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Portugus

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Introduo Diferentes tipos de texto Conto fantstico Reviso gramaticalGrupo 01 Variaes Atividade 01 Nveis de leitura Exerccios de Aplicao

Voc j deve ter percebido que a leitura est presente em vrios momentos de sua vida. Deve ter percebido tambm que nem sempre nos damos conta do que lemos e como lemos. A partir de agora, faremos alguns exerccios para treinar nossa leitura e capacidade interpretativa. Observe a imagem abaixo.Ostill / DrEamstimE.cOm

exatamente isso! So esculturas feitas em areia para um concurso. Caso voc no tivesse lido o texto, ficaria em dvida quanto origem da foto. Para compreender a foto, ns tivemos de fazer uso do texto. Vamos continuar o exerccio...WikimEDia

Que estranho! A pirmide egpcia perto do mar? Nada disso! Essa foto foi publicada com a seguinte notcia: No ms de agosto, escultores do mundo inteiro participaram do Concurso de Escultura na Areia de Miami, com o tema: As Grandes Civilizaes da Antiguidade.EF9P-10-12

A me e a irm da artista Morisot 1869/1870.

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

1. Observe o quadro na pgina anterior atentamente. O que voc v? Somente uma mulher lendo? Perceba o rosto da menina. Como sua expresso? Ser que ela est gostando do que lido? E o ambiente? Voc consegue imaginar onde ela est? Quando ser que esse quadro foi pintado? Ser possvel identificar a poca somente observando as roupas das pessoas retratadas? Procure saber mais sobre o pintor para poder compreender melhor a sua obra de arte. Esse quadro foi pintado por Berthe morisot (Bourges, 1841 Paris, 1895), uma das poucas mulheres a fazerem parte do movimento impressionista na Frana. morisot era cunhada de manet e praticou o que se chama de um impressionismo elegante. acredita-se que tenha sido morisot quem levou Edouard manet, seu cunhado, ao impressionismo. Quanto ao estilo, o que fica claro que o rosto da menina tem uma expresso serena, de quem parece apreciar o que lido. Ela est sentada em uma sala, bastante absorta na leitura feita por sua me. Professor, a resposta ser direcionada por voc, que dar referenciais da pintura aos alunos. Voc percebeu quanta informao h numa imagem como essa? Ser que podemos observar tantas coisas assim num texto?PixEljuicE / DrEamstimE.cOm

Versos de Carlos Drummond de Andrade

PortugusGrupo 01 Variaes

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Vamos tentar. Procura da poesia No faas versos sobre acontecimentos. No h criao nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida um sol esttico, no aquece nem ilumina. As afinidades, os aniversrios, os inciden[tes pessoais no contam. No faas poesia com o corpo, esse excelente, completo e confortvel cor[po, to infenso efuso lrica. Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de [dor no escuro so indiferentes. Nem me reveles teus sentimentos, que se prevalecem de equvoco e tentam a [longa viagem. O que pensas e sentes, isso ainda no [poesia. (...) Penetra surdamente no reino das pala[vras. L esto os poemas que esperam ser es[critos. 2. Qual a temtica desse poema de Drummond? a prpria poesia. 3. O que leva o poeta a iniciar o poema com as negaes abaixo? No faas versos sobre acontecimentos. No h criao nem morte perante a po[esia. Ele considera que tudo o que tem funcionado como tema potico no tem razo de s-lo, porque a poesia feita de palavras apenas.

Esto paralisados, mas no h desespero, h calma e frescura na superfcie intata. Ei-los ss e mudos, em estado de dicion[rio. Convive com teus poemas, antes de escre[v-los. Tem pacincia, se obscuros. Calma, se te [provocam. Espera que cada um se realize e consuma com seu poder de palavra e seu poder de silncio. (...) Chega mais perto e contempla as pala[vras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela respos[ta, pobre ou terrvel, que lhe deres: Trouxeste a chave? (...)Carlos Drummond de Andrade

4. Quais so os temas poticos rejeitados pelo poeta? O autor rejeita a poesia sobre acontecimentos, afinidades, aniversrios, incidentes pessoais, o corpo, os sentimentos, a morte ou a vida, pois a poesia indiferente a tudo isso. 5. Qual a chave a que se refere o poeta? sugesto a chave pode ser o entendimento do mundo e as possibilidades que as palavras carregam. O interesse em descobrir significaes pode ser a chave que o leitor dever trazer.

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

Exerccios Propostos

Tente exercitar agora sua capacidade de leitura: O morcegoEricus / DrEamstimE.cOm

6.

Reflita, aps leitura, e responda: Por que o autor desse texto compara um morcego conscincia humana? Quando entramos em nosso quarto (nosso interior), no h como fugir da nossa conscincia; mesmo que no quisssemos, ela a nossa companhia em momentos de solido e intimidade. 7. Interprete o motivo de o autor ter usado a forma goela em vez de seu sinnimo garganta. Esse autor aprecia o uso de termos que causem maior impacto. Perceba que o uso do termo goela muito mais agressivo que o do termo garganta.

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardncia orgnica da sede, Morde-me a goela gneo e escaldante molho Vou mandar levantar outra parede... Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o tecto. E vejo-o ainda, igual a um [olho, Circularmente sobre a minha rede! Pego de um pau. Esforos fao. Chego A toc-lo. Minhalma se concentra. Que ventre produziu to feio parto?! A Conscincia Humana este morcego! Por mais que a gente faa, noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto!Augusto dos Anjos

8. A palavra gneo refere-se ao que relativo ao fogo. Qual o possvel significado dela no verso? Utilize um dicionrio para esse exerccio. alm de referir-se ao fogo, gneo tambm pode significar ardente, cintilante, brilhante, arrebatado.

9. Qual o sentimento predominante no poema lido? O poema revela uma angstia, um desespero diante da prpria conscincia.

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Atividade 02 Conto fantstico Paz e guerraPaz e guerra Eu estava atrasado para a guerra; tive de tomar um txi. Uma contrariedade: com o recente aumento do preo da corrida, aquilo era uma despesa imprevista e inoportuna, um abalo em meu oramento. Contudo, cheguei justo a tempo de marcar o ponto, evitando assim transtornos maiores. A fila junto ao relgio de ponto era grande: eu no era o nico retardatrio. Ali estava o Walter, meu colega de trincheira, resmungando: tambm ele tivera de tomar um txi. ramos vizinhos e tnhamos entrado na guerra quase ao mesmo tempo. Na segunda quinta-feira de cada ms, tomvamos o nibus na esquina de nossa rua, para participar nas aes blicas. Estou farto deste negcio, disse Walter. Eu tambm, respondi. Suspirando, batemos o ponto e nos dirigimos ao barraco da intendncia, onde estava instalado, provisoriamente (mas isso h mais de quinze anos), o vestirio. Atrasados, hoje? perguntou o rapazinho que tomava conta do vestirio. No respondemos. Recebemos as chaves dos nossos armrios. Rapidamente trocamos de roupa, vestindo nossos velhos uniformes de campanha; apanhamos os fuzis e a munio (vinte cartuchos) e nos dirigimos para a linha de combate. O conflito blico tinha como cenrio um descampado nos arredores da cidade. O campo de batalha estava cercado por uma cerca de arame farpado com tabuletas: Guerra, afaste-se. Advertncia desnecessria: pouca gente vinha ali, quele local de buclicas chcaras e stios. Ns, os soldados, ocupvamos uma trincheira de cerca de dois quilmetros de extenso. O inimigo, que nunca vamos, estava a cerca de um quilmetro, tambm entrincheirado. O solo, entre as duas trincheiras, estava juncado de destroos: blindados e tanques destrudos misturavam-se a ossadas de cavalos, recordando um tempo em que a luta havia sido feroz. Agora o conflito tinha entrado em sua fase estvel de manuteno, nas palavras do nosso comandante. Combates no mais ocorriam. A nica recomendao que nos faziam era no sair da trincheira. Um problema, para mim: meu filho menor queria uma cpsula vazia de obus, que eu no tinha como conseguir. O garoto reclamava; eu nada podia fazer. Descemos para a trincheira, Walter e eu. O lugar no era de todo desconfortvel. Tnhamos mesas, cadeiras, um pequeno fogo, utenslios de cozinha, sem falar num aparelho de som e uma TV porttil. Propus a Walter um joguinho de cartas. Depois, ele disse. Examinava seu fuzil com testa franzida e ar de desgosto: esta porcaria no funciona mais, sentenciou. Ora, eu disse, tem mais de quinze anos, j deu o que tinha que dar. E ofereci-lhe minha arma: no pretendia disparar tiro nenhum. Naquele momento ouviu-se um estampido e o silvo de uma bala sobre nossas cabeas. Essa passou perto, eu disse. Esses idiotas, resmungou Walter, um dia vo acabar ferindo algum. Pegou minha arma, ps-se de p e deu dois tiros para o ar. Que lhes sirva de advertncia, bradou, e tornou

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

a se sentar. Um servente apareceu, com um telefone sem fio: sua esposa, seu Walter. Mas que diabo, exclamou ele, nem aqui essa mulher me deixa em paz. Pegou o telefone: Al! Sim, sou eu. Estou bem. Claro que estou bem. No, no me aconteceu nada, j te disse que estou bem. Eu sei que voc fica nervosa, mas no h motivo. Est tudo bem, estou bem abrigado, no est chovendo. Ouviu? Tudo bem. No precisa se desculpar. Eu compreendo. Um beijo. Que mulher chata, disse, devolvendo o telefone ao servente. Eu no disse nada. Tambm tinha um problema com minha mulher, s que diferente: ela no acreditava que estivssemos em guerra. Suspeitava que eu passava o dia em um motel. Eu gostaria de lhe explicar que guerra era aquela, mas a verdade que no sabia. Ningum sabia. Era uma coisa muito confusa; tanto que havia uma comisso estudando a situao do conflito. O presidente dessa comisso s vezes vinha nos visitar e se queixava do automvel que tinham lhe dado para as viagens de inspeo: uma lata velha, segundo ele. De fato, era um carro bem antigo. No o trocavam por medida de economia. A manh transcorreu serena; um dos nossos deu um tiro, os do outro lado responderam, e foi tudo. Ao meio-dia serviram o almoo. Salada verde, carne assada, arroz grega; de sobremesa um pudim insosso. Isto aqui est cada vez pior, queixou-se Walter. O garom pergun-

tou-lhe se ele achava que estava num restaurante ou o qu. Walter no respondeu. Deitamos para a sesta e dormimos tranquilamente. Quando acordamos, estava anoitecendo. Acho que vou indo, eu disse a Walter. Ele no podia me acompanhar: estava de planto naquela noite. Fui ao vestirio, troquei de roupa. Como foi a guerra, perguntou o rapazinho saliente. Bem, respondi, muito bem. Passei na administrao, recebi meu cheque de um funcionrio de cara azeda, assinei as trs vias de um recibo. E cheguei no ponto de nibus bem na hora. Em casa, minha mulher me esperava em sua malha de ginstica. Estou pronta, disse, seca. Fui at o quarto, vesti o abrigo esportivo. Dirigimo-nos ao estdio, montamos nas bicicletas ergomtricas. Onde estvamos, mesmo? perguntei. Voc nunca sabe, respondeu, num tom de censura. Apanhou o mapa, estudou-o um instante e disse: Bisceglie, na costa do Adritico. Pusemo-nos a pedalar furiosamente; duas horas depois, quando paramos, estvamos perto de Molfetta, ainda na costa adritica. Contamos fazer a Itlia em um ano. Depois, veremos. Eu no gosto de planos a longo prazo; por causa da guerra, naturalmente, mas, sobretudo, porque a incgnita do futuro para mim motivo de permanente excitao.Moacyr Scliar

PortugusGrupo 01 Variaes

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Dados do autor Moacyr Scliar nasceu em Porto Alegre em 1937, mdico e autor de 53 livros de vrios gneros: conto, romance, crnica, fico juvenil, ensaio. membro da Academia Brasileira de Letras. Recebeu vrios prmios, entre os quais: Academia Mineira de Letras (1968), Joaquim Manuel de Macedo (1974), rico Verssimo (1975), Cidade de Porto Alegre (1976), Braslia (1977), Guimares Rosa (1977), Associao Paulista de Crticos de Arte (1980), Casa de las Amricas (1989), Jos Lins do Rego, da Academia Brasileira de Letras (1998), Jabuti (1988, 1993 e 2000, neste ltimo ano por A mulher que escreveu a Bblia). Tem trabalhos adaptados para cinema, tev, teatro e rdio. colunista dos jornais Zero Hora (Porto Alegre) e Folha de S. Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Brown e Austin.

Exerccios de Aplicao

1. Ns j conversamos sobre literatura fantstica e voc j tem condies de identificar um texto que pertence a esse gnero. Ento mostre, com elementos do texto, que o conto que voc acabou de ler fantstico. possvel perceber elementos fantsticos a partir do momento em que o narrador marca o ponto para entrar em uma trincheira e guerrear. 2. Que elementos compem a paisagem do conto? um descampado nos arredores da cidade, cercado por arame farpado, cheio de destroos de blindados misturados a ossadas de cavalos. 3. Que tipo de narrador temos nesse texto? Exemplifique. Narrador personagem. Exemplo: Eu estava atrasado para a guerra...EF9P-10-12

4. Como se caracteriza o espao onde se encontra o narrador? O narrador est numa trincheira acompanhado por seu colega Walter. No lugar, h mesas e cadeiras, um pequeno fogo, utenslios de cozinha, um aparelho de som e uma tV porttil.

5. O que diz o narrador sobre o futuro? O que o leva a pensar assim? Voc concorda com ele? Justifique sua resposta. O narrador diz que o futuro uma incgnita e motivo de permanente excitao. a resposta pergunta pessoal, porm espera-se que o aluno perceba que o conto descreve uma rotina que se arrasta h muitos anos. Portanto, a declarao do narrador sobre o futuro , de certa forma, incoerente.

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

Exerccios Propostos

6. Qual a diferena entre a esposa de Walter e a do narrador? a esposa de Walter preocupa-se com ele, enquanto a esposa do narrador no acredita em seu trabalho.

7. Quais personagens aparecem no conto lido? O narrador, Walter, o rapazinho do vestirio, as esposas, o servente, que traz o telefone, e o garom.

Atividade 03 Substantivos e adjetivos Exerccios de Aplicao

1. No texto, o termo blico aparece diversas vezes. No terceiro pargrafo, ele um adjetivo uniforme ou biforme? Explique. um adjetivo biforme, pois possui uma forma para o masculino e outra para o feminino. Exemplos: conflitos blicos; aes blicas.

2. Para ampliar seu vocabulrio, forme oraes incluindo as palavras entre parnteses. Observe a flexo dos termos e indique se o adjetivo uniforme ou biforme. a) As guas ____________________ (turvo/amarela) b) Os contornos da sua pessoa __________ e __________ (magro/esqulido) c) Em uma tempestade __________, ela veio e caiu sobre aquele homem __________ e __________ (horroroso/deprimido/amargurado). d) O cenrio _______________ persistia ______________(simples/suave). sugestes: a) as guas do rio esto turvas e amarelas (turvas e amarelas biformes). b) Os contornos da sua pessoa magra e esqulida no se distinguiam nas sombras daquela floresta (magra e esqulida biformes). c) Em uma tempestade horrorosa, ela veio e caiu sobre aquele homem deprimido e amargurado (horrorosa, deprimido e amargurado biformes). d) No cenrio simples persistia uma luz suave que vinha da janela (simples e suave uniformes).

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3. Crie frases utilizando os termos destacados abaixo, transformando os adjetivos em substantivos e os substantivos em adjetivos. a) Temos aqui um raro exemplar de orqudea-an. b) O belo tem sido assunto de diversas teorias na histria da arte. c) Aquele jovem no convenceu com suas palavras vazias. d) Ela esperava que o avio de seu amado surgisse no azul do cu. e) Minha cor preferida o amarelo. sugestes: a) Vimos uma an perguntando por voc ontem. b) Esqueci-me de teu rosto belo e fresco. c) a cada dia pareo estar mais jovem. d) a bandeira azul oscila no alto daquele prdio. e) usarei minha camisa amarela.

Exerccios Propostos

Leia o texto a seguir: cheio vazio cheio cheio vazio cheio cheio cheioPedro Xisto

5. Faa um novo poema a partir desses adjetivos, criando substantivos apropriados para eles. A forma tambm dever ser alterada para que sua mensagem seja transmitida. resposta pessoal 6. Crie um poema, brincando com palavras de sentidos opostos, assim como fez Pedro Xisto. sugesto: claro/escuro, morte/vida. resposta pessoal 7. Observe as frases abaixo: Aquele aluno muito alegre. Nossa! Como voc est alegre hoje! Qual a diferena entre ser alegre e estar alegre? ser alegre mostra que essa uma caracterstica da pessoa, constantemente; estar alegre indica que aquele estado momentneo, passageiro.

4. Observe que o poeta empregou apenas adjetivos para compor o poema. Por que ele fez essa escolha? a obra do autor se apresenta estruturada com repetio de adjetivos, que servem para destacar, sugerir uma viso de contedo e transformar o poema em objeto visual (cheio ou vazio).

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

Atividade 04 Artigo, numeral e pronome Exerccios de AplicaoFjVsOarEs / DrEamstimE.cOm

Estdio de Leiria PortugalBaDBOO / DrEamstimE.cOm

1. Observando as frases das imagens: a) Tente descobrir o sentido de "os feras" na frase: "Por aqui j passaram os feras do esporte mundial." b) Faa o mesmo com "uma fera" na frase: "Quando contrariado, vira uma fera." c) Monte duas frases com o substantivo fera com diferentes sentidos e diferentes classes gramaticais. a) O artigo definido refere-se a quem considerado o melhor, aquele que tem mais capacidade no mundo moderno. b) Neste caso, o adjetivo refere-se braveza do homem da foto. c) resposta pessoal (a fera/O fera).

QUANDO CONT RIADO, VI UMA FE .Todos o temem: ele uma fera!

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2. Existem alguns casos em que o artigo pode dar a noo de quantidade aos substantivos. Compare as frases abaixo: a) Vou comprar o carro de Antnio. b) Vou comprar um carro de Antnio. Qual a diferena entre essas frases? a primeira frase sugere que antnio tem um carro e o est vendendo; j a segunda frase sugere que antnio est vendendo um de seus carros. 3. Nas frases abaixo, aparece o artigo a contrado com a preposio de, mas em cada uma delas ele d um sentido diferente palavra criana. Que sentido tem o substantivo criana em cada frase? a) Os direitos da criana precisam ser respeitados. b) Triste, a me pegou no brao da criana e partiu. Qualquer criana tem seus direitos (posse). um filho, uma criana em especial. 4. A criana est jogando na companhia da me, que l distrada. No terceiro dia de frias, a menina est jogando, enquanto a me l distrada. A menina diz: "Essa distrao uma fase!" A me levanta os olhos e diz: "Pare de falar sozinha" e a garota suspirando responde:"Essa implicncia outra fase." a) A filha diz: " uma fase!", depois " outra fase...". As duas palavras destacadas so numerais? Explique. No. "uma fase" uma fase qualquer, portanto uma pronome indefinido. "Outra fase" tambm algo que no se pode definir, portanto outra pronome indefinido. b) Retire um numeral do trecho e classifique-o. terceiro: numeral ordinal.rEDBarON / DrEamstimE.cOm

Me e filha em momento de descontraoEF9P-10-12

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

Exerccios Propostos

Leia a msica da banda Ultraje a Rigor: Intil A gente no sabemos escolher presidente A gente no sabemos tomar conta da gente A gente no sabemos nem escovar os dente Tem gringo pensando que nis indigente Intil A gente somos intil A gente faz carro e no sabe guiar A gente faz trilho e no tem trem pr botar A gente faz filho e no consegue criar A gente pede grana e no consegue pagar Intil A gente somos intil A gente faz msica e no consegue gravar A gente escreve livro e no consegue publicar A gente escreve pea e no consegue encenar A gente joga bola e no consegue ganhar Intil A gente somos intil

5. A expresso a gente no sabemos escolher presidente prpria da linguagem coloquial. Como ficaria essa estrofe se a substitussemos pela lngua padro? Ns no sabemos escolher presidente Ns no sabemos tomar conta de ns mesmos. Ns no sabemos escovar os dentes... inteis Ns somos inteis... 6. Qual a inteno do autor ao utilizar a linguagem coloquial em vez da forma culta? a msica uma crtica s vrias formas de excluso econmica, caracterizando o povo brasileiro e, nesse contexto, a lngua, o falar do povo (em oposio ao da elite), denuncia a falta de acesso educao. 7. Aps ler e cantar a msica do Ultraje a Rigor, escreva com suas palavras a mensagem da composio. Se quiser, comente verso a verso ou estrofe por estrofe. resposta pessoal. Professor, o importante o aluno sentir que a crtica para os brasileiros que tm potencial para criar, mas no o desenvolvem.

PortugusGrupo 01 Variaes Atividade 05 Verbos Exerccios de Aplicao1. Escreva os verbos do quarteto acima e classifique-o. so: verbo ser presente do indicativo, terceira pessoa do plural, 2a conjugao Escolher: verbo na forma nominal infinitiM. Helena Freiria vo, 2a conjugao Variam: verbo variar presente do indicativo, terceira pessoa do plural, 1a conjugao 2. D a estrutura dos verbos regulares encontrados no exerccio anterior. Escolher radical = escolh vogal temtica e 2a conjugao tema: escolhe desinncia do infinitivo: r variam: variar radical = varia vogal temtica: a 1a conjugao tema: varia desinncia nmero pessoal: m 3. Lendo o quadrinho abaixo, responda: Variaes So tantas formas e jeitos De formas e de sabor Como escolher uma delas Se variam de preo e de cor?

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a) Qual o sentido da forma verbal "virei" em eu virei grafite!? Virei tem o sentido de tornar-se. b) Escreva essa mesma orao usando outra forma verbal. De repente, eu me tornei grafite, ou: eu me transformei em grafite. c) Escreva outra frase relacionada tirinha em que o verbo virar tenha outro significado. sugesto: Ele virou a imagem de cabea para baixo.

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

Exerccios Propostos

4. Voc j sabe que o verbo demolir defectivo. Que tcnica voc usaria para construir uma frase com esse verbo, em que predominasse o uso da primeira pessoa? Pode-se utilizar a locuo verbal Eu vou demolir ou eu estou demolindo. 5. Tente fazer o mesmo com as formas verbais abaixo, criando uma frase para cada uma. Caso no seja possvel, substitua por um verbo sinnimo. a) colorir Vou colorir, estou colorindo b) falir Vou falir, estou falindo c) reaver Eu recupero (sinnimo de reaver) Vou reaver, estou reavendo.

Atividade 06 Criao Exerccio de Aplicao1. Leia o relato de um jornalista americano que presenciou alguns fatos durante a Primeira Guerra Mundial. Relato de guerra (fragmento) Com os Belgas no Yser Um jornalista americano na Blgica 1916 Eu tinha deixado o exrcito belga no final do outono de 1914, justo no final daquela srie de aes heroicas que tinham comeado em Lige e terminado no Yser, de forma que meu retorno, dois anos depois, teve uma aparncia de volta ao lar. Mas foi uma volta ao lar tingida de tristeza, pois muitos, oh tantos, dos corajosos camaradas com quem eu tinha feito a campanha naqueles dias excitantes, antes que as trincheiras tivessem roubado da guerra o seu aspecto pitoresco, estavam em prises alems ou descansavam em covas no marcadas e esquecidas diante de Namur, Anturpia e Termonde. Os belgas que deixei ento estavam sujos, exaustos e desesperanados. Estavam com pouca comida, pouca munio, com carncia de tudo, com exceo de coragem. Os uniformes pitorescos, mas pouco prticos, que vestiam as tnicas verdes e as calas cereja dos Guides, as imensas barretinas de pele de urso dos Gendarmes, os brilhantes chapus de couro dos Carabinieri estavam manchados de sangue e lama.E. Alexander Powell, do livro Italy at War, 1917.

PortugusGrupo 01 VariaesaFP / rOGEr_ViOllEt

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a) Agora, com o auxlio de seus colegas e de seu professor, elabore um pequeno relato de guerra, no qual voc seja o jornalista a observar tudo. Lembre-se de situar seu texto durante a Primeira Guerra Mundial. b) Leia trechos do livro Nada de novo no front, de Erich M. Remarque, e relate um deles. As crticas e as opinies sobre os acontecimentos so suas. Ilustre sua reportagem com algumas fotos, para enriquecer o seu trabalho. Boa reportagem!

Na foto, Erich M. Remarque, autor de Nada de novo no front, lendo

Exerccios Propostos

2. Apresente diversos textos verbais e no verbais e faa a leitura deles, tentando ir alm da imagem (quem o autor, a poca, o objetivo da obra...). Professor(a), receba os textos e aproveite para l-los com os alunos. 3. Procure dois tipos de textos com o mesmo tema e comente-os, isto , faa uma leitura deles. No se esquea de informar qual o tema comum entre eles. resposta pessoal.

4. A partir da palavra guerra, crie outras para concretizar um poema com versos de apenas um vocbulo. resposta pessoal. sugesto: Guerra, sangue, silncio, bomba, frio, gelo, morte, fim...

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Captulo 01 introduo Diferentes tipos de texto conto fantstico reviso gramatical

Este espao seu!

Portugus

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Conto fantstico Reviso gramatical OrtografiaGrupo 01 Variaes Atividade 07 Conto fantsticocOrEl stOck PhOtOs

Natal na barca No quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. S sei que em redor tudo era silncio e treva. E me sentia bem naquela solido. Naquela embarcao desconfortvel, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criana e eu. O velho, um bbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigia palavras amenas a um vizinho invisvel e agora dormia. A mulher estava sentada entre ns, apertando nos braos a criana enrolada em panos. Era uma mulher jovem e plida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabea dava-lhe o aspecto de uma figura antiga. Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas j devamos estar quase no fim da viagem e at aquele instante no me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com a barca to despojada, to sem artifcios, a ociosidade de um dilogo. Estvamos ss. E o melhor ainda era no fazer nada, no dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcao ia fazendo no rio. Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estvamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escurido. Contudo, estvamos vivos. E era Natal. A caixa de fsforos escapou-me das mos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para

apanh-la. Sentindo ento alguns respingos no rosto, inclinei-me mais at mergulhar as pontas dos dedos na gua. To gelada estranhei, enxugando a mo. Mas de manh quente. Voltei-me para a mulher que embalava a criana e me observava com meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Vi que suas roupas pudas tinham muito carter, revestidas de uma certa dignidade. De manh este rio quente insistiu ela, me encarando. Quente? Quente e verde, to verde que a primeira vez que lavei nele uma pea de roupa, pensei que a roupa fosse sair esverdeada. a primeira vez que vem por estas bandas? Desviei o olhar para o cho de largas tbuas gastas. E respondi com uma outra pergunta: Mas a senhora mora aqui por perto? Em Lucena. J tomei esta barca no sei quantas vezes, mas no esperava que justamente hoje... A criana agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabea com o xale e ps-se a nin-la com um brando movimento de cadeira de balano. Suas mos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era tranquilo.

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24 Captulo 02 conto fantstico reviso gramatical Ortografia

Seu filho? . Est doente, vou ao especialista, o farmacutico de Lucena achou que devia consultar um mdico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas de repente piorou. Uma febre, s febre... Levantou a cabea com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expresso doce. S sei que Deus no vai me abandonar. o caula? o nico. O meu primeiro morreu no ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mgico quando de repente avisou, vou voar!. A queda no foi grande, o muro no era alto, mas caiu de tal jeito... tinha pouco mais de quatro anos. Atirei o cigarro na direo do rio, mas o toco bateu na grade e voltou, rolando aceso pelo cho. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfreg-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo. E esse? Que idade tem? Vai completar um ano. E, no outro tom, inclinando a cabea para o ombro: Era um menino to bonzinho, to alegre. Tinha verdadeira mania com mgicas. Claro que no saa nada, mas era muito engraado... S a ltima mgica que fez foi perfeita. Vou voar, disse abrindo os braos. E voou. Levantei-me. Eu queria ficar s naquela noite, sem lembranas, sem piedade. Mas os laos os tais laos humanos j ameaavam me envolver. Conseguira evit-los at aquele instante. Mas agora no tinha foras para romp-los. Seu marido est a sua espera? Meu marido me abandonou. Sentei-me novamente e tive vontade de rir.

Era incrvel. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta, mas agora no podia mais parar. H muito tempo? Faz uns seis meses. Imagine que ns vivamos to bem, mas to bem! Quando ele encontrou por acaso com uma antiga namorada, falou comigo sobre ela, fez at uma brincadeira, a Duca enfeiou, de ns dois fui eu que acabei ficando mais bonito... E no falou mais no assunto. Uma manh ele levantou como todas as manhs, tomou caf, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda me acenou, e eu estava na cozinha lavando a loua e ele me acenou atravs da tela de arame da porta, me lembro at que eu quis abrir a porta, no gosto de ver ningum falar comigo com aquela tela de arame no meio... Mas eu estava com a mo molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha me numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora. Fixei-me nas nuvens tumultuadas que corriam na mesma direo do rio. Incrvel. Ia contando as sucessivas desgraas com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter participado deles realmente. Como se no bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido, e ainda via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braos. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Intocvel. Apatia? No, no podiam ser de uma aptica aqueles olhos vivssimos e aquelas mos enrgicas. Inconscincia? Uma obscura irritao me fez sorrir. A senhora conformada. Tenho f. Deus nunca me abandonou. Deus, repeti vagamente.

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O senhor no acredita em Deus? Acredito murmurei. E, ao ouvir o som dbil da minha afirmativa sem saber por que, perturbei-me. Agora entendia. A estava o segredo daquela confiana, daquela calma. Era a tal f que removia montanhas.... Ela mudou a posio da criana, passando-a do ombro direito para o esquerdo. E comeou, com voz quente de paixo: Foi logo depois da morte de meu menino. Acordei uma noite to desesperada que sa pela rua afora, enfiei um casaco e sa descala e chorando feito louca, chamando por ele... Sentei num banco do jardim onde toda a tarde ele ia brincar. E fiquei pedindo, pedindo com tanta fora, que ele gostava tanto de mgica, fizesse essa mgica de me aparecer s mais uma vez, no precisava ficar, s se mostrasse um instante, e ao menos mais uma vez, s mais uma! Quando fiquei sem lgrimas, encostei a cabea no banco e no sei como dormi. Ento sonhei e no sonho Deus me apareceu, quer dizer, senti que ele pegava na minha mo com sua mo de luz. E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraso. Assim que ele me viu, parou de brincar e veio ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Era tal sua alegria que acordei rindo tambm, com o sol batendo em mim. Fiquei sem saber o que dizer. Esbocei um gesto e em seguida, apenas para fazer alguma coisa, levantei a ponta do xale que cobria a cabea da criana. Deixei cair o xale novamente e voltei o olhar para o cho. O menino estava morto. Entrelacei as mos para dominar o tremor que me sacudiu. Estava morto. A me continuava a nin-lo, apertando-o contra o peito. Mas ele estava morto.

Debrucei-me na grade da barca e respirei penosamente: era como se estivesse mergulhado at o pescoo naquela gua. Senti que a mulher se agitou atrs de mim. Estamos chegando anunciou. Apanhei depressa minha pasta. O importante agora era sair, fugir antes que ela descobrisse, era terrvel demais, no queria ver. Diminuindo a marcha, a barca fazia uma larga curva antes de atracar. O bilheteiro apareceu e ps-se a sacudir o velho que dormia: Chegamos! Ei! Chegamos!... Aproximei-me, evitando encar-la. Acho melhor nos despedirmos aqui disse atropeladamente, estendendo a mo. Ela pareceu no notar meu gesto. Levantou-se e fez um movimento como se fosse pegar a sacola. Ajudei-a, mas ao invs de apanhar a sacola que lhe estendi, antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, afastou o xale que cobria a cabea do filho. Acordou o dorminhoco! E olha a, deve estar agora sem nenhuma febre. Acordou?! Ela teve um sorriso. Veja... Inclinei-me. A criana abrira os olhos aqueles olhos que eu vira cerrados to definitivamente. E bocejava, esfregando a mozinha na face de novo corada. Fiquei olhando sem conseguir falar. Ento, bom Natal! disse ela, enfiando a sacola no brao. Encarei-a. Sob o manto preto, de pontas cruzadas e atiradas para trs, seu rosto resplandecia. Apertei-lhe a mo vigorosa. E acompanhei-a com o olhar at que ela desapareceu na noite.

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Conduzido pelo bilheteiro, o velho passou por mim reiniciando seu afetuoso dilogo com o vizinho invisvel. Sa por ltimo da barca. Duas vezes voltei-me ainda para ver o rio. E pude imagin-lo como seria de manh cedo: verde e quente. Verde e quente.

Lygia Fagundes Telles

Exerccios de Aplicao

1. Identifique o narrador do conto. Explique com exemplos retirados do texto. O conto narrado por um narrador-personagem. Exemplo: Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criana e eu. 2. O que o narrador quis dizer com O longo manto escuro que lhe cobria a cabea davalhe o aspecto de uma figura antiga.? a mulher parecia mais velha do que realmente era. isso explicado pela vida sofrida que a mulher levava. Pode-se ver aqui tambm uma aluso a maria, me de jesus (lembrar que o ttulo menciona "Natal").

3. Como o narrador caracteriza a barca? como desconfortvel e tosca, dentro de um ambiente deprimente. 4. O que choca o narrador na personalidade da mulher com quem ele conversa durante a viagem? a sua resignao. apesar de ter todos os motivos para ser uma pessoa revoltada, ela continua confiando em Deus e at mostra ter motivos para isso, pois teve um sonho mstico, no qual encontrou seu filho.

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Exerccios Propostos

5. O que leva o narrador a ter vontade de fugir? a constatao de que a criana estava morta. 6. Segundo o narrador, o menino estava morto nos braos da me. O que o levou a acreditar nisso? aqui interessante notar que o narrador nos deixa em dvida, pois no h elementos que realmente comprovem que o menino estava morto; no entanto, a descrio da sua perturbao nos faz crer que a criana realmente havia morrido. Neste ponto, importante chamar a ateno para o aspecto fantstico do conto. ser que o menino estava realmente morto? isso justificaria a palavra natal no incio do conto. teria sido um renascimento para aquela criana? 7. possvel dizer que esse conto fantstico? Explique. h indcios que comprovam que o conto fantstico. se partirmos do pressuposto de que a criana estava morta e depois acorda miraculosamente, temos um conto fantstico. Perceba a reao de espanto do narrador, quando a mulher diz que o menino acordou.

8. Encontre no conto uma passagem que se relacione com a figura:sNEm / DrEamstimE.cOm

Piet 1499 Obra esculpida por Michelngelo Buonarroti (1475-1564) aos 25 anos de idade. Michelangelo foi um dos principais artistas do Renascimento e o responsvel pela pintura do teto e do altar da Capela Sistina, no Vaticano.

O longo manto escuro que lhe cobria a cabea dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

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Atividade 08 Advrbio, preposio e conjuno Exerccios de Aplicao

1. Observando o uso das preposies abaixo, indique e explique o sentido das oraes. a) Lenin falou sobre russos. b) Lenin falou para os russos. c) Lenin falou por todos os russos. d) Lenin falou perante os russos. e) Lenin falou dos russos. a) lenin falou sobre russos. russos o assunto da conversa. b) O que se disse era destinado aos russos. c) aqui h vrias possibilidades: 1 lenin falou no lugar dos russos, dizendo aquilo que eles iriam dizer, substituindo-os; 2 lenin falou em defesa dos russos, a seu favor; 3 lenin falou por seu intermdio, e foi porta-voz dos russos, dizendo o que eles diriam se pudessem. d) lenin falou na presena dos russos. e) mesmo sentido que em (a). Observe que essa orao muito usada no sentido negativo, como se estivessem falando mal de algum.

2. Oba! Vamos finalmente ao shopping! Merecemos, uai! Na fala acima, perceba o uso das interjeies. a) Elas tm o mesmo sentido? Classifique-as Oba!: alegria uai: desabafo b) Escreva o mesmo texto com outras interjeies. resposta pessoal

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Exerccios Propostos

3. De acordo com a frase na figura a seguir, responda s seguintes questes.Ostill / DrEamstimE.cOm

Crtica feita aos polticos que, aos fins de semana, deixam a cidade de Braslia vazia.

4. Perceba as diferenas de sentido que as preposies estabelecem entre as frases abaixo e explique-as nas situaes em que elas se apresentam. a) O menino parou de falar. b) O menino parou sem falar. c) O menino parou ao falar. Em a, o menino estava falando e se calou; em b, h a possibilidade de o menino no ter avisado que ia parar ou ento que ele parou e no disse nada conforme se esperava; em c, a combinao de a + o indica que o menino estava calado e andando e, num determinado momento, comeou a falar e deixou de andar. 5. Complete as frases com duas preposies diferentes em cada uma e explique os seus significados. a) Ele ficou ___________________ as respostas. sem ausncia com posse para obteno b) Ele andou ___________________ olhar. para finalidade sem ausncia c) A casa __________________ pedra. de matria com matria sem ausncia

a) Escreva o advrbio e classifique-o. ainda hoje: advrbio de tempo b) Escreva a locuo adverbial e classifique-a. antes que: locuo adverbial de tempo c) Escreva um adjunto adverbial de tempo. ainda hoje antes que

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Atividade 09 Ortografia Exerccios de Aplicao

A ortografia uma inveno mais ou menos recente. H 300 anos, lnguas como o francs e o espanhol no tinham uma ortografia. No caso da nossa lngua o portugus , as normas de escrita das palavras, tanto no Brasil como em Portugal, s surgiram no sculo XX. E vm sendo reformuladas de tempos em tempos. At a reforma ortogrfica de 1940, escrevamos pharmcia, rhinoceronte, encyclopdia, architetura etc. Em 1971 tivemos uma minirreforma que eliminou os acentos diferenciais (trre virou torre) e graves em palavras como smente e fcilmente.

2. Complete com h ou a: a) J no nos vemos ______ cinco anos. h b) ______ dois dias da liberdade, envolveua -se numa rebelio na priso. c) ______ poucos metros da cerca, no cona seguiu ver o combate. d) ______ uma semana no escrevia nada h sobre a guerra. e) Daqui ______ pouco o heri da guerra a chegar. 3. Complete com o termo que melhor se encaixa na orao (mal, mau, onde). a) O pas ________ nasci assinou sua rendionde o em 1918. b) ________ a Rssia se retirou da guerra, mal os EUA entraram. c) Gostaria de saber ________ foi assinado onde o tratado para zelar pela paz mundial. d) A Primeira Guerra Mundial fez ________ mal ao equilbrio mundial. e) A histria provou que, durante o governo de Stalin, o povo russo passou por ________ momentos. maus

Nova Escola. Edio 159 Janeiro/fevereiro 2003.

1.

Perceba as diferenas ortogrficas abaixo: Sua chegada antecipava minha antipatia. Que diferena de sentido voc nota entre os prefixos ante e anti? Ante significa antes, anterior, e anti significa contra.

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Exerccios Propostos

4. a) b) c) d) e)

Complete corretamente utilizando mal ou mau. O motorista est passando _____ devido ao _____ trnsito. mal mau No foi um _____ negcio; _____ foi o momento do negcio. mau mau Faa poucas coisas, mas no as faa _____. mal Voc acredita no bem e no _____? mal Escovar _____ os dentes pode causar problemas. mal

5. Na frase No como nem durmo h dias!, a palavra h transmite uma ideia de tempo futuro ou passado? a ideia de tempo passado 6. Escreva a frase que pode substituir h dias sem alterao de sentido. Faz dias

7. Use as expresses h dias e a dias com o sentido de tempo em frases diferentes e explique-as. resposta pessoal. h dias tempo passado a dias o que vir

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Atividade 10 Morfossintaxe Seleo e combinao de palavras Exerccios de Aplicao

1. No quadro apresentado, voc encontra uma lista de palavras que devem ser selecionadas para formar oraes; depois voc dever indicar a funo sinttica delas. Artigos Substantivos Adjetivos Bonita, doce, bruta, russa, branca, macio, bravo, esquisito Verbos ser, ir, alegrar, sentir, falar, chorar, pensar, levar Advrbios agora, no, sempre, nunca, alegremente, felizmente, sempre, infelizmente

criana, menina, O, os, a, as, pai, carro, um, uma, revoluo, fora, uns, umas gato, porta

respostas pessoais. O importante que as oraes sejam coerentes do ponto de vista sinttico. 2. Crie frases com as seguintes sequncias: a) sujeito indeterminado + VTD + complemento verbal + adjunto adverbial. sugesto: Viram vrios acidentes na estrada. b) sujeito desinencial + verbo de ligao + predicativo do sujeito + complemento nominal sugesto: Estvamos preocupados com a guerra. c) orao sem sujeito + VI + adjuntos adverbiais sugesto: chovia muito na rssia naquele ano.

Exerccios Propostos

3.

Observe a orao abaixo. "Voc no estudou o captulo dois do livro." Como ficaria a orao acima caso o sujeito fosse: a) o menino e a menina: _______________; estudaram b) nem eu nem meu colega: _____________. estudamos

4.

Separe a orao do exerccio 03 em: Predicado no estudou o captulo dois do livro.

Sujeito Voc

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5. Crie sujeitos e tempos verbais que completem os perodos seguintes: a) Quando _______________ o livro, as letras caram. (abrir) b) _______________ para a praia neste final de semana. (ir) c) _______________ de Itaoca. (vir) d) _______________ a sala e gritou. (invadir) e) _______________ preposies. (aprender) as respostas so pessoais, mas seria interessante que o professor fizesse uma correo oral levando em conta a concordncia e os tempos verbais.

Atividade 11 CriaoMais uma vez voc estudou o conto neste captulo. Vamos lembrar alguns elementos que compem esse estilo. Introduo: tambm chamada de apresentao. Geralmente est no comeo da narrativa; o momento em que so apresentados os fatos iniciais, as personagens e, algumas vezes, o espao e o tempo. Desenvolvimento: conhecido tambm como complicao. a parte do texto em que se desenvolve o conflito. Conflito quando h um elemento na narrativa que se ope a outro, criando assim uma tenso que organiza os fatos narrados e prende nossa ateno. Clmax: o momento de maior tenso na histria, no qual o conflito atinge o ponto mximo. Concluso ou desfecho: a soluo do conflito. Pode ser surpreendente, cmica, trgica etc.; corresponde ao final da narrativa.

Exerccios de Aplicao

Leia o fragmento a seguir. No escuro Uma mosca se meteu no nariz de Gguin, promotor-assistente e conselheiro da Corte. Levada pela ansiedade, pela imprudncia ou apenas perdida na escurido, o fato que o nariz no suportou a presena daquele corpo estranho e anunciou que ia espirrar. Gguin espirrou com tal exploso, to ruidoso e to forte que a cama tremeu e uma de suas molas rangeu, re-

clamando. A esposa de Gguin, loira enorme e gorda, tambm estremeceu e acordou. Abriu os olhos na escurido, deu um suspiro e virou-se para o outro lado da cama. Cinco minutos mais tarde, virou-se novamente, em vo fechou com mais fora as plpebras o sono no voltava. Depois de vrios suspiros, virando-se na cama de um lado para o outro, ela ergueu-se, passou por cima do corpo do marido, calou os chinelos e andou at a janela.

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L fora dominava a escurido, vislumbrava-se apenas o vulto das rvores e o negro contorno dos telhados das cocheiras. Do lado do nascente havia uma leve palidez que as nuvens iriam logo recobrir. O silncio dominava e mesmo o guarda-noturno, que ganhava para quebrar o silncio, no se fazia ouvir. Calava-se tambm a codorniz, nica ave silvestre que no se amedronta com a vizinhana dos veranistas da capital. Foi a prpria Maria Mikhilovna quem quebrou o silncio. Contemplando o ptio, de p junto janela, repentinamente, soltou um grito. Viu surgir, por entre os lamos mirrados e podados, um vulto andando em direo casa. Pensou, a princpio, que se tratava de alguma vaca ou cavalo, mas, depois de fixar a vista, percebeu os ntidos contornos de um homem. (...)Anton Tchecov

1. Voc percebeu que o fragmento termina no clmax e no ficamos sabendo o seu final. Crie um final para esse texto com, no mnimo, dois pargrafos. resposta pessoal 2. Conte uma outra histria a partir da mesma situao inicial: Uma mosca se meteu no nariz de ... Crie novos personagens e outro conflito para a sua histria. resposta pessoal

Exerccios Propostos

Um tolo Entre nossos criados havia um jovem que era rfo. Chamava-se Panka. Vivia entre os domsticos. Vestia as roupas usadas dos outros e compartilhava a rao da mulher do vaqueiro e seus filhos. Alegremente ajudava todo mundo, isto , no o incomodava que algum o fizesse trabalhar em seu lugar. Deste modo chegava a trabalhar da manh noite, sem repouso nem trgua. Lembro-me como se fosse ontem: durante o inverno e entre ns o inverno era algumas vezes bastante rude quando nos levantvamos e corramos janela, era fatal

encontrar nosso Panka, curvado at o cho, puxando um largo tren carregado de feixes de feno ou de palha e igualmente cheio de gros para o gado e as aves. hora em que nos levantvamos, Panka j iniciara suas tarefas e ns o vamos muito raramente, ora junto ao estbulo, ora mastigando um pedao de po molhado na gua do balde. Quando lhe perguntvamos: Por que que comes po seco, Panka? Ele respondia prazenteiramente: Seco? Nada disso. No esto vendo que ele est molhado?Nicolau Lieskov

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Emergncia fcil identificar o passageiro de primeira viagem. o que j entra no avio desconfiado. O cumprimento da aeromoa, na porta do avio, j um desafio a sua compreenso. Bom dia... Como assim? [...] Quando o avio comea a correr pela pista antes de levantar vo, ele aquele com os olhos arregalados e a expresso de Santa Me do Cu! No rosto. Com o avio no ar, d uma espiada pela janela e se arrepende. a ltima espiada que dar pela janela. Mas o pior est por vir. De repende ele ouve uma misteriosa voz descarnada. Olha para todos os lados para descobrir de onde sai a voz. Senhores passageiros, sua ateno, por favor. A seguir, nosso pessoal de bordo far uma demonstrao de rotina do sistema de segurana deste aparelho. H sadas de emergncia na frente, nos dois lados e atrs. Emergncia? Que emergncia? Quando eu comprei a passagem ningum falou nada de emergncia. Olha, o meu sem emergncia! Uma das aeromoas, de p ao seu lado, tenta acalm-lo. Isto apenas rotina, cavalheiro. Odeio rotina. Aposto que voc diz isso para todos. Ai, meu santo. No caso de despressurizao da cabina, mscaras de oxignio cairo automaticamente de seus compartimentos. Que histria essa? Que despressurizao? Que cabina?EF9P-10-12

Puxe a mscara em sua direo. Isto acionar o suprimento de oxignio. Coloque a mscara sobre o rosto e respire normalmente. Respirar normalmente? A cabina despressurizada, mscaras de oxignio caindo sobre nossas cabeas e ele quer que a gente respire normalmente?! Em caso de pouso forado na gua..." O qu?! ... os acentos de suas cadeiras so flutuantes e podem ser levados para fora do aparelho e... Essa no! Bancos flutuantes, no! Tudo, menos bancos flutuantes! Calma, cavalheiro. Eu desisto! Parem este troo que eu vou descer. Onde a cordinha? Parem!Luis Fernando Verssimo

3. Aps a leitura dos textos acima, selecione aquele que voc achou mais interessante e continue a histria. resposta pessoal 4. Conte a mesma histria do fragmento 1, porm com Panka como narrador-personagem. Invente um final bem diferente. resposta pessoal 5. Narre o mesmo trecho do fragmento 2, mas como narrador-personagem, colocando-se no lugar do passageiro assustado. Para contar a histria, crie uma situao de conflito. resposta pessoal

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Este espao seu!