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INSS Prof. Eduardo Tanaka Legislação Previdenciária Apostila Material II Atualizada 03/02/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1 Título: Direito Previdenciário Sub-título: Parte Geral, Custeio e Benefícios. Englobando toda matéria exigida pelo edital da última prova da Receita Federal do Brasil realizada em 12/2005 (AFRFB) e 02/2006 (TRF). Notas do Autor Esta apostila tem como por objetivo servir para o estudo da previdência social. Mais especificamente àqueles interessados em concursos públicos para Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Através de uma linguagem objetiva e exemplos claros, procurei tratar a matéria, assim como faço em minhas aulas, de modo ilustrativo, a cada ponto abordado, de forma a passar todo o conteúdo exigido para lograr sucesso em concursos públicos da Receita Federal do Brasil, Polícia Federal, INSS, entre outros. Também, procurei organizar os exercícios que serão realizados em sala de aula de forma a proporcionar um aprendizado crítico e sedimentado do Direito Previdenciário. Prof. Eduardo Tanaka Mensagem: “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor!” Goethe “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz; cantar, e cantar, e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor, e será; mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita” Gonzaguinha. III – REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 1 – INTRODUÇÃO Agora, passaremos a estudar o Regime Geral da Previdência Social – RGPS, em que entraremos nos assuntos específicos da Previdência Social. Porém, antes de mais nada, é importante conhecermos as diferenças com outros regimes de previdência e os princípios da Previdência Social, para aí sim, adentrarmos nos assuntos sobre os segurados. 2 – TIPOS DE REGIMES PREVIDENCIÁRIOS Existem três tipos diferentes de regimes previdenciários, conforme o esquema abaixo: Em regra, o regime próprio é destinado aos servidores públicos titulares de cargo efetivo; o regime geral da previdência social é destinado às pessoas físicas maiores de 16 anos e que não estão enquadradas no regime próprio; e o regime complementar é destinado a qualquer pessoa física. A - Regime Geral da Previdência Social: É o regime básico da previdência social, objeto principal de nosso estudo. É de filiação obrigatória àqueles que exercem algum tipo de atividade remunerada, com exceção das atividades cobertas por regimes próprios de previdência. A organização e administração é feita pelo INSS (benefício) e Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB (custeio). B – Regimes Próprios da Previdência: Os regimes próprios abrangem os militares e os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, de Distrito Federal e dos municípios. Cada ente é dado a possibilidade de se criar um regime próprio para seus servidores de cargo efetivo. Os regimes próprios de previdência social não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, salvo disposição em contrário da Constituição Federal. Os regimes próprios instituídos deverão conceder, no mínimo, aposentadoria e pensão por morte 1 . O servidor sujeito ao regime próprio não poderá contribuir como facultativo do regime geral de previdência social. C – Regime Complementar (ou Previdência Privada) Como o próprio nome diz, esta previdência vem complementar os valores a serem recebidos no futuro. É como uma aplicação financeira na qual o dinheiro 1 Orientação Normativa nr. 01, de 29/05/2001. REGIMES PREVIDENCIÁRIOS REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA REGIMES PRÓPRIOS DA PREVIDÊNCIA REGIME COMPLEMENTAR

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Título: Direito Previdenciário Sub-título: Parte Geral, Custeio e Benefícios. Englobando toda matéria exigida pelo edital da última prova da Receita Federal do Brasil realizada em 12/2005 (AFRFB) e 02/2006 (TRF). Notas do Autor Esta apostila tem como por objetivo servir para o estudo da previdência social. Mais especificamente àqueles interessados em concursos públicos para Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Através de uma linguagem objetiva e exemplos claros, procurei tratar a matéria, assim como faço em minhas aulas, de modo ilustrativo, a cada ponto abordado, de forma a passar todo o conteúdo exigido para lograr sucesso em concursos públicos da Receita Federal do Brasil, Polícia Federal, INSS, entre outros. Também, procurei organizar os exercícios que serão realizados em sala de aula de forma a proporcionar um aprendizado crítico e sedimentado do Direito Previdenciário. Prof. Eduardo Tanaka Mensagem: “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança a força de sua alma... Todo o universo conspira a seu favor!” Goethe “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz; cantar, e cantar, e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor, e será; mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita” Gonzaguinha.

III – REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 1 – INTRODUÇÃO Agora, passaremos a estudar o Regime Geral da Previdência Social – RGPS, em que entraremos nos assuntos específicos da Previdência Social. Porém, antes de mais nada, é importante conhecermos as diferenças com outros regimes de previdência e os princípios da Previdência Social, para aí sim, adentrarmos nos assuntos sobre os segurados. 2 – TIPOS DE REGIMES PREVIDENCIÁRIOS Existem três tipos diferentes de regimes previdenciários, conforme o esquema abaixo:

Em regra, o regime próprio é destinado aos servidores públicos titulares de cargo efetivo; o regime geral da previdência social é destinado às pessoas físicas maiores de 16 anos e que não estão enquadradas no regime próprio; e o regime complementar é destinado a qualquer pessoa física. A - Regime Geral da Previdência Social: É o regime básico da previdência social, objeto principal de nosso estudo. É de filiação obrigatória àqueles que exercem algum tipo de atividade remunerada, com exceção das atividades cobertas por regimes próprios de previdência. A organização e administração é feita pelo INSS (benefício) e Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB (custeio). B – Regimes Próprios da Previdência: Os regimes próprios abrangem os militares e os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, de Distrito Federal e dos municípios. Cada ente é dado a possibilidade de se criar um regime próprio para seus servidores de cargo efetivo. Os regimes próprios de previdência social não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, salvo disposição em contrário da Constituição Federal. Os regimes próprios instituídos deverão conceder, no mínimo, aposentadoria e pensão por morte1. O servidor sujeito ao regime próprio não poderá contribuir como facultativo do regime geral de previdência social. C – Regime Complementar (ou Previdência Privada) Como o próprio nome diz, esta previdência vem complementar os valores a serem recebidos no futuro. É como uma aplicação financeira na qual o dinheiro

1 Orientação Normativa nr. 01, de 29/05/2001.

REGIMES PREVIDENCIÁRIOS

REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA

REGIMES PRÓPRIOS DA PREVIDÊNCIA

REGIME COMPLEMENTAR

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depositado vai sendo capitalizado, rendendo juros, e no futuro, conforme a legislação, pode-se retirá-lo integralmente ou obtê-lo em forma de provento mensal vitalício, de modo a proporcionar um melhor padrão de vida e uma aposentadoria mais confortável. A Constituição Federal prevê o regime complementar no artigo 202: “Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.” Daí podemos inferir que o regime de previdência privada: - É de caráter complementar; - É autônomo em relação ao regime geral de previdência social (RGPS); - É facultativo. 3 – CONCEITO – REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Conforme o artigo 201 da Constituição Federal2, a previdência social será organizada sob a forma de regime geral. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é de caráter contributivo e de filiação obrigatória3, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e a: cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante; salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. Quanto aos benefícios, a administração do Regime Geral de Previdência Social é atribuída ao Ministério de Previdência Social, sendo exercida pelo INSS. Já, a responsabilidade quanto ao custeio cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda. 4 – SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Qualquer pessoa física com mais de 16 anos4 pode ser segurado da Previdência Social. 5 Ao vincular-se à

2 Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. 3 Exceto se a pessoa exerça atividade que gera filiação a determinado regime próprio de previdência. 4 O menor aprendiz é uma exceção, pois pode trabalhar a parir de 14 anos. Neste caso será segurado obrigatório. 5 Exceto se a pessoa exerça atividade que gera filiação a determinado regime próprio de previdência.

Previdência Social, o cidadão passa a ter o direito à proteção nos casos, como por exemplo, de invalidez, doença, acidente, velhice, entre outros que veremos a diante no capítulo de benefícios. Os segurados da Previdência Social dividem-se entre os obrigatórios e os facultativos.

4.1. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS Os segurados obrigatórios, como o próprio nome diz, vinculam-se compulsoriamente à Previdência Social, por determinação da lei. Em regra, são segurados obrigatórios os que exercem atividade remunerada direta6 ou indiretamente7, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício. Os segurados obrigatórios são divididos em 5 categorias: empregado, contribuinte individual, empregado doméstico, trabalhador avulso e segurado especial.

6 Por exemplo: empregados. 7 Por exemplo: padre, pastor.

SEGURADOS

OBRIGATÓRIOS FACULTATIVOS

Segurados Obrigatórios

Empregado

Empregado Doméstico

Trabalhador Avulso

Segurado Especial

Contribuinte Individual

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4.1.1. EMPREGADO Em linhas gerais, empregado é a pessoa física que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa ou a ela equiparada, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) considera empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. A seguir, descreveremos os casos previstos no Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n. 3.048/99: Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: a) “aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado.” b) “aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria” c) “o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País.” d) “o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno.” e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; f) “o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social” g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que trata a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local; h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei nº 11.788/08; i) “o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração” j) “o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade,

não esteja amparado por regime próprio de previdência social” l) “o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal” m) “o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público” n) A alínea “n” do artigo 9º do RPS foi revogada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99. o) “o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994” p) “o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social” q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social. r) “o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano.” Instrução Normativa - A Instrução Normativa da Secretaria da Receita Previdenciária nr. 03 de 2005 elenca outras situações que enquadram o segurado na categoria de empregado e que não estão previstas no Decreto n. 3.048/99, mas que, são cobradas em questões de concurso público. Listamos abaixo estas situações, previstas no art. 6o da IN SRP 03/2005: - o aprendiz, maior de 14 e menor de 24 anos, ressalvado o portador de deficiência, ao qual não se aplica o limite máximo de idade, sujeito à formação técnica-profissional metódica, sob a orientação de entidade qualificada, conforme disposto nos arts. 428 e 433 da Consolidação das Leis do Trabalho, na redação dada pela Lei nº 11.180, de 23 de setembro de 2005; - o empregado de conselho, de ordem ou de autarquia de fiscalização do exercício de atividade profissional; - o trabalhador contratado no exterior para trabalhar no Brasil em empresa constituída e funcionando em território nacional segundo as leis brasileiras, ainda que com salário estipulado em moeda estrangeira, salvo se amparado pela previdência social de seu país de origem, observado o disposto nos acordos internacionais porventura existentes; - o contratado por titular de serventia da justiça, sob o regime da legislação trabalhista, e qualquer pessoa que, habitualmente, lhe presta serviços remunerados, sob sua dependência, sem relação de emprego com o Estado; - o estagiário que presta serviços em desacordo com a Lei nº 11.788/08, e o atleta não-profissional em formação contratado em desacordo com a Lei nº 9.615, de 1998, com as alterações da Lei nº 10.672, de 2003; - médico-residente ou o residente em área profissional da saúde que prestam serviços em desacordo, respectivamente, com a Lei nº 6.932, de 1981, na redação dada pela Lei nº 10.405, de 2002, ou com a Lei nº 11.129, de 2005;

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- o médico ou o profissional da saúde, plantonista, independentemente da área de atuação, do local de permanência ou da forma de remuneração; - o treinador profissional de futebol, independentemente de acordos firmados, nos termos da Lei nº 8.650, de 1993; - o agente comunitário de saúde com vínculo direto com o poder público local. 4.1.2. EMPREGADO DOMÉSTICO Considera-se empregado doméstico a pessoa física que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos 8. 4.1.3. TRABALHADOR AVULSO O Trabalhador Avulso, segundo art. 9º, inciso VI do RPS, é definido como: aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria. Resumindo, segundo Martins, são características do trabalhador avulso: a) a liberdade na prestação de serviços, pois não tem vínculo nem com o sindicato, muito menos com as empresas tomadoras de serviço; b) a possibilidade da prestação de serviços a mais de uma empresa, como na prática ocorre; c) o órgão sindical é que faz a intermediação da mão-de-obra, colocando os trabalhadores onde é o serviço necessário, cobrando posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os direitos trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo o rateio entre as pessoas que participam da prestação de serviços; d) o curto período de tempo em que o serviço é prestado ao beneficiário.9 Consideram-se trabalhadores avulsos: a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f ) o trabalhador na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem em porto; h) o prático de barra em porto; i ) o guindasteiro; e j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.10

8 Conforme artigo 11, inciso II da Lei 8.213/92. 9 Sergio Pinto Martins. Direito da Seguridade Social.p.115.

Ainda, o parágrafo 7º, do artigo 9º do Regulamento da Previdência Social, conceitua como: I - capatazia - a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário; II - estiva - a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo transbordo, arrumação, peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas, quando realizados com equipamentos de bordo; III - conferência de carga - a contagem de volumes, anotação de suas características, procedência ou destino, verificação do estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto e demais serviços correlatos, nas operações de carregamento e descarga de embarcações; IV - conserto de carga - o reparo e a restauração das embalagens de mercadoria, nas operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior recomposição; V - vigilância de embarcações - a atividade de fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como da movimentação de mercadorias nos portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e em outros locais da embarcação; e VI - bloco - a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes e de seus tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de pequena monta e serviços correlatos. 4.1.4. SEGURADO ESPECIAL A Lei 8.212/91, alterada pela Lei 11.718/08, conceitua o segurado especial, em seu artigo 12, inciso VII, como: A pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais11; ou 10 Regulamento da Previdência Social, artigo 9º, inciso VI. 11 O termo módulo fiscal foi criado pelo Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/1964), em seu artigo 50, que cuida do cálculo do ITR (imposto territorial rural). Módulo fiscal é, portanto, uma forma de catalogação econômica dos imóveis rurais, variando com base em indicadores econômicos e de produtividade de cada região e indicadores específicos de cada imóvel. Por exemplo, na região Norte, um módulo fiscal varia de 50 a 100 hectares; no Nordeste, de 15 a 90 hectares; no Centro-

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2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça atividades de extrativismo e faça dessas atividades o principal meio de vida. Conforme inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, extrativismo é o sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis. b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as letras a e b acima, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. É considerado: - produtor rural – é o proprietário ou aquele que detém a posse da terra, desenvolvendo atividade agropecuária. - pescador artesanal - é aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida, desde que: não utilize embarcação; ou utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que com auxílio de parceiro; ou na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcação de até dez toneladas de arqueação bruta. Entende-se por tonelagem de arqueação bruta a expressão da capacidade total da embarcação constante da respectiva certificação fornecida pelo órgão competente. A legislação entende como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou trabalhador contribuinte individual, em épocas de safra, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho.12 A interpretação que se dá a este dispositivo legal é que pode ser contratado trabalhador, mas no máximo por 120 dias por ano. Os componentes do grupo familiar que trabalhem junto à atividade produtiva, também são segurados especiais. São eles: - o cônjuge ou companheiro - o filho maior de 16 anos, ou equiparado a filho maior de 16 anos. Em regra, não se considera segurado especial o membro do grupo familiar que possui outra fonte de rendimento. Entretanto, há algumas exceções a esta regra. A Lei 11.718/08 inovou o assunto segurado especial, trazendo exceções, pelo qual este tipo de segurado continuará sendo especial, conforme veremos abaixo. A - Não descaracteriza a condição de segurado especial:

Oeste, de 5 a 110 hectares; na região Sul, de 5 a 40 hectares; e na Sudeste, de 5 a 70 hectares. 12 Art. 12, parágrafo 8o da Lei 8.212/91.

I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo; V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal13; e VI – a associação em cooperativa agropecuária. B - Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar; III – exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil; IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; V – exercício de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais; VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do item “A” acima; VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. C. O segurado especial fica excluído dessa categoria14: I – a contar do primeiro dia do mês em que: a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas pela legislação previdenciária, sem prejuízo da manutenção da qualidade do segurado, como disposto no art. 15 da Lei no 8.213/1991, ou exceder os 50% da outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato de imóvel rural cuja área total não seja

13 Considera-se processo de beneficiamento ou industrialização artesanal aquele realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física, desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI. 14 Art. 12, § 11 da Lei 8.212/91, incluído pela Lei 11.718/08.

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superior a 4 (quatro) módulos fiscais, como tratado no item I da letra “A” acima. b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado os casos permitidos pela legislação previdenciária, dispostos no nos itens III, V, VII e VIII da letra “B” acima; e c) se tornar segurado obrigatório de outro regime previdenciário; II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: a) utilização de trabalhadores, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil; b) 120 dias em atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso conforme estabelecido acima no item III da letra “B”, acima ; e c) 120 dias de hospedagem a que se refere o item II da letra “A”, acima. 4.1.5. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL Como já estudamos todas outras 4 espécies de contribuintes obrigatórios (empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial), em regra, aqueles que não estiverem enquadrados dentre estas 4 categorias, será contribuinte individual. Passaremos, agora, a enumerar os contribuintes individuais conforme o artigo 9º, inciso V do RPS. - São segurados obrigatórios da previdência social como CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: a) “a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos15”; b) “A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua.” c) “O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa.” d) “O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social.” e) “O titular de firma individual urbana ou rural.” f) “O diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade anônima.” g) “Todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria.” h) “O sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho e o administrador não empregado na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou rural.”

15 Também será contribuinte individual, nas hipóteses em que o segurado especial que fica excluído desta categoria, conforme §§ 10 e 11, do artigo 12, da Lei 8.212/91. Esta alínea recebeu nova redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008.

i) “O associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração.” j) “Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego.” l) “A pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não.” Neste caso, o mesmo trabalhador autônomo, citado no item anterior “j”, pode prestar serviços a pessoas físicas. Como por exemplo, um eletricista que troca a instalação elétrica de uma residência. A seguir, veremos a relação exemplificativa de contribuinte individual, classificado como trabalhador autônomo, conforme o parágrafo 15, do artigo 9º, do RPS: “I - o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado aquele que exerce atividade profissional sem vínculo empregatício, quando proprietário, co-proprietário ou promitente comprador de um só veículo; (exemplo: fretista de caminhão, motoboy, taxista) II - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974; (exemplo: o proprietário de táxi cede em regime de colaboração, seu táxi para outro motorista. Este será considerado, também, contribuinte individual.) III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 6.586, de 6 de novembro de 1978; (Exemplo: vendedor de pipoca) IV - o trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta serviços a terceiros; (O trabalhador associado não tem relação de emprego nem com a cooperativa e muito menos, com o tomador de serviços. Desta forma os cooperados serão contribuintes individuais) V - o membro de conselho fiscal de sociedade por ações; VI - aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos; (Exemplo: faxineira diarista) VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; (São os casos dos cartorários sem regime próprio de previdência) VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou assemelhados; IX - a pessoa física que edifica obra de construção civil; (Exemplo: construtor civil, pessoa física, que constrói e vende imóveis). X - o médico-residente ou o residente em área profissional da saúde, contratados, respectivamente, na forma da Lei nº 6.932, de 1981, na redação dada pela Lei nº 10.405, de 2002, e da Lei nº 11.129, de 2005; XI - o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação com mais de seis toneladas de arqueação bruta, ressalvado o disposto no inciso III do § 14; Em embarcação maior que seis toneladas de arqueação bruta, o pescador será considerado contribuinte individual, e não, como visto anteriormente, segurado especial.

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XII - o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980; XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. XV - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando remunerado; XVI - o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de instituição financeira de que trata o § 6º do art. 201.” m) “O aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição Federal.” n) “O cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado.” o) “A pessoa física contratada por partido político ou por candidato a cargo eletivo, para, mediante remuneração, prestar serviços em campanhas eleitorais, em razão do disposto no art. 100 da Lei nº 9.504, de 1997.” p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 4.2. SEGURADOS FACULTATIVOS É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, prevista na legislação, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social. É importante salientar que é vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência social. Desta forma, o servidor público de cargo efetivo filiado ao regime próprio de previdência social não poderá filiar-se como segurado facultativo. O Regulamento da Previdência Social apresenta um rol exemplificativo de possíveis segurados facultativos: I - a dona-de-casa; II - o síndico de condomínio, quando não remunerado; III - o estudante; IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;

IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; e X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional. Também pode ser considerado segurado facultativo: “O segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria”. 4.3. TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO REGIME GERAL A regra é que todos os trabalhadores devem ter acesso ao Regime Geral da Previdência Social. Entretanto, há exceções e para saber qual são os trabalhadores excluídos do Regime Geral de Previdência Social – RGPS – deve ser feito o caminho inverso e verificar-se quais não se enquadram como segurados obrigatórios. O importante a saber é que: todo servidor detentor de regime próprio de previdência social e que não exerce, concomitantemente, qualquer outra atividade sujeita ao RGPS, estará excluído deste. E, também, usando-se a lógica, podemos encontrar situações em que o trabalhador que teria algum vínculo com o RGPS, por alguma situação, não atenderá aos requisitos de filiação e inscrição e estará excluído deste Regime. Por exemplo: - O não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro que prestam serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, amparados pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular. - O brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que trata a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e que possa filiar-se ao sistema previdenciário local. 5. EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO. Antes de iniciar o estudo sobre “contribuições” é importante conhecer sobre as diferenças e definições de empresa e empregador doméstico. Pois estas distinções irão trazer, como conseqüência, diversas formas de recolhimento, tanto no que concerne a percentuais como a prazos. Por ser o Direito Previdenciário ciência autônoma em relação aos demais ramos do Direito, os conceitos, aqui apresentados, possuem suas particularidades, que, por vezes, são exclusivas. Mesmo porquê, o Direito Previdenciário é ramo do Direito Público, não podendo se confundir com, por exemplo, Direito Civil. De certo que o Direito é único, porém, é necessário que haja uma sistematização para o correto entendimento de suas especificidades. 5.1. EMPRESA Considera-se empresa a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional.

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Percebe-se que, aqui, o conceito de empresa é muito amplo, pois abrange desde uma firma individual, passando por qualquer tipo de sociedade, até uma prefeitura, ou a própria União (administração pública direta) pode ser empresa. Além do mais, o Regulamento da Previdência Social conceitua, pessoas físicas e algumas pessoas jurídicas que, para o Direito Civil e Comercial não são consideradas empresas, mas sim, equiparadas a empresas. Veremos a seguir, quais são as pessoas equiparadas a empresa, para os efeitos da Legislação Previdenciária, conforme artigo 12 do RPS: I - O contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço. II - A cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras. III - O operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993. IV - O proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. 5.2. EMPREGADOR DOMÉSTICO Empregador doméstico é aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.