centro de acolhimento de crianÇas . fundaÇÃo cecÍlia...

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dura lex 313 I/V VISTA ALZADO PRINCIPAL PLANO DE ORDENACIÓN Y DE ACCESOS . ESCALA 1:1000 SECCIÓN DEL CONJUNTO ESCALA 1:000 ESTRATÉGIA CONCEPTUAL O projecto lança-se de uma leitura cruzada das características e potenciais expressos no terreno com as especificidades do Programa Funcional, focado na procura do equilíbrio possível entre a criação de espaços interiores, mas sobretudo exteriores adaptados às Crianças, à sua protecção e privacidade. Para a estruturação da estratégia a leitura do terreno através de cortes longitudinais permite a sua definição, e também, a sua comunicação: Corte 01 . Situação Actual O terreno actualmente caracteriza-se pelo grande desnível entre o nível da Rua Papa João Paulo II e a Levada dos Piornais. Esse desnível é regularizado pontualmente por 3 taludes estruturados por muros de pedra basáltica aparelhada. Os 20 metros de desnível acumulado promovem diferentes níveis de relação com a vista e de protecção relativamente à rua fronteira ao lote. Corte 02 . Modelação Taludes A elevada inclinação do terreno não permite uma fácil apropriação dos espaços exteriores de recreio e lazer para fruição pelas Crianças. Assim, a primeira acção é sobre o terreno, procurando adequá-lo a esta apropriação, introduzindo dois novos solcalcos que criarão 4 zonas planas. A modelação proposta é equilibrada na relação entre as áreas de aterro e desaterro, e também na relação com os muros de contenção existentes, sendo os mesmos mantidos integralmente. Corte 03 . Áreas Exteriores Após a modelação, inicia-se o exercício de interpretação do potencial de cada nova plataforma / terreiro com o programa, assumindo-se como ponto de partida que o terreiro dos quartos se localize numa cota mais elevada, como garantia de privacidade, segurança e de maior privilégio na relação com a vista. No nível inferior surge o terreiro de entrada, numa plataforma nivelada de acesso público ao edifício que funcionará como uma extensão do espaço público funcionando como área de transição público / privado, já dentro do Lote, culminando num pequeno alpendre sobre a vista. A plataforma intermédia será o terreiro dos baloiços, mediando a relação entre os terreiros anteriormente referidos. Corte 04 . Integração do Programa O programa integra-se de forma articulada com os terreiros, procurando deles tirar partido como áreas de expansão dos espaços interiores. A área destinada aos quartos destaca-se por ser a única que não está integrada nos novos socalcos, assumindo-se como um corpo independente, com uma materialidade forte em betão pigmentado e uma volumetria que o aproxima das construções tradicionais madeirenses, na proporção, desenho da cobertura e relação com as vistas. Esta presença arquétipa e o seu uso, pretendem construir a imagem de um Lar, da qual acreditamos depender a relação das Crianças com a Fundação durante as suas permanências. O piso 1 destina-se às áreas comuns das crianças, onde se privilegia a relação com o terreiro e a vista. Este piso caracteriza-se ainda por dois grandes pátios que garantem iluminação e ventilação natural aos espaços mais interiores. O piso 0, com acesso de nível pela Rua tirando partido do seu desnível, recebe as áreas administrativas e a sala de visitas, e tem a sua relação com o exterior mais condicionada, tirando também partido de um pequeno pátio para iluminação das áreas de trabalho. Integrado no primeiro socalco, já existente, ficará o piso -1. Destinado exclusivamente a garagem e áreas técnicas poderá ser também um ponto de acesso mais protegido ao interior do edifício, tirando partido do elevador que desde aqui serve todos os pisos. PAINEL I / III VISTA DESDE A RUA PAPA JOÃO PAULO II CENTRO DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS . FUNDAÇÃO CECÍLIA ZINO PLANTA DE IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:500 CORTES LONGITUDINAIS / ESQUEMAS ESCALA 1:500 terreiro da entrada garagem administração áreas comuns quartos 3 lugares de estacionamento público bananeiras + hortas painéis solares bananeiras + hortas levada levada acesso garagem + serviço \ terreiro baloiços terreiro quartos terreiro dos baloiços terreiro dos quartos hortas e bananeiras hortas e bananeiras pomar hortas e bananeiras Corte 01 Corte 02 Corte 03 Corte 04 hortas e bananeiras rua rua rua rua aterro aterro desaterro desaterro

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dura lex 313I / V

VISTA ALZADO PRINCIPAL

PLANO DE ORDENACIÓN Y DE ACCESOS . ESCALA 1:1000

SECCIÓN DEL CONJUNTO ESCALA 1:000

ESTRATÉGIA CONCEPTUALO projecto lança-se de uma leitura cruzada das características e potenciais expressos no terreno com as especificidades do Programa Funcional, focado na procura do equilíbrio possível entre a criação de espaços interiores, mas sobretudo exteriores adaptados às Crianças, à sua protecção e privacidade. Para a estruturação da estratégia a leitura do terreno através de cortes longitudinais permite a sua definição, e também, a sua comunicação:

Corte 01. Situação ActualO terreno actualmente caracteriza-se pelo grande desnível entre o nível da Rua Papa João Paulo II e a Levada dos Piornais. Esse desnível é regularizado pontualmente por 3 taludes estruturados por muros de pedra basáltica aparelhada. Os 20 metros de desnível acumulado promovem diferentes níveis de relação com a vista e de protecção relativamente à rua fronteira ao lote.

Corte 02. Modelação TaludesA elevada inclinação do terreno não permite uma fácil apropriação dos espaços exteriores de recreio e lazer para fruição pelas Crianças. Assim, a primeira acção é sobre o terreno, procurando adequá-lo a esta apropriação, introduzindo dois novos solcalcos que criarão 4 zonas planas. A modelação proposta é equilibrada na relação entre as áreas de aterro e desaterro, e também na relação com os muros de contenção existentes, sendo os mesmos mantidos integralmente.

Corte 03. Áreas ExterioresApós a modelação, inicia-se o exercício de interpretação do potencial de cada nova plataforma / terreiro com o programa, assumindo-se como ponto de partida que o terreiro dos quartos se localize numa cota mais elevada, como garantia de privacidade, segurança e de maior privilégio na relação com a vista. No nível inferior surge o terreiro de entrada, numa plataforma nivelada de acesso público ao edifício que funcionará como uma extensão do espaço público funcionando como área de transição público / privado, já dentro do Lote, culminando num pequeno alpendre sobre a vista. A plataforma intermédia será o terreiro dos baloiços, mediando a relação entre os terreiros anteriormente referidos.

Corte 04. Integração do ProgramaO programa integra-se de forma articulada com os terreiros, procurando deles tirar partido como áreas de expansão dos espaços interiores. A área destinada aos quartos destaca-se por ser a única que não está integrada nos novos socalcos, assumindo-se como um corpo independente, com uma materialidade forte em betão pigmentado e uma volumetria que o aproxima das construções tradicionais madeirenses, na proporção, desenho da cobertura e relação com as vistas. Esta presença arquétipa e o seu uso, pretendem construir a imagem de um Lar, da qual acreditamos depender a relação das Crianças com a Fundação durante as suas permanências. O piso 1 destina-se às áreas comuns das crianças, onde se privilegia a relação com o terreiro e a vista. Este piso caracteriza-se ainda por dois grandes pátios que garantem iluminação e ventilação natural aos espaços mais interiores. O piso 0, com acesso de nível pela Rua tirando partido do seu desnível, recebe as áreas administrativas e a sala de visitas, e tem a sua relação com o exterior mais condicionada, tirando também partido de um pequeno pátio para iluminação das áreas de trabalho. Integrado no primeiro socalco, já existente, ficará o piso -1. Destinado exclusivamente a garagem e áreas técnicas poderá ser também um ponto de acesso mais protegido ao interior do edifício, tirando partido do elevador que desde aqui serve todos os pisos.

PA I N E L I / I I I

V I S TA D E S D E A RUA PA PA J OÃO PAU L O I I

C E N T R O D E AC O L H I M E N T O D E C R IA N Ç A S . F U N DAÇ ÃO C E C Í L IA Z I N O

P L A N TA D E I M P L A N TA Ç Ã OE S C A L A 1 : 5 0 0 C O RT E S L O N G I T U D I NA I S / E S Q U E M A S

E S C A L A 1 : 5 0 0

terreiroda entrada

garagem

administração

áreas comuns

quartos3 lugares de

estacionamento

público

bananeiras

+

hortas

painéis solares

bananeiras

+

hortas

levada

levada

acesso garagem

+

serviço

\terrei

ro baloiço

s

terrei

ro quartos

terreiro dos baloiços

terreiro dos quartos

hortase bananeiras

hortase bananeiras

pomar

hortase bananeiras

Corte 01

Corte 02

Corte 03

Corte 04

hortase bananeiras

rua

rua

rua

rua

aterro

aterrodesaterro

desaterro

ÁTRIO INTERIOR

dura lex 313I I / V

PA I N E L I I / I I I

C E N T R O D E AC O L H I M E N T O D E C R IA N Ç A S . F U N DAÇ ÃO C E C Í L IA Z I N O

Piso -1 . Escala 1:2001. Circulação 40.0m²2. Garagem 76.0m²3. Lavandaria 16.5m²4. Sala de Lixos 15.5m²

1.

4.

2.

+96.30

+99.28

+102.58

+106.28

+106.30

+102.60

+99.30

Poço

Acesso

Jardim

Jardim

Alpendre

5m de afastamentoao limite do lote

+97.

00

garagem

entrada

3.

4. 6.

6.

1.

1. 1.

2.

2.

2.

3.

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5.

5. 5.

5.

5. 5.

5. 5.

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7.

8.

8.

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9. 4.

5.

4.

4.

Piso 0 . Escala 1:200 1. Átrio / Recepção 30.0m²2. Gab. R.C.U. 14.7m²3. Sala de Visitas (c.I.S.) 26.7m²4. Gab. Ass. Sociais 12.0m²

Piso 1 . Escala 1:2001. Sala Polivalente 58.4m²2. Copa 20.2m²3. Sala Refeições 16.5m²4. Sala Jogos/Multim. 27.5m²

Piso 2 . Escala 1:2001. Circulação / Biblioteca 39.8m²2. Circulação 76.0m²3. Quarto Pessoal 11.5m²

5. Gab. Administração 11.6m²6. Sala 1ºs Socorros 9.0m²7. Instalação Sanitária 5.0m²8. I.S. Mobilidade Red. 3.0m²9. Circulação 16.5m²

5. Sala Reuniões 19.0m²6. Circulação 14.7m²7. Pátio redondo 24.1m²8. Pátio quadrado 14.5m²9. Zona coberta 43.7m²

Público

Brincadeira

Quartos

4. Quarto Bebés 19.7m²5. Quarto Duplo 19.7m²

V I S TA D E S D E A RUA PA PA J OÃ O PAU L O I I

R E F E I T Ó R I O S A L A D E J O G O S / M U LT I M É D IA ( P O L I VA L E N T E A O F U N D O )

dura lex 313I I I / V

C E N T R O D E AC O L H I M E N T O D E C R IA N Ç A S . F U N DAÇ ÃO C E C Í L IA Z I N O

PA I N E L I I I / I I I

ÁREAS ExTERIORES E SUSTENTAbILIDADEA estratégia de projecto centra-se numa procura de uma relação equilibrada entre as necessidades funcionais e programáticas do edifício, e a sua adequação a um terreno e a um local que têm um enquadramento híbrido entre o urbano e o rural. Este enquadramento significa que há um potencial ecológico, económico e cultural a manter, com expressão na modelação do terreno para a sua adequação à produção agrícola através dos muros de pedra aparelhada que caracterizam grande parte da Ilha, mas que vão, a pouco e pouco, sendo substituídos por novos muros em betão mais impositivos sobre os terrenos e menos integrados do ponto de vista material e estético.

Cerca de metade do terreno manterá a sua topografia, usos e sistemas de rega actuais (levada), promovendo-se a manutenção da cultura da Banana tão característica do Sul da Ilha da Madeira, e às quais se associam as cores, os cheiros e os ciclos anuais da produção. Esta cultura será compatibilizada com áreas de horta que permitam desenvolver a pedagogia da agricultura de pequena escala, ao mesmo tempo que abastecem o Centro com alimentos livres de pesticidas e demais poluentes.

V I S TA D O T E R R E I R O D O S bA L O I Ç O S

Q UA RT O T I P O b I b L I O T E C A / C I R C U L A Ç Ã O Q UA RT O S

99.28 terreiro entrada

99.28 terreiro entrada

99.28 terreiro entrada

perfil terreno existente

96.30 garagem

96.30 garagem

96.30 garagem

102.58 terreiro baloiços

102.58 terreiro baloiços

102.58 terreiro baloiços

106.18 terreiro quartos

106.18 terreiro quartos

106.18 terreiro quartos

Alçado Sul. Escala 1:200

Corte Longitudinal . Escala 1:200

Alçado Este. Escala 1:200

As áreas verdes propostas ao nível dos pisos 0, 1 e 2, de baixa manutenção com vegetação rasteira resistente (escalracho - Panicum repens), são reforçadas nos limites da parcela onde se prevê a plantação de árvores de fruto e a transplantação de alguma das árvores existentes cuja condição fitossanitária permita. Estas áreas arborizadas permitirão uma maior protecção em relação ao exterior e um complemento à produção frutífera local, criando também áreas de sombra relevantes considerando a orientação predominantemente a Sul das várias plataformas.

O sistema de levadas alimentará um poço, sob o pátio circular, que permitirá o aproveitamento da água das chuvas para usos de rega e lavagem. Para além da superfície a montante, também as coberturas e o terreiro dos quartos alimentarão este Poço, que funcionará de forma complementar à rede pública.

A grande área de terreno disponível permite reservar uma área relevante para a implantação de painéis solares que permitam garantir o fornecimento de Água Quente Sanitária ao Centro, podendo também ser considerado uma vertente fotovoltaica para abastecimento eléctrico da Rede.