7a ediçÞao do jornal comtexto (novembro 2011)

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PR`XIS TEOLGICA Entenda qual Ø a relaªo entre a Ø!ca cristª e a ecologia. P. 10 MEIO AMBIENTE Saiba como a educaªo pode ajudar a socie- dade a salvar o planeta. P. 4 e 5 ENTREVISTA Conhea o vio- linista cubano que jÆ tocou no Carnegie Hall e no Kremlin P. 2 D!"#$!%&!’() *$+#&!#+ Famlia De+ P. 6 O avano da obesidade na populaªo fez o nœmero de cirurgias de reduªo do estmago crescer 275% no Brasil em apenas sete anos. Saiba mais sobre esta tØcnica que tem mu- dado a vida de brasileiros como o advogado AndrØ Schleich, que perdeu 100 quilos aps o procedimento cirœrgico. P. 8 e 9 Na luta contra a balana Ponto de vista O fruto do esprito, uma me- tÆfora da agricultura, descreve o desenvolvimento do carÆter cris- tªo em contraste com os dons do esprito. Saiba mais sobre o uso desta e outras guras de lingua- gem que a Bblia usa. P. 10 Entrelinhas Saiba como preparar seus lhos para uma cidadania celes !al. P. 7 Nªo ao bullying Adven !stas pedem o m da violŒncia domØs !ca e do bullying em toda a re- giªo central do Estado. P. 12 e 13 Foto: Leonardo Siqueira Foto: Leonardo Siqueira Doya Oliver Foto: SXC Foto: Leonardo Siqueira Um pas faminto Nos œl!mos anos, cerca de 28 milhıes de brasileiros saram da pobreza absoluta e 36 milhıes entraram na classe mØdia. Con- tudo, pouco mais de 16 milhıes ainda en- frentam a pobreza extrema. Saiba o que o Governo Federal tem feito para combater este problema em uma entrevista exclu- siva com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), Tereza Campello. P. 14 e 15 Foto: Luzia Paula

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7a ediçao do jornal Comtexto (Novembro 2011).

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Page 1: 7a ediçÞao do jornal Comtexto (Novembro 2011)

PRÁXIS TEOLÓGICA Entenda qual é a relação entre a é! ca cristã e a ecologia. P. 10

MEIO AMBIENTE Saiba como a educação pode ajudar a socie-dade a salvar o planeta. P. 4 e 5

ENTREVISTA Conheça o vio-linista cubano que já tocou no Carnegie Hall e no Kremlin P. 2

D!"#$!%&!'() *$+#&!#+

Família De+ P. 6

O avanço da obesidade na população fez o número de cirurgias de redução do estômago crescer 275% no Brasil em apenas sete anos. Saiba mais sobre esta técnica que tem mu-dado a vida de brasileiros como o advogado André Schleich, que perdeu 100 quilos após o procedimento cirúrgico. P. 8 e 9

Na luta contra a balança

Ponto de vistaO �fruto do espírito�, uma me-táfora da agricultura, descreve o desenvolvimento do caráter cris-tão em contraste com os �dons do espírito�. Saiba mais sobre o uso desta e outras Þ guras de lingua-gem que a Bíblia usa. P. 10

EntrelinhasSaiba como preparar seus Þ lhos para uma cidadania celes! al. P. 7

Não ao bullyingAdven! stas pedem o Þ m da violência domés! ca e do bullying em toda a re-gião central do Estado. P. 12 e 13

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Um país famintoNos úl! mos anos, cerca de 28 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta e 36 milhões entraram na classe média. Con-tudo, pouco mais de 16 milhões ainda en-frentam a pobreza extrema. Saiba o que o Governo Federal tem feito para combater este problema em uma entrevista exclu-siva com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello. P. 14 e 15

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C"#$%&$", novembro de 2011

OPINIÌO02

Direção Geral: Moisés Ma' osDireção execu, va: Herbert GruberDiretor de Jornalismo: Laerte LanzaEditor-chefe: Leonardo SiqueiraDiagramação: Andréia MouraInfograÞ a: Andréia MouraQuadrinista: Doya OliverImpressão: Mídia GráÞ ca � Grupo RBSTiragem: 10 mil exemplaresPeriodicidade: bimestralContato: (51)3375-1600e-mail: jornalcomtexto@adven! stas.org.br

Periódico de divulgação oÞ cial da Igre-ja Adven! sta na região central do Rio

Grande do Sul (ACSR).

Quando olhamos para o tamanho do Brasil e as riquezas de nossa terra é di+ícil acreditar que mi-lhares de brasileiros vivam em situação de extrema pobreza. De acordo com o Governo Federal, há 16 milhões de pessoas que vivem com menos de 70 reais por mês em nosso país. Dezenas de ONGs, instituições, igrejas e sociedade civil têm se unido ao governo para ajudar a reduzir este quadro ofe-recendo serviços de atendimento humanitário, cursos de formação pro+issional, projetos sociais..., todavia, não tem sido su+icientes.

Você vai ler nesta edição uma entrevista exclu-siva com a Ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello que em visita à capital gaúcha concedeu uma entrevista exclusiva à Radio e TV Novo Tempo sobre o projeto Brasil Sem Miséria que intenciona erradicar a extrema pobreza do Brasil até o +im de 2014.

Merece destaque, também, outra entrevista com o músico cubano naturalizado americano, Jai-me Jorge e como tem desenvolvido um ministério musical em vários países do mundo; A matéria so-bre a obesidade traz dados atualizados sobre este mal que tem ceifado a vida de muitas pessoas pre-cocemente; Importante re+lexão sobre a postura do Cristão diante do meio ambiente; A linguagem do apóstolo Paulo ao descrever o Fruto do Espírito e a in+luência da Educação para a cidadania celestial são outros destaques deste mês no Comtexto.

Que esta edição traga informação, re+lexão e esperança para você. Boa leitura!

EditorialUma leitura Desenvolvimento

Administrar não é apenas cuidar dos bens e acumular riqueza +inanceira. Administrar vai muito mais além dos recursos materiais. Re-quer habilidades de desenvolvimento humano, transformando atitudes e comportamento em resultado material, intelectual e cultural. A ad-ministração de recursos humanos dentro de um contexto +inanceiro tem foco no crescimento intelectual e pro+issional dos colaboradores, os quais poderão dar um maior retorno à empresa.

As constantes mudanças na economia mundial exigem do mercado +inanceiro um acompanha-mento no processo de mudança o qual atinja, tam-bém, a administração de recursos humanos.

Andando pelas avenidas de qualquer cidade, não é di+ícil encontrar placas anunciando que aquele estabelecimento está fazendo seleção de pessoas para trabalhar. Encontrar pro+issionais capacitados e experientes passou a ser uma ta-refa mais complicada para os departamentos de recursos humanos das empresas nos últimos meses. Com o aquecimento da economia no Brasil e o surgimento de várias oportunidades pro+issionais no campo de trabalho, os mais ex-perientes podem, agora, escolher onde querem trabalhar.

Para manter os melhores pro+issionais em sua equipe de trabalho os administradores pre-cisam ter um olhar focado no desenvolvimento pro+issional individual desses pro+issionais, ou seja, perceber no colaborador a oportunidade de crescimento dentro da própria empresa. Esse olhar faz com que o pro+issional perceba que o administrador não está interessado tão somen-te no seu trabalho, mas também se importa com o seu crescimento pro+issional. Essa percepção mantém o colaborador mais motivado e, assim, ele pode permanecer por mais tempo na mesma empresa.

L-).+$/) S!0&-!$+Jornalista e pós-graduando em Comunicação Empresa-rial. Assessor de Comunica-ção da Associação Central

Sul-Riograndense

crítica da mídia Pro!issional

H-$%-$# G$&%-$Diretor-Þ nanceiro

da Igreja Adven! sta para a região cen-tral do Rio Grande

do Sul

Pouco se fala em media literacy, um conceito amplamente difundido nos Estados Unidos e que no Brasil pode ser entendido como educação crítica para os meios de comunicação.

Alguns estudiosos defendem, por exemplo, que o cinema (leia-se produções audiovisuais) é uma im-portante ferramenta pedagógica a serviço de estru-turas dominantes.

Um exemplo prático é o +ilme FormiguinhaZ. Em um artigo acadêmico publicado na revista Acta Cien-tí+ica, o doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) Vanderlei Dorneles identi+ica os principais personagens da história +ictícia da colônia de formigas, e procura apontar as questões sociais e históricas que estruturam a narrativa. Basea-do no referencial teórico dos estudos culturais de Dou-glas Kellner e do conceito de texto da cultura e memó-ria de Iúri Lotman, dois grandes estudiosos da mídia, Dorneles demonstra como a narrativa e os próprios personagens retratam alguns con+litos da história e como eles projetam o modelo sociopolítico americano como um valor histórico dominante.

Em resumo, o +ilme FormiguinhaZ critica siste-mas e valores ideológicos vinculados ao autoritaris-mo e sugere a “superioridade” americana ao ligar a hegemonia estadunidense às ideologias do individu-alismo e da liberdade.

Este é apenas um exemplo de como “consumi-mos” os produtos da mídia sem nenhum critério, sem nenhuma avaliação crítica ou contextualização histórica. Há quem acredite em teorias conspirató-rias ou defenda certa manipulação dos meios de co-municação e da indústria do cinema.

O fato é que consumimos notícias, +ilmes, músi-cas e outros produtos da chamada “indústria cul-tural” sem ao menos pensar na maneira como tais mercadorias são produzidas. : Como cristãos, deve-ríamos ser mais seletivos e críticos, aproveitando, como sugere Paulo, apenas “aquilo que é bom”.

Quando olhamos para o ta-manho do Brasil e as riquezas de nossa terra é difícil acredi-tar que milhares de brasileiros vivam em situação de extrema

pobreza.

L+-$#- L+.1+Formado em Teologia e

Jornalismo. Secretário da Associação Central Sul-

Riograndense

Page 3: 7a ediçÞao do jornal Comtexto (Novembro 2011)

perguntas ao violinista A música como ministério. Conheça a história do músico que tem testemu-nhado de sua fé nos auditórios mais proeminentes do mundo, a exemplo do

Carnegie Hall e do Kremlin.

Jaime Jorge

�A igreja deveria apoiar ainda mais o ministério da músi-ca. É uma forma de

chegar às pessoas que não ouvem pregado-res, mas que assistem um concerto musical�

novembro de 2011, C"#$%&$" 03

7 ENTREVISTA

O que o levou a trocar o curso de medicina para se-guir carreira na música?

Jaime Jorge � Foi o chamado de Deus. Eu não queria tocar violino como ministério. Só como hobby. Eu sabia como seria a vida de um músico cristão. Por isso, um dia, eu disse a Deus: “Se alguém me ligar para dizer que eu deve-ria estar tocando música todo o tempo, então eu saberei com certeza que o ministério da música é a sua vontade para mim”. Acabou a oração, estava almoçando, quando o telefone tocou. Era um amigo pastor. Ele disse: “Jaime, eu te ligo porque tenho pensan-do em você. Deus dá a todos os seus +ilhos talentos para que sejam usados. E Deus te deu o talento da música. Mas você não está usando-o por-que quer ser um médico. Por que, se seu chamado é a mú-sica?” Eu +iquei sem palavras e só disse ao meu amigo que precisava desligar e retorna-ria mais tarde. Mas eu insisti mais uma vez com Deus pe-dindo a ele um segundo sinal, e ele enviou outro naquela tarde. Aí eu +iquei tranquilo, contente e permiti que, dali pra frente, ele me usasse, abrisse as portas, e provesse as minhas necessidades. Isso foi em 1996.

Seu contato com o violino começou cedo, aos cinco anos de idade. Foi por inß u-ência da sua mãe, que tam-bém era musicista?

Jorge � Totalmente. Pra mim, jogar futebol era muito melhor que estudar violino. E ela me forçava a estudar todos os dias, uma, duas, três horas. Se queria brincar, jogar, tinha que estudar pri-meiro. Graças a ela e a Deus eu toco violino hoje.

O início de sua carreira foi em Cuba, onde venceu concur-sos e recebeu propostas para estudar nas melhores escolas de música do mundo. Foram os conß itos de valores, frente ao ateísmo comunista, que o Þ zeram abrir mão desses pa-trocínios?

Jorge � Quando ainda bem pequeno, em Cuba, ganhei um concurso na escola, passando várias etapas até chegar à fase +inal, em nível nacional. Na última etapa, os juízes do concurso falaram para mim que eu podia ganhar naque-la noite, que minha apresen-tação era digna do primeiro lugar, mas que, para receber o prêmio, eu precisava renun-ciar a minha fé em Deus. Eu não aceitei a proposta, é claro. Dois meses depois um desses juízes foi à minha casa para

falar comigo. Ele disse: “Em nome do governo de Cuba queremos dar-lhe uma bolsa para você estudar no conser-vatório de música de Moscou. Você só tem que fazer uma coisa: abandonar a sua fé em Deus, e assinar este docu-mento con+irmando que você renunciou as suas crenças re-ligiosas”. Eu disse que ele es-tava perdendo o tempo dele porque, se essa era a condi-ção, já sabia a minha respos-

ta. Ele +icou bravo e disse que, de fato, o governo cubano já estava perdendo tempo, por-que eu nunca ia chegar a ser um bom violinista. Acho que pelo fato de a minha família ser +iel a Deus, nós recebemos um número muito maior de bênçãos. Três meses depois, minha família conseguiu sair de Cuba por um milagre e foi

para os Estados Unidos, onde tive a oportunidade de seguir estudando violino.

Você teve ó, mos professo-res de violino tanto em Cuba quanto nos Estados Unidos.

Jorge � Meu professor em Cuba era o primeiro violino da orquestra da cidade onde minha família morava [Santa Clara]. Nos Estados Unidos, eu tive um professor que foi aluno de um dos melhores violinistas do mundo, David Oistrakh. Quando Oistrakh morreu, meu professor, Cyrus Forough, veio para os Estados Unidos e chegou à mesma ci-dade onde eu estava. Eu fui ao Conservatório de Wisconsin para tocar e pedir uma bolsa de estudos porque minha fa-mília tinha acabado de che-gar aos Estados Unidos e não tinha dinheiro. Uma aula de violino custava 100 dólares. Isso era muito dinheiro. Nes-sa escola, havia dois professo-res de violino, mas o profes-sor Cyrus disse ao colega que gostaria de dar aula pra mim.

É verdade que ele chegou a relacionar o seu es, lo de to-car com o de Oistrakh?

Jorge �Eu havia aprendido a música que eu toquei, o con-certo de violino de Beethoven, com um disco que alguém nos presenteou quando che-gamos aos Estados Unidos. Naquela época, eu não tinha professor, nada. Minha mãe conseguiu um violino e eu comecei a estudar. Eu ouvia o disco e tentava tocar. Aprendi aquele concerto dessa forma. Ele, então, perguntou: “Filho, como é que você decidiu es-tudar este concerto?”. Eu con-tei que era o único disco de

música que eu tinha. Ele me perguntou, então, quem era o violinista. Quando eu respon-di que era David Oistrakh, ele disse: “Ele foi meu professor. Eu posso ver em você a forma de tocar de meu professor”.Eu acho que o fato de eu ter aprendido a tocar no estilo daquele violinista foi obra de Deus. E o meu professor reco-nheceu isso. Incrível.

Que papel você atribui à músi-ca na adoração?

Jorge � Na Bíblia, conforme o Antigo Testamento, parte dos levitas dedicavam-se só para fazer a música do cul-to. Sua atribuição era tocar, compor. Isso me diz que a música tem um lugar mui-to importante na adoração. Acho que nossa igreja deve-ria apoiar ainda mais o mi-nistério da música porque é uma forma de chegar às pessoas que não querem ouvir pregadores, mas que vêm ouvir um concerto mu-sical. Assim, seus corações +icam abertos ao que o Es-pírito Santo pode fazer.

Muitos ainda não apreciam a música instrumental. O que pode ser feito para populari-zá-la na igreja?

Jorge � É por isso que eu faço tantos concertos [mais de 200 por ano]. Meu desejo é que, em cada lugar que eu toco, nasça em algum jovem, em algum menino a paixão por estudar algum instrumento. Dependendo do idioma em que determinada música é cantada, poucas pessoas irão entendê-la. Mas meu violino, por exemplo, fala todas as línguas do mundo porque é instrumental.

Jaime Jorge já tocou em dois dos auditórios mais respeitados do mundo, o Carnegie Hall e o Kremlin.

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MEIO AMBIENTE

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Um Um futuro futuro para opara o planeta plan �É a partir das discus-

sões propostas pelos edu-cadores que as crianças ou adolescentes acabam despertando para uma nova visão de vida�

Dois mil e onze foi eleito pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Ano Internacional das Flores-tas. Frear a onda devastadora que con-some esse patrimônio natural, respon-sável pela sobrevivência de 1,6 bilhão de pessoas e de 80% da biodiversida-de terrestre é apenas uma entre tantas inquietações dos ambientalistas.

A preocupação com o futuro do planeta deixou de ser apenas um tema restrito à “curiosidade cientí+i-ca”, e passou a fazer parte da agenda internacional. E não é para menos, diante de fatores como o crescimen-to acelerado de regiões desérticas, a diminuição da calota polar ártica e a seca de rios.

O secretário-geral das Nações Uni-das, Ban Ki-moon, chegou a de+inir a questão ambiental como o “assunto do século”. Trata-se de uma crise que está ganhando proporções cada vez maio-res em diversos setores, que atingem tanto a economia, quanto a produção de alimentos e a segurança do planeta.

O documento mais recente da ONU, divulgado em 2010, traça uma série de metas que precisam ser tomadas com urgência. “Os impactos das mudan-ças climáticas atingiram um escopo global e uma escala sem precedentes. Hoje, sem uma ação drástica, à qual se adapte a estes impactos, o futuro pode se tornar cadavez mais di+ícil e caro”, diz o documento.

Uma mudança drástica como pro-põe o relatório implica não só em políticas governamentais mais agres-sivas, mas também em uma mudan-ça de hábitos da população. Não há como pensar em uma sociedade mais consciente, cuja cultura se re+lita na preservação dos recursos do planeta, sem incluir a escola no processo.“É a partir das discussões propos-

tas pelos educadores que as crianças ou adolescentes acabam desper-tando para uma nova visão de vida”, esclarece a bióloga Jaqueline Lessa Maciel, que atua como gerente de projetos na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre.

Pensando no futuro do planeta, alunos do Colégio Adventista de Novo

Hamburgo (RS), na grande Porto Ale-gre, desenvolvem, de maneira inter-disciplinar, uma série de atividades voltadas à preservação do meio am-biente. Uma delas, visa a conscienti-zação da comunidade quanto aos pe-rigos do efeito estufa e a importância da preservação da camada de ozônio. “A proposta é mostrar como funciona o efeito estufa a partir da simulação de uma estufa arti+icial”, explica a professora Patrícia Cavalheiro, uma das coordenadoras da iniciativa.

O projeto é voltado aos alunos do Ensino Médio, e envolve não apenas os discentes, mas pais e professores de outras disciplinas, que ajudam tanto no preparo dos experimentos quanto na coleta de informações. “O que acontece, na maioria das vezes, é que o tema Educação Ambiental pas-sa por nós como instrumento meto-dológico e não como uma prática”, pondera Patrícia, Mestre em Ciências da Vida e Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Projetos como este, que estimu-lam a informação re+lexiva, acabam-por construir uma nova mentalidade entre os alunos. Felipe Brocier é um deles. O estudante ainda está no séti-mo ano do ensino fundamental, mas já tem uma opinião formada sobre a questão ambiental. “Eu acho que as pessoas falam muito em educação ambiental e agem pouco. De alguma forma, em nosso dia-a-dia, fazemos coisas que acabam contradizendo o nosso próprio discurso”, critica.

Ele foi um dos diversos alunos do Colégio Adventista de Novo Hambur-go a trabalhar com projetos voltados à área de preservação do meio am-

biente. No ano passado, a turma de Felipe simulou uma espécie de ecos-sistema, no qual havia uma série de pequenos animais, como minhocas e formigas, entre outros insetos.

A simulação ajudou a turma a en-tender melhor como funciona, na prá-tica, a realidade do planeta em relação ao ciclo natural da vida e as condições de habitação dos seres vivos.

Des, no sustentável para o lixo eletrônico

Foi pensado em proteger animais, plantas e, é claro, o próprio homem, que escolas adventistas na região cen-tral do Rio Grande do Sul lançaram um programa que visa dar um desti-no sustentável para o lixo eletrônico. Computadores e outros equipamen-tos eletrônicos sucateados são envia-dos para empresas especializadas na reciclagem desses materiais, evitando a exposição deles na natureza e a con-taminação de lençóis freáticos. “O desa+io de avançar de ideias

bem-estruturadas no papel para ações efetivas que levem a mudanças concei-tuais e de atitude é um dos objetivos da campanha que a escola adventista rea-liza, chamada ‘Educação + Verde - pre-servando a natureza que Deus criou’. Isto se evidencia nesta ação apresenta-da às escolas, de dar um destino útil a todos os equipamentos eletrônicos em desuso”, explica a diretora da rede para a região central do Rio Grande do Sul, Gislaine Fortes.

Na sala de aula, os professores estimulam a consciência ambiental e a escola se pronti+ica a receber o lixo eletrônico trazido pelos estudantes, incumbindo-se da tarefa de dar um destino sustentável a ele.

Ações como estas, que se multi-plicam pelo País, contagiando pro-fessores, alunos, pais e comunidades como um todo, fortalecem a ideia de que escola pode e deve ser percebida com um palco de debates, um núcleo de ideias, a partir do qual se difundem soluções sustentáveis e encontram-se meios de torná-las mais acessíveis, ga-rantindo, assim, um futuro mais sau-dável para o nosso planeta.

Saiba como a educação pode ajudar a sociedade a salvar o planeta, transformando a sala de aula em um centro de debates e soluções sustentáveis

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novembro de 2011, C"#$%&$" 05

Um futuro para o planetanetaFo

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O Brasil lidera o ranking dos países emergentes que geram o maior volume de lixo eletrô-nico per capita. Dados do Pro-grama da ONU Para o Meio Ambiente (Pnuma) revelam que o país está entre as nações que mais abandonam compu-tadores, celulares, aparelhos de TV e geladeiras.

No mundo, as es! ma! vas denunciam que 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas todos os anos. A preocupação da ONU é quan-to ao crescimento desse fenô-

O lixo em númerosmeno nas economias emer-gentes e a incapacidade delas de gerenciar corretamente esse material, composto, em muitos casos, por elementos químicos perigosos para a saúde humana.

Um des! no sustentável para esses resíduos seria uma forma de reduzir o impacto ambien-tal, evitando, por exemplo, a exposição deles na natureza e a contaminação de lençóis freá! -cos. Mas as pesquisas mostram que esse ainda não é um hábito enraizado na cultura brasileira.

50 milhões de toneladas

É a quantidade de lixo ele-trônico gerada no mundo ao ano. Só na União Européia são cerca de 9 milhões de

toneladas

21 bilhões de dólares

É o potencial de receita do mercado global de recupe-ração do lixo eletrônico até 2020, segundo a consultoria

GBI Research

80% do lixo eletrônicoEnviado para reciclagem nos Estados

Unidos é exportado

14% Das 3,1 milhões de toneladas de lixo ele-trônico produzidas nos Estados Unidos em

2008 foram para reciclagem. As outras 86% acabaram em aterros sanitários, foram inci-neradas ou exportadas para outros países

Fonte: Planeta Sustentável, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Basel Action Network. Arte: Andréia Moura.

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QUADRINHOS06

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novembro de 2011, C"#$%&$" 07

ENTRELINHAS

Doutoranda em Educação pela Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professora da Rede de

Escolas Adven! stas há dez anos

A./$-""+ M&#1

“Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos Céus”. Mateus 18:3 Nova Versão Internacional

A leitura deste texto me intriga. Jesus deseja me ver como uma crian-ça? Uma como estas que vemos em nossas escolas, praças ou shopping centers? Meninos violentos que es-pancam um colega até a professo-ra chegar e todos, na cumplicidade do crime, negam terem visto o que aconteceu? Meninas mega vaidosas que criam uma conta em um site de relacionamento e fazem uso de ape-lidos cruéis para se referir as demais alunas da sala. Isso para não mencio-nar uma lista de palavrões utilizados para se referirem aos professores. E os menores, escapam? Lembra-se da última criança que você viu dando ordens aos pais? E aquela garotinha de dois anos de idade que se jogou aos berros pelo corredor do super-mercado? Ela saiu com o que deseja-va nas mãos, embora os pais não esti-vessem preparados +inanceiramente para aquela compra.

Você pode me acusar de exagero. Mas não estou fazendo referência

a algo irreal. Talvez esse não seja o per+il da maioria de nossas crianças, ainda. A+inal, estão protegidas pela família cristã e seus valores. Contu-do, corremos um sério risco ao per-mitir que o egoísmo, o autoritarismo e o exibicionismo se tornem o padrão de conduta para nossos +ilhos. Isso poderá ocorrer se eles continuarem sendo educados tão somente pelos agentes culturais que assumem a ta-refa pedagógica na atualidade, como a mídia, por exemplo.

Por isso, precisamos +icar atentos para toda a potencialidade do escrito de Mateus. A infância foi apontada por Cristo como a única grandeza neces-sária para nos constituirmos como cidadãos celestiais. As crianças têm sido edu-cadas hoje por uma cultura marcada pelo egoísmo, autoritaris-mo e exibicionismo. Então, só podemos concluir que Jesus, ao fazer tal a+irmação, tinha em mente uma infância, enquanto nós temos tomado outra de+inição de infância

para educarmos nossos pequenos. Por isso, devemos nos perguntar: a qual infância Jesus estava se referin-do? Que padrão de conduta Ele espe-rava ver em uma criança? Como pode-mos educar nossos +ilhos de maneira que alcancem essa cidadania celestial ao mesmo tempo em que a cultura de nossos dias tem procurado capturar a infância para o consumo, transfor-mando-os em adultos egoístas, auto-ritários e exibicionistas?

Pense. Ao tomar aquela crian-ça no colo, Jesus queria ensinar aos seus discípulos e, mais ainda, para nós hoje, o que precisamos ser para termos parte em seu Reino. Precisa-mos ser como uma criança: humildes

e alegres por servir, com disposição para perdoar e prontidão para apren-der. Totalmente depen-dentes dEle.

Voltemos à pergunta inicial: temos preparado nossas crianças para cida-dania celestial? O mundo tem criado sujeitos con-sumistas, egoístas, auto-ritários e exibicionistas. E nós, o que temos feito com

Foto

: SXC

nossas +ilhas e +ilhos? Que infância te-mos cultivado naqueles pequeninos que estão sob nossa responsabilidade na escola, nos departamentos da igre-ja e nos círculos familiares? Queremos estar junto a Cristo? Queremos levar nossos +ilhos, sobrinhos e netos conos-co para lá também?

Convertamos nossos corações ao Mestre. Sentados junto aos Seus pés, busquemos educarmo-nos nEle. Com oração e estudo da Palavra, edu-quemos nossos pequenos para que, um dia, possam ser chamados de ci-dadãos de reino celestial.

É possível É possível educar educar para para aa cidadania celestial cidadania celestial??

�Precisamos ser como uma crian-ça: humildes e

alegres por servir, com disposição para perdoar e prontidão para

aprender.�

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C"#$%&$", novembro de 2011

SAòDE SEMPRE08

O Brasil está se tornando um país cada vez mais obeso. Segundo dados do IBGE (Ins-tituto Brasileiro de Geogra+ia e Estatística), metade da po-pulação brasileira está acima do peso ideal. A região Sul lidera o ranking, com 56,8% dos homens e 51,6% das mu-lheres acima do peso.

O último censo do IBGE mostra, ainda, que a popu-lação brasileira está +icando cada vez mais gorda, atin-gindo com mais freqüência as mulheres. Já o sobrepeso, um leve acúmulo de gordura no corpo, é maior entre os homens. No entanto, o peso das crianças ultrapassa pa-drão internacional. A+inal, de quem é a culpa? Seriam os chamados lanches rápidos os únicos vilões da história, ou o acúmulo de gordura no corpo tem sido o resultado de uma série de outros fatores? “A gente sabe que o fator

ambiental é muito marcan-te para o ganho de peso. As famílias têm menos tempo para preparar uma refeição em casa, e com isso, os +ilhos também são afetados. O pro-blema é que as chamadas ‘comidas rápidas’ são gordu-rosas, extremamente calóri-cas e de baixo valor nutricio-nal”, explica a nutricionista Anália Barhouch.

O fato é que ninguém +ica obeso do dia para a noite. É no contexto de uma rotina de correria e pressa, que as pessoas acabam prestando pouca ou nenhuma atenção quanto ao que se engole. Trata-se de uma operação matemática cujo cálculo é fá-cil entender. O di+ícil mesmo e colocá-lo em prática.“Não existe mágica, e sim,

matemática. O que eu ganho e o que eu perco. Existe um

trazer ao corpo, mas também por causa dos problemas que acompanham a doença, como câncer de intestino, câncer de mama, câncer de próstata, diabetes, pressão alta, pro-blemas de coração, apneia do sono, além de problemas osteoarticulares. Dependen-do da gravidade, o excesso de peso pode matar.

O avanço da doença na população fez o número de cirurgias de redução do estô-mago crescer 275% no Brasil em apenas sete anos. Os da-dos são da Sociedade Brasi-leira de Cirurgia Bariátrica.

A cirurgiã Marília Espín-dola, que também atende pacientes com obesidade em um grande hospital da capital gaúcha, explica como é feita a avaliação de um pa-ciente antes de uma inter-venção cirúrgica.“Hoje, a Sociedade Mun-

dial de Cirurgia Bariátrica, a Sociedade Brasileira de Cirur-gia Bariátrica e Metabólica, a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medi-cina estabelecem indicações para a cirurgia bariátrica. Es-tas indicações são: pacientes com índice de massa muscu-lar (IMC) acima de quarenta quilogramas por metro qua-drado ou pacientes com IMC acima de 35 quilogramas por metro quadrado, com doen-ças associadas à obesidade: pressão alta, diabetes, proble-mas osteoarticulares, proble-mas cardíacos, etc”.

No Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica (COM) da Pontí+icia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), uma equipe multi-disciplinar acompanha o pa-ciente durante o tratamento, que pode incluir ou não al-gum procedimento cirúrgico.

NaNa luta luta contracontra L-).+$/) S!0&-!$+

No Brasil, o nú-mero de cirurgias

de redução do estômago cresceu 275% em apenas

sete anos.

Mais importante que a opera-ção, em si, é o preparo mental e +isiológico do indivíduo.

A espera por uma cirurgia como esta pode levar anos. Pelo menos este foi o caso do advogado André Schlei-ch, que esperou cerca de 60 meses para poder realizar a cirurgia. Com um histórico de obesidade que o acompa-nhava desde a infância, André chegou a pesar 188kg.

Após procurar a equipe do COM, que é referência no tratamento da obesidade no Sul do País, André achou que seus problemas estariam re-solvidos, quando na verdade, aquele era apenas o início de uma longa batalha.“Foi constatado o proble-

ma da hipertensão, o proble-ma da diabetes. Eu já tinha estes problemas, mas eles vi-nham se agravando cada vez mais. Eu tinha níveis de pres-são que chegavam a 24, 25. A diabetes, por sua vez, estava totalmente descontrolada. Mas o problema mais grave que eu constatei durante o tratamento foi o da apneia de sono. Em um exame de poli-sonogra+ia, que mede a capa-cidade respiratória durante o sono, cheguei a ter 657 para-das respiratórias”, lembra.

Em função da apneia do sono, o advogado não pôde fazer a cirurgia de redução do estômago, o que o fez pas-sar por um tratamento pré-operatório que durou cerca de um ano e oito meses. Após um longo período de preparo, o advogado decidiu perder peso por conta própria, che-gando a emagrecer 40 quilos antes da cirurgia.

André foi operado por meio do métoto Fobi-Capella, que visa diminuir a quantida-de de alimento que a pessoa

aa balança balança

cálculo ‘doloroso’ que expli-ca isso: para cada meio quilo de gordura que eu ganho, eu tenho que ingerir 4.500 calo-rias além daquilo que eu gas-to. Parece bastante, mas hoje é possível encontrar peque-nas porções nos supermer-cados com 400, 500 e até 600 calorias. Em minha opinião, o cálculo inverso é mais do-loroso. Para eu perder meio quilo de gordura eu tenho que ‘gastar’ 4.500 calorias. Se eu for um belo de um atleta, e correr na esteira, até suar, eu irei gastar 600, 700 calorias em uma hora de corrida. O problema é que eu posso ‘ga-nhar’ estas mesmas 600 calo-rias com uma destas porções de supermercado”, compara a cirurgiã bariátrica Marília Es-píndola, da Clínica Adventista de Porto Alegre.

Cortando o mal pelo estômago

Além de dolorosas, opera-ções matemáticas como esta, podem resultar em equações perigosas. A obesidade assus-ta não apenas pelo desconfor-to que o excesso de peso pode

consegue ingerir, assim como diminuir a absorção das co-midas ingeridas. Existem, ainda, outras técnicas como a banda gástrica ajustável e a duodenal switch.

Hoje, o advogado tem um novo estilo de vida e não sen-te falta do velho corpo. Pelo contrário, sua meta, agora, é manter o peso. “Muita coisa mudou. Hoje, eu tenho mais qualidade de vida, mais au-toestima e um guarda-roupa diferente, também”, brinca ao segurar uma calça na qual caberiam, hoje, dois “Andrés”.

O advogado André Schleich peredução do estômago

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novembro de 2011, C"#$%&$" 09

�Entre Aspas�

Médico na Clínica Adven! sta de Porto Alegre

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A obesidade tem sido muito discutida por ser um problema crescente de saú-de. Entretanto, muitas ve-zes esquecemos que a obe-sidade não afeta somente a saúde +ísica, mas também a saúde espiritual. “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, prove-niente de Deus, e que não

sois de vós mesmos?” (I Co-ríntios 6 : 19)

A condescendência com uma dieta desequilibrada (comemos muito e mal) tem contribuído para a obesida-de, mas também tem levado a uma dormência espiritual. Como podemos manter uma comunhão íntima com Deus, uma mente limpa para ou-vir a voz do Espírito Santo, quando estamos inebriados pelo excesso de alimentos inadequados?

“E olhai por vós, não aconteça que os vossos co-rações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e ve-nha sobre vós de improviso aquele dia.” (Lucas 21 : 34). Sugiro que você leia, ainda, I Pedro 4:3, Gálatas 5:21, Ro-manos 13:13). Não destruas por causa da comida a obra de Deus (Romanos 14:2).

Um dito popular fala que “você é o que você come”. Ora, se somos +ilhos do

Deus altíssimo, devemos comer como tal, seguindo os seus conselhos através de uma dieta equilibrada, mantendo um peso sau-dável. Só assim podere-mos experimentar a ple-nitude das bênçãos que Deus tem reservado para nossas vidas.“Portanto, quer comais

quer bebais, ou façais ou-tra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.” (I Coríntios 10 : 31).

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erdeu 100 quilos após se submeter a uma cirurgia de

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PONTO DE VISTAC"#$%&$", novembro de 201110

Na Bíblia, o conceito de “fruto do espírito” aparece com maior ênfase no livro de Gálatas, capítulo 5, versos 22 e 23. Trata-se de uma lingua-gem +igurativa. Quando traze-mos isso para o lado espiritu-al, +ica muito di+ícil usar um discurso direto. Deus é real, no entanto, poucos seres hu-manos puderam vê-lo, ouvi-lo ou tocá-lo, seja lá qual foi a forma (Moisés e Jesus são al-guns desses exemplos). Logo, quando trazemos este assun-to para a realidade espiritual geralmente usamos metáfo-ras, analogias ou outras +igu-ras de linguagem. Salvação é, então, descrita em termos ju-rídicos como justi+icação, ab-solvição e resgate. Por outro lado, se a condição humana é descrita como uma dívida (metáfora +inanceira ou ban-cária), a palavra apropriada para salvação seria perdão ou possível resgate.

As pessoas geralmente tratam essa linguagem como se ela fosse cienti+icamente precisa com relação à salva-ção, quando na verdade, ela é metafórica. Ou seja, fala de algo que está além dos cin-co sentidos na linguagem do concreto, da nossa existência

O fruto do espíritoAo mesmo tempo em que precisamos de metáforas que

descrevam a vida es-piritual, nos também precisamos ser cui-dadosos ao usá-las.

a cada cristão seria um tijolo ou pedra. Assim, este templo é construído (1 Pedro 2:4-10). Tanto o corpo quanto o templo expressam a unidade essencial da igreja, enquanto a metáfora do corpo também descreve a diversidade na funcionalidade daqueles que formam a comunidade cristã.

O “fruto do espírito”, uma metáfora da agricultura, des-creve o desenvolvimento do caráter cristão, em contraste com os “dons do espírito” (1 Coríntios 12:28-31 – que usa tanto analogias do corpo e dons), focando mais nas ha-bilidades do que nas virtudes. Frutos crescem em árvores e árvores crescem no solo. Me-táforas agrícolas podem ser usadas para expressar uma variedade de conceitos espi-rituais. Em Gálatas 5, o fruto expressa as qualidades do caráter, como o amor, alegria, paz, bondade e paciência.

Analogias da horticultura são muito frutíferas (atenção, metáfora à frente!) ao descre-ver a vida espiritual. Vou dar alguns exemplos práticos. 1) Quanto maior a raiz, mais forte é a planta. Ela não cai-rá quando vier a tempestade e a di+iculdade. A raiz da vida

espiritual pode ser encontra-da em um relacionamento com Deus (1 João 15:1-7 é uma metáfora agrícola, a qual expressa justamente isso, enquanto “fruto” é descrito aqui como o resultado dos esforços evangelísticos dos discípulos em detrimento de suas virtudes de caráter). 2) As plantas +icam mais saudá-veis quando são podadas. Os cristãos precisam lidar com questões de cunho emocio-nal e pessoal se eles desejam crescer espiritualmente. 3) Plantas de raiz baixa preci-sam de suporte para que +i-quem +irmes (a importância da comunidade espiritual, especialmente para os novos conversos). 4) Comida, água e luz solar normalmente não surgem dentro da planta, eles vêm de fora. O êxito na vida espiritual vem de olhar para fora e não para dentro. 5) Para ser saudável, a planta precisa ser nutrida com um certo equilíbrio. O excesso de um nutriente e a ausência de outro trará um efeito preju-dicial à planta. Comunidades espirituais que focam apenas em uma metáfora espiritual raramente são saudáveis. 6) A mesma planta pode mos-

trar uma aparência muito diferente se ela for colocada no meio de um deserto ou em um rio. Plantas são afetadas pelo ambiente e se adaptam à ele. A atmosfera espiritual na qual elas são colocadas tem um poderoso impacto na vida delas.

Obviamente, metáforas têm seus limites e podem, ainda, ser perigosas. É fácil mudar da realidade para a analogia e levar um diálogo a direções que a Bíblia não leva sem que as pessoas se-quer percebam a mudança. Ao mesmo tempo em que precisamos de metáforas que descrevam a vida espiritual, nos também precisamos ser cuidadosos ao usá-las. Na luz do altíssimo, eu o convido a olhar, novamente, Gálatas ca-pítulo 5, versos 22 e 23.

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Doutor em Teologia e diretor da Faculdade de

Teologia da Universidade de Loma Linda, nos Estados

Unidos.

J). P+&4!-.

diária (aqui, por exemplo, usamos a palavra “concreto” como uma +igura de lingua-gem!).

A Bíblia também usa metáforas quando se refe-re à comunidade cristã. Por exemplo, Paulo fala da igre-ja como o “corpo de Cristo” (1 Coríntios 12:27; Efésios 4:12), uma analogia baseada no corpo humano. Cristo é a cabeça da igreja e os crentes podem ser descritos, indivi-dualmente, como partes de um corpo, alguns mais pre-ponderantes em termos de sobrevivência, mas todos são necessários. Outra metáfora fala de um templo, com Cristo como a pedra fundamental, e

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novembro de 2011, C"#$%&$" 11

AA Ética Ética CristãCristã Presidente da Igreja Adven-! sta na região central do

Rio Grande do Sul

PRçXIS TEOLîGICA

e a e a EcologiaEcologiaM)!"5" M+##)"

Nos últimos anos, tem surgido aqui e acolá pessoas e grupos tentando conscien-tizar a população sobre os perigos da não preservação da natureza.

Ecologia, uma junção de dois termos gregos, “oikos” = casa e “logia” = estudo, tor-nou-se um termo popular, e mesmo o homem simples poderá ter ao menos uma noção do que ela signi+ica, mesmo que ele não conheça sua etimologia.

Aproveitando a palavra ecologia, poderíamos dizer que o ser humano deveria preocupar-se mais do que nunca com a situação de sua “casa”, que é o planeta Terra. E diante deste quadro, seria oportuno perguntar: o que a ética cristã tem a dizer sobre tudo isto? Qual seria a con-

�Nós cristãos não pregamos uma ética

dualista. Acreditamos que Deus criou este

planeta para vivermos e usufruirmos dele �

tribuição da religião cristã para o tema?

Para termos uma respos-ta satisfatória a este assunto, teremos de recorrer às sagra-das escrituras. Quando lemos o capítulo 1 do livro de Gêne-sis, o qual traz o relato da cria-ção, observamos que, em pelo menos seis vezes após criar, Deus disse: “E eis que tudo era muito bom”! Estes e ou-tros textos nos informam que a noção defendida na Bíblia é de que nosso planeta foi cria-do por Deus e que é bom. Isto contraria frontalmente a idéia defendida por alguns +ilóso-fos gregos que falavam que a matéria é má, e que o espírito é bom. Eles não podiam en-tender como Deus, que é espí-rito, podia criar a matéria. Nós cristãos não pregamos uma ética dualista. Acreditamos que Deus criou este planeta para vivermos e usufruirmos dele (Gênesis 1:27 a 31). E

Alguns inconscientemen-te acham que ao poluírem o ar, derrubarem as árvores e inviabilizarem os mananciais não estão cometendo ne-nhum pecado. Segundo eles, pecado é alguma coisa que cometemos contra pessoas e não contra coisas. Baseiam-se no personalismo hierárquico que diz que pessoas valem mais do que coisas. Contudo, em se tratando do meio am-biente, as coisas têm por +ina-lidade fazer bem às pessoas. E, se raciocinarmos correta-mente, veremos que na base da poluição existe egoísmo. Quem polui quer tudo para si, e não pensa que o que usou pode ser reutilizado por al-guém no futuro.

Nesta lógica, chegaremos a seguinte conclusão: uma pessoa que está poluindo vem a ser transgressor dos mandamentos de Deus, es-pecialmente aqueles dois que

dizem: “Não cobiçarás”; por-que está desejando algo que também pertence ao seu pró-ximo, e “Não furtarás”; por-que está furtando o direito de seu irmão viver bem consigo mesmo e com a natureza.

E sem dúvida, quando es-tragamos os recursos natu-rais estamos atingindo pes-soas também, e isto é pecado do ponto de vista bíblico.

Assim sendo, o cristão tem o dever de cuidar da natureza e fazer a sua parte “em um mundo que enve-lhece piorando”. Cada pes-soa pode e deve fazer algu-ma coisa, mesmo que ela seja considerada pequena. Pois um grande erro é não fazer nada, quando se pode fazer pelo menos um pouco. Assim, torna-se verdadeira a máxima de William Blake: “Tudo o que o mal precisa para triunfar é que os ho-mens bons não façam nada.”

o fato de sabermos que este mundo foi criado por Deus para nosso próprio bene+ício deveria criar em nós um res-peito pelas coisas e criaturas.

Não com sentimento de panteísmo, isto é, dizer que Deus é a própria natureza. Mas acreditar que a nature-za é fruto das mãos de Deus e, por conseguinte, algo bom e que devemos preservá-la. O ser humano esqueceu-se disso, e passou a depredar e destruir aquilo que deveria servir para o bene+ício da humanidade.

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CENTRAL NEWSAdventistas pedem o !im da violência doméstica e do

A Igreja Adventista na região central do Rio Grande do Sul (ACSR) coordenou uma série de ati-vidades no mês de agosto por ocasião do projeto Quebrando o Silêncio, uma iniciativa da Igreja Ad-ventista em toda a América do Sul, que neste ano visa combater a violência contra mulheres e idosos, e o bullying.

As igrejas locais em parceria com órgãos gover-namentais, escolas e a sociedade civil organizada pediram paz por meio de passeatas, palestras e ações educativas, como a conscientização da popu-lação através de materiais explicativos, e a apresen-tação de encenações alusivas ao tema.

Em Novo Hamburgo, cerca de 300 jovens da Igreja Adventista central saíram às ruas com o in-tuito de alertar a população hamburguense quan-to aos perigos deste tipo de abuso. Para tanto, fo-ram entregues 4.000 folders e 1.100 exemplares de revistas explicativas sobre o tema para adultos, além de uma versão do material para as crianças.

A ação se estendeu a uma das principais pra-ças da cidade, onde o grupo fez a entrega do ma-terial alusivo à campanha e dirigiu um estudo da Bíblia - a chamada Escola Sabatina - ao ar livre. Paralelamente ao projeto Quebrando o Silêncio, o Coral Jovem da Igreja Adventista central de Novo Hamburgo se apresentou no pátio de uma grande rede de lanchonetes, a qual desenvolve no mês de agosto uma campanha mundial em combate ao câncer infanto-juvenil.

Em Vacaria, no nordeste do Estado, o programa teve o apoio das autoridades locais. No sábado, 27, o prefeito Elói Poltroniere e a advogada e vereadora Elisabete Ritter foram alguns dos oradores a trata-rem a temática em uma série de palestras ofereci-das à comunidade na Câmara de Vereadores.

Rita Assis, coordenadora do projeto na região central do estado, também proferiu uma palestra durante o evento. As igrejas adventistas de Estân-cia Velha e São Leopoldo também organizaram passeatas. Na região metropolitana, as ações se concentraram em Cachoeirinha, Alvorada e na Vila Ipiranga, zona norte da capital gaúcha.

Em Cachoeirinha, além de uma passeata, houve a entrega de materiais alusivos à campanha e ativi-

mos uma cidade periférica, que enfrenta diversos problemas e con+litos sociais. Logo, essa campa-nha sem dúvidas fará uma grande diferença na nossa comunidade”, elogiou o prefeito João Car-los Brum.

Na capital, a Igreja Adventista do bairro Vila Jardim reservou no domingo, 28 , uma baraquinha na feira agrícola da Vila Ipiranga, na zona norte de Porto Alegre. Lá, ao invés de frutas e verduras, eram distribuídos materiais alusivos ao projeto.

“O material chamou tanto a atenção da comu-nidade, que um senhor queria ‘pagar’ pela assi-natura de uma das revistas que distribuíamos”, lembra o pastor Renato Carvalho, um dos organi-zadores do projeto naquele bairro.

Em Encantado, no vale do Taquari, a campanha teve o apoio da prefeitura local. Na sexta-feira, 26, foi ministrada uma série de palestras sobre o tema, além de uma passeata que passou pelas principais ruas da cidade.

Com informações e fotos de Leonardo Siqueira

Porto Alegre - A Igreja Adventista na região central do Rio Grande do Sul (ACSR) sediou no mês de outubro, em Porto Alegre, a maior feira de literatura cristã do Estado.

O evento, conhecido como Casa Aberta, realizado entre os dias 7 e 9 de outubro na sede da Federação Adven-tista da Mocidade Gaúcha (FAMG), na zona norte da capital, reuniu milhares de famílias, as quais puderam

adquirir livros e assinaturas de revistas da Casa Publica-dora Brasileira, materiais da Sociedade Bíblica Brasileira, CDs, DVDs, bem como produ-tos naturais. Boa parte a pre-ços promocionais.

Conforme explica o diretor de Publicações da Igreja Ad-ventista para a Região Central do Estado, Luís Hermínio, um dos organizadores do even-to, o programa visa atender às necessidades das famílias gaúchas. “A Casa Aberta busca

atender às necessidades da comunidade cristã, por isso, oferece uma programação voltada à família, além de oferecer materiais a um preço bem mais acessível do que nas lojas ao longo do ano”, destaca.

Em 2011, o evento re-gistrou um crescimento de 35% em relação à edição do ano passado

Com informações e fotos de Leonardo Siqueira

Capital sedia maior feira de literatura cristã do Rio Grande do Sul

bullying na região central do Estado

dades para as crianças. A Turma do Nosso Amigui-nho fez uma série de encenações, que alertaram ao público sobre os perigos do bullying e da violência contra a mulher.

Já em Alvorada, além da caminhada e de ser-viços gratuitos oferecidos à comunidade, como a veri+icação da pressão arterial, o programa teve a participação de autoridades como o prefeito e a pri-meira dama do município, João Carlos Brum e Reja-ne Brum, além do vereador Emílio Neto, de Canoas.

O evento foi marcado, ainda, pela apresentação de vários grupos musicais, entre eles, o Coral Jo-vem de Alvorada, o grupo Família, a banda do clu-be de Desbravadores do bairro Prado, em Canoas, e os Corais de Libras das escolas Novo Horizonte e Adventista de Alvorada.

Cerca de 20 igrejas formaram um verdadeiro “batalhão” pela cidadania, com a participação dos Desbravadores e de diversos corais e grupos musi-cais que chamaram a atenção dos moradores por onde passaram.

“Essa iniciativa da Igreja Adventista é extre-mamente importante em nossa região porque so-

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Em 2011, inicia! va visa combater a violência contra mulheres e idosos, e o bullying. O projeto conta, ainda, com a par! cipação de órgãos governamentais, escolas e a sociedade civil organizada

Maior feira de materiais cristãos do Estado registrou um crescimento de 35% em relação ao ano anterior

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Porto Alegre - Sete tonela-das de alimentos não perecíveis foram arrecadadas durante uma gincana, também conhecida como Gincatchê, realizada pelo Colégio Adventista Marechal Rondon, o Camar, que +ica na zone norte da capital gaúcha.

Tradição na escola, o evento tem como objetivos integrar os alunos por meio de atividades recreativas e, ao mesmo tempo, auxiliar comunidades carentes. As atividades envolveram estu-dantes do quinto ano do ensino fundamental e do terceiro ano do ensino médio.

Uma das principais tarefas da gincana neste ano foi a arre-cadação de alimentos não pere-cíveis, os quais serão destinados à entidades assistenciais indi-cadas pelos próprios discentes. Uma das instituições bene+icia-das foi uma Casa Lar que abriga crianças abandonadas, além da Agência Adventista de Desen-volvimento e Recursos Assis-tenciais (ADRA), que atende à comunidade carente em dife-rentes regiões do Brasil através de programas especí+icos.

A cada ano a também conhe-cida “Gincana das Cores” recebe um tema que norteia as ativida-des a serem realizadas. Em 2011, recebeu o nome de “Gincatchê”, uma vez que as atividades acon-teceram no mês de setembro, durante a Semana Farroupilha, cujas festividades lembram o co-meço desta revolução que durou dez anos e tinha como principal objetivo a fundação de uma re-pública independente no Estado.

A gincana, que teve como foco a tradição gaúcha, envolveu ati-vidades de cunho cultural, como testes de conhecimentos gerais e perguntas sobre a história do Rio Grande do Sul, além de jo-gos como o “Voleçol” (vôlei com lençol). Estas tarefas visaram in-tegrar os discentes de diferentes níveis da educação básica.

A +im de estimular a parti-cipação e o envolvimento dos alunos, o Camar premiará os es-tudantes com uma “sorvetada”, além de um passeio para a equi-pe vencedora.

Com informações deRonaldo Santos

Esteio - O curso “Como Deixar de Fumar” foi, mais uma vez, destaque na imprensa gaúcha.

Entre os dias 29 de agosto e 2 de setembro, a Igreja e o Colégio Ad-ventista de Esteio, em parceria com a prefeitura e a Câmara de Vereado-res da cidade, realizaram uma edi-ção do curso na Câmara Municipal. Cerca de 100 pessoas participaram das palestras.

Desta vez, o jornal Destaque RS, que circula em Esteio e cidades vizi-nhas, dedicou uma reportagem de meia página ao evento em uma de suas editorias. A matéria menciona, ainda, o envolvimento dos alunos no curso, uma vez que o problema do ta-bagismo atinge signi+icativamente os pais dos estudantes. “Os male+ícios do cigarro foram

trabalhados em sala de aula com os alunos e em enquete realizada dentro do colégio foi constatado que de 30 à

40% dos alunos possuíam fumantes na família”, disse ao periódico o dire-tor do Colégio Adventista de Esteio, Dirceu Lopes.

As aulas foram conduzidas por pro+issionais da saúde, entre eles, o especialista em cigarro e recupera-ção de dependentes químicos, Roman Oresko, que ministra palestras como esta há 28 anos.

Programas como este, são realiza-dos pela Igreja Adventista há décadas no Brasil.

Pioneira, a iniciativa empreendida pela Igreja Adventista em território nacional representa, inclusive, uma in+luência importante para a criação de políticas públicas de combate ao tabagismo, além de inspirar trata-mentos oferecidos no sistema público de saúde.

Com informações de Leonardo Siqueira

Curso �Como Deixar de Fumar� é destaque em jornal de Esteio

Novo Hamburgo - Os jovens adven-tistas de Novo Hamburgo, município que +ica a 40 quilômetros de Porto Ale-gre, estão movimentando a comunidade local com o projeto Minha Herança, que reúne uma série de ações sociais e mis-sionárias. No dia 17 de setembro, data em que se comemora o dia da juventu-de adventista, um grupo de cerca de 50 jovens esteve na praça central da cidade levando uma mensagem de esperança à população.

Acompanhados do líder de jovens da Associação Central Sul-Riograndense (ACSR), o pastor Elton Bravo, eles distri-buíram 450 exemplares do livro “A Gran-de Esperança” e mais de 100 cópias do DVD Paz Real. Animados, os jovens ofe-reciam abraços e distribuíam sorrisos no sinal. Mas o ponto alto da ação foi um painel montado no meio da praça, onde foram colocados cartões com textos bí-blicos sobre o amor de Deus e suas pro-messas eternas. Surpresas, as pessoas que passavam pelo local eram convida-

das a retirarem um envelope para leva-rem consigo.

Durante a atividade, o pastor Elton Bravo ressaltou a importância do proje-to. “Setembro marca o início da Primave-ra, também considerada a +lor da idade, historicamente relacionada aos jovens. Nesse mês buscamos testemunhar e reforçar o papel do Ministério Jovem na igreja: salvar do pecado e guiar no serviço. O Minha Herança cumpre uma missão muito importante. Levar o amor de Cristo para pessoas que talvez nunca tenham entrado numa igreja”, destaca.

De acordo com uma das idealizado-ras do projeto, a jovem Elisa Goemann, o objetivo dessas ações é levar Deus às pessoas, por meio do envolvimento em causas sociais. Segundo ela, os projetos são pontes para dar ao próximo a maior herança que recebemos do Rei do Uni-verso - o Seu amor e a vida eterna.

Com informações de Cássio Medeiros

Projeto Minha Herança leva jovens ao envolvimento em causas sociais

Colégio adventista arrecada sete toneladas de alimento

Antônio Prado - A TV Novo Tempo chegou a mais um município do territó-rio da Associação Central Sul-Riograndense. Trata-se de Antônio Prado, cidade conhecida como a princesa dos campos de cima da ser-ra gaúcha e a mais italiana do Brasil. A partir de agora, a TV Novo Tempo é trans-mitida em sinal aberto por meio do canal 59.

A expectativa das au-toridades do município é grande em relação ao novo canal de TV. De acordo com o prefeito, Marcos Scopell, “a cidade de Antonio Prado sente-se honrada pelo fato de ter sido procurada pe-

los representantes da Novo Tempo, solicitando um ca-nal que estava sem uso. A programação da emissora vai contribuir para a for-mação dos bons valores da comunidade pradense”. A cerimônia de inauguração do canal foi realizada na Câ-mara de Vereadores.

Já o presidente da Câ-mara de Vereadores, Gilmar Soares, acredita que as fa-mílias serão muito bene+i-ciadas com a programação da emissora, a qual prio-riza temas que ajudam na formação do caráter e dos “bons costumes”.

A expansão de re-transmissoras da TV Novo

Novo Tempo chega a Antônio Prado e pode ser assistida por meio do canal 59

durante gincana Tempo tem sido uma das prioridades da Igreja Ad-ventista na região central do Rio Grande do Sul (ACSR) nos últimos anos. Como resultado deste esforço, até agora, mais de 4 milhões de gaúchos têm acesso ao sinal aberto da TV Novo Tempo.“Devemos orar cada vez

mais para que Deus faça uma grande obra nos cora-ções daqueles que assistem a TV, a +im de que muitas pessoas entreguem suas vidas a Jesus”, +inaliza o presidente da ACSR, pastor Moisés Mattos.

Com informações e fotos de Laerte Lanza

�A programação da emissora vai contribuir para a formação dos bons valores da co-munidade pradense�, diz o prefeito Marcos Scopell (centro)

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ESPECIAL

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A ministra do Desenvol-vimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Cam-pello, visitou no mês de ou-tubro os estúdios da rádio e TV Novo Tempo, em Porto Alegre, onde concedeu duas entrevistas. Uma para a TV Novo Tempo, e a outra, para a rádio Novo Tempo do Rio Grande do Sul.

A visita aconteceu duran-te a passagem da ministra de estado pela capital gaúcha, como parte da divulgação do projeto “Brasil Sem Miséria”. O programa é direcionado aos brasileiros que vivem em lares cuja renda familiar é de até 70 reais por pessoa. Segundo dados do Institu-to Brasileiro de Geogra+ia e Estatística (IBGE), 16,2 mi-lhões de brasileiros estão nesta situação.

Conforme a ministra, o plano tem por objetivo pro-mover a inclusão social e produtiva da população ex-tremamente pobre, tornando “residual” o percentual das pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza.

Assim, o programa agrega um conjunto de ações, que envolvem tanto a criação de novos programas quanto a ampliação de iniciativas já existentes e que visam a transferência de renda e o acesso a serviços públicos nas áreas da educação, saúde, assistência social, saneamen-to e energia elétrica, e inclu-são produtiva.

O Comtexto conversou com a ministra, que conce-deu ao jornalista Leonardo Siqueira e ao locutor Tobias Souza, a seguinte entrevista:

Fale um pouco sobre a sua visita ao Rio Grande do Sul.

Dar dinheiro a estas famílias também é dar autonomia a

elas. Elas têm o direito de

decidir o que fazer com este

dinheiro. Tomar esta decisão,

ter esse poder, também é con-

quistar uma autonomia.

Um país Tereza Campello � Nós tive-mos em outubro uma agenda muito corrida, e que envolveu os três governadores aqui do Sul, o prefeito de Porto Ale-gre, além de outros ministros. O objetivo foi lançar o pacto Sul do programa Brasil Sem Miséria. O compromisso da presidenta Dilma é acabar e superar a extrema pobreza no Brasil. Aqui no Sul, nós ainda temos uma população extremamente pobre e o nos-so objetivo é atendê-la. Por isso, lançamos um conjunto de ações que envolvem um acordo com a indústria da construção civil, acordos com as redes de supermercados, uma agenda para quali+icação pro+issional, além da compra de sementes crioulas para distribuição entre as famílias pobres, que trabalham com a agricultura familiar. Todos estes projetos apontam não só para a adesão dos gover-nantes ao plano, mas para o sucesso da nossa empreitada até 2014.

É possível estabelecer uma relação entre o combate à desigualdade, a distribuição de renda e a diminuição dos índices de violência?

Tereza � A violência não é só uma agenda da pobreza. É im-portante falar sobre isso, por-que a gente sempre associa violência à população pobre. É lógico que, estando em uma situação de vulnerabilidade, as famílias mais pobres estão mais suscetíveis a este tipo de problema. A droga, por exem-plo, que não é uma agenda da população pobre, envolve vários setores da sociedade e é uma das principais cau-sas da violência. Obviamente, reduzindo a vulnerabilidade

destas famílias, aumentando a escolaridade das crianças, de maneira a garantir que elas estejam em sala de aula, você consegue diminuir a ex-posição delas à violência. Nós temos toda uma preocupação em garantir que as crianças sejam protegidas, e esta é uma determinação da pre-sidenta. Por conta disso, nós estamos alterando a própria con+iguração do Bolsa Famí-lia, que é voltado prioritaria-mente para as crianças. Além disso, ampliamos de três para cinco o número de +ilhos que poderão ser atendidos pelo programa. Com isso, 1,2 mi-lhões de crianças passaram a receber uma parcela a mais do Bolsa Família já em se-tembro. Isso tudo tem como objetivo garantir que a renda destas famílias que têm crian-

ças melhore. Tanto é que uma das exigências do Bolsa Famí-lia é que as crianças estejam em sala de aula. Isso aumen-tou o número de crianças nos bancos escolares, melhorou a freqüência e reduziu a evasão nas escolas. Nós também te-mos feito um esforço grande em parceria com o ministério da Educação para que o pro-grama Mais Educação, que consiste em uma escola de dois turnos, se dê exatamente nas áreas onde temos a popu-lação mais pobre e áreas que concentrem violência.

A ampliação do bene6 cio poderia, de alguma forma, es, mular o aumento da na-talidade no País?

Tereza � Existe uma lenda no Brasil com relação ao au-mento na taxa de natalidade

faminto

Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fconcedeu entrevista exclusiva à TV e rádio Novo Tem

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ao achar que a população po-bre tem mais +ilhos. A taxa de natalidade tem reduzido em todas as faixas de renda no País. Os ricos estão tendo me-nos +ilhos, os de classe média, os pobres, os extremamente pobres. Todos estão tendo menos +ilhos, e pelos dados do IBGE, se a gente continu-ar nesse ritmo, reduzindo o número de +ilhos por família, daqui a 20 anos vamos ter um problema oposto à realidade que temos hoje: não vamos conseguir repor a população necessária para que o País continue crescendo. Assim, não temos problemas em re-lação ao crescimento da taxa de natalidade. E outra coisa, o Bolsa Família dá 32 reais por criança dentro do programa. Quem seria estimulado a ter um +ilho só para ganhar 32 re-

ais? Só a pessoa que não tem +ilho pode imaginar que al-guém vai ter uma criança por causa do bene+ício. Mesmo os +ilhos da população extre-mamente pobre dão custos muito maiores do que este. A população é pobre, mas não vai ser ingênua em achar que ter um +ilho vai incrementar a sua renda. Isso não acontece. Aliás, a comparação que eu

faço é completamente oposta a este raciocínio. A gente ob-serva, ainda, que as cidades que têm o maior número de bene+iciários do Bolsa Famí-lia também apresentam índi-ces signi+icativos no aumento do emprego, o que desmisti-+ica outra lenda, que diz que participantes do programa não querem trabalhar. O que não é verdade. O Bolsa Famí-

lia é apenas um complemen-to à renda destas famílias.

Recentemente, a presidenta Dilma aÞ rmou que o Brasil não quer a tutela dos pobres, mas dar a eles cidadania. Como isso funciona na prá, ca?

Tereza � Dar dinheiro a estas famílias também é dar auto-nomia a elas. Elas têm o direi-to de decidir o que fazer com

este dinheiro. Tomar esta de-cisão, ter esse poder, também é conquistar uma autonomia. Todos os dados comprovam que as famílias têm feito op-ções, que na nossa avaliação, são corretas. Comprar ali-mentação, comprar material escolar, comprar material de higiene e garantir o transpor-te, por exemplo. Trata-se de direitos dos cidadãos.

Foto

: Luz

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ome (MDS), Tereza Campello, mpo.

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