6ª edição jornal fiodeback

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terça-feira, 25 de junho de 2013, Nº6 Programa de Mobilidade Conhece a Alemanha Atualiz@te Ensaio Autobiográfico CAMBADA Prof. Pedro Fonseca Smartphone apenas com 1mm de espes- sura Parabéns CAMBADA! Campeã Nacional pela 7ª vez consecutiva.

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Page 1: 6ª Edição Jornal Fiodeback

terça-feira, 25 de junho de 2013, Nº6

Programa de Mobilidade

Conhece a

Alemanha

Atualiz@te

Ensaio Autobiográfico

CAMBADA

Prof. Pedro Fonseca

Smartphone apenas com

1mm de espes-sura

Parabéns CAMBADA!

Campeã Nacional pela 7ª vez consecutiva.

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EDITORIAL

VOLTÍMETRO

Ficha Técnica:Jornal Oficial do Núcleo de Estudantes de En-genharia Eletrónica e Telecomunicações de As-sociação Académica da Universidade de Aveiro

Propriedade:Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações da Associação Académica da Universidade de Aveiro (NEEET-AAUAv)

Morada:Universidade de Aveiro - DETISala 120, Campus Universitário de Santiago 3810-193, Aveiro

E-mail: [email protected]

Site: neeetaauav.com

Equipa Editorial:Andreia CostaJoão AndradeGonçalo GomesRita RibeiroJosé Dias

Colaboração:Prof. António NevesTiago AlmeidaCoordenação do NEEET-AAUAvProf. Pedro Fonseca

Design e Paginação:Andreia Costa

Revisão:Ana Afonso

Tiragem:150 exemplares

1. O NEEET-AAUAv não é responsável pe-las ideias expressas em artigos assinados, sendo que os que não se encontram assi-nados são da autoria da equipa editorial.

2. A colaboração do Jornal Fiodeback está aberta a toda a Comunidade Académica.

Distribuição gratuita!

Ana AfonsoCoordenadora

NEEET-AAUAV

Caros ET’s,

Com a aproximação do fim do ano letivo 2012/2013, termina também mais uma etapa para os estudantes de MIEEET. Para uns é o escalar de mais um degrau numa caminhada de cinco anos, para outros será o fim do percurso na Universidade de Aveiro, será a sensação de dever cumprido pelo término do curso. A todos os finalistas do curso de MIEET expresso os meus para-béns e o maior sucesso no desem-penho da vossa atividade profis-sional.

Apesar da conjuntura económica desfavorável quer interna, quer ex-

ternamente, apesar da severa aus-teridade que nos comprime, estou confiante que os colegas que agora terminam os seus cursos não farão parte do incomensurável número de pessoas que não têm trabalho. Alicerço esta minha convicção no prestígio do curso de MIEET, na abrangência laboral que a for-mação adquirida permite e na per-manente necessidade que o mundo laboral tem de quadros superiores qualificados nesta área.

Nesta sexta edição do Jornal Fi-odeback, dá-se a conhecer ao lei-tor o ensaio Auto Biográfico do docente Pedro Fonseca, e apre-senta-se o Projeto de Investigação

da equipa CAMBADA (aproveito para felicitar a equipa de Futebol Robótico por terem sido campões nacionais pela sétima vez con-secutiva). Divulga-se informação variada sobre a cidade de Ham-burgo (Alemanha), facto relevante, especialmente, para os alunos que pretendam frequentar o progra-ma de mobilidade Erasmus nesta magnifica cidade. Informa-se so-bre as mais recentes novidades tecnológicas.

Desejo a todos umas ótimas férias!

Saudações Académicas,Ana Afonso

Após realização de um balanço muito neg-ativo do relacionamento do movimento as-sociativo estudantil com o atual Governo, o movimento associativo estudantil viu-se forçado a abandonar a postura adotada até agora de esperar pela concretização de um sistema regular e concertado de partici-pação e debate com a tutela, acreditando na boa vontade e na capacidade para o diálogo participativo da tutela com os es-tudantes e seus representantes. Sendo assim forçado a reconhecer não existir vontade e ou capacidade da tutela para governar o setor em conjunto com os seus intervenientes. Até que mude tal postura dos titulares desses cargos ou os próprios titulares, o movimento associativo decidiu assim partir para um calendário de con-testação e protesto para com esta situação.

A Universidade de Aveiro festeja o seu 40º aniversário. Apesar do con-texto de forte contenção económi-ca, as celebrações estarão à altura da importância desta efeméride. O programa de comemorações do 40º aniversário iniciou-se a 15 de abril e decorrerá até junho de 2014. O alinha-mento é constituído por eventos e ini-ciativas propostas e promovidas pela comunidade estando, assim, em per-manente construção (ua.pt/40anos).

A nossa colega e investigadora Mara Freire acaba de vencer uma das bolsas atribuídas pelo Conselho Europeu de In-vestigação, as maiores ao nível europeu. A cientista do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) vai receber 1,4 milhões de euros para desenvolver o projeto “IgY-PurTech: Uma tecnologia sustentável para a purificação de anticorpos”. Esta é uma prova da qualidade da investigação feita na nossa Universidade, e também um importante fator de promoção da nossa academia no contexto europeu.

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WORKSHOP SOLIDWORKS

No passado dia 8 de maio o NEEET-AAUAv orga-nizou mais um workshop no seguimento do II Ciclo de Conferências -Trabalha para o Teu Emprego, este workshop incidiu sobre o tema de Solidworks, no âmbito da disciplina de Projeto em Engenharia

Eletrotécnica (PEE), com o intuito de dar a conhecer alguns principios básicos e de introdução a este soft-ware. Contou com a presença do professor Doutor Ber-nardo Cunha, docente do nosso departamento, ten-do sido o orador do work-

shop. Para os que não puderam participar neste workshop, deixamos aqui algumas id-eias importantes. O Solidworks é uma aplicação de desenho automático com para-metrização. É usado para esboçar ideias e realizar experiências com difer-entes desenhos de forma a criar modelos 3D. Este software é utilizado por estudantes, desig-ners, engenheiros e outros profissionais para pro-duzir componentes (part) simples e complexos, con-juntos (assembly) e desen-hos (drawing). Foi com alguns exemplos (como os que se seguem) que o Professor Bernardo Cunha nos ajudou a ex-plorar um pouco deste

software tendo sempre a consciência do quão com-plexo o mesmo pode ser. O balanço foi bastante positivo, não só pela adesão, uma vez que a sala estava cheia, mas também pelas enumeras partici-pações dos estudantes na sessão, sempre com per-guntas pertinentes e na tentativa de ficarem a con-hecer um pouco mais.

Relembramos que a Uni-versidade de Aveiro dis-ponibiliza licenças SDK para o Solidworks!

Aqui fica o link para os in-teressados: http://www.ua.pt/stic/Pa-geText.aspx?id=16014

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ENSAIO AUTOBIOGRÁFICO Prof. Pedro Fonseca

Il ne faut pas [que le peuple] sente la vé-rité de l’usurpation : elle a été introduite autrefois sans raison, elle est devenue rai-sonnable ; il faut la faire regarder comme authentique, éternelle, et en cacher le com-mencement si on ne veut qu’elle ne prenne bientôt fin.

Pascal, Pensées É sempre perigoso falar de nós próprios. Como diz o povo: “nunca podemos es-tar na janela a ver-nos pas-sar na rua”. Mas vou tentar aqui o meu melhor.No ano em que nasci, 1964, vários eventos se passaram que iriam mais tarde influ-enciar a minha vida. No dia 1 de maio desse ano, John Kennedy (não o Fitzgerald) e Thomas Kurtz correm, pela primeira vez, um pro-grama em BASIC (Begin-ners’ All-purpose Symbol-ic Instruction Code). Nos Jogos Olímpicos, o Judo é, pela primeira vez, uma modalidade olímpica. Mas (confesso aqui) na altura não prestei muita atenção a estes acontecimentos... Entretanto, iniciei a minha vida escolar. Após uma passagem pela pré-primária, entrei na Escola n.º 5 dos Olivais, em Coim-bra. Escola só para rapazes, claro; que a das raparigas ficava em Celas, 600m mais abaixo, porque não pode haver misturas. De casa à Escola eram pratica-mente 2km, que fazia a pé e sozinho – ou com os meus colegas – aos 6 anos; mais

ou menos a distância que vai da Estação de Aveiro à Universidade. Recreio com chão de sai-bro e formação à entrada, antes de ir para aula. Na sala, alunos ordenados por desempenho (os mel-hores à frente), sentados em carteiras com tampo de madeira e estrutura de metal, que dava mui-to jeito para arrefecer as mãos depois das regua-das (e eu até nem era dos que tinha mais razões de queixa). Ao alto, velando por todos, fotografia do Sr. Presidente da República e do Sr. Presidente do Con-selho de Ministros. Foto-grafias que ficaram até ao dia em que, numa aula da 4.ª classe, a contínua (hoje seria “auxiliar de ação educativa” ou “assistente operacional”) assomou à porta e disse: “Senhor Pro-fessor, passa-se alguma coisa em Lisboa.” Depois de alguns cochichos entre professores e funcionári-os, fomos todos mandados para casa. E Portugal dava assim entrada numa nova era. No entanto, não tão rapidamente quanto isso,

pois tive ainda, no final do ano letivo de ir fazer o ex-ame da 4.ª classe.Da Escola passei para o Ciclo Preparatório (como se chamava na altura) e do Ciclo para o Liceu (que se começava a chamar Escola Secundária). Passei assim pela Martim de Freitas (ciclo) e pelo Liceu José Falcão (7.º ao 9.º). No final do 9.º ano, a grande dúvida: que fazer? Nunca tive a sorte de ter uma vocação talhada na pedra. Nenhum fogacho que me iluminasse, nada que me esclarecesse e aju-dasse às minhas escolhas e tornasse claro esse destino que me estava marcado. Como tinha jeito para as “engenhocas”, pareceu-me que o caminho das en-genharias seria o indicado (o nome até é parecido...) Tive a sorte de estudar na Avelar Brotero, uma an-tiga Escola Industrial, com vários professores que vin-ham dessa altura, e com um programa exigente que, nesse 10.º e 11.º, me deram uma formação que me foi útil por muitos anos de-pois (em algumas coisas,

ainda hoje). Estudava-se, de uma ponta a outra, uma coisa chamada “Regula-mento de Segurança de In-stalações de Utilização de Energia Elétrica” e o “Reg-ulamento de Segurança de Instalações Colectivas de Edifícios e Entradas” (os nomes, e não só, ficaram na memória até hoje). Isto significava que ficávamos a conhecer toda a legislação (que, na maior parte, ainda está em vigor) sobre a se-gurança das instalações elétricas de nossas casas. Nos laboratórios, uma in-tensa atividade prática, que incluía um professor, que quando acabávamos a montagem antes do fim da aula, nos mandava dar uma volta, enquanto provocava uma avaria que, no final, tínhamos de reparar.Final do 12.º ano, novo momento de escolha. Ac-onteceu nessa altura ter um primo, que já era En-genheiro, que disse que em Aveiro havia um curso muito bom. Achei que o conselho era oportuno e escrevi “Licenciatura em Engenharia Electrónica e Telecomunicações” nos

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papéis de ingresso no En-sino Superior. E assim 1982 ficou mar-cado por ser o ano em que a SONY apresentou o primeiro leitor de CDs, em que a revista TIME no-meou o computador como “Man of the Year”, em que surgiram os smileys e o freeware e, facto não menos importante para a minha vida, em que vim es-tudar para a Universidade de Aveiro. A UA era bastante difer-ente na altura do que é hoje. Só tinha 3 edifícios (os “galinheiros” e os blo-cos 2 e 3) e os alunos prat-icamente conheciam-se todos uns aos outros. Ao longo do curso, fui-me envolvendo em várias atividades para além das aulas. No meu segundo ano na UA integrei a Direção da (então) AEUA, a Asso-ciação de Estudantes da UA, numa altura bastante agitada, no rescaldo dos acontecimentos de setem-bro e outubro de 1983 que levaram ao encerramento, ocupação e auto-gestão da cantina pelos estudantes. Continuei ligado à AEUA no ano seguinte, como Presidente da Mesa e, nos anos seguintes, fui repre-sentante dos alunos num órgão da UA chamado Conselho Universitário, em conjunto com a minha amiga Margarida Cala-fate, hoje investigadora no CES,em Coimbra. É curio-so recordar, e comparando com algumas situações em que agora os alunos se queixam de falta de repre-sentatividade e de voz, que este órgão, que na altura era o principal órgão co-legial de governo da UA, tinha 2 representantes dos alunos num total de quase 50 membros!

A prática do desporto foi também algo que sem-pre me acompanhou. Na AEUA criei o Núcleo de Judo.Durante a minha pas-sagem como aluno pela UA, assisti à afirmação de um conjunto de tradições da vida dos alunos e à sua aceitação e integração pela Universidade. Parecerá es-tranho, a quem anda hoje na UA, ouvir dizer que, nos inícios dos anos 80, o Enterro realizava-se sem qualquer interrupção das aulas. Lembro-me de, num desses enterros, estar a ar-rumar as grades de cerveja do baile do Enterro e seguir daí, quase diretamente, para uma aula, porque não havia qualquer paragem. No final do curso, trabalhei em atividades mais ligadas ao Departamento. Com o Luís Almeida (hoje, pro-fessor na FEUP), Arman-do Pinho e outros colegas, criámos um núcleo local do Student Branch Portu-guês do IEEE. Este núcleo viria a tornar-se, alguns anos mais tarde, o REUA, sendo o Ramo Estudantil de Universidade mais an-tigo em Portugal (até aí, o único que havia era um Student Branch único para todo o País). Desse tra-balho, talvez a faceta mais visível seja a organização da EESTEC 88, a Electric Engineering STudents Eu-ropean Conference, que reuniu em Aveiro e Lisboa cerca de 50 estudantes, representantes de vários países europeus. Tentá-mos também na altura uma outra atividade, embora sem sucesso: a organização de um concurso de peque-nos robots móveis. Mas a História mostrou que o as-sunto não haveria de ficar encerrado por aí...

No final do curso, já tinha destino apontado para ir trabalhar para o Porto quando surge a oportuni-dade de fazer o Mestrado no Reino Unido, mais pro-priamente numa cidade quase no fim do País de Gales: Bangor, lá bem no norte, perto do sítio onde se apanha o ferry para a Ir-landa. A ligação a essa Uni-versidade estava na área das telecomunicações: era lá que estava o Prof. Sir John O’Reilly, orientador de doutoramento de vári-os professores do DETI em várias gerações. Mas a área do controlo atraiu-me mais, e fiz o mestrado na equipa do Professor Peter Fleming, orientado pelo Dr. Dewi Jones. No final do Mestrado foi-me proposto continuar para Doutora-mento, mas a vontade de trabalhar fora da Universi-dade falou mais alto. Findo o Mestrado, e re-gressado a Portugal, havia que procurar que fazer. Foi nessa altura que encontrei um colega meu de curso, o Paulo Monteiro (não o que é Professor no DETI), que estava a trabalhar na Tecnirob, uma empresa em Lisboa que desenvol-via robots industriais e que procurava justamente alguém com formação em Eletrónica. Parti de armas e bagagens para a capital. Aí participei nessa aventu-ra de desenvolver e con-struir robots industriais de marca portuguesa. Entre as várias experiências por que passei, destaco talvez a visita dos responsáveis de uma empresa alemã, líder na área da soldadura a arco para a indústria automóv-el, e que era nossa parceira num projeto europeu. Vi-eram ver o robot que os portugueses tinham feito.

As instalações não eram espetaculares: o “open-space” da engenharia era a garagem de uma viven-da em Alfragide, a nossa oficina era numa garagem na Damaia; nada de zonas industriais sofisticadas, com grandes pavilhões. Daí que não durou muito até começar a surgir, na cara dos alemães, um sor-riso condescendente: “En-tão são estes que querem fazer concorrência con-nosco?”. Durou até verem o nosso robot na tal garagem da Damaia: com tecnologia em tudo gerações à frente do produto alemão e com um design que o produto alemão nunca tinha tido! Ficou-me para a vida a imagem do entreolhar desses nossos parceiros, à saída dessa tal garagem de fraco aspeto! Ficou tam-bém absolutamente claro para mim, por experiência própria, que podemos ir tão longe quanto quiser-mos; basta trabalharmos para isso e não nos con-vencermos de que somos atrasados ou mais fracos do que os outros. Entretanto, a vida avança e Lisboa nunca foi a min-ha terra. É assim que, em 1991, alguns anos depois de ter terminado o curso, concorro a um lugar de A s s i s t e n t e - E s t a g i á r i o no DETI e sou admitido. Inicio então a carreira académica, procurando manter a ligação ao mun-do empresarial: em 1992 colaboro na organização de um evento chamado Uniemp, para promover a interligação entre Univer-sidade e Empresas. Para além das atividades de en-sino e investigação, man-tive alguma intervenção ao nível das estruturas da UA, tendo feito parte do Sena-

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Queres dar a conhecer aos teus colegas o projeto que estás a desenvolver? Queres ver um artigo teu publicado na próxima edição do Fiodeback? Pretendes tornar pública uma teoria nova em que estás a trabalhar?

Vem fazer parte do Fiodeback, o jornal de todos nós.

Envia-nos as tuas sugestões e artigos para [email protected]

do em representação dos assistentes.Por volta de 1995, vem a Aveiro um Professor norte-americano, cham-ado Keith Doty, para dar aulas de robótica no Mestrado. Nessas aulas, desenvolvem-se pequenos robots com uma estrutura simples, cuja base são dois servos transformados, montados numa placa de madeira. Estavam as coi-sas neste preparo quando, um dia, me cruzo com o Luís Almeida, que tam-bém estava a trabalhar na UA, e comentámos os dois que aqueles robots tinham justamente aquilo que nos tinha faltado na primeira tentativa de pôr um con-curso de robots a funcio-nar: uma plataforma sim-ples, que todos pudessem montar. Há que agarrar a oportunidade e pôr mãos à obra! Preparámos um reg-ulamento, no qual colab-orou intensamente o Scott Jantz, assistente do Prof. Doty. Lançámos o desa-fio aos alunos que tinham feito essa disciplina e é as-sim que, a 12 de dezembro de 1995, arranca a primeira edição do concurso Micro-Rato. O resto é conhe-cido... Quando se fala do Micro-Rato, não posso deixar de fazer notar que este concurso é hoje, pro-vavelmente, senão o mais antigo, pelo menos um dos mais antigos concursos de

robótica na Europa e mos-trou que era possível, em Portugal, desenvolver de forma regular este tipo de concursos. Aqui dentro do DETI, contribuiu para de-senvolver uma cultura de robótica.Ainda na senda dos con-cursos de Robótica, começámos, no final dos anos 90, a participar no FIST, o “Festival Interna-tional de Sciences e des Technologies”, um con-curso que se realizava anu-almente em França. Das várias participações que tivemos, destacaria a de 1999, em que concorremos com o robot “ZQIUB”, um robot com um design de influência cubista (tinha a forma de um cubo). Todas as equipas tinham que faz-er a apresentação técnica do robot em frente a um júri. Não irei aqui apontar nomes; direi apenas que um elemento português desse júri só compreendeu o nome do robot quando os alunos que faziam a apre-sentação disseram: “Our robot is called ZQIUB!” (não esquecer que tudo isto se passa em França...) De irmos a concursos de robótica no estrangeiro a fazermos o nosso próprio, vai um passo. Foi assim que os grupos portugueses que participavam no FIST se vão encontrar ligados, em 2001, ao arranque do Festival Nacional de

Robótica. Em 2003, inicia-se um projeto ligado ao futebol robótico, chamado CAMBADA, ao qual estou também ligado. Entretanto, tinha começa-do um outro projeto: o do desenvolvimento de uma empresa, a Micro I/O. Ini-cialmente numa colabo-ração em part-time, aca-bei por me envolver nesse projeto a full-time, en-tre 2007 e 2010. Foi uma época de intensa aprendi-zagem e formação a vários níveis (técnico, científico, de gestão, de relações pes-soais, ...) num ambiente muito diverso daquele que se encontra dentro da aca-demia. Em 2010, regresso à Uni-versidade de Aveiro. Para além das aulas, fiz parte da CIQ (Comissão de Imagem e Qualidade) do Departa-mento, onde trabalhei na ligação às Escolas. Nestas funções, procurei divulgar

a imagem do Departamen-to e dos seus Cursos junto das Escolas, promovendo para isso um processo de realização de visitas e ações de divulgação. Re-centemente, fui eleito para o Conselho Pedagógico, como representante dos docentes da circunscrição das Engenharias. Na área de investigação e interface com a comuni-dade, procuro desenvolver contratos com empresas locais. Atualmente, estou envolvido em vários trabal-hos de apoio e consultoria em aspetos técnicos e or-ganizacionais a empresas de região. Dessa cooper-ação, para além de projetos submetidos ao QREN, têm resultado várias disser-tações de mestrado, duas das quais foram defendi-das no ano letivo passado, encontrando-se outras a decorrer este ano.

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FUTEBOL ROBÓTICO:

FESTIVAL NACIONAL DE ROBÓTICA

O Festival Nacional de Robótica, que teve a sua 1ª edição em 2001, tem como objetivo a promoção da Ciência e da Tecnologia junto dos jovens dos en-sinos básico, secundário e superior, bem como do público em geral, através de competições de robôs. O Festival, que decorre to-dos os anos numa cidade distinta, inclui ainda um Encontro Científico onde investigadores nacionais e estrangeiros da área da Robótica se reúnem para apresentar os mais re-centes resultados da sua atividade. Este evento tem tido desde o seu início um enorme crescimento, quer em número de equipas e participantes, quer em ter-mos de público, sendo, at-ualmente, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Robótica.A 13ª edição decorreu no passado mês de abril em Lisboa, pela primeira vez organizada por uma Escola Secundária. Este evento inclui várias ligas de com

petição, nomeadamente, a prova de “FreeBots”, des-tinada a projetos de in-vestigação abertos a todos os domínios da robótica, a prova de Condução Au-tónoma (prova realizada desde a fundação deste evento) e as provas que seg-uem as regras oficiais do RoboCup: futebol robótico médio, futebol robótico júnior, busca e salvamen-to júnior, e dança júnior. Do evento faz parte ainda um encontro científico in-ternacional denominado “13th International Con-ference on Autonomous Robot Systems and Com-petitions”.O grupo de investigação em robótica do DETI/UA, que este ano participou com três projetos e um grupo de trabalho consti-tuido por 6 docentes e 18 estudantes do DETI, con-quistaram dois primeiros lugares e um título nacion-al na 13ª edição do Festival de Robótica, o que mantém a Robótica do DETI/UA no topo da investigação

e desenvolvimento neste domínio em Portugal. Para além destes prémios, a UA conseguiu ainda um “best paper award” ex aequo, com uma comunicação no encontro científico.

CAMBADA

Na competição de futebol robótico, a equipa CAM-BADA assegurou, pela sé-tima vez consecutiva, o tí-tulo de campeão nacional à frente das equipas da FEUP, do ISEP e do IST.A competição de fute-bol robótico contou, pela primeira vez, com a pre-sença da equipa holande-sa Tech United, de Eind-hoven, atual detentora do título de campeã do mun-do. No confronto com estescampeões do mundo, a eq-uipa CAMBADA portou-se ao seu melhor nível, numa prova muito disputada, com uma vitória sobre os campeões do mundo por 2-0 na fase de grupos. A final acabou por ser dis-putada entre estas duas equipas e marcada por um grande equilíbrio. Mas os atuais campeões do mundo acabaram por vencer por 3-0. Este jogo constituiu um momento de grande promoção da excelência do trabalho de I&D desenvolvido por es-tas duas equipas. O projeto CAMBADA apresentou na competição diversas ino-vações científicas ao nível do software, fruto do tra-

balho desenvolvido por diversos alunos de Dou-toramento e Mestrado do DETI/UA, duas bolsas de iniciação à investigação e alunos em regime de vol-untariado, coordenados pelos docentes associados ao projeto. Entre outras inovações, destacam-se o desenvolvimento de uma nova arquitetura do agente CAMBADA, programa re-sponsável pela tomada de decisões do robô; utili-zação de comportamentos baseados em utilidades; implementação de um novo “coach”, um progra-ma que atua como treina-dor da equipa; utilização de comportamentos ba-seados em aprendizagem; planeamento de trajetóri-as; melhoramentos nos algoritmos de fusão sen-sorial; comportamentos para controlo de bola com o corpo do robô; novos al-goritmos para calibração do sistema de visão e pro-cessamento de imagem em tempo-real.No próximo mês de junho, a equipa CAMBADA irá participar no Robocup 2013, este ano realizado nacidade de Eidhoven, Ho-landa. Neste evento, para além de melhorias espera-das no software, resultadodas contribuições descri-tas atrás, a equipa irá levar um novo robô, totalmente desenvolvido no DETI/UA durante o último ano, fruto da experiência adquirida pela equipa nos vários anos em que tem partici-

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pado nas provas de fute-bol robótico. Num futuro número desta revista apre-sentaremos os detalhes de hardware deste novo robô.

CAMBADA@HOME

A equipa CAMBADA@Home participou na com-petição “Freebots” com o seu robot de serviço, mostrando os mais re-centes desenvolvimentos do projeto, fruto do trabal-ho de diversos alunos de Doutoramento e Mestrado do DETI/UA, bem como de uma bolsa de Iniciação à Investigação, com a ori-entação dos docentes as-sociados ao projeto. Esta competição é constituída por uma apresentação técnica e por uma demon-stração livre. Para a com-petição, a equipa apresen-tou um método inovador de SLAM (Simultaneous Localization and Map-ping) para construção de mapas 2D do ambiente em tempo-real, sendo estes posteriormente usados para o robô se localizar e navegar autonomamente. Foi também apresentada uma metodologia para de-teção de pessoas usando o sensor Kinect montado numa plataforma móvel, que constitui um ponto de partida para futuros de-senvolvimentos na área de

interação humano-robot.A demonstração final con-sistiu na apresentação destes novos avanços, num espaço comum da EscolaSecundária D. Dinis onde decoreu o Festival, sem que tenham sido feitas quaisquer alterações ao ambiente e sem qualquer restrição ao número e prox-imidade dos espectadores. Durante a demonstração, o robot CAMBADA@Home foi capaz de mapear o ambiente com grande precisão, mesmo perante condições adversas devido à passagem constante dos espectadores. Simulta-neamente, à medida que se movimentava no ambi-ente, o robot ia detectando pessoas e reconhecendo aquelas que já tinha visto anteriormente.A equipa CAMBADA@Home, do DETI/UA, as-segurou com grande bril-hantismo o primeiro lu-gar, à frente de equipas da FEUP e do ISEP.

Condução Autónoma

A competição “Condução Autónoma” contou com a participação da equipa ROTA2013 do DETI/UA.Esta competição é destina-da a robôs móveis capazes de responder a um desafio

de condução, totalmente autónoma, numa pista que simula as condições de um trajeto em estrada e inclui semáforos, sinais de trânsito, obstáculos em locais desconhecidos, um túnel e ainda uma zona de obras com desvio não previamente conhecido no percurso original. A competição é dividida em três mangas que são dis-tribuídas pelos três dias. Na primeira manga o desa-fio consiste em percorrer duas voltas à pista identi-ficando o sinal de semáforo para arrancar. Nesta man-ga, o ROTA apenas com-pletou uma volta tendo depois saído de pista. Com esta prova o ROTA foi en-tão atirado para os últimos lugares.No segundo dia a dificul-dade aumenta pois a pista contém obstáculos e o semáforo para além de dar o sinal de partida e de par-agem, indicando também o percurso a seguir. Nesta prova, o ROTA conseguiuapenas completar uma volta à pista superando os

obstáculos e saindo nova-mente de pista ao fim da primeira volta.Na terceira manga, para além das dificuldades já existentes, é acrescentado um túnel e uma zona de

obras delimitada por cones. Do segundo para o terceiro dia a equipa ROTA2013 trabalhou arduamente para corrigir todas as fal-has e o ROTA completou a prova superando todos os obstáculos e dificuldades desta, incluindo o estaci-namento. Graças à ultima manga e aos bons resul-tados nesta, o ROTAcon-seguiu subir para primeiro lugar da competição tendo acabado como primeiro classificado. O ROTA participou na competição não com al-goritmos de controlo para seguir linha, mas com lo-calização e planeamento de percurso recorrendo para isso a um mapa que ele próprio é capaz de con-struir. Mantendo a lideran-ça da UA que se consolida desde a primeira edição, em 2001, a equipa da UA,ROTA2013, venceu a prova de Condução Autónoma.

Encontro Científico

A UA participou ainda na equipa de autores de um artigo apresentado no encontro científico que decorreu em paralelo às competições nacionais de robótica e que foi premia-do com o título de “best pa-per award” ex aequo com outro paper. O prémio foi para a comunicação “Man-ual, Automatic and Shared Methods for Controlling an Intelligent Wheelchair: Adaptation to Cerebral Palsy Users” da autoria de Brigida Mónica Faria, alu-na de doutoramento da UA, Luís Paulo Reis e Nuno Lau, professor do DETI/UA.

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A Inova-Ria é uma Associação de Empresas determinante para um ecossistema de inovação único for-mado por empresas, instituições de ensino e de I&D na área das Tecno-logias de Informação, Comunicação e Eletrónica. A Inova-Ria reúne cerca de 62 em-presas associadas que representam um volume de negócios agregado de mais de 200 milhões de euros e em-pregam mais de 2300 colaboradores.

A nossa visãoLiderar as áreas de conhecimento, estratégicas para o desenvolvimento dos Negócios das Empresas Associa-das da Inova-Ria.

Objetivo •Captar os melhores e mais promis-sores Recursos Humanos seleciona-dos entre as melhores Universidades Portuguesas;

•Queremos identificar e atrair novos quadros de elevado valor para as atividades da inovação tecnológica das empresas com o objetivo de Re-juvenescer os ativos das Empresas da Inova-Ria.

As Bolsas GENIUS têm como obje-tivo atrair, captar e reter jovens de elevado potencial e com curriculum académico relevante para as ativi-dades de I&D e Inovação nas empre-sas do Cluster Inova-Ria.

REGULAMENTO DE BOLSAS DE INVESTIGAÇÃOAprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia ao abrigo da Lei nº 40/2004, de 18 de Agosto.Aplica-se às bolsas atribuídas pela Inova-Ria para prossecução pelo bolseiro de atividades de investi-gação científica, desenvolvimento tecnológico ou formação conexa com as seguintes áreas.

Áreas de Conhecimento de Refer-ência:- Informática- Telecomunicações- Electrónica/ Electrotecnia/ Elec-trotécnica- Gestão- Sistemas de Informação- Matemática Aplicada- Tecnologias (Informação/ Comu-nicação)

Tipologia de Bolsas Genius: a) Bolsas de Pós-Doutoramento (BPD);

b) Bolsas de Doutoramento (BD);

c) Bolsas de Doutoramento em Em-presas (BDE);d) Bolsas de Mestrado (BM);destinam-se a licenciados que pre-tendam obter o grau de mestre por universidades portuguesas para a frequência da parte docente do mestrado e/ou apenas para o perío-do de dissertação do mestrado,

através da realização de trabalhos de mestrado em ambiente empresarial e visando temas de relevância para a Inova-Ria, desde que aceites pela universidade que confere o corre-spondente grau de mestre.

e) Bolsas de Investigação (BI);

f ) Bolsa de Iniciação Científica (BIC);

g) Bolsas de Mobilidade entre Insti-tuições de I&D e Empresas ou outras Entidades (BMOB);destinam-se a licenciados, mestres ou doutores e têm por objeto estim-ular as atividades de investigação científica e desenvolvimento tec-nológico bem com as atividades de formação avançada em Empresas do cluster da Inova-Ria.

h) Bolsas de Gestão de Ciência e Tec-nologia (BGCT);

i) Bolsas para técnicos de Investi-gação (BTI).

As Candidaturas:Se te consideras um jovem de eleva-do potencial e pretendes aprender e abraçar desafios, candidata-te ao Programa GENIUS!São os jovens ambiciosos, proativos, dinâmicos, com capacidade de fazer acontecer e paixão pela tecnologia, como tu, que pretendemos. A abertura de concursos para

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atribuição de bolsas é publicitada através de anúncio na página web da Inova-Ria e sempre que necessário coordenada com a Instituição de en-sino ou divulgada através de outros meios de comunicação considerados adequados.

REQUISITOS

Realização da BOLSA: BIC BM e ou BMOB• Ter uma média final de curso igual ou superior a 14 valores (na Licen-ciatura pré-Bolonha ou na média aritmética, à falta de outra ponder-ação, do 1º e 2º ciclos de estudos de Bolonha);

• No acto de candidatura deverá ser entregue o Curriculum Vitae, onde constem expressamente as discipli-nas realizadas, a média esperada e a indicação das principais áreas de in-teresse.

Condições para concessão das bolsas: A concessão da bolsa está sujeita à verificação das seguintes condições:

Antes da conclusão do curso (1º ou 2º Ciclo de Bolonha) > Possibilidade de: BIC ou BM- Realizar um trabalho de investi-gação com enquadramento nas áreas de investigação numa das Empresas da INOVA-RIA.

Após a conclusão do curso (2º Ciclo de Bolonha) > Obrigatoriedade de: BMOB- Realizar um Bolsa de 12 meses nas instalações e nas áreas de investi-gação das Empresas da INOVA-RIA .

Envia o TEU Curriculum Vitae para:[email protected] WWW.BOLSASGENIUS.PT

Curriculum Vitae com:- Disciplinas realizadas com no-tas;- Média esperada / Média atual ;- Áreas de Interesse Tecnológico.

A AAUAv inicia no mês de junho a celebração do seu 35º aniversário.

Um momento para celebrar conquistas e aprendizagens.Uma oportunidade para inspirar, conhecer, repensar e avançar com passos firmes!

Muitas são as razões para festejar! Vamos, todos juntos, celebrar a instituição que ao longo destes 35 anos tem representado os interesses e vontade dos estudantes da Universidade de Aveiro, percorrendo um longo caminho

e alcançando novos horizontes e desafios…

Mas mais que relembrar o passado da nossa Associação, vamos perspetivar e sonhar o futuro dos estudantes da UA.

O Futuro da AAUAv está nas mãos dos estudantes.

O Futuro é Nosso!

AAUAv celebra 35º aniversário

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DIÁRIO DE UM ESTUDANTE EM ERASMUS

Hamburgo, Alemanhã Relato de Guilherme Cabral

Escolha do país:

A Alemanha foi sempre a primeira opção, desde o momento em que equacio-nei esta parte do meu cur-rículo ERASMUS !A área tecnológica que me atrai tem uma relação muito próxima com este país nos seus variadíssi-mos aspetos, começando pelos automóveis, passan-do pelo HiFi e acabando nas telecomunicações... Quando foi necessário definir a cidade que se en-quadrasse melhor no meu plano de trabalho, olhei para o mapa e logo me sur-giu esta cidade que, para além de tudo isso, ainda me parecia familiar dada a sua intimidade com a água, desde lagos a grandes por-tos. Só nas praias é que fica

aquém de Aveiro...Talvez tenha sido também esta localização marítima que tenha atraído milhares de portugueses que ali tra-balham, constituindo uma das maiores comunidades estrangeiras na Alemanha.Culturalmente também me pareceu com ativi-dades interessantes, tanto na música como nas várias artes e claro a gastronomia não me iria desiludir...Estava feita a escolha! Concorri, fui aceite e a viagem começou.

Custo de vida:

À primeira vista, tudo me pareceu muito caro... res-taurantes, bares, cafés, mas rapidamente me deparei com uma realidade mais confortável se me dispus-esse a comer na universi-dade, a “ Mensa “ como lhe chamam, aberta apenas aos almoços cujos preços variam entre 2€ e 4€ por

refeição. Também havia a hipótese de me habituar à cozinha e aos supermer-cados... Assim optei e, após expedição minuciosa, veri-fiquei que, à exceção dos legumes e fruta que são im-portados, os alimentos me custariam mais ou menos a mesma coisa. Os choco-lates foram uma agradável surpresa e as bebidas (cer-veja a 60 cêntimos!) tam-bém estavam dentro dos nossos preços, exceto a água que ultrapassa os 2€. Tudo isto se nos abastecer-mos nos supermercados, se sairmos com os amigos a nossa carteira começa a ficar mais deprimida!

Vida académica:

Chegado à TUHH (Tech-nische Universität Ham-burg-Harburg), iniciei a corrida aos gabinetes para a inscrição das cadeiras que melhor cumprissem o acordo curricular.

Após esta maratona, vi-eram então as aulas e com elas um trabalho contínuo e redobrado, dado serem maioritariamente teóricas e dadas em língua inglesa. Mais leves e descontraídas são as práticas, chamadas aulas de exercícios, lecio-nadas pelos estudantes de doutoramento que sem-pre disponíveis facilitam a relação aluno/professor.Com o início do estudo, impôs-se então encon-trar a Biblioteca que, em-bora pequena (mas muito quentinha...) para a dimen-são populacional da uni-versidade, possui várias salas para estudar em grupo (que os alemães ado-ram!) e tentar assim ter o maior sucesso possível na tão “aguardada” época de exames.

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Lazer e viagens: Este aspeto não é o mais importante ... Mas quase...!Estando aqui bem no norte da Ale-manha, não será difícil conhecer out-ros países que habitam o nosso imag-inário pelas diferenças climáticas e culturais. Holanda, Dinamarca, Sué-cia e Polónia estão a poucas horas de comboio ou a alguns euros de avião mas foi em Hamburgo que fui sendo surpreendido desde a minha chega-da! Desde passeios de bicicleta com amigos de várias nacionalidades, fes-tas de convívio ou as incursões inter-mináveis até às ruas que se iluminam de néon vermelho... ! A cidade não dorme à sexta e sába-do...!Toda esta aventura é utópica, mas culminou quando, de mochila às cos-tas, iniciei a descoberta deste país maravilhoso. Rumando ao Sul, partil-hei com amigos várias experiências pois, consoante mudava de cidade, o sotaque, a cultura, a gastronomia so-

friam alterações (até nas salsichas e na cerveja!).E as pequenas histórias das pessoas que, com algum esforço, tentavam comunicar com o meu “ alemão de bolso”. Foi fascinante e inesquecível!Até agora, todo este percurso aca-

démico ( ERASMUS!!! ) foi muito gratificante, na medida em que me sinto diferente e talvez melhor pre-parado para o futuro próximo ( de crise! ) que nos espera!

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SERVIÇO DE AÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE

DE AVEIRO

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A VOZ DOS ET’SJornal FiodeBack (JF): O que pensas das mudanças nas unidades curriculares?

“Concordo plenamente com as mudanças. Apesar de terem adicionado mais uma cadeira, tornaram o primeiro ano mais prático e incisivo na nossa área. Desta forma, os alunos vão ter um contacto mais direto com o que trata o curso e assim ter uma preparação gradual para a dificuldade de certas cadeiras que vão ter no futuro. Por outro lado, mesmo aumentando o número de cadeiras, diminuíram o grau de dificuldade noutras. No fundo acho que tornaram o primei-ro ano ainda mais interessante.”

Carolina Gouveia, 1º ano

“Penso que temos que nos focar nos alunos, o curso está estruturado para eles usufruírem das vantagens do mesmo, e nesse sentido quem deve beneficiar com as mudanças são eles enquanto estudantes e membros da academia. Não concordo com algumas alterações, mudar as Análises Matemáticas para Cálculos e Álgebra Linear para ALGA, na minha opinião não trazem vantagens significativas. Aceito a alteração de TLE para um ano, porque para os alunos que tem um background em Ciências pode ser difícil perceber os primeiros conceitos de eletrónica e a física intrínse-ca à mesma. Concordo com a alteração dos ECTs de AC1 que agora passam a ser 8. Quanto à inclusão de Introdução de SD no primeiro semestre e Laboratório de SD no segundo não tenho opinião formalizada, porque não sei como estas disciplinas vão ser lecionadas. Outras modificações devem ser feitas. Por exemplo, introduzir desenvolvimento de projetos, que podem e devem ser propostos por empresas, e apresar as respetivas soluções. Este conceito, do meu ponto de vista, é extremamente importante pois relaciona o conhecimento adquirido com soft skills de liderança, gestão de projeto, comunicação e capacidades de trabalhar em grupo.”

Jonathan Gabriel, 5ºano

JF: Achas que os serviços que a UA dispõe respondem às necessidades dos alunos?“A UA disponibiliza inumeros serviços , no entanto penso que não abrangem uma maioria da comunidade académica. Porém, quanto sei , a qualidade dos mesmos é satisfatória. Até agora usufrui apenas dos serviços na área do desporto e da alimentação. As condições desportivas que a Universidade fornece penso que correspondem às necessidades dos alunos.Uma lacuna nos serviços da Universidade passa pela atribuição de bolsas. São processos muito longos e burocráti-cos que resultam em erros muitas vezes prejudicando os alunos em causa. Desse mesmo processo há tambem uma exclusão de muitos alunos com necessidades financeiras. Uma medida importante seria diminuir o tempo de espera dos serviços académicos de modo a melhorar a eficiência dos mesmos.”

José Nunes, 2º ano

JF: Qual a tua opinião sobre a influência da semana académica nos alunos?“Bem, começo por dizer que não tenciono perder nenhuma semana académica durante o meu percurso universitário, o que deve dizer já muita coisa acerca da minha opinião sobre o assunto. Se olhar para o lado dos estudos penso que esta semana interfere em pouco, apesar de estarmos uma semana em festa também não temos aulas pelo que a única desvantagem será o cansaço nos dois a três dias seguintes. Por outro lado podemos olhar ao convívio e desenvolvi-mento social de cada pessoa ao participar nas atividades diurnas e noturnas da semana do Enterro. Conhecemos muita gente, socializamos, mas acima de tudo divertimo-nos. Podemos esquecer-nos por uns dias do stress do estudo e das aulas. Por tudo isto acho que a semana académica é muito importante. Sobretudo para o desenvolvimento social de cada um!”

Marco Oliveira, 3ºano

JF: O que achas dos temas das dissertações para o próximo ano?É difícil opinar sobre todas as propostas de dissertações que têm sido apresentadas ultimamente, uma vez que não gosto de todas as áreas por igual, mas penso que existem temas interessantes e conceitos inovadores em pratica-mente todas.Na área da “Eletrónica” achei bastante interessante dois projetos apresentados pelo Professor Rui Escadas, um que consistia em tornar um carro convencional a diesel num carro totalmente elétrico, sendo necessário uma alteração profunda do mesmo, e outro que consistia em iluminação inteligente, um sistema capaz de decidir a intensidade e cor da iluminação em função de fatores, por exemplo, a altura do dia. Continuando na mesma área, uma grande parte das propostas apresentadas estão incluídas em projetos maiores já com bastante reconhecimento, o que só por si é um fa-tor motivante para qualquer aluno, como por exemplo o projeto ATLASCAR (que consiste num carro com condução autónoma), muito conhecido a nível a nacional, ou a CAMBADA (equipa de futebol robótico da UA). É igualmente ali-ciante o facto de algumas dissertações permitirem trabalhar em contacto com algumas empresas conceituadas, como a Martifer Solar, entre outras, o que facilita o processo de integração na empresa, para quem aspire ser colaborador nestas companhias. Na área de “Telecomunicações” ainda não tive hipótese de assistir a nenhuma apresentação, mas penso que o projeto de sistemas de controlo distríbuidos seja também interessante, na minha opinião. Também achei interessante um tema mais virado para os nossos colegas de ECT, na área de realidade virtual e aumentada, em que essencialmente era possível ver com máximo detalhe um crânio humano de todos os ângulos possíveis.

Fábio Lourenço, 4ºano

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Página 16 // Jornal Fiodeback // 25-06-2013

ATUALIZ@TESamsung e Intel revelaram um novo sistema operativo, o Tizen.

Rumores apontam para o lança-mento do primeiro smartphone com este sistema operativo no terceiro trimestre deste ano. O Tizen é open-source e foi desenvolvido com o intu-ito de diminuir o impacto da Google no sucesso da Samsung.

Intel HD Graphics 5000

A Intel apresentou novas gráficas onboard que acompanharão os fu-turos processadores Haswell. Os novos modelos da Intel são com-patíveis com DirectX 11.1, OpenCL 1.2 OpenGL 4.0., e suportam uma tecnologia que resulta num proces-samento mais rápido de imagens em JPEG e MPEG, possui suporte para resoluções de 4K e até 3 monitores em simultâneo, bem como suporta o dobro de largura de banda com a tecnologia Display Port 1.2. O lan-çamento está agendado para o dia 4 de junho. Segundo a Intel, esta é a primeira geração de processadores totalmente focada no contexto de computação móvel, tendo em conta aspetos como o consumo de energia.

Protótipo de Smarthphone com apenas 1mm de espessura

A LG apresentou na SID 2013, uma feira de tecnologia realizada no Canadá um protótipo de um Smart-phone com 1mm de espessura. Este possui 5 polegadas e a tecnologia TFT Oxide que é responsável por um baixo consumo de energia e pela es-pessura.

Inseto robótico faz primeiro vôo controlado

Uma mosca robótica com 80 mili-gramas, metade da altura de um clip de papel e com uma envergadura de asas de 3 cm conseguiu realizar um voo controlado. Embora o voo ten-ha sido rápido e o robô não seja au-tónomo, os pesquisadores de Havard afirmam que o projeto oferece uma nova maneira de estudar a mecânica do voo pelo bater de asas e o controle de equipamentos em uma escala tão reduzida

HTC One mini chega à Europa em agosto e vai custar 400€

Tal como o seu nome indica, o HTC One mini é uma versão compacta do actual topo de gama da HTC. À par-tida este smartphone vai apresentar um ecrã HD de 4.3 polegadas, um processador dual core, 2GB de ram, 16GB de armazenamento e uma câ-mara de 4MP.

Está a chegar PLANTS VS ZOM-BIES: GARDEN WARFARE

Após o grande sucesso do jogo Plants vs Zombies, que durante largos meses invadiu os corredores do nosso departa-mento, eis que a Electronic Arts anun-cia PLANTS VS ZOMBIES: GARDEN WARFARE, um jogo de ação em terceira pessoa inspirado no jogo de estratégia da PopCap.

Em Garden Warfare, os jogadores con-trolam um esquadrão de vida vegetal fortemente armada, que luta contra a in-vasão de hordas de zombies usando ar-mamento orgânico. O jogo é multiplayer e em equipas, e cada tipo de unidade tem o seu próprio arsenal exclusivo.

Garden Warfare chegará primeiro à Xbox One e Xbox 360, e posteriormente a PC e outras plataformas. O seu lança-mento não acontecerá antes de 2014.

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Página 17 // Jornal Fiodeback // 25-06-2013

Descida do VougaEstá a chegar ao fim mais uma ano letivo, o que significa que está a chegar também uma das mais emblemáticas atividades da AAUAv, a Descida do Vouga!

Nada melhor para celebrar o fim da época de exames que três dias de convívio, natureza e atividades radicais ao ar livre!

Não percas a oportunidade de festejares o final do semestre numa atividade que certamente não esquecerás!

Programa Completo:

Quarta, 17 de Julho10h00 - Saída de Aveiro (Pavilhão Haristides Hall)11h30 - Chegada a Vouzela- Caminhada até à Sra. do Castelo12h30 - Descanso para almoço14h00 - Tarde Livre- Multiactividades ( jogos desportivos e piscina)20h00 - Jantar22h00 - Programa social

Quinta, 18 de Julho09h00 - Alvorada e pequeno-almoço10h30 – Prova Aventura - (Provas radicais de montanha, orientação, jogos tradi-cionais)- Almoço Volante16h00 – Fim da Prova Aventura17h00 – Saída de Vouzela18h00 – Chegada a Serenada do Vouga (Instalação dos participantes)20h30 – Jantar ( Jafafe)22h00 - Programa Social

Sexta, 19 de Julho08h30 - Alvorada e pequeno-almoço10h00 – Partida para a Descida de canoa, I Etapa12h30 - Descanso para almoço13h30 – Reinicio da Descida, II Etapa19h00 - Chegada a Aveiro

EQUIPAMENTE INDISPENSÁVEL:Tenda; Saco-cama; Roupa confortável; Protetor solar; Sorriso!

PREÇOS:Estudante sócio AAUAv – 60€Estudante não sócio – 65€Não estudante – 75€

O Preço inclui viagem, atividades, alojamento e alimen-tação (exceto o almoço do 1º dia).No caso de grupos de 5 pessoas acresce um desconto de 5€ em cada um.

Mais informação: Facebook Aveiro é Nosso -> Eventos -> Descida do Vouga

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Página 18 // Jornal Fiodeback // 25-06-2013

NOTÍCIASAMD lança novos pro-cessadores

A AMD não está focada ap-enas nos processadores da gama mais barata, tendo apresentado novos mod-elos para a gama Richland, uma gama com modelos mais rápidos. Estes novos modelos, segundo os da-dos revelados, devem con-seguir desempenhos supe-riores até 71% nos gráficos 3D do que os atuais pro-cessadores da família In-tel Core i5. têm também um menor consumo ener-gético com uma duração de bateria prevista para a 7,30 horas em navegação web, uma hora mais do que a geração anterior. A novidade é a possibilidade de transmitir os dados de vídeos através de uma li-gação sem fios com baixa latência para jogos e com suporte a vídeos em alta resolução a 1080p.

Internet em alto mar

O projeto está em fase pilo-to no Porto e pretende levar Internet à costa portugue-sa já em 2014. Os respon-sáveis do projeto esperam que já em 2014, a internet wireless de banda larga possa estar disponível na costa portuguesa entre o Porto e a Póvoa de Varzim até 5 milhas náuticas, ou seja, 9,2 quilómetros.A tecnologia inovadora,

designada JANUS, trans-forma os barcos de pesca em pontos de transmissão de Internet para outros barcos. “Pela primeira vez, pescadores, turistas ou qualquer pessoa localizada até cinco milhas da costa vão ter acesso gratuito à In-ternet wireless e de banda larga. Atualmente, o acesso à Internet no mar é feito via satélite (tecnologia que acarreta custos muito el-evados) ou então tem que ser feito muito próximo de terra, novamente através de tecnologias pagas”, ex-plica Rui Campos, do IN-ESC TEC.

Zeinal Bava abandona presidência executiva da PT para se tornar CEO da Oi

O atual presidente execu-tivo da PT vai presidir à Oi, operadora de teleco-municações brasileira na qual a PT tem 25,6%. Hen-rique Granadeiro acumula os cargos de presidente do conselho de administração com o de presidente execu-tivo da PT SGPS. Não é no entanto um aban-dono da operação em Por-tugal, Zeinal Bava continu-ará a ser presidente da PT Portugal.“Zeinal Bava, enquanto presidente da PT Portugal, irá focar-se nos projetos estratégicos e de inovação e nos workstreams con-juntos Oi/PT, desta forma

contribuindo decisiva-mente para o sucesso dos objetivos definidos do âm-bito da parceria estratégica acima mencionada e para a cristalização do valor de sinergias”, lê-se no comu-nicado enviado à CMVM.Bava já liderava na Oi o Comité de Engenharia & Redes, Tecnologia & Ino-vação e Oferta de Produto. O trabalho deste comité, ressalva a operadora por-tuguesa no mesmo comu-nicado, “tem contribuído decisivamente para uma gestão operacional cada vez mais integrada e con-vergente” entre as operado-ras, “mobilizando muitos quadros” dos dois grupos. A parceria, celebrada na chamada “Aliança Indus-trial”, tem passado pela “convergência fixo-móvel, na banda-larga móvel, na TV por subscrição e no tri-ple-play”.

eCall

Chamada de emergência automatizada para aci-dentes de viação obrig-atória nos veículos a partir de 2015.Para ajudar a atenuar as consequências de aci-dentes de viação graves em toda a UE, a Comissão Europeia adotou no pas-sado dia 13 de junho duas propostas que visam as-segurar que, até outubro de 2015, os automóveis chamarão automatica-

mente os serviços de emergência em caso de choque violento. O sis-tema «eCall» liga auto-maticamente para o 112 em caso de acidente grave. Comunica a localização do veículo aos serviços de emergência, mesmo que o motorista esteja inconsci-ente ou incapaz de fazer uma chamada telefónica. Estima-se que esta medida poderá salvar até 2500 vi-das por ano. Este projeto legislativo garantirá que, a partir de outubro de 2015, todos os novos modelos de au-tomóveis de passageiros e veículos comerciais ligei-ros estarão equipados com o sistema eCall 112 e que estarão criadas as infraes-truturas necessárias para a receção e o tratamento adequados das chama-das eCall nos centros de resposta a chamadas de emergência — assegurando a compatibilidade, a inter-operabilidade e a continui-dade do serviço eCall à es-cala da UE.Mais informação: http://ec.europa.eu/digital-agen-da/ecall-time-saved-lives-saved

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PASSATEMPOSSUDOKU

SOLUÇÕES

LABIRINTO

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Caros colegas,

Estamos perante mais uma época de exames que irá pôr à prova todos os conhecimentos adquiridos ao longo deste segundo semestre. Num período como este é necessária dedicação e perseverança para fazer face aos desa-

fios que nos são agora colocados.

Para muitos, esta é uma altura de despedida, o fim do seu percurso académico de largos anos de esforço contínuo a trabalhar para dar o melhor de si. Este deve ser o es-pírito que nos deve acompanhar a todos para o mercado de trabalho, o espírito de sacrifício e dedicação que nos permite atingir os nosso objectivos e consequentemente a nossa realização pessoal.

No entanto é também certo que nos dias de hoje o futuro é incerto. Os jovens do nosso país deparam-se hoje com uma taxa de desemprego jovem que toma já proporções gigantescas de 42%. Deparamo-nos assim com um dile-ma no que diz respeito ao futuro de cada um. Emigrar parece ser hoje uma saída para muitos mas este é um caminho que nos afasta do nosso país, das nossas origens e que nos impossibilita de retribuir o investimento efec-tuado pelo país na nossa formação.

Este não é apenas um dilema opcional dos estudantes em virtude das motivações intrínsecas de cada um, mas tam-bém (e sobretudo), um problema social que está a afectar toda uma geração de jovens, formados e dinâmicos com ideias e projectos para mudar e fazer crescer o país.

É desapontante ver que temos hoje a geração de jovens com um maior número de licenciados de toda a nossa história, e face a esta oportunidade única de o fazer crescer, de criar uma sociedade mais formada e informa-da, estamos agora a desinvestir na educação acreditando que somos um país de “doutores”. Mas, estamos redon-damente enganados. Ainda não o somos. Ainda nos falta percorrer um longo caminho para atingirmos os níveis dos principais países na União Europeia e mesmo dos níveis médios de formação da Zona Euro. Se é verdade que investimos muito em Educação desde o 25 de Abril, também é verdade que em média, investimos menos que a maioria dos países europeus.

É face a toda uma política que tem ignorado o real valor do ensino superior em Portugal e os seus estudantes, que o movimento associativo nacional estudantil, reunido no fim-de-semana de 14 a 16 de Junho em sede de ENDA (Encontro Nacional de Direcções Associativas) decidiu realizar um caderno reivindicativo face à postura de de-sprezo que a secretaria de Estado do Ensino Superior tem demonstrado pelos estudantes relativamente às propostas apresentadas pelas Associações Académicas de todo o país nos últimos anos.

Nestes momentos é imperativo que a nossa voz, a voz dos estudantes, se faça ouvir quando tentam a todo custo de-sprestigiar aqueles que serão o futuro do país e que até têm tido uma postura responsável e construtiva.

Despeço-me desejando a todos um excelente período de exames, cheio de alegrias com um até já para os que irão continuar o seu percurso académico e um até sempre para quem está de despedida da melhor Universidade do país, a nossa Universidade, a Universidade de Aveiro!

Tiago Almeida

Presidente da Direcção da AAUAv