acessibilidade e mobilidade para todos

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ULisboa | Faculdade de Arquitectura | M. I. Arquitectura | Novembro 2014 Acessibilidade e Mobilidade para Todos Análise crítica do projecto de um edifício à luz da regulamentação sobre acessibilidade e mobilidade condicionada Francisco João da Graça Champlon | 7357 | MIARQ5D Prof. João Pardal Monteiro | Edificações IV – Apoio ao Projecto

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Análise crítica do projecto deum edifício à luz da regulamentaçãosobre acessibilidade e mobilidade condicionada

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ULisboa | Faculdade de Arquitectura | M. I. Arquitectura | Novembro 2014

Acessibilidade e

Mobilidade para Todos

Análise crítica do projecto de

um edifício à luz da regulamentação

sobre acessibilidade e mobilidade condicionada

Francisco João da Graça Champlon | 7357 | MIARQ5D

Prof. João Pardal Monteiro | Edificações IV – Apoio ao Projecto

O caso em estudo – breve memória descritiva

O projecto em análise assume a forma de uma banda em que o uso dominante é o de

habitação, sendo este uso complementado pela existência de um estacionamento privativo coberto

no piso de menor cota do edifício, e ainda por espaços destinados à ocupação por pequenas

actividades comerciais que prestem serviços de proximidade ou de bairro, como cafés, pequenas

lojas e afins.

O edifício é composto por cinco unidades agregadas, estruturalmente independentes e

idênticas, e muito semelhantes ao nível funcional, havendo pequenas diferenças identificáveis nas

duas unidades localizadas nos extremos da banda.

Os usos habitacional e comercial são funcionalmente independentes um do outro em toda a

extensão da banda. Também em cada uma das cinco unidades o uso habitacional funciona de modo

separado das outras unidades agregadas, com excepção do piso de estacionamento, cujo acesso para

entrada e saída de veículos e sistema de circulação no interior serve as cinco unidades.

Procedimento

De seguida analisar-se-á este projecto no que respeita ao cumprimento das disposições do

Decreto-Lei 163/2006 de 8 de Agosto, conforme transpostas no guia “Acessibilidade e Mobilidade

para Todos”, editado pelo Secretariado Nacional de Reabilitação e Integração das Pessoas com

Deficiência. Para tal, procurar-se-á seguir a ordem pela qual os artigos são apresentados no capítulo

2 do referido guia, capítulo intitulado “Descodificação das Normas Técnicas apresentadas no

DL163/2006”.

Cada número ou alínea será, em geral, iniciado com uma ou várias das indicações

“Cumprido”, “Não cumprido”, “Não se aplica” ou “Detalhe”, seguindo-se um comentário

justificando a atribuição dessa classificação e, quando necessário, uma sugestão de correcção do

projecto que pudesse conduzir ao cumprimento da norma em questão.

No final do documento incluem-se painéis em que se descreve graficamente o projecto e que

auxiliam a compreensão da análise realizada.

2.2.1 Via pública

2.2.1.1 Percurso acessível

2.2.1.1.1 Cumprido: a área de intervenção é servida por uma rede de percursos pedonais acessíveis

que proporcionam o acesso das pessoas com mobilidade condicionada aos lotes construídos, aos

equipamentos colectivos, aos espaços de recereio e de lazer e aos espaços de estacionamento de

viaturas.

2.2.1.1.2 Não se aplica: este número diz respeito à coerência e continuidade dos percursos

acessíveis à escala do bairro e da cidade, não apenas da rua.

2.2.1.1.3 Cumprido: nesta análise dos percursos acessíveis inclui-se a abordagem a: passeios e

caminhos de peões; escadarias, rampas e escadarias em rampa; passagens de peões; outros espaços

da via pública.

2.2.1.1.4 Remete para o capítulo 4 – “Percurso acessível”.

2.2.1.1.5 Como se verá, todos os percursos pela via pública são potencialmente acessíveis, isto é,

não poderão ser considerados estritamente acessíveis na medida em que faltava esclarecer em

projecto alguns detalhes cruciais para a verificação da sua acessibilidade, mas nada do que estava já

planeado colidia com as normas deste regulamento.

2.2.1.2 Passeios e caminhos de peões

2.2.1.2.1 Cumprido: junto à fachada Sul do edifício, que é a única zona do edifício servida

directamente por uma via de trânsito, o passeio tem uma largura total de 3 m, estando livres mais

que os 1,5 m exigidos.

2.2.1.2.2 Não se aplica: não existem no projecto áreas plantadas no interior das quais existam

percursos pedonais.

2.2.1.3 Escadarias na via pública

2.2.1.3.1 Remete para a secção 2.2.2.4: “Escadas” em “Edifícios e estabelecimentos em geral” e

determina o cumprimento das seguintes condições complementares:

1) Não cumprido: as escadarias deverão ser dotadas de patamares superior e inferior com uma faixa

de aproximação constituída por um material de revestimento de textura diferente e cor contrastante

com o restante piso;

2) Cumprido: os degraus cumprem a seguinte relação dimensional: 34 cm de comprimento por 15

cm de altura;

3) Não cumprido: a escadaria no topo Noroeste do edifício, com 7,15 m de largura e vencendo um

desnível de 4,00 m, terá de ser munida de um duplo corrimão central e corrimãos de ambos os lados

da escada; a escada junto do topo Sudeste do edifício, com 2,00 m de largura e vencendo um

desnível de 2,47 m, terá de ser munida de corrimãos de ambos os lados.

2.2.1.4 Escadarias em rampa na via pública

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer escadarias em rampa na via pública.

2.2.1.5 Rampas na via pública

2.2.1.5.1 Remete para a secção 2.2.2.5: “Rampas” em “Edifícios e estabelecimentos em geral”.

Não cumprido: as rampas existentes têm 3,37 m de largura e vencem desníveis superiores a 40 cm,

pelo que deverão ser dotadas de um duplo corrimão central ou de corrimãos de ambos os lados.

2.2.1.6 Passagens de peões de superfície

2.2.1.6.1 Não cumprido: não foram planeadas passagens de peões, embora fossem, de facto,

necessárias em alguns pontos incluídos na área do projecto.

2.2.1.7 Passagens de peões desniveladas

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer passagens de peões desniveladas, nem existe

nenhuma situação que requeira obrigatoriamente a instalação de uma destas passagens.

2.2.1.8 Outros espaços de circulação e permanência de peões

2.2.1.8.1. Cumprido: este número diz respeito aos espaços de circulação e permanência de peões na

via pública que não se enquadrem especificamente numa das tipologias anteriores; neste projecto,

enquadram-se neste número os espaços a Norte do edifício e junto ao topo Oeste do edifício. Para

estes espaços, devem ser aplicadas as especificações definidas na secção 2.2.1.2 “Passeios e

caminhos de peões”:

2.2.1.2.1 Cumprido: nas zonas referidas acima, mesmo não sendo servidas por nenhuma via

de trânsito, o passeio (ou espaço de circulação) tem uma largura livre superior aos 1,5 m

exigidos.

2.2.1.2.2 Não se aplica: não existem nas zonas mencionadas áreas plantadas no interior das

quais existam percursos pedonais.

2.2.1.8.2. Espaços de circulação e permanência (≥ 100 m2)

1) Detalhe técnico: especificações do sistema de drenagem das águas pluviais;

2) Não cumprido: deve introduzir-se elementos e texturas de pavimento que proporcionem uma

melhor legibilidade do espaço através da indicação, nomeadamente às pessoas com deficiência da

visão, dos principais percursos de atravessamento.

2.2.2 Edifícios e estabelecimentos em geral

2.2.2.1 Percurso acessível

2.2.2.1.1 Não cumprido: como se verifica pela leitura dos números seguintes, nem todos os espaços

que constituem o edifício estão dotados de um percurso que permita o acesso seguro e confortável

das pessoas com mobilidade condicionada; serão apontadas possíveis soluções nos números em que

os requisitos não estejam a ser cumpridos.

2.2.2.1.2 Neste edifício, os espaços susceptíveis de não serem servidos por um percurso acessível

são apenas os espaços e compartimentos das habitações, para os quais são definidas condições

específicas na secção 2.2.3.3 “Edifícios de habitação – habitações”.

2.2.2.1.3 Cumprido: este edifício, sendo uma obra de construção, cumpre com o exigido na medida

em que os percursos acessíveis coincidem com o percurso dos restantes utilizadores.

2.2.2.1.4 Não se aplica: este número é referente apenas a obras de ampliação, alteração e

conservação.

2.2.2.1.5 Remete para 2.2.4 “Percurso acessível”.

2.2.2.2 Átrios

2.2.2.2.1 Cumprido: do lado exterior das portas de acesso aos edifícios e estabelecimentos é

possível inscrever uma zona de manobra para rotação de 360°, conforme exigido.

2.2.2.2.2 Cumprido: nos átrios interiores é possível inscrever uma zona de manobra para rotação de

360°, conforme exigido.

2.2.2.2.3 Não cumprido: as portas de acesso aos edifícios têm uma largura útil de 85 cm, pelo que

deverão ser aumentadas, de modo a cumprir o mínimo exigido de 87 cm.

2.2.2.3 Patamares, galerias e corredores

2.2.2.3.1 Cumprido: todos os corredores, excepto os das habitações, têm largura útil de 1,50 m ou

de 1,55 m; a galeria tem largura útil mínima de 2,35 m; todos cumprem, portanto, o mínimo exigido

de 1,50 m.

2.2.2.3.2 Cumprido / Não se aplica: não existem no projecto quaisquer troços de patamares, galerias

ou corredores com uma largura inferior a 1,50 m, logo todos estes espaços têm largura superior aos

0,9 m mínimos exigidos.

2.2.2.3.3 Cumprido / Não se aplica: uma vez que todos os corredores têm largura igual ou superior a

1,50 m, não são necessárias zonas de manobra.

2.2.2.3.4 Remete para o número 2.2.4.11 - “Corrimãos e barras de apoio” em “Percurso acessível”:

2.2.4.11.1 Detalhe: diâmetro / largura da superfície de preensão;

2.2.4.11.2 Detalhe: distância do corrimão / barra à parede ou suporte;

2.2.4.11.3 Detalhe / Não se aplica: corrimãos / barras colocados em planos recuados;

2.2.4.11.4 Detalhe: inexistência de formas perigosas nos corrimãos, barras e paredes;

2.2.4.11.5 Detalhe: continuidade, firmeza e adequação material das superfícies de

preensão;

2.2.4.11.6 Detalhe: solidez dos corrimãos e barras, e respeectivas superfícies de fixação.

2.2.2.4 Escadas

Núcleo de acessos verticais da componente habitação

2.2.2.4.1 Cumprido: a largura útil de todos os componentes da escada (lanços e patamares) é igual

ou superior a 1,20 m, cumprindo com o mínimo exigido de 1,20 m.

2.2.2.4.2

1) Cumprido: os patamares têm uma profundidade de 1,25 m, acima do mínimo exigido de 1,20 m;

2) Não se aplica: especificações sobre os patins intermédios a incluir quando os desníveis a vencer

são superiores a 2,40 m; neste caso, os desníveis a vencer são de 1,75 m, portanto inferiores a 2,40

m, pelo que esta alínea não se aplica.

2.2.2.4.3

1) Cumprido: a profundidade dos degraus é de 29 cm, cumprindo o exigido;

2) Cumprido: a altura dos degraus é de 17,5 cm, cumprindo o exigido;

3) Cumprido: as dimensões do cobertor e do espelho são constantes ao longo de cada lanço;

4) Detalhe: não foi definido o raio de curvatura do boleamento da aresta do focinho dos degraus,

que deverá medir entre 5 mm e 10 mm;

5) Não cumprido: será necessário dotar a escada de faixas antiderrapantes e de sinalização visual

com uma largura não inferior a 0,04 m e encastradas junto ao focinho dos degraus.

2.2.2.4.4 Cumprido / Não se aplica: os degraus de arranque são iguais aos restantes degraus.

2.2.2.4.5 Cumprido: a profundidade do degrau (cobertor) é medida pela superfície que excede a

projecção vertical do degrau superior.

2.2.2.4.6 Cumprido: os degraus das escadas não possuem elementos salientes nos planos de

concordância entre o espelho e o cobertor.

2.2.2.4.7 Cumprido: os elementos que constituem as escadas não apresentam arestas vivas ou

extremidades projectadas perigosas.

2.2.2.4.8 Não cumprido: uma vez que a escada vence desníveis superiores a 40 cm, e que existe

apenas um corrimão contínuo colocado pelo lado interior da escada, deverá ser instalado um outro

corrimão pelo lado exterior da escada.

2.2.2.4.9 Corrimãos de escadas:

1) Detalhe: embora a altura dos corrimãos não tenha sido definida em projecto, nenhuma

circunstância impede que se instalem conforme o estipulado neste número (entre 0,85 m e 0,90 m);

2) Detalhe: esta alínea diz respeito ao prolongamento do corrimão no topo da escada; teria de

prolongar-se pelo menos 0,3 m para além do último degrau do lanço, sendo esta extensão paralela

ao piso;

3) Detalhe: esta alínea diz respeito ao prolongamento do corrimão na base da escada; teria de

prolongar-se para além do primeiro degrau do lanço numa extensão igual à dimensão do cobertor

mantendo a inclinação da escada;

4) Cumprido: os corrimãos que já estavam planeados são contínuos ao longo dos vários lanços das

escadas.

2.2.2.4.10 Não cumprido: existem, no percurso de escada entre o piso de entrada e o primeiro piso

de habitação, dois degraus isolados; estes degraus terão de ser claramente assinalados com um

material de revestimento de textura diferente e cor contrastante com o restante piso.

2.2.2.4.11 Cumprido: existem ascensores que complementam a escada.

Escadas de acesso à galeria localizada no lado Sul do edifício

2.2.2.4.1 Cumprido: a largura útil dos componentes da escada (lanços e patamares) é de 1,95 m

(escada no topo Oeste) ou de 3,37 m (escada no topo Este), cumprindo em qualquer caso com o

mínimo exigido de 1,20 m.

2.2.2.4.2

1) Cumprido: no seu conjunto, os patamares têm uma profundidade mínima de 1,95 m, cumprindo o

mínimo exigido de 1,20 m;

2)

Escada no topo Oeste: Cumprido: o desnível total a vencer é de 4,00 m; o patim intermédio

planeado tem 1,20 m de profundidade, medida no sentido do movimento, cumprindo o mínimo

exigido de 0,7 m.

Escada no topo Este: Não se aplica: os desníveis a vencer são inferiores a 2,40 m.

2.2.2.4.3

1) Cumprido: a profundidade dos degraus é de 29 cm, cumprindo o exigido;

2) Cumprido: a altura dos degraus é de 17,5 cm, cumprindo o exigido;

3) Cumprido: as dimensões do cobertor e do espelho são constantes ao longo de cada lanço;

4) Detalhe: não foi definido o raio de curvatura do boleamento da aresta do focinho dos degraus,

que deverá medir entre 5 mm e 10 mm;

5) Não cumprido: será necessário dotar a escada de faixas antiderrapantes e de sinalização visual

com uma largura não inferior a 0,04 m e encastradas junto ao focinho dos degraus.

2.2.2.4.4 Cumprido / Não se aplica: os degraus de arranque são iguais aos restantes degraus.

2.2.2.4.5 Cumprido: a profundidade do degrau (cobertor) é medida pela superfície que excede a

projecção vertical do degrau superior.

2.2.2.4.6 Cumprido: os degraus das escadas não possuem elementos salientes nos planos de

concordância entre o espelho e o cobertor.

2.2.2.4.7 Cumprido: os elementos que constituem as escadas não apresentam arestas vivas ou

extremidades projectadas perigosas.

2.2.2.4.8

Não cumprido:

Escada na ponta Este da galeria: uma vez que a escada vence desníveis superiores a 40 cm, e que

existe apenas um corrimão contínuo colocado pelo lado interior da escada, deverá ser instalado um

outro corrimão pelo lado exterior da escada.

Escada na ponta Oeste da galeria: uma vez que a escada vence desníveis superiores a 40 cm, e que

não existem quaisquer corrimãos, deverão ser instalados corrimãos de ambos os lados da escada.

2.2.2.4.9 Corrimãos de escadas:

1) Detalhe / Cumprido: embora a altura dos corrimãos não tenha sido definida em projecto,

nenhuma circunstância impede que se instalem conforme o estipulado neste número (entre 0,85 m e

0,90 m);

2) Detalhe: esta alínea diz respeito ao prolongamento do corrimão no topo da escada; teria de

prolongar-se pelo menos 0,3 m para além do último degrau do lanço, sendo esta extensão paralela

ao piso;

3) Detalhe: esta alínea diz respeito ao prolongamento do corrimão na base da escada; teria de

prolongar-se para além do primeiro degrau do lanço numa extensão igual à dimensão do cobertor

mantendo a inclinação da escada;

4) Detalhe / Não cumprido: não estavam planeados corrimãos; estes teriam de ser contínuos ao

longo dos vários lanços das escadas.

2.2.2.4.10 Cumprido: não existem degraus isolados nem escadas constituídas por menos de três

degraus, contados pelo número de espelhos.

2.2.2.4.11 Não cumprido: uma vez que a mudança de nível é inevitável, podem existir escadas se

forem complementadas por rampas, ascensores ou plataformas elevatórias; neste caso, a solução

menos intrusiva e que implicaria alterações com menor impacto no projecto seria a instalação de

plataformas elevatórias nas próprias escadas.

2.2.2.5 Rampas

Não se aplica: não existem quaisquer rampas no edifício, nem nenhuma situação que requeira

obrigatoriamente a instalação de uma rampa.

2.2.2.6 Ascensores

2.2.2.6.1 Patamares:

1) Cumprido: os patamares diante das portas dos ascensores têm 1,50 m de largura, permitindo

inscrever zonas de manobra para rotação de 360º;

2) Cumprido: os patamares são de nível, pelo que a sua inclinação é não superior a 2% em qualquer

direcção;

3) Cumprido: os patamares estão desobstruídos de degraus ou outros obstáculos que possam

impedir ou dificultar a manobra de uma pessoa em cadeira de rodas.

2.2.2.6.2 Especificações do ascensor:

1) Cumprido: as cabinas têm 1,15 m de largura e 1,40 m de profundidade, cumprindo o exigido;

2) Detalhe técnico: precisão de paragem do ascensor;

3) Detalhe técnico: espaço entre patamares e piso da cabina;

4) Detalhe: especificações da barra de apoio a colocar no interior das cabinas dos ascensores.

2.2.2.6.3 Detalhe: especificações das decorações interiores das cabinas.

2.2.2.6.4 Portas do ascensor:

1) Cumprido: as portas são de correr e de movimento automático, conforme exigido;

2) Cumprido: a largura útil das portas é de 80 cm, correspondendo ao mínimo admissível;

3) Detalhe técnico: cortina de luz.

2.2.2.6.5 Comandos do ascensor:

1) Detalhe técnico: altura dos dispositivos de comando;

2) Detalhe técnico: sinais visuais de registo dos comandos;

3) Detalhe técnico: existência de botões de alarme e paragem de emergência no interior da cabina.

2.2.2.7 Plataformas elevatórias

Não cumprido: não existem quaisquer plataformas elevatórias no edifício, embora fossem

necessárias em determinadas situações (ver número 2.2.2.4.11).

2.2.2.8 Espaços para estacionamento de viaturas

2.2.2.8.1 Número de lugares reservados para mobilidade condicionada:

Cumprido: o espaço de estacionamento tem 50 lugares, 10 dos quais são para mobilidade

condicionada; está, portanto, bastante acima do mínimo admissível de acordo com a alínea 3), que

indica um mínimo de três lugares em espaços de estacionamento com uma lotação compreendida

entre 26 e 100 lugares.

2.2.2.8.2

1) Cumprido: os lugares de estacionamento reservados têm largura útil superior a 2,5 m (2,55 m);

2) Cumprido: os lugares de estacionamento reservados possuem uma faixa de acesso lateral com

largura útil não inferior a 1 m (1,5 m);

3) Cumprido: os lugares de estacionamento reservados têm um comprimento útil não inferior a 5 m

(5,3 m);

4) Cumprido: estes lugares estão localizados ao longo do percurso acessível mais curto até à entrada

/ saída do espaço de estacionamento, uma vez que apenas existe um único percurso de evacuação, o

qual é acessível;

5) Não se aplica: não existe mais de um local de entrada / saída no espaço de estacionamento;

6) Cumprido: os lugares de estacionamento reservados têm os seus limites demarcados por linhas

pintadas no piso em cor contrastante com a da restante superfície;

7) Detalhe: estes lugares devem ser reservados por um sinal horizontal com o símbolo internacional

de acessibilidade, pintado no piso em cor contrastante com a da restante superfície e com uma

dimensão não inferior a 1 m de lado, e por um sinal vertical com o símbolo de acessibilidade,

visível mesmo quando o veículo se encontra estacionado; será necessário proceder à instalação

desta sinalização.

2.2.2.8.3 Não se aplica: não há situações de dois lugares de estacionamento reservado contíguos.

2.2.2.8.4 Detalhe técnico: especificações dos comandos de fecho / abertura automático de barreiras,

portões e afins.

2.2.2.9 Instalações sanitárias de utilização geral

Para além dos fogos habitacionais, os únicos componentes do edifício que seriam dotados de

instalações sanitárias seriam as unidades comerciais. Contudo, o interior destas unidades não foi

detalhado no processo de projecto. Assim, sugere-se uma abordagem possível à concepção destas

instalações sanitárias.

2.2.2.9.1 “Os aparelhos sanitários adequados ao uso por pessoas com mobilidade condicionada,

designados de acessíveis, podem estar integrados numa instalação sanitária conjunta para pessoas

com e sem limitações de mobilidade, ou constituir uma instalação sanitária específica para pessoas

com mobilidade condicionada.”

Dada a dimensão relativamente reduzida das unidades comerciais em questão (área útil entre 31 m2

e 57 m2), seria mais sensato optar por conceber apenas instalações sanitárias específicas para

pessoas com mobilidade condicionada, as quais serviriam também para as restantes pessoas.

2.2.2.9.2 “Se existir uma instalação sanitária específica para pessoas com mobilidade condicionada,

esta pode servir para o sexo masculino e para o sexo feminino e deve estar integrada ou próxima das

restantes instalações sanitárias.”

Portanto, e seguindo o definido no número anterior, poderiam conceber-se duas instalações

sanitárias cumprindo as condições para utilização por pessoas com mobilidade condicionada; uma

delas poderia também ser dotada de um urinol. No caso das unidades comerciais mais pequenas,

talvez seja mais razoável ter apenas uma I.S., dado o consumo elevado de área destas instalações.

2.2.2.10 Vestiários e cabines de prova

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer vestiários ou cabines de prova.

2.2.2.11 Equipamentos de auto-atendimento

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer equipamentos de auto-atendimento.

2.2.2.12 Balcões e guichés de atendimento

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer balcões ou guichés de atendimento.

2.2.2.13 Telefones de uso público

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer telefones de uso público.

2.2.2.14 Bateria de receptáculos postais

2.2.2.14.1

1) Cumprido: as baterias de receptáculos postais estão localizadas junto a percursos acessíveis;

2) Cumprido: existe uma zona livre que permite a aproximação frontal ou lateral de acordo com o

especificado na secção 4.1;

3) Detalhe / Cumprido: embora não tenha sido planeada a altura dos receptáculos postais, não há

impedimentos à sua instalação à altura ao piso determinada neste número (entre 0,6 m e 1,4 m).

2.2.3 Edifícios, estabelecimentos e instalações com usos específicos

2.2.3.1 Disposições específicas

Como se verá adiante, nem todas as disposições deste capítulo são cumpridas; nos pontos de

incumprimento serão apontadas possíveis soluções.

2.2.3.2 Edifícios de habitação – espaços comuns

2.2.3.2.1 Não se aplica: nem o número de pisos sobrepostos do edifício é inferior a 5, nem a

diferença de cotas entre pisos utilizáveis é não superior a 11,5 m.

2.2.3.2.2 Não se aplica: durante a construção serão instalados meios mecânicos de comunicação

vertical alternativos às escadas (ascensores).

2.2.3.2.3 Não se aplica: ver número imediatamente anterior.

2.2.3.2.4 Cumprido: todos os pisos dos espaços de estacionamento e das arrecadações são servidos

pelo ascensor.

2.2.3.2.5 Não se aplica: não existem habitações situadas no piso térreo.

2.2.3.2.6 Estacionamento reservado ao uso habitacional:

1) Cumprido: determina a possibilidade de incumprimento de 2.2.2.8.1 “Número de lugares

reservados para veículos em que um dos ocupantes seja uma pessoa com mobilidade condicionada”;

contudo, para um espaço de estacionamento com uma lotação de 50 lugares, como o caso presente,

obriga à existência de um mínimo de 2 lugares reservados, condição cumprida e excedida, já que

estão disponíveis 10 lugares reservados;

2) Não se aplica: aplicável apenas a espaços de estacionamento com lotação inferior a 13 lugares;

3) Cumprido: os lugares reservados constituem um lugar supletivo localizado no espaço comum do

edifício.

2.2.3.2.7 Cumprido: os patamares que dão acesso às portas dos fogos têm 1,55 m de largura e mais

que 1,5 m de comprimento, permitindo inscrever uma zona de manobra para rotação de 180º.

2.2.3.3 Edifícios de habitação – habitações

2.2.3.3.1 Cumprido: os espaços de entrada das habitações têm 1,55 m de largura, dimensões que

permitem inscrever uma zona de manobra para rotação de 360º, conforme exigido.

2.2.3.3.2 Cumprido: os corredores das habitações têm 1,3 m de largura, portanto superior aos 1,1m

exigidos.

2.2.3.3.3 Cozinhas:

Habitações T1:

1) Cumprido: na zona de entrada da cozinha é possível inscrever uma zona de rotação de 360º, com

1,5 m de diâmetro;

2) Não se aplica: as bancadas não têm um soco de altura ao piso não inferior a 0,3 m;

3) Cumprido: a distância entre bancadas é de 1,4 m, cumprindo o mínimo exigido de 1,2 m.

Habitações T3:

1) Não cumprido: falta um espaço que permita inscrever uma zona de manobra para a rotação de

360º; este poderia situar-se à entrada da cozinha, desde que fossem substituídos os dois armários

colocados junto à parede exterior por outros de profundidade até 50 cm, e que o comprimento da

varanda / estendal fosse diminuído em pelo menos 15 cm;

2) Não se aplica: as bancadas não têm um soco de altura ao piso não inferior a 0,3 m;

3) Cumprido: a distância entre bancada e parede é de 1,2 m, correspondendo ao mínimo exigido.

2.2.3.3.4 Instalações sanitárias:

Habitações T1:

1) Cumprido: existe uma instalação sanitária totalmente equipada;

2) Não se aplica: alínea acerca das precauções de dimensionamento para a instalação posterior de

banheira; a instalação de banheira estava já prevista em projecto;

3) Remete para o número 2.2.2.9 “Instalações sanitárias de utilização geral”:

→ Sanitas - 2.2.2.9.4, n.º 4)

Remete para 2.2.4.1.1 – “Zonas de permanência” em “Percurso acessível”:

Não cumprido: não foram acauteladas as zonas livres necessárias; poderia resolver-se esta

situação trocando de posição a sanita e o bidé com a bancada do lavatório – seria

necessário afastar a sanita do bidé de modo a preservar a zona livre exigida para serviço a

esses equipamentos;

→ Banheiras - 2.2.2.9.7, n.º 6)

Detalhe: não foi planeada a instalação de barras de apoio nas localizações e com as

dimensões definidas nesta alínea, mas as dimensões projectadas para os espaços das

banheiras permitiriam facilmente a instalação das ditas barras em condições

regulamentares;

→ Bases de duche - 2.2.2.9.9, n.º 5), e 2.2.2.9.10, n.º 6)

Não se aplica: a instalação de banheira estava já prevista em projecto;

4) Remete para o número 2.2.2.9.19 “Instalações sanitárias de utilização geral”:

1) Não cumprido: uma vez que, de acordo com o n.º 2.2.3.3.4 “Instalações sanitárias”,

apenas uma das instalações sanitárias tem de cumprir com o estipulado no artigo referido

acima, bastaria reduzir a bancada do lavatório até um comprimento máximo de 140cm e

inverter o sentido de abertura da porta para que passasse a ser possível inscrever uma zona

de rotação de 360º na I.S.;

2) Aspecto analisado em 1);

3) Aspecto analisado em 1);

4) Não se aplica: aplicável apenas em I.S. com base de duche em lugar de banheira.

Habitações T3:

1) Cumprido: existem duas instalações sanitárias totalmente equipadas;

2) Não se aplica: alínea acerca das precauções de dimensionamento para a instalação posterior de

banheira; a instalação de banheira estava já prevista em projecto;

3) Remete para o número 2.2.2.9 “Instalações sanitárias de utilização geral”:

→ Sanitas - 2.2.2.9.4, n.º 4)

Remete para 2.2.4.1.1 “Zonas de permanência” em “Percurso acessível”:

Não foram acauteladas as zonas livres necessárias; parece-nos que seria necessário

reformular completamente a I.S. para resolver este ponto;

→ Banheiras - 2.2.2.9.7, n.º 6)

Detalhe: não foi planeada a instalação de barras de apoio nas localizações e com as

dimensões definidas nesta alínea, mas as dimensões projectadas para os espaços das

banheiras permitiriam facilmente a instalação das ditas barras em condições

regulamentares;

→ Bases de duche – 2.2.2.9.9, n.º 5), e 2.2.2.9.10, n.º 6)

Não se aplica: a instalação de banheira estava já prevista em projecto;

4) Remete para o número 2.2.2.9.19 “Instalações sanitárias de utilização geral”:

1) Cumprido: uma vez que, de acordo com o n.º 2.2.3.3.4 “Instalações sanitárias”, apenas

uma das instalações sanitárias tem de cumprir com o estipulado no artigo referido acima,

bastaria inverter o sentido de abertura da porta da I.S. localizada ao fundo do corredor

para que nela passasse a ser possível inscrever uma zona de rotação de 360º;

2) Aspecto analisado em 1);

3) Aspecto analisado em 1);

4) Não se aplica: aplicável apenas em I.S. com base de duche em lugar de banheira.

2.2.3.3.5 Escadas em habitações

Não se aplica: não existem escadas nas habitações.

2.2.3.3.6 Rampas em habitações

Não se aplica: não existem rampas nas habitações.

2.2.3.3.7 Pavimentos em habitações

Remete para 2.2.4.7 “Pisos e seus revestimentos”, e 2.2.4.8 “Ressaltos no piso” em “Percurso

acessível”:

2.2.3.3.8 Portas em habitações

Remete para 2.2.4.9 “Portas” em “Percurso acessível”:

4.9.1 Cumprido / Nao cumprido

Cumprido: as portas de entrada/saída das habitações, bem como as portas de acesso a

varandas, têm uma largura útil de 85cm, cumprindo o exigido;

Não cumprido: as portas de acesso aos compartimentos têm apenas 75cm de largura útil,

pelo que terão de ser aumentadas;

4.9.2 Cumprido: todas as portas têm uma altura útil de passagem de 205cm, cumprindo o

exigido;

4.9.3 Não se aplica: diz respeito a portas cujas ombreiras ou paredes adjacentes tenham

uma profundidade superior a 0,6 m, situação inexistente no projecto;

4.9.4 Não se aplica: diz respeito a portas giratórias, molinetes ou torniquetes;

4.9.5 Não se aplica: diz respeito a portas com duas folhas operadas independentemente;

4.9.6 Não cumprido: nem todas as portas cumprem com o estabelecido; nalguns casos a

solução passa apenas por alterar ligeiramente a posição da porta, noutros será necessário

proceder a uma reformulação mais profunda do compartimento;

4.9.7 Não se aplica: diz respeito a edifícios sujeitos a obras de alteração ou conservação;

4.9.8 Detalhe: nas portas não devem existir ressaltos de piso, calhas elevadas, batentes ou

soleiras com uma altura, medida relativamente ao piso adjacente, superior a 0,02 m;

4.9.9 Detalhe: os puxadores, as fechaduras, os trincos e outros dispositivos de operação das

portas devem oferecer uma resistência mínima e ter uma forma fácil de agarrar com uma

mão e que não requeira uma preensão firme ou rodar o pulso; os puxadores em forma de

maçaneta não devem ser utilizados;

4.9.10 Detalhe: os dispositivos de operação das portas devem estar a uma altura do piso

compreendida entre 0,8 m e 1,1 m e estar a uma distância do bordo exterior da porta não

inferior a 0,05 m;

4.9.11 Cumprido / Detalhe: nada impede que se monte nas portas uma barra horizontal fixa

a uma altura do piso compreendida entre 0,8 m e 1,1 m e com uma extensão não inferior a

0,25 m;

4.9.12 Detalhe: nas portas de correr, o sistema de operação deve estar exposto e ser

utilizável de ambos os lados, mesmo quando estão totalmente abertas;

4.9.13 Detalhe: a força necessária para operar as portas interiores, puxando ou

empurrando, não deve ser superior a 22 N;

4.9.14 Detalhe: As portas e as paredes com grandes superfícies envidraçadas devem ter

marcas de segurança que as tornem bem visíveis, situadas a uma altura do piso

compreendida entre 1,2 m e 1,5m.

2.2.3.3.9 Corrimãos, comandos e controlos

Remete para 2.2.4.11 “Corrimãos e barras de apoio” e 2.2.4.12 “Comandos e controlos” e “Percurso

acessível”:

2.2.3.4 Recintos e instalações desportivas

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer recintos e instalações desportivas.

2.2.3.5 Edifícios e instalações escolares e de formação

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer edifícios e instalações escolares e de formação.

2.2.3.6 Salas de espectáculos e outras instalações para actividades sócio-culturais

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer salas de espectáculos ou outras instalações para

actividades sócio-culturais.

2.2.3.7 Postos de abastecimento de combustível

Não se aplica: não existem no projecto quaisquer postos de abastecimento de combustível.

2.2.4 Percurso acessível

2.2.4.11 Corrimãos e barras de apoio

Este elementos não foram alvo de um planeamento detalhado em nenhum ponto do edifício.

2.2.4.11.1 Detalhe: diâmetro ou largura da superfície de preensão;

2.2.4.11.2 Detalhe: distância do corrimão ou barra à parede ou suporte.

2.2.4.11.3 Detalhe / Não se aplica: corrimãos e barras colocados em planos recuados.

2.2.4.11.4 Detalhe: inexistência de formas perigosas nos corrimãos, barras e paredes;

2.2.4.11.5 Detalhe: continuidade, firmeza e adequação material das superfícies de preensão;

2.2.4.11.6 Detalhe: solidez dos corrimãos e barras, e respeectivas superfícies de fixação.