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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

Ponto final

Nutricionistas precisam filtrar informações e investir na prática

JOÃO BATISTA LUCHESI

76

Eventos

Painel do Leitor

Classificados

06

08

74

Notícias CurtasALL constrói novo terminal de grãos no MT 10AviGuiaPfizer anuncia aquisição da Alpharma 58AssociaçõesAsgav reúne-se com autoridades em Brasília 56

Estatísticas e Preços

Produção e mercado resumoProdução de pintos de corteProdução de carne de frangoExportação de carne de frangoDisponibilidade interna de carne de frangoAlojamento de pintainhas comerciais de posturaDesempenho do frango vivo no mês de maioDesempenho do ovo no mês de maioMatérias-primas

64656667

68

69

70

7172

Portfólio AviGuia 75

Caderno de PosturaNotícias CurtasVendas externas de ovos em casca retrocedem 60% ...........

Encontro Técnico Planalto Participantes visitam incubatório eparticipam de palestras...................

24

28

34Tratamento de Efluentes Prática é obrigatória em abatedouros avícolas para amenizar impacto ambiental ........................................................

Entrevista Dirigentes da ISA e da Planalto comentam tendências da postura comercial ......................... 30

Caderno deNutriçãoNotícias curtas China quer grãos só para alimentação animal..........................

CapaAs novas Tabelas Brasileiras

40Composição de alimentos e exigências nutricionais para aves e suínos .................................................42

Informe Técnico - Empresarial Enterite Necrótica: aditivo protege contra doença ...............................50Empresas e Produtos .................................53

Ração especial para machos Trabalho avalia os níveis de proteína e energia para matrizes de corte .............................................................46

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eDITORIAL

Nutrientes na medida certa

Agradecimentos

As novas Tabelas Nutricionais para

Aves e Suínos já estão disponíveis ao

mercado brasileiro. Estas tabelas, que

contêm os índices e as recomendações

necessárias dos nutrientes para a alimen-

tação animal, são a base da formulação

de qualquer dieta para estas duas espé-

cies. Desenvolvidas e lançadas em 2000,

pela Universidade Federal de Viçosa, MG,

estas tabelas passaram por algumas atu-

alizações e hoje chegam em sua 3ª edi-

ção. Elas apresentam e descrevem a com-

posição química, os valores energéticos,

o conteúdo de aminoácidos totais e di-

gestíveis e o conteúdo mineral de cerca

de 270 alimentos listados para a dieta de

aves e de suínos. A partir da página 42,

você encontra uma reportagem completa

sobre estas novas tabelas, com os depoi-

mentos de alguns de seus criadores e os

detalhes das atualizações desta nova ver-

são como, por exemplo, a inserção de um

programa calculador, que permite aos

nutricionistas atualizar os valores nutri-

cionais das rações em formulação.

Também nesta edição, trazemos uma

reportagem sobre a importância dos sis-

temas de tratamento de efluentes em fri-

goríficos avícolas como ferramenta fun-

damental para amenizar o impacto

ambiental da atividade. Estes sistemas

são obrigatórios em qualquer unidade in-

dustrial de abate de aves e são regidos

pela legislação ambiental brasileira. Con-

forme descrevem os especialistas, exis-

tem vários tipos de sistemas para o trata-

mento dos efluentes gerados pelos

abatedouros avícolas. No entanto, cada

região ou estado brasileiro, tem a sua re-

comendação de tratamento e de índices

de qualidade da água antes do seu retor-

no ao meio ambiente. Confira a partir da

página 34 o que dizem os especialistas

sobre os sistemas de tratamento de

efluentes utilizados pelos frigoríficos aví-

colas no Brasil, suas vantagens, custos, a

legislação vigente e de que forma estas

empresas podem reutilizar a água tratada

em sua unidade e economizar com esta

prática.

A Revista do AviSite traz ainda uma

entrevista exclusiva com três grandes

profissionais e especialistas do setor de

postura comercial para falar sobre as

perspectivas nacionais e internacionais

da cadeia produtiva do ovo. José Flavio

Mohallem, Benoit Pelé e Fidel Gonzales

apontam tendências, demonstram que os

produtores e profissionais da área preci-

sam estar atento às mudanças do setor e

reafirmam o seu comprometimento com

indústria do ovo. Não deixe de conferir

estas e as demais informações da avicul-

tura atual que a Revista do AviSite traz

para você.

Tenha uma boa leitura!

Gostaríamos de dizer nosso “muito obrigado” aos profissio-nais que colaboram e nos ajuda-ram a elaborar esta edição: Emí-lio Mouchereck Filho, Antonio Celso Rossini, Valter Bampi, Luiz Fernando Albino, Paulo Tabajara Costa, Everton Krabbe, José Flá-vio Mohallem e a Comissão Or-ganizadora do Encontro Técnico em Postura Comercial da Planalto.

4 Avicultura | Produção Animal

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy (MTB 9782)[email protected]

PublisherPaulo [email protected]

Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected]

ComercialCarla Fracalossi Christiane [email protected]@avisite.com.br

Diagramação e arteMundo Agro e WL [email protected]

InternetJessica Sousa Vinicius [email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIeNTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Novas Tabelas Nutricionais são a base de qualquer dieta para aves e

suínos

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Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

6 a 9 de setembro XXII Congresso Latino-americano de AviculturaLocal: Buenos Aires, ArgentinaRealização: Associação Latino-americano de Avicultura (ALA)Informações: www.avicultura2011.com

15 a 16 de setembro 8° Curso de Atualização em Avicultura de Postura Comercial Local: Centro de Convenções da Fcav/Unesp, Jaboticabal,SPRealização: Fcav/Unesp Contato: (16) 3209-1300Informações: www.funep.org.br

21 a 23 de setembro 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e NutriçãoLocal: Hotel Sibara, Balneário Camboriú, SCRealização: Acav (Associação Catarinense de Avicultura)Contato: (48) 3222.8734 Informações: www.acavsc.org.br/simposioE-mail: [email protected] ou [email protected]

Outubro

25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SPRealização: União Brasileira de Avicultura (UBABEF)Contato: (11) 3815-5964Informações: www.ubabef.com.br

2011

Junho

9 a 11 de junho I Feira de Avicultura e Suinocultura CapixabaLocal: Marechal Floriano, ESRealização: Associação de Avicultores e Suinocultores do ES (AVES e ASES)Contato: (27) 3288-1182Informações: www.associacoes.org.br

13 a 16 de junho Pecnordeste 2011 - Seminário Nordestino de Pecuária e Feira de Produtos e Serviços Local: Centro de Convenções do Ceará, Fortaleza, CERealização: FAEC/ CNA/ SENARContato: (85) 3535-8000 Informações: www.pecnordeste.com.brE-mail: [email protected]

28 a 30 de junhoSeminário Internacional sobre Salmonelose AviáriaLocal: Hotel Othon Palace, Rio de Janeiro, RJRealização: ALA e UBABEFContato: (11) 3031-4115 Informações: www.avicolatina.org

Julho

15 a 17 de julho52ª Festa do Ovo de Bastos e XXXVII Encontro de Avicultores e XXXIV Jornada TécnicaLocal: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPRealização: Sindicato Rural e Prefeitura de BastosContato: (14) 3478-9800

Setembro

1 a 2 de setembro X Simpósio Goiano de Avicultura Local: Caldas Novas, GO Realização: Associação Goiana de Avicultura Contato: (62) 3203-3665Informações: www.agagoias.com.brE-mail: [email protected]

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8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

Na seção Estatísticas e Preços, a Revista do AviSite mostrou que nos três pri-meiros meses de 2011, os embarques de carne de frango alcançaram 933,039 mil toneladas, aumentando 10% sobre idêntico trimestre do ano passado.

É muito gratificante ver os resultados positivos que o Brasil vem alcançan-do no cenário internacional e nacio-nal, principalmente com o cresci-mento dos cortes de frango. É realmente uma grande tendência de crescimento. Atualmente, a família está ficando menor, com o aumento significativo da quantidade de pes-soas morando sozinhas. Isso faz com elas não levem para casa um frango inteiro e sim cortes, em peças indivi-duais.Adelino Damazio de Oliveira, Linhares, ES

Exportação de carne de frango: O melhor trimestre de todos os tempos

Na coluna Ponto Final, José Carlos Godoy, Coordenador Editorial desta Revista e do AviSite, falou sobre os 10 anos do Portal. Para ele, o AviSite é um gerador de informações, não apenas mero reprodutor.

Parabéns pela comemoração desta marca, que demons-tra a seriedade do trabalho desenvolvido ao longo destes anos. Continuem a nos premiar com as informa-ções e estatísticas confiáveis.Byron Grieco Moreira, São Paulo, SP

Parabéns ao AviSite. Vocês são muito importantes para nós, representantes, trazendo-nos no dia a dia, muitas informações com qualidade e veracidade. Parabéns e até o vigésimo aniversário. À luta, pois. J.B. Com. e Repres. de Carnes, Lindóia, SP

Parabéns a toda a equipe e editores do AviSite. Que estas marcas se repitam nos próximos anos com a seriedade e eficiência costumeira.José Roberto Gonçalves, Brasília, DF

Uma década, 12 mil notícias e 16 mil clippings depois

anos

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Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Produção Animal | Avicultura 9

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em maio

Tendo como base os preços médios alcançados em dezembro de 2010, nos quatro primeiros meses

de 2011 a carne de frango exportada pelo Brasil experimentou valorização em torno de 1,5% ao mês, enquanto o mesmo produto comercializado interna-mente registrou, opostamente, desvalorização tam-bém próxima de 1,5%.

Se o frango comercializado internamente conse-guisse manter o mesmo índice de valorização obser-vado no trimestre final do ano passado, de mais de 4% ao mês, pela primeira vez em mais de três déca-das, o produto exportado teria um valor inferior ao do mercado interno.

A participação de BRF e Marfrig no mercado interno de aves in natura

1

Não serve de consolo, claro. Mas, nos poucos mais de quatro meses de 2011, é o suinocultor quem vem - em

termos de preço - enfrentando problemas de mercado maiores que os do produtor de frangos. No entanto, com-parativamente ao mesmo período do ano passado, as três atividades de produção animal – pecuária de corte, avicul-tura de corte e suinocultura – estão apresentando desem-penho inferior. Leia mais sobre o preço do frango vivo na página 70.

Os preços dos animais em pé – frango, boi, suíno – em 2011

Notícias

4

3

Embora seja prematuro afirmar que essa possibilidade irá se concretizar, mantido o comportamento médio

observado em quase 40 meses (isto é, desde janeiro de 2008 até março de 2011), as exportações brasileiras de carne de frango tendem a encerrar o presente exercício absorvendo menos de 30% da produção brasileira de carne de frango.

Isso depende, claro, da relação entre produção total e exportações. Mas, parece, a produção vem se expandindo em um ritmo bem mais rápido que as exportações. Daí uma menor representatividade destas na produção global – o que, em contrapartida, significa aceleração da oferta interna. Leia mais na página 14.

É decrescente a participação das exportações na produção brasileira de carne de frango

2

Ao mesmo tempo em que mostram a participa-ção das duas empresas nas exportações brasilei-

ras de carne de frango, os balanços trimestrais da Brasil Foods (BRF) e da Marfrig, também trazem dados sobre os resultados obtidos por ambas, inter-namente, com as aves in natura. Enquanto nas ex-portações BRF e Marfrig responderam (1º trimestre de 2011) por 72% do volume exportado, interna-mente a participação de ambas foi mínima – de apenas 4,6%. Isso tem explicação no fato de as duas empresas concentrarem seus negócios nos industria-lizados de carnes. Leia mais na página 22.

Frango interno e frango exportado continuam com preços perigosamente próximos

5

O AviSite publicou análise em que observava que os resultados alcançados no primeiro trimestre do ano

sinalizavam, para 2011, produção anual de 12,9 milhões de toneladas de carne de frango. Mas também é clara a possibilidade de esse volume ir muito além.

Leia mais sobre a produção de carne de frango na página 66.

Frango de 2011 ainda pode surpreender e chegar aos 13,5 milhões/t

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Impacto da Nutrição sobre a Fertilidade de Matrizes de Corte

10 Produção Animal | Avicultura

O 9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e

Nutrição, promovido pela Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) nos dias 21, 22 e 23 de setembro, no cen-tro de convenções do Hotel Sibara, em Balneário Camboriú, SC, terá entre os palestrantes um dos mais renomados médicos veterinários do Brasil, Fernando Rutz, que palestrará sobre “Impacto da nutrição sobre a fertilida-

de de matrizes de corte”.A programação iniciará no dia 21

de setembro, quarta-feira, às 20 horas, com solenidade de instalação do Simpósio, com a presença de autorida-des e lideranças da avicultura nacional e coquetel de confraternização.

“Faremos um evento de alto nível técnico e científico, focalizando os temas de maior relevância na atualida-de para a vasta cadeia da avicultura

industrial e, ao mesmo tempo, as ino-vações que surgiram no Brasil e no mundo”, assinalou o Coordenador Geral, Bento Zanoni.9° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e NutriçãoData: 21, 22 e 23 de setembroLocal: Hotel Sibara, em Balneário Camboriú, SCMais informações: www.acavsc.org.br/simposio

ALL constrói novo terminal de grãos no MT

Intermodal

A partir do segundo semestre de 2012 os produtores do Mato

Grosso devem contar com mais um terminal de grãos. O grupo América Latina Logística (ALL) vai construir em Rondonópolis o maior complexo inter-modal do Brasil. Devem ser transporta-dos por ano até 30 milhões de toneladas.

O complexo faz parte da ampliação da malha norte da empresa iniciada em 2009. A ferrovia vai de Alto Araguaia até Santos, SP, e está sendo estendida até Rondonópolis, MT. As obras dos terminais de carga devem começar ainda neste ano, com o início das ope-rações previsto para o segundo semes-tre de 2012.

A ALL vai ser responsável somente pela infraestrutura ferroviária. Os termi-nais de carga e descarga vão receber investimentos de R$ 730 milhões das empresas que devem operar no local. A parte destinada aos grãos vai ser a maior do complexo e a que vai receber mais recursos, R$ 450 milhões.

As informações foram divulgadas pelo Canal Rural.

Início das operações está previsto para segundo semestre de 2012

Simpósio da Acav

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Produção Animal | Avicultura 11

Receita regulamenta suspensão de PIS/Cofins

Aves e suínos

A Receita Federal regulamentou em 17 de maio a lei que suspende a

cobrança de PIS/Cofins da cadeia pro-dutiva de aves e suínos. O benefício está em vigor desde janeiro, mas so-mente em maio o Diário Oficial da União publicou a instrução normativa que detalha o novo regime tributário, do milho e soja usados na ração dos animais até a venda dos dois tipos de carne no supermercado.

Paraná quer novos acessos ao porto de Paranaguá

Rodovia e ferrovia

O governo do Paraná está realizando estudos preliminares para construir dois novos acessos - uma ferrovia e uma rodovia - ao porto de

Paranaguá, principal exportador de grãos do país. A rodovia, cujos estudos estão em fase inicial, seria uma alternativa à BR-277, que liga Curitiba ao litoral paranaense.

A rodovia sairia da BR-376, perto da divisa com Santa Catarina, e iria até a PR-528, que percorre o litoral paranaense e vai até Paranaguá. No futuro, a ideia é que ela se estenda até a BR-116, que faz a ligação com São Paulo.

Segundo o secretário de Infraestrutura do Paraná, José Richa Filho, a “provocação” em fazer a nova rodovia veio do governo federal, com quem a pasta negocia um possível financiamento. O custo estimado até agora é de R$ 400 milhões.

Já o novo ramal ferroviário também teria um traçado semelhante ao da nova estrada e complementaria a atual ferrovia, que foi construída há mais de cem anos e está obsoleta, segundo Richa Filho.

A nova ferrovia deve ter uma declividade menor e curvas mais amplas, permitindo que os trens desçam com mais velocidade.

As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.

“Temos de conviver com o câmbio”

Ministro do Desenvolvimento

“A taxa de câmbio não vai mudar e vamos ter que conviver com isso”. O alerta foi feito pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior, Fernando Pimentel, em reunião em São Paulo, com repre-sentantes de grandes exportadores do país no início de maio.

Com um discurso considerado “lúcido” e “direto” pelos empresários, Pimentel afirmou que “o câmbio não vai mudar no curto prazo”, porque a tendência global é de desvalorização do dólar. Ele disse ainda que “a ten-dência dos juros é de alta” por causa da inflação no País.

As informações foram divulgadas pela Agência Estado.

Frango cede lugar para o café

Na pauta exportadora

Ocupante, nos últimos dois anos (2009 e 2010), da quinta coloca-

ção entre os principais produtos expor-tados pelo Brasil, a carne de frango in natura encerrou o primeiro quadrimes-tre de 2011 na sexta posição. E quem determinou esse recuo foi o café em grão, produto que ano a ano vem gal-gando mais de uma posição na pauta exportadora: em 2009, 8º lugar; em 2010, 6º lugar; e, no momento, 4º lugar. O que significa que passou à frente não só do frango, mas também do açúcar em bruto, anterior ocupante da 4ª posição.

Isso não quer dizer que a receita cambial captada pela carne de frango retrocedeu. Ao contrário, aumentou quase 30% no quadrimestre, assegu-rando que a participação do produto na pauta global permanecesse em cerca de 3,1%, com pequena redução (-1,3%) em relação ao mesmo período de 2011. Só que a receita cambial do café aumentou 73%.

Tendência é de valorização do real

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Notícias

12 Produção Animal | Avicultura

Brasileiro já é o 3º maior consumidor mundial

Carne de frango

Quinto maior consumidor de carne de frango do mundo em 2009 -

após EUA, Hong Kong e três países do Oriente Médio (Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Arábia Saudita) – em 2010 o brasileiro galgou duas posições, ficando à frente de Hong Kong e EUA e atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos e do Kuwait.

A liderança dos dois primeiros colo-cados não está ameaçada. Mas em 2011 o Brasil deve firmar ainda mais a posição e, com expansão de 4,2% sobre 2010 (ou de 17,1% sobre 2009) deve registrar um consumo interno da ordem de 47,3 kg per capita.

Em 2011, brasileiros devem consumir 47,3 kg de frango

Agora vai: Autoridades dos dois países chegaram consenso

Brasil vai trocar carnes por mais trigo

Da Rússia

O governo brasileiro fechou um pacto com autoridades russas

para acelerar a reabilitação de 29 unidades industriais nacionais impedi-das de vender, desde o fim de abril, produtos de carnes bovina, suína e de frango nos mercados da união adua-neira da Rússia, Cazaquistão e Belarus.

Pelo acordo, o Ministério da Agricultura deve autorizar a ampliação das importações de trigo russo em troca da adoção do conceito de “equi-valência” das regras sanitárias e fitos-sanitárias entres os dois países e as três nações asiáticas. O Brasil também negocia um acordo para submeter decisões sanitá-rias a discussões bilaterais prévias entre técnicos dos dois países.

Nos bastidores, o governo avalia que estão ultrapassados alguns argumentos técnicos usados pelos veterinários russos para restringir a venda de carnes brasileiras. Por exemplo, os russos exigem o uso de um “pedilúvio” em frigoríficos.

As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.

GTA eletrônico: agora é oficial

Para facilitar

Foi publicada no Diário Oficial da União de 3 de maio a

Instrução Normativa nº 19, que oficializa a adoção da Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica.

Ao tomar conhecimento dessa oficialização, houve empresário que reagiu à informação indagan-do se o GTA eletrônico, virtual, será mais barato que o GTA físico, de papel. É que – explicou – cada Estado põe o seu preço no “blo-quinho” de GTA fornecido. E há Estados que extrapolam nessa cobrança.

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Produção Animal | Avicultura 13

Ministro minimiza investigação americana Carnes e grãos brasileiros

“Pagamos o preço da nossa com-petência. É um momento ruim

para a economia agrícola deles e eles preferem adotar factóides como esse”. Assim reagiu o Ministro brasilei-ro da Agricultura, Wagner Rossi, dian-te da informação de que a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC, na sigla em in-glês) havia deflagrado uma investiga-ção sobre a competitividade mundial das exportações agrícolas do Brasil e seu impacto sobre os embarques americanos para terceiros mercados.

A ITC, que se autodenomina uma agência federal “independente e não partidária”, fará a investigação a pedi-do do Comitê de Finanças do Senado dos Estados Unidos. A análise vai cobrir o período de 2006 a 2010 e se concentrará no avanço brasileiro nos mercados internacionais de carnes, grãos e oleaginosas. Os americanos não escondem que estão preocupa-dos porque a expansão substancial das exportações brasileiras terminou por tomar fatias de mercado dos produtores americanos em vários produtos.

Nesse contexto, um dos alvos das apurações será o avanço de multina-

cionais brasileiras do agronegócio no comércio de carnes bovina, suína e de frango. Empresas como JBS e Marfrig adquiriram, nos últimos anos, diversos ativos no exterior, inclusive em impor-tantes países produtores e exportado-res de carne como nos Estados Uni-dos, na Austrália e na Argentina.

Acesse o texto integral da carta

que solicita à ITC avaliação do avanço da agropecuária brasileira no mercado externo e seu impacto sobre as expor-tações norte-americanas: http://finan-ce.senate.gov/newsroom/chairman/release/?id=53950c4a-b483-4550--88e6-d0b4ee849f0d.

As informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico.

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Americanos estão preocupados com a posição de destaque ocupada pelo Brasil no cenário agrícola internacional

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14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Exportação deve absorver, em 2011, menos de 30% da produção

brasileira de carne de frango

USDA revê projeções para baixo Exportação mundial de frango

Em suas novas projeções sobre o com-portamento das exportações mundiais

de carne de frango em 2011, o USDA prevê que 8,913 milhões de toneladas do produto serão negociadas neste exercício, o que vai corresponder a um aumento de cerca de 1,4% sobre os 8,793 milhões de toneladas de 2010 (resultado preliminar). Vale notar, entretanto, que o total ora previsto é quase meio por cento menor que o da previsão anterior (outubro de 2010) – uma queda justificada pelas crescentes dificuldades econômicas mundiais.

O Brasil – diz o USDA – continua como líder (37% de participação), seguido de perto pelos EUA (33,3%). Mas comparados com os resultados alcançados, por exem-plo, em 2007, os valores projetados para o Brasil em 2011 representam perda de parti-cipação de 6% - um índice inferior ao en-frentado pelos EUA que, no período, pode ter uma perda de participação de 8%.

E quem ganha – aceitas as projeções do USDA – são, principalmente, a União Europeia, a Tailândia e a Argentina. O país vizinho continua tendo baixa participação (menos de 3% do total), mas entre 2007 e 2011 pode aumentar suas exportações de carne de frango em 100%, contra um aumento de pouco mais de 13% do Brasil no mesmo período.

CARNE DE FRANGO10 principais países exportadores

Resultado alcançado em 2007 e tendência para 2011MILHÕES DE TONELADAS

PAÍS EXPOR- TADOR

2007 2011 VAR.

PARTICIPAÇÃO

2007 2011

BRASIL 2.922 3.310 13,28% 39,6% 37,1%

EUA 2.678 2.971 10,94% 36,3% 33,3%

UE 635 940 48,03% 8,6% 10,5%

Tailândia 296 475 60,47% 4,0% 5,3%

China 358 440 22,91% 4,9% 4,9%

Argentina 125 250 100,00% 1,7% 2,8%

Canadá 139 155 11,51% 1,9% 1,7%

Chile 39 80 105,13% 0,5% 0,9%

Kuwait 60 70 16,67% 0,8% 0,8%

Ucrânia 6 35 483,33% 0,1% 0,4%

Austrália 25 30 20,00% 0,3% 0,3%

Subtotal 7.283 8.756 20,23% 98,7% 98,2%

Demais 98 157 60,20% 1,3% 1,8%

TOTAL 7.381 8.913 20,76% 100,0% 100,0%

Fonte dos dados básicos: USDAElaboração e análises: AVISITE

OBS.: Os números do USDA não incluem as patas de frango

É decrescente a participação das exportações Produção brasileira de frango

Embora seja prematuro afirmar que essa possibilidade irá se concreti-

zar, mantido o comportamento médio observado em quase 40 meses (isto é, desde janeiro de 2008 até março de 2011), as exportações brasileiras de carne de frango tendem a encerrar o presente exercício absorvendo menos de 30% da produção brasileira de carne de frango.

Isso depende, claro, da relação entre produção total e exportações. Mas, parece, a produção vem se ex-pandindo em um ritmo bem mais

rápido que as exportações. Daí uma menor representatividade destas na produção global – o que, em contra-partida, significa aceleração da oferta interna.

Em tempo: quanto menor a partici-pação das exportações na produção total, menores os riscos para o merca-do interno nas eventuais anormalida-des externas. Mas, para isso, a produ-ção deve acompanhar os passos do mercado interno, não do externo, já que o grosso da produção (em nosso caso, 70%) é consumido internamente.

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Produção Animal | Avicultura 15

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As primeiras previsões do USDA para o Brasil

Milho em 2012

É apenas a primeira projeção das muitas que virão. E que, por exemplo, ainda dependem da avaliação das intenções de

um primeiro plantio que não deve começar antes de setembro vindouro. Por isso, não é estranhável que se mantenha, para a produção, projeção de volume similar ao que vem sendo apon-tado para 2011 – 55 milhões de toneladas. Mas outros indica-dores podem, desde já, ser analisados.

Estoque inicial, por exemplo: enquanto por aqui a Conab aponta que 2012 pode ser iniciado com um volume de passa-gem da ordem de 11,3 milhões de toneladas, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima não mais que 8,69 mi-lhões de toneladas. Dessa forma, se a produção for igual à de 2011, o suprimento previsto será o menor em três anos.

Em relação ao consumo, a previsão é a de que as rações demandarão volume cerca de 4% superior ao do corrente exer-cício. Mas o USDA mantém “congelado”, pelo terceiro ano consecutivo, o volume destinado a outros usos.

Como resultado, ainda que as exportações do grão recuem perto de 6% e fiquem em 8 milhões de toneladas, o estoque final de milho de 2012 atingirá seu menor nível em cinco anos.

China se transforma em importadora bruta de frango

A partir de 2012

Se as projeções do Instituto de Pesquisa de Políticas Agrícolas e Alimentares (FAPRI,

na sigla em inglês), se confirmarem, 2011 será o último ano em que a China exportará um volume de carne de frango maior que o importado.

O FAPRI não indica quanto vem sendo exportado ou importado pela China. Mas aponta que no ano passado as exportações chinesas foram 54 mil toneladas superiores às importações, volume que em 2011 deve recuar para apenas 14 mil toneladas.

Já a partir do ano que vem esse saldo se torna negativo. O previsto é que em 2025 a China esteja importando 185 mil toneladas acima do que for exportado.

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16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Carnes continuam com preço muito aquém do de grãos

FAO

Nos 24 meses decorridos entre maio de 2009 (época em que o mundo enfrentava o pior momento da

primeira grande crise econômica deste século) e abril passado, o preço das carnes no mercado internacional apresentou valorização de 30%.

O dado, do órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mostra, ainda, que nesse período, o preço dos grãos (cesta contendo trigo, arroz e milho) – produtos que há um ano chegaram a apresentar evolução de preços semelhante à das carnes – acumula nesses 24 meses valorização de 43%.

Bem mais significativa, porém, vem sendo a evolução de preços das oleaginosas (óleos e gorduras, também matéria-prima das rações animais): aumento de 55% em 24 meses.

Grãos: Em 24 meses, alta de 43%

Estados produtores de frango foram afetadosTornados

As quebras efetivas de produção somente serão conhecidas quando começarem a ser

divulgados os números de abate de abril e maio. Mas o fato é que os tornados que atingi-ram pelo menos sete estados do Sul dos EUA no final de abril, atingiram nesse número os cinco maiores produtores de carne de frango do país – Geórgia, Arkansas, Alabama, Mississipi e Carolina do Norte.

Na maior parte deles os efeitos dos tempo-rais foram mínimos. Mas não no estado do Alabama, onde as áreas mais afetadas concen-travam grande número de integrações de fran-gos de corte. Fala-se na destruição de algumas centenas de granjas, que tiveram todas suas criações perdidas e corresponderiam a cerca de 25% da produção do estado. Os prejuízos estenderam-se a praticamente todo o Alabama e a outros estados, devido à interrupção do fornecimento de energia elétrica e à paralisação de muitos abatedouros.

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Produção Animal | Avicultura 17

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Câmara aprova texto do novo Código Florestal

Ambientalistas X Ruralistas

Após semanas de embate,

negociações e troca de acusa-ções, a Câmara dos Deputados aprovou no dia 24 de maio o texto da reforma do Código Florestal com alterações que

significaram uma derrota para o governo.

Uma emenda aprovada por 273 votos a 182 rachou a base do governo levando os principais partidos gover-nistas, PT e PMDB, para lados opostos. O texto da emenda consolida a manu-

tenção de atividades agrícolas nas APPs (áreas de preservação permanen-te), autoriza os Estados a participarem da regularização ambiental e deixa claro a anistia para os desmates ocorri-dos até junho de 2008.

Entre outros pontos, o Código define a isenção da reserva legal para as propriedade de quatro módulos (20 a 400 hectares, dependendo do Estado), ponto que o governo é con-tra. A emenda e o texto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foram consi-derados um retrocesso pelos ambien-talistas que se revezaram na tribuna para fazer críticas à proposta.

O Código Florestal determina como deve ser a preservação de rios, florestas e encostas, combinada com a

produção de alimentos e a criação de gado. Desde 1965, quando foi criado, o Código Florestal passou por várias modificações. Há 12 anos o Congresso tenta discutir um novo texto.

Em outubro de 2009, Aldo assu-miu a relatoria. Apresentou um docu-mento que foi alvo de críticas de am-bientalistas e ruralistas. Ao longo do trabalho, o deputado foi acusado de defender os interesses do agronegócio e promover a anistia de desmatadores.

Questionado sobre seu texto final, Aldo disse que era “o possível”, ne-gando o alinhamento com os ruralistas e pedindo que a proposta seguisse para o Senado.

As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo.

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18 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Produção de pintos de corte repete 2010Avicultura norte-americana

O segmento avícola norte-americano produtor de pintos de corte encerrou o primeiro quadrimestre de 2011

com, praticamente, os mesmos volumes registrados em idêntico período do ano passado.

O volume de ovos incubados entre janeiro e abril deste ano, da ordem de 3,725 bilhões de unidades, registrou au-mento de apenas 0,82%. Já os 3,061 bilhões de pintos de corte alojados correspondem a um incremento de 1,08% - 32,7 milhões de cabeças a mais nos quatro primeiros meses de 2011.

A diferença de 0,26 ponto percentual entre o incremento de ovos incubados e o de pintos alojados sugere ligeiro au-mento de produtividade no setor. Em 2010, no primeiro quadrimestre, o percentual de pintos alojados em relação ao número de ovos incubados foi de, aproximadamente, 82,5%. Em 2011, no mesmo período, subiu para, também aproxima-damente, 83,2%.

Universidade de Guelph lança cátedra de bem-estar avícola

No Canadá

Produtores de ovos canadenses deci-diram defender seus interesses.

Encontraram receptividade na Universidade da Guelph, no Canadá, uma das mais conceituadas do mundo na área de pesquisas avícolas. Desse encontro resultou a criação de uma cátedra de nível superior dedicada exclusivamente ao estudo do bem-estar das aves.

A criação da nova cadeira é resulta-do de um convênio com duração inicial de sete anos, firmado entre a Universidade de Guelph e a Egg Farmers of Canada (EFC), entidade que congrega nacionalmente os produtores de ovos canadenses.

A titular da cadeira é a Professora Tina Widowski, do Departamento de Ciência Avícola e Animal da Universidade de Guelph que lidera o maior grupo de cientistas e pesquisado-res em bem-estar animal da América do Norte como Diretora do Centro Campbell para o Estudo do Bem-Estar Animal.

Universidade canadense é uma das mais respeitadas na área de pesquisas avícolas

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Produção Animal | Avicultura 19

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Ucrânia deve reduzir importação

Quase autossuficiente

Em visita ao complexo avícola da Agromars, localizado no vilarejo de Havrylivka, proximidades da capital, Kiev, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych,

afirmou que até o final de 2011 o mercado ucraniano estará sendo 100% suprido com “carne de frango de qualidade”. O que quis dizer, na verdade, é que seu país está chegando à autossuficiência e tende, a partir de 2012, a não mais importar carne de frango.

Normalmente, ao citar o produto importado, a liderança avícola ucraniana tem se referido a ele como “de baixa qualidade”. Mas Yanukovych, diplomático, segue outro caminho: afirma que a produção “de alta qualidade” atende de 82% a 84% das necessidades ucranianas. E acrescenta que o setor vem evoluindo rapidamente e adquirindo nível de competitividade tão elevado que, no ano que vem vai possi-bilitar ao país deixar de importar ao mesmo tempo em que deve expandir suas exportações.

No ano passado, segundo fontes locais, a avicultura ucraniana produziu perto de 1 milhão de toneladas de carne de frango e importou pouco mais de 100 mil toneladas, a maior parte da União Europeia. O Brasil também participou desse mercado, mas com apenas 250 toneladas – um volume que destoa das mais de 50 mil toneladas alcançadas no ano de 2004.

Produção Animal | Avicultura 19

Prejuízo de US$ 120,8 milhões no 1º tri

Pilgrim’s

A companhia norte-americana de carnes Pilgrim’s Pride anunciou prejuízo de US$20,8 milhões no primeiro trimestre ante US$45,5 milhões, no mesmo perío-

do do ano passado. O grupo brasileiro JBS possui participação de 67% na Pilgrim´s, que é a segunda maior produtora mundial de aves.

O dado negativo anunciado pela companhia é motivado pelo aumento do nível dos estoques e das despesas com ração, que superou o crescimento das vendas. Segundo dados do balanço, a empresa ainda registrou alta de 15% na receita, para US$1,89 bilhão.

A Pilgrim’s divulgou também que mais de cem granjas de integrados foram danificadas ou destruídas após uma série de tornados no Alabama, nos Estados Unidos.

As informações foram divulgadas pela Agência Estado.

Dado negativo é motivado pelo aumento do nível dos estoques e das

despesas com ração, que superou crescimento das vendas

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20 Produção Animal | Avicultura

Notícias / Empresas

Lucro sobe 527% em 2011Brasil Foods

A BRF registrou lucro líquido de R$383 milhões no primeiro trimes-

tre do ano, o que representa um cresci-mento de 527% ante os R$ 61 milhões apurados no mesmo período de 2010. A receita líquida cresceu 19%, para R$ 6,020 bilhões, ante R$ 5,047 bilhões de janeiro a março de 2010.

Segundo a empresa, contribuíram para o resultado o acerto na estratégia

de aquisição de insumos diante de um ambiente de alta das cotações das matérias-primas (commodities), a me-lhoria da gestão de custos e despesas operacionais, a continuidade da captu-ra de sinergias entre Perdigão e Sadia nas áreas autorizadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, e a melhoria de performance no merca-do externo. Essa última foi a divisão

que mais contribuiu para o aumento da margem Ebitda da empresa.

O presidente da Brasil Foods, José Antonio Fay, disse que o plano estraté-gico da companhia prevê que a empre-sa faça o processo dos alimentos fora do Brasil, e, por isso, a empresa deve adquirir companhias no exterior.

Procuradoria do Cade faz restrições

A Procuradoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça concluiu um parecer favorável à compra da Sadia pela Perdigão, mas com impor-tantes restrições. Pelo documento, que vai servir de base para o julgamento final do negócio, a Brasil Foods deve vender marcas e fábricas de maneira a permitir que uma terceira concorrente tenha condições reais de competir com a Sadia e a Perdigão.

O texto não especifica quais seriam as marcas ou fábricas. O procurador--geral do órgão antitruste, Gilvando Araújo, concluiu que, caso a empresa não concorde com medidas que permi-tam um terceiro competidor no merca-do, “impõe-se a reprovação da operação”.

As razões para a reprovação seriam “as elevadas concentrações encontra-das nos mercados relevantes analisados”.

As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.

Acerto na estratégia de aquisição de insumos contribuiu para o bom resultado

Lucro de R$25,2 milhõesMarfrig

O grupo Marfrig registrou lucro líquido de 25,2 de milhões de

reais no primeiro trimestre de 2011, contra prejuízo de 52 milhões no mes-mo intervalo do ano passado.

A receita líquida totalizou 5,25 bilhões de reais, um aumento de 64,3% em relação ao mesmo período

do ano anterior, o melhor desempenho em faturamento para primeiros trimestres.

As operações de Aves e Suínos Brasil (Nova Seara) apresentaram recei-ta líquida de 1,34 bilhão de reais, cres-cimento de 13,7 por cento na compa-ração com o mesmo trimestre de 2010.

As operações Internacionais de Aves e Suínos registraram receita líqui-da de 1,65 bilhão de reais, aumento de 181,3 por cento na mesma compara-ção, refletindo a incorporação da Keystone e O’Kane e as operações da companhia na Europa. As informações foram veiculadas pela Reuters.

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Produção Animal | Avicultura 21

Tyson inicia exportações para União Europeia

A partir de Campo Mourão, PR

A unidade produtiva da Tyson Foods de Campo Mourão, PR, foi habilitada

pelo Ministério da Agricultura para expor-tar carne de frango à União Europeia.

Hoje, esta unidade atende os merca-dos do Oriente Médio, Japão e Hong Kong, sendo responsável por 40% do volume de produtos exportados pela empresa.

“Campo Mourão é fundamental em nossa estratégia de desenvolvimen-to de novos mercados externos. Exemplo disso é que agora estamos nos preparando para habilitar a unida-de para exportar aos mercados da África do Sul, Canadá e China”, co-menta Raphael Martins, diretor comer-cial da Tyson do Brasil.

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Produção Animal | Avicultura 21

Céu Azul arremata Sertanejo

Leilão

A Céu Azul Alimentos arrematou, por R$ 61,5 milhões, os ativos da

Sertanejo Alimentos S.A. - o Frango

Sertanejo - braço produtor e processa-dor de aves do Grupo Arantes. A finalização da compra, no entanto, está condicionada ao fim de uma ação

judicial entre o empresário Danilo Arantes e seu irmão, Aderbal Arantes, sócios do Arantes, bem como à libera-ção de dívidas fiscais do Frango Sertanejo com a União.

A companhia está em recuperação judicial e o leilão pagará credores.

A Céu Azul Alimentos arrenda os ativos do Frango Sertanejo desde janeiro e foi a única companhia a participar do leilão, no dia 24 de maio, em São José do Rio Preto (SP). O valor pago de R$ 61,5 milhões fica bem abaixo dos R$ 74 milhões avalia-dos pela empresa e equivale a menos de um terço dos mais de R$ 200 mi-lhões pagos pelo Grupo Arantes, em 2008, pela aquisição do Frango Sertanejo.

Do total pago, caso a Justiça auto-rize o arremate do Frango Sertanejo, R$ 9,5 milhões irão para o escritório de advocacia do Grupo Arantes, o Felsberg e Associados, e R$ 500 mil para remunerar o administrador judi-cial, Luiz Augusto Winther Rebello. Os R$ 51,5 milhões restantes irão para o Banco Santander, credor da companhia.

As informações foram divulgadas pela Agência Estado.

Frango Sertanejo é o

braço produtor e processador

de aves do Grupo Arantes

e está em recuperação

judicial. Leilão vai pagar credores

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22 Produção Animal | Avicultura

Notícias

AVES IN NATURARepresentatividade da BRF e da Marfrig nos mercados interno e externo

1º Trimestre de 2011MIL TONELADAS

MERCADO EXTERNO MERCADO INTERNO PRODUÇÃO TOTAL

VOLUME PART. VOLUME PART. VOLUME PART.

BRF 409,0 47,28% 68,0 3,16% 477,0 15,45%

Marfrig 214,9 24,84% 31,1 1,44% 246,0 7,97%

Subtotal 623,9 72,13% 99,1 4,60% 723,0 23,42%

Demais 241,1 27,87% 2.055,4 95,40% 2.364,6 76,58%

TOTAL 865,0 100,00% 2.154,5 100,00% 3.087,6 100,00%

Fontes dos dados básicos: balanços das empresas e APINCO / Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: Os valores finais relativos ao mercado interno e à produção total referem-se apenas à carne de frango, cujo volume corresponde a cerca de 97%-98% da produção total de aves.

A participação de BRF e Marfrig No mercado interno e externo

Ao mesmo tempo em que mos-tram a participação das duas

empresas nas exportações brasileiras de carne de frango, os balanços tri-mestrais da Brasil Foods (BRF) e da Marfrig, recentemente divulgados, também trazem dados sobre os resul-tados obtidos por ambas, internamen-te, com as aves in natura. Por serem genéricos, os resultados apontados não podem ser considerados em seus valores absolutos. Mas dão uma boa indicação da participação das duas empresas no mercado interno. Isto – é bom deixar claro – em relação apenas à carne de frango in natura.

Dessa forma, enquanto nas expor-tações BRF e Marfrig responderam (1º trimestre de 2011) por 72% do volu-me exportado, internamente a partici-pação de ambas foi mínima – de ape-nas 4,6%. Isso tem explicação no fato de as duas empresas concentrarem seus negócios nos industrializados de carnes. Assim, por exemplo, a BRF comercializou, no trimestre, um total de 456 mil toneladas de carnes de aves, suínos e bovinos, 78% das quais (355 mil toneladas) corresponderam a produtos elaborados/processados. Ou seja: as carnes in natura representa-ram não mais que 22% do total (102 mil toneladas) e as de aves in natura

(68 mil toneladas) somente 15% do total.

Logicamente, os níveis de partici-pação no mercado de aves in natura não são tão baixos quanto os aponta-dos, porque uma parcela dos volumes totais considerados (quer no tocante ao mercado interno, quer em relação à produção total) também é industria-lizada, não é colocada no mercado

como produto in natura. Ou seja: se, por exemplo, 50% do total apontado para o mercado interno (2,154 milhões de toneladas) fossem industrializados, a participação de ambas no mercado de produto in natura subiria para pouco mais de 9%.

Portanto, nada que se compare ao peso das duas empresas na exporta-ção de carnes avícolas in natura.

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Produção Animal | Avicultura 23

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Produção Animal | Avicultura 23

Aurora lança dez novos produtos

Mais do mesmo

A Coopercentral Aurora lançou na Associação Paulista de Supermercados

(APAS 2011), de 9 a 12 de maio, um conjunto de dez novos produtos das linhas de hambúr-gueres, empanados e sanduíches prontos.

Segundo a companhia, os novos produtos fortalecem a crescente preferência nacional por comida pronta e aumenta a exposição da marca.

A Aurora Alimentos também ampliou o mix de empanados com seis novas variedades de sabores e embalagens. Os estreantes são: Auroggets Crocante, Auroggets Pizza (com formato de uma fatia de pizza), Auroggets Vegetais (pedaços de vegetais deixam o sabor mais suave), Auroggets Ball (bolinhas de frango empanadas), Auroggets Queijo e Tirinhas de Frango (tirinhas empanadas). Os pacotes são do tipo zip abre & fecha.

Embalagem do Auroggets Ball (bolinhas de frango empanadas)

Big Frango premia integrados

Oscar

José Mariano Dias foi bicampeão da competição Big Integração realizada pela empresa Big Frango. O integrado da

companhia foi premiado na AveSui 2011 (17 a 19 de maio, Florianopólis, SC) e cria hoje 60.000 aves no munícipio de Marumbi, PR.

O Big Integração também foi realizado na Festa do Frango em Nova Itacolomi (PR). Na ocasião, o campeão foi o produtor Sandro Tegon. Nova Itacolomi foi escolhido por ser o município que registrou o maior crescimento em avicultura dentro do sistema de integração do Grupo Big Frango. Em junho, a Big Frango vai premiar integrados do município de Rolândia (PR), escolhida por ser a sede da companhia, uma das maiores inte-gradoras de frango de corte do Brasil, com atuação em mais de 60 municípios e ultrapassando mil avicultores integrados. “Esses eventos serão palcos perfeitos para a premiação dos melhores produtores. Os integrados José Mariano Dias e Sandro Tegon estão de parabéns”, enfatiza Valter Bampi, Diretor Agropecuário da Big Frango.

Integrados durante a premiação na AveSui 2011

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Caderno Postura

24 Produção Animal | Avicultura

Caderno PosturaAs principais notícias do setor produtor de ovos

Notícias curtas postura ................... 24

Encontro Técnico da Granja Planalto .................................. 28

Vendas externas de ovos em casca retrocedem 60%

Em 2011

Dados compilados pela Jox Assessoria Agropecuária junto ao sistema Alice do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio revelam que em abril passado as exportações brasileiras de ovos em casca atingiram o mais baixo volume dos últi-mos 24 meses, ficando limitadas a 8,8 milhões de unidades, pouco mais de 24,5 mil caixas.

O resultado alcançado significou retrocesso dos embarques (em relação ao mesmo mês do ano anterior) pelo nono mês consecutivo. E fez com que o volume acumulado no primeiro quadrimestre de 2011 ficasse quase 60% aquém do registrado entre janeiro e abril de 2010. Nos últimos 12 meses as exportações do setor recuaram 42%.

Entrevista ............................................ 30

OVOS Desempenho das exportações

em 24 mesesMILHÕES DE UNIDADES

2009/10 2010/11 VAR.

Mai 27,657 30,400 9,92%

Jun 17,719 26,191 47,81%

Jul 19,384 21,719 12,00%

Ago 33,384 13,613 -59,22%

Set 43,308 24,581 -43,24%

Out 55,364 36,614 -33,87%

Nov 63,478 37,786 -40,47%

Dez 63,749 35,258 -44,69%

Jan 60,109 33,469 -44,32%

Fev 48,632 26,125 -46,28%

Mar 75,555 20,517 -72,84%

Abr 35,889 8,834 -75,38%

EM 4 MESES 220,185 88,946 -59,60%

EM 12 MESES 544,228 315,108 -42,10%

Fonte: JOX / Análises: AVISITE

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25 Produção Animal | Avicultura

Revista Veja e Domingão do Faustão dão espaço para o ovo

Em destaque

A edição de 4 de maio da Revista Veja dedicou três páginas para a reportagem

“Ovo, o curinga da geladeira”. Nela, o repórter afirma: “O ovo não é mais apontado pelos cardiologistas como um vilão da boa saúde - tampouco pelos gourmets como um alimento relegado ao posto de quebra-galho” E continua: “Absolvido nos consultó-rios e consagrado entre os chefs, o ovo voltou a reinar”. O chef Salvatore Loi, dos restaurantes Fasano, afirmou: Versátil e insubsti-tuível, ele é cada vez mais usado na gastronomia. A pedido da Veja, Loi e outros quatro consagrados profissio-nais elaboraram receitas para diver-sas situações, dias quentes ou frios e refeições leves ou dias de “muita fome”.

Nutricionista ressalta qualidade

O ovo como uma proteína barata e acessível à população foi enfatiza-do pela nutricionista Roseli Rossi, durante a edição de 1º de maio do programa Domingão do Faustão, transmitido pela Rede Globo. O quadro “Tô a fim de saber...” discu-tiu a alimentação dos brasileiros e os métodos corretos que precisam ser adotados para uma vida mais saudável.

No momento em que foi ques-tionada sobre a composição de um prato nutritivo, Rossi destacou a necessidade de haver verduras, legu-mes e uma proteína, como carne de frango, bovina ou ovo: “Uma proteí-na é sempre indispensável dentro da alimentação balanceada. Ou frango,

ou a carne bovina, ou os ovos, que tanto foram condenados e a gente sabe que é uma proteína barata e que tem um valor nutricional muito grande. Comer gostoso, saudável e barato é possibilidade de todo o povo brasileiro”, comentou a nutricionista.

Para assistir a entrevista da nutri-cionista na programa Domingão do Faustão: http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1498308-7822-TO+A+FIM+DE+SABER+ALIMENTACAO+DO+BRASILEIRO,00.html.

Ainda há trabalho a fazer A primeira semana de maio foi

produtiva para o ovo. Mas como nem tudo são flores, o jornal Bom Dia Brasil, da Globo, do dia 3 de maio, levou ao ar uma matéria sobre mitos e verdades na hora de prepa-rar o ovo e acabou tropeçando. A jornalista começou alertando: “A bactéria Salmonella pode estar pre-sente na gema do ovo. Por isso, é preciso cozinhar bem antes de comer”.

Na seqüência, a matéria lembra que o ovo “já foi considerado um grande vilão pelos cardiologistas, mas recentemente foi absolvido mesmo para quem tem níveis altos de colesterol. É um dos alimentos

mais completos, dizem os nutricio-nistas, com proteína pura”. E conti-nua: “A galinha carrega uma bacté-ria chamada Salmonella, que não faz mal nenhum às aves, mas é muito prejudicial para o ser humano”.

Sempre engajado nas campa-nhas de marketing do ovo, o Diretor-executivo da Ovos Brasil, José Roberto Bottura, afirmou que entrou em contato com a repórter do Bom Dia Brasil para esclarecer que algu-mas salmonelas são de característi-cas zoonóticas e portanto afetam tanto os animais como os humanos. Mas ele acredita que, de toda forma, a matéria contribui para desmistificar o colesterol do ovo.

Altino Loyola, da Associação Goiana de Avicultura, fez coro ao colega e agradeceu o trabalho da Ovos Brasil na defesa do ovo: “Antes, qualquer um falava mal deste alimento e o setor não se manifestava. Hoje, temos esta orga-nização que não mede esforços para trabalhar pelo ovo”. Loyola ainda aproveitou para conclamar todo o setor de postura nacional a colabo-rar e contribuir mais com a Ovos Brasil: “Precisamos nos organizar. Temos que deixar de ser galinheiros e atuar como empresários avícolas, participando mais da nossas associações”.

IMA

GEM

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ULG

ÃO

Ovo é o curinga da geladeira

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Caderno Postura

26 Produção Animal | Avicultura

Indústria do ovo dos EUA avalia sistemas de produção

Alternativa ideal

Da mesma forma que a cana-dense, a indústria norte--americana de ovos também

está preocupada em estabelecer – técnica e cientificamente, não a partir de “achismos” – qual é o melhor sistema de manutenção de poedeiras. Porque, mundo a fora, inclusive nos EUA, as gaiolas conven-cionais vêm sendo paulatinamente banidas em nome do bem-estar animal sem que se aponte a alterna-tiva ideal.

Porém, diferentemente do que vem sendo feito no Canadá (onde o setor patrocinou a implantação de uma cátedra de bem-estar das aves na Universidade de Guelph) os nor-te-americanos desencadeiam o processo financiando a um só tempo o trabalho de pesquisa de duas universidades – a da Califórnia (cam-pus de David, famoso por suas pes-quisas na área de produção de ovos) e a do Estado de Michigan.

A verba inicial recebida pelas duas universidades totaliza US$6 milhões e quem a forneceu é uma ONG recém-formada que, em portu-guês, poderia ser chamada simples-mente de Coalizão pelo Ovo Sustentável – em inglês, Coalition for Sustainable Egg Supply (CSES) - www.sustainableeggcoalition.org.

Como revela em sua página na internet a CSES congrega empresas de alimentos, instituições de pesqui-sas, organizações não-governamen-tais e outros agentes preocupados em compreender o impacto que os vários sistemas de alojamento de poedeiras apresentam sobre o supri-mento sustentável de ovos.

“A Coalizão acredita ser necessá-ria uma avaliação equilibrada e holís-tica da produção de ovos, algo que inclui os impactos ambientais, a segurança alimentar, a segurança dos trabalhadores, a saúde e o bem-

-estar animal e, por fim, acessibilida-de do alimento - tudo visando a um abastecimento sustentável” diz o site da CSES.

Com esse objetivo, inicialmente a organização está financiando proje-tos de pesquisa em escala comercial, entregues às Universidades da Califórnia e de Michigan. A meta é avaliar o grau de sustentabilidade de três diferentes tipos de alojamentos para poedeiras: as gaiolas enriqueci-das, equipadas com poleiros e ni-nhos; a criação em aviários, mas sobre piso (isto é, sem o uso de gaiolas); e, por fim, os sistemas de alojamento de uso convencional na maior parte do país pela indústria do ovo.

Não está especificado, mas entre os sistemas convencionais que serão avaliados estão os galpões com duas, quatro, seis ou mais fileiras de gaiolas – os mais utilizados na avicul-tura brasileira (e no mundo) para a produção de ovos. Curiosamente, esse sistema foi desenvolvido, mais de meio século atrás, no mesmo local que hoje deve submetê-lo a avaliação: o campus de Davis da Universidade da Califórnia. Daí ser conhecido como “aviário de gaiolas tipo Califórnia”.

Universidades vão estudar qual é a

alternativa ideal às gaiolas

convencionais

Meta é avaliar o grau de sustentabilidade de três diferentes tipos de alojamentos: as gaiolas enriquecidas, a criação em aviários e em sistema convencional

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Caderno Postura

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Granja Planalto organiza evento para clientes e parceiros com visita a incubatório e programação técnica

Palestras e palestrantes 1- Posicionamento do Grupo Hendrix Genetics no Mundo, 2- Evolução

genética das linhagens Dekalb White e Brown para o futuro, 3- Nutrição das poedeiras Dekalb White e Brown para obtenção da expressão máxima

do potencial genético na fase de produção ao menor custo, 4- Formação da franga de reposição - manejo nas fases de cria e recria e seus reflexos no período de produção, 5- Porque as vacinas falham? Aspectos que devem

ser considerados pra obtenção de uma vacinação eficaz, 6- Fatores que contribuem para melhoria da qualidade da casca dos ovos e métodos mais

utilizados para avaliação da casca em granjas de postura comercial, 7- Diferentes níveis energéticos utilizados na fase de produção e seus efeitos

sobre o consumo, conversão alimentar e custo por ovo produzido, 8- Desafios atuais na produção de ovos de consumo e na sanidade dos

planteis de poedeiras, 9- Parceria como estratégia de sucesso, 10- Encerramento do Encontro Técnico Postura Comercial

Mais uma vez a Granja Planalto inova seus eventos com uma abordagem dife-renciada que respeita as características

de cada um de seus clientes. A afirmação é de Gus-tavo Crosara, Gerente Geral de Postura da empre-sa, que reuniu em Uberlândia, MG, entre 4 e 6 de maio, cerca de cento e vinte clientes e parceiros pa-ra seu “Encontro Técnico de Postura Comercial”.

Com programa de alta qualidade técnica, o en-contro procurou abordar os diversos aspectos da avicultura de postura. “Para criar valores temos que estar preparados para identificar as oportuni-dades, fazer uma análise correta e, consequente-mente, gerar soluções diferenciadas para cada um de nossos clientes”, diz Crosara, que completa: “Os temas das palestras foram escolhidos de acordo com as tendências atuais que os produtores de ovos visualizam como essenciais para a melhoria dos índices zootécnicos, econômicos e financeiros, ou seja, informações de ponta que agregam valores ao negócio e produzem resultados tangíveis”.

Para Crosara, “após todos esses anos de dedica-ção, determinação e muito trabalho construímos uma empresa forte que fornece produtos com qua-lidade assegurada e conta com uma equipe técnica e comercial altamente qualificada, experiente e

Encontro Técnico de Postura Comercial

Gustavo CrosaraProgramação voltada às necessidades dos clientes, abordando melhoria dos índices zootécnicos e econômicos, além das tendências do setor

Informe Empresarial

1 - Benoît Pelé ISA

2 - Fidel Gonzalez ISA

3 - Vanessa KodairaGranja Planalto

4 - Maria Isabel AcioliGranja Planalto

5 - Clóvis de OliveiraMerial

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com credibilidade pra atuar em to-dos os nossos clientes.”

E finaliza: “A Planalto está pre-parada para atuar em toda cadeia de ovos de consumo com alto poten-cial para gerar soluções, criar valores e desenvolver trabalhos diferencia-dos para cada um de seus clientes.”

O EventoO encontro começou com uma

visita às instalações da fábrica de ra-ções e ao incubatório da Planalto. No incubatório Novo Mundo, os clientes fizeram uma visita guiada e puderam conhecer melhor as diver-sas etapas do processo de incubação. Além disso, conferiram a qualidade dos processos de produção, explica-dos por Marcela Borges, veterinária responsável e Flávio Menezes, coor-denador do incubatório. Banhos, vestimenta de trajes adequados e outras medidas de biosseguridade foram tomadas, pois já são procedi-mento padrão no incubatório.

De acordo com Marcela, 100% dos lotes são certificados e livres de patógenos, condição essencial para o bom desenvolvimento da ave no campo.

Entre as diversas etapas do pro-cesso, Marcela destacou o transpor-te como o elo chave. “Na Planalto somos mais de 1.500 profissionais trabalhando para levar uma ave de ótima qualidade ao produtor. Po-

rém, o trabalho de todos pode ser posto em risco se o transporte ao produtor não for eficiente e manti-ver as aves em condições ideais”, afirmou.

No dia 5 de maio foi iniciado o ciclo de palestras. A programação começou com o Diretor da ISA (Ins-titut de Sélection Animale), Benoit Pelé, falando sobre o posicionamen-to do grupo Hendrix Genitcs no mundo. Benoit mostrou a estrutura da empresa, detentora da marca Dekalb e dedicada à genética ani-mal de várias espécies, como poe-deiras, perus, suínos e animais para aquacultura. Conjuntamente com Fidel Gonzalez, Gerente da ISA para a América do Sul, foi abordado tam-bém os avanços na seleção pelo ge-nótipo (DNA) que resulta em uma seleção mais precisa e segura garan-tindo a maior eficiência dos progra-mas de melhoramento genético, além de reduzir algumas limitações das seleções baseadas no fenótipo.

Entre os palestrantes, o profes-sor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Paulo Lourenço da Silva, abordou a sanidade dos plantéis de poedeiras e os desafios atuais na produção de ovos. O cená-rio mundial está sempre em mu-dança e o papel do Brasil como for-necedor de alimentos traz também uma série de cobranças: “Para aten-der as exigências do consumidor

nacional e do mercado internacio-nal há uma necessidade continua de implementação de programas que garantam elevado padrão de quali-dade sanitária dos plantéis de poe-deiras, dos ovos de mesa e dos pro-dutos a base de ovos”, afirmou Lourenço.

Para fechar o encontro, o presi-dente da Granja Planalto, José Flá-vio Neves Mohallem falou aos parti-cipantes. Ele lembrou a complexidade da cadeia de ovos, o número de elos e de profissionais envolvidos, desde as primeiras pes-quisas para o desenvolvimento da genética, no exterior, até a chegada do ovo ao consumidor. “São milha-res de profissionais envolvidos e de-zenas de etapas, num processo lon-go, que chega a dez anos entre a pesquisa genética, seu desenvolvi-mento, multiplicação no mercado consumidor, produção no campo e chegada do ovo à mesa das pessoas”, afirmou. Nessa cadeia, para Mohal-lem, todos os elos são fundamen-tais. Falando sobre os objetivos do encontro, Flávio afirmou: “Nós que-remos melhorar todo o sistema de cadeia produtiva do Brasil”. E vê ainda a comercialização como um ponto fraco do segmento de postu-ra. Para melhorá-la, somente com a união dos produtores e a busca de parcerias, sempre com foco na qua-lidade, para fortalecer a cadeia.

8 - Paulo Lourenço da SilvaUFU

9 - César FalcãoConsultor

10 - José Flávio MohallemGranja Planalto

7 - Evandro de Abreu Fernandes

UFU

6 - Nelson Carneiro BaiãoUFMG

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José Flávio Mohallem, Presidente da Granja Planalto, que milita na avicultura de postura há mais de 20 anos; o engenheiro agrônomo Benoit Pelé, Diretor da ISA (Insti-tut de Sélection Animale), com experiência de três décadas em melhoramento genético e Fidel Gonzalez, Gerente da ISA para a América do Sul. Numa conversa descontraída, eles apontaram ten-dências, demonstraram que os produtores e profissionais preci-sam estar atento às mudanças e reafirmaram o comprometimento com a cadeia do ovo.

Mudança no mercado virá dos consumidores e afetará modo de produção.

Fidel Gonzalez: O mercado brasileiro de ovos vai mudar na medida em que o consumidor final comece a fazer pressão. Será que estaremos preparados quando chegar este momento? Até hoje nenhuma grande rede nacional de supermercados enfatizou produtos alternativos, pois não há pressão do consumidor. À medida que os grandes centros populacionais, como SP, RJ e as grandes capitais

começarem a fazer isso, teremos que nos adequar.

O produtor vai começar a ava-liar o que está produzindo. Por exemplo, por uma questão econô-mica fazemos o adensamento. Mas em alguns lugares, esta prática não precisa ser aplicada. Por quê? Mui-tas vezes a gente adensa, aumenta a mortalidade, e sem adensar você obtém igual produção daquelas aves, já que elas estão capacitadas para aumentar a sua produção de ovos. Aqui no Brasil há empresas que não adensam, pois viram be-nefício na viabilidade, ganharam em número de ovos e em qualidade.

Benoit Pelé: Talvez os consu-midores não mudem sozinhos, mas sejam influenciados pelos grandes supermercados. Na Euro-pa, bem-estar animal é a palavra

Os caminhos da postura comercialEntrevista

Flávio Mohallem, Benoit Pelé e Fidel Gonzalez

Durante o Encontro Técnico de Postura Comer-cial (4 a 6 de maio, Uberlândia, MG) a Revista do AviSite teve oportunidade de conversar com

três profissionais com conhecimento da realidade da postura comercial e das perspectivas nacionais e inter-nacionais para a cadeia produtiva do ovo:

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chave e se você não pensar nela e na conservação do meio ambiente, você não vai vender a sua produ-ção. Em 2012 não serão aceitos ovos provenientes da produção convencional no continente. Eu arrisco dizer que as regras foram feitas por pessoas que queriam in-fluenciar os consumidores. Talvez os consumidores de outros lugares, a partir de agora, passem a preferir ovos de criação extensiva. A Euro-pa não vai retomar o processo convencional de produção.

Fidel Gonzalez: E a avicultura de postura nacional também vai ter que se preparar. O setor tem nesse momento uma tendência de produção de muitos anos, mas o mercado aos poucos vai mudando. Um exemplo: nos EUA, o Mc Donald’s e outras grandes redes não queriam comprar ovos de empresas que debicavam as aves. Por quê? As pessoas vêem na prática um mau-trato. Porém sa-bemos que tem que ser feito para poder-mos produzir. Este tipo de situação leva a um processo de cons-cientização, que nos últimos anos está ocorrendo. O ovo orgânico é outro exemplo. Muitas pessoas nem olham o pre-ço, só olham: ovo orgânico. O que vem na cabeça? Esse ovo não tem nenhum pesticida, eu posso con-sumi-lo. A galinha está solta e “fe-liz”. Isso tudo isso influencia o ca-minho que as empresas vão tomar.

As redes de fast food tendem a querer produtos de animais cria-dos soltos, pois assim evitam a imagem de que maltratam o ani-mal. Este é um processo de cons-

cientização e de mercado, e preci-samos estar atentos.

Contraponto: Adensamento e exigências externas.

Fidel Gonzalez: Há a pressão externa de se trabalhar com modos alternativos de produção. É uma situação até estratégica para um país como o Brasil, um dos líderes mundiais do agronegócio, com a representatividade que terão as decisões aqui tomadas para os próximos 15, 20 anos. Se pensar-mos no sistema free range, também temos que levar em conta o custo maior em termos de consumo de ração. Quantos milhares de alquei-res teremos que desmatar para

plantar soja e milho, para passar a produzir de forma extensiva? A Europa não mais tem essa possibi-lidade. É uma situação com várias perspectivas. Nós temos que criar consciência como empresa genéti-ca, como produtores e distribuido-res de pintinho, como produtores de ovos e até como brasileiros, e pensar as questões que implicam o bem-estar, o ambiente e a susten-tabilidade da nossa cadeia.

Com a mudança no modo de produção, como ficará a produção europeia? O continente aumentará a importação de ovos?

Benoit Pelé: Nesta mudança de produção, vemos um aumento de 8 a 10% nos custos. Eu ousaria di-zer que não é muito. A venda é a preços europeus e a produção ex-tensiva tem um bom futuro no continente.

O volume de produção de ovos vai cair num primeiro momento, mas acredito que vá aumentar de-pois. As gaiolas enriquecidas apre-sentam boa produtividade, em al-guns casos melhor que a convencional, então não acho que haverá queda acentuada da produção.

Em relação aos valores de vare-jo, na Europa, atualmente o ovo free range é 60% mais caro do que o convencional no supermercado, e os orgânicos aproximadamente 150% mais. E o consumidor euro-peu paga por isso.

O grande problema será o in-vestimento para o produtor. Vai custar muito porque será necessá-rio no mínimo 15 a 20 euros a mais por gaiola, o que somado, é muita coisa.

Sobre a exportação, uma coisa tem que ficar clara: carnes (em ge-ral) são produtos muito exportados no mercado mundial, mas a im-

Troca de informação nos eventos nos permite reafirmar o conceito de cadeia, ligada por um trabalho de muitos anos

Benoit Pelé: Na Europa, bem-estar animal é

a palavra chave

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portação e exportação de ovos é baixa entre os países.

Eu acho que 2 a 3% do total de produção mundial é exportada, e deste montante, de 40 a 50% é fei-to entre Alemanha e a Holanda. Existe uma chance de aumentar a importação da Europa por causa da nova legislação, mas, como já disse, acho que seria mais no curto prazo.

Mais ou menos 7% do fluxo “estrangeiro” de ovos na Europa é destinada às plantas de processa-mento de ovos. Esses 7% vêm de origem indefinida. Mas mesmo os ovos processados já têm sua ori-

gem cobrada pelos supermercados, para atestar que estão de acordo com as regras vigentes. É uma for-ma de dizer que se você quiser im-portar ovoproduto, terá que usar o mesmo sistema de produção, um modo de proteger o mercado. Mesmo assim não estou muito certo se em médio prazo a Europa importará mais ovos do que agora.

Além disso, para exportar, tan-to carne de frango, quanto ovos, os custos de produção têm que ser muito reduzidos. E nos últimos dez anos os custos de produção aumentaram no Brasil. Produzin-do a baixo custo é mais fácil ex-portar, porque você ainda tem

uma margem. Porém, o câmbio é atualmente muito negativo para os produtores brasileiros, reduz a competitividade.

Perspectivas mundiais para os próximos 10 anos.

Benoit Pelé: Para avaliarmos os próximos anos, temos que olhar 10 anos para trás. Eu acho que o consumo de ovos não vai aumen-tar naqueles países que já atingi-ram a marca dos 250 ovos. Neste período, na Europa, não houve aumento do consumo, no México houve um pequeno aumento, no Japão houve aumento, Índia, onde o consumo é mais baixo, também não subiu muito. Acho que futura-mente vai aumentar o número de poedeiras, mas para atender a ex-pansão da população, e não um aumento do consumo per capita em si. Mesmo o Brasil, nos últimos dez anos, não teve evolução no número do consumo per capita – porém essa situação pode mudar. Mas, de maneira geral, o consumo de ovos per capita está estabilizado mundialmente agora.

Se o mercado externo de ovos in natura não é uma certeza, como fica o de ovoprodutos?

Benoit Pelé: Ano após ano os ovoprodutos estão crescendo, jun-to com este nicho de mercado - hoje em dia vemos até omeletes lí-quidas. Eu acho que vai crescer, mas não sabemos o limite. Há paí-ses, como os asiáticos, que estão pensando agora nos ovoprodutos, agindo rápido e investindo no segmento visando à exportação.

Flávio Mohallem: Para se en-tender a exportação de ovos, al-guns passos precisam ser esclareci-dos. Um deles é a disponibilidade

de matérias-primas para a produ-ção, e o Brasil tem uma vantagem competitiva interessante. Você tem a Europa que é um continente cada vez mais caro e mais valoriza-do internamente. Eles vão conti-nuar crescendo, mantendo o nível de produção rural ou vão mudar para outra opção com maior valor agregado? Pode ser que eles re-cuem, saiam um pouco da produ-ção agrícola. O ovo é um alimento que custa muito transportar in natura então você tem que trans-portar processado. Essas mudanças todas nesse tempo vão criar, ou não, as oportunidades de aumento de exportação. Pode ser até que o não crescimento da produção nos países mais desenvolvidos permita que o exportador brasileiro de ovos tenha outras oportunidades. É um cenário a ser acompanhado.

A nova legislação do Brasil, a ênfase na melhoria dos processos e na rastreabilidade.

Fidel Gonzalez: Esta é uma mudança muito positiva. Se em algum momento o mercado brasi-leiro quiser aumentar a exportação de ovo, vai ter que acompanhar as regulamentações do Ministério da Agricultura. E as regras são rígidas e estão sendo cumpridas pelos ex-portadores. Nacionalmente é uma coisa muito boa, porque um pro-duto mais seguro está sendo ofere-cido para o consumidor final.

Flávio Mohallem: A produção de ovos no Brasil nunca teve uma grande preocupação no aspecto qualidade. Isso está mudando. Es-sas evoluções trazem um aumento de custo. Quando falamos em ex-portação, eu não vejo o Brasil como um grande exportador de ovo in natura. O foco que tem que ser dado é via ovoproduto, porque

José Flávio Mohallem: Caminho para exportação de ovos para a Europa é via ovoproduto

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assim você transpõe a barreira lo-gística, que é muito cara para o ovo in casca; para mudar essa base de produção vai ser necessário agregar um pouco de custo - o que já está acontecendo no Brasil e mudar nosso modelo de produto para que a gente possa entrar na Europa. Hoje, o caminho para exportação de ovos para a Europa é via ovoproduto.

Mudança na percepção do ovo e a Ovos Brasil.

Fidel Gonzalez: Uma coisa que precisa ser destacada é como o ovo é recebido pela população. O ovo é um alimento completo e aqui no país não é realmente apreciado dessa maneira. O setor está traba-lhando no sentindo de informar tanto a população em geral quanto as diferentes áreas profissionais, que o ovo é uma ferramenta de alimentação, que ainda não apre-ciamos e aproveitamos realmente, como deveríamos.

Flávio Mohallem: A Ovos Bra-sil desenvolve um trabalho essen-cial, mas que o setor ainda não apóia plenamente. O setor enten-de, mas não apóia efetivamente como deveria. Essa é uma das difi-culdades. E a gente sabe que o tra-balho da Ovos Brasil é algo que o setor precisa fazer. Todo mundo entende a necessidade, mas a ade-são ao programa não é plena. Esta-mos vendo uma queda de adesão quando deveria acontecer o con-trário, pois vemos as ações da Ovos Brasil todos os dias. É preciso maior adesão por parte dos produ-tores brasileiros.

Benoit Pelé: É muito importan-te para o setor fazer mais marke-ting dos ovos. No Brasil ainda existe a possibilidade de expansão no consumo, porque é um alimen-

to completo, além de ser fácil de ser transportado, fácil de cozinhar e com muitas outras vantagens.

O encontro técnico, a troca de informações e um novo conceito de cadeia produtiva.

Fidel Gonzalez: Para a ISA é realmente importante participar deste tipo de evento, trazendo in-formações da empresa. Muitas ve-zes o produtor tem um relaciona-mento com a Planalto, que tem produto da ISA, mas... quem é a ISA? O que eles fazem?

É uma oportunidade de o cliente ver o relacionamento e a parceria que existe entre as duas empresas, a evolução dos produtos e onde queremos chegar junta-mente com a Planalto.

Nós somos a parte inicial, mas pequena, na cadeia de produção do ovo. Para nós é fundamental o trabalho que é feito aqui através da Planalto com o produtor, sobretu-do na parte da tecnificação e pro-dução mais eficientes. Esta transfe-rência de tecnologia é fundamental, e neste evento con-seguimos observar isto muito bem.

Benoit Pelé: Eu gosto do nosso negócio porque vemos uma cons-tante evolução. Devemos pensar as soluções de bem-estar animal não como entraves, mas como evolu-ções positivas, mesmo que aumen-tem os custos. Este tipo de encon-tro é muito importante, eu sempre tento participar ao redor do mun-do, pois são muito válidos para entender o mercado local e melho-rar nossa visão global do setor.

Flávio Mohallem: Em nosso evento buscamos reafirmar o con-ceito de cadeia, ligada por um tra-balho de muitos anos. Quando a ISA inicia o desenvolvimento de um produto, este vai levar três

anos para começar a atuar no Bra-sil. Nós teremos que alojar as nos-sas avós, as nossas matrizes... esta-mos falando de um ciclo de oito a dez anos, onde um erro no início do processo compromete tudo. Por isso a integração da cadeia, seu en-tendimento e os novos modelos de relacionamento entre seus elos são fundamentais. A gente vê na Euro-pa uma relação muito mais próxi-ma e especializada do que temos no Brasil. Aqui ainda vemos um

conceito em transição. O que que-remos trabalhar são resultados agregados ao conhecimento, valor e capacitação de todos os elos da cadeia, levando isso aos nossos clientes e fornecedores, reforçando uma relação de ganho mútuo. Tentamos trazer oportunidade, conhecimento, visão ao nosso cliente. O que estávamos discutin-do aqui, qual é a tendência? Todo mundo tem as perguntas, mas ninguém tem a resposta definitiva, por isso é importante que toda a cadeia pense e questione, para que possamos saber como dirigir nos-sas empresas e o nosso segmento ajuda, mas não resolve o problema, o setor tem que começar a pensar na automatização da mão de obra.

Para José Flávio, a Ovos Brasil

desenvolve um trabalho essencial para o marketing

do ovo, mas que o setor ainda não

apóia como deveria

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Efluentes

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ÁGUA MAIS LIMPA

ÁGUA MAIS LIMPA

O tratamento de efluentes em

abatedouros avícolas é obrigatório e

fundamental para amenizar o impacto

ambiental da atividade. A água tratada pode

retornar à natureza sem poluir rios e lagos e ainda

proporcionar economia ao frigorífico com a sua

reutilização nas atividades de limpeza de

áreas externas

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Produção Animal | Avicultura 35

Sabe-se que o lançamento de resíduos (ou efluentes) não trata-dos, ou insuficientemente trata-dos, além de ir contra a legislação ambiental brasileira, provoca im-pactos desastrosos ao meio am-biente como acúmulo de gorduras deterioradas, mau cheiro, mortan-dade de peixes em cursos d’água, infestação de insetos (moscas e mosquitos, por exemplo), entupi-mentos, comprometimento da área poluída e até riscos à saúde pública. Assim, as unidades de aba-te e de processamento de aves pre-cisam ter instalações e sistemas para fazer o tratamento de seus efluentes antes de transferi-los ao meio ambiente. Segundo o Minis-tério do Meio Ambiente, toda uni-dade frigorífica industrial precisa de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) para reduzir ao máximo o impacto ambiental ge-rado pelos seus resíduos. Caso con-trário, a unidade tem a sua licença ambiental negada e fica impedida de operar. As legislações, neste caso, abrangem todas as esferas: a municipal, a estadual e a federal (veja mais no box “Legislação Am-biental”). Para tanto, é preciso que a unidade frigorífica conheça quais são as exigências ambientais de sua localidade e siga as reco-mendações necessárias para o seu funcionamento dentro da legali-dade. Como a redução total da de-manda bioquímica desses efluen-tes é quase impossível, as técnicas de tratamento conseguem dimi-nuir os danos em cerca de 90%, evitando a poluição e a degradação de rios e do meio ambiente.

No Brasil e em vários países, a legislação ambiental regula o des-carte de efluentes sobre corpos d’água limitando a carga poluido-ra lançada de acordo com o tipo de uso estabelecido para a água do corpo receptor (abastecimento público, por exemplo). Também existe a participação de órgãos in-ternacionais de financiamento de

empreendimentos como o Banco Mundial, que adotam normas próprias de limitação de poluição causada por indústrias financia-das.

De acordo com o especialista em Legislação Ambiental e con-sultor da Associação dos Aviculto-res de Minas Gerais (Avimig), Emílio Mouchreck Filho, a água tratada pelas ETE’s dos frigoríficos de aves podem ser reutilizadas para lavagem de áreas externas do abatedouro e para irrigação de la-vouras. “Após o tratamento, esta água está apta para ser descartada, pois seus níveis de oxigênio e de coliformes fecais foram reduzidos, o que diminui expressivamente

O abate e o processamento de frangos geram, dia-riamente, toneladas de resíduos que, se não fo-rem tratados adequadamente, podem gerar po-

luição de rios e do ambiente ao seu entorno. Dessa forma, os resíduos da indústria avícola, compostos por águas sujas, ossos, graxas, penas e sangue, não podem ser simplesmente descartados na natureza.

Toda unidade frigorífica industrial

precisa de uma Estação de

Tratamento de Efluentes para

reduzir ao máximo o impacto ambiental gerado pelos seus

resíduos

Resíduos da indústria avícola, compostos por águas sujas, ossos, graxas, penas e sangue, não podem ser simplesmente descartados na natureza

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Efluentes

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um impacto ambien-tal. Porém, esta água não pode ser reapro-veitada nos processos do abatedouro, porque a sua reciclagem total é muito difícil de ser feita”, alerta. Mou-chreck Filho também explica que o processo de tratamento de efluentes serve para se-parar os resíduos sóli-dos e os líquidos. “No caso dos frigoríficos de aves, os resíduos sóli-dos (penas, ossos e partes de san-gue) vão para as graxarias para a fabricação de farinhas”, relata. “É bom ressaltar que o tratamento de efluentes em uma unidade frigorí-fica é uma obrigação. Sem este sis-tema de tratamento a unidade não pode operar, pois o seu objeti-vo é reduzir o impacto ambiental na região onde o abatedouro en-contra-se instalado”.

E para manter o frigorífico em pleno funcionamento, a unidade precisa contar com uma equipe de monitoramento e de manutenção da ETE que, periodicamente, co-lhe amostras da água tratada e as encaminha para análises nos la-boratórios credenciados. “Estas análises são feitas de acordo com a legislação de cada Estado ou loca-lidade, mas, geralmente, são feitas a cada dois ou três meses. Esta fis-calização é rígida e pode compro-meter a licença ambiental do aba-tedouro”, frisa o especialista.

Tipos de tratamentoUm sistema de tratamento de

efluentes, de uma forma geral, permite que a água utilizada em um processo industrial possa re-tornar ao meio ambiente (rios, la-gos, lençóis, etc) sem a poluição obtida na atividade industrial como, por exemplo: óleos e gra-

xas, areia, sólidos, temperatura e pH, demanda química de oxigê-nio, entre outros.

Segundo Antonio Celso Rossi-ni, diretor Técnico da Wasserlink, empresa paulista de projetos e tecnologias para tratamento de efluentes industriais, existem vá-rios tipos de sistemas para este tipo de tratamento. “Os sistemas de tratamento podem ser aeró-bios, anaeróbios e combinados, de acordo com o tipo de micro-orga-nismos presentes nos módulos de tratamento para a redução da car-ga orgânica e ao atendimento dos limites de lançamento”, descreve. “No caso específico dos frigorífi-cos, os principais módulos de tra-tamento são: peneiramento, re-moção de óleos e graxas, reatores aeróbios e anóxicos para redução biológica de nutrientes (fósforo e nitrogênio, que podem causar a eutrofização – crescimento de al-gas - dos corpos hídricos), decan-tadores para a remoção de sólidos, unidades de desaguamento para redução da umidade dos resíduos sólidos gerados no sistema de tra-tamento, com a produção de água+resíduo+óleo”.

Rossini revela que, hoje, a grande maioria das grandes em-presas frigoríficas está desenvol-vendo engenharia específica de

No Brasil, grande parte dos efluentes gerados pela indústria processadora de aves e suínos é tratada por sistemas de lagoas de estabilização

A presença de estações de tratamento de efluentes é obrigatória nas unidades

frigoríficas brasileiras

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Produção Animal | Avicultura 37Produção Animal | Avicultura 37

tratamento, tendo a colaboração de empresas e de consultorias es-pecializadas. “Porém, há uma ne-cessidade crescente de melhorias nos processos de tratamento ins-talados para fazer frente tanto ao crescimento do frigorífico quanto ao atendimento das regulamenta-ções ambientais. Este é um proces-so que não pode ficar estagnado. A estação de tratamento deve acompanhar o crescimento do frigorífico”, avalia.

Mas como saber qual é o siste-ma mais adequado para cada fri-gorífico? O consultor Emílio Mouchreck Filho diz que a escolha do sistema deve levar em conside-ração, dentre outros, os fatores eficiência na remoção e estabiliza-ção da demanda bioquímica de oxigênio (DBO), exigência de es-paço, flexibilidade operacional e custo. Ele aponta os sistemas de tratamento com lagoas de estabili-zação e o sistema com lodos ativa-dos como os mais comuns para as unidades frigoríficas. “As lagoas de estabilização (anaeróbia e fa-cultativa) são mais apropriadas onde, entre outros, a terra é barata e o clima é favorável. A construção é simples, envolvendo principal-mente, movimentação de terra. Em geral, os custos podem ser bastante compensadores desde que o terreno seja barato e a movi-mentação de terra não seja exces-siva”, descreve. “O sistema de lo-dos ativados, no entanto, é muito utilizado para o tratamento de despejos domésticos e industriais, em situações de elevadas qualida-de e quantidade de efluentes, além de reduzidos requisitos de espaço e área”.

De acordo com o consultor, o sistema de lagoas de estabilização, anaeróbia mais a facultativa, co-nhecido também como Lagoas Australianas, é usado, preferen-cialmente, para o tratamento de

esgotos domésticos e industriais com altos teores de DBO, como é o caso de laticínios e de abatedouros avícolas. “Dessa forma, o efluente entra inicialmente na lagoa de menor tamanho e de maior pro-fundidade, que é a anaeróbia”, explica Mouchreck Filho. “Devido às características de reprodução das bactérias anaeróbias, a taxa de estabilização da matéria orgânica é lenta. Isto quer dizer que, para o tempo de detenção de três e cinco dias do efluente, a remoção e esta-bilização da DBO é de 50% a 60%, aliviando, por conseguinte, a car-ga para a lagoa facultativa, que recebe 40% a 50% do efluente bruto”. As vantagens deste siste-ma, segundo o especialista, são: satisfatória eficiência na remoção de DBO, construção, operação e manutenção simples, reduzidos custos de implantação e operação,

Frigoríficos avícolas geram resíduos altamente poluentes ao meio ambiente como gorduras, ossos, penas e sangue

Os sistemas de tratamento podem ser aeróbios, anaeróbios e combinados, de acordo com o tipo de micro-organismos presentes nos módulos de tratamento

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38 Produção Animal | Avicultura

Efluentes

ausência de equipa-mentos, remoção do lodo após longo tempo de acúmulo e menor espaço de instalação. “Como desvantagem, posso citar a possibili-dade de mau cheiro na lagoa anaeróbia e a necessidade de afasta-mento de residências circunvizinhas”, aler-ta.

Já o sistema com lodos ativados funciona da se-guinte forma: a aeração é feita de forma prolongada (18 – 30 dias), quando o lodo já sai estabilizado. “Ocorre aqui uma grande simplifi-cação do processo, porque não há necessidade de decantador primá-rio”, esclarece o consultor. Quan-do o tanque único passa a ser a unidade de digestão do lodo, no mesmo tanque, acontecem as eta-pas de reação e sedimentação. “Quando os aeradores estão desli-gados, os sólidos sedimentam, ocasião em que se retira o efluente (sobrenadante). Ao religarem-se os aeradores, os sólidos sedimen-tados retornam à massa líquida, o que dispensa elevatórias de recir-

culação”. Sobre este sistema, Mouchreck Filho destaca a eleva-da eficiência na remoção de DBO, baixa exigência de espaço (área), é a variante de concepção mais simples e de maior flexibilidade operacional, exige menos equipa-mento que as outras variantes. E como desvantagens, o consultor aponta o seu elevado custo de im-plantação e de operação, maior potência instalada em relação às demais variantes, necessidade de tratamento e disposição do lodo. “O tratamento com lagoas, em geral, é mais barato do que o com lodos ativados. Este último exige uma área menor, o que significa mais gasto com mecanizações. Quando você tem área livre maior, que é o caso do tratamento de la-goas, fica mais fácil de manejar. A técnica de lodos ativados é indica-da para regiões com a topografia acidentada e o tratamento em la-goas é mais recomendado para áreas maiores”, resume.

No Brasil, segundo os especia-listas do agronegócio, grande par-te dos efluentes gerados pela in-dústria processadora de aves e suínos é tratada por sistemas de lagoas de estabilização.

De acordo com os especialistas em qualidade de água, a existência de oxigênio (O2) dissolvido nas águas (OD), é uma necessidade fundamental para a subsistência da vida aquática. A maioria das espécies de peixes necessita de pelo menos 3 mg de oxigênio dissolvido por litro de água para sobreviver. “A 20ºC – 25ºC, os níveis máximos de oxigênio dissolvido na água situam-se na faixa de 8 mg a 7 mg por litro”, relata em seu trabalho sobre tratamento de efluentes industriais, Luiz Alberto Cesar Teixeira, professor do Departamento de Ciência de Materiais e Metalurgia e membro do Programa de Engenharia Ambiental da PUC, do Rio de Janeiro, RJ. “O aumento de temperatura causa

diminuição na solubilidade de oxigênio na água, a qual chega a zero na temperatura de ebulição”. Segundo ele, o lançamento de esgotos e efluentes industriais contendo substâncias orgânicas sobre os cursos d´água leva ao consumo do pouco oxigênio disponível na água por consequência de reações do tipo: Mat. Org + O2 (aq) --- CO2 (aq) + H2O - o que pode causar mortandade de peixes e outros organismos. Para evitar esses impactos, o professor descreve a receitinha básica, que recomenda a adoção dos conceitos, mensuração e controle de Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) em efluentes e nas águas dos rios ou lagos receptores.

Tratamento com lagoas, em geral, é mais barato do que com lodos ativados, diz especialista

A química da vida aquática

Água sem tratamento polui rios e lagos, causando

prejuízos quase que incalculáveis

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Produção Animal | Avicultura 39

A legislação ambiental é muito complexa, mesmo aquela somente aplicada à indústria. Como aqui o destaque é o tratamento dos efluentes de frigoríficos de aves, é preciso conhecer os padrões de lançamento dos efluentes para diversos Estados brasileiros, com enfoque especial para suas especificidades. A legislação é a primeira condicionante para um projeto de uma estação de tratamento de efluentes (ETE), sendo importante ressaltar que as diferenças das legislações muitas vezes inviabilizam a cópia de uma estação de tratamento que apresente sucesso em um Estado para outro. Uma ETE pode ser suficiente para atender a legislação de um Estado, mas não atender a todos os limites estabelecidos por outro Estado. Os parâmetros para controle da carga orgânica são aplicados de forma muito diferente, entre alguns Estados. É sempre recomendável a consulta a órgãos especializados e a empresas de consultoria nesta área antes de projetar e viabilizar um sistema de tratamento de efluentes. Para tanto, vale pesquisas e leituras junto às seguintes leis:

Constituição Federal de 1988: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade

de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

Lei 10.406 de 2002 - Código Civil: Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.

Decreto 24.643 de 1934 - Código de ÁguasLei 9.433/97, Lei das Águas de 1997

Conama 357/2005: parâmetros para lançamento de efluentes em corpos d’água.

Lei Federal 11.445/2007: estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

Decreto 7.271 de 21 de Junho de 2010: regulamenta a Lei Federal 11.445/2007 que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

Legislação Ambiental

Na práticaA empresa Big Frango, instala-

da em Rolândia, PR, abate hoje 400 mil aves por dia e mantém uma ETE com lagoas anaeróbicas e aeróbicas, com capacidade para o tratamento de efluentes oriun-dos de um abate de 500 mil aves por dia. “Tratamos a água desta estação e os demais resíduos são transportados até a fábrica de subprodutos para serem transfor-mados em farinhas e óleos, com uso posterior na alimentação animal. Tudo isso atendendo às normas legais determinadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (Mapa)”, re-vela Valter Bampi, diretor indus-trial da Big Frango. Segundo ele, este sistema de tratamento de efluentes acompanha a agroin-dústria desde a sua fundação, há

40 anos. “Seguimos à risca a le-gislação ambiental brasileira e do Estado do Paraná”. Além de redu-zir o impacto ambiental na re-gião, o diretor da Big Frango des-

taca que a ETE ajuda na contenção de desperdício de água.

“Toda a água tratada vai para um depósito e é reutilizada nas tarefas de limpeza externa e lava-gem da indústria”.

Outro bom exemplo é o da unidade da Perdigão, em Capin-zal, SC. O complexo inaugurou em 2006 uma moderna estação de tratamento de efluentes, por sistemas de lagoas, com capacida-de para um abate diário de 500 mil aves. Logo após o início de suas operações, o novo sistema conquistou o seu primeiro Prê-mio Fritz Müller, a principal pre-miação na área ambiental, conce-dida pela Fundação de Meio Ambiente (Fatma) e pelo governo de Santa Catarina, pela redução do impacto ambiental que a ETE proporcionou à região.

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40 Produção Animal | Avicultura

Caderno NutriçãoCaderno NutriçãoAs principais notícias do setor

Noticias curtas ...................................... 40

As novas Tabelas Brasileiras para Aves ............................. 42

Ração especial para machos ................. 46

Informe Técnico - Empresarial ............... 50

Empresas e Produtos .................... 53

China quer grãos só para alimentação animal

Para biocombustíveis não

Conforme a imprensa asiática, autoridades chinesas entendem

que os chamados “grãos forragei-ros” devem ser utilizados exclusiva-mente como alimento animal. Por isso, o governo planeja impedir a implantação de novos projetos in-dustriais em que esses grãos não sejam a matéria-prima de carnes, leite e ovos. A adoção da medida deve limitar, por exemplo, os cres-centes investimentos em biocombustíveis.

O milho parece ser o melhor exemplo. Estima-se que atualmente a produção de etanol e de adoçan-tes artificiais consuma um terço do grão produzido na China. Como as indústrias remuneram melhor que a agropecuária, as indústrias de ração do país mais populoso do mundo acabam enfrentando dificuldades para acessar o grão. Isso sem contar que aumentam cada vez mais as perspectivas de escassez do produto, já que a demanda cresce muito mais rápido que a produção.

Com essa finalidade, adianta-se que o governo deve, também, limitar a implantação de projetos de fabri-cação de amido de milho cuja capa-cidade de produção seja inferior a 300 mil toneladas anuais e proibir de vez as indústrias com capacidade inferior a 100 mil toneladas, devido à sua menor eficiência na utilização do grão.

Na opinião de técnicos da área processadora de grãos, os negócios no setor vêm sendo tão estimulantes que o governo de Pequim não con-seguiu impedir que a indústria tives-se uma expansão caracterizada

como “sem precedentes. Como resultado, a capacidade instalada atual, ainda parcialmente ociosa, subiu para 70 milhões de toneladas/ano.

O que se prevê, no corrente exercício, é que essas indústrias estarão consumindo cerca de 50 milhões de toneladas de milho, volu-me correspondente a quase 30% da produção esperada pela China para 2010. Aqui, numa rara concordância entre as duas partes, chineses e norte-americanos (USDA) projetam para a China produção da ordem de 170 milhões de toneladas de milho.

No momento, não há como reduzir ou impedir o consumo pre-visto. Mas para evitar que ele conti-nue em expansão, já foi determina-do ao sistema bancário chinês a suspensão de financiamentos a comerciantes de milho. Paralelamente, foram reduzidos os subsídios e incentivos oferecidos às indústrias processadoras de milho. Outro procedimento cujos resultados devem ser significativos é a limitação da produção de etanol a partir do milho.

Em 2011, indústria

chinesa deve consumir

50 milhões de toneladas de milho, quase

30% da produção

prevista

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41 Produção Animal | Avicultura

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42 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

42 Produção Animal | Avicultura

As novas Tabelas Brasileiras

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43 Produção Animal | Avicultura42 Produção Animal | Avicultura

Ao montar uma dieta ani-mal, um nutricionista deve atentar para os se-guintes pontos: (1)

Atender os requerimentos míni-mos nutricionais dos animais, (2) oferecer ingredientes de qualida-de, monitorados e bem processa-dos e (3) cuidar para que o am-biente criatório seja adequado e saudável. A explicação é de Paulo Tabajara Costa, Diretor Técnico e Cientifico da Vitagri e há pouco afastado do magistério na Univer-sidade Federal de Santa Maria (UFSM).

E, desde março, os nutricionis-tas que trabalham nas áreas avíco-la e sunícola podem contar com as novas Tabelas Nutricionais para Aves e Suínos, que são a base de qualquer formulação de alimentos para estas espécies.

Lançadas em 2000 pela Uni-versidade Federal de Viçosa (UFV), este material sucede as Tabelas Brasileiras de Composição de Ali-mentos e Exigências Nutricionais, estas publicadas em 1983 pela mesma instituição. Vieram para

suprir uma necessidade dos nutri-cionistas brasileiros que baseavam os cálculos de rações em tabelas publicadas no exterior. Até então a formulação de rações era toda ba-seada em informações e dados es-tabelecidos fora do Brasil e não ti-nham perfeita aplicabilidade nas condições nacionais. Hoje, a situa-ção é bem diferente graças ao es-forço de equipes e instituições de pesquisa, como a UFV e seu De-partamento de Zootecnia, que de-senvolve trabalhos de experimen-tação e de pesquisa. O Professor Horacio Rostagno, por exemplo, participou dos estudos para a pu-blicação da edição zero das tabe-las, ainda em 1983 e está até hoje, junto com o professor Luiz Fer-nando T. Albino e extensa equipe, entre aqueles que lideram as pes-quisas para a atualização constan-te do material.

A nova publicação é a terceira edição das tabelas, que são revisa-das e atualizadas a cada cinco anos. É tempo suficiente para ge-rar novos conhecimentos, já que novos alimentos são incluídos a

cada edição. Pesquisadores defen-dem que a atualização do material deve ser constante em decorrência do melhoramento genético sem-pre em evolução e de novas maté-rias-primas utilizadas nas rações, além das melhorias de condições de manejo, instalações e sanidade.

Como explicam os acadêmicos ouvidos por esta reportagem, as Tabelas Brasileiras para Aves e Suí-nos procuram relacionar os dife-rentes componentes e relatar os nutrientes existentes nos ingre-dientes, segundo diferentes e di-vergentes graus tecnológicos, de produção, de armazenamento e de processamento fabril. Em outras palavras apresentam, em seu con-teúdo, a composição química, os valores energéticos, o conteúdo de aminoácidos totais e digestíveis e o conteúdo mineral de cerca de 270 alimentos.

Delas são extraídas duas infor-mações principais para a elabora-ção de uma dieta animal: a com-posição das matérias-primas utilizadas para compor a ração e as exigências nutricionais para a es-

Composição de alimentos e exigências nutricionais paraaves e suínos

As Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos apresentam, em seu conteúdo, a composição

química, os valores energéticos, o conteúdo de aminoácidos totais e digestíveis e o conteúdo

mineral de cerca de 270 alimentos

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44 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

pécie animal de interesse, assim como sua fase de desenvolvimen-to.

Segundo material divulgado pela UFV, para a divulgação da ter-ceira edição das Tabelas Brasileiras foram realizados milhares de aná-lises de alimentos produzidos no Brasil, especialmente em Viçosa, MG. Para a determinação dos va-lores de energia foram conduzidos dezenas de ensaios com animais em laboratórios de nutrição ani-mal e grande número de análises químicas. A determinação dos ní-veis de exigência nutricional en-volveu a realização de testes bioló-gicos com frangos de corte, poedeiras e suínos nas diversas fa-ses da criação e sob variadas con-dições de ambiente e de tempera-tura.

Para o pesquisador Everton Krabbe, da Embrapa Suínos e Aves, pode ser interessante uma maior participação de pesquisas de ou-tras instituições na atualização do material, criando uma identidade mais representativa da realidade nacional. De toda forma, ele acre-dita que o mérito é dos idealizado-res da ideia, que apresentam uma intensa produção científica volta-da para o estabelecimento de exi-gências nutricionais e composição de matérias-primas.

Na publicação Tabelas Brasilei-ras para Aves e Suínos, os temas estão divididos em: composição de matérias primas e exigências nutricionais de frangos de corte, poedeiras, matrizes pesadas, co-dornas, suínos em crescimento e suínos reprodutores. O material, editado em português, inglês e es-panhol (por ser também muito utilizado entre os países da Améri-ca do Sul), apresenta um total de 119 tabelas, o que, segundo o pes-quisador Everton Krabbe, mostra o grau de detalhamento em que se encontra a nutrição de aves e suí-nos.

A principal novidade desta 3ª edição é a atualização na compo-sição nutricional dos alimentos e das exigências nutricionais de acordo com a idade dos animais. Além disso, como explica o pro-fessor Luiz Fernando T. Albino, da UFV, outro ponto a ser considera-do nesta nova edição é o progra-ma “Calculador”, que acompanha o material das tabelas. Este “Cal-culador” é voltado para o público estudantil e profissional. O pro-grama tem como finalidade cola-borar com o usuário no uso das equações apresentadas nas Tabe-las Brasileiras para Aves e Suínos, tornando mais dinâmica as for-mulações das exigências nutricio-

nais e os valores energéticos dos alimentos. Paulo Tabajara comple-ta dizendo que as Tabelas atuais são mais ricas em detalhes técni-cos e metodologias científicas. “Nos trazem informes mais atuais à evolução da realidade produtiva nacional, tanto em modernos plantéis animais, como nos ingre-dientes atualmente disponíveis”.

Everton Krabbe, da Embrapa Suínos e Aves, considera que nesta última edição ocorreu um signifi-cativo número de modificações e adições: “Entre as alterações está a inclusão de novas matérias-pri-mas, como o farelo de girassol, de novas equações, como por exem-plo, para a predição de aminoáci-

As Tabelas Nutricionais Brasileiras

As Tabelas Nutricionais Brasileiras são de grande relevância e valia à sintonia e interação de duas variáveis: (a) Requerimentos nutricionais animais e (b) Disponibilidade dos nutrientes nos ingredientes. É o que afirma Paulo Tabajara Costa, Diretor Técnico e Científico da Vitagri. Segundo ele, para alcançar estas duas variáveis é necessário: (1) Estabelecer os requerimentos nutricionais mínimos à cada espécie e no estágio fisiológico que se encontra, (2) Mensurar com exatidão os nutrientes existentes nos alimentos disponíveis-economicamente.

Nesta 3a edição das Tabelas Brasileiras foi incluído o programa

“Calculador” que permite ao

nutricionista atualizar os valores nutricionais

dos alimentos e formular a ração

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45 Produção Animal | Avicultura

dos e a inclusão de energia meta-bolizável para galinhas e metabolizável e digestível para porcas. Entre as novidades está também as exigências nutricio-nais para codornas, a inclusão do parâmetro fósforo digestível (an-teriormente apenas o fósforo dis-ponível era apresentado), a redu-ção dos níveis de fósforo e cálcio para frangos de corte ao longo do seu período de vida, mantendo os níveis para a fase inicial e com uma significativa mudança para aves de maior idade, e as exigên-cias de aminoácidos para frangos (na edição anterior dividida em três fases e nesta nova edição são divididas em duas fases apenas). Já as relações de aminoácidos so-freram poucas alterações, sendo a maior amplitude para a arginina para frangos e treonina para poe-deira (de 66 para 76% a treonina digestível em relação a lisina di-gestível)”.

O pesquisador Everton lembra que as tabelas nutricionais são fruto de experimentação animal e que estes ensaios são conduzidos sob condições de manejo adequa-do, sanidade perfeita e genética específica daquele momento. Ele destaca: “Em condições práticas, há uma série de fatores não con-trolados ou menos controlados. Evidentemente que a nutrição ide-al para condições perfeitas pode não ser a nutrição correta para condições de desafio em diferen-tes graus, como é no campo”. E completa: “Neste caso, o nutricio-nista deve seguir os seus conheci-mentos e percepção da realidade para efetuar os ajustes que julgar pertinentes”.

A UFV acredita que, apesar de representarem uma importante contribuição, ainda existem avan-ços necessários. A continuidade dos trabalhos de pesquisa, asso-ciada à colaboração dos pesquisa-dores, técnicos e criadores do País,

deve permitir o aperfeiçoamento dessas informações. Everton Krab-be assina embaixo: “Na atual con-juntura, o que foi novidade on-tem, hoje já está defasado. A nutrição animal vive uma fase de grandes avanços, sem dúvida as pesquisas continuam e as tabelas sofrerão muitas atualizações ain-da. Mas é preciso lembrar que é necessária uma transferência da tecnologia existente, não apenas de nutrição, mas também de ou-tros aspectos que afetam a produ-ção animal”. Ele também sugere que alguns temas não são revisa-dos há algum tempo, “provavel-mente por se assumir que não existam oportunidades de apri-moramento, como por exemplo, níveis de microminerais e vitami-nas. O efeito do processamento dos alimentos também deveria ser considerado, tais como granulo-metria e peletização”.

O material que contém as Ta-belas e o programa “Calculador” podem ser solicitados à editora da UFV através do e-mail [email protected] ou diretamente pelo telefo-ne (31) 3899-3310.

Novas matérias-primas, como o farelo de girassol, foram incluídas na 3ª edição das Tabelas Brasileiras

Professor Albino: Nutricionista necessita de

informações precisas sobre a composição

dos alimentos e as exigências nutricionais da

categoria de animal que se pretende

alimentar. Aí entram as Tabelas Brasileiras

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46 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

O amplo crescimento da avicultura mundial foi conferido à eficiência e eficácia da produção de carne de frangos a custos mais competitivos.

O contínuo melhoramento genético de frangos de corte para rápido crescimento, eficiência alimentar e ren-dimento de carne, em geral, implica na necessidade de adaptação constante do manejo e regime de alimentação das matrizes para evitar os potenciais efeitos negativos do excesso de peso das aves no desempenho reprodutivo (ROMERO-SANCHEZ et al., 2007). Embora os métodos de restrição alimentar quantitativo e qualitativo, de-monstrarem ser adequados para o controle do ganho de peso em matrizes (DE BEER e COON, 2007; FANTINI, 2007), a restrição de nutrientes dos machos manteve-se um problema recorrente (BRAKE e PEAK, 1999).

Características de eficiência reprodutiva são de herda-bilidade relativamente baixas, portanto, os demais fato-res não genéticos são importantes para o desempenho re-produtivo das matrizes como, por exemplo, a nutrição.

Segundo Borges et al. (2006), o manejo nutricional da

RAÇÃO ESPECIAL PARA MACHOS REPRODUTORESTrabalho avalia os níveis de proteína e energia em dietas para machos matrizes de corte e as relações com peso, eclosão e fertilidadeAutoras: Márcia Marques Silveira1, Adriana Garcia de Freitas1 1- Granja Planalto, Uberlândia, MG

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47 Produção Animal | Avicultura

matriz tem recebido maior ênfase, enquanto a nutrição do galo tem sido relegada ao segundo plano. Apesar de os machos reprodutores constituírem apenas 10% do plan-tel em relação às fêmeas, represen-tam 50% da carga genética e são essenciais para a fertilidade.

Durante a última fase da vida reprodutiva, a fertilidade dos lotes de matrizes declina (WALSH e BRAKE, 1997). Esta redução da fertilidade tem sido amplamente atribuída à progressiva redução na eficiência da cópula, frequência de acasalamento, ou ambos (DUNCAN et al., 1990), que têm sido relacionados ao excesso de ganho de peso dos machos (HO-CKING e BERNARD, 2000).

Melhorar a persistência da fer-tilidade das matrizes das linha-gens modernas de frangos duran-te todo o período de postura é um dos maiores desafios da avicultura hoje.

Este estudo teve como objetivo avaliar duas dietas, uma formula-da para fêmeas e fornecida aos machos e a outra específica para os machos matrizes, no período de produção.

Material e métodosO estudo foi realizado em uma

Unidade de Produção de matrizes pesadas, pertencente à Granja Pla-nalto Ltda., localizada no municí-pio de Monte Alegre de Minas, Es-tado de Minas Gerais, no período de setembro de 2007 a setembro de 2010.

Os parâmetros analisados fo-ram: peso corporal dos machos, eclosão e fertilidade às 45, 50, 55, 60 e 65 semanas de idade. Foram utilizados 2.014.504 ovos oriun-dos de diferentes plantéis de ma-trizes pesadas da mesma linha-gem comercial na avaliação de eclosão, com quatro repetições em cada tratamento; 267.100 ovos na avaliação de fertilidade, com qua-

tro repetições em cada tratamento e 9.191 machos na avaliação do peso, com 13 repetições em cada tratamento. As variáveis foram submetidas à análise de variância (ANOVA) em delineamento intei-ramente casualizado no esquema de parcela subdividida no tempo e Teste de Tukey com 95% de con-fiança e 5% de significância para a comparação de médias.

O estudo foi dividido em dois tratamentos:

Tratamento 1 - Machos e fê-meas alimentados com o mesmo programa nutricional, conforme tabelas 1 e 2.

Tratamento 2 - Machos ali-mentados com ração específica no período de produção, de acordo com a tabela 3.

As rações fornecidas às aves eram fareladas, com exceção da ração cria que era peletizada.

As pesquisadoras Adriana e Márcia:Pelos resultados obtidos no estudo concluímos que uma dieta específica para machos tem efeito benéfico sobre os resultados de fertilidade e eclosão, principalmente devido ao maior controle de peso corporal. Esta informação é fundamental na decisão de incluir a ração de machos na indústria avícola de matrizes pesadas

Tabela 1 – Níveis Nutricionais de Energia, Proteína, Cálcio e Fósforo no Tratamento 1 nos Períodos de Cria e Recria

NUTRIENTES UNIDADERAÇÃO

CRIA(ATÉ 4 SEM.)

RAÇÃORECRIA 1

(5 A 16 SEM.)

RAÇÃORECRIA 2

(17 A 23 SEM.)

EnergiaProteína

Cálcio (mín./máx.)Fósforo

Kcal/kg%%%

3.00019,50

0,90-1,000,48

2.80015,00-15,50

1,00-1,100,44

2.85015,50

1,30-1,500,43

Tabela 2 – Níveis Nutricionais de Energia, Proteína, Cálcio e Fósforo no Tratamento 1 no Período de Produção

NUTRIENTES UNIDADE

RAÇÃO REPRO-DUÇÃO 1

(23 A 34 SEMA-NAS)

RAÇÃO REPRO-DUÇÃO 2

(35 A 45 SEMA-NAS)

RAÇÃO REPRO-DUÇÃO 3

(46 A 64 SEMA-NAS)

RAÇÃO REPRO-DUÇÃO 4

(ACIMA DE 65 SEMANAS)

EnergiaProteína

Cálcio (mín./máx.)

Fósforo

Kcal/kg%%

%

2.85015,50

3,10-3,30

0,43

2.83015,00

3,30-3,50

0,42

2.80015,00

3,30-3,50

0,39

2.74014,00

3,50-3,70

0,37-0,39

Tabela 3 – Níveis Nutricionais de Energia, Proteína, Cálcio e Fósforo no Tratamento 2 nos Período de Cria, Recria e Produção

NUTRIENTES UNIDADERAÇÃO

CRIA(ATÉ 4 SEM.)

RAÇÃORECRIA 1

(5 A 28 SEM.)

RAÇÃOREPRODUÇÃO GALO

(A PARTIR DE 28 SEM.)

EnergiaProteína

Cálcio (mín./máx.)Fósforo

Kcal/kg%%%

3.00019,50

0,90-1,000,48

2.80015,00-15,50

1,00-1,100,44

2.75013,50

0,95-1,050,40

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48 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

Resultados Variável peso corporal médio dos machos matrizes

O tratamento 2 apresentou média do peso corporal dos machos matrizes, em to-das as semanas analisadas, estatisticamen-te (P<0,05) menor que no tratamento 1 (Tabela 4).

Variável percentual de eclosão dos ovos

O tratamento 2 apresentou o percentu-al de eclosão médio estatisticamente (P<0,05) maior nas semanas 55, 60 e 65 (Tabela 5).

Variável percentual de ovos infér-teis

O tratamento 2 apresentou o percentu-al de ovos inférteis estatisticamente (P<0,05) menor nas semanas 60 e 65 (Tabe-la 6).

Correlação de PearsonPara verificar se houve correlação linear

entre as variáveis foi aplicado o teste de Correlação de Pearson (Tabela 7) e para melhor visualização dos resultados foram criados os diagramas de dispersão (Figuras 1 e 2).

Quanto menor o peso corporal dos ma-chos matrizes maior o percentual de eclo-são. E quanto maior o peso corporal menor o percentual de eclosão (Figura 1). E, além disso, quanto menor o peso corporal dos machos matrizes menor o percentual de infertilidade. E quanto maior o peso corpo-ral maior o percentual de infertilidade (Fi-gura 2).

ConclusãoPelo exposto, pode-se concluir que a

dieta específica para machos relacionada à energia e proteína tem efeito benéfico so-bre os parâmetros: controle do peso corpo-ral, maior eclosão e fertilidade tardias. É vi-ável a utilização de uma dieta específica para machos matrizes de corte.

Tabela 4 – Peso Corporal Médio dos Machos Matrizes Segundo os Tratamentos nas Semanas 45, 50, 55, 60 e 65

TRATAMENTOPESO CORPORAL MÉDIO(kg) PESO CORPO-

RAL MÉDIO GERAL (kg)45 sem. 50 sem. 55 sem. 60 sem. 65 sem.

12

5, 078ª4, 736b

5, 127ª4, 843b

5, 230ª4, 905b

5, 317ª4, 964b

5, 305ª5, 027b

5, 211a

4, 895b

Médias na mesma coluna, seguidas por letras iguais, não diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.

Tabela 5 – Eclosão Média Segundo os Tratamentos nas Semanas 45, 50, 55, 60 e 65

TRATAMENTOECLOSÃO (%) ECLOSÃO

GERAL (%)45 sem. 50 sem. 55 sem. 60 sem. 65 sem.

12

86ª86a

82ª86a

78ª84a

73ª80a

67ª71a

77ª81a

Médias na mesma coluna, seguidas por letras iguais, não diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.

Tabela 6 – Média dos Ovos Inférteis Segundo os Tratamentos nas Semanas 45, 50, 55, 60 e 65

TRATAMENTOINFERTILIDADE (%) INFERTILIDADE

GERAL (%)45 sem. 50 sem. 55 sem. 60 sem. 65 sem.

12

2,8ª2,2ª

3,2ª2,6ª

4,4ª3,1ª

4,9ª2,6ª

7,3ª4,6ª

3,0ª4,6ª

Médias na mesma coluna, seguidas por letras iguais, não diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.

Tabela 7 – Correlação de Pearson entre Eclosão, Infertilidade e Peso

ECLOSÃO INFERTILIDADE PESO

Eclosão 1.0000 p=---

-.7474 p=.000

-5208 p=001

Infertilidade -.7474 p=.000

1.0000 p=---

.3841 p=.014

Peso -.5208 p=.001

.3841 p=.014

1.0000 p=---

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49 Produção Animal | Avicultura

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50 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

A Enterite Necrótica ocorre em frangos, matrizes e po-edeiras, principalmente com idade entre três e seis semanas. É uma doença intestinal das aves, que po-

de ter um alto custo econômico e impacto negativo no bem-estar dos animais. É causada pela Clostridium perfrin-gens tipos A ou C, o qual é transmitido pelo solo, poeira, carcaças, cama e fezes. Na forma aguda da Enterite Necró-tica, as aves geralmente morrem sem sinais clínicos. Po-rém, em sua forma subclínica, a doença é muito mais pre-judicial financeiramente para o produtor.

No caso de uma infecção por Enterite Necrótica subclí-nica, a parede intestinal é danificada, o que tem um efeito negativo na integridade intestinal, resultando em cama molhada, redução no crescimento e conversão alimentar deficiente. Acredita-se que a proibição dos antibióticos pro-motores do crescimento na União Europeia tenha motiva-do um aumento nos problemas de Enterite Necrótica nesta região e nas regiões que produzem para abastecimento do mercado Europeu. Consequentemente, a Enterite Necróti-ca nas aves causa grandes perdas para a indústria da avicul-tura.

Ao longo dos últimos anos muitos estudos foram reali-zados para avaliar medidas nutricionais para reduzir o im-pacto negativo da Enterite Necrótica. Várias dessas medi-das, como a redução dos níveis de proteína e dietas pré-iniciais específicas, mostraram efeitos benéficos. Ra-zões econômicas e práticas, porém, limitaram a implanta-ção dessas medidas.

Aditivo pode proteger contra doença intestinalPesquisadores estudam a eficácia do butirato revestido na diminuição dos efeitos negativos da Enterite Necrótica em frangos

Autores: Monique Baecke1, Pim Langhout1, Koen Schwarzer1, Chislaine Roch2, Kelly Pereira3

1- Nutriad Technology Center, Bélgica, 2- Consultora em nutrição Animal, Canadá, 3- Nutriad Nutrição Animal, Brasil

Informe Técnico - Empresarial

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51 Produção Animal | Avicultura

Material e MétodosUm teste com 450 frangos

(Ross x Ross) foi realizado em ins-talações de teste em Fermes des Trois Chênes, Canadá (2009), para avaliar o efeito do butirato de só-dio com liberação objetiva, no de-sempenho e condições de saúde dos animais, nos quais a Enterite Necrótica foi provocada. Os fran-gos foram divididos em três grupos de tratamentos, com 6 repetições.

Os frangos foram vacinados no primeiro dia contra a doença de Marek e Bronquite Infecciosa e re-ceberam acesso livre a ração e água por todo o período de 40 dias. Os animais foram acondicionados em um galpão subdividido em 18 uni-dades de dois metros quadrados e cama de 10 cm de maravalha.

Com o objetivo de disparar os distúrbios intestinais, os animais foram desafiados como se segue:

• O chão dos cercados foi con-taminado com camas contendo células de Clostridium.

• Os ingredientes da ração fo-ram selecionados de acordo com sua habilidade de provocar a ente-rite: 35% de trigo, 3.5% farinha de peixe, 8% DDGS, sem suplementos enzimáticos.

• Os pintinhos não foram vaci-nados inicialmente contra cocci-diose. Aos 7 dias de idade os pinti-nhos foram vacinados com 24 vezes a dose recomendada (Coxi-vac-B).

Todos os frangos foram pesa-dos individualmente aos 7, 14, 24, 35 e 40 dias. O consumo de ração e a conversão alimentar foram ava-liados para cada repetição no mo-mento da pesagem. Aos 25 dias, dois frangos por cercado sofreram eutanásia e foram submetidos a exames post mortem para verifica-ção de Coccidiose e Enterite Necró-tica. Todos os frangos que morre-ram durante o estudo sofreram necropsia para determinar a causa da morte.

ResultadosA ocorrência de Enterite Ne-

crótica é associada à presença e proliferação do Clostridium per-fringens no trato intestinal, se-guida de produção crescente de toxinas.

Embora a Clostridium perfrin-gens seja encontrada frequente-mente no trato intestinal de aves saudáveis, ela pode causar o sur-gimento da doença, especialmen-te em frangos. A Clostridiose ocorre como uma doença clínica aguda, Enterite Necrótica, cau-

sando alta mortalidade, mas tam-bém como uma doença subclíni-ca com necrose focal nos intestinos.

Os resultados na Tabela 2 de-monstram que os parâmetros de desempenho do Butirato de sódio 30% Revestido para os pesos cor-porais e Taxas de Conversão Ali-mentar (TCA) são comparáveis com os do grupo Controle Positi-vo (BMD). A taxa de mortalidade é a menor no grupo do Butirato de sódio 30% Revestido. As cau-sas da morte variaram durante es-

Tabela 1 - Tratamentos

0 – 14 dias 15 – 24 dias 25 – 35 dias 36 – 40 dias

Tratamento

Controle Negativo

Sem promotor de crescimento

Sem promotor de crescimento

Sem promotor de crescimento

Sem promotor de crescimento

Controle Positivo

55 ppm BMD 55 ppm BMD 55 ppm BMDSem promotor de crescimento

Butirato de sódio 30 % Revestido

1,0 kg/t 0,75 kg/t 0,5 kg/t 0,5 kg/t

Tabela 2 - Efeito do Butirato de sódio 30% Revestido no desempenho dos frangos desafiados com clostridium (40 dias)

Controle negativo

Controle positivo (BMD)

Butirato de sódio 30% Revestido

Mortalidade (%) 6a 5b 3b

Pesos corporais (g)

2788c 2863a 2899a

TCA 1,97 1,91 1,95ab Parâmetros em uma coluna que não compartilham um sobrescrito comum diferem significativamente (P<0,05).

Enterite Necrótica subclínica danifica parede intestinal

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52 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

Proteção do plantelButirato de sódio 30% Revestido é aditivo eficaz contra a Enterite Necrótica

te teste. Maior mortalidade ocorreu durante o segundo período (15-24d). O protocolo da infecção foi aplicado aos sete dias de teste e causou coccidiose cecal aos 19 dias em al-guns tratamentos.

Além dos dados de desempenho, a inci-dência de aves com fezes úmidas também

foi medida, aos 25 dias de idade, examinan-do-se dois frangos por repetição. Na tabela 3 a porcentagem de frangos com fezes úmidas é mostrada. Frangos no grupo do Butirato de sódio 30% Revestido mostraram clara re-dução quando comparados aos dos Contro-les Negativo e Positivo (BMD).

ConclusãoNo caso de desafio severo, o Butirato de

sódio 30% Revestido demonstrou taxa de mortalidade inferior, comparada ao grupo Controle Positivo (BMD) e ao grupo Contro-le Negativo.

Os parâmetros de desempenho são com-paráveis entre o grupo do Butirato de sódio 30% Revestido e o grupo de controle positi-vo (BMD) e demonstram que o crescimento tendeu para melhor para o grupo do Butira-to de sódio 30% Revestido, em comparação com o grupo de Controle Positivo (BMD).

O Butirato de sódio 30% Revestido reduz os problemas de cama molhada e conse-quentemente melhora as condições de saú-de e bem-estar do animal.

Com base nos resultados do presente tes-te, pode-se concluir que o Butirato de sódio 30% Revestido é um aditivo nutricional efi-caz na proteção dos frangos contra o impac-to negativo da Enterite Necrótica.

Butirato de sódio 30% Revestido reduz os problemas de cama molhada e melhora as condições de saúde e bem-estar do animal

Tabela 3 - O efeito do Butirato de sódio 30% Revestido na incidência de fezes úmidas em frangos (25 dias)

Controle negativo

Controle positivo (BMD)

Butirato de sódio 30% Revestido

Frangos com fezes

úmidas58% 17% 0%

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53 Produção Animal | Avicultura

AB Vista Mais informações: www.ab-vista.com

Dentre os dois grupos enzimáticos de maior uso no setor de nutrição animal, sem dúvida, estão as fitases e carbohidrases, sendo a disseminação de uso do primeiro grupo algo notável junto à indústria avícola e suinícola glo-bal, já o segundo grupo segue num caminho de crescimen-to contínuo. Como sabemos, o primeiro foco da utilização de enzimas na nutrição animal se deu na Europa, onde dietas à base de trigo aumentavam a viscosidade da dieta reduzindo a taxa de absorção de nutrientes. As enzimas utilizadas nestas rações têm o objetivo de atuar sobre os polissacarídeos não amídicos insolúveis (PNA) presentes nas dietas, reduzindo esta viscosidade e assim melhorando o desempenho animal.

No Brasil, onde as rações são predominantemente for-muladas à base de milho e farelo de soja a presença de PNA é baixa quando comparada às dietas europeias, fazendo com que a utilização dos mesmos produtos desenvolvidos naquele continente apresentem resultados inconsistentes.

Atualmente contamos com o desenvolvimento de enzi-mas específicas para nossa realidade, como por exemplo, enzimas com ação sobre PNA, os quais estão presentes em grande concentração em dietas a base de milho / sorgo e soja e que apesar de não aumentarem a viscosidade na mesma proporção, atuam como “encapsuladores” de nu-trientes, reduzindo a ação direta das enzimas endógenas. Desta forma, esta nova geração de produtos enzimáticos determina um incremento em digestibilidade, com maior

consistência e maior e não menos significativa redução de custos, além de benefícios adicionais como: modulação da microflora intestinal (determinando ganhos tanto em saúde como em bem-estar animal) e incrementos de uniformidade em lotes.

Atualmente com os altos preços de ingredientes a opção da enzima NSP correta, pode trazer reduções significativas de custo, sendo esta variação maior ou menor dependendo do “desenho nutricional” e dos preços de aquisição de ingredientes.

Econase XT 25 A AB Vista Feed Ingredients disponibiliza o Econase XT

25, uma xilanase intrinsicamente termo-estável, de alta estabilidade e desenvolvida para uso nas Américas, onde temos a predominância de uso de milho e/ou sorgo. O “alvo” de ação principal será a fração estrutural PNA, tendo ainda associado a seu uso serviços exclusivos de avaliação de qualidade de ingredientes.

As vitaminas Microvit® são oferecidas em várias formas, adaptáveis às diversas aplicações, espécies e fábricas (pó e óleos). A Adisseo comercializa globalmente sua gama de vitaminas sob a marca Microvit®. Vale ressaltar que, há mais de 50 anos, a primeira tonelada de Microvit® era produzida na histórica fábrica da Adisseo em Commentry, na França.

Desde então, a Adisseo tem aprimorado seu expertise e conhecimento no negócio de aditivos vitamínicos tornando--se, com a marca Microvit®, um dos maiores fornecedores mundiais de vitaminas para a indústria de alimentação ani-mal. Isto foi alcançado por meio do desenvolvimento de uma completa linha de doze vitaminas, formuladas especifica-mente para a indústria de alimentação animal.

Assim, a marca de vitaminas Microvit® garante ampla

segurança para os seus clientes. A Adisseo é certificada pelos sistemas ISO e FAMI-QS, por exemplo, o que prova a qualidade, segurança e rastrea-bilidade de todas as suas 12 vitaminas. Além disto, a empresa dispõe de um procedimento próprio de aprovação para marca chamado “Microvit Certifi-cation System” (Sistema de Certifica-ção Microvit®). Trata-se de um rigoroso processo de verificação que abrange múltiplas etapas da produção e dos insumos usados, auditorias e análises físico--químicas. Dessa forma, as vitaminas produzidas sob a marca Microvit® resultam de uma seleção muito cuidadosa.

Nas Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos são descritos 270 ingredientes fundamentais para uma melhor per-formance nutricional das aves. A seção de Empresas e Produtos dessa edição destaca alguns desses componen-tes, opções para um produtor que visa um maior ganho econômico. As informações são de responsabilidade das empresas contatadas.

Ingredientes para melhor performance das aves

Econase XT 25: Estabilidade e eficiência. Uma nova geração de xilanase

Microvit® garante ampla segurança para os seus clientes

Adisseo Mais informações: www.adisseo.com

Empresas e Produtos

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54 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

Mycosorb apresenta uma formulação exclusiva; composto por glucanos extraídos da porção interna da parede celular de uma cepa específica da levedura Saccharomyces cerevisiae. Foi desenvolvido para uso exclusivo na nutrição animal, com a finalidade de ad-sorver as micotoxinas melhorando o desempenho dos animais.

Vários estudos científicos in vitro comprovam sua capacidade de adsorver uma ampla gama de micotoxinas, entre elas a Aflatoxina, Fumonisina, Zearalenona, Vomito-xina, Toxina T2 e Ocratoxina. Além disso, estudos in vivo demonstram que Mycosorb não apresenta nenhum efeito tóxico aos animais e sua eficácia já foi comprovada em mais de 60 experimentos in vivo conduzidos em diferentes universidades do mundo, incluindo instituições brasileiras.

Foi comprovado cientificamente que Mycosorb não interage com os nutrientes e outros aditivos presentes na ração e não apresenta risco de contaminação por metais pesados e dioxinas. O processo de fabricação é padroniza-do e patenteado, sem variações. Mycosorb é um produto de fonte renovável, desta forma, não prejudica o meio ambiente.

Alltech Mais informações: www.alltech.com/pt

Os processos adaptativos que ocorrem no período inicial da vida do pinto pós-eclosão têm recebido aten-ção especial através da manipulação de dietas ou desen-

volvimento das estruturas relacionadas à digestão e absorção dos nutrientes; porque é na primeira semana que ocorre a maior taxa de crescimento relativo da ave.

Para que as dietas sejam devidamente processadas, a mucosa intestinal deve apresentar características es-truturais morfofisiológicas adequadas. Por isso é neces-sário o suplemento com produtos que abrangem o con-ceito de moduladores nutricionais e promovem uma

homeostase metabólica e imunomoduladora no orga-nismo do animal, fazendo com que o mesmo aproveite ao máximo os nutrientes, como é o caso do NucleotAid URI 30, da FormilVet, produto composto por nucleotíde-os purificados enriquecido com Uridina.

Os nucleotídeos, compostos por uma base nitroge-nada, uma pentose e um ou mais grupos fosfatos, parti-cipam de vários processos bioquímicos essenciais para o funcionamento do organismo. A sua ingestão estimula o desenvolvimento dos órgãos do aparelho digestivo e do sistema imune. Assim, a melhor estratégia para maximi-zar o crescimento dos pintinhos, é certamente provê-los de dietas suplementadas com nucleotídeos purificados e o NucleotAid 30% é uma alternativa para melhorar o desenvolvimento da mucosa nas primeiras semanas pós eclosão.

NucleotAid URI 30

suplementa dieta inicial de frangos

de corte

FormilVet Mais informações: www.formilvet.com.br

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Produto registrado no M.A.P.A. sob o nº SP-59323 30013

FORMILVET LTDA.Estrada Velha de Itú, 800 - Jd. BelvalBarueri - SP - CEP: 06422-144Fone: (11) 4789-8700 / Fax: (11) 4789-2330email: [email protected]

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0,500 kg por tonelada de ração

0,250 kg por tonelada de ração

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NucleotAid®URI30

Aditivo alimentar indicado para aves com a finalidade de melhorar a conversão alimentar, ganho de peso diário e desempenho reprodutivo.

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Saco de papel multifolhado com capacidade de 25 kg.

Apresentação

Conservar em local fresco, seco e ventilado, à temperatura ambiente e ao abrigo da luz solar direta. Manter fora do alcance de crianças e dos animais domésticos.

Conservação

Nucleotideos............................................................................................................ 30,0%

Veículo (Saccharomyces cerevisiae e minerais inertes)............................................... 70,0%

Composição do produto

�F�o�l�h�e�t�o�_�N�u�c�l�e�o�t�a�i�d�3�0�%�_�f�i�n�a�l

�q�u�a�r�t�a�-�f�e�i�r�a�,� �1�0� �d�e� �n�o�v�e�m�b�r�o� �d�e� �2�0�1�0� �1�1�:�2�0�:�5�0

Hilyses: Levedura

Hidrolisada

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Hilyses é um produto único obtido através da seleção de cepas específicas de Saccharomyces cere-visae que são submetidas a um processo especial de autólise e posterior hidrolise, visando disponi-bilizar e tornar mais digestível não somente o conteúdo intracelular (peptídeos, glutamina ,vitaminas) como também os nucleotídeos e

nucleosídeos, provenientes da quebra do RNA. Os nu-cleotídeos são extremamente importantes para o desen-volvimento de animais jovens, pois incrementam a capa-cidade de duplicação celular, além de potencializar o sistema imune.

Como benefícios, teremos diminuição da mortalida-de, desenvolvimento mais uniforme, maior ganho de peso e menor taxa de conversão e animais mais saudá-veis. Hilyses é um produto natural, não deixa resíduo e não possui organismos geneticamente modificados.

Empresas e Produtos

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55 Produção Animal | Avicultura

CLOSTAT™, da Kemin, é o único probiótico com Bacillus subtilis PB6 no mercado. O Bacillus subtilis PB6 é um microrganismo esporulado, único, de ocorrência natural, que tem efeito inbitório comprovado cientifica-mente contra o Clostridium perfringens.

Além de ser compatível com a maior parte dos antibióticos,coccidiostáticos e ácidos orgânicos utiliza-dos normalmente na produção animal, o CLOSTAT™ ainda é resistente aos processos de peletização.

A microbiota intestinal contém bactérias benéficas como Lactobcillus e Bifidobacteirum spp. e bactérias patogênicas como Escherichia coli, Clostridium perfrin-gens, Salmonella spp. Em condições normais existe um equilíbrio entre as bactérias benéficas e as patogênicas, chamado de eubiose. Fatores de estresse como o calor,

umidade, lotação e até mesmo antibióticos podem matar as bactérias benéficas, provocando um desequilíbrio na microbiota intestinal. O resultado pode ser redução na performance, aumento da morbidade e mortalidade.

A utilização do CLOSTAT™ resulta em melhoria da microbiota intestinal, contribui para o bem-estar geral dos animais, melhora a performance, resultando em maior retorno econômico para o produtor.

Kemin Mais informações: www.keminclostat.com

Os custos crescentes das matérias-primas tornaram-se um fator crítico para a produção de frangos de corte. Assim, a gestão do custo da ração e da quantidade de carne produzida é uma preocupação cada vez maior das empresas.

Para ajudar nesta gestão, a Novus recomenda a utilização de Cibenza DP 100, uma protease de alta eficiência que melhora a digestibilidade das proteínas. O uso de Cibenza DP 100 é adaptado aos ingredientes utilizados nas dietas (farelo de soja, carne, penas, etc) e atende as necessidades específicas de cada cliente, promovendo a redução do custo da dieta. A utilização da Cibenza DP-100 é ajustada para reduzir o custo da

formulação sem reduzir o desempenho e também me-lhora do desempenho sem adição de custo. Cibenza DP-100 pode ser formulada como aditivo para promover melhor desempenho sem alterar o custo da formulação, resultando em menor custo por kg de frango processa-do ou vendido.

CIBENZA DP 100: solução para reduzir o custo de produção e aumentar a produtividade

Novus Mais informações: www.novusint.com

Pérolas de ADIMIX MR COATED (butirato de sódio 30% revestido)

Nutriad Mais informações: www.nutriad.net

O ADIMIX™ MR COATED é uma fonte de butirato de sódio 30%, desenvolvido sob conceito do Target Release (liberação objetiva), que leva nutrientes específi-cos ao local de ação desejado, agindo a partir do intesti-no delgado sob a ação da lipase. ADIMIX™ MR COA-TED resiste à peletização, à extrusão e ao pH estomacal. Além disso, o butirato de sódio por estar encapsulado apresenta odor reduzido.

Seus principais benefícios são:- Metabolismo celular: Melhora as condições da

microvilosidade intestinal, aumenta a absorção de cál-cio, aumenta a secreção das enzimas pancreáticas, au-menta a secreção das enzimas intestinais;

- Sistema imune: Au-menta a síntese de hemo-globina, estimula a imunida-de humoral e local;

- Ação seletiva sobre a microflora intestinal: estimu-la o crescimento de lactoba-cilus/bífido-bactérias; age diretamente sobre bactérias patógenas inclusive com resultados comprovando a ação bactericida nas regiões mais distais do intestino grosso como Salmonella sp., Clostridium e E.coli.

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56 Produção Animal | Avicultura

Associações

O aumento dos custos de produ-ção preocupa os avicultores do

Espírito Santo. Para eles, o grande vilão da história é o milho. A saca do milho no último trimestre no ano passado era comprada por R$25,00. No primeiro trimestre deste ano, o principal ingrediente da ração já vale R$35,00, um aumento de 40%. Com o preço do grão nas alturas, os produtores do Estado acreditam que para reduzir os custos, pode haver redução na produção. Para manter

470 mil poedeiras alojadas em uma granja na cidade de Marechal Floria-no, na região serrana do Estado, Oderli Schneide conta que nos próxi-mos meses a produção pode sofrer uma redução de 10% a 20% para se adequar à realidade da empresa.

O Espírito Santo não produz milho suficiente para o consumo do estado e precisa comprar de outros lugares, principalmente de Goiás. Nos cálculos da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves),

o frango rende hoje R$1,95 aos produtores capixabas. O problema do abastecimento dos grãos foi causado pelo incentivo da exporta-ção do milho. “Nós estamos viven-ciando uma situação hoje que há muito tempo não se via. Não há outra coisa a se fazer do que tentar repassar esse custo para o consumi-dor final. É uma reação natural que está ocorrendo no mercado”, disse Nélio Hand, Secretário Executivo da entidade.

Asgav reúne-se com autoridades em Brasília Rio Grande do Sul

O recém-empossado Presidente da Asgav, Nestor Freiberger, o

Vice-Presidente Pedro Luiz Utzig, e o Diretor Executivo, Eduardo San-tos, estiveram em Brasília, DF, nos dias 09 e 10 de maio, para apresen-tar às autoridades algumas preocu-pações do setor avícola do Rio Grande do Sul. Na terça-feira, dia 10, foi realizada uma audiência com o Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, para discussão do mercado de milho no Estado. Os represen-tantes da entidade apresentaram a situação da avicultura gaúcha e solicitaram o auxílio do Ministério para regular o fornecimento do grão. Rossi solicitou quais seriam as medidas urgentes que poderiam auxiliar o setor e que estas seriam avaliadas e trabalhadas com priori-dade pelo Mapa/DF. A Asgav expôs duas soluções: a liberação da im-portação de milho argentino, como já realizado no Nordeste, e a possí-vel disponibilidade do Prêmio para Escoamento do Produto (PEP), que no caso do RS, amenizaria o custo

de aquisição do grão, devido ao alto preço dos fretes.

A entidade lembrou que há dois meses encaminhou documento onde foram feitas sugestões em benefício das cadeias de corte e postura dentro do Plano Agrícola 2011 e 2012. O Diretor do Dipoa, Luis Carlos de Oliveira, também recebeu os representantes da As-gav, onde na ocasião foram trata-dos assuntos atinentes à área de inspeção no setor de frango de corte e postura.

Dentre outros encontros, a diretoria da Asgav se reuniu com parlamentares da Bancada Gaúcha na Câmara Federal e abordou as-suntos relacionados à legislação de Pis/Cofins. “O Estado do Rio Grande do Sul precisa voltar a ser competi-tivo e precisamos que o governo atual renove o decreto que reduz a carga tributária interna, e também avalie com urgência o pedido de isonomia fiscal que o setor já enca-minhou à Secretaria da Fazenda” diz Freiberger.

Custo de produção preocupa setor Espírito Santo

Asgav discute os pontos fracos do

setor

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Produção Animal | Avicultura 57Produção Animal | Avicultura 57

Falta mão de obra na aviculturaParaná e Santa Catarina

A falta de mão de obra é alarmante em vários segmentos da econo-

mia brasileira. Pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 69% das fábricas do País sofrem com este problema. Mas em alguns setores a situação é mais séria, como no caso da avicultura para-naense e catarinense.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sin-diavipar) há 2 mil vagas em aberto nos abatedouros do Estado, principalmente na região oeste, onde estão concentra-das oito empresas do setor, sendo seis cooperativas. Já a Associação Catari-nense de Avicultura (Acav) avalia que existam 3.400 vagas disponíveis nas empresas de abate e industrialização de aves no Estado e mais de 15.000 no

Brasil. O presidente da entidade, Clever Ávila ressalta o desequilíbrio entre a oferta de mão de obra qualificada e a demanda das indústrias. Para o diri-gente, o crescimento da economia brasileira, no ritmo de 5% ao ano, provoca o uso integral de recursos humanos disponíveis, principalmente no interior do País, onde estão locali-zadas as grandes unidades produtivas, não somente no setor de frigoríficos, mas em diversos setores da produção nacional. Ávila destaca outros fatores correlatos, como o mercado de cons-trução civil aquecido – e que disputa o mesmo nicho de mão de obra.

O gerente de Recursos Humanos da Aurora Alimentos, Nelson Rossi acrescenta na lista a mudança das pessoas das classes D e E para a classe C. “Como os trabalhadores das classes D e E são os que ocupam as vagas na produção, será cada vez maior a escas-sez da mão de obra nesses setores. É um processo em que os países desen-volvidos já passaram há muitos anos”, explicou Rossi.

Uma das alternativas é a automati-zação dos processos que demandam um maior número de pessoas. A Coo-perativa Agroindustrial Consolata (Copacol), localizada em Cafelândia, PR, tem feito o possível para automati-zar seus processos. “Mas os equipa-mentos existentes para a desossa do frango têm custos altíssimos. Sempre precisaremos de muita mão de obra”, atesta. Valter Pitol, Presidente da Co-pacol.

Em curto prazo, existem outras soluções que podem ser tomadas. Nelson Rossi afirma que as empresas precisam fortalecer as políticas de retenção do trabalhador (remunera-ção/benefícios); melhorar os processos de adaptação e captação de profissio-nais. “Realizar capacitações na própria empresa e firmar parcerias com insti-tuições de ensino superior também são saídas para muitas empresas”, acres-centou.

Uma das alternativas é a automatização dos processos que

demandam um maior número de

pessoas

Escassez de mão de obra: 2 mil vagas no PR e 3.400 em SC

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58 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A Pffizer Saúde Animal anunciou para o mercado brasileiro a

aquisição da Alpharma. A transação, na verdade, faz parte de uma aquisi-ção anterior. Em outubro de 2010, a empresa comprou a também norte--americana King Pharmaceutics, por

cerca de 3,6 bilhões de dólares. A Alpharma, com forte atuação no setor avícola, é o braço para a saúde animal da King e sua incorporação proporcionou à Pfizer um aumento de 3% do market share. Agora, a companhia detém 21% do mercado de produtos veterinários voltados para a avicultura, tanto dentro do mercado brasileiro quanto em nível mundial.

O faturamento da Alpharma em 2010 foi de 23 milhões de reais, o que representa 4% do faturamento da Pfizer no mesmo ano (total de 522 milhões de reais).

A Alpharma é uma empresa global que atua no desenvolvimento, registro, fabricação e marketing de aditivos alimentares com adição de medicamento (MFA) e produtos terapêuticos solúveis em água, princi-palmente para aves, gado e suínos.

Jorge Espanha, Diretor da Pfizer Saúde Animal no Brasil, explica que com a transação, a empresa aumen-ta seu portfólio de produtos e tam-bém a sua base de clientes, principal-mente no que se refere aos premixeiros, que trabalham com concentrados, segmento atendido pela Alpharma.

O escritório da Alpharma em Florianópolis, SC, será mantido e a equipe já foi integrada à Pfizer. Saiba mais sobre a empresa: www.pfizersaudeanimal.com.br.

Veja na sequência o bate-papo da Revista do AviSite com o Diretor Jorge Espanha.

AviSite: O que levou a Pfizer a negociar a compra da Alpharma?

Jorge Espanha: Esta transação aumenta o portfólio de produtos avícolas da Pfizer. Mas também te-mos a intenção de expandir a linha de produtos da Alpharma. Inclusive, alguns medicamentos novos já estão em processo de registro. A Alpharma traz também sua linha de contato,

com clientes que trabalham com concentrado, os premixeiros. Em geral, com esta aquisição, ampliamos nosso portfólio, nossa base de clien-tes e nossos produtos.

Como a Pfizer enxerga a in-dústria veterinária mundial?

JE: Nos últimos sete anos temos feito aquisições pontuais para se estabelecer no mercado avícola a nível mundial. A Pfizer tinha uma linha de terapia in feed (Lincomix). Esse produto, entre outros, é referên-cia nacional. Mas precisávamos de uma gama de produtos e então procedemos com a aquisição da Embrex, máquinas de vacinação in ovo, que trouxe inovação no controle das maiores doenças aviárias. Este foi o primeiro passo para entrar e se consolidar no mercado avícola. Depois veio a aquisição da Fort Dodge, que foi estratégica para completar nosso portfólio de vacinas.

Qual é a atual colocação da Pfizer dentro do mercado?

JE: Hoje, nossa posição no setor avícola é robusta. Estamos presentes em três importantes segmentos da avicultura: Vacinas, equipamentos de vacinação in ovo (inovador, tema em voga com a necessidade de redução de mão de obra) e antibióticos tera-pêuticos in feed.

E o Brasil? Como ajuda nos planos de expansão?

JE: O mercado brasileiro está entre os principais targets do grupo. É promissor e vai continuar crescen-do. Vamos continuar investindo em soluções inovadoras para o produtor avícola. O motor da empresa é conti-nuar trazendo soluções.

A Pfizer Saúde Animal tinha 130 funcionários no Brasil em 2005. Hoje, são 350 funcionários no País, o que mostra a confiança que temos no mercado brasileiro veterinário.

Pfizer anuncia aquisição da Alpharma

Novo negócio

JORGE ESPANHA: Pfizer está presente em todos os segmentos de saúde avícola

Pfizer Saúde Animal passa a ter market share de 21% dos produtos veterinários voltados para a avicultura

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Produção Animal | Avicultura 59

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A expansão da planta da Kemin na cidade indiana de

Gummidipoondi foi finalizada. A obra permitiu dobrar a capacidade de produção da multinacional e também implementar novas tecnologias no processo de fabricação. O anúncio foi realizado, e comemorado, durante o seminário técnico que explorou o futu-ro da produção da proteína animal realizado em Chennai, no sul do País.

O fundador da Kemin, R.W. Nelson inaugurou a nova unidade fabril e o M.S. Swaminathan, mem-bro do Parlamento e Presidente da M.S. Swaminathan Research Foundation, transmitiu sua mensa-gem através de um vídeo. “O com-promisso da Kemin de oferecer soluções moleculares aos clientes foi ratificado pela expansão desta plan-ta. A fábrica ampliada produzirá

uma série de produtos e os minerais orgânicos, permitindo atender à crescente demanda de nossos clien-tes,” afirmou K.P. Philip, Presidente da Kemin AgriFoods India. No total, a nova planta terá a capacidade de produzir 25 mil toneladas de ingre-dientes nutricionais, atendendo à crescente demanda da indústria de produção animal. Mais informações: www.kemin.com.

Na Índia, Kemin anuncia conclusão de expansão

Unidade fabril

A Aviagen América Latina adquiriu recentemente uma debicadora

com sistema infravermelho de última geração. O processo de tratamento infravermelho é utilizado para a debi-cagem de aves de um dia no incuba-tório e segue as normativas internacio-nais para garantia de bem-estar animal, preservando a ave e evitando o contato direto de lâminas aquecidas com o bico do animal. É um processo que atua sobre a taxa de crescimento do bico da ave e, durante, o equipa-mento ainda efetua a vacinação e contagem das aves sem contato ma-nual.

“Trata-se de um processo onde uma determinada área do bico da ave é exposta a uma quantidade definida de energia infravermelha. Essa região cai após aproximadamente 14 dias de vida das aves. Como a área não é cortada, não existe a possibilidade de entrada de agentes patogênicos nem a possibilidade de formação de ‘calos’ no bico por reação ao processo usual de corte e queima com lâmina

incandescente”, diz Anselmo Micheletti, Gerente Técnico da Aviagen América Latina.

“Os clientes terão aves mais uni-formes, com melhor viabilidade e com melhor percentual de produção de

ovos incubáveis, sempre respeitando as práticas de bem-estar animal”, complementa José Carlos Pastor, Gerente Comercial para Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Mais informações: www.aviagen.com.

Aviagen: nova tecnologia para debicagem

Para o mercado brasileiro

Ave tratada com 14 dias de idade

Processo de debicagem

com sistema infravermelho

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60 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A Phibro Animal Health propor-cionar aprimoramento técnico

a seus clientes ao lançar no Brasil, o “Master Intestinal Quality Program (MIQP)”, um programa completo de aperfeiçoamento destinado à atuali-zação e reciclagem do conhecimen-to técnico e científico dos profissio-nais da avicultura. O programa, dividido em quatro módulos plane-jados para serem apresentados em intervalos de seis meses, teve início neste semestre com conclusão prevista para o segundo semestre de 2012.

Segundo Maurício Graziani, Diretor da Unidade de Negócios Aves e Suínos da Phibro, após a conclusão do primeiro módulo, que demonstrou a relação entre a fisio-logia do sistema digestivo e o de-sempenho das aves, cresce o inte-resse por obter uma vaga nos próximos módulos. “Nos empenha-mos para que cada empresa libere seus profissionais para nosso curso, com a certeza de que irá receber um retorno na forma de conheci-mento adicional e maior capacita-ção profissional”, atesta.

O próximo módulo do MIQP acontecerá entre setembro e outu-bro deste ano. O tema a ser tratado será “Doenças Intestinais de Importância na Avicultura: Clostridiose e Coccidiose”. “Na próxima edição contaremos com a presença de palestrantes do Brasil e do Exterior conforme já destacado, profissionais com ampla experiência teórica e prática no assunto que irão ainda expor, com uma visão atualizada, as tendências do setor”, adianta Graziani. Mais informações: www.phibro.com.br.

Phibro inova na capacitação de profissionais

Programa de Qualidade Intestinal

A utilização de uma estraté-

gia nutricional com uso de minerais orgânicos contribui para uma melhor produção de fran-gos de corte, de-fendeu o Diretor Global de avicultu-ra da Novus Internacional, Scott Carter, du-rante a palestra no XII SBSA (5 a 7 de abril, Chapecó, SC).

O especialista destacou que uma dieta com uso balanceado de minerais orgânicos contribui para melhorar a qualidade

das patas, da carcaça e a conse-quente redução de descartes na agroindústria, além de reduzir o estresse oxidativo e a incidência de fibroses. Ele ainda lembrou que os minerais orgânicos são mais absor-vidos pelo organismo, o que signifi-ca menor impacto ambiental.

Na estratégia apresentada, Carter sugere a redução de 50% do uso de minerais como zinco, cobre e manganês. “Algumas vezes, o uso excessivo de minerais não é eficien-te. É possível melhorar o desempe-nho no campo substituindo o uso dos níveis atuais de minerais inor-gânicos por menores níveis de mi-nerais orgânicos”, afirma

Mais informações sobre a Novus e seus produtos: www.novu-sint.com.

Novus defende uso de minerais orgânicos

Eficiência produtiva

CARTER: Uso excessivo de minerais não é eficiente

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Produção Animal | Avicultura 61

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A Linha AVIC do Laboratório Biovet acaba de publicar uma

versão recente do Informativo Técnico Avícola, que completa 10 anos em 2011. A edição discute os desafios da Doença de Gumboro e aborda os avanços tecnológicos que têm auxiliado a avicultura industrial na prevenção e diagnóstico. Além de um guia básico, com dicas práticas de manejo e informações de oito produtos da linha de vacinas Biovet disponíveis para prevenir a doença de Gumboro (entre outras enfermi-dades), o Informativo traz as infor-mações mais recentes sobre diag-nóstico molecular e notícias sobre os mais importantes eventos avícolas já realizados este ano.

NEW-BRONK-GUMBOR-REO-SHS é um dos destaques da linha de vacinas do Biovet na publicação. Indicada para aves reprodutoras é uma vacina inativada contra as

doenças de Newcastle, Bronquite Infecciosa das Aves, Gumboro Reovirose e Síndrome da Cabeça Inchada.

Como as demais soluções do Biovet contra a Síndrome da Cabeça Inchada, NEW-BRONK-GUMBOR-REO-SHS contém o subtipo A do Metapneumovírus aviário isolado no Brasil, a partir de galinhas, associada à amostra de pneumovírus isolada de perus, também em território brasileiro (resultado de parceria entre a empresa e a UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas). Acesse a edição em PDF do Informativo Técnico Avícola através do: www.biovet.com.br.

Biovet destaca prevenção em informativo

Contra Gumboro

A campanha mundial de comunica-ção sobre os 15 anos do Rovabio,

a linha de enzimas da Adisseo, foi lançada durante o AveSui 2011 (16 a 19 de maio, Florianópolis, SC). Na data, a multinacional de nutrição destacou a versatilidade do produto, que podem ser utilizado em todos os tipos de rações, em todas as espécies com uma única taxa de inclusão. Resultados positivos obtidos em traba-lhos científicos com Rovabio também foram lembrados na ocasião.

O produto consiste em uma combinação de carboidrases (enzi-mas PNAs) que, ao romper e de-gradar a parede celular do milho e soja (e outras matérias-primas vegetais utilizadas na formulação da ração) facilita a ação das enzi-mas digestivas endógenas, liberan-do maior quantidade de nutrientes e melhorando seu aproveitamento no processo de digestão. Saiba mais sobre o Rovabio em: www.adisseo.com.

Adisseo comemora 15 anos de Rovabio

Aniversário

Comemoração dos 15 anos do Rovabio no AveSui 2011

Edição tem dicas de manejo e informações das vacinas do Biovet

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62 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Participando da Agrishow (02 a 06 de maio em

Ribeirão Preto, SP), a GSI apostou nos equipamentos para ambiência e produção de proteína animal e manteve as expectativas na avicultura ao acreditar no crescimento dos mercados internacionais e no volume de investimentos na modernização das instala-ções.

A 18ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação aconteceu em um bom

momento para o setor, e a GSI também aproveitou o evento para apresentar ao mercado sua linha de equipamentos de armazenagem, que a empresa volta a fabricar no Brasil. O cenário promissor da agri-cultura brasileira, com mais uma safra recorde, e a oportunidade de atender uma demanda significativa por silos, secadores e transportado-res, fez com a empresa retornasse ao mercado brasileiro com a reto-mada da fabricação local.

Mais informações sobre a em-presa em www.gsibrasil.ind.br.

GSI comemora sucesso da Agrishow

Participação

Os desafios dos avicultores em proporcionar uma conversão alimentar eficiente e a redução de

custos da ração inspirou a empresa de nutrição Alltech a promover o I Fórum Técnico Internacional de Avicultura (27 e 28 de março, em Ouro Preto, MG). O evento debateu com a indústria latino-americana as questões relacionadas aos desafios da avicultura, principalmente aqueles relacionados ao trato intesti-nal de aves.

O fórum teve a participação de palestrantes de renome internacional como o Peter Ferket (Univ. Carolina do Norte), Edgar Oviedo (Univ. Carolina do Norte) e Steve Collett (Univ. Georgia e consultor inter-nacional) entre outros. Temas como nutrição in ovo, salmonelas, o impacto do ponto de conversão alimen-tar no rendimento da produção de carne e compara-ções das normas dos países latino-americanos e euro-peus foram algum dos temas debatidos durante sessões dinâmicas de Nutrição e Sanidade.

Saiba mais sobre a empresa: www.alltech.com/pt.

Alltech debate desafios da avicultura

Conversão alimentar

A Poli-Nutri amplia sua atuação no segmento

de frangos de corte e pets em São Paulo com a inclusão do representante comercial, Reginaldo Sérgio Teixeira Filho. Reginaldo é zootecnista graduado pela Universidade Julio de Mesquita Filho (Unesp) e possui experiência nas áreas de vitaminas e aditivos, através de conheci-mentos técnicos adquiridos em grandes empresas multinacionais de nutrição e saúde animal.

“Optei por fazer a Representação Comercial da Poli-Nutri em função da qualidade e inovação de

produtos, além de alta qualificação da equipe técnica. Foi determinante constatar que a empresa tem foco constante em resultados zootécnicos e econômicos dos clientes”, afirma Reginaldo. Saiba mais: ww.polinutri.com.br.

Poli-Nutri contrata representante comercial

Em São Paulo

Estande da GSI na Agrishow 2011: Empresa apresentou linha de equipamentos de armazenagem de grãos

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Produção Animal | Avicultura 63

Depois de adiar a viagem por um ano, José Núncio Machado, um dos fundadores da

Biocamp, caiu na estrada no dia 15 de maio e segue destino até o Alasca. O ponto inicial de partida é Campinas, no interior de SP, e o de chegada é a cidade de Deadhorse, às margens do Oceano Ártico, conhecida por seus campos de petróleo. Nos percursos de ida e volta, a equipe formada por

Núncio, seu filho e mais dois colegas, deve percorrer mais de 25 mil quilômetros e atravessar 16 países, além do Brasil. Os veículos escolhidos para a missão foram um Land Rover Defender e uma Toyota Hilux. As rotas de ida e de volta são diferentes, com exce-ção do trajeto que passa pelo Canadá. A ida privile-gia os países e seus estados do lado Oeste (de São Paulo seguem para o Paraguai e daí para a Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia). Já a volta passa pela região central dos Estados Unidos e do México. Chegando na América do Sul, a expedi-ção corta todo o Brasil pela região leste.

Para saber mais sobre a Biocamp, seus produtos e serviços, acesse: www.biocamp.com.br.

Fundador da Biocamp rumo ao Alasca

Expedição

José Núncio em frente ao Land Rover: meta é cruzar as Américas

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64 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

64 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corteFEVEREIRO/2011 473,309 milhões | 5,42%

Produção de carne de frangoABRIL/2011 1.078,983 mil toneladas | 5,15%

Exportação de carne de frango ABRIL/2011 325,263 toneladas | 4,94%

Oferta interna de carne de frango ABRIL/2011753,720 toneladas | 5,24%

Alojamento de pintainhas de postura ABRIL/2011 7,134 milhões | 10,64%

Desempenho do frango vivoMAIO/2011R$ 1,60 | 14,56%

Desempenho do ovoMAIO/2011R$ 43,08/cxa. | 10,11%

MilhoMAIO/2011R$ 29,91/saca | 60,12%

Farelo de SojaMAIO/2011R$ 589,00/ton | 7,88%

Produção e mercadoem resumo

Frango tem a pior cotação dos últimos

13 meses ou mais; ovo registra forte

baixa em seu preço

O preço do quilo do frango vivo en-cerrou o mês de maio com uma queda em seu valor de mais de

25% sobre o praticado no início do exercí-cio. As médias registradas apontaram pre-ços de R$ 1,70 na primeira semana de maio e R$ 1,55 na última. Ainda que neste último mês de maio tenham sido observa-dos ganhos maiores sobre maio e junho de 2010, talvez o mais conveniente seja afir-mar que o quinto mês de 2011 foi o pior dos últimos 13 ou mais meses, especial-mente porque a parca variação positiva re-gistrada sobre o ano passado foi inteira-mente corroída pelo milho, cujas cotações aumentaram mais de 60% desde então. Quer dizer: a valorização de quase 15% em um ano, por exemplo, não tem o me-nor significado para o produtor, que pas-sou a totalidade do mês trabalhando one-rosamente, ou seja, com custos que superaram a remuneração recebida.

O ovo também não teve um bom de-sempenho em maio. Praticamente todos os ganhos obtidos pelo produto no decor-rer de 2011 se perderam no decorrer do mês. A caixa de 30 dúzias do ovo branco extra foi comercializado na primeira sema-na de maio a uma média de R$ 44,33. Já na última semana do mês esta média caiu para R$ 43,00. Em relação a maio do ano passado, o produto obteve ganho de não mais que 10%, valor obviamente insufi-ciente para fazer frente à evolução de cus-tos do principal insumo do produto, o mi-lho, que no mesmo espaço de tempo aumentou cerca de 60%. O ovo ainda en-frentou outro grande inimigo no mês de maio: a queda em suas exportações. No ano, os embarques já retrocederam cerca de 60%, enquanto nos 12 meses encerra-dos em abril de 2011 apresentam queda de mais de 40%.

Todas as porcentagens são variações anuais

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Produção Animal | Avicultura 6564 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteVolume acumulado em 12 meses aumentou quase 7% e não para de crescer

EVolução mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Março 425,628 510,371 19,91%

Abril 455,711 497,581 9,19%

Maio 461,811 500,989 8,48%

Junho 482,089 500,788 3,88%

Julho 500,270 512,451 2,44%

Agosto 482,678 514,822 6,66%

Setembro 467,938 496,915 6,19%

Outubro 503,041 513,130 2,01%

Novembro 462,635 511,532 10,57%

Dezembro 493,895 517,827 4,85%

Janeiro 472,898 499,350 5,59%

Fevereiro 448,957 473,309 5,42%

Em 2 meses 921,855 972,659 5,51%

Em 12 meses 5.657,551 6.049,065 6,92%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Os últimos dados divulgados pela APINCO revelam que em fevereiro

de 2011 foram produzidos no Brasil 473,3 milhões de pintos de corte, volu-me 5,42% superior ao registrado um ano antes. Em relação ao mês anterior, janeiro de 2011, houve redução de 5,22%. Mas essa foi uma queda nomi-nal, pois fevereiro tem três dias a me-nos. E isso considerado, o volume pro-duzido no segundo mês de 2011 correspondeu a cerca de 524 milhões de pintos de corte, volume que equivale a um aumento de 5% sobre o resultado inicial do ano.

O índice não é muito diferente quando se avalia o acumulado no bi-mestre: 972,7 milhões de pintos de cor-te, 5,5% a mais que em idêntico perío-do de 2010. O que projeta, para a totalidade do ano, volume da ordem de 6,330 milhões de pintos de corte – ou média pouco superior a 525 milhões de cabeças mensais.

Obviamente, há um exagero nessa projeção, pois solicita um volume médio da ordem de 535 milhões de cabeças

mensais entre março e dezembro, 10% a mais que a média registrada no primeiro bimestre. O mais provável, então, seria o setor acompanhar a li-nha histórica tradicional (gráfico aci-ma), o que leva a uma produção total de 6,2 bilhões de pintos de corte, qua-se 3,5% a mais que o registrado no ano passado.

5.65

7,6

5.74

2,3

5.74

2,3 5.78

4,2

5.78

4,2 5.82

3,3

5.82

3,3

5.84

2,0

5.84

2,0

5.85

4,2

5.85

4,2

5.88

6,4

5.88

6,4

5.91

5,3

5.91

5,3

5.92

5,4

5.92

5,4 5.

974,

35.

974,

3

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

5.99

8,3

2010

5.99

8,3

Jan

6.02

4,7

6.02

4,7

Fev

6.04

9,1

2011

Acumulado em 12 mesesMilhões de cabeças

Pintos de corteEvolução bimestral da produção(média 2001/2010)

115

110

105

100

Bimestre1º 2º 3º 4º 5º 6º

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66 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de carne de frangono primeiro quadrimestre de 2011 quase 8%

a mais que no ano passado

EVolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Maio 901,884 1.072,142 18,88%

Junho 892,223 1.041,178 16,69%

Julho 956,585 1.067,354 11,58%

Agosto 1.004,081 1.056,971 5,27%

Setembro 956,166 997,524 4,33%

Outubro 957,625 1.070,510 11,79%

Novembro 979,969 1.030,498 5,16%

Dezembro 1.010,062 1.112,104 10,10%

Janeiro 1.000,611 1.088,307 8,76%

Fevereiro 870,352 950,589 9,22%

Março 966,853 1.048,702 8,47%

Abril 1.026,166 1.078,983 5,15%

Em 4 meses 3.863,982 4.166,581 7,83%

Em 12 meses 11.522,577 12.614,862 9,48%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Com base no alojamento interno de pintos de corte e levando em conta,

ainda, o comportamento do frango no campo e, também, as exportações do mês (diferentes tipos de carne de frango expor-tados), a APINCO estimou que em abril de 2011 foram produzidas no País perto de 1,080 milhão de toneladas de carne de frango, 5,15% a mais que em abril do ano passado.

Comparativamente ao mês anterior, março de 2011, o volume projetado signifi-cou aumento próximo de 3%. Mas, outra vez, é indispensável considerar que abril é mês mais curto, de 30 dias. E isso levado em conta, a produção do mês foi não só bem maior que a de março (+6,3%), como também superou o que foi produzido em dezembro de 2010, até aqui o maior volu-me nominal de todos os tempos. Com isso, em termos reais, o volume produzido em abril representou novo recorde histórico do setor.

Completados os quatro primeiros me-ses do ano, a produção brasileira de carne de frango – que se mantém em uma mé-dia mensal não muito distante de 1,050 milhão de toneladas – ficou próxima de 4,167 milhões de toneladas, aumentando 7,83% em relação a idêntico período de 2010.

Mantido nos dois quadrimestres se-guintes do ano, o índice de expansão até agora registrado vai proporcionar produ-ção anual da ordem de 13,276 milhões de toneladas – média mensal pouco superior a 1,1 milhão de toneladas (ou de 1,138 milhão/t mês entre maio e dezembro, visto que o primeiro quadrimestre já ficou para trás.

Exagero? Pois nos 12 meses encerra-dos em abril de 2011 o volume acumulado aumentou perto de 9,5% em relação ao mesmo período anterior. E esse acumulado não para de crescer. Aliás, de janeiro para cá o acumulado tem evoluído a uma média superior a meio por cento ao mês. Que mantida nos dois outros quadrimestres conduz a um volume anual não muito dife-rente do apontado acima.

11.5

23

2010

11.6

9311

.693

11.8

42

11.9

53

12.0

05

12.0

47

12.1

6012

.160

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

12.2

10

12.3

12 12.4

0012

.400

12.4

8012

.480 12

.562

12.5

62

Jan Fev Mar Abr

12.6

15

2011

Acumulado em 12 mesesMil Toneladas

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Produção Animal | Avicultura 67

Mês mais curto do ano (apenas 19 dias úteis contra, por exemplo, 20

dias úteis de fevereiro), abril de 2011 re-gistrou exportações menores que as de março, mês com 23 dias úteis. Mas, de acordo com os dados da SECEX/MDIC, a queda não foi proporcional ao número de dias a menos, já que o volume embar-cado - 325.263 toneladas - correspon-deu a uma redução de 4,63% sobre o volume registrado no mês anterior, mar-ço de 2011. Já em relação a idêntico mês do ano passado, os embarques de abril de 2011 foram perto de 5% maiores.

Em resumo, após registrarem índice de expansão excepcional no primeiro mês de 2011, as exportações de carne de frango seguem a um ritmo de cresci-mento anual inferior a 5%. Assim, se fe-charam o primeiro quadrimestre com ex-pansão de 8,69% sobre o período janeiro-abril de 2010, foi graças ao bom índice de janeiro. O que não invalida o fato deste ter sido o melhor primeiro quadrimestre de todos os tempos para a exportação de carne de frango – em ter-mos de volume.

Os resultados até agora registrados possibilitam duas projeções sobre o total a ser alcançado em 2011. Assim, man-tendo-se no segundo e terceiro quadri-mestres o mesmo índice anterior de ex-pansão (+8,69%), o volume anual irá chegar aos 4,150 milhões de toneladas. Já o incremento médio do trimestre feve-reiro-abril (+4,17%) sugere incremento mais modesto e um volume total de não mais de 3,980 milhões de toneladas.

Note-se, a propósito, que mesmo esse baixo índice de incremento solicita embarques médios de perto de 332 mil toneladas mensais, enquanto entre ja-neiro e abril essa média não foi além das 314 mil toneladas/mês. Ou seja: para que se alcancem os 3,980 milhões de tonela-das em 2011 vai ser preciso exportar, en-tre maio e dezembro, não menos do que 340 mil toneladas mensais. E isso não parece ser fácil pois o câmbio, em vez de ajudar, só torna tudo mais difícil.

Exportação de carne de frangoEvolução dos embarques tem ritmo menor; mesmo assim primeiro quadrimestre é fechado com aumento de 8,69%

EVolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Maio 303,767 322,151 6,05%

Junho 329,014 325,272 -1,14%

Julho 317,207 360,526 13,66%

Agosto 301,257 347,921 15,49%

Setembro 289,951 337,637 16,45%

Outubro 335,445 333,406 -0,61%

Novembro 268,615 319,802 19,06%

Dezembro 314,785 315,316 0,17%

Janeiro 233,324 295,398 26,60%

Fevereiro 282,471 296,585 5,00%

Março 331,941 341,055 2,75%

Abril 309,942 325,263 4,94%

Em 4 meses 1.157,678 1.258,301 8,69%

Em 12 meses 3.617,717 3.920,332 8,36%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC – Elaboração e análises: AVISITE

Acumulado em 12 mesesMil Toneladas

2010

3.61

8

3.63

63.

636

3.63

2 3.67

6 3.72

2 3.77

0

3.76

83.

768

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

3.81

9

3.82

03.

820 3.

882

3.88

2

3.89

63.

896

3.90

53.

905

Jan Fev Mar Abr

3.92

0

2011

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68 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

oferta interna de carne de frangoDisponibilidade interna de abril correspondeu

a 47 kg per capita anuais

Deduzindo-se da produção total esti-mada pela APINCO (1.078.983 tone-

ladas) exportações de 325.263 toneladas, restam cerca de 753.720 toneladas. Este foi o volume de carne de frango disponibi-lizado internamente pelo setor em abril de 2011. Um volume que representou au-mentos de 6,51% e 5,24% sobre, respec-tivamente, março de 2011 e abril de 2010.

Como mostra o quadro ao lado, a oferta interna de abril foi, também, a que apresentou a segunda menor variação em relação ao mesmo mês do ano passado. Ou seja: acréscimo de pouco mais de 5%, contra incremento superior a 11% nos dois meses anteriores. Isso, entretanto, não significou que o volume real disponi-bilizado no mês tivesse expansão mais modesta.

Ao contrário, a oferta interna de abril foi a quarta maior de toda a história da avicultura – fato que ajuda a explicar por-que no mês os preços internos do produto começaram a retroceder. Aliás, reforçando essa afirmação verifica-se que a disponibi-lidade per capita, correspondente a cerca de 42-43 kg anuais nos meses de fevereiro e março, subiu em abril para o correspon-dente a 47 kg anuais. Convenhamos: é im-possível garantir a estabilidade de merca-do com uma variação desse naipe - +9,95% de março para abril. Isso, em plena Qua-resma.

Em função do último resultado, a oferta interna do primeiro quadrimestre aumentou cerca de 7,5%, chegando aos 2,908 milhões de toneladas. Mantido nos dois quadrimestres subsequentes, esse ín-dice sinaliza oferta interna total da ordem de 9,130 milhões de toneladas e uma dis-ponibilidade per capita em torno de 47,3 kg - 6,25% a mais que o estimado para 2010 (44,521 kg).

Naturalmente, o setor terá que reduzir o ritmo atual. É que, nos 12 meses encer-rados em abril de 2011, o total disponibili-zado internamente aumentou 10%. No passo atual a oferta interna pode ir bem além e aumentar até 25% ou mais em re-lação a 2009.

716,

2

2010

725,

872

5,8

715,

9

684,

0

686,

2

659,

9 713,

371

3,3

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

710,

7 771,

1

767,

376

7,3

700,

770

0,7

684,

868

4,8

Jan Fev Mar Abr

753,

7

2011

Oferta real Volume nominal mensalajustado para mês de 30 diasMil toneladas

EVolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Maio 598,117 749,991 25,39%

Junho 563,210 715,906 27,11%

Julho 639,378 706,828 10,55%

Agosto 702,824 709,050 0,89%

Setembro 666,215 659,887 -0,95%

Outubro 622,180 737,104 18,47%

Novembro 711,354 710,696 -0,09%

Dezembro 695,278 796,786 14,60%

Janeiro 767,287 792,908 3,34%

Fevereiro 587,882 654,004 11,25%

Março 634,912 707,647 11,46%

Abril 716,224 753,720 5,24%

Em 4 meses 2.706,305 2.908,279 7,46%

Em 12 Meses 7.904,861 8.694,527 9,99%

Fonte dos dados básicos: APINCO e SECEX/MDIC – Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 69

Não se pode elogiar. Anterior-mente, ao avaliar o alojamento

de pintainhas de postura de feverei-ro, esta Revista comentou que isso indicava “melhor adequação à reali-dade do mercado”.

Tudo, porém, foi extremamente passageiro. Pois em março o volume alojado voltou a registrar significati-vo aumento e, fechando o primeiro quadrimestre do ano, não só retor-nou à casa dos sete milhões de ca-beças, como também atingiu o maior volume dos últimos oito meses.

Mais exatamente, foram aloja-das no País em abril, conforme le-vantamento da UBABEF, 7,134 mi-lhões de pintainhas de postura, 73% das quais representadas por aves produtoras de ovos brancos. Correspondendo a um aumento de 10,64% sobre o mesmo mês do ano passado, o volume alojado corres-pondeu, também, a incrementos de 8,85% sobre o mês anterior, março de 2011, e de 27,70% sobre feverei-ro de 2011, quando foi registrado o menor volume em 12 meses.

Em decorrência do último aloja-mento, o total acumulado no pri-meiro quadrimestre do ano superou os 25 milhões de cabeças e apresen-tou aumento de 8,61% sobre o mesmo período de 2010. Supondo--se que esse índice se mantenha no restante do exercício, o alojamento de 2011 irá ficar em torno dos 85 milhões de cabeças, volume que corresponde a quase sete milhões de pintainhas de postura a mais que no ano anterior.

A primeira vista isso parece difí-cil. Note-se, no entanto, que nos 12 meses encerrados em abril de 2011 o volume acumulado já foi superior a 80 milhões de cabeças, apresen-tando incremento de quase 25% so-bre o total acumulado em idêntico período anterior.

alojamento de pintainhas de posturaVolume do 1º quadrimestre aumenta perto de 9%, enquanto o de 12 meses continua quase 25% maior

EVolução mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2009/10 2010/11 VAR.% 2009/10 2010/11

Maio 4,797 6,551 36,58% 72,92% 76,99%

Junho 5,209 7,156 37,40% 74,77% 78,25%

Julho 5,173 7,241 39,96% 72,84% 77,20%

Agosto 5,046 7,193 42,54% 71,86% 76,09%

Setembro 5,145 6,818 32,52% 73,80% 77,35%

Outubro 5,025 6,595 31,25% 72,91% 75,47%

Novembro 5,251 6,708 27,73% 71,03% 75,07%

Dezembro 5,181 6,131 18,35% 73,75% 72,19%

Janeiro 5,723 6,613 15,54% 76,94% 75,28%

Fevereiro 5,502 5,586 1,53% 73,30% 75,18%

Março 6,162 6,554 6,36% 78,60% 73,14%

Abril 6,448 7,134 10,64% 78,69% 72,99%

EM 4 MESES 23,835 25,886 8,61% 77,00% 74,08%

EM 12 MESES 64,661 80,279 24,15% 74,47% 75,48%

Fonte dos dados básicos: UBABEF – Elaboração e análises: AVISITE

64,6

61

2010

66,4

1666

,416

68,3

64

70,4

31

72,5

78

74,2

51

75,8

2175

,821

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

77,2

77

78,2

28

79,1

1779

,117

79,2

0179

,201

79,5

9379

,593

Jan Fev Mar Abr

80,2

79

2011

Acumulado em 12 MesesMilhões de cabeças

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70 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Pior que em maio de 2011 nos últimos 12 meses só mesmo o desempenho de ju-

nho do ano passado. Porque embora em julho de 2010 o preço do frango vivo tenha, nominalmente, ficado ligeiramente aquém

do agora registrado, quando deflacionado conduz a resultado melhor que o do quinto mês de 2011.

Aliás, ainda que neste último mês de maio tenham sido observados ganhos

maiores sobre maio e junho de 2010, talvez o mais conveniente seja afirmar que o quin-to mês de 2011 foi o pior dos últimos 13 ou mais meses, especialmente porque a parca variação positiva registrada sobre o ano passado foi inteiramente corroída pelo mi-lho, cujas cotações aumentaram mais de 60% desde então. Quer dizer: a valoriza-ção de quase 15% em um ano, por exem-plo, não tem o menor significado para o produtor, que passou a totalidade do mês trabalhando onerosamente, ou seja, com custos que superaram a remuneração re-cebida.

Nessas circunstâncias, o lógico é redu-zir a produção, certo? Pois é o que o setor vem fazendo. Mas o processo, infelizmen-te, demanda tempo, não ocorre em um piscar de olhos. Pior: desde a fase inicial da produção do frango (ovo fértil) a avicultura de corte só opera com produtos perecí-veis, inestocáveis. Assim, a oferta do pro-duto final (o frango abatido, hoje em visível excesso) só começa a apresentar efetiva redução 60 dias após a redução das incu-bações. Por isso (e ainda que o processo de deterioração do mercado venha sendo sentido desde meados de abril), talvez não se deva contar com alguma reversão de

mercado, em junho, antes da virada da quinzena. E se algo ocorrer antes, já será uma grande vitória do setor.

É oportuno notar, de toda forma, que o aviltamento enfrentado pelo frango não é ocorrência inédita – acontece em maior ou menor escala em todo o pico de safra da carne bovina, registrado sazonalmente en-tre os meses de maio e junho de cada ano. Assim, por exemplo, no ano passado maio também foi encerrado com o menor preço do ano e com uma cotação 15% menor que a registrada na abertura do exercício.

É verdade que, neste ano, a situação está pior, visto que o valor de encerramento do mês ficou mais de 25% aquém daquele registrado no início do exercício. Mas isso ocorreu porque o setor com certeza esque-ceu que este é um momento de baixos pre-ços e, de maneira absolutamente impró-pria, aumentou a produção do período.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

MAI/10 1,40 -13,29% -1,02%

JUN/10 1,35 -27,98% -3,01%

JUL/10 1,57 -12,96% 15,71%

AGO/10 1,62 8,50% 3,19%

SET/10 1,93 40,52% 19,26%

OUT/10 1,84 22,85% -4,67%

NOV/10 1,85 20,19% 0,54%

DEZ/10 2,08 26,52% 12,29%

JAN/11 1,96 23,80% -5,73%

FEV/11 2,01 23,34% 2,78%

MAR/11 2,03 33,48% 0,92%

ABR/11 1,79 26,77% -11,90%

MAI/11 1,60 14,56% -10,27%

média e variação anual entre 2000 e 2011

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010 1,65 0,94%

2011* 1,88 13,85%

* Média entre 03/01 e 31/05/11

Desempenho do frango vivo em maio de 2011Variação positiva de 15% é corroída pela alta do milho

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$

1,96

R$

1,96

R$

2,01

R$

2,01

R$

2,03

R$

2,03

R$

1,79

R$

1,79

R$

1,60

FRANGO VIVO - PREÇOS HISTÓRICOS E PREÇOEFETIVO EM 2011

PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009):preço em dezembro do ano anterior igual a 100PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/KG, granja, interior paulista)

R$ 1,30

R$ 1,20

R$ 1,40

R$ 1,50

R$ 1,60

R$ 1,70

R$ 1,80

R$ 1,90

R$ 2,00

92,8

0%

97,6

6%

88,1

8%

86,1

9%

87,1

2%

96,5

2%

98,8

5%

104,

63%

106,

13%

107,

27%

107,

47%

108,

34%

Page 71: Actigen - AviSite · 2012. 6. 11. · atividades de produção animal – pecuária de corte, avicul - tura de corte e suinocultura – estão apresentando desem - penho inferior

Produção Animal | Avicultura 71

Praticamente todos os ganhos obti-dos pelo ovo no decorrer de 2011

se perderam no decorrer do mês de maio – aquele que, comercialmente falando, sempre foi considerado o se-gundo melhor do ano. E a reativação, quando ocorreu, chegou tardiamente.

O fato é que, após iniciar o ano com pequena desvalorização (-4,33%) em relação ao último mês do ano an-terior, o ovo entrou em um processo de valorização significativo: ganho de 19,45% em fevereiro (o que fez com que o valor nominal do mês fosse o maior em quase dois anos), com con-tinuidade em março (+10,80%) e tam-bém em abril (+7,74%). Mas então, o ritmo de expansão anterior já havia desaparecido, fato inicialmente atri-buído ao fim da Quaresma.

Não foi bem assim, como se viu. Pois em maio o produto perdeu mais de 18% de seu preço anterior e regis-trou cotação média pouco superior a R$43,00/caixa, valor que, neste ano, está acima apenas do preço médio re-gistrado em janeiro. E, em relação a maio do ano passado, o produto ob-teve no mês ganho de não mais que 10%, valor obviamente insuficiente para fazer frente à evolução de custos do principal insumo do produto, o mi-lho, que no mesmo espaço de tempo aumentou cerca de 60%.

Em busca das causas que determi-naram a desvalorização do produto, é inevitável concluir que houve aumen-to da produção – um paradoxo se considerado que os dias agora são mais curtos e levam a uma queda na-tural da postura. Pode ser, até, que isso esteja efetivamente ocorrendo. Mas, sem dúvida, os efeitos da chega-da do inverno, se existiram, acabaram neutralizados pelo plantel de poedei-ras que – considerados os números le-vantados pelo próprio setor produtivo – registrava em maio aumento anual da ordem de 27,5% no número de ca-beças em produção.

Mas como nenhum mal vem so-zinho, este – tudo indica – vem ten-do inesperado (mas sério) agravan-te: a queda nas exportações do produto que, no ano (e sem consi-

derar, ainda, o mês de maio), já re-trocederam cerca de 60%, enquan-to nos 12 meses encerrados em abril de 2011 apresentam queda de mais de 40%.

Desempenho do ovo em maio de 2011Cotação média está acima apenas do preço registrado em janeiro

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

MAI/10 39,12 -6,50% 3,63%

JUN/10 41,16 -4,55% 5,21%

JUL/10 37,89 2,62% -7,95%

AGO/10 37,15 -0,66% -1,94%

SET/10 37,08 9,45% -0,20%

OUT/10 36,74 17,21% -0,75%

NOV/10 36,83 18,82% 0,25%

DEZ/10 38,76 8,01% 5,23%

JAN/11 37,08 16,60% -4,33%

FEV/11 44,29 11,65% 19,45%

MAR/11 49,08 19,82% 10,80%

ABR/11 52,88 40,07% 7,74%

MAI/11 43,08 10,11% -18,53%

média e variação anual entre 2000 e 2011

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,63 -11,37%

2010 37,93 -1,82%

2011* 45,24 19,35%

* Média entre 03/01 e 31/05/11

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

R$

37,0

8

R$

44,2

9R

$ 44

,29

R$

49,0

8R

$ 49

,08

R$

52,8

8R

$ 52

,88

R$

43,0

8

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS HISTÓRICOSE PREÇO EFETIVO EM 2011

PREÇO HISTÓRICO (média 1999/2009):preço em dezembro do ano anterior igual a 100PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/caixa, no atacado paulista)

R$ 32,00

R$ 30,00

R$ 34,00

R$ 36,00

R$ 38,00

R$ 40,00

R$ 42,00

R$ 44,00

R$ 46,00

R$ 48,00

R$ 50,00R$ 52,00

88,2

4% 108,

23%

112,

91%

101,89%

103,

18%

110,

65%

106,

81%

105,

62%

96,0

7%

95,5

3%

99,1

7%

111,

87%

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Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasMilho retrocede mas ainda preocupa

Preço do farelo de soja registra pequena queda

Fonte das informações: www.jox.com.br

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em maio de 2011 ao preço médio de R$589/tonela-

da, valor 0,51% menor que o de abril passado – R$592/t. Porém, na comparação com maio de 2010 – quando o preço médio era de R$546/t – a cotação atual registra au-mento de 7,88%.

Apesar do retrocesso pelo terceiro mês seguido, o insu-mo ainda está valorizado em relação ao ano anterior.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoOs preços do farelo de soja e do frango vivo sofreram

desvalorização em abril. Neste mês foram necessários 368,1 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando piora de 10,16% no poder de com-pra em relação a abril de 2011, quando foram necessários 330,7 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em

maio de 2011 foram necessárias 16,1 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo diminuiu na comparação com abril de 2011: piora de 20,73%, já que em abril cerca de 12,8 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em rela-ção a maio de 2010, a melhora no poder de compra é pequena, cerca de 3,70%, pois naquele período a tonela-da de farelo de soja custou, em média, 16,7 caixas de ovos.

Após um período de consecutivas altas, o milho apresen-tou pelo terceiro mês seguido redução de valor. O preço

médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou maio de 2011 a R$29,91– valor 1,16% menor que a média de R$30,26 obtida pelo produto em abril. Mas a disparidade ainda é grande em relação aos valores de um ano atrás. O valor atual é cerca de 60% maior que um ano atrás já que a média de maio de 2010 foi de R$18,68/saca. O valor do insu-mo continua pressionando os custos de produção da avicul-tura brasileira.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) fechou maio a R$1,60/kg -

média 10,61% menor que a de abril de 2011. A desvaloriza-ção do frango diminuiu o poder de compra do avicultor: fo-ram necessários 311,6 kg de frango vivo para se obter uma tonelada do insumo, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em maio. Este valor representa redução no poder de compra de 9,57% em relação ao mês anterior, pois em abril a tonelada do milho “custou” 281,8 kg de fran-go vivo.

Valores de troca – Milho/OvoO preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30

dúzias), encerrou maio cotado à média de R$36,58, queda de 21,13% sobre o mês anterior. Essa desvalorização resul-tou em queda no poder de compra: em maio foram necessá-rias 13,6 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cere-al. Em abril foram necessárias 10,9 caixas/t, uma redução de 20,21% na capacidade de compra do produtor.

72 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 73

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74 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 75

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76 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

76 Produção Animal | Avicultura

Desafios da nutrição avícola

João Batista Luchesi

é consultor da JB Luchesi Consultoria & Assessoria

A natureza do homem o impele sempre

a buscar o novo, o inovador. Quer sempre

estar à frente do seu tempo, o que é fantás-

tico, mas a biologia não é uma ciência exa-

ta. São tantos os fatores que interferem na

obtenção de um bom resultado zootécnico

(genética, ambiente, sanidade, manejo e

nutrição), que o nutricionista precisa estar

atento a todos eles ao formular as dietas,

principalmente por que a dieta que obte-

mos é atingida através de um processo ma-

temático. Porém, a distância que existe en-

tre uma fórmula, no papel, e o bico da ave,

é imensa.

Para se executar uma formulação que

atenda o resultado zootécnico que deseja-

mos com a máxima eficiência econômica,

devemos ter pleno conhecimento das a)

exigências nutricionais inerentes à espécie,

linhagem, idade e outras; b) composição

nutricional das matérias-primas; c) custos;

d) quantidades disponíveis e a produção de

rações por fase. De posse destas informa-

ções e dispondo de um programa de formu-

lação, temos a solução.

Mas porque muitas vezes o resultado

não é o esperado? Analisando somente do

ponto de vista nutricional, deixando as ou-

tras variáveis de lado, posso afirmar que

muitos técnicos não dão o devido valor às

análises de suas matérias-primas, valorizan-

do-as somente pela garantia do

fornecedor ou por uma análise es-

porádica.

Outro aspecto é a busca de-

senfreada pela redução de custo.

Um técnico não preparado pode

começar a reduzir um ou mais ní-

veis nutricionais, acreditando

que o resultado não será afetado,

porque sabe que se mexer nos ní-

veis de energia, fósforo disponí-

vel, ou aminoácidos, o custo será

diretamente influenciado. Muitas vezes o

barato sai caro.

Outro ponto de fragilidade é a fábrica de

rações. Geralmente, a fábrica impõe verda-

deiro pavor ao nutricionista, visto que, na

maioria das vezes, estes profissionais vêem

da área biológica e não têm conhecimento

da área de engenharia. Em empresas de

grande porte, isto é facilmente solucionado

pela presença de elementos qualificados,

mas em pequenos empreendimentos, nor-

malmente, o elemento humano responsá-

vel pela fábrica é o indivíduo menos prepa-

rado da propriedade. Por isso, os erros

observados são verdadeiros absurdos, que

vão desde a identificação incorreta das ma-

térias-primas até os erros de pesagem e tem-

po de mistura inadequado. É relevante que

o nutricionista esteja presente na fábrica

acompanhando todos os processos, desde o

início até o bico da ave.

Finalizando, sugiro que os técnicos que

trabalham com nutrição avícola fiquem

menos tempo em frente ao computador

buscando novidades. Em seu devido tempo,

essas novidades chegarão ao conhecimento

da comunidade. Se dediquem mais a estar

presente no laboratório de controle de qua-

lidade, na fábrica de ração e no campo,

onde poderão ver in locco o desempenho

do que planejaram em seus programas.

É do conhecimento de todos a im-portância que a nutrição exerce no desempenho zootécnico das aves.

Principalmente hoje com informação disponível nas mais diferentes formas e meios. Mas aqui reside um dos maiores perigos para aqueles que trabalham na área nutricional: filtrar a boa da má in-formação, a acadêmica da comercial e a teórica da prática.

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Produção Animal | Avicultura 77

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