desenvolvimento regional - 7a aula

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ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL INSTITUTO MAGALHÃES PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

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Page 1: Desenvolvimento Regional - 7a aula

ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO REGIONALREGIONAL

INSTITUTO MAGALHÃES PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE

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Uma política para

desenvolvimento do

NORDESTE (GTDN)

(Estudo elaborado pelo Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do NE),1959

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I.O NORDESTE NA ECONOMIA BRASILEIRA1.Disparidades de níveis de desenvolvimento.2.Disparidades de ritmo de crescimento.3.Relações econômicas do Nordeste com o

Centro-Sul

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1. DISPARIDADES DE NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO.a)PIB do Ne em 1956-1.802,5 milhões de US$b) População do NE- 18,7 milhõesc)População do CSul -37.135 milhões.d) PIB do CSul- 11.232,8 milhões de US$.e) PIB per capita do NE- 96 US$f) PIB per capita do CSul- 303Evidências: a)A população do Nordeste representava 50% da

Pop. Do CSUL e uma Renda per capita da ordem de 32 %.

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1.Análise comparativa da economia do NE com a do Centro-Sul põe em evidência os seguintes pontos significativos:

a)Uma proporção menor da população ativa no total da população:31,1 contra 33,9 por cento;b) Uma proporção muito maior da população ativa ocupada na agricultura:71,7 contra 51,1 por cento;c)Uma quantidade muito menor de terra por homem ocupado em trabalhos agrícolas:1,3 contra 2,4 hectares.d)Uma quantidade bem inferior de capital invertido na agricultura: 1950 no Nordeste havia 6.300 cruzeiros de capital imobilizado- CSul 27.300 cruzeiros.;e) Um grau muito menor de capitalização nas indústrias -1950 cada operário Nordeste correspondia 1,55 C.V-CSul -2,34 C.V.

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2.DISPARIDADES DE RITMO DE CRESCIMENTO.

a)Evidências: entre os dois Censos econômicos -1939 e 1949 – aumentou a disparidade de níveis de renda das duas grandes regiões econômicas do país.

b)A participação do NE se reduziu (1948-56) de 15,5 para 13,4 % da renda total do país.

c) Evidências das disparidades no ritmo de Crescimento:

1. NE no período 1948-56 cresceu o PReal em 37%, taxa anual de 4,0%.

2. CSul no mesmo período cresceu 51,2%,taxa anual de 5,3 %.

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1.CONCLUSÃO BÁSICA:Essas diferenças estruturais levam a concluir que

duas causas básicas respondem pelo mais baixo nível da renda do Nordeste:

• Escassez relativa do fator terra;• Menor acumulação de capital.Como a acumulação

de capital é,por si mesma,sintoma do estádio do desenvolvimento,infere-se que a verdadeira causa do atraso da economia nordestina,em face da do CSUL do Brasil,está na pobreza relativa do seu suporte físico.

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1.CONCLUSÃOa) O principal problema econômico do Brasil,na atual etapa do seu desenvolvimento, é o da disparidade regional de ritmos de crescimento

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3.RELAÇÕES ECONÔMICAS DO NE COM O CSUL

Hipótese fundamental: Existem outras causas,além das citadas, de natureza econômica, ligadas à própria política de desenvolvimento do país.

a) Análise dos fluxos interregionais do NE1. No período 1948-56 o NE exportou mais que importou do

RMundo-Saldo comercial positivo.No período o NE gerou um saldo de 638 milhões de US$-O déficit da BComercial do país no período foi de 552 milhões de US$.

2.A política de contrôle das importações favorecia as Importações sem equivalente nacional,mais frequente no CSul que no NE.Lei do similar nacional

3.Não tendo acesso a totalidade das divisas que produziam suas exportações,o NE era induzido a despender a renda correspondente a essas divisas em compras no sul do país;

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1.Duas importantes conclusões:

a)O NE,fornecendo divisas ao CSul,tem contribuido para o desenvolvimento desta última região com o fator nela mais escasso -capacidade de importação.

b) O NE constitui um mercado de maiores proporções para o Centro-Sul,que a inversa;em outras palavras,o CSul vende no NE quantidade substancialmente maior de mercadorias do que compra.

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Elementos dinâmicos da economia do NE

1.Comportamento do Setor Externo2. Comportamento do Setor Público3.Comportamento do Setor Industrial

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II-ELEMENTOS DINÂMICOS DA ECONOMIA DO NEA) Evidências:Mesmo reconhecendo a existência de fatores negativos de

caráter endógeno-secas,constelação de fatores desfavorável – e a política macroeconômica adversa, existem evidências que a economia nordestina no período 1948-56 cresceu a uma taxa superior à da população.Existem,portanto,elementos dinâmicos dentro da economia nordestina.A economia nordestina vem realizando um esfôrço de poupança interna que explica esse crescimento.

Quais os setores dinâmicos da economia Nordestina?a) Exportaçõesb) Industrializaçãoc) Setor públicod) Hipótese básica: crescer apoiando-se na própria procura

interna

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1.COMPORTAMENTO DO SETOR EXTERNOa) Hipótese fundamental: O setor externo ocupa posição

fundamental no desenvolvimento da região.b) Período 1948-56: fatos relevantes:1. As vendas para o Exterior cresceram menos que para o CSul.2. Os preços das mercadorias vendidas ao exterior mantiveram-

se estacionários.Os preços das mercadorias para o CSul subiram 70 por cento.

Conclusão:a política cambial do período foi extremamente negativa para as exportações do NE (açúcar,algodão,cacau). A política cambial visava defender os preços do café no mercado internacional. Em 1953 há uma reforma cambial, que promove uma recuperação dos preços da exportações do NE.

a) O crescimento da economia nordestina,no período considerado,foi,basicamente,induzido pelo setor externo.

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2.COMPORTAMENTO DO SETOR PÚBLICOA) Hipótese básica: A arrecadação por habitante tem de ser

muito menor no NE do que no CSul, em razão dos níveis de consumo e de renda per capita.

B) Evidências ( período 1948-56):

1)A carga tributária no NE permaneceu constante no período ( 13% da Renda regional).Idêntico comportamento é observável no resto do país.

2)Inferência: como a renda do CSul cresceu mais que a do NE infere-se que o sistema tributário é claramente regressivo.Isso é valido para o sistema tributário federal e muito mais para o estadual e municipal.

3)Conclusão:a)O sistema tributário (arrecadação) não opera como

mecanismo corretor das disparidades regionais de renda.Agudiza as disigualdades regionais.

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O outro lado da moeda:a) No período em questão, os gastos federais excedem as receitas arrecadadas.b) Grande problema: 1.Os gastos federais na região se avolumam nos anos secos,assumindo um caráter sobretudo assistencial.Tais gastos,muito pouco ou nada contribuem para aumentar a capacidade produtiva da região,ou para criar fontes permanentes de emprego.

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O outro lado da moeda:2. Existem portanto, uma diferença fundamental entre os recursos que saem da região pelo setor privado,e os que entram pelo setor público.Aquêles são capitais em busca de aplicação rentável,que deixam a região à falta de oportunides de inversão produtiva.Estes são recursos que se dissolvem,parcialmente,em subsídios os consumo,ou são aplicados em investimentos não reprodutivos,que têm contribuido para dotar a região de uma infra-estrutura de estradas de rodagem e para a construção de uma cadeia de açudes.Sem embargo da importância dessas obras, não se pode pode,porém,afirmar que tais investimentos hajam contribuido,efetivamente,para tornar a economia da região mais resistente às secas,ou para acelerar o seu ritmo de crescimento

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3.COMPORTAMMENTO DO SETOR INDUSTRIAL.Hipótese básica:desenvolvimento com base no próprio

mercado. (Modelo de SI).a) Cabe analisar as causas que vêm dificultando a

industrialização do NE.b) Peculiaridades adicionais da economia nordestina:1. Complexo econômico nordestino pode ser dividido em duas

grandes sub-regiões: litoral úmido e o semi-árido.2. O litoral úmido –dominado pela cana de açúcar.Não

representará um fator dinâmico no complexo econômico nordestino.

3. Problema fundamental:Consiste em suprir a falta dêsse impulso dinâmico.

4. Quais são as possibilidades de criar novos impulsos de crescimento nessa economia?

a) Hipótese dos analistas: não pode ser através de produtos agrícolas,por conta da escassez de terras aráveis e também em função da pressão demográfica.

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Aspectos econômicos do problema da seca1.Economia do semi-árido-característica:complexo de pecuária

extensiva e agricultura de baixo rendimento.2) Ponto de vista do trabalhador rural: agricultura3) Do ponto de vista dos proprietário das terras:A pecuária4) Característica da unidade produtora do SA:a) Três camadas:1. Agricultura de subsistência;2. Cultura do algodão;3. Pecuária5) Peculiaridades da fazenda do semi-árido: a quantidade de

moradores que a terra pode reter depende da área de terra propícia para a produção de alimentos.

Conclusão básica:Núcleo central da economia das zonas semi-áridas é a lavoura

de subsistência.

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A SECA COMO CRISE DE PRODUÇÃOCaracterísticas da região e da economia do SA:a) Economica: baixa produtividade,reduzida grau de integração

aos mercados;b) Região:sujeita a crises periódicas de produção; precipitação

muito concentrada1.Problema da SECA: a) Provoca uma crise da agricultura de subsistência e assim

atinge a camada mais frágil da economia do semi-árido: o agricultor de subsistência.

O COMBATE AOS EFEITOS DA SECA1.Curto prazo-frentes de trabalho2.Longo prazo-construção de açudesConclusão: não tem solucionado o problema.DADO FUNDAMENTAL DO PROBLEMA:A) Dar maior estabilidade a renda real do trabalhador,e não a

oferta de alimentos.

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1.COMO CRIAR UMA ECONOMIA MAIS RESISTENTE AOS EFEITOS DAS SECAS:

a) Reduzir o âmbito da agricultura de subsistência ou seja, aumentar a faixa monetária.

EFEITOS CALAMITOSOS DAS SECAS: principais causas-a)Baixa produtividade da economia da região;b) Incidência maior sobre a agricultura de subsistência.QUAL A SAÍDA PARA A REGIÃO:a) Utilização racional dos recursos naturais

A QUESTAO DO EXCEDENTE DE MÃO- DE- OBRAa) MOB muito barata pois ela produz a sua alimentação.1) A COLONIZAÇÃO MARANHENSE NUM PLANO DE

DESENVOLVIMENTO PARA O NORDESTE

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IV-PLANO DE AÇÃO

1.REFORMULAÇÃO DA POLÍTICA DE APROVEITAMENTO DE SOLOS E ÁGUA NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA

2.REORGANIZAÇÃO DA ECONOMIA DA REGIÃO SEMI-ÁRIDA E ABERTURA DE FRENTES DE COLONIZAÇÃO

3.INTENSIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS4.SOLUÇÃO PARA A OFERTA DE ENERGIA ELÉTRICA5.APROVEITAMENTO DE CONQUISTAS TECNOLÓGICAS

RECENTES6.AUMENTO DA OFERTA DE ALIMENTOS NOS CENTROS

INDUSTRIAIS