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Luis Alberto Perez Alves Contatólogo e consultor Adaptação de lentes de contato rígidas esféricas Capítulo l As lentes de contato rígidas esféricas ainda hoje ocupam um lugar de destaque nas adaptações, são várias as indicações de lentes onde apenas elas são adequadas ou possíveis de restituir a visão normal aos clientes. Sua evolução nos últimos anos se deu principalmente em relação a sua matéria prima que permitiu inclusive que técnicas especiais de correção visual quase esquecida em decorrência de alterações no metabolismo, fossem ressuscitadas em função dos novos materiais gás permeáveis, por ex: a ortoqueratologia. As primeiras lentes de contato fabricadas em vidro sopradas eram adaptadas sem que o técnico pudesse obter medidas objetivas da córnea ou da área escleral onde a lente apoiava-se. Vários métodos foram idealizados, porém o mais utilizado era o que se obtinha um molde da superfície do olho, pelo mesmo método utilizado pelos dentistas e através deste molde produzisse as formas para as lentes de vidro ou para se prensar as lentes em plásticos.

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Page 1: Adaptação de lentes de contato rígidas esféricas Capítulo l · PDF fileAs primeiras lentes de contato fabricadas em vidro sopradas eram adaptadas sem que o técnico pudesse obter

Luis Alberto Perez Alves Contatólogo e consultor

Adaptação de lentes de contato rígidas esféricas Capítulo l

As lentes de contato rígidas esféricas ainda hoje ocupam um lugar de destaque nas adaptações, são várias as indicações de lentes onde apenas elas são adequadas ou possíveis de restituir a visão normal aos clientes. Sua evolução nos últimos anos se deu principalmente em relação a sua matéria prima que permitiu inclusive que técnicas especiais de correção visual quase esquecida em decorrência de alterações no metabolismo, fossem ressuscitadas em função dos novos materiais gás permeáveis, por ex: a ortoqueratologia. As primeiras lentes de contato fabricadas em vidro sopradas eram adaptadas sem que o técnico pudesse obter medidas objetivas da córnea ou da área escleral onde a lente apoiava-se. Vários métodos foram idealizados, porém o mais utilizado era o que se obtinha um molde da superfície do olho, pelo mesmo método utilizado pelos dentistas e através deste molde produzisse as formas para as lentes de vidro ou para se prensar as lentes em plásticos.

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Foto 02

Com o surgimento dos oftalmometros e queratrometros que possibilitam a medida dos raios de curvatura da córnea, a adaptação tornou-se mais objetiva, principalmente para as lentes corneanas e micro-corneanas. Com o advento da fluoresceina tornou-se muito mais prático avaliar a adaptação das lentes rígidas. Ela foi usada pela primeira vez nas L.C., em 1938. A fluoresceina a 2% é um composto orgânico amarelo que reage com a luz ultravioleta emitindo uma luz esverdeada, possibilitando avaliar se a lente esta justa ou frouxa. Devido a sua composição ela pode contaminar-se facilmente, portanto é conveniente tomar as seguintes precauções: Os frascos devem ser opacos a luz. Não devem conter mais de 5 ml. Sempre devem ser guardados em lugar frescos e fechados. Nunca se deve trocar de frasco ou adicionar qualquer outra substância a fluoresceina. Bico aplicador, jamais deve tocar no olho do cliente, o ideal é utilizar bastões de vidro para se instilar, de modo que após cada manuseio ele possa ser limpo e esterilizado. Pode-se também usar bastões de papel impregnados de fluoresceina (já prontos do laboratório) para se dissolver junto à conjuntiva do cliente. A lâmpada de Burton é um aparelho dotado de lâmpadas ultravioleta para excitação da fluoresceina e lâmpadas brancas. TIPOS E VARIAÇÕES DE LENTES DE CONTATO E SUAS MATÉRIAS-PRIMAS A partir do advento das lentes de contato micro-corneanas rígidas e impermeáveis, pesquisadores ocuparam-se em procurar o modo de obterem lentes que interferem o mínimo possível com o metabolismo corneano. As principais qualidades de uma matéria-prima para lentes de contato, segundo Dr. Gumpelmayer devem ser: Qualidade ótica total. Elasticidade.

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Não deve conter elementos tóxicos. Deve ser neutra biologicamente (pH fisiológico). Deve ser permeável aos gases. Deve ser facilmente limpa e esterilizada.

ADAPTAÇÃO DE LENTES DE CONTATO RIGIDAS ESFÉRICAS

Procedimentos Avaliação visual do pólo anterior Medir diâmetro horizontal visível da íris (DHVI) Medir abertura palpebral Medir queratometria em deus dois principais meridianos e sua posição de eixo Medir acuidade visual com sua correção atual Calcular lente de teste baseado nas medidas realizadas e na RX Selecionar lente de teste na caixa de provas, o mais próximo do calculo (de preferência a CB exata e o grau o mais próximo possível). Esclarecer cliente sobre sintomas e seu comportamento quanto a eles Higienizar lentes Adaptar lentes Deixar cliente aproximadamente 40 minutos com lentes Avaliar curva base com fluoresceina e lâmpada de Burton

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Avaliar visão com sobre refração Baseado em suas observações e medidas calcular lentes definitivas Encomendar lentes definitivas ao laboratório Ensinar cliente a adaptar e manipular lentes Orientar sobre higienização das lentes, procedimentos e horário de uso. Agendar revisões de controle

Continua no próximo número

Cursos temáticos de lentes de contato (livros digitais) Autor: Luis Alberto Perez Alves

Currículo resumido do autor

Luis Alberto Perez Alves, técnico óptico/contatólogo atuando há 32 anos. Professor das disciplinas contatologia e optometria em várias instituições de ensino. Palestrante em congressos nacionais e internacionais, colunista para revistas especializadas em óptica e contatologia. Elaborador de provas para exames supletivos de óptica, lentes de contato e optometria para a Secretária Estadual de Educação do Estado de São Paulo coordenado pela Fundação Carlos Chagas. Especialista pelo Ministério do Trabalho e Emprego para elaboração e aprovação do novo Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO). Foi Diretor Técnico Cultural da Associação dos Ópticos do Estado de São Paulo, Fundador e Diretor da Associação dos Profissionais Ópticos do Estado do Paraná, Diretor da Associação Brasileira de Ópticas (ABCI), atualmente é Vice-Presidente do Sindicato do Comércio Varejista das Empresas de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado de São Paulo (SINDIÓPTICA SP). Atua em consultoria de treinamento especializada em lentes de contato e óptica.

RELAÇÃO COMPLETA DOS CDs Cd 1 – Lâmpada de Burton (avaliação de pólo anterior e avaliação da adaptação de lentes de contato

com e sem contraste). Cd 2 – Identificação de depósitos e manutenção de lentes de contato (natureza dos depósitos de LC,

microbiologia e suas conseqüências para os olhos, sistema de manutenção de LC). Cd 3 – Sobre-refração (um guia prático para sobre-refracionar e fazer a aferição das LC). Cd 4 – Adaptação em ceratocone (para você conhecer o ceratocone e familiarizar-se com os mais

diversos tipos de LC e adaptações para estes casos). Cd 5 – Adaptação de lentes rígidas esféricas (guia completo de adaptação com cálculos, testes, etc.). Cd 6 – Correção da presbiopia com lentes de contato (adaptação de LC mais óculos adicional,

monovisão, bifocais e multifocais rígidas e hidrofílicas descartáveis e não descartáveis). Cd 7 – Correção do astigmatismo com lentes de contato tóricas (as mais diversas LC tóricas rígidas e

hidrofílicas e como adapta-las). Cd 8 – Anatomia e metabolismo do olho para contatologia (conheça o olho e seu funcionamento e

como a LC impacta em seu metabolismo). Cd 9 – Óptica geométrica para o contatólogo (manual simplificado de óptica geométrica com

cálculos direcionados para LC, equipamentos e controle de qualidade em LC). Cd 10 – Indicações e contra indicações de lentes de contato (saiba que lentes adaptar em cada

deficiência visual). Cd 11 - “Porque trabalhar com lentes de contato e como montar seu departamento de

adaptação”, ele conta com os seguintes tópicos: a) Qual o mercado atual e futuro das lentes de contato no Brasil. b) Mercado de LC fora do Brasil. (breve perfil)

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c) Desejos e hábitos de uso dos clientes de LC. d) Estatísticas de uso relacionadas a problemas com LC. e) Comentários sobre legitimidade de a óptica adaptar LC. f) Integra das leis que regem a óptica. g) Equipamentos necessários para adaptar LC. h) Moveis específicos para LC (lay out). i) Espaços físicos e adequação de equipamentos. j) Tipos de LC e sua adequação a cada tipo de departamento.

Este Cd nos dá um panorama geral de um centro de adaptação de LC, permitindo escolher o perfil do novo negócio. Cada CD ROM contém um dos temas descritos acima ricamente ilustrados. Os Cds são editados em Word para que seja possível rodar em qualquer computador. Pedidos para Luis Alberto: Rua Augusta, 2.530 loja 09 Cerqueira César São Paulo SP CEP 01412-100 Fone/fax: 011-3085.2743 e 3085.7298 E-mail: [email protected]