1ª edição jornal fiodeback

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Segunda-feira, 5 de Março de 2012 - Nº1 Entrevista ao Diretor de Departamento- Arnaldo Martins “Está a ser discutida e avaliada a possibilidade de haver uma mu- dança do nome do curso, que pas- sará por incluir a palavra com- putadores no nome...” (Pág.8) Biografia Steve Jobs Fica a saber mais sobre um dos grandes visionários do século (Pág.12) Conhece o NEEET- AAUAv Já conheces o núcleo do teu curso? Sabes o que ele pode fazer por ti? (Pág.3) Rescaldo da primeira festa no NEEET-AAUAv “ENTERRO DA CÁBULA LEVA 900 ESTUDANTES AO BAR DO ES- TUDANTE” (Pág .10) CAMBADA Futebol robótico na Universidade de Aveiro (Pág.6) Programas de Mobilidade Relatos de estudan- tes que por eles pas- saram. (Pág.4)

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Page 1: 1ª Edição Jornal Fiodeback

Segunda-feira, 5 de Março de 2012 - Nº1

Entrevista ao Diretor de Departamento- Arnaldo Martins

“Está a ser discutida e avaliada a possibilidade de haver uma mu-dança do nome do curso, que pas-sará por incluir a palavra com-putadores no nome...” (Pág.8)

Biografia

Steve Jobs

Fica a saber maissobre um dos grandes visionários do século

(Pág.12)

Conhece o NEEET-

AAUAvJá conheces o núcleo do teu curso? Sabes o que ele pode fazer por ti?

(Pág.3)

Rescaldo da primeira festa no NEEET-AAUAv

“ENTERRO DA CÁBULA LEVA 900 ESTUDANTES AO BAR DO ES-TUDANTE”

(Pág .10)

CAMBADA

Futebol robótico na Universidade de Aveiro

(Pág.6)

Programas de

Mobilidade

Relatos de estudan-tes que por eles pas-saram.

(Pág.4)

Page 2: 1ª Edição Jornal Fiodeback

Página 02 // Jornal Fiodeback // 05 -03-2012

Ficha Técnica:Jornal Oficial do Núcleo de Estudantes de En-genharia Eletrónica e Telecomunicações da Asso-ciação Académica da Universidade de Aveiro

Propriedade:Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações

Morada:Universidade de Aveiro - DETI Sala 130Campus Universitário de Santiago3810-193 AveiroE-mail: [email protected]: www.neeetaauav.com

Equipa Editorial:Ana AfonsoGonçalo GomesJesse BrandãoPatrícia Aleixo

Colaboração:André ReisProfessor António NevesProfessor Arnaldo MartinsIvo AngélicoMarcela ManRicardo MonteiroTiago Alves

Design e PaginaçãoAna Afonso

RevisãoLuís Fernandes

Distribuição gratuita

Tiragem:300 exemplares

1. A Comissão Instaladora do NEEET-AAUAv não é responsável pelas ideias expressas em ar-tigos assinados, sendo que os que se encontram assinados são da autoria da equipa editorial.

2. A colaboração do Jornal Fiodeback está ab-erta a toda a Comunidade Académica.

Caros ET’s,

Sejam bem-vindos à primeira edição do Jor-nal Fiodeback, o Jornal do vosso Núcleo, o Nú-cleo de Estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações da Associação Académica da Universidade de Aveiro (NEEET-AAUAv). A criação deste Jornal tem por objetivo chegar mais próximo de todos vós, divul-gando as atividades, os eventos e as notícias do NEEET-AAUAv. Não podemos deixar de salientar que este é um Jornal aberto a to-dos, pois ele é feito por e para estudantes. As-sim, estamos abertos a aceitar o contributo de todos os alunos que queiram participar, seja através da divulgação dos seus projetos ou através da escrita de artigos de opinião.

Nesta edição, destacamos a entrevista ao Diretor de Departamento, Professor Arnaldo Martins, onde, entre outras coisas, fala da primeira fase do Concurso de Acesso ao En-sino Superior do nosso curso que, como sabe-mos, ficou aquém das expectativas. Aqui, é importante referir que nós também temos um papel importante para inverter esta situ-ação. Nós, estudantes de MIEET, somos os maiores embaixadores do nosso curso e, desse modo, esta luta não pode ser vista como uma luta apenas dos professores, bem pelo con-trário, devemos ter também um papel ativo no que concerne à promoção do curso no Ensino Secundário. Assim sendo, devemos estar disponíveis para também visitarmos as escolas em conjunto com os professores.

A nossa ação poderá ser importante para a desmistificação da dificuldade associada ao curso, de molde a que situações como as que ocorreram este ano não se voltem a repetir.

Por fim, queremos acentuar que, nesta fase, é crucial que todos os estudantes de Mestrado Integrado em Engenharia Eletrónica e Tele-comunicações se envolvam nas atividades que o Núcleo organizará ao longo do ano. Só desta maneira poderemos ser uma estrutura forte que represente da melhor forma os inter-esses de todos os estudantes do nosso curso.

Saudações Académicas,

André Reis

Editorial

Coordenador da Co-missão instaladora do NEEET-AAUAv

EM ALTA

Universidade de Aveiro

Um Estudo do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior revelou que das várias Univer-siades públicas, privadas e institutos politécnicos, são os estudantes aveirenses os mais satisfeitos.No que a Aveiro respeita, 65,3 por cento dos inquiri-dos considera a experiência académica na instituição “muito boa” e só 4,6 “muito má”, 68,4 classifica o respe-tivo curso como “muito bom” e 4,2 “muito mau” e 71,8 por cento elogia como “muito bom” o rigor e exigência, e apenas para 3,8 por cento é “muito mau”. Nessas res-postas, apenas quanto ao curso, o grau de satisfação é semelhante às outras universidades públicas, estando os outros indicadores todos com satisfação superior.

NO PONTO

Professor Arnaldo Martins

O Diretor do Departamento de Eletrónica, Telecomu-nicações e Informática abriu as portas do seu gabinete ao Fiodeback, dando-se a conhecer a todos os alunos. Assumiu o cargo em Fevereiro de 2011 e salienta a preo-cupação em manter os investigadores/docentes no nosso Departamento, atrair novas pessoas para esta instituição e preservar sempre o bom nome da mesma. Falou-nos acerca do não preenchimento da totalidade das vagas referentes ao ano letivo que decorre, justificando o fato com aspetos ligados à demografia e localização geográ-fica da nossa Universidade. Por fim, frisa ainda a possivel mudança de nome do curso, para assim se tornar “maisapelativo”, na tentativa de solucionar o problema.

EM BAIXO

Insegurança na Cidade de Aveiro

A insegurança na Cidade de Aveiro continua a preocu-par os estudantes. Ao longo dos últimos meses, princi-palmente em dias de noites académicas, os estudantes têm sido frequentemente vítimas de agressões físicas e materiais. Felizmente, as forças de segurança pública já perceberam que o número de casos tem vindo a aumen-tar significativamente e aumentaram o policiamento. Alertamos todos os estudantes para que tenham cuidado e que durante a noite andem em grupo e nunca por sítios com luminosidade reduzida e caminhos estreitos.

VoltímEtro

Queres dar a conhecer aos teus colegas o projeto que estás a desenvolver? Queres ver um artigo teu públicado na próxi-ma edição do Fiodeback? Pretendes tornar pública uma teoria nova em que estás a trabalhar? Tens ideias para uma nova rubrica no teu jornal? Vem fazer parte do Fiodeback, o jornal de todos nós. Envia-nos as tuas sugestões e artigos para [email protected].

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Página 03 // Jornal Fiodeback // 05 -03-2012

CONHECE O NEEET- AAUAV Criação do NúClEo dE EstudaNtEs dE miEEt aproVada No dia 15 dE dEzEmbro

A criação de uma estrutura que rep-resente unicamente os estudantes de Mestrado Integrado em Engen-haria Eletrónica e Telecomuni-cações foi desde sempre motivo de grande discussão no nosso curso.

Todos nós já as-sistimos a conver-sas em que o tema era precisamente este. Quantas pessoas já não se q u e s t i o n a r a m : “Mas afinal porque é que EET não tem uma estrutura que represente uni-camente os seus estudantes?”. Na verdade, nunca ninguém soube responder a esta pergunta ou, por

sua vez, os que respondiam diziam simplesmente “porque, como tu sabes, o nosso curso implica muito estudo, dedicação e empenho e não há ninguém que queira avançar com isso.” Somos um vasto conjunto de estudantes, com a participação e o empenho de todos,

o tempo disponibilizado para este efeito não terá significado relevante no acompanhamento e preparação das atividades letivas e dos exames. No entanto, todas estas conversas não passavam de conversas momentâneas e realmente ninguém “avançava”. O curso é considerado por toda a Aca-demia, e mesmo por grande parte do país, como um curso com enorme po-tencial, contudo estas potencialidades não são devidamente aproveitadas. Os dias passam e o curso vai esmorecendo cada vez mais. Tornou-se indispensável a criação de uma estrutura que revitalize o nosso curso. Foi neste preciso ponto, e com o objectivo principal de dar res-posta às necessidades que surgem no dia-a-dia do estudante de MIEET, que a recém-eleita Comissão Instaladora do NEEET-AAUAv decidiu, de uma vez por todas, seguir para a frente com a tão de-sejada criação do Núcleo de Estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomuni-

cações da Associação Académica da Uni-versidade de Aveiro (NEEET-AAUAv). Numa Assembleia de Alunos bastante participada no passado dia 15 de Dezembro, dia em que se comemorou o 38º aniversário da Universidade de Aveiro, a criação desta estrutura viria então a ser aprovada por unanimidade. Segundo o Coordenador da Comis-são Instaladora do NEEET AAUAv, André Reis “o Núcleo será uma es-trutura que congregará todos os es-tudantes do nosso curso e tornará possível a sua organização e mobili-zação em torno de um objetivo que nos persegue a todos: o nosso curso, o mel-hor curso da Universidade de Aveiro!” A equipa editorial do Jornal Fi-odeback deseja a todos os es-tudantes que fazem parte da es-trutura do NEEET votos de um bom trabalho e que consigam realmente levar o nome do nosso curso ao mais alto nível.

o quE fazEr para Criar um NúClEo dE EstudaNtEs?

Segundo o Manual de Criação de Nú-cleos da AAUAv, um dos primeiros pas-sos a seguir é a constituição de uma Co-missão Instaladora (a Coordenação do Pré-Núcleo). Esta Comissão deve ter en-tre três a sete elementos sendo que, dois desses elementos terão que ser, obriga-toriamente, o Coordenador e o Respon-sável Financeiro e os restantes Vogais.Internamente, e desta vez segundo o Regulamento Genérico dos Núcleos da AAUAv, cabe à Coordenação definir a sua estrutura interna, podendo criar secções. Ao que conseguimos apurar junto da Coordenação do Pré-Núcleo esta estrutura interna já está definida. O NEEET será constituído por quatro

Secções: a Académica, responsável pelas atividades lúdicas, culturais e desporti-vas, a Pedagógica com a função de organ-ização de conferências relativas a temas no âmbito do curso, assim como, outros temas de relevância para os estudantes de MIEET, a Informativa que ficará re-sponsável pela criação e gestão do site do núcleo, criação e redação do Jornal e atualização das redes sociais e, por fim, a Administrativa que irá ter a responsabi-lidade da criação do casaco de curso as-sim como toda a gestão interna do núcleo.Segundo a Coordenação do Pré-Nú-cleo “esta estratégia de organização interna tem como objetivo aproxi-mar todo o curso ao Núcleo, de modo

a que este não se limite a um conjunto de sete pessoas que constitui a Co-ordenação. Só assim poderemos ser

uma estrutura aberta que estimule a participação de todos os estudantes.”

Comissão Instaladora do NEEET-AAUAv

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Página 04 // Jornal Fiodeback // 05 -03-2012

A experiênciaNuma manhã fria, nublada e húmida, faz por esta altura dois anos embarquei rumo a Itália. Seis meses depois estava de volta e foi assim a minha história de Erasmus. Não foi bem uma piada, apenas tentei dar a ideia de como esta experiência foi fugaz. Seria muito mais correto se dissesse que já não fui só eu quem regressou. Quando cheguei novamente a Avei-ro para completar o meu curso era uma pessoa com um ângulo de visão bem mais reforçado, com uma pers-petiva diferente do que me rodeava.Tive como grandes companhei-ros nesta aventura João Portela e João Felgueiras, alunos também do Mestrado Integrado em Engen-haria Eletrónica e Telecomunicações.

A cidade de TrentoA chegada a Itália foi atribulada, a re-ceção passou por pagar uma multa de 50€ logo no primeiro comboio, cujo bil-hete deveria ter sido validado. Em Trento vagueei entre gabinetes para conseguir que tudo estivesse em ordem, numa ten-tativa de começar o semestre de uma for-ma pouco atribulada. Tal não aconteceu!A cidade de Trento situa-se no Vale do Adige, um vale glaciar plano en-tre cordilheiras de montanhas alpi-nas. É uma cidade com uma dimensão agradável, airosa, limpa e segura. Ape-sar de rodeada por altas paredes mon-tanhosas não se torna claustrofóbica, é aliás, bastante interessante. Tinha o ritual de tomar o meu pequeno-almoço na varanda olhando os pomares de ma-cieiras que ornavam a paisagem, os pré-dios que aqui e ali apareciam por cima das árvores e a montanha lá ao fundo.Morava a cerca de sete quilómetros das faculdades onde tinha aulas, por isso tive de me adaptar a qualquer coisa que em Aveiro não é muito comum usar: auto-carros. A simplicidade e a rotina em que se veio a tornar circular nesse meio de transporte, foi, no início, um verdadeiro quebra-cabeças. Aconteceu-me apanhar um autocarro que demorava hora e meia a levar-me a casa, sair em paragens que eram na verdade do outro lado da cidade, perder conexões e caminhar até casa (quatro quilómetros desde o centro da ci-dade) por pensar que não havia mais auto-carros, vendo-os posteriormente passar ao meu lado na estrada. Enfim, coisas no-vas! Habituei-me e quando já estava bem familiarizado com o sistema aluguei uma

bicicleta que me facilitou bastante a vida.Depois de ter a bicicleta, alarguei os meus horários de permanência no centro da cidade, também com o aumento da tem-peratura a convidar. O centro histórico era um verdadeiro conjunto belo e pito-resco: casas pintadas com frescos, ruas largas e praças amplas. Uma destas (Piazza Fiera) conservava um resto da antiga muralha medieval, outra (Piazza Cesare Battisti) escondia por baixo de si restos da antiga cidade romana de Tri-dentum. Outra ainda e a principal (Piazza del Duomo), apresentava uma das mais belas fontes que em Itália vi, a Fontana di Nettuno, apenas ultrapassada em beleza, em minha opinião, pela Fontana di Trevi em Roma e a Catedral de S. Virgílio cuja construção remonta ao século XIII.De paragem obrigatória era o miradouro da Sardagna, atingível através de telefé-rico. Erguia-se no topo de uma montanha faceando toda a cidade lá no fundo. A sua altitude, cerca de 400 metros acima do vale, fazia com que Trento virasse uma miniatura onde os comboios mais não pareciam que brinquedos que quase acreditava poder controlar com a minha mão estendida. A catedral tornava-se ap-enas numa maqueta disso mesmo onde as pessoas à sua porta pareciam formigas. Outra miniatura presente foi o cenário de qualquer coisa grande: a igreja de Santa Maria Maggiore, palco do concílio de Trento ali realizado entre os anos de 1545 e 1563. Lá ao fundo o Castello del Buonconsiglio, uma alusão ao concílio já falado e que encerrava no seu interior a Torre Aquila onde se podiam admirar os famosos frescos de um autor descon-hecido. Atrás de tudo isto e já na colina que ascendia para a enorme montanha da Marzola as faculdades de ciências e de engenharia palco das minhas aulas. Mas falta qualquer coisa para completar esta descrição, o Adige, não parecia mais do que um pequeno curso de água azul para-da, que serpenteava por aquele vale, como um ornamento daquela cidade diminuída.Depois de ampliada, a cidade oferecia-nos uma delícia oriental. Tornou-se um hábito, um vício, um ritual sagra-do e respeitado por todos nós. O local chamava-se “Kebab da Diana”. Gerido por um grupo de paquistaneses era o estabelecimento com o horário mais alargado de toda a cidade, servia-nos de consolo em dias menos bons, muitas vezes foi o sítio onde tomámos a últi-ma refeição com um amigo que partia.

Hoje, quando na minha cabeça penso em Trento entre toda a perfusão de sen-timentos e recordações lembro viva-mente duas coisas: as garrafas de vinho e os gelados da Piazza del Duomo que tomávamos bem perto da bela fontana e o “Kebab da Diana”. Não quero meno-sprezar outras experiências, outras vivências, contudo estas deixaram uma marca profunda nos meus sentidos.

EstudarAs aulas eram lecionadas na Faculdade de Ciências e na de Engenharia. Esta últi-ma tinha sido um hospital psiquiátrico pelo que nos foi possível apurar (nunca confirmei tal informação). Era um espaço claustrofóbico com uma porta de entrada que mal deixava passar uma pessoa, uma miniatura na opulência do edifício. De-testava aquele local enquanto espaço de aulas, porém a faculdade de ciências era o oposto de toda esta sensação de clau-sura. Pelas suas janelas entreviam-se, cortadas pelas cortinas, as montanhas do outro lado, ainda ornadas de branco nos seus topos, branco este que se man-teve quase até ao final da minha estadia.Das disciplinas que escolhi, das que me propus fazer, deixei um total de 12 crédi-tos em terra, tendo regressado com 21 na minha bagageira, com notas consid-eravelmente boas. A avaliação ali efetu-ada tinha duas grandes diferenças em comparação com a que é praticada na Universidade de Aveiro no meu curso. Em primeiro lugar havia uma predom-inância de avaliações orais, tendo apenas efetuado dois testes escritos, um deles, o do curso de língua italiana. Outra grande diferença eram disciplinas em que um trabalho prático resumia toda a avaliação, sem necessidade de frequências escri-tas. Tive uma dessas, que foi aquela que trouxe, orgulhosamente, a melhor nota. Os professores mostraram-se bastante acessíveis e prontos a ajudar, o que não posso dizer de algum do staff da univer-sidade. Aconteceu inclusive serem rudes com o nosso fraco domínio da língua itali-ana no início da nossa experiência. Até entendia tal tratamento não se tivesse ele verificado no centro de aprendizagem de línguas, onde acorri exatamente com o intuito de enriquecer o meu nível lin-guístico. Outro ponto negativo que tenho a apontar é a elevada burocracia com que fui recebido e a morosidade exces-siva que os documentos necessários adquiriram na volta. O meu processo de

Erasmus ficou apenas concluído mais de meio ano depois do meu regresso!

Viagens:Estando em Itália, um país tão rico, tão vasto, tão diverso e tão cheio de outros ad-jetivos, enchi-me de uma óbvia vontade de calcorrear todos os territórios daquela península. Tal não foi possível por motivos tempo-rais e monetários, contudo, fiz os pos-síveis para regressar com um satisfatório acervo de locais visitados.Comecei perto, com o Carnaval de Ven-eza. Escolhi um dia em que a cidade descasava de todo aquele embeber de festa: o último, terça-feira 16 de fevereiro de 2010. Fiquei simplesmente fascinado com as máscaras nas montras, que aliás ficam por lá todo o ano. A festa, na Praça de São Marcos, apesar de curta foi o meu primeiro contacto com aquele espaço am-plo, iluminado com os pequenos candeei-ros amarelos nas janelas, um cenário que me fez lembrar um conto de fadas.Despendi uma semana e uma boa parte do meu orçamento entre Roma e Nápoles. E que dizer sobre estas duas cidades tão díspares? Roma da beleza forçada, limpa, bela sem dúvida, contudo, mantida assim por esforços herculianos, gastando-se enormes quantias para que tudo esteja asseado e aprazível. Nápoles da beleza intrínseca, uma cidade em que todos os esforços parecem ser encetados no sen-tido de a tornar suja, feia e mal cheirosa e, apesar de tudo, continua deslumbrante. Nápoles é a cidade em que as ruas, escu-ras e medonhas, cheiram a podridão, em que se vêm enormes contrastes sociais. Ao mesmo tempo, é a cidade em que uma pizza com tomate e queijo sabe melhor do que qualquer outra possível invenção à volta daquela iguaria gastronómica. É a cidade em que se entra no Castel dell’Ovo e se presencia um pôr-do-sol sobre o mar, ao mesmo tempo que o Vesúvio gigante se torna de um alaranjado de fogo. É uma cidade aterrorizante, excitante e cheia de vida. Os seus arredores são também de cortar a respiração. A Costa Amalfit-ana, com uma estrada estreita e casas em harmonia com os penhascos e a sereni-dade do mar. Pompeia, imaginar aquela cidade há dois mil anos em plena vida, no dia em que o Vesúvio decidiu pregar uma surpresa desagradável e deixar encerra-das na lava as pessoas em agonia.Acima de tudo, e acima de tudo literalmente, o cimo do Vesúvio, com uma vista ampla

DIÁRIO DE UM ESTUDANTE EM ERASMUSCidadE: trENto - itália

Ilustração: Ricardo Monteiro (à direita) e João Portela num passeio pela neve. Fotografia de João Felgueiras

A Universidade:Università Degli Studi di Trento (www.unitn.it/)Ano de Fundação: 1692Alunos : 16.000

Como chegar:Avião (Porto - Milão) / Comboio (Milão – Verona – Tren-to)

Despesas:Viagem (voo+comboio): quatro voos (voltei a Por-tugal na páscoa), com uma média de preços a rondar os 70€. Milão-Trento fica por 15,25€;

Alojamento: 210€/mês em quarto du-plo numa residência que era no fundo um apartamento T2 sem nenhuma alteração;

Transportes: 22€/mês em passe da rede urbana de transportes (autocarro, comboios e teleférico);

Alimentação: 4€/refeição na cantina da universi-dade, 5€ por uma refeição de kebab com bebida, 6€ por duas fatias de pizza e bebida numa pizzaria, 10€ uma refeição de pizza num restaurante (os melhores locais eram, na minha opinião: “77” e “Alla Grotta”);

Diversão, lazer, viagens: A componente na qualgastei mais dinheiro, estimo que tenha dedicado entre 300 a 500€/mês;

Bolsa: 1403€ para todo o período de Erasmus.

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sobre todos os arredores, um local árido que liberta pó sob os nossos passos e nos intoxica.Visitei a Verona de Romeu e Julieta onde assisti aos espetáculos de ópera que se realizam na sua arena romana, paguei apenas a módica quantia de dez euros ao abrigo de um programa da universidade. Recomendo vivamente estes espetáculos pelo esforço concertado que exigem, pe-los cenários e pela envolvente humana. A Florença do renascimento, da onde, apesar do curto tempo que estive, saí com vontade de um dia ali empenhar semanas. Bologna da Universidade e das torres op-ulentas que eram erigidas a fim de mos-trar poderios familiares. Cremona dos violinos estradivários e do largo Rio Pó.Houve ainda tempo para passeios nos Alpes, sentir o cortante frio da neve numa caminhada através do manto branco. Olhar a toda a volta e ver silhuetas de montanhas aguçadas cobertas de branco. Noites dormidas em cabanas no cimo de um monte onde mal havia espaço para tanta gente.

Queria apenas, para concluir esta parte que dediquei às viagens, frisar que aparte das do parágrafo anterior todas as outras foram organizadas por nós próprios. Al-gumas vezes de um dia para o outro, out-ras com meses de antecedência.

IdiomaDe início não estava muito interessado em aprender, porém, quase sem dar con-ta, comecei a esforçar-me por falar em italiano. Desenvolvi para mim próprio a teoria de que, interpelado numa lín-gua estrangeira sobre a indicação de um caminho, um italiano iria indicar o mais longo apenas por maldade. Apesar de ter usado intensivamente o inglês enquanto estava com outros Erasmus, penso ter aprendido de forma bastante satisfatória a exprimir-me em italiano. Aprendi até a utilizar os gestos corretos para cada situ-ação, imitando o típico gesto do polegar junto com o resto dos dedos da mão di-reita, virados para cima em movimentos ascendentes e descendentes.

AmizadesConcluo com a parte mais ingrata desta experiência: as amizades! É injusto cair num local completamente novo e saber de antemão que temos pouco tempo para conviver com as pessoas que, de rompante, entram na nossa vida. Apenas poucas semanas volvidas e já temos uma nova família, já estamos rodeados de pes-soas que passaram de completamente estranhos para irmãos, amigos de longa data. Uma das caraterísticas de Erasmus que em muito contribuiu para o aumento da minha auto-estima e para a definição da minha personalidade, foi exatamente a intensidade e a natureza dos laços que ali se estabeleceram. O tempo urge e todos temos perfeita noção disso! Em-bora o esqueçamos muitas das vezes, lá mesmo dentro do nosso íntimo, sabemos que não há tempo para fingimentos, para tentarmos ser ali, alguém que não somos, alguém que gostaríamos de ser. De um momento para o outro damos por nós a revelarmo-nos sem termos medo de cen-suras, sem nos preocuparmos com aquilo

que de nós se poderá vir a pensar, desin-ibidos. Quem está perto conhece aquilo que somos e não se torna amigo do que gostava que fôssemos. Somos, acima de tudo, pessoas, com defeitos e qualidades a tentar aproveitar um bom tempo! Tor-namo-nos mais tolerantes, adquirimos uma nova forma de encarar as diferenças. Estas que acabamos por concluir serem menores do que aquilo que assumimos. As pessoas acabam por ser muito pare-cidas entre elas, venham da onde vierem.O choque cultural enorme imiscui-se em nós e daí a minha afirmação no segundo parágrafo: não fui bem eu quem voltou de Erasmus!

Ricardo MonteiroRealizou Erasmus no 4º ano de estudos (2º Semestre)

A nossa colega Marcela encon-tra-se num programa de inter-câmbio no DETI e foi convidada a partilhar a sua experiência com o Fiodeback.

IdentificaçãoOlá! Chamo-me Marcela Man, tenho 24 anos e sou da Romenia, estou a es-tudar Eletrónica e Telecomunicações.

Programa de mobilidade que está a frequentarA meados do mês de Março de 2010, vim para Portugal pela primeira vez através do programa Erasmus. Naquela altura, recebi uma bolsa para três me-ses com o propósito de fazer o meu projecto de bacharelato no IEETA, chamado “Visual Systems for Autono-mous Mobile Robots”(Sistema Visual para Robôs Móveis e Autónomos).

O porquê da escolha da Universi-dade de Aveiro, do país e da cidadeApós uma longa reflexão sobre as várias possibilidades de países para onde pode-ria concorrer, selecionei três, sendo elas Portugal, Grécia e Inglaterra. Acabei por colocar em primeira opção Portugal, mais

precisamente a Universidade de Aveiro, uma vez que o meu coordenador romeno me aconselhou a vir para esta universi-dade, pois o coordenador que teria cá, o professor António Neves, era um dos melhores professores nesta área. Tam-bém falei com colegas meus que já tin-ham estado cá no programa de Erasmus, nos anos anteriores e que me falaram maravilhas da Universidade e da cidade, o que me motivou mais a vir para Aveiro.Como adorei a estadia em Aveiro, fiz im-ensos amigos e aprendi muitas coisas, foi uma excelente experiência, decidi voltar para fazer o Mestrado todo na UA, as-sim que acabasse os estudos na Roménia regressaria. E assim foi, em Setembro de 2011, regressei a esta bela cidade e cá permanecerei durante dois anos. Mais um vez o leque de opções foi vasto, tendo França ou Espanha como possíveis uni-versidades para tirar o meu Mestrado, mas optei pela Universidade de Aveiro, primeiro já sabia com o que contava e tam-bém queria continuar o meu trabalho no campo da robótica, com a equipa de fute-bol CAMBADA, além disso também pela minha tese de Mestrado. Agora, estando no Mestrado, as coisas já são diferentes, já não posso ir a tantas festas, já tenho mais trabalho, as responsabilidades são outras.

Aveiro, a cidade, as pessoas e a cultu-raAcho que a cidade de Aveiro é muito bon-ita, é perto da praia, tem tudo o que pre-cisamos (Supermercados, clubs, parques, etc), também está bastante perto das grandes cidades, como o Porto e Lisboa. As pessoas são muito solidárias e bondo-sas com os estrangeiros, os meus colegas e professores ajudaram-me bastante,

sinceramente, mais do que eu estava à espera, são todos muito compreensivo. A comida tradicional é deliciosa comparado com o meu país é bastante diferente, não comemos tanto peixe e arroz, mas é bom provar novos pratos. Notei que alguns portugueses têm preconceitos errados sobre os romenos e geram estereótipos com facilidade, mas é algo que acontece na maioria dos países europeus. Também reparei que os portugueses chegam quase sempre atrasados, falam muito e bastante alto. Gosto muito da língua portuguesa tenho progredido diariamente. A maneira dos estudantes portugueses se divertirem também é muito diferente dos estudantes romenos. Nós na Roménia temos clubs mais glamorosos e as pessoas vestem-se de forma mais elegante, o que não é o caso cá, as pessoas vestem-se de forma mais casual e vão aos bares ou para a rua.

Acerca das disciplinasEm relação às minhas disciplinas do primeiro semestre, tive quatro cadeiras mais o curso de português. Acho que os cursos de especialização foram bastante difíceis, mas na minha universidade em Cluj-Napoca, na Romé-nia tem o mesmo grau de dificuldade. Talvez uma diferença cá seja o facto de darem mais importância à compo-nente prática do que a parte teórica, o que é bom para a preparação de futuros engenheiros.

Em suma, gosto de viver em Aveiro, uma vez que vivo num apartamento

com condições favoráveis, não é tão dis-pendioso como noutros países europeus, apenas não gosto do fato de não existir aquecimento central. Às vezes sinto uma enorme nostalgia do meu país e dos meus entes queridos e cresce em mim um desejo enorme de regressar a casa.

Uma vez que gosto de me cultivar, de-cidi inscrever-me em programas de mobilidade estudantil, durante pouco tempo fiz parte da ESN (Erasmus Stu-dent Network) na minha cidade, Cluj-Napoca e agora voluntariei-me para ser uma “Erasmus Buddy” de uma aluna es-panhola de Erasmus, assim consigo pas-sar a minha experiência a outra pessoa. Estudar num país estrangeiro é uma ex-periência fantástica, crescemos enquanto seres humanos a todos os níveis, desde a nível pessoal, de trabalho e social, apren-demos a conhecermo-nos e ainda temos acesso a novas culturas e a novos lugares.Toda a gente deveria experimentar!

Se já fizes-te um programa de mobilidade, partilha a tua experiência connosco. Contacta-nos através do nosso e-mail:[email protected]

Page 6: 1ª Edição Jornal Fiodeback

Página 06 // Jornal Fiodeback // 05 -03-2012

CAMBADAFutebol robótico na Universidade de Aveiro - o projeto CAMBADA

As competições robóticas têm-se popu-larizado um pouco por todo o mundo ao longo da última década. Com elas pre-tende-se promover a investigação na área emergente da robótica móvel bem como a divulgação da robótica e da ciência e tecnologia em geral. A nível internac-ional, a principal referência é o RoboCup, campeonato mundial de robótica re-alizado anualmente desde 1997. O Robo-Cup, cuja ênfase é ter robôs a funcionar em equipa, inclui várias modalidades de competição, nomeadamente futebol robótico, busca e salvamento em situ-ações de catástrofe e robótica doméstica.

O futebol, em particular, foi escolhido por representar um desafio de elevada complexidade, em que robôs autónomos (i.e., sem qualquer tipo de interferência humana), cooperam num ambiente al-tamente dinâmico com o fim de cumprir um objetivo comum (ganhar o jogo). O objetivo de longo prazo é o de ter, em 2050, uma equipa de robôs humanóides (com forma humana) capaz de ganhar à equipa humana campeã do mundo de futebol. O trabalho desenvolvido através deste desafio tem inúmeras áreas de aplicação real que passam pela robóti-ca doméstica, industrial e de serviços.

Na modalidade de robôs futebolistas mé-dios do RoboCup (Middle-Size League) os jogos disputam-se num campo de 18m x 12m, sendo as equipas constituí-das por um máximo de 6 robôs móveis com uma altura limite de 80cm e um peso que não pode ultrapassar os 40Kg. Por outro lado, as regras desta modali-dade definem um conjunto de cores obrigatório para alguns elementos do jogo, nomeadamente, chão verde, robôs pretos, linhas de marcação brancas e bola com uma cor predominante difer-ente das anteriores, facilitando-se assim a tarefa de deteção desses elementos.

Os robôs são completamente autónomos, isto é, não pode haver qualquer interven-ção humana nas decisões que o robô toma durante os jogos. Consequentemente, todas as decisões são baseadas nas in-formações recolhidas pelo sistema sen-sorial do robô, que são processadas pelo seu software de controlo de acordo com uma estratégia pré-definida, e na partilha de informação entre os robôs e uma apli-cação informática que corre num com-putador externo, igualmente autónoma, que desempenha o papel de treinador.

A equipa de futebol robótico CAM-

BADA (acrónimo de Cooperative Au-tonomous Mobile roBots with Advanced

Distributed Architecture), da Universidade de Aveiro (UA), foi criada e desenvolvida desde 2003 por docentes, in-vestigadores e estudantes li-gados ao Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) e à Ativi-dade Transversal em Robótica Inteligente (ATRI) do Insti-tuto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro (IEETA).

O projeto CAMBADA começou oficial-mente em Outubro de 2003, como um projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnolo-gia (FCT), com o objetivo de promover a investigação nas áreas relacionadas com a robótica móvel e participar nas competições RoboCup internacionais. Atualmente o projeto é financiado com verbas próprias da UA, DETI e IEETA.

A equipa participa em competições na-cionais e internacionais desde 2004 e, na edição de 2008 do Campeonato Mundial RoboCup que se realizou em Suzhou, Chi-na, venceu a liga de futebol robótico dos robôs médios sagrando-se, assim, campeã do mundo nesta modalidade. A equipa tinha já obtido o 5º lugar no Campeonato Mundial RoboCup 2007, que decorreu em Atlanta, U.S.A.. Nos últimos três anos, a equipa tem conseguido sempre um lugar no pódio nas competições internacio-nais: 3º lugar no RoboCup 2009 (Graz, Austria), 2º lugar no GermanOpen 2010 (Magdeburgo, Alemanha), 3º lugar no RoboCup 2010 (Singapura) e 3º lugar no RoboCup 2011 (Istambul, Turquia).

Este progresso é igualmente consist-ente com o observado nas sucessi-vas edições do Festival Nacional de Robótica, atualmente pentacampeã: 5º lugar em 2004, 4º em 2005, 3º em 2006 e 1º em 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011.

Para além dos resultados obtidos nas competições, este projeto tem con-seguido atingir resultados científi-cos muito interessantes em termos de publicações científicas, bem como na formação dos alunos dos vários cur-sos do DETI, como plataforma de tra-balho para mestrados e doutoramentos. Tem sido também um excelente meio de divulgação do IEETA, DETI e UA.

Os resultados obtidos colocam a equipa

CAMBADA no topo da investigação em robótica móvel a nível mundial e reforçam a responsabilidade quanto ao seu trabal-ho futuro. Simultaneamente, a excelência dos resultados obtidos permitiu aumen-tar de forma significativa a visibilidade desta atividade, da equipa e do DETI/IEETA/UA a nível nacional e internac-ional, através de publicações, demon-strações e p r o g ra m a s divulgados pelos meios de comu-n i c a ç ã o e s c r i t a , falada e au-diovisuais.

A equipa é constituída por 6 robôs, i n t e g r a l -mente con-cebidos e construídos no DETI/IEETA. Cada robô é construído sobre um chassis de alumínio circular (com 485 mm de diâmetro), onde estão montados três motores DC independ-entes, separados entre si por uma distân-cia angular de 120º (permitindo movi-mento omnidireccional), um dispositivo eletromagnético de chuto e três baterias. As restantes partes do robô estão colo-cadas em três camadas superiores pa-ralelas ao plano horizontal, a saber: uma primeira camada sobre o chassis que é utilizada para colocar todos os módu-los eletrónicos de mais baixo nível, tais como os controladores de velocidade dos motores e do chuto; uma segunda camada que contém o PC; finalmente, no topo dos robôs, uma camada onde está colocada uma bússola digital e o sistema de visão constituído por 2 câmaras, uma que permitem visão omnidirecional (câmara e um espelho hiperbólico) e outra que proporciona visão frontal.

A arquitetura de software dos robôs desenvolve-se em torno de uma unidade central de processamento que é respon-sável pela camada de coordenação de alto nível do robô. Esta unidade (um computa-dor portátil) processa a informação visual recolhida a partir do sistema de visão, ex-ecuta funções de controlo de alto nível e gere a comunicação com os outros robôs. A atitude do robô é controlada através de um sistema de controlo distribuído de baixo nível recebendo comandos da unidade central de processamento e en-viando igualmente informação sensorial. A comunicação entre os robôs da equipa usa um protocolo de controlo de transmissão adaptativo TDMA (Time Division Multiple Access), sobre IEEE 802.11b, que re-duz a probabilidade de colisões de transmissão entre os robôs da equipa reduzindo assim a latên-cia da comunicação. Este protocolo de transmissão

é usado para manter uma base de dados distribuída (Shared Real Time Data-base - RTDB) que permite a partilha de informações entre os robôs da equipa.

O sistema de coordenação de alto nível é construído em torno de três módulos principais: fusão sensorial, comporta-mentos básicos e decisão e cooperação

de alto nível. O objetivo do primeiro é integrar a informação f o r n e c i d a pelo sistema sensorial do robô com a informação proveniente dos outros robôs da equipa e atualizar a RTDB. O re-sultado ob-

tido, por sua vez, é depois utilizado pe-los módulos de decisão e controlo. O módulo de comportamentos básicos fornece um conjunto de primitivas que o módulo de decisão de alto nível uti-liza para controlar a evolução do robô.

Em jeito de conclusão, a atividade cientí-fica em robótica móvel e autónoma no DETI/IEETA/UA é uma realidade que se vem afirmando e ganhando massa crítica ao longo dos últimos anos. Tra-balho de investigação e desenvolvimento em vertentes como a condução autóno-ma, a robótica cooperativa, a robótica antropomórfica, a inteligência artificial aplicada ao controlo distribuído, o raci-ocínio, ou interface homem/robô baseado em linguagem natural, entre outras, são áreas de intervenção de entre as quais a equipa CAMBADA surge como uma instância de aplicação com notório im-pacto internacional. Plataforma de ex-celência para a aplicação de temas que cobrem da mecânica às comunicações, cruzando os sistemas distribuídos e em-bebidos, a coordenação multi-agente, a visão robótica e a inteligência artificial, os robôs da equipa CAMBADA são um ex-emplo da qualidade e do desempenho em I&D de um departamento que enfrenta de forma apaixonada o desafio de investi-gar, pensar, criar e construir em robótica.

António José Ribeiro Neves

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artigo dE opiNião

Nome: Ivo AngélicoCargo: Presidente da Associação de Eletrónica, Telecomunicações e Telemática da Universidade de Aveiro (AETTUA)Associativismo JovemCrise e Geração à Rasca: estes foram dois dos temas que mais marcaram 2011. As mudanças no mundo que tornaram a eco-nomia global e a incapacidade do Mundo Ocidental (em especial de Portugal) de se adaptar a este novo cenário, provo-

caram uma crise profunda. Juntando a esta crise, um distanciamento crescente entre o poder político e a sociedade civil, com o primeiro a ser incapaz de refletir nas suas decisões as preocupações do se-gundo, levaram ao surgimento de movi-mentos sociais contestatários maiori-tariamente constituídos por jovens.

O surgimento destes movimentos mostra que, apesar de angustiados pela crise presente e até temerosos do fu-turo próximo, os jovens sentem que deve existir uma mudança e que dela devem fazer parte. Uma mudança que seja ca-paz de criar um modelo de sociedade em que eles têm uma palavra a dizer e que garanta um melhor futuro para todos. Há que aproveitar esta vontade de mu-dança e dar-lhe um rumo. O associa-tivismo, como plataforma de diálogo e espaço de criação onde jovens poderão rapidamente ver resultados do seu tra-balho, pode ser fonte de inspiração para estes. Para além disso, é no âmbito do

associativismo que a irreverência e a visão utópica do mundo, próprios dos jovens, mais pode ser útil e proveitoso.O associativismo jovem poderá con-tribuir de três formas para que o futuro seja melhor do que passado recente foi:

- o associativismo jovem é por natureza uma plataforma de diálogo. Os jovens que nele participam tornam-se capazes de expressar as suas ideias, vontades, opiniões e direitos, sendo portanto natural que acabem por tornar-se, por excelência, interlocutores da sociedade. Desta forma o associativismo jovem pode ajudar a encurtar o espaço existente entre a sociedade civil e o poder político;

- o associativismo jovem é um espaço de criação dinâmico e multicultural. Os jovens desenvolverão durante a sua participação no associativismo capacidades de organização e gestão de tempo, gestão de relações e con-sciência social. O conjunto destas ca-

pacidades levam o jovem a estar mel-hor preparado para um mundo em permanente mudança e multicultural;

- o associativismo cria nos jovens ca-pacidade de iniciativa. Num contexto de recessão e escassez de oportuni-dades, a capacidade de inciativa, junta-mente com as capacidades de trabalho anteriormente referidas, tornam os jovens potenciais empreendedores.

Desta forma, o associativismo pode ajudar a acabar com a crise económica e social.O associativismo jovem assume então um papel relevante no presente e futuro. Ele mostra-nos que é possível mudar a realidade que nos rodeia. Mesmo que não tenhamos nascido como decisores de políticas é possível aprender a sê-lo.

Nós, jovens, temos o mundo nas nossas mãos.

Notícias do DETI

O crescimento do SAPO e o salto para o futuroConvidado de fevereiro do IEUA Sharing

Lembrar o percurso do «maior projeto de internet em Portugal» e as vicissi-tudes do crescimento rápido e o cultivo de uma série de valores de empresa foram as marcas que Celso Martinho, responsável tecnológico do SAPO, quis deixar em mais uma edição do IEUA Sharing, decorrida a 6 de fevereiro.

Celso Martinho, um dos seis fundadores do SAPO e atualmente o responsável tec-nológico do portal e membro do conselho

de administração da PT Inovação, iniciou o espaço de tertúlia lembrando a história de como o SAPO surgiu, «um apontador das melhores páginas da net portuguesa em 1995, que eram poucas» e da fase de crescimento que teve, consecutivamente, até chegar a ser o que é hoje: um gigantesco projeto de serviços e conteúdos, o maior empreendimento nacional na internet.

«Já não somos um motor de pesquisa» referiu Celso Martinho. Com efeito, a luta do nosso SAPO é com os gigantes mundiais e a questão da pesquisa tor-nou-se um domínio Google, para já. Para o antigo aluno da UA e responsável do SAPO, o modelo de negócio é semelhante e a concorrência é de nomes sonantes como Microsoft ou Google. Para se man-ter em jogo, «somos ainda uma empresa de base tecnológica, com cerca de 340 colaboradores, a maioria engenheiros, e continuamos a ser uma empresa hori-zontal, sem grandes hierarquias, criando

as plataformas que precisamos, nome-adamente em produtos opensource».

Celso Martinho sentiu as maiores di-ficuldades de gestão em dois momentos, ambos relacionados com crescimento: quando, no ano 2000, teve que despedir pessoal e, ao longo destes anos, a tentar manter os valores e cultura de empresa do tipo start-up, irreverente e inquieta, estando ao mesmo tempo integrado no maior grupo de telecomunicações na-cional. O seu maior erro, confessou, «foi ter escolhido mal as pessoas, quando a pressão de crescer foi superior e obrigou, a meu ver mal, que não soubesse escolher as pessoas com as qualidades certas e que representassem os valores da empresa».«Termos paixão pelo que fazemos» é fundamental para o sucesso de qualquer conceito, lembrou Celso Martinho que alerta que «é fulcral integrar o talento na organização, pois o paradigma de hoje não é o de amanhã e os melhores a

reagir são os que se aguentam». Tendo em conta isso, Celso lembra que «o erro faz parte do sucesso». Outro aspeto es-sencial para Celso Martinho, que tem vindo a formar-se diariamente como gestor é «celebrar o sucesso com as equi-pas, dado que o trabalho deve ser recon-hecido mesmo que o projeto corra mal».

Deixou, finalmente, cinco conselhos a quem pretender lançar-se na aventura do empreendedorismo: trabalhar imenso, paixão pelo que faz, persistência perante as adversidades, ser irreverente e apostar na excelência dos produtos e serviços. Potenciar o networking entre as em-presas incubadas e graduadas da IEUA, através da visita de quadros de sucesso foram as premissas que pre-sidiram à criação do IEUASharing, um evento que se realiza todos os meses.

Fonte: ua_online

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ENTREVISTA AO PROFESSOR ARNALDO MARTINS

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ELETRONICA, TELECOMUNICAÇÕES E INFORMÁTICA

“Uma grande característica e vanta-gem do DETI é a grande abrangência e multidisciplinaridade das nossas áreas de intervenção pelo que ao nível da I&D existe o desafio de potenciar novas áreas de intervenção result-antes dessa ”

É Diretor do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e In-formática da Universidade de Avei-ro desde Fevereiro de 2011. O que o levou a abraçar este desafio?Fui aluno do primeiro curso de Engenha-ria Eletrónica e Telecomunicações (ET), que terminou em 1979, tendo entrado nesse ano como Assistente Estagiário no DETI. Ao longo de mais de 30 anos sem-pre “vesti” a camisola do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e In-formática (DETI) e da Universidade de Aveiro (UA) e numa fase de transição de modelo governativo e de mudanças que a universidade está a atravessar achei que era meu dever aceitar o desafio, pois nesta altura da minha carreira profissional é uma das vertentes em que pode ser mais válida a minha contribuição. Além disso foi muito importante o apoio alargado dos colegas que me incentivaram e apoiaram na candidatura.

Quais considera serem os principais desafios que se colocam ao nosso De-partamento num futuro próximo?Um deles é manter os investigadores e docentes de alta qualidade que temos e evitar que se vão embora, o que tem acon-tecido várias vezes nos últimos anos! Por um lado revela a alta qualidade da nossa investigação e ensino, pois conseguem ganhar concursos ao nível das outras uni-versidades, mas que é mau para o nosso futuro. Além de manter os que temos, temos que tentar criar condições para at-rair as pessoas mais qualificadas.Ao nível dos espaços tem-se vindo a fazer neste último ano alguma requalificação de salas e laboratórios para aulas e inves-tigação para alunos. Foi criado um labo-ratório de computação móvel em colabo-ração com o SAPO e TMN.Uma grande característica e vantagem do DETI é a grande abrangência e mul-tidisciplinaridade das nossas áreas de intervenção pelo que ao nível da I&D ex-iste o desafio de potenciar novas áreas de intervenção resultantes dessa multidis-ciplinaridade e da interface com outras

áreas do conhecimento, de aumentar a qualidade e visibilidade do nosso trabalho e fomentar uma maior colaboração entre as várias áreas e unidades de investigação (IEETA e IT Aveiro).Ao nível do ensino, apesar da reconhe-cida qualidade nacional e internacional dos nossos cursos quer pelo mercado de trabalho, quer por organismos de acredi-tação (Ordem dos Engenheiros e Euro-pean Accredited Engineering Master (EUR-ACE)) é fundamental mantê-la e melhorar no que for possível quer ao nível dos currículos quer ao nível pedagógico. Para isso é muito importante também atrair os melhores estudantes promov-endo uma maior visibilidade do DETI e do trabalho aqui desenvolvido, junto das escolas e da sociedade, e tentar auscultar as necessidades das empresas, quer ao nível da formação quer ao nível da I&D. Queremos reforçar a pós-graduação, at-raindo mais alunos de mestrado e douto-ramento e foram criados já dois cursos de formação avançada (CFA) em projeto de sistemas rádio e computação móvel.

Quais as mais-valias do nosso De-partamento?Em primeiro lugar salientaria a quali-dade, disponibilidade e o todo o empenho das pessoas do DETI que permitiram que nos afirmássemos ao nível do ensino e I&D, quer a nível nacional quer a nível internacional. Depois, como disse atrás, um dos aspetos que distinguem e carac-terizam o DETI é a abrangência e mul-tidisciplinaridade das áreas que abarca, desde a eletrónica, as telecomunicações a informática e os sistemas de informação desde o hardware ao software e que é possível por estas áreas estarem todas dentro do mesmo departamento ao con-trário de outras escolas em que existe uma separação. Esta grande mais-valia e capacidade de integração existente de-vem ser exploradas potenciando, por um lado, essa imagem e, por outro, refletindo isso ao nível dos cursos e da I&D, através de projetos que tenham e beneficiem dessas características, promovendo e ti-

rando partido das complementaridades existentes. Ainda há dias em conversa com um colega que esteve uns meses na Carnegie Mellon University (CMU), uma das universidades de topo mundiais, ele me dizia, comparando com o que viu lá, que nem nos apercebemos nem valoriza-mos o potencial que temos aqui derivado das referidas abrangência e multidisci-plinaridade.Ao nível do ensino isto tem-se traduzido numa valiosa marca reconhecida nos nossos alunos que é o “saber fazer” e a ca-pacidade de adaptação que têm perante novas situações e realidades de trabalho.

Na primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior deste ano lectivo o curso de Mestrado Integra-do em Engenharia Eletrónica e Tele-comunicações (MIEET) ficou aquém das expectativas, não conseguindo preencher a totalidade das suas va-gas, sendo que o último aluno colo-cado acabaria por entrar com uma média de 10,4 valores. A que atribui este facto? Estará o curso de MIEET a perder visibilidade junto dos es-tudantes do Ensino Secundário? Existem vários fatores que concorrem para isso, nomeadamente a média mais baixa este ano nas disciplinas de acesso, nem todos os cursos das outras univer-sidades exigirem as mesmas disciplinas de acesso, ao nível geográfico estamos entre Porto e Coimbra duas cidades com uma grande capacidade de atração e duas reconhecidas universidades e pelo fato da população jovem estar a diminuir nesta zona! Verificando que a captação de alu-nos nas universidades portuguesas é es-sencialmente local e regional e se compa-rarmos os nossos numerus clausus com a população da grande área metropolitana de Aveiro são muito maiores que os das outras universidades concorrentes sendo normal que a nota do último classificado seja inferior, pois comparativamente entram muito mais alunos. Das várias observações feitas parece ainda que at-ualmente o nome eletrónica e telecomu-

nicações não é muito apelativo e “sexy”, numa era em que os computadores e todo o tipo de gadgets abundam e que fazem parte do dia a dia dos jovens! Constata-se, por exemplo, que todos os cursos nossos concorrentes têm a palavra computado-res no nome! Como sabem, no MIEET computadores não consta do nome sendo no entanto uma área coberta ao mesmo nível que noutros cursos de outras uni-versidades. Para quem se candidata de novo talvez isto não seja percetível!

Que medidas foram tomadas para evitar que situações como estas se repitam?Como se vê do ponto anterior, a maioria das condicionantes são externas ao DETI e à UA! No entanto o ano passado já se re-duziu um pouco o numerus clausus não sendo possíveis porém reduções muito grandes devido a razões contratuais in-ternas e externas da UA. Além disso esta-mos a intensificar a divulgação do DETI e dos cursos junto das escolas, incluindo visitas dos docentes e para as quais po-dia ser muito interessante a participação dos nossos alunos. Está também a ser discutida e avaliada a possibilidade de haver uma mudança do nome do curso, que passará por incluir a palavra com-putadores no nome o que implicaria tam-bém a mudança do nome do MIECT, que deverá claramente incluir informática no nome, de modo que apareçam como complementares e não concorrentes. De facto o MIEET está posicionado na área de eletrotecnia, sendo acreditado no colé-gio de engenharia eletrotécnica da OE, e o MIECT na área de informática, sendo acreditado no colégio de engenharia in-formática da OE, o que não é claro se olharmos só aos nomes.

Como se processa a relação do De-partamento com o mercado de tra-balho?Como sabem nesta área das TI continua a haver grande procura e nunca tem hav-ido problemas de empregabilidade, antes pelo contrário, dada a reconhecida quali-

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dade dos profissionais que o DETI forma. Muitas vezes começam até a empregar-se antes de terminar o curso, o que é um dos problemas que pode aumentar o espaço de tempo para acabar. Temos pedidos e somos visitados por várias empresas nacionais e internacionais antes da con-clusão do curso com o intuito de recrutar as pessoas antes do final do ano letivo. Por exemplo, ainda o ano passado tivemos a visita de um representante da Siemens Alemã, da Deloitte e que já está a agendar a visita deste ano.Ao nível dos projetos de investigação, dis-sertações de mestrado e doutoramento existe também colaboração dos alunos em projetos conjuntos o que permite às empresas avaliarem a qualidade do tra-balho desenvolvido por eles.

Sabe-se que poucos são os es-tudantes deste curso que o termi-nam no espaço de tempo proposto. A que se deve este facto? Acha que esta situação se deve à falta de bases dos estudantes que acabam de sair do Ensino Secundário ou, por sua vez, à exigência e à necessidade de um intenso estudo dos estudantes que frequentam este curso? Penso que se deve às duas coisas! Eu não sei se é falta de bases ou falta de hábitos de trabalho. Da minha observação penso que o sistema do secundário permite que um aluno razoável consiga fazer as disciplinas sem necessidade de muito trabalho e depois é um choque quando chegam à universidade. Cursos de en-genharia como os nossos necessitam de uma grande dedicação, profissionalismo e quantidade de trabalho para o que não vêm preparados nem alertados. Acresce que normalmente o 1º ano começa mais tarde que as aulas normais agravado por dedicarem demasiado tempo à praxe, que com moderação é salutar para a sua in-tegração mas em demasia acaba por lhes tirar o ritmo de trabalho que deviam ter. Aqui os colegas mais velhos têm um pa-pel muito importante a desempenhar. E todos os estudos o mostram a adaptação e o sucesso no 1º ano é fundamental. Quem faz o 1º ano, normalmente acaba o curso dentro do tempo previsto. Além disso vamos estando atentos a al-gumas situações mais críticas e tentando atuar pedagogicamente das possibi-lidades e disponibilidades existentes. Por exemplo, detetou-se que os alunos que entram com Matemática B tinham mais dificuldade com as Análises. Pedimos au-torização à reitoria e com o apoio do de-partamento de Matemática criou-se uma unidade curricular(UC) de Matemática Elementar optativa a funcionar no 1º mês do semestre para lhes dar as bases necessárias. Foi com tristeza e desânimo que depois deste esforço só meia dúzia de alunos frequentaram a UC! Dado o elevado insucesso nas Análises conversá-mos com o Departamento de Matemática para que essas UCs usem os programas de Cálculo com a componente prática re-forçada, uma vez que tem mais ECTS. Ao nível da Programação I e II vão funcionar as duas em paralelo no 1º e 2º S e vai-se avaliar o impacto que terá. Há um outro fator que já foi referido e que leva a que alguns alunos não consigam acabar no tempo previsto que é começar-em a trabalhar antes do fim do curso.

Além disso, tenho a certeza, existe dis-ponibilidade total dos docentes para at-ender os alunos quer nas horas reserva-das para o efeito (embora normalmente

não tirem partido das OTs) quer fora do horário das aulas, desde que combinado.

“Um dos aspetos que dis-tinguem e caracterizam

o DETI é a abrangência e multidisciplinaridade das áreas que abarca, desde a

eletrónica, as telecomuni-cações a informática e os sistemas de informação

desde o hardware ao soft-ware e que é possível por estas áreas estarem todas dentro do mesmo depar-tamento ao contrário de

outras escolas em que existe uma separação.”

A formação de um estudante não se resume ao estudo das unidades cur-riculares nem à realização dos seus testes e exames. Que papel atribui às atividades extracurriculares e, em particular, ao associativismo? Essas atividades têm, cada vez mais, um papel importante na formação sendo uma componente muito valorizada tam-bém pelos empregadores. Têm é que ser devidamente balanceadas com o resto das atividades. Acarinhamos e apoiamos os vários núcleos de alunos do DETI e é nossa preocupação que se organizem e trabalhem em conjunto, com as especifi-cidades de cada um, de modo a que todos (alunos, docentes, e funcionários) pro-movamos de uma forma mais eficiente e consistente a imagem do DETI e da quali-dade que temos.

Recentemente os alunos de MIEET sentiram necessidade de criar uma estrutura estudantil, visto que até à altura não existia nenhuma es-trutura que os representasse unica-mente. O que espera do Núcleo de Es-tudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações da AAUAv? Como já disse, espero que se organizem com os outros núcleos e que eliminem as redundâncias existentes de forma a atu-arem em conjunto com vista à promoção global do DETI. Para além das particular-idades dos vários cursos há muitas coisas que podem e devem ser feitas por todos com ganhos de eficiência e visibilidade. E no caso particular do MIEET que trabal-hemos em colaboração para fazer passar uma melhor imagem do curso uma vez que não tenho a menor dúvida quanto à sua grande qualidade e na identificação de outras ações que possam melhorar os resultados pedagógicos.

Quer deixar uma mensagem final para os estudantes do DETI e, em particular, para os de MIEET?A mensagem é que estamos todos do mesmo lado, ao contrário do que se possa pensar, pois o sucesso do DETI depende do sucesso dos alunos. Pela parte da di-reção e dos docentes existe toda a dis-ponibilidade para apoiar toda a vossa dedicação e trabalho quer no estudo quer nas atividades associativas quer noutras atividades que valorizem as vossas com-petências transversais.

o tEu dirEtor dE dEpartamENto a raio XNome: Joaquim Arnaldo MartinsIdade: 55Naturalidade: Alquerubim, Albergaria-a-VelhaGraus académicos: Licenciatura, Doutoramento e Agregação

Funções Docentes e de Investigação:Ligado desde 1974 à Universidade de Aveiro como aluno pioneiro, licenciou-se em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, em 1979, tendo entrado para o DET como Assistente Estagiário nesse ano. Doutorou-se na área de Redes de Computadores, em 1989, e é Professor Catedrático desde 2004. É investigador sénior do IEETA no Laboratório de Sistemas de Informação e Telemática. Participou em vários projetos nacionais e europeus de I&D, no âmbito da tel-emedicina, ensino aberto e a distância e tecnologias de informação e comunicação. Os interesses científicos são nas áreas dos sistemas de informação, gestão de informação, bibliotecas e arquivos digitais e engenharia web.

Cargos e Funções Universitárias:Foi membro da Direcção Regional do INESC Aveiro (1992-1997), Di-retor do Centro de Informática e Comunicações da UA (1998 – 2001), Membro da Direção do IEETA (2009 – 2010) e é Diretor do DETI desde 2011. Foi ainda Diretor de curso da LEET, da LECT, Coorde-nador Científico do Mestrado em Eletrónica e Telecomunicações – perfil de Sistemas de Informação, lecionado na Universidade de Cabo Verde e Diretor da 3ª edição do programa doutoral MAP-i.

Orientação Futebolística: gosto de ver futebol.

Filme de eleição: “Voando sobre um ninho de cucos”, “Cinema Paradiso”

Actividades de Tempo Livre preferidas: Ler, cinema, viajar e es-tar com a família

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RESCALDO DA PRIMEIRA FESTA DO NEEET -ENTERRO DA CÁBULA-

No passado dia 15 de Fevereiro, o NEEET realizou a primeira festa em parceria com o NECiB, segundo o coordenador da secção académica e desportiva , Teófilo Monteiro, “A festa superou todas as nossas expectativas, tivemos a presença de sensivelmente novecentos estudantes, houve uma enorme adesão, podemos dizer que foi um sucesso. Espero que este espírito dos estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações se mantenha ao longo do semestre, porque mais festas virão.”

Deixamos-te aqui algumas fotografias:

O Fiodeback fez umas questões ao Dj Xicobe, que animou a nossa noite na primeira quarta-feira académica.

J.F.: O que achas-te da noite de hoje, que rescaldo fazes? Os estudantes sur-preenderam-te?Dj Xicobe: Acho que correu muito bem e que para uma quarta-feira houve uma adesão muito grande mesmo sendo a primeira quarta académica do ano letivo, os estudantes estavam com vontade de uma festa.

J.F.: Porquê o nome Xicobe?Dj Xicobe: O nome xikobe surgiu quando era miudo e o meu irmão mais velho quis criar um email para mim. A desculpa dele foi que juntou xico e kobe porque eu naquela altura jogava basquetebol.

J.F.: O teu estilo de música, eletro e drum step começa a ter alguma adesão por parte dos estudantes?Dj Xicobe: Acho que sim, principalmente quando foi o concurso do CoDJ que eu con-segui ganhar, acho que foi uma surpresa porque não era um género de música as pessoas estavam habituadas. E é muito bom ser recebido assim, porque não é uma coisa mais comercial a que as pessoas estejam habituadas, mas é um estilo que começa a ter muita adesão.

J.F.: Já tens algo feito por ti, algum original?Dj Xicobe: A minha produção passa só por sets, ainda. Este ano quero começar a inve-stir na produção de um original e pode ser que mais tarde, talvez no verão possa ter algo original e meu, em principio sempre neste estilo.

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A VOZ DOS ET’S

«Fazemos parte de um país constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas, setores em que se fará sentir mais intensamente a crise que atravessamos. É de esperar que todos os recém graduados sintam, de certa forma, alguma dificuldade acrescida na sua entrada no mercado. O encerramento de empre-sas fecha oportunidades bem como limita a possibilidade de novas oportunidades, necessárias a quem acaba a sua formação. Contu-do, acho que nos devemos recordar de que fazemos parte de um curso que está numa área que está em franco desenvolvimento e

cujos níveis de empregabilidade se esperam firmes, como se tem, até agora, provado.Da mesma forma saliento que, tal como não se deve desesperar ou desanimar face à chegada ao mercado de trabalho, não se deve esperar que se cesse a investigação ou os incentivos à mesma, poderão surgir certas condicionantes, mas o país não pode parar.»

Estudante de 5º Ano,Miguel Sousa Gomes

«Começando pela empregabilidade acho que já chegamos a um ponto em que não há muito a acrescentar ao que é publicado diaria-mente nos meios de comunicação social. É certo e sabido que a crise pela qual estamos a passar afetou fortemente a empregabilidade,

principalmente a da aqueles que procuram o primeiro emprego. Contudo, no que diz respeito às bolsas de investigação, os meios de comunicação social não dão grande en-foque sobre este tema, apenas surge um ou outro apontamento em locais com pouco destaque. Na minha humilde perspetiva posso apontar dois fatores determinantes. Primeiro, não é uma notícia que crie impacto na maioria do público em geral, reduz-indo, desta forma, o interesse dos media. Segundo, a crise ainda não afetou fortemente a área de investigação como o irá fazer, infelizmente, num futuro próximo. Sim, é ver-dade que a crise já afeta, de certa forma, a área da investigação, mais concretamente no que diz respeito às bolsas de investigação. Contudo, também é verdade que muitos pro-jetos que disponibilizam bolsas de investigação são projetos que tiveram inicio há já alguns anos. Desta forma, ainda existe um número razoável de bolsas de investigação disponíveis, contudo, e durante o decorrer deste e dos próximos anos iremos assistir a um decréscimo generalizado do número de bolsas disponíveis. Devendo-se, fun-damentalmente, ao reduzido número de projetos concedidos no ano transato. Deste modo, aguardo com algum ceticismo o resultado dos diversos concursos abertos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia este ano, pois poderão alterar a minha previsão menos otimista do futura da investigação em Portugal. Termino partilhando um pen-samento saudosista da nossa época dos descobrimentos: No passado fomos uma nação com uma enorme vontade de triunfar, de inovar e de partir à descoberta recorrendo a recursos limitadíssimos, e mesmo assim conseguimos descobrir o mundo. O que é feito desta nação? Será que estamos a assumir uma posição de derrota?»

Estudante de Doutoramento,Daniel Albuquerque

«A medida tomada referente à disciplina de Programação I será uma mais valia visto que, irá permitir aos repetentes desta ca-deira usufruir de Programação no 2º semestre, permitindo assim uma recuperação do aluno num menor espaço de tempo.»

Estudante do 1º Ano, Lucas Cozinheiro

«É sempre bom um aluno ter oportunidades para conseguir obter aprovação a uma unidade curricular. Neste caso, talvez muitos dos que iniciavam o segundo semestre com um sentimento de “desistência” e “abandono” perante P2, podem agora esforçar-se para conseguir ter sucesso. São de louvar todas as iniciativas por parte do DETI para maximizar o aproveitamento académico de todos nós.»

Estudante do 4º Ano,Gonçalo Pardal

Jornal Fiodeback (JF): O que achas da nova medida tomada no nosso curso em relação à possibilidade de os alunos que reprovaram a Pro-gramação I no 1º semestre poderem fazê-la no 2º semestre?

JF: O que te motivou a vir para Engenharia Eletrónica e Telecomunicações?

«Desde pequeno que gostei de computadores e isso foi das primeiras coisas que me fez querer enveredar por esta área. Como o meu pai se formou neste mesmo curso, isso acabou tam-bém por ser um incentivo para mim. Depois, tudo o que se ouve falar sobre o curso, que apesar de difícil tem uma elevada per-centagem de empregabilidade, o que nestes tempos é sem dúvida algo a ter em conta. Até agora não me arrependo, mas sem dúvida que tenho de aplicar a máxima “sucesso só vem antes de trabalho no dicionário”.»

Estudante do 2º ano,João da Silva

“O que me motivou a vir para Engenharia Eletrónica e Teleco-municações foi o fato de ser um curso interessante e se alargar a varias áreas de trabalho e para além disso ter saída no mercado de trabalho, pois nos tempos que correm é o que pretendemos.”

Estudante do 3º AnoAna Pedro

JF: De que modo a crise que estamos a atravessar se faz sentir na empregabilidade do curso e na atribuição das bolsas de investigação?

Faz do Fiodeback a tua opinião!

Envia-nos as perguntas que queres ver abordadas na “Voz dos ET’s” da próxi-ma edição.

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BIOGRAFIA DE STEVE JOBS

Nome Completo: Steven Paul JobsNascimento: 24 de Fevereiro de 1955Cidade Natal: São Francisco, Califórnia, Estados UnidosFalecimento: 5 de Outubro de 2011

Steve Jobs, era filho biológico de Joanne Simpson e de Abdulfattah John Jandali, era membro de uma família abastada, por preconceitos dos avós maternos os pais não assumiram a união e Jobs foi dado para adoção. Tendo sido adotado por Paul and Clara Jobs, um casal de classe média baixa.Cresceu em Mountain View, começou por reconstruir e vender carros usados, nessa altura o pai adotivo, Paul, deu-lhe as primeiras aulas sobre os princípios da arte de mecânica. Nos anos 60 começou a interessar-se pela eletrónica, onde dedi-cava parte do seu tempo na garagem do engenheiro Larry Lang, que o introdu-ziu no Clube do Explorador da Hewlett-Packard, era um grupo de estudantes que se reuniam semanalmente. Pouco tempo depois, foi contratado por uma empresa. Durante o seu período escolar começou a aprofundar-se em actividades culturais, como música e literatura, mas nunca deixou de lado o seu gosto pela eletrónica. Nesse tempo de estudante criou uma forte amizade com Stephen Steve Wozni-ak, estes jovens para além da partilha do apelido, partilhavam, ainda, o gosto pela eletrónica. Numa brincadeira os dois Steves criaram uma versão “Blue Box”, era um dispositivo que permitia a re-alização de chamadas a longa distância de forma gratuita, servindo assim como chave de encaminhamento de chamada da rede telefónica. Estes dois jovens ami-gos começavam a dar o primeiro passo no empreendedorismo, tendo sido um marco fulcral para a criação da Apple, “Se não fosse a Blue Box, não teria existido uma Apple. Tenho a certeza disso. Woz e eu aprendemos a trabalhar juntos e ganham-os a confiança de que podíamos resolver problemas técnicos e pôr efectivamente algo em produção.”, afirmou Steve Job.Em 1974, Jobs consegue emprego na empresa Atari, tendo servido de tram-polim para que alcançasse a Europa e depois a Índia numa jornada espiritual.Em 1976, Woz teve a ideia de criar um computador pessoal (que apenas era constituído por uma placa de circuito na época), de imediato várias pessoas estavam interessadas naquele brilhante trabalho, então Job sugeriu que deveriam começar a comercializar o Apple Comput-er, tendo assim nascido a Apple. O nome da empresa foi inspirado numa das dietas

frutíferas de Job, parecia-lhe um nome divertido, espirituoso e não intimista.Na fase inicial da Apple, o negócio con-sistia em montar as placas na garagem de Jobs e levá-las para as lojas de computa-dores para serem vendidas. Enquanto isso, Woz, trabalha no aperfeiçoamento do computador, tendo assim criado, em 1977, o Apple II. Ambos sabiam que era um computador inovador e muito mais avançado do que qualquer outro existente no mercado, tendo por isso, feito um acor-do com Mike Markkula, um entusiástico executivo da Intel, que viabilizou o novo projecto dos amigos Steves em troca de uma participação accionista, tendo-lhes garantido que a sua empresa entraria na lista da Fortune 500 em menos de dois anos. Mike tinha razão, o Apple II foi um sucesso a nível mundial, foi símbolo da revolução da computação pessoal, devido às suas características inovado-ras de Hardware e de uma grande oferta de software compatível. A chave para o sucesso do Apple II era sem dúvida o programa VisiCalc, que era uma folha de cálculo muito semelhante ao actual Ex-cel. Para além disso, Jobs queria evitar a necessidade de um ventilador, e para isso, encomendou a construção de uma nova fonte de alimentação, ao engenheiro Rod Hot, da Atari, tendo construído uma fonte de energia comutável, que ligava e desli-gava milhares de vezes o que possibili-tava armazenar energia por muito menos tempo e consequentemente libertava menos calor. Sendo esta mais uma característica inovadora do Apple II que fez com que milhares de pessoas o comprassem para po-derem usufruir das car-acterísticas de excelência que o descreviam. Como tal a empresa cresceu a um ritmo ascendente e com ap-enas 25 anos, Steve Jobs, ultrapassou a marca de 200 milhões de dólares por dia.Mas o sucesso da Apple foi ameaçado pela indústria IBM que estava a planear entrar nos mercados de computadores pessoais, em 1981. A Apple tinha fracas-sado com a criação do Apple III. Então concentraram todas as suas energias num projecto novo, liderado por Jobs, cujo nome era Lisa. Apelidou esta nova máquina de Lisa, em homenagem à sua primeira filha, embora ele não admitisse a paternidade. O Apple LISA (Local In-tegrated Software Architecture) foi o primeiro computador a utilizar a inter-face gráfica, baseada na tecnologia do Xerox Alto. Jobs tinha adotado o projecto mas foi convidado a retirar-se, o que fez com que adotasse o projecto Annie, que mais tarde foi rebatizado de Macintosh.O projecto Annie nasceu em 1979, fruto do desejo do engenheiro Jef Raskin em criar um equipamento simples e design despojado. Jobs começou a ficar fasci-nado pelas ideias de Raskin, mas não concordava com a transgressão na quali-dade para manter os baixos custos, então iniciaram uma disputa pela liderança do projecto que terminou com o afasta-mento de Raskin por ordem de Mike Scott, presidente da Apple na época. En-tão Steve começou a recrutar brilhantes jovens engenheiros para a sua equipa de

Mac. Este projecto era muito polémico, pois ameaçava tanto a Apple II como a LISA. Contudo foi o primeiro produto da Apple a integrar a filosofia de desenvolvi-mento. Para Jobs, os melhores produ-tos eram os aparelhos completos com o software talhado para o hardware e vice-versa. Essa filosofia seria reafirmada anos depois com o iMac, iPod, iPhone e iPad. Embora os primeiros meses do Mac ten-ham sido encorajadores, as vendas logo começaram a apresentar queda, apesar de ser um computador deslumbrante não havia publicidade que conseguisse mascarar as suas limitações. Contudo Jobs mostrava-se cada vez mais impie-doso, arrogante e extravagante, o desgaste com as equipas acabaria por con-tribuir com a sua saída no ano seguinte.Jobs encontrava-se desorientado, a Apple sempre foi a sua vida e ele foi expulso da empresa que criou. Começou a viajar e a procurar no-vas maneiras de gastar a sua energia. Em meados do ano de 1985, foi apre-sentado a uma pequena equipa de computação gráfica, constituída por brilhantes especialistas. Todos eles compartilhavam um sonho comum, de fazer filmes animados com os com-putadores. Steve estava interessado e ele acabou por comprar uma empresa em 1986, incorporando-a como a Pixar.No entanto a sua paixão primordial ainda

era fazer computadores. Em Setembro de 1985, anunciou ao conselho da Apple que iria fundar uma nova empresa, cujo nome seria NeXT, para construir um computa-dor avançado para o ensino superior e para pesquisa científica. Com

ele foram alguns dos melhores engenheiros e vendedores da equipa Mac, algo que provocou o descon-tentamento da Apple e inclusive ameaçou processá-lo, mais tarde veio a desistir do processo judicial. Os preços que praticava pelo computador NeXT eram extrema-mente elevados, o que levou ao fracasso na comercialização dos seus produtos, obrigando Jobs a fechar o sector de hard-ware da empresa. Além disso, o seu inves-timento na Pixar também não o levava a lugar nenhum. Restava-lhe o sistema op-erativo do NeXT que seria, entretanto, re-sponsável pela maior reviravolta na vida de Jobs e da Apple. A Apple precisava com urgência de um novo Sistema Operativo e a opção encontrada foi adquirir a NeXt.Jobs regressa à Apple, em 1997, onde foi nomeado de imediato CEO interino da Apple. Começa com uma extensa revisão de toda a empresa, reduzindo o número de projectos de cen-tenas a uma dezena, o número de produ-tos de hardware se-riam cortados apenas para quatro, fez um anúncio chocante na Macworld Boston, onde disse que a Ap-ple iria fazer uma parceria com o seu rival Microsoft, num

negócio sem precedentes, que poria fim a disputas de patentes indetermináveis.Steve Jobs rapidamente revitalizou a confiança para toda a comunidade Ap-ple. A empresa lançou uma campanha de marketing revolucionário em torno de um novo slogan: “Think Different”, espalhando a ideia de que pessoas que usavam Macs eram sonhadoras e que podiam mudar o mundo, assim a marca Apple tornou-se cada vez mais forte, lançando um conjunto de novos produ-tos como o Power Mac G3 e o Power-Book. Meio ano depois do seu regresso, Jobs levou a empresa a avultados lucros.Contudo, o ressurgimento da Ap-ple veio um pouco mais tarde, quando Steve introduziu um novo computa-dor de mesa, iMac, foi um sucesso para a Apple. Desde então Jobs trabalhou muito em ideias criativas deste nível obtendo sucesso de vendas com elas.Steve Jobs fazia anualmente palestras emblemáticas (Keynotes), nas Mac-Worlds lançava as suas tão esperadas id-eias para a Apple. Jobs e os seus parceiros apresentavam as novidades que a empre-sa lançaria em cada temporada. Muitas dessas novidades acabavam por se tornar tendência de mercado. No final de 2008, a Apple declarou que a MacWorld 2009 se-ria a última em que a empresa iria partici-par. Nesta edição do evento, Phil Schiller, vice-presidente de marketing de produ-tos da Apple na época, foi o orador oficial.No dia 24 de Agosto de 2011, Steve Jobs renunciou à presidência da Ap-ple. Morreu no dia 5 de Outubro de 2011 na sequência de uma doença can-cerígena, contra a qual lutava desde 2004. O anúncio foi dado pela família dele, que disse: “Morreu em paz, hoje”. Steve Jobs foi inegavelmente um homem extraordinário, deixou a sua marca nos computadores pessoais, com a Apple II e Macintosh, na música com o iPod e iTunes, na área das telecomunicações com o iPhone e na animação com a Pixar. O jovem hippie de classe média não teve educação universitária, mas construiu um império de computação e tornou-se um multi-milionário em poucos anos, mesmo sendo demitido da própria em-presa, anos mais tarde voltou para salvá-la e transformá-la nas empresas mais in-fluentes do mundo. Também contribuiu para a criação do novo líder de filmes de animação para as próximas décadas. Actualmente é reconhecido como um vi-sionário sem igual, mudou milhões de vi-das por tornar a tecnologia mais fácil e ao alcance da grande maioria da população.

Apple II de 1977

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ATUALIZA-TE

WindoWs 8O sistema operativo da Microsoft que está a caminho de ser lançado este ano, durante a época de Verão e entrado em fase de “consumer preview” já no final de Fevereiro, trás bastantes diferenças em relação a windows 7, isto por causa do desejo da microsoft de entrar no mercado dos tablets e portanto viu-se bastante es-forço pela Microsoft para conseguirem correr windows 8 tanto em tablets (ba-seados em processadores ARM), como os portáteis e desktops a que todos já todos conhecemos.Esse esforço trouxe benefícios como tempo de arranque bastante reduzido, tal

como a sua pegada na memória dos nos-sos computadores. Terão também de se habituarem a um novo ambiente gráfico a quem chamam Metro style, mas não se preocupem porque o ambiente clássico não foi completamente removido. Com o tempo torna-se segunda natureza mudar entre o ambiente Metro style e o ambi-ente clássico. Com windows 8 e a sua en-fâse interfaces de touch-screen não se es-pantem se virem uma nova onda de ecrãs multitouch tanto em portáteis como nos ecrãs de desktop em casa.Vemos também a implementação de uma appstore como já estamos a habituados a ver no Mac OS X, Linux, iOS e Android.

Aqui abrirá a hipótese de terem uma plataforma para venderem os vossos pro-gramas e com milhões de possíveis cli-entes à vossa espera. Devido à plataforma comum as aplicações criadas por vós será compatível tanto em tablets como em portáteis e até telemovéis windows, des-de que tenham hardware suficiente.Outras novidades incluem “picture password” em que a vossa password são toques ou cliques em certos pontos de um imagem decidida por vós.O “task manager”, aquele nosso amigo para que todos nós corremos com o “Ctrl-shift-esc” para terminar-mos aquele pro-grama que não está a responder, agora

foi dado um aspecto mais “user friendly” para que os menos tecnologicamente en-volvidos entre nós não eliminem proces-sos essenciais.Se estiverem interessados em saber mais, podem contar com o “consumer preview” no final de Fevereiro, mas se tiverem mesmo impacientes existe o “developer preview” já disponível online.

Carro automátiCo da bmW

Estando numa sociedade em que quase toda a gente utiliza um carro para con-duzir, muitos de nós já pensamos como seria se o carro se conduzisse de forma automática. Agosto de 2011, a BMW anunciou que queria ser o primeiro a criar tal au-tomóvel, e já se pode ver os seus avanços na internet com um dos seus BMW série 5 a viajar na Autobahn na Alemanha. Ba-

seia-se no sistema proprietário da BMW, CDC (ConnectedDrive Connect) que em “real-time mode” o condutor pode largar o volante enquanto o carro se desloca através da au-to-estrada e tendo em conta não só a estrada, mas também os out-ros condutores, tudo isto com uma margem

de erro de 1cm. Para o efeito usam uma c â m a r a , s e n s o r e s , radares e s c a n n e r s , mas mes-mo assim à primeira vista não p a r e c e d i f e r e n t e dos carros

sem equipamento. O senão é que só fun-ciona em estradas previamente mapea-das, portanto não estejam à espera que o carro vos leve através dos atalhos pelo monte.Agora antes de ficarem desesperados pelo lançamento do carro, de acordo com a PhysOrg.com, o carro só deverá entrar no mercado dentro de 10 a 15 anos. Se ainda não viram o vídeo, dirijam-se ao youtube e dêem uma vista de olhos ao futuro.

Consumer Electronics Show 2012Como alguns de vós já devem saber, todos os anos em janeiro ocorre a CES, que é a maior convenção de eletrónica do ano apresentando as tecnologias não só deste ano, mas também para os anos seguintes.Este ano foi em Las Vegas começando no dia 9 de Janeiro e aqui estão alguns dos destaques da convenção.

Project Fiona

Possivelmente um dos tablets mais im-pressionantes com processador intel core i7, ecrã de 10.1’’ com resolução 1280x800, ecra multi-touch, e controlador integra-do, controlador de direção, magnetomet-ro e acelerómetro, dolby 7.1 surround

sound, wifi 802.11 b/g/n e bluetooth 3.0 e com um preço previsto ser próximo dos 1000€. É fácil ver este tablet como o rei em termos de especificações, mas cá es-tão os “senãos”, com a falta de placa grá-fica dedicada, não esperem ver DirectX 11 nos jogos e o próprio lançamento do produto está dependente do feedback do público, o que implica que este possa não

entrar no mercado.

samsung smart WindoW

Certamente muitos de nós já imaginamos manusear os nossos computadores um dia “a la” Minority Report, filme de ficção científica lançado em 2002.Através da Samsung este ano com a sua janela inteligente, podemos interagir mesmo assim com widgets para nos dar as informações que achamos impor-tantes, quer sejam tweets, o tempo de hoje, as horas, feeds, um calendário, as receitas culinárias se estiver na cozinha, ou mesmo servir para os vossos power-points. Para aqueles de vós preocupa-

dos com privacidade, não se preocupem porque as pessoas de fora não podem ver o que está no display, além disso a janela tem um modo de persianas que pode tor-nar a janela opaca deixando-vos dormir sossegados sem que o sol vos bata na cara de manhã cedo. Imaginem as potenciali-dades disto em transportes, na casa ou no trabalho.

os ultrabooks

Se este ano vão comprar portáteis é provável que pareçam um pouco difer-entes daquilo a que estão habituados. Esta nova geração de portáteis que mui-tos consideram o Macbook Air da Apple como o pioneiro da gama ultrabook.São aclamados por ter o melhor do mundo dos laptops e dos netbooks. Cat-egoria a qual na qual a Intel tem investido bastante. Quanto? Investiram cerca de 300 milhões de dólares.

Os ultrabooks incluem technologias como “quick resume” em que o portátil suspendido, quando o ligarem, ele re-sume quase instantâneamente donde tinham partido, além disso, para quem

está familiarizado com tablets, sabe que mesmo suspendidos eles regularmente connectam-se à internet para atualiza-rem as aplicações, nos ultrabooks, isto é chamado “smart connect”.São tão leves como tablets ou netbooks e conseguem ter performance quase a par com portáteis bastante mais pesados.

Verisonix Flat Panel sPeaker

Foi apresentado um e-speaker da Ver-isonix que apresentou um e-speaker com

a espessura de cartão cujo som era de melhor qualidade do que muitos maiores.Esta proeza foi alcançada utilizando ele-tredos que são basicamente o equivalente ao estado eletroestático de um íman per-manente. Além do tamanho, a outra van-tagem é o seu baixo consumo em potên-cia, apenas 100mW. Algumas das versões mostradas incluíam camisolas em que o interior do capucho era o altifalante em si.O sinal era transmitido para o recetor na camisola através de bluetooth.

SabiaS Que...O cartão de crédito foi inventado por Frank McNamara, depois de um jantar com empresários onde se esqueceu da sua carteira – com dinheiro e cheques – no escritório.

O termo informática surgiu da junção das palavras informação e automática, por se referir à automatização das informações. Já a palavra computador vem do latim computare que significa realização de tra-balhos com cálculo, calcular.

O símbolo @ é a abreviação da preposição ad do latim e foi criada por copistas da idade média para economizar papel e tinta nos manuscritos. Na informática o símbolo começou ser utilizado em 1971.

As belas imagens coloridas obtidas pelo telescópio Hubble são uma combinação de pelo menos duas imagens preto e branco, tratadas digitalmente. Essa com-posição permite o estudo de estruturas espaciais em detalhes.

O termo Gadget, que significa geringonça em inglês, refere-se, genericamente, a um equipamento que tem um propósito e uma função específica, prática e útil no cotidiano.

As sondas da missão Voyager da NASA estão no espaço a mais de 30 anos, e a Voyager 1 carrega no seu interior uma “mensagem na garrafa” em dois discos de ouro, com sons, imagens e dados técnico-

científicos sobre nosso planeta.

A cor vermelha dos semáforos não foi es-colhida por acaso, todas as cores possuem um raio de tamanho diferente e a vermel-ha é a que tem o maior deles e, por isso, pode ser vista de uma distância maior.

Em 1900 um grupo de mergulhadores encontrou em Antikythera, na Grécia, um naufrágio repleto de tesouros. Entre estes estava um dos primeiros artefatos computacionais que se tem notícia. Re-montado, conseguia calcular a posição do Sol e da Lua.

A linguagem de programação denomi-nada C possui esse nome não por um mo-

tivo especial, mas porque é uma evolução da linguagem B, que por sua vez evoluiu da linguagem A. Hoje existem variações como C++ e C#, que têm aplicações es-pecíficas.

O primeiro software de uso geral foi o CTSS (Compatible Time-Sharing Sys-tem), que foi criado em 1961 no MIT.

Diversos programas possuem sur-presas escondidas. O mais famoso é o Livro de Mozilla, que aparece ao digi-tar about:Mozilla no navegador. E se inserirmos about:robots, aparece uma mensagem de um famoso filme de ficção científica.

Fonte: portaltech20.blogspot.com

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PASSATEMPOSO Jornal Fiodeback deixa aqui alguns “jogos” conhecidos de todos nós, mas com ligeiras alterações lançando assim, um pequeno desafio a todos os seus leitores.

PALAVRAS CRUZADAS1. Conjunto de linhas de comunicação (fios elétricos condutores em parale-lo) que permitem a interligação entre dispositivos.

2. Linguagem de programação.

3. Fenómeno magnético provocado pela circulação de uma corrente elétrica.4. Máquina programada para receber e processar dados, gerando infor-mação.5. Instrumento de prova que mede voltagens, correntes e resistências.6. Dispositivo que codifica as informações de duas ou mais fontes de dados num único canal.7. Conjunto de oito bits.8. A mais pequena unidade de informação.9. Medida escalar negativa e positiva da magnitude de oscilação de uma onda.10. Unidade do Sistema Internacional que descreve uma potência de um Joule por segundo.11. Cada uma das tensões de uma corrente trifásica;12. Díodo emissor de luz.

SUDOKUPreenche a grelha com os elementos de eletrónica que te acompanham nos laboratórios sem que nenhum deles se repita em cada linha, coluna ou caixa.

Soluções: 1-Barramento; 2- Java; 3- Eletromagnetismo; 4- Computador; 5- Multímetro; 6- Multiplexer; 7- Byte; 8- Bit; 9- Amplitude; 10- Watt; 11- Fase; 12- LED.

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Página 15 // Jornal Fiodeback // 05 -03-2012

NOTÍCIASAVEIROCoNstrução dE NoVa poNtE pEdoNal so-brE a ria Em aVEiro gEra polémiCa

A construção de uma ponte pedonal em Aveiro está a provocar polémica devido à escolha do local e aos custos que a obra comporta. A autarquia não recua face aos protestos da população. A ponte vai ser construída sobre o canal central, en-curtando a distância a pé entre o jardim do Rossio e o Bairro do Alboi.

MUNDOmuNdo iNsólito

Há um ano, Carlos Rodri-guez foi preso por posse de drogas, recurso à prostituição

e arrombamento de residência com in-tuito de roubo. Já na esquadra, os polícias apuraram que a estranha forma do seu crânio era o resultado de um acidente ter-rível que tivera anos atrás, por conduzir sob o efeito de drogas e álcool. Agora, Car-

los Rodriguez decidiu criar o seu próprio canal no Youtube para contar as suas experiências. Nos vídeos, o “homem com meia cabeça” aconselha os jovens a afas-tarem-se das drogas, ao mesmo tempo que fala dos seus gostos sexuais e critica a política de Obama enquanto fuma mari-juana.

EDUCAÇÃOmiNistro diz quE admissão às uNiVErsi-dadEs tÊm dE sEr mais rápidas

O ministro da Educação só admite uma solução para os alunos que que-iram entrar na universi-dade, ou seja, têm de fazer

os exames na primeira fase. «Nós temos que fazer a admissão às uni-versidades de forma mais rápida. Não se compreende, tal como está a acontecer neste momento, que haja alunos que só tenham o seu processo despachado para entrar na universidade muito tarde, quando as aulas já estão a funcionar há uma, duas, três semanas», argumentou Nuno Crato. Os estudantes que pretendam ingres-sar no ensino superior deixam, assim, de poder fazer exames na segunda fase.

goVErNo assiNa protoColo para aumEN-tar EmprEENdEdorismo joVEm

O Executivo assinou um protocolo com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) para aumentar o empreende-dorismo dos jovens.Para Miguel Relvas, é preciso que «os municípios percebam que não podem viver de costas voltadas para as univer-sidades e para os politécnicos» e que «os politécnicos percebam que não podem ser escolas fechadas sobre si mesmas, in-stituições que não se abrem à sociedade. Não podemos continuar a formar, ano após ano, milhares de jovens e depois não termos capacidade de os saber aprovei-tar», referiu.O Governo, que no passado recente foi criticado por sugerir a emigração de jovens quadros, assume agora o objetivo de fixar massa cinzenta em Portugal.

CULTURAGuimarães Capital Europeia da Cultura com espetáculos esgotados

Em Guimarães, o primeiro balanço da Capital Europeia da Cultura 2012 sur-preendeu a organi-zação. Ao todo, só no primeiro dia passar-am cerca de 120 mil

pessoas pelo centro histórico da cidade minhota. Os bilhetes para vários espe-táculos são grátis e as lotações têm estado esgotadas. Seis anos passaram desde o primeiro passo para transformar Guima-rães em Capital Europeia da Cultura em 2012. Anos de preparação, nascimento de uma Fundação com o nome da cidade, discussão, polémicas, mudanças na lider-ança, que transformaram um sonho numa realidade na qual Guimarães é a “estrela”.

Capital Europeia da Juventude Bra-ga 2012

A “festa” de ar-ranque da Capi-tal Europeia da Juventude Braga 2012 já começou com manifes-

tações artísticas pela cidade a cargo de escolas e associações da cidade.Braga 2012 tem mais de 14 mil horas de animação e atividades programadas com o objetivo de “capacitar” os jovens e “pro-mover a marca Braga”. “Mais do que festa e animação, a Capital Europeia da Juventude (CEJ) Braga 2012 pretende dotar os jovens de ferramentas para enfrentarem o mercado de trabalho, promovendo a participação cívica e ativa dos jovens” diz o presidente da Fundação Bracara Augusta, Hugo Pires.

soNdagEm do profEssor mais popular

Deixamos-te aqui o resultado da sondagem efectuada na nossa rede social, o Facebook, sobre qual seria o professor mais popular que dá aulas ao curso de Mestrado Integrado em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações (MIEET).

Como podemos observar pela análise do gráfico a Professora Maria Elisa, que leciona as disciplinas de Análise Matemática é bastante conhecida pelos alunos de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, seguida do professor Dinis Santos, sendo este um professor do nosso departamento.O Fiodeback quer agradecer a todos os estudantes que contribuiram para esta sondagem. Esperamos que continuem, assim, muito partici-pativos nas nossas propostas e atividades.

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Tiago Alves - Presidente da Direção da AAUAv

As inscrições para o sweat de curso já começaram, dirige-te ao SITE do NEEET (www.neeetaauav.com) e inscreve-te.

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O PROJETO ASSO-CIATIVO DOS ES-TUDANTES DA UNI-VERSIDADE DE AVEIROA Universidade de Aveiro tem uma história. Tal como todas as histórias

também esta criou uma identidade, uma personalidade única que demarca e

diferencia tudo aquilo que leva o selo Aveirense. Talvez por isso se destaque tanto.Ímpar na sua cultura e organização foi capaz de se definir com uma natureza inovadora, respeitadora de princípios fundamentais, sem-pre com os olhos postos no futuro, destacando-se pela capacidade de antecipar as adversidades ao invés de reagir em função dos ac-ontecimentos. Neste laboratório inúmeras descobertas foram fei-tas, inúmeros projetos desenvolvidos, mas, nestas condições que o propiciaram, surgiu o projeto associativo dos estudantes, desen-volvido por eles, pedras fundamentais da nossa Universidade.Desde cedo também se destacaram, com um projeto único, centrado numa única instituição, a Associação Académica da Universidade de Aveiro. Núcleos e comissões compuseram a sua estrutura, ainda jovem, adotando diferentes papéis e funções no seu seio. Tornou-se plural mas sempre orientado pelos mesmos princípios e orien-tações, elas que eram tomadas pelo seu conjunto, em sede própria, demonstrando o respeito e sentido institucional que carregavam. Enquanto estudantes devíamos sentir-nos orgulhosos, afinal de contas foi por estes princípios que os estudantes da Universidade de Aveiro sempre contribuíram para a sua evolução. Pelos núcleos se fortaleceu, desde os culturais, aos desportivos, mas principalmente pelos núcleos de curso e associativos. Estruturas próximas, com áreas de influência bem delimitadas, representam sempre, para além dos princípios da estrutura mãe, o orgulho e sin-gularidade dos diferentes cursos que seguiram este caminho. Ocu-param uma posição de destaque junto dos estudantes que represen-tam e nos departamentos onde têm sede, sendo encarados também pela Universidade como importantes interlocutores. Mas a verdade é que não como os únicos. Ao longo dos tempos alguma descontex-tualização foi levando a UA a desvirtuar o projeto dos estudantes. Hoje, apresenta-se como fundamental voltar a fortalecer este pro-jeto. Reorganizar o associativismo na Universidade Aveiro apresen-ta-se como um enorme desafio, desafio este que deve ser encarado como pertença de todos. Inúmeras estruturas de estudantes, não se-diadas na AAUAv, existem na UA. Não seriamos todos mais fortes se atuássemos em conformidade? Não seriamos mais fortes se falás-semos a uma só voz? Não seriamos todos mais fortes se uníssemos esforços em prol de um mesmo objetivo? Todas estas estruturas têm o seu valor, ninguém o contesta nem o pretende controlar, mas to-dos sairíamos valorizados se percorrêssemos os mesmos caminhos. Sendo a Associação Académica o projeto de todos os estudantes e idealizado para dar resposta às necessidades de todos, seria um passo extremamente importante sermos nós, os estudantes a tomar a iniciativa. Na Associação Académica da Universidade de Aveiro existem to-das as condições para acolher as estruturas que se têm mantido à parte e fazermos todos, deste projeto, o projeto associativo dos es-tudantes, cada vez mais forte.Em particular, este é um momento de grande expressão do asso-ciativismo no seio do curso de eletrónica e telecomunicações, curso que se uniu e foi capaz de criar uma estrutura sedeada na AAUAv, contribuindo para um objetivo, há muito partilhado, o de atingir a meta de um núcleo de estudantes por curso da UA. O pré-núcleo de estudantes de MIEET deve ser a estrutura que congrega todos os alunos deste curso e todos os grupos organizados destes alunos que realizem atividades dirigidas ao mesmo público. Assim, con-tribuirão inquestionavelmente para o crescimento e fortalecimento desta estrutura que, apesar de ainda estar a dar os primeiros passos, já é um exemplo a seguir no que concerne ao projeto associativo dos estudantes da Universidade de Aveiro.Um bem-haja aos que coordenam este projecto e que este possa ser um forte impulso para um associativismo cada vez mais ativo.