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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 2 a Quinzena de Fevereiro de 2010 Ano XXX - No. 1080 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] POLÍTICA / CULTURA Página 6 Celebrações dos 100 anos da República Entre os dias 11 e 14 de Março do ano corrente, realizar-se-á a Conferência da Luso-American Education Foundation, em conjunto com as come- morações do Centenário da República Portuguesa na Universidade da California, Berkeley e em San José. POLÍTICA Reis Soares nomeada para CA Farm Service Committee A Administração Obama anunciou os indivíduos que fa- rão parte da Comissão Estadual para a Agencia de Servi- ços de Agricultura da California (California Farm Service Agency, FSA). Esta comissão supervisiona as actividades desta agência incluindo os programas de conservação agrí- cola, resolve apelos da comunidade agrícola e informa os agricultores sobre os programas da FSA. “Estes indivíduos trabalham com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para assistirem os agricultores e rancheiros a desenvolverem as suas operações na produção e forneci- mento de alimentos saudáveis que a America precisa para desenvolver a economia das comunidades rurais” disse o Secretário da Agricultura Tom Vilsack. “Eles trazem expe- riência e paixão necessárias para continuarem o progresso da Administração Obama na reconstrução e revitalização dos espaços rurais americanos”. Reis Soares, do Condado de Madera, emigrou dos Aço- res para a California em 1962. Em 1984, juntamente com o marido formou uma vacaria em Chowchilla, na California. Tem exercido o cargo de Conselheira das Minorias na Co- missão da FSA do Condado de Madera desde 1999. Steve Junqueiro - Presidente e COO de uma empresa com 20,000 empregados e 244 supermercados. Pág.15, 28 Steve Junqueiro Presidente do Grupo Save Mart

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CA Farm Service Committee POLÍTICA / CULTURA Página 6 www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Steve Junqueiro - Presidente e COO de uma empresa com 20,000 empregados e 244 supermercados. 2 a Quinzena de Fevereiro de 2010 Ano XXX - No. 1080 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual POLÍTICA morações do Centenário da República Portuguesa na Universidade da California, Berkeley e em San José. Pág.15, 28

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

2a Quinzena de Fevereiro de 2010Ano XXX - No. 1080 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

POLÍTICA / CULTURA Página 6

Celebrações dos 100 anos da República

Entre os dias 11 e 14 de Março do ano corrente, realizar-se-á a Conferência da Luso-American Education Foundation, em conjunto com as come-

morações do Centenário da República Portuguesa na Universidade da California, Berkeley e em San José.

POLÍTICA

Reis Soares nomeada para CA Farm Service CommitteeA Administração Obama anunciou os indivíduos que fa-rão parte da Comissão Estadual para a Agencia de Servi-ços de Agricultura da California (California Farm Service Agency, FSA). Esta comissão supervisiona as actividades desta agência incluindo os programas de conservação agrí-cola, resolve apelos da comunidade agrícola e informa os agricultores sobre os programas da FSA. “Estes indivíduos trabalham com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para assistirem os agricultores e rancheiros a desenvolverem as suas operações na produção e forneci-mento de alimentos saudáveis que a America precisa para desenvolver a economia das comunidades rurais” disse o Secretário da Agricultura Tom Vilsack. “Eles trazem expe-riência e paixão necessárias para continuarem o progresso da Administração Obama na reconstrução e revitalização dos espaços rurais americanos”.

Reis Soares, do Condado de Madera, emigrou dos Aço-res para a California em 1962. Em 1984, juntamente com o marido formou uma vacaria em Chowchilla, na California. Tem exercido o cargo de Conselheira das Minorias na Co-missão da FSA do Condado de Madera desde 1999.

Steve Junqueiro - Presidente e COO de uma empresa com 20,000 empregados e 244 supermercados. Pág.15, 28

Steve Junqueiro Presidente do Grupo Save Mart

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2 15 de Fevereiro de 2010SEGUNDA PÁGINA

Year XXX, Number 1080, Feb 15, 2010

Dizer BASTA...EDITORIAL

Há 33 anos vi pela primeira vez dançarem Fado numa festa no IES de San José, e agora vi o mesmo no

aniversário do Portuguese Athetic Club. Isto quer dizer o quê? Eu nem sei bem o que quer dizer, só simples-mente penso que, com tanta musica bonita neste mundo para dançar, recorrer em 2010 ao fado é falta de imaginação.

Já agora que estamos em maré de baile, deixem-me dizer-vos que me entristece ver as oportunidades per-didas de muitos dos nossos conjun-tos musicais que abrilhantam bailes.Não deslumbro um fio condutor de musica, no começo, no meio e no fim. É tudo uma mistura de nada e de pouco. Incomoda-me porque te-mos muitos bons músicos nos nossos conjuntos. Então porquê escolher o fácil, o pimbalhado, a letra horroro-sa, sem sentido poético nem estético, palavras e mais palavras, ocas, sem sentido, e as pessoas a darem à per-na, podendo dar à perna com outro sentido, com outro ritmo, com outra música, com outro poema.Antigamente não era fácil gravar um disco. Tinha que se ter alguma cate-goria, algum dinheiro e algum em-presário a fazer contas à vida. Hoje não, qualquer jovem/velho grava um CD em casa, com letra de escudo e meio e música feita a martelo. E o pior é que muitas vezes transmiti-mos estas músicas na nossa rádio e

tocamos nos nossos bailes.O dom de saber e poder aprender musica deveria dar responsabilida-des às pessoas. Deveriam fazer um contrato mental consigo próprios e jurar que nunca entrariam nas facili-dades que hoje vemos a muitos.A musica é das coisas mais bonitas deste mundo. Enche a alma, provo-ca calafrios de ansiedade, é mesmo “fogo que arde e não se sente” como diria Camões.Por favor, não a desperdicem, não a maltratem.As nossas bandas são um grande exemplo para os nossos conjuntos musicais. Nas bandas só se toca o bom e o bonito, não há facilidades.Viva a Musica e viva quem a sabe tocar e cantar bem.

Não sei se já repararam que nos encontros de futebol do Sporting e possível-mente de outros, entram

em campo com os árbitros, duas raparigas que transportam as bolas, cujo trabalho era e deveria ser da responsabilidade dos árbitros auxi-liares.

Porque é que estas raparigas aceitam esta miserabilidade de transportar bolas? Para ganharem 20 euros? Uma coisa é ser “cheerleader”, outra é levar as bolas dos outros.Ridículo!

No dia 22 de Agosto de 2009, estava eu em Lis-boa, quando comprei o Jornal Público. O jornal

trazia a sua revista de fim de semana chamada FUGAS.Comecei a folheá-la e qual não é o meu espanto quando na página 14, vejo uma entrevista com um escritor que eu não conhecia - Valter Hugo Mãe, nascido em Angola, vencedor em 2007 do Prémio Literário José Saramago.Diz o escritor que “No Continente já conhece quase todas as cidades e é fascinado pelo Litoral do Alentejo. Por contraste de paisagem, Trás-os-Montes, Alto Douro e Régua são ou-tros destinos que aprecia”. Em 2007 conheceu umas das suas grandes paixões: “a Ilha Graciosa”. Na sua opinião aquele é “o lugar mais bonito do mundo, o paraíso na terra, onde a natureza se er-gueu ao mar. A Graciosa suplanta a beleza de São Miguel e das Flo-res, como um lugar sobrenatural e um evento cromático”.Para o escritor de 37 anos, “a ilha é um autêntico prenúncio da natu-reza, onde, à passagem do tempo, a cor das coisas vai mudando. Os lu-gares que obrigam o homem a não desfazer e onde a obrigação moral é nao destruir.”Lindo, não é? A Graciosa é mesmo um paraíso, ponto final parágrafo, digo eu, que lá vivi.

Já é tempo de Obama dizer BASTA a tanta tentativa de compromisso com um partido que só sabe dizer NÃO a tudo. Obama ganhou por maioria, tem maio-ria na House e no Senado e o que precisa de fazer é

implementar o seu program, que lhe deu os votos necessá-rios para chegar à Casa Branca.Não compreendemos como é possível, em tempos de crise, um partido não respeitar as necessidades dos seus consti-tuintes e fazer guerra a uma administração só para passar tempo, a ver se neste ano de eleições ganham alguns luga-res no Congresso. Perderam um ano com estas manobras políticas, que deveriam pôr os seus constituintes com pele de galinha.É tempo de Obama juntar as suas tropas caseiras, aqueles que votaram nele, e implementar aquilo que é necessário, para que este País volte a ser o melhor do mundo.

Quem ouviu alguns discursos (ou parte deles) durante a Convenção do chamado Tea Party Movement, deve ter ficado a pensar que estava a ver um filme de terror, tais foram os termos e a ideologia expostas, que davam para assustar qualquer viva alma que andasse neste mundo à procura de paz e amor.

Como é que é possível que 5 Juízes do mais importante Tribunal da America possam partidarizar um processo po-lítico que vai dar que falar nos próximos anos. Quem não se lembra do filme “The Manchurian Candidate” ?Pena que esta Câmara Judicial, de vez em quando saia fora de órbita e provoque pasmo a quem deveria acreditar nela. Esta mesma Câmara Judicial também fechou os olhos em 1943, quando se criaram (vergonhosamente) neste nosso País, campos de concentração para os americanos descen-dentes de japoneses. Onde estavam os Juízes nesse dia? Onde estavam eles agora? josé avila

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro AvilaDançar Fado, porque não?

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3COLABORAÇÃO

Na Companhia do Azevinho (II)Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

O azevinho, conhecido por HOLLY em inglês, é comumente descrito como uma árvore ou

arbusto de folhas verdes espinho-sas, flores brancas e bagos ver-melhos. Em conformidade com Funk & Wagnalls (Dictionary of Folklore, Mythology & Legend), “o uso do azevinho em cerimó-nias religiosas é duma considerá-vel antiguidade. Provavelmente o seu uso como ornamento de Na-tal foi adoptado pelos primitivos cristãos romanos em imitação dos ritos pagãos romanos. Con-soante uma lenda cristã, a Cruz teria sido feita com madeira de azevinho. Em castigo, o azevinho foi transformado num arbusto en-fezado com folhas espinhosas e bagos representando o sangue de Cristo. Outra lenda assegura que o azevinho foi empregado na Co-roa de Espinhos, e os bagos que antes eram amarelos tornaram-se escarlates com o sangue de Cris-to”.Na Inglaterra, é costume colocar raminhos de azevinho nas col-meias em comemoração duma crença atestando que, na primeira Noite de Natal, as abelhas zum-biram melodiosamente em honra do Deus-Menino. Em Louisiana (Estados Unidos), no tempo do Natal, os bagos do azevinho são guardados como amuletos de boa

fortuna p’ra todo o ano. No en-tanto, no País de Gales perdura a crendice que levar azevinho p’ra casa de um amigo, ou apanhar azevinho em botão ou flor, é pre-núncio fatal.Vincenzina Krymow (St. An-thony Messenger, Dezembro 2009) anotou que, desde o sé-culo 15, “o azevinho tem sido parte integrante dos ornamentos de Natal nas igrejas inglesas. O azevinho foi igualmente conhe-cido por Árvore Santa, e em Cor-nwall recebeu o nome de Árvore de Santa Maria em honra da Mãe de Deus. Aparentemente, numa noite de inverno, o azevinho cresceu milagrosamente folhas enormes encobrindo a Sagrada Família do encalço dos soldados herodianos. Uma lenda germâni-ca apoia a história descrevendo que, originalmente, os bagos de azevinho eram brancos, mas o sangue de Cristo tingiu-os com permanentes e acentuadas man-chas rubras”.Em contraste com uma lendária história sugerindo que a cidade de Hollywood, ao sul da Califór-nia, derivou o respectivo nome de Holy Wood (Santo Madeiro) refe-rente à Cruz de Cristo, apresento o testemunho categorizado do monsenhor Francis Weber:“Uma mais lógica e factual ex-

plicação, quiçá menos edificante, de como Hollywood tomou este nome, de forma alguma cons-titui menosprezo à romântica Cidade das Estrelas. Historica-mente, o termo Hollywood está associado com o rancho adqui-rido nessa área por Horace Wil-cox, em 1886. Mais tarde, após a construção de novas residências, o nome Hollywood começou a identificar-se, gradualmente, com a localidade previamente chamada Cahuenga Valley. Afi-nal, nos anos 1880, já existiam Hollywoods em Arkansas, Geor-gia, Maryland e North Carolina”. (Encylopedia of California’s Ca-tholic Heritage).Embora o azevinho não seja

originário da Ca-lifórnia, Weber fa-vorece a opinião, inteiramente espe-culativa, de tratar-se dum nome de trans-ferência com base no facto de Horace Wi-lcox ter importado árvores de azevinho p’rá sua propriedade. Em 1903, quando os setecentos residen-tes de Hollywood elevaram a sua co-munidade à catego-ria de cidade, o ter-

mo Hollywood foi oficialmente adoptado p’ra designar a área. No entanto, quando a indústria cine-matográfica trouxe proeminência à região, Hollywood perdeu a sua identidade e ficou meramente in-cluída no conjunto de subúrbios da rapidamente expansiva Los Angeles”.

Na realidade, o aze-vinho da Califórnia chama-se Toyon, pre-sumivelmente um de-

rivativo dos Nativos Americanos Costanoans. Também conhecido pelo nome de Azevinho do Na-tal, o topónimo toyon encontra-se afixado a várias localidades, abrangendo duas comunidades

respectivamente nos condados de Calaveras e de Shasta chamadas Toyon.Aubrey Drury (California, An Intimate Guide) escreveu que “a inspiração p’ró nome Hollywood provavelmente adveio da presen-ça de toyon nas ladeiras das ma-tas ali à volta”.No testemunho de George Stewart (Names on the Land), “muito possivelmente a esposa de Hora-ce Wilcox, em conversa com uma passageira a bordo dum comboio, tomou cohecimento duma lo-calidade chamada Hollywood. Atendendo à existência de toyon, de folhas verdes e bagos verme-lhos, nas imediações do povoado recentemente fundado pelo casal Wilcox na Califórnia, o nome Hollywood surgiu como o mais apropriado”.Pessoalmente, inclino-me prefe-rencialmente p’rà expressão de Mons. Weber:

“Hoje em dia a origem do nome Hollywood reduz-se simples-mente a um ponto académico p’rós seus residentes. Afinal de contas, eles podem muito bem dizer que Hollywood não é nem cidade nem vila, mas tão somente um estado mental”.

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4 15 de Fevereiro de 2010COLABORAÇÃO

Da Música e dos Sons

Nelson Ponta-Garç[email protected]

Entre o Pacifíco e o Atlântico

Rufino Vargas

Crónica de Montreal

Antonio Vallacorba

PORTUGAL País dos ±3 Fs

FADO - Para além de ser a canção nacio-nal, agora também é uma marca de vinho. A grande Amália - a diva incontestável do fado- nalgumas das suas canções prestava

homenagem ao senhor vinho. «Uma casa Portugue-sa, pão e vinho sobre a mesa» é o reflexo do modus vivendi da sociedade Portuguesa. Sendo apreciador do néctar dos Deuses, reconheço que o vinho pode ser um elixir, mas também pode ser um veneno quando consumido em excesso. A palavra chave é moderação.FUTEBOL-Neste mundo da globalização desen-freada, o futebol perdeu parcialmente o seu espírito salutar desportivo. A situação actual equivale à re-cruta de condottieri da idade média, hoje denomi-nados mercenários, que eram soldados contratados a peso de oiro, para combater debaixo de qualquer bandeira. O jogador constitui uma mera mercado-ria. Já não existe o amor à camisola. Contudo há uma faceta extremamente positiva. Dois dos mais talentosos desportistas contemporâneos, decidiram que com os seus milhões, “que nem só dos pés vive o homem”. Luís Figo, fundou uma instituição com o seu nome, com o expresso propósito de organizar uma rede solidária de doadores de medula óssea, para dar novas vidas e vencer a terrível doença cha-mada Leucemia. Pedro Pauleta , popularmente co-nhecido como o «ciclone dos Açores», embaixador do clube futebolístico St. Germain de França, a que pertencia e recentemente nomeado embaixador de turismo dos Açores, organizou uma escola de trei-no e formação de jovens desportistas, em S. Miguel sua terra natal. Segundo Sir Winston Churchill, pri-meiro Ministro Britânico, o tal que em conluio com Roosevelt, Presidente Americano, pretendia invadir e ocupar os Açores durante a II guerra mundial e que classificava Salazar de impossible (impossível) “we make a living by what we get, we make a life by what we give” (vivemos com o que possuímos, construímos vidas pelo o que nós compartilha-mos).FÁTIMA - O actual ocupante da cátreda de S. Pedro na terra, Sua Santidade Bento XVI, decidiu visitar Fátima no próximo mês de Maio. Duran-te o apostolado de João Paulo II, seu predecessor, exerceu as importantes funções de Prefeito da con-gregação da doutrina da fé, que no século XVI era conhecida com temor, como Santo Ofício ou Santa Inquisição, ou seja uma organização equivalente a uma polícia religiosa. João Paulo II, foi alvo de um atentado de assassinato em 13 de Maio de 1981, ani-versário das aparições de Fátima e atribuíu a Nossa Senhora de Fátima, o milagre de não ter perecido e de ter sido salvo de morte certa. Por esta razão João Paulo II visitou Portugal cinco vezes. Com esta visita Bento XVI, vem formalmente assegurar a continuidade da fé em Maria, nossa mãe e Mãe de Deus. Seja benvindo.

FACADA - A fatídica notícia do despedimento de uma quantidade, assaz relevante de empregadas (os) ± 200 dos seus empregos e a desactivização ou seja o encerramento da fábrica sita no Pasteleiro na ilha do Faial, pela Cofaco e Corretora - duas importantes indústrias conserveiras,- foi um balde de água fria para mim e uma facada nas costas para estas em-pregadas (os), em que a maioria vai ser empurrada para o desemprego, o que constituirá uma carga fis-cal que tem que ser paga por nós todos. Foram dois infelizes presentes de Natal. Estes acontecimentos, sempre desagradáveis, são frequentes e considera-dos normais, no sistema capitalista na vasta e pujan-te economia Americana, mas não no nosso arqui-pélago dos Açores. A fábrica da Cofaco na Areia Larga-Madalena-Pico, minha vizinha, consoante as condições meteorológicas e quadrantes eólicos, sou compelido a fechar todas as janelas e portas, para não absorver o cheiro nauseabundo dos fuminhos negros emanados pela referida unidade industrial. Há anos, um dos meus vizinhos, sugerio-me que eu nos meus rabiscos mencionasse o problema da po-luição ambiental e sonora da nossa vizinha Cofaco. Recusei terminantemente tal ideia, porque eventu-almente poderia pôr em causa, os postos de trabalho de dezenas de pessoas e agregados familiares, que ali laboravam. Neste caso, não posso olhar para o lado e ignorar a gravidade destes procedimentos. A fábrica da Areia Larga foi construída em 1963, está desactualizada em muitos aspectos. Não há muito tempo que a gerência desta empresa, declarou ser sua intenção, de construir uma nova fábrica noutra localidade. A melhor solução seria construir uma nova unidade fabril, possívelmente junto à lota do peixe, onde existe imenso espaço e capacidade lo-gística. Aqui na América - bastião capitalista - o governo está a apostar fortemente, na prevenção de insolvências ou encerramentos de empresas, in-jectando capital e consequentemmente assumindo controlo e assegurando a sobrevivência e viabi-lidade das mesmas. Isto é a política universal, in-dependentemente de partidarismos, praticada pela maioria dos países, para combater a crise económi-ca mundial. Pescas e agricultura, são os dois pilares vitais para a frágil economia açoriana e não podem ser menosprezados. O Governo Regional salvou a fábrica de conservas de Santa Catarina em S.Jorge. Tem o inalianável dever de evitar o encerramento da fábrica no Faial e em parceria com a empresa-Cofaco- construir uma nova fábrica de raíz na progressiva Vila e futura Cidade da Madalena. A Cofaco (Comercial e Fabril de Conservas, S.A), originária de Vila Real de Santo António no Algar-ve, estabeleceu a sua sede nos Açores, pelo simples facto de que o atum predomina nestas águas. Tanto para a Cofaco como para nós Açorianos, o mar é a nossa terra.

OPERATION HAITINo passado dia 6 de Fevereiro realizou-se um concerto de angria-ção de fundos para as vítimas do Haiti em Fall River.Este evento contou com a presença de 8 grupos/artistas entre eles Chico Avila da California:

Chico AvilaD’AlmaEratoxicaHotlineJorge FerreiraMarc DennisMauricio MoraisNelia

Para mais fotos e informação sobre este evento visite a páginahttp://fundraiserforhaiti.com/Parabéns pela iniciativa! Lanço aqui um desafio a comunidade na California para que um dia se realize algo desta dimensão, o verão está a chegar...

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Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

COLABORAÇÃO

Adeus, Lusitânia

O primeiro jogo de fute-bol a que eu assisti ao vivo foi um Lusitânia-Angrense, decorria

talvez o ano de 1981 e sentiam-se ainda, um pouco por toda a ilha, os ecos do terramoto que nos di-zimara no ano anterior. Não tenho na memória todos os pormenores desse acontecimento épico, mas sei que comi amendoins, que me passeei entre a bancada, o peão e a cabeceira Poente do Campo de Jogos de Angra do Heroísmo, onde os automóveis eram estacio-nados mesmo atrás da baliza para as senhoras poderem espreitar a festa enquanto faziam renda – e que o Lusitânia venceu, depois um guedelhudo do meio campo do Angrense ter tentado expul-sar o árbitro (não me peçam para explicar), acabando ele próprio expulso, com dramáticas conse-quências para a resistência da sua equipa.De maneira que os meus pri-meiros heróis futebolísticos (que digo eu, os meus primeiros he-róis, ponto) não foram Meszaros, Manuel Fernandes ou Jordão, os ídolos do Sporting nesses idos de 80: foram Álvaro, Dionísio, Te-

ves, Carlos Alberto, Aristides ou João Medeiros, os esteios daquela simultaneamente humilde e glo-riosa equipa que me introduziu ao verde e branco, à atmosfera do peão e à poeira que se erguia da terra batida quando a Providên-cia, distraída, nos brindava com um dia de sol. Fiz deles um hábi-to, claro. Filho do chefe do poli-ciamento, sob a asa do qual podia assistir de graça à bola, tomei duas decisões: ver tantas jogos do Sport Clube Lusitânia quanto pudesse e, quando enfim tivesse idade, envergar eu próprio a sua camisola linda.À segunda experiência , redunda-da nuns quantos jogos, em outros tantos frangos monumentais e numa certa dificuldade em lidar com a intestineira durante os pontapés de canto, já a sublimei por aí, em crónicas de jornal e em contos, em rodas de amigos e em conversas de alcova. À pri-meira também – mas quero voltar a fazê-lo. Porque, durante anos, eu vi. Vi, comendo amendoins, o Lusitânia vencer o E. Amadora por 3-0, no ano (se bem me lem-bro) em que mais perto estivemos de chegar à primeira divisão. Vi,

vestido de verde e branco, o Lu-sitânia empatar 0-0 com o Boa-vista, com João Alves de luvas pretas no meio-campo adversá-rio, num jogo após o qual Álva-ro e João Medeiros rumariam ao Bessa. E vi, com o emblema que comprara na Casa Stuart ao pei-to, o Lusitânia esmagar várias ve-zes o Angrense, naquilo que era então o meu Benfica-Sporting – e que eu próprio viria a disputar mais tarde, embora sempre com frangos e intestineira.Pois esse clube, símbolo de um povo, vai acabar, depois do fra-casso da enésima assembleia ge-ral destinada a engendrar uma solução para o passivo de três milhões de euros que acumulou

enquanto andou a brincar ao basque-tebol. Esse clube quase centenário, contemporâneo do Belenenses e do Sp. Braga, mais antigo do que o Rio Ave ou a U. Leiria; esse clu-be onde jogaram Mário Lino, Moi-sés (que podia ter sido Rui Barros)

e o malogrado Marroco; esse clube que foi 21 vezes campeão dos Açores, 38 vezes campeão da Terceira e o primeiro do arquipé-lago a chegar aos nacionais; esse clube que encantou a minha gera-ção, que encantou outras quatro ou cinco gerações antes da minha e que ainda hoje tinha mais de 500 atletas em acção; esse clube que era o maior clube dos Açores até o poder socialista perceber que o futebol podia render votos e que, sendo na ilha de São Mi-guel que os votos mais contavam, mais valia investir no Santa Clara – esse clube a que chamávamos “Lusitana”, ou mesmo “Sténia”, consoante a freguesia de que ví-

nhamos ou as aspirações que cul-tivávamos, vai acabar. Não vai acabar com o futebol, note-se: vai acabar.E eu, em vez de limitar-me a per-guntar onde estávamos todos en-quanto isto acontecia, lamento a vergonha. A vergonha dos lusita-nistas, dos terceirenses e dos aço-rianos. A minha própria vergo-nha, no papel de cidadão de cada uma dessas três identidades. A vergonha de um povo que se aco-modou aos subsídios e perdeu o brio nas suas instituições. A ver-gonha de um poder político para o qual, se nem tudo são votos, nada interessa mais do que eles. A ver-gonha de uma modalidade que se centrou nas ligas de campeões, nas selecções nacionais feitas de estrangeiros e nas sociedades desportivas, esquecendo quase tudo o que lhe era essencial – e que agora, um pouco por todo o país, um pouco por todo o mundo vai perdendo aqueles que foram os seus primeiros, mais abnega-dos e mais agregadores agentes. A vergonha, sim. Que ao menos nos pese a vergonha.

in NS’, 6 de Fevereiro de 2010

Crónicas Terceirenses

Victor Rui Dores

[email protected]

Memórias do Chá Barrosa

... em vez de limitar-me a perguntar onde estávamos todos enquanto isto acontecia, lamento a vergonha. A vergonha dos lusitanistas, dos terceirenses e dos açorianos. A minha própria vergo-nha, no papel de cidadão de cada uma dessas três identidades. A vergonha de um povo que se acomodou aos subsídios e perdeu o brio nas suas instituições. A vergonha de um poder político para o qual, se nem tudo são votos, nada interessa mais do que eles. A vergonha de uma modali-dade que se centrou nas ligas de campeões, nas selecções nacionais feitas de estrangeiros e nas sociedades desportivas, esquecendo quase tudo o que lhe era essencial

Bem sei que, nestas crónicas, vou cedendo à nostalgia. Mas os anos que vivi em Angra do Heroísmo foram muito marcan-

tes na minha vida. E hoje, mexendo em papéis velhos, topei com a foto (que ilustra esta crónica) por mim tirada nos inícios dos anos 70 do século passado e que me fez recordar o tempo em que, de calção e trincando chupa-chupa, ia ao circo com meus pais e irmãos para assistir a encantos e magias. Na altura desconhecia que o Circo era o maior espectáculo do mundo. Hoje sei que foi no Circo que aprendi o fascínio dos so-nhos e o sortilégio dos segredos.Sim, guardo saborosas e inefáveis lembran-ças desse tempo em que o Circo tomava conta de Angra, por cujas ruas os artistas desfilavam para anunciar o espectáculo.“O Circo chegou” e era a alegria da pe-quenada. Os artistas desfilavam pelas ruas da cidade. À frente vinha o apresentador, em cima de andas e com um megafone na mão, anunciando o espectáculo. Logo a seguir vinham os palhaços fazendo pi-ruetas… Seguiam-se os elementos todos da companhia, acenando para os transeun-tes e automobilistas. Crianças dos quatro cantos da cidade corriam pelas bermas, acompanhando o impressionante desfile. Porque nesse tempo o Circo rimava com novidade.Chegava a noite e o Relvão (onde o circo fora montado) enchia-se de gente que en-grossava a fila em frente à bilheteira. Olhá-vamos em redor e lá estavam os camiões, as roulotes, as barracas de lona… Aprovei-távamos para espreitar os leões e os tigres, desassossegados nas suas jaulas…Música e aplausos. Abria-se a cortina.“Senhoras e senhores, meninas e meninos, respeitável público”…

Quando se apagavam as luzes da bancada e se acendiam as da pista, o meu coração batia acelerado pela expectativa…Começava o espectáculo e eu ficava ver-dadeiramente deslumbrado com as vénias do apresentador e com os acrobatas, os sal-timbancos, as bailarinas, os trapezistas, as caras burlescas dos arlequins, as caranto-nhas dos palhaços, os cães amestrados (ah, a cadelinha vestida de bailarina…).Impressionavam-me os leões e os tigres, os cavalos, os números de equilibrismo, os saltos mortais, o ilusionista, o homem que comia espadas e fogo e o artista que tocava música num serrote…Não me fartava de ver tudo aquilo. Roía as unhas. Batia palmas para extravasar a minha alegria. Recordo o pano de lona esburacado… Aprendi, com a canalha dos “Quatro Can-tos”, a arriscar entradas clandestinas – verdadeiras intentonas que, quase todas as noites, a gente ensaiava por debaixo da lona…-Não facilite, Mário. Não facilite. Olhe que seu pai morreu a fazer esse número! – ad-vertia o apresentador antes de Mário fazer o salto mortal na corda bamba. O perigo era a sua profissão.Havia um outro número que me arrepiava: era quando o ilusionista serrava a meio a sua “partenaire” metida dentro de um cai-xote colorido…Em tempo de severos costumes, era um regalo para a gente ver os umbigos relu-zentes das trapezistas, as pernas ao léu das equilibristas, os decotes das bailarinas, os bikinis (de reduzida dimensão) das funâm-bulas…(Parece estranho, não é? Mas esse era o tempo em que alguns padres proibiam às raparigas o uso de mini-saias dentro das igrejas…).

O Circo ensinou-me a compreender a be-leza, a fraternidade, a partilha, a organi-zação e o trabalho em equipa. Momentos antes de actuar, a linda equilibrista estava vestido de fato de macaco a exercer fun-ções de arrumadora. Depois de ter brilha-do lá no alto, a trapezista vestia jardineiras e vendia pipocas durante o intervalo; e, a seu lado, o domador das feras fazia algodão doce... As mãos hábeis do mágico carrega-vam cadeiras no fim do espectáculo e as do apresentador consertavam motores…Os artistas circenses pairavam acima da realidade quando estavam na pista. Eram luzidios e etéreos. Elas, vaporosas e trans-parentes nas suas blusinhas de chifon com folhos. Eles, todos prezados e janotas nos seus coletes, brilhantina nos cabelos, ares a dar para o gingão… Depois de as luzes se apagarem, eles e elas regressavam às suas roulotes e tendas. Despiam os casacos vistosos e os vestidos de lantejolas – acabavam-se os luxos. E,

quando no dia seguinte os encontrávamos às compras no mercado, já não eram os reis da pista – eram pessoas absolutamente normais. Uma semana depois seguiam o seu destino nómada e ficávamos todos um pouco mais tristes. Aquela gente era livre – nós, não.Para montar e desmontar a tenda e as ban-cadas do Circo, recorria-se a alguma mão-de-obra local não qualificada. E, nesta matéria, há duas personagens que cabem nesta crónica: o “Jaquim das Horas” e o “Mata Ratos”.O Joaquim era baixinho, néscio, sorriso al-var, dentes ralos e amarelecidos, um velho boné enterrado até ás orelhas. Era dotado de um poder extraordinário para calcular as horas em qualquer momento. Para além desse dom, dizia-se que ele se regulava e orientava pelas badaladas do relógio da Sé.-Ó Jaquim, que horas são?Ele olhava o pulso, sem relógio, e respon-dia, com exactidão, as horas e os minutos.Já o “Mata Ratos” era um brutamontes: alto e forte, qual vilão dos filmes de Cha-plin. Não batia bem da bola e estava sem-pre a dizer esta frase algo enigmática:-“Mesmo que assim não fosse, três na pei-da e acabou-se”…………………………………………………………………………………………………O Circo deliciava miúdos e graúdos nes-ses tempos. Eu era um miúdo: sentia mui-to e pensava pouco. O Circo ensinou-me a ser mais humano e a não perder o dom do riso.Hoje sei perfeitamente que o mundo é um Circo e nós ocupamos a arena…Também sei que “pontalhões” como o “Ja-quim das Horas” e o “Mata-Ratos” estão extintos. O que, neste país, está a crescer assustadoramente é o número de palha-ços…

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6 15 de Fevereiro de 2010COLABORAÇÃO

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POLÍTICARecentemente alguém me perguntou por-que razão eu já não escrevia sobre política, o que, aliás, é um dos meus favoritos tópi-cos de conversa. Ultimamente tenho anda-do tão decepcionada com a situação políti-ca deste país, que tenho perdido interesse em demonstrá-la sob os meus “Traços”.No dia que Barak Obama foi eleito “Com-mander & Chief” desta nação, senti orgu-lho e satisfação por, finalmente, a terra da “igualdade”, ter escolhido um presidente qualificado pela sua integridade e intelec-to e não pela cor da sua pele. Infelizmente, passado um ano de governa-ção, Barak Obama continua a ser alvo das maiores disparidades políticas e acusado de não fazer mais para o progresso deste país.Será que muita gente já se esqueceu do que ele encontrou quando assumiu o co-mando deste país? E, agora, Obama devia ter resolvido todos os problemas durante um ano. E não me digam que essas acusações não têm nada a haver com o racismo!Bem, voltando algumas décadas atrás, quando o Presidente Lyndon Johnson as-sinou o tratado dos Direitos Civis, grande parte dos congressistas dos estados do sul mudaram de partido. É que, o racismo

estava tão enraizado que jamais eles vota-riam pelos direitos civis dos cidadãos da raça negra. Desde então, nenhum candi-dato democrático conseguiu ganhar a pre-sidência com a maioria dos votos daqueles estados.Causa-me grande pesar que, no século XXI continue a existir tanta divisão par-tidária na América. Ainda há tanta gente que não se conforma com o facto de que um homem negro foi eleito presidente desta nação. Valha-nos Deus! E, ainda por cima dizem, que ele nem sequer é ci-dadão americano...Durante um convívio natalício tive o ense-jo de conhecer uma senhora americana, de ascendência italiana, de quem logo gostei. Falámos de autores favoritos, culinária portuguesa e italiana e um número de ou-tros tópicos de interesse mútuo não faltan-do, claro está, a política.A certa altura, ela confessou que jamais podia residir nos chamados “Red States” e então ir ao Texas só para casamentos e funerais. Confesso que fiquei um pouco intrigada com a declaração dela que, julgo, ter sido motivada por alguma experiência desagradável. Mas, o mais irónico, foi que esta conversa teve lugar em casa de alguém que é partidário dos “Red States”.

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

As Quadras da Quinzena

Entre os dias 11 e 14 de Março do ano cor-rente, realizar-se-á a conferencia da Luso-American Education Foundation, em con-junto com as comemorações do Centenário da República Portuguesa na Universidade da California, Berkeley e em San José.No dia 11 de Março, cerca de 200 jovens que estudam Português nas escolas secun-dárias de Tulare, Turlock, Hilmar e San José, participarão em várias sessões de trabalho, sobre a língua e cultura Portu-guesas, na UC, Berkeley.Nos dias 12 e 13 de Março na mesma uni-versidade, haverá um ciclo de conferências coordenadas pelo Programa de Estudos Portugueses, sobre o Centenário da Re-pública e a Língua Portuguesa. Participa-rão mais de uma duzia de apresentadores, sendo a maioria professores universitá-rios, vindos de Portugal e de várias partes dos Estados Unidos. Estes investigadores apresentarão trabalhos sobre a Primeira República desde 1910 a 1926, Segunda

República, de 1926 a 1974, periodo da Di-tadura, e Terceira República iniciada com o 25 de Abril de 1974 até aos nossos dias. Cada apresentador falará sobre a sua épo-ca, focando os acontecimentos políticos, económicos e culturais.Ainda no dia 13 de Março, pelas 18H00, haverá um jantar de gala na Rotunda do “San Jose City Hall”, para comemorar o Centenário da Repúblic Portuguesa. O orador principal será o Dr. Mário Soares, o qual foi duas vezes Primeiro Ministro , e também eleito duas vezes Presidente da República Portuguesa. No dia 14 de Março, pelas 16H00, no Por-tuguese Athletic Club, San José, terá lugar o lançamento do livro, “Açores: Nove Ilhas uma História”. Estará presente a autora do livro, Susana Goulart Costa, professora na Universidade dos Açores. Para mais informações, podem contac-tar: LAEF, Dublin (925) 828-3883, ou PSP, Berkeley (510) 643-0980.

Centenário da Republica PortuguesaCongresso da LAEF

Pra quem vive longe, distante,Tem Saudades do Carnaval;O nosso povo emigranteDo Entrudo faz Festival.

Tem saudades dos foguetes,Que brilham como estrelas;Das Danças e dos lembretesQue era correr para vê-las.

Pelos palcos engalanadosCom sorrisos e fantasiasOs Bailinhos alinhadosRimando as cantorias.

Na frente, a Saudação,O assunto faz-nos rir,Despedida encerra entãoO que voltará a vir.

Ó meu bem se tu te foresE pra cá não voltares maisEscreve essas tuas doresEnfeita teus carnavaisA Terceira dos AçoresAbraça os seus jograis.

E se dela tens SaudadesNuma dor fria e picanteAntes que dobrem TrindadesVem daí ó EmigranteRecorda as amizadesCom um verso radiante.

Rosa Silva (“Azoriana”)

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7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

O Entrudo sempre me caíu muito bem. Nasci na festeira Ilha Ter-ceira, onde a tradicão carnava-lesca, em cima dos palcos e no

coração do povo, não conhece rival. De facto, como todos bem sabemos, o Carna-val terceirense, é mesmo um caso à parte de divertido teatro popular. Nestes dias de animada folia, por lá, a ilha rodopia de alegria. Por cá, a comunidade movimenta-se com vivo entusiasmo, curtindo rimas e rábulas de boa disposição. Quando os Bailhinhos tem graça, a alma saudosa da gente imigrada, que enche à cunha os engalenados salões comunitários, não os substitui por nada.Nada como umas boas gargalhadas quan-do as piadas são bem redigidas e o enredo melhor interpretado.Carnaval é divertimento. Quando não o fôr, perde a piada.Há quem perca o juízo nestes dias em cata de assunto para rir.

Há quem goste de ver em tudo uma pa-lhaçada. Comparam a vida a um circo e entretem-se com as reações animais ence-nadas na fraqueza humana.Nada nem ninguem escapa ao mordaz es-pírito de humor popular que zela por aí à espreita da tacada certa no momento exac-to. Sobretudo a politica e os politicos, a par dos desaires nos futebóis, alvos fáceis do escárnio e descontentamento popular, tornam-se em bombos de festa e apanham pela medida grossa ou por alma da caixa velha.O povo (tal como o Sporting) anda frus-trado e não o esconde. (O Benfica que o diga.)Eu compreendo que os leões, desiludidos e furiosos quando as águias os nicam e bicam a doer, não resistam em apelidar o

árbitro de palhaço – culpando-o sucessi-vamente pelos êxitos encarnados: “Uma roubalheira! Uma palhaçada!”, cramam de orgulho ferido.Entendo tambem, em similar paralelo po-litico, que os rosas lá na terra, furibundos com o insucesso eleitoral de trinta e tal anos sem votos de vitória no alaranjado jardim madeirense, queiram rotular o re-chonchudo jardineiro local do que ele há muito os vem implicitamente rotulando, sem pejo no papo nem papas na língua:

“Palhaços!” “Palhaçada”, de facto, continua a revelar-se a actual cena política lusitana, diaria-mente televiosionada de lá para cá em ri-dículos episódios informativos de figuras tão tristes que até metem dó. Refiro-me sobretudo ao recente debate parlamentar sobre a controversa lei das finanças regio-nais, onde, lamentavelmente, para não va-

riar, as vitimas permanecem ilhôas.Admito, por conseguinte, que os nossos bonitos Açores, vitimados desde há mui-to pelos imponderáveis da insularidade, pela insuficiência do financiamento e pelo penalizante jogo do empurra, não tenham mesmo outro remédio senão continuar a empurrar os seus filhos para longe, em busca duma vida melhor.Não está fácil.

A magnânima California, que outrora nos acolheu com patente regozijo, já não é exactamente a mesma benemérita anfitriã doutras eras.Os que carimbam Schwartzneger de pa-lhaço, e que à patética política orçamen-tal proveniente de Sacramento qualificam de vergonhosa palhaçada, lá tem as suas razões. Nunca o futuro se anteviu tão tre-mido neste afluente estado que nos aco-lhe e alberga com filhos adoptivos. Mas, tememo-lo sobretudo pelos nossos filhos e pelos filhos dos nossos filhos, a quem cus-tam cada vez mais os olhos da cara os li-vros, os estudos, os cursos. E os empregos a escassearem…Todos sabemos bem que esta crítica escas-sez de fundos e enervante crise económica não é apenas local. À escala nacio-nal e mundial, o pressentimento permanece pre-ocupante. Os que não hesita-

ram em ridicularizar Bush durante anos como palhaço mór de sorriso traquinas, receiam agora que a declinante Obamania de um ano e tal de desgaste presidencial não seja indício de reencenada palhaçada a temer-se qualquer dia ao redor da Casa Branca.

A coisa está preta. Não é só o Sporting que anda à rasca com os fundilhos rotos e a moral por baixo.Eu se tivesse agora que enredar um Bai-lhinho… Bem, agora é tarde. Já estamos na Qua-resma e sempre fui respeitador dos nossos preciosos valores tradicionais. E o que mais me irrita é ver e ouvir quem se recusa a respeitá-los.Já em plena época de recôndita reflexão, quererem chamar-me palhaço por eu ape-nas opinar que, tostão por tostão, golo a golo, o Levezinho não tem peso para o cal-meirão do Cardozo… C’mon!(Cardoso é nome que manda respeito.) Já meu avô o dizia. Vão lá chamar palhaço a outro!

Palhaçadas

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8 15 de Fevereiro de 2010COLABORAÇÃO

Coisas

No âmbito das suas atribuições, os Conselheiros das Comuni-dades Portuguesas eleitos pelos Estados Unidos têm a honra de convidar os directores dessa prestigiosa organização para uma reunião de trabalho a realizar na sede da Casa do Ribatejo, 156 Rome ST, Newark, NJ, 07105-3414, no próximo sábado, dia 20 de Fevereiro, entre as 9:30 horas e as 17:00 horas.

Nesta reunião serão debatidos as-suntos pertinentes para as comu-nidades portuguesas dos Estados Unidos, nomeadamente:

1 – O futuro do ensino do Por-tuguês nas nossas comunidades no âmbito da nova lei do EPE e da transição da sua tutela para o Instituto Camões;2 – Associativismo: os novos de-safios;3 – Participação cívica e política da nossa comunidade em Portu-gal e nas comunidades de acolhi-mento;4 – O recenseamento eleitoral: estratégias de sensibilização e actuação;5 – A nova lei da nacionalidade;6 – O acesso dos emigrantes aos serviços de assistência médica e social em Portugal, a tarifa úni-ca, o funcionamento consular e a RTP Internacional.

Para esta reunião foram convi-dados várias individualidades

e associações, nomeadamente o Senhor Secretário de Estado das Comunidades, a Directora Regional das Comunidades, os deputados eleitos pelo círculo da Emigração de Fora da Europa, todos os Cônsules de Portugal nos Estados Unidos, os Coorde-nadores do Ensino do Português, a Associação de Professores de Português dos Estados Unidos, as associações portuguesas, en-tre outras.

No final da reunião de trabalho terá lugar um encontro com a co-munidade portuguesa e uma con-ferência de imprensa. Os Conselheiros ficariam muito honrados com a presença de um director dessa organização empe-nhados que estão na construção de uma plataforma de discussão e entendimento entre as várias for-ças vivas das nossas comunida-des e as instituições portuguesas de modo a desempenharem cada vez melhor o seu papel de conse-lheiros democraticamente eleitos e os interesses das comunidades que os escolheram.

Na expectativa das V. notícias, aproveitamos para enviar os nos-sos mais respeitos cumprimen-tos.

Atentamente

Os Conselheiros das Comunida-des eleitos pelos Estados Unidos

José Morais

Teóricamente, a Democracia, ”o go-verno do povo, pelo povo e para o povo”,

é imperfeito, e ruidoso, mas até hoje, na história de biliões de anos, desde que o Homem se separou do seu irmão das caver-nas, é , provavelmente, o melhor que conseguiu engendrar. Como ser imperfeito que é, a criatura humana, não podia conceber ou pôr em prática, um sistema para se governar, absolutamente perfeito. Em coisas de governo, o progresso, tem sido na razão inversa da corrida tecnológica.Aí, o que ontem era a última pa-lavra, hoje é roupa velha. Experimentou primeiro com o governo natural do mais forte, o mais musculoso, o mais cora-joso, o mais libidinoso, o mais apto a conquistar as fêmeas e a lutar pela preservação do ser-ralho. E veio por aí abaixo, sal-tando de milénio em milénio, até chegar ao Rei, ao líder, ao imperador, forte de corpo e de ambição, pronto a jogar a vida na conquista das terras e das femeas. E chegou até os nos-sos dias, de cabeça coroada e de “sangue azul”, armadura de ferro e espadalhão ao alto. Te-nho em mente a foto do nosso Afonso Henriques, que mandou à bosta os conselhos da mamã, dizendo-lhe que ia lutar pelo seu próprio país. Ele não queria nem cães de caça nem cavalos, Ele queria um país, ou um império. O grande divertimento de então, não era ir ao casino ou jogar na Bolsa, mas uma batalha contra os sarracenos ou nuestros her-manos. E quando não havia lu-

tas, onde a nobreza exercitasse a sua coragem, queixava-se de tédio. Não ía ao psiquiatra, que não havia, mas confessava-se ao Frei João do Convento e queixa-se de “paz pôdre”. E ainda hoje, nesta era demo-crática, religiosa, fanática e terrorista, encontramos uns pequenos redutos de saudosis-mo monárquico, esperando o regresso do seu querido D. Se-bastiã na manhã encoberta da sua poética imaginação. Nos tempos áureos da monarquia, o Rei não era apenas o símbolo vivo da nação e da ordem, mas da crença, da fé compulsiva do povo, e a senha era, “Ou crês, ou morres”. E quem não cresse segundo a lei do Rei, que era simultâneamente, a lei de Deus, ia mesmo à fogueira, na praça pública. A queima, com cheiro de churrasco e tudo, era um dos mais concorridos espectáculos da época. Eram os tempos da “fé que move montanhas.” Igual à fé que ainda hoje é utilizada pelos milagreiros da TV que, à vista de milhões, curam cancro espúrio, espinhela caída e bicos de papagaio. A democracia apareceu como uma espécie de antídoto para os males da injustiça, do racismo, do absolutismo, do fanatismo, do obscurantismo, e da luta con-tra a ciência e a cultura do povo. Os idealistas que a conceberam, desejavam que fosse um sistema onde todos os ideais, crenças e raças tivessem guarida. E as crenças restritas e racistas de-ram lugar a um sistema mais humano, mas tambem mais rui-doso. Os grupos, as religiões

e os interesses nacionalistas e imperialistas, trocaram os cam-pos de batalha, pelas quadras e hemiciclos das assembleias e parlamentos. Foi uma tenta-tiva para substituir a violência, o garrote, a tortura e a queima, por uma forma mais suave, em que o dinheiro, o clássico “vil metal”, passou a ter um papel de denominador comum. E esse manganão, um dia expulso do Templo a chicote pelo Prégador da Galileia, cá está de novo ten-tando corromper a Democracia. E depois de lancar o mundo na crise, acaba de ser intronizado pelo Supremo Tribunal deste país, elevando-o à categoria de cidadão.Sem voto, mas com poder de afogar, numa avalanche de mi-lhões, os representantes do povo do partido contrário. Pela maioria de um voto, o Tri-bunal, presidido por um juiz conservador, nomeado pelo ex-Presidente Bush, considerou in-constitucional uma lei em efeito há dezenas de anos, que proibia as corporações de financiar as campanhas políticas. E como o dinheiro é poder, e como o po-der tudo pode, é provável que esta nossa democracia america-na, tenha pela frente um periodo difícil, especialmente para as classes mais débeis da sociedade. Como se vê, a liberdade tem o seu preço, e espera-se que os excessos que se temem no fun-cionamento da democracia, aca-bem por resolver o problema.

COMUNICADOS1. O Consulado-Geral de Portugal em San Francisco apresenta os seus melhores cumprimentos e tem a hon-ra de comunicar que à seme-lhança dos anos anteriores, a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas vai organizar no corren-te ano mais um Programa “Portugal no Coração”, com o objectivo de levar a Por-tugal 40 idosos portugue-ses com mais de 65 anos de idade e que, por razões de ordem económica, não te-nham visitado Portugal nos ultimos 10 anos.O Programa das visitas está organizado em duas edi-ções: Maio e Outubro do corrente ano.As candidaturas para a épo-ca de Maio terão que dar entrada no Consulado-Ge-ral até ao próximo dia 19 de Março.Os interessados podem soli-

citar as fichas de candidatu-ra escrevendo para o Consulado-Geral - 3298 Washington Street, San Francisco, CA 94115, ou atraves do telefone (415) 346-3400, ext. 200 ou do Fax: (415) 346-1440.San Francisco, 29 de Janeiro de 2010.

2. A pedido da Direcção Geral dos Assuntos Con-sulares e das Comunidades Portuguesas, tem a honra de comunicar que quem estiver interessado pode candida-tar-se à terceira edição do “Prémio Empreendedoris-mo Inovador na Diáspora Portuguesa”, cuja data limi-te é 26 de Março de 2010.Os processos de candidatu-ra deverão ser submetidos a

COTEC PORTUGAL,através do enderego electro-nico [email protected] ou através do site www.cotec.pt/diaspora.

Faleceu no dia 31 de Dezembro de 2009, Frank Rosa (Vigário).Nasceu no Pico, Açores, a 30 de Dezembro de 1912. Foi casado com Maria Rosa por 45 anos e juntos criaram 12 filhos.Foi baleeiro, andou na pesca do atum e a sua família era conhe-

cido pelos Vigários.Foi para o Brasil em 1959 e veio para Santa Clara, California em 1964.Em 1982 casou com Mercês Rosa e juntos gozaram muitas viagens de férias.Viveu nos últimos anos em San José e ia muitas vezes à POSSO jogar cartas. Além disso adora-va viajar com os seus filhos.Era pai de 12 filhos: Margaret Trovão (Francisco), do falecido Manuel Rosa (Neusa), Francisco Rosa (falecido), Maura Fiosi (Ri-cardo, falecido), Natercia Varley (Don), Joseph Rosa (DeDe), fa-lecida Eva Nascimento (Duane), Maria Nascimento (Stan), Tony Rosa (Rosa), Ana Janto (Mike),

Frank Rosa (Angie), Luis Rosa e enteadas Anna Freitas (Mark) e Bernardette Christi (John). Era avô de 38 netos e 27 bisne-tos.Deixa também de luto sua irmã Belmira Sabino, de Toronto, Canadá.Foi a sepultar no Santa Clara Mission Cemetery.

Paz à sua alma.

Do Tempo e dos Homens

Manuel Calado

[email protected]

FalecimentoCONSULADO GERAL DE PORTUGAL

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9COLABORAÇÃO

O verão do Rio de Janei-ro está ligado às ima-gens das suas belíssi-mas praias, aos corpos

bronzeados estirados na areia e ao sol, aos passeios de bicicleta pela orla marítima, aos quiosques coloridos e à famosa água de côco bem geladinha que o carioca ado-ra e o turista elege como bebida preferida da estação.Neste ano, no entanto, uma nova imagem se insere ao álbum da ci-dade: as praias que permanecem cheias, com pessoas a praticar esportes, pescar e mergulhar em águas que se conservam mornas mesmo depois que a noite desce. Um paraíso? Seria se não fosse o calor medonho que nos adoece e que cozinha o bom humor do carioca, sem matá-lo, porque já tem quem ande fazendo piadas do tipo: “Rio, não, Hell de Janei-ro”; “Rio de Janeiro só tem duas estações: verão e inferno”; “Até o fogo do sol vem passar férias no Rio de Janeiro”, e por aí vai. Não me lembro de dias tão insu-portavelmente quentes como os de agora. Quando se falava em “Rio40graus”, era o máximo que podíamos imaginar para um ca-lor intolerável. Entretanto, o ano de 2010 nos chega com tempera-turas de até 40.4ºC, mas com a sensação de 50ºC, por causa da umidade do ar, informa o Insti-tuto Nacional de Meteorologia (Inmet). Conseqüências desagradáveis acompanham o calor exagera-do: quedas no abastecimento de energia, causando apagões loca-lizados - embora ninguém admi-ta os motivos pelos quais acon-tecem – e com eles os prejuízos materiais para os consumidores, tais como aparelhos eletrônicos queimados, comidas estragadas e o pior, a impossibilidade de ligar os aparelhos que ajudam minimizar o efeito das altas tem-peraturas; restaurantes fechados; metrô com lotação máxima a tra-fegar na hora do “rush”, tendo o ar condicionado avariado; água

das caixas situadas em cima dos telhados tão quente que se torna impossível usá-la, a não ser tarde da noite ou de madrugada; hos-pitais cheios com pessoas hiper-tensas, desidratadas, infartadas, com insolação, infecção intesti-nal e outros; incêndios pela com-bustão espontânea, etc. É o inferno na terra! Para nos conscientizarmos que a vida no planeta é responsabilida-de nossa e que deter o aumento do aquecimento global é o cami-nho para que a vida seja preser-vada, seria bom recordarmos, de um modo bem simples, como se dá o processo.

O gás carbónico não é venenoso como muitos pensam e é útil à vida. Sem ele as plantas não pro-duziriam o oxigênio tão necessá-rio à existência. Elas consomem o gás carbônico do ar. A respi-ração e a queima colocam-no de volta, mantendo, assim, o equilí-brio desse gás, de modo que a sua quantidade no ar não muda.

O gás carbónico tem, ainda, o im-portante papel de manter a tem-peratura da terra. O sol emite luz que é composta de raios de várias cores (O arco-íris é a luz do sol que foi decomposta), mas existem dois que são invisíveis aos olhos humanos: o infravermelho e o ul-travioleta. Quando os raios do sol chegam à terra e entram em con-tato com a matéria, ela esquenta e solta raios infravermelhos. O gás carbônico que está no ar (e fun-ciona como um telhado de vidro), absorve esses raios infraverme-lhos e se aquece, esquentando a terra, conseqüentemente. O va-por da água, da mesma forma, absorve os raios infravermelhos, se aquece e ajuda manter a tem-peratura do planeta.

Entretanto, é pela mão do ho-mem que acontece o aumento insustentável do “efeito estufa”, por jogar na atmosfera grandes quantidades de dióxido de car-

Rio 50ºuma cidade na estufabono, tanto através de veículos e fábricas que, para funcionar queimam gasolina, álcool, diesel, etc., como pelas queimadas das florestas que não consegue deter e pelo reflorestamento de grandes áreas que não consegue fazer.

A primeira parte de um documento divulgado em Fevereiro de 2007, pelo IPCC (Intergo-

vernmental Panel on Climate Change), que ganhou destaque na mídia, diz que os seres humanos são os responsáveis pelo aqueci-mento da terra e na sua segunda parte afirma:“Com o aumento do aquecimento global ampliará a ocorrência de estiagens e de enchentes, elevará o nível do mar, levará à extinção milhares de espécies animais e vegetais, e aumentará a subnu-trição e as doenças entre os seres humanos. Estima-se que 100 mi-

lhões de pessoas que vivem a me-nos de um metro acima do nível do mar estão correndo o risco de perder suas casas. As populações da Índia e da China podem pas-sar fome por causa do declínio na produção de alimentos como conseqüência do aquecimento global. Os mananciais de água doce, que abastecem milhões de pessoas no mundo estão em ris-co. Na região Amazônica, por exemplo, as pessoas podem ser afetadas por temperaturas ainda mais altas no verão. No nordeste brasileiro, as temperaturas vão subir ainda mais, passando de uma região semi-árida para árida e comprometendo a recarga dos lençóis freáticos. No sudeste, a precipitação vai aumentar com impacto direto na agricultura e nas inundações e deslizamentos de terra”Inundações e deslizamentos de terra já estão acontecendo em

alguns Estados brasileiros, com centenas de mortos! Lamento que os governantes das grandes po-tências não encontrem logo uma saída, um denominador comum, para que a vida no nosso planeta seja preservada e passe a ter a im-portância que merece.

Pesquisa:http://amanatureza.com/

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

CORRECÇÃO

O Presidente do Artesia D.E.S. não é Paulo Borges, como erra-damente se mencionou na nossa anterior edição, mas sim Paulo Barcelos.

As nossas desculpas.

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10 15 de Fevereiro de 2010COLABORAÇÃO

Uma má decisão!Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Avé, Mulher Cheia de (G)raça

1 – breviário do calvário feminino

Não preciso negar que também faço parte da comunidade hu-mana engaiolada na manga de vidro fusco da crise que pas-

sa. Embora consciente do facto, esta se-mana resolvi fazer um breve intervalo na abordagem das retorcidas complexidades políticas do quotidiano, designadamente, o fastidioso delírio esgrimista dos contes-tantes da emenda à lei das financas regio-nais. Outrossim, decidi resistir à tentação de esmiuçar a “batalha-de-pétalas” dos legionários do hermafrodismo lusitano, cuja “virilidade” homossexual não teve pejo de vir ao terreiro convidar a opinião pública a lançar cerejas ao cortejo das suas “bodas-nupciais”... Assim seja. Acabem lá com isso de di-zer que “a mulher é o mais belo defeito da natureza”. Nem deusa nem serpente, a mulher faz parte do maravilhoso barro hu-mano que, na inevitável opinião do signa-tário, tem sido a matéria-prima do Escul-tor supremo: mercê do talento excelso do Criador, o barro inicial foi depressa trans-figurado na mais fina porcelana genética... Imagino que a Mulher aprendeu a sorrir (com justificado desdém) desde quando ouviu dizer que era apenas o sal da cozi-nha masculina. Sabemos que as religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo, is-lamismo) tratam a Mulher com calculada parcimónia, embora a tradição rabínica glorifique as (suas) mulheres-profetas (Re-becca, Susana). Curiosamente, o tradicio-nalismo judaico ostenta algo em comum com o islamismo: a indisfarçável propen-

são para honrar o pragmatismo consue-tudinário, relativamente à poligamia (ex. com quantas esposas conviveu o patriarca Abraão?) A ligeireja desta conversa não dispensa esclarecer um pormenor importante: a elasticidade poligâmica consentida pelo Alcorão nada tem a ver com a concepção tridentina do “adultério”. Quando um is-lâmico coabita com várias mulheres (não mais de quatro) todas elas gozam do esta-tuto de “esposa”, sem secretismos defensi-vos ou pecaminosos; de resto, segundo o preceito islâmico, o casamento não é sa-cramento – é um contrato. Se optarmos por não reparar no tempera-mento “misogynistic” do apóstolo Paulo (deixemos o concílio de Trento para uma próxima conversa), o Cristianismo consi-dera a Mulher como parte integrante do “povo escolhido”. Temos notícias de que o doce Rabi da Galileia prezava muito a proximidade das companheiras. Jesus sa-bia apreciar, em altíssimo grau, a beleza horizontal da convivialidade humana, com idosos, criancas, e enfermos, e gentes de outras etnias (jamais esquecei o episódio poético da conversa de Jesus com a jovem Samaritana, junto ao poço de Jacob...). Durante o forçado “cruzeiro” colonial da minha geração, houve certamente episó-dios infelizes que o tempo e a geografia tentam arquivar nas catacumbas do silên-cio... Não serve de atenuante admitir que “in the long run we are all dead.” Creio que na altura tomei nota dum provérbio africa-no que nos lembra: “a calmaria aparente das águas não garante a ausência de cro-codilos”. Isto para acentuar que nos lares, nas escolas, nas fábricas (d’aqui e d’além)

há mulheres que ainda vivem oprimidas, humilhadas, não obstante os sinais que dão notícias auspiciosas duma gradual eman-cipação. Sem ares de novidade, relembro o entusiasmo das gerações que aderiram à luta em prol da liberdade cívico-política da Mulher, e que avolumaram o plenário do Te-Deum da reconciliação: Copenague (1980); Viena (1982); Nairobi (1985)... 2 – “Igualdade, Desenvolvimento e Paz” (lema das Nações Unidas).

Em 1945, dos 51 países co-fundadores das Nações Unidas, apenas 30 Estados-membros garantiam a igualdade cívica das mulheres. Para ultrapassar tamanha dis-paridade, foi constituída uma Comissão incumbida da doutrina geral concernente aos direitos cívico-políticos da Mulher (1952). Entretanto em 1972, as Nações Unidas aprovaram uma “resolução” no sentido de proclamar “1975 - ano Internacional da Mulher”: a conferência foi realizada na ca-pital do México, com a presença de 1.000 representantes de 133 países; veio daí a surgir a iniciativa de considerar 1976-1986 - a década dedicada à Mulher.Numa apressada pincelada poética, diria que a ponta final do século XX foi um pe-ríodo auspicioso no idealismo fraternal dos “descendentes” de Adão & Eva (os espe-cialistas em hebraico sustentam que Adão significa “ser humano”, e Eva “vivência”). Vamos conjugar verbos no presente: temos o dever de interromper o “dolce-far-nien-te” dos que ainda vivem distraídos pela crise global que continua imparável no seu desfile tragi-carnavalesco. Crises não são

castigos – são desafios! Entretanto, há fundados receios de que o plano inclinado do acesso à hierarquia do prazer esteja a dificultar a percepcão de situações dramáticas do nosso quotidiano. Estou a considerar o caso das raparigas vítimas da prática hedionda de “clitori-dectomy” (circuncisão feminina) – crimes abafados pela barbárie do fanatismo reli-gioso. Por outro lado, não precisamos de longas viagens para constatar a violência endémica adentro das muralhas domésti-cas da nossa terra: a praga do alcoolismo tem cara-de-gente; o abuso de crianças é o resultado visível da promiscuidade escar-nicadora do delírio consumista; o “laisser-aller” do facilitismo existencial continua a desvirtuar a autonomia tradicional, outro-ra tão ciosamente vigiada pela catequese dos bons-costumes insulanos...Em frente! Fazemos parte da eternida-de, tal como o pingato faz parte da boa colheita. Hoje, não temos paciência para pesquisar se, afinal, Adão nasceu com ou sem umbigo! Contudo, temos o direito de imaginar que Adão nasceu devidamente apetrechado para o cumprimento integral da paternidade. Vamos continuar a louvar o talento do supremo Escultor que nos brindou com a deusa fraternal chamada Eva. Sim, caríssimas(os), o meu espanto já vem de longe, desde que comecei a soletrar notí-cias da “abençoada diferença”: - Avé, Mulher - cheia de (g)raça: “...quem te fez todo o pão da minha fome?”

No dia 21 de Janeiro o Supremo Tribunal de Justiça dos Estados Unidos, no caso Citi-

zens United v. FEC, com 5 juízes votando a favor (os cinco conser-vadores) e 4 contra (os 4 mais libe-rais) decidiu outorgar às grandes companhias, às multinacionais e pluricontinentais, os mesmos direitos que a primeira emenda da constituição americana aufe-re aos cidadãos deste país pos-suem. Assim, as multinacionais e pluricontinentais podem gastar, sem qualquer limite, no processo eleitoral americano. Em suma, as grandes companhias americanas, e até mesmo as internacionais, podem desembolsar o que quise-rem nas campanhas políticas dos Estados Unidos. A democracia americana, e o cidadão comum, são, obviamente, os grandes per-dedores. O Supremos Tribunal acabou por vender o processo de-mocrático.Como se sabe, dinheiro de compa-nhias como a Exxon, a Goldman Sax, a Pfitzer e outras colossais pluricontinentais têm corrompi-do o processo legislativo, quer em Washington, quer nas capitais de vários estados norte-america-nos, chegando em alguns casos às próprias Câmaras Municipais. Só precisávamos que o Supremo Tribunal decide-se que os gigan-tes do mundo da alta finança, e

do mundo empresarial, tivessem o direito de comprar a nossa de-mocracia. O inimaginável, com o apoio de 5 juízes conservadores aconteceu.O resultado desta terrível de-cisão do Supremo Tribunal de Justiça dos Estados Unidos será dar às grandes companhias a do-minação total do nosso processo democrático. É que as mesmas companhias ficam sem qualquer rédeas para gastarem tudo o que quiserem para derrotar qualquer candidato que não lhes interesse. É que com esta decisão, os polí-ticos ficarão muito menos cora-josos e dispostos a enfrentarem causas que questionem as práti-cas das grandes companhias e os seus contínuos abusos no meio ambiente, na saúde pública, na construção de armamento bélico, etc. E porque a decisão cai sobre a primeira emenda à constituição americana, que garante o direito de expressão dos cidadãos, esta medida do Supremo Tribunal de Justiça terá impacto a todos os ní-veis, incluindo a eleição de juízes a nível regional e estatal.

Na opinião dissiden-te, o Juiz John Paul Stevens relembrou os seus colegas que as

companhias “não são membros duma sociedade. Elas não podem votar nem concorrer a um cargo publico.” Como sugeriu Stevens,

se as companhias não podem vo-tar porque lhes é dado, nesta de-cisão, o direito a abafarem aque-les que podem votar? É que com esta nova decisão as companhias americanas, que agora gastam cerca de 1% dos seus lucros (or-çados em cerca de 605 biliões de dólares no ano transacto) ficam livres para compararem os políti-cos e o processo democrático nos Estados Unidos. Esta é uma decisão que o po-der legislativo, o Congresso, e o poder executivo, a Casa Bran-

ca terão que impedir e poderão fazê-lo através de legislação que fiscalize o montante das ofer-tas que são feitas às campanhas políticas, por exemplo. O presi-dente Obama, corajosamente, fez referência a esta terrível decisão no seu discurso à nação, enfren-tando os juízes cara a cara, e nos corredores do Congresso começa a aparecer legislação para com-bater esta influência sem prece-dentes que certamente mudará o rosto americano.Desculpem Senhores Juízes (e escrevo Srs. porque as duas Se-

US SUPREME COURT:Em pé - Samuel A. Alito, Jr., Ruth Bader Ginsburg, Stephen G. Breyer, Sonia SotomayorSentados - Anthony M. Kennedy, John Paul Stevens, John G. Roberts, Jr., Antonin Scalia, Clarence Thomas.

nhoras no Tribunal, Ginsburg e Sottomayor votaram contra), mas a democracia americana não pode ser uma mera marionete das grandes multinacionais e pluri-continentais.

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11COLABORAÇÃO

Esta é parte de um editorial de um perito na agropecu-ária, que nos indica clara-mente os problemas que tei-mam em não desaparecer da indústria dos lacticínios

Não é nossa intenção ser negativo nos nos-sos trabalhos, mas a realidade é que a

agropecuária parece ter envere-dado por um beco sem saída, e o descontentamento geral mani-festa-se em muitos sectores desta industria e outras que prestam serviços à mesma. O preço mé-dio pago aos produtores de leite que vendem este às industrias transformadoras, e são reguladas pelas Ordens Federais #1 (Bos-ton, New York, e Washington, DC, Ordem Geral) foi de $13.01 por cwt. O custo total de produ-ção nestas áreas, de acordo com ”Economic Research Service” (uma divisão de USDA) foi entre $22.00 e $22.50 por cada cwt. Estes números reflectem (o total económico custo de produção) tais como custos da vida familiar envolvida, valor do investimento, etc.Em Janeiro de 2009 este edito-rialista previa que os prejuízos para um produtor de leite médio na Ordem Federal #1 seria apro-ximadamente entre $140.00 e $150.000. Estes produtores pro-

duzem em média entre 140.000 e 150.000 libras de leite por mês, o que totaliza aproximadamente 1.700,000 libras de leite por ano. Subtraindo $13.00 (preço pago) dos 22.00 por cwt (custo) quer dizer que o produtor médio na #1 Ordem perdeu $9.00 por cada 100 libras da sua produção anual, o que é igual a $150.000 dólares.Não admira portanto que muitos produtores de leite por toda a Na-ção estejam a lutar com dificul-dades financeiras, e perguntando porque razão bancos e institui-ções financeiras, com melhores possibilidades de recuperação re-ceberam as grandes ajudas finan-ceiras, enquanto a produção de leite recebeu em dois programas Federais o valor de .60 cêntimos por cada 100 libras. Assim, em vez de perderem $9.00 por cada 11.6 galões produzidos, o preju-ízo foi apenas $8.40, enquanto que, executivos das maiores ins-tituições vão enxendo os bolsos das calças e jaquetas. Infeliz-mente, e ao contrário de credíveis previsões, os preços do leite con-tinuam a arrastar-se na casa dos $13.00, muito aquém dos custos da produção nacional.Ainda segundo estes analistas, as leis e regulamentos que presen-temente regem os mercados do leite, nomeadamente os preços, estão urgentemente necessitando de uma reforma, e o Congresso dos Estados Unidos tem falhado

para tomar este sistema a pul-so. Mudanças substanciais tem que ser imediatamente feitas no método de determinar os preços pagos à produção, antes que seja demasiado tarde.A indústria está precisando uma nova lei da agropecuária como a “The Federal Milk Marketing Improvement Act of 2009” refe-rida como (S-1645), e se quere-mos maior transparência na des-coberta e formação dos preços do leite, teremos que usar o custo da produção nacional para chegar ao mesmos.Muitos são da opinião de que “The Chicago Mercantile Ex-change (CME)” não é mais de que uma fachada para servir os mais poderosos. Durante o passa-do mês de Dezembro, o preço do bloco de queijo baixou 27 cênti-mos nesta instituição financeira, enquanto as grandes companhias comercializaram para trás e para a frente a enorme quantia de 1.716 vagões de comboio cheios do mesmo queijo. Agora compro eu, e amanhã, compras tu.Como mencionamos no início, este artigo foi baseado num edi-torial de uma prestigiosa revista de agropecuária, com algumas modificações, não deixando de ser a opinião de muitos produto-res com quem temos contacto.O que a industria deve fazer ime-diatamente é usar o seu poder político e forçar legislação que

venha dar aos produtores um pre-ço razoável e justo, que acabará-por beneficiar toda a Agricultura e aquelas outras industrias que a

servem, e em muitas áreas nacio-nais a comunidade em geral.

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Sabores da VidaQuinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo.

A nossa convidada nesta quinzena é Liliana Ribeiro, nascida na Terceira e residente em San José, California.

BOLO DE AMÊNDOAS

Ingredientes: 1 copo de amêndoas com casca, 1 1/2 copo de açucar, 1 copo de farinha, 10 colheres de sopa de manteiga sem sal, 2 colheres de sopa de Rum escuro, 2 colheres de chá de essência de baunilha, 8 clara de ovos, sal.1. Aquece-se o forno a 350º2. Coloque as amêndoas e 3/4 de copo de açucar no “food pro-cesser” ate ficar finamente partidas. Transfira para uma tigela e junte a farinha.3. Derreta a manteiga num tacho em lume brando, junte o Rum e a baunilha. Ponha de lado e deixe esfriar.4. Bata as claras em castelo com uma pitada de sal. Aos poucos, junte o resto do açucar, continuando a bater até as claras estarem firmes.5. Alternando, incorpore a mistura das amêndoas e a mistura da manteiga nas claras até estar tudo bem misturado.6. Unte uma forma de 10 polegadas, ponha a mistura na forma e com uma espatula alise suavemente. Espalhe por cima 1/3 de copo de amêndoas com casca às lascas. Vai ao forno por 40 minutos.Tira-se do forno e arrefece. Espalha-se açucar fino por cima.

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Eduardo daSilveira, M.D.Diplomado em Gastroenterologia.Especialista em Doenças do Fígado e do Aparelho Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveirafala múltiplas línguas incluindo o Português, Inglês, Espanhol e Francês.

Usar o poder político e forçar legislação

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12 15 de Fevereiro de 2010COMUNIDADE

Hélio Tavares trabalhava na Base das Lajes, Ilha Terceira, para a RCA, ainda no tempo em que todos os equipamentos electrónicos eram a válvulas.Depois veio a Motorola, que ganhou o contrato das Forças Armadas, já quan-do apareceram os transistores. Um dia, o seu supervisor americano, Mike Matona, disse-lhe que se ele quisesse poderia ir tra-balhar para a Motorola na America.O Hélio pensou que não seria fácil pois os tempos eram outros. Tempos de Salazar.Duas vezes por ano, o Hélio e Don Cook, sargento americano, deslocavam-se ao Consulado Americano em Ponta Delgada, para ensaiar os equipamentos lá instala-dos. Don contou ao Cônsul a conversa que o Mike Matona tinha tido com o Hélio.O Cônsul Americano, Mister William, como o Helio o chamava, interessou-se pelo assunto. A America nesse tempo es-tava a precisar de muitos técnicos devido à guerra do Vietnam.Passado uma semana, o Hélio recebeu do Consulado toda a papelada necessária, solicitando-lhe que tirasse o passaporte português quanto antes.

Passado pouco tempo já o nosso amigo ti-nha também recebido o contrato de traba-lho da Motorola.Quando foi ao Governo Civil para saber do andamento do passaporte foi mal rece-bido por uma funcionária que lhe disse na cara, que nesse dia não havia passaportes para ninguém.Por sorte conhecia o Governador do Dis-trito, Machado Pires, que frequentava muito o Café Eskimó, onde ele ia de vez em quando tomar a bica.Encheu-se de força e falou com ele, con-tou-lhe a sua história e ele assinou o pas-saporte nesse dia. Ao despedir-se o Gover-nador desejou-lhe boa sorte dizendo que ele ia para um bom país.Primeiro era para ter ido trabalhar para o Texas, mas a Motorola tinha uma sucursal em San Francisco e foi assim que o Hélio começou a trabalhar na California. Nesse tempo trabalhava a consertar televisões que estavam em garantia. Era no tempo da transição dos televisores a válvulas para os transistorizados.Passado um ano, a Motorola resolveu fe-

char a sua sucursal na California e mudar todo o pessoal para o Texas. O Hélio soube na altu-ra, através de pessoas amigas, que havia uma vaga de técnico para a Sonoma State University.Eram trinta e cinco concorrentes e ele foi o último a ser entre-vistado.Quando estava à es-pera de ser entrevis-tado, teve a sorte de saber que no labora-tório onde iria traba-lhar, havia um proble-ma eléctrico existente já há muito tempo. Começou a pensar no assunto e durante a entrevista ofereceu-se para consertá-lo. O Hélio até propôs ao entrevistador que a re-paração da avaria fosse considerada como um teste aos seus conhecimentos. Conse-guiu resolver a avaria e em vez de esperar

duas semanas pela resposta da entrevista, foi mandado chamar no dia seguinte e co-meçou imediatamente a trabalhar.

Gostar de aviõesTalvez porque trabalhou nas Lajes e todos os dias via aviões a aterrarem e a levanta-rem, ficou apaixonado por eles.Hélio foi viver para Cotati e lá havia um pequeno aeroporto, onde ia ver aqueles pequenos aviões a voarem como pássaros. Até ia para Santa Rosa ver aviões. Come-çou então a pensar comprar um, mas pe-diam-lhe muito dinheiro.Conheceu um dia um reformado da For-ça Aérea que era instrutor de pilotos. Um dia ele disse-lhe que ia testar uma avioneta que tinha andado a reparar, e perguntou-lhe se ele queria ir com ele. O Hélio ficou excitado pelo convite e lá voou com aquele que seria um grande amigo seu, o já fale-cido Jim Alfa.Uma vez no ar, Jim disse-lhe para ele expe-rimentar. Ele nem sabia como fazê-lo, mas mesmo com as mãos a suar, lá conseguiu

brincar um pouco e logo ali ficou combi-nado que iria começar a receber lições. Lembra-se bem que a primeira e segunda lições foram terríveis. Queria olhar para os instrumentos e ao mesmo tempo olhar para fora e não conseguia concentrar-se. Começou a pagar $10.00 à hora e só à ter-ceira vez à que se sentiu bem.

Teve que ir para a univer-sidade para tirar aulas de navegação. Teve problemas em passar o teste escrito. Os problemas maiores eram em metereologia. Tudo era novo para ele.Na sua cabeça já se via dono de um avião. Um dia, um amigo seu disse-lhe que havia um avião à venda muito barato. Era um avião de três pessoas, um Piper Colt.Foi ao local indicado pelo amigo e andou à procura do avião e nada viu, até que um senhor lhe mostrou um avião pequeno aos bocados - asas para um lado, motor para outro, carlinga para outro.Por aqueles bocados todos pediram-lhe quatro mil dó-

lares. O Hélio sabia que o seu amigo engenheiro aeronáutico, professor na universidade, e que tinha um avião de quatro pessoas, lhe ajudaria a montá-lo e resolveu comprar. Foi uma grande surpresa para toda a fa-mília.Alugou um hangar em Santa Rosa e um dia trouxe numa camioneta, o avião aos bocados.Primeiro começaram a trabalhar no motor que estava bom, pois tinha passado recen-temente o exame da FAA.Depois do avião montado, pagou seiscen-tos dólares para mandar vir o Inspector. Este ficou muito contente com o que viu e aprovou a montagem. Nessa altura o Hélio já tinha a sua carta de piloto que lhe per-mitia voar sózinho. Chegara o grande dia da vida do nosso amigo.Avião pronto e o inspector perguntou quem iria testar o mesmo. O Hélio olhou para o seu instructor Jim Alfa e respon-deu orgulhosamente que seria ele próprio a testar o seu avião. O instructor ofereceu-

se para ir com ele como observador, mas quando o Hélio entrou no avião, Jim virou-se para ele e disse-lhe: “Confio em ti, de-ves ir sózinho”.Ligou o motor, olhou para todos e com or-gulho chamou o seu amigo Ted na torre de controle e disse-lhe que estava pronto para descolar. Ted disse-lhe; “Este é o momento que faz a diferença entre ser um miudo e um homem”.O suor caía-lhe pela cara abaixo quando o avião levantou suavemente. Deu algumas voltas por cima do aeroporto e pediu licen-ca para aterrar e levantar de novo, várias vezes.Quando por fim aterrou e se dirigiu para o lugar donde tinha saído, estava lá muita malta amiga para festejar o acontecimento com champanhe.O Hélio fez oitocentas horas pilotando o seu avião e a viagem mais longa que efec-tuou com um amigo foi a Louisiana.Pararam em Las Vegas, depois no Grand Canyon, Arizona, San Antonio, Texas e depois foram a Louisiana buscar o filho do amigo.O avião tinha capacidade de gasolina para voar durante sete horas. No total foram de-zassete horas de voo a uma altitude de 6 mil pés. Apanharam sempre vento norte, quer para lá, quer no regresso.O Hélio voou muitas vezes para Lake Tahoe, Reno, Los Angeles. Até para fazer horas foi várias vezes beber café a Lake Tahoe.De 1975 a 1976 pilotou, quando necessá-rio, um antigo bombardeiro da Marinha Americana (da II Guerra Mundial) - FE2, modificado para combater fogos em flores-tas. Tinha um tanque com a capacidade de 500 litros de retardante.Também com o seu avião fez várias vezes reconhecimento de fogos.A Celeste, mulher do Hélio conseguia en-trar no avião, mas mal ele fechava a porta, ela saía e por isso nunca experimentou as delícias de ser conduzida na sua avioneta pelo seu marido. Os filhos andaram várias vezes mas não gostavam muito.Voou durante oito anos e a avioneta já ti-nha no total 1200 horas e o motor tinha que ser rectificado. Um dia fizeram-lhe uma boa oferta e o Hélio vendeu a “meni-na dos seus olhos”.A família apreciava mais os passeios no barco que tinham, nos fins de semana, quer no rio ou no mar.

Sonhava ter um avião

Hélio Tavares

Esta é a história simples de um homem, açoriano de nascença, que um dia veio para a América, comprou um avião aos pedaços e com ajuda de amigos, montou-o e depois de ir à escola, pegou nele e voou pelos céus da California durante vários anos. O mais longe que voou foi até Louisiana, numa viagem de dezassete ho-ras.

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13COLABORAÇÃO

Este PAC fundado em 1962 tem sido um grande orgu-lho da nossa comunidade portuguesa na Área da Baía, quer no campo social, quer na sua vertente desportiva. Por este salão passaram grandes escritores, pintores, políticos portugueses e foi dos primeiros a eleger uma mulher para Presidente. Os seus atletas têm sido

elogiados todos os anos, quer pelo seu comportamento, quer por tudo o que têm ganho. A convidada da noite foi Goretti Silveira, directora do PAC, que falou sobre a Língua Portuguesa numa sociedade como a nossa, que causou alguma controvérsia. Embaixo: sócios homenageados pelo Clube

Agua Viva

Filomena [email protected]

Janeiro fora cresce uma hora; e se bem contares, hora e meia acharás. Mas entrou já o Fevereiro, triste, melancólico, ávido de Sol que não chega, um Sol de Inverno, pálido,

amargo, desapontado, e não é para menos pois do modo que o mundo está, é quase impossível que até o Sol quei-ra dar a cara à Terra onde os homens pouca estima lhe têm, assim como uns pelos outros, que nem o Carnaval conseguiu fazer vibrar de alegria. E alguns grupos carna-valescos, os que consegui ver, fizeram-me rir, voltar aos velhos tempos da ilha, mesmo que já nada seja o mesmo. Ou serei eu que já estou a perder o sabor das coisas… Deve ser, depois de tanto tempo ausente…A verdade é que, em qualquer palco onde o apito toque, já pensamos que é a percursão de outros apitos e que em vez de danças e bailhinhos iremos ter futebol com ataques e escutas sem vergonha e sem escrúpulo. Nada há de pior que o atentado à honra de uma pessoa no seu trabalho, seja ele qual for, em que a chantagem condicione o lu-gar do ganha-pão de qualquer cidadão. É um verdadeiro atentado à pessoa humana, não interessa a sua condição social.

Condição social é a que não tem sequer o Povo do Haiti, considerado um dos países mais po-bres do mundo. Os casinos do jogo e da perdi-ção eram apenas uma fachada para encobrir a

maior miséria de todos os tempos em que viviam os seus habitantes. Foi preciso a Terra tremer para pôr a nú essa triste realidade, e que agora se tenha compaixão pelas vi-das perdidas, pelos feridos, os mutilados, os sem pão e sem um tecto que os abrigue do desespero e da desgraça de antes e depois do terramoto. Ao ver tanta infelicidade através da Televisão, fico a pensar quão felizes nos deve-mos considerar e sermos agradecidos a Deus pela sorte de ainda termos um espaço quente e aprazível neste Inverno que tem fustigado muito lugar bonito desta e outras ter-ras.Mas, não há porque cair no desânimo. Devemos celebrar com júbilo o que ainda temos e recordar os que no passa-do fizeram alguma coisa para que o mundo fosse melhor no presente. Não devemos esquecer entre outros Martin Luther King e os 700 manifestantes a favor dos direitos civis nos Estados Unidos da América, presos em Selma, Alabama, e o que ele disse: “Acredito que a verdade sem armas e o amor sem condições terão a última palavra. É por isso que o bem, temporàriamente vencido, é mais forte que o mal triunfante”. Tão pouco devemos esque-cer Abraham Lincolm, presidente dos Estados Unidos da América entre 1861 e 1865, quando disse: “Nenhum ho-mem é suficientemente bom para governar outro sem que esse outro consinta”. Esquecê-los, é tirar a razão aos que durante anos lutaram pelos direitos humanos. Cada um deve ter a coragem de lutar para manter os direitos que lhe foram atribuídos como herança. E como disse a actriz norte-americana Mae West: “Só se vive uma vez, mas se for de maneira certa, uma vez che-ga”.*

1600 Colorado AvenueTurlock, CA 95382Telefone 209-634-9069

Só se vive uma vez...

Portuguese Athletic Club48 anos de actividade social e futebolística

O pintor luso-americano João de Brito, vai expor o seu mais recente trabalho na galeria de arte Hidden Garden, na Costa Rica.Intitulada “Colors From The Heart”, a Exposição tem como objectivo dar a conhecer a obra que o artista criou durante o tempo que permaneceu na Costa Rica.O pintor é reconhecido pelo uso expressivo de cores brilhantes, no trabalho de paisagens e vistas marítimas.João de Brito recorre ainda à utilização de imagens açorianas de forma “a chegar à alma do observador e, nesse sentido, considera que a sua arte cria um ambien-te próprio de alegria e reflecte a celebração da vida - uma visão permanente de um mundo brilhante “ .Também escultor, Brito afirma “celebrar a coração da minha terra natal, referindo-se à ilha de São Miguel e revela “recorrer muito às suas memórias de criança e ao que vai aprendendo nas visitas aos Açores”.Nas obras do luso-americano, residente na Califórnia, desde 1978, denota-se a influência de pintores como Domingos Rebelo e Vieira da Silva.

Carlos Tavares em “Atlântico Expresso”

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14 15 de Fevereiro de 2010PATROCINADORES

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15 ENTREVISTA

Steve Junqueirode clerk a PresidenteSeus avós vieram da Freguesia de Ligares, do Distrito de Braganca e Concelho de Freixo Espada à Cin-ta, perto de Espanha, terra de muita neve e frio. Manuel Junqueiro com a familia veio por Nova York e sua avó Maria Rosário Borges foi directa-mente para o Hawaii em 1912 e três anos depois veio para a California. Casaram em Stockton e tiveram dois filhos, Art (pai do Steve) e David.Art casou com Charlotte Parker, des-cendente dos primeiros colonizado-

res de Tracy.Pelo lado paterno, Steve é sobri-nho/trineto do grande poeta portu-guês Guerra Junqueiro. Nasceu em Tracy, é casado com a Theresa e tem dois filhos, Steven e Natalie. Embora tenha uma vida muito ocupada, Ste-ve gosta de viajar, de estar com toda a família e de brincar com a neta. Joga golfe quando pode e participa em muitas actividades relacionadas com a sua paróquia.

Como foi que Steve Junqueiro chegou a Presidente do Grupo Save Mart?

Comecei a trabalhar no Save Mart como caixeiro na parte da fruta e legumes en-quanto estudava na universidade e nunca parei! Depressa fui promovido a compra-dor de fruta e legumes e tornei-me geren-te do departamento em 1977. Mais tarde fiquei como supervisor de frutas e legu-mes para a divisão da firma e em 1993 fui promovido a director de frutas, legumes e flores. Em 2004 fui promovido a Vice- Presidente de operações da firma. Depois da compra do Albertsons do Norte da Ca-lifornia em 2007, tornei-me Vice Presi-dente Executivo e Chief Operating Officer (COO) e em Janeiro de 2009 foi nomeado Presidente e COO.

Num mundo de muita competição, como é que se sobrevive nestes tem-pos de crise?

O Save Mart tem uma cultura muito forte de ter o cliente como centro e temos orgu-lho do nosso serviço ao cliente, qualidade e dar aos nossos clientes o que querem e precisam. Em tempos de crise, as esco-lhas, necessidades e exigências dos nossos clientes mudaram e continuamos a mudar com eles para os continuar a servir de for-ma inigualável. Sem os nossos clientes, não existiríamos. É a minha convicção que em tempos dificeis faz-nos mais fortes e tenho visto que tem sido verdade na nossa firma nestes tempos económicos dificeis.

Como e que o Save Mart se diferen-cia dos outros competidores?

Somos uma firma que cresce e opera lo-calmente com fortíssimos laços com a co-munidade em todas as comunidades que

servimos. Tem sido sempre parte da nossa cultura empresarial. O nosso proprietário, Bob Piccinini, tem construido uma firma integrada verticalmente com distribuição e fabrico próprios que nos permite ser muito competitivos no mercado, indepen-dentemente dos nossos concorrentes.

Quantas lojas Save Mart, Lucky e FoodMaxx é que o vosso grupo tem? Quantos empregados?

Temos 199 supermercados Save Mart e Lucky e 45 supermercados Food Maxx. A firma tem 20.000 empregados.

Qual e a politica do Save Mart para o futuro?

A nossa política para o future é de agressivamente crescer em ‘market share’ em todas as áreas do Mercado. Estamos a princi-piar a ver a poeira baixar depois da aquisição dos supermercados Albertson que duplicou o nosso tamanho de um dia para o ou-tro. Continuamos a crescer em volume de negócio, mesmo nes-tes tempos dificeis, e temos mais oportunidades no alinhamento em curso dos armazéns, distri-buição, logística, operações do supermercado e contratos empre-sariais que nos farão ainda mais fortes.

A nova loja de Modesto, inaugurada esta semana, tem um novo “look”. Qual foi a intenção?

O novo supermercado em Mo-

desto tem sido uma grande ex-periência de colaboração entre o Save Mart e os nossos clientes. Tentamos responder aos pedi-dos dos nossos clientes na maior escolha de comida preparada e padaria, uma vasta secção de frutas e legumes, uma grande ‘loja dentro da loja’ para bebidas, productos saudaveis, embalagens Maxx Pack, produtos para ani-mais de estimação e tudo isto no supermercado mais bem decora-do e ‘eco-friendly’ construído até hoje.

Fale-nos agora da sua veia portuguesa.

Os meus avós vieram para este país da freguesia de Ligares, Portugal [concelho de Freixo de Espada à Cinta] tomando dife-

rentes trajetos. O meu avô veio com a fa-mília directamente de Portugal e a minha avó veio através das ilhas do Hawaii onde permaneceu durante alguns anos como criança. Conheceram-se na Área da Baía e mudaram-se para Tracy onde de dedica-ram à agricultura. O meu pai nasceu em Tracy, assim como eu.

Qual é o seu relacionamento com a comunidade portuguesa?

Crescendo em Tracy, estive sempre rela-cionado com a comunidade portuguesa através dos meus pais e avós. A nossa fa-mília continua a estar envolvida na comu-nidade, incluindo a minha sobrinha que foi Raínha de uma festa do Espírito Santo.

Na nova Loja do Save Mart em Modesto pode-se ver esta variedade de couve flor, rica em cores

Steve Junqueiro no seu escritório em Modesto

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16 15 de Fevereiro de 2010COMUNIDADE

O MELHOR TEATRO dO MUndO

Carnaval na California

Se a Zé Enes e as suas amigas tivessem ido no barco do Vasco da Gama, ele nunca teria descoberto o Caminho Marítimo para a Índia. Seriam demasiadas gambozinas para a cabeça dele.

Hélio Costa, da Terceira, foi o autor da Tourada em São Miguel e das Heroínas, parte II

Kevin Coelho muito bem na dança do pandeiro

As Heroínas estavam muito endiabradas este ano, com muito ritmo e muita cor. Sexy...

Manuel Ivo - sempre presente no Carnaval

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17COMUNIDADE

O Gupo Carnaval de Artesia trouxe este ano uma Dança de Espada, cuja história de violência infantil, reflecte bem a nossa sociedade de hoje. João Martins e todos os outros, estiveram bem nos seus papéis. Deu para pensar.A dança chamava-se “Lar sem Amor”, de João Mendonça, da Terceira. Mestre: Patrick Sales.

O Convento das Emoções, de Hélio Costa, deu para rir toda a noite

Embaixo: Desabafos de Três Amigos, de João Mendonça. A interpretação dos músicos anões valeu a noite

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18 15 de Fevereiro de 2010COMUNIDADE

Casa do Benfica de San José sempre em festa

Crystal Mendes, Mestra da Dança de Senhoras “Os Chineses na Terceira”

Dança de Espada “ROSAS BRANCAS PARA MINHA IRMÃ NEGRA”Mestre: António Dutra

Bailinho de Senhoras “OS CHINESES NA TERCEIRA”. Mestre: Crystal Mendes

Bailinho de Crianças “A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES”

Da esquerda para a direita: José Filomeno Dutra, Steve Maciel, Crystal Mendes, Orlanda Mendes, Tony Dutra (mestre), Elsa Bettencourt, Vanda Toste, Lisa Sousa, Nello Betten-court, Tiago Brasil e AJ Simões (autor dos assuntos)

O Carnaval de 2010 está sendo “forte” como se diz na gíria e ainda nem chegámos ao dia de Carnaval própriamente dito.Mesmo assim, já houve muitas danças que animaram muitos salões da nossa comuni-dade, como se pode ver pelas fotografias destas três páginas centrais.O José Enes e Amigos, além de terem per-corrido o Norte, o Centro e o Sul, segui-ram no dia 11 para a Costa Leste onde vão actuar 18 vezes. Hélio Costa, da Terceira, escreveu os dois assuntos que eles apresentaram.Por sua vez o Grupo de Carnaval de Arte-sia, com o João Martins e Amigos, também actuou na Área da Baía e Vale Central.A sua Dança de Espada tinha a autoria de João Mendonça, bem como a comédia “Desabafo de Três Amigos”. Por sua vez, Helio Costa foi o autor do bailinho “O Convento das Emoções.”

A Casa do Benfica teve Bailinho de Crian-ças “A Branca de Neve e os Sete Anões”,

a Dança de Espada “Rosas Brancas para Minha Irmã Negra” tendo como Mestre António Dutra.O Bailinho de Senhoras “Os Chineses na Terceira” teve como Mestre Crystal Men-des.O Autor das 3 danças foi AJ Simões (São José, California).O ensaiador foi José Filomeno Dutra e asmúsicas de AJ Simões e José Rocha.Este grupo actuou nos seguintes lugares: PAC – San JoseNewark Pavilion - NewarkWatsonville WDES - WatsonvilleT.D.E.S. Hall – TulareHall of São João – HanfordAzores Band – EscalonNossa Senhora da Assunção – Turlock

Na nossa próxima edição iremos mostrar o resto do Carnaval.

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19COLABORAÇÃO

Na edição de 1 de Maio de 2009 escrevi um artigo informativo acerca do Autismo. Na altura fiz uma descrição detalhada do

Autismo e por isso não vou voltar a fazê-lo até porque no artigo “A Tragédia do Autis-mo” da última edição do Tribuna, o senhor Fernando Silva fez uma excelente descri-ção do Autismo. Em poucas palavras, o Autismo é uma desordem no desenvolvi-mento global das funções neurológicas que afecta a habilidade que uma pessoa tem de organizar e compreender infor-mações transmitidas pelos seus sentidos. Uma pessoa autista geralmente apresenta dificuldades na interacção social, padrões de comportamento restritos e repetitivos, défices de comunicação (verbal e não ver-bal) assim como falta de imaginação e in-teresses.Pessoalmente, tenho desenvolvido um grande interesse pelo Autismo não só por ocorrências familiares mas também pelo facto da sua prevalência estar a crescer a um ritmo alarmante. Na década de noven-ta, uma em cada 10,000 crianças era afec-tada pelo Autismo. Hoje, de acordo com a Organização Generation Rescue, uma em cada 91 crianças são afectadas pelo Autis-mo. As estatísticas também mostram que, este ano, o número de novos casos de Au-tismo será mais elevado que o somatório do número de novos casos de cancro, dia-betes, e SIDA em crianças. Na artigo da edição de 1 de Maio de 2009, descrevi a historia de um criança autista, o meu primo Brandon Rodrigues. Dias após a publicação do tal artigo, recebi várias mensagens de pessoas com jovens familia-res a viverem uma situação idêntica à do Brandon. Este foi o caso da família Zorra que após ler o artigo rapidamente contac-tou os pais de Brandon, Velma e José Ro-drigues. E assim se formou uma amizade entre duas famílias que navegam águas muito semelhantes. Vários meses depois, a comunidade Portuguesa juntou-se para apoiar a família Zorra e o seu filho Adam numa iniciativa que teve lugar no dia 6 de Dezembro no ISTW em Watsonville. A se-nhora Kathy Zorra, muito grata pelo apoio demonstrado, enviou-me uma mensagem de agradecimento e expressou o desejo de agradecer à comunidade Portuguesa. O se-guinte texto corresponde a uma tradução do agradecimento original da autoria de Kathy Zorra.

Agradecimento da família Zorra:

O David e Kathy Zorra gostariam de apro-veitar esta oportunidade para agradecer a todos aqueles que de algum modo parti-ciparam no almoço de angariação fundos para o seu filho Adam Zorra, que aos dois anos de idade foi diagnosticado com Au-tismo. O almoço teve lugar no ISTW de Watsonville no passado dia 6 de Dezembro e foi patrocinado pelo grupo de caridade e bolsas de estudo do ISTW. Este evento foi um sucesso e tive mais de 500 pessoas pre-sentes. Foi servido tri-tip e galinha e houve arrematações, rifas, assim como uma con-vidada especial de nome Velma Rodrigues (mãe de Brandon), que falou um pouco da experiência de ser mãe de um filho autista. A animação ficou a cargo do artista Alci-des Machado, cujos serviços e 5 dólares de cada CD vendido foram doados. O Adam vinha-se desenvolvendo tipica-mente até aos 21 meses, quando foi vacina-do com a vacina “MMR” que é uma vacina contra doenças como o Sarampo, Caxum-ba, e Rubéola. Aos 24 meses de idade, o Adam perdeu o seu vocabulário e habilida-de para brincar. Isto tem sido e continua a ser uma longa e dura caminhada para nós; uma caminhada para recuperar o nosso filho que tem sido afectada por factores financeiros pois os seguros não pagam os tratamentos ou terapia.. O Adam tem duas irmãs, a Davece e a Lesley que têm sido pilares de força. Elas têm sido forçadas a crescer rapidamente e são como mães para o Adam. Presentemente, o Adam está a fa-zer tratamentos bio-médicos e está a recu-perar aos poucos. Este evento mostrou-nos a força da comunidade Portuguesa. Apesar de estarmos todos a viver num período de dificuldades económicas, é de louvar o nú-mero de pessoas fizeram um esforço para ajudar um jovem com autismo. Muitas pes-soas nos ajudaram e a todas essas pessoas queremos agradecer pelo vosso tempo, empenho e pelas vossas doações. Temos sido abençoados e queremos por este meio expressar a nossa gratidão para com a co-munidade Portuguesa pelo impacto que têm tido nas nossas vidas. Que Deus vos abençoe e que Ele vos possa recompensar de maneiras que nós não podemos. Mais uma vez, muito obrigado a todos que fize-ram deste evento um grande sucesso.

Zorra Family Thank You:

David and Kathy Zorra would like to take the opportunity to thank all those who participated in anyway at their son Adam Zorra’s Fundraiser. The Fundraiser was a luncheon at the ISTW hall in Watsonvil-le on Dec. 6. put on by the ISTW charity and scholarship group. This event was a huge success with over 500 people atten-ding. There was an auction, raffles, guest speakers Velma Rodrigues, a parent with an autistic child, and myself, music by Al-cides Machado, whose services and $5 of every CD sold at the event were donated, and a wonderful tri-tip and chicken lunch. Adam was developing typically until he was 21 months old. After he received his MMR vaccine a change began to happen. By the time Adam was 24 months old he had lost his vocabulary and ability to play. This has been and continues to be a very long and hard journey; a journey to reco-

ver our son which has created great finan-cial burden since therapies and treatments are not covered by insurance. Adam has two sisters Davece and Les-ley who have been two pillars of streng-th. They have had to grow up fast and are Adam’s other Mommies. Currently Adam is undergoing bio-medical treatments and is slowly improving. This event showed us the strength of the Portuguese community. We are all going through hard economic times and yet peo-ple found a way to come out and support a little boy with Autism. There are so many people to thank for all the time, donations and effort put into this event. We have been so blessed and want to express our gratitude toward the Portuguese commu-nity on the impact that they have made in our lives. God Bless you and yours and may he repay you in ways that we cannot. Thanks again to everyone involved with making this event a Great Success!

Comunidade Portuguesa ajuda Criança Autista

Lufada de Ar Fresco

Paul [email protected]

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20 15 de Fevereiro de 2010COLABORAÇÃO

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

A cadela ladrou e eu acordei. Olhei para o relógio, eram três da madrugada. O bicho conti-nuava a ladrar, mas, um ladrar

diferente. Parecia que queria rebentar com tudo. Coloquei a coleira nela e no maroto, abri a porta e pareciam dois torpedos. Quase que os não aguentei. Eles queriam ir para um lado, porém eu lá os puxei para o outro. Depois de andar uns 50 metros, um carro por trás de nós acen-de as luzes muito altas e a rua ficou toda iluminada. Pensei que seria um carro de polícia, en-tretanto, como não podia distinguir, con-tinuei a minha caminhada e dei a volta ao quarteirão ficando o carro à minha frente. Vejo então um polícia de casaco de borra-cha amarelo por causa da chuva e estava a colocar uma multa num carro que estava estacionado. Eu comecei a coçar na cabeça porque já havia estacionado o meu carro lá tanta vez e perguntei a razão por que ele estava a multar o carro. Respondeu-me que em San Anselmo é expressamente proibido esta-cionar um carro durante a noite toda, em qualquer rua.

Como não tinha mais nada que fazer a não ser andar com os cães, perguntei-lhe se pensava que essa lei fazia sentido. Ele disse que não fazia, mas que era pago para cumprir a lei e não para pensar. Então o Senhor quer me dizer que não pensa? Como é que pode ser um bom polícia se não pensar? Faz as coisas por instinto? Ou a polícia anda assim, tão faminta, que tem que estar a dar multas aos carros às três da madrugada, quando deveria, talvez, estar a fazer uma coisa mais produtiva? O homem não estava a gostar da minha conversa e avança mais para perto de mim. A Tirana dá uns berros, ele assusta-se e pergunta:

Que diabo de cão é esse que eu nunca vi um assim? Eu na brin-cadeira disse: - É um cão polícia que não gos-

ta de polícias e não se chegue muito para mim porque ela vai morder. Ora vocês imaginem às três da madrugada eu a discutir com o polícia. Ele pergunta se eu me levantava sempre àquela hora para andar com os cães ao que eu disse que não. - Eles estavam a dormir e você acordou-os com essas luzes muito fortes e com o mo-

tor do carro a trabalhar mesmo em frente à janela onde eles estavam a dormir. Você interrompeu o sono dos meus cães e eu de-veria dar-lhe um “ticket” por ter disturba-do a paz dos animais. Isso é uma cruelda-de e eu vou chamar a sociedade protectora dos animais e você até pode ser castigado. Os cães ficaram mais sossegados ao ponto que ele até acarinhou a Tirana e dizendo

que afinal a cadela gostava de polícias deu uma grande gargalhada que deve ter acor-dado o vizinho que se havia metido dentro do carro ligando o motor e abalou. Ele, o polícia, volta-se para mim e diz: - Aquele livrou-se da multa, graças aos teus cães...

foto de Rafael Medeiros

Graças aos meus cães...

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21 COLABORAÇÃO

De todas as regiões portuguesas, não há nenhuma que se com-pare em beleza, fé e tradições, a província do Minho. Dota-

da das mais maravilhosas serras do País, tais como Peneda - 1.373 metros, Soajo - 1.415, Amarela - 1.361, Gerez - 1.507 e Cabreira - 1.256 e de quatro rios principais e seus afluentes, Minho - Coura, Lima- Vez, Cavado - Homem, Rabagão e Ave. Concedem-lhe estes atributos físicos uma diferenciação profunda, no sentido positi-vo, em relação ao resto do País. O ema-ranhado aspecto orográfico (montanhas) e hidrográfico (rios) contribui sobremaneira para o enriquecimento panorâmico do Mi-nho, advindo daí a divisão em três partes distintas da vida rural nesta província: 1) Parte montanhosa, onde por centenas ou mesmo milhares de anos, se alojaram povos que aproveitando a abundância de água que brota do seio da montanha, fo-ram cultivando pequenos pedaços de terra (leiras) em planaltos e desfiladeiros, com a ajuda de socalcos, ao mesmo tempo que criaram o pastoreio em grande escala e que é a principal fonte de receita para mui-ta gente. 2) Depois vem as chamadas zonas ribeiri-nhas, onde os escarpados graníticos cedem o lugar a uma mais benévola paisagem.Os campos começam a ter mais superfície, os acessos mais facilitados e o clima tor-na-se mais propício à cultivação de vinho verde, frutas e cereais.3) Finalmente, chegamos à orla costeira; aqui os campos são vastos e fecundos de-vido à sedimentação e maresias, o que con-tribui muito para a produção de vegetais. Depois desta resenha, muito superficial do aspecto físico do Minho, permitam-me que divague um pouco sobre o aspecto social, cultural e espiritual do minhoto. A antiquíssima cidade de Braga, e o centro de formação e propagação da fé mais ac-tivo e completo do País e não só, mencio-nada muitas vezes como Roma Portuguesa e cidade dos arcebispos. A sua Sé e museu de arte sacra, são dignos de uma visita. Os

Santuários de Nossa Senhora da Penada, S. Bento da Porta Aberta, Nossa Senho-ra da Abadia, S. Torcato e Nossa Senhora do Sameiro, são alguns dos mais visitados por peregrinos, em busca de conforto espi-ritual, embora haja um grande número de outros santuários importantes denomida-dos abadias, mosteiros, igrejas e capelas.Não há povo que saiba assimilar duma ma-neira tão genuina a fé e o profano e a prova desta afirmação está nos grandes festejos mistos que se realizam por todo o Minho: S. João em Braga, Gualterianas em Gui-maraes, Cruzes em Barcelos, Feiras No-vas em Ponte de Lima, S. Bartolomeu em Esposende e Ponte da Barca e a rainha de todas as festas portuguesas, a romaria de Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo. Todos os concelhos tem as suas festas, ora misturadas com os santos ora-gos, ora simplesmente profanas, mas há festas onde a parte religiosa, com majes-tosas procissões se sobressaem com muito nível e fervor religioso. Outro aspecto po-pular das festas minhotas, que atrai muitos forasteiro, são os cortejos etnográficos, os festivais de folclore, grupos de Zés-Perei-ras, gigantones e cabeçudos, as rusgas e as sessões de fogo de artifício, cujos mestres pirotécnicos estão espalhados por todas a região nortenha. O cavaquinho, a viola braguesa e a concertina, são instrumen-tos tipicamente minhotos. Não conheço outra região portuguesa que tenha tantos palácios e casas apalaçadas, cujos portães frontais ostentam o brasão ou armas reais representativo de cada família nobre. Ou-tro pormenor não menos importante, são os inúmeros castelos e fortificações, espa-lhados por sítios estratégicos; muitos des-tes símbolos militares ainda se encontram em bom estado, quer por conservação quer por restauração. Não nos devemos esque-cer que Portugal nasceu no Minho e tam-bém aí nasceu o nosso primeiro rei e dadas as constantes escaramuças entre Portugal e Leão e mais tarde Castela, tornou-se ne-cessário proteger as fronteiras e centros urbanos com tais fortificações, para pro-

tecção das gentes e seus haveres. Embora seja um grande admirador do rei D. Afon-so Henriques e da cidade que lhe foi berço- Guimarães, não deixo de o criticar por não ter ido primeiro para norte e só depois para sul, pois, ter separado a Galiza do Minho, é como separar dois gémeos, que embora lhes permitam visitas, não os deixam viver juntos, pois é o mesmo povo, os mesmos costumes e quase a mesma língua.O poeta raiano José Verde, natural de Monção, cuja casa onde nasceu se encon-tra dentro das muralhas da vila e sobran-ceira ao rio Minho, escreveu: “Vendo-os assim tão juntinhos / A Galiza e mais o Minho / São como dois namorados / Que o rio traz separados / quase desde o nascimento. Deixá-los pois namorar / Já que os pais para casar / Lhes não dão consentimento”.Foi tambem em Monção que nasceu a he-roína portuguesa Deuladeu Martins, que com o seu espírito de iniciativa, fez com que os castelhanos deixassem de sitiar a praça.O folclore minhoto, os seus trajes, ora de tom escuro, guarnecido com vidrilhos e missanga, ora de tom garrido, tecidos no tear caseiro e bordado por mãos hábeis e as músicas regionais onde prevalecem o vira, a cana verde e a chula, não tem rivais.A música regional portuguesa é a maior fonte de inspiração para a nossa música popular e os cantares do Minho são res-ponsáveis por muita dessa inspiração.Nasceram, viveram, ou morreram no Mi-nho, homens importantes das letras em Portugal, tais como: António Correia de Oliveira, Diogo Bernardes, Frei Agosti-nho da Cruz, Aquilino Ribeiro, Camilo Castelo Branco, Antonio Feijo, Tomáz de Figueiredo e Pedro Homem de Melo, ape-nas para mencionar alguns.Fernão de Magalhaes, o navegador, teve as suas origens em Ponte da Barca.Há duas estâncias de turismo no Minho, que não têm rivais no resto do mundo por-tuguês: Bom Jesus do Monte, em Braga e Santa Luzia, em Viana do Castelo. A pai-

sagem, a beleza natural, a frescura e a ar-quitectura são atributos exclusivos destes dois locais aprazíveis.Na culinária, os bolos de bacalhau, o caldo verde, as papas de sarrabulho, o cozido à portuguesa, o arroz de lampreia e a posta barrosa, são alguns dos pratos tipicamente minhotos, bem regados com o traditional vinho verde.Nos usos e costumes há muita mistura ga-lega, pois a extensa raia, inevitávelmente põe os dois povos em permanente contac-to, dando origem a permutas e influências de culturas, muito parecidas, embora dife-rentes, incluindo a língua.

Mas é no povo que o Minho tem a sua maior riqueza; gente de fé, honesta cordial e trabalhadora, o seu coração abre-se ao mesmo tempo que as portas da casa, num gesto hospitaleiro, para receber quem deles se abeira. A sua sala de visitas e a adega, onde os amigos são tratados requintada-mente, com um naco de broa, umas lascas de presunto, umas rachas de lombo de ba-calhau, bem regados com o vinho carras-cão, tirado do casco reservado a amigos e servido numa malga vidrada, para formar no fundo a rosa, que prova a qualidade do vinho. As lavradas, segadas, malhadas, vindimas e desfolhadas, são actividades agrícolas que requerem esforço físico, mas não teriam qualquer significado social, se no fim de cada dia de trabalho, não hou-vesse na eira do lavrador, o vira, a cana verde ou a chula, onde o som estridente da concertina faz vibrar o coração e o brandir das castanholas marca o ritmo das chine-las.

Manuel C. Rodrigues Richmond, CA

Minho: Vinho Verde, Caldo Verde, Cana Verde

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22 15 de Fevereiro de 2010DESPORTO

Taça da Liga F.C.Porto-Benfica na final a 20 de Março no Algarve

O Benfica goleou Sporting (4-1) em Alvalade e carimbou o pas-saporte para a final da Taça da Liga.Com esta vitória, a equipa encarnada vai poder defender o título conquistado na época passada. Já para os leões, a derrota assume contornos dramáticos. Além de ser a quarta seguida para a equi-pa de Carlos Carvalhal (Sp. Braga, FC Porto, Académica e agora Benfica), significa que o único título ao alcance da equipa é, ago-ra, a Liga Europa, na qual vai medir forças com o Everton.

Um grande golo de Mariano (81m) valeu ao FC Porto a vitória sobre a Académica e consequente apuramento para a final da Taça da Liga, onde irá defrontar o BenficaEncontro disputado a ritmo elevado, com oportunidades de parte a parte e com o FC Porto a bater-se com muitas dificuldades, tan-to para passar o sector defensivo como para parar as investidas

ofensivas da Académica, que se apresentou com um «espírito guerreiro» no Dragão.

Portugal vai prepa-rar Mundial 2010 na Covilhã

A selecção vai mesmo realizar na Covi-lhã o estágio de preparação para o Mun-dial-2010, confirmou esta sexta-feira o presidente daquela autarquia, Carlos Pinto.«Terminámos o acordo de alguns detalhes que faltavam e, portanto, está assente que a Covilhã será o local em que a selecção vai estagiar de meados de Maio até ao princípio de Junho», disse o edil, em de-clarações difundidas pela Antena1.O responsável pela autarquia serrana as-segurou que turma das “quinas” fará um «trabalho sério e reservado, sem intro-missões», mas Carlos Pinto assumiu, tam-bém, desejar ver uma «parte de carinho e vivência entre a selecção e a população que gosta de futebol e desporto». Posto isto, o edil confia que o estágio «vai correr bem e a selecção vai sair da Covi-lhã para a África do Sul com a moral em alta para ter o melhor resultado possível».

In Abola

Sporting: época fraca traz quebra nas assistênciasAs menos conseguidas exibições do Spor-ting têm vindo a afastar o público do Es-tádio José Alvalade, que, em jogos orga-nizados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), apenas por três vezes teve mais de 50 por cento de ocupação. Com 18 jornadas disputadas na Liga por-tuguesa, o Sporting está já a 19 pontos do Benfica, além de já ter sido eliminado da Taça de Portugal e da Taça da Liga, com-petições nas quais sofreu pesadas derrotas

com FC Porto (5-2) e Benfica (4-1), res-pectivamente. De acordo com os dados oficiais da LPFP, em 12 encontros (10 para a Liga e dois para a Taça da Liga), esti-veram em Alvalade 296 572 espectadores, uma média de 24 714.Nas duas últimas temporadas, em 18 en-contros, Alvalade recebeu em média 25 601 espectadores em 2007/08 e 26 396 na temporada seguinte.Até este momento, apenas por três vezes

a lotação do estádio ultrapassou os 50 por cento, algo que em 2007/08 aconteceu 11 vezes e em 2008/09 em sete ocasiões.Contudo, apesar de o Sporting ainda ter mais cinco encontros em casa, apenas a recepção ao FC Porto, da 21.ª jornada, poderá levar mais adeptos a Alvalade, ao contrário dos encontros com Vitória de Guimarães, Rio Ave, Vitória de Setúbal e Naval 1.º Maio.

Por Sapo Desporto c/ Lusa

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23PATROCINADORES

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24 15 de Fevereiro de 2010TAUROMAQUIA

Forcados Amadores de Turlock em São Jorge a 3 de Julho Forcados do Aposento de Turlock na Terceira a 23 de Abril

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Por favor sentem-se num bom sofá, antes de começarem a ler esta coluna, porque a comoção pode ser forte e poderão ter algum fanico, até porque estamos em período de Carnaval e tudo é possivel.

Calculem lá meu amigos, que a cabeça brilhante do líder comunista nos Açores, Aníbal Pires, acaba de propor uma lei, a proibir que os jovens até aos 16 anos possam assistir às Corridas de Toiros de Praça.Eu sempre soube, desde o 25 de Abril, que os líderes comunistas viviam na Lua, mas este, além de viver na Lua, ainda tem um apartamento em Marte.Ao fim e ao cabo não me admira muito, porque os seus avós históricos, como Staline, Lenine, Nikita Khrushchev, também gostavam de proibir tudo na Rússia - imprensa livre, rádio, televisão, livros, etc.. Já vem nos genes.Aníbal deveria ter consultado um psiquiatra antes de oferecer tal estapafúrdica ideia, que ficará nos anais da história como a maior anedota do Carnaval de 2010.E nós a pensarmos que havia pouca gente a escrever para este tão célebre evento teatral. Para si, meu caro Aníbal Pires, atiro-lhe todos os chapéus que temos na California e que lhe façam bom proveito. E tenha cuidado, não vá um toiro descarregar toda a sua amabilidade em si.

Quanto mais perto estamos de Abril ou Maio, mais as expectativas aumentam em relação às Corridas de Toiros nesta difícil temporada de 2010. A economia mostra sinais de recuperação, mas a maioria das nossas gentes que trabalham na agropecuária, ainda não viram nenhum benefício disso. Leiam a excelente crónica do nosso amigo Egídio Almeida na página 11, para melhor compreenderem a situação.Já disse uma vez e repito - esperemos que o bom senso impere em todas as decisões das nossas organizações festivas. Arrumem as grandezas para outros tempos de vacas gordas. Tenho a certeza que melhores dias virão.

Na última corrida realizada em Las Vegas, os três matadores saíram aos ombros. Se a corrida foi pobre de matéria prima, embora com um cartel interessante, faz-me pensar que os nossos amigos mexicanos estão a proceder mal quando obrigam os matadores a deixarem-se levar ao ombros, quando não houve merecimento para tal. Chama-se a isto desacreditar a festa e tenho pena que os matadores se deixem levar por estas fantasias em Las Vegas.Até penso que Las Vegas poderia ser uma coisa muito interessante, se tudo fosse bem respeitado, como se faz nas grandes terras de toiros. Seriedade é mais importante do que “show off”. Seriedade implica conhecimento. Seriedade implica tantas e muitas coisas que eu ainda não vi em Las Vegas. Por favor, não transplantemos as corridas realizadas em aldeias do Mexico para Las Vegas. A Tauromaquia é muito mais importante do que isso. Transplantemos sim, o que de bom se faz na Praça Mexico, em Guadalajara, em Ajos, Aguascalientes e tantas outras praças sérias desse grande País.As corridas de Las Vegas deveriam ser a maior oportunidade que temos para mostrar o que de bonito tem a verdadeira Festa Brava, a um público que não está habituado a ver tal tipo de espectáculo. Não percamos isso de vista. É uma grande responsabilidade.Hoje não conseguimos encher a praça em Las Vegas, mas quero crer, se as organizações tomarem em conta a seriedade do espectáculo e o dever que os artistas tem de mostarem toda a sua arte, como fazem nas melhores praças do mundo, um dia poderemos ver praças cheias de entusiastas de uma nova cultura.

Aqui mesmo ao lado podem apreciar duas preciosas fotografias distanciadas no tempo em cerca de 70 anos.A primeira, na Praça de São João no princípio do século XX. Podem observar como as pessoas de todas as categorias sociais se vestiam para assistir a uma Corrida de Toiros, tal como se fossem ao teatro ou à ópera.Na segunda foto, no princípio dos anos 70, recordamos as sempre pândegas, bem coloridas e copofónicas Touradas dos Estudantes do Liceu de Angra do Heroísmo, que ainda hoje perduram. Reconhecem-se Bertinho Pacheco e o Carlos João Ávila.

Mais boas notícias

As boas notícias correm depressa. Os Forcados Amadores de Turlock depois de participarem nas Sanjoa-ninas, pegarão 4 toiros na segunda Corrida da Feira Taurina da Sema-na Cultural das Velas a ter lugar a 3 de Julho. Por sua vez, os Forcados do Aposento de Turlock foram con-

vidados a participar na Corrida de Beneficiência a favor das Vítimas da Agualva, a decorrer na Monumental de Angra a 23 de Abril.Aqui está a prova provada que pode-mos ser parceiros com os açorianos em manifestações culturais como es-tas. Haja sempre vontade e abertura

de espírito.Estamos numa fase de transição, em que os Açores começam (tardiamen-te) a compreender que as relações Açores / Comunidades, beneficiarão sempre as nossas Ilhas, as nossas gentes e as nossas culturas.Estamos todos de parabéns.

Recordando o passado

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25PATROCINADORES

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26 15 de Fevereiro de 2010ARTES & LETRAS

Livra! Tanto Livro!

A crónica é um género literário extre-mamente interessante. Como se sabe a crónica tem as mais variadas formas, desde a descritiva à poética, da histórica à jornalística, da dissertativa à humo-rística. É um género literário cultivado e apreciado em Portugal e nos países de língua portuguesa. recordo de ouvir al-gures que o cronista era o poeta do quo-tidiano. A língua portuguesa tem tido magní-ficos cronistas. Dos contemporâneos, um dos cronistas que mais gosto de ler é Onésimo Almeida. O seu estilo é cati-vante e o seu humor é refinadíssimo. As crónicas de Onésimo Almeida têm sem-pre algo profundo. Quando as lemos, independentemente do tema, acabamos bem dispostos. É que o Onésimo é mes-tre em encaixar no seio de cada crónica uma história, um relato anedótico, um acontecimento único, que se entrelaça com o tema geral de cada texto. Daí que não só vos convido a lerem a magnífica crónica de Onésimo Almei-da nesta Maré Cheia, como aconselho os nosso leitores a comprarem os seus livros. A Maré Cheia também presta uma pe-quena homenagem a dois grandes nomes americanos que recentemente falece-ram.

Abraçosdiniz

Ainda e sempre os livros, o papel nosso (meu?) de cada dia.E-mail de aluno solicita-me o empréstimo de um a fim de

preparar a aula. Sem problema, mas vou precisar depois de amanhã. Chega? Acho que sim. No meu ritmo normal, tento ler um livro por dia e então será tempo sufi-ciente. Com um ritmo desses, bate-me de longe. A casa chegam-me quase diariamente, mas lê-los, ainda que nule die sine linea, nem com um curso de speed reading. E cá vêm as inevitáveis estórias a propósito. O espaço não dá para muito, mas veremos. Contarei contando os caracteres até atingir o limite imposto pela redacção.Livro acompanha-me como peça de vestu-ário (e o carro leva suplentes, para além do pneu). Serve para abafar tempos mortos, esperas, minutos imensos, prolongados na cabeça de quem subitamente fica no vazio de nada que fazer, porque não nas-ci contemplativo. De uma vez, a Leonor e eu íamos de barco da ilha Graciosa para a Terceira. A fome sentou-nos na sala de jantar. Enquanto esperávamos pelo repas-to, fomos lendo, hábito não rotineiro mas frequente, conforme os sítios e as circuns-tâncias. Por sinal, eram dois livros em in-glês, o que deve ter posto à vontade o moço de uma mesa de folgazões terceirenses ao nosso lado, que comentou para a sua mal-ta: Olhem-me estes dois aqui à esquerda. Não têm nada que dizer um ao outro.De outra vez, descíamos os dois rumo à Fajã das Almas, na bela ilha de S. Jorge. Ao fundo da íngreme encosta, uma espla-nada repleta de silêncio (o marulhar não é barulho) convidava a um bom naco de leitura regada com o o refrescante que à venda houvesse. A Leonor sentou-se e

Onésimo Almeida

Historiador Controverso Historiador e activista político norte-ame-ricano tinha 87 anos de uma vida cheia de lutas. A sua “História do Povo americano” vendeu mais de um milhão de exemplares nos EUA. A “História do Povo americano”, de Howard Zinn, foi publicada em 1980 com pouca promoção e uma tiragem de apenas 5 mil exemplares e transformou-se num best-seller, cujas vendas atingiram o mi-lhão de exemplares em 2003. Com mais de 700 páginas, a obra, que lamentavelmente nunca foi traduzida para português, relata a história dos Estados Unidos, desde 1492, assumidamente do ponto de vista das “mulheres americanas, dos trabalhadores fabris, dos afro-americanos, dos america-nos nativos, dos trabalhadores pobres, dos imigrantes”. Sem meias palavras, Zinn acusa Cristóvão Colombo de genocídio e destaca heróis es-quecidos pela história oficial: trabalhado-res, feministas e resistentes à guerra. “O professor Zinn escreve com um entusias-mo raramente encontrado na prosa da his-tória académica, e o seu texto está repleto de citações de líderes operários, resistentes à guerra e de escravos fugitivos”, escreveu Eric Foner, do New York Times Book Re-view sobre esta obra vibrante. Numa entrevista dada em 1998, Zinn afir-mou que não queria escrever uma história objectiva ou uma história completa. Ele considerou o seu livro uma resposta aos trabalhos tradicionais, o primeiro capítulo, não o último, de um novo tipo de história. “Não existe isso de história completa: toda a história é incompleta”, disse Zinn nessa

Com 91 anos morreu a 28 de Janeiro o escritor JD Salinger, autor de entre ou-tras obras o livro A Catcher in the Rye (À Espera do Centeio em português). Um daqueles livros que ao longo dos anos tem sido banido de bibliotecas e escolas. Um livro marcante que felizmente ainda conti-nua a ser lido e discutido por muitos jovens nas escolas secundárias e universidades

deste país. A Catcher in the Rye, original-mente publicado no ano de 1951, vendeu mais de 65 milhões de exemplares em todo o mundo. O livro, escrito na primeira pes-soa tornou-se um símbolo da adolescência e da inocência perdida. A personagem de A Catcher in the Rye tem marcado várias gerações de jovens desde os anos 50 e é sem dúvida uma das obras de referência da literatura norte-americana do último século. Salinger ficou ainda famoso por ser na realidade um escritor recluso. Foi citado algumas vezes como tendo dito que havia uma grande paz quando não se era publicado. Disse ainda que adorava escre-ver, mas para si próprio. Daí que são enor-mes as suspeitas sobre o que terá deixado nos baús. Recusou, sistematicamente, a adaptação do livro ao cinema. Também recusou escrever qualquer continuação à narrativa de A Catcher in the Rye, dizendo “leiam o livro outra vez, está tudo lá.”

eu avancei para o interior em cata de al-guém quando, ainda entre portas, ouvi o dono cochichando para a mulher: Devem ser estrangeiros. Trazem livros debaixo do braço.Antes, porém, de o leitor se apressar a queixar-se dos meus estereótipos, aviso que venho já estragá-los. Num Inverno, no elegante Hotel S. Pedro de Ponta Delgada, notei que o porteiro preenchia a inactivi-dade das horas lendo concentradamen-te. Não resisti a meter conversa e, claro, moveu-me logo o impulso de mexericar o livro. Era de Albert Camus, já não recordo o qual. Não escondi o espanto e avancei a indagar como o descobrira. A explicação veio em tom de Homessa! coisa mais sim-

ples! Pois encontrara-o mencionado num livro de Sartre. E fui conversando por ali fora todo aristotélico em cata da causa pri-meira, mas cada livro encaixava sempre noutro - o moço era autodidata e, por um, ia chegando ao seguinte.Caso raro? Talvez não, como o demonstra esta outra estória fresquíssima que ainda nem pus no frigorífico da minha colecção:De novo Ponta Delgada. O barman do Ho-tel Camões é de uma freguesia rural. Im-pecavelmente educado no trato, notei-lhe o

léxico erudito (“isso é relativo”, “um acon-tecimento inolvidável”, “chegar exausto ao fim do dia”, “reagiu rispidamente”). Meti conversa e perguntei-lhe de onde provinha o seu vocabulário. Tenho um Larousse na mesa de cabeceira, já segundo o novo acor-do ortográfico, apesar de eu não concordar com ele - explicou. Contei aos colegas (estávamos ali por via de um colóquio na Universidade dos Açores) e, no dia seguin-te, de novo no bar, os quatro abancávamos. Fui ao balcão encomendar bebidas e puxei conversa com ele, o Pedro. “Então ontem abriu o seu Larousse?”. “Não. Ontem foi dia de Houaiss”. Fiquei menente, como se diz lá na terra. Este homem também co-nhece o dicionário do Houaiss?Voltei para junto dos amigos - o Francis-co Fagundes, a Irene Blayer e um pintor ilhéu, saído muito jovem para os States, cuja fala portuguesa acusa alguma ferru-gem e, quanto a escrita, a que mais lhe in-teressa é a do pincel. Reproduzi-lhes o que acabara de ouvir do nosso barman. Dali a pouco, chegou ele à nossa mesa, resposta pronta em copos na bandeja. O pintor luso-americano, sempre loquaz e intrometido, entabulou conversa de imediato. Ignoran-do de que livro se tratava, repetiu o que ouvira: Então anda a ler o Oaisse? E o Pe-dro, na maior das calmas, porém sempre cortês: Desculpe, mas o Houaiss não se lê; consulta-se.

entrevista. “A minha ideia era que o ponto de vista ortodoxo já tinha sido apresentado milhares de vezes.” A “História do Povo americano” tem mui-tos admiradores, entre eles os actores Matt Damon e Ben Affleck, que o introduziram no guião do seu filme “Good Will Hun-ting.” O CD “Nebraska” de Bruce Sprin-gsteen é parcialmente inspirado na obra, que até apareceu nos Sopranos, nas mãos de AJ, filho de Tony. Nascido em Nova York em 1922, Howard Zinn era filho de imigrantes judeus e so-freu desde cedo a influência dos romances de Dickens. Aos 17 anos participou de uma manifestação política convocada pelos co-munistas que foi violentamente reprimida. Participou na II Guerra Mundial na força aérea para combater os nazis, ganhou uma medalha, mas, quando voltou, embrulhou-a e escreveu no papel: “Nunca mais”. Doutorou-se em história pela Universida-de de Colúmbia, mas a sua vida académi-ca, como professor,sempre esteve ligada às diversas lutas - pelos direitos civis, contra a guerra do Vietname, entre outras. Aposentou-se em 1988, e passou os últi-mos dias de trabalho num piquete de gre-ve, junto com os seus alunos, em apoio à greve das enfermeiras do campus. Além de obras de história, Zinn também foi dramaturgo, sendo autor de três peças de teatro. A sua mulher de toda a vida, Roslyn, dramaturga, morrera em 2008. O casal teve dois filhos.

in esquerda.com

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Morreu JD Salinger

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27 COLABORAÇÃO

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28 15 de Fevereiro de 2010ENGLISH SECTION

How did Steve Junqueiro become President of the Save Mart Group?

I started working for Save Mart as a pro-duce clerk in 1974 while I was attending college and I never left! I soon became a produce department merchandiser, then a produce department manager in 1977. Later I became a Produce Operations Su-pervisor for a division of the company and then in 1993 was named the Director of Produce and Floral. In 2004 I became the Vice President of Operations for the Com-pany. After the company acquired Nor-thern California Albertsons in 2007 I was named Executive Vice President and Chief Operating Officer for the company and in January of 2009 was named President and COO.

In a highly competitive industry like yours, how do you survive in a time of economic crisis?

Save Mart has a very strong, customer centric culture which prides itself on cus-tomer service, quality and providing our customers with what they want and need. In tough economic times, our customer’s wants, needs and demands have shifted and we continue to shift with them and make sure we continue to serve them in a

peerless manner. Without our customers, we don’t exist. It is my contention that tou-gh times make us stronger and I have seen this to be true for our company in these very tough economic times.

How does Save Mart distinguish it-self from the other competitors?

We are a locally grown and operated com-pany that has extremely strong community ties in all of the communities in which we serve. This has always been part of our culture. Our owner, Bob Piccinini, has built the company to be vertically integra-ted with self distribution and manufactu-ring that allows us to be very competitive in the marketplace, no matter who we are competing against.

How many SaveMart, Lucky, and FoodMax supermarkets does your group have? How many people do you employ?

We have 199 Save Mart and Lucky Stores and 45 Food Maxx Stores. The company has 20,000 employees.

What is the Save Mart future ou-tlook?

Our outlook is to aggressively grow our market share in all of our market areas. We are just seeing the “dust settle” in the aftermath of the Albertson acquisition which double our size overnight. We con-tinue to grow our business, even in these very tough times, and we have more op-portunities in the ongoing alignment of our warehousing, distribution, logistics, store operations and enterprise procure-ment that will strengthen us even more.

Your newly opened supermaket in Modesto has a new look. What is the intent?

Our new store in Modesto has been a great experience of collaboration between Save Mart and our customers. We have attemp-ted to answer all of the requests that our customers have shared with its’ larger offering of prepared foods and Bakery, expanded Fresh Produce, large “stores wi-thin the store” featuring Beverages, Heath and Wellness, Maxx Packs and Pet Care, and all in our most Eco-friendly, beauti-fully appointed store built to date.

Tell us about your Portuguese back-ground.

My Grandparents came to this country from the village of Ligares, Portugal taking different routes. My grandfather Manuel Junqueiro came over with his family direct from Portugal and my grandmother Maria Rosário Borges came in 1912 through the Hawaiian Islands where she spent a few years as a young girl. They met in the Bay Area of California and moved to Tracy where they began farming. My father was born in Tracy as I was.

What is your relationship with the Portuguese American community?

Growing up in Tracy, I was very well con-nected with the Portuguese community through my Grand Parent’s and Parent’s involvement. Our family has continued to be involved in the community up to and including my niece’s as a queen in the Holy Ghost festivity.

portuguese s E R v i n G T H E P O R T U G U E s E – A M E R i c A n c O M M U n i T i E s s i n c E 1 9 7 9 • E n G L i s H s E c T i O n

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

Steve Junqueiro, Save Mart President

Junqueiro - Step by step to the top

His grandparents came from the Portuguese village of Ligares, district of Bragança and municipality of Freixo de Espada à Cinta, near the border with Spain, land of snow and cold weather. His grandfather Manuel Junquei-ro arrived in New York with his family and his grandmother Maria Rosário Borges went directly to Hawaii in 1912 and after three years came to Cali-fornia. They married in Stockton and had two sons, Art (Steve’s father) and David. Art married Charlotte Parker, a descendant of the first Tracy pione-ers. On his paternal side, Steve is the great-great-grand-nephew of the great Portuguese poet Guerra Junqueiro. Steve was born in Tracy, is married to Theresa and has two children, Steven and Natalie. Even though he has a very busy life, he finds time to travel, be with his entire family and plays with his granddaughter. He plays golf when he can and is active in his parish.

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29ENGLISH SECTION

Senate Foreign Relations Committee

Chairman and Members of the Com-mittee,

I am gre-atly ho-nored to be here today as President Obama’s nominee to be the next Uni-ted States A m b a s -sador to

Portugal. I am humbled by the confi-dence and trust that the President and Secretary Clinton have placed in me, and I pledge that if confirmed, I will work closely with the President, the Secretary, and Congress to advance our nation’s interests in Portugal and to promote cooperation on issues of mutual concern. I am further honored by the kind words of introduction from Senators Nelson and LeMieux, my home state Senators. I am sorry my wife of 33 years and the love of my life, Nancy Cohn, who ser-ved the United States as a Peace Corps volunteer in Brazil, cannot be here, but she is in St. Louis celebrating her mother’s 88th birthday. I am proud to introduce my two sons: Ethan Katz, who is a professor of History at the University of Cincinnati; and Matthew Katz, who is a graduate student in Pu-blic Policy at the University of Chicago. My father was forced to leave school at age 14 in Nazi Germany, so my family takes enormous pride in our educatio-nal successes and in our commitment to public service. They are truly what make America great.I have had the privilege of serving peo-ple, both in the private and public sec-tors. I have been a practicing attorney for 25 years and had a seven-year te-nure as an elected City Commissioner for the City of Tallahassee. In that ca-pacity, as well as in my legal practice, I have dealt with a broad range of issues, including growing energy needs in our community and around the world, as well as complex business negotiations. I hope to be able to put these skills to good use if confirmed.For the Portuguese Republic, NATO and the transatlantic relationship with the United States represent the cor-nerstones of its foreign policy. Signifi-cantly, Portugal will host NATO’s next Summit meeting in late 2010. Befitting of a founding member of NATO, Por-tuguese troops stand side by side with our U.S. men and women in uniform in Afghanistan with the goal of bringing stability and security to Afghanistan. Portugal will have nearly tripled its commitment to the International Secu-rity Assistance Force since the summer of 2009 with the scheduled deployment of a caveat-free, company-size infantry unit this month, heeding the President’s December call for our NATO allies to meet the increased U.S. contributions to ISAF with their own. Portugal is also a contributor to UN, NATO, and EU missions around the globe, and recently concluded its one-year mission as the flagship in NATO’s counter-piracy Operation Ocean Shield off the coast of Somalia; in Kosovo, where Portugal has over 250 troops serving with NATO-led Kosovo Force (KFOR); and in Lebanon where a com-pany of army engineers serves along-side other UN peacekeepers to prevent

renewed hostilities between Israel and Lebanon. Historical, linguistic, and family connections have also made Portugal one of Timor-Leste’s (East Timor’s) strongest supporters and big-gest aid donors since independence in 2002. The Portuguese are also directly contributing to the police component of the UN mission in Timor-Leste with 164 Republican National Guard tro-ops.Portugal remains one of our most ste-adfast NATO allies, and this excel-lent military-to-military cooperation is most evident in the long-standing presence of the U.S. Air Force’s 65th Air Base Wing at Lajes Air Base in the Azores. In addition to being an emer-gency landing strip for the Space Shut-tle, Lajes is home to one of the USAF’s longest air strips and largest fuel de-pots outside the United States. While Lajes’s mid-Atlantic location is of stra-tegic value to the U.S. military, the in-creasing range of our military aircraft is reducing the need to maintain a gar-rison of over 700 airmen on the island. We seek new long-term missions that will help the USAF and Portugal keep Lajes both ready and relevant long into the future.Another area where both Portugal and the United States are working together is in Lusophone Africa, where many opportunities exist for trilateral coope-ration, particularly in Guinea-Bissau, which is struggling to develop its de-mocracy and fighting hard to combat the scourge of the drug trade. While U.S.-Portuguese trade is relati-vely small, the United States still ex-ported $2.6 billion worth of goods in 2008 and imported an estimated $2.4 billion. While total Portuguese tra-de has increased dramatically over the last 10 years, the U.S. percentage of Portugal’s exports and imports has been growing at a slower rate. U.S. fir-ms play significant roles in the pharma-ceutical, computer, and retail sectors in Portugal. Lately, Portuguese firms have been particularly active in the U.S. re-newable energy sector, with Portugue-se wind energy developer EDP alone planning to invest $4 billion in the sec-tor over the next two years.If confirmed, one of my key aims will be to employ public diplomacy efforts to strengthen the Portuguese public’s positive attitudes towards the United States and provide the Portuguese pu-blic a deeper understanding of our poli-cies, culture, and history. A key compo-nent of our public diplomacy program, the Fulbright program, celebrates fifty years in Portugal in March. Over two thousand American and Portuguese students and scholars have participated in this program. Without a doubt, the Fulbright program has played a critical role in establishing and nourishing the strong ties in all sectors between the United States and Portugal.Over one million Americans, including three of our U.S. Congressmen, are of Portuguese descent. Our country, from Hawaii to California to Rhode Island, is bound to Portugal by common va-lues, by history, and by blood. We are family. If confirmed, I will work hard to maintain the bonds that the Luso-American community, our men and women in uniform, and my diplomatic predecessors have built. Chairman, Members of the Committee, thank you for granting me the honor of appearing before you today. I am plea-sed to answer any questions you may have.

Testimony of Allan Katz, Ambassador Designate to the Portuguese Republic

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30 15 de Fevereiro de 2010

Sometime ago I wrote a couple of chronicles, in Portuguese, about the presence (figuratively

speaking) of Nossa Senhora da Boa Viagem (Our Lady of Good Voyage) in the Azores Islands. Recently, through the friendship of José Nunes Simões, I learned of Our Lady’s similar presence in a small community belonging to the Canadian Province of Toron-to. However, before t present that story, I will detour briefly for an excursion to the Azores.Starting on Santa Maria Island, we find Our Lady of Good Voya-ge in a small church erected in the 18th century in the hamlet called Santana. On São Miguel Island, the parish church of Calhetas (1ittle coves) holds Our Lady of Good Voyage as its patroness.A beautiful statue represents her standing on a boat, tossed by stormy waves, with a fisherman at her feet, apparently seaking di-vine intercession. At Calhetas,the 18th century church is actu-ally a replacement of a 17th cen-tury chapel originally built by the Grand Captain Francisco do Rego de Sá on his vast properties.Moving to Terceira Island, in the area of Corpo Santo at Angra, the primitive chapel built by the fi-shermen and originally dedicated to St. Pedro Gonçalves, eventu-ally became known as Our Lady of Good Voyage church, because it displays a very ancient statue with that invocation. On São Jorge Island, there is a charming chapel, built by the people at Por-tal and dedicated to Our Lady of Good Voyage.On Pico Island, Our Lady of

Good Voyage is venerated in two small churches, respectively, in two localities: in Barca since 1935, and in Areia Larga since 1981. On Faial Island, Our Lady of Good Voyage is honored at an old chapel at Horta and at a mo-dern chapel at Castelo Branco.And now, from the Azores Islan-ds, we will journey on to the Ca-nadian territory.José Simões, born on Terceira Island in 1934, went to Canada in 1964. Four months later, his wife and children joined him. They settled in the little town of Streetsville, where more than one hundred Azorean families had already established residence.With the pastor’s approval, the Azorean community secured the servi’es of a visiting priest to pro-vide religious assistance in Portu-guese. Even though he was a Du-tch native, the priest could speak fluent Portuguese after spending many years as a missionary inBrazil. And so, as of December 1970, the celebration of Mass in Portuguese began to take place at the St. Joseph’s parish church in Streetsville.

In March of 1971 the Portu-guese Canadian Integration Movement was organized with Simões’ election as

its president. A suggestion was made to select a patron saint, and the final choice favored Our Lady of Good Voyage. At the same time, it was opted to acquire a re-plica of a statue representing Our Lady. In order to obtain the ne-cessary funds for the real- ization of the project, the P.C.I.M. held a picnic in September of 1971, with an open air Mass at the Park and

more than 600 people in atten-dance.After the statue’s arrival in May of 1972, a great festival took place in the month of August, followed by a succession of similar festi-vals held annually until 1976.They included church evening services, outdoor processions, open air Mass at the Park, with bazaar, music concerts, dancing, food and refreshments.Meanwhile, in 1974, Streets-ville was incorporated into the City of Mississauga, but Our Lady of Good Voyage still keeps company with her faithful at St. Joseph’s church.In Gloucester, a fishing town lo-

cated about 30 miles northeast of Boston, Massachusetts, one of the parish churches is dedicated to Our Lady of Good Voyage.The town was founded in 1623, and the church, was erected in 1889. Over the years, Gloucesterlost so many of its sons to the ravages of the sea that the town thought it fttting to set up a me-morial to them. The Gloucester Fisherman (also known as The Man at the Wheel) is one of New England1s most famous statues, with a plaque that reads, “TheyThat Go Down to the Sea in Ships, 1623-1923.Rudyard Kipling’s 1897 novel “Captains Courageous”, about a

Portuguese fisherman who res-cues a rich boy who fell off an ocean liner, was set aboard the Gloucester fleet.The novel was made into a major movie with the same title in 1937, and starred Spencer Tracy, (who won an Oscar for the role of the Portuguese fisherman), Freddie Bartholomew, (the rescued spoi- led rich-boy), Lionel Barrymore, (the crusty’owner of a fishingvessel), Mickey Rooney, Melvyn Douglas and John Carradine.Captains Courageous was rema-de as a TV movie in 1977 with Karl Malden and Ricardo Mon-talban.

Our Lady of Good Voyage’s Procession at Corpo Santo, Angra do Heroísmo. Terceira

ENGLISH SECTION

California Chronicles

Ferreira Moreno Our Lady of Good Voyage

Feb 21

Social: noonLunch: 1:00 p

Official Visit

District 31

IDES Co# 154SES Co # 5

UPEC Co #137UPPEC # 66

Tracy Elks Lodge #20316400 W 11th StTracy, CA

Dolores Nunes209-833-3230

RSVP by 2/15

Feb 27

Social: 12:00Lunch: 1:00

Official Visit

District 23 & 24

SES Co # 68, 74

UPEC Co # 64

UPPEC Co# 7,78,119

Maxwell Inn81 Oak STMaxwell, CA

Mary Arozo530-438-2856

RSVP by2/22 Required

March 6

9:00 AM

Official Visit

District # 56

IDES Co # 173

SES Co # 49

UPEC Co # 43

Carrows Fami-ly Restaurant12325 Moun-tain AveChino, CA

Albertina Goulart909-731-9876Lucia Batista909-797-0879

March 14

Social:12:00Lunch: 1:00

Official Visit

PFSA Co # 18

IDES Co # 33

UPEC Co # 24

UPPEC Co 138

Stockton Ball-room9650 Thornton RdStockton, CA

Gerry Trigueiro209-952-9012

Addico Cattuzzo209-369-4318

March 28

Cost per person: $10.00 prepaid by 3/10$12.50 at the door

Official Visit PFSA Co # 45

FRESNO

Hometown Buffet458 W. ShawClovis, CA(Peach/Shaw)

Cleda Rodrigues

559-875-6187

RSVP by3/10

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31COMUNIDADE

Fraternalistas do Ano

Fraternalistas do Ano: Henry D. Silveira (S.E.S.), Philip Heinemann (O.W.O.W.), Isolete Grácio (U.P.E.C.), Ailene T. Cardoza (U.P.P.E.C.), Fred Maranzino, Agnes Terra (S.P.R.S.I.), Sharon Ogg (I.O.F.), Chris Lewis (K.of C.), John O. Ávila (I.D.E.S.)

Chris Lewis (filho de Jerry Lewis), foi o convidado de honra do almoço de reconhecimento aos Fraternalistas do Ano de 2009. Falou sobre a American Wheelchair Mission. Cem milhões de pessoas em todo o mundo precisam de cadeiras de rodas. Knights of Columbus desde 2003 já entregaram 20,000 cadeiras em muitos países à volta do mundo.Chris Lewis foi reconhecido como Fraternalista do Ano em representa-ção do Knights of Columbus.

Frank Maranzino, Presidente da K.of C. entregando uma placa a Olga Boue, em reconhecimento pela sua dedicação e assistência ao Presidente e Oficiais do California Fraternal Congress, Branch #1

Aspecto geral do Salão onde se realizou o almoço de confraternização

Tomada de posse dos novos Oficiais do California Fraternal Congress, Branch # 1

No fim da cerimónia, cantou-se “God Bless America”

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