a influência do latim sobre a língua inglesa: uma possibilidade de diálogo no ensino a lusófonos
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7/25/2019 A Influncia Do Latim Sobre a Lngua Inglesa: Uma Possibilidade de Dilogo No Ensino a Lusfonos
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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE CAMPINAS
Centro de Linguagem e Comunicao
Faculdade de Letras
A INFLUNCIA DO LATIM SOBRE A LNGUA INGLESA:UMA POSSIBILIDADE DE DILOGO NO ENSINO A
LUSFONOS
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
rea: Ensino de Lngua Estrangeira
Cludio Roberto Avallone Sgroi Corra
RA 11109329
Campinas, SP
Novembro de 2014
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PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE CAMPINAS
Centro de Linguagem e Comunicao
Faculdade de Letras
A INFLUNCIA DO LATIM SOBRE A LNGUA INGLESA:UMA POSSIBILIDADE DE DILOGO NO ENSINO A
LUSFONOS
Cludio Roberto Avallone Sgroi Corra
RA 11109329
Monografia apresentada como exigncia doTrabalho de Concluso do Curso de Licenciaturaem Letras: Portugus-Ingls, da Faculdade deLetras, do Centro de Linguagem e Comunicao,da PUC-Campinas, sob a orientao da Prof. Dr.Maria de Ftima Silva Amarante
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SUMRIO
Introduo .............................................................................................................................. 3
Captulo 1 - A influncia do latim sobre o ingls
1.1 - Histria da lngua inglesa com foco nas influncias latinas .......................... 5
1.2 - Caractersticas da influncia latina: qual variedade do latim e em que rea
do ingls ? .......................................................................................................... 12
1.3 - A relao entre as influncias latinas no ingls e o nvel de formalidade ... 18
Captulo 2 - Um possvel dilogo no ensino a lusfonos
2.1 - Anlise de materiais .................................................................................. 39
2.2 - O uso das influncias latinas sobre o ingls na realidade do contexto de
ensino-aprendizagem ........................................................................................ 41
Concluso ............................................................................................................................ 48
Bibliografia ........................................................................................................................... 51
Anexos ................................................................................................................................. 56
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INTRODUO
O ensino de ingls to diverso quanto o prprio idioma. Existem, literalmente,
milhares de professores, escolas, mtodos/materiais didticos, cursos, palestras, livros e
sitesque tm por objetivo ensinar a lngua inglesa, cada um com sua abordagem didtico-
pedaggica. Entretanto, no preciso procurar muito para se chegar concluso de que
poucos se preocupam em ensinar questes lingsticas que aproximem o ingls da lngua
nativa do aluno. Dessa falta de preocupao com tal aspecto, surgem idias equivocadas
que no s no contribuem como atrapalham a aprendizagem da lngua inglesa. No Brasil,
razoavelmente comum ouvir trs asseres errneas: "o ingls e o portugus so lnguas
bem diferentes", "o ingls vem do alemo" e "quem sabe ingls tem facilidade em aprender
alemo". A terceira afirmao no tem relao com este trabalho, mas convm mencionar
que ingls e alemo so lnguas consideravelmente diferentes, talvez mais diferentes que
portugus e francs, por exemplo. Por outro lado, a negao da primeira e da segunda
afirmaes constitui parte do escopo deste trabalho: o esclarecimento sobre as razes e o
desenvolvimento histrico do ingls pode vir a aprimorar o aprendizado desse idioma.
Dizer "o ingls vem do alemo" equivale a dizer "o ser humano vem do macaco" no
sentido de que, apesar de ambos serem parentes, no descendem um do outro, mas sim
tm um ancestral comum. Acabar com a idia precipitada de que ingls e portugus solnguas muito diferentes, contudo, no significa dar margem idia de que o ingls fcil,
uma quarta concepo equivocada sobre o idioma de Shakespeare. Toda lngua apresenta
dificuldades, alm do que o conceito de facilidade, subjetivo como por natureza, depende
muito de quem aprende. O que se pretende, aqui, simplesmente ampliar a percepo de
alunos falantes do portugus com relao s similaridades entre sua prpria lngua e o
ingls.
A idia para o tema do trabalho (a influncia latina sobre o ingls) surgiu em 2011,
quando notei que a palavra "bus", "nibus" em ingls, estava contida na prpria palavra
"nibus" e suspeitei que fosse mais do que uma mera coincidncia. Uma rpida olhada em
dicionrios das duas lnguas revelou que a origem era a mesma: o termo latino "omnibus", o
caso dativo plural de "omnis" (todos/tudo), significando "para todos" (o que faz bastante
sentido pela natureza coletiva daquele meio de transporte). Mais do que isso, surpreendeu-
me saber que, na verdade, "bus" a forma reduzida de "omnibus" na prpria lngua inglesa,
mais ou menos como "lab" de "laboratory" e "phone" de "telephone", um fenmeno
lingstico conhecido em ingls como "clipping", assemelhando-se nossa afrese (ou
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ablao). Pesquisando sobre o assunto, cheguei aos dados que viriam, mais de dois anos
depois, compor meu embasamento para esta monografia.
No se pode dizer que o tema deste trabalho original: existem pelo menos dois
outros, um dos quais foi lido integralmente para a escritura deste. Meu trabalho se diferencia
deles por ser voltado ao ensino, ou seja, por tentar encontrar uma aplicao prtica para o
conhecido fato de que o ingls sofreu influncia do latim, enquanto os outros so de carter
puramente histrico-lingstico. Este trabalho, em resumo, visa a contribuir com o ensino de
lngua inglesa para falantes do portugus por intermdio das influncias latinas em ambos
os idiomas. No se pressupe, em nenhum estgio, que o estudante tenha conhecimentos
de latim, tampouco que venha a aprender esse idioma, mas sim que tenha um vasto
conhecimento de sua prpria lngua, a fim de que possa ser capaz de detectar as
semelhanas entre ela e o ingls de forma quase intuitiva. Pode-se dizer, portanto, que ocerne deste trabalho o proveito que se pode tirar, no sentido educacional, do fato de a
lngua inglesa ter sofrido grande influncia da lngua latina.
importante esclarecer, desde o incio, que "influncia da lngua latina" no diz
respeito exclusivamente s influncias diretas do latim. No importa se a influncia vem do
latim ou de qualquer lngua romnica, derivada do latim, o que importa que ela contribui
para a semelhana com o portugus, de forma que ajuda no ensino a lusfonos. Poder-se-ia
argumentar que qualquer semelhana entre o portugus e o ingls, mesmo que no ligada
ao latim ou a uma lngua neo-latina, seria de grande ajuda no contexto de ensino-
aprendizagem, e isso no deixa de ser verdade. Aprofundando-nos nesse assunto,
chegaramos gramtica universal (o princpio terico tratado por Chomsky de que h
propriedades comuns a todas as lnguas, o que ajudaria a aprender idiomas). Contudo, por
questes de delimitao temtica, foca-se aqui apenas a afinidade latina que o ingls tem
com o portugus, ainda que outras equivalncias sejam mencionadas em um momento ou
outro deste trabalho.
Estruturalmente, divide-se em apenas dois captulos: o primeiro trata da origem e dodesenvolvimento do ingls por meio de dados histricos, analisa as influncias que ele
recebeu sob perspectivas variadas e aborda a questo da formalidade entre os usurios da
lngua, trazendo informaes relevantes de diversas pesquisas sobre o assunto,
aproximando-se mais a um estudo sociolingstico. O segundo o responsvel pela ligao
entre as trs sees do primeiro captulo, de cunho extremamente tcnico, e o ensino de
lngua inglesa na prtica. Isso se d, primeiramente, por consideraes tericas a respeito
do ensino de lnguas semelhantes e, depois, por sugestes que considero relevantes para
que isso se concretize na sala de aula. Contudo, para chegarmos a esse ponto, precisofazer uma anlise diacrnica do idioma mais popular da atualidade.
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CAPTULO I
A INFLUNCIA DO LATIM SOBRE O INGLS
1.1 - HISTRIA DA LNGUA INGLESA COM FOCO NAS INFLUNCIAS LATINAS
Antes de qualquer considerao sobre a influncia da lngua latina sobre a lngua
inglesa, faz-se necessrio abordar a origem desse segundo idioma para que se possa
compreender melhor como se deram seu desenvolvimento e sua expanso. Uma lista
detalhada de eventos importantes concernindo o ingls de sua promanao at o sculo 17
pode ser acompanhada no Anexo I ("Cronologia da Lngua Inglesa")1. O que apresento aqui
apenas um resumo com os principais eventos, com foco nas conexes entre o latim e o
ingls.
A histria da lngua inglesa se inicia nas terras baixas da Europa, na regio que hoje
abriga os Pases Baixos (em neerlands: nederland= terra/pas baixo), a Blgica e a parte
norte da Alemanha. Devido a suas origens, classificada como uma lngua do ramo
germnico, tal como o alemo (e suas diversas variedades), o neerlands, o frsio, o
africner, o scots (ou "escocs"), o noruegus, o dinamarqus, o sueco e o islands, entre
outras algumas das quais extintas. Apesar disso, o latim exerceu tamanha influncia
sobre o ingls que at hoje seus efeitos podem ser sentidos. Essa influncia, contudo, no
se deu de forma organizada e linear: ocorreu ao longo de pouco mais de 1500 anos em
meio a turbulncias e conflitos, tanto fsicos (invases e guerras) quanto intelectuais
(desentendimentos lingsticos e ideolgicos). Segundo Ribeiro (2009), pode-se dividir a
influncia latina sobre o ingls em quatro "ondas de influncia". sobre essas quatro fases
que tratarei nesta primeira parte do trabalho, com o objetivo de contextualizar tais influncias
em relao ao desenvolvimento do ingls desde aproximadamente 450 EC at
aproximadamente 1650 EC.
O desenvolvimento do ingls propriamente dito comea por volta de 450 EC com achegada de povos germnicos da Europa continental grande ilha ao norte da Frana que
1Por se tratarem de eventos muito antigos, por vezes no registrados contemporaneamente, algumas datas so
incertas, genricas ou aproximadas. H, tambm, contradies entre as diversas fontes pesquisadas quanto s
datas de alguns eventos, o que se considera normal pela dificuldade de se precisar um acontecimento muito
distante de nossa poca. Nesses casos, as duas datas encontradas so apresentadas separadas por "ou" (e.g.: 43 ou
44). As datas em negrito indicam eventos relacionados ao latim, os quais so mais pertinentes a este trabalho,
enquanto as datas em negrito e cor azul indicam as fases de influncia que sero tratadas mais adiante. Quanto s
abreviaes AEC e EC, convm lembrar que significam Antes da Era Comum e Era Comum, correspondendo spopulares a.C. e d.C., porm sem a conotao religiosa que estas ltimas carregam, a qual deve ser evitada em
artigos e trabalhos acadmicos ou cientficos, como este que aqui se apresenta.
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conhecemos hoje como Gr-Bretanha2. Todavia, a relao com os latinos data de mais de 4
sculos antes disso: em 55 AEC, o clebre imperador romano Jlio Csar liderou a primeira
expedio latina ilha. Historiadores no chegaram a um consenso, mas deduz-se que o
propsito tenha sido apenas exploratrio (outras teorias so de que Csar queria conquistar
aquela regio e de que ele estava interessado nos recursos minerais da ilha). No ano
seguinte, tornou a cruzar o Canal da Mancha para mais digresses de reconhecimento do
territrio. Nada fizeram ali os romanos: no se estabeleceram, no dominaram, no
deixaram muitos rastros. Por isso, no se considera ter havido qualquer influncia nesses
dois anos.
Foi apenas em 43 ou 44 EC, quase um sculo depois, que o imperador Cludio
ordenou que as tropas romanas se firmassem na ilha, que foi anexada ao imprio. Durante
os mais de 300 anos de ocupao latina, a "Provincia Britannia", como foi chamada duranteo domnio romano, sofreu uma influncia considervel da lngua dos dominadores. A lngua
celta, cujos falantes viviam na ilha havia milhares de anos, foi, com o passar do tempo,
recebendo influncias do latim e, aos poucos, comeou a cair em desuso. A sociedade
estabelecida ali sofreu influncias no s lingsticas, mas tambm sociais, culturais,
polticas e econmicas. Em 409 ou 410, depois de dcadas de problemas econmicos e
sociais que contriburam para o declnio daquela sociedade (alm de diversas tentativas de
invases de povos brbaros), os romanos fragilizados se retiraram da Britnia para se
concentrar nos freqentes ataques que vinham recebendo no centro do imprio, na Europacontinental (o qual chegaria a um fim em 476).
A sada dos soldados e plebeus marcou o fim da primeira onda de influncia latina.
Pelo fato de tribos germnicas invadirem a ilha nos anos vindouros e, conseqentemente,
levarem consigo suas lnguas , o latim praticamente no sobreviveu durante os mais de
100 anos que se seguiram, resumindo-se a algumas poucas palavras que conseguiram se
fixar por hbito dos falantes, estimadas entre 5 e 15 apenas (BAUGH e CABLE, 1978). Entre
elas, nomes de locais, como Londinium, o antigo nome de Londres, as terminaes
"chester", "cester", "caster", "wick" e "wich" em nomes de cidades (Manchester, Winchester,
Lancaster, Doncaster, Gloucester, Worcester, Warwick, Greenwich etc.) e o prprio
"Britannia", que viria a ser Britain em ingls, alm de algumas palavras latinas que,
curiosamente, j estavam enraizadas no vocabulrio das tribos germnicas antes da
invaso da Gr-Bretanha, por causa da influncia dos romanos na Europa continental, povo
com quem os germnicos tanto guerreavam quanto faziam comrcio (alguns exemplos:
anchor, butter, camp, chalk, cheap, cheese, chest, cook, copper, cup, devil, dish, fork, gem,
2Este e os prximos pargrafos so embasados no documentrio ingls "The Adventure of English", exceto onde
se menciona uma fonte diferente.
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inch, kettle, kitchen, mile, mill, mint(de moeda), noon, pea, pillow, pipe,plant, plum,pound
(unidade de medida de peso), punt (tipo de embarcao), sack, street, toll, wall, wine).
Estima-se que apenas 170 palavras ou menos, principalmente substantivos relacionados a
objetos domsticos, roupas, plantas e construo, tenham adentrado o lxico ingls durante
esses anos de contato continental entre os dois povos (HOGG, 1992, p. 302, e WILLIAMS,
1986, p. 57, apud MOORE, 2000). Portanto, pode-se dizer que esta primeira fase de
influncia latina no de grande relevncia3.
Depois de dcadas de invases dos anglos, saxes, frsios e jutos, os celtas que ali
permaneceram e sobreviveram violncia dos dominadores renderam-se a novas lnguas:
as germnicas. O anglo (falado principalmente da nglia Oriental em direo ao norte da
Esccia) e o saxo (predominante no sul e no sudeste) acabaram por exercer um domnio
maior e vieram a se unir, dando origem ao anglo-saxo, a forma mais antiga de ingls deque se tem notcia. Mais de um sculo depois da primeira invaso germnica, em 596 ou
597, o papa Gregrio I (ou Magno) enviou, entre outros missionrios, Agostinho (mais tarde
conhecido como Agostinho de Canturia, por ter se tornado o primeiro arcebispo de
Canterbury) numa misso de extrema importncia para a Igreja: propagar o cristianismo,
mais precisamente a f catlica, na terra dos pagos germnicos. Contra todas as
probabilidades, sua misso foi bem sucedida e igrejas comearam a ser construdas no pas
que hoje conhecemos como Inglaterra. um fato amplamente conhecido que o latim a
lngua oficial da Igreja Catlica, e no era diferente na poca. Assim, entre 450 e 600palavras latinas passaram a fazer parte da vida dos recm-convertidos germnicos cristos,
ampliando o vocabulrio daqueles simplrios guerreiros e camponeses, principalmente no
que diz respeito aos termos religiosos (abbot, alms, altar, angel, anthem, ark, apostle,
bishop, candle, canon, chalice, clerk, deacon, disciple, epistle, hymn, mass, minister, monk,
nun, organ,pope,priest,psalm, shrive, school,temple,tunic). Dessa forma, tem-se que essa
segunda onda de influncia latina foi bem sucedida, ao contrrio da primeira, e mais
relevante que a anterior, deixando marcas lingsticas e culturais bastante considerveis na
sociedade da poca. Nas palavras de Baugh e Cable4(1978, s/p): "A influncia do latim noSegundo Perodo foi no s extensa, mas completa, e marca o verdadeiro incio do costume
ingls de incorporar livremente elementos estrangeiros a seu vocabulrio" (traduo minha).
3H quem considere cinco fases de influncia, dividindo a primeira fase em duas: a pr-invaso germnica e a
ps-invaso. O sitede assuntos relacionados a latim Orbis Latinus intitula, na pgina "Romance Influences on
English", as fases de influncia da seguinte maneira: The Zero Period, The First Period, The Second Period (597-
1066), The Third Period (1066-1500) e The Modern Period (since 1500). Neste trabalho, considero o perodo
"zero" e o "um" como uma fase s por sua pequena durao e relevncia (pelo menos em nmero de palavras),
alm do que tiveram a mesma origem: os romanos.4The Latin influence of the Second Period was not only extensive but thorough and marks the real beginning ofthe English habit of freely incorporating foreign elements into its vocabulary.
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Os anos se passaram e, com eles, vieram mais problemas. Os temidos vikings
chegaram da Escandinvia, pelo leste, e conquistaram a maior parte do terreno britnico,
saqueando, destruindo e queimando o que encontraram pela frente. Aproximadamente
2.000 vocbulos do nrdico antigo, sua lngua, foram acrescidos ao ingls. Eventualmente,
foram derrotados por Alfredo, rei de Wessex, e assinaram um acordo de paz que dividia a
Inglaterra em duas regies: Wessex, a rea britnica, e Danelaw, a rea dos danes(danos,
como os vikingspassaram a ser conhecidos nessa poca). O pior, contudo, ainda estava
por vir: em 1066, Guilherme, o duque da Normandia (atual regio da Frana), chegou ilha
para reclamar o trono que, pensava ele, era seu por direito. Venceu o rei Haroldo II na
famosa Batalha de Hastings e conseguiu o que desejava: tornou-se o novo monarca, dando
incio a uma longa e importantssima fase de influncia latina lngua inglesa, ainda que
indireta (via francs normando, o francs daquele povo). De 1066 a 1399, o perodo de
domnio francs, trs lnguas foram comumente faladas pela populao: o latim, pelo clero,
o francs, pela realeza e pelos nobres, e o ingls, pelo resto do povo, como camponeses,
agricultores, ferreiros e comerciantes, ou seja, pessoas simples, sem acesso a educao.
Exatamente por isso, o ingls foi, durante muito tempo, uma lngua apenas falada, o que
explica algumas de suas regras norteadas pelo som, bem como algumas de suas
pronncias extremamente irregulares, que nada se assemelham escrita. Robin Callan, o
autor do Callan Method, alude ao fato ao explicar o porqu das poucas regras gramaticais
na lngua inglesa:
Porque o ingls, de certa forma, como um dialeto. Por quase trezentosanos, a partir de 1066, ele no foi um idioma escrito e era falado apenaspelas pessoas comuns, sem estudo. A aristocracia falava francs, enquantoa Igreja falava latim. Antes de 1066, o ingls e sua gramtica eram similaresao alemo. Durante os trezentos anos, ele perdeu a maior parte de suasregras porque, quando pessoas sem estudo falam uma lngua, elas nemsempre se atm s regras. Dessa forma, o ingls se tornou uma lnguarpida e expressiva: muito fcil para um estrangeiro aprender no comeo deseus estudos. Quando o ingls se tornou o idioma oficial da Inglaterra maisuma vez, ele pegou muitas palavras do francs e do latim, o que resultou no
maior vocabulrio de qualquer lngua. Hoje, seu vocabulrio tem mais de500 mil palavras. (CALLAN, 2007, p. 610, traduo minha5)
5Because English, in some ways, is rather like a dialect. For nearly three hundred years, from the year 1066, it
was not a written language and was only spoken by the common uneducated people. The aristocracy spoke
French, whilst the Church spoke Latin. Before 1066, English and its grammar were similar to German. During
the three hundred years, it lost most of its rules because, when uneducated people speak a language, they do not
always keep to the rules. In this way English became a fast and expressive language: very easy for a foreigner to
learn at the beginning of his studies. When English became the official language of England once more, it tookmany words from French and Latin, which gave it the largest vocabulary of any language. Today it has a
vocabulary of over half a million words.
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De acordo com o documentrio The Adventure of English, de 2003, estima-se que
mais de 10.000 palavras tenham entrado no ingls diretamente do francs durante essa
terceira onda de influncia. Muitas delas j existiam em ingls, mas em sua forma
germnica ou nrdica, de forma que o resultado foi um par de palavras com o mesmo
significado (ou muito semelhante), mas de origens diferentes. Exemplos disso so (primeiro
a germnica e depois a oriunda do francs): shut/close, smell/odour, seldom/rare,
yearly/annual, ask/demand, room/chamber, might/power, axe/hatchet, bloom/flower,
swan/cygnet, teacher/professor, better/improve, spin/turn, unhap/disadventure e
meaning/significance. Muitas vezes, o contexto era o responsvel pela origem diferente de
palavras com significados muito parecidos. Enquanto os falantes do ingls criavam e
matavam os animais nas fazendas, os falantes do francs os comiam nas mesas dos
castelos e palcios, fazendo nascer pares como ox (ou cow)/beef, calf/veal, sheep/mutton,
deer/venison, snail/escargot, hen(ou chicken)/pullet epig/pork: o nome do animal e de sua
respectiva carne. Algumas outras palavras vindas do francs que foram adicionadas ao
ingls da poca (com sua forma francesa original entre parnteses, exceto quando as duas
formas so iguais): abbey (abaie), atire(atirer), censor(censier), defend (defendre), figure,
music (musique), parson (persone), plead (plaidier), sacrifice, scarlet (escarlate), spy
(espier), stable (estable), virtue (vertu), marshall (mareschal), park (parc), reign (regne),
beauty (bealte), clergy (clergie), country (cuntre), fool (fol), heir, noble, religion, crew
(creue), detail (dtail), passport (passeport), progress (progresse), moustache, explorer,
sovereign (souverain), council (cuncile), parliament (parlement), clerk (clerc), evidence,
enemy (enemi), castle (castel), army (arme), archer (archier), soldier (soudier), guard
(garde), garnison (garrison), crown(corune), throne (trone), court (cort), duke (duc), baron,
nobility (nobilit), peasant (pasant), servant, govern (governer), authority (autorit),
obedience (obdience), traitor (traitre), felony (felonie), arrest (arester), warrant (warant),
justice(justise),judge(juge),jury(jure), accuse(acuser), sentence, condemn(condemner),
prison (prisun), gaiol (gaiole), city (cit), market, porter (portier), salmon (saumon), oyster
(oistre), sausage (saussiche), bacon (bacun), fruit, orange (orenge), lemon (limon), grape(grappe), tart(tarte), biscuit(bescoit), sugar(ucre), cream(cresme), fry(frire), vinegar(vyn
egre), herb (erbe), olive, apetite (apetit), plate, mustard(moustarde), salad (salade), dinner
(dner), Richard, Robert, Simon, Steven, Johne Jeffrey(segundo The Adventure of English,
2003).
Como se pode perceber, inmeros termos relacionados a nobreza, realeza, justia,
direito, ordem pblica, governo, cargos, cozinha, culinria e alimentos, alm de nomes
prprios, tm sua origem no francs falado e escrito pelos normandos conquistadores. Alm
dos acrscimos ao lxico ingls, o francs tambm mudou a grafia de algumas palavras j
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existentes (o "cw" germnico virou "qu", como em queen) e a regra do plural germnico "en"
(ainda existente em palavras como men, women, children e oxen): a partir de ento,
bastava-se acrescer um "s" ao fim da palavra, como em chair/chairsou book/books; "casas"
passou a ser houses, no mais housen, e "sapatos" passou a ser shoes, no mais shoen.
Em 1399, Henrique, duque de Lancaster, deps Ricardo II, descendente longnquo
de Guilherme, o conquistador, e ps fim ao longo perodo de domnio francs sobre a
Inglaterra. Encerrava-se ali a mais importante fase de influncia latina sobre o ingls, a qual
viria a ter efeitos duradouros percebidos at os dias atuais, tanto no campo lingstico
quanto no cultural (o nascimento da rixa entre ingleses e franceses, por exemplo). Pelo fato
de palavras cotidianas, de uso bastante difundido, terem sido acrescidas ao lxico ingls,
considera-se esta uma fase de influncia de maior relevncia lingstica que as outras.
Henrique IV, como ficou conhecido aps ser coroado o novo rei, foi o primeiromonarca anglfono desde 1066, quando Haroldo II foi derrotado por Guilherme. Aos poucos,
o ingls se reestabeleceu como a lngua daquele pas. O idioma havia passado por
transformaes, mesmo durante a fase de domnio francs, e evoluiu para o estgio que se
chama atualmente de Middle English, o ingls mdio, que durou at mais ou menos 1500. A
partir dessa data, considera-se que a lngua inglesa tenha chegado a um alto nvel de
semelhana com o ingls atual, sendo classificada como Early Modern English (ingls
moderno inicial), o qual viria a ser o ingls moderno depois de dois sculos de uso. Durante
os primeiros anos do ingls moderno, acadmicos das universidades de Oxford e deCambridge, duas das trs mais antigas universidades do mundo, reviveram as lnguas
consideradas clssicas: aulas de latim e de grego foram institudas como obrigatrias aos
alunos. Dessa forma, mestres e pupilos podiam se comunicar com estudiosos de outros
pases europeus, bem como compreender textos importantes da antigidade. Devido a seu
statuse prestgio histrico, como "lngua cultural universal" (HAUGEN, 1972, p. 111), o latim
logo despontou como a lngua dos estudos, da cincia, da filosofia, do pensamento clssico
e da diplomacia (em Oxford, usado at hoje em cerimnias universitrias oficiais). Explica
Moulton (1972, p. 16): "Mesmo depois da queda do imprio romano, o latim continuou a ser,durante sculos, a lngua da erudio em toda a Europa Ocidental".
Ao longo dos dois sculos seguintes, milhares de palavras tcnicas e cientficas
derivadas do latim (ou do grego via latim) passaram a fazer parte do lxico ingls (entre
10.000 e 12.000, segundo estimativas). Elas incluam aberration, allusion, anachronism,
dexterity, enthusiasm, imaginary, juvenile, pernicious, sophisticated, excavate, horrid,
cautionary, pathetic, pungent, frugal, submerge, antipathy, premium, specimen, concept,
invention, temperature,parasite, virus,pneumonia, delirium, epilepsy, thermometer, capsule,
autograph,meditate,erupt,disregard,alluremente dictionary. Como os termos introduzidos
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ao ingls nessa quarta e ltima fase de influncia no so populares, restringindo-se a reas
muito especficas como Medicina, Matemtica, Fsica, Qumica, Biologia, Direito e Filosofia,
pode-se dizer que, apesar de considervel em questo de nmero de palavras, ela no de
grande relevncia para os falantes atuais do ingls. Essa a razo pela qual textos
jurdicos, acadmicos e cientficos, que se baseiam majoritariamente no vocabulrio latino,
so considerados extremamente formais pelos usurios do ingls comum do dia-a-dia
(explorarei essa questo mais frente neste trabalho).
Apesar de a influncia latina sobre o ingls ser geralmente dividida pelos autores em
trs, quatro ou cinco fases (alguns no consideram a primeira aqui apresentada, enquanto
outros desconsideram a fase francesa por ser indireta e outros consideram as influncias
pr-invaso germnica como uma fase prpria), vale ressaltar que houve pelo menos uma
quase-onda de influncia latina durante o perodo de uso do ingls moderno: durante ossculos 17 e 18, palavras tiveram de ser criadas para nomear as novas descobertas
cientficas e tecnolgicas que ocorriam com freqncia cada vez maior. Novamente, o latim
se mostrou presente na forma de emprstimos lexicais, ainda que em nmero bem menor
em comparao com os sculos anteriores. Estudiosos e cientistas da poca tambm se
aproveitaram de razes, prefixos e sufixos latinos para formar palavras hbridas, como
termos meio latinos e meio gregos (ou mesmo meio latinos e meio anglo-saxnicos). Dentre
os latinismos que surgiram no ingls da poca, podem-se destacar apparatus, aqueous,
carnivorous, component, corpuscle, data, experiment, formula, incubate, machinery,mechanics, molecule, nucleus, organic, ratio, structuree vertebra.
At hoje, o latim continua contribuindo direta ou indiretamente para o lxico de
inmeras lnguas modernas, neo-latinas ou no. Sua contribuio atual restringe-se
majoritariamente s reas tcnico-cientficas j citadas anteriormente e se apresenta na
forma de emprstimos, prefixaes/sufixaes (rebirth, remake, starvation, talkative) e
neologismos de base latina, como quando necessrio criar um termo para designar uma
nova doena, uma nova inveno tecnolgica ou um novo conceito cientfico (alguns
exemplos recentes so tonic, insulin, quantum, audio, video, internete computation). Explica
Berlitz sobre o atual statusdo latim:
Como o emprego do latim parece estar diminuindo, h uma tendncia a v-lo como lngua morta. Esse falecimento, no entanto, pode ser consideradoprematuro: o latim ainda utilizado em crculos mdicos, cientficos,jurdicos e eruditos, e estudado por milhares de pessoas em todo omundo. (BERLITZ, 1982, pp. 25 e 26)
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1.2 - CARACTERSTICAS DA INFLUNCIA LATINA: QUAL VARIEDADE DE LATIM E EM
QUE REA DO INGLS ?
Dada sua importncia histrica, como lngua oficial do dcimo oitavo maior imprio
da Terra em termos de rea conquistada, o latim chegou a lugares bem distantes da capital,
Roma. Como era de se esperar, ao longo de mais de 2.000 anos, a lngua latina acabou
sofrendo alteraes e recebendo influncias em cada um desses lugares, dando origem a
diversas variantes. Assim como existem hoje o portugus europeu, o africano e o brasileiro,
h tambm vrios tipos de latim. As classificaes mais comuns da lngua latina, em ordem
cronolgica, so as seguintes (desconsidera-se se a vertente falada ou escrita):
- Latim antigo (ou arcaico, primitivo)
- Latim clssico
- Latim vulgar (ou coloquial, popular)
- Latim tardio
- Latim eclesistico (ou latim litrgico, latim da igreja)
- Latim medieval
- Latim da renascena (ou latim renascentista, humanista)
- Latim novo/novo latim (ou neo-latim, latim moderno)
- Latim contemporneo
Um diagrama disponvel no Museu da Lngua Portuguesa, em So Paulo, organiza
as variedades do latim da seguinte forma (famlias e lnguas no relacionadas ao latim foram
omitidas por mim):
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AS GRANDES FAMLIAS LINGSTICAS DO MUNDO
Independentemente de quais classificaes do latim sejam consideradas, pode-se
dizer que praticamente todas influenciaram o ingls. Com a exceo do latim arcaico (que
no era latim propriamente dito, pelo menos como viemos a conhec-lo) e do latim
renascentista (que diz mais respeito ao contexto de utilizao que a aspectos lexicais ou
morfossintticos da lngua), encontrei, durante minhas pesquisas etimolgicas, termos
ingleses vindos de todas as vertentes latinas. Do latim clssico, utilizado por escritores,
polticos e juristas romanos (e o mais lembrado atualmente), temos a maior quantidade de
termos derivados diretamente do latim. Entre eles, juvenile (iuvenilis), admire (admirari),
solitary (solitarius) e just (iustus). Concomitante forma clssica, existia a vulgar, falada
pelos soldados e pelo povo em geral. Dela, o ingls herdou termos como fairy (fata),
address (addirectiare), language (linguaticum), desert (desertum), salad (salata) e tremble
(tremulare). Do latim eclesistico, vieram termos utilizados na igreja como incarnate
(incarnatus), baptism (baptisma), martyr (martyr), idolatry (idolatria), chrism (chrisma) e
sacrament (sacramentum), todos derivados originalmente do grego, com exceo do
primeiro e do ltimo. Do latim tardio, o usado entre a era "clssica" do auge do imprio
romano e o incio da Idade Mdia (sculo 6), temos allusion (allusio), approach
(appropriare), questionnarie (quaestionarius), concept (conceptus) e stellar (stellaris). Do
LnguasIndo-
europias
GrupoItlico
Latim
Latimarcaico
Latimvulgar
Romance(lnguas
neolatinas)
Latimculto
Latimculto
falado
Latimculto
escrito
Latimmedieval
Latimeclesistico
Latimliterrio
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latim medieval progresso natural daquela lngua durante a fase tenebrosa das
inquisies , temos alguns como legend (legenda), promise (promissa), date (data) e
dictionary(dictionarium). Do novo latim, o utilizado na fase ps-queda de Constantinopla em
que a lngua de Ccero comeou a morrer como lngua de uso cotidiano (mantida viva
apenas pela Igreja e pela academia), temos termos mais cientficos como metric(metricus),
statistic (statisticum), semester (semestris), autopsy (autopsia), penicilin (penicillium),
ventricular(ventricularis) e tentacle(tentaculum).
Um dos objetivos principais deste trabalho evidenciar as influncias do latim sobre
o ingls. Por influncia, entende-se aqui qualquer caracterstica latina que tenha sido
passada para a lngua inglesa. No preciso muito esforo, mas talvez um pouco de
ateno, para notar uma das maiores influncias latinas sobre o ingls, comumente
subestimada ou esquecida: o alfabeto. Existem mais de 400 tipos de alfabetos e sistemasde escrita no planeta (BERLITZ, 1982, p. 108), entre os quais o cirlico, o grego, o armnio,
o arbico, os egpcios (hierglifos, hierglifos cursivos, hiertico, demtico e copta) e o
hebraico, sem contar os ideogramas asiticos. O mais comum, entretanto, o latino,
utilizado por mais de 60 lnguas atuais, alm de mais de 30 j extintas. Na poca da invaso
germnica ilha da Gr-Bretanha, as tribos dominadoras tinham escritas bastante
diferentes das que se conhecem hoje nas lnguas germnicas: eram os chamados alfabetos
"rnicos", compostos por runas, unidades grficas (ou grafemas) que serviam como letras
para aqueles povos (BERLITZ, 1982, p 111). Se no fosse pela considervel influncialatina sobre esses povos germnicos durante a cristianizao da Gr-Bretanha a partir do
fim do sculo 6 (segunda fase de influncia), talvez o ingls fosse escrito dessa forma at
hoje. Outra caracterstica visual do ingls em comum com o latim o fato de ser escrito e
lido da esquerda para a direita, diferentemente de outras lnguas como rabe e hebraico,
ambas semticas. Todavia, no se pode afirmar que essa uma influncia direta do latim, j
que as lnguas celtas e germnicas utilizadas na Gr-Bretanha antes da chegada dos
romanos tambm eram escritas e lidas de tal forma.
No tocante sintaxe, um dos eixos principais de qualquer idioma, pouco h que se
mencionar sobre a influncia latina. Segundo Sapir (1921), "na esfera da sintaxe, podem-se
apontar certas influncias do francs e do latim, mas incerto se elas chegaram a um nvel
mais profundo que a lngua escrita. Boa parte desse tipo de influncia pertence mais ao
estilo literrio que morfologia propriamente dita" (traduo minha6). Infelizmente, o autor
6(...) the morphological influence exerted by foreign languages on English (...) is hardly different in kind fromthe mere borrowing of words. (...) In the sphere of syntax, one may point to certain French and Latin influences,
but it is doubtful if they ever reached deeper than the written language. Much of this type of influence belongsrather to literary style than to morphology proper.
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portugus tivesse considervel dificuldade em lidar com a estrutura do alemo, do japons e
do coreano, lnguas de estrutura oracional SOV (tambm a mais comum em latim clssico),
bem como ao lidar com lnguas semticas (rabe, hebraico...) e celtas (irlands, escocs
galico, gals, crnico, breto etc.), idiomas VSO. Como o ingls no uma lngua de
casos, como o latim clssico, a ordem das palavras faz diferena, o que levanta a suspeita
de uma possvel influncia do latim vulgar, que foi o que, de fato, chegou s ilhas britnicas.
Enquanto o latim clssico alterava a terminao da palavra, como em "porta casae", o latim
vulgar dependia de uma estrutura fixa de palavras, arranjadas em tal ordem que o
significado era o desejado: "illa porta de illa casa", o mesmo que "the door of the house" ou
"a porta de a (da) casa". Vale ressaltar que a outra forma de se construir a mesma frase em
ingls, "the house's door", apesar da semelhana com a formao do caso genitivo latino
(adio de morfema ao fim do termo que indica o "possuidor"), tem influncia germnica,
sendo chamada por vezes de "saxon genitive".
Indubitavelmente, a maior influncia latina sobre o ingls, como extensivamente
tratada na seo histrica deste trabalho, foi com relao ao lxico. Como explica Sapir6, "a
influncia morfolgica exercida por lnguas estrangeiras no ingls (...) no difere muito de
um mero emprstimo de palavras". De acordo com The History of English in Ten Minutes
(s/d), a lngua inglesa, ao longo dos ltimos 1500 anos, emprestou e incorporou palavras de
mais de 350 idiomas. Segundo Berlitz,
Nunca houve outra lngua to influenciada por uma combinao de tantasoutras lnguas; o ingls no s uma lngua mundial como uma misturaassimilada da maioria das lnguas do mundo. Ao caldeiro inicial de anglo-saxo, celta e francs normando foram acrescentadas milhares de outraspalavras do holands, das lnguas escandinavas, do espanhol, italiano,alemo, portugus, francs moderno, rabe, russo, hebraico, idiche,malaio, hindi, chins, japons e lnguas amerndias. (BERLITZ, 1982, p.288)
Desses emprstimos todos, pode-se afirmar com segurana que a maior parte vem
do latim e das lnguas dele derivadas. praticamente impossvel dizer exatamente quantas
palavras de origem latina fazem parte do ingls atualmente, pois questes poderiam ser
levantadas sobre o prprio termo "palavra". Segundo o dicionrio Oxford, no se pode
precisar um nmero absoluto de palavras no lxico do ingls, j que se encontra bastante
dificuldade em definir o que uma palavra ("book" e "books", por exemplo, so formas
diferentes da mesma palavra ou duas palavras diferentes e independentes ?). Entretanto,
possvel estimar a porcentagem de palavras de uma determinada origem tendo como base
todas as registradas num dicionrio, e exatamente isso que mostra o grfico a seguir,
baseado na pesquisa computadorizada de Thomas Finkenstaedt e Dieter Wolff (1973),
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tendo como objeto de estudo o prprio dicionrio de Oxford (Shorter Oxford Dictionary, 3
edio).
GRFICO 1 - ORIGEM DAS PALAVRAS INGLESAS
Como demonstra a pesquisa, pouco mais de 56% do lxico de lngua inglesa vem
direta ou indiretamente do latim (se considerarmos apenas as influncias diretas, ainda
assim o latim apresenta uma porcentagem maior que a de todas as lnguas germnicas
juntas, um feito louvvel). Vale ressaltar que no falo aqui de vocabulrio. Segundo Silva
(s/d), apesar de gramticos geralmente usarem "lxico" e "vocabulrio" como sinnimos, os
lingistas os diferem. Lxico o "conjunto das palavras usadas numa lngua. um
inventrio aberto, com nmero infinito de palavras, podendo ser sempre acrescido e
enriquecido com novos vocbulos e tambm pela mudana de sentido de outras", enquanto
vocabulrio "a seleo e o emprego de palavras pertencentes ao lxico para realizar a
comunicao humana. o uso do falante". Isso explica o porqu de no percebermos
muitas palavras de origem latina no ingls "comum", das conversas cotidianas: as palavras
utilizadas pelos falantes de ingls fazem parte de seu vocabulrio, que geralmente
composto por mais palavras informais que formais. Dada a relao entre palavras de origem
latina no ingls e formalidade, como tratarei na prxima seo, de se compreender que
tais palavras no apaream com grande freqncia na fala (e mesmo na escrita) dessesusurios da lngua, sendo os termos de origem germnica os preferidos.
Francs (incluindo francs antigo,
francs normando e anglo-francs) -
28,3%Latim (todas as variantes) - 28,24%
Lnguas germnicas (anglo-saxo,
nrdico antigo, neerlands etc.) -
25%Grego - 5,32%
Outras lnguas/desconhecido - 5,03%
Nomes prprios - 3,28%
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Outra pesquisa que segue a mesma linha a de Joseph Williams, professor do
Departamento de Lngua e Literatura Inglesas da Universidade de Chicago, que estima
praticamente o mesmo nmero de palavras de origem latina: 56% (41% do francs e 15%
do latim). A variao considervel na porcentagem de origem direta e indireta do latim7pode
ser explicada pelo contexto diferente da pesquisa: enquanto a de Finkenstaedt e Wolff
considerou o lxico ingls como um todo, tomando como base um dicionrio, a de Williams
analisou cartas corporativas/comerciais. improvvel que o vocabulrio adotado pelos
empresrios/negociantes correspondentes tenha sido to amplo e formal a ponto de dar
margem a uma grande quantidade de palavras vindas diretamente do latim.
Uma terceira pesquisa sobre o assunto tambm se mostra relevante: a realizada
pelo lingista especializado em ensino de lngua e aquisio de vocabulrio Paul Nation
(2001). Ele levou em considerao 7.476 palavras inglesas. Desse total, 51% tinham origemno grupo itlico, o grupo lingstico do latim e seus derivados, enquanto 36% vinham do
grupo germnico. O grupo helnico, onde se encontra o grego, alcanou 7%. Outras lnguas
chegaram a 6%.
1.3 - A RELAO ENTRE AS INFLUNCIAS LATINAS NO INGLS E O NVEL DE
FORMALIDADE
A idia parcialmente equvoca de que o ingls e o portugus so lnguas bastantediferentes talvez venha da constatao bvia de um estudante que compara frases nessas
duas lnguas. De fato, "the boy opened the door" no parece, visualmente, "o menino abriu a
porta", da mesma forma que "I've been to my grandmother's house" no se assemelha,
observando-se superficialmente, a "fui casa de minha av". Entretanto, convm notarmos
que ambas as frases dadas como exemplo so bastante informais, utilizando-se de palavras
corriqueiras, de fcil entendimento a qualquer falante nativo (e mesmo a estrangeiros).
exatamente esse tipo de linguagem que se encontra em mtodos de ensino de lngua
inglesa: a informal, a cotidiana, a comum. necessrio atentar, contudo, ao fato de que,durante sua vivncia num pas anglfono, um lusfono no ter contato somente com a
linguagem informal, mas com a formal tambm. quando ele entra em contato com textos
de maior formalidade que percebe a semelhana entre as duas lnguas, o que parece um
contrassenso, j que se espera uma dificuldade maior para entender textos de formalidade
elevada. Entretanto, quanto maior a formalidade do texto em ingls, maior sua semelhana
com o portugus. No h nenhum mistrio, tampouco contradio, nesse curioso fato: as
palavras e construes de origem latina (direta ou indireta) fazem-se mais presentes nos
7Berlitz (1982, p. 275) alega que entre 40% e 50% do lxico ingls veio por intermdio do francs, mas no cita
nenhuma pesquisa como embasamento.
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"because" for considerado) tm origem latina, todas via francs antigo. Partindo do
pressuposto de que o nvel de formalidade de uma palavra diz respeito sua freqncia e a
seu contexto de utilizao, podemos inferir, portanto, que as palavras mais comumente
utilizadas e mais recorrentes em situaes elementares (como uma conversa entre amigos
ou entre um vendedor e um cliente numa loja) so as menos formais, enquanto aquelas
palavras raras, destinadas a situaes muito especficas (como um estudo cientfico de
Gentica ou uma conveno internacional de Astrofsica) so as consideradas mais formais.
O lingista Hans Strig tambm discorre sobre a questo:
Embora o ingls tenha adotado palavras de inmeras lnguas (...), a grandemaioria das palavras ou razes inglesas so de origem germnica ouromnica. (...) Mas aqui devemos ressaltar que, na lngua do cotidiano e nalngua do homem simples, a participao do germnico bem maior. As
denominaes referentes a famlia (...) so germnicas, assim como "dia" e"noite" (day and night), "amor" e "dio" (love and hate), os numerais (...), ospronomes pessoais (...), as preposies (...), as conjunes (...), os verbosauxiliares. Em resumo: as palavras mais freqentes so germnicas.(STRIG, 1990, p. 168)
Aparentemente, esse um conhecimento lingstico bem comum entre os falantes
do ingls, tanto como primeira quanto como segunda lngua, no importando o nvel de
formao acadmica ou quantos anos de experincia. As respostas pergunta sobre esse
tema nas entrevistas que realizei com professores de ingls (questo 4.a dos modelos de
entrevista disponveis nos anexos III e IV) chegaram perto da unanimidade: 82,60% (19 de23) dos que responderam (a pergunta era opcional) corroboraram a idia de que muito
mais comum encontrar palavras de origem latina em ingls em textos cujo nvel de
formalidade mais elevado, entre os quais foram mencionados os cientficos e acadmicos,
enquanto a linguagem diria utilizada para os gneros primrios, mais coloquiais, tem uma
maior incidncia de termos anglo-saxnicos. Alm disso, alguns tambm destacaram que o
vocabulrio latino mais freqente na escrita que na fala, o que de se esperar dada a
maior preocupao com a formalidade quando se escreve.
No satisfeito, apesar de concordar com as pesquisas e opinies dos entrevistados,
decidi buscar mais evidncias por contra prpria: reuni quatro textos aleatrios de diferentes
nveis de formalidade. Em seguida, pesquisei a origem de cada um dos 100 primeiros
termos que apareciam nos textos, com a ajuda de fiveis dicionrios8. Os resultados, bem
como meus comentrios a eles, so apresentados a seguir. Cabe ressaltar que, para fins de
anlise histrico-lingstica, considera-se como lngua de origem aquela mais remota sobre
a qual se tenha conhecimento suficiente nos dias de hoje. Todas as lnguas listadas como a
origem dos termos analisados tambm tiveram, por sua vez, uma origem. Entretanto, se a
8The Free Dictionary, Cambridge Dictionaries Online, Oxford Dictionaries, Wiktionary e Priberam Online.
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anlise se estendesse muito, chegaramos a lnguas que ainda hoje no so muito
conhecidas ou mesmo tericas (como o proto-indo-europeu, que teria dado origem a todas
as lnguas registradas nesses quadros).
O primeiro texto analisado foi um excerto da letra de uma msica popular britnica,
como segue:
TEXTO 1 - LETRA DA CANO "OLD MAID IN THE GARRET", DE AUTORIA
DESCONHECIDA9
I have often heard it said from my father and my mother
That going to a wedding is the making of another
Well, if this be so, then I'll go without a biddingOh, kind providence, won't you send me to a wedding?
And it's oh, dear me, how will it be
If I die an old maid in the garret?
Oh, now there's my sister Jean, she's not handsome or good lookin'
Scarcely sixteen and a fella she was courtin'
Now she's twenty four with a son and a daughter
Here am I, forty five, and I've never had an offer.
A anlise do texto culminou nos resultados expressos no Quadro 1.
9Disponvel em: www.contemplator.com/england/oldmaid.html
http://worldmusic.about.com/od/irishsonglyrics/p/Old-Maid-In-A-Garret.htm
www.allthelyrics.com/lyrics/tommy_makem/old_maid_in_the_garrett-lyrics-1132808.htmlhttp://celtic-lyrics.com/lyrics/316.html
http://martindardis.com/id345.html
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QUADRO 1 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 1
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
I 4 anglo-saxo pronomehave 1 anglo-saxo verbooften 1 anglo-saxo advrbioheard 1 anglo-saxo verbo
it 3 anglo-saxo pronomesaid 1 anglo-saxo verbofrom 1 anglo-saxo preposiomy 3 anglo-saxo adjetivo
father 1 anglo-saxo substantivoand 5 anglo-saxo conjuno
mother 1 anglo-saxo substantivothat 1 anglo-saxo conjuno
going 1 anglo-saxo verboto 3 anglo-saxo preposioa 6 anglo-saxo artigo
wedding 2 anglo-saxo substantivo
is 5 anglo-saxo verbothe 2 anglo-saxo artigomaking 1 anglo-saxo substantivo
of 1 anglo-saxo preposioanother 1 anglo-saxo pronome
well 1 anglo-saxo interjeioif 2 anglo-saxo conjuno
this 1 anglo-saxo pronomebe 2 anglo-saxo verboso 1 anglo-saxo advrbio
then 1 anglo-saxo advrbiowill 3 anglo-saxo verbogo 1 anglo-saxo verbo
without 1 anglo-saxo preposio
bidding 1 anglo-saxo substantivokind 1 anglo-saxo adjetivo
providence 1 latim via francs substantivonot 2 anglo-saxo advrbioyou 1 anglo-saxo pronomesend 1 anglo-saxo verbome 2 anglo-saxo pronome
dear 1 anglo-saxo adjetivohow 1 anglo-saxo advrbiodie 1 nrdico antigo verboan 1 anglo-saxo artigoold 1 anglo-saxo adjetivo
maid 1 anglo-saxo substantivoin 1 anglo-saxo preposio
garret 1 francs antigo substantivonow 2 anglo-saxo advrbiothere 1 anglo-saxo pronomesister 1 nrdico antigo substantivoJean 1 francs antigo substantivoshe 3 anglo-saxo pronome
handsome 1 anglo-saxo adjetivoor 1 anglo-saxo conjuno
good 1 anglo-saxo adjetivolookin' (looking) 1 anglo-saxo verbo
scarcely 1latim vulgar via francs
antigoadvrbio
sixteen 1 anglo-saxo numeral
fella (fellow) 1 nrdico antigo substantivo
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QUADRO 1 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
was 1 anglo-saxo verbocourtin' (courting) 1 latim via francs antigo verbo
twenty 1 anglo-saxo numeralfour 1 anglo-saxo numeralwith 1 anglo-saxo preposioson 1 anglo-saxo substantivo
daughter 1 anglo-saxo substantivohere 1 anglo-saxo advrbioam 1 anglo-saxo verbo
forty 1 anglo-saxo numeralfive 1 anglo-saxo numeral
Total:68 Total:100
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
QUADRO 2 - ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM TOTAL
anglo-saxo = 60 (88,23%)
68 (100%)latim via francs = 3 (4,41%)nrdico antigo = 3 (4,41%)francs antigo = 2 (2,94%)
QUADRO 3 - ORIGEM POR CLASSE GRAMATICAL E OCORRNCIA
ORIGEM CLASSE OCORRNCIA TOTAL
anglo-saxo
verbo 12 (20%)
60 (100%)
substantivo 8 (13,33%)pronome 8 (13,33%)advrbio 7 (11,66%)adjetivo 6 (10%)
preposio 6 (10%)numeral 5 (8,33%)
conjuno 4 (6,66%)artigo 3 (5%)
interjeio 1 (1,66%)
latim via francssubstantivo 1 (33,33%)
3 (100%)verbo 1 (33,33%)advrbio 1 (33,33%)
nrdico antigosubstantivo 2 (66,66%)
3 (100%)verbo 1 (33,33%)
francs antigo substantivo 2 (100%) 2 (100%)Totais:
verbo = 14 (20,58%)substantivo = 13 (19,11%)
advrbio = 8 (11,76%)pronome = 8 (11,76%)adjetivo = 6 (8,82%)
preposio = 6 (8,82%)numeral = 5 (7,35%)
conjuno = 4 (5,88%)artigo = 3 (4,41%)
interjeio = 1 (1,47%)
68 (100%)
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Percebe-se, nesta letra de msica folclrica de origem incerta (provavelmente
irlandesa ou escocesa), uma preferncia bem maior pelos termos mais comuns da lngua
inglesa, os quais derivam, em sua maioria, de lnguas germnicas. Preposies como to, of,
from, withe in, conjunes como and, but, if, ore that, pronomes como I, she, ite youe os
artigos a, ane these fazem presentes em praticamente todos os textos do ingls por serem
palavras essenciais escrita, muitas vezes desempenhando o papel de conectores 10. Aqui
no diferente: dos 68 termos originais contidos na msica, 21 pertencem a essas classes.
Entre todos os 100 termos analisados, incluindo os repetidos, esse nmero ainda maior
(44), o que no nenhuma surpresa, j que palavras dessas categorias costumam se
repetir vrias vezes ao longo dos textos, algo que no costuma acontecer com substantivos,
adjetivos e verbos, por exemplo. Logo, o resultado obtido aps a anlise o esperado: a
maior parte das palavras desse texto de cunho informal provm do anglo-saxo (92 de 100),
enquanto apenas 3 derivam do latim (e indiretamente). Vale mencionar que a excluso da
interjeio "oh", repetida vrias vezes na letra, foi feita pela incerteza de sua origem e por
sua pouca significncia semntica.
O segundo texto submetido verificao foi um excerto de um conto infantil de Hans
Christian Andersen, o qual apresento a seguir:
TEXTO 2 - CONTO INFANTIL "THE SNOW QUEEN", DE HANS CHRISTIAN ANDERSEN(TRADUZIDO DO DINAMARQUS POR TRADUTOR NO IDENTIFICADO)11
There is a legend that, once upon a time, a beautiful fairy, the Snow Queen, lived on thehighest, most solitary peaks of the Alps. The mountain folk and shepherds climbed to thesummits to admire her, and everyone fell head over heels in love with her.
Every man would have given anything, including his life, to marry her. Indeed, their lives arejust what they did give, for Fate had decided that no mortal would ever marry the SnowQueen. But in spite of that, many brave souls did their best to approach her, hoping alwaysto persuade her.
A anlise do texto culminou nos resultados expressos no Quadro 4.
10Confira a alta freqncia dessas palavras pequenas e essenciais na lista Swadesh (Anexo II), na lista do The
Oxford English Corpus(Anexo III) e na pesquisa A general service list of English words, realizada por MichaelWest em 1953.11Disponvel em: http://childhoodreading.com/?p=18
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QUADRO 4 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 1
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
there 1 anglo-saxo pronomeis 1 anglo-saxo verboa 3 anglo-saxo artigo
legend 1latim via latim
medieval e francsantigo
substantivo
that 3 anglo-saxo conjunoonce 1 anglo-saxo advrbioupon 1 anglo-saxo preposiotime 1 anglo-saxo substantivo
beautiful 1latim vulgar via francs
antigo / anglo-saxoadjetivo
fairy 1latim vulgar via francs
antigosubstantivo
the 6 anglo-saxo artigosnow 2 anglo-saxo substantivo
queen 2 anglo-saxo substantivolived 1 anglo-saxo verboon 1 anglo-saxo preposio
highest (high) 1 anglo-saxo adjetivomost 1 anglo-saxo adjetivo
solitary 1 latim via francs antigo adjetivopeaks 1 incerta substantivo
of 2 anglo-saxo preposio
alps 1latim (talvez via
francs)substantivo
mountain 1latim via latim vulgar
via francssubstantivo
folk 1 anglo-saxo substantivoand 2 anglo-saxo conjuno
shepherds 1 anglo-saxo substantivoclimbed 1 anglo-saxo verboto 5 anglo-saxo preposio
summits 1 latim via francs antigo substantivoadmire 1 latim via francs verbo
her 5 anglo-saxo pronomeeveryone 1 anglo-saxo pronome
fell 1 anglo-saxo verbohead 1 anglo-saxo substantivoover 1 anglo-saxo preposioheels 1 anglo-saxo substantivo
in 2 anglo-saxo preposiolove 1 anglo-saxo substantivowith 1 anglo-saxo preposio
every 1 anglo-saxo adjetivoman 1 anglo-saxo substantivo
would 2 anglo-saxo verbohave 1 anglo-saxo verbogiven 1 nrdico antigo verbo
anything 1 anglo-saxo pronomeincluding 1 latim verbo
his 1 anglo-saxo adjetivolife 1 anglo-saxo substantivo
marry 2 latim via francs antigo verbo
indeed 1anglo-saxo via ingls
mdioadvrbio
their 2 nrdico antigo adjetivolives 1 anglo-saxo substantivoare 1 anglo-saxo verbo
-
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QUADRO 4 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
just 1 latim via francs antigo advrbiowhat 1 anglo-saxo pronomethey 1 nrdico antigo pronomedid 2 anglo-saxo verbogive 1 nrdico antigo verbofor 1 anglo-saxo preposiofate 1 latim via francs antigo substantivohad 1 anglo-saxo verbo
decided 1 latim via francs antigo verbono 1 anglo-saxo advrbio
mortal 1 latim via francs antigo adjetivoever 1 anglo-saxo advrbiobut 1 anglo-saxo conjuno
spite 1 latim via francs antigo substantivomany 1 anglo-saxo adjetivo
brave 1
prov. latim vulgar via
italiano (ou espanhol)e francs adjetivo
souls 1 anglo-saxo substantivobest 1 anglo-saxo substantivo
approach 1latim vulgar via francs
antigoverbo
hoping 1 anglo-saxo verboalways 1 anglo-saxo advrbio
persuade 1 latim verboTotal:74 Total:100
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
QUADRO 5 - ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM TOTAL
anglo-saxo = 51,5 (69,59%)
74 (100%)
latim via francs = 13,5 (18,24%)nrdico antigo = 4 (5,40%)
latim = 3 (4,05%)prov. latim = 1 (1,35%)
incerta = 1 (1,35%)
-
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QUADRO 6 - ORIGEM POR CLASSE GRAMATICAL E OCORRNCIA
ORIGEM CLASSE OCORRNCIA TOTAL
anglo-saxo
substantivo 13 (25,24%)
51,5 (100%)
verbo 10 (19,41%)preposio 8 (15,53%)
adjetivo 5,5 (10,67%)advrbio 5 (9,70%)pronome 5 (9,70%)
conjuno 3 (5,82%)artigo 2 (3,88%)
latim via francs
substantivo 6 (44,44%)
13,5 (100%)verbo 4 (29,62%)
adjetivo 2,5 (18,51%)advrbio 1 (7,40%)
nrdico antigoverbo 2 (50%)
4 (100%)adjetivo 1 (25%)pronome 1 (25%)
latimverbo 2 (66,66%)
3 (100%)
substantivo 1 (33,33%)provavelmente latim viaitaliano ou espanhol e
francsadjetivo 1 (100%) 1 (100%)
incerta substantivo 1 (100%) 1 (100%)Totais:
substantivo = 21 (28,37%)verbo = 18 (24,32%)
adjetivo = 10 (13,51%)preposio = 8 (10,81%)
pronome = 6 (8,10%)advrbio = 6 (8,10%)
conjuno = 3 (4,05%)artigo = 2 (2,70%)
74 (100%)
O texto 2 no tem um carter popular ou folclrico como o 1, mas tambm se
apresenta de modo informal, com linguagem natural e acessvel, principalmente por ter
crianas como o pblico alvo. Aqui j se constata uma elevao no nmero de termos
latinos, quase 18 direta ou indiretamente originados daquela lngua, bem como uma leve
diminuio na proporo de derivados do anglo-saxo (aprox. 75 de 100). Entretanto, esta
ltima lngua continua sendo a origem mais comum. O nrdico, outra lngua de raiz
germnica, tambm se faz presente, mas com apenas 5 termos dentre os 100, um dos quais
repetido. Vale lembrar que tanto este texto quanto (e principalmente) o anterior foram
produzidos com a inteno de serem divulgados oralmente. Tal como os antigos menestris
e trovadores, o leitor desses textos pode divulg-los boca a boca, o que no pode ser feito
com os dois textos vindouros. A caracterstica desses dois primeiros textos que lhes propicia
essa possibilidade justamente seu baixo nvel de formalidade.
O terceiro texto analisado foi o trecho inicial de um documento jurdico:
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TEXTO 3 - DOCUMENTO LEGAL (NOTA PROMISSRIA DA CIDADE DE MADISON, WI,
EUA)12
FOR VALUE RECEIVED, the Borrower promises to pay to the order of the CITY OFMADISON, a Wisconsin municipal corporation, at its offices located at [endereo omitido],an amount equal to ______ percent (___%) of ninety-five percent (95%) of the sales price ofthe Property, immediately upon the sale or transfer of the Property located at________________(the Property). Legal Description Attached.
THIS NOTE is secured by a Mortgage from the Borrower to the City (the Mortgage).
DELINQUENCY CHARGE. If a payment owed under the Note is not paid on or before the
15th day after its due date, the City may collect a delinquency charge equal to 12% perannum on the unpaid balance until the amount due under the Note is paid in full.
A anlise do texto culminou nos resultados expressos no Quadro 7.
QUADRO 7 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 1
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
for 1 anglo-saxo preposio
value 1 latim via francs antigo substantivoreceived 1 latim via francs antigo verbo
the 15 anglo-saxo artigoborrower 2 anglo-saxo substantivo
promises 1latim via latim medieval
via francs antigoverbo
to 4 anglo-saxo preposiopay 1 latim via francs antigo verbo
order 1 latim via francs antigo substantivoof 5 anglo-saxo preposio
city 3 latim via francs antigo substantivoMadison 1 incerta substantivo
a 4 anglo-saxo artigoWisconsin 1 prov. miami-illinois substantivo
municipal 1 latim adjetivocorporation 1 latim substantivo
at 3 anglo-saxo preposioits 2 anglo-saxo adjetivo
offices 1 latim via francs antigo substantivolocated 2 latim verbo
an 1 anglo-saxo artigoamount 1 latim via francs antigo substantivoequal 1 latim adjetivo
percent 2 latim substantivoninety 1 anglo-saxo numeralfive 1 anglo-saxo numeral
12Disponvel em: www.cityofmadison.com/cdbg/iz/docs/buyer_pnote.pdf
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QUADRO 7 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
sales 1nrdico antigo via anglo-
saxosubstantivo
price 1 latim via francs antigo substantivoproperty 3 latim via francs antigo substantivo
immediately 1 latim via francs antigo advrbioupon 1 anglo-saxo preposio
sale 1nrdico antigo via anglo-
saxosubstantivo
or 2 anglo-saxo conjunotransfer 1 latim via francs antigo substantivo
legal 1 latim via francs antigo adjetivo
description 1latim via anglo-
normandosubstantivo
attached 1 francs antigo verbothis 1 anglo-saxo adjetivonote 2 latim via francs antigo substantivo
is 2 anglo-saxo verbosecured 1 latim adjetivoby 1 anglo-saxo preposio
mortgage 2latim vulgar via francs /lngua germnica incerta
substantivo
from 1 anglo-saxo preposiodelinquency 2 latim substantivo
charge 2 latim via francs antigo substantivoif 1 anglo-saxo conjuno
payment 1 latim via francs antigo substantivoowed 1 anglo-saxo verbounder 1 anglo-saxo preposio
not 1 anglo-saxo advrbiopaid 1 latim via francs antigo verbo
on 1 anglo-saxo preposiobefore 1 anglo-saxo preposioday 1 anglo-saxo substantivoafter 1 anglo-saxo preposiodue 1 latim via francs antigo adjetivo
date 1latim via latim medieval
via francs antigosubstantivo
may 1 anglo-saxo verbocollect 1 latim verbo
Total:60 Total:100
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
QUADRO 8 - ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM TOTAL
anglo-saxo = 26 (43,33%)
60 (100%)
latim indireto = 20,5 (34,16%)latim = 8 (13,33%)
nrdico antigo = 2 (3,33%)incerta = 1,5 (2,5%)francs = 1 (1,66%)
prov. miami-illinois = 1 (1,66%)
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QUADRO 9 - ORIGEM POR CLASSE GRAMATICAL E OCORRNCIA
ORIGEM CLASSE OCORRNCIA TOTAL
anglo-saxo
preposio 11 (42,30%)
26 (100%)
verbo 3 (11,53%)artigo 3 (11,53%)
substantivo 2 (7,69%)adjetivo 2 (7,69%)
conjuno 2 (7,69%)numeral 2 (7,69%)advrbio 1 (3,84%)
latim indireto
substantivo 13,5 (65,85%)
20,5 (100%)verbo 4 (19,51%)
adjetivo 2 (9,75%)advrbio 1 (4,87%)
latimsubstantivo 3 (37,5%)
8 (100%)adjetivo 3 (37,5%)verbo 2 (25%)
nrdico antigo substantivo 2 (100%) 2 (100%)
incerta substantivo 1,5 (100%) 1,5 (100%)francs verbo 1 (100%) 1 (100%)provavelmente miami-
illinoissubstantivo 1 (100%) 1 (100%)
Totais:substantivo = 23 (38,33%)preposio = 11 (18,33%)
verbo = 10 (16,66%)adjetivo = 7 (11,66%)
artigo = 3 (5%)advrbio = 2 (3,33%)numeral = 2 (3,33%)
conjuno = 2 (3,33%)
60 (100%)
No texto 3, pertencente ao discurso jurdico, possvel constatar com razovel
facilidade a presena maior de termos latinos. Dos 100 analisados no trecho, quase 38 vm
do idioma dos romanos direta ou indiretamente, enquanto 67 vm do idioma dos anglo-
saxes. Pela primeira vez nestas anlises, o nmero de termos latinos maior que o de
anglo-saxnicos. Os nmeros absolutos s indicam o contrrio pelo fato de serem
consideradas as repeties de preposies, conjunes, pronomes e artigos, como j
comentado no texto 1. Desconsiderando as repeties, so 28,5 termos latinos contra 26
anglo-saxnicos. O nrdico e o francs, mais uma vez, fazem-se presentes, mas com
contribuies irrisrias. O nico termo que destoa neste exemplo Wisconsin, vindo de uma
lngua lgica incerta, provavelmente miami-illinois. Note a expresso "per annum" utilizada
no final, a qual no foi contabilizada no quadro por no se encontrar entre os 100 primeiros
termos. Trata-se de uma expresso totalmente latina, ou seja, no adaptada para a forma
inglesa "per year". A incidncia de expresses diretamente do latim, sem adaptao,
bastante elevada em textos legais, apesar de elas tambm ocorrerem no ingls do dia-a-dia
(vice-versa, circa, exempli gratia, id est, et ceterae outras).
O ltimo texto estudado foi um excerto da introduo de um artigo cientfico daUniversidade de Waterloo, Canad:
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TEXTO 4 - ARTIGO CIENTFICO DE PSICOLOGIA (WATERLOO UNUSUAL SLEEP
EXPERIENCE QUESTIONNAIRE - TECHNICAL REPORT, POR J. A. CHEYNE)13
The current report provides some basic descriptive information about the Waterloo UnusualSleep Experiences Questionnaire. I make no attempt to explicitly discuss the theoretical andconceptual issues or their associated hypotheses addressed by our research. This report isprimarily descriptive and psychometric and hence will emphasize the quantitativecomponents. We do consider, however, the inclusion of the qualitative aspects of thisinstrument to be an important strength. The questionnaire is retrospective and asksrespondents to reflect on past sleep paralysis (SP) episodes. The responses necessarilyconflate episodes and the analyses reflect individual (respondent) differences in theaggregate experiences rather than characteristics of individual episodes.
A anlise do texto culminou nos resultados expressos no Quadro 10.
QUADRO 10 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 1
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
the 10 anglo-saxo artigocurrent 1 latim via francs antigo adjetivoreport 2 latim via francs antigo substantivo
provides 1 latim verbosome 1 anglo-saxo adjetivobasic 1 latim via francs antigo adjetivo
descriptive 2 latim adjetivoinformation 1 latim via francs mdio substantivoabout 1 anglo-saxo preposio
Waterloo 1 neerlands mdio substantivounusual 1 latim via francs antigo adjetivosleep 2 anglo-saxo substantivo
experience 1 latim via francs antigo substantivoquestionnaire 2 latim vulgar via francs substantivo
I 1 anglo-saxo pronomemake 1 anglo-saxo verbo
no 1 anglo-saxo advrbioattempt 1 latim via francs antigo substantivo
to 3 anglo-saxo preposioexplicitly 1 latim advrbio
discuss 1 latim via anglo-normando verbo
theoretical 1 grego via latim adjetivoand 5 anglo-saxo conjuno
conceptual 1latim vulgar via latim
medievaladjetivo
issues 1latim via latim vulgar via
francs antigosubstantivo
or 1 anglo-saxo conjunotheir 1 nrdico antigo adjetivo
associated 1 latim adjetivohypotheses 1 grego via latim substantivo
addressed 1latim via latim vulgar via
francs antigoverbo
13Disponvel em: http://arts.uwaterloo.ca/~acheyne/spdoc/Techreport.pdf
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QUADRO 10 - OCORRNCIA DE PALAVRAS POR ORIGEM E CLASSE GRAMATICAL - PARTE 2
PALAVRA OCORRNCIA ORIGEM CLASSE GRAMAT.
by 1 anglo-saxo preposioour 1 anglo-saxo adjetivo
research 1 francs antigo substantivothis 2 anglo-saxo adjetivois 2 anglo-saxo verbo
primarily 1 latim advrbio
psychometric 1grego antigo / neo-latim
via francs antigoadjetivo
hence 1 anglo-saxo advrbiowill 1 anglo-saxo verbo
emphasize 1 grego via latim verboquantitative 1 latim via latim medieval adjetivocomponents 1 latim substantivo
we 1 anglo-saxo pronomedo 1 anglo-saxo verbo
consider 1 latim via francs antigo verbo
however 1 anglo-saxo advrbioinclusion 1 latim substantivoof 2 anglo-saxo preposio
qualitative 1 latim via latim medieval adjetivoaspects 1 latim substantivo
instrument 1 latim via francs antigo substantivobe 1 anglo-saxo verboan 1 anglo-saxo artigo
important 1latim via latim medieval
via francsadjetivo
strength 1 anglo-saxo substantivoretrospective 1 latim adjetivo
asks 1 anglo-saxo verborespondents 1 latim via francs antigo substantivo
reflect 2 latim via francs antigo verboon 1 anglo-saxo preposio
past 1 ingls mdio adjetivoparalysis 1 grego via latim substantivoepisodes 2 grego antigo via francs substantivo
responses 1 latim via francs antigo substantivonecessarily 1 latim via francs antigo advrbio
conflate 1 latim verbo
analyses 1grego via latim medieval
via francs antigosubstantivo
individual 1 latim via latim medieval adjetivorespondent 1 latim via francs antigo adjetivodifferences 1 latim via francs antigo substantivo
in 1 anglo-saxo preposio
aggregate 1 latim adjetivoexperiences 1 latim via francs antigo substantivo
rather 1 anglo-saxo advrbiothan 1 anglo-saxo conjuno
characteristics 1 grego antigo substantivoTotal:76 Total:100
Para maior clareza, apresento as tabulaes dos resultados com nfase na origem, na
classe e em suas totalizaes relativas:
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QUADRO 11 ORIGEM DAS PALAVRAS
ORIGEM TOTAL
anglo-saxo = 28 (36,84%)
76 (100%)
latim indireto = 25,5 (33,55%)latim = 11 (14,47%)grego = 7,5 (9,86%)francs = 1 (1,31%)
ingls mdio = 1 (1,31%)nrdico = 1 (1,31%)
neerlands = 1 (1,31%)
QUADRO 12 - ORIGEM POR CLASSE GRAMATICAL E OCORRNCIA
ORIGEM CLASSE OCORRNCIA TOTAL
anglo-saxo
preposio 6 (21,42%)
28 (100%)
verbo 6 (21,42%)
advrbio 4 (14,28%)adjetivo 3 (10,71%)
conjuno 3 (10,71%)substantivo 2 (7,14%)pronome 2 (7,14%)
artigo 2 (7,14%)
latim indireto
substantivo 11 (43,13%)
25,5 (100%)adjetivo 9,5 (37,25%)verbo 4 (15,68%)
advrbio 1 (3,92%)
latim
adjetivo 4 (36,36%)
11 (100%)substantivo 3 (27,27%)
verbo 2 (18,18%)advrbio 2 (18,18%)
gregosubstantivo 5 (66,66%)
7,5 (100%)adjetivo 1,5 (20%)verbo 1 (13,33%)
francs substantivo 1 (100%) 1 (100%)ingls mdio adjetivo 1 (100%) 1 (100%)
nrdico adjetivo 1 (100%) 1 (100%)neerlands substantivo 1 (100%) 1 (100%)
Totais:substantivo = 23 (30,26%)
adjetivo = 20 (26,31%)verbo = 13 (17,10%)advrbio = 7 (9,21%)
preposio = 6 (7,89%)conjuno = 3 (3,94%)pronome = 2 (2,63%)
artigo = 2 (2,63%)
76 (100%)
apenas no texto 4, cuja formalidade cientfica se destaca desde a introduo, que
se percebe com mais clareza a utilizao de termos da lngua do Lcio. Pela segunda vez,
os termos do latim compem a maioria do vocabulrio utilizado, mas s desconsiderando-
se as repeties que se percebe a vitria latina: 36,5 contra 28 dentre 76 termos originais
(em nmeros absolutos, contando as repeties, o resultado 40,5 contra 47 de 100 termos
no total). O grego tambm tem sua cota considervel de 7,5 entre os 76, quase 10%. Noteque esta participao grega mais alta do que o esperado deve-se ao fato de o trabalho
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analisado ser de psicologia, uma rea do conhecimento que tem inmeros termos do grego,
como seu prprio nome j indica (psukh+ logia: estudo da alma).
A partir da anlise dos quadros, pode-se chegar a vrias concluses, entre as quais
destaco trs:
1) Em conformidade com as previses, dados os resultados de pesquisas da rea, constata-
se que, de fato, o uso de termos de origem latina prevalece em textos mais formais.
2) A maioria absoluta das preposies, das conjunes, dos artigos e dos pronomes, as
classes gramaticais mais presentes nas listas de palavras mais comuns do ingls, de
origem germnica. Isso explica, parcialmente, o porqu de haver mais termos germnicos
em conversas ou textos de baixa formalidade, j que palavras dessas classes costumam se
repetir inmeras vezes durante a escrita e, principalmente, a fala.
3) A maioria das palavras inglesas de origem latina ou um substantivo ou um verbo, as
duas classes de palavras mais importantes da lngua (a primeira por nomear as coisas do
mundo e a segunda por descrever as aes que nele ocorrem). O adjetivo foi a terceira
classe gramatical que mais apareceu.
Como complemento aos quadros de anlise histrico-lexical, disponibilizo abaixo um
quadro14 que compara pares de palavras sinnimas de diferentes origens: uma delas de
lnguas germnicas e outra de lnguas latinas.
QUADRO 13 CORRESPONDENTES DE TERMOS EM PORTUGUS - PARTE 1
TERMO EM PORTUGUSCORRESPONDENTE MENOS
COMUM EM INGLSCORRESPONDENTE MAIS
COMUM EM INGLS
ameaa menace threatamigvel amicable/amiable friendly
aniversrioanniversary (para qualquer
comemorao)birthday (para nascimento)
arrepender(-se) repent regretbandido (ladro) bandit robber/thief
capricho (vontade sbita einfundada) caprice whimcomear commence beginconfiar confide trust
congelar congeal freezeconstruir construct buildcontente content happyconversar converse talk
corrente (de gua) current streamculpado culprit (s como substantivo) guilty (s como adjetivo)
curto curt shortdemitir dismiss fire
descendncia/descendente descendant/descent offspring
14Baseado em minha experincia como professor e falante de ingls como segunda lngua. Para confirmao,
todos os termos foram consultados nos dicionrios j mencionados.
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QUADRO 13 CORRESPONDENTES DE TERMOS EM PORTUGUS - PARTE 2
TERMO EM PORTUGUSCORRESPONDENTE MENOS
COMUM EM INGLSCORRESPONDENTE MAIS
COMUM EM INGLS
descobrir discover find out (phrasal verb)
desejo/desejar desire wish/wantdesistir desist give up (phrasal verb)difcil/complicado/complexo difficult/complicate(d)/complex hard/tough
discurso discourse speechedifcio edifice building
egosta/egotista egoist/egotist selfishencontrar encounter findenterrar inter buryentrar enter come in/into (phrasal verb)
errar/erro err/error mistakeescrita script writingexplodir explode blow up (phrasal verb)
fantasma* phantasm/phantom ghostfarol* pharos lighthouse
felicidade felicity happinessfluxo flux flowfome famine hunger/starvation
forma (formato) form shapeforma (jeito, maneira) form way
fortuna (sorte) fortune luckfumaa fume smokegentil gentle kind
grande grand big/greathabilidade hability/ability skillhomicdio homicide murder/killing
hostil hostile unfriendlyinteiro entire full
inventar (dizer inverdade) invent make up (phrasal verb)ira/raiva/fria ire/rage/fury anger (tambm wrath)justo/injusto just/unjust fair/unfair
labirinto* labyrinth mazelaborar labour worklegvel legible readable
letal/mortal lethal/mortal deadlyliberdade liberty freedom
maior majorbig/bigger/great/greater/
large/largermaneira manner waymanter maintain keep
maravilha/maravilhoso marvel/marvellous wonder/wonderfulmastigar* masticate chew
menor minor small/smaller/little/less/lessermudo mute dumbnavegar/navegao navigate/navigation sail/sailing
negligenciar neglect overlookobservar observe watch
obter obtain getocidental occidental western
dio odium hate/hatredoriental oriental eastern
perambular (andar por a sem rumo) perambulatewander ou walk about/around
(phrasal verb)perdoar pardon forgive
precipcio precipice cliffpredizer predict foretell/foresay
preocupao preoccupation worryprincipal principal mainprofundo profound deep
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QUADRO 13 CORRESPONDENTES DE TERMOS EM PORTUGUS - PARTE 3
TERMO EM PORTUGUSCORRESPONDENTE MENOS
COMUM EM INGLSCORRESPONDENTE MAIS
COMUM EM INGLS
proibir prohibit forbid
prostituta prostitute whore/hookerrpido rapid fastreceber receive get
recompensa recompense rewardresponder/replicar respond/reply answer
retornar (voltar) return come/go back (phrasal verb)reunio reunion meetingrodar rotate spinsaciar satiate quench
sagrado sacred holysanguinolento/sangneo/
sanguinriosanguinolent/sanguineous/
sanguinary/sanguinebloody
seguir (suceder, vir depois comoconseqncia)
segue follow
sentimento sentiment feelingsuficiente sufficient enough
suor/perspirao sudor/perspiration sweattempestade tempest storm
testemunho (dizer de umatestemunha tido como evidncia
jurdica)testimony witness
tmido timid shytipo* type kind
vagabundo vagabond trampvelocidade velocity speed
vender vend sellveracidade veracity truthfulness
*Palavras de origem grega que vieram tanto ao portugus quanto ao ingls via latim.
Longe de ser um quadro completo, ele pelo menos demonstra, num contexto
comparativo, a preferncia dos falantes nativos por termos de origem germnica,
independentemente de qual sua lngua de origem ("regret" e "reward" vm do frncico,
"happy" e "skill" vm do nrdico antigo alm das construes conhecidas como "phrasal
verbs" (STRIG, 1990, p. 169) , "luck" vem do neerlands mdio e "whim" de origem
desconhecida; os restantes vm do anglo-saxo). de se esperar que falantes de ingls
como segunda lngua, por outro lado, procurem maior conforto nesse idioma utilizando
palavras semelhantes s de suas lnguas, o que nos levaria a supor que talvez um romnico
preferisse os termos da coluna do meio, mas uma pesquisa mais detalhada seria necessria
para se provar tal predileo.
H que se registrar aqui, tambm, os casos de substantivos germnicos que vieram
a receber uma forma adjetiva latina (chamada de "adjetivo colateral"), como father/paternal,
mother/maternal, son e daughter/filial, king/royal (ou regal), heaven (ou sky)/celestial,
night/nocturnal, earth/terrestrial, water/aquatic, moon/lunar, sun/solar, star/stellar, ice/glacial,
tree/arboreal, eye/ocular, sight/visual, body/corporal, mouth/oral, nose/nasal, tooth/dental,tongue/lingual, lips/labial, finger/digital, hand/manual, mind/mental, brain/cerebral,
-
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lung/pulmonary, kidney/renal, cow (ou ox)/bovine, dog/canine, cat/feline, home/domestic,
year/annuale edge/marginal, entre vrios outros.
Sobre essa interessante dicotomia lingstica presente na lngua inglesa, Berlitz
comenta:
Quando o francs e o anglo-saxo se fundiram para formar uma novalngua, ocorreu um fenmeno raro que ajudou a propiciar ao ingls o maiorvocabulrio do mundo: a lngua oferecia duas palavras em vez de uma parase referir a vrias aes e fenmenos uma palavra saxnica bsica eoutra, francesa, mais formal e elegante. (BERLITZ, 1982, p. 31)
Strig ratifica o comentrio:
Uma das razes da extrema riqueza do lxico ingls consiste no fato de elepossuir, para muitas coisas, uma palavra de origem germnica e uma deorigem romnica, onde na maioria das vezes a segunda indica uma outra
nuana, mais abstrata, "mais distinta", requintada (...) (STRIG, 1990, p.169)
Por fim, no custa lembrar dos pares de palavras semelhantes de origem
exclusivamente latina15: security/safety, facilitate/ease, alter/change, urine/piss, cave/cavern,
treason/betrayal, channel/canal, agree/concur, sure/secure, deny/negate, allow/permit,
poor/pauper, frail/fragile, reason/ratio,prevent/impedeetc. Nos seis primeiros casos, ambos
os termos vm por intermdio do francs; no ltimo, ambos so diretos do latim. Os outros
pares so compostos primeiro por um termo de derivao indireta do latim, pelo francs
normando ps-invaso medieval, e depois por um de derivao direta, em razo dasimportaes lexicais renascentistas e modernas. Strig explica:
(...) o florescimento dos estudos clssicos, o interesse pela Antigidadegrega e romana: o Renascimento, que, nascido na Itlia, exerceu forteinfluncia na Inglaterra. O grego (...) comeou a ser estudado com afinco;palavras gregas foram adotadas em grande nmero, seja diretamente, sejapor intermdio do latim. E o prprio latim, no grande exagero afirmar quefoi incorporado ao ingls, e no apenas latim eclesistico, mas o latimclssico em toda a sua extenso. E tal foi o zelo na adoo que palavraslatinas que j haviam sido adotadas pelo ingls atravs do francs serviram
novamente de emprstimos, surgindo assim os duplos (...) (STRIG, 1990,p. 167)
Como se pode concluir aps a anlise do corpus, as palavras de origem germnica
so mais usadas, em detrimento das de origem latina, as quais se assemelham mais
nossa lngua. Por esse motivo, se um nativo utilizasse o termo "felicity" em vez de
"happiness" ou "sudor" em vez de "sweat", ele provavelmente seria considerado formal.
Tem-se, portanto, que, de certo modo, tais termos so evitados pelos anglfonos em
conversas e escritos simples. Para quem aprende a lngua inglesa, importante ter
15De acordo com http://en.wikipedia.org/wiki/Latin_influence_in_English e com minha experincia advinda do
uso da lngua. Todos os termos foram consultados em dicionrios para confirmao.
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conhecimento desse fato lingstico para que no se engane quanto existncia de tais
termos. possvel que um leitor ou aprendiz de ingls menos informado pense que tais
formas latinas sejam o que se conhece popularmente como "embromations", termos
inventados pela simples pronncia anglicizada de uma palavra j existente em portugus ou
por uma formao indevida, ainda que lgica, tendo como base sua verso em portugus.
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CAPTULO II
UM POSSVEL DILOGO NO ENSINO A LUSFONOS
2.1 - ANLISE DE MATERIAIS
Como mencionado na introduo a esta monografia, raro encontrar um mtodo
de ingls que tente estabelecer paralelos entre o portugus e o ingls. Talvez mais raro
ainda seja achar um mtodo contemporneo que trate de qualquer questo metalingstica.
A metalinguagem ignorada como se no existisse ou no pudesse ser utilizada
beneficamente no contexto de ensino-aprendizagem. Assim, o mtodo no fala do mtodo e
a lngua no fala da lngua. Ao longo de anos de experincia como professor, bem como
depois ter contato com vrios tipos de material didtico por indicaes ou comentrios decolegas docentes, deparei-me com apenas dois materiais que constituem exceo: a
apostila do curso de Tcnico em Redes de Computadores da Faculdade Anhagera e o
mtodo de ingls Callan.
O primeiro no um mtodo. Na verdade, sequer se preocupa em ensin