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Page 1: Aceitacao merenda

1Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007. ISSN 1980-6116

http://www.unicentro.br - Ciências da Saúde

ACEITAÇÃO E ANÁLISE NUTRICIONAL DE MERENDA ESCOLAR POR ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO MUNICIPIO DE INÁCIO

MARTINS/PR

Simone Conrado1

Daiana Novello2

Aprovado em 29 de novembro de 2006

RESUMO

Com o objetivo de avaliar a aceitação e o valor nutricional da merenda escolar oferecida aos alunos, foram realizados testes de análise sensoriais, com 353 alunos de primeira a quarta série do ensino fundamental, de duas escolas da rede municipal de ensino do município de Inácio Martins/PR. Os testes foram realizados através de fichas, nas quais as crianças puderam demonstrar o quanto gostavam da merenda. Os resultados foram analisados, estatisticamente, através do teste qui-quadrado, em um nível de significância de 5%. Na análise nutricional dos cardápios, avaliou-se calorias, macronutrientes, ácido ascórbico, cálcio, fósforo e ferro. Os lanches que tiveram melhor aceitação foram virado de feijão com chá, feijão, arroz, carne e salada, polenta com carne moída, canjica e sopa com legumes. A média dos cardápios foi de 299 calorias e 9,9 gramas de proteína, ácido ascórbico e cálcio foram fornecidos em percentuais considerados abaixo dos valores adequados.Palavras-chave: merenda escolar, aceitação, valor nutricional, crianças, cardápios

ABSTRACT

With the objective to evaluate the acceptance and the nutritional value from the school snack offered the pupils, sensorial tests of first analysis with 353 pupils of the fourth series of the basic education of two schools of the municipal net of education of the city of Inácio Martins/PR had been carried through. The tests had been carried through through fiches, in which the children had been able to demonstrate how much they had liked lunch. The results had been analyzed statistically through the qui quadrado test, to a level of significance of 5%. In the nutritional analysis of the menu one evaluated calories, macronutrients, acid

1Pós-Graduanda do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em Saúde Pública. UNICENTRO. 2006.2Professor Orientador. Mestre em Ciências Veterinárias. Departamento de Nutrição. UNICENTRO.

CONRADO S.;NOVELLO, D. - Aceitação e Análise Nutricional de Merenda Escolar por Alunos da Rede Municipal de Ensino do Município de Inácio Martins/PR

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ascórbic, calcium, match and iron. The snacks that had had acceptance better had been turned beans with tea, beans, rice, meat and salad, polenta with worn out, canjica meat and soup with vegetables. The average of the menus was of 299 calories and 9,9 grams of protein, acid ascórbic and calcium are supplied in considered percentages low.Key Words: school snack, acceptance, nutritional value, children, menus

1 INTRODUÇÃO

A concepção de merenda escolar passou por uma transformação no decorrer do tempo. Com a existência e fiscalização do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), os cardápios servidos nas escolas precisam sofrer adaptação para cumprir as exigências estabelecidas, as quais mostram que as refeições devem cobrir 15% das necessidades diárias recomendadas para crianças em idade escolar, o que equivale a 350 calorias, por lanche servido, e 9 gramas de proteínas. O PNAE implantado em 1955, pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) com o objetivo de assegurar aos pré-escolares e escolares, na faixa etária de 7 a 14 anos, atendimento de 15% das suas necessidades diárias e 9 gramas de proteínas. Dessa forma, com o PNAE pretende-se contribuir para a melhoria do desempenho escolar, reduzindo a evasão e a repetência e, para formar hábitos alimentares saudáveis; o PNAE é o maior projeto do mundo na área de alimentação, atendendo 21% da população brasileira.

Fixado em 1994, o valor por aluno/dia era de R$ 0,13 para o ensino fundamental público e R$ 0,06 para o pré-escolar. Em 2005, o valor para alunos de ensino público teve um aumento para R$ 0,18. No início de 2006, o valor per capita recebeu um novo aumento, estando fixado em R$ 0,22 para o Ensino Fundamental e Pré-escola.

Os cardápios das escolas beneficiadas pelo PNAE devem ser elaborados por nutricionistas capacitados, com a participação do CAE (Conselho de Alimentação Escolar), e respeitando os hábitos alimentares e vocação agrícola de cada localidade, dando preferência aos produtos semi-elaborados e in natura. O CAE atua, principalmente, na fiscalização da aplicação dos recursos financeiros, acompanhamento do Programa nas escolas, participação na elaboração de cardápios e assessoria na execução e avaliação do Programa.

No aspecto nutricional, o PNAE deve conter alimentos de boa aceitação, que supram as recomendações de macro e micronutriente,s durante o período de permanência na escola, educar a criança quanto à alimentação e à nutrição e adotar medidas de controle e avaliação das condições nutricionais da população atendida, visando ao seu aprimoramento e real contribuição para promoção da saúde da criança.

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As escolas devem oferecer alimentação equilibrada e orientar seus alunos para a prática de bons hábitos de vida, pois o aluno, bem alimentado, apresenta maior aproveitamento escolar, tem o equilíbrio necessário para seu crescimento e desenvolvimento e mantém as defesas imunológicas adequadas. As conseqüências principais da alimentação inadequada, no período escolar, podem ser caracterizadas como alterações do aprendizado e da atenção, aumento do número de repetências, carências nutricionais específicas ou decorrentes do excesso de alimentos (sobrepeso e obesidade).

Diante da importância da alimentação escolar às crianças, avaliou-se neste trabalho, a aceitação da merenda oferecida aos alunos de duas escolas do município de Inácio Martins/PR, através de informações fornecidas pelos próprios alunos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Participaram do estudo 253 crianças de ambos os sexos, de 6 a 11 anos, matriculados entre a primeira e a quarta série do Ensino Fundamental, de duas escolas da rede municipal de ensino de Inácio Martins, estado do Paraná, sendo a primeira com 241 e, a segunda com 112 alunos.

O teste da aceitação foi realizado num período de dois meses, setembro e outubro, do ano de 2005. A análise sensorial foi aplicada durante todos os dias de aula, excluindo-se o dia em que o lanche era repetido. Utilizou-se uma ficha para análise sensorial, sendo adaptado o modelo de Dutcosky.

As crianças foram instruídas quanto à degustação de um cardápio e, em seguida, deveriam avaliar através de ficha sensorial o quanto gostavam da merenda, marcando uma das opções, sendo “gostou muito do lanche”, “gostou do lanche” e “não gostou do lanche”. A ficha foi mostrada às crianças para esclarecer todas as dúvidas referentes à tarefa que iriam realizar, foi esclarecido que deveriam avaliar, de forma individual, sem trocar informações com os colegas, para que não fossem influenciados.

Para a realização da pesquisa, os responsáveis legais pelas crianças assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido respeitando-se as questões éticas.

A avaliação dos dados, assim como a porcentagem de aceitação, foram calculadas através do software Excel®. A análise estatística foi realizada através do teste qui-quadrado, em um nível de significância de 5% (P≤0,05).

A análise nutricional dos cardápios oferecidos aos alunos, foi realizada através do Programa de Apoio à Nutrição (NutWin®), que se avaliou calorias, macronutrientes sendo proteína, lipídeos e carboidratos, e micronutrientes: ácido ascórbico, cálcio, fósforo, ferro. O valor nutricional dos alimentos formulados, tais como macarrão, creme brigadeiro de chocolate, risoto e bebida láctea sabor

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morango com chantily, foram calculados através de dados fornecidos pela nutricionista, responsável técnica da empresa fabricante.

Os dados foram analisados pelo teste estatístico qui-quadrado, pelo programa StatGraphics, em um nível de significância de 5%.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O gráfico 1 mostra a porcentagem de aceitação dos lanches oferecidos aos alunos.

A tabela 1 mostra os resultados da análise estatística pelo teste qui-quadrado.

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Gráfico 1 – Porcentagem de aceitação da merenda escolar.

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gost ou m uito do lanche gost ou do lanche não gostou do lanche

macarrão com carne moídaarroz com frango e bat ataarroz docevirado de feijão com chámacarrão form uladoarroz com carne e legumesrisot oarroz, feijão, carne e saladabiscoito salgado com chábiscoito salgado com bebida lácteabolo com sucoquirera com frangopolenta com carne moídasopa de feijãopudimcanjicasagucrem e brigadeirosopa formulada com legum essalada de frut as

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Tabela 1- Resultados da análise estatística para o teste qui-quadradoGostou

muito do lanche

Gostou do lanche

Não gostou do lanche

Biscoito salgado com chá N 59 215 79Proporção 0,1676a 0,6108c 0,2244b

Macarrão com carne moída N 146 70 137Proporção 0,4148b 0,1989a 0,3892b

Arroz com frango e batata N 177 39 137Proporção 0,5028b 0,1108a 0,3892b

Arroz doce N 179 32 142Proporção 0,5085b 0,0909a 0,4034b

Virado de feijão com chá N 154 133 66Proporção 0,4375b 0,3778b 0,1875a

Macarrão formulado N 262 71 20Proporção 0,7443c 0,2017b 0,0568a

Arroz com carne e legumes N 318 18 17Proporção 0,9034c 0,0511b 0,0483a

Risoto N 216 100 37Proporção 0,6136c 0,2841b 0,1051a

Feijão, arroz, salada e carne N 192 142 19Proporção 0,5455b 0,4034b 0,054a

Biscoito salgado e bebida láctea N 217 21 115Proporção 0,6165c 0,0597a 0,3267b

Bolo com suco N 273 15 65Proporção 0,7756c 0,0426a 0,1847b

Quirera com frango N 201 78 74Proporção 0,571c 0,2216b 0,2102a

Polenta com carne moída N 143 145 65Proporção 0,4063b 0,4119b 0,1847a

Sopa de feijão N 101 177 75Proporção 0,2869ab 0,5028b 0,2131a

Pudim N 127 76 150Proporção 0,3608b 0,2159a 0,4261b

Canjica N 144 142 67Proporção 0,4091b 0,4034b 0,1903a

Sagu N 114 163 76Proporção 0,3239ab 0,4631b 0,2159a

Creme brigadeiro de chocolate N 193 130 30Proporção 0,5483b 0,3693ab 0,0852a

Sopa formulada com legumes N 137 142 74Proporção 0,3892b 0,4034b 0,2102a

Salada de frutas N 248 48 57Proporção 0,7045c 0,1364a 0,1619b

N = número de alunos

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Medidas na linha com letras diferentes diferem significativamente pelo teste qui-quadrado (p≤0,05).

De todos os lanches, ocorreu diferença significativa entre a aceitação dos lanches (P<0,05).

Como mostra a tabela 1, o biscoito salgado com chá apresentou diferença significativa em todas as opções. Um menor número de crianças marcou na opção “gostou muito do lanche”, e apesar da maioria ter escolhido a opção “gostou do lanche”, verifica-se que não foi bem aceito estatisticamente. A baixa aceitação, pode estar relacionada ao biscoito salgado que normalmente é um alimento que não desperta a vontade de ingestão nas crianças. Como mostra o estudo realizado por Mainardi, os alunos do ensino fundamental preferem o biscoito recheado, alimento que não é servido na merenda escolar, devido a sua alta densidade calórica. A elevada concentração de gorduras e carboidratos simples podem influenciar no aumento da obesidade infantil, além disso, devido ao alto consumo de açúcares, pode ocorrer maior incidência de cáries dentárias.

O macarrão com carne moída teve diferença significativa na opção “gostou do lanche”. As opções “gostou muito” e “não gostou” não tiveram diferença estatística, ou seja, a quantidade de crianças que “gostaram muito” é a mesma daquelas que “não gostaram”. O mesmo caso ocorreu com outros três cardápios, sendo arroz com frango e batata, arroz doce e pudim. A forma de preparo desses lanches podem ter influenciado na baixa aceitação. O macarrão com carne moída foi citado entre as preferências dos alunos analisados por Flávio et al. A utilização do molho de tomate em pó, ao qual é adicionado apenas a água, quando não preparado de forma adequada, que é indicada na embalagem do produto, deixa o alimento com gosto forte, fato que pode ter influenciado o resultado do teste de análise sensorial. O arroz com frango e batata é uma preparação que não desperta o interesse visual, sendo que é constituída apenas por alimentos de cores claras. O arroz doce é feito apenas com leite, açúcar e arroz branco. A introdução de outros ingredientes, como cravo e canela, por exemplo, poderia favorecer a sua aceitação.

O virado de feijão com chá apresentou diferença significativa apenas na opção “não gostou do lanche”, esta foi a opção menos escolhida pelos alunos. Estatisticamente, as opções “gostou muito” e “gostou do lanche” são iguais, mostrando que esta foi uma preparação muito bem aceita. Outros cardápios foram tão bem aceitos quanto este, sendo feijão, arroz, salada e carne, polenta com carne moída, canjica e sopa formulada com legumes, os quais tiveram o mesmo resultado estatístico. A ótima aceitação de dois cardápios que possuem o feijão pode se dar ao fato do alto grau de saciedade das preparações citadas, além de serem alimentos consumidos no cotidiano das famílias, assim, mostra a pesquisa de Leone et al, o feijão é o alimento cujo consumo foi mais citado entre escolares. Segundo Campo & Zuanon., a alimentação das crianças sofre

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também influência da mídia e da escola, com isso, a sopa formulada com macarrão formato de letrinhas despertou interesse, favorecendo sua ótima aceitação, ocorrendo, principalmente, com crianças que estão aprendendo a ler e a escrever. O acréscimo de verduras favorece o consumo delas pelos alunos. A proteína texturizada de soja (PTS) é acrescida à preparação, aumentando o seu valor nutricional, fato que favorece o consumo da soja, que não é utilizada pela maioria das crianças. Como mostra Mazzilli, a proteína de soja é uma importante fonte de proteína.

O trabalho realizado por Mainardi8, constatou que não são todos os alunos que se alimentam no café da manhã e no almoço, com isso, os lanches que fornecem maior saciedade são preferidos pelos escolares. O mesmo trabalho mostrou que os alunos preferem a carne bovina quando comparado com o frango, resultado repetido neste trabalho, em que nenhuma das preparações que tiveram maior aceitação tem como ingrediente a carne de frango. A polenta com carne moída reforça esta afirmação, sendo que, além de ter alto poder de saciedade, apresenta carne bovina como um dos ingredientes.

O macarrão formulado foi menos aceito que os demais cardápios já citados anteriormente e todas as opções de aceitação apresentaram diferença significativa entre si. Apesar de não aceitarem tão bem esse alimento, como os outros lanches, as crianças gostam, sendo que o maior número delas, escolheram as opções “gostou muito” e “gostou”. O mesmo caso ocorreu com o arroz com carne e legumes, risoto e quirera com frango. O macarrão formulado apresenta formas de personagens de desenho animado, fato que, como já citado anteriormente, incentiva o consumo pela influência da mídia. Sua aceitação não é tão expressiva, devido ao cheiro e gosto forte citado por muitos alunos. Para diminuir o cheiro e gosto, pode-se fazer uso de verduras em sua preparação. O cheiro forte é uma reclamação dos alunos constantemente repetida em relação ao risoto formulado.

Todas as opções diferem estatisticamente no lanche biscoito salgado com bebida láctea sabor morango com chantili, o menor número de escolhas foi na opção “gostou do lanche” e o maior em “gostou muito”, fato que foi repetido nos cardápios bolo com suco e salada de frutas. A alta aceitação da salada de frutas não coincide com o estudo realizado por Campos et al.12, no município de Araraquara, SP, que afirmou que atualmente existe um baixo consumo de frutas por parte das crianças, fato que é influenciado pelo estilo de vida atual, sendo que as famílias utilizam, principalmente, alimentos processados e semiprontos devido a sua praticidade.

No caso da sopa de feijão, as opções “gostou” e “não gostou do lanche” diferem estatisticamente, mas, quando comparadas com a opção “gostou muito do lanche” não apresentam significativa diferença, o mesmo resultado ocorreu com o sagu. A sopa de feijão foi menos aceita em comparação aos outros

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lanches preparados com esta mesma leguminosa, entretanto, a aceitação foi diferenciada, porque na sopa, os ingredientes são liquidificados, prejudicando os aspectos sensoriais da preparação. Apresenta em sua preparação, como ingredientes principais, apenas o feijão, a batata e o macarrão. O acréscimo de outros ingredientes, como algum tipo de carne, por exemplo, pode elevar a aceitação desse lanche.

Em relação ao sagu, este é preparado com suco artificial, a introdução de pedaços de frutas ou a substituição do suco pelo leite poderia favorecer a sua aceitação pelas crianças, além de aumentar o valor calórico, sendo esta uma preparação de baixo valor calórico.

Com a análise da tabela 1 para o creme brigadeiro de chocolate, pode-se perceber que apresentou diferença significativa entre as opções “gostou muito do lanche” e “não gostou do lanche”, mas quando comparadas com a opção “gostou do lanche”, não diferem estatisticamente. Um menor número de alunos marcou que não gostam, sendo a maioria na opção “gostou muito”, com isso, demonstra-se que o lanche tem boa aceitação. Apesar de ser um lanche doce, formulado e não ter alto poder de saciedade, o creme difere do sagu e do pudim quanto à aceitação por ser de brigadeiro, o chocolate é um produto aceito pela maioria das crianças. Por ser um produto consumido na merenda, poderia ser servido com frutas cruas ou cozidas, biscoito picados, geléias e doces, ou ser utilizado também como base para tortas e pavês, aumentando seu valor nutricional.

Flávio et al., analisando a aceitação da merenda escolar em Minas Gerais, descreveu que os cardápios que possuíam arroz como ingrediente básico apresentaram maior aceitação. Contrário aos achados do presente estudo, no qual os cardápios com feijão e derivados do milho, tiveram maior aceitação entre as crianças pesquisadas. Resultados distintos podem ter ocorrido devido às diferenças culturais, as quais além de influenciar os hábitos alimentares das crianças, modificam a forma de preparação dos cardápios. O gráfico 2 mostra as calorias dos cardápios oferecidos aos alunos analisados.

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Gráfico 2 – Calorias dos cardápios oferecidos aos alunos nas escolas

O gráfico 3 mostra a quantidade de proteínas dos lanches servidos às crianças.

O gráfico 3 mostra a quantidade de proteínas dos lanches servidos às crianças.

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calorias

macarrão com carne m oídaarroz com frango e bat at aarroz docevirado de feijão com chámacarrão form uladoarroz com carne e legum esrisot oarroz, feijão , carne e saladabisco it o salgado com chábisco it o salgado com bebida láct eabolo com sucoquirera com frangopolen t a com carne moídasopa de feijãopudimcanjicasagucrem e brigadeirosopa form ulada com legum essalada de frut as

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proteínas (g)

macarrão com carne moídaarroz com frango e batataarroz docevirado de feijão com chámacarrão formuladoarroz com carne e legumesrisotoarroz, feijão, carne e saladabiscoito salgado com chábiscoito salgado com bebida lácteabolo com sucoquirera com frangopolenta com carne moídasopa de feijãopudimcanjicasagucreme brigadeirosopa formulada com legumessalada de frutas

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Com relação à análise valor nutricional dos cardápios oferecidos, como mostra os gráfico 2 e 3, tem-se uma média de 299 calorias, valores mais baixos que as 350 calorias recomendadas pelo PNAE e 9,9 gramas de proteínas, valores que atendem ao mínimo recomendado que é de 9 gramas.

O resultado deste trabalho coincide com o de Silva, que demonstrou que a problemática alimentar, no Brasil, é de origem quantitativa, ou seja, a deficiência energética é mais freqüente que a protéica. A quantidade adequada ou até mesmo elevada de proteína é decorrente da presença satisfatória de alimentos considerados excelente fontes de proteína. Segundo Silva, valores baixos de calorias devem ser corrigidos com a introdução maior de carboidratos nos lanches oferecidos, sendo que o valor protéico encontra-se adequado.

É importante aumentar o valor energético das preparações, como mostra o estudo de Albuquerque & Osório, a ingestão deficiente de energia e de alguns micronutrientes, especialmente vitaminas e alguns minerais, poderão contribuir, negativamente, para o desempenho do crescimento linear, durante a fase da adolescência. Mesmo os alunos permanecendo apenas um período na escola, a merenda torna-se importante, porque muitas crianças alimentam-se precariamente em suas respectivas casas, a refeição realizada na escola pode ser a principal do dia.

Valores mais baixos de calorias foram encontrados por estimativa per capita, entretanto, as crianças podem repetir o lanche quantas vezes quiserem, podendo os valores reais serem maiores.

Realizou-se ainda, análise de uma vitamina e alguns minerais, sendo ácido ascórbico, cálcio, fósforo e ferro, que foram analisados devido à importância nessa fase de desenvolvimento da criança.

O gráfico 4 mostra a quantidade de vitaminas e minerais dos cardápios servidos nas escolas.

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Gráfico 4 – Miligramas de vitaminas e minerais dos cardápios oferecidosA média encontrada foi de 6,33 mg de ácido ascórbico; 99,46 mg de

cálcio; 168,89mg de fósforo e 1,72 mg de ferro, conforme se verifica no gráfico 4. Comparando essas quantidades com as necessidades diárias citadas por Waitzberg, que correspondem a 45 miligramas diários de ácido ascórbico, 800 miligramas por dia de cálcio, 800 miligramas diários de fósforo, e 10 miligramas por dia de ferro, pode-se saber que a merenda escolar em estudo contribui com cerca de 14% das necessidades de ácido ascórbico. Quanto ao cálcio, a contribuição é de 12,4%. A porcentagem fornecida de fósforo é 21,1% e de ferro é de 17,2%.

O ferro apresenta-se em porcentagem baixa, sua deficiência pode ocasionar a anemia ferropriva, a qual, segundo Oliveira et al., é um grave problema de saúde pública, sendo necessário uma alimentação rica em ferro para curar ou prevenir a doença.

Os valores de ácido ascórbico e cálcio poderiam ser aumentados. Os valores fornecidos de ácido ascórbico estão abaixo dos encontrados no estudo realizado por Silva, que encontrou um percentual de 30%. Valores baixos foram

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ácidoascórbico

cálcio fósforo ferro

macarrão com carne moída

arroz com frango e batata

arroz doce

virado de feijão com chámacarrão formulado

arroz com carne e legumes

risot o

arroz, feijão, carne e salada

biscoit o salgado com chá

biscoit o salgado com bebida lácteabolo com suco

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polen ta com carne moída

sopa de feijão

pudim

canjica

sagucreme brigadeiro

sopa fo rmulada com legumes

salada de frut as

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encontrados, devido ao baixo consumo de frutas na merenda e à baixa aceitação delas crianças. Comparando-se ao mesmo estudo, a quantidade de ferro foi inferior ao trabalho de Silva, no qual a porcentagem foi superior a 50%.

A deficiência de cálcio também foi encontrada no estudo de Mazzilli & Gandra. e Cruz et al., sendo que neste último, o valor de vitamina C estava excedendo o recomendado. Entretanto, a deficiência de cálcio e sua persistência ao longo da vida podem ocasionar a osteoporose. Em crianças, o baixo aporte de cálcio pode causar o raquitismo, uma vez que, nessa fase da vida, os ossos estão em intenso processo de remodelação e as necessidades de cálcio são aumentadas, devido ao processo de crescimento, outros sinais da deficiência são câimbras musculares e dores musculares.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o presente estudo, pode-se concluir que os lanches que tiveram melhor aceitação foram, em sua maioria, salgados e com alto grau de saciedade, sendo virado de feijão com chá, arroz, feijão, carne e salada, polenta com carne moída e sopa formulada, o cardápio doce melhor aceito foi a canjica com leite.

Deve-se criar estratégias para educação nutricional e para melhor aceitação da merenda oferecida, sendo que a alimentação de uma criança reflete sobre seu estado de saúde, devendo ser realizada de modo adequado para a instalação e manutenção de hábitos saudáveis que perpetuarão ao longo da vida.

Para melhorar a aceitação dos lanches oferecidos aos alunos, não é necessário substituir os cardápios, e sim incorporar ingredientes neles, modificando sua forma de preparação. A introdução de frutas e verduras em maior quantidade é uma forma fácil e de baixo custo de enriquecer os lanches.

Novos produtos podem ser incorporados aos lanches oferecidos, conforme a lista de produtos considerados básicos pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), favorecendo uma maior variabilidade dos cardápios.

Os produtos formulados podem, aos poucos, ser substituídos, diminuindo os alimentos semiprontos que, geralmente, apresentam altas concentrações de sódio, corantes e conservantes que podem, ao longo do tempo, trazer danos ao organismo.

Os cardápios devem passar por algumas modificações, aumentando o valor calórico, sem aumentar o conteúdo protéico, já que este se encontra acima dos valores recomendados. Em relação às vitaminas e aos minerais, merece ser enfatizado o aumento de ácido ascórbico, de cálcio e de ferro.

Torna-se ilusório imaginar uma merenda perfeita com o valor repassado para cada criança. Deve-se, no entanto, buscar alimentos de qualidade que

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atendam o máximo possível, as recomendações do PNAE. Os lanches devem levar em conta as diferenças culturais e regionais, além da disponibilidade de alimentos em cada local.

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