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública – se voltava à promoção da gestão pública de excelência, visando a contribuir para a qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão e para o aumento da competitividade do País. Embora tenha sido revogado pelo Decreto 9.094/2017, seus fundamentos permanecem nos conceitos e procedimentos do Programa Netuno.
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O exame das regras de negócio que consubstanciam o planejamento
orçamentário da MB evidenciam a carência de maior sistematização no vínculo entre
o banco de metas do SPD e os objetivos/ações do Plano Estratégico da Marinha. Para
fins de realização de análise comparada, descreve-se a seguir, brevemente, os
principais resultados do “benchmarking” realizado junto ao Departamento de Defesa
dos EUA (DoD) e ao Exército Brasileiro (EB).
O processo orçamentário desenvolvido no âmbito do DoD apresenta como uma
de suas marcas a forte integração entre os planejamentos estratégicos Nacional e de
Defesa, o desenho de necessidades e a proposição de orçamentos. Trata-se de um
sistema que revê, constantemente, os cenários estratégicos e as diretrizes
formuladas, baseando os esforços de planejamento na busca pelas capacidades
necessárias ao alcance dos objetivos estabelecidos.
O processo de planejamento no âmbito do Departamento de Defesa dos EUA
possui como produto final o Defense Planning and Programming Guidance (DPPG).
Trata-se de um documento que consubstancia as considerações estratégicas do
Departamento de Defesa, fornecendo diretrizes às Forças Armadas, bem como às
agências do DoD.
O DPPG fornece as diretrizes para as etapas subsequentes do processo,
materializadas na formulação de programas, materializadas em documento
denominado Program Objective Memoranda (POM), bem como a submissão de
estimativas orçamentárias, formalizadas por meio dos formulários Budget Estimate
Submissions (BES). (MANAGEMENT CONCEPTS, 2013).
No que concerne ao Exército Brasileiro, destaca-se a estruturação de seu
processo orçamentário em duas vertentes estruturantes: transformação e
manutenção. Enquanto a primeira tem caráter estratégico, sendo composta pelos
projetos vinculados ao Planejamento Estratégico do EB (PEEx), a segunda está
vinculada às atividades conduzidas pelos Setores que contribuem para os objetivos
institucionais.
Salienta-se que o EB efetua o registro sistemático do PEEx e de seus
detalhamentos gerenciais em seu sistema informatizado de apoio ao orçamento o
SIGA6, possibilitando maior vinculação entre os planejamentos estratégico e
orçamentário. Essa prática permite estabelecer uma correlação entre as solicitações
6 Acrônimo para Sistema de Informações Gerenciais e Acompanhamento Orçamentário
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de recursos e o alcance aos objetivos estratégicos da Força. Diante do exposto,
projetos de investimento sem vinculação ao PEEx não são contemplados com
recursos. (BRASIL, 2017a).
Os fatos e comparações supramencionados não implicam em dissociação total
entre o planejamento estratégico da Marinha e seu planejamento orçamentário. Ao
longo dos últimos anos, com vistas à proteção das metas mais importantes de
eventuais cortingenciamentos, bem como evitar eventuais remanejamentos internos
pelos Setores, o Estado Maior da Armada adotou maior nível de centralização o
planejamento e a alocação de recursos atinentes às metas consideradas estratégicas,
de forma a garantir o seu alinhamento às diretrizes de alto nível da Força.
Tais medidas garantiram estabilidade ao planejamento físico e financeiro da
execução das metas do SPD consideradas estratégicas, notadamente aquelas com
execução plurianual, uma vez que a alocação de recursos a essas metas é decidida
no mais alto nível, sem concorrer com as demais metas no âmbito dos Órgãos de
Direção Setorial.
Reconhecendo os esforços supramencionados, cumpre observar, como
oportunidade de melhoria, o estabelecimento de um procedimento uniformizado e
sistêmico de correlação, à semelhança do que se realiza no âmbito do Departamento
de Defesa dos EUA, na forma do PPBE, ou na vertente estratégica do Exército
Brasileiro.
Nesse sentido, encontra-se em desenvolvimento uma ferramenta informatizada
que permita a vinculação, via Sistema de Acompanhamento do Plano Diretor, entre
as metas do SPD, materializadas em suas Ações Internas e os objetivos e ações
estratégicas do Plano Estratégico da Força. O estabelecimento dessas correlações
pode implicar em em um redesenho nas prioridades orçamentárias da Marinha à luz
do grau de importância atribuído a cada Objetivo/Ação Estratégica.
A partir da sistematização dos vínculos supramencionados, sugere-se a
introdução de ferramentas de apoio à decisão baseadas em pesquisa operacional que
sugiram um modelo de alocação de recursos que otimize o alcance aos objetivos
estratégicos da Força. Convém salientar, no entranto, que o modelo proposto deve
respeitar algumas premissas e restrições a seguir explicadas.
Conforme exposto ao longo da coleta de dados: “o planejamento estratégico é
um dos parâmetros de decisão utilizados pela Alta Administração Naval, mas não é o
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único” (Entrevistado 1). Tendo essa afirmação em mente, salienta-se que o
estabelecimento de correlação entre as metas do SPD e o PEM visa a conferir maior
racionalidade ao processo decisório, sem usurpar, no entanto, as prerrogativas da Alta
Administração Naval, tendo como objetivo precípuo o oferecimento de insumos de
melhor qualidade para a tomada de decisão.
Ademais, releva mencionar que podem existir metas que não possuam
associação direta aos objetivos estratégicos do PEM, fato particularmente observável
no que concerne aos gastos com dispêndios administrativos das organizações
militares, ações operacionais de natureza continuada e projetos de menor porte.
Portanto, à despeito da relevância do estabelecimento do Plano Estratégico da
Marinha como um “norte” a ser perseguido nas decisões sobre alocação de recursos,
não se pode negligenciar a importância de um espaço discricionário na distribuição de
dotações no âmbito dos Órgãos de Direção Setorial. Esses recursos devem ser
alocados conforme critérios e parâmetros estabelecidos localmente, de acordo com
as prioridades, critérios e contextos setoriais.
5.2 Alinhamento em âmbito Plano Estratégico Organizacional
A partir da contribuição das Organizações Militares para o alcance das
diretrizes estabelecidas pelos escalões superiores da Força, os Planejamentos
Estratégicos Organizacionais devem estar alinhados aos planos superiores em sua
cadeia hierárquica, que por sua vez, alinham-se ao PEM.
Diante do exposto, o alinhamento entre os planejamentos estratégico e
orçamentário da MB não deve limitar-se aos processos de alto nível, devendo,
portanto, ser replicado no âmbito das organizações militares, por meio do
estabelecimento de correlações entre os objetivos estratégicos organizacionais
materializados no PEO e o planejamento/aplicação de recursos orçamentários.
Ilustrando o exposto, Souza (2013), ao analisar o processo de montagem do
Plano de Ação da Marinha do Brasil, aponta como problema a baixa correlação entre
a apresentação de necessidades de recursos e o Planejamento Estratégico
Organizacional das unidades solicitantes. Segundo o autor, esse cenário é motivado,
dentre outros fatores, pela força da gestão operacional das atividades cotidianas e do
incrementalismo sobre o planejamento.
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Corroborando o argumento, no survey aplicado junto às Unidades Gestoras,
41,89% dos respondentes afirmaram que há alinhamento entre a apresentação de
demandas orçamentárias e o PEO de suas UG, plenamente ou na maior parte das
metas. A maior parte dos respondentes, correspondendo a 58,11% dos respondentes,
reconhece que o alinhamento é realizado de forma casual ou insuficiente.
A sistematização do relacionamento entre o Plano Estratégico Organizacional
e o planejamento orçamentário das Unidades Gestoras pode conferir maior qualidade
à formulação de demandas, uma vez que as mesmas serão focadas no atendimento
aos objetivos estratégicos da Unidade Gestora. Não obstante, conferem força aos
pleitos, sobretudo frente aos pedidos que não estejam embasados em objetivos
estratégicos.
Ao longo das análises, observou-se, ainda, que as decisões sobre alocação de
recursos pelos escalões superiores pouco consideram informações oriundas dos PEO
das Organizações Militares solicitantes de recursos. Tal fato decorre da falta de
alinhamento entre as informações. Dessa forma, ainda nos casos onde haja
correlação, pela Unidade Gestora, entre o PEO e os subsídios, não há uma ferramenta
que permita a consulta aos objetivos estratégicos organizacionais que justifican as
solicitações de recursos.
Diante do cenário exposto, encontra-se em desenvolvimento um módulo a ser
implementado no SIPLAD que permitirá às Unidades Gestoras o registro de seus
planejamentos estratégicos organizacionais, possibilitando o acompanhamento e a
avaliação de seus objetivos estratégicos.
Como aprimoramento futuro, sugere-se que esta funcionalidade permita a
correlação entre as necessidades apresentadas por ocasião dos subsídios e os
objetivos estratégicos organizacionais. Os dados provenientes desse cruzamento
constituir-se-ão em importantes insumos ao processo decisório sobre alocação de
recursos, sobretudo em um cenário de restrições orçamentárias.
Não obstante seu emprego na fase de levantamento de necessidades,
vislumbra-se, ainda, a possibilidade, pelas UG, de efetuar o planejamento da
aplicação dos recursos a ela consignados frente aos seus objetivos estratégicos
previamente pactuados.
Na sistemática vigente, as Unidades Gestoras programam seus dispêndios
frente aos recursos a elas disponibilizados por meio de um documento denominado
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Programa de Aplicação de Recursos (PAR) (BRASIL, 2014b). Na nova perspectiva
integrada entre estratégia e orçamento, sugere-se que a programação de dispêndios
seja digitalizada, por meio de integração do PAR ao SIPLAD.
Uma vez estabelecidas as funcionalidades que permitam ao SIPLAD a leitura
das informações constantes dos Planos Estratégicos Organizacionais das
Organizações Militares, seria possível estabelecer a programação de dispêndios
frente aos objetivos estratégicos de cada Organização Militar, bem como avaliação de
desempenho, por meio de indicadores de progresso físico, financeiro e estratégico.
A figura 2 ilustra o modelo conceitual proposto neste artigo, que prevê o
alinhamento estratégico e orçamentário para a Marinha do Brasil. Para fins de
simplificação, no esquema foram considerados apenas dois Setores.
Figura 2 – Alinhamento estratégico x orçamentário proposto Fonte: Elaborado pelo autor
Considerações Finais
O Sistema do Plano Diretor constituiu-se em um instrumento pioneiro de
gestão, conferindo estabilidade aos processos de planejamento e execução
orçamentária da MB ao longo de mais de 50 anos. Ao longo de sua história foram
realizados diversos aprimoramentos ao sistema, com vistas a promover a introdução
de novas metodologias gerenciais, bem como manter o alinhamento com os conceitos
e procedimentos atinentes ao Sistema de Planejamento e Orçamento Federal.
16
Como resposta ao problema de pesquisa, é possível afirmar, a partir das
evidências coletadas ao longo do estudo, que a Marinha do Brasil já promove ações
de alinhamento entre seus processos de planejamento orçamentário e estratégico. No
entanto, cumpre observar que ainda são visualizadas algumas oportunidades de
melhoria para aprimoramento aos processos decisórios.
Dentre as oportunidades visualizadas, cabe destaque ao emprego do Sistema
de Acompanhamento do Plano Diretor como mecanismo para registro dos objetivos e
ações estratégicas da Marinha, tanto em âmbito institucional, como na esfera
individualizada das organizações militares.
O uso da ferramenta informatizada permite a vinculação entre os processos de
planejamento estratégico e orçamentário, constituindo-se em insumo ao processo
decisório sobre alocação de recursos. Não obstante, possibilita, ainda, o
estabelecimento de indicadores que correlacionem o desempenho estratégico e
orçamentário da Força, apurando, por exemplo, o custo do atendimento aos objetivos
estratégicos.
Salienta-se que o tema em estudo possui elevado grau de importância para a
área de estudo de planejamento e orçamento público. Em um cenário de restrições
fiscais crescentes e um elevado número de demandas sociais, faz-se necessário que
os processos de planejamento e gestão orçamentária sejam voltados à geração de
valor público, o que evidencia a importância do correto mapeamento dos objetivos
estratégicos e sua integração ao processo orçamentário.
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