jornal cidadão - 1ª edição 2011

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Jornal-laboratório produzido pelos alunos de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul Ano XII - Número 37 - Abril de 2011 Danilo Cardoso Bruno Dionísio Governo estuda possibilidade de expansão da nova linha 6-laranja do Metrô até a Zona Leste. Novo trecho beneficiará universitários, comerciantes e moradores da região do Anália Franco. Página 3 O Ministério da Saúde reali- zou campanha de prevenção antes, durante e após o Car- naval distribuindo preserva- tivos, folhetos e divulgando vídeos na TV e internet para alertar os foliões em relação à prevenção das DSTs, além de incentivar quem passou por alguma situação de vul- nerabilidade à infecção do vírus HIV que faça o teste de diagnóstico. Página 4 Campanha contra Aids distribui preservativos O caso Sarney reacendeu a discussão em relação ao uso das redes sociais no local de trabalho. Especialistas e usuários expõem suas opiniões: alguns contra, outros a favor. Entre eles, Alan Dubner, especialista em web, Henrique Calixto Gomes, advogado traba - lhista, e a coordenadora de recursos humanos, Daniela Maria Moreno. Página 6 Redes sociais no mercado de trabalho Reality show registra queda no Ibope O Big Brother Brasil 11 amargou os piores números de audiência de sua história. Agora só nos resta convidar você para dar aquela espiadinha na nossa matéria. Página 2 Das salas de cinema para a sala da sua casa Expansão do Metrô chega até o Anália Franco Universidade Cruzeiro do Sul Em memória ao aniversário de morte da educadora Anália Franco, o Cidadão relembra a representatividade da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, o Lar Anália Franco, para a Zona Leste. Página 8 Lar Anália Franco é parte do patrimônio histórico da Zona Leste A tecnologia de imagens em 3D ganha mobilidade e chega ao ambiente doméstico. TVs, computadores, games e celulares com tecnologia 3D já são encontrados com boa variedade no mercado. Página 5 Vasco Guimarães

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Page 1: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

Jornal-laboratório produzido pelos alunos de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do SulAno XII - Número 37 - Abril de 2011

Danilo C

ardoso

Bruno D

ionísio

Governo estuda possibilidade de expansão da nova linha 6-laranja doMetrô até a Zona Leste. Novo trecho beneficiará universitários,comerciantes e moradores da região do Anália Franco. Página 3

O Ministério da Saúde reali-zou campanha de prevenção antes, durante e após o Car-naval distribuindo preserva-tivos, folhetos e divulgando vídeos na TV e internet para alertar os foliões em relação à prevenção das DSTs, além de incentivar quem passou por alguma situação de vul-nerabilidade à infecção do vírus HIV que faça o teste de diagnóstico. Página 4

Campanha contraAids distribui preservativos

O caso Sarney reacendeu a discussão em relação ao uso das redes sociais no local de trabalho. Especialistas e usuários expõem suas opiniões: alguns contra, outros a favor. Entre eles, Alan Dubner, especialista em web, Henrique Calixto Gomes, advogado traba-lhista, e a coordenadora de recursos humanos, Daniela Maria Moreno. Página 6

Redes sociaisno mercado de

trabalho

Reality show registraqueda no Ibope

O Big Brother Brasil 11 amargou os pioresnúmeros de audiência de sua história. Agora só nos resta

convidar você para dar aquela espiadinha nanossa matéria. Página 2

Das salas de cinemapara a sala da sua casa

Expansão do Metrôchega até o Anália Franco

Universidade C

ruzeiro do Sul

Em memória ao aniversário de morte da educadora Anália Franco,o Cidadão relembra a representatividade da Associação Feminina

Beneficente e Instrutiva, o Lar Anália Franco, para a Zona Leste. Página 8

Lar Anália Franco é parte dopatrimônio histórico da Zona Leste

A tecnologia de imagens em 3D ganha mobilidade echega ao ambiente doméstico. TVs, computadores,

games e celulares com tecnologia 3D já são encontrados com boa variedade no mercado. Página 5

Vasco Guim

arães

Page 2: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

PÁGINA 2 - ABRIL DE 2011

Audiência diminuiu no Big Brother Brasil 11Queda no Ibope causou polêmica nacional e dividiu anunciantes e produtores do programa

Danilo C

ardoso

A falta de opção e a guerra pela audiência

A audiência do programa Big Brother Brasil teve o menor índice (23 pontos) entre todas as edições, conforme dados publicados pelo Ibope entre os meses de janeiro e fevereiro de 2011, índice inferior se comparado às edições anteriores, cujo pico de audiência chegava a 30 pontos. A última edição do BBB apresentou queda de 26,2%.

Com a queda de audiência do Big Brother Brasil 11, muitos questio-namentos foram levantados pelos telespectadores do programa e es-pecialistas no assunto. O jornalista e escritor Francisco Reginaldo de Sá Menezes, conhecido como Xico Sá, analisa a queda da audiência do BBB11: “O que acontece é que alguns participantes apresentados pelo BBB produzem mais dramaturgia (intrigas, conflitos, amores) do que outros. A audiência da televisão também tem sofrido uma queda natural no país, mas também não sou daqueles que atribuem a pouca educação dos bra-sileiros ao sucesso dos BBBs. Fosse verdadeira essa premissa, o formato não teria êxito espetacular em países do chamado Primeiro Mundo”.

Enquanto Xico Sá assume a queda da audiência como um indício natural da evolução da televisão, a diretora de comunicação da agência de publicida-de DM9DDB, Lana Pinheiro, evita falar em queda de audiência e possí-veis consequências para os inúmeros anunciantes do programa: “Ainda é cedo para falar sobre a audiência do programa. Além do que, a audiência na TV é só um dos resultados do BBB. Ele continua sendo o 7º programa de maior audiência no Brasil e ainda tem TV paga e Internet”.

A visão do telespectador

Entre os telespectadores, a opi-nião se divide. Para o analista de cré-dito Diego Reis Ribeiro, o programa é previsível e não traz variações em seus quadros. O web-master Tiago Lima Santos foi incisivo: “Creio que seja um desperdício de dinheiro e de tempo. As situações mudam e o interesse por determinados programas de televisão,

DE OLHO NA IMPRENSA

Danilo Cardoso

Professores-orientadoresDirceu Roque de Sousa,

Flávia Serralvo e Regina Tavares.Também participaram

desta edição os alunos:Adriana Nascimento, Douglas

Fernandes, Ingrid Taveira,Juliana Veloso, Larissa Leonardi

e Tatiane Francisquetti.

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismoda Universidade Cruzeiro do SulAno XII - Número 37 - Abril de 2011

Telefone para contato: (11) 2037-5706Tiragem: 3 mil exemplares

Impressão: Jornal Última Hora (11) 4226-7272

ReitoraProfª. Drª. Sueli Cristina Marquesi

Pró-Reitor de GraduaçãoProf. Dr. Luiz Henrique Amaral

Pró-Reitor de Pós-graduação e PesquisaProf. Dr. Danilo Antonio Duarte

Pró-Reitor de Extensão eAssuntos Comunitários

Prof. Dr. Renato PadoveseCoordenador do

Curso de JornalismoProf. Ms. Carlos Barros Monteiro

“O BBB é um programa fantástico, ele permite ao telespectador imaginar-se convivendo durante três meses com pessoas totalmente estranhas, onde você terá que conviver integralmente com elas vinte e quatro horas por dia, concorrendo a um prêmio de um mi-lhão e meio de reais em dinheiro. Não é uma situação de fácil adaptação. É

Perfil - Os 11 participantes do reality show

Danilo C

ardoso/Tiago Plaza

um absurdo as pessoas criticarem, elas não estão lá para entender as emoções dos participantes”.

O Cidadão entrou em contato com a assessoria de imprensa do grupo Endemol Brasil (produtora do BBB) e da emissora Rede Globo, mas ambas preferiram não comentar o assunto.

Divulgação

“O que acontece, é que alguns participantes apresentados pelo BBB produzem mais

dramaturgia (intrigas, conflitos, amores) do que outros.

A audiência da televisão também tem sofrido uma

queda natural no país, mas também não sou daqueles que atribuem a pouca educação

dos brasileiros ao sucesso dos BBBs. Fosse verdadeira essa premissa, o formato não teria êxito espetacular em países do chamado Primeiro Mundo.”

“Ainda não dá para falar que o índice é o mais baixo, por que o programa não acabou. É preciso esperar o programa acabar para fazer tal análise. Além do que, a audiência na TV é só um dos resultados do BBB. Ele continua sendo o 7º programa de maior audiênciano Brasil e ainda tem TV

paga e Internet.”

“Creio que seja um desperdício de dinheiro e de tempo. As

situações mudam e o interesse por determinados programas

de televisão como, por exemplo, um BBB de casais

ou de famílias seria bem mais interessante.”

EDITORIAL

Bem-vindos a mais uma edição do jornal Cidadão, produzida com muito esforço e dedicação pelos alunos do curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul.

Esta edição vem renovada, com novas editorias e temas modernos. Porque quisemos escrever para vocês, sobre o mundo de vocês.

Para começar, vamos viajar pelo mundo da informação e do entre-tenimento. Sim, estamos De olho na mídia na página 2, temos uma re-portagem sobre reality shows e sobre a atual situação desses programas.

E já que estamos falando de viajar, que tal um tour Urbano? Mas, se vamos passear pela cidade, que seja de modo ecológico. Falamos, na página 3, sobre o lançamento da Eco Frota na Zona Leste e sobre a possibilidade de o metrô chegar na região do Anália Franco.

E se vocês querem ficar infor-mados a respeito de Saúde e bem-estar, encontrem na página 4 tudo sobre a campanha institucional do Estado para o uso da camisinha. Na página 5, Ciência e Tecnologia não foram esquecidas, e vocês poderão saber mais sobre a tecnologia 3D.

Na página 6, nossa Página Midiá-tica, a polêmica desponta. As redes sociais, usadas no trabalho, atrapa-lham ou são benéficas? Proibi-las ou aproveitá-las, eis a questão feita por todas as empresas.

E, na página 7, vocês descobrem mais sobre essas redes sociais, de um modo leve e simples no Infografando. Na página 8, alguns fatos sobre o prédio Anália Franco da Univer-sidade Cruzeiro do Sul. Afinal, há coisas que merecem ser guardadas na Memória, não é mesmo?

Esperamos que gostem de rece-ber essas informações, tanto quanto apreciamos poder levá-las até vocês.

Curtam bastante!

De cara nova

como, por exemplo, um BBB de casais ou de famílias, seria bem mais interessante. Para a professora de educação infan-til Isabel dos Santos: “O BBB é um programa que nos faz relembrar valores que hoje na sociedade foram praticamente esquecidos, como respeito ao próximo, trabalho em equipe e conviver com as diferenças sociais de cada um dos par-ticipantes, o que torna uma experiência que só quem par-ticipa sabe”. O analista jurídico Wilson César Plaza menciona sua admiração pelo reality show:

Page 3: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

ABRIL DE 2011 - PÁGINA 3URBANO

Ecofrota começa a circular na Zona LesteProjeto piloto da Prefeitura de SP coloca em circulação 1.200 ônibus movidos com 20% de biodiesel

Fernanda Ricardo

Desde fevereiro está circulando pela cidade de São Paulo a frota de ônibus que pretende reduzir aproxi-madamente 22% dos poluentes. O combustível utilizado é uma mistura de 20% de biodiesel, produzido com sementes de algodão, soja e milho. Com 80% do diesel utilizado na capital, o S50 já é considerado “mais limpo” do que o usado em outras regiões do país.

A nova frota será usada em aproximadamente 200 linhas que prestam serviço na Zona Leste, o que corresponde a cerca de 10% da frota total. A nova mistura foi homo-logada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), especificamente para a utilização da empresa VIP (Viação Itaim Paulista). Segundo informações obtidas com a assessoria de imprensa da Sptrans, a empresa possuía uma frota de veículos que se adequava com a tecnologia B20, por isso foi a pioneira. Ainda de acordo com a as-sessoria, a expansão desta tecnologia para outras regiões de São Paulo irá depender da adequação dos veículos das empresas de ônibus para receber combustíveis não-poluentes.

Os veículos terão adesivos com a inscrição “ecofrota”, essa denominação é uma marca que será utilizada para todos os veículos que forem movidos a energia limpa, ou seja, ela identificará a matriz ener-gética utilizada.

Paulo Afonso Silva, morador do bairro do Itaim Paulista, já utilizou

dos novos veículos e diz que são muito confortáveis e silenciosos. Maria do Socorro vive na região de São Miguel Paulista, outro bairro beneficiado pela Ecofrota. “Gostei muito dos veículos. São confortáveis e têm cheirinho de novo. Acho muito importante esta preocupação da pre-feitura com a preservação do ar que respiramos. Espero que o projeto se amplie pela cidade”, conclui Socorro.

Está previsto, para o próximo mês, o início da operação de 50 ôni-

bus abastecidos com etanol e novos testes com um veículo híbrido que funciona com baterias enquanto está parado nos pontos ou circulando a menos de 20 km/h. A Secretaria de Transportes também mantém a renovação permanente de sua frota. Dos 15 mil ônibus em circulação, 9.684 são novos, enquanto dos 200 trólebus da cidade, 140 estão sendo renovados. Este número representa a renovação de 64% da frota.

Todos esses projetos têm por

Terminal Parque Dom Pedro já possui veículos menos poluentes

objetivo atender às exigências da Lei Estadual de Mudanças Climáticas (2009), que define que nos próximos nove anos o Estado consiga reduzir 20% das emissões de CO2 e que todo o sistema de transporte público use combustível renovável até 2018. Somente com a Ecofrota atinge-se 15% da meta anual de redução de combustíveis fósseis.

Em declaração recente ao jornal O Estado de S. Paulo, o prefeito Gil-berto Kassab afirmou que a inspeção

veicular e a conversão dos gases pro-duzidos nos aterros em energia limpa também ajudarão no cumprimento das metas. Os paulistanos atualmente pagam a tarifa de ônibus mais cara do Brasil. De acordo com a prefeitura, mesmo que este novo combustível tenha maior custo que os tradicionais, os gastos extras não serão repassados à população.

Iniciativas como essa têm por objetivo a melhora na qualidade do ar e, consequentemente, na vida dos paulistanos. De acordo com dados da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), aproximadamente 12 mil interna-ções e 875 mortes são anualmente registradas na cidade em decor-rência de partículas inaláveis e ozônio. Segundo os pesquisadores, as doenças oriundas da poluição custam cerca de US$ 190 milhões aos cofres públicos por ano.

EmissômetroEm tempo real é possível acom-

panhar os ganhos ambientais com a redução da emissão de poluentes na atmosfera. O Emissômetro mede, segundo a segundo, os índices de redução da poluição obtidos com a renovação da frota do transporte público da cidade. Desde 2005, 9 mil toneladas de gases poluentes deixaram de ser emitidos. Acesse: www.sptrans.com.br/sptrans_acao/emissometro.aspx.

Bruno D

ionísio

Projeção para 2014 do mapa do transporte metropolitano de São Paulo

Linha 6 do Metrô pode beneficiar estudantesNova linha que inicialmente iria até o centro, em sua segunda fase, deve atingir Anália Franco

Elizabeth Costa

Em sua primeira fase, a linha 6-laranja do Metrô de São Paulo vai ligar a Estação São Joaquim da linha 1-azul até a Vila Brasilândia, na Zona Norte. Além de diminuir a atual saturação da linha 2-verde, a futura linha pretende se estender e passar por bairros como Cambuci, Ipiranga e Mooca, seguindo até cruzar com a futura linha 15-branca (Vila Prudente-Tiquatira), na altura da Estação Anália Franco.

A extensão do projeto até a Zona Leste será apresentada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) que dará o aval sobre as mudanças. De acordo com Reginaldo Seixas, responsável da área de comunicação e imprensa do Metrô, há um estudo sobre a possibilidade da expansão da linha para a Zona Leste até Anália Franco e depois até Pirituba. Como o projeto ainda está no início, não é possível prever os locais exatos das estações nem o número de desapropriações, pois todas estas decisões demandam tempo e estudo de solo. “Não há ain-da como se projetar tais dados, visto que todo o projeto será reavaliado por nossa nova gestão”, diz Seixas.

Com as obras previstas para 2013 e término em 2017, a demanda prevista é de 600 mil passageiros por dia. Quando concluída, terá 18,4 qui-

lômetros de extensão e 17 estações. O trajeto tem início na estação São Joaquim e percorre as estações 13 de Maio/14 Bis, Higienópolis/Macken-zie, Angélica, Cardoso de Almeida, Perdizes, Pompéia, Água Branca, San-ta Marina, Freguesia do Ó, João Paulo I, Itaberaba, Cardoso e Brasilândia.

Moradores e comerciantes do Jardim Anália Franco e Vila Formosa serão muito beneficiados caso haja a expansão: “Se o projeto sair do papel irá beneficiar muito a região e as pessoas que moram por aqui e também irá valorizar o bairro”, diz Horário Santos, morador da região há 60 anos. Na visão comercial de Robson Eduardo Frederico, gerente de loja no Shopping Anália Franco, estima-se que a produtividade de sua loja aumentaria em torno de 70%. Já na opinião de outra gerente também do Shopping Anália Franco, Jéssica dos Humildes, o metrô não traria mudanças nos negócios, porque o público-alvo de sua loja são pessoas de classe média alta que moram no bairro e não precisam do metrô para se deslocar.

Por passar próximo a diversas faculdades, como FMU, PUC e Ma-ckenzie, a linha laranja foi apelidada de “linha das universidades”. De acordo com a companhia, historiado-res irão ajudar a nomear as estações no futuro.

Divulgação

Page 4: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

PÁGINA 4 - ABRIL DE 2011 SAÚDE

Prevenir para não remediarMinistério da Saúde incentiva o teste de diagnóstico do vírus HIV em foliões

Eliene SantanaRafael Biazão

O Ministério da Saúde realizou a campanha de prevenção à Aids antes, durante e após o Carnaval em todo o país, distribuindo preservativos e folhetos e divulgando vídeos na televisão e internet com o intuito de alertar os foliões em relação à preven-ção das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e para que façam teste de diagnóstico do vírus HIV.

“Sem camisinha não dá. Seja qual for a fantasia, use sempre camisi-nha”, este foi o slogan utilizado pelo Ministério da Saúde na campanha de prevenção a DST/Aids no Carnaval de 2011. O trabalho foi realizado em três etapas: houve uma campanha antes do Carnaval, quando foram distribuídos preservativos e materiais informativos; uma durante as festi-vidades, que incentivou as pessoas a terem um preservativo sempre à mão; e a terceira, que orientou os foliões a realizarem o teste de diag-nóstico do HIV.

A estudante Aryane Gabriella Andrade, de Fortaleza, é integrante da RNAJVHA (Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids) e afirma que o Ministério da Saúde é falho em suas campanhas de prevenção. Quanto à campanha realizada neste Carnaval, Aryane afirma: “Foi péssima. A le-tra da música era ruim. A campanha estava fora de foco, que seriam os jovens.” Nos vídeos produzidos pelo Ministério da Saúde como parte da campanha, são retratados casais que simulam situações onde o preservativo deve estar presente. “A menina tira uma camisinha masculina, excluindo a existência da camisinha feminina”.

Já o estudante José Rayan de Oliveira, de Manaus, também inte-grante da RNAJVHA, afirma que na maioria das vezes o Ministério realiza boas campanhas, mas acredita que este ano houve algumas falhas, como a falta de um trabalho mais efetivo pessoalmente. “Há pessoas que não acessam a internet por não saber me-xer no computador, outras que não assistem televisão por falta de tempo. Seria ótimo ter campanha nas ruas, praças, empresas, órgãos públicos e privados”, afirma Oliveira. Quanto à campanha pós-Carnaval, ele diz: “A campanha é maravilhosa no sentido de estimular a pessoa a fazer o teste. O serviço também é muito bom, o que falta são profissionais com mais competência”. Em relação à resistên-cia da população em fazer o teste, o estudante declara: “Ainda há muita

Divulgação

Cartaz de divulgação da Campanha de Prevenção do Ministério da Saúde

Campanha é alvo de críticas de estudantes, como Aryane e Oliveira

Barbosa: “estimular o teste”

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Casos de Aids em 2010 no BrasilDados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação

Ignorados*

Usuários de Drogas

Injetáveis (UDI)

Bissexuais

Homossexuais

Heterossexuais

* Pessoas que não realizaram o teste de HIV. Ignoraram a possíbilidade de estar com o vírus.

Mulheres

Homens

3.1945.342

47192

0288

0761

2.0081.596

resistência, por vários fatores, um deles é o medo do resultado positivo para o HIV, o outro é por não saber a quem procurar e, às vezes, a demora no serviço”.

Segundo o Ministério da Saúde, o trabalho realizado na campanha de prevenção do Carnaval 2011 foi boa, levando em consideração que conquistaram um amplo espaço de divulgação na mídia, além da rea-lização de inúmeras atividades de prevenção e testagem em todo país.

O Ministério da Saúde vem traba-lhando para que o uso do preserva-tivo torne-se um hábito nas práticas sexuais da população. Um exemplo

disso é a distribuição em postos de saúde o ano todo, e não apenas no período carnavalesco. Durante as festas foram distribuídas camisinhas para os foliões em todas as regiões do país, mas o servidor público federal, Carlos Melo Júnior, que passou o Carnaval em Correntina, na Bahia, afirma que não foi abordado por ne-nhum agente, no entanto, viu algumas pessoas com preservativos e folhetos informativos. Já o auxiliar técnico em apropriação e trabalho, Robson Mar-cos da Silva, passou o Carnaval em Caldas Novas, e ressalta que houve distribuição de muitas camisinhas. A paulista Miriã Xavier de Souza passou o Carnaval em Mongaguá e declara: “Distribuição de preservativos era o que mais tinha lá, mas não vi nenhum informativo sobre DSTs”.

Ao longo do ano, o número de preservativos distribuídos pelo governo vem crescendo. O Depar-tamento de DST, Aids e Hepatites Virais declara que em 2005 foram distribuídos 202 milhões de camisi-nhas. Já em 2009, ano mais recente atualizado no site do departamento, foram 467 milhões de unidades.

De acordo com relatório en-viado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais ao Cidadão,

as principais ações do Ministério da Saúde visam à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Entre elas estão o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, em que mais de 61 mil escolas de todo o Brasil desenvolvem atividades de educação, conscientização e preven-ção em DST, Aids, hepatites virais, gravidez na adolescência e uso de

drogas; Fique Sabendo – programa de mobilização social de incentivo a testagem sorológica voluntária, pes-soal e sigilosa, para que as pessoas saibam se vivem ou não com HIV/Aids; População privada de liberda-de – em que são realizadas atividades de prevenção, conscientização e dis-tribuição de insumos de prevenção, como camisinhas, além do incentivo à testagem voluntária, pessoal e sigilosa. Há também duas grandes campanhas realizadas anualmente, sendo uma no Carnaval e outra no Dia Mundial de Luta Contra a Aids (1º de dezembro) e o atendimento diário às demandas da imprensa e as campanhas para grupos específicos.

O Ministério da Saúde ainda declara que um dos maiores desafios para prevenção está em convencer as pessoas a adotarem atitudes seguras durante as relações sexuais, seja com parceiros fixos ou casuais. O Ministé-rio também declara que a resistência ao uso do preservativo é maior por parte das pessoas mais velhas.

Em contato feito com o diretor-adjunto do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministé-rio da Saúde, Eduardo Luiz Barbosa, declarou: “Sempre que a campanha ou alguma matéria é veiculada na televisão, há maior procura para testagem, um aumento de quase 60%. O que significa que precisamos estimular que as pessoas façam o teste”. Barbosa ainda faz um alerta para as pessoas que se expuseram em relações não protegidas ou compartilharam seringas: “O vírus demora cerca de 30 dias ou mais para se manifestar no organismo. É importante que a pessoa espere este tempo para fazer o teste”.

Page 5: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

ABRIL DE 2011 - PÁGINA 5CIÊNCIA E TECNOLOGIA

3D cresce no Brasil e preocupa médicosOftalmologistas alertam para os riscos desta tecnologia em franca evolução

Carolina FortunatoVasco Guimarães

Enquanto alguns sofrem com enjoos, tonturas e vertigens quando são expostos à tecnologia 3D, outros têm se interessado cada vez mais por essa inovação na indústria da infor-mação e do entretenimento.

Relatos de dor nos olhos, cansaço, tonturas, dores de cabeça e até um caso de aneurisma em Taiwan são fre-quentemente associados a tecnologia 3D. Pessoas que sofrem de problemas comuns, como estrabismo e visão monocular, não podem enxergar as imagens de forma a compor o efeito 3D. Esse é o caso da gerente Marcia Lorea, que tem apenas 20% da visão do olho esquerdo e há anos não vê mais imagens tridimensionais. “Não ver em 3D não muda quase nada no meu dia a dia, mas em relação ao cinema 3D eu sinto como se não tivesse sido feito para mim”, afirma a gerente. Marcia também diz não valer a pena pagar tão caro por um filme que para ela não tem diferença nenhu-ma, comparado a um filme comum.

Emerson Castro, oftamologista chefe de equipe cirúrgica no Hospital das Clínicas, esclarece que a visão humana automaticamente ajusta o foco dos objetos em diferentes dis-tâncias usando os músculos óticos e o córtex cerebral. “Na tela de cinema, o cérebro sente estar sendo enganado.

Vasco Guim

arães

Existem objetos que estão próximos, os que estão mais distantes e todos estão projetados numa tela plana”, explica Castro. Segundo o especialista, o desconforto é causado pela desas-sociação do foco dos objetos. “Além

disso, a sensação de movimento pode provocar crises de tontura em pes-soas predispostas e a visão de objetos movimentando-se em alta velocidade diante dos olhos pode causar enjoo e até crises de epilepsia.”

Televisor 3D: a tecnologia do cinema chega aos lares brasileiros

O próximo passo desta tecnolo-gia, que representa um filão multibi-lionário para a indústria do entreteni-mento, é desenvolver produtos que não necessitem dos óculos especiais, já que existe uma preocupação real dos

Como funciona o sistema 3D

Castilho comenta a expansão do mercado 3D

Bianca R

odrigues

A captação de imagens em três dimensões tem que usar duas câme-ras para simular o efeito que se tem ao ver um objeto na vida real, uma capturando imagens para o olho direito, e a outra, para o esquerdo. Quanto maior a distância entre elas, mais a imagem saltará da tela, criando uma ilusão de perspectiva.

Como usa duas câmeras, o fil-me 3D tem 48 quadros por segun-do, em vez dos 24 característicos da maioria dos filmes em 2D.

Um aparelho acoplado ao pro-jetor garante que os quadros sejam lançados de forma alternada, ou seja, em um segundo o espectador vê 24 imagens com o olho direito e 24 com o esquerdo.

Vasco Guim

arães

Como surgiu a tecnologia 3D Mulher dizter engravidado após ver filmepornô em 3D

Bianca Rodrigues

Essa história foi transmitida por vários veículos nacionais e interna- cionais como sendo real. Retratava um casal branco americano e seu filho recém nascido, negro. O pai, soldado que estava servindo no Iraque, recebeu a implausível notícia de que seu filho havia sido gerado quando sua esposa assistia um filme 3D, cujas imagens eram tão reais que causaram a dita gravidez, e, ainda por cima, o menino realmente se parecia muito com o ator.

Tudo isso foi criado por um site brasileiro, considerado sensacionalista, conhecido por criar notícias humo-rísticas que muitas vezes se espalham na internet e são repassadas como verdadeiras por veículos de prestígio tanto nacionais como internacionais.

Vasco Guimarães

Em 1828, o cientista escocês Char-les Wheatstone inventou o estereos-cópio e iniciou uma revolução que vingaria apenas 180 anos depois. A tecnologia passou por várias fases, do View Master, de William Gruber, em 1939, até sua consagração com a estreia de Avatar em novembro de 2008.

Em 2009, a televisão também se aproveitou da nova onda. O canal por assinatura Warner lançou um episódio da famosa série Chuck em 3 dimensões no horário nobre, Chuck vs the third dimension, batendo recordes de audiência.

Agora a tecnologia dá o próximo passo, saindo das salas de cinema e indo até a casa dos consumidores. A televisão com imagens em 3D hoje já é realidade e está disponível nas lojas, mas o mercado ainda não acabou de mostrar as novidades. Em janeiro ocorreu uma

feira na Alemanha que introduziu as novas tecnologias e a estrela foi o 3D. Computadores com telas 3D e videogames como o Nintendo 3DS, jogo de bolso em 3D, sem a necessi-dade de óculos para ver as imagens em três dimensões e que dispõe de duas câmeras, uma interna e outra externa que captam imagens em 3D.

Já estão à venda câmeras domés-ticas com esta tecnologia, munida de dois obturadores que captam a ima-gem duas vezes ao mesmo tempo, pos-sibilitando fazer filmes 3D domésticos, além de programas de computador que convertem imagens e arquivos de

vídeo para o formato em três dimen-

sões.

Para se projetar as imagens na sala de cinema, a luz viaja do pro-jetor em espiral, e os quadros se alternam porque metade gira para um sentido e outra metade para o sentido contrário.

Uma tela prateada ajuda a devol-ver essa luz para o público, refletin-do mais do que uma tela normal.

A projeção 3D simula o olho humano, tanto na captação quanto na projeção, sendo necessárias duas imagens geradas simultanea-mente, que, vistas através de uma lente no próprio monitor de cristal líquido, fazem o cérebro entender como sendo uma única imagem.

Os óculos especiais usados pelos espectadores têm filtros po-

larizados que permitem que cada olho capte um quadro.

É como se o espectador visse a mesma imagem por dois focos diferentes, como ocorreria diante de um objeto comum do dia a dia, enganando o cérebro graças à distância entre os dois olhos, o espectador vê a mesma imagem de ângulos diferentes. A partir dessas duas imagens, o cérebro processa uma terceira, proporcionando uma noção de profundidade em três dimensões.

Óculos 3D tradicionais

efeitos em longo prazo da exposição às imagens em 3D por consideráveis espaços de tempo. O Nintendo 3DS é o primeiro videogame de bolso 3D que dispensa o uso de óculos para ver as imagens em três dimensões, mas a tecnologia desenvolvida para o console portátil ainda não é definitiva. Uma pesquisa realizada pelos desen-volvedores divulgou que em apenas dez minutos os usuários já começam a sentir a vista cansada. Enquanto a tecnologia não se aperfeiçoa, os mé-dicos sugerem que se pare de jogar toda vez que começarem a sentir a visão cansada ou tontura.

O mercado 3D tem crescido cada vez mais impulsionado pelo cine- ma, que no momento é o que atrai a maior parte do público. Marcelo Castilho, sócio-proprietário da rede de cinemas CineSystem, declara que a expansão do mercado só foi possível graças aos novos projetores digitais que modernizaram o mercado, tanto na forma de exibição quanto na qua-lidade de imagem dos filmes.

Castilho ainda afirma que toda grande estreia do cinema, sendo ou não em 3D, movimenta o mercado. “Esses filmes em 3D são mais caros e, por isso, são mais rentáveis para as redes de cinema, porém a pirataria é o grande mal, não somente para a indústria cinematográfica, mas para todo o mercado intelectual e digital mundial”, lamenta Castilho.

Banco de im

agens

Page 6: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

PÁGINA 6 - ABRIL DE 2011 PÁGINA MIDIÁTICA

Redes sociais invadem mercado de trabalhoQuando o assunto é internet, as empresas se embaraçam e tentam decidir entre permitir e bloquear

Felipe AccacioJoão Pontaltti

Um fato polêmico, ocorrido em fevereiro deste ano, reacendeu a discussão sobre as relações manti-das entre empregado e empregador quando o assunto é internet.

Uma funcionária terceirizada do STF (Supremo Tribunal Federal) pos-tou a seguinte publicação na página oficial da instituição: “Ouvi por aí: agora que o Ronaldo se aposentou, quando será que o Sarney vai resolver pendurar as chuteiras?”. Logo em seguida, o STF, em nota oficial, pediu desculpas ao presidente do Senado pelo ocorrido. José Sarney respondeu à afronta com um curto vídeo em que comenta, bem humorado: “Me com-parar ao Ronaldo como um fenô-meno também, eu fico muito feliz”. Mesmo a pedido de Sarney para não tomarem medida contra a servidora, ela foi substituída no cargo.

O caso ilustra bem um impasse vivido pelo direito brasileiro. O advo-gado trabalhista Henrique Calixto Gomes diz que “o uso das redes sociais é proibido no mercado de trabalho, mesmo não estando declarado no regimento interno da empresa ou no contrato dos funcionários. As pessoas estão lá para trabalhar, e não para na-morar ou fazer qualquer outro tipo de uso particular. Isso é motivo para justa causa, há legislação no artigo 182 da CLT.” O advogado conta também o caso de uma funcionária de recursos humanos que acessava sem permissão um programa de mensagens instantâneas na empresa. “Tinha uma meni-na aqui, do RH, que ficava no MSN direto, e não pode, ela estava aqui para trabalhar e não para ficar conversando com seus colegas. Chegava dia 5 e estava tudo atrasado, ela tomou advertência e foi dispensada”.

“Para internet não existe lei que defenda os crimes virtuais, porém está tendo

o curso de direito eletrônico que aborda o tema internet e estuda os casos em relação a isto, e agora há al-guns projetos de lei para isso, mesmo assim, você consegue jurisprudência, que são algumas saídas dentro das leis”, afirma a coordenadora de RH, Daniela Maria Moreno.

As empresas possuem a opção de utilizar as redes sociais como recur-sos para o seu desenvolvimento na comunicação. Algumas já têm essa postura e acreditam que é uma saída mais prática e rápida que traz ganhos.

“As redes sociais são o termô-metro do que está sendo conversado no mercado pelos clientes/consumi-dores, fornecedores, funcionários, parceiros e toda cadeia de interação da empresa. O maior benefício é quando a empresa aprende a ouvir bem as mídias sociais e consegue agir ao invés de reagir às demandas de todo tipo. Uma cultura de mídia social precisa ser muito bem tra-balhada pela empresa, para que ela possa colher benefícios ao invés de prejuízos. Uma empresa que proíbe o uso das redes sociais no horário de trabalho está na contramão da nova economia e, se não se ajustar logo, pagará caro por esse erro. Ao mesmo tempo deve monitorar abertamente o uso com ferramentas bem simples e baratas”, comenta o especialista em web, Alan Dubner.

Walace Toledo

O uso de redes sociais no trabalho envolve bom senso

Para Alves, as empresas devem investir em outras formas de comunicação

Walace Toledo

Para um processo seletivo“É bom para o RH. Suponhamos,

se estou com um candidato e preciso saber o seu perfil, utilizo o recurso das redes sociais e acesso as páginas dele. Querendo ou não, as redes so-ciais deixam as pessoas mais expostas e mostram sua verdadeira face. E hoje é muito útil para o processo seletivo”, diz a coordenadora de RH.

O candidato precisa estar cons-

ciente de que suas redes sociais pode-rão ser acessadas pelos selecionadores a qualquer momento. Pensando nisto, saber como se comportar online é fundamental. É necessário selecionar boas comunidades, atentar aos posts e às informações pessoais. Em uma breve enquete realizada com alunos do campus Anália Franco, da Universi-dade Cruzeiro do Sul, foi possível no-tar que as opiniões se dividem quanto à permissão do acesso às redes sociais no ambiente de trabalho. Alguns acreditam que, apesar da vontade de navegar nas páginas, o correto é não usar, outros já acham que o acesso deveria ser liberado.

“Eu acho correto bloquear, por-que como sou tele-atendente em uma empresa, fica complicado atender ao telefone e usar as redes sociais ao mesmo tempo, causa distração e não realizo um bom atendimento. Poderia haver um break para ter acesso, mas como não tem, acho que deve ser bloqueado no horário de trabalho”, diz o estudante Caio Ferreira.

Já a professora Cláudia dos Santos acha que “depende da área de atuação da pessoa no trabalho, se o acesso for no escritório, na área administrativa eu acredito que não prejudica o trabalho, pelo menos o MSN não, mas na minha área sim, porque eu tenho que ficar na sala de aula e não condiz com meu trabalho acessar os sites”.

“Na empresa onde trabalho, usa-mos uma ferramenta para comunica-ção interna. Ela é bem parecida com o MSN, porém, a comunicação é restrita

Conheça as regras internas da empresa para a utilização do acesso à internet; Se permitido, aproveite o horá-rio das refeições ou dos intervalos para acessar as redes sociais; Não faça comentários que de-notem preconceito, injúria, calúnia ou ofensa de qualquer ordem; Jamais deixe seu trabalho de lado para se dedicar às suas redes sociais; Não utilize apelidos, dimi-nutivos, endereços de e-mail ou qualquer denominação que venha a denegrir sua imagem em Twitter, Facebook, Orkut e outras redes sociais.

Use melhor

apenas para os funcionários”, diz o analista de sistemas, Douglas Alves.

O especialista em web, Alan Dubner, aposta no acesso livre às redes sociais por parte das empresas. “A comunicação acelerou os proces-sos todos e obrigou as empresas a se adaptarem à cultura das mídias sociais. No início dessa década já percebemos que são poucos setores que ainda proíbem o uso das redes sociais. Geralmente é por ignorância da direção e inabilidade dos gestores. Com certeza, no final dessa década não haverá mais empresas distantes das mídias sociais, seja por adaptação ou extinção”, diz o especialista.

Arquivo pessoal

“Uma empresa que proíbe o uso das redes sociais no horário de trabalho está na contramão da

nova economia”

Alan Dubner, especialista em Web

Page 7: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

ABRIL DE 2011 - PÁGINA 7INFOGRAFANDO

Page 8: Jornal Cidadão - 1ª edição 2011

PÁGINA 8 - ABRIL DE 2011

Jornal Cidadão relembra Lar Anália FrancoFundadora e líder da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva é lembrada no início deste ano

Imagem da AFBI antes da restauração propiciada pela Universidade Cruzeiro do Sul

Neste começo de ano foi co-memorado mais um aniversário de morte da educadora Anália Franco. Ela é fundadora e foi líder da AFBI (Associação Feminina Beneficente e Instrutiva). A Associação teve como sede de 1911 a 1934 o antigo Solar do Regente Feijó, comprado por ele em 1829. O Solar localizava-se em uma chácara com 75 alqueires, o qual até os dias atuais encontra-se na avenida Regente Feijó, no bairro Anália Fran-co, na Zona Leste de São Paulo.

“Não se sabe quem construiu a casa, mas que eu saiba não foi casa bandeirista. Ali era inacessível”, diz o historiador Pedro Abarca sobre as construções do antigo terreno de Feijó.

Anália fundou em 17 de novembro de 1901 sua pri-meira associação beneficente, a As-sociação Femini-na Beneficente e Instrutiva, que se localizava no Lar-go do Arouche.

Após a pri-meira sede, outras associações como creches e asilos foram construí-das na cidade de São Paulo sob o direcionamento de Anália. As as-sociações tinham como objetivo proteger e educar crianças das classes menos favorecidas e cuidar de idosos desamparados.

Com ajuda do governo, taxas pagas pelos sócios, vendas dos pro-

dutos das oficinas de costura, flores que eram ven-didas pelas pró- prias internas no centro da cidade e no Cemitério da Quarta Parada, chapéus, tipogra-fia e ingressos de teatros infantis, a

educadora foi aumentando o número de Associações mantidas pela AFBI.

“Não podemos falar somente da Anália Franco, temos que falar da Anália Franco e as senhoras. Ela con-

MEMÓRIA

Carolina CamposJosé Roberto Pessoto

Roberta Galvão

venceu mulheres da alta sociedade a financiarem e buscarem recursos para a Associação. Ela liderou, mas todas trabalharam”, ressalta o historiador.

Em 1911 a Associação de Anália Franco comprou o Solar do Regente que, na época, já não pertencia mais ao Regente Feijó, e sim ao coronel Serafim Leme da Silva.

“Quando eles se colocaram neste local e fizeram a sede deles ali, colo-caram o nome Lar Dom Romualdo Seixas. Romualdo foi um padre espí-rita baiano muito amigo de Anália”, relata Abarca.

No começo foi usada a parte cen-

Novo projeto arquitetônico pretendia abrigar a AFBIRoberta Galvão

Em 1930 foi projetada uma nova sede por Ramos de Azevedo. A cons-trução foi concluída em 1934. O local abrigou as órfãs e mães solteiras que foram beneficiadas pelo projeto até que a associação foi transferida para

o interior de São Paulo.“Eu cheguei a visitar o prédio, mas

já não era ocupado pelo Lar, o prédio ficou vazio por muito tempo. Quando fiz a visita, já haviam desmontado tudo”, diz o historiador Pedro Abarca.

A área construída por Ramos de Azevedo possuía tudo do que havia

nas antigas sedes. Havia cursos de odontologia, tipografia, uma banda e orquestra denominadas Banda e Or-questra Feminina Regente Feijó, um magnífico teatro e revistas femininas dedicadas à educação que tinham como intuito orientar as meninas e profissionalizá-las. Atualmente o edi-

fício recebe o nome de Anália Franco e funciona como um dos campi da Universidade Cruzeiro do Sul. O tea-tro não existe mais e serve como sala de aula. Uma sala com pinturas feitas por crianças, as quais Anália educava, permanece no prédio e lendas ainda são contadas por funcionários antigos.

Muitas alunas de Anália foram para o interior do Estado e para outras cidades do país. Com os ensinamentos da Associação, foram criados outros lares para órfãs sob o olhar daquelas que se espelharam na educadora e suas colaboradoras. “Houve um grande trabalho posterior a ela, pois Anália faleceu em 1919 e o seu trabalho permanece até os dias atuais. Quando eu visitei o senhor Hugo Paulo Braga, o último presidente da Associação, ele estava lá e o Lar estava vazio, ele parecia um fantasma ali dentro, eu presenciei o fim da Associação em São Paulo”, revela Abarca.

O local possuía 75 alqueires, mas o terreno foi desmembrado progressiva-mente. De acordo com o historiador, o desmembramento do terreno foi realizado “por baixo dos panos”, por meio de mudanças de cláusulas realizada pelo filho de Hugo Paulo Braga, que era advogado e possuía as ferramentas para tanto.Em 1997, a Cruzeiro do Sul comprou a sede da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva

Roberta G

alvão

tral do Solar como sede para as meni-nas. Nas laterais, onde se encontravam a estrebaria e senzala, foram colocados os dormitórios e as salas de aula para abrigar 400 alunas.

O Lar sempre contou com a colaboração de senhoras voluntárias. Anália Franco era espírita e sofreu muita discriminação por este fato.

Atualmente a antiga sede é con-siderada um patrimônio histórico tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado).

Ajudando a curar meninas que

haviam contraído gripe espanhola, Anália contraiu a doença. Faleceu em 10 de janeiro de 1919, sendo substituída por Eleonora Cintra, que assumiu a presidência da Associação. Os presidentes seguintes foram Cléo Duarte, Silvino Canuto Abreu e, o último, Hugo Paulo Braga.

Anália Franco foi uma educadora, jornalista e pedagoga muito importan-te. Nasceu em Rezende, no Estado do Rio de Janeiro, em 29 de fevereiro de 1853. Em 1861 mudou-se com sua mãe para São Paulo. Fundou mais de 70 escolas e mais de 20 asilos para crianças órfãs.

“Nosso fim é procurardiminuir cada vez mais em nosso meio a necessidade de esmola, pelo desenvolvimento da educação e do trabalho, eduquemos e amparamos as

pobres crianças que necessitam de nosso auxílio, arrancando-as

das trilhas dos vícios,tornando-as cidadãs úteis e

dignas para o engrandecimento de nossa pátria”

Anália Franco

“Eu cheguei a ver o fogão de lenha, a pia onde o Regente Feijó ba-tizava as crianças no Solar. Ainda bem que o prédio do fundo foi tombado. Eles dizem que tinha parede de taipa, mas eu não vi. Eu vi tijolos grandes e antigos”, relembra Abarca.

Em 1997, a Universidade Cruzeiro do Sul adquiriu parte da propriedade. Depois de longos anos abandonada, havia infiltrações nos cômodos, picha-ções, mato no pátio central e vitrais quebrados. A instituição contratou o arquiteto Samuel Kruchin para realizar a intervenção que inseriu elementos modernos sem ofuscar o edifício histórico, intercalando passado e pre-sente numa só edificação, tornando-a um importante símbolo urbano e bastante representativo para a região.

Hoje, o Lar Beneficente está locali-zado em uma fazenda em Itapetininga, interior de São Paulo. O lar dá conti-nuidade ao trabalho de Anália Franco.

Associação Feminina Bene-ficiente e Instrutiva Anália Franco - Rodovia SP-127, s/n° - Jardim Novo Aeroporto - CEP 18215-310 - Itapetininga - SP - Tel: (15) 3275-9333.

Universidade C

ruzeiro do Sul